+ All Categories
Home > Documents > o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por...

o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por...

Date post: 08-Aug-2020
Category:
Upload: others
View: 0 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
16
Com texto de Odete Branco Peça sobre Florbela Espanca em cartaz, em Paris Lusodescendente Juan Branco é o advogado de Piotr Pavlenski 06 Futsal: Sporting Club de Paris perdeu com o Orchies Pevele FC 15 Argenteuil: Jantar de recolha de fundos para a Misericórdia de Paris 12 Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby Edition nº 403 | Série II, du 19 février 2020 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT EDITION FRANCE Hugo Manuel prepara novo álbum para o fim do ano Philippe Martins 11 14 09 PUB PUB Valérie Pécresse assinou acordo com a Área Metropolitana de Lisboa 03
Transcript
Page 1: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

Com texto de Odete Branco

Peça sobre Florbela Espancaem cartaz, em Paris

Lusodescendente JuanBranco é o advogado dePiotr Pavlenski

06

Futsal: Sporting Club de Paris perdeu com o Orchies Pevele FC

15

Argenteuil: Jantar derecolha de fundos paraa Misericórdia de Paris

12

Lusodescendentescriam associação Luso-Rugby

Edition nº 403 | Série II, du 19 février 2020 Hebdomadaire Franco-Portugais

GRATUITEDITION FRANCE

Hugo Manuel preparanovo álbum para o fim do ano

Philip

pe M

artins

11

14

09

PUB

PUB

Valérie Pécresse assinouacordo com a Área Metropolitana de Lisboa

03

Page 2: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL02 OPINIÃO

No dia 20 de fevereiro cumprem-se100 anos da morte de Santa JacintaMarto, uma das videntes de NossaSenhora em Fátima. Morreu aos 10anos, em 20 de fevereiro de 1920, ví-tima da pneumónica ou gripe espa-nhola, que na época vitimou milhõesde pessoas. Passou 18 dias sozinhano hospital pediátrico de D. Estefâ-nia, em Lisboa, onde terá morridosem a companhia da família ou deamigos. Sofreu muito fisicamente,mas sabemos que nunca desespe-rou, que aceitou e abraçou o sofri-mento como parte da vida, comlucidez e confiança e, por isso, comgrande coragem. Tinha apenas 10anos.No mesmo dia, os 230 Deputados daAssembleia da República debaterãodurante 157 minutos a despenaliza-ção da eutanásia. Qualquer outroproblema e necessidade humanaexigem mais tempo aos nossos De-putados. Convém recordar que osdois maiores Partidos da nossa De-mocracia, PS e PSD, nunca disseramuma única palavra nem incluíram oassunto nos seus programas eleito-rais para as eleições de outubro pas-sado, quando se apresentaram aopovo. A falta de honestidade dos Par-tidos políticos que prometem umacoisa e fazem outra ou que nada nosdizem, antes dum ato eleitoral, efazem a surpresa de decidirem o quebem entendem, provoca o seu des-crédito. Não admira que o povo acre-dite e confie cada vez menos nospolíticos. Eu incluído. E por isso aabstenção não para de aumentar.Como tudo que toca a vida na suaessência, o assunto não é fácil. E oespaço que aqui tenho é pouco paratão grande complexidade. Por euta-násia, deve entender-se uma ação,ou a falta dela que, por sua naturezae nas intenções, provoca a mortecom o objetivo de eliminar o sofri-mento. A ela se pode equiparar o sui-cídio assistido, isto é, o ato pelo qualnão se causa diretamente a morte de

outrem, mas se presta auxílio paraque essa pessoa ponha termo à suaprópria vida. Podemos dizer que nabase da legalização da eutanásia edo suicídio assistido, como de outrasquestões que tocam a essenciali-dade da vida, está a pretensão de re-definir o progresso da consciênciaética e jurídica, antigas e aceites, re-lativas ao respeito e à sacralidade davida humana.Pretende-se que o mandamento di-vino, que a lei humana adotou, deque nunca é lícito matar uma pessoahumana inocente (“Não matarás”)seja substituído por um outro, que sótorna ilícito o ato de matar quando ovisado quer viver. Ou seja, pretende-se que a norma segundo a qual avida humana é sempre merecedorade proteção, porque um bem em simesma e porque dotada de digni-dade em qualquer circunstância, sejasubstituída por um outro critério, se-gundo o qual a dignidade e valor davida humana podem variar e podemperder-se.Ora, numa conceção humanista, istoé inaceitável. Para um crente, estacerteza é mais clara e evidente. Masnão é uma questão religiosa ou con-fessional, é racional e natural. AConstituição Portuguesa - de marca«republicana, laica e socialista» - re-conhece-o ao afirmar categorica-mente que «a vida humana éinviolável» (artigo 24º, nº 1). Porquea vida humana é o pressuposto detodos os direitos, deveres e de todosos bens terrenos, materiais e imate-riais. É também o pressuposto da au-tonomia e da dignidade. Por isso,não pode justificar-se a morte deuma pessoa com o consentimentodesta. O homicídio não deixa de serhomicídio por ser consentido pela ví-tima. A inviolabilidade da vida hu-mana não cessa com o consen-timento do seu titular. O direito àvida é indisponível, como o são ou-tros direitos humanos fundamentais,expressão do valor objetivo da dig-

nidade da pessoa humana: eu nãosou dono de mim mesmo, como nãosou dono de ninguém. Também nãopodem justificar-se, mesmo com oconsentimento da vítima, a escrava-tura, o trabalho em condições desu-manas ou um atentado à saúde, oua venda de si mesmo, dos seus ór-gãos corporais ou dos filhos, porexemplo.No entanto, uma nova moral, cha-mada da autonomia, desenvolveu-separa afirmar que a vida humana só édigna e válida, se a pessoa humanapode dispor dela inteira e total-mente, se nunca for dependente deoutro para se manter e desenvolvere, por isso, estar em boas condiçõesfísicas, emocionais e psíquicas parase realizar.Ora esta visão do humano é redutorae profundamente funcionalista: ovalor e dignidade da vida humanadependem, em última análise, doseu desempenho. Em nome da auto-nomia, os que defendem a legaliza-ção da eutanásia e do suicídioassistido atentam contra o princípiode que a vida humana tem sempre amesma dignidade, em todas as suasfases e independentemente dassuas condições externas. A dignidadeda vida humana deixa de ser umaqualidade própria da pessoa hu-mana e passa a variar em grau e adepender de alguma dessas condi-ções externas. Haveria, pois, situa-ções em que a vida já não mereceproteção (a proteção que merece nageneralidade das situações), por per-der dignidade.Invocam os partidários da legaliza-ção da eutanásia e do suicídio assis-tido que, com essa legalização, serespeita, apenas, a vontade e as con-ceções sobre o sentido da vida e damorte, de quem solicita tais pedidos,sem tomar partido. Não é bem assim.Quando um doente pede para mor-rer porque acha que a sua vida nãotem sentido ou perdeu dignidade, ouporque lhe parece que é um peso

para os outros, a resposta que osserviços de saúde, a sociedade e oEstado devem dar a esse pedido nãopode ser: “Sim, a tua vida não temsentido, a tua vida perdeu dignidade,és um peso para os outros”. Porqueisso é tomar partido. Mas a respostadeve e pode ser outra: “Não, a tuavida não perdeu sentido, não perdeudignidade, tem valor até ao fim, tunão és peso para os outros, conti-nuas a ter valor sem medida paratodos nós”. Esta é a resposta dumacomunidade que coloca todas assuas energias ao serviço dos doentesmais vulneráveis e sofredores, dospobres e sozinhos e, por isso, maisnecessitados de amor e cuidado; aprimeira é a atitude simplista, falsa-mente humanista e anti-humana, dequem não pretende implicar-se naquestão do sentido da verdadeiraqualidade de vida do próximo e em-barca na solução fácil da eutanásiaou do suicídio assistido.Não se elimina o sofrimento com amorte, nem se acaba com a pobrezaeliminando os pobres: com a morteelimina-se a vida da pessoa! O sofri-mento pode ser eliminado ou dimi-nuído com os cuidados paliativos,não com a morte. E hoje, as técnicasanalgésicas conseguem preservar deum sofrimento físico intolerável.Desta forma, pode afirmar-se que aeutanásia é uma forma fácil e ilusó-ria de encarar o sofrimento, o qual sóse enfrenta verdadeiramente atravésda medicina paliativa e do amor con-creto para com quem sofre. Só nãohá comprimidos para o desespero efalta de sentido na vida.Como afirmou o Papa Bento XVI, “agrandeza da humanidade deter-mina-se essencialmente na relaçãocom o sofrimento e com quem sofre”.Que sociedade queremos ser: de co-rações ‘grandes’ ou ‘pequeninos’? Dehomens e mulheres verdadeira-mente humanos e solidários ou dedesistentes, desiludidos e desespe-rados?

Os desesperadosOpinião de Nuno Aurélio, Reitor do Santuário de N. Sra. de Fátima de Paris

PERGUNTADO LEITOR

Caro Diretor,[…] Vocês deviam fazer umagrande campanha para que osPortugueses se inscrevam naslistas eleitorais. É uma vergonhasermos tantos Portugueses emFrança e darmos uma imagem degente que não se interessa peloque se passa nas nossas terras.[…]

António Ribeiro(mail)

Caro leitor,Quem lhe disse que os Portu-gueses não estão inscritos naslistas eleitorais?O LusoJornal fez campanha, as-sociando-se à Coordenação dasColetividades Portuguesas deFrança (CCPF) para que os Por-tugueses se inscrevessem naslistas eleitorais até 7 de feve-reiro.Mas a maior parte dos Portu-gueses estão inscritos nas listaseleitorais e não estamos a darnenhuma imagem negativa.Naquilo que nós chamamos dePortugueses, estão os mononacio-nais (que apenas têm a nacionali-dade portuguesa) e os binacionaisque têm também a nacionalidadefrancesa. Até temos aqueles quepodendo ser Portugueses, não osão porque os pais os não inscre-veram no Consulado.Todos os que são Francesesestão automaticamente inscri-tos. Não é possível ter estas es-tatísticas, mas basta olhar paraas listas eleitorais e vemosmontanhas de nomes portugue-ses.Quanto aos mononacionais - eesses podem ser devidamenteidentificados nas listas eleito-rais complementares - podemefetivamente ser poucos. Todossabemos porquê: foi gente quenunca votou em Portugal enunca votou em França.Mas os mononacionais são hojebem menos do que os binacio-nais (e, pela força da vida, estenúmero tenderá a diminuirainda mais).Por isso, podemos afirmar queos Portugueses estão maiorita-riamente inscritos nas listaseleitorais. Mesmo que ainda hápor aí gente que parece estarfrente ao muro das lamenta-ções.Obrigado por nos ler.

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal

Envie as suas perguntas para: [email protected]

LusoJornal. Le seul journal franco-portugais d’information | Édité par CCIFP Editions SAS. N°siret: 52538833600014 | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, AntónioMarrucho, Carla Lobão, Céline Pires, Clara Teixeira, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Fátima Sampaio, Gracianne Bancon, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), José Paiva (Mónaco),Lia Gomes, Manuel André (Albi), Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Mário Cantarinha, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patrícia Guerreiro (Lyon), Rui RibeiroBarata (Strasbourg), Vítor Santos | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha,Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: février 2020 | ISSN 2109-0173 |[email protected] | lusojornal.com

19 février 2020

Page 3: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL COMUNIDADE 03

Sindicato denuncia dificuldades dostrabalhadoresconsulares

O Sindicato dos TrabalhadoresConsulares e das Missões Diplomá-ticas (STCDE) alertou esta semanapara o impacto agravado dos cor-tes da administração pública quecontinua a atingir os trabalhadoresconsulares e a falta de proteção so-cial a que alguns estão sujeitos.Esta organização sindical transmi-tiu aos Deputados da Comissãode Negócios Estrangeiros e Comu-nidades Portuguesas as suasapreensões em relação a estestrabalhadores que “continuam asofrer os impactos agravados doscortes na administração pública”.Rosa Ribeiro, dirigente do STCDE,disse à Lusa que estes cortes tive-ram efeitos ampliados nos traba-lhadores dos Consulados quevivem e trabalham em países ondeo nível de vida é muito mais caro.“Não nos podemos esquecer que,em 2012 e 2013, o que se verificouna Administração pública em Por-tugal teve um efeito multiplicadonestes trabalhadores que viramaplicados cortes numa realidadediferente”, adiantou.A juntar a estas dificuldades, o Sin-dicato enumera mais de 10 anossem atualizações salariais, o queaumentou a perda acumulada dopoder de compra destes trabalha-dores.Os representantes sindicais estãoigualmente preocupados com aausência de qualquer tipo de se-gurança social com que se depa-ram alguns trabalhadores consu-lares e das missões diplomáticasem países onde o sistema de pro-teção social dos funcionários pú-blicos (ADSE) nada vale.

Novo MuseuCarmen Mirandavai ter parte dedicada à emigraçãoMarco de Canaveses vai investir 1,1milhões de euros na remodelaçãodo Museu Carmen Miranda paraatrair visitantes brasileiros e exal-tar o nome da “pequena notável”,natural do concelho. “Estamos atrabalhar num projeto expositivoque vai ao encontro do novo mo-delo de museu que queremos”,afirmou a Presidente da Câmara,Cristina Vieira.

Valérie Pécresse assinou Acordo com aÁrea Metropolitana de LisboaA Presidente da Região de Île-de-France, Valérie Pécresse, e Marie-Christine Dirringer, Delegada espe-cial na Smart Région, foram a Lisboana terça-feira da semana passada,dia 11 de fevereiro, para assinar comFernando Medina, Presidente daÁrea Metropolitana de Lisboa, umacordo de cooperação para ligar asduas regiões.O documento acabou por ser assi-nado pelo Vice-Presidente da ÁreaMetropolitana de Lisboa, CarlosHumberto de Carvalho. A cerimóniadecorreu no Salão Nobre da ÁreaMetropolitana de Lisboa, onde tam-bém esteve presente a Embaixadorade França em Portugal, FlorenceMangin e membros do Conselho me-tropolitano.Carlos Vinhas Pereira, Presidenteda Câmara de Comércio e Indús-tria Franco-Portuguesa, Emma-nuel Demarcy-Mota, Presidenteda Temporada Cruzada França-Portugal 2021-2022, Diretor doThéâtre de la Ville de Paris, encena-dor e Paulo Marques, Presidente daassociação Cívica acompanharamigualmente Valérie Pécresse du-rante a deslocação.Adotado no seguimento da votaçãoda Comissão permanente de 18 desetembro de 2019, este Acordo decooperação, que já tinha sido anun-ciado ao LusoJornal, insere-se inte-gralmente na estratégia Europa daRegião e possibilita o desenvolvi-mento de laços com a Comunidadeportuguesa residente na região de

Île-de-France.A Região Île-de-France identificacinco setores fundamentais de coo-peração, num roteiro previsto paracinco anos, favorecendo a coopera-ção entre as duas regiões.Indústria: as duas regiões compro-metem-se a desenvolver parceriasestreitas entre polos de competitivi-dade e clusters nas áreas da aero-náutica, biomedicina, mobilidade,ambiental e energética. Deste modo,comprometem-se a apoiar as em-presas inovadoras nestes setores.Desenvolvimento económico: paravalorizar a capacidade de atraçãodestes territórios, as duas regiõescomprometem-se a desenvolverparcerias e ações de cooperação

para as empresas francesas instala-das em Lisboa e para as empresaslisboetas instaladas na Île-de-France.Educação e promoção da francofo-nia: deste modo, a Região Île-de-France e a Área Metropolitana deLisboa pretendem reforçar a apren-dizagem do francês e do portuguêsnos estabelecimentos de ensino dosdois territórios.Ambiente e energia: por via da mul-tiplicação das trocas de competên-cias.Turismo e cultura: com o apoio às di-ligências de promoção dos dois ter-ritórios e o envolvimento na Tempo-rada Cultural Cruzada França-Portu-gal 2021-2022.

