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8/3/2019 Um Ministério Ideal (Volume 1) - Charles Spurgeon
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E m 1 8 6 5 S p u rg e o n in a u g u ro u a "C o n te re n c la A n u a l" d o C o le q lo d e
P a s to re s , a q u a l fo ra m c o n v id a d o s to d o s o s p a s to re s q u e h a v ia m s id o
p re p a ra d o s n o C o le q lo . E s s a re u n ia o a n u a l e s ta v a d e s tin a d a a o fe re c e r
u m la g o d e u n ia o p e rm an e n te e n tre e le s . D u ra n te to d a s u a v id a , S p u rg e o n
p ro n u n c io u v in te e s e te p a le s tra s p re s id e n c ia is n a C on te re n c la : d o z e d e la s
fo ra m re im pre s s a s a p 6 s s u a m orte , d a s q u a is s e is e s ta o n e s te liv ro .
S e h a v e m o s d e e n te n d e r a tu a lm e n te p o rq u e 0 te ste m un ho e va nq elic o
c h e g o u a u m n iv e l ta o b a ix o , e n e c e s s a r io q u e re tro c e d a m o s a o s e c u lo
d ez en ov e e d es cu bra m o s 0 q u e o c o rre u . E ste v o lu m e n o s c o n c e d e b a s ta n te
lu z a d ic io n a l n e s te a s s u n to , c o m a s o b s e rv a c o e s d o fa m os o p re g a d o r s o b re
a rn u d a n c a d e e n ta s e n a p re c a c a o d o e v a n g e lh o , a c e rc a d o s a s p e c to s d a
"o b ra rn is s io n a r ia ' m o d e rn a , n o q u e s e re fe re a o d e s c u id o d a d o u tr in a d a
s o b e ra n ia d e D eu s e a re s p e ito d a d e c a d e n c ia g e ra l d a p u re z a d o u tr in a ria .
"P ara s e re m p re g a d o re s e fic a z e s d e v e m s e r te o lo c o s a u te n tic o s ."
8/3/2019 Um Ministério Ideal (Volume 1) - Charles Spurgeon
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UM MINISTERIO IDEAL
Volume 1
ConferEmcias a ministros e estudantes
c. H. Spurgeon
PUBLICA<;OES EVANGELICAS SELECIONADAS
Caixa Postal 1287 - 01059-970 - Sao Paulo, SP
www.editorapes.com.br
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Titulo original:
An All Round Ministry
iI)
~
=( ! )
jNDICE -I :
-
Primeira edicao em portugues:
1991
Segunda edicao em portugues:
2005 Introducao ")
1.Avante! 1 'raducao do ingles:
Edgard Leitao
Revisor:
Antonio Poccinelli4. Fortaleza na fraqueza 79
Cooperador:
Luis Christi anini
6. Mordomos 119
: cZ
Capa:
WirIey dos Santos Correa
Impressao:
Imprensa da Fe
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INTRODUQAO
Embora C. H. Spurgeon seja ainda lembrado como
pregador popular, geralmente se esquece que a influencia
exercida por ele sobre ministros e estudantes de teologia foi
urn fator ainda mais importante, talvez, do que 0 seu pr6prio
ministerio. Hoje e pouco conhecido 0 fato de que ele organi-
zou uma instituicao teol6gica, supervisionou a preparacao
de mais de 800 estudantes, presidiu uma conferencia anual
de ministros, e considerou tudo isso como "0labor e deleite
de minha vida, em relacao ao qual 0 resto do meu trabalho
nao e senao a plataforma; deleite superior ainda ao que
me oferece meu exito ministerial" (Autobiografia, vo1.3, p.127).
Os pontos de vista de Spurgeon quanta ao ministerio,
especial mente com referencia a educacao teol6gica, tern
recebido pouca atencao des de a sua morte, em 1892. A
primeira vista e dificil explicar tal coisa, quando recordamos
que durante 37 anos Spurgeon pregou semana ap6s seman a
a uma congregacao de cerca de 5.000 pessoas. Sera que em
nossos dias, de tao evidente decadencia no poder da pregacao
e frequencia as igrejas, as opinioes de urn homem como ele
nao valem a pena ser conhecidas?
A melhor ilustracao dos pontos de vista de Spurgeon
quanto a preparacao para 0 ministerio e a hist6ria do seu
pr6prio colegio teol6gico. Quase desde 0 in icio do seu
ministerio em Londres, em 1854, para as vastas multidoes,
ele sentiu a carga da necessidade de muito mais pregadores
de energica posicao evangelica, Sabia, como tantas vezesrepetia, que os seminaries sempre haviam tido papel vital no
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UMMINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Introducdo
provimento de tais homens. "Honorato e Columba nos dias
antigos, e tambem Wycliffe, Lutero e Calvino na epoca da
Reforma, prepararam os exercitos do Senhor para sua missao.
As escolas dos profetas sao fator primario se se trata de manter
vivo e propagar 0poder da religiao num pais" (Ibid. p.l37).
"Falamos de Lutero e Calvino nos tempos da Reforma,
mas devemos recordar que esses hom ens chegaram a ser 0
que eram devido, em grande parte, a seu poder para gravar a
sua imagem e sua influencia sobre outros homens com os
quais entraram em contato. Se alguem fosse a Wiirtemburg,
nao via apenas Lutero, mas tambem 0 colegio de Lutero, os
hom ens a seu redor, todos os estudantes que estavam sendo
formados em outros Luteros sob sua direcao, 0 mesmo
ocorria em Genebra. Quanto deve a Escocia ao fato de
Calvino ter instruido [oao Knox! Quanto beneficio ternalcancado outras nacoes, advindo da pequena republica da
Suica devido ao fato de que Calvino teve 0 born senso de
perceber que urn so homem nao podia esperar influenciar
uma nacao inteira a menos que se multiplicasse e estendesse
seus pontos de vista, escrevendo-os sobre as tabuas de carne
dos coracoes de homens jovens e fervorosos! As igrejas
parecem ter esquecido disso. A Igreja deveria tornar 0
colegio teologico 0 objeto principal dos seus cuidados"
(Vida e Ohra de C . H. Spurgeon, G.H. Pike, vol. 4, p.356).Informa-nos Spurgeon que pouco depois de haver inici-
ado seu ministerio em Londres, "varies jovens zelosos foram
trazidos ao conhecimento da verdade; e entre eles alguns
cujas pregacoes ao ar livre foram abencoadas por Deus para
a conversao de almas". 0 primeiro destes foi urn moco
chama do Medhurst. Certos membros da igreja disseram ao
pastor que 0 mencionado jovem nao estava preparado para
tal trabalho. Spurgeon entao entrevistou 0moco e recebeu a
seguinte memoravel resposta: "Sr. Spurgeon, eu tenho que
pregar, e continuarei pregando - a menos que 0 senhor me
degole". Isso induziu a Spurgeon a decisao pratica de fazer
algo a fim de preparar tais homens para 0ministerio. Assim,
no ana de 1855 (quando Spurgeon tinha apenas 21 anos e
havia mil pessoas que davam provas seguras de conversao e
desejavam ser admitidas na sua capela) Medhurst comecou
a frequentar cada semana a casa de seu pastor, para receber
varias horas de instrucao teologica, Em 1857 surgiu outro
estudante. Pouco tempo depois 0 numero aumentou para 8;
a seguir 20 e finalmente 70 a 100 alunos, que recebiam urn
curso de dois anos no que chegou a ser conhecido como 0
"Colegio dos Pastores". Em 1891 haviam sido preparados 845
homens. Deles, muitos abriram novos campos e formaram
novas igrejas na Inglaterra, porern muitos outros levaram 0
evangelho aos con fins da terra.
Pode-se interrogar porque Spurgeon formava urn novocolegio quando ja havia tantas instituicoes de formacao
teologica nao conformista. Muitos criam ser tal iniciativa
desnecessaria e divisionista. A resposta dele era, essencial-
mente, por nao haver urn serninario que satisfizesse as
necessidades conforme ele percebia a situacao. Alern disso,
ele se distinguia das demais organizacoes existentes nos
quatro seguintes aspectos:
Primeiro, quanto ao ingresso dos estudantes - Spurgeon
possuia a conviccao de que nao devia aceitar urn homemque n ao estivesse ap to para pregar e, ate onde fosse
possivel discernir, vocacionado por Deus. Nem a capacidade
mental nem os meritos universitarios podiam compensar
a ausencia desses requisitos. "0 grau inferior de pie dade, a
falta de entusiasmo, 0 fracasso na devocao particular e a
ausencia de consagracao" eram fatores negativos intole-
raveis em homens que aspirassem ser servos de Cristo.
Categoricamente ele afirmou: "Nossa instituicao tenciona
impedir que ocupem 0 encargo sagrado os que nao sao
vocacionados para ele. Constantemente estamos rejeitando
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Introduciio
candidatos por duvidarmos de sua aptidao; nesse caso, nada
lhes aproveita educacao, dinheiro ou intercessao de parentes
ou amigos".
Segundo, no que se refere ao plano de estudos da prepara-
<;:aoeologica, havia enfase especial a teologia biblica. George
Rogers, escolhido por Spurgeon para diretor do Colegio de
Pastores, afirmou: "Dia a dia cresce a conviccao de que a
teologia deve ser a materia principal numa instituicao teo-
logica." Spurgeon era cuidadoso ao declarar 0 que entendia
por teologia biblica. ''Afirmamos sem rodeios que a teologia
do Colegio e puri tana. N ossa experiencia e lei tura das
Escrituras nos confirmam na crenca das doutrinas da graca,
tao pouco em moda; minhas opinioes sobre 0 evangelho e 0
modo de preparar os pregadores sao peculiares. Pregadores
das gran des e antigas verda des, do evangelho, ministrosadequados para transmiti-las as massas, podiam ser en contra-
dos mais facilmente numa instituicao onde a pregacao e a
teologia eram as materias principais - e nao os diplomas e
outras laureas da erudicao humana."
Embora 0 proprio Spurgeon nao tenha recebido uma
educacao universitaria normal, desde a infancia recebera na
granja de seu avo urn solido fundamento de teologia calvinista,
e quando iniciou sua pregacao em Londres, demonstrou
novamente - 0 que a maioria havia esquecido desde os diasde Whitefield - que nessa teologia reside 0 verdadeiro poder
de urn ministerio evangelico. Ele sempre entendia haver
uma relacao, muito mais intima do que os homens creem,
entre a pregacao de urn ministro e a sua teologia. 0 que 0
levou a por a antiga teologia em lugar proeminente no
plano de estudos do seu colegio nao era mero interesse
teorico nas doutrinas. "Para serem pregadores eficazes devem
ser teologos autenticos" era 0 axioma que constantemente
repetia aos alunos.Terceiro, quanta a maneira como devem ser preparados
os estudantes, Spurgeon sustentava com firmeza que a instru-
<;:aodeve ser ministrada de forma definida e dogrnatica.
Os professores nao devem ensinar de modo vago e liberal,
apresentando diferentes "pontos de vista", deixando ao aluno
a escolha do que the convier; pelo contrario, precisam decla-
rar de maneira convincente e inconfundivel a mente de Deus
e demonstrar predilecao resoluta pela teologia antiga,
evidenciando-se saturados dela e dispostos a morrer por ela.
Falando em nome de Spurgeon, George Rogers, diretor
do Colegio de Pastores declarou: ''A teologia calvinista deve
ser ensinada dogmaticamente. Nao usamos essa palavra no
sentido ofensivo do termo, e sim como 0 ensino indiscutivel
da Palavra de Deus. Nao simpatizamos com nenhuma das
modernas distorcoes das grandes verdades do evangelho.
Preferimos a teologia puritana a moderna".Spurgeon, porem, defendia que alem do ensino ser
verdadeiro, tambem devia ser fervoroso. "Que especie de
homens devem ser os ministros?" Precis am trovejar quando
pregam, e relampejar quando conversam; devem arder na
oracao, brilhar na vida e consumir-se no espirito, Se nao sao
assim, que poderiam realizar? Se nao forem Sansoes espiritu-
ais, como poderao veneer 0 leao rugidor? Como podem as
portas do inferno ser levantadas dos seus gonzos?
"Entretanto, mesmo conhecendo a verdade e estandoconfirmados nela pela graca divina, nao e trabalho facil
difundir 0 tesouro celestial. Comunicar aos outros 0 ensino
de Deus e service delicado e dificil. Temos de conhecer
primeiro a verdade em nossa propria alma a fim de transmiti-
-Ia eficazmente. Precisamos tambern viver no desfrute
cotidiano dela. So quando 0 Espirito inunda a mente de
urn homem pode esse influir noutras mentes de forma cor-
reta. 0 espirito do evangelho deve estar nele tanto quanto a
sua doutrina."Quarto, a posicao de Spurgeon referente a preparacao
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UMMINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Introduciio
teologica divergia bastante do ensino convencional pre-
dominante. Conforme 0 seu entender, 0 objetivo que devia
controlar tudo era a formacao de pregadores poderosos.
Defendia ardorosamente ser indispensavel tornar cada aluno
da instituicao teologica eficiente no pulpito, Ele combateu 0
que denominou "idolatria do intelecto". Na sua epoca havia
exagerado destaque ao prestigio academico e a respeitabili-
dade cultural; muitos demonstravam ganancia por alcancar
diplomas universitarios, havendo por isso uma invasao do
espirito mundano na Igreja, em prejuizo da verdadeira
finalidade da preparacao ministerial. Embora reconhecendo
o valor e 0 devido lugar do cultivo da mente, Spurgeon
declarou: "Ha uma erudicao que e essencial para urn
ministerio eficiente, a saber, a erudicao de toda a Biblia;
conhecer a Deus pela oracao e a experiencia da Sua mise-ricordia". Ainda que contrariasse as opinioes de muitos, ele
acrescentou em termos inconfundiveis: "Nossos homens nao
buscam diplomas universitarios, nem titulos honorificos,
embora muitos pudessem alcanca-los,mas pregar com eficacia,
chegar ao coracao das massas, evangelizar os perdidos; essa
e a ambicao deste colegio; isso, e nada mais. 0 designio do
Colegio de Pastores desde 0 principio tern sido ajudar aos
pregadores, e nao formar eruditos. Que 0 mundo eduque os
homens para os seus proprios propositos, e que a Igrejainstrua aos obreiros para 0 seu service especial. Aspiramos
auxiliar aos homens a proclamar a verdade de Deus, a expor
as Escrituras, a atrair ospecadores e a edificar os santos".
Em 1865, Spurgeon inaugurou a "Conferencia Anual"
do Colegio de Pastores. Ele considerava a semana da Confe-
rencia como uma das mais importantes do ano; dedicava
muito tempo, pensamento, cuidado e oracao ao preparo das
mensagens que dirigia as centenas de pastores e estudantes
que na ocasiao se reuniam, vindos de toda parte do pais.Os ultimos trinta anos do seculo 19 presenciaram uma
triste decadencia do evangelismo, como escreveu Spurgeon
em 1887: "Esta descaindo a uma velocidade vertiginosa".
Apesar de pronunciadas ha mais de urn seculo, estas
mensagens apresentam verdades que jamais envelhecem. Os
fatores espirituais necessaries a urn ministerio poderoso
sao tao independentes do tempo como 0 eram nos dias de
Crisostomo, Latimer ou Whitefield.Numa hora em que estamos presenciando um crescente
retorno a doutrina da Reforma, ha necessidade imperiosa de
que os ministros e estudantes reconsiderem como esta
mensagem deve ser pregada outra vez, com energia capaz de
converter as massas. Dificilmente poderia haver melhor
guia nesse assunto do que C. H. Spurgeon.Abril de 1960
lain Murray
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1
AVANTE
o tema basico desta mensagem se encontra nas palavras
de Deus a Seu servo Moises: "Dize aos filhos de Israel que
marchem." "Para a frente" e a nossa palavra de ordem. ''Avante,
eleitos de Deus!" A vitoria esta diante de voces; sua propria
seguranca esta nessa direcao. Retroceder e perecer. Conhecem
a historia do jovem que, numa povoacao americana, escalou 0
muro da famosa Ponte Natural, gravou seu nome na rocha
acima das iniciais dos seus companheiros, e repentinamente
observou a impossibilidade de descer. Ouviam-se vozes que
gritavam: "Nao olhe para baixo; trate de subir!" Sua (mica
esperanca consistia em subir ate alcancar 0 ponto mais ele-
vado. Subir era terri vel, mas descer significava perecer.
Irmaos, tambern nos encontramos em situacao semelhante.
Pela ajuda de Deus, ja temos chegado a certas posicoes fruti-
feras; descer significa a morte. Para nos avante quer dizer
ate em cima; portanto avancemos. Temo-nos comprometidoirrevogavelmente. Fizerno-Io de todo 0 coracao quando
pela primeira vez pregamos 0 evangelho e declaramos
publicamente: "Sou do Senhor, e Ele e meu". Entao lanca-
mos a mao ao arado; gracas a Deus, ainda nao olhamos para
tras, e jamais devemos faze-lo, 0 caminho aberto para nos e
arar em linha ret a ate terminar 0 suIco, e nao pensar nunca
em abandonar 0 campo ate que 0 Senhor nos chame a Sua
presenca, Voces resolveram dedicar-se ao trabalho do Senhor;
nao consultaram carne e sangue, mas sem vacilacao renun-ciaram a tudo por Jesus; a menos que sejam reprovados, se
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1Avante
alistaram em Seu service para 0 resto de suas vidas. Sao os
servos selados de Cristo, e lev am em seus corpos as Suas
marcas. Nao sao livres para servirem a outro; sao soldados
juramentados do Crucificado. Avancar e seu unico caminho;
estao obrigados a percorre-lo. Nao tern armadura para suas
costas; qualquer que seja 0 perigo que enfrentarem, na
retaguarda tern outros dez mil. Trata-se de prosseguir ou ser
desonrados; avancar ou morrer.
Companheiros de armas: somos poucos e temos uma
luta acirrada em perspectiva; portanto e necessario que cada
urn produza 0 maximo e se esforce ate ao limite da sua
resistencia. E mister que sejam a elite da Igreja, e mais ainda,
do universo inteiro, pois nossa era exige os tais; portanto,
estou especialmente interessado em que sejarn os que
avancarn. E preciso que tenham feito progresso nas aptidoes
pessoais e estejam crescendo nos dons e na graca, em capaci-
dade para a obra de Deus, e em semelhanca a imagem de
Jesus. Os pontos que comentarei serao em ordem ascendente.
epoca em que era suficiente que 0 pregador soubesse falar,
mesmo que fosse com pouca gramatica, Ate entre urn povo
onde segundo a tradicao "ninguem sabe nada", 0 professor
escolar e competente e experimentado e a falta de preparo
pora impedimentos que antes nao existiam no service do
pregador, pois quando0
pregador deseja que os ouvintesrecordern 0 evangelho, eles se lembrarao das suas expressces
pouco gramaticais, e as repetirao como motivo de zombaria,
quando 0 que desejariamos e que repetissern aos outros 0
ensino de Cristo com fervor solene.
Amados irrnaos, precisamos nos tornar cultos ate onde
nos for possivel. Antes de tudo, e sf or cemo -no s pa ra adqu ir ir
informacao, espectalmente dos fatos biblicos. Nao devemos limitar-
-nos a urn s o topico de estudo, po is assim nao exercitariamos
toda a nossa capacidade mental. Deus fez 0 mundo para 0
homem, e formou 0 homem com uma mente destinada a
ocupar e a usar 0mundo todo; 0 homem e 0 arrendatario, e
a natureza e por certo tempo sua casa; por que abster-se de
entrar em alguma das suas dependencias? Por que negar-se
a saborear algum dos manjares limpos que 0 grande Pai pas
sobre a mesa? Nosso negocio principal continua sendo estudar
as Escrituras. A tarefa principal do ferrador e ferrar cavalos;
que procure aperfeicoar-se em faze-Io, pois ainda qu~ pudesse
cingir a urn anjo com urn cinto de ouro, fracas sana em seuoficio se nao soubesse fazer e colocar uma ferradura. Pouco
importa que saibam escrever as mais brilhantes poesias, se
nao podem pregar urn serrnao convincente que produza 0
efeito de con solar aos santos e convencer aos pecadores.
Estudem a Biblia a fun do, usando todos os recurs os que
possam obter. Lembrem-se de que os meios que agora estao
ao alcance dos cristaos sao muito mais abundantes do que no
tempo dos nossos pais, e portanto e preciso que sejam eruditos
bfblicos se desejam enfrentar devidamente os seus ouvintes.
Familiarizem-se com toda especie de conhecimentos; mas
I. Primeiramente, havemos de crescer EM NOSSAS
CONQUISTAS INTELECTUAIS. Nunca sera born que
nos apresentemos diante de Deus de modo indigno. Ainda
que nos acheguemos a Ele com nossas melhores obras, nao
merecemos que Ele nos ouca; mas, de qualquer maneira, que
a oferta nao seja mutilada e nem deslustrada por nossa
ociosidade. "Amaras ao Senhor teu Deus com to do 0 teu
coracao" e, talvez, mais facil obedecer do que ama-K) com
toda a nossa mente; por certo, devemos dar-Lhe nossas
mentes tanto quanta nossos afetos, e essas mentes devem
estar bern equipadas, para que nao the ofertemos vasos
vazios. Nosso ministerio exige intelecto. Nao insistirei na
frase tao repetida em nossos dias: "as luzes da epoca"; entre-
tanto, e bern certo que existe muito progresso educacionalem todas as classes, 0 qual aumentara ainda mais, Passou a
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Avante
acima de tudo, meditem dia e noite na lei do Senhor.
Sejam bern instruidos em teologia, e nao facam caso do
desprezo dos que zombam dela porque a ignoram. Muitos
pregadores nao sao teologos, e disso resultam os erros que
cometem. Em nada pode prejudicar 0 mais dinam ico
evangelista0
ser tambem urn born teologo; pelo contrario,pode ser 0meio que 0 livre de cometer enormes disparates.
Hoje em dia ouvimos alguem extrair do seu contexto uma
frase isolada na Biblia e clamar: "Eureka!" como se tivesse
descoberto uma nova verdade; no entanto, nao achou urn
diamante, mas urn pedaco de vidro quebrado. Se comparasse
o espiritual com 0 espiritual, se entendesse 0 significado
da fe, ou estivesse familiarizado com a santa erudicao dos
grandes estudiosos da Bfblia em epocas anteriores, nao se
apressaria tanto em jactar-se de seus maravilhosos conhe-cimentos. Estudemos as grandes doutrinas da Palavra de
Deus, e sejamos poderosos na exposicao das Escrituras.
Estou certo de que nenhuma pregacao durara tanto tempo ou
edificara uma igreja de modo tao excelente como a expositiva.
Renunciar inteiramente os discursos exortativos para limitar-
se aos expositivos seria ado tar extremos desnecessarios,
porem posso assegurar-lhes sem fervor excessivo que se seu
ministerio ha de ser util durante urn longo periodo, tern de
ser expositores. Para tal, tern de entender a Palavra por simesmos, e assim poder comenta-la de modo que 0 povo seja
edificado por ela. Irmaos, saturem-se da Biblia; familiarizem-
-se completamente com osescritos dos profetas e dos ap6stolos.
"Habite ricamente em vas a Palavra de Cristo."
Conscientes desta prioridade, nao descuidem de nenhum
campo deconhecimento. Apresenca deJesus na terra santificou
a natureza; nao considerem imundo aquilo que Deus santi-
ficou. Tudo 0 que seu Pai fez e seu, e devem aprender dEle.
Podem ler 0 diario de urn naturalista, ou a narracao que urnviajante faz das suas experiencias, e achar proveito. Ate urn
manual de botanica ou de alquimia pode, a semelhanca do
leao morto por Sansao, dar-lhes mel. Ha perolas nas ostras,
e frutos doces nas matas de espinhos. Os caminhos da verda-
deira ciencia, especialmente a hist6ria natural e a botanica,
destilam gordura. A geologia, ate onde se ocupa dos fatos, e
nao da ficcao, esta cheia de tesouros. A hist6ria, com asmaravilhosas vis6es que faz desfilar diante de voces, e
eminentemente instrutiva; certamente todas as areas dos
dominios de Deus na natureza transbordam de preciosos
ensinos. Familiarizem-se com todo tipo de conhecimentos,
segundo 0 tempo, a oportunidade e as capacidades pessoais
de que disp6em; nao vacilem em faze-Io por recearem que
possam educar-se demasiadamente. Quando acompanhada
de graca abundante, a erudicao jamais os tomara soberbos,
nem prejudicara sua simplicidade no evangelho. Sirvam aDeus com a instrucao que possuem, e the deem gracas por
soprar atraves de voces, mesmo sendo urn chifre rustico;
contudo, se ha possibilidade de que cheguem a ser uma
trombeta de prata, escolham 0melhor.
E preciso aprender a d is ce rn ir sempre en tre as c oisa s q ue
diferem. Hoje e necessario insistir muito enfaticamente neste
ponto. Muitos correm arras das novidades, encantados com
todas as coisas novas. Aprendam a julgar entre a verdade e as
falsificacoes da mesma, e nao serao levados aos extravios. 0que pede ao Senhor a visao clara por meio da qual possa
perceber a verda de e entender seu sentido, e que por meio do
constante exercicio das suas faculdades obtern urn discer-
nimento exato, esta preparado para ser lider no exercito do
Senhor. Todavia nem todos os ministros estao qualificados
ate este grau. E lamentavel que muitos abracam qualquer
causa que lhes e apresentada fervorosamente. Eles trazem os
medicamentos de qualquer charlatao espiritual que possui
cinismo suficiente para parecer sincero. Repito as palavrasdePaulo aos corintios: "Nao sejaismeninos no entendimento";
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1Avante
ponham a prova tudo que a sua fe aspira. Supliquem ao
Espirito Santo que lhes de a habilidade para discernir
entre 0 bern e 0 mal, de modo que possam conduzir a seus
rebanhos longe dos prados venenosos e os levar a pastos
livres de perigos.
Mas se voces tern 0 poder de adquirir conhecimentos,
tam bern de discernir, busquem em seguida a c ap ac id ad e d e
re ter e preservar j irmemente 0 que aprenderam. E lamentavel que
ha homens que se gloriam de ser como cata-ventos; nada
sustentam. Creram ontem, mas nao creem naquilo hoje, nem
o crerao amanha. Estao mudando constantemente. Podem
ser sinceros como afirmam ser, mas qual e a sua utilidade?
Sejam abertos para receber mais verdade, porem muito
cautelosos em subscrever a crenca de que foi descoberta uma
luz melhor do que a do sol.Quanto aos que sempre mudam, 0 que geralmente
necessitam e ser mudados no sentido mais enfatico. 0
" d" / densamento mo erno e representa 0 por pessoas que
causam danos incalculaveis as almas dos homens. Milhares
caminham para a perdicao enquanto tais homens persistem
formando suas teorias. Os que deviam anunciar as "boas novas"
da salvacao persistem "seguindo novas linhas de pensamento".
Os refinados assassin os das almas descobrirao que sua
pretendida "cultura" nao tera desculpa no dia do [uizo. Poramor a Deus, proclamemos como podem ser salvos os homens
. / 'e dediquemo-nos a obra. E hora de estarmos seguros do que
devemos ensinar; do contrario, renunciemos a nossa funcao.
"Cada semana dou forma a meu credo", foi a confissao de urn
desses teo logos. A que sao semelhantes tais inconstantes? Nao
se parecem com aquelas aves de Constantinopla, das quais
se afirma que estao sempre voando, e nunca repousam? Os
nativos as chamam de "alm as perdidas", buscando descanso
sem acha-If). Os homens que nao possuem descanso pessoalna verdade, se sao salvos, e improvavel que se torn em meios
de salvacao para outros. Irmaos, exorto-os a que procurem
saber, e, sabendo, que discriminem; e haven do discriminado,
aconselho-os a que procurem "reter 0bern."
II. Tambern necessitamos de PROGREDIR EM
CAPACIDADES ORATORIAS. Estou comecan do de
baixo; mas todas estas coisas sao importantes, pois e lasti-
mavel se os pes desta imagem sao ainda de barro. Nada e
de pouco importancia se pode ser de utili dade para nossa
grandiosa meta. So por falta de urn cravo, 0 cavalo perdeu a
ferradura, tornando-se assim inutil para a batalha; aquela
ferradura era apenas uma insignificante camba de ferro
que tocava ao solo, mas 0 corcel cheio de vida torna-se imitil
sem ela. Urn homem pode falhar irremissivelmente quanta
a utilidade espiritual, nao por falha de carater, e sim por
urn lapso mental ou oratorio; portanto, insisto novamente
em que devemos melhorar a maneira de expressar-nos.
N em todos podem falar como alguns, e ainda estes
poucos nao conseguem falar conforme idealizam. Se alguem
julga que sabe pregar tao bern quanto deveria, eu 0 aconselho
a abandonar a tarefa. Se 0fizesse, agiria com a mesma pruden-
cia do pintor famoso que quebrou a palheta e disse a esposa:
"Terrninei meus dias de pintor, pois estou satisfeito com 0que
fiz, e portanto estou seguro de que perdi 0 talento". 0 que
acredita haver alcancado a perfeicao na oratoria confunde
a volubilidade com eloquencia e a verborreia com argumen-
tacao, Nao podem ser verdadeiramente ministros eficazes se
nao sao "aptos para ensinar". Voces conhecem ministros que
erraram sua vocacao e que evidentemente nao possuem dons
para a pregacao. Ha irmaos no ministerio cujo falar e
intoleravel; se alguns fossem sentenciados a ouvir os seus
proprios sermoes, seria urn justo juizo para eles; logo clama-
riam como Cairn: "Grande e minha iniquidade para serperdoada". Nao caiamos em semelhante condenacao por
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algum defeito da nossa pregacao a qual possamos corrigir.
Irmaos, te mo s d e c ultiv ar u m e stilo c la ro . Quando alguem
nao me faz entender 0 que quer dizer, e porque ele mesmo
nao sabe 0 que pretende transmitir. 0 ouvinte mediano que
nao pode seguir 0 curso dos pensamentos de quem fala, nao
deve preocupar-se, mas deve lancar a culpa sobre 0pregador,
o qual tern a responsabilidade de apresentar as coisas
claramente. Se olharem num poco, e esta vazio, parecera
muito profundo; mas se contern agua, verao seu brilho. Creio
que se muitos pregadores sao "profundos", e simplesmente
que se assemelham a pecos nos quais nada ha senao folhas
secas, algumas pedras, e talvez urn ou dois gatos mortos. Se ha
agua da vida em sua pregacao, podera ser muito profunda,
porern a luz da verda de the dara claridade. Seja como for,
esforcem-se em ser simples, de modo que as verda des queensinam possam ser facilmente recebidas pelos ouvintes.
E preciso que cultivemos urn estilo convincente bern
como urn estilo claro; e necessario que sejamos poderosos.
Alguns imaginam que isso consiste em falar com voz forte,
mas eu lhes asseguro que estao equivocados. As tolices nao se
transform am por pronuncia-las aos gritos. Deus nao exige
que gritemos como se falassernos a tres milhoes de pessoas
quando nos dirigimos a apenas trezentas. Sejamos impetuosos
devido a excelencia do nosso assunto e a energia do espiritoque possurmos ao pronuncia-Io, Numa palavra, que nosso
falar seja n atu ra l e v iv o. Renunciemos aos truques dos orado-
res profissionais, ao esforco em alcancar efeitos, 0 climax
estudado, a pausa premeditada, a afetacao teatral, 0 falar
sofisticado e tantas coisas mais que observamos em certos
teologos pomposos que ainda sobrevivem na face da terra.
Oxala tais pregadores cheguem a ser uma especie extinta dentro
de breve tempo, e que todos nos aprendamos uma maneira
viva, natural e simples, de pregar 0 evangelho, pois estoupersuadido de que e provavel que Deus abencoe tal estilo.
Entre muitas outras coisas, temos de cultivar a persuasiio.
Alguns tern grande influencia sobre os homens; entretanto,
outros com maiores dons care cern dela. Nao parecem
aproximar-se das pessoas, nao podem influencia-las e fazer-
-lhes sentir algo. Ha pregadores que dao a impressao de
tomar os ouvintes urn a urn pela gola e introduzem a
verdade em suas almas, enquanto outros generalizam tanto
e se mostram tao frios que parecem estar falando aos habi-
tantes de algum planeta distante, cujos assuntos nao lhes
importam muito. Aprendam a arte de arguir com os homens.
Isso os fara bern se contemplarem ao Senhor constantemente.
A antiga historia classica nos informa que, quando urn soldado
estava a ponto de matar a Dario, seu filho, mudo des de a
infancia, exclamou, subitamente surpreendido: "Nao sabe que
ele e 0 rei?" Sua lingua silenciosa se desprendeu por amor
ao pai, e e bern possivel que a nossa lingua fale fervorosa-
mente quando vern os 0Senhor crucificado pelo nos so pecado.
Se ha palavras em nos, isso as despertara, 0 conhecimento do
"temor do Senhor" deve tambem animar-nos a persuadir aos
homens. Nao podemos fazer outra coisa senao instar com
eles para que se reconciliem com Deus. Observem aqueles
que ganham os pecadores para Jesus, busquem seu segredo,
e nao descansem ate que possam alcancar 0 mesmo poder.
