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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS ... · A cana-de-açucar (Saccharum...

Date post: 01-Dec-2020
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS PROCESSAMENTO ARTESANAL DA RAPADURA NO ENGENHO MONTE ALEGRE: Um estudo de caso JOSÉ CELSON BRAGA FERNANDES Areia, PB 2013
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

PROCESSAMENTO ARTESANAL DA RAPADURA NO ENGENHO MONTE

ALEGRE: Um estudo de caso

JOSÉ CELSON BRAGA FERNANDES

Areia, PB

2013

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JOSÉ CELSON BRAGA FERNANDES

PROCESSAMENTO ARTESANAL DA RAPADURA NO ENGENHO MONTE

ALEGRE: Um estudo de caso

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PROCESSAMENTO ARTESANAL DA RAPADURA NO ENGENHO MONTE

ALEGRE: Um estudo de caso

Trabalho de conclusão de curso

apresentado à Universidade Federal da Paraíba,

Centro de Ciências Agrárias, Campus II Areia –

PB, em cumprimento às exigências para obtenção

do título de Engenheiro Agrônomo.

ORIENTADORA: Prof.a DR.

a Márcia Roseane Targino de Oliveira

Areia, PB

2013

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JOSÉ CELSON BRAGA FERNANDES

PROCESSAMENTO ARTESANAL DA RAPADURA NO ENGENHO MONTE

ALEGRE: Um estudo de caso

Aprovada em:............./................/................

BANCA EXAMINADORA

Prof.a Dr.

a Márcia Roseane Targino de Oliveira

Orientadora

UFPB

Prof.o Msc. Normando Mendes Ribeiro Filho

Examinador

UFPB

Enga. Agrônomo Shara Regina dos Santos Borges

Examinadora

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“Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos, no fundo, o

que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo!”

(Chico Xavier).

“Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina

utilizável, mas não uma especialidade. É necessário que adquira um sentimento. um senso

prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente

correto. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas

angústias para determinar com exatidão seu lugar a seus próximos e à comunidade.

( Albert Einstein).

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AGRADECIMENTOS

A DEUS por ter dado força, coragem e equilíbrio para enfrentar esta fase inesquecível

na minha vida.

Aos meus pais Carmelita e Sebastião, por terem sempre me incentivado nos meus

estudos com seu grande apoio e por estarem ao meu lado nos momentos difíceis de minha

vida com o seu auxilio. Minha gratidão

A todos meus irmãos, em especial, Paula que sempre esteve ao meu lado.

A todos os meus colegas de Esperança, aqueles que estudaram comigo bem como os

meus amigos de infância pelo incentivo e dedicação.

Aos meus amigos de curso: Andrezza, Adriana, Izabela, Fernando, Hallina, Fausto,

Shara, Washington, Evaldo, Graça, Raiane, Mirian, Nadja, Idaline e demais colegas, pelas

tensões que vivemos e pelo companheirismo. Minha gratidão!

Aos colegas de alojamento em especial o quarto A4, Adeilson, Adeilson Melo,

Anderson e demais agregados.

A Técnica do laboratório, Natália, pelo acompanhamento, dedicação e paciência

dedicada a este trabalho.

A Professora Márcia pela a imensa ajuda, pela dedicação e apoio durante a execução

do trabalho. Minha gratidão!

Ao Professor Normando pelo incentivo, contribuição e dedicação durante a execução

do trabalho.

A Shara, pelo companheirismo e dedicação ao trabalho. Meu muito obrigado!

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SUMÁRIO

RESUMO ..........................................................................................................................09

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................11

2.1 A Cana-de-açúcar no Brasil.................................................................................11

2.2 Rapadura...............................................................................................................12

2.3 Agroindustria........................................................................................................13

2.2.1 Produção de rapadura.......................................................................................15

3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................18

3.1 Área de estudo.......................................................................................................18

3.2 Material..................................................................................................................18

3.3 Metodologia...........................................................................................................18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................20

4.1 Setor Produtivo.....................................................................................................20

4.1.1 Setor de transformação...................................................................................20

4.1.2 Equipamentos e Utensílios..............................................................................23

4.1.3 Manipuladores.................................................................................................26

4.1.4 Produção da Rapadura...................................................................................26

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................33

5.1 Vantagens Competitivas.......................................................................................31

5.2 Pontos de Estrangulamentos................................................................................31

6 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA..........................................................................35

7 APÊNDICES................................................................................................................38

8 ANEXOS .....................................................................................................................41

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TABELAS E FIGURAS

Tabela 1. Produção da cana-de-açúcar no Brasil....................................................................12

Figura 1. Fluxograma da produção de rapadura, adaptada ....................................................15

Figura 2. Faixada da área de processamento de processamento da rapadura Engenho Monte

Alegre, Areia-PB 2013..............................................................................................................21

Figura 3. Pisos e paredes da área de processamento de rapadura, Engenho Monte Alegre

Areia-PB 2013...........................................................................................................................21

Figura 4. Teto da agroindústria rapadureira Engenho Monte Alegre Areia-PB

2013...........................................................................................................................................22

Figura 5. Instalações Sanitárias do Engenho Monte Alegre

2013...........................................................................................................................................22

Figura 6. Lavatório instalado na área de processamento do Engenho Monte Alegre Areia-PB

2013...........................................................................................................................................23

Figura 7. Fornalha do Engenho Monte Alegre, Areia-PB 2013..............................................23

Figura 8. Decantador de chicanas, Engenho Monte Alegre, Areia-PB 2013...........................24

Figura 9. Estrutura do decantador, Engenho Monte Alegre, 2013..........................................24

Figura 10. Tanque de repouso, Engenho Monte Alegre, Areia-PB 2013................................24

Figura 11. Tachos de concentração e batimento Engenho Monte Alegre, Areia-PB 2013.....25

Figura 12. Utensílios de madeira para enformagem Engenho Monte Alegre, 2013................25

Figura 13. Tanque de limpeza das formas da rapadura produzida Engenho Monte Alegre,

Areia-PB 2013...........................................................................................................................26

Figura 14. Fluxograma de processamento da rapadura no engenho Monte Alegre, Areia – PB,

2013...........................................................................................................................................27

Figura 15. Tachos de limpeza e concentração, Engenho Monte Alegre, 2013........................29

Figura 16. Tachos de ponto (tacho C) e batimento (tacho D), Engenho Monte Alegre,

