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A PARTICIPAÇÃO ACADÊMICA NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO LIVRO BRANCO DE DEFESA: O CASO DO BRASIL. Wellington Ferreira Gomes Academia Militar das Agulhas Negras RESUMO Este trabalho tem por finalidade demonstrar que durante o processo de elaboração do Livro ranco de !efesa Nacional "L!N#$ no ano de %&''$ a metodologia de trabalho utili(ada pelo governo brasileiro$ coordenada pelo Minist)rio da !efesa$ não inclu*a as universidades nesse  processo+ Al)m disso$ tem,se a pretensão de demonstrar que as universidades estavam capacitadas tanto pelo n*vel intelectual do seu corpo acad-mico$ segundo os crit)rios da .apes$ quanto pelo capital cultural em estudos estrat)gicos e estudos de defesa$ campos de inv est igação est rei tament e vin cul ados /s pes qui sas sobre quest0es militares$ estando$  portanto$ habilitadas a debater e a influenciar na formulação de pol*ticas de defesa do Estado  brasileiro como instituiç0es participantes do processo de elaboração do L!N+ 1s principais t2picos abordados neste trabalho são3 o Livro ranco de !efesa Nacional e sua metodologia de trabalho4 e a universidade na sua relação com o Estado na !efesa Nacional+ Palavras-chav3 livro branco+ defesa nacional+ estudos de defesa+ estudos estrat)gicos+ e universidade+ !. INTRODUÇÃO 5istoricamente no rasil os temas de segurança e defesa são pouco e6plorados por setores da sociedade como da pol*tica$ da economia$ da ind7stria$ da academia$ dentre outros+ Winand e 8aint,9ierre "%&'&# afirmam que falta uma cultura de defesa no rasil e que esta constatação tamb)m ) reconhecida pelo governo brasileiro por interm)dio do documento da 9ol*tica de !efesa Nacional$ de %&&:$ onde se fa( constar que a percepção de ameaças ao territ2rio nacional est; ligeiramente apagada na mem2ria dos brasileiros+ 1liveira "%&&<# aponta quatro fatores que =ustificam o pouco interesse pelo tema3 o  primeiro di( que >ao superar o passado autorit;rio$ uma parte articulada da sociedade re=eitou as forças armadas?4 o segundo aborda sobre o descr)dito dos governantes e parlamentares da e6ist-ncia de problemas de defesa4 o terceiro fator mostra que as car-ncias sociais no rasil são tão priorit;rias que não dei6am brecha para pol*ticas p7blicas de defesa na agenda4 e$ por 7ltimo$ esse autor afirma que para os pol*ticos >os temas priorit;rios @dão votos$ a defesa nacional @não d; votos?+ Apesar do e6posto anteriormente verifica,se$ segundo MiBamoto "%&&'#$ um ra(o;vel aumento e uma maior atração dos acad-micos pelos temas de estudos estrat)gicos nas 7ltimas d)cadas+ !e acordo com esse autor$ o desenvolvimento das ;reas de .i-ncia 9ol*tica e
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A PARTICIPAÇÃO ACADÊMICA NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO LIVRO

BRANCO DE DEFESA: O CASO DO BRASIL.

Wellington Ferreira Gomes

Academia Militar das Agulhas Negras

RESUMO

Este trabalho tem por finalidade demonstrar que durante o processo de elaboração do Livroranco de !efesa Nacional "L!N#$ no ano de %&''$ a metodologia de trabalho utili(ada pelogoverno brasileiro$ coordenada pelo Minist)rio da !efesa$ não inclu*a as universidades nesse

 processo+ Al)m disso$ tem,se a pretensão de demonstrar que as universidades estavamcapacitadas tanto pelo n*vel intelectual do seu corpo acad-mico$ segundo os crit)rios da

.apes$ quanto pelo capital cultural em estudos estrat)gicos e estudos de defesa$ campos deinvestigação estreitamente vinculados /s pesquisas sobre quest0es militares$ estando$ portanto$ habilitadas a debater e a influenciar na formulação de pol*ticas de defesa do Estado brasileiro como instituiç0es participantes do processo de elaboração do L!N+ 1s principaist2picos abordados neste trabalho são3 o Livro ranco de !efesa Nacional e sua metodologiade trabalho4 e a universidade na sua relação com o Estado na !efesa Nacional+

Palavras-chav3 livro branco+ defesa nacional+ estudos de defesa+ estudos estrat)gicos+ euniversidade+

!. INTRODUÇÃO

5istoricamente no rasil os temas de segurança e defesa são pouco e6plorados por 

setores da sociedade como da pol*tica$ da economia$ da ind7stria$ da academia$ dentre outros+

Winand e 8aint,9ierre "%&'&# afirmam que falta uma cultura de defesa no rasil e que esta

constatação tamb)m ) reconhecida pelo governo brasileiro por interm)dio do documento da

9ol*tica de !efesa Nacional$ de %&&:$ onde se fa( constar que a percepção de ameaças ao

territ2rio nacional est; ligeiramente apagada na mem2ria dos brasileiros+

1liveira "%&&<# aponta quatro fatores que =ustificam o pouco interesse pelo tema3 o

 primeiro di( que >ao superar o passado autorit;rio$ uma parte articulada da sociedade re=eitou

as forças armadas?4 o segundo aborda sobre o descr)dito dos governantes e parlamentares da

e6ist-ncia de problemas de defesa4 o terceiro fator mostra que as car-ncias sociais no rasil

são tão priorit;rias que não dei6am brecha para pol*ticas p7blicas de defesa na agenda4 e$ por 

