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RECIFE: “THE PLAYABLE CITY”
Como inovação, tecnologia, criatividade e conexões podem transformar e fortalecer uma
cidade.
Resumo
RECIFE: THE PLAYABLE CITY é um programa de parceria internacional desenhado à luz
das necessidades da indústria criativa de Recife e que busca através da tecnologia,
criatividade e inovação, promover (i) o desenvolvimento profissional de produtores,
tecnólogos e artistas de Recife e do Reino Unido, (ii) promover a colaboração entre
instituições da indústria criativa desses dois ecossistemas, (iii) levantar e tentar solucionar
problemas reais da cidade do Recife, (iv) aproximar o cidadão da cidade.
O projeto foi regido por uma metodologia de desenvolvimento colaborativo, estruturado em
três etapas:
1ª RESIDÊNCIA: 10 profissionais do Recife viajaram para Bristol/ Reino Unido, onde
colaboraram com outros 10 profissionais britânicos para dar início às criações conjuntas;
2ª RESIDÊNCIA: os profissionais britânicos vieram ao Porto Digital, no Recife,
reencontraram o time da cidade e finalizaram os protótipos iniciados na primeira residência.
Os times trabalharam conjuntamente sob desafios relacionados ao Recife, tais como
mobilidade urbana, segurança e utilização de espaço público.
3ª EXIBIÇÃO: O “Festival Recife Playable City” apresentou durante dois dias os protótipos e
intervenções criadas nas residências em uma exposição no Porto Digital. A etapa contou ainda
com uma programação de workshops, seminários e atividades interativas que trataram de
temas ligados à cidade e à inovação.
O projeto aborda como tornar Recife uma cidade mais próxima do cidadão, mais interessante,
inspiradora e convidativa através da arte, criatividade, cultura e tecnologia. A aliança desses
elementos de forma criativa e sustentável remete ao fomento da inovação e a abertura de
novas possibilidades de atuação do setor criativo no desenho das cidades, sua economia e seu
futuro. O que é diferente no projeto, portanto, não é seu objetivo final, que já faz parte dos
anseios do Porto Digital. O aspecto inovador é a forma de se tratar a questão na cidade do
Recife e o envolvimento de um parque tecnológico nessa causa com tamanha articulação,
envolvimento e protagonismo.
Uma Playable City é uma cidade aberta, que possibilita as pessoas que nela vivem
compartilhar conhecimento e, através da cultura, dirigir nossas cidades – socialmente,
estruturalmente, culturalmente e economicamente – para um positivo, coesivo, sustentável
futuro. E para o Recife, apesar de contar com cidadãos sempre muito criativos e engajados,
será uma experiência inovadora.
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O programa impactou diretamente a indústria criativa e de tecnologia de Recife, estimulou a
colaboração de 20 produtores, artistas e tecnólogos, 13 instituições brasileiras e britânicas, 10
profissionais voluntários de um instituto de Inovação, 2915 pessoas (Governo, setor criativo e
tecnológico, formadores de opinião entre outros).
Houve forte repercussão nacional e internacional de mídia e desdobramentos ocorreram em
parceria com a Prefeitura do Recife durante a Campus Party Recife 2014. O tema do Recife:
The Playable City já exerce contribuição positiva para a cidade do Recife. Naturalmente,
foram levantadas discussões sobre como transformar as cidades num lugar mais próximo do
cidadão, empoderando-o e tornando os espaços tanto públicos quanto privados, mais
interessantes e agradáveis a todos. Essa discussão, em frente aos avanços que Pernambuco
tem enfrentado, e com a expertise e notoriedade que o Porto Digital carrega como Parque
Tecnológico, trouxe projeção nacional e internacional para a cidade.
O projeto abordou como tornar Recife uma cidade mais próxima do cidadão, mais
interessante, inspiradora e convidativa através da arte, criatividade, cultura e tecnologia. A
aliança desses elementos de forma criativa e sustentável remete ao fomento da inovação e a
abertura de novas possibilidades de atuação do setor criativo no desenho das cidades, sua
economia e seu futuro.
O que é diferente no projeto é a forma de se tratar o tema do projeto na cidade do Recife e o
envolvimento de um parque tecnológico nessa causa com tamanha articulação, envolvimento
e protagonismo nacional e internacional.
Palavras-chave:
TI, Economia Criativa, Playable City
Abstract
Recife: The Playable City was an international partnership program designed based in the
Recife creative industries’ needs that seek through technology, innovation and creativity,
promote (i) the professional development of producers, technologists and artists from Recife
and the United Kingdom, (ii) foster collaboration between these two creative industry
ecosystems institutions, (iii) up and try to solve real problems of Recife, (iv) bring citizens
closer to the city. The program was developed and conducted by the British Institution,
Watershed in partnership with the British Council and Porto Digital.
The project was run by a collaborative development methodology, structured in three stages:
1st RESIDENCE: 10 professionals from Recife traveled to Bristol/ UK, where they
collaborated with 10 other British professionals to initiate the joint creations;
2nd RESIDENCE: The British professional came to Porto Digital, in Recife, to meet their
peers and finalize the prototypes they designed in the first residence. The teams worked
together on challenges related to Recife, such as urban mobility, security and use of public
space.
3rd EXHIBITION: The "Festival Recife Playable City" presented over two days prototypes
and interventions created during the residences at an exhibition in Porto Digital. The stage
also included a schedule of workshops, seminars and interactive activities that addressed
issues related to the city and innovation.
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The project addresses how to make Recife most interesting, inspiring and inviting city closer
to the citizen through art, creativity, culture and technology. The alliance of these elements
creatively and sustainably refers to fostering innovation and opening new possibilities of
action of the creative sector in the design of cities, its economy and its future. What is
different in design, so it is not your ultimate goal, which is already part of the desires of Porto
Digital. The innovative aspect is the way to address the issue in Recife and the involvement of
a technology park in this cause with such coordination, involvement and leadership.
