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PROPOSTA DE CHECK LIST DA CLASSIFICAÇÃO … · FICHA CATALOGRÁFICA Preparada pela Biblioteca...

Date post: 25-Oct-2020
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FLÁVIA ALVES BORGES PROPOSTA DE CHECK LIST DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE (CIF) PARA A FONOAUDIOLOGIA NO CONTEXTO DE CUIDADO HOSPITALAR São Paulo 2018
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FLÁVIA ALVES BORGES

PROPOSTA DE CHECK LIST DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE

FUNCIONALIDADE (CIF) PARA A FONOAUDIOLOGIA NO CONTEXTO DE

CUIDADO HOSPITALAR

São Paulo

2018

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FLÁVIA ALVES BORGES

PROPOSTA DE CHECK LIST DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE

FUNCIONALIDADE (CIF) PARA A FONOAUDIOLOGIA NO CONTEXTO DE

CUIDADO HOSPITALAR

Dissertação de Mestrado Profissional apresentada

ao Curso Pós Graduação da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção

do título de Mestre em Saúde da Comunicação

Humana.

Área de Concentração: Saúde da Comunicação

Humana.

Orientadora: Profa. Dra. Marina Padovani

São Paulo

2018

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da Faculdade de Ciências Médicas

da Santa Casa de São Paulo

Borges, Flávia Alves

Proposta de check list da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) para a fonoaudiologia no contexto de cuidado hospitalar./ Flávia Alves Borges. São Paulo, 2018.

Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Saúde da Comunicação Humana.

Área de Concentração: Saúde da Comunicação Humana Orientadora: Marina Martins Pereira Padovani

1. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde 2. Reabilitação 3. Assistência hospitalar 5. Fonoaudiologia BC-FCMSCSP/54-18

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“Quanto mais alto voamos, menores parecemos aos olhos

daqueles que não sabem voar...”

Friedrich Nietzsche

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho ao meu irmão Nando que contribuiu para minha

formação educacional desde a minha decisão em ser Fonoaudióloga.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por me amar e me conduzir para as melhores aventuras.

À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, ao Programa

de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Saúde da Comunicação

Humana, pelo período de enorme aprendizagem.

À Prof. Dra. Marina Padovani, pela paciência demonstrada durante a

orientação desse trabalho de mestrado. Com ela a caminhada foi mais leve.

Agradeço a parceria firmada com o Hospital Sírio Libanês, em nome da

coordenadora médica do Serviço de Reabilitação, Dra Christina May Moran de

Brito e das Fonoaudiólogas Heloíse Colombari, Luciana Paiva, Renata Lage e

Roberta Melo Paulon.

Agradeço aos membros da banca de qualificação, Profa. Dra. Noemi Takiuchi,

Profa. Dra. Sandra Pires e Prof. Dra. Adriana Limongeli Gurgueira, pela

cuidadosa leitura do texto e por suas excelentes contribuições.

Aos membros da banca de defesa, Profa. Dra. Noemi Takiuchi e Dra Christina

May Moran de Brito, pela composição da banca e a excelência em avaliar o

trabalho.

À Sonia Alves e ao Daniel Gomes, analistas de secretaria do Programa de Pós-

Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo,

pelo auxílio em todas as questões, sempre com muito carinho e educação.

À todo corpo docente do curso de pós graduação da FCMSCSP, pela

generosidade na transmissão dos conhecimentos.

Aos amigos de Brasília, que sempre ficaram na torcida por mais uma conquista

em minha vida.

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À Liliane e David Rotemberg, que se tornaram minha família e referência de

amor fraterno em São Paulo.

Aos colegas da Turma do Mestrado Profissional da FCMSCSP 2016-2018,

pelos momentos divididos. Em especial à amiga Aliaska Aguiar, que me ouvia

nos desabafos e na amizade construída.

Aos Fonoaudiólogos participantes da pesquisa, meu agradecimento pela

iniciativa em querer melhorar a nossa profissão.

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LISTA DE ABREVIATURAS

CID – Classificação Internacional de Doenças

CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.

OMS – Organização Mundial de Saúde

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Página inicial do site www.cifonohospitalar.com.br..............................19

FIGURA 2 Área restrita para acesso ao questionário com itens da CIF para atuação

fonoaudiológica em ambiente hospitalar..............................................19

FIGURA 3 Fluxograma do total de participantes em cada etapa...........................23

FIGURA 4 Material informativo sugerido como leitura de apoio sobre a CIF.........23

FIGURA 5 Tela de instruções gerais, do site www.cifonohospitalar, descrevendo o

passo a passo para a participação.......................................................23

FIGURA 6 Tela da área de acesso restrito após cadastro no site www.cifonohospitalar

para seleção de itens da CIF para atuação fonoaudiológica em ambiente

hospitalar..............................................................................................24

FIGURA 7 Tela da área de acesso ao link para o questionário com itens da CIF para

rotina fonoaudiológica hospitalar..........................................................25

FIGURA 8 Tela da área de acesso ás respostas quanto à aplicabilidade do item

selecionado da CIF para rotina fonoaudiológica hospitalar..................25

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LISTA DE TABELAS

Tabela

1

Distribuição dos participantes quanto à região de origem nas duas

etapas.................................................................................................22

Tabela

2

Coeficientes de confiabilidade e significância para as duas etapas de

avaliação do check list de itens da CIF para Fonoaudiologia no

contexto hospitalar.............................................................................45

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Resultado do processo de consenso ao longo das duas etapas ............................ 29

Quadro 2 - Percentual da resposta “aplicável” para cada item da CIF selecionado para

atuação fonoaudiológica em ambiente hospitalar. ................................................................. 30

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................1

1.1 Justificativa........................................................................................ 4

1.2 Revisão de Literatura ....................................................................................5

1.2.1 CIF............................................................................................... 5

1.2.2 Formas de utilização da CIF: Core sets/checklists........................7

1.2.3 Fonoaudiologia e Cuidado Hospitalar..........................................10

1.2.4 CIF e Fonoaudiologia............................................. 12

2 OBJETIVOS....................................................................... 17

3 MATERIAL E MÉTODO..............................................................................18

3.1 Desenho do estudo.............................................................................20

3.2 Amostra........................................................................................... 21

3.3 Procedimentos.....................................................................................23

3.4 Análise estatística................................................................................27

4 RESULTADOS...............................................................................................29

5 DISCUSSÃO .................................................................................................55

6 CONCLUSÃO ...............................................................................................62

7 ANEXO .......................................................................................................... 63

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 67

APÊNDICES ............................................................................................. 70

RESUMO .................................................................................................. 72

ABSTRACT ............................................................................................... 73

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1. INTRODUÇÃO

O Fonoaudiólogo é responsável por promoção da saúde, avaliação e

diagnóstico, orientação, habilitação e/ou recuperação funcional, monitoramento e

aperfeiçoamento de aspectos fonoaudiológicos envolvidos na função auditiva

periférica e central, na função vestibular, na linguagem oral e escrita, na articulação

e fluência da fala, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição (CFFa, 2017). A

atuação na saúde da comunicação humana, em todos os níveis de atenção, requer

o uso de instrumentos que favoreçam a identificação de fatores intrínsecos e

extrínsecos que possam colocar em risco ou favorecer o reestabelecimento da

saúde, e a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) oferece essa

possibilidade.

A CIF foi aprovada na 54.ª Assembleia Mundial da Saúde em maio de 2001

e a versão para o português foi lançada em 2003. O modelo biopsicossocial da CIF,

interativo, multidirecional e dinâmico, representa a integração do modelo médico e

do modelo social, obtendo-se uma síntese que possibilita uma visão abrangente das

várias dimensões de saúde (Marcelino; Di Nubila, 2013).

A CIF foi oficialmente endossada por todos os 191 Estados Membros da

OMS EM 2001 (resolução WHO 5421/2001), como padrão internacional para

descrever e mensurar a saúde e incapacidade.

O objetivo geral da CIF é proporcionar uma linguagem unificada e

padronizada como um sistema de descrição da saúde e de estados relacionados à

saúde, permitindo a comparação de dados referentes a essas condições entre

países, serviços, setores de atenção à saúde, bem como o acompanhamento da sua

evolução no tempo (OMS, 2003). Assim, o enfoque principal da CIF é a influência

dos fatores contextuais (ambientais e pessoais) e seus impactos, tanto positivos

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quanto negativos, nas três dimensões das condições de saúde: estrutura e função

do corpo, atividade e participação social (OMS, 2003).

O tema foi discutido no Conselho Nacional de Saúde nos anos de 2010 e

2012, o que culminou na Resolução CNS n° 452/2012, que instituiu a CIF no

Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive na Saúde Suplementar. A CIF chega ao

Brasil como um modelo de como se entender a funcionalidade e incapacidade. Uma

abordagem denominada biopsicossocial é usada para se obter uma integração

dessas várias dimensões da saúde (Araújo, 2014).

As duas classificações internacionais de referência da Organização Mundial

de Saúde - OMS – a CID e a CIF – fornecem uma ferramenta valiosa para descrever

e comparar a saúde das populações em um contexto internacional (WHO, 2001).

Cabe ressaltar que a CIF não substitui a CID-10 e sim, a complementa. Enquanto o

paciente tem um diagnóstico, codificado pela CID, que pode acompanhá-lo para o

resto da vida como no caso de uma doença crônica, a CIF permite que se conheça

as consequências dessa condição no organismo e na vida da pessoa,

complementando os indicadores que tradicionalmente tem seu foco em mortalidade

ou morbidades. Apesar dos indicadores de mortalidade, diagnósticos e morbidades

serem importantes, eles não evidenciam adequadamente as consequências da

doença nos indivíduos e nas populações.

Uma das premissas da CIF é a de que o tratamento pode ser baseado no

perfil funcional identificado pelo fonoaudiólogo e outros profissionais da área da

saúde, pois o diagnóstico médico isoladamente provê informações insuficientes

acerca das consequências de determinadas deficiências e de seus impactos na

funcionalidade do indivíduo (Morettin et al, 2008).

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O uso da CIF facilita a comunicação interdisciplinar (Allan et al, 2006) e

contribui para a definição das atribuições dos profissionais da equipe de saúde

(Tempest; McIntyre, 2006). Além disso, a CIF pode ser utilizada para a definição do

planejamento terapêutico da equipe de saúde (Palisano, 2006) e para a escolha de

instrumentos de avaliação. Existem poucos estudos no Brasil sobre a avaliação do

impacto da CIF na atenção à saúde.

No ano de 2013, foi criada a 1ª edição do Guia Norteador sobre a

Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade/CIF em

Fonoaudiologia, com o intuito de auxiliar as ações relacionadas aos Distúrbios da

Comunicação Humana. O guia serve como um instrumento facilitador de pesquisa

para a classe e também, como um norteador para a leitura do manual da CIF (CFFa,

2017).

Relata-se a necessária continuidade de estudos que abordem a

aplicabilidade da CIF na Fonoaudiologia, uma vez que ainda existem poucas

pesquisas e aplicação clínica da CIF no âmbito da saúde brasileira. Nesse sentido,

reforça-se a importância de sua implementação nas universidades, unidades de

saúde e hospitais, buscando maior divulgação entre os estudantes e profissionais

(Santana, 2014).

A pouca utilização da CIF decorre do fato de ser uma classificação recente e

complexa, que apresenta dificuldades durante sua operacionalização clínica. Essa

situação é consequência da escassez de instrumentos validados conforme o modelo

e da pouca compreensão teórica acerca do processo de funcionalidade, por parte

dos profissionais da saúde (Farias; Buchala, 2005). Na busca de artigos

relacionando os unitermos CIF, cuidado hospitalar e Fonoaudiologia, não

encontramos trabalhos nas bases de dados Lilacs, Scielo, PubMed ou Medline.

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Em outras áreas da saúde, como na Fisioterapia, há a proposta de um core

set com 39 categorias para o cuidado agudo e 53 categorias para o cuidado pós-

agudo, em ambiente hospitalar, com a disponibilização de um instrumento de coleta

de dados para utilização na prática (Paschoal, 2016).

A possibilidade de elaborar um protocolo para avaliação da funcionalidade

em ambiente hospitalar, pelo fonoaudiólogo, é o que move esse estudo.

1.1 Justificativa

A escassez de trabalhos que descrevem a atuação da Fonoaudiologia no

contexto hospitalar e o uso da CIF motivou o desenvolvimento deste estudo. A

maioria dos profissionais desconhece essa nova ferramenta de atuação e não tem

domínio de como usar a CIF, de como se permeia o processo de aplicação em suas

inúmeras vertentes e quais são suas possibilidades no manejo da reabilitação.

Esta pesquisa contempla a seleção de um checklist da Classificação

Internacional de Funcionalidade (CIF) na atuação da Fonoaudiologia no contexto do

âmbito hospitalar. Pode ser utilizado como instrumento sinalizador de mudanças de

condutas, para os profissionais fonoaudiólogos que acompanham os indivíduos em

hospitais. De maneira geral, fonoaudiólogos participam na orientação e cuidado de

pacientes com sequelas cirúrgicas, neurológicas, oncológicas, condições clínicas

agudas e crônicas, envolvendo linguagem, audição, funções orofaciais e fonação, no

âmbito hospitalar. Assim, o fonoaudiólogo assume um papel fundamental na

avaliação, reabilitação e redução de agravos de possíveis sequelas, com a

responsabilidade de propiciar oportunidades de reinserção social.

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1.2 Revisão de Literatura

O capítulo revisão de literatura está dividido em subcapítulos para melhor

organização dos temas que serão discutidos ao longo deste trabalho. Os

subcapítulos serão: 1.2.1 CIF, 1.2.2 Formas de utilização da CIF, 1.2.3

Fonoaudiologia e cuidado hospitalar e 1.2.4 CIF e Fonoaudiologia.

1.2.1CIF

Em 1976, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou a International

Classification of Impairment, Disabilities and Handicaps (ICIDH), em caráter

experimental. Esta foi traduzida para o Português como Classificação Internacional

das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (handicaps), a CIDID. O processo

de revisão da ICIDH apontou suas principais fragilidades, como a falta de relação

entre as dimensões que a compõe, a não abordagem de aspectos sociais e

ambientais, entre outras. Após várias versões e numerosos testes, em maio de

2001, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou a International Classification of

Functioning, Disability and Health (ICF), (WHO,2001).

A CIF tem sido apontada como ferramenta multidimensional que permite

visualizar a saúde humana sob várias vertentes e realizar diversas abordagens. Ela

pode ser usada em muitos setores, que incluem saúde, educação, previdência

social, medicina do trabalho, estatísticas e políticas públicas (Ruaro et al, 2012).

A CIF reflete a mudança de uma abordagem focada nas consequências das

doenças para uma abordagem que prioriza a funcionalidade como um componente

da saúde e considera o ambiente como facilitador ou como barreira, para o

desempenho de ações e tarefas. Neste sentido, a aplicação de um modelo teórico

mais adequado à atuação fonoaudiológica possibilitará melhor compreensão do

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processo vivenciado pelo indivíduo, desde o diagnóstico da doença até suas

consequências funcionais. Com isso, a CIF tem múltiplas finalidades: fornece uma

base científica para o entendimento e o estudo da saúde e estabelece uma

linguagem comum a ser utilizada pelos usuários e profissionais da saúde, além de

influenciar e motivar a produção científica da área (Braz de Souza, 2009).

