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October Doom Magazine Ed 55

Date post: 25-Jul-2016
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October Doom Magazine Edição 55 Revista Mensal com foco nas Artes Plasticas, Música e Entretenimento Underground. Download: https://goo.gl/bhZGIo
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MAGAZINE ANO II n N º 55 LANÇAMENTOS + RESENHAS + SHOWS + MATÉRIAS + ENTREVISTAS AGONY VOICES P.14 EXPERIMENTE THENIGHTTIMEPROJECT P.48 P.58 P.22 P.38 P.12 PROMOÇÃO # 1 CD ENTREVISTA ENTREVISTA ENTREVISTA RESENHAS DE ASPHODELOS E FALLEN ANNA MARTINEZ, DO DUNA, BRISA E CHAMA DANIEL ROCHA, DO PESTA
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Page 1: October Doom Magazine Ed 55

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MAGAZINEANO II n Nº55

L A N Ç A M E N T O S + R E S E N H A S + S H O W S + M A T É R I A S + E N T R E V I S T A S

E N T E R T A I N M E N T

AGONYVOICESP.14

EXPERIMENTE THENIGHTTIMEPROJECT

P.48 P.58P.22 P.38

P.12

PROMOÇÃO

# 1 CD

ENTREVISTAENTREVISTA ENTREVISTARESENHAS DE ASPHODELOS E FALLEN

ANNA MARTINEZ, DO DUNA, BRISA E CHAMA

DANIEL ROCHA, DO PESTA

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https://www.facebook.com/Persephone-Dark-Clothes-118303091658616/?fref=ts

Page 3: October Doom Magazine Ed 55

55FEV/2016Nº

EDITOR CHEFE: Morgan Gonçalves

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO: Morgan Austere | Cielinszka Wielewski | Fábio Shammash | Bruno Braga | Fernando Martinez | Gustav Zombetero | Merlin Oliveira | Adauto DantasEDITOR DE ARTE:

Márcio Alvarenga [email protected]

COLABORADORES:

A October Doom Magazine é resultado da parceria e cooperação de alguns grupos e iniciativas independentes, que trabalham em função de um Underground Brasileiro mais forte e completo, além de vários individuos anônimos que contribuem compartilhando e disseminando este trabalho.

By October Doom Entertainemnt

issuu.com/octoberdoomzine/

octoberdoom.bandcamp.com/

Facebook.com/OctoberDoomOfficial

Facebook.com/FuneralWedding

Facebook.com/murro.org

EDITORIAL

CONTATO:[email protected]

2016 começou da melhor maneira pra nossa revista e para o Doom Metal. Além de iniciar uma nova fase da nossa publicação, com tantas novidades e mu-danças, algumas bandas já começaram a mostrar o que tinham guardado para

esse ano, e claro, isso nos deixa felizes de várias maneiras. Esta edição da October Doom Magazine traz justamente alguns desses lançamentos da Cena Doom Metal, e nela vocês também irão conferir algumas resenhas e entrevistas de outros projetos e lançamentos não tão recentes, mas igualmente importantes para o Underground. Uma das novida-des que trazemos este mês, é a estreia da Coluna #Essenciais, que aborda do ponto de vista de nossos colaboradores, al-guns dos álbuns mais marcantes de todos os tempos dentro do movimento, apre-sentando aos novos adeptos do gênero, algumas das obras que não podem faltar em suas playlists.Mergulhem nesta edição da nossa October Doom Maga-zine, e se aproxime ainda dessas bandas, projetos e álbuns incríveis que trouxe-mos pra vocês este mês. Ah, e não se es-queçam de participar da promoção. Assim você ajuda o ODZ a crescer ainda mais e ainda pode ganhar um CD na faixa!

Obrigado eBoa Leitura

MORGAN GONÇALVES

Facebook.com/morgan.goncalves.1

EDITOR CHEFE

Mergulhem nesta edição da nossa October Doom Magazine, e se aproxime ainda dessas bandas, projetos e álbuns incríveis que trouxemos pra vocês este mês.”

Page 4: October Doom Magazine Ed 55

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ESSENCIAIS: 2 ALBUNS MARCANTES DOS ÍCONES DO DOOM

SUMÁRIO

12RESENHATHENIGHTTIMEPROJECT

48ENTREVISTA COM A BANDA PERUANAPSICORRAGIA

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22 ENTREVISTAPESTA

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ENTREVISTACOM JONATHAN FELTZ

ENTREVISTADIRTY GRAVE

HISTÓRIADUNA, BRISA E CHAMA

ÁLBUNS DO ASPHODELUS E DO FALLEN SÃO AS RESENHAS DO BLOG

WOLFHEART:

RESENHAS: DUNA, BRISA E CHAMA PESTA

ENTREVISTA: OS PARANAENSES DO TRAGEDY GARDEN CONTAM UM POUCO DA SUA HISTÓRIA

DEWINDSON FALA MAIS SOBRE SEU PROJETO

Page 6: October Doom Magazine Ed 55

Oriundo de Rio Grande - RS, Gurum é um pro-jeto de DSBM que tem como cabeça Emma-nuel Ximendes. Anali-

samos aqui ponto a ponto as tracks que compõem o segundo trampo do Gurum, o EP Sinking Down in a Sea of Sorrows de 2015. Confere aí!

Introduction to the Depths, como o nome perfeitamente sugere, nos coloca diante da atmosfera soturna que per-manecerá viva durante toda a experiência que “Sinking Down” nos apresenta. Guitarras limpas embebidas num chorus viajante e bastante reverberado, simu-

POR Bruno Braga

O DSBM AUTODESTRUTIVO RIO GRANDENSE

lando uma verdadeira jornada para além das emoções. Colo-que seus fones de ouvido e não se arrependerá! A sensação, na primeira metade do som, é esperançosa, como um mari-nheiro solitário que parte em busca da felicidade. No entanto, a partir dos dois minutos a coisa

RESENHA

GURUMSINKING DOWN IN A SEA OF SORROWS

6

Page 7: October Doom Magazine Ed 55

muda drasticamente. Embora a cadência sempre siga a mesma, ríspida e uniforme, a atmosfera se torna decadente e o tema se transforma numa verdadeira tri-lha sonora para a desilusão. Em suma: simples e variável melodi-camente, porém de rítmica dura feito gelo. OD | A

SINKING DOWN IN A SEA OF SORROWS

ORIGEMRio Grande, Rio Grande do Sul

FICHA

DSBMDepressive Suicidal Black Metal

CURRENTMEMBERSEmmanoelAll Instruments, Vocals and Lyrics

MagLyrics

facebook.com/OctoberDoomOfficial 7

EP

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RESENHA

A faixa que dá título ao EP é mais tradicional. Riffs simples, mono-líticos e cheios de dor. Os timbres sujos e extremamente agudos de guitarra já são conhecidos pelos apreciadores do estilo, algo que a meu ver traz um apelo estético perfeito. DSBM não é como Doom, não é contemplativo, é doente e pas-sional. O vocal é outro ponto muito positivo do estilo que se enquadra nos adjetivos que adotei. Você não pode falar em mágoas, tendências auto-aniquilantes e marcas dolo-rosas da vida com voz de menino que quer chamar atenção dos pais. Aqui a coisa é séria, profunda e de difícil compreensão. Nada melhor do que muitos gritos para estimular a catarse da raiva à vida. Bom som, com todos os elementos que espe-raríamos do estilo, embora não tão tocante como o primeiro.

Minha faixa preferida "at all". Essa música tem tudo o que é preciso para ser lembrada: Um riff simples e marcante, daqueles que saímos pela rua cantarolando e palhetando pra baixo numa "air guitar" bem grotesca. Embora esse som destoe bastante do resto do EP, indo para um lado mais black metal tradicional 90's, po-demos colocá-lo no contexto geral do disco se pensarmos que ele poderia perfeitamente ser a trilha sonora duma carnificina psicótica. Se eu fosse um Serial Killer, com certeza esse som estaria no meu pen-drive.

Outro som que foge um pouco do eixo "depressive" – ao menos quanto à atmosfera. O Main riff é bem 90's só que com pouco sal. O que conquista nessa track é o tema com as guitarras limpas dobradas

e o riff que vem logo em seguida, que nada mais é do que uma variá-vel do tema "clean" que antecede. A atmosfera nesses trechos é de-sértica e bastante desconfortável (no bom sentido). A bateria com apenas um bumbo em alguns trechos incomoda um pouco, mas entende-se que o ponto é de fato o minimalismo. De resto é uma boa track, embora seja a mais fraca do EP. Muitos altos e baixos onde os "altos" não compensam os "bai-xos" tanto assim. OD | A

GURUMSINKING DOWN IN A SEA OF SORROWS

Por fim, "Sinking Down" é um belo trabalho: obscuro, pas-sional e doentio. Porém, peca um pouco na falta de unidade. Os primeiros sons deixam o ouvinte com a esperança de ter encontrado uma verdadeira "soundtrack" para as noites frias, enquanto que os últimos, embora de uma qualidade ím-par, necessitam de uma certa contextualização para serem compreendidos como perten-cendo a esse trampo. Tudo isso, obviamente, não altera o meu juízo totalmente favorável a esse EP. Gurum é um projeto que definitivamente merece acompanha-mento constante.

OBSERVAÇÕESGERAIS

NOTA

8

LINKShttps://www.youtube.com/watch?v=8Nb9BKqGINY

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Serão dois ganhadores, e o resultado sai na proxima edição da revista. Quanto mais você compartilhar, mais chances tem de Ganhar

esta edição da October Doom Magazine com as hashtags #agonyvoices e #octoberdoommagazine e concorra a um cd Mankind’s Glory, do Agony Voices

Participe!!!

PROMOÇÃO

# 1 CDCOMPARTILHE

Facebook.com/OctoberDoomOfficial

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RESENHA

GURUMLET MY THOUGHTS DESTROY ME

GURUM: LET MY THOUGHTS DESTROY ME (CD: 2014)

It's over: Tema seco e desbra-vador. Track acústica, ao menos no início. Simples e de fácil ab-sorção. Pútrida e avassaladora. Vocal doentio, porém coeso. Meu tipo preferido de estrutura sonora: repetição intensa e temática mo-nolítica. Melodia marcante e sim-ples. Quem precisa de uma trilha sonora para as noites em claro, dê play nessa track!

Stuck (In Another Winter): Riff melódico e bem pensado. Alguns breves interlúdios que lincam par-tes desconexas. Guitarra distorcida com tônicas que rasgam os pensa-mentos. Parece uma estratégia do Gurum aproveitar temas acústicos para riffs em guitarra distorcida. Não é um defeito. A estratégia fun-ciona e serve sempre de guarida a uma criatividade fora do comum. O que dizer? Se os riffs compensam, a estratégia é o que menos tem de importante. Além disso, unidade temática, ao menos para mim, é uma grande virtude!

Let my thoughts destroy me: Produção extremamente satura-da. Guitarra acústica e batera ele-trônica bastante reta. Poderia soar um defeito. Nada disso! Dois acor-des e nada mais! Uma guitarra de

timbre sujo e agudo ao extremo é tudo que se precisa pra criar uma atmosfera avassaladora. O que necessita-se? Criatividade e minimalismo nas melodias "riffâ-nicas". É difícil traduzir sonoridade em palavras, mas se eu tivesse que fazê-lo, o faria da seguinte forma: "pergunte ao criador".

Continue... The end: Minha faixa preferida. Melodia "clean" adaptada para a distorção. E que melodia!!! Sim, três exclamações não será suficiente para descrever minha intencionalidade perante tal monumento. Que "vibe"! Acor-de estático e de fácil absorção. Repetição initerrupta, como se indicasse uma situação mental que não consegue se dissolver. Alguns poucos arranjos, adaptando a me-lodia acústica central, sem querer explorar demais um tema que, embora genial, não se pretende degastante.

My Last Sunday... : 2 minutos de pura solidez. Tema acústico de pura significância sonora. Sim, sig-nificância sonora, pois, nesse caso, é indescritível a sonoridade doentia e rasgante do Gurum. Após o "cle-an", o tema é clichê e previsível, embora a sonoridade permaneça com a mesma atmosfera. Sim, "clichê" em DSBM parece uma ex-pressão imprevisível, embora não o

Não tenho dúvidas de que Gurum, DSBM riograndino, é um projeto que deve ser acompanhado de perto. Por quais razões? Não só porque mantém o “borderline” do estilo, sendo um download exigido para os apreciado-res, como também por ser uma de-monstração do puro “do it yourself”, tão apreciado pelos ga-rimpeiros do metal!

OBSERVAÇÕESGERAIS

NOTA

8,5

LINKShttps://www.facebook.com/GurumDSBM

https://gurum.bandcamp.com/

https://www.youtube.com/watch?v=8Nb9BKqGINY

seja para os apreciadores do estilo. Mesmo que a atmosfera volte ao final do som, ela é por demais des-conexa, não sendo capaz de criar aquela unidade que esperamos ao encerrar uma track de quase 10 minutos. OD | A

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LET MY THOUGHTS DESTROY ME

2014

11facebook.com/OctoberDoomOfficial

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EXPERIMENTE

TheNighttimeProject

O que poderíamos esperar do encontro de membros - e ex membros - do October Tide, Katatonia, In

Mourning e Mandylion se reúnem para formar uma banda?