A Playable City is an open city, which allows people who live there share knowledge, through
culture, driving our cities - socially, structurally, culturally and economically - for a positive,
cohesive, sustainable future. For Recife, despite having always very creative and engaged
citizens, it was a novel experience.
The program directly impacted the creative and tech industry in Recife, encouraged
collaboration of 20 producers, artists and technologists, 13 Brazilian and British institutions
and 10 professional volunteers from an important research and innovation institute. Around
2.915 people with different backgrounds like police makers, technologists, artists,
representatives of the Government got involved.
There was a strong national and international impact in the media and new activities are being
designed in partnership with the City of Recife. The theme of the programme already brings a
positive contribution to the city of Recife. Discussions about how to make cities closest to the
citizens and how to empower them and making both public and private spaces more
interesting and enjoyable to all were raised. This discussion, in face of the advances that
Pernambuco has faced, and with the expertise and reputation that Porto Digital carries a
Technology Park, brought national and international recognition for the city.
The project addressed how to make Recife one of the most interesting, inspiring and inviting
city, closer to the citizens through art, creativity, culture, innovation and technology. The
alliance of these elements creatively and sustainably refers to fostering innovation and
opening new possibilities of action of the creative sector in the design of cities, its economy
and its future.
Therefore, what is different in this programme is the innovative aspect in the way to address
the theme in Recife and the involvement of a technology park in this cause with such joint
involvement and national and international importance.
Key- words
Information Technology, Creative Economy, Playable City
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1. INTRODUÇÃO
O Porto Digital é um dos pilares da nova economia do Estado de Pernambuco. Sua atuação se
dá em duas atividades altamente intensivas em conhecimento e inovação, que são (i) software
e serviços de tecnologias da informação e comunicação e (ii) economia criativa, em especial
os segmentos de games, multimídia, cine-vídeo-animação, música, design e fotografia.
Vale destacar que para Porto Digital, a definição de economia criativa considerada em sua
estratégia é dada por John Hartley (Indústrias Criativas, 2005) que afirma que a economia
criativa é "a convergência conceitual e prática das artes criativas (talento individual) com as
indústrias culturais (escala de massa), no contexto das novas tecnologias de mídia (TICs)
dentro de uma nova economia do conhecimento, para o uso de cidadãos-consumidores recém-
interativos"1.
O Porto Digital possui uma característica singular que o diferencia da maioria dos demais
parques tecnológicos: a sua territorialidade. O Porto Digital é um parque urbano, instalado no
bairro histórico do Recife Antigo e no bairro de Santo Amaro. Ocupa uma área de 139
hectares, que vem sendo requalificada a partir da instalação e consolidação de novos
empreendimentos. Cerca de 50.000 m2 de edificações na área histórica já foram restaurados e
hoje servem ao desenvolvimento de atividades produtivas.
Considerado uma referência na implementação do modelo da triple helix2, o Porto Digital é
fruto de uma ação coordenada entre indústria, governo e academia que resultou, 14 anos após
sua fundação (2000), num dos principais ambientes de inovação do País.
Atualmente, o Porto Digital abriga mais 250 empresas e organizações de serviços associados,
3 incubadoras de empresas, 2 instituições de ensino superior e 2 institutos de pesquisa. Dentre
eles o C.E.S.A.R – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, considerado por duas
vezes a melhor instituição de Ciência e Tecnologia do País pela FINEP – Agência Brasileira
de Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia.
As empresas do Porto Digital faturaram anualmente em 2011 cerca de R$ 1 bilhão, 65% dos
quais originados de contratos firmados fora do estado de Pernambuco. Estas empresas
empregam mais de 7.100 pessoas, são geridas por aproximadamente 500 empreendedores e
atuam em diversas áreas de expertise como: Aplicativos para dispositivos móveis, Cine-
video-animação, Consultoria em TIC, Desenvolvimento de software sob demanda, Design,
Educação, Game, Gestão empresarial, Inteligência artificial, Jogos e entretenimento,
Mobilidade, Multimídia, música e fotografia, Outsourcing, Páginas eletrônicas, mídias
digitais e comércio eletrônico, Pesquisa e desenvolvimento de sistemas embarcados,
Segurança da informação e Segurança e gestão urbana.
Fundado em 2000, o Parque vem sendo reconhecido como um dos principais ambientes de
inovação e tecnologia do mundo desde 2005. Em 2014, o Financial Times destacou o Porto
Digital em um caderno especial intitulado “Latin America’s Regions – Doing Business in
Brazil’s Northeast” (As regiões da América Latina - Fazendo Negócios no Nordeste do
Brasil). O texto faz referência ao Porto Digital como um projeto não só desenvolvido para
impedir a fuga de capital humano qualificado da cidade, mas também para criar um modelo
1 HARTLEY, John (2005) – Creative industries. Malden, MA, Oxford e Victoria: Blackwell.
2 ETZKOWITZ, H. Hélice Tríplice: Universidade – Indústria – Governo Inovação em
Movimento. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2009. 207 p.
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econômico baseado em informação e conhecimento. Neste mesmo ano, a revista de negócios
Exame, de abrangência nacional, com base em pesquisa feita pela consultoria Urban Systems,
destaca o Porto Digital como um dos principais fatores que dar ao Recife o primeiro lugar no
hanking das 10 melhores cidades em infraestrutura para se fazer negócios, colocando-a na
elite das cidades do Brasil competitivas na economia e agradáveis para os moradores. Em
seguida, o Porto Digital foi matéria de capa da revista do TusPark, parque tecnológico chinês.
