+ All Categories
Home > Documents > Revista do Cancer

Revista do Cancer

Date post: 25-Mar-2016
Category:
Upload: revista-do-cancer
View: 217 times
Download: 2 times
Share this document with a friend
Description:
Panorama da oncologia brasilrira
Popular Tags:
20
Transcript
Page 1: Revista do Cancer

Revista do Câncer 1

Page 2: Revista do Cancer

2 - Revista do Câncer2 - Revista do Câncer

Page 3: Revista do Cancer

Revista do Câncer 3

revista do

Panorama da Oncologia NacionalVolume VIII - Edição 21 - 2012

Câncer

Suplemento Especial Oncologia Einstein Dentro das comemorações dos 40 anos

de fundação do Hospital Albert Einstein a Re-vista do Câncer tambem presta uma pequena homenagem a essa grande instituição.

Para tanto destacaremos o grandioso tra-balho realizado pelo Instituto de Oncologia e Hematologia Einstein, sua plataforma de atendimento e entrevistas com os médi-cos responsáveis pelo programa Einstein de Oncologia, entre eles o Dr. Nelson Ha-merschlak, coordenador do programa.

Como disse o Dr Lottenberg, presi-dente do Einstein “40 anos é apenas o começo”, é o que desejamos realmente, mais 40 anos pautados em uma trajetoria de excelência nos campos de saúde, pes-quisas, ensino e assistência social.

Boa leitura !

Os editores.

“40 anos é apenas o começo”

Diretor e EditorDiretor e EditorDr. José Márcio da Silva AraújoDr. José Márcio da Silva Araú[email protected]@bol.com.br

PublicidadePublicidadeGilberto CozzuolGilberto Cozzuol

[email protected] [email protected]

Administração e CirculaçãoAdministração e CirculaçãoYvete TogniYvete [email protected]@hotmail.com

Produção e PublicaçãoProdução e PublicaçãoLucida Artes Gráfi cas Lucida Artes Gráfi cas [email protected]@bol.com.br

Fotografi aFotografi a Divulgação HAEDivulgação HAE

CorrespôndenciaCorrespôndenciaRua Carneiro da Cunha, 209 - SaúdeRua Carneiro da Cunha, 209 - Saúde04144-000 São Paulo - SP04144-000 São Paulo - SP

ContatoContatoFone - 11- 2339-4710Fone - 11- 2339-4710Fax - 11 - 2339-4711Fax - 11 - 2339-4711

AgradecimentosAgradecimentosAssessoria de Imprensa do HAEAssessoria de Imprensa do HAE

As opiniões expressas ou artigos As opiniões expressas ou artigos assinados são de responsabilidade assinados são de responsabilidade

dos autoresdos autores

Conselho Editorial Conselho Editorial

• • Dra. Lair Barbosa de Castro RibeiroDra. Lair Barbosa de Castro Ribeiro• • Dr. Adonis Reis L. de CarvalhoDr. Adonis Reis L. de Carvalho• • Dr. João Carlos G. Sampaio GóesDr. João Carlos G. Sampaio Góes• • Dra. Clarissa Cerqueira MathiasDra. Clarissa Cerqueira Mathias• • Dra. Gildete LessaDra. Gildete Lessa• • Dra. Maria Lúcia M. BatistDra. Maria Lúcia M. Batistaa

Expediente Editorial

Sumário

OncoNews............................................................04

Especial 40 anos Einstein.................................06

Instituto de Oncologia........................................08

Entrevista - Dr. Artur Malzyner.........................09

Entrevista - Dr. Nelson Hamerschlak...............12

Entrevista - Dr. Antonio Luiz Vasconcellos Macedo ...............................................................14

Entrevista - Dr. Oren Smaletz ...........................18

3 - Revista do Câncer

Page 4: Revista do Cancer

4 - Revista do Câncer

O laboratório farmacêutico Glaxo-SmithKline (GSK) e o Instituto Nacional do Câncer (INCA) fecharam, recentemente, parceria para a realização de cursos, pes-quisas e, potencialmente, para o desen-volvimento de novos tratamentos e medi-camentos na área de Oncologia. A ideia é que, futuramente, o instituto possa não só fazer mais pesquisas clínicas em parceria com a GSK, como também desenvolver no-vas moléculas em colaboração, tornando-se uma referência em pesquisa e desen-volvimento tecnológico, contribuindo para a formação de profissionais brasileiros dentro do próprio país. O acordo prevê que médicos e pesquisadores do INCA e da GSK compartilhem conhecimentos na área de Oncologia. Em outros países, como Peru e Cingapura, a GSK já desenvolve projetos semelhantes.

GlaxoSmithKline e INCA firmam acordo

O STB - Student Travel Bureau, empre-sa nacional no segmento de intercâmbio, turismo jovem e educação internacional, traz para o seu portfólio o programa pre-paratório da Kaplan Medical. O curso é ideal para estudantes do último ano de Medicina ou profissionais recém-formados que desejam iniciar residência médica em hospitais dos Estados Unidos.

