+ All Categories
Home > Documents > Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas...

Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas...

Date post: 29-Jun-2020
Category:
Upload: others
View: 0 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
20
TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173 1 PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO FURG TRADUÇÃO LIVRE Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173.. 1 Título original: Towards a theory of innovation in services Autores: Richard Barras Ano: 1986 Tradução por: Errol Fernando Zepka Pereira Junior 2 Por uma teoria da inovação nos serviços Resumo O artigo estabelece algumas bases para uma teoria da inovação nas indústrias de serviços e indica o papel que essa inovação pode desempenhar na geração de ciclos de crescimento. A discussão começa com as origens de uma grande nova tecnologia no setor de bens de capital e seu posterior desenvolvimento de acordo com a teoria do ciclo normal do produto. Isto é seguido por uma consideração do processo de transmissão pelo qual a nova tecnologia é absorvida nas indústrias usuárias dentro do setor de bens de consumo e serviços. Um “ciclo reverso do produto” é ent~o proposto para descrever o processo de inovação que ocorre nas indústrias usuárias, tais como serviços, uma vez que a nova tecnologia tenha sido adotada. Este ciclo começa com melhorias de processo para aumentar a eficiência da entrega de serviços existentes, passar para inovações de processo que melhoram a qualidade do serviço e, em seguida, levam a inovações de produtos através da geração de novos tipos de serviços. Finalmente, a existência de dois ciclos de inovação fora de fase nos setores de capital e consumo, derivados de um processo de transmissão de tecnologia que causa desequilíbrio no progresso técnico entre os dois, é apresentada como um mecanismo que ajuda a criar as flutuações da onda longa. desenvolvimento econômico associado às revoluções tecnológicas schumpeterianas. 1. Introdução O atual debate sobre ondas longas, ou ciclos de crescimento, até agora não deu atenção suficiente ao processo de transmissão, através do qual novas tecnologias importantes, originadas e em desenvolvimento no setor de bens de capital, são absorvidas por meio de aplicações no setor de bens de consumo. Uma compreensão desse processo de transmissão requer uma visão mais completa da inovação e difusão tecnológica do que a fornecida pelo modelo tradicional de demanda por demanda; Como 1 Doi: https://doi.org/10.1016/0048-7333(86)90012-0 2 [email protected]
Transcript
Page 1: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

1

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM

ADMINISTRAÇÃO FURG

TRADUÇÃO LIVRE Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173..1 Título original: Towards a theory of innovation

in services

Autores: Richard Barras Ano: 1986 Tradução por: Errol Fernando Zepka Pereira Junior2

Por uma teoria da inovação nos serviços

Resumo O artigo estabelece algumas bases para uma teoria da inovação nas indústrias de

serviços e indica o papel que essa inovação pode desempenhar na geração de ciclos de

crescimento. A discussão começa com as origens de uma grande nova tecnologia no

setor de bens de capital e seu posterior desenvolvimento de acordo com a teoria do ciclo

normal do produto. Isto é seguido por uma consideração do processo de transmissão

pelo qual a nova tecnologia é absorvida nas indústrias usuárias dentro do setor de bens

de consumo e serviços. Um “ciclo reverso do produto” é ent~o proposto para descrever o

processo de inovação que ocorre nas indústrias usuárias, tais como serviços, uma vez

que a nova tecnologia tenha sido adotada. Este ciclo começa com melhorias de processo

para aumentar a eficiência da entrega de serviços existentes, passar para inovações de

processo que melhoram a qualidade do serviço e, em seguida, levam a inovações de

produtos através da geração de novos tipos de serviços. Finalmente, a existência de dois

ciclos de inovação fora de fase nos setores de capital e consumo, derivados de um

processo de transmissão de tecnologia que causa desequilíbrio no progresso técnico

entre os dois, é apresentada como um mecanismo que ajuda a criar as flutuações da

onda longa. desenvolvimento econômico associado às revoluções tecnológicas

schumpeterianas.

1. Introdução

O atual debate sobre ondas longas, ou ciclos de crescimento, até agora não deu

atenção suficiente ao processo de transmissão, através do qual novas tecnologias

importantes, originadas e em desenvolvimento no setor de bens de capital, são

absorvidas por meio de aplicações no setor de bens de consumo. Uma compreensão

desse processo de transmissão requer uma visão mais completa da inovação e difusão

tecnológica do que a fornecida pelo modelo tradicional de demanda por demanda; Como

1 Doi: https://doi.org/10.1016/0048-7333(86)90012-0 2 [email protected]

Page 2: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

2

é reconhecido na literatura de inovação mais recente, tal visão deve abranger tanto a

oferta de uma nova tecnologia por seus produtores quanto a demanda por essa

tecnologia por seus usuários ou adotantes. Argumenta-se aqui que a análise do processo

de transmissão de tecnologia

Isso ajuda a explicar a dinâmica subjacente do ciclo de crescimento, em termos de

um desequilíbrio nas taxas de inovação alcançadas nos setores de bens de capital

(produtores) e nos setores de bens de consumo (adotantes). Essa visão do processo de

inovação, e o papel da transmissão de tecnologia no ciclo de crescimento, pode oferecer

mais insights sobre o curso provável dos eventos durante a nova revolução tecnológica

que est| começando agora, {s vezes chamada de “quinto Kondratievi”. Existe um amplo

consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação

emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido é que os principais setores

adotantes nessa revolução provavelmente serão as indústrias de serviços, e não os

setores industriais que dominaram as revoluções tecnológicas anteriores. A partir dessa

suposição, pode-se argumentar que a aplicação da tecnologia da informação em uma

ampla variedade de atividades de serviços anteriormente “pré-industriais” fornecer| o

motor para a próxima grande onda de expansão do produto e emprego em economias

industrializadas avançadas, e que uma compreensão dessa nova fonte de crescimento

econômico requer o desenvolvimento de uma teoria da inovação nos serviços. Nos

últimos anos, tem havido uma crescente conscientização sobre a importância das

indústrias de serviços nas economias industrializadas avançadas, embora essa

reavaliação tenha sido bastante tardia, já que em tais economias os serviços já

respondem por pelo menos 50% da produção total e do emprego [2]. Com esta

consciência crescente, começou a surgir um corpo de pesquisa aplicada em serviços,

como o trabalho de Gershuny [18] e [19]. No entanto, até o momento não houve

praticamente nenhuma consideração sobre a natureza particular da inovação em

serviços dentro da teoria econômica, que incorpora modelos de inovação extraídos

quase exclusivamente da análise do processo de fabricação. O objetivo deste trabalho é

estabelecer algumas bases para a construção de tal teoria da inovação em

serviços. Na tentativa de estabelecer essas bases, propõe-se um modelo teórico do

processo de inovaç~o em serviços, baseado na ideia de um “ciclo reverso do produto”

operando em indústrias de serviços. Este modelo foi desenvolvido a partir de um

extenso programa de pesquisa empírica sobre inovação técnica em serviços; esta

pesquisa se concentrou principalmente na adoção e impacto da tecnologia da

informação nas indústrias de serviços e envolveu uma mistura de análises

econométricas e de estudo de caso das tendências atuais, bem como previsões mais

especulativas e menos formais de tendências prováveis nos próximos dez anos ( Barras

[3], [4], [5] e [6] e Barras e Swann [I, [8], [9] e [lo]). No entanto, dada a relativa falta de

pesquisas anteriores nesta área, e a natureza ainda emergente de muitas das inovações

de serviços descritas, testes muito mais empíricos precisam ser realizados antes que

qualquer reivindicação possa ser construída edifício teórico completo sobre estas

fundações.