A CIF fornece um mecanismo de codificação, similar aos códigos de

diagnóstico fornecidos pela Classificação Internacional de Doenças (CID), que

permite ao clínico codificar e quantificar os prejuízos, as limitações de atividade e as

limitações de participação que resultam de uma condição de saúde, assim como

codifica os fatores contextuais que podem ser barreiras ou facilitadores à atividade e

à participação. Ao contrário da CID, a arquitetura da codificação da CIF é dinâmica,

permitindo alterações de código quando o efeito do prejuízo na atividade e na

participação é modificado pela intervenção clínica ou pela mudança no ambiente

físico, social ou político do paciente (Saunders et al, 2005).

A CIF classifica "domínios" da saúde e "domínios" relacionados à saúde, que

ajudam a descrever alterações ou mudanças na função e na estrutura corporal, o

que uma pessoa com uma condição de saúde pode fazer em um ambiente padrão

(seu nível de capacidade), assim como o que ela de fato faz no seu ambiente real

(seu nível de desempenho). Estes domínios são classificados a partir de

perspectivas do corpo, individuais e sociais, por meio de duas listas: uma lista de

funções e estruturas corporais e uma lista de atividades e participação. O termo

funcionalidade refere-se a todas as funções corporais, atividades e participação,

enquanto incapacidade é um termo abrangente para "deficiências, limitação de

atividades ou restrições à participação". Há também uma lista de fatores ambientais

que interagem com todos estes componentes e que são muito importantes para

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determinar a funcionalidade/incapacidade de um indivíduo ao serem representados

como barreiras ou facilitadores. A incapacidade pode ser melhor entendida como a

interação negativa entre um indivíduo com uma determinada condição de saúde e os

seus fatores contextuais (fatores ambientais e pessoais) (Nubila, 2010).

Griffiths (2018) destaca, em seu trabalho, que a CIF é uma estrutura útil e

fornece uma maneira de descrever como os fatores de saúde, como lesões,

doenças e distúrbios, afetam o funcionamento de uma pessoa em três domínios

diferentes: (a) estruturas ou funções do corpo subjacentes, (b) atividades concluídas

usando essas estruturas e funções; (c) participação em papéis da vida como uma

função dessas atividades. No modelo, esses domínios funcionais existem dentro de

um contexto maior, influenciado por fatores ambientais e pessoais.

A aplicação da CIF, pelas diferentes áreas da saúde, favorece a

identificação dos fatores intrínsecos e extrínsecos de maior relação com os agravos

pesquisados. A busca por estudos específicos na área da Fonoaudiologia evidencia

poucos artigos encontrados, apenas nas áreas de transtorno de linguagem e

audição, com resultados promissores para a identificação da mudança de

funcionalidade por meio do uso da CIF (Romano; Chun, 2014).

1.2.2 Formas de utilização da CIF: Core sets/checklists

A CIF possui um caráter genérico e, por essa razão, estão sendo

desenvolvidos checklists e core sets (listas mínimas de itens para grupos ou

situações específicas).

De acordo com a obra Introduction à la Recherche en Éducation, do

professor belga Gilbert De Landsheere, 1972, uma checklist é a expressão mais

básica de um questionário pedagógico. Consiste em uma folha de controle, que

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contém vários comportamentos ou traços, e que tem como objetivo conduzir a uma

observação sistemática.

Nascimento Junior (2000), comenta que uma checklist se caracteriza por

fornecer procedimento de ajuda rápida para a verificação da conformidade da

interface de um sistema interativo por meio de recomendações contidas em uma

lista de verificação.

As vantagens da avaliação realizada por meio de checklist apresentam a

seguintes potencialidades, citadas por Cybis (2000): redução de custos da avaliação

por ser uma técnica de rápida aplicação; facilidade de identificação de problema de

usabilidade, devido à especificidade das questões do checklist; sistematização da

avaliação, que garante resultados mais estáveis mesmo quando aplicada

separadamente por diferentes avaliadores.

Outra forma de organizar itens mais relacionados à condições específicas de

saúde pode ser o core set. Segundo Riberto (2011), o termo core set é da língua

inglesa e pode ser traduzido como “conjunto principal” ou “itens essenciais” e refere-

se ao conjunto de categorias da CIF que descreve de forma típica a funcionalidade

das pessoas com uma determinada condição de saúde.

Os core sets da CIF são um conjunto de categorias típicas e significativas,

relacionadas à funcionalidade, utilizadas para determinadas condições de saúde.

Core sets da CIF representam uma seleção de domínios e categorias CIF, de toda a

classificação que pode servir de padrões mínimos para a comunicação da

funcionalidade e saúde em estudos clínicos, ou como padrões para uma avaliação

multiprofissional. Os core sets são atualmente submetidos a extensos testes e

validações nas regiões da OMS (Cieza et al, 2004).

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O objetivo do projeto dos core sets da CIF é selecionar as categorias da

classificação completa que servem como padrões mínimos para a avaliação e

documentação da funcionalidade e saúde em estudos clínicos, encontros clínicos e

avaliação multiprofissional abrangente, de uma condição de saúde em questão,

tendo em vista a extensa quantidade de categorias da CIF. Entretanto, o uso de core

sets não é consenso entre pesquisadores e clínicos (Riberto,2011).

Atualmente, já foram ou estão sendo desenvolvidos 30 core sets, tais como

para: dor crônica generalizada, obesidade, diabetes melito, câncer de cabeça e

pescoço e reabilitação profissional (Marcelino; Di Nubila, 2013).

Os primeiros core sets da CIF foram desenvolvidos por uma colaboração

entre o escritório para a Família de Classificações Internacionais da OMS (OMS-FIC)

no Departamento de Medicina Física e Reabilitação da Universidade Ludwig-

Maximilian em Munique (http://www.icf-research-branch.org) e a OMS.

Os core sets para condições crônicas de saúde podem ser aplicados em

qualquer ambiente de atendimento à saúde e refletem todos os aspectos da

funcionalidade, considerando a influência do ambiente após a alta hospitalar (Cieza

et al, 2004). Além disso, foram desenvolvidos core sets para situações de saúde que

não correspondem a doenças, mas sim a períodos do atendimento a pessoas com

alguns grupos de doenças–neurológicas, musculoesqueléticas, cardiorrespiratórias

nas situações agudas ou subagudas, ou idosos internados.

Muitos estudos utilizam o core set para câncer de cabeça e pescoço na

avaliação de resultados de intervenções para tratamento dessa condição de saúde

(Tschiesner et al., 2012), bem como para avaliar o impacto da doença nas

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perspectivas do profissional e do paciente (Tschiesner et al., 2009; Tschiesner;

Becker; Cieza, 2010; Rogers et al., 2010).

Um core set específico para avaliação da incapacidade de longo prazo foi

desenvolvido com a definição de uma lista de 20 categorias da CIF, sendo 5 do

componente “funções do corpo” e 15 do componente “atividades e participação”.

Esse core set foi importante para determinar a elegibilidade a benefícios por

incapacidade, auxiliando a tomada de decisões e, com isso, melhorando a qualidade

dessas decisões, bem como a comunicação entre profissionais (Brage; Donceel;

Falez, 2008)

No ano de 2013, o CFFa lançou a primeira edição do Guia Norteador sobre

a Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade (CIF), em

Fonoaudiologia, como sugestão de itens a serem pesquisados pela classe, mas sem

prévia consulta pública (CFFa, 2017). Não foi classificado com check list ou core set

mas não deixa de ser uma seleção dos itens da CIF relacionado à comunicação,

audição e funções orofaciais e cervicais.

1.2.3 Fonoaudiologia e Cuidado Hospitalar

A Fonoaudiologia Hospitalar é a área da Fonoaudiologia que atua com o

paciente ainda no leito de forma precoce, preventiva, intensiva, pré e pós-cirúrgica,

dando inclusive respaldo técnico e prático à equipe multiprofissional onde atua,

esclarecendo que o objetivo maior é impedir ou diminuir as sequelas nas formas de

comunicação e alimentação que a patologia base possa deixar (Luz, 1999).

Agilizar a alta deve ser um dos objetivos da Fonoaudiologia Hospitalar,

alterando os conceitos de saúde pré-existentes junto a unidade de saúde hospitalar,

significando saúde como o bem-estar físico e psíquico, evitando-se desta maneira as

perdas e os danos que uma hospitalização possa vir a causar. Para o alcance da

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redução do tempo de permanência do paciente no hospital e o seu retorno à

sociedade com suas funções neurovegetativas e formas de comunicação mais

adequadas possíveis, o fonoaudiólogo necessita de formação e informações

adequadas para que atenda às necessidades funcionais de seu paciente com

condutas terapêuticas que possibilitem a reabilitação de estruturas alteradas

(Luz,1999).

De acordo com Carrara-de Angelis (1999), as orientações fonoaudiológicas

hospitalares pré e pós-cirúrgicas são eficazes no processo de reabilitação, como

também é favorável o próprio início da reabilitação muito mais precocemente, com

todas as implicações positivas associadas. Refere que a atuação junto a pacientes

disfágicos veio ampliar a atuação do fonoaudiólogo, antes restrita à qualidade de

vida, para a manutenção da vida, possibilitando muitas vezes a diminuição de

complicações, redução do tempo de permanência no hospital, propiciando também

uma redução de custos para a instituição.

A Fonoaudiologia agrega, para o âmbito hospitalar, um diagnóstico

diferencial, como por exemplo, nos casos de disfagia em encefalopatia crônica não

evolutiva, nos quais esta atuação consegue prevenir, evitar ou minimizar

complicações clínicas dos pacientes. Essas definições mostram a complexidade da

Fonoaudiologia Hospitalar quanto a sua forma e função, diferenciando-a de outras

áreas de atuação da Fonoaudiologia, visto que o fonoaudiólogo hospitalar necessita

conhecer conceitos de outras especialidades médicas e de reabilitação, tais como:

neonatologia, pediatria, otorrinolaringologia, neurologia, pneumologia,

gastroenterologia, cardiologia, geriatria, radiologia, terapia ocupacional, fisioterapia,

nutrição, enfermagem, farmacologia entre outras (Furkim, 1999).

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O ambiente hospitalar compreende todas as possibilidades de atuação

fonoaudiológica, mas a maneira de atuação difere muito de um profissional para

outro, em virtude das características individuais institucionais. Há uma variabilidade

de forma de vínculo empregatício, carga horária, remuneração, condições de

trabalho específicas e área de inserção do serviço – um departamento próprio ou

vinculado a outro setor: neonatologia, pediatria, otorrinolaringologia,

gastroenterologia, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, neurologia, dentre

outros (Pittioni, 2001).

Pittioni (2001) reitera que o trabalho em hospitais exige a necessidade do

conhecimento de alguns pontos específicos e inerentes ao ambiente hospitalar, tais

como: estrutura de um hospital, seu funcionamento clínico e administrativo,

hierarquia hospitalar, ética, manuseio de prontuários, procedimentos de assepsia,

noções de nutrição, enfermagem, medicação e até mesmo a linguagem a ser

utilizada. A história da Fonoaudiologia Hospitalar no Brasil mostra que este

conhecimento especializado vem sendo adquirido pelo esforço individual do

profissional fonoaudiólogo que pouco pôde contar com sua formação acadêmica.

Segundo Pelegrini (1999), nos países desenvolvidos, como por exemplo a

Inglaterra, a Fonoaudiologia já tem seu espaço definido e valorizado nos hospitais.

1.2.4 CIF e Fonoaudiologia

O documento de política oficial da Escala de Prática da Associação

Americana de Fonoaudiologia (ASHA) sugere que, em geral, a estrutura da CIF é

uma forma apropriada de descrever a amplitude do papel do fonoaudiólogo na

prevenção, avaliação, habilitação/reabilitação, aprimoramento e investigação

científica da comunicação e da deglutição (ASHA, 2007).

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13

A estrutura da CIF é uma ferramenta particularmente útil para entender por

que duas pessoas, que podem ter o mesmo processo subjacente de doença ou

lesão, podem funcionar de maneira muito diferente. De maneira semelhante, a

estrutura pode ajudar a identificar semelhanças funcionais entre dois indivíduos com

diferentes doenças subjacentes ou processos de lesão (ASHA, 2007).

Na Fonoaudiologia, há poucos estudos brasileiros com utilização da CIF. Os

poucos que estão publicados abrangem áreas como Audiologia, Linguagem,

Motricidade Orofacial e Disfagia. Para incentivar e suplementar o uso da CIF, o

Conselho Federal de Fonoaudiologia elaborou, em 2013, um Guia Norteador sobre a

CIF em Fonoaudiologia, com algumas categorias da CIF que podem ser aplicadas

às áreas da Fonoaudiologia (CFFa, 2017).

Estudos sobre a aplicação da CIF e Audiologia demonstram que a CIF

possibilita a visibilidade das intervenções em Audiologia, uma vez que esta

classificação considera a influência dos fatores ambientais nas atividades e na

participação dos indivíduos. Na Audiologia Ocupacional, por exemplo, um indivíduo

exposto a um ruído intenso por tempo prolongado, que não faz uso de um EPI

(Equipamento de proteção individual), em cuja empresa não se adota o Programa de

Conservação Auditiva (fatores ambientais), pode ter um comprometimento das

células sensoriais da cóclea (Morettin et al, 2008).

O uso da CIF na avaliação da fissura lábio palatina, após analisar todos os

processos de funcionalidade e de incapacidade humana, identificou que os

fonoaudiólogos devem centralizar suas avaliações e intervenções no paciente,

baseando-se na CIF, como ferramenta para a descrição e a classificação de todo o

processo saúde-doença.

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14

Considerando a utilização da CIF em indivíduos adultos e idosos, com

doenças neurológicas, um dos trabalhos teve como objetivo avaliar e classificar

aspectos de linguagem, funcionalidade e participação de 50 participantes pós AVC,

utilizando a classificação como base conceitual (Maynard, 2015). Conforme a autora,

a utilização da CIF evidenciou o impacto do episódio neurológico na vida dessas

pessoas, principalmente em relação aos fatores contextuais (ambientais e pessoais).

Outra proposta (Roque, Carvalho e Gonçalves, 2018) organizou a

elaboração de um instrumento clínico, com 35 questões para avaliação e

classificação das necessidades de fala e linguagem, participação e funcionalidade

nos pós AVC, baseado na CIF. Segundo os autores, o instrumento apresentou

confiabilidade intra observadores.

Em relação à deglutição, propôs-se a elaboração de um instrumento de

avaliação que permitisse operacionalizar o uso da CIF no contexto clínico,

relacionado à disfagia no pós-AVC, utilizando o Core Set da CIF para o AVC como

base, completando-o com 12 categorias relativas à deglutição. Por meio de análise

descritiva e psicométrica, tais autores consideraram possível descrever a disfagia

decorrente do AVC e traçar correlações entre as alterações de deglutição e

limitações em “Atividades e Participação” (como em “comer” e “beber”), além da

necessidade de uso de recursos ambientais específicos. O trabalho também

demonstrou que a atribuição por diferentes profissionais gerou vieses, sendo

necessário o desenvolvimento de uma metodologia estruturada e mais bem definida

para o uso da CIF por diferentes avaliadores (Oliveira, 2011).