7ltimo$ esse autor afirma que para os pol*ticos >os temas priorit;rios @dão votos$ a defesa

nacional @não d; votos?+

Apesar do e6posto anteriormente verifica,se$ segundo MiBamoto "%&&'#$ um ra(o;vel

aumento e uma maior atração dos acad-micos pelos temas de estudos estrat)gicos nas 7ltimas

d)cadas+ !e acordo com esse autor$ o desenvolvimento das ;reas de .i-ncia 9ol*tica e

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Celaç0es Dnternacionais são recentes no rasil e a institucionali(ação dessas duas ;reas

ocorreu concomitante ao relativo avanço nas pesquisas sobre estudos militares e estrat)gicos+

Em ra(ão deste crescente interesse$ esse autor aponta que foram criados diversos centros

de pesquisa e n7cleos de estudos estrat)gicos$ vinculados /s universidades dentro das ;reas de

.i-ncia 9ol*tica e Celaç0es Dnternacionais$ com o fim de estudar fenmenos ligados a temas

de defesa e segurança+ MiBamoto "%&&'#$ 1liveira "%&&<# e Graça "%&'# apontam o car;ter 

interdisciplinar dos estudos estrat)gicos com outras ci-ncias$ em particular com as ;reas de

.i-ncia 9ol*tica e de Celaç0es Dnternacionais+

8egundo Graça "%&'#$ as origens dos estudos estrat)gicos remontam desde a 9rimeira

Guerra Mundial$ surgida de um movimento universit;rio na Dnglaterra+ No entanto$ foi durante

a 8egunda Guerra Mundial que os universit;rios norte,americanos organi(aram e sistemati(a,ram os estudos estrat)gicos em um con=unto de informaç0es sobre as diversas regi0es do

mundo$ ou se=a$ os estudos estrat)gicos podem ser considerados uma construção acad-mica

anglo,americana do s)culo +

 !e acordo com 9roença H7nior "%&&I$ p+ J:#$ os estudos estrat)gicos se consolidaram

internacionalmente como uma pr;tica aceita e reconhecida na academia e acrescenta que3

Dsto tem,se e6presso no tratamento de quest0es relacionadas com a seleção de

armamentos$ passando pelo emprego de forças armadas e do combate comoinstrumentos pol*ticos at) o pr2prio "r#css# $ %#r&'la()# aval*a()# $"#l+,*cas $ $%sa+ K+++ O "r#css# $ %#r&'la()# s,)# aval*a()# $"#l+,*cas & $%sa s'ra/(a ,& s*$# c#/$'0*$# 1 l'0 $#s Es,'$#sEs,ra,2*c#s+ "grifo nosso#+

8egundo 1liveira "%&&<$ p+ 'I#$ >a Estrat)gia ) um campo da refle6ão sobre a guerra e

a pa(3 trata,se de disciplina a ser cultivada nas academias militares$ nos institutos

diplom;ticos e nos cursos de Celaç0es Dnternacionais?+ Ainda de acordo com esse autor3

os estudos estrat)gicos di(em respeito a temas que se relacionam com a estrutura$ osagentes$ os mecanismos$ os processos sociais$ pol*ticos e institucionais$ as ideologiase outros fatores associados ao emprego da força do Estado$ isto )$ a sua capacidadede destruir bens e vidas humanas+ Neste sentido$ fa( parte do campo de EstudosEstrat)gicos tudo aquilo que pode ser vislumbrado como >Celaç0es civil,militares?$que ) o campo de estudos sobre a !efesa Nacional+ "1LDEDCA$ %&&<$ p+ 'I#

!essa forma$ observa,se que os estudos estrat)gicos estão intimamente ligados aos

estudos dos militares$ da guerra$ dos conflitos$ da defesa e da segurança$ se=a esta 7ltima no

Ombito nacional ou internacional+ No entanto$ encontra,se na literatura nacional a falta de

consenso entre os estudiosos tais como Ca(a "%&&%#$ 1liveira "%&&<# 9roença Hr+ "%&&P#$!omingos Neto "%&'%# e Graça "%&'#$ sobre quais os ob=etos espec*ficos de investigação dos

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estudos estrat)gicos$ bem como saber sua relação de >subordinação? ou de interdepend-ncia

ao que se denomina ho=e de >.i-ncia de !efesa? ou >Estudos de !efesa'?+ 

Apesar destas consideraç0es não serem ob=eto desse trabalho de investigação$ cabe

ressaltar que as disciplinas anteriormente citadas são de e6trema relevOncia para os

 policymakers e decisionmakers na formulação de pol*ticas de defesa nacional e no processo

decis2rio da implantação destas pol*ticas+

8egundo 1rellana "%&'%#$ ap2s o per*odo da Guerra Fria gerou,se uma onda de

mudanças no cen;rio pol*tico mundial e na forma de como enfrentar os novos conceitos de

segurança e defesa+ Ainda segundo o autor$ essa situação no cen;rio internacional necessitava

gerar novas respostas aos Estados$ o que e6igia a intervenção por parte de organi(aç0es

transnacionais$ atuando sob uma nova perspectiva de confiança$ conhecimento efortalecimento m7tuo entre as naç0es+

