+ All Categories

P141-13

Date post: 25-Feb-2018
Category:
Upload: humberto-ferreira
View: 213 times
Download: 0 times
Share this document with a friend

of 24

Transcript
  • 7/25/2019 P141-13

    1/24

    O futuro digital da operao e agenciao tursticas

    The 'digital' future of operation and agency of tourism

    Resumo

    O futuro dos tradicionais intermedirios tursticos assenta numa forte concorrncia que

    passa no apenas por uma questo de sobrevivncia mas tambm de liderana,

    dominado por modelos organizacionais virtuais com grande capacidade de resistncia,

    de mudana e de sistemas interativos inovadores ancorados no potencial endgeno das

    pessoas, dos territrios e nas entidades que afirmam as diferenas legtimas e atraem os

    visitantes de forma sustentvel. A enorme quantidade e informao a ser organizada,

    gerida, distribuda e comunicada, bem como a grande influncia que a internet veio

    causar em termos de mudana profunda nos conceitos do negcio, nos mtodos

    organizacionais e sobretudo na gesto de oferta das agncias de viagens e operadores

    implica o estudo da articulao entre estas empresas e a via online. O presente trabalho

    visa obter e avaliar a opinio de diretores de agncias de viagens sobre o nvel de

    utilizao das TIC no negcio e conhecer as suas preocupaes quanto ao futuro do

    sector. O artigo est estruturado por uma fundamentao terica composta por

    abordagens alusivas ao funcionamento dos intermedirios tursticos tradicionais

    (operadores tursticos e agncias de viagens) e uma componente emprica onde se

    descreve a metodologia utilizada que envolveu a aplicao presencial de inquritos por

    entrevista a sete responsveis de empresas de intermediao turstica, a anlise e

    interpretao dos dados e as respetivas concluses.

    Palavras-chave: Turismo, Agncias de Viagens, Operadores Tursticos, Internet

  • 7/25/2019 P141-13

    2/24

    Abstract

    The future of traditional tourism intermediaries is based on a strong competition not just

    for a survival matter but also leadership, dominated by virtual organizational models

    with great resilience, of change and innovative interactive systems anchored in the

    endogenous potential of the people, territories and in the entities claiming the legitimate

    differences and attract visitors in a sustainable way. The huge amount of information to

    be organized, managed, distributed and communicated and the great influence that the

    internet has caused in terms of profound change in business concepts, in organizational

    methods and especially in the management of travel agencies and tour operators offer,

    implicates the study of the articulation between these companies and the online way.

    This work aims to obtain and evaluate the opinions of travel agencies directors on the

    level of IT use in business and their concerns about the future of the sector. This paper

    is structured by a theoretical frame composed of allusive approaches to the functioning

    of the traditional tourism intermediaries (tour operators and travel agencies) and an

    empirical component which describes the methodology that involved the application of

    an interview to a seven tourism intermediation companies directors, analysis and

    interpretation of data and our conclusions.

    Keywords: Tourism, Travel Agencies, Tour Operator, Internet.

  • 7/25/2019 P141-13

    3/24

    Introduo

    O Turismo revelou-se nas ltimas dcadas uma das maiores atividades econmicas do

    mundo. O alcance e as implicaes que a prtica turstica origina so objeto de

    apreciao e avaliao que dependem no apenas das pessoas que a observam e dos

    instrumentos utilizados para tal, como tambm dos objetivos delineados. O turismo

    avaliado de diversas formas e muitas vezes com interpretaes dspares, onde a opinio

    de quem acompanha e observa a atividade e os seus efeitos no seguramente

    uniforme. O que para uns positivo e vislumbra uma evoluo sustentvel, uma

    oportunidade de negcio, um equilibrador das balanas dos pases recetores, um gerador

    de riqueza, bem-estar e emprego e um facilitador de qualidade de vida (Santana, 1997),

    para outros apresenta-se como uma realidade negativa e dispensvel, um fator de

    ocupao de espaos, um predador do meio natural e social com gravosas

    consequncias no patrimnio cultural do destino (Greenwood, 1992; Cunha, 2012).

    A perspetiva que interessa estudar neste artigo est nuclearmente associada dos

    intermedirios tursticos tradicionais, isto , as agncias de viagens e os operadores

    tursticos. A viso que estes tinham do turismo at relativamente pouco tempo era, de

    alguma forma, baseada na dicotomia servir o turismo e servir-se do turismo. Se por

    um lado estas empresas servem o turismo atravs da organizao, promoo e

    comercializao de produtos tursticos desenvolvendo economicamente as regies-

    destino, por outro serviam-se do turismo incentivando desmesuradamente o crescimento

    insustentvel de determinadas zonas sob o propsito de lucro rpido.

  • 7/25/2019 P141-13

    4/24

    Certo que, independentemente da perspetiva de cada uma daquelas empresas, as

    agncias de viagens e os operadores tursticos foram os grandes responsveis pela

    dimenso e projeo que o turismo alcanou e detm nos dias de hoje e a elas devemos

    o respeito e a considerao merecidos por proporcionarem fontes de rendimento a

    muitas regies do globo. Ora hoje confrontam-se com uma fase de instabilidade causada

    por inmeros fatores relacionados com a conjuntura econmica e social, bem como a

    vertiginosa evoluo das novas tecnologias. neste cenrio, ameaador ou oportuno,

    que desenvolvemos esta investigao com vista identificao das avaliaes que os

    responsveis destas empresas fazem da situao atual e quais as estratgias pensadas

    para enfrentar as vicissitudes futuras.

