UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIÊNCIAS ATUARIAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIA
EWERTON DA SILVA SANTOS
DIFERENCIAIS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS NA EXPECTATIVA
DE VIDA SAUDÁVEL DOS IDOSOS PARA O BRASIL E GRANDES REGIÕES EM
2013
Natal/RN
2018
EWERTON DA SILVA SANTOS
DIFERENCIAIS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS NA EXPECTATIVA
DE VIDA SAUDÁVEL DOS IDOSOS PARA O BRASIL E GRANDES REGIÕES EM
2013
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Demografia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito parcial à obtenção do título de Mestre
em Demografia.
Orientador: Prof. Dr. Marcos Roberto
Gonzaga.
Natal/RN
2018
FICHA CATALOGRÁFICA
EWERTON DA SILVA SANTOS
DIFERENCIAIS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS NA EXPECTATIVA
DE VIDA SAUDÁVEL DOS IDOSOS PARA O BRASIL E GRANDES REGIÕES EM
2013
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Demografia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito parcial à obtenção do título de Mestre
em Demografia.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Marcos Roberto Gonzaga – UFRN
(Orientador)
Prof. Dr. José Vilton Costa – UFRN
(Examinador interno)
Prof. Dra. Karina Cardoso Meira - UFRN
(Examinador interno)
Prof. Dra. Mirela Castro Santos Camargos – UFMG
(Examinador externo)
Natal/RN
2018
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo dom da vida!
Aos meus pais, minha gratidão.
Ao meu Orientador Prof. Marcos Roberto Gonzaga por todas as orientações e sugestões em
todas as etapas da Dissertação.
À banca de qualificação e defesa, nos nomes das Professoras Mirela e Karina e do Professor
Vilton, com suas dicas valiosas que foram de grande importância para um trabalho mais
eficiente.
A todos professores e servidores do Programa de pós-graduação em Demografia por todos os
ensinamentos e valorosas contribuições.
À coorte de 2016 pelas trocas de experiências.
A José Roberto (2015) por ter contribuído para a minha entrada no Mestrado em Demografia.
A José Edson (2015) pela contribuição na manipulação dos dados e a Walter Pedro (2017)
pelas contribuições.
Aos meus amigos de trabalho da Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas (DDP/UFRN).
A minha esposa pela companhia de sempre.
RESUMO
A população brasileira vem passando por uma rápida mudança em sua estrutura etária, como
consequência de mudanças em sua dinâmica demográfica. Nesse contexto, observa-se uma
redução na proporção de crianças e jovens, rapidez no processo de envelhecimento
populacional e aumentos tanto na expectativa de vida ao nascer quanto na longevidade da
população. Com ganhos de sobrevivência em quase todas as idades, em especial a partir dos
60 anos, analisar as condições de saúde dessa população sobrevivente sendo cada vez mais
longeva é importante para identificar a qualidade desse tempo de vida adicional. Não
obstante, sendo o Brasil um País de contrastes regionais, é importante analisar os impactos do
envelhecimento populacional e dos ganhos de longevidade diante dos diferentes contextos
socioeconômicos e demográficos nas Grandes Regiões do Brasil. Este estudo estimou e
analisou um indicador que incorpora, conjuntamente, mudanças no nível de mortalidade e nas
condições de saúde da população idosa, por características socioeconômicas e demográficas
entre as Grandes Regiões do Brasil em 2013. As informações sobre mortalidade foram
extraídas das tábuas oficiais de mortalidade de 2013 publicadas pelo IBGE. Enquanto que, a
condição de saúde da população foi obtida com base nas informações sobre atividades da vida
diária, coletadas na Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Assim, analisaram-se os diferenciais
regionais, socioeconômicos e demográficos na Expectativa de Vida Livre de Incapacidade dos
idosos residentes no Brasil em 2013. Como principais resultados observou-se que as mulheres
viviam mais do que os homens, mas estavam em desvantagem em termos de EVLI. Para o
Brasil, aos 60 anos, uma mulher teria uma sobrevida ativa de 19,4 anos e poderia esperar
viver 4,0 anos com incapacidade funcional, os valores para a população masculina seriam
17,3 e 2,6 anos, respectivamente. O subgrupo dos menos escolarizados, que vivem no Norte e
Nordeste brasileiro, é o que apresenta maior desvantagem em termos de EVLI, além de
estarem abaixo da média nacional. No entanto, diferenças por raça e educação não foram
estatisticamente significativas na maioria das Grandes Regiões. Verificar os diferenciais na
EVLI é importante, pois os resultados podem servir como subsídio para a avaliação e
planejamento das políticas públicas voltadas aos cuidados com o idoso, definindo prioridades
para hábitos e estilos de vida saudáveis, minimizando demandas futuras na área da saúde, com
uma maior atenção para aqueles que se encontram em desvantagens.
PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento Populacional. Longevidade. Expectativa de Vida
Saudável. Incapacidade Funcional. Idosos.
ABSTRACT
The Brazilian population has been undergoing a rapid change in its structure as a consequence
of changes in its demographic dynamics. In this context, there is a reduction in the proportion
of children and young people, a rapid aging process and increases in both life expectancy at
birth and longevity of the population. With survival gains in almost all ages, especially from
the age of 60, analyzing how the health conditions of this survivor population being further
and further away is important in identifying an additional lifetime duration. However, since
Brazil is a country of regional contrasts, it is important to analyze the impacts of population
aging and longevity gains in relation to the different socioeconomic and demographic
contexts in the major Brazilian regions. This study estimated and analyzed the indication of
jointly incorporating changes in the level of mortality and health conditions of the elderly
population, by socioeconomic and demographic characteristics among the Great Regions of
Brazil in 2013. As information on the mortality from those extracted from the official tables
of mortality rates published by IBGE. While the population's health condition was obtained
based on the information on activities of daily living collected in the National Health Survey
of 2013. Thus, the regional, socioeconomic and demographic differentials in the Life
Expectancy of Disability of the elderly people living in Brazil in 2013. The main results show
that as women lived longer than men, they are at a disadvantage in terms of DFLE. For Brazil,
at age 60, a woman with a lifespan of 19.4 years and since I expect to live 4.0 years with
functional disability, the values for the male population would be 17.3 and 2.6 years
respectively . The subgroup of the less educated, living in the North and Northeast of Brazil,
is the one that presents the biggest disadvantage in terms of DFLE, besides being below the
national average. However, there are no more details about race and education are not
statistically significant in most regions. Checking the differentials in the EVLI is important,
since the results can serve as a subsidy for the evaluation and planning of public policies
aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing
future demands in the health area, with a attention to those who are disadvantaged.
KEY WORDS: Population-ageing. Longevity. Healthy Life Expectancy. Functional
Incapacity. Elderly.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Indicadores de estrutura etária e fecundidade. Brasil, 1950 a 2010 19
Tabela 2 – Distribuição dos informantes, PNS. Brasil (2013) 46
Tabela 3 – Caracterização socioeconômica aos 60 anos. Brasil (2013) 56
Tabela 4 – Distribuição percentual populacional, por sexo e raça. Brasil e Grandes
Regiões (2013) 57
Tabela 5 – Distribuição percentual populacional, por sexo e escolaridade. Brasil e
Grandes Regiões (2013) 58
Tabela 6 – Caracterização socioeconômica aos 60 anos. Grandes Regiões (2013) 59
Tabela 7 – Estimativas pontuais e intervalares da razão das chances de um indivíduo
de 60 anos ou mais ser classificado como incapacitado funcionalmente. Brasil (2013) 68
Tabela 8 – Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com
incapacidade funcional para homens aos 60 anos, por cor/raça e escolaridade. Brasil e
Grandes Regiões (2013)
72
Tabela 9 – Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com
incapacidade funcional para mulheres aos 60 anos, por cor/raça e escolaridade. Brasil e
Grandes Regiões (2013)
73
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por sexo. Brasil e
Grandes Regiões (2013) 59
Gráfico 2 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por cor/raça. Brasil e
Grandes Regiões (2013) 60
Gráfico 3 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por escolaridade. Brasil
e Grandes Regiões (2013) 60
Gráfico 4 – Prevalência de incapacidade funcional por sexo e cor/raça. Brasil e
Grandes Regiões (2013) 62
Gráfico 5 – Prevalência de incapacidade funcional por sexo e escolaridade. Brasil e
Grandes Regiões (2013) 65
Gráfico 6 – Logito da probabilidade incapacidade x idade contínua. Brasil (2013) 69
Gráfico 7 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional
(EVLI) aos 60 anos, para homens, por cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013) 74
Gráfico 8 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional
(EVLI) aos 60 anos, para mulheres, por cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013) 75
Gráfico 9 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional
(EVLI) aos 60 anos, para homens, por escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013) 76
Gráfico 10 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional
(EVLI) aos 60 anos, para mulheres, por escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013) 76
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ASS Amostragem Aleatória Simples
DPP Domicílios Particulares Permanentes
EVCI Expectativa de Vida com Incapacidade Funcional
EVLDC Expectativa de Vida Livre de Doenças Crônicas
EVLI Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional
EVS Expectativa de Vida Saudável
EVSB Expectativa de Vida com Percepção de Saúde Boa (auto-reportada)
EVT Expectativa de Vida Total
ESF Estratégia de Saúde da Família
Fiocruz Fundação Oswaldo Cruz
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ONGs Organizações não governamentais
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar
PNS Pesquisa Nacional de Saúde
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PSF Programa de Saúde da Família
SIM Sistema de Informações sobre Mortalidade
SIPD Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares
SVS/MS Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
UBS Unidades Básicas de Saúde
UPA Unidades Primárias de Amostragem
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 17
2.1 Envelhecimento populacional e aumento da longevidade .................................................. 17
2.2 Tendência na EVS .............................................................................................................. 23
2.3 Desigualdades socioeconômicas, demográficas e regionais na saúde dos idosos .............. 26
2.3.1 Desigualdades na mortalidade ......................................................................................... 26
2.3.2 Desigualdades na Expectativa de Vida Saudável ............................................................ 29
2.4 Indicadores do estado de saúde para mensuração da EVS ................................................. 34
2.4.1 Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT’s) ............................................................. 35
2.4.2 Saúde auto-reportada ....................................................................................................... 38
2.4.3 Incapacidade funcional .................................................................................................... 39
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 45
3.1 Base de dados ..................................................................................................................... 45
3.2 Indicador de incapacidade funcional .................................................................................. 47
3.3 Descrição das variáveis socioeconômicas e demográficas ................................................. 48
3.4 Modelo de Regressão Logística .......................................................................................... 50
3.5 Método de Sullivan ............................................................................................................. 51
4 RESULTADOS ................................................................................................................ 54
4.1 Análise descritiva ............................................................................................................... 54
4.1.2 Prevalências de incapacidade por características da amostra .......................................... 58
4.2 Relação entre prevalência de incapacidade e características sociais, demográficas e
regionais no Brasil .................................................................................................................... 67
4.3 Expectativa de Vida Livre de Incapacidade funcional (EVLI) .......................................... 71
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 79
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 87
ANEXO A .............................................................................................................................. 102
12
1 INTRODUÇÃO
Na sociedade, o indivíduo se posiciona numa hierarquia determinada, principalmente, pela
profissão e ocupação que exerce, pela renda adquirida e por seu nível educacional, embora
essas três dimensões sejam fortemente relacionadas entre si, cada uma tem sua influência
específica sobre a saúde (BOSSUYT et al., 2004; BRAVEMAN et al., 2005). O status
socioeconômico está relacionado a praticamente todos os desfechos em morbimortalidade na
maioria dos países. As pessoas com mais educação ou renda vivem mais e experimentam
menos eventos adversos à saúde (CRIMMINS; SAITO, 2001, p. 1).
Estudos indicam que as condições de saúde dos idosos são influenciadas por sua situação
socioeconômica (GUEDES et al., 2011; LIMA-COSTA et al., 2003; LIMA-COSTA et al.,
2003a). Assim, é importante buscar um indicador do estado de saúde que utilize informações
da mortalidade e morbidade, pois ao usar apenas uma das duas informações, não se leva em
conta a interação complexa entre os dois eventos (BOSSUYT et al., 2004). Diante disso, a
Expectativa de Vida Saudável (EVS) - quantidade média de anos vividos com saúde –
(JAGGER, 1999) ganhou bastante importância como um indicador de saúde da população
(CAMARGOS et al., 2017). Ao estudar a EVS, em geral, analisam-se dois componentes: os
anos vividos com saúde e os vividos sem saúde, podendo a saúde ser analisada em diferentes
dimensões. Assim, uma pessoa com expectativa de vida de 86 anos, sendo 82 anos saudáveis
e 4 anos não saudáveis significaria que, em média, ela esperaria viver 4 anos sem saúde ao
longo dos 86 anos, não necessariamente sendo os últimos quatro anos consecutivos de vida
(CAMARGOS; GONZAGA, 2015).
A EVS, por ser um indicador que incorpora tanto os efeitos da morbidade/incapacidade,
quanto os efeitos da mortalidade, tem sido amplamente utilizada para análise das hipóteses e
teorias relacionadas às condições e às tendências de saúde nas idades avançadas,
especialmente após uma idade média ou modal à morte (FRIES, 1980; GRUENBERG, 1977;
MANTON, 1982). Não obstante, além de identificar se os ganhos de sobrevida são
aproveitados com boas condições de saúde pela população sobrevivente, especialmente entre
os idosos, é importante analisar as desigualdades regionais, socioeconômicas e demográficas
neste processo. Estudos apontam que a análise dos diferenciais regionais, socioeconômicos e
demográficos na EVS é de grande importância para o planejamento e delineamento de
políticas públicas voltadas para o bem estar da população idosa (BOSSUYT et al., 2004;
BRAVEMAN et al., 2005; SZWARCWALD et al., 2017).
13
No Brasil, as mudanças demográficas, econômicas, sociais e ambientais têm ocorrido de
forma acelerada quando comparado aos países mais desenvolvidos (CARVALHO, 2004;
CARVALHO; GARCIA, 2003; SILVA, 2016; VICTORA et al., 2011). Serão necessários 20
anos para que a população brasileira com 65 anos ou mais dobre o seu tamanho, mudança
que, em países europeus, demorou cerca de um século para ocorrer (LIMA-COSTA et al.,
2012a). De acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no
censo de 2010, os idosos acima de 60 anos representam o grupo que mais cresceu nas últimas
décadas, passando de 4,3% em 1950, para 10,8% da população brasileira em 2010.
A rápida mudança na estrutura etária da população brasileira está inserida no que se chama de
transição demográfica, processo que é caracterizado pela queda nas taxas de fecundidade e de
mortalidade e por um aumento na expectativa de vida (KALACHE, 1987). A dinâmica da
transição demográfica no Brasil possui três etapas. A primeira tem como características
elevadas taxas de fecundidade e a mortalidade concentrada nas camadas mais jovens. A
segunda, com a queda da mortalidade, aumenta-se a percentagem de crianças e prolonga-se a
sobrevida, enquanto as taxas de fecundidade diminuem fazendo com que, proporcionalmente,
os grupos de mais idade aumentem em relação aos mais jovens. Finalmente, na terceira, as
taxas de fecundidade e de mortalidade se mantêm baixas havendo uma progressiva redução na
proporção de crianças e jovens e aumento na proporção de adultos, em especial dos mais
idosos. Evidencia-se, neste último estágio, um processo de envelhecimento populacional,
alterando o formato da pirâmide etária para “retangularizado” (KALACHE, 1987;
RODRIGUES; BAENINGER, 2010). As características desta terceira fase ocasionam um
aumento na expectativa de vida que é a quantidade de anos vividos, partir de uma
determinada idade, em diferentes estados de saúde até a morte (JAGGER, 1999). Outra
consequência é o aumento na longevidade da população, ou seja, aumenta-se a sobrevida dos
mais idosos (WONG, 2001). Como consequência dessa rápida mudança na estrutura etária do
Brasil, surgiram desafios criados pelo envelhecimento populacional (CARVALHO;
GARCIA, 2003; CARVALHO; WONG, 1999; FINGER, 2003; WHO, 2001).