A reportagem falou sobre a trajetória gloriosa do Porto Digital ao longo de sua história e
destacou seu crescimento mesmo diante das dificuldades econômicas e políticas que
encontrou durante seus quase 14 anos de existência.
Adicionalmente, o parque tem sido cada vez mais objeto de visitas, estudos e análises, alguns
destes com objetivo de avaliar as condições para sua replicação, tanto com foco em seus
objetivos fins, nãos seus projetos e no seu modelo inovador de gestão de uma política pública
com resultados positivos para o desenvolvimento regional sustentável. Por isso, o Porto
Digital pode ser um caso de referência para avaliação da implantação de parques tecnológicos
no Brasil.3
O Porto Digital está localizado no Recife, capital do Estado de Pernambuco, cidade que é um
dos principais núcleos econômicos, políticos e acadêmicos da Região Nordeste do Brasil. O
Centro de Informática da Universidade Federal possui a maior produtividade acadêmica em
todo o Brasil nos quesitos de produção científica e formação de mestres e doutores. O PIB de
Pernambuco vem crescendo a taxas superiores à média do país e deverá dobrar nos próximos
10 anos.
O Porto Digital é gerenciado de forma privada por uma Organização Social (O.S.) sem fins
lucrativos, o Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD), credenciada pelo Governo do
Estado e Prefeitura da Cidade do Recife para obter mais flexibilidade e agilidade no
desempenho de suas atribuições. Esse arranjo original possibilita que o NGPD, além de ser a
governança do Parque Tecnológico, seja também um ponto de articulação de diversas
instituições voltadas para o desenvolvimento econômico e social da Região.
O plano estratégico do Porto Digital está pautado num horizonte de 20 anos e se divide em
oito eixos conforme ilustrado na Figura 1 a seguir. O Programa Recife: “The Playable City”
atende diretamente aos eixos 1, 4 e 5 (Fomento ao desenvolvimento empresarial e
qualificação de capital humano; Cooperação com o Governo, Empresa e Academia e
Promoção; Gestão da imagem institucional do Porto Digital).
3 GUIMARÃES, M. Leonardo, LACERDA, N., GOUVEIA, C.,– Uma Análise do Modelo de
Gestão do Porto Digital - Dificuldades Identificadas e Soluções Adotadas, Seminário
Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, Porto Alegre, RS, 2011.
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Figura 1 - Plano Estratégico do Porto Digital (Fonte: Núcleo de Gestão do Porto Digital)
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Sobre Internacionalização, Conexões e Competitividade
O Porto Digital adota uma estratégia de internacionalização que posiciona a marca Porto
Digital nos ecossistemas importantes para o Parque, através de ações como rodadas de
negócios, participação em eventos internacionais e realização e/ou promoção de concursos
internacionais. O Porto Digital tem atuação ativa junto à mídia internacional explorando o
potencial de exposição das empresas e empreendimentos (produtos, tecnologias, atividades de
P&D, etc) residentes no parque e mantém engajamento e atuação junto a entidades e redes de
negócios/ tecnologia de maior expressão no mundo. O Porto Digital ainda desenvolve um
projeto de aceleração internacional (envio de startups do parque tecnológico para aceleração
em outros ambientes de empreendedorismo e tecnologia) e trabalha fortemente na formulação
de parcerias institucionais internacionais por meio da celebração de convênios e acordos e
projetos de cooperação. Atualmente, o Porto Digital mantém cerca de 10 acordos de
cooperação que versam em áreas como estímulo ao empreendedorismo, intercâmbio de
negócios, suporte à internacionalização com instituições como universidades, agências de
fomento, governos e parques tecnológicos.
O Programa Recife: “The Playable City” surgiu em decorrência do Memorando de
Entendimento na área da Cultura, com foco na Economia Criativa, assinado pelo Ministro das
Relações Exteriores do Reino Unido, Sr. Jeremy Browne, e pelo Governador de Pernambuco,
Sr. Eduardo Campos, em novembro de 2011. O Porto Digital por sua vez, já mantinha
relacionamento com instituições britânicas como o British Council e o UK Trade and
Investment e assim, se mantinha em linha com as estratégias do governo da época.
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No cenário de relacionamento com o Reino Unido, uma região de referência em criação e
implementação de políticas públicas para a Economia Criativa, o British Council desenvolveu
o programa Transform. Uma ação inovadora de quatro anos de duração para estabelecer uma
parceria abrangente, poderosa e culturalmente duradoura entre o Brasil e o Reino Unido.
O British Council é a organização do Reino Unido para relações culturais internacionais. Com
escritórios em mais de 100 países, cria oportunidades internacionais para as pessoas e
instituições do Reino Unido e outros países através da cultura, educação e de projetos sociais.
Os valores do Transform são: legado, reciprocidade, parcerias duradouras, capacitação,
excelência nas artes e impacto social. Este programa apoia projetos em diferentes cidades do
Brasil. Cada projeto se concentra no intercâmbio de conhecimento, habilidades e ideias entre
profissionais e organizações brasileiras e do Reino Unido, e culmina em mostras e festivais
abertos, inclusivos e comemorativos em cada cidade. Cada projeto se adequa à cidade ou
região do Brasil na qual ele for sediado, de modo que cada um tem a sua própria ênfase e a
sua própria identidade.