2013..................................................................................................................................30

Figura 17. Fôrmas e mesa, Engenho Monte Alegre, 2013........................................................30

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RESUMO

No município de Areia-PB por várias décadas, abrigou-se diversos engenhos que produziam

diferentes produtos derivados da cana-de-açúcar como: a cachaça, o melaço e a rapadura,

devido às condições climáticas que favoreceu o desenvolvimento dessa cultura. A fabricação

de rapadura dar-se através dos engenhos, sob moldes artesanais em pequenas unidades

produtivas, sem padronização ou regulamentação, o que acarreta em dificuldades para sua

comercialização, mesmo assim é um produto bastante procurado na região, contribuindo com

o desenvolvimento local. Nesse contexto, objetivou-se com esse trabalho diagnosticar uma

agroindústria rapadureira localizada no munícipio de Areia – PB. O estudo foi realizado no

engenho Monte Alegre, a partir de visitas in loco nas quais realizou-se entrevistas com

aplicação de questionários e documentação fotográfica. O estudo permitiu identificar as

vantagens competitivas da agroindústria apontando a importância socioeconômica para o

município. Portanto foi verificado que a agroindústria necessita de seguir algumas normas

estabelecidas por órgãos de fiscalização, tendo o cuidado de não desvalorizar as

características de produto artesanal.

Palavras-chaves: agroindústria, cana de açúcar, rapadura.

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1 Introdução

A cana – de – açúcar Saccharum officinarum L. é uma cultura que no cenário nacional

apresenta-se com grande potencialidade na sua produção. O Brasil se destaca no cenário da

produção mundial, apresentando variedades que supre as diversas necessidades dos

produtores. Através da cana-de-açúcar podem-se obter diversos produtos, o mais comum na

atualidade é o etanol que é utilizado como combustível limpo. Além do etanol pode-se

destacar o açúcar, a cachaça, o melaço, e a rapadura, produto este de origem artesanal,

considerado um alimento (SEBRAE 2005).

A rapadura é um produto sólido, de sabor doce, obtido pela concentração a quente do

caldo da cana-de-açúcar, sua principal matéria-prima. O produto, feito de mel de engenho,

algumas vezes também chamado de "raspadura" (palavra provinda do verbo raspar), origina-

se da crosta de açúcar presa às paredes das tachas, retirada pela raspagem e moldada como

tijolos. A fabricação da rapadura iniciou-se nas Canárias, ilhas espanholas do Atlântico,

possivelmente no século XVI, constituindo-se não apenas em guloseimas, mas em uma

solução prática de transporte de alimento em pequena quantidade para uso individual.

A rapadura teve seu primórdio de fabricação nas Ilhas Canárias e por ser um alimento

energético, logo teve sua distribuição em todo território mundial. Apesar da rapadura ser

produzida no Brasil desde o século XVI, destinada nessa época para alimentação dos

escravos, é ainda hoje processada rudimentarmente, sem padronização em propriedades

familiares, gerando produtos com baixos preços de comercialização (CNPTIA/EMBRAPA

2012. A Índia é responsável por 67% da produção mundial, ocupando o 1o lugar dentre os

produtores de rapadura. O Brasil encontra-se na 7a posição, destacando-se internamente a

região Nordeste, responsável por 67% )da produção nacional. (SEBRAE 2005).

No município de Areia-PB por várias décadas, abrigou-se diversos engenhos que

produziam diferentes produtos derivados da cana-de-açúcar como, a cachaça, o melaço e a

rapadura, devido às condições climáticas que favoreceu o desenvolvimento dessa cultura. Este

ciclo de produção pode ser considerado como da agroindústria canavieira. A fabricação de

rapadura dar-se através dos engenhos, sob moldes artesanais em pequenas unidades

produtivas, sem padronização ou regulamentação, o que acarreta em dificuldades para sua

comercialização, mesmo assim é um produto bastante procurado na região do brejo

Paraibano, contribuindo com o desenvolvimento local. Porém há necessidade de analisar esta

produção, levando-se em conta seus aspectos tradicionais, históricos e culturais, para que

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contribua com o desenvolvimento econômico e social do território buscando melhoria na

qualidade do produto (NASCIMENTO, 2003).

Portanto, esta pesquisa objetivou diagnosticar uma agroindústria rapadureira típica do

município de Areia-PB, de forma a permitir traçar um perfil tecnológico da produção de

rapadura que posa servir como referencia bibliográfica para diagnosticar o processo de

produção de rapadura realizado na região do Brejo paraibano.

2 Fundamentação Teórica

2.1 A cana-de-açúcar no Brasil

A cana-de-açucar (Saccharum officinarum.L) de origem asiática, foi introduzida no

país durante o período colonial e as primeiras mudas chegaram ao Brasil por volta de 1515. O

primeiro engenho para produção de açúcar foi construído em 1532, na capitania de São

Vicente (ANDRADE, 2007).

A cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero Saccharum L. Há pelo menos

seis espécies desse gênero, sendo que a (Saccharum officinarum) é rica na produção de

açúcar, mas apresenta-se susceptível a varias doenças. Para atender a demanda do produtor,

foram realizados cruzamentos com essa variedade para obter condições favoráveis à

produção. (FERNANDES, 1984; NUNES, 2005). Apresenta uma grande importância na

economia brasileira por ser um dos principais produtos de exportação. (CASTRO e KLUGE

2001).

A cana-de-açúcar é uma cultura de clima que tropical desenvolve-se em uma

temperatura ideal de 20 a 24°C. Como o Brasil é um país de grande extensão territorial, esta

cultura tem seu desenvolvimento variando com sua particularidade local. Região com indício

de geadas afeta a sua produção, por ocasionar paralização metabólica na planta. Para seu

desenvolvimento, a cultura exige um solo profundo, com uma alta fertilidade e uma acidez de

média para fraca (FERNANDES, 2003). Em toda extensão territorial do Brasil pode-se

encontrar cultivos de cana-de-açúcar para diferentes destinos. De acordo com a Organização

das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 2011) o Brasil aponta em 1° lugar

no mundo na produção de cana-de-açúcar com 34,56%. E de acordo com o Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE) a região nordeste contribui com mais de 74 milhões de

toneladas sendo que 253.850 toneladas originam-se na da região do Brejo Paraibano como

mostra a tabela 1 (IBGE, 2011).

