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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ UFPA CURSO DE … · modalidade de educação que permeia todas as...

Date post: 02-Aug-2020
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ UFPA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA JOSÉ GARCIAS DA CONCEIÇÃO RAILSON ALVES MORAIS GESTÃO ESCOLAR: Os desafios da educação inclusiva no município de Parauapebas/PA no período de outubro de 2015 a janeiro de 2016 Parauapebas- Pará 2016
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

JOSÉ GARCIAS DA CONCEIÇÃO

RAILSON ALVES MORAIS

GESTÃO ESCOLAR: Os desafios da educação inclusiva no município de Parauapebas/PA no período de outubro de 2015 a janeiro de 2016

Parauapebas- Pará

2016

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JOSÉ GARCIAS DA CONCEIÇÃO

RAILSON ALVES MORAIS

GESTÃO ESCOLAR: Os desafios da educação inclusiva no município de Parauapebas/PA no período de outubro de 2015 a janeiro de 2016

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Gestão Pública, como requisito para a obtenção de nota referente a Conclusão de curso, elaborado pelos alunos: José Garcias da Conceição e Railson Alves Morais, sob a orientação do Prof. José Raimundo B. Trindade e coordenação do Prof. André Luiz Ferreira e Silva.

Parauapebas- Pará

2016

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GESTÃO ESCOLAR: Os desafios da educação inclusiva no município de Parauapebas/PA:

Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Gestão Pública, como requisito para a obtenção de nota referente a Conclusão de curso, elaborado pelos alunos: José Garcias da Conceição e Railson Alves Morais, sob a orientação do Prof. José Raimundo B. Trindade e coordenação do Prof. André Luiz Ferreira e Silva.

Banca Examinadora:

_______________________________________

Orientador (a)

_______________________________________

Examinador (a)

Apresentado em: ___/___/_______

Conceito: _________________

Parauapebas- Pará

2016

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Em primeiro lugar, agradecemos ao todo poderoso, Jesus Cristo, o Santo filho de Deus, que tem realizado grandes feitos em nossa minha vida. Ele resgatou em nós sonhos que haviam se perdido e nos fez entender que todas as coisas são possíveis ao que crê. Agradecemos, ainda, aos nossos familiares, filhos, pais, esposas, etc., os quais nos incentivaram a conquistar nossos objetivos e, sobretudo, acreditaram que na nossa capacidade. O apoio e amor de vocês foram essenciais para que pudéssemos nos tornar as pessoas que somos hoje. Amamos vocês.

Somos gratos aos nossos queridos amigos, os quais nos ajudaram a relaxar nos momentos difíceis, nos dando incentivo e, lembrando sempre devemos viver com intensidade e alegria. Agradecemos toda a equipe de mestres que fizeram parte do quadro de profissionais da Universidade Federal do Pará e nos deram suporte durante este percurso. Obrigada pela atenção de sempre.

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SUMÁRIO

Introdução...................................................................................................................07

1. Processo de inclusão: enfoque histórico da educação especial...........................09

1.2. Concepção da educação especial..............................................................11

1.3. Concepção de inclusão..............................................................................13

2. Gestão escolar e o desafio da inclusão escolar....................................................15

2.1. O papel do gestor escolar frente às práticas educacionais.............................17

3. Processo de inclusão no Município de Parauapebas e a importância da gestão

escolar ..................................................................................................................19

3.1. Aspectos orçamentários para a educação......................................................21

3.2. A gestão escolar no processo de construção da educação inclusiva............22

Considerações finais..................................................................................................27

Referências bibliofráficas...........................................................................................29

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GESTÃO ESCOLAR: Os desafios da educação inclusiva no município de Parauapebas/PA:

José Garcias da Conceição e Railson Alves Morais

RESUMO: Este artigo traz um breve estudo acerca dos desafios da educação inclusiva, bem como, a gestão escolar junto a essa realidade no município de Parauapebas-Pa. O termo inclusão escolar tem sido bastante difundido na atualidade, pois é impossível pensar, hoje, uma escola que não valorize a diversidade. Sendo assim, conforme a LDBEN 9394/96 conceitua a educação inclusiva como uma modalidade de educação que permeia todas as etapas e níveis de ensino. Portanto, o presente estudo busca contribuir para a reflexão sobre o papel do gestor escolar frente ao processo da construção da educação inclusiva em todos os aspectos, ou seja: como se dá a inclusão, qual a proposta da mesma no âmbito escolar e principalmente, qual o papel dos gestores educacionais nesse processo. Por entender que educação e cidadania são inseparáveis, fez-se necessário uma fundamentação teórica objetivando identificar não só o amparo legal mais também as políticas públicas em níveis, nacional, estadual e municipal. Constatou-se que os desafios dos (as) gestores (as) frente a questão da inclusão são similares e que ainda existe muito a ser feito para garantir uma educação inclusiva no município de Parauapebas.

PALAVRAS-CHAVE: educação inclusão e gestão escolar.

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como eixo central estabelecer uma ponte entre a

gestão escolar e a educação inclusiva no Município de Parauapebas-PA. Sendo

assim, essa reflexão de cunho teórico apresenta uma análise sobre a

importância da gestão escolar frente ao processo de inclusão.

A educação ocupa lugar central na acepção coletiva da cidadania, cada

cidadão representa uma parte elementar nesse processo. Em se tratando de

educação inclusiva, a união de forças é um passo importante para a superação

das práticas meramente discursivas. O Brasil é cenário de um longo processo

histórico em busca de uma educação de qualidade e que atenda a todos. Não

ignoramos, entretanto, os problemas que nortearam e ainda norteiam esse

processo.

Analisar a educação inclusiva implica trazer todo o contexto

socioeconômico e político em que ela está inserida, só assim as pessoas com

deficiência terão a oportunidade de ter acesso a instituições escolares

devidamente aparelhadas. Por essa razão é importante analisarmos o trabalho

do gestor escolar, pois a responsabilidade não é apenas do professor na sala de

aula, mas, principalmente do gestor do ambiente escolar, uma vez que cabe a

ele direcionar todas as atividades, dentro e fora da sala de aula.