TheNighttimeProject é uma imersão em um oceano de nostal-gia e melancolia. O trio de suecos

deu seu primeiro suspiro quando, ainda em 2010, o álbum A Thin Shell foi lançado pelo October Tide, contendo uma faixa com o título The Nighttime Project, a partir daí o projeto não viu mais a luz até que em 2013, Fredrik Norrman (October Tide, Trees of Eternity, Uncanny, ex-Katato-nia) convidou Tobias Netzell (In Mourning, Majalis, ex-October Tide) e Nicklas Hjertton (Man-

POR Morgan Gonçalves

O CASAMENTO PERFEITO

dylon) para recriar a atmosfera sonora do período entre 1994 e 2010 do Katatonia. O resultado é o disco autointitulado, que deve ser lançado ainda este mês, contando com oito faixas e disponibilizado pelo selo Aftermath. OD | A

LINKShttp://www.facebook.com/thenighttimeproject

O TRIO SUECO se uniu para dar vida à um oceano de Nostalgia e Melancolia

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DARKDOOMSWEDEN

KATATONIAPROGTRIP

#TAGS

TheNighttimeProject

DEBUT LANÇADO EM 2016 ACIMA, LOGO DA BANDA

2016

ORIGEMAvesta, Suécia

FICHA

TRACK LIST1 – The Annual Loss2 - Oneiros3 – Caustic Reflection4 - Dissolve5 – Among Reptiles6 – Empty Signs7 - Amends8 – Desert Prayers

CURRENTMEMBERSTobias NetzellVocals

Fredrik NorrmanGuitars, bass, Keyboards

Nicklas HjerttonDrums

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ENTREVISTAJONATHANFELTZVOCAL - AGONY VOICES

DO PECADO À GLORIA DA HUMANIDADE: AGONY VOICES

UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O VOCALISTA JONATHAN FELTZ

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ORIGEMBlumenal,Santa Catarina

FICHA

GÊNEROSDoomDeathProgressivo

CURRENTMEMBERSJr. KlockBass

BarascoGuitar

SilviaGuitar

LuisDrums

JonathanVoices

Olá público lei-tor, tudo bem? Sou a Cielins-zka, admira-dora do estilo e estudante de música. Para essa edição,

optei por apresentar a vocês a banda catarinense Agony Voices, de Blumenau. A proposta é clara: descentralizar cada vez mais a di-vulgação referente ao doom metal, evidenciando que nosso país é rico em produção musical. Distante dos grandes centros, também há ótimas bandas, e acho interessante essa democratização no momento de mencioná-las. Segue aí, espero que curtam! Vale à pena conferir o som deles também.

POR Cielinszka Wielewski

Caí no palco devido às minhas comemorações antes de tocar (risos). A galera que estava presenciando o show, me ajudou a levantar e o microfone não funcionava mais. Comecei a cantar o final da música sem microfone no meio da galera.Jonathan Feltz, VOCAL - AGONY VOICES

CIELINSZKA WIELEWSKI: OLÁ JONATHAN, TUDO BEM? APRESENTE-SE AO PÚBLICO LEITOR.

JONATHAN FELTZ: Tudo bem. Sou o Jonathan Feltz, vocalista e um dos fundadores da banda Agony Voices e agradeço por esta oportunidade.

CONTE-NOS SOBRE A TRAJE-TÓRIA DA AGONY VOICES.

JF: A banda formou-se em agosto de 2005 , em Blumenau/SC. Nosso projeto inicial naquela época era fazer tributo ao álbum Dance of December Souls, do Katatonia. Mas não demorou para começarmos a fazer músicas autorais. Em 2006 , tivemos a oportunidade de gravar nossa primeira música na Coletânea Avantgarde Doom Compilation, organizada pelo Mayko Thomé (ex-violoncelo do

facebook.com/OctoberDoomOfficial

OD | A

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ENTREVISTAJONATHANFELTZVOCAL - AGONY VOICES

Lachrimatory). Nela, muitas bandas do cenário doom nacional iriam participar, como: Vulkro, Eternal Sorrow, Dying Embers, Lachrima-tory, etc.... E ali poderíamos mostrar o nosso trabalho. Mas devido a al-guns problemas, esta que seria uma exelente iniciativa infelizmente não foi lançada. Em 2007 , aproveitando a música então gravada para a coletânea, a banda lançou seu primeiro material, um Single intitulado “Forest Of Te-ars”. Com esse material consegui-mos iniciar uma divulgação maior à banda, mas depois se desfez a for-mação original, sobrando somente o Jr.Klock (baixo) e eu (vocal).Em 2008 , iniciou-se o processo para achar novos músicos, com muitas tentativas frustradas para a continu-ação da banda, até encontrarmos o Luis (bateria), também membro da banda Pain of Soul e Barasco (gui-tarra), ex-membro das hordas: Bel-tia/Astovidatus/GreatVast Forest e Nox Aderat. Ambos estão até hoje: a Agony Voices achou a fórmula certa, e começamos a compor novas músi-cas. Como resultado, em 2010 inicia-mos as gravações do nosso primeiro álbum, gravadas em Blumenau e mixado e masterizado com nada me-nos que o Mayko Thomé novamente, que já havia trabalhado no nosso single. A s artes do CD ficaram por conta do Rodrigo Bueno, que vocês devem conhecer.Em abril de 2011 , lançamos nosso primeiro álbum oficial intitulado “The Sin”, com 7 faixas em 50 mi-nutos de pura agonia, suas letras

voltadas para os sentimentos malé-ficos dos seres humanos. Lançamos este álbum com um memorável show na nossa cidade natal. Através deste álbum - que teve uma aceita-ção muito forte do público e mídias do metal com excelentes resenhas-, seu conteúdo e concretização nos abriu portas para eventos de por-te maior. Na época, chegamos a tocar em eventos com as bandas Malevolent Creation, Krisiun, Vital Remains, e isso foi algo que não es-perávamos.Em janeiro de 2012 , tivemos a en-trada de uma nova guitarra na ban-da, a Silvia, e depois disso iniciamos o processo da gravação do videocli-pe oficial de uma música do álbum “The Sin”, a “Burning in Darkness”.

Optamos por essa música, devido ao fato de sua letra retratar um suicí-dio de um contato amigo da banda, e tentamos transmitir a agonia vivida antes de sua morte. Foi uma expe-riência bem intensa à banda e teve uma boa aceitação do público. Em 2014 , iniciamos o processo de gra-vação do nosso novo trabalho, que foi lançado em 2015 .

VOCÊS LANÇARAM UM ÓTIMO ÁLBUM EM 2015. COMO FOI (E AINDA TEM SIDO) A RECEPTI-VIDADE?

JF: Lançamos o “Mankind's Glory” em 2015 com 10 faixas inéditas, gravado no RVB estúdio em Blu-menau. Foi mixado e masterizado

Em 2007 , a banda lançou seu primeiro material, um Single intitulado “Forest Of Tears.”Jonathan Feltz, VOCAL - AGONY VOICES

PRIMEIRO DISCO DO AGONY VOICES

THE SIN

2011

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por Roger Fingle, no Rio Grande do Sul, o mesmo idealizador dos pro-jetos: Seduced by Suicide e Blood Tears, na minha opinião um dos melhores profissionais de áudio do Sul do Brasil. E nos trabalhos gráficos, ficamos novamente com Rodrigo Bueno, pois o cara é foda. O “Mankind's Glory” é um álbum que mostra todo nosso amadurecimen-to, tanto pessoal quanto musical, e nos abriu novos caminhos. Neste álbum, optamos por algumas mudanças no andamento das mú-sicas, tendo agora duas guitarras para poder trabalhar com mais melodias e há misturas dos vocais Gutural e "limpo", que foi uma novi-dade para nós. Nossas letras neste álbum falam sobre a destruição que o homem causa à natureza, e suas alterações feitas pela sua ganância. ...“Árvores tornam-se pedras na arquitetura caótica do poder”. A receptividade do “A Glória da Hu-manidade” está sendo muito boa, melhor do que esperávamos! Na minha opinião, nossa música ficou mais acessível e audível, tendo mú-sicas bem extremas e outras tran-quilas, sendo assim, agradando aos fãs do “The Sin” (primeiro álbum) e fãs que curtem músicas mais ao estilo gótico ou cadenciadas. E so-bre as vendas, já vendemos mais que nosso primeiro! Então estamos felizes mesmo com o resultado. E lhes digo, que ver o álbum “Mankind's Glory” entre os me-lhores lançamentos da cena Doom Metal Nacional de 2015, é muito gra-tificante. OD | A

RESULTADO DA UNIÃO DAS BANDAS QUE CORREM

ATRÁS DENTRO DO CENÁRIO UNDERGROUND MINEIRO

MOVIMENTO UNDERGROUND ROCK’N’ROLL

https://www.facebook.com/murro.org/

https://twitter.com/MoviDoMurro

http://murro.org/

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VOCÊS FECHARAM RECEN-TE PARCERIA COM UM SELO MEXICANO. COMO FOI ESSE PROCESSO? COMO OCORREU O CONTATO?

JF: Sim. Assinamos o contrato fi-nal de novembro do ano passado, com o propósito do relançamento do “Mankind's Glory” na versão mexicana. O contato veio por parte do selo Sun Empire Prods, que nos encontrou através do bandcamp da banda, e gostou da proposta sonora da Agony Voices. Ficamos bem con-tentes com esta parceria, pois em 10 anos a banda está independente, bancando tudo do seu próprio bol-so, e agora obteve alguma ajuda. Isso é muito válido para nós e nos empolga, pois há pessoas de luga-res muito distantes, que admiram nosso trabalho, e jamais esperá-vamos por isso. Afinal, hoje em dia há muitas bandas com qualidade e somos realistas, pois no Brasil é complicado se ter banda.

O QUE PODEMOS ESPERAR DA AGONY VOICES PARA 2016?

JF: Nossa meta principal este ano é produzir o video-clipe do “Mankind's Glory”. Mas teremos mais algumas novi-dades sonoras inclusas na banda, com novas composições, que já estão em processo de finalização. E em nossas letras, falaremos de um segmento já diferente dos outros álbuns, englobando o universo e nossa existência terráquea.

CITE DOIS SHOWS QUE MAIS MARCARAM NA SUA OPI-NIÃO, OS INTREGRANTES DA BANDA.

JF: Os shows mais marcantes para gente foram:O do Eclipse Doom em Joinville/SC em 01/11/2009. Esse evento para banda foi muito louco, pois foi na data de meu aniversário em um DOOMmingo, e então fizemos um excelente show, o melhor da banda até hoje, e no final da penúltima música, que era a “The Sin”, caí no palco devido às minhas comemora-ções antes de tocar (risos). Sendo assim, a galera que estava presen-ciando o show, me ajudou a levantar e o microfone não funcionava mais. Comecei a cantar o final da música

ENTREVISTAJONATHANFELTZVOCAL - AGONY VOICES

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sem microfone no meio da galera. Tenho um pouco de vergonha por isso, mas para quem presenciou foi bizarro, e demos muitas risadas.E o segundo show que mar-cou a banda foi o lançamento do “Mankind's Glory”, dia 16 outubro de 2015 em Pomerode, numa sexta-feira. O nosso baterista 4 dias antes do show sofreu um acidente, e a banda por unanimidade optou por não cancelar o show e tocamos com a guia da bateria gravada! Foi uma experiência animal, tanto pra gente quanto para o público e para o Luis (bateria), que foi assistir ao show de sua própria banda e nos apoiou para não desistirmos. No fim, isso rendeu alguns comentários em alguns blogs catarinenses e nossa amizade como banda evoluiu ainda mais. OD | A

Page 19: October Doom Magazine Ed 55

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CARTAZ DO SHOW DE 2015 mencionado - lançamento oficial do novo álbum Mankind’s Glory dia 16 de outubro na Wox Club

PRIMEIRO DISCO DO AGONY VOICES

MANKIND’S GLORY

2011

CARTAZ DO SHOW de 2009 - Ecplise Doom Festival

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTAJONATHANFELTZVOCAL - AGONY VOICES

QUAIS AS INFLUÊNCIAS MAIS PERCEPTÍVEIS NO SOM DA AGONY VOICES?

JF: Podemos citar como influên-cias o Paradise Lost, Moonspell, Katatonia e Rotting Christ. São as bandas que mais ouvimos, acho que isso ajuda a nos manter nesta linha musical que fazemos.

CITE DUAS BANDAS BRASI-LEIRAS, QUE NA SUA OPI-NIÃO, SÃO EXEMPLO PARA VOCÊS, EM TERMOS DE SOM.

JF: Como exemplos, podemos citar a banda Sad Theory, álbum “A ma-drigal of Sorrow”, que é uma linha de som nacional que curtimos muito, disco baseado na obra do poeta francês Charles Baudelaire. E temos a banda Sodamned, álbum

“Songs for All and None”, com uma musicalidade excelente, com letras que deixariam os cristãos horrori-zados (risos). A música “Oração à Virgem” é um exemplo, é uma ban-da que investe pesado em quali-dade sonora e gráfica e isso é uma coisa que admiramos bastante. COMENTE DE FORMA GERAL, A RESPEITO DO UNDERGROU-ND CATARINENSE: ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS.

