UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
MARIA DO AMPARO DA SILVA BIDA MESQUITA
AVALIAÇÃO MUTAGÊNICA EM CIRURGIÕES DENTISTAS EXPOSTOS OCUPACIONALMENTE À RADIAÇÃO IONIZANTE
FORTALEZA
2011
MARIA DO AMPARO DA SILVA BIDA MESQUITA
AVALIAÇÃO MUTAGÊNICA EM CIRURGIÕES DENTISTAS EXPOSTOS OCUPACIONALMENTE À RADIAÇÃO IONIZANTE
Dissertação submetida à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Farmacologia Clínica.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes
Co-orientadora Dra Ana Amélia Melo Cavalcante
FORTALEZA
2011
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências da Saúde
M545a Mesquita, Maria do Amparo da Silva Bida
Avaliação mutagênica em cirurgiões dentistas expostos ocupacionalmente a radiação ionizante/ Maria do Amparo da Silva Bida Mesquita. – 2011.
74 f. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Fortaleza, 2011.
Área de concentração: Farmacologia Clinica Orientação: Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes
Coorientação: Profa. Dra. Ana Amélia Melo Cavalcante
1. Radiação Ionizante 2. Genotoxicidade 3. Mucosa Bucal 4. Micronúcleo 5. Cirurgião Dentista.
I. Título. CDD 616.07572
MARIA DO AMPARO DA SILVA BIDA MESQUITA
AVALIAÇÃO MUTAGÊNICA EM CIRURGIÕES DENTISTAS EXPOSTOS OCUPACIONALMENTE À RADIAÇÃO IONIZANTE
Dissertação submetida como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Farmacologia Clínica, outorgado pela Universidade Federal do Ceará, e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca de Ciências da Saúde da referida Universidade.
Aprovada em: 21/12/2012
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará
_________________________________________________________ Profa. Dra. Danielle Silveira Macedo
Universidade Federal do Ceará
_________________________________________________________ Profa. Dra. Gisela Costa Camarão
Universidade Federal do Ceará
Aos meus filhos Nahiane, Átila, Antonio Filho e ao meu esposo
Antonio Francisco, por acreditarem na minha capacidade, pelo
apoio e incentivo constante aos meus estudos.
AGRADECIMENTOS
À DEUS por estar sempre presente em todos os momentos da minha vida
dando-me força nos momentos difíceis e por mais uma vitória conquistada.
À minha orientadora, Professora Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes,
por aceitar a orientação, pelo incentivo à pesquisa e pelo ACOLHIMENTO durante
todo o curso.
À professora Dra. Ana Amélia Melo Cavalcante, pela sua valiosa
coorientação. Sua paciência e dedicação foram fundamentais para este trabalho ser
concluído. Serei eternamente grata pela sua incansável ajuda.
À Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (SESAPI) que, por meio de
Convênio firmado entre a Universidade Federal de Fortaleza (UFC) e o Programa de
Pós-Graduação em Farmacologia – Mestrado Profissional em Farmacologia Clínica
financiou este trabalho, onde a parte experimental foi realizada no Laboratório de
Genética Toxicológica do Estado do Piauí (LABOTOXIGEN).
À Dra Tatiana Vieira Souza Chaves, pela grande oportunidade, pelo seu
incentivo constante à pesquisa, pela confiança, amizade, apoio e orientação a este
trabalho.
Ao Dr. Fabrício Amaral por sua grandiosa contribuição a este trabalho,
desde a sujestão do título até o momento final, por sua simplicidade, competência e
paciência com que sempre me recebeu.
Ao professor Manoel Odorico de Moraes por despertar em todos que dele
se aproxima, através da Unidade de Farmacologia Clínica, o interesse pela
realização de ensaios clínicos e da pesquisa em farmacologia.
Aos professores, Dr. Francisco Vagnaldo Fechine Jamacaru, Dr.
Fernando Antônio Frota Bezerra, Dra. Gisela Costa Camarão, pelos ensinamentos,
carinho e paciência ao longo de todo o curso.
Ao pessoal da UNIFAC e do Departamento de Fisiologia e Farmacologia
da UFC Ana Leite, Fábia Beserra Lima, Maria Teresa Rocha, e todos que nos
acolheram tão bem.
À Dra Rita Barreto e estagiários do Laboratório de Genética Toxicológica
do Estado do Piauí (LABOTOXIGEN), pela imensurável contribuição e aos
acadêmicos do curso de Farmacologia da Universidade Federal do Piauí.
Aos meus pais, José Antonio Bida (in memóriam) e Inês Maria da Silva e
a toda minha família pelo amor incondicional e apoio constante em tudo que faço.
Aos amigos pós-graduandos da Unidade de Farmacologia Clínica do
Ceará especialmente às companheiras de quarto e de todas as horas, Lucimá Alves
Pereira Lima e Iolanda Soares da Cunha por toda contribuição e pelos dias
agradáveis que passsamos juntas.
Às amigas da Vigilância Sanitária que sempre me deram força, incentivo e
apoio, especialmente Keyla Alves Belém e Maria do Carmo Mascarenhas.
Aos técnicos da Vigilância Sanitária, em especial à Danielle na importante
contribuição na tarefa de compilação dos dados.
À Diva, grande amiga, que muito contribuiu para elaboração deste
trabalho, não só com os seus conhecimentos técnicos, mas também com seu
incentivo constante.
Aos dentistas e voluntários que contribuíram e confiaram na pesquisa,
sem os quais a pesquisa não seria feita.
RESUMO
Avaliação Mutagênica em Cirurgiões Dentistas Expostos Ocupacionalmente a Radiação ionizante: Maria do Amparo da Silva Bida Mesquita. Orientadora: Maria Elisabete Amaral de Moraes. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, UFC, 2011. Os raios X são bastante utilizados nas práticas médicas e odontológicas, mas são agentes
mutagênicos potentes capazes de induzir às mutações e aberrações cromossômicas. Este trabalho
teve por objetivo avaliar os efeitos da radiação ionizante induzida por raios X em células esfoliadas
da mucosa bucal de cirurgiões dentistas exposto ocupacionalmente, através da aplicação do teste de
micronúcleos, para evidenciar número e freqüência de micronúcleo, além de outras anormalidades
nucleares, como células binucleadas, cariorrexe (fragmentação nuclear) e cariólise (dissolução
nuclear). A idade da população estudada foi de 32 a 65 anos, representado por cirurgiões dentistas
sendo 95% de brancos e 5% negros, enquanto que a não exposta foi de 30% branco e 25% negros.
Em relação à exposição a agentes químicos e físicos, os resultados mostraram que 100% dos
cirurgiões dentistas se expõem aos dois tipos de agentes. Nos últimos dez anos, 65% dos expostos e
45% dos não expostos realizaram raio X com fins terapêuticos. Quanto ao tempo de trabalho, o grupo
dos sujeitos com exposição à radiação ionizante supera o grupo dos não expostos, 19,40 ± 8,74 vs
correspondendo de 11 a 32 anos nos expoxtos e 6,55 ± 7,09 vs correspondendo de 11 a 25 anos nos
não expostos. Quanto ao uso de proteção, 100% de ambos os grupos não utilizam proteção. A
avaliação mutagênica foi evidenciada pelo número de micronúcleo em células esfoliadas do epitélio
bucal, 5,85 ± 3,58 vs nos expostos e de 1,00 ± 0,85 nos não expostos, como também pela freqüência
de micronúcleo, sendo 0,41± 0,27MN nos expostos e de 0,02 ± 0,04 MN nos não expostos, com
significância de p< 0,001 nos expostos em relação aos não expostos. As anormalidades nucleares
como cariorrexe (39,49 ± 16, 29 vs 16, 03 ± 8,61), cariólise (6,92 ± 5,87 x 1,11 ± 0,99) e células
binucleadas(12,45 ± 8,43 x 0,76 ± 0,23), em relação aos não expostos, evidenciam apoptose,
necrose e citotocixidade e foram estatisticamente significante p<0,01. Não foi encontrada correlação
positiva entre hábitos de vida, doenças genéticas e a presença de micronúcleos ou anormalidades
nucleares. Assim, os resultados deste trabalho indicam que as radiações odontológicas induzem
danos ao material genético de células esfoliadas da mucosa bucal, ocasionando também aumento de
apoptose, indicando que o uso deste procedimento deve ser requisitado somente quando necessário.
Este trabalho demonstra também a importância de se avaliar as outras anormalidades nucleares e
não apenas os micronúcleos como indicadores de danos ao DNA. A preocupação com esses efeitos
é pertinente, principalmente aos expostos ocupacionalmente, pois além de estabelecer um
prognóstico da incidência do desenvolvimento de câncer, a monitoração das exposições dos
cirurgiões dentistas a esses agentes pode ser um passo importante para o planejamento e
estratégias de medidas de segurança.
Palavras-chave: Radiação ionizante. Genotoxicidade. Mucosa Bucal. Micronúcleo. Cirurgião Dentista
ABSTRACT
Evaluation mutagenic dentists occupationally exposed to ionizing radiation: Maria Amparo Bida
Mesquita da Silva. Advisor: Maria Elisabete Amaral de Moraes. Dissertation. Graduate Program in
Pharmacology. Department of Physiology and Pharmacology, UFC, 2011.
X-rays are widely used in medical and dental practices, but are potent mutagens able to induce
mutations and chromosomal aberrations. This study aimed to evaluate the effects of ionizing radiation-
induced X-rays in exfoliated buccal mucosa cells of dentists exposed occupationally, through the
application of the micronucleus test, to show the number and frequency of micronuclei, and other
nuclear abnormalities such as binucleated cells, karyorrhexis (nuclear fragmentation) and karyolysis
(nuclear dissolution). The age of the study population was 32 to 65 years, represented by dentists and
95% white and 5% were black, while the unexposed was 30% white and 25% were black. In relation to
exposure to chemical and physical agents, the results showed that 100% of dentists are exposed to
both types of agents. Over the past decade, 65% of those exposed and 45% of unexposed X-ray
performed for therapeutic purposes. The working time, the group of subjects with exposure to ionizing
radiation overcomes the unexposed group, 19.40 ± 8.74 vs corresponding 11 to 32 years in expoxtos
and 6.55 ± 7.09 vs corresponding 11 to 25 years in the unexposed. Regarding the use of protection of
100% in both groups did not use protection. The assessment of mutagenicity was observed by the
number of micronuclei in exfoliated cells of oral epithelium, vs. 5.85 ± 3.58 in those exposed and 1.00
± 0.85 in the unexposed, but also by the frequency of micronuclei, and 0.41 ± 0.27 MN in the exposed
and 0.02 ± 0.04 MN in unexposed, with a significance of p <0.001 in exposed compared to
unexposed. Abnormalities such as nuclear karyorrhexis (39.49 ± 16, 29 vs 16, 03 ± 8.61), karyolysis
(6.92 ± 5.87 x 1.11 ± 0.99) and binucleated cells (12.45 ± 8 , 43 x 0.76 ± 0.23) compared to
unexposed, demonstrate apoptosis, necrosis and citotocixidade and were statistically significant p
<0.01. No correlation was found between positive lifestyle habits, genetic diseases and the presence
of micronuclei and nuclear abnormalities. Thus, the results of this study indicate that dental radiation
induced damage to the genetic material of cells exfoliated buccal mucosa, also causing increased
apoptosis, indicating that the use of this procedure should be ordered only when necessary. This work
also demonstrates the importance of evaluating the nuclear and other abnormalities not only
micronuclei as indicators of DNA damage. Concern about these effects is relevant mainly to the
occupationally exposed, as well as establishing a prognosis of the incidence of cancer development,
the monitoring of exposure of dentists to these agents can be an important step for planning strategies
and security measures.