Ressaltamos que, neste trabalho, será utilizada a termologia “educação

inclusiva”, a qual segundo Amaral (1998) diz respeito a uma nova postura da

escola regular que deve propor no projeto político-pedagógico, no currículo, na

metodologia, na avaliação e nas estratégias de ensino ações que favoreçam a

inclusão social e a diversidade de práticas educativas que atendam a todos os

alunos.

A presente pesquisa científica, por meio da temática, Gestão Escolar: Os

desafios da educação inclusiva no município de Parauapebas/PA é o foco desse

estudo, por acreditarmos que o mesmo contribuirá para o aperfeiçoamento

profissional e acadêmico, além de nos dá a compreensão de como está sendo

desenvolvida a política de educação inclusiva no município.

O universo do estudo abrangeu três escolas municipais, de ensino

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fundamental, sendo essas, EEEFM Eduardo Angelim, EMEF Paulo Fonteles

Lima e EMEF Cecília Meireles. A Secretária Municipal de Educação-SEMED,

também, fez parte do universo da pesquisa.

A pesquisa foi desenvolvida sob um enfoque qualitativo utilizando os

recursos metodológicos das pesquisas bibliográficas e de campo, além da

observação participante. Os dados empíricos foram obtidos por meio da

entrevista semiestruturada. Segundo Triviños (1987), a entrevista

semiestruturada é aquela que parte de certos questionamentos que interessam

a pesquisa.

O trabalho está estruturado em três tópicos. O capítulo I apresenta o

processo de inclusão como um desafio da realidade educacional, abrangendo o

enfoque histórico da educação especial no Brasil e no Mundo; as concepções de

educação especial e de Inclusão e o acesso e qualidade como caminhos da

inclusão. No capítulo II apresentaremos a Gestão e educação inclusiva, onde

abordaremos, o contexto histórico de gestão; o papel do gestor frente às práticas

educacionais; conscientização do gestor escolar no que concerne a organização

inclusiva e a contribuição do gestor em relação ao desenvolvimento de

estratégias no processo de educação inclusiva.

O capítulo III apresenta os resultados da pesquisa, os quais constatamos

inúmeros desafios da gestão escolar em relação ao processo de inclusão, bem

como, a necessidade de uma efetiva implementação de políticas educacionais

inclusivas por parte do poder público municipal, como decorrência do

cumprimento não só da legislação vigente, mas também como um dever do

município de atender esta parcela da comunidade que tem o direito a ter uma

formação digna e de qualidade como todos os demais cidadãos. Exibe ainda, os

aspectos orçamentários da educação no município, bem como a importância da

gestão no processo de construção da inclusão social.

O estudo expressa a possibilidade de análise e reflexão acerca do tema

em questão, além da compreensão sobre a educação inclusiva e qualificada para

agregar a todos, sem discriminação, segregação, desrespeito à diversidade, e

acima de tudo com gestores qualificados e comprometidos com essa realidade.

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I. PROCESSO DE INCLUSÃO: ENFOQUE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Para entendermos o processo de Inclusão como um desafio da gestão

municipal frente a realidade educacional é preciso fazer um resgate histórico

para identificarmos a posição do Brasil na implementação de políticas inclusivas,

bem como observarmos a relação dessas políticas no contexto mundial. Outro

fator importante é perceber quais concepções norteiam essas políticas. O

conhecimento da história da educação especial não nos ajuda apenas a

acumularmos conhecimentos, mas, a refletirmos e questionarmos o tipo de

política de inclusão que está sendo implementada, seja em nível Internacional,

Nacional, Estadual e/ou Municipal.

Historicamente o cenário brasileiro se caracteriza por novos e numerosos

exércitos de excluídos que disputam palmo a palmo todos os espaços sociais.

Nesse emaranhado, podemos “olhar” aspectos da educação especial. Jannuzzi

(1985, p. 41-2), referindo-se ao Decreto-lei 1.216 de 1904 do Estado de São

Paulo, explicita, nesse sentido, uma série de preconceitos, entre eles o

tratamento de “imbecis”, “incapazes”, que marginalizavam o educando com

necessidades educacionais especiais:

A fundação de duas instituições públicas para o atendimento de pessoas

com deficiência: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin

Constant) em 12 de outubro de 1854, e o Instituto dos Surdos-Mudos (atual

Instituto Nacional da Educação dos Surdos-INES), em 1856. Fundado por D.

Pedro II, pode ser considerada um ato isolado no que se refere à preocupação

com a educação das pessoas com deficiência, pois nesse momento, não há

ainda nenhuma legislação nacional de âmbito geral, principalmente em relação

à educação especial. O que temos é a Constituição Brasileira de 1824

registrando “compromisso” com a gratuidade da instrução primária “todos os

cidadãos” e com a criação de colégios e universidades “onde serão ensinados

elementos das ciências, belas-letras e artes”. No entanto, o grupo de “todos os

cidadãos” não incluía a massa de trabalhadores, que em sua maioria era

escrava, e certamente também não dizia respeito às pessoas com deficiências.

As classes especiais públicas vão surgir pautadas na necessidade

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científica da separação dos alunos “normais” e anormais na pretensão da

organização das salas de aula homogêneas, sob a supervisão de inspeção

sanitária, a partir dos preceitos de racionalidade e modernidade.

A Constituição Brasileira de 1934 estabelece, pela primeira vez, como

competência da união, a incumbência de traçar as diretrizes da educação

nacional (que vai ocorrer em 1961), ao mesmo tempo em que fica estabelecida

como competência tanto da união como dos Estados à difusão da instrução

pública em todos seus graus.

Em relação à Educação Especial, a Constituição de 1988 continua

priorizando o atendimento do aluno portador de necessidade educacionais

especiais no ensino regular. Podemos identificar esse período com avanço e

recuo do Estado frente às questões sociais. Ainda neste ano em 05 de outubro,

é aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, ou lei 8069/90, que

vem substituir o código de Menores, garantindo o direito as crianças e

adolescentes.

Os dispositivos legais respaldam a Educação Especial enquanto

modalidade de educação escolar, segundo a Política Nacional de Educação

Especial (Brasil, 1994) fundamenta-se na Declaração Universal dos Direitos do

Homem (1948), na Convenção sobre Direitos da Criança (1990), na Declaração

sobre Educação Para Todos (1990) e na Conferência Mundial sobre

Necessidades Educativas Especiais – Declaração de Salamanca (1994) a partir

desta última surgiu o conceito de educação inclusiva.