A caracterização da deglutição na população idosa, com utilização da CIF,

foi o objetivo de outra pesquisa que avaliou 50 pessoas (Sá, 2009). Foi desenvolvido

protocolo de avaliação, norteado por categorias associadas às “Funções e

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15

Estruturas do Corpo” e “Atividades e Participação”. A utilização da CIF, bem como

suas contribuições, contudo, não são mencionadas diretamente, embora as

conclusões sugiram que o protocolo desenvolvido tenha sido eficiente na

caracterização das dificuldades nessa população.

Em um estudo sobre a deglutição em idosos, com e sem doença

neurológica, com uso da videofluoroscopia e da CIF, identificou-se que as duas

ferramentas permitiram caracterizar a funcionalidade da deglutição nas populações

estudadas, diferenciando os participantes em relação ao envelhecimento não

patológico e também entre as doenças neurológicas da referida amostra (Lima,

2015).

Apesar de já termos algumas iniciativas para aplicação da CIF em quadros

neurogênicos, Dalaqua (2014) comenta que, no tocante às questões de fala e

linguagem, funcionalidade e participação das pessoas pós-AVC, observa-se uma

carência de instrumentos clínicos fundamentados em uma abordagem de

funcionalidade e que permitam um planejamento diferenciado e assistência à saúde

das pessoas com AVC, em que se tenha atenção para além do comprometimento de

linguagem, enfocando o sujeito, suas potencialidades e participação. Nesse sentido,

a CIF revela-se como base conceitual preciosa para a assistência à saúde das

pessoas que sofreram um AVC, importante problema de saúde pública.

Tendo como foco pacientes oncológicos, com disfagia mecânica, o estudo

de Nund et al. (2014), buscou avaliar se as preocupações/problemas identificados

nos participantes poderiam ser representados pela CIF, além de identificar quais

categorias eram mais relevantes para classificar tais indivíduos com disfagia. Foram

utilizadas 52 categorias da CIF, que emergiram após vinculação com estudo

qualitativo prévio, que mapeou o autorrelato de pessoas com dificuldades de

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deglutição, após câncer de cabeça e pescoço. Os dados foram analisados

qualitativamente e uma das conclusões dos autores foi a possibilidade da CIF

representar os impactos múltiplos da disfagia nesses indivíduos.

Eadie (2016) cita que a estrutura da CIF, aplicada a indivíduos que usam a

voz esofágica como consequência da laringectomia total, devem aprender uma nova

maneira de se comunicar e aprender a lidar com mudanças anatômicas e

fisiológicas ao longo da vida e suas possíveis consequências psicossociais. Esta

estrutura abrangente leva em conta a multidimensionalidade da deficiência e como

ela influencia a vida daqueles com distúrbios de comunicação e/ou deglutição e tem

aplicação universal a todos os indivíduos atendidos por fonoaudiólogos.

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17

2. OBJETIVO GERAL

Elaboração de uma proposta de checklist da Classificação Internacional de

Funcionalidade (CIF) para atuação fonoaudiológica no cuidado hospitalar.

Objetivos Específicos

2.1. Identificar as categorias da CIF mais relevantes para atendimento

fonoaudiológico, no ambiente hospitalar.

2.2. Desenvolver um checklist que possa ser adaptado ou incorporado aos

prontuários físicos e/ou eletrônicos em serviços e sistemas de saúde, para fins

clínicos, de pesquisa e de gestão;

2.3. Disponibilizar uma ferramenta de preenchimento para o checklist desenvolvido.

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3. MATERIAL E MÉTODO

O presente estudo foi desenvolvido em coparticipação com o Instituto Sírio

Libanês de Ensino e Pesquisa (Apêndice 1), a partir do projeto de Mestrado

intitulado “Proposta de core sets da Classificação Internacional de Funcionalidade

(CIF) para utilização da fisioterapia no contexto de cuidado hospitalar: perspectiva

de fisioterapeutas, de autoria da fisioterapeuta Luciana Narciso Paschoal, e sob a

orientação da Profa Dra Christina May Moran de Brito, do Departamento de

Reabilitação do Hospital Sírio Libanês de São Paulo, em 2016.

Este estudo foi definido como prospectivo e teve como proposta a

construção de um checklist específico para a atuação fonoaudiológica no cuidado

hospitalar, a partir de metodologia de consenso entre fonoaudiólogos, com

experiência na área hospitalar. A opção para o termo checklist, e não core set, foi

sugerida por não abordar uma condição determinada de saúde, mas uma condição

específica de cuidado, nesse caso, em ambiente hospitalar.

Após avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa da Irmandade da Santa

Casa de Misericórdia de São Paulo e aprovação sob parecer no 2.483.734

(Apêndice 2), o trabalho foi desenvolvido nas seguintes etapas:

1) Elaboração de um site com informações sobre a CIF e sua

aplicabilidade (Figura 1), incluindo uma área de acesso restrito (Figura 2) para

os fonoaudiólogos selecionarem os itens que considerassem aplicáveis às

condições identificadas nos pacientes atendidos no cenário hospitalar. Os

itens apresentados para seleção foram os sugeridos pelo Guia Norteador da

Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade em

Fonoaudiologia (CFFa, 2013), com acréscimo de itens selecionados pela

pesquisadora, baseado em trabalho anterior com enfoque fisioterápico

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hospitalar, revisado e complementado pela equipe de Fonoaudiologia da

Instituição parceira. Os 117 itens selecionados foram organizados por meio

de um questionário em formato eletrônico, disponibilizado em site próprio, a

saber: www.cifonohospitalar.com.br.

2) Convocação de fonoaudiólogos atuantes no contexto hospitalar, por

meio de correio eletrônico (e-mail) e mídia social pessoal e institucional, no

período entre 22/2/18 a 04/03/18, para a 1ª etapa.

Figura 1 - Página inicial do site www.cifonohospitalar.com.br

Figura 2 - Área restrita para acesso ao questionário com itens da CIF para atuação fonoaudiológica em ambiente hospitalar.

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3) Reenvio do formulário para os fonoaudiólogos que participaram da 1ª

etapa, a fim de se avaliar a confiabilidade, no período entre 21/05/2018 e

13/06/2018.

4) Compilação e análise dos dados para elaboração de checklist final no

cuidado hospitalar.

3.1 Desenho do estudo

A metodologia para desenvolvimento do checklist foi realizada por meio de

um processo de consenso de profissionais fonoaudiólogos, conduzido em duas

etapas, com a técnica Delphi, por meio de questionário disponibilizado pela rede

mundial de computadores.

A técnica Delphi é um método usado com o objetivo de recolher e agregar

sistematicamente informação e opiniões de grupos de especialistas em uma área

específica ou em um assunto, na tentativa de atingir uma decisão de consenso

(Pereira, 2008). O Delphi é um método sistematizado de julgamento de informações,

utilizado para obter consenso de especialistas sobre determinado tema, por meio de

validações articuladas em fases ou ciclos. A técnica apresenta facilidades relativas a

tempo, custo e logística e tem se mostrado uma abordagem adequada para a

validação do ponto de vista dos utilizadores.

São características básicas desta técnica: a participação de especialistas da

área, manutenção do anonimato dos participantes durante o processo,

retroalimentação (feedback) controlada e resposta estatística de grupo (Piola, Vivas,

Vianna. 2001). O feedback sobre as opiniões do conjunto de participantes mostra a

distribuição das respostas e permite que os membros do painel mudem suas

opiniões em rodadas subsequentes.

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21

Após a resposta dos participantes em cada rodada, procede-se com a

análise por meio de cálculo de frequência simples. Mediante um critério de aceitação

estabelecido pela equipe, questões são retiradas ou mantidas nas próximas rodadas

e a análise estatística é aplicada para definição do consenso (Conceição, 2007). Um número de 15 a 30 painelistas é considerado suficiente para gerar

informações relevantes em processos de consenso, com possibilidade de um nível

de abstenção de 30 a 50% da primeira para a segunda etapa (Scarparo e col, 2012).

3.2 Amostra

A seleção da amostra foi de conveniência ou intencional e se justificou

uma vez que o objetivo foi selecionar profissionais envolvidos diretamente na

assistência hospitalar. Convites foram realizados a partir de contatos profissionais

dos pesquisadores desse estudo via rede social (whatsapp e facebook), além do e-

mail. Todos os participantes precisaram realizar o aceite do termo de consentimento

livre e esclarecido (Anexo 1), disponível no site antes de acesso ao questionário,

sendo necessário clicar em “De acordo” para que os dados fossem inseridos na

análise.

Os critérios de inclusão contemplaram fonoaudiólogos brasileiros com

experiência mínima de dois anos em cuidado hospitalar, que tenham consentido

livremente na participação e uso dos dados selecionados. Como critérios de

exclusão, determinamos que fonoaudiólogos com menos de dois anos de

experiência em cuidado hospitalar ou com outra área de especialidade não seriam

considerados.

O site teve número significativo de acesso, com 74 profissionais

cadastrados. Um total de 27 fonoaudiólogos respondeu o questionário da primeira

rodada. Deste total, 3 pessoas fizeram o cadastro duplicado, sendo excluído o que

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tinha o preenchimento incompleto do questionário. Todos os participantes da 1ª fase

eram do sexo feminino, com idade média de 39 anos e 15 de atuação profissional,

todos com especialização na área, 88% com atendimento em UTI e enfermaria e

72% em ambulatório, distribuídos pelo território brasileiro com 62,3% no estado de

São Paulo, 12,5% no Distrito Federal e 4,2% no Ceará, Goiás, Minas Gerais,

Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul (Tabela 1). Na segunda etapa os

estados que tiveram maior participação na pesquisa foram o estado de São Paulo,

61,1 % e Goiás com 16,6% de respostas.

Neste estudo foi definido que apenas profissionais que participassem da

primeira fase poderiam participar da segunda fase, que teve a participação de 18

fonoaudiólogos, 100% do sexo feminino, com 39 anos de idade, em média (Tabela

1).

A distribuição da amostra de cada etapa pode ser visualizada no fluxograma

da Figura 3.

Tabela 1 - Distribuição dos participantes quanto à região de origem, nas duas etapas.

Etapa 1 Etapa 2

Distribuição por estados N (%) N (%)

CE 1 (4,2%) 0

DF 3 (12,5%) 1 (5,5%)

GO 1 (4,2%) 3 (16,6%)

MG 1 (4,2%) 1 (5,5%)

PR 1 (4,2%) 1 (5,5%)

RJ 1 (4,2%) 0

RS 1 (4,2%) 1 (5,5%)

SP 15 (62,3%) 11 (61,1%)

Total de participantes 24 (100%) 18 (100%)

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23

Total participantes

24

Etapa 1

27 respostas

Etapa 2

20 respostas

24 válidos 3 duplicados 18 válidos 1 duplicado

1 não participou da 1ª etapa

Figura 3 - Fluxograma do total de participantes em cada etapa.

3.3 Procedimentos

Os questionários foram disponibilizados em site desenvolvido especialmente

para fins dessa pesquisa (www.cifonohospitalar.com.br), juntamente com um

material informativo (Figura 4), instruções de preenchimento (Figura 5) e cronograma

detalhado.

Figura 4 - Material informativo sugerido como leitura de apoio sobre a CIF

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Após cadastro no site, o participante acessava uma área restrita (Figura 6),

podendo optar por iniciar a escolha dos itens da CIF imediatamente ou acessar a

bibliografia de apoio.

Como conteúdo para leitura foram sugeridos quatro arquivos, disponíveis ao

clicar no site, em aba específica. Os textos selecionados foram: Como usar a CIF:

Um manual prático para o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade

(OMS, 2013); Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) (Battistella; Brito,

2002); A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

Figura 6 - Tela da área de acesso restrito após cadastro no site www.cifonohospitalar para seleção de itens da CIF para atuação fonoaudiológica em ambiente hospitalar.

Figura 5 - Tela de instruções gerais, do site www.cifonohospitalar, descrevendo o passo a passo para a participação.

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(Buchalla, 2003) e Deficiência não é incapacidade: o que isso significa? (Martins;

Araújo, 2015).

Após leitura recomendada sobre a CIF e sua aplicação, o participante

iniciava o preenchimento do questionário (Figuras 7e 8), desenvolvido na plataforma

Google Forms, selecionando os itens que considerasse aplicável à rotina

fonoaudiológica hospitalar.

Figura 8 - Tela da área de acesso ás respostas quanto à aplicabilidade do item selecionado da CIF para rotina fonoaudiológica hospitalar.

Figura 7 - Tela da área de acesso ao link para o questionário com itens da CIF para rotina fonoaudiológica hospitalar.

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O questionário contemplou as propostas de categorias de segundo nível da

CIF, que foram apresentadas para julgamento e votação sobre sua pertinência para

inclusão no checklist para o contexto hospitalar. Dessa forma, o conjunto de

categorias proposto foi uma combinação das categorias identificadas como

relevantes para fonoaudiólogos. Foram selecionados itens de funcionalidade e

incapacidade (funções e estruturas) bem como de atividade e participação e fatores

ambientais e pessoais.

As funções do corpo (identificados na categoria “b”) são as funções

fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções psicológicas) enquanto as

estruturas do corpo (categoria “s”) referem-se aos órgãos, membros e seus

componentes. Deficiências são problemas nas funções ou na estrutura do corpo, tais

como, um desvio importante ou uma perda. Os domínios do componente Atividades

e Participação (categoria “d”) estão incluídos numa lista única, que engloba a

totalidade das áreas vitais (desde a aprendizagem básica ou a mera observação a

áreas mais complexas, tais como, interações interpessoais ou de trabalho). O

componente pode ser utilizado para descrever as atividades ou a participação, ou

ambas. Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo.

Participação é o envolvimento numa situação da vida (OMS, 2004).

Os fatores ambientais (categoria “e”) constituem o ambiente físico, social e

atitudinal no qual as pessoas vivem e conduzem sua vida, são externos aos

indivíduos e podem ter uma influência positiva ou negativa sobre o seu

desempenho, sobre a capacidade para executar ações ou tarefas, ou sobre a função

ou estrutura do corpo do indivíduo. Os Fatores Ambientais interagem com os

componentes das Funções e Estruturas do Corpo e as Atividades e a Participação

(OMS, 2004).

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27

Os 117 itens a serem avaliados foram estruturados a partir de um sistema de

múltipla escolha com o nome da categoria e sua descrição, exceto para itens

“estrutura”, seguidas pelas opções de respostas “aplicável” ou “não aplicável”.

Os participantes receberam a orientação para considerar os aspectos

essencialmente necessários e indispensáveis para uso nas atividades hospitalares,

pensando na avaliação e intervenções fonoaudiológicas, e na viabilidade para a

prática clínica rotineira, com a intenção de estruturar um instrumento com o mínimo

de categorias da CIF, mas que permitisse o máximo de informações possíveis e

necessárias para a especialidade de fonoaudiologia no cenário de reabilitação

hospitalar.

Após a primeira rodada de opiniões, os questionários foram novamente

enviados aos participantes com a informação dos resultados atingidos para cada

categoria. Os participantes realizaram uma nova votação, a qual foi possível manter

ou modificar suas respostas anteriores. Nesta segunda rodada, apenas os itens com

80% ou mais de resposta aplicável foram apresentados para nova avaliação.

A aplicabilidade de cada item, bem como a confiabilidade das respostas

entre as duas etapas, foi analisada a fim de compor um checklist final, após

consenso, disponível em forma impressa e no site elaborado para essa pesquisa.