Segundo uma nota da Região Île deFrance, com esta deslocação, foipossível formalizar o lançamentodesta cooperação por ocasião deuma cerimónia de assinatura de umAcordo de parceria. Além disso, Va-lérie Pécresse visitou a Start-Up Lis-boa, uma incubadora fundada em2012, que acompanha mais de 280empresas.Até ao presente, a Região assinou 17Acordos de cooperação em todo omundo, em particular, com o Dis-trito autónomo de Abidjan (Costado Marfim), Província de Gyeonggi(Coreia do Sul), Região de Casa-blanca-Settat (Marrocos), Conselhosregionais da Grande Tunes (Tunísia),município de Beirute (Líbano) e Wi-laya de Argel (Argélia).“A Região estabeleceu parcerias, emespecial com os países com os quaispretende desenvolver relações eco-nómicas e favorecer a troca de expe-riências e conhecimentos nas áreasda inovação, urbanismo, saúde oueducação. Em breve, assinará umAcordo com o Estado Livre da Ba-viera (Alemanha) e a região de Es-tocolmo (Suécia)” diz a nota deimprensa.Paralelamente, a partir de setembrode 2020, a plataforma de aprendiza-gem linguística da Região de Île-de-France QIOZ (https://qioz.fr/fr), ferra-menta digital pedagógica integral-mente grátis, que engloba 4 línguas(inglês, espanhol, alemão, francêscomo língua estrangeira), será abertaà língua portuguesa.

Fernando Medina não esteve presente

19 février 2020

Nas próximas eleições locais emFrança, marcadas para 15 de março,haverá alguns milhares de candida-tos portugueses ou de origem por-tuguesa e muitos candidatosfranceses que farão tudo para cap-tar o voto dos Portugueses. Estaseleições representam, assim, nãoapenas um momento muito signifi-cativo para pôr em evidência a im-portância da cidadania europeiacriada com o Tratado de Maastrichtem 1993, mas também um aconteci-mento maior para a afirmação dosPortugueses e lusodescendentes,sejam eles candidatos ou eleitores.Por si só, o direito criado com o Tra-tado de Maastricht de ser eleito e depoder votar tem um grande poderde transformação da situação doscidadãos portugueses residentes emFrança. Em primeiro lugar, porquesão chamados a dar uma opiniãosobre a organização e prioridadespolíticas para a sua cidade; depois,porque a sua participação comoeleitores ou como candidatos servede referência para as Comunidadese ainda, porque são os próprios par-tidos políticos que estão interessa-dos em ter nas suas listasrepresentantes das Comunidadesmais importantes, como é o caso daportuguesa.Mas há também outras razões rele-

vantes, porque a repercussão daeleição dos portugueses para asMairies, vai muito para além doexemplo de cidadania inerente àscandidaturas. A eleição de Portu-gueses e lusodescendentes dá umpoderoso contributo para reforçaros laços entre Portugal e a França epara valorizar a presença portu-guesa. Deve-se assinalar, por exem-plo, o extraordinário contributo quedão os eleitos portugueses ou luso-descendentes para a celebração dosnossos momentos históricos maisimportantes, como o 25 de abril ouo 10 de junho, para a realização dehomenagens ou de debates emtorno de temas relacionados comPortugal ou a Lusofonia.Além disso, quando existem eleitosportugueses há mais possibilidadesde se realizarem geminações, inter-câmbios em termos económicos eculturais, promoção do turismo, re-forço dos laços institucionais entreCâmaras e outras instituições emPortugal. Daí que seja igualmenteimportante o contributo para mudara perceção sobre Portugal e os Por-tugueses e para ajudar a eliminarpreconceitos. Conhecemo-nos me-lhor e respeitamo-nos mais. Há,assim, inúmeras razões para quecada um dê o seu maior contributopara promover o mais possível a

participação nas próximas eleiçõesmunicipais de 15 de março.Claro que, em França, os Portugue-ses suscitam um grande interessedos candidatos dos vários partidose formações políticas, porque cons-tituem em muitos municípios Comu-nidades que podem ser decisivasnos resultados eleitorais, razão pelaqual é tão importante que corres-pondam a esta expetativa para evi-tar a desilusão de sermos muitos eparticiparmos pouco.Com efeito, se os direitos existemdevem ser utilizados, para que nãose diga que os Portugueses não seinteressam pela política, o que, ob-viamente, é negativo, porque passauma imagem de uma Comunidadeindiferente às coisas que lhes dizemrespeito, como a organização de es-colas e creches, emprego e forma-ção, segurança pública, lazer ecultura, lares, urbanismo, desporto,saneamento e tantos outros assun-tos.A participação política tem essagrande vantagem de permitir discu-tir os assuntos de interesse comumem pé de igualdade com os cida-dãos dos países de acolhimento, ge-rando-se assim mais igualdade, oque esbate as diferenças que exis-tem em função da origem.O facto de os Portugueses poderem

votar e de participar nas listas can-didatas dos partidos a nível munici-pal, devia levar naturalmente a umagrande mobilização da nossa Comu-nidade. Como se pode compreenderque existam nas listas candidatosportugueses ou lusodescendentes eos próprios Portugueses não lhesdarem apoio?É verdade que a França é um oásisem termos de participação, vistoque nas últimas eleições municipaisforam eleitos perto de 4 mil Portu-gueses ou lusodescendentes, numuniverso de cerca de 10.000 candi-datos, segundo números da asso-ciação Cívica. Mas apesar destesnúmeros impressivos, o número deinscritos mononacionais ainda é in-satisfatório em comparação com onúmero de Portugueses existentesem toda a França, mesmo que os bi-nacionais sejam eventualmente tãoativos como os de qualquer outraComunidade.É preciso, portanto, que os nossoscompatriotas compreendam que asua participação, além de ser funda-mental para a forma como são vistose considerados, constitui igualmenteum grande benefício para toda anossa Comunidade e ainda para ofortalecimento dos laços que ligama França e os Franceses a Portugal evice-versa.

Os Portugueses e as eleições locais francesasOpinião de Paulo Pisco, Deputado (PS) eleito pelo círculo eleitoral da Europa

Page 4: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL04 COMUNIDADE

Vítor Oliveira apresentou candidatura ao CCPNo sábado passado, dia 15 de feve-reiro, teve lugar em Blagnac, cidadehistórica da região de Toulouse quealberga a sede mundial do grupoAirbus, a apresentação da candida-tura de Vítor Oliveira ao Conselhodas Comunidades Portuguesas(CCP) pelas regiões consulares deBordeaux e Toulouse.O evento teve por lema “A força daComunidade empresarial portu-guesa na Haute-Garonne” e a candi-datura de Vítor Oliveira apresenta-secom o nome “Lealdade à Comuni-dade Portuguesa”.A equipa que se apresentará naspróximas eleições ao CCP é lide-rada por Vítor Oliveira, mas aindanão se conhece a totalidade doscandidatos que apenas serão apre-sentados “dentro em breve”.O evento teve como objetivo es-

sencial, “aproximar e estreitar rela-ções entre o movimento empresa-rial português e franco-portuguêsda região, e as diversas instituiçõesfrancesas representadas, nomea-damente a região Occitanea, umasdas maiores regiões francesas, aFédération du Bâtiment de laHaute-Garonne, da Toulouse Me-trópole e da Mairie de Toulouse”explicou o candidato ao LusoJornal.Vítor Oliveira apresentou diversaspropostas e o seu plano para oquadriénio, para as regiões consu-lares de Bordeaux e Toulouse, e aforma como estas devem ter a suarealização no terreno. Explicou so-bretudo as prioridades da sua can-didatura e os pontos estratégicosque devem ser o motor do Conse-lho das Comunidades Portuguesasnestas duas regiões consulares.

O candidato deixou um agradeci-mento às dezenas de pessoas queestiveram neste evento. “Sem umaComunidade empresarial e asso-ciativa forte e unida, nada será pos-sível” disse.Agradece ainda a presença e oapoio do Maire de Toulouse, Jean-Luc Moudenc, dos Vice-Presidentesda Toulouse Métropole, Jean-Claude Dardelet e Sacha Briand, darepresentante da Fédération du Bâ-timent na Haute Garonne, NadegeOlmeda, do representante da re-gião Occitanie, Jean Mirassou, doPresidente da Federação das Asso-ciações Portuguesas de Haute-Ga-ronne, de António Capela, atualConselheiro das Comunidades, Mi-guel Novo Costa, e de todas as de-zenas de empresárias e empresá-rios presentes.

Toulouse

A Conselheira das Comunidadeseleita para o Conselho Regional daEuropa, Luísa Semedo, demitiu-sedo cargo de Presidente do órgãopor causa do Deputado André Ven-tura.“Eu saio desse cargo, de represen-tação dos Conselheiros, e passo aser uma Conselheira que fala porela própria e responde pelos elei-tores que a elegeram. [...] EnquantoPresidente eu teria de o convidarAndré Ventura e ser anfitriã da reu-nião. Normalmente os convidadoschegam, falam comigo e eu sou aprincipal interlocutora”, explicouLuísa Semedo em declarações àLusa.O Presidente do Conselho Perma-nente do Conselho das Comunida-des Portuguesas (CPCCP), FlávioMartins, comentou a demissão deLuísa Semedo, tendo afirmado àLusa que a decisão é merecedorado seu “respeito”, mostrando-sesolidário com a Conselheira.“Quanto à demissão da Luísa Se-medo […], os Conselhos regionaistêm autonomia de funcionamento,que o Conselho permanente res-peita, e a decisão pessoal dela me-rece também o meu respeito e aminha solidariedade. Já, inclusive,expressei isso diretamente a ela”,declarou Flávio Martins.Também a Secretária de Estado dasComunidades Portuguesas, BertaNunes, disse na terça-feira à Lusarespeitar a decisão de Luísa Se-medo, acrescentando que o seutrabalho como Conselheira nãoserá afetado pelos acontecimentos.“Ela demitiu-se, apresentou as suasrazões e eu só tenho mesmo de asrespeitar. Isso não interferirá emnada, suponho eu, com o trabalhoque ela vai agora fazer como Con-selheira das Comunidades portu-guesas”, disse a Secretária deEstado.“É uma situação absolutamente im-possível de fazer porque eu nãoconsidero nem o Chega nem oAndré Ventura como legítimos nocargo onde estão. Não vou falarcom uma pessoa que é racista, fas-

cista e tem no seu programa váriasmedidas intolerantes”, argumentouLuísa Semedo.A reunião do Conselho Regional daEuropa vai realizar-se nos dias 27 e28 de fevereiro em Lisboa, no Mi-nistério dos Negócios Estrangeiros.

Carta de demissão deLuísa Semedo“Após séria reflexão, decidi compesar, mas em consciência, demitir-me das minhas funções como Pre-sidenta do Conselho Regional daEuropa (CRE) do Conselho das Co-munidades Portuguesas. Consideronão reunir as condições necessá-rias para continuar a representar atotalidade das Conselheiras e Con-selheiros deste digno órgão de re-presentação das Comunidadesportuguesas na Europa.Aproxima-se a reunião anual doCRE e, até hoje, sempre fez partedas nossas práticas democráticas oconvite a todas as Deputadas, De-putados e partidos com assentoparlamentar para estarem presen-tes e poder haver um espaço dediálogo com as Conselheiras e Con-selheiros do CRE.Desde outubro do ano passado deuentrada na Assembleia da Repú-blica um novo partido denominadoChega, representado pelo depu-tado André Ventura. As leis donosso país e a nossa Constituiçãoresultante da Revolução de 25 Abrilde 1974, que arrancou Portugal dasgarras da ditadura e de que semprenos orgulhámos por ser um ba-luarte contra o fascismo, não nosconseguiram, afinal, proteger daentrada na Casa da Democracia dequem a põe em perigo.Considero que foi um grave erroque um personagem já conhecidopelas suas tomadas de posição ra-cistas, tenha obtido a autorizaçãode fundar um partido, esteja hojena AR e pronto a disputar o lugar dePresidente da República. André

Ventura representa um partido quese ataca aos direitos das mulheres,das pessoas ciganas, negras, mu-çulmanas, das pessoas LGBT, aosdireitos dos refugiados, que pro-paga incitação ao ódio, que seataca de forma descomplexada noseu programa aos valores de Abril,aos sindicatos, que tem pretensõesde elaborar mudanças radicais nanossa Constituição, de implemen-tar uma nova “República” e queabriga no seu seio fascistas e nazis.Não lhe reconheço legitimidade,penso que é fruto de uma anoma-lia, de uma falha do nosso sistemademocrático. O racismo, o fascismo,o nazismo, o sexismo, a homofobianão são opiniões, são crimes. Nãoconcebo dialogar, dar legitimidade,banalizar quem defende práticascriminosas que contrariam os valo-

res de Igualdade, Justiça e Liber-dade essenciais numa Democracia.Enquanto portuguesa, mulher, emi-grante, antifascista, afrodescen-dente e mãe sinto-me diretamenteatacada pela ideologia disseminadapor este partido e pelo seu repre-sentante. O diálogo entre opiniõesadversas é possível quando os inter-locutores se reconhecem comoIguais. Não posso ser a anfitriã e a in-terlocutora de quem me consideracomo inferior.Penso em prioridade a todas asportuguesas e portugueses queforam forçados a deixar Portugalpara procurar Pão e Liberdade du-rante décadas de fascismo, de dita-dura, de salazarismo. Salazar esteque é adulado por notórios apoian-tes do Chega. São também estasportuguesas e estes portugueses

que constituem uma grande partedaqueles que representamos, enão poderia em minha alma econsciência aceitar ter como inter-locutor um partido que acolhe adu-ladores do ditador que os obrigoua emigrar ao risco das suas própriasvidas.Penso em prioridade a todas asportuguesas e portugueses das Co-munidades que já são vítimas ouvirão a ser de partidos e pessoasque defendem políticas discrimina-tórias e cuja visão do mundo não secoaduna com os valores de Diversi-dade e Igualdade, essenciais paratodas e todos os que vivem fora doseu país de origem.Penso em prioridade às nossas fi-lhas e filhos lusodescendentes quedetêm dupla nacionalidade e quepoderiam também ser discrimina-dos e incitados a serem devolvidosà sua terra por políticos que perfi-lham a mesma ideologia de AndréVentura nos países de residência.Esta posição que emana de umaética de convicção e que é, por-tanto, pessoal, não me pode fazerperder de vista a ética da respon-sabilidade que me obriga a ter emconta o facto de que representoenquanto Presidenta do CRE outrasvisões que tenho o dever de respei-tar.Continuarei como Conselheira atéao fim do meu mandato e é nessecargo pelo qual respondo e comocidadã que lutarei sempre, comtodas as minhas forças, contra todoo tipo de visões e práticas hierar-quizantes e excludentes do Outro.Agradeço a confiança depositadaem mim por todas as Conselheirase Conselheiros que me elegerampara este cargo e é a pensar nessaconfiança que também tomo estapenosa decisão. Apesar de opiniõesdivergentes trabalhámos semprenum ambiente fraterno caracteri-zado pelo respeito mútuo com vistaao Bem comum das Comunidades.Coloco-me à vossa disposição paraesclarecimentos complementares.Com os melhores cumprimentos”,Luísa Semedo

Luísa Semedo deixa presidência do CCP/Europa

LJ / Mário Cantarinha

19 février 2020

Page 5: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL COMUNIDADE 05

Irène de Oliveira Carmo, até agoracandidata às eleições municipaisem Champigny-sur-Marne (94) nalista do Mouvement Citoyen Libre(MLC) cuja cabeça de lista é MarieNguyen-dinh, mudou-se este fim desemana para a lista La Républiqueen Marche (LREM) cujo cabeça delista é Jean-Michel Schmitt.Jean-Michel Schmitt tem 65 anos efoi eleito nas listas da oposiçãoentre 2008 e 2014, na altura pelaUMP. Na sexta-feira Jean-MichelSchmitt escreveu: “Esta semana,uma mulher implicada e cheia deconvicções, Irène de Oliveira Carmo,decidiu integrar a nossa lista”.Há muito que Irène de OliveiraCarmo decidiu implicar-se politica-mente, porque “não queria conti-nuar a ser espetadora” comoconfessou ao LusoJornal. En 2004,durante 4 anos, foi Conselheira mu-nicipal nas listas de Yves Juhel. Naseleições de 2014 concorreu nas lis-tas de Laurent Jeanne, mas decidiusair para integrar a lista da dissi-dente Marie Nguyen-dinh.A candidata portuguesa devia ser asegunda da lista de Marie Nguyen-dinh. “Vou ser o braço direito de

Marie Nguyen-dinh” disse ao Luso-Jornal. E implicou-se “a fundo” nacampanha eleitoral.Mas neste início de fevereiro, a re-lação entre as duas mulheres foi-sedeteriorando. “Ela ía mexendo nalista, subia uns, descia outros, sem

informar a equipa, até que eu lheperguntei exatamente em queponto estava a lista”. Na semanapassada, Irène de Oliveira Carmoficou a saber que afinal já não seriaa número dois da lista, mas desce-ria… para número 5!