A Nova Lei de Diretrizes de Bases da Educação – Lei 9.394/96 de 20 de

dezembro 1996 tem discussões iniciadas na comissão de educação da

Constituição Federal de 1988, com o primeiro projeto apresentado no mesmo

ano, dois meses depois da promulgação da Carta Constitucional em outubro. No

conflito das forças sociais, o texto que vai se estabelecendo durante os oito anos

de debates em sua tramitação. A LDB apresenta a educação como “dever da

família e do Estado”.

Especificamente quanto ao atendimento às pessoas com deficiência, a

Lei 9.394/96 propõe “o atendimento educacional especializado gratuito aos

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educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de

ensino” (art.4° III) e prevê, pela primeira vez, a existência de serviços de apoio

especializados na escola regular (art. 58° § 1°); abrindo a possibilidade ao

atendimento em classes, escolas ou serviços especializados, quando não for

possível a integração na classe comum. Explicita também, a oferta de Educação

Especial como dever do Estado, na faixa etária de zero aos seis anos, dentro

das previsões das mudanças que devem ocorrer na educação infantil (art. 58, §

3°).

Atualmente não encontramos mais leis ou decretos proibindo

explicitamente a matrícula de crianças com deficiências nas escolas como nos

exemplos citados acima, do início do Século XX (Decreto-Lei 1.216-A de 15 de

outubro de 1927 do Estado de Minas Gerais). No entanto, a apresentação da

possibilidade de adequação das escolas aos alunos com deficiências apareceu

apenas em 1996.

Imersa nas contradições do movimento social, a explicitação, pela lei de

Diretrizes e Bases de 1996, da possibilidade de implantação de serviços mais

especializados na própria rede regular de ensino, juntamente ao anúncio da

“alternativa preferencial” de ampliação do atendimento ao deficiente na própria

rede pública pode significar a possibilidade de atendimento de pessoas com

deficiência mais graves nas escolas do país e a efetivação da educação como

direito público subjetivo. Para que isso seja possível, ressaltamos a importância

dos Conselhos Estaduais e Municipais de Educação, no que se refere à

efetivação da conquista desse direito.

1.2. Concepção de educação especial

A Educação Especial é definida, a partir da LDBEN 9394/96, como uma

modalidade de educação escolar que permeia todas as etapas e níveis de

ensino. Esta definição permite desvincular “educação especial” de “escola

especial”. Permite, também, tomar a educação especial como um recurso que

beneficia a todos os educandos e que atravessa o trabalho do professor com

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toda a diversidade que constitui o seu grupo de alunos.

Podemos dizer que se faz necessário propor alternativas inclusivas para

a educação e não apenas para a escola. A escola integra o sistema (conselhos,

serviços de apoio e outros), que se efetiva promotora de relações de ensino e

aprendizagem, através de diferentes metodologias, todas elas alicerçadas nas

diretrizes de ensino nacionais.

O surgimento da educação especial está vinculado ao discurso social

posto em circulação na modernidade para dar conta das crianças que não se

adaptavam aos contornos da escola. Foi a partir deste lugar de “criança não

escolarizável” que as deficiências foram organizadas em um amplo aspecto de

diagnóstico, recortadas e classificadas com o apoio do saber médico.

A partir daí a educação especial baseou-se em uma concepção de

reeducação por meios de métodos comportamentais, supondo que bastariam

técnicas de estimulação especiais para as crianças alcançarem um nível

“normal” de desenvolvimento.

A Declaração de Salamanca (1994) traz uma interessante e desafiadora

concepção de Educação Especial ao utilizar o termo “pessoas com

necessidades educacionais especiais” estendendo-o a todas as crianças ou

jovens que têm necessidades decorrentes de suas características de

aprendizagem. O princípio é que as escolas devem acolher a todas as crianças,

incluindo crianças com deficiência, superdotadas, de rua, que trabalham, de

populações distantes, de um modo geral abrangendo a todas as crianças,

independentemente de sua cor, raça ou classe social. Para isso sugere uma

pedagogia centrada na relação com as crianças, capaz de educar com sucesso

a todos, atendendo as necessidades de cada um, considerando as diferenças

existentes entre elas.

Pensando nas escolas especiais, como um suporte ao processo de

inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular

comum, a coordenação entre os serviços de educação, saúde e assistência

social aparece como essencial, apontando, nesse sentido, a possibilidade das

escolas especiais funcionarem como centros de apoio e formação para a escola

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regular, facilitando a inclusão dos alunos nas classes comuns ou mesmo a

frequência concomitante nos dois lugares.

Essa seria uma forma da escola não se isentar das responsabilidades

relativas às dificuldades de seus alunos simplesmente limitando-se a

encaminhá-los para atendimentos especializados. Ao contrário, a manutenção

de serviços especializados de apoio processo de ensino-aprendizagem não

caminha na contramão de uma educação radicalmente inclusiva, mas é

essencial para a sua caracterização.

A questão que deve ser colocada é como o atendimento educacional

especializado integra o processo. Com isso, descaracteriza-se as necessidades

educacionais especiais como exclusividade “para deficientes” e passa-se a

entendê-las como algo que todo o aluno, em maior ou menor grau, ocasional ou

permanente, pode vir a demandar.

O desafio da inclusão é que ela objetiva a reestruturação do sistema para

que ele possa responder a uma gama inteira de necessidades especiais. Logo,

devemos encontrar palavras que impeçam a rotulação das crianças, ao mesmo

tempo em que enfatizam os desafios ao sistema.

Assim, podemos concluir que aqueles que professam sua concordância

com os termos da Declaração, não podem ter outra postura que não a de

expressar todos os seus esforços para efetiva inclusão com qualidade no ensino

regular dos alunos com necessidades educacionais especiais.

