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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB …‡ÕES-DO-L... · JAQUELINE LIMA SANTOS AS CONTRIBUIÇÕES...

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS I CURSO DE PEDAGOGIA JAQUELINE LIMA SANTOS AS CONTRIBUIÇÕES DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Salvador 2011
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS I

CURSO DE PEDAGOGIA

JAQUELINE LIMA SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO

DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Salvador

2011

JAQUELINE LIMA SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO

DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada como exigência para

obtenção da graduação em Pedagogia do

Departamento de Educação da Universidade do

Estado da Bahia, sob a orientação da Profª

Claudia Silva Santana Sisan.

Salvador

2011

JAQUELINE LIMA SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO

DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada como exigência para

obtenção da graduação em Pedagogia do

Departamento de Educação da Universidade do

Estado da Bahia, sob a orientação da Profª

Claudia Silva Santana Sisan

Salvador, 01 de Abril de 2011

ORIENTADOR- MS. Claudia Silva de Santana Sisan

________________________________________________________________

AVALIADOR – MS. Maria de Fátima Vieira Nolêto ___________________________________________________________________

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família e amigos, em especial ao meu filho

Albert Gustavo, estímulos que me impulsionaram a buscar vida nova a cada

dia.

AGRADECIMENTOS

À minha orientadora Prof.ª Claudia silva Santana pelo incentivo, simpatia

e presteza no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento e

normatização desta Monografia de Conclusão de Curso. As colegas de

classe pela espontaneidade e alegria na troca de informações e

materiais numa rara demonstração de amizade e solidariedade. À

minha família pela paciência em tolerar a minha ausência. E, finalmente,

a DEUS pela oportunidade e pelo privilégio que me foi dado e por toda

força que me concedeu para concluir este trabalho.

Brincar com criança não é perder tempo, é ganhá-

lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste

ainda é vê-los, sentados enfileirados, em salas sem

ar, com exercícios estéreis, sem valor para a

formação do homem.

Drummond

RESUMO

O presente trabalho tem como tema as contribuições do lúdico para o estimulo das

inteligências múltiplas na educação infantil, esta prerrogativa nasceu da seguinte questão de

pesquisa: de que maneira o lúdico age com um estimulo para o desenvolvimento das

inteligências múltiplas nas crianças da educação infantil? Este é um estudo qualitativo, que

por meio de pesquisas bibliográficas, colheu informações para a realização desse trabalho

de conclusão de curso que tem o objetivo de analisar as contribuições do lúdico na

educação infantil, investigar como esse recurso pode ser utilizado nas escolas que

trabalham com crianças e destacar como as crianças tem seus diferentes perfis cognitivos

valorizados através de atividades lúdicas utilizadas como estimulo das inteligências

múltiplas.

Palavras-chave: Ludicidade,crianças, educação infantil, inteligências múltiplas

ABSTRACT

This work has the theme of playful contributions to the stimulation of multiple intelligences in

early childhood education, this prerogative was born the following research question: how the

of playful act with a stimulus for the development of multiple intelligences in children of early

childhood education? This is a qualitative study through library research, gathered

information to conduct this work on the completion of the course that aims to analyze the

contributions of play in early childhood education, to investigate how this feature can be used

in schools working with children and highlight how their children have different cognitive

profiles valued by recreational activities used as stimulation of multiple intelligences.

Keywords: playfulness, children, child education, multiple intelligences

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO……………………………………………………….………..…...10

1 A LUDICIDADE E A EDUCAÇÃO INFANTIL.................................................14

1.1 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL...........14

1.1.1 O jogo na concepção de alguns autores.....................................................17

1.2 SURGIMENTO DO CONCEITO DE INFÂNCIA E DE EDUCAÇÃO INFANTI.21

1.2.1 A trajetória da educação infantil no Brasil....................................................27

2 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS QUE CONCEITO É ESSE?...........................30

2.1 O TESTE DE INTELIGÊNCIA DE ALFRED BINET.........................................30

2.2 A INTELIGÊNCIA SEGUNDO JEAN PIAGET.................................................31

2.3 LINGUAGEM, COMPREENSÃO E FALA SEGUNDO VYGOTSKY...............33

2.4 A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE HOWARD GARDNER...34

2.4.1 A inteligência para Howard Gardner ...........................................................35

2.4.2 Cada uma das inteligências .........................................................................36

2.5 OUTRAS PESQUISAS SOBRE AS INTELIGÊNCIAS....................................40

2.5.1 Uma pesquisa brasileira................................................................................41

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................43

4 REFERÊNCIAS...............................................................................................45

5 ANEXOS..........................................................................................................47

10

1- INTRODUÇÃO

Trata-se de um estudo sobre o papel da ludicidade no desenvolvimento das

inteligências múltiplas na educação infantil, que implica em uma forma de avaliação

mais justa rompendo com a idéia da valorização exclusiva das inteligências verbal e

lógica. Este estudo tem como tema: As contribuições do lúdico para o

desenvolvimento das inteligências múltiplas na educação infantil.

Isto porque o histórico do conceito de infância e de educação infantil revela que até

o século XVIII o lúdico como ferramenta pedagógica não fazia parte do universo

infantil e até o século XX na década de 80 a teoria das inteligências múltiplas

proposta por Gardner era desconhecida pelos educadores. Dessa forma durante

muito tempo as diversas facetas da inteligência deixaram de ser trabalhadas para

privilegiar o desenvolvimento habilidades lingüísticas e matemáticas pelos métodos

tradicionais de aprendizagem mecânicas, ou seja, por meio de atividades repetitivas

e desestimulantes.

A teoria proposta por Gardner tem como objetivo o reconhecimento, a valorização e

o desenvolvimento das múltiplas facetas da inteligência no indivíduo através de um

ambiente estimulador de cada habilidade correspondente. Neste sentido já que as

inteligências precisam ser desenvolvidas em um ambiente rico de estímulos, então

de que forma o lúdico pode contribuir para o desenvolvimento das inteligências

múltiplas na educação infantil?

Está pesquisa permite conhecer a importância do lúdico na educação, destacando

seu potencial social e estimulante como instrumento pedagógico na aprendizagem,

verificando as possíveis influencias que o trabalho com as inteligências múltiplas

podem causar na formação da criança e identificando suas contribuições na

perspectiva educacional.

Esta é uma pesquisa qualitativa, que por meio de pesquisa bibliográfica, (MARCONI

e LAKATOS, 2001, p. 43) “trata-se de um levantamento de algumas bibliografias já

11

publicada em forma de livros, revistas, teses, publicações avulsas e imprensa

escrita”. A pesquisa bibliográfica objetiva colocar o pesquisador em contato com o

que foi escrito sobre determinado assunto, com a finalidade de colaborar na análise

de sua pesquisa. A partir da observação da prática pedagógica de algumas

educadoras e da realidade que permeiam as escolas sobre as atividades lúdicas,

surge a necessidade de buscar aquilo cuja as inúmeras possibilidades educativas

ainda se ignora.

A escolha do tema surgiu a partir das leitura de estudos sobre as influencias das

atividades lúdicas no desenvolvimento social e cognitivo da criança e a partir das

observações, durante as disciplinas de estagio em classes de educação infantil,

onde muitas vezes o lúdico aparecia apenas como forma de fazer com que as

crianças gastassem energia para posteriormente se concentrarem nas atividades

didáticas, ou ainda os jogos e brincadeiras se tornavam uma forma de ocupar o

tempo livre das crianças entre uma atividade e outra.

Com isso surge uma inquietação e angústia sobre essa forma de tratar o lúdico na

escola. Resolve-se então, a partir de jogos educativos propor para os educandos um

ambiente de aprendizagem lúdico e estimulante em que as crianças de forma

prazerosa possam experimentar uma aprendizagem que valorize seus diferentes

potencias cognitivos individuais, possibilitando sua expressão de forma espontânea

e de acordo com a sua criatividade.

Esta pesquisa bibliográfica constitui-se no primeiro passo dessa pesquisa científica.

Com isso buscou-se, por meio da fundamentação teórica dos autores, alcançar os

objetivos propostos pelo estudo.

A pesquisa bibliográfica apesar de não seguir um roteiro rigoroso, compreende

etapas sucessivas, como detalha Gil (2002, p. 59,60) “por meio da escolha do tema,

levantamento bibliográfico preliminar, formulando o problema, buscando as fontes,

leitura do material, fichamento ou resumo, e a redação do texto”.

Sendo assim, a partir da escolha do tema e o problema da pesquisa para destacar

as contribuições do lúdico na educação e no desenvolvimento das inteligências

12

múltiplas na educação infantil, busca-se um levantamento bibliográfico preliminar.

Segundo Gil (2002):

O levantamento bibliográfico preliminar pode ser entendido como um estudo exploratório, posto que tem a finalidade de proporcionar a familiaridade do aluno com a área de estudo no qual está interessado, bem como sua delimitação. Essa familiaridade é essencial para que o problema seja formulado de maneira clara e precisa (p.63).

Depois do levantamento bibliográfico e formulação do problema, foi feita uma

identificação das fontes por meio de leituras exploratórias verificando a pertinência

do conteúdo respondendo o problema da pesquisa, leituras seletivas determinando

de fato o material que interessava à pesquisa e leituras analíticas ordenando as

informações encontradas nas fontes visando contribuir com a obtenção da resposta

do problema da pesquisa.

Por fim, a leitura interpretativa é a parte final das leituras das fontes. segundo Gil

(2002, p. 79), “relacionar o que o autor afirma com o problema para o qual se propõe

uma solução.”

Os primeiros livros lidos e resumidos foram sobre a teoria das Inteligências Múltiplas,

depois identificando por meio de algumas fontes, o percurso do desenvolvimento do

conceito de infância e de educação infantil. Foi feita consulta de especialista na

área, visando obter dicas para o levantamento, bem como obter orientação para a

análise e interpretação da literatura utilizada. Em seguida com o resumo dos livros

de Celso antunes, foi feita uma contextualização com as idéias de Gardner e outros

autores para trazer as contribuições propostas pelo trabalho. E finalmente é redigido

o texto da pesquisa bibliográfica.

Gil (2002) discute as vantagens da pesquisa bibliográfica, pelo fato da amplitude da

bibliografia adequada de fenômenos à sua disposição, diminuindo assim, os

obstáculos para obter as informações requeridas.

Está pesquisa é importante porque entende-se que o trabalho com as inteligências

múltiplas podem influenciar a formação da criança de forma positiva. O presente

13

trabalho é composto por dois capítulos. O primeiro capitulo vem trazendo um breve

histórico sobre a historia social da infância e da educação infantil e o

desenvolvimento de seus conceitos que será fundamentado por Philipe Ariès.

