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8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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CEI - JESU ÍTAS
Centro de Espiritualidade
ln ci n
Retiro Quaresmal 2016
Exercícios Espirituais na vida cotidiana
Quero ver o direito brotar como fonte
correr a
justiça
qual riacho que
nâo seca
(Am 5,24
dições Loyola
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Preparação:
Renato da Rocha
Capa: Viviane
Bueno Jeronimo
Foto
de bulentumut/Fotolia
Diagramabão: Viviane
Bueno
Jeronimo
Revisão:
Maria de Fatima
Cavallaro
dições
Loyola
Jesuítas
Rua 1822 341 — lpiranga
04216-000
Sao Paulo SP
T 55 11 3385 8500
F55
11 2063 4275
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gravação ou
arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissào
escrita da Editora.
ISBN 978-85-15-04336-1
O
EDIÇÕES
LOYOLA Sao Paulo Brasil 2015
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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umário
Apresentação
Introdução
3
que
é um Retiro
Quaresmal?
4
Como organizar-se para
Retiro
Quaresmal?
4
Como usar
roteiro do Retiro Quaresmal?
4
Como fazer a
oração pessoal diária?
5
Como revisar a oração
6
Como fazer a Oração
de Atenção
Amorosa?
6
Como fazer uma leitura
orante?
(se for um texto de ensinamento da Escritura)
7
Como fazer uma
contemplação evangélica?
(se
texto for uma cena bíblica,
especialmente
um acontecimento ou
mistério
da vida de Cristo)
8
Acompanhamento no Retiro
Quaresmal
9
Dicas para os animadores espirituais
do Retiro
Quaresmal
9
Semana introdutória
Introdução
2
Quarta-feira de Cinzas
3
Quinta-feira depois das Cinzas
5
Sexta-feira depois das Cinzas
8
Sábado
depois das Cinzas
0
Primeira Semana da Quaresma
Introdução
4
°
Domingo da Quaresma
4
Segunda-feira da
1
Semana
6
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
4/119
Terça-feira da la Semana
7
Quarta feira da
1
Semana
8
Quinta feira da la Semana
9
Sexta-feira da a Semana
Sábado da la Semana
2
Segunda Semana da Quaresma
Introdução
4
2°
Domingo da Quaresma
5
Segunda feira da
2
Semana
7
Terça-feira
da
2 Semana
0
Quarta feira da
2
Semana
Quinta feira da 2 Semana 3
Sexta feira da
2 Semana
5
Sábado da 2 Semana
7
Terceira
Semana
da Quaresma
9
Introdução
0
3° Domingo da Quaresma
0
Segunda feira da 3
Semana
2
Terça-feira da 3 Semana
3
Quarta feira da
3
Semana
5
Quinta feira da emana
6
Sexta-feira da emana
7
Sábado da 3a
Semana
8
Quarta Semana da Quaresma
Introdução
2
4°
Domingo da Quaresma
3
Segunda feira da 4
Semana
5
Terça-feira
da 4 Semana
7
Quarta feira da 4 Semana
8
Quinta feira da
e Semana
0
Sexta feira da
a Semana
2
Sábado
da
4
Semana
3
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Quinta Semana da Quaresma
5
Introdução
6
5°
Domingo da Quaresma
7
Segunda feira da
5
Semana
9
Terça-feira da 5
Semana
1
Quarta feira da 5
Semana
3
Quinta feira da
5 Semana
5
Sexta feira da
5 Semana
8
Sábado
da 5 Semana
Semana Santa
3
Introdução
4
Domingo de Ramos
5
Segunda feira Santa
8
Terça-feira
Santa
1
Quarta feira Santa
13
Quinta feira Santa
15
Sexta-feira
Santa
1 8
Sábado
Santo
21
Domingo da
essurreição
23
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presentação
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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Pelo 12° ano consecutivo,
o CEI — Jesuítas
(Centro de Espiritualidade
Inaciana) faz chegar a cada um de vocês um roteiro de oraçáo para
viver mais intensamente
o
tempo litúrgico da Quaresma. Trata-se do já
conhecido
Retiro Quaresmal.
A liturgia quaresmal nos
é
dada como tempo para voltar ao essencial,
ao Evangelho; é tempo pedagógico
e terapêutico
para mobilizar o co
ração diante do acontecimento central de nossa fé, a Páscoa. Tempo
que provoca uma sacudida em nossa vida, deixando-nos conduzir pelo
Espirito : acolhendo com gratidão as surpresas
e as delicadezas do
amor em excesso de Deus, abandonando-nos à Vontade santificadora
do Pai, sendo dóceis à ação que
o Espirito suscita em nosso interior,
destravando a vida
e
ativando
o desejo do seguimento mais profundo
de Jesus Cristo.
Com sua linguagem, sua celebração, seus exercícios
e seus ritos, a
uaresma é um
tempo forte de
conversão, e
isso implica reconstru-
ção de
novas relações:
consigo, com os outros, com a criação
e com
o Criador.
Com a vivência mais radical das práticas quaresmais (oração, jejum
e
esmola), começa a acontecer um deslocamento dos
falsos senhores
que
habitam nosso coração
e, ao mesmo tempo, amplia-se
o
espaço interior
para a presença
e ação do
verdadeiro Senhor.
Um mergulho no mistério de Deus
oração),
um abrir-se aos outros
es-
mola) e
a capacidade de ordenar
e
dirigir a própria existência
jejum)...
Esses
exercícios quaresmais
só têm sentido se alimentam
e sustentam
nosso
seguimento
de Jesus Cristo.
Assim, a Quaresma torna
se
estar com Jesus
no deserto, para, como Ele,
dar a Deus o
lugar central em nossas vidas.
Queremos também, ao longo deste tempo quaresmal, caminhar com a
Igreja no Brasil que nos convida a vivenciar a Campanha da Fraterni-
dade. Neste ano, devemos aprofundar
o
tema: Casa comum, nossa res-
ponsabilidade
e o lema Quero ver
o
direito brotar como fonte e
correr
a justiça qual riacho que não seca (Am 5,24).
Também
vamos viver em profunda sintonia com toda a Igreja, que este
ano celebra o
jubileu extraordinário da Misericórdia , proclamado pelo
Papa Francisco. Na Bula de Proclamação, ele nos diz: A Quaresma des-
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8/119
te Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para cele
brar
e experimentar a misericórdia de Deus"
Misericordiae Vultus).
Os roteiros de oração aqui apresentados seguindo a metodologia Macia-
na, foram elaborados por um grupo de jesuítas com experiência no cam-
po dos Exercícios Espirituais:
Pe. Jose Ramón (P Semana); Pe. Anísio
(2' Semana); Pe. Élcio Toledo (3
Semana); Pe. Iglesias (zta Semana);
Pe. Adroaldo (Semana introdutória, 5' Semana
e
Semana Santa).
Desejamos, com estes subsídios, colaborar para que as pessoas
e os gru
pos de vida possam fazer uma experiência profunda do mistério pasca l,
vivendo a travessia quaresm al em direção a um
maior serviço.
Pe. Adroaldo Palaoro, SJ
Diretor do CE — Jesuítas, Rio de Janeiro
OMN
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ntrodução
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1 0que
é
um Retiro
Quaresmal
Retiro Quaresmal oferece um roteiro de exercíc ios de
oração diária
elaborado segundo a
metodologia de S. Inác io de Lo yola . Tra ta-se de um a
form a e spec ia l de faze r
o retiro pessoalmente em casa no tempo da Qua-
resma,
para uma boa preparação para a
Páscoa
do Senhor.
Fundamen-
talmente, o Retiro Quaresmal
é um caminho de
oração,
feito no dia a dia
por determinado tempo, baseando-se em
exercíc ios de oração, s ug e r i dos
e elaborados neste livrinho que ora apresentamos.
2 Como organizar
se para
o
Retiro Quaresmal
coração do Retiro Quaresmal está em dedicar pelo menos 30 m inu-
tos diár ios à oração
pessoal, de acordo com os exercíc ios sugeridos.
muito importante encontrar tempo propício
para esse encontro ínti-
m o com o Senhor , reconhecendo a dificuldade de manter uma rotina
de oração. I s so pede muita fidelidade.
As s i m c o m o e ns i na S. Inácio,
precisa-se de muito Animo
e
generosidade
para começar o
retiro.
melhor tempo para a
oração diária é
aquele em que a pessoa
está
mais descansada, menos dispersa
e menos agitada pelas
preocupaçOes
do dia. Seria bom que fosse sempre à mesma hora. Caso isso
ndo seja
possível,
pode - s e fazer um plano semanal.
Recomenda-se manter uma espécie
de
diário espiritual (caderno de
vida) em que seja anotado aquilo que durante a oração
aconteceu de
mais importante e
significativo para o crescimento na é e
em sua práti-
ca
na vida, ou para registrar apelos de
conversão
pessoal. Isso vai faci-
li tar
a partilha no grupo de
oração.
3
Como usar
o
roteiro do Retiro
Quaresmal
a. Este roteiro segue as seis semanas da Quaresma, com pontos que
animam a
oração ,
desde domingo
até
sexta-feira. Todos os textos
apresentados seguem os evangelhos propostos pela liturgia para
o
Tempo Quaresmal.
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ara os sábados, este roteiro pede que se
faça
uma repetição.
Tra-
ta-se
de escolher a oração
da semana que mais
o
tocou, ou a que
foi mais
difícil para
você.
Escolhida a oração, repita da mesma
maneira como vem fazendo em todas as outras, mas
dê
especial
atenção aquilo que mais o
marcou na primeira vez em que fez a
oração. Não raras vezes acontece que somente durante a repetição
se consegue uma exper iênc ia de °raga mais profunda.
Cada semana começa com uma
introdução.
