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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS -...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Dissertação Expressão diferencial da proteína internalina A em Listeria monocytogenes do sorotipo 4b de diferentes origens em caldos de enriquecimento seletivos e não-seletivos Vanessa Silva da Silva Pelotas, 2011.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia

Dissertação

Expressão diferencial da proteína internalina A em Listeria

monocytogenes do sorotipo 4b de diferentes origens em

caldos de enriquecimento seletivos e não-seletivos

Vanessa Silva da Silva

Pelotas, 2011.

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Expressão diferencial da proteína internalina A em Listeria

monocytogenes do sorotipo 4b de diferentes origens em caldos

de enriquecimento seletivos e não-seletivos

Orientadora: Ângela Nunes Moreira

Co-Orientador: Fabricio Rochedo Conceição

Pelotas, 28 de novembro de 2011.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências (área de conhecimento:

Imunologia Aplicada).

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Banca examinadora

Prof. Dr. Eliezer Avila Gandra, Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de

Alimentos (CCQFA), Universidade Federal de Pelotas.

Dra. Élen Silveira Nalério, Pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (EMBRAPA Pecuária Sul).

Dra. Daiane Drawanz Hartwig, Bolsista de Pós-Doutorado em Biotecnologia,

Núcleo de Biotecnologia – CDTec, Universidade Federal de Pelotas.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que iluminou meu caminho, me deu saúde e forças para

continuar a lutar, apesar de todos os contratempos, chegando até aqui.

A minha querida mãe, Maria Glória, pelas companhias de estudos até altas

madrugadas, pelas palavras de carinho e incentivo, por acreditar em mim, pelos

belos exemplos de vida, pelo amor incondicional e incansável dedicação;

Ao meu pai, Álvaro, pelos exemplos e “puxões de orelha” durante minha vida toda,

os quais foram de suma importância para a formação de meus conceitos,

personalidade e, consequentemente, da pessoa que hoje sou.

Ao meu irmão Lucas pela amizade, companheirismo e bom humor diários, que por

várias vezes me pôs em alto astral, justamente nos momentos em que mais precisei.

Ao meu namorado, Guilherme Camargo pelo carinho, incentivo e compreensão

desde o inicio da jornada até este momento.

Ao Centro de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas pelo abrigo,

subsídio e a oportunidade de aprendizado.

Aos meus orientadores, professora Ângela Nunes Moreira e Fabricio Rochedo

Conceição pela oportunidade, confiança, dedicação e ensinamentos que fizeram

com que eu crescesse como aluna e profissional.

Aos amigos e colegas do Centro de Biotecnologia e do Laboratório de Imunologia

Aplicada, em especial ao amigo Marcelo Mendonça pelos ensinamentos, paciência e

belo exemplo de dedicação e perseverança.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo

apoio financeiro que permitiu a conclusão deste estudo.

Muito obrigada!

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RESUMO

SILVA, Vanessa Silva da. Expressão diferencial da proteína internalina A em Listeria monocytogenes do sorotipo 4b de diferentes origens em caldos de enriquecimento seletivos e não-seletivos. 2011. 69p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação em Biotecnologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

Listeria monocytogenes é um microrganismo infeccioso causador de listeriose, uma doença de origem alimentar que acomete principalmente imunocomprometidos, gestantes, idosos e crianças. Considerado patogênico tanto para homens quanto para animais, está distribuído naturalmente no ambiente e possui a capacidade de multiplicar-se sobre condições adversas, como alta salinidade e temperaturas de refrigeração. Todavia, sua detecção em alimentos é dificultada por ser trabalhosa, demorada e dispendiosa. Por isso, vem-se buscando métodos de detecção mais simples e rápidos. Os métodos imunológicos são muito promissores neste sentido, mas as condições em que o microrganismo é cultivado devem ser ideais para maximizar a expressão e consequente detecção do antígeno alvo. A proteína internalina A (InlA) de L. monocytogenes é um excelente alvo para detecção desse patógeno em testes imunológicos, porém as condições ideais para potencializar sua expressão ainda não foram descritas. Portanto, nesse trabalho analisou-se a expressão de InlA em duas cepas de L.monocytogenes sorotipo 4b, uma de origem clínica e outra não-clínica, nos caldos de enriquecimento não seletivos Luria-Bertani (LB), Brain Heart Infusion (BHI) e Tryptic Soy Broth (TSB), assim como nos caldos seletivos Fraser Broth (FRA), Listeria Enrichment Broth (LEB) e Listeria Enrichment Broth - University of Vermont Medium (UVM), a 29 e 37 °C, utilizando ELISA indireto e RT-PCR em tempo real. Todos os dados obtidos foram submetidos a análises estatísticas considerando um nível de significância de 5% (p<0,05). Através do ELISA indireto verificou-se que a expressão da InlA é cepa-especifica, ou seja, foi influenciada pela origem da cepa, pois a L. monocytogenes não-clínica apresentou maiores níveis de expressão de InlA do que a cepa clínica, e que os meios utilizados interferem diretamente na expressão desse antígeno, sendo os meios de enriquecimento mais indicados para uso em métodos de detecção, independentemente da origem da cepa, o FRA, TSB e LEB. Observou-se também que não ocorreu diferença significativa na expressão de InlA quando as cepas foram cultivadas a 29 e 37°C. O RT-PCR em tempo real apresentou dados inconclusivos, visto que não houve diferença estatística significativa entre as condições analisadas, necessitando, dessa forma, de maiores estudos.

Palavras-chave: Cepa clínica. cepa não-clínica. temperatura de incubação. ELISA

indireto. RT-PCR em tempo real.

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ABSTRACT

SILVA, Vanessa Silva da. Differential expression of internalina A protein in Listeria monocytogenes serotype 4b from different origins in selective and non-selective enrichment broths. 2011. 69p. Dissertação (Mestrado) – Programa

de Pós Graduação em Biotecnologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. Listeria monocytogenes is an infectious microorganism causing listeriosis, a

foodborne illness affecting immunocompromised, pregnant, elderly and childrens. Pathogenic to men and animals is found naturally in the environment and has the ability to multiply on adverse conditions such as high salinity and chilling temperatures. However, their detection in food is difficult because it is laborious, time consuming and expensive. Therefore comes to searching for methods to detect simple and fast. Immunological methods are very promising in this regard, but the conditions under which the organism is grown should be ideal for maximizing the expression and subsequent detection of the target antigen. Internalin A protein (InlA) of L. monocytogenes is an excellent target for detection of this pathogen in immunological tests, but the ideal conditions to enhance its expression had not yet been described. Therefore thus study analyzed the expression of InlA in two strains of L. monocytogenes serotype 4b, a clínical and other non-clínical, in non selective enrichment broths Luria-Bertani (LB), Brain Heart Infusion (BHI), Tryptic Soy Broth (TSB) and selective broths Fraser Broth (FRA), Listeria Enrichment Broth (LEB), Listeria Enrichment Broth - University of Vermont Medium (UVM), to incubation at 29 and 37 °C, through the ELISA and real time RT-PCR. All data were statistically analyzed considering a significance level of 5% (p <0.05). In the ELISA it was found that expression of InlA is strain-specific, in other words, was influenced by the origin of the strain, because the strain non-clínical of L. monocytogenes showed higher InlA expression levels than the clínical strain, and the medium used directly interfere with the expression of this antigen, and the most appropriate medium of enrichment for use in detection methods, regardless of the origin of the strain,was FRA, TSB and LEB. It was also observed that there was no significant difference in the expression of InlA when strains were grown at 29 and 37 °C. The real-time RT-PCR data showed inconclusive, since there was no statistically significant difference between the conditions analyzed, requiring thus more study. In conclusion, it was found that InlA gene expression on influenced by origin of the strain and culture media. Regardless of the origin of the strain, the preferred media for use in InlA protein detection methods are FRA, TSB and LEB

Keywords: Clinicall strain. non-clínical strain. grow temperature. ELISA. RT-PCR real time.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Análise da expressão de InlA em cepas clínica e não-clínica

do sorotipo 4b de L. monocytogenes em diferentes meios de enriquecimento seletivos e não-seletivos, a 29 e 37 ºC, por ELISA indireto (UVM: Listeria Enrichment - University of Vermont Medium; FRA: Fraser Broth; LEB: Listeria Enrichment Broth; TSB: Tryptic Soy Broth; LB: Luria-Bertani Broth; BHI: Brain Heart Infusion Broth). Os resultados são expressos como a média ± desvio padrão. Letras diferentes representam diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre as médias..........................................................

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Figura 2 Análise da expressão de InlA em cepas clínica e não-clínica do sorotipo 4b de L. monocytogenes em diferentes meios de enriquecimento seletivos e não-seletivos, a 29 e 37 ºC, por RT-PCR em tempo real (UVM: Listeria Enrichment - University of Vermont Medium; FRA: Fraser Broth; LEB: Listeria Enrichment Broth; TSB: Tryptic Soy Broth; LB: Luria-Bertani Broth; BHI: Brain Heart Infusion Broth). Os resultados são expressos como a média ± desvio padrão.........................

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Figura 3 Análise da expressão de InlA em cepa clínica do sorotipo 4b de L. monocytogenes em diferentes meios de enriquecimento seletivos e não-seletivos, a 37 ºC (a) por ELISA indireto; (b) por RT-PCR em tempo real (UVM: Listeria Enrichment - University of Vermont Medium; FRA: Fraser Broth; LEB: Listeria Enrichment Broth; TSB: Tryptic Soy Broth; LB: Luria-Bertani Broth; BHI: Brain Heart Infusion Broth).........................

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Figura 4

Análise da expressão de InlA em cepa não-clínica do sorotipo 4b de L. monocytogenes em diferentes meios de enriquecimento seletivos e não-seletivos, a 37 ºC (a) por ELISA indireto; (b) por RT-PCR em tempo real (UVM: Listeria Enrichment - University of Vermont Medium; FRA: Fraser Broth; LEB: Listeria Enrichment Broth; TSB: Tryptic Soy Broth; LB: Luria-Bertani Broth; BHI: Brain Heart Infusion Broth).........................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1

Primers utilizados no RT-PCR em tempo real para avaliação

do nível de expressão da proteína InlA sob diferentes

condições de crescimento de L.monocytogenes......................

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Tabela 2 Correlação entre os testes de ELISA e RT-PCR para

avaliação do nível de expressão da proteína InlA sob

diferentes condições de crescimento de L. monocytogenes....

