UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI
MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL
Aline Silvestre Pereira
Fungos associados e ação do imunossupressor ciclosporina A sobre formigas-
cortadeiras
GURUPI-TO
JANEIRO DE 2014
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI
MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL
Aline Silvestre Pereira
Fungos associados e ação do imunossupressor ciclosporina A sobre formigas-
cortadeiras
Dissertação apresentada a Universidade Federal do
Tocantins, como parte das exigências do Programa
de Pós-graduação em Produção Vegetal, para
obtenção do titulo de Mestre em Produção Vegetal
na área de concentração Fitossanidade.
.
Orientador: Prof. Dr. Renato de Almeida Sarmento
(Universidade Federal do Tocantins).
Co-Orientador: Prof. Dr. Danival José de Souza
(Universidade Federal do Tocantins).
GURUPI-TO
JANEIRO DE 2014
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI
MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL
Fungos associados e ação do imunossupressor ciclosporina A sobre formigas-
cortadeiras
Data da defesa: 29 de Janeiro de 2014
Banca Examinadora:
________________________________________
Prof. Dr. Renato de Almeida Sarmento
Universidade Federal do Tocantins (Orientador)
________________________________________
Prof. Dr. Danival José de Souza
Universidade Federal do Tocantins (Co-orientador)
________________________________________
Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos
Universidade Federal do Tocantins (Examinador)
________________________________________
Prof. Dr. Marçal Pedro Neto
Universidade Federal do Tocantins (Examinador)
GURUPI-TO
JANEIRO DE 2014
4
A Deus pelo dom da vida e por estar presente em todos os momentos da minha vida me
dando sempre força para enfrentar qualquer dificuldade.
OFEREÇO
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes
coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.”
Charles Chaplin.
“Demore na dúvida. E descubra a sabedoria que insiste em se esconder na ausência de
palavras.”
Pe. Fábio de Melo.
5
Aos meus queridos pais Maria Elena da Silva Pereira e
Antônio Silvestre Pereira. Pelo amor e dedicação em
todos os momentos da minha vida.
DEDICO
Aos Professores Dr. Renato de Almeida
Sarmento e Dr. Danival José de Souza,
pelos ensinamentos, apoio, amizade e
incentivo durante o decorrer deste curso.
O MEU SINCERO RECONHECIMENTO
6
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me concedido a realização de mais um conquista na minha vida, por
iluminar o meu caminho e sempre estar presente em cada passo que dou.
Ao meu orientador Dr. Renato de Almeida Sarmento, pela orientação, o apoio e
incentivo, por tornar possível a realização desse trabalho, pela dedicação durante o
tempo de convivência, pela amizade e pelo exemplo de profissionalismo e ética.
Ao meu co-orientador Dr. Danival José de Souza, por quem tenho grande consideração e
admiração. Agradeço pela imensa dedicação nos ensinamentos, por ter se dedicado na
intensa tarefa de me ajudar em todo momento da dissertação, pelo apoio nas avaliações
dos experimentos e pela amizade.
Ao professor Gil Rodrigues Santos e André Rodrigues pela eficiência na identificação
dos fungos, pela boa vontade e competência.
Aos companheiros do Laboratório de Ecologia, pelo os momentos de alegria, pela
compreensão e pela ajuda: Althiéris Saraiva, Daniela Gonçalves, Laila Rezende, Renata
Vieira, Diogenis Fontenele, Marcos Carvalho, Emiliano Brandão, ao Bolsista PNPD Dr.
Marçal Pedro Neto; a doutoranda Marcela C.A.C. Silveira.
Aos meus pais Mariela Elena da Silva Pereira e Antônio Silvestre Pereira que tanto
amo. Pelo apoio, dedicação, confiança e amor constante. Sem os seus esforços e
dedicação, eu não teria conseguido alcançar os meus sonhos.
Aos meus irmãos Poliana Silvestre Pereira e Fabricio Silvestre Pereira, que sempre
estiveram ao meu lado e acreditaram na minha capacidade, dando muita força para
conquistar os meus objetivos.
Ao meu noivo Diego Fernandes Dornelas pela ajuda nos experimentos de campo, pelo
carinho, amor, compreensão e companheirismo.
À Universidade Federal do Tocantins pela minha formação acadêmica e pela
oportunidade de realização do curso de Mestrado e a todos os professores, pelos
ensinamentos.
Ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal da UFT e a Capes, pela
oportunidade e suporte financeiro, possibilitando a realização deste estudo;
A todas as pessoas que de alguma forma, contribuíram para a realização deste estudo.
MUITO OBRIGADA!
7
SUMÁRIO
Resumo Geral.............................................................................................................12
Revisão Bibliográfica.....................................................................................................13
Formigas-cortadeiras.......................................................................................................13
Fundação e estabelecimento dos formigueiros................................................................15
Microrganismos associados às formigas-cortadeiras......................................................17
Sistema imune dos insetos...............................................................................................18
Controle das formigas-cortadeiras...................................................................................20
O fungo Beauveria bassiana...........................................................................................22
O fungo Metarhizium anisopliae.....................................................................................23
Referências Bibliográficas............................................................................................24
CAPÍTULO I
Fungos filamentosos associados às formigas-cortadeiras Atta sexdens e Atta
laevigata..........................................................................................................................33
Resumo...........................................................................................................................33
Abstract..........................................................................................................................34
Introdução......................................................................................................................34
Material e métodos........................................................................................................35
Área de estudo.................................................................................................................35
Coleta das operárias das colônias de Atta laevigata e Atta sexdens...............................36
Isolamento dos fungos....................................................................................................36
Identificação dos fungos.................................................................................................36
Infecção das operárias com os fungos Aspergillus flavus, Aspergillus niger e
Metarhizium sp.............................................................................................................37
Analise estatística............................................................................................................38
Resultados.......................................................................................................................38
Fungos associados às formigas-cortadeiras Atta sexdens e Atta laevigata.....................38
Sobrevivência das operárias Atta sexdens e Atta laevigata.............................................39
Discussão.........................................................................................................................39
Conclusões......................................................................................................................41
Lista de Tabelas e Figuras ...........................................................................................41
Referências Bibliográficas ...........................................................................................43
Apêndices....................................................................................................................46
8
CAPÍTULO II
Cyclosporine A enhances the activity of Metarhizium anisopliae in controlling the
leaf-cutting ant Atta sexdens………………………………………………………….53
Abstract………………………………………………………………………………..53
Introduction………………………………………………………………………...…54
Materials and Methods………………………………………………………….…....55
Maintenance of colonies…………………………………………………………….....55
Metarhizium anisopliae……………………………………………………………..….56
Immunosuppressor…………………………………………………..………………...56
Immunosuppression and infection of worker ants…………………………………....57
Hemocyte count…………………………………………………………………….…..57
Statistical analysis……………………………………………………………………...58
Results..……………………….……………………………………………………......58
Survival of A. sexdens worker ants………………………………………………........58
Hemocyte count……………………………………………………………………......59
Discussion…………………………………………………..………………………….59
Acknowledgments……………………………………………………….…………....62
References……..……………………………………………………….………….…..62
Figures and table……………………………………………………………………..64
Figure legends..........................................................................................................67
Table caption...........................................................................................................67
Capítulo II
O imunossupressor ciclosporina A (CsA; Sandimmun®) potencializa a ação do
fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae sobre operárias da formiga-
cortadeira Atta sexdens..................................................................................................68
Resumo...........................................................................................................................68
Introdução......................................................................................................................69
Material e métodos.......................................................................................................70
Manutenção de colônias..................................................................................................70
Metarhizium anisopliae...................................................................................................70
Imunossupressor..............................................................................................................71
Immunossupressão e infecção das operárias...................................................................71
Contagem dos Hemócitos...............................................................................................72
Análises estatísticas.........................................................................................................72
9
Resultados.......................................................................................................................72
Sobrevivência de operárias de Atta sexdens....................................................................72
Contagem dos hemócitos das formigas-cortadeiras Atta sexdens...................................73
Discussão........................................................................................................................73
Agradecimentos.............................................................................................................75
Referências bibliográficas.............................................................................................75
Figuras e tabelas............................................................................................................78
Lista de figuras e tabelas...............................................................................................80
Conclusões Gerais..........................................................................................................81
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I
Tabela 1. Identificação de fungos associados às formigas-cortadeiras A. sexdens........42
Tabela 2. Identificação de fungos associados às formigas-cortadeiras A. laevigata......42
CAPÍTULO II
Table 1:P values for pairwise comparisons of the survival curves of distinct groups of
worker ants using the log-rank test………………………………………………..……66
CAPÍTULO II
Tabela 1. Valores P para a comparação 2 x 2 pelo teste de Log-Rank das curvas de
sobrevivência dos diferentes grupos de operárias...........................................................79
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO I
Fig. 1: Metarhiziumsp.,fungo isolado da Atta sexdens.............................................46
Fig. 2: Aspergillus flavus, fungo isolado da Atta sexdens.........................................46
Fig 3: Acromonium sp. 2, fungo isolado da Atta sexdens.........................................46
Fig. 4: Aspergilus sp. 1, fungo isolado da Atta sexdens............................................47
Fig. 5: Colletotrichum gloeosporioides, fungo isolado da Atta sexdens.....................47
Fig. 6: Acremonium sp. 1, fungo isolado da Atta sexdens.........................................47
Fig. 7: Mucor sp., fungo isolado da Atta laevigata...................................................48
Fig. 8: Aspergillus flavus, fungo isolado da Atta laevigata........................................48
10
Fig. 9: Fusarium solani, fungo isolado de Atta laevigata............................................48
Fig. 10: Aspergillus niger, fungo isolado de Atta laevigata.........................................49
Fig. 11: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. laevigata
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
flavus; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80
0,05%...........................................................................................................................49
Fig. 12: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
flavus; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80
0,05%..........................................................................................................................50
Fig. 13: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. laevigata
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
niger; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80
0,05%..........................................................................................................................50
Fig. 14: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas a os tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
niger; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80
0,05%...........................................................................................................................51
Fig. 15: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. laevigata
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Metarhizium
sp.; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80
0,05%...........................................................................................................................51
Fig. 16: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Metarhizium
sp.; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80
0,05%...........................................................................................................................52
11
CAPÍTULO II
Fig. 1 - Kaplan–Meier survival curves of A. sexdens worker ants subjected to different
treatments. Blue lines and circles represent ants injected with cyclosporine A; red
squares and lines represent ants injected with the excipient, and black lines and triangles
represent ants injected with sterile distilled water. Dashed lines represent ants injected
with M. anisopliae, whereas solid lines represent ants injected with 0.05% Tween
80……………………………………………………………………………………….57
Fig. 2 - Mean total hemocyte count (n = 10) ± standard error for the three groups of A.
sexdens worker ants 24 h after treatment with sterile distilled water, the excipient, or
cyclosporine A. Columns with different letters indicate statistically different means by
the Tukey test at a significance level of 5%....................................................................58
CAPÍTULO II
Fig. 1 – Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas a diferentes tratamentos: linhas azuis e círculos, formigas tratadas
previamente o imunossupressor; linhas vermelhas e quadrados, formigas que receberam
o excipiente; linhas pretas e triângulos, formigas que receberam apenas água. As linhas
tracejadas representam as formigas que receberam o fungo M. anisopliae e as linhas
contínuas as formigas que receberam solução de Tween-80 0,05%...............................71
Fig. 2 – Contagem total de hemócitos média (n = 10 operárias) ± Erro padrão de três
grupos de operárias de A. sexdens: tratadas 24 h antes com água, excipiente ou o
imunossupressor. Barras com letras diferentes indicam médias estatisticamente
diferentes pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.........................................................71
12
RESUMO GERAL
Fungos associados e ação do imunossupressor ciclosporina A sobre formigas-
cortadeiras
A demanda por controle biológico para as formigas-cortadeiras faz com que a utilização
de fungos entomopatogênicos seja considerado uma fonte alternativa de controle para o
uso em programas de Manejo Integrado de Pragas. Formigas dos gêneros Atta e
Acromyrmex são consideradas umas das principais pragas agrícolas. O conhecimento
dos fungos entomopatogênicos associados a elas é de grande importância para a
efetivação do controle microbiano, tendo em vista que esse método de controle causa
menos impacto ao meio ambiente. Diversos trabalhos da literatura científica têm
relatado que os fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae são os
microrganismo mais utilizados por terem se destacado na eficiência do controle dessa
praga. Nesse contexto é importante estudar outros microrganismos que possivelmente
podem vim a ser fungo entomopatogênicos. No presente estudo foram isolados e
identificados, espécies de fungos associados às operárias de A. sexdens e A. laevigata,
com potencial para serem usados no controle biológico dessas pragas e também foi
estudar o efeito de uma substância imunossupressora, a ciclosporina A, sobre o sistema
imune de Atta sexdens e verificar se sua administração a torna mais vulnerabilidade ao
fungo M. anisopliae. Dentre os fungos isolados dos tecidos das operárias da A. sexdens,
ocorreu predomínio dos gêneros Metarhizium sp., Aspergillus flavus, Acromonium sp.1,
Aspergillus sp.1, Colletotrichum sp., Acremonium sp.2. Os fungos isolados da A.
laevigata foram Mucor sp., Aspergillus flavus, Fusarium solani, Aspergillus niger.