O Watershed em Bristol (Reino Unido) foi convidado para desenvolver o programa de
atividades colaborativas de Recife-Pernambuco. O Watershed é líder no Reino Unido na
produção de programas de renome internacional que reúnam as artes, a cultura, a academia e
os setores da tecnologia. Há muita sinergia entre o trabalho e as conexões de Watershed, do
Porto Digital e do cenário cultural vibrante de Pernambuco em tecnologia e Economia
Criativa, de modo que, em atendimento ao convite, após diversas visitas técnicas à Recife,
consultorias e discussões, Watershed desenvolveu e propôs o Recife: “The Playable City”. A
proposta foi recebida e adaptada pelo British Council e Porto Digital, parceiro fundamental na
implementação e execução do programa. O Watershed, o British Council e o Porto Digital
trabalharam juntos para angariar apoio e recursos financeiros no Reino Unido e Pernambuco,
para a implementação do programa.
O Porto Digital entende que através do Portomidia- Centro de Empreendedorismo e
Tecnologias da Economia Criativa, a articulação com o Reino Unido, no âmbito da Economia
Criativa, fortaleceria o ecossistema local no que tange à qualificação de profissionais,
conexões de empresas, abordagem de novas metodologias que aliam arte, criatividade e
tecnologia e inserção dos profissionais e empresas de Pernambuco em novos mercados.
A criação do Portomidia teve início em 2010 após pesquisas e consultas ao mercado, à
academia e ao governo. Com isso, o Porto Digital expandiu sua atuação, que desde o início de
sua operação focava em TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), para Economia
Criativa. Em 2013, o Porto Digital inaugurou o Portomidia, ou seja, o braço do Porto Digital
na Economia Criativa que visa transformar Recife no principal polo de suporte tecnológico
voltado para apoiar a estruturação de 6 cadeias de negócio sustentáveis nas áreas de games,
cine-video-animação, multimídia, design, fotografia e música.
A implementação do Portomidia se dá em duas fases. A primeira, já em operação, é voltada
para pós-produção e possui quatro núcleos funcionais:
Educação: duas salas de treinamento equipadas com computadores e softwares de última
geração, podendo capacitar até 40 pessoas simultaneamente. Compreende os projetos de
capacitação para Economia Criativa com o objetivo atender aos gargalos existentes no
mercado. Neste sentido, diversos cursos de diferentes disciplinas, não só técnicas, mas
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também algumas outras de caráter mais geral, como gestão cultural e de projetos acontecem
ao longo do ano.
Empreendedorismo: incubadora equipada para receber até 10 empreendimentos criativos,
oferecendo capacitação, infraestrutura e networking. O programa de incubação dura 18 meses.
Durante o período de incubação as startups contam com assessorias e treinamentos diversos,
acesso à internet, ambiente de trabalho e todo apoio necessário na gestão do empreendimento
incubado.
Experimentação: tem o objetivo é oferecer aos participantes dos cursos do Portomidia, assim
como as empresas incubadas e ao mercado local, laboratórios e estúdios com equipamentos de
ponta para que os produtos aqui produzidos alcancem o melhor resultado possível. São
laboratórios focados em diversas áreas como finalização de áudio e vídeo para cinema,
prototipagem 3D e animação, sala certificada de Screen Test, entre outros.
Exibição: centrado em apresentar ao público a produção dos projetos de Economia Criativa,
sejam eles os empreendimentos da Incubadora, as produções das empresas instaladas no
parque ou outras iniciativas da indústria cultural. O espaço conta com uma galeria de artes
digitais de 100 m², um auditório para exibições audiovisuais e uma galeria de artes digitais.
A segunda fase, o Portomidia Produção, vem de forma a complementar o Portomidia Pós-
Produção e visa estruturar laboratórios focados na geração e gravação de conteúdo, abordando
de estúdios de música a motion capture.
O Portomidia Produção mantém o padrão de ter ao seu lado os melhores consultores do
mercado e o investimento nas tecnologias mais inovadoras e disruptivas de maneira a
impulsionar a evolução tecnológica das empresas e o aperfeiçoamento técnico de seus
funcionários. O projeto do Portomidia Produção se desenvolve da seguinte maneira:
(I) NÚCLEO DE PRODUÇÃO: Composto por estúdio de gravação de vídeo para cinema
e televisão; estúdio de stop motion, estúdio de gravação de música e estúdio de
motion-capture.
(II) NÚCLEO DE TESTE: Composto por laboratório para teste e certificação de
conteúdos e aplicativos para dispositivos móveis e laboratório de experimentação e
teste de usabilidade para games em condições reais.
(III) NÚCLEO DE EXIBIÇÃO: Composto por laboratório de experimentação em
instalações interativas (galeria digital) e sala de exibição (cinema).
Até o presente momento mais de 14 milhões de reais foram investidos do Portomidia Pós-
produção e cerca de 8 milhões estão sendo investidos no Portomidia produção.
2.2. O Parque Tecnológico e a cidade
O Porto Digital está situado no Bairro do Recife e Santo Amaro, conforme Figura 2 abaixo,
uma localização privilegiada, central e de fácil acesso. Distante 10 km (25 minutos) do
aeroporto, com proximidade de caminhada a restaurantes, bancos, shopping center, etc.
Inserido no palco urbano das principais manifestações da rica cultura pernambucana. Sede de
escritórios regionais de empresas grande porte, como Banco Santander, IBM, Ogilvy,
Accenture e Microsoft. Este é um ambiente altamente dinâmico, em estreito contato com o
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CIn-UFPE – Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco - e o C.E.S.A.R.
- Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, referências nacionais em pesquisa e
desenvolvimento de tecnologias inovadoras baseadas em TI.
Figura 2 – Território do Porto Digital (Fonte: Núcleo de Gestão do Porto Digital)
A excelência acadêmica do CIn-UFPE, o padrão superior do C.E.S.A.R. e o dinamismo da
base produtiva do Porto Digital são ativos reais que oportunizarão parcerias ágeis e
produtivas.