Segundo a gerente de Cursos no Exte-rior do STB, Marcia Mattos, o programa prepara o aluno para o USMLE, The United

Curso preparatório para prova de residência

médica nos EUA

A Agfa HealthCare, fornecedora de soluções de TI para a área da saúde, reforça sua pre-sença no Espírito Santo, após equipar a Clínica MAIS Medicina Diagnóstica. Foram investidos US$ 180 mil na aquisição de equipamentos de radiologia e diagnóstico por imagem, aliando modernidade, conforto e conveniência para os pacientes. Inaugurada em dezembro de 2011, a MAIS Medicina Diagnóstica conta com o DM-X da Agfa HealthCare, um digitalizador de última geração em radiologia computadoriza-da (CR). Trata-se da única solução de CR para mamografia digital, comercializado na Europa e Estados Unidos, que conta com as duas cer-tificações internacionais mais importantes, a Food & Drug Administration (FDA) e certificado EUREF.

Segundo o sócio diretor da Clínica, Ricardo Mello, a meta agora é ampliar a carteira de convênios para atender a uma parcela maior de pacientes. “Pretendemos também aumen-tar a nossa divulgação junto aos médicos da região para demonstrar os exames que realiza-mos, alguns deles exclusivos, e apresentar os nossos diferenciais, localizado no melhor ponto comercial de Vitória”, afirma

States Medical Licensing Examination® (USMLE®). A Kaplan é a escola com o maior índice de aprovação em testes pre-paratórios para estudantes de Medicina. "Para se ter uma ideia, de cada quatro médicos licenciados para fazer a residên-cia em território norte-americano, três são preparados pela Kaplan Medical. Além dis-so, o salário mensal do médico-residente é de US$ 4 mil", destaca Mattos. Mais informações: www.stb.com.br.

Agfa HealthCare equipa Clínica Mais

Onco News

Page 5: Revista do Cancer

Revista do Câncer 5

Com foco em melhorar a qualidade da prestação de serviços para os pacientes, ter uma in-fraestrutura para o crescimento e inovar, o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, está realizando modificações na sua área de TI.

De acordo com o diretor de TI da instituição, Ricardo Santoro, o hospital está com dois proje-tos de implantação de um novo data center. "A modificação é para que o setor de TI tenha mais segurança e capacidade de expansão. Implantamos soluções de virtualização de servidores e racionalização de recursos em busca de conceitos mais modernos de otimização".

O Albert Einstein também está instalando uma estrutura de Wi-fi, com o objetivo de suportar a implantação de novos projetos de RFID e dispositivos móveis. "Vamos estender o RFID para trans-porte de equipamentos. Estamos estudando também a possibilidade de utilizarmos o recurso para a localização de pacientes, médicos e equipamentos".

Para este ano, o hospital está focado em trazer para sua rotina soluções de dispositivos móveis. "Nós vamos ter duas visões dentro de mobilidade. Uma focada em serviços para a parte médica e outra direcionada para pacientes. Dentro desses dois projetos, teremos outras ferra-mentas atreladas".

Outra iniciativa que está sendo colocada em prática é a reavaliação de Business Intelligence em que o hospital pretende construir um novo dataware base. Santoro diz que a ferramenta tem o intuito de possibilitar que os usuários façam as suas pesquisas e criem relatórios. "Essa ação terá início entre maio e junho deste ano e vai durar em média dois anos", finaliza.

Albert Einstein renova infraestrutura de TI

A Fanem, fabricante brasileira de equi-pamentos médicos de neonatologia, já produz as primeiras unidades de seus eq-uipamentos na recém-inaugurada fábrica situada na cidade de Bangalore, considera-da a capital tecnológica da Índia. Da linha de produção já estão saindo os primeiros equipamentos da família de fototerapia Bilitron e das oxigenoterapias Babypap e Babypuff.

Segundo o diretor industrial, Djalma Luiz Rodrigues, esta unidade começa a operar fabricando inicialmente duas linhas de produtos, para facilitar a assimilação dos processos pelos colaboradores indianos recém-contratados. Gradativamente, ou-tros produtos, que já vem sendo exporta-dos para a Índia, como as incubadoras e os berços, também serão fabricados em Ban-galore para suprir a demanda na região.

“Estamos otimistas com a receptividade pelos nossos produtos na Índia, onde esta-mos conquistando muitos clientes, em um mercado onde já existiam players interna-cionais de peso em concorrências de hospi-tais importantes”, afirma.

Nos últimos 12 meses, a Fanem en-tregou quase 500 equipamentos para hos-pitais de cidades indianas como Calcutá, Bangalore, Davanagere, Mumbai, Chandi-garh e Chennai. A empresa brasileira ven-ceu ainda, uma importante concorrência no país, equipando 100% da ala neonatal do novo hospital Bapuji Child Health In-stitute, com um lote completo de equipa-mentos, incluindo 36 Unidades de Cuidado Intensivo Ampla, além do Bilitron, Bilitron Bed, berços e incubadoras estacionárias e de transporte.

Fanem começa a fabricar na Índia

5 - Revista do Câncer

Page 6: Revista do Cancer

6 - Revista do Câncer

40 anos do Hospital Israelita Albert Einstein

O Hospital Israelita Albert Einstein comemorou seus 40 anos, com direito a uma viagem pela história da sociedade, conduzida por Dan Stulbach e Eva Wilma.