Sendo que destes o Aspergillus flavus, Aspergillus nigere Metarhizium sp. podem ser
considerados fungos entomopatogênicos para A. laevigata. O imunossupressor
ciclosporina provocou uma redução da resposta imune celular, verificada na redução
dos hemócitos circulando na hemolinfa. A imunossupressão da resposta celular pode ser
uma estratégia viável no controle de formigas-cortadeiras quando em combinação com
doses em baixas concentrações de fungos entomopatogênicos.
Palavras - chave: Controle biológico, hemócitos, fungos entomopatogênicos, Atta
sexdens, Atta laevigata.
13
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Formigas-cortadeiras
As formigas-cortadeiras, gêneros Atta e Acromyrmex, pertencem à tribo Attini,
são insetos eussociais que, dentre outras características, apresentam castas reprodutoras
e não reprodutoras e vivem em colônias permanentes. São insetos mastigadores e se
desenvolvem por holometabolia (ovo-larva-pupa-adulto) (Seraguzi e Maruyma, 2013).
O gênero Atta no Brasil possui dez espécies e três subespécies taxonômicas,
aceitas dentro do gênero Atta. Enquanto o gênero Acromyrmex é composto por vinte
espécies e nove subespécies (Della Lucia et al., 1993). No Brasil são consideradas
importantes, sob o ponto de vista econômico, somente cinco espécies de Attaque são A.
bisphaerica, A. capiguara, A. cephalotes, A. laevigata, A. sexdens piriventris, A.
sexdens rubropilosa, A. sexdenssexdens, A. vollenweiderie nove espécies de
Acromyrmexentre elas, Ac. aspersus, Ac. coronatus, Ac. heyeri, Ac. landolti balzani, Ac.
landolti fracticornis, Ac. landolti landolti, Ac. laticeps, Ac. niger, Ac. octospinosus, Ac.
rugosus, Ac. striatus, Ac. subterraneus molestans, Ac. subterraneus subterraneus,
(Zanettiet al., 2002).
Os gêneros Atta e Acromyrmex são conhecidos por formigas jardineiras,
formigas cultivadoras de fungos ou formigas-cortadeiras, uma vez que possuem a
capacidade de cultivar e se alimentar de fungos mutualistas, assim como as outras
espécies da tribo Attini (Weber, 1972).
A maioria dos fungos cultivados pelas formigas-cortadeiras pertence à família
Lepiotaceae (Basidiomycota: Agaricales), da tribo Leucocoprinae. Esta tribo é
composta por dois gêneros, Leucocoprinus e Leucoagaricus (Chapela et al., 1994).
Essa relação simbiótica mutualista entre as formigas-cortadeiras e seus fungos é
uma associação natural, baseada nas diferentes capacidades metabólicas
complementares (Diehl-Fleig e Valim-Labres, 1993). As formigas-cortadeiras levam
substratos orgânicos frescos, principalmente folhas, para o interior dos ninhos, que
servem como substrato para o desenvolvimento do fungo (De Fine Licht e Boomsma,
2010). Elas fazem a distribuição de enzimas proteolíticas, via fluidos fecais, nos seus
jardins (Mudd e Bateman, 1979); além de proverem um modo de dispersão para o fungo
(Hinkle et al., 1994; Mueller et al., 2001; Bot et al., 2002). Assim, estes fungos são
mantidos em um meio livre da competição com outros microrganismos.
14
Por outro lado o fungo cultivado é a única fonte de alimento para as larvas de
formigas e o principal item alimentar, embora algumas complementam sua dieta com
seiva vegetal (Barrer e Cherrett, 1972; Carreiro et al., 1997; Leal e Oliveira, 1998;
2000). Segundo Bass e Cherrett (1995) as operárias obtêm aproximadamente 90% de
suas necessidades nutricionais a partir da seiva das plantas.
Devido às formigas Atta e Acromyrmex cortarem parte frescas dos vegetais para
servir de substrato para o fungo simbionte, elas são consideradas pragas agrícolas e
florestais. Pois causam danos às florestas, pastagens, e várias culturas onde desfolham
as espécies vegetais, sendo responsável pelo impacto negativo na agricultura de vários
países (Fowler et al., 1990; Hölldobler e Wilson, 1990; Della Lucia e Fowler, 1993).
Nesse contexto as formigas-cortadeiras são avaliadas como umas das pragas de
maior importância econômica do mundo. Estas são consideradas as principais pragas da
Região Neotropical (Weber, 1972; Hölldobler e Wilson, 1990). Estão distribuídas nos
mais diversificados ecossistemas. No Brasil, as formigas-cortadeiras apresentam ampla
distribuição em todo território nacional, com intensa atividade durante todo ano,
atuando sobre muitas espécies vegetais (Cardoso, 2010).
No Brasil, os gêneros Atta e Acromyrmex são considerados as principais pragas
de plantios florestais, devido a ataques intensos e constantes às plantas em todas as fases
de desenvolvimento. Causam desfolha total, tanto de mudas como em plantas adultas,
no entanto, a idade das plantas influencia na vulnerabilidade aos prejuízos causados por
estas formigas. Na fase inicial do plantio, as perdas por esses insetos podem ser
irreversíveis, pela fragilidade das mudas (Della Lucia et al., 2011; Hölldobler e Wilson,
1990). Com o ataque desse inseto ocorre redução de produção das plantas, diminuição
da resistência, fazendo com que estas se tornem suscetíveis ao ataque de outros insetos e
doenças (Ferreira, 1989).
O gênero Atta, por serem de maior tamanho e com ninhos maiores, causam,
consequentemente, mais danos às plantações. No entanto, o gênero Acromyrmex
também podem provocar perdas consideráveis em plantações recentes e brotações,
sobretudo seus ninhos ocorrem em alta densidade (Anjos et al., 1998).
A espécie do gênero Atta com maior importância sob o ponto de vista
econômico no Brasil é Atta sexdens, por atacarem várias culturas florestais brasileiras.
Essa espécie tem uma ocorrência ampla no país, podendo ser considerada como a mais
comum, estando ausente somente na caatinga, em grande parte do Paraná, no litoral de
Santa Catarina e em parte do Nordeste e do Rio Grande do Sul (Della Lucia et al.,
15
2000).
A segunda espécie de saúva de importância econômica no Brasil é Atta
laevigata. De acordo com Della Lucia et al. (2000), sua ocorrência já foi registrada nos
estados do Amazonas, Paraíba, Pará, Tocantins, Ceará, Maranhão, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Apesar das formigas-cortadeiras serem consideradas pragas de várias espécies
vegetais, estas podem também trazer benefícios ao ambiente, exercendo assim um
importante papel a nível ecossistêmico (Coutinho, 1984; Garretson et al., 1998), pois os
gêneros Atta e Acromyrmex ajudam no enriquecimento do solo, pela ciclagem de
nutrientes, devido às lixeiras das colônias e a transferência de nutrientes para as
camadas mais superficiais durante a construção e relocação dos ninhos, assim possuem
impactos positivos sobre a estrutura química e física do solo (Haines, 1975; Herz et al.,
1998; Farji-Brener e Ghermandi, 2008). Desse modo, elas beneficiam a vegetação,
favorecendo o seu crescimento, pois em áreas com ninhos, o solo é menos resistente à
penetração das raízes (Moutinho et al., 2003; Farji-Brener e Ghermandi, 2004). Todas
essas características tornam essas formigas-cortadeiras espécies chave dos ecossistemas
florestais e, portanto, excelentes organismos para avaliar respostas bióticas resultantes
de alterações ambientais (Della Lucia e Fowler, 1993; Perfecto e Vander Meer, 1993).
Fundação e estabelecimento dos formigueiros
As formigas-cortadeiras possuem ampla especialização na construção de ninhos,
no interior do qual são encontradas castas permanentes e temporárias. As fêmeas e os
machos alados pertencem às castas temporárias, os machos só aparecem na época do
voo nupcial e da fundação de novas colônias. Os machos alados não exercem nenhuma
função nos ninhos, eles apenas são alimentados pelas suas irmãs enquanto aguardam a
revoada, morrem após esse voo nupcial, por isso possuem um tempo de vida curto na
colônia. Após a cópula, as fêmeas aladas perdem suas asas e, são chamadas de rainhas,
pois elas desempenham a função de fundar novos ninhos e ovipositarem. As castas
permanentes são compostas pela rainha e inúmeras operárias ápteras que trabalham em
conjunto para a manutenção, crescimento e reprodução de suas colônias, e assim se
encarregam das diversas tarefas na colônia (Hölldobler e Wilson, 1990; 2011).
16
As formigas A. sexdens apresentam quatro subcastas de operárias, em que cada
uma desempenha um papel diferente dentro da colônia. A primeira subcasta
corresponde às jardineiras, cuja largura da cápsula cefálica é de 0,8-1,0 mm,
desempenham a função de cuidar do jardim de fungo, da prole e da rainha. A segunda
casta é composta pelas operárias generalistas, onde a largura da cápsula cefálica é de 1,4
mm e desempenham vários tipos de atividades, como fragmentação da vegetação antes
da incorporação no fungo, assistência à prole durante a ecdise, cuidados com a rainha e
descarte de lixo. A terceira casta é constituída das operárias forrageadoras, cuja largura
da cápsula cefálica é de 2,0-2,2 mm. Essas têm função de localização e de cortarem e
transportarem o material vegetal para o interior do formigueiro, além de escavarem as
câmaras e canais do ninho. A quarta casta é composta pelas operárias soldadas, que
possuem largura da cápsula cefálica de 3,0 mm, desempenham a função de defender a
colônia e podem auxiliar no corte de plantas (Wilson, 1980).
Segundo Hölldobler e Wilson (1990), para acontecer o voo nupcial, as fêmeas
aladas virgens saem do ninho de origem e são fecundadas por um ou mais machos
alados. Antes da revoada, a fêmea coleta um pedaço do fungo simbionte do ninho de
origem e armazena-o em sua cavidade infra-bucal. Logo após a inseminação, a rainha
desce ao solo e remove suas asas com o auxílio da musculatura do tórax e das pernas
medianas. Em seguida, procura o local mais apropriado para iniciar a construção do
novo ninho. As rainhas escavam seus ninhos a uma profundidade de 8,5 a 15 cm abaixo
da superfície do solo. Provavelmente, esta profundidade proporcionaria uma amplitude
térmica mínima e com uma temperatura quase constante, o que seria propício para o
desenvolvimento do fungo mutualista e da prole que ainda está por vir (Camargo,
2012).
O voo nupcial ocorre nas espécies do gênero Atta quando o formigueiro atinge
38 meses de idade, sendo que, após essa idade, essa revoada se repete uma vez por ano.
A partir do primeiro voo nupcial, o formigueiro já é considerado adulto (Autuori, 1941).
Para as espécies de A. sexdens e A. laevigata, a revoada ocorre durante o período da
tarde, entre os meses de setembro a novembro, quando ocorrem as primeiras chuvas que
rompem o período de estiagem. As fêmeas aladas de A. sexdens podem ser fecundadas
por até cinco machos (Fjerdingstad e Boomsma, 2000). As rainhas de Acromyrmex
octospinosus podem copular com dois a 10 machos (Boomsma et al., 1999). Porém, as
rainhas dos demais gêneros da tribo Attini são fecundadas por um único macho
(Murakami et al., 2000).
17
De acordo com Hughes et al. (2008), quando as rainhas copulam múltiplas
vezes, há uma diminuição no parentesco entre as operárias dentro da colônia e também
o aumento da diversidade genética, fatores que podem conferir maior resistência contra
doenças.
A longevidade máxima de uma operária das formigas-cortadeiras é de 120 dias e
390 dias para um soldado. A rainha do gênero Atta pode viver até 22 anos e a de
Acromyrmex até 10 anos (Seraguzi e Maruyma 2013).
A percentagem de sobrevivência das rainhas do gênero Atta durante os primeiros
15 meses após o voo nupcial é de apenas 0,05%. Dentre estes fatores, destaca-se a
predação por aves, sapos, lagartos, tatus, besouros como Canthon spp., inibição no
crescimento do fungo, chuvas fortes que podem inundar à colônia e assim afogar a
rainha, e o ataque de entomopatógenos ou antagonistas ao fungo simbionte e às rainhas
(Autuori, 1950; Fowler, 1992).
