UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS/CAMETÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
BRUNO KELVIN MACHADO CARDOSO
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: POSSIBILIDADES E LIMITES DA FORMAÇÃO
DOCENTE NO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACONAL DE TUCURUÍ PARA O
USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
Tucuruí –PA
2017
BRUNO KELVIN MACHADO CARDOSO
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: POSSIBILIDADES E LIMITES DA FORMAÇÃO
DOCENTE NO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACONAL DE TUCURUÍ PARA O
USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Federal do Pará, como requisito
parcial para a obtenção do Grau de Licenciado Pleno
em Pedagogia, sob a orientação da Msc. Benilda
Miranda Veloso Silva.
Tucuruí –PA
2017
BRUNO KELVIN MACHADO CARDOSO
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: POSSIBILIDADES E LIMITES DA
FORMAÇÃO DOCENTE NO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACONAL
DE TUCURUÍ PARA O USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Pará, como requisito
parcial para a obtenção do Grau de Licenciado Pleno em Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________
Prof. Msc, Benilda Miranda Veloso Silva
____________________________________
Prof. Msc, Marcos Luís Pereira Fonseca
____________________________________
Prof. Claudete Costa Quaresma
Tucuruí –PA
2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço com imensa gratidão a Deus pelo dom da vida e pela sabedoria e proteção nesse
tempo de estudo.
Agradeço de modo particular ao grupo de trabalho do qual fiz parte, composto pelos amigos
Adyle Gomes, Ivanildo Soua, Thatiana Almeida, Simone Lima e Ruan de Oliveira por terem
me ajudado a entender o valor da Universidade e do curso de Pedagogia.
A minha avó Maria, que sempre foi muito forte, decidida e guerreira, lutando para me dar o
melhor e sempre me incentivando sem deixar o desânimo me dominar. Ela teve um papel
extremante importante na construção da minha vida, abdicando de coisas pessoais para me
fazer feliz.
A minha adorável, paciente e companheira de todas as horas Ricarda Graziela, que me ajudou
muito na construção desse trabalho me suportando, auxiliando e emprestando o espaço de sua
residência para meus estudos enquanto escrevia o presente trabalho.
.
A minha orientadora Benilda Veloso, pela competência, pelo acompanhamento e revisão da
minha pesquisa.
Agradeço a todos os professores que fizeram parte dessa história e a turma em geral, pois
foram construídas grandes amizades durante todo o curso.
RESUMO
Este Trabalho de Conclusão de Curso com o título “Tecnologia e Educação:
possibilidades e limites da formação docente no Núcleo de Tecnologia Educacional de
Tucuruí para uso das tecnologias na educação” tem por objetivo apresentar de que maneira é
realizada a formação continuada dos professores para o uso das tecnologias da educação no
Núcleo de Tecnologia Educacional de Tucuruí. Adotou-se como metodologia a pesquisa
qualitativa do tipo estudo de caso com base em levantamento de dados realizados no NTE-
Tucuruí por meio de entrevistas semiestruturadas. Para a análise dos dados utilizou-se análise
de conteúdo, analisando o diálogo dos entrevistados com autores como, Kenski (2007),
Valente (1999), Moran (1995), Libâneo (2006), Serafim (2011), Tavares (2008) entre outros
autores, adjunto às leis e decretos brasileiros, os quais contribuíram como o embasamento das
bases legais do tema proposto. A partir disso, identificou-se por meios dos resultados da
pesquisa que o NTE-Tucuruí dispõe de profissionais e estrutura necessária para realizar o
trabalho de formação dos docentes de Tucuruí e região, entretanto somente a existência dessa
política não é o suficiente para as formações chegarem aos professores, o poder público tem
papel importantíssimo para que isso ocorra oferecendo subsídios com a criação de mais
políticas públicas, programas de incentivo e estrutura adequada para que o professor utilize os
recursos tecnológicos nas escolas públicas do município.
PALAVRAS-CHAVE: Educação; Tecnologias; Educação; Formação continuada;
Prática educativa.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ambiente virtual do ProInfo Integrado ......................................................... 29
Figura 2: Ambiente virtual do e-ProInfo ...................................................................... 31
Figura 3: Página inicial do ambiente virtual do Mundo do Saber ................................ 42
Figura 4: Jogos didáticos no ambiente virtual .............................................................. 43
Figura 5: Página inicial do ambiente virtual do Tabuleiro Digital ............................... 46
Figura 6: Disposição dos Tabuleiros na FACED ......................................................... 47
Figura 7: Unidade móvel do Tabuleiro Digital em eventos ......................................... 48
Figura 8: Utilização dos Tabuleiros Digitais ................................................................ 49
Figura 9: Ambiente virtual da plataforma Socrative .................................................... 50
Figura 10: Laboratório NTE - Tucuruí ......................................................................... 54
Figura 11: Sala dos Professores do NTE - Tucuruí ...................................................... 55
Figura 12: Laboratório NTE - Tucuruí ......................................................................... 55
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CEIE – Comissão Especial de Informática na Educação
CID- Centro de Inclusão Digital
CNPQ – Conselho Nacional de Pesquisa
CSN – Companhia Siderúrgica Nacional
DVD – Disco Digital Versátil
EDUCOM – Educação com Computadores
Embratel – Empresa Brasileira de Telecomunicações
e-ProInfo – Ambiente Colaborativo de Aprendizagem
FACED – Faculdade de Educação
Finep – Financiadora de Estudos e Projetos
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
LDB – Lei de Diretrizes e Base da Educação
MEC – Ministério da Educação
NTE – Núcleo de Tecnologia Educacional
NTIC’s – Novas Tecnologias de Informação e Comunicação
PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais
PDE – Programa de Desenvolvimento da Escola
PEE – Plano Estadual de Educação
PGL – Partnership in Global Learning
PITEC – Projeto Integrado de Tecnologia no Currículo
PNE – Plano Nacional de Educação
ProInfo – Programa Nacional de Informática na Educação
ProInfo Integrado – Programa Nacional de Tecnologia Educacional
RIVED – Rede Interativa Virtual de Educação
RNP – Rede Nacional de Pesquisa
SEED – Secretaria de Educação a Distância
SEI – Secretaria Especial de Informática
TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação
UCA – Um Computador por Aluno
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10
2. CAPÍTULO I - FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE TECNOLOGIAS
DIGITAIS E EDUCAÇÃO ...................................................................................................... 12
2.1. Educação ............................................................................................................. 12
2.2. Tecnologia .......................................................................................................... 15
2.2.1. Tecnologias Digitais .................................................................................................. 17
2.2.2. Tecnologias da Informação e Comunicação .............................................................. 18
2.2.3. Tecnologias educacionais .......................................................................................... 19
2.3. Bases legais para a inserção das tecnologias na educação ................................. 21
2.4. Políticas Públicas para o uso das Tecnologias Digitais na Educação................. 25
2.4.1. Programas Federais .................................................................................................... 27
2.4.2. Programa Estadual: NTE- Núcleo de Tecnologia Educacional ................................. 32
2.4.3. Programa Municipal: NTE -Tucuruí .......................................................................... 34
3. CAPÍTULO 2 - POSSIBILIDADES E LIMITES DA FORMAÇÃO DOCENTE
PARA O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO. ................................... 36
3.1. Formação docente e tecnologias na educação .................................................... 36
3.2. Formação docente e experiências no Brasil com a inserção das tecnologias na
educação 39
3.2.1. Projeto Mundo do Saber ............................................................................................ 41
3.2.2. Tabuleiro digital ......................................................................................................... 46
3.2.3. SOCRATIVE ............................................................................................................. 49
3.3. Formação docente e os desafios para a prática pedagógica com o uso das
tecnologias digitais ................................................................................................................... 50
4. CAPÍTULO 3 - EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO DOCENTE PARA O USO
DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO NUCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL DE
TUCURUÍ. 53
4.1. Estrutura Organizacional do NTE ...................................................................... 53
4.2. Cursos ofertados pelo NTE para os professores de Tucuruí .............................. 57
4.3. Implicações das formações docentes nas práticas pedagógicas dos professores 60
5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 62
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AO COORDENADOR DO
NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL (NTE) TUCURUÍ-PARÁ ......................... 64
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AO PROFESSOR
FACILITADOR DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL (NTE) TUCURUÍ-
PARÁ 65
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO DIRECIONADO A UM PROFESSOR QUE JÁ
PARTICIPOU DE FORMAÇÕES NO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
(NTE) TUCURUÍ-PARÁ ......................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 67
10
1. INTRODUÇÃO
A educação sempre foi marcada por processos históricos e culturais que conduziram
modelos de instrução nas escolas. Na atualidade, os padrões tradicionais de ensino estão
dando lugar a novas formas de educar. Tal alteração se dá por conta da inserção das novas
tecnologias ao ensino, no entanto, educação e tecnologia caminhando juntas deixam diversos
questionamentos sobre a transformação na maneira de ensinar.
A sociedade moderna vem apresentando diversas formas de conduzir o ensino
sistematizado. As inovações tecnológicas exigem do professor constante aperfeiçoamento,
principalmente em termos da inserção dos recursos tecnológicos aplicados ao ensino. Logo,
entende-se que é necessário haver professores capacitados e qualificados para inserir na sua
prática educativa recursos que auxiliem a aprendizagem do aluno.
Reconhecendo que a educação está ligada à evolução da própria sociedade, faz-se
necessário analisar a postura cabível ao professor no momento atual, bem como entender os
aspectos que possam interferir nesse processo. Convivendo num âmbito escolar e tendo
observado a atuação dos professores enquanto ministravam suas aulas no laboratório de
informática e vídeo, constatou-se que os docentes das escolas fundamentais apresentam
dificuldades para conduzir sua prática educativa mediada por recursos contemporâneos, a
exemplo das tecnologias digitais. Foi então que se despertou a seguinte questão: como é dada
a formação dos professores em suas práticas educativas com relação ao uso das novas
tecnologias? Buscando responder tal questionamento discute-se neste trabalho, a ação do
núcleo de tecnologia educacional (NTE) sobre a formação continuada de professores para o
uso das tecnologias na educação, com o intuito de oferecer suportes para que o docente
conduza sua pratica pedagógica unindo o ensino aos novos recursos didáticos. Neste sentido
faz-se necessário, levantar informações e dados sobre esse órgão que possibilita formações
aos docentes nesse campo da educação que está cada vez mais em evidência. Buscou-se
desenvolver essa pesquisa visando dar suporte para o entendimento de conceitos,
problemáticas e contribuições das tecnologias inseridas na educação. Este trabalho valeu-se
numa pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso em que possibilita aproximação ao NTE-
Tucuruí para a coleta de dados que se deu por meio de entrevista semiestruturada.
Toda a discussão foi construída e embasada por grandes teóricos e pesquisadores da
área da educação e tecnologia, como: Pierre Lévy, VaniKenski, Valente, Nelson Preto,
11
ArnoudJunior, Manuel Moran, Paulo Freire, José Libâneo, Demerval Saviani e outros, sendo
estruturado em três capítulos.
No Capítulo 1, procurou-se situar o leitor a respeito do entendimento conceitual de
educação, tecnologia, tecnologias digitais,educacionais, da informação e comunicação. Ainda
nesse capítulo situam-se as bases legais, apontando as políticas públicas federais, estaduais e
municipais para a inserção das tecnologias na educação. O Capítulo 2 é dedicado
especialmente ao professor, pois discute o papel da formação do educador nessa nova era
tecnológica mostrando experiências e os desafios encontrados pelos docentes nas escolas. Em
seguida, no Capítulo 3, são apresentados os dados obtidos em pesquisa de estudo de caso,
realizada no Núcleo de Tecnologia Educacional de Tucuruí para verificar como toda a
abordagem apresentada sobre as tecnologias na educação e a formação dos decentes se
concretiza. Os dados foram obtidos através de entrevista semiestruturada aplicado ao
coordenador, a um formador e a um professor multiplicador.
Acredita-se que, ao final de toda a discussão seja possível responder algumas questões
como: Educação e tecnologia, qual o desafio na atualidade? Como os professores estão
vivenciando essas mudanças? Qual o papel do NTE nessa a discussão? Quais aos desafios
para o NTE-Tucuruí? Quais as dificuldades para o professor realizar uma formação
continuada? Essas indagações configuraram as discussões que perpassaram esse trabalho,
esperando que novas questões sejam levantadas para contribuir com os desafios a serem
enfrentados.
12
2. CAPÍTULO I - FUNDAMENTOS TEÓRICOS SOBRE
TECNOLOGIAS DIGITAIS E EDUCAÇÃO
2.1. Educação
O estudo inserido na temática educação e tecnologia tem apretensão de discutir os
conceitos de educação e tecnologias a partir de Brandão, Freire, Maria da Gloria Gohn,
Arnoud, Levy, Ramos e Kenski. Após os conceitos, o estudo irádiscutir as diretrizes legais e
políticas públicas que a legislação brasileira garante para a inserção das tecnologias na
educação, tais informações foram encontradas com a análise dos Planos Nacionais, Estadual
juntamente com a LDB e com base em autores como Almeida, Andrade, Demo e Valente.
O conceito de educação sofreu influência do nativismo e do empirismo, o primeiro era
entendido como o desenvolvimento das potencialidades interiores do homem, cabendo ao
educador apenas exteriorizá-las e o segundo era o conhecimento que o homem adquiria
através da experiência (MARTINS, 2004, p. 13).
Maria da Glória Gohn(1999) diz que a educação é constituída em três partes: educação
formal, não-formal e informal. A educação formal é aquela desenvolvida nas escolas com
conteúdos previamente demarcados sob a mediação de um professor; a informal é aquela em
que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização(família, clube, amigos,
entre outros) carregada de valores e culturas próprias, já a educação não-formal é aquela que
se aprende "no mundo da vida", via processos de compartilhamento de experiências,
principalmente em espaços e ações coletivas cotidianas (família em geral, igreja, meios de
comunicação, entre outros).
A educação formal dá-se em ambientes normatizados, com regras e padrões
comportamentais, em queo professor não deve se prender apenas à reprodução de conteúdos,
a educação formal engloba um pouco dos outros tipos citados por Gohn (1999). Paulo Freire
considera que o docente não deve se limitar ao ensinamento dos conteúdos, mas sobretudo,
ensinar a pensar, pois “pensar é não estarmos demasiado certos de nossas certezas”. (FREIRE,
1996, p. 28).
A educação não-formal ocorre em ambientes e situações interativas construídas
coletivamente, a participação dos indivíduos é optativa, mas ela também ocorre por
circunstâncias da vivência histórica de cada um, já na informal se encontra em ambientes
13
espontâneos, onde as relações sociais se desenvolvem segundo gostos, preferências, ou
pertencimentos herdados.