N ela ,
você encontra
uma explicação
geral que o tema da semana lhe
dá, assim como
a graça a ser pedida. Essa
6 a graça que deve pedir todos os dias
dessa semana.
Tratando-se de Retiro Quaresmal, os exerc íc ios começam na Quar-
ta-feira de Cinzas, como uma etapa
introdutór ia.
Nela, a pessoa
convidada a entrar, conscientemente, no caminho de
oração
d o s
Exercíc ios
na Vida Diária e a dispor-se a uma atitude orante .
No fim de cada dia, antes de dormir, dedique
1 0
minutos à Oraçáo
d e Ate nção Am o ro sa cf. n. 6).
4. omo fazer a oração pessoal
diária?
Escolha um lugar apropriado para a
oração
e
uma posição corpo-
ral que mais lhe ajude. Desligue
o celular, cuide para não
receber
visitas ou ser interrompido.
A
am bientação ajuda
vela, crucifixo e Bíblia;
Pacif ique
se
c o m silêncio
exterior e
interior. Para isso, ajuda
respi-
ra r
profundamente
várias
vezes, de maneira pausada.
Talvez
uma
música
ambiente bem baixinha t am b é m
ajude a criar um clima de
oração.
Sentindo-se pacificado, faça o sinal da cruz;
T o m e consc iênc ia
d e q u e você não está só
acolhendo a presença de
Deus como amigo;
invoque
sempre o
Espirito Santo;
Faça
uma
oração
de oferecimento na qual todos os pensamentos,
palavras, sentimentos
e
ações sejam colocados nas
mdos de Deus
para que Ele os transforme. Ajuda expressar todas as
preocupa-
ções,
todas as alegrias todas as dificuldades. Tudo
o
que está acon-
t ecendo
na vida deve ser dito a Deus;
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e. Peça a graça de acordo com o roteiro de cada dia;
F
á ao texto do dia, seguindo as
orientações
sugeridas. Dedique
tempo a. Palavra de Deus
e às
imagens e lembranças que ela vai
trazendo. Saboreie a Presença de Deus dentro do seu
coração;
g. Termine com uma despedida amorosa, agradecendo por aquilo
que aconteceu na oração.
Depois, reze um pai-nosso e uma ave-
maria.
N. B.: nos núme ros 7 e desta introdução, você encontrará outros dois
modos de orar os textos
bíblicos
indicados.
5 Como revisar a oração
Após
cada tempo de
oração,
faça a revisdo geral de tudo que ocor-
reu
nela;
T o m e o caderno
e
anote, pr imei ro ,
como se saiu no tempo de
oração pessoal. Que elementos ajudaram? Que di fi culdades
apareceram?
Em um segundo momento, anote
o
que lhe pareceu mais
impor-
tante
para o
crescimento da
f é e para a vida:
Que Palavra de Deus mais lhe tocou?
Que sentimentos
predominaram nessa
oração?
Sentiu algum apelo à
conversão, desejo, inspiração?
Q u e
resistências
sente para seguir esse apelo ou inspiração?
N
B.:
essa
revisão p ode
ser usada para a partilha da
oração
em grup o . )
6 Como fazer a Oração de Atenção Amorosa
À
noite, antes de deitar,
indicado
fazer uma retrospectiva do
dia com um momento de
oração 10 minutos), chamada
Oração
de Atenção Amorosa. Trata-se do exame espiritual de consciência.
Inácio de Loyola teve uma
visão
mais ampla desse exame, não ape-
nas
vendo as falhas, mas lançando um olhar para todo
o
dia vivido,
em uma atitude de
grat idão
e serenidade. Aqui, a pessoa
é cha-
mada
a tomar
consciência
da
açáo do Senhor durante os eventos
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do dia. Conclui-se confiantemente, colocando
o
futuro nas mãos
de Deus.
Seguem os cinco passos para esse exercício:
Agradecimento
gradeça
a Deus por tudo que viveu neste dia. Sinta-se como um
pobre que por tudo agradece.
Invocação ao
Espirito Santo
Invoque o
Espirito Santo, pedindo luz para olhar seu dia com os
olhos de Deus: Que o Espirito me ajude a ver-me um pouco mais
como Ele próprio me vê .
Um olhar sobre o dia que passou
Contemple o dia que passou. Deixe passar, diante
de seus olhos,
o dia todo, ou coloque-se diante de alguns acontecimentos. Não
preciso avaliar-se ou julgar-se; dedique mais tempo aos aconteci-
mentos que mais lhe chamam a atenção.
Encontra
motives para agradecer? Permitiu que
Deus atuasse em
você, sendo sinal de sua presença e amor para com os outros?
Pedido
de perdão
Reconhecendo-se frágil e pecador, peça perdão ao Senhor por suas
faltas ou pelo bem que deixou
de fazer ao não se deixar conduzir
por seu Espirito.
Oração de conclusão
Confie ao Senhor o seu amanhã, desejando vivamente assumi-lo
com olhar e coraçáo renovados. Trata-se
de um novo dom a ser
vivido intensamente na alegria e esperança.
Reze
um pai nosso.
7.
Como fazer uma leitura
orante
(se for um texto de ensinamento da
Escritura
a
eitura do texto
a escuta atenta da Palavra na fé. Faça a leitura com todo o
seu
ser, pronunciando as palavras com os lábios; releia, devagar, ver-
sículo por versículo. Pergunte-se:
O
que diz
o
texto em si?
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Meditação
Pare onde o
texto lhe fala interiormente;
nã o tenha pressa,
apren-
da
a saborear, a ruminar a Palavra. Pergunte-se:
O
que diz
o
texto
para mim?
Oração
A
or a ç ã o agora brota do
coração tocado
pe la Palavra feita n a lei tura
e
meditação.
Deus é
P a i q ue n o s a m a m u it o m a is d o q u e
poderíamos
ser am ado s . Pergunte
se: O que o
texto me faz dizer a Deu s?
A or a ç ã o
p o d e e x p re s sa r - se p o r m o m e n t o s d e l o uv o r , d e
ação
de graças, de
sú -
plica,
d e
silêncio
e, sobretudo, de d eixar que
o
E spir ito reze e m
nós.
Contemplação
A contem plaçáo é
o
momento de intimidade, na
qual
se deixa a
iniciativa a Deus. Trata-se de saborear
o
momento com
o
Senhor.
V á acolhendo o
que vier à mente, o
que tocar seu coração: desejos,
luzes, apelos,
lembranças, inspiraçóes...
Ação
A Palavra acolhida
e
saboreada produz frutos de f é
e
amor em sua
vida. Dê sua resposta, confirmando a Palavra do Senhor.
Pergun-
te
e
O
que o
texto
tudo o
que a conteceu nesta oração me fazem
saboreare viver?
Finalize a
oração
com uma despedida amorosa. Reze um
pai-nosso
e
uma ave-maria.
Saindo da oração,
faça sua revisão cf. n. 5).
8.
omo fazer uma
contemplação evangélica?
se
texto for uma cena bíblica, especialmente
um acontecimento ou mistério da vida de Cristo)
Recorde a história e
use a imaginação para entrar na cena
evangé-
lica;
•
rocure ver, contemplando cada pessoa da cena; dedique um olhar
demorado, sobretudo, à pessoa de Jesus se for
o caso . Apenas
olhe, sem
querer
explicar ou entender;
T ente
ouvir
prestando
atençáo as palavras ditas ou
implícitas:
o
que
p o d e m significar?
E
se fossem dirigidas a mim?
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W
bserve o
que fazem as pessoas da cena. Elas têm nome, história,
sofrimentos, buscas, alegrias? Como reagem? Você percebe os ges-
tos, os sentimentos
e
atitudes, sobretudo, de Jesus?
Participe
ativamente da cena, deixando-se envolver por ela. Além
de ver, ouvir, tente apalpar e
sentir
o sabor das coisas que nela
aparecem;
E, re fletindo,
tire prov eito de tudo
o
que ocorreu durante a oração;
Finalize com uma despedida amorosa. Reze um pai-nosso
e uma
ave-maria. Saindo da oração, faça sua revisão
(cf. n. 5).
9 Acompanhamento no Retiro Quaresmal
Além das orientações dadas seria desejável um acompanhamento mais
direto. Há duas possibilidades:
Reco m enda-se as pessoas que desejam fazer o retiro formarem gru-
pos por proximidade geográfica ou afetiva, sejam grupos já existen-
tes, sejam grupos a se constituírem.
O
objetivo é reunir-se, semanal-
mente de preferência, para a partilha das experiências cf. n. 10);
Tanto quanto possível, os grupos sejam acompanhados por um
orientador experiente nos Exercícios Espirituais de S. Inácio, au-
xiliado por outros acompanhantes idôneos que se disponham a
prestar esse serviço pastoral.
10 Dicas para os animadores espirituais do Retiro
Quaresmal
Constituído
o
grupo na diversidade de pessoas mas desejosas de
viver
o
Caminho Quaresmal com mais intensidade,
o animador es-
piritu l
combina local
e
data para a primeira reunião. ali ajuda-
do pelas orientaçães e
explicações contidas no início do livrinho
Retiro Quaresm al o animador poderá detalhar mais o
objetivo des-
sa modalidade de retiro,
o
sentido do tempo quaresmal, os encon-
tros semanais para partilha,
o
ritmo diário de oração de cada par-
ticipante. Pode também indicar os passos para a oração pessoal ,
segundo a metodologia inaciana.
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Verifique se todos adquiriram
o
livrinho
Retiro Quaresmal; é
reco-
mendável que cada participante tenha um caderno de vida ; isso
ajudará a registrar a experiência vivida em cada oração
e
melhor
preparar-se para a partilha no grupo.