    Neste sentido, o objetivo central deste trabalho identificar as opinies dos

    responsveis das agncias de viagens e turismo relativamente ao futuro digital destas

    empresas. Para o efeito definimos a pergunta de partida: Passar o futuro da operao

    e agenciao tursticas pelo meio digital? Esta foi elaborada depois da reviso

    bibliogrfica que se levou a cabo, onde se registou que as tecnologias adaptadas a esta

    subrea do turismo eram o ponto mais comum entre os autores estudados. Neste

    seguimento, definimos quatro hipteses que nortearam a nossa investigao:

    H1: A internet ser a maior ameaa das micro e pequenas agncias de viagens e

    turismo.

    H2: A internet ser encarada como uma oportunidade para as mdias e grandes

    agncias de viagens e turismo.

    H3: As agncias de viagens e turismo utilizam a internet mas de forma pouco

    proveitosa.

  • 7/25/2019 P141-13

    5/24

    H4: As agncias de viagens e turismo consideram que o futuro passa mais pela

    qualidade do servio que pela internet.

    Este artigo assim composto por uma reviso bibliogrfica, em que abordaremos a

    situao atual dos canais tradicionais de distribuio turstica e as intricadas relaes

    entre eles, bem como as elevadas transformaes a que os mesmos foram forados. Em

    seguida, apresentaremos a metodologia utilizada e a anlise de contedos aos resultados

    obtidos atravs do instrumento aplicado aos responsveis de empresas intermediadoras

    de turismo e por fim as concluses e recomendaes.

    A situao atual da Intermediao Turstica

    Tal como em muitas outras subreas do turismo, as agncias de viagens e os operadores

    tursticos tm tentado adaptar-se modernizao e aos fatores decisores da qualidade

    premente. Constatamos atualmente menos burocracia, procedimentos mais rpidos e

    eficazes, o acesso mais facilitado aos seus pontos de venda, maior qualificao dos

    tcnicos de turismo face crescente exigncia e informao do turista, novos produtos e

    novos destinos, mais personalizao do servio, maior usufruto dos canais de

    informao e comunicao. Estas so algumas derivas que fazem a atividade turstica

    adaptar-se rapidamente globalizao e adotar as tecnologias como um forte parceiro

    de negcio (Abranja et al, 2012).

    O novo decreto-lei n. 199/2012, que estabelece o regime de acesso e de exerccio da

    atividade das agncias de viagens e turismo, veio adicionar mudanas determinantes

    para estesplayers, no apenas por apresentar novas regras relativas constituio e

  • 7/25/2019 P141-13

    6/24

    financiamento do fundo de garantia de viagens e turismo, mas fundamentalmente por

    promover a eliminao da distino entre agncias de viagens e turismo vendedoras e

    organizadoras. Neste sentido, uma vez que as diferenas de funes entre agncias de

    viagens e operadores tursticos vo se dissipando, usaremos em diante o termo Agncias

    de Viagens e Turismo quando nos referimos a ambas as empresas.

    De acordo com Albert (1990, citado por Abranja et al, 2012), as agncias de viagens e

    turismo devem assumir trs funes nucleares: Mediadora, Assessora e Produtora. A

    primeira a atividade que caracteriza este tipo de empresa como intermediria na

    atividade turstica, devendo o agente atuar simultaneamente em nome dos produtores e

    dos consumidores tursticos; A segunda desenvolve-se sustentada na complexidade das

    viagens e na necessidade de o agente ser um especialista, um conselheiro, um assessor

    dos turistas menos experientes apoiando-o a entender o necessrio. Para tal, implica que

    o agente de viagens e turismo tenha um amplo conhecimento de viagens (McIntosh,

    Goeldner & Ritchie, 1995); a ltima funo, mas no propriamente por esta ordem,

    enquadra-se nos dias de hoje e explicam-se pela contratao dos servios e/ou bens de

    diversos produtores pelas agncias de viagens e turismo, com o objetivo de criar,

    promover e comercializar os seus prprios produtos tursticos.

    Podemos assim avanar que as agncias de viagens e turismo devem assumir as trs

    funes principais atrs anunciadas, para fazer frente a um mundo cada vez mais global

    e de maior dificuldade em satisfazer. Segundo Buhalis (2004), as Tecnologias de

    Informao e Comunicao (TIC) tm originado transformaes relevantes na

    organizao, distribuio e operacionalizao tursticas.

  • 7/25/2019 P141-13

    7/24

    Enquanto canal de distribuio e de comunicao a internet provoca o princpio de

    uma renovao, quer em termos de padres de consumo implementados na

    sociedade, quer tambm no processo comunicacional global entre pessoas e

    organizaes (Varela & Silva, 2010).

    O Turismo um fenmeno que empurra gradualmente as suas fronteiras para cada

    vez mais longe, incrementando a sua dimenso e envolvendo um maior nmero de

    ativos no seu sistema (Buhalis & Costa, 2006). Esta atividade tem obtido um maior

    volume em todos os nveis proporcionando novas conceptualizaes (Jafari, 2000).

    No caso da atividade turstica, que vive da relao de pessoas com espaos, a

    informao assume um papel fundamental no processo de tomada de deciso e onde a

    internet se revela como vital enquanto condutor no processo de divulgao da

    informao. Cabe ao tcnico de turismo conseguir dar corpo ao sonho, socorrendo-se

    muitas vezes dos materiais promocionais impressos mas cada vez mais aos meios

    digitais que tem ao seu dispor (Abranja et al, 2012).

    Neste contexto importante reter que o turista cada vez mais autnomo, consciente e

    conhecedor das propostas da concorrncia, capaz de fazer qualquer busca individual

    sem ter de recorrer obrigatoriamente aos servios de profissionais.