JF: O ponto positivo do under-ground catarinense é que conta com um acervo de excelentes bandas, persistentes no cenário nacional! Há bandas com mais de 20 anos de estrada no estado, e isso nos faz pensar em seguir em frente, é como se fosse um incen-tivo. O lado negativo que vejo aqui,

é que o pessoal compra muito pouco material das bandas e não percebem que uma banda princi-palmente no underground depen-de disso para seguir em frente e projetar seu futuro, para fortale-cer ainda mais a cena metal da sua região. A hora que melhorar isso, as bandas vão agradecer ainda mais.Muito agradecido pelo espaço e a quem me aturou até o final. Quem quiser conhecer melhor nosso trabalho, acesse: agonyvoi-ces.bandcamp.com. Há também é claro, página no facebook.Abraço e até uma próxima.

LINKShttps://agonyvoices.bandcamp.com/

https://www.facebook.com/Agony-Voices-oficial

AGONY VOICES, da esquerda para direita Silvia, José, Jonathan, Luís e Aquilino

Page 21: October Doom Magazine Ed 55

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ENTREVISTADANIELROCHAGUITAR - PESTA

A Pesta lançou em janeiro de 2016 o seu primeiro Full Length intitulado Bring Out Your Dead, gravado por André Cabelo no Estúdio Engenho, em Belo Horizonte. Com pouco mais de um ano de atividade em terras

mineiras, a banda já se destaca no cenário Stoner/Doom nacional, chegando inclusive a figurar entre as bandas de Doom mais escutadas no Bandcamp.

POR Merlin Oliveira

ELA ESTÁ MAIOR E MAIS FORTE

Page 23: October Doom Magazine Ed 55

MERLIN OLIVEIRA: INICIAL-MENTE, EU GOSTARIA DE AGRADECER PELA ATENÇÃO DA BANDA E PERGUNTAR SOBRE COMO FUNCIONA O PROCESSO DE COMPOSIÇÃO DE VOCÊS E QUAIS SÃO AS MAIORES INFLUÊNCIAS DA BANDA.

DANIEL ROCHA: Nós é que agrade-cemos por mais esta oportunidade de falar do nosso trabalho numa publicação tão massa (e num nível cada vez mais profissional) quanto a October Doom. Cara, a Pesta sur-giu de um desejo antigo que eu e o Anderson Vaca tínhamos de fazer um som autoral que bebesse na fonte das bandas que nós curtimos, como Cathedral, Trouble, Penta-gram e, principalmente, Sabbath. Muitos dos riffs e ideias de músicas já tínhamos pensado e guardado no “arquivo” há algum tempo e es-tamos, aos poucos, colocando em prática na Pesta. Normalmente, o Vaca e eu montamos os “esquele-tos” das músicas, passamos para o resto do pessoal e vamos para o estúdio para acertar as coisas junto com o Flávio e o Marcos. Com os instrumentais “montados”, o Vaca escreve todas as letras e passa para o Thiago fazer os ajus-

tes e “encaixar” o vocal. Mas isso está, aos poucos, mudando com o entrosamento cada vez maior da banda e as contribuições de todos estão cada vez mais aparecendo no nosso som.

UMA DAS MARCAS DA BANDA É A ESCOLHA DAS CAPAS DOS ÁLBUNS. DE ONDE SURGIU A IDEIA DE USAR PINTURAS CLÁSSICAS COMO CAPAS?

DR: Nos dois casos, a ideia do uso de pinturas clássicas não foi algo “premeditado”. Rolou naturalmen-te. No caso do “Here she comes”, pesquisamos uma série de pintu-ras do Theodor Kittelsen sobre o folclore a respeito da Pesta e acha-mos aquela imagem que se tornou a capa do EP perfeita. É a Pesta chegando em um vilarejo (trazendo consigo a peste negra) e, no nosso caso, era a primeira amostra do nosso trabalho - a (banda) Pesta chegando e apresentando suas “le-tras sangrentas”. O próprio título do EP se relaciona a essa ideia e não a nehuma música específica. No “Bring out your dead”, nós que-ríamos algo relacionado à Peste Negra. Inclusive, a primeira letra escrita pelo Vaca para o trabalho e que se tornou a primeira

FICHA

GÊNERODoomStoner

ORIGEMBelo Horizonte, Minas Gerais

Tínhamos de fazer um som autoral que bebesse na fonte das bandas que nós curtimos, como Cathedral, Trouble, Pentagram e, principalmente, Sabbath.”Daniel Rocha, GUITARRA - PESTA

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CAPAEP2015

Here She Comes

OD | A

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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24 octoberdoom.bandcamp.com/facebook.com/OctoberDoomEntertainment/

{

música do disco é “Black Death”. “Fuçando” na internet achamos essa tela do Sabatelli e, quando vimos aqueles cadáveres empilha-dos, lembramos da frase “bring out your dead!” - que aparece numa cena clássica do Monty Phyton - e ali já amarramos a capa e nome do disco. Aproveitamos a oportunida-de para agradecer aos amigos que deram o tratamento nas imagens deixando-as com um aspecto mais sombrio: Alexandre Golgher, no caso do EP, e Zé Luiz Campos Ro-cha no “Bring out your dead”.

COMO FOI A REPERCUSSÃO DO PRIMEIRO ÁLBUM FULL LENGTH DA BANDA?

DR: Com toda a sinceridade, a re-percussão tem nos surpreendido positivamente. Nós ficamos satis-feitos com o disco e com o belís-simo trabalho que o André Cabelo fez na produção, mixagem e mas-terização, mas não esperávamos que ele seria tão bem recebido as-sim. Nossa cota de downloads gra-tuitos no bandcamp se esgotou em menos de 24hs; mesmo tendo co-locado o álbum com a opção “name your price”, recebemos várias contribuições e críticas altamente

ENTREVISTADANIELROCHAGUITAR - PESTA

positivas dos usuários do band-camp; logo após o lançamento já começaram a pintar vários reviews nacionais e internacionais com críticas altamente positivas, etc. E tem sido muito bacana porque essa divulgação está sendo espontânea e feita por uma porção de pessoas e mídias com quem nunca tivemos nenhum contato prévio. Estamos recebendo mensagens de belgas, suecos, espanhóis, ingleses, etc. nos parabenizando pelo trabalho. Muito gratificante ver que a galera gostou do nosso trampo.

EM JANEIRO DE 2015 VOCÊS LANÇARAM SEU PRIMEIRO TRABALHO, O EP “HERE SHE COMES”, E COMEÇARAM A FAZER SHOWS. COMO AVA-LIAM O RESULTADO DO PRIMEIRO TRABALHO, FOI POSSÍVEL ATINGIR BEM O PÚBLICO?

DR: O “Here she comes” foi um bom “cartão de visita” que desper-tou o interesse da galera que curte o nosso estilo de som e abriu as portas pra gente tocar em locais e eventos muito bacanas. Fizemos alguns shows bem legais. De fato, a gente toca ao vivo bem menos do

que gostaríamos. Mas a correria da vida e as dificuldades para ajustar agendas, questões profissionais e familiares dos 5 membros da banda inviabilizaram nossa par-ticipação em vários eventos para os quais fomos convidados. Eu mesmo tinha que dar aula todas as sextas-feiras até 22:30 da noite. Aí já “matava” todas as possibilidades de tocarmos fora de BH sexta-fei-ra. Como diria o filósofo, “são os ossos no orifício”.

AINDA FALANDO SOBRE OS SHOWS DE 2015, VOCÊS TO-CARAM AO LADO DE BANDAS COMO SATURNDUST, NECRO E METALMORPHOSE. HOUVE ALGUM SHOW MAIS IMPOR-TANTE PARA A CARREIRA DE VOCÊS ATÉ ENTÃO E QUE ACARRETOU EM ALGUMA MUDANÇA NA BANDA?

DR: Bom, acho que três shows que fizemos em 2015 foram mar-cantes pra gente. Inicialmente, nossa primeira experiência fora de BH tocando no SUD Fest orga-nizado pelo nosso mestre Gustav Zombetero em São Paulo ao lado do sensacional Letters From. Foi uma experiência muito massa. A

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A DOOMED BLOGFOR DOOMED PEOPLE {

oportunidade de tocar no Exhale The Sound aqui em BH também foi incrível. O evento, as bandas, a es-trutura em termos de equipamento que nos foi oferecida foi “coisa de primeira”. Não sei se o melhor foi tocar ou poder ver bandas mara-vilhosas como Necro, Saturndust, Hierofante, etc. Por fim, o último show que fizemos, no Garajão em Ipatinga. Creio que foi o nosso show mais “maduro” e com o qual ficamos mais satisfeitos com nossa performance. Isso sem falar do

local e público do evento. Muito massa mesmo. O pessoal inclusive filmou uma parte do show que está disponível no Youtube. Procurem lá por nossa participação no progra-ma “Ao Vivasso”.

VOCÊS SÃO ORGANIZADO-RES DO EVENTO CHILDREN OF THE SABBATH, QUE TRAZ BANDAS DE TODOS OS CAN-TOS DO PAÍS PARA TOCAR EM BELO HORIZONTE. COMO FUNCIONA O EVENTO E COMO

ESTÁ SENDO A EXPERIÊNCIA DE TRABALHAR COM VÁRIAS BANDAS DO MESMO ESTILO DE VOCÊS?

DR: O Children of the Sabbath foi uma ideia que o Vaca e eu tivemos quando surgiu uma possibilidade da Pesta fazer o show da abertura da Banda Vol. 4 (cover de Black Sabbath) aqui em BH. Como o Vaca também toca no Vol.4 e cuida da agenda da banda, começamos a trabalhar com algumas

EM PÉ: ANDERSON VACA, Flavio Freitas e Daniel Rocha. Sentados: Thiago Cruz e Marcos Cunha

OD | A

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datas de shows deles (que levam um bom público de fãs de Black Sabbath) para abrir espaços para bandas autorais cujo som reflita as influências “sabbáthicas”. E é legal que é uma oportunidade de levarmos o som autoral para um público que normalmente só vai a eventos de bandas “cover”. E esse pessoal tem gostado da experiên-cia de ouvir algo novo. Aí já rolou Pesta, Governator Insane e Fodas-tic Brenfers de BH tocando. Tam-bém conseguimos trazer o doom clássico maravilhoso do pessoal do Dirty Grave (SP) que fez um show-zaço. No último dia 16 de janeiro o Letters From (RJ) iria tocar, mas, devido à chuva, rolou um caos no aeroporto de Confins e os caras não conseguiram chegar em BH. Outras oportunidades surgirão. Já estamos pensando em algumas coisas aqui para as próximas edi-ções e teremos bons Children of the Sabbath ainda em 2016.

COMO VOCÊS AVALIAM A CENA DE MÚSICA PESADA NACIONAL EM 2015 E O QUE ESPERAM PARA 2016?

DR: Cara, acho que tem muita coisa boa aparecendo por aí . E olha que eu sou um cara meio saudosista que, em termos de música nacio-nal, ainda escuto os meus clás-sicos eternos, como Sarcófago e Chakal. Mas tem muita banda boa pintando por aí. E falando da nossa experiência de palco mesmo, to-camos junto com bandas citadas aí

antes – Letters From, Governator Insane, Dirty Grave, Saturndust, Necro, etc. - que fazem um som de primeiríssima e que, pessoalmen-te, coloco no meu som pra escutar junto com as coisas gringas e não ficam devendo nada. Além das bandas, estão rolando vários even-tos que têm ganhado espaço e im-portância como o Exhale the Sound e o Festival Rock do Deserto, pra citar só dois que conheço “in loco”.

PARA 2016 VOCÊS PRETEN-DEM FAZER MAIS SHOWS NA TOUR DE SUPORTE AO NOVO ÁLBUM? PODEMOS ESPERAR MAIS SHOWS DA PESTA EM OUTROS ESTADOS?

DR: O objetivo deste ano é tocar bem mais do que em 2015. Neste ano ficamos muito focados na gra-vação do “Bring out your dead”. Agora, após o lançamento do novo álbum, já temos um repertório “redondinho” pra apresentar e pre-tendemos apresenta-lo. Nós que-remos demais fazer apresentações

ENTREVISTADANIELROCHAGUITAR - PESTA

em outros estados. Havendo convi-tes e viabilidade, estamos a fim de colocar nosso som na estrada.

O QUE OS FÃS PODEM ESPE-RAR DA BANDA NESSE ANO DE 2016?

DR: Além dos shows, estamos pen-sando em lançar um ou dois vídeos de músicas do novo álbum. Vamos ver se ainda no primeiro semestre já lançamos algum. Também, ape-sar de termos acabado de lançar o disco, já estamos trabalhando em músicas novas. Dando tudo certinho, no começo de 2017 já vem mais material novo da Pesta por aí.

10_ MAIS UMA VEZ AGRADE-ÇO PELA ATENÇÃO E DISPO-SIÇÃO DE TODOS E CONCLUO DEIXANDO UM ESPAÇO PARA OUTROS COMENTÁRIOS E MENSAGENS QUE QUISEREM PASSAR!