Antes de cada enco ntro de partilha, o
animador prepara o ambiente:
lugar propício, v elas, a Palavra de D eus no centro, flores, cadeiras, es-
tampas etc., de aco rdo co m a criatividade de cada um o u do grupo .
Inicia-se o
encontro com cantos, alguma oração
vocal, um texto
bíblico (pode ser algum texto que foi rezado durante a semana),
um momento de
interiorização.
animador espiritual motiva os participantes a partilha da oração
vivenciada durante a semana que passou; reforçar que não se trata
de debate, de discussão de ideias, de resolução de dúvidas ou de
réplica ao que o
outro falou.
O clima deve ser de acolhida amorosa
da oração do o utro. A p rtilh
é
também oração
(Tome cuidado para que algumas pessoas não monopolizem a par-
tilha e
que a plena liberdade de cada um seja garantida na expe-
riência espiritual.)
A partir da realidade em que se encontram os participantes,
o ani-
mador
os irá conduzindo com delicadeza, tato e
bom-senso, fa-
zendo que a p rtilh
vá adquirindo, em um ambiente de muita
serenidade
e confiança,
maior qualidade espiritual. Cada pessoa
poderá partilhar, muito livremente, a
ação do Senhor em seu in-
terior: as alegrias experimentadas, as dificuldades, os apelos que
sentiu, a maneira como
o Senhor falou, conduziu
e manifestou sua
presença durante a semana ( movimentos do
coraçáo ).
Que impacto a oração
está tendo na vida pessoal familiar eclesial
social?
Após o tempo da partilha, o animador espiritual poderá fazer bre-
ves indicações para a oração da
semana seguinte;
poderá realçar os
passos para a oraçã o ,
o pedido da graça , a avaliação
da oração,
o
registro das mo ções no caderno de vida. Animar cada participante
fidelidade
ao tempo de oração, mesmo nas dificuldades; buscar
ajuda quando sente que algo está travando a experiência espiritual.
Terminar o encontro com algum canto ou o pai-nosso.
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emana
introdutóri
Da quarta-feira de Cinzas ao sábado após Cinzas)
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ntrodu
ão
Se a vossa justiça não superar a dos doutores da lei
e dos
fariseus, não entrareis no Reino dos céus
(Mt 5,20
Cinzas: Páscoa no horizonte
Começamos o
tempo quaresmal. Mas a Quaresma, como toda a liturgia,
só tem sentido em
função
da Páscoa. Na realidade estamos vivendo
o
grande tempo pascal da Igreja. Quarenta dias de
preparação para a
festa da Páscoa e, depois, cinquenta dias de
celebração
da Ressurreição
do Senhor
e
da presença inspiradora de seu Espirito. Estamos no tempo
forte da comunidade cristã.
Nesse sentido, cada Quaresma deve ser vivida como nova
e única
Há o
risco de cairmos numa mera repetição litúrgica, rotineira, banal, algo
já conhecido. Também
o
ambiente social em que vivemos não favorece
uma intensa vivência quaresmal. Nosso entorno náo tem disposição para
atravessar Quaresmas, mas permanecer nos carnavais. A Quaresma nos
move a superar a globalização da superficialidade , da mediocridade...
para restabelecer novas relações com
o Criador, com os outros, com a
natureza
e
consigo mesmo.
Como escola de vida, a Quaresma nos convida a tomar consciência do
que significa ser seguidor de Jesus no mundo de hoje. centro de
nossa vida é Jesus Cristo, sua pessoa, sua mensagem, o
mistério
de sua
morte
e
de sua ressurreição.
Estamos vivendo momentos difíceis críticos. A Igreja no Brasil em sin-
tonia com a encíclica do Papa Francisco, Laud ato Si , quer nos desper-
tar para a dura realidade da destruição e da falta de cuidado para com
a casa comum . Isso tem gerado muito sofrimento
e exclusão Como
cristdos, cremos que este mundo encontra a luz verdadeira na vida e na
mensagem de Jesus, no mistério de sua Páscoa.
Fixando os olhos na pessoa de Jesus Cristo descobriremos quem somos.
Ele nos interpela
e
nos pergunta o que queremos fazer de nossa vida,
como queremos viver: pensando em nós mesmos ou sendo generosos
e
solidários diante do sofrimento dos outros? Centrando nossa vida no
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23
onsumismo desenfreado ou buscando um sentido para a nossa exis-
tência? Fixando em nossa autossuficiência ou assumindo atitudes de
serviço
partilha?
Por isso, a palavra-chave da Quaresma
é conversão:
isso não implica
uma simples mudança de hábitos, no modo de ser
e agir... mas troca de
senhor . Quem
o senhor que comanda nosso coração?
Iniciemos, pois, este percurso no deserto quaresmal , deixando que
o
mesmo Espirito que conduziu Jesus ao deserto vá nos modelando
e nos
transformando por dentro, fazendo de todos nós criativos seguidores
d'Aquele que veio trazer vida
e
vida em abundância .
Por isso, a
graça
a ser suplicada nesta semana introdutória
esta: vi-
ver as práticas quaresmais (jejum, oração
esmola) como atitudes de
saída de si mesmo para um compromisso solidário diante daqueles que
são as maiores vítimas da ganância
da exploração da Mãe Natureza.
Quarta feira de Cinzas
Guardai-vos de praticar a vossa justiça
diante dos homens
J12,12-18, 2Cor 5,20-6,2;
SI 50[41]; Mt 6,1-6 16-18)
Somos seres de relação ,
nas relações nos humanizamos. Come-
çamos nosso caminho quaresmal perguntando-nos como nos relacio-
namos com nossos desejos/impulsos
jejum),
como nos situamos diante
de nossos semelhantes
esmola)
como cuidamos de nossa amizade
com o Senhor
oração).
Sao as chamadas práticas quaresmais .
Para aprofundar as práticas quaresmais , coloque-se diante do
Senhor da vida em atitude de reverência, fazendo a
oração prepa-
ratória,
colocando nas mãos djEle tudo
o que vai acontecer duran-
te a oração: Que todas as minhas ações, intenções, pensamentos,
sentimentos... sejam puramente ordenados ao serviço
louvor de
Deus Nosso Senhor .
Suplique a graça indicada na introdução desta semana.
Com o pon tos p ara a oração leia atentamente as indicações a seguir.
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4
A vida de Jesus, testemunhada nos
evangelhos,
nos convida a v iver de
um modo m ais integrado. Quaresma é
tempo
favorável
para ordenar a
própria vida na
direção
do sonho de Deus para toda a humanidade.
No Evangelho fala-se das
práticas
quaresmais da
oração
esmol
e
je -
jum em que nossas relações são
iluminadas e questionadas pelo modo
de proceder de Jesus.
Três
gestos nos humanizam e
tornam a vida mais leve e com sentido;
condensam o
sentido da vida cristã. A vida é um abrir-se aos demais (es-
mola),
um m ergulhar no mistério de Deus
(oração)
e, ao mesmo tempo,
ser capaz de ordenar e dirigir a
própria existência (jejum). Isso implica
deixar-se envolver pela graça
e
perm itir que
o
amor circule em cada um
e no mundo, gerando vida em abundância.
oração nos ajuda a buscar sentido em todas as experiências,
pois ela
nos aproxima da simplicidade e da
ternura. O u seja,
torna
o
coração mais
dócil,
fazendo-nos mais humanos e, por isso, mais
próximos de Deus. A
oraçáo
é
uma mão
estendida para
o
divino;
não
é
dobrar a vontade de Deus
a nosso favor; pelo
contrário, é
colocar-nos em sintonia com Deus, para
entendermos
o
que
é
melhor para nosso verdadeiro bem. É deixar Deus ser
Deus, ou seja, revelar sua paternidade
e maternidade a cada um de nós.
Orar
é
sentir-nos participantes da
riqueza
divina e
de seus dons. É
sen-
tir-nos agraciados e
plenos de sentido do infinito, tirando-nos da
mes-
mice e
do vazio. Orar nos molda
o coração de acordo com o
coração
de
Deus, nos ajuda a ser mais
irmãos
uns dos outros e
reforça a certeza de
que somos filhos e
filhas amados as)
de Deus.
O
je jum
nos humaniza, nos faz descer do pedestal
e
nos torna mais
sensíveis
e
solidários;
fazer jejum tem sentido
quando
brota da sensibilidade que evita
o
consumo desenfreado,
o
esbanjamento e o orgulho. Na
expressão de S.
Inácio,
jejuar é sair do
próprio
amor, querer e
interesse , ou seja, viver na
simplicida-
de de quem renuncia a um EU
inflado
em favor de um mundo diferente .
Jejuamos para crescer; jejuamos para recordar que as coisas
não são
um
fim,
mas um meio; jejuamos
como
forma de olhar ao redor
e re-
cordar
que a realidade
é
muito mais amp la que nossa
própria
situação.
Jejuar
não é
deixar de comer ;
é
aceitar de maneira consciente que
nossos desejos, nossas necessidades, nossos interesses, nossas
preocupa-
ções não são o
centro do mundo. Jejuar é
cuidar-se, com simplicidade
e
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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25
eneração, e
manter viva a alma (= sempre animados). Enfim,
o
jejum
pode nos tornar sensíveis ao próprio mistério da
vida
colocar em ques-
tdo a razão de ser da vida. Para que vivemos?
A palavra esmola soa mal. Dá ideia de resto, do que sobra... Precisa-
mente porque brota da piedade divina
e
se modela sobre ela, a
esmola
não se reduz a um gesto de ordem apenas material: ela manifesta um
ato que indica
o
fazer-se companheiro de viagem junto a quantos se en-
contram em dificuldade , participando com ternura de sua situação.