Se, por outro lado, escutam a urn pregador muito admiradoe descobrem que nao ha almas convertidas para a salvacao
sob a influencia do seu ministerio, decidam: "este estilo nao
e para mim, porquanto nao busco ser grande, mas verda-
deiramente util".Que sua oratoria, portanto, melhore constantemente em
clareza, forca logica, naturalidade e persuasao. Tratem de
conseguir urn estilo de oratoria que se adapte aos seus ouvin-
tes. Muito depende disso. 0 pregador que se dirigisse a urn
auditorio instruido com 0 linguajar que usaria a urn grupo devendedores ambulantes, demonstraria ser nescio; por outro
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lado, 0 que pregasse aos mineiros empregando termos
teol6gicos tecnicos e frases de salao, agiria como insensato. A
confusao das linguas em Babel foi mais completa do que
imaginamos. Nao resultou apenas em diferentes idiomas
para as gran des nacoes, mas fez com que a linguagem de
cada classe variasse das demais. Ora, ja que 0 vendedor
ambulante nao pode aprender a linguagem de universi-
dade, que 0 universitario aprenda a maneira de expressar-se
como 0ambulante. "Usamos a linguagem do mercado", dizia
Whitefield, e isso 0honrava muito; no entanto, quando estava
nos saloes aristocraticos, seu discurso fascinava aos nob res
infieis porquanto adotava outro estilo. Sua linguagem era
adequada aos ouvintes, embora nao usasse as mesmas pala-
vras exatamente. Nosso modo de falar precisa ser "tudo
para com todos". 0 maior mestre de oratoria e 0 que pode
dirigir-se a qualquer classe de pessoas de maneira apropriada
a sua condicao, a fim de que seus coracoes sejam alcancados.
Que ninguern nos supere quanta a nossa capacidade de
orat6ria, ou nos sobrepuje no dominio da nossa lingua ma-
terna. Companheiros de armas: nossas linguas sao as espadas
fornecidas por Deus para usa-las para Ele, como se afirma
sobre 0 Senhor: "De sua boca saia uma espada aguda de dois
fios". Que estas espadas sejam real mente agudas. Cultivem 0
poder de orat6ria, e fiquem na primeira fila no campo da
expressao falada. Aperfeicoem-se nessa maneira de falar
correta e ousadamente.
virtu des que precisamos conquistar a qualquer preco. A
autocomplacencia tern ferido seus milhares. Mais vale que
tern amos para que jamais perecarnos as maos dessa Dalila.
Que nossas paix6es e nossos habitos estejarn sob 0 devido
controle; se nao somos donos de n6s mesmos nao estamos
aptos para ser Iideres na Igreja de Cristo.
Precis amos tambem renunciar a toda nocao de nossa
propri a import dnc ia . Gloriar-se, ainda que seja na obra do
Espirito Santo em suas vidas, e aproximar-se perigosamente
da auto-adulaciio. "Louve-te 0 estranho, e nao a tua boca" e
fiquem satisfeitos quando esse estranho tenha 0 born senso
de ficar calado.
Devemos tambem controlar dev idamente nosso iemperamento.
Urn carater viol en to nao e urn mal em si. Os homens que sao
muito acomodaticios, geralmente valem pouco. Nunca lhes
diria: "Sejam homens de carater", mas: "Se 0 tern, controlem-
-no cuidadosamente". Dou gracas a Deus quando vejo urn
pastor com genio suficiente para indignar-se ante a iniustica
e para ser firme pela justica; mas por certo 0 genio e uma
ferramenta de dois gumes e as vezes corta 0 que a maneja.
Se algum irrnao tern a tendencia de indignar-se com demasi-
ada frequencia, considere que nao alcanca nenhum beneficio
disso.
E preciso que d om in emo s n os sa te nd en cia p ela le via nd ad e.
Ha uma enorme diferenca entre a alegria santa, que e virtu de,
e a leviandade geral, que e urn vicio. Ha uma leviandade que
nao tern a suficiente jovialidade para causar risos, mas joga
com tudo; e caprichosa, vazia, irreal. Urna boa gargalhada
nao e mais leviandade do que 0pranto do coracao. Refiro-me
aquelas aparencias religiosas com muita pretensao mais
frageis, superficiais, pouco sinceras no tocante as coisas de maior
importancia, A piedade nao e urn gracejo, nem tao pouco
mera aparencia. Cui dado para nao se tornarem comediantes.Nunca deem as pessoas serias a impressao de nao falar
III. Irmaos, devemos ser ainda mais fervorosos para
PROGREDIR EM QUALIDADES MORAIS. Devemos
elevar-nos ate ao tipo de rninisterio mais sublime. Ainda que
alcancemos as capacidades mentais e orat6rias ja menciona-
das, fracassaremos se nao possuirmos tambern qualidades
morais elevadas. Ha males dos quais devemos desprender-nos,como Paulo sacudiu a vibora da mao, energicamente, e ha
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seriamente, e que sao meros profissionais. Possuir labios
ardentes e alma gelada e urn sinal de reprovacao, Deus nos
livre de sermos excessivamente finos ou superficiais; que
jamais sejamos os insetos do jardim de Deus.
Ao mesmo tempo, devemos ev ita r tu do q ue se a ssem elh e
a fe ro ci dade do fana tismo. Ao nos so redor ha homens que,
nascidos de mulher, parecem ter sido amamentados por
lobas. Guerreiros desse tipo tern poder para fundar dinastias
de pensamento; mas a bondade e 0 amor fraternal harmoni-
zam melhor com 0 reino de Cristo. Nao devemos estar
sempre em busca de heresias nem tao confiados em nossa
propria infalibilidade que preparemos fogueiras eclesias-
ticas para queimar os que diferem de nos, usando lenha de
prejuizos extremados e suspeitas crueis,
Ha maneirismos e atitudes contra os quais devemos
lutar, pois muitas vezes os pequenos defeitos se tomam a
origem do fracas so, e livrar-nos deles talvez seja 0 segredo da
eficiencia, Devemos adquirir certas faculdades e habitos
morais, ao mesmo tempo em que renunciemos 0 que lhes e
oposto. 0 que nao possui in te grid ad e d e e sp ir uo nunca fara
muito para Deus. Se formos levados pela ambicao ou se
existe algum tipo de acao que nao seja reto, logo naufraga-
remos. Resolvam, queridos irrnaos, a pensar que podem ser
pobres, podem ser depreciados, podem mesmo perder avida, mas nao devem jamais ser desonestos. Que a (mica
politica para voces seja a honradez.
Que possam possuir tambem a g rande c ar ac te ris ti ca mora l
d a b ra vu ra . Nao me refiro a impertinencia, a ins olen cia ou apresuncao; mas a intrepidez verdadeira para fazer e dizer
tranqiiilamente 0 mais apropriado, e para ir ao encontro de
todos os perigos, ainda que nao haja ninguem que os ajude
com uma palavra de animo. Assombra-rne 0 mimero de
cristaos que receiam dizer a verdade aos irmaos. Agradeco aDeus por poder afirmar que nao ha membro da igreja, oficial
eclesiastico ou qualquer pessoa no mundo a quem eu tema
dizer no rosto 0 que diria em sua ausencia. Gracas a Deus,
e com Sua ajuda, devo minha posicao em minha propria
igreja a falta de toda a politica, e ao habito de dizer sempre a
minha opiniao. 0 plano que consiste em tornar todas as coisas
sempre agradaveis para todos, e perigoso e ao mesmo tempo
maligno. Se voce afirma uma coisa a alguem e outra coisa a
outro, urn dia compararao as duas afirmativas e the iulgarao
contraditorio e sera depreciado. 0 homem dubio sera, mais
cedo ou mais tarde, objeto do desprezo dos demais, e com
justica. Assim, pois, sobre todas as coisas, evitem isso. Se
tiverem algo que julguem necessario dizer acerca de alguem,
que a medida do que hao de dizer seja: "Quanto me atreveria
a dizer na sua presenca?" Nao podemos nos permitir nenhu-
rna palavra alern disso, quando censuramos a outrem. Se
adotarem este principio, seu denodo os salvara de mil
dificuldades, e os conceded urn respeito duradouro.
Possuindo a integridade e a bravura, desejaria que fossem
dotados de ze lo invencive l. Que e zelo? Como posso descreve-
-lo? Possuam-no e saberao 0 que e. Sejam consumidos pelo
amor por Cristo, e que a chama arda continuamente; nao
arden do nas reunioes publicas e apagando-se no rotineiro
trabalho cotidiano. Necessi tamos de perseveranca indo rnavel,
zelo obstinado e uma combinacao de teimosia santificada,abnegacao, mansidao sagrada e coragem invencivel,
Destaquem-se tambem naquele poder que e tanto mental
quanto moral, a saber, 0p od er d e c on ce ntr ar to da s a s s ua s [ or ca s
no trab alho a que sa o cha mados. Reunam seus pensamentos,
unam todas as suas faculdades, acumulem as suas energias e
enfoquem as suas capacidades. Dirijam todos os fluxos da
sua alma ate urn canal, fazendo que avancem na forma de
uma corrente unificada. Alguns homens precisam dessa ha-
bilidade. Diversificam-se e por isso fracassam. Convoquemos seus batalh6es e lancem-se sobre os inimigos. Nao tratem
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de ser gran des nisto ou naquilo, de ser "tudo no principio
e nada durante muito tempo"; mas perrnitam que suas
personalidades completas sejarn levadas em cativeiro por
Jesus Cristo, e ponham tudo aos pes dAquele que padeceu
e morreu por voces.
acossados pela tentacao ; gloriam-se como se a batalha
ja estivesse terminada e a vitoria alcancada. Entretanto,
aprendamos 0 que for necessario destes irrnaos; conhecamos
toda a verdade que nos puderem ensinar. Familiarizemo-
-nos com os pontos principais da salvacao e da gloria que
resplandecem neles: os Hermons e os Tabores, de onde
podemos ser transfigurados como 0 Senhor. Nao tern am
chegar a ser excessivamente santos ou demasiadamente
cheios do Espirito Santo.
Eu gostaria que fossem sabios em tudo e capazes de saber
tratar aos homens tanto em seus conflitos como em suas
alegrias, sendo experientes em ambas as coisas. Conhecam
onde os deixou Adao, mas tam bern onde os pode colocar 0
Espirito Santo. Nao se apeguem a uma destas coisas de modo
tao exclusivo que esquecam a outra. Creio que se existempessoas que devem damar: "Miseravel homem que eu sou!
Quem me livrara?" serao sempre os ministros evangelicos,
porque necessitamos ser tentados em todas as coisas, para
podermos consolar aos outros. Certa vez vi, num vagao de
trem, urn pobre homem com a perna apoiada sobre 0assento.
Urn empregado que 0 viu naquela posicao, observou: "Estas
almofadas nao foram feitas para alguem por as botas sujas
em cima". Logo que 0 funcionario se distanciou; 0 homem
a colocou novamente no banco, dizendo-me: "Estou certode que ele nunca quebrou a perna em do is lugares, pois
nesse caso nao seria tao grosseiro para comigo". Quando
ouco irrnaos que vivem comodamente, desfrutando de
privilegios, condenando outros que estao enfrentando ter-
riveis provas, compreendo que agem assim porque ignoram
o que seja suportar as dores das quebraduras que alguns
enfrentam durante toda a sua peregrinacao,
Conhecam 0 h om em em C risto e fora d e C risto. Estudem-no
no seu melhor aspecto e tambem no pior; conhecam suaanatomia, seus segredos e suas paix6es. Tal conhecimento nao
IV . Acima de tudo isso, precisamos PROGRE DIR E MQUALIFICA<_ ;OES ESPIRITUAIS , as gracas que devem ser
produzidas em nos pelo Espirito Santo. Estou certo de que
isso e 0 principal. Outras coisas sao preciosas, mas esta nao
tern preco,
Inicialmente, necessitamos de c onh e ce r- no s a no s me smos.
o pregador deve familiarizar-se com a ciencia do coracao, a
filosofia da experiencia interna. Ha duas escolas de experien-
cia, e nenhuma delas se contenta com apenas aprender da outra;
disponhamo-nos, pois, a aprender de ambas. Uma destas
escolas fala do cristae como daquele que conhece a profunda
depravacao do seu coracao, que entende algo da sua natureza
pervertida e que diariamente experimenta que na sua carne
nao existe 0 bern. "Urn homem nao tern a vida de Deus em
sua alma dizem os que seguem esta escola - se nao sabe e
reconhece isso, se nao 0experimenta arnarga e dolorosamente
dia a dia." E inutil falar-lhes de liberdade e gozo no Espirito
Santo; nao querem possui-Ios. Contudo aprendemos da
unilateralidade destes. Sabem muito do que precis a saber-
-se, e ai do ministro que ignore seu sistema de verdades!
Lutero costumava dizer que a tentacao e 0 melhor mestre
para urn pastor. Este aspecto da questao contem sua parte
de verda de.
Os crentes da outra escola tern em grande estirna, 0que e
justo e benefice, a gloriosa atuacao do Espirito Santo. Creem
no Espirito de Deus como poder purificador, fonte de bencao
para a alma ao torna-la templo de Deus. Mas frequente-mente falam como se houvessem cessado de pecar ou de ser
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se obtem nos livros; e indispensavel 0 contato pessoal com os
individuos se desejam aiuda-los em sua multipla experiencia
espiritual. S6 Deus pode conceder-Ihes a sabedoria de que
necessitam para tratar prudentemente com eles, mas Ele 0
fara em resposta a oracao de fe.
Entre as aquisicoes espirituais, c on he ce r a qu ele q ue e 0
rem ed io certo p ara to das a s en ferm id ad es h um an as e a coisa
mais necessaria. Conhecam a Jesus. Sentem-se aos Seus pes.
Considerem Sua natureza, Sua obra, Seus sofrimentos, Sua
gl6ria. Deliciem-se na Sua presenca, desfrutem da Sua
comunhao dia ap6s dia. Conhecer a Cristo e entender a mais
excelente de todas as ciencias. Nao podem deixar de ser
sabios se mantiverem comunhao com a Sabedoria Encarnada;
nao podem carecer de fortaleza se estao em con stante con-
tato com Deus. Vivam em Deus; nao se trata de ir a Ele asvezes, mas de habitar nEle. Dizem que onde 0sol nao penetra,
precisa de entrar 0 medico. Onde Jesus nao resplandece, a
alma esta enferma. Banhem-se nos Seus raios e se tornarao
vigorosos no service do Senhor.
"Ninguem conhece 0 Filho senao 0 Pai." Os que van a
Cristo e poem sua confianca nEle, pass am a conhece-la urn
pouco. Ha santos com sessenta anos de experiencia que tern
andado com Ele cada dia, os quais estao crescendo nesse
conhecimento; mesmo os espfritos perfeitos, que ternpermanecido ante 0 Seu trono adorando-O perpetuamente,
ainda nao 0 conhecem plenamente. E tao glorioso, que s6 0
Deus - infinito possui 0 perfeito conhecimento dEle, e por
isso nao ha limites para nosso estudo, nem pobreza em nossa
linha de pens amen to, se fazemos do Senhor Jesus 0 grande
objeto de todos os nossos pensamentos e investigacoes
Portanto, setencionamos ser homens fortes, como resultado
deste conhecimento, con vern que n os to rn emo s s em e lh an te s a
nosso Senhor. Bem-aventurada a cruz na qual sofremos, senela padecemos para sermos feitos a semelhanca de Jesus.
Se alcancamos tal semelhanca, teremos uma uncao mara-
vilhosa em nos so ministerio; e, sem ela, que vale 0 nosso
labor? Em resumo, devemos esforcar-nos para alcancar
santi dade de carater, Que e santidade? Nao e retidao de carater?
Urn estado equilibrado em que nao falta nem sobra nada.
Nao e moralidade, estatua fria e sem vida; santidade e vida.
Precisamos ter santidade; e, mesmo que lhes faltem capaci-
dades mentais (embora espero que nao), e ainda que tenham
poucas faculdades orat6rias (tambem espero que nao), podem
estar seguros de que uma vida santa e em si mesma urn
poder maravilhoso, e compensara muitas deficiencias, E , por
certo, 0 melhor serrnao que 0 melhor dos homens poderia
pregar. Resolvamos ter toda a santidade que se possa alcancar,
toda a pureza que for possivel possuir, e toda a semelhanca
a Cristo que consigamos atingir neste mundo de pecado,confiando na obra eficaz do Espirito Santo. Que 0 Senhor
nos levante a todos a uma plataforma mais elevada e Ele
sera glorificado.
v . Ainda nao terminei a mensagem, porque devo
acrescentar: PROGRIDAM TRABALHANDO REAL-
MENTE. Seremos conhecidos mais pelo que fizemos do
que pelo que dissemos. A semelhanca dos ap6stolos, espero
que nosso monumento seja 0 dos nossos atos. Ha no mundoimimeros bons irrnaos que sao muito pouco praticos. A
doutrina da segunda vinda os empolga de tal modo que
permanecem contemplando 0 infinito e por isso devo
adverti-Ios: "Varoes, por que estais olhando para 0 ceu?" 0
fato de que Jesus ha de voltar nao e razao para estar se
mirando 0 firmamento, mas incentivo para que trabalhe-
mos no poder do Espirito Santo.
Desejamos fatos; acoes realizadas, almas salvas. E inte-
ressante escrever ensaios; mas que almas estao procurandosalvar do inferno? Interessa-me a excelente administracao
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da sua escola; mas, quantos alunos foram levados a fazer
parte da igreja sob a sua influencia? Alegramo-nos ao ser
inform ados da realizacao de reuni6es especiais; mas quantos
realmente foram nascidos de novo pela inf luencia delas? Sao
os santos edificados? Sao convertidos pecadores? Deus nos
livre de viver comodamente enquanto os milhares estaoperecendo. Viajando pelas estradas nas montanhas da Suica,
verao constantemente os sinais das perfuradoras; assim na
vida dos ministros deve haver a demonstracao do rude labor.
Aconselho-os, irrnaos: facam algo; FA(:AM ALGO. Enquanto
comiss6es gastam tempo redigindo resolucoes, facam algo.
Enquanto as Sociedades e as Uni6es estao preparando cons-
tituicoes, ganhemos almas. Com demasiada frequencia
discutimos, consideramos e ponderamos, enquanto satanas
esta rindo dissimuladamente de nos. Rogo-Ihes a todos quesejam hom ens de acao. Maos a obra e desenvolvamo-nos
como homens. Compartilho da ideia que 0 antigo coman-
dante possuia a respeito da guerra: "Avancar e ao ataque!
Nada de teorias! Ataquem! Formem colunas! Fixem as
baionetas e atirem diretamente contra 0 centro do inimigo".
Nosso unico objetivo e salvar pecadores, e nao devemos
somente falar sobre isso, mas efetua-lo no poder de Deus.
apenas uma vez na vida, e nada sabem a respeito do nosso
Rei. Deixaremos que perecarn? Podemos dormir tranqui-
lamente em nossos leitos enquanto a China, a india e 0
[apao e outras nacoes estao indo para a perdicao? Estamos
limpos do sangue deles? Nao tern nenhum direito sobre
nos? Podemos raciocinar assim: em vez de dizer: "Possodemonstrar que deveria ir?", deveria dizer: "Posso provar
que nao deveria ir?" Quando alguem pode honradamente
argumentar que nao deveria ir, en tao esta limpo, mas nao
de outro modo. Que respondem? Interrogo urn a urn. Nao
lhes estou desafiando num assunto no qual nao me tenho
sinceramente incluido a mim mesmo. Se alguns dos nossos
principais ministros dessem 0primeiro passo, teria urn grande
efeito como estimulo para nossas igrejas, e me interrogo a
mim se devo if. Mas apos analisar todos os angulos daquestao, me convenco que devo permanecer onde estou, e
milhares de cristaos confirmam a minha decisao,
No entanto, estou certo de que iria ao estrangeiro facil,
voluntaria e alegremente se nao estivesse convicto de ficar
aqui. Facarn voces mesmos a experiencia. Temos de evangelizar
os pagaos; Deus tern milhares e mil hares dos Seus eleitos
entre e1es, e urge que os alcancemos, de urn ou outro modo.
Muitas dificuldades ja foram superadas; muitas terras estao
abertas e as distancias se encurtaram. Nao possuimos 0 domde Pentecoste, mas os idiomas sao aprendidos com relativa
rapidez, e a imprensa e urn equivalente satisfatorio para
substituir 0 dom perdido. Os perigos proprios das miss6es
nao deveriam reter a nenhum homem sincero, mesmo que
fossem gran des entraves; mas agora estao reduzidos ao minimo,
Ha centenas de lugares onde a cruz de Cristo e desconhecida,
aos quais nos podemos dirigir sem risco. Quem ira?
Deveriam ir os irmaos jovens de boa capacidade que
ainda nao assumiram os cuidados de uma familia. Cadaaluno do Colegio dos Pastores deve considerar 0 assunto, e
VI. Finalmente, e agora tocarei num aspecto da mensa-gem que me oprime, AVANCEM QUANTO A ESCOLHA
DA SUA ESFERA DE ATIVIDADE. Agora passo a
interceder em favor daqueles que nao podem rogar por si
mesmos, a saber, as grandes mass as do exterior, do mundo
pagao. Os pulp itos existentes ja estao razoavelmente
supridos, mas necessitamos de homens que queiram edificar
em novos fundamentos. Quem ira? Somos, como grupo de
homens fieis, limpos em nossas consciencias em relacao aos
pagaos? Ha milh6es que ainda nao ouviram falar do nomede Jesus. Centenas de milh6es so viram urn missionario
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1
entregar-se a obra a menos que haja raz6es concludentes
para nao faze-lo. Tern sido dificil encontrar obreiros dispostos,
mas nao deveria ser assim. Deve haver entre nos espirito de
sacrificio e alguns de nos que estejam prontos para exilar-se
por Jesus. A obra missionaria se enfraquece por falta de
homens. Se estes se disp6em, a liberalidade das igrejas
suprira suas necessidades. Ate que vejamos os companheiros
lutando por Cristo em todas as terras, na vanguarda do
conflito, nao teremos cumprido nosso dever. Creio que se
Deus os mover air, serao os melhores missionaries, porque
farao da pregacao do evangelho a grande caracteristica de
seu trabalho, e esta e a maneira segura em que Deus mostra
o Seu poder.
Quando serao nossas igrejas abnegadas e ativas? Obser-
vern os moravios, como cada homem e cada mulher setransforma num missionario e quanto realizam pelo Senhor
por isso. Captemos seu espfrito. E urn proceder correto?
Entao e certo que 0 possuamos. Nao basta afirmar: "Esses
moravios sao maravilhosos". Nos deveriamos tam bern ser
maravilhosos. Cristo nao os adquiriu de maneira mais
completa do que a nos; eles nao tern 0 dever de sacrificar-
-se mais do que nos. Quando lemos a respeito de homens
heroicos que tudo entregaram por Jesus, nao devemos
apenas admira-los.mas ·imita-Ios. Quem os imitara agora?Os irmaos veern a importancia da questao? Nao haveria
alguns entre voces que estejam dispostos a dedicar-se
totalmente ao Senhor? "Avante!" E 0 apelo de hoje. Nao
ha espiritos audazes para assumir as vanguardas? Oremos
para que durante este Pentecoste (esta conferencia) 0Espirito
possa ordenar: "Separai-me a Barnabe e a Saulo para a obra
a que os tenho convocado".
Subam e voem mais alern nas asas do amor.
2
UM NOVO COMECO
Amados companheiros no service de Cristo, nosso
trabalho requer que estejamos no melhor estado possivel
em nosso coracao. Quando estamos na melhor das condicoes,
ainda somos bastante debeis; portanto, nao descamos do
nivel mais elevado. Como instrumentos devemos toda nossa
capacidade de trabalho a mao divina; ja que os instrumentos
devem ser conservados sempre em ordem, precisamos ter0
espirito isento de ferrugem e nossa mente afiada e anelante
para corresponder a vontade do Mestre. Como nem sempre
estamos a altura dos nossos privilegios, nosso tema e "Urn
Novo Corneco", ou, noutras palavras, uma renovacao, urn
avivamento, urn recomeco, urn retorno ao nos so primeiro
amor, 0 amor de nossos esponsais, quando nossa alma se
ligou a obra do nosso Redentor.
o assunto e de extrema necessidade para todos, porque
op r oc es so d e decadencia e muito faci l. Decair nao exige esforcos;pode conseguir-se sem mesmo desejar; pode ate vir em
oposicao aos nossos desejos; podemos decair sem sequer
perceber, e muito mais facilmente quando nos imaginamos
ricos e prosperos. Mediante uma lei a qual nao temos que
contribuir, gravitamos ate urn nivel inferior. Nao deem corda
ao relogio e logo as pecas deixarao de funcionar, e 0 dina-
mico objeto se tornara imitil, imovel e silencioso, morto
como urn ataude encostado na parede. Administrar bern
uma chacara requer labor con stante e atenta vigilancia, masabandonar a terra ate que nao possa alimentar nem uma
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Um Novo Comeco
ave e coisa facil, coisa que qualquer preguicoso pode realizar.
Basta deixa-la e os campos ferteis se tornado estereis e 0
jardim se transformara em deserto. Assim acontece conosco.
Deixem simplesmente de dar corda a alma com a oracao, e
logo decairao; descuidem somente 0 cultivo do coracao, e os
espinhos e urzes crescerao sem ajuda. Descuidem da sua
vida espiritual e todo 0 ser se ressentira.
Que eu 0 saiba, nao podemos esperar ver energias conti-
nuas em sua plenitude em nenhum de nos. Imagino que
mesmo aquele que arde como urn serafim, experimenta
momentos em que a chama diminui. 0 proprio sol nem
sempre e igualmente poderoso; assim 0 homem cuja luz
brilha mais ate ser dia perfeito, nao demonstra sempre 0
mesmo fulgor, nem esta sempre em meio-dia. A natureza nao
mantem sempre 0 mar em mare alta; vern a mare baixa e 0
oceano atravessa uma fase antes de volver a plenitude das
suas forcas, 0 mundo vegetal tern seu inverno, e desfruta de
urn prolongado sono sob urn leito de neve. Nem a mare baixa
nem 0 inverno sao tempo desperdicado; a mare alta e 0verao
muito devem a mare baixa e as geleiras. Em face da nossa
afinidade com a natureza, tambern teremos nossas mudancas
e nao permanecemos sempre na mesma altura. Nao ha ne-
nhum homem cuja vida seja todo climax. Nao desesperemos
quando estivermos em mare baixa; a preamar da vida chegaracomo sempre, inclusive alcancara urn ponto mais elevado.
Quando estamos sem folhas e aparentemente sem vida,
chegando nossa alma a ser como arvore de inverno, nao
imaginemos que 0 machado nos derribara, porquanto a
subs tan cia permanece em nos, mesmo que tenhamos perdido
as folhas, e dentro em pouco chegara a epoca em que os passa-
ros cantam, sentiremos 0 calor cordial da primavera e nossas
vidas serao novamente cobertas de flores e carregadas de frutos.
Nao e de estranhar que haja pausas e declinios em nossotrabalho espiritual, pois 0 mesmo ocorre nos negocios
humanos. Apesar da atividade e dos esforcos do comerci-
ante, ha periodos quando os negocios estacionam. Ha anos
de grande prosperidade e outros de decadencia; as vacas
magras devoram as vacas gordas. Se os hom ens nao fossem
o que sao, poderia haver constantemente urn progresso uni-
forme, mas e evidente que ainda nao chegamos a este ponto.
Em assuntos religiosos, a historia nos mostra que as
igrejas tern seus dias de abundancia, seguidos por fases de
seca. A Igreja Universal e rodeada destas circunstancias; teve
seus Pentecostes, suas Reformas, seus Avivamentos; mas
nos intervalos chegam pausas penosas, quando ha mais
motivos para lamentacao do que para gozo, quando 0
miserere e mais adequado que a aleluia. Portanto, que nenhum
irrnao se condene a si mesmo por estar consciente de nao
possuir toda a vivacidade da juventude: e possivel recupera-
-la. E natural que 0 agricultor anseie pela primavera, mas
nao se desespere por causa do frio atual; espero que lamentem
todo tipo de decadencia, mas nunca desanimem. Se alguem
anda em trevas e nao ve nenhuma luz, confie em Deus e
espere nEle ate que envie dias mais luminosos.
Receio que muitos de nos nao mantemos a devida
elevacao, mas decaimos mais do que 0 normal. Ha causas
que concorrem para isso, e convem considera-las. Certo
grau de abatimento de espirito pode ser puramente fisico,e proceder da eoaporacdo d o v ig or j uv en il. Alguns possuem
todas as forcas do inicio da virilidade; andam como os
servos, com movimentos rapidos como as aves; mas outros,
de cabelos grisalhos, a idade os tornou sobrios, Os olhos nao
se apagaram, nem se extinguiram as forcas naturais, mas 0
fulgor e a chama da mocidade se foram e na maneira de
falar e de agir ja nao se nota 0 orvalho da manha que era a
gloria das folhas jovens da vida.
Por mim, se fora possivel, permaneceria sempre jovem.Mas isso nao concorreria para meu progresso, de modo
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1
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Urn Novo Comeco
algum. Meus dias de voo se transformaram em dias de car-
reira, e esta esta diminuindo para converter-se num passo
ainda mais lento. E motivo de alento que as Escrituras
parecem indicar que isto e progresso, pois e a ordem prescrita
para os santos: "Levantarao as asas como aguias"; perdem-se
de vista, pela distancia que atingem. Em seus primeiros
serm6es, como levantavam as asas! Seus primeiros esforcos
evangelisticos, que voos de aguias eram! Depois dis so,
diminuiram a marcha, e, por certo, seu passo melhorou;
tornou-se mais firme, e talvez mais vagaroso, como esta
escri to: "Correrao, e nao se cansarao; caminharao e nao se
fatigarao". Deus queira que nao nos fatiguemos; e se nossos
dias de correr ja terminaram, que caminhemos com Ele
como Enoque 0 fez, ate que 0 Senhor nos conduza para 0 lar.
Outra coisa que freqiientemente leva ao abatimento e a
ausencia dos primeiros exitos. Nao quero dizer que seja sempre
assim; mas, em geral, quando urn obreiro se dirige a urn novo
campo ha muitas porcoes sem colher, e recolhe grande colheita,
porem essas depois VaGse escasseando. Se pesca num pequeno
tanque, nao pode alcancar tantos peixes como a principio,
Se estamos num grande metropole, que se assemelha a urn
oceano, podemos estender as redes quanta queiramos; mas
se vivermos numa cidade pequena, logo podemos concluir
a tarefa de conversao direta se0
Senhor abencoar muito, edepois de certo tempo sao raros os frutos porque e limitado 0
numero dos incredulos que vern a pregacao. E possivel que
Deus ja tenha concedido ao irrnao todos quantos determinou
salvar na localidade e e preferivel ir pescar noutras aguas,
N em todos os dias trazemos a rede cheia de peixes, mas
experimentamos tristes intervalos de esforcos infrutuosos e,
entao, nao e de se admirar que 0espirito se torne fatigado.
o 4 esga~ te n atuT (lL de um a o id a ativ a ten de tam bern a
abater-nos. Muitos pensam que temos pouco ou nada a fazeralern de subir ao pulpito e derramar uma torrente de palavras
duas ou tres vezes por semana; mas deveriam saber que, se
nao passassemos muitas horas de estudo diligente, ouviriam
serm6es muito pobres. Ouvi falar de urn irrnao que confia no
Senhor e nao estuda, mas me acrescentaram que os membros
da sua igreja nao confiam nele; desejam que va para outra
parte com seus "discursos inspirados", afirmando inclusive que,
quando estudava, seus serm6es ainda deixavam muito a
desejar, mas agora que lhes da aquilo que primeiro vern aos
labios, sao totalmente insuportaveis. Se alguem quer pregar
como deve, seu trabalho the exige mais do que qualquer outra
atividade debaixo do ceu. Se nos concentramos em nosso
trabalho e vocacao, mesmo entre poucas pes soas, hayed atrito
de alma e desgaste do coracao que afeta mesmo 0mais forte.
Estou falando como quem sabe, por experiencia, 0que e sentir-
-se totalmente esgotado no service do Mestre. Nao importa
quao bem-dispostos estejamos em espirito, a carne e debil; e
Aquele que defendeu carinhosamente a Seus servos ador-
mecidos no jardim, conhece a nossa constituicao e recorda que
somos po. Necessitamos que 0 Senhor nos diga de vez em
quando: "Vinde a parte ao lugar deserto, e repousai urn pouco".
Alern disso, somos propensos a abater-nos q ua nd o n os so
d eoer se torna em retina , devido a sua monotonia. Se nao
vigiarrnos, muito provavelmente diremos a nos mesmos:
"Na terca-feiraa
noite tenho de estar novamente aqui a fimde dar uma mensagem no culto de oracao; na quinta-feira
deverei pregar, mesmo que nao tenha assunto; no domingo
de manha e a noite, pregar de novo. Tambem, os compromissos
especiais; sempre pregar, pregar, pregar. Quao cansativo!"
Pregar deveria ser urn gozo, mas, sem duvida, pode trans-
formar-se em pesada tarefa. A pregacao continua deveria
produzir uma satisfacao constante, mas quando 0cerebro esta
fatigado a alegria desaparece. Perguntamos: como conservar
o entusiasmo? E dificil produzir tanto com tao pouco tempopara a leitura; e quase tao embaracoso quanto fabricar tijolos
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sem palha. Nada pode manter a nossa disposicao sem a
uncao do Espirito Santo.
Nao admira, pois, que alguns irmaos estejam abatidos po r
falta d e a ss oc ia ca o c om o utra s p es so as d e c ora aio a rd en te e e sp irito
congenere. Irmaos, nao podemos viver isolados; por certo,
uma das nossas provas mais penosas e a terri vel solidao em
nossos services mais elevados. Quao agradavel encontrar urn
espirito gemeo com quem manter cornunhao! 0 pior e que,
se poucos nos concedem novas forcas com sua conversacao,
muitos nos cercam com as suas tagarelices, e quando deseia-
mos elevar-nos com temas mais sublimes, somos arrastados atriste murmuracao de uma aldeia. Nao e de estranhar que em
tal ambiente, percamos as forcas enos sintamos abatidos.
Sem duvida, nada disto serve de escusa para cair num
estado de desanimo e e possiuel que verdadeiram ente nossa
decadencia mental sej a 0 r esul tado da nossa pobre suuacao esp ir itua l.