Page 3: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

3

2. A origem e o desenvolvimento de novas tecnologias

As origens de uma nova tecnologia importante, como a tecnologia da informação,

podem ser localizadas no setor de bens de capital, onde são produzidas inovações

fundamentais de produtos, como computadores, depois de um longo período de

pesquisa e desenvolvimento em setores como a eletrônica, - equipamentos e

telecomunicações, por exemplo (ver, por exemplo, Mansfield et al. [24], sobre o processo

industrial de P & D). Se um aglomerado de inovações relacionadas emergir e se a sua

influência combinada em outros ramos da atividade econômica for potencialmente

muito difundida, então os fundamentos de uma grande nova tecnologia são

estabelecidos, particularmente se reforçados pelo estabelecimento de uma infra-

estrutura como uma rede de telecomunicações digitais adequada para abrir uma ampla

gama de mercados à influência da tecnologia. A importância de tais inovações de

produtos nas indústrias de suprimento de bens de capital foi abordada por vários

autores (ver, por exemplo, Abernathy e Townsend [1]; Rosenberg [27]; e Metcalfe [25]);

enquanto a literatura de ondas longas enfatiza o papel central das novas tecnologias

associadas a essas inovações na criação das “revoluções tecnológicas” schumpeterianas

recorrendo a ciclos de crescimento excessivos (ver Freeman et al. [17]; van Duijn [15]; e

Coombs [ll]).

Uma vez que a nova tecnologia foi estabelecida e incorporada em um conjunto de

produtos emergentes, o desenvolvimento das novas indústrias de bens de capital

montadas para fabricar esses produtos pode ser descrito de acordo com a teoria do ciclo

de produto agora exposta pela Kuznets [23]. ] e posteriormente elaborado por autores

como Utterback [28]. Três fases de desenvolvimento podem ser identificadas. A

primeira fase de descolagem ou introdução, correspondente ao período de grande

inovação de produto durante o estabelecimento das novas indústrias, caracteriza-se por

rápidos avanços técnicos e uma diversidade de novos produtos; os métodos de produção

flexíveis de mão-de-obra intensiva e de custo relativamente alto são aplicados a baixos

volumes de produção; e a ênfase competitiva é colocada no desempenho do produto

para capturar novos mercados. Na segunda fase de crescimento, a ênfase competitiva

muda para grandes inovações de processo destinadas a melhorar a qualidade de uma

gama decrescente de produtos; os métodos de produção tornam-se mais padronizados e

automatizados com o aumento da intensidade de capital; e os volumes de produção

aumentam à medida que os mercados de usuários continuam a se expandir. A terceira

fase, a maturidade, vê uma mudança adicional na ênfase competitiva em direção a

melhorias de processo incrementais, projetadas para reduzir os custos unitários de uma

faixa relativamente estreita de produtos padrão em mercados próximos da saturação; os

métodos de produção atingem seu mais alto estágio de automação, com concentração

crescente em unidades de produção maiores e altas taxas de investimento que

economiza mão-de-obra, aumentando progressivamente os custos de mais inovação. A

progressão nestas fases do ciclo de produto é acompanhada por uma mudança da

predominância precoce das inovações de produto, que geram um aumento do emprego

através de investimentos que s~o a “ampliaç~o de capital”, para posteriormente

Page 4: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

4

processar inovações, que deslocam o emprego através do investimento. que é

"aprofundamento de capital". Além disso, uma vez atingida a fase de maturidade, a

tecnologia já estabelecida, e as indústrias de bens de capital estabelecidas que a

produzem, tornam-se cada vez mais vulneráveis à concorrência de tecnologias novas e

mais avançadas, levando a uma quarta, transicional, fase em que todo o ciclo recomeça à

medida que as antigas indústrias declinam e novas indústrias começam a emergir.

Embora as principais fases reconhecidas por essa teoria sejam plausíveis, é

essencial tomar cuidado com uma interpretação simplista demais dos mecanismos

envolvidos. Assim, vários autores enfatizam que o ciclo não envolve um processo

sequencial estritamente linear, mas existe uma interação e feedback próximos entre as

sutilezas do processo e do produto em cada estágio (ver Abernathy e Townsend [l];

Utterback [28]). e Kline [22]). Essa interação e feedback podem ser vistos muito

claramente no desenvolvimento da indústria de computadores desde a década de 1960.

As gerações sucessivas da tecnologia (mainframes, minis; micros), cada uma representa

uma importante inovação de produto que foi amplamente aprimorada por uma

sequência de inovações de processo subseqüentes, durante um período em que a

indústria como um todo passou da decolagem para a fase de crescimento. Também é

simplista demais supor que o “impulso da tecnologia” ou a “demanda puxada” é a força

motriz dominante única para a inovação em todo o ciclo do produto, já que ambos estão

operando e interagindo em cada estágio. Não obstante, não é razoável sugerir que, na

fase inicial das principais inovações de produtos, a pressão impulsionadora da

tecnologia resultante de uma fase anterior de pesquisa e desenvolvimento fundamentais

é a força motriz predominante, enquanto nas fases posteriores de inovações mais

incrementais, a demanda puxa pressões. criado por usuários da tecnologia tornam-se

cada vez mais dominante. Como no caso da tecnologia da informação, a maioria desses

usuários consiste em indústrias de serviços, então a compreensão de seu papel no

processo de inovação torna-se essencial.

3. A transmissão de tecnologia

A transmissão de uma nova tecnologia importante, como a tecnologia da

informação, do setor de bens de capital no qual é produzida para os setores usuários e,

em particular, os setores de serviços nos quais ela é aplicada, ocorre lentamente durante

um considerável período de tempo. Dois tipos de atrasos ocorrem. A primeira consiste

nos atrasos de adoção que são amplamente discutidos na literatura de difusão da

ovação, correspondendo à defasagem entre a disponibilidade de bens de capital que

incorporam a nova tecnologia e sua aceitação pelos usuários em potencial. O segundo, e

menos amplamente reconhecido, tipo de atraso consiste nas defasagens entre a

instalação do bens de capital, como computadores, e a realização dos potenciais

benefícios a serem derivados deles em termos de aplicações novas ou melhoradas

dentro das indústrias usuárias, por exemplo, automação de escritórios em serviços. Esse

Page 5: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

5

segundo tipo de atraso está intimamente relacionado ao processo de inovação nas

próprias novas indústrias.

Começando com os “atrasos de adoç~o” familiares, a literatura reconhece três

tipos principais de fatores que regulam a taxa de adoção ou difusão de uma tecnologia: a

primeira é o trade-off entre preço e desempenho técnico, que influencia tanto o custo

do investimento quanto a lucratividade da adoção da nova tecnologia; o segundo é o

risco ou incerteza associado ao investimento; e o terceiro é a estrutura de mercado da

indústria adotante (ver, por exemplo, Mansfield et al. (241). No que se refere ao trade-off

preço-desempenho, Rosenberg [27] aponta que muitas vezes há uma considerável

atraso entre a obtenção de viabilidade técnica para uma inovação fundamental de

produto no setor produtivo e a viabilidade econômica para potenciais usuários através

de toda uma série de melhorias subseqüentes pelos produtores - particularmente se os

mais velhos, competindo As tecnologias também estão sujeitas a melhorias

significativas: Metcalfe [25] discute o papel crucial do mecanismo de preços na criação

de um “caminho de difus~o balanceado”, de tal forma que o preço em queda do produto

equilibra o crescimento da demanda. A demanda à medida que a adoção aumenta

paralelamente ao crescimento da capacidade de produção no setor de suprimento. Como

Metcalfe aponta, esse modelo pode ser estendido para permitir o declínio nos custos

unitários de produção como técnicas adicionais. melhorias de calibração são

introduzidas no setor de suprimentos. O efeito do produto contínuo e do

provisionamento do processo sobre o trade-off preço-desempenho é ilustrado

dramaticamente pela indústria de computadores, na qual estima-se que tenha havido

um declínio médio de 20-25% por ano no mercado. preço do hardware de desempenho

constante e equivalente nos últimos 25 anos, levando a um crescimento médio de mais

de 40% por ano no valor instalado de computadores de desempenho constante nas

indústrias de usuários do Reino Unido durante o período [8].