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Tabela 1: Censo agropecuário da indústria canavieira – (2006)

Localidade Área plantada

(ha)

Quantidade

produzida

(Toneladas)

Brasil 9.616.615 734.006.059

Nordeste 1.229.948 74.781.736

Paraíba 118.097 6.417.385

Mata Paraibana - PB 110.620 6.060.750

Litoral Sul - PB 35.350 2.162.500

Litoral Norte - PB 34.900 1.755.000

Agreste Paraibano - PB 6.821 332.920

Brejo Paraibano - PB 5.080 253.850

Alagoa Grande - PB 2.400 132.000

Areia - PB 1.100 55.000

Alagoa Nova - PB 700 28.000

Serraria - PB 450 18.000

Pilões - PB 300 15.000

Bananeiras - PB 130 5.850 Fonte: IBGE, 2011 Adaptada

2.2 Rapadura

A resolução 12/35 de 1978, da Comissão Nacional de Normas e Padrões para

Alimentos (CNNPA) do Ministério da Saúde define rapadura como "o produto sólido obtido

pela concentração a quente do caldo de cana (Saccharum officinarum, L)". Quando adicionar

à massa outra substância alimentar, sua designação será acrescida do nome da mesma

“rapadura com coco”, “rapadura com amendoim”, “rapadura com abóbora”. O produto é

elaborado com matéria-prima não fermentada, isenta de matéria terrosa, parasitas e detritos

animais ou vegetais.

A fabricação da rapadura iniciou-se nas ilhas Canárias, possivelmente no século XVI,

constituindo-se não apenas guloseimas, mas uma solução prática de transporte de alimento em

pequena quantidade para uso individual. Como o açúcar comumente umedecia e melava, o

ladrilho de rapadura acompanhava o viajante que o carregava em sacolas, devido ser de fácil

transporte e possibilitar prática acomodação, além de resistir durante meses às mudanças

atmosféricas (ANDRADE, 2007).

No Brasil, a rapadura surgiu no mesmo século dos primeiros engenhos de cana-de-

açúcar por volta do século XVI. Logo ganhou estigma de comida de pobre e no passado era

predominantemente consumida pelos escravos. Mesmo hoje, só eventualmente só frequenta as

mesas mais fartas, sendo, portanto, um dos motivos de sua baixa comercialização (CORTEZ,

2008).

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A rapadura tem alto teor nutritivo. É rico em carboidratos, minerais e vitaminas.

Apresenta formato e composição variados como retângulo e cilíndrico. É rica em vitaminas e

sais minerais como potássio, cálcio, e ferro, além de ter características de produto natural e

orgânico. O produto, feito de mel de engenho dado certo ponto, algumas vezes também

chamado de "raspadura" (originada do verbo raspar), originou-se da raspagem das camadas

espessas de açúcar presas às paredes dos tachos utilizados para a fabricação do mesmo, e

depois moldadas em fôrmas semelhantes às de tijolos (CHAVES 2008)

A Região Nordeste é a maior produtora de rapadura do Brasil. Isto ocorre devido ao

gosto do nordestino por suas qualidades organolépticas e a fácil disponibilidade,

principalmente nas localidades do interior onde são comuns os pequenos engenhos onde ela é

produzida.

A rapadura é comercializada na própria unidade de produção e em cidades próximas,

através de intermediários que a revendem, para negociação em feiras e mercearias de

pequenas cidades do interior e supermercados das grandes cidades. Parte da produção é

também comercializada em lojas de produtos naturais, restaurantes e, em pouquíssimos casos

a instituições governamentais.

2.3Agroindústria

A agroindústria é o conjunto de atividades relacionadas à transformação de matérias-

primas provenientes da agricultura, pecuária, aquicultura ou silvicultura. O grau de

transformação varia amplamente em função dos objetivos das empresas agroindustriais. Para

cada uma dessas matérias-primas, a agroindústria é um segmento da cadeia que vai desde o

fornecimento de insumos agrícolas até o consumidor. Em comparação a outros segmentos

industriais da economia, ela apresenta certa originalidade decorrente de três características

fundamentais das matérias-primas: sazonabilidade, perecibilidade e heterogeneidade

(AGROINDUSTRIA, 2010).

A agroindústria da cana-de-açúcar é de uma importância indiscutível para a economia

brasileira, como tem sido desde o período colonial. Por razões econômicas e devido aos riscos

naturais do transporte marítimo até à metrópole, essa agroindústria foi a primeira a instalar-se

no Brasil, dominando a faixa litorânea do Nordeste brasileiro. Sendo assim as agroindústrias

de cana-de-açúcar têm papel de destaque no Brasil por sua contribuição à indústria

alimentícia, por figurar como elemento de destaque na política energética do país, pelo

volume financeiro mobilizado em suas atividades e por contribuir com a oferta de postos de

trabalho (MARGARIDO, 2005).

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O processamento artesanal da cana-de-açúcar representa uma atividade de grande

importância econômica e social para as famílias de pequenos produtores rurais,

caracterizando-se uma agroindústria como atividade das mais tradicionais no Nordeste e que

apresenta diversos polos de produção em vários estados da região, enfrentando as mais

diversas dificuldades. Mesmo assim, a produção de rapadura tem sobrevivido e apresenta

características típicas de atividade de base local buscando um processo de expansão e de

mudanças que lhe abram as portas para novos mercados, inclusive o mercado externo.

(PINTO, 2001).

Para a produção desses alimentos artesanais, as instalações são consideradas todas as

redes que proporcionam uma infraestrutura para dispor de um espaço específico para o

processamento de alimentos, tendo que ser seguido alguns critérios como: localização, piso,

paredes, forros e tetos, portas e janelas, iluminação, ventilação, instalações sanitárias,

vestiários, lixo, esgotamento sanitário (SILVA JÚNIOR, 2005).

Os produtos de engenhos podem sofrer contaminação, isto acontece porque em algum

momento da fabricação eles podem entrar em contato com algum tipo de impureza. Para isso,

a higiene deve abranger toda a esfera de produção, começando pela matéria-prima utilizada na

fabricação dos produtos, passando pelos funcionários do engenho e sendo concluída nas

instalações, nos equipamentos e nos utensílios (CHAVES, 2008).