No que tange à Economia Criativa, o Porto Digital está inserido em um contexto que envolve,
no Estado, R$ 3,2 bilhões anualmente, o que equivale a 4% do PIB de Pernambuco. Ao todo,
são mais de 361 mil profissionais distribuídos em áreas como cinema, design, publicidade,
moda e animação de jogos eletrônicos.
O Porto Digital tem um papel importante na revitalização e desenvolvimento da cidade.
Desde o início de sua operação, implementa projetos que visam a requalificação do espaço
urbano e o estímulo da apropriação dos espaços públicos pelo cidadão. Em 14 anos, já foram
realizados R$ 90 milhões em investimentos na reforma de 50.000 m² estimulados pela
fundação do Porto Digital. Outros 27.000 m² estão com reformas em andamento. O
investimento se distribui em: R$30 milhões de reais públicos, R$30 milhões privados do setor
de TIC; e R$ 30 milhões privados de empresas de outro setor.
Outra ação relevante à cidade é o Porto Leve. Este é o primeiro projeto de mobilidade urbana,
segurança e sustentabilidade do Porto Digital, em parceria com o Ministério da Ciência,
39 ha
100 ha
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Tecnologia e Inovação e o Governo do Estado de Pernambuco. O Porto Leve visa levar ao
cidadão recifense, turistas ou a todos que usufruem da cidade do Recife, soluções de
mobilidade como compartilhamento de bicicletas, sistema de compartilhamento de carros
elétricos, sistema de monitoramento de transporte público, estacionamentos inteligentes,
centro de estudos sobre mobilidade urbana, sistema de identificação de vagas de
estacionamento e sistema de monitoramento, controle e segurança do bairro.
Com relação ao Recife: “The Playable City”, o Porto Digital visa trazer a tona questões sobre
como tornar Recife uma cidade mais próxima do cidadão, mais interessante, inspiradora e
convidativa através da arte, criatividade, cultura e tecnologia. A aliança desses elementos de
forma criativa e sustentável remete ao fomento da inovação e a abertura de novas
possibilidades de atuação do setor criativo no desenho das cidades, sua economia e seu futuro.
Parte importante do projeto é considerar Recife um ambiente a ser explorado pelos
participantes e mote para o desenvolvimento de intervenções e protótipos que enderecem
questões importantes da cidade como mobilidade, inclusão, acesso a cultura, negócios entre
outros.
Espaços criativos relevantes para a cidade do Recife como O Marco da Moda, Estação Cais
do Sertão Luís Gonzaga, Teatro Hermilo Borba e o Portomidia receberão ações diretas do
Programa.
Uma Playable City é uma cidade aberta, que possibilita as pessoas que nela vivem
compartilhar conhecimento e, através da cultura, dirigir nossas cidades – socialmente,
estruturalmente, culturalmente e economicamente – para um positivo, coesivo, sustentável
futuro.
2.3. O Programa Recife: “The Playable City”
A participação do Porto Digital no Programa Recife: “The Playable City” está suportada na
crença do parque que vai ao encontro das conclusões do Relatório de Economia Criativa das
Nações Unidas de 2010 que aponta o grande potencial da economia criativa nos países em
desenvolvimento, por causa de seus recursos criativos importantes e ricos recursos culturais.
As indústrias criativas permitem que tais países contem a sua própria história e projetem suas
próprias identidades culturais para si e para o mundo, mas também possibilitam o
fornecimento de uma fonte de crescimento econômico, criação de emprego e de uma maior
participação na economia global. Ao mesmo tempo, a economia criativa pode promover a
inclusão social, a diversidade cultural e o desenvolvimento humano.4
Adicionalmente, no Recife, o verdadeiro potencial da Economia Criativa foi observado por
um estudo chamado de Inovação Tecnológica na Indústria de Produção selecionados:
oportunidade de negócio para a cidade de Recife (PE)5, conduzido pelo CGEE - Centro de
Gestão e Estudos Estratégicos, organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação do governo federal brasileiro. O estudo analisou a estrutura produtiva
4 UNITED NATIONS. Creative Economy: A Feasible Development Option Report 2010,
2010. 423 p. 5 CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS. Inovações Tecnológicas e cadeias
produtivas selecionadas: Oportunidades de negócios para o município de Recife (PE).
Brasília, 2011. 100 p.
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da cidade e, considerando-se os setores pesos comparativos, identificou quinze (15) sectores
mais importantes, entre os quais há a economia criativa.
O projeto em questão, pois, se mostra como um forte contribuinte para que o potencial da
Economia Criativa possa se concretizar na cidade do Recife conforme se percebe com os
detalhes do projeto apresentados a seguir.
2.3.1. DEFINIÇÃO
O Recife: “The Playable City” é um programa internacional de base colaborativa que visa
aliar o potencial criativo de artistas à capacidade de produtores e tecnólogos pernambucanos e
britânicos de transformarem boas ideias em produtos e serviços que sirvam como soluções
inovadoras para problemas da cidade de Recife. O programa tem como premissa estimular as
relações entre pessoas e instituições brasileiras e britânicas dos setores de tecnologia e
economia criativa em prol do desenvolvimento de cidades mais interessantes para o cidadão.
2.3.2. OBJETIVOS
O Recife: “The Playable City” tem como principais objetivos explorar como a inovação no
pensamento criativo pode modificar e fortalecer as economias, desenvolver redes de contato e
explorar o potencial para o intercâmbio e a coprodução em nível internacional.
A troca direta e a aplicação prática de conhecimento, habilidades, práticas e ideias são eixos
essenciais a serem observados pelos participantes do programa, assim como para os
realizadores, incentivar o público a se envolver com novos trabalhos digitais e práticas
culturais é elemento de extrema importância.