(1978), Sonia Kramer. (1995). Ainda no mesmo capitulo será discutido o surgimento

da ludicidade entendida como indispensável no desenvolvimento e na aprendizagem

da criança compreendida em suas necessidades e especificidades. Com base em

Piaget( 1978) Vigotsky (1994), Wallon(1997).Entre outros autores.

O segundo capitulo vem mostrando a evolução dos estudos sobre a construção do

conhecimento na infância, como esse conceito se desenvolveu e apresenta uma

nova teoria surgida na decada de 1980 desenvolvida pelo cientista Howard Gardner,

qual seja, A teoria das Inteligências Múltiplas, como uma nova proposta educacional,

com o objetivo de desenvolver de forma estimulante as múltiplas facetas da

inteligência nas crianças. Trazendo com ela a possibilidade para que crianças com

perfis cognitivos tão diferentes uns dos outros recebam uma educação que favoreça

seus potenciais individuais, para isso apresentasse um recorte de alguns jogos para

a estimulação das inteligências múltiplas na educação infantil, sugeridos por Celso

Antunes (1998).

Nessa perspectiva, torna-se necessário um planejamento constantemente de formas

mais adequadas de se trabalhar os diferentes tipos de inteligências nos educandos.

Entendendo a utilização de jogos, não apenas como um instrumento lúdico

desprovido de um objetivo didático, mas também como uma técnica pedagógica

fundamental para o desenvolvimento de cada criança.

14

2 A LUDICIDADE E A EDUCAÇÃO INFANTIL

Este capítulo subdivide-se em dois grandes eixos, um que envolve elementos

culturais que são apontados como inerentes e indispensáveis na aprendizagem e no

desenvolvimento da criança, qual seja o brincar e a ludicidade. E outro eixo que trata

da educação infantil e por ser um estudo sobre esse segmento da educação, faz-se

necessário também trazer a cena um pouco do que seja infância. Desta forma para

que haja uma compreensão do atual ser criança de suas necessidades e

singularidade e ainda para que exista a sugestão de novas perspectivas

educacionais para essa faixa etária, torna-se necessário o conhecimento de como

se construiu a idéia de infância e de educação infantil no decorrer da história.

A partir de autores como Philipe Ariès. (2006), Sonia Kramer. (1995), destacam-se a

trajetória do conceito de infância e de educação infantil e a partir das idéias dos

teóricos da psicologia como Piaget (1978), Wallon (1998) e Vigotsky(2003)

compreende-se a importância da estar inserido no contexto educacional infantil,

além da compreensão do lúdico como um fator fundamental no processo de

desenvolvimento humano por Johan Huizinga.(2001) e .Luckesi(2005).

2.1 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Em qualquer época, cultura ou classe social, os jogos e os brinquedos se fazem

presentes na vida das crianças, pois elas vivem em um universo de fantasia, de

encantamento, de alegria, de sonhos, onde a realidade e faz-de-conta se misturam.

O jogo proporciona, a descoberta a possibilidade de experimentar, de criar e de

transformar o mundo.

De acordo com Chemama (2002) “O lúdico tem sua raiz na palavra "ludus" que

significa jogo”, a palavra evoluiu com o passar do tempo, deixando de ser

considerado apenas o sentido de jogo. O lúdico faz parte da atividade humana e tem

como característica ser espontâneo, funcional e satisfatório. Na atividade lúdica o

importante não é só o resultado, mas a ação, a vivência.

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Huizinga (2001, p.16) foi um dos primeiros autores a buscar descrever as

características do jogo, e nos apresenta que:

Numa tentativa de resumir as características formais do jogo,

poderíamos considerá-lo uma atividade livre, conscientemente

tomada como “não séria” e exterior à vida habitual, mas ao mesmo

tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total. É

uma atividade desligada de todo e qualquer interesse material, com a

qual não se pode obter qualquer lucro, praticada dentro de limites

espaciais e temporais próprios, segundo certa ordem e certas regras.

Promove a formação de grupos sociais com tendência a rodearem-se

de segredo e a sublinharem sua diferença em relação ao resto do

mundo por meio de disfarces ou outros meios semelhantes.

Esta definição de características do jogo por Huizinga (2001) engloba diferentes

atividades, dentre elas a dança, o teatro, e os rituais sagrados, ou seja, tudo que se

é efetivado de forma livre, sem cobrança ou obrigação, que absorva ou detenha o

participante em sua prática, sem interesses externos a ela mesma, e com tempo e

espaço demarcados pode ser chamado de jogo.

De acordo com Huizinga, desde sempre, o homem manifesta sua espírito, uma

aptidão inata para o brincar e jogar, por isso denominado, além de homo sapiens,

homo ludens. Para o autor, o jogo é um fenômeno presente em todas as sociedades,

constituindo-se evidente a sua existência como componente da cultura. Nessa

perspectiva, conhecer e dar lugar ao lúdico na sociedade e na educação é buscar

atender a um impulso próprio do homem.

Pode-se dizer que a palavra “jogo” apresenta significados distintos, pois pode ser

entendida desde os movimentos que a criança realiza nos anos iniciais de vida

balançando os objetos que ficam ao seu alcance, até as atividades mais ou menos

complexas. O jogo é considerado como uma importante atividade na educação de

crianças, uma vez que permite o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social,

moral e a aprendizagem de conceitos. O jogo proporciona o aprender fazendo e para

ser melhor aproveitado é conveniente que proporcione atividades dinâmicas e

desafiadoras, que exijam participação ativa da criança.

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Lucksi (2005) afirma que a criança através dos jogos tem a possibilidade de descobrir,

experimentar, inventar, exercitar suas habilidades, estimulando a autonomia e a

curiosidade, proporcionando aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do

pensamento e da atenção, sendo indispensável à saúde física, emocional e intelectual

da mesma.

O jogo para Antunes (1998) em seu sentido integral é o mais eficiente meio

estimulador das inteligências. O espaço do jogo permite que a criança lide com seus

desejos e frustrações. Ao participar do jogo, a criança aprende aceitar regras, pois o

desafio está, justamente, em saber respeitá-las, esperar sua vez, aceitar o resultado

do jogo ou de um fator de sorte que o determine, são excelentes exercícios para lidar

com frustrações e, ao mesmo tempo, elevar o nível da motivação.

Luckesi (2005) Por sua vez ressalta que o brinquedo estimula a representação, a

expressão de imagens que evocam aspectos da realidade Uma representação é algo

presente no lugar de algo. Representar é corresponder a alguma coisa e permitir sua

evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a criança na presença de

reproduções. Tudo o que existe no cotidiano, na natureza e construções humanas.

Para Piaget, também é a representação em atos, através do jogo simbólico, a

primeira possibilidade de pensamento propriamente dito, marcando a passagem de

uma inteligência sensório-motora, baseada nos cinco sentidos e na motricidade, para

uma inteligência representativa pré-operatória (material e intuitiva) mediada por

símbolos subjetivos, caminho para a construção da inteligência operatória mediada

por signos históricos arbitrários.

Neste sentindo a escolha dos jogos precisará evoluir de jogos que instigam o tato, a

audição, o paladar antecedendo os que incitam às sinalizações e em seguida estes se

tornam totalmente válidos, os que levam à descoberta de símbolos (pesquisar

revistas, recortar, colar, desenhar, dramatizar) e após, os que exploram símbolos e

que já pressupõem a compreensão de letras e desenhos de objetos correspondentes

às palavras.

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Nas brincadeiras que envolvem dramatizações, a criança vive personagem diferente,

alargando assim sua compreensão sobre os relacionamentos humanos. As relações

cognitivas e afetivas, conseqüentes da interação lúdica, propiciam amadurecimento

emocional e vão, pouco a pouco, construindo a sociabilidade infantil. Especialmente

nos jogos em grupos, a interação acontece de maneira mais fácil, pois é estimulada

pela necessidade que os elementos de grupo têm alcançar determinadas metas.

Neste sentido Lucksi (2005,p.1) argumenta da seguinte forma:

Elas criam e recriam o mundo a partir da fantasia. As crianças compreendem e recompreendem o mundo a partir delas. São muitos os entendimentos que nascem das estórias, além de abrir as portas para as possibilidades de fazer a mesma coisa: dar-se ao direito de criar o mundo a partir de sua fantasia. Então, criam suas próprias estórias, assim como criam o mundo segundo essas mesmas ou outras estórias. Vivem o e no mundo, assim criado.

Deste modo, é preciso resgatar o direito da criança a uma educação que respeite

seu processo de construção do pensamento, que lhe permita desenvolver-se nas

linguagens expressivas do jogo, do desenho e da música. Infelizmente, nossas

crianças, na maioria das escolas, recebem regras prontas, não significativas. As

relações na escola estão congeladas e os conhecimentos ritualizados. Existe um

abismo entre o jogo metafórico e a aprendizagem mecanicista.

2.1.1 O jogo na concepção de alguns autores.

Segundo os autores Piaget(1978), Wallon(1998) e Vigotsky(2003). O lúdico é um

elemento importantíssimo no desenvolvimento da criança, pois na infância

exteriorizamos nossos sentimentos, nossas experiências e fundamentalmente nossa

criatividade da forma espontânea brincando. Através do jogo a criança interage com

a realidade e estabelece relações com o mundo em que vive. Dessa forma os

autores citados trazem contribuições para o entendimento dos jogos e brincadeiras

como possibilidades de desenvolvimento para as crianças na educação infantil.

O JOGO NA CONCEPÇÃO DE PIAGET

18

Para Piaget (1978), a origem das manifestações lúdicas acompanha o

desenvolvimento da inteligência junto aos estágios do desenvolvimento cognitivo.

Cada etapa do desenvolvimento está relacionada a um tipo de atividade lúdica que

ocorre da mesma maneira para todos os indivíduos. O conceito essencial da teoria

sobre o jogo é a relação deste com o processo de adaptação, que implica dois

processos complementares: a assimilação e a acomodação.

A assimilação se caracteriza como o processo pelo qual a criança, quando se

encontra com determinadas dificuldades do mundo externo, utiliza, para resolvê-las,

estruturas mentais já existentes. A acomodação por sua vez é o processo pelo qual

a criança, quando se depara com a dificuldade e não consegue resolve-la com as

estruturas existentes, modifica-as. Para o autor, as crianças adaptam-se ao

ambiente, através do processo de equilibração. Este conceito piagetiano se

evidencia na atividade lúdica infantil à medida que as crianças, ao jogarem,

assimilam novos conhecimentos e os acomodam às suas estruturas mentais.

Piaget (1978) identifica consecutivamente no desenvolvimento do brincar infantil: o

exercício, o símbolo e a regra. O jogo de exercício representa a forma inicial do jogo

na criança e caracteriza o período sensório-motor do desenvolvimento cognitivo.

