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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA Estudo e proposta de eficiência energética no bloco I2 da UNIFEI Breno Bonomo de Lima Itajubá, novembro de 2018
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA

Estudo e proposta de eficiência energética no bloco I2 da UNIFEI

Breno Bonomo de Lima

Itajubá, novembro de 2018

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA

Breno Bonomo de Lima

Estudo e proposta de eficiência energética no bloco I2 da UNIFEI

Monografia apresentada ao Instituto de

Sistemas Elétricos e Energia, da

Universidade Federal de Itajubá, como

parte dos requisitos para obtenção do

título de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Roberto Akira

Yamachita

Itajubá, novembro de 2018

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Resumo

A crescente discussão sobre eficiência energética e sustentabilidade a nível mundial nos

últimos anos motiva estudos relacionados a essas áreas. Entender o panorama energético

brasileiro atual é de suma importância para iniciar os estudos relacionados a eficiência

energética e utilização de energias renováveis. Um breve histórico e discussão sobre

programas de eficiência no Brasil é realizado, mostrando a sua importância no país.

Considerando esses temas, muitas instituições desejam melhorar seu consumo energético

e otimizar seus processos e equipamentos. Para isso, foi criada a ISO 50001 que

possibilita implementar sistemas de gestão de energia. Motivado a trazer o tema eficiência

energética para mais próximo de nossa realidade, foi realizado o levantamento de cargas

do Bloco I2 da UNIFEI. Dados importantes como quantidades, potência e tempo de uso

de equipamentos, mais precisamente lâmpadas, ventiladores e ares-condicionados, foram

coletados permitindo desenvolver uma análise energética. Para melhorar a eficiência, foi

proposto a substituição das lâmpadas fluorescentes tubulares por lâmpadas LED e a troca

de condicionadores de ar split convencionais por modelos com a tecnologia inverter.

Após análise econômica verificou-se que a troca das lâmpadas é altamente recomendável

e a troca dos aparelhos de ar-condicionado é inviável.

Palavras chave: Eficiência Energética, sustentabilidade, diagnóstico energético, gestão

energética.

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Abstract

The emerging discussion on energy efficiency and sustainability worldwide in recent

years motivates studies related to these areas. Understanding the current Brazilian energy

scenery is very relevant to start studies related to energy efficiency and renewable

energies. A brief history and discussion on efficiency programs in Brazil is realized,

showing the importance of them in the country. Considering about these themes, many

institutions want to improve their energy consumption and optimize their processes and

equipment. For this, ISO 50001 was created that standardizes energy management

systems. Motivated to bring the theme of energy efficiency closer to our reality, a survey

of loads of Block I2 of UNIFEI was realized. Important data such as quantities, power

and time of use of equipment, more precisely lamps, fans and air conditioners were

collected allowing to develop an analysis of efficiency. To improve efficiency, it was

proposed to replace tubular fluorescent lamps with LED lamps and replace conventional

split air conditioners with models with inverter technology. After economic analysis it

was verified that the replace of the lamps is highly recommended and the replace of the

air conditioners is not feasible.

Key words: Energy Efficiency, sustainability, energy diagnosis, energy management.

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Lista de Figuras

Figura 1 – Matriz Energética Brasileira 1940-2016 (%) ................................................ 11

Figura 2 – Fontes energéticas para produção de energia no Brasil ................................ 11

Figura 3 – Fontes energéticas para produção de energia no mundo ............................... 12

Figura 4 – Oferta Interna de Energia Elétrica no Brasil ................................................. 13

Figura 5 – Evolução do consumo médio de energia elétrica de refrigeradores .............. 16

Figura 6 – Evolução do consumo médio de energia elétrica de condicionadores de ar . 16

Figura 7 – Modelo de sistema de gestão da energia para ISO 50001 ............................. 18

Figura 8 – Lâmpadas Fluorescentes Tubulares .............................................................. 22

Figura 9 – Tipos de ar-condicionado .............................................................................. 23

Figura 10 – Eficiência luminosa (lm/W) dos tipos de lâmpadas .................................... 34

Figura 11 – Ventilador de parede ................................................................................... 38

Figura 12 – Ciclo básico de refrigeração dos aparelhos de ar-condicionado ................. 39

Figura 13 – Instalação típica de aparelhos Split ............................................................. 40

Figura 14 – Comparação do sistema inverter x convencional ........................................ 40

Figura 15 – Fluxo de caixa do projeto ............................................................................ 43

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Fontes energéticas utilizadas no Brasil ......................................................... 10

Tabela 2 – Requisitos da Norma ISO 50001 .................................................................. 19

Tabela 3 – Quantidade e potência das cargas nas salas de aula da graduação ............... 22

Tabela 4 – Quantidade e potência das cargas das áreas comuns do Bloco I2 ................ 22

Tabela 5 – Quantidade e potência das cargas nas salas do segundo andar do Bloco I2 . 23

Tabela 6 – Temperatura média mensal em 2017 (ºC) .................................................... 24

Tabela 7 – Utilização das salas de aula do 1° andar do bloco I2 .................................... 25

Tabela 8 – Utilização das salas de aula e laboratório de computação do Bloco I2 ........ 26

Tabela 9 – Tempo de uso em horas dos equipamentos das salas de aula ....................... 27

Tabela 10 – Tempo de uso dos equipamentos em horas por semana das áreas comuns 28

Tabela 11 – Tempo de uso dos equipamentos em horas por semana das salas de

professores ...................................................................................................................... 28

Tabela 12 – Tempo de uso em horas por semana das salas de estudo, reuniões,

Eletrobras e CAEEL ....................................................................................................... 29

Tabela 13 – Iluminância (lux) dos ambientes ................................................................. 34

Tabela 14 – Potência Total (kW) e Consumo Mensal (kWh) das lâmpadas fluorescentes

tubulares ......................................................................................................................... 35

Tabela 15 – Potência Total (kW) e Consumo Mensal (kWh) das lâmpadas LED ......... 36

Tabela 16 – Potência Total (kW) e Consumo Mensal (kWh) dos ventiladores ............. 38

Tabela 17 – Consumo de energia total dos condicionadores de ar ................................. 41

Tabela 18 – Consumo de energia total dos condicionadores de ar split com inversor ... 41

Tabela 19 – Tempo de uso mensal das lâmpadas em horário de ponta e fora de ponta . 45

Tabela 20 – Custo de energia mensal dos aparelhos ...................................................... 46

Tabela 21 – Custo de energia mensal dos aparelhos após a substituição ....................... 47

Tabela 22 – Preço total dos equipamentos definidos ..................................................... 48

Tabela 23 – Receita e Indicadores Econômicos do sistema de iluminação ................... 49

Tabela 24 – Demonstração do método do Payback para o sistema de iluminação ........ 50

Tabela 25 – Receita e Indicadores Econômicos do sistema de ar-condicionado ........... 51

Tabela 26 – Demonstração do método do Payback para o sistema de ar-condicionado 51

Tabela 27 – Dados para cálculos dos indicadores .......................................................... 52

Tabela 28 – Indicadores de Eficiência Energética.......................................................... 53

Tabela 29 – Indicadores de Eficiência Energética para as Lâmpadas ............................ 54

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8

1.1 Motivação .............................................................................................................. 8

1.2 Objetivos ................................................................................................................ 8

1.3 Estrutura do trabalho ........................................................................................... 8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 9

2.1 Panorama Energético Brasileiro ......................................................................... 9

2.2 Histórico do Estudo de Eficiência Energética .................................................. 13

2.3 Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) ................ 15

2.4 Gestão de Energia ............................................................................................... 17

3. METODOLOGIA ..................................................................................................... 20

3.1 Descrição das salas e ambientes ......................................................................... 20

3.2 Descrição dos equipamentos por sala/ambiente ............................................... 21

3.3 Tempo de uso das cargas .................................................................................... 24

3.4 Indicadores Energéticos ..................................................................................... 29

4. ESTUDO DE CASO ................................................................................................. 32

4.1 Sistema de Iluminação ........................................................................................ 32

4.2 Ventiladores ......................................................................................................... 37

4.3 Sistema de Ar-condicionado .............................................................................. 38

5. ANÁLISE ECONÔMICA ........................................................................................ 42

5.1 Sistema de Iluminação ........................................................................................ 49

5.2 Sistema de Ar-condicionado .............................................................................. 50

6. INDICADORES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ............................................ 52

7. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 55

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 56

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1. Introdução

A energia elétrica é a principal fonte de energia do mundo. Ela está presente na

vida de todos, seja em sua residência, nas ruas, nas indústrias. Atividades comuns como

assistir à televisão ou navegar no smartphone são possíveis porque a energia elétrica

chega nas residências. Grande parte dos avanços tecnológicos que a sociedade alcançou

se devem a ela.

1.1 Motivação

Devido a importância da energia elétrica no mundo atual surgiu a motivação deste

trabalho: apresentar formas de utilizar melhor a energia disponível por meio da economia

deste bem. Aumentando a eficiência energética estamos sendo mais sustentáveis evitando

desperdício e, além disso, reduz as despesas com energia elétrica.

1.2 Objetivos

A partir da motivação pode-se definir os objetivos do trabalho, dentre eles está

uma discussão sobre a situação energética brasileira, a maneira que essa energia é

utilizada, uma análise de melhorias para uso mais eficiente e estudo da gestão energética.

Com esses importantes conceitos será feito um estudo da eficiência energética no Bloco

I.2 da UNIFEI propondo melhorias e analisando técnica e economicamente as propostas

para verificar sua viabilidade.

1.3 Estrutura do trabalho

Ainda no presente capítulo será apresentada a situação do panorama energético

brasileiro através de dados fornecidos pelo Balanço Energético Nacional (BEN), serão

feitas comparações da situação do Brasil e do mundo além de apresentar as principais

fontes energéticas brasileiras.

No capítulo 02 são abordados conceitos de eficiência energética, assim como seu

histórico no Brasil e programas relevantes sobre o tema. Uma abordagem mais detalhada

é feita sobre o Procel, programa com mais destaque nessa área. Além disso é exposto o

tema Gestão de Energia. É detalhada a norma ISO 50001 – Sistema de Gestão de Energia,

apresentando seus métodos de gestão, os requisitos, os benefícios e resultados para a

instituição resultantes dos métodos aplicados.

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No capítulo 03 foi feito um levantamento das cargas no Bloco I2 da UNIFEI,

apresentando uma descrição das salas e dos equipamentos considerados, a quantidade e

potência de cada equipamento bem como o tempo de uso e o método de cálculo de

indicadores de eficiência energética.

No capítulo 04 foi realizada uma análise técnica onde é feito um estudo e

comparações entre equipamentos para verificar qual é a melhor opção para substituição

com o intuito de melhorar a eficiência energética.

Após finalizada a análise técnica, no capitulo 05 é verificada a viabilidade

econômica das substituições propostas através de conceitos de engenharia econômica

como VPL, TIR e Payback.

Por fim, no capítulo 06 foram demonstrados os resultados dos cálculos dos

indicadores de eficiência energética para cada ambiente no levantamento. Sua função é

ser uma forma de medir a eficiência a partir da energia utilizada em relação a alguma

variável.

2. Fundamentação Teórica

Muito se fala que as fontes energéticas não renováveis escasseiam, intensificadas

com o crescimento populacional onde aumenta o consumo energético. Deve-se levar em

consideração também os problemas ambientais.

Para tentar contornar esse problema novas fontes energéticas são desenvolvidas,

umas mais limpas e eficazes que outras. Contudo, a resposta para combater não é somente

desenvolver novas fontes limpas, é necessário tornar o consumo energético mais eficiente

e inteligente.

2.1 Panorama Energético Brasileiro

Como a energia é um bem muito importante, é interessante saber o panorama

energético brasileiro. Na administração pública brasileira, o responsável por definir os

princípios básicos e diretrizes da política energética nacional é o Ministério de Minas e

Energia (MME). Vinculada ao MME, foi criada em 2004 a Empresa de Pesquisa

Energética (EPE). Uma de suas competências é elaborar e publicar o Balanço Energético

Nacional.

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O BEN documenta e divulga todos os anos pesquisas e séries históricas

relacionadas à oferta e consumo de energia no Brasil, processos de conversão de produtos

energéticos e comércio exterior de onde podem ser retiradas uma infinidade de dados e

informações. Para sua elaboração, a EPE conta com a colaboração de aproximadamente

oitocentos agentes, empresas e fornecedores de dados primários.