DR: Valeu demais pela oportunida-de de falar um pouquinho do atual momento da Pesta. Estamos mes-mo muito felizes com a boa aceita-ção do nosso trabalho e esperamos que os leitores da October Doom nos acompanhem aí no Bandcamp, Facebook, etc. para ficar a par do que está rolando e do que vai rolar com a banda. Valeu! OD | A

LINKShttps://bandapesta.bandcamp.com

https://www.facebook.com/bandapesta

No começo de 2017 já vem mais material novo da Pesta por aí.”Daniel Rocha, PESTA

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FIRST FULL LENGTH ALBUM

BRING OUT YOUR DEAD

2016

CURRENTMEMBERSThiago CruzVocal

Marcos ResendeGuitarra

Daniel RochaGuitarra

Anderson VacaBaixo

Flávio FreitasBateria

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A estória começa em Washington/DC, com tentativas frustradas com as bandas Maca-bre e Death Row - 2 bandas consideradas

pré-Pentagram, o período de ativida-de das tais são de 1971 até 1983. Em 1984 viria ao mundo dos vivos uma

Lenda Viva. Esse processo acabou mudando a sonoridade da banda, adquirindo mais peso e obscuridade, mesmo assim, o material composto na década de 70, fugia dos padrões da época por sua agressividade e simplicidade, era direto, queria te prender e te atormentar, esses materiais vocês podem constatar em algumas compilações que os Pentagram lançaram.

ESSENCIAIS

ORIGEMViginia, USA

FICHA GÊNEROSHeavy MetalDoom Metal

POR Gustav Zombetero

O REGISTRO QUE MARCOU UMA GERAÇÃO

RELENTLESSANO 1993PEACEVILLE RECORDS

VOCALSBobbyLieblingFoto: Gene Smirnov

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Outro fato interessante é que quando lançado o debut da banda (conhecido como Relentless), ele se chamava apenas “Pentagram”. O bolachão foi lançado pelo selo do baterista da banda - Joe Has-selvander, em 85. O nome do selo? Adivinha... Pentagram Records.

Em 1993, a Peaceville Records relançou o disco, agora sob a alcu-nha de Relentless e com uma capa que eu garanto a vós todos que já fez com que muitos desinformados confundissem o play com algum outro dos Venom... A posição das faixas também foram mudadas em relação ao lançamento de 1985.

Outra coisa que chama a atenção é o fato duma banda tão original e importante passar tanto tempo nas sombras da Música Pesada, eles só chamaram alguma atenção após a Peaceville ter trazido de volta ao ‘mercado’ o debut. No meio do ca-minho disso (entre 85 e 93) temos o “Day of Reckoning” de 87 - lançado pela Napalm records, é praticamen-te uma continuação do debut, sem tirar, nem por. Reza a lenda, que toda essa frustração impulsionou o vocalista Bob Liebling a se afundar nas drogas e por não conseguir se tornar uma estrela do Rock, sim, ele queria ser uma, naqueles tempos, acho que muita gente queria, assim como querem até hoje. No agora, os Pentagram vivem um momento foda, apesar de só contar com Bob e com algumas participações de Victor Griffin (ambos da formação original) em shows, Bob com mais

de 60 anos e com uma aparência debilitada, acabaram de excursionar pela Europa. A Europa está vivendo um revival de Música Pesada Lenta e Chapada muito intensa, digamos que para quem entende, conhece e admira os Pentagram, Bob pode se considerar uma estrela, ou simples-mente, um Mestre.

A musicalidade do disco se tra-duz em 2 palavras: UMA AULA, crú, sinistro, pesado, a típica marreta-ção, doses cavalares do baixo de Martin Swaney, os riffs clássicos e os poucos solos de Griffin... Bob e sua vibe dum vampiro medieval, sua voz única, seu modo único de cantar e de interagir como se fosse um play ao vivo. Ninguém ali era profissional ou virtuoso, uma vez mais afirmo que esse é o encanto do Doom Metal, a versatilidade do conjunto da obra. Não existe pos-sibilidade alguma d’eu comentar faixa por faixa ou sequer destacar alguma faixa, deve-se deixar o play rolar e adentar-se sem pensar em olhar para trás ou em voltar a si! OD | A

PENTAGRAMANO 1985PENTAGRAM RECORDS

facebook.com/OctoberDoomOfficial

https://www.youtube.com/watch?v=2Nl0mGn_RLE

LINKS

FORMAÇÃO QUE GRAVOU O PRIMEIRO DISCO - HASSELVANDER - MARTIN SWANEY - GRIFFIN E BOB

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Lembro quando o Merlin me apre-sentou uma faixa da sua nova ban-

da, uma faixa intitula-da “I Am the Shaman”, até então, uma sono-ridade por mim nunca ouvida em nosso país. De uma sensibilidade poética, dum peso bem encaixado com doses de psicodelia... Foi assim que conheci os DUNA, BRISA E CHAMA, a partir daí, a coisa só poderia melhorar.

No dia 17 de Janeiro os caras lançaram o Ep homônimo, total-mente cantado em português, um caldeirão de experiências tanto musicais quanto existenciais, um pé nos anos 60/70, outro no Stoner e uma vez mais, com uma carga poética admirável.

Como a suavidade duma brisa que lhe refresca nesse clima tro-

RESENHAS

POR Gustav Zombetero

DUNA, BRISAE CHAMAANO 2016

1 1 - Duna, Brisa e Chama 05’46’’

2 - Doutor do Tempo 05’46’’

3 - Apocalipse XXI 05’55’’

4 - Cana 06’23’’

5 - Baião 07’09’’

pical, a obra se inicia com “Duna, Brisa e Chama”. A voz absur-damente marcante de Anna já nos acalenta a alma sem o mínimo esforço, o andamen-to lento e púrpura, aliado a acidez típica duma banda seten-tista. Anna eleva sua

voz fazendo o corpo todo arre-piar enquanto de fundo, Merlin a acompanha sutilmente, um breve solo atordoante e Merlin quebra o clima, ensandecido, cantando a última estrofe da faixa.

“Doutor do Tempo” começa, um órgão bem encaixado e o anda-mento lento vão te transportando pruma série de TV. Essa faixa é uma homenagem (pelo menos eu creio que seja) ao seriado Doctor Who, como não a assisto não posso me adentrar no assunto, apenas posso me limitar a dizer que essa

O PRIMEIRO REGISTRO DA BANDA BELORIZONTINA

DUNA, BRISA E CHAMA FOI FORMADA EM 2014 NA CAPITAL MINEIRA

DIVULGUE SUA BANDA

Envie seu material com todas as informações para nosso email

[email protected]

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LINKShttps://dunabrisaechama.bandcamp.com

faixa carrega uma bela poesia aliada a uma sonoridade chapante, seu encerramento é marcante com uma pegada circense e espacial e um solo muito bem executado.

Uma vibe mais Bluesera é o que encontramos na “Apocalipse XXI”, a partir dessa faixa, as coisas vão se distanciando um pouco, os caras são versáteis, não seguem uma linha reta e parecem estar experimentando em total despren-dimento. A letra nos faz pensar que enquanto alguns desperdiçam suas vidas com o que os faz bem mesmo que isso os destruam pou-co-a-pouco, outros se encarregam de se incomodar com essa escolha.

Na terra da cachaça, nada melhor do que intitular uma faixa de “Cana”, acredito ser uma auto-biografia do rolê belo-horizontino, como se quem escreveu a letra tivesse chego da rua com a ‘ideia alterada’ e rabiscou suas impres-sões. Também transcreve a ideia de se dopar por pura vontade para não se afogar tanto nesse mundo careta e obsoleto. A sonoridade dessa faixa é mais “Stoner’n’Roll” e o destaque fica para a cozinha, João e Daniel se revezam num bai-le de marretação atordoando seus tímpanos.

O encerramento do Ep é sur-preendente, “Baião” não se resu-me apenas ao título da faixa, o que temos aqui é um baião com distor-ção e peso, um absurdo, roqueiro não gosta de baião, ainda bem que eu não sou roqueiro! A letra é uma epopeia malandra e sorrateira feita a sapiência dos nossos Mestres do nordeste. Pra elevar o contexto de admiração ao trabalho dos músi-cos da nossa terra, a literatura e o cinema também foram incluídos, são alusões à obra teatral de Aria-

no Suassuna - O Auto da Compa-decida - e a personagem de Chicó, imortalizado por Selton Melo no cinema. Por fim, o homenageado mais explícito não poderia ser ou-tro a não ser... Lampião! Lampião em guerra com as hostes infernais, a droga que esses caras usam é boa! Agora aperte o play sem se importar se vai voltar ou não, viaje no tempo, viaje pr’onde quiser ir. OD | A

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Um ano após seu Ep de estréia - “Here She

Comes” os também belo-horizontinos debutam com o já ovacionado “Bring Out Your Dead”, munido de 6 faixas mais 2 passagens de baixo fomentando a ideia duma divisão em atos, algo assim... A formação sofreu alterações, com a saída de Rodrigo Buzelin (ba-teria), Flávio Freitas assumiu o seu lugar, mais uma guitarra foi adicionada, ficando a cargo de Marcos Resende. O conteúdo lírico permanece o mesmo, uma certa fixação pela Idade Média, temas bíblicos, desolação, morte e afins... nada do que não sejam os temas tipicamente abordados no Doom Metal, isso já mostra que os caras estão do lado clássico da coisa,

POR Gustav Zombetero

BRING OUT YOUR DEADANO 1993PEACEVILLE RECORDS

sem firula, uma ode aos antigos e a con-tinuação daquilo que já foi feito. Partindo desta premissa, fica fácil entender o que nos aguarda ao dar o play. Um fato

interessante é de que no dia do lançamento o play alcançou 200 downloads no bandcamp da banda, em sua maior parte, o play foi em sua maioria baixado pelos gringos, uma dura realidade do público bra-sileiro... Ainda bem que isso não intimida os caras, até porque todo mundo sabe qual é a real daqui, mas o amor, a dedicação e a reve-rência à Música Lenta e Chapada esmaga todo esse infortúnio que ronda as nossas bandas, a teimosia sempre triunfa!

“Black Death” é o anúncio da atribulação sonora, isso aqui é Doom Metal nas mais impuras en-tranhas do inferno, tudo reto num

1 - Black Death 05’25’’

2 - Words of a Madman 05’42’’

3 - The Butler Did It 00’33’’

4 - Intimate 04’42’’

5 - March of Death 04’30’’

6 - The End is Near 00’54’’

7 - The 4th Horseman 05’17’’

8 - Possession 07’22’’

RESENHAS

2DIVULGUE SUA BANDA

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ANALISE DO SEGUNDO ÁLBUM DA BANDA

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33facebook.com/OctoberDoomOfficial

peso arrebatador, não só Freitas marreta seu instrumento, as cor-das fazem o mesmo! Logo, riffs são despejados no alto-falente e Thiago começa a desenrolar os fa-tos macabros. É inegável o sabba-thismo presente na sonoridade dos Pesta, assim como em todas as bandas lentas que rumam por esse tipo de som. Um fato interessante dessa faixa é o solo de guitarra, me fez lembra a vibe Death/Doom dos anos 90, é a mesma distorção usa-da pelos Paradise Lost, por exem-plo. Puta que pariu, minha mente já tá latejando!!!

Em ritmo mais cadenciado inicia-se a “Words of a Madman”, uma vibe mais Stoner/Doom, as cordas em acordo, a cozinha... cara, que peso absurdo! As técni-cas vocálicas de Thiago dão o ar da graça, muito profissional. Mais uma vez uma pequena passagem que me faz lembrar da sonoridade dos anos 90. Fazendo jus a escolha de soar como as bandas clássicas, esta faixa tem um refrão marcante que se arrasta até o fim.

“The Butler Did It” é uma atuação do obviamente baixista, Anderson Vaca. “Intimate” tem um groovado à la bandas estadu-nidenses, porém, no meio disso os caras resgatam novamente aquela transição Stoner/Doom 80/90 com um solo tímido que não me deixa negar, a grooveira retorna afim de martelar o seu cérebro sem se im-portar com possíveis lesões!

“March of Death” é a mais direta e reta do play, rifferama cavalgada... Nessa altura você fica embasbacado ao notar a sincronia e a interação do quinteto, dizem por aí que quanto menos membros na banda, melhor é a atuação, fe-lizmente não é o caso dos Pesta.

Caralho! Olha esse solo, os caras fazem um passeio unindo todas as influências, não pode ser outra coi-sa... esse solo tá perdido em algum lugar dos anos 90 novamente n’al-guma banda de Death/Doom.

Mais uma vez Vaca entra em cena com “The End is Near”, é claramente possível notar uma “adaptação” para Marcha Fúne-bre. Parece totalmente proposital, pois a faixa seguinte é “The 4th Horsemem” ou simplesmente Morte para os íntimos. A atuação de Thiago me deixa sem palavras novamente, a rifferama oscila numa maestria impecável. O refrão e essas viradas são o ápice desta faixa acompanhados da marreta-ção impetuosa, aliás, uma banda com essa proposta sonora sem um baterista mão pesada não é uma banda com essa proposta sonora!