O Porto Digital tem ainda o interesse em garantir a construção de bases para uma estratégia de
colaboração com duração além projeto, oferecendo espaço seguro que permita a inovação sem
limites e o intercâmbio que vincula os conhecimentos de diferentes setores e permita aos
participantes efetivamente assumir os riscos em torno de ideias de ponta. Sendo assim, é
possível notar que os objetivos abaixo listados atendem a toda a estratégia do Porto Digital
nos eixos aos quais o Programa Recife: “The Playable City” se situa:
I. Oferecer promoção e apoio a pesquisadores e ao desenvolvimento e à prototipagem de
novas formas de experiências interativas, inclusivas e aprofundadas, que demonstrem
tanto a qualidade tecnológica e conceitual, quanto sua originalidade;
II. Incluir uma gama diversificada de profissionais das artes e dos setores criativos e da
tecnologia, tanto em Pernambuco quanto no Reino Unido, que defendam uma
abordagem experimental e ao mesmo tempo rigorosa, cuja prática possa
fundamentalmente se desenvolver através de sua inclusão no programa;
III. Criar oportunidades para explorar o entendimento e a potencial utilização da
tecnologia digital nas indústrias criativas, permitindo que as artes e a cultura sejam os
verdadeiros catalisadores da inovação;
IV. Criar oportunidades para a formação de redes de contato, possibilitando parcerias
duradouras e desenvolvendo novas formas de colaboração, pela construção de uma
base de confiança e reciprocidade entre profissionais e instituições de diferentes
culturas;
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V. Criar oportunidade para a construção do aprendizado, permitindo inclusive o fracasso,
mas com o compromisso de aprender com esse fracasso e compartilhá-lo;
VI. Criar oportunidades para a capacitação e promoção de boas práticas e sustentáveis de
negócios, permitindo o compartilhamento de experiências entre produtores,
empreendedores e profissionais do mercado;
VII. Promover impacto social pela realização de projetos e eventos importantes;
VIII. Advogar pela necessidade de apoiar práticas criativas pioneiras; comunicando seu
papel no desenvolvimento da sociedade; e chamando atenção para a força do Reino
Unido, de Pernambuco e dessa parceria, em termos de excelência nas artes, na
tecnologia e na economia criativa;
IX. Promover a colaboração entre pessoas, empresas e instituições brasileiras e britânicas
no âmbito da Economia Criativa;
X. Transformar Pernambuco num celeiro de profissionais e artistas conectados ao
ecossistema de Economia Criativa no Reino Unido.
2.3.3. METODOLOGIA
O programa Recife: “The Playable City” foi concebido com uma metodologia de
desenvolvimento colaborativo, que envolveu diretamente um grupo de 10 brasileiros e 10
britânicos, sendo 8 produtores, 8 artistas e 4 tecnólogos, seguindo um procedimento
estruturado em três etapas:
(i) 1ª RESIDÊNCIA (Bristol: Janeiro 2014): 10 profissionais do Recife viajaram para
Bristol (Reino Unido), onde colaboraram com outros 10 profissionais britânicos no
Pervasive Media Studios/Watershed para dar início às criações conjuntas.
(ii) 2ª RESIDÊNCIA (Recife: Abril 2014): os profissionais britânicos vieram ao Porto
Digital/Portomidia, no Recife, reencontraram o time da cidade com o intuito de
finalizar os protótipos criados na primeira residência.
Durante as duas residências, os times trabalharam conjuntamente sob desafios relacionados ao
Recife, tais como mobilidade urbana, segurança, utilização de espaço público, comunicação,
acesso à cultura, entre outros.
(iii) EXIBIÇÃO (Recife: abril 2014): O “Festival Recife Playable City” apresentou
durante um mês os protótipos e intervenções criadas nas residências em uma
exposição na galeria de artes digitais do Portomidia. A etapa contou ainda com
uma programação de workshops, seminários e atividades interativas que trataram
de temas ligados à cidade e à inovação.
Conforme mencionado anteriormente, os participantes do programa se dividiam em grupos de
produtores, artistas e tecnólogos. Os produtores tinham foco no desenvolvimento de
habilidades essenciais para a realização de projetos na área de Economia Criativa ligados à
tecnologia e inovação. Os artistas trabalharam intensamente o processo colaborativo de P&D
(Pesquisa & Desenvolvimento) de novas ideias alimentadas pela cultura, criatividade e
tecnologias digitais. E por fim, os tecnólogos, oriundos de instituições de referência no Reino
Unido e Pernambuco trouxeram expertise para o grupo de artistas e produtores na concepção,
desenvolvimento e prototipagem do produto da colaboração dos artistas.
Os participantes foram estrategicamente selecionados em áreas heterogêneas para que o
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processo colaborativo e criativo fosse o mais aberto e diversificado possível. O grupo foi
formado por participantes da área de moda, jogos digitais, música, dança, arquitetura,
propaganda, artes visuais, design, jornalismo, informática, pesquisadores de tecnologia e
cidades inteligentes, teatro e programação.
O programa contou com a colaboração de importantes instituições Pernambucanas e
Britânicas não só na indicação de representantes que participariam do seleto grupo de
produtores, artistas e tecnólogos, mas também que financiaram atividades tanto no Brasil
quanto em Bristol/ Reino Unido. Sendo assim, podemos citar do lado brasileiro, o British
Council Brasil, C.E.S.A.R. - Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, Secretaria
de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Cin/UFPE (Centro de Inforática da
Universidade Federal de Pernambuco), Prefeitura de Recife e a Fundação Gilberto Freyre.
Representando as instituições britânicas, elencamos o Cornerhouse (Manchester), Lighthouse
(Brighton), Site Gallery (Sheffield), National Theatre Wales (Cardiff), British Council UK e
Arts Council.