Revelando-se na faixa etária de zero a dois anos e acompanha o ser humano

durante toda a sua vida, da infância à idade adulta. O jogo de exercício não supõe o

pensamento nem qualquer estrutura representativa especificamente lúdica.

De acordo com Piaget (1978), o jogo simbólico tem abertura com o surgimento da

função simbólica, no término do segundo ano de vida, quando a criança entra na

fase pré-operatória do desenvolvimento cognitivo. Um dos marcos da função

simbólica é a habilidade de situar a diferença entre alguma coisa usada como

símbolo e o que ela representa seu significado. Sendo assim, entendendo a

estrutura do símbolo como instrumento de assimilação lúdica, Piaget ressalta que

durante o desenvolvimento da criança, surgem novos e diversos símbolos lúdicos

que determinam à evolução do jogo simbólico.

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Para Piaget, o jogo de regras constitui-se os jogos do ser socializado e se revelam

quando, por volta dos 4 anos, ocorre um declínio nos jogos simbólicos e a criança

começa a se preocupar com as regras. Neste sentido, para o autor, o jogo de regras

oferece um equilíbrio entre a assimilação ao eu e a vida social, sinalizando a

passagem do jogo infantil para o jogo adulto. As regras aferem validade ao jogo,

inserindo disciplina coletiva e uma moral de honra à disputa.

Assim sendo, Piaget forneceu uma percepção sobre as crianças que serve como

alicerce de muitas linhas educacionais recentes. De fato, suas contribuições para os

campos da Psicologia e Pedagogia são imensuráveis.

O JOGO NA CONCEPÇÃO DE VIGOTSKY

Vigostky, (2003) situa uma relação estreita entre o jogo e a aprendizagem,

atribuindo-lhe uma relevante importância. a idéia principal de sua teoria do

desenvolvimento cognitivo é que o desenvolvimento cognitivo decorre da interação

entre a criança e os indivíduos com quem mantém relação regular. Também o

fundamental conceito da teoria de Vigotsky é o de zona de desenvolvimento

proximal, que ele define como a diferença entre o desenvolvimento atual da criança

e o grau que atinge quando soluciona o problema com auxílio, o que leva ao

resultado de que as crianças podem fazer mais do que fariam por si só.

De acordo com Vygotsky (2003), não é qualquer jogo da criança que permite a

criação de uma zona de desenvolvimento proximal, do mesmo modo que nem todo o

ensino o obtém; contudo, no jogo simbólico, geralmente, as condições para que ela

se estabeleça estão presentes, visto que nesse jogo estão presentes uma condição

imaginária e a sujeição a certas regras de conduta. Sendo assim, o autor, afirma que

as regras são partes integrantes do jogo simbólico, embora, não tenham o caráter de

antecipação e sistematização como nos jogos habitualmente regrados. Ao

desenvolver um jogo simbólico a criança ensaia comportamentos e papéis, projeta-

se em atividades dos adultos, ensaia atitudes, valores, hábitos e situações para os

quais não está preparada na vida real.

20

Vygotsky, (2003), também encontra no jogo outro elemento a que atribui grande

importância: o papel da imaginação que deposita em estreita relação com a

atividade criadora. Ele assegura que os processos de criação são notáveis

principalmente nos jogos da criança, porque no jogo ela representa e produz muito

mais do que viu. Na visão do autor, a brincadeira, o jogo, são atividades particulares

da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é

uma atividade social, com contexto cultural e social.

A noção de zona proximal de desenvolvimento interliga-se, assim de maneira muito

forte, à sensibilidade do professor em relação às necessidades e competências da

criança e à sua aptidão para utilizar as contingências do meio a fim de dar-lhe a

possibilidade de atravessar do que sabe fazer para o que não sabe. Sendo assim,

as brincadeiras que são proporcionadas à criança devem estar de acordo com a

zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma, pode-se entender a

importância do professor conhecer a teoria de Vygotsky.

O JOGO NA CONCEPÇÃO DE WALLON

De acordo com Kishimoto(1998), Wallon dedicou-se ao psiquismo humano na

perspectiva genética, ou seja, ele defendeu a gênese da pessoa, na qual justifica o

seu interesse pela evolução psicológica da criança, a psicogenética walloniana

apresenta subsídios para reflexão sobre as práticas pedagógicas. Considera que

não é possível eleger um único aspecto do ser humano e entender o

desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se difundem a atividade

infantil (afetivo, motor e cognitivo). Pois o estudo do desenvolvimento humano deve

ponderar o sujeito como geneticamente social e analisar a criança contextualizada,

nas relações com o meio.

Partindo desse pressuposto, podemos dizer que a infância é um momento distinto

de todos os outros, por isso, deve ser considerado de acordo com as suas

particularidades. É neste período que expressamos nossos sentimentos, nossa

criatividade da forma mais natural possível quando as atividades lúdicas são

dominantes. Sabemos que é por meio das brincadeiras que as crianças estabelecem

21

relação com o meio, interagem com o outro, para estabelecer a própria identidade e

ampliar sua autonomia.

O brincar promove o crescimento resultando em desenvolvimento. Uma criança que

não brinca não se desenvolve de maneira saudável, tem prejuízos no

desenvolvimento motor e sócio/afetivo. Provavelmente terá dificuldadde diante de

situações que proporcionam o raciocínio lógico, a interação, a atenção.

Através da leitura de Kishimoto(1998) Percebe-se que Wallon em sua concepção

defende que, o lúdico e infância não podem ser dissociados, toda atividade da

criança deve ser espontânea, livre de qualquer repressão, antes de tornar-se

subordinada a projetos de ações mais extensas e transformadas. Portanto, o jogo é

uma ação voluntária, caso contrário, não é jogo, mas sim trabalho ou ensino.

A função do adulto e educador se faz imprescindível em todas as fases da infância,

pois é importante ter ligado ao seu auto-conhecimento e autoconsciência, o

conhecimento teórico. Sendo assim, o mesmo estará preparado para intervir no jogo

infantil, adequadamente, enfatizando o avanço e proporcionando um maior

desenvolvimento. O adulto deve ser um facilitador do jogo, brincar com criança não

é perder tempo, é ganhá-lo.

Sendo assim, compreende que a melhor forma de se trabalhar a construção do

conhecimento na educação infantil é através de jogos e brincadeiras, ou seja,

através de atividades lúdicas, pois, Os problemas que surgem na manipulação dos

brinquedos e dos jogos fazem a criança crescer através da procura de soluções e

alternativas, desenvolvendo habilidades e construindo competências.

2.2 SURGIMENTO DO CONCEITO DE INFÂNCIA E DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Colocar em questão a concepção de infância e de educação infantil justifica-se

principalmente porque a definição de políticas públicas para a formação dos

profissionais que atuam na educação infantil depende muito do perfil que se tem

desejável a esses profissionais. Concepções que são construídas através dos

22

conceitos que se tem de infância e de educação infantil. As mesmas vão subsidiar

as escolhas em termos de conhecimentos, habilidades e competências que seriam

necessárias ao profissional que atua junto á criança pequena.

Etimologicamente, a palavra “infância” está ligada a idéia de ausência da fala.

Analisando-se historicamente, a visão de infância que geralmente se tem é da

criança como ser desprotegido que inspira cuidados, pois nele se deposita a

esperança de um futuro. No entanto essa visão obscurece que a criança possui um

passado e um presente que precisam ser levados em conta, pois toda criança

possui historia, saber e uma identidade.

A autora Sonia Kramer(1995) descreve que a Educação infantil sofreu grandes

transformações nos últimos tempos. O processo de mudança de concepção para as

instituições que trabalham com a educação infantil foi longo e difícil. Durante esse

processo surge também uma nova concepção de criança, diferente da visão

tradicional. Se por séculos a criança foi vista como um ser sem prestigio, quase

invisível, hoje atraves de estudos na area já se sabe que ela precisa ser considerada

em todas as suas especificidades, com identidade pessoal e histórica.

Inicialmente essas mudanças vieram com o avanço da sociedade em relaçao às

questoes sociais e econômicas, conferindo à criança um papel de investimento

futuro, esta passou a ser valorizada, portanto o seu atendimento teve que

acompanhar os nortes da história. Entretanto, uma mudança muito mais recente,

que só foi possivel atraves da criaçao de uma politica educacional infantil vem

transformando a educaçao infantil de uma perspectiva assistencialista em uma

proposta pedagógica incorporada ao cuidar, procurando atender a criança de forma

integral, onde suas especificidades (psicológica, emocional, cognitiva, física, entre

outras) devem ser respeitadas.

A concepção de infância na atualidade é bem diferente de alguns séculos atrás. a

visão que se tem hoje da criança é algo que foi historicamente construído, por isso é

tão perceptivel a diferença em relação ao sentimento de infância no decorrer da

historia. O que hoje pode parecer um absurdo, como a indiferença em que a criança

era tratada, há séculos atrás era algo perfeitamente normal. A humanidade nem

23

sempre viu a criança como um ser em singular, e por muito tempo a tratou como um

adulto em miniatura. De um ser desprestigiado, quase nulo, a criança com o passar

do tempo ocupa um maior destaque na sociedade, e um novo olhar é lançado sobre

ela.

Segundo Ariès,(2006) o sentimento de infância não significa o mesmo que ter afeto

pelas crianças, significa a tomada de consciência das singularidades infantis, essas

singularidades que diferencia essencialmente a criança do adulto. Nessa perspectiva

o sentimento de infância é algo que caracteriza a criança, o seu modo de ser e

pensar, diferente do modo adulto, e portanto merecedora de um olhar mais

específico. Em relação a isso Ariés(2006,p.26), afirma que:

Na sociedade medieval [...] o sentimento de infancia não significava o

mesmo que afeiçãopelas crianças. Corresponde à consciência da

particularidade infantil, essa particularidade que distingue

essencialmente a criança do adulto, mesmo joven. Essa consciência

não existia.

Na Idade Média a criança era vista como um adulto em miniatura, logo que fosse

possivel realizar simples tarefas, esta era introduzida no mundo adulto, sem que

houvessem nenhuma preocupação em relação à sua formação enquanto um ser

singular, sendo exposta a todo tipo de experiência.

Ariès (2006) revela atraves de seus estudos que a criança do século XVII, ou ao

menos a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era mais vestida

como os adultos. Ela agora tinha um traje reservado à sua idade, que a distinguia

dos adultos. Esse fato essencial aparece logo ao primeiro olhar lançado a criança

do início do século. O autor prosegue afirmando que, a transmissão de valores e de

conhecimentos às crianças não eram assegurados pelas famílias. A criança era

afastada cedo de seus pais e passava a conviver com outros adultos, ajudando-os

em suas tarefas. Nesse contato, a criança passava dessa fase direto para a vida

adulta.