Os caras souberam escolher a faixa de encerramento, desta vez todo o brilho fica com o duo de 6 cordas, Daniel e Marcos acom-panhados do debulhador Vaca que elevou o seu baixo à um peso destroçador. Esta faixa é a mais pesada e a mais lenta, isso aqui é mais pura expressão do que é o Doom Metal, Thiago não canta, re-cita a letra, ou como os descolados dizem por aí, ele faz uso do spoken word. A faixa vai se arrastando pelos seus mais de 7 minutos, te empurrando pro inferno de Dante, caberá a você escolher por qual dos círculos quer perambular e se dele quererá sair após todo esse torpor sonoro. OD | A

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ENTREVISTADEWINDSON WOLFEHEARTVOCAL - WOLFHEART

Wolfheart é o mais novo projeto de Dewindson Wolfheart, vocalista e fundador da banda de Dark Metal Ravenland, de São Paulo. O Projeto,

formado em 2015, envolve no cast vários artistas convidados, vale à pena conferir. Tenham uma ótima leitura!

POR Morgan Gonçalves

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O DARK METAL DESÃO PAULO

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MORGAN GONÇALVES: OLÁ DEWINDSON WOLFHEART, TUDO BEM? QUAIS AS EXPEC-TATIVAS PARA ESTE ANO?

DEWINDSON WOLFHEART: Olá pesso-al do ODM! Primeiramente muito obrigado pelo convite para parti-cipar com essa entrevista, nesta grandiosa publicação abordando a cena Doom Metal e Dark Metal.Quanto às expectativas para este ano: bem, desde que montei a Ravenland em 1996/1997, sempre me cerquei de expectativas, com relação a formações, a gravações, a shows, tours, abertura de shows internacionais... Muitas delas obtiveram sucesso, porém algu-mas poucas me decepcionaram. Por isso, depois de quase 20 anos tenho aprendido a não me encher mais com tantas expectativas. Eu poderia dizer que: "não espero nada, assim, o que vier será lucro”, mas desejo que este ano o público possa voltar a comparecer mais nos shows de bandas nacionais, adquirir o material das bandas brasileiras como CDs, camisetas. A nossa cena com relação a bandas e mídia especializada, tem cada dia

crescido mais e mais com muita qualidade, ao mesmo nível das bandas gringas. Mas com relação a público, tem diminuído e não é somente nos shows nacionais; até em alguns shows de bandas un-derground gringas não tem havido mais público como era antigamen-te! Muitos produtores têm evitado fazer shows com bandas nacionais. Quanto à Raveland, nosso baterista Fernando Tropeço resolveu tirar uns meses de folga por motivos de saúde, então só deveremos voltar às atividades em março/abril. En-tão meu foco agora tem sido meu outro projeto WOLFHEART and The Ravens e uma participação que estou fazendo no primeiro trabalho do The Phantons of the Midnight, projeto de um amigo meu.

COM A RAVENLAND, EM 2015 FOI LANÇADO UM NOVO VI-DEOCLIPE OFICIAL. COMO FOI ESSE PROCESSO? E A REPER-CUSSÃO?

DW: Esse videoclipe para a música “Last Waltz” foi resultado de um trabalho em grupo. Meu parceiro musical e brother Rafael

FICHA

GÊNEROSDoom MetalDark Metal

ORIGEMSão Paulo

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OD | A

A nossa cena com relação a bandas e mídia especializada, tem crescido, mas com relação a público, tem diminuído.Dewindson Wolfheart, WOLFHEART

ESQUERDA PARA DIREITA (Foto página anterior): Wolfheart (vocais), Cielinszka (cello) & Fábio (violino/guitarra)

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Agostino (tecladista/guitarrista) quem filmou e editou, produzin-do-o e contando com uma equipe bem legal. Tivemos participação da Gisele Salú e as cenas extras e de drone com o Jonca Harp. Eu escolhi e dirigi os atores, recebe-mos ajuda de amigos e familiares de nossos integrantes, e para finalizar, tivemos três locações bem interessantes: um mirante em um pico muito alto em Caconde a quase 500 km de São Paulo capital; São José do Rio Pardo (nas cenas da ponte metálica) e Itanhaém no litoral Paulista, onde se passa a estória. O resultado, acredito que agradou a todos da banda e praticamente foi nosso lançamento de 2015 qua-se ao final do ano. Até agora temos recebido elogios sobre o vídeo e a música, tanto no Brasil quanto no exterior. Isso é legal, está tendo aos poucos uma boa repercussão, mas acredito que o videoclipe an-terior “End of light” teve uma re-percussão ainda maior devido a ter sido vinculado pela MTV na época, em outros programas como o STAY HEAVY, em muitos canais de TV aberta, além de TV Web. Hoje tudo se concentra somente no youtube, então limita um pouco mais re-gionalmente e ao mesmo tempo o alcance pode ser muito, mas muito maior, mundial.

VOCÊ É UM ARTISTA DINÂ-MICO E ESTÁ COM UM NOVO PROJETO. CONTE MAIS A RES-PEITO.

DW: Ah, hehehe, obrigado pelo dinâmico! Há anos tenho focado sempre na Ravenland e isso me deixa um pouco ansioso, já que seu andamento depende sempre de outros membros e nem sempre as pessoas estão 100% disponíveis, devido a outros compromissos. Então, resolvi criar um projeto pa-ralelo, trabalhar sem uma banda fixa, somente com convidados es-peciais, amigos com quem eu sem-pre quis tocar ou gravar algo junto,

sem expectativas, sem estresse. O bom é que isso está me proporcio-nando trabalhar tanto com grandes amigos do Brasil, como de outros países. Enfim, esse projeto que chamo de WOLFHEART and the Ravens, no início seria “THE POET AND THE RAVEN”, mas o Fábio Jhasko (ex-Sarcófago) que gravou comi-go (também como um dos meus convidados especiais), sugeriu o nome WOLFHEART para o projeto. Pensei em chamar os convidados de “Ravens”, assim ficou o nome WOLFHEART AND THE RAVENS. Bem, no dia 05 de fevereiro agora (2016) sai o lançamento do primeiro single, que contou com algumas parcerias, como: Marcelo Varge (Neoplasia), Rafael Agostino (Ra-venland) e a convidada especial Roberta Phantons (The Phantons of the Midnight). Além desse single intitulado “Ravphoenix (...From ashes)”, eu e o Thiago Andúcias (Nervochaos) temos um álbum com 9 músicas em fase de grava-ção das vozes.A música será lançada exclusi-vamente em primeira mão na Europa, pelo maior programa de Portugal, SOS Metal Radio Show da Rádio FM Antena 1# de Braga pelo MJ Imperatore. Na sequência sairá em formato digital, logo nas sema-nas seguintes em formato físico.

ENTREVISTADEWINDSON WOLFEHEARTVOCAL - REVELAND

isso está me proporcio-nando tra-balhar tanto com grandes amigos do Brasil, como de outros países.”Dewindson Wolfheart, WOLFHEART

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HOUVE PARTICIPAÇÃO SUA DE GRAVAÇÃO EM TRIBU-TO AO BATHORY. EXPLIQUE MAIS AO PÚBLICO LEITOR SOBRE A ATUAÇÃO.

DW: Sim! Foi uma honra participar desse projeto grandioso, envol-vendo várias bandas homenagean-do Quorton e sua obra. O convite foi feito pelo alemão Wolf G. Berg, idealizador do projeto. Ele pre-tende lançar ainda no início deste ano na Europa em formato Vinil duplo e em CD triplo, contendo um encarte/revista com entrevista das bandas participantes. É realmente um projeto grandioso, inclusive ele busca um selo Brasileiro para lançar por aqui em parceria.Esse também foi o primeiro pas-so para esse meu projeto solo WOLFHEART and the Ravens, nele

eu convidei meu grande amigo e músico qual admiro imensamen-te, o Fábio Jhasko, que gravou as guitarras e violinos; já para o cello, pensei também não só em um vio-loncelista que tocasse bem, mas que tivesse a ver com o projeto, com o espírito contido nele, algo real, não músicos contratados, mas pessoas quem realmente gostassem do BATHORY e conhe-cessem seu trabalho e quisessem homenageá-lo. Então assim esco-lhi a violoncelista que participou gravando com o HellLight - Cielins-zka Wielewski. Com isso, escolhi a música “The Ravens”, do álbum “Blood on the Ice” e fiz uma “medley” com duas estrofes da “Fine day to die” do “Blood Fire Death”. O resultado ficou legal e foi bem elogiado pelo idealizador do projeto, que colocou-

-o para encerrar o disco, devido ao significado profundo da letra dessa música com relação à partida do Quorton.

OBRIGADO PELAS NEWS! DEIXE UM RECADO AO NOSSO PÚBLICO.

DW: Bem, agradeço do fundo do meu coração de lobo pelo espaço e peço aos leitores que não deixem de conferir o lançamento deste meu novo projeto! Tenho certeza que vai agradar. Grande abraço a todos sob as asas dos corvos e mantenham-se Doom or be doo-med! OD | A

facebook.com/OctoberDoomOfficial 37

www.facebook.com/WOLFHEARTandTheRavens

LINKS

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POR Rodrigo Bueno

DYING BEAUTY & THE SILENT SKY

ANO 2016

Após 3 demos e um EP lançados sob a alcunha de Cemetery Fog, estes finlandeses optaram por mudar o nome de sua banda por achar que o nome antigo não

cabia mais no som em que estão execu-tando atualmente e esta nova empreitada denomina-se Asphodelus.

Se antes aquele Doom/Death Me-tal com uma pegada bem Old School predominava, agora temos um lugar a mais as melodias lembrando em muito a época “podre” do Katatonia, ou seja, este material bebe muito da fonte do Dance of December Souls.

O som apresentado aqui em compara-ção a antiga empreitada, é muito parecido e para nós apreciadores não haveria um motivo para a tal mudança de nome, mas como apenas observamos de longe, não

https://www.facebook.com/FuneralWedding http://www.funeralwedding.com/

COLUNA

IRON BONEHEAD1O RETORNO DE UM VELHO CONHECIDO

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sabemos o que ocorre internamen-te além de uma vista mudança no lineup.

Este MLP 12” intitulado “Dying Beauty & the Silent Sky” contém apenas 4 sons, sendo que uma intro, duas faixas executadas inte-gralmente e um interlúdio que leva nome do material para criar uma bela atmosfera.

“Illusions of Life” tem uma pegada do ja citado Katatonia, me fazendo lembrar da excelente “In Silence Enshrined”. Andamento lento, uma guitarra fazendo a linha guia para para o restante do grupo. Para não ficar na morosidade, presenciamos algumas mudanças de andamento, deixando a faixa um pouco mais rápida e ao fundo se fazem ouvir algumas vozes femini-

ORIGEMHamina, Finlândia

FICHA

GÊNEROSDeath Doom

LABELIron Bonehead

TRACKLISALBUMAsphodelus – Dying Beauty & the Silent Sky (Iron Bonehead)

1. Intro2. Illusions of Life3. Dying Beau-ty & the Silent Sky4. Nemo Ante Mortem Beatus

LINKShttps://www.facebook.com/Asphodelus

nas completando a harmonização.“Nemo Ante Mortem Beatus”

segue nesta mesma pegada, ou seja, melodiosa mas ao mesmo tempo com uma crueza ímpar. Te-mos uma participação feminina e não apenas no coro para dar clima. Esta faixa é mais trabalhada do que a anterior devido aos elementos citados e se o próximo lançamento (full-lenght prometido para este ano) vier nessa linha, agradará em cheio não só os fãs órfãos do Ka-tatonia do início dos anos 90, mas todo apreciador de um excelente Doom/Death Metal. OD | A

facebook.com/OctoberDoomOfficial 39

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COLUNA

ORIGEMDrammen, Noruega

FICHA

GÊNEROSFuneral Doom

LABELSolitude Productions

TRACKLISALBUMFallen(Solitude Prod)

1. Gravdans2. Weary And Wretched3. To The Fallen4. Morphia5. Now That I Die6. TheFuneral7. Drink Deep My Wounds8. Persephone

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POR Rodrigo Bueno

A banda Fallen da Noruega, é uma entidade Fune-ral Doom que conta com seu fundador Anders Eek como atual

e único membro e neste material que foi lançado via Solitude-Prod no ano de 2015 nada mais é que seu único álbum + 2 bonus track.

Na época do lançamento de A Tragedy’s Bitter End, tínhamos em sua line up o falecido guitarrista Christian Loos e Kjetil Ottersen no baixo, teclado, vocais e guitarras adicionais.

Eek e Loos também tocavam junto em outra entidade norue-guesa denominada Funeral. Mas vamos no ater neste álbum em específico.

O andamento é lento, arrasta-do no melhor estilo Funeral Doom, mas não pense você caro leitor, que os vocais de Kjetil são aqueles vocais cavernosos ultra urrados, muito pelo contrário, são limpos, compassados e até mesmo hip-notizantes e podemos sentir isso

logo de cara na faixa de abertura “Gravdans”.

O andamento moroso continua em “Weary and Wretched” e aqui os vocais são graves, no melhor estilo Peter Steele, em modo comparativo.

O som do Fallen é majestoso e até mesmo poético numa certa forma de ver e compreender o som que eles fazem. Lembro de ter escutado pela primeira vez logo após o seu lançamento lá em 2004 e havia achado muito bom com excessão dos vocais. Com o passar dos anos e com o amadu-recimento pessoal e ao escutar este disco periodicamente, não consigo imaginar uma forma que melhor casasse o vocal ao som do Fallen.