    De acordo com Varela e Silva (2010), a utilizao das TIC filtra no processo de troca de

    saberes novas formas de turismo, que se prendem com o facto de o turista envolver-se

    muito mais na compra devido ao livre acesso a um maior manancial de informao que

    tem hoje, desenvolvendo ele prprio o seu produto turstico medida das suas

  • 7/25/2019 P141-13

    8/24

    necessidades. Segundo Abranja et al (2012) os turistas esto cada vez mais exigentes

    tornando o mercado mais competitivo, pelo facto de facilitar o acesso dinmico a um

    conjunto de produtos e permitir a comparao imediata. A internet revela-se neste

    contexto como um instrumento poderoso para a disputa dos mercados, representando

    uma oportunidade para os consumidores que beneficiam de uma escolha mais alargada

    de produtos, servios e preos, levando-os a adquirirem novos mtodos de compra dos

    produtos desejados. Para as organizaes encaramos a internet tambm como uma

    oportunidade, j que permite difundir a sua rea de atuao para novos mercados,

    disponibilizar diferentes produtos e servios e competir ao mesmo nvel com empresas

    semelhantes de qualquer parte do globo, pois est contactvel num espao virtual a

    qualquer hora, em qualquer dia, ultrapassando as diferenas horria e at lingusticas

    (Magalhes, 2007).

    Conforme defendem Abranja et al (2012), o recurso ao meio onlinepara a

    comercializao de produtos tursticos comeou a ser uma estratgia utilizada devido

    fora que a internet veio a ganhar a nvel mundial, criando uma srie de vantagens para

    todas as subreas da atividade. As empresas ligadas comercializao de viagens

    apostam cada vez mais no comrcio eletrnico para aumentar a quota de mercado,

    chegarem mais longe e tornarem-se crescentemente competitivas.

    Em face do que fica exposto, faz-nos certamente refletir sobre a necessidade de haver

    intermedirios se o turista puder reservar diretamente (Abranja, Costa & Martins, 2010).

    sob esta reflexo que desenvolvemos o trabalho emprico a seguir apresentado,

    provando que a compatibilidade vivel e sustentvel.

  • 7/25/2019 P141-13

    9/24

    Metodologia

    Neste trabalho aplicmos uma metodologia qualitativa, com recurso a um inqurito por

    entrevista dirigida no estruturada a um conjunto de diretores de agncias de viagens.

    Tommos como base o nmero de agncias de viagens e turismo associadas da

    Associao Portuguesa de Agncias de Viagens e Turismo e definimos uma amostra por

    convenincia de 30 inquiridos, conseguindo 20 entrevistas vlidas.

    O instrumento de recolha de dados tinha como objetivo geral conhecer a empresa alvo e

    as suas caractersticas e funcionamento e a opinio do seu responsvel relativamente

    situao atual e futura, em termos tecnolgicos, da rea onde opera e da sua prpria

    organizao. As entrevistas foram realizadas pessoalmente, na rea da grande Lisboa,

    entre 2007 e 2012. Esta era composta por catorze questes abertas e uma de escolha

    mltipla fechada (Q.7):

    1) A que tipo de produtos e servios tursticos a empresa que representa se dedica?

    2) Como acha que a sua empresa conhecida no mercado aos olhos dos atuais e

    dos potenciais clientes e como gostaria que fosse?

    3) Qual o grande ou grandes fatores de diferenciao da sua empresa relativamente

    concorrncia?

    4) Qual a poltica da empresa com os seus recursos humanos em termos de:

    a. Contratao?

    b. Prmios? Incentivos?

    c. Avaliao de desempenho?

    d. Estgios?

  • 7/25/2019 P141-13

    10/24

    5) Como caracteriza a relao da sua empresa com os seus parceiros e qual a

    importncia que d rede de contactos?

    6) De que forma a sua empresa recorre comunicao social?

    7) Indique as cinco principais caractersticas que considera necessrias a um

    colaborador empreendedor para poder trabalhar na sua empresa.

    8) Considera a formao importante para um bom desempenho numa empresa

    desta rea? Porqu?

    9) Da realidade que conhece, considera que as licenciaturas em Portugal esto

    preparadas para formar bons profissionais nesta rea?

    10) O que acha necessrio fazer para que esta rea seja mais apreciada pelos

    estudantes de Licenciatura?

    11) Que conselhos daria a um estudante de licenciatura para se tornar melhor

    profissional?

    12) Qual para si o perfil ideal de um bom profissional nesta rea?

    13) Como v a atual crise financeira e que aes so tomadas pela sua empresa para

    lhe fazer face?

    14) Como utiliza a internet na sua empresa?

    15) Como v o futuro das agncias de viagens e turismo?

    A interpretao dos dados foi realizada atravs de uma anlise de contedo sobre as

    quinze perguntas colocadas, em que dividimos nas seguintes categorias e subcategorias:

    Caracterizao da Entidade

    1. Tipo de produtos.

    Imagem da empresa

  • 7/25/2019 P141-13

    11/24

    2. Como a empresa conhecida no mercado aos olhos dos atuais e dos

    potenciais clientes.

    3. Como gostaria que a empresa fosse conhecida no mercado aos olhos

    dos atuais e dos potenciais clientes?