O local de manipulação de alimentos deve apresentar área livre de focos de

insalubridades, ausência de lixo, objetos em desuso, animais, insetos e roedores. Deve ter

acesso direto e independente. Os equipamentos e utensílios podem contribuir para uma futura

contaminação, logo deve ser lavado e higienizado a cada final de produção. Para moenda deve

se ter uma atenção maior, uma vez que, após a moagem da cana, restos de bagaço e de caldo

ficarão aderidos. Assim recomenda-se a lavagem com bastante água corrente, podendo utilizar

uma escova de nylon para auxiliar no desprendimento dos resíduos (CHAVES, 2008).

A iluminação deve proporcionar a visualização de forma que as atividades sejam

realizadas sem comprometer a higiene e as características sensoriais dos alimentos. As

luminárias localizadas sobre a área de preparação dos alimentos devem estar protegidas contra

explosão e quedas acidentais (CHAVES, 2008).

A água é um elemento indispensável em qualquer sistema de produção deve apresentar

boas qualidades, na agroindústria rapadureira a água é utilizada nas limpezas dos utensílios,

mesmo sendo utilizada para esta finalidade a água deve ser de boa procedência para evitar a

contaminação de utensílios (CHAVES, 2008).

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Com a matéria prima a ser trabalhada os cuidados iniciam desde sua colheita com seu

manuseio. Para que não haja contaminação a agroindústria deve dispor de instalações

sanitárias, para atender aos trabalhadores com água potável e corrente, nessas instalações

recomenda-se que o banheiro deve apresentar porta para fora do engenho. A higienização

pessoal para produção recomenta-se a lavagem e higienização das mãos e antebraços, antes de

iniciar o trabalho, após as refeições, após ausentar da área de produção, após usar o banheiro.

Durante o manuseio dessa matéria é necessária a utilização de uniformes e que estes estejam

limpos, os uniformes são compostos de calças e camisas que deverão ser de algodão, para dar

maior conforto e que não impeça o movimento dos trabalhadores. Para os aventais

recomendam-se de napa ou de borracha quando trabalhar com água. Os calçados devem ser

fechados e antiderrapantes. (CHAVES, 2008)

2.3.1 Produção de Rapadura

A rapadura produto sólido, de sabor doce, obtido pela concentração a quente do caldo

da cana-de-açúcar, sua principal matéria-prima, sendo o seu ponto final conseguido por

desidratação do caldo, ficando em torno de 82° a 92º sólido solúveis, após seu resfriamento

(CORTEZ, 2008)

A produção de rapadura segue diversas etapas representadas pelo seguinte fluxograma

Chaves 2008

Figura 1- Fluxograma da produção de rapadura, adaptada, (CHAVES, 2008)

Corte da cana Transporte Moagem

Decantação Clarificação Concentração

Batimento Moldagem Resfriamento

Rapadura Embalagem e

armazenamento

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Cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar que se destina a produção de rapadura deve ser colhida 12 a 18

meses após o plantio ou quando atingir 18% de sólidos solúveis. O corte da cana deve ser

realizado rente ao nível do solo, devem-se retirar as ponteiras e as folhas laterais, e levar para

o processamento no mesmo dia, não ultrapassando 24 horas (EMATER, 2013).

Carregamento e transporte

O transporte da cana-de-açúcar se dá normalmente em tratores, carroças de tração

animal e caminhões do campo até o a sala de moagem (COUTINHO, 2003).

Moagem

Realizada em máquinas que promove o esmagamento da cana, resultando na retirada

do caldo, que posteriormente é conduzido por tubulações para o decantador que irá auxiliar na

retirada de resíduos (CHAVES, 2008).

Filtração e decantação

São operações cujo objetivo é retirar impurezas presentes no caldo que possam vir a

interferir na qualidade do produto. Essa operação é realizada através de um filtro que deve

está na saída do caldo da moenda, a decantação é ocasionada pelo repouso do caldo instante

antes ao inicio das atividades. Para auxiliar na limpeza do caldo pode-se utilizar um

decantador tipo chicanas, onde o caldo é submetido a percorrer um percurso, nesse trajeto vai

sendo depositado impurezas indesejadas. (SEBRAE, 2004; ICET, 2004)

Preparo e Limpeza

Ao iniciar o aquecimento do caldo é comum o surgimento de uma espuma, que deve

ser retirada por apresentar fragmentos de materiais que passou pelos filtros e pelo decantador

de chicanas. É comum adicionar alguns produtos como carbonato de cálcio (CaCO3) cuja

função é de limpeza do caldo bem como fazer a correção (CHAVES, 2008).

Concentração e cozimento

O caldo é submetido em tachos que estão sendo aquecidos a altas temperaturas, que

promove o aumento da concentração do caldo através da evaporação da água. Neste ponto o

caldo esta mais consistente com aspecto de mel e há necessidade de um aumento da

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temperatura, porém controlada, para que não haja caramelizarão da rapadura e o produto não

fique muito escuro (CHAVES, 2008).

Ponto para rapadura

A rapadura é obtida quando o caldo está borbulhando e adquire forma de massa, uma

maneira de se identificar esse ponto é colocar um pouco dessa massa em água fria e conseguir

moldá-la (CHAVES, 2008).

Resfriamento e moldagem

Após a formação da massa é retirada do aquecimento, batida ou homogeneizada até

adquirir coloração mais clara e brilhante. Em seguida é vestida sobre fôrmas de madeiras onde

são resfriadas (CHAVES, 2008).

Embalagem

Após o resfriamento das rapaduras são embaladas com filme plástico e rotuladas

contendo as seguintes informações nos rótulos, marca do produto, adição de algum

ingrediente, dados do engenho, data de fabricação e validade (CHAVES, 2008).

Estocagem

A estocagem deve ser feita em lugar bem ventilado e arejado sem que as mesmas não

entrem em contato direto com piso e paredes (CHAVES, 2008).

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3 Materiais e Métodos

3.1 Área de estudo

O estudo foi realizado no engenho Monte Alegre, situado na propriedade agrícola

Quati, localizada no município de Areia, PB.