Seguindo adiante outras faixas que podemos destacar em meio a toda essa depressão é “Morphia” e “Now That I Die”.

As duas faixas bonus contidas nesta coletânea são “Drink Deep My Wounds” e “Persephone” que é a versão coverizada do Dead Can Dance.

Ambas as faixas foram extraí-das de versões demos do vindouro segundo álbum deles e que certa-mente nunca iremos ver a luz do dia devido a partida do guitarrista Christian Loss.

Mas fica aqui o belo registro desta banda de Funeral Doom, Fallen.

FALLEN

ANO 2015SOLITUDE PRODUCTIONS

LINKShttps://fallendoom.bandcamp.com/releases

FALLEN: NOVO CORPO, ESPIRITO ANTIGO

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ENTREVISTAMARKRAINBOWVOCAL/BASS - DIRTY GRAVE

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Dirty Grave é um trio oriundo de Orlândia/SP - os caras lançaram uma Demo e um Ep em 2013 e 2014 respec-tivamente. A banda executa um Doom Metal tradicio-nal na veia dos Pentagram, Saint Vitus e Sabbath. No momento eles estão trabalhando no que será o Debut da banda.

POR Bruno Braga

A EXTREMA VERDADE DO DOOM METAL

FICHA

GÊNERODoom Metal

MARK RAINBOW: Saudações a todos os leitores do ODZ! É uma honra fazer parte desta equipe guerreira que luta contra a maré afã de re-verenciar a Música que mais gos-tamos, saúdo as bandas que lutam diariamente por um espaço de direi-to neste imenso Underground.

GUSTAV ZOMBETERO: SAU-DAÇÕES MARKÃO, MAIS UMA VEZ ESTOU A TE INDAGAR SOBRE A IDEALIZAÇÃO E OS RUMOS DOS DIRTY GRAVE. COMO MANDA A CARTILHA, COMECE MOSTRANDO PROS LEITORES, QUEM SÃO, QUAN-DO E POR QUE OS DIRTY GRAVE SURGIRAM AO MUN-DO DOS VIVOS?

MR: Saudações Gustav, e a todos que estão contribuindo para o cres-

cimento do Doom aqui no Brasil. No final de 2013 foi que a Dirty Grave deu as caras, éramos uma dupla, o guitarrista Victor e eu com o que restava rsrs, baixo, vocal e a bateria eletrônica.Não sabíamos muito a respeitos de outras bandas brasileiras de doom nem de fãs do estilo a não ser um pessoal do facebook que demons-trava interesse na música lenta. Aqui em nossa região, Orlândia, interior de São Paulo, mas interior mesmo rsrsrs, até quem curte me-tal, Black Sabbath, não conhece o Doom, ou sabe muito pouco, então demorou muito para que o doom chegasse até a gente aqui. Foi re-parando nos logos em camisetas de alguns de nossos ídolos na música que descobrimos este mundo que eu considero ser algo a parte do que conhecemos como

facebook.com/OctoberDoomOfficial

OD | A

CURRENTMEMBERSMark RainbowBaixo e Vocal

Victor BergyGuitarra

Arthur AssisBateria

CAPADemo2013

ORIGEMOrlândia, São Paulo

DIGITAL

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metal. Digo a parte, pois vejo que as bandas de doom são sinceras ao extremo, o que você vê ali é o que são realmente, seria fácil fazer um som para atrair maior público, ganhar uns trocados a mais, mas estamos falando de seres que não conseguem fingir. Isso foi o que nos deixou tão apaixonados pelas ban-das clássicas do estilo e tínhamos que dar o nosso tributo, fazer o nos-so som.Depois disso a procura por um baterista e a firmação como uma banda foi apenas o resultado do lançamento do nosso primeiro EP. Não sei dizer o que esperava com aquilo, sei que estamos mui-to atrasados aqui, no geral, mas fizemos com o que tínhamos e lançamos. A aceitação do nosso primeiro material e as criticas construtivas vinda de pessoas que conhecem o doom muito mais do que a gente e sabem do que estão falando foi o que nos fez centrali-zar na música e buscar mais.

LEMBRO DE TER OUVIDO PELA 1ª VEZ O SOM DA BAN-DA NUM GRUPO QUE CRIEI NO FACEBOOK (DOOM BE DOOMEDORFUCK OFF), LEM-BRO TAMBÉM DE ARREGALAR OS OLHOS AO OUVIR AQUILO, POIS ATÉ ENTÃO, EU NÃO ME LEMBRAVA DE TER OUVIDO UMA BANDA BRASILEIRA EXECUTANDO UM DOOM ME-TAL TRADICIONAL. PORTAN-TO, COMO FOI ESSA ESCOLHA DE FAZER UM SOM PRATI-CAMENTE RARO E UM TANTO

DESCONHECIDO DO “GRANDE PÚBLICO”?

MR: Isso foi fácil, foi só ouvir o Re-lentless e pronto, a alma já estava nas mãos do cão hahaha. Foi bem por ai mesmo, eu nunca fui de gos-tar de bandas só porque são de rock ou são famosas, aliás eu gosto do que considero boa música e creio que boa música não esteja ligada a um estilo único e tão pouco a gran-des públicos.Quando tive contato com Penta-gram, os vocais de Bobby, o som rústico, eu senti medo, aquilo era de verdade, eu estava com os fones de ouvido e voltando do trabalho para casa de Caloi Ceci e me sentia andando de Harley nos anos 70 com um bando “caras maus”.Foi nisso que a gente pensou quan-do escolhemos fazer este som, ape-nas em tirar algo que precisava sair daqui de dentro.

A PRÓPRIA BANDA AFIRMA A TRINCA QUE INFLUENCIA SEVERAMENTE A SONORIDA-DE; SABBATH, PENTAGRAM E SAINT VITUS, NÃO É NEM UM POUCO POSSÍVEL EU DIS-CORDAR DE TAL AFIRMAÇÃO, ALÉM DISSO, UMA FRASE QUE REAFIRMA: “WE’RE NOT HERE TO INNOVATE, WE’RE HERE TO CELEBRATE THE DOOM”. CLARO QUE É NOTÁVEL A DE-SENVOLTURA COM A INTER-PRETAÇÃO DA BANDA, NEM DE LONGE O SOM SOA COMO UMA MERA CÓPIA, INTER-PRETO ISSO COMO A CON-TINUIDADE DO ESSENCIAL, PORÉM, COMO EU JÁ HAVIA COMENTADO NA PERGUNTA ANTERIOR, ESSA PEGADA É UM TANTO DISTANTE DO QUE OS OUVIDOS DA GALERA ESTÃO ACOSTUMADOS (OU, COMPLETAMENTE ESTAGNA-DOS), É FATO QUE A BANDA CHAME MAIS A ATENÇÃO LÁ FORA DO QUE AQUI?

MR: Exatamente isso Gustav, nós sentimos isso logo no começo de tudo, mas não é nada que nos desa-nime, acho até engraçado. A acei-tação de fora foi muito boa, tivemos que explicar algumas coisas para alguns gringos que nos pergunta-vam sobre a gravação tipo “ hey a música é ótima, mas a guitarra não parece ser muito boa”, eles queriam saber sobre a banda, ouvir mais, foi bom ver gente envolvida com o que nós gostamos curtindo o nosso som. OD | A

ENTREVISTAMARKRAINBOWVOCAL/BASS - DIRTY GRAVE

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Foi só ouvir o Relentless e pronto, a alma já estava nas mãos do cão hahaha.”Mark Rainbow, DIRTY GRAVE

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Toda semana um novo vídeo

Acesse o canal e confira

ApresentaçãoRafael Sade

ProduçãoLast Time Produções

LastNews

/LastTimeProduções/LastTimeProduções

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NA EXECUÇÃO DA 1ª DEMO FOI FEITO USO DUMA BA-TERIA ELETRÔNICA, É PER-CEPTÍVEL, MAS NADA QUE ATRAPALHE A AUDIÇÃO, A GUITARRA FICOU UM POU-CO BAIXA, ISSO SE DEVE AO FATO DA PRODUÇÃO, MIXA-GEM E AFINS TEREM FICADO A CARGO DE VOCÊS MESMOS? NADA QUE NÃO SEJA MAIS UMA REALIDADE DURA DAS BANDAS DAQUI, É MELHOR VOCÊ MESMO FAZER AS COI-SAS DO QUE ENTRAR NUM ESTÚDIO CLASSE A E O PRO-DUTOR NÃO TIVER CONHE-CIMENTO EM DOOM METAL HAHAHAHA.

MR: Sim, a culpa é toda minha rs-rsrs, mas não é por opção, e além de não saber muito sobre gravação e mixagem, nossos instrumentos e meu PC são puras merdas, isso me irrita muito, mas é pior para outras pessoas, só o que eu não consigo é

deixar uma idéia por não ter como executá-la, se eu disser que tudo foi captado com um microfone Ca-rol de 30 reais ligado a uma entra-da simples de mic no computador, bem foi isso mesmo que aconteceu, nós pegávamos caixas empres-tadas para ensaiar rsrsrs, ainda não está muito diferente hoje, mas trabalhamos para melhorar e não o contrário.

JÁ EM “VOL II.” É NOTÁVEL O AMADURECIMENTO E A QUA-LIDADE DA COMPOSIÇÃO, AGORA COM UM BATERISTA DE CARNE E OSSO E GRAVADO NUM ESTÚDIO... COMENTE SOBRE ESSE NOVO PROCESSO NA CAMINHADA DA BANDA.

MR: Bom nosso batera, o Arthur, tem mais osso do que carne, rsrs-rs, mas foi ótimo tê-lo encontrado porque ele não só tocou nas gra-vações e ensaios como se propôs a ajudar a banda em tudo, gravações,

shows, só foram possíveis depois da entrada dele na banda. Os en-saios trouxeram amadurecimento para a banda.Já as gravações foram um pro-cesso mais de aprendizado do que tudo, eu aprendi que não sei nada, rsrsrs, sério mesmo, não sou fã destas gravações, e isso se deve a mim mesmo, pela falta de experiência, tanto o Victor como eu percebemos que não é só entrar em estúdio, precisa-se de bons instrumentos para con-seguir os tons desejados e quan-to a regulagem das caixas então, caixas ótimas, mas que nunca havíamos tido um contato a pon-to de saber utilizar. Nossa sorte foi o dono e produtor do estúdio que conhece metal, viu o que a gente precisava e ajudou muito. Eu gravei os vocais de uma forma direta, mas nem um pouco a von-tade, foi difícil me soltar. Espero fazer um trabalho melhor na se-gunda vez.

ENTREVISTAMARKRAINBOWVOCAL/BASS - DIRTY GRAVE

SINGLE

VOL. II

2014

DIGITAL

INDEPENDENTE

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A BANDA REALIZOU ALGUNS SHOWS, PASSARAM POR SAMPA E BELO HORIZONTE AO LADO DOS PESTA (PRA-TICAMENTE PARCEIROS EM SONORIDADE), COMO FORAM ESSAS EXPERIÊNCIAS? ESTÃO COM NOVAS DATAS?

MR: Foram as melhores experi-ências em shows, em banda, que eu tive. De inicio confesso que sou tímido, mas depois tudo flui naturalmente, estes shows foram importantes para a banda porque conheceríamos amigos que vêem apoiando a banda e nos fazendo crescer, são ótimas recordações e espero que haja mais, ainda não temos novas datas, mas confesso que gostaria muito de tocar ao lado dos Witching Altar.

SEI QUE A BANDA ESTÁ TRA-BALHANDO NUM DEBUT, COMO ESTÁ O ANDAR DA CARRUAGEM? EXISTE UMA DATA DEFINIDA PARA O LAN-ÇAMENTO? HÁ POSSIBILIDA-DE DE LANÇAR O MATERIAL EM FORMATO FÍSICO?

MR: Não há data, mas já temos o debut todo composto, estamos fa-zendo algumas gravações caseiras para ver como tudo esta soando e o que falta agora é gravar em estúdio. O Victor e eu planejamos começar com estas gravações ainda nos pri-meiros meses deste ano. Sobre o formato físico, é o que mais gostaríamos, e assim que tivermos as primeiras gravações vamos à busca de apoio para lançar isso.

A BANDA BUSCA ABORDAR TEMAS OBSCUROS, A DEMÊN-CIA HUMANA ENTRE OUTRAS MAZELAS DO INTELECTO DE-TURPADO DA ESPÉCIE, ISSO

SIMPLESMENTE ACONTECEU OU FOI PROPOSITAL, UMA VEZ MAIS FAZENDO JUS AOS ANTIGOS?

MR: Acho que um pouco dos dois, é disso que eu gosto de ouvir como poderia falar de outra coisa. Um professor uma vez me disse para eu pensar antes de falar, mas logo em seguida voltou atrás e disse que era melhor eu não dizer nada porque só pensava besteira, acho que isso resume tudo.

CARA, É ISSO. AGRADECIDO POR SUA ATENÇÃO, ESSE ESPAÇO É LIVRE PARA VOCÊ FINDAR ESSA ENTREVISTA COMO QUISER! AVE DIRTY FUCKING GRAVE!!!