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BHI Brain Heart Infusion

ELISA Enzime-linked immunossorbent assay

FRA Fraser Broth

ºC grau(s) Célsius

x g força centrífuga

h hora

InlA Internalina A

r-InlA Internalina A recombinante

InlB Internalina B

ActA Proteína de polimerização da actina

IPTG Isopropil ß-D-tiogalactosídeo

kDa kilodalton

LB Luria-Bertani

LEB Listeria Enrichment Broth

mL mililitro(s)

μg micrograma(s)

μL microlitro(s)

mg miligramas

kg kilogramas

min minutos

nm nanômetros

g gramas

kv quilovolt

DO densidade óptica

s segundos

kHz quilohertz

mM milimolar

M molar

UFC unidade formadora de colônia

PBS salina tamponada fosfatada

PBST PBS adicionado de 0,05% de Tween 20

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PCR Polymerase Chain Reaction

RT-PCR Reverse Transcriptase Polymerase Chain Reaction

rpm rotações por minuto

SDS dodecil-sulfato de sódio

TRIS tris (hidroximetil) aminobutano

TSB Tryptic Soy Broth

UVM University of Vermont Medium

pH potencial hidrogeniônico

USDA United States Department Agriculture

FDA Food and Drug Administration

RAPD Random amplification of polymorphic DNA

MAb Anticorpo Monoclonal

PAb Anticorpo Policlonal

SDS-PAGE Sodium Dodecyl Sulfate Polyacrylamide Gel Electrophoresis

IgG Imunoglobulina G

IL-8 Interleucina 8

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SUMÁRIO

PROJETO DE PESQUISA...................................................................................... 12

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO............................................................. 33

ARTIGO................................................................................................................... 35

1 RESUMO........................................................................................................ 37

2 INTRODUÇÃO................................................................................................ 38

3 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................. 41

3.1 Cepas bacterianas e condições de cultivo............................................ 42

3.2 Produção da proteína InlA recombinante (rInlA)................................... 42

3.3 Produção, purificação e caracterização do soro policlonal (PAb)

anti-rInlA.................................................................................................

43

3.4 Avaliação do nível de expressão da proteína InlA sob diferentes

condições de crescimento de L.monocytogenes........................................

44

3.4.1 ELISA........................................................................................ 44

3.4.2 Real-time Reverse Transcriptase-PCR (RT-PCR em

tempo real)..................................................................................

45

3.5 Análise Estatística................................................................................. 46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 46

5 REFERENCIAS............................................................................................... 54

CONCLUSÕES...................................................................................................... 65

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 66

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PROJETO DE PESQUISA

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Avaliação da expressão da proteína internalina A de Listeria monocytogenes sob diferentes condições de crescimento para a otimização de sua detecção

através de métodos imunológicos

Equipe: Ângela Nunes Moreira

Fabricio Rochedo Conceição Wladimir Padilha da Silva José Antonio Guimarães Aleixo Odir Antonio Dellagostin Marcelo Mendonça Vanessa Silva da Silva

Ângela Nunes Moreira

Pelotas, março de 2010

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1. Caracterização do Problema

Bactérias do gênero Listeria são bacilos Gram-positivos, anaeróbios

facultativos, não formadores de esporos e intracelulares facultativos que estão

amplamente distribuídos no meio ambiente e podem ser encontrados em animais

selvagens e domésticos (HOBBS & ROBERTS,1998) e em alimentos como leite e

produtos lácteos, carnes, aves, vegetais, alimentos marinhos entre outros.

Listeria monocytogenes é a espécie mais importante desse gênero por ser

causadora da listeriose, uma infecção de origem alimentar que afeta tanto homens

quanto animais, e por estar diretamente envolvida em casos de meningite, abortos,

meningoencefalites e septicemia, podendo levar a morte (HOBBS &

ROBERTS,1998; FARBER et al. 1991). Os principais atingidos por esse

microrganismo são indivíduos imunocomprometidos, crianças, idosos, gestantes e

fetos (CALLEJO et al., 2008).

O alto risco a saúde pública se dá pelo fato de L. monocytogenes possuir a

capacidade de sobreviver e multiplicar-se em condições adversas, como

temperatura de refrigeração (4° - 6 °C) (HOBBS & ROBERTS, 1998), faixas de pH

fora da neutralidade (4,3 – 9,6), altas concentrações de sais, congelamento e baixa

umidade (DONNELLY, 2001).

A detecção de L. monocytogenes em alimentos pode ser realizada

utilizando-se métodos de cultivo tradicionais seguidos de caracterização bioquímica,

como o método desenvolvido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

(USDA) e pelo Food and Drug Administration (FDA) (SILVA et al., 1997) ou, então,

por meio de técnicas alternativas experimentais, como a Reação em Cadeia de

Polimerase (PCR), ribotipagem, Real-Time Quantitative Reverse Transcription PCR

(qRT-PCR TaqMan), nested PCR, amplificação ao acaso do DNA polimórfico

(RAPD), entre outros (NORTON & BATT, 1999; BYUNA et al., 2001, JARADAT et

al., 2001; CHASSEIGNAUX et al., 2002, HOLKO et al.; 2002). Tais métodos, apesar

de serem, geralmente, sensíveis e específicos, são demorados ou dispendiosos. Por

isso, cada vez mais buscam-se métodos de detecção alternativos específicos,

sensíveis, mais simples e rápidos, e como alternativa aplicável surgem os métodos

imunológicos. Para o êxito da detecção através desse tipo de método, a utilização

de anticorpos que apresentem alta afinidade e especificidade a um antígeno de

superfície, expresso em grande quantidade e conservado somente entre os

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diferentes sorotipos de L. monocytogenes é de suma importância. Entretanto, a

maioria dos kits disponíveis comercialmente detecta todas as espécies de Listeria

(LATHROP et al., 2007). Além disso, são importados e apresentam um custo

elevado.

L. monocytogenes possui diversos fatores de virulência como a internalina A

(InlA) que é uma proteína de membrana essencial para a adesão e internalização da

bactéria às células do hospedeiro (SCHUBERT et al., 2002). É expressa em grande

quantidade por cepas de L. monocytogenes (BIERNE et al., 2007; CABANES et al.

2002) e ausente nas outras espécies do gênero Listeria. A elevada expressão da

proteína InlA e sua localização na superfície celular de L. monocytogenes tornam

este antígeno um excelente alvo para a produção de anticorpos com o intuito de

serem utilizados em métodos de detecção de L. monocytogenes. Por isso, estudos

visando desenvolver métodos rápidos, específicos e sensíveis para detecção desse

patógeno em alimentos, utilizando anticorpos monoclonais (MAbs) e policlonais

(PAbs) contra internalina A, estão sendo desenvolvidos por nosso grupo de

pesquisa.

Outro fator essencial para o sucesso de metodologias que visam utilizar

anticorpos na detecção de patógenos, que influencia diretamente na sua

sensibilidade e especificidade, é o elevado nível de expressão celular do antígeno

alvo. Condições de crescimento ou fatores ambientais como a concentração de

nutrientes, acidez, temperatura, fontes de carbono, concentração de sais e estresses

oxidativo e osmótico podem regular a expressão de antígenos nas células e, assim,

afetar a detecção de microrganismos baseada na relação antígeno alvo-anticorpo

(HAHM e BHUNIA, 2006). Portanto, a investigação das condições de crescimento e

fatores ambientais ideais para a expressão de antígenos alvos torna-se necessária.

Diversos estudos têm observado variações nos níveis de expressão de

antígenos de Listeria sob diferentes condições de crescimento e ambientais.

Alessandria (2009), pesquisando a expressão de genes de virulência, observou que

a expressão dos genes de L. monocytogenes está mais relacionada às condições de

crescimento das cepas do que a sua origem. Milenbachs et al. (1998) e Milohanic et

al. (2003) demonstraram que carboidratos, temperatura e concentrações de sais

afetam consideravelmente a regulação e a expressão de genes de virulência em

Listeria.

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Ao testar cepas virulentas e não virulentas de L. monocytogenes em meios

de cultivo seletivos, Gracieux et al. (2003) verificaram que o crescimento e

expressão dos genes de virulência era favorecido em meios seletivos. Geng et al.

(2006) observaram que várias proteínas de L. monocytogenes são diferencialmente

expressas na superfície das células em diferentes caldos de enriquecimento

seletivos e não seletivos e Lathrop et al. (2007) observaram que caldos de

enriquecimento seletivos promovem a expressão da proteína de polimerização da

actina (ActA), enquanto caldos não-seletivos promovem a expressão da internalina B

(InlB). Nannapaneni et al. (1998) observaram uma grande variabilidade na detecção

de espécies de Listeria por anticorpos monoclonais em função do meio de cultura

utilizado para o enriquecimento das células bacterianas.

Os efeitos de meios de enriquecimento seletivos e não seletivos e de

diferentes temperaturas e pHs sobre a expressão de InlA não são conhecidos. Por

isso, o objetivo do presente estudo é avaliar a expressão da proteína InlA de L.

monocytogenes sob diferentes condições de crescimento. A determinação das

condições ideais para maior expressão da InlA por L. monocytogenes aumentará a

sensibilidade e especificidade de métodos imunológicos de detecção desse

patógeno em alimentos baseados na detecção desse antígeno.

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2. Objetivos e Metas

2.1 Objetivo geral

Avaliar a expressão da proteína internalina A (InlA) de Listeria

monocytogenes sob diferentes condições de crescimento visando a otimização de

sua detecção através de métodos imunológicos.

2.2 Objetivos específicos

- Expressar a proteína InlA recombinante (rInlA) em larga escala;

- Produzir anticorpos policlonais (PAbs) anti-rInlA em camundongos;

- Purificar e caracterizar os PAbs obtidos;

- Avaliar o nível de expressão da proteína InlA após crescimento de L.

monocytogenes em diferentes meios de cultura e condições ambientais através das

técnicas de ELISA, Western blot e real time PCR.

2.3 Metas

1o semestre: Expressão da proteína InlA recombinante em larga escala, purificação

e caracterização.

2o semestre: Produção, purificação e caracterização dos soros policlonais obtidos a

partir de camundongos. Padronização da quantificação dos extratos celulares de L.

monocytogenes para avaliação dos níveis de expressão de InlA.

3o semestre: Avaliação dos níveis de expressão da proteína InlA sob diferentes

condições de crescimento de L. monocytogenes por ELISA e Western-blot.

4o semestre: Avaliação dos níveis de expressão da proteína InlA sob diferentes

condições de crescimento de L. monocytogenes por real time PCR.

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3. Metodologia e Estratégia de ação

3.1 Bactérias

Cepas padrão de L. monocytogenes sorotipos 4b, 1/2a e 1/2b serão utilizadas

nesse experimento. A virulência das cepas será recuperada através da inoculação

intra-peritonial de 100 µL de extrato celular (105 UFC.mL-1) de L. monocytogenes em

camundongos da linhagem BALB/c (machos de 4 semanas). Os baços e fígados dos

camundongos serão macerados individualmente e lavados em 2 mL de caldo LEB

(Listeria Enrichment Broth). Um mililitro desse lavado será incubado em 9 mL de

Caldo LEB por 24 h a 37 ºC sob agitação (200 rpm). Colônias características serão

obtidas por esgotamento do cultivo em placas contendo Agar Oxford e Palcam,

submetidas a testes confirmatórios e mantidas em Agar Conservação a 4º C e

liofilizadas. Para uso nos experimentos, as cepas serão cultivadas em caldo Brain

Heart Infusion (BHI) por 16 - 18 h à 37 °C sob agitação de 200 rpm. A proteína

recombinante será expressa em Escherichia coli BL21(DE3) pLysS.

3.2 Animais

Serão realizados dois experimentos utilizando animais. Camundongos BALB/c

provenientes do Biotério Central da UFPel, machos e fêmeas, com 6 a 8 semanas

de idade e peso variando entre 15 - 20 g. Os animais serão mantidos em gaiolas

apropriadas (contendo, no máximo, 5 camundongos/gaiola) sob temperatura média

de 22º C e ciclo de luz de 12 h e serão alimentados com ração PET específica para

roedores. Água será fornecida ad libitum.