As significativas mudanças sociais ocorridas no século XVII contribuíram

relevantemente para a construção de um sentimento de infância. As mais

24

importantes sem duvida foram as reformas religiosas católicas e protestantes, que

trouxeram com elas um novo olhar sobre a criança e sua aprendizagem. Outro

aspecto também importante foi com relação à afetividade, que passou a ganhar

mais importância no seio na família. De acordo com Ariès(2006p.277):

Os pais não se contentavam mais em colocar os filhos no mundo, em

estabelecer apenas alguns deles, desinteressando-se dos outros. A

moral da época lhes impunha a proporcionar a todos os filhos, e não

apenas ao mais velho – e, no final do sèculo XVII, até mesmo as

meninas – uma preparação para a vida. Ficou convencionada que

essa preparação fosse assegurada pela escola.

Essa afetividade era mais evidente por meio da valorização que a educação passou

infantil passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes acontecia na familia

passou a ser realizada pela escola. O sentimento Moderno de infância corresponde

a duas atitudes contraditorias que caracterizam o comportamento dos adultos até os

dias de hoje. Vejamos o que declara Kramer nesse sentido(1995,p.18):

Nesse momento, o sentimento de infância corresponde a duas

atitudes contraditórias: uma considera a criança ingênua, inocente e

graciosa e é traduzida pela paparicação dos adultos, e a outra surge

simultaneamente à primeira, mas se contrapõe à ela, tornando a

criança um ser imperfeito e incompleto, que necessita da

“moralização” e da educação feita pelo adulto.

Esses dois sentimentos são oriundos de uma nova postura da família para com à

criança, que nesse momento passa a assumir mais a sua função, a família começa

a enxergar a criança como um investimento futuro, que precisa ser cuidado, e

portanto deve ser guardada de maus físicos e morais. Para Kramer (1995,p.18 )

“não é a família que é nova, mas, sim o sentimento de família que emerge nos

séculos XVI e XVII, indissociável do sentimento de infância.”

Aos poucos a família vai assumindo um papel que antes era de responsabilidade da

comunidade. É relevante lembrar que esse sentimento de infância e de família era

algo referente a realidade da burguêsia, que se transformou tempos depois em

universal. Segundo Kramer ( 2003,p.19 ) :

25

A idéia de infância [...] aparece com a sociedade capitalista, urbano-

industrial, na medida em que mudam a sua inserção e o papel social

da criança na comunidade. se, na sociedade feudal, a criança

exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que ultrapassava

o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a

ser alguém que precisa de ser cuidada, escolarizada e preparada

para uma função futura. Este conceito de infância é pois,

determinado historicamente pela modificação das formas de

organização da sociedade.

No século XVIII, além da educação a família começou a demostrar interesse

também pelos assuntos relacionados à saúde e higiene da criança, o que conduziu

a uma significativo declinio dos índices de mortalidade. As mudanças foram

beneficas para as crianças da burguesia, porque as crianças do povo continuaram a

sem ter participação nos ganhos ocasionados pela nova concepção de infância,

como, por exemplo, o direito à educação e a cuidados própios que a criança deve

ter, sendo encaminhadas como antes para o trabalho.

Nesta mesma epoca o educador alemão Friedrich Froebel (1782-1852) surge com

um novo modelo de pedagogia que era impregnada pela filosofia romântica do

romantismo. Essa época havia duas perspectivas ideológicas da educação distintas

na sociedade européia. A burguesa que pretendia conformar os indivíduos a ordem

e ao espírito da burguesia e a outra era a do povo que entendia a educação como

forma de libertação da mente e da consciência para a emancipação do povo.

Kishimoto (2007) relata que Friedrich Froebel, Foi um dos primeiros educadores a

considerar a infância como fase decisiva na formação das pessoas deu uma

significativa importância ao papel da família no processo educacional das crianças

enfatizando a importância do papel da mãe na educação dos mesmos, na sua

concepção a mãe era portadora natural dos dons para a educação da criança. A

preocupação com a transmissão de conteúdos escolares seria substituída pela

criação do Maximo de possibilidade e de desenvolvimento das habilidades e

capacidades de cada criança, a atividade seria o ponto central de toda metodologia

de trabalho, a atividade esta que deveria sempre se centrar nos interesses e

necessidades da criança, respeitando seu ritmo natural de desenvolvimento. A

educação escolar deveria ser, portanto, ativa.

26

Embora Froebel, tenha sofrido algumas criticas. Kishimoto (2007) Deixa claro suas

inquestionáveis contribuições para a educação ainda hoje. A maior delas foi

considerar o brincar como essencial no desenvolvimento da criança. Além de

valorizar as expressões espontâneas da criança, é uma pedagogia da infância que

valoriza a atividade e a participação criativa da criança e que considera os jogos e

brincadeiras como essencial no plano curricular metodológico da mesma.

Todavia, a concepção da criança como um ser particular, com características bem

diferentes dos adultos, como é entendida na atualidade tambem como portadora de

seus direitos com cidadã, é que começou a gerar as mais significativas mudanças

na Educação Infantil, fazendo com que o atendimento às crianças de 0 a 6 anos se

tornassem ainda mais específicos. Trazendo a preocupação com o perfil do

educador, cobrando uma postura consciente de como deve ser efetualizado o

trabalho com as crianças, quais as suas necessidades enquanto criança e enquanto

cidadã.

Estudos contemporâneos enfatizam a criança como um sujeito social que possui

historia e cultura, como atores sociais de pleno direito, como protagonistas dentro da

sociedade e não como criaturas angelicais, sem voz, ou apenas coadjuvantes. São

capazes de expressar suas idéias, sentimentos, desejos. Se contrapondo a

concepção de infância como ser puro sem consciência sem voz nos processos

sociais incapaz de opinar e se expressar, imaturo para responsabilidades e sem

direito de expor seus próprios desejos. Idéias que ainda estão presente nas praticas

sociais e institucionais.

No entanto a herança histórica da concepção de educação infantil que a restringe a

aspectos sanitários ou assistenciais ou a mera antecipação da escolarização

contribuem de forma negativa nas praticas de educação infantil que enfatizam ora

aspectos assistências ora aspectos pedagógicos no sentido de transmissão de

conhecimentos deixando de lado a criança como sujeito social, sua historia seu

saber, sua identidade.

27

Sendo assim, o entendimento da escola como espaço privilegiado de atuação das

crianças é indispensável uma vez que passam a maior parte da sua infância nela.

Igualmente importante é a compreensão por parte dos profissionais de educação de

que a criança é capaz de produzir historia e cultura, para que a visão de uma criança

real inserida em um contexto sociocultural especifico, se sobreponha à uma criança

idealizada, tomada pelo que lhe falta e para que o entendimento da escola como

espaço privilegiado de atuação das crianças se sobreponha também á herança

histórica da educação infantil que a restringe a aspectos sanitários ou assistenciais.

2.2.1 A trajetória da educação infantil no Brasil

O histórico da educação infantil brasileira teve seu inicio marcado pela forte ênfase no

assistencialismo e no despreparo do improviso De acordo com Oliveira (2005). As

crianças da cidade esram colocadas nas chamadas “rodas expostas” de onde eram

recolhidas pelas instituiçoes religiosas. A autora declara que no início do século XIX,

para tentar resolver o problema da infância, surgem iniciativas isoladas, como a

criação de creches, asilos e internatos, que eram vistos como instituições destinadas

a cuidar de crianças pobres. Estas instituições apenas encobriam o problema e não

tinham a capacidade de buscar transformaçoes mais profundas na realidade social

das mesmas.

As políticas federais brasileiras a partir da década de 64 pensavam a idéia de

creches e pré-escolas como equipamentos de assistência social à criança carente e

de acordo com Oliveira (2005, p.205). A política que prevalecia era a de ajuda

governamental a entidades filantrópicas iniciativas comunitárias desenvolvidas por

pessoal leigo com o envolvimento das mães para atenderem mais de cem crianças

por turma.

Nos anos 70 (século XX), o Brasil adere as teorias desenvolvidas nos Estados

Unidos e na Europa, que defendiam o fato de que as crianças mais pobres sofreriam

de “privação cultural”, o que poderia explicar o fracasso escolar delas. Essa

compreensão direcionou durante muito tempo a Educação Infantil, estabelecendo

uma visão assistencialista e compensatória, como afirma Oliveira (2005), ao declarar

que conceitos como carência, marginalização cultural e educação compensatória

28

foram seguidos sem uma reflexão crítica mais aprofundada sobre as origens dos

problemas sociais. Isso passou a influenciar ainda nas decisões políticas sobre

Educação Infantil.

Na década de 80 do século passado, os problemas relativos à educação pré-escolar

passam a ser a falta de uma política global e agregada; falta de organização entre

programas educacionais e de saúde; insuficiência de docentes preparados; carência

de programas inovadores e a falta de participação familiar e da sociedade.

Entretanto na mesma década com a constituição federal de 1988, a educação pré-

escolar passou a ser vista como necessária, um direito de todos e dever do Estado,

devendo estar agregada ao sistema de ensino (creches e escolas).

A partir de então, tanto a creche como a pré-escola são inclusas nas políticas

educacionais, seguindo uma concepção pedagógica, completando a ação da família,

e não mais assistencialista. Essa perspectiva pedagógica aprecia a criança como

um ser social, histórico, pertencente a uma determinada classe social e cultural,

descaracterizando a educação compensatória que responsabilizava a escola pelo

dever de resolver os problemas da miséria.

Com a Constituição federal de 1988 ocorre a construção de um regime de

colaboração entre estados e municípios nos serviços referentes à saúde e educação

fundamental. Surge a reafirmação da gratuidade do ensino público, bem como a

creche e a pré-escola passam a ser um direito legitimo da criança de zero a seis

anos, sendo garantido como parte do sistema de ensino básico (art. 54).

Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, Lei 8.069/90,

ocorre uma ampliação da concepção da criança, entendendo-a, agora, como ser

sócio-histórico, cuja aprendizagem se dá pelas interações entre a criança e o

entorno social. Essa perspectiva sociointeracionista, cujo principal teórico foi

Vygotski, entende a criança como sujeito social, parte de uma cultura concreta.

Oliveira (2005). Firma-se essa nova concepção de infância, garantindo em lei os

direitos da criança como cidadã. Já a Lei de Diretrizes e Bases, Lei 9.394/96,

29

incorpora a Educação Infantil ao primeiro nível da Educação Básica e formaliza a

municipalização dessa etapa de ensino:

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem

como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis

anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e

social, complementando a ação da família e da comunidade.