 Nesse conte6to$ duas organi(aç0es multilaterais se sobressaem3 a 1rgani(ação dos

Estados Americanos "1EA# a qual orienta atrav)s de suas !iretri(es para a Elaboração de

!ocumentos sobre 9ol*ticas e !outrinas Nacionais de !efesa "Livro ranco#   a consulta ao

que eles chamam de >atores chaves? no processo de elaboração do livro branco de defesa e

incluem como elemento integrante desses >atores chaves? os especialistas em pol*tica de

defesa e segurança provenientes da academia$ conferindo assim legitimidade na formulaçãodesses documentos de pol*tica de defesa do Estado+

1utra organi(ação que se manifestou em ra(ão do novo cen;rio internacional no p2s,

Guerra Fria foi a 1rgani(ação das Naç0es Qnidas "1NQ#$ por interm)dio do Centro Regional 

de las Naciones Unidas para la Paz, el Desarme y el Desarrollo en América Latina y el 

Caribe "QN,LiCE.#%$  em que recomenda aos Estados,membros a transpar-ncia$ a

 participação efetiva e representativa da sociedade civil$ como por e6emplos$ as universidades

e os centros de investigação$ na elaboração de livros brancos de defesa$ devendo taisrepresentantes participarem de todo o processo$ não se limitando apenas / participação de

eventos ou consultas espec*ficas sobre determinadas quest0es+

1 governo federal$ no ano de %&''$ por meio da p;gina web3 oficial do Minist)rio da

!efesa$ estabeleceu como um dos ob=etivos da preparação do primeiro livro branco sobre a

tem;tica da defesa nacional do 9a*s$ a participação ampla e democr;tica de diversos

' 8egundo Ca(a "%&&%#$ os estudos de defesa se definem como ;rea de conhecimento humano que alo=a o estudo e transmite conhecimentossobre a defesa de maneira cient*fica+% !ispon*vel em3 Rhttp3SSintranet+unlirec+orgSpunlirecSQploadS9roductsS!ocumentSFolderT%&L!+pdfU Acesso em3 %& ago+ %&':+ !ispon*vel em3 Rhttp3SSVVV+defesa+gov+brSpro=etosVebSlivrobrancoSseminarios+phpU+ Acesso em3 '& ago+ %&':+

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segmentos da sociedade brasileira$ cu=as contribuiç0es seriam empregadas em diferentes

etapas do desenvolvimento do documento+

.onsiderando a relevOncia do tema para a academia no sentido desta ter maior 

 participação e influ-ncia$ por interm)dio de seus estudos e an;lises$ na produção de pol*ticas

de governo e de Estado na ;rea de defesa nacional$ formulou,se o seguinte questionamento3 o

governo brasileiro no processo de elaboração do L!N proporcionou$ de fato$ a participação

ampla e democr;tica das instituiç0es acad-micas civis como colaboradoras desse processo

Este trabalho tem a finalidade de analisar a participação e as contribuiç0es das institui,

ç0es acad-micas civis pesquisadas nas diversas atividades promovidas pelo Minist)rio da !e,

fesa "M!# que tiveram o prop2sito de reunir insumos para a elaboração do L!N+

3. PROCEDIMENTOS METODOL45ICOS

Dnicialmente$ foi reali(ada uma revisão bibliogr;fica da literatura sobre a tem;tica$ tra,

tando sobre a definição do que se=a um livro branco$ a importOncia deste no cen;rio nacional e

internacional$ e o conhecimento da metodologia de trabalho do governo brasileiro na elabora,

ção do L!N+ Xamb)m foi reali(ada uma revisão bibliogr;fica sobre o papel que a universi,

dade pode desempenhar para o desenvolvimento e defesa do Estado atrav)s da produção inte,

lectual+.om o fim de analisar a contribuição da academia no processo de elaboração do L!N

ser; apresentado o resultado de uma pesquisa de car;ter e6plorat2rio$ tendo como campo de

investigação as Dnstituiç0es de Ensino 8uperior "DE8#+ 9ara isso$ foi empregado como ob=eto

de pesquisa$ dentro das organi(aç0es acad-micas$ as universidades p7blicas "federal e estadu,

al#+ Qtili(ando,se como recorte temporal o ano de %&''$ por ser o ano de elaboração do

L!N+

9osteriormente$ esse aprofundamento foi seguido de uma pesquisa emp*rica para a qualforam estabelecidos os seguintes passos3 uma coleta de dados nos s*tios eletrnicos das uni,

versidades p7blicas e nos peri2dicos da .apes verificando aquelas que apresentam nos seus

 programas de p2s,graduação stricto sens das ;reas de .i-ncia 9ol*tica e Celaç0es Dnternacio,

nais$ temas vocacionados aos campos da estrat)gia e ;reas afins "defesa nacional$ segurança

nacional e internacional$ ente outros#4 uma an;lise dos conceitos atribu*dos /s DE8 p7blicas$

dos programas de mestrado e doutorado das ;reas de .i-ncia 9ol*tica e Celaç0es Dnternacio,

nais$ reali(adas pelas comiss0es de avaliação da .apes4 e$ por fim$ uma pesquisa documental

nos documentos oficiais do Minist)rio da !efesa e da e6tinta 8ecretaria de Assuntos Estra,

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t)gicos da 9resid-ncia da Cep7blica$ identificando as instituiç0es acad-micas que participa,

ram$ no ano de %&''$ e colaboraram com opini0es$ ideias e trabalhos na elaboração do L!N+