Gohn (1999) afirma que cada campo da educação citado tem seus objetivos. Na
educação formal, o ensino e aprendizagem de conteúdos é historicamente sistematizado e
normatizado por leis, dentre os quais se destacam o de formar o indivíduo como um cidadão
ativo, desenvolver habilidades e competências variadas, desenvolver a criatividade,
percepção, entre outros. A educação não-formal capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos
do mundo com a finalidade de desenvolver conhecimento sobre a sociedade, os objetivos são
construídos no processo interação e socialização, gerando um processo educativo.A
construção de relações sociais baseadas em princípios de igualdade e justiça social, quando
presentes num dado grupo social, fortalece o exercício da cidadania. A transmissão de
informação e formação política e sociocultural é uma meta na educação não formal
preparando os cidadãos para a civilidade. A educação informal socializa os indivíduos,
desenvolvem hábitos, atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da
linguagem segundo valores e crenças de grupos quefrequentam ou ao qual pertencem por
herança desde o nascimento, trata-se do processo de socialização dos indivíduos.
A educação é promovida em diversos campos da sociedade e passada por inúmeros
grupos e relações sociais. A partir desse ponto, Brandão(1986) reforça afirmando que
educação é todo conhecimento adquirido com a vivência em sociedade, seja ela qual for.
Sendo assim, o ato educacional pode ocorrerno ônibus, em casa, na igreja, na família em que
todos fazem parte deste processo.
Ninguém escapa da educação, em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou
de outro para aprender, ensinar, aprender e ensinar. Para saber, fazer, ser ou conviver, todos
os dias misturamos a vida com a educação, com uma ou com várias educações. (BRANDÃO,
1985, p. 7)
Libâneo (2002, p.26) se associa a Carlos Rodrigues Brandão e a Maria da Glória Gohn
e afirma que a educação é um “[...] fenômeno plurifacetado, ocorrendo em muitos lugares,
institucionalizado ou não sob várias modalidades”. Dessa maneira o autor identifica a prática
pedagógica em seus variados meios de ocorrência, convivência e socialização.
Em várias esferas da sociedade surge a necessidade de disseminação e internalização
de saberes e modos de ação (conhecimentos, conceitos, habilidades, hábitos, procedimentos,
crenças, atitudes), levando às práticas pedagógicas. Mesmo no âmbito da vida privada,
diversas práticas educativas levam inevitavelmente a atividades de cunho pedagógico na
cidade, na família, nos pequenos grupos, nas relações de vizinhança. (LIBÂNEO, 2002, p.27)
14
A educação ocorre a partir do momento em que se observa, entende, imita e se
aprende e este processo não ocorre somente dentro de uma sala de aula, onde existe um
professor formado para educar. Em todos os povos, em todas as classes, a aprendizagem está
presente de várias maneiras, não existindoapenas uma única maneira ou modelo para se
educar.(BRANDÃO, 1986).
No âmbito das ideias educacionais, Paulo freire dá a definição de educação afirmando
“A educação é sempre uma certa teoria do conhecimento posta em prática [...]” Freire (2003,
p.40). Assim, educação seria uma concepção filosófica e científica acerca do conhecimento
colocada em prática. Alguém que praticasse uma concepção de conhecimento estaria
“fazendo” educação, educar seria então promover a prática de uma teoria sobre o
conhecimento em que toda ação com propósitos educacionais estaria necessariamente
fundamentada em uma convicção acerca do conhecimento.
Podemos dizer que para Paulo Freirea educação é um processo constante de criação do
conhecimento, em que, tal processo existe a busca contínua da transformação da realidade por
meio da ação-reflexão humana. Sendo o conhecimento um processo social, a educação
freireana teria dois objetivos básicos: a criação do conhecimento e a transformação-
reinvenção da realidade, o conhecimento seria o produto ou o resultado da ação-reflexão
humana para a transformação da realidade, esse processo de busca da transformação e
reinvenção da realidade por meio da ação-reflexão humana seria o próprio ato de criação do
conhecimento, isto é, a educação.
Paulo Freire (2004, p.58) diz que “[...] a educação é um ato político.” Freire associa a
educação ao campo político, sendo uma ação, uma atitude, uma prática política. Portanto, a
educação, é o processo constante de criação do conhecimento e de busca da transformação-
reinvenção da realidade pela ação-reflexão humana.
A partir do ano 2000, a educação brasileira vem sofrendo novas intervenções com a
presença das tecnologias na educação, com as inovações tecnológicas é cada vez mais
necessário que a escola se aproprie de recursos tecnológicos, dinamizando o processo de
aprendizagem. Carvalho(2011 p.25) afirma que “educação e a comunicação são
indissociáveis, o professor pode utilizar os aparatos tecnológicos na escola visando à
transformação da informação em conhecimento.”
A educação é um mecanismo poderoso na articulação entre poder, conhecimento e
tecnologias, desde pequena a criança é educada em determinado meio cultural e familiar
adquirindo conhecimentos, habilidades e valores que definem sua identidade social, a maneira
de conversar, comer e se vestir é resultado do poder educacional da família e do meio que
15
vive. A escola também desenvolve esse processo em relação ao conhecimento, conteúdos
trabalhados e uso das tecnologias entre alunos e professores. (KENSKI, 2007).
O filósofo Frances Lyotaro (1988 e 1993) afirma que o grande desafio da humanidade
é a tecnologia, diz que a única maneira do homem conseguir acompanhar o movimento do
mundo é adaptar-se aos avanços tecnológicos que por sinal esse também é o desafio da
educação, adaptar-se as inovações das tecnologias e orientar o caminho de todos para o
domínio e apropriação criticamente desses meios.
Para fazer cumprir sua responsabilidade social de educar e formar os novos cidadãos, a
escola precisa contar com professores que estejam dispostos a utilizar e entender os meios de
informação e comunicação inovando sua prática pedagógica que deve ser compreendida como
uma forma específica de trabalho à prática social que envolve teoria e prática, própria da
prática educativa. Como afirmou Freire (1991,p. 109) “praticar implica programar e avaliar a
prática. E a prática de programar que se alonga na de avaliar a prática, é uma prática teórica”.
No processo educacional, o papel do professor é de extrema importância, além de ser
educador e transmissor de conhecimento também atua como mediador, colocando-se como
ponte entre o estudante e o conhecimento para que o aluno aprenda a refletir e a questionar
por si mesmo e não mais só receba informações se tornando apenas um receptor.
Para que o professor assuma o compromisso de sua profissão, ele precisa estar ciente
da responsabilidade de ensinar e para isso tem que trabalhar e desenvolver suas práticas,
renovando e atualizando sua forma pedagógica acompanhando as transformações sociais e
educacionais, tais como o uso das tecnologias na educação para que atenda seus alunos da
melhor maneira possível, pois, é por meio do comprometimento pela educação que o
professor pode verdadeiramente assumir o papel de aprender e ensinar (Freire,1979).
Nada mais verdadeiro do que afirmar que o processo educacional tem um significado
imprescindível para o desenvolvimento do ser humano, tanto no passado, como no mundo
atual. A educação traz ao homem avanços significativos, no sentido da garantia de um futuro
melhor para todos. (Vianna, 2008)
2.2. Tecnologia
Segundo Kenski (2007), as tecnologias estão presentes em toda a história da
humanidade, em todos os tempos foram criadas novas tecnologias. O raciocínio humano
garantia ideias gerando assim o processo de evolução, ideias unidas ao conhecimento deram
origem a diversos equipamentos, instrumentos, recursos, produtos, técnicas, ferramentas,
16
enfim as tecnologias. Desde o início dos tempos, na idade da pedra, o domínio de
determinados tipos de tecnologias diferenciavam os povos daquela época, o homem astuto e
com boas ideias garantia sua sobrevivência e supremacia pelas suas engenhosidades com o
domínio de elementos da natureza, água, fogo e com armas, pedaços de pau com ossos de
animais pontiagudos usados para matar, dominar ou afugentar animais e até mesmo outros
homens que não tinham o mesmo conhecimento e habilidade.
Segundo Arnaud (2005, p. 15) a tecnologia consiste em “[...] um processo criativo
através do qual o ser humano utiliza-se de recursos materiais e imateriais, ou os cria a partir
do que está disponível na natureza e no seu contexto vivencial, a fim de encontrar respostas
para os problemas de seu contexto, superando-os”.
Percebe-se então que a palavra tecnologia é um termo muito abrangente que envolve
aspectos como: técnica moderna e sofisticada, ferramentas, processos e materiais criados e
utilizados a partir de um determinado conhecimento. Segundo Amora (1999, p.711) a
tecnologia é um “conjunto de princípios científicos que se aplicam aos diversos ramos de
atividade”. Sendo assim, a técnica nasce da constante necessidade que o homem tem de estar
criando, reinventando e construindo meios para satisfazer e responder as suas necessidades
imediatas.
A expressão tecnologia não se prende apenas no conceito de equipamentos e
aparelhos, na verdade ela engloba uma totalidade de coisas engenhosas que o cérebro do
homem conseguiu criar em diferentes épocas. Existem diversas tecnologias que não são
máquinas como os óculos, espelho e medicamentos, tecnologias frutos de estudos e
descobertas nas mais diversas áreas do conhecimento, sendo assim, a linguagem também é
uma tecnologia (KENSKI2007).
Pode-se dizer que a tecnologia é ao mesmo tempo antiga e atual. Antiga por ser
praticada desde a origem do homem que passou a buscar técnicas para melhorar a
sobrevivência e atual por continuar acompanhando os indivíduos por meio de equipamentos
modernos que respondem às necessidades do homem. Os fazedores de machados, por
exemplo, há mais de quatro milhões de anos, viram nesse instrumento a possibilidade de
desenvolvimento de novos meios para busca de alimentos, o que implicou em mudança de
comportamento. Nesse momento tecnológico, esses sujeitos, através do planejamento,
buscaram materiais para construir o machado e outros equipamentos, gerando então o criar
tecnológico de sua época. A forma como os fazedores de machados passaram a usar essa
ferramenta para realizar tais ações é o que denominamos de técnica.
17
Kenski (2003, p. 18) diz “Ao conjunto de conhecimentos e princípios científicos que
se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um
determinado tipo de atividade nós chamamos de tecnologia”. Ela enfatiza ainda que “às
maneiras, aos jeitos ou às habilidades especiais de lidar com cada tipo de tecnologia, para
executar ou fazer algo, nós chamamos de técnica”.
Percebe-se então, que entre civilizações antigas e atuais a história da humanidade é
marcada por diferentes avanços tecnológicos, cada qual concernente ao período histórico-
social de sua época, desde a Idade da Pedra até a Revolução pós-industrial. Kenski (2003)
enfatiza a passagem temporal das tecnologias que determinaram processos significativos na
evolução humana.
A evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desenvolvidas e
empregadas em cada época. Diferentes épocas da história da humanidade são historicamente
reconhecidas pelo avanço tecnológico correspondente. As idades da pedra, do ferro, do ouro,
por exemplo, correspondem ao momento histórico social em que foram criadas “novas
tecnologias” para o aproveitamento desses recursos da natureza, de forma a garantir melhor
qualidade de vida. O avanço científico da humanidade amplia o conhecimento sobre esses
recursos e cria permanentemente “novas tecnologias”, cada vez mais sofisticadas. (KENSKI
2003, p. 20).
Pierre Lévy (1993) afirma que as três grandes tecnologias inteligentes vivenciadas
pela humanidade foram: a oralidade, a escrita e a informática. Segundo ele, a técnica participa
e está diretamente ligada à cultura. Cada uma dessas modalidades teve seu momento de
apogeu, mas ainda se faz presente atualmente.
Após a segunda guerra mundial deu-se início à guerra fria, guerra que tem por
característica uma corrida tecnológica em busca de mercado. A guerra fria que durou
aproximadamente 50 anos, impulsionou a ciência e a tecnologia de forma jamais vista na
história da humanidade, muitos equipamentos, serviços e processos foram descobertos
proporcionando inúmeras inovações como o isopor, forno microondas, relógio digital e o
computador por exemplo.
2.2.1. Tecnologias Digitais
Tecnologia digital é um conjunto de tecnologias que permite, principalmente, a
transformação de qualquer linguagem ou dados em números. Uma imagem, um som, um
18
texto, ou a convergência de todos eles, que aparecem para nós na forma final da tela de um
dispositivo digital, como o computador. (LÉVY, 1993)
Com a tecnologia digital, foi possível descentralizar a informação, aumentar a
segurança de uma série de dados fundamentais e criar muitas outras tecnologias como, por
exemplo, a câmera fotográfica que utilizava filmes que deviam ser revelados através de
processo físico-químico, a câmera evoluiu com a tecnologia digital, em que agora dispensa
filmes e processo físico-químico.
Na atualidade, telefones, agências bancárias, painel dos carros, urnas eletrônicas,
entre outros acessórios que utilizamos no dia a dia empregam tecnologia digital. Na escola
não é diferente, no meio educacional as tecnologias digitais estão sempre presentes, o que fez
alterara forma de trabalhar, em que parte dos materiais utilizados para planejar e ministrar as
aulas pode ser de tecnologia digital, assim como muitos dos meios de que dispomos para
interagir com nossos alunos.
2.2.2. Tecnologias da Informação e Comunicação
O homem sempre teve a necessidade de expressar sentimentos e opiniões e de registrar
experiências e direitos. Para viabilizar a comunicação entre si, o homem criou as tecnologias
da comunicação ou informação ou as tecnologias de inteligência. (Lévy, 1992).
Uma nova realidade para o uso de tecnologia da inteligência surgiu com o processo de
produção industrial da informação, profissionais com foco na informação e entretenimento
chegaram nesse mercado, novos meios de comunicação que ampliam o acesso às notícias e
informações surgem para todas as pessoas, como os jornais, revistas, rádio, cinema e vídeos.
Esses suportes de mídia chegam com potencial de comunicação com o uso da linguagem oral,
escrita e na combinação de som e imagens. Segundo Kenski (2007, p.28) “O Processo de
produção e o uso desses meios compreendem tecnologias específicas de informação e
comunicação”.
Nas décadas de 1970 e 1980, com a constante evolução tecnológica, surge a internet,
um sistema de redes, utilizada por militares com objetivo de manter as comunicações em caso
de ataques inimigos que destruíssem os meios convencionais de telecomunicações.
A partir dos anos de 1990, a Internet passou a ser utilizada por vários segmentos
sociais, estudantes passaram a buscar informações para pesquisas escolares, jovens utilizam
para diversão em sites de games. As redes sociais tornaram-se pontos de encontro para um
19
bate-papo virtual a qualquer momento. As empresas descobriram na Internet um caminho para
melhorar as vendas online, transformando a Internet em shoppings virtuais.
A Internet se tornou uma imensa e complexa rede de meios de comunicação que
possibilita a interação entre pessoas de todo o mundo. Um meio usado para os mais variados
fins, trocar informações, estudar, trabalhar, se relacionar, se comunicar, vender, comprar e até
mesmo viver uma vida virtual compartilhando momentos e sentimentos em grupos ou
comunidades virtuais.
As tecnologias da comunicação e informação (TIC) são tecnologias com base na
comunicação oral, escrita e com a fusão entre a visual e auditiva. Kenski (2007, p.27) diz que
“Tecnologia é imaterial, ou seja, não é como uma máquina e sim como linguagem”.