O segundo fator identificado como regulador da taxa de adoção da tecnologia, a

expectativa de risco ou a que os usuários atribuem à sua adoção, é aquele que Klein [21]

considerou em detalhe. Ele distingue dois tipos de incerteza - aquela associada ao

desempenho da própria tecnologia, e aquela associada às ações prováveis de outras

firmas concorrentes dentro do setor de usuários. Este último tipo de incerteza está

ligado ao terceiro fator identificado como regulador da taxa de adoção, que é a estrutura

de mercado das indústrias usuárias. Esta é uma questão para a qual Schumpeter prestou

considerável atenção, formulando sua visão de que uma estrutura de mercado

oligopolista produz as condições ótimas para a adoção de uma nova tecnologia, segundo

a qual grandes organizações usuárias com participações de mercado seguras e recursos

consideráveis de investimento são capazes de arriscar a incerteza em “competiç~o

tecnológica” em vez de competiç~o de preços (ver Heertje [20]). Em contraste, Klein

considera que as condições ótimas para a inovação são oferecidas por uma estrutura de

mercado caracterizada pela “competiç~o din}mica”, consistindo em competição entre

um grande número de empresas inovadoras, que assumem riscos, e uma ausência de

instituições. - barreiras tradicionais ou controlos de preços. Tais condições de

competição dinâmica prevaleceram durante o desenvolvimento muito rápido da

tecnologia de microcomputadores nos últimos 5-10 anos, enquanto o modelo de

Page 6: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

6

concorrência oligopolista de Schumpeter parece mais apropriado para explicar o papel

de liderança tomado por instituições financeiras como bancos e - Garantir as empresas

na adoção da informática nos últimos 20 anos. Poder-se-ia argumentar, portanto, que a

competição dinâmica oferece as melhores condições para a inovação nos estágios

iniciais do ciclo de produtos associados ao desenvolvimento de uma nova tecnologia

importante no setor de bens de capital, enquanto a concorrência oligopolista oferece as

melhores condições por seu início adotado pelas indústrias usuárias.

Tendo examinado os principais fatores que regulam a taxa de adoção de uma

nova tecnologia dentro de uma indústria de usuários, é igualmente importante

reconhecer os fatores que contribuem para os “atrasos de realizaç~o” na taxa na qual as

aplicações inovadoras são geradas. através do uso da tecnologia dentro dessa indústria,

uma vez que ela é introduzida. Novamente, três tipos principais de fatores podem ser

identificados como afetando a taxa de realização do potencial da tecnologia. O primeiro

fator é “oportunidade”, definida como a adequação das atividades realizadas no setor de

usuários para aplicações da nova tecnologia. Isso obviamente afeta a taxa na qual a

tecnologia é inicialmente adotado internamente e na indústria, mas mais importante a

longo prazo, afeta a taxa na qual as inovações de processo e produto podem ser geradas

assim que a tecnologia é introduzida. No caso da tecnologia de computadores, a

oportunidade é outro fator que contribui para o papel de liderança das instituições

financeiras no uso de computadores, uma vez que as transações financeiras de todos os

tipos são ideais para a informatização. O segundo fator é a “usabilidade” da tecnologia,

que nos últimos anos se tornou uma restrição muito mais crítica sobre a taxa de

inovação no uso de computadores do que o desempenho técnico do hardware. Aqui, a

utilidade é definida como: abranger a disponibilidade e a qualidade do software, o que

proporciona a compatibilidade direta das aplicações do setor de serviços da tecnologia e

a “facilidade de uso” dos procedimentos operacionais básicos do sistema. O fator final

(terceiro) que afeta a realizaç~o do potencial de uma tecnologia é a “adaptabilidade” das

organizações que instalam o equipamento; isso inclui a resistência da força de trabalho

ou gerencial à introdução de novas tecnologias; até que ponto os procedimentos de

trabalho podem ser ajustados; e a taxa na qual a força de trabalho pode ser treinada nas

habilidades necessárias para usar a tecnologia.

Em combinação, portanto, a influência do preço-desempenho, incerteza e

estrutura de mercado, são todos assumidos para determinar a taxa de adoção de uma

nova tecnologia nas indústrias usuárias, enquanto oportunidade, usabilidade e

adaptabilidade juntos determinam a taxa na qual o potencial inovador da tecnologia

pode ser realizado posteriormente. O caminho tomado por este processo de adoção e

difusão pode ser descrito pela conhecida curva de difusão logística em forma de S (ver

Davies [12] para uma revisão de tais modelos) ou, talvez mais proveitosamente, pelo

conceito de “trajetória natural”. de inovaç~o apresentado pela primeira vez por Nelson e

Winter [26]. Diferentes trajetórias em diferentes indústrias de usuários refletem uma

combinação das características comuns de preço-desempenho da tecnologia, e as

diferentes estruturas de mercado e tipos de aplicações a serem encontradas em cada

indústria, todos os quais definem o ambiente de seleção para adoção e inovação do

usuário. . Com a adoção e inovação. Com a adoção da tecnologia computacional, a

Page 7: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

7

influência mais dinâmica sobre o processo de difusão tem sido proporcionada pela taxa

muito rápida de progresso técnico na produção de computadores, que, como já foi

indicado, est| criando expans~o contínua da “fronteira tecnológica” definida pelas

características de preço-desempenho do equipamento e, portanto, uma expansão

paralela dos mercados de usuários sendo penetrada pela tecnologia.

Estudos de caso da aplicação de computadores em três setores diferentes

(seguro, contabilidade e governo local) ilustram como as trajetórias de inovação se

desenvolvem nas indústrias de serviços ([7], [9] e [lo]). Cada um dos setores mostra um

padrão de progressão amplamente similar através de gerações sucessivas do hardware,

mas divergências significativas podem ser identificadas em relação às diferenças nas

funções de serviço às quais a tecnologia é aplicada, indo desde a informatização de

políticas e reivindicações de crédito, através de auditoria computacional em

contabilidade, para sistemas financeiros corporativos no governo local. Esses estudos de

caso também ilustram como a estrutura de mercado da indústria de fornecimento de

equipamentos de capital e as indústrias de usuários de serviços influenciam o processo

de adoção e inovação. Assim, dada a influência generalizada da mudança técnica na

produção de equipamentos de informática, os fornecedores estão em uma posição

poderosa para influenciar a taxa de adoção e aplicação da tecnologia nas indústrias

usuárias por meio de suas estratégias de desenvolvimento e marketing, particularmente

quando a indústria de suprimentos está se tornando cada vez mais dominada por uma

empresa multinacional. Em contraste, nenhuma organização adotante pode ditar a

trajetória de inovação dentro de uma indústria de usuários em particular, e de fato

parece que organizações individuais movem a trajetória de uma maneira bastante

irregular, em alguns est|gios implementando aplicações “de vanguarda” que muitas

vezes se mostram onerosos ou ineficientes, seguidos de períodos em que ficam atrás da

vanguarda para consolidar sua posição.