Talvez ten ham os deixado 0nosso primeiro amor, nos afastado
da simplicidade da nossa fe, apostatado no coracao e
entristecido 0 Espirito Santo, de modo que Deus caminha
numa direcao contraria a nos, porque estamos andando de
modo errado. Talvez a chuva nao vern por nao haver oracao,
e os ventos celestiais deixaram de soprar por termos sido
muito indolentes no estender as velas. Acaso nao tern havido
incredulidade que impede a bencao? Habitualmente falamos
de incredulidade como se fora uma aflicao da qual devemos
compadecer-nos, em vez de urn crime que devemos condenar.
Ao fazermos mentiroso Aquele que nos revelou os scgredos
do Seu coracao, e Se tern agastado em abencoar-nos de modo
tao extraordinario, tern que produzir dor no coracao do Pai.
Talvez sentimos menos amor a Jesus do que outrora, menos
zelo na realizacao da Sua obra, e menos angustia pelas almas
dos demais; se isso ocorre, nao admira que desfrutemos menos
da presenca de Deus, e logo nos sintamos abatidos. Se a raiznao e forte, como podem florescer os ramos?
Porventura a negligencia teria se unido a incredulidade?
Temos atendido a carne em seus desejos? Perdemos a in-
timidade com Jesus, a qual noutro tempo desfrutavamos?
Diminuimos 0 fervor com que iniciamos? Nesse caso, 0
egoismo anulara a forca e destruira a capacidade , do service.
Fato terrivel e que as vezes estes abatim entos term inam em
catastrofe. Apos a apostasia secreta vern urn pecado que e
divulgado publicamente, e muitos damam: "Que vergonha!"
Entretanto, 0 mais triste nao e este pecado, e sim 0 estado
geral do coracao daquele homem. N ada se torna mau de
repente. Por certo 0 raio matou a sua vitima; mas a descarga
nao haveria caido sem que houvesse uma previa conjugacao
de elementos que provocassem a tormenta. Quando ouvimos
falar de urn homem que arruinou 0 carater num ato de
loucura surpreendente, podemos conduir, em regra geral,
que sua maldade nao foi senao 0 jorro de enxofre procedente
de urn terreno minado de fogo vulcanico; ou, mudando de
figura, urn leao rugidor que saiu de uma cova cheia de
feras. Se desejam damar, dia e noite, de joelhos, que nao
lhes aconteca nenhum desastre moral, previnam-se contra
o pecado que conduz a ele; on de nao existe a causa, nao
aparece 0 efeito. 0 Senhor nos preservara se constantemente
damamos a Ele que limpe 0 nosso caminho.
Existe urn mal debaixo do sol que e tao terrfvel quanto
uma catastrofe publica - na realidade, e pior para a igreja, num
sentido mais amplo - e e quando 0ministerio e ca rcom ido pelas
larvas espirituais.
Urn anciao hindu me descreveu como os moveis podem
ser devorados pelos cupins. Estes insetos en tram na casa e
devoram tudo, mas aparentemente nada foi tocado. As
estantes e demais objetos permanecem exatamente onde
estavam; a simples vista, tudo esta igual; porem quando se
toea nos moveis, eles se despedacam, pois os cupins oscomeram por dentro. De igual modo, alguns homens seguem
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Um Novo Camero
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o ministerio, contudo a alma dos mesmos ja nao existe.
Tern nome de que estao vivos, mas estao mortos. Pode haver
algo pior? Quase seria melhor que houvesse uma explosao e
tudo acabasse, do que ver homens preservando a forma de
religiao depois que a piedade vital desapareceu, espalhando
a morte ao red or, mas tentando manter 0 que se chama uma
posicao respeitavel. Deus nos guarde tanto de uma coisacomo de outra.
ou 0 arminianismo". E 0 que ocorria com aquele propagan-
dista que, num mercado, exibia urn quadro da batalha de
Waterloo, 0 qual, quando interrogado: "Qual e Wellington, e
qual Napoleao?", respondia: "0 que voces quiserem, amigos;
paguem e escolham". Esses mestres liberais estao dispostos
a ministrar qualquer ensino conforme a demanda.
Quando 0 coracao se acha deform ado e a vida espiritualdecai, os hom ens logo adotam erros doutrinarios, nao tanto
porque a mente nao funciona bern, mas porque 0 intimo esta
em mas condicoes. Os desvios da fe sucedem pouco a pouco.
Iniciam dizendo 0minimo a respeito da graca, Administram
doses homeopaticas do evangelho; e maravilhoso que urn
pequeno globule do evangelho salve uma alma, e e grande
misericordia que assim seia, pois do contrario poucos se
salvariam. Mas essas migalhas do evangelho e 0pregador que
as da, nos recordam 0 famoso cao do Nilo, do qual os antigos
diziam que temia tanto os crocodilos que ele bebia no rio
com muita press a e se afastava imediatamente. Estes prega-
dores tern tanto medo dos crocodilos criticos que enquanto
apressadamente tocam na agua da vida do evangelho fogem
em seguida. Suas duvidas sao mais fortes do que suas crencas.
E 0 pior e que, nao so nos dao muito pouco evangelho, mas
acrescentam muito que nao e evangelho. Nisto sao semelhantes
aos mosquitos, dos quais afirmo que nao me importa que me
roubem urn pouco de sangue, mas os combato por causa do
veneno que me introduzem. E coisa prejudicial que alguem
me prive do evangelho, porern que me sature com doutrinas
venenosas, e intoleravel.
Quando os homens perdem todo 0 amor ao evangelho,
tratam de compensar a perda de sua atracao mediante
invencoes proprias de certo brilho. Imitam a vida com 0fulgor
artificial da cultura. E tristemente Iamentavel que qualquer
ideia que alguem propague atualmente logo encontre pessoas
para apoia-la. Se urn erudito escreve algum disparate, logo
Quando os homens chegam a este estado, costumam adotar
algum procedimento para oculta-Io. A consciencia sugere
que algo vai mal, e 0 coracao enganoso atua para encobrir
ou disfarcar a realidade. Alguns 0 fazem d is tr ai ndo -s e com
p as sa te mp os em v ez d e p re ga r 0 evangelho. Nao podem fazer a
obra do Senhor; entao passam a ocupar-se de obra pessoal.
Nao possuem a suficiente honradez para confessar que
perderam 0 poder evangelico, de modo que ado tam urn
passatempo; e esse mal nao parece tao grave quando eles se
contentam com coisas secundarias, as quais nao possuem
outro defeito senao 0de afastar-se do essencial.
o pior e quando urn homem decai de tal modo no seu
coracao e espirito que ndo lhe restam pr inc ip ios , e nao ere mais
em coisa alguma. Nao e fanatico; promete nao ofender a
ninguem. Mantern certos pontos de vista, mas 0 principal e
assegurar urn pastorado e 0 que mais 0 atrai e 0 salario.
Orgulha-se de possuir urn coracao largo e uma receptividade
do espirito. Sua alma esta sendo carcomidal Essa e a realidade
que procura encobrir com esses enganos. Tais pessoas recor-
dam 0 anuncio de certa escola na Franca, cuio paragrafo final
era: "Ensina-se aos alunos a religiao que os pais escolherem".
E algo abominavel quando os ministros chegam a ensinar
qualquer doutrina que os lideres determinarern; ao iniciar 0
ministerio num novo campo, 0 pastor interroga: "Peco que
me informem se a igreja prefere urn calvinismo avancado
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Um Novo Comeco
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tera aceitacao; nao ha opiniao, por absurda que seja, que nao
sera crida em determinados setores, sobretudo se tern 0apoio
dos chamados cientistas. Pessoalmente, observo 0 esforco dos
novelistas em teologia e tenho procurado extrair 0 que for
possive1 dos seus livros, mas fico surpreendido pelos resulta-
dos, notavelmente infimos, das suas teorias. Muitos jovens
ministros se mostram riescios por abandonar a pesca
apostolica e unir-se a esse desperdicio de esforcos mentais. Que
fizeram esses profissionais da duvida, desde que 0 mundo
iniciou? Que farao> Que podem fazer? Apenas introduzir-se
nas igrejas para semear 0 joio nos pulpitos outrora ocupados
por ortodoxos.
Deus nos impeca que jamais tratemos de encobrir a
decadencia do coracao com inventos de nosso amor-proprio.
Espero que quando 0 nosso ministerio cornecar a perder 0
poder, sejamos levados a cair de joelhos ante 0 nosso Deus a
fim de que Ele nos avive novamente pelo Seu born Espirito.
"Posso ver 0 bendito lugar do meu descanso, e a seguir
voltarei a ele". Este e 0 born conselho aos que estao
conscientes de haver perdido 0 consolo ao abandonar 0
antigo born caminho.
Estou certo de que nao podemos perrnitir-nos estar num
estado de decadencia porque nunca e s ti vemos demasiadament e
vivos. Nossos defeitos e limitacoes, mesmo no melhor dos
casos, sao mais que suficientes para ensinar-nos 0 que seria-
mos se fossemos piores. Posso imaginar alguns hom ens
perdendo parte da sua bravura e ainda permanecendo
valentes; mas se uma pequena porcao da minha bravura
se evaporasse eu seria urn verdadeiro covarde; se perdesse
alguma medida de fe, seria urn lamentavel incredulo, pois
nao me sobraria nada dela.
Irmaos, acaso ja alcancamos nossa devida posicao quando
comparada C01' fl rto~ so~p rime ir oi de al d ogue e sp en iv amos s er ?
Lernbrem-se do objetivo tao e1evado que haviam proposto
ao ingressar no ministerio? Fizeram bern em escolher uma
meta e1evada, pois, se miram a lua dispararao mais alto do
que 0 fariam se atirassem numa sarca. Agiram bern em ado tar
urn ideal eleva do, mas nao farao bern se nao 0 atingirem.
Entretanto, quem consegue alcancar seu proprio ideal? Nao
lhes vern desejos de esconder 0 rosto quando se comparam
com 0 Senhor? Salvou aos outros, e por isso nao pode salvar-
-Se a Si mesmo; nos, porem, somos ze1osos em guardar-nos
a nos mesmos e sempre agimos como se 0 instinto de
conservacao fosse a lei suprema da natureza. Ele sofreu
grande contradicao dos pecadores contra Si mesmo, enquanto
nos nos sentimos provocados se alguem nos contraria no
minimo. Ele amou as Suas ove1has e as acompanhou quando
se extraviaram; mas nos temos diminuta compaixao mesmo
para com os que se reunem no nosso aprisco. Estamos
muitissimo abaixo da verdadeira gloria do Bern-Amado,
e nem sequer alcancamos 0 pobre ideal que dEle temos,
Talvez tenha falado muito extensamente a respeito da
primeira parte do meu tema; proponho-me agora considerar
a n ec es si dad e da g ra ca r enovadora. Se algum de nos desceu das
alturas, e hora de voltarmos a elas. Se caimos do primeiro
amor, e sumamente necessario que renovemos 0 ardor da
juventude. Se retrocedernos, mesmo em pequena medida,
convern que pecamos ajuda para recuperar 0perdido.
E necessario para n Q J § 2 _ P L t 5 P _ r ! : Q _ g Q ? o . Qualquer irrnao cujo
coracao esfriou, cuja fe esta se debilitando e em cujo espirito
mantem diividas, torna-se infeliz. So experimentamos 0
gozo verdadeiro quando andamos com Deus. Afastados de
Cristo, os "chamados para ser santos" sao condenados a des-
dita. Se em qualquer medida se afastaram dEle e se os cerca
a neblina ou sentem frieza, apressem-se a voltar ao brilho
do Sol. Em Cristo podem repousar cheios de gozo; nEleencontrarao toda a bencao e consolo. Digam as suas almas:
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Nunca ern Suas oracoes particulares, nem ern publico na
Sua vida, ou ern Seu ministerio ou ens inos, nos aproximamos
tanto dEle como deviamos; e sem duvida 0 nao alcancar 0
alvo de assemelhar-nos a Ele nos deveria envergonhar e
fazer-nos chocar. Assim, pois, nao devemos permitir-nos a
decadencia.
Por certo, ainda que nao nos comparemos corn 0 nossoMestre, senao somente corn alguns dos nossos irrnaos ministros
(pois alguns deles realizam notavel obra para Cristo)
chegaremos a mesma conclusao, Diversos companheiros tern
resistido gran des desalentos, servin do fielmente ao Senhor;
outros tern conquistado almas para Cristo e cada uma lhes
tern custado enorme abnegacao. Poderia sen tar-me corn deleite
aos pes desses irrnaos dedicados e, contemplando-os, render
gracas a Deus por eles. Encontram-se entre homens de capa-
cidade inferior, de escasso poder, de aptidoes insignificantes;
no en tanto, como tern trabalhado, e de que modo tern orado,
a ponto de serem tao abencoados por Deus! E possivel que
alguns, possuindo dez vezes sua capacidade e oportunidade,
nao realizam algo semelhante ao que eles tern empreendido.
Nao choraremos por causa disso? Podemos permitir-nos
a decadencia?
Amados irrnaos, nao podemos permitir-nos permanecer
num estado inferior ao otimo; do contrario, nossa ta~~B! : ", rzqq,
s e ra b em f ei ta . Houve tempo ern que pregavamos corn todas
as forcas. Ao iniciarmos 0 rninisterio, que pregacao, no que
se refere ao zelo e a vida! Nossa propria humilhacao deve
aumentar ao percebermos que no passado eramos mais reais
e mais intensos do que 0 somos agora. Pode alguem afirmar
que no presente pregamos melhor porquanto ha mais
pensamentos ou mais exatidao nas mensagens ou que usamos
mais eloquencia que ern tempos anteriores; todavia, onde
estao as Iagrimas do inicio do nosso ministerio? Onde estao coracao quebrantado de nossos primeiros sermoes? Onde
estao a paixao, a negacao propria que constantemente sentiamos
quando derramavamos a propria vida ern cada sflaba
pronunciada? As vezes vamos ao pulp ito resolvidos a fazer
como dantes, a semelhanca de Sansao ao ten tar as mesmas
proezas de outrora, ignorando que 0 Senhor se apartara dele,
o que 0 fizera tornar-se tao debil como qualquer outro
homem. Irmaos, que ocorreria se 0 Senhor se apartasse de
nos? Ai de nos e do nosso ministerio!
Nada po de fazer-se sem a atuacao do Espirito Santo, nem
ao menos intentar-se algo de born. Admiro-me de que muitos
evitam pregar 0evangelho ao mesmo tempo que declaram estar
pregando-o. Usam urn texto que deveria entrar na conscien-
cia, mas conseguem falar de tal modo que nem despertam aos
negligentes nem afligem aos que confiam ern si mesmos.
Jogam corn a espada do Espirito como se fossem malabaristas
de circo, ern vez de lancar a espada de dois fios aos coracoes
dos homens, a semelhanca dos soldados quando en t ram ern
combate. 0 imperador Galiano, contemplando urn horn ern
que arremetia varias vezes contra urn touro sem alcanca-lo
enquanto 0povo 0vaiava, chamou-o a parte e, colocando urn
laurel sobre a cabeca, disse: " E urn merito especial que tenha
conseguido errar urn alvo tao grande tantas vezes." Que
premio daremos aos pregadores que nunca alcancam os
coracoes, jamais condenam os pecados dos homens, nuncaconseguem que 0 fariseu abandone a propria justica, nunca
influenciem ao culpado a ponto de se lancar aos pes de Jesus
como pecador perdido? Talvez urn dia possam aspirar a ser
coroado de vergonha por tal crime. Entretanto, cinjam suas
frontes corn a sombra da noite. Sejamos como os canhotos de
Benjamim, que "sabiam lancar pedras corn grande precisao".
Isso nao podemos alcancar a menos que a vida abundante
de Deus perrnaneca ern nos.
Cada urn deve cuidar-se como homem, por causa de simesmo e da sua casa; mas, como ministro, precis a de muito
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maior zelo devi do aosque e st ii o sobos s eus cu idados. Certo capitao,
nos mares do SuI, tomava, segundo alguem observou, uma
rota mais larga porem mais segura para entrar no porto.
Quando alguern comentou que ele era demasiadamente
cuidadoso, respondeu: "Levo tantas pessoas a bordo que nao
posso permitir-me correr risco algum". Quantas almas a
bordo dos nossos barcos! Quantos seres de valor incalculavel,
imortais, entregues ao nosso cuidado! Desde que sobre 0
nosso ministerio pesam coisas eternas - a vida e a morte, 0
ceu e 0 inferno - que dasse de pessoas devemos ser? Quao
cuidadosamente devemos ser em referencia a nossa saude
espiritual! Como deveriamos estar sempre em nosso melhor
nivel! Se eu fosse urn cirurgiao e tivesse que operar urn
paciente, jamais tomaria 0 bisturi ou tocaria em seu corpo
quando me sentisse irritado ou timido; nao quisera encon-
trar-me noutra condicao senao a mais tranquila, serena e
segura, quando a menor diferenca poderia significar atingir
urn ponto vital e por termo a uma vida preciosa. Que
Deus ajude a todos os medicos de almas a estarem sempre
em sua melhor forma.
Creio que a m archa da causa de D eus no m undo depe_ nde de
q ue n os a ch emos em e xc ele nte s c on dic oe s. Assim como em dias
passados 0 Senhor levantou homens notaveis para enfrentar
a batalha em prol do avanco da Sua causa, fazendo queSua luz brilhasse por toda a parte, creio que temos de
estar em sucessao direta como defensores da forma mais
pura da verda de evangelica. Foi-nos ordenado transmitir as
geracoes. vindouras 0evangelho eterno que nossos veneraveis
patriarcas nos transmitiram. Ha urn futuro para qualquer
igreja que conserva fielmente as ordenancas de Deus e se
mantenha resoluta em ser obediente a Cabeca do pacto, em
todas as coisas. Nao temos prestigio, nem riqueza nem 0
Estado que nos apoie, porem possufrnos algo melhor do quetudo isso.
Quando se perguntou a urn espartano acerca dos limites
do seu pais, esse replicou: "Os limites de Esparta estao
marcados pelas pontas "das nossas lancas." Algo identico
ocorre em referencia a extensao das nossas igrejas; mas
nossas armas nao sao carnais. Aonde quer que vamos, prega-
mos a Cristo crucificado, e Sua Palavra de solene proclamacao:
"0 que ere e for batizado, sera salvo." Disseram ao espartano:
"Nao tern mural has em Esparta". "Nao", replicou, "as
muralhas de Esparta sao os peitos dos seus filhos." Nao temos
defesas especiais para nossas igrejas, nem leis que nos
amparem, nem credos vigentes; mas temos os coracoes
regenerados, os espiritos consagrados dos hom ens que
resolveram viver e morrer a service do Rei Jesus, e que agora
tern sido suficientes, nas maos do Espirito, para preservar-
-nos de atrozes heresias. Nao vejo como comecou tudo isso,
pois a batalha da verdade iniciou ha muito tempo; e nao
vejo 0 fim, exceto a volta do Senhor e a vitoria eterna. Se sao
dignos da sua vocacao, irrnaos, serao independentes e valo-
rosos e nao se apoiarao demasiadamente em ajuda alheia.
Esparta nao poderia ser defendida por uma raca de covardes
armados com lancas sem pontas; de igual modo, mocos tirnidos
jamais podem empreender algo para Deus. E preciso que
adotem 0 heroismo se desejam enfrentar as exigencias do
presente. Que Deus faca com que os fracos entre voces sejamcomo Davi, e a casa de Davi como 0anjo de [eova (Zac. 12:8).
Antes de conduir, tenho de fazer uma proposicao: que e st a
seja a hora da renooaciio para cada um de nos. Que cada urn
husque urn avivamento pessoal atraves do Espirito divino.
Veremos a oportunidade se consideramos nossapropria naciio .
Busquemos uma situacao em que haja respeito pela justica e
pcla verdade, e nao para orgulho, ambicoes e vantagens. Que
1l~10sejarnos influenciados por ideias falsas a respeito dosgcnuinos interesses, mas pelos grandes principios da justica,
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do direito e da humanidade. Fiquemos ao lado dos que
defendem a retidao, 0 amor e a paz.
Rendamos gracas a Deus porque as escolas estao
instruindo 0povo. Ainda que a educacao nao salve as pes soas,
pode tornar-se urn meio para esse fim; po is quando todos os
nossos patrfcios saibam ler a Biblia, podemos esperar que
sem duvida Deus abencoara Sua propria Palavra. E preciso
que homens piedosos possam oferecer-Ihes bons livros,
alimentando assim seus novos apetites com alimento sadio.
Toda a luz e boa, e nos que acima de tudo amamos a luz da
revelacao, estamos ao lado de toda especie de luz verdadeira.
Deus esta levantando 0 povo, e creio que chegou a hora
de aproveitarmos 0 progresso; e ja que nosso negocio e
anunciarmos a Jesus Cristo, quanta mais nos dediquemos
it tarefa, melhor, porquanto a verdadeira religiao e a forca de
uma nacao, eo fundamento de todo governo justo.
Tudo que seja honesto, verdadeiro, arnavel, humano e
moral deve con tar com a nossa ajuda. Somos a favor da
temperanca e portanto nos aliamos ao comb ate de qualquer
vicio que arrufna nosso povo; combatemos a cruel dade con-
tra os animais. Somos decididos defensores da paz e lutamos
fervorosamente contra a guerra, crendo que 0 cristianismo
significa "basta de espadas, de canhoes e de derramamento
de sangue". Estejamos sempre ao lado da iustica.
Por certo estarao de acordo em que nossa santa comunhao
nesta hora feliz deve ajudar a todos nos a subir para urn nivel
mais elevado. Contemplar a muitos dos nossos irmaos anima
e estimula. Ao recordar a santi dade de alguns, a profundeza
da sua piedade, sua perseveranca, me sinto consolado na
crenca de que se 0 Senhor tern fortalecido a outros, Ele
reserva igualmente uma bencao para nos. Que esta "Festa
dos Tabernaculos" seja 0 momenta da renovacao de nossos
votos de consagracao ao Senhor nosso Deus.Iniciemos com 0 arrepen~i ! ! !en tqp() !Jo~ososnq~§(}s erros
defeitos, Que cada urn 0 faca por si. Recordem como 0 antigo
gigante lutou contra Hercules e 0 heroi nao podia vence-Io,
porque toda vez que caia tocava na mae-terra, e recebia novas
forcas, Caiamos tambern sobre os nossos joelhos, a fim de
podermos levan tar cheios de vigor. Volvamos it nossa
primeira fe simples, e recuperemos as forcas perdidas. Como
o enfermo que clamava: "Levem-me aos meus ares nativos, e
logo me recuperarei", e salutar para a alma voltar aos dias da
sua fe primitiva; isso a ajudara a renovar a sua juventude;
parece simploria, mas e a unica maneira.
Prosseguindo, r enovemos no ss a c ons ag rp fI jp . Pensem no
servo israelita, cujo tempo havia terrninado, mas preferia
permanecer no service porque amava ao Senhor. Amamos ao
Senhor e it Sua causa; portanto dediquemo-nos cada vez it
tarefa. Gostariamos que pregassemos o s m e smo s sermoe«; quero
dizer com a mesma forca, 0 mesmo entusiasmo com que
iniciamos a carreira, anunciando aos pecadores quao adora-
vel Salvador haviamos encontrado. 0 povo dizia: "Este jovem
nao sabe muito, mas ama a Jesus Cristo, e nao fala de outra
coisa". Eu gostaria de pregar de novo como no princfpio, e
ainda muito melhor; cria intensamente em todas as palavras
que pronunciava, sem perguntas e duvidas que agora nos
atacam, e sao sempre perdas lamentaveis para qualquer urn.
Voltem it pratica a nte rio r d a le itu ra d a B J bliq , Este livro,quando exam ina do, desperta muitas recordacoes em mim;
suas paginas resplandecem com uma luz que nao posso
descrever, pois estao incrustadas de estrelas que nas minhas
horas sombrias se tomam a luz da minha alma. Nao lia este
volume sagrado para achar urn texto, mas para ouvir a voz do
Senhor falando-me ao coracao; en tao nao era como Marta,
preocupada com os afazeres, mas como Lazaro, sentado com
Jesus it mesa.
Que Deus nos conceda tam bern urn avivamento dosp rim eiro s o bjetivo s d a n ossa c arreira esp iritu al. Entao nao
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pensavamos em agradar a homens, pois nosso objetivo era
tao somente agradar a Deus e ganhar almas. Eramos sufici-
entemente energicos para nao cui dar de outra coisa senao do
cumprimento da nossa missao. E assim agora? Agora sabemos
pregar, nao e certo? Cremos que somos eficientes em nossa
arte, Seria melhor que nao nos sentissemos tao bern preparados.
Creio que e melhor subir ao pulpito em fraqueza, mas emoracao, do que ir na forca que confia em si mesmo. Quando
gemo: "Que nescio sou!" abaixo do pulp ito, apos 0 serrnao,
envergonhado de minha pobre tentativa, estou certo de que
e melhor para mim do que quando me sinto satisfeito com
o que fiz. Que senso da responsabilidade tinhamos em
nossos primeiros cultos! Conservamos aquela solen ida de
de espirlto? Oravarnos enrao acerca da escolhs dos hinos e
da maneira de ler as Escrituras; nada faztamos descuidada-
mente pois nos agonizavamos em grande ansiedade. Sempre
lia a Bfblia cuidadosamente em casa, e procurava entende-
-la antes de le-la perante a congregacao, e assim formei urn
habito que jamais abandonei. Alguns dizem: "Passei 0 dia
todo fora de casa, e tenho de pregar a noite, mas posso faze-lo."
Sim, mas nao agradara a Deus que the oferecamos aquilo
que nao nos custa nada. Outros tern uma provisao de sermoes,
e pouco antes de subir ao pulp ito examinam seus preciosos
manuscritos, escolhem urn que parece conveniente, e sem outra
preparacao, 0 leem como mensagem de Deus ao povo. Que
o Senhor nos livre de urn estado de animo em que nos
atrevamos a por sobre a mesa da proposicao 0 primeiro
pao que nos venha a mao. Nao, sirvamos ao Senhor com
crescente cuidado e reverencia.
Seria born que muitos volvessem 4 s s ua s p rimei ra s o ra co es
, g _ ' l } J g i j i q s . . e a tudo 0mais que convem,
Seri a poss iv e l f az e- lo? Sim, irrnaos, e possivel. Podem ter
toda a vida que tiveram antes, e mais ainda pela bencao doEspirito Santo. Cada urn pode ser tao intense como jamais
tenha sido. J a vi cavalos velhos que vao ao pasto e voltam
fortes e vigorosos. Conheco urn lugar onde 0 corcel esgotado
pode ir alimentar-se e voltar para ser atrelado ao carro do
evangelho com forcas restauradas. Senhor, renova Tuas
misericordias antigas, e, como Fenix, nos levantaremos das
nossas cinzas!
Talvez lhes custe muito para serem restaurados de novo.Bunyan relata que quando 0 peregrino perdeu 0 diploma,
teve de procura-Io, de modo a voltar tres vezes ao mesmo
trecho do caminho, e 0 sol se pos antes de alcancar 0 abrigo.
Mas, custe 0 que custar, e preciso que nos humilhemos
diante de Deus. Talvez tenhamos de renunciar aquela
esplendida teo ria, desse amor a popularidade, a retorica ou
amblfaO, mas uma vez roralmenre subrnissos, Deus nos re-
compensara com muito mais do que a luta pode custar-nos.
Lamento dizer que 0 material de que sou feito exige
que 0 Senhor tenha de castigar-me frequenternente e com
energia. Sou como uma pena de ave que nao escreve a
menos que seja afiada constantemente, e por isso sinto
muitas vezes na minha carne essa disciplina; todavia, nao
lamentarei minhas dores e minhas cruzes, contanto que 0
Senhor me use para escrever nos coracoes dos homens. Esta
e a causa de aflicoes de muitos ministros; sao necessarias
para nossa obra. Em alguns ha uma medida tao pequena
de graca, que necessitam muitas enfermidades e aflicoes
para fazer com que seus dons sejam utilizaveis. Contudo, se
recebemos a graca suficiente para produzir frutos sem sermos
podados continuamente, tanto melhor.
Doravante, irmaos, que sub amos a urn ponto mais
clevado, 0 Senhor tern razao de espera-lo, quando recorda-
1110S0 que Ele fez por nos. Apos vitorias alcancadas, ninguern
deve pensar em render-se. Em vista do que tern os recebido
pcla misericordia do Senhor, jamais devemos arrear a ban-dcira ou dar as costas no dia da batalha. Quando temiam que
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1
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Sir Francis Drake fosse naufragar no Tamisa, ele disse: "Como!
Ja atravessei 0 mundo, e agora iria afogar-me num canal?
Nunca". De igual modo afirmo: ja ternos enfrentado aguas
tempestuosas; vamos afundar num tanque de aldeia?
Estamos agora em melhor forma para lutar, po is os golpes
anteriores nos tornaram rijos.
Muitos de voces tern passado provas, tribulacoes eaflicoes, e depois de permanecer tanto tempo nas fileiras,
haverao de ceder, fugindo como covardes? Deus nao permita
tal coisa! Ao contrario, que Ele lhes conceda 0 prazer, nao
so de ganhar almas para Cristo, mas de ver outros alcanca-
dos por sua instrumentalidade prepararem-se para lutar
por Jesus melhor do que voces conseguiram fazer. Recordo
urn exemplo da historia antiga. Diagoras de Rodes ganhou
em seus bons tempos notaveis laureis nos jogos olimpicos.
Tinha dois filhos, os quais educou para a mesma profissao.
Chegou 0 dia em que as suas proprias forcas diminuiram e
nao podia mais lutar pessoalmente, mas acompanhava os
filhos nas lutas e se alegrava ao presenciar as vitorias deles.
Oxala, irrnaos, tenham filhos espirituais que alcancem
gran des vitorias para 0 Senhor, e que possam viver para
testemunhar desses triunfos; en tao poderao dizer como
Simeao: ''Agora, Senhor, despedes 0 teu servo em paz".
No nome do Senhor ergamos novamente os estandartes.
Nosso lema e veneer, Nosso ideal e participar da vitoria do
evangelho do Senhor Jesus Cristo. Tanto podemos atacar
como resistir aos ataques que nos sao lancados. Pela graca
divina, nos sao concedidos energia e paciencia; podemos
agir e podemos esperar. Que a vida de Deus em no s produza
suas forcas mais poderosas, enos faca resistentes ate ao
maximo das possibilidades human as, e entao alcancaremos
a vitoria e daremos toda a gloria dela ao nosso Capitao
onipotente. Amados, que 0Senhor seja com voces!
3
LUZ, FOGO, FE, VIDA, AMOR
Faz anos, urn juiz excentrico e bern idoso, chamado
Foster, saiu para fazer uma viagem durante urn verao sufo-
cante; num dos dias mais torridos daquela estacao se dirigiu
ao grande jurado de Worcester nestes termos: "Cavalheiros
do juri: faz muito calor e estou muito velho; conhecem
muito bern seus deveres; vao e cumpram-nos". A acao e melhor
do que os discursos. Se eu lhes falasse durante uma hora,
dificilmente poderia dizer algo mais pratico do que isso:
"Conhecem seus deveres; vao e cumpram-nos". ''A Inglaterra
espera que cada urn cumpra 0 seu dever", foi a ordem pro-
clamada por Nelson em Trafalgar; preciso relernbrar-lhes
que 0 Senhor espera que cada urn dos Seus servos ocupe
seu posto ate que 0 Mestre volte, e portanto que seja urn
servo fiel? Vao, irrnaos, e cumpram a elevada missao que
Ele lhes confiou, e que 0 Espirito de Deus opere em voces
a boa vontade do seu Senhor!
Os que servem a Deus em verdade recebem 0 privilegio
de experimentar cada vez mais intensamente que "a vida e
real, a vida e fervorosa" se realmente e a vida em Cristo. Nas
horas de gran des dores, fraquezas e depress6es, ocorre-me 0
pensamento que, se me recuperasse novamente, seria mais
intenso do que nunca; se eu tivesse 0 privilegio de subir os
degraus do pulp ito de novo, tomaria a resolucao de abando-
nar toda figura de retorica em meus serm6es, nao pregar
senao a verdade atual e urgente e transmiti-la a congregacao
com todas as minhas forcas, vivendo intensamente e gastando
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Luz, Fogo,Fe, Vida, Amor
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toda a energia de que seria capaz 0 meu ser. Julgo que tam-
bern 0 sentiram quando lhes acometeu a prostracao, Ou
disseram: "Terminou 0 tempo de brincar; e preciso por maos
a obra. Basta de desfiles; agora chegou a guerra. Urge que nao
percamos urn so instante, mas que possamos remir 0 tempo
porque os dias sao maus." Quando observamos a agressiva
atividade dos agentes satanicos, e quantas coisas realizam,deveriamos ficar envergonhados de nos mesmos por fazer
tao pouco para 0 nosso Reden tor, e esse pouco e as vezes
tao mal feito que exige 0 dobro de tempo para corrigir 0 que
fora realizado. Irrnaos, deixemos de lamentar e busquemos
progredir, avancar,
Afirmou notavel filosofo alernao que a vida e apenas urn
sonho. Parece-me que alguns que estao Dr' ministerio devem
ser discipulos des s a filosofia, pois estao sonolentos e seu
espirito e sonhador. Vivem para Cristo de modo tao displicentecomo nunca 0 faria uma pessoa que ambiciona ganhar
dinheiro ou alguern que pretende obter urn diploma na
universidade. Ouvi a respeito de urn certo ministro: "Se eu
agisse em meus negocios como ele no seu ministerio, iria afalencia em tres meses". E lamentavel que haja homens que
se denominam ministros de Cristo, aos quais nunca lhes
ocorre que estao obrigados a demonstrar a maxima operosi-
dade e zelo. Parecem esquecer que lidam com almas que
podem perder-se ou ser salvas para sempre, almas que custa-
ram 0 preco do sangue precioso do Salvador. Nao parecem
ter entendido a natureza da sua vocacao, nem haver captado
a ideia de embaixador de Cristo.