O Brasil possui uma grande dependência de energia produzida a partir de

combustíveis fósseis e, apesar disso, o país ainda tem um dos maiores índices no mundo

de uso de fontes renováveis de energia. A afirmação anterior pode ser confirmada por

dados divulgados no BEN, como serão apresentados na sequência. A Tabela 1 mostra a

porcentagem das principais fontes energéticas renováveis e não renováveis utilizadas no

Brasil desde 2007.

Para mostrar como o país mudou será feita uma análise na Figura 1, onde é

apresentada a matriz energética brasileira em 1940 e 2016. Em 1940 pode-se perceber a

predominância do uso de lenha e carvão vegetal como fonte de energia. A partir daí com

o fim da Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento da indústria e o aumento de

investimentos públicos, a demanda de energia do Brasil acelerou e com isso foi necessária

a busca de novas fontes energéticas para acompanhar o crescimento. Percebe-se em 2016

o domínio de fontes como petróleo, gás natural e derivados.

Tabela 1 – Fontes energéticas utilizadas no Brasil

FONTES 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Energia não renovável 54,5 54,4 53,2 55,3 56,5 58,2 59,6 60,6 58,7 56,5

Petróleo e derivados 37,5 36,7 38 37,8 38,6 39,3 39,3 39,4 37,3 36,5

Gás natural 9,3 10,3 8,8 10,2 10,2 11,5 12,8 13,5 13,7 12,3

Carvão mineral e coque 5,7 5,5 4,6 5,4 5,7 5,4 5,6 5,7 5,9 5,5

Urânio 1,4 1,5 1,4 1,4 1,5 1,5 1,4 1,3 1,3 1,5

Outras não renováveis 1,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 1,0 1,0

Energia renovável 45,5 45,6 46,8 44,7 43,5 41,8 40,4 39,4 41,3 43,5

Hidráulica 14,9 14,1 15,2 14,0 14,7 13,8 12,5 11,5 11,3 12,6

Lenha e carvão vegetal 12,0 11,6 10,1 9,7 9,6 9,1 8,3 8,2 8,3 8,0

Derivados da cana-de-açúcar 15,9 17,0 18,1 17,5 15,7 15,4 16,1 15,8 16,9 17,5

Eólica 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,2 0,2 0,3 0,6 1,0

Solar 0,0 0,0

Outras renováveis 2,7 2,9 3,3 3,4 3,5 3,3 3,4 3,7 4,1 4,4

Fonte: Balanço Energético Nacional - BEN (2017)

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Figura 1 – Matriz Energética Brasileira 1940-2016 (%)

Fonte: Elaboração própria baseado em dados do MME

A Figura 2, baseada nos dados da Tabela 1, evidencia as parcelas de contribuição

das principais fontes energéticas para a produção de energia no Brasil atualmente.

Figura 2 – Fontes energéticas para produção de energia no Brasil

Fonte: Elaboração baseada no Balanço Energético Nacional - BEN (2017)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Petroleo, gásnatural ederivados

Carvão mineral Hidráulica Lenha e carvãovegetal

Produtos da cana

1940

2016

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Para efeitos de comparação, a Figura 3 apresenta a contribuição a nível mundial

em 2016 comprovando o alto índice brasileiro de uso de fontes renováveis.

Figura 3 – Fontes energéticas para produção de energia no mundo

Fonte: Elaboração baseada no Balanço Energético Nacional - BEN (2017)

Existem muitas desvantagens na utilização de combustíveis fósseis: fontes de

energia não renováveis, poluem o meio ambiente e alteram as condições climáticas.

Sabendo disso o Brasil investe cada vez mais em energia limpa, como solar e eólica.

Países como Estados Unidos, China e Alemanha estão cada vez mais desenvolvendo

pesquisas que tornam a captação e distribuição de energia originada pelo vento e sol mais

eficientes. Apesar deste investimento, a participação percentual das energias renováveis

está diminuindo no Brasil.

De todos os tipos de energia, a principal no mundo atual é a energia elétrica. O

Brasil possui uma matriz elétrica de origem predominantemente renovável, com destaque

para a hidráulica com participação de 68,1% de acordo com o BEN 2017. De modo geral,

as fontes renováveis de energia elétrica representam 81,7% da oferta interna total do país

(inclui produção nacional e importações). Isso faz com que a matriz elétrica brasileira

seja referência mundial.

A Figura 4 apresenta a contribuição das principais fontes na geração de energia

elétrica utilizada pelo Brasil. Mesmo com porcentagem tão alta de fontes renováveis, o

país ainda tem um dos maiores potenciais energéticos da atualidade.

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Figura 4 – Oferta Interna de Energia Elétrica no Brasil

Fonte: Balanço Energético Nacional - BEN (2017)

Apesar da geração de energia por hidrelétricas ser energia limpa, existem alguns

problemas. O país fica dependente do regime de chuvas e qualquer oscilação nesse regime

é necessário o apoio de usinas termelétricas, que é prejudicial ao meio ambiente. Embora

seja importante considerar a redução da emissão de gases do efeito estufa gerados pelas

usinas termelétricas, a segurança energética deve ser considerada. Entretanto, estão sendo

realizados investimentos em fontes fotovoltaicas, eólicas e de biomassa para contornar

esse problema e aumentar a taxa de energia limpa no país.

2.2 Histórico do Estudo de Eficiência Energética

A partir da primeira crise do petróleo, na década de 1970, a eficiência energética

passou a ser preocupação mundial. As maiores potências mundiais se organizaram e

investiram em projetos de eficiência energética e fontes renováveis de energia, buscando

reduzir a dependência do petróleo.

Em resposta a essa crise, teve início no Brasil algumas discussões ao redor da

conservação de energia:

• 1973 - 1º Choque do Petróleo;

• 1975 - 1º Seminário sobre o tema conservação de energia (MME);

• 1979 - 2º Choque do Petróleo;

• 1982 – Programa de Mobilização Energética.

Ainda tentando contornar a crise do petróleo, o país investiu no aumento da

produção de carvão, criação do Programa Nacional do Álcool (PROÁLCOOL),

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construção de usinas nucleares e expansão da base hídrica para geração de energia

elétrica. A partir de 1980 o governo aumentou os preços do óleo combustível utilizado

nas indústrias e implantou um sistema de controle de abastecimento por meio de cotas de

combustíveis. Essas medidas não agradaram os empresários, então o governo lançou o

programa CONSERVE com o objetivo de promover a conservação de energia nas

indústrias ao invés de aumentar preços. A proposta do programa era desenvolver produtos

e fazer processos energeticamente eficientes além de estimular o uso de fontes internas

ao invés de energéticos importados.

Durante a década de 1980 houve um aumento considerável no uso de eletricidade,

preocupações com o meio ambiente e questionamentos relativos ao desperdício de

energia. A partir desse período destacaram-se alguns eventos:

• 1984 – Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE);

• 1985 – Programa Nacional de Conservação de Energia (Procel);

• 1991 – Programa Nacional de Conservação de Petróleo e Derivados (Conpet);

• 2001 – Lei nº 10295 Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia.

Na próxima seção o PROCEL será mais detalhado, por ser de suma importância

na área de eletricidade. O CONPET foi criado com a finalidade de estimular o uso

consciente de recursos energéticos no Brasil com foco em energias não renováveis.

No início da década de 2000 foi elaborada a principal lei na área de eficiência

energética no país, a Lei nº10.295/2001. Nela se estabeleceu que o Poder Executivo

ficaria responsável em desenvolver tecnologias que promovam a eficiência energética de

máquinas e equipamentos fabricados e comercializados no país. No mesmo ano foram

especificados os níveis máximos de consumo de energia por equipamentos fabricados ou

comercializados no país, sendo estabelecidos com base em indicadores técnicos. Os

motores elétricos, que consomem um terço da eletricidade ofertada no Brasil, receberam

o primeiro indicador devido sua relevância no sistema elétrico.

Nos anos subsequentes houveram avanços relevantes no PBE. O governo lançou

a certificação de eficiência energética para edifícios residenciais, comerciais, públicos e

de serviços sob responsabilidade do Procel e a certificação de veículos automotores sob

responsabilidade do Conpet.

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Em 2012 surgiu um importante marco regulatório que foi a Resolução Aneel

(Agência Nacional de Energia Elétrica) n.482/2012. Ela instituiu um sistema de

compensação de energia elétrica no Brasil onde unidades consumidoras com micro ou

minigeração distribuída (potência instalada de até 1MW) a partir de fontes renováveis

podem compensar seu consumo de energia. No final do mês é feito um balanço entre

energia injetada na rede e energia consumida e caso a energia injetada seja maior, são

gerados créditos que podem ser utilizados em até 36 meses.

Em 2015 a Resolução n.482 foi atualizada pela Resolução da Aneel n.687 onde o

período de compensação foi ampliado de 36 para 60 meses e o limite de potência instalada

aumentou para 3MW para fonte hidrelétrica e 5MW para outras fontes de energia

renováveis e cogeração qualificada.

Junto à criação de programas e normas foram lançados planos nacionais para

apoiar o planejamento e execução de medidas de conservação de energia.

2.3 Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

(Procel)

O Procel foi criado em 1985 pelos Ministérios de Minas e Energia e da Indústria

e Comércio sendo gerido pela Eletrobras. É o programa mais abrangente e de maior

continuidade na área de eficiência energética no Brasil. Alguns subprogramas que foram

empreendidos pelo Procel obtiveram sucesso, como a etiquetagem e atribuição do Selo

Procel a equipamentos elétricos e o programa RELUZ, com foco na iluminação pública.

De acordo com o Relatório Procel 2017 é estimado que devido a ações do Procel

foram economizados aproximadamente 15,1 bilhões de kWh no ano de 2016, resultando

em 3,29% do consumo total de energia elétrica no Brasil. Essa energia é equivalente a

energia consumida por ano em 7,8 milhões de residências e evitando que 1,238 milhão

de toneladas de CO2 fossem emitidas na atmosfera, mesma quantidade de emissão de 425

mil veículos durante um ano.

Esses resultados têm acontecido principalmente devido ao Selo Procel, mostrando

o foco que tem sido dado ao consumidor final a partir da orientação e estímulo à comprar

equipamentos mais eficientes. Além disso, o Selo é responsável pelo aumento constante

dos índices de eficiência energética ao longo dos anos. Os principais produtos que

recebem o Selo Procel tem sido objeto de discussão e aperfeiçoamento.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Como exemplo tem-se o gráfico da melhoria no consumo médio de energia

elétrica dos refrigeradores (Figura 5). Em 11 anos foi notável a redução no consumo,

decorrente do estímulo tecnológico pelo Selo Procel.

Outro exemplo é a evolução da eficiência energética em aparelhos

condicionadores de ar do tipo janela de 7500 BTU/h. Assim como os refrigeradores esses

aparelhos estão inclusos no PBE e, devido ao desenvolvimento tecnológico estimulado

pelo Selo, houve redução considerável no consumo de energia.

Figura 5 – Evolução do consumo médio de energia elétrica de refrigeradores

Fonte: Livro Eficiência Energética: Fundamentos e Aplicações

Figura 6 – Evolução do consumo médio de energia elétrica de condicionadores de ar

Fonte: Livro Eficiência Energética: Fundamentos e Aplicações

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

17

Conclui-se que o programa Procel é de suma importância para a eficiência

energética no país. Os gráficos anteriores exemplificam como o Selo Procel tem

melhorado os índices de eficiência e vão melhorar cada vez mais, pois as vendas de

equipamentos com Selo também estão aumentando. O Procel também atua no setor

educativo, capacitando laboratórios e consolidando uma rede de ensino e pesquisa em

diversas universidades do país. Além disso o programa também está presente na mídia,

veiculando diversas notícias, orientações para a população se conscientizar.

2.4 Gestão de Energia

Após a discussão sobre eficiência energética percebe-se a importância dela. Um

sistema de gestão de energia foi criado para as instituições com interesse em reduzir o

consumo energético e melhorar desempenho de equipamentos e processos, e está descrito

na Norma ISO 50001. Se feito de maneira eficiente o sistema traz consigo uma gama de

benefícios, incluindo redução de custos.

