+ All Categories
Home > Documents > TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de...

TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de...

Date post: 14-Jul-2020
Category:
Upload: others
View: 2 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
68
TEMA 06 AGUAS PLUVIALES
Transcript
Page 1: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

TEMA 06

AGUAS PLUVIALES

Page 2: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

1

APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS: ESCALA E EFICIÊNCIA EM SISTEMAS

PREDIAIS

RAINWATER EXPLOITATION: SCALE ANEFFICIENCY IN BUILDINGS WATER

NETWORKS

Diogo Rui de Saramago e Sousa da Silva Oliveira

1

Filipa Maria Vidal Pinheiro Malafaya-Baptista 2

Simone Rosa da Silva2

Abstract This study aimed to evaluate the relationship between profitability of rainwater exploitation systems (SAAP)

implementation and the buildings scale, due to their importance when it comes to the implementation of water

resources management sustainability strategies given the scarcity of this resource both in terms of its quality and its

quantity. Framed the main concepts on this issue, based on the research carried out in the preparation of the

Master's Dissertation entitled "The Challenge of Rainwater Exploitation" held at the University Fernando Pessoa in

Porto, as well as the regulated technical and calculation premises, we proceeded to the quantification of the water

that can be collected and the annual consumption volumes, in three selected cases, and to the economic evaluation

of the cost savings related with the SAAP implementation. This profitability refers specifically to the number of years

necessary to refund the capital expenditures associated with the SAAP implementation according to the consumption

savings that results from rainwater use. We concluded that effectively the building scale, its function and the

associated consumptions, reflect themselves in the economic efficiency due to SAAP implementation. The larger

buildings and higher intakes present significantly lower amortization periods, justifying the option for this type of

solution. But even for solutions at smaller scales we cannot forget the environmental benefits associated, particularly

in reducing the volumes of treated water that is withdrawal from the public consumption network, and the retention

of rainwater in the reservoirs, reducing flood flows and consequently the flooding risks.

Key Words: Alternative systems, Efficiency, Rainwater exploitation.

1 Geometria Fractal - Engenharia e Consultoria, Unipessoal Lda. Rua Eça de Queirós, n.º 139 / 2º andar - Estarreja, Portugal. E-

mail: [email protected] - +351 96 868 45 48 2 Escola Politécnica de Pernambuco, Universidade de Pernambuco, Rua Benfica, 455 / Bloco I – Madalena, Recife, PE, Brazil .

CEP 50.720-001. Email: [email protected] - +55 81 8220 1967

2 Escola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco. Rua Benfica, 455 / Bloco I – Madalena, Recife, PE, Brazil .

CEP 50.720-001.. Email: [email protected] - + 55 81 3184-7566 / + 55 81 8714-1423

Page 3: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

2

Resumo

O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a relação entre a escala dos edifícios e a rentabilidade da implementação de

sistemas de aproveitamento de águas pluviais (SAAP) dada a sua a importância na implementação de estratégias

dirigidas à sustentabilidade ao nível da gestão dos recursos hídricos, face à escassez deste recurso quer em termos da

sua qualidade quer da sua quantidade. Enquadrados os conceitos baseados na pesquisa levada a cabo na elaboração

da Dissertação de Mestrado intitulada “O Desafio do Aproveitamento de Águas Pluviais”, realizada na Universidade

Fernando Pessoa no Porto, bem como os pressupostos técnicos e de cálculo regulamentados, procedeu-se à

quantificação do volume de água possível de recolher e dos consumos anuais para três casos, e à avaliação

económica dos custos associados à implementação dos SAAP. Essa rentabilidade refere-se ao número de anos de

amortização do investimento associado à implementação do SAAP face à poupança no consumo que resulta do uso

da água da chuva. Concluiu-se que a escala do edifício, a sua função e os consumos associados, se refletem na

eficiência em termos económicos da implementação dos SAAP. Os edifícios de maiores dimensões e com maiores

consumos apresentam períodos de amortização significativamente menores, justificando a opção por este tipo de

solução. Mas mesmo para soluções a menores escalas há quelembrar os ganhos ambientais associados na redução

dos volumes água tratada retirados aos consumos da rede pública e na retenção de parte da água de precipitação nos

reservatórios, diminuindo caudais de cheia e consequentemente riscos de inundações.

Palavras-Chave: Águas pluviais, Eficiência, Sistemas alternativos.

Introdução e enquadramento

Este trabalho, com o título Aproveitamento de Águas Pluviais: Escala e Eficiência em Sistemas Prediais, tem como

objetivo avaliar o impacto da variação da escala predial na rentabilização da implementação de Sistemas de

Aproveitamento de Águas Pluviais (SAAP), e teve como base a pesquisa desenvolvida pra elaboração da dissertação

de Mestrado intitulada “O Desafio do Aproveitamento de Águas Pluviais”, realizada na Universidade Fernando

Pessoa. Dada a importância da utilização de sistemas alternativos na sustentabilidade do uso da água, é também

objetivo do trabalho alertar para um conjunto de medidas que uma vez integradas na gestão da água ao nível das

edificações podem também contribuir para esta sustentabilidade.

Neste sentido, o aproveitamento de águas pluviais nas edificações corresponde a um tema que, em conjunto com

aspetos como o comportamento térmico e a eficiência energética dos edifícios, assume cada vez maior importância

no que se refere quer ao processo de desenvolvimento sustentável em geral, quer à questão da construção sustentável

em particular (Oliveira, 2010). Procurou-se então avaliar a eficiência econômica da instalação de um SAAP em

edifícios a várias escalas, comparando os encargos e respetivos períodos de amortização associados a este tipo de

instalação com o sistema tradicional de abastecimento de água.

As questões ambientais ligadas à gestão dos recursos hídricos, como a consciência da escassez de água em termos da

sua qualidade e da heterogeneidade na distribuição temporal e espacial, ou as questões de drenagem urbana e o

problema de cheias e inundações, são uma prioridade no que se prende com a sustentabilidade dos processos de

desenvolvimento. As atividades humanas provocam alterações no ciclo hidrológico, nomeadamente no que se refere

à captação, armazenamento, utilização, contaminação e recuperação da água. Por estes motivos, colocam-se hoje às

cidades grandes desafios nas suas relações com a água, entradas (abastecimento doméstico e industrial) e saídas

(águas pluviais, esgotos domésticos e industriais), nomeadamente o controlo do aumento dos níveis de consumo de

água potável em meio urbano, associados à alteração dos estilos de vida, que agravam o estado de escassez deste

recurso, quer em termos quantitativos quer qualitativos, e o consequente agravamento do seu custo, e que justificam

a adopção de medidas que revertam esta tendência (Oliveira, 2008).

Face ao aumento da pressão a que os recursos hídricos estão sujeitos torna-se fundamental a criação de instrumentos

legislativos eficazes. Um exemplo importante é o da Directiva do Parlamento Europeu que estabelece o Quadro de

Acção para a Política da Água da União Europeia, Directiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,

conhecida com Directiva-Quadro da Água (DQA) e que teve como objectivo estabelecer um quadro comum para a

protecção das águas interiores, de superfície e subterrâneas, das águas de transição e das águas costeiras da União

Page 4: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

3

Europeia. Segundo a Comissão Europeia (2002), este novo sistema tutelar assenta sobre quatro princípios

fundamentais dos usia se destaca o terceiro: “A água é um recurso frágil”. De fato, a necessidade de melhorar a

eficiência do consumo de água potável constitui, desde há vários anos, uma das grandes prioridades da gestão da

água na União Europeia. No caso de Portugal, foi elaborado o Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água

(PNA, 2002) que define essas prioridades e metodologias e avalia os impactos e a viabilidade das medidas. Outros

exemplos de relevo são o 6th EU Environment Action Programme, a nível internacional, e a Estratégia Nacional

para o Desenvolvimento Sustentável - ENDS 2002, a nível nacional. Para Neves (2002), o PNUEA passou a incluir,

para a determinação da eficiência da utilização da água, um factor de ordem económica.

De uma forma geral, o consumo de água potável nos edifícios está associado ao tipo de edifício em questão

(residencial, serviços, hoteleiro, militar, etc.), bem como às características das populações (pequenos ou grandes

aglomerados populacionais), ao clima, etc., fatores a ter em conta quando se revela necessária a acumulação de água

na edificação para posterior distribuição (Pedroso, 2009). O Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água

(PNUEA) sugere, segundo Neves (2002), um conjunto de acções, agrupadas em quatro áreas programáticas: a

sensibilização, informação e educação; adocumentação, formação e apoio técnico; a regulamentação técnica,

rotulagem e normalização; e os incentivos económicos, financeiros e fiscais. Medidas relevantes são também as

apresentadas por Pedroso (2009) como é o caso das medidas de consciencialização e motivação da população, de

alteração dos níveis de pressão nas redes de distribuição prediais e recurso a dispositivos de utilização mais

eficientes, a reutilização de algumas águas residuais, e principalmente, no que se refere a este trabalho, o

aproveitamento das águas pluviais, fato que assume cada vez maior importância nas edificações.

Outras medidas para um uso eficiente da água prendem-se com as campanhas de sensibilização ao nível do

desperdício de água potável, incentivando a redução de consumos e a redução do desperdício, bem como, segundo

Pedroso (2009), o incentivo à instalação de equipamentos de redução de consumos e sistemas de reutilização de

alguns tipos de águas domésticas, alterando a regulamentação atual de modo a tornar viavél a instalação predial de

redes de dstribuição de água não potável. Paralelamente sugere a penalização dos consumos acima dos níveis

considerados adequados em termos de qualidade de vida e da saúde pública, e a avaliação do estado de conservação

das redes prediais e e sua manutenção regular e sistemática, em particular nos dispositivos da instalação verificando a

sua estanquidade de modo a evitar perdas.

Há ainda que referir um conjunto importante de vantagens associadas aos SAAP, como é o caso da facilidade de

coleta da água e sua compatibilidade com os materiais usados nas coberturas, a qualidade e ph da água coletada, o

seu contributo para a redução de picos de volume de água de precipitação, retendo parte desses volumes, e

diminuindo a magnitude das enchentes e consequentes riscos de inundação. Contudo estes sãosistemas que

dependem da precipitação e por isso são afetados pela incerteza relativamente ao volume e distribuição geográfica

dessa precipitação (Tucci em Mano, 2004).

Metodologia e abordagem

A metodologia adotada procurou identificar o comportamento dos SAAP em edifícios de diferentes escalas e avaliar

a sua rentabilidade económica. Para tal recorreu-se à revisão da literatura relevante nesta temática, bem com da

documentação técnica portuguesa, e posteriormente à coleta de dados e elaboração de planilhas de cálculo para

simulação dos consumos e dos volumes dos reservatórios que seriam adotados para os edifícios a comparar. O estudo

baseou-se na avaliação do volume de água possível de recolher, na avaliação dos consumos anuais para os três casos,

e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010).

A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação do volume de água que pode ser poupado com a

implementação dos sistemas e na avaliação do período de amortização do investimento realizado (entenda-se como

rentabilidade o período de retorno, em anos, previsto para amortizar o investimento inicial associado ao SAAP). A

capacidade dos reservatórios em termos do seu volume útil (Vu, Equação 1) foi determinada, para cada caso, pelo

Método Simplificado Alemão, de acordo com a Especificação Técnica ETA 0701 (ANQIP, 2009), e consiste na

adoção do menor dos valores entre o volume anual de água da chuva possível de recolher (Va, Equação 2) e valor do

Page 5: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

4

consumo anual estimado (Ce) consoante as características de cada edifício, função e número de utilizadores,

multiplicado por 0.06. Este método considera um período de reserva de água no reservatório não superior a 30 dias.

O volume anual de água da chuva possível de ser recolhida é determinado pela expressão:

Vu = Mín. (Va ou Ce) x 0.06 (Equação 1)

Va = C.P.A.ηf (Equação 2)

Onde:

Va - Volume anual de água da chuva aproveitável (litros)

C - Coeficiente de runoff da cobertura

P - Precipitação média acumulada anual (mm)

A - Área de captação (m2)

ηf - Eficiência hidráulica da filtragem

Os casos seleccionados para este estudo foram uma habitação unifamiliar em Guimarães, de tipologia T3, com piso

térreo mais dois pisos e jardim, um edifício de escritórios localizado no Porto constituído por 5 pisos, com 8

escritórios por piso (1 WC por escritório) e não possui zonas ajardinadas, e um edifício do tipo escolar, o edifício-

sede da Universidade Fernando Pessoa no Porto, com 5 pisos, com diversas instalações sanitárias nos diferentes

pisos. Os valores em termos de custos da água foram os praticados no município de Guimarães para efeitos de

comparação, apesar da situação geográfica dos edifícios de escritórios e escolar ser no município do Porto.

Resultados e discussão

Relativamente ao volume de água da chuva possível de ser recolhido na habitação, tomou-se para o coeficiente de

runoff da cobertura 0.8 (coberturas impermeáveis), o mapa da pluviosidade média em Portugal, que considera um

valor de 1600 mm para a região de Guimarães, a área da cobertura de 260 m2 e um valor de 0.9 para a eficiência

hidráulica de filtragem. Desta forma, obtém-se um volume anual de água da chuva aproveitável (Va) de

Va = C.P.A.ηf = 0.8 x 1600 x 260 x 0.9 = 299520 l/ano (299.52 m3/ano)

Relativamente ao caso da moradia, avaliou-se o consumo anual de água para uma família de 4 pessoas, partindo do

pressuposto de que todo o abastecimento é feito a partir da rede pública. Considerou-se para tal uma capitação de 150

l/hab/dia, valor adotado para uma moradia unifamiliar (Vieira, 2002; Pedroso, 2009). Para além da lavandaria e

instalações sanitárias e preve-se um sistema de rega para o jardim com uma área de 100 m2, considerando que este

espaço é regado entre os meses de Maio a Setembro,não se incluindo água destinada a lavagens gerais de exteriores

ou veículos. Face aos parâmetros adotados, o consumo total diário é de 600 l/dia (150 l/habitante/dia x 4 habitantes)

correspondendo a um consumo doméstico anual de 208.2 m3 (600 l/dia x 347 dias. Considerou-se ainda que o

número de dias de permanência dos ocupantes na habitação num ano é de 347 dias, admitindo-se 18 dias sem

consumos durante um ano. No que diz respeito ao consumo anual destinado a rega, considerou-se o valor de 35 m3

de acordo com a tabela de consumos unitários e anuaus por dispositivo ou utilização previstos na ETA 0701

(ANQUIP, 2009). Em termos globais o consumo anual seria de 243.2 m3 de água (208.2 m

3 de consumo + 35 m

3 da

rega).

Em termos de rentabilidade definiu-se que o abastecimento das descargas de bacias sanitárias e à máquina de lavar

roupa será feito com água da chuva recolhida. Dado que na habitação existem 4 autoclismos (de seis litros com

dupladescarga) que representam um volume anual de 33.3 m3 (24 l/pessoa/dia x 4 pessoas x 347 dias)e que a

lavagem de roupa representa um consumo anual de 13.9 m3 (10 l/pessoa/dia x 4 pessoas x 347 dias), o volume total

de água poupado com o funcionamento do sistema seria de 47.2 m3. O valor anual da factura com o sistema de

aproveitamento de água pluvial é de 595 €. O volume útil do reservatório determinado, de acordo com o método

descrito anteriormente (equações 1 e 2), foi, com os dados já determinads de de 2.83 m3, em função do volume de

água da chuva possível de recolher e dos consumos praticados no edifício.

Page 6: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

5

Vu = Mín. (299.52 ou 47.2) x 0.06 = 47.2 x 0.06 = 2.83 m3

Optou-se no entanto pela utilização de um reservatório disponível no mercado com capacidade de 3.75 m3

, dado os

custos de reservatórios pré-catalogados serem substancialmente inferiores aos de reservatórios executados de acordo

com dimensões específicas e únicas. Relativamente ao custo do sistema, consultaram-se três fornecedores de SAAP

cujas propostas incluem o depósito para acumulação da água da chuva e os restantes acessórios inerentes ao sistema.

Dos três orçamentos recolhidos optou-se pelo de valor mais baixo para as características pretendidas correspondente

a 5 688.21€. Foram também tidos em conta os custos de manutenção (Bertolo, 2006) e os juros bancários associados

ao investimento. Os diferents consumos estão sintetizado na tabela 1.

Tabela 1 Consumos de água da rede pública sem o sistema e com o sistema de aproveitamento de água da chuva

Contexto Utilizações Volume anual

(m3/ano)

Abastecimento tradicional

Consumo

doméstico 208.2

243.2

Rega 35.0

Abastecimento com sistema de

aproveitamento de águas pluviais

Consumo

doméstico

161.0

(208.2 - 33.3 - 13.9)

Do mesmo modo se efetuaram os cálculos para a determinação da rentabilidade económica de um SAAP num

edifício de escritórios. Recorrendo à mesma metodologia, consideraram-se os valores adequados a este tipo de

edifício e sua utilização, definindo-se a sua utilização por 160 funcionários distribuídos pelos 40 escritórios,

determinando os consumos de água da rede pública tomando como valor de referência o consumo de 15

l/pessoa/dia.Cada escritório possui, WC com sanitário e lavatório. Contabilizaram-se apenas os dias úteis de trabalho

e metade dos dias úteis do mês Agosto (período de férias em Portugal). A ocupação do edifício considerada foi de

241 dias.

Após a implementação do sistema, o abastecimento às descargas passa a ser feito pela água da chuva, sendo que a

água da rede pública apenas abastece os lavatórios. O volume do reservatório foi calculado pelo mesmo método

anteriormente utilizado baseado no menor valor entre o volume anual de água da chuva possível de recolher, Va e os

consumos anuais estimados, Ce, multiplicado por 0.06, tendo-se obtido o valor de 27.76m3. Novamente foi

considerada uma solução disponível no mercado, neste caso de 28.75m3

(1x25m3+3.75m

3). O valor a pagar pelos

reservatórios é de 18.660.62€. Dado que a implementação SAAP seria uma medida conjunta de todos os escritórios,

faz sentido falar em valores globais no edifício A análise aos resultados revela que sem o SAAP o funcionamento do

edifício determinava consumos de 578.4m3 de água da rede pública por ano, com um valor anual de 4 017€. Com a

implementação do sistema, estes valores descem para os 259.7m3 e 3 317€ respetivamente. À diferença entre estes

valores de 699€ e ao investimento inicial de 18.740.62€ corresponde um período de retorno de 27 anos

(considerando os custos anuais de energia e manutenção).

No caso do edifício-sede da Universidade Fernando Pessoa, frequentado por 2 554 alunos, para o cálculo dos

consumos de água da rede pública sem o SAAP simularam-se os consumos de água nas instalações do edifício,

considerndo as instalações sanitárias (optou-se por se desprezar os consumos de água nos laboratórios e na

cantina/bar) e os espaços ajardinados exteriores. Para tal tomou-se como valor de referência o consumo de 10

l/aluno/dia (Pedroso; 2007) e de 350 l/m2/ano (ANQIP, 2009) para a área ajardinada da Universidade de 1 380 m

2.

Contabilizaram-se apenas os dias de aulas referentes ao ano lectivo pelo que o total de dias de ocupação do edifício é

de 168, conforme o cronograma oficial da Universidade.

Também neste caso, após a implementação do sistema, o abastecimento às descargas passa a ser feito pela água da

chuva, mas para a rega, a água utilizada é da rede pública (de modo a não esgotar instantaneamente a água no

reservatório), tal como a água para consumos em lavatórios. A análise dos resultados revela que sem o SAAP o

volume de água da rede pública consumido durante um ano lectivo é de 5 118m3, correspondente ao valor de 8 618€.

O volume calculado do reservatório foi de 86.05 m3, considerando-se novamente uma solução comercial agora de

Page 7: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

6

86.25m3

(3x25m3+3x3.75m

3). O valor a pagar pelos reservatórios é de 44 362.23€. Com a implementação do SAAP

substituiu-se a água da rede pública das descargas por água da chuva, e os consumos de água da rede pública,

destinados à rega dos espaços verdes, descem dos 5 118m3 para os 3 162.5m

3, passando o seu valor de 8 618€ para 5

370€ anuais. À diferença de valores de 3 248€ num ano lectivo e ao investimento de 44 587.23€, corresponde a um

período de retorno de 14 anos. Os resultados para os diferentes casos estudados são apresentados de form sintética na

Tabela 2.

Tabela 2 – Síntese da avaliação econômica e de consumos.

Consumo anual

reservatório

(m3/ano)

Valor anual a

pagar sem o

sistema (euros)

Valor anual a

pagar com o

SAAP (euros)

Poupança

anual (euros)

Perído de

amortização

(anos)

Moradia 47.19 669 585 74 77

Ed. Escritórios 462.72 4 017 3 317 699 27

Ed. Escolar 2 574.03 8 618 5 370 3 248 14

Conclusões e considerações finais

No quadro de escassez e degradação dos recursos hídricos, a adoção de medidas de racionalização do seu consumo

tem-se revelado uma prioridade num número crescente de países. Os problemas de gestão da água estão associados

às atividades humanas e consequentemente à sua regulação bem como à sensibilização das populações no que se

refere a um uso consciente deste recurso, nomeadamente ao nível da conceção das redes prediais no que se refere ao

aproveitamento de águas pluviais e algumas águas residuais. Enquadra-se nesta intervenção a implementação de

SAAP em edifícios. De fato, este tipo de sistema tem vindo a ser estudado e cada vez mais implementado

enquadrado nos processos de construção sustentável e de certificação ambiental de edifícios. Deste estudo emergem

vantagens relativas à sua implementação.

Os sistemas de aproveitamento de águas pluviais permitem utilizar a água das chuvas reduzindo os consumos a partir

da rede pública. Esta utilização faz-se nos casos em que potabilidade da água não é uma necessidade, poupando a

água tratado cujos custos são cada vez mais significativos. A análise de rentabilidade destes sistemas ganha

expressão na relação entre a dimensão dos sistemas e a amplitude dos consumos nos edifícios em causa. Os

consumos registados variam desde os 47.2m3/ano na moradia até aos 2574m

3/ano no edifício escolar. Os resultados

provam que para consumos maiores o investimento é mais rapidamente amortizado, passando de 77 para 14 anos,

bem como em consumos em edifícios com períodos de paragem (em particular no Verão como é o caso dos edifícios

escolares e de escritórios). Prova-se assim que a escala do edifício, e em particular o volume dos consumos que lhe

estão associados, são determinantes para a eficiência e rentabilização da sua utilização. Há que alertar também para o

fato de, nos sistemas de menores dimensões isoladamente, como é o caso de habitações unifamiliares, estes sistemas

não se revelarem compensatórios, fazendo sentido procurar economias de escala e a adotar medidas integradas que,

no seu todo, mais do que de uma forma individual, possam trazer significado à gestão e sustentabilidade dos recursos

hídricos.

Há que referir que no modelo de avaliação da eficiência destes sistemas não foi considerada a internalização dos

custos ambientais, a tendência para o agravamento do custo da água nos sistemas de abastecimento público nem o

fato de que a utilização crescente destes sistemas originará a sua produção massificada com ganhos em termos de

economia de produção e dos custos associados. No caso concreto o aproveitamento de águas pluviais será sempre

uma mais-valia em termos de ganhos ambientais, pois estão associados à redução dos volumes de água tratada a

distribuir (com consequentes ganhos económicos também) e à retenção de parte da água de precipitação nos

reservatórios, (diminuição dos caudais de cheia e do risco de inundações), constituindo um importante vetor na

gestão dos recursos hídricos e na preservação dos recursos naturais.

Page 8: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

7

Referências Bibliográficas

ANQIP (2009) Especificação Técnica ANQIP ETA 0701, Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais,

Coimbra.

Bertolo, E. (2006) Aproveitamento da Água da Chuva em Edificações, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto,

2006.

COMISSÃO EUROPEIA (2002) A Directiva Quadro da Água: algumas informações, Serviço das Publicações Oficiais das

Comunidades Europeias, Luxemburgo. COMISSÃO EUROPEIA (2000) Directiva Quadro da Água - Directiva 2000/60/CE, Serviço das Publicações Oficiais das

Comunidades Europeias, Luxemburgo. Decreto-Lei 112/2002, de 17 de Fevereiro (2002) Plano Nacional da Água.

Oliveira, D. R. S. (2010) O Desafio do Aproveitamento de Águas Pluviais, Dissertação de Mestrado, Universidade Fernando

Pessoa, Porto, Portugal.

Mano, R. S. (2004) A captação residencial de água da chuva para fins não potáveis em Porto Alegre, Universidade Federal do

Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Neves, M. V. (2002) Estratégias para o uso mais eficiente da água em Portugal, Porto.

Vieira, P. et al, (2002) Inquérito aos hábitos de Utilização e Consumos de Água na Habitação, in Anais do 10.º Encontro Nacional

de Saneamento Básico, Universidade do Minho, Braga.

Pedroso, V. M. R. (2009) Medidas para um uso mais eficiente da água nos edifícios - ITE 53. Laboratório Nacional de

Engenharia Civil, Lisboa.

GRAF (s.d.) Sistemas de recuperação de água da chuva, Manual técnico da GRAF. Katalog R 28 Carat PT.

