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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS … · Biológicas da Universidade Federal do Pará no Campus...

Date post: 22-Nov-2018
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PEDRO HENRIQUE DORTA DA SILVA AS MACROALGAS VERDES (DIVISÃO CHLOROPHYTA) ADERIDAS AOS RIZÓFOROS DOS MANGUEZAIS NO FURO DO TAICI, PENÍNSULA DE AJURUTEUA, PARÁ, BRASIL BRAGANÇA-PA 2011
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA

INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PEDRO HENRIQUE DORTA DA SILVA

AS MACROALGAS VERDES (DIVISÃO CHLOROPHYTA)

ADERIDAS AOS RIZÓFOROS DOS MANGUEZAIS NO FURO DO

TAICI, PENÍNSULA DE AJURUTEUA, PARÁ, BRASIL

BRAGANÇA-PA

2011

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PEDRO HENRIQUE DORTA DA SILVA

AS MACROALGAS VERDES (DIVISÃO CHLOROPHYTA)

ADERIDAS AOS RIZÓFOROS DOS MANGUEZAIS NO FURO DO

TAICI, PENÍNSULA DE AJURUTEUA, PARÁ, BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de

Ciências Biológicas do Instituto de Estudos Costeiros da

Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Bragança,

como requisito para obtenção do título de Licenciado Pleno em

Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Marcus E. B. Fernandes

BRAGANÇA-PA

2011

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PEDRO HENRIQUE DORTA DA SILVA

AS MACROALGAS VERDES (DIVISÃO CHLOROPHYTA) ADERIDAS

AOS RIZÓFOROS DOS MANGUEZAIS NO FURO DO TAICI,

PENÍNSULA DE AJURUTEUA AJURUTEUA, PARÁ, BRASIL

Este Trabalho foi julgado para a obtenção do grau de Licenciado em

Ciências Biológicas do Curso de Licenciatura Plena em Ciências

Biológicas da Universidade Federal do Pará no Campus de

Bragança.

Banca Examinadora:

_______________________________________________

Prof. Dr. Marcus Emanuel Barroncas Fernandes (Orientador)

IECOS, UFPA, CAMPUS DE BRAGANÇA

________________________________________________________

M.Sc. André Luiz Perez Magalhães (Titular)

UFPA, CAMPUS DE BRAGANÇA

________________________________________________________

M.Sc. Kelli Garboza da Costa (Titular)

UFPA, CAMPUS DE BRAGANÇA

BRAGANÇA-PA

2011

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Dedico este trabalho aos meus

pais Elizabete e Milton, pela

dedicação e amor incondicional, a

minha vó Joana e meu irmão

Paullo pelo incentivo e carinho.

Amo vocês!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao CNPq e à Universidade Federal do Pará pela concessão de bolsa de

Iniciação Científica.

Ao meu orientador Dr. Marcus E. B. Fernandes por ter me aceitado como orientando,

pelos momentos de paciência e por contribuir para o meu crescimento profissional e pessoal.

Ao Departamento de Oceanografia e Limnologia (UFMA), na pessoa do Prof. Dr.

Marco Valério J. Cutrim pela oferta curso de Taxonomia de macroalgas de manguezal.

À Amanda Cristine Sarmento Pinheiro por todo o apoio logístico e contribuição de

conhecimento prestados.

À minha família, que é a base da minha vida, em especial aos meus Pais, Maria

Elizabete e João Milton, que sempre me incentivaram, tornando possível a conquista desse

objetivo. Ao meu irmão, Paullo Henrique, pelo apoio incondicional dado durante todos esses

anos que estive aqui. A minha avó Joana pelo exemplo de honestidade e humildade que muito

contribuíram para formação do meu caráter.

A todos os professores do curso de Biologia, que foram de fundamental importância

para o aprimoramento do meu aprendizado.

À turma de biologia 2008 por todos os momentos especiais e inesquecíveis que

passamos juntos ao longo dessa longa caminhada de quatro anos. Em especial aos amigos de

todas as horas: Karen, Edna, Suzane, Bruno, Ítala, Luciane, Thadeu, Ozias, Larissa, Kellen,

Keila e Mayara.

Aos amigos do Laboratório de Ecologia de Manguezal, Lanna, Suzane, Fernanda,

Marcos, Juçara, Ádria, Amanda pelo acolhimento, amizade e bons momentos vivenciados.

Às amigas de casa, Lidiane, Crislane e Joyce, com quem vivenciei momentos

maravilhosos e que foram de fundamental importância para minha permanência em Bragança,

sempre me dando forças nos momentos difíceis.

A todos que direta e indiretamente participaram dessa realização, contribuindo para a

minha formação acadêmica e pessoal.

E a Deus por estar sempre comigo nos momentos de angústia e aflição, nunca me

desamparando e confortando meu coração. Obrigado Senhor!

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“Descobrir como é bom chegar

quando se tem paciência. E para

se chegar, onde quer que seja,

não é preciso dominar a força,

mas a razão. É preciso, antes de

qualquer coisa querer.”