1.3. Concepção de inclusão

O conceito de educação inclusiva surgiu a partir de 1994; com Declaração

de Salamanca (Conferência Mundial sobre necessidades educacionais

especiais: acesso e qualidade). No que respeita às escolas, a ideia é que as

crianças com necessidades educacionais especiais sejam incluídas em escolas

de ensino regular. O objetivo da inclusão demonstra uma evolução da cultura

ocidental, defendendo que nenhuma criança deve ser separada das outras por

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apresentar alguma espécie de deficiência. Do ponto de vista pedagógico esta

integração assume a vantagem de existir integração entre as crianças,

procurando um desenvolvimento conjunto, por vezes surge uma imensa

dificuldade por parte das escolas em conseguirem integrar as crianças com

necessidades especiais devido à necessidade de se criar condições adequadas.

Alguns autores como, Mendes (2006), Rodrigues (2008), Vitaliano (2002)

ao desenvolverem pesquisas na área da Educação Inclusiva, destacam a

Declaração de Salamanca (Brasil, 1994) como sendo o documento que mais

contribuiu para o desenvolvimento de políticas públicas destinadas a educação

de pessoas com NEE.

Após a difusão das propostas estabelecidas na Declaração de

Salamanca (1994), os países, entre eles o Brasil, de acordo com as propostas

educacionais inclusivas, deram início ao desenvolvimento de políticas públicas

que contribuíram, significativamente, com a elaboração de normas e legislações

que possibilitaram a todos os alunos, com ou sem deficiência, o direito de

estarem inseridos nos sistemas regulares de ensino, independentemente, de

suas NEE.

Conforme Mendes (2006) a grande maioria dos países do mundo

começou a implantar políticas de inclusão dos alunos com necessidades

educacionais especiais no ensino regular. Um dos fatores fundamentais para a

efetivação desta política foi à perspectiva positiva da construção de um sistema

escolar de qualidade para todos, pois foi constatado que toda e qualquer criança

possui características, interesses, habilidades e necessidades únicas e que,

portanto, a escola precisa conhece-las.

O desafio que confronta a escola inclusiva é o de desenvolver uma

pedagogia centrada na criança, capaz de educar a todas com sucesso, assim,

fica claro que a Declaração de Salamanca apresenta como perspectiva política

a inclusão de toda e qualquer criança no ensino regular, independentemente de

suas condições física ou de sua origem social ou cultural.

Por essa razão, ao mesmo tempo em que se a todos os países a adotarem

o princípio da educação inclusiva em forma de lei ou política, matriculando todos

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os alunos em escolas regulares, deixa espaço para que, em determinados casos,

isso não ocorra, quando acrescenta, “a menos que existam fortes razões para

agir de outra forma”. Assim, podemos concluir que aqueles que professam sua

concordância com os termos da Declaração, não podem ter outra postura que

não a de expressar todos os seus esforços para efetivar a inclusão com

qualidade no ensino regular dos alunos com necessidades educacionais

especiais. Nesse sentido, Arthur Guimarães (2003) reforça que “mais do que

criar condições para os deficientes, a inclusão é um desafio que implica mudar

a escola como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante dos alunos

(...)”, e enfim se efetivar de fato a educação inclusiva.

2. GESTÃO ESCOLAR FRENTE AO DESAFIO DA INCLUSÃO ESCOLAR

Ao mencionar a questão de “gestão escolar”, faz-se necessário uma

breve reflexão quanto ao contexto histórico de gestão. Sendo assim, de acordo

com Silva (2007) o termo gestão é de origem latina (gerere e Administrare), está

relacionado com o ato de governar, gerir, dar vida, entre outras significações,

sendo mais amplo do que o caráter administrativo, que também está envolvido

nessa concepção. Tem sua raiz também em gestatio,ou seja, gestação isto é: o

ato pelo qual traz dentro de si algo novo e diferente: um novo ente. Ora, o termo

gestão tem sua raiz etimológica em gerque significa fazer brotar, germinar, fazer

nascer. Da mesma raiz provém os termos genitora, genitor, gérmen.

No que concerne o âmbito educacional, segundo Laranja (2004) há uma

marcante diferenciação entre os termos administração e gestão. Tais

diferenciações estão relacionadas ao contexto de mudanças sócio-políticas

recorrentes no Brasil entre o final do século XX e início do século XXI.

Conforme (ROSA, 2009), a concepção de Gestão é historicamente

recente, já que até o final do século XX predominava nas instituições o uso da

administração tradicional mais ligada a mecanismos operacionais, tendo como

princípios a norma, a ordenação e o controle, estimulados pelo regime militar

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implantado nesse período caracterizado pelo autoritarismo. Tal modelo de

administração, no início do século XXI encontrava-se enfraquecido diante de um

contexto de transição de uma administração governamental autoritária e

centralizadora, para uma administração pública descentralizada e democrática.

O autor supracitado diz que a natureza do processo de gestão escolar

democrática no Brasil foi marcada pela abertura política do país após um período

de regime governamental militar autoritário. Nessa transição, ficou evidente que

politicamente havia forças divergentes em defesa da gestão escolar

democrática. Uma delas de esquerda que entendia a escola como ambiente de

valorização da democracia, por meio da aproximação da sociedade civil, na

participação, nas escolhas e no planejamento. Outra corrente, a de direita,

defendia a gestão democrática visando mais especificamente atender a

interesses políticos e econômicos, seguindo uma lógica mercadológica em que

a escola passava a ser tratada como empresa.

Nesse contexto a gestão escolar surge para garantir o funcionamento da

escola, visando a promoção da aprendizagem, devendo para isso viabilizar

ações que fundamentem os princípios e diretrizes educacionais constantes no

projeto político pedagógico da unidade escolar.

A gestão, dentro do campo educacional, é caracterizada pelo

reconhecimento da participação dos indivíduos nas decisões e sendo associado

com a democratização do fazer pedagógico, sendo que há um compromisso

coletivo visando resultados educacionais efetivos e significativos. Assim, gestão

escolar não significa somente técnica, métodos, mas refere-se à capacidade de

compreender e analisar de forma crítica a realidade, coordenar, orientar e

estimular na busca de resultados com qualidade, sua decisão parte da

coletividade, seu trabalho está voltado para as relações sociais.

A Gestão das Escolas vem sofrendo mudanças ao longo dos anos,

aumentando suas responsabilidades na busca da qualidade do ensino. Gerir

uma escola é organizar, mobilizar e articular todas as condições materiais e

humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócioeducacionais

das escolas.

