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principio_investimento

Date post: 22-Mar-2016
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Principios de Investimento
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CURSO PREPARATÓRIO PARA CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL ANBIMA SÉRIE 10 (CPA-10) AULA 6 P RINCÍPIOS DE I NVESTIMENTO
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CURSO PREPARATÓRIO PARA

CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL

ANBIMA SÉRIE 10 (CPA-10)

AULA 6 –

PRINCÍPIOS DE INVESTIMENTO

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, Alexandre, Finanças Corporativas e Valor. 3ª edição. Editora Atlas. São Paulo:2007.

DAMODARAN, Aswath. Strategic Risk Taking: A Framework for Risk Management. Wharton Scholl Publishing, 2008

FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro, Produtos e Serviços. 18a. Ed. Qualitymark. Rio de Janeiro:2011.

PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais – Fundamentos e Téncnicas. 5ª. Ed. Editora Atlas. São Paulo: 2009.

WESTON. Fred J.; BRIGHAM, Eugene. F. Fundamentos da Administração Financeira. 10ª. Edição. Pearson Makon Books. São Paulo: 2000.

Códigos de Autorregulação da Anbima: disponível em www.anbima.com.br

www.bmfbovespa.com.br

SUMÁRIO

Princípios de Investimento

Principais Riscos do Investidor

Risco de Mercado

Risco de Crédito

Risco de Liquidez

Risco Operacional

Risco Legal

PRINCIPAIS RISCOS DO INVESTIDOR

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

CONCEITOS DE RISCO

Embora a maioria das pessoas enfrente o risco todos os dias nas suas mais variadas formas, a sua conceituação é muito complexa. De um modo genérico, situações que podem parecer de alto risco para uma pessoa poderão ser consideradas de risco aceitável para outras .

Damodaran (2008) também salienta que dada a onipresença do risco em quase todas as atividades humanas, surpreende o fato de não haver uma unanimidade acerca de uma definição para o termo “risco”.

CONCEITOS DE RISCO

Neste sentido, cabe mencionar a importante contribuição de Knight (1921), diferenciando risco e incerteza.

Para o autor, a incerteza precisa ser considerada com um sentido radicalmente distinto da noção comumente aceita para o risco, da qual nunca foi adequadamente separada.

Ele distingue incerteza e risco atribuindo que a conceituação de risco está associada ao fato de que algumas variáveis são passíveis de serem mensuradas.

Já incerteza, significa aquela parcela que não pode ser mensurada. Em síntese, Knight se preocupou em definir como risco aquela parcela da incerteza capaz de ser mensurada.

CONCEITOS DE RISCO

Fundamentalmente, risco é a possibilidade de perda financeira. Os ativos considerados mais arriscados são os que oferecem maiores possibilidades de perda financeira. Em termos mais formais, a palavra risco é usada como sinônimo de incerteza e refere-se à variabilidade dos retornos associados a um ativo.

Jorion (2007) define “risco é o grau de incerteza a respeito de um evento”. Assim, pode-se definir o risco, ou seja, “a possibilidade de perda” ou “o grau de incerteza”, como a probabilidade de ocorrência do evento gerador da perda ou da incerteza.

Para Brealey e Myers (2006) risco é a incerteza quanto ao resultado futuro de um investimento que pode ser medido matematicamente. Numa definição mais simples, pode-se dizer que risco é a probabilidade de que ocorra algo não esperado quanto ao retorno do investimento, ou a probabilidade de ocorrer algo diferente do esperado, ou seja, risco é a possibilidade de perda financeira.

CONCEITOS DE R ISCO

É importante citar a clássica classificação de Sharpe, onde o risco total a que está sujeito um ativo pode ser subdividido em duas partes: risco sistemático e risco não sistemático. O risco sistemático é o risco que o sistema econômico, político e social impõem ao ativo.

Risco não-sistemático: risco relacionado ao próprio desempenho do investimento. Também chamado de risco “diversificável”, devido á possibilidade de sua diluição em uma carteira (ou seja, junto com outros investimentos) e risco “do negócio”.

Risco sistemático: também chamado de risco “ não-diversificável”, risco de “mercado” e risco “comum”. A princípio é um risco relacionado às condições macroeconômicas e está fora do controle de um investidor individual, afetando todos os segmentos econômicos.

UMA VISÃO GRÁFICA

Risco

diversificável,

específico ou

não sistemático

Risco de carteira,

de mercado ou

sistemático

Quantidade de Títulos

Risco

da Carteira

CONCEITOS DE RISCO

Os ativos considerados mais arriscados são os que oferecem maiores possibilidades de perda financeira. Em termos mais formais, a palavra risco é usada como sinônimo de incerteza e refere-se à variabilidade dos retornos associados a um ativo.