A candidata não gostou da meto-dologia. “Ela estava a trair-me nasminhas costas” queixou-se ao Lu-soJornal.E com Irène de Oliveira Carmo asdecisões tomam-se muito rapida-mente. Na terça-feira ficou a saberque desceu de posição na lista deMarie Nguyen-dinh, na quarta-feira anunciou que saía da lista ehoras depois recebeu em casauma delegação da LREM para aconvidar. Na sexta-feira a lista foiapresentada na Prefeitura, se-gundo a candidata.“Jean-Michel Schmitt veio a minhacasa com o número dois da lista ecom o Sr. Albano Mota” explicou aoLusoJornal. “Fizeram-me a pro-posta de ser 4ª da lista e eu aceiteio convite”. Irène de Oliveira Carmoexplicou ainda que “aqui as coisassão feitas com muito profissiona-lismo, há uma equipa organizada,um programa, as coisas são feitascom método” disse ao LusoJornal.Jean-Michel Schmitt foi professorde mecânica, mas exerce a missãode Inspetor Geral da Educação Na-cional. É apresentado pela LREMcomo membro de uma família im-plementada há quatro geraçõesem Champigny.

Por Carlos Pereira

Candidata deixou o MLC para integrar a lista da LREM

PUB

Lusitanos soutien Maregacontre le racismeLes Lusitanos de Saint Maur «con-damnent et s’indignent» des actesde racisme dont a été victime lejoueur du FC Porto, Moussa Ma-rega, à Guimarães.Par la voix de son Président, MaprilBaptista, «tout le club tient à ap-porter tout son soutien au joueurdu FC Porto, Moussa Marega». Leclub le plus portugais de France«condamne avec la plus grandefermeté tout acte, injure ou discri-mination à caractère raciste, ainsique tout autre propos diffamatoireou insultant envers toute per-sonne, quelle que soit ses origines,son ethnie, sa nationalité ou sa re-ligion».«C’est pour cette raison que nousapportons notre solidarité totale àMoussa Marega qui n’a eu decesse de faire briller le footballportugais dans son ensemble toutau long de sa carrière, que ce soitavec le Marítimo Funchal, le Vitóriade Guimarães et bien évidement leFC Porto».A l’occasion de la réception du FCHaguenau, samedi prochain, lesjoueurs de Lusitanos porteront unmaillot en soutien à Moussa Ma-rega.

Municipais: Irène de Oliveira Carmotroca de lista em Champigny-sur-Marne

19 février 2020

Page 6: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL06 COMUNIDADE

O advogado do ativista russo radi-cado em Paris, Piotr Pavlenski - queestá a agitar o mundo político fran-cês, depois de ter divulgado vídeosde caracter sexual de um dos prin-cipais candidatos a Maire de Paris,Benjamin Griveaux - é o lusodescen-dente Juan Branco, 30 anos, filho doprodutor de cinema portuguêsPaulo Branco.Nascido na Andaluzia, Juan Brancoé filho de Paulo Branco e da psica-nalista espanhola Dolores López,cresceu entre o 5º e 6º bairros pa-risienses e estudou na muito sele-tiva École Alsacienne, instituição deensino privada fundada em 1874.Frequentou o Instituto de EstudosPolíticos de Paris (Sciences Po), aÉcole Normale Supérieure e as Uni-versidades de Paris IV e Paris I.Juan Branco publicou recentemente

o livro “Crépuscule”, um ensaio po-lítico que constitui um dos mais for-tes ataques ao sistema estabelecidopelo Presidente francês EmmanuelMacron. Uma obra que inicialmente,à falta de editor interessado, foi dis-ponibilizado gratuitamente peloautor na internet em formato PDF,depois acabou por encontrar umeditor.Vindo ele próprio de um meio quemuitos considerarão elitista, afinaldurante a infância recebia em casacelebridades como Catherine De-neuve, Juan Branco, que fala umportuguês perfeito, cedo se mostroucontrário a essa “elite” através domilitantismo estudantil, chegando aparticipar na ocupação da ÉcoleNormale Supérieure. A sua posiçãocontra as “elites” socioeconómicas epolíticas francesas, uma espécie de

aristocracia republicana, ganhounovos contornos de radicalizaçãocom a eleição de Emmanuel Macron.O seu livro “Contre Macron” (2017) éa prova mais óbvia disso mesmo,não fosse a sua premissa a seguinte:“o Macronismo é uma nova variantedo fascismo, e teremos de prestar amaior das atenções à maneira comovamos desligar essas pessoas dasnossas instituições no momento danecessária mudança democrática,algo que eles tentarão compulsiva-mente evitar”.Juan Branco já foi conselheiro jurí-dico de Julian Assange. Foi candidatopela France Insumisse às eleiçõeslegislativas de 2017 - rompeu poucodepois com o Partido de Jean-LucMélenchon - e foi um dos rostosmais mediáticos do Movimento dosColetes Amarelos.

Filho do realizador Paulo Branco

O antigo Primeiro-Ministro cabo-verdiano Carlos Veiga admitiu à Lusarepetir a candidatura a Presidenteda República, em 2021, mas apos-tando na “ligação estratégica” comos emigrantes, quando está a cessaras funções de Embaixador nos Esta-dos Unidos.“Eu penso que hoje conheço muitomais a diáspora e estaria em posi-ção de advogar para soluções parauma Comunidade que já está muitoligada a Cabo Verde, mas que pre-cisa de estar ligada estrategica-mente”, afirmou Carlos Veiga,quando questionado se o serviçocomo Embaixador podia fazer dife-rença numa eventual candidatura àseleições presidenciais de 2021.Candidato em 2001, em que teve

49,95% dos votos e em 2006, quandoobteve 49,02%, Carlos Veiga perdeuas duas eleições presidenciais con-tra Pedro Pires, com dados a mos-trarem que o círculo eleitoral deestrangeiro marcou uma importantediferença, em favor do antigo Presi-dente.“A questão é se os emigrantes vãovotar”, defendeu o cabo-verdiano,fundador do partido Movimentopara a Democracia (MpD), que ter-minou o serviço como Embaixadornos Estados Unidos em 31 de ja-neiro.Primeiro-Ministro de Cabo Verdeentre 1991 e 2001, Carlos Veiga nãofez comentários acerca de outrospossíveis concorrentes que poderávir a enfrentar, como José Maria

Neves, que lhe sucedeu como Chefede Governo em 2001, pelo partidoPAICV e também tem sido indicadocomo possível candidato.“Cabo Verde tem muita gente comcapacidade para ser Presidente daRepública, é normal que haja candi-datos e eu respeito a todos. (…) Nãoquero ser o único candidato, queroque haja outros candidatos e o povoque decida”, disse.O Cabo-verdiano explicou que nosúltimos três anos, a fortalecer as re-lações com os Estados Unidos, pas-sou a “conhecer muito melhor” aComunidade de emigrantes e “estarmuito mais consciente dos proble-mas que essa Comunidade tem, mastambém aquilo que é necessáriofazer para aproveitar o potencial”.

“Penso que adquiri esse conheci-mento e isso vai poder ajudar a es-tabelecer as minhas ideias e a fazeras minhas propostas”, afirmou àLusa.O advogado e político também é,desde fim de 2018, Embaixador nãopermanente em Israel e recordouque em Cabo Verde existe uma “co-munidade de judeus muito impor-tante, bem colocada e muitoconsiderada” num país insular comuma “importante herança judaica” eque tem “muito a aprender de Is-rael”.Já aposentado, Carlos Veiga admitiuque tem “muito a dar ao país” e queestá “bem de saúde”, mas a decisão“ainda está em suspenso”.O advogado considerou que “é nor-

mal” que se criem expectativassobre a sua possível candidatura:“Há muita gente em Cabo Verde quepensa que sim e eu digo que não re-jeito a hipótese. Considero queposso ainda dar a Cabo Verde muitodo que o país me deu”, afirmou.O que deu por certo, quando voltarao país de origem, é voltar à advo-cacia e dedicar-se mais ao serviçoprivado, como consultor jurídico.Carlos Veiga não referiu uma datapara tomar uma decisão sobre umaterceira candidatura a Presidente daRepública, porque considera que“ainda falta muito tempo”, mas refe-riu ainda a sua “capacidade de veros problemas e de ajudar a encon-trar soluções” para chegar a essecargo.

O Gabinete de Apoio ao Emigrante(GAE) de Estarreja comemorou nasemana passada um ano de exis-tência, durante o qual registou aabertura de 231 processos e oacompanhamento a 45 famílias, amaioria portugueses que regressa-ram da Venezuela.Em 2018, os relatórios do Serviço deEstrangeiros e Fronteiras (SEF) re-gistaram mais de 41 mil pedidos denacionalidade portuguesa, en-quanto Estarreja acolhia 404 resi-dentes estrangeiros e, no anoseguinte foi criado o Gabinete paraservir como um “canal de comuni-cação gratuito e personalizado paraa agilização e resolução de proble-mas”, afirmou à Lusa a Coordena-dora do GAE de Estarreja.“As maiores dificuldades são a ha-bitação, a demora do processo delegalização e avaliação do SEF, queé um processo complexo e exi-

gente. Durante esse tempo, as pes-soas ficam numa situação que nãoé totalmente legal, mas que estáem análise. Ficam vedados de ser-viços essenciais, como a saúde eemprego, porque ainda não têm oprocesso de legalização concluído”,indicou Mónica Coelho.Além disto, apontou também o pro-blema do “reconhecimento de ha-bilitações que limitam a integraçãoprofissional”, sendo que 78% dospedidos registados no concelhosão de pessoas com educação su-perior, mas apenas um dos casosfoi reconhecido, sendo que se tratade um processo que envolve custosavultados e que deve ser “seria-mente” reconsiderado.“São custos avultados para quemtem curso superior, quem não temrendimentos ou trabalho não con-segue avançar para esse pedido. Aquestão de reconhecimento de ha-

bilitações secundárias é um pro-cesso mais barato, mas exige aapostilha ou legalização de docu-mentos. Esse processo tambémtem custos e, a maior parte dasvezes, as pessoas não conseguemconcluir, principalmente na Vene-zuela, dada a situação do país”, in-dicou. Isto constitui um problema para aspessoas, mas não para as empresasque continuam a contratar traba-lhadores para colmatar a falta detrabalhadores, como mostram osnúmeros do Gabinete de InserçãoProfissional de Estarreja que “ab-sorveram mão-de-obra, na suamaioria altamente qualificada, massem grau de habilitação reconhe-cido”. Nesta tabela, apresentada duranteo balanço do primeiro ano de ativi-dade, podem-se observar as váriasnacionalidades inscritas nesse or-

ganismo, sendo que a Venezuelaocupa o primeiro lugar, com 95 ins-critos, seguida pelo Brasil (25), Es-panha e Índia (sete), e vários paísesdesde a Alemanha, Rússia, Caza-quistão ou Nepal. “É uma situaçãocomplexa, porque as próprias em-presas querem absorver - e conse-guem - mão-de-obra qualificada,muitas vezes a um valor mais baixo.As pessoas entram com uma cate-goria profissional abaixo do nívelde qualificação que têm e claro queestão dispostas a entrar no mer-cado de trabalho, seja de que ma-neira for”, apontou a responsável. A Coordenadora apontou ainda queas empresas e as ordens das váriasprofissões podem vir a “fazer al-guma intervenção para facilitar oprocessos de reconhecimento” echegar a “acordos para que quemchegue com qualificações, consigavê-las reconhecidas e resolvidas”,

para colocar os profissionais a tra-balhar nessa área. Mónica Coelho referiu ainda que amaior parte dos migrantes contactao GAE depois de chegar, algo quedificulta o trabalho do organismo,e aconselhou os interessados a en-trarem em contacto antes de che-garem ao país, de forma a agilizaras burocracias, estando, neste mo-mento, 10 pessoas nessa situação.“Olhando para a Venezuela, as pes-soas fizeram um esforço para con-seguir ficar lá. Quem tinha negóciose atividades importantes em famí-lia no país acabou por tentaraguentar-se. Neste momento, cadavez mais, as pessoas não conse-guem ficar no país e tomam a deci-são, já em fim de linha, de vir paraPortugal. O que noto é que as pes-soas que têm chegado vêm em si-tuações mais complicadas a níveleconómico e social”, contou.

Lusodescendente Juan Branco é o advogado dorusso Piotr Pavlenski

Carlos Veiga admite candidatura a Presidente deCabo Verde com aposta na diáspora

Gabinete de Apoio ao Emigrante de Estarrejaacompanhou 45 famílias no primeiro ano

19 février 2020

Page 7: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL EMPRESAS 07

Medalhas deOuro no ChinaWine & SpiritsAwards

O “Quinta da Pacheca Porto Tawny10 anos” e o “Quinta da PachecaPorto Tawny 40 anos” foram em ja-neiro deste ano medalhados comOuro no China Wine & SpiritsAwards Best Value 2020, a maiorcompetição para vinhos e espiri-tuosos no mercado da China.Provenientes das vinhas velhas daQuinta da Pacheca, cujos proprie-tários são Maria do Céu Gonçalvese Paulo Pereira, de Orléans, e dastradicionais castas do Douro, estessão vinhos que tanto podem serservidos no início da refeição comoa acompanhar sobremesas. Naboca mostram uma delicada com-plexidade com notas de carameloe passas e a persistência que só osvinhos antigos conseguem ter.

Portugal com69 empresas e15 designers nafeira de modaPremière VisionA primeira edição de 2020 dafeira Première Vision teve lugarentre os dias 11 e 13 de fevereirono Parque de Exposições de ParisNord Villepinte, e constitui umadas mais importantes feiras pla-taforma mundiais na fileira damoda.Mais de 56.000 visitantes de 120países estiveram no certame, commais de 1.750 expositores de 49 na-cionalidades. A participação portu-guesa na feira contou com um totalde 69 empresas e 15 designers: 33empresas estiveram presentes nocircuito “Fabrics”, 12 empresas nocircuito “Manufacturing Proximity”,6 no circuito “Leather”, 6 no circuito“Acessories”, 4 no circuito “Yarns”, 3no circuito “Smart Creation”. As res-tantes 5 empresas e os 15 designersestiveram presentes no stand cole-tivo do projeto iTechStyle Greencir-cle, organizado pelo CITEVE e coma colaboração da Associação Sele-tiva Moda.A indústria têxtil e vestuário portu-guesa (ITV) exportou de janeiro anovembro de 2019 cerca de 4.887milhões de euros, um decréscimode 1% face a igual período do anopassado. França é o segundo mer-cado das exportações portuguesasde ITV, após a Espanha, represen-tando de janeiro a novembro de2019, 12,8% das exportações portu-guesas, um aumento de 2,4% faceao mesmo período de 2018.A participação portuguesa nestecertame foi acompanhada peloEmbaixador de Portugal em França,Jorge Torres Pereira, e pela equipada delegação da AICEP em Paris.