2.3.4. EXECUÇÃO E RESULTADOS
1ª etapa:Bristol/Reino Unido- Residência (de 06 a 18 de janeiro de 2014), conforme Tabela 1
- Programa Residência - atividades restritas aos participantes do programa. Nessa etapa o
objetivo principal era introduzir o tema Playable City aos participantes, apresentar casos para
ilustrar a teoria que foi apresentada, fazê-los desenvolver o pensamento playable praticando o
conceito em workshops e atividades de rua e por fim, pensar a cidade do Recife de forma
playable iniciando discussões sobre as intervenções e protótipos que seriam apresentados na
cidade. Os participantes foram divididos em quatro grupos que desenvolveriam ideias para a
cidade de Recife.
2ª etapa: Recife – Residência de 04 a 10 de abril de 2014 (conforme Tabela 1 abaixo) e
Showcase de 11 de abril a 11 de maio de 2014 (conforme Tabela 2 abaixo).
Nessa etapa Recife recebeu profissionais de Bristol (Reino Unido) culminando o intercâmbio
com pernambucanos que juntos apresentaram propostas para o Recife: “The Playable City”.
Tabela 1 - Programa Residência - atividades restritas aos participantes do programa
(Fonte: Núcleo de Gestão do Porto Digital)
Hora Atividade
09:00 -18:00 - Investigação na cidade, execução e prototipagem do produto da
colaboração dos quatro grupos formados pelos participantes brasileiros e
britânicos.
- Eventos sociais de networking aconteceram em dois momentos durante a
residência.
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Tabela 2 - Programa Exibição/Showcase- atividades abertas ao público
(Fonte: Núcleo de Gestão do Porto Digital)
Sexta – 11 de Abril (Local: Teatro Hermilo Borba)
Dia 1: Introdução - Recife: “The Playable City”
18:00 Breve introdução do projeto por Victoria Tillotson (Watershed), Francisco Saboya (Porto
Digital) e Felipe Arruda (British Council)
18:15 Sessão 1: Participantes e Projetos
Apresentação das intervenções e ideias pelos participantes do intercâmbio cultural e
tecnológico (Pitch)
19:30 Abertura da exposição Recife: “The Playable City” (Portomidia- Rua do Apolo 181)
Sábado - 12 de Abril (Local: Teatro Hermilo Borba)
Dia 2: O que é uma Playable City?
11:00 Exposição e Intervenções abertas ao público (Porto Digital/ Recife Antigo)
14:00 Inicio das Palestras, com apresentação de Victoria Tillotson, Watershed (UK)
14:15 Sessão 2: Playable Cities na Prática
Palestra 1: Clare Reddington, Diretora do Pervasive Media Studio de Bristol apresentou a questão: O
que é uma Playable City? (UK)
Palestra 2: Claudio Marinho, Fundador do Porto Marinho discute as cidades e o envolvimento dos
cidadãos com ela (BR)
Palestra 3: Eduardo Araujo Oliveira, Pesquisador em Smart Cities e engenheiro de sistemas do
C.E.S.A.R apresentou o Recife como uma cidade inteligente e playable (BR)
Palestra 4: A artista Tine Bech compartilhou suas ideias de como se relacionar e brincar com o
espaço público (UK)
15:35 Intervalo
16:15 Sessão 3: Workshop - Interagindo com as ruas
O público foi às ruas criar seus próprios experimentos interativos e brincáveis
17:15 Sessão 4: Inspiração
Palestra 5: Julien Ineichen falou sobre o projeto Praia do Capibaribe (BR)
Palestra 6: Rosie Poebright, Diretora Criativa do Splash & Ripple discutiu o papel da experiência
arquitetônica (UK)
Palestra 7: Roger de Renor falou sobre o conceito do Som na Rural na cidade (BR)
18:30 Encerramento e Agradecimentos do Porto Digital
19:00 Festa “Playable Street Party” (Em frente ao Portomidia- Rua do Apolo 181)
Domingo - 13 de Abril
Dia 3: Intervenções na Rua
11:00 – 19:00 - Intervenções de rua
15:00 – 21:00 - Exposição Recife: “The Playable City” (de 11/04 a 11/05)
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A princípio, estimava-se um publico de 250 pessoas participantes em todas as atividades do
projeto. Ao longo do processo, novos parceiros foram se incorporando ao programa
maximizando esforços e fomentando investimentos financeiros. O programa atingiu um
publico de 2.915 pessoas, representantes do setor público e privado, empresários,
pesquisadores, empreendedores criativos, tecnólogos, artistas, estudantes, policy makers
ligados à área de inovação, cidades e empreendedorismo, tecnologia e gestão urbana.
Ao todo, oito protótipos/intervenções (Toca Aí, Lixeira Divertida, Caleidoscópio, Recife
360graus, Marco Zero 3D, Caminhos Aquáticos, Parada Massa, A emparedada, Árvore
musical, Provador Virtual, Balanço, Placas divertidas, Pong) foram produzidos pelos 20
participantes do programa e cerca de 10 voluntários do C.E.S.A.R., conforme se pode
observar na Tabela 3 abaixo.
Tabela 3 – Estimativa de público por atividade realizada
(Fonte: Núcleo de Gestão do Porto Digital)
ATIVIDADE LOCAL DATA PÚBLICO
Residência criativa Portomidia e
C.E.S.A.R. 04 a 10 /04
20 participantes
10 voluntários
Encontro de networking Restaurante Central 05/04 5 pessoas
Encontro de networking * Restaurante Boteco 09/04 5 pessoas
Abertura do Showcase/Exibição Teatro Hermilo 11/04 150 pessoas
Abertura da Exposição Galeria Portomidia 11/04 300 pessoas
Temporada da Exposição
Protótipos/intervenções na exposição:
Toca Aí, Lixeira Divertida,
Caleidoscópio, Recife 360graus,
Marco Zero 3D, Caminhos Aquáticos,
Parada Massa, A emparedada.