6. LIVRO BRANCO DE DEFESA NACIONAL

6.! O 7' 2 '& L*vr# Bra/c# $ D%sa

8egundo !oerr "'JP#$ a produção de documentos denominados w!ite papers  "livro

 branco# tem sua origem na Grã,retanha$ final do s)culo D$ como pap)is emitidos pela

.oroa britOnica+ !e acordo com essa autora$ a função essencial do livro branco ) ser um

documento informativo$ de car;ter p7blico$ fornecendo a informação necess;ria como base

 para o =ulgamento de quest0es de pol*tica nacional+ Ainda segundo a autora$ esse documento

tamb)m oferece ao governo a oportunidade de testar o parecer da sociedade antes daimplementação da pol*tica a ser adotada+

9ara o cientista pol*tico GuBer$ em seu artigo "Rara A#is$ Los Libros %lancos de la

 De&ensa en el Cono 'r($ os livros brancos podem ser descritos como3

K+++ documentos p7blicos emitidos pelo governo nos quais se percebe a definição deaç0es destinadas a gerenciar um setor relevante da Administração 97blica$ e que sãodevidamente =ustificadas+ "GQYEC$ %&&$ p+'$ tradução nossa#+

9ara Lui( "%&''$ p+<P#$ o livro branco de defesa se define como um3 >!ocumento

Dnfraconstitucional$ constru*do socialmente de forma multidisciplinar$ atrav)s de ação

interministerial que sedimentar; a 9ol*tica de Estado referente / !efesa Nacional?+

1 rasil possui oficialmente tr-s livros brancos publicados3 >Livro ranco sobre o

9rograma Nuclear do rasil?$ de 'JPP4 >Livro ranco3 ci-ncia$ tecnologia e inovação?$ de

%&&%4 e o mais recente >Livro ranco de !efesa Nacional?$ de %&'%+

!e acordo com a 1EAI$ a contribuição dos livros brancos de defesa pode ser apreciada

em dois planos3 na esfera dom)stica e na internacional+ No plano dom)stico serve parae6plicar o papel das forças armadas$ =ustificar a alocação de recursos e contribuir para a

valori(ação da democracia+

%+ E6ternamente3 a# Z uma medida que gera e fortalece a confiança m7tua entreEstados vi(inhos+ b# 9rodu( estabilidade pol*tica na região4 K+++ c# .ontribui para asolução pac*fica de controv)rsias K+++ d# Alivia as tens0es entre pa*ses e governosvi(inhos+ e# Cedu( a probabilidade de ocorr-ncia de conflitos entre Estados e f#!emonstra transpar-ncia do Estado para a comunidade nacional e internacional+"1EA$ %&&%$ p+ :#+

I !ispon*vel em3 Rhttp3SSVVV+oas+orgSconse=oSprSresolucoesSres%J+aspU+ Acesso em3 'P ago+ %&':

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6.3 M,#$#l#*a $ ,ra8alh# $ la8#ra()# $# LBDN

 No ano de %&'& foi aprovada a Lei .omplementar n[ '< "CA8DL$ %&'&#$ que altera a

Lei .omplementar n[ JP$ de 'JJJ$ a qual estabelece no seu \ '[ do art+ J[$ a atribuição ao

Ministro de Estado da !efesa de implantar um livro branco+

9or interm)dio do !ecreto n[ P+I "CA8DL$ %&''#$ o Estado brasileiro estabelece

como uma de suas diretri(es >o incentivo a pesquisas que permitam estudo sobre temas

 pertinentes ao Livro ranco de !efesa Nacional? e a >reali(ação de parcerias com instituiç0es

 p7blicas e privadas para aprimorar e viabili(ar os pro=etos?+ Essa legislação instituiu o Grupo

de Xrabalho Dnterministerial "GXD# ] representados por on(e 2rgãos governamentais , com o

ob=etivo de elaborar estudos sobre temas pertinentes ao assunto e preparar a redação do livro+

9ara discutir os temas e gerar insumos para a produção do L!N$ promoveu,se areali(ação$ ao longo do ano de %&''$ de uma s)rie de atividades e eventos3 semin;rios$

oficinas tem;ticas e works!ops reali(ados em diversas cidades do 9a*s+ !e acordo com as

informaç0es do M!$ os eventos anteriormente citados tiveram como participantes e

colaboradores os acad-micos$ pol*ticos$ militares$ formadores de opinião e especialistas de

diversas organi(aç0es governamentais e não governamentais+

8egundo consta na p;gina web  oficial do Minist)rio da !efesa$ a metodologia de

trabalho para a elaboração do documento foi plane=ada e e6ecutada da seguinte forma pelogoverno brasileiro3 reali(ação de seis semin;rios compostos por e6posiç0es de personalidades

de not2rio saber sobre os temas propostos pelo M!4 reali(ação de seis oficinas tem;ticas de

trabalho compostas por profissionais do meio acad-mico$ representantes das Forças Armadas

e representantes de minist)rios do governo federal4 e por fim$ sete works!ops ) f2runs de

acesso restrito ] que funcionaram mediante convite a pessoas de renomado conhecimento nas