Felipe Carvalho é o novo Presidentedo Portugal Business Club (PBC) deLyon, em substituição de Gil Men-des. A decisão foi tomada na sexta-feira passada, dia 14 de fevereiro,durante o habitual almoço mensaldo clube, que também serviu de As-sembleia Geral.Convidados pelo Presidente Gil Mar-tins, no almoço participaram empre-sários, banqueiros, membros doPBC, mas também o Presidente doPortugal Business Club de SaintEtienne e o Cônsul Geral de Portugalem Lyon, Luís Brito Câmara.O Presidente Gil Martins fez o ba-lanço das atividades do PBC duranteo ano de 2019 e informou que iriadeixar o cargo, tendo sido felicitadopor todos pelo seu trabalho e dedi-

cação durante o seu mandato.De seguida foi nomeado, por unani-midade, Felipe Carvalho para osubstituir, que apresentou o seuprojeto, designadamente para o anode 2020.O Cônsul Geral de Portugal em Lyon

aproveitou para congratular o Presi-dente cessante e sublinhou “o seupapel de relevo como Presidente doPBC, os seus esforços e dedicação”.Sublinhou ainda “a importância dotecido empresarial português emLyon e a importância do PBC conti-

nuar a apoiar os empresários e em-presas portuguesas na região bemcomo garantir o bom relaciona-mento com Portugal”.Os almoços do Portugal BusinessClub, fundado há 14 anos, têm comofinalidade reunir empresários por-tugueses e franceses da região deLyon a fim de permitir conhecerem-se, trocarem as suas experiências ealargar os seus contactos, contri-buindo deste modo para ajudar asempresas portuguesas a instala-rem-se na região, por exemplo.O PBC contribui igualmente comoplataforma de contactos e apoiospara as empresas portuguesas ou li-gadas a Portugal.

www.portuguesebusinessclub.com

Assembleia Geral teve lugar na passada sexta-feira

A Feira e Romaria de Nanterre, orga-nizada pela Associação recreativa ecultural dos originários de Portugal(ARCOP) vai acolher este ano maisdois concelhos de Portugal.“Estamos sempre a esticar a corda”confirmou ao LusoJornal o Presi-dente da ARCOP Manuel Brito. “Esteano vamos ter mais duas Câmaras naFeira. Vamos passar de 21 para 23”.A Feira, que é considerada um pro-jeto de sucesso, começou há 17 anos,na sala do Palais des Congrès deNanterre, para apresentar os produ-tos de dois municípios: Monção eMontemor-o-Novo.Quatro anos depois, dado o sucessodo evento, o certame mudou-se para

a Espace Chevreul onde ainda se rea-liza atualmente. O princípio é sim-ples: cada município vem a Nanterrepara apresentar os melhores produ-tos da região. Mas o espaço é pe-queno e Manuel Brito não consegue

um espaço mais amplo para acolhermais municípios que se têm mos-trado interessados em participar naFeira.“As Câmaras querem vir, mas tam-bém os autarcas aproveitam para vir

ao encontro das Comunidades” ex-plica Manuel Brito ao LusoJornal.“Agora há mais proximidade entre osPortugueses de cá e os seus muníci-pes, mais do que havia há uns anos,isso é importante” disse ao LusoJor-nal.Para além das Câmaras habituais -Amarante, Arcos de Valdevez, Bra-gança, Ceia, Macedo de Cavaleiros,Melgaço, Miranda do Douro, Miran-dela, Monção, Mondim de Bastos,Montalegre, Montemor-o-Novo, Pa-redes de Coura, Pombal, Ponte daBarca, Ponte de Lima, Tarouca, Torrede Moncorvo, Vila Flôr, Vila Pouca deAguiar e Vila Verde - Manuel Britoanuncia a presença confirmada deFafe e de uma 23ª Câmara cuja con-firmação anunciará brevemente.

Por Mário Cantarinha

19 février 2020

O barco-sede da empresa portu-guesa “Carmo Wood France”, queafundou em dezembro, em Bor-deaux, no seguimento do tornado Fa-bien, com um investimento superiora um milhão e meio de euros, deveser retirada do fundo das águas nospróximos dias e, só depois, “é quevão ser avaliados os danos”, disse àLusa o Presidente da empresa.“O Porto de Bordeaux deu uma datalimite para retirar o barco dentro deágua, mas ainda não foi retirado por-que o seguro anda a tentar pagar omais barato possível”, afirmou JorgeCarmo.Em entrevista à Lusa, o Presidente doConselho de Administração do grupoCarmo Wood, que tem sede em Oli-veira de Frades, distrito de Viseu,adiantou que “o que afundou noPorto de Bordeaux foi a nova sede dogrupo em França”, obra que resultade “oito anos de trabalho e ia serinaugurada na primeira semana dejaneiro”.

“O presente de Natal que tive veio em22 de dezembro, pelas mãos do tor-nado Fabien, que passou no norte dePortugal, mas que foi mais forte noGolfo de Biscaia. E Bordeaux foi azona mais fustigada, com ventos su-periores a 160 quilómetros por hora,igrejas que caíram, mortes que se re-gistaram e o escritório, que estava aser construído junto ao paredão,afundou”, contou.Este escritório, todo construído emmadeira - a principal matéria primada empresa - estava a ser instaladoem cima de água, no Porto de Bor-deaux, e “estavam a ser feitos os úl-timos acabamentos para lá colocar omobiliário e o equipamento informá-tico” para depois - como “o flutuadornão estava ainda no sítio” - “o fixaraos pilares de 15 metros de profun-didade”.“Os engenheiros navais que tivemosde contratar por lei, a empresa Bu-reaux Editud Maritime (BEM), só que-riam lá pôr o barco depois de estar

acabado para o colocarem lá e esta-bilizarem-no”, contou Jorge Carmo.A empresa BEM, designada pelo Es-tado francês, fez “o desenho dobarco, que tem 30 metros por 15, umflutuador imenso”.“Eles é que fizeram a escolha da em-presa do estaleiro naval que fabricouo barco em aço, eles acompanharama execução, acompanharam a colo-cação na água, acompanharam osítio onde o barco ficou amarrado àdoca para ser construído e acompa-nharam semanalmente a construçãodo barco”, acrescentou.Neste sentido, Jorge Carmo disseestar “inteiramente tranquilo”, por-que “eles fiscalizaram o serviço deuma ponta à outra” e a peritagemque já foi feita diz que a Carmo Wood“não tem absolutamente nada a vercom o assunto”.“Isto agora é um assunto entre acompanhia de seguros e, eventual-mente, esta BEM. Fomos totalmenteilibados de quaisquer responsabili-

dades. Tínhamos seguros. À maneiraque íamos construindo, todos os dias27 do mês íamos participando ao se-guro a evolução e o valor da obra”,explicou.Um valor que o empresário traduziunum “investimento de um milhão emeio de euros” que afundou e queespera agora ver fora de água para“poder avaliar os danos e recons-truir”, porque, assumiu, “os escritó-rios vão ser reconstruídos e o maisrapidamente possível”.Afinal, acrescentou, já está “habi-tuado”, lembrando os incêndios de2017 que destruíram na totalidade aempresa no distrito de Viseu.A Carmo Wood tem na madeira a suaprincipal matéria prima, tem fábricasem Almeirim, Pegões e Oliveira deFrades, que é também a sede dogrupo, e comercializa “para todo omundo” nas áreas da construção,imobiliário, mobiliário urbano, de in-teriores e exteriores e outro tipo deestruturas, como agrícolas”.

Felipe Carvalho é o novo Presidente do Portugal Business Club de Lyon

Sede da empresa portuguesa CarmoWood afundada em Bordeaux

LJ / Mário Cantarinha (arquivo)

Feira de Nanterre de 2020 vai acolhermais dois municípios

Page 8: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL08 CULTURA

José Rodriguesdos Santos présente sondernier romainà la FNAC Paris-Montparnasse

Le journaliste et écrivain portu-gais José Rodrigues dos Santossera à Paris ce mardi 18 février,pour une séance de signature etde présentation de son nouveaulivre traduit en français «Un Mil-lionnaire à Lisbonne» (EditionsHervé Chopin), de 18h00 à 20h00à la Fnac Montparnasse.Ce livre est la suite de «L’Hommede Constantinople» sorti en mai2019, sur la vie de l’Arménien Ca-louste Gulbenkian.Ce deuxième volume est «l’apo-gée et la fin de la vie du mysté-rieux Arménien qui a régné sur lemonde du pétrole et sur celui del’art».«L’organisation mondiale de l’in-dustrie pétrolière est désormaisétablie et Kaloust Sarkisian de-vient l’homme le plus riche duXXème siècle. Vivant entre sessuites du Ritz à Paris et à Londres,l’homme d’affaires se consacre àsa collection d’art et à ses jeunesmaîtresses. Mais l’Histoire va lerattraper. L’horreur du génocidearménien puis le chaos de la Se-conde Guerre mondiale forcent lemillionnaire arménien à chercherune nouvelle ville pour s’installer.Il choisit Lisbonne; un choix quiétonne tout le monde... notam-ment le dictateur Salazar» peut-on lire dans la présentation dulivre. «Avec la magie propre à J.R.dos Santos, ce deuxième romannous fait comprendre combien cepetit Arménien si mystérieux abouleversé l’ordre mondial. Il ex-plique également comment il amarqué l’histoire des Portugais etnotamment celle de Lisbonne, enléguant toute sa collection d’Art àla ville. Aujourd’hui, la FondationGulbenkian est l’une des plusriches et des plus importantesd’Europe».Journaliste, reporter de guerre,présentateur du 20H de la RTP, auPortugal, José Rodrigues dos San-tos s’est imposé avec la sagaTomás Noronha, comme l’un desplus grands auteurs de thrillershistoriques et scientifiques enEurope.

«Aljezur»: exposition photographiquede Jean-Manuel SimõesDu 25 février au 13 avril, une nouvelleoccasion d’aller voir le remarquabletravail photographique de Jean-Ma-nuel Simões qui se présente, cettefois-ci à la Maison de l’Éducation,des Loisirs et de la Culture de Cour-dimanche, ville de l’agglomérationde Cergy-Pontoise.Intitulée «Aljezur», nom d’un villagesitué à l’extrême sud-ouest du Por-tugal, en Algarve, cette expositionest une série composée de 66 pho-tographies présentant des portraits,des paysages et des détails divers.«Aljezur - nous dit Jean-Manuel Si-mões - est l’incarnation parfaite duvillage portugais entouré de collinesboisées, avec ses maisons bassesaux murs blanchis à la chaux, sonéglise du XVIème siècle, ses cheminspavés et l’océan pour horizon». Lespremiers séjours de Jean-Manuel Si-mões dans ce village ont eu lieu enété 2010: «Je suis allé à la rencontredes habitants, âgés mais actifs, pen-dant leurs occupations quotidiennes

de travaux dans les champs. Dès ledébut du projet, j’ai décidé d’utiliserune chambre photographique de for-mat 4x5” et un film négatif noir et

blanc. Le noir et blanc parce qu’ils’agit de mon registre habituel d’ex-pression photographique et le grandformat parce que, par expérience, je

sais que ce type d’appareil crée unerelation particulière entre les deuxparties. En effet, une proximité quasi‘générationnelle’ est créée entre l’ap-pareil et les sujets, et malgré l’ab-sence de planification aucun n’arefusé sa séance de prise de vuestotalement improvisée».De 2010 à 2018, Jean-Manuel Simõesa photographié, développé et tiréses plans-films en utilisant le pro-cédé «Van Dyke». Pour ajouter latouche finale à cette série, il a dé-cidé de placer chaque photographiedans un cadre d’époque. Et pourcela il a collecté dans les brocanteset les vide-greniers portugais descadres, tous de formats différents,qu’il a restaurés. «Aljezur», dont levernissage aura lieu le mardi 25 fé-vrier, à 19h00, est une exposition àne pas manquer.

Maison de l’Éducation, des Loisirs etde la CultureBoulevard des chasseurs95800 CourdimancheRER A - Cergy le Haut

Por Dominique Stoenesco

À Cergy

Premier album de Cante Alentejano du groupe international Rancho de Cantadores de ParisÀ l’occasion des 5 ans de reconnais-sance par l’Unesco du Cante Alente-jano en tant que Patrimoine CulturelImmatériel de l’Humanité, le groupeRancho de Cantadores de Paris sortson premier album de ce chant tra-ditionnel portugais dans l’hexagone.Fruit d’une collaboration avec 16groupes locaux et artistes Portugais,ce disque, “Alentejo ensemble”, estune introduction à ce genre musicalpeu diffusé en France.Inscrit au Patrimoine Culturel Imma-tériel de l’Humanité à l’Unesco en2014, le Cante Alentejano est unchant polyphonique traditionnel del’Alentejo, pratiqué par toutes les gé-nérations de cette grande région du

sud du Portugal. «Il se chante enchorale a cappella et se distinguepar ses mélodies et son intensité vo-cale. Les paroles abordent lesthèmes traditionnels de la vie ruraleet les changements culturels et so-ciaux, faisant du Cante un aspectfondamental de la vie de cette ré-gion» explique Carlos Balbino. LeRancho de Cantadores de Paris vousinvite à découvrir le Cante Alente-jano contemporain à travers ses dif-férents courants actuels dans unesprit d’héritage, de continuité, d’in-novation et d’universalité.Carlos Balbino, ethnomusicologue etdirecteur artistique du groupe, a mis2 ans pour élaborer la conception du

disque. Le groupe est parti enregis-trer au Portugal. Ce projet est sub-ventionné par la Mairie de Serpa etle Ministère de la Culture du Portu-gal. «Enregistrer cet album dans larégion de l’Alentejo a permis d’invi-ter 16 groupes locaux et artistes àchanter avec le Rancho dont Casa doPovo de Serpa, Ceifeiros de Cuba,Celina da Piedade et Pedro Mestrenotamment».Ce premier disque a pour ambitiond’illustrer la diversité du Cante d’au-jourd’hui: a cappella, accompagnépar l’instrument traditionnel portu-gais la viola campaniça, mais aussides instruments électriques pluscontemporains.

L’artiste Anna Turtsina illustre cetalbum, un digibook comprenant ledisque et un livret bilingue français-portugais retraçant l’histoire duCante et ses protagonistes. Salwa El-Shawan Castelo-Branco, fondatricede l’Institut d’Ethnomusicologie deLisboa préface en soulignant: «Cepremier travail du Rancho de Canta-dores de Paris est un exemple de lamanière dont la pérennité du Cantepasse par la sauvegarde desconventions d’interprétation tradi-tionnelle et aussi par l’innovation».Le disque sortira début mars 2020,dans une série de présentations quiculmineront dans un concert à Paris,qui aura lieu le 6 mars.

19 février 2020

Continua o ciclo dedicado a Lisboano Forum des Images - 2 rue du Ci-nema (Forum des Halles). Dos pri-meiros filmes falados ao CinemaNovo dos anos 60, dos filmes de in-tervenção política dos anos 70 àvisão crítica sobre um presente co-locado entre a crise e a euforia, ociclo percorre a história do país apartir da sua capital. E Lisboa re-vela-se assim nas suas múltiplasfaces: claras e obscuras.Esta semana viajamos no tempoatravés da comédia “A Canção deLisboa”, das obras singulares deManoel de Oliveira e Paulo Rochaou das de uma nova geração de ci-

neastas, regularmente premiadosem festivais internacionais e jámuito reconhecidos em França: Mi-guel Gomes, João Pedro Rodrigues,Marco Martins, Carlos Conceição oua luso-francesa Christèle AlvesMeira.Alguns filmes têm mais do que umasessão, o que permite alguma liber-dade aos espetadores. O programaé longo e complexo e deve ser con-sultado no site do cinema.Fora desta seleção, porque fora doseu tema, é estreado, no Cinema StAndré des Arts (com exibição de 19de fevereiro a 2 de março), o filmede António Amaral, “D’Etoile en

Étoile”.Apresentado como uma comédia-experimental ou como um filme en-saio é produção francesa e comelenco também predominante-mente francês. Foi selecionado parao 24º Festival de cinéma d’auteur deRabat e fala de um jovem (Pedro)que deseja saber porque é que ape-nas no cinema consegue encontrarresposta para as suas emoções esentimentos. Resolve fazer um filmepara analisar o seu problema e con-vence Ayra, uma realizadora es-treante, a ajudá-lo.Ao longo da história, enquantoPedro procura obsessivamente uma

maneira de integrar no elenco dofamoso Vincent Cassel, a jovem Ayravai descobrindo que a vida dele éuma complexa teia de mentiras eestranhas fantasias, que, de facto,ele é um SDF sem qualquer possibi-lidade de produzir a obra e que crêser um extraterrestre…Com esta intrigante realidade vosdeixo desejando-vos boas escolhasculturais e esperando encontrar-vospara a semana.

Esta crónica é difundida todas assemanas, à segunda-feira, na rádioAlfa, com difusão antes das 7h00,9h00, 11h00, 15h00, 17h00 e 19h00.