O sentido está em oferecer algo de si, importante, significativo. Tem a ver
com abertura de coração, sensibilidade
e
olhos abertos. É resultado de
uma atenção permanente
e ativa,
que vai ao encontro do outro, que toma
iniciativa, que se comove. E um estímulo a superar
o assistencialismo,
que
mantém as diferenças, sustenta a dependência e não promove a cidadania.
Provoca-nos ã so lidariedade e
ao espírito de
compaixão, move
nos ao ser-
viço,
à
presença-qualidade ao voluntariado ã prática do bem e da justiça.
Agora leia, saboreando,
o
texto
evangélico
indicado para este d ia.
Deixe ressoar em seu coração as palavras de Jesus;
converse
com
Ele sobre
o
sentido das três práticas quaresmais; verifique se elas
são um modo de proceder constante em sua vida ou, pelo contrá-
rio,
são atitudes que foram se esvaziando com
o
tempo.
Que gestos concretos
você
pode assumir como
expressão de uma
vivência encarnada das três práticas quaresmais?
Termine sua oração dando graças ao Senhor (talvez lendo
o Salmo
indicado) e
registrando no caderno de vida os sentimentos
e
apelos
que brotaram com mais força.
Quinta feira de • o s
das Cinzas
Se lguém
quer vir pós mim, renuncie a si mesmo...
Dt 30,15-20,
51 1; Lc
9,22-25)
O
tema do
seguimento
central em todos os Evangelhos. Significa iden-
tificar-se com Jesus em sua
entrega total aos outros, sem buscar para si
nada que possa ter cheiro
e resquício
de poder e glória.
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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Inicie sua
oração
criando um clima de intimidade, silêncio
e escuta.
Faça
sua
oração preparatória
como de costume, entregando tudo
nas mãos do Senhor.
Peça a gr ç
indicada para esta semana.
Em atitude amorosa, leia atentamente as indicaçóes a seguir.
A oferta de Jesus é um chamado A liberdade: Quem quiser seguir-
me... Caminhar com Ele nos liberta da autossuficiência estéril
e do
autocentramento que nos fecha.
O
seguimento de Jesus pede des-
centrar-nos de nós mesmos para sermos agentes do novo
e criadores
de futuro.
Aqui está o
sentido da expressão renunciar a si mesmo , que não pode
ser interpretada como autonegação, automutilação
e autodesprezo.
Sig-
nifica que aquele que segue Jesus precisa dizer
ão As tendências ego-
cêntricas do seu interior, que querem fechá-lo em si mesmo, atrofiando
e travando o impulso de vida.
Portanto, a expressão renunciar a si mesmo , não significa negar
o que
a pessoa é, mas o que julga ser
e não é. Também não
se trata de negar
a vida, pois Jesus era um homem profundamente vital
e
defensor da
vida.
Renunciar a si mesm o significa renunciar Aquilo que nega a vida. Para ga-
nhar a vida é necessário perdê-la,
e perder a vida significa perder
o eu ,
ou seja, deixar de alimentar
o ego, não deixar que ele determine a vida.
A mensagem de Jesus ndo pretende desumanizar-nos, mas conduzir-nos
A verdadeira plenitude humana.
vid
quer fluir,
e quando não
flui ela se atrofia. No entanto, no mais
profundo de cada um de nós habita um desejo oculto de querer ser
deus , de querer estar acima dos outros...
a tentação de querer ser outro, de não aceitar-se como criatura, de
bastar-se a si mesmo .
Renunciar a si mesmo é não deixar que o
impulso para a vaidade, a
soberba... predomine; não deixar que
o centro seja o eu , mas Deus. Isso
implica descer e acolher humildemente a própria condição humana.
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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Perder sua vida por causa de mim
equivale a reencontrar-nos nessa
identidade que compartilhamos com Jesus
e com todos os seres. Per-
demos
o
eu, deixamos de viver egocentrados
e
nos descobrimos seres
em relação, inseparáveis dos outros.
Para entrar na escola de Jesus, precisamos nos distanciar de toda ambi-
ção pessoal, daquela tendência que deseja possuir, dominar, usar tudo
para seus próprios fins, que sempre gira em torno de si mesmo
e que até
tenta instrumentalizar o próprio Deus.
Brota, então, uma compreensão de que o eu se plenifica na medida em
que rompe os laços do seu isolamento, se alarga em direçáo aos outros,
na doação, no serviço
e
no compromisso solidário.
O
evangelho de hoje nos instiga também a tomar a cruz ,
e carregar
sua cruz significa acolher aquilo que diariamente cruza
o nosso cami-
nho, abraçar, com todas as nossas forças
e
todas as nossas fraquezas,
os sucessos e
os fracassos as coisas vividas
e
as coisas perdidas,
o cons-
ciente
e o
inconsciente...
Nesse sentido, a
cruz
deixa de ser um peso morto , ou seja, uma cruz
vazia, sem sentido,
in-sensata,
pois fecha a pessoa em si mesma, em seu
sofrimento e angústia; não aponta para
o futuro, nem abre um horizonte
de vida.
Fazer
o
caminho contemplativo junto a Jesus que leva a Cruz da
fideli-
dade
ajuda-nos a romper com as cruzes que nos afundam no desespero,
nos fracassos, nos traumas das experiências frustrantes...
Agora, leia atentamente, saboreando cada palavra do Evangelho
de hoje.
Na oração, faça um colóquio, converse com
o
Senhor, fazendo
memória das cruzes da vida: elas recordam que
o
dom da vida lhe
é dado lido para que se conserve, mas para que se consuma
e se
expanda no serviço aos outros.
Com o coração
marcado pela gratidão, finalize sua oração.
Registre no caderno de vida os apelos, as luzes, as moçóes que
foram surgindo ao longo da oração.
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Sexta feira de
• o s
das Cinzas
Dias virão quando
o noivo
lhes sera tirado...
Is
58,1-9;
S
51;
t
9,14-15)
Na vida
cristã
há momentos de alegria
e
plenitude
e
momentos de dor
e
luto. Todos os momentos envolvem uma graça;
sdo
diferentes maneiras
de seguir Jesus. Tanto a
penitência
como a celebração
festiva da
fé são
evangélicas e santificadoras
no momento oportuno.
mais fácil
apegar-se as normas,
tradições... do que estar aberto à no-
vidade
de Deus .
Comece sua
oração
fazendo os preâmbulos costumeiros: prepa-
rar-se para o encontro com o Senhor, fazer a oração preparatór ia
e suplicar a graça indicada para esta semana.
Prepare o terreno do coração, lendo com atençáo as indicações a
seguir.
Mais uma vez diante das armadilhas da religião, a atitude de Jesus é
claríssima.
O culto que agrada a Deus nasce
d o coraçáo da
adesão
interior, desse
centro
íntimo
de onde nascem nossas decisões
e
projetos.
Em toda
re lig ião há
tradições
humanas : normas, costumes, ritos,
devoções..
que nasceram para ajudar a viver a experiência reli-
giosa em determinada cultura. Podem fazer bem; mas podem cau-
sar
muito dano
quando nos dispersam e nos afastam da Palavra de
Deus. Elas nunca devem ter a primazia. Nunca podemos esquecer
o que
essencial.
Para Jesus, o
importante, no jejum, nã o é o que fazemos, mas
o que
Deus faz . Não
estamos fazendo algo, mas estamos nos deixando fazer
por Deus. Na tradição dos Padres do Deserto,
o jejum
é o meio que nos
possibilita criar um espaço vazio em que
o
Espirito possa repousar,
permitindo-nos distinguir o
essencial do
supérfluo.
Portanto,
o
jejum um tempo em que damos maior liberdade a Deus
para agir em nós
ordenando nossos
afetos
e orientando nossos
impulsos instintivos. Por isso, a melhor
peni tência é
abrir espaço
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
25/119
9
ara Deus ; em outros termos, jejuar dar espaço para outras
fo-
mes (N. Bonder).
Onde creio encontrar Deus? Nas normas, nos ritos, nos
sacrifícios..
ou
no coração? Sem
dúvida,
a atitude pessoal
será
diferente se
O
experi-
mentarmos no mais profundo de nosso ser
e
no serviço em favor da
vida. No primeiro caso, haverá
fanatismo
legalismo e moral ismo; no
segundo respeito, amor,
compaixão e
serviço.
O
decisivo, como recorda Jesus, é o
lugar onde vivemos a
experiência d e
encontro com Deus; ou seja, a experiência imediata e direta de nos sen-
t i rmos em conexão com
o Mistério que habita todos os seres, de modo
que, por isso mesmo, sejamos capazes de
reconhecê-lo
em cada um de-
les,
tal como
o
reconhecemos
em nós
mesmos.
O
que Jesus deixou claro, com sua forma de viver
e com seus ensina-
mentos,
é
que o
centro da
rel igião n ão está nem no templo, nem nos
rituais, nem no sagrado, nem na
submissáo
'as normas religiosas, nem
nos dogmas
e suas teologias.
Está
em um modo de viver, que se centra
e
se concentra na bondade para com todos de maneira igual, no amor
sem limitações ou condicionamentos, no serviço gratuito
e generoso.
Isso se traduz
e se realiza no respeito
ã
vida humana, na defesa da vida,
da dignidade
e dos direitos da vida humana.
Jesus ampliou
e estendeu
ã
vida inteira essa
experiência
de encontro
c o m o
Pai; portanto, ela
não está
reduzida a
determinados
momentos da
vida, a espaços separados, a ritos
privilegiados... Seu modo livre de ser
e viver nos revela a humanidade de Deus .
Ag ora , num a a ti tude reverencial,
l e ia ca lmam ente o
Ev angelho do d ia .