Diversificação do risco é qualquer processo que nos possibilite minimizar os efeitos do risco sobre um ativo, é um processo administrativo. No risco não sistemático, tem-se os modelos de diversificação, baseados na escolha de ativos. Já no risco sistemático, a administração interna do risco, de maneira competente, parece ser a melhor maneira de minimização do mesmo.

Desta forma, as empresas, cada vez mais, devem estar atentas aos tipos de risco aos quais estão expostas.

Os administradores enfrentam, permanentemente, o dilema entre risco e retorno, os quais estão associados a toda decisão financeira.

RISCO COMO PROBABILIDADE

Em finanças, especificamente, é possível distinguir o processo decisório em dois eventos básicos:

Sucessos, quando os objetivos do investidor são atingidos.

Fracassos, quando os objetivos do investidor não são atingidos.

Assim, admitindo que sucessos e fracassos constituem uma particição do conjunto dos possíveis resultados que podem ocorrer, risco pode ser definido como:

RISCO = P(F), onde

F S = U e F S = , sendo:

U = conjunto dos resultados.

S = conjunto dos sucessos.

F = conjunto dos fracassos.

Com base nessas afirmações, ainda é possível concluir que:

RISCO = 1 - P(S),

pois P(F) + P(S) = 1

RISCO COMO PROBABILIDADE

Risco como “no sentido mais básico, risco pode ser definido como a possibilidade de perda”.

Risco é o grau de incerteza a respeito de um evento”.

Securato declara que “.... é possível depreender a idéia de probabilidade pelo uso dos termos ‘possibilidade’ e ‘grau de incerteza’, podendo então definir o risco, ou seja, ‘o grau de incerteza’ ou a ‘possibilidade de perda’ como a probabilidade de ocorrência de um evento gerador de perda. O processo decisório tem como principal finalidade atingir um objetivo prefixado.”

RISCO COMO DESVIO PADRÃO

Para qualquer processo decisório, bem como para os objetivos a serem perseguidos deve se estabelecer claramente uma variável objetiva para análise. Cabe a essa variável objetiva quantificar o processo decisório de forma a designar o quanto se atinge, ou não, os objetivos almejados.

Evoluindo o raciocínio em direção a questão do risco, parte-se então de uma distribuição de probabilidades da variável objetivo, calculando-se, em seguida, a média e o desvio padrão.

RISCO COMO DESVIO PADRÃO

Tratando uma questão de incerteza como de risco fosse, entende-se que a distribuição histórica das probabilidades representa, com fidelidade, a distribuição de probabilidades futuras.

Quando se calcula a média de uma distribuição de probabilidades está se procurando a possibilidade de que ela represente a distribuição, ou seja, o que se quer buscar é um número que represente a distribuição, no caso, a média.

A questão, no entanto, é saber se a média calculada é uma boa representação, ou não, da distribuição de probabilidades. Esta resposta é dada através do cálculo do desvio-padrão, que informa o grau de concentração das probabilidades em torno da média.

Admite-se que dada uma distribuição de probabilidades de uma variável aleatória objetivo, a decisão será tomada com base na média da distribuição.

Quando se toma a decisão levando em consideração o valor médio da distribuição, “corre-se o risco” de que esta média não seja representativa da distribuição. Com essa afirmação, o risco é o desvio-padrão da variável objetivo, podendo ser representado por:

RISCO = SX ,

onde SX é o desvio-padrão da variável objetivo.

TIPOS DE RISCOS

Operacional

Crédito

Mercado

Legal

Oscilações de preços

Inadimplência

Gerenciamento

Legislação/Contratual

Liquidez Dificuldade de

realizar os ativos

TIPOS DE RISCOS

Risco de Mercado

Origina-se pela variação do preço dos ativos no mercado. Estas variações podem ser relativas (em relação a outras ativos) ou absolutas.

Risco de Liquidez

O risco de liquidez pode assumir duas dimensões:

Liquidez de Mercado/Produto: quando o mercado não apresenta suficiente liquidez para a colocação de serviços, mercadorias e produtos aos preços "normais".

Liquidez de Fluxo de Caixa/Captação de Recursos: quando uma empresa possui necessidade de caixa e acaba desfazendo-se de ativos rapidamente para honrar seus compromissos.