Ao total, serão utilizados 12 camundongos para o desenvolvimento dos

experimentos. Na recuperação das cepas de L. monocytogenes, serão utilizados 6

machos. Estes camundongos serão colocados em gaiolas individuais e cada um

deles receberá uma dose de 100 µL de extrato celular (105 UFC.mL-1) de um

sorotipo de L. monocytogenes. No prazo de dez dias, após a inoculação, esses

camundongos serão eutanasiados, seus fígado e baço serão extraídos e

posteriormente processados. Para a produção de soro policlonal, serão utilizadas 6

fêmeas. Dessas fêmeas, 5 receberão doses de proteína recombinante InlA (50µg)

com adjuvante incompleto de Freund e 1 controle recebendo somente adjuvante

incompleto de Freund. Essa inoculação será realizada semanalmente durante 5

semanas.

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Os camundongos serão anestesiados e sacrificados de acordo com as

normas internacionais e em consonância com os princípios éticos de

experimentação animal do COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal).

O método de anestesia que será utilizado antes de procedimentos cirúrgicos que

impliquem em dor ou desconforto dos animais consistirá na utilização de tiopental

(40 a 80 mg/Kg via intraperitoneal) e o método de eutanásia consistirá de

deslocamento cervical.

3.3 Produção da proteína InlA recombinante

Células competentes de Escherichia coli BL21(DE3) pLysS serão

transformadas com o plasmídeo de expressão em E. coli pAE contendo o gene inlA

(pAE/inlA, MENDONÇA et al., 2008) por eletroporação, visando à expressão da

proteína recombinante InlA (rInlA). As células recombinantes serão selecionadas em

ágar Luria-Bertani (LB) contendo ampicilina, cultivadas em caldo LB e incubadas em

agitador orbital (37 ºC/200 rpm) até a fase log de crescimento. A expressão de rInlA

será induzida com 0,5 mM de IPTG (isopropil ß-D-tiogalactosídeo) a 28 ºC, sob

agitação (200 rpm) por 16 - 18 h. Após, alíquotas de 1 mL da cultura serão

coletadas e centrifugadas para a confirmação da expressão da rInlA através de

eletroforese em gel de poliacrilamida a 12% (SDS-PAGE) como descrito por

Sambrook (2001).

A purificação da rInlA será realizada em coluna Hi-Trap HP (GE Healthcare)

carregada com níquel (Ni+2-Sepharose) utilizando o sistema de cromatografia

líquida de baixa pressão ÄKTAPrime (GE Healthcare) conforme instruções do

fabricante.

3.4 Produção do soro policlonal (PAb) anti-rInlA

Soro policlonal anti-rInlA será produzido em camundongos BALB/c (com

idade entre 6 e 8 semanas) utilizando protocolos de imunização propostos por

Harlow & Lane (1998).

3.5 Purificação e caracterização do PAb

Anticorpos IgG serão purificados a partir do soro obtido através de

cromatografia de afinidade em uma coluna de proteína A utilizando o sistema ÄKTA

prime. A concentração final dos anticorpos será estimada pelo método Bradford

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(BRADFORD, 1976), sua atividade será determinada por ELISA e sua pureza será

confirmada através de SDS-PAGE (LAEMMLI, 1970).

3.6 Avaliação do nível de expressão da proteína InlA sob diferentes

condições de crescimento de L. monocytogenes através das técnicas de

ELISA, Western blot e real time PCR

Para avaliação dos níveis de expressão de InlA sob diferentes condições de

crescimento, L. monocytogenes recuperada em caldo BHI a 37º C por 16-18 horas

será cultivada a 1% (v/v) em meios líquidos não seletivos (caldo BHI; LB e Tryptic

Soy Broth, TSB), meios seletivos (caldo University of Vermont Medium, UVM; Fraser

e Listeria Enrichment Broth, LEB) e incubada a diferentes temperaturas até a fase

estacionária (16 - 20 h).

Cultivos de L. monocytogenes nos diferentes meios e temperaturas de

incubação serão centrifugados (2200 x g, 15 min) e lavados três vezes em PBS. A

concentração protéica dos extratos celulares será estimada pelo método Bradford e

uma mesma concentração de proteínas será utilizada em ELISA indireto e Western

blotting (TOWBIN et al., 1979) para avaliação da expressão da proteína InlA.

Para o ELISA indireto, cavidades de placas de 96 cavidades serão cobertas

com 25 g/ml dos extratos protéicos em tampão carbonato-bicarbonato 0,05 M, pH

9.6. Placas serão incubadas a 4ºC /16 – 18 h e lavadas 3 vezes com PBS, pH 7.2

contendo 0.05% (v/v) de Tween 20 (PBST). O anticorpo policlonal anti-InlA (diluído

1:600) será adicionado às cavidades (50 l/cavidade), as placas serão incubadas

por 1 h a 37 ºC, lavadas 3x com PBST e o anticorpo anti-Ig de camundongo

produzido em cabra conjugado a peroxidase (1:2000) será adicionado. Excesso de

conjugado será removido através de 5 lavagens com PBST e a solução de substrato

da enzima/cromógeno (H2O2/ ortophenylenodiamine) em tampão citrato-fosfato pH

5,0 será adicionada. A reação ocorrerá no escuro por 10 minutos e a densidade

óptica será lida a 450 nm em um leitor de ELISA automatizado.

Para análise da expressão da proteína InlA através de Western blotting, 20 g

dos extratos protéicos obtidos como mencionado acima serão aplicados em

cavidades de um gel de poliacrilamida e separados através de SDS-PAGE. Após a

eletroforese, as proteínas serão transferidas para uma membrana de nitrocelulose e

os sítios de ligação livres serão bloqueados com 5% de leite em pó suspenso em

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PBS. A membrana será lavada com PBS e incubada com os anticorpos policlonais

anti-InlA por 1 h a 37 ºC. Após lavagens, a membrana será incubada com o

anticorpo anti-Ig de camundongo produzido em cabra conjugado a peroxidase

(1:2000). Bandas serão visualizadas após a adição do substrato 4-chloro-1-naphtol e

o desenvolvimento de cor será cessado com água destilada.

Para a análise da expressão da proteína InlA através de real time PCR, 10

ml de cada cultivo será centrifugado (7500g, 10 min) e o RNA total dos cultivos será

extraído com TRIzol ® Reagent (Invitrogen) de acordo com protocolo do fabricante.

Concentrações finais de RNA serão determinadas utilizando o kit QuBit ®

fluorometer (Invitrogen). Duas microgramas dos RNAs serão utilizadas para a

síntese de cDNA através de transcrição reversa utilizando o kit High Capacity

cDNA® (Applied Biosystems) de acordo com o protocolo do fabricante. Primers para

amplificar o gene InlA e primers para 16s rRNA, para serem utilizados como controle

interno em todos os experimentos, serão desenhados com o auxílio do software

Vector NTI e sintetizados pela Invitrogen. A PCR em tempo real será realizada de

acordo com as recomendações de Livak e Schmittgen (2001).

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4. Resultados e Impactos esperados

Indicadores de Progresso ao final de cada 6 meses de projeto:

1o semestre: Proteína rInlA expressa em E.coli em larga escala, purificada e

caracterizada.

2o semestre: Soro policlonal anti-rInlA obtido a partir de coelhos e

camundongos, purificado e caracterizado. Cepas expressando InlA. Quantificação

dos extratos celulares de L.monocytogenes padronizada para avaliação dos níveis

de expressão de InlA.

3o semestre: Níveis de expressão da proteína InlA sob diferentes condições

de crescimento de L. monocytogenes avaliados por ELISA e Western-blot.

4o semestre: Níveis de expressão da proteína InlA sob diferentes condições

de crescimento de L. monocytogenes avaliados por real time PCR

Indicadores de resultados ao final do projeto:

- Condições de crescimento ideais determinadas para maximização da

expressão da proteína InlA por L. monocytogenes, a fim de otimizar metodologias de

detecção dessa bactéria em alimentos que utilizam anticorpos anti-InlA;

- 1 aluno de mestrado treinado;

- 2 alunos de iniciação científica treinados;

- 1 trabalho publicado em revista indexada;

- 3 trabalhos apresentados em congressos;

Repercussão e/ou impactos dos resultados:

Ao final do projeto espera-se ter identificado as condições de cultivo in vitro

sob as quais a proteína InlA é expressa em L. monocytogenes em maior quantidade,

visando à otimização da detecção desse patógeno em alimentos através de métodos

imunológicos baseados na detecção desse antígeno desenvolvidos no Brasil. As

metodologias de detecção de patógenos em alimentos disponíveis no Brasil são

importadas e extremamente caras.

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O impacto gerado por esse trabalho deverá ocorrer na área de metodologias rápidas

de análises microbiológicas de alimentos que ainda é incipiente no Brasil. A

determinação das condições ideais para maior expressão da InlA por L.

monocytogenes aumentará a sensibilidade e especificidade de métodos

imunológicos de detecção desse patógeno em alimentos baseados na detecção

desse antígeno. Ao mesmo tempo, por existir o envolvimento de estudantes de

graduação e pós-graduação no projeto, haverá a capacitação técnica de vários

indivíduos que estarão treinados para atuar nesta área de segurança alimentar no

futuro e que servirão de difusores da tecnologia gerada.

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5. Cronograma, Riscos e Dificuldades

BIMESTRES

ATIVIDADES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Revisão de literatura x x x x X x x x x x x x

Expressão da proteína InlA recombinante em larga escala, purificação e caracterização

x x x

Produção de anticorpos policlonais em camundongos

x x X

Purificação e caracterização dos anticorpos policlonais obtidos

x X x

Padronização da quantificação dos extratos celulares de L. monocytogenes

x X x

Avaliação dos níveis de expressão da proteína InlA sob diferentes condições de crescimento de L. monocytogenes por ELISA

x x x

Avaliação dos níveis de expressão da proteína InlA sob diferentes condições de crescimento de L. monocytogenes por Western-blot

x x x

Avaliação dos níveis de expressão da proteína InlA sob diferentes condições de crescimento de L. monocytogenes por real time PCR

x x x

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6. Outros Projetos e Financiamentos

Projetos em andamento

Diversos projetos visando o desenvolvimento de testes aplicados no controle

de qualidade e na detecção de patógenos em alimentos, visando a avaliação da

segurança alimentar de produtos transgênicos, bem como a obtenção de

bioprodutos usados como aditivos em alimentos vêm sendo desenvolvidos. Outros

projetos em andamento visam buscar soluções modernas e inovadoras para

problemas da criação animal, envolvendo desenvolvimento de novas vacinas, testes

de diagnóstico de doenças e desenvolvimento de probióticos. Projetos que visam o

desenvolvimento de técnicas de congelamento de sêmen, maturação, fertilização in

vitro, sexagem e congelamento de embriões, clonagem de embriões e obtenção de

animais transgênicos e projetos que utilizam ferramentas da moderna biotecnologia

para estudos de genômica funcional e engenharia genética, visando à obtenção de

novos produtos com características de interesse científico e econômico também vêm

sendo desenvolvidos.