Galeria Portomidia 11/04 a 10/05 600 pessoas
Showcase/Exibição Teatro Hermilo 12/04 150 pessoas
Intervenções/protótipos – “Árvore
Musical” Museu Cais do Sertão 12/04 170 pessoas
Intervenções/protótipos – “Toca Aí” Rua do Apolo 12/04 e 13/04 250 pessoas
Intervenções/protótipos – “Balanço” Praça do Arsenal 12/04 e 13/04 100 pessoas
Intervenções/protótipos – teatro “A
Mulher Emparedada” Rua do Apolo 12/04 60 pessoas
Intervenções/protótipos – “Provador
Virtual” Marco da Moda 12/04 e 13/04 40 pessoas
Intervenções/protótipos – “Caminhos
Aquáticos” Marco Zero 12/04 60 pessoas
Intervenções/protótipos – “Pong” Praça do Arsenal 12/04 e 13/04 15 pessoas
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ATIVIDADE LOCAL DATA PÚBLICO
Intervenções/protótipos – “Placas
Divertidas” Porto Digital 12/04 e 13/04 80 pessoas
Festa “Playable”- Som na Rural Praça Arsenal da
Marinha 12/04 900 pessoas
TOTAL 2.915
A projeção de mídia local e internacional foi impactante. O programa Recife: “The Playable
City” esteve em destaque em diversos editoriais: Economia, Cidades, Política, Cultura,
Tecnologia e Colunas sociais. Foram cerca de 50 notícias divulgadas em sites e portais de
web e jornais impressos no Brasil e no Reino unido. O programa foi mencionado em veículos
de relevância internacional como o blog do jornal britânico “The Guardian” que citou o
Recife: “The Playable City” como “um dos dez projetos de P&D que estão mudando as artes
e a cultura”. A revista “WIRED”, um dos mais importantes veículos de comunicação em
tecnologia do mundo, também escreveu sobre o Programa no artigo Urban legends brought to
life in 'Playable City' initiative, onde fala sobre a colaboração entre Recife e Bristol e o
contraponto que o programa faz às cidades inteligentes. A repercussão nas mídias sociais foi
bastante expressiva com cerda de 1.096 fãs conquistados.
Já existem planos de colaboração pós-programa. Os participantes negociam entre si e outras
instituições a possibilidade de intervenções colaborativas em Recife como feiras de
tecnologia baseada na experiência da cidade de Birmigham, a criação de um hackespace aos
moldes dos de Bristol, residências em institutos de inovação, atividades comissionadas por
instituições de Recife e do Reino Unido.
3. CONCLUSÃO
O tema do programa em questão Recife: “The Playable City” já exerce contribuição positiva
para a cidade do Recife. Naturalmente, foram levantadas discussões sobre como transformar
as cidades num lugar mais próximo do cidadão, empoderando-o e tornando os espaços, tanto
públicos quanto privados, mais interessante e agradáveis a todos. Essa discussão, em frente
aos avanços que Pernambuco tem enfrentado, e com a expertise e notoriedade que o Porto
Digital carrega como Parque Tecnológico, trouxe projeção nacional e internacional para a
cidade.
Além disso, as pessoas interagiram diretamente com a cidade do Recife já que as atividades
do programa ocorreram em lugares distintos do espaço/ Porto Digital que hoje funciona como
o “Laboratório da Cidade”, o bairro Recife Antigo.
O showcase/exibição do Recife: “The Playable City” apresentou os protótipos e intervenções
criadas em sua residência colaborativa e teve forte engajamento do Governo Municipal-
Prefeitura do Recife. Desdobramentos do programa já estão sendo planejados em parceria
com a Prefeitura do Recife e acontecerão no mês de Julho de 2014. A princípio, se pretende
estabelecer, durante a Campus Party em Recife, uma conexão com a Universidade de
Melbourne/Austrália, em busca de troca de experiências “Playable” nesse ambiente que é
reconhecido como o pioneiro na discussão da importância Economia Criativa para a economia
de um ecossistema.
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O programa divulgou o Estado de Pernambuco e a Cidade de Recife como o principal polo
criativo e de inovação no Brasil e o Recife se tornou uma “Playable City”. Traduzindo
literalmente este termo, significa que a capital pernambucana tornou-se uma “cidade jogável,
brincável”, um ambiente urbano mais descontraído e repleto de possibilidades de interação
entre as pessoas. E isso graças ao pensamento coletivo e a ação conjunta de artistas,
programadores, cineastas, educadores, designers, publicitários, tecnólogos e empreendedores
participantes do programa Recife: “The Playable City”.
4. REFERÊNCIAS
[1]. HARTLEY, John (2005) – Creative industries. Malden, MA, Oxford e Victoria:
Blackwell.
[2]. ETZKOWITZ, H. Hélice Tríplice: Universidade – Indústria – Governo Inovação em
Movimento. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2009. 207 p.
[3]. GUIMARÃES, M. Leonardo, LACERDA, N., GOUVEIA, C.,– Uma Análise do
Modelo de Gestão do Porto Digital - Dificuldades Identificadas e Soluções Adotadas,
Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, Porto
Alegre, RS, 2011.
[4]. UNITED NATIONS. Creative Economy: A Feasible Development Option Report
2010, 2010. 423 p.
[5]. CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS. Inovações Tecnológicas e
cadeias produtivas selecionadas: Oportunidades de negócios para o município de
Recife (PE). Brasília, 2011. 100 p.