Até agora, dois conjuntos de fatores foram identificados como determinantes da

taxa de adoção de novas tecnologias nas indústrias usuárias e as trajetórias de inovação

que se desenvolvem nessas indústrias. O primeiro conjunto pode ser vagamente

caracterizado como fatores de “impulso tecnológico” associados aos bens de capital que

incorporam a tecnologia, ou seja, suas características de preço-desempenho, a incerteza

sobre seu desempenho e sua usabilidade; o segundo conjunto pode ser caracterizado

como fatores de “demanda puxada” decorrentes da natureza das indústrias usu|rias e

suas aplicações da tecnologia, ou seja, a estrutura de mercado de cada indústria, as

oportunidades de aplicação da tecnologia e a adaptabilidade das organizações usuárias.

No entanto, esses fatores contam apenas a metade da história, uma vez que estão

preocupados com a transmissão da tecnologia das indústrias produtoras de bens de

capital para as indústrias usuárias de bens de consumo. A segunda metade da história

diz respeito ao processo de inovação dentro das próprias indústrias usuárias, que

determina como a tecnologia é aplicada na produção de bens e serviços de consumo

como resultado de pressões de “impulso tecnológico” originadas dentro dessas

indústrias, e “ demanda puxar ”pressões originadas dentro dos mercados consumidores

para seus produtos.

Page 8: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

8

4. O ciclo de produto reverso

O argumento chegou agora à questão central abordada neste artigo - como ocorre

a inovação nas indústrias usuárias, como os serviços? A resposta aqui proposta baseia-se

em um modelo de inovação que espelha a teoria do ciclo de produto, como foi aplicado à

produção de bens que incorporam uma nova tecnologia, mas que pressupõe que nas

indústrias usuárias que adotam a tecnologia, ciclo opera na direção oposta. Esse modelo,

derivado do estudo empírico da adoção da tecnologia da informação nas indústrias de

serviços ([7], [9] e [IO]), foi denominado “ciclo reverso do produto”. Em resumo, as três

fases do ciclo de produtos reversos consistem em um primeiro estágio no qual as

aplicações da nova tecnologia são projetadas para aumentar a eficiência da entrega de

serviços existentes; uma segunda etapa em que a tecnologia é aplicada para melhorar a

qualidade dos serviços; e uma terceira etapa em que a tecnologia auxilia na geração de

serviços totalmente transformados ou novos. Além disso, essa seqüência de fases no

ciclo reverso do produto dentro das indústrias usuárias tenderá a se assemelhar à

sucessão de fases do ciclo normal do produto dentro das indústrias de bens de capital,

como a indústria de computadores que está produzindo a tecnologia. Ambos os

processos de inovação orientarão as trajetórias de inovação nas indústrias de serviços, e

haverá feedback e interação considerável entre os dois processos, como por exemplo

quando inovações na prestação de serviços criarem novas demandas sobre o

desempenho de equipamentos de computador, levando a inovações secundárias em seu

design.

Cada fase do produto inverso proposto o ciclo pode agora ser considerado com

mais detalhes, usando ilustrações derivadas da pesquisa de estudo de caso sobre a

adoção e o impacto da tecnologia da informação em três setores de serviços

selecionados (tabela 1).

Durante a primeira fase do ciclo, as organizações adotantes nos setores de

usuários tenderão a concentrar suas aplicações iniciais da nova tecnologia em inovações

Page 9: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

9

de processo incrementais designadas cumulativamente para transformar o modo de

entrega de serviços estabelecidos, desse modo obter economias significativas de custos e

aumentar a eficiência. Quase inevitavelmente, dada a natureza intensiva de mão-de-obra

de atividades de serviços tipicamente “pré-industriais”, essas aplicações iniciais s~o de

natureza economizadora e de capital de trabalho, de modo que a primeira fase do

progresso técnico em serviços tende a ter uma forte poupança de mão-de-obra. viés [5].

Embora esses efeitos de economia de mão-de-obra possam ser mascarados em

indústrias que experimentam um crescimento contínuo na demanda por seus serviços,

as pressões competitivas para usar novas tecnologias para eliminar mão-de-obra e

reestruturar a organização da produção são tipicamente mais fortes em setores

estabelecidos que sofrem saturação ou até encolhimento. mercados.

No início da década de 1970, as aplicações da tecnologia de computadores

mainframe nas organizações de serviços certamente eram direcionadas para a melhoria

da eficiência, e geralmente levavam ao abandono de uma quantidade considerável de

mão-de-obra clerical. Exemplos da pesquisa do estudo de caso (tabela 1) incluem o uso

de sistemas financeiros corporativos para informatizar as funções internas de

administração, tais como registros de pessoal e folha de pagamento, em uma ampla

variedade de setores, como o governo local, o desenvolvimento de técnicas de auditoria

em informática [9] e a informatização de registros de políticas em seguros [7]. A taxa na

qual tais melhorias de eficiência poderiam ser realizadas foi consideravelmente

aumentada pela taxa extraordinária de barateamento de equipamentos de informática

que estava ocorrendo devido ao progresso técnico na indústria de fornecimento, que

como já observado levou a taxas muito altas de investimento de usuário em tais

equipamentos [ 3]. Além disso, o potencial total de redução de custos dessas aplicações

tem, em muitos casos, se tornado totalmente real com o início da recessão após 1979, o

que forçou uma grande reestruturação e reorganização trabalhista em indústrias de

serviços tais como seguros gerais. sofrendo de excesso de capacidade [7].

À medida que os impactos de primeira fase da eficiência da nova tecnologia são

percebidos, o ciclo de produto reverso passa para a segunda fase na qual a tecnologia é

direcionada para inovações de processo mais radicais que melhoram a eficácia e não a

eficiência da entrega de serviços, levando a melhorias na qualidade, em vez de reduções

no custo. Dada a natureza intangível da maioria dos produtos de serviço, o aumento da

qualidade é, no mínimo, tão importante quanto o aumento da quantidade quando se

trata de medir a produção das indústrias de serviços [3]. Consequentemente, esse

movimento de segunda etapa em direção a uma melhoria qualitativa nos serviços pode

ser visto como uma “fase de transiç~o” interina, entre a melhoria da eficiência do

fornecimento de serviços existentes serviços, e a geração de novos tipos de serviços.

Essas melhorias de qualidade começam a encorajar a expansão dos mercados para os

produtos melhorados, enquanto a ênfase competitiva na qualidade pode tipicamente ser

acompanhada pela diversificação ou integração empresarial entre os provedores de

serviços. Além disso, enquanto o investimento no equipamento de capital que incorpora

a tecnologia continua em alta, há uma mudança para uma forma mais neutra de

progresso técnico, com o impacto da ampliação de capital sendo pelo menos tão forte

Page 10: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

10

quanto os efeitos de aprofundamento de capital, e impacto líquido sobre a utilização do

trabalho também é amplamente neutro.