Segundo Ramos, (2010, p.19), as TIC “agilizaram e tornaram menos palpável o
conteúdo da comunicação por meio da digitalização e da comunicação em redes para a
captação, transmissão e distribuição das informações que podem assumir a forma de texto,
imagem estática, vídeo ou som.”
O desenvolvimento tecnológico facilitou o uso, produção e propagação das TIC,
surgindo diversas tecnologias de informação e comunicação, como a televisão e internet.
Para Ramos, (2008, p.7) as TIC possuem três áreas de aplicação: computador,
comunicação e controle “(a) um computador desempenha cálculos e operações lógicas com
facilidade, rapidez e fiabilidade [...]; (b) a comunicação é essencial à condição humana [...] na
qual ocorrem transmissão e recepção de informação; (c) o controle/automação consiste em
mecanismos, processos e equipamentos industriais [...].”
Os aspectos das TIC para uma tecnologia digital ocasionam mudanças radicais,
possibilitando processar e representar qualquer tipo de informação. O ambiente digital é a
fusão entre a computação, comunicação e os mais diversos tipos e formas de materiais
disponibilizando textos, livros, conteúdos, músicas, fotos e filmes. Através de telefones,
televisores e computadores é possível fazer com que circulem as mais diferentes formas de
informação, incluindo a comunicação em tempo real.
2.2.3. Tecnologias educacionais
O termo tecnologia educacional é a adequação dos recursos tecnológicos como meio
facilitador do processo de ensino aprendizagem e veiculação das informações, tendo como
principal alvo o desenvolvimento educacional. A tecnologia Educacional busca criar um
ambiente no qual existam possibilidades favoráveis à aprendizagem.
20
Tecnologias educacionais são os mecanismos e equipamentos que auxiliam os
profissionais da educação na mediação dos conteúdos, temas e estudos propostos. Os recursos
tecnológicos para o ensino buscam criar um ambiente no qual haja possibilidades favoráveis à
aprendizagem com a utilização de equipamentos como a TV, Radio, DVD, Computador, Data
Show, Celular, entre outros.
Os recursos tecnológicos no contexto atual da educação estão cada vez mais presentes,
tendo em vista que estamos vivendo numa sociedade tecnológica, sociedade na qual é
determinada pelos avanços das tecnologias digitais de comunicação e informação e pela
microeletrônica Kenski (2007). A educação acompanhou esse processo em que o professor
dispõe inúmeros recursos como, as mídias, vídeos, internet, jogos educativos, entre outros. O
docente também pode contar com os ambientes virtuais de aprendizagem, meios de
comunicação para formação e troca de informação, por exemplo, as salas de bate papos e e-
mails, as plataformas que disponibilizam materiais, entre outros recursos disponíveis que
auxiliam o professor no seu campo de trabalho inovando e diferenciando as aulas com a
contribuição das tecnologias que podem estar colaborando para a educação.
Segundo Kenski (2007) as tecnologias estão presentes em todos os momentos do
processo pedagógico, desde o planejamento das disciplinas e elaboração da proposta
curricular até a certificação dos alunos que concluíram um curso. Um pequeno exemplo disso
é o ensino de um idioma baseado exclusivamente nos livros didáticos e na pronúncia da
professora em aulas expositivas, ele será bem diferente do mesmo ensino realizado com apoio
docente, mas com a possibilidade de diálogos, conversas e trocas comunicativas entre alunos,
o uso de vídeo, DVD’s, ou um computador com acesso à internet por exemplo.
Os recursos tecnológicos trazem para a educação uma mudança significativa na escola,
pois se torna parte do processo educativo, impulsionando o professor a buscar novos
conhecimentos e se adequar às constantes mudanças que a sociedade vem sofrendo que por
consequência a escola também se transforma. Portanto, é importante que na perspectiva de
ensino com o uso dos recursos tecnológicos, o professor passe a construir o conhecimento
junto com seus alunos, questione, duvide, enfrente conflitos, contradições e divergências,
enriquecendo suas aulas com o apoio das tecnologias educacionais.
Contudo, para que estas tecnologias tragam as alterações necessárias no processo
educativo, elas precisam ser compreendidas e incorporadas pedagogicamente. Segundo
Kenski (2007), é preciso respeitar as especificidades do ensino e da própria tecnologia para
poder garantir que o seu uso realmente faça a diferença, não basta usar a televisão ou o
21
computador, é preciso saber usar as tecnologias de forma pedagogicamente correta chegando
com êxito aos objetivos da aula.
O mundo se encontra em constante transformação, assim como a educação, que não só
apresenta vários recursos imprescindíveis à época moderna, mas oferece meios para repensar
o papel da escola, dos profissionais, dos métodos e do ensino-aprendizagem. Nessa nova era,
as tecnologias apresentam-se como perspectiva de novas reflexões sobre a educação não só
por difundir novos meios de transmitir o conhecimento, mas por incentivar o aprendizado e o
pensamento, na troca de saberes e experiência gerada pela inteligência coletiva. Desse modo,
não são as “máquinas de ensinar” que serão responsáveis pela educação, mas o profissional
docente, por isso é preciso considerá-lo.
Com essa abordagem é questionado se os recursos sozinhos podem ser responsáveis
por mudanças significativas no processo de ensino-aprendizagem. Acredita-se que a simples
utilização dos recursos não determina mudança qualitativa no ensino-aprendizagem e, com
isso, as tecnologias educacionais inseridas ao processos educativo não devem ser entendidas
apenas como novos instrumentos para uma educação do futuro. Preto (1996, p. 112) enfatiza a
ideia de que não basta inserir novos recursos tecnológicos para elaborar uma “nova” educação
dizendo:
“Não basta, portanto, introduzir na escola o vídeo, televisão, computador ou
mesmo todos os recursos multimidiáticos para fazer uma nova educação. É
necessário repensá-la em outros tempos, porque é evidente que a educação numa
sociedade dos mass media, da comunicação generalizada, não pode prescindir da
presença desses novos recursos. Porém, essa presença, por si só, não garante essa
nova escola, essa nova educação”.
2.3. Bases legais para a inserção das tecnologias na educação
Na década de 70, o governo federal brasileiro identificou a necessidade de definir uma
política de informática para o país voltada ao desenvolvimento de produtos da
microeletrônica, atendimento das demandas dos setores produtivos para a contratação de
profissionais com competência científica-tecnológica e incentivo à formação na área, com
isso, foram dados os primeiros passos para a inserção da tecnologia digital no sistema
brasileiro de ensino (ANDRADE; LIMA, 1993). Tal iniciativa representou uma inovação ao
criar um espaço de diálogo com pesquisadores e educadores que se dedicavam a estudos sobre
computadores e educação, viabilizando a articulação entre pesquisa e ensino, que se
concretizou posteriormente como um elemento chave das atividades na área.
22
Numa atitude ousada e inovadora, foram realizados seminários nacionais com a
participação da comunidade científica. Assim, no ano de 1984, atendendo às recomendações
propostas nesses seminários com base nas experiências que ocorriam em outros países,
principalmente nos Estados Unidos e na França (Valente, Almeida, 1997), o Ministério da
Educação (MEC) implantou o projeto Educação com Computadores (Educom) em cinco
universidades públicas brasileiras, com o objetivo de promover a criação de centros pilotos
para o desenvolvimento de pesquisas sobre o uso do computador no ensino e na
aprendizagem, a formação de professores do magistério da rede pública de ensino e a
produção de softwares educativos (ANDRADE, 1996).
Em 1996, foi criada através do MEC, a Secretaria de Educação a Distância (SEED),
com a finalidade de fomentar a incorporação das tecnologias de informação e comunicação
(TIC) à educação e atuar no desenvolvimento da educação a distância com vistas a
democratização e melhoria de qualidade da educação. A institucionalização da SEED
impulsionou a criação de programas como o projeto FORMAR que tinha como principal
objetivo formar professores para a inserção das tecnologias na educação.
O Projeto FORMAR, em parceria com universidades realizavam cursos de
especialização para preparar professores multiplicadores. Nesses cursos, os professores
aprendiam a dominar a tecnologia, ao tempo que estudavam teorias educacionais para
compreender as concepções subjacentes ao uso da informática em educação e criavam
propostas de disseminação do uso do computador em suas instituições de origem (Valente,
1999; Almeida,2000). Também no ano de 1996, o MEC criou o Programa TV Escola e, em
1997, o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo), aos quais foram integrados
vários projetos e posteriormente, outros programas foram criados pelo MEC (Rádio Escola,
DVD Escola, a Rede Interativa Virtual de Educação (RIVED) cada um deles direcionado à
incorporação de determinada tecnologia e à preparação dos educadores para sua utilização na
escola.
Para garantir a implementação de seus programas em todo território nacional
respeitando as diversidades e as características regionais, a SEED estabeleceu a cooperação
com secretarias Estaduais e Municipais de educação, responsáveis por articular as diretrizes
nacionais com as políticas e especificidades locais, sustentar as ações, conduzir o processo de
23
inserção das TIC nos Núcleos de Tecnologia Educacional1 (NTE) e nas escolas a partir das
demandas explicitadas em seus projetos pedagógicos.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/96, em seu Título
VI, que trata dos profissionais da educação, em dois de seus artigos, o art. 62 e o art. 67,
apresenta a necessidade da utilização das tecnologias na formação continuada e o
compromisso dos sistemas de ensino em promovê-la, respectivamente.
A Lei nº 12.056/2009 acrescenta no art. 62 três parágrafos que reforçam a necessidade
da formação continuada para os docentes e o uso das tecnologias nestas formações:
Art. 62. [...]§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime
de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos
profissionais de magistério.
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão
utilizar recursos e tecnologias de educação a distância
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao ensino
presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a distância
(BRASIL, 1996, p. 22-23).
No art. 67, a LDB assegura a promoção da formação continuada para os professores da
rede pública, por parte dos respectivos sistemas de ensino.
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da
educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do
magistério público:
[...]
II – aperfeiçoamento profissional continuado [...] (BRASIL, 1996, p. 23).
Quando se trata da formação continuada de professores em Tecnologia Educacional, a
SEED/MEC elaborou o Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007, que trata do PROINFO
(Programa Nacional de Tecnologia Educacional). No parágrafo único, do Art. 1º, o decreto
apresenta como um dos seus objetivos a capacitação dos professores para o uso das TIC: “São
objetivos do PROINFO: [...] III – promover a capacitação dos agentes educacionais
envolvidos nas ações do Programa” (BRASIL, 2007, p. 1).
1O Núcleo de Tecnologia Educacional-NTE é a estrutura descentralizada, de nível operacional, do
Programa Nacional de Tecnologia Educacional-ProInfo, vinculada a uma secretaria estadual ou municipal de
educação e especializada em tecnologias de informação e comunicação (TIC) aplicada à educação.
24
Em relação ao a LDB, Demo (1997) afirma ser uma lei atrasada, que não foi
inovadora, visando muitos interesses da elite, retorcendo informações de como seria a
verdadeira aprendizagem, e sugerindo uma atualização dessa Lei da educação.
Embora se trate de uma lei de educação, diz-se no Art. 1º, § 1º: ‘Esta Lei
disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do
ensino, em instituições próprias.’ Se olharmos bem para o significado usual do
termo ‘ensino’, percebe-se que, no fundo, ficamos com a ‘aula’ como protótipo de
educação escolar, o que certamente representa algo no mínimo medieval. Nenhuma
teoria moderna importante daria aval a esse tipo de percepção. Tem-se, por trás, o
esquema ‘ensinoaprendizagem’, na clivagem arcaica que separa aquele que ensina
daquele que aprende. Uma das marcas da educação moderna está precisamente em
não mais reconhecer um ‘profissional do ensino’, já que o educador autêntico é o
autêntico profissional da aprendizagem. (DEMO, 1997, p. 68 e 69).
Os programas para a tecnologia na educação tiveram mais espaço na educação
brasileira nos anos 2000, através do inciso VII que estabelece a “promoção humanística,
científica, cultural e tecnológica do País”, exposto no artigo 2º, da Lei Federal nº 13.005 de 25
de junho de 2014 do Plano Nacional de Educação (PNE) decretada pelo Congresso Nacional e
sancionada pela então presidente Dilma Rousseff.
Os Estados brasileiros tiveram que seguir o PNE e investir no uso das tecnologias na
educação, falando de Estado, o Estado do Pará na assembleia legislativa aprovou o Plano
Estadual de Educação (PEE) de acordo com a LEI N° 8.186, DE 23 DE JUNHO DE 2015 e
em seu Art. 1º Ficou aprovado o Plano Estadual de Educação, com vigência por dez anos,
seguindo a Lei, na forma do Anexo, com vistas ao cumprimento do disposto no art. 8º da Lei
Federal nº 13.005, de 25 de junho de 2014 (PNE).
No Art. 2 do PEE, em que assume algumas diretrizes do PNE, uma delas destaca as
tecnologias da educação; O inciso VII aponta promoção humanística, científica, cultural e
tecnológica do Estado. Com base nessa diretriz, o estado do Pará constituiu algumas metas
voltadas para essa área que são as seguintes:
Garantir, até o quinto ano de vigência deste PEE, no âmbito de suas
competências, estruturas necessárias e promover a utilização das tecnologias
educacionais para todas as etapas da educação básica, com incentivo às
práticas pedagógicas inovadoras, visando à melhoria do fluxo escolar e da
aprendizagem, com acompanhamento dos resultados;
25
Aprimorar a qualidade dos recursos tecnológicos que garantam a utilização dos
softwares livres, por meio das ferramentas disponíveis na internet, com
equipamentos que acompanhem o desenvolvimento tecnológico, até o terceiro
ano de vigência deste PEE;
Garantir, de acordo com suas competências, o acesso à rede mundial de
computadores em banda larga de alta velocidade e triplicar, até o final da
década, a relação computador/aluno(a) nas escolas da rede pública de educação
básica, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e
da comunicação;
Ampliar e/ou garantir, até o quinto ano de vigência do PEE, a relação
computador/aluno nas escolas da rede púbica de educação básica, assim como,
nas unidades dos estabelecimentos prisionais e unidades de medidas sócio
educativas, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação
e da comunicação.
A partir da aprovação da LEI N° 8.186, DE 23 DE JUNHO DE 2015 de acordo com as
diretrizes e metas, o Estado busca uma maior implementação de políticas públicas voltadas
para as tecnologias da informação e comunicação nas escolas públicas paraenses também com
a criação de programas para a formação de profissionais voltados para essa área da educação.
2.4. Políticas Públicas para o uso das Tecnologias Digitais na Educação
No contexto educacional brasileiro, as ações da política da informática foram, ao
longo do tempo, contribuindo para o estabelecimento de alguns programas. No ano de 1979 a
Secretaria Especial de Informática (SEI) apresentou sugestões nas áreas de educação,
agricultura, saúde e indústrias, com intuito de melhorias nos recursos computacionais
existentes.
A partir de 1981 ocorreu I Seminário Nacional de Informática na Educação (SEI,
MEC Ministério da Educação, CNPQ - Conselho Nacional de Pesquisa) – Brasília, tendo
como sugestões as atividades da informática educativa, focadas nos valores culturais,
sociopolíticos e pedagógicos da realidade brasileira enfatizando que os aspectos técnico-
econômicos fossem considerados nos benefícios sócios educacionais.