Publicada em junho de 2011 a Norma ISO 50001 estabelece os requisitos que deve

ter um sistema de gestão de energia (SGE) de uma instituição para auxiliá-la a melhorar

seu desempenho energético, sua eficiência energética bem como aumentar sua

competitividade sem afetar sua produtividade. Além disso, é esperado que a

implementação da norma resulte na redução do custo de energia, redução de gases do

efeito estufa de outros impactos ambientais.

A ISO 50001 é aplicável a qualquer variável relacionada ao desempenho

energético e que pode ser monitorada e influenciada pela organização. Também é

aplicável a qualquer organização para garantir a conformidade com a sua declaração de

política energética e mostrar a terceiros, por meio de autodeclaração e autoavaliação de

conformidade ou pela certificação do sistema de gestão de energia por uma organização

externa.

A norma auxilia a organização estabelecer objetivos, metas e planos de ação que

levem em consideração requisitos legais e informações associadas ao uso significativo de

energia. Esta ISO é baseada na estrutura do Plan-Do-Check-Act (PDCA) e inclui a gestão

da energia nas práticas organizacionais como mostrado na Figura 7.

Segundo a norma o PDCA pode ser resumido como:

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

18

• Plan (Planejar): executar a revisão energética e estabelecer linha de base, indicadores

de desempenho energético (IDEs), objetivos, metas e planos de ação necessários visando

resultados em conformidade com as oportunidades de melhoria de desempenho

energético e com a política energética da organização.

• Do (Fazer): implementar os planos de ação da gestão de energia.

• Check (Verificar): monitorar e medir processos e características principais das suas

operações que determinam o desempenho energético em relação à política e objetivos

energéticos, divulgando os resultados.

• Act (Agir): tomar ações para melhorar continuamente o desempenho energético e o SGE.

Figura 7 – Modelo de sistema de gestão da energia para ISO 50001

Fonte: Norma NP EN ISO 50001:2012

A gestão energética de uma instalação ou de um grupo de instalações engloba algumas

medidas como:

• Conhecer informações sobre fluxos de energia, regras, contratos e ações que afetam

esses fluxos, processos e atividades que usam energia e como economizar essa energia.

• Acompanhar índices de consumo de energia, custos, preços, valores contratados,

registrados e faturados, e fatores de utilização dos equipamentos.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

19

• Medir os itens de controle, indicar correções, propor mudanças e melhorias, motivar

usuários a economizar energia, divulgar resultados e buscar capacitar todos.

A norma ISO 50001 estabelece alguns requisitos para o sistema de gestão de

energia. Eles serão agrupados de acordo com a metodologia PDCA na Tabela 2.

Tabela 2 – Requisitos da Norma ISO 50001

Requisitos Gerais Requisitos Gerais

Responsabilidades da Gestão

Política Energética

Planejar (P) Planejamento Energético

Requisitos legais e outros requisitos

Avaliação energética

Consumo energético de referência

Indicadores de desempenho energético

Objetivos energéticos, metas energéticas e planos de ação para a

gestão de energia

Executar (D) Implementação e operação

Competências, formação e sensibilização

Comunicação

Documentação

Controle operacional

Concessão

Aprovisionamento de energia, seus serviços, produtos e

equipamentos

Verificar (C) Verificação

Monitoração, medição e análise

Avaliação da conformidade com exigências legais e outros

requisitos

Auditoria interna ao Sistema de Gestão de Energia

Não-conformidades, correções, ações corretivas e ações

preventivas

Controle dos registros

Atuar (A) Revisão pela gestão

Entradas para a revisão pela gestão

Saídas para a revisão pela gestão

Fonte: Elaboração própria com base na Norma ISO 50001:2012

Para certificar o sucesso do sistema de gestão de energia, é indispensável contar

com o compromisso do diretor, que define um responsável pela gestão de energia e por

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

20

sua vez seleciona uma equipe e suas atividades e responsabilidades, além de gerir a

política energética da instituição.

Após as definições da gestão de topo é feita a planificação energética. Ela reúne a

informação do consumo de energia e a analisa, identificando os usos significativos de

energia e quais variáveis estão envolvidas. Então definem-se os controles operacionais e

atividades de monitoração, medição e análise da organização.

Por fim estão as atividades de suporte, com o objetivo de assegurar a integridade

do sistema de gestão. Nelas estão inclusas competências, formação e sensibilização,

comunicação, documentação e registro além de auditorias internas.

Os resultados esperados da aplicação da Norma de Gestão de Energia em uma

organização são:

• Gerenciar ativamente o uso de energia e reduzir a exposição aos seus custos crescentes.

• Reduzir emissões sem um efeito negativo nas operações.

• Melhorar continuamente a intensidade energética (uso da energia).

• Arquivar documentos para uso interno e externo.

• Usar o pessoal e recursos da empresa de maneira inteligente.

Esses resultados permitem gerar indicadores de consumo energético.

3. Metodologia

Neste capítulo será apresentado o levantamento de cargas realizado no Bloco I2

da UNIFEI. Nele serão descritas todas salas consideradas bem como a quantidade de

equipamentos presentes em cada uma das salas, a potência de cada equipamento e seu

tempo de uso estimado. Os equipamentos considerados para essa análise foram lâmpadas,

ventiladores e ares-condicionados.

3.1 Descrição das salas e ambientes

As salas e ambientes do primeiro andar do Bloco I2 consideradas no levantamento

foram:

• sete salas de aula da graduação (I2101, I2102, I2103, I2104, I2105, I2110 e I2111);

• os corredores e o saguão;

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

21

• e os sanitários.

Os corredores do primeiro andar são bastante movimentados principalmente na

troca de horário de aulas e nos intervalos durante o dia inteiro. O saguão também fica

repleto de estudantes durante o dia, reunidos em grupos de estudos.

No segundo andar o levantamento considerou os ambientes:

• duas salas de aula da pós-graduação (I2213 e I2214);

• um laboratório de computação para alunos da graduação (I2232);

• oito salas de professores do Instituto de Sistemas Elétricos e Energia (ISEE);

• sala de estudos e pesquisa;

• sala de reuniões e sala da Eletrobras;

• sala do Centro Acadêmico de Engenharia Elétrica (CAEEL);

• os corredores e o saguão;

• e os sanitários.

Os corredores e saguão do segundo andar são bem utilizados por professores e

alguns alunos durante o dia. A sala de reuniões e a sala da Eletrobras são utilizadas

somente quando há reserva na secretaria do ISEE, em geral poucas vezes. O levantamento

das cargas também foi feito nas salas dos professores.

3.2 Descrição dos equipamentos por sala/ambiente

Os equipamentos considerados neste levantamento são lâmpadas, ventiladores e

ares-condicionados pois são os que mais influenciam no consumo de energia do bloco.

As lâmpadas do bloco I2 são fluorescentes tubulares (Figura 8) e para cada duas delas

existe um reator que auxilia no acendimento das mesmas. Elas são arranjadas em

luminárias com duas ou quatro lâmpadas em cada dependendo do ambiente. De acordo

com a fabricante Philips, os reatores eletrônicos consomem aproximadamente 3,6W de

potência. Os ventiladores são utilizados somente nas salas de aula de graduação no

primeiro andar e são todos iguais, de potência 150 W. Os ares-condicionados são

equipamentos presentes em várias salas do segundo andar e sua potência é bastante

variável. As salas de aula da graduação possuem somente lâmpadas e ventiladores, suas

respectivas quantidades e potência estão retratados na Tabela 3.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

22

Figura 8 – Lâmpadas Fluorescentes Tubulares

Fonte: Site da OSRAM

Tabela 3 – Quantidade e potência das cargas nas salas de aula da graduação

SALA

LÂMPADAS VENTILADORES

Qtde.

Pot.

Unitária

(W)

Pot. Total

com Reatores

(W)

Qtde. Pot. Unitária

(W)

Pot. Total

(W)

I2101 24 32 811 6 150 900

I2102 24 32 811 4 150 600

I2103 24 32 811 4 150 600

I2104 36 32 1217 4 150 600

I2105 48 32 1622 6 150 900

I2110 44 32 1487 8 150 1200

I2111 24 32 811 6 150 900

Fonte: Elaboração própria com auxílio de dados da Engenharia de obras

Os sanitários, corredores e o saguão possuem somente lâmpadas, suas quantidades

e potências estão exibidas na Tabela 4.

Tabela 4 – Quantidade e potência das cargas das áreas comuns do Bloco I2

LOCAL

LÂMPADAS

Qtde.

Pot.

Unitária

(W)

Pot. Total

com Reatores

(W)

Sanitários 1° Andar 16 32 541

Corredor 1° Andar 66 32 2231

Sanitários 2° Andar 8 32 270

Corredor 2° Andar 76 32 2569

Saguão 48 32 1622

Fonte: Elaboração própria

O restante dos locais do segundo andar está na Tabela 5. Na grande maioria das

salas são utilizados aparelhos de ar-condicionado, que consomem uma quantidade de

energia bem significativa.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

23

Tabela 5 – Quantidade e potência das cargas nas salas do segundo andar do Bloco I2

LOCAL

LÂMPADAS ARES-CONDICIONADOS

Qtde.

Pot.

Unitária

(W)

Pot. Total

(W) Qtde.

Capacidade de

Refigeração

(Btu/h)

Capacidade

Total

(Btu/h)

I2213 24 32 811 2 18000 36000

I2214 24 32 811 2 24000 48000

I2232 30 32 1014 2 36000 72000

Sala de Estudos e Pesquisa 14 32 473 1 9000 9000

Sala de Reuniões 16 32 541 1 24000 24000

Sala Eletrobras 36 32 1217 2 36000 72000

Sala CAEEL 4 32 135 - - -

I2210 4 32 135 - - -

I2218 4 40 167 - - -

I2219 4 40 167 1 7500 7500

I2220 8 28 238 1 7500 7500

I2222 4 40 167 1 7500 7500

I2223 4 32 135 - - -

I2236 8 32 270 1 9000 9000

I2237 6 32 203 1 7500 7500

Fonte: Elaboração própria com auxílio dos professores citados

Os aparelhos de ar-condicionado podem ser divididos em diversas categorias. Os

que foram identificados no levantamento são os tipos Janela e Split Piso-teto. O modelo

janela (Figura 9a) é indicado para ambientes de pequenas proporções, pois são mais

compactos e geralmente utilizados em casas e apartamentos. O tipo Split Piso-teto (Figura

9b) pode ser instalado tanto no piso quanto no teto, é indicado para ambientes médios e

grandes.

Figura 9 – Tipos de ar-condicionado

Fonte: Site da BHP Ar-Condicionado

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

24

Em salas maiores como as salas de aula da pós-graduação, o laboratório de

computação, a sala de reuniões e a sala da Eletrobras são utilizados os aparelhos do tipo

Split Piso-teto, instalados no teto. É possível perceber pelas potências maiores. Já para as

salas dos professores (entre os que possuem ar-condicionado na sala) e a sala de estudos

é utilizado o tipo janela, por serem ambientes menores. Vale ressaltar que a potência dos

equipamentos diverge de sala para sala devido ao tamanho de cada uma não ser uniforme.

3.3 Tempo de uso das cargas

O tempo de uso das cargas é um problema devido ao fato de não ser possível saber

o tempo exato de utilização de cada um dos equipamentos. Para contornar isso foi feita

uma estimativa em cada um dos equipamentos baseados em diferentes critérios. Para as

lâmpadas foi considerado que elas permanecem ligadas em qualquer momento em que os

ambientes estão sendo utilizados, exceto para o saguão, corredores e sanitários do

segundo andar que ficam desligadas no período noturno.

Para os ventiladores e aparelhos de ar-condicionado foi considerado que eles

funcionam durante a manhã e de tarde nos períodos em que as salas estão sendo utilizadas,

multiplicados por um fator de temperatura. Este fator de temperatura é necessário pois os

aparelhos em questão funcionam somente em caso de temperaturas mais elevadas e então

foi criado para definir um tempo de uso igual durante todos meses do ano. Este fator foi

definido a partir dos dados de temperaturas médias mensais em 2017 que foram

adquiridos do site do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia). Como não há estação

de medição de temperatura do INMET em Itajubá, os dados coletados foram referentes à

São Lourenço-MG, que é uma cidade próxima com temperaturas semelhantes durante o

ano. Os dados estão representados na Tabela 6.