Autor Desconhecido

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RESUMO

O presente estudo teve como objetivo analisar a distribuição estacional das macroalgas verdes

aderidas aos rizóforos de Rhizophora mangle L. nas áreas de manguezal do Furo do Taici, na

península de Ajuruteua, no município de Bragança, Pará, Brasil. Os dados foram coletados

bimestralmente nos dois períodos (seco e chuvoso) do ano de 2010. Foram coletados 145

rizóforos, sendo o tamanho médio de 39,12 cm, variando entre 67 cm e 16 cm. Desses

rizóforos foram identificadas três espécies de macroalgas da divisão Chlorophyta, sendo duas

do gênero Rhizoclonium e um táxon do gênero Chaetomorpha. As espécies Rhizoclonium

riparium (Roth) Harvey, Rhizoclonium tortuosum (Dillwin) Kütz. e a espécie não identificada

Chaetormorpha sp. foram registradas em todas as amostras ao longo do ciclo anual. A

primeira espécie apresentou o maior valor de biomassa média (0,36 g.m

-2), tendo a análise de

similaridade (ANOSIM) mostrado que não houveram diferença significativa (R= 0,03; p>

0,05) quando os valores de biomassa das três espécies foram comparados entre os períodos

(seco e chuvoso). Foram analisados os fatores ambientais temperatura do ar, pluviosidade,

salinidade, turbidez, oxigênio dissolvido, temperatura da água, pH, nitrito, nitrato, fosfato e

amônia, sendo que os melhores fatores abióticos indicados pela Análise de Componentes

Principais, após análise de regressão linear (Stepwise), apresentaram correlação não

significativa com os valores de biomassa das espécies R. riparium e R. tortuosum. Foi

utilizado correlação de Spearman para relacionar a biomassa de Chaetomorpha sp. com os

fatores abióticos indicados pela Análise de Componentes Principais, no entanto, nenhum dos

fatores correlacionou-se significativamente. A rotina BIOENV elencou salinidade e

temperatura da água (rs= 0,15) como os melhores parâmetros abióticos para explicar a

associação das espécies de macroalgas verdes aos manguezais no Furo do Taici. Por fim, os

manguezais no Furo do Taici apresentaram baixa riqueza e biomassa de macroalgas da

divisão Chlorophyta, sendo este resultado similar aos encontrados ao longo da costa

brasileira.

Palavras-chave: Macroalgas verdes, variação estacional, Bragança-Pará.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização do Furo do Taici, na península de Ajuruteua, Pará, Brasil. modificado

do Google....................................................................................................................................6

Figura 2 – Fotografia ilustrando o Furo do Taici, na península de Ajuruteua, Pará,

Brasil...........................................................................................................................................7

Figura 3 - Equipamentos utilizados para as coletas e análise de água: a) garrafa de Kemmerer

e b) Multianalisador HORIBA (U10).........................................................................................8

Figura 4 - Biomassa média (g.m

-2) registrada para as macroalgas aderidas aos rizóforos no

Furo do Taici, na Península de Ajuruteua, Pará, Brasil............................................................15

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Análise de Componentes Principais (ACP) dos parâmetros abióticos coletados de

janeiro a novembro de 2010, no furo do Taici, península de Ajuruteua, Pará, Brasil..............12

Tabela 2 - Dados dos fatores abióticos registrados para o furo do Taici, península de

Ajuruteua, Pará, Brasil de janeiro a novembro de 2010. (Temp. = Temperatura, Salin. =

Salinidade, OD = Oxigênio dissolvido e Pluvio. = Pluviosidade)...........................................13

Tabela 3 - Valores das análises de regressão linear entre as espécies de Rhizoclonium e os

fatores abióticos indicados na Análise de Componentes Principais. R2= coeficiente de

correlação de Pearson; F= valores do teste F; QM= quadrado médio e P= nível de

significância..............................................................................................................................16

Tabela 4 - Número de táxons da divisão Chlorophyta registrado em áreas de manguezal em

diferentes Estados do Brasil......................................................................................................18

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

1.1 O manguezal ......................................................................................................................... 1

1.2 As macroalgas associadas aos manguezais ........................................................................... 1

1.3 Importância das macroalgas associadas ao manguezal ......................................................... 2

1.4 Os fatores abióticos e a distribuição das macroalgas no manguezal .................................... 2

1.5 Estudos sobre macroalgas nos manguezais brasileiros ........................................................ 3

2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 4

2.1 Objetivo geral ............................................................................................................................ 4

2.2 Objetivos específicos ................................................................................................................. 4

3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 5

3.1 Área de estudo ...................................................................................................................... 5

3.2 Amostragem da flora algal e dos fatores abióticos ............................................................... 7

3.2.1 Procedimento em campo .............................................................................................. 7

3.2.2 Procedimento em laboratório ....................................................................................... 8

3.3 Análise de dados ................................................................................................................... 9

3.3.1 Frequência de ocorrência ............................................................................................. 9

3.3.2 Biomassa .................................................................................................................... 10

3.3.3 Relação entre fatores bióticos e parâmetros ambientais .................................................... 10

4 RESULTADOS ............................................................................................................. 12

4.1 Fatores abióticos ................................................................................................................ 12