    4. Fatores de diferenciao da empresa relativamente concorrncia.

    Poltica de recursos humanos da empresa

    5. Contratao.

    6. Prmios e Incentivos.

    7. Avaliao de desempenho.

    8. Estgios.

    Relaes comerciais

    9. Relao da empresa com os seus parceiros.

    10. Importncia da rede de contactos.

    11. Utilizao da comunicao social pela empresa.

    Principais caractersticas de um profissional

    12. Inovao

    13. Capacidade de anlise

    14. Criatividade e imaginao

    15.Know-how

    16. Estudo e formao contnua

    17. Liderana

    18. Assumir riscos

    19. Solucionar problemas

    20. Empatia

    21. Comunicao e linguagem

  • 7/25/2019 P141-13

    12/24

    22. Copiar outros empreendedores

    23. Rapidez de resposta

    24. Atitude

    25. Pr-atividade

    26. Aprendizagem transdisciplinar

    27. Transformar o obsoleto em moderno

    28. Transparncia

    29. Trabalho em grupo

    30. Capacidade de negociao

    31. Identificar oportunidades

    32. Intuio

    33. Perseverana

    34. Outro

    35. Perfil ideal de um bom profissional nesta rea

    Formao

    36. Importncia da formao no bom desempenho.

    37. As licenciaturas em Portugal esto preparadas para formar bons

    profissionais nesta rea.

    38. Decises para que esta rea seja uma opo mais escolhida.

    39. Conselhos para um estudante de licenciatura.

    Presente e Futuro

    40. Atual crise financeira.

    41. Aes para fazer face atual crise financeira.

    42. Utilizao da internet na empresa.

    43. O futuro das agncias de viagens e turismo.

  • 7/25/2019 P141-13

    13/24

    Anlise e interpretao dos dados

    Apresentamos em seguida a anlise apenas aos contedos mais relevantes para este

    trabalho, que se prendem com as duas ltimas subcategorias aqui expostas.

    Com base no quadro de anlise de contedo a seguir apresentado, registmos que entre

    os 20 inquiridos (100%) 10 (50%) confirmaram ter stios eletrnicos da respetiva

    empresa para comercializao dos seus produtos e servios tursticos, embora a grande

    maioria sem grande expressividade ainda. 90% destes (45% do total) atestaram utilizar

    as redes sociais, com predominncia do facebook, apenas para divulgao e promoes

    regulares. 10% dos respondentes referiram que as redes sociais so positivas para

    incrementar o relacionamento com o cliente, mas que o posicionamento empresarial

    nestas redes obriga a uma definio estratgica especfica. Conseguimos identificar

    que apenas 10% dos entrevistados que respondeu no utilizar a internet para

    comercializao se mostrou interessado em passar a utilizar em breve.

    Verificmos que 25% dos respondentes consideram a internet uma ameaa e no veem

    benefcios em si. Apesar de apontarem a internet como ameaa h quem a considere

    positiva mas mesmo assim no a utiliza. Podemos concluir que esta situao se deve,

    fundamentalmente, a razes econmico-financeiras ou ao facto dos responsveis de

    agncias de viagens e turismo desconhecerem e no se sentirem vontade com este

    canal.

  • 7/25/2019 P141-13

    14/24

    Categoria SubcategoriaIndicadores Frequncia (n

    absoluto derespostas)

    Frequnciaacumulada (n

    absoluto total derespostas)

    Presente e

    Futuro

    42. Utilizao dainternet na

    empresa

    "Se uma pessoa comprar uma viagem na internet e se perder o avio ou tiver qualquer outro tipo de problema no tem a quem recorrer. A internet nolhe resolve o problema, enquanto uma agncia de viagens resolve todo o tipo de problemas. Penso que isso bastante importante."

    "No uma ameaa, pois as coisas evoluem e ns usamos tambm a internet. Ex: venda da Festa Mgica na Disney via internet."

    " uma ameaa por haver preos mais apelativos e competitivos. Utilizamos o facebook s para divulgao."

    " uma ameaa mas temos que saber lidar. Se positivo depende do ponto de vista. Ainda no utilizamos mas estamos a providenciar."

    "Cada vez mais as pessoas comeam a perceber que comprar online mais barato mas no mais vantajoso. Ainda assim as agncias perdem umpouco com a internet. positivo porque as pessoas esto mais informadas e quando chegam a uma agncia j sabem exatamente o que querem o que

    faz com que sejam cada vez mais exigentes levando-nos obrigatoriamente a ter de progredir enquanto agentes de viagens o que no meu entender serevela positivo. Sim temos umsite de reservas online. Utilizamos o facebook para promover promoes semanais da agncia."

    "Atualmente, sem internet no existem agncias de viagens. Vendemos diretamente atravs dosite"

    "Vendemos diretamente atravs dosite. Utilizamos as redes sociais para divulgar os produtos."

    "No uma ameaa. positivo. Reservas por internet sim mas pagamentos no. Utilizamos as redes sociais para notoriedade e entrosamento com ocliente final.

    "No uma ameaa, uma oportunidade. extremamente positivo para quem c onseguir sair da redoma que se imps. Ainda no vendemosdiretamente nosite e no utilizamos as redes sociais, mas estamos a trabalhar nesse sentido."

    "No consideramos uma ameaa, mas sim mais uma oportunidade de divulgao e comercializao dos nossos produtos. bastante positivoprincipalmente para o consumidor, desde que saiba selecionaro produto que corresponda s suas expectativas. A (...) como grossista comercializaapenas os seus produtos atravs das agncias de viagens retalhistas e a comercializao nosite atravs da nossa plataforma B2B j representa cerca de85% do total das vendas. No utilizamos as redes sociais."

    " positiva mas no utilizamos."