Claudio Lottenberg, Ida Sztamfater, Floriano Pesaro, Lu Alkimin, Henry Sobel, Geraldo Alkimin

Primeiro hospital fora dos Estados Uni-dos a obter a acreditação internacional da Joint Commission International (JCI) em 1999, o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) tem motivos de sobra para comemorar seus 40 anos de existência: são inúmeras as conquistas nas áreas de qualidade e sustentabilidade, os êxitos nos programas e procedimentos de alta complexidade, as aquisições no setor de tecno-logia em saúde e várias as pesquisas e estudos realizados no Instituto de Ensino e Pesquisa Al-bert Einstein.

O resultado da fi losofi a de trabalho do Einstein é expresso em números. São sete cer-tifi cações, além do selo de ouro da JCI: a cer-tifi cação JCI na modalidade doença específi ca para o Centro de Atendimento ao Paciente com Acidente Vascular Cerebral, a acreditação do

College of American Pathologists para a Pato-logia Clínica e Hemoterapia, do American Col-lege of Radiology para os serviços de Imagem (mamografi a e ultrassonografi a), da Associa-ção Americana de Bancos de Sangue para a Hemoterapia, além das certifi cações ISO 9001 (qualidade), ISO 14001 (meio ambiente) e Leed (edifi cação sustentável/Green Building) para o pavilhão Vicky e Joseph Safra, inaugurado em 2009.

É uma instituição jovem na cronologia temporal, mas extremamente madura em seu histórico de conquistas e realizações. Mais que um centro de atendimento de excelência em Medicina, é um pólo disseminador de modelos e práticas que contribuem para o desenvolvi-mento da Saúde, nacional e internacional.

Hospital Albert Einstein

Page 7: Revista do Cancer

Revista do Câncer 7

No ano em que comemora seu 40º aniversário, o Hospital foi eleito, pela terceira vez consecu-tiva, a melhor instituição médica da América Latina pela AmericaEconomia Intelligence, en-tidade que anualmente avalia hospitais e clíni-cas dos países de acordo com critérios como segurança hospitalar, capital humano, gestão do conhecimento, dignidade do paciente e ín-dice geral de qualidade.Apesar da idade, o presidente da Sociedade Benefi cente Israelita Albert Einstein, man-tenedora do Hospital, afi rma que a instituição de saúde é ainda jovem ao considerar que na área da saúde os desafi os se renovam em um ritmo avançado. “Tudo está mais complexo e desafi ador. Por isso, na nossa jornada em prol da saúde, 40 anos é apenas o começo”, diz Cláudio Luiz Lottenberg recordando a história do HIAE, desde sua inauguração, em 1971. Ele assiná-la que naquela época o Brasil tinha 90 milhões de habitantes e não os 190 milhões de hoje. “No mesmo período, a população de São Paulo triplicou, passando de 3,7 milhões para mais de 11 milhões”, completa.O Hospital Israelita Albert Einstein comemorou seus 40 anos, com direito a uma viagem pela história da sociedade, conduzida pelo ator da rede Globo Dan Stulbach e um depoimento emocionante da atriz Eva Wilma.O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o gov-ernador do Estado, Geraldo Alckmin, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e a senadora Marta Suplicy são algumas das autoridades que marcaram presença durante a cerimônia. Estiveram presentes também Aécio Neves da Cunha, Boris Ber, Ezra Moises Safra, João Car-los Saad, Ricardo Teixeira, Ronaldo Cezar Coel-ho, Claudio Sonder, médicos e membros da co-munidade judaica.Cerca de 600 pessoas prestigiaram o evento. No fi nal, os convidados ganharam um livro que conta a história das quatro décadas da institu-ição.

“40 anos é apenas o começo”

Especial - Instituto de Oncologia e Hematologia

7 - Revista do Câncer

Page 8: Revista do Cancer

8 - Revista do Câncer

Hospital Albert Einstein

Instituto de OncologiaHematologia

O Instituto de Oncologia e Hematologia Einstein conta com uma completa plata-forma de prevenção e combate aos diversos tipos de câncer, disponibilizando inúmeros recursos tecnológicos e serviços especializados com a excelência da medicina prática há mais de 40 anos por um dos melhores hospitais da América Latina.

O Instituto de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein

é constituído de quatro unidades:

• Internação• Transplante de Medula Óssea (TMO)• Quimioterapia Ambulatorial• Radioterapia

A Unidade de Internação do Instituto de Oncologia e Hematologia Einstein dispõe de 31 leitos para internação de pacientes em tratamento clínico oncológico e hematológico. Neste setor, há cinco leitos com proteção radiológica para realização de tratamentos de iodoterapia e braquiterapia, além da utilização do Radiofármaco 177Lutécio–Octreotato para o tratamento de tumores neuroendócrinos.