A erradicação definitiva das formigas-cortadeiras não é possível e nem
desejável, pois a cada ano há novas revoadas dos formigueiros ocasionando
reinfestações além do que as formigas são integrantes das cadeias e teias alimentares
(Casa, 2005).
Microrganismos associados às formigas-cortadeiras
Os jardins de fungos das formigas-cortadeiras estão sempre em contato com
diversos fungos filamentosos oriundos do material vegetal coletado pelas formigas e
adicionado no jardim dos fungos e do solo adjacente às colônias. Tais fungos são
conhecidos como “espécies daninhas”, pois alguns deles são capazes de se estabelecer e
atuarem como antagonistas do fungo simbionte (Rodrigues et al., 2008). Fungos dos
gêneros Cunninghamella, Fusarium e Trichoderma, presentes no solo, podem inibir o
crescimento do fungo simbionte in vitro (Silva et al., 2006).
Espécies dos gêneros Aspergillus e Fusarium são frequentemente encontradas
em solos tropicais ou subtropicais, onde atuam principalmente como decompositores
(Domsch et al., 1980). No entanto, algumas espécies como Aspergillus flavus e
Fusarium oxysporum, têm sido também isoladas de operárias vivas (Hughes e
Boomsma, 2004) ou moribundas (Rodrigues et al., 2005), do depósito de lixo (Hughes
et al., 2004a) e mesmo no jardim de fungo de formigas-cortadeiras (Rodrigues et al.,
2005).
18
O solo é um ambiente muito rico em microrganismos, os quais exercem
influências cruciais à sua diversidade biológica, assim, as rainhas podem se contaminar
com patógenos durante o processo de fundação de novas colônias no solo, sendo essa
fase a mais vulnerável do ciclo de vida de uma colônia (Ingham et al., 2000). Augustin
(2007) verificou que das 107 fundadoras de A. sexdens em início de processo de
fundação colonial em laboratório, 11,21% morreram durante este período, exibindo
sobre sua cutícula uma massa pulverulenta de conídios esbranquiçados, típica de
infecção por fungos do gênero Beauveria bassiana.
Os gêneros Atta e Acromyrmex apresentam estratégias para evitar a
contaminação da colônia com os microrganismos. Dentre essas estratégias, está o
comportamento de higiene que é uma prática muito frequente entre insetos sociais.
Nesse contexto, a limpeza (allogrooming) corresponde à remoção de partículas da
superfície do corpo de uma companheira ou o “autogrooming”, que é a sua auto limpeza
e a evitação de indivíduos infectados, assim, esses comportamentos de higiene, pode
prevenir infecções causadas por parasitas nesses insetos (Schmid-Hempel, 1998;
Bextine e Thorvilson 2002; Oi e Pereira, 1993).
Sistema imune dos insetos
Os insetos sofrem constantemente injúrias na parede do exoesqueleto, assim
ficam expostos ao ataque de inúmeros inimigos naturais, muitos dos quais são
patogênicos. Para sobreviver a esses ataques, os insetos desenvolveram um eficiente
sistema de defesa. A primeira barreira da defesa dos insetos é constituída pelo
tegumento, o sistema respiratório, composto pelos espiráculos e as traquéias, e o trato
digestivo, incluindo a membrana peritrófica e o epitélio (Dunn, 1986). A estrutura e a
composição química da cutícula representam as principais barreiras. Somente alguns
fungos e nematoides conseguem quebrar essa barreira. Na passagem da cutícula para a
hemocele (cavidade do corpo), esses microorganismos encontram vários componentes
antimicrobianos, como proteínas, lipídios, hidrocarbonetos, difenóis, carboidratos e
melanina, os quais inibem o crescimento e a penetração na hemocele (Dunn, 1986).
O sistema imune dos insetos não possui uma memória imunológica, não produz
linfócitos e nem sintetiza imunoglobinas (anticorpos) que são células e proteínas
especializadas da imunidade adquirida ou específica dos vertebrados (Rolff e Siva-
Jothy, 2003). Os insetos apresentam uma imunidade natural de defesa constituída de
19
uma série de mecanismos, tais como reações de reconhecimento, aglutinação, ativação
de enzimas proteolíticas, que leva à coagulação da hemolinfa e a produção de melanina,
reações celulares, e à síntese de peptídeos antimicrobianos e inibidores de proteases
(Wheeler et al., 1993; Soderhall e Cerenius, 1998; Wilson et al., 1999).
O sistema imune natural dos insetos é comumente dividido em dois tipos: as
defesas celulares e as respostas humorais. A resposta humoral resulta principalmente da
ação de proteínas que estão presentes ou são produzidas, sendo em geral associadas à
infecção de microrganismos. Entre as moléculas mais importantes do sistema humoral,
estão os peptídeos antimicrobianos, produzidos por diversos tecidos e normalmente
detectados na hemolinfa algumas horas após a infecção. Os insetos também liberam
oxigênio citotóxico e reativo, assim como várias outras moléculas de defesa, como
lisozimas (Hoffman 2003; Garcia et al., 2004; Büyükgüzel et al., 2007; Lopes 2008).
As reações celulares ocorrem na hemolinfa quando os hemócitos circulantes
entram em contato com o corpo estranho desencadeando o processo de fagocitose,
agregação, nodulação ou encapsulação (Gillespie et al., 1997, Lavine e Strand 2002).
Elas ocorrem em combinação com as defesas humorais (Dunn, 1986). Na hemocele
existem vários tipos de hemócitos, mas os granulócitos, os plasmócitos e os
coagulócitos são os que participam das defesas celulares e humorais na maioria dos
insetos. Os hemócitos também participam da eliminação de toxinas e de tecidos
anormais ou mortos.
Os hemócitos estão presentes na hemolinfa, com a entrada do patógeno no
exoesqueleto do inseto, os hemócitos vão para o local da infecção, logo após ocorre a
fagocitose e assim acabam com a infecção e os invasores (Silva et al., 2000; Russo et
al., 2001). Quando têm uma grande quantidade de patógenos na hemolinfa, os
hemocitos não fagocitam, estes formam nódulos para assim removerem os patógenos da
hemolinfa. E se os insetos são infectados por endoparasitóides, e estes depositam ovos e
larvas na hemocele, os insetos não fagocitam e nem os isolam em nódulos, eles se
defendem formando cápsulas (Strand e Pech, 1995).
Geralmente os granulócitos são os primeiros hemócitos que chegam ao local de
infecção. Após detectar a presença do parasitoide, essas células se agregam e
rapidamente liberam uma substância granular na hemolinfa, que atrai os plasmócitos.
Em seguida, os plasmócitos formam uma camada de células, que endurece por um
período de várias horas. Normalmente, a formação de capsulas é acompanhada pela
produção de melanina, moléculas citotóxicas intermediárias (quinonas) são produzidas e
20
inativam ou matam grande parte dos microrganismos (Silva et al., 2000). Existem
muitos fatores que atuam modulando a resposta imune do inseto como sexo, idade,
disponibilidade de recursos e interferência de parasitas (Schmid-Hempel 2003). Alguns
comportamentos ilustram um aspecto intrigante, pois alguns fatores estressantes como o
nutricional, em certas doses, aumentam a resposta imune do inseto em vez de diminuí-
la. Inseticidas podem interagir com o sistema imune dos insetos e seus efeitos são
variáveis, ora aumentando a capacidade de desencadear uma resposta imune, ora
diminuindo-a (Desneux et al., 2007). Essa variação da resposta imune dos insetos
esclarece a sua complexidade e a necessidade de maiores estudos para compreendê-la.
Dentre as substâncias químicas que afetam negativamente o sistema imune de
insetos, conhecem-se, os efeitos imunossupressores da actinomicina D, da
ciclohexamida, da hidrocortisona, da azadiractina e a Ciclosporina A (Kaaya et al.
1987; Azambuja et al. 1991; Jarosz 1993; 1994).
A ciclosporina A (CsA) tem sido utilizada desde 1980 como um
imunossupressor (Kunz e Hall, 1993). Ciclosporinas são peptídeos cíclicos,
hidrofóbicos, produzidos por várias espécies de fungos dos gêneros Beauveria (Bals.)
Vuill., Verticilium Nees e Tolyplocadium W. Gams. Também, a CsA tornou-se uma das
mais importantes drogas médicas, usada para suprimir a rejeição de órgãos
transplantados (Winkler 2000).
A atividade inseticida da ciclosporina A foi descrita pela primeira vez
por Weiser e Matha (1988), em larvas de mosquito. Após intoxicação de larvas de Culex
pipiens, alterações histopatológicas em todos os tecidos, caracterizada pela formação de
mitocôndrias e vacúolos inchados do retículo endoplasmático era evidente (Weiser et
al.,1989). Experimentos com o imunossupressor CsA mostraram que esta substância foi
capaz de reduzir a resistência de larvas do lepidóptero Galleria mellonella (Linnaeus)
(Lepidoptera: Pyralidae) a uma bactéria patogênica (Fiolka, 2008).
O estudo das respostas imunológicas que estão presentes na hemolinfa e na
cutícula dos insetos pode fornecer informações fundamentais para o delineamento de
novas formas de controle biológico.
Controle das formigas-cortadeiras
As formigas-cortadeiras estão incluídas entre os principais insetos-praga de
cultivos no Brasil, pois causam desfolhas em várias espécies vegetais (Cruz et al.,
1996).
21
Os gêneros Atta e Acromyrmex possuem várias características biológicas e
comportamentais complexas que dificultam o seu controle, tais como arquitetura,
tamanho e localização dos ninhos, sistema de proteção à rainha, produção de
substâncias anti-microbianas e “grooming” (Marinho et al., 2006).
Dentre os métodos de controle das formigas-cortadeiras, o controle químico é o
mais utilizado e pode ser efetivado de diferentes formas e com diferentes produtos
(Barata, 2009). No entanto, esses produtos fitossanitários químicos além de serem caros,
comumente não são efetivos, pois levam ao superficial extermínio da colônia de
formigas ou a mudanças de seu sauveiro, e conduzem à seleção de populações cada vez
mais resistentes, causam também graves danos ao ambiente e à saúde humana, por
serem produtos altamente tóxicos (Silva e Diehl-Fleig, 1988; Diehl-Fleig et al., 1988,
1993).
Os métodos de controle químico de formigas-cortadeiras evoluíram com o
tempo e uma das principais preocupações sempre foi conciliar a eficiência, economia e
segurança. Dentre os métodos de controle químico estão a termonebulizacão (Couto et
al., 1978; Rizental et al., 2003; Mendonca et al., 2003), o pó seco e as iscas granuladas.
As iscas granuladas consistem no método mais utilizado pelas empresas de
reflorestamento de todo o país, por proporcionarem menor custo de combate e ser de
mais facilidade de aplicação que outros métodos de controle (Zanetti et al., 2003).
Porém as iscas tóxicas apresentam aspectos desfavoráveis como a deterioração
do meio ambiente, eliminação de inimigos naturais e proporciona uma resistência às
formigas-cortadeiras. Em função desses aspectos, existe a necessidade de se utilizar
outros métodos de controle como alternativa, para se ter produtos mais específicos e que
degradem menos o meio ambiente.
De acordo com Della Lucia et al. (1993), há várias outras táticas de controle
disponíveis para o manejo integrado de populações de formigas-cortadeiras. Uma dessas
táticas é o controle biológico. Este método visa à redução da população de uma praga a
um nível em que esta não cause prejuízos econômicos e ambientais, assegurando a
manutenção dos organismos controladores, causando assim um equilíbrio entre os
organismos (Silva, 2007). O controle biológico natural, através de predadores,
parasitoides e microrganismos patogênicos são um importante fator de regulação das
populações de insetos.
Alguns estudos têm sido desenvolvidos com o objetivo de se obter métodos
alternativos de controle para o uso em programas de Manejo Integrado de Pragas. O
22
controle biológico através da utilização de fungos entomopatogênicos pode ser utilizado
como um método alternativo, oferecendo um controle mais efetivo, específico,
econômico e duradouro das formigas-cortadeiras (Silva e Diehl-Fleig, 1988).
Os fungos são os patógenos que possuem o maior número de espécies e
linhagens, cerca de 1000 espécies atacam insetos e foram os primeiros a serem
utilizados no controle biológico, sendo que 80% das doenças de insetos são fúngicas
(Parra et al., 2002). Os principais gêneros são Metarhizium, Beauveria, Nomurea,
Aschersonia e Entomophtora, sendo que os dois primeiros gêneros possuem cerca de
1000 linhagens cada e atacam insetos aquáticos, terrestres e subterrâneos. Assim,
essesfungos são bastante estudados como agente de controle biológico de muitos insetos
pragas (Hughes et al., 2004a).