TIPOS DE RISCOS

Risco Operacional

Tem como origem os processos inadequados, decisões administrativas incorretas, controles deficientes, fraude e erro humano.

Risco Legal

Esta modalidade de risco diz respeito ao não enquadramento no sistema legal/regulatório (no país e exterior) por parte da empresa, seus clientes, fornecedores e parceiros comerciais

RISCO DE MERCADO

O risco de mercado é a parcela do risco de um título que não pode ser eliminada pela diversificação.O Risco de mercado representa a incerteza em relação ao comportamento dos preços dos ativos em função de oscilações de variáreis como taxas de juros, câmbio, preço das ações, dentre outras.

O risco de mercado é o risco de oscilações de preços dos ativos causados por oscilações dos mercados.

O risco de mercado, desta forma, pode ser definido como o potencial de oscilação dos valores de um ativo durante um período de tempo e é representado pelos desvios – volatilidade – em relação ao resultado esperado.

RISCO DE MERCADO

Dentre os riscos de mercado, destacam-se o risco absoluto e o risco relativo:

O risco absoluto é o risco de que o preço de um determinado ativo se comportar de maneira inesperada, produzindo perdas ao investidor, ou seja, o risco do investidor comprar um ativo por determinado preço e, mais tarde, por necessidade de capital, revendê-lo pela metade do preço.

O risco relativo ocorre quando são utilizados parâmetros de comparação para a rentabilidade de um ativo, ou seja, o risco de o preço do ativo se comportar de maneira distinta do parâmetro selecionado como referência ou benchmark.

RISCO DE CRÉDITO

O risco de crédito pode ser definido como a probabilidade de os títulos adquiridos pelo investidor não serem honrados na data de seu vencimento, ou seja, que os títulos não sejam pagos na data ou nas condições acordadas, evento que no mercado recebe o nome de default. O risco de crédito se aplica não apenas à possibilidade de não pagamento do principal dos títulos, mas também ao não pagamento dos eventos intermediários a eles relacionados, como juros e amortizações.

O risco de crédito, às vezes chamado de risco de rolagem ou de prorrogação, é a possibilidade de que a quantidade do crédito do devedor, na hora de renovar um crédito, seja classificada novamente pelo credor.

Isso pode resultar em mudanças de taxas, taxas de juros mais altas, linhas de crédito reduzidas ou, até mesmo, que o crédito seja negado.

RISCO OPERACIONAL

O risco operacional está relacionado a possíveis perdas ocasionadas por falhas em sistemas corporativos, problemas com equipamentos ou falhas humanas, tanto na execução quanto no gerenciamento e controle das operações. O risco operacional pode ser classificado:

Risco Organizacional: que se relaciona aos processos adotados para a condução e controle da instituição, que envolve a escolha de um modelo matemático errado, a estratégia inadequada, as reestruturações organizacionais e os obstáculos aos fluxos de informações;

Risco Tecnológico: está relacionado ao tipo de infra-estrutura utilizada para o funcionamento da instituição, envolvendo computadores e softwares inadequados, falhas no sistema de processamento de dados e utilização de outros equipamentos inadequados.

Risco de Pessoas: perdas devido a má qualidade do capital humano empregado ou falha humana.

RISCO LEGAL

O risco legal está relacionado a contratos mal formulados, documentações inadequadas ou, então, ao descumprimento da legislação vigente. As instituições financeiras no Brasil são fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil, e os administradores de recursos de terceiros são fiscalizados pela Comissão de Valores Mobiliários. Ambos os órgãos fiscalizadores realizam auditorias periódicas , assim como podem solicitar das instituições financeiras documentos a qualquer tempo, sempre que julgarem necessário.

O risco legal decorre do potencial de questionamento jurídico sobre a execução dos contratos, processos judiciais ou sentenças contrárias ou adversas que possam causar perdas que afetem os processos operacionais de uma empresa. Existem grandes diferenças estruturais na legislação dos diversos países que compõem o mercado internacional, dificultando a confecção de contratos e a utilização de termos que satisfaçam as negociações entre as empresas.

RISCO DE LIQUIDEZ - DEFINIÇÃO

A principal norma é a Resolução CMN 2.804 de 21 de Dezembro de 2000.

Esta norma define Risco de Liquidez como sendo: “ocorrência de desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos exigíveis - descasamentos" entre pagamentos e recebimentos – que possam afetar a capacidade de pagamento da instituição, levando-se em consideração as diferentes moedas e prazos de liquidação de seus direitos e obrigações”.