Keywords: Ionizing radiation. Genotoxicity. Oral Mucosa. Micronucleus. DDS.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC Aberração cromossômica ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANOVA Análise de Variância BN Binucleadas CL Cariólise CX Cariorrexe DNA Ácido desoxirribonucléico DIVISA Diretoria de Unidade de Vigilância Sanitária EPI Equipamento de Proteção Individual
ICPEMC Internacional Comission for Protetion Against Enviromental Mutagens and Carcinogens
LABOTOXIGEN Laboratório de Toxicologia e Genética do Estado do Piauí LACEN Laboratório Central do Estado do Piauí MN Micronúcleo RI Radiação Ionizante SPSS Statstcal Package for The Social Sciences TCLE Termo de Conscentimento Livre e Esclarecido
LISTA DE FIGURAS
Figura1. Estrutura e diferenciação do epitélio bucal. (A) Fotomicrografia mostrando diversas camadas do epitélio oral, que consiste de 5 camadas: (i) Camada queratinizada; (ii) Estrato espinhoso; (iii) estrato basal; (iv) “rete pegs”, (v) lâmina própria (tecido conectivo). (B) Esquemas das camadas de células da mucosa bucal. (Adaptado de HOLLAND et al., 2008). .............................................................................. 29
Figura 2. Esquema do Teste de MN em mucosa bucal representado segundo protocolo de (Holland et al. 2008). ............................................... 37
Figura 3. Fotomicrografias de células de epitélio esfoliado de mucosa bucal sem anormalidade. ............................................................................ 39
Figura 4. Mutagenicidade em células esfoliadas de epitélio bucal em dentistas expostos às radiações ionizantes, avaliadas pela freqüência de micronúcleos ANOVA (não paramétrica), teste t. Diferenças significativas (P < 0,01), em relação à população não exposta. ...................................... 48
Figura 5. Anormalidades nucleares indicativas de apoptose ( A-Cariorrexe; B-Cariólise) avaliadas em células esfoliadas do epitélio bucal de dentistas expostos ocupacionalmente às radiações ionizantes. ANOVA (não paramétrica), teste t. Diferenças significativas de cariólise (P< 0,01), em relação à população não exposta. ....................................... 49
Figura 6. Citotoxicidade avaliadas pelas células binucleadas em células esfoliadas do epitélio bucal de dentistas expostos ocupacionalmente às radiações ionizantes. ANOVA (não paramétrica), teste t. Diferenças significativas (P< 0,001), em relação à população não exposta ................. 50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características da população exposta e não exposta às radiações,
quanto aos dados de identificação pessoal. .......................................................... 42
Tabela 2. Características da população exposta e não exposta às radiações,
quanto a exposição a agentes químicos/físicos e uso de proteção. ...................... 43
Tabela 3. Características da população exposta e não exposta às radiações,
quanto aos dados ocupacionais. ............................................................................ 43
Tabela 4. Características da população exposta e não exposta às radiações,
quanto aos fatores de riscos não ocupacionais. .................................................... 44
Tabela 5. Avaliação mutagênica em células esfoliadas de epitélio bucal em
dentistas expostos às radiações ionizantes, com o teste de micronúcleos. .......... 45
Tabela 6. Avaliação de anormalidade nucleares em células esfoliadas de
epitélio bucal de dentistas expostos às radiações ionizantes, com o teste de MN. 47
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 17
1.1 Risco Ocupacional................................................................................... 17
1.2 Radiação.................................................................................................. 18
1.2.1 Radiação na Odontologia .................................................................... 21
1.2.2 Radiação Ionizante .............................................................................. 21
1.2.3 Efeitos Biológicos da Radiação Ionizante............................................. 23
1.3 Genotoxicidade e Matagenicidade ........................................................ 24
1.4 Biomarcadores de Mutagenicidade ........................................................ 25
1.4.1 Teste de Micronúcleo ........................................................................... 27
2 JUSTIFICATIVA .........................................................................................
3 OBJETIVOS ...............................................................................................
31
33
3.1 Geral ........................................................................................................ 33
3.2 Específicos .............................................................................................. 33
4 MATERIAIS E MÉTODO ............................................................................ 35
4.1Tipos de Estudo ....................................................................................... 35
4.2 Aspectos éticos ...................................................................................... 35
4.3 Caracterizações dos grupos de estudos ................................................ 35
4.4 Seleção de voluntários ........................................................................... 35
4.4.1 Critérios de inclusão ............................................................................ 35
4.4.2 Critérios de exclusão ........................................................................... 36
4.4.3 Local das Amostras ............................................................................. 37
4.5 Teste de Micronúcleo .............................................................................. 37
4.6 Avaliação Estatística ................................................................................ 39
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 41
6 CONCLUSÃO ............................................................................................. 53
7 RECOMENDAÇÃO .................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 57
ANEXOS E APÊNDICES ..............................................................................
APÊNDICE A: Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) ............
ANEXO A: Aprovação no comitê de ética .....................................................
ANEXO B: Questionário de saúde pessoal ...................................................
ANEXO C: Ficha de avaliação do teste micronúcleo ....................................
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 Risco Ocupacional
O cenário atual em hospitais, clínicas e assemelhados mostra que, apesar
dos esforços em investimento para o aprimoramento de profissionais, processos e
equipamentos, pouco tem sido feito para prevenir o surgimento de lesões e
enfermidades ocupacionais e de impactos ambientais também causadores de
doenças ou outros danos. Em tais locais de trabalho são encontrados diversos tipos
de riscos. No serviço de diagnóstico por imagem, um dos mais importantes
instrumentos de apoio a inúmeras áreas da medicina pode-se observar atos
inseguros e condições ambientais de insegurança, dentre eles: preparação e
manuseio de soluções tóxicas sem utilização de equipamento de proteção individual
(EPI); manuseio do pacientes sem utilização de EPI; trabalhadores e pacientes em
ambientes onde há periculosidade, resultante da detecção de níveis de radiações
ionizantes acima dos limites estabelecidos por lei; trabalhadores em ambientes com
ventilação inadequada; aspectos ergonômicos no local de trabalho em desacordo
com as normas regulamentadoras; equipamentos defeituosos ou mal calibrados em
operação, com conseqüentes riscos a trabalhadores e pacientes; salas com móveis,
equipamentos e acessórios localizados inconvenientemente à segurança do
trabalhador e à sua satisfação para realização de tarefas. Todos esses aspectos
estão relacionados à biossegurança, que é o conjunto de ações voltadas para a
prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de
pesquisas, produção, ensino, e desenvolvimento tecnológico e prestação de
serviços, tendo por finalidade a saúde do homem e dos animais, a preservação do
meio ambiente e a qualidade dos resultados (FERNANDES; CARVALHO;
AZEVEDO, 2005)
O conceito de risco é bastante antigo. Em 1654, Blaise Pascal já utilizava
esse conceito definido que risco “é a probabilidade da ocorrência de um evento
desfavorável”.
18
Para Vigilância Sanitária, cujo principal objetivo é garantir a segurança
sanitária de produtos e serviços oferecidos à população, o gerenciamento de risco é
o foco principal de suas ações. A noção de risco, além dos conceitos da
epidemiologia, incorpora alguns atributos que a qualificam segundo dois critérios:
risco adquirido e risco inerente ou potencial, risco adquirido está associado à
estrutura, práticas ou produtos que não teriam um risco em si, mas que devido a
incorreções em seu processo de produção, podem vir a provocar doenças ou
eventos adversos. O risco inerente ou potencial se refere a condições de perigo
próprias de determinadas tecnologias. Portanto existe um risco permanente, que vai
da sua escolha até o seu uso na assistência, que deve ser controlado para que
esteja dentro de limites. Os riscos são uma constante em qualquer processo
complexo, como o que ocorre em saúde, porém erros nem sempre levam a danos,
mas podem ser considerados eventos sentinela. Os danos acontecem quando vários
erros se sobrepõem. A segurança pode ser obtida com o estabelecimento de boas
práticas, atuando no conhecimento dos eventos, na redução dos efeitos e na sua
prevenção (LOPES; LOPES, 2008).
1.2 Radiação
A espécie humana durante toda a sua evolução vem sendo exposta a
uma infinidade de agentes genotóxicos pela ingestão de alimentos, bebidas e pela
inalação de fumaças e irradiações do meio ambiente, ou seja, um conjunto de
fatores que podem afetar a saúde humana (MALUF; ERDTMANN, 2003). Muitos
agentes químicos físicos e biológicos são capazes de interagir com o DNA, para
induzir mutações. Basicamente, as mutações são divididas em duas grandes
categorias: mutações gênicas e cromossômicas, as mutações gênicas são
alterações que ocorrem na seqüência de nucleotídeos do DNA e as cromossômicas,
são as que produzem alterações no número ou na estrutura dos cromossomos e são
detectadas por análises citogenéticas celular (RIBEIRO et al., 2003).
Os raios X são agentes mutagênicos potentes capazes de induzir o gene
a mutações e aberrações cromossômicas, agem diretamente na molécula de DNA
ou indiretamente através da formação de compostos reativos que interagem com
19
estas moléculas. Apesar de seu potencial mutagênico, esse tipo de radiação é um
importante instrumento para diagnosticar doenças e é usado em práticas médicas e
odontológicas (RIBEIRO et al., 2003). A preocupação com os efeitos mutagênicos e
carcinogênicos desses agentes genotóxicos é evidente principalmente àqueles
expostos ocupacionalmente, acidentalmente ou por estilo de vida (MALUF;
EDTMANN, 2003; SOWA et al., 2006). Dessa forma, diversos agentes estão
envolvidos na genotoxicidade das células e relacionados com os vários estágios da
carcinogênese (ROBERTS, 1997; STICH et al., 1988; STICH et al., 1992). As
radiações ionizantes talvez sejam o agente carcinogênico mais extensivamente
estudado (SOWA et al.,2006).
