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Tde Murray Schafer

Date post: 20-Oct-2015
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANT’ANNA LICENCIATURA EM MÚSICA Disciplina Didática Andrea Mischiatti Gianelli Seminário: Raymond Murray Schafer Educador Musical – Segunda Fase Arnaldo Galdino da Silva – R.A. 01576113 Flávia Sodré – R.A. Felipe Sangali Gonçalves – R.A. 03377116 Henrique Azevedo Marques – R.A. 01967116 Laudimar da Silva – R.A. 00085116 Maria Monteiro – R.A. Rafael dos Santos Castro – R.A. 90079118 Rodrigo Barbosa Lô – R.A. 02105114 Sala: F 405 5º Semestre – noturno São Paulo/SP Maio, 2013
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Page 1: Tde Murray Schafer

CENTRO UNIVERSITÁRIO SANT’ANNA

LICENCIATURA EM MÚSICA Disciplina Didática

Andrea Mischiatti Gianelli

Seminário: Raymond Murray Schafer Educador Musical – Segunda Fase

Arnaldo Galdino da Silva – R.A. 01576113 Flávia Sodré – R.A.

Felipe Sangali Gonçalves – R.A. 03377116 Henrique Azevedo Marques – R.A. 01967116

Laudimar da Silva – R.A. 00085116 Maria Monteiro – R.A.

Rafael dos Santos Castro – R.A. 90079118 Rodrigo Barbosa Lô – R.A. 02105114

Sala: F 405

5º Semestre – noturno

São Paulo/SP Maio, 2013

Page 2: Tde Murray Schafer

1. Biografia

Raymond Murray Schafer nasceu na cidade de Sarnia no estado canadense

de Ontario no dia 18 de julho de 1933. Estudou em importantes instituições como a

Universidade de Toronto no Canada, e na Royal School of Music em Londres,

Inglaterra. Além de educador musical é também artista plástico, ambientalista

sonoro, compositor, pedagogo e escritor. Merecem destaque os livros O Ouvido

Pensante (1986) e A Afinação do Mundo (1977), ambos publicados no Brasil pela

Editora UNESP. Nessas publicações Schafer aborda assuntos cujos termos

determinantes foram criados por ele, como a paisagem sonora (Soundscape). Esse

conceito, talvez o principal relacionado ao autor, foi desenvolvido por Schafer num

período que vai de 1963 a 1975 na Memorial University e na Simon Fraser

University. Em O Ouvido Pensante Schafer compila uma série de relatos e fatos que

aconteceram nesse período de criação e descoberta. Fala sobre audição criativa e

consciência sensorial, relacionando-os a John Cage (Braga, 2009). Ele também cria,

juntamente a um aluno de composição, esculturas sonoras que são diagramadas no

capítulo final de O Ouvido Pensante, além da sala de música (fig 1.1):

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Em 1974 Schafer muda-se para uma fazenda em Monteagle Valley, no estado

canadense de Ontario. Nesse período ele desenvolve e vivencia seu trabalho na

área de paisagem sonora – The World Soundscape Project, que já se iniciara em

1969 na Simon Fraser University juntamente com Bruce Davis, Peter Huse, Barry

Truax e Howard Broomfield, com os seguintes objetivos: 1. Realizar um estudo

interdisciplinar a respeito dos ambientes acústicos e seus efeitos no homem; 2.

Modificar a fim de melhorar ambientes acústicos; 3. Educar estudantes,

pesquisadores e público em geral; 4. Publicar materiais que servissem de guias de

estudos futuros (sonoro, 2006). O livro A Afinação do Mundo é dessa época (Braga,

2009). Nesse trabalho Schafer busca entender como era a paisagem sonora do

mundo antes da invensão, ou revolução das máquinas – que se tornaram

indispensaveis na vida do homem moderno. Mostra como o ambiente sonoro se

modificou a partir da revolução industrial e elétrica (podemos pontuar nesse

momento dois termos o lo-fi (baixa fidelidade) e o hi-fi (alta fidelidade). O primeiro

referindo-se à paisagem sonora da cidade, agora industrializada, em contraste com

o segundo, remetendo ao campo, ou área rural (sonoro, 2006):

“O ambiente silencioso da paisagem sonora hi-fi permite o ouvinte escutar mais longe, a

distância, a exemplo dos exercícios de visão a longa distancia no campo. A cidade abrevia essa

habilidade para a audição (e visão) a distância, marcando uma das mais importantes mudanças na

história da percepção”. (Schafer, A Afinação do Mundo, 1977)

Assim como vários educadores musicais da segunda fase (Fonterrada, 2005),

Schafer utiliza em seus trabalhos de educação musical a notação gráfica, ou

notação sonora (fig 1.2), diz que “todas as projeções visuais de sons são arbitrárias

e fictícias”. Schafer ainda diz, nesse livro, que seria ideal que existissem edificios

capazes de diminuir ou amenizar a poluição sonora (sonoro, 2006).