Ha ministros que demonstram 0maximo de vivacidade
quando praticam algum esporte, tomam parte numa excursao
ou tratam de seus proprios negocios, Muitos dorruern em
referencia as realidades e estao despertos para as coisas
efemeras, Considerem 0que Deus tera de dizer aos servos que
fazem bern os seus afazeres particulares e fazem mal os dEle.
Que sera do homem que empregou grande energia em suas
atividades ou distracoes, mas foi descui dado em seu cultivo
espiritual, ativo em seu oficio, e displicente no service de
Deus? Aquele dia 0 declarara! Despertemo-nos, para que
a nos sa fidelidade seja a maior possivel, lutando para
ganhar almas de tal modo como se tudo dependesse de nos,
embora, em fe, repousemos no glorioso fato de que tudodepende do Deus eterno.
Que estejamos despertos e ativos na busca dos perdidos;
fervorosos no espirito como pastores e evangelistas cuja
comida e bebida seja executar a vontade do Senhor. Mas
importa que almejemos crescer mais, realizar melhor. Quem
entre nos nao poderia alcancar maior exito se tivesse mais
disposicao para obte-lo? Quando Nelson servia as ordens do
almirante Hotham, e certo numero de barcos inimigos foram
capturados, disse 0 comandante: " E preciso que estejamoscontentes; alcancamos grande exito". Mas Nelson, que nao
tinha a mesma opiniao, replicou: "Se tivessernos capturado
dez naves e permitido que a decima primeira escapasse,
sendo possivel captura-la, nao consideraria exito". Mesmo
que tenhamos trazido muitos a Cristo, nao devemos atrever
a jactar-nos, pois nos humilha 0 pensamento de que muito
mais poderia ter sido feito, caso fossemos instrumentos mais
aptos para ser usados por Deus.
Alguem pode pensar: "Fiz tudo que podia". Talvez haja
realizado suficiente quanti dade de reunioes ou determinado
mirnero de serm6es, porem poderia ter feito num melhor
espirito as cultos e os serm6es. Alguns ministros poderiam
realizar muito mais se nao se projetassem tanto. A qualquer
irrnao que diga: "Nao sei como pregar mais do evangelho,
pais 0 anuncio constantemente", replicaria: "Nao necessita
pregar maior numero de vezes; poe mais evangelho em seus
serm6es." 0 Senhor, nas bodas de Cana, ordenou: "Enchei
cssas vasilhas d'agua"; imitemos os servos, dos quais lemos:
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Luz, Fogo, Fe, Vida, Amor
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"E as encheram ate em cima". Que nossas mensagens
estejam repletas - sas, condensadas e cheias de gra<;:a.Deem
a congregacao muito 0 que pensar, muita doutrina biblica,
solida, e facam-no cada vez melhor, cada dia, cada ano, para
que Deus seja mais glorificado e os pecadores aprendam
mais claramente 0 caminho da salvacao,
Para 0 seu aperfeicoamento no ministerio, encomendo--lhes cinco elementos que devem estar de modo crescente em
voces. Nao precisam limitar a quanti dade de nenhum deles.
Sao cinco, de modo que podem contar nos dedos; seu valor e
inestimavel, por isso convem recolher e grava-los no coracao:
luz, fogo, fe , vida, amor.
alimento, e quem 0 possui deve alimenta-lo por meio de
leituras e pensamentos, do contrario se atrofiara. Como a
sanguessuga, ele esta sempre clamando: "Mais, mais" e nao
devemos deixa-lo morrer de fome. Se nao experimentam
esse tipo de fome entao e porque nao possuem grande
capacidade mentaL
Procurem ter em alto grau a luz suprema. Acima de todasas coisas, devem ser estudantes da Palavra de Deus, pois este
e urn dos aspectos mais importantes da sua vocacao. Se nao
estudamos as Escrituras e os livros que nos ajudam a entender
a teologia, estamos gastando 0 tempo em outras investigacoes.
Seria nescio 0 individuo que esta se preparando para ser
medico se passasse 0 tempo estudando astronomia. Podera
haver certa relacao entre as estrelas e os ossos humanos, mas
ninguern aprendera muito de cirurgia estudando as cons-
telacoes de Arcturo ou de Orion. Ha, por certo, uma Iigacao
entre todas as ciencias e a religiao, e aconselho a voces que se
esforcem para adquirir conhecimentos gerais, no entanto a
cultura universal sera rna substituta para 0 estudo especial e
devocional das Escrituras e das doutrinas contidas na revel a-
~ao de Deus. Temos de estudar os homens e 0 nosso proprio
coracao; deveriamos sen tar-nos como discipulos nas escolas
da experiencia e da providencia. Alguns progridem porque
o grande Mestre os disciplina severamente, com disciplina
santificada; mas outros nada aprendem por experiencia, vao
indo de erro em erro, e nada aprendem das suas dificuldades
exceto na arte de criar outras. Sugiro a todos a oracao dum
famoso puritano, que, durante urn debate, conforme outros
observaram, estava absorto escrevendo. Os amigos pensavam
que ele tomava notas durante 0 discurso do oponente; mas
quando viram 0 papel, so encontraram estas palavras: "Mais
luz, Senhor! Mais luz, Senhor!" Oxala tenhamos mais luz do
grande Pai das luzes!
Que esta luz nao seja somente a do conhecimento, mas
I. Recomendo-Ihes fervorosamente a aquisicao e
distribuicao de luz.
Para esse fim precisamos obter a luz (Prov. 4:7). Adqui-
ram luz, mesmo do tipo mais comum, pois toda luz e boa. A
instrucao em co is as comuns e valiosa e aconselho aos que
desperdicarn 0 seu tempo, a que se dediquem a essa tarefa.
No Seminario aprendemos a estudar com todas as nossas
faculdades. E (nil ao ministro iniciar a vida publica em lugar
pequeno, on de pode dispor de tempo e calma para ler
constantemente; sabio e 0homem que aproveita esta excelente
oportunidade. Nao so deviamos pensar no que podemos
fazer agora para 0 Senhor, mas no que conseguiremos realizar
se nos aperfeicoarrnos. Ninguern devia supor que sua educa-
~ao esta completa. Ha obreiros muito idosos que prosseguem
nos estudos com esforco e dedicacao inveiaveis. Se alguem diz:
"Estou perfeitamente equipado para meu trabalho, e nao
necessito de aprender mais; vim para ca apos trabalhar tres
anos no lugar on de exercia 0ministerio, e tenho boa provisao
de sermoes, de modo que nao preciso ler mais", eu the diria:
''Amigo, que 0 Senhor the de cerebro, pois voce fala como
urn deficiente neste aspecto". 0 cerebro precisa muito de
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Luz, Fogo, Fe, Vida, Amor
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procurem: tambem a luz do gozo e do bom humor. Ha poder
num ministerio feliz. Urn rosto lugubre, uma voz lastimosa,
maneiras Ianguidas, nao sao coisas que nos recomendam aos
ouvintes; especialmente atraem muito pouco aos jovens. Ha
mentes estranhas que acham a felicidade na suma tristeza,
porern nao sao numerosas. Nao creio que esse tipo de minis-
terio da amargura atraia born numero de almas. Os filhos
da luz preferem 0 gozo do Senhor, pois ja provaram que Ele
Se tornou a sua fortaleza.
Adquiram abundancia de luz, e qu and o a tiv eram obtido ,
espalhem-na. Nao aceitem 0 conceito que 0 mero fervor sem
conhecimento bastara, e que as pessoas hao de ser salvas
simples mente por nosso zelo. Receio que somos mais eficientes
em calor que em luz; mas 0fogo que nao tern luz e de natureza
suspeita e nao vern de cima. Os pecadores sao salvos pela
verdade que penetra no entendimento, alcancando assim sua
consciencia, Como pode 0 evangelho salvar quando nao eentendido? 0 pregador talvez utilize saltos, gritos, golpes e
suplicas; porem 0 Senhor nao esta no vento nem no fogo; a
voz mans a e delicada da verda de e indispensavel para pene-
trar no entendimento e alcancar 0coracao. A congregacao deve
ser ensinada. Devemos "ir e doutrinar as nacoes", fazendo
discipulos entre elas; e nao conheco maneira alguma para
salvar os homens senao que os ensinemos e eles aprendam.
Alguns pregadores, embora sabendo muito, ensinam
pouco porque usam uma linguagem elevada. Lembremos
que nos dirigimos a pessoas que precis am ser orientadas
como criancas; mesmo adultos, a maior parte dos ouvintes
esta ainda na infancia no que concerne as coisas de Deus.
Para receberem a verdade, tern de ser apresentada de modo
simples, de maneira facil de assimilar e guardar na memoria.
Acaso nao tern ouvido serm6es que sao pecas de oratoria, e
nada mais? Contudo quando termina,0
discurso nao satisfeza mente, porque a retorica nao alegra a alma. E preciso que
nao facamos da oratoria 0nosso objetivo. Alguns sao eloqiien-
tes por natureza, e nao lhes e possivel ser de outro modo, como
os rouxinois nao podem evitar de cantar docemente; portanto,
nao os censuro, mas os admiro. Nao e dever do rouxinol
baixar a voz ao mesmo tom que 0 pardal. Que cante com
docura, se 0faz naturalmente. Deus merece a melhor oratoria,
a melhor logica, a melhor metafisica, 0 melhor de tudo;
entretanto, se alguma vez a retorica ernbaraca a instrucao do
povo, seja anatema. Que jamais alguma capacidade ou aptidao
educacional ou mesmo algum dom natural que possuamos
seja estorvo a compreensao do povo naquilo que transmi-
timos. Que Deus nao permita que a nossa erudicao ou estilo
obscureca a luz; pelo contrario, que sempre usemos a
linguagem singela de modo que 0 evangelho resplandeca
livremente em nosso ministerio.
Ha grande necessidade atual de transmitir luz porque ha
muitas t en ta ti va sJero zes d e_qJ!_q,g_q=IC lebscurece-la. Ha muitos
que espalham-as ·t~~v~~por toda a parte. Portanto, irmaos,
mantenham a luz arden do em suas igrejas e em seus pulpitos,
e ergam-na diante dos homens que amam as trevas porque
favorecem seus objetivos. Ensinem a congregacao toda a
verdade. Ha ladr6es de ovelhas que rondam a noite, e se
conseguem seduzir alguns do nosso povo e porque nao
conhecem os principios do cristianismo. Nossos ouvintes
tern uma ideia geral dessas coisas, mas nao 0 suficiente para
proteger-se dos enganadores. Estamos rodeados, nao apenas
dos ceticos, mas de certos homens que devoram os fracos.
Nao deixem que os seus filhos sejam privados de urn santo
conhecimento, pois ha sedutores ao redor que tentam desviar
os incautos. Cornecam chamando-os de "queridos" e term inam
afastando-os daqueles que os conduziram a Cristo. Se tern de
perder algum dos seus ouvintes, que 0 seja a luz do dia e nao
por ignorancia deles. Tais seqiiestradores deslumbram os
olhos debeis com 0 brilho de nov ida des e transtornam as
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Luz, Fogo,Fe, Vida, Amor
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mentes fracas com descobertas maravilhosas ou doutrinas
surpreendentes, as quais tendem a divisao, a amargura e aexaltacao da propria seita. Esforcem-se por manter a luz da
verdade arden do, e os Iadroes nao se atreverao a saquearsuas casas.
Feliz a igreja de crentes em Jesus que sabem porque
creem nEle; pessoas que ereem na Biblia e conhecem 0 seuconteudo; creem nas doutrinas da graca e conhecem 0alcance
de tais verdades; sabem onde estao e 0 que sao, e portanto
vivem na luz e nao podem ser enganadas pelo principe das
trevas! Lutem, caros irmaos, para que haja muito ensino em
seu ministerio. Alimentem sempre 0 rebanho com conhe-
cimento e compreensao, e que a sua mensagem seja solida,
contendo alimento para 0 faminto, cura para 0 enfermo e luz
para os que estao nas trevas.
excessivamente frias, porem entre os dois estados. Alguns se
desculpam: "Bern, nao sou 0 mais quente de todos, mas
tambem nao sou 0 mais frio". Tenho suspeitas quanto a
temperatura desses, mas deixo 0 assunto ao discernimento de
cada urn, observando apenas que jamais vi urn fogo que fosse
moderadamente quente. Outros dizem que nao convem ser
extremado, e nisso 0 fogo e certamente culpavel, pois nao so
e intensamente quente como tambem, tern a tendencia de
consumir e destruir sem limites. Quando atinge uma area,
transforma tudo em cinzas e nao ha maneira de conte-Io.
Oxala Deus nos conceda graca para sermos extremados em
Seu service! Que sejamos cheios de urn zelo incontido
pela Sua gloria! Que 0 Senhor nos responda com fogo, e
que esse fogo se derrame primeiramente sobre os ministros
e depois sobre as congregacoes! Pecamos a verdadeira chama
de Pentecoste, e nao as chispas acesas pela paixao hum ana.
N ossa necessidade e a brasa aces a do altar, e nada pode,
substitui-Ia; mas e indispensavel que 0 tenhamos, pois do
contrario nosso ministerio sera em vao,
Irmaos, antes de tudo, temos que nos empenhar para
que a f ogo . a r l i a . § J 1 ' [ , 1 J . ( ! s s ' ! : . t p r 6 p r i a s , ! : 1 1 1 ' f ( l § ~ Poucos pregadores
sao absolutamente frios; temos que ser aquecidos ate ferver,
se desejamos atuar como convem. A vida sempre produz
determinada quanti dade de calor com a possibilidade de
aumentar; ja que possuimcs vida, possuimos tambem
probabilidade de aquecer-nos mais e mais.
Seria horrivel escutar urn sermao que desse a sensacao
de estar sentado sobre a neve ou abrigado numa casa de
gelo. Pode ser bern planejado e bern distribuido, mas a
falha e que con tern madeira, porem falta 0 fogo. E preferi-
vel urn serrnao em que haja menos talento ou ausencia
de profundidade de pensamento, 0 qual da a impressao
de ter saido de urn forno, e como metal derretido abrescu caminho arden do, pots provavelmente nao sera
II. Suplico-lhes que em seu ministerio recebam e usem
abundantemente o j ogo celestial. Sobre este particular, tenho
de falar com cautela, pois temos visto os danos causados pelo
fogo incontrolado, e os perigos do fogo estranho. Embora
lamentando os prejuizos dos excessos, nenhum dos supostos
males do fogo iguala aos da tibieza. Inclusive 0 fanatismo e
preferivel a iridiferenca, Eu me arriscaria aos perigos de urn
adepto de excitacao religiosa antes que ver 0 ar estacionando
por causa de urn formalismo morto. E muito melhor que as
congregacoes sejam demasiadamente ardentes que mornas.
"Oxala foras frio ou quente!", continuam sendo as palavras
de Cristo, aplicaveis tanto ao pregador como aos demais.
Quando urn homem esta muito frio nas coisas de Cristo,
sabemos onde se encontra, mas se outro e considerado dema-
siadamente entusiasta, percebemos em que esfera esta vivendo.
Imagino 0que ocorreria se urn anjo com urn termometro
visitasse nossas igrejas, porque me parece que encontraria
grande parte das mesmas nem totalmente quentes nem
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Lue, Fogo, Fe, Vida, Amor
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esquecido, porquanto nada detem 0 fogo.
A energia continua sen do essencial, seja 0 que for que
tenha mudado na oratoria desde os tempos antigos. Quando
interrogaram a Demostenes sobre 0 que e mais importante
na oratoria, sua resposta nao foi "acao", e sim "energia". Qual
a segunda coisa em importancia? -"energia". E a terceira
coisa? - "energia". Estou convicto tambern de que a energiae 0 elemento principal da pregacao, no aspecto humano.
Como os sacerdotes do altar, nada podemos fazer sem fogo.
Irmaos, falem porque creem no evangelho de Jesus; falem
porque sentem 0seu poder; falem sob a influencia da verdade
que estao apresentando; falem com 0Espirito Santo enviado
do ceu; eo resultado nao sera duvidoso.
Recordem-se cuidadosamente que no ss a c hama lu i de ser
a ce sa d o a lto . Nada mais desprezivel que urn mero fogo pin-
tado, ou seja, 0 fervor fingido. Que 0 fogo seja aceso pelo
Espirito Santo, e nao por paixao psicologica, desejo de obter
honras, 0elogio dos demais ou emocao de presenciar gran des
auditorios, Que 0 terrivel exemplo de Nadabe e Abiu afaste
para sempre 0 fogo estranho dos nossos incensorios. Ardam
por haver estado em solene cornunhao com Deus.
Lembrem-se tambern que oto go de qu e necessita mos nos
c on sum ir a s e 0 possu imos ve rdadei ramen te . "Cuidado"! Talv~~
sussurrem os amigos; mas quando este fogo arde nao fare-
mos caso de conselhos. Se nos consagramos totalmente aobra de Deus, nao podemos retroceder. Desejamos ser ofertas
queimadas e sacrificios completos para Deus, e nao ousamos
evitar 0 altar. "Se 0 grao de trigo caindo na terra nao morrer,
permanece; mas se morrer, produz muito fruto." So pode-
mos produzir vida em outros a custa do desgaste do nosso
proprio ser.
Muitos ministros, fervorosos ficam esgotados ate que 0
coracao e0
cerebro chegam ao limite de suas forcas. Todos oshomens eminentemente uteis experimentam sua debilidade
no maximo grau. Quando Deus nos visita com poder para
salvar almas, e como se uma chama devoradora baixasse do
ceu e viesse morar em nosso seio. Herodes foi destruido por
vermes, amaldicoado por Deus; mas ser consumido por
Deus para Seu proprio service e ser abencoado ate 0maximo.
Podemos escolher entre as duas coisas, ser consumidos por
nossas proprias corrupcoes ou pelo zelo da casa de Deus. Nadade vacilar; a escolha de cada urn e ser do Senhor, inteiramente;
servos do Senhor, com ardor, paixao e veemencia, custe 0que
custar. Nossa unica esperanca de honra, gloria e imortalidade
esta no tamanho de nossa consagracao a Deus; como objetos
consagrados, e preciso que sejamos consumidos pelo fogo, ou
rechacados. Afastar-nos da obra da nossa vida a buscar distin-
<;;aonoutra parte, e loucura extrema; a seca nos ameacara, em
nada teremos exito, senao em buscar a gloria de Deus mediante
o ensino da Sua Palavra. "Formei este povo, declara Deus, paraproclamar 0meu louvor", e se nao 0fizermos, faremos menos
do que nada. Para is so fomos criados; e se nao 0 realizarmos,
viveremos em vao,
Como servo de Deus, 0 obreiro e honrado; mas se passa
a envolver-se noutros oficios ou busca seu proprio
engrandecimento, cessa de ser admiravel e passa a viver
insatisfeito, Estao destin ados unicamente a Deus; portanto,
rendam-se totalmente, consagrando-Lhe seu tempo, seus
bens, seu ser. Que 0 fogo da completa consagracao se levante
sobre voces, e assim resplandecerao como a prata derretida.
Nao nos submetamos jamais a vergonha e eterno desprezo
que serao 0destino dos que abandonam 0service do Redentor
pela escravidao do egoismo. Jesus exigiu dos discipulos:
"Negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me",
III. 0 elemento seguinte da nossa meditacao e ate.
Podemos dizer que e 0 primeiro e 0 ultimo assunto. "Sem
fe e impossivel agradar a Deus." Se agradamos a Deus, nao
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e por nosso talento, e sim por nossa fe ,
Atualmente necessitamos de muita fe na forma de
cren fa f ixa . Devemos saber mais do que antes; procuramos
desenvolver, mas nao como alguns, pois nao pertencemos a
escola liberal daqueles que creem pouco ou nada com
conviccao, porque desejam crer em tudo. Alguns nao tern
credo, ou se 0 possuem, 0 alteram tao frequentem ente quenao lhes serve para nada. Variadas sao as crencas e as
incredulidades de alguns, urn aglomerado de conceitos
filosoficos, teorias cientificas, residuos teologicos e invencoes
hereticas,
Quando tais "eruditos" se referem a nos, manifestam
grande desprezo e demons tram crer que somos esnipidos por
natureza. Pode ocorrer que alguem esteja se mirando num
espelho quando julga estar contemplando 0 vizinho pela
janela. Atrevo-me a dizer que nao devemos temer ante aperspectiva de medir forcas com os seguidores do "pensamento
moderno". Seja assim ou nao, a nos nos compete crer. Cre-
mos que quando 0 nosso Deus fez uma revelacao, sabia 0 que
queria e pensava, e Se expressou da maneira melhor e mais
sabia, em linguagem que pode ser entendida pelos que sao
sinceros e desejosos de aprender. Portanto cremos que nao
necessitamos de nova revelacao, e que a ideia que ha de
surgir outra luz e praticamente incredulidade segundo a luz
que ja recebemos, vis to que a luz da verdade e una. Embora
a Biblia tenha sido distorcida e posta a ridiculo por maos
sacrilegas, continua sendo a revelacao infalivel de Deus. 0
aspecto mais importante da nossa religiao e aceitar humilde-
mente 0 que Ele tern revelado. Talvez a forma mais elevada
possivel de adoracao e a submissao de todo 0 nosso ser
mental e espiritual ante 0 pensamento revelado de Deus, 0
entendimento prostrado, ante aquela sagrada presenca, cuja
gloria faz com que os anjos cub ram os rostos. Aqueles que
desejarem, adorem a ciencia, a razao ou seus proprios
raciocinios; contudo nosso deleite e prostrar-nos ante 0
Senhor Deus e dizer: "Este Deus e 0nosso Deus para sempre;
Ele sera nosso guia ate a morte".
Reunam-se em torno do antigo estandarte. Lutem ate amorte pelo evangelho imutavel, po is e a sua vida. Que a cruz
de Cristo esteja sempre em proeminencia, e que todas as
benditas verda des que a cercam sejam mantidas com todoo coracao,
Precisamos ter fe - nao so na forma de credo fixo - mas
tambern na form a de constante dependencia de D eus. Se me
perguntasse qual a mais agradavel disposicao de animo
dentro de toda a gam a dos sentimentos humanos, nao falaria
do poder da oracao, ou da abundancia de revelacao, ou de
gozos arrebatados ou vitoria sobre os espiritos maus;
mencionaria como 0 mais estranho deleite do meu ser, 0
estado em que se experimenta uma consciente dependenciade Deus. Frequentemcnte esta exper ien cia tern vindo
acompanhada de enormes dores fisicas e profundas humi-
lhacoes do espirito, mas e inexplicavelmente agradavel cair
passivamente nas maos do amor e morrer absorvido na vida
de Cristo. E urn de1eite chegar a compreensao de que voce
nao sabe, mas seu Pai celestial sabe; voce nao pode falar,
porern "temos urn advogado"; quase nao pode levantar a
mao, mas Ele opera todas as coisas em voce. A absoluta sub-
missao das nossas almas ao Senhor, 0 pleno contentamento
do coracao ante a vontade e os caminhos de Deus, a segura
confianca do espirito quanta a presenca e ao poder do
Senhor; isto e 0 mais proximo ao ceu que pode ocorrer
conosco. E melhor que 0 extase, pois qualquer urn pode
permanecer nessa experiencia sem esforco ou reacao.
'; 4h , n iio s er n ad a, n ad a;
a pena s pe rmanec e r a os S eus pe s. "
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Nao e uma sensacao tao sublime como voar em asas de
aguia; quanto a docura no entanto ela e profunda, misteriosa,
indescritivel e insuperavel, E uma bern-aventuranca na qual
se po de pensar, urn gozo que nunca parece ser roubado; pois
nao resta duvida de que urn pobre e fragil filho de Deus tern
direito indiscutivel a depender do Pai, direito a nao ser nada
na presenca dAquele que 0 sustem, Gratifica-me pregar nesseestado de animo, como se nao fora pregar, mas esperar que 0
Espirito Santo fale por mim. Presidir dessa maneira as
reunioes de oracao e da igreia, e toda a especie de atividades,
reduridara em sabedoria e gozo para nos. Geralmente
cometemos nossos maiores erros nos assuntos mais faceis,
achando tudo tao simples que nao pedimos a Deus que nos
guie e julgando que nossa propria capacidade sera suficienre.
Todavia, as graves dificuldades, essas no s levamos a Deus.
Bondosamente Ele da aos jovens prudencia e aos simples
conhecimento e discricao por meio delas. A dependencia de
Deus e a fonte inesgotavel da eficacia. Aquele verdadeiro santo
de Deus, Jorge Muller, me surpreende sempre, por ser uma
pessoa que depende tao simples e puerilmente de Deus; mas,
lamentavelmente, a maio ria de nos se julga demasiadamente
grande para que Deus nos use. Sabemos pregar tao bern que
fazemos urn serrnao de qualquer coisa ... e fracassamos.
Cui dado, irrnaos, pois se julgamos que podemos fazer algo
por no s mesmos, tudo que obteremos de Deus sera a
oportunidade de prova-lo, Deste modo, Ele nos examinara, e
nos perrnitira ver nossa .incapacidade. Certo alquimista, que
servia ao papa Leao X, declarou que havia descoberto como
transformar os metais vis em ouro. Esperava receber grande
soma de dinheiro por seu invento, mas Leao nao era tao
bobo; deu-Ihe tao somente uma enorme bolsa para que
guardasse 0 aura que fizesse. Nesta resposta havia tanto
sabedoria como sarcasmo. Isto e precisamente 0que Deus faz
com os orgulhosos; perrnite-lhes ter a oportunidade de fazer
o que se jactavam de poder fazer. [amais soube de alguma
moeda de aura que tenha chegado a cair na bolsa de Leao;
estou certo de que voces jamais serao espiritualmente ricos
pelo que podem fazer com as proprius forcas. Despojem-se
das suas proprias vestimentas, e entao Deus podera compra-
zer-Se em revestir-lhes de honra, mas nunca antes.
E essencial que demonstremos fe em forma de confiancaem Deus. Seria grande calamidade que alguern afirmasse de
v"~~~~7Tem urn excelente carater moral e dons notaveis, mas
nao confia em Deus". Necessidade importante e a fe. 0
apostolo recomenda: "Toman do sobretudo 0 escudo da fe",
Pena e que alguns vao a luta deixando 0escudo em casa. Terri-
vel e pensar num sermao que tivesse todas as qualidades que
urn sermao precisa possuir e, no entanto, constatar que 0
pregador nao confiasse no Espirito Santo para abencoa-lo de
modo a converter almas. Tal mensagem seria va. Nenhum
serrnao sera 0 que deveria ser se the faltar a fe; equivale a
dizer que urn corpo esta sadio quando a vida ja se extinguiu.
E admiravel ver alguem humildemente consciente da sua
propria fraqueza e ao mesmo tempo bastante confiante no
poder divino para atuar por meio das suas limitacoes. Se
intentamos fazer grandes coisas, nao nos excederemos na
tentativa; esperando notaveis feitos, nao cairemos desenga-
nados em nossas esperancas. Alguem interrogou a Nelson
se nao eram perigosos determinados movimentos de seus
navios, e a resposta foi: "Pode ser perigoso, mas em assuntos
navais nada ha impossivel ou improvavel". Atrevo-me a
asseverar que, no service de Deus, nada e impossivel e nada
e improvavel. Empreendam gran des coisas em nome de
Deus; arrisquem tudo, confiados em Sua promessa, e conforme
a sua fe lhes sera feito.
A norma comum em muitas igrejas e a de uma grande
prudencia, Em geral, nao intentamos nada acima das nossas
Iorcas. Calculamos os meios, medimos as possibilidades
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com exatidao economica. Logo concedemos ampla margem
para os imprevistos, e uma porcentagem ainda maior para
nosso comodismo, de modo que realizamos muito pouco
devido nao term os 0proposito de fazer muito. Oxala tivessemos
mais coragem, mais animo, mais "garra". Intentemos grandes
coisas, porque os que confiam no Senhor vencem acima de
todas as esperancas, Este e 0 tipo de fe da qual necessitamoscada vez mais; confiar em Deus de tal maneira, que em Seu
nome ponhamos a mao no arado. E ocioso passar 0 tempo
fazendo pIanos e modificando-os, sem nada fazer; 0 melhor
plano para executar a obra de Deus e realiza-la. Irmaos, se nao
creem em mais ninguem, confiem em Deus sem reservas.
Creiam plenamente. Crer na Palavra de Deus e 0mais razoa-
vel que temos a fazer; e seguir 0 caminho mais simples que
devemos tomar; e a norma menos perigosa que podemos
adotar, inclusive quanto ao cuidado de nos mesmos, pois Jesus
dec1ara: "Qualquer que quiser salvar a sua vida, perde-la-a;
mas 0 que perder sua vida por minha causa, a achara".
Exponhamo-nos a tudo, confiados na fidelidade absoluta de
Deus, e jamais seremos envergonhados ou confundidos.
Voces precisam ter fe em Deus na forma de ,_~ ,~fJ(J &i'lj.a , " ~
Aguardando muitos frutos, pregadores reservam urn lugar
onde pessoas possam ocupar-se com os novos convertidos.
Porventura iniciaremos a semeadura, sem providenciar urn
celeiro? Cristo nos ensina que devemos esperar colher
peixes em nossas redes, e aiuntar frutos em nossos campos.
"Abre bern a tua boca e ta encherei", orden a 0 Senhor. Orern
e preguem de tal maneira que, se nao houver convers6es,
ficarao atonitos, surpreendidos e quebrantados. Busquem a
salvacao dos seus ouvintes com tanta intensidade como 0
anjo que tocara a ultima trombeta buscara 0 desperta-
mento dos mortos. Creiam na sua propria doutrina! Confiem
no seu onipotente Salvador! Contem com 0poder do Espirito
Santo que habita em voces! Dessa maneira verao cumprido
o desejo dos seus coracoes, e Deus sera glorificado.
IV . Passo a falar-Ihes do quarto elemento, a saber, a vida.
o pregador deve ter vida; e indispensavel que tenha v id a e 11l
si mesmo. Voce esta bern vivo, irrnao? Como ministro, esta
completamente vivo? Se existe no corpo humano urn osso
que nao esta vivo, logo se transforma em foco de enferrnidade;urn dente estragado pode causar mais dana do que se imagina.
Nurn sistema vivo, uma porcao morta esta fora de lugar, e mais
cedo ou mais tarde, provocara dores intensas.
Alguns irrnaos nunca parecem estar inteirarnente vivos.
Suas cabecas vivem, sao inteligentes e estudiosos; mas e uma
lastim a que seus coracoes estejam inativos, frios, insensiveis.
Muitos nao percebem novas oportunidades, pois dao a
impressao de que a morte selou os seus olhos; suas Iinguas
estao apenas meio despert as porque vacilam e tropecarn,produzindo em torno deles urn ambiente de sono. Disseram-
-me que se certos pregadores dessem urn golpe ou agitassem
urn lenco de vez em quando, ou ao menos realizassem algo
diferente do habitual, seria urn alivio para a congregacao.
Espero que nenhum de voces se torne mecanico e monotone;
desejo que sejam plenamente vivos dos pes it cabeca, vivos de
cerebro e de coracao, de lingua e de maos, de olhos e de ouvidos.
o Deus vivo deve ser servido por homens vivos.
Esforcem-se para s er vi vo s em tod os o s s eu s d ev er es . Bradford,
o martir, costumava dizer: "Nunca me afasto de nenhum lugar
do service do Senhor ate que me sinta inteiramente vivo e
perceba que 0 Senhor esta ali comigo". Pratiquem esta regra
conscientemente. Ao confessar 0 pecado, prossigam con-
fessando ate que lhes pareca que suas lagrimas estao lavando
os pes do Salvador. Ao buscar 0perdao, continuem buscando
ate que 0Espirito Santo de testemunho da sua paz com Deus.
Ao preparar urn sermao esperem no Senhor ate que tenham
comunhao com Cristo, ate que 0Espirito Santo os faca sentir
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o poder da verdade que tern de apresentar. "Filho do
homem, come este rolo." Antes de tentar transmitir a Palavra
aos outros, que ela penetre em voces. Acaso nao ha demasiada
oracao morta, pregacao morta e atividade religiosa morta,
por todo lado? Atraves de observacoes e tristes experiencias,
tenho chegado a conclusao que 0 comodismo de nada serve
na obra do Senhor.Irmaos, cada urn de nos ha de possuir uma oida. mais
abundante) e esta precis a manifestar-se em todos os deveres
do nosso cargo; a vida espiritual fervorosa se revela na oracao,
no cantico, na pregacao, e ate no aperto de mao e na boa
palavra apos 0 culto. Nao posso suportar longas reuni6es
cujo objetivo e apenas discutir assuntos de ordem, emendas e
regimentos, onde se gastam horas do precioso tempo em
disputas acaloradas, como se 0 destino do mundo inteiro e
do ceu estrelado dependesse de tais debates. E sublime coisa
estar continuamente renovando a juventude, sem cair jamais
na rotina, mas tracando novos caminhos. Alegra-me ver a
vivacidade do jovem associada a gravidade do pai; porem,
acima de tudo mais, me regozijo ao contemplar urn homem
piedoso que conserva 0 entusiasmo, 0 gozo e 0 fervor do seu
primeiro amor. E crime permitir que nosso fogo arda com
tao diminuta chama quando a experiencia nos oferece cada
vez mais abundancia de cornbustivel.
Transbordem vida em todo 0momenta e q ue e ss a v id a s eja
v ista e m sua c on oe rs ac iio c om um . E urn surpreendente estad~
de coisas aquele que faz com que aspessoas boas digam: "Nosso
ministro desfaz no vestibule 0 que realiza no pulpito ;
prega muito bern, mas sua vida nao coincide com os seus
serm6es". 0 Senhor Jesus ensinou que f6ssemos perfeitos
como 0 Pai celeste. Todo cristae deve ser santo; no s temos,
porem uma obrigacao sete vezes maior de se-Io: como
poderemos esperar a bencao divina se nao for assim? Que
Deus nos ajude a viver de tal maneira que possamos ser
exemplos dignos do nosso rebanho!
