ABSTRACT

Obtenção de isolados virais em cucurbitáceas e avaliação de genótipos deabóbora e maxixe para fontes de resistência a dois potyvírus.Maria C.C.L.Moural; Manoel A. Queiroz-: José A. A. Lima-; Adriana c.C.Sousa4IUFV, Depl. ele Fitoteenia, 36571 000, Vi~osa-MG. mcimoura@telnct.com.br; 2Embrapa Semi-Árielo, 3UFC, 4UEMA.

Viral isolates obtained in cucurbitaceae and genotypes evaluated as sources 01' resistance agaisnt two potyviruses,

Samples 01"new leaves of cucurbiiaceae presenting viral infcction symptorns were collectcd for analysis 01"lhe viruses PRSY-W,ZYMY,CMY,WMY-2 and SqMY, using the sorological test ELISA. Following inlecrion by viral isolates. pumpkin and West Indiangherkin genotypes werc evaluated through a grade scale ranging Irorn zero to thrce, to determine the rcsistance to the viruses PRSY-Wand ZYMY. PRSY-W was lhe predominam vinis in all thc cucurbiiaceae collectcd, Iollowcd by ZYMY. WMY-2 anel CMY. SqMY wastound only in gherkin. Out 01"the scveruy pumpkin gcnoiypcs cvaluatcd, 14.3% wcrc resistam and 85.7% were susccptib!e to the vírus-es PRSY-W anel ZYMY.

Keywords: Cucurbitaceae, potvvirus, sources oj' resistance.Palavras-chave: Cucurbitáceas, potvvirus, fontes de resistência.

No Brasil os potyvírusPRSV-W, SqMv e o CMVtêm sido de maior impor-

tância em cucurbitáceas. Mais recen-temente, novos vírus têm sido regis-trados causando severas epidemias emcampos de cucurbitáceas em dife-rentes partes do mundo, dentre elesencontra-se o ZYMV Doenças de na-tureza viral uma vez disseminadas nocampo, são de difícil controle, devidoa inexistência de produtos químicoscapazes de inibir a replicação viral,sem causar danos ao hospedeiro.Além disso, os pulgões, principaisvetares, são polífagos e subsistem emhospedeiros que circundam as cultu-ras. Por estas razões, o melhoramentogenético tem sido o método ideal decontrole do PRSV- W e ZYMV emabóbora e maxixe. Este trabalho tevecomo objetivos obter isolados viraisde cucurbitáceas, identificá-Ios e iso-lar os vírus PRSV- W, ZYMV e testá-Ias em genótipos de abóbora e maxixepara buscar fonte de resistência aoPRSV-W e ZYMV

MATERIAL E MÉTODOS

Foram coletadas para identificaçãoum total de 141 amostras, incluindo 37

de abóbora e moranga, 40 de melancia,41 de maxixe, 16 de pepino, 06 demelão e O I de bucha (Luffa sp.). Todasas amostras foram indexadas sorologi-camente, por meio do teste de ELISA edupla difusão em agar. Para estes testesforam utilizados anti-soro contra osseguintes vírus: PRSV- W, ZYMV,WMV-2, CMV e SqMV Setentagenótipos de abóbora e quatorze demaxixe foram avaliados quanto àresistência aos vírus PRSV-W eZYMV Para tal, folhas de C. pepo cv.caserta com isolados de PRSV-W eZYMV foram maceradas em tampãofosfato 0,05 M, pH 7,0, contendo sulfi-to de sódio 0,01 M. A primeira inocu-lação foi efetuada nas folhas cotile-donares previamente salpicadas comcarborundum. Uma segunda inoculaçãofoi feita uma semana após a primeira. Aavaliação da reação dos genótipos deabóbora e maxixe aos dois vírus foireal izada aos 15 e 30 dias após aprimeira inoculação. A reação deresistência dos genótipos aos dois vírusfoi avaliada através de uma escala denotas de zero a quatro, sendo que a notazero correspondeu a planta com ausên-cia total de sintomas; nota um as folhascom c1areamento nas nervuras e mos-queamento; nota dois mosaico sem

distorção, embolhamento ou deforma-ção foliar; e nota três mosaico severocom distorções, embolhamento e defor-mação foliar. Os indivíduos com ausên-cia total de sintomas até a segunda ava-liação foram considerados como resis-tentes. O delineamento experimentalfoi de blocos ao acaso com 4 repetições,sob telado anti-afídeos,

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em 61 amostras analisadas, nãoencontrou-se nenhum dos vírus testa-dos, embora as mesmas apresentas-sem sintomas de mosaico. Atribui-seeste resultado à baixa concentração dovírus na amostra coletada ou, prova-velmente, a existência de vírusdiferentes cios analisados. Em 87amostras identificou-se cinco tipos devírus ocorrendo reação positiva paraPRSV-W, ZYMV, WMV-2, CMV cSqMV em diferentes grupos, varie-dades e espécies de cucurbitáceas(Tabela I). Conforme dados da TabelaI, o PRSV- W foi o vírus predomi-nante em todas as cucurbitáceascoletadas, seguido cios vírus ZYMV,WMV-2 CMV O SqMV foi encontra-do somente no maxixe. Vale ressaltarque existem populações de bucha

Tabela1. Resultados dos testes de sorologia para as amostras das cucurbitáceas coletadas, em 10 municípios maranhenses.São LuíS,UEMA,1997

Cultivar, Números de amostras e/vírusHospedeira Tipo PRSV-W ZYMV WMV-2 CMV SqMV

Maxixe Comum 09 06 02 07 03Melancia C. Gray 08 02

C.Sweet 08 03 03Hib. Madera 01

Moranga Comum 10 02 01Abóbora Comum 05 01

Jacarezinho 01Menina brasileira 02Caserta 01

Pepino Caipira 05 01 02Aodai 01

Melão Caboclo J 03Papoco 01

Bucha Comum 01 01Total 52 15 II 08 03(%) do total 59,4 17 13,5 10 01

Hortic. bras., v. 18,2000, Suplemento Julho. 525

(Luffa sp.) naturais próximas àslavouras comerciais de outras cucur-bitáceas. Isto, passa a ser uma ameaçapara outras culturas, pois a bucha éuma hospedeira quase que exclusiva-mente do vírus ZYMV e a mesma éignorada como tal. Percebe-se tam-bém que o maxixe é hospedeiro de

cinco tipos de vírus. A maioria dosprodutores plantam o maxixe ao ladode outras cucurbitáceas, principal-mente abóbora e melancia, e com istopassa a disseminar e até perpetuarvários tipos de vírus. Dos setentagenótipos de abóbora avaliados,14,3% apresentaram ausência total de

sintomas e 85,7% com sintomas, dosquais 5,71% receberam nota máxima,sendo os mais suscetíveis. Os 80%restantes receberam notas de I a 2.Não houve reação dos genótipos demaxixe aos vírus PRSV-W e ZYMV,não desenvolvendo sintomas rnacros-cópicos.