    "A internet permite-nos alargar consideravelmente a forma como abordamos o potencial cliente, mesmo que, esta no desempenhe o papel principal devenda. No uma ameaa, mas sim uma forma de disponibilizar toda a informao existente. muito positivo e abrangente. Vendemos os nossoscruzeiros por multi-canal, permitindo ao cliente a opo de onde deseja fazer a sua reserva. Estamos agora a dar os primeiros passos nas redes sociais.Um posicionamento empresarial nas redes sociais obriga a uma definio estratgica muito concreta, sendo que, o objetivo sempre o de poderinteragir com o cliente e potencial cliente."

    "Enquanto ameaa consideramos a falta de conhecimento dos clientes no geral em conseguirem manusear de forma simples os nossossites dereservas, entre outros. E mesmo quando conseguem realizar a sua reserva, existem receios e certas hesitaes relativamente prpria c ompra, uma vez

    que nem todas as pessoas se sentem confortveis em disponibilizar o nmero do seu carto multibanco atravs da internet. Existe a vertente positivaenquanto a internet se revelar uma ferramenta atravs da qual os clientes podero realizar os seus feedbacks em relao aos servios prestados queexperienciaram, assim como ainda um outro ponto positivo estar relacionado com o facto de a internet ser uma ferramenta til para transmisso deinformao e divulgao. A empresa disponibiliza umsite (...) dedicado especialmente hotelaria e outro, que ser o site 'principal' da empresa, ondeas pessoas podem realizar as suas reservas de mais tipos. A empresa usufrui de uma pgina de facebook, twitter, bloge ainda uma conta no youtube.Utilizamos estas redes sociais nomeadamente para divulgao, feedback e lanamento de produtos e servios."

    " mais ou menos uma ameaa mas positivo. No vendemos pelosite nem temos redes sociais."

    " uma ameaa para empresas que no se atualizam tecnologicamente. Claro que positivo; hoje em dia podemos comunicar com qualquer canto domundo facilmente. Basta tirar partido da plataforma. Vendemos diretamente nosite, mas obrigamos o cliente final a escolher o seu agente de viagem,

    20 39

  • 7/25/2019 P141-13

    15/24

    para gesto da reserva. Usamos as redes sociais para divulgao de produto e interao com clientes."

    "No uma ameaa, at porque a concorrncia sempre saudvel e h mercado para todo o tipo de clientes. positivo pois dinamiza o negcio.Vendemos atravs dosite e usamos as redes sociais para publicitar."

    " uma ameaa. Tem vantagens e desvantagens. Vendemos atravs dosite e usamos as redes sociais para promoo."

    "Boa para algumas coisas, mas a nvel de concorrncia, uma pedra muito dura de combater."

    "No considero uma ameaa, mas sim uma oportunidade para quem a souber utilizar. positivo porque permite ter balces de venda em casa dosclientes. Vendemos atravs dosite mas ainda no expressivo, mas tem vindo aumentar as vendas. Estamos neste momento a dar os primeiros passos,com uma nova colaboradora que tirou uma licenciatura em Marketing (know-how em webmarketing)."

    "A internet tem um enorme perigo para o cliente: d cada vez menos segurana na compra de viagens. Fecharamsites de venda de bilhetes de avio poras pessoas terem comprado viagens e ser tudo uma fachada. Eu trabalho tambm no aeroporto e j me deparei com inmeros casos destes. Alm de queos sites vendem mais caro que as agencias fsicas. O preo que um site apresenta inicialmente no o preo final de venda porque se esquece por vezes

    das taxas que as pessoas tm que pagar entrada do aeroporto, etc. H pessoas que vo viajar com o dinheiro contado e chegam a essas situaes e notm dinheiro! No vendo diretamente no meusite. Primeiro porque ainda no o tenho construdo (risos) mas quando o tiver tambm no vou vender.Vou apenas ter as informaes de tudo o que tenho para vender. As pessoas vo poder fazer reservas mas apenas largaro dinheiro perante a minha

    presena na agncia."

    43. O futuro das

    agncias deviagens e turismo

    "O futuro das agncias de viagens est dependente do futuro do pas e de como o mercado turstico se adaptar crise."

    "Os grandes grupos vo ficando, mas as pequenas iro fechar como por exemplo osfranchisings."

    " preciso mudar por completo a imagem das agncias de viagens no mercado. Assumirem-se como um servio de consultoria."

    "Sempre existiram e continuaro a existir, apesar da crise, no caso de Portugal, o Turismo, representa uma boa fatia no PIB, e a Agncia de Viagens um veculo indispensvel."

    "O mais importante para termos e mantermos no futuro (j agora para qualquer agncia de viagens) ser: o bom atendimento e simpatia; confiana,sendo um referencial numa rea e para algumas pessoas. Isto um ponto de partida e manuteno, e passa muitas vezes para um cliente, que setransforma numa famlia toda, nos amigos, na empresa, a propaganda boca a boca; experincia e segurana na venda dos servios; ajuda pr e psvenda. Este contacto direto com o cliente o diferencial, tendo em conta que a internet muitas vezes no responde todas as dvidas e esclarece o queo passageiro precisa."

    "Julgo que cada vez mais as pessoas vo voltar s a gncias de viagens visto que se apercebem cada vez mais dos problemas que existem ao compraronlinej que mais barato mas quando alguma coisa corre mal no existe um livro de reclamaes. Talvez as agncias com espao fsico abertovenham a fechar (tambm devido crise e ao exagero de agencias que h abertas) havendo cada vez mais as agncias online mas com servio declientes."

    A curto prazo representa um negcio difcil e a mdio longo prazo espera-se superar a crise."