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A escola enquanto instituição auxiliadora na construção na construção da

identidade dos sujeitos é formadora de sujeitos críticos, socialmente

comprometidos e atuantes, deve se mobilizar rumo a prática enfaticamente

democrática de uma educação inclusiva. Portanto, é necessário a participação

de todos para que encontrem caminhos para o desenvolvimento do processo de

democratização que, após avaliações, criam uma nova estrutura de educação,

recuperando o verdadeiro sentido da gestão escolar que é de melhorar a

educação para todos. A verdadeira democracia escolar só pode ser denominada

assim quando houver a participação de toda a comunidade escolar nos debates,

discussões, reflexões, ações e tomadas de decisões de forma que possam

colaborar no processo educativo e na garantia de uma verdadeira inclusão

escolar, e assim não bastam apenas leis que regulamentem essa participação,

e sim a elaboração de ações que possam assegurá-las de fato pelo gestor

escolar.

Ao pontuarmos gestão escolar de imediato atribuímos a necessidade de

ações compartilhadas, pois quando se almeja o ensino inclusivo, cada instituição

a seu tempo reconhece o seu dever, e ao se perceberem como conjunto, o

processo de inclusão escolar se dá forma promissor.

2.1. O papel do gestor escolar frente às práticas educacionais

Segundo Luck (2004), é do gestor escolar a responsabilidade máxima

quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e

desenvolvimento plenos dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando

e coordenando todos os esforços nesse sentido e controlando todos os recursos

para tal. Devido a sua posição central frente à educação, o desempenho de seu

papel exerce forte influência (tanto positiva, quanto negativa sobre todos os

setores da escola.

O gestor como líder educacional, deve integrar as ações educativas com

consistência e coerência, mobilizando a comunidade escolar para novas

aprendizagens e novos saberes. A formação continuada surge como um novo

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olhar, uma reconstrução e reformulação dos conceitos que o gestor com um perfil

democrático se fazendo facilitador dos processos de ensino e aprendizagem

deve ter como objetivo principal, tendo consciência da importância de sua função

na escola, e perante sua comunidade.

O funcionamento da escola depende, principalmente, de formas

democráticas e eficazes de uma boa gestão, a qual vai garantir os objetivos

educacionais conforme preconiza a Constituição Federal. Dessa forma é

essencial que o gestor esteja preparado, capacitado para desenvolver o seu

trabalho, de maneira que o faça refletir sobre suas práticas diárias, analisando

se suas metas traçadas foram atingidas.

A forma como o gestor se coloca diante a essa questão influencia

consideravelmente na posição da comunidade escolar, ou seja, ele é o espelho

dos funcionários e deve ter uma postura que contribua para um atendimento de

qualidade para todos, sem exceção.

A imagem de um bom gestor é sempre a de um profissional mais

eficiente, mais criativo, mais empolgado, mais dedicado, aquele que gosta do

que faz e principalmente, tem a preocupação de trabalhar a favor da diversidade,

uma vez que a educação inclusiva é atualmente o foco de diálogos dentro e fora

das escolas.

Segundo Lacerda (2011), o gestor precisa ter foco na educação, saber

trabalhar em equipe, comunicar-se com eficiência, identificar a necessidade de

transformações e estimular a promoção da aprendizagem dos profissionais que

trabalham com ele são algumas das competências que um gestor deve ter. Esse

perfil atual busca vincular sua atuação efetiva ao trabalho pedagógico, muito

mais do que na função burocrática que o cargo exige. Ele deve favorecer um

ambiente em que o professor seja eficiente e, sobretudo, saiba ensinar e orientar

seus estudantes, tendo ações permeadas de um profissionalismo interativo, com

uma visão de formação contínua ao longo de sua carreira, elaborando “projetos

de orientação e normas de trabalho que valorizem o trabalho em conjunto, o

oferecimento de ajuda e a discussão de dificuldades” (FULLAN; HARGREAVES,

2000 p. 28).

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As atribuições do gestor estenderam-se consideravelmente, atualmente

ele está focado em manter a organização e funcionamento da instituição em

todos os aspectos: físico, sócio-político, relacional, material, financeiro e

sobretudo pedagógico visando a qualidade de ensino oferecida em sua Unidade

Escolar. Entretanto, os gestores se deparam constantemente com situações

adversas, devendo ser capazes de solucioná-las em diferentes níveis e planos.

Com a democratização da gestão, a escola deixa de ser uma instituição

burocrática para se tornar um instrumento de efetivação da intencionalidade

política e pedagógica, norteada por princípios fundamentados em sua proposta

pedagógica. Nesse contexto a escola passa a ser um espaço de formação da

identidade profissional do professor em defesa dos interesses coletivos com

vistas à melhores condições de aprendizagem dos alunos, dialogando entre o

discurso e a prática.

Silva (2009) diz que o gestor educacional é o principal articulador na

construção desse ambiente de diálogo e de participação favorável para o melhor

desenvolvimento do trabalho dos profissionais e, consequentemente, para o

sucesso do processo educativo-pedagógico. Para isso é importante que seja um

líder audacioso, com visão de conjunto, unindo e integrando setores,

vislumbrando resultados para a instituição educacional que possam ser obtidos

se embasados em um bom planejamento, alinhado a um propósito bem definido,

além de ter uma comunicação eficaz com sua equipe.

De acordo com Silva (2009) o gestor educacional, também deve ter

disponibilidade para superar os desafios que são encontrados nas funções de

sua responsabilidade. Ao realizar seu papel, deve manter em evidência a

necessidade da valorização da escola, dos funcionários e, principalmente, de

seus alunos, para que os mesmos se sintam estimulados e incentivados para

aprender e assimilar novos conhecimentos.

Ser um gestor educacional vai muito além de um cargo ou uma profissão

de grande responsabilidade, implica ser autêntico, ter visão e liderança, pois o

líder envolve todos no trabalho, promove a união dos setores da escola, faz das

suas ações um exemplo, tornando importante cada membro de sua equipe,

motivando para que todos os envolvidos acreditem no seu próprio valor pessoal

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e profissional para uma boa gestão, visto que é do seu desempenho e de sua

habilidade em influenciar o ambiente que depende em grande parte, a

qualidade do clima escolar e do processo ensino aprendizagem.