VIMAGUA (2010) Tarifário 2010 - Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela, E.I.M., S.A., Guimarães.

Page 9: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

1

INFILTRAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM CALÇADAS SUSTENTÁVEIS

RAINWATER INFILTRATION IN SUSTAINABLE SIDEWALKS

Carlos Mello Garcias 1

Alessandro Bertolino 2*

Flávia Sbalqueiro3

Paloma Woichikosky4

Abstract

The urban environment is formed by two closely interrelated systems: the natural system consisting of the

physical and biological and anthropic system, comprising the man and his activities. However, the process of

urbanization and the notion of development at all costs, caused changes in the natural environment, altering

their physical structures. The water during its cycle is the element that suffers most from human interference,

because the process of storage and transfer in soil is modified with surface sealing. The constant search for

new areas of occupation generates, in most cases, an urban planning more superficial than necessary for

avoiding environmental problems. The sidewalks have direct influence on permeability, as the floor that

constitute them. The objective of this work was to study the infiltration of rainwater on the sidewalks to

control urban flooding, with the analysis of the river basin Belém in Curitiba , Paraná , Brazil. Thus one can

acquire knowledge about what exactly the sidewalks influence in urban rivers and what its importance to the

society in which we live. A surface that have an eco-efficiency is the paver because the current reality in

Curitiba is that has to be easily deployed and thus its implementation does not require a lot of manpower,

favoring the process to establish the pavement.

Key Words: River Basin Belem, Sustainable Sidewalks, Urban Drainage.

1 Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana, Pontifícia Universidade Católica do Paraná. 2* Engenharia Ambiental, Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Rua Imaculada Conceição, 1155, bairro Prado

Velho, Curitiba, Paraná. CEP 80215-901. Brasil. Email: [email protected] 3 Engenharia Ambiental, Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

4 Engenharia Ambiental, Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Page 10: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

2

Resumo

O ambiente urbano é formado por dois sistemas intimamente inter-relacionados: o sistema natural, composto

do meio físico e biológico, e o sistema antrópico, consistindo do homem e de suas atividades. Porém, o

processo de urbanização e a noção de desenvolvimento a todo custo, provocou modificações no ambiente

natural, alterando suas estruturas físicas. A água, durante o seu ciclo, é o elemento que mais sofre com

interferências humanas, pois o processo de seu armazenamento e transferência no solo é modificado com a

impermeabilização da superfície. A constante busca por novas áreas de ocupação geram, na maioria das

vezes, um planejamento urbano mais superficial do que o necessário para que se evitem problemas

socioambientais. As calçadas possuem influência direta na permeabilidade, conforme o piso que as

constituem. O objetivo deste trabalho foi estudar a infiltração das águas pluviais nas calçadas para controle de

inundações urbanas, tendo como foco de análise a bacia hidrográfica do Rio Belém em Curitiba, Paraná,

Brasil. Diante disso pode-se adquirir um conhecimento com relação ao que propriamente as calçadas têm

influência nos rios urbanos e qual sua importância perante a sociedade em que vivemos. Um pavimento que

dispõem de uma eficiência ecológica é o paver, pois na atual realidade Curitibana, é um pavimento que tem

facilidade para ser implantado visto que sua aplicação não necessita de muita mão de obra, favorecendo o

processo para instituir o pavimento.

Palabras clave: Bacia Hidrográfica do Rio Belém, Calçadas Sustentáveis, Drenagem Urbana.

Introdução

O processo de urbanização acarreta grandes impactos no meio ambiente onde está ocupado. As ações

antrópicas transformam o meio natural em um sistema de interesses econômicos, onde o grande

desenvolvimento, que dificulta a infiltração da água da chuva nas superfícies urbanas, promove o

desequilíbrio do balanço hídrico e consequentemente, mudanças no comportamento do hidrograma de uma

bacia ou de uma microbacia (Tucci et al, 1995). Com esse desequilíbrio hidrológico ocorrem modificações

que acarretam as cheias urbanas.

O aumento do volume de escoamento das águas pluviais relacionado a processos urbanísticos mal planejados,

com ocupações irregulares, falta de manutenção dos sistemas públicos de captação pluvial, falha no sistema

de coleta seletiva e disposição do lixo urbano entre outros, geram riscos à saúde e prejuízos socioeconômicos,

os quais afetam todas as classes da sociedade devido à ocorrência de enxurradas e cheias urbanas. Além de

prejuízos materiais que ocasionam a degradação ambiental dos cursos de água, pois recebem efluentes de

água pluvial que lava as superfícies urbanas transportando os contaminantes para os rios urbanos.

As práticas convencionais de drenagem tem como base o transporte das águas pluviais para longe o mais

rápido possível. Porém sabe-se que quanto mais as águas das chuvas nas cidades são retardadas para chegar

ao curso d’água, menor o risco de inundações. Algumas práticas para que ocorra esse retardamento é a

retenção no início do escoamento, como por exemplo, nos próprios lotes, ou pela infiltração ou

armazenamento quando se trata de macrodrenagem. Essas medidas visam evitar a transferência dos impactos

causados pelas cheias em áreas à jusante.

Os pavimentos permeáveis reduzem o percentual de áreas impermeáveis em uma bacia. Esta técnica pode ser

utilizada principalmente em regiões onde não haja grande fluxo, como estacionamentos, vias e passeios. O

emprego de pavimentos permeáveis pode reduzir o volume do escoamento superficial. O principal tipo de

pavimento permeável são os blocos vazados, porém existem variações de concreto e asfalto utilizados para

facilitar a infiltração. Como outras medidas de baixo impacto, essa também necessita de manutenção

preventiva, para evitar colmatação de materiais, o que pode causar a impermeabilização do sistema (Prince

George’s County, 1999).

Para este estudo foram consideradas as calçadas urbanas pela sua importante participação no contexto das

regiões urbanizadas, sendo as delimitadoras dos quarteirões, que podem ser considerados uma das unidades

Page 11: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

3

básicas formadoras das cidades. As calçadas ecologicamente corretas e ambientalmente sustentáveis têm

papel importante na elaboração e construção de um quarteirão ambientalmente sustentável, pois possuem

influência direta na permeabilidade, acessibilidade e socialização da população, residente ou não, no

quarteirão. Portanto, a calçada desenvolve um papel de caráter humano e social à população das cidades e

consequentemente protege o pedestre e o meio ambiente. O conceito de calçadas ecológicas traz a integração

dos seguintes elementos: vegetação, piso drenante, piso tátil e disposição de equipamento públicos

harmoniosos (Almeida, 2008).

Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar a infiltração das águas pluviais nas calçadas para controle de

inundações urbanas, tendo como foco de análise a bacia hidrográfica do Rio Belém em Curitiba, Paraná,

Brasil.

Metodologia

Esta pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva. Neste trabalho a etapa exploratória foi

caracterizada pelo referencial teórico que aborda e aprofunda os tópicos necessários para a realização das

fases seguintes. É, neste trabalho, constituída pelas características dos diferentes pisos permeáveis e sua

possível utilização para auxílio da infiltração das águas pluviais. Na fase analítica foram relacionadas as

vantagens dos diferentes pavimentos para a infiltração das águas pluviais para controle das inundações

urbanas.

Foi utilizada a metodologia de Estudo de Caso, com foco na bacia hidrográfica do Rio Belém, localizada no

município de Curitiba, Paraná, Brasil. Esta bacia localiza-se inteiramente no município de Curitiba, conforme

Figura 1e apresenta ocupação urbana em toda sua área sendo foco do Projeto de Revitalização do Rio Belém

– Meu Rio: Minha Vida, que vem sendo realizado desde 2011 com apoio da Federação Internacional das

Universidades Católicas - FIUC. Foram realizadas visitas a campo na bacia hidrográfica para verificação das

condições das calçadas e sua permeabilidade, para comparação entre as mesmas.

Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do Rio Belém

Resultados

Alguns exemplos de pavimentos permeáveis são as calçadas verdes que tem por característica os pedregulhos

e as faixas verdes, superfícies porosas ou perfuradas, facilitando a capacidade de drenagem da água. A

vantagem da utilização desse pavimento é a redução do escoamento superficial que tem relação com a

Page 12: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

4

superfície impermeável, redução no custo de obras para a absorção da água pluvial em períodos chuvosos,

propriedades atérmicas e antiderrapantes, devido sua alta porosidade e outras características. Além dos custos

de implantação que são necessários para a construção desse tipo de pavimento, existem os custos de

manutenção que consiste na limpeza dos poros dos pavimentos porosos com jatos d’água e equipamentos para

a sucção de sedimentos e poeiras.

Para os pavimentos permeáveis a análise do ciclo de vida dos materiais é uma etapa importante na hora de

escolher e classificar qual seria o tipo de pavimento adequado, pois é nela que é estipulado qual o grau de

sustentabilidade do produto, atendendo antes a preservação e depois ao paisagismo.

Há muitos pavimentos que podem ser considerados ecológicos analisando diferentes tipos de pontos de vista,

como a permeabilidade que determinado pavimento contém, qual o material utilizado para a fabricação do

mesmo, como é feita a aplicação deste pavimento, entre outros.

Paver: A pavimentação de calçadas com blocos pré-moldados (paver) é de rápida execução, possui

baixa manutenção e alta capacidade de drenagem das águas entre os blocos alivia as pressões sobre o

subleito e a base, reduzindo as possibilidades de deformações da pavimentação. As peças são

assentadas sobre uma camada de areia ou pó de pedra espalhada sobre o solo previamente

compactado. Por ser assentado sobre o solo, o sistema de pavimentação inter travada possibilita

melhor drenagem, com poucas camadas de interferência das chuvas. Neste sistema, blocos

modulares pré-moldados em concreto, com diversas formas, cores e texturas, são justapostos e se

mantêm fixos por conta do atrito da área lateral das peças em relação às outras adjacentes. Um

exemplo da aplicação do paver em calçadas pode ser visto na Figura 2.

Figura 2. Paver

Concregramas: Os concregramas (Figura 3) são peças feitas de concreto e estão ganhando cada vez

mais espaço por serem reconhecidos como sustentáveis, pois tem um grande índice de absorção da

água da chuva por seu aspecto vazado, sendo preenchido com grama, auxilia na minimização do

calor, além de apresentarem um efeito paisagístico. São muito viáveis nos estabelecimentos como

estacionamentos, praças e etc... Contudo há um impasse ao utilizar os concregramas em passeios por

serem alvos de reclamações das mulheres que usam salto, por se machucarem ao caminhar sobre o

pavimento. A aplicação é feita sobre uma camada de areia grossa, sem exigir ferramentas

diferenciadas ou mão de obra especializada. Nivelar o terreno, espalhar e sarrafear uma camada de

areia grossa (02 à 03 cm) para o nivelamento / alinhamento das peças, preencher os vazios com terra

vegetal e plantar a grama.

Page 13: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

5

Figura 3. Concregramas

Drenac: O Drenac (Figura 4) é uma placa pré-fabricada de concreto drenante, sua composição é 82%

formulada de resíduos reciclados de cerâmica com uma adição de cimento, o que torna o produto

mais resistente ao desgaste e as intempéries, além de ecologicamente corretos. Sua capacidade de

drenagem pode chegar a 82%, permitindo a drenagem das águas até o subsolo, evitando o

empoçamento e minimizando as enchentes. Apresentam um bom isolamento térmico e tem

características de ser antiderrapante, acessível para cadeirantes.

Figura 4. Piso drenante de cerâmica

O assentamento deve ser realizado de forma drenante (areia) para que não haja contenção da água,

impossibilitando o escoamento da água. O solo deve ser uniformizado com uma inchada, com os desníveis

necessários, e compactado com o instrumento de compactação de percussão. A contenção lateral deve ser

prevista para o travamento das peças. Adicionar uma camada de brita 3, com 4 cm de espessura em seguida

uma camada de pedriscos com 4 cm e compactar, cobrir com manta Geotextil Bidim permeável toda a área de

piso e colocar camada de areia média limpa de 4 cm sarrafeada e nivelada.

Na bacia hidrográfica do Rio Belém foram observados vários tipos de pavimentos utilizados nas calçadas. Na

Figura 5 podem ser vistos dois extremos de qualidade de calçadas implantadas na bacia. Na primeira imagem

existe a utilização de pavimento permeável, o que pode reduzir o escoamento superficial das águas pluviais.

Já na segunda imagem a calçada não possui um tamanho adequado, com degraus, que dificultam a

acessibilidade e o piso não é drenante, o que a caracteriza como uma calçada inadequada.

Page 14: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

6

Figura 5. Calçada drenante (paver) à esquerda e calçada inadequada à direita

Conclusão

Os benefícios das calçadas ecológicas são inúmeros já que atendem não só uma fácil permeabilização das

águas superficiais para o solo, como também podem ser proveniente de resíduos de construção civil, para

atender uma maior estatística sustentável e de outros resíduos como pneus, e até matéria vegetal.

Com o objetivo de reconstituir as características pré-ocupação, as alternativas de infiltração tentam beneficiar

os processos hidrológicos modificados no processo de urbanização, ou seja, reestabelecer a infiltração natural.

O exemplo mais adequado para a utilização, em geral, seria o Drenac, pois sua estrutura permite uma maior

permeabilidade do terreno. Porém, atualmente, visto as condições de instalação e manutenção, o pavimento

que dispõem de uma melhor eficiência ecológica é o paver, o qual está sendo utilizado com frequência em

obras de revitalização de vias em Curitiba. Este tipo de pavimento tem facilidade para ser implantado, pois

sua aplicação não necessita de muita mão de obra facilitando o processo para instituir o pavimento.

Diante do estudo, pode-se adquirir um conhecimento com relação ao que propriamente as calçadas têm

influência nos rios urbanos e qual sua importância perante a sociedade em que vivemos, onde muitas vezes o

tema não é tão destacado pela falta de conhecimento da população, que desconhece que através da

implantação de um pavimento permeável, muitos problemas seriam solucionados.

Referencias Bibliográficas

Almeida, R.B. Calçadas ecológicas: construção e benefícios socioambientais. Goiânia: UCG, 2008. Universidade

Católica de Goiás.

Prince George’s County. Department of Environmental Resources. Low-Impact Development Design Strategies: An

Integrated Design Approach. Maryland, 1999. Disponível em: <ftp://lowimpactdevelopment.org/pub>. Acesso

em jun. 2013.

Tucci, C. E. M; Porto, R. L.; Barros, M. T. Drenagem Urbana. Coleção ABRH, vol5, Editora Universidade, 1995: 428 p.

Page 15: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

VIABILIDADE TÉCNICA E DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE

APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM

EDIFÍCIO RESIDENCIAL

TECHNICAL VIABILITY AND DIMENSIONING OF A SYSTEM TO USE RAIN

WATER FOR NON-DRINKING IN A RESIDENTIAL BUILDING.

Vinicius Kuchinski 1*

Sizabeli Amaral dos Santos 2

Taiane Menezes Conterato 3

Maria do Carmo Cauduro Gastaldini4

Abstract This study had as objective evaluate the technical viability of a project to use rainwater for non-drinking

consumption in a residential building in Santa Maria, Brazil. The rainfall offer from the city was measured with

historical data of 20 years. For this residential building was estimated a resident population of 208 people, who

will live in 42 apartments. These people have a demand for non-potable water of 10.28 m³ per day. To fulfill this

demand, many reservoirs were sized by the simulation method, respecting a catchment area of 418.75 m²

resulting in an optimal reservoir for rainwater storage of 15 m³. In this way, the reservoir ensures the supply of

4.69% of the consumption of drinking water. The consumption of rainwater by the system generates a save of

drinking water in order of 175.20 m³ per year. The system showed as viable, despite of low rate to feed the whole

demand.

KeyWords: Rain water use, sustentability, water supply.

1 2 3 4 Universidade Federal de Santa Maria

* Universidade Federal de Santa Maria. Centro de Tecnologia – Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental / Av.

Roraima, 1000 – Cidade Universitária, Bairro Camobi, Santa Maria, Rio Grande do Sul. CEP 97105-900. Brasil. Email:

[email protected]

Page 16: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

Resumo

Este trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade técnica de um projeto de aproveitamento de água de chuva

para o consumo não potável em um edifício residencial da cidade de Santa Maria, Brazil. A oferta pluviométrica

da cidade foi avaliada com dados históricos de 20 anos. Para o edifício em questão, foi estimado uma população

residente de 208 pessoas que residirão nos 42 apartamentos. Estas pessoas tem uma demanda de água não

potável de 10.28 m³/dia. Com uma área de captação de 418.75 m², foram dimensionados reservatórios, por meio

do método da simulação, resultando num reservatório para o aproveitamento de água de chuva de 15 m³. O

reservatório garante o abastecimento em 4.69% do consumo de água não potável, da vida útil do sistema. O

consumo de água pluvial pelo sistema gera uma economia de água potável na ordem de 175.20 m³ por ano. O

sistema dimensionado mostrou-se viável, apesar da baixa taxa de atendimento da demanda.

Palavras chave: Aproveitamento água de chuva, sustentabilidade, abastecimento.

Introdução

O desenvolvimento sustentável surge com a preocupação da forma como os recursos naturais são consumidos,

visto que os mesmos são retirados e explorados até sua total exaustão ou sua completa extinção. Nesse âmbito, é

possível inferir que isto ocorre em razão de que geralmente não existe um plano de recuperação ambiental das

áreas e dos recursos explorados.

Desta forma, com a escassez de recursos, é imprescindível que o homem procure formas alternativas de

consumir os mesmos, de maneira racional e sustentável. O aproveitamento da água de chuva é uma importante

alternativa que pode ser econômica e tecnicamente viável para o consumo de água racional, visando a atender

certas demandas de forma sustentável. Como exemplo é possível citar a rega de plantas, limpezas em geral,

recreação, utilização em bacias sanitárias, entre outros.

Para a utilização dessa água de chuva, contudo, deve ser feito um estudo de viabilidade técnica, pois é necessário

verificar a oferta pluviométrica na região de estudo e a qualidade da água, visto que, de acordo com sua

finalidade, ela pode necessitar de tratamento prévio. Este tratamento fará com que a água não traga riscos à

saúde, às tubulações, aos pisos, carros, plantas, e a todas as outras formas de uso que se destinarão as águas de

chuva.

O sistema de aproveitamento de água pluvial depende basicamente do destino final e do tratamento necessário

para a água. Porém, existe uma grande complexidade em se prever a demanda de água não potável, pois é difícil

mensurar a quantidade de água que cada pessoa gasta para realizar cada atividade.

Este trabalho tem como objetivo o dimensionamento de um sistema de aproveitamento da água de chuva para

fins não potáveis em edifício residencial que está sendo executado na cidade de Santa Maria, RS, Brasil.

Metodologia

A área em estudo é o Edifício Residencial Gabro, localizado na Rua Visconde de Pelotas, em Santa Maria, Rio

Grande do Sul, Brasil. A Figura 1 ilustra a representação geográfica do município de Santa Maria.

Page 17: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

Figura 1. Localização do Residencial Gabro, na cidade de Santa Maria, RS, Brasil.

A escolha deste edifício, que já está em fase de construção, foi baseada na ideia que é uma obra em que seus

projetos já encontram-se finalizados. Desta maneira, traduzindo alguns dos problemas que se encontram na

elaboração de um projeto de aproveitamento da água de chuva, como, por exemplo, na incompatibilidade com os

demais projetos.

A habitação conta com três pavimentos de garagens, oito pavimentos tipo e a cobertura. O pavimento tipo possui

dois apartamentos com três dormitórios e três apartamentos com dois dormitórios. A cobertura possui dois

apartamentos com quatro dormitórios, assim, totalizando 42 apartamentos. Deste modo, a estimativa da

população total da edificação foi obtida através da Equação 1.

NP = (2·NDs + 1·NDE)·Naptos·Npav Equação (1)

Em que:

NP: número de pessoas a serem atendidas;

NDs: número de dormitórios sociais;

NDE: número de dormitórios de empregados;

Naptos: número de apartamentos;

Npav: número de pavimentos.

Para a estimativa da demanda de água não potável do edifício, aliado aos dados das Tabelas 1 e 2 (que

discretizam parâmetros estimativos de consumo em residência), algumas considerações de projeto foram feitas

para o desenvolvimento deste trabalho:

Tabela 1. Parâmetros estimativos de consumo interno de uma residência com pressão nas instalações de 40

m.c.a. (adaptada). Fonte: TOMAZ (2007)

Uso interno Unidades Parâmetros

Inferior Superior Provável

Descarga na bacia descarga/pessoa/dia 4 6 5

Volume de descarga litros/descarga 6.8 18 9

Vazamento bacias sanitárias percentagem 0 30 9

Tabela 2. Parâmetros estimativos de consumo externo de uma residência (adaptada). Fonte: TOMAZ (2007)

Uso externo Unidades Valores

Gramado ou jardim litros/dias/m² 2

Lavagem de carros litros/lavagem/carro 150

Lavagem de carros: frequência lavagem/mês 4

Page 18: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

Bacia sanitária. – Cada pessoa utiliza a descarga da bacia sanitária 5 vezes ao dia, cada descarga tem

volume de 9 litros de água. Perdas por evaporação e por vazamentos não foram consideradas nas bacias

sanitárias.

Área de jardim. – O total de área de jardins do edifício é de aproximadamente 140 m², os quais são

regados por 2 litros/m²/dia, por quatro dias por mês.

Vagas de garagem. – Existem 60 vagas de garagem e cada veículo será lavado por 2 vezes ao mês.

Área de limpeza. – A área social da edificação, composta por circulação, halls, escadarias, entre outros,

é de aproximadamente 595 m², pelo elevado valor, considera-se que a limpeza geral é feita uma vez por

semana. Além disso, para cada limpeza, será gasto 300 litros de água.

Para análise da oferta pluviométrica de Santa Maria, foram utilizados os dados de precipitação referentes a

estação pluviométrica do 8º Distrito de Meteorologia (8º DISME) do Ministério da Agricultura (INMET) no

período de 01/01/1990 até 01/01/2010.

No Brasil, o dimensionamento de reservatórios de água de chuva deve seguir as orientações da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), mais precisamente a NBR 15,527 (ABNT, 2007). A referida publicação

prevê seis métodos de dimensionamento, sendo o Método da Simulação o escolhido para o dimensionamento do

reservatório de água de chuva.

O Método da Simulação (Equações 2, 3 e 4) é capaz de mostrar, através dos dados históricos, quantos dias o

reservatório atende à demanda, ou a quantidade de água que deve ser utilizada para o suprimento quando o

reservatório está vazio, ou quando a quantidade de água de chuva no reservatório não consegue atender a

demanda diária e até mesmo a quantidade de água de chuva que extravasa (overflow) quando a precipitação é

elevada.

S(t) = Q(t) + S(t-1) – D(t) Equação (2)

0 < S(t) < V Equação (3)

Q(t) = C·P(t)·A Equação (4)

Onde:

S(t): o volume de água no reservatório no tempo t

S(t-1): o volume de água no reservatório no tempo t-1

Q(t): o volume de chuva aproveitável no tempo t

D(t): a demanda ou consumo no tempo t

P(t): a precipitação da chuva no tempo t

V: o volume do reservatório

C: o coeficiente de escoamento superficial

A: a área de captação em m²

O coeficiente de escoamento superficial ou coeficiente C é um adimensional resultante da relação entre volume

de água que escoa sobre uma superfície e o volume de água precipitado sobre a mesma. A Tabela 3, proposta por

Hagemann (2009) traz valores do coeficiente de escoamento superficial, obtido por vários autores, para

diferentes materiais.

Tabela 3. Valores do coeficiente de escoamento superficial para diferentes superfícies. Fonte: HAGEMANN

(2009)

Material Faixa de C

Cerâmico 0.80 – 0.90

Cimento 0.62 – 0.69

Metálico 0.80 – 0.85

Corrugado de metal 0.70 – 0.90

Aço galvanizado > 0.90

Vidro 0.60 – 0.90

Plástico 0.94

Com a finalidade de manter a qualidade da água da chuva e evitar a proliferação de bactérias, o reservatório de

armazenamento da água de chuva deve conter um dispositivo para se fazer a cloração desta água. Da mesma

Page 19: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

forma que os primeiros 2 milímetros de chuva devem ser descartados - por sugestão da NBR 15,527 - para se

evitar a entrada de água de pior qualidade.

Resultados e Discussão

Através da Equação 1, estimou-se uma população de 208 pessoas que residirão nos 42 apartamentos do edifício.

A demanda de água não potável para a utilização somente em bacias sanitárias, utilizando os parâmetros da

Tabela 1 e as considerações de projeto, é de 9.36 m³/dia. Utilizando os parâmetros da Tabela 2, a limpeza do

condomínio, com a rega dos jardins e a lavagem de carros, a demanda diária de água não potável é de 10.28

m³/dia.

Para o aproveitamento da água de chuva, foi utilizada uma série de dados históricos de 20 anos, compreendendo

1990 até 2010. A representação das médias mensais é mostrada na Figura 2.

Figura 2. Precipitações médias mensais na estação de monitoramento INMET (1990-2010).