N esse caso, a nossa vida flu ira para outros. 0 homem que
Deus usa para 0 despertamento e aquele que e pessoalmente
despertado. Que nos e a nossa comunidade sejam como as
fontes ornamentais que temos visto viajando peloestrangei-
ro: a agua salta como repuxo e cai numa concha; quando a
concha esta cheia a cristalina corrente transborda em meiode cintilacoes e cai noutra concha, e 0 processo e repetido
muitas vezes de modo que 0 resultado encanta a vista. Que
em nosso ministerio, irrnaos, as aguas vivas se derramem
sobre nos ate que milhares recebam bencaos e as cornu-
niquem a outros. Isto e 0 que 0 Senhor deseja: "0 que ere
em mim, como diz a Escritura, rios de agua viva correrao do
seu ventre". Que Deus nos encha ate transbordar. Isso e
essencial; precisamos ter vida. Se ha irmaos sonolentos ou
que executam 0 service de modo mecanico e rotineiro, que
despertem. Nossa obra requer que sirvamos ao Senhor com
todo 0 nosso coracao, com toda a nossa mente, com todas
as nossas forcas. Nao e lugar de fazer as coisas parcialmente.
Que os mortos vao e sepultem seus mortos, mas 0 trabalho
entre homens vivos exige vida, vida intensa e vigorosa. Urn
cadaver entre as hostes angelicas nao estaria mais fora de
lugar do que urn homem sem vida no ministerio evangelico.
Deus nao e Deus de mortos, e sim de vivos!
V . A ultima, mas certamente nao a menos importante,
entre todas as coisas de que tenho de falar, e 0amor. Sem duvida,
temos de desenvolver em amor. Para alguns pregadores e
algo dificil saturar e perfumar seus serm6es com amor; suas
naturezas sao duras, frias, asperas, egoistas. Nenhum de nos
e tudo 0 que deveria ser, porern alguns sao pauperrirnos
quanto ao amor. Nao possuem "amor natural" pelas almas
dos homens, como diz Paulo. A todos, mas especial mente
aos mais "dificeis", gostaria de dizer: sejam duplamente
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Luz, Fogo, Fe, Vida, Amor
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fervorosos em amor santificado, pois sem isso nao serao
mais do que "metal que ressoa ou cimbalo que retine". 0
amor e poder. 0 Espirito Santo na maior parte das vezes
atua por meio dos nossos afetos. A fe pode muito, mas
amem aos homens para conduzi-los a Cristo, porque 0 amor
e 0 instrumento que a fe usa para alcancar seus desejos em
nome do Senhor do amor.Amem seu trabalho. Nunca pregarao bern a menos que
estejam enamorados disso; jamais prosperarao em qualquer
cargo especial, a menos que amem a congregacao, e quase diria
ao povoado e ao templo. Gostaria que estivessem convenci-
dos de que a sua aldeia fosse a perola da comarca. Sua
capela, com toda a sua simplicidade, deve encantar voces. Seu
local tern capacidade somente para trezentos e vinte pessoas;
porern no seu entender e 0 maior numero que urn homem
so pode pastorear com esperanca de exito; pelo menos repre-
senta uma responsabilidade suficiente para voce. Quando
o amor de uma mae a leva a crer que os seus filhos sao os
melhores da localidade, a faz cuidar melhor da sua limpeza
e das suas roupas; se os julgasse feios e maus, descuidaria
deles; estou convencido de que ate que amemos de coracao
nosso trabalho e nossa gente, nao faremos algo importante. E
uma regra sobre a qual nao conheco excecao: para prosperar
em qualquer atividade e indispensavel que se sinta entusias-
mo por ela.
Devem tambem sentir um intenso amor pelas almas dos
homens, se desejam influencia-Ios para 0 bern. Nada ha que
possa compensar a ausencia disso. Ganhar almas ha de ser
a sua paixao, tern que senti-Io como coisa inata; e preciso
que seja seu alimento, a unica coisa pela qual considerem a
vida como digna de ser vivida. Urge que vamos a busca das
almas do modo como 0 cacador persegue a caca porque
essa atividade se apoderou dele e 0 impulsiona.
Acima de tudo mais, e necessario que sintamos , u 1 n : _
intenso amor a Deus. Urn poder especial nos reveste quando
ardemos de amor a Deus. 0 que falta a maio ria dos homens
eo amor. A graca santificada do amor deve ser mais pregada
entre nos e mais experimentada por nos. Oxala vivessemos
em term os de grande intimidade com 0 Bern-Amado, e
sentissemos sempre 0 Seu amor em nosso intimo! 0 amor
de Deus ajudara ao ministro a perseverar em seu servicequando de outro modo 0 abandonaria. "0 amor de Cristo
nos con strange", disse alguern cujo coracao pertencia
inteiramente ao Senhor.
Se estamos cheios de am or pela nossa obra, amor as
almas, e amor a Deus, suportaremos alegremente a abnega-
cao, que de outro modo se tom aria insuportavel, Sentimo-nos
orgulhosos de que haja tantos homens que devido pregarem
o evangelho, estao dispostos a renunciar profiss6es bern
remuneradas e a suportar privacoes, Nao obstante as prova-
coes, permanecem fieis a Cristo. Toda a honra a esses martires
que aceitam rigorosos sofrimentos por Cristo e Sua Igreja!
Ouvi dizer que 0 diabo, em certa ocasiao, aproximou-se de
urn cristae e the disse: "Tu te chamas urn servo de Deus, mas,
que fazes mais do que eu? Orgulhas-te de jejuar, mas tambem
eu 0 faco, pois nem como nem bebo; nao cometes adulterio;
tao pouco eu". E prosseguiu, mencionando uma longa lista
de pecados dos quais e incapaz, pelo qual podia declarar
estar isento deles. Mas 0 crente por fim the respondeu: "Faco
uma coisa que nunca fizeste: eu me nego a mim mesmo". Nisso
se revela 0 cristae; nega-se a si mesmo por Cristo. Crendo em
Jesus, "considera todas as coisas como perda pela excelencia
do conhecimento de Cristo Jesus, seu Senhor". Irrnaos, nao
deixem 0pastorado porque 0 salario e pequeno. Sua humilde
congregacao ha de ser atendida por alguem. Nao desesperem
quando os tempos se tomam dificeis; dias melhores virao;
entretanto, seu Pai celestial sabe das suas necessidades.
Ouvimos de homens que permaneceram em cidades
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UMMINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Luz, Fogo,Fe, Vida, Amor
Irmaos, consagrem-se novamente a Deus. Tragam novas
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assoladas por epidemias, porque podiam ser uteis aos enfer-
mos. Sejam tao fieis a Deus como outros que tern demonstrado
persistencia em sua filantropia. Se de alguma maneira podem
suportar a presente aflicao, fiquem ao lado do seu povo. Deus
lhes ajudara e recompensara, se confiarem nEle. Que 0Senhor
confirme a sua firmeza e lhes console na tribulacao.
Avante, irmaos; prossigam pregando 0mesmo evangelho;mas preguem-no com mais fe, proclamem-no cada dia melhor.
Nao retrocedam; seu posto esta a frente. Preparem-se para
esferas mais amplas, os que servem em lugares pequenos;
porem nao descuidem dos seus deveres por buscar melhor
posicao. Estejam preparados para a oportunidade quando
surgir, tendo a certeza de que 0 cargo vira aquele que e apto
para ele. Nao somos de tao pouco valor que tenhamos de
oferecer-nos em todos os mercados; as igrejas estao sempre
em busca de obreiros eficientes; ha enorme demanda dehomens capazes e uteis.
Nao podem colocar a lampada sob 0 alqueire, nem e
possivel manter alguem realmente habil numa posicao
insignificante. 0 cargo quase nao tern importancia; a aptidao
para a obra, a graca, a capacidade, 0 fervor, 0 animo afavel,
cedo levam 0individuo a ocupar seu devido, lugar. Deus guiara
o Seu servo a posicao certa, se possui a fe para confiar
inteiramente nEle. Faco esta declaracao no final da mensa-
gem porque nao ignoro 0 desalento que se apossa de muitos.
Nao temam trabalhar duramente por Cristo; terrivel sera
o momenta de dar contas para aqueles que pass am comoda-
mente 0ministerio; mas esta reservada uma grande recompensa
aos que tudo suportam por amor aos escolhidos. Nao
lamentarao a pobreza quando Cristo voltar e convocar os
Seus servos. Sera algo gratificante 0 morrer dia a dia no seu
posto, sem afastar-se impelido por ambicoes, correndo de urn
lugar para outro em busca de vantagens, mas persistindo
no local que 0 Senhor determinou.
ligaduras e amarrem uma vez mais 0 sacrificio ao altar. Ainda
que lutem para escapar do cutelo ou temam 0 calor do fogo,
amarrem-no com cordas no angulo do altar, pois ate a morte
e apos a morte somos do Senhor. Que nosso lema constante
seja rendicao completa de todas as coisas a Deus. E que Ele
aceite 0sacrificio vivo, pelo amor de Jesus Cristo, nosso Senhor!Amem.
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4
FORTALEZA NA FRAQUEZA
Diletos irrnaos, devido ter passado por uma crise de
saude ffsica, extrai meu tema para esta ocasiao das palavras
de Paulo, em 2 Cor. 12: 10 - "Quando sou fraco, entao sou
forte." Nao quero dizer nada novo sobre 0assunto, nem pode-
rei afirmar algo conclusivo a seu respeito. 0 lado debil da
experiencia sera exposto diante de voces; 0 que possa fazer e
orar para que 0 lado forte nao fique oculto. Meus proprios
sentimentos me oferecern urn comentario sobre0
texto, eessa e toda a exposicao que me proponho fazer. Nosso texto
nao esta tao-somente inscrito na Biblia, mas nas vidas dos
santos. Embora nao sejamos apostolos e jamais possamos
alegar possuir a inspiracao de Paulo, e verdade que neste
aspecto particular estamos tao instruidos quanta ele, pois
ternos aprendido por experiencia que "quando sou fraco,
entao sou forte." Esta frase se transformou num proverbio
cristae; e urn paradoxo que ja nao deixa perplexo a nenhum
filho de Deus; e , ao mesmo tempo, uma advertencia e urnconsolo que exorta aos fortes a considerar a fraqueza do
poder, e apresenta ante os fracos 0poder da fraqueza.
Fique entendido, desde 0 inicio, que NOSSO TEXTO
NAo E CERTO EM TODOS OS SENTIDOS EM QUE
PODERIA SER LIDO. Alguns irrnaos sao fracos enfati-
camente e sempre; mas nunca descobri que foram fortes,
cxcetono sentido de serem teimosos e obstinados. Se a teimo-
sia e poder, sao campe6es; e sea presuncao e forca, saogigantes;
79
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Fortaleza na Eraqucza
todavia nao sao fortes em nenhum outro aspecto. Ate mesmo 0 Senhor se de tern a perguntar: "Que fazes
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Mu ito s s ao f ra co s, m a s ndo fortes. Ao nos referirmos a eles,
temos de alterar 0 texto: "Quando sao fracos, sao a fraqueza
mesma". Ha urn tipo de fraqueza que convem temermos, a
qual pode introduzir-se insensivelmente entre nos; no
entanto nao vern acompanhada de poder, nem de honra, nem
de virtude; e urn mal, somente urn mal, e0
e continuamente.E seguida de incapacidade para 0 service nas coisas santas, e
de falta de eficacia; e a menos que a graca divina impeca a
calami dade, nascera dela 0 fracas so do carater e a derrota na
vida. Que nunca cheguemos a conhecer a fraqueza de Sansao
apos ter revelado 0 seu segredo e perdido 0 vigor! Ele nao
podia dizer: "quando sou fraco, entao sou forte", pois ao
ouvir: "Sansao, os filisteus vern sobre ti", ja nao conseguiu
feri-los; nao tinha mais forca para proteger-se nem guardar
os seus olhos e alcancar a propria liberdade. Cego, trabalhapenosamente no moinho; 0 heroi de Israel se transformara
em escravo dos incircuncisos. Sem duvida, assim foi, e algo
semelhante pode ocorrer conosco. "Exulta, faia, porque 0
cedro caiu!" Irmaos, e preciso que lutemos contra toda a
fraqueza que leve ao pecado, caso que alguma Dalila seja
tam bern nossa destruicao, Os longos cabelos de Sansao
denotavam sua consagracao, e se algum a vez chegam os a ser
fracos por falta de consagraciio, esta fraqueza sera fatal para
o verdadeiro service. Se 0 que tinha "nada em si e tudo emDeus" descer ate desejar "algo do eu e algo de Deus", sua
condicao e deploravel, Depois de haver vivido para ganhar
almas, se agora vive para juntar prata e ouro, seu dinheiro
perecera com ele; se 0 que foi famoso por sua devocao ao
Senhor se tomar senhor de si mesmo, sera infame; pois estou
convicto de que, embora nao facamos nada de mal aos olhos
dos homens, e grande mal decair de servir a Deus de todo 0
coracao, Isso e 0que faz rir aos demonios e aos anjos admirar-
-se: urn homem de Deus vivendo como urn homem do mundo!
aqui, Elias?" Os santos e os zelosos se afligem quando
observam urn ministro de Cristo ministrado a sua propria
ambicao. So somos fortes a proporcao que nossa consagra-
cao seja perfeita. A menos que vivamos inteiramente para
Deus, nossa fortaleza sofrera grandes perdas, e nossa fraqueza
sera do tipo que degrada0
crente ate0
ponto de os impiosperguntarem com desprezo: "Voce tambern e fraco como
nos? Ficou semelhante a nos?"
Amigos, ha outro sentido em que jamais devemos nos
tomar fracos: em n ossa com un hiio com D eus. Davi descuidou
da sua cornunhao com Deus, e satanas 0 venceu por meio
de Bate-Seba; Pedro seguiu a Jesus de longe, e logo negou a
seu Senhor. A cornunhao com Deus e 0braco direito da nossa
forca, e, se se rompe, somos como agua. Sem Deus, nada
podemos fazer; enos arruinamos em proporcao ao nos sointento de viver sem Ele. Coisa lastimavel e que 0homem que
contemplou 0 rosto do Forte e se fez poderoso, pudesse
esquecer de onde vern sua grande potencia e assim ficar
enfermo e enfraquecido! 0 que interrompe suas visitas a sala
do banquete da cornunhao santificada estara desnutrido e tera
de exclamar: "Que fraquezal" 0 que nao anda com 0Amado
logo sera urn Mefibosete nos pes e urn Bartimeu nos olhos;
tirnido no coracao e trernulo nos joelhos. Se somos debeis
na comunhao com Deus, nos tomamos fracos em tudo.Ha outro tipo de fraqueza que jamais devemos cultivar,
a qual parece estar muito em moda atualmente: a f raqueza
da [e . Isso porque quando sou fraco na fe, nao sou forte no
Senhor. Quando alguem duvida de seu Deus, debilita-se,
Alguns julgam as pessoas cheias de incredulidade e
desconfianca como possuidoras de profunda experiencia,
porern a incredulidade nunca pode ser considerada como
condicao a erninencia em santi dade. A fe e a nos sa arma de
guerra; ai do guerreiro que a esquece! Portanto, procuremos
80 8]
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Fortaleza na Fraqueza
discernir entre fraqueza e fraqueza; a fraqueza que e sinal que a sarca seja consumida; e born ser consumido se 0
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de poder e a fraqueza na fe, pois essa e indicacao de de-
cadencia espiritual.
Oxala jamais sejamos fra co s n o amo ". e sim, a semelhanca
de Basilio, possamos nos tomar "colunas de fogo". 0 amor e
o maior poder que 0 coracao humano pode abrigar. Nao devo
comparar0
amor com outras virtudes, de modo a vir depre-ciar qualquer delas; mas de todas as forcas ativas 0 amor e a
mais potente, pois mesmo a fe opera pelo amor. A fe nao
vence os coracoes humanos para leva-los a Jesus ate que use
essa maravilhosa arma, e entao amorosamente os conduz a
Cristo. Quanto necessitamos de amor intenso, amor que seja
pura chama ardente e consumidor! Que tao sagrado fogo
arda no intimo de nosso ser! Que amemos a Deus intensa-
mente e a nossa congregacao por amor dEle! Irmaos, sejam
fortes nisso. Podem estar certos de que se deixarem de amara congregacao a qual pregam e a verdade que foram ordenados
proclamar, 0 estado da igreja sera como urn porta-bandeira
derrotado.
Desejamos - e com que anelo! - ser libertos de toda
fraqueza da vida espiritual. Desejamos deixar para tras a
fraqueza natural em nos, como recem-nascidos em Cristo,
para que possamos ser jovens fortes; ainda mais, necessi-
tamos ser homens maduros em Cristo Jesus, "fortalecidos
no Senhor e na forca do Seu poder". Se somos fracos nesteaspecto, em nada seremos fortes. Como ministros, deveriamos
cobicar toda a fortaleza espiritual que Deus esta disposto a
outorgar. Tomara que 0 Santo Espirito que habita em nos
nada encontre que 0 impeca ou diminua Suas influencias!
Oxala se manifestasse tanto a plenitude da deidade do
Espirito bendito em nossos corpos mortais a semelhanca
de como agiu na segunda Pessoa da Trindade no passado!
Quisera que nossa natureza, como a sarca de Horebe,
ardesse plenamente com a presenca de Deus. Nao importa
Espirito mora em nos e manifesta 0 Seu poder.
Como veern, ha sentidos em que contradizemos
diretamente ao texto, e com isso destruimos seu verdadeiro
significado. Se fosse certo que todos os que sao fracos sao
fortes, poderiamos achar diretamente urn ministerio vigo-
roso invadindo os hospitais, alistando urn exercito em nossosmanicornios e convocando a todos que tern deficiencia
mental. Nao, nao e dado aos timidos e aos incredulos, aos
nescios e aos frivolos, pretender que sua fraqueza mental,
moral e espiritual seja uma plataforma adequada para
a revelacao do poder divino.
Antes de entrar plenamente no meu assunto e preciso
haver uma segunda observacao: PODE-SE DAR AO
TEXTO OUTRA FORMA QUE E CLARAMENTE VER-DADEIRA. "Q ua nd o s ou fo rte , e ntiio s ou fr ac o." Isso e certo,
quase tao certo quanto a declaracao paulina: "Quando sou
fraco, entao sou forte"; admitimos que nao e certo em todos
os sentidos, mas tao correto que eu recomendaria sua aceita-
<;aocomo proverbio digno de ser citado com 0 texto mesmo.
Observem 0 principiante que inicia a pregar num salao
humilde ou numa missao rural, e vejam a ilimitada confi-
anca que ele sente em seu proprio poder. Ele reuniu algumas
ilustracoes e metaforas significativas e as apresenta como s~fora a S um a T eo lo gic a, a propria essencia da sabedoria. E
voluvel e energico, ainda que nao ha nada no que diz. Vejam
como da golpes com os pes e como cerra os punhos. Muitos
o consideram urn fenomeno, pois nao veem causa suficiente
para a confianca em si mesmo que ele exibe. Depois vern
para urn centro maior, e se apresenta na conviccao de que
urn homem notavel esta pisando 0 solo: os habitantes em
breve serao informados de que ha urn profeta entre eles. Logo
surgem cornentarios a seu respeito, mas ele nao e apreciado;
8283
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Fortaleza na Fraqueza
seus irmaos nao querem "alegrar-se por urn pouco com a sua bastante forte em si. Sua pregacao e como fogo pintado, que
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luz"; querem apaga-lo. la ouvi urn tal pregador que por
longo periodo falou sem dizer nada. Contudo, quao perfei-
tamente satisfeito restava consigo mesmo! Outros mais
capacitados estao chorando seus defeitos e limitacoes, en-
quanta esse pobre infeliz segloria de seus triunfos imaginaries.
Ele julga que suas capacidades sao transcendentais e vastosos seus conhecimentos. No entanto, pouco a pouco vai
perdendo seu presumido poder. Por outro lado, nos alegramos
ao encontrar 0 jovem timido que precis a ser animado, urn
espirito humilde a quem, no devido tempo, 0 Senhor exalta.
A medida que se dava conta de sua fraqueza, adquiria poder
e des cob ria que quando era forte em sua opiniao, era fraco
em muitos aspectos.
Eu imagino ver outro homem que se julga forte. Em
seu gabinete, Ie as publicacoes mais recentes, procurandoabsorver os pensamentos modernos. Esta em busca de urn
texto. Qualquer que seja, 0 entende perfeitamente. Ele pro-
cura interpreta-lo sem consultar 0 que disseram os homens
de Deus do passado, pois pertenceram a uma epoca de
ignorancia, ao passo que ele vive no "seculo das luzes", neste
mundo de maravilhas, regiao de sabedoria, flor e gloria de
todos os tempos. Quando 0 culto teo logo sai do gabinete e
como gigante cujas forcas se renovaram com vinho novo.
Nao recebeu 0orvalho do Espirito de Deus, nem 0necessita;
bebe de outras fontes. Fala com assombroso poder, sua die-
c;ao e soberba, seu pensamento e prodigioso. Contudo, e tao
debil quanta refinado, tao frio quanta presuncoso; santos e
pecadores ao mesmo tempo percebem sua fraqueza, e
paulatinamente os bancos vazios 0 confirmam. E exces-
sivamente poderoso para buscar ser fortalecido pelo Senhor,
e portanto demasiadamente fraco para trazer bencaos acongregacao. Ele busca outra esfera de service, e outra e
outra; mas em nenhum lugar e poderoso porquanto se julga
a ninguem aquece nem alarma.
Temos conhecido outros homens, nao tao "poderosos",
que reconheciam que nem sequer podiam entender a Palavra
de Deus sem a iluminacao divina, e que se dirigiam ao
grande Pai das Luzes em busca de cornpreensao. Timidos
e assustados, suplicavam ajuda a fim de transmitir ospensamentos de Deus, e nao os seus proprios; e Deus realmente
falava atraves deles e os tomava instrumentos poderosos.
Sentiam-se fracos, porque temiam que suas ideias obstruis-
sem 0 caminho dos pensamentos de Deus, receavam de que
sua mente obscurecesse a Palavra de Deus; entao foram feitos
verdadeiramente poderosos, e pessoas humildes os escutavam,
testificando que 0 Senhor falara por meio deles. Pecadores
iam ouvi-Ios, humilhando-se e por fim entregando-se a Cristo.
Na verdade, Deus atuava mediante aqueles homens.Conheci pregadores muito fracos, e, contudo, tern sido
usados pelo Senhor. Durante muitissimos anos, minha
propria pregacao me era extremamente dolorosa em face
dos tern ores que me assaltavam quando havia de subir ao
pulpito, Em muitas ocasi6es defrontar-me com a congregacao
tern sido algo esmagador. Mesmo a sensacao fisica que
produz essa emocao mental me causa sofrimento; mas esta
fraqueza se tomou in strut iva para mim. Ha muito tempo
escrevi ao meu veneravel avo, relatando muitas coisas que
me ocorriam antes de pregar: disturbios fisicos, tern ores
terrfveis, os quais constantemente me faziam adoecer. 0
anciao respondeu: "Ha setenta an os que prego, e ainda
experimento gran des temores. Fique contente de que seja
assim; po is quando desaparecer a ernocao, e porque 0 poder
ja foi embora". Quando prega-mos sem dar-Ihe importancia,
a congregacao do mesmo modo nao the da importancia, e
Deus nada faz por meio dessa pregacao. A sensacao aterra-
dora de fraqueza nao deve ser considerada urn mal, porem
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Fortaleza na Fraqueza
aceita como util para 0verdadeiro ministro de Cristo. e sensacionais; duvido porem que a proxima geracao diga que
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Observem rzprega4ar que ndo temfardas. Ele leva 0 serrnao
no bolso, e nada mau pode ocorrer senao 0 perigo de algum
ladrao rouba-lo; ensaia todos os movimentos, e tao seguro
quanto urn automate. Nao precis a orar para que 0Espirito 0
oriente na pregacao; embora utilize as formas, os ouvintes
interrogam0
que pode significar aquele discurso. Contemplaa congregacao com a cornplacencia de urn jardineiro que
observa urn ramalhete de flores. Tern algo a dizer, e sabe 0que
sera palavra por palavra, e portanto fala comodamente, e arras
do pulpito esta plenamente satisfeito consigo mesmo, tanto
quanto 0 poderia desejar; a nocao de temor e totalmente
estranha para ele, nao e tao fraco para isso. Observem outro,
aquele pobre irrnao, forcando a mente, lutando de joelhos e
com 0 coracao sangrando; esta bastante assustado por temer
falhar no meio do serrnao e nao atingir os coracoes dos ouvin-tes; mas se prop6e in ten tar 0 que for possivel com a ajuda de
Deus. Podem estar seguros de que alcancara a congregacao e
o Senhor the dara convers6es. Ele depende de Deus, posto
que se reconhece muito fragil em si mesmo. ja sabem qual
dos dois pregadores desejariam ouvir, e distinguem quem e
realmente 0mais forte; 0 fraco e forte e 0forte e fraco.
Certo teologo americano afirmou que a melhor prepara-
~ao para pregar e descansar bern a noite e tomar uma boa
refeicao. Segundo a sua opiniao, uma boa disposicao se tornaajuda eficaz a pregacao. Se nao sabe 0 que e dor de cabeca, e
nao conhece 0 que significa urn coracao dolorido, e nunca
permite que nada estorve 0 equilibrio de sua mente, pode
esperar chegar a ser urn ministro eficiente. Talvez seja assim.
Nao quero depreciar a saude, 0 apetite, 0 espirito agil, e as
vantagens de dormir bern no sabado a noite; entretanto estas
coisas nao sao tudo, nem sequer sao muito. Se possivel, mens
s an a in c o! po re s an a (mente sadia em corpo sadio); mas quando
isso e a base da nossa confianca, se traduz em serm6es formosos
ha resultados frutiferos em ensinos espirituais que alimentem
a alma ou comovam a consciencia, Muitos dos mais nob res
exemplos da nossa literatura horuiletica procedem de
homens que foram capazes de sofrer pacientemente. Os que
demonstraram sentimento mais penetrante, espiritualidade
mais elevada, discernimento mais maravilhoso das coisasprofundas de Deus, muitas vezes tern conhecido pouco da
saude corporal. Calvino trabalhou em meio a penosos
sofrimentos fisicos, e, porventura, conheceremos alguem
semelhante a ele? Robert Hall raramente estava livre de
dores, mas quem falou jamais tao gloriosamente quanto ele?
Conhecemos irmaos que se torn am ainda mais afaveis a
proporcao que se vao debilitando, e que passam aver ainda
mais claramente a medida que os seus olhos se obscurecem.
Irmaos, as forcas fisicas nao sao nosso poder, e ainda podemtornar-se nossa fraqueza. A saude e desejavel, e convem
preserva-la cuidadosamente quando a possuimos; mas se a
perdemos, podemos sentir gozo, aguardando 0 momento de
exclamar com Paulo: "Quando sou fraco, entao sou forte". Epreciso que sejamos provados de uma forma ou de outra. 0
pregador que nao tern uma cruz a levar, 0 profeta do Senhor
que esta sem fardo, e urn servo inutil e urn peso para a igreja.
Seria coisa horrivel ser pastor sem ter cuidados. 0
obreiro vive sobrecarregado de responsabilidade e oprimido
pelos pesares. Talvez 0pequeno tamanho do seu rebanho seja
para voces urn problema diario. Nao pecam para deixar de ser
afligidos. 0 pastor que, pode sempre ir para a cama em horas
regulares, e que costuma dizer: "Nao tenho muitas dificuldades
com meu rebanho", nao e homem que mereca inveja. 0 que
afirma friamente: "No inverno passado morreram tantos
cordeiros; era de esperar. Algumas ovelhas morreram de
fome; e natural, porque faltou pas to, e nao podia evita-lo", eurn tipo de pastor que mereceria ser devorado pelo lobo
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Fortaleza na Fraqueza
mais proximo. Por outro lado, 0 homem que pode exclamar fracos; se julgamos ter alcancado a perfeicao, esta brotando
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como [aco: "De dia me consumia 0 calor, e de noite a geada",
e 0 verdadeiro pastor. E muito irregular em seu descanso;
o unico regular nele e seu esforcado labor acompanhado
dos desenganos, e, contudo, a fe 0 torna Urn homem feliz.
Se cresce a sua fraqueza como pastor e a carga 0 oprime
por completo, nao se assuste por tal fraqueza, po is entaoestara na plenitude do poder; mas quando, como pastor,
se sente forte e diz: "Creio que 0 ministerin e coisa facil",
pode estar bern certo de que voce e fraco.
Permitam-me acrescentar que quando um homem chega a
s er t ao ''f or te '' q ue s e r ef er e c on st an temen te a s ua p ro pr ia s an ti da de ,
entao tambern e fraco. jamais constatei que a pessoa que
possui graca para fabricar bandeiras renha aicancado mais
vitorias como consequencia. Quanto a mim, necessito de toda
a graca que possuo para construir uma espada; preciso detodas as forcas para poder realmente lutar; porem quanta a
urn estandarte para arvorar diante dos homens, nem cheguei
a isso, de fato tenho de ado tar uma posicao bastante humilde
entre os servos de Deus. Algumas vezes tenho-me defrontado
com urn homem "perfeito", e 0 calor dos seus animos me
revelou que embora haja se aproximado da perfeicao entre
seus proprios amigos, nao havia atingido essa posicao elevada
ao ser exposto a urn juizo mais sereno e imparcial entre
estranhos. Jamais me entusiasmo com aquele tipo de perfei-
~ao que fala de si mesma. Ha pouca virtude na beleza que
procura chamar atencao para si; a beleza modesta e a ultima
a exaltar seus proprios encantos. Certo nurnero de pessoas,
em certa ocasiao, estavam gloriando-se nas suas virtu des e
aptidoes, e apenas urn irrnao permaneceu calado. No final,
alguern 0 interrogou: "Nao tern santidade?" "Sim", respon-
deu ele, "mas nunca com que jactar-me." Tenhamos toda a
santidade possivel, e prossigamos ate a perfeicao; porem
recordemos 0 fato de que, quando somos fortes, entao somos
urn pouco de orgulho. Se fizessemos inspecao mais profunda
de nos mesmos, encontrariamos alguma falta de que nos
arrepender ou algum mal contra 0 qual devemos lutar.
Havendo feito ate agora rodeios preparatorios em torno
do texto, aproximemo-nos agora dele: "Quando sou fraco,
entao sou forte".
I.Observamos primeiramente UMA EXPERIENCIA
DEPRIMENTE: "Quando sou fraco". Quando ocorre isso?
N a verdade sempre 0 somos. Existe algurn memento em que
o cristae mais poderoso nao seja comparativamente fraco?
Sem duvida ha determinadas ocasioes em que somos
conscientemente fracos. Tomemos 0 caso de Paulo como
ilustracao. Havia sido arrebatado ao terceiro ceu; todavia
nao podia suportar as revelacoes tao bern como Joao, 0 qual
recebeu suficientes para encher urn livro, ainda que nunca
se deixou envaidecer por elas.
Paulo, porem, nao tinha tantas aptidoes para ser urn
vidente, pois entendia mais de argumentos do que de visoes;
e portanto, quando recebeu uma visao, sentiu-se muito
importante. Guardou 0 segredo por catorze anos; mas para
ele foi algo tao notavel e tao extraordinario, que estava
inclinado a "exaltar-se desmedidamente pela grandeza das
revelacoes"; portanto 0 Senhor enviou, nao a satanas, mas
urn "mensageiro de satan as" - urn espirito inferior e despre-
zivel - nao para lutar contra ele com espada e escudo, e sim
para "esbofetea-Io", como fazem os meninos com os
companheiros de jogos. Voces tiveram alguma vez algo que
os perturbou como uma mosca que zune ao seu redor?
Nao sentiram que a prova estava intensamente aguda, e
ao mesmo tempo de somenos importancia? Teriam sido
capazes de enfrentar urn leao; mas este problema era simples
ganido de cao e os irritava ate ao maximo, e os fazia sofrer.
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Fortaleza na Fraqueza
Paulo nao des creve sua prova como ferida de espada; era mas nao podem transmitir a homens carnais a cornpreensao
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diminuto espinho que penetrara na carne e a irritava.
Esta era a preocupacao de Paulo, e the foi enviada para
mante-lo humilde. Poderia ter-se gabado de lutar contra 0
diabo, porem este "aguilhao na carne" era assunto depri-
mente. Lutar com denodo contra uma grande tentacao e
Janca-la por terra e de tal grandeza que inspira a qualquerurn; todavia e bern diferente quando se e assaltado por uma
coisa tao pequena que nos nos depreciamos por fazer-Ihe
caso, no entanto ela nos irrita mesmo. Voce diz a si mesmo:
"Como sou fraco! Por que estou tao perturbado? Se outra
pessoa reclamasse metade do que eu reclamo devido urn
pequeno aguilhao, eu diria: "Voce e urn tolo!"; no entanto,
aqui estou, urn pregador do evangelho posto a prova por
uma bobagem, e rogando tres vezes ao Senhor que a retire de
mim porque nao posso suporta-la!" Porventura nao nosencontramos alguma vez em condicao identica? Que em tais
ocasi6es confessemos nossa desprezivel fraqueza enos
coloquemos nas maos de Deus, e entao seremos feitos fortes.
Tal tipo de incornodo de aguilhao inflamatorio nao aflige
a todos nos, porque nem todos temos vis6es celestiais; todavia
muitos servos de Deus aprendem a reconhecer sua fraqueza
de outro modo: med iante um sent ido op resso rda r espon sab il id ade .