Um organismo exposto a radiações sofre determinados efeitos somáticos.
Alguns deles ficam restritos ao indivíduo, enquanto outros podem ser transmitidos
geneticamente às gerações posteriores. Por outro lado, nem todas as células
possuem a mesma sensibilidade às radiações. Graças à grande capacidade que a
célula tem de reparar danos, nem todos os efeitos da radiação são irreversíveis. Em
alguns casos, no entanto, o dano pode ser grave e levar a célula à morte
(SAVAREGO; DAMAS, 2006). A exposição a radiações como raios X pode provocar
um aumento na incidência de câncer (BRADA et al., 1992; KVITKO, 2003). Este tipo
de exposição ocorre principalmente em profissionais da área da saúde, estes
indivíduos podem apresentar uma alta frequência de alterações cromossômicas e
presença de micronúcleos (KVITKO, 2003). Estudos comprovam danos
citogenéticos em funcionários expostos ocupacionalmente a baixos níveis de
radiações ionizantes que induzem aberrações cromossômicas (GARAJ-VRHOVAC,
et al., 2006) e quebras de fita dupla de DNA (HU et al., 2006). Estes danos ao DNA
oriundos do estresse oxidativo podem causar mutações, levando às doenças
hereditárias, câncer e envelhecimento. Pesquisas recentes mostraram que mesmo
células distantes daquelas irradiadas apresentam elevada frequência de mutações e
aberrações cromossômicas (LITLE, 2006).
A radiação é entendida como o transporte de energia através do espaço,
que pode se dá em forma de ondas ou partículas, podendo ser classificada em
ionizante e não ionizante (NOBREGA, 2006).
20
O termo radiação significa emissão de em energia. Quando um elétron é
removido das camadas mais internas K, L e M, a vacância é preenchida por um
átomo mais externo. Neste salto ocorre a produção de um fóton que corresponde a
raios X característicos. Muitas vezes os raios X característicos são formados quando
os elétrons da camada K ou eventualmente da camada L são capturados pelo
núcleo e se fundem aos prótons dando origem a um nêutron para compensar a falta
destes para a coesão de prótons no núcleo (SOARES; LOPES, 2003).
Pierre Curie apartir de 1896, dedicou-se, juntamente com sua esposa,
com quem se casara em 1895, à investigação das radiações do urânio, descoberto
por Henri Becquerel em 1896. Enquanto Marie conseguia isolar por meios químicos
o rádio e, mais tarde, o polônio, como fontes principais de radiação da pechblenda
(ou uraninite), introduzindo ao mesmo tempo o conceito de radioatividade, Pierre
fabricava os instrumentos necessários para sua demonstração, conseguindo
confirmar do ponto de vista físico, graças ao efeito magnético, que a radioatividade é
formada por radiações positivas, negativas e neutras. Em 1903, ano de sua
dissertação, Marie Curie recebeu, juntamente com seu marido e com Henry
Becquerel, o Prêmio Nobel da Física, tornando-se a primeira mulher a conseguir o
feito.
Mas coube ao cientista, físico e professor Wilhelm Konrad Roentgen, no
dia 8 de novembro de 1895 teve a gloria de apresentar à sociedade uma nova forma
de energia à qual denominou simplesmente de raio X. Roentgen realizava pesquisa
com o tubo de Crookes quando descobriu os raios. Como seria de se esperar, em
virtude do desconhecimento das propriedades físicas e alterações biológicas dessa
radiação, e a precariedade e descontrole dos equipamentos geradores de raios X
àquela época, logo começaram a surgir os efeitos colaterais graves, tanto em
radiologistas quanto em pacientes: alopecias, dermatites, úlceras cutâneas, câncer
de pele, leucemias e neoplasias sólidas (FILOMENO, 2009).
21
1.2.1 Radiação na Odontologia
Na Odontologia, a utilização dos raios X foi imediata, pois o Professor
Frederic Otto Walkhoff, da Universidade Braunshweig, Alemanha, orientou o
professor Friedrich Giesel, da Universidade de Würzburg, a fazer uma radiografia de
sua própria boca. Usou uma chapa fotográfica impermeável, submetendo-se a uma
exposição de 25 minutos, obtendo assim a primeira radiografia odontológica da
história. Edmund Kells é considerado o mártir da Radiologia Odontológiga, pois em
virtude de ter realizado inúmeras pesquisas clínicas com a aplicação dos raios X, foi
vítima de seus efeitos biológicos. Sofreu inúmeras lesões e teve amputados
falanges, dedos e mão, fatos que o levaram ao suicídio (PANELLA, 2006)
A radiografia é uma técnica bastante utilizada na prática odontológica,
entretanto, nessa técnica há uma maior preocupação em relação aos efeitos da
radiação ionizante (AKARSLAN et al., 2003). Os raios X apesar de nos fornecerem
informações para o aprimoramento do diagnóstico podem ser considerados agentes
genotóxicos e seus efeitos no organismo são dependentes das doses utilizadas e
absorvidas dos exames (MILES et al., 1992; LANGLAND; LANGLAIS, 2002).
1.2.2 Radiação ionizante (RI)
Em um átomo eletricamente neutro, que se encontra no estado
fundamental, o número de elétrons orbitais é igual ao número de prótons no núcleo.
Quando o átomo perde elétrons ao interagir com as radiações ele se torna um íon
positivo e o elétron livre torna-se um íon negativo (com mais elétrons que prótons).
O processo de converter átomos em íons é chamado de ionização. Ionização trata-
se de perda e ganho de elétrons, entretanto os prótons não participam deste
processo, tendo apenas um papel passivo (FREITAS et al.,2004).
A radiação ionizante tem alto poder energético, por isso tem capacidade
para ionizar a matéria ao incidir sobre ela. A chamada ionização está relacionada
com a capacidade desta forma de energia de “arrancar” elétrons dos átomos
constituintes da matéria ao incidir sobre a matéria biológica. Os raios X constituem a
22
radiação eletromagnética correspondente a uma região do espectro de energias
acima das radiações denominadas de ultravioleta (não ionizante), (FILOMENO,
2009).
A radiação ionizante é um ubíquo agente ambiental que pode interagir
com o DNA, produzindo efeitos diretos e indiretos. Estima-se que 70 % dos efeitos
biológicos ocorrem por “ação indireta”, proporcionado através de radicais livres no
meio aquoso (BIRAL, 2002 ). As alterações estruturais podem ocorrer nas bases
nitrogenadas e nas dexosirriboses, como danos oxidativos, eliminação de bases,
quebra de fitas simples (Single- Strand BreaK, SSB), quebras de fitas
duplas(Double- Strand Break, DSB), pontes DNA – proteínas e danos de troca de
base de purina para pirimidina (VIJAYALAXMI et al., 1992) Estas lesões podem
acontecer inclusuve com níveis baixos de exposição, mas são proporcionais à dose,
pelos fenômenos de excitação e de ionização da matéria (revisado por SAFFI;
HENRIQUES, 2003; COATES et al, 2004.
Ao atravessarem uma substância as radiações ionizantes têm a
propriedade de remover elétrons orbitais de átomos constituintes de suas moléculas.
Esses átomos tornam-se instáveis com carga positiva. Os elétrons que ficaram livres
no meio poderão incorporar-se a outros átomos, conferindo-lhes carga negativa.
Essa transformação de átomos em íons resulta em efeitos biológicos, ou seja,
podem danificar as substâncias químicas dentro das células. O núcleo é
considerado mais radiossensível que o citoplasma por conter o DNA nuclear
(FREITAS; BECKER, 2004; LANGLAND; LANGLEIS, 2002).
Não existe um limite mínimo de radiação ionizante verdadeiramente
inócuo. Qualquer dose, por menor que seja, poderá ser nociva ou perigosa,
produzindo mudanças biológicas nos seres vivos. As doses utilizadas na prática
odontológica são consideradas baixas, no entanto não se deve presumir a ausência
de danos (MAZZA, 1964). Estima-se um câncer por milhões de exames radiográficos
dentários (BENGTSSON, 1978; WHITE, 1992). O número estimado de mortes
atribuíveis à exposição a baixas doses de radiação é pequeno em relação ao
número total de casos (WHITE, 1992). Porém, têm sido sugeridos que os riscos das
23
baixas doses de radiações ionizantes podem ser maiores do que os previamente
conhecidos (FARMAM; PARKS, 1991).
O conceito de ALARA (as low as reasonably achievable, tão baixo quanto
exigível) é sugerido para que a exposição à radiação ionizante associada a
radiografias dentárias seja minimizada (MILES et al., 1992; LANGLAND; LANGLAIS,
2002). Esse conceito não define uma dose de radiação específica, mas alerta que
todas as medidas razoáveis devem ser tomadas para assegurar que as pessoas
expostas receberão a menor quantidade de radiação possível (LANGLAND;
LANGLAIS, 2002).
As radiações ionizantes (RI) levam a aberrações cromossômicas nas
células e o nível da exposição de células a estas radiações pode ser usado como
um dosímetro biológico. Dentre as técnicas mais usadas encontram-se os testes de
aberrações cromossômicas (AC) e a determinação de micronúcleos Este apresenta
vantagens sobre a análise cromossômica clássica por ser um procedimento simples,
eficaz e realizado a baixo custo. Além disso, a frequência de micronúcleos aparece
elevada em tecidos expostos bem antes que qualquer sintoma clínico seja evidente,
tornando-o valiosa ferramenta na prevenção da carcinogênese oral (GARAJ-
VRHOVAC; KOPJAR, 1998).
1.2.3 Efeitos biológicos da radiação ionizante
É bem conhecido que a radiação ionizante danifica o DNA, incluindo uma
única quebra de cadeia dupla e enlaces cruzados de proteína de DNA. Há uma forte
evidência de uma relação entre os danos ao DNA e carcinogenese. RIBEIRO et al,
2003).
O câncer é considerado uma doença genética que ocorre por um acúmulo
de mutações não esperadas por recombinação mendeliana, em virtude,
principalmente, de exposição a agentes genotóxicos do meio ambiente.
Virtualmente, todos os tumores têm anormalidades gênicas ou cromossômicas.