    "Com apreenso. Tero que apostar como mais-valia aos clientes ou sairo de cena."Seguindo a lgica do que tem vindo a ser falado no sector, considero que os agentes de viagens so cada vez mais, consultores de viagens. Elesrepresentam a linha de frente das agncias de viagens e, em nome dos fornecedores, oferecem servios aos viajantes, com base no seu conhecimento eexperincia. O papel do consultor de viagens continua a ser essencial para preservar o auxlio aos clientes na elaborao dos melhores roteiros para osseus programas de frias. O surgimento da Internet no sector do turismo lanou o debate sobre futuro das agncias de viagens, e penso que necessriocontinuar a trabalhar com empenho na adaptao s novas tecnologias. necessrio apostar na dinmica do online e dar mais importncia informaoque temos dos clientes para us-la a nosso favor."

    "O futuro das agncias de viagens e turismo passa por uma adaptao da forma de comercializao dos produtos e sustentado mais numa consultadoriade viagens e turismo do que em simples comissionistas. Seguramente que nem todas as agncias de viagens sobrevivero, pois no se vo conseguiradaptar. Os clientes apenas consultaro as agncias de viagens se sentirem que elas lhe do valor acrescentado na compra das suas frias, caso contrrio

    19

  • 7/25/2019 P141-13

    16/24

    a internet consegue desempenhar esse papel sem a interveno de um profissional.

    "As boas agncias que oferecem um servio de qualidade e de manifesta mais-valia tero sempre o seu espao."

    "No caso portugus, talvez as agncias de viagens do futuro sejam mais especializadas, quer na rea do Corporate, Reunies e Incentivos, Destinosradicais, neve, cruzeiros, entre outros. Para tal, a especializao dos recursos humanos e da prpria marca sero fundamentais para um reconhecimentodo mercado."

    "Com a crise a tomar um peso cada vez maior na nossa sociedade, penso que apenas as agncias mais conceituadas continuaro a dispor de um lugarreservado no mercado, nomeadamente as empresas Viagens Abreu, Top Atlntico e GeoStar."

    "H que ser um bom profissional na rea para poder ter uma boa atitude e levar as pessoas a quando comprarem ou adquirirem algum produto estaremconfiantes tanto na pessoa que o vende, como no produto em si."

    "Creio que 2013 vai ser um ano difcil e que muitas agncias vo ter dificuldade de tesouraria, e por conseguinte, mais alguns balces vo fechar. Asagncias que se diferenciarem, e conseguirem fidelizar alguns nichos de mercado, estaro em vantagem. Para agncias apenas revendedoras, o cliente

    consegue esmagar todas as margens e portanto no vai ser muito sustentvel para estas. Outra forma de tomar a dianteira ser continuar a investir emprodutos de risco; desta forma o cliente ter sempre vantagem de reservar pela agncia de viagens e no pela internet."

    "Vo sempre existir agncias de viagens, at porque infelizmente existem muitas vigarices na internet e cpias de cartes de crdito, etc, que afectam opublico e os faz vir a agncia de viagens fsica, porque como costumo dizer quando corre bem est tudo bem, mas quando corre mal o computador noajuda a resolver."

    "No consigo ver o futuro...mas de acordo com recentes acontecimentos, acredito que a marca v contar muito, com lojas e m grandes avenidas, manteralgumas lojas emshopping, desenvolver vendas na internet e apostar no Corporate Business Travel(como call centers), para responder a clientes denegcios."

    "As agncias de Viagens tem que mudar de vida, ou seja tem que acompanhar os tempos e todas as agncias que se limitem venda tradicional vodesaparecer. Hoje em dia as agncias de viagens tm que apostar por um lado nas novas tecnologias, nos motores de busca, nas redes sociais entreoutras. Tem tambm que se especializar num determinado segmento de mercado e serem excelentes nesse segmento. As agncias generalistascomeam a ter muitos problemas, porque operam tudo e no so reconhecidas por ningum em nada. (...). O futuro das agncias de viagens pode sermuito bom para aquelas que encontrem o seu espao e que se baseiem na diferenciao, no s das outras agncias de viagens como dos restantes

    players. interessante perceber que muitas agncias de viagens hoje em dia ainda acham que a sua concorrncia as outras agnciasde viagens, masquem pensa assim est errado, porque a concorrncia mais forte vem das companhias areas, hotis, rent-a-car e outros, porque com a criao de canaisvendas diretos aos consumidores, esto a concorrer diretamente com as agncias de viagem, logo tm de inovar na sua forma de distribuir que sejadiferente dos restantes players existentes no mercado."

    "Negro! Em Portugal muito negro mesmo. No Brasil a antiga colaboradora que tinha vende mais pacotes numa semana l que eu num ano aqui. lgico que o Rio de Janeiro no se compara connosco, mas mesmo assim, numa semana apenas!"

  • 7/25/2019 P141-13

    17/24

    Identificmos tambm quem defenda que comprar atravs da internet pode ter os seus

    benefcios mas no vantajoso, fundamentalmente porque o agente de viagens resolve

    os problemas que aquele canal no consegue. Por outro lado, 30% dos inquiridos

    asseveram que a internet no uma ameaa mas uma oportunidade de negcio, e h

    quem v ainda mais longe e defenda que as agncias de viagens e turismo que no

    figuram na internet no existem.