O município de Areia encontra-se a 623 m acima do nível do mar, com as seguintes

coordenadas: Latitude: 06º 57’ 48" S Longitude: 35º 41' 30" W, com uma pluviosidade média

de 1000 mm e temperatura oscilando entre 15 a 30°C. Apresenta um relevo com vales

profundos e estreitos dissecados. Dista 120 km de João Pessoa capital do Estado, 47 km de

Campina Grande, 1° polo comercial e populacional da Paraíba após a Capital. Dista de Natal

209 km, Capital do Rio Grande do Norte está a pequenas distâncias do estado de Pernambuco

e outras importantes cidades da Paraíba. A todos esses locais é ligado por rodovias

pavimentadas.

A propriedade agrícola possui 70 hectares destinados à produção de diversas frutíferas

como: cajá, pitanga, manga e caju e deste total, 20 hectare são ocupados com plantio da cana-

de-açúcar. O solo é do tipo argissolo, onde realizam práticas convencionais como: calagem,

adubação orgânica e mineral.

O plantio da cana acontece geralmente a partir da segunda quinzena de maio ou no

início da estação chuvosa e obtém na área trabalhada 50 toneladas de cana, que são destinados

ao processamento da aguardente e da rapadura.

3.2 Material

O material trabalhado nessa investigação foi o engenho, considerado como tal a área

construída destinada ao processamento da cana-de-açúcar (ROJAS, 2005) e especificamente a

que se destina ao processamento da rapadura.

3.3 Método

Trata-se de uma pesquisa de campo segundo VERGARA, 2007. A Pesquisa de campo

realizou-se com a visita in loco em uma agroindústria rapadureira localizada no município de

Areia-PB, o engenho Monte Alegre. Durante as visitas foram realizadas entrevistas com os

responsáveis pela atividade, guiada pela aplicação de questionários, documentação fotográfica

em imagem digital e observações visuais.

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Para descrever o estabelecimento e a produção foi aplicado questionário contendo 28

perguntas, levando em consideração os seguintes itens: área de produção, variedades,

instalações, equipamentos, iluminação e ventilação, higienização de equipamentos e

utensílios, processamento da rapadura, armazenamento e embalagem do produto final.

A partir dessas visitas foi traçado o fluxograma de processo da rapadura bem como a

discrição detalhada das etapas do procedimento. Os dados coletados foram compilados e

apresentados sob forma de figuras seguido de análises descritivas, constituídas tomando-se

como base o contexto socioeconômico-cultural, considerando-se também as normas de

fiscalização hoje vigentes e atuantes para alimentação no país.

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4 RESULTADOS E DISCUSÕES

4.1 Setor produtivo

Nesse estudo o setor produtivo representa a produção da cana-de-açúcar, matéria

prima da agroindústria rapadureira. O engenho Monte Alegre processa a cana de açúcar

cultivada na propriedade Quati onde o engenho esta localizado, que o torna independente na

produção de seus produtos. São cultivadas as variedades: SP 791011, RB 92579, RB 9311,

RB 002704, RB 962962, oriundas do estado de São Paulo, Pernambuco e Alagoas.

A colheita é realizada uma vez ao ano, normalmente entre os meses de setembro e

outubro reduzindo a produção de rapadura apenas a um único período, que chega durar em

torno de um mês.

A cana-de-açúcar é colhida manualmente através de cortes rentes ao solo com auxílios

de facões, este corte é realizado quando a cana atingi 18% de sólidos solúveis que é

determinado através do refratômetro. Após o corte é feita a limpeza da cana, através das

operações de desfolha e desponte e posteriormente encaminhadas em tratores até o setor de

recepção do engenho para imediatamente efetuar a moagem. As etapas de limpeza são

indispensáveis para que não interfira na coloração e no ponto de rapadura (COUTINHO,

2003).

4.2.1 Setor de transformação

O engenho encontra-se localizado em área livre de inundações e de elementos

contaminantes como currais, estábulos, criatórios e fossas, porém, os caminhos que conduzem

ao estabelecimento não são pavimentados. Essa condição de movimentos de veículos por vias

carroçais é comum no município de Areia e pode ser considerado positivamente, quando se

analisa a exploração do turismo rural (ROJAS 2005).

A fábrica, ou seja, a agroindústria consiste num prédio de construção sólida de

alvenaria com tijolos de adobe em estilo colonial (ROJAS, 2005). Possui um pé direito de 3

m, conforme recomendado pela (BRASIL, 2013), para indústrias alimentícias. Apresenta um

Pé de lúvio na entrada, reduzindo a contaminação da área de produção. Conforme visualizado

na figura 2.

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Figura 2- Faixada da área de processamento de rapadura do Engenho Monte

Alegre, Areia – PB 2013.

Fonte: Fernandes, 2013

O piso é revestido com blocos de cerâmica de coloração branca, que facilita a

higienização, não apresenta defeitos, a drenagem é adequada não permitindo o acumulo de

resíduos. As paredes são também revestidas com a mesma cerâmica do piso facilitando a

limpeza e desinfecção do ambiente, como é descrito por LANDELL, 2008, em trabalhos que

se trata do assunto (figura 3).

Figura 3 - Pisos e paredes da área de processamento de rapadura do Engenho

Monte Alegre, Areia-PB 2013.

Fonte: Fernandes, 2013

O teto é de telhas cerâmicas com madeira, conforme demostra a figura 4, estes, no

entanto acumulam sujeira e tem dificuldade na limpeza. Esse tipo de teto auxilia na ventilação

e iluminação naturais, que também são realizadas através de aberturas nas paredes,

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preenchidas com elementos vasados (estruturas de cerâmica) os quais permite a entrada de

pássaros, insetos e outros contaminantes no local de produção, pois não estão protegidos com

tela.

Figura 4 – Teto da área de processamento, Engenho Monte Alegre 2013

Fonte: Fernandes, 2013

De acordo com as normas BRASIL, 2013. Para atividades de cunho agroindustrial

familiar, o telhado deve apresentar revestimento que impeça a incidência direta de raios

solares, e o revestimento interno pode ser de alvenaria (Lage ou PVC), para contribuir com a

proteção sanitária e térmica do ambiente.

O engenho dispõe de instalações sanitárias que fica sem conexão com área de

produção, (figura 5) contendo vaso sanitário com tampa e lavatório (figura 6), foi constatado

um lavatório de mão de forma estratégica como descrito em trabalhos por MENEGUCE,

2008.