N a oração,
d ia logue com o Senhor:
diante de le pro cure des-v e lar ( ti ra r
o véu) e
verificar se sua vivência cr is tã está
m ai s centrada no cum-
primento
de normas, ritos, leis... ou no
serviço e
cuidado para com
os outros . S eu cul to a Deus
expressão
de um compromisso ou um
r i to vazio, assum ido por
imposição? Sua
experiência
de enc on t ro c om
Deus só
se dá
nos m om entos de ce lebração ou no r itmo d a v ida?
Termine agradecidamente a
oração, saboreando o
Salmo de hoje.
Registre ern seu caderno de vida as
experiências
d e consolação
o u desolação
que se fizeram presentes durante a
oração.
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
26/119
ábado
de • ois
das inzas
Não
vim chamar os justos, mas os pecadores
Is 58,9-14; S 86[85]; Lc
5,27-32)
Jesus, o
homem das "grandes viradas". Ele literalmente virou as me-
sas" de mu itas pessoas.
Jesus ar rancou M ateus de sua "mesa" (mesa que
o distanciava dos ou -
tros, me sa da traição do seu povo e que o tornava colaborador do
impé-
rio
romano, que
o fazia sentir-se inimigo do povo, mesa da exploração,
da
solidão,
da acomodação, da
fixação...
M esa da m orte).
Em casa de Mateus, fundou a me sa da
comunhão,
da partilha, da festa,
mesa da
fraternidade onde todos se sentem iguais.. . M esa da vida. Tra-
ta-se
de u ma me sa provocativa,
questionadora, incômoda..
que requer
mudança de luga r, de men talidade, de atitude ... transformação
interior.
"V irar a mes a", eis a ques t ão
Antes
de iniciar a oração,
crie um ambiente externo
e interno para
a escuta
e
intimidade com
o
Senhor (escolha
o
lugar, m arque
o
temp o, desligue os aparelhos
eletrônicos
silencie).
Dê vida aos "preâmb ulos": oração preparatória
costumeira,
"compo-
sição vendo
o
lugar", a pe t i ção da graça indicada para esta sem ana.
Em seguida, comece a aque cer o
coração com os
seguintes
"pontos
para a oração .
prática de Jesus que m ais causou espanto
e escâ ndalo foi a p rtilh
nas mesas com pobres e
pecad ores. Para Ele, a mesa é
para ser
compar-
tilhada com todos; a partilha do pa° com publicanos e pecadores fazia
parte das
práticas transgressoras
de Jesus.
omendo
e bebendo com to-
dos os
excluídos , Ele estava transgredindo e desafiando as formalidades
do comportamento social e das regras que estabeleciam a desigualdade,
a divisão, a
separação.
Jesus revelava um a grande l iberdade ao t ransitar por di ferentes m e-
sas; mesas escandalosas que
o
faziam
próximo
dos pecadores, pobres
e exclu ídos. Ele não só transitou por mu itas m esas, m as instituiu com o
"marca" para seus seguidores a me sa da E ucarist ia.
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
27/119
Porém
a aventura de
sentar se
à mes
requer
um a troca de senhor .
Para M ateus, a troca de mesa só
foi possível
a partir da troca de senhor:
deixou a mesa da
dependência
ao imperador rom ano
e
abriu espaço
interior para a presença de Jesu s
e
dos ou tros. Ele correu
o
risco de
assumir a m esa da liberdade
e
da
comunhão.
Mateus não
tinha mais m esa fixa (deixou de ficar sentado
e pôs-se em
m ovimento). Tal com o Jesus, foi chamado a transitar por outras mesas
(a mesa dos encontros, da criatividade, do novo, do diferente...).
Co mo seg uidores de Jesus
e
impulsionados por seu Espirito, ndo
temos
mais mesas
fixas;
somos cham ados a sair de nossas mesas para
partici-
par de todas as m esas.
Todo ser humano tende a se esconder
atrás
de uma m esa: distância
dos
outros, modos de viver fechados, ideias arcaicas, conservadorismo,
medio-
cridade...
Perigo da
acomodação,
da rotina, do permanecer sentado. N o
entanto, a mesa da vida aponta em outra
direção: da
gratuidade, da alc-
gria, da
identificação,
da amizade, do
convívio,
do amor
e da comunháo.
Reacender
o chamado
fundante
permitir ser arrancado da mesa do
imobilismo e da
acomodação,
para
peregrinar,
criativamente, por en tre
as desafiantes
e
surpreendentes mesas da vida.
Precisamo s levantar-nos da m esa cotidianam ente.
Há
sempre um lar
que no s espera, um amb iente carente, um serviço urgen te.
Há
pessoas
que agu ardam n ossa presença com passiva
e
servidora, nosso coração
aberto, nossa acolhida
e
cuidado.
A gora, leia o
Evang elho indicado para
o
dia de ho je, por ser
oca-
sido
para um a
oração
contem plativa: com a
imaginaçáo,
entre na
cena, procure olhar as pessoas, escutar
o
que elas dizem,
observar
o
que fazem, participando ativam ente
e
reservando um mom ento
de conversa com Jesus.
D eixe que a entrada na cena desperte
ressonâncias
em seu inte-
rior; procure dar nom es aos
medos que
o paralisam
atrás
da pró-
pria
m esa. Por quais
mes s
você
tem transitado?
Que
mes você
tem proporcionado aos outros?
Term ine a
oração
agradecendo
e
louvando
o Senhor
por esse en-
contro íntimo
com Ele.
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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Leia calmamente
o
Salmo
próprio do d ia.
- ê nom es
e
anote no seu caderno de vida os movimentos do
coração (moções)
que você
experimentou.
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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rimeira Semana
da
uaresma
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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Introdu ão
"Bem-aventurados os que têm fome
e sede de justiça..."
Mt
5,6)
Nesta nossa casa comum, onde nascemos
e
confraternizamos, muitos
vivem aprisionados pelas circunstâncias externas adversas ou pelos pró-
prios condicionamentos negativos internos. Trabalho forçado, moradia
inadequada, comportamento desumano criam submissões doentias em
muitas pessoas Medo
e
insegurança fazem parte da nossa bagagem pela
vida.
Precisamos urgentemente experimentar a Páscoa do Senhor
Entremos pois nesta la Semana da Quaresma com ânimo redobrado
tendo em conta
o
tema da CF/2016: "Casa comum, nossa responsabi-
lidade". Experimentemos a misericórdia de Deus como fonte a correr,
fazendo-se continuamente presente nessa nossa pobre história.
Lembre-se do roteiro para a oração diária:
Escolha a hora e o lugar mais apropriados para a sua oração.
Acolha a presença de D eus,
pois Ele está sempre perto de
você.
Peç a a luz do Espirito Santo,
para que dirija
e
inspire suas ações.
Faça a oração preparatória:
Senho r, que
o m e u S E R e o m e u F A Z E R s e -
jam o rdenados para a construçáo do se u Re ino de amo r. A ssim se ja ".
Peça a graça para todos os dias desta semana:
conhecer Jesus mais
intimamente, para mais amá-lo e
segui-lo
° Domin o da Quaresma
"Jesus era conduzido pelo Espirito através do deserto"
Lc 4,1 -1 3)
Hoje rezarem os sobre as tentações de Jesus.
Sua fidelidade foi posta
prova. Nunca foi fácil ser coerente; a corrupção tentadora nos espreita
continuamente. São tantos os convites errados
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
31/119
M M S
esus foi tentado
Como conciliar isso com sua santidade plena?
O
alvo
do tentado não é a moralidade das ações externas de Jesus,
mas sua atitude interior de obediência 6. vontade de Deus. Jesus foi
conduzido pelo Espirito Santo e, ao mesmo tempo, experimentou a
sedução do mau espirito.
Nossas tentações são sempre estranhas e
contraditórias
Coloque-se, pois, na presença de Deus e
contemple
o caminho percor-
rido por você, até
o
dia de hoje. Luz e
sombras, graça
e pecado nos ha-
bitam numa luta desigual
e constante. Que m é agora seu Se nhor?
Deu s
unifica;
o inimigo da natureza humana mente e
divide.
eça a graça de conhecer
e escolher sempre
o
mais gratuito, como fez
Jesus.
De us é se mpre maior do que nossas próprias divisões.
Reconheça
com gratidão essa presença salvadora em sua história e, confiante, agra-
deça, pois internamente Ele
o
unifica.
Em seguida, me dite ou contemple a passage m de hoje:
Lucas 4,1-13.
"Após o batismo no rio Jordão,
Jesus foi para
o deserto e la fo
tent do
pelo inimigo." A tentação pode surgir em qualquer
lugar...
"Se es o
Filho de De us,
manda que estas pedras se transformem em
pão." Sacie gulosamente os próprios desejos.
Lança te daqui para baixo." Acabar com a própria vida, e m ve z de
começar uma vida nova, é uma forte tentação.
Tudo te darei se, prostrado em terra, me adorares." Quantas pes-
soas maltratadas mendigam amores
Vieram os anjos
e o
serviram." As vezes, na própria vida, surgem
inesperadamente propostas novas, caminhos diferentes melhores
e
mais gratuitos.
Finalize e ste te mpo de oração coin urn colóquio,
como um amigo fala
com outro: "Não me deixes cair na tentação, e
livrai-me do maligno.
Amém ".
Por fim, registre como se sentiu,
o
que Deus lhe propôs e, também, as
dificuldades encontradas no tempo de oração.
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
32/119
e
unda feira
da la emana
"Vinde, benditos do meu Pai "
Mt
25,31-46
Vivemos em um a sociedade excludente que marginaliza os diferentes: os
bons e os ma us. Conheço pessoas magníficas que ajudam sem alarde
os outros. M as também encontro outras, muitas, que vivem focadas so-
mente em si.
Hoje vamos rezar sobre nossa opção fundamental. A autorrealização da
liberdade que escolhe
o
caminho de Deus. Desse modo, damos sentido
‘a nossa existência.