Page 9: Revista do Cancer

Revista do Câncer 9

Dr. Artur Malzyner Oncologista Clínico

Graduado na UNIFESP, com residência na Clínica Médica na Fa-culdade de Medic-ina da Universidade São Paulo e a seguir, residência em Oncologia no mesmo hos-pital. Na sequência fez o Fellowship em Oncologia, no National Cancer Center de Tokyo, com bolsa do governo japonês. Quando retornou ao Brasil, obteve o doutorado na Faculdade de Medicina da USP, onde manteve a atividade pro-fissional.

Sua atividade de oncologista confunde-se com a história do próprio Hospital Israelita Albert Einstein, onde exerce sua clínica privada há 35 anos.

Obteve titulo de especialista pela SBOC-SociedadeBrasileira de Oncologia Clinica e pela Sociedade Europeia de Oncologia Medica-ESMO, tendo sido por esta qualificado e requalificado. É membro efetivo destas duas Sociedades bem como da ASCO-American Society of Medical Oncology.

Revista do Câncer - Qual o diferencial do HIAE no tratamento oncológico?

Dr. Artur Malzyner - O HIAE foi um dos primeiros hospitais gerais privados que teve um serviço dedicado de Oncologia am-bulatorial. Isto permitiu o desenvolvimento precoce de uma estratégia multidisciplinar e multiprofissional com foco na cura e bem-estar do paciente oncológico.Sempre fez parte da tradição do HIAE o investimento em tecnologia diagnóstica e terapêutica de última geração, que se man-tém até hoje nos domínios de exames de imagem, radioterapia, cirurgia minimam-ente invasiva e em cirurgia robótica. Essa diversidade de vanguarda nos cuida-

dos com o paciente oncológico permitiu ao HIAE estabelecer o seu padrão atual de atendimento. O tratamento oncológico hoje é baseado em reuniões multidisciplinares e multipro-fissionais ("Tumor Boards"), clínicas mul-tidisciplinares de sub-especialidades on-cológicas e teleconferências de supervisão internacional com o MDAnderson Cancer Center.Tudo isto visa obter consenso de conduta em todos os níveis, que aliado a melhor tecnologia e equipes profissionais, garante o melhor tratamento personalizado, sem acarretar ônus adicional significativo para o paciente e eliminando a necessidade de outros pareceres.

Especial - Instituto de Oncologia e Hematologia

9 - Revista do Câncer

Page 10: Revista do Cancer

10 - Revista do Câncer

Revista do Câncer - Como é trabalhada a qualidade de vida dos pacientes oncológi-cos no HIAE?

Dr. Artur Malzyner - O HIAE desde o seu início tem se dedicado a educação em ser-viço de seus funcionários e ao controle de qualidade. Essa dedicação garantiu o aten-dimento humanizado e voltado às neces-sidades personalizadas de cada paciente, antes mesmo disto ter se tornado um item de qualificação hospitalar. O HIAE foi também o primeiro hospital a conquistar a acreditação internacional, gra-ças à sua política de excelência em todas as etapas de atendimento, que hoje dão apoio à Oncologia Clínica. Atitudes muitos sim-ples como a personalização de cardápios especiais, atendimento a necessidades especificas de pacientes estrangeiros sem domínio da língua e de idosos desacom-panhados são rotina no HIAE. Além disso, o paciente tem dentro do HIAE um setor voltado a abordagem holística de seu trata-mento, além das melhores equipes de pro-fissionais paramédicos o que buscam um atendimento integrado.

Revista do Câncer - Existe alguma novi-dade em medicamentos para os efeitos co-laterais da quimioterapia?

Dr. Artur Malzyner - O tratamento do pa-ciente oncológico com medicações evoluiu muito. Até a virada do milênio, este trata-mento era baseado em quimioterapia, dro-gas voltadas a impedir a proliferação das células. Isto ocasionava todo um conjunto de efeitos tóxicos clássicos, tais como as náuseas, vômitos, anemia, perda de cabe-los e baixa de imunidade.Muitos medicamentos foram desenvolvi-

dos naquela época para combater vários desses efeitos tóxicos, tendo sido pratica-mente abolido o problema de náuseas e vômitos e, solucionado em grande parte, o da queda da imunidade. Procedimen-tos como resfriamento do couro cabeludo com uso de toucas durante a aplicação da quimioterapia têm sido utilizados para mi-norar a queda de cabelo, embora que com custo desproporcional a sua eficiência. Na última década, a pesquisa por novos medicamentos anticâncer voltou-se aos inibidores dirigidos a mutações das células malignas, como por exemplo, os anticor-pos e os inibidores enzimáticos de proces-sos metabólicos da célula cancerosa. Estes medicamentos tem efeito muito mais es-pecifico e por tanto uma toxicidade muito menor do que a quimioterapia tradicional. Contudo, a quimioterapia segue sendo mui-to usada ainda de maneira isolada ou as-sociada aos agentes dirigidos , sendo que esta ultima modalidade, combinada, tem produzido os melhores resultados terapêu-ticos e é a provável via que nos levará ao controle definitivo do câncer.