O envelhecimento populacional refere-se à mudança na estrutura etária da população,
produzindo um aumento do peso relativo das pessoas acima de determinada idade. Por outro
lado, a longevidade refere-se ao número de anos vividos por um indivíduo ou ao número de
anos que, em média, as pessoas de uma mesma geração ou coorte viverão (CAMARGOS,
2004; CARVALHO; GARCIA, 2003; WONG, 2001). Com o envelhecimento populacional e
o aumento da longevidade surgem desafios como o aumento de despesa pública em pensões,
14
segurança social, saúde e cuidados ao idosos. Ademais, ocorre a redução no tamanho da
população economicamente ativa em relação à da população idosa (PARR; LI; TICKLE,
2016). Os gastos com os idosos, acima de 60 anos, chegam a ser dez vezes ao equivalente
transferido para uma criança com menos de dez anos (TURRA, 2000; WONG; CARVALHO,
2006). Esse aumento dos idosos e da carga de doenças nas próximas décadas amplia a
demanda pelos serviços de saúde, assim como os seus custos (MALTA et al., 2015). Logo, o
aumento do número de idosos e consequentemente sua maior utilização do sistema de saúde
configuram-se como grandes desafios do sistema de saúde (VERAS, 2009).
As projeções do número de pessoas idosas brasileiras merecem destaque. Em 1950, os idosos
que representavam 4,3% da população, em 2010 já eram 10,8% do total de brasileiros, as
projeções estimam que em 2050 a participação da população idosa será de 23,6%
(CAMARGOS, 2004; VASCONCELOS; GOMES, 2012). Nesse sentido, a análise dos
diferenciais de saúde e de mortalidade dessa população idosa (que só aumenta) torna-se cada
vez mais importante, à medida que estudos relacionados ao tema podem subsidiar os
planejamentos das políticas públicas do País que visem o aumento da média do número de
anos vividos com saúde pela população idosa, redefinindo as prioridades, dado o impacto
dessas diferenças no orçamento público, em especial na área de saúde pública, visto que esse
indicador estima o tempo de cuidado necessário de cada população (CAMARGOS, 2004;
CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMARGOS, PÉRPETUO; MACHADO, 2005). Apesar
de existirem programas como a Estratégia Saúde da Família (Programa Saúde da Família) que
promove um maior uso de serviços das Unidades Básicas de Saúde (UBS) pelos idosos
portadores de DCNT, há a necessidade de ampliação do acesso àqueles portadores de
incapacidade funcional, pois no estudo de Rodrigues et al. (2009) avaliando a utilização de
serviços de saúde entre idosos portadores de doenças crônicas, aqueles com incapacidade
funcional se consultaram 30% a mais do que aqueles sem limitações funcionais, assim esse
público necessita de uma atenção mais detalhada.
Diante disso, neste estudo objetivou-se estimar os diferenciais socioeconômicos e
demográficos na Expectativa de Vida Livre de Incapacidade funcional (EVLI) dos idosos, aos
60 anos, para o Brasil e Grandes Regiões em 2013. Para alcançar esse objetivo estimou-se o
indicador de Incapacidade Funcional tendo por base as informações sobre atividades de vida
diária da população idosa. Em seguida, analisaram-se os fatores associados à prevalência de
incapacidade funcional, segundo características regionais, socioeconômicas e demográficas.
15
Finalmente, realizou-se a comparação, estatisticamente, dos diferenciais regionais,
socioeconômicos e demográficos na EVLI.
Embora haja muita discussão política e no senso comum sobre as desigualdades de saúde
quanto aos status socioeconômicos, demográficos e regionais, há relativamente pouca
discussão científica sobre esses diferenciais na EVS no Brasil. Ou seja, é importante entender
o modo como as desigualdades regionais, socioeconômicas e demográficas afetam a
Expectativa de Vida Saudável da população idosa no Brasil.
Para estimar a EVS podem ser utilizados diferentes indicadores de saúde, os mais utilizados
são: Doenças Crônicas, Saúde auto-reportada e Incapacidade Funcional (MATHERS et al.,
2004; ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999).
Neste estudo, será utilizada a dimensão incapacidade funcional que avalia em que medida o
envelhecimento da população ocorre de forma saudável, sem impacto nas atividades
cotidianas dos idosos, estando ligada diretamente a sensação de bem-estar dos indivíduos
(CAMARGOS et al., 2017). Leva-se em conta a autonomia, a capacidade de executar suas
próprias ações. O que interessa não são doenças adquiridas, mas sim a capacidade do idoso
em se manter na comunidade, desfrutando de independência. Conforme Bernardes (2016), a
incapacidade pode envolver limitações nas atividades, assim como, restrição na participação
social de qualquer pessoa, pois o conceito de capacidade funcional é muito mais abrangente
que apenas manter as suas funções corporais e atividades, sejam elas mentais ou físicas, para
viver de forma independente e autônoma dentro de um contexto social. Sendo que a
incapacidade funcional é uma das várias formas de se analisar a incapacidade (CAMARGOS,
2004).O estudo da prevalência da limitação funcional auxilia a avaliação e planejamento de
políticas públicas de saúde, podendo ser importante para melhorar a eficácia dos gastos com
saúde pública, pois idosos com limitações funcionais realizam mais consultas médicas e estão
mais propensos à ocorrência de hospitalizações, fato que aumenta a demanda por serviços de
saúde (SILVA et al., 2017).
Assim, neste estudo, as prevalências de incapacidade funcional serão estimadas
separadamente por sexo, raça, região e nível educacional com informações extraídas da
Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013). Em seguida, combinando as informações de
mortalidade oficiais de 2013 com a prevalência da incapacidade funcional será estimado, pelo
método de Sullivan (1971), o número médio de anos a serem vividos com saúde (livre de
incapacidade funcional) a partir dos 60 anos. No Brasil, muitos estudos têm utilizado o
método de Sullivan para produzir estimativas da EVS (CAMARGOS, 2004; CAMARGOS,
16
2014; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006; CAMARGOS et al., 2017;
GUEDES et al., 2011; SZWARCWALD et al., 2017).
Tendo como arcabouço teórico algumas pesquisas nacionais e a literatura internacional sobre
desigualdades na EVS, estabeleceram-se algumas hipóteses para este estudo. Primeiramente,
subgrupos populacionais com uma maior escolaridade, independente de região e sexo, devem
apresentar uma EVS maior que aqueles menos escolarizados. Em relação aos diferenciais
regionais, a princípio, as regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste apresentam melhores EVLI que
as regiões Norte e Nordeste. Enquanto que, no que se refere aos diferenciais por sexo, estudos
apontam que as mulheres estariam em maior desvantagem quando consideradas as
prevalências de incapacidade funcional proporcionalmente à EVT.
Esta dissertação é composta de cinco capítulos incluindo esta introdução. No Capítulo 2,
apresenta-se a revisão da literatura, abordando o envelhecimento populacional, aumento da
longevidade e a tendência da EVS. Ainda neste capítulo apresentam-se alguns resultados de
pesquisas evidenciando as desigualdades socioeconômicas, demográficas e regionais na
saúde, na mortalidade e na EVS dos idosos. Por fim, apresentam-se os indicadores do estado
de saúde para mensuração da EVS. No capítulo 3, são descritas as variáveis, a metodologia
empregada na pesquisa e as bases de dados utilizadas. No Capítulo 4, descrevem-se as
características da amostra selecionada para obter as prevalências de incapacidade funcional.
Em seguida, faz-se uma análise descritiva sobre a relação entre prevalência de incapacidade e
características sociais, demográficas e regionais no Brasil. Ainda no Capítulo 4, realiza-se a
decomposição da Expectativa de Vida Total em duas componentes, livre de incapacidade e
com incapacidade analisando-se em termos absolutos e proporcionais, também por
características regionais, socioeconômicas e demográficas. Finalmente, no Capítulo 5,
apresentam-se as principais conclusões e considerações do estudo.
17
2 REVISÃO DA LITERATURA
Esse capítulo apresenta uma breve discussão da literatura. Inicialmente, abordam-se o
envelhecimento populacional e o aumento da longevidade no Brasil, apontando as
consequências e desafios enfrentados. Em seguida, como consequência desses fatores,
discutem-se as tendências na Expectativa de Vida Saudável, assim como as diversas
possibilidades de mensuração do indicador, uma vez que a dimensão pela qual o estado de
saúde é operacionalizado depende dos objetivos da pesquisa e dos dados disponíveis, faz-se
necessário destacar a dificuldade de medir o “estado de saúde” apresentando as três
dimensões disponíveis mais utilizadas e as respectivas vantagens e desvantagens na utilização
de cada uma. No que segue, discutem-se alguns estudos sobre os diferenciais regionais,
socioeconômicos e demográficos na saúde, mortalidade e EVS.
2.1 Envelhecimento populacional e aumento da longevidade
A rápida mudança na estrutura etária brasileira ocorrida nos últimos anos teve como
consequência o Envelhecimento populacional - cujo conceito não se refere nem a indivíduos,
nem a cada geração, mas à mudança na estrutura etária da população, o que produz um
aumento do peso relativo das pessoas acima de determinada idade, considerada como
definidora do início da velhice - e a longevidade – número de anos vividos por um indivíduo
ou ao número de anos que, em média, as pessoas de uma mesma geração ou coorte viverão.
(CARVALHO; GARCIA, 2003). Embora esses fatores sejam desejados por qualquer
sociedade, pois ocorrendo de forma planejada, os idosos poderão gozar de uma boa qualidade
de vida, a rapidez com que ocorreram no Brasil, trouxeram como consequência grandes
desafios para os gestores públicos na manutenção das políticas públicas relacionadas à saúde,
especialmente no contexto brasileiro em que há uma acentuada desigualdade social (VERAS,
2009).
A estrutura etária da população brasileira, quase estável1, a partir, pelo menos, de 1940 até por
volta de 1960, apresentava-se extremamente jovem, com cerca de 50% da população abaixo
de 20 anos, e menos de 3% acima dos 65 anos. A expectativa de vida ao nascer passou de 41
anos (década de 1930) para 55,7 anos (década de 1960). E no final da década de 1960,
1 “Dadas uma função fecundidade (conjunto de TEF) e uma função mortalidade (conjunto de TEM), se elas são
mantidas constantes, em uma população fechada, qualquer que seja a distribuição etária inicial, necessariamente
a população tenderá, no longo prazo, a ter uma estrutura etária relativa constante e, por consequência, Taxa
Bruta de Natalidade, Taxa Bruta de Mortalidade e taxa de crescimento constantes, transformando-se, então, em
uma população estável.” (CARVALHO, 2004, p. 9).
18
iniciou-se um rápido declínio da fecundidade. A Taxa de Fecundidade Total (TFT) passou de
5,8 (1970) para algo em torno de 2,3 filhos, por mulher, em 2000 (CARVALHO; GARCIA,
2003). O Brasil encontra-se, há décadas, na terceira fase da transição demográfica,
destacando-se pela rapidez no processo de envelhecimento populacional e de aumento da
longevidade da população (BRITO, 2010; CAMARANO, 2004; CARVALHO; GARCIA,
2003; WONG, 2001). Essa mudança de forma acelerada faz com que, em breve, a estrutura
etária brasileira seja semelhante àquelas de países europeus, com um contínuo estreitamento
em sua base e alargamento no seu topo.
No contexto do rápido envelhecimento populacional brasileiro, mesmo existindo políticas
como a distribuição gratuita de medicamentos para hipertensão e diabetes, a Política Nacional
de Promoção da Saúde e o programa Academia da Saúde (BRASIL, 2011), as mudanças
ocorridas na estrutura etária brasileira, principalmente, na faixa dos mais idosos, tiveram
como consequência uma maior expressão nas doenças próprias do envelhecimento
populacional. Logo, como consequência disso, há uma maior procura da população idosa
pelos serviços de saúde (LIMA-COSTA; VERAS, 2003; VERAS, 2003). Manter preservada a
independência e a vida ativa com o envelhecimento, realizar o fortalecimento das políticas de
prevenção e promoção à saúde, especialmente aquelas voltadas para a população mais idosa e
manter, e até mesmo melhorar, a qualidade de vida com o envelhecimento são os grandes
desafios para a Saúde Pública, ademais há escassez de recursos para uma demanda crescendo
rapidamente. Assim, faz-se necessário incorporar a população idosa na sociedade, com a
finalidade de alcançar de forma justa e democrática a equidade na distribuição dos serviços e
facilidades para o grupo populacional que mais cresce no Brasil. (LIMA-COSTA; VERAS,
2003).
O Brasil é um País que tem apresentado um dos mais rápidos processos de envelhecimento
populacional. Nesse aspecto, a análise do indicador Razão de Dependência (RD)2 ajuda a
mensurar os impactos da estrutura etária populacional no mercado de trabalho e na
previdência social. Ao utilizar a população com menos de 15 anos no numerador da razão,
tem-se a razão dependência jovem. Por outro lado, quando se utiliza a população com 65 anos
ou mais no numerador, tem-se a razão de dependência idosa (BRITO, 2007). No geral, essas
informações são importantes devido os dependentes (inativos), teoricamente, consumirem
2
Razão entre a população em idade inativa e a população em idade ativa, tendo como pressuposto que a
população jovem, 0 a 14 anos, e a idosa, 65 anos e mais, são consideradas dependentes da população em idade
ativa, 15 a 64 anos (BRITO, 2007, p. 21).
19
mais do que produzem e a população ativa ser a responsável pela produção (BRITO, 2007).
Assim, uma população com uma grande proporção de dependentes pode apresentar problemas
na previdência e em seu sistema público de saúde, pois haverá um grande aumento da
demanda e, por outro lado, faltam recursos e serviços de saúde pública. Os sistemas de saúde
devem estar preparados para conseguir agregar qualidade de vida aos anos adicionais de vida
da população, incentivando a prevenção, o cuidado e a atenção integral à saúde (VERAS,
2009). Assim, percebe-se que manter um sistema de saúde eficiente com os desafios do rápido
envelhecimento populacional requer planejamento.
Analisando o período de 1950 a 2010, verifica-se, na Tabela 1, uma queda na Razão de
dependência total (RD) e na de dependência jovem, consequência de um declínio na taxa de
fecundidade. Por outro lado, o índice de envelhecimento vem numa crescente, de 10,3% em
1950, para 44,8% em 2010, indicando, assim, uma população mais envelhecida.
Tabela 1 – Indicadores de estrutura etária e fecundidade. Brasil, 1950 a 2010
Indicador 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010
Pop 51.941.767 70.070.457 93.139.067 119.002.706 146.825.475 169.799.170 190.755.799
<15 41,8 42,6 41,7 38,2 34,8 29,6 24,1
15-59 53,9 52,6 53,1 55,7 58,0 61,8 65,1
60+ 4,3 4,8 5,2 6,1 7,3 8,6 10,8
(IE)* 10,3 11,2 12,4 15,9 20,9 28,9 44,8
(RD)** 85,5 90,0 88,3 79,5 72,5 61,7 53,6
RD Jovem 77,6 81,0 78,6 68,6 60,0 47,9 37,0
RD Idoso 8,0 9,0 9,7 10,9 12,5 13,8 16,6
TFT 6,2 6,3 5,8 4,4 2,9 2,4 1,9
e0 45,5 51,6 53,5 62,8 65,8 70,4 73,5
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, Censos Demográficos de 1950 a 2010. Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Séries Estudos e Pesquisas, Evolução e Perspectivas da Mortalidade Infantil no Brasil, 1999. Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA -, http://www.datasus.gov.br – Recorte de (VASCONCELOS; GOMES, 2012).
Nota: *IE: Índice de Envelhecimento - razão entre a população com 65 anos ou mais e a população com menos de 15 anos; **RD: Razão de
dependência - razão entre a soma dos indivíduos com idades abaixo de 15 anos e indivíduos com 65 anos ou mais e a população com idade entre 15 e 64 anos.