O método da simulação não chega a um valor final do reservatório, porém mostra subsídios sobre o volume de

acordo com a entrada e saída de água do mesmo. Assim, pode-se saber quanto um reservatório especulado pode

garantir o abastecimento da demanda do prédio. Com uma área de captação da água de chuva de 418.75 m²,

foram simulados reservatórios de 5 a 40 m³ (Tabela 3), com a finalidade de encontrar a curva de garantia

abastecimento (Figura 3) e facilitar a escolha do reservatório adequado para o caso proposto.

Tabela 3. Garantia de abastecimento através do dimensionamento do reservatório de água de chuva pelo método

da simulação.

Demanda

diária (m³)

Volume do

reservatório

(m³)

Dias não

atendendo a

demanda

Dias

extravasando

Garantia de

abastecimento

(%)

10.28

5 6,713 117 4.05

10 6,690 48 4.37

15 6,668 16 4.69

20 6,664 8 4.75

25 6,661 6 4.79

30 6,658 3 4.83

35 6,657 1 4.85

40 6,657 0 4.85

Page 20: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

Figura 3. Curva de garantia de abastecimento do reservatório.

Analisando a curva de garantia (Figura 3) e a Tabela 3 cujos dias não abastecidos e os dias em que a precipitação

extravasa o reservatório, a primeira impressão é de que a demanda é muito alta para o abastecimento utilizando

somente a oferta pluviométrica da região.

Desta maneira, o dimensionamento do reservatório se mostra mais econômico para o volume de 15 m³, quando a

curva tem seu crescimento desacelerado. Assim, o aumento do tamanho do reservatório não exprime um

aumento considerável na garantia de abastecimento.

Sendo assim, com o reservatório de 15 m³ resultando no atendimento da demanda de água não potável de 4.69%,

é possível afirmar que apenas 0.48 m³/dia são atendidos pelo aproveitamento da água de chuva. Portanto,

anualmente são poupados 175.20 m³ de água potável.

Um resumo dos equipamentos necessários para a implementação do reservatório: tubulações e conexões de PVC

para esgoto predial e água, dispositivo de descarte da primeira chuva, filtro industrial para cobertura, freio

d’água, sifão ladrão, sistema realimentador, material elétrico, registro de gaveta e dosador de cloro para realizar

a desinfecção da água do reservatório.

A desinfeção com cloro é feita no reservatório. O cloro é capaz de remover a cor, garantir desodorização e

prevenir a proliferação de bactérias no reservatório.

Os reservatórios devem ser limpos no mínimo uma vez por ano, de acordo com a NBR 5,626 (ABNT, 1998).

Outros tipos de manutenção, como limpeza de calhas, condutores e descarte do escoamento inicial podem ser

feitos pelo zelador do condomínio rotineiramente.

Conclusões

O dimensionamento do sistema de aproveitamento de água de chuva foi realizado para o edifício Residencial

Gabro. A população da edificação foi estimada em 208 pessoas. Essas pessoas consomem 10.28 m³/dia de água

não potável para abastecer suas bacias sanitárias e ainda fazer a limpeza do condomínio uma vez por semana,

rega das plantas e a lavagem de todos os carros duas vezes ao mês.

Para o estudo da viabilidade técnica do aproveitamento de água da chuva, através de uma pesquisa ao banco de

dados de precipitação da estação do 8º DISME num período de 20 anos acarretou em 6,996 dias de dados de

precipitação. Esses dados mostram uma precipitação média anual de 1,764.13.

Foram dimensionados alguns reservatórios através do método da simulação para se chegar ao reservatório com

maior eficiência, frente a uma área de captação de 418.75 m², na reservação da água pluvial, assim encontrou-se

um reservatório de 15 m³, o qual garante abastecimento total em 4.69% do tempo de vida útil do sistema. Essa

porcentagem de atendimento da demanda poupa 175.2 m³ de água potável ao ano.

4

4.2

4.4

4.6

4.8

5

0 5 10 15 20 25 30 35 40Ga

ran

tia

de

Ab

ast

ecim

ento

(%)

Volume do Reservatório (m³)

Page 21: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

Após o desenvolvimento deste estudo, fica claro que é viável tecnicamente o aproveitamento de água de chuva.

Além de se fazer a utilização de uma água de boa qualidade e que seria descartada, o uso da água de chuva com

finalidade não potável traz outros benefícios, como a contribuição na diminuição do pico de escoamento

superficial após as chuvas, devido ao processo de urbanização das bacias hidrográficas, pois essa água que seria

despejada diretamente na rede de drenagem vai ser acumulada e posteriormente será utilizada.

Além disso, outro benefício da utilização da água de chuva é que ao aproveitar-se a água pluvial para suprir

demandas de água não potável, poupa-se de utilizar uma água de boa qualidade, que passou por diversos

processos para se chegar à potabilidade, contribuindo com o meio ambiente e a sustentabilidade.

Em suma, a utilização de um sistema como o abordado nesse trabalho traz benefícios econômicos e ambientais.

Além disso, a sua utilização no município pode acontecer sem problema nenhum, uma vez que foi mostrado que

é tecnicamente viável.

Referências Bibliográficas

Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 10844: Instalações prediais de águas pluviais: procedimento. Rio de

Janeiro, 1989. 13 p.

Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 15527: Água de chuva: aproveitamento de coberturas em áreas urbanas

para fins não potáveis: requisitos. Rio de Janeiro, 2007. 8 p.

Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 5626: Instalação predial de água fria. Rio de Janeiro, 1998. 41 p.

Gonçalves, Ricardo Franci. Uso Racional da Água em Edificações. Rio de Janeiro: ABES, 2006.

Hagemann, S. E. Avaliação da Qualidade da Água da Chuva e da Viabilidade de sua Captação e Uso. Dissertação de

mestrado; UFSM. Santa Maria, 141 p. 2009.

INMET - Instituto Nacional De Meteorologia. Banco de dados meteorológicos para ensino e pesquisa. Disponível em:

<http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=bdmep/bdmep>. Acesso em: 15 nov. 2013.

Tomaz, Plínio. Aproveitamento de água de chuva de telhados em áreas urbanas para fins não potáveis: Diretrizes básicas para

um projeto. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CAPTAÇÃO DA ÁGUA DE CHUVA, 6º, Belo Horizonte, MG.

2007

Tucci, C. E. M. Hidrologia: Ciência e aplicação. 2. ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS. ABRH, 2001. 943 p.

Page 22: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

1

SISTEMA DE DRENAJE PLUVIAL DEL HOTEL ANCÓN, CUBA: DIAGNÓSTICO Y

SOLUCIONES

ANCON HOTEL DRAINAGE SYSTEM: DIAGNOSTIC AND SOLUTIONS

Omar Gutiérrez Benítez 1*

David Javier Castro Rodríguez 1

Jelvys Bermúdez Acosta 1

José Reinol Poma Rodríguez 1

Abstract The problem of coastal erosion associated with the built environment is an international priority. The objective was

to diagnose the drainage system of the Ancon Hotel, Cuba and propose solutions to prevent and minimize erosion

caused by the same on the homonymous beach. A method for the analysis and solution of environmental problems,

based on the PDCA cycle was implemented. The system of collection and disposal of stormwater Hotel is

conventional type. The infiltration wells do not meet design requirements and suffer the appropriate maintenance.

The 75.86 % of the evidences of erosion are concentrated in strata 1 and 2 on the south and west of the main

building adjacent to the beach. In this area the incidence of various constructed elements was verified and the

influence of topography, vegetation and land on the green surface runoff was found. The natural drainage of this

area is made up of 13 sections of dominant runoff. For scenarios evaluated rainfall runoff flows reaching the beach

are high. A combination of factors that cause large surface runoff, changing patterns of flow evenly over the surface,

redirecting the prevailing currents and increased runoff rates is presented in the main affected areas. An

intervention plan with 71 preventive and corrective measures were developed. The main solutions are based on the

principle of minimizing or eliminating stormwater runoff to reach the beach berm. The implementation of the action

requires consistency and continuity due to the involvement of multiple factors and interactions that present various

solutions.

Key Words: Diagnostic, drainage system, erosion, runoff.

1 Departamento de Ingeniería Ambiental, Centro de Estudios Ambientales de Cienfuegos, Cienfuegos, Cuba. (todos los autores se

desempeñan como Especialistas para la Ciencia, a Tecnología y el Medio Ambiente)

* Departamento de Ingeniería Ambiental, Centro de Estudios Ambientales de Cienfuegos. Calle 17, esquina Av. 46– Reina,

Cienfuegos. 55100. Cuba. Email: [email protected] , [email protected]

Page 23: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

2

Resumen

La problemática de la erosión costera asociada al medio ambiente construido es una prioridad internacional. El

objetivo del trabajo fue diagnosticar el sistema de drenaje pluvial del Hotel Ancón, Cuba y proponer soluciones para

prevenir y minimizar los procesos erosivos provocados por el mismo sobre la playa homónima. Se implementó un

procedimiento para el análisis y solución de problemas ambientales, basado en el ciclo PHVA. El sistema de

recolección y evacuación de aguas pluviales del Hotel es del tipo convencional separativo, integrado por elementos

de drenaje natural y obras de colección, evacuación e infiltración. Los pozos de infiltración existentes no cumplen

requerimientos de diseño y adolecen del mantenimiento adecuado. El 75.86 % de las evidencias de erosión se

concentran en los estratos 1 y 2 en el sector sur y oeste del edificio principal colindante con la playa. En esta zona se

verificó la incidencia de diversos elementos construidos y se constató la influencia del relieve, de la vegetación y del

suelo del área verde sobre el escurrimiento superficial. La red de drenaje natural de ese sector se conforma por 13

secciones de escorrentías predominantes. Para los escenarios de lluvia evaluados los caudales de escurrimientos que

llegan a la playa son elevados. En las principales áreas afectadas se presenta una combinación de factores que

provocan grandes escurrimientos superficiales, modificación de los patrones de flujo uniforme sobre la superficie,

redireccionamiento de las corrientes predominantes y el incremento en las velocidades de las escorrentías. Se elaboró

un plan de intervención con 71 medidas preventivas y correctivas. Las principales soluciones se sustentan en el

principio de minimizar o eliminar la escorrentía de aguas pluviales que lleguen a la berma de la playa. La ejecución

de las acciones requiere de coherencia y continuidad debido a la intervención de múltiples factores y a la interacción

que presentan varia de las soluciones.

Palabras clave: diagnóstico, drenaje pluvial, erosión, escorrentía.

Introducción

La Estrategia Ambiental Nacional de Cuba 2011-2015 (CITMA, 2011) establece como objetivo estratégico alcanzar

impactos significativos en la protección y rehabilitación del medio ambiente. Atención especial requieren las playas

como recurso turístico y su vulnerabilidad frente a la erosión costera.

La playa Ancón, localizada en la península homónima en el municipio de Trinidad, Cuba, ha sido impactada debido

al desarrollo turístico. Las escorrentías de aguas pluviales de un Hotel, también homónimo, hacia la berma de la

playa ha provocado un incremento de los procesos erosivos en la misma y la pérdida de arena (UMA-CITMASS,

2009). El objetivo del trabajo fue diagnosticar el sistema de drenaje pluvial de la referida instalación Hotelera y

proponer soluciones para prevenir y minimizar los procesos erosivos provocados por el mismo.

Metodología

Se implementó un procedimiento para el análisis y solución de problemas ambientales (CEAC, 2012), basado en el

ciclo PHVA (Planificar, Hacer, Verificar y Actuar), que consta de ocho pasos (Gutiérrez y De La Vara, 2004). En el

presente estudio se trabajaron los primeros cuatro pasos correspondientes a la etapa de “Planificar” del ciclo referido.

Selección y caracterización del problema

Para la recolección y análisis de datos y la información fueron utilizadas varias técnicas, tales como observación

directa, entrevistas y listas de verificación. En los estudios técnicos detallados fueron considerados los siguientes

aspectos:

− Antecedentes de investigaciones ingenieras.

− Información hidrológica e hidrometeorológica.

− Información técnica existente sobre proyecto y planos de las redes sanitarias y pluviales.

− Estudio y levantamiento de la información del relieve y la topografía.

Page 24: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

3

− Estudios de suelos y de los lechos de los pozos de infiltración existentes.

− Recopilación, cuantificación y clasificación de evidencias de los procesos erosivos asociados a la escorrentía de

aguas pluviales.

− Identificación y descripción del sistema existente de recolección y evacuación de aguas pluviales.

− Revisión del estado, funcionalidad y condiciones de operación del sistema existente de recolección y evacuación

de aguas pluviales. Identificación de las deficiencias.

− Revisión de la capacidad y las condiciones existentes de mantenimiento preventivo y correctivo de los diferentes

componentes del sistema.

Fueron tenidas en cuenta las normas cubanas relativas al drenaje pluvial (ONN, 2008; ONN, 2009; ONN, 2010;

ONN, 2012). Se adaptaron algunas recomendaciones aplicables en el “Reglamento técnico del sector del agua

potable y saneamiento básico” (MDE, 2000).También se consideraron los requisitos establecidos en el “Reglamento

para el diseño y la construcción de instalaciones sanitarias en edificaciones” (MOPC, 2010). Se contextualizaron

criterios establecidos para el diagnóstico de los sistemas de drenaje pluvial contenidos en la metodología para la

ejecución de diagnósticos ambientales (CIGEA, 2012).

Los caudales de escurrimiento se estimaron a partir del Método Racional, de acuerdo a la pluviometría y la

intensidad de la lluvia para la zona objeto de estudio. Se utilizó el mapa isoyético de las precipitaciones máximas

diarias para el 1 % de probabilidad y el nomograma de cálculo de la intensidad de lluvia para diferentes

probabilidades y tiempo de duración de la República de Cuba (ONN, 2008, ONN, 2010, ONN, 2012). El coeficiente

de escurrimiento se determinó según recomendaciones de las normas cubanas y otras bibliografías relativas al tema

(MDE, 2000, MOPC, 2010, ONN, 2008, ONN, 2010, ONN, 2012). Según la situación geográfica del Hotel Ancón se

asumió el valor de 350 mm•d-1

, como valor de las precipitación máxima diaria para el 1 % de probabilidad. Para

determinar de intensidad de la lluvia se estudiaron los siguientes escenarios:

− Escenario 1: Para un 20 % de probabilidad de la lluvia y un tiempo de duración de la lluvia de 10 minutos, lo cual

se ajusta a las condiciones que caracterizan a la generalidad de los establecimientos turísticos del país (ONN,

2012), o sea una intensidad de lluvia de 1.83 mm•min-1

.

− Escenario 2: Para un 5 % de probabilidad de la lluvia y un tiempo de duración de la lluvia de 5 minutos,

establecida según el grado de protección que se debe brindar a la instalación, considerando la categoría de la obra

y el daño ecológico a que puede dar lugar (ONN, 2008), o sea una intensidad de lluvia de 3.1 mm•min-1

.

Se estudiaron los suelos de las áreas verdes de la parcela del Hotel mediante la ejecución de ensayos manuales

simples según método de Terzaghi y Peck (Lambe y Whitman, 1997). Se evaluó la permeabilidad, resistencia,

compacidad y plasticidad del suelo para tener elementos de análisis respecto a su capacidad de infiltración. Se

realizaron calas en el área verde y en los exteriores e interiores en los lechos filtrantes de los pozos de infiltración

para conocer el estado y características de los estratos.

Se determinó el índice de infiltración del suelo en el área verde del sector sur del Hotel y de los lechos filtrantes de

los pozos de infiltración, de acuerdo a la metodología propuesta en la Regulación de la Construcción RC-9005

(MICONS, 2001). Para la revisión y diagnóstico de los pozos de infiltración existente se tuvieron en cuenta criterios

establecidos en la literatura especializada (MINVU, 1996, MOPC, 2010).

Se estimaron los caudales de escurrimientos superficiales que llegan a la berma de la playa, provenientes de las

secciones predominantes de la red de drenaje natural del Hotel, según escenarios de lluvia y se relacionaron

cualitativamente con las evidencias erosivas.

Se evaluaron las potencialidades existentes para la captación y reuso del agua lluvia y comparó con la demanda

requerida de agua para riego de áreas verdes, teniendo en cuenta el comportamiento histórico de las precipitaciones

anuales registradas en esta zona (ONEI, 2013a, ONEI, 2013c, ONEI, 2013b) y la demanda de agua para riego de

áreas verdes de la instalación establecido en la NC 775-13: 2012 (ONN, 2012). Se consideró el promedio histórico

días que se reportan lluvias en el municipio de Trinidad en el período de 1999-2010 (ONEI, 2011, ONEI, 2009). Los

beneficios económicos por ahorro de agua debido reuso se estimaron a partir de la demanda y la tarifa de precio

establecida para el servicio de abasto de agua a las instalaciones Hoteleras en Cuba (MFP, 2012).

Page 25: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

4

Identificación de todas las posibles causas

Se utilizaron criterios cualitativos y cuantitativos basados en los resultados de los estudios técnicos detallados. Fue

aplicada la técnica de lluvia de ideas entre los miembros del equipo de trabajo para la identificación de causas

probables, graficadas en un diagrama causa-efecto según Gutiérrez y de la Vara (2004).

Investigación de cuáles causas son más importantes

Se empleó la herramienta de análisis de modo y efecto de falla (AMFE), propuesta por Gutiérrez y De La Vara

(2004) y Villa y Pons (2006). La selección de las causas más importantes se realizó a partir del Número de Prioridad

de Riesgo (NPR), evaluando la severidad de los efectos de las fallas, la frecuencia de ocurrencia de la falla y la

probabilidad de detección de riesgos asociados a las causas de mayores órdenes identificadas.

Elaboración del plan de medidas enfocado a remediar las causas más importantes

Se elaboró un plan de medidas correctivas, por orden de importancia, para las causas principales identificadas, por

cada uno de los componentes del sistema existente de recolección y evacuación de aguas pluviales del Hotel Ancón.

Para ello se utilizó la herramienta de análisis crítico 5W1H (Castro, 2012).

Las propuestas de diseño de nuevos conductos y canales para la recolección y evacuación de las aguas pluviales de

distintos lugares de la instalación se formularon de acuerdo a los requisitos establecidos en las normas cubanas

(ONN, 2008; ONN, 2009; ONN, 2010; ONN, 2012). Se adaptaron algunas recomendaciones establecidas en el

“Reglamento técnico del sector del agua potable y saneamiento básico” (MDE, 2000).También se tuvieron en cuenta

requisitos establecidos en el “Reglamento para el diseño y la construcción de instalaciones sanitarias en

edificaciones” (MOPC, 2010).

El dimensionamiento de los conductos y canales propuestos se realizó para el área tributaria y una intensidad de

lluvia de 3.1 mm•min-1

(escenario 2).

Fueron utilizadas las relaciones de Chézy y Manning para el cálculo de conducciones libres, aplicando el criterio de

sección de Máxima Eficiencia Hidráulica (Pashkov y Dolaqachev, 1985; Rocha, 2003). Se tuvieron en cuenta los

parámetros de diseño recomendados en las referidas normas cubanas, tales como velocidades máximas y mínimas,

diámetro mínimo, factor tirante máximo, etc.

Se propusieron soluciones alternativas de evacuación de las escorrentías de las áreas verdes basadas en zanjas de

infiltración completa y parcial o con tubería de drenaje. El dimensionamiento de la zanja de infiltración se realizó de

acuerdo a la metodología establecida por el Manual de Técnicas Alternativas para Soluciones de Aguas Lluvias en

Sectores Urbanos (MINVU, 1996).

Resultados

En la figura 1(a) se muestra una imagen de la localización de la del Hotel Ancón y playa homónima, Cuba. Como se

puede apreciar fue construido encima de la duna y ha provocado impactos significativos sobre la morfodinámica de

la playa y la erosión costera.

Page 26: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

5

(a) (b)

Figura 1. (a)Localización del Hotel Ancón y playa homónima, Cuba (b) Representación gráfica de los estratos

definidos para la recopilación de evidencias erosivas en la parcela del Hotel Ancón, Cuba

El sistema de recolección y evacuación de aguas pluviales del Hotel es del tipo convencional separativo, con cuatro

subsistemas básicos, integrados por elementos de drenaje natural y obras de colección, evacuación e infiltración. No

hay segregación y reuso de estas aguas. En la figura 2 se muestran los principales subsistemas.

Figura 2. Sistema de recolección y evacuación de aguas pluviales del Hotel Ancón

Los cuatro pozos de infiltración existentes en el subsistema A no cumplen requerimientos de diseño recomendados

(MINVU, 1996, MOPC, 2010) y adolecen del mantenimiento adecuado. El área efectiva de infiltración es

insuficiente. Los lechos filtrantes se observaron azolvados, colmatados y compactados con basura, tierra y

sedimentos procedentes de la escorrentía de las áreas verdes aledañas; así como enraizamiento de plantas, aspectos

estos que limitan la capacidad de infiltración. Los resultados obtenidos de las pruebas de infiltración en estos lechos

arrojaron que poseen una absorción relativa lenta (MICONS, 2001).

Se constataron evidencias de cárcavas y procesos erosivos en la berma de la playa y áreas verdes asociados a

escorrentía de aguas pluviales de las cubiertas, áreas exteriores y áreas verdes. Atendiendo a criterios de

homogeneidad de relieve, suelos, vegetación y cobertura, elementos construidos y sistemas de drenajes existentes

fueron definidos seis estratos de terreno en la parcela del Hotel, tal y como se muestra en la figura 1(b). El análisis de

Page 27: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

6

Pareto arrojo que el 75.86 % de todas las evidencias de erosión observadas se concentran en los estratos 1 y 2, en el

sector sur del edificio principal, colindante con la playa. Se verificó la incidencia de diversos elementos construidos.

En el estudio y levantamiento de la topografía del terreno se confirmó que el relieve del sector sur del edificio

principal es accidentado y ondulado. Las pendientes promedios son entre el 5 % y el 15 %, observándose en puntos

interiores de los perfiles, pendientes entre 20 % y 26 %. En general se constatan dos zonas con relieve diferenciado

(DPPFSS, 2011; Sánchez et al., 2014). En correspondencia con las características del relieve y de los elementos

construidos presentes se definió la configuración morfológica de la red de drenaje natural del área, formada por 13

secciones de escorrentías.

La vegetación y cobertura del suelo es variable en dependencia de las diferentes zonas. Existen zonas con poca

cobertura de césped (menos de un 10 % de la superficie). El resto tiene una cobertura entre un 50 % y un 90 % de la

superficie. Es preciso remarcar que el tipo del césped existente no es el adecuado. No se realiza riego de agua,

situación que se agrava con el empleo de malas prácticas en el mantenimiento del mismo.

Ensayos manuales simples de los suelos, según método de Terzaghi y Peck (Lambe y Whitman, 1997), confirman

que los mismos son característicos de los materiales de préstamo utilizados en la terraza de relleno del Hotel.

Además, son pocos permeables y están compactados. Lo anterior es reafirmado por los resultados de las

investigaciones ingenieras (Delgado et al., 2014), que además corroboran que el área ha estado sometida a

modificaciones antrópicas. Los resultados de las pruebas de infiltración en el suelo del área verde arrojaron que el

mismo posee una absorción relativa media (MICONS, 2001). Teniendo en cuenta los resultados obtenidos se

constata que el suelo tiene poca infiltración y por tanto un escurrimiento alto. Esta escorrentía pluvial provoca

erosión en el suelo, socavamiento del perfil de la terraza y cárcavas de diferentes magnitudes en la berma.

Se confirma que en las 13 secciones de escorrentías de la red de drenaje natural de este sector, las evidencias erosivas

en el suelo y en la berma son de mayor magnitud. Para los dos escenarios de lluvia evaluados los caudales de

escurrimientos superficiales que llegan a la berma de la playa son elevados. En la mayoría de las áreas afectadas se

presenta una combinación de factores que provocan grandes escurrimientos superficiales, modificación de los

patrones de flujo uniforme sobre toda la superficie, redireccionamiento de las corrientes predominantes y el

incremento en las velocidades de las escorrentías.

Existen deficiencias y prácticas inadecuadas del sistema de recolección y evacuación de aguas pluviales, que inciden

en la funcionabilidad y operación del sistema.

Se demostró que de acuerdo con el potencial existente en el Hotel para la recuperación de agua lluvia, en

dependencia del grado de aprovechamiento, este puede satisfacer total o parcialmente su demanda de agua para riego

de las áreas verdes.

Las principales soluciones derivadas del diagnóstico del sistema de drenaje pluvial del Hotel Ancón se sustentaron

en el principio de minimizar o eliminar la escorrentía de aguas pluviales que lleguen a la berma de la playa, en

particular de los estratos 1 y 2 en el sector sur del edificio principal, zona más afectada por los procesos erosivos.

Entre ellas destacaron las siguientes:

− Mejoras técnicas y de mantenimiento para los pozos de infiltración y sumideros existentes. Construcción de

nuevos sumideros.

− Instalar colectores colgantes soportados en anclajes en el exterior de los pilotes del nivel 0 para evacuación de

aguas pluviales de las cubiertas del edificio principal hasta una cisterna para reuso de agua para riego de áreas

verdes.

− Construir en el perímetro exterior de las plazoletas del Hotel canales rectangular o trapezoidal de hormigón, con

trampas de arena intermedias, hacia registro y conducto colector en calle principal.

− Construir conducto colector de calle principal hacia el sector norte y bahía de Casilda. Debe tener registros

tragantes intermedios en entrada de paqueo y entronque de calles en la entrada.