    Entre os inquiridos que defendem a internet consideram-na positiva porque permitem

    maior quantidade de informao ao cliente e quando este chega agncia j sabe

    exatamente o que vai comprar, facilitando muitas vezes o trabalho do agente de viagens

    mas tambm levando a que este progrida mais no seu desempenho para conseguir

    responder a maiores ndices de exigncia do novo consumidor. De salientar que a

    internet foi referida como positiva principalmente para o consumidor, desde que ele

    saiba selecionar o produto que corresponda s suas expectativas, permitindo ao agente

    alargar consideravelmente a forma como aborda o potencial cliente. Registamos

    tambm que algumas agncias de viagens e turismo tm algum receio de os clientes no

    conseguirem manusear ossites de reservas e apresentarem determinadas hesitaes

    relativamente prpria compra, uma vez que nem todos se sentem confortveis em

    disponibilizar o nmero do seu carto () atravs da internet.

    de registar a homogeneizao de opinies entre os entrevistados no que concerne s

    vantagens da internet como canal de promoo e como veculo que permite a partilha

    dos testemunhos dos turistas. Verifica-se no entanto que poucas inovam na forma de

    utilizao dos canais online, em que entre as poucas que os utilizam restringem-se a um

  • 7/25/2019 P141-13

    18/24

    site e rede social facebook e em que apenas um respondente indicou ter um canal

    youtube, um blog e utilizar tambm a rede twitter.

    Conseguimos perceber contudo que a internet uma ameaa para empresas que no se

    atualizam tecnologicamente, porque este meio permite ter balces de venda em casa

    dos clientes e possibilita a comunicao com qualquer canto do mundo; e mesmo

    sendo concorrncia sempre saudvel e h mercado para todo o tipo de clientes.

    Conclumos, neste seguimento, que ainda existe muita resistncia internet por parte

    dos responsveis de agncias de viagens e turismo, refugiando-se numa realidade que

    consideram ser passageira e enganadora em que as pessoas vo perceber isso em breve.

    Existem contudo outros entrevistados que encaram os veculos online como uma

    oportunidade e que devemos encontrar estratgias para os utilizar a seu favor.

    No que toca ao futuro das agncias de viagens e turismo as opinies dos respondentes

    divergem bastante embora se registem alguns sentimentos comuns. O principal deles

    que as agncias de viagens e turismo tm de se transformar e preciso mudar por

    completo a imagem das agncias de viagens no mercado. Regista-se, em contrapartida,

    algumas opinies de que as pessoas vo regressar s agncias devido ao crescente

    nmero de problemas sucedidos na internet, e "sempre existiram e continuaro a

    existir, "vo sempre existir agncias de viagens, at porque infelizmente existem

    muitas vigarices na internet, sem que para tal seja necessrio mudar grande coisa.

    Verifica-se assim que h responsveis que veem o futuro negro, com apreenso,

    mas acreditam que o futuro das agncias de viagens est dependente do futuro do pas

  • 7/25/2019 P141-13

    19/24

    e de como o mercado turstico se adapta crise. Com base na anlise desenvolvida,

    interpretmos que a marca contaria para a continuidade destas empresas intermedirias:

    acredito que a marca v contar muito e os grandes grupos vo ficando mas as

    pequenas iro fechar, sendo que apenas as agncias mais conceituadas continuaro a

    dispor de um lugar reservado no mercado. () 2013 vai ser um ano difcil e (), por

    conseguinte, mais alguns balces vo fechar, tambm devido crise e ao exagero

    de agencias que h abertas, pois a curto prazo representa um negcio difcil e a

    mdio/longo prazo espera-se superar a crise.". Seguramente que nem todas as agncias

    de viagens sobrevivero, pois no se vo conseguir adaptar tendo a obrigatoriedade de

    mudar de vida, ou seja tem que acompanhar os tempos e todas as agncias que se

    limitem venda tradicional vo desaparecer

    Os entrevistados que defendem a mudana avanam com algumas recomendaes que

    devem ser generalizadas a este subsetor, sendo que as mais elencadas so: apostar nas

    Novas Tecnologias (21%), nos motores de busca, nas redes sociais mas mantendo o

    servio de clientes, tendo em conta que a internet muitas vezes no responde todas

    as dvidas e esclarece o que o passageiro precisa", sendo necessrio apostar na

    dinmica do online e dar mais importncia informao que temos dos clientes para

    us-la a nosso favor."; Consultoria (16%), que se desenvolva com base no seu

    conhecimento e experincia e para preservar o auxlio aos clientes na elaborao dos

    melhores roteiros para os seus programas de frias, pois os clientes apenas

    consultaro as agncias de viagens se sentirem que elas lhe do valor acrescentado na

    compra das suas frias; Diferenciao (11%), no s das outras agncias de viagens

    como dos restantesplayers porque a concorrncia mais forte vem das companhias

    areas, hotis, rent-a-care outros, porque com a criao de canais vendas diretos aos

  • 7/25/2019 P141-13

    20/24

    consumidores esto a concorrer diretamente com as agncias de viagem;

    Especializao (11%), nomeadamente nas reas do corporate, reunies e incentivos,

    destinos radicais, neve e cruzeiros, num determinado segmento de mercado bem

    como a especializao dos recursos humanos e da prpria marca; e Atendimento

    personalizado (11%), fundamentalmente aos nveis de simpatia, confiana,

    experincia e segurana na venda dos servios, ajuda pr e ps venda.

    Registmos ainda que 10% dos entrevistados referiram tambm a necessidade de se agir

    em termos de produtos, nomeadamente no que ao risco de inovao e de novos canais

    de comercializao diz respeito, indicando que tm de inovar na sua forma de distribuir

    que seja diferente dos restantesplayers existentes no mercado.". Assinalamos ainda que

    11% dos inquiridos indicaram que as agncias de viagens e turismo devem revelar-se

    como uma mais-valia para os seus clientes, com vista fidelizao, mas no avanaram

    com o esclarecimento sobre o que seria para eles ser uma mais-valia.