Ademais, tem-se que o processo de envelhecimento populacional não é uniforme por regiões
no Brasil. O envelhecimento é um processo multifatorial e pode se manifestar de forma
distinta, considerando as Grandes Regiões (COSTA; NAKATANI; BACHION, 2006). O
Índice de Envelhecimento (IE) é um indicador que permite observar a evolução do ritmo de
envelhecimento da população, sendo possível a comparação entre as regiões e os grupos
sociais. Conforme estudo nacional que analisou a evolução do Índice de Envelhecimento no
Brasil, regiões e unidades federativas no período de 1970 a 2010, segundo dados do Censo, o
IE no Brasil variou bastante. Em 2010, no Brasil o índice representava 44,8. Por regiões,
20
enquanto no Sul era 54,94, o Norte apresentou o menor IE entre as regiões, 21,84. Por
unidades federativas, o Rio Grande do Sul, 65,47, e o Amapá, 15,45 (CLOSS; SCHWANKE,
2012). No período analisado, observou-se um aumento de 268% no IE do Brasil, fato que não
ocorreu de maneira uniforme em todas as regiões. Logo, percebem-se diferentes perfis entre
as Regiões, assim o conhecimento da realidade na qual estão inseridos os idosos é importante
para definir os conteúdos das políticas de saúde necessárias (MAGALHÃES, 2015).
Em 2050, o Brasil será um dos seis países com maior proporção de idosos (CAMPOLINA et
al., 2014). Pelas tendências atuais, o processo de envelhecimento não será acompanhado de
investimentos em saúde pública, especialmente no cuidado ao idoso e, principalmente em
subgrupos menos favorecidos social e economicamente (BRITO, 2010). O fenômeno do
envelhecimento populacional acontece em ritmos diferentes no mundo, conforme os contextos
socioeconômicos. Em países desenvolvidos, esse processo ocorreu de forma lenta e ordenada,
juntamente ao crescimento e à melhoria da educação, saúde, saneamento, resultando, assim,
numa melhor qualidade de vida da população. Por outro lado, nos países em desenvolvimento,
incluindo-se o Brasil, tal fato ocorreu desvinculado do desenvolvimento social
(MAGALHÃES, 2015). Esse fato é preocupante, pois à medida que as sociedades
envelhecem, os problemas de saúde entre idosos desafiam os sistemas de saúde que têm que
acompanhar as mudanças e estarem disponíveis para toda população (KALACHE, 2008,
p.1109).
O debate de como esse aumento de idosos está relacionado com a sua autonomia física faz-se
necessário. A população idosa é um grupo bastante heterogêneo, sendo composto por pessoas
com idades que variam de 60 a mais de 100 anos, assim geram demandas diferenciadas e
necessitam de diferentes atenções com relação aos serviços de saúde. Para Camarano e Kanso
(2010), esse público possui diferentes graus de autonomia, alguns independentes, mas há
aqueles que demandam cuidados permanentes. A tendência é que os dependentes sejam
aqueles que vivenciam algum tipo de dificuldade para realizar as Atividades da Vida Diária
(AVD), como por exemplo: comer, ir ao banheiro e/ou tomar banho sozinhos. Somando-se a
isso, projetam-se que os potenciais demandantes de cuidados de longa duração sejam pessoas
com 60 anos ou mais e com menor renda (CAMARANO; KANSO, 2010).
O declínio da autonomia e da independência da população idosa é destacado pelos contextos
de pobreza e desigualdades sociais, que são características dos países em desenvolvimento.
Um grande desafio que se apresenta é o aumento da demanda por cuidados desses idosos. De
quem é a obrigação de fornecer cuidados para a população idosa? Do estado, das famílias e/ou
21
do mercado privado? Quais serviços devem ser oferecidos? Como distribuir as
responsabilidades entre responsáveis? Como se daria o financiamento? Esses questionamentos
são realizados pelo trabalho organizado por Camarano (2010): “Cuidados de longa duração
para a população idosa: um novo risco social a ser assumido?”. Nele, assume-se que a
responsabilidade não deve ser apenas da família a qual, cuja capacidade de desempenhar tal
função vem diminuindo. Tal responsabilidade deve ser compartilhada entre todos, inclusive
com o voluntariado, igrejas, Organizações não governamentais (ONGs), entre outros. Quanto
aos serviços a serem disponibilizados, espera-se que os gestores promovam e viabilizem ações
ligadas aos cuidados de longa duração que, em linhas gerais, podem significar cuidados não
especializados tais como ajuda para as AVDs. Ademais, sabe-se que o idoso não estando apto
a realizar as AVD, necessita de serviços de saúde específicos, dentre eles, o acesso à serviços
de reabilitação, podendo evitar ou postergar que a pessoa idosa se torne dependente para as
AVD (GIACOMIN; FIRMO, 2015).
Um fato preocupante é que, embora a expectativa de vida esteja aumentando, junto a isso, o
número de idosos com perda de autonomia para as AVD tende a crescer, resultando em mais
demandas de cuidados entre os idosos. Aqueles que apresentam limitações funcionais
realizam mais consultas médicas e são mais propensos à ocorrência de hospitalizações
(SILVA et al., 2017). A população mais idosa é mais exposta às doenças e agravos crônicos
não transmissíveis, podendo culminar em sequelas na capacidade funcional, gerando situações
de dependência e consequente necessidade de cuidado. (CAMARANO, 2010). Maior
prevalência de doenças crônicas e de comorbidades são as principais explicações para o maior
uso de serviços de saúde por idosos com limitações funcionais (SILVA et al., 2017). À
medida que o envelhecimento populacional acelera, ligado a isso, ocorre um aumento na
proporção de pessoas com doenças crônicas (KALACHE, 2008).
Sabendo do grande acesso aos serviços de saúde por parte da população idosa e que ela
demanda por necessidades específicas de saúde, verificar a existência de diferenças de acesso
entre a saúde suplementar e o sistema público é uma importante forma de se verificar as
diferenças. Considera-se que o Brasil apresenta grandes desigualdades na utilização de
serviços de saúde entre suas Grandes Regiões (SILVA; BOING; PERES, 2015;
TRAVASSOS et al., 2000; VIACAVA, 2010). Em relação aos tipos de consultas realizadas
percebe-se que a saúde suplementar oferece um número bem maior de consultas com
especialistas, por outro lado, o sistema público oferece mais consultas com médicos
generalistas, ademais esse tipo de consulta (generalista) é significativamente associado à
22
insatisfação, estando essa ligada diretamente ao tempo de espera, pois o usuário se sente
desrespeitado por ter que esperar um longo tempo pela consulta médica (SZWARCWALD et
al., 2016). Nesse mesmo estudo, utilizando-se da PNS de 2013, perceberam-se desigualdades
regionais na percepção sobre avaliação dos serviços de saúde e avaliação da assistência
prestada pelo médico, estando as regiões Sul e Norte em extremos opostos, as avaliações
positivas foram mais frequentes na Região Sul, por outro lado, as avaliações negativas foram
mais constantes na Região Norte, servindo assim para subsidiar a reorientação da organização
dos serviços no Brasil, principalmente àquelas voltadas à superação da exclusão social.
Além de entender os acessos aos serviços de saúde por parte da população idosa, analisar a
percepção da população acerca da atenção em saúde é um importante instrumento para
avaliação dos sistemas de saúde, público ou privado (SILVA et al., 2017). Nesse sentido,
Lima-costa, Turci e Macinko (2013) analisaram os possíveis diferenciais em relação aos
indicadores de uso e qualidade dos serviços de saúde na percepção dos usuários cobertos por
plano privado, Estratégia Saúde da Família (ESF) e unidade básica de saúde (UBS). Com
relação às hospitalizações, os exames de diagnóstico e a vacinação contra a gripe variaram
pouco entre os grupos. Os indicadores de qualidade, dentre eles, dificuldades para obter
consultas, existência de filas, queixa para obtenção de medicamentos e obtenção de consultas
em 24 horas, foram melhores avaliados entre afiliados a plano privado. Esses indicadores
devem estar disponíveis a todos idosos com qualidade, independente do tipo acesso.
No que diz respeito ao acesso aos serviços de saúde por plano privado, sabe-se que, conforme
o Estatuto do Idoso as suas normas gerais dispõem sobre a “proteção integral” aos idosos.
Nesse sentido, baseando-se na fragilidade econômica da população idosa, proibiu-se a
cobrança pelos planos de saúde de valores diferenciados para os maiores de 60 anos
(CAMARANO, 2013).
Por outro lado, tramita na Câmara dos Deputados relatório reformulando a lei 9.656, de 3 de
junho de 1998, que dispõe sobre planos de Saúde, prevendo o fim da proibição do reajuste de
mensalidade após os 60 anos. O reajuste poderá ser realizado, após essa faixa etária, em cinco
parcelas quinquenais. Esse aumento é preocupante, pois pode haver uma grande queda de
adesões e evasões dos planos privados de saúde, por parte dos idosos que não terão condições
de realizar o pagamento. Tendo assim que realizarem suas consultas e procedimentos médicos
na rede pública que já se encontram com demandas acima de suas condições.
Com as pessoas idosas passando a viver cada vez mais, é urgente a aplicação de políticas
públicas que atendam as suas necessidades, tanto na saúde pública quanto na complementar,
23
nesse sentido, é importante e urgente a mobilização da sociedade para que não haja
modificação na lei dos planos de saúde que, caso aprovada, poderá ter consequências graves
para os idosos, principalmente para aqueles mais carentes. Soma-se a isso a importância de
entender que as doenças não são exclusividades apenas dos idosos, a consequência de um
envelhecimento saudável e ativo está associada a ações, prevenção de doenças e de promoção
da saúde durante toda a vida da população; medidas que mantenham os idosos
economicamente e socialmente ativos, integrados e independentes; intervenções ligadas a
essas ações são fundamentais para reduzir os desafios que surgem concomitantemente com o
processo de envelhecimento (KALACHE, 2008; MIRANDA; MENDES; SILVA, 2017).
2.2 Tendência na EVS
No contexto de envelhecimento populacional e aumento da longevidade, uma medida
comumente utilizada para avaliar as condições de saúde e mortalidade da população refere-se
à Expectativa de Vida Saudável, que é determinada pela interação da morbidade e
mortalidade, ou seja, a combinação tanto da qualidade, quanto da quantidade dos anos vividos
(GUILLOT; YU, 2009; ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999). A análise de tendências na
Expectativa de Vida Saudável possibilita entender se o aumento da quantidade de anos de
vida da população é acompanhado por um aumento no tempo de vida saudável. Para análise
dessa tendência é recomendado o uso de tábuas de vida multiestado com base no
conhecimento do padrão etário das transições entre os estados de saúde e morte no período de
estudo. Embora muitos autores tenham mensurado a EVS, a análise de sua tendência tem sido
poucas vezes objeto de estudo, no Brasil, há uma carência de dados longitudinais sobre as
condições de saúde da população, o que dificulta a análise da compressão e extensão da
morbidade, componente da EVS (GONZAGA, 2012; NEPOMUCENO, 2012).
O conceito de morbidade é multidimensional, os problemas de saúde incluem as doenças,
lesões, perdas funcionais e deficiências (CRIMMINS, 1996). Sobre tendências na prevalência
e duração da morbidade existem três teorias formuladas em países de baixa mortalidade e que
são pilares para as pesquisas sobre tendências de saúde. A primeira, e mais pessimista, foi
proposta por Gruenberg (1977), segundo ele, como consequência de melhorias tecnológicas
da medicina para prevenção de mortes por doenças crônicas, houve períodos mais longos de
morbidade nos idosos ocorrendo assim uma redução na mortalidade e uma extensão da
morbidade, resultando em uma maior sobrevivência de pessoas com problemas de saúde. Esse
processo foi chamado por ele de “failure of success”. A segunda, mais otimista, proposta por
24
Fries (1980), chamada de compressão da morbidade, usa como um de seus fundamentos o
possível adiamento no início das condições crônicas pela mudança no estilo de vida,
aumentando assim a idade média de uma primeira enfermidade, ocorrendo a compressão
quando o tempo que um idoso vive com enfermidades crônicas ou incapacidades é diminuído
pelo aumento da idade do surgimento dessas enfermidades. Finalmente a terceira, que é uma
combinação de elementos das duas anteriores, proposta por Manton (1982) aborda um
Equilíbrio Dinâmico, que seria uma teoria mais alternativa com base nos modelos e teorias
existentes de mortalidade humana. Manton (1982) destaca a importância do adiamento, em
estágios da doença ou das incapacidades, do progresso de processos menos graves para mais
graves, ou seja, o aumento do período vivido com doenças em níveis mais leves e
consequentemente reduzindo o período com enfermidades mais severas, faria com que
houvesse o aumento da longevidade. O conhecimento dessas teorias é muito valioso, pois
esses cenários dirão como os sistemas de saúde devem se comportar no futuro (CRIMMINS;
BELTRAN-SANCHEZ, 2010; GONZAGA, 2012; NEPOMUCENO, 2012).
Outro aspecto a ser considerado, é a análise da prevalência de deficiência3, que influencia na
EVS, a qual é resultado de vários processos dinâmicos, incluindo o início e recuperação da
deficiência, bem como a mortalidade (CRIMMINS; HAYWARD; SAITO, 1994; CRIMMINS
et al., 2009; HAYWARD; CRIMMINS; SAITO, 1998). A explicação para a redução na
prevalência da deficiência nos idosos pode ser entendida por diminuições da incidência de
incapacidade, aumentos na recuperação ou mudanças na mortalidade dos deficientes ou não
deficientes (LEVEILLE et al., 2000; 2001). A incapacidade funcional pode ser definida pelo
relato de dificuldade em realizar uma ou mais AVD e a dependência pela necessidade de
auxílio em pelo menos uma AVD (CAMARGOS, 2004). Sendo assim, por falta de estudos
longitudinais que verifiquem as taxas de transição correntes (incidência, remissão e casos
fatais) no Brasil, fica difícil uma análise mais detalhada da tendência da morbidade que é um
elemento fundamental no cálculo da Expectativa de Vida Saudável.
A EVS pode ser aplicada para a análise das condições de saúde de uma mesma população em
dois períodos distintos, sendo possível a análise de tendências, ou seja, como o indicador está
evoluindo com o passar do tempo. Nesse sentido, os gestores podem avaliar se estão atingindo
metas pré-estabelecidas no sentido de melhorar a qualidade de vida da população
(CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008c;
3 “perda ou anormalidade psicológica, fisiológica ou de estrutura anatômica, ou do funcionamento de nível
orgânico” (VERBRUGGE & JETTE, 1994, p.2)
25
CAMPOLINA et al., 2014). Objetivando-se mensurar e comparar EVS obtida com base em
diferentes conceitos de saúde e em dois momentos, Camargos e Gonzaga (2015) nortearam
seu trabalho com o título: “Viver mais e melhor?”, e, considerando a percepção de saúde e a
capacidade funcional, no período de 1998 a 2008, concluíram que, ao completar 60 anos, os
brasileiros poderiam esperar viver mais e ter um número maior de anos com saúde.
Nesse mesmo sentido, comparando a saúde de uma mesma população em dois períodos
distintos, com informações do IBGE e Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD)
(1998 e 2003), foi estimada a expectativa de vida ativa dos idosos brasileiros, no Brasil, ao
atingir 60 anos em 1998 e em 2003 (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008c). No
primeiro período, a EVLI dos homens era de 15,62 anos e em 2003, 16,46 anos. E, para as
mulheres, 17,06 e 18,07 anos, respectivamente. Significando um aumento da proporção da
expectativa de vida total vivida como ativo, tanto para homens (passou de 84% para 86%)
quanto para as mulheres (passou de 80% para 82%). Verificou-se que as mulheres passam
uma maior proporção de sua expectativa de vida total em estados não saudáveis. Por outro
lado, entre 1998 e 2003, ocorreram melhorias no estado funcional dos idosos brasileiros.
Com base na pesquisa Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento na América Latina e Caribe
(SABE), foram analisadas as mudanças na expectativa de vida e na expectativa de vida sem
incapacidade em idosos residentes em São Paulo (área metropolitana), de 2000 a 2010, e
avaliaram a ocorrência de morbidade por compressão ou expansão nessa população.
Campolina et al. (2014) analisaram a Expectativa de Vida e EVS, em conjunto. Como
resultado, observou-se que a população estudada encontrava-se em expansão da morbidade.
Nessa pesquisa foram apresentadas séries temporais baseadas em dados de países com baixas
taxas de mortalidade (Europa Ocidental, Países Nórdicos, América do Norte, Austrália, Japão
e Nova Zelândia), de 1970 a 1995, e, segundo os dados, o aumento da expectativa de vida aos
65 anos é universal e constante. Enquanto a evolução da expectativa de vida sem incapacidade
parece ser estável. Mesmo assim, os resultados apresentados pelos autores devem ser vistos
com atenção, devido a população idosa avaliada apresentar menor nível de escolaridade em
relação aos países onde estão disponíveis séries temporais de EVS, como na Europa e na
América do Norte. Em populações com baixos níveis educacionais, espera-se uma tendência
para a expansão da morbidade (CAMPOLINA et al., 2014).