;reas relacionadas aos temas das oficinas tem;ticas+

erifica,se que a produção do documento conclusivo$ por escrito$ do L!N ) fruto dasan;lises$ debates e estudos das oficinas tem;ticas e dos works!ops$ onde sup0e,se que a

intenção dos ob=etivos dos semin;rios era disseminar conhecimentos para o p7blico em geral

sobre os diversos assuntos ligados / defesa nacional$ não havendo ligação direta com a

 produção do documento+

erifica,se$ ainda$ que o governo brasileiro estabeleceu sua metodologia de trabalho de

 preparação e elaboração do documento de pol*tica de Estado$ que trata sobre defesa nacional$

 baseada em diretri(es e orientaç0es advindas de organi(aç0es internacionais como a 1NQ e a

1EA$ por)m adotando suas pr2prias pr;ticas de discussão$ divulgação e publicação+

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9. A UNIVERSIDADE E O ESTADO

1 ensaio de Xrindade "%&&&# >8aber e poder3 os dilemas da universidade brasileira?

aborda a relação entre a universidade$ o conhecimento e o Estado+ !essa tr*ade$ o autor 

comenta sobre como o conhecimento produ(ido pela universidade moderna pode se tornar um

 poder nas mãos do Estado e cita$ como e6emplo$ a magnitude do saber cient*fico e

tecnol2gico no >massacre apocal*ptico de 5iroshima?+

 Nesse conte6to$ qual o papel das universidades nos assuntos de pol*tica de defesa

nacional 5; um consenso na academia sobre o papel que as universidades podem

desempenhar nos temas de defesa e segurança do Estado+

.onforme 9roença H7nior "%&&P$ p+ '# afirma$ >a possibilidade dos tomadores de

decis0es terem claras as alternativas da ação governamental dependem da Qniversidade$ K+++$atrav)s da pesquisa$ da educação$ e do avanço conhecimento capa(es de situar os assuntos

militares como governamentais?+ !e acordo com o entendimento de !omingos Neto$ das

universidades3

K+++ surgem conhecimentos$ ideias e conceitos que repercutem na competiçãoindustrial e multiplicam a capacidade das corporaç0es armadas+ Al)m disso$ ocampo acad-mico produ( elementos,chave para a percepção dos aspectos pol*ticosque envolvem a atividade militar4 fornece interpretaç0es e prospecç0es acerca dadinOmica sociopol*tica bem como elementos te2ricos para a interpretação dastend-ncias internacionais sem os quais as relaç0es e6ternas e o plane=amento militar seriam fragili(ados+ "!1MDNG18 NEX1$ %&'%$ p+ IJ#+

Assim sendo$ e de acordo com o pensamento da Escola 8uperior de Guerra "E8G# ] 

instituição de ensino de altos estudos de pol*tica$ estrat)gia e defesa$ vinculada / estrutura

organi(acional do M! ] podemos afirmar que a universidade est; conte6tuali(ada em uma

das cinco e6press0es do 9oder Nacional: , a e6pressão cient*fica e tecnol2gica ] podendo$

neste sentido$ influenciar e contribuir decisivamente$ por interm)dio da produção$

disseminação e aplicação de conhecimentos cient*ficos e tecnol2gicos$ para o progresso$

desenvolvimento$ segurança e defesa do Estado "CA8DL$ %&'#+

Em s*ntese$ pode,se constatar que a universidade tem um papel fundamental$ se=a ela

 para o desenvolvimento e progresso da nação se=a para defesa e segurança desta+ .onstata,se$

ainda$ que a universidade ) o elo que o Estado necessita para ligar,se ao meio acad-mico$ a

fim de se buscar satisfa(er as necessidades$ aspiraç0es e interesses nacionais$ estando$

 portanto$ inserida no aparato do Estado+

: P#$r /ac*#/al , capacidade que tem o con=unto de homens e meios que constituem a nação para alcançar e manter os ob=etivos nacionais4c*/c# "rss;s $# "#$r /ac*#/al3 pol*tica4 econmica4 psicossocial4 militar4 cient*fica e tecnol2gica "E8G$ %&'#

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9 '/*vrs*$a$s

< '/*vrs*$a$s

9 '/*vrs*$a$s

NORTE

CENTRO-OESTE

SUL

NORDESTE

SUDESTE

! '/*vrs*$a$

! '/*vrs*$a$

=. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Em %&''$ segundo censo do ensino superior$ reali(ado pelo Dnstituto Nacional de

Estudos e 9esquisas Educacionais An*sio Xei6eira "Dnep#$ registrou,se a e6ist-ncia de '&%

universidades p7blicas "no total de 'J& universidades e6istentes no pa*s#$ este n7mero

representa :$JT do total de DE8 "incluindo as universidades$ os centros universit;rios$ as

faculdades e outras instituiç0es de ensino e pesquisa# na categoria administrativa p7blica$

conforme se observa na Xabela ' "CA8DL$ %&''#+

 Xabela ' ] N7mero e percentual de DE8 por organi(ação acad-mica ] %&''

Ca,#r*aA$&*/*s,ra,*va

T#,al 5ral U/*vrs*$a$s > O',r#s >

Xotal de DE8 %+<: 'J& $& %+'P: J%DE8 97blica %I '&% :$J '% <I+'DE8 9rivada %&' I$% '+JJ J:$