Cinema português nas salas francesasOpinião de João Pinharanda, Adido Cultural da Embaixada de Portugal

Jean-Manuel Simões

Page 9: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL CULTURA 09

«Les Sorcièresde Salem»selon EmmanuelDemarcy-Motaà La Rochelle

L’œuvre mythique d’Arthur Miller,dont s’est emparé Emmanuel De-marcy-Mota et la Troupe du Théâ-tre de la Ville, reprend sa tournéeà La Coursive, à La Rochelle, les 19et 20 février, avant de revenir àl’Espace Cardin, à Paris.Emmanuel Demarcy-Mota per-verse histoire de sexe, d’argent, dereligion et de pouvoir, qu’il su-blime en une pièce d’urgence con-tre l’intolérance et l’aveuglementcollectif. Ses quatorze comédiensau jeu profond nous entraînentdans un noir cauchemar, où lespersonnages irradient la haine etla peur.1662. Salem, Nouvelle-Angleterre.On dit que des jeunes filles se re-trouvent la nuit pour se livrer auDiable. La ville, très puritaine, croitimmédiatement à un acte de sor-cellerie. Un grand procès a lieu,rassemblant toutes les intoléran-ces. Hystérie? Interventions surna-turelles? Cabales? Vengeance? Lacommunauté se déchire et lescondamnations pleuvent. Des«sorcières» sont pendues. Un cou-ple, seul, semble s’opposer à l’in-toxication générale.Pièce de résistance écrite par Art-hur Miller pour dénoncer le mac-carthysme, traque aveugle descommunistes aux États-Unis audébut des années cinquante, cetteœuvre désormais classique nousrappelle tout ce qui, partout, re-lève aujourd’hui encore d’unechasse aux sorcières: fanatisme,ordre moral, manipulation des ré-seaux sociaux…Après Rhinocéros de Ionesco etL’État de siège d’Albert Camus,Emmanuel Demarcy-Mota déploie,une nouvelle fois, toute sa sciencedu plateau pour livrer une visionpuissante des Sorcières de Salemet de l’obscurantisme qu’elles dé-noncent. Servie par une distribu-tion éblouissante (Élodie Bouchez,Serge Maggiani, Sarah Karbasni-koff et Philippe Demarle, entre au-tres), la pièce résonne telle uncauchemar aux accents de thriller.

«Les Sorcières de Salem»Texte: Arthur MillerMise en scène: Emmanuel Demarcy-MotaAssistant mise en scène: Christophe LemaireAvec: Élodie Bouchez, Serge Mag-giani, Sarah Karbasnikoff, PhilippeDemarle, Sandra Faure,Jauris Casa-nova, Lucie Gallo, Jackee Toto,Marie-France Alvarez, StéphaneKrähenbühl, Éléonore Lenne, Gé-rald Maillet, Grace Seri et Charles-Roger Bour.

Le petit Théâtre du Gouvernail, tapidans une impasse proche du canalde l’Ourcq, accueille pour dix repré-sentations la pièce d’Odette Brancoconsacrée à la poétesse portugaiseFlorbela Espanca (1894-1930). Peu re-connue de son vivant, la plus grandepartie de son œuvre fut publiée àtitre posthume, grâce notamment àun groupe de fidèles admirateurs, les«florbeliens», qui fit aussi pressionpour que, dix huit ans après sa mort,son père la reconnaisse enfin et fasseériger un buste à sa mémoire.Florbela Espanca est aujourd’huiconsidérée comme une figure ma-jeure de la poésie portugaise du siè-cle dernier, et, ces vingt dernièresannées, plusieurs de ses poèmes ontété mis en musique et interprétés pardes chanteuses de premier plan dumonde du fado (mais pas que): Mísia,évidemment, sensible au féminismeà fleur de peau de Florbela et au dés-espoir, parfois rageur, parfois douxexprimé par ses textes fut la pre-mière, et à sa suite, Mariza, KatiaGuerreiro, Joana Amendoeira, AnaLains, Carla Pires, Gisela João et tantd’autres, sans oublier une versiondite par la grande Simone de Oliveira,ont servi souvent magnifiquementl’œuvre de Florbela Espanca.La pièce d’Odete Branco mêle à sontexte nombre de poèmes de Florbela,et la symbiose, à un siècle d’écart,entre la langue d’Odete et celle deFlorbela est telle qu’il est parfois dif-ficile de distinguer ce qui vient de

l’une ou de l’autre (au passage, belletraduction en français). Elle évoqueles différents moments de la vie, ôcombien chaotique, de Florbela, filleillégitime d’un bourgeois aisé del’Alentejo et d’une servante, qui seraélevée par la famille du père et per-dra sa mère à l’âge de douze ans.Divorcée deux fois (ce qui était trèsmal vu à l’époque) mariée trois fois,perdant son jeune frère adoré lorsd’un accident d’avion, souffrant deneurasthénie, cette éprise d’absolufinira par se suicider dans une troi-sième tentative le jour de sontrente-sixième anniversaire. Trente-six ans, l’âge où sa mère perdit lavie.Odete Branco choisit de situer lapièce dans les derniers moments dela vie de Florbela, que l’on découvreprostrée au sol au lever de rideau.

Apparaîtront trois personnages, leFrère (Axel Joubert, touchant de ti-midité aimante), l’Amant tant désiréet qui la décevra toujours (NicolasVaucher, auteur aussi des belles etsimples chorégraphies qui s’intè-grent dans la pièce, amoureux sin-cère mais incapable d’accéder aumonde de Florbela) et la Jeune Flor-bela (Joanna Khalaf, qui incarne jo-liment l’espérance de la jeunesse etla peine de la vie).Ces personnages entourent le corpsprostré de Florbela, essaient de latoucher mais leurs mains, retenuespar une force invincible ne peuventmême l’effleurer. Une belle scène. Ily en aura bien d’autres. Florbela quivit ses derniers jours, c’est DanielaCosta, qui dira, chuchotera, criera,chantera même (Daniela est aussifadiste), ses espoirs déçus, ses mal-

heurs familiaux, sa quête d’amourabsolu (autre superbe momententre Daniela et Nicolas Vaucher, in-cluant une chorégraphie qui montreque Daniela sait aussi danser). Unebelle performance.Ce spectacle exigeant, sans conces-sions, est mis en scène avec rigueuret sensibilité par Guy Calice sur lapetite scène du Théâtre du Gouver-nail, dans un décor minimaliste,mur noir, un petit bureau-secrétaire.Une soirée émouvante, prenante,qui mérite votre visite dans ce petitcoin un peu isolé de la vie nocturneparisienne, mais qui vaut le détour.Théâtre du Gouvernail5 passage de Thionville75019 ParisInfos: 01.48.03.19.92.Prochaines représentations les:24/02, 4, 11, 24 et 31/03, 9, 10 et 11/04

Une pièce d’Odette Branco

Livre: Uma história moçambicanaEntre 2015 e 2017, Mia Couto (Beira,1955) publicou em três volumes “AsAreias do Imperador”. Esta sua “epo-peia” acaba de sair em língua fran-cesa - “Les Sables de l’Empereur”- num único volume de quase 700páginas graças à Éditions Métailliée à tradução de Elisabeth Mon-teiro Rodrigues. Esta publicação éum contributo inestimável para oconhecimento de um dos maisdramáticos episódios da Históriamoçambicana e, paralelamente, amais importante incursão militarportuguesa de fins do século XIXnesta então colónia de Portugal.Mia Couto, galardoado com o PrémioCamões em 2013, é um dos mais im-portantes escritores africanos domomento e “adoçou” a língua portu-guesa com o rico léxico moçambi-cano, criando assim uma prosa líricabastante original e imediatamentereconhecível. Antigo estudante demedicina, biólogo e jornalista, dedi-cou-se à ficção, publicando, em 1992,o seu primeiro romance, “Terra So-nâmbula”.“As Areias do Imperador” retratamentão os últimos anos do Império de

Gaza e do seu chefe, Gungunhana(1850/1906), que, derrotado e aprisio-nado pelos Portugueses comanda-dos por Mouzinho de Albuquerque,viria a morrer em Angra do Heroísmo.É este o cenário para a história deamor criada pelo autor moçambi-cano.Germano de Melo, um sargento por-tuguês, é enviado para o sul de Mo-çambique para lutar contra aexpansão de Gaza, cujo imperador,Gungunhana - aproveitando o jogoduplo da rainha Vitória de Inglaterra,

isto num mundo pós Conferência deBerlim (1885), onde os europeus seentretiveram a partilhar entre si aterra roubada aos povos africanos -colocava em risco o predomínio por-tuguês na região. O sargento e osseus companheiros de armas têmpor objetivo pôr um fim às aventurasde Gungunhana que, por essa altura,já vê o seu poder enfraquecido porquerelas internas.Estacionado no lugarejo de Nkoko-lani, o militar conhece uma adoles-cente de quinze anos, Imani, que se

torna na sua intérprete. Ela é tam-bém a narradora da obra. “Chamo-me Imani. Este nome que me deramnão é um nome. Na minha línguamaterna «Imani» quer dizer «quemé?». Este é um símbolo da permeabi-lidade da identidade de Imani, quenão passa de mais uma negra paraos Portugueses e que é desprezadapelos africanos que duvidam da suafidelidade. A outra forma de seguir-mos a história é através das cartasescritas por Germano de Melo.Ferido na guerra contra Gaza, Ger-mano é levado para o hospital ondeé tratado por Imani. O inevitávelamor floresce e a rapariga engravidado sargento. São estes dois amantesque ao longo do livro narram alter-nadamente os acontecimentos queconduzirão à derrota e à captura deGungunhana. O fim trágico de maisum império africano às mãos de umapotência europeia, abrindo-se assimas portas a um século XX tão san-grento para os povos africanos comoos anteriores.Uma longuíssima obra, para degus-tar com calma, que termina com aviagem de Gungunhana até aosAçores, onde morrerá esquecidopor todos.

Por Nuno Gomes Garcia

Philippe Martins

«Florbela, la sœur du rêve», une trèsbelle soirée proposée aux amis de lapoésie (et du théâtre)

19 février 2020

Par Jean-Luc Gonneau

Page 10: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL10 CULTURA

“Os vizinhos do rés-do-chão” em NanterreNo próximo dia 8 de março, um do-mingo, às 15h45, o grupo de teatro “OsTeimosos” fará a sua estreia na regiãoparisiense - mais precisamente emNanterre, na Maison de la Musique (8rue des Anciennes Mairies) - com apeça “Os vizinhos do rés-do-chão”,uma comédia escrita em 1947 por Fer-nando Santos e Almeida Amaral elogo nesse ano transformada emfilme pelas mãos do realizador espa-nhol Alejandro Perla, uma películaque teve a participação de EuniceMuñoz.A primeira parte do espetáculo, queantecede a entrada em palco de “OsTeimosos”, está a cargo do humorista“frantuguês” José Cruz. Será, então,como está fácil de ver, uma tarde demuitas gargalhadas.O grupo teatral “Os Teimosos”, fun-dado em 1989, pertence à SociedadeFilarmónica Boa União Montelava-rense, da vila de Montelavar, no con-celho de Sintra, e esta vinda aNanterre serve também para come-morar os 130 anos da Sociedade.A vinda de “Os Teimosos” a Nanterreé promovida pelas associaçõesARCOP (Association Récréative etCulturelle des Originaires du Portu-gal) e APAPF (Association pour laPromotion des Artistes Portugais enFrance).“Os vizinhos do rés-do-chão” que su-birá ao palco no dia 8 é encenada porGil Matias, ator com uma vasta expe-riência na área do teatro de revista eque apareceu em alguns formatos te-

levisivos, embora a sua grande paixãosempre tenha sido o teatro e a revistaportuguesa. Entretanto começou aencenar vários grupos de teatro doconcelho de Sintra, nomeadamenteos “Cintrões”, o grupo de teatro de Al-moçageme e, claro, “Os Teimosos”.“Os vizinhos do rés-do-chão” é umacomédia típica dos anos 40 portugue-ses onde se retrata a vida num prédioonde vivem três famílias de classessociais distintas: a aristocrata vive noprimeiro andar, a de classe média norés-do-chão e a proletária na cave. Astrês famílias vão vivendo juntas, ape-sar dos preconceitos e das óbvias di-ferenças na instrução, cultura e

tendências, mas sempre no mútuo“respeitinho” e nos brandos costu-mes idealizados pela ditadura cató-lica e conservadora de Salazar. Ummundo em que os mais pobres eramsufocados pela opressão do regimede extrema-direita e obrigados aaceitar o status quo, tal como se a im-possibilidade de sair da pobrezafosse um fado, a ordem natural dascoisas. Nesta peça, todavia, disfar-çado de humor e de ligeireza, surgeum elemento quase “subversivo” soba forma de o amor entre jovens de di-ferentes origens sociais. É então queo “respeitinho” é mandado às urtigase rompem as hostilidades em forma

de “luta de classes”… Mas, como setrata de Portugal, país de “brandoscostumes” - ou, dir-se-á hoje, país de“brancos costumes” - tudo é sanadograças a um cristianíssimo perdão re-cíproco, mantendo-se tudo igual, semondas, na paz dos anjos.Será então sob a batuta de Gil Matiasque entrarão em palco os onze atorese atrizes que darão corpo às perso-nagens. Uma delas é Graziela, que ga-nhará vida graças à jornalista e atrizJoana Marques Alves.

Joana o que significa para “Os Teimo-sos” esta viagem até Nanterre?Para nós é uma oportunidade única!

É uma forma de levar o nosso grupode teatro além-fronteiras e de poderpisar um palco internacional. Nemtodos os grupos têm essa sorte e nósestamos muito entusiasmados e feli-zes com isso! Mas temos também anoção do peso da responsabilidade:além de estarmos a representar asnossas raízes - a Sociedade Filarmó-nica Boa União Montelavarense e avila de Montelavar em si -, queremostambém trazer um bocadinho de‘casa’ à Comunidade portuguesa quereside em Nanterre e arredores. Que-remos que recordem o que era Por-tugal nos anos 40 e 50 e que façamuma viagem no tempo connosco.

Esta peça foi escrita há quase 75 anos.Qual é a sua atualidade?Apesar de ser uma peça com algunsaninhos, continua a ser atual. Se pen-sarmos bem, continua ou não a existirum fosso entre classes? Continua ounão a haver preconceito em relação atodas as classes? Mas as relações hu-manas conseguem ou não ultrapas-sar tudo e todos? Esta peça continuaa fazer todo o sentido. Seja hoje, sejadaqui a 100 anos.

Fale-nos um pouco de Graziela.A Graziela é como todas as meninasde hoje em dia, quer crescer rápido,ter a sua independência e procurar asua felicidade fora de portas. Mas ascoisas nem sempre são fáceis e a re-lação entre pais e filhos pode porvezes ser um pouco conturbada.Como vê, poderia ser um retrato deuma jovem de hoje em dia.

Por Nuno Gomes Garcia

Teatro

7ª Noite de Fado encantou LyonO Instituto de Língua e Cultura Por-tuguesa (ILCP) realizou no sábadopassado, dia 16 de fevereiro, a sua 7ªNoite de Fado no Lycée St Marc, emLyon, onde estiveram presentes cercade 250 pessoas, na magnífica salaSainte Hélène. Um evento organizadopor aquele Instituto, pela Miditar pro-dutora de Michel Costa e pela Univer-sidade Jean Monnet de Saint Etienne.Pela Direção do ILCP subiu ao palcoo Presidente Tristan Fréjaville paraagradecer a todas as pessoas quetornaram possível a realização doevento. Agradeceu ao público pre-sente e aos parceiros, não deixandode parabenizar a fundadora do ILCPRosa Maria Queirós pela iniciativaque teve há 8 anos atrás, com a cria-ção desta Noite de Fado em Lyon.Luís Câmara Brito, Cônsul Geral dePortugal em Lyon foi convidado tam-bém a subir ao palco e no seu dis-curso, agradeceu o convite e felicitoua organização pelo evento. Declarouo seu amor pelo Fado, recordou a im-portância desta música para a cul-tura portuguesa e para o seupatrimónio. Luís Câmara Brito sente-se em casa, junto da ComunidadePortuguesa em Lyon e dos amigosfranceses. Convidou os presentes avisitarem Portugal por se tratar tam-bém de um país acolhedor, onde jáestão a viver muitos Franceses, poisas relações de amizade entre a

França e Portugal são muito antigas.O público descobriu e entregou-seaos quatro talentos vindos do Al-garve: Ricardo Martins na guitarraportuguesa e Bruno Davide na violaclássica, os dois guitarristas de exce-lência, e as vozes poderosas de João

Leote e Marta Alves que seduziram opúblico até ao final.Marta Alves, nasceu em Lagos (Al-garve) e quando tinha apenas 12anos de idade cantou pela primeiravez em público, no Festival infantilAlvor FM, tendo conquistado o pri-

meiro lugar interpretando «E Depoisdo Adeus», de Paulo de Carvalho.Venceu vários concursos de fado eparticipou na 2ª edição do GrandePrémio do Fado, em 2015, na RTP1.Cantou nas mais variadas casas defado da capital. Participa regular-

mente em espetáculos de fado.Neste momento está a tirar a licen-ciatura em canto, na Escola Superiorde Música de Lisboa.Nascido em Portimão, João Leote co-meçou a cantar fado aos 13 anos. Agrande revelação foi no Teatro doBoa Esperança Portimonense, inte-grando o elenco da Revista à Portu-guesa. O público rendeu-se à sua voz,postura e desempenho. Mais tardeparticipou e ganhou vários prémiosde fado na região sul de Portugal. Oseu talento como fadista é reconhe-cido em todo o país. Canta frequen-temente em Lisboa, nas “casas defado”, mas também em vários even-tos dedicados a este estilo musical,como o Festival Caixa Alfama, em quecantou por dois anos consecutivos.No intervalo deste espetáculo o pú-blico foi convidado a provar algunsprodutos de qualidade de origemportuguesa. O ‘catering’ foi fornecidopor um dos parceiros do evento, An-toine Pinto, da empresa “Millésimeset Gourmandises”.Depois de pouco mais de uma horae meia de espetáculo, os artistasconcluíram a noite com vários fadosem dueto. O público aplaudiu calo-rosamente no final do espetáculo.Todos os presentes cantaram com osartistas os grandes clássicos de Al-fredo Marceneiro e Amália Rodrigues.E no ar ficou um “até já”… até à pró-xima Noite de fado promovida peloILCP.