3. PROCESSO DE INCLUSÃO NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS E A

IMPORTANCIA DA GESTÃO ESCOLAR

Para assegurar a função social da escola que é a humanização dos

sujeitos, a gestão escolar democrática tem ampliado espaço, vinculando as

questões administrativas com as questões pedagógicas. Sendo assim, o

conceito de democracia, nela contida, apresenta diferentes configurações, como

gestão compartilhada, participativa, ou colegiada, dando a entender que o

excelente é que nela a escola apresenta uma passagem para o exercício da

democracia.

Segundo Gadotti (2004), no Brasil, a autonomia da escola encontra

suporte na própria Constituição Federal de 1988, a qual estabelece a democracia

participativa e cria instrumentos que possibilitam ao povo exercer o poder

diretamente.

Entende-se por autonomia da escola a capacidade de elaboração e

realização de projetos educacionais em benefícios dos alunos e com a

participação de todos os interessados no processo educativo. Neste sentido, o

gestor da escola, como um líder, é a peça fundamental no processo de trabalho

coletivo, pois a ele caberá promover o clima de respeito, dialogo e

responsabilidade entre os educadores, bem como motivar os alunos.

Considerando uma educação inclusiva, baseada nos princípios de uma

gestão democrática, anseia-se que o gestor atue de maneira efetiva, garantindo

o acesso a todos. Para isso, o gestor deve desenvolver um trabalho que envolva

toda equipe, formando um grupo comprometido com a transformação social da

escola e da comunidade, visando oferecer um ensino inclusivo de qualidade.

A falta de inclusão para pessoas com deficiência é um fenômeno

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globalizado que atinge crianças e adolescentes de todos os segmentos sociais

e em todos os lugares. Ao analisamos o quadro do acesso escolar de forma

inclusiva no município de Parauapebas, nos deparamos com um quadro de

carência muito grande, haja vista que a população vem crescendo em ritmo

acelerado, isso se deve ao crescimento desordenado da cidade, em decorrência

do processo migratório constante.

A evolução populacional do município é impressionante, superando as taxas estaduais e nacionais em muito. Em 1991 sua população era de 53.335 habitantes, passando para 71.568 em 2000 e alcançando 153.918 habitantes, conforme o Censo Demográfico de 2010. Portanto, em menos de vinte anos a população quase que triplica, crescendo a uma taxa geométrica, estimada pelo IBGE com base na Contagem de 2007, em 8,08%. (TRINDADE, OLIVEIRA E BORGES, Pg. 279, 2014)

Sendo assim, os gestores municipais devem buscar soluções para

atender a população em geral, criando políticas públicas direcionadas a todos,

inclusive, oferecendo uma educação que inclua às pessoas com deficiência.

Para isso, o gestor educacional precisa assumir sua missão legal e constitucional

de promover, junto aos professores, "o pleno desenvolvimento da pessoa" e "seu

preparo para o exercício da cidadania" (Constituição Federal, art.205).

Verificou-se que a educação inclusiva como parte construtiva do sistema

educacional não vem recebendo a devida atenção da esfera governamental do

município, mesmo com a existência de uma considerável estrutura legal, e de

uma política nacional definida para esta modalidade de ensino, o atendimento

às pessoas com algum tipo de deficiência é considerada insuficiente nas escolas

de Parauapebas.

3.1. Aspectos orçamentários para educação

Sabemos que no Brasil existe uma ampla literatura que discute os gastos

realizados pelo governo e seus impactos nos níveis macro e micro da economia,

principalmente no nível macro. Entretanto, os estudos relacionados à qualidade

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desses gastos ainda são poucos. Vale ressaltar, que o sentido de qualidade do

gasto que nos referimos é a eficiência desse gasto. Sendo assim, procuramos

resultados associados a um determinado nível de gasto, ou seja, com a

educação.

Conforme Trindade e Oliveira (2013), entre as funções do governo

municipal, duas atividades sociais são as mais importantes: Educação e Saúde,

devido ao alcance social e por serem nos últimos anos, os alvos principais das

políticas de descentralização administrativa, principalmente do Governo Federal.

Os mesmos autores relatam que:

No caso da universalização da educação básica, o mecanismo de partilha estabelecido foi o FUNDEF, cuja essência tem como proposição destinar, de forma vinculada, parcela das receitas públicas ao Ensino Fundamental (primeira a oitava séries), por meio de uma redistribuição dos recursos provenientes de impostos aplicados pelos Municípios, Estados e União. (TRINDADE e OLIVEIRA, 2013, p.6)

Segundo o portal de notícias Qedu, um estudo realizado pela Fundação

Lemann e pela Meritt, responsáveis pelo referido portal, mostram que a “Capital

do Minério” está acima da média nacional em se tratando de infraestrutura

escolar e com padrão similar ao dos bons colégios públicos do Sudeste. Os

dados originais foram levantados no Censo Escolar 2013, segundo os quais o

Brasil conta, atualmente, com 38.835 escolas privadas e 151.871 escolas

públicas, totalizando 190.706 instituições de ensino básico.

Conforme informações colhidas da Secretaria Municipal de Educação,

Hoje, as escolas da rede municipal de Parauapebas não deixam a desejar no

que concerne à oferta de serviços infraestruturais básicos. Mas, infelizmente, a

pesquisa revela que a imagem positiva das escolas feita pela secretaria não

passa de uma utopia, haja vista, que há muito para se realizar quanto aos

aspectos infraestruturais.

Quanto ao orçamento destinado à educação no município, nos foi

esclarecido que além dos recursos Federais e Estaduais, dos 90% do capital

financeiro que circula localmente no município, metade é destinado à educação,

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tanto para promover desenvolvimento quanto para gerar capital cultural.

Ao longo da pesquisa, percebeu-se que algumas escolas foram

construídas e inauguradas em 2015, sem contar as que foram reformadas e

ampliadas para suportar a demanda de alunos, que aumenta a cada dia e

engrossa o caldo de uma rede educacional que tem mais alunos que a população

total de 4.862 municípios brasileiros (dados da SEMED).

Os dados comprovam que a educação de Parauapebas tem uma batalha

árdua pela frente, principalmente em relação a inclusão social dos alunos.