Figura 5 – Instalações Sanitárias do Engenho Monte Alegres, Areia-PB 2013

Fonte: Fernandes, 2013

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Figura 6 – Lavatório instalado na área de processamento da rapadura, Engenho

Monte Alegre, Areia-PB 2013

Fonte: Fernandes, 2013

4.2.2 Utensílios e equipamentos

Na agroindústria foram relacionados os seguintes equipamentos:

Moenda – fica instalada em uma sala separada, tem como função realizar a extração

do caldo.

Fornalha – proveniente de alvenaria, ficando localizada em baixo dos tachos com uma

abertura que auxilia na entrada do bagaço utilizado como fonte de energia (Figura 7).

Figura 7 – Fornalha, Engenho Monte Alegre, Areia-PB 2013

Fonte: Fernandes, 2013

Canos de PVC – confeccionados de material resistente, utilizados no escoamento e

transporte do caldo.

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Decantador de chicanas – constituído de material metálico está instalado na sala de

produção. Após a moagem é o primeiro recipiente onde o caldo é depositado. (figuras

8 e 9).

Figura 8 – Decantador de chicanas, Engenho Monte Alegre, , Areia-PB 2013 Figura 9 –

Estrutura do decantador

Fonte: Fernandes, 2013 Fonte: Fernandes, 2013

Tanque de repouso – constituído de material metálico (inox), fica instalado junto ao

decantador de chicanas, tem uma capacidade de cerca de 2000L, tem como função

armazenar o caldo para produção. Como mostra a figura 10.

Figura 10 – Tanque de repouso do caldo destinado ao processamento da

rapadura, Engenho Monte Alegre, Areia-PB 2013

Fonte: Fernandes, 2013

Tachos de concentração são estruturas fixas de metal, que estão sob a caldeira, (figura

11). Esses tachos totalizam um número de 10 em que são divididos para limpeza e

clarificação, (tachos 1, 2 e 3) concentração, (tachos 3, 4 e 5) ponto de rapadura (tacho

7) e batimento (tachos 8, 9 e 10).

A

B

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25

Figura 11 – Tachos de concentração da rapadura no Engenho Monte Alegre, Areia-PB 2013

Fonte: Fernandes,2013

Utensílios de madeira e metal – consistem em mesas, formas e conchas fabricadas

com madeiras de tamanhos diversos utilizados para transferência do caldo entre os

tachos (Figura 12).

Figura 12 – Utensílios de madeira para enformagem da rapadura produzida no

Engenho Monte Alegre, Areia-PB, 2013

Fonte: Fernandes, 2013

Os utensílios são higienizados, antes e depois da produção, em um tanque de alvenaria

(figura13) contendo uma solução de água com hipoclorito de sódio.

1 2 3 4 5 6

7 8

9 10

C

A D

D

A B

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No entanto os utensílios de madeiras devem ser evitados, por serem bastante

absorventes e de difícil higienização devido a sua porosidade, contribuindo para o acumulo de

microrganismos (Mariano, 2007).

Tanque de limpeza – construído de alvenaria, revestido de blocos de cerâmica, com

instalações para a entrada e saída de agua após uso (figura 13).

Figura 13 – Tanque de limpeza das formas da rapadura produzida Engenho

Monte Alegre, Areia-PB 2013

Fonte: Fernandes,2013

4.2.3 Manipuladores

São considerados manipuladores todos aqueles que manuseiam a matéria prima e/ou

produto alimentício (Brasil, 2013).

Como a produção é feita em um único período do ano, esta atividade consta de 9

pessoas, que ficam divididas da seguinte forma: 1 pessoa executando atividade na fornalha,

alimentando-a com o bagaço. 3 trabalhadores na preparação do caldo; 3 no batimento, pois a

concentração do caldo essas pessoas são responsáveis pelo alcance de liga da massa; e 2 nas

fôrmas. Estas mesmas pessoas estão envolvidas nas outras atividades como corte da cana e

extração do caldo.

4.2.4 Produção da rapadura

A figura 14 apresenta um fluxograma representativo do processo de produção da

rapadura adotada no engenho Monte Alegre. O conjunto e sequencia de etapas são

semelhantes aos citados por (SILVA et. al 2003, CHAVES 2008).

Figura 14: Fluxograma de processamento da rapadura no engenho Monte Alegre,

Areia – PB, 2013.

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Colheita

Limpeza

Moagem

Deslocamento

Enformagem

m

1°, 2° e 3°

Tachos T 70°C

Batimento

Ponto de Rapadura

Desenformagem

4°, 5° e 6°

Tachos T 80°C

Ponto de mel

Limpeza e clarificação

Resfriamento

Acondicionamento

Distribuição

Cana-de-açúcar

Desfolha e

Desponte

Caldo Transporte

Recepção

7° Tacho T=120°C

Bagaço

Setor de produção Setor de transformação

Etapas de concentração

Recepção

Filtração

Decantação

8°, 9° e 10°

Tachos Tacho

Atravessador

Comercio local

Combustível

Para fornalha

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As etapas de processamento ocorrem em 3 ambientes construídos diferentes. A

recepção da cana, moagem e filtração do caldo, ocorre na denominada casa de moenda

conforme a figura 2. A decantação, concentração, batedura, enformagem, desinformagem e

embalagem acontecem numa mesma sala.

Matéria prima

A cana – de – açúcar utilizada na produção de rapadura é obtida na propriedade. Para

identificar o ponto de maturação o produtor utilizar as recomendações que seguem com as

variedades, que é entre 10 a 12 meses após o plantio ou através da determinação de sólido

solúveis (° BRIX) com a utilização de um refratômetro portátil.

Limpeza

Ao atingir o ponto de maturação a cana é cortada, retirada à palha e as ponteiras para

que não deixe um alto teor resíduo no caldo, após passar pela moagem. Logo é realizado a

extração do caldo de imediato.

Moagem e filtração

Após o corte a cana é deslocada através de tratores até a moenda, onde é realizada a

extração do caldo que em seguida é deslocado por meio de tubos de PVC, através da

gravidade, para um decantador de chicanas. Neste decantador (ver figura 8 e 10) o caldo passa

por barreiras de aço com alturas diferentes, o que ajuda na decantação. Após este processo o

caldo é deslocado para um recipiente com capacidade para 2000L, para ser posteriomente

levado aos tachos de aquecimento.