26
Em 1982, aconteceu o II Seminário Nacional de Informática na Educação na cidade de
Salvador-BA, tendo a participação de pesquisadores nas esferas da educação, sociologia,
informática, e psicologia. O foco era priorizar o ensino de 2º grau no qual os computadores
serviriam como suporte no processo educacional, e que tivessem disponíveis para todas as
áreas afins, assim como na formação do professor.
Em 1983 foi dada a primeira ação oficial e real com a criação do Projeto Educação
com Computadores (EDUCOM), com o propósito de levar computadores até as escolas
públicas. Neste projeto também foram criados cinco centros pilotos, com os responsáveis pelo
projeto de pesquisa sendo oficializados em 1984. Faziam parte as seguintes instituições:
Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade
Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade
Estadual de Campinas.
Com as iniciativas do Projeto EDUCOM surgiram vários estudos envolvendo Estados
e Municípios brasileiros. Dando seguimento aos projetos, foi criado a Portaria nº 522/MEC,
de 9 de abril de 1997, instituindo o Programa Nacional de Informática na Educação
(PROINFO), com apoio da Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC), com a
finalidade de promover o uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações
(TICs) na rede pública de ensino fundamental e médio. Seu funcionamento se deu de forma
descentralizada, em articulação com as Secretarias de Educação dos Estados e Municípios, em
que cada unidade da Federação havia uma Coordenação Estadual e os Núcleos de Tecnologia
Educacional – NTE.
Conforme Tajra (2008) o programa tinha os seguintes objetivos:
Melhorar a qualidade do processo ensino aprendizagem;
Possibilitar a criação adequada das novas tecnologias de informação pelas
escolas;
Propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e
tecnológico;
Educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente
desenvolvida.
Em dezembro de 2007 também surgiu o PROINFO Integrado, programa de formação
voltada para o uso didático-pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação
27
(TIC) no cotidiano escolar, “[...] um programa para integrar e articular a distribuição dos
equipamentos tecnológicos para as escolas (computadores, impressoras e outros equipamentos
de informática) à oferta de cursos de formação continuada [...], conteúdos e recursos
multimídia e digitais, por meio do Portal do Professor, da TV Escola [...]”. (BRASIL, 2010,
s/p).
Com a expansão das políticas públicas voltadas para as tecnologias na educação e a
modernização das escolas e do sistema educacional surge o E-ProInfo, programa totalmente
virtual voltado para integração formação dos profissionais educacionais, proporcionando o
desenvolvimento dos conhecimentos e práticas sobre as TIC na educação brasileira.
2.4.1. Programas Federais
2.4.1.1. ProInfo
O Programa Nacional de Tecnologia Educacional é um programa educacional criado
pela Portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997. O ProInfo, por meio do Decreto nº 6.300 de
12 de dezembro de 2007 foi reestruturado, com o objetivo de promover o uso pedagógico das
tecnologias de informação e comunicação nas escolas de educação básica das redes públicas
de ensino urbanas e rurais, incentivar a melhoria do processo de ensino e aprendizagem,
capacitar agentes educacionais, ampliar o acesso da conexão e de computadores, preparar para
o mercado de trabalho e promover a produção nacional de conhecimentos digitais. (BRASIL,
2007).
O Programa Nacional de Tecnologia Educacional possibilita levar computadores às
escolas, como recursos digitais e conteúdos educacionais, porém cabe aos Estados e
Municípios garantirem a estrutura adequada para receber os laboratórios e “capacitar” os
educadores para o uso das máquinas e tecnologias, ou seja, a partir da reformulação o
programa se compõe de três ações: implantação de ambientes, capacitação de professores e
outros sujeitos envolvidos no processo educativo, oferta conhecimentos digitais e multimídia.
(BRASIL, 2007)
Para fazer parte do ProInfo na zona Urbana e na zona Rural, o município deve seguir
três passos: a adesão, o cadastro e a seleção das escolas. A adesão é o compromisso do
município com as diretrizes do programa, imprescindível para o recebimento dos laboratórios.
Após essa etapa, deve ser feito o cadastro do prefeito no sistema, que permitirá o próximo
passo, que é a inclusão das escolas no ProInfo.
28
É importante destacar que também cabe aos Municípios e Estados a promoção de
ambientes favoráveis ao trabalho da equipe de apoio visando o acompanhamento e
desenvolvimento das ações de capacitação nas escolas, assumindo também as
responsabilidades sobre a manutenção dos computadores e laboratórios.
2.4.1.2. ProInfo Integrado
ProInfo Integrado (http://integrado.mec.gov.br/), criado pelo Decreto n. 6.300,
assinado pelo então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 12 de dezembro
de 2007 (BRASIL, 2007), no âmbito do Programa de Desenvolvimento da Escola (PDE).
Embora a sigla permaneça a mesma, o ProInfo integrado encerra outra terminologia,
denominando-se Programa Nacional de Tecnologia Educacional.
O ProInfo Integrado que foi iniciado em dezembro de 2007 é “[...] um programa para
integrar e articular a distribuição dos equipamentos tecnológicos para as escolas
(computadores, impressoras e outros equipamentos de informática), à oferta de cursos de
formação continuada para os professores, conteúdos e recursos multimídia e digitais, por meio
do Portal do Professor, da TV Escola, DVD Escola, pelo Domínio Público e pelo Banco
Internacional de Objetos Educacionais [...]”. (BRASIL, 2010, s/p). Assim, os professores,
gestores e técnicos responsáveis pelas escolas públicas contempladas com os laboratórios de
informática do ProInfo recebem três cursos de formação em um curso de especialização. Seu
objetivo é: “Proporcionar a inclusão digital de professores, gestores de escolas públicas da
educação básica e a comunidade escolar em geral. Dinamizar a qualificação dos processos de
ensino e de aprendizagem, desenvolvendo competências, habilidades e conhecimentos.”.
(BRASIL, 2010, s/p)
29
Figura 1: Ambiente virtual do ProInfo Integrado
Fonte: http://integrado.mec.gov.br/
Bielschowsky (2009) identifica três objetivos principais do ProInfo integrado:
contribuir para o letramento digital de estudantes de escolas públicas, dinamizar o processo de
ensino e aprendizagem nos laboratórios de informática e propiciar uma sala de aula mais
dinâmica com a utilização de recursos multimídia. Esses objetivos se desdobram em ações
direcionadas à infraestrutura das escolas, à formação de professores, aos conteúdos digitais e
ao estabelecimento de comunidades virtuais.
Quatro cursos fazem parte do ProInfo Integrado, que são ministrados pelos formadores
através dos NTEs distribuídos pelo país:
Introdução à Educação Digital (60h) - Este curso tem o objetivo de contribuir
para a inclusão digital de profissionais da educação, preparando-os para
utilizarem os recursos e serviços dos computadores com sistema operacional
Linux Educacional, dos softwares livres e da Internet. Outro objetivo do
ProInfo Integrado é trazer uma reflexão sobre o impacto das tecnologias
digitais nos diversos aspectos da vida e, principalmente, no ensino.
Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC (60h) - visa
oferecer subsídios teórico-metodológicos práticos para que os professores e
gestores escolares possam compreender o potencial pedagógico de recursos das
30
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no ensino e na aprendizagem
em suas escolas.
Elaboração de Projetos (40h): Visa capacitar professores e gestores escolares
para que eles possam identificar as contribuições das TIC para o
desenvolvimento de projetos em salas de aula, compreender a história e o valor
do trabalho com projetos e aprender formas de integrar as tecnologias no seu
desenvolvimento:
Redes de Aprendizagem (40h): O curso tem o objetivo de preparar os
professores para compreenderem o papel da escola frente à cultura digital,
dando-lhes condições de utilizarem as novas mídias sociais no ensino.
2.4.1.3. e-ProInfo
O e-ProInfo é um Ambiente Colaborativo de Aprendizagem a Distância, baseado em
tecnologia web. Todos os recursos disponíveis para os participantes e para os administradores
são acessados via Internet, isto é, de qualquer lugar, em qualquer dia e a qualquer hora.
Permite planejar, administrar e executar ações de aprendizagem, tais como: Cursos a
distância; Complementos a distância para cursos presenciais; Projetos colaborativos;
Reuniões de trabalho por meio de um ambiente totalmente digital que é composto por
ferramentas síncronas e assíncronas como: Fórum; Videoconferência; Bate-papo; E-mail;
Quadro de Avisos; Notícias; Biblioteca digital.
O e-ProInfo é composto por dois Web Sites: o site do Participante e o site do
Administrador, que utiliza a concepção, administração e desenvolvimento de diversos tipos de
ações, como cursos a distância, complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa,
projetos colaborativos e diversas outras formas de apoio a distância e ao processo ensino-
aprendizagem.
31
Fonte: http://e-ProInfo.mec.gov.br/eProInfo/interativo/acessar_espaco_sistema/acessar.htm
O site do Participante (http://e-
ProInfo.mec.gov.br/eProInfo/interativo/acessar_espaco_sistema/acessar.htm) permite que
pessoas interessadas se inscrevam e participem dos cursos e outras ações oferecidas por várias
Entidades conveniadas. Através dele que os participantes têm acesso ao conteúdo,
informações e atividades organizadas por módulos e temas, podendo interagir com
coordenadores, instrutores, orientadores, professores, monitores e com outros colegas
participantes. No Ambiente Colaborativo do e-ProInfo há um conjunto de recursos
disponíveis para apoio às atividades dos participantes, entre eles, Tira-dúvidas, Notícias,
Avisos, Agenda, Diário e Biblioteca. Há ainda um conjunto de ferramentas disponíveis para
apoio a interação entre os participantes, entre eles, e-mail, chat e fórum de discussões e banco
de projetos e outro conjunto de ferramentas para avaliação de desempenho, como
questionários e estatísticas de atividades.
O site do administrador permite que pessoas credenciadas pelas entidades conveniadas
desenvolvam, ofereçam, administrem e ministrem cursos à distância e diversas outras ações
de apoio à distância ao processo ensino-aprendizagem, configurando e utilizando todos os
recursos e ferramentas disponíveis no ambiente. Cada entidade pode estruturar diversos
cursos ou outras ações compostas por módulos, e estes por atividades. Os participantes se
Figura 2: Ambiente virtual do e-ProInfo
32
inscrevem em cursos e, sendo aceitos pelo administrador, podem se vincular a turmas, através
das quais cursam seus respectivos módulos.
2.4.2. Programa Estadual: NTE- Núcleo de Tecnologia Educacional
A origem do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) está ligada ao surgimento do
ProInfo- Programa Nacional de Tecnologia Educacional, criado em 1997, e primeiramente
chamado de Programa Nacional de Informática na Educação. As tecnologias, presentes nos
diversos setores sociais chega ao contexto escolar por meio de equipamentos, recursos, salas
de tecnologias e programas de capacitação de professores. Nesse contexto surgem os NTEs,
que foram equipados com estrutura de informática e comunicação e profissionais capacitados
em tecnologia e software para realizar a implantação das TIC nas escolas brasileiras.
(PALÚ,2016).
Informações obtidas no Blog do NTE – Belém, apontam que o Estado do Pará conta
com doze (12) NTEs espalhados em diferentes regiões, cinco na região metropolitana, dois (2)
na capital Belém, um (1) em Ananindeua, um (1) em Benevides, um (1) em Castanhal, no
nordeste do Estado o NTE Abaetetuba, no sudoeste o NTE Altamira, no baixo amazonas
encontra-se o núcleo de Santarém, no oeste paraense o NTE Bragança e na nas regiões sul e
sudeste encontram-se mais três (3) núcleos, nas cidades de Marabá, Tucuruí e Redenção.
Os NTEs oferecem cursos que na modalidade presencial, semipresencial ou totalmente
a distância: Formação continuada dos professores da rede pública, para uso integrado das
tecnologias no contexto educacional; Curso de capacitação dos funcionários administrativos
da rede pública e comunidade em geral, para uso do computador e o acesso à Internet.
Formação Continuada de Profissionais da Rede Pública de Ensino, por meio de cursos e
grupos de estudos dos programas, TV Escola e Rádio Escola.
O NTE surge através do ProInfo, um programa federal, que se torna uma política
estadual por conta do estado assumir responsabilidades com a estrutura, manutenção do
prédio e equipamentos juntamente com a folha dos funcionários, ou seja, uma política criada
pelo governo federal que é impulsionada e sustentada pelo Estado.
A Secretaria de Estado de Educação edita a Portaria 047/2010 instituindo os Núcleos
de Tecnologias Educacionais como unidades escolares estaduais de formação de Gestores,
Técnicos em Educação, Professores e Alunos, com funcionamento nos três turnos sendo-lhes
asseguradas condições pedagógicas, administrativas e financeiras para o ensino das
tecnologias educacionais e para acompanhamento e avaliação dos projetos pedagógicos
33
voltados para utilização das tecnologias nas escolas da rede pública estadual. Os critérios de
seleção dos professores multiplicadores e avaliação serão de competência da
CTAE/DEDIC/SAEN. (DIARIO OFICIAL, 2010)
O Núcleo de Tecnologia Educacional é o setor responsável por assessorar,
acompanhar, monitorar, avaliar e garantir a assistência às unidades escolares, quanto ao uso
pedagógico das tecnologias da informação e da comunicação, em consonância com os
programas desenvolvidos pela Secretaria Estadual de Educação.
Sobre a estrutura, composição e funções dos NTEs afirma Tavares (2008, p. 8/9):
Os NTE, formados por equipes de educadores e por especialistas em
informática e telecomunicações, possuem estruturas adequadas de informática,
fazem parte da Rede Nacional de Informática na Educação (em formação), e
interligarão as escolas entre si e com a Internet e a Rede Nacional de Pesquisa
(RNP). As funções dos NTE resumem-se em: sensibilizar e motivar escolas para
incorporação das novas tecnologias de informática e comunicação; apoiar o processo
de planejamento das escolas que desejarem aderir ao PROINFO; exercer a
“capacitação e reciclagem dos professores e das equipes administrativas das escolas”
(http://www.ProInfo.gov.br, item Diretrizes em 09/07/99); fornecer assessoria
pedagógica para o uso da tecnologia no processo ensino aprendizagem; acompanhar
e avaliar esses processos na escola; treinar equipes de suporte técnico e fornecer
apoio à resolução de problemas técnicos. (TAVARES,2008, p. 8/9)
Os Estados e Municípios buscam junto ao Ministério da Educação e o Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a criação e instalação de Núcleos de Tecnologias
Educacionais. Segundo o documento do FNDE, NTEs- Caracterização e Critérios para
Criação e Implantação, o MEC assume algumas responsabilidades nesse processo,
destacando-se:
Avaliar e homologar os novos NTEs, a partir dos respectivos Planos
Didático-Pedagógicos apresentados pelas secretarias de educação estaduais ou
municipais e considerando as características locais (número de escolas públicas,
distribuição geográfica, etc...), conforme definido neste documento; Equipar os NTE
com todos os recursos técnicos fornecidos às escolas públicas por meio do ProInfo
ou de outros programas e projetos de tecnologia educacional do MEC; Acompanhar
e avaliar o funcionamento de cada NTE, orientando quando necessário no sentido de
que sejam plenamente atingidos os objetivos a que se propõe a unidade; Prover
capacitação básica ou complementar para os multiplicadores (pedagogos ou técnicos
de suporte) que compõe o quadro dos NTE homologados; Agir no sentido do devido
reconhecimento aos trabalhos mais notáveis, desenvolvidos pelas equipes dos NTE
em prol do uso adequado ou inovador das TIC em atividades didático-pedagógicas.