MR: Como quiser? Bom, vai todo mundo se fuder! OD | A

Já temos o debut todo composto, estamos fazendo algumas gravações caseiras para ver como tudo esta soando e o que falta agora é gravar em estúdio.”Mark Rainbow, DIRTY GRAVE

LINKShttps://dirtygrave.bandcamp.com

https://www.facebook.com/officialdirtygrave

47facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ENTREVISTAMARIO ROMANETVOCAL/BASS - PSICORRAGIA

Psicorragia é uma banda de Doom/De-ath Metal, sitiada na capital Peruana. O quinteto possui nada menos que 21 anos de atividade, e este mês, lança seu segundo disco “Madremuerte”, através dos selos MFL, da Rússia e

Postunder, do Peru. Fiz uma entrevista bem baca-na com o vocalista e baixista da banda, e o resulta-do vocês conferem agora!

POR Fernando Martinez

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O DOOM/DEATH PERUANO E SUA VELHA CARA

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FERNANDO MARTINEZ: OLÁ, MARIO! PARABÉNS PELO NOVO DISCO! O PRIMEIRO ÁLBUM DO PSICORRAGIA FOI LANÇADO EM 2001, E 14 ANOS SEPARAM "LA PASIÓN DE LO MORTAL" DE "MADREMUER-TE". OQUE MUDOU NA BANDA DURANTE ESSE PERÍODO?

MARIO ROMANET: Muito obrigado pela entrevista. Sim, foram muitos anos desde o último álbum, mas temos nos mantido ativos, com

lançamentos de alguns EPs. A banda continua quase a mesma em alguns aspectos, como por exem-plos, a formação ainda é a mesma daquela época, com exceção de um. Nós também permanecemos fanáticos pelo Doom e pelo Death Metal, e a banda continua com a mesma identidade sonora, no entanto, algumas coisas muda-ram, principalmente no sentido de composição e a manipulação de instrumentos e sons. Eu acredito que graças a essas mudanças, este

álbum atingiu uma marca: é o mais próximo do conceito musical que sempre tivemos dentro de nós.

QUANTO TEMPO FOI REAL-MENTE GASTO NA PREPARA-ÇÃO DE "MADRE MUERTE"?

MR: Toda a 2014 foi dedicado à gravação para ter o álbum pronto. Antes disso, tivemos de compor e arranjar as músicas, que durou provavelmente mais de um ano. OD | A

facebook.com/OctoberDoomOfficial 49

FIRST FULL LENGTH ALBUM

MADREMUERTE

2016

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PSICORRAGIA É SUA ÚNICA BANDA, OU HÁ OUTROS PRO-JETOS EM QUE VOCÊ PARTI-CIPA? QUAL É A SITUAÇÃO, NESTE SENTIDO, DOS OUTROS MÚSICOS DA BANDA?

MR: Eu fui um dos fundadores da Psicorragia em 199 e tenho tocado em uma base casual com algumas bandas como músico ao vivo e mú-sico de ensaios, mas a minha outra banda formal é a Evil Damn, com quem produzo Death Metal em seu mais selvagem e negro sentido. Antonio (tecladista) também tem sido parte de projetos ao vivo e de sessão, e Teo (bateria) é o que pertence com mais bandas. Ele é o baterista do Epilepsy (Thrash Me-tal) e Eternal Exhumation (Death Metal).

O NOVO MATERIAL DO DIS-CO SOA MUITO MODERNO, DANDO AO MESMO TEMPO UMA BOA POSSIBILIDADE DE RECONHECER O SEU ESTILO INDIVIDUAL. O QUE VOCÊ PARTICULARMENTE GOSTA-RIA DE CHAMAR A ATENÇÃO DO OUVINTE, E QUE INOVA-ÇÕES QUE VOCÊ GOSTARIA DE OBSERVAR?

MR: Eu Não tenho muita certeza se chamaria de "moderno". Este estilo leva duas tendências an-tigas do metal extremo, Death e Doom Metal e nós somos segui-dores dos clássicos em ambos os

estilos. Provavelmente soa como algo novo, porque temos procu-rado combinar os dois estilos e fazê-los se tornar um. Coloca-mos uma grande quantidade de escuridão e espírito negro nele. Foi-nos dito anteriormente que o estilo da banda tem um som mui-to original e que gostaria que ele permanecesse dessa forma. No entanto, o nosso estilo não está ligado de forma alguma às novas tendências de metal moderno. Que o som é único, nos lisonjeia que eles digam isso, mas nós seguimos o caminho dos estilos fundadores negros.

SEUS GOSTOS MUSICAIS MU-DARAM DE ALGUMA FORMA DESDE O LANÇAMENTO DE SEU PRIMEIRO ÁLBUM?

MR: De modo nenhum. Desde en-tão até agora a nossa religião per-manece Death e Doom Metal. No início dos anos noventa estávamos totalmente loucos por Death Metal, principalmente da Flórida, com bandas como Morbid Angel, Death & Deicide. Claro que, na América do Sul tivemos nossos próprios deuses: Mortem, Sarcófago, Sepul-tura, Masacre, para citar alguns. E a partir do velho continente que nos infectamos com Pestilence, Entombed, Unleashed, Grave, Asphyx, entre outros. Pouco depois nos deparamos com todo o ataque Doom Metal, principalmente com a triade lançada pela Peaceville: My

Dying Bride, Anathema e Paradise Lost. Continuamos a procurar e encontrar bandas nas trilhas mais deprimentes do metal, e bem, tan-tos ramos musicais foram funda-mentais para criar Psicorragia. Até hoje continuamos maníacos de to-das essas bandas do passado, mas sempre ouvimos novas bandas em ambos os estilos. Pessoalmente, tenho vindo a adicionar às minhas preferências bandas de outros estilos, como os nascidos de Black Metal e seus derivados

O NOME DO NOVO ÁLBUM E SUAS TRILHAS SUGEREM PENSAMENTOS SOMBRIOS. CONTE-NOS SOBRE A LETRA DE "MADREMUERTE". QUAL É A IDEIA PRINCIPAL QUE LIGA OS TEXTOS?

MR: E sempre foi assim na história da banda. A morte é o nosso tema principal e tudo gira em torno dele. Ao longo dos anos temos sempre falou sobre a morte em qualquer assunto, mas sentimos que era hora de dedicar um álbum inteiro a ela. O momento era pre-ciso, porque este álbum marcou nosso retorno para os álbuns completos. As letras da banda são sobre o lado negro da existência: o lascivo, podre, funesto. Mas devo dizer que temos aproveitado este álbum para criar histórias e sua própria mitologia, algo que tínhamos pendente por um longo tempo. OD | A

ENTREVISTAMARIO ROMANETVOCAL/BASS - PSICORRAGIA

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A morte é o nosso tema principal e tudo gira em torno dele. Ao longo dos anos temos sempre falado sobre a morte em qualquer assunto.”

Mario Romanet, PSICORRAGIA

ORIGEMLIma, Peru

FICHA

GÊNEROSDoom MetalDeath Metal

LINE UP Mario RomanetVoz e baixo

Alick González Guitarra

Marco BorraGuitarra

Antonio DuncanTeclado

Teo SucheroBateria

CAPAS

La Pasión de lo Mortal (2011)

facebook.com/OctoberDoomOfficial 51

Sátira Macabre(2011)

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Facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ATÉ ONDE EU SEI, HOUVE UM MOMENTO EM QUE VOCÊ JO-GOU COM BANDAS COMO DIS-MEMBER E PANDEMIA. COM QUEM VOCÊ GOSTARIA DE DI-VIDIR O PALCO AGORA?

MR: É uma questão complicada porque existem várias ótimas bandas com quem gostaríamos de tocar, muitas deles foram funda-mentais para a nossa vida musical. Elas vêm à minha mente em dife-rentes estilos Incantation, Autopsy, Acheron, Morbid Angel, My Dying Bride, Moonspell…

DE MODO GERAL, QUAIS SÃO OS PLANOS PARA SHOWS?

MR: Atualmente nós tocamos em alguns concertos. Fizemos algumas turnês dentro do Peru, mas supomos que com este novo álbum, vamos estar se movendo ao redor, tendo mais concertos. Alguns anos atrás, a oportunidade de viajar para várias cidades na América do Sul surgiu, mas não pode ser concretizada. Esperamos que desta vez podemos dar conti-nuidade à presente dívida.

O ÁLBUM "MADREMUERTE" FOI LANÇADO EM DOIS SELOS EM DIFERENTES PARTES DO MUNDO, E IMAGINO QUE NÃO FOI FÁCIL ORGANIZAR UMA COISA DESSAS. CONTE-NOS COMO VOCÊS FIZERAM ISSO?

MR: Chegar lá levou tempo. Como você adivinhou, não foi assim tão simples, nós tivemos que trabalhar duro. Haviam rótulos interessada em lançar "Madremuerte", mas as datas que eles sugeriram para lança-lo estavam muito longe, já que eles já tinham agendas com-pletas. Em um ponto o proprietário da Postunder, Selo Peruano que trabalha com Ícaro Prods (que tem Necropsya e Anal Vomit em suas fileiras), nos convidou para uma reunião para discutir a produção e assim, assinamos um contrato com eles. Pouco depois MFL Records da Rússia também responderam favoravelmente e decidiu fazer a edição europeia de "Madremuer-te". Fizemos os respectivos acor-dos com ambos os rótulos e com isso, conseguimos o sonho de fazer o lançamento, quase na mesma data, em ambos os continentes.

ENTREVISTAMARIO ROMANETVOCAL/BASS - PSICORRAGIA

ENTRE OS NOSSOS LEITORES, TALVEZ, HÁ AQUELES QUE NÃO SÃO FAMILIARIZADOS COM O TRABALHO CRIATIVO DE PSICORRAGIA COM TUDO, O QUE VOCÊ GOSTARIA DE DI-ZER-LHES?

MR: Se você está no Death/Doom Metal e a escuridão é a sua com-panheira, você pode tomar o tempo e nos ouvir. Nós completamos 21 anos no cenário sul-americano e estamos de volta com um novo álbum, passando por todos os

LINKShttps://psicorragia.bandcamp.com

https://www.facebook.com/psicorragia

PSICORRAGIA É:Mario Romanet - Voz e baixoAlick González - GuitarraMarco Borra - GuitarraAntonio Duncan - TecladoTeo Suchero - Batería

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extremos, desde a escuridão até o caos, e, visite a nossa página de fãs no www.psicorragia.com ou encontre-nos no Facebook.

OBRIGADO PELAS RESPOS-TAS INTERESSANTES. SE VOCÊ QUISER, VOCÊ PODE DESEJAR ALGO PARA OS LEI-TORES OUTUBRO DESGRAÇA MAGAZINE.

MR: Obrigado novamente por este espaço e saudações a todos os seus leitores. Saúde! OD | A

A oportunidade de viajar para várias cidades na América do Sul surgiu, mas não pode ser concretizada. Esperamos que desta vez poder dar continuidade à presente dívida.”

Mario Romanet, PSICORRAGIA

facebook.com/OctoberDoomOfficial 55

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T ragedy Garden nasceu no estado do Paraná na cidade de Colorado em meado de 2003. A banda carrega em sua sonoridade um death/doom bem cadenciado

é pesado. Tragedy Garden ja lançou em sua carreira os álbuns “Silent Symphony” lançado em 2003, “Enemy Time”, lançado em 2005, álbum esse que teve relevantes elogios pela crítica especializada e “Follow The Insani-ty” em 2008. O line up é formado por Marcio Valério (vocal), Vitor Carnelossi (guitarra), Rodolfo Santana (baixo) e Marcão Azevedo (bateria). E nessa edi-ção a Tragédia ira nascer nas páginas do October Doom Magazine.

ENTREVISTAMARCIO VALÉRIOVOCAL - TRAGEDY GARDEN

POR Morgan Austere

OS JARDINS DA TRAGÉDIA

MORGAN AUSTERE: NAS MI-NHAS ENTREVISTAS E SEMPRE DE PRAXE PERGUNTAR SOBRE AS INFLUÊNCIAS DAS BANDAS E COMO ELAS AFETARAM O TRABALHO DA BANDA. QUAIS SÃO AS INFLUÊNCIAS DO TRA-GEDY GARDEN?

MARCIO VALÉRIO: Nossa prin-cipal influência foi o PARADI-SE LOST, com certeza, mas, sempre ouvimos outras bandas como: ETERNAL SORROW, GODGORY entre tantas outras inclusive de outros estilos como AMEN CORNER, GOREFEST, THE MIST, e assim nasceu o TRAGEDY GARDEN.

ORIGEMColorado, Paraná

FICHA

GÊNEROSDeathDoom

CAPAS

Coletânea Rock Soldiers

Enemy Time

TRAGEDY GARDEN

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COMO SURGIU O TRAGEDY GARDEN? QUAIS FORAM AS PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS DURANTE ES-SES 15 ANOS DE BANDA?

MV: O Tragedy Garden nasceu de um projeto cover mal sucedido chamado SLEPLESS, com o fim da banda o então batera Marcão Azevedo teve a ideia de uma nova banda com músicas autorais, trocamos apenas um membro da formação anterior e a coisa en-grenou, com relação às dificulda-des são as de todas as bandas fal-ta de espaço no mercado, a cena metal da cidade muito fraca, além do mais por morarmos numa cidades pequena ela é totalmente dominada pelo sertanejo, mas com muito esforço e dedicação conseguimos nosso reconheci-mento. O PRIMEIRO EP DA BANDA FOI SILENT SYMPHONY COMO FOI A COMPOSIÇÃO DO MATERIAL E EM QUE ANO ELE FOI LANÇA-DO? E COMO FOI A RECEPÇÃO DELE NO PAÍS?