19 février 2020

A Associação Cultural Portuguesa de Saint Etienne, presidida por Manuel Mendes, organizou no dia anterior, dia 14de fevereiro, um espetáculo de Fado com os mesmos fadistas, onde esteve presente a representante do Maire deSaint Etienne, Alexandra Custódio, que fez questão de sublinhar “a importância do apoio e amizade das autoridadesfrancesas às Comunidades portuguesas”.

Por Patrícia Guerreiro

Page 11: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL CULTURA 11

O cantor Hugo Manuel acaba de lan-çar um primeiro vídeo clip do seupróximo trabalho intitulado “Eu sofripor ela”.Hugo Manuel chegou a Françaquando ainda era bebé, tinha apenas2 meses de idade e instalou-se comos pais no departamento dos Yveli-nes (78).Foi em França que estudou e aos 11anos de idade integrou uma escolade música. Primeiro aprendeu a tocarpiano e depois optou pela viola.Ainda hoje toca os dois instrumentos,apesar de compor apenas ao piano.Em 1992, com apenas 16 anos, gravouum primeiro trabalho, na altura aindaem cassete. Foi o início da carreira deHugo Manuel. “Comecei a fazer asprimeiras-partes de Luís Manuel, du-rante um ano, e depois comecei eupróprio e fazer os meus espetáculos”.Mais do que tocar e cantar, Hugo Ma-nuel também compõe. “Costumodizer que faço música ligeira, român-tica, também com algum ritmo” dizao LusoJornal. Confessa que no inícioinspirou-se de Luís Filipe Reis e de-pois de Tony Carreira. “Gostava umdia de ter um caminho como o dele”.Em termos de balanço, Hugo Manueljá gravou 8 álbuns e 2 Best-offs, o úl-timo dos quais saiu no dia 20 de abrildo ano passado, intitulado “O Melhorde Hugo Manuel”, com os 20 temasque marcaram a sua já longa carreiramusical.Pouco a pouco os concertos foram-se multiplicando, foi percorrendo aFrança, mas também a Suíça, a Ale-manha, a Bélgica, o Luxemburgo… eno mês de agosto canta em Portugal.“Ainda não tive a sorte de ir cantar

nos Estados Unidos e Canadá” la-menta-se ao LusoJornal. Os progra-mas de televisão também se foramsucedendo. “Tento fazer o máximoque posso para apresentar ao pú-blico um espetáculo completo, quasesempre com banda ao vivo, é assimque eu gosto de cantar” diz o artista.Tem 4 bailarinas, uma equipa técnicae os músicos. “Tenho 14 pessoas atrabalhar comigo” conta.Ultimamente tem tido poucos con-certos. “Tenho estado um pouco pa-rado, com apenas alguns concertos,porque estou a preparar este novoprojeto para 2020” explica ao Luso-Jornal.“Eu sofri por ela” é um tema do pro-dutor Rogério Cachinha, “que traba-lha com vários artistas em Lisboa,

com o seu próprio estúdio. Eu dei aminha opinião, para dizer o que euqueria e gostei do trabalho que eleme fez. Queria que fosse um trabalhoque correspondesse com o meu tim-bre de voz, e aquilo que ele fez foiexatamente o que eu achava melhorpara este novo arranque da minhacarreira” explicou Hugo Manuel.O vídeo clip saiu no início de janeiroe até outubro o cantor anuncia o lan-çamento “de 4 ou 5” novos vídeoclips. No final haverá um álbum.“Vamos puxando pelos temas e fazerpromoção de cada um destestemas”.Esta foi uma escolha ousada paraHugo Manuel. Ousada e cara. “A mú-sica é cara, em geral” diz o artista.“Mesmo uma simples gravação fica

cara, e o meu projeto de escolher 4ou 5 temas e para cada um delesfazer uma promoção, um videoclip,sai mais caro do que se fizesse ape-nas uma promoção para o álbum.São despesas multiplicadas por 5”diz. “O meu patrocinador oficial para2020 é o empresário João Pina. Semele não seria possível” confessa HugoManuel.Para além de “Eu sofri por ela” HugoManuel não desvenda muito maissobre o seu novo projeto. Deixa ape-nas que o álbum vai ter um tema emfrancês. “Eu já gravei dois temas emfrancês, em 1998 e em 2002, de restosó em português. Mas neste novotrabalho vai haver um tema em fran-cês, ainda não está composto, mas éum tema para o mercado francês”.

Por Carlos Pereira

“Eu sofri por ela” é o primeiro título lançado em janeiro

O próximo CD da cantora portu-guesa radicada em França, ElenaCorreia, intitulado “Baile dos Soltei-ros” estará disponível a partir de 21de fevereiro.Os álbuns de Elena Correia ba-seando-se nos ritmos mais atuais epopulares, têm comprovado a suaversatilidade vocal abrangendo umamultiplicidade de rirmos e harmo-nias, passando do funaná ao ku-duro, sem descurar as influênciaslatinas que pontuam todo o seu re-portório.“Baile dos solteiros” é o nome doseu mais recente trabalho discográ-fico, composto por 12 canções ondealém de 9 temas inéditos, encontra-mos outros 3 singles já conhecidosdo grande público, “Vamos gozar avida”, a música que representou umdos maiores sucessos musicais doano passado (2019), “Um Natal paratodos” e “Hino dos Lusitanos”.Um novo álbum, um apelo à dança

num novo CD cheio de mensagenspositivas que prometem arrastar opúblico até às pistas de dança.“Agora diz-lhe”, “Balançando fu-naná”, “Fim-de-semana chegou” ouainda “Amante latino” e ”Balançakuduro” são apenas alguns temasnos quais podemos apreciar a vozinconfundível de Elena Correia.“Baile dos solteiros” - o tema que dáo nome ao CD - é igualmente o temade abertura deste álbum de ondepodemos ainda destacar “Sou comovocês” tema que tem dedicatória di-reta, a todos os seus fãs.“Destinado a ser um sucesso portodo o país, sem esquecer as repre-sentações nacionais espalhadas umpouco pelos quatro cantos domundo, “Baile dos solteiros” é anova aposta musical de Elena Cor-reia que convidamos a escutar” diza nota de imprensa da Espacial, comquem a cantora radicada em Françatem contrato.

19 février 2020

Hugo Manuel está a preparar um novoálbum para o fim do ano

“Baile dos Solteiros”: novo álbum de Elena Correia disponível dia 21 de fevereiro

Fernando Rosasvient présenterson livre enFrance

Le livre de Fernando Rosas, «L’Artde durer. Le Fascisme au Portugal»(éditions sociales) est depuis le 6 fé-vrier dans toutes les bonnes librai-ries de France et l’auteur sera enFrance la première semaine dumois de mars pour présenter sonouvrage.«Cet essai d’histoire politique estune contribution originale et ma-jeure pour comprendre l’histoiredes régimes d’extrême-droite euro-péens» dit la note de présentationdu livre. «À partir d’une lecture del’expérience du régime de Salazarau Portugal, la dictature la pluslongue d’Europe au XXe siècle (48ans), l’auteur analyse les méca-nismes (économiques, politiques,idéologiques) qui conduisent à laprise du pouvoir et qui participentau maintien de régimes autoritairesou fascistes».L’analyse de l’auteur est complétéed’une chronologie pédagogique del’histoire du Portugal, d’un lexique,de repères politiques et d’une bi-bliographie.Fernando Rosas est spécialiste del’histoire politique du Portugal. Il estégalement homme politique de lagauche radicale et a milité active-ment sous la dictature.Le mardi 3 mars, 17h00, à la LibrairieOmbres blanches (Toulouse)Le jeudi 5 mars, 19h00, à la Librairieportugaise et brésilienne (Paris)Le vendredi 6 mars, 14h30, une dis-cussion avec Yves Léonard et Mer-cedes Yusta Rodrigo au Collèged’Espagne (Paris).

Lusitalia Pizzasoutient «Les Restos du Cœur»La 35ème campagne hivernale des«Restos du Cœur» a été lancée.Cette année, Lusitalia, entrepriseIsarienne fondée en 1997, a décidéde soutenir l’association fondéepar Coluche en 1985, en offrant unepalette de denrées à conservationlongue: Boîtes de conserves di-verses, jus de fruits… Les Restos duCœur sont très attentifs à l’équilibrenutritionnel et a toujours un peuplus besoin de soutien et de dons.Lusitalia s’est rendue à l’antenne deBeauvais ce jeudi 6 février, pour ren-contrer Jean-Pierre Roda et ChristianeGelon, respectivement Président etResponsable Evénements des Restosdu Cœur dans l’Oise.L’aide alimentaire est un volet fon-damental de l’aide à la personne etreprésente le premier pas vers laréinsertion pour les personnes.

Page 12: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL12 ASSOCIAÇÕES

Argenteuil: Jantar-espetáculo de recolha de fundos para a Misericórdia de ParisAs associações Agora de Argenteuil eUnidos de Sartrouville organizaramno sábado passado, dia 15 de feve-reiro, um jantar seguido de espetá-culo para angariação de fundos afavor da Santa Casa da Misericórdiade Paris. O evento teve lugar na SalleJean Vilar, em Argenteuil, onde cercade 350 pessoas jantaram.Cerca de 35 voluntários chegaram àSalle Jean Vilar às 7h00 da manhãpara preparar Bacalhau e Pernas depato, que foram os dois pratos danoite. O Maire de Argenteuil, GeorgesMothron e o Deputado Paulo Piscoforam as duas personalidades danoite.“É uma excelente ação. Pensar nosoutros, nos que mais necessitam éuma excelente ação” disse ao Luso-Jornal o Maire Georges Mothron.“E podia estar mais gente” confirmouEnrico de Rosa, o Presidente da as-sociação Agora. “Há 15 dias que tive-mos de fechar as reservas. Atépodíamos ter 750 pessoas, mastemos de limitar à capacidade dasala”.“Quando organizamos um evento in-terrogamo-nos sempre se vai funcio-nar ou não. E felizmente funcionou e

temos muita gente” confirma o Pre-sidente da associação Agora.A Santa Casa da Misericórdia de Parisfoi representada pelo Vice-ProvedorAbílio Lopes porque o Provedor An-tónio Fernandes encontrava-sedoente. “É um prazer ver uma salaassim, graças às associações Agora eUnidos de Sartrouville” disse ao Lu-soJornal. “Esta é uma ajuda impor-tante para a nossa organização. Hápedidos quase todos os dias, infeliz-mente ainda há muitos Portuguesesque vivem na dificuldade. Há pessoasque pensam que os Portuguesesvivem bem aqui, mas nem sempre éo caso. Nós estamos aqui para aju-dar”.“Esta é uma ação muito meritória emque a solidariedade entre os Portu-gueses funciona verdadeiramente”disse por seu lado o Deputado socia-lista Paulo Pisco, eleito pelo círculoeleitoral da Europa. “O resultadodeste jantar solidário reverte a favorda Santa Casa da Misericórdia deParis, que é uma instituição de refe-rência em França e mais particular-mente na Região de Paris, por tudo oque faz em prol dos Portugueses queestão em situação de dificuldades di-versas, em situação de precarie-dade”.

As ações da Misericórdia de Paris sãofinanciadas pelos voluntários. Anual-mente a instituição organiza umaCorrida da solidariedade, um Jantarde Gala, uma Recolha de bens ali-mentares para depois distribuir pelaspessoas mais carenciadas e estaação em Argenteuil.“O Governo português dá um pe-queno subsídio. Pequeno em relaçãoàs nossas necessidades e aos muitoscasos que nós temos de responder”confirma Abílio Lopes.Apesar de terem o mesmo nome e depertencerem às redes da Santa Casa

da Misericórdia, uma estrutura queexiste há muitos anos e partilham osmesmos valores, em termos de es-trutura financeira não tem nada a ver.A Santa Casa da Misericórdia de Parisfunciona com base no voluntariado enas receitas que os voluntários anga-riam, enquanto a Santa Casa da Mi-sericórdia de Lisboa tem muitosrecursos, até pelas receitas do jogo.“A Misericórdia de Lisboa é rica, a deParis é pobre” afirma Paulo Pisco.“Acho que devia ter outro tipo de vín-culo, não faz sentido que se mante-nham à margem. A Misericórdia de

Lisboa podia canalizar nem que fosseuma pequena quantia para que estaSanta Casa não tenha problemas fi-nanceiros”.O Maire Georges Mothron lembrouque “a vida associativa em Argenteuilé muito ativa, há muito tempo, per-mite convívio entre uns e outros. Es-peramos continuar assim por muitosanos e que Portugal continue a estarsempre representado”. Até porque aSala Jean Vilar tem uma enorme re-putação na Comunidade portuguesade França. Chamam-lhe o OlímpiaPortuguês. “Fui muitas vezes a Portu-gal e falam-me sempre da Salle JeanVilar” confirma o Maire.Pelo palco passaram quatro artistasque se disponibilizaram atuar gratui-tamente para esta causa: Nel Mon-teiro (que substituiu o anunciadoChris Ribeiro), Céline, José Cunha eAlexandre. Às duas da madrugada osorganizadores tiveram que mandarparar o espetáculo porque o públiconão queria arredar pé. Foi conside-rado um sucesso.No mesmo complexo, na Sala JeanVilar n°2, no mesmo dia e à mesmahora, houve outro jantar organizadopelo Centro Pastoral Português deArgenteuil animado pelo artista Je-remy.

Por Mário Cantarinha

Organizado pelas associações Agora de Argenteuil e Unidos de Sartrouville

19 février 2020

A Associação Cultural “Rosita” deCharvieu-Chavagneux, na região deIsère, criada em 1982, organizou nopassado dia 8 de fevereiro um jantarseguido de espetáculo musical paracelebrar o S. Valentim. Este eventoteve lugar na Sala de Festas da ci-dade, tendo reunido à volta de 350pessoas entre sócios e não sócios,contribuindo estes para o sucesso domesmo.O Mairie da cidade, Gérard Dezempte(em funções há mais 40 anos), foiconvidado pelo Presidente desta co-letividade Sérgio Cordeiro, assimcomo o Maire de Chavanoz Roger Da-vrieux. Também estiveram presentesos vários Conselheiros municipais de

Charvieu-Chavagneux.À entrada foi entregue uma rosa atodas as senhoras, como símboloalusivo à data em questão. Um gestoque se tem repetido todos os anos,que tem vindo a ser tradição destacoletividade.