26
2.3 Desigualdades socioeconômicas, demográficas e regionais na saúde dos idosos
Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OECD (2017), “Preventing Ageing Unequally” (Prevenir o envelhecimento de forma
desigual), verificou duas das grandes tendências mundiais: envelhecimento populacional e as
crescentes desigualdades. Nele constam as desigualdades na educação, saúde, emprego, e
como elas poderão afetar as próximas gerações. Segundo o relatório, em 1980 havia apenas
20 pessoas com 65 anos ou mais por cada 100 pessoas ativas, em média, na OCDE; até 2015,
passou para 28% e, até 2050, atingirá a marca de 53%. Muitas economias emergentes,
incluindo Brasil, China e Índia, e da OCDE envelhecem muito mais rapidamente, sendo que
naquelas o desenvolvimento não ocorreu na mesma velocidade, apresentando maiores
desigualdades em saúde do que os países da OCDE e uma rede de segurança social menos
efetiva. Nos países da OCDE as desigualdades já iniciam em idades jovens. Um homem de 25
anos com ensino superior pode esperar viver quase 8 anos a mais do que aquele com menos
escolaridade, em média entre os países; para as mulheres, a diferença é de 4,6 anos. Em todas
as faixas etárias, os indivíduos com uma saúde ruim trabalham menos e ganham menos.
Aqueles com menores rendas tendem a ter uma menor expectativa de vida em relação àqueles
que possuem melhores rendas.
Nesta parte da revisão da literatura abordam-se as características das pesquisas existentes
quanto às desigualdades socioeconômicas, demográficas e regionais na saúde dos idosos,
verificando, desse modo, como as diferenças existentes influenciam tanto na mortalidade,
quanto na Expectativa de Vida Saudável.
2.3.1 Desigualdades na mortalidade
Analisar a influência de indicadores socioeconômicos ou demográficos na mortalidade da
população é de grande importância para evidenciar as desigualdades existentes. Tal
observação é necessária para orientar as políticas públicas de saúde, descrevendo melhor as
causas de morte de uma determinada população.
No Brasil há estudos recentes que investigaram os efeitos de fatores socioeconômicos na
mortalidade (GOMES et al., 2015; PEREIRA; QUEIROZ, 2016; SILVA, 2014). Pessoas que
possuem um nível educacional mais elevado têm a tendência de apresentar menores
probabilidades de morte (BROWN et al., 2012; MULLER, 2002; PÉREZ, 2010; PÉREZ;
TURRA, 2008). Corroborando com o que se encontra na literatura, estudo realizado no Brasil
e Grandes Regiões, para o ano de 2010, mostrou que quanto mais escolarizada é a população,
27
maior é a expectativa de vida (SILVA, 2014). Segundo Silva (2014), a Expectativa de Vida da
população feminina é maior do que a masculina em todos os níveis de escolaridade para todas
as regiões brasileiras. Os homens e as mulheres Sem Instrução ou com Ensino Fundamental
Incompleto apresentaram mais que o dobro da probabilidade de morte do que aqueles com
ensino superior.
O estudo de Gomes et al. (2015) analisou se as condições socioeconômicas e de saúde na
infância estavam associadas à mortalidade em idosos, utilizaram dados do Estudo SABE
(Saúde, Bem-estar e Envelhecimento), realizado em 2000 e 2006. Como resultados,
verificaram que a situação de residência (rural ou urbano) quando criança associou-se à
mortalidade nas idades avançadas. Por outro lado, essa variável não manteve significância
quando variáveis que representam características adquiridas na fase adulta foram adicionadas
ao modelo. Sabe-se que as informações sobre as condições na infância são limitadas e podem
não medir com precisão o status socioeconômico e de saúde nos primeiros anos de vida da
população. No entanto, os autores atentam que se informações mais detalhadas das condições
na infância tivessem sido coletadas e consideradas, essas informações poderiam ter se
mantido estatisticamente significativas, mesmo após a inclusão de características adquiridas
na fase adulta. Mesmo assim, os resultados sugerem que melhorias nas condições ambientais
das crianças e a geração de oportunidades no início da vida adulta podem contribuir para
maior sobrevivência nas idades mais avançadas.
No estudo de Pereira e Queiroz (2016) foi analisada a relação entre o nível socioeconômico
dos domicílios e das condições sociais locais com o risco de morte de jovens brasileiros, para
isso, utilizaram dados de óbitos coletados pelo Censo Demográfico de 2010. Dentre os
resultados, o estudo indicou que as diferenças nos níveis de status socioeconômico entre os
domicílios são responsáveis por mais de 90% da variabilidade no risco de morte dos jovens.
Em relação a localidade de residência, os resultados mostraram que residir em uma localidade
com menor status socioeconômico aumenta a probabilidade de ocorrência de óbito de jovens.
Um importante indicador para verificar as desigualdades é o da mortalidade proporcional em
maiores de 60 anos, por ele verifica-se a importância relativa dos óbitos totais por faixa etária.
No caso da mortalidade proporcional acima dos 60 anos, quanto maior, indicará que parte
considerável dos óbitos ocorre apenas, ou principalmente, nos grupos mais velhos. Sendo
assim, esse indicador poderá indicar um bom desenvolvimento e melhores condições de vida
daquela determinada região, pois menor será a mortalidade evitável nos grupos mais jovens
(NUNES et al., 2001). Em 2013, a mortalidade proporcional por grupo etário mostrou que a
28
partir dos 15 anos de idade os homens morrem com mais frequência do que as mulheres, por
outro lado, a partir dos 70 anos o perfil se inverte (BRASIL, 2015).
A investigação das desigualdades em indicadores de saúde, dentre eles mortalidade, estavam
presentes em um estudo transversal, para as regiões e estados brasileiros, para o ano de 1999
(DUARTE et al., 2002). Verificou-se que a desigualdade em saúde no Brasil está polarizada
em nível nacional e intra-regional em que a região Sul apresenta, em geral, indicadores, dentre
eles a expectativa de vida ao nascer, mais favoráveis do que as demais regiões. A região Norte
e Nordeste apresentam indicadores predominantemente desfavoráveis em comparação as do
Sudeste e Centro-Oeste (DUARTE et al., 2002).
Nesse sentido, analisando a expectativa de vida, por Grandes Regiões, foi observado que as
regiões Norte e Nordeste apresentam as mais baixas esperanças de vida aos 15 anos. Uma
possível hipótese para essa ocorrência é que sendo estas regiões as menos desenvolvidas do
País, os acessos aos serviços de saúde pelas pessoas residentes devem ser menores,
ocasionando mais suscetibilidade à morte (SILVA, 2014).
Nas grandes cidades brasileiras os padrões de mortalidade podem variar de acordo com os
diferenciais sociais e econômicos (PAES-SOUSA, 2002). Analisando o Mapa da
Desigualdade (2017), segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) o Brasil ocupa a décima colocação de país
mais desigual do mundo, num ranking de mais de 140 países. Os dados da PNAD (2015)
mostram que considerando todas as rendas, a população branca ganhava, em média, o dobro
do que ganhavam negros. Ademais, em vinte anos, o rendimento da população negra, passou
de 45% do valor do rendimento dos brancos para apenas 57%. Por sexo, a renda média do
homem brasileiro era de R$ 1.508,00, por outro lado a das mulheres era de R$ 938,00. O
Mapa da cidade de São Paulo apresenta alguns indicadores preocupantes. A idade média ao
morrer pode variar de 79,4 (Jardim Paulista) a 55,7 (Jardim Ângela). Em relação ao tempo
médio de espera para uma consulta (clínico geral), pode variar de 3 dias (Jaguara) até 76 dias
(Liberdade). Percebe-se assim, grandes diferenciais sociais e econômicos não apenas no
Brasil, mas também dentro dos estados e cidades, como no exemplo de São Paulo, e isso pode
influenciar em diversos padrões de mortalidade (MAPA DA DESIGUALDADE, 2017).
As disparidades socioeconômicas na mortalidade adulta não tem sido um tema constante nos
países em desenvolvimento, segundo Ribeiro (2016) provavelmente devido à limitação em
relação à disponibilidade de dados de qualidade e/ou adequados. No Brasil, apesar de
29
apresentar altos níveis de desigualdade social, ainda são poucos os estudos que envolvem as
desigualdades na mortalidade adulta (PÉREZ, 2010).
2.3.2 Desigualdades na Expectativa de Vida Saudável
Nessa seção serão apresentadas características de alguns trabalhos, e seus principais
resultados, que mensuraram a EVS e verificaram possíveis diferenciais socioeconômicos,
demográficos e regionais. No que diz respeito à Expectativa de Vida Saudável, além da
diferença por sexo, várias pesquisas têm apresentado evidências de que ela difere
significativamente por nível socioeconômico em muitos países (CRIMMINS; SAITO, 2001;
GONZAGA, 2012; ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999). Aqueles indivíduos com baixo
nível socioeconômico vivem menos, ademais eles também experimentam uma maior parte de
suas vidas com incapacidade quando comparados com aqueles que possuem melhores rendas
e níveis de escolaridade (ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999).
Nos Estados Unidos em 1970, 1980 e 1990, em um estudo investigando a EVS, por gênero e
educação, para brancos e afro-americanos, verificou-se grandes diferenças raciais e
educacionais na EVS. As diferenças por níveis educacionais foram maiores na expectativa de
vida saudável do que as diferenças na expectativa de vida total. A educação foi considerada
como o principal indicador de status socioeconômico no ciclo de vida. As diferenças raciais
na EVS foram maiores na população com menor escolaridade (0 a 8 anos de escolaridade
completos). As pessoas com um nível de escolaridade mais elevado (mais de 13 anos de
escolaridade completos) esperavam viver uma maior proporção de suas vidas saudáveis.
Mulheres e homens afro-americanos com menor nível educacional viviam 16 anos a menos de
EVS do que aqueles com alta educação (CRIMMINS; SAITO, 2001).
No que tange às diferenças raciais, estudos chegaram a resultados diferentes dentro de um
mesmo País: em uma amostra nacional, nos EUA, a EVS dos brancos excedeu
significativamente a dos afro-americanos (CRIMMINS; HAYWARD; SAITO, 1996).
Segundo o estudo, tal fato pode ser devido a uma subavaliação da idade nos atestados de óbito
para afro-americanos. Ademais, as diferenças socioeconômicas influenciaram em maiores
prevalências de incapacidade entre aqueles que são negros e de baixa escolaridade. Aos 80
anos, os grupos de educação inferior (0 a 11 anos de escolaridade) de homens, independente
de raça, esperavam ter cerca de 40% das pessoas com incapacidade ou dependentes quando
comparados ao grupo de ensino superior (acima de 12 anos de escolaridade). Enquanto que,
em uma amostra localizada, na Carolina do Norte, a EVS dos afro-americanos, aos 75 anos,
30
excedeu a dos brancos (GURALNIK et al., 1993; LAND; GURALNIK; BLAZER, 1994).
Segundo os autores, nesse favorecimento das pessoas de cor/raça negra após 75 anos de idade,
não se pode descartar imprecisões nos dados utilizados. No estudo de Gibson (1991), a
população negra de diferentes idades, dentre eles os “jovens velhos” (65 a 74 anos), eram
mais propensos a ter uma saúde precária do que as pessoas idosas, sendo explicado devido à
mortalidade seletiva entre pessoas mais doentes, que nunca atingem as idades mais velhas. No
estudo de Guralnik et al. (1993), entre negros e brancos, o nível de educação, como uma
medida do status socioeconômico, teve um efeito maior do que a raça na expectativa de vida
total e na expectativa de vida saudável.
Bossuyt et al. (2004) analisaram que na Bélgica, a desigualdade na EVS parece ser maior nas
mulheres do que nos homens, assim como, em todas as idades, as mulheres vivem mais que
os homens em estado insalubre. Em relação às diferenças por nível de escolaridade, as
pessoas com um baixo nível (Equivalente ao Ensino Fundamental) de educação têm, em
média, vidas mais curtas do que as pessoas com um nível mais elevado (Equivalente ao
Ensino Superior) de educação e as com um baixo nível de educação vivem, em média, menos
anos em boa condição de saúde percebida. Em comparação com as pessoas com maior nível
de escolaridade, os homens e as mulheres no nível mais baixo de educação passaram mais de
10 e 20 anos adicionais em saúde percebida como ruim, respectivamente (BOSSUYT et al.,
2004). Segundo os autores, quando comparados os resultados de Expectativa de Vida em
saúde boa da Bélgica, com os da Noruega e da Finlândia, as diferenças existentes parecem
razoáveis para justificar uma política social ativa, orientada para uma redução da desigualdade
na saúde. Os autores fazem essa comparação com os países da Noruega e Finlândia, pois são
países que têm grande empenho em políticas igualitárias de saúde em bem-estar, tendo como
exemplo programas sólidos para aumentar o nível médio de saúde e reduzir as diferenças
entre os grupos socioeconômicos (SIHVONEN et al., 1998).
Martinez-Sanchez et al. (2001) verificaram que quanto maior o nível educacional, menor o
número de anos vividos em má saúde, tanto em homens como em mulheres. Percebe-se
também que as diferenças são maiores na Expectativa de Vida Saudável que na Expectativa
de Vida Total. Esses resultados são referentes a uma análise realizada nas cidades de Madri e
Barcelona, na Espanha, no período de 1993 a 1994. Utilizando-se do indicador de saúde auto-
referida (auto-percebida), os cálculos foram realizados pelo método de Sullivan (1971).
Quanto à amostra, foram incluídas pessoas com mais de 24 anos de idade e o status
31
educacional foi classificado como menor (até 11 anos de escolaridade) e superior (12 anos ou
mais da escola).
Verificando as dimensões da EVS, para o Brasil em 1998 e 2008, as mulheres apresentaram
maiores expectativas de vida, se comparadas aos homens, porem esperavam viver por mais
tempo com saúde ruim, independentemente do indicador utilizado para mensurar a saúde
(CAMARGOS; GONZAGA, 2015). No estudo de Andrade et al. (2011), foram verificadas as
diferenças de sexo na expectativa de vida entre idosos do município de São Paulo. Os
resultados indicaram que as mulheres esperavam viver mais que os homens, mas enfrentavam
uma carga de invalidez mais alta e mais grave do que os homens. No mesmo sentido,
Parahyba, Veras e Melzer (2005) e Camargos, Machado e Rodrigues (2008c) verificaram que
as mulheres vivem mais tempo, mas não necessariamente em melhores condições de saúde
que os homens. Acredita-se que a explicação para essa diferença seria referente à maior
sobrevivência feminina, permitindo assim que as mulheres atinjam idades mais avançadas,
nas quais a capacidade funcional declina com mais evidência (CAMARGOS; MACHADO;
RODRIGUES, 2008c). Outras hipóteses existentes são quanto a uma maior prevalência de
condições incapacitantes não-fatais, nas mulheres; assim como uma maior habilidade de
reportar maior número de condições de saúde em relação aos homens da mesma idade
(ALVES; LEITE; MACHADO, 2010). Há também a possibilidade com relação a seletividade
da mortalidade entre os homens devido às mortes por causas externas (BERQUÓ, 1996;
PERLS; KUNKEL; PUCA, 2002).
Nesse sentido, Parahyba (2006), em seu trabalho que verificou as desigualdades de gênero em
saúde entre os idosos no Brasil, apresenta a importância do desenvolvimento de novas
estratégias de prevenção e tratamento que amenizem as consequências funcionais das
DCNT nas mulheres que vivem, cada vez mais, até idades mais avançadas. O estudo de
Camargos et al. (2007) corrobora com os resultados encontrados no Brasil: as mulheres vivem
menos tempo livre de incapacidade em relação aos homens (ANDRADE et al., 2011;
CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a,
2009; CAMARGOS; PERPÉTUO; MACHADO, 2005; GUEDES et al., 2011; ROMERO;
LEITE; SZWARCWALD, 2005).
