Date post: | 15-Mar-2016 |
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O Movimento Republicano
OS 100 ANOSOS 100 ANOSOS 100 ANOSOS 100 ANOS
DA DA DA DA
REPÚBLICA PORTUGUESAREPÚBLICA PORTUGUESAREPÚBLICA PORTUGUESAREPÚBLICA PORTUGUESA
O Movimento O Movimento O Movimento O Movimento O Movimento O Movimento O Movimento O Movimento
RepublicanoRepublicanoRepublicanoRepublicano
1º Capítulo
A Sociedade Portuguesa A Sociedade Portuguesa nos Finais da Monarquia
� Portugal, em finais do século IX, é ainda um país
essencialmente rural, com 70% da população a viver da
agricultura. Gradualmente, porém, começava a registar-
se uma certa diversificação económica, com uma
crescente componente fabril, sobretudo no eixo Lisboa-
Barreiro-Setúbal e Porto-Braga-Guimarães.
� As novas tecnologias de informação (telégrafo e
telefone), os transportes (com destaque para o
caminho-de-ferro) e as vias de comunicação são
sectores onde se assiste, ainda que com recurso asectores onde se assiste, ainda que com recurso a
avultados empréstimos externos, a um acentuado
desenvolvimento.
2º Capítulo
A Vida Política nas A Vida Política nas Últimas Décadas da
Monarquia
� Na segunda metade do século XIX e início do
século XX, o regime político português era a
Monarquia Constitucional. Significa isto que o rei,
embora detendo o poder supremo e hereditário, tinha
de respeitar a lei fundamental, a Constituição.de respeitar a lei fundamental, a Constituição.
Essa lei, designada na época por Carta Constitucional,
manteve-se em vigor desde 1842, com algumas
alterações (os Actos Adicionais), até à queda do
regime, em 1910.
� Essa lei, designada na época por Carta
Constitucional, manteve-se em vigor desde 1842, com
algumas alterações (os Actos Adicionais), até à queda
do regime, em 1910.
� Nos termos constitucionais, o rei detinha o poder
moderador, isto é, cabia-lhe assegurar o equilíbrio
entre todos os poderes.
Família Real PortuguesaRainha D. Amélia, Rei D. Carlos ,Príncipes D. Luís Filipe e D. Manuel
� Isto dava-lhe a possibilidade de nomear e demitir
livremente os ministros, convocar, adiar ou prorrogar
Cortes (sessões do Parlamento) e perdoar ou reduzir
as penas impostas pelos tribunais.
� Ainda de acordo com a lei fundamental, a pessoa do
rei era considerada inviolável e sagrada, não estando
sujeito a responsabilidade alguma.
� No entanto, entre os últimos monarcas (D. Luís, D.
Carlos e D. Manuel II) apenas D. Carlos (1889-1908)
exerceu efectivamente esses poderes, dirigindo a
política externa portuguesa e presidindo
semanalmente aos conselhos de ministros.semanalmente aos conselhos de ministros.
O retrato da Família Real(D. Luís, D. Maria Pia, Infantes D. Carlos e D. Afonso)
3º Capítulo
A Difusão das Ideias A Difusão das Ideias Republicanas
� A ideia de um regime político em que os órgãos de
poder são eleitos livremente pela população por um
determinado período e tempo é muito antiga. No
entanto, o Republicanismo enquanto doutrina
claramente definida surgiu apenas em meados do
século XIX.
� Em Portugal, o primeiro grande difusor do
republicanismo foi José Félix Henriques Nogueira, na
década de 1850. As suas ideias políticas, inspiradas em
parte em Alexandre Herculano, valorizavam o papel
dos municípios e a descentralização administrativa,
mas receberam também outras influências, sobretudo
do associativismo.
Henrique Nogueira (1825-1858)
4º Capítulo
O Ultimato InglêsO Ultimato Inglês
� Durante a segunda metade do século XIX aumenta o
interesse europeu pela exploração e ocupação de
novos territórios, sobretudo em África.