Figura 1.1 – Exemplo de notação sonora (extraído de educacaopublica.rj.gov.br)

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Como já comentado, por conta de seu trabalho pioneiro, Schafer teve de criar

varias terminologias: “Tive de inventar meu próprio vocabulário, à medida que o

conceito evoluía: ecologia acústica, esquizofonia, marca sonora, som fundamental

etc.” (Schafer, A Afinação do Mundo, 1977).

2. Metodologia

Pontos importantes:

1. Para uma melhor percepção e captação do fazer musical deve-se

desenvolver a sensibilidade musical do aluno antes de abordar conteúdos

de teoria musical, por exemplo. O potencial criativo é o principal fator para

que o aluno faça música por si só.

2. A partir da percepção da paisagem sonora a sua volta o aluno será

delavado a compor com os sons percebidos, e posteriormente, realizar

uma crítica a respeito desse ambiente.

3. Envidenciar as semelhanças entre as diferentes formas de arte, tentando

uni-lás para que arte e vida seja a mesma sinônimos (Schafer, O Ouvido

Pensante, 1986).

4. O Homem é compositor da paisagem sonora mundial (essa é uma

composição “musical” macrocósmica). Mas para realizar esse trabalho

deve, antes, aprender a ouvir o ambiente sonoro como se fosse uma

composição musical.

5. “Para a criança de cinco anos, arte é vida e vida é arte. Porém, assim que

essas crianças entram na escola, arte torna-se arte e vida torna-se vida. Aí

elas vão descobrir que “música” é algo que acontece durante uma

pequena porção de tempo às quintas-feiras pela manhã enquanto às

sextas-feiras à tarde há outra pequena porção chamada pintura” (Schafer,

O Ouvido Pensante, 1986).

6. O silêncio é ponto importante do desenvolvimento da aprendizagem

musical. Schafer diz que essa é uma vantagem dos orientais sobre os

ocidentais: o “silêncio” faz parte da paisagem sonora (Schafer, O Ouvido

Pensante, 1986).

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3. Anexo: Jogos Musicais segundo os conceitos de

Schafer.

Objetivo: Trabalhar a apreciação, socialização, integração de linguagens

(música, artes visuais, dança e teatro), criação, exploração sonora, percepção e a

sensibilidade auditiva.

1. Proposta: Jogo da Memória Sonora (Fazer um som e pedir para todos

gravarem e no final da aula, todos deverão lembrar e fazer o som que foi

feito).

2. Proposta: Jogo percepção de textura (associações de sons – Timbre –

Texturas sonoras: Áspero/liso. – Sentir a textura com os pés com os olhos

fechados e produzir um som que pareça com a textura que está sentindo.

3. Proposta: Paisagem Sonora:

O Trenzinho Caipira (Villa Lobos)

1º: Os alunos devem ouvir a música instrumental O Trenzinho Caipira do

compositor brasileiro Heitor Villa Lobos.

2º: Pergunta aos alunos: Essa música lembra o que? (trem)

3º: Proposta: Cada um fala o seu nome de trás para frente para sonorizar o trem.

Ex: Flavia = Aivalf; Rafael = Leafar.

4º: Num pulso rítmico dado, entoar o movimento de um trem, “falar cantando” o

nome ao contrário (passo 3º).

5º: Montar um trem humano:

- Maquinista (vagão da frente [piuí] – cantando o nome de trás para frente)

- Vagões ([ thch thch thch... ] – cantando o nome de trás para frente)

6º: Proposta: - Você é o maquinista e vai conduzir o trem. Por onde o trem vai

passar?

Ex: zoológico, campo (roça), cidade, praia, cachoeira, feira, etc...

7º: Desenhar a paisagem - Cada um escolhe um lugar, desenha num papel.

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8º: Ainda imitando um trem, o aluno deve sonorizar, com dinâmica musical e

propriedades do som: forte/fraco; crescente/decrescente; pausa/retorno; longo/curto;

grave/agudo; nasal/oral).

9º: Agrupar os desenhos por grupos. Ex: campo com campo; zoológico com

zoológico; cidade com cidade; feira com feira; cachoeira com cachoeira; praia com

praia.

10º: Montar a “trilha sonora de desenhos” no chão. Cada um fica lado a lado

com o seu desenho, formando um corredor.

11º: Uma pessoa de olhos vendados (e conduzida por outra) passa no meio

da trilha sonora de desenhos. Conforme a pessoa passa, os demais participantes

fazem uma sonorização de acordo seu desenho – somente quando a pessoa, com

os olhos vendados, passar perto – para que a pessoa tenha a sensação de estar

passando por lugares diferentes. A música pode estar tocando com volume bem

baixinho de fundo.

12º: A pessoa que experimentou as diversas sensações, dirá o que percebeu.