(WÜNSCH FILHO; GATTÁS apud VOLGELSTEIN; KINZLER, 1998). A célula
24
cancerosa passa sua progênie mensagens sobre o comportamento celular maligno e
é este fato que caracteriza o câncer como uma doença letal (MULVIHILL;
TULINIUS,1987). As neoplasias caracterizam-se por longos períodos de latência, às
vezes tão longos quanto cinco ou seis décadas. Experimentos com animais
conduziram a um modelo que propõe a divisão da latência em, pelo menos, dois
estágios: iniciação, no qual o agente cancerígeno induz mutações e altera a
velocidade da divisão celular, e promoção, estágio sucessivo em que o processo
evolui até constituir-se num tumor observável. Neste processo, a célula se modifica
e, tornando-se cancerosa, expande-se com desenvolvimento anômalo formando
uma colônia de descendentes denominada clone (SQUIRE et al., 1998). Os modelos
epidemiológicos procuram associar o tipo de carcinógeno e sua ação em diferentes
estágios da carcinogênese com fatores individuais, como a idade, dose e duração da
exposição. Os cancerígenos seriam, assim, classificados como agentes que podem
afetar estágios precoces ou tardios da carcinogênese (DAY; BROWN, 1980;
VAINIO et al., 1992).
Um carcinógeno atuando em fases precoces da carcinogênese produz
efeito retardado, em relação tanto ao aumento da incidência de câncer, seja no início
ou mesmo no decorrer da exposição, como à diminuição desta incidência após a
exposição ter cessado. De forma análoga, quando um estágio tardio da proliferação
celular é modificado pela ação de determinado carcinógeno, as respostas, tanto ao
início, quanto à cessação da exposição, são mais rápidas (Pitot, 1996). Na prática,
entretanto, a dificuldade em mensurar a exposição e determinar a dose do
carcinógeno que atinge o tecido alvo pode dificultar tais interpretações (WÜNSCH
FILHO; GATTÁS, 2001).
1.3 Genotoxicidade e Matagenicidade
A genotoxicidade é uma especialidade relativamente recente, e se situa
na interface entre toxicologia e genética, por isto denominada, frequentemente,
também de genética toxicológica. A genética toxicológica avalia as agressões que o
DNA e os sistemas reguladores da vida sofrem, bem como as estratégias de se
defender e corrigir as falhas. A genotoxicidade é o setor da genética que estuda os
25
processos que alteram a base genética da vida, quer seja em sua estrutura físico-
química, o DNA (Ácido desoxirribonucléico), processo este classificado de
metagênese; quer seja na alteração do determinismo genético ao nível celular ou
orgânico, identificados respectivamente como carcinogênese e teratogênese. Estas
três especialidades são agrupadas em uma única área de estudo porque um mesmo
processo ou produto pode produzir os três efeitos, a mutagênese, a carcinogênese e
a teratogênese, como por exemplo. A genética toxicológica avalia as agressões que
o DNA e os sistemas reguladores da vida sofrem, bem como as estratégias de se
defender e corrigir as falhas. A mutação é definida como sendo qualquer alteração
do DNA. Frequentemente se ouve falar de mutação como um processo essencial
para que as espécies possam evoluir e adaptar-se a seu ambiente variável, dando
assim uma conotação de um conceito determinístico. O processo de mutação não é
um fator determinístico, sim aleatório, desagregador, que sem o qual a vida não
poderia variar e evoluir, embora o senso comum muitas vezes associe um conceito
determinístico à mutação. Contudo (SILVA; ERDTMANN; HENRIQUES, 2003).
A mutação modifica o genótipo de uma célula, e esta modificação é
transmitida quando a célula se divide. Certos tipos de mutação resultam em
carcinogênese, pois a seqüência de DNA, afetada codifica uma proteína que está
envolvida na regulação do crescimento. Em geral é necessária, mais de uma
mutação em uma célula para que se iniciem as mudanças que resultam em
malignidade, estando particularmente relacionadas com as mutações em proto-
oncogeneses (que regulam o crescimento celular) e em genes supressores de
tumores (que codificam produtos que inibem a transcrição de oncogênes). (RANG;
DALE, 2007).
1.4 Biomarcadores de mutagenicidade
Qualquer tentativa de sistematizar uma classificação dos biomarcadores
moleculares será inevitavelmente simplificada e estará sempre distante de
apreender o verdadeiro papel que cada alteração molecular exerce na
carcinogênese. Os biomarcadores têm sido categorizados em três tipos principais:
de exposição, de suscetibilidade e de resposta. Os biomarcadores de exposição
26
correspondem à expressão de um agente ambiental ou de seus metabólitos no meio
interno dos indivíduos. Os de suscetibilidade indicam indivíduos mais ou menos
propensos a desenvolver câncer quando expostos a substâncias cancerígenas. Os
biomarcadores de efeito ou de resposta indicam alterações presentes em tumores;
são tardios e permitem avaliar o prognóstico da doença (WÜNSCH FILHO; GATTÁS,
2001).
O biomonitoramento da exposição humana a agentes mutagênicos vem
sendo atualmente considerado como um dos mecanismos de prevenção e controle
de doenças genéticas. Os testes para biomonitoramento de danos ao material
genético são de grande importância para avaliação de efeitos crônicos de agentes
mutagênicos, que não são detectados em exames comumente usados para
avaliação clínica, portanto devem ser implementados para uma maior segurança
sobre os possíveis danos genéticos, como uma forma de prevenção para futuras
doenças relacionadas à instabilidade do material genético, como as neoplasias
malignas, que normalmente acontecem após anos de exposição aos agentes
mutagênicos e carcinogênicos, a exemplo dos agrotóxicos (LEAL, 2009).
Na avaliação de danos genotóxicos, incluindo os induzidos por radiações
ionizantes, diversas variáveis devem ser consideradas, além dos polimorfismos
genéticos. Fatores tais como idade, estilo de vida e saúde individual devem ser
considerados na interpretação dos dados resultantes do uso de biomarcadores
(MALUF, 2004).
Ensaio Cometa é uma técnica consolidada para mensurar e analisar as
lesões e detectar efeitos de reparo no DNA em células individuais expostas a
agentes genotóxicos. Os danos mais facilmente detectados no DNA são quebras
(simples ou duplas), danos alcali-lábeis, crosslinks e quebras resultantes de reparo
por excisão. Este teste pode ser utilizado para qualquer tipo de células (qualquer
tecido que possam ser extraídas células nucleadas), sendo necessário apenas um
pequeno número das mesmas e de não requerer células em divisão (TICE, 2000;
SILVA et al., 2000.
27
Dentre as técnicas mais usadas para a determinação dos efeitos
genéticos das radiações encontram-se os testes de aberrações cromossômicas (AC)
e a determinação de micronúcleos. Está bem estabelecido que a frequência de AC é
um excelente biomarcador de danos induzidos por radiações ionizantes e
carcinógenos genotóxicos (DEARFIELD, 2002). Os níveis de AC em linfócitos
periféricos podem ser considerados como relevante biomarcador pra identificar
pessoas que correm riscos de câncer induzidos por radiações (IARC, 2000).
Considerando a forte evidência de uma relação entre danos genéticos e
carcinogênese, a elucidação dos efeitos genotóxicos induzidos por raios-X é
relevante para a identificação do grau de risco de câncer e para a minimização
dos riscos potenciais para os pacientes, médicos e odontólogos. Métodos de
citogenética têm sido utilizados para a monitorização biológica de populações
expostas a conhecidos mutagênicos e cancerígenos. Uma grande dose de
entusiasmo foi levantada pelo aplicativo do teste de micronúcleo em células
esfoliadas para esta finalidade. O micronúcleo surge a partir de fragmentos ou
cromossomos inteiros que não estão incluídos no núcleo principal das células filhas
(ANGELIERI et al., 2007).
1.4.1 Teste de micronúcleos
Métodos citogenéticos baseados na formação de micronúcleos são
extensivamente usados para monitoramento biológico de populações expostos a
agentes mutagênicos e carcinogênicos. O teste de micronúcleos apresenta
vantagens sobre a análise cromossômica clássica por ser um procedimento simples,
eficaz e realizado a baixo custo. Além disso, a frequência de micronúcleos aparece
elevada em tecidos expostos bem antes que qualquer sintoma clínico seja evidente,
tornando-o valiosa ferramenta na prevenção da carcinogênese oral (GARAJ-
VRHOVAC; KOPJAR, 1998).
Os micronúcleos (MN) são pequenos corpúsculos nucleares
representando o material genético que foi perdido pelo núcleo principal, como
conseqüência de um dano genético. Após a separação das cromátides no processo
28
mitótico, dois núcleos são reconstituídos, um em cada pólo. A membrana nuclear é
refeita ao redor destes dois conjuntos cromossômicos. Mas, se um cromossomo
inteiro ou um fragmento cromossômico acêntrico não se integra ao novo núcleo (por
não estar unido ao fuso), este também pode constituir um pequeno núcleo individual
(Figura 1) (FENECH et al., 1999; FENECH, 2000; FENECH; CROTT, 2002;
IARMARCOVAI; BONASSI, 2007; HOLLAND et al., 2008).
O teste de micronúcleos (MN) é um teste citogenético que pode ser usado
como biomarcador para avaliação de efeitos aneugênicos e clastogênicos em
diversos organismos vivos. Este teste vem sendo usado desde 1980, para
demonstrar danos citogenéticos induzidos por radiações, contaminantes ambientais,
ocupacionais, estilo de vida, deficiências em nutrientes e outras doenças. É
importante ressaltar que o teste de MN é um dos testes para avaliação de
genotoxicidade menos invasivo e que causa poucos transtornos aos pacientes,
quando comparados com os que necessitam de biopsia (STICH; SAN, 1983;
PASTOR et al., 2003).
O ensaio de micronúcleos em células esfoliadas da mucosa bucal tem
sido amplamente utilizado nos estudos de biomonitoramento de populações
expostas a diversos agentes genotóxicos, como pesticidas e fumo (PASTOR et al.,
2003; HOLLAND et al. 2008). As principais vantagens deste teste compreendem a
facilidade de coleta e manipulação, baixo custo, tempo relativamente rápido para
análise e precisão dos resultados em função do grande número de células
analisadas (MAJER et al., 2001; HOLLAND et al., 2008).