� Constituem-se então dois grandes grupos
coloniais: um, formado pelas primeiras potências
colonizadoras, que tem a sua origem em épocas mais
recuadas e integra Portugal, Espanha e Países Baixos;
outro, resultante da expansão da indústria e dos
avanços técnicos, formado pela Inglaterra, Bélgica,
França e Alemanha.
� Para discutir o problema da partilha de África, que
todos desejavam controlar, realizou-se, em 1884-
1885, a Conferência de Berlim.
Criticas humoristas ao ultimato Inglês
5º Capítulo
A Revolta do Porto de A Revolta do Porto de 31 de Janeiro de 1891
� Terra com antigas tradições liberais, o Porto foi
também um importante centro de difusão das ideias
republicanas e a cidade que elegeu o primeiro
deputado republicano às Câmaras, José Joaquim
Rodrigues de Freitas, em 1878.
� No dizer de dois dos participantes na revolta do
Porto de 31 de Janeiro, o Ultimato de 1890 foi a causa
única da revolta. 0 acontecimento, sentido com
grande indignação em todo o país, gerou uma onda
de contestação ao governo, ampliada pela linguagemde contestação ao governo, ampliada pela linguagem
violenta da imprensa e pela propaganda republicana.
Bandeira dos Revoltosos
6º Capítulo
O RegicídioO Regicídio
� No início de 1908 D. Carlos está na sua
propriedade de Vila Viçosa, de onde regressa à capital
no dia 1 de Fevereiro. Acompanham-no a rainha D.
Amélia e os príncipes D. Luís Filipe e D. Manuel.
� Ao chegar ao Terreiro do Paço tomam uma
carruagem aberta que os deve levar ao paço. Poucos
metros volvidos, um homem aproxima-se do monarca
e, com dois tiros à queima-roupa, mata o rei.
� Outro atirador dispara também mortalmente sobre
o filho mais velho, D. Luís Filipe. Escapa incólume a
rainha e D. Manuel ferido num braço.
Visão do regicídio pelo diário francês 1e Petit Jornal. O impacte do acontecimento traduz-se numa série de reconstituições gráficas da
imprensa europeia
O RegicídioO RegicídioO RegicídioO Regicídio
em em em em
Banda DesenhadaBanda DesenhadaBanda DesenhadaBanda Desenhada
7º Capítulo
A Queda da A Queda da Monarquia
� D. Manuel tinha apenas 19 anos quando foi
chamado à sucessão no trono após o assassinato do
pai e do irmão mais velho, em 1908. Segundo alguns,
o plano inicial dos regicidas consistia em matar João
Franco, mas como não o tinham encontrado, o alvo
acabou por ser o próprio rei D. Carlos.
� A sua morte, em condições trágicas, provocou,
ainda assim, mais surpresa do que pesar. 0 rei era
admirado mesmo pelos seus inimigos, tinha trabalhos
reconhecidos no domínio da oceanografia e as suas
pinturas eram devidamente apreciadas, mas era umpinturas eram devidamente apreciadas, mas era um
rei distante que não causava a empatia de outros
antecessores.
D. Manuel II à chegada ao Palácio de S. Bento.
� No dia 3 de Outubro de 1910 começam em Lisboa
as escaramuças. No dia seguinte, os navios de guerra
que estavam no Tejo começam a bombardear o
Palácio das Necessidades, onde se encontrava o rei.Palácio das Necessidades, onde se encontrava o rei.
� Dado que corria perigo de vida, o monarca foi
aconselhado a ir para Mafra, onde viria a tomar
conhecimento da proclamação da República feita em
Lisboa, na manhã do dia 5 .
Embarque da família real para o exílio (Ericeira)
8º Capítulo
O 5 de Outubro de O 5 de Outubro de 1910
� Arevolução republicana, que se inicia em Lisboa na
madrugada do dia 4 de Outubro, parecia à partida
condenada ao fracasso.