Trabalhos científicos, tecnológicos e de inovação já desenvolvidos na

área/tema do projeto

Nosso grupo vem atuando nos últimos anos regularmente na Linha de

Pesquisa de Segurança Alimentar, principalmente no Desenvolvimento de Métodos

Imunoquímicos e Moleculares de Detecção de Patógenos em Alimentos. Foram

desenvolvidos um ELISA indireto para detecção de salmonelas em alimentos,

usando anticorpos policlonais comercialmente disponíveis e anticorpos monoclonais,

e separação imunomagnética com anticorpos monoclonais associada à PCR.

Anticorpos monoclonais contra proteínas de superfície específicas de Listeria

monocytogenes e salmonelas estão sendo produzidos, sendo os últimos utilizando

imunização genética. Dessa forma, o gene que codifica para o antígeno de interesse

é clonado em um plasmídeo de expressão em eucariotos, injetado nos animais e a

proteína é expressa in vivo. Em outra linha de pesquisa do grupo, Epidemiologia de

Toxi-Infecções Alimentares, foram realizadas investigações regionais sobre

prevalência de Salmonella e de Escherichia coli verotoxigênicas em alimentos e em

bovinos.

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Atualmente, Ângela Nunes Moreira coordena os projetos “Desenvolvimento

de metodologia para detecção de salmonelas em alimentos que usa nanopartículas

magnéticas cobertas com anticorpos monoclonais obtidos por imunização genética e

PCR”, financiado pelo CNPq (Edital MCT/CNPq nº 62/2008, R$ 32.085,00),

“Avaliação do potencial probiótico de Pichia pastoris”, “Avaliação da expressão da

proteína internalina A de Listeria monocytogenes sob diferentes condições de

crescimento para a otimização de sua detecção através de métodos imunológicos” e

“Avaliação da expressão da proteína FimA de salmonelas sob diferentes condições

de crescimento”. Participa dos projetos “Anticorpos monoclonais contra Salmonella

enterica por imunização genética: produção, caracterização e aplicação diagnóstica”

(contemplado com uma bolsa de mestrado pelo Edital MCT/CNPq 27/2007),

“Aspectos epidemiológicos e moleculares de Listeria monocytogenes na cadeia

produtiva de frangos no sul do Brasil” (R$ 15.000,00), “Detecção de Listeria

monocytogenes em alimentos por IMS-PCR com anticorpos monoclonais contra

InlA” (aprovado pelo Edital Universal MCT/CNPq 15/2007, R$ 39.000,00) e

“Utilização de Materiais Nanoestruturados em Processos Biológicos Aplicados a

área de Saúde” (aprovado pelo edital CAPES 004/2008/Rede Nanobiotecnologia -

Brasil, R$ 1.200.000,00). Além disso, participou dos projetos “Detecção de

salmonelas em alimentos” financiado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do

RS- Pólo de Inovação Tecnológica, com vigência entre agosto de 2004 a julho de

2006 (R$ 50.000,00), “Métodos imunoquímicos baseados em anticorpos

monoclonais para detecção de salmonelas em alimentos” (bolsa doutorado CAPES)

e “Clonagem e expressão de proteínas recombinantes visando o desenvolvimento

de uma vacina de subunidade para o controle da Pneumonia Enzoótica Suína”, de

fevereiro de 2006 a janeiro de 2007, financiado pela FAPERGS (R$ 15.000,00).

Fabricio Rochedo Conceição é coordenador do projeto “Produção e

avaliação de quimeras de antígenos de Mycoplasma hyopneumoniae visando o

desenvolvimento de vacinas recombinantes contra a Pneumonia Micoplásmica

Suína”, aprovado pelo Edital Universal MCT/CNPq 15/2007 (R$ 50.000,00), participa

dos projetos “Produção de vacinas recombinantes em Pichia pastoris”, aprovado

pelo Edital FAPERGS - PROADE 3, “Avaliação de antígenos recombinantes de

Mycoplasma hyopneumoniae: desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos”

(aprovado pelo Edital CNPq/MAPA/SDA Nº 64/2008, R$ 450.000,00), “Utilização de

Materiais Nanoestruturados em Processos Biológicos Aplicados a área de Saúde”

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(aprovado pelo Edital CAPES 004/2008/Rede Nanobiotecnologia – Brasil, R$

1.200.000,00) e foi bolsista ProDoc da CAPES atuando no projeto “Expressão de

proteínas por Pichia pastoris recombinante”. Além disso, participa dos mesmos

projetos que Ângela Moreira, dos projetos “Desenvolvimento de vacina recombinante

contra pneumonia micoplásmica suína” e “Programa de Investigação de Genomas

Sul (PIGS)”, de projetos de Odir Dellagostin e José Aleixo e participou de projetos

avaliando o uso e o efeito de probióticos em nutrição animal.

José Antonio G. Aleixo foi responsável pelos projetos “Detecção de

salmonelas em alimentos” financiado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do

RS- Pólo de Inovação Tecnológica, com vigência entre agosto de 2004 a julho de

2006 (R$ 50.000,00), “Métodos imunoquímicos baseados em anticorpos

monoclonais para detecção de salmonelas em alimentos” (bolsa doutorado CAPES)

e “Produção de anticorpos monoclonais contra antígeno específico de Leptospira

interrogans para uso diagnóstico” aprovado no edital universal do CNPq de 2005 (R$

35.000,00) e em vigência. Foi também responsável pelo projeto “Métodos

imunoquímicos para diagnóstico de leptospirose” desde 2004. Este projeto foi

desenvolvido em colaboração com a FIOCRUZ e por ela financiado. A vigência do

projeto foi até março de 2007 e o recurso recebido foi de cerca de R$ 60.000,00

anuais. Atualmente é coordenador do projeto “Anticorpos monoclonais contra

Salmonella enterica por imunização genética: produção, caracterização e aplicação

diagnóstica” (contemplado com uma bolsa de mestrado pelo Edital MCT/CNPq

27/2007) e participa dos projetos de Ângela Moreira.

Odir A. Dellagostin é responsável pelos projetos “Avaliação de antígenos

recombinantes de Mycoplasma hyopneumoniae: desenvolvimento de vacinas e

testes diagnósticos”, financiado pelo CNPq (Edital CNPq/MAPA/SDA Nº 64/2008),

“Utilização de Materiais Nanoestruturados em Processos Biológicos Aplicados a

área de Saúde”, financiado pela CAPES (Edital 004/2008/Rede Nanobiotecnologia -

Brasil), “Desenvolvimento de vacina recombinante contra leptospirose para uso

veterinário”, em vigência desde dezembro de 2006 e financiado pelo CNPq (R$

45.698,00), e participa de alguns projetos de Ângela Moreira e Fabricio Conceição.

Além disso, foi responsável pelos projetos “Clonagem e expressão de proteínas

recombinantes visando o desenvolvimento de uma vacina de subunidade para o

controle da Pneumonia Enzoótica Suína”, de fevereiro de 2006 a janeiro de 2007,

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financiado pela FAPERGS (R$ 15.000,00), “Desenvolvimento de testes de

diagnóstico e vacina recombinante contra leptospirose”, de novembro 2004 a agosto

2006, financiado pelo CNPq (Bolsa de doutorado) e FIOCRUZ (R$ 230.000,00),

“Desenvolvimento de vacina recombinante contra pneumonia micoplásmica suína”,

de novembro de 2003 a janeiro de 2005, financiado pelo CNPq (R$ 47.758,52),

“Programa de Investigação de Genomas Sul (PIGS)”, de março de 2002 a março de

2005, financiado pelo MCT, FAPERGS, SCT (R$ 4.500.000,00), “Development of

recombinant BCG multivaccine and complementary diagnostics for predominant

parasitic and epizootic disease of ruminants in Latin America”, de outubro de 2001 a

setembro de 2005, financiado pela Comunidade Européia ICA4 1999 40006 (Euros

986.000,00, sendo 97 mil euros para o Lab. de Biologia Molecular do Cenbiot),

“Epidemiologia molecular de tuberculose no estado do Rio Grande do Sul”, de

novembro de 2000 a outubro de 2002, financiado pelo CNPq (R$ 35.000,00).

Wladimir Padilha da Silva é coordenador dos projetos “Aspectos

epidemiológicos e moleculares de Listeria monocytogenes na cadeia produtiva de

frangos no sul do Brasil” (R$ 15.000,00) e “Detecção de Listeria monocytogenes em

alimentos por IMS-PCR com anticorpos monoclonais contra InlA” (aprovado pelo

Edital Universal MCT/CNPq 15/2007, R$ 39.000,00) e coordena e participa de

diversos outros projetos na área em questão.

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7. Aspectos Éticos (quando aplicável)

Os animais utilizados neste projeto serão tratados de acordo com as normas

internacionais e em consonância com os princípios éticos de experimentação animal

do COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal).

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RELATÓRIO DE CAMPO

1. Atividades realizadas

A proteína recombinante (rInlA), produzida em E. coli BL21(DE3) pLysS transformada com pAE/inlA, foi produzida em larga escala para as imunizações e para utilizar como controle nos testes de ELISA.

A transformação e indução da expressão foram satisfatórias, o que foi verificado em eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE). As proteínas foram purificadas em coluna Hi-Trap HP (GE Healthcare) carregada com níquel (Ni+2-Sepharose) utilizando o sistema de cromatografia líquida de baixa pressão ÄKTAPrime (GE Healthcare). Ao final obteve-se 3 diferentes alíquotas de proteína com, aproximadamente, 4 mL cada. Fez-se um SDS-PAGE com todas as alíquotas para confirmar a pureza. Entretanto, durante a diálise da proteína purificada contra PBS, houve precipitação, fazendo com que fosse necessário o uso de um tampão diferente (NaCl 250 mM e TRIS 150 mM, pH 8,0) a fim de solubilizar a proteína.

A quantificação das alíquotas de proteína foi realizada pelo método de Bradford.

Para a produção de anticorpos anti-InlA , foram inoculados, intraperitonialmente, 50 µg de rInlA juntamente com 450 µL de adjuvante incompleto em todas as inoculações (4 ao todo). O protocolo de inoculação seguiu as recomendações de Harlow & Lane (1998) e produção de ascite segundo Cevenini (1991).

O soro produzido foi avaliado contra a proteína recombinante em ELISA indireto e purificado através de cromatografia de afinidade em uma coluna de proteína A utilizando o sistema ÄKTA prime.

Os anticorpos IgG purificados tiveram sua concentração aferida em espectrofotômetro e foram titulados por ELISA indireto

Para avaliar a capacidade de reconhecer a proteína na forma nativa e a especificidade do soro policlonal, fez-se um ELISA indireto contra células bacterianas íntegras e lisadas de L. monocytogenes sorotipos 1/2a 1/2b, 4b , L. innocua, Salmonella enterica e Bacillus cereus var. Toyoi.

As cepas de L. monocytogenes sorotipos 1/2a, 1/2b, 4be L. innocua foram

recuperadas em camundongos da linhagem BALB/c machos, pois estava m há muito tempo armazenadas in vitro, o que poderia diminuir a capacidade de expressão da InlA. Após confirmação bioquímica, as cepas recuperadas foram conservadas em glicerol a -70 °C e alíquotas foram testadas para verificar a qualidade da conservação e garantir a pureza do cultivo.