Camargos, Machado e Rodrigues (2006) estimaram a expectativa de vida com incapacidade
funcional por idade, sexo e escolaridade em idosos no município de São Paulo no ano 2000.
As prevalências de incapacidade funcional foram estimadas com base em informações das
atividades de vida diária (AVD) do projeto SABE. Para a mensuração da EVS utilizou-se o
32
método de Sullivan (SULLIVAN, 1971). Verificou-se que, no ano 2000, as mulheres idosas
da cidade de São Paulo poderiam, em média, esperar viver mais que os homens. Aos 60 anos,
a Expectativa de Vida foi de 17,6 e 22,2 entre homens e mulheres, respectivamente.
Especialmente para os homens, a percentagem de expectativa de vida vivida com deficiência
diminuiu com o aumento da escolaridade, em cada idade exata. Por exemplo, aos 60 anos, os
homens com baixa escolaridade poderiam esperar viver 81% do seu tempo remanescente em
boa saúde, enquanto que esse percentual aumentou para 91% nos homens com alto nível de
escolaridade. Aos 85 anos, estes números foram de 57% e 81%, respectivamente. Por outro
lado, as mulheres apresentaram, respectivamente, 72% e 83% aos 60 anos, e 41% e 61% aos
85 anos. Ao final do trabalho, os autores alertaram que os resultados obtidos não podem ser
totalmente generalizados, embora os resultados expostos possam servir de guia geral para as
Políticas Públicas no Brasil. É notório que problemas de saúde enfrentados pelas pessoas
idosas são resultados de várias experiências passadas durante sua vida, como cuidados de
saúde, condições de moradia, práticas de higiene e educação. Todavia, observa-se que a
educação foi importante nos comportamentos de saúde. Percebe-se então que o aumento dos
anos de estudo da população poderá ter benefícios positivos para uma promoção de uma vida
saudável, no entanto, há outros fatores, como a melhoria da renda, que são importantes nesse
processo, pois não adianta, por exemplo, ter o conhecimento sobre hábitos saudáveis, mas não
possuir rendimentos suficientes para adquirir uma alimentação balanceada ou ter acesso a
uma orientação para atividades físicas.
Guedes et al. (2011) estimou diferenciais na EVLI utilizando dados do IBGE e da PNAD de
1998 e 2003, mensurando a incapacidade funcional pelas questões sobre AVD, utilizando o
método de Sullivan. A escolaridade foi medida por uma variável dicotômica: menos de cinco
anos e cinco anos e mais, com o intuito de diminuir a distorção a direita do número de anos de
escolaridade concluída entre os idosos no Brasil, assim como, utilizar um pequeno número de
tabelas de vida. O estudo foi feito para todo o Brasil e os resultados mostram que o nível de
escolaridade teve impacto positivo na redução do tempo médio vivido com incapacidade
funcional para ambos os sexos, no Brasil, entre 1998 e 2003. Em ambos os anos, esperava-se
que as mulheres vivessem uma menor proporção de anos livres de incapacidade funcional do
que os homens, independente de idade ou nível educacional. Com relação aos homens,
esperava-se que aos 60 anos, os de maior escolaridade, vivessem 3,8% mais sem incapacidade
do que os de menor escolaridade. Aos 80 anos, essa proporção aumentou para 4,1%. Sendo
33
assim, a expectativa de vida com dificuldade no desempenho de ADV diminuiu para homens
mais escolarizados (GUEDES et al., 2011).
A situação socioeconômica é determinante nas condições de saúde da população. Lima-Costa;
Matos e Camarano (2006), num estudo para o Brasil em 1998 e 2003, verificaram que aqueles
em situação inferior da distribuição da renda (20% mais pobres) apresentavam piores
condições gerais de saúde, desvantagens na capacidade funcional e menor número de
consultas médicas, em comparação àqueles com uma maior renda familiar. Um resultado
preocupante desse estudo é que as forças das associações entre renda domiciliar per capita,
condições de saúde e uso de serviços de saúde não se modificaram entre os anos estudados, ou
seja, não houve alterações nas desigualdades, apontando assim uma ineficiência nas políticas
públicas aplicadas que se aplicadas de forma eficiente as desigualdades haviam diminuído.
Ao estimar as taxas de incapacidade funcional e identificar os fatores sociodemográficos
associados com a prevalência de incapacidade funcional entre as mulheres idosas, Parahyba,
Veras e Melzer (2005) observaram que a prevalência de incapacidade funcional leve,
moderada e severa aumentou com a idade. Mesmo ao realizar o ajuste para todas as variáveis,
incluindo aumento da idade, raça, escolaridade e renda, mantiveram-se associados.
Verificaram que o baixo nível de educação e baixo rendimento familiar foram os indicadores
que mais se associaram ao aumento da prevalência de incapacidade funcional.
Os estudos demonstram que a Expectativa de Vida Total tem aumentado para ambos os sexos,
especialmente para as mulheres (ANDRADE et al., 2011; CAMARGOS; GONZAGA, 2015;
CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a, 2009; CAMARGOS; PERPÉTUO;
MACHADO, 2005; GUEDES et al., 2011; ROMERO; LEITE; SZWARCWALD, 2005).
Como foi visto, uma vasta literatura internacional tem encontrado evidências da associação da
educação, renda e ocupação na mortalidade, nas condições de saúde e na longevidade da
população (BOSSUYT et al., 2004; BROWN et al., 2012; CAMBOIS; ROBINE;
HAYWARD, 2001; CHRISTENSON; JOHNSON, 1995; FERNANDES, 1984;
FREEDMAN; MARTIN, 1999; KRAVDAL, 2000; LAUDERDALE, 2001; MANTON;
STALLARD; CORDER, 1997; MULLER, 2002; OLSHANSKY et al., 2012; VALKONEN;
SIHVONEN; LAHELMA, 1997). Percebe-se de acordo com os estudos apresentados que a
educação mostra uma significativa associação negativa não apenas com mortalidade, assim
como o estado de saúde, mesmo após o controle de outros efeitos. Há razões que justificam a
utilização do nível educacional como determinante no status socioeconômico. O nível
educacional é obtido, geralmente, no início da vida adulta permanece constante ao longo do
34
curso da vida, por outro lado, a renda e ocupação variam consideravelmente durante o curso
da vida. A educação aparece como relevante para os indivíduos que se aposentaram ou que
estão desempregados. Quanto à qualidade da informação, o nível educacional costuma ser
reportado com maior precisão em pesquisas de inquérito, se comparadas à renda (MONTEZ;
HUMMER; HAYWARD, 2012).
Com a realização do levantamento da literatura sobre o tema, verificou-se que existe uma
diferença socioeconômica e demográfica na Expectativa de Vida Saudável, nas condições de
saúde, na longevidade e na mortalidade, e que essas diferenças afetam a saúde da população.
O aumento do status socioeconômico da população é uma importante ferramenta para
melhorar a qualidade de vida, reduzir hospitalizações e procura por serviços de saúde quando
já se encontra em situações desfavoráveis. O investimento em atenção primária de qualidade é
uma excelente estratégia para evitar hospitalizações e gastos desnecessários de idosos com
limitações funcionais (SILVA et al., 2017). A procura pelos serviços de saúde deve ser
preventiva. O sistema de saúde deve dispor de profissionais que promovam a prevenção das
incapacidades. Uma excelente iniciativa é Estratégia Saúde da Família que reorganizou a
atenção básica no Brasil, dentro de suas especificidades está a existência de equipe
multiprofissional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
Considerando os resultados dos estudos aqui discutidos, e diante das poucas pesquisas
envolvendo os diferenciais regionais e socioeconômicos da EVS no Brasil, esse estudo
contribuirá para um melhor entendimento dessas diferenças. Assim, poderá servir para avaliar
se os planejamentos de Políticas Públicas voltadas para melhorias nas condições de saúde da
população estão sendo eficientes, evitando redução de gastos com saúde desnecessários,
minimizando a sobrecarga gerada no sistema de saúde. Pois, havendo um adequado
planejamento nas políticas públicas de saúde haverá a melhora e/ou prevenção da capacidade
funcional das pessoas, fazendo com que ocorra um envelhecimento saudável.
2.4 Indicadores do estado de saúde para mensuração da EVS
Para mensurar a Expectativa de Vida Saudável há diferentes dimensões, as tradicionalmente
mais utilizadas são: Doenças Crônicas, Saúde auto-reportada e Incapacidade Funcional. A
forma pela qual o estado de saúde é operacionalizado depende dos objetivos da pesquisa e dos
dados disponíveis. Embora sejam importantes dimensões, nesse estudo, as DCNT e saúde
auto-reportada não serão empregadas, pois para uma comparação de EVS entre regiões em
que há uma grande diversidade de culturas, elas estariam mais sensíveis a influências,
35
requerendo assim um bom conhecimento do estado de saúde, limitando-se pela experiência
social do idoso.
2.4.1 Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem um dos maiores
problemas de saúde pública atualmente e têm gerado elevado número de mortes
prematuras, perda de qualidade de vida com alto grau de limitação e incapacidade
para as atividades de vida diária, além de impactos econômicos para famílias,
comunidades e sociedade (BRASIL, 2015)
Anualmente, as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória
crônica são as principais DCNT, sendo responsáveis por 36 milhões, ou 63% das mortes
(WHO, 2013). Aproximadamente 80% desses óbitos por DCNT ocorreram em países de baixa
e média renda, por outro lado, em países de alta renda, esses números correspondem a 13% da
parcela da população (WHO, 2013).
Em função dos processos de transição epidemiológica, demográfica e nutricional, o Brasil tem
experimentado, nas últimas décadas, importantes transformações no seu padrão de
mortalidade e morbidade, ocorrendo importante redução das doenças infecciosas e aumento
das DCNT, acidentes e violências (SCHMIDT et al., 2011). O envelhecimento populacional
modifica intensamente a forma de atuação da saúde coletiva, pois altera o perfil de
morbimortalidade da população, aumentando a demanda por cuidados de longa duração
(GIACOMIN; FIRMO, 2015).
Por região, no Brasil, há uma heterogeneidade demográfica e socioeconômica. Refletindo em
diferentes padrões de mortalidade e de morbidade por DCNT. O enfrentamento e prevenção
quanto à atenção às pessoas já acometidas, exigem diferentes respostas por parte dos gestores,
adequando à realidade encontrada em cada subgrupo (MALTA et al., 2006). No Brasil, 72%
de todas as mortes são referentes às DCNT, constituindo um problema de saúde de grande
magnitude. Essas doenças atingem indivíduos de todas as camadas socioeconômicas e, de
forma mais intensa, grupos vulneráveis, como idosos e pessoas de baixa escolaridade e renda
(BRASIL, 2015) Esses números, no Brasil, refletem algumas consequências negativas do
processo de globalização, da rápida urbanização, da atividade física insuficiente e da
alimentação pouco saudável, além do consumo do tabaco e do álcool (BRASIL, 2011;
MALTA; SILVA JR, 2013; WHO, 2011).
Sabe-se que o Brasil tem uma das populações que passam pelo envelhecimento populacional
mais rápido do mundo (VASCONCELOS; GOMES, 2012). Essa população nasceu em áreas
36
rurais, enfrentou adversidades socioeconômicas significativas durante a vida, recebeu pouca
ou nenhuma educação formal e trabalhou em ocupações mal remuneradas e não
especializadas (LLOYD-SHERLOCK, 1998; SCHMIDT et al., 2011). Ademais, ocorreram
mudanças significativas na estrutura familiar, famílias menores e a entrada das mulheres no
mercado de trabalho, reduzindo assim, dentro da família, o apoio e atenção à saúde dos
idosos. Essas mudanças resultaram no aumento da população que demanda cuidados e numa
redução da oferta de cuidadores familiares (CAMARANO, 2010).
Com base na PNS de 2013, estimou-se a prevalência de indivíduos que referiram ter pelo
menos uma DCNT. A prevalência foi de 45,1%. Nos indivíduos do sexo feminino esta
prevalência foi de 50,4% e para o sexo masculino, 39,2%. Por região a maior prevalência de
indivíduos com DCNT foi no Sul, com 52,1%, por outro lado, as regiões Nordeste e Norte
tiveram menores prevalências, 42,2% e 37,2%, respectivamente. De acordo com os dados da
PNS, percebe-se nas respostas autorreferidas sobre as DCNT um diferencial por sexo. As
mulheres apresentaram maiores prevalências que os homens. Tal fato, a literatura tem
explicado, em sua maior parte, que mulheres geralmente têm uma maior percepção das
doenças e auto-cuidado, buscam por serviços de saúde e existe uma maior oportunidade de
diagnostico médico, por parte das mulheres (LIMA-COSTA; PEIXOTO; FIRMO, 2004;
NOGUEIRA et al., 2010).
No estudo de Barros et al. (2011) houve uma associação estatisticamente significativa entre o
nível de escolaridade e morbidade. As doenças crônicas foram mais prevalentes na população
sem plano privado de saúde, apontando diferenças do perfil saúde-doença da população SUS
dependente e a necessidade do sistema público de saúde incorporar intervenções efetivas de
promoção de equidade. Sendo necessária a ampliação da cobertura e da qualidade dos
serviços de saúde, podendo propiciar melhoras nos diagnósticos, e um melhor controle e
tratamento das doenças. Os resultados do estudo sugerem que a oferta suficiente de serviços
de qualidade do SUS pode remediar sensivelmente as desigualdades sociais nos riscos de
adoecer e morrer. Percebe-se também uma correlação dos determinantes sociais, como
educação, ocupação, renda, gênero e etnia, com a prevalência de DCNT.
Pelo próprio processo de envelhecimento, nesse segmento da população é apresentada uma
maior prevalência de doenças crônico-degenerativa (NAKATANI et al., 2009; SANTOS et
al., 2007). Conforme visto anteriormente, elas representam elevada carga de doença no Brasil.
Todavia, tendências recentes indicam que a mortalidade por algumas DCNT (as doenças do
aparelho circulatório e as respiratórias crônicas) está diminuindo, o que sugere que o
37
enfrentamento está ocorrendo na direção certa, ocorrendo ampliação do acesso aos serviços de
saúde, melhoria de técnicas terapêuticas para aqueles acometidos de infarto ou acidente
vascular cerebral, pois muitos sobrevivem com sequelas. As DCNT têm se tornado prioridade
em saúde pública no Brasil e algumas políticas para sua prevenção têm sido colocadas em
prática. O SUS têm dado grandes avanços, a implantação de intervenções altamente custo-
efetivas, que a população menos favorecida não teria acesso; o controle do tabaco, grande
fator de risco; ampla distribuição de medicamentos àqueles que têm alto risco de desenvolver
doenças cardiovasculares, programa de controle de hipertensão, ampliação das ações da
atenção básica por meio da ESF são algumas atividades desenvolvidas (SCHMIDT et al.,
2011). Muitas ações e políticas estão sendo colocadas em prática. Com o intuito de promover
o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e
baseadas em evidências para a prevenção e o controle das DCNT e seus fatores de risco e
fortalecer os serviços de saúde voltados às doenças crônicas foi criado o Plano de ações
estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no
Brasil (2011-2022) que visa a preparar o Brasil para enfrentar e deter, nesses dez anos, as
DCNT, dentre elas, acidente vascular cerebral, infarto, hipertensão arterial, câncer, diabetes e
doenças respiratórias, pois essas doenças constituem o problema de saúde de maior
magnitude. Dentre as políticas aplicadas estão: Organização da Vigilância de DCNT, Política
Nacional de Promoção à Saúde (PNPS), Programa Academia da Saúde (BRASIL, 2011). Por
outro lado, o estudo de Magalhões (2016) indica que atenção à saúde da população idosa
ultrapassar o controle e a prevenção DCNT e incluir de forma sistemática a dimensão
funcional da saúde, a preservação da autonomia e a prevenção da incapacidade funcional, pois
são fatores determinantes da qualidade de vida e do bem-estar na velhice.
As Doenças cardíacas, diabetes mellitus e hipertensão arterial são enfermidades com grandes
impactos na Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional. Estudo realizado com o
objetivo de avaliar o impacto da eliminação das doenças crônicas sobre a EVLI da população
idosa observou-se que: no sexo feminino, a doença cardíaca, a diabetes mellitus e a
hipertensão arterial foram as enfermidades controladas que geraram o maior aumento na
EVLI. Já no sexo masculino, as enfermidades com maior impacto foram: doença cardíaca,
hipertensão arterial, a queda, e a doença pulmonar crônica (CAMPOLINA et al., 2013).