As funções dos NTE’s segundo o documento do FNDE, NTE’s- Caracterização e
Critérios para Criação e Implantação são:
Capacitar professores e técnicos das unidades escolares de sua área de
abrangência;Prestar suporte pedagógico e técnico às escolas (elaboração de projetos
de uso pedagógico das TIC, acompanhamento e apoio à execução, etc...);Realizar
34
pesquisas e desenvolver e disseminar experiências educacionais; Interagir com as
Coordenações Regionais do ProInfo e com a Coordenação Nacional do Programa no
Ministério da Educação-MEC, no sentido de garantir a homogeneidade da
implementação e o sucesso do Programa.
Para isso, os NTEs devem desenvolver as seguintes ações, conforme o documento do
FNDE, NTEs- Caracterização e Critérios para Criação e Implantação:
Sensibilizar e motivar dirigentes e professores das escolas no sentido da
incorporação das tecnologias de informação e comunicação no processo de ensino e
aprendizagem. Capacitar e reciclar professores e equipes administrativas das escolas.
Apoiar o processo de planejamento e gestão de uso das tecnologias nas escolas. Dar
assessoramento pedagógico ao uso da TI no processo ensino-aprendizagem. Apoiar
a resolução de problemas técnicos decorrentes do uso do computador nas escolas.
Realizar acompanhamento e avaliação local do processo de incorporação da TI no
processo didático-pedagógico.
Cada NTE conta com uma equipe, sendo que os profissionais integrantes dessa são
chamados de multiplicadores de tecnologias. Segundo Abranches, o PROINFO aponta
algumas características do multiplicador do NTE e do professor que irá atuar nas Salas de
Tecnologias nas escolas:
Mesmo sem chegar a explicitar as características do multiplicador o
programa aponta como elementos necessários do perfil- tanto dele como do
professor que irá atuar diretamente na escola- pontos como autonomia, criatividade,
compromisso com uma ecologia cognitiva e capacidade de atuar na incerteza e na
complexidade. (ABRANCHES 2003, p. 139)
Para o bom funcionamento dos NTE’s o documento do FNDE-NTE’s- Caracterização
e Critérios para Criação e Implantação – recomenda:
Para o bom funcionamento do NTE, o mesmo deve possuir como parte do
corpo efetivo de funcionários, no mínimo, um coordenador, um multiplicador e um
técnico de suporte. Assim sendo, o estado/município deve informar no projeto, além
do quadro de pessoal, a relação de escolas atendidas pelo núcleo e o local disposto
para seu funcionamento, deverá constar também, a área de abrangência do mesmo
deixando explicito que o mesmo possui infraestrutura adequada.
2.4.3. Programa Municipal: NTE -Tucuruí
As tecnologias na educação se desenvolveram com muita velocidade em todas as áreas
do conhecimento ficando em ascensão na educação, por conta disso, a Secretaria de Educação
do Estado do Pará – SEDUC-PA, idealizou a criação de outros Núcleos nos municípios do
interior do Estado para acompanhar o crescimento dessa realidade educacional, passando a
chamar Núcleos de Tecnologias Educacionais – NTE’s, nascendo assim, o NTE Tucuruí.
35
Em 1997 para compor a equipe do NTE, foram selecionados seis professores da rede
estadual de ensino através de uma avaliação específica sobre a afinidade e disponibilidade no
uso das tecnologias, professores graduados em diferentes áreas do conhecimento e que
durante um período de dois anos foram capacitados no nível de pós-graduação em Informática
Educativa para multiplicar os conhecimentos das tecnologias.
O Estado realizou um convênio com a Universidade da Amazônia- UNAMA a fim de
oferecer Especialização em Informática Educativa aos professores classificados com o
propósito de atender os NTE’s do interior do Estado.
No ano 2000, o NTE iniciou suas atividades com o objetivo de multiplicar os
conhecimentos das tecnologias nos municípios que são jurisdicionados pela 16ª Unidade
Regional de Ensino de Tucuruí (16ª URE), as cidades de Goianésia do Pará, Pacajá, Breu
Branco e Novo Repartimento. O grande desafio nessa época era a falta de estrutura física e
equipamentos para o desenvolvimento das atividades.
De seu nascimento até o ano 2007, o NTE era totalmente virtual, pois não tinha
estrutura física própria, a partir desse ano percebeu-se um avanço, o Núcleo passou a ser real
com 4 multiplicadores e uma sala de informática montada dentro do prédio da 16ª URE dando
início aos primeiros cursos.
No ano de 2008 o NTE iniciou uma nova fase com cursos oferecidos pelo MEC,
oficinas, concursos e coordenação das salas de informática de quatro escolas da jurisdição da
16ª URE.
No ano de 2010, o Núcleo deixa de atuar de dentro do prédio da 16ª URE e ganha seu
espaço próprio que é localizado na Rua Lauro Sodré, 702 (altos) no centro da cidade e onde
continua funcionando atualmente. O espaço próprio contribui de maneira considerável para a
instituição, ganhando mais autonomia para o desenvolvimento do trabalho proposto pelo
grupo NTE-Tucuruí.
Nesses tópicos destacam-se as bases legais através dos programas federais, estaduais e
municipais, ProInfo, ProInfo Integrado e e-ProInfo que são os pilares para as tecnologias
digitais na educação, pois cada um tem sua responsabilidade desde a implantação, preparação
e manutenção desse aspecto inovador nas escolas públicas brasileiras deixando claro também
que ainda é necessário fazer muito mais para a inserção das tecnologias na educação do pais,
mais programas com a valorização, esclarecimento e incentivo dos professores para o uso das
tecnologias em suas práticas educativas.
36
3. CAPÍTULO 2 - POSSIBILIDADES E LIMITES DA FORMAÇÃO
DOCENTE PARA O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA
EDUCAÇÃO.
3.1. Formação docente e tecnologias na educação
A necessidade de envolvimento entre as tecnologias e educação é cada vez mais
evidente. A relação educação e tecnologia está presente em quase todos os estudos que
analisam o contexto educacional. Grinspun (1999), diz que educação e políticas de ciências e
tecnologias ocupam lugar de centralidade nas decisões políticas em termos de qualificação
dos recursos humanos que são exigências de novos padrões de desenvolvimento.
A transfiguração do mundo se dá muito pela evolução tecnológica, na educação não
foi diferente, as tecnologias mudaram a escola. Na estrutura, funcionalidade e até mesmo nas
práticas dos professores houve transformações. Pode-se citar a transformação das carteiras
que atualmente são à base de plástico e metal outrora feitas de madeira, do quadro negro em
que era usado o giz e hoje pinceis recarregáveis, outra transformação foi a dos materiais
didáticos, as provas eram feitas em máquinas de mimeógrafos que se modernizou e foram
substituídos por modernas copiadoras e impressoras como também as canetas, lápis e
cadernos feitos até de materiais recicláveis.
Conforme Cardoso (2007) a evolução tecnológica trouxe para educação novas
possibilidades de informação e conhecimento, ou seja, novos processos educacionais
utilizando a multimídia como estratégia diferenciada na elaboração do conteúdo, combinando
e interligando com outras ferramentas didáticas (som, imagem, texto), permitindo novas
possibilidades de ensinar pelo professor e aprender pelo aluno.
O espaço escolar deveria ser constituído de ambientes de troca de saberes e construção
de reflexões. No entanto, os alunos, muitas vezes, não encontram um ambiente em que
possam discutir suas ideias e participar do ato de aprender. Um problema bastante discutido
na escola hoje é o distanciamento entre a cultura escolar e a cultura da juventude. Os
conteúdos e conceitos aprendidos nas aulas, muitas vezes não fazem sentido para o aluno
devido não conseguir ligar o que ver na sala de aula com o futuro.
Um dos motivos desse distanciamento é a falta de espaços comunicativos na escola,
espaços que permitiriam uma maior participação dos alunos. Devido à cultura juvenil ser
muito complexa, é necessário que as escolas instaurem espaços de socialização entre
37
professores e alunos, possibilitando uma troca de ideias e visões sobre o mundo, permitindo
assim uma aproximação entre estas duas culturas numa sociedade de cultura digital e
aprendizagem.
Na escola, para cumprir a responsabilidade social de educar e formar o cidadão crítico,
os professores precisam estar dispostos a receber, entender e utilizar as novas linguagens dos
meios de informação e comunicação em suas práticas pedagógicas, devendo ser
compreendidas de forma específica de uma ação, no qual envolve teoria e prática própria da
prática educativa. Como Freire afirmou (1991, p. 109) “praticar implica programar e avaliar a
prática. E a prática de programar que se alonga na de avaliar a prática, é uma prática teórica”.
A prática pedagógica com o computador e das ferramentas multimídia nas aulas,
dependem do processo de aplicação e mediação do professor e de como ele se sente em
relação a essas ferramentas, se é algo benéfico ao seu trabalho ou inovador demais para os
mais conservadores que podem se sentir ameaçados por essas mudanças.
No sentido que Lévy enfatiza (1993, p.40)
“Os sistemas cognitivos podem então transferir ao computador a tarefa de
construir e de manter em dia representações que eles antes deviam elaborar com os
fracos recursos de sua memória de trabalho, ou aqueles, rudimentares e estáticos, do
lápis e do papel. Os esquemas, mapas ou diagramas interativos estão entre as
interfaces mais importantes das tecnologias intelectuais de suporte informático” “o
hipertexto ou a multimídia adequam-se particularmente aos usos educativos”
Sabe-se que a aprendizagem não ocorre somente na sala de aula, a comunicação
juntamente com a formação de diferentes ambientes de aprendizagem pode proporcionar uma
maior participação dos alunos nas relações de ensino. Para Silva (2000), a pedagogia
interativa é uma proposta que valoriza o papel do professor como mediador de novas e
recorrentes interações e encorajador da rede de conhecimentos que os alunos constroem e do
desenvolvimento de novas competências comunicativas.
Ainda existem situações contraditórias sobre as tecnologias digitais da informação,
apesar dos discursos e iniciativas, há situações em que as crianças e jovens interagem mais
com as informações audiovisuais e meios eletrônicos do que com mídias impressas. No
entanto, muitos professores foram formados para ministrar um ensino baseado em técnicas
pedagógicas, conteúdos e materiais convencionais.
Serafim (2011, p.22) afirma que “As experiências nesse campo de estudo são de
grande valor pedagógico e de motivação para alunos e professores”. O professor deve estar
38
sempre aberto ao diálogo, os estudantes podem produzir conhecimento, com criatividade e
valorização da realidade dos alunos.
O uso do vídeo nas escolas como ferramenta não é de hoje, porém existe mau uso
desse mecanismo, no qual algumas vezes é deixado de lado sua real percepção, ocorrendo
uma redução na linguagem que hoje é extremamente rica pelas funções multimídia. É
evidente que o vídeo apenas como ferramenta não ensina por si só. Silva (2000) diz que o uso
do vídeo em sala de aula já acumula uma série de críticas devido ao seu uso adequado e
inadequado.
No contexto atual da educação tem-se cada vez mais a integração de metodologias
integradas com vivências em multimídia, Serafim afirma:
“Metodologias que geram: a dinamização e ampliação das habilidades
cognitivas, devido à riqueza de objetos e sujeitos com os quais permitem interagir; a
possibilidade de extensão da memória e de atuação em rede; ocorre a
democratização de espaços e ferramentas, pois estas facilitam o compartilhamento
de saberes, a vivência colaborativa, a autoria, co-autoria, edição e a publicação de
informações, mensagens, obras e produções culturais tanto de docentes como
discentes”. Serafim (2011, p.22)
O vídeo e o computador podem ser utilizados em sala de aula como ferramentas
interativas na aprendizagem na produção do conhecimento. O vídeo não é interativo, já o
computador tem essência interativa, porém o professor pode inverter o papel comunicativo de
cada um, pois esta pode ser uma opção crítica de autoria própria. O computador pode ser
utilizado para reforçar e transmitir, limitando-se a esta conservação e o vídeo pode ser
utilizado em um ambiente interativo potencializando a comunicação e interação, gerando uma
ação pedagógica que motiva a aprendizagem, já com o vídeo digital, a aprendizagem
desenvolve um processo de produção permitindo ao aluno um aprendizado individual e ao
mesmo tempo coletivo.
Moran (1995, p.27) afirma que as potencialidades do vídeo fazem crer que este
utensílio também tem uma “interatividade funcional”:
O vídeo é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita.
Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí a
sua força. Somos atingidos por todos os sentidos e de todas as maneiras. O vídeo nos
seduz, informa, entretém, projeta em outras realidades (no imaginário), em outros
tempos e espaços (MORAN, 1995, p. 27)
A rapidez das inovações tecnológicas nem sempre correspondem à capacitação dos
professores para a sua utilização e aplicação, o que muitas vezes, resulta no uso inadequado
39
ou na falta de criação diante dos recursos tecnológicos disponíveis, cabe a escola e ao
professor, a função de orientar os percursos individuais no saber e contribuir para o
desenvolvimento de competências, habilidades e cidadania.
Quando as diferentes modalidades das tecnologias de comunicação e informação e
multimídias são utilizadas de forma integrada nas metodologias do professor, podem
favorecer grandes possibilidades de motivação e aprendizagem dos discentes, sendo um fator
que pode contribuir para a informação e formação do aluno.
Nesta perspectiva, os professores da Educação Básica e dos demais níveis de ensino,
podem rever concepções de suas práticas cotidianas, apropriando-se de conhecimentos para
trabalhar utilizando vídeos digitais na sala de aula nas diversas disciplinas escolares
proporcionando motivação e aprendizagem.
As práticas da informática na educação repercutem no mundo inteiro, as ferramentas e
mídias digitais oferecem à didática, objetos, espaços e instrumentos capazes de renovar as
situações de interação, expressão, criação, comunicação, informação, e colaboração,
transformando-a da tradicional que é fundamentada na escrita e nos meios impressos.
3.2. Formação docente e experiências no Brasil com a inserção das tecnologias na
educação
O professor sempre foi considerado o sujeito que detinha o conhecimento, sendo o
único capaz de ensinar. No entanto, os alunos chegam à escola cada vem mais informados e
desmotivados a aprender da forma como a escola propõe por meio de métodos tradicionais
com o uso constante dos livros didáticos e aulas expositivas no quadro. Atualmente, em
muitos casos os alunos detêm mais conhecimentos que o professor quando se trata de
conhecimentos tecnológicos e informações disponíveis na contemporaneidade.