Usamos a planilha eletrônica MS-Excel, em sua versão do MS-Office 2013,

para a organização dos dados.

3.4 Análise estatística

Os dados do primeiro questionário foram analisados quantitativamente, por

meio de estatística descritiva simples, com verificação da frequência, em

porcentagem, com que cada categoria foi considerada “aplicável”. De maneira

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similar a outros estudos de consenso para desenvolvimento do checklist, para que

os itens fossem incluídos na versão final, foi necessário um percentual de 80% de

indicação como aplicável após a segunda rodada.

Após a segunda fase, para análise da confiabilidade entre as duas etapas,

foi utilizado o pacote estatístico IBM SPSS (Statistical Package for Social Sciences),

em sua versão 24.0, para a obtenção dos resultados, com aplicação do Teste dos

Postos Sinalizados de Wilcoxon, com o intuito de identificarmos possíveis diferenças

entre os dois momentos de observação, para as variáveis de interesse, no ‘teste’ e

no ‘reteste’. Adotamos o nível de significância de 5% (0,050), para a aplicação dos

testes estatísticos.

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29

4 RESULTADOS

O Quadro 1 mostra o total de itens avaliados em cada etapa, por categoria, e

com o respectivo número de categorias aplicáveis ao contexto da fonoaudiologia

hospitalar.

O Quadro 2 mostra o percentual de aplicabilidade para cada item da CIF

avaliado, nas duas etapas.

A Tabela 2 mostra os coeficientes de confiabilidade e significância para as

duas etapas da avaliação do check list de itens da CIF, para Fonoaudiologia no

contexto hospitalar.

A proposta do Checklist da Classificação Internacional de Funcionalidade

(CIF) para atuação fonoaudiológica no cuidado hospitalar é o último item do capítulo.

Quadro 1 - Resultado do processo de consenso ao longo das duas etapas.

Etapa 1 Etapa 2

Total de Categorias submetidas à

votação 117 74

Número de categorias com

consenso >80% 74 56

Consenso Final por categoria da

CIF Etapa 1 Etapa 2

Funções do corpo 39 31

Estruturas do corpo 19 20

Atividades e participação 16 5

Fatores ambientais 0 0

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Quadro 2 - Percentual da resposta “aplicável” para cada item da CIF selecionado

para atuação fonoaudiológica em ambiente hospitalar.

Item da CIF

Etapa 1

Percentual de

respostas

“aplicável”

Etapa 2

Percentual de

respostas

“aplicável”

B-5100. Sugar. Funções de aspirar para a boca através de força

de sucção produzida por movimentos das bochechas, lábios e

língua.*

100% 100%

B-5101. Morder. Funções de cortar ou rasgar alimentos com os

dentes da frente.* 100% 100%

B-250 Função gustativa. Funções sensoriais que permitem

sentir o amargo, o doce, o ácido e o salgado. Inclui: funções

gustativas; deficiências, tais como, ageusia e hipogeusia*

100% 100%

B-5103 Manipulação dos alimentos na boca. Funções de mover

a comida na boca com os dentes e a língua.* 100% 100%

B-5104 Salivação. Função da produção de saliva na boca.* 100% 100%

B-5105 Deglutição. Funções relacionadas com a passagem dos

alimentos e das bebidas através da cavidade oral, faringe e

esófago para o estômago em velocidade e quantidade

adequadas. Inclui: disfagia oral, faríngea ou esofágica;

deficiências na passagem esofágica.*

100% 100%

B-51050 Deglutição oral. Função relacionada com a passagem

dos alimentos e das bebidas através da cavidade oral em

quantidade e velocidade apropriadas.*

100% 94%

B-51051 Deglutição faríngea. Função relacionada com a

passagem de alimentos e das bebidas através da faringe em

quantidade e velocidade apropriadas.*

100% 100%

B-5108 Funções de ingestão, outras especificadas * 100% 89%

Funções da voz e da fala. B-310 Funções da voz. Funções da

produção de vários sons pela passagem de ar através da

laringe. Inclui: funções de produção e qualidade da voz; funções

de fonação, timbre, volume e outras qualidades da voz;

deficiências, como, afonia, disfonia, rouquidão, hipernasalidade

100% 100%

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e hiponasalidade. Exclui: funções mentais da linguagem;

funções da articulação.*

Funções relacionadas com o aparelho digestivo. B-510 Funções

de ingestão. Funções relacionadas com a introdução e

manipulação de sólidos ou líquidos para dentro do corpo através

da boca. Inclui: funções de sugar, mastigar e morder,

movimentar alimentos na boca, salivar, deglutir, eructar,

regurgitar, cuspir e vomitar; deficiências, tais como, disfagia,

aspiração de alimentos, aerofagia, salivação excessiva, babar e

salivação insuficiente. Exclui: sensações associadas ao

aparelho digestivo (B-535).*

100% 100%

B-110 Funções da consciência. Funções mentais gerais do

estado de consciência e alerta, incluindo a clareza e

continuidade do estado de vigília. Inclui: funções do estado,

continuidade e qualidade da consciência; perda de consciência,

coma, estados vegetativos, fugas, estados de transe, estados

de possessão, alteração da consciência induzida por

medicamentos, delírio, estupor. Exclui: funções da orientação

(B-114), funções da energia e dos impulsos (B-130), funções do

sono (B-134).*

96% 94%

B-114 Funções da orientação. Funções mentais gerais

relacionadas com o conhecimento e a determinação da relação

da pessoa consigo própria, com outras pessoas, com o tempo e

com o ambiente. Inclui: funções de orientação em relação ao

tempo, lugar e pessoa; orientação em relação a si próprio e aos

outros; desorientação em relação ao tempo, lugar e pessoa.

Exclui: funções da consciência (B-110), funções da atenção (B-

140), funções da memória (B-144).*

96% 94%

B-156 Funções da percepção. Funções mentais específicas

relacionadas com o reconhecimento e a interpretação dos

estímulos sensoriais. Inclui: funções de percepção auditiva,

visual, olfativa, gustativa, tátil e visioespacial, como em

alucinações ou ilusões. Exclui: funções da consciência (B-110);

funções de orientação (B-114); funções da atenção (B-140);

funções da memória (B-144); funções mentais da linguagem (B-

167); visão e funções relacionadas (B-210-B-229); funções

auditivas e vestibulares (B-230-B-249); funções sensoriais

96% 89%

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32

adicionais (B-250 - B-279).*

B-16700 Recepção da linguagem oral. Funções mentais de

descodificação de mensagens orais para obter o seu

significado.*

96% 100%

B-16710 Expressão da linguagem oral. Funções mentais

necessárias para produzir mensagens orais com significado.* 96% 100%

B-3100 Produção da voz. Funções com a produção de sons

feita através da coordenação da laringe e dos músculos

adjacentes com o aparelho respiratório. Inclui: funções de

fonação, volume; deficiências, tais como, na afonia.*

96% 100%

B-3101 Qualidade da voz. Funções relacionadas com a

produção das características da voz incluindo timbre,

ressonância e outras características. Inclui: funções de timbre

agudo ou de timbre grave; deficiências, tais como,

hipernasalidade, hiponasalidade, disfonia, rouquidão ou

aspereza.*

96% 94%

B-320 Funções da articulação. Funções relacionadas com a

produção de sons da fala. Inclui: funções de enunciação,

articulação de fonemas; disartria espástica, atáxica e flácida;

anartria. Exclui: funções mentais da linguagem; funções da voz.*

96% 94%

B-4400 Frequência respiratória. Funções relacionadas com o

número de respirações por minuto. Inclui: deficiências, tais

como, frequências muito altas (taquipneia) ou muito baixas

(bradipneia).*

96% 100%

B-4401 Ritmo respiratório. Funções relacionadas com a

periodicidade e a regularidade da respiração. Inclui:

deficiências, tais como, respiração irregular.*

96% 83%

B-5102. Mastigar. Funções de triturar, moer e mastigar

alimentos com os dentes de trás (e.g., molares). * 96% 94%

B-51058 Deglutição, outra especificada. * 96% 94%

Funções e sensações adicionais dos aparelhos cardiovascular e

respiratório.B-450 Funções respiratórias adicionais. Funções

adicionais relacionadas com a respiração, tais como, tossir,

espirrar e bocejar. Inclui: funções de sopro, assobio e respiração

96% 89%

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33

pela boca.*

B-140 Funções da atenção. Funções mentais específicas de

concentração num estímulo externo ou numa experiência

interna pelo período de tempo necessário. Inclui: funções de

manutenção da atenção, de mudança da atenção, de divisão da

atenção, de partilha da atenção; concentração; distração. Exclui:

funções da consciência; funções da energia e dos impulsos;

funções do sono; funções* da memória; funções psicomotoras;

funções da percepção.*

92% 83%

B-255 Função olfativa. Funções sensoriais que permitem sentir

odores. Inclui: funções olfativas; deficiências, tais como,

anosmia e hiposmia. *

92% 89%

B-270 Funções sensoriais relacionadas com a temperatura e

outros estímulos. Funções sensoriais que permitem sentir a

temperatura, a vibração, a pressão e estímulos nocivos. Inclui:

funções de sensibilidade à temperatura, vibração, tremor ou

oscilação, pressão superficial, pressão profunda, sensação de

queimadura ou de um estímulo nocivo. Exclui: funções tácteis;

sensação de dor. *

92% 89%

B-5106 Regurgitação e vômito. Funções relacionadas com o

movimento dos alimentos ou líquidos na direção contrária à

ingestão, do estômago para o esófago, boca e exterior.*

92% 83%

B-735 Funções do tónus muscular. Funções relacionadas com a

tensão presente nos músculos em repouso e a resistência

oferecida quando se tenta mover os músculos passivamente.

Inclui: funções associadas à tensão de músculos isolados e

grupos musculares, músculos de um membro, de um lado do

corpo e da metade inferior do corpo, músculos de todos os

membros, músculos do tronco, e todos os músculos do corpo;

deficiências, tais como, hipotonia, hipertonia e espasticidade

muscular. Exclui: funções da força muscular; funções da

resistência muscular.*

92% 89%

Funções do aparelho respiratório. B-440 Funções da respiração.

Funções relacionadas com a inspiração de ar para os pulmões,

a troca de gases entre ar e sangue, e a expiração do ar.Inclui:

funções da frequência, ritmo e profundidade da respiração;

92% 89%

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34

deficiências, como por exemplo, apneia, hiperventilação,

respiração irregular, respiração paradoxal, enfisema pulmonar e

espasmo brônquico. Exclui: funções dos músculos respiratórios

(B-445); funções respiratórias adicionais (B-450); funções de

tolerância a exercícios (B-455).*

Dor. B-280. Sensação de dor. Sensação desagradável que

indica lesão potencial ou real em alguma estrutura do corpo.

Inclui: sensações de dor generalizada ou localizada, em uma ou

em mais partes do corpo, dor num dermátomo, dor penetrante,

dor tipo queimadura, dor tipo moínha, dor contínua e intensa;

deficiências, como, mialgia, analgesia e hiperalgesia.*

92% 89%

B-164 Funções cognitivas de nível superior. Funções mentais

específicas especialmente dependentes dos lobos frontais do

cérebro, incluindo comportamentos complexos orientados para

metas, tais como, tomada de decisão, pensamento abstrato,

planeamento e execução de planos, flexibilidade mental e

decisão sobre quais os comportamentos adequados

específicos; funções designadas frequentemente como

executivas. Inclui: função de abstração e organização de ideias;

gestão do tempo, autoconhecimento e julgamento;

conceptualização, categorização e flexibilidade cognitiva. Exclui:

funções da memória; funções do pensamento; funções da

linguagem; funções de cálculo. *

88% 67%

B-730 Funções da força muscular. Funções relacionadas com a

força gerada pela contração de um músculo ou de grupos

musculares. Inclui: funções associadas com a força de

músculos específicos e grupos musculares, músculos de um

membro, de um lado do corpo, da parte inferior do corpo, de

todos os membros, do tronco e do corpo como um todo;

deficiências, tais como, fraqueza dos pequenos músculos dos

pés e das mãos, paresia muscular, paralisia muscular,

monoplegia, hemiplegia, paraplegia, tetraplegia e mutismo

acinético. Exclui: funções dos anexos do olho; funções

relacionadas com o tónus muscular; funções da resistência

muscular. *

88% 78%

B-1440 Memória de curto prazo. Funções mentais responsáveis

pelo armazenamento temporário e disruptível da memória por

cerca de 30 segundos após os quais as informações são

83% 78%

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35

perdidas se não consolidadas na memória de longo prazo. *

B-16701 Recepção de linguagem escrita. Funções mentais de

descodificação de mensagens escritas para obter o seu

significado. *

83% 61%

B-16711 Expressão da linguagem escrita. Funções mentais

necessárias para produzir mensagens escritas com significado.

*

83% 56%

B-3300 Fluência da fala. Funções da produção de fluxo da fala

uniforme e ininterrupto. Inclui: funções de conexão uniforme da

fala; deficiências, tais como, gaguez, verborreia, disfluência,

repetição de sons, palavras ou parte de palavras e pausas

irregulares na fala. *

83% 78%

B-3302 Velocidade da fala. Funções relacionadas com a

velocidade da produção da fala. Inclui: deficiências, tais como,

bradilalia e taquilalia.*

83% 72%

B-4402 Profundidade da respiração. Funções relacionadas com

o volume de expansão dos pulmões durante a respiração. Inclui:

deficiências, como por exemplo, respiração superficial ou pouco

profunda. *

83% 78%

B-1441 Memória de longo prazo. Funções mentais responsáveis

por um sistema de memória que permite o armazenamento a

longo prazo das informações da memória de curto prazo e da

memória autobiográfica de eventos passados assim como da

memória semântica para linguagem e fatos.

79% -

Funções do aparelho digestivo e dos sistemas metabólico e

endócrino. B-51052 Deglutição esofágica. Função relacionada

com a passagem de alimentos e das bebidas através do

esófago numa em quantidade e velocidade apropriadas.

79% -

B-260 Função proprioceptiva. Funções sensoriais que permitem

sentir a posição relativa das partes do corpo. Inclui: funções de

estatestesia e cinestesia. Exclui: funções vestibulares (B-235);

sensações relacionadas com os músculos e as funções do

movimento (B-780).

79% -

B-3301 Ritmo da fala. Funções dos padrões de modulação,

ritmo e entoação da fala. Inclui: deficiências, como por exemplo,

79% -

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36

cadência da fala estereotípica ou repetitiva.

B-3303 Melodia da fala. Funções relacionadas com a

modulação dos padrões de timbre da fala. Inclui: prosódia da

fala, entoação, melodia da fala; deficiência, como por exemplo,

fala monótona.

79% -

B-134 Funções do sono. Funções mentais gerais de

desconexão física e mental periódica, reversível e seletiva, do

ambiente imediato da pessoa, acompanhada por mudanças

fisiológicas características. Inclui: funções da quantidade, início,

manutenção e qualidade do sono; funções relacionadas com o

ciclo do sono, como insônia, hipersônia e narcolépsia. Exclui:

funções da consciência (B-110); funções da energia e dos

impulsos (B-130); funções da atenção (B-140); funções

psicomotoras (B-147)

75% -

B-265 Função tátil. Funções sensoriais que permitem sentir

superfícies e sua textura ou qualidade. Inclui: funções tácteis,

sensação táctil; deficiências, tais como, entorpecimento,

anestesia, formigueiro, parestesia e hiperestesia.Exclui: funções

sensoriais relacionadas com a temperatura e outros estímulos

(B-270)

75% -

B-16702 Recepção da linguagem de sinais. Funções mentais de

descodificação de mensagens em linguagens que utilizam sinais

feitos pelas mãos e outros movimentos, para obter o seu

significado.