4.2 Composição e Frequência de Ocorrência .......................................................................... 14

4.3 Biomassa ............................................................................................................................ 14

4.3.1 Biomassa nos períodos seco e chuvoso ..................................................................... 14

4.4 Relação entre os fatores bióticos e abióticos ..................................................................... 15

5 DISCUSSÃO .................................................................................................................. 17

6 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 20

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 21

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1 INTRODUÇÃO

1.1 O manguezal

O manguezal é um ecossistema costeiro de transição entre o ambiente terrestre e

marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais e sujeito ao regime de marés, que

ocorre em regiões costeiras abrigadas como estuários, baías e lagunas. Apresenta condições

propícias para alimentação, proteção e reprodução para muitas espécies animais, sendo

considerado importante transformador de nutrientes em matéria orgânica e gerador de bens e

serviços (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995), além se destacar pela alta produtividade e pelo

papel fundamental que desempenham no desenvolvimento e crescimento de inúmeros

organismos costeiros (BRANCO et al., 2003).

Estima-se que cerca de 60 a 75% de todo o litoral tropical seja ocupado por

manguezais (POR, 1984). Segundo Spalding et al. (1997) este ecossistema representa

aproximadamente 8% de toda a linha de costa do planeta e um quarto da linha de costa da

zona tropical, totalizando 181.077 km2. De acordo com Yokoya (1995), o Brasil apresenta

cerca de 20.000 km² de áreas de manguezais, o que equivale a mais de 12% do total de áreas

cobertas por este ecossistema em todo o planeta. As maiores áreas de manguezal são

encontradas na costa norte, que vai do Oiapoque, Amapá, até o Golfo maranhense,

Maranhão (FERNANDES, 2003).

1.2 As macroalgas associadas aos manguezais

Floristicamente, os manguezais do litoral paraense são basicamente constituídos por

três gêneros: Rhizophora Linnaeus, Avicennia Linnaeus e Laguncularia Gaertn (ABREU,

2007). De acordo com Taylor (1959), esses gêneros formam um ambiente propício ao

crescimento de uma flora algal típica associada ao manguezal. Nestes ambientes, as

fanerógamas formam as espécies arbóreas de mangue, as quais apresentam estruturas

adaptadas, tais como os rizóforos e pneumatóforos, que possibilitam a ocorrência de muitas

espécies de invertebrados e servem de substrato para a fixação de várias espécies da flora

algal (FERNANDES et al., 2005).

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Segundo Oliveira (1984), as macroalgas formam uma associação com predominância

dos gêneros de algas Rhizoclonium Kützing, Cladophoropsis Boergesen, Caloglossa J.

Agardh, Catenella Greville e Bostrychia Montagne. Essa associação de macroalgas epífitas

incluindo ainda cianobactérias e clorofíceas foi descrita inicialmente como Bostrychietum

(POST, 1936). Vale ressaltar que, em manguezais, há imensa dominância de rodofïceas,

mais precisamente dos gêneros Bostrychia Mont., Caloglossa (Harv.) G. Martens e

Catenella Grev. (PEDROCHE et al., 1995).

Estudos envolvendo a distribuição das macroalgas em rizóforos foram feitos por

Kolehmainnen & Hildner (1975); Rodriguez & Stoner (1990) e Peña et al. (1999) na

América Central e Miranda et al. (1988) na região nordeste do Brasil. Vários outros autores

realizaram um número significativo de trabalhos sobre biomassa e/ou riqueza de macroalgas

em pneumatóforos e rizóforos em florestas de mangue (BEANLAND & WOELKERLING,

1982; RODRIGUEZ & STONER, 1990; PHILLIPS et al., 1994, 1996; LAURSEN & KING,

2000; CUTRIM et al., 2004; MELVILLE et al., 2005; FONTES et al., 2007; MELVILLE

& PULKOWNIK, 2007).

1.3 Importância das macroalgas associadas ao manguezal

A ampla tolerância dessa flora algal às condições típicas da região entremarés e a sua

capacidade de produção líquida, mesmo em períodos de imersão, sugerem que estes

organismos podem representar uma importante fonte de carbono para as florestas de mangue

(MANN & STEINKE, 1988; PEÑA et al., 1999).

De acordo com Hanisak (1993), além da sua contribuição direta para a teia trófica

estuarina, as algas apresentam taxas elevadas de decomposição, liberando nutrientes

orgânicos e inorgânicos e carbono orgânico dissolvido e particulado, que podem ser

utilizados localmente ou ser exportados para águas adjacentes.

1.4 Os fatores abióticos e a distribuição das macroalgas no manguezal

As macroalgas que compõem o Bostrychietum estão sujeitas às variações de fatores

abióticos, tais como: salinidade, temperatura da água, radiação solar, teor de nutrientes e

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dessecação, que variam em função dos ciclos de submersão e emersão decorrentes das

oscilações dos níveis de maré (MANN & STEINKE, 1988; KARSTEN et al., 1994;

DAWES, 1996; BRODERICK & DAWES, 1998; PEÑA et al., 1999; LAPOINTE, 1997,

1999; LAPOINTE et al., 1987, 2004). Os padrões de distribuição horizontal e vertical das

macroalgas podem ser influenciados pelas flutuações desses fatores ambientais,

modificando, dessa forma, a estrutura das comunidades ao longo do gradiente ambiental

dentro do estuário (PHILLIPS et al., 1994,1996; CUNHA & COSTA, 2002).