MV: Cara composição não teve um tema a ser seguido, as letras já estavam prontas e as utiliza-mos porque queríamos lançar um ep para ver como seria a recep-ção do trampo já que éramos desacreditados por algumas pessoas e, felizmente ele foi muito bem aceito o que fez com que aparecessem vários convites

para shows e o disco foi lançado em meados de 2003.

A FAIXA INNER ABYSS SAIU NA COLETÂNEA ROCK SOL-DIERS 10 QUE TEVE AMPLA DISTRIBUIÇÃO NA ALEMANHA COMO OCORREU A PARTICI-PAÇÃO DO TRAGEDY GARDEN NESSA COLETÂNEA?

MV: Cara eu não me recordo plena-mente, mas acredito que o Marivan Ugoski da UGK Discos tenha ouvido o nosso som num programa de metal que o Flávio Soares do LE-VIAETHAN tinha em Porto Alegre, e aí ele nos contatou e o entendi-mento entre as partes foi tranquilo.

LANÇADO EM 2003 O ÁLBUM ENEMY TIME TRAZ NA CAPA A FIGURA DE UM CEMITÉRIO, COMO FOI A ESCOLHA DA ARTE DO ÁLBUM? E SOBRE O NOME DO DISCO “ENEMY TIME” - INIMIGO DO TEMPO - A CAPA, NOME E AS LETRAS ESTÃO TODOS CONFIGURAM PERFEITAMENTE O QUE A BANDA TENTA TRANSMITIR. E COMO TODA ESSA LETARGIA AFETA A BANDA?

MV: Nesse álbum sim priorizamos um tema, que foi a ação devasta-dora que o tempo exerce sobre o ser humano, o tempo que deixa marcas no rosto, o tempo que leva as pessoas que amamos, o tempo que nos consome a cada segundo, por isso o nome ENEMY TIME e

o final de tudo é o cemitério, por isso ele brilha em nossa capa, e, a impressão de letargia é proposital pq nossa proposta musical sem-pre foi sombria e melancólica, por isso também utilizamos bastante a linguagem metafórica.

E SOBRE O FUTURO DA BANDA O QUE O FUTURO NÓS RESER-VA? ALGUM ÁLBUM, DEMO OU EP NOVO?

MV: Cara o nosso futuro é uma incógnita, pois já estamos parados a quase dois anos por não termos batera, pois, o baterista da formação original precisou deixar a banda por problemas particulares, convidamos outro cara mas o perfil dele não era o que queríamos então o dispen-samos e, desde então estamos em estado de hibernação, kkkkk, since-ramente não sei o que irá acontecer.

NOVAMENTE AGRADEÇO A PAR-TICIPAÇÃO DA BANDA, GOSTA-RIA DE DEIXAR ALGUM RECADO PARA OS FÃS DA BANDA?

MV: Obrigado Morgan pelo espaço cedido ao TRAGEDY GARDEN e uma sombria saudação a todos os bangers que sempre estiveram ao nosso lado, nos encontraremos nas sombras em breve, hail me-tal!!!! OD | A

LINKShttps://www.youtube.com/watch?v=pIT_4Lbp9F8

facebook.com/OctoberDoomOfficial 57

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MORGAN GONÇALVES: GEN-TE, VOU CONFESSAR QUE JÁ HAVIA MUITO FALAR SOBRE A DUNA, MAS AINDA NÃO TINHA TIDO TEMPO E OPOR-TUNIDADE DE CONHECER O TRABALHO – E QUE TRABA-LHO - DE VOCÊS. SEJAM BEM-VINDOS! A BANDA SE FOR-MOU EM 2014, MAS COMO ESSE ENCONTRO ACONTECEU?

ANNA MARTINEZ: Ainda em 2014 o Tito e o Dolivetro receberam o convite do Merlin para formar uma

ENTREVISTAANNA MARTINEZVOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA

Duna, Brisa e Chama – ou apenas Duna – é um quinteto Belo-horizontino formado em 2014 com fortes influências de Rock e de Blues, criando uma deliciosa e atraente receita com ingredientes retirados de Stoned Jesus, Black Sabbath, Led Zeppelin, entre outros.

Em janeiro de 2015, a banda lançou sua primeira single, e um ano depois, lançou o EP homônimo, que chamou a atenção dos sites sobre música autoral.

POR Morgan Gonçalves

UMA AULA DE PSICODELIA E STONER ROCK’N ROLL

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banda com ele, desde o início o plano era ter vocal feminino e tocar algo com influência psicodélica. Eles estavam sem banda na época e toparam participar, segundo o Dolivetro, tocar algo que nunca tinham experimentado. Depois do convite eles marcaram em um es-túdio pra tocar algumas músicas e perceberam que outra guitarra poderia complementar o som da banda. Nesse meio tempo, coinci-dentemente, o Merlin conheceu o Pedro na organizaçao de um even-to e eles trocaram uma OD | A

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ORIGEMBelo Horizonte, Minas Gerais

FICHA

GÊNEROSPsychedelic RockStoner Rock

CURRENTMEMBERSPedroGuitarra

DolivetroGuitarra/Baixo

TitoBateria

AnnaVocal

MerlinGuitarra/Baixo/Vocal

facebook.com/OctoberDoomOfficial

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ideia. Uns dias após esse evento, o Merlin postou num grupo voltado pra formar bandas que estavam procurando uma vocalista, dizendo as referências pra banda. O Pedro viu e gostou demais dessas refe-rências, além de ter reconhecido o Merlin do evento em que conversa-ram. Como o Pedro não é vocalista e nem mulher, ele mandou uma mensagem pro Merlin perguntan-do se ele era o cara do evento, e que se precisassem de mais um guitarrista ele topava. Ao mesmo tempo ele me mostrou o post e eu respondi que estava interessada, com muita insistência, porque eu sou extremamente tímida. Daí com todos os membros da banda a postos, selecionamos algumas músicas para tocar num ensaio e acabou rolando.

O NOME DA BANDA, ASSIM COMO O NOME DA MAIORIA

DAS BANDAS PSICODÉLICAS É BASTANTE PECULIAR. POR QUE DUNA, BRISA E CHAMA?

AM: Bem, a banda já estava for-mada mas ainda não tínhamos conseguido pensar em um nome, então pra resolver isso começa-mos um brainstorming e várias idéias foram lançadas, até que em um momento da conversa as ideias começaram a envolver elementos da natureza. No meio dessa brincadeira com esse tema, alguém ressaltou que se juntás-semos esses nomes de elemen-tos , o nome ficaria estilo “Earth Wind & Fire”. A partir disso surgiu a ideia do nome ser “Duna, Brisa & Chama”. Ainda discutimos se não seria uma boa escolha um nome um pouco menor e sim-ples, mas todos acharam o nome escolhido legal e decidimos ficar com ele.

ENTREVISTAANNA MARTINEZVOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA

Alguém ressaltou que se juntássemos esses nomes de elementos, o nome ficaria estilo “Earth Wind & Fire”. A partir disso surgiu a ideia do nome ser “Duna, Brisa & Chama”.Anna Martinez, VOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA

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O SOM DA BANDA TEM MUI-TO DOS CLÁSSICOS BLACK SABBATH, STONED JESUS E WOLFMOTHER, MAS HÁ, CLA-RAMENTE, MUITO MAIS QUE ISSO. QUE OUTRAS BANDAS SERVEM DE INSPIRAÇÃO PRO DUNA?

AM: Além dessas, Blues Pills, Sleepy Sun, Mutantes, Far From Alaska são inspirações para a banda. Mesmo que elementos de algumas delas não seja bastante aparente nas músicas, eles estão presentes de várias formas nas composições.

EM 2015 VOCÊS LANÇARAM A SINGLE I AM THE SHAMAN, QUE FOI O PRIMEIRO REGIS-TRO DA BANDA. OQUE VOCÊS DIRIAM QUE MUDOU NESSES 12 MESES ATÉ O LANÇAMENTO DO EP?

AM: Nesse último ano, acho que a banda se entrosou muito mais mu-sicalmente, o som está mais ma-duro e polido e além disso estamos fluindo melhor no palco. Também acho que estamos ganhando cada vez mais um pouco de experiência e soando melhor.

O DISCO, QUE LEVA O MESMO NOME DA BANDA FOI LANÇA-DO EM JANEIRO, PELO SELO/PRODUTORA DESERTO ELÉ-TRICO. COMO FOI A PRODU-ÇÃO DO DISCO?

AM: Além de termos contado com um ótimo artista na criação da capa, também contamos com a profissionalidade e talento do Fá-bio Mazzeu para produzir o EP. Foi uma grande experiência para todos que participaram da criação do

disco e exigiu muita dedicação de todos da banda e do Fábio, claro. Ficamos todos super felizes com o resultado final e esperamos que vocês também tenham ficado.

A CAPA DO ÁLBUM FICOU MUITO BACANA, MAS CON-FESSO QUE DAQUI, MUITO MAL PUDE VER UMA MÃO, OU ALGO ASSIM. QUEM É O AU-TOR DA ARTE E QUE IDEIA ELA DEVE PASSAR?

AM: A capa foi de autoria do Daniel Bretas, que é um artista extrema-mente talentoso. A ideia principal é misturar elementos e temas das músicas do EP na ilustração, como a T.A.R.D.I.S representan-do a música Doutor do Tempo, a garrafa representando a música Cana, chamas e dunas. Já sobre a estética, o Daniel queria fugir um pouco do “padrão” das ilustrações psicodélicas das décadas de 60-70, manter a psicodelia mas também usar expressões artísticas moder-nas (como a glitch art, por exmplo), tanto no conceito quanto na pro-dução, misturando materias como papel e tinta com o uso de métodos digitais de edição. Isso tudo casa bem com o som que fazemos, músicas que misturam influências clássicas com elementos da nossa geração.

RECENTEMENTE A BANDA TO-COU COM OS CALIFORNIANOS DO RÁDIO MOSCOW EM BH. COMO FOI ESSA PARADA?

AM: Foi loucura demais! Além de marcar o lançamento do nosso primeiro EP e o primeiro evento organizado pela Deserto Elétrico, foi uma felicidade tocar ao lado de ban-das incríveis e camaradas OD | A

EP

DUNA, BRISA E CHAMA

2016

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que são KKFOS e Lively Water e dos caras geniais do Radio Moscow que fizeram um show insano, com a casa lotada! Com certeza foi muita honra fazer parte dessa noite e foi muito especial ver o trabalho de to-dos os envolvidos valer a pena.

O MURRO É UM GRANDE PARCEIRO NOSSO, E VEM RE-VELANDO GRANDES BANDAS DO MINAS, MAS DA PERSPEC-TIVA DE BANDA, COMO ANDA A CENA EM MG?

AM: Não só as bandas de stoner e de rock em geral, mas também artistas de outros gêneros como eletrônica, experimental estão surgindo na cena autoral de Minas Gerais, em Belo Horizonte em sua maior parte. Creio que cada vez mais o público está valorizando a música autoral, marcando pre-sença nos eventos, conhecendo

as bandas, apoiando. Mesmo com esse apoio recente ainda é bastan-te luta pra tocar uma banda auto-ral, mas mesmo que seja de pouco a pouco a cena está crescendo e vai se fortalecer mais.

AGORA, DEPOIS DO DISCO LANÇADO, VAI ROLAR UMA TURNÊ DO DUNA PROS FÃS DE OUTROS ESTADOS?

AM: Vontade não falta! Estamos num processo de divulgar nos-so material e correndo atrás de shows, festivais, tanto em Belo Ho-rizonte e região quanto em outros estados também. Mas seria mara-vilhoso tocar pelo Brasil a fora.

ESTE ESPAÇO É PRA BANDA DEIXAR AQUELE RECADO ES-PERTO PARA OS FÃS E LEITO-RES DA OCTOBER DOOM MA-GAZINE. FIQUEM À VONTADE.

ENTREVISTAANNA MARTINEZVOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA

AM: Muito obrigada a todos que gostam da nossa música e que estão apoiando e divulgando nos-so trabalho, não só o nosso como também de outras bandas que es-tão emergindo. E para quem ainda não conhece a banda , esperamos de verdade que gostem do nosso som, porque a gente faz com muito suor e vontade. Vamos lembrar que hoje em dia temos muitas ban-das fodas pelo país que merecem reconhecimento, e para que isso aconteça todos nós temos que sair da zona de conforto, procurar sempre conhecer e mostrar apoio às bandas, mostrar para todos que existe som novo, autoral e de quali-dade no Brasil. Muito obrigado, meus amigos, grande abraço a todos e espero vê-los ao vivo em breve. OD | A

LINKShttps://dunabrisaechama.bandcamp.com

https://www.facebook.com/dunabrisaechamaOS MINEIROS do Duna, Brisa e Chama

Creio que cada vez mais o público está valorizando a música autoral, marcando presença nos eventos.”Anna Martinez, VOCAL - DUNA, BRISA E CHAMA

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