Limpeza do caldo e Concentração

Os tachos de aquecimento são constituídos de dois conjuntos de três tachos, como

mostra a figura 15. No primeiro conjunto é realizada a limpeza do caldo, adição dos

floculantes e correção do pH, no segundo conjunto é realizado a concentração do caldo, seu

volume é reduzido, até atingir a consistência de mel, em seguida transferido para um tacho de

ponto, com auxílios de conchas de metal com cabos de madeiras. Esses utensílios são

utilizados devido a sua resistência a altas temperaturas e a facilidade que são encontrados no

mercado.

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Figura 15 - Tachos de limpeza e concentração do caldo destinado a produção de rapadura do

Engenho Monte Alegre, Areia-PB, 2013

Fonte: Fernandes,2013

O aquecimento é feito através de uma fornalha que fica embaixo dos tachos, sendo

alimentada com o resíduo da moagem, o bagaço (figura, 7). Após realizado a moagem o

bagaço é posto para secagem, em seguida depositado ao lado da sala de produção. O que pode

contribuir para o acúmulo de resíduos. De acordo com Brasil, 2013 não é recomendado o

acumulo de material em torno da sala de elaboração.

Neste procedimento o caldo quando apresenta resíduo é adicionado (carbonato de

cálcio – CaCO), para retirada de floculantes, fornecendo um clareamento no produto final.

A correção do pH favorece uma melhor coloração do produto e torna a massa com

mais liga, dando uma maior resistência ao produto final (CHAVES, 1998).

Ponto de rapadura

O caldo é transferido entre os tachos com o auxílio de concha de metal e madeira, ao

atingir a consistência semelhante a mel, no último ultimo conjunto de tachos, este é

depositado no tacho oval, com uma temperatura em torno de 120° C. (figura 15). Neste

recepiente é identifica-se o ponto de rapadura para isto verifica-se o borbulhamento e o

desprendimento com facilidade do fundo do tacho. Neste momento o mel adquire uma

consistencia de massa. Em seguida é transferido para outros 3 tachos ovais onde realiza-se o

batimento da rapadura, que tem como objetivo formar uma liga através da agitação. Com este

batimento, a mistura de açúcares e sais minerais forma cristais menores, dando mais

uniformidade a rapadura (CHAVES, 1998).

A B

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30

Figura 16 – Tachos de ponto (tacho C) e batimento (tacho D), da rapadura produzida no

Engenho Monte Alegre, Areia-PB, 2013

Fonte: Fernandes,2013

Batimento e resfriamento

Após o batimento a massa das rapaduras são colocadas em moldes de madeiras e

deixadas resfriar sobre uma mesa como é demostrado na figura 17. Estes compartimentos de

madeira constituem veiculo de contaminação, devido a sua porosidade o que favorece para o

acúmulo de microrganismo, além de permitir uma heterogeneidade no volume do produto.

Figura 17 – Fôrmas e mesa, Engenho Monte Alegre, 2013

Fonte: Fernandes,2013

Foi realizado um experimento com materiais de silicone o que substituiria as fôrmas

de madeiras, possibilitando a moldagem mais precisa do produto em um formato mais

uniforme e desejado (SOUZA, 2008).

Durante o resfriamento a massa passa de 20 a 60 minutos na bancada a temperatura

ambiente e posteriormente são embaladas em sacos plásticos com 24 unidades. As

embalagens não recebe rótulos, sendo assim, não trazem as informações necessárias sobre o

produto, o que dificulta a comercialização.

C

D

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31

Sugere-se que a rapadura seja embalada individualmente, pois facilita a conservação

do produto, uma vez que a sua proteção é uniforme. Sugere-se ainda outros tipos de

embalagens como, papel manteiga ou caixinhas individuais de papelão. O rótulo deve trazer a

designação do produto, razão social e endereço do fabricante, além do peso líquido,

ingredientes utilizados e período de validade do produto (CHAVES, 2008).

Após embaladas as rapaduras são levadas para um depósito, que segundo o produtor

onde são armazenadas sobre tábuas de madeiras em local arejado e assim seguem para

comercialização na região com auxilio de um atravessador ou comprador fixo, que faz a

distribuição do produto no comércio da região.

Acondicionamento

O armazenamento do produto para consumo e distribuição, se dá em outra área física

mais distante que serve também para armazenamento e envelhecimento de aguardente, outro

derivado de cana-de-açúcar produzido no engenho.

Características da rapadura produzida no engenho Monte Alegre

A cor da rapadura varia nas tonalidades do marrom, característica geral desses

produtos, procurando-se sempre obtenção de um produto mais claro. Esse atributo é

influenciado pela limpeza da cana, desponte e retirada das folhas laterais e pela adição de cal.

A rapadura produzida no Engenho Monte Alegre normalmente é oferecida em 3

diferentes formas: tabletes de 500,0g denominados de tijolos, considerado pelo produtor de

tamanho grande; tabletes de 250,0g de tamanho médio e pequenos formatos cilíndricos

denominados de bombom. Essa diferenciação tem justificativa na preferencia do mercado

consumidor.

Conforme citado por Silva et. Al (2003) características de dimensões, cor, sabor

aroma, ausência de defeitos e de materiais estranhos torna a rapadura, assim como demais

substâncias alimentícias, agradável ao consumidor.

Distribuição

Os consumidores da região do Curimataú representada pelos municípios de Barra de

Santa Rosa, Cuité e Nova Floresta, preferem a rapadura grande, os da região do brejo a media

e as pequenas, os bombons, tem grande aceitação no município de Areia, normalmente

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consumindo toda produção. O bombom constitui a rapadura em dimensões mínimas e

formatos cilíndricos enriquecida com coco.

A diversificação da produção agroindustrial familiar é uma das saídas adotadas para o

crescimento do setor e para derivados da cana de açúcar é uma importante estratégia

mercadológica. Como exemplo se tem o enriquecimento da rapadura com mel, cravos, leite,

castanha e coco.

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5 Considerações Finais

5.1 Vantagens competitivas da atividade agroindustrial

O estudo sobre a produção de rapadura do engenho Monte Alegre permitiu identificar e

apontar características, que foram consideradas como vantagens competitivas da

agroindústria, visto que representam condições que favorecem a empresa em comparação

com outras do município.

Produção de cana-de-açúcar – torna a agroindústria independente dos chamados

fornecedores, reduz custos de produção, permite a liberdade de escolha no tocante a

variedades, possibilita planejamento estratégico.

Disponibilidade de área – a área física é suficiente para produção da matéria-prima e

futura expansão da agroindústria.