Os alunos demonstram conhecer as novas tecnologias mais que os docentes e estes, na
sua maioria, apresentam dificuldades para trabalhar com os novos aparatos tecnológicos.
Existe uma situação paradoxal, pois enquanto os jovens interagem com as tecnologias, através
de meios eletrônicos, informações audiovisuais, sites de relacionamentos, os professores
formam-se para conduzir aulas baseadas em práticas usuais. Quando estão diante de novas
técnicas e novos instrumentos tecnológicos, reproduzem os modelos tradicionais de ensino.
Os alunos, devido à presença constante dos meios de comunicação, possuem um
comportamento diferente dos professores.
A sociedade e a educação moderna estão repletas de meios de comunicação e
informação, existem inúmeros espaços de aprendizagem além da escola juntamente com
40
novos meios de ensinar e aprender. No entanto, a presença do professor em qualquer que seja
o espaço ainda é necessária, precisa-se apenas entender que professor é formado e como o
professor deve ser formado.
Pimenta (2000) defende a ideia de que o professor continua sendo um profissional
necessário e importante. Para ela, os meios de comunicação só seriam mais importantes que o
professor se eles forem considerados meros transmissores de informações. Os professores são
necessários, mas grande parte deles não são atualizados na era digital devido a falta de
qualificação no exercício profissional da docência. A integração das novas tecnologias na
escola requer a presença de “novos” docentes, na perspectiva de Libâneo (2006).
O novo professor precisaria, no mínimo, de uma cultura geral mais ampliada,
capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades
comunicativas, domínio da linguagem informacional, saber usar meios de comunicação e
articular as aulas com as mídias e multimídias. LIBÂNEO (2006, p. 10).
A lógica do conhecimento, hoje, se estrutura outra de forma em que simplesmente
adequar o ensino tradicional à presença das novas tecnologias não é suficiente. “Novas
tecnologias e velhos hábitos de ensino não combinam”. Kenski (2003, p. 75). A questão é
entender que a inserção dessas novas técnicas ao ensino requer perspectivas diferenciadas,
que apontem caminhos para repensar a forma de praticar a educação e formar o aluno.
É preciso considerar que as tecnologias – sejam elas novas (como o computador e a
internet) ou velhas (como o giz e a lousa) – condicionam os princípios, a organização e as
práticas educativas e impõem profundas mudanças na maneira de organizar os conteúdos a
serem ensinados, as formas como serão trabalhadas e acessadas as fontes de informação, e os
modos individuais e coletivos que irão acorrer na aprendizagem. KENSKI (2003, p. 76)
A partir desse ponto cabe ao professor a mudança na percepção do ensino com base no
seu objetivo da aprendizagem que ele deseja alcançar. Cabe a escola também desenvolver-se
junto com a tecnologia ou estacionar nos modelos tradicionais, desconsiderando tanto a
técnica como os recursos tecnológicos que o momento atual proporciona.
Não se trata de receitas, porque as situações são muito diversificadas. É importante
que cada docente encontre sua maneira de sentir-se bem, comunicar-se bem, ajudar os alunos
a aprender melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de
avaliar. MORAN (2000, p. 32)
A mudança nas metodologias deve ser um processo cauteloso e de paciência, em que
os professores devem sentir-se bem e adaptado para o uso dos meios tecnológicos, frisando
41
também que tenha um suporte técnico e estrutural na escola para o uso dessas ferramentas de
forma facilitadora em suas aulas.
É necessário, sobretudo, que os professores se sintam confortáveis para utilizar esses
novos auxiliares didáticos. Estar confortável significa conhecê-los, dominar os principais
procedimentos técnicos para sua utilização, avaliá-los criticamente e criar novas
possibilidades pedagógicas, partindo da integração desses meios com o processo de ensino.
KENSKI (2003, p. 77)
É preciso associar as modalidades antigas com as atuais, não descartando totalmente
as práticas tradicionais e não permitindo que todo o desenrolar do ensino aconteça por meio
das tecnologias atuais, é preciso balancear, associar, aproveitar e integrar o ensino às novas
tecnologias em que o papel do professor é o de facilitador, incentivador e motivador da
aprendizagem.
3.2.1. Projeto Mundo do Saber
O projeto Mundo do Saber, nascido em 2001, no Larcom/Unicamp, com o olhar
voltado para todos os alunos do Ensino Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental
II, EJA e, também, para todos os níveis sócio-econômicos não é, apenas, uma solução de
educação mediada por computador, mas, uma ferramenta pedagógica que utiliza uma
metodologia própria que estimula, reforça e avalia os conteúdos apresentados em sala de aula
e, que sugere mudanças no processo de ensino e aprendizagem através de reflexões sobre os
temas estudados e a realização de atividades agradáveis, multidisciplinares, desafiadoras e
lúdicas.
Preocupa-se em tornar o ensino e o aprendizado significativos, possibilitando um
ambiente de aprendizagem agradável, com maior interação entre professores e alunos, auxilia
na formação de novos profissionais que queiram quebrar paradigmas, e assim, possam
contribuir para o processo de construção do caráter, da consciência e da cidadania, passando
pela produção do conhecimento, fazendo com que o aluno compreenda o mundo em que vive
para usufruir dele, mas, sobretudo, que esteja preparado para transformá-lo.
42
Fonte: http://mundodosaber.com.br/
O projeto tem como objetivo principal transformar o computador em uma ferramenta
pedagógica interessante e agradável onde alunos e professores o utilizem e aprendam ao
mesmo tempo.
O Mundo do Saber foi desenvolvido para permitir o compartilhamento de informações
por meio de um conjunto de sistemas e soluções aplicando metodologias desenvolvidas e
consolidadas pelo Projeto PGL2, que contribui para o desenvolvimento de um ambiente de
aprendizagem colaborativa, enfoca a integração de mídias e promove a disseminação e
compartilhamento de conteúdos, visando também, melhorar a qualidade do processo ensino-
aprendizagem, propiciar uma educação voltada para o progresso científico e tecnológico,
preparar o aluno para o exercício da cidadania numa sociedade desenvolvida e valorizar o
professor, enfatizando que a democratização do uso das tecnologias é uma realidade viável. A
democratização vai ao encontro das Leis de Diretrizes e Base (LDB), que deixa claro o direito
dos educandos de terem uma infraestrutura para que haja uma aprendizagem eficiente.
2O Projeto PGL Partnership in Global Learning, É uma iniciativa de escopo internacional projetada para
produzir e-learning numa escala global. O PGL estabelece um programa de colaboração entre as universidades
internacionais da Flórida (UF/USA), a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/Brasil), a Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ/Brasil), a Fundação Getúlio Vargas (FGV/Brasil) e o Instituto
de Tecnologia de Monterrey (ITESM/México).
Figura 3: Página inicial do ambiente virtual do Mundo do Saber
43
Fonte: http://mundodosaber.com.br/
Para melhor ambientar e preparar estes professores para o uso do Mundo do Saber
foram desenvolvidas formações em que o professor é levado a conhecer o funcionamento do
computador e os recursos que ele oferece e que podem ser aproveitados como material
didático. Dentro desta mesma formação, cada professor escolhe um conteúdo que mais lhe
agrade e prepara uma aula direcionada ao seu público-alvo.
A aula elaborada é transformada em aula virtual que, depois de pronta, é
disponibilizada em um portal e o professor pode mostrá-la aos seus alunos e navegar com
eles, fazer as atividades e refletir sobre o conteúdo desenvolvido. O projeto auxilia o professor
na preparação de sua aula virtual, além de instigá-lo a usar o computador como ferramenta
pedagógica e o estimula a ir além dos conteúdos abordados em sala de aula, incrementando a
educação, buscando suprir as necessidades de interatividade do aluno com o tema de estudo.
Os principais objetivos do projeto Mundo do Saber são:
Desenvolver conteúdos didático multimídia, chamados módulos: produzir
textos, vídeos, áudio, imagens, e animações, com base em orientações
pedagógicas adequadas, usando ferramentas apropriadas à produção de cada
tipo de mídia. Estes conteúdos apóiam as atividades dos professores nas
escolas.
Figura 4: Jogos didáticos no ambiente virtual
44
Desenvolver jogos educacionais, com atividades multidisciplinares, que
possibilitam aos alunos projetarem simulações de experiências realizadas,
apenas, em laboratórios reais.
Estudar e implantar sistemas para gerenciamento e distribuição dos conteúdos
via Internet.
Formar professores de Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino
Fundamental II e EJA para o uso do computador e na metodologia do Projeto
Mundo do Saber.
O Projeto Mundo do Saber, atualmente, está implantado nas cidades de: São José do
Rio Preto, Penápolis, Guará, Coroados, Casa Branca, Salto, Pedreira, Santos, Itatiba,
Tapiratiba e Vinhedo. Na rede particular de ensino, está implantado em duas escolas: Colégio
Iluminare (Sousas) e Escola Aletheia (Campinas). O material disponível no Mundo do saber
está disponível em 1900 módulos educacionais, gerando um total de 95.000 páginas de
atividades e 6 jogos educacionais, sendo que 2 são em terceira dimensão.
O projeto dos módulos é elaborado com base na metodologia proposta pelo Projeto
PGL e segue alguns padrões definidos pela equipe de pedagogas. Estes padrões referem-se à
quantidade de páginas de cada módulo, ao uso de cores e recursos multimídia e atividades
diversificadas com o grau de dificuldade relativo à idade dos alunos de cada ano.
Os módulos são desenvolvidos explorando os recursos multimídia, audiovisuais,
ilustrações e animações, fazendo da informática uma excelente ferramenta complementar de
ensino.
Os jogos são criados e desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar da Igniscom –
empresa de informática e comunicação - a qual é formada por professores, programadores e
designers de jogos. Esta equipe é de grande importância para o desenvolvimento dos jogos,
pois possibilita a produção de atividades que vão ao encontro das necessidades reais de
professores e alunos.
Os jogos têm o objetivo de disponibilizar ao aluno desafios para o estímulo da
criatividade e do raciocínio através de atividades lúdicas. Cada capítulo tem como objetivo
divulgar o conteúdo de forma lúdica, diferenciada, multidisciplinar, possibilitando a
realização de várias experiências virtuais, animações, desafios e simulações, as quais
dificilmente seriam possíveis na prática.
Jogos do Mundo do saber são: Universo e seus Segredos, jogo que é disponível em
terceira dimensão e permite ao usuário uma viagem pelos planetas do Sistema Solar, Casa dos
45
Números, que tem o objetivo de desenvolver e aprimorar os conhecimentos matemáticos
sobre alguns assuntos trabalhados no Ensino Fundamental, sendo que as atividades são
divididas em três níveis: Básico, Intermediário e Avançado, Ilha dos Dinossauros, este jogo é
baseado em brincadeiras e descobertas que permite ao aluno uma viagem para a era destes
grandes animais, Castelo da Alquimia, jogo que conduz o aluno ao interior de um castelo,
onde fará várias experiências virtuais além de se deliciar com diferentes curiosidades, Tititá
em que os alunos, participam de uma aventura que acontece no “mundo da música”, os alunos
participam de uma aventura que acontece no “mundo da música” e o Estante Encantada que
funciona como uma ferramenta de apoio para trabalhar a Língua Portuguesa possuindo quatro
tipos de atividades.
Trilha: Essa atividade funciona como um jogo de tabuleiro, no qual o aluno ao
parar em determinadas casas tem que responder perguntas de literatura.
Floresta Encantada: Esta atividade se subdivide em outras duas: “Contos de
Fadas”, no qual o aluno tem acesso a diversos contos infantis e em seguida,
realiza atividades sobre os mesmos.
46
3.2.2. Tabuleiro digital
Fonte: Fonte: http://www.tabuleirodigital.com.br
Tabuleiro Digital é um programa de inclusão digital proposto pelo Grupo de Pesquisa
em Educação, Comunicação e Tecnologias, disponibilizando computadores por todos os
andares do prédio da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal da Bahia
com o intuito de oferecer inclusão sociodigital, educação e a utilização do Software Livre nas
áreas públicas internas da Faculdade, por meio de terminais de acesso público e gratuito da
internet para a comunidade acadêmica, além da comunidade que estuda, mora e trabalha no
entorno da Faculdade de Educação.
Figura 5: Página inicial do ambiente virtual do Tabuleiro Digital
47
Fonte: Fonte: http://www.tabuleirodigital.com.br
O projeto Tabuleiro Digital teve reconhecimento nacional em 2006, quando obteve o
2º lugar no prêmio de inclusão digital do Instituto Telemar e foi contemplado como melhor
projeto na categoria Setor Público Federal do Prêmio ARede no ano de 2007. Além das
unidades do Tabuleiro espalhadas pelo espaço físico da FACED, foi construída uma unidade
móvel composta de duas ilhas, com 4 computadores cada, que se movem para diferentes
localidades, até mesmo fora de Salvador, para serem usufruídas em eventos como o Seminário
de Tecnologia de Informação da Prefeitura de Salvador e a VI Oficina para Inclusão Digital,
organizada pelo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, sendo de grande relevância
pela troca de experiências com outras ações e projetos de inclusão digital elaborados país a
fora, propagação da solução tecnológica empregada e as concepções de independência e
autonomia que norteiam o projeto, sendo uma ferramenta de exibir o desempenho do
Tabuleiro, assim como verifica-se na FACED. (TABULEIRO DIGITAL,2017)
Figura 6: Disposição dos Tabuleiros na FACED
48
Fonte: Fonte: http://www.tabuleirodigital.com.br
Em 2013, através do edital PROEXT, ficou aprovado em caráter de programa,
pressupondo a revitalização dos espaços ocupados pelos Tabuleiros Digitais nas dependências
da FACED para que continuassem sendo utilizados como ferramenta de inclusão sociodigital
e pesquisa acadêmica. No entanto, desde sua fundação, o projeto tem sofrido com os conflitos
principalmente entre os acadêmicos e os usuários externos provocadas pelo uso
indiscriminado dos Tabuleiros, pois o acesso aos tabuleiros se dá de maneira livre e sem
restrições, causando certo desconforto entre os usuários, uma vez que o acesso não tem limite
de horário por usuário e é irrestrito, gerando certa tensão entre os acadêmicos que buscam os
terminais de acesso para trabalhos e pesquisas e os mesmos estão sendo ocupados por pessoas
da comunidade utilizando para fins não acadêmicos.
Nesse contexto, pode-se afirmar que o projeto mesmo sofrendo com esses conflitos é
de extrema importância e relevância para a inserção da tecnologia no meio educacional, já que
atende todas as necessidades da comunidade acadêmica e externa que frequentam os
Tabuleiros Digitais.
Figura 7: Unidade móvel do Tabuleiro Digital em eventos
49
Fonte: Fonte: http://www.tabuleirodigital.com.br
3.2.3. SOCRATIVE
O Socrative é uma plataforma de complementação às aulas que permite ao professor
elaborar um ambiente virtual, proporcionando a interação entre os alunos e o professor. Por
meio do Socrative, torna-se possível elaborar questões, exercícios educativos, jogos e corrida
espacial, em que os alunos interagirão respondendo, auxiliando a fixação da matéria lecionada
pelo professor em sala de aula.