O epitélio bucal é composto por quatro camadas estruturais, incluindo a
lâmina própria (tecido conectivo), células basais (estrato basal), estrato espinhoso, e
a camada queratinizada da superfície (Figura 1). As células esfoliadas de mucosas
bucais são especialmente importantes para a avaliação da presença de
micronúcleos induzidos por raios X periapical, devido principalmente à capacidade
de diferenciação e renovação do epitélio da mucosa bucal. A taxa máxima de
formação de micronúcleos em células esfoliadas tem sido observada entre 1 e 3
29
semanas após exposição à genotóxicos (FENECH et al., 1999; MAJER et al., 2001,
HOLLAND et al. 2008).
Figura1: (A) Fotomicrografia mostrando diversas camadas do epitélio oral, que consiste de 5 camadas: (i) Camada queratinizada; (ii) Estrato espinhoso; (iii) estrato basal; (iv) “rete pegs”, (v) lâmina própria (tecido conectivo). (B) Esquemas das camadas de células da mucosa bucal.
Fonte: Adaptado de HOLLAND et al., 2008.
31
2 JUSTIFICATIVA
No estado do Piauí, não foram identificadas pesquisas que relatassem a
incidência de câncer em profissionais odontólogos expostos à radiação ionizante. As
doses de radiação ionizante utilizadas em odontologia são consideradas baixas, no
entanto, não se deve presumir a ausência de danos. Espera-se com este trabalho
poder contribuir para o estabelecimento de um prognóstico em relação ao
desenvolvimento de câncer, bem como fornecer aos serviços de vigilância em
saúde, subsídios para a implantação de medidas de proteção a estes trabalhadores.
33
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
• Avaliar a genotoxicidade e alterações nucleares em células esfoliada de
epitélio bucal de cirurgiões dentistas expostos ocupacionalmente às
radiações ionizantes.
3.2 Específicos
• Caracterizar a população correlacionando os resultados obtidos nos testes
com dados do questionário de saúde pessoal e seus hábitos de vida.
• Identificar a frequência de micronúcleo e de outras anormalidades
nucleares, tais como células binucleadas, cariorrexe (fragmentação
nuclear) e cariólise (dissolução nuclear), após exposição a raio X
odontológico.
35
4 MATERIAIS E MÉTODO
4.1 Tipos de Estudo
O estudo foi baseado no modelo transversal (prevalência) de investigação,
considerando a frequência de realização de RX odontológico e o uso de
equipamentos de proteção individual.
4.2 Aspectos éticos
Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal do Ceará (UFC) e foi aprovado em 26.09.2008.
4.3 Caracterizações dos grupos de estudos
O estudo foi realizado com dois grupos distintos: (1) grupo teste, com 20
profissionais (cirurgiões dentistas) com 10 anos ou mais de exposição às radiações
ionizantes, (2) grupo controle, com 20 pessoas não expostas à radiação ionizante
nos últimos 10 anos, com funções administrativas na capital Teresina, totalizando 40
profissionais. Todos os indivíduos foram submetidos ao questionário de saúde
pessoal, de acordo com o modelo recomendado pela ICPEMC - Comissão
Internacional para Proteção Contra Mutagênicos Ambiental e Agentes Cancerígenos
(CARRANO & NATARAJAN, 1988), conforme o modelo em anexo.
4.4 Seleção de voluntários
Os voluntários foram selecionados segundo critérios de inclusão e exclusão
4.4.1 Critérios de Inclusão
• Ser cirurgião dentista;
• Ter 10 anos ou mais de profissão;
• Ter sido submetido ocupalcionalmente à radiação ionizante;
36
• Ser do sexo masculino;
4.4.2 Critérios de Exclusão:
• Ser tabagista;
• Estar fazendo uso de medicamentos para doença crônica;
• Ter feito tratamento quimioterápico ou radioterápico em algum momento da vida;
Inicialmente foi feita uma palestra com cada profissional envolvido na
pesquisa, com o objetivo de sensibilizá-los esclarendo possíveis riscos conforme
atividade laboral, e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), garantindo assim sua livre adesão à pesquisa. Em seguida foi aplicado o
quetionário, abrangendo questões como: hábitos de vida (alimentares, tabaco,
álcool, café, chá) bem como ocupacionais e uso de equipamentos de proteção
individual (EPI). Após preenchimento do questionário, a coleta do material biológico
dos trabalhadores foi realizada pela autora desta pesquisa, com a colaboração de
profissionais previamente capacitados, do Laboratório Central do Estado do Piauí
(LACEN) nas dependências do local de trabalho do voluntário selecionado.
A amostra obtida foi usada exclusivamente para execução desta pesquisa
e os dados obtidos serão encaminhados para revistas especializadas, sendo
mantido o sigilo e respeitada à privacidade dos voluntários. Estes foram esclarecidos
quanto ao direito de poder a qualquer tempo solicitar informações sobre os
procedimentos e benefícios relacionados a esta pesquisa.
37
4.4.3 Local das Amostras
As amostras foram coletadas, processadas e analizadas de janeiro a
agosto de 2010, nos turnos manhã e tarde nos connsultórios odontológicos de
cirurgiões dentistas, especialistas em endodontia que fazem radiografias periapicais.
O transporte para o laboratório foi feito em tubo de ensaio, acondicionada em isopor,
imediatamente após a coleta. Todas as amostra foram coletadas no município de
Teresina-Pi, obedecendo aos critérios de exclusão e inclusão.
4.5 Teste de micronúcleo
O Teste de micronúcleo é atualmente usado como Padrão de Teste de
Mutagenicidade Cromossômica e segue uma norma da OCDE - "Diretrizes para a
ensaios de produtos químicos / Secção 4: Efeitos Sobre a Saúde - Eritrócitos de
mamíferos. Micronúcleos Teste: n º - 474 e a recomendação do Gene - Programa de
Tox, Agência de Proteção Ambiental - EPAIUS ".
Figura 02 Esquema do Teste de MN em mucosa bucal
Fonte: Holland et al. (2008).
38
A análise das alterações nucleares pode ser feita através da quantificação
de micronúcleos em células esfoliadas. O uso do teste de micronúcleos é para
evidenciar a ação carcinogênica de agentes genotóxicos nas células, tanto em
estudos in vivo com em estudos in vitro (FENECH et al., 1999).
Os Micronúcleos (MNs) representam marcadores simples, e são
considerados valiosos na avaliação de danos citogenéticos de populações
ocupacionalmente expostas a agentes genotóxicos. O teste de micronúcleo (MN),
Figura 2, foi realizado nas células epiteliais da mucosa oral de acordo com Sailaja et
al. (2006) e Holland et al. (2008). A coleta de células bucais foi obtida através de
fricção na bochecha dos indivíduos com escova cytobrush. As células foram
coletadas em tubos falcon contendo 5 mL de solução salina (0,9 %) e transportadas
para processamento no Laboratório de Toxicologia e Genética Molecular
LABOTOXIGEN do LACEN-PI. Após três lavagens, a primeira com salina e as duas
seguintes com PBS por centrifugação a 1500 rpm por 10 min, com a retirada do
sobrenadante entre as centrifugações, 50 μL de suspensão de células foram
gotejadas sobre lâminas pré-aquecidas (37º C) em chapa aquecedora. Em seguida
as células foram fixadas com metanol: ácido acético (3:1) durante 15 min, e
dispostas horizontalmente à temperatura ambiente por 24 horas. Após esse período,
as lâminas foram colocadas em água destilada por 1 minuto para hidratação das
células, antes de realizar a coloração.
As células foram coradas com Giemsa 10% durante 15 minutos. Realizou-
se a lavagem das lâminas por duas vezes com água destilada durante 3 minutos
para retirar o excesso do corante. Após secas, as lâminas foram examinadas em
microscopia óptica, com o aumento de 1000 X. Foram contadas cerca de 2.000
células para cada indivíduo. Os critérios de identificação do MN foram os descritos
por Sarto et al. (1987) e por Tolbert et al. (1991,1992), como estruturas que
apresentam distribuição cromatínica e coloração igual (ou mais clara) do que a do
núcleo, que estejam no mesmo plano que este, apresentam limites definidos e
semelhantes aos nucleares e o seu tamanho não ultrapassar 1/3 do tamanho do
núcleo. Foram computadas apenas células que apresentem citoplasma íntegro e
39
quando o MN se encontrar distintamente separado do núcleo principal. As
anormalidades nucleares pertinentes à apoptose e citotoxicidade foram identificadas
respectivamente, como cariorrexe (CX), que é a fragmentação nuclear; cariólise
(CL), que caracteriza a dissolução nuclear, e células binucleadas (BN) de acordo
com as anormalidades nucleares foram identificadas e quantificadas segundo
critérios estabelecidos por Tolbert et al. (1992). Essas anormalidades foram
consideradas como tipos de células associadas como processos de diferenciação
como demonstrado na Figura 03.
Figura 03. Fotomicrografias de células de epitélio esfoliado de mucosa bucal sem anormalidade, e
com micronúcleos, indicativos de mutagenicidade.
Fonte: Labotoxigen – Pi ( 2010)
4.6 Avaliação Estatística
Os dados obtidos neste trabalho foram submetidos ao programa SPSS
(Statistical Package for the Social Sciences) versão 13.0, para a análise de variância
com o teste One - way ANOVA não paramétrico e para as correlações Spearman’s
(rho) entre os diversos parâmetros analisados. O programa Graph Pad Prism,
versão 4.0 com o teste t-Student, foi utilizado para comparação entre os grupos.
Adotou-se nível de significância * P<0,05, **P<0,01 e ***P<0,001.
41
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As características da população estudada foram obtidas a partir das
informações apresentadas pelos sujeitos da pesquisa, em resposta às indagações
do questionário de saúde (anexo A) e estão sumarizadas nas tabelas 01, 02, 03, e
04. Estas informam sobre idade, grupo étnico, exposição a agentes químicos,
especialmente mercúrio, exposição ocupacional à radiação ionizante, exposição aos
Raios X em diagnósticos terapêuticos nos últimos 10 anos, tempo de trabalho, carga
horária semanal, uso de proteção ocupacional, fumo, etilismo, uso de medicamentos
transcritos e não transcritos, tipo de medicamento não transcrito, consumo de
vegetais.
A idade da população estudada foi de 32 a 65 anos, representado por
cirurgiões dentistas (grupo exposto). O grupo não exposto, representado por
trabalhadores de áreas administrativas, com idade entre 20 a 60 anos. A população
exposta é representada por 95% de brancos e 5% negros, enquanto que a não
exposta é de 30% branco e 25% negros (Tabela 1). Em relação à exposição a
agentes químicos e físicos, os resultados mostraram que 100% do grupo exposto se
expõem aos dois tipos de agentes. Realizaram RX com fins terapêuticos nos últimos
10 anos 65% dos expostos e 45% dos não expostos (Tabela 2).