1.5 Estudos sobre macroalgas nos manguezais brasileiros

No Brasil, a flora ficológica característica dos manguezais, foi estudada,

principalmente, sob o aspecto taxonômico (MITCHELL et al., 1974; HADLICH, 1984;

POR et al., 1984; HADLICH & BOUZON, 1985; PAULA et al., 1989; BRAGA et al.,

1990; FORTES, 1992; CARIDADE & FERREIRA-CORREIA, 2007). Alguns estudos

abordam aspectos das variações espaciais e temporais (MIRANDA, 1986; MIRANDA et al.,

1988; PINHEIRO-JOVENTINO & LIMA-VERDE, 1988; MIRANDA & PEREIRA, 1989;

YOKOYA et al., 1999; FERNANDES et al., 2005), outros, ainda, tratam de aspectos

relacionados à biomassa e distribuição espacial (OLIVEIRA, 1984; PAULA et al., 1989;

ESTON et al., 1991, 1992; CUNHA; COSTA, 2002; CUTRIM et al., 2004; FONTES et al.,

2007). Neste contexto, a maioria dos trabalhos relativos à flora algal foi realizada nas

regiões sul, sudeste e nordeste do Brasil, sendo poucos os estudos concentrados na costa

amazônica brasileira, como por exemplo, os trabalhos realizados nos estados do Maranhão

(CUTRIM et al., 2004; CUTRIM & AZEVEDO, 2005; CARIDADE & FERREIRA-

CORREIA, 2007), Amapá (PAULA et al., 1989), e Pará (FERNANDES et al., 2005;

ALVES & FERNANDES, no prelo).

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar a distribuição temporal, considerando a composição e biomassa, da flora

algal aderida aos rizóforos nas áreas de manguezal do furo do Taici, península de Ajuruteua,

Pará, Brasil.

2.2 Objetivos específicos

Identificar a flora algal associada aos rizóforos;

Estimar a biomassa dessa flora algal;

Avaliar a distribuição estacional das espécies e dos valores de biomassa dessa

flora algal, considerando as estações seca e chuvosa, ao longo de um ciclo anual;

Verificar a influência dos parâmetros abióticos sobre a composição e a biomassa

da flora algal.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Área de estudo

Segundo Cohen et al. (1999), a península de Ajuruteua está localizada 200 km a

sudeste da desemboca do estuário amazônico, no município de Bragança, estado do Pará,

entre o estuário do Caeté e o estuário do Taperaçu, perfazendo uma área de

aproximadamente 570 km² (SOUZA FILHO, 1995) (Figura 1) . O clima da área é do tipo

Am2 (segundo adaptação da classificação de Köppen), caracterizado por ser quente e úmido,

com umidade relativa do ar entre 80 e 91% (MARTORANO et al., 1993). A pluviosidade na

região varia de 2.300 mm.ano-1

à 3.600 mm.ano-1

e iniciam entre dezembro e janeiro,

estendendo-se por seis a sete meses. A variação sazonal da precipitação na costa leste do

estado do Pará é caracterizada por uma estação chuvosa, que na região bragantina

compreende os meses de janeiro a agosto e por uma estação menos chuvosa (estação seca)

que corresponde geralmente entre os meses de setembro a dezembro (MORAES et. al.,

2005). No município de Bragança, em 2010, a temperatura média foi de 27°C e a

pluviosidade total foi de 1376,6 mm, sendo que a máxima foi registrada no mês de maio

(360 mm) e a mínima no mês de outubro (0 mm) (INMET, 2010).

Na região são observados manguezais bem desenvolvidos, com árvores cuja altura

alcança até 25 m, sendo entrecortada por alguns pequenos canais-de-maré que acompanham

o nível da maré, funcionando, assim, como uma porta de entrada ao aporte de nutrientes

oriundo das massas de águas costeiras da baía do Caeté (WOLFF et al., 2000).

O trabalho de campo foi realizado no Furo do Taici (0°58‟05,27‟‟S e

46°44‟14,98‟‟W) (Figura 2), localizado no início da península próximo às áreas de terra

firme e com maior influência de água doce, distando 13 km da cidade de Bragança,

caracterizando-se por ser um pequeno braço de rio que comunica o estuário do Taperaçu ao

estuário do Caeté, com aproximadamente 3 km de extensão.

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Figura 1. Localização do Furo do Taici, na península de Ajuruteua, Pará,

Brasil. Modificado do Google.

46°36’W

0°48’S

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Figura 2. Fotografia ilustrando o Furo do Taici, na península de

Ajuruteua, Pará, Brasil.

3.2 Amostragem da flora algal e dos fatores abióticos

3.2.1 Procedimento em campo

Todos os dados foram coletados bimestralmente, no período de janeiro a novembro

de 2010, durante as marés de sizígia (período em que a drenagem no manguezal é maior, por

causa da maior amplitude de maré).