Em 1998, o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil surge no intuito

de orientar o trabalho realizado com crianças de zero a seis anos de idade,

representando um melhoria na busca de se estruturar melhor a função da Educação

Infantil, por originar uma proposta que integra o cuidar e o educar,

contemporaneamente um grande desafios da Educação Infantil. Porem ainda existe

a necessidade de uma modificação nas práticas didáticas nas creches e pré-

escolas, bem como o aprimoramento na formação dos educadores desse nível de

ensino.

Através dessa explanação contata-se, que o conceito de infância repercute

fortemente no papel da Educação Infantil, justamente porque direciona todo o

atendimento disponibilizado à criança. Dessa forma, a Educação Infantil está

diretamente ligada ao conceito de infância, tendo a sua evolução marcada pelas

mudanças na sociedade que deram origem a um novo olhar sobre a criança.

A Educação infantil na idade media acabou por ser um beneficio da criança da

sociedade burguesa, e uma proposta muito distanciada da realidade vivida pelas

crianças da população pobre. Apesar da Educação Infantil no Brasil ter sido

institucionalizada como sendo direito legitimo das crianças, ainda poucas

conseguem ter acesso a um atendimento de boa qualidade, com professores que

desconhecem os pressupostos pedagógicos que devem direcionar o trabalho com

crianças pequenas, descaracterizando a a verdadeira função da Educação Infantil.

30

3- INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS QUE CONCEITO É ESSE?

Destacam-se nesse capitulo inicialmente a questão dos primeiros testes de

inteligência aplicados por Alfred Binet e retomam-se os autores Piaget e Vigotsky, já

mencionados no capitulo anterior, agora com a finalidade de expor as suas visões

sobre o desenvolvimento cognitivo infantil resaltando a importância do lúdico nesse

processo. Em seguida discute-se um novo conceito de inteligência proposto por

Gardner, que traz a proposta de uma aprendizagem mais justa, que leva em

consideração os diferentes potenciais cognitivos dos educandos, destacam-se ainda

como o autor define e classifica uma inteligência, quais as inteligências já

reconhecidas por ele e as criticas à sua teoria.

3.1 O TESTE DE INTELIGÊNCIA DE ALFRED BINET

No começo do século XX as autoridades francesas convidaram Alfred Binet à

desenvolver um instrumento pelo qual fosse possivel analisar quais os alunos que

poderiam ter sucesso nos liceus de Paris. O instrumento criado por Alfred Binet

verificava a aptidão das crianças nas áreas verbal e lógica, isso porque os currículos

acadêmicos dos liceus dirigiam mais ênfase, principalmente ao desenvolvimento da

linguagem e da matemática. De acordo com Garrett (2005,p.207):

Binet organizou seus testes segundo o que denomina escala cronológica. Agrupou os quesitos dos testes e estabeleceu diferentes níveis de idade, determinando assim a inteligência da criança pelo nível de idade que ela conseguia atingir. A criança de 8 anos que era capaz de solucionar os quesitos do nível daquela idade era considerada normal ou comum. Se conseguia resolver os quesitos do nível superior a sua idade cronológica, considerava-se que a sua “idade mental” era maior que a sua idade cronológica e se dizia, então, que a criança era inteligente ou adiantada. Se era incapaz de resolver os testes no seu próprio nível de idade, dizia-se que a sua idade mental era menor que a sua idade cronológica e ela era classificada como atrasada ou retardada.

Binet e Simon criaram primeiramente um teste com o objetivo de medir a inteligência

composto por trinta questões colocadas em ordem crescente de dificuldade com a

intenção de diagnosticar funções como compreensão, raciocínio e julgamento para

31

com isso identificar o nível de inteligência ou retardo mental de crianças das escolas

Parisienses.

3.2 A INTELIGÊNCIA SEGUNDO JEAN PIAGET

Jean Piaget (1896-1980) teórico e biólogo suíço, reconhecido principalmente pelo

seu trabalho precursor no campo da cognição infantil. Lidou durante grande parte de

sua vida profissional com os estudos acerca dos processos de raciocínio das

crianças. Seus estudos tiveram uma grande influência sobre os campos da

Psicologia e da Pedagogia. Em 1919 trabalhou no laboratório de testes de Alfred

Binet, em Paris. Foi na tentativa de aperfeiçoar testes de Quociente intelectual

elaborado inicialmente por Binet, que Piaget iniciou em suas pesquisas sobre as

fases do desenvolvimento da inteligência na criança.

Os testes aplicados por Piaget a crianças desde tenra idade é a principal atividade

no Centro Internacional por ele criado em Genebra, provaram que as aptidões para

o raciocínio evoluem segundo estágios sucessivos ao longo do desenvolvimento

físico da criança. Conforme Piaget (1978) o comportamento é construído numa

interação entre o meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo =

conhecimento; e logia = estudo) é caracterizada como interacionista. A inteligência

do indivíduo, como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a

complexidade desta interação do indivíduo com o meio, Ou seja, quanto mais

complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo.

A partir de suas experiências Piaget (1978), afirma que o desenvolvimento do ser

humano começa ainda dentro do útero da mãe e vai até por volta dos quinze ou

dezesseis anos. A construção da inteligência acontece deste modo em etapas que

se sucedem, com uma complexidade crescente, uma dando sequência à outra. A

isto Jean Piaget denominou de “construtivismo seqüencial”.

O primeiro Período é denominado de Sensório-Motor – vai do nascimento aos dois

anos, aproximadamente. A falta da função semiótica é o que a fundamentalmente

caracteriza esse período. A inteligência opera através do simbólico, ou seja, das

32

percepções. E através dos deslocamentos do próprio corpo, do motor, ou seja, das

ações. É uma inteligência caracteristicamente prática. Sua linguagem vai da ecolalia,

ou seja, (repetição de sílabas) à palavra-frase (uma única palavra para dizer que

deseja)

Em seguida o Período Pré-operacional - que vai dos 2 anos aos 7 anos, os objetos

da percepção adquirem a representação por palavras, as quais o indivíduo, ainda

criança, maneja experimentalmente em sua mente assim como havia previamente

experimentado com objetos concretos. Podemos subdividi-lo em duas partes:

Período Simbólico - dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente. Neste período surge

a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da

imitação, da dramatização, entre outros. Já é possível criar imagens mentais na

ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo

simbólico.

Período Intuitivo - dos 4 anos aos 7 anos, aproximadamente. Este período tem como

característica principal a curiosidade. É Idade em que a criança pergunta costuma

perguntar todo o tempo. Já é capaz de fazer diferenciação ente a fantasia e o real,

podendo fantasiar sem mesmo acreditar nela. Seu pensamento continua egoísta, ou

seja, centrado no seu próprio ponto de vista.

Período é Operatório Concreto – é terceiro período que compreende dos 7 anos aos

11 anos, aproximadamente. É o período em que o indivíduo passa a efetivar as

conservações de número, volume e peso. Já é capaz de organizar o mundo de

forma lógica ou operatória. Já são capazes de obedecerem compromissos e.regras,

sendo fiéis a ela.

Por fim o período Operatório Abstrato - dos 11 anos em diante. É o ápice do

desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotético-

dedutivo ou lógico-matemático. É quando a criança está apta para calcular uma

probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados para o

33

futuro. A partir desta estrutura de pensamento é possível a dialética, que permite

que a linguagem se dê em nível de discussão para se chegar a uma conclusão.

A importância de se conhecer os períodos de desenvolvimento da inteligência está

no fato de que, em cada um deles, a criança vai adquirindo novos conhecimentos,

novas estratégias, de compreensão e interpretação da realidade. Piaget não oferece

aos educadores uma didática específica de como desenvolver a inteligência da

criança. No entanto mostra que cada fase do desenvolvimento humano apresenta

possibilidades e características especificas.

3.3 LINGUAGEM, COMPREENSÃO E FALA SEGUNDO VYGOTSKY

Vygotsky, foi professor e pesquisador contemporâneo de Piaget, nasceu e viveu na

Rússia, dedicou-se nos campos da pedagogia e psicologia. Partidário da revolução

russa sempre acreditou em uma sociedade mais justa sem conflito social e

exploração. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo

como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e

da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-

social.

O Psicólogo afirma que a relação entre o pensamento e a fala passa por várias

mudanças ao longo da vida do indivíduo. Ainda que tenham origens distintas e se

envolverem de modo independente, em certa altura, com à inserção da criança num

grupo cultural, o pensamento e a linguagem se encontrarão e darão origem ao modo

de funcionamento psicológico mais elaborado, próprio humano.

Segundo Vygotsky (2003), a aquisição da linguagem representa um marco no

desenvolvimento do homem. Tanto nas crianças quanto nos adultos, o papel

principal da fala é o contato social, a comunicação, ou seja, o desenvolvimento da

linguagem é incentivado pela necessidade de comunicação. Na medida em que a

criança interage e dialoga com os membros mais maduros de sua cultura, ela

aprende a utilizar a linguagem como instrumento do pensamento e como meio de

34

comunicação. Nesse momento o pensamento e a linguagem se associam, portanto

o pensamento torna-se verbal e a fala racional.

Vygotsky (2003), através de seus experimentos, afirmou que fala é anterior à

atividade, logo, dirige a ação. Quando a fala se desloca para o inicio da atividade,

uma nova relação entre a fala e a ação se estabelece. Sendo assim podemos

perceber que, o domínio da linguagem promove mudanças radicais na criança,

principalmente no seu modo de relacionar com o seu meio, pois possibilita novas

formas de comunicação com os indivíduos e de organização de seu modo de agir e

pensar.

3.4 A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE HOWARD GARDNER A teoria das inteligências múltiplas foi proposta, na década de 80, por Howard

Gardner, psicólogo e pesquisador na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Gardner baseia sua teoria principal na idéia de que as habilidades cognitivas são

muito mais diferenciadas e mais específicas do que se cria anteriormente. O autor

afirma que o sistema nervoso humano não é um órgão com finalidade única.

Acredita que o sistema nervoso seja altamente diferenciado e que distintos centros

neurais processem diferentes tipos de informação.

Mattos (2005) sustenta que para Gardner, as pessoas tem a capacidade de atuação

em pelo menos nove áreas intelectuais. Ele indica que não existem habilidades

gerais, não crer na possibilidade de se medir a inteligência através de testes de

papel e lápis e dá grande importância a diferentes atuações valorizadas em culturas

diversas. Finalmente, ele define inteligência como a habilidade para resolver

problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes

culturais.

Com relação a educação, a teoria das inteligências múltiplas sugere o

desenvolvimento de avaliações que se adéquem às diferentes aptidões os

educandos, a criação de um currículos mais característico para cada saber; um

ambiente educacional mais variado e amplo. Gardner crítica implacávelmente os

testes de QI. É considerado um dos principais pedagogos da atualidade. Para

35

Gardner as pessoas possuem diferentes capacidades, das quais se valem para criar

algo, solucionar problemas e produzir bens sociais e culturais, dentro de seu

contexto.