O jantar foi servido por uma empresade prestação de serviços “La TaverneRustique”, para que os membros dacoletividade pudessem desfrutar aomáximo da animação musical. Estaficou a cargo de Leonel Costa, anima-dor de excelência, oriundo do Fun-

dão mas a viver atualmente em Cha-varoux, na região de Auvergne.Leonel Costa e a sua banda alegra-ram os convivas até altas horas danoite.Sérgio Cordeiro subiu ao palco comos Maires da região, onde agradeceua todos os patrocinadores, aos pre-sentes e ao Maire da localidade pelo“apoio incondicional” ao longo des-tes anos.Sérgio Cordeiro salienta ainda “aajuda preciosa do Maire Gérard De-zempte, assim como da ConselheiraMunicipal Kátia Serrano, sempre dis-ponível para o que for preciso”. OMaire sublinhou o “excelente relacio-namento” que tem tido sempre coma Comunidade portuguesa desdeque é Maire, que considera “exem-

plar” e de que se congratula.Foi anunciado ainda, que naquela lo-calidade será realizada a próximaGrande Festa Portuguesa do pro-grama de rádio Raízes, no dia 29 defevereiro, em parceria com a Marie ea Associação Rosita. “Para esta festajá estão confirmados 14 grupos empalco desde bombos, concertinas efolclore e muita música popular. Anoite será animada pelos artistasMickael Accordeon e Fernando Cor-reia Marques, até altas horas danoite, confirma um dos membros daequipa Raízes ao LusoJornal.A Associação Cultural Rosita participaativamente nas festas da cidade,como por exemplo na Festa da Mú-sica e a Festa de Saint Boyon, e reali-zará brevemente a gala folclórica.

Por Patrícia Guerreiro

Festa do “Pai Nosso” na Pastoral de LyonNo domingo, dia 9 de fevereiro, aequipa da Catequese da Pastoral Por-tuguesa de Lyon organizou com osmeninos do primeiro e segundo ano,a “Festa do Pai Nosso” e participaramna celebração Eucarística por eles or-ganizada.A igreja da paróquia de St Luc em StFoy-les-Lyon acolheu os habituaisfiéis, mas também os pais e famíliasdos meninos que frequentam a cate-quese. “Hoje é um domingo especial,pois é o fim de percurso para estes

meninos que culmina com o apren-derem e também compreenderem aoração do Pai Nosso. A nossa fé cristãtem muitos pilares como este, quesão as orações, e com as quais pode-mos ‘falar’ com Deus e compreender-mos assim a nossa fé” explica aCatequista Isabel. “Hoje reunimostambém os pais que partilharam comeles este momento de festa. No final,todos os meninos receberam o de-vido diploma e foram felicitados portoda a comunidade presente. Elesdão também testemunho de uma co-munidade católica e que transmite os

valores cristãos aos jovens sendoassim bem viva e com futuro” disse-ram sorrindo as Catequistas Dora eGlória.Aconteceram ainda momentos de

grande emoção no decorrer desta ce-lebração, para duas irmãs, pessoasadultas, que receberam neste do-mingo a primeira comunhão. “Agra-decemos imenso aos formadores quenos acompanharam neste percursode fé. Estamos muito gratas e felizespor tudo o que aqui vivemos” disse-ram Margarida e Maria de Fátima.No final da celebração Eucarística, oPadre Capelão Eric Besson celebroutambém o Sacramento do Batismo deum jovem lusodescendente apresen-tado pelos seus pais, padrinhos, fa-miliares e amigos a toda a assembleia

cristã.Um grupo de 12 jovens adultos segueatualmente a preparação para o Sa-cramento do Crisma, que terá lugarno dia 31 de maio próximo, na Cate-dral de S. João, em Lyon, e que serácelebrado pelo Bispo de Lyon, Mr Du-bost.“No domingo 8 de março estaremosjá na Quaresma e convido todos osCristãos a participarem no ‘retiro ex-plicativo’ que se realizará nesse dia,com exposição do Santíssimo e con-fissões” anunciou ainda o Padre EricBesson no final da celebração.

Por Jorge Campos

Jantar antecipado de S. Valentim na AssociaçãoRosita de Charvieu-Chavagneux

LJ / Mário Cantarinha

Raízes

LJ / Jorge Campos

Page 13: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL DESPORTO 13

Ciclismo: RubenGuerreiro terminou no26° o Tour de La ProvenceA quarta etapa do Tour de La Pro-vence, decorreu entre as cidadesde Avignon e de Aix-en-Provencenuma distância de 170,5 quilóme-tros. O vencedor da etapa foi o Bri-tânico Owain Doull da equipaTeam Ineos. O melhor portuguêsfoi Ruben Guerreiro da equipa EFPro Cycling que terminou no 70°lugar a 1 minuto e 40 segundos.O vencedor da prova foi o Colom-biano Nairo Quintana da ArkéaSamsic. Ruben Guerreiro terminouno 26° lugar na geral a 5 minutose 36 segundos do vencedor, en-quanto José Gonçalves acabou na104ª posição a 32 minutos do Co-lombiano.

Ténis: JoãoSousa desistiudo ATP de MarseilleO tenista português João Sousadesistiu do ATP 250 de Marseille,para tentar recuperar totalmenteda fratura de esforço no pé es-querdo e tentar voltar mais forteno torneio de categoria 500 doDubai e Taça Davis.“Já está algo melhor, mas vamosfazer uma paragem para estarainda melhor no Dubai, Taça Davise nos torneios Masters 1000 dosEstados Unidos”, contou o treina-dor Frederico Marques à Lusa.O número 1 português e 68º colo-cado do ranking mundial encerrouprecocemente a última tempo-rada, em outubro de 2019, na se-quência da lesão, e este ano temcompetido algo condicionado,mas o técnico garante que o joga-dor já não tem dores.Apesar da desistência de Mar-seille, Frederico Marques não semostra preocupado, porque de-fende, “o circuito ATP não é umacorrida de 100 metros, mas simuma maratona e é importanteguardar forças para o fim”.

Atletismo: Patrícia Mamona venceu triplosalto em FrançaA portuguesa Patrícia Mamonavenceu na semana passada aprova do triplo salto no Meeting deL’Eure de pista coberta, conse-guindo a segunda melhor marcamundial do ano.A atleta lusa venceu a prova com14,33 metros, num concurso emque fez cinco saltos acima dos 14metros e um nulo.Na mesma prova, Susana Costa foiterceira, com 14,01 metros, com afinlandesa Kristiina Makela (14,20)a ser segunda.).

La 19ème journée de Championnatde N2 réservait un déplacement dansle Nord aux Lusitanos de Saint Maur.En ramenant un bon point (1-1), lesSaint-mauriens consolident leur8ème place au classement duGroupe A du National 2.Au moment de célébrer le but de Da-mien Boudjemaa, les Lusitanos pen-saient avoir fait le plus dur. Enréussissant une partie solide, dansdes conditions devenues compli-quées avec le vent et la pluie, lesSaint-mauriens n’étaient pas loin deramener les trois points de la pelousedu Domaine de Luchin.Face à une équipe lilloise renforcéepar les retours de ses joueurs prêtésà Belenenses - Brym, Faraj et Ouro-Sama - la réserve du LOSC espéraitégalement casser une spirale de 5matchs sans succès.Après sa victoire 3-0 face à Mulhouse,Saint Maur se devait aussi de rame-ner un résultat positif des Hauts-de-France. Même si la préparationn’avait pas été l’idéale pour ce clas-sique de N2, entre deux équipes quise côtoient depuis 4 saisons. «Avantce déplacement à Lille, nous avonspassé une semaine très agitée carune épidémie de grippe a envahi le

vestiaire», expliquait Bernard Bougerà l’issue de la rencontre. «Malgrécette situation compliquée, nousavons réalisé une belle performanceà l’image de nos derniers matchsavec du contenu, de bonnes sé-quences, des occasions et un but».Dans un match équilibré, les Lusita-nos ont bien eu les occasions deprendre l’avantage plus tôt grâce àdes occasions de Toko-Edimo etCissé. Dans les buts, Alexandre Bou-chard réussissait à éteindre les ten-tatives lilloises, notamment unefrappe de Brym. En deuxième pé-riode, les deux formations voulaientprofiter de la moindre faille et celas’est vérifié quand Damien Boudje-

maa anticipa une passe du capitainelillois Wackers vers son défenseurOuro-Sama. Le milieu saint-maurienréussissait à glisser le ballon entre lesjambes de ce dernier pour se présen-ter seul face à Lucas Chevalier, le por-tier nordiste. Il n’avait plus qu’àl’effacer avant de pousser le ballondans le but vide (1-0, 78 min) pour sonpremier but de la saison.Mais la joie fut malheureusement decourte durée quand Charles AndreasBrym, bien servi dans la surface parZeka, trompa la vigilance saint-mau-rienne dans les minutes qui ont suivis(1-1, 83 min).En fin de rencontre, Valter Viegas etMoustapha Cissé ont également eu la

balle de match mais le résultat nulviendra départager les deux forma-tions. «On a bien cru tenir cette vic-toire qui nous manque à l’extérieur»,avouait Boudjemaa. «On a bien dé-fendu tout en réussissant à marquerce but qui nous faut. On est sur labonne voie. Le vent a compliqué latâche des deux équipes. On a essayéde faire le jeu tout de même. Sur lebut, j’anticipe une passe en retraitpuis je vais tout droit. C’est un bonnul. Il faut concrétiser nos bonnesperformances par une victoire face àHaguenau dans une semaine».Bernard Bouger, l'entraîneur des Lu-sitanos préférait également retenir labelle prestation de ses joueurs et sefocalisait déjà sur le prochain rendez-vous, à Chéron, face à Haguenau.«Nous sommes déçus du résultatfinal car nous pensions avoir fait leplus dur en marquant à la 78ème. Jefélicite tous les joueurs et le staff carnous avons confirmé notre bonnepériode et il faut continuer à avancer.Maintenant, projetons-nous, dès àprésent, sur la réception d’Hague-nau».8ème avec 23 points, les Lusitanoscreusent l’écart avec le 9ème, Belfort,qui compte 4 points de retard. Dequoi permettre de continuer à surfersur la bonne forme actuelle au mo-ment d’attaquer le dernier tiers duChampionnat.

Par Eric Mendes

Football / National 2

A 25ª jornada do Campeonato deFrança da primeira divisão de fute-bol, a Ligue 1, encerrou no passadodomingo com um triunfo do Mar-seille por 1-2 na deslocação ao ter-reno do Lille.No Estádio Pierre Mauroy, o Lille,com três Portugueses no onze titular- José Fonte, Tiago Djaló e RenatoSanches -, iniciou melhor o jogo edominou a equipa do Marseille, co-mandada pelo Treinador portuguêsAndré Villas-Boas.No entanto o primeiro golo apenasfoi apontado na segunda parte peloavançado nigeriano Victor Osimhenaos 51 minutos de jogo. Os ‘Dogues’passavam para a frente do marca-dor e estavam cada vez mais pertode apontar um segundo golo, quesentenciava o encontro.Isto era sem contar com a reação doMarseille, após ter falhado umagrande penalidade apontada pelomédio francês Valentin Rongier. Emapenas dois minutos os Marselhe-ses resolveram o encontro. Aos 67minutos, após um canto e um desviode cabeça do avançado francês Va-lère Germain, foi o defesa moçam-bicano do Lille, Reinildo que colocoua bola na própria baliza.E aos 69 minutos, Valère Germain fezum passe milimétrico para o avan-

çado argentino Darío Benedetto,que marcou o segundo tento para oMarseille.Em dois minutos os pupilos deAndré Villas-Boas acabaram porvencer o jogo por 1-2.Na tabela classificativa, o Marseilleocupa o segundo lugar com 52 pon-tos, a dez do Paris Saint Germain,enquanto o Lille está na quarta po-sição com 40 pontos.O LusoJornal falou com o Treinadorportuguês do Marseille, André Villas-Boas, que nos revelou os segredosda equipa do Sul da França.

Qual é o segredo do Marseille?Temos uma forte motivação, querpessoal, quer de toda a gente noclube. Muita ambição e motivaçãode querer atingir o objetivo. Issomantém o grupo unido e dá umavontade de vencer extrema. É issoque nos leva porque somos umgrupo reduzido. Não há dores de ca-beça para o Treinador porque nor-malmente o onze é definido logo àpartida. A equipa encontra-se muitobem, há muitos jogadores com von-tade de provar que o que aconteceunos últimos anos foi um erro, e issoajuda muito! Temos uma forte capa-

cidade mental.

O Marseille ocupa o 2° lugar comuma vantagem confortável... Parachegar assegurar o apuramentopara a Liga dos Campeões na pró-xima época?Vamos ver porque normalmente ojogo mais importante é logo o se-guinte e temos de aproveitar real-mente desta vitória tão importante.O Lille joga agora com o Toulousepor exemplo, que se encontra muitomal. Nós temos um jogo com o Nan-tes que quer recuperar a sua dinâ-mica. Portanto é sempre difícil. Éuma vantagem que a gente temsempre que gerir, não pode haverrelaxamento. Tem outras vantagensclaro porque não se sente tantapressão, que vem de trás, mas dequalquer forma o nosso objetivo éque os outros lutem um bocadinhoentre eles: o Monaco vai, se calhar,meter-se nesta corrida com o Lille ecom o Rennes, e isso pode tirar-lhesum pouco a concentração, e é issoque nós queremos aproveitar.

Está satisfeito com o percurso daequipa?Foi uma vitória muito boa. Ter 11 e 12pontos de vantagem em fevereiro, éum mérito muito grande destaequipa, vamos agora ver se conse-guimos levar isto até ao fim.

Por Marco Martins

Treinador português ocupa o segundo lugar na Ligue 1

19 février 2020

Lille OSC B 1-1 Lusitanos

Lusitanos de St Maur: Le coup était presque parfait

André Villas-Boas quer assegurar aLiga dos Campeões com o Marseille

LJ/ António Borga

Lusitanos de St Maur / EM

Page 14: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL14 DESPORTO

LusoRugby, l’association portée par Bryan FreitasLe samedi 7 mars la Sélection portu-gais de rugby affronte la Géorgie auStade Jean Bouin, à Paris. Une ren-contre qui compte pour la 4ème jour-née du Championnat européeninternational de rugby à XV, une com-pétition composée de Géorgie, Belgi-que, Espagne, Roumanie, Russie etPortugal.Le Portugal espère attirer la Commu-nauté portugaise au stade avec lesoutien de l’association LusoRugbycréée par le lusodescendant BryanFreitas.Bryan Freitas, co-Président de Luso-Rugby avec Virgile Castanheira etHenri Carvalho, a expliqué le rôle del’association dans cette initiative au-tour des ‘Lobos’ au LusoJornal.

En quoi consiste l’association? Quelssont les objectifs?L’association a pour but de créer unecommunauté portugaise forte autourde la pratique du rugby. Beaucoup dePortugais, joueurs, entraîneurs, diri-geants, sponsors, partenaires maisaussi des pères, des mères et des en-fants vivant en France, sont impliquésdans le rugby. L’association souhaitealors réunir toutes ces personnespour en faire une famille portugaisedu rugby. D’autre part, l’associationLusoRugby a été créée afin de per-mettre aux membres de s’organisersur le territoire français mais aussipour avoir une entité représentativedes lusodescendants auprès de laFédération Portugaise de Rugby(FPR). Pour ce faire, nous avons établiun Protocole de partenariat avec laFPR. Jusqu’à présent, de nombreusesactions étaient entreprises par deslusodescendants auprès de la FPR ortoutes ces démarches n’ont pas étéreconnues et officialisées. À traversnotre entité, nous donnons du crédità ces actions antérieures et nous ap-puyons les nouvelles initiatives.

Bryan, d’où êtes-vous originaire?Comment est venu cette passion durugby?Mes parents sont originaires du Por-tugal: ma mère vient de Gouveia,dans la Serra da Estrela, et mon père

de Guimarães. J’ai toujours baignédans la culture portugaise même simes parents ne parlaient pas le por-tugais à la maison. Je suis ingénieurtélécom et dernièrement j’ai soumisune thèse professionnelle sur le rôlede la transformation digitale en Afri-que subsaharienne. La coupe dumonde de rugby 2007 en France avecla participation du Portugal a été unmoment fort dans mon adolescenceet je me souviens encore d’avoir étéfrappé par la ferveur et l’amour desjoueurs portugais pour leur patrielorsqu’ils chantaient l’hymne natio-nal. Suite à ce moment mémorable,je me suis inscrit en club de rugby lamême année et j’ai pratiqué ce sportjusqu’à la fin de mes études. Paral-lèlement, j’ai créé avec des amis, leclub de football «Athletik JeunesseFootball Club».