Nao me entendam mal. Espero que sempre sinta~-~~~a
responsabilidade perante Deus, mas nao sejam levadosdemasiadamente longe por seus sentimentos. Podemos sentir
tao profundamente nossas responsabilidades que chegue-
mos a ser incapazes de carrega-las; podem anular nosso gozo
e tornar-nos escravos. Nao exagerem do que 0 Senhor espera
de voces. Ele nao lhes censurara por nao fazer 0 que estiver
acima das suas forcas mentais e sua resistencia fisica. Exige-se
que sejam fieis, mas nao estao obrigados a alcancar grandes
exitos, Tern de ensinar, porem nao podem obrigar as pessoas
a aprender. Tern de apresentar as coisas com simplicidade,
de coisas espirituais. Nao somos 0 Pai, nem 0 Salvador, nem
o Consolador da Igreja. Nao podemos tomar a responsa-
bilidade do universo sobre os nossos ombros. Se nos
perturbamos com obrigacoes oriundas da fantasia, podemos
descuidar da nossa verdadeira carga. Poderia sentar-me a
meditar ate sentir 0 peso de toda a cidade de Londres sobreos meus ombros, e isto me tomaria incapaz de cui dar da
minha propria igreja. Qual 0 resultado pratico de tomar-se
urn homem responsavel pelo trabalho de vinte? Realizaria
mais ou faria melhor 0 seu proprio service? Se fosse posta
a carga de tres cavalos sobre urn so, ele se esforcar ia
demasiadamente ate ficar exausto. Melhor seria dividir 0
peso com outros. Trata-nos porventura 0 Senhor dessa
maneira? Nao! Somos nos os que nos sobrecarregamos.
Angustiamo-nos como se a salvacao do mundo dependessede que nos esforcemos ate morrer de cansaco. Observem:
nao desejo que deixem de sentir a devida medida de
responsabilidade; mas ao mesmo tempo, levemem conta que
nao sao Deus, nem ocupam 0 lugar de Deus; nao govern am a
providencia, e nem foram eleitos administradores exclusivos
do pacto da graca; portanto, nao atuem como se fossem.
Irmaos, havendo dito 0que antecede como esclarecimento
e para que ninguem caia em desespero, agora pergunto: temos
sentido plenamente a medida de nossa responsabilidade?Nao temos feito 0 que devemos, nem 0 que podemos, nem 0
que convinha fazer; nem tampouco 0 que no poder de Deus
queremos fazer. Talvez tenhamos feito tudo 0 que de nos se
esperava em quantidade; porem que diremos da qualidade?
Talvez tenhamos promovido certo mirnero de reuni6es e
pregado muitos sermoes, no entanto, tern sido feito isto dia e
noite em espirito apostolico e com lagrimas, advertindo aos
hom ens e pleiteando com eles como diante de Deus? Quando
sentidas plenamente, nossas responsabilidades nos esmagam,
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Fortaleza na Fraqueza
e entao somos deveras fracos; contudo esta fraqueza e 0 dos companheiros. Esta e uma privacao extremamente
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caminho do poder. "Quando sou fraco, entao sou forte."
Acaso nao nos sentimos muitas vezes fracos no s en ti do d e
total ind ig nid ad e p ara ser m inistros p or ca usa d a n ossa p rop ria
pecaminosidade? Referindo-se a sua chamada ao ministerio,
Paulo disse: '54i de mim, se nao pregar 0evangelho!" Tambern
podemos afirmar isso; no entanto, algumas vezes sentimos 0
desejo de nunca mais falar de Cristo, e silenciariamos se nao
fosse que a Sua Palavra e como fogo em nossos ossos, 0 qual
nao nos deixa center-nos. Entao pensamos em ir ate ao
extremo ocidente para alguma cabana de troncos ensinar a
uns poucos meninos 0 caminho da salvacao, por nao nos
sentirmos aptos para algo mais elevado. Nossos defeitos e
nossos fracassos se levantam diante de nos e nos sentimos
dolorosamente fracos; entretanto tambern este e 0 caminho
que conduz a forca, "Quando sou fraco, entao sou forte."As vezes estamos deprimidos e debeis po rque no ss a e sf er a
d e t rabal ho nos p ar ec e a ce ntu ad ame nte d ific il. Nao e este 0
momento para divertir-nos quando tratamos das provacoes
tipicas do ministerio. Patos relata dos, e que nos deixam
atonitos, constituem fardos que obreiros tern de carregar dia
e noite. Vejam quanto outros irrnaos que Iutam em outros
campos tern de suportar! Nao conseguem comover auxiliares
da igreja nem influir sobre suas congregacoes, tendo de pre-
gar muitas vezes com 0 coracao oprimido a templos vazios.Se pudessemos colocar certos homens em posicoes que seus
irrnaos ocupam fielmente cercados de gran des desalentos,
chegariam a conhecer-se melhor a si mesmos e deixariam de
orgulhar-se, e em vez de apontar defeitos se maravilhariam
de que seus irrnaos conseguem fazer tanto em tais
circunstancias, Tambem desse modo somos feitos; quando
Deus nos faz entender que nosso ministerio e impossivel sem
Sua ajuda, somos impulsionados a confiar no Seu poder.
Alguns se sentem completamente sos em relacao a comunhao
penosa, e que em muitos casos deprime. Outros experimen-
tam extrema pobreza, enfrentando serias dificuldades para
o sustento da familia. Sei que a pobreza torna 0 homem
extremamente deb iI, por sentir-se forcado a presenciar as
humilhantes privacoes pelas quais passam a sua esposa e os
seus filhos, e isso lhe quebranta0
coracao.Alem dis so, e possivel que venham c r it icas imerec idas.
Pode ser forjada uma escandalosa historia contra voce,
procedente do pai da mentira, e que seja totalmente incapaz
de defender-se. Voce teme que ao tentar apagar a mancha,
pode inutilizar a pagina, Ha coracoes rotos devido a tais
coisas. Quao debeis nos sentimos ness as ocasi6es! Talvez
nos sintamos meio culpados depois de ouvir as acusacoes
repetidas tantas vezes, 0 que pode arrasar qualquer urn.
Sejamos firmes no Senhor nesses momentos!As vezes no s s en timos c omp le tamente s ec os , por achar dificil
encontrar algo novo para os serm6es. Tendo pregado tantas
vezes, cada vez mais se torna mais pesada a tarefa de produ-
zir outras mensagens. "Onde achar 0 material para a nova
pregacao?" - e a pergunta que constantemente nos chega, e
entao reconhecemos a nossa extrema fraqueza, mas tarnbern
isso se constitui 0 caminho do poder. Assim, reconhecamos
a nossa debilidade, humilhemo-nos diante do Senhor,
suplicando-Lhe que nos revista da Sua fortaleza.
II. Termino mencionando A BEN< ;Ao DESTA
EXPERIENCIA: "Quando sou fraco, entao sou forte". Como
e, e como pode ser?
Primeiramente, e quando sou fraco que por certo me
apresso a dirigir-rne para Deus em busca de socorro. Os
coelhinhos mencionados nas Escrituras eram criaturas
insignificantes, mas derrotavam ao cacador, Aprendam a licao
deles: "Os coelhos, povo nao poderoso, constroem suas casas
92 93
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Fortaleza na Fraqueza
nas rochas" (Prov. 30:26). Irrnaos, ja que nao sei pensar, me aproxirnar-se 0 pregador, 0 blasfemador 0 insultou com
8/3/2019 Um Ministério Ideal (Volume 1) - Charles Spurgeon
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escondo arras de uma doutrina que Deus ja pensou por
mim, e como nao sei inventar hipoteses, deixo descansar
minha alma num fato evidente por si mesmo; em vista de
nao conseguir sequer ser coerente comigo, mesmo, oculto-
-me arras do simples ensino do texto, e ali me firmo. E
maravilhoso quao forte se sente em tal esconderijo. Equando pode cornecar a edificar para Deus, pois Ele 0
fara coadjutor com Ele, sua fraqueza sera unida ao poder
eterno, a muralha se levantara rapidamente.
Pros seguin do, direi que somos fortes quando somos
fracos, porque obtemos n os sC fJ orfa m ed ia nte a o ra cd o, e n os sa
fra qu eza e 0 r ne lh or a rg umen to q ue p od emo s u sa r n a su plic a. J aconunca venceu ate que coxeou, ou melhor, ate que caiu. Quando
o tendao se contraiu, 0suplicante triunfou. Sevoce se entrega
a oracao estribado no seu poder, nada obtera; entao apresentesua fraqueza, e prevalecera, Nao ha melhor argumento ante
o amor divino do que a fraqueza e a dor; nada pode prevale-
cer de tal maneira com 0 grande coracao de Deus como 0
seu coracao desmaiado. 0 homem que se poe a orar ate as
lagrimas e experimenta a agonia, e tern a continua sensacao
de nao poder orar, mas sentindo a necessidade de faze-lo,este e 0 homem que vera 0 desejo de sua alma. Nao seria
certo que as maes demons tram mais cuidado pelo filho
menor ou pelo que esta mais enfermo? Certamente nossafraqueza contem 0 poder de Deus, e 0 induz a enviar Sua
onipotencia para socorrer-nos.
Existe outro poder na fraqueza que convem possuirmos.
Creio que quando pregamos consci en te s de nossa frqqU_~~ l! : l_J lrna
fo rc a maravilh o sa s e une a s pal av ra s que pr onutl ci qr no s. Quando
urn famoso evangelista saiu a distribuir porcoes biblicas
entre soldados, havia entre eles urn impio que disse aos
companheiros: "Hoje vou desfazer a mania desse homem
que nos vern visitar com seus livretos", de forma que ao
juramentos horrrveis. Escutando aquelas palavras profanas
o ministro comecou a chorar, externando 0 quanta anelava
pela salvacao daquele hom em. Anos depois se encontrou
com 0 soldado, que the confessou: "Nunca fiz caso dos
seus tratados, nem de nada que 0 senhor disse; mas quando
o vi chorar como crianca, nao pude suporta-lo, e entregueimeu coracao a Deus". Quando dizemos a nossas congregacoes
quao embaracados estamos e 0 quanto almejamos a salvacao
de suas almas, quando lhes pedimos que desculpem nossa
linguagem imperfeita, pois e a expressao de nossos coracoes,
entao creem na nossa sinceridade, pois observam como nosso
interior esta quebrantado, e se comovem pelo que dizemos.
o homem que propaga conhecimentos teologicos nao tern
poder sobre as pessoas; 0 auditorio necessita de pregadores
que saibam sentir, homens de coracao, fracos e debeis quesejam capazes de simpatizar-se com os timidos e afligidos.
E uma bencao que 0 obreiro possa abrir caminho para
as almas a forca de lagrimas, ou mesmo alcancar 0 intimo
dos ouvintes atraves dos sentimentos. Assim, nao temam ser
fracos, mas alegrem-se em poder afirmar com 0 apostolo:
"Quando sou fraco, entao sou forte".
Alern disso, ha outra forma de poder que procede da
fraqueza, pois por meio delas« educa nossa compaix ii o. Quando
somos fracose estamos deprimidos em espirito, e ate nossaalma passa pelo vale da sombra da morte, is so acontece
muitas vezes por causa de outros. Certo domingo de manha
preguei sobre 0 texto: "Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?" Mesmo sem afirrna-lo, preguei minha propria
experiencia, ouvindo minhas cadeias soar enquanto falava a
companheiros de prisao em trevas, nao podendo explicar a
razao daquela situacao tao espantosa pela qual me culpava
a mim mesmo. No dia seguinte, procurou-me urn homem
com todos os sinais de desespero no rosto; os cabelos ericados
94 95
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Fortaleza na Fraqueza
e os olhos quase a saltar das orbitas. Depois de breve intro-
ducao, ele me disse: "Nunca antes em minha vida ouvi falar
ate que, por fim, descobre urn metodo que os demais podem
julgar tao extravagante quanta ele mesmo; mas 0 pora em
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de alguern que parecesse conhecer meu coracao. Enfrentei
urn caso terrivel, mas ontem pela manha 0senhor me retratou
de corpo inteiro, e falou como se houvesse estado dentro da
minha alma". Pela graca de Deus, salvei aquele infeliz do
suicidio, conduzindo-o a luz e a lib erda de do evangelho.Conto este fato porque talvez as vezes voces nao cheguem a
compreender sua propria experiencia, e os "perfeitos" podem
condenar-lhes por ter tal experiencia, porern que sabem eles
dos servos de Deus? Temos de sofrer muito por causa da
congregacao que esta a nosso cargo. As ovelhas de Deus se
afastam muito, e temos de ir arras delas; as vezes os pastores
vao onde nao pori am ospes se nao estivessem buscando ovelhas
perdidas. Nao fiquem surpresos de ser debilitados para que
possam consolar os debeis, e assim chegar a ser mestres emIsrael, em discernimento dos demais; enquanto em sua propria
opiniao sejam menos que 0menor de todos os santos.
Mais ainda, creio que meu texto e certo quando urn homem
se faz fraco por am or ao lugar especial em que esta cham ado a
trabalhar. Suponhamos 0 caso de urn irrnao colocado no meio
de uma populacao densa e pobre, 0 qual sente a responsabi-
lidade do seu trabalho e a miseria das pessoas que 0 rodeiam,
e as sentem ate 0 ponto de nao poder mais afastar-se dali.
Ele tenta pensar em tern as mais alegres, mas nao con seguelivrar-se do pesadelo da pobreza e do pecado daquela gente.
Acompanha-o de dia, e nao 0 larga a noite; ouve 0 clamor
dos meninos e os gemidos das mulheres; percebe 0 suspirar
dos homens e os lamentos dos enfermos e moribundos,
tornando-se quase monomaniaco em seu desesperado zelo
correspondente ao grande campo de service. E possivel que
tal homem morra de ansiedade; no en tanto, e evidente que
se trata de urn obreiro a quem Deus enviou para abencoar
aquele povo. Ele persistira pensando, orando e planejando,
execucao e toda a comunidade sera beneficiada com ele.
Que bencao, quando Deus coloca urn homem piedoso
no meio de uma massa de miserias e 0mantern ali! Talvez nao
seja agradavel para ele, mas no finallhe trara uma recompensa
enorme. Alegro-me de que Howard sentiu a necessidade depassar pelas pris6es da Europa. Tinha urn lar confortavel, mas
se lancou numa meritoria tarefa atraves de varies paises,
aproximando-se dos prisioneiros e familiarizando-se com
horrores inimaginaveis da vida nas masmorras, e enfrentando
febres nos ambientes infectos dos carceres. Ele volta a casa e
escreve urn livro sobre 0 tema favorito. Logo depois, reinicia
a sua luta e morre como martir pela causa que abracara;
porem valeu a pena ser urn Howard que soube viver e
morrer resgatando seus semelhantes. Howard era forte porser tao fraco a ponto de sofrer pelos encarcerados, executando
reformas enquanto outros apenas falavam a respeito delas.
Irmaos, oxala sejamos fracos de modo semelhante, quase
loucos devido a resolucao incansavel de ganhar almas. Se se
lancarern de maneira absurda e fizerem abalar 0 frio
formalismo, e desprezarem a imbecilidade, voces me darao
grande alegria. Pouco me importa tudo mais se se fizerem de
nescios por causa de Cristo. Quando nossa fraqueza se apro-
xima do fanatismo, tanto mais poder e possivel que tenha.Necessitamos mais dessas mensagens que procedem de urn
coracao ardente como lavas que procedem de urn vulcao.
Quando a verda de nos vence, venceremos pela verdade.
Igualmente, a fraqueza e poder porque muitas vezes a
se ns ac iio d e fr aq ue za em a lg uem d esp er ta to do 0 s eu s er ; 0 que
ha nele aparece entao, fazendo-o ser intenso em todo 0 seu
ser. Certos animais pequenos sao muito mais temiveis na
luta que as gran des feras, por serem ativos e ferozes e por
morderem rapidamente. As pequenas criaturas sao tao vivazes
96 9 7
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1
e concentradas no ataque, que lutam com todo 0corpo; garras
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devido a sensacao de debilidade que os faz usar todos os
atomos de forcas que possuem. Porventura nunca viram urn
grande homem, afamado, do qual voces tern pensado quao
poderoso e? Todos reconhecemos sua forca; mas 0 que ele
consegue? Alguem muito inferior, revestido de graca eardor, e desperto para a obra de Deus, realiza muito mais. A
limitacao consciente 0faz viver intensamente para com Deus.
"Quando sou fraco, entao sou forte." Sei que nao posso
fazer muito, portanto farei tudo 0 que posso. Sei que possuo
pouco poder, e por is so usarei todo 0 que tenho. Acaso nao
dizem os comerciantes que "e melhor uma moeda ativa do
que tres ociosas?" Estou seguro de que assirn e . A experiencia
de nossa fraqueza pode mover-nos a uma valentia que do
contrario nao teriamos conhecido. Afastem-se, poderosos,porque nao sao fortes. Aproximern-se, os fracos, para
receberem a ajuda do Senhor contra os poderosos, porquanto
voces sao "firmes no Senhor e na forca do Seu poder".
Finalmente, eis a razao de sermos fortes quando somos
fracos: ou seja,porque 0sacrificio esta sendo consumado. Quando
foi Cristo mais forte do que nunca, a nao ser quando foi mais
fraco? Quando fez estremecer 0reino das trevas, senao quando
foi cravado na cruz? Quando expiou 0 pecado do Seu povo,
senao ao ser traspassado 0 Seu coracao? Quando venceu amorte e derrotou 0 antigo dragao, senao quando Ele mesmo
enfrentou a morte? Sua vitoria ocorreu no paroxismo de
Sua fraqueza, isto e , na propria morte; e ha de ser assim com
Sua tremula Igreja. Esta nao possui poder; e preciso que
padeca, e necessario que seja difamada e escarnecida; entao 0
Senhor triunfara por meio dela. 0 signa vencedor continua
sendo a cruz. Por ela, irmaos, sejamos completamente felizes
em diminuir ate ao fim, para que 0 nosso Senhor e Rei
possa crescer gloriosamente dia a dia.
5
o QUE ASPIRAMOS SERA proporcao que nos tornamos mais amadurecidos,
chega-nos a conviccao de que, se temos de fazer algo pelo
Senhor Jesus, e preciso que 0 realizemos com urgencia. Nao
nos sobra tempo para folgar, nem mesmo para comodidades.
A eternidade parece tao proxima que nao ha desculpas
para atrasos. ' 'Agora ou nunea" soa suavemente nos ouvidos.
N un ca re le mbro m eu prop rio p assa do s em s entir pesar. Conto-me
entre os mais favorecidos dos servos do Senhor, humilhando--me ate ao po enquanto 0 reconheco com gozo. Nao tenho
queixas para apresentar ao meu Deus, mas tenho muitas a
dirigir contra mim mesmo. Parece-rne que naquilo em que
pela graca divina tenho tido exito, poderia ter alcancado em
escala muito maior se eu tivesse sido urn homem melhor.
A falta de fe da minha parte pode haver estorvado e impe-
dido a meu Senhor. Se alimentei aos santos de Deus,
poderia ter exercido tao sagrado ministerio com maior
honra para 0 Senhor, se fora mais apto para 0 uso do SeuSanto Espirito, Como poderia cornprazer-rne com vangloria
no pouco realizado, quando ante os olhos vejo uma massa
incomensuravel de possibilidades que nao aproveitei?
Isso seria sentimento saudavel para os mais jovens, os
quais se entusiasmam com as primeiras vitorias, No entanto,
que subam a urn nivel mais elevado de esperanca, para que
nao cheguem a ficar satisfeitos consigo mesmos, impedindo
assim a perspectiva de uma vida grandiosa. A medida que os
anos nos dao sobriedade, percebemos cada vez mais nossas
98 99
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 o Que Aspiramos Ser
imperfeicoes e nos sentimos cada vez menos inclinados a
maravilhar-nos com a nossa propria atuacao. 0 olhar
certo e que 0 arquiinimigo ja nao e novidade entre nos. Ja
nao ficamos tao assustados ante essa forma particular de
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retrospectivo significa urn salmo de cordial louvor e urn
profundo suspiro de pesar. Gloria ao Senhor para sempre;
mas para mim, vergonha e confusao de rosto.
Mas, de que nos serve 0 pesar, a menos que por ele nos
elevemos a urn futuro melhor? Os suspiros que nao nos
levantam para urn nivel mais alto equivalem desperdicios de
alento vital. Purifiquem-se, pois, mas nao se desalentem. Re-
colham as flechas que anteriormente cairam longe da meta;
nao as destruam em paixao desesperada, mas procurem
atingir 0alvo com melhor pontaria e forcas mais concentradas.
Utilizem as derrotas para alcancar suas vitorias; aprendam a
obter exitos aproveitando os fracassos; busquem sabedoria
utilizando os desatinos cometidos. Pela graca, se ja prospera-
mos urn pouco, prosperemos mais. Nosso conhecimento deDeus sera ainda maior a fim de que, estando em harmonia
com Ele, nossa vida seja mais vivida de acordo com os Seus
propositos. E possivel que 0 remedio para estes dias maus
esteja proxima de nossa propria restauracao. Quando nossas
proprias tochas produzirem menos fumaca e mais luz celes-
tial, a noite podera tornar-se menos escura.
PERSPECTIVAS
diabolismo que faz furor, pois comecamos a perceber sua
natureza. 0 desconhecido parecia ser terrivel, mas a fami-
liaridade eliminou a sensacao de alarme. A principio, 0
"pensamento moderno" parecia semelhante a urn leao; mais
de perto,0
enorme rei dos animais se assemelhava a umaraposa, e agora compara-lo a um gato selvagem seria demasi-
ada honra. A religiao cientifica e conversa va que nem contern
religiao nem ciencia, Cedo 0 "pensamento avancado" sera
mencionado apenas por alguns ignorantes ou por jovens
ministros independentes. Ha de declinar gradativamente,
ate ao ponto de tornar-se mercadoria desvalorizada.
Observo mudanca de mare; isso nao me importa muito,
pois a rocha sobre a qual edifico jamais sera afetada pelas
mudancas da filosofia humana. Os que se envolveram comas duvidas modernas viram como suas congregacoes se
desvaneciam sob 0 peso destruidor das mesmas; por isso
elas ja nao os fascinam como outrora. E momenta de efetuar
mudanca; os cristaos observam que esses homens "avancados"
nao tern sido notaveis por abundancia de graca, inclusive
chegando a pensar que seus pontos liberais quanto a doutrina
se identificam com um afastamento religioso. A falta de
pureza na fe costuma ser ocasionada pela ausencia de conver-
sao. Se tais homens tivessem experimentado 0 poder doevangelho em suas almas, nao 0 teriam abandonado tao
facilmente para ir em busca das fabulas.
Amantes da verdade eterna, voces nao tern nada a temer!
Deus esta com os que estao com Ele e Se revel a aos que
creem na Sua revelacao. Nao march amos de urn lado para
outro, e sim sernpre a frente ate a vitoria. Surgirao outros
inimigos, como os amalequitas, os heveus, os jebuseus e os
dernais que se levantaram contra Israel; mas, em nome do
Senhor, passaremos a possuir a heranca prometida.
Quanto as perspectivas que temos diante de nos, talvez
me denominem profeta de males; mas nao 0 sou. Lamento as
terriveis falhas dos que se afastam da verdade, desercoes que
se tornaram demasiadamente numerosas para pensar em
detalha-las; no en tanto, nao estou inquieto, e muito menos
desesperado. A nuvem desaparecera como tantas outras, Creio
que as perspectivas sao melhores que antes. Nao creio que 0
diabo seja melhor; nunca esperei tal coisa; mas esta mais velho.
Irrnaos, nao sei se isso e para 0bern ou para 0mal. Todavia, 0
100 101
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 o Que Aspiramos Ser
APROPOSTA que se afogam. Pensando em beneficiar os demais, almeja-
mos para nos as me1hores bencaos.
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Por enquanto, convern que sigamos trabalhando
tranquilamente. Nossas quimeras terminaram: nao con-
verteremos 0 mundo a iustica, nem a Igreja a ortodoxia.
Recusamos de assumir responsabilidades que nao sao nossas,
pois os nossos verdadeiros encargos sao mais que suficientes.
Certos irrnaos sabios desejam ardentemente reformar sua
denominacao. Saem a batalha marcialmente. Que 0 exito os
acompanhe! Geralmente sao mais sabios quando regressam.
Confesso sentir grande admiracao por meus irrnaos qui-
xotescos, mas gostaria que pudessem demonstrar 0 resultado
de seu valor. Receio que tanto a Igreja como 0 mundo
ultrapassam as nossas capacidades; e preciso que nos con-
tentemos com esferas mais reduzidas. Cada denominacao ha
de seguir seu proprio caminho. Somos apenas responsaveisdentro dos limites das nossas forcas e sera prudente usa-las
visando aquilo que possamos realizar. Alem disso, nao nos
preocupemos com 0 que esta a margem das nossas ativida-
des. Nao importa se nao podemos destruir todos os espinhos
e cardos que flagelam a terra; talvez possamos limpar bern
nossa pequena propriedade. Se nao podemos transformar 0
deserto em pastagens, esforcemo-nos para cultivar duas ou
tres folhas de grama onde antes so havia uma, e isso ja sera
alguma coisa.Consideremos cuidadosamente nossa firmeza na fee nosso
andar em santidade perante Deus. Creio que este nao e urn
conselho egoista, como alguns julgam, mas urn amor
prudente e pratico, que nos leva a considerar nosso proprio
estado espiritual. Almejando fazer 0 melhor possivel e
utilizando os proprios recurs os da maneira mais conveniente,
o coracao lealluta por estar, em todos os aspectos, em posicao
correta diante do Senhor. 0 que aprende a nadar, adquire
urn amo r-proprio louvavel, pois com isso pode ajudar aos
A AMBI<;Ao PESSOAL
Desejo alcancar 0 maximo proveito de mim mesmo.
Talvez nem sequer saiba ainda a maneira de ser otimamente
util, mas gostaria de descobri-lo sem demora. Honestamente
afirmo que se me convencesse de ser mais util fora do pulp ito
do que sobre ele, imediatamente 0 abandonaria. Se houvesse
uma esquina onde eu trabalhasse como engraxate e ali tivesse
a garantia de que Deus poderia ser mais glorificado do que
enquanto dou testemunho perante uma grande congregacao,
agradeceria a noticia e a obedeceria imediatamente. Alguns
jamais podem fazer alguma grande coisa para Deus do modo
que prefeririam, porque nao foram feitos para tal obra. Ascorujas nunca competiriam com os falcoes de dia; mas os
falcoes fracassariam na empresa de cacar ratos nos celeiros. As
pessoas serao muito boas quando estao no seu proprio lugar,
realizando a funcao que lhes e propria; fora desse local,
podem tornar-se urn estorvo. Cada urn, pois, seja fiel a seu
proprio destino! Por que nao seguir a tendencia natural? Que
cada homem esteja onde deve estar; infelizmente, alguns
preferem permanecer onde niio devem estar. Procuremos
descobrir 0 que Deus deseja de nos, e en tao, que 0 facamosintegral mente. De que maneira poderei dar maior gloria a
Deus e ser mais uti! a Sua Igreja enquanto estou aqui?
Resolvam esta questao, e passem a parte pratica.
MAl OR GRA<;A
Algo e in discutivel: glorificaremos mais ao Senhor
se alcancarmos dEle graca abundante. Se possuo muita fe,
de modo a apresentar a Deus a palavra que Ele me deu; se
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 o Que Aspiramos Ser
possuo muito amor, de modo que 0 zelo de Sua casa me
consuma; se muita esperanca, a ponto de ter a seguranca de
de pouco tempo. Os pecados de hoje serao os pesares dos
anos seguintes. Urn ligeiro desvio da direcao a seguir pode
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colher os frutos dos meus esforcos; se muita paciencia, de
modo a suportar as dificuldades por causa de Cristo, en tao
honrarei em grande maneira 0 meu Senhor e Rei. Oxala eu
demonstre muita consagracao, estando todo 0 meu ser
totalmente absorto em Seu service; en t ao, ainda que meu
talento seja diminuto, farei que minha vida arda e resplan-
deca com a gloria do Senhor. Este caminho da graca esta
aberto a todos nos. Ser santo esta ao alcance de todo cristao, e
e 0 metodo mais segura de honrar a Deus. Mesmo que 0
pregador nao retina mais que cern pessoas no templo, e possi-
vel que seja urn homem de Deus de forma a que sua pequena
igreja se tome semente seleta, cada individuo digno de ser
pesado em ouro. Talvez 0 obreiro nao seja apreciado por seu
trabalho nas estatfsticas que apresentam as coisas por duziasou centenas; mas naquele outro livro que ninguern pode
alterar, onde os feitos sao pesados em vez de contados, sua
folha de service honrara de modo admiravel a seu Mestre.
implicar mais tarde em esforco penoso. Que 0 Senhor nos
faca obreiros que nao tern do que se envergonhar, manejando
bern Sua Palavra. Vivamos ante os olhos dos seculos, passados
e futuros; sobretudo, que possamos viver como venda 0
Invisivel.
DESPERTAMENTO
NECESSIDADE CONSTANTE
DE SERMOS CUIDADOSOS
Acaso eu necessitaria de lhes apelar afetuosamente,
irrnaos, p ar a q ue d es pe rte m 0 dom que ha em v oc es ? Cultivem
suas aptid6es naturais e graciosas para 0ministerio. 0 pastor
sabe muito mais do que quando deixou 0 Seminario; teria
aprendido tudo 0que devia aprender nesse intervalo? Muitos
dos nossos irmaos chegam a ser mais sabios que seus mestres,e a conhecer melhor ao Senhor. Nao estou tao certo a respeito
daqueles que afoitamente asseveram tais coisas sobre si
mesmos. 0 verdadeiro progresso deve ser calculado pela
medida da humildade. 0 que mais sabe e 0 que reconhece
saber pouco. Todos temos necessidade enorme de estudar
laboriosamente a fim de que nosso ministerio seja eficaz.
o que deixa de aprender tambem cessa de ensinar. 0 que
nao semeia no estudio nada podera colher no pulpito.eu desejo e fa ze r tu do d a m elh or m an eira q uan do e para
o S en ho r. Todos nos preocupamos em realizar muito paraEle, porem ha urn caminho mais excelente. Com ruidosa
atividade pomos maos a obra e edificamos urn muro em
torno da cidade em seis meses, 0 qual caira apos seis dias.
Seria bern melhor fazer mais por fazer menos. 0 trabalho
feito com cui dado e infinitamente preferivel ao superficial.
E born trabalhar para Deus de modo microscopico; cada
porcao da obra e capaz de resistir a mais minuciosa inspecao,
A atividade da Igreja precisa ser efetuada de modo perfeito;
sem duvida seus defeitos serao vistos exageradamente dentro
PESCADORES DE ALMAS
Meu desejo mais intenso e que todos nos sejamos real-
mente pescadores de homens. Todo pregador deve esforcar-se
ao maximo a fim de ser sempre urn instrumento para a
salvacao dos seus ouvintes. A recompensa mais genuina do
nosso trabalho e trazer a vida os que estao mortos. Anelo ver
almas trazidas a Cristo cada vez que prego; 0meu coracao se
romperia se nao visse ocorrer isso. Os homens passam tao
104 105
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 o Que Aspiramos Scr
rapidamente para a eternidade que e preciso que sejam
salvos com urgencia. Nao abrigarnos qualquer esperanca
capacitados que sao expositores da Palavra e instrutores dos
crentes. Sempre recebemos muito ao ouvi-Ios. Empenham-se
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secreta que permita perder as oportunidades atuais. De todas
as congregacoes deve subir profundo clamor a Deus, a menos
que se vejam continuas conversoes. Se nossa pregacao nao
salva nem uma alma, nao glorificariamos melhor a Deus
como agricultores ou comerciantes? Que honra pode receber
o Senhor de ministros inuteis> A menos que aImas sejam
vivificadas,o Espirito nao esta atuando em nos nem somos
usados por Deus para Seus propositos graciosos. Irrnaos,
podemos suportar ser ineficazes? Podemos estar satisfeitos
em permanecermos estereis?
Lembrem-se que, se queremos pescar almas, e preciso
que atuemos em consequencia, e que nos dediquemos a tal
objetivo. Homens nao pes cam peixes sem deliberar faze-lo,
nem salvam pecadores sem urn determinado alvo. Deus
opera utilizando meios adaptados a Seus fins; sendo assim,
como podera abencoar alguns sermoes? Como, em nome da
razao, podem almas ser convertidas mediante sermoes que
fazem 0 auditorio dormir; pregacoes que contern meras
frivolidades, que insinuam a duvida e conduzem a falta de
crenca em toda a verdade revelada? Pedir a bencao divina
sobre aquilo que nem os hornens bons podem recomendar
e algo improprio. 0 que nao procede do mais intimo do
nosso ser e nao e para nos mensagem do Espirito Santo, naoe provavel que mova os cora<;oes dos outros, ou seja, para
e1es a voz do Senhor.
MESTRES
com coisas de grande preco; sua mercadoria e de Duro de
Ofir. Citam passagens das Escrituras, as quais recebem nova
luz. Especialidades da experiencia crista sao descritas e
explicadas. Concluidas tais mensagens, saimos na conviccao
de que estivemos numa boa escola. Irmaos, desejo que cada
urn de nos exerca urn ministerio assim edificante. Oxala
tenhamos a experiencia, a ilurninacao e 0 esforco necessarios
para vocacao tao elevada! Oh, quanto precisamos de mais
sermoes ricos em instrucao! Analisem muitos dos serrnoes
modernos que fogo, que furia! Quanto brilho e quanta
velocidade! Que e tudo isto? Qual 0propos ito de tal exibicao?
As vezes nos deparamos com serrnoes que sao como
caleidoscopios, de beleza maravilhosa; mas, que contern?
Observem, eles con tern alguns cristais coloridos, urn oudois pedacos de espelho, e outras bagatelas, tudo posto num
tubo. Como cintilam! Que maravilhosas combinacoes! Quao
fascinadoras transformacoes! Ora, que estao contemplando?
Mas apos vinte exibicoes, nada mais terao visto do que viram
na primeira vez, pois na verdade tudo ja foi visto. Alguns
pregadores se destacam por citacoes poeticas; outros sao
excelentes na linguagem burilada, ou na originalidade das
suas divisoes, Muito eloqiiente tudo, e muito sensacional;
sob a direcao da graca, util em sua propria medida; porernquando se trata de salvar almas e de alimentar os salvos, 0
lugar proeminente deve ser ocupado por algo mais solido.