Quanto ao tempo de trabalho, o grupo dos sujeitos com exposição à
radiação ionizante supera o grupo dos não expostos, com uma variação entre
(19,40±8,74) e (6,55±7,09) correspondendo de 11 a 32 anos nos expostos e de 1 a
25 anos nos não expostos (Tabela 3). A radiação tem efeito cumulativo por este
motivo, escolheu-se o tempo de 10 anos de exposição à radiação para as análises
deste estudo.
Quanto ao uso de proteção, 100% de ambos os grupos não utilizam
proteção alguma. Os dentistas informaram que apenas se distanciam por 3m do
aparelho de RX no momento da realização do exame. A Portaria Federal Nº 453 de
01 de julho de 1998, do Ministério da Saúde, no capítulo 5, no que se refere a
requisitos específicos para radiologia odontológica, no item 5.7(f), estabelece que
42
durante a exposição, o botão disparador do aparelho de RX deve ser instalado em
uma cabine de proteção ou disposto de tal forma que o operador que o maneje,
possa ficar a uma distância de, pelo menos, 2m do tubo e do paciente durante a
exposição. (BRASIL, 1998).
Em relação aos fatores de risco ocupacionais, 100% dos indivíduos
expostos não fumam e 90% dos não expostos também não. Do grupo dos expostos
à radiação ionizante, 55% usam medicamentos prescritos enquanto que, dos não
expostos apenas 15% usam medicamentos prescritos. O grupo dos não expostos
usam mais medicamentos não prescritos, correspondendo a 55% da amostra
(Tabela 4).
Tabela 1. Características da população exposta e não exposta às radiações, quanto aos dados de identificação pessoal no ano 2010.
Características Exposta (n=20) Não exposta (n=20)
Idade1 45,75 ± 11, 02
(32 – 65)
31,85 ± 11,28
(20 – 69)
Grupo étnico2
• Branco
• Negro
• Mestiço
• Caucasiano
• Outros
95 %
5 %
-
-
-
30 %
25 %
5 %
30 %
10 %
1Média ± Desvio padrão.2 Percentual (%)
43
Tabela 2. Características da população exposta e não exposta às radiações, quanto à exposição a agentes químico-físicos e uso de proteção.
Características1 Exposta (n= 20) Não exposta (n=20)
Agente químico, especialmente mercúrio 100 % 0 %
Radiações ionizantes ocupacionais 100 % 0 %
Exposição aos Raios X em diagnósticos terapêuticos nos últimos 10 anos
• Sim
• Não
• Não informado
65 %
35 %
-
45 %
50 %
5 %
1 Percentual (%)
Tabela 3. Características da população exposta e não exposta às radiações, quanto aos dados ocupacionais no ano 2010.
Características1 Exposta (n=20) Não exposta (n=20)
Tempo de trabalho1
19,40 ± 8,74
(11 – 32)
6,55 ± 7,09
(1- 25)
Carga horária semanal1
34,00 ± 17,82
(10 – 50 )
39,70 ± 6,53
(20- 50 )
Uso de proteção ocupacional2
• Sim • Não
0 % 100 %
0 % 100 %
1Média ± Desvio padrão. 2 Percentual (%).
Quanto aos medicamentos prescritos utilizados, o grupo dos expostos
relatou que utiliza com maior frequência os analgésicos e antiácidos, representados
por 30% e 15% respectivamente, o grupo dos não expostos utiliza com maior
frequência os relaxantes musculares representados por 15%, sendo que 35% do
último grupo não informaram o tipo de medicamento consumido. Em relação aos
hábitos alimentares, percebe-se um consumo bem maior de vegetais pela população
44
exposta, 100%, enquanto que somente 35% dos não expostos consomem vegetais
(Tabela 4).
Tabela 4. Características da população exposta e não exposta às radiações, quanto aos fatores de riscos não ocupacionais no ano 2010.
Características1 Exposta(n=20) Não exposta (n=20)
Fumo
• Sim
• Não
0 %
100 %
10 % 90 %
Medicamentos prescritos
• Sim
• Não
• Medicamentos não prescritos Sim
• Não
55 % 45 %
45 % 55 %
15 % 85 %
55 % 45 %
Tipos de medicamentos não prescritos
• Analgésicos
• Antiácidos
• Antidepressivos
• Relaxante muscular
• Antibióticos
• Não toma
• Não informado
30 % 15 %
- - -
55 %
10 % -
5 % 15 % 10 % 25 % 35 %
O resultado da avaliação mutagênica em células esfoliadas de epitélio
bucal em dentistas expostos às radiações ionizantes com o teste de micronúcleos
está apresentado na Tabela 5. A frequência de micronúcleos apresenta uma
variação de 0,41± de 0,27 em 2000 células analisadas da população exposta à
radiação odontológica e de 0,02±0,04 MN/2000 células da população não exposta. O
45
estudo em foco avaliou os danos induzidos ao DNA pela análise de micronúcleos,
bem como pela quantificação de anormalidades nucleares. Em trabalho mais recente,
Cerqueira et al. (2008) repetiram uma abordagem realizada em 2004, porém
utilizando células da gengiva de pacientes odontológicos antes e 10 dias após a
exposição radiográfica (CERQUEIRA et al., 2004). Neste estudo, a frequência de MN
e anormalidades nucleares após a exposição foi significativamente maior do que
antes da exposição. Esses autores justificam este resultado pelo fato de que a
radiação emitida pela radiografia dentária é diretamente absorvida pelas células
gengivais, tornando-as, portanto, mais vulneráveis e expostas aos danos.
Tabela 5. Avaliação mutagênica em células esfoliadas de epitélio bucal em dentistas expostos às radiações ionizantes, com o teste de micronúcleos no ano 2010.
População MN/2000 células1 Frequência de MN/2000 células1
Exposta (n=20)
5,85 ± 3,59 *** (1-15)
0,41 ± 0,27 *** (0, 14 – 0,96)
Não exposta (n=20)
1,00 ± 0,85 (0-1)
0,02 ± 0,04
1Média ± Desvio padrão. Dados em parêntese correspondem ao intervalo dos parâmetros. Significância em * p<0,05, **p<0,01 e***p<0,001.
Pacientes e profissionais de saúde correm riscos da exposição aos raios
X. Desta forma, o monitoramento com teste de avaliação genotóxica é comumente
aceito como parâmetro para redimensionar as formas e exposição, para
prognósticos preventivos (AU, 1991; JHA, 1991). Danos genéticos aumentam a
instabilidade celular, por isto, a avaliação de micronúcleos em linfócitos e em células
de mucosa bucal demonstra a instabilidade genômica em células somáticas, que
pode estar associada ao risco de câncer (YILDIRIM et al., 2006)
A Tabela 6 apresenta os resultados das anormalidades nucleares em
células esfoliadas de epitélio bucal de dentistas expostos às radiações ionizantes,
46
com o teste de micronúcleo. Em trabalhadores expostos foram observadas
aumentos significantes nas frequências de cariorrexe (39,49 ± 16, 29 x 16, 03 ±
8,61), cariólise (6,92 ± 5,87 x 1,11 ± 0,99) e de células binucleares (12,45 ± 8,43 x
0,76 ± 0,23), em relação aos não expostos. As anormalidades nucleares podem ser
consideradas, primeiramente, como uma resposta de citotoxicidade e,
secundariamente, como eventos genotóxicos (TOLBERT et al., 1992). Holland et al.
(2008) descrevem a associação entre as anormalidades nucleares em células de
mucosa bucal com a frequência de MN a exposição à genotoxinas.
Os resultados deste trabalho sugerem que as radiações usadas em
tratamento odontológico induzem à citotoxicidade e a apoptose, (Tabela 6) A
cariorrexe (CR) constitui-se na desintegração nuclear, com perda da integridade da
membrana e representa uma manifestação precoce de apoptose. Embora saibamos
que a apoptose, ou morte celular programada, é um processo essencial para a
manutenção do desenvolvimento dos seres vivos, sendo importante para eliminar
células supérfluas ou defeituosas, a apoptose também ocorre nas mais diversas
situações, como por exemplo, na organogênese hematopoiese normal e patológica,
na reposição fisiológica de certos tecidos maduros, na atrofia dos órgãos, na
resposta inflamatória e na eliminação de células após dano celular por agentes
genotóxicos. Nos estudos de Torres- Bugárin et al. (2006). Cerqueira et al. (2004),
Angelieri et al. (2007) e Ribeiro e Angelieri (2008), avaliando os efeitos de
radiografias panorâmicas para diagnósticos odontológicos, também foram
encontradas essas anormalidades nucleares, demonstrando que a indução de
apoptose é um evento que também pode ser induzido por baixas doses de radiações.
47
Tabela 6. Avaliação de anormalidade nucleares em células esfoliadas de epitélio bucal de dentistas expostos às radiações ionizantes, com o teste de micronúcleos.
População Indicativas de apoptose Indicativas de citotoxicidade
Cariorrexes/2000
cels
Frequência
Cariorrexes %
Cariólises/2000cels
Frequência
Cariólises%
BN/2000 cels
BN/2000 cels%
Exposta (n=20)
421,25±151, 26
(191- 717)
39,49±16,29
(9, 55 – 274)
66,30±24,44**
(23- 125)
6,92±5,87**
(1- 32)
47,50±32,74**
(13-152)
12,45±8,43**
(0,56 – 175)
Não exposta (n=20)
320,15 ± 141,7
(196 – 673)
16, 03±8,61
(9,50- 33,60)
21,24 ±17, 29
(8- 61)
1,11 ± 0,99
(0,40- 3,50)
15, 38 ± 4,73
(7 – 24)
0,76 ± 0,23
(0,35 ± 1,20)
1Média ± Desvio padrão. Dados em parêntese correspondem ao intervalo dos parâmetros.
Significância em * p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.
O resultado da mutagenicidade em células esfoliadas de epitélio bucal em
dentistas expostos ocupacionalmente à radiação ionizante avaliados pela frequência
de micronúcleos está apresentado na (Figura 4), com significância ***p<0,001em
relação a população não exposta. Os efeitos mutagênicos de radiações ionizantes
têm sido extensivamente relatados (BALASEM; ALEN, 1991; CROMPTON et al.,
2002) e, em diagnósticos radiológicos, pacientes e profissionais de saúde correm
riscos da exposição aos raios X. Desta forma, o monitoramento com teste de
avaliação genotóxica é comumente aceito como parâmetro para redimensionar as
formas e exposição, para prognósticos preventivos (AU, 1991; JHA, 1991). Danos
genéticos aumentam a instabilidade celular, por isto, a avaliação de micronúcleos
em linfócitos e em células de mucosa bucal demonstra a instabilidade genômica em
48
células somáticas, que pode estar associada ao risco de câncer (YILDIRIM et al.,
2006).