Tabela 6 – Temperatura média mensal em 2017 (ºC)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

24,7 22,2 23,0 20,5 18,9 17,4 18,0 15,1 19,6 22,7 21,7 23,7

Fonte: Dados da Rede do INMET

Para definição do fator de temperatura foi feita uma relação simples entre a

quantidade de meses com temperatura média acima de 21ºC e o total de meses do ano.

Sendo assim:

𝐹𝑇 =6

12= 0,5 (1)

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

25

Basicamente, essa estimativa diz que os ventiladores e aparelhos de ar-

condicionado estão em funcionamento por 6 meses durante um ano.

Para a estimativa do tempo de uso foram utilizados dados fornecidos pela Pró-

Reitoria de Graduação (PRG), Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), pela

secretaria do ISEE e pelos próprios professores que utilizam as salas. Os horários no

primeiro semestre de 2018 em que as salas de aula estão sendo utilizadas é apresentada

na Tabela 7.

Tabela 7 – Utilização das salas de aula do 1° andar do bloco I2

SEGUNDA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2101

I2102

I2103

I2104

I2105

I2110

I2111

TERÇA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2101

I2102

I2103

I2104

I2105

I2110

I2111

QUARTA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2101

I2102

I2103

I2104

I2105

I2110

I2111

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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QUINTA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2101

I2102

I2103

I2104

I2105

I2110

I2111

SEXTA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2101

I2102

I2103

I2104

I2105

I2110

I2111

Fonte: Elaboração própria com base em dados fornecidos pela PRG da UNIFEI

Na Tabela 8 são apresentados os horários de utilização das salas de pós-graduação

e do laboratório de computação no segundo andar do Bloco I2.

Tabela 8 – Utilização das salas de aula e laboratório de computação do Bloco I2

SEGUNDA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2213

I2214

I2232

TERÇA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2213

I2214

I2232

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

27

QUARTA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2213

I2214

I2232

QUINTA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2213

I2214

I2232

SEXTA-FEIRA - 2018.1

SALA MANHÃ TARDE NOITE

07:00 07:55 08:50 10:10 11:05 13:30 14:25 15:45 16:40 17:35 19:00 19:50 21:00 21:50 22:40

I2213

I2214

I2232

Fonte: Elaboração própria com base em dados fornecidos pela Secretaria do ISEE

Com estes dados é possível estimar o tempo de uso dos equipamentos de todas as

salas de aula durante uma semana, tanto do primeiro quanto do segundo andar. O tempo

de uso dos equipamentos das salas semanalmente (já considerado o fator de temperatura

FT=0,5 para ventiladores e ares-condicionados), em horas, é apresentado na Tabela 9.

Tabela 9 – Tempo de uso em horas dos equipamentos das salas de aula

LOCAL

LÂMPADAS VENTILADORES AR-CONDICIONADO

Tempo de uso (h) Tempo de uso (h) Tempo de uso (h)

I2101 58 20 -

I2102 40 19 -

I2103 46 20 -

I2104 48 19 -

I2105 50 20 -

I2110 47 20 -

I2111 46 19 -

I2213 29 - 15

I2214 26 - 13

I2232 19 - 10

Fonte: Elaboração própria com base nas Tabelas 7 e 8

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

28

Para os corredores e sanitários do primeiro andar, foi adotado que as lâmpadas

permanecem ligadas durante todo o período de aulas durante a semana nas salas de aula

da graduação. Para o saguão e os corredores e sanitários do segundo andar adotou-se que

as lâmpadas são utilizadas somente durante o dia. A Tabela 10 mostra o tempo em horas

por semana de utilização das cargas nesses ambientes.

Tabela 10 – Tempo de uso dos equipamentos em horas por semana das áreas comuns

LOCAL LÂMPADAS

Tempo de uso (h)

Sanitários 1° Andar 64

Corredor 1° Andar 64

Sanitários 2° Andar 46

Corredor 2° Andar 46

Saguão 46

Fonte: Elaboração própria

Para as salas dos professores foi feita uma pesquisa pessoalmente ou via e-mail

questionando dados do levantamento. Alguns souberam responder um tempo médio por

dia que ficam em suas salas. Outros que não tinham muita certeza foi adotado 4 horas por

dia. Esse valor foi adotado da seguinte maneira: sabendo que os professores têm carga

horária de 40 horas semanais e 8 horas são destinadas a ministrar aulas, restam 32 horas.

Dessas 32 horas estimou-se 12 horas para atividades fora de sala restando 20 horas. Como

são 5 dias por semana restou 4 horas diárias de utilização da sala do professor.

Tabela 11 – Tempo de uso dos equipamentos em horas por semana das salas de

professores

SALA LÂMPADAS AR-CONDICIONADO

Tempo de uso (h) Tempo de uso (h)

I2210 20 -

I2218 16 -

I2219 25 13

I2220 25 13

I2222 20 10

I2223 20 0

I2235 20 10

I2237 25 13

Fonte: Elaboração própria com auxílio dos professores

A sala de estudos/pesquisa, a sala de reuniões, a sala da Eletrobras e a sala do

CAEEL possuem uso mais específico. A sala de estudos e pesquisa é utilizada durante o

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

29

dia inteiro, de 8 horas da manhã até 18h da tarde. A sala de reuniões e a sala da Eletrobras

necessitam ser reservadas na secretaria do ISEE e não possuem um padrão bem definido

de utilização. Baseado nos horários reservados nas últimas semanas foi feita uma

estimativa de 3 horas por dia de ocupação para essas duas salas. Já a sala do CAEEL foi

feita uma pesquisa com os membros, que informaram uma média de 1 hora por dia na

semana. A Tabela 12 apresenta o tempo de uso dos equipamentos dessas salas.

Tabela 12 – Tempo de uso em horas por semana das salas de estudo, reuniões,

Eletrobras e CAEEL

SALA LÂMPADAS AR-CONDICIONADO

Tempo de uso (h) Tempo de uso (h)

Sala de Estudos e Pesquisa 50 25

Sala de Reuniões 12 6

Sala Eletrobras 12 6

Sala CAEEL 5 -

Fonte: Elaboração própria com base em dados da secretaria do ISEE

3.4 Indicadores Energéticos

Os indicadores energéticos são os instrumentos mais usuais para medir a forma

como a energia é utilizada. Eles podem ser definidos como macro-indicadores (quando

caracterizam a eficiência de um país ou região) e micro-indicadores (quando caracterizam

a eficiência de uma empresa, edifício ou habitação). Esses indicadores podem ser

divididos em duas categorias em função dos seus objetivos:

• indicadores descritivos: quando caracterizam a situação de eficiência energética sem

procurar justificativa para as causas e desvios;

• indicadores explicativos: quando explicam as razões pelas quais se deram variações ou

desvios nos indicadores descritivos, ou seja, ajudam a identificar a contribuição dos vários

efeitos nas variações da eficiência energética.

Neste trabalho os indicadores são do tipo micro-indicadores e explicativos.

• Percentual de Consumo Total (PCT)

Este indicador tem por finalidade indicar o quanto cada ambiente corresponde no

consumo total da UNIFEI. Por meio dele é possível verificar percentualmente quanto

cada ambiente impacta no consumo total do campus, identificando os maiores

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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consumidores a fim de estabelecer políticas energéticas para estas unidades. É dado pela

expressão (2):

𝑃𝐶𝑇 =𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑘𝑊ℎ 𝑚ê𝑠⁄ )

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑈𝑁𝐼𝐹𝐸𝐼 (𝑘𝑊ℎ 𝑚ê𝑠)⁄ (2)

O consumo de energia mensal da UNIFEI será considerado a média aritmética dos

consumos em cada mês do último ano (de setembro/2017 a setembro/2018) de acordo

com a conta de energia elétrica da CEMIG. Sendo assim, o consumo de energia médio

mensal da UNIFEI é de 205.100 kWh/mês.

• Consumo Médio Mensal por Área (CMMA)

Através deste indicador pode-se efetuar comparações entre os diversos ambientes

e verificar o melhor valor de consumo por metro quadrado, podendo ser utilizado para

padronizar os futuros projetos. As áreas dos locais foram definidas a partir do projeto civil

do prédio I fornecido pela prefeitura do campus. Este indicador é representado pela

expressão (3):

𝐶𝑀𝑀𝐴 =𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑘𝑊ℎ 𝑚ê𝑠⁄ )

Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑚2) (3)

• Consumo Médio Mensal por Ocupantes (CMMO)

Este indicador é caracterizado pela razão entre o consumo médio mensal do

ambiente pelo máximo de ocupantes que o frequentam como apresentado na expressão

(4). O número de ocupantes das salas foi definido por consulta ao número de matriculados

nas disciplinas que utilizam as respectivas salas no semestre passado, com auxílio do

Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA). É importante para

estabelecer relações a fim de efetuar a caracterização dos perfis de consumo. Vale

ressaltar que alguns ambientes não são possíveis definir o número de ocupantes, como no

caso de sanitários e corredores.

𝐶𝑀𝑀𝑂 =𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑘𝑊ℎ 𝑚ê𝑠⁄ )

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 (4)

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

31

• Consumo Antes e Após Substituição de Equipamentos (CAA)

Esta relação define a redução de consumo no ambiente após a substituição das

lâmpadas fluorescentes tubulares por lâmpadas LED. Não foi considerada a troca dos

aparelhos de ar-condicionado para outros com inverter pois não é viável economicamente

como visto no capítulo 6. Esta relação é expressa em (5):

𝐶𝐴𝐴 = 1 −𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑙â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 𝐿𝐸𝐷 (𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠)

𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑠 (𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠) (5)

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

32

4. Estudo de Caso

O estudo de caso é uma parte fundamental do processo de estudo de eficiência

energética. São feitas comparações entre o conjunto atual de equipamentos utilizado no

bloco I2 da UNIFEI e os possíveis substitutos para melhorar a eficiência e conforto,

comprovando por meio de dados e cálculos.

4.1 Sistema de Iluminação

A luz é um elemento indispensável em nossas vidas. Ao decorrer dos anos as

tecnologias relacionadas aos sistemas de iluminação têm avançado bastante. Atualmente,

temos diversos tipos de equipamentos disponíveis para diversas aplicações.

A eficiência dos sistemas de iluminação artificial está associada às características

técnicas, à eficiência e ao rendimento de um conjunto de elementos, dentre os quais se

destacam:

• Lâmpadas;

• Luminárias;

• Circuitos de distribuição e controle;

• Utilização de luz natural;

• Cores das superfícies internas;

• Mobiliário.

Se tratando de eficiência energética, o ideal é que a luz natural supra toda a

demanda de iluminação na instalação durante o dia. A maioria das salas de aula e salas

dos professores do Bloco I2 possuem uma boa iluminação natural e, apesar disso, ainda

é necessário a utilização de iluminação artificial pois é um ambiente que requer excelência

em iluminação para o desempenho dos alunos e atuação dos professores. Dentre os

tópicos citados anteriormente, este trabalho dará foco nas lâmpadas.

Para a nossa aplicação, que são os ambientes do Bloco I2 da UNIFEI, as lâmpadas

mais comuns a esse tipo de uso são as incandescentes, fluorescentes e LED. Será feita

uma comparação entre elas.

As lâmpadas incandescentes possuem uma eficiência muito baixa e uma vida útil

em torno de 1.000 horas. Apenas 5% da energia gerada são convertidos em luz e o restante

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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é transformado em calor, que é o motivo do desperdício que geram. Elas deixaram de ser

comercializadas no Brasil devido à Portaria Interministerial 1007/2010, que definiu os

níveis mínimos de eficiência energética com objetivo de elevar a participação de modelos

com maior eficiência. Seu uso era intenso no país devido ao seu preço atraente.

As lâmpadas fluorescentes são as lâmpadas utilizadas no Bloco I2 como citado no

levantamento. São aquelas em que a luz é aumentada por uma descarga elétrica contendo

um gás ou um vapor interno. Para iluminação, é acrescida uma pequena quantidade de

mercúrio no tubo e um material de fósforo é usado para converter a luz ultravioleta em

luz visível. Essas lâmpadas são mais eficientes e duram muito mais que as incandescentes

(cerca de 8.000 horas). Ela é altamente poluente devido a presença de mercúrio e fósforo

e assim seu descarte deve ser cauteloso.