Dr. Artur Malzyner

Hospital Albert Einstein

Page 11: Revista do Cancer

Revista do Câncer 11

Especialistas de diferentes áreas trabalham juntos no tratamento do câncer, trazendo bem-

estar e qualidade de vida aos pacientesA descoberta e o tratamento do câncer

levam, por vezes, as pessoas a um estado de fragilidade, provocando mudanças físicas, emocionais e na rotina diária. Além disso, não é raro que o indivíduo tenha que ir de consultório em consultório para confirmar a doença e sa-ber como ela pode ser tratada. Uma nova abor-dagem, mais humanizada e multidisciplinar, procura não apenas acabar com essa peregri-nação, mas sobretudo melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Adotado em algumas insti-tuições de saúde no Brasil, ela desponta como uma forte tendência na área de oncologia, em todo o mundo.

Trata-se de um novo jeito de olhar o paci-ente, que vai muito além da preocupação com a doença. O foco é o indivíduo, seu bem-estar físico, psicológico, emocional e espiritual. Para que isso aconteça, um grande número de espe-cialistas – oncologista clínico, hematologista, cirurgião, radioterapeuta e fisioterapeuta, en-tre outros – trabalham de modo integrado para

suprir as diferentes necessidades do paciente com câncer.

“O conhecimento cresceu de tal forma que não é mais possível que um único profis-sional domine a informação. A medicina de-verá ser cada vez mais exercida por uma equi-pe, sob a coordenação de um médico e dentro de uma visão humanizada de cuidado com o paciente”, afirma o Dr. Nelson Hamerschlak, coordenador do Programa de Oncologia, He-matologia e Transplante de Medula Óssea do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).

Segundo ele, a evolução tecnológica ob-servada nas últimas duas décadas impactou a relação médico-paciente. “Chegou-se ao exa-gero de conversar pouco durante a consulta, achando que as máquinas e os laboratórios poderiam dar conta das questões não resolvi-das no exame clínico.

A tecnologia é fundamental, mas não é suficiente. A cura envolve outros aspectos”, res-salta o Dr. Hamerschlak.

Especial - Instituto de Oncologia e Hematologia

11 - Revista do Câncer

Page 12: Revista do Cancer

12 - Revista do Câncer

Hospital Albert Einstein

Dr. Nelson Hamerschlak, Coordenador do programa de oncologia e hematologia e transplante de medula ósseaEspecialista em Hematologia, Hemoterapia e Transplantes de Medula Óssea pela Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Doutor em Imunologia pela Universidade de São Paulo e Ex fellow da "Cornell University Medical Center e do The New York Blood Center". No Einstein desde 1978. Médico formado na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP)

Revista do Câncer - Como é o transplante de medula óssea para o paciente de onco-logia?

Dr. Nelson Hamerschlak - O transplante de medula óssea é particularmente indica-do em Oncologia em casos específicos das seguintes doenças: Leucemias, Linfomas, Mieloma Múltiplo, Tumores pediátricos e tumores de testículo.

Revista do Câncer - Os resultados de transplante de medula óssea no HIAE são positivos? Dr. Nelson Hamerschlak - Os resultados de transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein são monitorizados ano a ano em comparação aos da literatura e também com relação ao nosso principal parceiro na área de Oncologia que é o MD Anderson Câncer Center de Houston, EUA. Os Resul-tados são semelhantes a este e aos mel-hores centros da especialidade do mundo. Este ano, estamos completando 25 anos

de transplantes. O Einstein foi um dos 3 centros de transplantes pioneiros no Brasil e o primeiro centro privado do País. Reúne uma equipe multiprofissional composta de hematologistas, oncologistas, hemotera-peutas, nutricionistas, dentistas, enfer-meiras, fisioterapeutas, psicólogos e assis-tentes sociais que se reúnem para avaliar e seguir cada caso. Revista do Câncer - Existe algum risco para o paciente no transplante de medula óssea?

Dr. Nelson Hamerschlak - Sim, o trans-plante de medula óssea é um procedimen-to de risco . Dependendo do tipo de trans-plante e da gravidade do paciente o risco de óbito varia de 3 a 30%. Além disso, há risco de infecções, sangramentos e reações imunológicas como rejeição ou doença do enxerto versus hospedeiro que é uma espé-cie de rejeição ao contrário. Isto é a medu-la implantada rejeita o receptor causando complicações de pele, fígado ou intestino.

Page 13: Revista do Cancer

Revista do Câncer 13

Hospital Israelita Albert Einstein foi o primeiro a realizar cirurgias oncológicas do tórax da

América Latina com robô da VinciA robótica vem revolucionando a forma

de se realizar cirurgias no mundo e o Einstein acaba de proporcionar mais um avanço nesta área. Hospital Israelita Albert Einstein foi o primeiro a realizar cirurgias oncológicas do tórax da América Latina com robô da Vinci.

Após vários anos de experiência nos Estados Unidos, praticando técnicas minima-mente invasivas e utilizando o robô, o cirurgião Dr. Ricardo Santos, planejou detalhadamente a implementação da técnica na Instituição - que já contava com procedimentos deste tipo nas áreas de cardiologia, cabeça e pescoço, urolo-gia, ginecologia e gastroenterologia. "É uma revolução nas cirurgias torácicas, já que o corte no esterno (o osso do peito) e nas costelas, que

pode chegar a 15 cm de comprimento, é sub-stituído por três incisões de apenas 2 a 5 cm cada", explica o médico.