Exposta
Não Exp
osta0.0
0.5
1.0
1.5
***
População
Freq
uênc
ia (%
) de
MN
/2.0
00 c
élul
as
Figura 4. Mutagenicidade em células esfoliadas de epitélio bucal em dentistas expostos às radiações ionizantes, avaliadas pela frequência de micronúcleos ANOVA (não paramétrica), teste t. Significância (***p < 0,001), em relação à população não exposta.
Em relação às apoptoses avaliadas pelas anormalidades nucleares em células
esfoliadas do epitélio bucal de dentistas expostos ocupacionalmente às radiações
ionizantes, a Figura 5 mostra os resultados com significância (P*** <0,01), pelos
testes ANOVA (não paramétrica), teste t-Student em relação aos indivíduos
expostos e não expostos. Dentre os efeitos deletérios das radiações ionizantes
estão as induções de quebras duplas na fita de DNA, podendo levar a apoptose
devido a falhas nos mecanismos de reparo ou reparro incompleto e ineficiente
(COATES et al., 2004). Desde que a apoptose induzida por RI foi descrita em 1982
(HENDRY; POTTEN 1982), tem sido relatado que este mecanismo apresenta
49
grande importância na morte celular radio-induzida. A apoptose é induzida em
tumores derivados de células hematopoiéticas, linfóides e germinativas. Por outro
lado, alguns tumores sólidos mostram resistência a apoptose após exposição à RI
(FURNARI et al. 2007; SUZUKI; BOOTHMAN 2008). Recentemente evidências
acumuladas sugerem indução de parada no ciclo celular ocasionando a indução de
apoptose (TERRADAS et al., 2010). O número de anormalidades nucleares, como
fragmentação(CR) e dissolução (CL) nuclear indicativos de elevados no grupo teste,
o que pode significar uma aceleração do processo de morte celular e uma possível
desregulação nos genes envolvidos no processo. A freqüência de CL aumenta com
a idade e em pacientes com câncer.
A) B)
Exposta
Não Exposta
0
10
20
30
40
População
%C
ario
rrex
es/2
000
célu
las
Expos
ta
Não ex
posta0
10
20
30
40**
População
% C
arió
lise
/ 200
0 cé
lula
s
Figura 5. Anormalidades nucleares indicativas de apoptose (A-Cariorrexe; B-Cariólise) avaliadas em células esfoliadas do epitélio bucal de dentistas expostos ocupacionalmente às radiações ionizantes. ANOVA (não paramétrica), teste t. Significância de (**P< 0,01), em relação à população não exposta.
A Figura 6 apresenta os resultados com significância (**P< 0,01) ANOVA (não
paramétrica), teste t- Student para citotoxicidade avaliadas pelo número e frequência
50
de células binucleadas em células esfoliadas do epitélio bucal de dentistas expostos
ocupacionalmente às radiações ionizantes em relação à população não exposta. As
células binucleadas são indicativas de citotoxicidade decorrente de uma falha no
processo de citocinese e pode prevê uma falha no mecanismo de diferenciação
celular ou ser secundária a agentes genotóxicos (HOLLAND et al., 2008). As CR e
células binucleadas são estágios prévios de CL e de MN, respectivamente, em
epitélio escamoso. Essas formações metanucleares são degenerações nucleares
que levam aos estágios de clastogênese-mutagênese- carcinogênese
Exposta
Não ex
posta0
5
10
15
20 **
População
% B
inuc
lead
as/2
000
célu
las
Figura 6. Citotoxicidade avaliadas pelas células binucleadas em células esfoliadas do epitélio bucal de dentistas expostos ocupacionalmente às radiações ionizantes. ANOVA (não paramétrica), teste t. Significância (**p< 0,01), em relação à população não
exposta.
Os danos citogenéticos (citotoxicidade e apoptose) evidenciados neste
estudo não apresentaram correlações positivas com idade, fumo, consumo de
álcool, e doenças genéticas, exposição a substâncias químicas, uso de
51
medicamentos, consumo de vegetais dentre outros hábitos analisados. Entretanto,
vários estudos epidemiológicos mostram que o hábito de fumar induz danos ao
DNA, com relatos de câncer nos pulmões (SRAM, 1998), pois o cigarro é um
carcinógeno amplamente testado em roedores e em humanos, (AMES, 1983).
Outros estudos não apontam diferenças entre fumantes e não fumantes,
em relação às respostas aos danos ao DNA (HARTMANN et al., 1998), neste
trabalho excluiu-se os fumantes, afim de que a amostra não sofresse interferência.
Está bem estabelecido que com o aumento da idade aumente o risco de aneuploidia
e não disjunção mitótica e mudanças nos cromossomos (MIGLIOR et al., 1991), bem
como o aumento de mutações, devido ao acúmulo de danos não reparados,
provavelmente pela redução na capacidade de reparo. Entretanto, outros estudos
não têm mostrado essas correlações (BETTI et al., 1994). Estas diferentes respostas
podem estar relacionadas ao tamanho das amostras analisadas, além da
variabilidade e da susceptibilidade individual das populações em estudo. Dessa
forma, as correlações de danos citogenéticos com estes fatores ficam extremamente
difíceis de serem conclusivos, especialmente quando se tem um número pequeno
de indivíduos.
Os resultados encontrados nessa pesquisa utilizando o teste de
micronúcleo fornecem evidências que os indivíduos pesquisados apresentam riscos
de instabilidade genética associados a exposição ao Raio X, salientando a
necessidade de programas educacionais para os profissionais da saúde, no intuito
de prevenir doenças relacionadas as suas atividades laborais.
53
6 CONCLUSÃO
Os raios-X odontológicos induzem efeitos citotóxicos em células
esfoliadas da mucosa oral em cirurgiões dentistas expostos ocupacionalmente à
radiação ionizante.
55
7 RECOMENDAÇÕES
Destes resultados pode-se deduzir que os cirurgiões dentistas estão
sujeitos a riscos reais dos efeitos resultantes da genotoxicidade/mutagenicidade em
decorrência da exposição à radiação ionizante. Neste sentido reforça-se a esses
profissionais a necessidade de:
(1) Solicitarem e realizarem exames radiológicos quando forem de fato
necessário;
(2) Adotarem o uso de Equipamentos de Proteção Individual, como regra;
(3) Realizarem monitoramento para avaliarem o seu estado de saúde;
(4) Realizarem manutenção preventiva e corretivas dos equipamentos de Raio X;
(5) Receberem orientação técnica quanto ao manuseio dos equipamentos de
Raio X;
(6) Serem mais fiscalizados pelos órgãos responsáveis pela saúde, minimizando
os riscos decorrentes do não uso de EPI.
57
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63
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Teresina, __/__/__
Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa. Sua participação
é importante, porém, você não deve participar contra a sua vontade. Leia
atentamente as informações abaixo e faça qualquer pergunta que desejar, para que
todos os procedimentos desta pesquisa sejam esclarecidos. Esclarecemos que esta
pesquisa é parte do projeto intitulado “Estudo da Genotoxicidade em Cirurgiões
Dentista Expostos Ocupacionalmente à Radiação Ionizante no Município de
Teresina”, que tem como objetivo avaliar os efeitos das radiações ionizantes nas
células da mucosa oral de cirurgiões dentistas com 10 anos ou mais de exposição à
radiação através do teste de micronúcleo e correlacionar os resultados obtidos nos
testes com dados do questionário de saúde pessoal, tendo como instituição sede a
Universidade Federal do Ceará e instituição parceira a Secretaria Estadual de Saúde
do Piauí.
A finalidade desta dissertação é estabelecer o prognóstico da incidência do
desenvolvimento de câncer, a fim de fornecer aos serviços de vigilância à saúde
subsídios para a implementação de medidas de segurança para os profissionais
expostos, contribuir para o desenvolvimento de ações em campanhas nacionais
que visam à prevenção dos riscos a exposição a agentes físicos , reduzir os
impactos provocados pela radiação ionizante na saúde humana e no ambiente bem
como implementar a notificação e acompanhamento da saúde das populações
expostas junto às Secretarias de Saúde da região estudada.
Após ser esclarecido (a) sobre as informações, no caso de aceitar fazer
parte do estudo assine ao final deste documento, que está em duas vias, sendo
uma delas sua e a outra do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não
será penalizado (a) de forma alguma e poderá retirar seu consentimento, sem que
isso lhe traga qualquer penalidade ou prejuízo.
64
As informações conseguidas através de sua participação não permitirão a
identificação da sua pessoa, exceto aos responsáveis pelo estudo, e a divulgação
das mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do
assunto.
Instituição: Secretaria de Saúde do Estado do Piauí / DIVISA - Pi
Endereço: Rua 19 de novembro -1865
Bairro: Primavera CEP: 64068002570 Cidade:Teresina-Piauí
Telefone: (86) 3216-3662 - ( 86) 9942-4585
Tendo compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a
minha participação no mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos,
das minhas responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação
implica, concordo em dele participar e para isso eu dou o meu consentimento sem
que para isso eu tenha sido forçado ou obrigado.
Nome e Assinatura do(s) responsável(eis) pelo estudo
Nome do profissional que aplicou o TCLE
Endereço d(o,a) participante-voluntári(o,a)
Domicílio: (rua, praça, conjunto):
Bloco: /Nº: /Complemento:
Bairro: /CEP/Cidade: /Telefone
Ponto de referência:
66
ANEXO B - QUESTIONÁRIO DE SAÚDE PESSOAL
(De acordo com modelo recomendado por: International Comission for Protection
against Enviromental Mutagens and Carcinogens (ICPEMC) Mutation Research, 204:379-
406, 1988.
Este questionário, assim como o estudo a ele relacionado, devem ser de seu
interesse. A participação é espontânea e constará destas informações gerais sobre sua
saúde e dieta, mais uma coleta de material para estudo citogenético. O estudo consiste em
uma avaliação de mutações nas células de cada participante. Mutações ocorrem
normalmente nas células de todas as pessoas em nível bastante baixo, e são apontadas,
entre outros efeitos, nos processos de envelhecimento e do câncer.