Esses efeitos podem ser vistos claramente nas aplicações mais recentes da

tecnologia de mini e micro computadores nas indústrias de serviços nos últimos anos. O

foco das aplicações mudou de sistemas corporativos centrais voltados para a

administração interna, para aplicações departamentais em máquinas dedicadas à

provisão de serviços melhorados em setores onde há demanda crescente do

consumidor. Para as famílias, grande parte do crescimento da demanda nos últimos anos

tem sido para melhoria dos serviços públicos e, em alguns setores, como o governo local,

os provedores desses serviços estão começando a responder usando a tecnologia da

informação para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos. , por exemplo,

informatizando o processamento de listas de espera de habitação [lo]. No setor privado,

melhorias de qualidade têm sido particularmente proeminentes em setores em

expansão da indústria financeira e de serviços empresariais, como seguro de vida e

contabilidade, com a introdução de cotações de políticas on-line em filiais de seguros [7]

e gerenciamento informatizado. serviços de contabilidade e contabilidade com

contabilização [9], fornecendo dois exemplos óbvios (tabela 1). Essas aplicações não

levaram a um deslocamento significativo da mão de obra e, em alguns casos, como a

contabilidade, parecem ter sustentado o crescimento contínuo do emprego por meio da

expansão dos mercados para os serviços prestados pela indústria. Uma conexão clara

também pode ser observada entre as mais recentes aplicações de tecnologia de

computadores e a atual “revoluç~o” ocorrendo no setor financeiro, com processamento

distribuído e redes locais oferecendo a capacidade de manipulação de informações

altamente aprimorada, o que encoraja o surgimento de conglomerados de serviços

financeiros e empresariais que oferecem uma gama de serviços diferentes do que até

agora.

A terceira fase do ciclo de produtos reversos envolve uma mudança de

melhorias qualitativas nos serviços para a geração de novos produtos de serviços. Nesse

estágio, as inovações de produto, e não de processo, tornam-se dominantes, pois a

ênfase competitiva muda para a diferenciação do produto e o desempenho do produto, a

fim de abrir e capturar novos mercados. Novas indústrias e organizações emergem,

paralelamente à diversificação das organizações existentes, para suprir a crescente

gama de novos serviços. O impacto global no produto e no emprego é expansionista, o

investimento em nova tecnologia torna-se predominantemente em expansão de capital e

o viés do progresso técnico pode até tender para a poupança de capital, reforçando os

efeitos geradores de emprego dessa etapa do processo.

Agora, alguma confusão envolve o conceito de inovação de produto em serviços e,

em particular, o que constitui um “novo serviço”. Por causa da intangibilidade dos

serviços, a literatura econômica muitas vezes assume que eles são, por definição,

processos - ainda assim isso confunde o “produto” que é o serviço consumido por uma

firma ou domicílio, e o “processo” que é o modo de entrega do serviço. Além disso,

muitas vezes se argumenta que aplicações radicais de novas tecnologias não geram

novos produtos de serviços, mas fornecem novas maneiras de fornecer serviços

Page 11: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

11

existentes. Isso é verdade no sentido estrito de que tais atividades continuam a cumprir

as mesmas funções definidas por necessidades sociais básicas, como saúde, educação,

viagens, entretenimento e troca de mercadorias. No entanto, usando uma analogia com o

contraste entre um cavalo e um automóvel como meio de transporte, essas novas

aplicações de serviço são tão diferentes na natureza e no modo de entrega das formas

mais tradicionais de serviços que podem ser significativamente descritas como novos

produtos de serviço.

Outro problema que surge na tentativa de definir inovação de produto em

serviços é que, em termos do impacto da tecnologia da informação sobre os serviços,

esta terceira fase do ciclo de produto reverso mal começou. Consequentemente, tanto a

forma precisa dos novos produtos quanto a extensão dos mercados para eles só podem

ser objeto de especulação no momento [6]. O que parece claro, no entanto, é que uma

condição necessária, embora não suficiente, para uma grande onda de inovação de

produtos baseada em TI telecomunicações digital adequada, como o cabo de banda

larga, ligando todos os usuários domésticos e empresariais através de uma rede de

terminais de computador [19]. O desenvolvimento dessa infra-estrutura parece

prosseguir por estágios, começando pelas redes telefônicas existentes e prosseguindo

com a progressiva digitalização para uma rede de banda larga capaz de transmitir texto,

dados, voz e imagens ao vivo [6]. Essa rede fornecerá os meios de produção e entrega

para uma gama de novos serviços eletrônicos interativos, abrindo novos mercados para

esses serviços da mesma maneira que a construção das ferrovias abriu novos mercados

para os produtos manufaturados na região. meados do século XIX [4].

Uma vez que esta infraestrutura de TI esteja instalada, novos produtos de

serviços são viáveis na maioria dos campos atuais de atividade de serviços, por exemplo,

home banking e compras, serviços bancários corporativos eletrônicos e outros serviços

financeiros, serviços de informações de rede para usuários domésticos e empresariais,

educação e treinamento auxiliados por computador, e sistemas especialistas para

diagnóstico médico. Mais precisamente, o potencial para tais serviços já pode ser

distinguido nos setores de estudo de caso que foram examinados em detalhes (tabela 1).

Assim, no seguro, a provisão de uma infra-estrutura universal de TI permitiria o acesso a

um serviço de seguro e investimento on-line completo por usuários domésticos e

empresariais [7]: na contabilidade, tal infraestrutura poderia ser usada para vincular

computadores de clientes e contadores diretamente, permitindo assim a prestação de

serviços de auditoria e contabilidade totalmente automatizados [9]; enquanto no

governo local, já estão em andamento experimentos para usar os sistemas viewdata

para oferecer serviços de informação ao público local [lo]. O que parece diferenciar esses

novos serviços é uma combinação de três tipos de mudanças em comparação com os

serviços existentes. O locus da entrega muda do ponto de produção (por exemplo, o

escritório de seguros) para o ponto de consumo (a casa ou o negócio); a natureza

qualitativa do serviço muda, com ênfase no aumento da flexibilidade e na melhoria da

informação para os consumidores; e a natureza da relação produtor-consumidor muda,

com a crescente informatização do conhecimento afetando particularmente o papel dos

profissionais de serviço, como professores, contadores e seguradores.

Page 12: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

12

A taxa na qual novos mercados se desenvolverão para tais serviços dependerão

de uma variedade de fatores influenciar a demanda, como os custos dos novos serviços

em comparação com os de seus equivalentes estabelecidos, a facilidade com que esses

serviços baseados em rede podem ser acessados e a eliminação de várias barreiras

sociais e institucionais para sua adoção [6]. Entretanto, uma vez que os novos serviços

se estabeleçam, parece razoável supor que seu desenvolvimento posterior possa seguir

um caminho similar ao do ciclo normal de produto delineado para os bens de capital que

incorporam a tecnologia original. Por outras palavras, a fase de transição que começou

na fase anterior do ciclo irá abranger o período entre a obtenção de viabilidade técnica

na prestação dos novos serviços, por exemplo, com a instalação de uma infra-estrutura

de telecomunicações suficiente para home banking e compras, e a obtenção de

viabilidade econômica em concorrência com serviços equivalentes mais antigos, como

os serviços bancários e de varejo existentes. Depois disso, à medida que as indústrias de

“novos serviços” ganham uma posiç~o cada vez mais dominante dentro de seus

respectivos mercados consumidores, seu desenvolvimento adicional envolverá uma

mudança de inovações de produtos para grandes inovações de processo durante o

estágio de crescimento e, posteriormente, outra mudança. para melhorias incrementais

do processo à medida que atingem a maturidade. Nesse estágio, uma nova onda de

tecnologia pode surgir dentro do setor de bens de capital, adequada para a transmissão

ao setor de serviços e desencadear o início de um novo ciclo de produtos reversos entre

as já maduras indústrias de serviços originadas durante o ciclo anterior.