Para o médico, os benefícios maiores não são apenas para os pacientes, mas tam-bém para os cirurgiões, que realizam a opera-ção de um console localizado a cerca de dois metros da mesa cirúrgica, com visão melhora-da e maior riqueza de movimentos dos instru-mentais. "A visualização do da Vinci supera em muito à da cirurgia videoassistida convencio-nal. Além de ser em alta definição, é em 3D, dando ao médico melhor noção espacial. Os instrumentos filtram qualquer tremor e cola-boram para maior destreza durante o procedi-mento", afirma.

Especial - Instituto de Oncologia e Hematologia

13 - Revista do Câncer

Page 14: Revista do Cancer

14 - Revista do Câncer

Graduou-se em Medicina na Universidade de São Paulo ( FMUSP) em 1973. Fez residência em Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo na Universidade de São Paulo (FMUSP). É Especialista em Cirurgia Geral e Gastrocirurgia pelo Mec, e Mestre pela Uni-versidade de São Paulo (FMUSP). Em março de 2009 alcançou o inédito feito de realizar no Hospital Israelita Albert Einstein a Primeira Gastroduodenopancreatectomia (GDP) Laparoscópica Robótica do Hemisfério Sul, , tornando-se em outubro de 2009 Membro Fundador da Robotic Surgery Association (CSRA, e em dezembro o Presidente do Comitê Multidisciplinar de Cirurgia Robótica e Minimamente Invasiva.

Revista do Câncer -Como tem sido o resul-tado das cirurgias realizadas com o Da Vinci?Dr. Antonio Luiz - São bastante promissoras e permitem o uso da cirurgia minimamente in-vasiva em regiões como, esôfago, pâncreas e reto, onde a cirurgia laparoscópica tem suas limitações.

Revista do Câncer - Quais as vantagens de uma cirurgia com o Da Vinci?

Dr. Antonio Luiz - Menos dor, precisão ab-soluta nos movimentos, estabilidade de siste-

Dr. Antonio Luiz Vasconcellos Macedo

ma de vídeo, redução do sangramento e alta mais precoce.

Revista do Câncer - Como está sendo fei-to o treinamento dos profissionais com o Da Vinci?

Dr. Antonio Luiz - Através de cursos com o uso de simulador, aulas teóricas, acompan-hamento de cirurgia ao vivo e participação de cirurgiões habilitados com orientador para cirurgias e com médicos ainda em face de ha-bilitação.

Hospital Albert Einstein

Page 15: Revista do Cancer

Revista do Câncer 15

PESQUISA EM ONCOLOGIA A oncologia como qualquer outra área da

medicina se baseia em estudos clínicos. Cada estudo clínico, por sua vez, procura responder a uma pergunta ou dúvida existente. O conjunto das respostas geradas por diversos estudos clínicos é a base do conhecimento oncológico e a cada dia novas respostas são acrescentadas ao cabedal de conhecimento já existente. Muitas vezes contraditórios, os resultados de estudos clínicos motivam outras pesquisas para solucio-nar a controvérsia. Estudos e mais estudos são assim constantemente publicados aumentando diariamente a literatura com novos conceitos que confirmam ou derrubam as ideias até então vigentes. Este é um movimento constante e pro-gressivo cujo domínio pelos profissionais da área é essencial e atualmente profundamente dependente das tecnologias de informática e de comunicação. Achar uma resposta depende muitas vezes de uma pesquisa cuidadosa da lit-eratura e da troca de experiências com outros profissionais. Ao final, com as alternativas à mão a escolha envolve uma análise e discussão franca de benefícios, riscos e custos do trata-mento escolhido com o paciente.

A existência de estudos clínicos reflete a necessidade de se obter dados reprodutíveis e assim evitar que a enorme variabilidade iner-ente à observação de efeitos terapêuticos em seres humanos leve a conclusões errôneas

(obra do acaso). Através dos estudos clínicos converte-se erros e acertos em conhecimento útil para a confecção de novos estudos e tam-bém para tratar os pacientes na prática clínica diária. Cada estudo é comparável a um tijolo de uma infindável construção que é o conhecimen-to médico. Da solidez (reprodutibilidade) dos dados de cada estudo depende a estabilidade da estrutura maior desta construção (conheci-mento médico).

A maior diferença entre tratar um paci-ente dentro ou fora de um estudo clínico é que o estudo sempre gera conhecimento. As ob-servações ocasionais feitas ao longo do trata-mento de um paciente fora de estudo são úteis para formular hipóteses que se incorporarão ao conhecimento apenas se reproduzidas por fu-turos estudos clínicos. Atualmente, procura-se através da associação entre várias instituições de pesquisa, incluir números maiores de paci-entes em estudos clínicos (Estudos Multi-institu-cionais). Esta política visa aproveitar ao máximo cada caso individual como uma fonte potencial de conhecimento oncológico. Para o paciente, tratar-se participando de um estudo pode abrir a possibilidade de ele receber uma medicação potencialmente superior ao tratamento padrão vigente (no entanto o estudo pode também aca-bar demonstrando que a nova medicação é me-nos eficiente, ou até mais tóxica).