71% -

B-5153 Tolerância aos alimentos. Funções relacionadas com a

aceitação de alimentos e bebidas adequados para a digestão e

de rejeição do que não é adequado. Inclui: deficiências, tais

como, hipersensibilidades, intolerância ao glúten.

71% -

B-16712 Expressão da linguagem de sinais. Funções mentais

necessárias para produzir mensagens com significado em

linguagens que utilizam sinais feitos pelas mãos e outros

movimentos.

71% -

B-240 Sensações associadas à audição e à função vestibular.

Sensações de tontura, queda, zumbido e vertigem. Inclui:

sensações de zumbido nos ouvidos, irritação no ouvido, pressão

auricular, náusea associada com tontura ou vertigem. Exclui:

67% -

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37

funções vestibulares (B-235); sensação de dor (B-280).

B-515 Funções digestivas. Funções de transporte de alimentos

através do trato gastrointestinal, decomposição dos alimentos e

absorção de nutrientes. Inclui; funções de transporte dos

alimentos através do estômago, peristaltismo; decomposição

dos alimentos, produção de enzimas e sua ação no estômago e

intestinos; absorção de nutrientes e tolerância aos alimentos;

deficiências, tais como, hiperacidez gástrica, má absorção,

intolerância aos alimentos, hipermobilidade dos intestinos,

paralisia intestinal, obstrução intestinal e diminuição da

produção de bílis. Exclui: funções da ingestão (B-510); funções

da assimilação (B-520); funções da defecação (B-525);

sensações associadas ao aparelho digestivo (B-535).

67% -

B-235 Funções vestibulares. Funções sensoriais do ouvido

interno relacionadas com a posição, equilíbrio e movimento.

Inclui: funções de posição e sentido posicional; função de

equilíbrio do corpo e do movimento. Exclui: sensações

associadas à audição e à função vestibular.

63% -

B-455 Funções de tolerância ao exercício. Funções

relacionadas com a capacidade respiratória e cardiovascular

necessárias para a tolerância a esforços físicos. Inclui: funções

de tolerância física, capacidade aeróbica, energia e

fatigabilidade. Exclui: funções do aparelho cardiovascular (B-

410-429); funções do sistema hematológico (B-430); funções

respiratórias (B-440); funções dos músculos respiratórios (B-

445); funções respiratórias adicionais (B-450).

63% -

Funções auditivas e vestibulares.B-230. Funções auditivas.

Funções sensoriais que permitem sentir a presença de sons e

discriminar a localização, timbre, intensidade e qualidade dos

sons. Inclui: funções auditivas, discriminação auditiva,

localização da fonte sonora, lateralização do som, discriminação

da fala; deficiências, tais como, surdez, deficiência auditiva e

perda da audição. Exclui: funções da percepção (B-156) e

funções mentais da linguagem (B-167).

58% -

B-5150 Transporte dos alimentos através do estômago e

intestinos. Peristaltismo e funções relacionadas que movem o

alimento mecanicamente através do estômago e intestinos.

50% -

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38

B-5151 Fragmentação dos alimentos. Funções relacionadas

com a redução mecânica dos alimentos em partículas mais

pequenas, no trato gastrointestinal.

46% -

B-5152 Absorção de nutrientes. Funções relacionadas com a

passagem dos nutrientes de alimentos e bebidas do estômago e

intestinos para o fluxo sanguíneo.

38% -

S-198 Estrutura do sistema nervoso, outra especificada* 100% 100%

S-320 Estrutura da boca* 100% 100%

S-3203 Língua. * 100% 100%

S-3204 Estrutura do lábio S-32040 Lábio superior S-32041

Lábio inferior. * 100% 100%

S-330 Estrutura da faringe* 100% 100%

S-340 Estrutura da laringe* 100% 100%

S-710 Estrutura da região de cabeça e pescoço* 100% 100%

Estruturas relacionadas com a voz e a fala S-3200 Dentes. * 96% 100%

S-3202 Estrutura do palato S-32020 Palato duro S-32021 Palato

mole. * 96% 100%

S-3301 Orofaringe. * 96% 100%

S-3208 Estrutura da boca, outra especificada. * 92% 94%

S-3300 Nasofaringe. * 92% 100%

S-3400 Cordas vocais. * 92% 100%

S-3308 Estrutura da faringe, outra especificada. * 88% 83%

S-3408 Estrutura da laringe, outra especificada. * 88% 89%

S-3409 Estrutura da laringe, não especificada. * 83% 89%

S-3209 Estrutura da boca, não especificada. * 83% 89%

S-3201 Gengivas* 83% 83%

S-310 Estrutura do nariz* 83% 83%

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39

S-3309 Estrutura da faringe, não especificada. 79% 83%

S-230 Estruturas anexas ao olho 50% -

D-560 Beber. Coordenar os gestos necessários para tomar uma

bebida, levá-la à boca, e consumir a bebida de maneira

culturalmente aceitável, misturar, mexer e servir os líquidos para

serem bebidos, abrir garrafas e latas, beber por um canudo ou

beber água corrente da torneira ou de uma fonte; mamar.

Exclui: comer (D-550). *

96% 89%

Comunicação. D-3500 Iniciar uma conversa. Iniciar um diálogo

ou troca de impressões, como por exemplo, apresentar-se,

saudar de modo habitual, e introduzir um tópico ou fazer

perguntas. *

92% 89%

D-3501. Manter uma conversa. Continuar e manter um diálogo

ou troca de impressões acrescentando ideias, introduzindo um

novo tópico ou retomando um tópico previamente mencionado,

bem como alternando falar com comunicar por sinais.

92% 78%

D-315. Comunicar e receber mensagens não verbais.

Compreender os significados literais e implícitos das

mensagens transmitidas por gestos, símbolos e desenhos,

como por exemplo, perceber que uma criança está cansada

quando ela esfrega os olhos ou que um alarme significa que há

incêndio. Inclui: comunicar e receber mensagens transmitidas

por linguagem gestual e símbolos gerais, desenhos e

fotografias. *

92% 83%

D-115. Ouvir. Utilizar, intencionalmente, o sentido da audição

para captar estímulos auditivos, tais como, ouvir rádio, música

ou uma palestra.

92% 72%

Comunicar e produzir mensagens. D-330 Falar. Produzir

mensagens verbais constituídas por palavras, frases e

passagens mais longas com significado literal e implícito, como

por exemplo, expressar um fato ou contar uma história. *

88% 89%

Comunicar e receber mensagens. D-310. Comunicar e receber

mensagens orais. Compreender os significados literais e

implícitos das mensagens em linguagem oral, como por

exemplo, compreender que uma declaração corresponde a um

88% 67%

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40

fato ou a uma expressão idiomática.

D-120. Outras percepções sensoriais intencionais. Utilizar,

intencionalmente, os outros sentidos básicos do corpo para

captar estímulos, tais como, tocar ou sentir texturas, saborear

doces ou sentir o cheiro das flores.

88% 67%

D-135. Ensaiar (Repetir) reproduzir uma sequência de eventos

ou símbolos, como um componente básico da aprendizagem,

tais como, contar de dez em dez ou recitar um poema.

88% 44%

D-360 Utilização de dispositivos e de técnicas de comunicação.

Utilizar dispositivos, técnicas e outros meios para comunicar,

como por exemplo, ligar o telefone para um amigo. Inclui:

utilização de dispositivos de telecomunicações, utilização de

máquinas de escrever e de técnicas de comunicação.

88% 61%

D-3502. Terminar uma conversa. Terminar um diálogo ou troca

de impressões com frases ou expressões usadas habitualmente

para finalizar e encerrar o tópico discutido.

88% 78%

D-3602 Utilização de técnicas de comunicação. Realizar ações

e tarefas envolvidas em técnicas de comunicação, como por

exemplo, leitura labial.

88% 67%

Autocuidados. D-550 Comer. Executar as tarefas e os gestos

coordenados necessários para ingerir os alimentos servidos,

levá-los à boca e consumi-los de maneira culturalmente

aceitável, cortar ou partir os alimentos em pedaços, abrir

garrafas e latas, utilizar os talheres; participar em refeições,

banquetes e jantares. Exclui: beber (D-560).*

88% 83%

D-3350. Produzir mensagens usando linguagem corporal.

Transmitir mensagens através de movimentos do corpo, como

por exemplo, mímica (e.g. sorrir, franzir as sobrancelhas,

estremecer), movimentos dos braços e das mãos e atitudes

(e.g. abraçar para mostrar afeto)

83% 67%

D-3150. Comunicar e receber mensagens usando linguagem

corporal. Compreender o significado transmitido pelas

expressões faciais, movimentos das mãos ou sinais, posturas

corporais e outras formas de linguagem corporal.

83% 72%

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41

D-3503. Conversar com uma pessoa. Iniciar, manter, dar forma

e terminar um diálogo ou troca de impressões com uma pessoa,

como por exemplo, falar do tempo com um amigo.

83% 78%

D-3151. Comunicar e receber mensagens usando sinais e

símbolos Gerais. Compreender o significado representado pelos

sinais públicos e símbolos, como por exemplo, placas de

trânsito, sinais de alerta, notações musicais ou científicas e

sinalizações.

79% -

Conversação e utilização de dispositivos e de técnicas de

comunicação. D-350 Conversação. Iniciar, manter e finalizar

uma troca de pensamentos e ideias, realizada através da

linguagem escrita, oral, gestual ou de outras formas de

linguagem, com uma ou mais pessoas conhecidas ou

estranhas, em ambientes formais ou informais. Inclui: iniciar,

manter e finalizar uma conversa; conversar com uma ou mais

pessoas.

79% -

D-320. Comunicar e receber mensagens usando linguagem

gestual. Receber e compreender mensagens com significado

literal e implícito na linguagem gestual.

79% -

D-335. Produzir mensagens não verbais. Utilizar gestos,

símbolos e desenhos para transmitir mensagens, como por

exemplo, negar com a cabeça para indicar desacordo ou fazer

um desenho ou um esquema para transmitir um fato ou uma

ideia complexa. Inclui: produzir linguagem gestual, sinais,

símbolos, desenhos e fotografias.

79% -

D-3504. Conversar com muitas pessoas. Iniciar, manter, dar

forma e terminar um diálogo ou troca de impressões com mais

de um indivíduo, como por exemplo, iniciar e participar numa

conversa em grupo.

79% -

D-3352. Produzir mensagens usando desenhos e fotografias.

Transmitir mensagens através de desenhos, pinturas, esboços e

esquemas, reproduções ou fotografias, como por exemplo,

desenhar um mapa para mostrar o caminho para um local.

75% -

D-340. Produzir mensagens usando linguagem gestual.

Transmitir uma mensagem com significado literal e implícito,

75% -

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42

através de linguagem gestual.

D-345. Escrever mensagens. Produzir mensagens com

significado literal e implícito transmitido através da linguagem

escrita, como por exemplo, escrever uma carta para um amigo.

75% -

D-3152. Comunicar e receber mensagens usando desenhos e

fotografias. Compreender o significado representado por

desenhos (e.g. traçados feitos à mão, desenhos descritivos,

pinturas, representações tridimensionais), gráficos, diagramas e

fotografias, como por exemplo, compreender que uma linha que

sobe num gráfico representando alturas significa que a criança

está a crescer.

75% -

D-325. Comunicar e receber mensagens escritas. Compreender

os significados literais e implícitos das mensagens transmitidas

através da linguagem escrita (incluindo Braille), como por

exemplo, acompanhar os eventos políticos no jornal diário ou

compreender as mensagens em textos religiosos.

71% -

D-710 Interações interpessoais básicas. Interagir com as

pessoas de maneira contextual e socialmente adequada, como

por exemplo, mostrar consideração e estima quando apropriado,

ou reagir aos sentimentos dos outros. Inclui: mostrar respeito,

afeto, apreciação, e tolerância nos relacionamentos; reagir à

crítica e às insinuações sociais nos relacionamentos; e utilizar

contato físico apropriado nos relacionamentos.

71% -

D-720 Interações interpessoais complexas. Manter e controlar

as interações com outras pessoas, de maneira contextual e

socialmente apropriada, como por exemplo, controlar emoções

e impulsos, controlar a agressão verbal e física, agir de maneira

independente nas interações sociais, e agir de acordo com as

regras e convenções sociais. Inclui: iniciar e terminar

relacionamentos; controlar comportamentos nas interações;

interagir de acordo com as regras sociais; manter o espaço

social.

71% -

D-799 Interações e relacionamentos interpessoais, não

especificados 71% -

Aprendizagem básica. D-130. Imitar ou copiar, como um

componente básico da aprendizagem, tais como, copiar um

71% -

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43

gesto, um som ou as letras de um alfabeto.

Experiências sensoriais intencionais. D-110. Observar. Utilizar

intencionalmente o sentido da visão para captar estímulos

visuais, tais como, assistir a um evento desportivo ou observar

crianças brincando.

71% -

D-3351. Produzir mensagens usando sinais e símbolos.

Transmitir mensagens através da utilização de sinais e símbolos

(e.g. imagens, símbolos Bliss, símbolos científicos) e sistemas

de notação simbólica, como por exemplo, utilizar notas musicais

para transmitir uma melodia.

67% -

D-740 Relacionamento formal. Criar e manter relacionamentos

específicos em ambientes formais, como por exemplo, com

funcionários, profissionais ou prestadores de serviços. Inclui:

relacionamento com superiores, subordinados e pares

67% -

D-760 Relacionamentos familiares. Criar e manter relações de

parentesco, como por exemplo, com membros da família

nuclear, da família alargada, da família adotiva e de criação, e

parentes não consanguíneos, relacionamentos mais distantes

como primos de segundo grau, ou tutores legais. Inclui:

relacionamentos entre pais e filhos e filhos e pais, entre irmãos

e com outros membros da família.

67% -

D-730 Relacionamento com estranhos. Estabelecer contatos e

ligações temporárias com estranhos para fins específicos, como

por exemplo, perguntar o caminho ou fazer uma compra

63% -

D-750 Relacionamentos sociais informais. Iniciar

relacionamentos com outros, como por exemplo,

relacionamentos ocasionais com pessoas que vivem na mesma

comunidade ou residência, ou com colaboradores, estudantes,

companheiros de lazer ou pessoas com formação ou profissões

similares. Inclui: relacionamentos informais com amigos,

vizinhos, conhecidos, co-residentes e pares.

58% -

E-1251 Produtos e tecnologias de apoio para comunicação.

Equipamentos, produtos e tecnologias adaptados ou

especialmente concebidos para ajudar as pessoas a transmitir e

a receber informações, tais como, dispositivos especiais de

visão, dispositivos electro-ópticos, dispositivos de escrita

75% -

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44

especializados, dispositivos para desenho ou escrita à mão,

sistemas de sinalização e hardware e software especiais de

computador, implantes cocleares, aparelhos para a surdez,

sistemas de treino de audição por FM (frequência modulada),

próteses para a voz, placas de comunicação, óculos e lentes de

contato.