Fonte3 adaptado da tabela do ME.SDnep,%&''+

1s dados oficiais da .apes<$ at) o ano de %&''$ registram que os programas de p2s,

graduação "99Gs# de Celaç0es Dnternacionais "CD# e de .i-ncia 9ol*tica ".9#$ nas

universidades p7blicas$ =; estavam distribu*dos por todas as regi0es do pa*s$ conservando o

seu foco na Cegião 8udeste$ que surge com oito universidades$ seguida da Cegião 8ul com

quatro$ o Nordeste com quatro e as Cegi0es Norte e .entro,1este com uma universidade

cada$ distribu*das geograficamente conforme Figura '$ representando cerca de %&T do total

de universidades p7blicas do 9a*s+ Foram e6clu*das da pesquisa investigativa as universidades

que tiveram a homologação desses programas aprovadas ap2s o ano de %&''+

Figura ' ] Qniversidades "com 99Gs em CD e .9# por Cegião ] %&''

Fonte3 elaborado pelo autor com base na pesquisa

< Celat2rios da .apes sobre a ;rea de avaliação >.i-ncia 9ol*tica e Celaç0es Dnternacionais?+

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!e acordo com os dados da .apes$ entre os anos de %&&: a %&''$ os programas de p2s,

graduação de Celaç0es Dnternacionais e .i-ncia 9ol*tica se fortaleceram no pa*s e buscaram

uma melhor qualificação desses programas atrav)s de um aumento qualitativo e quantitativo

da produção intelectual$ por meio de publicaç0es de livros e artigos em revistas especiali(adas

nacionais e internacionais+

8egundo a .A9E8$ regitrou,se um aumento de 'T no n7mero de programas com

Mestrado de .9 e CD$ e um aumento de ':&T quando em relação aos programas de

!outorado na ;rea$ conforme se observa no Gr;fico '+

Gr;fico ' ] E6pansão dos 9rogramas de .9 e CD

Fonte3 .apes , alanço e 9erspectivas da ;rea .9 ^ CD3 %&'&,%&'%

9aralelamente a e6pansão da ;rea de .9 e CD$ houve tamb)m uma significativa

consolidação da qualidade acad-mica$ representado pelo indicador da produção docente+

8egundo a .apes$ a posição da ;rea de .i-ncia 9ol*tica e Celaç0es Dnternacionais subiu de [

lugar$ em %&&I$ para a '%_ posição mundial em %&'&$ no Can`ing de citaç0es no 8.Dmago$

 bem como um crescimento na produção de qualidade$ e6pressa nos n*veis de ualis A'$ A% e

'$ conforme se observa a tend-ncia deste crescimento no Gr;fico %+

Gr;fico % ] 9rodução de ualidade

Fonte3 .A9E8 , alanço e 9erspectivas da ;rea .9 ^ CD3 %&'&,%&'%

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A situação das notas dos 99Gs de CD e .9 que as universidades p7blicas receberam da

comissão de avaliação da .apes$ se referem aos per*odos de %&&P,%&&J e %&'&,%&'%$

respectivamente o trienal %&'& e %&'+ A Xabela % nos mostra que das de(oito universidades

 pesquisadas uma se apresentava com nota >P? de avaliação da .apes$ representada pela Q89$

tendo ainda$ quatro universidades com nota ><?$ quatro com nota >:?$ duas com nota >I? e

sete universidades com nota >?+ Qma an;lise parcial desse resultado nos sugere uma ra(o;vel

e6cel-ncia do ensino e pesquisa acad-mica$ nos n*veis de mestrado e doutorado$ das ;reas de

CD e .9 das universidades p7blicas+

Xabela % ] .onceito .apes por 9rogramas "M e MS!#

S*la IES PP5N#,a

CAPESPP5

N#,a

CAPESS*la IES PP5

N#,a

CAPESPP5

N#,a

CAPES

Q89 CD I .9 P QFMG , , .9 <

QECH CD .9 < QF9E , , .9 :

QFCG8 EED I .9 < QF8.ar , , .9 I

Qn CD < .9 : QF9el , , .9

Qnicamp CD : .9 : QF9A , , .9

QFF EE!8 .9 I QF9C , , .9

QFCH E9D : , , FQF9D , , .9

Qnesp CD : , , QF8. CD , ,

QFA CD , , QE9 CD , ,Fonte3 elaborado pelo autor baseado nas Fichas de Avaliação .A9E8 no trienal %&'& e %&'

 Na iniciativa de medir o envolvimento das universidades p7blicas acerca do debate$

 buscou ] se nos s*tios eletrnicos dessas universidades ;reas de concentração e linhas de

 pesquisa relacionadas aos campos de investigação de estudos estrat)gicos$ bem como n7mero

de centros de pesquisa que tratam sobre a tem;tica+ !o resultado da pesquisa foi encontrado

um total de ': universidades "mais de &T das universidades pesquisadas# os quais estão

dispostas em '& universidades federais e : estaduais+

1 resultado tamb)m levou em conta o n7mero de centros de pesquisa que se

institucionali(aram como *!ink *anks+  nos campos de investigação =; citados$ vinculados /s

universidades p7blicas$ a qual o resultado retornou com 'J centros de pesquisa$ conforme se

observa no Gr;fico +

Gr;fico ] N7mero de 99Gs e .entros de 9esquisa por Cegião

P 1s Xhin` Xan`s são instituiç0es de pesquisa$ de an;lise e de enga=amento em pol*ticas p7blicas+

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Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