O funcionamento dessa plataforma que, apesar de ser em inglês é de fácil
entendimento e manuseio, se dá por meio de dois dispositivos (smartphone, tablet ou
computador) e dois ambientes virtuais, um do professor que elabora os exercícios e problemas
e outro do aluno que responde em tempo real individualmente ou em grupos, de acordo com a
disponibilidade de dispositivos e a dinâmica empregada pelo professor. O NTE – Tucuruí
oferece oficinas para que os professores possam entender o funcionamento da plataforma e
aplicá-la em suas práticas pedagógicas, enriquecendo sua metodologia de ensino.
Figura 8: Utilização dos Tabuleiros Digitais
50
A grande vantagem de se utilizar o Socrative é que, é possível deixar as aulas mais
dinâmicas, dividindo os alunos em grupos e estimulando uma competição entre os mesmos e,
com isso atrair a atenção para que possam responder o que for proposto pelo professor que
será capaz de julgar a percepção de cada um em tempo real.
Fonte: https://www.socrative.com/
3.3. Formação docente e os desafios para a prática pedagógica com o uso das
tecnologias digitais
As tecnologias estão cada vez mais presentes o âmbito escolar, colocando o professor
a frente de um novo desafio de como inserir as tecnologias em sua prática pedagógica de
forma significativa, inovando, motivando e melhorando sua aula. Desafio este, que está
levando as escolas a equiparem-se com recursos tecnológicos e os professores a buscarem
capacitação e aperfeiçoamento na área das tecnologias quanto ao uso pedagógico desses
novos recursos de ensinar e aprender.
As escolas e universidades já dispõem de tecnologias como TV, vídeo, DVD,
retroprojetores, projetor de multimídia e laboratórios conectados à internet, porém “as
tecnologias sozinhas não mudam a escola, mas trazem mil possibilidades de apoio ao
professor e de interação entre os alunos” (MORAN apud MORAN, MASETO e BEHRENS,
2003, p. 14).
Figura 9: Ambiente virtual da plataforma Socrative
51
A inserção das tecnologias na escola é uma preocupação e ação de Políticas Públicas
de investimentos nessa área e o Brasil tem avançado nesse sentido. CYSNEIROS (1999)
relata os programas desenvolvidos a partir de 1983 como o Projeto Educom, com a
contribuição da formação de professores das escolas públicas da educação básica, professores
das universidades, bolsistas de pesquisas e alunos de pós-graduação. Atualmente o PROINFO
é o programa nacional de maior destaque na área de tecnologia Educação, é o responsável
pela distribuição de computadores e equipamentos para escolas de todo país, além da criação
e implementação dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE’s) em todos os Estados da
Federação.
Na escola pública o problema está justamente na falta de investimentos, não apenas
em equipamentos, mas em formação continuada dos profissionais da educação para utilizarem
efetivamente os recursos tecnológicos disponíveis na escola, porém professores continuam
estagnados quanto ao uso de recursos tecnológicos no processo de ensino e aprendizagem.
Demo (2005) disse sobre a importância de uma boa preparação dos professores, “parece
evidente a dificuldade de transformar as tecnologias em oportunidades de aprendizagem sem
a mediação do professor. Qualquer artefato técnico implantado na escola só frutifica sob a
mediação do professor” (2005, p.12).
Com tanta tecnologia na educação, o professor tem que se adaptar a esta realidade,
ampliando o espaço de aprendizagem nas aulas de formas variadas e inovadoras, orientando
projetos e pesquisas com os alunos à distância, usando as ferramentas disponíveis de modo a
orientar o aluno quanto à utilização das tecnologias de maneira contextualizada e
colaborativa.
Para o professor se atualizar e inovar, é necessário que ele tenha desejo e a motivação
para isso. A escola como instituição também tem que ter esses desejos, mas não só
modernizando seus laboratórios, mas sim dando condições reais para que o professor realize
um trabalho dinâmico, inovador, utilizando toda a tecnologia que ela dispõe aos seus alunos.
Com base nessa necessidade, Moran destaca: O que deve ter uma sala de aula para uma
educação de qualidade? Precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados
e bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. Isto é incontestável. (MORAN,
2004, p.15)
Tais condições não estão de acordo com a realidade da maioria dos professores em
nosso país, pois a escola muitas vezes exige a inovação, a mudança, mas não proporciona
meios reais para seus docentes e demais funcionários. Os professores possuem uma formação
acadêmica desatualizada com relação ao uso das ferramentas tecnológicas, e devido à grande
52
carga horária assumida, acaba ficando sem tempo para a elaboração e estudo das suas práticas
pedagógicas, não propiciando a utilização de ferramentas e técnicas com o uso dos meios
tecnológicos, prejudicando o processo de inovação nas aulas.
Esse desafio implica ampliar a capacidade de propor novas atividades de
aprendizagem com o uso das tecnologias, de forma a propor aos alunos, novas atividades de
reconstrução e incentivos para construção de novos conhecimentos. Atividades estas, que
exigem do professor uma ação mais de orientação, de motivação, de tutoria, do que de
expositor de conteúdos ou conhecimentos já produzidos.
Segundo Moran “o professor agora tem que se preocupar, não só com o aluno em sala
de aula, mas em organizar as pesquisas na internet, no acompanhamento das práticas no
laboratório, dos projetos que serão ou estão sendo realizados e das experiências que ligam o
aluno à realidade”. (MORAN, 2004, p. 15)
Quando se fala de novas tecnologias que o professor precisa dominar, não apenas em
relação à educação à distância, mas também as tecnologias que vêm ajudar nas aulas
presenciais. São vários espaços que como diz Moran, “o novo professor tem que aprender a
gerenciar e integrá-los ao seu ensino” (MORAN, 2004, p.14).
O professor deve refletir que a sociedade evoluiu e mudou com as tecnologias que
também estão invadindo o espaço educacional e estão quase como obrigatórias a serem
inseridas nas práticas de ensino. O desafio é manter o aluno interessado em buscar novos
conhecimentos e para isso, ele precisa adentrar ao meio tecnológico e aprender a se comunicar
com esse aluno multimídia.
O desafio que se impõe hoje aos professores é reconhecer que os novos meios de
comunicação e linguagens presentes na sociedade devem fazer parte da sala de aula, não
como dispositivos tecnológicos que imprimem certa modernização ao ensino, mas sim
conhecer a potencialidade e a contribuição que as TIC podem trazer ao ensino como recurso e
apoio pedagógico às aulas presenciais e ambientes de aprendizagem no ensino a distância.
(PEÑA, s/d, p. 10)
Esse novo professor deveria ser motivado, reconhecendo que é necessário mudar e que
essa motivação deveria vir das instituições de ensino, proporcionando meios de
desenvolvimento profissional, dando suporte para o docente buscar novos conhecimentos,
novas técnicas de ensino, cursos de real aperfeiçoamento onde ele possa aprender a
desenvolver e aplicar estes vários métodos educacionais.
O que se vê normalmente é a escola apenas investir nos recursos materiais, espaços
físicos de laboratórios de informática, TVs, vídeos, DVDs, material de videoconferência, etc.
53
e não investirem na formação continuada dos professores. Com receio de estar perdendo
espaço para as máquinas, o professor acaba se estagnando e não se atualizando, o que torna
todo o gasto com a infraestrutura tecnológica um desperdício, pois será utilizada de maneira
superficial e sem proveito significativo. (PEÑA, s/d)
Para que o professor passe de um ensino convencional a um ensino apoiado nas novas
tecnologias, bem como desenvolvido em ambientes virtuais, exige que a instituição estabeleça
o desenvolvimento de um projeto de formação de professores que priorize a inserção das TIC
numa perspectiva construtiva e reflexiva da ação docente. (PEÑA, s/d p. 9)
É possível que esta seja uma maneira de desenvolver a motivação no professor para
buscar sua atualização frente às novas tecnologias que a sociedade lhe oferece,
proporcionando assim, melhorias no processo de ensino e aprendizagem, despertando cada
vez mais o interesse no aluno em buscar novas formas de pesquisa e conhecimento.
4. CAPÍTULO 3 - EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO DOCENTE
PARA O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO NUCLEO DE
TECNOLOGIA EDUCACIONAL DE TUCURUÍ.
4.1. Estrutura Organizacional do NTE
Este tópico é fruto de uma entrevista com o coordenador do NTE-Tucuruí, que
trabalha desde a criação do núcleo de Tucuruí fazendo parte de toda a história do mesmo.
O Núcleo de Tecnologia Educacional é situado na Av. Lauro Sodré, 702 (altos)
Centro, o prédio é locado e exclusivo para o desempenho das atividades pedagógicas de
atendimento e assessoramento em mídias digitais das escolas públicas dos municípios
jurisdicionado a 16ª URE e professores das diferentes modalidades de ensino.
Trabalham atualmente no núcleo de tecnologia educacional seis funcionários ao total,
sendo quatro professores formadores e dois na área do apoio, o NTE também conta com seis
multiplicadores que ficam nas escolas estaduais responsáveis pelos laboratórios de
informática e auxiliando os professores com o uso das tecnologias digitais na escola.
O NTE-Tucuruí conta com dois laboratórios em que ocorrem as formações e oficinas,
o laboratório 01 contém 17 computadores ao total com 15 em funcionamento e o laboratório
02, 4 computadores multiterminais, no qual com apenas uma máquina pode-se obter 3
monitores em funcionamento, fazendo funcionar um conjunto de 12 monitores. Além dos
54
laboratórios, o prédio conta com a sala dos professores em que cada um tem seu computador,
sala administrativa na qual trata a parte burocrática, cozinha, área de convivência e dois
banheiros.
Fonte: Autor
Figura 10: Laboratório NTE - Tucuruí
55
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Figura 11: Sala dos Professores do NTE - Tucuruí
Figura 12: Laboratório NTE - Tucuruí
56
O NTE-Tucuruí trabalha com base nos cursos propostos pelo MEC do programa
ProInfo Integrado, que são; Introdução à Educação Digital, Tecnologias na Educação:
Ensinando e Aprendendo com as TIC, Elaboração de Projetos, Redes de Aprendizagem e na
elaboração das próprias oficinas; Writher/Word, Calc/Excel, Socrative, entre outras para o uso
das tecnologias da educação. O núcleo também oferece cursos de informática para a
comunidade em geral proporcionando formação e informação tecnológica não somente para a
classe docente de Tucuruí.
As formações são oferecidas através de parcerias com a gestão do município que se
interessar, pois as escolas da rede estadual já são contempladas com as formações que o NTE-
Tucuruí oferece. Para a formação também chegar aos professores das escolas municipais a
equipe do NTE-Tucuruí deve ser solicitada, cabendo aos municípios a responsabilidade com o
espaço para as aulas e o suporte necessário para que a equipe de professores possa ministrar
cursos e oficinas sobre o uso das tecnologias na educação, essa condição também é válida
para município de Tucuruí e se torna mais fácil devido a sede do núcleo de tecnologias
educacionais está situada no próprio município, onde o prédio e os laboratórios podem ser
utilizados paras a atividades de formação.
Parcerias entre município e NTE-Tucuruí já foram estabelecidas em Tucuruí, um
exemplo ocorreu durante o ano de 2009 no mandato do então prefeito Sancler Ferreira com
um projeto de construção de espaços populares para a inclusão no mundo digital dos jovens e
adultos, além da realização de cursos de informática para a população carente. Cabia ao NTE
a responsabilidade de capacitar funcionários do município para atuar como docentes nos
centros de inclusão digital (CID), foram formados cerca de 200 monitores que se espalharam
pelos centros de inclusão digital na cidade, o que segundo o coordenador foi um belíssimo
projeto que tinha tudo para continuar dando certo, porém com o decorrer do tempo por
questões políticas o NTE deixou de fazer parte desse trabalho em 2010 e o projeto chegou ao
fim no ano de 2012 com o fim do mandado do prefeito.
Atualmente a gestão municipal não tem nenhum vínculo com o NTE, foram cortados
todos os contatos, o coordenador afirma que é uma questão política e que acredita que isso só
gera maléficos para a educação tucuruiense, pois o núcleo só tem a acrescentar
independentemente de partidos políticos.
57
“Os cursos vão além das formações propriamente ditas, buscamos conduzir
os educadores a participarem de uma contínua discussão, que trata do avanço e a
necessidades de inserção dos recursos tecnológicos em sala de aula em diferentes
graus, desde o uso de ferramentas tecnológicas como computador, internet, e, mais
amplamente, as tecnologias da informação e comunicação, até principalmente o uso
de metodologias educacionais.” (Coordenador do NTE-Tucuruí, 2017)
A partir da pesquisa e informações coletadas pode-se afirmar que a política do NTE
também é municipal e intermunicipal e que pode atender a cidade sede e as cidades da região
onde está localizado, pois o mesmo está aberto para fechar parcerias com os municípios
mesmo sendo uma política implantada pelo Estado vinda do Governo Federal.
4.2. Cursos ofertados pelo NTE para os professores de Tucuruí
Este tópico é fruto de uma entrevista com uma professora formadora do núcleo de
tecnologia educacional de Tucuruí, que desenvolve seu trabalho ministrando e elaborando
cursos e oficinas para a inserção das tecnologias na educação de Tucuruí.
Buscar superar desafios tem sido uma característica do NTE Tucuruí que apesar das
adversidades que vão desde a escassez de recursos financeiros até a necessidade de materiais.
Mesmo com as dificuldades, a equipe assume o compromisso de construir proposta
pedagógica adequada à realidade local e promover cursos e atividades voltados para inclusão
das tecnologias no ambiente escolar.
O NTE faz parte de ações e programas como: Biblioteca virtual, DVD escola, e-
ProInfo, e-TecBrasil, programa banda larga nas escolas, Proinfantil, ProIinfo, ProInfo
Integrado, TV escola, Banco Internacional de objetos educacionais - RIVED, Portal do
Professor, e Projetor ProInfo.
A partir desses programas, o NTE-Tucuruí ministra os cursos ofertados e também
elabora cursos e oficinas de acordo com a demanda educacional da cidade. Os cursos com
oferta do ProInfo Integrado são: Introdução à Educação Digital (60h), Ensinando e
Aprendendo com as TIC’s (60h), Elaboração de Projetos (40h), Redes de Aprendizagem
(40h), Linux Educacional(40h), LibreOffice (180h) e os cursos ofertados pelo próprio NTE-
Tucuruí são: Formação Conteúdos digitais para o ensino fundamental(40h), Escola digital/
Seduc digital (60h), Uso do computador e lousa interativos(20h), Informática básica(40h),
Manutenção de computadores (60h), Geogebra (120h), Redes de computadores(60h),
Conhecimentos de internet(20h) e Ardora(80h).