Page 28: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

7

− Construir cinco zanjas de infiltración para evacuar las escorrentías de las áreas verdes del sector sur y oeste del

Hotel. Alternativamente se propone construir dos canales trapezoidales en tierra para evacuar las escorrentías de

las áreas verdes desde la escalera 3 del sector sur del y oeste del Hotel.

− Construir registro y conductor de evacuación final de la zanjas de infiltración 4 y 5, o de las canales, según sea el

caso; así como las escorrentías de la calle de servicio hacia el sector norte y bahía de Casilda.

− Reubicación del punto de venta extra-Hotelero.

− Eliminar elementos construidos existentes, en particular muro longitudinal colindante entre el área verde y la

berma de la playa. Acondicionar y nivelar pendiente de zona de amortiguamiento entre área verde y berma.

Verter arena en la línea de amortiguamiento de la berma con la granulometría requerida.

− Realizar la nivelación del relieve, laboreo del suelo y mejoramiento del césped.

Conclusiones

El estudio permitió diagnosticar el sistema de drenaje pluvial del Hotel Ancón e identificar las causas relacionadas

con la aparición de procesos erosivos en la berma de la playa y las áreas verdes. En correspondencia con lo anterior

se elaboró un plan de intervención que quedó conformado por 71 medidas que incluyeron medidas preventivas y

correctivas. Las principales soluciones se sustentan en el principio de minimizar o eliminar la escorrentía de aguas

pluviales que lleguen a la berma de la playa, en particular de los estratos 1 y 2 en el sector sur del edificio principal,

zona más afectada por los procesos erosivos. Las soluciones propuestas de implementación a corto plazo están

relacionadas acciones de mantenimiento preventivo y periódico, y con la adopción de buenas prácticas. Las

soluciones propuestas a mediano plazo que requieren de inversiones tienen alcance de ideas conceptuales, ingeniería

básica y de detalle. La ejecución de las acciones requiere de coherencia y continuidad debido a la intervención de

múltiples factores y a la interacción que presentan varias de las soluciones. La alternativa de recuperación y reuso de

agua lluvia para riego de áreas verdes se vislumbra como una oportunidad, teniendo en cuenta las potencialidades de

recolección, la existencia de una infraestructura en desuso, y los beneficios económicos que reportaría de manera

periódica.

Agradecimientos. – Los autores agradecen la colaboración de directivos, especialistas y trabajadores de

mantenimiento y de servicio del Hotel Ancón por la información y el apoyo logístico brindado para la ejecución de

este trabajo. También agradecen la participación, de acuerdo al contrato 45009713, de los especialistas Tec. Ramón

Delgado Cano, MSc. Maritza A. García Bernal y Tec. Jorge González Pedroso de la Unidad de Investigaciones para

la Construcción de la Empresa Nacional de Investigaciones Aplicadas de Villa Clara, Cuba, quienes realizaron el

estudio de antecedentes ingeniero geológico. De igual forma agradecen la participación, de acuerdo al contrato

10/2013, de los especialistas MSc. Elier Sánchez Díaz, Ing. Ángel Rodríguez Valdés y el Lic. Esteban Acosta

Rodríguez del Centro de Servicios Ambientales de Sancti Spíritus (CSA), Cuba, quienes realizaron el levantamiento

de los perfiles topográficos. También reconocen al Lic. Alexis Medina Valmaseda, especialista del Centro de

Servicios Ambientales de Sancti Spíritus (CSA, Cuba y al MSc. Lester Caravaca Colina especialista del Centro de

Estudios Ambientales de Cienfuegos (CEAC), Cuba, por sus contribuciones para la investigación.

Referencias Bibliográficas

Castro, D. J. (2012) Mejora en la calidad de la gestión de proyectos de rehabilitación ambiental de zonas contaminadas con

hidrocarburos. Maestría de Ingeniería Industrial, Universidad de Cienfuegos, Cienfuegos, Cuba.

CEAC (2012) Procedimiento para el análisis y solución de problemas ambientales (IA-PG-03). Cienfuegos, Cuba: Centro de

Estudios Ambientales de Cienfuegos (CEAC).

CIGEA (2012) Metodología para la ejecución de diagnósticos ambientales. Centro de Información, Gestión y Educación

Ambiental (CIGEA), Ministerio de Ciencia, Tecnología y Medio Ambiente (CITMA). La Habana, Cuba.

CITMA (2011) Estrategia Ambiental Nacional 2011-2015, Ministerio de Ciencia, Tecnología y Medio Ambiente (CITMA). La

Habana, Cuba.

Page 29: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

8

Delgado, R., García, M. y González, J. (2014) Estudio de antecedentes ingeniero geológico del emplazamiento del Hotel Ancón.

Villa Clara, Cuba: Unidad de Investigaciones para la Construcción de la Empresa Nacional de Investigaciones

Aplicadas de Villa Clara (UIC-ENIAVC).

DPPFSS (2011) Proyecto del Hotel Iberostar Ancón. Plano de Microlocalización Sancti Spíritus, Cuba: Dirección Provincial de

Planificación Física (DPPF).

Gutiérrez, H. y De La Vara, R. (2004) Control estadístico de calidad y seis sigma, México D.F., McGraw Hill Interamericana.

Lambe, T. W. y Whitman, R. V. (1997) Mecánica de suelos, México.

MDE (2000) Reglamento técnico del sector del agua potable y saneamiento básico, sección II, título D: Sistemas de recolección

de aguas residuales y pluviales. Ministerio de Desarrollo Económico (MDE), Dirección de Agua Potable y Saneamiento

Básico. Colombia.

MICONS (2001) Regulación de la Construcción RC-9005. Determinación de la capacidad de infiltración, La Habana, Cuba:

Ministerio de la Construcción (MICONS).

MFP (2012) Resolución No.421/2012: Aprobar las tarifas en pesos cubanos (CUP) y pesos convertibles (CUC), para el cobro de

los servicios de provisión, abasto de agua, y servicios de saneamientos, que prestan las entidades del Instituto Nacional

de Recursos Hidráulicos al sector no residencial. . La Habana, Cuba: Ministerio de Finanacias y Precios (MFP).

MINVU (1996) Manual de Técnicas Alternativas para Soluciones de Aguas Lluvias en Sectores Urbanos. Guía de Diseño

Santiago de Chile, Chile: Departamento de Ingeniería Hidráulica y Ambiental de la Pontificia Universidad Católica de

Chile y Ministerio de Vivienda y Urbanismo (MINVU)

MOPC (2010) Reglamento para el diseño y la construcción de instalaciones sanitarias en edificaciones. . Santo Domingo,

República Dominicana: Ministerio de Obras Públicas y Comunicación (MOPC).

ONEI (2009) Medio Ambiente. Estadísticas en la Revolución. La Habana, Cuba: Oficina Nacional de Estadística e Información

(ONEI)

ONEI (2011) Panorama Ambiental, Cuba 2010. La Habana, Cuba: Oficina Nacional de Estadística e Información (ONEI)

ONEI (2013a) Anuario Estadístico de Cuba 2012 (AEC), Edición 2013. La Habana, Cuba: Oficina Nacional de Estadística e

Información (ONEI)

ONEI (2013b) Anuarios Estadísticos Municipales de Cuba 2012, Edición 2013. La Habana, Cuba: Oficina Nacional de Estadística

e Información (ONEI)

ONEI (2013c) Anuarios Estadísticos Provinciales de Cuba 2012, Edición 2013. La Habana, Cuba: Oficina Nacional de Estadística

e Información (ONEI)

ONN (2008) Edificaciones-Requisitos de diseño del sistema de drenaje pluvial (NC 600:2008). Norma Cubana. La Habana, Cuba:

Oficina Nacional de Normalización de Cuba (ONN)

ONN (2009) Edificaciones-Requisitos técnicos para el diseño y construcción de las redes hidráulicas y sanitarias (NC 683:2009).

Norma Cubana. La Habana, Cuba: Oficina Nacional de Normalización de Cuba (ONN)

ONN (2010) Edificaciones-Requisitos de diseño del sistema de drenaje pluvial urbano (NC 770: 2010). Norma Cubana. La

Habana, Cuba: Oficina Nacional de Normalización de Cuba (ONN).

ONN (2012) Bases para el diseño y construcción de inversiones turísticas- parte 13: requisitos de hidráulica y sanitaria (NC 775-

13: 2012). Norma Cubana. La Habana, Cuba: Oficina Nacional de Normalización de Cuba (ONN)

Pashkov, N. N. y Dolaqachev, F. M. (1985) Hidráulica y máquinas hidráulicas, Moscú, Editorial MIR.

Rocha, A. (2003) Hidráulica de tuberías y canales, Lima, Perú, Universidad Nacional de Ingeniería. Facultad de Ingeniería Civil

Sánchez, E., Rodríguez, Á. y Acosta, E. (2014) Perfiles de playa Ancón. Temporada desde el 21 al 23 de octubre del 2013. Sancti

Spíritus, Cuba: Centro de Servicios Ambientales de Sancti Spíritus (CSA).

UMA-CITMASS (2009) Expediente manejo integrado costero península Ancón, Trinidad, Sancti Spíritus. Sancti Spíritus, Cuba:

Unidad de Medio Ambiente (UMA), Delegación Provincial del Ministerio de Ciencia, Tecnología y Medio Ambiente en

Sancti Spíritus (CITMASS).

Villa, E. M. y Pons, R. Á. (2006) Monografía de Gestión por Procesos. Cienfuegos, Cuba: Universidad de Cienfuegos.

Page 30: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

1

ANÁLISIS DE LA MOVILIZACIÓN DE METALES PESADOS EN FASE DISUELTA Y

PARTICULADA EN ESCORRENTÍA DE AUTOPISTAS

ANALYSIS OF THE MOBILIZATION OF HEAVY METALS IN DISSOLVED AND

PARTICULATE PHASE IN HIGHWAY RUNOFF

Vicente Jiménez Fernández1

Héctor Del Río Cambeses 2

Pablo Ures Rodríguez 3

Sara Vieito Raña 4

Paula Mª Payo Suárez 5

Carlos Temprano Pérez 6

Felipe De La Vega Gándaras 7

Alfredo Jácome Burgos8

Joaquín Suárez López9

Abstract Nowadays, it is widely known that the water pollution of urban runoff can bring in some kind of catchments, significant

pollutant loads to water bodies. Currently in the European Union, according to the Water Framework Directive, runoff

from streets, roads and highways should be considered as "pressures", so their analysis is necessary in order to analyze

whether generated impacts on water bodies. The present case study is focused on the analysis of the presence of heavy

metals in runoff from roads with significant traffic intensity. Pollutant parameters (COD, BOD5, SS, nutrients, heavy

metals, PAHs) have been measured in runoff flows (hydrographs and pollutographs) crossing a four-lane urban

roadway with sizeable traffic intensity (18000 ADT) being poured finally on Ferrol estuary (sensitive area, Galicia,

Spain). On the basis of obtained data heavy metals behavior assessment is presented, including their correlations with

other contaminants. From these correlations certain parameters indicators are suggested.

KeyWords: highway runoff, heavy metals, hydrographs and pollutographs.

1

1*, 2, 3, 4, 8, 9 UNIVERSIDADE DA CORUÑA. Centro de Innovación Tecnológica en Edificación e Ingeniería Civil. (CITEEC),

Universidade da Coruña (UdC). Campus de Elviña s/n, A Coruña 15071, ESPAÑA. Telf: (0034)981.167.000 – Ext: 5430 (E-mail:

[email protected]). Telf: (0034)981.167.000 – Ext: 5430 5 S.A. DE OBRAS Y SERVICIOS, COPASA 6 APPLUS NORCONTROL S.L.U 7 Ente Público Empresarial Augas de Galicia, Xunta de Galicia; S.A

Page 31: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

2

Resumen Hoy en día ya es conocido que la contaminación de las aguas de escorrentía superficial urbana puede aportar, en cierto

tipo de cuencas, cargas de contaminación significativas a los medios acuáticos receptores. En la actualidad, en la Unión

Europea, según la Directiva Marco del Agua, las aguas de escorrentía de calles, carreteras y autopistas deben ser

consideradas como “presiones” a valorar, por lo que es preciso su análisis con el fin de analizar si generan impactos

sobre las masas de agua. El estudio, o caso, que se desea presentar se centra en el análisis de la presencia de metales

pesados en las escorrentías de viales con una intensidad de tráfico significativa. Se ha medido la contaminación (DQO,

DBO5, SS, nutrientes, metales pesados, HAPs) en los flujos de escorrentía (hidrogramas y polutogramas) de una travesía

urbana de cuatro carriles con una considerable intensidad de tráfico (18000 de IMD) que es vertida finalmente a la ría

de Ferrol (zona sensible, Galicia, España). A partir de los datos obtenidos se realiza una valoración de las formas en que

se presentan los metales pesados y su correlación con otros contaminantes. A partir de estas correlaciones se proponen

unos determinados parámetros indicadores de este tipo de contaminación.

Palabras clave: Drenaje sostenible, escorrentías urbanas, metales pesados.

Introducción

Hoy en día ya es conocido que la contaminación de las aguas de escorrentía urbana puede aportar, en cierto tipo de

cuencas, cargas de contaminación significativas a los medios acuáticos receptores. La escorrentía generada a partir de

los sucesos de lluvia, disuelve y arrastra los materiales de todo tipo, que se encuentran depositados en las superficies y

los transporta hacia las masas de aguas receptoras. Evidentemente, como consecuencia de las diferentes actividades y

usos que se realizan en las cuencas, una en estado casi natural, una rural, una urbana o una cuenca industrial, tendrán

aguas de escorrentía con muy diferentes tipos y cargas de contaminación.

La problemática que se aborda en esta comunicación se centra en el análisis de la contaminación aportada por las

escorrentías de viales con una intensidad de tráfico significativa. En la actualidad, según la Directiva Marco del Agua

(Directiva 2000/60/CE del Parlamento Europeo y del Consejo, de 23 de octubre de 2000, por la que se establece un

marco comunitario de actuación en el ámbito de la política de aguas) y la Instrucción de la Planificación Hidrológica

(ORDEN ARM/2656/2008, de 10 de septiembre, por la que se aprueba la instrucción de planificación hidrológica en

España) las aguas de escorrentía de calles, carreteras y autopistas deben ser consideradas como “presiones” a tener en

cuenta y es preciso su análisis con el fin de analizar si generan impactos sobre las masas de agua. La bibliografía

existente sobre este tipo de aguas contaminadas apunta que la problemática principal es por impactos crónicos

generados por contaminación por metales pesados.

En una autopista se podrían diferenciar, a priori, dos fuentes de aporte de contaminantes: la contaminación atmosférica

y la contaminación procedente por actividades en la superficie (tráfico rodado, erosión de los pavimentos, actividades

de jardinería, uso de sal para el deshielo de la nieve, …). En la figura 1 siguiente se presentan las principales fuentes de

contaminación en aguas de escorrentía urbana y en carreteras.

La Empresa Pública de Obras y Servicios Hidráulicos (EPOSH) de la Xunta de Galicia adjudicó el sistema de

colectores, tanques de retención y EDAR. de Ares, Fene y Mugardos (A Coruña, Galicia) a la UTE formada por las

empresas “S.A de servicios y Obras COPASA” y “Construcciones Taboada y Ramos, SL”. Entre estas actuaciones se

consideró de interés realizar algunas actuaciones piloto de control y tratamiento de escorrentías pluviales contaminadas.

Se tomó la decisión de estudiar la problemática de uno de los viales de la zona, concretamente un tramo de la vía N-651

(Avenida de las Pías) en la zona “San Valentín” y, en función del grado de contaminación medido, diseñar y construir

un sistema de tratamiento. A los sistemas de tratamiento de aguas de escorrentías de autopistas se les denomina

“Técnicas de Drenaje Sostenible de Escorrentía de Autopistas” (TDSEA). Para seleccionar, y configurar, una TDSEA

adecuada al problema ambiental era necesario analizar cómo se generaban los flujos de agua y cómo se movilizaba la

contaminación; con tal fin se realizaron campañas de caracterización.

Page 32: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

3

Figura 1. Principales fuentes de contaminación de metales pesados en aguas de escorrentía urbana y en carreteras.

Las actividades principales desarrolladas en el estudio fueron:

a) Medición de los caudales generados en la subcuenca de drenaje (hidrogramas).

b) Caracterización de la contaminación movilizada mediante la medición de polutogramas asociados a los hidrogramas

(sucesos de lluvia).

c) Análisis del tipo y características de la contaminación movilizada.

d) Análisis de alternativas de tratamiento y configuración de la TDSEA.

e) Selección de una alternativa de tratamiento y predimensionamiento.

En esta comunicación se presentan los resultados relacionados con la presencia y forma de metales pesados durante los

sucesos muestreados.

Metodología

La cuenca piloto caracterizada en este estudio está formada, en su mayor parte, por la calzada de la carretera nacional

N-651, a su paso por la parroquia de San Valentín, en el Ayuntamiento de Fene (A Coruña, Galicia). La vía está

configurada en 4 carriles, y dispone de una red de drenaje para las aguas pluviales que vierte finalmente a la ría de

Ferrol. Esta ría está declarada “zona sensible” (Directiva UE 91/271) y tiene exigencias de calidad muy altas para

cultivos marinos y baño. La IMD es del orden de 18000 vehículos al día y la capa de rodadura está realizada con

aglomerado asfáltico convencional.

La red de alcantarillado para las aguas de escorrentía está formada por unos 2 km de colectores (en su mayoría de

hormigón de 400 mm; el diámetro mayor presente es de 600 mm, en algún pequeño tramo final), los imbornales que

recogen las escorrentías, los pozos de registro y el desagüe a la ría de Ferrol. La pendiente media de la red de drenaje es

alta, del 3,5%, lo cual contribuye a que se registren caudales significativos en la sección de control, casi al mismo

tiempo de ocurrencia de los eventos de lluvia; el tiempo de concentración es muy bajo, del orden de 5 minutos. Este

hecho también se ve favorecido por elevado grado de impermeabilización de la cuenca y por el reducido tamaño,

relativo, de la misma. La precipitación media de la cuenca es de 1250 mm/año.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1

1 2 3 4 5 6 7

1 2 7 10

1

2 5

2

2 3

3

3 4 6 8

4 6 7

2 4 6 7

4 5

7 9 10

7

3

Pb Zn Fe Cu Cd Cr Ni Mn Br V

Basura

motor

Revestimientos metálicos

Frenos

Fungicidas e insecticidas

Gases combustión gasoil

Asfalto

Gasolina con Pb

Neumáticos

Aceites, lubricantes y grasas

Sales de deshielo

Acero galvanizado

Infraestructuras

Carrocería

Estructuras de acero

Page 33: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

4

Tabla 1. Cálculo de superficie de cuenca de aportación

TOTAL DE CUENCA (m²) [1+2] 44,650 PERMEABLE [1] 13,200 IMPERMEABLE [2] = [3+4] 31,450 AVDA. DE LAS PÍAS [3] 14,530 Otros viales [4] 16,920 Coeficiente de escorrentía permeables

0.50

Coeficiente de escorrentía impermeable 0.90

Valor medio ponderado 0.78

SUPERFICIES NETAS de zonas permeables 13,200 x 0.50 6,600 de zonas impermeables 31,450 x 0.90 28,305

SUPERFICIE NETA TOTAL 34,905 (3.5 ha)

Figura 2. En verde se sombrea el área de aportación que es estrictamente un vial de cuatro carriles con alta intensidad

de tráfico. Se trata del 32% del área la cuenca total, que también incluye la zona sombreada en azul.

Con el fin de caracterizar los flujos en tiempo de lluvia se instaló una estación de control, que se emplazó en el último

de los pozos de registro de la red de drenaje. Los equipos instalados fueron:

· Caudalímetro área-velocidad SIGMA 950 (velocidad por sistema doppler y calado mediante burbuja-presión).

· Tomamuestras automático SIGMA 900 (con 24 botellas de 1 L, programable para toma de muestras con intervalo

variable, con cable de conexión con el caudalímetro para recibir señal de arranque por nivel).

· Pluviómetro de intensidad con data-logger TINYTAG PLUS.

· Sistema de comunicaciones por GPRS.

Para la medida de las concentraciones de metales pesados se ha utilizado espectrometría de masas con fuente de plasma

de alta resolución (con límite de cuantificación en casi todos ellos de 0.1 μg/L; Cromo 0.5 μg/L, Mercurio 0.05 μg/L y

Zinc 1 μg/L). Los HAP se han medido mediante extracción líquido-líquido seguida de SPE (extracción en fase sólida) y

determinación por cromatografía de líquidos con detector de fluorescencia programada (HPLC-FL); límite de detección

de 0.001 μg/L.

Resultados

El periodo de explotación de la sección se prolongó durante un año y tres meses, debido a la complejidad de tomar

muestras representativas de sucesos de lluvia. Como resumen del registro de caudales realizado se puede destacar que el

caudal medio medido en los periodos en los que circulaba agua por la sección de control fue de 1.42 L/s y que el valor

del caudal máximo registrado fue de 399.5 L/s.

Se han caracterizado con calidad 10 sucesos de lluvia, pero solo en 8 de ellos se han medido metales pesados,

diferenciando fase disuelta y fase particulada. Todos los datos de caracterización de cada suceso de lluvia son

organizados y tratados en la denominadas “FICHAS DE SUCESO”, con una serie de gráficas y tablas en las que se

detallan, de forma resumida, los siguientes valores:

Page 34: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

5

a) Referencias y parámetros descriptivos de los sucesos muestreados.

b) Concentraciones máximas de los parámetros de contaminación convencionales (CMAX).

c) Concentraciones medias de suceso de los parámetros de contaminación convencionales (CMS).

d) Masas totales de los parámetros de contaminación convencionales movilizadas en cada suceso de lluvia y cargas

superficiales específicas.

e) Concentraciones máximas de los parámetros de medida de metales pesados totales (CMAX).

f) Concentraciones máximas de los parámetros de medida de metales pesados en forma disuelta (CMAX).

g) Análisis del fraccionamiento de los metales pesados medidos en los sucesos de lluvia.

h) Concentraciones medias de suceso de los parámetros de medida de metales pesados (CMS).

i) Concentraciones máximas de los parámetros de medida de hidrocarburos y aceites y grasas (CMAX).

j) Concentraciones medias de suceso de los parámetros de medida de hidrocarburos, y aceites y grasas.

En la tabla 2 se comparan los valores de los resultados obtenidos con distintos valores de estudios de referencia.

Tabla 2. Comparación de los resultados obtenidos con valores de otros estudios.

PARÁMETRO CALTRANS

Stockholm Vatten

(2001)

Harrison

(1991)

Storhaug, R.

(1996)

Val. medios

CMS Valoración de

presencia RANGO CMS Bajas Altas Autopista Noruega FENE

CONVENCIONALES

DQO [mg/L] 10 - 390 117.9 25 -60 -- -- -- 179.1 ALTA

SDT [mg/L] 14 - 470 109.4 -- -- -- -- 85.1 BAJA SST [mg/L] 3 – 4800 157.9 < 50 > 175 -- -- 237.5 ALTA

METALES (TOTAL)

Al [µg/L] 29 – 12600 2610.3 -- -- -- -- 2200 MEDIA As [µg/L] 1-17 2.5 -- -- -- -- 4.5 ALTA

Cd [µg/L] 0.5 - 378 4.5 < 0.3 > 1.5 2 0.1 - 0.5 0.1 BAJA

Cr [µg/L] 1 - 100 10.9 < 15.0 > 75 1 - 170 6.5 BAJA Hg [µg/L] < 0.04 > 0.20 0.2 – 1.2 0.1 MEDIA

Cu [µg/L] 1 - 800 48.5 < 9.0 > 45.0 60 6 -120 45.3 MEDIA

Fe [µg/L] 4.1 - 24.0 4283.5 -- -- -- -- 3545 MEDIA Pb [µg/L] 1 – 2300 113.6 < 3.0 > 15.0 100 1 - 33 12.7 BAJA

Ni [µg/L] 0.91 - 317 12.6 < 45.0 > 225 -- 3 - 190 6.2 BAJA

Zn [µg/L] 5 – 2400 227.5 < 60.0 > 300 100 10 - 300 142.6 BAJA

NUTRIENTES NTOTAL [mg/L] -- 4.83 < 1.25 > 5.0 -- -- 3.5 MEDIA

PTOTAL [mg/L] 0.05 - 10 0.26 < 0.1 > 0.2 -- -- 0.6 ALTA

HIDROCARBUROS HAP [µg/L] -- -- < 1.0 > 2.0 -- 0.1 – 2.7 2.6 ALTA

Valoraciones generales:

a) Los valores CMS de DQO son relativamente más altos en la cuenca piloto de Fene que los datos referenciados por

CALTRANS y Stockholm Vatten (2001).

b) Se han obtenido también valores más altos de sólidos en suspensión que los de las referencias presentadas.

c) Las CMS medidas de los metales pesados indican concentraciones, en general, de valor normal o bajo, a excepción

del Arsénico.

Page 35: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

6

Figura 3. Comparación de funciones de probabilidad acumulada elaboradas a partir de los valores de CMS de los

sucesos medidos en la cuenca piloto con los valores del estudio “The Quality of Urban Stormwater in Britain and

Europe: Database and Reccomended Values For Strategic Planning Models” (Mitchell, et alt.; 2001).