Produtos e tecnologia. E-125 Produtos e tecnologias para a

comunicação. Equipamentos, produtos e tecnologias utilizados

pelas pessoas em atividades de transmissão e recepção de

informações, incluindo aqueles adaptados ou especialmente

concebidos situados em, sobre ou perto da pessoa que os

utiliza. Inclui: produtos e tecnologias gerais e de apoio para

comunicação.

75% -

E-1250 Produtos e tecnologias gerais para comunicação.

Equipamentos, produtos e tecnologias utilizados pelas pessoas

em atividades de envio e recepção de informações, tais como,

dispositivos ópticos e auditivos, gravadores e receptores de

áudio, televisão e equipamento de vídeo, telefones, sistemas de

transmissão do som e dispositivos de comunicação cara a cara

não adaptados nem especialmente concebidos.

67% -

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45

Tabela 2 - Coeficientes de confiabilidade e significância para as duas etapas de

avaliação do check list de itens da CIF para Fonoaudiologia no contexto hospitalar.

Variável Coeficiente de

Confiabilidade Sig. (p)

S 198 Estrutura do sistema nervoso, outra especificada 100% 1,000 > 0,999

S 310 Estrutura do nariz 83% 0,889 > 0,999

S 320 Estrutura da boca 100% 1,000 > 0,999

S 330 Estrutura da faringe 100 % 1,000 > 0,999

S 340 Estrutura da laringe 100% 1,000 > 0,999

S 710 Estrutura da região de cabeça e pescoço 100% 1,000 > 0,999

Estruturas relacionadas com a voz e a fala s3200 Dentes. 96% 0,944 0,317

s3201 Gengivas 83% 0,611 0,014

s3202 Estrutura do palato s32020 Palato duro s32021 Palato mole. 96 % 0,944 0,317

s3203 Língua. 100% 1,000 > 0,999

s3204 Estrutura do lábio s32040 Lábio superior s32041 Lábio inferior. 100% 1,000 > 0,999

s3208 Estrutura da boca, outra especificada. 83% 0,944 > 0,999

s3209 Estrutura da boca, não especificada. 83% 0,722 > 0,999

s3300 Nasofaringe. 92% 0,889 0,157

s3301 Orofaringe. 96% 0,944 > 0,999

s3308 Estrutura da faringe, outra especificada. 88% 0,778 0,564

s3400 Cordas vocais. 92% 0,889 0,157

s3408 Estrutura da laringe, outra especificada. 88% 0,833 > 0,999

s3409 Estrutura da laringe, não especificada. 83% 0,667 > 0,999

b110 Funções da consciência. Funções mentais gerais do estado de consciência e alerta, incluindo a clareza e continuidade do estado de vigília. Inclui: funções do

estado, continuidade e qualidade da consciência; perda de consciência, coma, estados vegetativos, fugas, estados de transe, estados de possessão, alteração da

consciência induzida por medicamentos, delírio, estupor.Exclui: funções da orientação (b114), funções da energia e dos impuls os (b130), funções do sono

(b134). 96%

1,000 > 0,999

b114 Funções da orientação. Funções mentais gerais relacionadas com o conhecimento e a determinação da relação da pessoa consigo própria, com outras

pessoas, com o tempo e com o ambiente.Inclui: funções de orientação em relação ao tempo, lugar e pessoa; orientação em relação a si próprio e aos outros;

desorientação em relação ao tempo, lugar e pessoa. Exclui: funções da consciência (b110), funções da atenção (b140), funções da memória (b144). 96%

0,889 0,317

b140 Funções da atenção. Funções mentais específicas de concentração num estímulo externo ou numa experiência interna pelo período de tempo necessário.

Inclui: funções de manutenção da atenção, de mudança da atenção, de divisão da atenção, de partilha da atenção; concentração; distração. Exclui: funções da

consciência ; funções da energia e dos impulsos;funções do sono; funções da memória; funções psicomotoras;funções da percepção. 92%

0,944 0,317

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46

Variável Coeficiente de

Confiabilidade Sig. (p)

b1440 Memória de curto prazo. Funções mentais responsáveis pelo armazenamento temporário e disruptível da memória por cerca de 30 segundos após os

quais as informações são perdidas se não consolidadas na memória de longo prazo. 83% 0,889 > 0,999

b156 Funções da percepção. Funções mentais específicas relacionadas com o reconhecimento e a interpretação dos estímulos sensoriais.Inclui: funções de

percepção auditiva, visual, olfativa, gustativa, tátil e visioespacial, como em alucinações ou ilusões. Exclui: funções da consciência (b110); funções de orientação

(b114); funções da atenção (b140); funções da memória (b144); funções mentais da linguagem (b167); visão e funções relacionadas (b210-b229); funções

auditivas e vestibulares (b230-b249); funções sensoriais adicionais (b250-b279). 96%

0,833 0,564

b164 Funções cognitivas de nível superior. Funções mentais específicas especialmente dependentes dos lobos frontais do cérebro, incluindo comportamentos

complexos orientados para metas, tais como,tomada de decisão, pensamento abstrato, planeamento e execução de planos,flexibili dade mental e decisão sobre

quais os comportamentos adequados específicas; funções designadas frequentemente como executivas. Inclui: função de abstração e organização de ideias;

gestão do tempo, autoconhecimento e julgamento; conceptualização, categorização e flexibilidade cognitiva. Exclui: funções da memória; funções do

pensamento; funções da linguagem; funções de cálculo. 88%

0,833 0,083

b16700 Recepção da linguagem oral. Funções mentais de descodificação de mensagens orais para obter o seu significado. 96% 0,944 0,317

b16701 Recepção de linguagem escrita. Funções mentais de descodificação de mensagens escritas para obter o seu significado. 83% 0,667 0,102

b16710 Expressão da linguagem oral. Funções mentais necessárias para produzir mensagens orais com significado. 96% 1,000 > 0,999

b16711 Expressão da linguagem escrita. Funções mentais necessárias para produzir mensagens escritas com significado. 83% 0,667 0,102

b250 Função gustativa. Funções sensoriais que permitem sentir o amargo, o doce, o ácido e o salgado. Inclui: funções gustativas; deficiências, tais como, ageusia

e hipogeusia. 100% 1,000 > 0,999

b255 Função olfativa. Funções sensoriais que permitem sentir odores.Inclui: funções olfativas; deficiências, tais como, anosmia e hiposmia. 92% 0,833 0,564

b270 Funções sensoriais relacionadas com a temperatura e outros estímulos.Funções sensoriais que permitem sentir a temperatura, a vibração, a pressão e

estímulos nocivos.Inclui: funções de sensibilidade à temperatura, vibração, tremor ou oscilação, pressão superficial, pressão profunda, sensação de queimadura

ou de um estímulo nocivo.Exclui: funções tácteis ; sensação de dor. 92%

0,889 > 0,999

Dor. b280. Sensação de dor. Sensação desagradável que indica lesão potencial ou real em alguma estrutura do corpo. Inclui: sensações de dor generalizada ou

localizada, em uma ou em mais partes do corpo, dor num dermátomo, dor penetrante, dor tipo queimadura, dor tipo moínha, dor contínua e intensa;

deficiências, como, mialgia, analgesia e hiperalgesia. 92%

1,000 > 0,999

Funções da voz e da fala. b310. Funções da voz. Funções da produção de vários sons pela passagem de ar através da laringe. Inclui: funções de produção e

qualidade da voz; funções de fonação, timbre, volume e outras qualidades da voz; deficiências, como, afonia, disfonia, rouquidão, hipernasalidade e

hiponasalidade.Exclui: funções mentais da linguagem; funções da articulação. 100%

1,000 > 0,999

b3100 Produção da voz.Funções com a produção de sons feita através da coordenação da laringe e dos músculos adjacentes com o aparelho respiratório.Inclui:

funções de fonação, volume; deficiências, tais como, na afonia. 96% 0,944 0,317

b3101 Qualidade da voz. Funções relacionadas com a produção das características da voz incluindo timbre, ressonância e outras características.Inclui: funções de

timbre agudo ou de timbre grave; deficiências, tais como, hipernasalidade, hiponasalidade, disfonia, rouquidão ou aspereza. 96% 0,889 > 0,999

b320 Funções da articulação. Funções relacionadas com a produção de sons da fala.Inclui: funções de enunciação, articulação de fonemas; disartria espástica,

atáxica e flácida; anartria. Exclui: funções mentais da linguagem; funções da voz. 96% 1,000 > 0,999

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47

Variável Coeficiente de

Confiabilidade Sig. (p)

b3300 Fluência da fala. Funções da produção de fluxo da fala uniforme e ininterrupto. Inclui: funções de conexão uniforme da fala; deficiências, tais

como,gaguez, verborreia, disfluência, repetição de sons, palavras ou parte de palavras e pausas irregulares na fala. 83% 0,889 > 0,999

b3302 Velocidade da fala. Funções relacionadas com a velocidade da produção da fala. Inclui: deficiências, tais como, bradilalia e taquilalia. 83% 0,778 0,317

b51058 Deglutição, outra especificada. 96% 0,944 0,317

b5108 Funções de ingestão, outras especificadas. 100% 0,889 0,157

Funções do aparelho respiratório. b440 Funções da respiração.Funções relacionadas com a inspiração de ar para os pulmões, a troca de gases entre ar e sangue,

e a expiração do ar.Inclui: funções da frequência, ritmo e profundidade da respiração; deficiências, como por exemplo, apneia, hiperventilação, respiração

irregular, respiração paradoxal, enfisema pulmonar e espasmo brônquico.Exclui: funções dos músculos respiratórios (b445); funções respiratórias adicionais

(b450); funções de tolerância a exercícios (b455). 92%

0,944 0,317

b4400 Frequência respiratória.Funções relacionadas com o número de respirações por minuto.Inclui: deficiências, tais como, frequências muito altas

(taquipneia) ou muito baixas (bradipneia). 96% 0,944 0,317

b4401 Ritmo respiratório.Funções relacionadas com a periodicidade e a regularidade da respiração.Inclui: deficiências, tais como, respiração irregular. 96% 0,889 0,157

b4402 Profundidade da respiração.Funções relacionadas com o volume de expansão dos pulmões durante a respiração.Inclui: deficiências, como por exemplo,

respiração superficial ou pouco profunda. 83% 0,722 0,317

Funções e sensações adicionais dos aparelhos cardiovascular e respiratório.b450 Funções respiratórias adicionais.Funções adicionais relacionadas com a

respiração, tais como, tossir, espirrar e bocejar. Inclui: funções de sopro, assobio e respiração pela boca. 96% 0,944 0,317

Funções relacionadas com o aparelho digestivo. b510 Funções de ingestão.Funções relacionadas com a introdução e manipulação de sólidos ou líquidos para

dentro do corpo através da boca.Inclui: funções de sugar, mastigar e morder, movimentar alimentos na boca, salivar, deglutir, eructar, regurgitar, cuspir e

vomitar; deficiências, tais como, disfagia, aspiração de alimentos, aerofagia, salivação excessiva, babar e salivação insuficiente. Exclui: sensações associadas ao

aparelho digestivo (b535). 100%

1,000 > 0,999

b5100 Sugar.Funções de aspirar para a boca através de força de sucção produzida por movimentos das bochechas, lábios e língua. 100% 1,000 > 0,999

b5101 Morder. Funções de cortar ou rasgar alimentos com os dentes da frente. 100% 1,000 > 0,999

b5102 Mastigar. Funções de triturar, moer e mastigar alimentos com os dentes de trás (e.g., molares). 96% 1,000 > 0,999

b5103 Manipulação dos alimentos na boca.Funções de mover a comida na boca com os dentes e a língua. 100% 1,000 > 0,999

b5104 Salivação. Função da produção de saliva na boca. 100% 1,000 > 0,999

b5105 Deglutição.Funções relacionadas com a passagem dos alimentos e das bebidas através da cavidade oral, faringe e esófago para o estômago em velocidade

e quantidade adequadas.Inclui: disfagia oral, faríngea ou esofágica; deficiências na passagem esofágica. 100% 1,000 > 0,999

b51050 Deglutição oral. Função relacionada com a passagem dos alimentos e das bebidas através da cavidade oral em quantidade e velocidade apropriadas.

100% 0,944 > 0,999

b51051 Deglutição faríngea.Função relacionada com a passagem de alimentos e das bebidas através da faringe em quantidade e velocidade apropriadas. 100% 1,000 > 0,999

b5106 Regurgitação e vômito. Funções relacionadas com o movimento dos alimentos ou líquidos na direção contrária à ingestão, do estômago para o esófago,

boca e exterior. 92% 0,944 0,317

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48

Variável Coeficiente de

Confiabilidade Sig. (p)

b730 Funções da força muscular. Funções relacionadas com a força gerada pela contração de um músculo ou de grupos musculares. Inclui: funções associadas

com a força de músculos específicos e grupos musculares, músculos de um membro, de um lado do corpo, da parte inferior do corpo, de todos os membros, do

tronco e do corpo como um todo; deficiências, tais como, fraqueza dos pequenos músculos dos pés e das mãos, paresia muscular,paralisia muscular,

monoplegia, hemiplegia, paraplegia, tetraplegia e mutismo acinético. Exclui: funções dos anexos do olho; funções relacionadas com o tónus muscular; funções

da resistência muscular. 88%

0,889 0,157

b735 Funções do tónus muscular. Funções relacionadas com a tensão presente nos músculos em repouso e a resistência oferecida quando se tenta mover os

músculos passivamente. Inclui: funções associadas à tensão de músculos isolados e grupos musculares,músculos de um membro, de um lado do corpo e da

metade inferior do corpo,músculos de todos os membros, músculos do tronco, e todos os músculos do corpo;deficiências, tais como, hipotonia, hipertonia e

espasticidade muscular. Exclui: funções da força muscular; funções da resistência muscular. 92%

0,778 > 0,999

d115 Ouvir. Utilizar, intencionalmente, o sentido da audição para captar estímulos auditivos, tais como, ouvir rádio, música ou uma palestra. 92% 0,833 0,083

d120 Outras percepções sensoriais intencionais. Utilizar, intencionalmente, os outros sentidos básicos do corpo para captar estímulos,tais como, tocar ou sentir

texturas, saborear doces ou sentir o cheiro das flores. 88% 0,722 0,180

d135 Ensaiar (Repetir)reproduzir uma sequência de eventos ou símbolos, como um componente básico da aprendizagem, tais como, contar de dez em dez ou

recitar um poema. 88% 0,611 0,014

Comunicar e receber mensagens. d310 Comunicar e receber mensagens orais.Compreender os significados literais e implícitos das mensagens em linguagem

oral, como por exemplo, compreender que uma declaração corresponde a um fato ou a uma expressão idiomática. 88% 0,722 0,180

d315 Comunicar e receber mensagens não verbais.Compreender os significados literais e implícitos das mensagens transmitidas por gestos, símbolos e

desenhos, como por exemplo, perceber que uma criança está cansada quando ela esfrega os olhos ou que um alarme significa que há incêndio.Inclui: comunicar

e receber mensagens transmitidas por linguagem gestual e símbolos gerais, desenhos e fotografias. 92%

0,722 0,655

d3150 Comunicar e receber mensagens usando linguagem corporal.Compreender o significado transmitido pelas expressões faciais, movimentos das mãos ou

sinais, posturas corporais e outras formas de linguagem corporal. 83% 0,722 0,655