Especial - Instituto de Oncologia e Hematologia

15 - Revista do Câncer

Page 16: Revista do Cancer

16 - Revista do Câncer

O estudo só pode ser iniciado após a con-fecção de um protocolo de pesquisa pelo pesqui-sador que o idealizou (pesquisador responsável). O protocolo explicita o objetivo básico do estudo, quais os critérios para a inclusão ou exclusão de pacientes, os métodos experimentais (doses e periodicidade das drogas, testes laboratoriais necessários, etc) e métodos estatísticos a serem seguidos (maneira de alocar pacientes para os diferentes grupos experimentais, número total de pacientes necessários, datas para a análise intermediária dos dados, etc). O protocolo tam-bém deve, além de tornar claro quais são os seus objetivos, explicar como mensurá-los de maneira objetiva para quantificar o efeito dos tratamentos experimentais propostos. Para evitar abusos e ga-rantir a segurança dos pacientes , estudos clínic-os só podem ser conduzidos por pesquisadores idôneos após aprovação pelo Comitê Científico e de Ética de suas Instituições de Pesquisa. Portan-to, antes de um estudo ser aprovado é necessário que o protocolo de pesquisa a ser seguido seja analisado por um comite científico formado por médicos e profissionais de saúde não médicos (estatísticos, enfermeiras etc).

O objetivo deste comitê é assegurar que a proposta de estudo seja válida do ponto de vista científico e de que o desenho experimental escol-hido para abordá-la seja adequado. Após a pas-sagem pelo Comitê Científico o protocolo de pes-quisa é então submetido a um Comitê de Ética formado por profissionais médicos, não médicos

da área de saúde e por leigos (religiosos, advoga-dos etc). O objetivo do Comitê de Ética é garantir a segurança dos pacientes incluídos no estudo. Assim, necessitamos saber se os riscos envolvi-dos são aceitáveis, se há mecanismos para moni-torar os pacientes durante a pesquisa, diagnos-ticar efeitos tóxicos do tratamento e tratá-los precocemente, se esclarecimentos adicionais de-vem ser fornecidos aos pacientes antes de serem incluídos no estudo, etc. Uma vez que o protocolo tenha sido aprovado pelos Comitês Científico e de Ética, ativa-se o estudo e inicia-se a inclusão de pacientes no mesmo.

A participação em um estudo clínico pres-supõe, entretanto, a ciência de cada paciente sobre todos os seus detalhes, riscos potenciais e alternativas terapêuticas caso o mesmo não ele-ja participar no estudo em questão. Esta decisão envolve o médico assistente, o paciente e sua família e deve ter um caráter aberto e permitir que se esclareçam todas as dúvidas existentes. Deve-se também ressaltar o caráter experimental do tratamento, ressalvando que não se sabe ex-atamente qual será o real impacto do mesmo so-bre a doença do paciente. Uma vez esclarecidos todos estes pontos, a anuência do paciente se materializa na assinatura de um Consentimento Informado ("Informed Consent") que contém toda a informação sobre toxicidades, alternativas e de-talhes do estudo por escrito e de forma inteligível e clara para um leigo

Como o estudo pode ser iniciado

Tipos de estudo clínicoOs estudos clínicos podem ser prospec-

tivos ou retrospectivos. O estudo prospectivo é aquele que ocorre baseado em um protocolo de pesquisa e inclui pacientes após a idealização do protocolo. Ou seja, só após se conceber um plano de pesquisa é que se inicia o recrutamento de pa-cientes. O estudo retrospectivo, por outro lado, se baseia em dados que foram acumulados antes de sua concepção. Os estudos retrospectivos ge-ralmente se baseiam em levantamentos do que

ocorreu, por exemplo, com pacientes tratados com uma droga específica ou de uma forma espe-cial durante um certo período de tempo em uma dada instituição. Devido a diversas falhas e vari-abilidades existentes nos estudos retrospectivos, os estudos clínicos prospectivos são superiores aos retrospectivos do ponto de vista científico.

Os estudos prospectivos podem ser ran-domizados ou não, baseando-se na maneira pela

Hospital Albert Einstein

Page 17: Revista do Cancer

Revista do Câncer 17

pelo término do estudo. Estes estudos geralmente são oferecidos a pacientes para os quais já não há alternativas terapêuticas desde que estejam em condições clínicas para enfrentar o estudo e concordem em participar dele. Apesar de pode-rem ocorrer respostas tumorais, o objetivo deste tipo de estudo é apenas definir a farmacologia da droga e a dose aceitável do ponto de vista de toxicidade. Portanto não podemos prometer aos pacientes que queiram participar nenhum tipo de resposta antitumoral nesta fase de estudo da nova droga experimental.

Uma vez definida a MTD em estudos de Fase 1 iniciam-se os estudos de fase 2 onde gru-pos de pacientes com certos tipos de tumor são tratados com a droga na dose igual à MTD. De-fine-se nestes estudos a atividade da droga em questão para cada tipo de tumor estudado e, se a droga for ativa, passa-se à Fase 3.