Hoje, é difícil afirmar com segurança quando alguém faz uma opçáo
consciente e livre. Somos tremendamente condicionados pela sociedade
de consumo. A ssim, a opção fundamental, como escolha livre e amadu-
recida, precisa ser entendida com o uma escolha feita no mais íntimo de
si mesmo. Optar por Deus
e escolher o
bem. Dessa "opção fundamental"
derivam todas as outras escolhas.
Autonomia
e alteridade são fundamentais. Rezamos sobre como vive-
mos
e
sobre
o
que fazemos (ou deixamos de fazer ). A
Palavra de hoje nos
convida a sair de nós mesmos com gestos pequenos de ajuda sem cansar
nem duv idar.
Agua,
comida, roupa, visitas... Pequenas coisas acabam
significando m uito para quem precisa.
"Vinde, benditos do meu Pai ". É
Deus que nos chama
("vinde ")
para
viver de um modo diferente
e
proclama publicamente:
Feliz você será se
fizer
o
bem
Aprendam os a ajudar
e não simplesmente dar
Coloque-se pois na presença de Deus e peça a graça de am ar a judar
servir.
Em seguida, medite ou contemple a passagem de hoje: Mateus
25,31-46.
"Tive fome e
me destes de comer... T ive sede
e me destes de beber..."
"Era estrangeiro
e me aco lhestes... Estava nu e
me vestistes..."
"Doente
e
me visitastes... Na prisão
e
viestes me ver..."
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
33/119
7
Eu v os declaro: cada vez que fizestes isso,
foi a mim que o fizestes "
Finalize este tempo de oração com um colóquio
como um amigo fala
com outro, renovando sua opção fundamental por Deus
e
pelos outros.
E, por fim,
registre como se sentiu
o que Deus lhe
propôs e, também, as
dificuldades encontradas no tempo de sua oração.
Ter a feira da
a
Semana
Vós
orais assim...
(Mt
6,7-15
A
oração é uma conversa amigável com D eus.
Conversa franca, aberta,
que declara seus temores, anseios, necessidades, agradecimentos... En-
fim, orar é
entrar em comunhão
com Deus. S. Inácio dizia: "Ore com o se
tudo dependesse de Deus, trabalhe como se tudo dependesse de
você".
Rezar, orar...
É , difícil?...
Rezar a
quem?
Para quê? A
oração é
um
diálo-
go apaixonado entre Deus
e você.
Na
oração, Deus toma sempre a iniciativa
e
nos move por dentro,
para
que nos coloquemos um na frente do outro. Há pessoas que temem se
relacionar pois não querem compromissos.
Orar e amar 6 comprometer-
se. Ninguém sai do mesmo jeito de um encontro de oração.
Não oramos para mudar a vontade de Deus mas para modificar a nossa.
Não construiremos um futuro melhor sem pensar na crise do meio
ambiente
e
no sofrimento dos
excluídos"
(cf. LS 1 3 .
Coloque-se
pois, na
presença de Deus e
peça a graça de amar orando
ou de orar amando.
Em seguida medite a passagem de hoje:
Mateus
6, 7-15.
Vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que
o
peçais..."
Pai nosso... Teu nome
é
santo "
"Venha o
teu Reino
e
seja feita a tua vontade...
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34/119
0 pão
nosso de cada dia dá-nos hoje.
Perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos...
Náo
nos deixes cair em tentação... Livra-nos do mal.
Finalize este tempo de oração corn um colóquio
como um amigo fala
com outro, agradecendo por Deus lhe falar ao coração. Oramos porque
amamos
e
somos amados.
E, por fim, registre corno se sentiu o que Deus lhe propôs e, também, as
dificuldades encontradas no tempo de sua oração.
Quarta feira da la Semana
Nenhum sinal lh
sera dado, a não
ser o sinal de Jonas...
Lc 11,29-32)
No tempo de Jesus, algumas pessoas pediam-lhe sinais para crer.
Você
já percebeu que ninguém acredita no outro se primeiro não
o amar? Fé e
amor andam sempre juntos.
Para entender a resposta de Jesus no Evangelho que hoje vamos meditar,
precisamos nos lembrar de Jonas (Jn 3) e da Rainha de Sabá i Rs 10).
Jonas recebeu uma missão que no início não quis cumprir:
Vai ã. cidade
de Ninive, capital da Assíria,
e
diz que, se não se converterem, Deus
aniquilará a cidade .
povo acreditou em Jonas
E
Nínive
se converteu
e
não foi destruída.
A Rainha de Sabá (Sabá é a cidade onde hoje se localiza o Ye men do
Sul), formosa, rica e
morena, ouviu falar da Sabedoria de Salomão e foi
lá comprovar se era verdade.
Jesus afirmou que aquela geração má queria um sinal para acreditar
nele,
e o
sinal era Jonas. Se Nínive acreditou em Jonas, por que não
acreditar em Jesus, que é maior que Jonas?
Se a Rainha de Saba acreditou em Salomão
por que aquela geração
não acredita em Jesus, que é
maior que Salomão? Aquela geração não
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
35/119
39
creditava nele porqu e não o amava.
Tudo está estreitamente interligado
no mundo. Quem ama acredita
E você?
Acredita em Jesus
e o
am a como discípulo?
Você foi escolhido
para ajudar os outros
e
viver com responsabilidade sua F
é
nessa terra
maravilhosa, criação de Deus.
Coloque-se, pois, na presença do Sen hor
e peça a g raça de an ui-lo, segui-lo
e seivi-lo com o discípulo.
Em seguida, medite a passagem de hoje:
Lucas 11,29 32.
As m ultidóes se reuniram e m grande quantidade ao redor de Je sus.
"Assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também
será o Filho do Homem para esta geração."
"A rainha do Sul veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria
de Salomão. E
aqui está quem é maior que Salomão."
Finalize este tempo de o ração com um colóquio,
como um discípulo fala
com seu mestre, afeiçoando-se com amor à sua pessoa
e vivendo gene-
rosamente a sua proposta.
E por fim
registre com o se sentiu,
o
que Deus lhe propôs e, também, as
dificuldades encontradas no tempo de sua oração.
Quinta feira da
Semana
"Pedi
e
vos sera dado "
(Mt 7,7-12
Quaresma é urn tempo de conversão.
Você já percebeu que alguém só
acredita em uma pessoa se a ama? E, quando não ama, provavelmente
tem muito mais dificuldade em acreditar.
Crem os se amamos
A Quaresma nos coloca nas pegadas de Jesus,
e
desse modo tomamos
consciência da imensidão do seu amor por nós.
Enquanto caminhamos para
o ápice
do ano littirgico, a PÁSCOA DO
SENHOR JESUS, revisamos a própria vida, pois percebemos que nossa
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
36/119
insensatez depende muitas vezes do
egoísmo institucionalizado e
do
desrespeito pelo mundo criado.
Pedi, buscai, batei Esses
impe rativos são
um desafio. As "ordens"
assustam, pois nos acostumamos a viver sem muita responsabilidade.
Confiamos pouco em Deus e menos ainda em sua palavra. Nossos
olhos não estão fitos em D eus como d everiam,
e o
coração fica fechado
para a solidariedade.Por isso, quando chega a crise, o mistério da dor
e
somos confrontados com nossa realidade, desmoronamos. A soli-
dão e o descontentamento
pervadem nossa existência
e encobrem de
pessimismo
o
próprio
horizonte.
l A
terra, nossa casa comum, parece
transformar-se cada vez mais em um imenso depósito de lixo" (LS
21). Podemos reduzir
o
número
das necessidades
desnecessárias que
nos entorpecem.
A espiritualidade cristã propõe uma forma alternativa de entender a
qualidade de vida sem estar obcecado pelo
consumo.
Nossa obsessão
a solidariedade
Não
adianta caminhar se estamos no sentido en-ado...
Coloque-se, pois, na presença do S enhor Deus como Pat amoroso e peça-
lhe
a graça de
amá-lo como filho e
de servi-lo como discípulo.
Em seguida, medite a passagem de hoje: Mateus 7,7-12.
Pedi, e
se vos dará.
Buscai
e
achareis. Batei, e vos
será
aberto.
Q uem de
vós dará
uma pedra ao filho que pede um
pão?
Se vós,
pois, que sois maus, sabeis dar boas coisas aos vossos
f i -
lhos,
quanto mais vosso Pai, que
está nos céus, dará boas coisas
aos que lhe pedirem "
Finalize este tempo de oração com um co lóquio,
como filho que acredita
no Pai, porque
o ama e vive confiante a própria
vida ajudando quem
precisar.
E, por fim,
registre como se sentiu, o
que Deus lhe
propôs e,
também,
as
dificuldades encontradas no tempo de sua
oração.
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
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Sexta feira da
V Semana
Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão...
(Mt 5,20 26)
Hoje vamo s rezar sobre o perdão.
Nunca foi fácil perdoar
e
ser perdoado.
Deus jamais se cansa de nos perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir
perdão (Papa Francisco).
A reconciliação não
é
algo somente entre nós
e
Deus, mas também entre
nós
e
os outros.
O perdão
que recebemos de Deus deve ser concretizado
com nossos semelhantes.
Você
sabe perdoar?
O perdão
faz muita diferença na vida de quem
o
experimenta.
Quem
perdoa experimenta a presença de Deus
e é perdoado.
O
Evangelho é B oa-Nova,
e o perdão
faz parte dela. Há palavras
e ges-
tos
que matam
e outros que trazem vida e alegria.
Procure se lembrar das vezes em que você foi verdadeiramente perdoa-
do por Deus
e pelos outros e, depois, das pessoas a quem você ainda
deve pedir perdão.
O
projeto de Deus é que sejamos filhos
e irmãos
deixando de lado a
mentira e toda divisão.