Percebe-se que as DCNT são um problema de saúde de grande relevância, pois gera limitação
das pessoas influenciando o desenvolvimento de suas atividades cotidianas. À medida que as
pessoas vivem mais, as necessidades de assistência à saúde aumentam em consequência de
38
uma maior prevalência de DCNT e perda de autonomia, requerendo assim um maior
acompanhamento e intervenções bem mais complexas, gerando maiores custos (KALACHE;
VERAS; RAMOS, 1987a).
Com isso, o conhecimento da EVS livre de doenças crônicas (EVLDC), contribui para a
geração de conhecimento e um melhor entendimento das DCNT no Brasil, ademais pela
mensuração da EVS, ao longo do tempo, é possível avaliar se os programas e políticas de
saúde estão sendo eficientes a ponto de melhorar a EVS dos idosos. Soma-se a essa
importância, que o número de portadores de DCNT que requerem atendimento tende a
aumentar (SCHMIDT et al., 2011). Todavia, embora essa seja uma boa dimensão a ser
empregada, ela dependerá de uma definição clara e um bom conhecimento das doenças por
parte do entrevistado, logo sabendo das diferenças regionais quanto ao conhecimento das
DCNT existentes essa dimensão não será empregada.
2.4.2 Saúde auto-reportada
Alguns estudos têm utilizado a saúde auto-reportada para mensurar a EVS (CAMARGOS;
RODRIGUES; MACHADO, 2009; ROMERO; LEITE; SZWARCWALD, 2005). Camargos,
Rodrigues e Machado (2009) utilizaram informações de mortalidade do IBGE (2003) e as
informações da autopercepção do estado de saúde, da PNAD (2003), e como resultado, as
estimativas mostraram que as mulheres vivem mais, porém o número de anos a serem vividos
por elas percebendo sua saúde como ruim é maior do que a estimativa para os idosos do sexo
masculino. Romero, Leite e Szwarcwald (2005) mensuraram a expectativa de vida saudável
para os idosos brasileiros com base na autopercepção de saúde utilizando informações da
Pesquisa Mundial de Saúde realizada no Brasil em 2003, no mesmo sentido do primeiro
estudo, observou-se que a proporção de anos perdidos de vida saudável aumenta
significativamente com a idade e que, embora as mulheres tenham uma expectativa de vida
maior que a dos homens, elas vivem proporcionalmente menos anos com boa saúde.
Assim, os estudos indicam a hipótese de que mulheres geralmente têm uma maior percepção
das doenças e auto-cuidado, assim como buscam por mais serviços de saúde (LIMA-COSTA;
PEIXOTO; FIRMO, 2004; NOGUEIRA et al., 2010). Logo, em relação à utilização dessa
dimensão, deve-se atentar para a necessidade de considerar as diferenças entre os sexos em
relação à demanda por cuidados de saúde, as mulheres possuem mais acesso aos serviços de
saúde do que os homens, logo na utilização desse indicador, este pode ser um motivo pelo
39
qual o tempo médio vivido com saúde ruim das mulheres é, geralmente, maior que os homens
(CAMARGOS; RODRIGUES; MACHADO, 2009).
A saúde auto-reportada, embora seja um importante indicador global do estado de saúde,
possui críticas quanto a sua utilização, pois se percebe que este indicador reflete normas e
padrões sobre o estado de saúde, que são altamente determinados pelo tempo e cultura,
dificultando assim uma comparação internacional, é limitado pela experiência social do
indivíduo e também há evidências que pessoas com mais alta escolaridade estariam em
melhor vantagem para perceber seu estado de saúde (GONZAGA, 2012). Sendo assim, visto
que nesse trabalho será realiada uma comparação entre as regiões, e entre elas há uma grande
diversidade de culturas, a utilização dessa dimensão não seria uma melhor opção para esse
estudo (PARAHYBA; VERAS; MELZER, 2005).
2.4.3 Incapacidade funcional
É indispensável que o pesquisador mencione o conceito empregado e detalhe qual a medida
ou quais instrumentos foram aplicados. Conceituar a incapacidade funcional não é tão
simples, dado o seu caráter multidimensional e dinâmico (ALVES; LEITE; MACHADO,
2008; BAPTISTA, 2003). A incapacidade pode envolver limitações nas atividades, assim
como, restrição na participação social de qualquer pessoa, pois o conceito de capacidade
funcional é muito mais abrangente que apenas manter as suas funções corporais e atividades,
sejam elas mentais ou físicas, para viver de forma independente e autônoma dentro de um
contexto social (BERNARDES, 2016). Sendo assim, os problemas podem ser físicos,
apresentar um déficit cognitivo ou disfunções emocionais, ou seja, a caracterização da
incapacidade requer informações detalhadas sobre diferentes aspectos da saúde do indivíduo
(ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; BAPTISTA, 2003).
Na sua mensuração, observa-se que os estudos não seguem um padrão bem definido, variando
quanto às escalas, dimensões e classificações, assim como do tipo de informação disponível
(ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). A Incapacidade funcional pode ser mensurada de
diversas formas, as Atividades de Vida Diária (AVD), as Atividades Instrumentais de Vida
Diária (AIVD) e as mobilidades são as formas mais utilizadas. Assim, a prevalência de
incapacidade funcional pode variar bastante, de acordo com a forma de mensuração, de
escalas de dificuldade, de assistência ou dependência, e de desempenho (ou não) de
determinada atividade (CAMARGOS, 2004; JETTE, 1994).
40
O indicador de dependência para as AVD foi desenvolvido mediante observação de pessoas
idosas, e considera tarefas como: tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro em tempo hábil,
atravessar o cômodo, deitar ou levantar-se da cama e comer (KATZ et al., 1963). As AVD são
consideradas medidas de incapacidade grave, sendo assim, quanto maior o número de tarefas
realizadas com limitações dentro do espectro funcional, maior o grau de incapacidade. A
incapacidade é uma questão de grau, um espectro de limitações, de leve a muito severa.
Devido a sua importância, alguns estudos têm utilizados as AVD para mensurar a
incapacidade funcional (CAMARGOS, 2004; COSTA FILHO, 2016; FEMIA; ZARIT;
JOHANSSON, 2001; GILL et al., 2004; NYBO et al., 2001; NUNES et al., 2017;
PARAHYBA; VERAS; MELZER, 2005).
As tarefas definidas pelas AIVD’s desenvolvidas por Lawton e Brody (1969), são
consideradas mais complexas que as AVD (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). Englobam
atividades necessárias para o indivíduo viver de forma independente, como por exemplo:
fazer compras, telefonar, utilizar o transporte, realizar tarefas domésticas, preparar uma
refeição e cuidar do próprio dinheiro. Assim, percebe-se que são tarefas necessárias para uma
vida independente na sociedade.
Além das incapacidades para as AVD e AIVD, a avaliação da mobilidade também é utilizada
para medir a incapacidade funcional (GURALNIK; FRIED; SALIVE, 1996). As tarefas que
avaliam mobilidade são consideradas de grau de complexidade intermediária entre as AVD e
as AIVD (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). A mobilidade refere-se a atividades que
exigem amplitude de movimento, resistência e força muscular, e pode ser mensurada de forma
hierárquica, iniciando-se com tarefas simples como transferir da cama para a cadeira e
progredindo para as tarefas mais complexas, como caminhar distâncias curtas e longas e subir
escadas (GURALNIK et al., 1996).
Essas diversas formas de mensuração da incapacidade funcional podem ser avaliadas
separadas ou conjuntamente (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; FIALHO et al., 2014).
Podendo funcionar como uma escala de incapacidade funcional hierárquica, relacionando os
indicadores de AVD, AIVD e mobilidade distinguindo em quatro categorias: independente,
dependente somente nas AIVD, dependente nas AIVD e mobilidade, dependente nas AIVD,
mobilidade e AVD (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). O conjunto de atividades AVD e
AIVD é extremamente útil quando existe interesse em estabelecer níveis de incapacidade
(CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008a). Na literatura, comumente, a
incapacidade funcional é avaliada com base no autorrelato do grau de dificuldade, da
41
necessidade de ajuda de outra pessoa ou ainda da impossibilidade de realizar as AVD, AIVD
e/ou mobilidades. (FIALHO et al., 2014; VERBRUGGE; JETTE, 1994).
No estudo de Bernardes (2016), utilizando-se de dados provenientes do Inquérito de Saúde do
Adulto realizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os idosos foram classificados,
como tendo incapacidade funcional, aqueles que relataram muita dificuldade ou que
realizavam a atividade apenas com ajuda, e livres de incapacidade, aqueles com nenhuma ou
alguma dificuldade para as atividades consideradas. Camargos e Gonzaga (2015), utilizando a
pergunta da PNAD que combina apenas três AVD em uma única pergunta, classificaram
como apresentando incapacidade funcional pessoas que relataram que não conseguem ou que
possuem pequena ou grande dificuldade para alimentarse, tomar banho ou ir ao banheiro, por
outro lado, os indivíduos que relataram não ter dificuldade foram classificados como livres de
incapacidade funcional. Percebe-se assim, que a mensuração é realizada conforme o objetivo
da pesquisa, assim como, os dados disponíveis. Silva (2016) realizou a análise, para o Brasil,
considerando as seis AVD (alimentar-se, tomar banho, usar o toalete, vestir-se, andar em casa
de um cômodo a outro no mesmo andar e deitar-se ou levantar-se da cama) e as quatro AIVD
(fazer compras, administrar as próprias finanças, tomar remédios sozinho e sair de casa
sozinho utilizando transporte), constantes na PNS de 2013. Sendo que a limitação funcional
foi atribuída aos que informaram ter qualquer dificuldade para realizar pelo menos uma das
atividades relacionadas. Costa Filho (2016), utilizando a PNS de 2013, operacionalizou a
incapacidade como algum grau de dificuldade para execução de dez atividades, considerando
três níveis: sem incapacidade; incapaz para pelo menos uma AIVD; e incapaz para atividade
básica de vida diária AVD.
Usualmente, os pesquisadores têm classificado como apresentando incapacidade funcional
pessoas que relatem que não conseguem ou que possuem pequena ou grande dificuldade para
desempenhar alguma AVD, consequentemente, indivíduos que relatem não terem dificuldade
são classificados como livres de incapacidade funcional (CAMARGOS; GONZAGA, 2015;
CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a, 2009; CAMPOLINA et al., 2014;
GONTIJO et al., 2016; GUEDES et al., 2011).
Nessa dissertação, a dimensão da incapacidade funcional será definida como a inabilidade ou
a dificuldade de realizar tarefas que fazem parte do cotidiano do indivíduo (ALVES; LEITE;
MACHADO, 2008; CAMARGOS, 2004). O conceito pode ser visto também como sendo
uma forma de analisar a incapacidade verificando as características físicas do indivíduo, tendo
como referência seu desempenho nas atividades cotidianas. Essas atividades (AVD) estão
42
ligadas a tarefas simples e, ao mesmo tempo, vitais para qualquer pessoa e estão menos
sujeitas às influências de gênero e do contexto social no qual o indivíduo está inserido
(CAMARGOS, 2004). Assim, a mensuração nesse estudo terá como objetivo identificar
aqueles indivíduos que apresentem alguma dificuldade na realização das AVD, mas não
necessariamente, sejam dependentes e precisem de ajuda de outra pessoa. Na Pesquisa
Nacional de Saúde (PNS) verifica-se a informação sobre a dificuldade de executar as tarefas
de tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro em tempo hábil, atravessar o cômodo, deitar ou
levantar-se da cama e comer (KATZ et al., 1963). Ademais, classificou-se com incapacidade
funcional o idoso que não consegue ou apresenta dificuldade (grande ou pequena) em pelo
menos uma das seis AVD avaliadas. (CAMARGOS, 2004; CAMARGOS; MACHADO;
RODRIGUES, 2006; CAMARGOS, PERPÉTUO; MACHADO, 2005).
Deve-se destacar que é de grande importância a identificação daqueles que necessitem de
ajuda de outra pessoa para desempenhar alguma atividade da vida diária, pois através dessa
informação pode-se planejar a demanda futura por cuidados com a população idosa. Ademais,
sabe-se das grandes mudanças ocorridas na estrutura familiar, as famílias estão cada vez
menores, reduzindo assim, dentro da família, o apoio e atenção à saúde dos idosos.
(CAMARANO, 2010). Mas, nesse momento, esse não será o objetivo desse estudo. Serão
analisados de que modo os diferenciais atuam junto à EVLI, sendo essa, mensurada pelo
indicador de Incapacidade Funcional tendo por base as informações sobre AVD.
No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e a Pesquisa Nacional de
Saúde (PNS) são bases de dados bastante utilizadas pelos pesquisadores para mensuração da
incapacidade funcional (CAMARGOS, 2004; CAMARGOS; GONZAGA, 2015;
CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a; GUEDES et al., 2011; LIMA-
COSTA et al., 2003; NEPOMUCENO, 2012). A PNAD combina apenas três atividades da
vida diária em uma única pergunta, quando na escala original, desenvolvida por Katz et al.
(1963), se utilizam de seis AVD em perguntas distintas. Nas PNAD’s (1998, 2003 e 2008),
em seu suplemento de saúde, a pergunta se encontra da seguinte forma: “Normalmente, por
problema de saúde, tem dificuldade para alimentar-se, tomar banho ou ir ao banheiro?”. Por
outro lado, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) adota as perguntas conforme o proposto por
Katz et al. (1963) para mensuração da Incapacidade Funcional. Ou seja, diferentemente da
PNAD, a informação sobre as dificuldades de executar as tarefas apresenta-se desmembrada
em seis perguntas.
43
Nessa seção, foram observadas as maneiras tradicionalmente mais utilizadas para mensurar a
EVS: DCNT, saúde auto-reportada e incapacidade funcional (ROBINE; ROMIEU;
CAMBOIS, 1999). Para cada dimensão foram apresentadas as suas vantagens e desvantagens.
Na prática, a expectativa de vida saudável é comumente estimada por meio da mensuração da
Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (BONE, 1992), ou seja, livre de
dificuldade em executar determinadas atividades. O estudo dessa dimensão é relevante para
avaliar em que medida o envelhecimento da população ocorre de forma saudável, sem
impacto nas atividades cotidianas dos idosos (PASCHOAL, 2002). Mesmo sabendo que o
indivíduo, em alguma parte de sua vida, possa apresentar incapacidade funcional, é desejável
que se mantenha livre de incapacidade, pois assim ele não cria dificuldades para si, assim
como, para sua família. Quando o idoso passa a apresentar dificuldades com relação a sua
capacidade funcional, vários problemas começam a surgir, pois a manutenção da autonomia,
da independência está ligada diretamente com a qualidade de vida (KALACHE; VERAS;
RAMOS, 1987a).
A capacidade de o individuo se manter na comunidade, desfrutando a sua independência e
mantendo as suas relações e atividades sociais é o que reforça a importância desse indicador,
e não apenas as doenças propriamente ditas (RAMOS, 2003). A utilização da capacidade
funcional como indicador de saúde do idoso é importante, pois a presença de limitação
funcional é associada a piores desfechos de saúde (WANDERA; KWAGALA; NTOZI,
2015), sendo assim importante nos direcionamentos das ações e políticas (GIACOMIN;
FIRMO, 2015). Somando-se a isso, comparando esse indicador com os outros já citados, é
provável que ele seja menos sensível aos contextos culturais e temporais.