3.4.1 A inteligência para Howard Gardner

Gardner (1994) estabelece oito critérios, com o objetivo de tornar sua pesquisa

científica, pelos quais torna-se possível identificar então. Identificar uma inteligência.

Apesar de ter identificado nove diferentes tipos de inteligências, Gardner admite que

possam existir outros diversos, desde que estejam de acordo com os critérios que

seguem:

Isolamento potencial por dano cerebral

O primeiro critério estabelecido por Gardner é a observação em seres humanos que

sofreram algum tipo de dano cerebral se uma determinada inteligência se manifesta

ou não. Em casos de lesões cerebrais é possível que determinada área da mente

sejam destruídas isoladamente sem danificar o restante do cérebro.

História e Plausibilidade Evolutiva

Segundo critério é a interpretação de uma historia evolutiva da inteligência se são

identificadas em outras espécies animais. O autor acredita que a pré historia

humana pode ter conferido mutações entre espécie que forneceram vantagens

cerebrais especificas para a espécie humana.

Operação central ou conjunto de operações identificáveis

Terceiro critério: observar se uma determinada inteligência possui processamentos

de informação que atendam a um sistema neural especifico, ou seja, observar se ela

possui características de funcionamento especificas que a diferencie de outro tipo de

inteligência.

Suscetibilidade à codificação em um sistema simbólico

O quarto critério consiste em: é preciso identificar o sistema de símbolos que

representa a valorização e a manifestação de uma determinada inteligência no

36

mundo. Visto que é uma característica da comunicação humana a representação por

símbolos.

História do desenvolvimento característica aliada a um conjunto

definível de desempenhos “ acabados”

Quinto criterio: Observar se é possivel uma gradativação na expressão de uma dada

inteligencia, ou seja, se é possivel traçar a sua historia evolutina durante o

desenvolvimento humano . isto é demostrar que desde o nascimento ate uma idade

adulta a inteligenia não só esteve presente como se desenvolveu

Existência de idiots savants, prodígios e outros indivíduos excepcionais

Sexto criterio: são denominados prodígios um indivíduo extremamente precoce em

uma ou mais competência. Idiots Savants, são indivíduos com retardo mental ou

excepcionais, até mesmo as crianças autistas, que tenham uma habilidade não

desenvolvida ou ainda muitas vezes uma habilidade altamente desenvolvidas.

Apoio de tarefas psicológicas experimentais

Setimo criterio: deve ser submetida a estudos experimentais para que possa-se

indentificar detalhes de seu funcionamento, autonomia ou interdependencia

relativa,formas de memoria peculiares a um dado estimulo,maneiras como pode

interagir com outras inteligencias.

Apoio de achados psicométricos

Oitavo e ultimo criterio: interpretar os estudos psicometricos, pois os mesmos

contribuem para a indentificação de uma correlação entre uma inteligencia e outra

ou o oposto, para indentificar quando não ouver relação entre uma inteligencia e as

outras .

3.4.2 Cada uma das inteligências

Considerando o resultado de longas pesquisas, Gardner (1994) identificou

inicialmente sete faculdades mentais ou inteligências e posteriormente mais duas.

Vejamos quais as inteligências propostas por Gardner e como elas se caracterizam.

37

A INTELIGÊNCIA LINGÜÍSTICA

A fala começa a ser desenvolvida nos primeiros meses de vida com o balbucio das

crianças, mas a linguagem é diferente, ela segue alguns padrões cronológicos até

que o indivíduo consiga juntar palavras, montar frases. Quando trabalhada esta

inteligência, leva a pessoa a expressar-se com mais clareza utilizando-se da fala e

escrita para expressar sua realidade, relacionar-se. Manifesta-se na habilidade para

lidar criativamente com as palavras tanto na forma oral como na escrita.

INTELIGÊNCIA ESPACIAL

A inteligência espacial se manifesta pala capacidade de em se p3erceber formas

iguais ou diferentes em objetos apresentados sobre outros ângulos, em identificar o

mundo visual com precisão, em efetuar transformações, sobre suas próprias

percepções, em imaginar movimentos ou deslocamentos entre parte de uma

configuração, em se orientar no espaço e em ser capaz de recriar aspectos da

experiência visual, mesmo distante de estímulos

INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA

A inteligência lógico-matematica se manifesta através da facilidade para o cálculo,

na capacidade de se perceber a geometria nos espaços, na satisfação revelada por

minutos em criar e solucionar problemas lógicos

INTELIGÊNCIA CORPORAL CINESTÉSICA

Essa forma de inteligência se manifesta pela capacidade de resolver problemas ou

elaborar produtos utilizando o corpo ou partes do mesmo e seus movimentos de

maneira altamente diferenciada e abio, para propósito expressivo. Presente em

dançarinos atletas cirurgiões artistas, artesões, instrumentistas e é extremamente

marcantes nos grandes mímicos.

INTELIGÊNCIA MUSICAL

Essa forma de inteligência pode ser facilmente percebida em separado das demais,

no caso de algumas crianças autista, que, revelando clara deficiência intrapessoal, e

muitas vezes também lingüísticas e espaciais, podem tocar um instrumento

maravilhosamente ou executar extraordinárias pinturas e desenhos.

38

INTELIGÊNCIA INTERPERSSOAL

A competência básica fundamental deste tipo de inteligência é o talento para

compreender os outros fazendo distinções no humor, motivações intenções e

sentimentos das outras pessoas.

INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL

A característica principal deste tipo de inteligência é a facilidade de quem a possui

em compreender e identificar as suas próprias emoções e em lidar com elas de

forma adequada às várias situações e aos seus objetivos pessoais.

INTELIGÊNCIA NATURALISTA Diz respeito à competência para perceber a natureza de maneira integral e sentir

processos de acentuada empatia com animais e com as plantas, uma afinidade que

pode estender-se a um sentimento ecológico, uma percepção de eco sistemas e

habitats

INTELIGÊNCIA EXISTENCIA

Diz respeito à inteligência para enfrentar as difíceis assuntos sobre a existência

humana, como por exemplo questões sobre o significado da vida, sobre a morte e

de onde viemos. Fazer perguntas básicas sobre a vida, a morte, o universo. Esse

tipo de inteligência está presente, nas ações do cotidiano, valores espirituais e

princípios com o objetivo de encontrar paz e a tranqüilidade.

Para Howard Gardner a intenção da escola deveria ser o de desenvolver essas

inteligências e contribuir para que as pessoas possam alcançar os seus objetivos de

ocupação mais apropriados a sua característica peculiar de inteligência. Howard

Gardner propõe uma escola centrada no educando, voltada para um entendimento e

desenvolvimento do perfil cognitivo do aluno.

Howard Gardner (2000, p.45) em seu livro “inteligências múltiplas a teoria na prática”

admite a possibilidade da descoberta de novas inteligências, quando questionado

39

sobre o que impediria a descoberta de novas inteligências o autor argumenta da

seguinte forma:

Uma lista de 700 inteligências seria proibitiva para o teórico e inútil para o praticante. Consequentemente, a teoria das IM (Inteligências Múltiplas) tenta articular apenas um número manejável de inteligências que parecem constituir tipos naturais.

De acordo com Mattos (2005), surgem algumas criticas ao autor, quando o mesmo

apresenta mais duas “novas” inteligências: naturalística e existencial. Tendo em

vista as inúmeras capacidades humanas, por que a escolha arbitrária de algumas

delas em detrimento de outras? Se o objetivo era tornar as inteligências manejáveis

estando elas em número limitado de modo que o uso prático da teoria possuísse

maior eficácia, a adoção de novas inteligências somente dificultaria este processo.

Os principais argumentos dos críticos da Teoria segundo Mattos (2005,p24) são:

Críticos da Teoria sustentam que o trabalho de Gardner não é novidade – o que ele chama de “inteligências” são basicamente habilidades cuja importância educadores e psicólogos cognitivos sempre reconheceram. Não está bem definida. Alguns críticos se perguntam se o número de “inteligências” vai continuar aumentando – estes teóricos acreditam que noções tais como habilidade corporal/cinestésica ou musical representam aptidões ou talentos individuais e não “inteligências”. Muitos críticos também dizem que a Teoria não possui o rigor e a precisão de uma ciência efetiva. Gardner responde que atualmente é impossível garantir uma lista exaustiva e definitiva de inteligências. É dependente da cultura. A Teoria prevê que a cultura de um indivíduo tem um importante papel na determinação de suas inteligências. Críticos afirmam que a inteligência efetiva é revelada quando um indivíduo tem que confrontar uma tarefa estranha em um ambiente estranho. Contraria os Padrões Nacionais. Se a I.M. for adotada amplamente, ficará impossível comparar e classificar as habilidades dos estudantes em diferentes escolas. Não é prática. Educadores confrontados com salas de aula lotadas e com falta de recursos vêm a Teoria das Inteligências Múltiplas como utópica.

Mattos (2005) esclarece que teoria de Gardner não pode ser valorizada por seu

pioneirismo, pois ele próprio deixa bem claro em sua obra quem são seus

precursores, mas por pensar as inteligências múltiplas de uma forma holística e por

contemplar um amplo espectro de competências humanas.

40

De acordo com a autora, Gardner contribui na medida em que traz uma inovadora

forma de entender a inteligência libertando-a de um padrão limitado, baseado em um

modelo unitário da inteligência. Um modelo de inteligências múltiplas promove a

exploração de uma vasta gama de atividades mentais.

Considerando-se apenas alguns aspectos sobre as crítica à Teoria das Inteligências

múltiplas, pôde-se constatar que as questões relativas ao tema são realmente muito

complexas para serem analisadas por uma pessoa que não tenha um significativo

grau de entendimento na área da psicologia. Ressalta-se que a revisão das críticas

é fundamental, pois possibilita uma apreensão mais criteriosa da Teoria de Gardner.

Embora o trabalho Gardner venha sofrendo as criticas supracitadas, a teoria das

inteligências múltiplas traz inegáveis contribuições para a pedagogia quando propõe

derrubar a idéia de uma inteligência única, fechada. A muito a ciência estava

impregnada com a idéia da valorização exclusiva da inteligência lógico-matemática

que é a tendência de definir o desempenho dos alunos numa única área de

conhecimento. Ainda prevalece o hábito de valorizar as habilidades relacionadas às

artes e aos esportes apenas nas chamadas atividades extracurriculares. No entanto

já era tempo de fazer uso de uma noção de inteligência mais dinâmica.