E necessario alimentar 0 rebanho de Deus. Devemos ocupar-
-nos das verdades eternas, alcancando 0 coracao e atingindo a
consciencia. Devemos, de modo efetivo, viver para instruir
uma raca de santos, nos quais 0 Senhor Jesus sera refletido
como em mil espelhos.
Irrnaos, anelo que todos sejamos "aptos para ensinar". A
Igreja nunca tern em demasia labios que "alimenta a muitos".
Deve ser ambicao nossa tornar-nos "bons despenseiros da
multiforme graca de Deus". Conhecemos certos ministros
106 107
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 o Que Aspiramos Ser
PROGENITORES Sabem esperar ate amanha, pois 0 tempo traz consigo muitos
ensinamentos; tal procedimento pode demonstrar 0 verda-
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deiro e desmascarar 0 falso. 0 pai nao e arrastado daqui para
hi por todo vento de doutrina, nem corre arras de qualquer
novidade propagada pelos ceticos ou fanaticos. 0 pai sabe
o que sabe, apega-se ao que esta comprovado, arraigado e
fundado na fe ,
No entanto, apesar de sua maturidade e firmeza, opai
e sp ir it ua l t ra n sb orda te rnu ra , manifesta intenso amor pelas
almas dos homens. Sua teologia doutrinaria nao 0 impede
jamais de ser humano. Nasceu com 0 proposito de sentir
interesse pelos outros, e seu coracao nao descansa ate que
demonstre tal simpatia. Em certos lugares da nossa costa nao
ha portos; mas noutros pontos ha baias as quais os barcos se
dirigem rapidamente em casos de tempestade. Algumas
pessoas oferecern urn porto natural aberto as almas afligidas;
as amam instintivamente, e confiam nelas sem reservas; elas,
por sua vez, agradecem essa confianca e se poem a disposicao
em beneficio delas. A natureza as equipou com acentuada
compaixao humana, e isso foi santificado pela graca, de modo
que sua vocacao e instruir, consolar, socorrer, e, de inurn eras
maneiras, ajudar aos espiritos mais debeis. Sao esses os homens
de estirpe real que chegam a ser pais amantes na Igreja. Paulo
afirma a respeito de Timoteo: "A ninguem tenho de igual
sentimento, que sinceramente cuide dos vossos interesses".Esta natural solicitude pode ilustrar-se com os sentimentos
das aves para com seus filhotes. Observem como trabalham
diligentemente em favor deles, e quao valentemente os de-
fendem. A galinha com os pintinhos sob as asas configura a
propria valentia. Transforma-se numa ave feroz na defesa de
seus pequeninos; seria capaz de lutar contra urn exercito com
o objetivo de protege-los. 0 homem de Deus, que experimenta
a forca da paternidade sagrada, faria qualquer coisa, possivel
ou impossivel, pelos seus filhos espirituais; de boa vontade
Com verdade diz 0 apostolo Paulo: ''Ainda que tenhais
dez mil aios em Cristo, nao tendes muitos pais." Aos mestres
do tipo geral os chama pedagogos, e afirma que possuimos
miriades deles; mas nao temos muitos "pais". Ninguem tern
mais de urn pai natural, e num sentido mais estrito cada
urn de nos tern urn so pai e sp ir itu al - somente urn. Quao
singularmente certas sao as palavras do apostolo na hora
atual! Ainda temos falta de pais espirituais. Somos pais no
senti do de ter ao nosso redor convertidos que sao nossos
filhos no Senhor. Temos ouvido os c1amores penitenciais e as
oracoes de fe dos que sao nascidos de Deus atraves da nossa
pregacao. Muitos de nos podemos regozijar-nos que 0Senhor
nao nos tern deixado sem testemunho. Nosso ministerio tern
sido imperfeito e debil, mas Deus tern concedido vida a
muitos atraves de nossas palavras.
A relacao entre pais e filhos exige muito de nos. 0 pai d eoe
ser um hom em estaoel e p ro vado . Espera-se que seja de valor
solido e de discernimento substancial. Ha muitos pregadores
que nao podem ser chamados de "pais"; pareceria ridiculo. 0
que dissipa 0 tempo, 0que tern muitas linhas de pensamento,
o hom em de espirito iracundo, sao desclassificados quando
estamos a procura de pais. Para corresponder a ideia de urn
pai sao necessaries elementos como autoridade, afabilidade,dignidade, constancia, carater respeitavel. As gran des verda-
des the sao muito preciosas, pois experimentou 0 seu poder
por muitos anos. Quando algum dos filhos the diz que esta
ultrapassado, sorri ao ver a sabedoria superior deles. De vez
em quando, trata de mostrar-lhes que ele tern razao, ainda que
seja dificil convence-Ios. Os adolescentes creem que os pais
sao nescios; os pais nao creem que os adolescentes 0 sejam,
nao ha necessidade disso. Os verdadeiros pais sao pacientes;
nao esperam achar cabecas maduras sobre ombros imaturos.
108 109
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 o Que Aspiramos Ser
se sacrifica por eIes. Mesmo que quanto mais arne seja
menos amado, pela potencia da energia espiritual se ve
esta honra especial, veja 0 carninho: trata-se de abnegacao,
paciencia, indulgencia, amor, zelo e diligencia. "Quem deseja
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impulsion ado a esse labor abnegado.
Algum irrnao podera exclamar: "gostaria de ocupar 0
posto de pai na minha igreja, a fim de governa-Ia". Este eurn motivo lamentavel, 0 qual 0 decepcionaria. 0 pai de
familia cedo descobre que sua preeminencia e a de uma
a~.1!:~ga£iiouperior; mais do que uma auto-af ir11 l.afiio.Os melhores
pais orientam real mente, mas nunca discutem a questao:
"Quem e 0 senhor?" Numa casa bern ordenada, "0 nene e 0
rei." Voces nao tern visto como todas as coisas ocupam lugar
secundario por causa dele? A palavra mais carinhosa e reser-
vada ao pequenino personagem, e os movimentos da casa
dependem das necessidades dele. Que significa isso? Significa
que a pessoa mais pobre, defeituosa, debil e sensivel de toda
a Igreja deve governar-Ihe, se e urn verdadeiro pai. Estudara a
mais rebelde, e renunciara ao seu prazer pessoal em beneficio
do mais defeituoso. Coisas aparentemente absurdas pertencem
a familia do amor. Nossos assuntos domesticos devem parecer
ilogicos aos estranhos que nao nos apreciam. Saudo aos
absurdos do amor sagrado. 0 pequenino e rei; 0 mais debil
deve governar nossos coracoes. 0 passo do rebanho inteiro
diminui a fim de que os cordeirinhos nao fiquem para tras,
Procuramos dirigir de forma que ninguem pise 0mais fraco,
e dan do exemplo de total abnegacao propria. Aquele que naopercebe que esta e a lei imperativa do amor, e 0 verdadeiro
segredo da forca, nao e apto para ser pai. Deixemos que os
homens passem por cima de nos, se des sa maneira podem
chegar a Cristo.
Nossa posicao e a de servo de todos. 0 pai ganha 0 pao
de cada dia, 0 traz para cas a e 0 reparte. Nos somos pai e
mae simultaneamente, enos dispomos a desempenhar todas
as funcoes necessarias a favor dos que estao a nosso cargo.
Se voce, irrnao, almeja ser urn pai na Igreja a fim de obter
ser 0 maior dentre vos, seja 0 vosso servo." Um pai deve
possui r sabedori a . . Nisso se enganam muitos, pois aspiram a
posicao honrosa por motivos duvidosos, e assim se tom am
nescios. Irmao, se possuisse sabedoria, que faria com ela?
Porventura a usaria para demonstrar superioridade aos
demais? Nesse caso, voce nao possui sabedoria suficiente. A
sabedoria de urn ministro revela-se em ser sabio para com
outros, e nao astuto para simesmo. Alguns usam a sua sabedoria
de modo imprudente, e sao uma praga para a Igreja onde
deveriam ser uma bencao. Voce desejaria ficar a frente da
igreja para consertar a todos e assim demonstrar sabedoria.
Tal pensamento muitas vezes significa grande loucura. Faz-
-me lembrar de alguern que afirmava: "Nao tenho 0 menor
temor de que os Iadroes penetrem na minha casa. Se notasse a
presenca de urn deles, apertaria urn botao e num instante a
corrente eletrica faria explodir a dinamite escondida na saleta,
a qual destruiria 0 ladrao e toda a casa". Talvez haverao de rir
ante 0raciocinio, mas conheco ministros que tern agido dessa
forma. Lamento conhecer urn irrnao que jarealizou tal facanha
em varias igrejas. Enquanto ele julga haver urn membro,
sobretudo urn oficial, trilhando maus caminhos, poe a
dinamite, fazendo voar tudo peIos ares, cham ando isso de
fidelidade. Mas essa nao e a maneira prudente de urn paiatuar. Se possuimos sabedoria, procuraremos manter a paz
e nos esforcaremos para efetuar mudancas com a suavidade.
Os pais nao matam os filhos por serem pouco filos6ficos,
por nao se aprofundarem muito em teologia ou se tornarem
ate certo ponto desobedientes.
Se aspiramos a ser pais, ep reciso q ue d esejem os atin gir
um a lto g ra u de sa ntid ad e. E conium a pergunta: " E possivel
para os crentes ser perfeitamente santos na terra?" Certo
dia encontrei urn homem descalco e vestido de farrapos.
110 111
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 o Que Aspiramos Ser
Suponhamos que ele me perguntasse se eu cria que the era
possivel chegar a ser rnilionario; teria respondido que melhor
0
do exemplo dos guias espirituais. Os estranhos podem falar
sem pensar no que dizem, mas os pais sao conscientes da
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pagamento da dormida a noite e depois economizasse a fim
de adquirir urn traje decente. Assim os que discutem acerca
da perfeicao fariam melhor em procurar que suas vidas
correspondessem a profissao crista. Irrnaos, podemos ser
muito mais santos do que somos. Alcancemos primeira-
mente aquela santidade sobre a qual nao ha controversias. Nao
ousamos por limites ao poder da graca divina e afirmar que
urn crente pode atingir certo nivel de graca, porern nao
pode passar daquilo. See possivel uma vida perfeita, esforcemo-
-nos por alcanca-lo. Se podemos possuir uma fe que jamais
vacila, procuremo-Ia. Se podemos andar com Deus como
Enoque atraves de uma longa existencia, nao descansemos
ate consegui-Io. Nao devemos limitar 0Senhor neste aspecto;
se de algum modo ha limitacao, e em nos mesmos. Aspiremos
a santidade de carater e de espirito. Estou persuadido que a
maior influencia que podemos ter sobre nossos semelhantes,
e a influencia que procede da consagracao e da santidade.
Ha mais olhos fixos em nossa vida diaria do que imaginamos,
tanto no lar, como na igreja e no mundo. Se afirmamos ser
ministros do Senhor, nao estranhemos de ser continuamente
observados; mesmo quando julgamos nao haver nenhum
observador perto de nos. Nossas vidas devem ser tais queos homens possam imita-las sem perigo.
J a conhecem a trem end a responsabilid ad e de um p aipara
c om o s filh os ; tal e a nossa. Nao creio que algum de nos se
atreva a dizer a congregacao: "Siga-me em todas, as coisas".
No en tanto, a tendencia e imitar 0 pastor. Nessa tendencia
jaz a base da influencia para 0 santo, e urn terrivel poder
prejudicial para 0mal. Os filhos inicialmente obedecem aos
pais, e assim aprendem a lei do Senhor, e por certo muitos
do tipo mais debil aprendem 0 caminho da santi dade atraves
grande responsabilidade quanto aos filhos. Se a familia nao
esta bern ordenada, 0 pai prudente corneca a emendar seus
proprios caminhos. Se nossa congregacao se descuida ou se
afasta do born caminho, humilhemo-nos e tomemos sobre
nos mesmos a culpa. Se fossemos melhores, por certo os
membros da nossa igreja seriam melhores. De pouco serve
irritar-nos; 0 mais prudente e prostrar-nos diante de Deus
e descobrir a razao pela qual nosso ministerio nao esta
produzindo melhores resultados.
Acho que posso dizer muito mais, tao grande e 0 peso
que me oprime. Acrescentaria que, como 0pai terreno ocupa
o lugar de Deus diante dos filhos, assim nos, como pais
espirituais, em grande medida. Muitas pessoas fracas e
ignorantes nos colocam numa posicao da qual desejariamos
escapar, se possivel, pois detestamos tudo que se asseme-
lha a clericalismo. Lamentamos que haja aIm as simples
que esquecem ver 0 pensamento do Senhor revelado nas
Escrituras, mas nos contemplam como seus guias e mestres.
Admito haver supersticao maligna nisso, mas isso ocorre, e
nao 0 podemos negar. Sem duvida, em muitos casos, atraves
de seu agradecido respeito, os membros da nossa congregacao
aprendem licoes tanto do que fazemos como do que dizemos,
e isso nos deve manter muito cuidadosos, por temer deinfluencia-los para 0 mal. Sejamos santos, para que outros
sejam santos.
P re cis amo s s er amao eis e c or te ze s, pois ate algo insignificante
como apertar a mao ou assentir com a cabeca tern a sua
influencia, Urn membro da nossa igreja revelou que varias
vezes tentou cumprimentar-me a porta do templo, muito
antes de entrar para ouvir-me. 0 gesto de amabilidade e a
atencao recebida 0 fez recordar de mim e 0 impulsionou a
voltar a fim de escutar 0 pregador. Afirmou-me que este
112113
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 o Que Aspiramos Ser
simples incidente foi 0primeiro laco entre ele e a religiao. Era
bebado, afligido e impio; mas por urn feliz acontecimento
chegara a tornar-se amigo de urn ministro de Cristo, e esse
beijou. Que nossos coracoes transbordem de amor, regozi-
jando-se pelos que 0 buscam! Precis amos ser como aquele
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encontro se tornou 0 primeiro passo para melhores dias.
Nunca sejam rigidos e orgulhosos. Sejam compassivos e
amaveis, Os filhos desejam encontrar bondade no pai; nao
os decepcionemos. Compete-nos ser tudo para com todos a
fim de salvar alguns.
Mesmo em relacao aos que estao fora, devemos mostrar
carinhosa atencao. "prec£~qrrt0~de171(}rtstrarcarinho ilimitado
ain da a qu ele s qu e de sp re za m 0 e va ng elh o. Deve encher-nos de
profunda tristeza 0fato de que os homens rejeitam 0Salvador,
e seguem 0 caminho da destruicao. Se persistem a arruinar-
-se, e preciso que choremos por eles em secreto. Se apos
haver-Ihes pregado a mensagem com amor eles nao se
arrependem, devemos quebrantar os nossos coracoes por nao
haver podido quebrantar os de les . Se Absalao esta na iminen-
cia de perecer, que acompanhemos a Davi ate a camara ao
lado a fim de prantear amargamente, clamando: "Meu filho,
meu filho! - quem me dera morrer por ti, meu filho!" Ja
choraram alguma vez por seus ouvintes, como 0 que chora
pelo ente querido que partiu? Poderiam suportar a ideia
deles comparecerem diante do juizo sem perdao? Poderiam
resistir a ideia da sua condenacao? Nao sei como e possivel
a urn pregador ser muito abencoado por Deus se nao senteagonia quando teme que alguns dos seus ouvintes passem
para a eternidade impenitentes, na incredulidade.
Por outro lado, observem a cena de urn pai que contempla
o filho voltando para casa ao renunciar os seus maus caminhos.
o Novo Testamento apresenta 0retrato divinamente retratado.
Quando 0 prodigo ainda estava a grande dis tan cia, 0 pai 0
avistou. Oxala tenhamos olhos abertos para perceber os que
sao despertados. 0 pai correu a seu encontro. Que nos
esforcemos em ajudar aos que tern esperancal Abracou-o e 0
pai; cheios de amor, sempre na expectativa. Nossos olhos,
ouvidos e pes hao de ser para os arrependidos. Nossas lagri-
mas e braces abertos devem estar prontos para eles. 0 pai
espiritual e 0que dispoe da melhor veste, de aneis e sandalias;
recorda estas provisoes da graca porque se move de amor
para os que regressam. 0 amor e urn teologo pratico, e
cuida de aplicar praticamente todas as bencaos do pacto, e
todos os misterios da verda de revelada.
Visto que voces sao filhos de Deus, sejam tambem pais
em Deus! Que esta seja a paixao ardente de suas almas.
Conver tam -s e em l id er es e camp eo es . Deus lhes conceda a honra
da maturidade, a gloria do poder! Entao esperem valorosa-
mente que Ele ponha sobre voces a carga que tal poder pode
suportar. Necessitamos que voces se comportem varonilmente.Nos dias maus, quando se aproxima 0choque da batalha, tera
que ser sustentado pelos pais, ou nao 0 sera. Nossos irrnaos
jovens e pouco maduros sao valiosissimos como tropas ligei-
ras, abrindo caminho e avancando em terri to rio inimigo;
mas as colunas solidas, que resistem firmemente a ftiria do
ataque, hao de estar compostas principalmente pela velha
guarda. Voces que tern experiencia nas coisas de Deus, voces
os experimentados que lutaram na batalhas do Senhor em
inurneras ocasioes, precisam estar firmes e, tendo feito tudo,ainda terao que resistir. Apelo para voces, pais, para que
defendam 0 fortim ate que 0 Senhor volte. Voces devem
persistir firmes, inabalaveis, "sempre crescentes na obra do
Senhor. Se fracassarem, a quem poderemos recorrer? Sera
como urn "porta-bandeira derrotado".
Caso que voces se tornem satisfeitos em desejar tao
elevada honraria, imaginando que a simples aspiracao se
cumprira, permitam-me lembrar-lhes como viveu 0Salvador.
Jamais Se deteve nos desejos e nas resolucoes, mas Se dedicou
114115
UMMINISTERIO IDEAL, Vol. 1 o Que Aspiramos Ser
a urn service constante. Ele afirmou: "Minha comida e fazer
a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra".
Pes car almas ha de ser comida e bebida para nos. Realizar
De conformidade com a ajuda do Senhor, ponhamos
nosso tudo sobre 0 altar e vivamos so para Ele. Uns sao
convocados para servir no exterior e outros terao de procla-
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a obra do Senhor Jesus deve ser tao necessaria para nos
quanta os alimentos. A obra do Seu Pai e a mesma na qual
estamos empenhados, e nada podemos fazer melhor do que
imitar 0 Mestre. Digam-me, pois, como a realizou 0 Senhor
Jesus. Projetou a construcao de urn enorme taberriaculo,
organizando uma gigantesca conferencia, publicando urn
grande livro, tocando uma trombeta diante dEle ou proje-
tan do algo sensacional? Buscava a popularidade ou aspirava
tornar-se famoso? Naol Chamou aos discipulos, urn a urn, e
os instruiu com cuidadosa paciencia, Para ter urn exemplo
tipico, do Seu metodo, observem-nO fazendo uma pausa
durante 0 calor do dia. Sentou-Se junto ao poco, e Se
dirigiu a uma mulher que nao era contada entre as mais
distintas. Isso parecia trabalho lento e acao muito rotineira.
No entanto, sabemos que foi urn passo justo e sabio.
Aquele tao simples auditorio, Ele nao falou de maximas
engenhosas, como as de Confucio, nem discorreu sobre
filosofias profundas como a de Socrates; mas falou simples
e puramente, com devotado fervor, acerca da vida dela, suas
necessidades pessoais, e da agua da vida por meio da qual
podiam ser supridas tais necessidades. Conquistou 0 coracao
dela, e da mesma maneira a muitos outros; mas0
fez de urnmodo que nao impression aria a muitos. Ele estava acima das
mesquinhas ambicoes de nossos coracoes orgulhosos. Nao
ambicionava uma grande congregacao; nem sequer pediu
urn pulpito. Desejou ser 0 pai espiritual daquela mulher;
para isso, tinha que passar por Samaria, e apesar de grande
cansaco, devia falar-Ihe da agua da vida. Irrnaos, repudiemos
a vaidade. Tornemo-nos mais simples, naturais e paternais amedida que vamos amadurecendo; sejamos absorvidos de
maneira cada vez mais completa na obra de nossa vida.
mar 0 evangelho nos confins da terra. N em todos nos
podemos fazer isso; mas todos devemos viver para 0 Senhor
e dedi car nossas vidas a service de nossos irmaos. Todos os
campos precis am ter seus obreiros consagrados e presenciar
urn heroismo genuino. Pelo fato de pertencermos a Cristo, 0
zelo da casa do Senhor deve devorar-nos.
Gostaria de ter-lhes falado com toda a minha energia,
porern e possivel que minha fraqueza seja usada por Deus
com propositos mais importantes. Minhas dores fisicas
limitam meus pensamentos, os disnirbios organicos emba-
racarn 0 melhor funcionamento mental; mas as ideias estao
aces as, pois meu coracao permanece fiel ao Senhor e dedicado
ao evangelho - como tambern a voces. Que Ele use a cada
urn ate ao maximo da nossa capacidade para sermos iiteis
de modo que possamos glorifica-la atraves da saude ou da
enfermidade, na vida ou na morte. Amem.
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6
MORDOMOS
"Que o s h omen s nos c on sid er em min is tr os d e Cr is to e mordomos
d os m iste rio s d e D eu s. R eq ue r-se d os m ord om os, q ue ca da um seja
achadofiel" -1 Cor. 4:1-2.
o apostolo anelava ser tido pelo que era, e tinha razao;
pois os ministros nem sempre sao apreciados corretamente.
Geralmente muitos segloriam neles, outros os depreciam. No
inicio de nosso ministerio, quando 0que dizemos e novidade
e nossas energias transbordam, quando ardemos e lancamos
faiscas, passamos muito tempo ern preparar fogos de artificio,
aspessoas sao propensas a considerar-nos seres maravilhosos;
entao e necessaria a palavra do apostolo: "Ninguem se glorie
nos homens" (1 Cor. 3:21). Nao e certo, como insinuam os
aduladores, que ern nosso caso os deuses hajam descido ern
semelhanca de homens; e seriamos idiotas se acreditassemos
nisso. A seu devido tempo, as ilusoes esnipidas serao subs-
tituidas pelos desenganos, e entao ouviremos a desagradavel
verdade mesclada de censuras injustas. Cedo ou tarde,0
tempo produz 0 desencanto, e transforma nossa posicao no
apreco do mundo. Passaram os dias da primavera, e chegou 0
tempo das ortigas. Concluida a epoca ern que as aves cantam,
aproxima-se a estacao dos frutos; mas as criancas nao ficam
tao contentes conosco como quando passeavam por nossos
exuberantes prados, fazendo coroas e grinaldas corn nossas
flores. Talvez nao estejamos percebendo. 0 homem rnaduro
e solido e lento, enquanto 0 jovem cavalga nas asas do
vento. E evidente que alguns tern ideias exageradas do que
1 1 9
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
nos somos; outros tern ideias de modo demasiadamente
mesquinho; seria muito melhor se todos eles pensassem
sobriamente que somos "ministros de Cristo". A Igreja lucraria,
gloria para nos, mas ponhamos honra nos vasos mais
frageis mediante nossos cuidados. Que os pobres, os debeis
e os afligidos tenham 0 lugar de honra na Igreja do Senhor, e
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nos seriamos beneficiados e Deus seria glorificado, se nos
colocassem no lugar exato enos mantivessem ali, sem apreciar-
-nos em demasia, nem censurar-nos injustamente, mas
considerando-nos em relacao ao Senhor e nao em nossas
proprias personalidades. "Que os hom ens nos considerem
como ministros de Cristo."
nos que estamos fortes levemos suas fraquezas. Quem se
humilha e exaltado; e 0que se faz menos que 0mais inferior,
eo maior. "Quem enferma, que eu nao enferme?", interroga
o apostolo. Se ha algum escandalo a suportar, melhor sofre-
-1 0 do que permitir que ele aflija a Igreja de Deus. Uma vez
que somos, por nossas funcoes, servos num sentido especial,
suportemos alegremente a parte principal de abnegacao e
os trabalhos penosos dos santos.
Entretanto, 0 texto nao nos designa simplesmente servos
ou ministros, mas acrescenta "de Cristo". Nao somos servos
dos homens, e sim do Senhor Jesus. Amigo, se-voce ere que
devido contribuir para meu sustento, estou obrigado a seguir
suas opinioes, esta equivocado. E certo que somos "vossos
servos por Jesus"; contudo, no senti do mais elevado possivel,
nossa (mica responsabilidade e perante Aquele a quem
cham amos Mestre e Senhor. Obedecemos ordens superiores;
mas nao podemos ceder aos caprichos dos nossos companhei-
ros de service, por mais influentes que sejam. Nosso service
e glorioso, porque pertence a Cristo; sentimo-nos honrados
pelo privilegio de servirmos Aquele cujos sapatos nao somos
dignos de desatar.
Afirma-se tambem que somos MORDOMOS. Que e sermordomo? Esta e a nossa funcao. Que se requer de urn
mordomo? Este e 0 nosso dever. Estamos falando agora de
nos mesmos; portanto, facamos uma aplicacao pessoal de
tudo que for dito.
1. Primeiramente, u m m ordo mo e a pen as um se rv o. Talvez
nem sempre se percebe, mas e algo lamentavel que 0 servo
comece a pensar que e 0 amo. E uma lastima que os servos,
quando passam a ser honrados pelos seus mestres, comecam
a inchar-se. Quao ridiculo pode chegar a ser mordomo! Nao
Somos MINISTROS. Esta palavra soa de modo respeita-
vel. Ser ministro e a aspiracao de muitos jovens. Talvez se a
palavra do original fosse traduzida de outro modo, esfriaria
a ambicao deles. Os ministros sao servos: nao sao convidados,
mas criados; nao sao senhores, mas servidores, A mesma
palavra tern sido traduzida "remadores", exatamente os que
movem os remos do banco inferior. Remar numa galera
sempre era trabalho duro; aqueles movimentos rapidos
esgotavam as forcas vitais dos escravos. Havia tres fileiras de
remadores: os do banco superior tin ham a vantagem do ar
fresco; os que ficavam abaixo deles estavam mais escondidos;
mas suponho que os trabalhadores do remo inferior, alern de
exaustos pelo esforco penoso, estavam sujeitos a desmaiar
devido ao calor. Irmaos, contentemo-nos em gastar nossas
vidas ainda que seja na pior das posicoes, se atraves do nossoservice possamos ser instrumentos para que 0 nosso grande
Capitao apresse Sua volta e que possamos ajudar 0 avanco
da embarcacao da Igreja que Ele conduz. Estejamos dispostos
a movimentar 0 remo e a trabalhar durante toda a vida para
que Seu navio singre as ondas. Nao somos capitaes nem
proprietaries do barco, mas apenas remadores de Cristo.
Recordemos que somos servos na casa do Senhor. "0
maior dentre vos seja vosso servo." Estamos dispostos a ser 0
tapete a porta de entrada do nosso Mestre. Nao busquemos
120 121
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
me refiro a mordomos ou lacaios, e sim a nos mesmos. Se
nos engrandecemos a nos mesmos, chegaremos a ser depre-
ciaveis; nem honramos a nos sa funcao nem exaltamos ao
supervisionar os demais servos, que e tarefa dificil. Antigo
amigo meu, ja com 0 Senhor, me disse em certa ocasiao:
"Sempre tenho sido pastor. Durante quarenta an os fui pastor
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Senhor. Somos servos de Cristo, e nao senhores sobre a
heranca dEle.
Os ministros sao para as igrejas, e nao as igrejas para os
ministros. Trabalhando para as igrejas, nao poderemos ter a
ousadia de considera-las como propriedades a explorar em
beneficio proprio, nem jardins a cultivar segundo nosso
proprio gosto. Alguns falam da forma liberal de governo na
sua igreja. Que sejam liberais com 0 que lhes pertence;
porern que 0 mordomo de Cristo se orgulhe de ser liberal
com os bens de seu Mestre, e coisa bern diferente. Como
mordomos, somos apenas servos de categoria; que 0 Senhor
mantenha em nos urn espirito de plena obediencia! Se nao
temos cuidado em conservar-nos em nosso devido lugar, 0
Mestre nao deixara de admoestar-nos e de humilhar nosso
orgulho. Quantas de nossas aflicoes, fracassos e depress6es
procedem de que nos sentimos demasiadamente orgulhosos!
Estou convicto de que nenhum dos que tern sido honrados
por Deus publicamente desconhece os castigos administra-
dos em secreto, os quais impedem que a carne soberba se
exalte indevidamente. Quantas vezes tenho orado: "Nao me
retires do Teu servico, Senhor!", pois 0mordomo despedido
e objeto de comiseracao entre os servos do Senhor. Noutrostempos era grande e poderoso, cavalgando 0 melhor cavalo;
mas depois de afastado, toma-se menos que 0 mais
insignificante vaqueiro. Vejam quao contente ele se mostra
em ser recebido, como agradecido hospede, nas humildes
casinhas daqueles que outrora 0 admiravam com especial
respeito, quando representava a seu Senhor! Cuidado para
nao serem exaltados demasiadamente, casu contrario serao
aniquilados.
2. 0 mordomo e um servo de tipo especial, pois tern de
de ovelhas, e por outros quarenta, pastor de homens, e 0
segundo rebanho era muito mais pusilanime do que 0
primeiro." Tal testemunho e verdade. Creio ter ouvido dizer
que a ovelha tern tantas enfermidades quantos os dias do
ano; mas 0 outro tipo de ovelha e capaz de ter dez vezes
mais doencas, 0 trabalho do pastor e excessivamente pesado.
Nossos companheiros de service sao assediados por toda
especie de dificuldades; e e deploravel que os mordomos
pouco sabios causam muitas outras desnecessarias, devido
exigirem dos demais aquela perfeicao que eles mesmos nao
possuem. Alem disso, nossos conservos foram sabiamente
selecionados. Aquele que os pos em Sua casa sabia 0 que
estava fazendo; sao escolhidos do Senhor, e nao nossos. Nao
nos compete achar defeitos nos eleitos do Senhor. Entre
alguns e habito comum injuriar a Igreja; mas uma vez que
a Igreja e a noiva de Cristo, e bastante perigoso criticar aamada do Senhor. Nesse aspecto, procuro imitar Davi na sua
atitude em relacao a Saul: nao me atrevo levantar a mao contra
o ungido do Senhor. Muito melhor e que descubramos
nossos proprios defeitos antes que censuremos as falhas alheias.
Alem disso, os membros da nossa igreja sao seres hum a-
nos, e mesmo0
melhor delese
apenas humano, ainda queno melhor sentido. Dirigir, instruir, con solar e ajudar a tantas
pessoas diferentes, sem duvida nao e tarefa simples. 0 que
governa entre os homens, em nome de Deus, deve ser
homem; mais do que isso, precisa ser homem de Deus. Deve
estar dotado da graca, ser de estirpe real, e destacar-se dos
demais em varies aspectos. Os homens acatarao a verdadeira
superioridade, mas nao as pretensoes oficiais. A posicao
superior ha de estar sustentada por atitudes superiores. 0
mordomo precisa saber mais do que 0 lavrador e 0 peao.
122 123
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1Mordomos
Possuir inteligencia superior a do vigia e do carreteiro, e urn
carater mais eficiente do que a das pessoas comuns as quais
tern de transmitir ordens. Como mordomos, e indispensavel
3. Prosseguindo, lembremos que o s m ord om os s ao s erpQs
sob a s o rd en s mai s imedi at as d o g ra nd e Mest re . Temos de ser como
o mordo~o que diariamente se dirige a presenca do Senhor
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que tenhamos graca abundante, pois do contrario nao cum-
priremos nossos deveres nem alcancaremos promocoes.
Os demais servos se regerao pelo que fazemos. 0 mordomo
apatico, inerte e lento sempre tera a seu redor uma equipede trabalhadores lentos, resultando em serios prejuizos nos
negocios do Senhor. Urn ministro logo se vera rodeado de
pessoas semelhantes. Oxala sejamos sempre atentos e fervoro-
sos no service do Senhor Jesus, para que nossa congregacao
tambern seja consagrada. Li de urn teologo puritano que
demonstrava tal entusiasmo que sua igreja afirmava viver
como se alimentasse de coisas vivas. Que de igual modo
nossa vida seja sustentada pelo Pao vivo!
A menos que sejamos nos mesmos cheios da graca deDeus, nao seremos bons mordomos na orientacao de nossos
companheiros de service. Devemos ser para eles exemplo de
zelo e ternura, constancia, esperanca, energia e obediencia. Epreciso que pratiquemos constante abnegacao e aceitemos
como nossa parte no trabalho 0mais dificil e mais humilhante.
Seremos elevados acima dos companheiros atraves de urn
desinteresse superior. Encarreguemo-nos de ir a frente das
empresas perigosas e de levar as cargas mais pesadas. Precisa-
mos realizar algumas das tarefas mais penosas na Igreja, eservir nos lugares mais duros. Por que nao havemos de estar
dispostos a ocupar essas posicoes? 0 Senhor exaltara aos que
nao escolhem por si mesmos, mas estao dispostos a fazer
qualquer coisa e ir a todo lugar. 0 que vence 0medo na hora
do perigo tera como recompensa 0 privilegio de poder
demonstrar ainda maior coragem. 0 que e fiel no pouco, sera
design ado para urn setor de trabalho de maior importancia
e prova mais severa; este e 0 progresso a que aspiram os
servos leais do nosso Rei.
a fim de receber ordens. 0 simples lavrador nunca vai a casa
do patrao, mas 0 mordomo nao pode deixar de comparec~r
ali. Se falhasse em consultar ao seu senhor, logo cometena
erros e se envolveria em graves complicacoes. Como deve-
riamos repetir constantemente: "Senhor, que queres que eu
faca?" Deixar de buscar a Deus a fim de descobrir e por em
pratica Sua vontade, seria abandonar nossa verdadeira posicao.. )
Que se far a ao mordomo que nunca se comumca com 0 amo.