Na literatura nacional, vários estudos analisaram os fatores associados à incapacidade
funcional entre idosos (ALVES; LEITE; MACHADO, 2010; ALVES et al., 2007;
BARBOSA et al., 2014; BRITO; MENEZES; OLINDA, 2015; FIALHO et al., 2014;
FIEDLER; PERES, 2008; LIMA-COSTA et al., 2011; NUNES et al., 2009; RODRIGUES et
al., 2009; ROSA et al., 2003; PEREIRA et al., 2012). O estudo de Barbosa et al. (2014), em
Montes Claros-MG, aplicando um modelo de regressão múltiplo, mostrou que o grupo etário
≥ 75 anos, do sexo feminino e a presença de doença cardíaca foram fatores associados à
incapacidade funcional apenas nas AIVD. No mesmo sentido, com o aumento da idade,
ocorreu uma maior probabilidade de dependência tanto nas AIVD quanto nas AVD no estudo
de Pereira et al. (2012). Estudo transversal realizado na zona urbana da cidade de Ubá, Minas
Gerais, investigou a associação entre a capacidade funcional e algumas características por
44
uma análise de regressão logística múltipla. Piores condições de saúde autorreferidas, quedas,
sexo feminino, viuvez, idosos mais velhos, baixa escolaridade e baixa renda e não estar ativo
no mercado de trabalho foram as características relacionadas ao comprometimento da
capacidade funcional (NUNES et al., 2009). Lima-Costa et al. (2011) também evidenciaram
maior prevalência de incapacidades em maiores faixas etárias. Alves, Leite e Machado
(2010), em estudo utilizando a PNAD de 2003, verificaram fatores demográficos,
socioeconômicos e de saúde associados à incapacidade funcional em idosos brasileiros.
Individualmente, o sexo, a educação, a renda, a ocupação, a autopercepção de saúde e as
doenças crônicas foram os fatores mais fortemente relacionados. Maior nível educacional
estava associado a uma menor probabilidade de o idoso reportar uma pior capacidade
funcional. Fiedler e Peres (2008), em estudo que verificou a capacidade funcional e fatores
associados em idosos do Sul do Brasil, verificaram que permaneceram associadas à
capacidade funcional inadequada ter 70 anos ou mais, ser do sexo feminino e apresentar
autopercepção negativa de sua situação econômica.
Assim, aliado ao aumento da longevidade no Brasil e entendendo que a incapacidade
funcional refere-se à inabilidade ou a dificuldade para o indivíduo executar tarefas no seu dia-
a-dia e que ela declina com a idade, percebe-se que ter estudos que analisem como se encontra
essa população, é de grande importância para que os gestores atuem de forma a manter a
capacidade funcional dos idosos para que ele permaneça independente pelo maior tempo
possível. A preservação da capacidade funcional do idoso é um importante parâmetro para a
avaliação de saúde e qualidade de vida no envelhecimento (CAMPOS et al., 2016). Ademais,
importa-se com a habilidade para desempenhar as atividades e não as doenças propriamente
ditas, pois um idoso portador de DCNT pode ser considerado saudável, se comparado com um
idoso com as mesmas doenças, por outro lado, apresentar seqüelas e incapacidades associadas
(ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). Sendo assim, para promover um envelhecimento
saudável, faz-se necessário o conhecimento do perfil da população idosa quanto a sua
capacidade funcional. Com esse conhecimento é possível, ao longo do tempo, realizar a
avaliação das políticas públicas aplicadas para melhora da capacidade funcional dos idosos.
45
3 METODOLOGIA
Objetivou-se nesse capítulo explicar os detalhes de como foram alcançados os objetivos
propostos. Bases de dados empregadas, método utilizado nos cálculos, as características do
indicador de incapacidade funcional e a descrição das variáveis socioeconômicas e
demográficas utilizadas para estimar os diferenciais socioeconômicos, demográficos e
regionais na Expectativa de Vida Livre de Incapacidade funcional dos idosos para o Brasil e
Grandes Regiões, em 2013.
3.1 Base de dados
Como parte do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD) do IBGE, entre o ano de
2013 e 2014, foi realizada a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), desenvolvida em uma
parceria entre a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), a
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A PNS foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - Conep, do Conselho
Nacional de Saúde - CNS, em junho de 2013.
A PNS é uma pesquisa realizada por amostragem probabilística complexa. O plano amostral
empregado na pesquisa foi o de amostragem por conglomerado em três estágios de seleção,
com estratificação das unidades primárias de amostragem (UPA). No segundo estágio, por
amostragem aleatória simples (AAS), em cada setor censitário, foi selecionado um número
fixo domicílios particulares permanentes (DPP) que são domicílios construídos para servir
exclusivamente como habitação, com a finalidade de servir de moradia a uma ou mais
pessoas. No terceiro estágio, também por ASS, em cada domicílio, um morador com 18 anos
ou mais foi selecionado (SOUZA JÚNIOR et al., 2015).
Essa pesquisa é utilizada para análise descritiva que envolve o cálculo, comparação e
interpretação de estimativas para totais, médias, taxas, proporções e razões populacionais.
Nesses casos, as estimativas são influenciadas apenas pelos pesos amostrais. Todavia, os
cálculos envolvendo as medidas de dispersão (variância e desvio-padrão) são influenciados
não somente pelos pesos amostrais, mas também pela estratificação e conglomeração, sendo
imprescindível, neste caso, a consideração do desenho amostral para obtenção de estimativas
não viciadas das variâncias amostrais (SILVA; PESSOA; LILA, 2002).
A pesquisa encontra-se dividida nos seguintes Módulos: A. Informações do domicílio; B.
Visitas domiciliares de equipe de saúde da Família e Agentes de Endemias; C. Características
46
gerais dos moradores; D. Características de educação das pessoas de 5 anos ou mais de idade;
E. Trabalho dos moradores do domicílio; F. Rendimentos domiciliares; G. Pessoas com
deficiências; I. Cobertura de plano de saúde; J. Utilização de serviços de saúde; K. Saúde dos
indivíduos com 60 anos ou mais e cobertura de mamografia entre mulheres de 50 anos ou
mais; L. Crianças com menos de 2 anos; M. Outras características do trabalho e apoio social;
N. Percepção do estado de saúde; O. Acidentes e violências; P. Estilos de Vida; Q. Doenças
crônicas; R. Saúde da mulher (mulheres de 18 anos e mais de idade); S. Atendimento pré-
natal; U. Saúde bucal; X. Atendimento médico.
Na análise de inquéritos amostrais, como a PNS, a unidade primária de amostragem é,
geralmente, a unidade domiciliar, composta por uma ou mais famílias de diversos tipos e
tamanhos. As entrevistas geralmente são conduzidas com apenas uma pessoa do domicílio.
Sendo assim, o tipo de informante mais frequente pode ter implicações na qualidade das
respostas (exatidão, veracidade, etc.).
A descrição do informante (própria pessoa, outro morador e não morador) foi identificada em
cada módulo da PNS de 2013. A tabela 2 apresenta a distribuição, por módulo, dos
informantes da pesquisa. No módulo quanto à escolaridade, a porcentagem de 2,4% de “não
moradores”, respondendo as perguntas, é baixa para apresentar alguma imprecisão de maior
magnitude nas informações prestadas. Quanto à resposta de um “outro morador”, é possível
que não haja diferença entre o conhecimento dele e o da própria pessoa. Com relação aos
informantes registrados no módulo K das informações sobre as AVD, o informante
caracterizado como “não morador” teve uma baixa porcentagem respondendo as perguntas.
Desse modo, observase que a maioria das informações foram fornecidas pela própria pessoa
de referência ou outro morador do domicílio. Percebe-se que no caso de incapacidade
funcional, não é provável que se verifique muita diferença nas respostas entre esses dois tipos
de informantes, visto que se refere a uma dificuldade ou inabilidade de realizar determinada
tarefa, sendo assim uma informação baseada na observação e, portanto, concreta em se
tratando de tarefas básicas.
Tabela 2 – Distribuição dos informantes, PNS. Brasil (2013)
Informante Sexo, idade, cor/raça
(N=23815)
Nível educacional
(N=23815)
Saúde (AVD)
(N=23804)
Própria pessoa 50,1% 68,0% 69,6%
Outro morador 44,4% 29,6% 27,9%
Não morador 5,45% 2,4% 2,5%
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
47
A amostra da PNS de 2013 utilizada nessa dissertação é composta por 23.815 idosos. Como
não foram utilizadas as informações da variável cor (amarela, indígena e outros, N=358),
trabalhou-se com uma amostra de 23.457. Não foram inseridos, na população pesquisada, os
setores censitários especiais (quartéis, bases militares, alojamentos, acampamentos,
embarcações, penitenciárias, colônias penais, presídios, cadeias, asilos, orfanatos, conventos e
hospitais) (PNS, 2013).
As informações foram processadas no programa Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS), versão 23.0. Sistemas estatísticos como R, SAS, SPSS, SPLUS, STATA incorporam
os pesos amostrais (fornecidos nos arquivos de microdados) na estimação de medidas
descritivas, podendo o cálculo ser feito com simplicidade empregando-se as opções de
ponderação disponíveis nos pacotes. No SPSS foi realizada a análise e combinação das
informações da base de dados da PNS de 2013. Sendo que o UPA (UPA_PNS), estrato
(V0024), número de ordem do domicílio (V0006_PNS) e peso (V0029) foram identificados
conforme o quesito de variáveis de identificação, controle e amostragem constante no
dicionário da Pesquisa. Intervalos de confiança foram estabelecidos em 95%. Assim, as
estimativas obtidas para os parâmetros populacionais correspondentes não são viciadas
(SILVA; PESSOA; LILA, 2002). As informações referentes ao estado de saúde utilizado para
estimar a EVLI foram extraídas da PNS de 2013, por sexo, raça e escolaridade para o Brasil e
Grandes Regiões. Com relação à Mortalidade, as tábuas de 2013 foram obtidas pelas
informações constantes no banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
por sexo e região.
3.2 Indicador de incapacidade funcional
Na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), a informação sobre a dificuldade de executar as
tarefas de tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro em tempo hábil, atravessar o cômodo, deitar
ou levantar-se da cama e comer (KATZ et al., 1963) encontra-se distribuída em 6 (seis)
perguntas, o entrevistado tinha como opções de resposta: 1 - Não consegue; 2 - Tem grande
dificuldade; 3 - Tem pequena dificuldade; 4 - Não tem dificuldade. As respostas foram
categorizadas em 1 - Incapacidade Funcional e 2 - Livre de Incapacidade Funcional (Quadro
A1, Anexo A).
Conforme referencial teórico, há diversas formas de mensurar a incapacidade funcional,
dentre elas, AVD, AIVD e mobilidades, podendo serern avaliadas separadas ou
conjuntamente (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; FIALHO et al., 2014). Geralmente,
48
utiliza-se o conjunto de atividades AVD e AIVD quando se há o interesse em estabelecer
níveis de incapacidade (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008a). Variando desde
o interesse da pesquisa, assim como, os dados disponíveis.
Por se tratar de uma medida objetiva, quanto maior o número de dificuldades que uma pessoa
tem com as AVD, mais severa é a sua incapacidade (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008).
Neste trabalho, classificou-se com incapacidade funcional o idoso que não consegue ou
apresenta dificuldade (grande ou pequena) em pelo menos uma das seis AVD avaliadas. Este
critério de classificação segue a mesma metodologia adotada em outros estudos sobre esta
temática (CAMARGOS, 2004; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006;
CAMARGOS, PERPÉTUO; MACHADO, 2005). O desempenho do idoso no tocante as AVD
está relacionado com a sua saúde física, mental e bem-estar social, sendo assim um bom
preditor da condição de saúde do indivíduo idoso (CAMARGOS, 2004; VERAS, 1994).
As prevalências de incapacidade funcional foram estimadas separadamente por região, sexo,
cor/raça e nível educacional com as informações retiradas da Pesquisa Nacional de Saúde
(PNS, 2013). Uma limitação do estudo foi em relação ao tamanho de amostra da PNS entre
indivíduos com 60 anos ou mais, que ao se realizar a desagregação de algumas características,
as análises não estavam coerentes, logo se optou por não estimar a EVS em todos os grupos
quinquenais de idade após os 60 anos, por exemplo, aos 75 anos. O estudo de Szwarcwald et
al. (2017) que utilizou a PNS de 2013 para análise das desigualdades na esperança de vida
saudável por Unidades da Federação, aos 60 anos, corrobora com tal limitação, informando
que uma de suas limitações diz respeito ao tamanho de amostra da PNS entre indivíduos com
60 anos ou mais, insuficiente para a estimação da EVS por faixa de idade. Assim, foram
selecionados indivíduos com 60 anos de idade ou mais, conforme sugestão da OMS que
define os idosos nos países em desenvolvimento, minimizando assim, possivelmente,
incongruências nos grupos etários acima de 60 (CAMARANO, 2004).
Em relação às prevalências de incapacidade dentro de cada categoria e por Grandes Regiões,
serão apresentadas as estimativas intervalares (com 95% de confiança) para verificar se os
diferenciais são estatisticamente significativos, levando-se em conta o tipo de planejamento
amostral da PNS de 2013, conforme detalhado anteriormente.
3.3 Descrição das variáveis socioeconômicas e demográficas
As variáveis cor/raça e escolaridade utilizadas na pesquisa foram recategorizadas da seguinte
forma: Quanto à cor/raça, na pesquisa, está categorizada da seguinte maneira: 1 - Branca; 2 -
49
Preta; 3 - Amarela; 4 - Parda; 5 - Indígena; 9 - Ignorado. As categorias 3 - Amarela; 5 -
Indígena; e 9 - Ignorado foram desconsideradas por representarem uma porcentagem muito
baixa (1,5%) da amostra, tornando difícil a mensuração da EVLI dentro dessa categoria.
Estudo realizado por Malta et al. (2017), que verificou os fatores associados ao diabetes auto-
referido, utilizando a PNS de 2013, realizou o mesmo procedimento não utilizando as
categorias amarela e indígena. Por outro lado, utilizaram três categorias de raça: branca, preta
e parda. A classificação dicotômica para cor/raça tem sido utilizada em algumas pesquisas
nacionais (ROMERO, 2002; GONZAGA, 2012). Assim, a variável cor/raça foi
recategorizada por: 1 - Branca e 2 - Preta/Parda. Uma descrição detalhada desta
dicotomização encontra-se disponível no Quadro A2 no Anexo A.
Quanto à escolaridade, a pergunta “D9” refere-se ao curso mais elevado frequentado
anteriormente pelo indivíduo. A identificação da conclusão (ou não), do curso anteriormente
frequentado pelo entrevistado, verifica-se na pergunta “D14” (Ver Quadro A3 – Anexo A).
Observa-se que na variável de escolaridade, constante na PNS, há 12 categorias, sendo assim,
dependendo do tamanho da população de estudo, torna-se inviável o emprego das várias
categorias conforme distribuição na pesquisa. A utilização de todas as 12 categorias, para os
idosos, acima de 60 anos, tornou-se inviável, pois, com a desagregação, os grupos ficaram
pequenos, prejudicando os cálculos estatísticos. Ainda são poucos os estudos que utilizaram a
variável educação da PNS. Malta et al. (2017) utilizaram a seguinte recategorização:
Analfabeto/Fundamental incompleto; Fundamental completo/Médio incompleto; Médio
completo/Superior incompleto; Superior completo. Costa Filho (2016) utilizou Sem instrução,
Fundamental ou equivalente; Médio ou equivalente; Superior ou equivalente. Percebe-se que
as categorias foram recategorizadas de forma similar a variável (v6400) de nível de instrução
constante no Censo Demográfico.
Sendo assim, a variável educação, foi recategorizada conforme a variável (v6400) – Nível de
instrução constante no Censo Demográfico: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental
Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto; EMC-
ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino Superior
Completo (Quadro A3, Anexo A). Essas categorias presentes no Censo Demográficos são
utilizadas em pesquisas acadêmicas, visto que a base de dados do Censo Demográfico é
bastante empregada (SILVA, 2014; SILVA, FREIRE; PEREIRA, 2016).
A utilização do menor número de categorias de escolaridade faz-se necessário, pois, conforme
Black, Sanders e Taylor (2003) ao analisarem a precisão das informações educacionais que os
50
usuários prestaram no “1990 Decennial Census” e o “1991 Current Population Survey (CPS)”
verificou-se indivíduos informando possuir certa escolaridade sem possuir a devida
conclusão. Outro fato observado foi a ocorrência de uma variação na informação da
escolaridade por grupo demográfico (raça). Sendo assim, a utilização de 4 categorias diminui
essa possível falha de classificação quanto ao nível educacional.