Inicialmente foi definida uma transecção de 100 m (dividida em quatro intervalos de

25 m), paralela ao curso da água do canal principal do Taici. Baseada nessa transecção um

dos intervalos de 25 m foi sorteado, cujo objetivo foi definir o ponto onde foi estabelecida

outra transecção de 30 m, perpendicular ao curso d‟água. Essa transecção foi dividida em

cinco pontos amostrais com seis metros cada um, onde foram coletados cinco rizóforos em

cada intervalo, totalizando 145 rizóforos durante o período de coleta. Os rizóforos após

coletados e acondicionados em sacos plásticos, devidamente etiquetados, foram levados ao

laboratório para congelamento e posterior triagem do material.

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Para a análise de nutrientes dissolvidos na água (nitrito, nitrato, fosfato e amônia)

foram realizadas coletas de água superficial no canal principal (Taici) com o auxílio da

garrafa de Kemmerer (Figura 3a), as amostras foram acondicionadas em garrafas plásticas

previamente tratadas com ácido clorídrico (5%) e água destilada. No sítio de estudo foram

retiradas três amostras durante a maré enchente e três amostras durante a maré vazante. As

amostras de água, ainda em campo, foram resfriadas em isopor com gelo e, posteriormente,

transferidas para a geladeira no Laboratório de Hidrologia, do Instituto de Geociências da

Universidade Federal do Pará, Campus do Guamá, Belém, onde foram analisadas. As

amostras de água coletadas para determinação as concentração de Amônia coleta foram

analisadas no Laboratório de Qualidade de Água, Universidade Federal do Pará, Campus de

Bragança.

Os dados de salinidade, pH, temperatura, turbidez e oxigênio dissolvido (OD) foram

obtidos in situ, no mesmo canal, com o auxílio do Multi-Analisador HORIBA (U-10)

(Figura 3b). As coletas foram realizadas em uma estação fixa, sendo uma durante a maré

enchente e outra durante a maré vazante. Esses dados foram obtidos em parceria com o

Laboratório de Qualidade de Água-UFPA.

Figura 3. Equipamentos utilizados para as coletas e análise de água: a) garrafa de Kemmerer

e b) Multianalisador HORIBA (U-10).

3.2.2 Procedimento em laboratório

As amostras foram lavadas e as clorofíceas retiradas dos rizóforos com auxílio de

pinças, para em seguida serem identificadas com auxílio de microscópio estereoscópico e

a) b)

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chaves dicotômicas (JOLY, 1965; UGADIM, 1973; BAPTISTA, 1977; BLAIR, 1983).

Foram feitas medidas do comprimento total e circunferências do topo, da base e da região

mediana dos rizóforos, na intenção de estimar a área utilizada como substrato pelas espécies

de macroalgas.

Posterior à identificação, o material coletado foi seco em estufa (BIOMATIC) a 70ºC

até alcançar peso constante, sendo pesado em balança analítica de precisão (BIOPRECISA-

JA3003N) em intervalos de uma hora.

As amostras de água resfriadas foram retiradas da geladeira até alcançarem

temperatura ambiente, sendo filtradas para proceder às seguintes análises de nutrientes,

utilizando-se os kits PhosVer 3, NitraVer 5 e NitriVer 3, para reação e o refratômetro

(HACH) para leitura: (CETESCB, 1978)

Fosfato (PO43-

) – Método PhosVer 3 (ácido ascórbico);

Nitrato (NO3-) – Método de Redução de Cádmio;

Nitrito (NO2-) – Método de Diazotização.

Para os dados de amônia realizou-se uma parceria com o Laboratório de Qualidade

de Água-UFPA, e o método utilizado foi o Indofenol (PARANHOS, 1996).

3.3 Análise de dados

3.3.1 Frequência de ocorrência

Os valores de frequência das espécies foram calculados de acordo com a seguinte

fórmula (BEANLAND & WOELKERLING, 1982):

(Equação 1)

Onde:

∑N = somatório do número de rizóforos onde a espécies ocorreu

N = número de rizóforos existentes na transecção.

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As espécies foram consideradas como rara (< 10%), ocasional (10-40%), comum (50-70%)

e abundante (>70%).

3.3.2 Biomassa

Os dados de biomassa de cada espécie foram expressos em gramas de matéria seca

por unidade de área do substrato (g.m

-2), utilizando-se a fórmula abaixo:

(Equação 2)

Onde:

Ps = peso seco de cada espécie;

A = área total do rizóforo.

A área total do substrato (rizóforo) foi calculada considerando a fórmula da área de

um cilindro:

(Equação 3)

Onde:

C = circunferência média do rizóforo;

h = comprimento total do mesmo.