Fez-se também cultivos nos meios seletivos e não seletivos das três cepas de L. monocytogenes recuperadas, da cepa de L. innocua e de Salmonella Typhimurium. Os cultivos foram incubados a 37 °C/16-18h. Ajustou-se a DO600 1,0 e efetuou-se a contagem em placas e em câmara de Petroff-Hausser para confirmar a quantificação. Entretanto, os valores obtidos nas três tentativas foram variáveis, necessitando novas experimentações.

Como as cepas obtidas não apresentaram um perfil satisfatório,ou seja, não foram detectadas pelo teste de ELISA indireto e nem por Western-blot, o que dificultaria o desenvolvimento do trabalho proposto, decidiu-se, após reunião com comissão de acompanhamento, utilizar outras cepas já caracterizadas e sorotipadas.

Após alguns meses de busca, as duas cepas do sorotipo 4b das duas origens utilizadas no experimento foram obtidas, as quais eram provenientes do

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Laboratório de Microbiologia de Alimentos do DCTA/UFPel e foram gentilmente cedidas pelo prof. Wladimir Padilha

As duas cepas foram recuperadas em caldo BHI e posteriormente avaliadas quanto à expressão de InlA, utilizando meios de enriquecimento seletivos (Fraser, LEB e UVM) e não seletivos (LB, TSB e BHI) e sob duas temperaturas de incubação (29°e 37 °C)

Repetiu-se os cultivos de L .innocua e Salmonella enterica para utilização como controles negativos durante o ELISA indireto e Western-blot.

Os cultivos foram padronizados por espectrofotometria antes de serem processados. Aliquotas de 50 µL foram subtraídas para confirmação da contagem através de câmara de Petroff-Hausser.

As amostras padronizadas puderam, então, ser fracionadas obtendo-se duas alíquotas, uma destinada ao ELISA e Western-blot e outra para o RT-PCR em

tempo real.

A avaliação por Western-blot foi realizada simultaneamente a por ELISA. Entretanto, não se obteve resposta positiva com os Western-blot realizados, sendo, portanto, retirado do escopo do estudo. Nenhuma das repetições do Western-blot apresentou reação positiva, nem mesmo com os controles.

O cronograma sofreu atrasos relevantes, pois, além das reformas no laboratório, o material necessário para os ensaios de RT-PCR em tempo real demorou a ser entregue devido a problemas de importação.

Depois de alguns meses de espera pelo material, este foi entregue e possibilitou a realização dos ensaios de RT-PCR em tempo real utilizando DNA extraído das amostras congeladas em Trizol a – 70 °C. Esses ensaios contaram com a ajuda do Prof. Vinicius Campos.

Tendo disponíveis os dados dos testes acima citados, foi realizada a análise estatística dos mesmos para verificar a significância das diferenças nos níveis de expressão da InlA em L.monocytogenes.

2. Dificuldades encontradas

Durante a diálise da proteína houve precipitação, a qual foi resolvida substituindo o tampão de diálise por outro com pH mais alcalino;

Com a reforma do laboratório, houve atraso no cronograma devido a contaminações nos materiais e conseqüente necessidade de substituição de soluções e meios de cultivo, assim como de repetição dos cultivos e dos testes.

As cepas recuperadas nos camundongos não reagiram com o soro purificado no ELISA indireto, indicando falha no procedimento ou dificuldade de expressão após o estresse. Por isso foram substituídas por outras;

Ocorreu uma demora na obtenção das novas cepas caracterizadas e obtivemos somente duas;

Os Western-blot foram repetidos diversas vezes com novas soluções, entretanto não foi possível resolver os problemas de detecção, provavelmente oriundos do reagente utilizado como substrato na reação (3,3 Diaminobenzidine - DAB), pois foi um problema compartilhado entre os colegas de laboratório e o mesmo foi solucionado após aquisição de novo lote do produto.

Ocorreu uma demora na entrega do material para dar continuidade aos ensaios.

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ARTIGO

Expressão diferencial da proteína internalina A em Listeria monocytogenes do

sorotipo 4b de diferentes origens em caldos de enriquecimento seletivos e

não-seletivos

Revista: Brazilian Journal of Microbiology

ISSN 0001-3714 versão impressa

ISSN 1678-9881 versão online

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Expressão diferencial da proteína internalina A em Listeria monocytogenes do

sorotipo 4b de diferentes origens em caldos de enriquecimento seletivos e

não-seletivos

Vanessa S.Silva1; Marcelo Mendonça1; Rodrigo C. França1; Marcelle M. Silveira1;

Vinicius F. Campos2; José Antonio G. Aleixo1; Wladimir P. Silva3; Fabricio R.

Conceição1; Ângela N. Moreira1,4*.

Laboratório de Imunologia Aplicada1 e Laboratório de Embriologia Molecular e

Transgênese 2, Centro de Desenvolvimento Tecnológico, Núcleo de Biotecnologia,

Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Brasil.

Laboratório de Microbiologia de Alimentos3, Departamento de Ciência e Tecnologia

Agroindustrial, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Brasil.

Departamento de Nutrição4, Faculdade de Nutrição, Universidade Federal de

Pelotas, Pelotas, Brasil.

* Correspondência: Laboratório de Imunologia Aplicada, Centro de Desenvolvimento

Tecnológico, Núcleo de Biotecnologia, Universidade Federal de Pelotas, Campus

universitário S/N, 96010-900, Pelotas, RS, Brasil. Fone: (+55 53) 32757583

fax: (+55 53) 32757551.

E-mail: [email protected]

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1 RESUMO

Listeria monocytogenes é uma bactéria patogênica de grande importância para

homens e animais, está distribuída naturalmente no ambiente e possui a capacidade

de multiplicar-se sobre condições adversas. Devido ao fato da metodologia

convencional utilizada para sua detecção ser trabalhosa, demorada e dispendiosa,

buscam-se métodos de detecção mais simples e rápidos, surgindo como alternativa

os métodos imunológicos. A proteína internalina A (InlA) de L. monocytogenes é um

excelente alvo para uso em testes imunológicos que visam a detecção desse

patógeno. Porém, as condições ideais para potencializar a expressão deste antígeno

ainda não foram descritas. Nesse trabalho, analisou-se a expressão de InlA em duas

cepas de L. monocytogenes sorotipo 4b, uma de origem clínica e outra não-clínica,

nos caldos não seletivos Luria-Bertani (LB), Brain Heart Infusion (BHI) e Tryptic Soy

Broth (TSB) e nos caldos seletivos Fraser Broth (FRA), Listeria Enrichment Broth

(LEB) e Listeria Enrichment Broth - University of Vermont Medium (UVM), a 29 e 37

°C, utilizando ELISA indireto e RT-PCR em tempo real. Através do ELISA indireto

verificou-se que a expressão da InlA foi influenciada pela origem da cepa, pois a

cepa não-clínica apresentou maiores níveis (p<0,05) de expressão de InlA do que a

cepa clínica, e que os meios utilizados interferem na expressão desse antígeno,

sendo os meios mais indicados FRA, TSB e LEB. O RT-PCR em tempo real

apresentou dados inconclusivos, visto que não houve diferença estatística

significativa entre as condições analisadas, necessitando, dessa forma, de maiores

estudos.

Palavras - chave: cepa clínica, cepa não-clínica, temperatura de incubação, ELISA

indireto, RT-PCR em tempo real.

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2 INTRODUÇÃO

Listeria monocytogenes é o patógeno causador da listeriose, uma infecção

de origem alimentar que afeta homens e animais. Este patógeno está diretamente

envolvido em casos de meningite, abortos, meningoencefalites e septicemia,

podendo levar a morte e apresentando altas taxas de mortalidade (20 e 30%) (12,

17). Os principais atingidos por esse microrganismo são indivíduos

imunocomprometidos, crianças, idosos, gestantes e fetos (7).

Esse patógeno possui a capacidade de sobreviver e multiplicar-se em

condições adversas, como à temperatura de refrigeração (4 - 6 °C) (17), faixas de

pH fora da neutralidade (4,3 – 9,6), altas concentrações de sais, congelamento e

baixa umidade (11). Além disso, tem a capacidade de invadir os enterócitos e de

escapar do sistema imunológico através da utilização de fatores de virulência como

listeriosina O e fosfolipases, possibilitando a disseminação aos tecidos adjacentes e

consequente difusão a todo o organismo (30).

São conhecidos 13 sorotipos de L. monocytogenes, dos quais três (1/2a,

1/2b e 4b) têm sido relacionados a mais de 90% dos casos e surtos de listeriose (6).

Segundo Lianou et al. (23) os sorotipos 1/2a e 1/2b estão mais envolvidos em casos

esporádicos de listeriose, enquanto que o sorotipo 4b é o mais associado a surtos.

Apesar da importância desse patógeno, sua pesquisa não é rotineira tanto em

casos clínicos, quanto em indústrias de alimentos. Esse fato ocorre devido à

obrigatoriedade da detecção estar restrita às indústrias de queijo de alta umidade e

aos custos elevados dos insumos para seu isolamento e identificação. As

metodologias de detecção normatizadas aceitas no Brasil, as quais utilizam métodos

de cultivo tradicionais seguidos de caracterização bioquímica, como o desenvolvido

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pelo United States Department of Agriculture (USDA) e pelo Food and Drug

Administration (FDA) (40) e métodos alternativos, como a Polymerase Chain

Reaction (PCR), Ribotipagem, qPCR TaqMan , Nested PCR, Random Amplification

of Polymorphic DNA (RAPD), entre outros (34, 4, 20, 8, 18) são, geralmente,

sensíveis e específicos. Entretanto, apresentam custo elevado ou a quantidade de

tempo dispendido ainda é alta. Por isso, cada vez mais buscam-se métodos de

detecção alternativos específicos, sensíveis, mais simples e rápidos, e como

alternativa aplicável surgem os métodos imunológicos.

Para o êxito da detecção através de métodos imunológicos, a utilização de

anticorpos que apresentem alta afinidade e especificidade a um antígeno de fácil

acesso aos anticorpos, que seja exclusivo da espécie e que se mantenha

conservado entre os diferentes sorotipos de L. monocytogenes é de suma

importância. Porém, a maioria dos kits para testes imunológicos, disponíveis

comercialmente, detecta todas as espécies de Listeria, não distinguindo patogênicas

de não-patogênicas (22) e/ou são importados e apresentam um custo elevado.

Outro fator essencial para o sucesso dos métodos imunológicos de detecção

é o elevado nível de expressão celular do antígeno alvo. Condições de crescimento

ou fatores ambientais como a concentração de nutrientes, acidez, temperatura,

fontes de carbono, concentração de sais, estresses oxidativo e osmótico, podem

regular a expressão de antígenos nas células e, assim, afetar a detecção de

microrganismos baseada na relação antígeno-anticorpo (13). Pesquisas têm

observado variações nos níveis de expressão de antígenos de Listeria sob

diferentes condições de crescimento e ambientais (28, 31, 29, 14, 13, 22, 1). Assim

torna-se necessário o estudo das condições ideais a fim de melhorar a expressão do

antígeno alvo.