5. Inovação e o ciclo de crescimento

O modelo teórico desenvolvido nas seções anteriores articulou o processo de

inovação no setor de bens de capital e no setor de bens de consumo em termos do que

van Duijn [15] chama de “ciclo de vida da inovaç~o”, baseado na teoria do ciclo de vida

do produto. Além disso, o modelo assumiu o surgimento de um conjunto de inovações

relacionadas no setor de bens de capital que são tão fundamentais e tão difundidas em

seus impactos que seu efeito combinado, particularmente quando reforçado pelo

desenvolvimento de uma infra-estrutura apropriada, é para estabelecer uma grande

nova tecnologia, ou como Freeman et al. termo, uma "nova tecnologia de sistema de

gerenciamento ”[17]. Como j| indicado, grande parte da literatura sobre ondas longas

proporciona um papel central para o surgimento dessas novas tecnologias importantes

como a força motriz subjacente aos sucessivos ciclos de crescimento; essa tradição

começou com a formulaç~o original de Schumpeter de uma teoria das “revoluções

tecnológicas” e continua até as recentes discussões sobre as descontinuidades nas

trajetórias de crescimento e inovaç~o causadas pelo surgimento de novos “paradigmas

tecnológicos” [14].

Assim, o primeiro ciclo de Kondratiev está associado à convergência da energia

a vapor e da manufatura têxtil no início do século XIX; o segundo Kondratiev com as

Page 13: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

13

indústrias associadas com ferro e aço, engenharia e ferrovias na segunda metade

do século XIX, o Terceiro Kondratiev com o surgimento da energia elétrica,

automóveis e fabricação de produtos químicos no início deste século; e o Quarto

Kondratiev com o boom do pós-guerra baseado em indústrias como

eletroeletrônicos, materiais sintéticos e produtos farmacêuticos (Freeman et al.

[17]). O objetivo deste artigo é que o próximo e o quinto Kondratiev serão associados a

novas atividades de serviços baseadas em tecnologia da informação, e pode-se

argumentar que essas atividades se qualificam como um * novo sistema tecnológico por

três razões - por causa de as interligações criadas pela convergência de tecnologias

estabelecidas (informática, electrónica e telecomunicações), devido ao seu impacto

generalizado sobre outras indústrias estabelecidas, devido ao aumento do conteúdo

informativo de todos os ramos de produção, e por causa do reforço efeito de uma infra-

estrutura de telecomunicações digitais em relação aos novos serviços e abertura de

novos mercados para eles.

Agora, embora exista um considerável consenso quanto ao papel central das

principais novas tecnologias em sucessivos ciclos de crescimento, há uma considerável

disputa sobre os mecanismos pelos quais a inovação provoca flutuações cíclicas

regulares na tendência secular do crescimento econômico. Delbeke [13] fornece uma

revisão das teorias alternativas, todas as quais ele caracteriza em termos de hipóteses

sobre a alteração da escassez e abundância de diferentes fatores de produção nas fases

de subida e descida do ciclo, sejam elas teorias baseadas em variações. na taxa de

inovação, na intensidade da produção de bens de capital ou na disponibilidade de mão-

de-obra ou de matérias-primas. Mais especificamente relacionado à discussão neste

artigo, Coombs [ll] revê algumas das teorias conflitantes em termos do que elas têm a

dizer sobre a relação entre a inovação nos setores de bens de capital e bens de consumo.

O que é proposto aqui é uma perspectiva bastante diferente do mecanismo do ciclo de

crescimento derivado da dinâmica do processo de transmissão de tecnologia, em que

uma nova tecnologia é transferida do setor de bens de capital para o setor de bens de

consumo e serviços, criando um desequilíbrio. no progresso técnico devido à

justaposição de dois ciclos de vida de inovação fora de fase nos dois setores. Esses

mecanismos ajudam a explicar as flutuações cíclicas na produtividade de capital e a

lucratividade que ocorrem durante a onda longa [17], e que têm sido utilizadas como

fatores explicativos em algumas teorias de ondas longas. O modelo pode ser explicado

esquematicamente em termos dos quatro estágios da onda longa identificada por

Schumpeter - prosperidade, recessão, depressão e recuperação - sendo as condições em

cada estágio determinadas predominantemente por condições no setor de bens e

serviços de maior consumo (tabela 2). Na prática, o curso dos acontecimentos é

naturalmente muito mais complexo, com variações consideráveis entre tecnologias,

setores e economias nacionais em cada estágio da onda longa.

Page 14: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

14

Por conveniência, considere primeiro as condições prevalecentes durante a fase

de prosperidade do longo onda. As indústrias do setor de bens de consumo e serviços

estão em fase de crescimento, com a qualidade dos produtos existentes sendo

aprimorada através de inovações de processo no uso de tecnologias estabelecidas

originadas no ciclo de crescimento anterior. A produção e a produtividade do trabalho

estão crescendo fortemente para satisfazer a demanda em mercados consumidores em

expansão, o emprego está se estabilizando em seu nível máximo e há um forte

crescimento contínuo no investimento de capital, que aumenta a intensidade de capital

da produção enquanto estabiliza a produtividade de capital e a taxa de lucro . Durante

esta fase, o progresso técnico concentra-se principalmente no setor de consumo e é

amplamente neutro em seu impacto. Dentro do setor de bens de capital, por outro lado,

uma fase de transiç~o entre sucessivos “paradigmas tecnológicos” prevalece, com

poucas melhorias possíveis nas tecnologias estabelecidas no ciclo anterior, enquanto a

próxima onda de tecnologia ainda está no mercado. fase de pesquisa e desenvolvimento,

gerando “produtos emergentes” que podem ter alcançado a viabilidade técnica, mas

ainda são de viabilidade econômica limitada. Esse foi o estágio atingido na emergente

indústria de computadores durante a maior parte dos anos 2000, na fase de

prosperidade máxima do boom do pós-guerra gerado pela onda anterior de tecnologias

estabelecidas nas décadas de 1930 e 1940.

Uma vez que as tecnologias emergentes no setor de bens de capital tenham

atingido o estágio no qual é economicamente viável para o setor de consumo começar a

adoção generalizada dos novos bens de capital incorporando essas tecnologias, então o

ciclo de crescimento entra em sua fase de recessão. Agora, o foco do progresso técnico se

desloca para o setor de bens de capital, onde grandes inovações de produto estão sendo

geradas na fase de descolagem ou introdução do ciclo normal de produto de inovação

que já foi descrito. Essas inovações de produtos criam uma rápida taxa de barateamento

dos novos bens de capital, o que encoraja uma expansão similarmente rápida de seus

mercados entre os setores de bens de consumo e de serviços que agora amadurecem.

Nessas indústrias, as primeiras aplicações da nova tecnologia são direcionadas para

obter melhorias de eficiência de redução de custos através de melhorias incrementais de

processo na produção de bens e serviços existentes. A primeira etapa do ciclo de

produtos reversos no setor de consumo é, assim, lançada, paralelamente ao início do

ciclo normal do produto na capital. setor de bens. Uma vez que o setor de consumo já

atingiu sua fase de maturidade, o crescimento geral da produção está desacelerando à

medida que os mercados se aproximam da saturação; a rápida taxa de investimento na

nova tecnologia é, portanto, predominantemente economizadora de mão-de-obra e

Page 15: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

15

desmoronamento de seus efeitos, de modo que enquanto a produtividade do trabalho

continua a aumentar, embora talvez em menor proporção, emprego, produtividade de

capital e lucratividade período de declínio. Tais eram as condições de recessão que

prevaleceram durante a maior parte da década de 1970, quando, apesar da recessão, a

indústria de computadores experimentou taxas muito altas de crescimento e inovação

de produto em sua fase de decolagem, enquanto a primeira onda de aplicações da

tecnologia entre as indústrias de consumo, especialmente as indústrias de serviços,

começaram em larga escala.