De acordo com Alves (1998); Azevedo (1998) e Tiago e Furlaneto (2003), o
processo de infecção de insetos por fungos entomapatogênicos pode ser descrito,
resumidamente se iniciando pelo contato dos conídios do fungo com a cutícula do
inseto. Posteriormente, ocorre a germinação dando origem ao tubo germinativo e os
apressórios, os quais possuem capacidade de penetrar a cutícula do inseto por meio de
pressão mecânica e química ou por meio de enzimas capazes de degradar os
componentes da cutícula. Atingindo a hemolinfa, o fungo se nutre e produz toxinas que
afetam as células do hospedeiro levando-o à morte.
A ação dos fungos entomopatogênicos sobre formigas-cortadeiras tem sido
estudada e comprovada por diversos autores (Machado et al. 1988; Diehl-Fleig et al.,
1992; Jaccoud et al., 1999; Lopez e Orduz, 2003; Hughes e Boomsma, 2004; Hughes et
al., 2004b; Busarello, 2008; Castilho et al., 2010).
O fungo Beauveria basiana
O gênero Beauveria pertence à classe mitospóricose é parasita de um grande
número de Artrópodes, incluindo mais de 200 espécies de insetos, ácaros e carrapatos
(Alves, 1998). Além disto, um estudo recente mostra que Beauveria bassiana não
possui especificidade quanto ao hospedeiro, mas atua como entomopatógeno generalista
de insetos (Meyling et al., 2009).
Beauveria bassiana é de ocorrência generalizada em todos os países, sendo a
mais freqüente sobre os insetos em amostras de solo. A infecção por esse fungo ocorre
geralmente por via tegumento, também pode haver a infecção oral para alguns insetos
23
como é o caso das formigas lavapés Solenopsis spp., sendo também possível a
penetração via sistema respiratório pelo espiráculo (Alves, 1998).
Segundo Alves (1986), de modo geral, a germinação dos conídios de B. bassiana
ocorre num período de 12 horas após a inoculação. O fungo penetra, freqüentemente via
tegumento, devido a uma ação mecânica e efeitos enzimáticos, o que leva cerca de 12
horas. A total colonização ocorre 72 horas após a inoculação. As condições favoráveis
para o desenvolvimento do fungo é umidade relativa de 90%, temperatura entre 23 a
28ºC, podendo variar de acordo com a espécie do inseto. No Brasil, o patógeno ocorre
em condições naturais, enzooticamente ou provocando epizootias em algumas espécies
de insetos pragas.
O fungo pode ocorrer como epibionte e endófito de plantas (Cherry et al.,
1999).Seus conídios são capazes de sobreviverem no solo de ambiente natural ou
agrícola (Meyling et al., 2009). Os hospedeiros atacados apresentam-se cobertos por
uma massa pulverulenta branca, o que confere o nome muscardine branca à doença
provocada por B. bassiana (Augustin, 2011).
O fungo Metarhizium anisopliae
O fungo mitospórico Metarhizium pertence à família Clavicipitaceae Clado A
dos Hypocreales (Sung et al., 2007) é considerado entomopatógeno facultativo, uma
vez que é facilmente isolado dos solos, que é capaz de sobreviver por longos períodos
(St. Leger, 2008). O fungo Metarhizium anisopliae é considerado um dos mais
importantes parasitas de insetos, possivelmente ocorrem naturalmente em mais de 300
espécies de hospedeiros de diferentes ordens, principalmente Coleoptera (Domsch et al.,
1980).
A espécie mais importante nas condições do Brasil é a anisopliae. Esta apresenta
uma grande variabilidade genética e atacam uma grande diversidade de insetos (Alves,
1986). Augustin (2011), afirma que M. anisopliae pode ser reconhecido pelos
anamórfos cilíndricos, uninucleados, fracamente coloridos, e por suas colônias em tons
de verde. Podendo variar do claro ao escuro ou esbranquiçadas com pontos verdes,
formando uma camada pulverulenta cobrindo o inseto morto. Assim a sua doença é
denominada de muscardine verde.
24
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33
___________________________________________________________CAPÍTULO I
Fungos filamentosos associados às formigas-cortadeiras Atta sexdens e Atta
laevigata
RESUMO
As formigas-cortadeiras do gênero Atta e Acromyrmex, são consideradas as principais
pragas no sistema florestal e agrícola. Isso porque cortam o material vegetal, em todo o
ciclo da planta, que servirá de alimento ao fungo simbionte cultivado por elas. Diversos
fungos filamentosos que ocorrem em condições naturais no solo podem ser encontrados
associados às formigas-cortadeiras, sendo que algumas espécies têm sido isoladas em
formigas do gênero Atta. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi isolar e identificar
fungos filamentosos associados às operárias das formigas-cortadeiras A. sexdens e A.
laevigata. Foi coletado um total de 180 operárias em seis colônias, sendo 90 de A.
sexdens (coletadas em três colônias) e 90 operárias de A. laevigada (coletadas também
em três colônias). O experimento foi conduzido no laboratório de Ecologia de
Ecossistemas da Universidade Federal do Tocantins. Dentre os fungos isolados das
operárias de A. sexdens foram identificados Metarhizium sp., Aspergillus flavus,
Acremonium sp. 1, Aspergillus sp. 1, Colletotrichum sp. e Acremonium sp. 2. Os fungos
encontrados em associação com as operárias da A. laevigata foram Mucor sp.,
Aspergillus flavus, Fusarium solani, Aspergillus niger. Tendo em vista que muitos
desses fungos são encontrados no solo ou são fitopatógenos, sugere-se que as operárias
se contaminaram com os mesmos no momento do forrageamento. Salienta-se ainda a
possibilidade das operárias terem sido contaminadas quando coletavam os substratos
para levarem para o fungo simbionte, pois os mesmos podem abrigar muitos
microrganismos. Esses fungos associados ao gênero Atta apresentaram elevado
percentual de esporulação, mostrando alta viabilidade. Assim, os mesmos possuem um
provável potêncial para serem usados no controle biológico. Desse modo é
recomendável para teste de patogenicidade em formigas-cortadeiras.
Palavras-chave: Controle biológico, fungos entomopatogênicos, Atta sexdens, Atta
laevigata, contaminação, simbiose.
34
ABSTRACT
The leaf-cutting ants of the genus Atta and Acromyrmex, are considered major pests in
forest and agricultural system. This is because the cut plant material, in any age of the
plant, which will serve as food for symbiotic fungus cultivated by them. Several
filamentous fungi that occur in natural conditions in the soil can be found associated
with leaf-cutting ants, and some species have been isolated in ants of the genus Atta.
Accordingly, the aim of this study was to isolate and identify filamentous fungi
associated with workers of leaf-cutting ants A. sexdens and A. laevigata. A total of 180
workers were collected in six colonies , 90 in A. sexdens (collected from three colonies)
and 90 workers of A. laevigata (also collected from three colonies) . The experiment
was conducted in the laboratory of Ecosystem Ecology, Federal University of
Tocantins. Among the fungi isolated from workers of A. sexdens fungi were identified
Metharizium sp., Aspergillus flavus, Acremonium sp.1, Aspergillus sp. 1,
Colletotrichum gloeosporioides and Acremonium sp. 2. The fungi found in association
with the workers of A. laevigata were Mucor sp., Aspergillus flavus, Fusarium solani,
Aspergillus niger. Considering that many of these fungi are found in soil or plant
pathogens are, it is suggested that the workers were contaminated with the same at the
time of foraging. Note also the possibility of workers being contaminated when
contacted with the dump of the colony, as the same is decaying organic matter, which
can harbor many microorganisms. These fungi associated with the genus Atta showed a
high percentage of sporulation, showing high viability, so they have a high potential for
use in biological control, thus it is recommended to test for pathogenicity in leaf-cutting
ants.
Keywords: biological control, entomopathogenic fungi, Atta sexdens, Atta laevigata,
contamination, symbiosis.
INTRODUÇÃO
As formigas-cortadeiras pertencem à tribo Attini, a qual compreende 13 gêneros
de formigas e aproximadamente 210 espécies descritas (Schultz e Meier, 1995; Brandão
e Mathe-Nunes, 2002). Essas formigas se especializaram em uma dieta essencialmente
fungívora, ou seja, cultivam fungo do qual se alimentam.
35
As formigas dos gêneros Atta e Acromyrmex são conhecidas popularmente como
saúvas e quenquéns, respectivamente. Elas são chamadas de formigas-cortadeiras por
cortarem e carregarem para o interior dos ninhos partes frescas de plantas. E assim
desfolharem várias espécies tanto na fase de brotação como na fase adulta dos vegetais,
onde esses fragmentos vegetais servem como substrato para o desenvolvimento do
fungo simbionte Leucoagaricus gongylophorus (Lepiotaceae: Agaricales:
Basidiomycota) do qual se alimentam (De Fine Licht e Boomsma, 2010).
Devido as formigas do gênero Atta e Acromyrmex serem consideradas uma das
principais pragas agrícolas e florestais, existe uma preocupação constante com o
controle destas em vários agroecossistemas. Contudo, a forma mais frequentemente
utilizada para o combate desses insetos é através do método químico com
predominância do uso de iscas tóxicas, devido ao baixo custo.
Questões econômicas e ambientais têm obrigado as empresas a melhorarem o
rendimento das técnicas de controle químico e incentivado a experimentação de novas
tecnologias, adotando métodos de controle que não venham a degradar o meio
ambiente. Nesse contexto, as pesquisas científicas tem buscado desenvolvimento de
alternativas para o controle de formigas-cortadeiras, a exemplo de microrganismos,
merecendo destaque os fungos entomopatogênicos.
Visando obter informações para um melhor entendimento dos microrganismos
encontrados nos ninhos das formigas-cortadeiras A. laevigata e A. sexdens, no
município de Gurupi – TO realizou-se esta pesquisa com o objetivo geral de isolar e
identificar as espécies de fungos associados às operárias das formigas-cortadeiras, com
potencial para serem usados no controle biológico dessas pragas.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de Estudo
O experimento foi conduzido no laboratório de Ecologia de Ecossistemas da
Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi, localizado
na região sul do Estado do Tocantins. Os experimentos em campo foram realizados em
áreas cobertas com plantações de manguezal, bananeiras e florestas nativas. Gurupi se
encontra à uma altitude de 287 metros e com as seguintes coordenadas geográficas:
latitude 11º43’45” Sul e longitude 49º04'07" Oeste. A vegetação do município é
predominante do tipo campos, cerrados e pequenas florestas (Diretoria de Tecnologia
36
Educacionais, 2010). A temperatura média anual varia de 22 ºC a 32 ºC, com umidade
relativa média do ar em torno de 76%, precipitação anual média de 1.400 mm e solo do
tipo Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico (EMBRAPA, 1999).
Coleta das operárias das colônias de Atta laevigata e Atta sexdens
Foram coletadas formigas-cortadeiras Atta sexdens e Atta laevigata, a fim de
identificar fungos considerados microrganismos invasores associados a tais pragas. A
coleta ocorreu em fevereiro de 2013, quando foram selecionados três ninhos de cada
espécie, totalizando seis colônias.
Em cada colônia foram coletadas trinta operárias, com o auxílio de pinça e
acondicionados em recipientes esterilizados. As coletas corresponderam a 90 operárias
de A. sexdens e 90 operárias de A. laevigata, perfazendo assim um total de 180
formigas-cortadeiras avaliadas.
As operárias foram levadas ao laboratório onde foram colocadas
individualmente em placas de Petri de 9 cm de diâmetro. As formigas foram
identificadas e foram supridas diariamente com água e mel. Vistorias diárias foram
realizadas até a morte das operárias. As operárias mortas foram lavadas com soluções de
álcool 70%, hipoclorito de sódio 4% e água destilada autoclavada. Posteriormente
foram transferias para tubos do tipo Eppendorf, estéreis, contendo algodão umidificado
e mantidas em sala com temperatura de 25 ± 1° C de temperatura, 70 ± 10% de umidade
relativa e fotofase de 12 horas até tais formigas apresentassem extrusão do patógeno.
Isolamento dos Fungos
Após a esporulação dos fungos nas formigas-cortadeiras realizou-se repicagens
até a obtenção do isolado puro. A repicagem foi feita em ambiente controlado,
utilizando-se capela defluxo vertical, onde os fungos repicados foram acondicionados
em placas de Petri em meio de cultura BDA (Batata, Dextrose, Ágar pH = 6,2). Para o
crescimento dos fungos as placas foram mantidas em sala com temperatura de 25 ± 1°
C, umidade relativa 70 ± 10% e fotofase de 12 horas.
Identificação dos Fungos
O processo de identificação dos isolados foi feito em duas etapas. Na primeira
etapa, parte dos fungos foram identificados no laboratório de Fitopatologia da
37
Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi. Outra parte dos fungos foram
enviadas para identificação no Laboratório de Ecologia e Sistemática de Fungos,
Departamento de Bioquímica e Microbiologia da Universidade Estadual Paulista –
UNESP - São Paulo. A identificação dos fungos foi realizada segundo caracteres
morfológicos principalmente conídios e conidióforos, encontrados em tratados
taxonômicos clássicos e com o auxílio de microscopia ótica (Domsch et al., 1980;
Samson et al., 2000). Adicionalmente, literaturas específicas foram utilizadas para a
identificação dos fungos (Barnett e Hunter, 1998; Alexopoulos et al., 1996).