Comunicar e produzir mensagens. d330 Falar.Produzir mensagens verbais constituídas por palavras, frases e passagens mais longas com significado literal e

implícito, como por exemplo, expressar um fato ou contar uma história. 88% 0,833 0,317

d3350 Produzir mensagens usando linguagem corporal.Transmitir mensagens através de movimentos do corpo, como por exemplo, mímica (e.g. sorrir, franzir as

sobrancelhas, estremecer), movimentos dos braços e das mãos e atitudes (e.g. abraçar para mostrar afeto ) 83% 0,778 0,083

C o m u n i c a ç ã o. d3500 Iniciar uma conversa.Iniciar um diálogo ou troca de impressões, como por exemplo, apresentar-se, saudar de modo habitual, e

introduzir um tópico ou fazer perguntas. 92% 0,889 > 0,999

d3501 Manter uma conversa.Continuar e manter um diálogo ou troca de impressões acrescentando ideias, introduzindo um novo tópico ou retomando um

tópico previamente mencionado, bem como alternando falar com comunicar por sinais. 92% 0,889 > 0,999

d3502 Terminar uma conversa.Terminar um diálogo ou troca de impressões com frases ou expressões usadas habitualmente para finalizar e ence rrar o tópico

discutido. 88% 0,722 0,655

d3503 Conversar com uma pessoa.Iniciar, manter, dar forma e terminar um diálogo ou troca de impressões com uma pessoa, como por exemplo, falar do tempo

com um amigo. 83% 0,722 0,655

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49

Variável Coeficiente de

Confiabilidade Sig. (p)

d360 Utilização de dispositivos e de técnicas de comunicação.Utilizar dispositivos, técnicas e outros meios para comunicar, como por exemplo, ligar o telefone

para um amigo.Inclui: utilização de dispositivos de telecomunicações, utilização de máquinas de escrever e de técnicas de comunicação. 88% 0,667 0,102

d3602 Utilização de técnicas de comunicação.Realizar ações e tarefas envolvidas em técnicas de comunicação, como por exemplo, leitura labial. 0,611 0,014

Auto cuidados. d550 Comer. Executar as tarefas e os gestos coordenados necessários para ingerir os alimentos servidos, levá-los à boca e consumi-los de

maneira culturalmente aceitável, cortar ou partir os alimentos em pedaços, abrir garrafas e latas, utilizar os talheres; participar em refeições, banquetes e

jantares.Exclui: beber (d560). 88%

0,889 0,317

d560 Beber. Coordenar os gestos necessários para tomar uma bebida, levá-la à boca, e consumir a bebida de maneira culturalmente aceitável, misturar, mexer e

servir os líquidos para serem bebidos, abrir garrafas e latas, beber por um canudo ou beber água corrente da torneira ou de uma fonte; mamar.Exclui: comer

(d550). 96%

0,944 0,317

A concordância ‘não-elevada’ aconteceu apenas para os itens ‘s3201’, ‘d135’

e ‘d3602’, com p = 0,014; as demais concordâncias podem ser classificadas como

sendo ‘elevadas’.

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50

Checklist da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) para atuação fonoaudiológica no cuidado hospitalar

(Borges, Brito e Padovani 2018) Dados do Paciente Cadastro: Internação: Alta: Registro: Nome: Idade: Sexo: Diagnóstico Médico: CID: Comorbidades:

Funções do Corpo

Quanta deficiência a pessoa tem em...

0 Nenhuma Deficiência (0-4%)

1 Deficiência Leve (5-24%)

2 Deficiência Moderada (25-49%)

3 Deficiência Grave (50-95%)

4 Deficiência Completa (96-100%)

8 Deficiência Não Especificada

9 Não Aplicável

B-5100 – Sugar. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-51051- Deglutição Faríngea. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-5108 - Funções de ingestão, outras especificadas. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-5104 – Salivação. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-5105 – Deglutição. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-51050 - Deglutição Oral. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-5101 – Morder. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-5103 - Manipulação dos alimentos na boca. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-250 - Função gustativa. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

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51

Funções da voz e da fala. Quanta deficiência a pessoa tem em...

B-310 - Funções da voz. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

Funções relacionadas com o aparelho digestivo. Quanta deficiência a pessoa tem em...

B-510 - Funções de ingestão. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-110 - Funções da consciência. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-114 - Funções da orientação. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-156 - Funções da percepção. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-16700 - Recepção da linguagem oral. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-16710 - Expressão da linguagem oral. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-3100 - Produção da voz. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-3101 - Qualidade da voz. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-320 - Funções da articulação. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-4400 - Frequência respiratória. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-4401 - Ritmo respiratório. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-5102 – Mastigar. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

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52

Funções e sensações adicionais dos aparelhos cardiovascular e respiratório. Quanta deficiência a pessoa tem em...

B-450 - Funções respiratórias adicionais. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-140 - Funções da atenção. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-255 - Função olfativa. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-270 - Funções sensoriais relacionadas com a temperatura e outros estímulos.

0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-5106 - Regurgitação e vômito. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-735 - Funções do tónus muscular. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

Funções do aparelho respiratório. Quanta deficiência a pessoa tem em...

B-440 - Funções da respiração. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

Dor Quanta deficiência a pessoa tem em...

B-280 - Sensação de dor. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-198 - Estrutura do sistema nervoso, outra especificada. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-320 - Estrutura da boca. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3203 – Língua. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

B-51058 - Deglutição, outra especificada. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

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53

S-3204 - Estrutura do lábio. S-32040 - Lábio superior. S-32041 - Lábio inferior.

0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-330 - Estrutura da faringe. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-340 - Estrutura da laringe. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-710 - Estrutura da região de cabeça e pescoço. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

Estruturas relacionadas com a voz e a fala Quanta deficiência a pessoa tem em...

S-3200 – Dentes. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3202 - Estrutura do palato. S-32020 - Palato duro. S-32021 - Palato mole.

0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3301 – Orofaringe. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3208 - Estrutura da boca, outra especificada. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3300 – Nasofaringe. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3400 - Cordas vocais. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3308 - Estrutura da faringe, outra especificada. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3408 - Estrutura da laringe, outra especificada. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3409 - Estrutura da laringe, não especificada. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

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54

S-3209 - Estrutura da boca, não especificada. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3201 – Gengivas. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-310 - Estrutura do nariz. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

S-3309 - Estrutura da faringe, não especificada. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

D-560 – Beber. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

Comunicação Quanta deficiência a pessoa tem em...

D-3500 - Iniciar uma conversa. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

D-315 - Comunicar e receber mensagens não verbais. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

Comunicar e produzir mensagens Quanta deficiência a pessoa tem em...

D-330 - Falar. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

Autocuidados Quanta deficiência a pessoa tem em...

D-550 - Comer. 0 1 2 3 4 8 9

Observações:

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55

5 DISCUSSÃO

Os conceitos apresentados na CIF trazem um novo paradigma para pensar

e trabalhar a deficiência e a incapacidade, não somente percebidas como

consequência das condições do binômio saúde/doença, mas determinadas também

pelo contexto do meio ambiente físico e social, pelas diferentes percepções culturais

e posturas diante da deficiência, pela disponibilidade de serviços e de legislação.

Este modelo de entendimento da funcionalidade é mais dinâmico e compatível com

a complexidade do conceito de saúde (Stucki et al, 2002).

A CIF, como uma linguagem comum para utilização multidisciplinar, é

também uma estrutura útil para definir o núcleo de competência para a

fonoaudiologia. Fonoaudiólogos avaliam, diagnosticam e definem o prognóstico das

limitações na funcionalidade, em estreita interação com pacientes, familiares e

cuidadores, levando em consideração os seus objetivos e fatores do contexto, que

auxiliam a determinar as intervenções mais adequadas aos alvos de funcionalidade.

Utilizando a metodologia de consenso pela técnica Delphi, foi possível

identificar os itens da CIF mais relevantes pelos profissionais fonoaudiólogos que

atuam no âmbito hospitalar. A experiência prática e o nível de formação dos

participantes – grande parte com especialização – podem ter contribuído para uma

identificação especializada e factível desses aspectos.

O site recebeu mais de mil visualizações na primeira semana, entretanto

tivemos 74 cadastros e destes, somente 24 responderam a pesquisa. Enviamos o

convite a todos os responsáveis conhecidos de equipes hospitalares de todas as

regiões do país, solicitando a redistribuição. Acreditamos que dentre os

interessados, incluíram-se os especialistas em disfagia e com

aprimoramento/especialização em Fonoaudiologia Hospitalar, pois a disfagia tem

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sido a área de principal atuação do fonaudiólogo no hospital, em todas as faixas

etárias, incluindo também a triagem auditiva neonatal, que pode ser realizada

exclusivamente por audiologistas. Apesar de sabermos que muitas redes

hospitalares, públicas ou privadas, incluem o serviço de Fonoaudiologia no cuidado

ao internado ou em ambiente ambulatorial, em contrato celetista ou terceirizado,

ainda o número de profissionais especialistas em Disfagia pelo Conselho Federal de

Fonoaudiologia é pequeno, atualmente com o registro de 226. Não há especialidade

em Fonoaudiologia hospitalar, mas cursos de pós graduação strito senso.

O número alcançado na primeira etapa deste trabalho (24 sujeitos)

corresponde a aproximadamente 10% do número de especialistas em Disfagia, o

que pode ser considerado razoável, dado o prazo para resposta e o alto índice de

perda previsto em abordagens com esta metodologia. Apesar do número restrito de

respostas completas, entendemos que o elevado número de acessos em poucos

dias mostra que o tema trouxe muito interesse e curiosidade, reforçando a

importância desse estudo. No entanto, tivemos 74 cadastros, com somente 24

completos. Podemos hipotetizar, para a perda de 50 interessados inicialmente, a

perda de conexão durante o preenchimento, inviabilizando que fosse finalizado,

algumas queixas que consideraram o questionário extenso, apesar de poder ser

preenchido rapidamente, a possibilidade de não estar incluído no critério de tempo

mínimo de experiência (2 anos).

Foram selecionados 117 itens da CIF, a partir do documento do CFFa,

acrescido dos itens já utilizados pelo Serviço de Fonoaudiologia da Instituição

parceira. Destes, 74 itens foram respondidos como aplicáveis à conduta

fonoaudiológica para 80% ou mais dos participantes, na primeira fase, incluindo

muitos aspectos relacionados às estruturas orais e funções mais diretamente ligadas

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à alimentação, mas também com itens relacionados à linguagem, voz e fala,

trazendo a possibilidade da avaliação funcional da comunicação neste ambiente.

A perda de participantes da primeira fase para a segunda foi inferior às

relatadas na literatura e se deve provavelmente ao fato de que a amostra inicial foi

formada por profissionais interessados no tema, e também à estratégia intensa de

comunicação por whatsapp sobre os prazos de resposta.

Na segunda etapa, chegamos a 56 itens com consenso mínimo de 80%.

Verificamos que houve diminuição de 8 itens para a categoria funções do corpo. As

31 categorias que tiveram consenso maior que 80% foram b5100 Sugar; b5101

Morder; b250 Função gustativa; b5103 Manipulação dos alimentos; b5104

Salivação; b5105 Deglutição; b51050 Deglutição oral; b51051 Deglutição faríngea;

b5108 Funções de ingestão; b310 Funções da voz e da fala; b510 Funções

relacionadas com o aparelho digestivo; b110 Funções da consciência; b114 Funções

da orientação; b156 Funções da percepção; b16700 Recepção da linguagem oral;

b16710 Expressão da linguagem oral; b3100 Produção da voz; b3103 Qualidade da

voz; b320 Funções da articulação; b4400 Frequência respiratória; b 4401 Ritmo

respiratório; b5102 Mastigar; b51058 Deglutição; b140 Funções da atenção; b255

Função olfativa; b270 Funções sensoriais relacionadas com a temperatura e outros

estímulos; b 5106 Regurgitação e vômito; b735 Funções do tônus muscular; b440

Funções do aparelho respiratório; b280 Dor; As demais categorias das funções do

corpo excluídas na segunda etapa por terem apresentado porcentagem abaixo de

80% na primeira etapa.

Há maior predomínio de categorias relacionadas às funções orais,

provavelmente pelo fato da atuação fonoaudiológica em hospitais ser principalmente

com distúrbios da deglutição (Luz, 1999). Nota-se que aspectos que podem interferir

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nos riscos de disfagia também foram contemplados, como funções da consciência,

percepção e orientação.

Apesar de menor número de categorias, a comunicação está contemplada,

mostrando a possibilidade de identificação de prejuízo precoce também nesta

função. Importante comentar que prejuízos relacionados à comunicação podem

dificultar qualquer processo de reabilitação bem com a comunicação com a equipe

de cuidados. Consideramos um avanço que esse protocolo tenha a possibilidade de

avaliar a fala e linguagem, pois há poucos estudos com uso da CIF para estas

funções (Dalaqua, 2014).

A categoria Estrutura do corpo apresentou 20 itens finais ( s198 Estrutura do

sistema nervoso; s320 Estrutura da boca; s3203 Língua; s3204 Estrutura do lábio;

s330 Estrutura da faringe; s340 Estrutura da laringe; s710 Estrutura da região de

cabeça e pescoço; s3200 Estruturas relacionadas com a voz e a fala; s3202

Estrutura do palato; s3301 Orofaringe; s3208 Estrutura da boca outra especificada;

s3300 Nasofaringe; s3400 Cordas vocais; s3308 Estrutura da faringe; s3408

Estrutura da laringe, outra especificada; s3409 Estrutura da laringe, não

especificada; s3209 Estrutura da boca, não especificada; s3201 Gengivas; s310

Estrutura do nariz; s3309 Estrutura da faringe, não especificada.

Nota-se novamente, que há predomínio de categorias relacionadas à

funções de alimentação e fala, com vário itens incluindo estruturas laríngeas, que

relacionam-se tanto com a deglutição, trazendo risco para aspiração quando há

problemas na coaptação glótica e mobilidade laríngea, como a comunicação oral,

oferecendo padrões melódicos para adequação da expressão oral.

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59

A relação voz-deglutição é bastante conhecida e aspectos relacionados à

fonação poderão ser determinantes para a reabilitação da deglutição (Carrara-de-

Angelis, 1999; Pittioni 2000)

Nos componentes de atividade e participação somente cinco categorias

tiveram consenso maior que 80% (d560 Beber, d3500 Comunicação; Iniciar uma

conversa, d315 Comunicar e receber mensagens não verbais, d330 Comunicar e

produzir mensagens. Falar, d550 Comer). Apesar de poucos itens, são

diversificados para contemplar prejuízos de forma mais abrangente, incluindo desde

funções orais à comunicação, relevantes para a atuação dos profissionais que

atuam na área hospitalar.

A baixa adesão aos itens envolvendo Atividades e Participação (D) e

Fatores Ambientais (E) gerou surpresa, por considerarmos importantes para a

atuação no âmbito hospitalar.

O item d320- comunicar e receber mensagens usando linguagem gestual,

bem como o item d3152 - comunicar e receber mensagens usando desenhos e

fotografias, receberam, respectivamente, 79% e 75% de aplicabilidade na primeira

rodada, não sendo selecionados para a segunda rodada. Seriam itens relevantes

para situações nas quais sujeitos em internação de UTI, ou com grave

comprometimento da comunicação oral por qualquer razão (quadros neurológicos

evolutivos ou não), possam estar privados da comunicação oral.