Para as lâmpadas fluorescentes é necessário o uso de reatores, que são

equipamento auxiliares responsáveis pelo acendimento. Eles limitam a corrente e

adequam as tensões ao perfeito funcionamento das lâmpadas. Podem ser classificados em

eletromagnéticos e eletrônicos.

• Reatores eletromagnéticos: fazem parte da primeira geração de reatores. São

constituídos por um núcleo de aço silício (baixas perdas) e bobinas de fio de cobre

esmaltado, impregnados com resina de poliéster adicionado com carga mineral, tendo

grande poder de isolamento e dissipação térmica.

• Reatores eletrônicos: são constituídos por componentes eletrônicos (capacitores,

indutores, resistores, circuitos integrados e outros). Operam em alta frequência e

proporcionam economia de energia pois os reatores eletrônicos têm menores perdas

elétricas comparados aos reatores eletromagnéticos. Atualmente este é o tipo de reator

implantado no bloco I2 da UNIFEI.

Por fim, as lâmpadas de LED são as mais modernas e consideradas as lâmpadas

do futuro. São dispositivos semicondutores preenchidos com gases e revestidos com

diferentes materiais de fósforo. Sua tecnologia permite um baixíssimo consumo de

energia, porém seu custo ainda é muito alto. A lâmpada LED tem uma vida útil muito

longa, em torno de 30.000 horas. Não é necessário utilizar um reator para acendimento,

sendo uma de suas vantagens em relação às lâmpadas fluorescentes.

Dentre os tipos citados anteriormente, as lâmpadas mais eficientes são as

lâmpadas de LED. Para comprovar tecnicamente este fato, será verificado a eficiência

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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luminosa dos tipos de lâmpadas citados. A eficiência luminosa é definida pela relação

entre fluxo luminoso (lúmens) e potência energética (W), ou seja, diz respeito a quanto

de energia elétrica é gasto para que a lâmpada acenda e quanto o fluxo luminoso alcança

com determinada quantidade de energia. De acordo com a Empalux, empresa renomada

no mercado de lâmpadas, temos a eficiência luminosa para cada tipo de lâmpada na Figura

10:

Figura 10 – Eficiência luminosa (lm/W) dos tipos de lâmpadas

Fonte: Site da Empalux

Este gráfico demonstra perfeitamente a melhor eficiência luminosa das lâmpadas

LED em relação as fluorescentes e incandescentes, que impacta em eficiência energética

por precisar de menos potência para uma mesma quantidade de fluxo luminoso.

Para proporcionar o conforto e segurança necessários para as pessoas realizarem

o trabalho de forma eficiente existe a norma NBR ISO/CIE 8995-1 (ABNT, 2013), que

especifica níveis de iluminância ideais. A iluminância basicamente é a densidade de luz

que incide sobre uma área. A Tabela 13 informa a iluminância de ambientes que estamos

tratando neste trabalho.

Tabela 13 – Iluminância (lux) dos ambientes

Ambiente Iluminância

(lux)

Salas dos professores 300

Salas de reunião 200

Salas de aula 500

Saguão 100

Corredores 100

Sanitários 200

Fonte: Elaborado pelo autor baseado na norma NBR ISO/CIE 8995-1

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Baseado no levantamento realizado na seção 4 onde tem-se o tempo de uso

semanal, quantidade e potência das lâmpadas é possível calcular a potência total e

consumo mensal de energia do sistema de iluminação do bloco I2 da UNIFEI conforme

apresentado na Tabela 14.

Tabela 14 – Potência Total (kW) e Consumo Mensal (kWh) das lâmpadas fluorescentes

tubulares

Ambiente

Quantidade

de

lâmpadas

Potência

da

Lâmpada

(W)

Tipo

Luminária

Quantidade

de reatores

Dissipação

no reator

(W)

Tempo

de uso

mensal

(h)*

Potência

Total

(kW)

Consumo

(kWh/mês)

I2101 24 32 2x32 12 3,6 232 0,81 188,20

I2102 24 32 2x32 12 3,6 160 0,81 129,79

I2103 24 32 2x32 12 3,6 184 0,81 149,26

I2104 36 32 2x32 18 3,6 192 1,22 233,63

I2105 48 32 2x32 24 3,6 200 1,62 324,48

I2110 44 32 2x32 22 3,6 188 1,49 279,59

I2111 24 32 2x32 12 3,6 184 0,81 149,26

I2213 24 32 2x32 12 3,6 116 0,81 94,10

I2214 24 32 2x32 12 3,6 104 0,81 84,36

I2232 30 32 2x32 15 3,6 76 1,01 77,06

Sala de Estudos e

Pesquisa 14 32 2x32 7 3,6 200 0,47 94,64

Sala de Reuniões 16 32 2x32 8 3,6 48 0,54 25,96

Sala Eletrobras 36 32 2x32 18 3,6 48 1,22 58,41

Sala CAEEL 4 32 2x32 2 3,6 20 0,14 2,70

I2210 4 32 2x32 2 3,6 80 0,14 10,82

I2218 4 40 2x40 2 3,6 64 0,17 10,70

I2219 4 40 2x40 2 3,6 100 0,17 16,72

I2220 8 28 2x28 4 3,6 100 0,24 23,84

I2222 4 40 2x40 2 3,6 80 0,17 13,38

I2223 4 32 2x32 2 3,6 80 0,14 10,82

I2235 8 32 2x32 4 3,6 80 0,27 21,63

I2237 6 32 2x32 3 3,6 100 0,20 20,28

Sanitários 1° Andar 16 32 2x32 8 3,6 256 0,54 138,44

Corredor 1° Andar 66 32 2x32 33 3,6 256 2,23 571,08

Sanitários 2° Andar 8 32 2x32 4 3,6 184 0,27 49,75

Corredor 2° Andar 76 32 2x32 38 3,6 184 2,57 472,66

Saguão 48 32 2x32 24 3,6 184 1,62 298,52

TOTAL 21,29 3550,09

Fonte: Elaborado pelo autor

*No levantamento feito na seção 4 foi considerado o tempo de uso em horas semanais. Sendo assim, para

o cálculo do tempo de uso mensal foi considerado o mês com 4 (quatro) semanas.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Como visto anteriormente, as lâmpadas LED são as que proporcionam melhor

eficiência energética. Para substituir as lâmpadas fluorescentes tubulares serão

consideradas lâmpadas LED de 18W pois são as lâmpadas presentes no mercado que

substituem as potências de 28, 32 e 40W das fluorescentes. Esta equivalência é válida

considerando a mesma luminosidade que elas proporcionam e vale relembrar que as

lâmpadas LED não necessitam de reatores. A Tabela 15 mostra as novas potências e

consumos de energia.

Tabela 15 – Potência Total (kW) e Consumo Mensal (kWh) das lâmpadas LED

Ambiente

Quantidade

de

lâmpadas

Potência

da

Lâmpada

(W)

Tempo de

uso

mensal

(h)*

Potência

Total

(kW)

Consumo

(kWh/mês)

I2101 24 18 232 0,43 100,22

I2102 24 18 160 0,43 69,12

I2103 24 18 184 0,43 79,49

I2104 36 18 192 0,65 124,42

I2105 48 18 200 0,86 172,80

I2110 44 18 188 0,79 148,90

I2111 24 18 184 0,43 79,49

I2213 24 18 116 0,43 50,11

I2214 24 18 104 0,43 44,93

I2232 30 18 76 0,54 41,04

Sala de Estudos e Pesquisa 14 18 200 0,25 50,40

Sala de Reuniões 16 18 48 0,29 13,82

Sala Eletrobras 36 18 48 0,65 31,10

Sala CAEEL 4 18 20 0,07 1,44

I2210 4 18 80 0,07 5,76

I2218 4 18 64 0,07 4,61

I2219 4 18 100 0,07 7,20

I2220 8 18 100 0,14 14,40

I2222 4 18 80 0,07 5,76

I2223 4 18 80 0,07 5,76

I2235 8 18 80 0,14 11,52

I2237 6 18 100 0,11 10,80

Sanitários 1° Andar 16 18 256 0,29 73,73

Corredor 1° Andar 66 18 256 1,19 304,13

Sanitários 2° Andar 8 18 184 0,14 26,50

Corredor 2° Andar 76 18 184 1,37 251,71

Saguão 48 18 184 0,86 158,98

TOTAL 11,30 1888,13

Fonte: Elaborado pelo autor

*Para o cálculo do tempo de uso mensal foi considerado o mês com 4 (quatro) semanas.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

37

Pelo aspecto técnico conclui-se que as lâmpadas LED são bem superiores. Mas é

preciso também verificar a viabilidade econômica, que será feita no próximo capítulo.

4.2 Ventiladores

Fazer uma análise técnica para o sistema de ventilação das salas do bloco I2 é

mais complicada. Realizar a substituição dos ventiladores de parede (Figura 11) não seria

viável para nosso caso visto que não há diferença considerável na eficiência energética

entre os atuais aparelhos de mercado com o modelo utilizado nas salas. A eficiência

energética de ventiladores é definida como a razão entre a vazão média de ar produzido

(m³/s) e a potência elétrica (W).

Para um projeto novo de instalação de ventiladores, com excelência em conforto

e eficiência energética devem ser considerados alguns critérios:

• Verificar se o volume de ar ventilado é adequado para o tamanho do espaço e fazer um

estudo da quantidade de aparelhos necessários a serem implantados;

• Verificar o nível de barulho emitido pelo ventilador. Ventiladores barulhentos podem

atrapalhar a produtividade na atividade realizada. Em nosso caso, que são salas de aula,

o nível de ruído a se trabalhar deve ser mínimo.

• Como o ventilador é um aparelho que realiza atividade mecânica constante, é necessário

escolher modelos que possuem um corpo robusto e pás resistentes para que tenham uma

maior vida útil.

• Importante: utilizar aparelhos ventiladores com selo Procel para aparelhos nacionais ou

Energy Star para modelos importados. Eles possuem melhor eficiência energética.

• De preferência selecionar o aparelho com melhor classificação na etiqueta de eficiência

energética, ou seja, modelos com classificação “A”.

• Escolher modelos que possuem um bom controle de velocidade pois assim é possível

controlar a vazão de ar de acordo com suas necessidades. O controle de velocidade está

ligado intimamente à eficiência energética, evitando ao máximo o consumo excessivo de

energia quando não se faz necessário.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Figura 11 – Ventilador de parede

Fonte: Site Méliuz

Baseado no levantamento feito, a Tabela 16 mostra a potência total e o consumo

mensal dos ventiladores no bloco I2 da UNIFEI, já considerando o fator de temperatura

no tempo de uso mensal.

Tabela 16 – Potência Total (kW) e Consumo Mensal (kWh) dos ventiladores

Ambiente Qtde. de

ventiladores

Potência

do

ventilador

(W)

Tempo de

uso mensal

(h)*

Potência

Total

(kW)

Consumo

(kWh/mês)

I2101 6 150 80 0,90 72,00

I2102 4 150 76 0,60 45,60

I2103 4 150 80 0,60 48,00

I2104 4 150 76 0,60 45,60

I2105 6 150 80 0,90 72,00

I2110 8 150 80 1,20 96,00

I2111 6 150 76 0,90 68,40

Fonte: Elaborado pelo autor

*Para o cálculo do tempo de uso mensal foi considerado o mês com 4 (quatro) semanas.

4.3 Sistema de Ar-condicionado

Os sistemas de condicionamento de ar podem ser divididos em sistemas de

expansão direta (quando o condicionador recebe diretamente do ambiente ou por meio de

dutos a carga de ar frio ou quente) e de expansão indireta (quando o condicionador utiliza

um meio intermediário para retirar a carga térmica transmitida pelo ar quente ou frio).

Os aparelhos de ar-condicionado mais populares no mercado são o de expansão

direta, representados principalmente pelos tipos janela e split. Estes são os tipos

empregados no bloco I2 da UNIFEI. O inconveniente destes aparelhos, principalmente

do tipo janela, é o ruído causado por seus componentes.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

39

Os aparelhos split surgiram diante deste problema, os fabricantes investiram para

que a unidade evaporadora ficasse separada da unidade condensadora, diminuindo o

ruído. A Figura 12 representa o ciclo de refrigeração de um ar-condicionado e a Figura

13 mostra como é feita a instalação de aparelhos do tipo Split.