À medida que o ciclo normal do produto no setor de bens de capital e o ciclo de

produtos reversos no setor de consumo avançam para suas segundas fases, a economia

passa da recessão para a depressão. A inovação no setor de bens de capital passa da fase

de introdução ao crescimento, com a ênfase mudando de inovações de produtos rápidas

e diversificadas para a inovação de processos que, ao melhorar a qualidade das gamas

de produtos, sustentam o crescimento contínuo do mercado entre as indústrias de

consumo, consolidando a posição da indústria. indústrias de bens de capital. No setor de

consumo, a ênfase muda do uso da tecnologia para aumentar a eficiência da produção de

produtos existentes para melhorar a qualidade de bens e serviços. Agora, esses produtos

melhorados, especialmente nas indústrias de serviços, representam um estágio

intermediário entre os antigos produtos estabelecidos, que dominaram a fase anterior, a

recessão, e os novos produtos que serão produzidos na próxima fase de recuperação.

Como já foi indicado, esta segunda fase do ciclo de produtos reversos no setor de

consumo pode, portanto, ser denominada “fase de transiç~o”, durante a qual novos

produtos começam a surgir, pelo menos em forma de embrião, embora ainda não

tenham atingido o estágio técnico. viabilidade e certamente não atingiram a viabilidade

econômica.

Conseqüentemente, a expansão limitada dos mercados criada pela melhoria do

produto no setor de consumo, mesmo quando combinada com o forte crescimento no

setor de bens de capital produzindo a nova tecnologia, não é suficiente para compensar

o declínio em bens de consumo e serviços já maduros que estão sofrendo com mercados

saturados e um escopo limitado para melhorias de processos usando tecnologias já

ultrapassadas. A economia sofre assim uma fase de depressão, com níveis de produção

estáticos ou apenas subindo lentamente, mantendo altos níveis de desemprego e

capacidade subutilizada, mesmo que o declínio nos níveis de emprego não diminua. O

investimento de capital é agora amplamente neutro em seus efeitos, interrompendo o

declínio na lucratividade e na produtividade de capital; Este novo investimento é

acompanhado por um extenso desmantelamento nas indústrias de consumo maduras de

capacidade subutilizada, incorporando tecnologias obsoletas, dando um aparente

impulso à produtividade média do trabalho em todo o setor. Essas são as condições que

prevalecem nos anos 80, em alguns setores pelo menos, com as indústrias de

informática e de tecnologia da informação entrando em sua fase de crescimento e

consolidação; aplicações de tecnologia de computadores no setor de consumo, e

especialmente em serviços, tendo começado a mudar de melhorias de eficiência para

melhorias na qualidade de transição; mas com a maior parte do setor de consumo

sofrendo um período prolongado de depressão e reestruturação.

Page 16: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

16

Para completar os estágios da onda longa, a atenção agora muda para o setor de

consumo, onde a viabilidade econômica generalizada entre os novos produtos que

começaram a surgir na fase de transição leva a uma grande nova fase de inovação de

produto. Novos produtos e novas indústrias de consumo são estabelecidos, atendendo a

novos mercados de consumo e criando a base para a recuperação econômica sustentada.

Essas novas indústrias de consumo fazem amplo uso dos produtos das já maduras

indústrias de bens de capital que estão produzindo a tecnologia dominante,

particularmente quando uma infra-estrutura adequada é instalada para acelerar sua

transmissão e abrir novos mercados. Esse investimento é predominantemente de

ampliação de capital, com uma possível tendência de economia de capital à medida que

o preço relativo da tecnologia começa a aumentar, de modo que à medida que os níveis

de produção se expandem, o emprego também aumenta a produtividade de capital e a

lucratividade. A partir de agora, a tecnologia já estabelecida instalada no setor de

consumo fornece o motor para mais inovações de produto e processo dentro das novas

indústrias, conforme o setor consumidor avança em sua fase de crescimento, o setor de

bens de capital avança para outra fase de transição e o ciclo começa novamente. Estas

foram as condições predominante prevalecendo na década de 1950, durante o período

de recuperação econômica do pós-guerra, quando as tecnologias maduras estabelecidas

nas décadas de 1930 e 1940 ajudaram a lançar um novo grande boom de consumo. Esta

é também a perspectiva atual oferecida pelas indústrias de tecnologia da informação em

amadurecimento - a geração de um boom liderado por serviços nos anos 90, uma vez

que uma infra-estrutura de telecomunicações universal e adequada é instalada em nível

nacional e internacional para atuar como catalisador do setor. estabelecimento das

novas indústrias de serviços.

6. Conclusões

O argumento que foi desenvolvido neste trabalho começa com um exame das

origens de uma grande nova tecnologia no setor de bens de capital e seu posterior

desenvolvimento de acordo com a teoria do ciclo de vida do produto. Consideração é

dada ao lado do processo de transmissão pelo qual esta nova tecnologia é absorvida

pelas indústrias usuárias no setor de bens de consumo e serviços, identificando os

fatores que contribuem tanto para atrasos na adoção da tecnologia quanto para atrasos

na realização de seu potencial e discutir como esses fatores moldam as trajetórias de

inovação que emergem nas indústrias usuárias. O impulso central do argumento é então

direcionado para a natureza do processo de inovação nas indústrias usuárias,

concentrando-se, em particular, nas inovações nos serviços atualmente sendo geradas

pela adoção da tecnologia da informação. Um “ciclo de produto reverso” é proposto para

descrever o processo de inovação nessas indústrias, funcionando em paralelo ao ciclo

normal de produto no setor de bens de capital, mas operando na sequência oposta de

estágios. Finalmente, a existência de dois ciclos de inovação fora de fase nos setores de

capital e consumo, decorrente de um processo de transmissão de tecnologia que causa

Page 17: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

17

desequilíbrio no progresso técnico entre os dois, é apresentada como um mecanismo

dinâmico que ajuda a criar as flutuações das ondas longas. na atividade econômica que

s~o sintom|ticos das sucessivas “revoluções tecnológicas” de Schumpeter.

O modelo teórico de inovação em serviços que foi proposto no artigo, baseado na

idéia de um “ciclo de produto reverso”, parece corresponder { observaç~o empírica de

como o processo de inovação tem funcionado em três nos últimos vinte anos, como

resultado da introdução da tecnologia informática. No entanto, é necessária uma

pesquisa muito mais aplicada para testar o modelo completamente em uma gama mais

ampla de setores, e esse programa de pesquisa teria de se estender por vários anos para

permitir o surgimento gradual de “novos serviços” baseados em a maioria dos casos

ainda não é mais que um produto de especulação. Essa pesquisa precisaria abordar

questões gerais sobre a precisão com que o mecanismo de inovação funciona nas

indústrias de serviços, examinando as trajetórias de inovação em diferentes setores com

algum detalhe. Há também questões mais específicas a serem respondidas sobre como a

operação do ciclo de produto reverso varia de acordo com as diferenças de tecnologia,

nas aplicações de serviço e nas condições econômicas nacionais. Uma vez que a operação

do ciclo de produto reverso proposto é estabelecida e totalmente compreendida, então

sua interação com o ciclo normal do produto em indústrias de bens de capital poderia

ser investigada empiricamente, para verificar quão importante é a diferença entre ciclos

de vida de ovação nos dois setores como um mecanismo que contribui para longas

ondas de crescimento econômico.