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Analisando o potencial de utilização dos fatores de patogenicidade de L.

monocytogenes como antígenos detectáveis em testes imunológicos, observou-se

que a internalina A (InlA), uma proteína de membrana utilizada pelo patógeno para

sua adesão e internalização às células do hospedeiro (38), apresenta-se como

excelente alvo para a produção de anticorpos e utilização em métodos de detecção

desse microrganismo. Isto porque, além da sua localização na superfície celular da

bactéria, também é expressa em grande quantidade por cepas de L. monocytogenes

(2, 5) e ausente nas outras espécies do gênero Listeria (35). Por isso, estudos

visando desenvolver métodos rápidos, específicos e sensíveis para detecção desse

patógeno em alimentos, utilizando anticorpos monoclonais (MAbs) e policlonais

(PAbs) contra internalina A, estão sendo desenvolvidos (26).

Os efeitos da associação de meios de enriquecimento seletivos e não

seletivos, diferentes temperaturas e origem das cepas sobre a expressão de InlA

não são conhecidos. A determinação das condições ideais para maior expressão da

InlA por L. monocytogenes poderá aumentar a sensibilidade e especificidade de

métodos imunológicos de detecção desse patógeno em alimentos baseados na

identificação do antígeno InlA. Por isso, o objetivo do presente estudo foi avaliar o

nível de expressão da proteína InlA em L. monocytogenes do sorotipo 4b de duas

origens (clínica e não-clínica) sob diferentes condições de crescimento (em três

meios de enriquecimento seletivos e três não-seletivos, e sob as temperaturas de

incubação de 29 e 37 º C).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Cepas bacterianas e condições de cultivo

Com a intenção de produzir a proteína recombinante InlA (rInlA), utilizou-se

a cepa Escherichia coli BL21(DE3) pLysS (Invitrogen, USA). O cultivo foi realizado

em caldo Luria-Bertani (LB) (10 g de triptona, 5 g de extrato de levedura e 10 g de

cloreto de sódio por litro) com adição de 34 μg.mL-1 de cloranfenicol, quando

necessário, e 100 μg.mL-1 de ampicilina e incubado à 37 °C por 16 - 18h em agitador

orbital a 200 rpm.

Foram utilizadas duas cepas padrão de L. monocytogenes pertencentes ao

sorotipo 4b (uma clínica e uma não-clínica), uma cepa de L. innocua e uma de

Salmonella enterica, todas provenientes da coleção de culturas do Laboratório de

Microbiologia do Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial da

Universidade Federal de Pelotas (LM/DCTA/UFPel). As cepas foram recuperadas

em caldo Brain Heart Infusion (BHI) (Oxoid, UK), por 16 - 18 h à 37 °C sob agitação

de 200 rpm.

3.2 Produção da proteína InlA recombinante (rInlA)

Visando à expressão da proteína rInlA, células competentes de E. coli

BL21(DE3) pLysS foram transformadas com o plasmídeo de expressão pAE

contendo o gene inlA (pAE/inlA) por eletroporação (200 OHMS, 2,5 kv, 25 uFD) e

após incubação por 1h/37 °C em caldo LB, adicionou-se o cultivo a placas contendo

ágar LB com ampicilina e cloranfenicol nas concentrações já descritas.

As colônias recombinantes selecionadas em ágar LB com antibióticos foram

transferidas para 25 mL de caldo LB contendo ampicilina e cloranfenicol, e então,

incubadas em agitador orbital (37 ºC/200 rpm) por 16 – 18h. Posteriormente, os 25

mL foram adicionados a 500 mL de caldo LB contendo as mesmas concentrações

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dos antibióticos já citados e o cultivo novamente incubado a 37 °C/200 rpm até a

fase log de crescimento (DO600 de 0,5 a 0,7) .

A expressão de rInlA foi induzida com 0,5 mM de isopropil ß-D-

tiogalactosídeo (IPTG) a 28ºC, sob agitação (200 rpm) por 16 – 18h. Aliquotas pré e

pós indução foram retiradas e centrifugadas a 20.000 x g durante 2 min para

confirmação da expressão da rInlA através de eletroforese em gel de poliacrilamida

a 12% (SDS-PAGE) (21).

A purificação da proteína rInlA foi realizada conforme descrito por Sambrook

& Russell (2001), com modificações. O cultivo de 500 mL foi centrifugado e o pellet

suspenso em 30 mL de tampão de lise (20 mM de NaH2PO4; 500 mM de NaCl; 10

mM de Imidazole). Adicionou-se lisozima (1mg. mL-1) e a solução foi incubada em

câmara fria (4 °C) por 30 min sob agitação. Em seguida, as células foram sonicadas

(6x, 15s, 20 kHz) e a solução foi centrifugada a 10.000 x g por 30 min a 4 °C.

Sabendo-se que a proteína produzida é totalmente solúvel (26), após

sonicação, o sobrenadante contendo a proteína foi processado. Primeiramente

filtrou-se o sobrenadante em membrana de 0,8 μm (Millipore, USA) e, após,

purificou-se a proteína através de cromatografia de afinidade em coluna Hi-Trap HP

(GE Healthcare, UK) carregada com níquel (Ni+2-Sepharose, Invitrogen, USA),

utilizando o sistema de cromatografia líquida de baixa pressão ÄKTAPrime (GE

Healthcare, UK), conforme instruções do fabricante. Ao final da purificação, eluiu-se

o purificado em frações utilizando tampão de eluição (20 mM de NaH2PO4; 500 mM

de NaCl; 250 mM de Imidazole) e o grau de pureza das alíquotas de proteína

recombinante foi verificado através de SDS-PAGE 12%.

Selecionadas as frações contendo rInlA pura, estas foram depositadas em

membrana de diálise e dialisadas contra salina tamponada fosfatada (PBS), pH 7.2,

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durante 48 h à 4 °C, realizando-se trocas de tampão a cada 12 h. Então, a proteína

rInlA foi concentrada em solução de polietilenoglicol a 20% e quantificada pelo

método Bradford (3).

3.3 Produção, purificação e caracterização do soro policlonal (PAb) anti-

rInlA

Soro policlonal anti-rInlA foi produzido em camundongos da linhagem

BALB/c (com idade entre 6 e 8 semanas) utilizando protocolo de imunização

proposto por Harlow & Lane (16) e produção de ascite segundo Cevenini et al. (9),

com modificações. Camundongos foram imunizados intra-peritonialmente com 50 µg

de rInlA em 450 µL de adjuvante de Freund® incompleto (Sigma-Aldrich, USA) nos

dias 0, 7, 14 e 21. No sexto dia após a primeira imunização os camundongos

receberam uma dose de 500 µL de Pristane® (Sigma-Aldrich, USA). A ascite

produzida foi recolhida por punção em tubos de 15 mL e centrifugada a 12.000 x g

por 1 min, para retirar possíveis células presentes..

Anticorpos IgG foram purificados por cromatografia de afinidade em coluna de

proteína A-Sepharose de acordo com as instruções do fabricante (Amersham, MS),

utilizando o sistema ÄKTA prime. A pureza dos anticorpos foi confirmada através de

SDS-PAGE, sua concentração final foi estimada pelo método Bradford (3) e sua

diluição de uso, capacidade de reconhecer a proteína InlA de L. monocytogenes na

forma nativa (com a célula íntegra e com a célula lisada) e especificidade

determinadas por ELISA indireto. O PAb foi armazenado a -20 °C até o momento do

uso.

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3.4 Avaliação do nível de expressão da proteína InlA sob diferentes

condições de crescimento de L. monocytogenes

Para avaliação dos níveis de expressão de InlA sob diferentes condições de

crescimento, cada uma das duas cepas de L. monocytogenes recuperadas

previamente em caldo BHI, foram cultivadas a 1% em 10 mL dos caldos não

seletivos LB, BHI (Oxoid,UK) e Tryptic Soy Broth (TSB) (Oxoid,UK) e dos caldos

seletivos Fraser (FRA) (Oxoid,UK), Listeria Enrichment Broth (LEB) (Oxoid,UK) e

Listeria Enrichment Broth - University of Vermont Medium (LEB-UVM) (Oxoid,UK) e

os cultivos incubados sob agitação de 200 rpm a 29 e 37 °C por 16 - 18 h. Para

confirmação dos resultados foram realizadas três repetições do experimento

contando com duplicatas de cada amostra.

3.4.1. Enzyme-Linked Immunoabsorbent Assay (ELISA)

Para avaliação da expressão da proteína InlA através de ELISA indireto, os

cultivos de L. monocytogenes nos diferentes meios e temperaturas foram

centrifugados (2200 x g, 15 min), lavados três vezes em PBS e suspensos em 5 mL

de tampão carbonato-bicarbonato 0,05 M, pH 9,6. Após, as concentrações celulares

foram padronizadas através de espectrofotometria, ajustando-se a DO600 a 1,0, a

qual equivalia a uma contagem em câmara de Petroff-Hausser de aproximadamente

1,5 x 108 UFC.mL-1.

Placas de 96 cavidades foram cobertas com 50 µl dos extratos celulares

padronizados (7,5 x 106 UFC) em tampão carbonato-bicarbonato 0,05M, pH 9,6.

Como controles positivo e negativo do ELISA, foram dispostos na placa 1,5 µg de

rInlA e 50 µL de extrato celular (7,5 x 106 UFC) de Salmonella enterica.

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Anticorpo policlonal anti-rInlA (diluído 1:1000) foi adicionado às cavidades

como anticorpo primário e anticorpo anti-Ig totais de camundongo produzido em

cabra conjugado a peroxidase (1:2000) foi utilizado como anticorpo secundário

marcado. Todas as reações ocorreram por 1 h a 37ºC (com exceção da

sensibilização que ocorreu por 16 – 18 h a 4 ºC), os reagentes foram utilizados a um

volume de 50 µL/cavidade e após todas as etapas de incubação, as placas foram

lavadas 3 vezes com 200 µL/cavidade de PBS, pH 7,2 contendo 0,05% (v/v) de

Tween 20 (PBST). Excesso de conjugado foi removido através de cinco lavagens

com PBST e a solução de substrato da enzima/cromógeno (H2O2/

ortophenylenodiamine) em tampão citrato-fosfato pH 5,0 foi adicionada. A reação

ocorreu no escuro por 10 min e a densidade óptica foi lida a 450 nm em um leitor de

ELISA automatizado (TP-Reader, USA)

3.4.2. Real-time Reverse Transcriptase-PCR (RT-PCR em tempo real)

Para a análise da expressão da proteína InlA através de RT-PCR em tempo

real, 1 mL de cada cultivo foi centrifugado (7.500 x g, 10 min) e o RNA total extraído

com TRIzol® Reagent (Invitrogen, USA) de acordo com protocolo do fabricante com

algumas modificações. A fim de facilitar o rompimento da membrana bacteriana,

antes da adição do Trizol, os pellets foram suspensos em 100 µl de tampão Tris-

EDTA contendo 5 mg.mL-1 de lisozima (Sigma Aldrich, USA) e 13 mg.mL-1 de

proteinase K (Sigma Aldrich, USA), e as soluções incubadas por 15 min a 37 °C.

Concentrações finais de RNA foram determinadas utilizando o kit QuBit®

fluorometer (Invitrogen, USA). Duas microgramas dos RNAs foram utilizadas para a

síntese de cDNA através de transcrição reversa utilizando o kit High Capacity

cDNA® (Applied Biosystems) de acordo com o protocolo do fabricante.