3.3.3 Relação entre fatores bióticos e parâmetros ambientais

Antes da realização das análises, os dados foram testados quanto à normalidade pelo

teste de Lilliefors e homogeneidade de variâncias pelo teste de Cochran. Quando necessário,

transformações foram aplicadas preliminarmente nas variáveis biológicas e abióticas para

reduzir a heterogeneidade das variâncias e validar os pressupostos para análises

subsequentes (UNDERWOOD, 1997; LEGENDRE & LEGENDRE, 1998; ZAR, 1999;

CLARKE & WARWICK, 2001). Para as variâncias que permaneceram heterogêneas foi

utilizado os testes não-paramétricos (Kruskall-Wallis e Correlação de Spearman), sendo

estes procedimentos feitos separadamente para os dados bióticos e abióticos.

Modificado de Cutrim (1998)

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11

Foi utilizada a Análise de Similaridade (ANOSIM – um fator) para testar as

diferenças entre os grupos de amostras, considerando-se os períodos seco e chuvoso. Essa

análise multivariada utilizou como base os dados de biomassa das espécies da flora algal em

cada amostra, adotando, para tanto, o índice de similaridade de Bray-Curtis.

A Análise de Componentes Principais (ACP) foi utilizada para definir as variáveis

abióticas que mais contribuíram para a variação total do conjunto de parâmetros abióticos no

sítio de trabalho. Em seguida, foram realizadas análises de regressão linear utilizando-se

essas variáveis abióticas mais relevantes e os dados de biomassa das macroalgas. A rotina

BIOENV (Biota-Environment Matching) também foi usada para correlacionar as variáveis

bióticas e abióticas. Esta análise teve como objetivo identificar os parâmetros abióticos que

melhor se relacionam com a estruturação da flora algal registrada, através do Coeficiente de

Correlação de Spearman (rs) (CLARKE & WARWICK, 2001).

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12

4 RESULTADOS

4.1 Fatores abióticos

Na Análise de Componentes Principais os dois primeiros fatores explicam mais de

90% das variações entre os parâmetros abióticos no furo do Taici. Sendo que o primeiro

componente (FAC1) apontou Salinidade e Temperatura da água (ºC) como os parâmetros

mais importantes nessa variação, enquanto o segundo componente (FAC2) apresentou

Turbidez e Pluviosidade (Tabela 1).

No presente estudo a salinidade apresentou uma elevada variação temporal (2.2-22.9)

e alta turbidez, principalmente em épocas de chuva. Os dados de amônia (918,3 μ/L-1

),

fosfato (1.353 mg/L) e nitrato (1.400 mg/L) apresentaram maiores valores durante o período

chuvoso, ao contrário de nitrito (0.004 mg/L) que apresentou uma baixa nesse período

(Tabela 2).

Tabela 1. Análise de Componentes Principais (ACP) dos

parâmetros abióticos coletados de janeiro a novembro de

2010, no furo do Taici, península de Ajuruteua, Pará,

Brasil.

Variáveis FAC1 FAC2

Salinidade 0,488 0,113

pH 0,430 0,355

Turbidez (NTU) -0,421 0,777

Pluviosidade (mm) -0,429 -0,472

Temperatura da água (ºC) 0,462 -0,181

Proporção da Variância Total (λ) 82,3% 90,4%

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13

Tabela 2. Dados dos fatores abióticos registrados para o furo do Taici, península de Ajuruteua, Pará, Brasil de janeiro a novembro

de 2010. (Temp. = Temperatura, Salin. = Salinidade, OD = Oxigênio dissolvido e Pluvio. = Pluviosidade).

Mês Período

Nitrito

(mg/L)

Nitrato

(mg/L)

Fosfato

(mg/L)

Amônia

(μ/L-1)

Temp.

água (°C) Salin. pH

Turbidez

(NTU)

OD

(mg/L)

Pluvio.

(mm)

Temp.

ar (ºC)

Janeiro Seco 0.011 0.017 0.202 642.9 28.8 20.5 7.1 114.5 3.1 64.8 27.3

Março Seco 0.015 0.183 0.083 481.7 29.2 12.4 6.9 95.0 4.3 54.6 27.7

Maio Chuvoso 0.011 1.400 0.163 918.3 27.0 2.5 6.7 584.5 4.7 360.0 26.7

Julho Chuvoso 0.004 0.100 1.353 428.9 27.4 4.3 6.8 1151.5 4.2 163.4 26.2

Setembro Seco 0.018 0.267 0.030 3.8 27.9 18.9 7.0 119.0 5.6 3.4 27.6

Novembro Seco 0.032 0.250 0.085 55.9 29.0 22.9 7.1 41.0 4.5 5.8 28.0

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14

4.2 Composição e Frequência de Ocorrência

Foram coletados 145 rizóforos, sendo o tamanho médio de 39,12 cm, variando entre

67 cm e 16 cm. Desses rizóforos foram identificados três táxons representando as

macroalgas da divisão Chlorophyta, sendo duas do gênero Rhizoclonium e uma do gênero

Chaetomorpha. As espécies Rhizoclonium riparium (Roth) Harvey, Rhizoclonium tortuosum

(Dillwin) Kütz. e Chaetormorpha sp. foram registradas em todas as amostras ao longo do

ciclo anual.

Com relação à frequência de ocorrência as espécies R. riparium e R. tortuosum foram

consideradas abundantes (100% e 92,2%, respectivamente) e Chaetomorpha sp. foi

considerada uma espécie comum (68%) para o Furo do Taici.