Basicamente, o princípio de funcionamento do ar-condicionado é a troca de calor

do ambiente com a serpentina do evaporador quando o ar é forçado a passar por ela. A

temperatura do ar que passa sofre queda ou aumento, dependendo do ciclo usado (frio ou

quente), diminuindo a umidade relativa do ar. Ao alcançar a temperatura desejada se faz

uma leitura através de um sensor na unidade evaporadora que por sua vez desliga o

compressor, fazendo com que o equipamento mantenha a temperatura. Caso a

temperatura sofra alteração, aciona-se o compressor novamente para começar a

circulação do gás refrigerante no sistema até atingir a temperatura desejada outra vez.

Os aparelhos de ar condicionado tipo janela são utilizados em ambientes menores.

De acordo com o levantamento feito, os do tipo janela estão presentes nas salas de alguns

professores e na sala de estudos e pesquisa que são ambientes de tamanho reduzido. Sendo

assim, não compensa trocar para modelos Split visto que existem aparelhos tipo janela

com eficiência energética superior para estes tamanhos de ambiente. Os aparelhos tipo

janela do bloco I2 são adequados para o ambiente. Para projetos novos de eficiência

energética considerando ar-condicionado do tipo janela, assim como nos ventiladores, é

importante comprar aparelhos com selo Procel e com melhor classificação na etiqueta de

eficiência energética, ou seja, modelos com classificação “A”.

Figura 12 – Ciclo básico de refrigeração dos aparelhos de ar-condicionado

Fonte: Site da A.Dias (fornecedor de ar-condicionado)

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Figura 13 – Instalação típica de aparelhos Split

Fonte: Blog Brasília Concreta

Para os aparelhos do tipo Split, é possível implementar a tecnologia inverter para

um grande ganho de eficiência energética. O ar-condicionado do tipo inverter funciona

de maneira similar ao split convencional, mas o seu compressor nunca é desligado. Isso

é devido a presença de um inversor de frequência que controla a velocidade do motor do

compressor fazendo com que ele gire a velocidades baixas para manter a temperatura

constante no ambiente. Ele também ajuda o sistema a consumir menos energia no início,

reduzindo os picos de energia e flutuação devido ao compressor quase nunca desligar,

apenas ajustando sua rotação.

Outras vantagens é que o ar-condicionado com inversor atinge rapidamente a

temperatura desejada e a mantem com pouca oscilação, possui funcionamento silencioso

pois uma vez que a temperatura é estabilizada o compressor trabalha em baixa rotação e

o gás refrigerante é mais ecológico. A Figura 14 faz um comparativo entre a tecnologia

inverter e a convencional.

Figura 14 – Comparação do sistema inverter x convencional

Fonte: Site da A.Dias (fornecedor de ar-condicionado)

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

41

Para definir o consumo total de energia dos aparelhos de ar-condicionado do bloco

I2 da UNIFEI foram utilizados os dados do levantamento feito no capítulo 4 e alguns

resultados do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). O

INMETRO disponibiliza em seu site o consumo de energia (kWh/mês) de inúmeros

modelos de ar-condicionado considerando um ciclo de operação de 1 hora por dia por

mês. A Tabela 17 informa o consumo total obtido a partir destes dados.

Tabela 17 – Consumo de energia total dos condicionadores de ar

Ambiente Tipo

Quantidade

de

aparelhos

Capacidade de

Refrigeração

(Btu/h)

Tempo

de uso

mensal

(h)*

Tempo

de uso

diário

(h)**

Consumo de

Energia

INMETRO

(kWh/mês)

Consumo

Total

(kWh/mês)

I2213 Split 2 18000 60 2,0 39,3 157,20

I2214 Split 2 24000 52 1,7 52,3 181,31

I2232 Split 2 36000 40 1,3 78,0 208,00

Sala de Estudos

e Pesquisa Janela 1 9000 100 3,3 18,5 61,67

Sala de

Reuniões Split 1 24000 24 0,8 52,3 41,84

Sala Eletrobras Split 2 36000 24 0,8 78,0 124,80

I2219 Janela 1 7500 52 1,7 15,8 27,39

I2220 Janela 1 7500 52 1,7 15,8 27,39

I2222 Janela 1 7500 40 1,3 15,8 21,07

I2235 Janela 1 9000 40 1,3 18,5 24,67

I2237 Janela 1 7500 52 1,7 15,8 27,39

Fonte: Elaborado pelo autor baseado em dados do INMETRO

*Para o cálculo do tempo de uso mensal foi considerado o mês com 4 (quatro) semanas.

**Tempo aproximado encontrado dividindo-se o tempo de uso mensal por 30 (dias). Cálculo feito para

facilitar a obtenção do consumo total.

Para melhorar a eficiência energética dos ares-condicionados do tipo Split, é

proposto a substituição dos atuais aparelhos por novos com tecnologia inverter. Adotou-

se a economia de 40% no consumo de energia divulgada por diversos fabricantes sobre a

média de consumo de um aparelho split convencional.

Tabela 18 – Consumo de energia total dos condicionadores de ar split com inversor

Ambiente

Quantidade

de

aparelhos

Capacidade de

Refrigeração

(Btu/h)

Tempo

de uso

mensal

(h)

Tempo

de uso

diário

(h)

Consumo

de Energia

(kWh/mês)

Consumo

Total

(kWh/mês)

I2213 2 18000 60 2,0 23,6 94,32

I2214 2 24000 52 1,7 31,4 108,78

I2232 2 36000 40 1,3 46,8 124,80

Sala de Reuniões 1 24000 24 0,8 31,4 25,10

Sala Eletrobras 2 36000 24 0,8 46,8 74,88

Fonte: Elaborado pelo autor baseado em dados do INMETRO

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

42

5. Análise Econômica

A análise econômica de um investimento verifica se ele deve ou não ser

implementado, sendo assim faz-se uma comparação com uso de técnicas e critérios de

análise que relaciona custos e receitas do projeto. Os métodos discutidos neste trabalho

serão:

• VPL – Valor Presente Líquido:

Segundo Avila (2015) o Valor Presente Líquido de um ativo, ou de qualquer

projeto de investimento, é equivalente à quantidade de riqueza que ele poderá gerar,

expressa em valores monetários e medida na data de sua análise. Matematicamente, o

VPL pode ser expresso pela expressão (6) em que F0 corresponde ao fluxo de caixa inicial

no momento zero, Fk o fluxo de caixa previsto para ocorrer no período k e “i” a taxa de

desconto.

𝑉𝑃𝐿 = 𝐹0 + ∑𝐹𝑘

(1 + 𝑖)𝑘

𝑘

𝑛=1

(6)

• Payback:

É uma das técnicas de análise de investimento mais comuns. Este método visa

calcular quanto tempo o investidor irá precisar para recuperar o capital investido a partir

das receitas advindas da realização do projeto. Este método deve ser utilizado a fim de

avaliar a atratividade do projeto, porém não deve ser o único a ser utilizado.

• Taxa Interna de Retorno (TIR) e Taxa Mínima de Atratividade (TMA):

A TIR consiste em uma taxa de desconto que equipara o valor atual das receitas

futuras ao valor atual dos custos futuros do projeto. Sendo assim pode ser conceituada

como a taxa média de crescimento do investimento.

A TMA corresponde à menor rentabilidade desejada para a remuneração de um

projeto. Desta forma, ela corresponde à taxa de desconto “i” adotada no cálculo do VPL.

Todo investimento que possuir uma TIR maior ou igual a taxa de atratividade é

considerado atraente. Matematicamente, a TIR pode ser calculada como na expressão (7).

0 = 𝐹0 + ∑𝐹𝑘

(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑘

𝑘

𝑛=1

(7)

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

43

Para os cálculos destes indicadores é necessário construir o fluxo de caixa do

projeto, apontando as receitas e despesas relacionadas a sua execução dentro do período

analisado.

Inicialmente deve-se determinar o período base para realização dos cálculos. Este

trabalho considera o período igual à vida útil dos equipamentos que serão analisados

economicamente, ou seja, as lâmpadas LED e os ares-condicionados split com inversor.

O fluxo de caixa considera como custo o investimento inicial de substituição dos

equipamentos e a mão-de-obra necessária. A receita mensal é a economia de energia que

essa substituição acarretará. A Figura 15 apresenta o fluxo de caixa do projeto.

Figura 15 – Fluxo de caixa do projeto

Fonte: Elaborado pelo autor

A tarifa das distribuidoras é o fator que faz a conversão de energia elétrica em

dinheiro e ela varia dependendo da distribuidora. A UNIFEI está ligada diretamente em

média/alta tensão e por isso ela é faturada pela energia consumida e pela demanda

requerida da rede de distribuição. Ela se enquadra no subgrupo tarifário A4, pois a tensão

de alimentação está entre 2,3kV e 25kV. Em um contrato com a CEMIG (Companhia

Energética de Minas Gerais), a UNIFEI definiu a modalidade tarifária “verde” para ser

praticada. Esta modalidade indica que a fatura de energia elétrica será composta pela

soma das parcelas referentes ao consumo (na ponta e fora dela), demanda e

ultrapassagem.

O horário de ponta é de 17:00 às 20:00 horas e é válido somente para dias úteis.

O restante dos horários em dias úteis, finais de semanas e feriados representam o horário

fora de ponta.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

44

A parcela de consumo é calculada através da expressão abaixo e, para

consumidores no subgrupo A4 na modalidade “verde” da CEMIG, a tarifa não se altera

para os períodos úmido e seco do ano.

Consumo = (Tarifa de consumo na ponta x Consumo medido na ponta) + (Tarifa de

consumo fora de ponta x Consumo medido fora de ponta)

A parcela de demanda é calculada multiplicando-se a Tarifa de Demanda pela

Demanda Contratada ou pela demanda medida (a maior delas), caso esta não ultrapasse

em mais de 5% a Demanda Contratada. Para a modalidade “verde” a tarifa de demanda

independe do horário ou período do ano.

Demanda = Tarifa de Demanda x Demanda Contratada

Não está sendo considerada tarifação de ultrapassagem de demanda. Como o

projeto é de eficiência energética, uma boa gestão do consumo de energia é necessária

para eliminar esta tarifa adicional. Além disso, baseado na conta de energia elétrica da

UNIFEI, no último ano a instituição esteve bem abaixo do seu limite contratado de

demanda que é de 1100 kW por mês.

Neste trabalho será considerado que a demanda contratada de 1100 kW

permanecerá a mesma, isto é, a substituição dos equipamentos não influenciará no preço

pago referente à demanda. Então, o que influenciará é somente a tarifa de consumo de

energia elétrica.

Para a UNIFEI a tarifa de energia elétrica cobrada pela CEMIG é de 0,41424444

[R$/kWh] em horário fora de ponta e 1,77036667 [R$/kWh] em horário de ponta com os

impostos inclusos de acordo com [10]. Como foi dito anteriormente, os ares-

condicionados e os ventiladores operam somente de manhã e à tarde, isto é, somente em

horário fora de ponta. Além disso, como visto no levantamento as lâmpadas de alguns

ambientes também operam em horários fora de ponta como mostra a Tabela 21.

A partir da Tabela 19 é possível calcular o custo mensal de energia de cada

ambiente antes da substituição de aparelhos, considerando horário de ponta e fora de

ponta. Estes valores estão representados na Tabela 20.