Garantir a acessibilidade a todos é um desafio da SEMED, uma vez constatado

a deficiência estrutural dos prédios escolares no município.

3.2. A gestão escolar no processo de construção da educação inclusiva

A construção de escolas inclusivas, como elemento constitutivo da política

educacional do município é de responsabilidade da Gestão Municipal de

Educação/ Secretaria Municipal de Educação- SEMED. Sendo assim, para

entendermos como se dá o processo de construção da inclusão educacional no

município fomos em busca de respostas na SEMED, bem como em três escolas

de ensino fundamental.

A instituição escolar possui uma característica muito própria no que diz

respeito às relações humanas que a diferencia de qualquer outra instituição ou

empresa, ou seja, a interatividade e troca de conhecimento com fins educativos.

Toda relação interpessoal no interior da escola deve convergir para a

aprendizagem, e o gestor deve estar bastante atento a esse fator, pois é ele o

principal ator na organização e tomada de decisões na escola.

Segundo Libâneo (2005) o funcionamento da escola e, sobretudo, a

qualidade da aprendizagem dos alunos dependem de boa direção e de formas

democráticas e eficazes de gestão do trabalho escolar. É preciso estar claro que

a direção e a administração da escola são meios para garantir os objetivos

educacionais.

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Ao visitarmos a SEMED em busca de informações sobre a qual a proposta

da mesma em relação a educação especial nos foi esclarecido que a Secretaria

de Educação tem como foco oferecer aos seus profissionais vários cursos de

capacitação voltados à educação inclusiva, a fim de melhorar as suas práticas

junto aos alunos com deficiência.

Quanto à parte estrutural dos prédios escolares a meta da secretaria é

adaptar a maioria das escolas do município dentro das normas estabelecidas

pelo Ministério da Educação-MEC, para garantir o acesso a todos.

As propostas da SEMED frente a construção de uma educação inclusiva

na fala de uma das entrevistadas:

A gestão municipal tem a educação como prioridade e vem se esforçando através de políticas públicas voltadas ao combate à exclusão social dos alunos com deficiência aqui no município. Estamos desenvolvendo vários projetos, os quais irão possibilitar uma educação de qualidade e igualitária. (Gestor 1)

Percebemos através dessa fala que a educação é sempre apresentada

como prioridades das políticas públicas de todo governo. Talvez, a justificativa

para essa prioridade seja que, por consenso, o progresso tenha sua pedra

fundamental na educação, na valorização e capacitação dos indivíduos,

reduzindo assim as desigualdades sociais.

Para Canário (2001) enquanto não houver uma descentralização das

tomadas de decisões, a possibilidade de escolas inclusivas em todo o território

nacional continuará sendo uma utopia.

Redefinir o papel do Estado, favorecendo uma maior participação das diversas forças sociais nas decisões e na execução de políticas educativas, em todos os níveis da administração, o que permitirá garantir um equilíbrio dinâmico entre, por um lado, as funções centrais de concepção, arbitragem, regulação e identificação/correção das assimetrias. (CANÁRIO, 2001, p.988)

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Nota-se na fala do autor que somente dessa forma o Estado estará

cumprindo o seu verdadeiro papel, combatendo a exclusão social em todas as

esferas. O Estado é o maior responsável por uma educação inclusiva.

Verificamos que o número de professores especializados é insuficiente para o

atendimento de alunos matriculados nas escolas do município. Constatamos

ainda, que as quantidades de salas com recursos multifuncionais são escassas,

contudo, a atual gestão tem como foco a implantação de escolas com

tecnologias assistivas para atender todos os estudantes com deficiência.

Em visita a algumas escolas de Parauapebas, notou-se que os prédios

escolares necessitam, em sua grande maioria, serem adaptados de acordo com

o padrão de infraestrutura normatizado. Entretanto, verificamos que uma das

metas da SEMED é atingir todas as escolas do município com essas adaptações,

as quais beneficiarão a todos, sem exceção. Desta forma, a educação no

município irá aos poucos se expandindo na tentativa de mudar o quadro de

educação excludente, e acelerar o processo de inclusão social das pessoas com

deficiência.

O acesso escolar, direcionado a “Todos”, como garante a Constituição

Federal em vigor (1989), deveria ser uma constante no ensino fundamental deste

município. Constatamos que na teoria há um esforço concentrado de várias

frentes de trabalho, mas, não é o que se percebe na prática.

Vale lembrar que as escolas de Parauapebas infelizmente, ainda tem um

defcit em relação a profissionais especializados na educação especial. Sendo

assim, foram entrevistadas três gestoras educacionais, as quais deram

significativa contribuição nesta pesquisa. As profissionais, a partir dos seus

conhecimentos falaram sobre a importância da gestão no processo de inclusão

de pessoas com deficiência, bem como, a participação da família no processo

de educação inclusiva no município.

À importância da gestão no processo de inclusão de pessoas com

deficiência na rede escolar na visão de uma profissional da área, é ampliar o

quadro de gestão educacional, intervindo juntamente com pedagogos,

psicólogos na questão da participação familiar em todo o processo educativo dos

alunos.

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Uma boa gestão vai facilitar o contato dos pais com a escola, pois através de uma visão especializada poderemos verificar junto com as famílias as dificuldades encontradas pelos alunos deficientes e seus responsáveis, para assim, elaborar projetos que elimine os obstáculos encontrados na escola pelo deficiente. (Gestora 2)

Percebemos através dessa fala que o principal desafio de um gestor

escolar é o de conseguir envolver a família no processo de planejamento

educacional. Gerenciar uma escola na percepção da entrevistada é trabalhar em

sintonia com a família e com os próprios alunos, pois com essa aproximação os

profissionais do ensino estarão conhecendo as dificuldades encontradas pelos

alunos com deficiência, assim como, pelos responsáveis.

Um dos primeiros desafios que um gestor enfrenta é conseguir envolver

toda a equipe da escola em relação aos objetivos a serem alcançados. Há várias

diversidades dentro do ambiente, pois é necessário estar atento sobre isso. Cabe

ao gestor se relacionar com as pessoas e ouvir muito; promover aos professores

oportunidades de discussão, deixá-los colocar as suas ideias e acatá-las, se

necessário; perceber dentro do universo de trabalho qual o tipo de profissional

tem o compromisso com a educação inclusiva e investir na capacitação.