0

2

4

6

8

10

12

PPG - M/D

PPG abordam a

temátia

Centros de Pes!uisa

Fonte3 elaborado pelo autor com base na pesquisa

!a an;lise do Gr;fico $ pode,se concluir que as atividades de pesquisa relacionadas aos

estudos estrat)gicos estão concentradas na Cegião 8udeste$ entretanto pode,se constatar que o

tema tamb)m mereceu atenção em outras localidades do pa*s+ 1utra conclusão ) que$ embora

aparentemente os centros de pesquisa em estudos estrat)gicos e estudos de defesa das

universidades se=am poucos e6pressivos em quantidade$ comparando,se aos demais centros de

 pesquisa de outras ;reas do conhecimento$ não ) poss*vel ignorar sua e6ist-ncia e sua

importOncia no conte6to nacional e internacional+

!e acordo com MiBamoto "%&&'#$ alguns destes centros de pesquisa t-m suas origens na

d)cada de 'J&$ ainda sob o governo do regime militar$ como por e6emplos$ o N7cleo de

Estudos Estrat)gicos "NEE# da Qniversidade Estadual de .ampinas$ o N7cleo de Estudos

Estrat)gicos "NEE# da Qniversidade Federal Fluminense e o pr2prio N7cleo de An;lise

Dnterdisciplinar de 9ol*ticas Estrat)gicas "NAD99E# da Q89$ todos sediados na cidade de 8ão

9aulo+ er uadro '+

uadro ' ] .entros de 9esquisa vinculados /s QniversidadesSI5LA IES CENTRO DE PES?UISA

QFCG8 N7cleo rasileiro de Estrat)gia e Celaç0es Dnternacionais , NECDNX.entro de Estudos Dnternacionais sobre Governo , .EG1

QFF Dnstituto de Estudos Estrat)gicos , DNE8X

QF9A1bservat2rio de Estudos de !efesa da Ama(nia , 1E!

 N7cleo de Altos Estudos Ama(nicos , NAEAQF9C N7cleo de 9esquisa em Celaç0es Dnternacionais , NE9CD

QFCHGrupo de 9esquisa em Economia da !efesa , G9E!Grupo de Estudos Estrat)gicos , GEES.199E

QECH Laborat2rio de An;lise 9ol*tica Mundial , LAMQN!1

Q89 N7cleo de An;lise Dnterdisciplinar de 9ol*ticas Estrat)gicas , NAD99E

 N7cleo de 9esquisas em Celaç0es Dnternacionais , NQ9CDQE9 Grupos de Estudos Estrat)gicos e 8egurança Dnternacional , GEE8DQF9E  N7cleo de Estudos Americanos , NEAQN .entro de Estudos sobre as CD do rasil

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QF8. 9rograma de 92s,Graduação em Celaç0es Dnternacionais , 99GCDQFMG Cede Dnterinstitucional de 9esquisa em 9ol*tica E6terna e Cegime 9ol*tico , CD99EC9

QF8.AC Grupo de 9esquisa >Forças Armadas e 9ol*tica? , G9FA9QND.AM9 N7cleo de Estudos Estrat)gicos , NEE

QNE89 Grupo de Estudos de !efesa e 8egurança Dnternacional , GE!E8

Fonte3 Elaborado pelo autor com base na pesquisa

Cetornando ao escopo da pesquisa3 a participação das instituiç0es acad-micas civis no

 processo de elaboração do L!N4 verifica,se que$ ao analisar a metodologia de trabalho do

governo brasileiro chega,se / conclusão que a participação destas instituiç0es foi modesta+

8uas contribuiç0es se resumiram em pequenas participaç0es em semin;rios$ onde uma

 pequena parcela de estudantes e professores observavam os palestrantes em suas e6posiç0es$

 bem como a participação de acad-micos de graduação e p2s,graduação de um concurso deartigo cient*fico sobre o L!N+ Entretanto$ apesar dos temas propostos deste concurso

estarem relacionados / defesa nacional$ em nada contribu*ram para a redação do Livro

ranco+ !e acordo com a investigação$ não foi observada a participação das universidades

como instituiç0es colaboradoras do processo de produção e elaboração desse documento e

nem tampouco estas se fa( constar no rol de >Dnstituiç0es envolvidas? no Ap-ndice do L!N+

.onstata,se que a Fundação Get7lio argas "FG# foi a 7nica instituição acad-mica a

 participar efetivamente da elaboração do primeiro livro branco de defesa brasileiro$ conformeo Almirante 8aboBa , 8ecret;rio de 9essoal$ Ensino$ 8a7de e !esporto do M! ] nos confirma

no seguinte discurso3

A organi(ação dos trabalhos que envolvam as comunidades acad-micas$ empresariale entidades da sociedade civil K+++ estar; a cargo da Fundação Get7lio argas "FG#+A F5V sr@ rs"#/s@vl "la ral*0a()# $ #%*c*/as ,&@,*cas 7' c#/,ar)# c#&a "ar,*c*"a()# $ s"c*al*s,as /as &a,2r*as a8#r$a$as "l# l*vr# 8ra/c# + "%&''$

 p+ '&$ grifo nosso#

Qma das ra(0es da escolha desta Dnstituição como organi(adora e 7nica instituiçãoacad-mica participante do processo decis2rio de formulação de pol*tica de defesa do pa*s$

 pode,se est; associada ao fato da FG se encontrar entre os %: melhores *!ink *anks  do

mundo e ocupar o :<[ lugar na categoria *op De&ense and National 'ecrity *!ink *anks ,

apontados pela Qniversidade da 9ensilvOnia+ Esses dados dão legitimidade / Dnstituição em

tratar sobre os assuntos de defesa e estrat)gia+

Fruto da investigação sobre a participação da academia na formulação do livro branco

de defesa verifica,se$ tamb)m$ a participação significativa de uma comunidade deespecialistas "não representativa das DE8# em estrat)gia e defesa$ nas atividades promovidas -lobal -o *o *!ink *anks Rankings+ !ispon*vel em3 Rhttp3SSbit+lBS'fIC=vnU Acesso em3 'P set+ %&':+ 