4.3 Biomassa

Houve diferença significativa entre os valores de biomassa entre espécies ao longo

de um ciclo anual (Kruskal-Wallis, H= 8,2; p<0,05). A biomassa média de R. riparium foi

de 0,36 g.m

-2, com o valor máximo de 3,77 g

.m

-2 registrado no mês de janeiro, enquanto R.

tortuosum apresentou biomassa média de 0,17 g.m

-2, sendo o valor máximo de 1,57 g

.m

-2

registrado no mês de novembro. Considerando Chaetomorpha sp., a biomassa média foi de

0,14 g.m

-2, sendo o valor máximo de 5,01 g

.m

-2 registrado no mês de novembro (Figura 4,

Tabela 2) .

4.3.1 Biomassa nos períodos seco e chuvoso

A análise de similaridade (ANOSIM) comparando a biomassa das espécies nos

períodos (seco e chuvoso) mostrou que não houve diferença significativa (R= 0,03; p> 0,05).

No período chuvoso, a biomassa média para R. riparium foi de 0,25 g.m

-2, sendo o

valor máximo desse período de 1,76 g.m

-2. R. tortuosum apresentou uma biomassa média de

0,13 g.m

-2 e máximo de 1,33 g

.m

-2. Já Chaetomorpha sp. registrou uma média de 0,05 g

.m

-2 e

máximo de 0,10 g

.m

-2.

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15

Para o período seco, a média de biomassa de R. riparium foi de 0,41 g.m-2

,

registrando um valor máximo de 3,77 g.m

-2. Enquanto que os táxons R. tortuosum e

Chaetomorpha sp. apresentaram uma média de biomassa de 0,19 g.m

-2 e 0,19

g

.m

-2, com

valores máximos de 1,57 g.m

-2 e

5,01

g

.m

-2, respectivamente.

4.4 Relação entre os fatores bióticos e abióticos

Os fatores abióticos indicados pela Análise de Componentes Principais, após análise

de regressão linear (Stepwise), apresentaram correlação não significativa com os valores de

biomassa, sendo os maiores valores de correlação de Pearson entre R. riparium X salinidade

(R2=0,57) e R. tortuosum X pluviosidade (R

2= -0,51) (Tabela 03). Em função dos valores de

biomassa de Chaetomorpha sp. não terem apresentado distribuição normal, a correlação de

Spearman foi utilizada para relacionar esta espécie com os quatro fatores ambientais. No

Figura 4. Biomassa média (g.m

-2) registrada para as macroalgas

aderidas aos rizóforos no Furo do Taici, na península de

Ajuruteua, Pará, Brasil.

Seco Chuvoso Seco

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16

entanto, nenhum dos fatores correlacionou-se significativamente com Chaetomorpha sp.,

sendo a maior correlação com a variável Pluviosidade (rs= 0,33).

A rotina BIOENV elencou salinidade e temperatura da água (rs= 0,15) como os

melhores parâmetros abióticos para explicar a associação das espécies de macroalgas aos

manguezais do furo do Taici.

Tabela 3. Valores das análises de regressão linear entre as espécies de Rhizoclonium e os

fatores abióticos indicados na Análise de Componentes Principais. R2= coeficiente de

correlação de Pearson; F= valores do teste F; QM= quadrado médio e P= nível de

significância.

TÁXON PARÂMETROS R2 F QM P

Rhizoclonium riparium Pluviosidade -0,48 1,19 0,01 0,33

Salinidade 0,57 1,94 0,02 0,23

Temperatura 0,30 0,40 0,01 0,56

Nitrato -0,44 0,94 0,01 0,61

Rhizoclonium tortuosum

Pluviosidade -0,51 1.41 0,01 0,30

Salinidade 0,39 0,71 0,01 0,55

Temperatura 0,14 0,08 0,001 0,78

Nitrato 0,11 0,05 0,01 0,83

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17

5 DISCUSSÃO

As espécies de macroalgas associadas ao manguezal do Furo do Taici, na península

de Ajuruteua, em Bragança-PA, são semelhantes àquelas encontradas em outras áreas da

costa brasileira (JOLY, 1965; UGADIM, 1973; BAPTISTA, 1977; SANTOS, 1973;

HADLICH, 1984; CUNHA et al., 1999; YOKOYA et al., 1999; CUTRIM et al., 2004;

FERNANDES et al., 2005 ), bem como em outras regiões do mundo (TAYLOR, 1960;

MIYAJI, 1992).

Rhizoclonium riparium foi a espécie com maior abundância no presente estudo,

sendo registrada em todos os meses ao longo do ciclo anual. O mesmo resultado também foi

registrado por Cunha et al. (1999) para a baía de Babitonga em Santa Catarina-SC, por

Cutrim et al. (2004) para os manguezais de Parna-Açu e Tauá-Mirim, no Maranhão-MA,

assim como, por Caridade & Ferreira-Correia (2007) para a baía de Turiaçu também no

Maranhão.