El análisis de la Figura 3 confirma que los valores obtenidos en la cuenca piloto estudiada son bajos en metales pesados

y altos en sólidos en suspensión respecto a los de la bibliografía.

Al haber medido la fracción particulada y la fracción disuelta de los metales pesados, tal como se indica en la Figura 4,

se puede destacar que metales como Fe, Al, Pb y Cr destacan por presentarse en más de un 90% en forma particulada;

destacar también el Mn y el Ni por su alto porcentaje en forma particulada. En forma fundamentalmente disuelta se

encuentran el B, el Ba y el Hg (hacer constar que el pH medio medido ha sido de 7.06, con un valor mínimo de 6.44 y

un valor máximo de 7.84).

Figura 4. Fraccionamiento de los metales pesados medidos en la caracterización de los flujos de escorrentía

El que un contaminante de este tipo se presente mayoritariamente en forma particulada hace más factible su eliminación

mediante técnicas más sencillas de tratamiento, tales como decantación o filtración.

Con los datos obtenidos de las determinaciones analíticas y de los parámetros elaborados para cada suceso de lluvia

(CMAX y CMS) es posible realizar un tratamiento estadístico del cual extraer unos “parámetros de contaminación

indicadores” de las concentraciones y de las cargas del resto de contaminantes que finalmente se envían al medio

receptor. Estos “parámetros indicadores” deberían permitir desarrollar dos estrategias: por un lado medir menos metales

pesados, lo que abarataría la caracterización del problema ambiental, y/o, por otro, no medir metales pesados si alguno

de los convencionales (por ejemplo la DQO o los sólidos en suspensión) fueran cuantitativamente representativos de las

concentraciones de los primeros. Se focalizará el análisis en los siguientes metales pesados: Pb, Hg, Ni, Cr, y

especialmente Cd, Cu, Zn (que son los que con mayor frecuencia se utilizan en la legislación y normativas sectoriales);

respecto a los parámetros convencionales se hará énfasis en DQO, SST y SDT).

Análisis de correlación de concentraciones de todas las muestras

El análisis estadístico se realiza sobre el total de las 64 muestras, pertenecientes a 8 de los sucesos estudiados en la

sección de control de San Valentín en Fene.

En primer lugar se elaboró una matriz de correlaciones que permite detectar aquellos contaminantes que presentan un

comportamiento parecido. El número total de comparaciones de series, combinaciones sin repetición, de 45 elementos

tomados de 2 en 2, es ( ) ( ) ⁄⁄ .

En primer lugar se analizaron las correlaciones de los parámetros hidrológico-hidráulicos con los parámetros de

contaminación, pero se obtuvieron malos resultados (valores de R2 menores, en general, de 0.5).

El primer contaminante con el que se trabajó fue con los HAP, pero los resultados fueron aún más desfavorables;

apenas se consiguieron valores de 0.1 de R2.

En una primera aproximación con los metales pesados se valoraron las correlaciones entre los tres metales pesados que

se usan como referencia con el resto de los analizados. Del análisis realizado sobre las fracciones particuladas se puede

Page 36: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

7

destacar la buena correlación del Cobre con el Plomo (0.95), con el Níquel (0.87), con el Zn (0.87), con el Cr (0.79) y

con el Hg (0.66). El Zn particulado correlaciona bien con el Ni (0.94), con el Plomo (0.85), con el Cromo (0.76) y con

el Hg (0.75). Sin embargo, el Cadmio no correlaciona con ninguno de ellos. Se concluye que bien el Cu o el Zn son

buenos indicadores de la presencia del resto de los metales, menos del Cd.

Se realizó el mismo análisis con las fracciones disueltas y el resultado fue muy malo; la “mejor” ha sido una correlación

de 0.26 del Cobre disuelto con el Zn disuelto.

Se analizaron también las correlaciones entre parámetros convencionales de contaminación (DQO, SST y SDT) con las

concentraciones de las diferentes fracciones de los tres metales pesados utilizados como referencia. El Cd sigue sin

correlacionar con nada. La DQO correlaciona con el Cu particulado con un coeficiente de 0.67; con el Pb con un valor

de 0.65, y con el Zn particulado se queda en un 0.38. Los sólidos en suspensión correlacionan con la fracción

particulada del Cu con un 0.82 de coeficiente de determinación, con un valor de 0.82 con Pb, con un valor de 0.70 con

el Cr, y con un 0.69 con el Ni particulado. Por su parte los sólidos disueltos, como era de esperar, no correlacionan bien

con ninguno de los otros parámetros.

Tabla 3. Funciones de correlación entre concentraciones de sólidos en suspensión y las fracciones particuladas de los

metales pesados caracterizados.

abcisas ordenadas Ecuación de regresión C. deter-minación

Nº de muestras

(1) Ec. de regresión

(1) C. deter-minación

SST Cu part y = 0.1848x + 7.9658 R² = 0.8235 64 y = 0.2047x R² = 0.7925

SST Pb part y = 0.0773x + 2.9146 R² = 0.8200 64 y = 0.0846x R² = 0.7964

SST Cr part y = 0.0351x + 2.5478 R² = 0.7033 64 y = 0.0414x R² = 0.6280

SST Ni part y = 0.0291x + 1.2948 R² = 0.6929 64 y = 0.0323x R² = 0.6650

SST As part y = 0.0180x + 0.8177 R² = 0.6576 64 y = 0.0201x R² = 0.6300

SST Zn part y = 0.7181x + 23.3294 R² = 0.6433 64 y = 0.7765x R² = 0.6295

SST Hg part y = 5.36·10¯⁴x - 0.0115 R² = 0.4482 42 y = 5.11·10¯⁴x R² = 0.4454

SST Cd part y = 5.43·10¯⁴x + 0.0844 R² = 0.1095 64 y = 7.54·10¯⁴x R² = 0.0559 (1) ecuaciones de regresión lineal ajustadas al origen de datos

El análisis de las correlaciones de las concentraciones de los metales pesados en fase disuelta con los parámetros

convencionales arrojó muy malos valores de R² (incluso con los sólidos disueltos totales), no pudiéndose destacar

ninguna.

Análisis de correlación de concentraciones de CMS de los sucesos medidos en San Valentín - Fene

El análisis estadístico se ha realizado sobre los valores de CMS de las muestras de 8 sucesos.

Los parámetros hidrológico-hidráulicos, en general, correlacionan relativamente bien con los parámetros de

contaminación de interés. Se puede destacar la buena correlación entre los caudales medios y máximos con la mayoría

de las CMS de concentración de metales en fase particulada, como se muestra en la Tabla 4. En la misma tabla se puede

apreciar que dichas correlaciones empeoran si se utilizan las CMS de la concentración total de metal; solo el Cd y el Pb

presentan valores semejantes.

Tabla 4. Funciones de correlación entre parámetros hidrológico-hidráulicos y fracción particulada de metales pesados

caracterizados utilizando los valores de CMS de suceso, y también con la CMS de metal total.

Page 37: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

8

abcisas ordenadas (1) Ecuación de regresión

(1) C. deter-minación

ordenadas (1) Ecuación de regresión

(1) C. deter-minación

Nº de muestras

Qm Cu part y = 3.6677x R² = 0.8338 Cu total y = 3.9510x R² = -0.0477 8

Qm Hg part y = 0.0052x R² = 0.7409 Hg total y = 0.0076x R² = 0.6449 6

Qm Cd part y = 0.0119x R² = 0.6832 Cd total y = 0.0140x R² = 0.7014 8

Qm Pb part y = 1.5534x R² = 0.6777 Pb total y = 1.5595x R² = 0.6658 8

Qm Zn part y = 11.4288x R² = 0.5055 Zn total y = 12.6686x R² = 0.0771 8

Qm Cr part y = 0.6701x R² = 0.1354 Cr total y = 0.6726x R² = 0.0622 8

Qmáx Cd part y = 0.0012x R² = 0.8397 Cd total y = 0.0015x R² = 0.8846 8

Qmáx Cu part y = 0.3559x R² = 0.7515 Cu total y = 0.3817x R² = -0.2050 8

Qmáx Hg part y = 5.05·10¯⁴x R² = 0.6425 Hg total y = 7.55·10¯⁴x R² = 0.6704 6

Qmáx Pb part y = 0.1501x R² = 0.5875 Pb total y = 0.1507x R² = 0.5736 8

Qmáx Zn part y = 1.0976x R² = 0.3928 Zn total y = 1.2200x R² = -0.0702 8

Qmáx Cr part y = 0.0693x R² = 0.3046 Cr total y = 0.0694x R² = 0.2366 8 (1) ecuaciones de regresión lineal ajustadas al origen de datos

Tabla 5. Valores de coeficiente R2 para Cobre, Zinc y Cromo (concentración total y de fracción particulada).

Total Cu Particulado Total Zn Particulado Total Cr Particulado

Al 0.88 0.98 Pb 0.97 0.98 As 0.92 0.91

Fe 0.84 0.96 Ni 0.96 0.97 V 0.79 0.89 Pb 0.86 0.95 V 0.98 0.97 Ni 0.81 0.87

V 0.81 0.86 Ba 1.0 0.96 Fe 0.86 0.86

Zn 0.84 0.88 Co 0.90 0.92 Co 0.91 0.85 Ni 0.72 0.81 As 0.90 0.91 Al 0.81 0.81

Ba 0.80 0.71 Al 0.90 0.90 Zn 0.73 0.78

Co 0.63 0.65 Fe 0.89 0.89 Mn 0.92 0.75 Cd 0.51 0.61 Cu 0.84 0.88 Cu 0.53 0.70

Mn 0.68 0.51 Mn 0.89 0.80 Ba 0.67 0.69

Son de gran interés las buenas correlaciones de los valores de las CMS de las fracciones particuladas del Cobre y del

Zinc con las fracciones particuladas de otros metales pesados, pero hay que señalar también al Cr, como se aprecia en la

Tabla 5, tanto para las fracciones particuladas como para la concentración total. Los tres valores, en principio, serían

buenos “indicadores trazadores”; además, las CMS son válidas para el cálculo de cargas medias anuales vertidas a partir

de eventos discretos de lluvia.

Los valores de CMS de la DQO correlacionan bien con las CMS de las fracciones particuladas del Fe (0.80), del Cr

(0.79) y del Al (0.77), pero no tan bien con el Cu (0.69) y con el Zn (0.51). Los sólidos en suspensión tampoco aportan

buenas correlaciones con el Cu (0.59) y con el Zn (0.47); sí que se encuentran mejores correlaciones de los sólidos en

suspensión con el Cr (0.80) y el Fe (0.74), por ejemplo. Si finalmente se valoran las correlaciones obtenidas en los

valores de CMS de la DQO con las CMS de metal total presente en los sucesos caracterizados se pueden destacar las

que se observan con el Cd total (0.84), con el Fe (0.80) y con el Cr (0.79), siendo bajas con el Cu (0.54) y con el Zn

(0.50). Respecto a las CMS de los sólidos en suspensión destacan el Cr (0.80), el Cd (0.74) y el Fe (0.74) pero no son

nada buenas las correlaciones con el Zn (0.45) o el Cu (0.43).

Conclusiones

La cuenca piloto caracterizada (vía con intensidad 18000 vehículos día) genera concentraciones de metales pesados que

se podrían caracterizar de medias-bajas para este tipo de flujos contaminados; por el contrario genera valores de DQO y

SST altos (CMS media del lugar de 179 mg/L en DQO, y de 237.5 mg/L en SST).

El análisis de correlaciones realizado sobre los valores de concentraciones de metales en fase particulada obtenidos en

todas las muestras tomadas (64) dan como resultado una muy buena correlación entre cuatro metales pesados: Cu, Zn,

Cr y Ni. Su presencia conjunta en las aguas de escorrentía se asocia al desgaste de neumáticos y frenos. Se puede

destacar también las correlaciones del Pb con los metales pesados citados; actualmente la fuente de plomo se asocia

principalmente a los neumáticos.

El análisis basado en todas las muestras tomadas indica que los sólidos en suspensión serían útiles para estimar las

cargas de metales pesados, ya que han correlacionado bien con el Cu (0.82), con el Pb (0.82), con el Cr (0,70) y con el

Ni (0,69). La bibliografía ya hace referencia a la afinidad de los metales pesados por las fracciones finas del polvo y

Page 38: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

9

suciedad presente en las superficies de las cuencas. No se han encontrado correlaciones significativas con ninguna de

las fracciones disueltas de los metales pesados en la valoración realizada con las 64 muestras.

Respecto al análisis de posibles correlaciones a partir de los valores de CMS de los sucesos (8) destacar, en principio,

las buenas correlaciones del Cu con los caudales medio y máximo del suceso.

Son de gran interés las buenas correlaciones de los valores de CMS del Cobre, el Zinc y el Cromo con el resto de

metales pesados. Todos ellos podrían ser buenos “indicadores trazadores”, sin embargo solo el Cromo (total y

particulado) correlaciona bien con la DQO (0.79) y los SS (0.80). El Cromo resulta ser el “parámetro conector” entre

parámetros básicos o convencionales y los metales pesados. Las principales fuentes de Cromo son los neumáticos y los

frenos.

La realización del estudio que se presenta refuerza la necesidad de considerar los impactos que las escorrentías de las

vías de alta capacidad generan sobre los medios acuáticos naturales, que si bien ya eran considerados en los documentos

de implantación de la DMA, en la práctica no han sido tenidas en cuenta en la elaboración de la planificación ni en los

programas de medidas en España.

Referencias Bibliográficas

State of California Department of Transportation (CALTRANS), (2003). Construction Site Best Management Practices (BMPs) Manual.

S.L.: Caltrans.

Stockholm Vatten, (2001). Klassificering av dagvatten och recipienter samt riktlinjer för reningskrav. Del 2, Dagvattenklassificering. s.l.:

Stockholm Vatten.

Page 39: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

1

RELAÇÃO DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA NAS CISTERNAS DO SEMIÁRIDO

BAIANO COM A MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO

RELATION OF WATER SUPPLY IN THE SEMI-ARID BAIANO TANKS FOR IMPROVING THE

QUALITY OF LIFE OF PEOPLE

José Airon Santana Fonseca Hora1

Lidiane Mendes Kruschewsky Lordelo2

Elisabete Batista Barreto Neta3

Alessandra Cristina da Silva Valentim4

Patrícia Campos Borja5

Abstract Water scarcity in the Brazilian semi-arid region has been the main problem for the population that inhabits the

region. Due to erratic rainfall and low rainfall (below 600 mm / year), there is shortage of water, especially in

locations that no supply network. Rural households that have no access to water near their homes, they need to seek

water from distant places of their residence, which water is generally not of good quality. This effort ultimately

results in a high physical stress and potential harm to people's health. The action developed by government agencies

to solve the problem, was the deployment of tanks near the residences, so that families could have a reservoir for

storing a large amount of water during dry periods, the water would rise to water withdrawal rain and / or water

provided by the government through water trucks. This action is developed through the Program 1 Million Cisterns

(P1MC). The present study utilized data from the research project "The Limits and Possibilities for the right to water

in semiarid Baiano - Rating 1 Million Cisterns Program" conducted by the Federal University of Recôncavo of

Bahia (UFRB), Federal University of Bahia (UFBA) and State University of Feira de Santana (UEFS) with support

from CNPq, and seeks to make an assessment of the improvement in the quality of life of families living on Semiarid

Baiano after being benefited with the implementation of the tank next to their homes.

Key words: Program, Scarcity, Stormwater.

1 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Federal do Brasil. 2 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Federal do Brasil. 3 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Federal do Brasil. 4 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Federal do Brasil. 5 Universidade Federal da Bahia, Federal do Brasil.

* *José Airon Santana Fonseca Hora.

Graduando em Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Federal do Brasil. Rua Antero P.

Fiais, casa 60, Primavera, Cruz das almas, Bahia, Brasil. Cep:44380-000. Brasil. Email: [email protected]

Page 40: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

2

Resumo

A escassez de água na região do semiárido brasileiro tem sido o principal problema para a população que habita a

região. Devido à irregularidade das chuvas e índice pluviométrico baixo (abaixo de 600 mm/ano), existe escassez de

água, principalmente em localidades que não existem rede de abastecimento. As famílias rurais que não tem acesso a

água próximo as suas moradias, necessitam buscar água em locais distantes da sua residência, água essa que

geralmente não é de boa qualidade. Tal esforço acaba resultando em um alto desgaste físico e possíveis problemas à

saúde das pessoas. A ação desenvolvida por órgãos governamentais a fim de solucionar o problema, foi a

implantação de cisternas próximos as residências, para que as famílias pudessem ter um reservatório para armazenar

uma grande quantidade de água nos períodos de seca, essa água teria como origem a água captada das chuvas e/ou

água fornecida pelo governo através de carro pipa. Essa ação é desenvolvida através do Programa 1 Milhão de

Cisternas (P1MC). O presente trabalho utilizou dados do Projeto de pesquisa “Limites e possibilidades para o direito

à água no Semiárido Baiano – Avaliação do Programa 1 Milhão de Cisternas”, realizado pela Universidade Federal

do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Estadual de Feira de

Santana (UEFS) com apoio da CNPQ, e busca fazer uma avaliação da melhoria na qualidade de vida das famílias

que moram no Semiárido Baiano após terem sido beneficiadas com a implantação da cisterna ao lado de suas

residências.

Palavras chaves: Águas Pluviais, Escassez, Programa.

Introdução

O Semiárido Brasileiro é a área de maior abrangência territorial entre os espaços que formam a região Nordeste do

Brasil. Abrange uma área de 969.584,4 Km² , possui 1133 municípios pertencentes a nove estados do Brasil

(Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e sua população

é de aproximadamente 22 milhões de pessoas o que totaliza 11,8% da população brasileira. (ASA, 2014). Em

relação ao seu aspecto físico-climático, o semiárido se caracteriza por médias térmicas elevadas (acima de 26°C) e

duas estações bem distintas: uma seca, na qual chove pouco, e uma úmida, quando ocorrem precipitações irregulares

que vão de 300 mm a no máximo 800 mm (D’alva e Farias, 2008).

Devido a baixa pluviosidade, irregularidade das chuvas da região e uma estrutura geológica que não permite

acumular quantidades de água que sejam satisfatórias no subsolo, a população que habita o semiárido sofre com a

escassez de água constantemente, até mesmo para atividades essenciais como, água para beber, cozinhar, tomar

banho e lavar roupas. Para suprir as necessidades da população, ações governamentais são desenvolvidas a fim de

proporcionar o acesso da população à água. A implantação de cisternas, que é uma técnica que viabiliza o

armazenamento de água, foi o método utilizado pelo Governo Federal para que as famílias que moram no semiárido

tivessem suas necessidades básicas referentes à água atendidas nos longos períodos de seca.

O Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC) foi iniciado em julho de 2003 no Semiárido Brasileiro. O objetivo do

Programa é beneficiar cerca de 5 milhões de pessoas com a implantação de cisternas de placa para captação de água

de chuva e armazenamento, possibilitando suprir as necessidades básicas (água para beber, cozinhar e tomar banho)

durante o período de seca. (Malagodi et al. , 2010). Apesar de serem concebidas para armazenamento da água de

chuva, quando esta não é suficiente, as cisternas em muitos casos tem sido utilizadas como reservatório de água

distribuída por carros pipa. O presente trabalho tem por objetivo fazer uma avaliação da melhoria na qualidade de

vida das famílias que moram no Semiárido Baiano após terem sido beneficiadas com a implantação da cisterna na

área de suas residências.

Metodologia

As cisternas desempenham um papel importante na vida da população do Semiárido Brasileiro, através de sua

implementação é possível captar e armazenar água da chuva, ou utiliza-lá como reservatório de água distribuída por

carros pipa, para que seja utilizada nos períodos de estiagem. Tal medida reduz a problemática da falta de água e

Page 41: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

3

assegura que essa esteja disponível na área da residência, diminuindo o empecilho de buscar água em fontes

alternativas distantes, sendo assim, a cisterna é essencial para a melhoria na qualidade de vida da população dessa

região.

O trabalho focou na avaliação da qualidade de vida da população do município de Macururé a partir da

implementação de cisternas do Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC) no Semiárido Baiano. Buscou-se fazer um

levantamento de dados junto a Articulação do Semi-Árido (ASA) a partir dos cadastros de todas as cisternas

implantadas que totalizaram 161, foi feito o sorteio da amostra a ser trabalhada, selecionando assim 36 cisternas que

equivale a 22,33% da totalidade de cisternas.

Foi feita a aplicação de questionários domiciliares por um técnico de campo escolhido do próprio município. Antes

da aplicação dos questionários o técnico passou por um período de treinamento. A aplicação dos questionários

aconteceu no período de dezembro de 2013 à Março de 2014. Constaram nos questionários perguntas objetivas e

subjetivas, referentes a condições sócio-econômico da família e a possível melhoria na qualidade de vida da família

após a implantação da cisterna.

Através dessa metodologia foi possível averiguar a percepção que a família possui sobre as mudanças que ocorreram

em suas vidas, analisando o período anterior e posterior a implantação da cisterna.

As perguntas objetivas e subjetivas podem ser observadas, respectivamente, nas Tabela 1 e Tabela 2.

Tabela 1 - Perguntas objetivas avaliadas

Fonte: Próprio autor

Tabela 2 Perguntas subjetivas avaliadas

Fonte: Próprio autor

Para melhor interpretar as respostas das perguntas subjetivas, foram criados sub-campos de análises. Estes tiveram

como objetivo agrupar as respostas que representassem respostas similares. Os sub-campos criados foram:

diminuição do tempo de trabalho e/ou descanso; melhora na saúde; reservatório para armazenar maior quantidade de

água, água de melhor qualidade e água ao lado da casa.

Resultados

Foram aplicados 36 questionários, um para cada família, cadastradas no Programa 1 Milhão de Cisternas no

município de Macururé. A região, na qual foi desenvolvida a pesquisa, sofre com a escassez de água ao longo de

todo ano, uma vez que o período de chuvas possui índices pluviométricos baixos (abaixo de 600mm/ano). A falta de

água nas residências obrigava as famílias a buscarem água em reservatórios alternativos (poços, açude, barragem e

etc), localizados quase sempre a longas distâncias de suas casas e com a qualidade da água possivelmente

comprometida.

De onde vinha a água da casa antes da cisterna?

Tempo que a família gastava por dia para ir buscar água?

Consumo da água da família por semana em litros antes da Cisterna?

Consumo da água da família por semana em litros depois da Cisterna?

Em sua opinião, houve mudanças com a implantação da cisterna? Qual: rotina do dia a dia, cansaço, na

saúde?

Qual o maior benefício que a cisterna trouxe para vocês moradores da casa?

Em que a cisterna ajudou no abastecimento de água da sua casa? O que precisa melhorar?

Page 42: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

4

Tabela 3-De onde vinha a água da casa antes da cisterna?

Tipo de Fonte %

Poço

Aguada/Açude

Rio

Carro-Pipa

Barragem

Cisternas de vizinhos

Barragem e cacimba

Barreiro

Cacimba e Cisterna

Aguada/Açude e Carro Pipa

Poço e Açude

Sem Resposta

Tanque

Cisterna Comunitária

2,78

41,67

0

13,89

0

11,11

0

2,78

0

2,78

2,78

2,78

11,11

8,33 Fonte: Próprio autor

Para a aquisição dessa água, os moradores gastavam de 20 minutos à 03:00 horas para percorrer todo o caminho até a

fonte alternativa de água. Todos afirmaram que o percurso era realizado a pé.

A ausência da implantação das cisternas trazia um grande desgaste para as famílias, pois integrantes da própria

família carregavam os baldes de água apoiados nos ombros e na cabeça. Quando questionados sobre essa ação, as

pessoas apresentaram como pontos negativos, o esforço físico que era grande, provocando assim muito cansaço e o

tempo que gastavam para buscar a água, já que poderiam utilizá-lo em outras atividades de sua rotina.Em relação a

qualidade da água as famílias afirmaram que passaram a obter água de melhor qualidade. Tal afirmação está

associada ao aspecto visual da água, sendo que, antes da cisterna as famílias obtiam água de aspecto barrento dos

açudes, poços e etc, e após as cisternas passaram a obter água de aspecto transparente, o que implica na visibilidade

de uma água de melhor qualidade.

Com a implementação das cisternas nas residências, a família passa a ser abastecida em seu próprio terreno,

aumentando o consumo da água por semana em litros e propiciando melhor conforto e condições de saúde.

Perguntados sobre a existência de mudanças após a implantação das cisternas, 100% afirmaram que houve mudanças

para melhor. Isso pode ser visto na Tabela 4, com os resultados apresentados.

Tabela 4-Motivos que explicam a melhoria na qualidade de vida.

PERGUNTAS RESPOSTAS %

Qual o maior benefício

que a cisterna trouxe

para vocês moradores da

casa?