O objetivo dos estudos de Fase 3 é com-parar a nova droga com o tratamento padrão vi-gente até o momento do estudo. Procura-se sa-ber se a nova droga é melhor, igual ou pior do que o atualmente utilizado para tratar o tipo de tumor para o qual ela é ativa. Com esta finalidade usa-se, geralmente, um desenho de um estudo pro-spectivo controlado randomizado para conduzir os estudos de Fase 3.

Nas fases 2 ou 3 geralmente se a droga parece ser ativa em certos tipos de tumor ela é aprovada para uso comercial expandindo muito a sua aplicação até então restrita apenas às Institu-ições de Pesquisa. Os estudos de Fase 4 ocorrem, então, após a comercialização da droga e visam expandir o conhecimento sobre toxicidades mais raras que não apareceram ou foram infrequentes nos estudos iniciais de fase 2 ou 3.

Para o paciente que lê esta descrição, vale mencionar que recomendamos sempre que se discuta abertamente com o médico a possi-bilidade de participar de um estudo clínico, espe-cialmente nas situações nas quais as opções de tratamento tenham uma expectativa de sucesso limitado.

qual os pacientes são alocados aos grupos experi-mentais e controle. A randomização é um proces-so que distribui os pacientes entre estes grupos ao acaso (por um tipo de sorteio), ou seja, impede que haja seleção consciente ou inconsciente de pacientes para um grupo ou outro por parte do pesquisador. Para garantir ainda mais a impar-cialidade na condução da pesquisa, o estudo pro-spectivo randomizado pode ainda ser conduzido de maneira que nem o doente, nem o médico assistente saibam qual é a medicação que o paciente está tomando (estudo prospectivo ran-domizado duplo cego). Desta maneira, elimina-se também o sugestionamento do médico e do pa-ciente que poderia advir do prévio conhecimento do tipo de tratamento ministrado.

O processo de descoberta de novas drogas oncológicas exemplifica bem os tipos de estudo prospectivos hoje existentes. Suponhamos que haja evidência de que uma determinada planta tem um princípio ativo com atividade antitumor-al. Inicialmente procura-se através de estudos bioquímicos fracionar o extrato desta planta e ob-ter a fração específica com atividade antitumoral que é testada em culturas de células oriundas de diversos tipos de tumor (estudos in vitro). Poste-riormente já de posse da fração específica dá-se início a estudos pré-clínicos onde animais por-tadores de tumores experimentais são tratados com doses crescentes desta fração. Procura-se aqui definir se há ou não atividade antitumoral in vivo, quais as toxicidades desta nova droga nos diversos orgãos destes animais. Iniciam-se em seguida estudos em seres humanos de Fase 1.

Estes estudos visam apenas estudar a farmacologia da droga tratando pacientes com doses crescentes da droga. Mede-se, entre out-ros parâmetros, qual é a taxa de eliminação da droga, quais os tecidos do corpo para os quais ela se distribui e em quais concentrações e as toxici-dades encontradas para cada nível de dosagem da droga. Obviamente ao se chegar a um nível de toxicidade inaceitável o aumento da dose é abortado e se define a Dose Máxima Tolerada (MTD) da droga em questão como um nível infe-rior àquele que produziu a toxicidade responsável

Especial - Instituto de Oncologia e Hematologia

17 - Revista do Câncer

Page 18: Revista do Cancer

18 - Revista do Câncer

Dr. Oren Smaletz

Coordenador do núcleo de estudos clínicos em câncer do Instituto Israelita Albert Einstein de Ensino e Pesquisa

Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1995) , residência-medica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (1998) e aperfeiçoamento em Oncologia e Hematologia pela Memorial Sloan Ket-tering Cancer Center (2002). Atualmente é Membro de corpo editorial da Einstein (São Paulo), Conselheiro Consultivo do Grupo Brasileiro Oncológico Cooperativo e Médico On-cologista da Sociedade Benefi cente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Revista do Câncer - Qual o diferencial do HIAE no tratamento oncológico?

Dr. Oren Smaletz - É a visão completa do paciente, pois é visto por vários profi ssio-nais. O paciente tem a sua disposição os melhores profi ssionais com os últimos avanços tecnológicos do tratamento do câncer

Revista do Câncer - Qual a importância em ter um centro de pesquisa ligado a um hospital?

Dr. Oren Smaletz - A possibilidade de tra-zer para os pacientes novas medicações

que podem melhorar os resultados do trata-mento atual do câncer e a possibilidade de receber medicações que ainda não estão aprovadas pelos órgãos reguladores (i.e. Anvisa)

Revista do Câncer - Os resultados do Cen-tro de Pesquisa em Câncer do HIAE são positivos?

Dr. Oren Smaletz - Participamos de al-gumas pesquisas que foram importantes para a aprovação de medicamentos pelos órgãos reguladores. Outras pesquisas, ge-raram mais dúvidas e então são investiga-das em novas pesquisas.

Hospital Albert Einstein

Page 19: Revista do Cancer

Revista do Câncer 19

Page 20: Revista do Cancer

20 - Revista do Câncer20 - Revista do Câncer


Recommended