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 pelo M!+ !e acordo com 1rellana "%&'%#$ essa comunidade de especialistas ele a denomina

de comunidade epist-mica especiali(ada em defesa nacional a qual este autor a define como3

K+++ como uma comunidade multissetorial relacionada com o estudo$ o plane=amento$ ensino$ produção e implementação de pol*ticas na ;rea de defesanacional "1CELLANA$ %&'%$ p+ $ tradução nossa#+

A participação da comunidade epist-mica na formulação do L!N confirma,se atrav)s

da verificação no Ap-ndice >.olaboradores? ao L!N$ onde consta uma lista de

 personalidades das mais diversas ;reas profissionais "funcion;rios do governo federal$

militares$ pesquisadores e especialistas acad-micos civis#+

. CONSIDERAÇES FINAIS1s resultados deste trabalho revelam que$ em %&''$ do total de universidades p7blicas

no pa*s cerca de %&T representavam as universidades com programas de mestrado e

doutorado nas ;reas de .9 e CD+ !este percentual$ mais de &T destas instituiç0es$

distribu*das por todo o territ2rio nacional$ pesquisam sobre estrat)gia e investigam temas

militares e ;reas afins , algumas destas universidades pesquisam desde os anos 'J&+ Al)m

disso$ os resultados dos conceitos atribu*dos pela .apes at) %&''$ demonstram o alto

desempenho acad-mico das universidades p7blicas no que di( respeito / produção docente e aformação discente+

Entretanto$ apesar dos resultados deste trabalho demonstrar que as universidades

 p7blicas estavam em condiç0es de teori(ar e debater sobre formulação de pol*ticas de defesa

 para o pa*s$ o governo federal estabeleceu uma metodologia de trabalho que e6clu*a todas as

instituiç0es acad-micas "p7blicas# do processo de produção e elaboração do Livro ranco de

!efesa Nacional "documento escrito#$ promovendo eventos e atividades de acesso restrito a

uma comunidade de especialistas "comunidade epist-mica#$ com e.pertise  em estrat)gia e

defesa$ organi(ada por uma 7nica instituição de educação superior privada3 Fundação Get7lio

argas "considerada pelo -lobal -o *o *!ink *anks Rankings,%&' como o melhor t!ink tank 

da Am)rica Latina#+

9ortanto$ se um dos ob=etivos da pol*tica do governo brasileiro sobre !efesa Nacional

era proporcionar transpar-ncia durante o processo de elaboração do L!N$ respaldada por 

ampla discussão acad-mica no seio da sociedade$ pode,se constatar que este ob=etivo não foi

alcançado na plenitude$ em ra(ão da e6clusão das universidades$ se=am elas p7blicas ou

 privadas$ do processo de elaboração do primeiro livro branco de defesa formulado pelo

governo brasileiro+

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Z ineg;vel o papel desempenhado pela FG como ator influente nas pol*ticas

governamentais nas mais variadas ;reas como na economia$ na pol*tica e na defesa nacional$

 bem como da relevOncia da comunidade epist-mica especiali(ada em defesa nacional para a

condução te2rica dos estudos estrat)gicos$ essenciais na hora de difundir ideias e

recomendaç0es para o governo+ .ontudo$ outras instituiç0es acad-micas civis$ em particular 

as universidades p7blicas$ t-m plenas condiç0es de serem atores relevantes nesse debate$

conforme =; demonstrado neste trabalho+

9ara isso$ recomenda,se para as pr26imas ediç0es do L!N a oferta de um material

elucidativo para as DE8$ p7blicas e privadas$ envolvidas na tem;tica da defesa nacional$

refletindo a nature(a$ os crit)rios e o escopo dos trabalhos a serem desenvolvidos$ bem como

o calend;rio de obrigaç0es e as condiç0es pol*ticas que devem ser cumpridas para alcançar osob=etivos da democracia$ da legitimidade e da transpar-ncia+

REFERÊNCIAS

CA8DL+ L* C#&"l&/,ar / !6 $ 3= a#. 3!+ Altera a Lei .omplementar n JP$ deJ de =un+ 'JJJ$ que disp0e sobre as normas gerais para a organi(ação$ o preparo e o empregodas Forças Armadas+ !i;rio 1ficial da Qnião+ ras*lia$ !F$ %< ago+ %&'&+

 + Dcr,# / .96< $ !! $ %v. 3!!.  Estabelece princ*pios e diretri(es paracriação e elaboração do Livro ranco de !efesa Nacional+ !i;rio 1ficial da Qnião+ ras*lia$!F$ 'I fev+ %&''+

 + Minist)rio da !efesa+ L*vr# Bra/c# $ D%sa Nac*#/al. %&''+

 + Minist)rio da Educação+ C/s# $a $'ca()# s'"r*#r: %&'' , resumo t)cnico+ras*lia3 DNE9$ %&''+

 + Escola 8uperior de Guerra+ Ma/'al B@s*c#.  v+ DD+ Assuntos Espec*ficos3E6press0es do 9oder Nacional+ E8G+ Cio de Haneiro$ CH$ %&'+

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