13º Roda de conversa – Discussão sobre o aprendizado, reflexão sobre o

conteúdo aplicado: Apreciação (audição da música “O Trenzinho Caipira” – Villa

Lobos); criação (de som para a composição da trilha sonora), exploração sonora

(experimentação de diversos sons), percepção (dinâmica e propriedades do som) e

a sensibilidade auditiva (sensações que a sonorização percutiu no participante

durante a atividade).

4. Proposta: Explorar o som das sacolas de plástico e fazer samba com este

objeto.

5. Proposta: Jogo da cadeira: De olhos fechados explorar diversos sons da

cadeira e fazer música com os sons que gostou.

6. Proposta: Jogo – Procure o som. A partir de sons existentes caminhar na

sala executando-os.

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7. Proposta: Jogo – Siga o som / Guiando o cego: em duplas: um guia com um

cego (de olhos vendados). O guia anda tocando seu instrumento sonoro e o

cego segue o som ou é guiado pelo som.

8. Proposta: Sensibilização Sonora: Todos de olhos vendados do lado de fora

da sala em fila. e dentro da sala um grupo que irá proporcionar um ambiente

sonoro de suspense (com instrumentos convencionais e sonoplásticos).

Duas pessoas do grupo guiará a fila (com todos de olhos vendados) a passar

nesse ambiente enquanto as mesmas pessoas do grupo que estão guiando

irão contar uma história de suspense próximo aos ouvidos com sussurros e

impostação vocal (num volume médio a baixo) fazendo com que os

participantes sintam estar dentro da história. Depois perguntamos o que eles

sentiram nessa experiência.

9. Proposta: Jogo de pesquisa sonora: Devemos separar um pequeno grupo de

alunos cerca de cinco participantes, após escolher os alunos que participaram

da atividade iremos dispor para eles vários instrumentos musicais e fontes

sonoras, dando a opção de que cada um escolha um instrumento ou objeto,

após todos escolherem explicamos que a atividade consiste em que cada

aluno explore ao Maximo o objeto ou instrumento escolhido, analisando a

textura, densidade, peso, possibilidades de manusear, todo esse processo

possibilitara ao aluno a descoberta de diversas possibilidades de criação

sonora, variando a maneira de manusear o objeto, a intensidade, com auxilio

de uma baqueta, ou percutindo com as mãos. Os alunos deveram ter um

tempo para explorar os objetos sonoros e ao final da pesquisa o professor ira

propor uma exposição onde cada aluno ira falar sobre sua descoberta

referente ao objeto sonoro, demonstrando na pratica o que conseguiu

descobrir nesta vivencia. O professor poderá propor outra atividade utilizando

as sonoridades descoberta pelos alunos.

Material para atividade: Para esta atividade podemos utilizar qualquer

tipo de instrumento musical, ou objeto sonoro, para nossa atividade daremos

preferência em utilizar instrumentos de percussão (bongô, ganzá,

caxixi,cajon,pandeiro).

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10. Proposta: Jogo do espelho: Os alunos deveram ser reunidos em circulo, e

devera ser escolhida uma pessoa para começar o jogo, a ideia é: o

participante escolhido criara um motivo musical combinado com um

movimento corporal (esse motivo musical pode ser feito com canto ou algum

instrumento musical e o movimento corporal é de livre escolha do aluno),

após executar sua criação artística ele escolhera outro aluno para reproduzir

o motivo musical criado por ele e após reproduzir o motivo musical o

participante devera criar uma nova performance musical e devera escolher

um participante para reproduzir o feito, o jogo termina quando todos

participantes tiverem participado da ação criativa. Esta atividade pode ser

ampliada o professor pode propor o mesmo jogo só que em um grau de

dificuldade maior, o primeiro participante produz um motivo musical e escolhe

alguém para reproduzi-lo, esse novo participante ira imitar o feito anterior e ira

criar um novo motivo musical e escolhera um novo participante que terá que

reproduzir os motivos já feito e criar um novo e assim por diante ate que

todos tenham participado.

Material para atividade: Nesta atividade o material a ser utilizado de

livre escolha, pois os motivos musicais podem ser criados utilizando a voz,

percussão corporal, instrumentos musicais ou objetos sonoros a disposição,

nesta atividade daremos sequencia ao que foi abordado na aula anterior,

portanto utilizaremos os instrumentos e fontes sonoras explorados na aula

anterior.

4. Bibliografia Braga, F. J. (12 de 02 de 2009). O "fazer musical criativo" de Murray Schafer. Obtido

em 16 de 05 de 2013, de Blog do Braga: bragamusician.blogspot.com/.../o-fazer-musical-criativo-de-murray.html

Fonterrada, M. T. (2005). De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. São Paulo: Editora UNESP.

Schafer, R. M. (1977). A Afinação do Mundo. UNESP.

Schafer, R. M. (1986). O Ouvido Pensante. UNESP.

sonoro, T. (15 de 02 de 2006). Projeto Paisagem Sonora Mundial. Obtido em 15 de 05 de 2013, de Território sonoro: territoriosonoro1.blogspot.com/.../projeto-paisagem-sonora-mundial-mu

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