Melhorou a quantidade de água. 38,89

A água perto da casa facilita as atividades. 22,22

Água de boa qualidade e potável perto da casa. 11,11

Criou espaço para armazenar a água. 5,56

Ter muita água para garantir gastos e economizar tempo. 5,56

Ter muita água ao lado da casa. 5,56

Saúde e vida melhor. 2,78

Maior volume de água. 2,78

Quantidade de água e mais saúde. 2,78

Ter maior quantidade de água para beber e dar aos animais. 2,78 Fonte: Próprio autor

Page 43: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

5

Boa parte dos entrevistados, 38,89%, destacaram como maior benefício com a implantação da cisterna, a “melhoria”

na quantidade de água. Isso aponta para a importância da cisterna para o aumento no consumo de água da familia. As

pessoas também mencionaram que com a cisterna foram facilitadas as realização das atividades rotineiras (22,22%).

A resposta “Água de boa qualidade e potável perto de casa” foi registrada em 11,11% dos questionários e demonstra

certa percepção dos entrevistados com relação à qualidade da água. As demais respostas que somadas contabilizam

27,8%, fazem alusão a maior capacidade de armazenar a água, água próximo a residência e melhoria na saúde.

Conclusão

Com base nos resultados obtidos é possível afirmar que a implementação do P1MC trouxe impactos positivos as

famílias que foram beneficiadas com as cisternas. A melhoria na qualidade de vida é perceptível em diversos

aspectos relatados pela população local, entre eles, o fato de não precisar mais buscar a água a longas distâncias

proporcionando menor esforço físico e maior descanso, possuir um reservatório com grande capacidade de

armazenamento de água ao lado da casa, aumentou a disponibilidade de tempo para desenvolver outras atividades já

que o tempo gasto para o transporte da água foi economizado e melhorou o aspecto da água quanto sua aparência, já

que, antes da cisterna a água utilizada era barrenta. Os impactos positivos apresentados possuem similaridade com

(Malagodi, 2009), uma vez que, ambos os trabalhos tiveram todos os aspectos anteriores semelhantes, mostrando que

a implantação das cisternas trouxe realmente resultado satisfatório e que as famílias tiveram melhoria na qualidade

de suas vidas.

Referencias Bibliográficas

A ESCASSEZ DE ÁGUA NO NORDESTE E A OSMOSE REVERSA. Só Biologia. Disponível em:

<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/jornal/noticia2.php>. Acesso em: 08 de maio de 2014.

ARTICULAÇÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO (ASA). ASA Brasil. Disponível em:

<http://www.asabrasil.org.br/Portal/Informacoes.asp?COD_MENU=105 >. Acesso em: 08 de

maio de 2014.

BELMIRO, Vanessa. (2012) O P1MC e a importância de suas ações no modo de vida e de produção camponesa no Cariri

Paraibano. XV Encontro de ciências sociais do norte e nordeste e pré-alas Brasil.

D’ALVA, O. A.; FARIAS, L. O. P. (2008) Programa Cisternas: um estudo sobre a demanda, cobertura e focalização. Cadernos de

Estudos - Desenvolvimento Social em Debate, 1(7), 1-40.

MALAGODI, Edgard e Lira, Waleska Silveira. (2010) Avaliação da gestão integrada e participativa no programa de formação e

mobilização social para a convivência com o semi-árido: um milhão de cisternas de placas (P1MC).XVI Congresso

Brasileiro de Águas Subterrâneas e XVII Encontro Nacional de Perfuradores de Poços.

MALAGODI, Edgard. Avaliação do desempenho do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) quanto à sustentabilidade

e resiliência no Semiárido nordestino. Edital MCT/CNPq/CT-HIDRO Nº 021/2009

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MDS). MDS Brasil. Disponível em:

<http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar/desenvolvimentoterritorial/semiarido>. Acesso em: 08 de maio de 2014.

MALAGODI, Edgard. Avaliação do desempenho do Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) quanto à sustentabilidade

e resiliência no Semiárido nordestino. Edital MCT/CNPq/CT-HIDRO Nº 021/2009.

Page 44: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

1

AGUA DE LLUVIA EN MI LOCALIDAD, EL ÉXITO DE SABERLA APROVECHAR.

RAIN IN MY AREA, TAKE THE SUCCESS OF KNOWING.

Luis Gómez Lugo*1

Abstract In Mexico for many communities given their geographical, topographical, geomorphological conditions is very

difficult to develop conventional water supply systems for their people; this scenario, reproduced in much of the

country, added to the currently prevailing population distribution requires pressing and urgent way of implementing

effective alternatives to meet the water needs of the population. The rain water is an important source of water for

these communities in different applications and uses, since it has great potential to capture rainwater. Studies and

scenarios on the potential of rainwater for Mexico, some examples of applications in communities (community level

and household level), schools and under protected agriculture production systems is presented in this paper; all

backed by project experiences that have provided successful results in harvesting rainwater.

Key Words: Rainwater, harvesting, gathering, and potential SCALl (Sistemas de captación de agua de lluvia)

1 Instituto Mexicano de Tecnología del Agua, Paseo Cuauhnáhuac No 8532 Colonia Progreso, Jiutepec, Morelos, CP 62560,

México, Tel. (777) 3 293600 Ext 350, [email protected]).

Page 45: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

2

Resumen

En México para muchas comunidades dadas sus condiciones geográficas, topográficas, geomorfológicas resulta muy

complicado desarrollar sistemas convencionales de abastecimiento de agua para su población; este escenario,

reproducido en gran parte del país, sumado a la distribución poblacional que actualmente impera, exige de manera

apremiante e impostergable implementar alternativas eficaces que permitan satisfacer las necesidades hídricas de la

población. El agua de lluvia representa una fuente importante de abastecimiento de agua para estas comunidades en

diferentes aplicaciones y usos, pues se tiene un amplio potencial de captación de agua de lluvia. En el trabajo se

presentan estudios y escenarios sobre el potencial de agua de lluvia para México, algunos ejemplos de aplicaciones

en comunidades (nivel comunitario y nivel vivienda), escuelas y sistemas productivos bajo agricultura protegida;

todas ellas, respaldadas en experiencias de proyectos que han ofrecido resultados exitosos en materia de

aprovechamiento de agua de lluvia.

Palabras clave: Agua de lluvia, aprovechamiento, captación, potencial y SCALl (Sistemas de captación de agua de lluvia)

Introducción

La diversidad de desarrollo de las comunidades de México está atada de manera colectiva en origen y destino a la

disponibilidad del agua. El disponer de agua en cantidad suficiente y calidad adecuada es una de las demandas

básicas de la población, pues incide directamente en su salud y bienestar.

De acuerdo con la reforma al Artículo 4o de la Constitución Política de los Estados Unidos Mexicanos publicada el 8

de febrero de 2012, toda persona tiene derecho al acceso, disposición y saneamiento de agua para consumo personal

y doméstico en forma suficiente, salubre, aceptable y asequible. La misma Constitución, indica que la

responsabilidad por la entrega de los servicios de agua potable y de saneamiento recae en 2,446 municipalidades

desde la descentralización del año 1983. Sin embargo, unos cuantos de los 31 estados entregan servicios a través de

empresas estatales de agua que actúan en nombre de los municipios. La mayoría de los estados también cuentan con

agencias estatales de abastecimiento de agua ya establecidas que desempeñan distintos roles según el estado, tales

como asistencia técnica a los proveedores de servicio, apoyo en la planificación de inversiones y canalización de los

subsidios federales. En algunos casos, las agencias estatales proporcionan los servicios de agua y saneamiento

directamente. En áreas rurales, las Juntas de Agua son responsables por el abastecimiento de la misma. El Programa

Nacional Hídrico 2007-2012 (PNH 2007-2012) estableció como una de sus prioridades principales, incrementar el

acceso y calidad de los servicios a fin de elevar el nivel de vida de la sociedad. Para ello planteó incrementar la

cobertura de los servicios de agua potable y alcantarillado en el país (comunidades rurales y urbanas), induciendo la

sostenibilidad de los servicios, además, mejorar la calidad del agua suministrada a las poblaciones.

En el año 2010, en 3,651 localidades mayores a 2,500 habitantes se concentró el 76.8% de la población, y en 188,893

de localidades menores a 2,500 habitantes se concentró el 23.2 de la población; en su mayoría localidades muy

dispersas, cuyas condiciones orográficas y de distancia complican dotarlas del servicio de agua potable. En

diciembre de 2006 en México existían 10.4 millones de habitantes sin servicio de agua potable y 14.1 millones sin

alcantarillado. Para diciembre de 2012 se redujo a 9.1 millones de habitantes sin servicio de agua potable y 10.9

millones sin alcantarillado. El agua de lluvia puede representar una alternativa viable como fuente de abastecimiento

de agua con fines diversos. Estimaciones realizadas por el autor indican que con sólo habilitar 18,000 hectáreas como

áreas de captación (0.009% del territorio nacional) se podría atender la población de 9.1 millones que no cuenta con

el recurso hídrico con una dotación mínima de 40.6 litros por día por habitante.

Objetivo

El objetivo del trabajo es presentar el potencial de agua de lluvia para México cuyo impacto se pude traducir en

aplicaciones a diferentes escalas poblacionales con resultados exitosos en materia de aprovechamiento de agua de

lluvia. Durante el desarrollo del trabajo se abordan los puntos:

Page 46: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

3

Problemática hídrica y potencial de respuesta de los SCALl (Sistemas de captación de agua de lluvia) para

abastecimiento de agua en México.

SCALl en localidades (nivel comunidad y nivel vivienda)

SCALl en escuelas

SCALl en sistemas productivos bajo agricultura protegida

Problemática hídrica y potencial de respuesta de los SCALl para abastecimiento de agua en México.

Desde el año 1990 al año 2012 a través de grandes esfuerzos e inversiones canalizadas en acciones emprendidas de

manera coordinada entre los gobiernos Federal, Estatal y Municipal, se ha logrado reducir el rezago porcentual en

materia de cobertura de agua potable en 13.6 puntos; sin embargo, en número de habitantes al 31 de diciembre de

2012 se registraron 9.1 millones de habitantes sin agua potable, potable (aproximadamente 1,820,000 familias

considerando un hacinamiento promedio de 5 integrantes por familia). Estimaciones realizadas por el autor indican

que para atender con una dotación mínima de 40.6 lt/día/hab a la población de 9.1 millones que no cuenta con el

recurso hídrico se requerirían habilitar 18,000 hectáreas como áreas de captación (0.009% del territorio nacional).

Figura 1. Cobertura de agua potable en México (1990 – 2012)

FUENTE: Situación del Subsector Agua Potable, Alcantarillado y Saneamiento. INEGI, Censos de Población y

Vivienda 1990, 2000 y 2010; Conteos de Población y Vivienda 1995 y 2005.

A continuación superficies (en has) y su equivalente porcentual del territorio nacional para diferentes niveles de

dotación considerando un universo poblacional de 9.1 millones de habitantes.

Figura 2. Potencial SCALl para 9.1 millones de mexicanos sin AP

Page 47: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

4

Una forma sencilla de explorar la cantidad de agua que podemos captar y a su vez almacenar es mediante un estudio

de potencial de captación de agua de lluvia. Este estudio permite conocer la cantidad de agua potencial de captar en

diferentes áreas de captación y láminas precipitadas en (mm) en un periodo de tiempo definido. A continuación, el

ejercicio para un promedio de la distribución de la lluvia para México.

Tabla 1. Valores promedio de precipitación mensual para México.

E F M A M J J A S O N D Anual

27.10 8.80 30.19 3.65 26.15 89.30 135.40 166.48 170.16 78.83 10.79 4.09 750.94

Figura 3. Potencial SCALl para México, función de área de captación y pp en el tiempo

Para México, con un promedio de precipitación anual de 750.9mm se tiene un potencial de captación de agua de

lluvia de 0.750m3/m

2 (750 lt/m

2).

SCALl en localidades (nivel comunidad y nivel vivienda)

Bajos las siguientes consideraciones:

9.1 millones de habitantes sin agua potable

10 por ciento del total de las comunidades en México

Superficie de captación de 5,000 m2 para comunidades rurales (menor a 2,500 habitantes)

Superficie de captación de 20,000 m2 para comunidades urbanas (mayor a 2,500 habitantes)

Tabla 2. Ejercicio de potencial SCALl en localidades

Comunidades Cantidad % Superficie

promedio

habilitada (m2)

Superficie

habilitada

(m2)

Volumen

captado (m3)

lt/día/hab

(para 9.1M

habitantes)

< 2,500 hab. 188,593 10% 5,000 94,296,500 70,807,242 21.3

> 2,500 hab. 3,651 10% 20,000 7,302,000 5,483,072 1.7

Page 48: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

5

Nota: Para el ejercicio se consideró una precipitación promedio para México de 750.9mm y una población de 9.1 millones sin acceso a los

servicios de agua potable.

Se puede estimar un volumen de agua de lluvia potencialmente captable que garantiza una dotación de 23 lt/día/hab.

La captación de agua de lluvia es una práctica antigua que se fue desplazando a medida que se establecieron y

desarrollaron las localidades a razón del crecimiento poblacional, con ello, fue necesario implementar sistemas para

la gestión y administración del agua (organismos operadores o juntas locales de agua). Los SCALl constituyen un

medio fácil de obtener agua para uso humano, agrícola e industrial. A nivel comunidad, los sistemas SCALl tienen

un amplio potencial de aplicación para millones de familias de México. Mediante un proceso de capacitación y

asesoría adecuada se puede lograr su implementación en un periodo de tiempo corto. Bastante experiencia se ha

ganado en la construcción de las cisternas, ejemplos importantes han sido la utilización del método constructivo tipo

capuchina (Barrios D., 2005), método muy sencillo, económico y atractivo para los usuarios o beneficiarios de los

proyectos SCALl. Teniendo un proceso adecuado de seguimiento a los proyectos SCALl implementados se puede

medir la respuesta social de aceptación, además de tener la posibilidad de replicar esta alternativa de abastecimiento

a otras regiones del país logrando incrementar la calidad de vida de los habitantes sin afectar los recursos del medio

ambiente.

Ilustración 1. SCALl en localidades (nivel comunidad y nivel vivienda)

SCALl en escuelas

Una necesidad prioritaria en el país es disponer en los centros escolares de agua suficiente, salubre, aceptable y

accesible para garantizar a los alumnos cubrir sus necesidades mínimas de agua. En México, se estima que el 30% de

las escuelas en los niveles preescolar, primaria, secundaria y bachiller carecen de agua entubada potable según el

Diagnóstico del Catálogo de Inmuebles Escolares realizado por la SEP en el año 2012.

Los Sistemas de captación de agua de lluvia SCALl representan alternativas viables para atender la problemática

hídrica en escuelas rurales y urbanas de México, por ello, la iniciativa de fomentar y fortalecer la cultura de la

captación de agua de lluvia para uso de la población estudiantil de México. Estudios realizados por el autor (Gómez

L., 2012 - 2014) han permitido determinar para el estado de Morelos las áreas de captación y volúmenes de

almacenamiento para diferentes escenarios [tipos de escuelas y población estudiantil], cuya metodología se puede

extrapolar a otros estados o para obtener una base de datos a nivel nacional.

Considerando un 30 por ciento del total de escuelas (preescolar, primaria, secundaria y bachiller) de México sin

acceso a los servicios de agua potable, se puede estimar un volumen de agua de lluvia potencialmente captable, y

este a su vez considerando 9.1 millones de habitantes sin agua ofrecerles una dotación de 8 lt/día/hab. Acotar que

según la Norma sobre agua, saneamiento e higiene para escuelas (OMS, 2010), en la Directriz 2: cantidad del agua,

indica que para escuelas diurnas se requieren 5 litros por persona por día para todos los escolares y el personal, y de

1 a 2 litros por persona por día para limpieza anal; por tanto, si se implementaran sistemas SCALl en un 30% de las

Page 49: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

6

escuelas de México se lograría alcanzar mínimamente la dotación recomendada para la población estudiantil del

universo poblacional que actualmente no cuenta con servicio de agua.

.

Figura 4. Estudio de potencial SCALl en escuelas del estado de Morelos.

Tabla 3. Ejercicio de potencial SCALl en escuelas

Escuelas Cantidad % Superficie

promedio

habilitada (m2)

Superficie

habilitada (m2)

Volumen

captado

(m3)

lt/día/hab (para

9.1M habitantes)

Preescolar, primaria,

secundaria y bachiller. 243,000 30% 500 36,450,000 27,370,305 8.2

Nota: Para el ejercicio se consideró número de escuelas reportadas por el INEGI (México en cifras, 2010). El 30% de ellas sin acceso a los

servicios de agua potable. Superficie promedio habilitada para captar agua de lluvia por escuela 500 metros cuadrados. Una población de 9.1

millones sin acceso a los servicios de agua potable.

Ilustración 2. Sistemas SCALl en escuelas

Page 50: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

7

Los sistemas de captación de agua de lluvia SCALl son alternativas de gran potencial de aplicación para el

abastecimiento de agua en miles de escuelas de México. Es recomendable escalar a nivel nacional estudios de

aprovechamiento de agua de lluvia, a fin de obtener un banco de información útil para la SEP, INIFED, CONAGUA

y demás relacionadas con las tareas de abastecimiento de agua en escuelas de México.

SCALl en sistemas productivos bajo agricultura protegida

La agricultura como sector primario encargado de producir los satisfactores necesarios para la alimentación ha

enfrentado diversas problemáticas. En muchas regiones del país donde las fuentes convencionales del recurso hídrico

son limitadas, la implementación de sistemas de producción bajo agricultura protegida, y en caso particular

invernaderos, también es limitado. Según las cifras reportadas por SAGARPA para el año 2012 indicaron que la

agricultura protegida para México sólo cubrió 20,000 hectáreas divididas en 12,000 hectáreas para invernaderos y

8,000 hectáreas para malla sombra y macro túnel.

Tabla 4. Porcentaje de la agricultura protegida con relación a la agricultura de temporal y riego.

Tipo de Agricultura Superficies (has) % respecto A.

temporal y riego

% respecto A.

riego

Temporal y riego 20,000,000 100.00%

Riego 6,400,000 32.00% 100.00%

Invernaderos 12,000 0.06% 0.19%

Malla sombra y macro túnel 8,000 0.04% 0.13% Nota: Porcentajes estimados en función a valores de superficies reportados por SAGARPA, 2012.

No obstante, los sistemas de producción bajo agricultura protegida han representado una opción eficaz para controlar

las variables climatológicas en los procesos de producción agrícola y han hecho eficiente el uso de espacio, agua y

luz, es necesario plantear alternativas que permitan fortalecer e incrementar la superficie cultivable de estos sistemas

productivos. Una opción que se desea resaltar y replantear como parte de este trabajo, es el aprovechamiento del

agua de lluvia en una fórmula: captación - almacenamiento - riego. Es decir, utilizar la superficie techada de

invernaderos, estructuras para malla sombra y macro túnel como áreas efectivas de captación de agua de lluvia y con

ello almacenar volúmenes importante de agua para riego.

Page 51: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

8

Figura 5. Aprovechamiento de agua de lluvia para la agricultura protegida.

Estudios realizados por el autor (Gómez L., 2012 - 2014) han permitido determinar el potencial de aprovechamiento

de agua de lluvia en la agricultura protegida para algunos estados, cuya metodología se puede utilizar para obtener

una base de datos a nivel nacional.

Figura 6. Estudios de potencial SCALl en la agricultura protegida de México.

Tabla 5. Ejercicio de potencial SCALl en sistemas de producción bajo agricultura protegida Cantidad % Superficie

habilitada (m2)

Volumen

captado (m3)

lt/día/hab (para 9.1M

habitantes)

Agricultura protegida, en has 20,000 30% 60,000,000 45,054,000 13.6 Nota: Se consideraron las hectáreas reportadas por SAGARPA, 2012 de agricultura protegida. El 30% de ellas como propuesta de utilización de sus superficies techadas para captar agua de lluvia Una población de 9.1 millones sin acceso de agua potable.

Page 52: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

9

Conclusiones

En México, una línea de investigación importante de intensificar y fortalecer es la captación y almacenamiento

de agua de lluvia; es importante explorar su aprovechamiento a mayor escala poblacional y diferentes

aplicaciones: localidad (nivel vivienda y nivel comunidad), escuelas, techados de mercados, naves industriales y

agricultura protegida.

Es necesario trabajar en el tema de estudios de potencial de aprovechamiento de agua de lluvia, aún no se cuenta

con información a nivel regional, estatal y/o nacional sobre el potencial de aprovechamiento de agua de lluvia

para las localidades, escuelas y producción bajo sistemas de agricultura protegida.

Dada la problemática de abastecimiento de agua en muchas comunidades marginadas de México, los SCALl son

alternativas de gran potencial de aplicación porque son capaces de garantizar la disponibilidad de agua y

satisfacer las necesidades básicas en momentos de stress hídrico.

Los sistemas de captación y almacenamiento son alternativas de gran potencial de aplicación para el

abastecimiento de agua en miles de escuelas de México, por lo cual se recomienda escalar su aplicación a nivel

nacional bajo la coordinación y apoyos de la SEP, INIFED y CONAGUA.

Donde la precipitación es limitada, es posible desarrollar esquemas y sistemas bajo agricultura protegida dado

que se pueden habilitar sus techos como áreas efectivas de captación de agua de lluvia y con ello obtener

volúmenes suficientes para las necesidades hídricas de los cultivos.

Referencias Bibliográficas

Adams, John. Normas sobre agua, saneamiento e higiene para escuelas en contextos de escasos recursos. Organización Mundial

de la Salud. ISBN 978 92 4 354779 4. 2010

Alianza regional para el mejoramiento de las condiciones de Agua, Saneamiento e Higiene en las Escuelas en América Latina y el

Caribe (___). Agua, Saneamiento e Higiene en Escuelas, una prioridad para el desarrollo de la niñez.

Barrios D., Natividad; et al, (2005). Propuesta técnica para la construcción de cisternas en zonas rurales. II Encuentro Nacional

de Ecotecnias; Morelia, Michoacán, México.

Gómez L., Luis; et al, (2005). Propuesta técnica para dimensionar una cisterna en proyectos de captación de agua de lluvia. II

Encuentro Nacional de Ecotecnias. Morelia, Michoacán, México.

Gómez L., Luis; et al, (2006). “Sistemas unifamiliares de captación de agua de lluvia en el medio rural SUCALL”. XXII

Congreso Latinoamericano de Hidráulica. Guyana, Venezuela.

Gómez L., Luis (2009). Potencial de aprovechamiento de agua de lluvia en el estado de Morelos, México - diseño de sistemas

(SCAALL), IX SEREA - Seminario Iberoamericano sobre Planificación, Proyecto y Operación de Sistemas de

Abastecimiento. Valencia, España.

Gómez L., Luis (2010). Potencial de aprovechamiento de agua de lluvia en el estado de Morelos, México – escenarios de diseño

(SCAALL) para 51 estaciones climatológicas. XXIV Congreso Latinoamericano de Hidráulica. Punta del Este,

Uruguay.

Gómez L., Luis (2011). Sistemas de captación y almacenamiento de agua de lluvia en invernaderos potencial de aplicación para

Quintana Roo. Congreso Internacional de Agricultura Controlada, Agua, Energía y Biodigestores”. Cancún, Quintana

Roo, México.

Gómez L., Luis; et al, (2012) Huerto invernadero - Manual de instalación, operación y mantenimiento. IMTA. Jiutepec, Morelos,

México.

Gómez L., Luis; et al, (2013). Aprovechamiento del agua de lluvia en la agricultura protegida de México. XIII Congreso

Nacional de Irrigación. Puerto Vallarta, Jalisco, México.

Gómez L., Luis; et al, (2013). Potencial SCAALL en el estado de Morelos. X Congreso Internacional sobre Innovación y

Desarrollo Tecnológico CIINDET 2013. Cuernavaca, Morelos, México.

Gómez L., Luis; et al, (2014). Agua de lluvia en mi escuela, oportunidad para el estado de Morelos. XI Congreso Internacional

sobre Innovación y Desarrollo Tecnológico CIINDET 2014. Cuernavaca, Morelos, México.

INIFED. Normas y especificaciones para estudios, proyectos, construcción e Instalaciones. Vol. 3. Tomo I. Diseño

Arquitectónico. 2008.

Page 53: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

1

LOS MACROINVERTEBRADOS BENTÓNICOS COMO BIOEVALUADORES DE LA

CALIDAD DEL AGUA DE LAS LOS HUMEDALESARTIFICIALES EN EL LAGO DE

PÁTZCUARO, MÉXICO.

BENTHIC MACROINVERTEBRATES AS WATER QUALITY BIOEVALUATORS IN

CONSTRUCTED WETLANDS, PÁTZCUARO LAKE, MEXICO.

Ana Carolina Estrada Carbaja 1

Perla E. Alonso-EguíaLis *2

Armando Rivas Hernández3

Abstract Ecological response of the benthic macroinvertebrates community to treated water was evaluated for two

constructed wetlands of Patzcuaro Lake. Four locations were compared: the environments generated by effluent and

maturation ponds of two constructed wetlands, discharge directly into the lake urban drainage and less impact site

within the lake. Field parameters and associated physicochemical organic load were measured. Emergent properties

of communities, diversity index (Shannon and Brillouin), and Biotic Index of Hilsenhoff were obtained. By Similarity

Index (Jaccard) were analyzed comparative sites, and environmental differences by two-way MANOVA were

evaluated. Environments formed by water from constructed wetlands showed the greatest wealth, abundance,

diversity and values of Hilsenhoff Biotic index indicating better quality. Clusters of similarity values confirmed

differentiation of environments and clear associations between environments effluents generated by artificial

wetlands, such as low impact. The MANOVA for both groups showed significative differences between places and

time. The relationship between physicochemical and macroinvertebrate community associated with constructed

wetlands with the maturation time of the process is discussed through a natural succession. It is concluded that

water from constructed wetlands provides the requirements for developing a macroinvertebrada fauna associated

with conditions of good water quality.