Deve-se considerar a inclusão de itens que possam trazer impactos indiretos

dos quadros avaliados, pois aspectos de limitações atividade e participação foram

correlacionados com disfagia, além terem apontado a necessidade de uso de

recursos ambientais específicos (Oliveira, 2011).

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No componente fatores ambientais, nenhuma categoria apresentou

porcentagem maior que 80% na primeira etapa e, portanto, não foi submetida a

segunda. Para esta situação, em especial, hipotetizamos que, talvez, não seja ainda

rotineiro o uso de recursos tecnológicos na atuação fonoaudiológica hospitalar,

principalmente como instrumento terapêutico, até pelas questões de higienização e

contágio em biossegurança.

Compreendemos que os itens que abordam funções cognitivas e linguísticas

merecem ser valorizados no contexto hospitalar pela importância da integridade da

comunicação como um aspecto de grande impacto na qualidade de vida, mas

também pela interferência que podem acarretar dificultando a própria reabilitação de

transtornos motores orais e de deglutição.

A implementação da CIF poderá ajudar o fonoaudiólogo na construção de

referenciais quanto à incidência, prevalência e comorbidades dos Distúrbios da

Comunicação Humana, com impacto em ações de planejamento das intervenções

nas políticas públicas, nas áreas sociais e de saúde.

A partir de iniciativas como essa, sugere-se que os hospitais criem

documentos eletrônicos para acompanhar a evolução de um paciente, desde a sua

entrada no hospital até a alta pela equipe interdisciplinar.

Consideramos, como Romano e Chun (2014), que, por meio do uso da CIF,

poderemos ter resultados promissores na identificação da mudança da

funcionalidade, com a atuação fonoaudiológica no ambiente hospitalar.

O produto final deste trabalho mostra a viabilidade do uso da CIF no

contexto hospitalar, pela Fonoaudiologia, podendo auxiliar na geração de dados

sobre funcionalidade, favorecendo a padronização da linguagem entre os

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profissionais da saúde e servindo como balizadores de objetivos do tratamento e

avaliação dos resultados.

Limitações do estudo

Algumas regiões do país não tiveram representatividade e claramente houve

uma maior participação de profissionais da Região Sudeste. Considerando as

diferenças regionais de um país de grandeza continental, esse é um ponto

importante a ser considerado na generalização dos resultados. Ainda assim, a

amostra teve um potencial para definir um consenso para a área da fonoaudiologia,

uma vez que mais da metade dos fonoaudiólogos do Brasil estão na região sudeste,

com 12.577 profissionais do total de 42.420 fonoaudiólogos brasileiros (CFFa, 2018).

Este check list contemplou apenas as perspectivas dos profissionais que

atuam em ambiente hospitalar. Contemplar a perspectiva dos pacientes e

cuidadores também é passo fundamental em estudos posteriores, para uma melhor

dinâmica do processo de aplicação da CIF.

O prazo e a não aderência dos demais fonoaudiólogos em responder a

pesquisa tornou-se uma limitação, mas apesar do número pequeno de respostas,

este foi consistente, pois após a segunda rodada, as respostas apresentaram alta

confiabilidade.

Ainda, faz-se necessário para estudos futuros, a validação e confiabilidade e

até a redução dos itens selecionados aqui e para isto, estudos prospectivos

multicêntricos são mais recomendados.

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6 CONCLUSÃO

Foi possível elaborar um checklist da Classificação Internacional de

Funcionalidade (CIF) para atuação fonoaudiológica no cuidado hospitalar, com 56

itens, de 117 categorias selecionadas inicialmente, disponível para aplicação

imediata, em versão impressa, com possibilidade de adaptação e/ou incorporação

aos prontuários físicos e/ou eletrônicos em serviços e sistemas de saúde.

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7 ANEXO

Anexo 1 – TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

PROPOSTA DE CHECKLIST DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE (CIF) PARA A FONOAUDIOLOGIA NO CONTEXTO DE

CUIDADO HOSPITALAR

O (A) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa. Por favor, leia

este documento com bastante atenção antes de assiná-lo. Caso haja alguma palavra ou

frase que o (a) senhor (a) não consiga entender, o pesquisador responsável pelo estudo e a

equipe desta pesquisa estarão disponíveis para esclarecê-los.

A proposta deste termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) é explicar tudo sobre o

estudo e solicitar a sua permissão para participar do mesmo.

Objetivo do Estudo

O objetivo do estudo é elaborar uma proposta de checklist da Classificação

Internacional de Funcionalidade (CIF) para atuação fonoaudiológica no cuidado hospitalar.

Duração do Estudo

A duração total do estudo é de 6 meses.

A sua participação no estudo será de aproximadamente meia hora em cada uma das duas

etapas (dois meses).

Descrição do Estudo

Participarão do estudo no mínimo 30 indivíduos.

Este estudo é organizado pelo Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da

Santa Casa de São Paulo e pelo Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa e será realizado

por meio de participação em questionário enviado eletronicamente.

O (a) Senhor (a) foi escolhido (a) a participar do estudo porque é fonoaudiólogo brasileiro,

com experiência mínima de dois anos em cuidado hospitalar.

O (a) Senhor (a) não poderá participar do estudo se for fonoaudiólogo com menos de dois

anos de experiência em cuidado hospitalar ou com outra área de especialidade.

Procedimento do Estudo

1) Após entender e concordar em participar, você receberá um e-mail convite com

acesso ao site www.cifonohospitalar.com.br, que apresenta material informativo sobre a CIF e sua aplicabilidade, juntamente com instruções de preenchimento e cronograma detalhado, com área de acesso restrito para o (a) Sr (a) selecionar os itens que considerar mais relacionados aos problemas identificados nos pacientes atendidos no cenário hospitalar, em questionário eletrônico. Os itens apresentados

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para seleção são os sugeridos pelo Guia Norteador da Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade em Fonoaudiologia (CFFa, 2013) e pela lista de itens já selecionada pelo Hospital de grande porte da cidade de São Paulo, parceiro dessa pesquisa. Os dados selecionados serão analisados e em uma segunda etapa o (a) Sr (a) será novamente convidado, por e-mail, para nova seleção de itens, por meio de questionário eletrônico, no mesmo login criado na primeira etapa.

2) Caso tenha qualquer dúvida sobre o projeto, poderá a qualquer momento,

durante ou após término da pesquisa, solicitar auxílio para as pesquisadoras Flávia Alves Borges, pelo e-mail [email protected] e telefone (61) 8151-9737 e Marina Padovani, nos contatos [email protected] e telefone (11) 98371-1187.

Após a análise dos dados, o checklist final estará divulgado no site

www.cifonohospitalar.com.br para consulta a qualquer momento, bem como em revista

científica periódica da área da Saúde.

Riscos Potenciais, Efeitos Colaterais e Desconforto

Esta pesquisa prevê risco ou desconforto mínimo, sendo possível, no máximo, fadiga durante

a seleção dos itens, que poderá ser interrompida a qualquer momento e retomada quando

sentir possível.

Benefícios para o participante

Este estudo pretende ampliar e aprofundar o conhecimento acerca da CIF e sua

aplicabilidade no cuidado fonoaudiológico hospitalar, de forma a oferecer com mais detalhes

as mudanças durante a intervenção fonoaudiológica, mostrando seus benefícios e limites.

Compensação

Você não receberá nenhuma compensação para participar desta pesquisa e também não terá

nenhuma despesa adicional.

Participação Voluntária/Desistência do Estudo/Descontinuação do Estudo

Sua participação neste estudo é totalmente voluntária, ou seja, você somente participa se

quiser.

A não participação no estudo não implicará em nenhuma alteração no seu acompanhamento

médico tão pouco alterará a relação da equipe médica com o mesmo. Após assinar o

consentimento, você terá total liberdade de retirá-lo a qualquer momento e deixar de

participar do estudo se assim o desejar, sem quaisquer prejuízos à continuidade do

tratamento e acompanhamento na instituição.

Importante esclarecer, que o pesquisador poderá retirá-lo do estudo, caso os procedimentos

do estudo possam apresentar algum risco para a sua saúde, ou em casos de complicações

devido aos procedimentos. Mas isso tudo será devidamente informado ao Sr (a). Além disso,

tanto o pesquisador, como as autoridades regulatórias (Comitê de ética em pesquisa,

ANVISA), poderá interromper o estudo, caso julgue que o mesmo possa apresentar algum

dano aos participantes.

Novas Informações

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Quaisquer novas informações que possam afetar a sua segurança ou influenciar na sua

decisão de continuar a participação no estudo serão fornecidas a você por escrito. Se você

decidir continuar neste estudo, terá que assinar um novo (revisado) Termo de

Consentimento informado para documentar seu conhecimento sobre novas informações.

Em Caso de Danos Relacionados à Pesquisa

Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos

propostos neste estudo (nexo causal comprovado), o participante tem direito a tratamento

médico na Instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

Utilização de Registros Médicos e Confidencialidade

Todas as informações colhidas e os resultados dos testes serão analisados em caráter

estritamente científico, mantendo-se a confidencialidade (segredo) do paciente a todo o

momento, ou seja, em nenhum momento os dados que o identifique serão divulgados, a

menos que seja exigido por lei.

Os registros médicos que trazem a sua identificação e esse termo de consentimento assinado

poderão ser inspecionados por agências reguladoras e pelo CEP.

Os resultados desta pesquisa poderão ser apresentados em reuniões ou publicações,

contudo, sua identidade não será revelada nessas apresentações.

Quem Devo Entrar em Contato em Caso de Dúvida

Em qualquer etapa do estudo você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa

para esclarecimento de eventuais dúvidas. Os responsáveis pelo estudo são Marina Martins

Pereira Padovani, que pode ser encontrada na Rua Dr. Cesário Mota Júnior 61, 10º andar,

Telefone (11) 3367-7785, no Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo - Vila Buarque - Cep: 01.221-010 – E-mail

[email protected]) e Christina May Moran de Brito, que pode ser

encontrada no Setor de Reabilitação do Hospital Sírio Libanês ou nos respectivos telefones:

(11) 3394-4742.

Em caso de dúvidas ou preocupações quanto aos seus direitos como participante deste

estudo, o (a) senhor (a) pode entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – Rua: Santa Isabel, 305 – 4º andar – Fone:

(11) 2176-7689 – E-mail: [email protected] ou com Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) deste hospital, através do telefone (11) 3394-5701 ou pelo e-mail: [email protected].

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Declaração de Consentimento

Concordo em participar do estudo intitulado “PROPOSTA DE CHECKLIST DA

CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE (CIF) PARA A

FONOAUDIOLOGIA NO CONTEXTO DE CUIDADO HOSPITALAR”.

Li e entendi o documento de consentimento e o objetivo do estudo, bem como seus possíveis

benefícios e riscos. Tive oportunidade de perguntar sobre o estudo e todas as mminhas

dúvidas foram esclarecidas. Entendo que estou livre para decidir não participar desta

pesquisa. Entendo que ao assinar este documento, não estou abdicando de nenhum de meus

direitos legais.

Eu autorizo a utilização dos meus registros médicos (prontuários médico) pelo pesquisador,

autoridades regulatórias e pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição.

Nome do Participante da Pesquisa Data

Assinatura do Participante da Pesquisa

Flávia Alves Borges

Pesquisadora

Data

Marina Martins Pereira Padovani

Assinatura e Carimbo do Pesquisador Principal

Data

Importante: Este documento é elaborado e deverá ser assinado em duas vias: uma será

entregue ao participante (sujeito da pesquisa) e a outra via ficará com o pesquisador. Todas as

páginas deverão ser rubricadas pelo pesquisador, pelo participante da pesquisa ou seu

representante legal, em atendimento à CARTA CIRCULAR N° 003/2011 CONEP/CNS/MS disponível

no site da CONEP: http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/index.html.

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APÊNDICES

APÊNDICE 1

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APÊNDICE 2 – Aprovação do Comitê de ética

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RESUMO

Introdução: Deficiências ou limitações da funcionalidade humana são experiências

universais que dizem respeito a todos os indivíduos. Fonoaudiólogos têm como

objetivo de atuação a melhora da funcionalidade e minimização das incapacidades

relacionadas às funções comunicativas e orofacias e cervicais. A Classificação

Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) permite uma

linguagem universal para classificar a funcionalidade em diversas condições de

saúde e situações de cuidados. O objetivo dessa pesquisa foi elaborar um checklist

para o contexto hospitalar de atuação fonoaudiológica por intermédio das categorias

da CIF que descrevem as condições mais relevantes e comuns abordadas por

fonoaudiólogos no ambiente hospitalar. Método: Participaram 24 fonoaudiólogas

atuantes na prática clínica do cenário hospitalar, com experiência mínima de dois

anos, após convite, e analisaram, em uma primeira etapa, quais itens da CIF, pré

selecionados e apontados em um questionário online, em site construído

especialmente para tal, eram aplicáveis à atuação fonoaudiológica em ambiente

hospitalar. Os 74 itens apontados como aplicáveis por mais de 80% dos sujeitos

foram reenviados para análise de confiabilidade e 18 das 24 fonoaudiólogas

responderam à segunda etapa do estudo. Resultados: Dos 117 itens possíveis, 56

foram considerados aplicáveis para uso em contexto hospitalar, sendo 31 de

funções do corpo, 20 de estruturas e 5 de atividade e participação. Conclusão: Foi

possível estabelecer uma lista de 56 itens da CIF para atuação fonoaudiológica no

hospital, com itens relacionados à comunicação e à deglutição. Este estudo é um

primeiro passo para identificar uma lista de categorias da CIF relevantes para a

fonoaudiologia no cenário hospitalar brasileiro, sendo recomendado futuros estudos

para validação do instrumento desenvolvido.

Descritores: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e

Saúde; Reabilitação; Contexto hospitalar; Desfecho Clínico; Fonoaudiologia.

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ABSTRACT

Introduction: Deficiencies or limitations of human functionality are universal

experiences that concern all individuals. Speech therapists aim to improve the

functionality and minimization of disabilities related to communicative and orofacial

and cervical functions. The International Classification of Functioning, Disability and

Health (CIF) allows a universal language to classify the functionality in various health

conditions and care situations. The objective of this research was to prepare a

checklist for the hospital context of speech and language performance through the

CIF categories that describe the most relevant and common conditions addressed by

speech therapists in the hospital environment. Method: Twenty-four speech

therapists working in the clinical setting of the hospital setting, with a minimum of two

years' experience, after an invitation, participated in a first phase, which items were

selected and pointed out in an online questionnaire. were applied to speech-

language pathology in a hospital environment. The 74 items identified as applicable

by more than 80% of the subjects were returned for reliability analysis and 18 of the

24 speech therapists responded to the second stage of the study. Results: Of the

117 possible items, 56 were considered applicable for use in a hospital context, 31 of

which were body functions, 20 of structures and 5 of activity and participation.

Conclusion: It was possible to establish a list of 56 CIF items for speech therapy in

the hospital, with items related to communication and swallowing. This study is a first

step to identify a list of CIF categories relevant to speech therapy in the Brazilian

hospital scenario, and future studies for validation of the developed instrument are

recommended.

Descriptors: International Classification of Functioning, Disability and

Cheers; Rehabilitation; Hospital context; Clinical Outcome; Speech therapy.


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