� De acordo com o plano inicial, deveria ser dirigida
por um chefe militar já reformado, o vice-almirante
Cândido dos Reis, e um civil, o Dr. Miguel Bombarda,
conceituado psiquiatra.
� No entanto, o Dr. Miguel Bombarda tinha sido
assassinado na manhã do dia 3 por um dos seus
doentes enquanto o almirante Cândido do Reis se
suicidou pouco depois do início das movimentações
militares, convencido da impossibilidade da vitória.militares, convencido da impossibilidade da vitória.
�Era 1 hora da madrugada do dia 4 de Outubro
quando a Revolução saiu à rua.
� Às primeiras horas do dia 5 de Outubro uma
bandeira branca num automóvel que circulava na
cidade convenceu a população da vitória das forças
republicanas, que veio para a rua festejar a queda do
regime.
�Os dirigentes republicanos dirigiram-se para a
Câmara Municipal
�Para a direcção do governo provisório é escolhido o
Dr. Teófilo Braga.
� A todo o país a notícia da revolução chega por
telégrafo, sendo aceite sem qualquer contestação.telégrafo, sendo aceite sem qualquer contestação.
Cartaz alusivo À proclamação da República
9º Capítulo
Os Símbolos da Os Símbolos da República
� Entre as preocupações do primeiro governo
provisório republicano estava a adopção de novos
símbolos nacionais que identificassem a República.
� Tratava-se não só de um corte com o passado
monárquico, mas também de um acto de
propaganda, destinado a mudar as mentalidades e a
recordar a todos a existência de um novo regime.
� A Bandeira Nacional, que vinha da Monarquia
Constitucional, era um desses símbolos. Azul e
branca, apresentava as Armas Reais ao centro. Os
republicanos desejavam por isso substitui-la, de
forma a evitar quaisquer referências ao regimeforma a evitar quaisquer referências ao regime
monárquico.
Bandeira da República PortuguesaBandeira da Monarquia
Constitucional
� Para o efeito, o Governo nomeou logo em Outubro
de 1910 uma comissão integrada, entre outros, pelo
pintor Columbano Bordalo Pinheiro e o jornalista e
escritor João Chagas.
� A principal dificuldade consistiu na escolha das
cores da bandeira. Acabou por prevalecer o verde e
vermelho, símbolos de esperança e do combate,
respectivamente.
�Ao centro, optou-se pela esfera armilar, um símbolo
adoptado como emblema pessoal de D. Manuel I, que
também consagra a epopeia dos Descobrimentos
portugueses.
� Sobre a esfera armilar assenta o tradicional escudo
branco com as cinco quinas, à volta do qual se
colocou uma faixa carmesim com sete castelos,
ambos os elementos remetendo para a conquista da
independência no século XII.independência no século XII.
�A aprovação oficial da Bandeira Nacional viria a
ocorrer em Junho de 1911.
� Na mesma data em que a
Assembleia Constitucional
aprovou a Bandeira Nacional,
aprovou também o novo Hino
A Portuguesa.
� Houve ainda necessidade de representar a
República por uma figura alegórica de mulher.
�O busto era destinado a ornamentar a sala
nobre dos Paços do Concelho.
� A imagem da República Portuguesa
(o busto) surge sempre com o barrete
frígio, designado como “chapéu da
moda’, associado ao movimento
revolucionário do 5 de Outubro e aos
valores da Liberdade, da República e
da Democracia.
� Também procedeu o Governo a uma reforma
monetária, tendo substituído a moeda antiga – o real –
pelo escudo.
�Finalmente, espaços públicos, como ruas, praças e
largos, que antes tinham nomes ligados à monarquia
passaram a ter nomes republicanos.
http://www.youtube.com/watch?v=IImqZDay2http://www.youtube.com/watch?v=IImqZDay2Gs&feature=related