Le 7 mars le Portugal joue à Paris,pourquoi? Quels sont les objectifs?Tous nos efforts doivent nous con-duire à notre participation à laCoupe du Monde 2023 qui aura lieude nouveau en France. Le matchPortugal-Géorgie qui aura lieu le 7mars prochain au stade Jean Bouin,est le rendez-vous pour rassemblertoute la Communauté portugaise deFrance! Certains joueurs de notreSeleção sont des luso-français etselon moi c’est peut-être la seuleéquipe portugaise, tous sports con-fondus, qui en compte autant. Nousredoublons d’efforts pour qu’en2023, la Communauté portugaise deFrance puisse encourager sa SeleçãoNacional comme elle l’a fait pourl’Euro 2016 de football. On ne cher-che pas à rivaliser avec le football,mais il y a une volonté de populari-ser ce sport qui véhiculent nos va-leurs traditionnelles. Nous espéronsque les Portugais de France et prin-cipalement de la région parisienneseront présents au match pour sou-tenir le Portugal. C’est un match trèsimportant car nous affrontons laGéorgie, une équipe qui a participéà la Coupe du Monde de Rugby 2019au Japon et qui est composée dejoueurs évoluant aux meilleurs ni-veaux en France (TOP14, ProD2).

En l’état actuel, que pensez-vous dela Sélection portugaise?Difficile de répondre car nous som-mes en pleine reconstruction. Toutce que je peux dire, c’est que nousavons les moyens d’avoir uneéquipe très compétitive. Les équipesde jeunes font d’excellents résultatsau niveau européen et même au ni-veau mondial. La combinaison d’unstaff très compétent, de jeunes pro-metteurs et de joueurs profession-nels, essentiellement luso-français,nous donne l’opportunité d’avoirune Sélection portugaise de qualité.

Face à la Géorgie, la victoire est pos-sible?Oui c’est possible et ce n’est pas duchauvinisme. Nous avons des quali-tés pour les battre! La question estde savoir si tous les joueurs profes-sionnels seront disponibles pourpréparer et jouer ce match. Au-

jourd’hui, l’intégration des joueurspro luso-français en Seleção est unproblème récurrent puisque lerugby portugais manque de crédi-bilité auprès des clubs français.L’association LusoRugby travailleconjointement avec la FPR et a unrôle à jouer pour faciliter «la miseà disposition» des joueurs luso-français pendant les périodes dematchs internationaux.

Où en est la relation entre lesjoueurs lusodescendants et la Sé-lection?Il y a eu du ressentiment, soit parceque les joueurs luso-français ne semontraient pas disponibles, soit leSélectionneur les avait écarté.Maintenant, ils reviennent plus mo-tivés que jamais face au Sélection-neur français de renom. Selon moi,la relation entre les joueurs luso-descendants et la Seleção a tou-

jours été bonne. La majorité desjoueurs a toujours voulu jouer pourle Portugal, mais cela ne dépendpas seulement d’eux. Ces dernièresannées, peu d’entre eux allaient enSeleção mais cela était essentielle-ment dû à la politique de la précé-dente Direction de la FPR qui misaitdavantage sur les jeunes portugaisformés au pays. Cela peut se com-prendre, mais nous a aussi desservien jouant à un niveau européenbeaucoup plus faible dû à une des-cente il y a trois ans. Autrement dit,des matchs sans grands intérêts,avec des scores fleuves pour notreéquipe nationale n’ont pas vrai-ment servi les jeunes formés auPortugal. Heureusement, en juindernier, lors d’une opposition faceà l’Allemagne, nous avons pu récu-pérer notre place dans la secondedivision du rugby européen, là oùest notre place! À la suite de cela,Patrice Lagisquet est devenu Sélec-tionneur de la Seleção Nacional.

Que peut ton dire justement de Pa-trice Lagisquet?Patrice Lagisquet est une référencedans le rugby français en tant queSélectionneur et entraîneur. Trois foisvainqueur du Top14 et deux fois vain-queur d’une Coupe d’Europe avecBiarritz, puis entraineur des trois-quarts du XV de France entre 2012 et2015. C’est un technicien reconnu detous qui s’est proposé de lui-mêmeauprès de la FPR quand il a su quecelle-ci cherchait un Sélectionneur.Avec un entraineur de ce niveau,nous avons énormément de chance,d’autant plus que son staff se com-pose de Hervé Durquety, entraineurdes avants et Olivier Rieg, prépara-teur physique. Ce trio est complétépar l’apport de techniciens portugaisde très bonne qualité.

L’objectif à long terme, c’est Fran -ce’2023?Exactement, c’est l’objectif sportif! Ducôté de l’association, l’objectif est decréer un lien fort entre le rugby et laCommunauté portugaise. Ce sport etnotre communauté partagent lesmêmes valeurs: Union, Travail et Sa-crifice.

Par Marco Martins

Association de rugby créée par un lusodescendant

Ce fut de nouveau une soirée com-pliquée pour les Cristoliens de CarlosSecretário…Auteurs d’une belle entame dematch, les Béliers se sont rapide-ment créées quelques occasions.Malheureusement, Mokdad manquel’ouverture du score à la 15ème mi-nute de jeu. Dans la foulée, c’estOkou qui manque le cadre dequelques millimètres après un bondébordement sur son côté gauche.Enfin, la frappe de Buaillon à la27ème minute trouve le poteau droitdu portier de Quevilly Rouen Métro-pole.C’est donc contre le cours du jeu queLucas Toussaint inscrit le premier butsur un corner anodin mal dégagé parles Cristoliens. Quelques instantsplus tard, Gaetan Laura aggrave le

score d’une belle tête piquée impa-rable pour Véron.

À la pause, le coach cristolien réagitet lance Baal et PancrateLes Béliers rentrent dans cettedeuxième mi-temps difficilement.Les joueurs de Quevilly Rouen Métro-pole sont bien en place et attendentune opportunité. Carlos Secretáriotente un dernier coup et lance RyadHabbas. Malheureusement, à la suited’un bon mouvement des hommesen rouge, Araújo décale Guel qui n’aplus qu’à pousser le ballon dans lebut vide. Les Béliers ont poussé dansles dernières minutes mais comme àLyon, le réveil fut trop tardif.Rendez-vous vendredi prochain faceà Béziers pour retrouver le chemin dela victoire.

National: Un match à oublier pour Créteil/Lusitanos

USCL

19 février 2020

Page 15: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

LUSOJORNAL DESPORTO 15

BOA NOTÍCIA

«Olho porolho… e omundo acabarácego» (*)No próximo domingo, dia 23, en-contraremos mais dois exemplosdados por Jesus para ilustrar a no-vidade cristã na interpretação daantiga Lei: o primeiro refere-se à“lei de talião” e o segundo à antigainterpretação hebraica do manda-mento do amor.Ouvistes que foi dito aos antigos:«Olho por olho e dente por dente.(…) Amarás o teu próximo e odia-rás o teu inimigo». Eu, porém,digo-vos: Amai os vossos inimigose orai por aqueles que vos perse-guem.Ao contrário do que se possa pen-sar, a “lei de talião”, consagrada naconhecida fórmula “olho por olho,dente por dente” não é um conviteà vingança, mas sim uma lei desti-nada a evitar as reações excessi-vas, brutais, indiscriminadas… Éuma lei que pretende limitar osexcessos na punição, típicos deuma sociedade onde tribunais ejuízes escasseavam e normal-mente a justiça fazia-se “com aspróprias mãos”. No entanto, Jesusdiz-nos que não basta uma lei quemantenha a vingança dentro defronteiras razoáveis, mas é precisosuperar definitivamente a lógicada violência.O segundo exemplo que o Evange-lho nos apresenta refere-se aomandamento do amor. Para os an-tigos judeus, o preceito do amorera muito restrito e abrangia ape-nas os filhos do povo hebraico.Para Jesus, não basta amar aqueleque está próximo, aquele a quemme sinto ligado por laços étnicosou familiares, mas o amor deveatingir todos, sem exceção, inclu-sive os inimigos.É uma proposta exigente e radical,mas é assim que se ama como Elenos amou! E o mundo, ao reconhe-cer o amor de Deus no nosso co-ração, começará (devagarinho) aamá-l’O também.

(*) Mahatma Gandhi (1869-1948)

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Paroisse de St. Honoré d’Eylau71 rue Boissière75116 ParisDomingo às 9h30

Dans le cadre de la 14ème journée deChampionnat de D1 de Futsal, le Spor-ting Club de Paris s’est déplacé samedidernier à Roubaix pour y affronterl’équipe qui le précède de 4 points auclassement général: Orchies Pevele FC.Ce match entre le deuxième et le troi-sième constituait l’affiche de cettejournée de Championnat. Défaits 1-3au match aller, les Parisiens se sontrendus dans le nord avec une enviede revanche sachant qu’en cas derésultat positif, ils se rapprocheraientde leurs adversaires du jour, laissantainsi augurer une fin de compétitionpassionnante à la poursuite du lea-der invaincu, Acces Paris 92.Comme attendu et espéré, les 2équipes ont proposé un match plein,très plaisant, engagé mais très correct,digne d’un match de classe euro-péenne.Malheureusement, cette rencontre aété ternie par un arbitrage manifeste-ment pas à la hauteur de l’événement.Chacun, côté orchisien comme côtéparisien, regrettait l’absence d’un duoexpérimenté rompu aux joutes euro-péennes pour arbitrer un match d’unetelle importance. On ne peut que se fé-liciter du bon comportement desjoueurs et des staffs tout au long de cematch malgré les 5 (oui cinq!) cartonsrouges et les 6 cartons jaunes distri-bués.Le match est commencé depuis moinsde 20 secondes lorsque le n°11 d’Or-chies, Josete, ne retient pas son gesteet vient heurter violemment, devant lebanc de touche parisien, le gardien ad-verse venu à sa rencontre. Il s’ensuitune altercation verbale entre le joueurd’Orchies et Teixeira, remplaçant à cetinstant. M. Uzan, l’arbitre ne compre-nant que les paroles du Parisien, etmanquant assurément de psycholo-gie, expulse celui-ci alors que Soaresse tord de douleurs sur le parquet.C’est du jamais vu de l’aveu même descommentateurs de ce match téléviséen direct.Les hommes de Rodolphe Lopes pres-sent haut en ce début de match et seprocurent rapidement une occasionpar Camara. A la 4ème minute, Fabri-cio, côté parisien et Paez coté orchisienécopent des premiers cartons jaunespour excès d’engagement. Le Sportingdomine ce début de rencontre, lesnordistes ne répliquant que par delongs ballons. Segura reprend de voléeun service de Caio mais son tir est dé-

tourné en corner par Forgiarini, le gar-dien nordiste. Ce même joueur sortirade sa surface de réparation et renverrale ballon de la main, n’écopant qued’un simple carton jaune au granddésappointement des visiteurs.Alors, qu’ils ont la main mise sur la par-tie, Camara trouvant même la barretransversale, les parisiens se fontprendre en contre par Barboza, qui dela ligne de touche, expédie un pointudans la lucarne opposée de Soares (1-0, 7 min). Orchies vient de marquer surson premier tir. S’ils sont dominateurs,les verts et blancs pêchent dans la fi-nition. Comptant 5 fautes après 10 mi-nutes de jeu, les Parisiens se montrentmoins agressifs dans leurs duels per-mettant aux Nordistes de développerun peu plus de jeu.La partie est vive, rapide, technique etagréable, les occasions se multiplient:Fabricio trouve le poteau sur un servicede Caio (12 min), Soares repoussed’une manchette une tentative deKaique (14 min), Leitão trouve égale-ment la barre transversale sur un ser-vice de Diniz (16 min), Tchaptchetmanque son face à face avec Forgiarini(17 min) et Galan voit son tir à boutportant repoussé par Soares (19 min).La dernière action est à mettre au pro-fit d’Orchies à 13 secondes de la fin dela première mi-temps par l’intermé-diaire de Josete qui bute sur le gardienparisien. Le score de 1-0 en faveurd’Orchies à la pause ne reflète pasréellement le contenu du match.A la reprise, ce sont les Nordistes quise montrent les plus entreprenants etbénéficient d’une erreur d’arbitrage(touche donnée à tort en leur faveur)pour ajouter un second but par Paezbien servi par Diniz (2-0, 22 min). Cettenouvelle injustice a pour effet de re-

mobiliser les Parisiens qui repartent àl’assaut du but orchisien.Mais nouveau coup de théâtre à la24ème minute quand M. Uzan donneun deuxième carton jaune (synonymede carton rouge) à Fabricio à la lutteavec Barboza. Réduit à 4 pendant 2 mi-nutes, le Sporting Club de Paris faitbloc devant les Nordistes passés enpower-play pour l’occasion. Ce sontmême les Parisiens qui se procurent lameilleure occasion, mais Segura nepeut pas reprendre le centre de Ndu-kuta alors qu’il est seul devant le but(26 min).Revenus à égalité numérique, les vertset blancs font le forcing pour revenirau score mais Forgiarini est intraitableet repousse toutes les tentatives ad-verses. Le match ne baisse pas d’inten-sité et les arbitres vont encores’illustrer en expulsant Leitão qui a re-tenu Chaulet qui partait au but. Lecoup franc qui suit est transformé parCamara (2-1, 30 min). Pour avoircontesté cette décision arbitrale, lePrésident d’Orchies, Ablack Ouafik, re-çoit un carton à son tour et doit quitterle banc de touche.Sur le parquet, le Sporting Club deParis croit en ses chances de revenir auscore et presse Orchies qui ne maîtriseplus le ballon. Cette fin de partie est àl’avantage des visiteurs qui se procu-rent de nouvelles occasions notam-ment par Caio qui manque son duelavec Forgiarini (33 min) et par Tchap-chet qui voit ses 2 tirs à bout portantdétournés par le gardien (34 min).Leurs efforts sont enfin récompenséspar un pénalty accordé par M. Deiddapour une faute sur Segura dans la sur-face de réparation. Camara ne se privepas de le transformer (2-2, 35 min).Il reste moins de cinq minutes à jouer

et tout est possible. Pour rester encourse pour le titre de Champion deFrance, les Parisiens doivent absolu-ment l’emporter. Un match nul seraitun bon résultat mais peut-être passuffisant. Alors comme ils sont claire-ment dominateurs, les hommes duPrésident José Lopes se ruent à l’at-taque et s’offrent de belles occasions:Saadaoui se jette devant le but maismanque le ballon, Camara tente delober Forgiarini qui détourne la balledu bout des doigts (37 min). Acculé de-vant son but, Orchies ne procède plusque par contre-attaque et Barboza esttout prêt de plier le match mais seuldevant Soares, il envoie le ballon àcôté du but (38 min).A 50 secondes de la fin, les Parisienspensent avoir remporté la partie maisle tir de Camara vient s’échouer sur lepoteau droit de Forgiarini battu surcette action. On pensait en rester là,mais sur une dernière contre-attaquerapidement jouée, Orchies ajoute undernier but par Kaique à 20 secondesde la fin de la partie (3-2). M. Uzan enprofitera pour sortir son cinquièmecarton rouge pour Guina qui a trop fêtéce troisième but!Au coup de sifflet final, preuve que lematch a été de grande qualité, intensemais correct, les joueurs ainsi que lesPrésidents des 2 clubs se sont chau-dement félicités pour cette rencontrequi aurait mérité un bien meilleur duoarbitral. Les spectateurs et téléspecta-teurs ont certainement assisté au plusgrand match de futsal français de cettesaison. Félicitations aux deux équipes.Cette cruelle défaite imméritée (quimet un terme à une série de 9 matchssans défaite) ne doit pas faire oublierle grand match offert par les joueurs.Sans doute qu’en d’autres circons-tances, le Sporting Club de Paris auraitgagné cette partie mais il faut resterconcentré car il reste encore 9 matchset tout peut arriver car la qualité etl’envie sont là.Samedi prochain, c’est un SportingClub de Paris, privé de Fabricio etTeixeira suspendus mais probable-ment aussi du Capitaine Camarablessé, qui accueillera Garges Djibsondans le cadre de la 15ème journée deChampionnat. Il faudra donc un maxi-mum de supporters au Gymnase Car-pentier à 18h00 pour soutenir les vertset blancs dans ces moments plus dif-ficiles.Buteurs: Sporting Club Paris: Camarax2. Orchies Pevele FC: Barbosa, Paez etKaique.

Par RDAN

Futsal / D1 national

PUBPUB

SCP

Le Sporting Club de Paris s’incline auterme d‘un grand match contre Orchies

19 février 2020

Page 16: o fim do ano Lusodescendentes criam associação Luso-Rugby · políticos. Eu incluído. E por isso a abstenção não para de aumentar. Como tudo que toca a vida na sua essência,

PUB


Recommended