Além dessas considerações teóricas, parece vital seguir a linha de investigação

indicada aqui, uma vez que os argumentos apresentados no documento oferecem

algumas indicações otimistas sobre o possível surgimento, nos anos 90, de um boom

liderado por serviços baseado na aplicação universal. da tecnologia da informação. Uma

condição inicial necessária é o estabelecimento de uma rede de telecomunicações

digitais que seja capaz de captar os vastos volumes de informação que serão gerados e

de abrir novos mercados domésticos e internacionais entre as famílias e os países.

consumidores empresariais. Uma vez que essa infraestrutura esteja instalada, há um

enorme potencial para a geração de novos produtos de serviços em uma ampla

variedade de áreas, como serviços financeiros e empresariais, distribuição de varejo e

atacado, entretenimento e lazer, educação e saúde e serviços públicos. administração. O

desenvolvimento de tais serviços provavelmente será mais apoiado por

desenvolvimentos atuais de software em sistemas “especializados” ou “baseados no

conhecimento”. Embora a forma precisa desses novos serviços baseados em rede seja

difícil de prever, as indicações são de que eles poderiam gerar uma grande onda de

capital economia, crescimento da produção geradora de empregos. Além disso, elas

poderiam ser produzidas por organizações de alta qualificação, relativamente intensivas

em mão-de-obra e mais descentralizadas, usando a infra-estrutura de TI como principal

meio de produção e talvez gerando requisitos de capital mais modestos, particularmente

para edifícios caros, do que dos principais provedores de serviços de hoje. É claro que

tais previsões geram toda uma série de perguntas sobre os impactos distributivos de um

novo ciclo de crescimento baseado na tecnologia da informação, mas estes estão fora do

escopo deste artigo. Um artigo separado, no entanto, considera algumas das implicações

Page 18: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

18

mais amplas de um novo boom liderado por serviços, que é comparado a uma

“Revoluç~o de Serviços” compar|vel em escopo e import}ncia { Revoluç~o Industrial do

século XIX em manufatura, e aponta algumas indicações para políticas governamentais

que podem encorajar este boom, com vista a promover a muito procurada recuperação

rumo ao pleno emprego nas economias industrializadas avançadas [4].

Referências

[l] W.J. Abernathy and P.L. Townsend, Technology, Productivity and Process Change,

Technological Forecasting and Social Change 7 (1975) 379-396.

[2] Bank of England, Services in the UK economy, Bank of England Quarter4 Butlerin 25

(3) (September 1985).

[3] R. Barras, Growth and Technical Change in the UK Service Secror. Research Report

TCCR-83-015 (Technical Change Centre, London, 1983).

[4] R. Barras, Information Technology and the Service Revolution, Policy Studies 5 (4)

(1985) 14-24.

[5] R. Barras, A Comparison of Embodied Technical Change in Services and

M~ufactu~ng Industry, Applied Economics 18 (1986), 941-958.

[6] R Barras, New Technology and the New Services: Towardr an Innovation Strategy for

Europe (Technical Change Centre, London, 1986). (71 R. Barras and J. Swarm, The

Adoption and Impact of Information Technology in the UK Insurance Industry. Research

Report TCCR-83-016 (Technical Change Centre, London, 1983).

[8] R. Barras and J. Swarm, Information Technology and the Services Sector: Quality of

Services and Quantity of Jobs, in: P. Marstrand (ed.) New Technology and the Future of

Work und Skills (Frances Pinter, London, 1984).

[9] R. Barras and J. Swarm, The Adoption and Impact of Inf~r~tion Technology in the UK

Accountancy Profession. Research Report TCCR-84-008 (Technical Change Centre,

London, 1984).

[10] R. Barras and J. Swam-r, The Adoption and rmpact of Information Technology in UK

Local Government. Re search Report TCCR-85-005 (TecbnicaI Change Centre, 1201 A.

Heertje, Economics and Technical Change (Weidenfeld London, 1985). &Nicolson,

London, 1977).

[11] R.W. Coombs, Innovation, Automation and the Longwave Theory, in: C. Freeman

(ed.) Long Waves in fhe World Economy, pp. 115-125.

[12] S. Davies, The Diffuon of Process Innovations (Cambridge University Press, 1979).

Page 19: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

19

[13] J. Delbeke, Recent Long Wave Theories, A Critical Survey, in: C. Freeman (ed.) Long

Waves in the World Economy, pp. 1-12.

[21] B.H. Klein, Dynamic Economics (Harvard University Press, Cambridge, MA, 1977).

[14] G. Dosi, Technological Paradigms and Technological Trajectories, in: C. Freeman

(ed.) Long Waves in rhe World Economy, pp. 78-101.

[15] J.J. van Duijn, The Long Wave in Economic Life (George Allen and Unwin, 1983).

[16] C. Freeman (ed.) I..ong Waves in the World Economy (Francis Pinter, London,

1984f.

[17] C. Freeman, J. Clark and L. Soete, ~~e~p~oy~e~f nnd Technical Inn~ati~ (Frances

Pinter, London, 1982).

[18] J.I. Gershuny, After Industrial Society: the Emerging Self Service Economy

(Macmillan, London, 1978).

[19] J.I. Gershuny and I.D. Miles, The New Service Economy (Frances Pinter, London,

1983).

[22] S.J. Kline, Innovation Is Not a Linear Process, Researeh ~a~geme~f 28 (4) (1985)

36-45.

[23] S. Kuznets, Economic Change (Norton, New York, 1953).

[24] E. Mansfield, J. Rapoport, A. Romeo, E. Villain, S. Wagner and F. Husic, The

Production and Application of New Industrial Technology (Norton, New York, 1977).

[25] J.S. Metcalfe, Impulse and Diffusion in the Study of Technical Change, in: C. Freeman

(ed.), Long Waves in the World Economy, pp. 102-114.

[26] R.R. Nelson and S.G. Winter, In Search of a Useful Theory of innovation, Research

Poky 6 (1977) 36-76.

[27] N. Rosenberg, Perspecriues on Technology (Cambridge University Press, 1977).

[28] J.M. Utterback, The Dynamics of Product and Process Innovation in Industry, in: CT.

Hill and J.M. Utterback, Technoio~‘~al Innovation for a Dynamic Economy (Pergamon,

Oxford, 1979).

i

Page 20: Por uma teoria da inovação nos serviços...consenso de que esta nova revolução será baseada nas tecnologias de informação emergentes; o que até agora tem sido menos reconhecido

TRADUÇÃO / Barras, R. (1986). Towards a theory of innovation in services. Research policy, 15(4), 161-173

20

http://www.astro.com/astrology/in_kondratiev_e.htm 02/12/2018 (i)b: a força motriz subjacente aos sucessivos ciclos de crescimento; essa tradição começou com a formulaç~o original de Schumpeter de uma teoria das “revoluções tecnológicas” e continua até as recentes discussões sobre as descontinuidades nas trajetórias de crescimento e inovação causadas pelo surgimento de novos “paradigmas tecnológicos” Assim, o primeiro ciclo de Kondratiev está associado à convergência da energia a vapor e da manufatura têxtil no início do século XIX; o segundo Kondratiev com as indústrias associadas com ferro e aço, engenharia e ferrovias na segunda metade do século XIX, o Terceiro Kondratiev com o surgimento da energia elétrica, automóveis e fabricação de produtos químicos no início deste século; e o Quarto Kondratiev com o boom do pós-guerra baseado em indústrias como eletroeletrônicos, materiais sintéticos e produtos farmacêuticos (Freeman et al. [17]). O objetivo deste artigo é que o próximo e o quinto Kondratiev serão associados a novas atividades de serviços baseadas em tecnologia da informação, e pode-se argumentar que essas atividades se qualificam como um * novo sistema tecnológico por três razões - por causa de as interligações criadas pela convergência de tecnologias estabelecidas (informática, electrónica e telecomunicações), devido ao seu impacto generalizado sobre outras indústrias estabelecidas, devido ao aumento do conteúdo informativo de todos os ramos de produção, e por causa do reforço efeito de uma infra-estrutura de telecomunica- ções digitais em relação aos novos serviços e abertura de novos mercados para eles. [o presente artigo, na seção 5]


Recommended