58
Oficinas também são disponibilizadas pelo núcleo de Tucuruí, são elas a de
writher/Word, Impress/Power Point, Cal/Excel, Gimp/Fotoshop, Openshop/Moviemaker,
Kolourpaint/Pait, Geogebra, Scrach, Socrative, Hot Patatoes, Calculadora digital em planilha
eletrônica, Tablet e entre outras.
Os cursos são ministrados pelos professores formadores, em que todos tem o domínio
deles, isso significa que todos os formadores podem ministrar qualquer curso que se oferta no
NTE-Tucuruí, essa escolha é feita pela disponibilidade do professor no momento, os cursos
podem ser ofertados de maneira presencial, semipresencial e online, os cursos online são
ofertas do ProInfo, já os cursos e oficinas próprios do NTE são presenciais e semipresenciais,
porém na maioria das vezes é presencial, principalmente nas oficinas. Além de ministrar os
cursos, o NTE também confecciona materiais e tutoriais que são disponibilizados para os
professores.
O grande desafio do NTE em relação aos cursos é a evasão dos professores durante os
mesmos, a professora relata que isso se dá por conta da grande jornada de trabalho, com carga
horária elevada dificultando a conclusão do curso, outra dificuldade é o deslocamento até o
prédio do NTE, o desejo dos professores é que as formações sejam na própria escola, no
entanto, muitas vezes a escola não tem o suporte e estrutura necessária para ministrar os
cursos, como por exemplo problemas com os laboratórios e internet, nessa mesma linha de
raciocínio o professor vê isso como empecilho, pois na escola não há o suporte adequado para
que ele empregue em suas aulas as metodologias que as tecnologias podem proporcionar.
A formadora ressalta que fazer com que o professor queira participar das formações é
o maior desafio para a equipe. Além de ministrar os cursos ela enfatiza que o trabalho chega a
ser de convencimento para que esse docente possa se tornar ativo com o uso das tecnologias
na educação mesmo com as dificuldades encontradas da educação.
O desafio para a formação chegar aos professores não se dá apenas aos mesmos, as
dificuldades começam na gestão escolar quando se vai ofertar as formações, ela relata que já
houve casos que o gestor responsável só olha e não dá a mínima para a proposta da equipe do
NTE, isso mostra que a própria gestão não é adepta a essa questão na educação, pois quando a
gestão se interessa e tem uma visão mais ampla da formação de seus professores as coisas são
bastante facilitadas para ambas as partes, a equipe consegue desenvolver um bom trabalho e
os professores ficam incentivados para participar, coisas mínimas podem facilitar bastante
para os professores, uma simples articulação em relação a liberação e para participar do curso
contando como horas atividade e uma pequena cobrança para que seja usado os recursos
59
tecnológicos já se torna uma grande contribuição para que a formação tenha resultados
positivos na maneira de se educar na escola.
Segundo a formadora: “A equipe planta a semente das tecnologias na educação, cabe
aos professores aderirem e usar os meios em suas aulas”
As metodologias utilizadas nos cursos do NTE são sempre dinamizadas com a prática,
os formadores montam o material que possa ser atrativo, os cursos do ProInfo já têm o
material pronto, mas os formadores sempre fazem adaptações contextualizando esse material
de acordo com a realidade regional, devido a teoria ser muito extensa tornando a aula
cansativa e não muito atrativa sendo preferível que ela seja mais dinâmica trabalhando com
auxílio de aplicativos, equipamentos e atividades práticas.
Os cursos de maior procura do ProInfo Integrado é o Introdução à educação Digital,
devido ele envolver os programas básicos do computador, como o editor de texto, planilha
eletrônica, editor de apresentação (slide), editor de desenho e internet, então por esse curso ser
uma base para a utilização do computador a procura é muito grande.
Os cursos menos procurados são o de Elaboração de Projetos, que a formadora
acredita ser por conta da proposta de elaborar projeto antes de ter um domínio básico que é
inútil ao ver dos alunos e o Linux Educacional, devido a mídia ser centrada no Windows o
interesse em conhecer o Linux é quase inexistente.
Dentre os cursos elaborados pelo próprio NTE o que mais procurado é o de
Informática Básica, porém as oficinas se destacam, a oficina de Planilha eletrônica/Excel e
Socrative que é uma plataforma que permite ao professor elaborar um ambiente virtual
proporcionando interação e uma aula divertida para os alunos, o menos procurado é Geogebra
que é um curso de geometria dinâmica.
Todos os materiais utilizados e elaborados são baseados nos matérias que o MEC
disponibiliza, mas todo esse material é adaptado e dinamizado para um melhor entendimento,
devido ser numa linguagem muito técnica que pode dificultar as aulas, atualizando
frequentemente o material utilizado nas formações. A professora ressalta que “Quanto mais
prático e dinâmico melhor para a aprendizagem”.
Quando se trata de avaliação torna-se uma questão muito relativa, em alguns cursos
tentou-se fazer, mas de maneira informal, através de conversação final dos cursos, porém em
outros momentos já houve avaliações físicas, uma espécie de prova e também atividades
online resolvidas através de planilhas que eram encontradas no blog do NTE - Tucuruí. A
formadora diz que uma espécie de avaliação não é boa para os cursos, pois um dos objetivos é
60
atrair professores para os cursos, avaliações formais não são bem vistas pelos docentes nas
formações.
A equipe do NTE - Tucuruí acredita que as tecnologias podem levar à aprendizagem e
consequentemente na melhoria dos resultados escolares. Por isso, sempre oferecem apoio
através de um sistema de formação continuada de professores no uso das novas tecnologias da
informação, visando o máximo de qualidade e eficiência para o uso das tecnologias na
educação.
4.3. Implicações das formações docentes nas práticas pedagógicas dos professores
Em entrevista com um professor da rede pública municipal e multiplicador do NTE -
Tucuruí, foi possível detectar alguns reflexos das formações ofertadas pelo NTE - Tucuruí
para o uso das tecnologias digitais na educação.
O multiplicador participou dos cursos disponibilizados pelo NET - Tucuruí e a partir
das formações deu início a inserir as tecnologias em suas aulas sempre que possível, mas em
destaque o celular que em muitas vezes é um empecilho no andamento das aulas.
Um dos mecanismos usados pelo professor é o software Socrative, que por sinal faz
parte das oficinas ministradas pelo NTE - Tucuruí. O professor promove aos alunos atividades
para serem resolvidas através do celular. O software funciona de maneira que através de um
celular matriz (professor) repassa sinal para os celulares dos alunos com as questões
propostas, em que os mesmos são divididos em grupos para a resolução em tempo real, os
resultados são transmitidos ao vivo com o auxílio de um data-show.
Esse mecanismo faz com que os alunos se interessem muito, por estarem estudando
com o auxílio do celular, também é uma forma reforçar o aprendizado e resgatar aqueles
alunos mais indisciplinados, metodologias como a do multiplicador podem ajudar muito no
trabalho do professor no processo de ensino-aprendizagem dos alunos na sala de aula.
Experiências como essas, fazem parte da rotina do professor, ele relatou que sempre
registra para mostrar para os pais dos alunos, gestores e os colegas de profissão, ele não deixa
de divulgar nas redes sociais com o propósito de divulgar seu trabalho e mostrar para outros
professores que as tecnologias podem ser grandes aliadas para o ensino.
Para que o professor possa trabalhar com as tecnologias digitais é preciso que ele faça
alguma formação, pois é na formação que ele é incentivado e estimulado a usar novos
métodos em suas aulas, sem a formação é muito difícil que as tecnologias sejam utilizadas nas
61
salas de aula. Após as formações também é necessário que os professores se programem e se
organizem, preparando seu material e muita das vezes ter seu próprio equipamento. O
professor que é tradicional não considera isso como um benefício, pois a disponibilidade para
a sua reorganização para o novo não é bem vinda por conta das grandes jornadas de trabalho e
o tempo que tem só quer para descanso.
Os professores precisam quebrar o paradigma do uso das tecnologias na sala de aula, a
formação tem o papel de mostrar ao docente que a tecnologia pode melhorar muito a
qualidade da sua aula, porém, esse processo é lento e leva tempo e aos poucos as tecnologias
vão ganhando mais espaço no contexto educacional.
62
5. CONCLUSÃO
A tecnologia avançou de uma maneira muito rápida nas últimas décadas e se faz cada
vez mais presente na sociedade e na vida das pessoas. Convivemos diariamente com um
grande aparato tecnológico, as empresas e diversos setores da economia passaram a contar
com esses recursos, basta olharmos ao nosso redor, nas ruas, bancos, supermercados, lojas,
em toda a parte a tecnologia está presente.
As escolas, embora mais tardiamente, também receberam equipamentos tecnológicos.
No Brasil, as escolas públicas foram equipadas por meio do Programa Nacional de
Tecnologia Educacional (ProInfo). Os professores acostumados a usar o quadro negro e o giz,
passaram a contar com outros recursos como computadores, multimídias, internet.
O governo federal, em regime de colaboração com os estados e municípios, tem
equipado escolas públicas brasileiras com computadores, internet, televisores entre outros. No
entanto, estas ações não são o suficiente para que haja uma mudança significativa na
educação. Não basta a escola adquirir recursos tecnológicos e outros materiais pedagógicos
sofisticados e modernos, é preciso ter professores capazes de atuar e de recriar ambientes de
aprendizagem. Isso significa dar suporte e condições para que os professores sejam críticos,
reflexivos, autônomos e criativos para buscar novas possibilidades, novas compreensões,
tendo em vista contribuir para o processo de mudança do sistema de ensino.
Muitas das escolas não estavam preparadas para utilizar esses equipamentos, era
preciso capacitar o corpo docente. Nesse contexto, surgiram políticas para dar amparo a essa
vertente que tinha grande ascensão na educação, eis que surgem os Núcleos de Tecnologias
Educacionais (NTE), estruturas descentralizadas, vinculadas ao ProInfo que coordenaram a
implantação das novas tecnologias digitais nas escolas e a capacitação dos professores.
O NTE tornou-se um símbolo das tecnologias educacionais, que precisa dar
continuidade as suas ações apesar das dificuldades que vêm passando ao decorrer do tempo,
fortalecer-se, reorganizar sua equipe e buscar parcerias para que continue contribuindo no
processo de inserção das tecnologias às práticas pedagógicas, para que as escolas possam
ofertar uma educação de qualidade e atrativa para todos os educandos.
Em diversos casos a escola pública desconsidera o laboratório de informática por falta
de capacitação profissional, por professores com práticas tradicionais e acomodadas,
desmotivados e com falta de planejamento em conjunto com a direção.
63
Através do MEC/SEED e NTE, vários cursos de formação continuada voltados para a
área de tecnologia educacional vêm sendo ofertados para os professores de todo o país. O
Curso de Introdução à Educação Digital e os demais cursos que integram o ProInfo Integrado
representam um avanço no que se refere a políticas públicas nacionais voltadas para a
formação do professor. A participação nestes cursos é o primeiro passo para os professores
que desejam se familiarizar com os recursos do computador e da internet e desenvolver novas
práticas na sala de aula com a utilização das tecnologias.
O desafio da pedagogia tradicional é introduzir mudanças no processo de ensino e
aprendizagem e, ainda, nos modos de estruturação e funcionamento da escola e de suas
relações com a comunidade. Com os depoimentos e dados coletados através dos funcionários
do NTE-Tucuruí chegou-se a conclusão que a participação nos cursos de formação torna os
professores mais reflexivos, mais abertos às mudanças e, principalmente, quebra barreiras
para o uso dos equipamentos digitais. Muita coisa ainda precisa ser feita. Além de
computadores e internet funcionando plenamente e cursos de formação continuada, é preciso
haver diálogo nas escolas, preparado novas práticas e que aceitem as possíveis transformações
que ocorrerão com a mudança de postura do professor.
Para que sejam alcançadas mudanças efetivas no processo ensino-aprendizagem, é
essencial que o professor de sala de aula participe efetivamente da idealização e da execução
dessas mudanças. É preciso, ainda, que haja a compreensão, por parte desse professor e dos
demais envolvidos no processo educacional, de que a aula não deve acontecer apenas em sua
sala, mas também e principalmente em espaços alternativos.
Como diz Moran 2000, os avanços das novas tecnologias vêm afetando vários
aspectos da vida cotidiana e escolar. Nesse sentido, a escola, como parte importante da
sociedade e do mundo, não poderia ignorar esse processo.
Este estudo foi enriquecedor e permitiu compreender a interferência das formações de
professores com as tecnologias na educação, na didática dos professores em relação às suas
aulas e deixou claro, também, que a democratização do acesso aos produtos tecnológicos é
um grande desafio e para que todos tenham informações e utilizem-se das tecnologias digitais
é preciso um grande esforço político e pessoal.
64
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AO
COORDENADOR DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
(NTE) TUCURUÍ-PARÁ
• Qual sua experiência com o Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE)?
Quantos anos você trabalha no NTE?
• Como é a funcionalidade do NTE em Tucuruí?
• Como você compreende a formação docente no NTE?
• Qual a principal meta do Núcleo de Tecnologia Educacional?
• Quantas escolas são contempladas com os cursos de formação?
• Quais os desafios enfrentados enquanto gestor da instituição?
• Como você avalia o papel do NTE? Os objetivos estão sendo alcançados?
• Quais os Cursos ofertados pelo NTE? Como são escolhidos os eixos temáticos
para as formações?
• Vocês trabalham com parcerias? De que forma?
• O NTE possui um quadro fixo de professores formadores? Quantos são?
65
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AO PROFESSOR
FACILITADOR DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
(NTE) TUCURUÍ-PARÁ
• Quais os cursos ofertados e os desafios enfrentados para ministrá-los?
• Quais as metodologias utilizadas?
• Quais cursos apresentam as maiores e menores demandas?
• No seu ponto de vista o que faz um curso ter maior e outro ter menor demanda?
• Quais as atividades e as temáticas utilizadas nas didáticas dos cursos ofertados?
• De que forma são ministrados as aulas?
• Quais são os fundamentos teóricos e metodológicos empregados em sala de
aula?
• Que material didático é utilizado? Ele recebe atualização? Se recebe, como é
feita e com qual frequência?
• Ocorre algum tipo de avaliação? Se ocorre, a avaliação é capaz de identificar o
real aprendizado do aluno? De que maneira é realizada?
66
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO DIRECIONADO A UM PROFESSOR
QUE JÁ PARTICIPOU DE FORMAÇÕES NO NÚCLEO DE
TECNOLOGIA EDUCACIONAL (NTE) TUCURUÍ-PARÁ
• Quais são os impactos dos cursos do NTE na sua metodologia de trabalho?
• É introduzido em sala de aula atividades relacionadas aos cursos realizados no
NTE?
• Qual o desafio para o uso das tecnologias na sala aula?
• Quais as dificuldades para se trabalhar com auxilio das tecnologias?
• Acontecem palestras sobre o uso das tecnologias, as problemáticas do uso de
celular, vídeos e a proliferação dos mesmos?
• Você já teve problemas com aparelhos tecnológicos durante suas aulas?
• Existe incentivo para o uso dos mecanismos tecnológicos na sala de aula?
• O que você acha que precisa para que as tecnologias sejam mais ativas nas
salas de aula?
67
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