Suprimento de água – disponibilidade de reservatório confiável em quantidade e

qualidade suficiente para execução das atividades.

Alto nível instrucional dos empresários – os proprietários são engenheiros agrônomos o

que facilita a inovação tecnológica na atividade, que favorece a maior possibilidade de

adaptação aos programas de qualidade e certificação como também a profissionalização

dos fabricantes para garantir sobrevivência da atividade.

A agroindústria tem setor de recepção da matéria prima diferenciado do setor de

expedição do produto acabado – além de facilitar a logística de fluxo, elimina foco de

contaminação cruzada.

A localização das instalações físicas – permite o uso da gravidade para condução do

caldo da cana, resultando em uma economia de energia.

5.2 Pontos de estrangulamentos

A partir dos dados levantados identificaram-se alguns pontos que interferem na

estabilidade e no sucesso da atividade industrial.

Baixa qualificação da mão de obra – por se tratar de uma agroindústria tipicamente

familiar e artesanal, situada em zona rural onde o nível instrucional da população é baixo

com grande número de analfabetos.

Capacidade inadequada do setor de recepção da matéria prima – essa inadequação leva

muitas vezes a permanência da cana de açúcar na área externa sem proteção para chuvas,

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oscilações de temperatura, aumentando o grau de impurezas e focos de contaminação por

ficarem diretamente no solo.

Alguns materiais como telhas de cerâmica no teto, madeira nos utensílios como mesa,

espátulas, conchas e formas – contribuir para uma contaminação do produto diminuindo

seu tempo de vida.

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Apêndice

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Resolução - CNNPA nº 12, de 1978

D.O de 24/07/1978

A Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos, em conformidade com o artigo nº

64, do Decreto-lei nº 986, de 21 de outubro de 1969 e de acordo com o que foi estabelecido na

410ª. Sessão Plenária, realizada em 30/03/78, resolve aprovar as seguintes NORMAS

TÉCNICAS ESPECIAIS, do Estado de São Paulo, revistas pela CNNPA, relativas a

alimentos (e bebidas), para efeito em todo território brasileiro. À medida que a CNNPA for

fixando os padrões de identidade e qualidade para os alimentos (e bebidas) constantes desta

Resolução, estas prevalecerão sobre as NORMAS TÉCNICAS ESPECIAIS ora adotadas.

MELAÇO MELADO RAPADURA

1. DEFINIÇÃO

Melaço - é o líquido que se obtêm como resíduo de fabricação do açúcar cristalizado, do

melado ou da refinação do açúcar bruto. Melado - é o líquido xaroposo obtido pela

evaporação do caldo de cana (Saccharum officinarum) ou a partir da rapadura, por processos

tecnológicos adequados. Rapadura - é o produto sólido obtido pela concentração a quente do

caldo de cana (Saccharum officinarum).

2. DESIGNAÇÃO

O produto é designado "melaço" seguido do nome da substancia de origem. Ex: "melaço de

cana". O melado é designado "melado ou melado de rapadura". A rapadura é designada

simplesmente "rapadura", quando adicionada de outras substancias alimentares, terá sua

designação acrescida do nome das mesmas. Ex: "rapadura com coco", "rapadura com

amendoim.

4. CARACTERÍSTICAS GERAIS

Esses produtos devem ser fabricados com matérias primas não fermentadas, isentas de matéria

terrosa, parasitos e detritos animais e vegetais. É vedada a adição de essências, corantes

naturais ou artificiais, conservadores e edulcorantes.

5. CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉTICAS

MELAÇO MELADO RAPADURA

Aspecto: Líquido

viscoso e denso líquido xaroposo e denso massa dura

Cor: amarela e

castanha amarelo âmbar castanha

Cheiro:próprio próprio próprio

Sabor:doce doce doce

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6. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS

MELAÇO MELADO RAPADURA

Unidade, máximo 25% p/p 25% p/p -

Acidez em solução

normal, máximo - 10% v/p -

Glicídios totais,

mínimos 50% p/p 50% p/p 80% p/p

Resíduo mineral

fixo, máximo 6% p/p 6% p/p 6% p/p

7. CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS

Os melaços, melados e rapaduras devem obedecer ao seguinte padrão:

Bactérias do grupo coliforme de origem fecal: ausência em 1g.

Salmonelas: ausência em 25 g.

* Bolores e leveduras máximo, 5x103/g.

Deverão ser efetuadas determinações de outros microrganismos e/ou de substâncias tóxicas de

origem microbiana, sempre que se tornar necessária a obtenção de dados adicionais sobre o

estado higiênico-sanitário dessa classe de alimento, ou quando ocorrerem tóxi-infecções

alimentares.

8. CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS

Ausência de sujidades, parasitos e larvas.

9. ROTULAGEM

O rótulo deve trazer a denominação do produto.

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Anexo

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Questionário:

1. Nome do proprietário:___________________________________

2. Localidade:___________________________________________

3. A quanto tempo que trabalha nesta área ?___________________

4. Tamanho a área:_______________________________________

5. A área é dividida para plantio:____________________________

6. Quantos tipos de variedades são trabalhados na propriedade:____

7. Quais são as variedades:_________________________________

8. Utiliza adubação_______________________________________

9. Que tipo de adubação e qual a frequência:___________________

10. Faz uso de calagem_____________________________________

11. Tipo de solo___________________________________________

12. Faz uso de irrigação:_____________________________________

13. A área trabalhada é própria ou é necessário arrendar outra:____

14. A produção de rapadura é toda realizada com cana-de-açúcar da propriedade

15. Qual destino da cana-de-açúcar produzida na sua área________

16. Utiliza mecanização___________________________________

17. Há Quanto tempo que trabalha com esse tipo de produção:____

18. Adota alguma técnica especifica na produção:______________

19. Segue alguma padronização:____________________________

20. Na produçao é adicionada algum aditivos (quais):____________

21. Quantas pessoas estão envolvidas:________________________

22. Recebe algum tipo de assistência ou acompanhamento técnico de algum

órgão:_______________________________________________

23. Qual destino de sua produção:____________________________

24. Já foi alvo de fiscalização?_______________________________

25. Qual tipo de comercio?__________________________________

26. Como é comercializado seus produtos ______________________

27. Quantos funcionários participam da produção?________________

28. Quantos são permanentes_________________________________


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