    Concluso

    Tnhamos como objetivo central deste trabalho identificar os juzos de diretores de

    agncias de viagens e turismo relativamente ao futuro digital destas organizaes e o

    mesmo foi conseguido, na medida em que atravs de um inqurito por entrevista

    recolhemos testemunhos valiosos para responder ao objetivo global inicialmente

    desenhado.

    No que concerne pergunta de partida - passar o futuro da operao e agenciao

    tursticas pelo meio digital? seguro afirmar que a mesma foi respondida, tendo em

  • 7/25/2019 P141-13

    21/24

    conta que alguns dos respondentes defende com segurana que a continuidade das

    agncias de viagens e turismo passa obrigatoriamente pelo uso e abuso das

    tecnologias e da rede online. No entanto, registamos igualmente opinies divergentes

    que asseveram que a salvao destas empresas est na qualidade de servio e no mas

    tecnologias, pela frieza e insegurana que esta transmite.

    No seguimento das quatro hipteses que nortearam a nossa investigao, podemos

    afirmar que a primeira - a internet ser a maior ameaa das micro e pequenas agncias

    de viagens e turismo e a segunda - a internet ser encarada como uma oportunidade

    para as mdias e grandes agncias de viagens e turismo no se confirmam nem se

    desmentem j que confirmatrio que para alguns entrevistados a internet uma

    ameaa pelos preos e pela concorrncia que propicia, enquanto para outros uma

    oportunidade de distribuio de produtos e um incremento de mercados e das relaes

    com os seus clientes. No se confirma destas hipteses a tese de que a dimenso da

    empresa influencia a opinio sobre a internet, pois entendemos que as respostas

    positivas e negativas relacionadas com as novas tecnologias dependeram fortemente do

    perfil do entrevistado.

    Em relao terceira hiptese - as agncias de viagens e turismo utilizam a internet mas

    de forma pouco proveitosa - verificamos que esta se confirma, na medida em que dos

    50% dos inquiridos que responderam utilizar a internet a grande maioria utiliza-a apenas

    atravs de umsite e de uma rede social. Esta utilizao fundamentalmente baseada

    numa filosofia de promoo e de interao com os seus clientes e no tanto na

    perspetiva de comercializao. Conclumos tambm que a inovao no um fator

    dominante no uso das tecnologias online, j que no registmos qualquer medida

  • 7/25/2019 P141-13

    22/24

    inovadora na aposta da internet tendo em conta a imensido de oportunidades criativas

    que este canal nos proporciona.

    No que ltima hiptese diz respeito - as agncias de viagens e turismo consideram que

    o futuro passa mais pela qualidade do servio que pela internet seguro afianar que

    por um lado confirma-se, considerando que a maioria dos respondentes defende a

    qualidade do servio atravs de uma poltica de consultoria, diferenciao,

    especializao e atendimento personalizado mas, por outro lado, a hiptese no est

    integralmente confirmada uma vez que no se identifica totalmente se estes elementos

    da qualidade de servio passam igualmente por intermdio do uso das tecnologias e

    tambm porque se regista um nmero razovel de inquiridos defensores da internet.

    Face ao que fica exposto, conclusivo que as opinies dos responsveis de agncias de

    viagens e turismo no so unnimes no que ao nosso objeto de estudo diz respeito,

    devido elevada quantidade de ideia divergentes que manifestam doutrinas defensoras

    mas tambm desfavorveis da digitalizao dos servios e dos produtos tursticos

    destas empresas.

  • 7/25/2019 P141-13

    23/24

    Referncias

    Abranja, N., Alcntara, A., Braga, C., Marques, A. & Nunes, R. (2012). Gesto de

    agncias de viagens e turismo. Lisboa: Lidel.

    Abranja, N., Costa, C. & Martins, J. F. (2010). A situao dos intermedirios tursticos

    face ameaa dos canais de reserva diretos. Turismo & Desenvolvimento, pp.13-

    14 (2). ISSN1645.9261. Universidade de Aveiro.

    Buhalis, D. (2004). E-Tourism: strategic and tactical impacts of information

    communication technologies for tourism. Turismo & Desenvolvimento,1(1), pp.

    57-66.

    Buhalis, D. & Costa, C. (2006). Tourism business frontiers: consumers, products and

    industry. Butterworth-Heinemann

    Cunha, L. (2012).Economia e poltica do turismo. 3 Ed. Lisboa: Editora Lidel.

    Greenwood, D. J. (1992). La cultura al peso: perspectiva antropolgica del turismo en

    tanto proceso de mercantilizacin cultural. In Smith, V. L. (coord.)Anfitriones e

    Invitados, pp.257-279. Madrid: Endymion.

    Jafari, Jafar (2000). The tourism market basket of goods and services. Studies in

    Tourism, Wildlife, Parks, Conservation. Metropolitan: Nova Deli.

    Magalhes, S. (2007).Mercado electrnico dos servios tursticos e viagens: estudo de

    caso da presena de Cabo Verde e So Tom e Prncipe como destino nos

    grandes operadores do mercado global. Universidade Jean Piaget. Cabo Verde.

    McIntosh, R. W., Goeldner, C. R. & Ritchie, J. R. B. (1995). Tourism principles,

    practices and philosophies, 7th Ed. New York: John Wiley & Sons.

    Santana, A. (1997).Antropologia y turismo. Barcelona: Ariel.

  • 7/25/2019 P141-13

    24/24

    Varela, M. & Silva, V. (2010). O turismo na sociedade de informao. Abranja, N.,

    Carneiro, I., Coelhoso, F. & Marques, A. (Eds). Turismo Acessvel: Estudos e

    Experincias. Mangualde: Edies Pedago.


Recommended