Trabalhadores em atividades de risco (por exemplo, radiologia, quimioterapia, uso de
óxido de etileno e outras), se não seguirem normas adequadas de segurança, podem
aumentar a freqüência de mutações cromossômicas em suas células. Este estudo poderá
servir como sinal de alerta para prevenir e melhorar as condições de segurança. Caso não
se encontre diferenças entre trabalhadores de atividades de risco e outros de atividades
diversas, poderemos concluir que os itens de segurança são efetivos neste aspecto. Isto
servirá de estimulo para continuar tomando cuidados com a ida no local de trabalho.
Leia e responda cuidadosamente as seguintes questões. A informação dada por
você não será associada com o seu nome, sendo conhecida apenas pelos pesquisadores
associados a este estudo. As respostas deste questionário poderão ter influência direta na
interpretação de nossos resultados. Por isso, contamos com sua cooperação cm fornecer
informações corretas.
Obrigado pelo seu interesse.
1. Nome_______________________________________________________
2. Para ser preenchido pelo pesquisador: Código nº: ____________
Data: __________________
Essa folha será destacada das demais do questionário e arquivada. Apenas o
número do código será usado como identificação nas próximas páginas. Se espaço
adicionais forem necessários para completar uma resposta, por favor, escreva atrás da
página e identifique o complemento da resposta com o numero da questão.
67
HISTÓRIA PESSOAL
3. Data de hoje: ______/______/______
4. Qual a sua idade ?______________(em anos)
5. Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
6. A qual grupo étnico você pertence:
( ) Caucasiano ( ) Negro ( ) Chinês ( ) Japonês
( ) Outro. Qual ?___________________________________
7. Qual o seu estado civil?
( ) Casado ( ) Solteiro ( )Separado ( )Divorciado ( )Viúvo
8. De quantos filhos você é pai natural (isto é, não inclua filhos adotados e de criação, e inclua filhos que moram separadamente)?_____________________
9.Qual é a renda mensal de sua família ?____________________Salários
HISTÓRIA OCUPACIONAL
10.Qual o seu local de trabalho?
_______________________________________________________________________11.Há quanto tempo você trabalha neste local?
_______________________________________________________________________12.Se há menos de dez anos, onde você trabalhou previamente e por quanto tempo?
_______________________________________________________________________13. a)Que tipo de trabalho você faz?
_______________________________________________________________________ b) Qual é a carga horária semanal de trabalho?
_______________________________________________________________________
EXPOSIÇÃO
14. a) Liste os agentes químicos (por exemplo, gases tóxicos. benzeno, chumbo, Fármacos, agrotóxicos, etc.) ou físicos (radiação) a que você se expôs nos últimos 10 anos em seu trabalho.
Nos últimos 10 anos: Quantas vezes por mês Nos últimos 12 meses
_________________ _________________ _________________
_________________ _________________ _________________
b) Você usa algum tipo de proteção? ( ) Sim ( ) Não
FICHA DE SAÚDE CÓD.nº ________ Página 2
68
15. Liste os agentes químicos (agrotóxicos e outros que julgar necessário) ou físicos a
que você se expôs nos últimos 10 anos fora de seu trabalho.
Nos últimos 10 anos: Quantas vezes por mês Nos últimos 12 meses
_________________ ________________ _________________
_________________ ________________ _________________
HISTÓRIA DE FUMO
16. Alguma vez você fumou? ( ) Sim ( ) Não
Se não, passe para a questão 17. Se sim, continue:
a) - Quanto tempo você fumou? _______________ (em anos)
b) - Você fuma atualmente? ( )Sim ( ) Não
Se sim, passe para a 16.c)
Se não: Quando você parou de fumar?_____________ (mês e ano)
c) - Você fuma cigarros? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, quantas carteiras por dia?( ) Menos de ½ carteira
( ) ½ a 1 carteira
( ) Mais de 1 carteira, quantas? ______
Você fuma cigarros com filtro? ( ) Sim ( ) Não
Qual a sua marca usual ____________________________
d) – Você fuma charutos?( ) Sim ( ) Não
Se sim, quantos charutos por dia?( ) 1 charuto
( ) 2 a 3 charutos
( ) 4 ou mais charutos. Quantos?
c) – Você fuma cachimbo?( ) Sim ( ) Não
Se sim, quantas vezes por dia?( ) 1 vez
( ) 2 a 3 vezes
( ) 4 ou mais vezes. Quantas? __________
f) – O que você fumava no passado? ( ) Cigarros
( ) Charutos
( ) Cachimbo
g) – Você mastiga tabaco?( ) Sim ( ) Não
FICHA DE SAÚDE CÓD. nº ________ Página 3
69
MEDICAMENTOS E DOENÇAS
17. Você tem tomado algum medicamento transcrito pelo médico, no último ano (por exemplo, comprimidos para pressão, insulina, tranqüilizantes, relaxantes musculares, etc.)?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, por favor, indique:
Período:___________________
Tipo de medicamento: Dose: Quantos por dia: Início(mês): Término(mês):
________________ _______ ____________ __________ __________
________________ _______ ____________ __________ __________
18. Você tem tomado algum medicamento não transcrito por médico no último ano (por exemplo, aspirina, anti-ácidos, anti-histaminas, sedativos ou outras drogas)?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, por favor, indique:
Período: __________________
Tipo de medicamento: Dose: Quantos por dia: Início(mês): Término(mês):
________________ ______ ___________ __________ ________
________________ ______ ___________ __________ ________
19. Você tomou alguma vitamina nos últimos 6 meses?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, por favor indique:
Tipo de vitamina: Dose: Quantas vezes por semana:
___________________ ______________ _________________________
___________________ ______________ _________________________
___________________ ______________ _________________________
20. a) Você teve ou tem alguma dessas doenças?
Câncer ( ) Sim ( ) Não
Hepatite ( ) Sim ( ) Não
Mononucleose ( ) Sim ( ) Não
FICHA DE SAÚDE CÓD. nº:________ Pagina 4
70
Herpes ( ) Sim ( ) Não
AIDS ( ) Sim ( ) Não
Meningite ( ) Sim ( ) Não
Infecção bacteriana ou viral ( ) Sim ( ) Não
Doença cardiovascular ( ) Sim ( ) Não
Diabete ( ) Sim ( ) Não
Outras doenças importantes ( ) Sim ( ) Não
b) Se sim, indique abaixo:
Doença: Período da doença: Tratamento:
___________________ _____________________ ____________________
___________________ _____________________ ____________________
c) Liste as vacinações que você recebeu nos últimos 12 meses.
Vacina: Data:
____________________________ ________________________________
____________________________ ________________________________
____________________________ ________________________________
d) Liste os raio-X diagnósticos e terapêuticos, recebidos nos últimos 10 anos.
Razão para o raio-X: Data (ano):
____________________________ _________________________________
____________________________ _________________________________
____________________________ _________________________________
e) - Você fez alguma cirurgia durante o último ano?
Data: Razão:
____________________________ _________________________________
____________________________ _________________________________
____________________________ _________________________________
FICHA DE SAÚDE CÓD.nº________ Página 5
71
f)- Dê as datas de quando você teve febre nos últimos 12 meses.
Data (mês): Doença associada: Medicamento tomado:
___________________ _____________________ _____________________
___________________ _____________________ _____________________
___________________ _____________________ _____________________
DIETAS
(deve refletir apenas os hábitos freqüentes)
21. Você come apenas vegetais? ( ) Sim ( ) Não
22. Você come carne? ( ) Sim ( ) Não
a) Se sim, com que freqüência você come o seguinte:
Dias por semana
1 a 2 3 a 4 5 a 6 todos os dias Carne bovina ( ) ( ) ( ) ( )
Peixe ( ) ( ) ( ) ( ) Porco ( ) ( ) ( ) ( ) Outras ( ) ( ) ( ) ( )
b) - Como você prefere sua carne?
( ) Mal passada ( ) No ponto ( ) Bem passada
23. Você usa adoçantes? ( ) Sim ( ) Não
Quantos por dia? ___________________________________________
24. Você bebe refrigerantes? ( ) Sim ( ) Não
Quantos por dia ?___________________________________________
25. Comente sobre sua dieta, caso ela tenha algo de especial (por exemplo, dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos, etc.).
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
26. Você bebe café? ( ) Sim ( ) Não
FICHA DE SAÚDE CÓD.nº:________ Página 6
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Quantas xícaras pequenas por dia? _______________________________
27. Você bebe chá? ( ) Sim ( ) Não
Quantas xícaras por dia? _______________________________________
28. Você toma chimarrão?( ) Sim ( ) Não
Com que freqüência?__________________________________________
29. Você bebe cerveja? ( )Sim ( ) Não
Se sim, por favor, indique sua média de consumo semanal:
( )1-6 garrafas por semana
( )7-12 garrafas por semana
( )13-24 garrafas por semana
( ) Mais de 24 garrafas por semana. Quantas?______________________
30. Você bebe vinho? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, por favor, indique sua média de consumo semanal:
( ) 1 – 4 copos por semana ou menos
( ) 5 – 8 copos por semana
( ) 9 – 16 copos por semana
( ) Mais de 16 copos por semana. Quantos?_______________________
31. Você bebe outras bebidas alcoólicas (excluindo cerveja e vinho)?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual ou quais? ______________________________
Por favor, indique sua média de consumo semanal:
( ) 1 – 4 copos por semana ou menos
( ) 5 – 8 copos por semana
( ) 9 – 16 copos por semana
( ) Mais de 16 copos por semana.
Quantos? _________________________
FICHA DE SAÚDE CÓD.nº:________ Página 7
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HISTÓRIA GENÉTICA
32. Você tem conhecimento de algum defeito de nascimento ou outra desordem genética ou doença hereditária que tenha afetado seus pais, irmãos, irmãs ou seus filhos?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, por favor, especifique:_________________________________
33. Você ou sua esposa teve ou tem dificuldade para engravidar?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, por favor, especifique: _________________________________
34. Você já teve um filho que tenha nascido prematuramente ou que tenha sido abortado?
( ) Sim ( ) Não
35. Você tem um gêmeo idêntico vivo?
( ) Sim ( ) Não
FICHA DE SAÚDE CÓD.nº:________ Página 8
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ANEXO C- FICHA DE AVALIAÇÃO DO TESTE MICRONÚCLEO
SECRETARIA DE SAUDE DO ESTADO DO PIAUI
Laboratório de Toxicologia Genética Molecular (LABTOXGEN-MOL)
Projeto: ______________________________________________________________ Controle: ______________________________ Data: ___/___/_______ Responsável:_______________________________________________________________
FICHA DE AVALIAÇÃO DE FREQUÊNCIA DE MICRONÚCLEOS
Campo Nº células Nº de MN % MN Cariorrexe Cariólise Células
Binucleadas
FREQUÊNCIA DE MN = N° de alterações X 100 2000