Infecção das operárias com os fungos Aspergillus flavus, Aspergillus niger e
Metarhizium sp.
Foram utilizadas operárias médias de A. sexdens e A. laevigata de colônia de
laboratório, estas foram retiradas do interior da colônia de forma e evitar variações
ligadas às mesmas. Primeiramente, foram aplicados os fungos (1µl de suspensão de
conídios de Aspergillus flavus, Aspergillus niger e Metarhizium sp. 1x107 conídios/ml
aplicados no tórax). Os controles para os tratamentos com os fungos consistiram da
aplicação de água destilada autoclavada e 0,05% de Tween-80 aplicados no tórax das
operárias. Foram estabelecidos três tratamentos: (1) inoculação nas operárias com
suspensão do fungo Aspergillus flavus, (2) inoculação nas operárias com suspensão do
fungo Aspergillus niger, (3) inoculação nas operárias com suspensão do fungo
Metarhizium sp.. Foram utilizadas 20 operárias de cada espécie para cada tratamento e
controle.
Após as aplicações, as operárias foram transferidas individualmente para placas
de Petri de 9 cm de diâmetro e supridas com água e mel. Elas foram mantidas em sala
climatizada (26 °C ± 1, 70 ± 10% de U. R., e 12 horas de fotofase). As formigas
sobreviventes foram recenseadas até o décimo dia após o início do experimento.
Para a confirmação da mortalidade pelos fungos, as operárias mortas foram
desinfetadas em uma série de soluções (álcool 70%, hipoclorito de sódio 4% e água
destilada estéril) durante 10 segundos em cada uma delas. Em seguida, elas eram secas
em papel de filtro em capela de fluxo laminar e colocadas em tubos tipo Eppendorf com
algodão úmido esterilizado, e mantidas em câmara de incubação a 28 ± 1 °C, até
apresentarem extrusão dos fungos.
38
Análises estatísticas
Curvas de sobrevivência foram geradas como uma função do tempo de
observação da morte através o método de Kaplan-Meier. A curva de sobrevivência foi
feita no programa Statistica 7.0.
RESULTADOS
Fungos associados às formigas-cortadeiras Atta sexdens e Atta laevigata
Das 90 formigas-cortadeiras da espécie A. sexdens coletadas das colônias, 23
apresentaram esporulação do fungo após a sua morte a qual foi verificada até o decimo
quinto dia. Da primeira colônia, quatro formigas apresentaram esporulação de fungos,
sendo que uma dessas operárias apresentaram dois tipos de fungos esporulados na
mesma formiga. Na segunda colônia, nove operárias exibiram no seu exoesqueleto a
esporulação de fungos e uma dessas operárias esporulou dois fungos diferentes. Já à
terceira colônia foi a que apresentou maior número de esporulação de fungo, com um
total de dez operárias.
Dentre os fungos isolados nas operárias, foram identificadas seis espécies de
fungos associados às formigas-cortadeiras A. sexdens (Tabela 1).
Os fungos isolados dos tecidos das operárias da A. sexdens, ocorreu predomínio
dos gêneros Metarhizium sp.(Fig. 1), Aspergillus flavus (Fig. 2), Acromonium sp.1 (Fig.
3), Aspergillus sp.1 (Fig. 4), Colletotrichum sp.(Fig. 5), Acremonium sp.2 (Fig. 6).
Nas formigas-cortadeiras A. laevigata, os resultados da presença de fungos,
obtidos através da esporulação e inoculação em BDA mostraram que 20 formigas
tiveram a presença de fungos em seu exoesqueleto. A primeira colônia apresentou três
esporulações nas operárias de apenas um fungo. Na segunda colônia, onze formigas
apresentaram fungos, sendo que destas uma operária apresentou a esporulação de dois
fungos no seu exoesqueleto. Na terceira colônia as operárias presentaram a esporulação
de apenas um tipo de fungo. No isolamento dos fungos nas operárias foram
identificadas quatro espécies de fungos associados a estas formigas-cortadeiras A.
laevigata (Tabela 2).
Os fungos isolados da A. laevigata foram Mucor sp. (Fig. 7), Aspergillus flavus
(Fig. 8), Fusarium solani (Fig. 9), Aspergillus niger (Fig. 10).
Houve maior ocorrência do fungo Metarhizium sp., pois foi o que contaminou
um maior número de formigas. Porem esse fungo foi encontrado associado apenas à
39
espécie Atta sexdens. O fungo Aspergillus flavus, foi encontrado infectando as duas
espécies de formigas-cortadeiras, porém em menor quantidade. Nas formigas Atta
laevigata dois fungos, Mucor sp. e Aspergillus niger infectaram o mesmo número de
operárias.
Sobrevivência das operárias de Atta sexdens e Atta laevigata
A aplicação do fungo Aspergillus flavus sobre as operárias de A. laevigata
apresentaram um TL50 = 7 dias, já as operárias do controle não obtiveram o TL50 até o
décimo dia de avaliação (Fig. 11). Enquanto que o mesmo tratamento realizado nas
operárias de A. sexdens obtiveram um TL50 = 10 dias e o controle até o 10 dia de
avaliação morreram 3 operárias (Fig. 12).
A suspensão 10x107 do fungo Aspergillus Niger em A. laevigata apresentaram
um TL50 = 6 dias, onde apresentaram uma mortalidade de 70% até o décimo dia de
avaliação e o controle apresentou um TL50 = 10 dias (Fig. 13). Enquanto que nas
operárias de A. sexdens com o mesmo tratamento até o décimo dia, tiveram 40% da
mortalidade e o controle 30% de mortalidade até o décimo dia (Fig. 14).
As operárias de Atta laevigata que receberam o tratamento com o fungo
Metarhizium sp. apresentaram um TL50 = 8 dias, onde obtiveram até o décimo dia 65%
da mortalidade enquanto o controle teve 25% de mortalidade das operárias até o décimo
dia (Fig. 15), nas operárias de Atta sexdens com o mesmo tratamento apresentaram um
TL50 = 10 dia (50% da mortalidade), enquanto o controle apresentou 45% de
mortalidade no décimo dia de avaliação (Fig. 16).
DISCUSSÃO
As formigas-cortadeiras estão constantemente em contato com diversos fungos
filamentosos em suas colônias. Esses fungos são provenientes dos substratos coletados
por estas formigas para alimentarem o fungo simbionte cultivado por elas. Além disso,
podem vir do contato com o solo no depósito de lixo, pois o mesmo é composto por
jardim de fungos velhos, os quais já não possuem nutrientes e diversos materiais
orgânicos em decomposição (Lacerda, 2008). O mesmo pode abrigar patógenos
prejudiciais tanto para o jardim de fungo quanto para as próprias formigas-cortadeiras, e
40
também do solo adjacente aos ninhos destas. Logo, sugere-se que a A. sexdens e A.
laevigata podem ter sido infectadas pelos fungos em estudo.
Alguns desses fungos filamentosos encontrados associados as formigas-
cortadeiras são capazes de se formarem e atuarem como competidores do fungo
simbionte que as formigas cultivam. Um desses fungos é o Fusarium, pois de acordo
com Silva et al. (2006), o gênero Fusarium pode inibir o crescimento do fungo
simbionte Leugoagaricus gongylophorus, in vitro. Desta maneira, esse fungo pode ser
considerado um agente entomopatogênico, pois se ele consegue inibir o crescimento do
fungo que serve de alimento para as formigas, haverá assim uma redução destas e, por
consequência, poderá causar a mortalidade da colônia.
Estudos desenvolvidos por Hughes et al. (2004), mostram que de 20 ninhos
amostrados de Acromyrmex echinatior, Acromyrmex octospinosus, Atta cephalotes e
Atta colombica, em torno de 18 desses ninhos havia contaminação com o fungo
Metarhizium anisopliae, nos próximos 5 cm de terra ao redor de cada ninho. Porém,
poucas operárias se encontravam infectadas. Isto indica que as estratégias de defesa
empregadas pelas formigas mostram-se eficientes contra esse fungo, e também que é
muito difícil encontrar M. anisopliae associado às formigas-cortadeiras.
Dentre os fungos isolados das formigas-cortadeiras a maioria são fungos de solo
(Acremonium, Metarhizium, Aspergillus) (Silva et al., 2006).
Nosso estudo mostra que os fungos Aspergillus flavus, Aspergillus niger e
Metarhizium sp., pode ser um caminho viável na busca de novos fungos
entomopatogênicos, pois de acordo com os experimentos feitos o estes fungos, o
Aspergillus niger foi o fungo que se mostrou mais eficaz na mortalidade das formigas-
cortadeiras ocorrendo 50% de mortalidade no sexto dia de avaliação na espécie de A.
laevigata, o segundo fungo com maior eficiência foi o Aspergillus flavus, sendo que
ocorreu mortalidade de 50% das operárias de Atta laevigata no sétimo dia, e por ultimo
ficou o Metarhizium sp. que 50% da mortalidade em A. laevigata ocorreu no oitavo dia.
Esse fungos foram mais eficaz na espécie de Atta laevigata, pois ocorreu a
mortalidade mais rápido do que nas espécies de Atta sexdens. Sendo assim é possível
afirmar que esses fungos são eficientes no controle de formigas-cortadeiras da espécie
Atta laevigata, e podem ser recomendados em programas de controle biológico, atuando
como entomopatogênicos.
41
De acordo com Silva et al., (2006) Os fungos de solo podem ser possíveis
patógenos, pois estes podem ser tão agressivos às formigas-cortadeiras quanto ao
parasita especializado (Silva et al., 2006). Contudo, os fungos mais estudados e
caracterizados como entomopatogênicos são o Beauveria e o Metarhizium. Assim é de
fundamental importância identificar outros fungos entomopatogênicos, para haver mais
opções para o controle microbiano e facilitar o controle das formigas-cortadeiras, sem
que ocorra à degradação do meio ambiente. São poucos os estudos de microrganismos
associados às formigas-cortadeiras do gênero Atta, por isso é importante a realização de
mais estudos para a confirmação desses fungos serem entomopatogênicos.
CONCLUSÕES
Todos os fungos encontrados apresentaram elevado percentual de esporulação,
tendo portanto potencial como antagonistas em formigas do gênero Atta.
Os fungos Aspergillus flavus, Aspergillus niger e Metarhizium sp. podem ser
possivelmente considerados fungos entomopatogênicos para a espécie de Atta laevigata.
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1: Identificação de fungos associados às formigas-cortadeiras A. sexdens.
Tabela 2: Identificação de fungos associados às formigas-cortadeiras A. laevigata.
Figura 1: Metarhizium sp., fungo isolado de Atta sexdens.
Figura 2: Aspergillus flavus, fungo isolado de Atta sexdens.
Figura 3: Acromonium sp. 2, fungo isolado de Atta sexdens.
Figura 4: Aspergilus sp. 1, fungo isolado de Atta sexdens.
Figura 5: Colletotrichum sp., fungo isolado de Atta sexdens.
Figura 6: Acremonium sp. 1, fungo isolado de Atta sexdens.
Figura 7: Mucor sp., fungo isolado de Atta laevigata.
Figura 8: Aspergillus flavus, fungo isolado de Atta laevigata.
Figura 9: Fusarium solani, fungo isolado da Atta laevigata.
Figura 10: Aspergillus niger, fungo isolado da Atta laevigata.
42
Figura 11: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. laevigata
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
flavus; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
Figura 12: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
flavus; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
Figura 13: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. laevigata
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
niger; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
Figura 14: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas a os tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
niger; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
Figura 15: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. laevigata
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Metarhizium
sp.; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
Figura 16: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Metarhizium
sp.; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
Tabela 1: Identificação de fungos associados às formigas-cortadeiras A. sexdens
Atta sexdens
Fungo Nº de Operárias Infectadas
Metarhizium sp.
Aspergillus flavus
Acremonium sp.1
Aspergillus sp. 1
Colletotrichum sp.
Acremonium sp. 2
15
3
1
2
1
1
43
Tabela 2: Identificação de fungos associados às formigas-cortadeiras A. laevigata
Atta laevigata
Fungo Nº de Operárias Infectadas
Mucor sp.