O
Papa Francisco nos lembra em sua bela encíclica
Laud ato Si :
"E, ne-
cessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma
responsabilidade para com os outros
e o
mundo,
e
que vale a pena ser
bons
e honestos
(LS 229).
Coloque-se , pois , na presença d o Senhor D eus,
ai
amo roso, e peça-lhe a
graça de perdoar
e ser perdoado.
Em seguida, med i te com fé e amor a passagem de ho je:
Mateus 5,20 26.
Se a tua justiça não for maior que a dos escribas
e fariseus, não
entrarás no Reino dos Céus.
ão matarás ' Eu, porém, digo: Não te encolerizes com teu irmão" .
"R econcilia-te com teu irmão e com teu adversário para ser perdoado".
4
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Finalize este tempo de oraçã o corn um co lóquio,
perdoando para ser per-
doado,
amando para ser amado.
Por fim,
registre como se sen tiu,
o que Deus lhe
propôs
e ,
também,
a s
dificuldades encontradas no tempo de sua
oração.
ábado
d l emana
Repetição inaciana
repetição não
pretende exercitar só
a
m e m ó r ia
de fatos passados, mas
aprofundar
e saborear as ressonâncias
mais s ignif ica t ivas
exper imen-
tadas nas orações desta semana.
Procure, pois, encontrar nos temas rezados aquele que foi mais
expres-
sivo e
teve a ver mais com sua vida
e
história.
repetição inaciana
ajuda a entrar em
maior
intimidade com
o
Senhor.
Lembre-se:
Não é
o
muito saber que sacia
e
satisfaz o interior, mas o
SENTIR
e SABO REAR as co i sas
internam ente .. . (EE 2).
Com o fazer a repetição?
Coloque-se na presença de Deus
e peça a graça
de que mais precisa neste momenta. Recorde ou releia suas
anotações
desta semana e
escolha para orar a mais marcante, detendo-se nos pon-
tos em que teve maior
consolação
ou
desolação
ou maior sentimento
espiritual
N o f ina l , f aça o
colóquio de agradecimento
e
a avaliaçáo
da sua oração,
preparando-se para começar com
ânimo
redobrado a semana que ama-
nhã
se inicia
Encontremo-nos, pois, face a face com a
beleza infinita de Deus cf.
1C or 13,12).
Tudo
e
todos caminhamos para o Cristo Total
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egunda emana
da
uaresma
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44 ntrodu ão
"Buscai, em primeiro lugar,
o Reino de Deus e
sua justiça"
Mt 6,33
O
convite desta segunda semana é para ter presente a íntima união
com Cristo, Filho de Deus,
o Dom por excelência do Pai, dado a nós.
Ele que anunciou o Reino e
nos interpela a que o desejemos. Buscá-lo
já ter sido encontrado pelo Senhor, pois antes mesmo que o vislum
bremos
o Senhor já se nos manifestou nele. O
Reino foi tudo para o
Jesus Missionário
e o
é
para
o
discípulo
que deseja fazer caminho com
Ele. Dispor-se para caminhar com Ele é, ao mesmo tempo, desafiador
e
repleto de encanto, pois com Ele não se está sozinho, por mais estra-
nho e árduo que seja o caminho.
Caminhar com Jesus nesta Quaresma é deparar com a confis-
são de Pedro: "Tu és o Cristo...." e de igual modo ouvir dele: "Tu és
Pedro..." (Mt 16,16.18). Pois é no caminho que o conhecemos e somos
conhecidos como Ele nos conhece. E, conhecendo-nos, confia-nos uma
missão. Isto ndo é pouca coisa Saber
e
sentir como somos conhecidos
por Deus faz toda a diferença. Afinal, quando o conhecemos
e o
sen
timos sempre ao nosso lado, caminhamos em segurança, motivados
ainda a nos comprometer mais com sua pessoa e sua causa. É fazer a
passagem existencial do ser pessoa para
o ser verdadeiramente discí-
pulo, cuja vida está fundada na comunhão com seu Senhor.
Este tempo favorável que vivemos convida-nos a olhar para a vida do
Filho e
deixar-nos configurar com Ele. Nesta semana, buscar
e encon-
trar
o
Reino é acolhê-lo em suas mais diversas manifestações, é estar no
caminho certo.
O
passo seguinte é ter
o co ração
em sintonia para fazer
na vida
o que for de sua santa vontade.
Nesta caminhada quaresmal,
o
que poderá diferir de tantas outras já vivi
das
a comunhão íntima. Um convite que subjaz ao tempo quaresmal é a
conversão. Trata-se sobretudo de voltar o coraçâo
a Deus
e
a seu reino .
Para melhor obter
o
que se deseja, convém ter presente a graça no de-
correr de cada dia desta semana, e não somente durante a oração, pro-
curando por diversas vezes recordar
e manifestar seu desejo ao Pai.
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4
raça:
Peça
a Deus a graça
de uma maior intimidade com
o
Filho:
"Que haja em mim um desejo profundo de buscar em tudo
servi-lo no
Filho, com
o
Filho
e
pelo Filho. /
Que meus olhos estejam fitos no
Fi-
lho. /
Que meu
coração
possa bater em sintonia com
o
do
Filho. /
Que
minhas
m ã o s
estejam prontas para agir como as do Filho.
/
Qu e e u
te-
nha
a mesma coragem do Filho, de caminhar
determinadamente
com
Ele rumo à sua
Páscoa
disposto a viver sua vida de ressuscitado "
° Domin o
da Quaresma
Enquanto orava, seu rosto mudou de aspecto...
(Lc 9,28-36; Gn 15,5-12.17-18, SI 26(27); Fl 3,17-4,1)
Adentre esta segunda semana tendo a clareza de que sua vida
está
per-
meada de valores
e o pções
mas Cristo lhe alerta que seu Reino, sua
Justiça
deve ter a primazia.
Seguindo as orientações
introdutórias
destes
Exercício s Quares-
mais
busque se preparar remotamente para fazer sua
oração pre-
dispondo-se
a colher os frutos
que
Deus com sua
graça lhe
quiser
oferecer. Nesta
preparação
remota
você
pode tomar o e va nge l ho
uma das duas leituras ou
o salmo da liturgia. Pode ainda fazer uma
leitura geral de todos os textos
no momento da oração
f ixar-se em
um fio condutor. Por exemplo:
Na
transfiguração diante de seus
discípulos
Jesus antecipa o
que
será em sua
glória e
nos mo stra que
este
também é
no sso f im. A cam inhada q uaresmal
é
oc sião p r
irmos já nos transfigurando
Nele.
No momento da
o r a ç ã o
sem se deter ou
dispersar
procure ter
presente a reta
intenção de encontrar com
o Senhor que lhe ama
deseja fazer parte de sua vida.
C o l o q u e - se e m
oração
pacificando-se acolhendo os sons que es tão
sua volta, atento ao barulho que
está
cada vez mais perto
e até
mesmo dentro de
você.
Pacif icado peça a graça que dese ja nes ta segunda sem ana procuran-
do saborear
o
sentido de cada palavra observando o
que se propõe.
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Escolhendo
um dos textos faça uma primeira leitura sem se de-
ter em nenhum ponto. Leia novamente parando onde encontra
maior sentido. Enquanto medita busque
não
perder de vista que
está acompanhando Jesus passo a passo na subida do Tabor.
Tenha presente que esse relato de Lucas coloca você em sintonia com
Jesus que transmite aos discípulos seus últimos ensinamentos antes de
começar sua caminhada rumo a Jerusalem Uma vez mais
o evangelista
apresenta Jesus em um contexto de oração deixando entrever que estar
em íntima união com
o
Pai é uma atitude imprescindível para quem
deseja subir com
o Senhor a Jerusalém.
homem
e
a mulher de Deus quando rezam têm
o
rosto translúcido
por refletir a imagem do Criador. Trata-se do que há de mais original
seu ser como imagem de Deus.
Uma vez mais a Igreja nos propõe a Quaresma como tempo de con-
versão do nosso coração. Nesta caminhada rumo à Páscoa podemos
ter bem presentes os mistérios da vida de Cristo nesta sua caminhada
rumo a Jerusalém
e
deixar-nos tocar por esse mistério. Essa caminha-
da propõe justamente isto: olhar para a vida de Jesus
e
deixar-se pela
graça moldar por sua vida.
Encontrar com o
divino é comprometedor mas também transformador.
Nosso horizonte é ser transfigurado com Cristo. Para tanto um longo
caminho há que ser feito. Tenhamos presentes que não estamos sozi-
nhos. Na liturgia deste segundo domingo somos convidados a ter pre-
sente
o
seguinte percurso que muito nos ajudará Vamos nos deter nas
personagens que são
para nós como manifestações de Deus que deseja
nos transfigurar em seu Filho:
Abraão
Em Abrado Ele se manifesta como
o
Deus da Promes-
sa
da Aliança que passa entre os seus dando sinais como pro-
va de sua fidelidade náo deixando que seus filhos pereçam.
Olho para o que Deus fez por
e
em Abraão e
olho também
para minha vida.
Como tenho sentido a fidelidade de Deus em
minha vida
Paulo: O Apóstolo
chama a atençáo da comunidade de Filipos
que está se deixando contaminar por falsas doutrinas. Alguns
membros se apegam às práticas corporais
e não consideram
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7
ue este
é
apenas um meio para a manifestação de Deus
e
que,
no him, Cristo os ressuscitará em um corpo glorioso como
o
seu.
Como tenho reconhecido as manifestações de Deus em mi
nha vida?
Jesus:
No Filho amado, Deus se manifesta como
o Glorificado
Destino final de todos os que se tornam seus discípulos.
Com o te
nho acolhido
o
convite do Pai a e scutar sua voz?