CONCEITO ECONÔMICO DE

LIQUIDEZ

Em um trabalho mais recente publicado em 1989, Hicks define com clareza o que entende por um ativo líquido ao tratar da composição dos fundos de reserva.

“ ...será essencial que os fundos se mantenham em uma forma que sejam facilmente vendáveis, a qualquer momento, e isto não significa somente que devem conservar-se em valores facilmente negociáveis, mas também que devem conservar-se em uma forma tal que o valor da carteira não tenda a variar muito com o tempo. O valor deve ser muito semelhante, qualquer que seja a data da venda. Um ativo particular que tenha esta propriedade, é seguramente o que se entende na prática por um ativo líquido.” ( HICKS : 1989,243)

RISCO DE LIQUIDEZ

Jorion(2000), o risco de liquidez assume duas formas distintas porém intimamente relacionadas:

Risco de liquidez de ativos ou de mercado: surge quando uma transação não pode ser conduzida aos preços vigentes de mercado devido ao fato de que o volume envolvido ser muito elevado em relação aos volumes normalmente transacionados e varia de acordo com os tipos de ativos, mercados em que são negociados e ao longo do tempo em função das condições de mercado.

Risco de liquidez de funding ou de fluxo de caixa: relacionado com o surgimento de dificuldades para cumprir com as obrigações contratadas nas datas previstas. Estas dificuldades podem levar a liquidações antecipadas e desordenadas de ativos aumentando a exposição ao risco de liquidez de mercado.

LIQUIDEZ DE MERCADO

Em maio de 1999, o grupo de estudos constituido pelo BIS,, produziu um primeiro relatório denominado Market Liquidity: Research Findings and Selected Policy Implications (Liquidez de Mercado: Resultados de Pesquisas e Implicações em Políticas Selecionadas).

Este relatório salienta que o conceito de liquidez de mercado é muito vago refletindo sua natureza multifacetada. Isto dito, observa que a definição que teria uma aceitação relativamente ampla seria a seguinte: “Um mercado líquido é um mercado onde os participantes podem rapidamente realizar um grande volume de negócios com um pequeno impacto sobre os preços.” (ML – BIS : 1999, 5)

LIQUIDEZ DE MERCADO

Maureen O’Hara, uma importante pesquisadora nesta área, em seu livro Market Microstructure Theory publicado em 1995, apresenta uma definição de liquidez de mercado semelhante àquela fornecida pelo relatório do BIS acima mencionado.

O’Hara define mercados líquidos como sendo aqueles que: “ ... favorecem as negociações com um mínimo impacto sobre os preços.” ( O’HARA: 1999, 216 ).

DIMENSÕES DA LIQUIDEZ

O relatório do BIS observa que a abordagem usual dos pesquisadores em microestrutura do mercado é a de considerar a liquidez de mercado de acordo com uma de três possíveis dimensões:

Tightness - Firmeza

Depth - Profundidade

Resiliency - Resiliência

TIGHTNESS ( FIRMEZA )

Refere-se a quanto os preços de transação, isto é os preços de compra e venda, divergem do preço médio de mercado e reflete os custos de negociação incorridos independentemente do nível de preços do mercado. Freqüentemente a tightness (firmeza) é medida através do bid-ask spread

O conceito do bid-ask spread foi formulado por Demsetz em um estudo pioneiro publicado em 1968 com o título de The Cost of Transacting onde o autor afirma que “... sob condições competitivas, o ask-bid spread ou markup medirá o custo de fazer transações rapidamente.”(DEMSETZ : 1968, 37).

DEPTH ( PROFUNDIDADE )

Denota o volume de negócios possíveis de serem realizados sem afetar os preços correntes prevalecentes no mercado. A profundidade está relacionada ao volume das ordens de compra e venda ou impacto de mercado, que é a flutuação dos bid-ask spreads decorrentes da execução das ordens. De acordo com o relatório do BIS , “...uma média semanal ou diária destas flutuações pode funcionar como indicador da profundidade já que pode indicar o fluxo de ordens ao qual um mercado se acomoda em épocas normais”. ( ML – BIS: 1999, 14)

RESILIENCY ( RESILIÊNCIA )

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa fornece os seguintes significados para a palavra resiliência: “s.f. 1 FIS propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica 2 fig. Capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças” (HOUAISS : 2001, 2437)

O conceito físico de resiliência, conforme descrito acima exprime de forma correta o seu significado dentro da abordagem da Teoria da Microestrutura do Mercado. Em termos de liquidez de mercado, a resiliência esta relacionada com a velocidade com a qual as flutuações de preço decorrentes das negociações é dissipada.