Aspergillus flavus
Fusarium solani
Aspergillus niger
8
1
3
8
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46
APÊNDICES
Fig.1: Metarhizium sp.,fungo isolado da Atta sexdens
Fig. 2: Aspergillus flavus, fungo isolado da Atta sexdens
Fig. 3: Acremonium sp.2, fungo isolado da Atta sexdens
47
Fig. 4: Aspergilus sp.1, fungo isolado da Atta sexdens
Fig.5: Colletotrichum gloeosporioides, fungo isolado da Atta sexdens
Fig. 6: Acremonium sp.1, fungo isolado da Atta sexdens
48
Fig. 7: Mucor sp., fungo isolado da Atta laevigata
Fig.8: Aspergillus flavus, fungo isolado da Atta laevigata
Fig. 9: Fusarium solani, fungo isolado da Atta laevigata
49
Fig. 10: Aspergillus niger, fungo isolado da Atta laevigata
Figura 11: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. laevigata
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
flavus; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
50
Figura 12: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
flavus; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
Figura 13: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. laevigata
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
niger; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
51
Figura 14: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas a os tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Aspergillus
niger; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
Figura 15: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. laevigata
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Metarhizium
sp.; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
52
Figura 16: Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas aos tratamentos: linha azul, formigas que receberam o fungo Metarhizium
sp.; linha vermelha formigas que receberam água com solução de Tween-80 0,05%.
53
__________________________________________________________CHAPTER II
Cyclosporine A enhances the activity of Metarhizium anisopliae in controlling the leaf-
cutting ant Atta sexdens
Aline Silvestre Pereira,a Renato de Almeida Sarmento,
a Gil Rodrigues dos Santos,
a
Mariela Otoni do Nascimentoa and Danival José de Souza
a*
1Federal University of Tocantins, Gurupi Campus, Gurupi, Tocantins State, Brazil
77402-970.
*Author correspondence: [email protected]
ABSTRACT
BACKGROUND: Leaf-cutting ants are the most important pests in agriculture and
forestry, and to date, the main method of controlling them involves the use of chemical
insecticides, which may negatively impact the environment. Entomopathogenic fungi
can be a suitable alternative for biologically controlling this pest; however, their
application in field conditions does not match the success achieved in the laboratory.
One strategy to potentiate the activity of entomopathogenic fungi is to use them in
conjunction with immunosuppressor agents. Therefore, the aim of the present study was
to evaluate the effects of cyclosporine A on innate immunity of workers of the leaf-
cutting ant Atta sexdens and to determine whether the immunosuppressed worker ants,
in comparison with the non-immunosuppressed ones, exhibited higher mortality rates on
coming in contact with Metarhizium anisopliae, an entomopathogenic fungus. The
effects of cyclosporine A on the innate immune system was assessed by comparing the
total hemocyte count of worker ants subjected to treatment with that of controls.
Vulnerability to pathogens was evaluated by comparing the mortality rate of worker
ants subjected to the following treatments: cyclosporine A/control, cyclosporine A/M.
54
anisopliae, excipient/control, excipient/M. anisopliae, control/M. anisopliae, and
control/control.
RESULTS: Worker ants treated with cyclosporine A and M. anisopliae exhibited a
higher mortality rate in comparison with all other treatments. Further, in comparison
with controls, the total hemocyte count in this group decreased.
CONCLUSION: Our results suggest that the use of immunosuppressive agents in
conjunction with entomopathogenic fungi can be a viable alternative for controlling
leaf-cutting ants.
Keywords: Biological control; innate immunity; hemocytes; Formicidae; leaf-cutting
ants.
1 INTRODUCTION
Leaf-cutting ants belonging to the genera Atta and Acromyrmex are dominant
herbivores in the Neotropical region1; they are important pests of cultivated plants. In
the past few years, there has been an intensified search for natural control agents,
including fungi 2 and parasitoids,
3, 4 for controlling these pests. However, such control
strategies can be ineffective mainly because of the prophylactic mechanisms exhibited
by ant societies. In fact, until now, no biological control method has been effective
against these pests. In this regard, some behavior mechanisms in ants, such as
trophallaxis, allogrooming, self-grooming, and avoidance of infected individuals, may
reduce the effectiveness of natural control methods.5, 6
Entomopathogenic fungi, such as
Metarhizium anisopliae (Metschnikoff) Sorokin and Beauveria bassiana (Bals.–Criv.)
Vuill., have been found to be present in large quantities in close proximity to nests of
leaf-cutting ants in tropical forests; however, worker ants generally are uninfected by
these fungi,7 which can be explained by behavioral and physiological mechanisms. In
55
addition, the complex association of ants with bacteria and actinomycetes could provide
them with further protection through the production of antimicrobial compounds.8-10
Research on the immunity of leaf-cutting ants could help elucidate their
resistance mechanisms and warrant practical benefits through the development of novel
control strategies. Moreover, understanding the immune responses triggered by fungi
may help in the identification of defense mechanisms employed by insects and
pathogenicity determinants of the fungus that could overcome these defense
mechanisms. This may warrant the manipulation of fungal virulence factors with the
aim of increasing host mortality rates in a biological control scenario. Another strategy
that could be used to improve the efficacy of entomopathogenic fungi in the control of
leaf-cutting ants is the concomitant use of immunosuppressor agents.
In this sense, previous studies have indicated that cyclosporine A, an
immunosuppressor, is able to decrease the resistance of Galleria mellonella (Linnaeus)
larvae (Lepidoptera: Pyralidae) to pathogenic bacteria.11
Cyclosporine A is a cyclic,
hydrophobic peptide produced by several fungal species of the genera Beauveria (Bals.)
Vuill., Verticillium Nees, and Tolypocladium W. Gams, and it has become one of the
most important immunosuppressants in allogeneic organ transplantations.12
Here we aimed to study the effects of the immunosuppressor cyclosporine A on
the immune system of the leaf-cutting ant species Atta sexdens (Linnaeus) and to
investigate whether its use could increase their vulnerability to the entomopathogenic
fungus M. anisopliae.
2 MATERIALS and METHODS
2.1 Maintenance of colonies
A 1-year-old A. sexdens colony was collected on April 2011 in the town of
Gurupi, Tocantins State, Brazil, and transferred to an acclimatized room with a
56
temperature of 25°C ± 2°C, relative humidity of 75% ± 5 %, and a 12-h photoperiod.
The colony was fed on leaves and flowers of Tecoma stans (Bignoniaceae), leaves of
Mangifera indica (Anacardiaceae), fruits of Citrus spp. (Rutaceae), and oat flakes. At
the time of the experiments, the colony was three years old, contained 1.0 L of M.
anisopliae, and had a population of approximately 10,000 worker ants.
2.2 Metarhizium anisopliae
Pure spores of M. anisopliae were purchased from Agromilena Biological
Control (www.agromilena.com.br); the fungus was isolated from the soils of the
Atlantic Forest. We established subcultures from the isolate and inoculated them on
PDA medium containing antibiotics, and the spores produced were inoculated in A.
sexdens worker ants. After the death of worker ants, the fungus was isolated again, and
this process was repeated twice. At this stage, we verified that inoculation of 1 μL
suspension containing 1 × 107 conidia/mL caused the death of approximately 30% of
worker ants within 10 days. For our experiments, the conidial suspension was prepared
in a solution of 0.05% Tween 80 as a surfactant, using colonies that had sporulated in
<3 days and that had a spore viability of >90%. Conidia were quantified by counting in
a Neubauer chamber, and the suspension was diluted until the desired concentration.
2.3 Immunosuppressor
We used the pharmaceutical formulation Sandimmune Neoral® containing 100
mg of cyclosporine A/mL in this study. The excipient was prepared in 12.5% ethanol
dissolved in corn oil.
2.4 Immunosuppression and infection of worker ants
57
All A. sexdens medium worker ants were removed from the interior of the
colony to prevent age-related variations. First, 1 μL of cyclosporine A was applied
between the mandibles of each worker ant, and 1 h later, 1 μL of a conidial suspension
of M. anisopliae (1 × 107 conidia/mL) was applied to the abdomen. One of the controls
for cyclosporine A treatment consisted of ants treated with an excipient composed of a
mixture of corn oil and ethanol, whereas the second control consisted of ants injected
with sterile distilled water. The control for fungal treatment consisted of ants injected
with autoclaved 0.05% Tween 80 in distilled water. The following treatment groups
were established: (1) cyclosporine A + M. anisopliae; (2) cyclosporine A + 0.05%
Tween 80; (3) corn oil/ethanol + M. anisopliae; (4) corn oil/ethanol + 0.05% Tween 80;
(5) water + M. anisopliae, and (6) water only.
After treatments, worker ants were individually transferred to petri dishes
(diameter = 9 cm) and supplied with honey and water under controlled conditions
(temperature, 26°C ± 1.70°C; relative humidity, 10%; and a 12-h photoperiod).
Surviving ants were examined by the tenth day after the initiation of the experiment.
For confirmation of mortality caused by the fungi, dead worker ants were
disinfected in a series of solutions (70% ethanol, 4% sodium hypochlorite, and sterile
distilled water), for 10 s in each solution, after which they were dried on filter paper in a
laminar flow hood, placed in centrifuge tubes containing a moist sterile cotton, and kept
in an incubator at 28°C ± 1°C until extrusion of the fungus was observed.
2.5 Hemocyte count
The influence of cyclosporine A on innate immunity was measured by assessing
the total hemocyte count in the hemolymph of the following groups: (1) worker ants
58
injected with 1 µL of cyclosporine A, (2) those injected with 1 µL of the excipient, and
(3) those injected with 1 µL of sterile distilled water.
After 24 h of treatment, 1 µL of hemolymph was withdrawn from each worker
ant. For this purpose, worker ants were decapitated and hemolymph was collected in a
capillary tube by applying slight pressure of the abdomen. The collected hemolymph
was diluted in 9 µL of an anticoagulant solution for insects (Leonard, Söderhäll et al.,
1985). For cell staining, 1 µL of Giemsa stain was added to the suspension, and
hemocytes were quantified via light microscopy (magnification, 40×) using a Neubauer
chamber.
2.6 Statistical analysis
Survival curves were calculated by determining the time of death using the
Kaplan–Meier method. First, we compared multiple groups and then we compared
survival curves between each of the groups and applied the nonparametric log-rank test
at a significance level of 5%.
To assess the effects of cyclosporine A treatment on the total hemocyte count,
we compared the mean number of hemocytes from 10 worker ants using the ANOVA
test, followed by the Tukey test at a significance level of 5%. All analyses were
performed using Statistica software version 7.0.
3 RESULTS
3.1 Survival of A. sexdens worker ants
Treatment with cyclosporine A enhanced the pathogenic activity of M.
anisopliae on A. sexdens worker ants. Worker ants first treated with cyclosporine A and
with M. anisopliae 24 h later showed a TL50 of 3 days, whereas those who received the
59
excipient alone and then M. anisopliae had a TL50 of 6 days. The mortality rate of ants
injected with water and the fungus was at most 30% by the tenth day of the experiment
(Fig. 1). Table 1 shows that the survival curves between the groups treated with
cyclosporine A/M. anisopliae and control/M. anisopliae were significantly different
using the log-rank test (P< 0.0001). With regard to the cyclosporine A/control and
control/control treatment groups, the log-rank test (P = 0.003) showed that treatment
with cyclosporine A/control caused mortality; however, this mortality may have been
caused by the excipient because there were no statistical differences in mortality
between the cyclosporine A/control and control/control treatment groups (P = 0.66).
3.2 Hemocyte count
Figure 2 shows that the total hemocyte count of worker ants treated with either
cyclosporine A or the excipient was lower than that of worker ants in the control group
(ANOVA: F2, 27 = 18.47, P< 0.0001). However, in comparison with the control group,
cyclosporine A resulted in a more pronounced decrease in the hemocyte count
(approximately 40%) than the excipient alone (approximately 18%). The mean
hemocyte number per microliter of hemolymph was 261,000 in the control group,
213,950 in the excipient group, and 152,450 in the cyclosporine A group; all three
groups significantly differed using the Tukey test at a significance level of 5% (Fig. 2).
4 DISCUSSION
Our results indicate that exposing worker ants to cyclosporine A resulted in
suppression of the cellular immune response by decreasing circulating hemocytes in the
hemolymph; this decrease was observed within 24 h of treatment. According to
Fiolka11
, cyclosporine A is effective in the initial phase of the insect immune response
60
but loses its immunosuppressive effect after a certain period of time. Moreover, immune
suppression in worker ants compromised their defense systems against the
entomopathogenic fungus and led to a mortality rate of 80% within six days; this was
observed on using a spore load that would otherwise result in low mortality in the
absence of immunosuppression.
Our study also indicates that immunosuppression in leaf-cutting ants can be a
viable alternative in the search for novel methods to control these important agricultural
pests in the Neotropical region. Several fungal species have been found to be associated
with leaf-cutting worker ants, either in close proximity to or inside their nests.7, 13-16
However, in natural environments, these fungal species rarely infect worker ants or their
fungus garden because leaf-cutting ants exhibit a broad spectrum of antifungal defenses,
which makes them less susceptible to fungal pathogens. The interruption of these
defense mechanisms is a prerequisite for the effective use of fungi as control agents
against these pests.