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Primers para amplificar o gene inlA e para o gene tufA (tab. 1), utilizado

como controle interno em todos os experimentos, foram desenhados com o auxílio

do software Vector NTI e sintetizados pela Eurofins MWG Operon. Os primers foram

desenhados a partir das seqüências dos genes inlA (número de acesso DQ132795)

e tufA (número de acesso (7702763), depositadas no banco de dados de genomas

GenBank.

A PCR em tempo real foi realizada de acordo com as recomendações de

Livak e Schmittgen (2001), sendo executada no Stratagene® Mx3005P™ Real-Time

PCR System (Agilent Technologies) utilizando-se SYBR® Green PCR Master Mix

(Applied Biosystems). Experimentos de validação iniciais foram realizados

para garantir que os dois pares de primers apresentassem eficiências equivalentes

durante a PCR. A amplificação foi realizada utilizando um ciclo de 95 °C por 10 min

e 40 ciclos a 95 °C por 15 segundos e 60 °C por 1 min. Todas as reações de PCR

foram efetuadas em duplicatas e os dados analisados usando o método 2–ΔΔCt,

segundo Pfaffl (35).

3.5. Análise estatística

Dados quantitativos provenientes das reações da PCR em tempo real e do

ELISA indireto foram analisados através de testes estatísticos, utilizando-se para tal

análise de variância (ANOVA) seguida do teste de Tukey, no software Statistix 9.0.

Para as análises, o nível de significância considerado foi de 5% (p < 0,05). Teste de

correlação entre os métodos de análise foi realizado utilizando Microsoft Excel 2007.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Nesse trabalho pesquisou-se a interferência das condições de cultivo sobre

a expressão da proteína InlA, devido ao seu potencial para utilização em

imunoensaios de detecção de L. monocytogenes (26). A avaliação dos níveis de

expressão de InlA foi realizada através de dois métodos, ELISA indireto e RT-PCR

em tempo real.

Para a avaliação da expressão da InlA nativa através de ELISA indireto, a

utilização de anticorpos anti-InlA se fez necessária. E, para a produção desses

anticorpos em camundongos, foi necessário expressar a proteína recombinante

rInlA. Assim, E. coli BL21(DE3) pLysS foi transformada com o vetor de expressão

pAE/inlA obtido por Mendonça et. al. (27) e a proteína recombinante rInlA, de

aproximadamente 83 kDa, foi expressa. Após a purificação, obteve-se um

rendimento de 5 mL da proteína recombinante na concentração de 1,2 mg.mL-1.

Anticorpos anti-rInlA foram produzidos através da imunização de

camundongos com a proteína rInlA, purificados, quantificados e titulados através de

ELISA indireto. A concentração do soro policlonal obtido foi de 4,92 mg.mL-1. Após

padronização do ELISA indireto, verificou-se que a diluição de uso ideal do soro

policlonal para avaliação da expressão de InlA era de 1:1000 (dados não

demonstrados).

O soro policlonal obtido demonstrou sensibilidade necessária para a

realização do ELISA na avaliação da expressão de InlA, pois foi capaz de

reconhecer a proteína InlA de L. monocytogenes na forma nativa tanto com a célula

íntegra quanto com a célula lisada. Além disso, mostrou-se altamente específico,

visto que não reagiu com as cepas de L. innocua e Salmonella enterica avaliadas

(dados não demonstrados).

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Estudos têm evidenciado que as condições de crescimento e a

disponibilidade de nutrientes influenciam, consideravelmente, a regulação e a

expressão de genes de virulência de L. monocytogenes (28, 20,14, 29, 22, 25).

Entretanto, não foram encontrados relatos da influência desses fatores sobre a

expressão de InlA.

Tendo isso em vista, para avaliar a interferência da associação entre meios,

temperaturas e origem das cepas sobre a expressão da proteína InlA de

L.monocytogenes utilizou-se duas cepas pertencentes ao sorotipo 4b de origens

diferentes, seis meios de enriquecimento (seletivos e não seletivos) e duas

temperaturas de incubação (29 e 37 °C). A escolha dos meios e temperaturas se

deu em virtude da diferença em suas composições e da ampla disponibilidade de

obtenção destas condições, visto que são as comumente utilizadas nas rotinas

laboratoriais de pesquisa bacteriológica.

Os dados quantitativos obtidos por ELISA foram submetidos à análise

estatística. A partir dos resultados da análise estatística foi possível inferir que houve

baixa correlação entre temperatura e meios; temperatura e origem das cepas (clínica

e não-clínica); e temperatura, meios e origem. Diferenças significativas somente

foram encontradas entre a origem das cepas e os meios. Essas diferenças são

apresentadas na Fig. 1.

A interferência da temperatura sobre a expressão dos genes inlA, internalina

B (inlB) e internalina C (inlC) em cepas do sorotipo 1/2a de L. monocytogenes foi

estudada por McGann et al. (25) através de microarray e RT-PCR. Eles observaram

que não ocorreu diferença significativa na expressão dessas proteínas quando as

cepas foram cultivadas a 30 °C e 37 °C, resultados que corroboram com os obtidos

no presente estudo.

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Na Fig. 1, pode-se visualizar que a cepa de L. monocytogenes não-clínica

apresentou maiores níveis de expressão de InlA do que a cepa clínica, fato

evidenciado pela diferença estatisticamente significativa (p<0,05) representada pelas

letras diferentes. Os resultados obtidos são corroborados com os do estudo de

Werbrouck et al. (43), que, ao analisarem fenotipicamente cepas de vários sorotipos

de L. monocytogenes de diferentes origens, verificaram, através de RT-PCR, que

cepas não-clínicas obtiveram valores mais elevados de expressão de InlA do que as

cepas clínicas por eles analisadas. Segundo esses autores, uma possível explicação

para o fato de cepas clínicas expressarem menores níveis de transcritos de InlA e

internalina B (InlB) seria que, assim, essas cepas virulentas apresentariam um

menor grau de invasão celular, o qual seria utilizado como uma estratégia de evasão

imune, para prevenir o bloqueio da infecção na fase inicial pelo sistema imune não

específico. Essa hipótese é suportada pela observação de que cepas clínicas

estimulam uma menor produção de interleucina 8 (IL-8) nas células hepáticas, que

atrai neutrófilos para o foco da inflamação, levando ao controle da infecção. Já

Alessandria (1), pesquisando a expressão de genes de virulência deste patógeno,

observou que a expressão dos genes de L. monocytogenes está mais relacionada

às condições de crescimento das cepas do que a sua origem.

A expressão de InlA variou de acordo com o meio utilizado. Uma maior

densidade óptica foi obtida quando a cepa não clínica foi cultivada em caldo BHI,

seguida, consecutivamente, pelo cultivo nos caldos TSB, LEB e FRA. Ou seja, a

cepa não-clínica expressa maiores níveis de InlA quando cultivada em meios de

cultura não seletivos. Resultado semelhante foi verificado por Lathrop et al. (22),

que, pesquisando a interferência dos meios de cultivo sobre a expressão das

proteínas InlB e de polimerização da actina (ActA) de L. monocytogenes,

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observaram que a maioria das cepas apresentaram uma maior expressão de InlB

quando cultivadas em meios não seletivos (caldos BHI e LB) do que quando

cultivadas em meios seletivos (LEB, UVM, FRA). Segundo os autores, essa

diferença de expressão entre as duas proteínas provavelmente se deva à

necessidade de utilização delas pelo microrganismo, em diferentes momentos

durante a infecção, sendo diferencialmente reguladas pelas condições ambientais.

Essas informações tornam-se relevantes a medida que sabe-se da correlação entre

InlA e InlB no mecanismo de internalização durante uma infecção e que a expressão

dessas duas internalinas é regulada pelo mesmo gene (prfA, fator regulador positivo

A) (25). Entretanto, no presente estudo, a diferença na expressão de InlA entre os

quatro caldos (BHI, TSB, LEB e FRA) não foi significativa. Somente foi obtido um

maior nível de expressão (p<0,05) quando a cepa não-clínica foi cultivada nos

caldos BHI, TSB, LEB e FRA em relação ao caldo LB e entre os três primeiros

caldos em relação ao caldo UVM.

Já com relação à proteína ActA, a maioria das cepas do estudo de Lathrop

et al. (22) apresentaram uma maior expressão quando cultivadas em meios seletivos

(LEB, UVM e FRA). Ao verificar a expressão diferencial entre InlB e ActA, os autores

sugerem que isso se deva às quantidades de glicose, sais, tampões ou uso de

antimicrobianos nos meios de cultivo utilizados, porém, citam a necessidade de

maiores estudos para compreender os mecanismos de regulação que influenciaram

a heterogeneidade de expressão observada entre as cepas. Resultado semelhante

foi observado por Gracieux et al. (14), que, ao testarem os efeitos de quatro meios

de cultivo seletivos sobre o crescimento das cepas virulentas e não virulentas de L.

monocytogenes e sobre a expressão dos genes de virulência, verificaram que tanto

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o crescimento das cepas virulentas quanto a expressão de alguns genes eram

favorecidos nesses meios.

A importância da pesquisa das condições ideais de crescimento, visando à

otimização da expressão da proteína alvo e o conseqüente êxito dos métodos

imunológicos, foi evidenciada também por Geng et al. (13) que, ao pesquisar a

expressão de diversas proteínas envolvidas na patogenicidade de L.

monocytogenes, observaram que elas são diferencialmente expressas na superfície

das células quando cultivadas em caldos de enriquecimento seletivos (LRB – Listeria

rapair broth, FRA, LEB, UVM). Esses autores verificaram que todas as proteínas

investigadas obtinham um nível mais elevado de expressão quando cultivadas em

LRB e LEB, e havia redução ou ausência de expressão quando cultivadas em UVM

e FRA. Nannapaneni et al. (31) também observaram uma grande variabilidade na

detecção de espécies de Listeria por anticorpos monoclonais em função do meio de

cultura utilizado para o enriquecimento das células bacterianas. Ainda Navas et al.

(32), avaliando o potencial de detecção utilizando diferentes meios de

enriquecimento seletivo de Listeria, observaram que existe discrepância de

resultados entre a utilização dos meios seletivos de enriquecimento primários e

secundários, tanto nos métodos clássicos de detecção quanto nos utilizando PCR.

Segundo os autores, as possíveis causas para esses resultados seriam, não só o

crescimento limitado de L.monocytogenes, gerando resultados falso-negativos na

PCR (enriquecimento secundário), mas também a presença de elevadas

concentrações de populações de Listeria spp. não-patogênicas, ocasionando

resultados falso-negativos nos métodos clássicos (enriquecimento primário).

Com relação à cepa clínica, maiores valores de densidade óptica foram

obtidos quando ela foi cultivada nos caldos FRA, TSB, LEB e UVM, nesta ordem.

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Entretanto, a expressão de InlA por essa cepa só foi superior (p<0,05) quando

cultivada em caldo FRA em relação aos caldos UVM, BHI e LB, e inferior (p<0,05) a

obtida nos caldos FRA, TSB e LEB quando foi cultivada em caldo LB. Esses

resultados sugerem que há diferença de expressão de InlA entre as cepas, ou seja,

a variação na expressão de InlA é cepa-específica, e que, além da origem da cepa,

o meio de crescimento pode interferir diretamente nessa expressão. Além disso,

sugerem que, independentemente da origem da cepa, os meios de enriquecimento

mais indicados para uso em métodos de detecção de InlA são FRA, TSB e LEB e os

menos indicados, LB e UVM.