Key words: Benthic macroinvertebrates, constructed wetlands, biomonitoring, Patzcuaro Lake

1 Comisión Nacional de Áreas Naturales Protegidas.

2 *Subcoordinación de Hidrobiología y Evaluación Ambiental. Instituto Mexicano de Tecnología del Agua. Paseo Cuauhnáhuac

8532. Progreso Jiutepec, Morelos. CP 62550 +527773293665 [email protected] 3 Subcoordinación de Tratamiento de Aguas Residuales. Instituto Mexicano de Tecnología del Agua.

Page 54: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

2

Resumen

Se evaluó la respuesta ecológica de la comunidad de macroinvertebrados bentónicos a la oferta de agua tratada por

dos humedales artificiales del lago de Pátzcuaro. Se compararon: los ambientes generados por los efluentes y las

lagunas de maduración de dos humedales artificiales, una descarga de drenaje urbano directa al lago y un sitio de

menor impacto dentro del lago. Se midieron parámetros de campo y fisicoquímicos asociados a carga orgánica. Se

obtuvieron las propiedades emergentes de las comunidades, índices de diversidad (Shannon y Brillouin), e Índice

Biótico de Hilsenhoff. Mediante índices de similitud de Jaccard se analizaron comparativamente los sitios y se

evaluaron las diferencias ambientales mediante MANOVA de dos vías. Los ambientes formados por el agua

proveniente de los humedales artificiales mostraron la mayor riqueza, abundancia, valores de diversidad e índice

Biótico de Hilsenhoff que indicaba mejor calidad. Las agrupaciones de los valores de similitud confirman

diferenciación de ambientes y asociaciones claras entre los ambientes generados por los efluentes de los humedales

artificiales, como los de menor impacto. El MANOVA para rango de dos vías mostró diferencias significativas

espacio-temporal entre localidades y su intersecto. Se concluye que el agua proveniente de los humedales artificiales

ofrece los requerimientos necesarios para el desarrollo de una fauna macroinvertebrada asociada a condiciones de

buena calidad del agua.

Palabras clave: macroinvertebrados bentónicos, humedales artificiales, biomonitoreo, Lago de Pátzcuaro

Introducción:

Los humedales artificiales, ofrecen grandes ventajas en relación a otros tipos de tratamientos de aguas residuales

como los mecanizados, ya que el proceso se basa fundamentalmente en acción microbiana y solar, por lo que

requiere bajo mantenimiento, capacitación sencilla, no producen lodos residuales ni malos olores, se produce

materia prima y son estéticos, por lo que de esta forma se puede dar servicio a zonas rurales. A diferencia de los

humedales artificiales, las plantas mecanizadas de tratamiento de aguas residuales como lodos activados con

biodiscos, aeración extendida, entre otros, presentan costos de operación elevados, requiere remoción de nutrientes y

produce lodos residuales que deben de ser tratados, por lo que duplica los costos del proceso (Rivas et al, 2004).

La forma tradicional de evaluar el desempeño de los humedales artificiales ha sido a través de la medición de las

concentraciones de nitritos, nitratos, fosfatos y DBO y comparándolo con la NOM-001-ECOL-1996; sin embargo, y

debido a que la oferta de agua proveniente de los humedales ingresa directamente a los sistemas acuáticos naturales,

se ve la necesidad de evaluar el impacto que tiene sobre las comunidades biológicas que habitan en ellos. Uno de los

grupos más ampliamente utilizados para evaluar la calidad e integridad de los sistemas acuáticos epicontinentales

son los macroinvertebrados, ya que juegan un papel ecológico de gran importancia al participar en procesos

fundamentales que incluye la biodisposición de la materia orgánica y reciclaje de nutrientes, además de ser

componentes vitales para la cadena alimenticia (Cummins, 1996).El estudio de la comunidad de macroinvertebrados

permite establecer una vigilancia en la calidad del agua de los ambientes acuáticos, así como para el monitoreo de la

condiciones ambientales (Rosenberg y Resh, 1993).A diferencia de otros organismos, los macroinvertebrados

bentónicos ofrecen muchas ventajas en el biomonitoreo debido a propiedades intrínsecas a la biología de esta fauna,

además de muestreo sencillo y poco costoso. Gracias a ello se han desarrollado muchos métodos de análisis de datos

incluyendo índices bióticos y de diversidad, que son utilizados ampliamente en biomonitoreo (Alonso-EguíaLis et

al., 2011).

El lago de Pátzcuaro es uno de los sistemas acuáticos naturales en México con mayor identidad ecológica, histórica,

social, cultural, económica; (Vargas-Velázquez, 2011) actualmente presenta una condición eutrófica y los intentos

por resolver los problemas de incremento de nutrientes ha tenido pocos resultados sobre el lago (Sánchez et al,

2011). El desarrollo de plantas de tratamiento con tecnología alternativa, tales como son los humedales artificiales,

han surgido como una opción viable ante la difícil tarea del control de la contaminación por aguas negras, para

obtener alta eficiencia en la remoción de contaminantes, de manera práctica, sencilla y de menor costo ante esta

problemática. El Instituto Mexicano de Tecnología del Agua (IMTA) instaló dos humedales artificiales de tipo SFS.

Uno en el municipio de Tzintzuntzan en la comunidad de Cucuchucho y otro en el municipio de Quiroga en la

comunidad de Santa Fe de la Laguna. Estos humedales están diseñados para remover sólidos suspendidos (SSt),

materia orgánica (DBO5), nitritos (NO2-), nitratos (NO3

-) y fosfatos totales (Pt) así como el 100% de parásitos

presentes en el agua residual (Rivas et al, 2004 y 2005). Los análisis de calidad del agua para estos sistemas no

Page 55: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

3

rebasan los límites establecidos por la NOM-001-ECOL-1996. Por ello el objetivo general de este trabajo fue

determinar mediante la respuesta ecológica de la comunidad de macroinvertebrados bentónicos, la calidad del agua

proveniente de las plantas de tratamiento de humedales artificiales en el lago de Pátzcuaro, Michoacán, construida

durante los años 2004 y 2005.

Metodología:

Se seleccionaron cuatro localidades bajo el criterio de máximo a mínimo impacto y que corresponde: 1) plantas de

tratamiento de humedales (Cucuchucho y Santa Fe de la Laguna) que nosotros clasificamos de manera general con

dos tipos de ambientes con capacidad de desarrollar macroinvertebrados bentónicos: a) La laguna de maduración que

forma parte del proceso de depuración del agua tratada en tratamiento y al que llamamos ambiente artificial y b) el

ambiente generado por el efluente de cada humedal de tratamiento y al que denominamos ambiente natural; 2) salida

directa al lago de una descarga urbana municipal de agua sin ningún tipo de tratamiento (Tzitzuntzan) y 3) sitio

natural de menor impacto dentro del lago (Oponguio) de acuerdo a los análisis previos Alonso-EguíaLis y Huerto

(2005).

Se realizaron cuatro periodos de muestreo durante el periodo 2006-2007. En cada estación se midieron los siguientes

parámetros fisicoquímicos: Conductividad (µS cm-1

), Temperatura del agua (ºC), Oxígeno disuelto (mg l-1

),

Salinidad (mg l-1

) y pH, mediante un multiprametro YSI86 y un potenciómetro ORION 210A. Para la determinación

de la carga de nutrientes como Nitritos (NO2-), Nitratos (NO3

-), Fosfatos totales (P tot) y DBO5, se siguió los

procedimientos acreditados de calidad del laboratorio del IMTA.

El muestreo de los macroinvertebrados se realizó bajo el criterio multihábitat (Barbour et al. 1999) La captura de los

organismos se llevó a cabo mediante redes de cuchara con malla de 0.5 mm, abarcando un área de 1m2 en cada

arrastre. La identificación taxonómica se llevó a nivel género. Se obtuvieron las propiedades emergentes de las

comunidades de macroinvertebrados. Se calcularon los Índices de Shannon-Wierner (H’), Brillouin (HB) y

equitatividad de Brillouin. Se calculó el Índice Biótico de Hilsenhoff (1988) para evaluar calidad del agua, basado

en los valores de tolerancia reportados por Barbour et al. (1999). Para conocer si las comunidades de

macroinvertebrados responden diferencialmente a los ambientes estudiados, se aplicó un análisis de similitud de

Jaccard, (Magurran, 1989).. Mediante el programa MVSP. Finalmente con el fin de determinar las variaciones

espacio-temporales entre sitios, se aplicó un análisis MANOVA de dos vías (localidad y tiempo).

Resultados:

De acuerdo a la NOM-001-ECOL-1996 (requerimientos para la vida acuática), las características fisicoquímicas para

cada uno de los sitios (tabla 1) Indican que para el humedal Cucuchucho. Los valores de fosfatos totales se salen de

la norma en el mes de marzo y el DBO5 en el mes de mayo. Para el humedal Tzintzuntzan los valores de fósforo

total salen de la norma excepto en el mes de mayo y el DBO5 en el mes de mayo. Oponguio (sitio dentro del lago)

los nitritos, nitratos y fósforo total se encuentran por debajo de los valores máximos permitidos, mientras que la

descarga de Tzintzuntzan.los valores de fósforo total se salen de la norma principalmente en marzo de y los valores

de DBO5 salen de la norma en los meses de mayo y marzo. En total se colecto 42,869 organismos, pertenecientes a

70 géneros, 56 familias y 19 órdenes En el tabla 2 se muestran las riquezas y abundancias de cada localidad.

El máximo valor de diversidad lo presenta Santa Fe con valor de 2.4 y le sigue Cucuchucho con un valor de 2.3,

ambos comparten la misma equitatividad de 0.6. En cambio para el ambiente artificial de SF cuenta con en el valor

más bajo de diversidad 0.27 y una equitatividad de 0.1. En cuanto Opo y Tzin presentan un valor de diversidad muy

similar (1.8), siendo Tzin el que posee una mayor equitatividad con un valor de 0.7. (Tabla3)

El análisis de similitud mostró dos agrupaciones principales, la primera conformada por los ambientes generados

por los efluentes del agua tratada de los humedales con una similitud de 0.609, uniéndose a este grupo la localidad de

Oponguio con un valor de 0.450 y el ambiente artificial de la localidad de Cucuchucho con un valor de 0.415. El

segundo grupo se encuentra conformado por Tzintzuntzan y el ambiente artificial de Santa Fe con una similitud de

0.252 (figura 1).

Page 56: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

4

Tabla 1: Condiciones fisicoquímicas de cada una de las localidades de estudio

Variable Sitio Promedio Mínimo Máximo Desv. Est C de var.%

T

°C

1 20.18 12.6 30.3 4.2 23.5

2 23.8 19.4 33.0 3.4 8.06

3 25.9 23.0 28.0 2.1 9.04

4 17.0 13.7 18.6 2.0 13.09

Conduct

µS/cm

1 746.3 358.0 1630.0 316.8 47.09

2 794.4 100.0 1094.0 291.4 44.29

3 936.8 852.0 981.0 51.8 6.18

4 552.5 196.0 796.0 230.8 46.70

Oxígeno

Disuelto

mg/l.

1 3.2 0.0 12.0 3.6 97.15

2 4.2 0.1 15.6 4.6 91.45

3 8.6 0.0 19.9 7.4 96.22

4 1.1 0.3 2.9 1.1 110.50

Salinidad

mg/l

1 0.4 0.2 0.6 0.1 28.41

2 0.4 0.4 0.5 0.0 10.88

3 0.4 0.4 0.5 0.0 11.76

4 0.3 0.1 0.5 0.2 52.55

pH

1 7.4 6.1 8.7 0.8 8.59

2 8.5 6.5 10.4 1.3 12.80

3 8.9 8.1 9.3 0.5 5.91

4 7.1 6.6 7.5 0.4 5.77

NO2

mg/l

1 0.0 0.0 0.1 0.0 122.08

2 0.5 0.0 1.6 0.7 147.15

3 0.0 0.0 0.0 0.0 91.98

4 0.0 0.0 0.1 0.0 199.71

NO3

mg/l

1 0.6 0.0 1.5 0.6 117.45

2 0.5 0.1 1.0 0.3 71.88

3 0.2 0.0 0.4 0.2 106.96 %

4 0.8 0.0 1.9 0.7 103.35

Ptot

mg/l

1 5.8 2.0 10.4 3.9 66.21

2 6.2 3.8 7.9 1.6 29.22

3 1.5 0.1 5.4 2.3 174.18

4 9.2 0.6 17.4 7.8 94.79

DBO5

mg/l

1 72.07 18 177 90.89 126.12

2 42.83 13.60 88.90 40.37 94.26

3 4.94 3.00 8.44 3.04 61.57

4 91.87 9.32 177.00 83.87 91.29

1.Efluente Humedal artificial Cucuchucho, 2. Efluente del humedal artificial Santa Fe, 3. Oponguio, 4. Tzintzuntzan.

Page 57: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

5

Tabla2. Riqueza taxonómica por ambientes y localidades.

Localidad Ambientes Familia Género Abundancia

Cucuchucho

Salida 44 56 11,000

laguna maduración 27 29 13,300

Santa Fe

Salida 38 47 4,997

laguna maduración 11 15 7,056

Oponguio Natural 29 34 6,014

Tzintzuntzan Natural 12 13 502

Tabla 3 Índices calculados para la comunidad de macroinvertebrados por localidades

Localidad Ambientes Riqueza H' EH' HB EHB IBH

Calidad de acuerdo

al Índice Biótico

Cucuchucho

Salida 56 2.277 0.566 2.265 0.565 7.29 Regular Pobre

laguna maduración 29 1.03 0.306 1.026 0.305 6.32 Regular

Santa Fe

Salida 47 2.391 0.621 2.371 0.621 7.31 Regular Pobre

laguna maduración 15 0.275 0.102 0.272 0.101 7.39 Regular Pobre

Oponguio Total 34 1.796 0.509 1.784 0.509 6.69 Regular Pobre

Tzintzuntzan Total 13 1.847 0.72 1.798 0.719 7.43 Regular Pobre

H’, Índice de Shannon-Wienner; EH’, Equitatividad de Shannon; HB, Índice de Brillouin; EHB, Equitatividad de

Brillouin; IBH, Índice Biótico de Hilsenhoff.

Figura 1. Dendrograma de similitud de Jaccard de la comunidad de macroinvertebrados

El análisis MANOVA de dos vías (localidad y tiempo) previa estandarización de datos mostró diferencia

significativa (α= 95%), entre los factores localidades (F=4.938957, p=0.000060), tiempo (F= 3.473393, p=0.001334)

y la interacción entre ellos (F=3.473393 , p=0.012063)

Conclusiones:

Las condiciones fisicoquímicas tanto del lago como de los ambientes creados por las plantas de tratamiento de los

humedales, corresponden a sistemas con características de eutrofización y alcalinidad importante, lo cual corrobora

lo reportado anteriormente en Pátzcuaro. Las variables que están siendo determinantes para la respuesta ecológica de

las comunidades en este estudio fueron principalmente el pH con una alta alcalinidad, así como alto contenido de

fosfatos en ambientes no tratados. La comunidad de macroinvertebrados de los sistemas naturales generados por las

Page 58: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

6

aportaciones de las aguas de los humedales artificiales, indican presencia de sistemas con organismos tolerantes a la

contaminación, pero cuyas riqueza y diversidad son altas y mayores que incluso dentro del mismo lago por lo que se

concluye que estos ambientes son más aptos aún que el sitio de menor impacto dentro del lago. La presencia de

especies raras y con valores bajos de tolerancia a la contaminación, son un indicio de que el sistema puede ser

restaurado si se continúan las prácticas de disminuir los contaminantes al sistema. Se establece que para hacer una

evaluación real de las condiciones de los sistemas tratados, se debe usar una integración de varias metodologías que

involucren las diferentes respuestas de los macroinvertebrados, como son los índices de diversidad aunados a los

índices bióticos. Se resalta también la importancia de considerar el tipo de muestreo multihábitat como un factor

preponderante para la obtención de resultados confiables.

Las lagunas de maduración demostraron ser sistemas con capacidad de sucesión ecológica natural a través del

tiempo, generando con ellos ambientes fácilmente colonizables por organismos macrobénticos que a su vez se

integran a los procesos de disminución de carga orgánica y mejora de la calidad del agua ofertada al lago de

Pátzcuaro. Se muestra que la comunidad de macroinvertebrados responden diferencialmente a los ambientes

generados por el agua tratada proveniente de los humedales artificiales, a una localidad de menor impacto dentro del

lago y la descarga de aguas residuales municipales directa al lago. En este estudio se aporta una metodología para la

evaluación de la eficiencia de las plantas de tratamiento de humedales artificiales, que refleja la respuesta ecológica

real de los macroinvertebrados a la calidad del agua ofertada y vertida en los sistemas naturales. Los resultados aquí

mostrados sugieren la necesidad de continuar con estos monitoreos de manera permanente, lo que permitirá observar

con mayor claridad la sucesión natural de los fisicoquímicos y de la comunidad que se desarrolla en estos ambientes.

Asimismo, se sugiere que se realice la comparación con los ambientes generados por los efluentes de las plantas de

tratamiento mecanizadas. Por todo lo anteriormente mencionado se concluye que los humedales artificiales son una

tecnología eficaz y de alto beneficio ambiental.

Literatura citada

Alonso-EguíaLis, P. y Huerto, R. 2005. Caracterización ecológica de la fauna macrobéntica del lago de Patzcuaro En

Alternativas para la remediación de la carga interna de nutrientes en el lago de Pátzcuaro Primera etapa HC-0442.

Informe Final.

Alonso-EguíaLis, P. y Moreno-Casasola, P. 2007. Aspectos ecológicos de importancia en la determinación del caudal ambiental

33-58 En. Alonso-EguíaLis, P; M.A. Gómez y P. Saldaña (eds). Requerimientos para implementar el Caudal Ambiental

en México. IMTA.

Alonso-EguíaLis, P., González-Valencia, L., Estrada-Carbajal, C. y Rocha-Mendoza. A. 2011. La fauna de macroinvertebrados

bentónicos del lago de Pátzcuaro y su uso como indicadores del estado de salud e integridad del hidrosistema pp 157-

189. En Huerto-Delgadillo R., S Vargas_Velázquez y C. Ortíz-Paniagua (eds). 2011. Estudio Ecosistémico del Lago de

Pátzcuaro: aportes en gestión ambiental para el fomento del desarrollo sustentable. IMTA-UAEM-UMICH 304 p.

México

Barbour, M.T., Gerritsen, B. Snyder, D. and Stribling, J.B. 1999. Rapid Bioassessment Protocols for Use in Streams and

Wadeable Rivers: Periphyton, Bentic Macroinvertebrates and Fish, 2nd Ed. Enviromental Protection Agency; Office of

Water; 841-B-99-002. Washington, D.C. U.S.A

Cummins, KW. 1996. Invertebrates. In River Biota. Diversity and Dynamics, Petts G, Calow P (eds). Blackwell Science: Oxford;

75–91.

Magurran, A. E. 1989. Diversidad ecológica y sus mediciones. Ediciones Vedra. España 199pp.

Rivas, H. A., Pozo, R. F., Morales, G. M., Sotelo, N. D., Muñoz, P. K., y Sánchez. C. L. 2004. Manejo sustentable y diseño

hidráulico y biológico de humedales para control de contaminación. Parte 1: Para descargas municipales. Parte 2:

Humedal tipo para poblaciones pequeñas. Informe final. IMTA.

Rivas, H. A., R. F. Pozo, S. S. I. Soto. 2005. Instalación de humedal para el tratamiento de las aguas residuales de la localidad de

Santa Fe de la Laguna, Quiroga, Mich. Informe final. IMTA.

Rosenberg, D. y Resh, V. 1993. Introduction to freshwater biomonitoring and bentic macroinvetebrates. In: Rosenberg, D. y V.

Resh. Eds. Freshwater biomonitoring and bentic macroinvertebrates. Chapman & Hall, N. Y. 1-9 pp.

Sánchez-Chávez, J., Bravo-Inclán, L., Tomasini-Ortíz, C. y Bernal-Brooks, F.2011 Calidad del Agua en el Lago de Pátzcuaro

.Pp24-27 En Huerto-Delgadillo R., S Vargas-Velázquez y C. Ortíz-Paniagua (eds). 2011. Estudio Ecosistémico del

Lago de Pátzcuaro: aportes en gestión ambiental para el fomento del desarrollo sustentable. IMTA-UAEM-UMICH 304

p.

Vargas-Velázquez, S.2011. Los pescadores del lago; entre el manejo comunitario y el deterioro ambiental. En Huerto, R., S.

Vargas y C. Ortiz. Estudio Ecosistémico del lago de Pátzcuaro: aportes en gestión ambiental para el fomento del

desarrollo sustentable. IMTA-UAEM-UMICH 304 p

Page 59: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

1

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL PARA

UTILIZAÇÃO NAS ATIVIDADES AVÍCOLAS E SUINÍCOLAS NA REGIÃO DO

COREDE-SERRA, BRASIL

EVALUATION OF THE POTENCIAL OF CAPTURE RAIWATER FOR USE IN POULTRY AND

SWINE FARMING OF COREDE-SERRA, BRAZIL

Sofia Helena Zanella Carra 1*

Indianara Donazzolo 1

Denise Peresin 1

Kira Lusa Manfredini 1

Vania Elisabete Schneider 1

Abstract The high water consumption in regions with intensive animal production, in addition to poor water management

programs, has reduced the availability of this resource, both surface and groundwater sources. In order to create an

alternative to minimize the impacts of these activities and enables them in the future, the present study aimed to

evaluate the potential of capturing rainwater from the roofs of properties located in the poultry sheds and pig

activities, the Regional Council area Development of Serra (Serra-COREDE) - Rio Grande do Sul, Brazil, for use in

animal watering. The methodology included collecting data regarding the size of the herd of pigs and birds of

COREDE Sierra region, estimated water consumption by livestock, average size of sheds poultry pigs, roof area and

rainfall. The results showed that the system of collection of rainwater for swine production would supply only 54.52

% of the water demand of this creation , while for poultry totally would supply the demand , no longer using 764,04

m³ / year of water for the watering of broilers and 1095 m3/year of water for watering of laying hens , water

originating from surface and underground water resources . The use of rainwater has proved a viable alternative

due to the low energy cost associated with the proximity between abstraction and consumption and is also attractive

as a measure to minimize impacts on runoff , with consequent reduction of erosion and silting of water courses .

Key Words: Intensive livestock farming, reducing environmental impact, water resource.

1 Instituto de Saneamento Ambiental (ISAM), Universidade de Caxias do Sul, Brasil.

Page 60: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

2

Resumo O elevado consumo de água nas regiões de produção animal intensiva, aliado à falta de programas de gestão da água,

vem reduzindo a disponibilidade deste recurso, tanto de fontes superficiais quanto subterrâneas. Com vistas a criar

uma alternativa para minimizar os impactos destas atividades e viabilizá-las futuramente, o presente trabalho teve

por objetivo avaliar o potencial de captação de água pluvial pelos telhados dos galpões das atividades avícolas e

suinícolas, das propriedades localizadas na região do Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (COREDE-

Serra) - Rio Grande do Sul, Brasil, para uso na dessedentação animal. A metodologia incluiu a coleta de dados

referentes ao tamanho do rebanho de suínos e aves da região do COREDE Serra, estimativa de consumo de água

pelos rebanhos, tamanho médio dos galpões de criação de aves de suínos, área de telhado e de precipitação. Os

resultados apontaram que o sistema de captação de água pluvial para a atividade suinícola supriria apenas 54,5% da

demanda hídrica desta criação, enquanto para a avicultura supriria totalmente a demanda, deixando de utilizar 764,04

m³/ano de água para a dessedentação das aves de corte e 1095 m3/ano de água para a dessedentação das aves de

postura, oriundas de recursos hídricos superficiais e subterrâneos. O aproveitamento da água pluvial tem se mostrado

uma alternativa viável, devido ao baixo custo energético, associado à proximidade entre captação e consumo, sendo

também atraente como medida de minimização de impactos no deflúvio, com consequente redução da erosão e do

assoreamento dos cursos hídricos.

Palavras chave: criação animal intensiva, recursos hídricos, redução do impacto ambiental.

Introdução

A cada ano, a participação do Brasil no mercado internacional de proteína animal vem crescendo, com destaque para

a produção de carne bovina, suína e de frango, conforme informações do Mapa (Brasil, 2011 apud IPEA, 2012). De

acordo com o MAPA (2014), a avicultura brasileira apresenta altos índices de crescimento, tornando-se o terceiro

produtor mundial e líder em exportação.

Presentes em todo território brasileiro, as criações de frango e de suíno tem destaque na região sul. De acordo com a

Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, o Rio Grande do Sul registrou em 2011 a produção de 149.334.973 cabeças

de aves (SEPLAG, 2014) e, de acordo com a Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE (2011), a região sul do Brasil

registrou a produção de 5.677.515 cabeças de suínos.