Cyclosporine A is a cyclic, hydrophobic peptide produced by several fungal
species of the genera Beauveria (Bals.) Vuill., Verticillium Nees, and Tolypocladium W.
Gams.17
It is essential to understand the potential of these fungal species in order to
suppress the immune responses of ants and to devise strategies to make leaf-cutting ants
more susceptible to fungi that normally do not cause epizootic events.
Aspergillusochraceus is an example of a fungus with widespread distribution, found in
40% of forager worker ants of Atta bisphaerica. Under laboratory conditions, A.
ochraceus has been reported to be highly virulent, but there is no evidence that it can
control ant populations in field conditions.15
In combination with an
immunosuppression strategy, several of these opportunistic species could become
natural control agents for leaf-cutting ants. Further, considering that the cellular immune
61
response is associated with resistance mechanisms against parasitic insects,18
immunosuppression could also favor the attack of leaf-cutting ants by several fly
species of the Phoridae family.19
Other compounds could also suppress the immune responses of insects by
making them more susceptible to the attack by entomopathogens. In this respect, some
pesticides at sublethal doses have been reported to make insects more vulnerable to
pathogens. For example, neonicotinoid insecticides are able to suppress the immune
defense of bees and may be responsible for the decline in bee populations worldwide.20
In leaf-cutting ants, low concentrations of the neonicotinoid imidacloprid have been
reported to alter their defense behavior by decreasing self-grooming and hence
increasing their vulnerability to the entomopathogenic fungus B. bassiana.21
Imidacloprid has further been reported to have a synergistic effect with M. anisopliae
when lower fungal concentrations were used.22
If we consider their immunosuppressive
potential, then neonicotinoids should be avoided because of their systemic action and
persistence in the environment in addition to potential harmful effects on the immune
system of beneficial insects. Therefore, the search for natural immunosuppressors, such
as cyclosporine A and azadirachtin, which is present in neem seeds,23
must be
intensified, considering their lower persistence in the environment and reduced negative
effects on non-target organisms.
Our results indicate that immunosuppression of the cellular immune response
may be a viable strategy to control leaf-cutting ants when combined with low
concentrations of entomopathogenic fungi. Increased susceptibility of ant colonies to
opportunistic fungi should be further investigated, because fungi that are found inside
ant nests may serve as natural control agents.
62
ACKNOWLEDGMENTS
We thank the financial support from the Coordination for Improvement of
Higher Education Personnel (CAPES), who awarded a research grant to the first author,
and from The National Council for Scientific and Technological Development (CNPq),
who funded this research project (Process N. 478091/2011-7).
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FIGURES AND TABLE
Fig. 1
Cumulative Proportion Surviving (Kaplan-Meier)
Cyclosporine A/M. anisopliae
Cyclosporine A/Control
Excipient/M. anisopliae
Excipient/Control
Control/M. anisopliae
Control/Control0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Time in days
-0.1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Cu
mu
lative
Pro
po
rtio
n S
urv
ivin
g
65
Fig. 2
66
Table 1
Control/Control Control/M.anisopliae Excipient/Control Excipient/M.
anisopliae
Cyclosporine A/Control Cyclosporine A/M.
anisopliae
Control/Control - 0.21 0.004 0.004 0.003 0.00000
Control/M. anisopliae 0.21 - 0.08 0.05 0.05 0.00002
Excipient/Control 0.004 0.08 - 0.58 0.66 0.0003
Excipient/M.
anisopliae
0.004 0.05 0.58 - 0.78 0.006
Cyclosporine
A/Control
0.003 0.05 0.66 0.78 - 0.002
Cyclosporine A/M.
anisopliae
0.00000 0.00002 0.0003 0.006 0.002 -
67
FIGURE LEGENDS
Figure 1. Kaplan–Meier survival curves of A. sexdens worker ants subjected to different
treatments. Blue lines and circles represent ants injected with cyclosporine A; red
squares and lines represent ants injected with the excipient, and black lines and triangles
represent ants injected with sterile distilled water. Dashed lines represent ants injected
with M. anisopliae, whereas solid lines represent ants injected with 0.05% Tween 80.
Figure 2. Mean total hemocyte count (n = 10) ± standard error for the three groups of A.
sexdens worker ants 24 h after treatment with sterile distilled water, the excipient, or
cyclosporine A. Columns with different letters indicate statistically different means by
the Tukey test at a significance level of 5%.
TABLE CAPTION
Table 1: P values for pairwise comparisons of the survival curves of distinct groups of
worker ants using the log-rank test.
68
__________________________________________________________CAPÍTULO II
O imunossupressor ciclosporina A (CsA; Sandimmun®) potencializa a ação do
fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae sobre operárias da formiga-
cortadeira Atta sexdens
Aline Silvestre Pereira1, Renato de Almeida Sarmento
1, Gil Rodrigues dos Santos
1,
Mariela Otoni do Nascimento1, Danival José de Souza
1*
1Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, Gurupi - TO, Brazil 77402-
970. *Autor correspondente: [email protected]
RESUMO
As formigas-cortadeiras são as principais pragas nas culturas florestais e agrícolas,
sendo o seu principal método de controle o uso de inseticidas químicos, os quais
impactam negativamente o meio ambiente. Fungos entomopatogênicos poderia ser uma
alternativa de controle biológico dessas pragas, porém o seu uso no campo não repete o
sucesso dos experimentos feitos em laboratório. Uma forma de viabilizar o seu uso seria
a combinação de fungos entomopatogênicos com agentes imunossupressores que
diminuíssem a imunidade dos insetos, tornando mais eficiente a ação do fungo. Nesse
contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da Ciclosporina A sobre o
sistema imune inato de operárias da formiga Atta sexdens e determinar se formigas
submetidas a esse imunossupressor apresentam maior taxa de mortalidade quando em
contato com o fungo entomopatogênio Metarhizium anisopliae do que operárias que
não receberam o imunossupressor. O efeito do medicamento sobre o sistema imune
inato foi determinado pela comparação do número total de hemócitos de operárias
submetidas ou não ao medicamento. A vulnerabilidade ao entomopatógeno foi avaliada
pela comparação das taxas de mortalidade dos seguintes tratamentos:
Ciclosporina/Controle, Ciclosporina/Metarhizium, Excipiente/Controle,
Excipiente/Metarhizium, Controle/Controle e Controle/Metarhizium. Formigas tratadas
com o imunossupressor e o fungo tiveram uma taxa de mortalidade maior do que todos
os demais tratamentos e verificou-se que essas formigas apresentavam uma grande
redução do número de hemócitos quando comparadas com os grupos controle. Esses
resultados mostram que a utilização de imunossupressores aliados a fungos
69
entomopatogênicos pode constituir uma alternativa viável no controle de formigas-
cortadeiras.
Palavras-chave: Controle biológico, imunidade inata, hemócitos, Formicidae.
INTRODUÇÃO
As formigas-cortadeiras (gêneros Atta e Acromyrmex) são consideradas
herbívoros dominantes na região Neotropical (Hölldolber and Wilson 1990) e pragas
severas quando atacam plantas cultivadas. Tem havido uma procura por agentes de
controle natural para essas formigas, sejam fungos (Castilho, Fraga et al., 2010) ou
parasitoides (Erthal and Tonhasca 2000, Bragança and Medeiros 2006). No entanto, tais
estratégias de controle podem se mostrar ineficazes, principalmente devido aos
mecanismos profiláticos encontrados nas sociedades das formigas. Isto é evidenciado
pelo fato de que, até o presente, nenhum programa de controle biológico conseguiu ser
efetivo contra as formigas-pragas. Simplesmente os mecanismos comportamentais
encontrados nas formigas - como trofalaxia, “allogrooming”, “autogrooming” e evitação
de indivíduos infectados – podem reduzir o sucesso de tal tipo de controle (Oi and
Pereira 1993, Bextine and Thorvilson 2002). Fungos entomopatogênicos, como
Metarhizium anisopliae (Metschnikoff) Sorokin e Beauveria bassiana (Bals.-Criv.)
Vuill., podem ser encontrados, em alta abundância, próximos a ninhos de formigas-
cortadeiras, em uma área de floresta tropical, no entanto, a despeito do contato das
operárias com esses patógenos, elas não se encontram normalmente infectadas (Hughes,
Thomsen et al. 2004). Mecanismos comportamentais e fisiológicos poderiam explicar a
imunidade dessas formigas a esses dois importantes entomopatogênicos. Acrescenta-se
a isso a complexa associação dessas formigas com bactérias actinomicetos, que podem
lhes fornecer proteção adicional por meio da produção de substâncias antibióticas
(Currie, Bot et al. 2003, Mattoso, Moreira et al. 2012, de Souza, Lenoir et al. 2013).
Entender a variação da resposta imune das formigas-cortadeiras poderia ajudar a
melhor compreender os mecanismos de resistência desses insetos, o que poderia ter
efeitos práticos, uma vez que novas estratégias de controle levariam em conta essas
diferenças. Um entendimento da resposta imune induzida por fungos identificaria as
defesas do inseto e os determinantes da patogenicidade do fungo que poderiam superar
70
essas defesas. Isto ajudaria a identificar os fatores de virulência do fungo que poderiam
ser manipulados a fim de aumentar a taxa de mortalidade do hospedeiro num cenário de
controle biológico. Uma estratégia que poderia ser utilizada, por exemplo, para
aumentar a eficácia de fungos entomopatogênicos no controle de formigas-cortadeiras
seria a utilização, concomitante, de substâncias que diminuíssem a resposta imune das
formigas.
Experimentos com o imunossupressor Ciclosporina A mostraram que esta
substância foi capaz de reduzir a resistência de larvas do lepidóptero Galleria
mellonella (Linnaeus) (Lepidoptera: Pyralidae) a uma bactéria patogênica (Fiolka
2008). Ciclosporinas são peptídeos cíclicos, hidrofóbicos, produzidos por várias
espécies de fungos dos gêneros Beauveria (Bals.) Vuill., Verticilium Nees e
Tolyplocadium W. Gams. Também, a ciclosporina A tornou-se uma das mais
importantes drogas médicas, usada para suprimir a rejeição de órgãos transplantados
(Winkler 2000).
O objetivo principal deste trabalho foi estudar o efeito de uma substância
imunossupressora, a ciclosporina A, sobre o sistema imune de uma formiga-cortadeira –
Atta sexdens (Linnaeus) - e verificar se sua administração a torna mais vulnerabilidade
ao fungo entomopatogênico M. anisopliae.
MATERIAIS E MÉTODOS
Manutenção de colônias
Uma colônia de A. sexdens de um ano de idade foi coletada em abril de 2011 na
cidade de Gurupi, TO, Brasil e mantida em sala climatizada com temperatura de 25 ± 2
°C, 75 ± 5 % de umidade relativa e fotoperíodo de12 h. A colônia foi alimentada com
folhas e flores de Tecoma stans (Bignoniaceae), folhas de Mangifera indica
(Anacardiaceae), frutos de Citrus spp. (Rutaceae) e aveia em flocos. À época dos
experimentos, a colônia tinha idade de três anos, 1 L de jardim de fungo e população
aproximada de 10.000 operárias.
Metarhizium anisopliae
Esporos puros de Metarhizium anisopliae foram adquiridos da empresa
Agromilena Controle Biológico (www.agromilena.com.br), sendo que o fungo foi
isolado de solos da Mata Atlântica. A partir desse isolado, nós efetuamos repicagens e
71
inoculação em meio BDA acrescido de antibióticos, sendo os esporos produzidos
inoculados em operárias de A. sexdens. Após a morte dessas operárias, o fungo foi
isolado novamente. Esse processo foi repetido duas vezes. Nessa fase, determinou-se
que a aplicação de 1 μL de uma dose 1 x 107 conídios/mL provocava a morte de apenas
~30% das operárias num período de 10 dias. Para os experimentos, foram preparadas
suspensões de conídios a partir de colônias que esporulavam (menos de três dias e
viabilidade de esporos superior a 90%) em soluções 0,05% de Tween-80 como agente
surfactante. As suspensões foram quantificadas através da contagem de conídios em
câmara de Neubauer e diluídas para se obter a concentração desejada.
Imunossupressor
Nós usamos a formulação farmacêutica da ciclosporina Sandimmun Neoral®
que contem 100 mg de ciclosporina por mL da solução. O excipiente foi preparado com
etanol (12,5%) dissolvido em óleo de milho.