Considerando as substituições das lâmpadas fluorescentes por lâmpadas LED e a

troca de aparelhos de ar-condicionado split por aparelhos com inversor, como foi

mostrado no capítulo 5, a Tabela 21 foi construída com os novos consumos de energia.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

45

Tabela 19 – Tempo de uso mensal das lâmpadas em horário de ponta e fora de ponta

Ambiente

Tempo de uso

mensal total

(h)

Tempo de uso mensal

em horário FORA DE

PONTA (h)

Tempo de uso

mensal em horário

de PONTA (h)

I2101 232 182 50

I2102 160 140 20

I2103 184 160 24

I2104 192 172 20

I2105 200 152 48

I2110 188 162 26

I2111 184 148 36

I2213 116 116 -

I2214 104 104 -

I2232 76 68 8

Sala de Estudos e Pesquisa 200 200 -

Sala de Reuniões 48 48 -

Sala Eletrobras 48 48 -

Sala CAEEL 20 20 -

I2210 80 80 -

I2218 64 64 -

I2219 100 100 -

I2220 100 100 -

I2222 80 80 -

I2223 80 80 -

I2235 80 80 -

I2237 100 100 -

Sanitários 1° Andar 256 158 98

Corredor 1° Andar 256 158 98

Sanitários 2° Andar 184 166 18

Corredor 2° Andar 184 166 18

Saguão 184 166 18

Fonte: Elaborado pelo autor

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

46

Tabela 20 – Custo de energia mensal dos aparelhos

Fonte: Elaborado pelo autor

Nota: Os valores em negrito representam o custo de energia dos aparelhos de ar-

condicionado Split e a soma do custo de energia desses aparelhos é de R$295,42 por mês.

Este valor será usado para futuros cálculos.

Consumo

Fora de

Ponta

(kWh/mês)

Consumo

Ponta

(kWh/mês)

Custo de

energia

(R$/mês)

Consumo

Fora de

Ponta

(kWh/mês)

Custo de

energia

(R$/mês)

Consumo

Fora de

Ponta

(kWh/mês)

Custo de

energia

(R$/mês)

I2101 147,64 40,56 132,96R$ 72,0 29,83R$ - -

I2102 113,57 16,22 75,77R$ 45,6 18,89R$ - -

I2103 129,79 19,47 88,23R$ 48,0 19,88R$ - -

I2104 209,29 24,34 129,78R$ 45,6 18,89R$ - -

I2105 246,60 77,88 240,02R$ 72,0 29,83R$ - -

I2110 240,93 38,67 168,26R$ 96,0 39,77R$ - -

I2111 120,06 29,20 101,43R$ 68,4 28,33R$ - -

I2213 94,10 - 38,98R$ - - 157,20 65,12R$

I2214 84,36 - 34,95R$ - - 181,31 75,11R$

I2232 68,95 8,11 42,92R$ - - 208,00 86,16R$

Sala de Estudos e

Pesquisa94,64 - 39,20R$ - - 61,67 25,55R$

Sala de Reuniões 25,96 - 10,75R$ - - 41,84 17,33R$

Sala Eletrobras 58,41 - 24,19R$ - - 124,80 51,70R$

Sala CAEEL 2,70 - 1,12R$ - - - -

I2210 10,82 - 4,48R$ - - - -

I2218 10,70 - 4,43R$ - - - -

I2219 16,72 - 6,93R$ - - 27,39 11,34R$

I2220 23,84 - 9,88R$ - - 27,39 11,34R$

I2222 13,38 - 5,54R$ - - 21,07 8,73R$

I2223 10,82 - 4,48R$ - - - -

I2235 21,63 - 8,96R$ - - 24,67 10,22R$

I2237 20,28 - 8,40R$ - - 27,39 11,34R$

Sanitários 1° Andar 85,45 53,00 129,22R$ - - - -

Corredor 1° Andar 352,47 218,62 533,04R$ - - - -

Sanitários 2° Andar 44,89 4,87 27,21R$ - - - -

Corredor 2° Andar 426,42 46,24 258,50R$ - - - -

Saguão 269,32 29,20 163,26R$ - - - -

TOTAL 2943,72 606,37 2.292,92R$ 447,60 185,42R$ 930,09 373,94R$

Ambiente

Lâmpadas Ventiladores Ares-condicionados

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Tabela 21 – Custo de energia mensal dos aparelhos após a substituição

Fonte: Elaborado pelo autor

Através das Tabelas 20 e 21, é possível perceber a redução do gasto com energia

elétrica após a implementação das lâmpadas LED e os condicionadores de ar com

inversor. Para as lâmpadas houve uma redução de aproximadamente 47% no gasto final

com energia, ou seja, uma economia de R$ 1072,85 mensais na conta de energia. Para os

condicionadores de ar tipo split que tinham um consumo de R$295,42 mensal foi para

R$177,25, isto é, uma economia de R$118,17 por mês.

Consumo

Fora de

Ponta

(kWh/mês)

Consumo

Ponta

(kWh/mês)

Custo de

energia

(R$/mês)

Consumo

Fora de

Ponta

(kWh/mês)

Custo de

energia

(R$/mês)

I2101 78,62 21,60 70,81R$ - -

I2102 60,48 8,64 40,35R$ - -

I2103 69,12 10,37 46,99R$ - -

I2104 111,46 12,96 69,11R$ - -

I2105 131,33 41,47 127,82R$ - -

I2110 128,30 20,59 89,60R$ - -

I2111 63,94 15,55 54,02R$ - -

I2213 50,11 - 20,76R$ 94,32 39,07R$

I2214 44,93 - 18,61R$ 108,78 45,06R$

I2232 36,72 4,32 22,86R$ 124,80 51,70R$

Sala de Estudos e Pesquisa50,40 - 20,88R$ - -

Sala de Reuniões 13,82 - 5,73R$ 25,10 10,40R$

Sala Eletrobras 31,10 - 12,88R$ 74,88 31,02R$

Sala CAEEL 1,44 - 0,60R$ - -

I2210 5,76 - 2,39R$ - -

I2218 4,61 - 1,91R$ - -

I2219 7,20 - 2,98R$ - -

I2220 14,40 - 5,97R$ - -

I2222 5,76 - 2,39R$ - -

I2223 5,76 - 2,39R$ - -

I2235 11,52 - 4,77R$ - -

I2237 10,80 - 4,47R$ - -

Sanitários 1° Andar 45,50 28,22 68,82R$ - -

Corredor 1° Andar 187,70 116,42 283,87R$ - -

Sanitários 2° Andar 23,90 2,59 14,49R$ - -

Corredor 2° Andar 227,09 24,62 137,66R$ - -

Saguão 143,42 15,55 86,95R$ - -

TOTAL 1565,21 322,92 1.220,07R$ 427,89 177,25R$

Ambiente

Lâmpadas LEDAres-condicionados

com inversor

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

48

Para fazer a análise de viabilidade econômica ainda é necessário o custo dos

aparelhos novos e o preço da mão-de-obra para substituição. Para a mão-de-obra foi

escolhido um valor de mercado, de R$12.500,00 para a substituição das 628 lâmpadas

fluorescentes tubulares e R$6.500,00 para instalação de todos condicionadores de ar com

inverter. Para o custo unitário das lâmpadas LED e ares-condicionados com inverter

foram consultados os preços de diversos fabricantes em alguns sites reconhecidos e foi

feita uma estimativa simples. A Tabela 22 indica o gasto total com a compra de aparelhos

novos para substituição no bloco I2.

Tabela 22 – Preço total dos equipamentos definidos

Fonte: Elaborado pelo autor

A partir desses dados é possível fazer o cálculo do VPL através da expressão (6).

O termo F0 é a soma do dinheiro gasto com mão-de-obra e com a compra dos aparelhos

novos. Como esse termo representa os gastos iniciais, ele é negativo pois está “saindo”

dinheiro do caixa. O termo Fk representa a economia de energia em cada ano devido a

substituição dos aparelhos mais a economia em razão de não precisar comprar lâmpadas

fluorescentes que queimariam após 8.000 horas de uso, pois as lâmpadas LED têm vida

útil de aproximadamente 30.000 horas.

Segundo Avila (2015) a taxa mínima de atratividade (i) adotada para projetos

públicos é de 10% ao ano. O tempo considerado é a vida útil dos equipamentos. Para as

lâmpadas LED o tempo escolhido é a do pior caso (que queimaria primeiro), ou seja, as

lâmpadas dos sanitários e corredor do 1º andar (256 horas mensais de uso). Como a vida

útil da lâmpada LED é de aproximadamente 30.000 horas, isto significa que a utilizando

por 256 horas no mês, ela durará aproximadamente 10 anos. Para os condicionadores de

ar foi utilizada sua vida útil que é em média de 10 anos.

Produto Quantidade Preço Unitário Preço Total

Lâmpada LED tubular 18W 628 40,00R$ 25.120,00R$

Ar-condicionado Split Inverter 18000 Btu 2 2.300,00R$ 4.600,00R$

Ar-condicionado Split Inverter 24000 Btu 3 3.200,00R$ 9.600,00R$

Ar-condicionado Split Inverter 36000 Btu 4 7.000,00R$ 28.000,00R$

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

49

5.1 Sistema de Iluminação

Baseado nos tempos de uso das lâmpadas de cada ambiente como mostra a Tabela

15, foram feitos cálculos de quanto se gastaria comprando lâmpadas fluorescentes ao

queimarem em cada ambiente ao longo de 10 anos. Foi considerado o preço de R$10,00

para cada lâmpada fluorescente tubular. No ano 0 estão presentes os gastos com a compra

de lâmpadas LED e mão de obra para substituição. Nos anos subsequentes estão as

receitas anuais proveniente da economia de energia elétrica e o dinheiro economizado

devido ao fato de não ser necessário a compra de novas lâmpadas fluorescentes quando

queimarem. A Tabela 23 mostra essas receitas e a partir delas, foram calculados o VPL e

o TIR baseado nas equações (6) e (7).

Tabela 23 – Receita e Indicadores Econômicos do sistema de iluminação

Fonte: Elaborado pelo autor

Analisando os indicadores econômicos percebe-se que existe a viabilidade

econômica na proposta de substituição das lâmpadas fluorescentes tubulares por

lâmpadas LED, pois os resultados demonstram que o valor da TIR é maior do que a TMA

adotada e o valor do VPL é maior do que zero.

Na Tabela 24 temos a demonstração do período de retorno através do método do

Payback. Ela nos mostra que a partir do 35º mês após o investimento ele começa a ser

recuperado pois o valor da receita começa a ficar positivo. Observe que no 31º e 34º mês

há uma receita maior, isso se deve ao fato de que nesses meses algumas lâmpadas

fluorescentes chegariam ao final de sua vida útil em alguns ambientes.

Ano Receita VPL TIR TMA

0 37.620,00-R$

1 12.874,20R$

2 12.874,20R$

3 13.934,20R$

4 16.094,20R$

5 13.114,20R$

6 14.174,20R$

7 14.274,20R$

8 15.934,20R$

9 13.854,20R$

10 12.874,20R$

47.926,47R$ 34% 10%

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

50

Tabela 24 – Demonstração do método do Payback para o sistema de iluminação

Fonte: Elaborado pelo autor

5.2 Sistema de Ar-condicionado

Assim como no sistema de iluminação, o ano 0 do sistema de ar-condicionado é

composto pelos gastos com a compra de aparelhos split com inverter mais a mão-de-obra

para instalação. As receitas dos próximos anos são dadas pela economia de energia anual

dos condicionadores de ar split. Percebe-se pela Tabela 25 que a implantação de aparelhos

com inverter não é viável economicamente, pois o VPL é negativo e a TIR é menor do

que a TMA. Isso pode ser explicado pela baixa utilização dos aparelhos de ar-

condicionado Split no bloco I2 da UNIFEI. O consumo destes aparelhos é tão pequeno

durante o ano que não compensa a substituição.

Na Tabela 26 tem-se o método do Payback. Através dele nota-se que o

investimento somente terá retorno no 413º mês, comprovando a inviabilidade pois

somente terá retorno após o tempo de vida útil do equipamento.