O elevado consumo de água nas regiões de produção animal intensiva, aliado à falta de programas de gestão da água,

vem reduzindo a disponibilidade deste recurso, tanto de fontes superficiais quanto subterrâneas. Por ser um

componente essencial para a sobrevivência humana e animal, a água é um recurso limitado, portanto, deve ser usada

de forma racional (OLIVEIRA, 2012). A água tem suma importância no desenvolvimento das aves, visto que de

53% a 63% do corpo das aves é constituído de água, sendo que as aves mais jovens possuem uma porcentagem

maior de água corporal, diminuindo essa proporção com o crescimento; machos tendem a possuir mais água corporal

do que fêmeas, devido à maior proporção de massa muscular (alta quantidade de água) em relação à gordura

corpórea (baixa quantidade de água) (PALHARES, 2011).

Na atividade de suinocultura, a quantidade de água não consumida ou desperdiçada pode ser igual e até maior do que

a efetivamente consumida pelos animais. O consumo de água diária é difícil de ser estabelecido, uma vez que, além

da quantidade diária necessária à sobrevivência dos animais, outros usos também devem ser considerados como, por

exemplo, higiene de instalações e equipamentos, banheiros, vestiários e aspersores. O consumo também varia com a

dieta (alimentos com alta concentração de aminoácidos, necessitam mais água), com o regime de alimentação (o pico

máximo em suínos de crescimento-terminação ocorre em torno do arraçoamento) tipo de piso (maior consumo para

pisos sem cama) e com a temperatura ambiente (no verão a demanda é maior que no inverno), entre outros

(OLIVEIRA, 2004).

Page 61: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

3

A água utilizada nas criações animais é captada geralmente de fontes superficiais, poços rasos ou poços tubulares

sem preocupação quanto à sua quantidade, o que pode comprometer a disponibilidade de água em épocas de

estiagem, afetando as diversas atividades que fazem uso desta. Neste contexto, a água pluvial captada e armazenada

nos telhados dos galpões das criações de aves e suínos apresenta-se como uma opção para auxiliar no atendimento da

demanda hídrica nas propriedades rurais, ao mesmo tempo que contribui com a redução do impacto no deflúvio.

Objetivo

O presente trabalho teve por objetivo avaliar o potencial de captação de água pluvial pelos telhados dos galpões das

atividades avícolas e suinícolas, das propriedades localizadas na região do Conselho Regional de Desenvolvimento

da Serra (COREDE-Serra) - Rio Grande do Sul, Brasil.

Metodologia

Através do projeto “Saneamento no meio rural - avaliação das atividades suinícolas e impactos da qualidade da água

na região de abrangência do COREDE-Serra - projeção de cenários e perspectivas", iniciado no ano de 2012,

realizou-se o levantamento do rebanho de suínos presente nos trinta e dois municípios localizados na região nordeste

do estado do Rio Grande do Sul, região de geoabrangência do COREDE-Serra. A região do COREDE-Serra abrange

uma área de 6.949 km2 e uma população de 869.509 habitantes (FEE, 2011). A quase totalidade do território do

COREDE-Serra insere-se na Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, conforme apresentado na Figura 1, a qual drena uma

área de 26.428 km².

Figura 1. Localização do COREDE-Serra e da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas

Fonte: ISAM/UCS (2013)

As informações acerca do tamanho do rebanho suíno, correspondente ao ano de 2012, nos municípios estudados,

foram disponibilizadas pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (SEAPA) do Estado do Rio Grande

do Sul. Para estimar a demanda hídrica para dessedentação dos suínos utilizou-se a metodologia proposta por

Bodman (1994) apud Perdomo (2001), onde considera-se o número total de animais em cada fase de criação e

multiplica-se por um consumo diário médio de água obtendo, assim, o consumo total por dia, sendo: matrizes

(23,3 L/animal.dia), leitões/terminação (5 L/animal.dia) e machos (13 L/animal.dia).

Para calcular o potencial de captação de água pluvial para utilização na dessedentação dos suínos, foi estimado o

tamanho médio de um galpão para a pratica da suinocultura, conforme observado na região do COREDE-Serra, onde

predominam criações de pequeno porte. Desta forma, considerou-se um galpão de criação com área de 1.000 m2,

com área superficial de captação de 1.150 m². Neste galpão os animais foram distribuídos como: matrizes (8,5%),

leitões/terminação (91%) e machos (0,5%), conforme a porcentagem média destes animais e suas respectivas fases

Page 62: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

4

de criação disponibilizados pela SEAPA (2012). Em relação à densidade de animais por fase de criação, foram

consideradas: 0,33 matrizes por m2, 1,5 leitões/terminação por m

2 e 0,33 machos por m

2 (AMARAL, 2006).

O rebanho de aves foi definido através das informações disponibilizadas pelo IBGE (2011). O consumo de água para

dessedentação das aves foi calculado multiplicando o número de aves de corte por 0,17 L/animal.dia e o número de

aves de postura por 0,25 L/animal.dia, conforme proposto pela EMBRAPA (2005). Para calcular a área superficial

de captação e o volume de água captado para a dessedentação das aves foi estimado o tamanho médio de um galpão

para a pratica da avicultura, conforme observado na região do COREDE-Serra. Desta forma, considerou-se um

aviário com dimensões de 100 metros de comprimento e 16 metros de largura, densidade de 10 aves por m2 e telhado

de duas águas.

De acordo com Ferri (2012), a precipitação média na bacia Hidrográfica Taquari-Antas é de 1.600 mm/ano, valor

este utilizado nos cálculos realizados. Foi utilizado o coeficiente de runoff de 0,8. A partir dos dados de consumo

diário de água necessário para as atividades de suinocultura e avicultura e o volume máximo de água pluvial captada,

obteve-se a potencialidade da captação de água pluvial em substituição as fontes superficiais e subterrâneas.

Resultados

De acordo com a SEAPA (2012), o rebanho suíno no COREDE-Serra é composto no total por 453.379 animais,

somando as fases de criação: cachaços, leitões/terminação e matrizes. A Tabela 1 apresenta o número de suínos por

fase de criação.

Tabela 1. Suínos por fase de criação no COREDE-Serra

Unidade de referência Cachaços Leitões/terminação Matrizes

COREDE-Serra 1.876 412.757 38.746

Fonte: SEAPA (2012)

Considerando a quantidade de água consumida pelos suínos em cada fase e o rebanho total, estimou-se um total de

2.988 m³/dia, ou 1.090.620 m³/ano, de água necessária para a dessedentação do rebanho suíno total. Com base na

distribuição proposta e apresentada na metodologia referente a porcentagem do rebanho suíno, em um galpão de

1.000 m2, o rebanho alojado seria de 1.137 animais, sendo 97 matrizes, 1.035 leitões/terminação e 6 machos,

totalizando um consumo de água para dessedentação animal estimado em 7,50 m3/dia.

Analisando a precipitação média na Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, a área de captação do telhado (1.150 m2) e o

coeficiente de escoamento superficial (0,8), referente às telhas corrugadas de metal (TOMAZ, 2011), o volume de

água pluvial captada por galpão seria de 4,03 m3/dia. Subtraindo o valor estimado da quantidade de água consumida

pelo rebanho suíno e o volume de água pluvial captada, observou-se que a captação supriria aproximadamente 54,5%

da demanda necessária para dessedentação do rebanho.

A Tabela 2 apresenta o rebanho de aves no COREDE-Serra de acordo com o IBGE (2011).

Tabela 2. Número de aves no COREDE-Serra

Unidade de referencia Aves N° de aves

COREDE-Serra Postura 4.867.958

Corte 34.149.677

Fonte: IBGE (2011)

Page 63: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

5

De acordo com o IPEA (2012), as aves de corte apresentam um tempo de permanência de 47 dias por ciclo,

totalizando, em média, 6 ciclos por ano enquanto as aves de postura apresentam um tempo de permanência de 413

dias. Considerando as informações citadas na metodologia, para a captação de água pluvial em um aviário com 1.600

m2, a área superficial para captação corresponde a 1.750 m

2 para os dois lados do telhado e 875 m

2 para cada um dos

lados dos telhados do aviário. Com base nestes valores e a precipitação da região o volume total de água coletado por

cada galpão apenas em um lado do telhado é de 1.120 m3/ano e 2.240 m

3/ano para os dois lados.

Considerando as dimensões do aviário proposto bem como a capacidade máxima de aves, obteve-se um consumo de

água de 764,04 m3/ano para aves de corte e 1.095 m

3/ano para aves de postura, para cada aviário. Observa-se que a

captação de água pluvial em apenas um lado do telhado do aviário supriria a demanda de água para dessedentação

das aves de corte ao passo que, para a dessedentação das aves de postura, seria necessário captar água nos dois

telhados, considerando que cada criação seja realizada em um galpão.

Discussão

Conforme demonstrado nos resultados e discussões, a captação das águas pluviais para utilização nas atividades

avícolas e suinícolas na região do COREDE, se mostraram plenamente satisfatórias, tendo em vista o potencial de

suprimento de água em períodos de estresse hídrico, o que representa grandes vantagens para o meio ambiente e os

recursos hídricos, pelos volumes de água que deixarão de ser captados diretamente das fontes superficiais e

subterrâneas, além de contribuir com a redução de deflúvios, do transporte de resíduos poluentes, de sedimentos e do

assoreamento dos cursos hídricos. É uma experiência que pode ser replicada em empreendimentos rurais; inspirar

utilizações no meio urbano do mesmo gênero.

Ressalta-se que esta avaliação foi realizada com base em um tamanho de galpão de criação de aves e suínos médio,

estimado conforme observado na região do COREDE-Serra. O ideal seria fazer um estudo em cada propriedade,

visto que a quantidade de animais bem como as dimensões dos galpões podem sofrer alterações, refletindo na

demanda e na captação de água pluvial.

Programas do governo brasileiro de incentivo ao crédito, como o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento

da Agricultura Familiar), apresentam linhas de crédito para investimentos em sistemas de captação e água da chuva,

tornando este um investimento viável para as pequenas propriedades rurais. Todavia, a conscientização dos

agricultores e pecuaristas quanto aos benefícios da captação e água da chuva, no qual a redução do impacto

ambiental é global e não local, não atinge a todos. Isto pode ser observado avaliando as poucas propriedades que

investem nestes sistemas no Brasil.

Referências bibliográficas

Ferri, G. A.; et al (2012). A história da bacia hidrográfica Taquari-Antas. 1 ed. Lajeado: Ed. da Univates.

Fundação de Economía e Estatística (2011). COREDE-Serra. Disponível em:

<http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/resumo/pg_coredes_detalhe.php?corede=Serra>. Acesso em: 28 outubro 2013

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011). Pesquisa Pecuária Municipal.

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2012). Diagnóstico dos Resíduos Orgânicos do Setor Agrossilvopastoril e

Agroindústrias Associadas. Brasília.

Oliveira, P.A (2012). Aproveitamento da Água da Chuva na Produção de Suínos e Aves. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves.

Oliveira, P.A (2004). Uso racional da água na suinocultura. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves.

Perdomo, C. C. et al (2001). Produção de Suínos e Meio Ambiente. Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura.

Gramado. 8-24.

Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado do Rio Grande do Sul (2012). Informações sobre os

rebanhos do COREDE-Serra. Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (2014). Atlas socioeconômico. Rio Grande do Sul. Suínos.

Tomaz, P. Aproveitamento de água de chuva para áreas urbanas e fins não potáveis. Navegar Editora. São Paulo, 2011.

Page 64: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

1

MODELO DE TRANSFERENCIA PARA LA ADOPCIÓN DE TECNOLOGÍAS DE

COSECHA DE AGUA DE LLUVIA PARA CONSUMO HUMANO EN EL ALTIPLANO

NORTE DE MÉXICO

MODEL FOR TECHNOLOGY TRANSFER TO ENSURE ADOPTION OF TECHNOLOGIES

FOR RAIN WATER HARVESTING FOR HUMAN CONSUMPTION

*Manzano Mario G.

1

Loera, Iris; 2

López, Thania; 3

Cantú, Jorge; 4

Miranda, Rosalva. 4

Abstract The Water and Life Program of Tecnológico de Monterrey is a case of successful technology transfer, in the

sustainable management of rain water through the established demonstration module in the Ejido San Felipe of the

Municipality of Dr. Arroyo, in the south region of the state of Nuevo Leon, Mexico. From this case and with the

support of methodological approaches to the reverse engineering, it is proceeded to document the success or failure

of the projects for the promotion of this technology for the harvesting of rain water for human consumption, carried

out starting from the 1970s, funded and executed by various levels of government, primarily by the National

Commission of Arid Zones (CONAZA). The aim of this study was to obtain information as a basis for defining

elements that structure a model, with application or practical tool and that could be replicated in any rural

community of the country, where there is an interest to establish rain water harvest technologies for human

consumption. The model for technology transfer of Sustainable Rural Development (TTDRS) generated, considers

the active participation of the community in all stages of the transfer process and sets actions for which the

technology supplier raised "exit strategies" since the start of the project, to achieve impact in a sustainable manner

in rural development, avoiding any dependency ratio during operation of the completed work. It is concluded that

the transfer of technology should be approached from a holistic point of view, since the decision about the products

and/or services to transfer, to results that are reflected in the sustainability of the peasants and, of course, against

the suppliers that could be academic institutions, research centers or government agencies.

Key Words: transfer model, rural communities, water harvesting, water sufficiency,.

1 Centro del Agua. Tecnológico de Monterrey – Campus Monterrey. Ave. Eugenio Garza Sada 2501 Sur. Monterrey, N. L. 64849. 2 Programa Maestría en Sistemas Ambientales. Tecnológico de Monterrey – Campus Monterrey. Ave. Eugenio Garza Sada 2501 Sur. Monterrey,

N. L. 64849. 3 Programa Doctorado en Ciencias de Ingeniería, especialidad Sistemas Ambientales y Energía. Tecnológico de Monterrey – Campus Monterrey. Ave. Eugenio Garza Sada 2501 Sur. Monterrey, N. L. 64849. 4 Centro de Calidad Ambiental. Tecnológico de Monterrey – Campus Monterrey. Ave. Eugenio Garza Sada 2501 Sur. Monterrey, N. L. 64849.

Page 65: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

2

Resumen

El Programa Agua y Vida del Tecnológico de Monterrey supone un caso de éxito de transferencia de tecnología, en

el manejo sostenible del agua de lluvia, el módulo demostrativo establecido en el Ejido San Felipe del Municipio de

Dr. Arroyo, región sur del estado de Nuevo León. A partir de este caso exitoso y con el apoyo de criterios

metodológicos de la ingeniería inversa, se procedió a documentar el éxito o fracaso de los proyectos de promoción de

esta tecnologías para la cosecha de agua de lluvia para consumo humano, llevados a cabo a partir desde la década de

1970, financiados y ejecutados por diversas instancias de gobierno, principalmente por la Comisión Nacional de

Zonas Áridas (CONAZA). El objetivo del estudio fue obtener información como base para definir elementos que

permitieran estructurar un Modelo con aplicación práctica y que pudiera ser replicado en cualquier comunidad rural

del país, en la cual se quisiera establecer la cosecha de agua de lluvia para consumo humano. El Modelo de

Transferencia de Tecnología de Desarrollo Rural Sustentable (TTDRS) generado, considera la participación activa

de la comunidad en todas las etapas del proceso de transferencia y establece acciones para que el proveedor de la

tecnología plantee “estrategias de salida” desde el inicio del proyecto, para lograr impactar de manera sostenible en

el desarrollo rural, evitando cualquier relación de dependencia durante la operación de la obra terminada. Se

concluye que la transferencia de tecnología debe abordarse desde un punto de vista integral, desde la decisión sobre

los productos y/o servicios a transferir, hasta la obtención de resultados que se vean reflejados en la sostenibilidad de

los campesinos y por supuesto de los proveedores.

Palabras clave: autosuficiencia de agua, comunidades rurales, cosecha de agua, modelo de transferencia,

Introducción

El programa Agua y Vida es un proyecto de investigación y extensión del Tecnológico de Monterrey - Campus

Monterrey, nace el 19 de enero de 1996 y se desarrolla en el ejido San Felipe municipio de Doctor Arroyo, N. L. El

plan fue diseñado e implementado en sus primeras etapas por el Dr. Hugo Velasco Molina (qepd), director del

mismo, quien desde una perspectiva técnica y una visión filantrópica, dio inicio a las actividades con los miembros

del ejido San Felipe.

Este programa nace con el objetivo fundamental de introducir, para su adopción, una nueva cultura del agua en el

medio rural ejidal de las zonas áridas y semiáridas de México, implementando tecnologías para hacer un uso

sostenible del agua de lluvia para consumo humano y de actividades productivas sostenibles, funcionando así, como

detonador del desarrollo rural regional.

La presente investigación se enfoca en proyectos de promoción de la tecnología generada y validada en el ejido San

Felipe, para la cosecha de agua de lluvia para consumo humano, llevados a cabo a partir de la década de 1970,

financiados y ejecutados por diversas instancias de gobierno, principalmente por la Comisión Nacional de las Zonas

Áridas (CONAZA). Esta tecnología se difundió, además de Nuevo León, en comunidades rurales de los estados de

Zacatecas, San Luis Potosí, Coahuila, Aguascalientes, Oaxaca, Chihuahua principalmente. El presente estudio se ha

enfocado en revisar los casos de la región del sur de Nuevo León, en el municipio de Dr. Arroyo, una de las regiones

más secas y con mayor pobreza del país. En estas localidades se establecieron sistemas para la cosecha de agua de

lluvia desde los 70’s. El programa comprendía la promoción y construcción de obras físicas con el objetivo de

subsanar la escasez natural de agua y mejorar la calidad de vida de los pobladores de la comunidad. En las zonas con

escasez de agua, se requiere de amplios conocimientos técnicos para aprovechar adecuadamente la escasa

precipitación caída y la pequeña escorrentía generada. A lo largo del tiempo, en las zonas áridas y semiáridas se han

desarrollado diversas técnicas, que pueden agruparse en el nombre genérico de “cosecha o recolección de agua”

Mongil y Martínez (2007). Los sistemas de captación/cosecha del agua de lluvia cumplen un papel importante en

satisfacer las necesidades domésticas, en la producción agrícola y pecuaria y en el uso industrial en todos los

ecosistemas, Anaya y Chavarrias (2006). La tecnología consistente en captar agua de lluvia y almacenarla sin

pérdidas por infiltración e impidiendo a un máximo el fenómeno de evaporación, en dispositivos diseñados

específicamente para este propósito, se le denomina cosecha de agua de lluvia, Velasco (1984). Dentro de los

dispositivos especialmente diseñados para el abastecimiento de agua para consumo humano, ocupan primordial

importancia las “trampas de agua de lluvia” y los “techos cuenca”, Siegert (1994). Una trampa de agua para la

cosecha de agua es un sistema diseñado para captar y almacenar el agua de lluvia y conservarla de buena calidad.

Page 66: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

3

Está compuesto básicamente por un área de contribución y una cisterna de almacenamiento conectadas directamente,

está circundada por una cerca y un bordo de protección; un pluviómetro, la tubería, la alimentación del filtro y la

válvula de salida o servidor para el consumo humano y/o animal (Velasco, 1984).

El objetivo del presente trabajo fue estructurar un modelo de transferencia de conocimiento y tecnología que sea

replicable en cualquier comunidad rural de zonas áridas del país, para la inducción de tecnologías de cosecha de agua

de lluvia para consumo humano. Ello implicó identificar posibles sesgos o fallas en el proceso de transferencia de la

tecnología de cosecha de agua de lluvia en las localidades estudiadas. Con la ayuda de los criterios de la ingeniería

inversa, se deriva un modelo que se propone como fundamento en los procesos de transferencia de sistemas para la

cosecha de agua de lluvia para consumo humano, como alternativa sostenible de solución a la falta de abasto de

agua.

Metodología

La metodología empleada consistió en recopilar información y datos relevantes sobre el caso de estudio por medio

de encuestas. Este punto abarca las entrevistas realizadas a los comisariados de las localidades seleccionadas, en

donde hubo transferencia de la tecnología denominada: sistemas de cosecha de agua de lluvia para consumo

humano. Durante el proceso de la entrevista se documenta en la encuesta aplicada la percepción de los habitantes de

las localidades estudiadas, quienes han recibido o colaborado en la implementación de las tecnologías existentes, su

funcionamiento y su estatus actual. Asimismo, se incluye la interpretación de la observación hecha por el

encuestador, profesionales y especialistas en el tema, quienes participaron en la visitas de campo. Finalmente, el

análisis fue reforzado con la documentación que se obtuvo de diversas fuentes bibliográficas.

Para el área de trabajo, INEGI especifica una isoterma de 18°C; una precipitación promedio anual de 400 mm y una

altitud de 1750 msnm. Una vez elaborado el cuestionario se procedió a determinar la muestra, que consistió en nueve

localidades (Figura 1): Emiliano Zapata, Santa Rita, Lagunita y Ranchos Nuevos, El Sitio, San Pablo, Estanque

Nuevo, San Felipe, Refugio de Cedillo y Meza de González, todo ellos del municipio de Dr. Arroyo, N. L., en las

cuales se encontró evidencia de la tecnología transferida (sistemas para la cosecha de agua de lluvia para consumo

humano). Por ser una población pequeña se optó por abarcar el cien por ciento de las localidades identificadas. Los

tipos de estructuras o sistemas de cosecha de agua localizados en cada comunidad se distinguen como sigue: a)

trampas de agua (colocadas a nivel de piso), b) techo cuenca “original”, c) techos cuenca “nuevos” (Tabla 1); ambos

modelos elaborados por del Dr. Hugo A. Velasco Molina, investigador del Tecnológico de Monterrey y el M.C.

Gildardo Carmona Ruíz, investigador de la Universidad Autónoma de Nuevo León, quienes posteriormente

compartieron con CONAZA sus prototipos.

Figura 1. Área de estudio (elaboración propia).

Page 67: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

4

Tabla 1. Localidades muestreadas y tipo de sistema de cosecha de agua establecido

Resultados

La aplicación de encuestas in situ y la interpretación de las evidencias de las obras de cosecha de agua permitieron

aplicar criterios de ingeniería inversa y se identificaron las principales causas que explican el estatus actual de la

infraestructura referida. Esto fue fundamental para la construcción del modelo que se propone para la transferencia y

adopción exitosas de tecnologías para el abasto de agua.

El Modelo TTDRS generado, considera la participación activa de la comunidad en todas las etapas del proceso de

transferencia y establece acciones para que el proveedor de la tecnología planteé “estrategias de salida” desde el

inicio del proyecto, para impactar de manera efectiva en el desarrollo local con una visión de sostenibilidad, evitando

cualquier relación de dependencia durante la operación de la obra terminada. Para cumplir con los objetivos

mencionados, el modelo utiliza una metodología que describe el contexto general y el proceso que se debe completar

para que las tecnologías que han de ser transferidas logren ser adoptadas por la comunidad rural donde se

establezcan. El modelo consta de cuatro fases; Fase I: de integración, permite que se desarrolle la fase siguiente,

Fase II: de inserción; Fase III: de consolidación. Paralelamente, desde el inicio del proceso se va desarrollando la

Fase IV: de interacción, donde se lleva a cabo la coordinación, organización, monitoreo y mejora del proceso in situ

(Figura 2).

Figura 2. Estructura general del modelo de Transferencia Tecnológica para un Desarrollo Rural Sostenible

(elaboración Propia).

Page 68: TEMA 06 AGUAS PLUVIALES · e nas tarifas praticadas pela Empresa de Água e Saneamento de Guimarães e Vizela - Vimágua (2010). A rentabilidade econômica dos SAAP consistiu na determinação

5

Conclusiones

La transferencia de tecnologías al medio rural en general debe abordarse de manera integral, desde la decisión sobre

los productos y/o servicios a transferir, hasta la obtención de resultados que se vean reflejados en la sostenibilidad de

las comunidades campesinas y por supuesto de los proveedores de tecnologías. El involucramiento de los

beneficiarios desde la etapa de identificación de la necesidad de contar con cierta infraestructura para el abasto de

agua es la pieza clave del modelo propuesto; desde luego que la participación del actor local debe ser permanente en

las etapas consecutivas. Esto facilitará y será eventualmente el factor de garantía para una adopción exitosa por el

sentido de pertenencia que se logra hacia las obras de cosecha de agua de lluvia en un proceso participativo y

horizontal como el propuesto.

Referencias Bibliográficas

Anaya , G. M., & Chavarrias, M. (2006). IV Foro Mundial del Agua. México, D. F.

Mongil Manso, J., & Martínez de Azagra Paredes, A. (2007). Técnicas de recolección de agua y dosificación para el desarrollo de

la agricultura y la restauración forestal en regiones desfavorecidas. Cuadernos geográficos, semestral, número 040, 67-

80.

Siegert, C. (1994). Socio-economics of water harvesting. Water Harvesting for, 21-25.

Velasco Molina, D. H. (1984). Cosecha de agua de lluvia en el altiplano semidesértico de México. México:Instituto Mexicano del

Petróleo.


Recommended