Ora, fazer as contas e despedi-lol 0 que faz a propria vontade
e nao a do senhor nao pode exercer a funcao de mordomo.
E preciso que estejamos continuamente esperando
ordens de Deus. E indispensavel cultivar 0habito de busca-la
a procura de orientacao. Quao gratos deviamos ser pelo fatodo Amo estar sempre atento a nossa voz! Ele guia a Seus servos
com os olhos; e junto com a dire<_;;aoEle concede tambem 0
poder necessario. Ele tornara nossos rostos brilhantes perante
os companheiros quando mantemos comunhao com Ele.
Nosso exemplo ha de influir a outros para estar as ordens do
Senhor continuamente. Se nossa ocupacao e transmitir-lhes
os pensamentos de Deus, entao estudemos cuidadosamente
os Seus pensamentos. Que ninguem se des cui de no cultivo
do habito de ir ao trabalho sem antes estar em comunhaocom 0 Senhor. Se 0mordomo nao demonstra interesse pelos
assuntos do amo, e se torna obstinado, chegando a inverter
as or dens do seu senhor; se de algum modo se intromete em
negocios improprios, entao os servos que estao sob sua lideranca
aprenderao a ser desleais. 0 Mestre breve voltara, e ai do
mordomo que ao pres tar contas for julgado infiel!
4. Os mor domos e st do con st an temen te p re st an do con ta s. Suas
contas sao dadas a proporcao que marcham. Urn proprietario
cuidadoso exige a conta de receitas e despesas cada dia. E
1 24 125
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
importante considerar as proprias falhas e defeitos. Isso nos
levara a utilizar melhor 0 tempo em constantes esforcos no
service do Amo a fim de aumentar os Seus bens. Cada urn
deixam de progredir de alguma maneira. Considero 0 esforco
mais necessario e proveitoso 0que dedicamos a nos melhorar
mental e espiritualmente. Seja qual for a sua atividade, acima
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deve interrogar-se a si mesmo: "0 que estou conseguindo
com a minha pregacao? Seria do tipo certo? Estaria dando
enfase aquelas doutrinas que 0 Senhor deseja que apresente
de preferencia? Acaso dedico as almas 0 interesse que Ele
quer que eu demonstre?" E proveitoso analisar assim todas as
areas da vida, e considerar: "Sera que gasto 0 tempo suficiente
com a oracao em secreto? Sera que estudo as Escrituras tao
intensamente quanto devo? Vou correndo a muitas reuni6es;
mas estaria em tudo isso cumprindo as ordens do meu Mestre?
Nao seria possivel que procuro satisfacao para mim mesmo
com a aparencia de realizar muito, enquanto na realidade eu
faria mais se fosse mais cuidadoso na qualidade do servico
do que na quantidade?" Oxala recorramos constantemente
ao Senhor e tenhamos sempre corretas e claras nossas contas
com Ele!
5. Destaquemos 0 ponto principal: 0 m ord om o e o de posi-
ta rio e a dm in is tra do r d os b en s d o s eu s en ho r. Tudo 0 que ele tern
pertence ao senhor, e ele e guarda de tesouros especiais, nao
para que faca deles 0que desejar, mas para que cui de deles, Os
dons de conhecimento, raciocinio, fala e influencia nao nos
pertencem para que nos gloriemos deles, mas os temos em
deposito a fim de administra-los para0
Senhor. 0 dom queganha outros cinco e Seu.
Deveriamos aumentar 0 capital. Todos estariam fazendo
isso? Estariam crescendo em capacidade e desenvolvendo os
dons? Irmaos, cuidem de voces mesmos. Noto que alguns
crescem, mas outros estacionam e se transformam em an6es ,sem desenvolvimento. Lamento que tantos jovens destroem
nossas esperancas; tornam-se extravagantes nos gastos; casam
irrefletidamente, tornam-se presa do mau humor, buscam
opinioes modernas, cedem a preguica ou ao relaxamento, ou
de tudo cuidem de voces mesmos e da doutrina. Os que
negligenciam a mcditacao a fim de viver continuamente
tagarelando, sao muito nescios; assemelham-se a mordomos
que nada fazem na granja, mas falam demasiadamente do
que deveria ser feito. Os caes mudos nao podem latir, mas os
caes prudentes nao estao sempre a latir. Estar continuamente
dando de si e nunca recebendo, leva a vacuidade.
Irmaos, somos "mordomos dos misterios de Deus"; foi-
-nos "confiado 0 evangelho". Paulo se refere ao glorioso
evangelho do Deus bendito que lhe foi confiado. Espero que
nenhum de voces tenha jamais a infelicidade de ser feito
administrador da fe . E uma funcao ingrata. Ao desempenha-
-la, ha pouca margem para a originalidade; verno-nos obri-
gados a administrar nos so deposito com rigorosa exatidao.
Alguem deseja receber mais dinheiro, outro pretende alterar
uma clausula da escritura; mas 0 fiel administrador se apega
ao documento, e 0 obedece. Mesmo pressionado, responde:
"Sinto muito, mas nao redigi 0 documento; sou apenas
administrador de urn deposito, e estou obrigado a cumprir
as clausulas". 0 evangelho da graca de Deus, dizem alguns,
necessita de gran des reformas; porem sei que nao e da minha
conta reforma-lo;0
que me cabe fazer e agir conforme eleafirma. Sem duvida muitos gostariam de fazer uma reforma
na Pessoa de Deus, apagando-O da face da terra, se pudessem.
Reformariam a expiacao ate que desaparecesse. Exigem de
nos grandes transformacoes, em nome do "espirito do seculo",
Asseveram que 0 proprio conceito de punicao do pecado e
uma reliquia barbara da Idade Media; convem modifica-lo,
bern como a doutrina da substituicao, alern de muitos outros
dogmas que cairam de moda. Nada nos afetam essas exigencias;
nosso dever e anunciar 0 evangelho tal como 0recebemos.
126 127
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
Como depositario, se alguern discute meu proceder,
atenho-me a letra da escritura legal; se alguns discordam, que
apresentem suas reclamacoes ao tribunal correspondente,
6.0 tra ba lh o d o m ord om o c on sis te em d is trib uir o s b en s d e s eu
amo, segundo 0 objet ivo a que esti io dest inados. Ha de retirar coisas
novas e coisas velhas, ha de oferecer leite aos pequeninos e
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pois nao tenho poderes para alterar 0 texto. Somos simples
administrador; se nao nos permitem atuar, encaminharemos
todo 0 assunto a chancelaria celeste. A disputa nao e entre
nos eo pensamento moderno, mas entre Deus e a sabedoria
humana. Dizem: "Mas e absurdo continuar repisando esta
historia antigulssirna!" Nao nos importa a sua antiguidade;
ela veio de Deus, e a repetimos ern Seu nome. Seja qual for
o conceito que tenham sobre ela, encontra-se no Livro do
qual tiramos nossa autoridade. Os mordomos tern de
apegar-se as ordens recebidas, e os administradores precisam
cumprir as condicoes que lhes foram impostas.
Irmaos, nesta hora presente "fomos postos para a defesa
do evangelho". Se ha homens convocados para esse cargo,
somos nos. Vivemos em tempos de inseguranca; muitos
levan tar am as ancoras e estao sendo levados por ventos e
correntes de varies tipos. Precisamos estar bern firmados.
Talvez raciocinios ceticos me hajam arrastado noutros tem-
pos, mas nao agora. Sugerem os inimigos que guardemos as
espadas e cessemos de lutar pela fe antiga? Respondemos
como os gregos replicaram a Xerxes: "Venham, e tomem-nas".
Ate pouco tempo, pens adores avancados tentavam derrubar
os ortodoxos para lanca-los no po; mas ate agora temos sobrevivido a seus assaltos. Sao uns vaidosos que nao conhecem
a vitali dade das verdades evangel icas. Nao, 0 glorioso
evangelho nao perecera jamais. Se havemos de morrer,
morreremos lutando. Se temos de desaparecer pessoal-
mente, novos evangelistas pregarao sobre os nossos tumulos.
As verda des evangelic as farao surgir outros homens
completamente equipados para a batalha. 0 evangelho vive
pela morte. Seja como for, nesta lida, se nao somos vitoriosos,
pelo menos seremos fieis.
carne solida aos amadurecidos, repartindo a cada urn sua por-
~ao oportunamente. Receio que nalgumas mesas os homens
fortes fiquem aguardando a carne por muito tempo e haja
pouca esperanca de que apareca, pois 0que ha ern quantidade
e leite corn agua, No domingo anterior alguem foi escutar
certo pregador, e se queixou de que nao pregou sobre Cristo;
outro explicou que talvez nao era momenta adequado.
Respondo que 0 momento adequado de se pregar sobre
Cristo e cada vez que se pregue. Os filhos de Deus estao
sempre famintos, e nao existe nada que os satisfaca, senao 0
que desce do ceu,
o mordomo prudente ha de manter a proporcao exata.
Apresentara sempre coisas novas e coisas velhas; nem sempre
doutrina, nem sempre pratica, nem sempre experiencia, Nem
sernpre pregara 0 conflito, nem sempre a vitoria, Nao
apresentara urn s o aspecto da verda de, mas uma especie de
visao estereoscopica que fara corn que a verda de se destaque
por evidencia. Grande parte da preparacao dos alimentos
cspirituais consiste na correta proporcao dos ingredientes.
Apresentemos boa porcao de experiencia, sem esquecer
aquela vida superior que consiste numa crescente hum il-
dade espiritual. Demonstrar a fundo nosso minister iorequer muita habilidade, pois a falta de proporcao no que
x c prega tern causado graves danos a muitas igrejas. A vereda
da sabedoria e tao estreita como 0 gume de navalha e para
scgui-Ia necessitamos da iluminacao divina. Nao se toea
harpa usando apenas uma corda. Os servos do nosso Amo
haverao de murmurar se lhes damos somente coelho quente
c coelho frio. Temos de retirar da despensa do Mestre grande
v.iriedade de alimentos apropriados para 0 desenvolvimento
(fa virilidade espiritual. 0 excesso numa direcao e escassez
128 129
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
noutra, podem produzir muito mal; portanto, usemos 0
peso e a medida, e busquemos direcan,
Irmaos, tomem 0 cui dado de ussr seus talentos para seu
representa 0 seu am o. Quando 0 amo esta longe, todos vern
ao mordomo para receber ordens. 0 que representa urn
Senhor como 0 nosso necessita portar-se bern. 0 mordomo
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Amo, e s6 para Ele. Desejar ser pescadores de almas s6
para que pensem que 0 somos, e deslealdade ao Senhor. : Einfidelidade ao Senhor, mesmo se pregarmos boa doutrina
com 0 objetivo de sermos considerados corretos, ou orarmos
fervorosamente com 0 desejo de sermos conhecidos como
homens de oracao. Temos de bus car a gloria do Senhor com
simplicidade e de todo 0 coracao. E preciso que usemos 0
evangelho do Senhor, a congregacao do Senhor, e os talentos
do Senhor, para Ele e para mais ninguem.
7. 0 m ordo mo de ve se r tambem oguarda da fam ilia do seu
amo. Cuidem dos interesses de todos os que estao em Cristo,
e que todos sejam tao preciosos para voces como seus pro-
prios filhos. Nos tempos antigos os criados se senti am tao
ligados a familia, e de tal modo integrados nos assuntos de
seus amos, que se referiam a nossa casa, nossas terras, nossos
caval os, nossos filhos. Assim e como Q Senhor espera que nos
identifiquemos com Seus negocios santos, e especialmente
deseja que amemos a Seus escolhidos. Nos, mais do que
ninguem, devemos entregar nossas vidas por nossos irmaos,
Devido pertencerem a Cristo, os amamos por causa dEle.
Espero que cada urn possa dizer de coracao:
"Niio lu i cordeiro em T e u rebanho
que eu r ecu sar ia apascentar".
deve agir com muito maior cuidado e prudencia quando
fala por seu senhor do que quando 0 faz por conta propria. A
menos que seja precavido no que diz, 0 senhor pode ver-se
obrigado a declarar: "Voce faria melhor em falar por sua
conta; nao posso perrnitir-Ihe que me represente de maneira
impropria". Amados irmaos e companheiros de servico, 0
Senhor Jesus e mal representado por nos se nao observamos 0
Seu caminho, declaramos Sua verdade e manifestamos Seu
Espirito. Pelo criado os homens deduzem quem e 0 amo;
nao seria justo que assim 0 facam? Nao deveria agir 0
mordomo a maneira do seu amo? Nao podem separa-los,
nem ao amo de seu mordomo, nem ao senhor do seu
representante. Quando disseram a urn puritano que ele era
demasiadamente cuidadoso, replicou: "Sirvo a urn Deus
cuidadoso". Nos temos de ser bondosos, pois representamos
o bondoso Jesus; precisamos ser zelosos, pois representamos
Alguem que Se vestia de zelo como de urn manto. N osso melhor
guia,quando estivermos inseguros sobre 0 que havemos de
fazer, se achara na resposta a pergunta: "Que faria Jesus?"
Imitem a Jesus, que nao falava de Seus proprios pen-
samentos porern dos do Pai. Assim, atuarao como deve fazer
urn mordomo. Nisso se firmam sua sabedoria, seu consolo
e seu poder. Mesmo se nos acusarem de loucos, estamos
certos de estar observando as ordens do Senhor. Os queixosos
nao podem acusar ao mordomo: ele age conforme a deter-
minacao de seu superior. Nossa consciencia esta limpa e
nos so coracao permanece em repouso, se nos certificamos de
haver tornado a cruz e seguido as pegadas do Crucificado. A
obediencia e melhor do que a originalidade, e a capacidade
para ser ensinado mais deseiavel do que 0 genio. A revelacao
de Jesus Cristo durara mais do que as especulacoes humanas.
Irmaos, amemos de coracao a tocios aqueles a quem Jesus
ama. Tratem carinhosamente os que estao sendo provados e
sofrendo. Visitem os orfaos e as viuvas. Cuidem dos fracos e
desanimados. Suportem os tristes e desesperados. Atendam
a todos os da casa, e assim serao bons, mordomos.
8. Terminarei este quadro afitmando que0
rflOr4()P'l
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
Damo-nos por satisfeitos, e mais ainda, almejamos nao ser
considerados como pensadores originais e horn ens de
imaginacao; nossa tarefa e dar a conhecer os pensamentos
de Deus e terminar a obra que Ele esta efetuando poderosa-
furioso e ouvir-lhe dizer: "Nao pode suporta-lo? Eu ja tenho
suportado muito mais!"
Irmaos, 0 Senhor "sofreu tal contradicao dos pecadores
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mente ern nos.contra si mesmo", e nos nos cansaremos e desmaiaremos ern
nossos espiritos? Como podemos ser mordomos do bondoso
Senhor Jesus se nos portamos altivamente? Nao nos demos
demasiada importancia, nem tratemos de exercer dominic
sobre a heranca de Deus; pois Ele nao deseja isso, e naopodemos ser fieis se cedemos ao orgulho.
Tambern fracassaremos ern nossos deveres como mordo-
mos se cornecamos a especular corn 0 dinheiro do Senhor.
Talvez possamos dispor do nosso, mas nao dos recurs os do
Senhor. Nao nos ordenou que especulemos, mas que nos
"ocupemos" ate que Ele volte. Nao penso ern especular corn
o evangelho do meu Senhor, sonhando que posso melhora-
- 1 0 por meio dos meus proprios e profundos pensamentos
ou tentando voar na companhia dos filosofos. Tratando-se
de salvar almas, nao vamos falar de outro tema senao do
evangelho. Ainda que pudesse gerar grande cornocao
transmitindo novidades, repilo tal pensamento. Prom over
urn avivamento suprimindo a verdade e agir falsamente;
significa frau de piedosa, e 0 Senhor nao aprova nenhum
beneficio advindo de tais transacoes. Nosso dever e usar de
modo simples e honrado os talentos do Senhor, e devolver-
-Lhe os lucros resultantes dos negocios justos.
Somos mordomos, e nao senhores, e por isso e preciso
que negociemos ern nome do nosso Amo, e nao no nosso
proprio. Nao temos que fabricar uma religiao, mas sim
proclama-la, e mesmo essa proclamacao ha de fazer-se, nao
por nos sa autoridade, mas baseada na do Senhor. Somos
"coadjutores juntamente corn Ele". Nao tratemos de atuar
por nossa propria conta, mas conservemos 0 nos so posto
proximo do Chefe ern toda a humildade espiritual.
2.
Epossivel que cheguemos a ser desleais ao que nos
A segunda parte desta mensagem tratara de NOSSAS
OBRIGA<;OES COMO MORDOMOS. "Requer-se dosmordomos, que cada urn seja achado fiel." Nao se exige que
cada urn seja engenhoso, agradavel aos associ ados, nem
sequer que seja eficiente. Tudo 0 que se requer e que seja
achado fiel; e na verdade nao e coisa de pouca importancia.
Sera necessario que 0 Senhor mesmo Se torne nossa sabe-
doria, e nosso poder, pois do contrario fracassaremos. Muitas
sao as maneiras ern que podemos falar neste ponto, por
muito simples que nos pareca,
1. Podemos deixar de ser fieis quand o atuam os com o sefO ss em os c he fe s e m v ez d e su bo rd in ad os . Surge na Igreja uma
dificuldade que poderia ser solucionada facilmente corn
tolerancia e amor, mas "nos firmamos ern nossa dignidade"
e en tao exageramos nossa importancia, Podemos ser muito
elevados e poderosos se desejamos; e quanto menor somos,
tanto mais facilmente nos inchamos. Nao ha galo mais
imponente na briga do que 0 nanico; nao existe ministro
mais disposto a lutar por sua dignidade do que aquele que
nao a possui. Que coisa tao insensata e quando nos fazemos
"gran des" ! 0 mordomo ere que nao tern sido tratado corn 0
devido respeito e se esforca para fazer corn que "os criados
reconhecam a quem ele e". Urn dia 0 senhor da casa foi,
insultado por urn inquilino zangado e nao fez caso, pois
possuia bastante born senso para nao perturbar-se ante
urn assunto insignificante; mas 0 mordomo nao passa nada
por alto, e se irrita por tudo. Deveria ser assim? Parece-me
ver 0 bondoso patrao por a mao sobre 0 ombro do servo
132133
UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
foi encomendado se agim os para agradar aos hom ens. Se 0
mordomo estuda 0 modo d~-'~g;adar' a~'iavrad;;'-ou de
satisfazer aos caprichos da empregada, as coisas VaGneces-
sariamente mal, pois esta fora de lugar. Influimos uns sobre
depois com uma morte dificil. Se nao somos laboriosos, nao
somos verdadeiros mordomos; ternos de ser exemplos de
diligencia para a casa do Rei. Aprecio 0 preceito de Adam
Clarke: "Matem-se trabalhando e depois ressuscitem-se pela
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os outros, e tambern somos influidos de modo reciproco, Os
maiores sao inconscientemente afetados em certa medida
pelos mais insignificantes. 0 ministro deve ser influido de
modo poderoso pelo Senhor, de forma que as demaisinfluencias nao 0 afastem da fidelidade. Temos de recorrer
constantemente ao Quartel-General, e receber a Palavra da
boca do proprio Senhor, a fim de sermos continuamente
guardados na retidao e na verda de; do contrario, logo nos
tornaremos parciais, ainda que nao percebamos. Nao temos
de tocar certa nota para obter a aprovacao de tal partido, nem
silenciar uma doutrina importante para evitar ofender a
determinado grupo. Nao pode haver reservas com 0 objetivo
de agradar a alguem, nem a minima concessao para satis-
fazer, mesmo que seja a comunidade inteira. Que temos a
ver com os idolos, mortos ou vivos? Se voces idealizam
satisfazer a todo 0 mundo, enorme esforco lhes aguarda. Epreciso que nao adulemos aos homens. Se agradamos aos
homens, nao agradaremos a Deus, de modo que 0 exito na
tarefa a que nos dedicamos seria fatal para os nossos inte-
resses eternos. Ao tentarmos satisfazer aos homens, nem
sequer conseguiremos agradar a nos mesmos. Ainda que nos
pareca muito dificil, e mais facil agradar ao Senhor do que
aos homens. Mordomo, mira somente ao seu Amo!
3. Nao seremos julgados mordomos fieis se somos oc io sos
edesperdicamos o t e r n _ P ' ? Voces conhecem ministros preguico-
sos? Tenho ouvido falar deles; contudo, quando os vejo, rneu
coracao os aborrece. Se intentam ser indolentes, ha muitos
setores profissionais que lhes reieitarao; mas acima de tudo
nao ha lugar para voces no ministerio cristae. 0 hornem
que considera 0 ministerio uma vida facil, ha de deparar-se
forca da oracao". J amais cumpriremos nossos deveres para
com Deus e para com os homens se somos folgazoes.
No entanto, alguns que sempre estao atarefados podem,
apesar dis so, ser infieis, se tudo que fazem e feito de mododesleixado e leviano. Temos de ser serios como a morte em
trabalho tao solene. Ha certos pregadores que sempre estao
gracejando. Eu gosto muito de rir; 0 verdadeiro humor
pode ser santificado, e os que conseguirem levar outros a
sorrir sao capazes de move-los a chorar. Mas este poder tern
limites que 0 nescio pode ultrapassar. Por certo nao falo
agora do excentrico convencido. Os homens aos quais me
refiro sao os sarcasticos e criticos, Urn irrnao fervoroso comete
urn lapso de gramatica, e observam com desprezo; outro
colega devoto se engana em uma citacao, e isso lhes propor-
ciona enorme prazer. Para eles, 0 evangelho nada e; seu Idolo
e a inteligencia. Quanto a si mesmos, sua preocupacao
principal e descobrir como podem ser mais honrados. Nao
tern conviccoes nem crencas, mas apenas gostos e opinioes, e
tudo isso e urn jogo do principio ao fim. Rogo-Ihes que nao
se acheguem a esse tipo de escarnecedores nem do assento
dos que dissipam 0tempo. Sejam seriarnente fervorosos. Vivam
como homens que possuem algo pelo qual viver; e preguem
como os que julgam a pregacao a mais sublime atividade
do seu ser. Nosso trabalho e 0 mais importante que existe
debaixo do ceu, ou do contrario, e pura falsi dade. Se voces
nao sao fervorosos em obedecer as instrucoes do seu Senhor,
Ele transferira Sua vinha para outro; nao tolera aos que
transformam Seu service em algo sem importancia.
4. Quando [azem os m au uso d o q ue p ertenc e ao n osso A mo,
somos desleais ao que nos foi confiado. Foi-nos entregue
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
certo grau de talento, forca e influencia; temos de usar este
deposito corn uma unica finalidade. Nosso objetivo e fomen-
tar a honra e a gloria do Mestre e Senhor. Temos de bus car a
gloria de Deus, e nada mais. Nenhum ministro tern direito
vinha. Interrogo-me se observamos pessoalmente os nossos
ouvintes. Temos de fazer visitas pessoa por pessoa. Certos
individuos so podem ser alcancados atraves de contato
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de usar sua influencia para fins politicos; a ternperanca
e algo meritorio, mas qualquer movimento jamais deve
ocupar 0 lugar do evangelho. Ern hipotese alguma pode 0
obreiro empregar sua capacidade para divertir ao povo.
Fomos enviados para ganhar almas. Tudo que nos ajuda
a alcancar esse alvo deve ocupar nossa atencao e despertar
nos so interesse.
Nao usem os bens do seu Amo indevidamente, a fim de
que nao sejam culpados de abuso de confianca, Se sua
consagracao e verdadeira, todos os seus dons pertencem ao
Senhor, e seria uma especie de desfalque emprega-Ios para
outro fim, ern vez de usa-los para Ele. Nao tern de fazer
fortuna para voces mesmos; nao creio provavel que 0 facam
no ministerio, Nao podem ter uma segunda intencao, nem
qualquer outro objetivo. "So Jesus" ha de ser 0 motivo e 0
lerna da sua carreira vitalicia. 0 dever do mordomo e consa-
grar-se totalmente aos interesses do patrao; e se esquece isso
por causa de outro objetivo, por mais louvavel que possa
ser, nao e fiel. Nao podemos permitir que nossas vidas
corram por dois canais; nao temos forcas vitais suficientes
para urn duplo objetivo. E preciso que sejamos de coracaosimples. Temos de por ern pratica 0 lerna: "Urn a coisa faco."
Ern todas as areas e detalhes da vida, ha de notar-se 0 sinal
da consagracao, e nao devemos permitir que seja ilegtvel.
Vira 0 dia ern que todos os detalhes serao examinados na
audiencia final; compete-nos como mordomos ter ern conta
o julgamento do Senhor ern todos os aspectos da nossa
atividade.
5. Se desejamos ser fieis como mordomos, e p re ci so que
ndo d escuid em os a nen hu m d a familia, nem qualquer parte da
pessoal. Se tivesse diante de mim certa quanti dade de garrafas
e tivesse de enche-las corn uma mangueira, muita agua se
perderia; se de fato quero enche-las, preciso toma-las uma a
uma e derramar 0 liquido cuidadosamente. Temos de velar
pelas nossas ovelhas uma por uma. Isso deve ser feito nao s6
mediante a conversa pes soal, mas atraves da oracao pessoal.
Certo crente piedoso, enfermo, dedicou-se a fervorosa
intercessao, e mesmo sem poder dar urn passo, visitava as
familias, orando constantemente por todos os lares. Assim
devemos percorrer 0 campo e visitar as congregacoes, sem
esquecer a ninguem, sem desanimar-se de nenhum, levando-
-os todos no coracao perante 0 Senhor. Lembremo-nos
especialmente dos fracos, desalentados, os que cafram ou vivem
mais distantes. Que nossos cuidados cerquem todo 0 rebanho.
Vamos aos pontos mais afastados, lutando para que nenhuma
localidade permaneca sem os meios da graca, e sim que todos
os terrenos recebam a chuva da influencia do evangelho.
6. Existe algo que nao deve ser esquecido: e p re cis o q ue
j ama is te nh amo s c on io en cia c om 0 mal . Muitos tern a impressao
de que podar a arvore significa corta-la, Outros custam a
aprender 0 que seja 0 equilibrio das virtudes; nao sabem
matar urn rata sem incendiar0
celeiro. Sera que ouvi alguemdizer: "Fui fiel; nao posso compactuar corn 0 mal"? Esta
bern; mas nao ocorrera que pelo seu mau genio voce chegue
a causar urn mal maior do que aquele que destruiu? Imagi-
nemos que a mae recomende a enfermeira que faca calar a
crianca, e a seguir ela jogue 0menino pela janela. Obedeceu a
senhora, silenciando eficazmente 0garoto, mas por certo nao
sera elogiada. Se num impulso imprudente voces dao "0
merecido" a congregacao por nao ser 0que desejam que fosse,
entao considerem 0seguinte: "Somos 0que deveriamos ser?"
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UM MINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
Se pela graca de Deus tenho ocupado posicao elevada na
Sua Igreja, a alcancei pelo poder da afabilidade e do amor, e
procuro usar minha influencia para 0 bern e 0 progresso da
trabalhemos com todas as nossas forcas, Fico impressionado
pela rapidez como corre 0 tempo, a veloz aproximacao da
audiencia final. Breve estaremos dando contas da nossa
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comunidade. Mas torno a dizer: nao devemos permitir que 0
pecado persista sem correcao. Cedam, irmaos, em todos os
assuntos pessoais, mas mostrem firmeza no que toea a verda de
e a santidade. Precisamos ser fieis, para nao incorrer na
transgressao e no castigo de Eli. Sejam honestos para com os
ricos e influentes, firmes para com os vacilantes; pois seu
sangue lhes sera requerido. Necessitarao de toda a sabedoria e
graca que possam alcancar para cumprir suas responsabili-
dades pastorais. Parece que certos pregadores carecem de
habilidade para governar aos homens, habilidade substituida
pel a capacidade de tocar fogo numa casa, po i s espalham
brasas e carv6es acesos por onde vao. Nao sejam como eles.
Nao combatam contra a carne e 0 sangue; todavia nao facam
acordos amistosos com 0pecado.
7. Alguns descuram das suas obrigacoes como mordomos
de Cristo, esquecendo que 0 S en ho r v em . ''Ainda nao", sus sur-
ram alguns; "ha muitas profecias a serem cumpridas",
raciocinam outros. E dizem: "inclusive, e possivel que nem
sequer venha; no senti do corrente do termo, nao ha pressa
especial." Irmaos, e 0 servo infiel quem diz: "0 Senhor tarda
em vir." Esta crenca 0 fara retardar a execucao dos trabalhos.
o escravo nao limpara a casa como obrigacao diaria, porqueo senhor esta distante; e 0 servo de Cristo pensa que podera
buscar uma boa limpeza, em forma de avivamento, antes que
o Senhor chegue. Se cada urn de nos lembrasse que qualquer
dia pode ser seu ultimo dia, todos nos seriamos mais intensos
em nossos labor. Enquanto pregamos 0 evangelho, qualquer
atividade pode ser interrompida pelo som da trombeta e 0
clamor: "Eis 0noivo; sai a seu encontro!" (Mat. 25:6).
Tal esperanca concorrera para acelerar nossos passos.
Os dias sao curtos; Cristo esta as portas; e preciso que
mordomia; uns sobrevivem ainda algum tempo, enquanto
outros van sen do chamados a reunir-se ao Senhor. Convern
que prossigamos trabalhando cada hora com a atencao
voltada para a audiencia a que nos dirigimos, a fim de nao
sermos envergonhados quanta ao registro dos nossos feitos
no volume do livro.
Devemos orar muito acerca desta fidelidade no service,
pois ()cast igo da in fi del idade sera t err ive l. Triste sera a condicao
do mordomo reprovado. Sera infin davel sua desgraca;
sofrera vergonha eterna e desprezo por trair ao Redentor.
Nao podemos sondar 0 abismo de terror das palavras de
Cristo, referindo-Se ao servo infiel: "cortado ao meio, sua
parte sera com os hipocritas",
A, !H 2m pensa de todos os m ordom os fibs e sobremaneira
grande; Aspiremos a ela. 0 Senhor fara com que aquele que
foi fiel em poucas coisas seja posto sobre muitas coisas. Eextraordinaria a passagem na qual 0 Senhor afirma: "Bem-
-aventurados os servos, os quais quando ele vier, achar
velando: de certo vos digo, que se cingira, e fara que se
sentem a mesa, e passando os servira". E maravilhoso que
Ele nos tenha servido; mas, como podemos entender que va
servir-nos novamente? Pensem no Senhor Jesus levantando--Se do Seu trono para servir-nos! "Olhem!", exclama Ele,
"aqui esta urn servo que Me serviu fielmente na terra; abri-lhe
caminho, voces anjos, dominios e potestades. Este e 0homem
a quem 0Rei se deleita em honrar!" E, com surpresa de nossa
parte, 0 Rei Se cinge e nos serve. Entao nos disporemos a
clamar: "Nao seja assim, Senhor". Mas Ele deve e quer
cumprir. Sua palavra. Esta honra inefavel sera concedida a
Seus verdadeiros servos. Feliz 0 homem que, depois de ter
sido 0mais pobre e depreciado dos ministros, e agora servido
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UMMINISTERIO IDEAL, Vol. 1 Mordomos
pelo Rei dos reis! Oxala sejamos do numero "dos que
seguem ao Cordeiro onde quer que va"! Irmaos, podem
perseverar em sua firmeza? Beberao do Seu calice e serao
batizados com 0 Seu batismo? Recordem que a carne e fraca.
subir a essa rocha sagrada com 0 objetivo de multiplicar os
horrores de uma queda final. Poderiamos perecer
suficientemente nos caminhos ordinaries do pecado. Que
necessidade haveria de obter maior condenacao? Terrivel
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As provas da epoca atual sao especialmente sutis e graves.
Clam em ao Forte pedindo fortaleza e ponham-se nas rnaos
do Seu amor onipotente.
Amados irmaos, e preciso que avancemos, custe 0 quecustar, pois nao podemos retroceder; nao temos armaduras que
cub ram nossas costas. Cremos ter sido convocados para este
ministerio, e nao podemos ser desleais ao chamado. As vezes
somos acusados de proferir coisas terriveis a respeito do
inferno. Nao vamos justificar todas as expressoes usadas,
todavia nao temos ainda descrito uma desdita tao profunda
como a que espera ao ministro infiel. 0 futuro dos perdidos
ultrapassa qualquer conceito humano, quando considerado
a luz das express6es usadas pelo proprio Senhor Jesus
Cristo. As figuras quase grotescas utilizadas por Dante e os
horrores descritos pelos pregadores medievais, nao excedem
a realidade ensinada pelo Senhor ao referir-Se ao verme
que nunca morre e ao fogo que jamais se apaga. Ser lancado
nas trevas exteriores, suspirar em van por uma gota d'agua
fria ou ser cortado pelo meio, sao horrores sem igual. E os
homens correm esse risco! Sim, emil vezes lastimavel que
qualquer ministro se arrisque desse modo; que qualquer
ser mortal suba ao pinaculo do templo e dali se arroje no
inferno! Se hei de ser uma alma perdida, que 0 seia como
ladrao, blasfemo e assassino, e nao como urn mordomo
infiel ao Senhor Jesus Cristo. Isso e ser urn Judas, urn
filho da perdicao,
Ninguem e forcado a ser ministro, nem obrigado a escolher
tao sagrado oficio. Na juventude aspiramos ao santo minis-
terio e nos sentimos felizes por alcancar 0 desejo. Se nos
proponhamos ser infieis a Cristo, nao havia necessidade de
seria 0 resultado se isso e tudo que ganhamos de nossos
preparativos e gran des esforcos para adquirir conhecimen-
tos. Meu coracao e minha carne tremem enquanto considero
a possibilidade de algum ministro entre nos ser culpavelde traicao ao que nos foi confiado e de deslealdade a seu
Rei. Que nosso bondoso Senhor esteja de tal maneira conosco
que, finalmente, sejamos limpos do sangue de todos. Sera
glorioso ouvir ao Mestre exclamar: "Bern esta, servo born e
fie}". Amem,
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