Immunossupressão e infecção das operárias
Todas as operárias médias de A. sexdens foram retiradas do interior da colônia
de forma a evitar variações ligadas à idade das mesmas. Primeiramente, foi aplicada a
dose do imunossupressor (1µL de ciclosporina aplicado entre as mandíbulas) e após 1
hora a aplicação do fungo entomopatogênico (1µL de suspensão de conídios de M.
anisopliae 1 x 107 conídios/mL aplicados no tórax). Os controles para o tratamento com
ciclosporina consistiram da aplicação do excipiente do medicamento, constituído de
uma mistura de álcool e óleo de milho, além de um segundo controle constituído de
água destilada estéril. O controle para o tratamento com fungo consistia na aplicação de
uma solução de água destilada autoclavada e 0,05% de Tween-80. Foram estabelecidos
os seguintes grupos tratamento: (1) Ciclosporina + M. anisopliae, (2) Ciclosporina +
Solução 0,05% Tween-80, Excipiente do imunossupressor + M. anisopliae, Excipiente
+ Solução 0,05% Tween-80, Água + M. anisopliae e apenas aplicação de água.
Após as aplicações, as operárias foram transferidas individualmente para placas
de Petri de 9 cm de diâmetro e supridas com água e mel. Elas foram mantidas em sala
climatizada (26 °C ± 1, 70 ± 10% de U. R., e 12 horas de fotofase). As formigas
sobreviventes foram recenseadas até o décimo dia após o início do experimento.
Para a confirmação da mortalidade pelos fungos, as operárias mortas foram
desinfetadas em uma série de soluções (álcool 70%, hipoclorito de sódio 4% e água
72
destilada estéril) durante 10 segundos em cada uma delas. Em seguida, elas eram secas
em papel de filtro em capela de fluxo laminar e colocadas em tubos tipo Eppendorf com
algodão úmido esterilizado, e mantidas em câmara de incubação a 28 ± 1 °C, até
apresentarem extrusão do fungo M. anisopliae.
Contagem dos Hemócitos
Para medir a influência do imunossupressor na imunidade inata das formigas,
realizou-se a contagem dos hemócitos totais presentes na hemolinfa de três grupos de
operárias: (1) operárias que receberam aplicação entre as mandíbulas de 1µL do
imunussupressor Ciclosporina A, (2) operárias que receberam 1µL do excipiente e (3) e
operárias que receberam apenas 1 µL de água destilada.
Após 24 horas da aplicação, retirou-se 1µL da hemolinfa de cada operária. Para isso, as
operárias tinham suas cabeças decepadas e uma leve pressão do tórax com os dedos
fazia escorrer a hemolinfa que era coletada com um capilar graduado. A hemolinfa
coletada foi diluída em 9 µL de solução anticoagulante para inseto (Leonard, Söderhäll
et al. 1985) mais 1 µL de corante de Giemsa e quantificados em microscópio de luz (40
x de aumento) com câmara de Neubauer.
Análises estatísticas
Curvas de sobrevivência foram geradas como uma função do tempo de
observação da morte através o método de Kaplan-Meier. Primeiramente, nós realizamos
uma comparação dos múltiplos grupos e, após, nós comparamos as curvas de
sobrevivência de dois grupos (tomados dois a dois) e aplicamos o teste não paramétrico
de Log Rank a 5% de significância.
Para comparar os efeitos do tratamento sobre a CTH, nós comparamos a média
de hemócitos de 10 operárias através de uma ANOVA seguida de um teste a posteriori
(Teste Tukey) a 5% de significância. Todas as análises foram feitas no programa
Statistica 7.0.
RESULTADOS
Sobrevivência de operárias de Atta sexdens
A aplicação de ciclosporina potencializou a ação patogênica do fungo M.
anisopliae sobre as operárias de A. sexdens. Operárias que receberam uma aplicação
73
prévia de ciclosporina e 24 h após o fungo M. anisopliae apresentaram um TL50 = 3
dias, enquanto que as que receberam apenas o excipiente e em seguida o fungo
apresentaram um TL50 = 6 dias.
A mortalidade máxima das formigas que receberam apenas água e em seguida o
fungo foi de no máximo 30% até o 10º dia de experimento (Fig. 1).
A comparação das curvas de sobrevivência entre os grupos
Ciclosporina/Metarhizium e Control/Metarhizium mostra uma diferença estatística
altamente significativa (P < 0,0001; teste de Log-Rank, Tabela 1). Quando se compara
os grupos Ciclosporina/Control e Control/Control, verifica-se que o tratamento com
Ciclosporina/Controle provocou mortalidade das operárias (P = 0,003; teste de Log-
Rank, Tabela 1), mas isto pode ser devido apenas a efeito do excipiente, uma vez que
não existe diferença estatística entre os grupos Ciclosporina/Controle e
Excipiente/Controle (P = 0,66).
Contagem dos hemócitos das formigas-cortadeiras Atta sexdens
A contagem de hemócitos totais da hemolinfa de operárias sob influência da
ciclosporina ou excipiente foi inferior ao do grupo controle (ANOVA: F2, 27=18,47, P <
0,0001, Fig. 2). No entanto, a ciclosporina provocou uma redução mais acentuada no
número de hemócitos (~40%) do que apenas o excipiente (~18%) em relação ao grupo
controle. O número médio dos hemócitos por microlitro de hemolinfa foi de 261.000 no
grupo controle, 213.950 para o tratamento com o excipiente e 152.450 nas operárias
tratadas com ciclosporina. Todos os três grupos diferiram estatisticamente pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade (Fig. 2).
DISCUSSÃO
Nossos resultados indicam que a ciclosporina provocou uma redução da resposta
imune celular, verificada na redução dos hemócitos circulando na hemolinfa. A
exposição ao imunossupressor provocou uma rápida redução na população de
hemócitos que foi verificada num período de 24 horas. Segundo Fiolka (Fiolka 2008), a
ciclosporina tem ação eficaz na fase inicial da resposta imune do inseto, perdendo esse
efeito imunossupressor após algum tempo. A redução na resposta imune das operárias
comprometeu o seu sistema de defesa contra um fungo entomopatogênico, levando a
74
uma mortalidade de 80% num período de seis dias com uma dose de esporos que, sem
imunossupressão, provoca baixa mortalidade.
Nosso estudo mostra que a imunossupressão da imunidade inata de formigas-
cortadeiras pode ser um caminho viável na busca de novos métodos de controle dessas
importantes pragas agrícolas da região Neotropical. Várias espécies de fungos são
encontradas associadas às operárias, próximas aos ninhos ou no interior dos ninhos das
formigas-cortadeiras (Fisher, Stradling et al. 1996, Hughes, Thomsen et al. 2004,
Hughes, Evans et al. 2009, Rodrigues, Cable et al. 2009, Ribeiro, Amaral et al. 2012),
mas, em condições naturais, operárias ou jardim de fungo raramente são infectados por
esses agentes. Atribui-se isto ao amplo espectro de defesas antifúngicas que as
formigas-cortadeiras possuem, o que as tornaram menos susceptíveis aos
micopatógenos. Quebrar essa fortaleza é uma pré-condição se se pretende usar fungos
como agentes de controle de formigas-cortadeiras.
Ciclosporinas são peptídeos cíclicos, hidrofóbicos, produzidos por várias
espécies de fungos dos gêneros Beauveria (Bals.) Vuill., Verticilium Nees e
Tolyplocadium W. Gams, dentre outros (Traber and Dreyfuss 1996). Sendo assim, é
importante conhecer o potencial dessas várias espécies fúngicas em provocar redução da
resposta imune das formigas, o que as tornariam susceptíveis a fungos que,
normalmente, não causam eventos de epizootias em formigas-cortadeiras. Aspergillus
ochraceus é um exemplo de fungo com ampla distribuição e foi encontrado em 40% das
operárias forrageadoras de Atta bisphaerica. Em condições de laboratório, ele se
mostrou altamente virulento, mas não existe nenhuma evidência que ele controle
populações das formigas em condições de campo (Ribeiro, Amaral et al. 2012). Em
combinação com uma estratégia de imunossupressão, várias dessas espécies
oportunistas poderiam se tornar agentes de controle natural das formigas-cortadeiras.
Além disso, uma vez que a resposta imune celular está associada aos mecanismos de
resistência contra parasitoides em insetos (Kacsoh and Schlenke 2012), a
imunossupressão poderia favorecer o ataque das várias espécies de moscas da família
Phoridae que são associadas às formigas-cortadeiras(Folgarait 2013).
Outras substâncias podem reduzir a resposta imune dos insetos tornando-os mais
suscetíveis ao ataque de entomopatógenos. Notadamente, alguns pesticidas em doses
subletais tornam os insetos vulneráveis a patógenos. Neonicotinoides podem reduzir a
defesa imune de abelhas e ser um dos responsáveis pelo declínio de suas populações no
mundo (Pettis, van Engelsdorp et al. 2012). Em formigas-cortadeiras, baixas
75
concentrações do neonicotinoide imidaclopride alteram o comportamento de defesa das
formigas – diminuição do self-grooming – fato que aumenta sua vulnerabilidade ao
fungo entomopatogênico Beauveria bassiana (Galvanho, Carrera et al. 2013) ou pode
ter ação sinérgica com doses em baixa concentração de M. anisopliae (Santos, Oliveira
et al. 2007). Enquanto mostram sua potencialidade como imunossupressores,
neonicotinoides deveriam ser evitados por terem ação sistêmica e persistência no
ambiente, além dos efeitos negativos no sistema imune de insetos benéficos. Por isso, a
procura por imunossupressores naturais, incluindo os produzidos por fungos como as
ciclosporinas ou por vegetais como a azadiractina (Azambuja and Garcia 1992), deve
ser intensificada, pois eles podem apresentar menor persistência no ambiente e serem
menos nocivos a organismos não-alvo.
A imunossupressão da resposta celular pode ser uma estratégia viável no
controle de formigas-cortadeiras quando em combinação com doses em baixas
concentrações de fungos entomopatogênicos. O aumento da susceptibilidade da colônia
a fungos oportunistas deve ser investigado, pois muitas espécies ocorrendo no interior
do ninho poderão constituir agentes de controle natural.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho recebeu financiamento da CAPES-Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior que concedeu bolsa de estudos ao
primeiro autor e do CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa que financiou essa pesquisa,
Processo 478091/2011-7.
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78
FIGURAS E TABELAS
Fig. 1
Fig. 2
Cumulative Proportion Surviving (Kaplan-Meier)
Complete Censored
Cyclosporin/Metarhizium
Cyclosporin/Control
Excipient/Metarhizium
Excipient/Control
Control/Metarhizium
Control/Control0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Time in days
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Cum
ulat
ive
Pro
porti
on S
urvi
ving
a
b
c
79
Table 1
Control/Control Control/Metarhizium Excipient/Control Excipient/Metarhizium Cyclosporin/Control Cyclosporin/Metarhizium
Control/Control - 0,21 0,004 0,004 0,003 0,00000
Control/Metarhizium 0,21 - 0,08 0,05 0,05 0,00002
Excipient/Control 0,004 0,08 - 0,58 0,66 0,0003
Excipient/Metarhizium 0,004 0,05 0,58 - 0,78 0,006
Cyclosporin/Control 0,003 0,05 0,66 0,78 - 0,002
Cyclosporin/Metarhizium 0,00000 0,00002 0,0003 0,006 0,002 -
80
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Fig. 1 – Curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier de operárias de A. sexdens
submetidas a diferentes tratamentos: linhas azuis e círculos, formigas tratadas
previamente o imunossupressor; linhas vermelhas e quadrados, formigas que receberam
o excipiente; linhas pretas e triângulos, formigas que receberam apenas água. As linhas
tracejadas representam as formigas que receberam o fungo M. anisopliae e as linhas
contínuas as formigas que receberam solução de Tween-80 0,05%.
Fig. 2 – Contagem total de hemócitos média (n = 10 operárias) ± Erro padrão de três
grupos de operárias de A. sexdens: tratadas 24 h antes com água, excipiente ou o
imunossupressor. Barras com letras diferentes indicam médias estatisticamente
diferentes pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Tabela 1 – Valores P para a comparação 2 x 2 pelo teste de Log-Rank das curvas de
sobrevivência dos diferentes grupos de operárias.
81
CONCLUSÕES GERAIS
As formigas-cortadeiras Atta sexdens e Atta laevigata apresentaram um grande
percentual de contaminação por microrganismos, sendo alguns desses fungos
entomopatogênicos como o Metarhizium sp. e outros com potencial patogênico
como Aspergillus flavus, Acremonium sp., Aspergillus niger, Colletotrichum
gloeosporioides, Mucor sp., Fusarium solani.
Os fungos Aspergillus flavus, Aspergillus niger e Metarhizium sp, possuem
potencial patogênico para as formigas Atta laevigata.
Atta sexdens quando foi submetida a suspensão 107 conídios/ml de Metarhizium
anisopliae juntamente com o imunossupressor Ciclosporina A causaram alta
porcentagem de mortalidade, apresentando potencial para utilização como
agente de controle biológico das formigas-cortadeiras.