Para mim o principal desafio é conseguir um espaço completamente adaptado para nossos alunos. Acredito ser esse o primeiro passo para acabar com a exclusão social, apesar de saber que no ramo da educação falta muita coisa, principalmente profissionais capacitados para atender alunos com necessidades especiais. (Gestora 2)

Os nossos gestores precisam investir na acessibilidade, disponibilizar transportes e ruas adequadas, sem falar nas escolas que precisam oferecer acesso a todos. (Gestora 1)

Depreende-se das falas a dificuldade em relação a espaços com

infraestrutura adequados para o atendimento inclusivo. Outro fator

preponderante do qual uma das entrevistadas salientou, é que Parauapebas

precisa investir na acessibilidade desde o percurso das pessoas com deficiência

ao colégio, facilitando os meios de transportes, melhorando as vias públicas e

também no sentido estrutural e físico das escolas as quais precisam se adaptar

para receber a todos os alunos, independentemente de ter ou não deficiência.

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Sabemos que a figura do professor em uma escola que trabalha numa

perspectiva de Educação Inclusiva é de essencial relevância, todavia, não

podemos menosprezar o papel do gestor escolar frente a este processo. Mesmo

porque, a educação inclusiva traz à emergência de se prever e prover uma

escola que atenda a todos os alunos, sem nenhum tipo de discriminação, com o

compromisso de toda comunidade escolar estar envolvida, de forma a contribuir

com a transformação destes espaços educativos (TEZANI, 2004; SOUSA,

2007).

Tendo em vista a importância da gestão no processo de construção de

escolas inclusiva, este estudo teve como objetivo identificar por meio de revisão

da literatura da área especializada, as recomendações referentes ao papel dos

gestores escolares no que concerne a inclusão de alunos com NEE, com

destaques à organização de escolas inclusivas.

O desafio é construir e pôr em prática no ambiente escolar uma pedagogia que consiga ser comum ou válida para todos os alunos da classe escolar, porém capaz de atender os alunos cujas situações pessoais e características de aprendizagem requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isto sem demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas. Ao contrário pondo em andamento na comunidade escolar, uma conscientização crescente dos direitos de cada um (BEYER 2006, p. 76).

É neste contexto que o papel do gestor escolar se destaca, pois é ele

quem irá contribuir com a estrutura organizacional das escolas, visando uma

transformação. Sendo assim, se queremos uma escola regular que atenda as

NEE dos alunos, é necessário que se tenha um gestor comprometido com a

proposta da educação inclusiva, disposto a mobilizar toda a comunidade escolar

no que se refere à questão em foco.

Uma gestão pautada no compromisso de construir uma educação de

qualidade funciona como elemento imprescindível de transformação em um

sistema de educação. A cumplicidade entre o professorado e gestores é

importante para a construção de uma educação inclusiva.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Consideramos que a inclusão escolar é uma revolução silenciosa e

irreversível, no entanto a inclusão educacional ainda é um grande desafio para

o sistema regular de ensino, pois para que ela aconteça, é preciso que toda

equipe de gestão escolar pense em conjunto. A ideia precisa estar incluída na

proposta pedagógica e levar todos a conhecerem melhor o assunto, pois as

políticas educacionais inclusivas e suas diretrizes continuam teorizadas e pouco

praticadas.

No atual contexto brasileiro, nota-se que o ensino tem se mostrado

insuficiente, no que se refere à quantidade de vagas para o atendimento a todos

os alunos, tendo-se como por um dos grandes desafios à melhoria de sua

qualidade. A educação tem ocupado um lugar central no âmbito das lutas sociais

voltadas para a superação da sociedade.

A prática de inclusão inferida pelos gestores revela como as políticas de

educação inclusiva ainda estão longe de se concretizarem do modo como foram

prescritas. Um aspecto de fundamental importância nesse contexto compreende,

a formação que os gestores possuem acerca da educação inclusiva e

constatamos não atender ao que descrevem os preceitos legais. O modo como

os gestores articulam esse processo de implementação da escola inclusiva não

vem sendo consolidada na prática, os diretores não desenvolvem ações

pedagógicas que viabilizem o processo legitimo de inclusão, os alunos estão

sendo integrados fisicamente ao ensino comum, no entanto não são incluídos no

processo real que efetiva a educação para os alunos tidos como “normais”, não

tendo acesso aos conhecimentos propostos pelos currículos comuns. São

constantemente subestimados, mediante suas potencialidades de

aprendizagem, para esses alunos são elaborados atividades diferenciadas de

acordo com a avaliação errônea que o professor realiza isso por que estes

docentes não têm formação adequada para atuar na educação especial e não

são disponibilizados recursos que subsidiem suas ações pedagógicas.

Repensar a escola, é pensar em reconstruí-la, já que ela é um local que

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deve ser o primeiro a combater o preconceito e defender os direitos humanos.

Mas repensar a formação da escola implica sempre em repensar a formação dos

professores desde os cursos de Magistério, a licenciaturas, as pós-graduações

e pensar também a construção e execução de um projeto político pedagógico

compartilhado com toda a comunidade escolar em parceria com os pais ou

responsáveis pelos alunos.

A gestão inclusiva no município de Parauapebas-PA enfrenta o desafio

de se transformar para ser capaz de assegurar possibilidades de inserir aqueles

alunos cuja as características são desviantes dos padrões aceitáveis

socialmente, em um contexto educacional mais acolhedor e justo capaz de

atender as diferenças que surgem no interior da escola. Este é, no entanto, um

compromisso de difícil implementação, das propostas definidas legalmente de

forma ideal.

A escola inclusiva não é atingida de modo simples, nem rápido. A partir

desse pressuposto, os gestores, educadores, educandos e a comunidade em

geral precisam estar cientes de que, somente por meio de ações solidárias que

valorizem o ser humano é que haverá a aceitação das diferenças e a ausência

de atitudes discriminatórias ou exclusão. Além disso, todos devem refletir sobre

suas atitudes e suas práticas, valorizar o outro como ele ser humano que é,

considerando assim, de modo natural a diferença.

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