Essa tríplice manifestação do Pai é
sinal
e ao
mesmo tempo convite a
que vivamos desde já como glorificados com Seu Filho.
Colóquio:
Movido pelo pão da Palavra, alimento para
o
dia de hoje, eu
dialogo com o
Pai, agradecendo por Se manifestar em minha história
e
por passar por ela deixando sinais de vida para que seja mais plena.
Finalizo com um pai-nosso
ei unda feira
da 2 Semana
Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso
(Lc
6,36-38; Dn 9,4-10; SI 79
Antes de tudo, procure ter presente que este imperativo de Jesus é
o
lema do santo da misericórdia; uma proposta irrecusável ao discípulo
que deseja se configurar com Cristo.
Coloque se
na presença de Deus
e, recordando os passos da oração, bus-
que o
modo de rezar que mais inspira você nesta oração.
Peça a
graça da semana.
A temática deste dia convida-nos à comunhão com a Igreja, que neste
ano é chamada a se redescobrir como misericordiosa, conforme insiste
o
Papa Francisco na bula O
rosto da Misericórdia.
Jesus Cristo é o
rosto da misericórdia do Pai , assim de staca o do cum ento .
Ao deparar com esse imperativo de Jesus, fica claro que ele interpela
o
discípulo
a se espelhar sobretudo no Pai, pois misericordioso é o
modo
que Ele escolheu para se mostrar à humanidade.
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maneira de
chegar à
misericórdia é
a vida
Jesus e
se
chega fazendo
caminho com Ele e aprendendo
Dele.
interessante notar que, em alguns momentos na caminhada
de
Jesus
seus ensinamentos são transmitidos
de
modo claro e sem ro-
deios. Quando
se
trata da misericórdia, por exemplo, Ele náo
per-
gunta, não pede que
se
pondere este jeito
de
ser
do Pai, mas
simples-
mente fala
de
maneira incisiva, imperativa: "Sede ". Não dá outra
possibilidade ao ouvinte.
Este
é o tipo
de convite que não
se
posterga.
Ser misericordioso
um
modo muito singelo e ao mesmo
tempo
com-
prometedor que revela o rosto
do
Pai. Portanto,
se
queres pertencer
família
de D eus
é preciso parecer-se com Ele Ser como Ele
Concomitante
a
esse imperativo, aos da família
de D eus
subjaz outro:
"Sejamos irmdos "
Neste caso,
Jesus nos
interpela
a
que entre nós, os
filhos, não haja mágoas, ressentimentos, destrato, mas que, olhando
o modo como o Pai trata
a
cada um
façamos a
mesma coisa. Somos
feitos do
mesmo "barro", sujeitos s
mesmas vicissitudes
aos mes-
mos tropeços. Daí
é
preciso olhar uns para os outros com
um
olhar
misericordioso, colocando-nos cada
um no lugar
do
outro. Isso fará
de
nós irmãos e nunca juízes capazes
de
liquidar-nos mutuamente.
D a
vivência misericordiosa segundo o coração
do
Pai, depende o cul-
tivo
de
uma vida íntima,
de
comunhão com Ele. Seria muito mais
fácil
se
na caminhada cristã pudéssemos seguir
Jesus A nossa
ma-
neira Certamente, muitos
de
nós não poucas vezes deparamos com
essa tentação: viver
um
cristianismo ao nosso modo. Não há dúvida
de
que
se trata
de
uma tentação, pois o verdadeiro seguimento não
nossa maneira, mas ao modo
de D eus.
Por isso, "ser misericordioso
como o Pai" traz
um
desafio, mas também uma graça, pois só ao seu
modo poderemos ser verdadeiramente discípulos
de Jesus, que não
fez a
própria vontade,
senão
"cumpriu fielmente
a
vontade
do
Pai .
Proponho hoje o seguinte exercício:
Eleja em sua vida uma situação concreta em que você foi chamado
a
agir com misericórdia. Tenha isso presente na oração e
no decor-
rer
de
seu dia.
Procure
perceber as consequências
de sua atitude.
Se
foi misericordioso, quanto lhe fez
bem ajudar o outro; se deixou
de
sê-lo, como isso deve ser pesado
à consciência.
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9
enha presente em sua oração que a misericórdia C
sobretudo
ação
concreta, é vida, é atitude não só sentimento. Ela supoe olhar,
parar mover-se diante do outro que depende de sua atitude. No
Evangelho de hoje a atitude de Jesus foi clara
imediata. Atitude
semelhante ele espera de seus discípulos.
Olhando ao seu redor, considere que ser misericordioso como
o
Pai é também uma atitude que contagia. Na história da humanida-
de houve muitas pessoas que viveram como
ícones
da misericór-
dia. Vale a pena lembrar alguns exemplos, próximos ou distantes
de nós: Vicente de Paulo, Madre Teresa de Calcutá, Irma Dulce
na Bahia, Zilda Arns, D. Luciano de Almeida, D. Helder Camara
e
tantos outros. Olhe ao seu redor e
veja que há alguns por at Pon-
dere esses exemplos e
peça a Deus para ser como eles.
Colóquio Encerre sua
oração conversando com
o Filho, pedindo que
lhe alcance do Pai a graça de ser como Ele, Misericordioso Faça isso
rezando Alma de Cristo:
Alma de Cristo santificai-me.Corpo de Cristo salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Agua
do lado de Cristo lavai-me.
Paixão de Cristo confortai-me.
O
bom Jesus ouvi-me.
Dentro de vossas chagas escondei-me.
Mao permitais que me separe de vós.
Do espírito maligno defendei-me.
Na hora da morte, chamai-me
mandai-me ir para vós,
para que com os vossos Santos vos louve
por todos os séculos dos séculos. Amém.
note
o
que lhe ocorreu de mais forte na oração de hoje.
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50 Ter a feira da
emana
Eles falam, mas
não fazem
Mt
23,1-12;
s
1,16-20;
S
50
Preparo minha
oração,
meu
coração para
o
encontro com
o Senhor
Estando já pacificado, recordo a
graça
da sema na que venho pedindo.
Tomo o
texto do Evangelho de Mateus
e faço a leitura, uma, duas
ou mais vezes E
importante que eu tenha presente seu
conteúdo.
Considerarei alguns aspectos
que
me interpelam neste texto:
I.
A vida em Cristo: Interpela-nos a uma coerência de vida tal, que a
palavra feita seja o prolonga mento da palavra falada . Eis um exer-
cício para esta Quaresma: uma atenção amorosa
cuidadosa em re-
lação as nossas palavras
e açõ es. A missão de Jesus foi ma rcada por
palavras
e açõ es. Não h avia divergência entre uma
e outra, mas pro-
funda coerência. D aí a crítica do Senhor aos doutores da lei
e fariseus,
gente sábia, mas vazia . Este não é
o cam inho do discipulado.
Vontade
determinada: Que nossas açõ es diga m por si só. É comum
depara rmos com situaçõ es em que desejam os mudar a lgo, estar ma is
voltados a D eus e
aos outros, lutar contra este ou aquele vício, pe-
caclo, defeito... Mas é igualmente verdade que
não
vemos resultados,
principalmente porque nos falta empenho coragem disposição.
Chega mos a formular propósitos, promessas bonitas
e bem funda-
mentadas, mas sem empenho.
O
evangelho proposto para a ora ção
deste dia a presenta Jesus comba tendo os que têm bons discursos,
mas desprovidos de práticas. Sem uma vontade determinada
e exer-
cícios assíduos, não ha verá mudanç as.
Elegendo com D eus: Longe de olhar para
o que está fora de nós, vol-
temo-nos sobretudo para nós mesmos e, m ovidos pelo discernimento
que brota da oração, elejamos
o que Deus nos inspira a fa zer
e a viver
para que sejam os transforma dos por sua a ção, mais que pela força
de nossas promessas.
Coerência,
palavra de ordem: Lanço um olhar sobre minha vida
buscando verificar quanto há de coerência entre
o
que tenho falado e
o
que tenho feito; onde estão as m aiores dicotomias...
8/18/2019 Retiro Quaresmal 2016
47/119
M N
inalmente, consciente de que ser coerente é também papel da graça,
term ino rezando e saboreando
a oração do beato Cardeal New m an na
qual ele pede a Jesus que a tue através dele:
“Querido Jesus,
A judai-me a espalhar V ossa fragrância aonde quer que eu vá.
Inundai minha alma com V osso Espirito
e com V ossa vida.
Penetrai e possui todo o
meu ser, tão com pletamente que toda a m inha
alma seja uma
irradiação de Vó s.
Brilhai através do m eu ser
e
mostrai-Vos de tal forma em mim, que cada
alma que eu encontre possa sentir Vossa presença.
Q ue elas ergam
o
olhar
e não me vejam , mas apenas a Vó s, Senh or.
Ficai comigo para que eu com ece a brilhar como V ós
e brilhe de tal
forma q ue seja a luz dos outros.
A luz,
ó
Senhor , virá toda de V ós, nenhum a sera m inha, sereis V ós a
brilhar diante dos outros através de mim .
Perm iti , pois, que Vo s louve da forma que V ós m ais amais, brilhando
sobre aqueles que V os rodeiam.
Deixai que V os pregue sem pregar, não por palavras m as pelo meu
exem plo, pela força do entendimen to, pela influência simp ática da-
qui lo que faço, como prova do am or que
o
m eu coração sente por
Vó s. Amém "
A gradeço ao S enhor e, recolhend o os frutos desta oração,
noto
em
m eu caderno de vida aquilo que ndo pode ser esquecido
Colóquio: A o considerar ern sua oração
o impacto que essas palavras for-
tes de Jesus causam em sua vida, peça perdão ao Senhor por nem sem pre
ter vivido a coerência que elas requerem . Peça ainda