A baixa diversidade registrada para o Furo do Taici, corrobora como observado por

Caridade & Ferreira-Correia (2007) que também registraram três espécies de macroalgas da

divisão Chlorophyta, aderidas em troncos, para a localidade da baía de Turiaçu no

Maranhão, sendo o oposto registrado para outros ecossistemas costeiros do Brasil (Tabela

4). De acordo com Oliveira (1984), essa baixa diversidade em áreas de manguezal deve-se à

diferentes fatores ambientais, como: i) ausência de substratos satisfatórios, ii) baixo nível de

transparência da água e iii) grande oscilação da salinidade, principalmente ao longo de um

ciclo anual e a instabilidade do solo lamoso, o qual é inadequado para fixação da maioria das

algas. No furo do Taici, o baixo nível de transparência da água, principalmente em período

chuvoso, é ocasionado pela elevada turbidez em decorrência da alta sedimentação local.

Machado & Nassar (2007), avaliando a biomassa da assembléia de macroalgas de

Picinguaba, São Paulo-SP, registram um valor total de 76,54 g.m

-2, sendo este composto por

96,18 % de espécies da divisão Rhodophyta e 2,93% da divisão Chlorophyta. Os valores de

biomassa obtidos por Pinheiro (2011) para o furo do Taici, na península de Ajuruteua,

Bragança-Pará, somados ao do presente estudo resultam em um valor total de biomassa de

22,19 g.m

-2, sendo 97% e 3% formados por rodofíceas e clorofíceas, respectivamente.

Levando em consideração apenas os gêneros de clorofíceas em comum entre o presente

estudo e o de Machado & Nassar (2007) foi registrado o mesmo percentual (3,0%). A única

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espécie em comum observada foi R. riparium que apresentou um percentual de 1,6% para

este estudo e 2,9% para Machado & Nassar (2007). Cunha et al. (1999) comentam que,

apesar de ser amplamente distribuído no manguezal, o gênero Rhizoclonium apresenta

sempre valores de biomassa muito baixos, geralmente indetectáveis, sendo o mesmo

observado no presente estudo.

Tabela 4. Número de táxons da divisão Chlorophyta registrado em áreas de manguezal em

diferentes Estados do Brasil.

Estado Localidade Nº de

Táxons

Tipo de Substrato Fonte

São Paulo Ilha do

Cardozo

9 Tronco YOKOYA et al., 1999

Pará Península de

Ajuruteua

4 Tronco,

pneumatóforos

e rizóforos

FERNANDES et al., 2005

Pernambuco Vila Velha e

Suape

6 Pneumatóforos FONTES et al., 2007

Maranhão Parna-Açu e

Tauá-Mirim

4 Rizóforos CUTRIM et al., 2004

São Paulo Ubatuba 6 Tronco MACHADO & NASSAR,

2007

Maranhão Baía de

Turiaçu

3 Tronco CARIDADE & CORREIA-

FERREIA, 2007

Pará Península de

Ajuruteua

3 Rizóforos

Presente estudo

Não houve variação na produtividade das macroalgas entre os períodos seco e

chuvoso, indicando que os índices pluviométricos da região não estão diretamente

relacionados com o incremento de biomassa desses organismos nos manguezais da região,

sendo essa relação também evidenciada por Cutrim et al. (2004). É importante ressaltar que,

além do fato de trabalhos sobre biomassa de clorofíceas associadas ao manguezal serem

escassos, foi difícil realizar uma comparação efetiva entre os valores de biomassa obtidos no

presente estudo e aqueles obtidos em diferentes áreas de estudo no Brasil e no mundo,

devido ao fato dos valores serem fruto de diferentes metodologias, cujos resultados estão

expressos de forma parcial e nos mais diferentes formatos.

Dentre os fatores abióticos registrados no presente estudo, os que melhor se

correlacionaram com a biomassa das macroalgas verdes (Chlorophyta) ao longo do ciclo

anual estudado foram salinidade e temperatura da água, ressaltando-se o fato de que não

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19

existem trabalhos disponíveis na literatura corrente que possam contribuir para uma análise

comparativa com esses resultados. No entanto, considerando-se todas as macroalgas

associadas aos manguezais, Machado & Nassar (2007) mostraram que a salinidade é uma

das mais importantes variáveis abióticas que influencia na distribuição desses organismos,

uma vez que, em pontos onde a salinidade é baixa, um menor número de espécies é

registrado.

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20

6 CONCLUSÃO

Foram identificados três táxons representando as macroalgas da divisão Chlorophyta,

sendo duas do gênero Rhizoclonium e uma do gênero Chaetomorpha. As espécies

Rhizoclonium riparium (Roth) Harvey, Rhizoclonium tortuosum (Dillwin) Kütz. e

Chaetormorpha sp. foram registradas em todas as amostras ao longo do ciclo anual.

A biomassa média de R. riparium foi de 0,36 g.m

-2, R. tortuosum apresentou

biomassa média de 0,17 g.m

-2 , enquanto a biomassa média de Chaetomorpha sp. foi de 0,14

g.m

-2.

A rotina BIOENV elencou salinidade e temperatura da água (rs= 0,15) como os

parâmetros abióticos que melhor explicam a associação das espécies de macroalgas aos

manguezais do Furo do Taici.

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21

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