3.5 OUTRAS PESQUISAS SOBRE AS INTELIGÊNCIAS

Goleman (1995) define inteligência emocional como sendo a aptidão de

identificarmos os nossos próprios sentimentos e os dos outros, e ainda a capacidade

de nos motivarmos e de reger bem as emoções dentro de nós e em nossos

relacionamentos. Para o autor, a inteligência emocional é a grande responsável pela

ocorrência do insucesso ou sucesso das pessoas. Como a maioria das situações do

dia-a-dia é envolvida por relacionamentos entre as pessoas e, dessa maneira os

indivíduos com boas qualidades de relacionamento, como afabilidade, gentileza e

compreensão têm maiores chances de obter o sucesso.

41

Segundo o autor, a inteligência emocional pode ser categorizada em cinco

habilidades: Auto-Conhecimento Emocional - reconhecer as próprias emoções e

sentimentos quando ocorrem; Controle Emocional - habilidade de lidar com os

próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida; Auto-Motivação -

capacidade de dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal;

Reconhecimento de emoções em outras pessoas; Habilidade em relacionamentos

interpessoais.

As três primeiras habilidades citadas inicialmente são de origem intra-pessoais e as

duas finais,são de origem inter-pessoais. As primeiras são tão fundamentais ao

autoconhecimento, quanto as finais são em: Organizaçoes de Grupos, habilidade

fundamental de liderança, que envolve a ação e organização de esforços de um

grupo, como também a habilidade de conseguir dentro do grupo o reconhecimento

da liderança e uma cooperação espontânea. Bem como a Negociação de Soluções

– que é uma característica forte do mediador, prevenção e resolução de conflitos.

Empatia - é a capacidade de, algumas pessoas de identificação e compreensão dos

desejos e sentimentos dos outros, reagir de forma apropriada ao interesse comum.

E por fim Sensibilidade Social - é a aptidão de identificar os sentimentos e razões

das pessoas.

Para Goleman (1995) a teoria Howard Gardner contêm uma dimensão de

inteligência pessoal que é apontada, mas que no entanto é pouco explorada sobre a

função do papel das emoções. De acordo com o autor, Gardner e sua equipe de

pesquisa não deram a necessaria atenção em relação aos detalhes do papel do

sentimento nas inteligências Múltiplas, concentrando-se muito mais na cognição

sobre o sentimento. Para Goleman (1995, p. 52) essa concentração, talvez não

tenha sido intencional, no entanto deixa inexplorado a grande variedade de

emoções que torna a vida interior e os relacionamentos tão complexos, tão

absorventes, e muitas vezes tão desconcertantes “e deixa por sondar tanto o sentido

em que há inteligência nas emoções quanto o sentido em que se pode transmitir

inteligência às emoções”.

3.5.1 Uma pesquisa brasileira

42

O professor Nilson José Machado, pesquisador brasileiro, professor da USP, propõe

a inteligência Pictórica que está associada à capacidade de desenhar, capacidade

de representação pelo desenho e extrema sensibilidade pela pintura. Se destacam

em pessoas que são capazes de criar personagens que falam por si mesmo, sem

com isso terem a necessidade de pronunciar nenhuma palavra. O desenho é uma

forma importante de se expressar e é a primeira utilizada pela criança. Vejamos o

que Antunes (1998, p.217), afirma sobre a inteligência pictórica:

A inteligência pictórica se manifesta pela competência em se expressar ou compreender a linguagem dos signos das cores ou de desenhos. Muito forte em grandes pintores sobre tudo os realistas está presente em cartunistas desenhistas e ilustradores ou especialistas em computação gráfica. Muito ligada à percepção estética. Destaca-se que na criança antes mesmo que a linguagem, escrita lhe seja acessível.

Os recursos pictóricos se tornam elementos fundamentais na comunicação e

expressão de sentimentos funcionando como um canal muito especial, através do

qual as individualidades se revelam ou são construídas expressando ainda muitas

vezes, características gerais da personalidade, ou mesmo sintomas dos mais

variados desequilíbrios psíquicos.

43

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos o lúdico um instrumento pedagógico muito importante no currículo

escolar. Tendo ele também como forma de estimular o conhecimento e não apenas

como relaxamento. Diante disso dispomos a estudar as contribuições do lúdico

como estimulo para o desenvolvimento das inteligências múltiplas na Educação

infantil, mostrando a relevância que ele tem no desenvolvimento infantil e sua função

em sala de aula. Então de que forma o lúdico contribui para a o desenvolvimento

das inteligências múltiplas na formação dos educandos?

Quando falamos em inteligências múltiplas na educação infantil, falamos na

possibilidade de desenvolvimento considerando uma aprendizagem que leve em

conta o potencial cognitivo como um todo. Não apenas enfatizando uma ou duas

habilidades, mas considerando a pluralidade de perfis cognitivos presente em uma

classe escolar de modo que todos os educandos tenham a oportunidade de

desenvolvimento mais ampla possível.

Não é mais admissível a esperança de alcançar em uma classe de educação infantil

uma homogeidade intelectual Cada individuo se desenvolve de uma maneira

singular. Uma criança não pode ser tachada de menos inteligente apenas por não se

sair tão bem quanto outra em determinada disciplina. Toda e qualquer criança tem

potenciais diversos que necessitam ser adequadamente estimulados para se

desenvolver. Isto é cada uma das inteligências proposta por Gardner, cada

representa uma via que permite a criança compreender conceitos e manifestar o que

sabe o que pensa e o que sente.

Diante de tal pensamento percebe-se o fundamental papel do educador infantil em

estimular o educando à construção de novos conhecimentos e através das

atividades lúdicas. Pois o lúdico é um dos motivadores na percepção e na

construção de esquemas de raciocínio, além de ser uma forma de aprendizagem

diferenciada e significativa. O educador deve ter ainda o cuidado ao desenvolver

uma atividade trabalhando o lúdico, por ser uma tarefa dinâmica, o professor fica na

condição de estimulador, condutor e avaliador da atividade, se tornando o elo entre

o lúdico e os alunos.

44

Diante de tudo que fora mencionado, podemos afirmar sem dúvida que o lúdico é

importante sim para uma melhoria na educação e no andamento das aulas,

promovendo uma aprendizagem significativa que acontece gradativamente e

inconscientemente de forma natural, tornando-se um grande aliado aos educadores

na caminhada para bons resultados.

Com base nas análises sobre as contribuições do lúdico na educação infantil,

podemos concluir que o lúdico presente na sala de aula, não é apenas uma opção,

mas uma necessidade, Sendo que as atividades lúdicas devem ser uma proposta

educacional que favoreça o desenvolvimento global dos sujeitos. E que além da

contribuição para o desenvolvimento cognitivo, o lúdico também tem como

contribuições para a formação da criança na educação infantil o desenvolvimento

físico, afetivo e social da criança, estimulando a imaginação, a percepção, a

observação e a criatividade do aluno.

Podemos perceber a indispensável contribuição teórica dos autores para

compreensão deste processo do lúdico como estimulo para o desenvolvimento das

inteligências na formação da criança, e em especial as contribuições que Howard

Gardner traz em sua abordagem Teórica, nos ajudando a participar de sua proposta

coerentes com o que acreditamos.

E no que acreditamos? Acredita-se no lúdico é fundamental no desenvolvimento

escolar e pessoal da criança e que a mesma é capaz de promover uma

aprendizagem prazerosa e significativa que considera as múltiplas facetas da

inteligência. E através das contribuições dos autores, algo muito forte pode-se

destacar e levado para a nossa prática, que é: estimular a criança a desenvolver-se

não só para a matemática ou para a linguística, mas também para a arte, para as

emoções para as relações pessoais, para a vida.

45

REFERENCIAS:

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Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed Rio de Janeiro, 2006.

CHEMAMA, Roland. Dicionário de psicanálise Larousse. Artmed. 2 ed, Porto Alegre:

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FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS. Disponível em

http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/direitosfundamentais.pdf. Acessado em:

2/2/2011.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: A Teoria Revolucionária que Redefine o que é

ser Inteligente. 27ª ed. Objetiva. 1995.

GARDNER, Howard. Estruturas da mente: A teoria das inteligências múltiplas, Porto Alegre.

Artes Médicas, 1994

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes

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GAMA, Maria Clara S.S., A Teoria das Inteligências Múltiplas e suas Implicações para

Educação. http://www.homemdemello.com.br/psicologia/intelmult.html. Acessado em:

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GARRET, Henry E. Psicologia. 7. ed [Brasil]: Fundo de Cultura, 1970

HUIZINGA, Johan. . Homo ludens: o jogo como elemento de cultura. 5. ed São, Paulo:

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KISHIMOTO, Tizuko Morchida. . Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 5. ed. São

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brincar para infância. In: Pedagogia(s) da infância: Dialogando com o passado construindo o

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Luckesi, Cipriano Carlos. Brincar III: a criança e sua poética. Disponível em:

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46

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MATTOS Carla Paiva. INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: POSSIBILIDADES PARA O

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CRIANÇAS DE ZERO A SEIS NOS À EDUCAÇÃO. Disponível em

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VIGOTSKY, L. S; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV, Alexis N. Linguagem,

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47

ANEXOS

48

JOGOS PARA ESTIMULAÇÃO DAS MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS DE CELSO

ANTUNES (1998):

INTELIGÊNCIA LINGUÍSTICA

JOGO Nº 1

NOME: Arrumando

HABILIDADE: Vocabulário

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: percepção visual, raciocínio lógico

PREPARAÇÃO:

Desenhar ou montar em cartolina uma cozinha, um quarto ou e estrutura interna de

uma casa.

Construir em cartolina peças que completem esse aposento, como sofás, camas,

mesas, espelhos, armários, panelas e outros objetos.

Ao receber as peças do jogo, a criança deverá nomear os objetos montando-o sobre

a estrutura.

O jogo pode ser desenvolvido em grupo e nas etapas seguintes deverá nomear,

dizer as cores ou contar histórias que envolvam essa montagem.

JOGO Nº2

NOME: Jogos com Gibis

HABILIDADE: Memória verbal

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: Fluência verbal

PREPARAÇÃO:

O professor deve reunir uma grande variedade de revistas de histórias em

quadrinhos ou tiras de histórias publicadas em jornal.

Utilização:

Com alunos que ainda não sabem ler, o professor deve estimular o raciocínio

dedutivo, estimulando o aluno a observar as ilustrações e buscar sentido na história.

Deve iniciar o contato do aluno com esse material, mostrar os passos de uma

interpretação que são óbvios para alunos maiores. Por exemplo: que toda leitura se

faz da esquerda para a direita e de cima para baixo.

Para alunos que fazem a leitura, os gibis são estímulos para a associação entre os

elementos pictóricos da ilustração e os símbolos gráficos das palavras números

49

jogos podem ser propostos, a pagando-se balões, sugerindo a colocação em ordem

dos quadrinhos antecipadamente desordenados orientando os alunos para que

transformem histórias originais por outros de conteúdo ligado ao que é aprendido e,

finalmente, estimulando os grupos de alunos para que construam seus próprios

gibis, criando personagens desenvolvendo argumentos, estabelecendo roteiros e

completando a arte final.

INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA

JOGO Nº 1

NOME: Bagunça no trânsito

HABILIDADE: Percepção de sistema de numeração

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: Classificação numeração e contagem

PREPARAÇÃO:

Reunir uma grande quantidade de carrinhos plásticos e formar saquinhos com

carros diferentes.

Utilização:

Os alunos devem formar grupos com um carro verde, dois amarelos, três vermelhos

e assim por diante. Formar grupos com cinco peças “iguais” e ”diferentes". Comparar

grupos e contar a quantidade de peças em cada grupo. Formar conjuntos com

1,2,3,4 e 5 peças e assim por diante.

JOGO Nº 2

NOME: Jogo das fitas

HABILIDADE: Noção de tamanho

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: Coordenação motora e Percepção visual

PREPARAÇÃO:

Reunir pedaços de fitas coloridas de duas larguras e comprimentos.

Utilização:

Os alunos devem comparar as diferentes larguras das fitas e seus comprimentos,

agrupando-as em "largas” e "estreites”, depois em "curtas" e "compridas". Em etapas

50

posteriores devem pegar fitas ao acaso, classificando-as como “comprida", "curta"

"larga", "estreita".

É interessante a experiência d e se reproduzir grafìcamente a largura das fitas.

INTELIGÊNCIA ESPACIAL

JOGO Nº 1

NOME: Ordenando palitos.

HABILIDADE: Orientação espacial

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: coordenação manual

PREPARAÇÃO:

Utilizar fósforos usados que, para maior identificação visual e conservação, podem

ser pintados. Caixas para guardá-los após o jogo.

Utilização:

Os alunos, em duplas ou trios, devem retirar os fósforos da caixa e depois recolocá-

los postando todas as cabeças do mesmo lado. Em etapas subseqüentes, formar

quadrados, triângulos ou retângulos com palitos. Mostrar na lousa algumas figuras

geométricas e solicitar que a criança as copie com palitos. Trabalhar seqüência de

quantidade e, alternado seqüências, levar os alunos a descobrir a seqüência

seguinte (Exemplo: 1 palito, 2 palitos,3 palitos... qual a seqüências seguinte? -

Alternar com seqüência de pares ou outros conjuntos).

JOGO Nº 2

NOME: pulando corda

HABILIDADE: percepção espacial

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: Motricidade

PREPARAÇÃO:

Uma corda de aproximadamente um metro e meio de comprimento.

Utilização:

Dois alunos em pé, um frente ao outro, segurando a corda cerca de 30 centímetros

de altura do chão. Ao comando do professor, um aluno por vez dirige-se a corda e

aguarda a determinação do professor que pode ser passar sobre ou sob a corda.

Deve haver um rodízio entre os que seguram a extremidade da corda.

51

INTELIGÊNCIA MUSICAL

JOGO Nº 1

NOME: Apito oculto

HABILIDADE: Percepção auditiva

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: Concentração

PREPARAÇÃO:

Cada aluno deve dispor de um apito simples, amarrado a um barbante e

Pendurado ao pescoço.

Utilização:

O professor deve explicar as regras do jogo aos alunos e determinar que um aluno

feche os olhos e vire-se de costas. A uma indicação sua, um dos alunos fará soar o

apito, colocando-o depois às costas, como todos os demais. O aluno que esteve de

costas (ou com os olhos vendados) deve identificar a direção do apito. Em etapas

subseqüentes o jogo pode ir ampliando padrões de dificuldades, levando os alunos a

irem identificando não apenas a direcionalidade, como as diferentes intensidades,

assim como o som de um, dois ou mais apitos simultâneos.

JOGO Nº 2

NOME: estúdio

HABILIDADES: percepção auditiva

Outras estimulações: percepção do som da voz alternado pelo gravador

PREPARAÇÃO:

Usar um gravador comum e gravar vozes de alunos, professores, funcionários da

escola e outras pessoas que simbolizem familiaridades na escola ou na família.

Utilização:

Os alunos devem ser estimulados a reconhecer vozes geradas e, principalmente, ao

revelarem a evolução nesse domínio, como que ampliando o arquivo de sua

memória sonora. Após uma etapa de reconhecimento é interessante desenvolver-se

uma outra, para, na analise dessas vozes, ocorra eventual classificação e

comparação entre as mesmas

INTELIGÊNCIA SINESTÉSICO-CORPORAL

52

JOGO Nº 1

NOME: modelando com massa de argila

HABILIDADE: coordenação motora

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: orientação espacial

PREPARAÇÃO

Massa de modelar de cores de sortidas e uma espátula argila, eventualmente

colorida com anilina.

Utilização:

O aluno deve desenvolver diferentes e múltiplas tarefas com a massa, usando o

amassamento, torção, segmentação e outros recursos. Deve usar as mãos ou os

dedos para dedilhar rolos finos de massa.

JOGO Nº 2

NOME: bate pino

HABILIDADE: coordenação manual

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: lateralidade e força

PREPARAÇÃO:

Para essa atividade podem-se usar jogos já existentes no comércio ou solicitar ou

solicitar a construção desses jogos a um marceneiro. Pessoas com habilidade em

trabalhos com madeira podem preparar esse recurso, constituído de uma bancada

com orifícios, peças cilíndricas que se encaixe nos mesmos e pequenos martelo de

madeira

Utilização:

O aluno deverá encaixar os cilindros com o auxilio do martelo e, progressivamente, o

professor deve estimular o numero de batidas e o uso das duas mãos para a tarefa.

Martelos e pregos podem improvisar recursos para a atividade.

INTELIGÊNCIA PICTÓRICA

JOGO Nº 1

NOME: Maria Amélia

HABILIDADE: reconhecimento de formas e cores

53

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: inteligencia verbal

PREPARAÇÃO:

Usar papel-cartão de varias cores, barbantes tingidos, papel espelho,cola e tesoura.

Utilização:

Os alunos, juntamente com o professor, devem os alunos, desenhar rosto de uma

personagem (que pode ser Maria Amélia ou outra qualquer), recortar e fazer

colagens nos olhos, bocas e cabelos com barbantes tingidos. Podem usar uma

vareta para segurar o rosto de Maria Amélia imaginar diferentes situações em que â

personagem possa interagir com os outros. O professor pode fazer um modelo e,

solicitar que cada aluno construa seu próprio personagem, masculino ou feminino, E

importante que explore o recurso em diferentes situações e que desenvolva um

programa

JOGO N º2

NOME: Teatro de sombras

HABILIDADE: Percepção de figuras-fundo

OUTRAS ESTIMULAÇOES: Percepção de fundo

PREPARAÇÃO: Lanterna ou outro foco de luz.

Utilização:

Os alunos devem, com o uso das mãos e, progressivamente, outros objetos, brincar

de teatros de sombra, buscando o domínio da percepção de fundo. Com a criação

dessas imagens estimular sua reprodução através de desenhos, assim como

pesquisar em revistas pessoas , plantas , animais e objetos e buscar a construção

de meios para sua reprodução através do teatro.

INTELIGÊNCIA PESSOAL

JOGO Nº 1

NOME: carinhas

HABILIDADE: percepção corporal

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: sensibilidade tátil e inteligência naturalística

PREPARAÇÃO:

Confeccionar o material. Juntamente com os alunos, utilizando-se de argila, água,

papel crepom, tesoura, cola, palitos de fósforos e fita colante.

Utilização:

54

Forrar as carteiras com jornal e ensinar os alunos a moldar a argila, fazendo uma

cesta com a forma que desejarem, mas com limite máximo de 5 cm de altura, Deixar

a cesta moldada secar bem. Recortar tiras de papel crepom, de 1,5 cm enrolando-as

em um palito de fósforo. A parte final do papel deve imitar uma flor, também de

diferentes tipos. As flores devem ser colocadas na cesta. Após uma atividade livre, é

interessante que os alunos sejam estimulados, a pesquisar diferentes tipos de flores,

usando papel de outras cores.

JOGO Nº 2

NOME: estudos de caso

HABILIDADE: autoconhecimento e relacionamento social

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: legitimação de estados emocional

PREPARAÇÃO:

Reunir inúmeros “casos” simples envolvendo situações familiares e escolares que

despertem diferentes estados de emoção (por exemplo: “o caso Henrique”-que

defendeu um amigo ausente e ficou em uma situação “difícil” em seu grupo; “o caso

Renata”- que, coagida, denunciou a colega que furtara um doce da lanchonete e

perdeu uma amizade; e inúmeros outros)

Utilização:

Relatar o caso em sala, se possível, dramatizara situação colocando as eventuais

perspectivas para cada, dramatização e situação caso para a discussão dos alunos.

É muito importante que nessas discussões o professor uma participaçõa não

optativa, dando ou tirando as palavras dos alunos, levando todos a discutir, mas sem

intervir de forma moralista. Ao final dos debates, pode concluir, sintetizando o caso e

mostrando diferentes opiniões que essas situações podem ocasionar. Se considerar

valido, pode solicitar aos alunos que exponham também “seus” casos.

INTELIGÊNCIA NATURALÍSTICA

JOGO Nº 1

Nome: O que o mestre mandar

HABILIDADE: curiosidade

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: orientação espacial e motricidade

PREPARAÇÃO:

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É indispensável que demos oportunidades aos alunos de executarem tarefas

antecipadamente planejadas o professor deve inicializar uma verdadeira gincana de

atividades e cumprindo-as deve-se solicitar aos alunos que o façam

Utilização:

O professor será o “mestre” e executará a gincana estabelecida (saltará cercas

inexistentes, remara por rios imaginários, procurará tesouros ocultos) e assim

percorrerá interessante caminho estimulado a motricidade e soltando a imaginação

naturalística dos alunos. O sucesso do jogo depende da capacidade do professor

em levar o aluno a partilhar dessas “aventuras”.

JOGO Nº 2

NOME: massa de modelar e pegadas

HABILIDADE: exploração

OUTRAS ESTIMULAÇÕES: sensibilidade tátil e motricidade

PREPARAÇÃO:

Massa de modelar e uma enciclopédia sobre animais e plantas.

Utilização:

Os alunos devem, orientados pelo professor, proceder a cuidadosa pesquisa sobre

pegadas de animais ou formatos de folha, elaborar “fichas” informativas sobre essas

espécies e, com massa de modelar ou argila, confeccionar os moldes dessas folhas

ou pegadas. O professor pode organizar uma exposição, associando o trabalho

manual a pesquisa. Uma eventual visita a um jardim botânico ou ao zoológico para

observar essas espécies pode dar um complemento a essa atividade. um concurso

de fotografia também complementam à essa atividade.


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