Segundo Jacquet et al. (19), cepas clínicas de L. monocytogenes expressam

internalina A de forma íntegra com muito mais freqüência (96% das cepas em

estudo) do que cepas isoladas de alimentos (65%). Resultado semelhante foi

observado por Van Stelten et. al (42) que, entre outros fatores, investigaram

mutações nos genótipos de cepas de L. monocytogenes, e verificaram que entre as

cepas isoladas de alimentos, 45% apresentaram mutações que geravam prematuros

stop-códons em InlA. Uma proporção considerável em comparação aos isolados

clínicos, que obtiveram apenas 5,1% de suas amostras com a mesma mutação. Isso

é um dado importante, pois Nightingale et al. (33) demonstraram que isolados

contendo prematuros stop-códons em InlA podem ser até 10 mil vezes menos

virulentos que aqueles cuja internalina é expressa de forma íntegra.

Estudos têm demonstrado que a expressão de InlA de forma íntegra ou

truncada está diretamente relacionada à origem e ao sorotipo da cepa (43, 19, 42)

Grande parte dos surtos de listeriose humana está relacionada ao sorotipo 4b,

sendo este o mais isolado de casos clínicos. Isso pode ocorrer devido ao fato de que

todas as cepas desse sorotipo expressam a proteína InlA na sua forma íntegra (19),

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sendo assim, mais propensas a invasão. Como as duas amostras utilizadas nesse

estudo são do sorotipo 4b, conclui-se que a diferença verificada na expressão entre

elas deve-se exclusivamente, às condições de cultivo e não à forma a qual a

proteína foi expressa.

A expressão das cepas nas mesmas condições avaliadas por ELISA indireto

foram aferidas através de RT-PCR em tempo real e os dados obtidos foram

analisados estatisticamente. Os resultados dessa análise podem ser visualizados na

Fig. 2. Nessa figura, pode-se observar que existe diferença nos níveis de expressão

entre as amostras. Entretanto, a análise estatística não verificou significância na

diferença entre nenhuma das avaliações. Acredita-se que isso se deve a grande

variação do desvio padrão. Uma possível causa para essa variação é o número

limitado de cepas utilizadas no estudo. Outra explicação plausível seria a escolha do

gene normalizador tufA, que pode ter interferido nos resultados não apresentando

uma expressão linear satisfatória. Autores citam que alguns genes housekeeping de

L. monocytogenes sofrem influência da temperatura e de outras condições de

crescimento, alterando seus níveis de transcrição (10, 41, 25). Por isso, para tornar

a metodologia mais precisa e confiável, seria necessária a utilização conjunta de

dois genes housekeeping.

Foram realizadas análises de correlação entre as metodologias, a fim de

verificar correspondência entre os resultados obtidos e traçar perfis de

comportamento entre as amostras, no que se refere a níveis de expressão. Os

valores do teste de correlação entre os dois métodos de ensaio podem ser

observados na tab. 2.

Analisando os resultados da correlação entre os métodos para a cepa clínica

(Fig. 3), verificou-se uma correlação moderada para os meios FRA e LEB, uma

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correlação fraca para o meio UVM, e nenhuma correlação para os meios TSB, LB e

BHI. Já com relação à expressão na cepa não-clínica (Fig.4), foi possível detectar

correlação em todos os meios de enriquecimento avaliados. Os meios UVM e TSB

apresentaram correlação forte, FRA e LB apresentaram correlação moderada e LEB

e BHI uma correlação fraca.

Mesmo que uma análise seja fenotípica e a outra genotípica, as correlações

fracas e moderadas podem ter sido oriundas do número limitado de cepas utilizadas

no estudo, o que será verificado em estudos posteriores. Essa também é uma

possível explicação para a falta de significância nas analises estatísticas do RT-

PCR.

Foram verificadas outras limitações durante esse estudo, as quais também

serão resolvidas futuramente com a realização de mais ensaios utilizando, para

tanto, um número maior de cepas e cepas de diferentes origens. Além disso, serão

utilizados outros genes constitutivos como normalizadores no RT-PCR em tempo

real, a fim de subtrair possíveis interferentes e aumentar a sensibilidade do teste

estatístico aplicado. Não obstante, também serão utilizados anticorpos monoclonais

anti-rInlA no ELISA indireto, para tentar aumentar a sensibilidade do teste.

Entretanto, apesar das limitações, os resultados do ELISA indireto sugerem

que existem interferências da origem da cepa e das condições de cultivo, mais

especificamente do meio de enriquecimento, sobre a expressão da InlA de L.

monocytogenes. Assim, métodos imunológicos ou RT-PCR baseados na detecção

desse fator de virulência podem produzir resultados falso-negativos ou apresentar

menor sensibilidade se um meio de enriquecimento apropriado não for utilizado.

Em conclusão, os resultados desse estudo sugerem que a expressão de InlA

foi influenciada pela origem do isolado, pois a cepa de L. monocytogenes não-clínica

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apresentou maiores níveis de expressão de InlA do que a cepa clínica. Além disso,

com relação às condições de cultivo, observou-se que não ocorreu diferença

significativa na expressão de InlA quando as cepas foram cultivadas sob as

temperaturas de 29 e 37°C. Porém, verificou-se a interferência dos meios na

expressão do fator de virulência InlA, sendo os meios de enriquecimento mais

indicados para uso em métodos de detecção desse antígeno, independentemente

da origem da cepa, o FRA, TSB e LEB e os menos indicados, LB e UVM. Esses

resultados sugerem que a utilização de meios de cultivo adequados poderia diminuir

a probabilidade de obtenção de resultados falso-negativos em testes imunológicos

ou RT-PCR baseados na detecção desse antígeno (InlA), aumentando a

sensibilidade do teste aplicado.

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Tabela 1 – Primers utilizados na RT-PCR em tempo real para avaliação do nível de expressão da proteína InlA sob diferentes condições de crescimento de L. monocytogenes

Gene Sequências dos primers 5‟ - 3‟

Forward Reverse

inlA* GAACCAGCTAAGCCIGTAAAAG** CGCCIGTTTGGGCATCA***

tufA GCTGAAGCTGGCGACAACA CTTGACCACGTTGGATATCTTCAC

* Amplicon de 64pb; **TM: 50°C; *** TM :58°C

Tabela 2 – Correlação entre os métodos ELISA e RT-PCR para avaliação do nível

de expressão da proteína InlA sob diferentes condições de crescimento de L.

monocytogenes.

Meios Amostras Clínicas Amostras Não Clínicas

UVM -0,2 -0,7

LEB -0,6 0,4

FRA -0,6 0,3

TSB -0,1 0,7

LB 0,0 -0,4

BHI 0,1 0,2

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29°C

37°C

29°C

37°C

29°C

37°C

29°C

37°C

29°C

37°C

29°C

37°C

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

Clínica

Não-clinica

UVM

abc

BC

DA

BC

FRA LEB TSB LB BHI

AFG

cde

EFG

G

EFG

G

AB

DEF

AB

DEF

AB

DEF

AB

DEF

AB

CB

CD

CD

E

EFG

CD

E

FG

A

EFG

De

nsid

ad

e Ó

ptica

a 4

92

nm

Figura 1 – Análise da expressão de InlA em cepas clínica e não-clínica do

sorotipo 4b de L. monocytogenes em diferentes meios de enriquecimento seletivos e não-seletivos, a 29 e 37 ºC, por ELISA indireto. UVM: Listeria Enrichment - University of Vermont Medium; FRA: Fraser Broth; LEB: Listeria Enrichment Broth; TSB: Tryptic Soy Broth; LB: Luria-Bertani Broth; BHI: Brain Heart Infusion Broth. Os resultados são expressos como a média ± desvio padrão. Letras diferentes representam diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) entre as médias.

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29°C

37°C

29°C

37°C

29°C

37°C

29°C

37°C

29°C

37°C

29°C

37°C

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

Ambiente

UVM FRA LEB TSB LB BHI

Clínica

Exp

ressã

o R

ela

tiva

de

In

lA

Figura 2 – Análise da expressão de InlA em cepas clínica e não-clínica do

sorotipo 4b de L. monocytogenes em diferentes meios de enriquecimento seletivos e não-seletivos, a 29 e 37 ºC, por RT-PCR em tempo real. UVM: Listeria Enrichment - University of Vermont Medium; FRA: Fraser Broth; LEB: Listeria Enrichment Broth; TSB: Tryptic Soy Broth; LB: Luria-Bertani Broth; BHI: Brain Heart Infusion Broth. Os resultados são expressos como a média ± desvio padrão.

Não-clínica

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37°C

37°C

37°C

37°C

37°C

37°C

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

Cepa Clínica

UVM FRA LEB TSB LB BHI

De

nsid

ad

e Ó

ptica

a 4

92

nm

37°C

37°C

37°C

37°C

37°C

37°C

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

UVM FRA LEB TSB LB BHI

Cepa Clínica

Exp

ressã

o R

ela

tiva

de

In

lA

Figura 3 – Análise da expressão de InlA em cepa clínica do sorotipo 4b de L.

monocytogenes em diferentes meios de enriquecimento seletivos e não-seletivos a 37 ºC (a) por ELISA indireto ou (b) por RT-PCR em tempo real. UVM: Listeria Enrichment - University of Vermont Medium; FRA: Fraser Broth; LEB: Listeria Enrichment Broth; TSB: Tryptic Soy Broth; LB: Luria-Bertani Broth; BHI: Brain Heart Infusion Broth.

a)

b)

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37°C

37°C

37°C

37°C

37°C

37°C

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

Cepa Não-clinica

UVM FRA LEB TSB LB BHI

De

nsid

ad

e Ó

ptica

a 4

92

nm

37°C

37°C

37°C

37°C

37°C

37°C

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

UVM FRA LEB TSB LB BHI

Cepa Não-clínica

Exp

ressã

o R

ela

tiva

de

In

lA

Figura 4 – Análise da expressão de InlA em cepa não-clínica do sorotipo 4b

de L. monocytogenes em diferentes meios de enriquecimento seletivos e não-seletivos a 37 ºC (a) por ELISA indireto ou (b) por RT-PCR em tempo real. UVM: Listeria Enrichment - University of Vermont Medium; FRA: Fraser Broth; LEB: Listeria Enrichment Broth; TSB: Tryptic Soy Broth; LB: Luria-Bertani Broth; BHI: Brain Heart Infusion Broth.

a)

b)

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65

CONCLUSÕES

- A expressão de InlA foi influenciada pela origem da cepa, pois a L.

monocytogenes cepa não-clínica apresentou maiores níveis de expressão de InlA do

que a cepa clínica;

- Com relação às condições de cultivo, observou-se que os meios interferem

diretamente na expressão do fator de virulência InlA e que não ocorreu diferença

significativa na expressão de InlA quando as cepas foram cultivadas a 29 e 37 °C;

- Os meios de enriquecimento mais indicados para uso em métodos de

detecção desse antígeno, independentemente da origem da cepa, são: FRA, TSB e

LEB; e os menos indicados: LB e UVM.

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