MêsFluxo de Caixa

Líquido

Fluxo de Caixa

AcumuladoMês

Fluxo de Caixa

Líquido

Fluxo de Caixa

Acumulado

0 37.620,00-R$ 37.620,00-R$ 19 1.072,85R$ 17.235,85-R$

1 1.072,85R$ 36.547,15-R$ 20 1.072,85R$ 16.163,00-R$

2 1.072,85R$ 35.474,30-R$ 21 1.072,85R$ 15.090,15-R$

3 1.072,85R$ 34.401,45-R$ 22 1.072,85R$ 14.017,30-R$

4 1.072,85R$ 33.328,60-R$ 23 1.072,85R$ 12.944,45-R$

5 1.072,85R$ 32.255,75-R$ 24 1.072,85R$ 11.871,60-R$

6 1.072,85R$ 31.182,90-R$ 25 1.072,85R$ 10.798,75-R$

7 1.072,85R$ 30.110,05-R$ 26 1.072,85R$ 9.725,90-R$

8 1.072,85R$ 29.037,20-R$ 27 1.072,85R$ 8.653,05-R$

9 1.072,85R$ 27.964,35-R$ 28 1.072,85R$ 7.580,20-R$

10 1.072,85R$ 26.891,50-R$ 29 1.072,85R$ 6.507,35-R$

11 1.072,85R$ 25.818,65-R$ 30 1.072,85R$ 5.434,50-R$

12 1.072,85R$ 24.745,80-R$ 31 1.892,85R$ 3.541,65-R$

13 1.072,85R$ 23.672,95-R$ 32 1.072,85R$ 2.468,80-R$

14 1.072,85R$ 22.600,10-R$ 33 1.072,85R$ 1.395,95-R$

15 1.072,85R$ 21.527,25-R$ 34 1.312,85R$ 83,10-R$

16 1.072,85R$ 20.454,40-R$ 35 1.072,85R$ 989,75R$

17 1.072,85R$ 19.381,55-R$ 36 1.072,85R$ 2.062,60R$

18 1.072,85R$ 18.308,70-R$ 37 1.072,85R$ 3.135,45R$

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Tabela 25 – Receita e Indicadores Econômicos do sistema de ar-condicionado

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 26 – Demonstração do método do Payback para o sistema de ar-condicionado

Fonte: Elaborado pelo autor

Ano Receita VPL TIR TMA

0 48.700,00-R$

1 1.418,04R$

2 1.418,04R$

3 1.418,04R$

4 1.418,04R$

5 1.418,04R$

6 1.418,04R$

7 1.418,04R$

8 1.418,04R$

9 1.418,04R$

10 1.418,04R$

39.986,76-R$ -18% 10%

MêsFluxo de Caixa

Líquido

Fluxo de Caixa

Acumulado

0 48.700,00-R$ 48.700,00-R$

1 118,17R$ 48.581,83-R$

2 118,17R$ 48.463,66-R$

3 118,17R$ 48.345,49-R$

4 118,17R$ 48.227,32-R$

5 118,17R$ 48.109,15-R$

6 118,17R$ 47.990,98-R$

7 118,17R$ 47.872,81-R$

8 118,17R$ 47.754,64-R$

9 118,17R$ 47.636,47-R$

10 118,17R$ 47.518,30-R$

... ... ...

412 118,17R$ 13,96-R$

413 118,17R$ 104,21R$

414 118,17R$ 222,38R$

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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6. Indicadores de Eficiência Energética

Baseado nas equações (2), (3), (4) e (5) apresentadas na seção 3.4 e com a Tabela

27 que mostra todos os dados necessários referentes a cada um dos ambientes para cálculo

dos indicadores, são encontrados resultados que estão demonstrados na Tabela 28.

Tabela 27 – Dados para cálculos dos indicadores

Fonte: Elaborado pelo autor

Ambiente

Consumo

Total

(kWh/mês)

Área (m²)Número de

ocupantes

Consumo Total

após instalação

das lâmpadas de

LED (kWh/mês)

I2101 260,20 150,89 93 172,22

I2102 175,39 83,50 47 114,72

I2103 197,26 75,32 57 127,49

I2104 279,23 113,58 79 170,02

I2105 396,48 123,70 86 244,80

I2110 375,59 74,48 58 244,90

I2111 217,66 124,69 71 147,89

I2213 251,30 75,22 32 207,31

I2214 265,67 74,91 16 226,23

I2232 285,06 85,88 23 249,04

Sala de Estudos e

Pesquisa156,31 28,91 - 112,07

Sala de Reuniões 67,80 38,06 - 55,66

Sala Eletrobras 183,21 85,61 - 155,90

Sala CAEEL 2,70 12,26 - 1,44

I2210 10,82 12,25 1 5,76

I2218 10,70 12,08 1 4,61

I2219 44,11 12,25 1 34,59

I2220 51,23 12,08 1 41,79

I2222 34,44 11,85 1 26,83

I2223 10,82 16,02 1 5,76

I2235 46,30 12,25 1 36,19

I2237 47,67 16,27 1 38,19

Sanitários 1° Andar 138,44 35,20 - 73,73

Corredor 1° Andar 571,08 275,37 - 304,13

Sanitários 2° Andar 49,75 22,95 - 26,50

Corredor 2° Andar 472,66 187,45 - 251,71

Saguão 298,52 403,58 - 158,98

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Tabela 28 – Indicadores de Eficiência Energética

Fonte: Elaborado pelo autor

Pelo PCT percebe-se que o consumo de energia dos ambientes do bloco estudado

é bem baixo em relação ao consumo do campus inteiro. Por meio disso é possível notar

que se o projeto de eficiência energética fosse feito em toda UNIFEI seria uma economia

imensa de energia. Através do CMMA vê-se que algumas salas necessitam de atenção

especial em relação a outras para melhorar sua eficiência energética, pois estão tendo um

consumo alto para seu respectivo tamanho. Pelo CMMO nota-se um consumo maior nas

salas com condicionadores de ar. Também é notável o índice alto em algumas salas de

professores por possuir somente um ocupante. O indicador CAA mostra a redução no

consumo de energia do ambiente após a implementação das lâmpadas LED. Os ambientes

Ambiente PCT (%)CMMA

(kWh/m²)

CMMO

(kWh/pessoa)CAA (%)

I2101 0,127% 1,72 2,80 33,8%

I2102 0,086% 2,10 3,73 34,6%

I2103 0,096% 2,62 3,46 35,4%

I2104 0,136% 2,46 3,53 39,1%

I2105 0,193% 3,21 4,61 38,3%

I2110 0,183% 5,04 6,48 34,8%

I2111 0,106% 1,75 3,07 32,1%

I2213 0,123% 3,34 7,85 17,5%

I2214 0,130% 3,55 16,60 14,8%

I2232 0,139% 3,32 12,39 12,6%

Sala de Estudos e

Pesquisa0,076% 5,41 - 28,3%

Sala de Reuniões 0,033% 1,78 - 17,9%

Sala Eletrobras 0,089% 2,14 - 14,9%

Sala CAEEL 0,001% 0,22 - 46,7%

I2210 0,005% 0,88 10,82 46,7%

I2218 0,005% 0,89 10,70 56,9%

I2219 0,022% 3,60 44,11 21,6%

I2220 0,025% 4,24 51,23 18,4%

I2222 0,017% 2,91 34,44 22,1%

I2223 0,005% 0,68 10,82 46,7%

I2235 0,023% 3,78 46,30 21,8%

I2237 0,023% 2,93 47,67 19,9%

Sanitários 1° Andar 0,068% 3,93 - 46,7%

Corredor 1° Andar 0,278% 2,07 - 46,7%

Sanitários 2° Andar 0,024% 2,17 - 46,7%

Corredor 2° Andar 0,230% 2,52 - 46,7%

Saguão 0,146% 0,74 - 46,7%

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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com CAA menor que 30% são os ambientes com ar-condicionado que permaneceram

com o mesmo consumo e tiveram um peso alto no cálculo do índice.

Como a alteração proposta no projeto é substituir as lâmpadas fluorescentes por

lâmpadas LED, é interessante calcular os indicadores para esses tipos de lâmpadas. Ao

invés de utilizar o consumo de energia do ambiente nas equações (2), (3) e (4), é utilizado

somente o consumo das lâmpadas em seu respectivo ambiente.

Tabela 29 – Indicadores de Eficiência Energética para as Lâmpadas

Fonte: Elaborado pelo autor

Analisando a tabela percebe-se que todos indicadores das lâmpadas LED estão

abaixo das lâmpadas fluorescentes, comprovando sua melhor eficiência energética.

PCT (%)CMMA

(kWh/m²)

CMMO

(kWh/pessoa)PCT (%)

CMMA

(kWh/m²)

CMMO

(kWh/pessoa)

I2101 0,092% 1,25 2,02 0,049% 0,66 1,08

I2102 0,063% 1,55 2,76 0,034% 0,83 1,47

I2103 0,073% 1,98 2,62 0,039% 1,06 1,39

I2104 0,114% 2,06 2,96 0,061% 1,10 1,57

I2105 0,158% 2,62 3,77 0,084% 1,40 2,01

I2110 0,136% 3,75 4,82 0,073% 2,00 2,57

I2111 0,073% 1,20 2,10 0,039% 0,64 1,12

I2213 0,046% 1,25 2,94 0,024% 0,67 1,57

I2214 0,041% 1,13 5,27 0,022% 0,60 2,81

I2232 0,038% 0,90 3,35 0,020% 0,48 1,78

Sala de Estudos e

Pesquisa0,046% 3,27 - 0,025% 1,74 -

Sala de Reuniões 0,013% 0,68 - 0,007% 0,36 -

Sala Eletrobras 0,028% 0,68 - 0,015% 0,36 -

Sala CAEEL 0,001% 0,22 - 0,001% 0,12 -

I2210 0,005% 0,88 10,82 0,003% 0,47 5,76

I2218 0,005% 0,89 10,70 0,002% 0,38 4,61

I2219 0,008% 1,36 16,72 0,004% 0,59 7,20

I2220 0,012% 1,97 23,84 0,007% 1,19 14,40

I2222 0,007% 1,13 13,38 0,003% 0,49 5,76

I2223 0,005% 0,68 10,82 0,003% 0,36 5,76

I2235 0,011% 1,77 21,63 0,006% 0,94 11,52

I2237 0,010% 1,25 20,28 0,005% 0,66 10,80

Sanitários 1° Andar 0,068% 3,93 - 0,036% 2,09 -

Corredor 1° Andar 0,278% 2,07 - 0,148% 1,10 -

Sanitários 2° Andar 0,024% 2,17 - 0,013% 1,15 -

Corredor 2° Andar 0,230% 2,52 - 0,123% 1,34 -

Saguão 0,146% 0,74 - 0,078% 0,39 -

Ambiente

Lâmpadas LEDLampadas Fluorescentes

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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7. Conclusão

A proposta deste trabalho final de graduação era entender e introduzir alguns

temas relacionados a fontes energéticas no Brasil, a eficiência energética e sistemas de

gestão de energia. Além disso, foi feito o levantamento das cargas dos ambientes do Bloco

I2 da UNIFEI, como quantidade, potência e tempo de uso dos equipamentos e a partir daí

foram desenvolvidas análises técnica e econômica e indicadores de eficiência energética.

Por meio deste estudo percebeu-se que o Brasil está em um excelente patamar de

utilização de energias renováveis em relação ao mundo, sempre buscando inovação e

incentivo ao uso de mais energia limpa. Quando falamos de energia limpa também

devemos falar de eficiência energética, que virou tema de discussão mundial nos últimos

anos. Devido a isso vários programas de eficiência surgiram no Brasil o que resultou em

bastante economia de energia. Junto com isso importantes normas e leis também foram

criadas, como a norma ISO 50001.

Com intuito de promover a eficiência energética na UNIFEI, o levantamento de

cargas foi realizado e os dados obtidos foram utilizados para fazer uma análise técnica e

econômica, verificando a viabilidade do projeto de substituição de cargas para outras mais

eficientes. Com isto, concluiu-se que a substituição de lâmpadas fluorescentes por

lâmpadas LED é viável tanto tecnicamente quanto economicamente e a substituição de

condicionadores de ar split convencionais por aparelhos split com inverter são viáveis

tecnicamente, porém são inviáveis economicamente. Além disso, foram criados

indicadores econômicos que demonstram perfeitamente a situação energética dos

ambientes, apontando os locais que gastam mais ou menos energia auxiliando na gestão

energética.

Com este trabalho foi possível perceber a importância da eficiência energética.

Ela representa tanto um alívio ambiental quanto uma redução de gastos pela instituição.

Sendo assim é importante ser priorizada para todos novos projetos, ela representa menos

desperdício de energia e maior preservação do meio ambiente.

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Referências

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[3] SANTOS, AHM et al. Eficiência Energética teoria & pratica. Eletrobrás/Procel

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aplicações. Elektro, Universidade Federal de Itajubá, Excen, Fupai, v. 1, 2012.

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resultados do Procel 2017 - ano base 2016. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:

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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação

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Brasil. In: Anais do Congresso Brasileiro de Custos-ABC. 2015.


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