Os missing existentes (N=1332) foram na pergunta D14, ou seja, em relação à conclusão (ou
não) do curso frequentado anteriormente pelo indivíduo. Todavia, esses dados faltantes são
referentes aos 3 (três) primeiros níveis de escolaridade: Classe de alfabetização – CA;
alfabetização de jovens e adultos; antigo primário (elementar). Assim, foram classificados
com “SI-EFI”, pois independente da sua conclusão, fazem parte dessa categoria. Sendo assim,
esses dados não foram excluídos.
3.4 Modelo de Regressão Logística
Nesse estudo será verificada a relação entre prevalência de incapacidade e características
sociais, demográficas e regionais no Brasil. Com o objetivo de verificar o efeito de
determinada característica na prevalência de incapacidade funcional, foram ajustados modelos
de regressão logística entre as variáveis – explicativas - sexo, idade (contínua), região e
escolaridade e o indicador dicotomizado de incapacidade funcional (Livre de incapacidade
funcional/Com incapacidade funcional) – variável resposta, estando os indivíduos
classificados em duas categorias mutuamente excludentes de estado de saúde: Incapacitado
funcional ou Livre de Incapacidade Funcional. As variáveis explicativas estão apresentadas na
análise descritiva (Tabela 3).
A aplicação da Regressão Logística é executada quando se deseja modelar a probabilidade de
um evento em função de um conjunto de variáveis explicativas qualitativas e/ou quantitativas.
Nesse estudo, na análise de regressão logística, a variável dependente (resposta), incapacidade
funcional, é uma variável aleatória dicotômica que assume o valor 1 se o evento de interesse
ocorre ou 0 em caso contrário, ou seja, presença ou ausência da incapacidade,
respectivamente. O modelo de regressão logística é útil para estimar a medida de associação
(Razão das Chances) entre as variáveis de exposição e o desfecho binário (neste caso, ter
incapacidade funcional).
A Razão de Chances ou odds ratio (OR), neste estudo, expressa quantas vezes maior é a
chance de o idoso com determinada caracteíritca (caso) estar incapacitado em relação ao idoso
sem aquela característica (controle). O modelo utiliza a transformação logito (logaritmo
51
neperiano do odds) para evitar que a função assuma valores negativos (HOSMER;
LEMESHOW, 1989).
Francisco et al. (2008) apresenta uma discussão sobre a interpretação da razão das chances
(RC) e a razão de prevalências (RP), apresentando a utilização das medidas de associação em
dados obtidos de estudo transversal, que é o caso dessa dissertação. No estudo, os autores
apresentaram que na avaliação do desfecho de baixa prevalência, não se observaram grandes
diferenças numéricas entre as estimações das razões de chances e razões de prevalência e
erros-padrão obtidos por uma ou outra técnica, ou seja, em situações de baixa prevalência,
ambas as técnicas apresentam resultados semelhantes. Sendo assim, como as prevalências
encontradas nesse tabalho são relativamente baixas (em torno de 10%), a utilização da RC é
adequada.
Na regressão logística, há uma transformação na variável dependente, que é convertida em
uma razão de probabilidades e posteriormente em uma variável de base logarítmica
(transformação logística). Sendo assim, o modelo da regressão logística assume a seguinte
relação:
* p é probabilidade de ocorrer o evento (presença de incapacidade);
* (1-p) a probabilidade de não ocorrer o evento (ausência de incapacidade);
* p/(1-p) a razão de probabilidades;
* Xn – Variáveis independentes;
* bn – Coeficientes estimados.
A construção de intervalos de confiança foram criados com 95% de confiança.
3.5 Método de Sullivan
Os métodos mais empregados para mensuração da EVS são: Tábua de Vida por Múltiplos
Decrementos (BAPTISTA, 2003), Tábua de Vida por Multiestados (ROGERS, 1975;
SHOEN, 1975; LAND; ROGERS, 1982) e o Método de Sullivan (SULLIVAN, 1971;
ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999). Para os dois primeiros, são necessários dados
longitudinais. No Brasil não há estudos de saúde com dados longitudinais de abrangência
nacional, por outro lado existem variadas pesquisas de dados transversais (GUEDES et al.,
2011; NEPOMUCENO, 2012). Havendo dados e informações longitudinais para realização
da pesquisa, a melhor alternativa metodológica para a produção de estimativas de EVS é
52
aplicar as técnicas de análise multiestado, pois é incorporado nas análises a possibilidade de
um indivíduo recuperar sua condição de saúde (NEPOMUCENO, 2012).
Sendo a PNS uma pesquisa transversal, neste estudo, a EVLI foi calculada pelo Método de
Sullivan que utiliza os dados de prevalência da condição de saúde por determinada dimensão,
refletindo a saúde corrente de uma população real ajustada pelos níveis de mortalidade, sendo
necessários apenas dados transversais (JAGGER, 1999; 2015). Assim, estimou-se a média do
número de anos a partir de uma idade específica, que o indivíduo espera viver em
determinado estado de saúde, para o presente caso, livre de incapacidade funcional. Esse
cálculo combina as taxas específicas de mortalidade - nMx – da Tábuas de vida IBGE e as
estimativas intervalares das prevalências encontradas na PNS de 2013.
Em relação aos dados de mortalidade, foram obtidos com base em registros e censos
populacionais, já no tocante às prevalências, foram provenientes de dados amostrais. Logo, ao
se verificar as prevalências de estado de saúde, é importante avaliar o tipo de amostragem
utilizado para seleção dos domicílios e coleta das informações (CAMARGOS; GONZAGA,
2015; CAMARGOS et al., 2017). Desse modo, é necessário verificar o tipo de planejamento
amostral da PNS de 2013. Assim, foram estimados IC95% para as Expectativas de Vida Livre
de Incapacidade Funcional (EVLI) por sexo, raça e escolaridade para o Brasil e Grandes
Regiões em 2013.
A prevalência pode ser entendida como um "retrato" no qual informações a respeito da
exposição e desfecho são coletadas ao memo tempo de uma população num dado ponto no
tempo ou período especificado, no qual se determina quem apresenta ou não a doença ou
incapacidade (CAMARGOS, 2004). A experiência tem demonstrado que o método de
Sullivan pode ser utilizado por sua simplicidade, precisão relativa e facilidade de
interpretação (JAGGER, 2000).
O Método de Sullivan, por não utilizar dados longitudinais, não permite a avaliação de
transições de um estado de saúde para outro, ou seja, não será possível estimar possíveis
mudanças em relação a melhorias na condição de saúde da população analisada. Todavia,
estudos anteriores têm demonstrado que, caso não existam alterações repentinas nas
prevalências e nas mortalidades, o Método de Sullivan, que emprega dados transversais, é
válido e confiável (CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMARGOS; MACHADO;
RODRIGUES, 2006, 2008a, 2008c; CAMARGOS; PERPÉTUO; MACHADO, 2005;
CAMARGOS et al., 2017; MATHERS; ROBINE, 1997). O estudo de Camargos et al. (2017)
aponta ser aceitável pressupor que com o passar da idade, o retorno à condição de livre de
53
incapacidade é cada vez menos provável que ocorra, sendo assim, o emprego do modelo
multiestado não traria ganhos relativamente significantes.
Nesse estudo, por esse método, a Expectativa de Vida Saudável refletirá a saúde corrente de
uma população real ajustada pelos níveis de mortalidade. Fornecendo assim, a média do
número de anos a partir dos 60 anos que o indivíduo espera viver sem incapacidade funcional,
estimada separadamente por região, sexo, cor/raça e nível educacional.
A Expectativa de Vida Saudável (EVSx) é estimada segundo a fórmula:
Onde:
EVSx: Expectativa de vida saudável, que corresponde ao número médio de anos a serem vividos com saúde
(livre de incapacidade funcional) a partir da idade x;
: prevalência da condição de saúde (livre de incapacidade funcional) no grupo etário x a x+n, por região,
sexo, cor/raça e nível educacional;
: pessoas-anos vividos de x a x+n, que corresponde ao total de anos vividos pela coorte no intervalo;
lx: probabilidade de sobreviver até a idade x.
xn
xn L
x
xnx
xl
LEVS
)(n
54
4 RESULTADOS
Inicialmente, nesta seção, descrevem-se as características da amostra selecionada na PNS. Em
seguida, apresentam-se as estimativas intervalares das prevalências de incapacidade funcional
por região, cor/raça, escolaridade e sexo. Após isso, como objetivo de analisar a relação entre
a prevalência de incapacidade funcional, emprega-se um modelo de regressão logística tendo
como resposta a prevalência de incapacidade funcional (Livre de incapacidade funcional/Com
incapacidade funcional) e como variáveis explicativas: sexo, idade (contínua), região, raça e
escolaridade. Finalmente, estimam-se as duas componentes da Expectativa de Vida Total
(EVT), a Expectativa de Vida Livre de Incapacidade (EVLI) e a Expectativa de Vida com
Incapacidade (EVCI) em termos absolutos e proporcionais (em relação à EVT), por sexo,
região, cor/raça e escolaridade.
4.1 Análise descritiva
A partir dos 60 anos, o número de mulheres é superior ao de homens para o Brasil e em todas
as regiões. No Brasil, as mulheres representam 55,7% e os homens 44,3%, sendo que a região
Sudeste apresenta o maior diferencial, homens 42,2% e mulheres, 57,8%. No Brasil, verifica-
se uma baixa escolaridade da população, aqueles que não possuem instrução ou ensino
fundamental incompleto representam 68,4% da amostra, corroborando com os achados dos
estudos que analisaram a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 (COSTA FILHO, 2016;
SILVA, 2016; SILVA et al.,2017). Costa Filho (2016) observou a contribuição das DCNT na
prevalência da incapacidade para as atividades básicas (ABVD) e instrumentais (AIVD) de
vida diária entre idosos brasileiros. Silva (2016) verificou o uso de serviços de saúde e
percepção da qualidade da atenção médica recebida entre idosos brasileiros com e sem
limitação funcional. Silva et al. (2017) analisaram a PNS de 2013 para verificar o uso de
serviços de saúde por idosos brasileiros com e sem limitação funcional. O baixo nível de
Escolaridade, Sem Instrução – Ensino Fundamental Incompleto, representa uma grande
proporção em todas as Regiões brasileiras, mostrando assim que apesar de terem ocorrido
melhoras no acesso a educação, o nível educacional adquirido ainda é muito básico entre os
idosos. Por outro lado, aqueles que possuem ensino superior completo representam apenas
9,2% da amostra. (Tabela 3)
Com relação à baixa escolaridade da população brasileira, o estudo de Henriques (2002),
apresenta que essa proporção vem reduzindo ao longo do tempo. As taxas de analfabetismo
entre as crianças de 7 a 14 anos de idade, são significativamente menores em 1999
55
comparativamente ao ano de 1987, embora, os valores observados em 1999 ainda tenham sido
elevados, somando-se a isso, as desigualdades se fizeram presentes, as mudanças nas taxas
foram mais intensas entre aquelas crianças brancas (HENRIQUES, 2002).
Um estudo elaborado pelo IBGE (2007) realizou uma comparação entre os Censos de 1940 e
2000, apresentando algumas transformações sociais ocorridas Brasil nesses 60 anos. Entre
elas, a taxa de analfabetismo de pessoas de 10 anos ou mais de idade que foi reduzida em
cinco vezes, passando de 56,8% para 12,1%. Por outro lado, as desigualdades regionais
continuaram, as maiores taxas de analfabetismo, em 1940, pertenciam, em sua grande
maioria, a estados das regiões Norte e Nordeste, este quadro persistiu no ano 2000. Dados
mais recentes, conforme a PNAD de 2014, registram que o analfabetismo de jovens e adultos
continua reduzindo no Brasil, passando de 11,5% em 2004 para 8,7% em 2012, essa redução
apresenta mais intensa nas regiões Norte e Nordeste, esses números demonstram eficiência
nas políticas públicas ligadas à educação básica.
A taxa de alfabetização, das pessoas com 10 anos ou mais de idade, passou de 43,2 em 1940,
para 87,9 em 2000 (BRASIL, 2007). Sendo assim, percebe-se o crescimento das taxas de
alfabetização no Brasil e nas Grandes Regiões. Por Regiões, o Sul apresentou as maiores
taxas, tanto em 1940 (57,6%) quanto em 2000 (93,5%), enquanto as menores foram na Região
Nordeste, 26,8% e 77%, respectivamente.
O Ministério da Educação tem realizado uma política eficiente de enfrentamento do
analfabetismo com o programa Brasil Alfabetizado. Essa ação é desenvolvida em colaboração
com estados, Distrito Federal e municípios, garantindo recursos suplementares para a
formação dos alfabetizadores; aquisição e produção de material pedagógico; alimentação
escolar e transporte dos alfabetizandos. Com esses dados, percebe-se que o nível de
analfabetismo da população brasileira tem diminuído (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,
2011).
O trabalho Faces da desigualdade no Brasil, um olhar sobre os que ficam para trás,
Campello 2017, apresenta alguns avanços brasileiros na redução das desigualdades durante o
período 2002-2015, embora o país ainda figure como um dos mais desiguais do mundo. No
trabalho, são apresentados importantes indicadores para entender as transformações na redução
das desigualdades em educação: avanço do número de jovens ingressando no ensino médio na
idade certa; acesso ao ensino superior; e, pais e mães concluindo o ensino fundamental. Percebe-
se o crescimento dos jovens pobres (5% mais pobres) no ensino médio na idade certa. Em 2002,
56
apenas 10,7%4 dos jovens mais pobres chegavam ao ensino médio na idade certa, em 2015,
chegou-se a 39%. Com relação ao acesso ao Ensino Superior, de 2002 a 2015, foi bastante
ampliado para toda a sociedade. Sendo que, enquanto o acesso para a população passou de 9,9%5
para 18%, quase dobrando, para aqueles 20% mais pobres foi multiplicado 23 vezes, saindo de
0,2% para 4,7%, em 2015. Nesse quesito, um fato importante foi observado, a desigualdade de
acesso à universidade no Norte e Nordeste foi reduzida para todas as faixas de renda.
Tabela 3 – Caracterização socioeconômica aos 60 anos. Brasil (2013)
Características N = 23457
(%)
Sexo
Homens 44,3
Mulheres 55,7
Cor/raça
Branca 47,0
Preta/parda 53,0
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 68,4
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 9,5
Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto 12,9
Ensino Superior Completo 9,2
Regiões
Norte 17,1
Nordeste 31,0
Sudeste 27,4
Sul 13,4
Centro Oeste 11,2
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
A distribuição populacional por sexo e cor/raça, apresenta grandes diferenças entre as regiões
brasileiras. Enquanto na região Norte a população masculina preta/parda predomina com
76%, na região Sul, essa população significa 16,3% da população. Essa predominância
continua no sexo feminino, 75,5% e 16,4%, respectivamente. (Tabela 4)
4 Percentual da população de 15 a 17 anos que frequenta escola no ensino médio ou etapa de ensino posterior, por faixa de renda.
5 Percentual da população de 18 a 24 anos que frequenta escola no ensino superior (inclusive mestrado e doutorado), por faixa de renda.
57
Tabela 4 – Distribuição percentual populacional, por sexo e raça.
Brasil e Grandes Regiões (2013)
Região
Sexo
Masculino Feminino
Cor/raça Cor/raça
Branca Preta/Parda Branca Preta/Parda
Norte 23,5% 76,5% 24,5% 75,5%
Nordeste 30,9% 69,1% 33,3% 66,7%
Sudeste 60,4% 39,6% 59,3% 40,7%
Sul 83,7% 16,3% 83,6% 16,4%
Centro Oeste 47,5% 52,5% 47,3% 52,7%
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
No Brasil, assim como em todas as regiões, o nível de escolaridade “Sem instrução e Ensino
Fundamental Incompleto” é o que tem a maior representatividade entre os idosos acima de 60
anos. Ou seja, a educação adquirida por essa população idosa é muito baixa. A região Norte
apresenta uma porcentagem de 74,3% de homens com SI – EFI, enquanto que aqueles com
Ensino Superior Completo representam 4,7% da população da região. Nesse mesmo recorte, a
mulheres apresentam 73,7% e 5,7%, respectivamente. Com um nível de escolaridade mais
elevado, destaca-se o Sudeste, a população masculina com SI – EFI chega aos 57,9% e com
ESC 14,5%. Em relação as mulheres, para esses mesmos níveis de instrução, os percentuais
foram de 62,7% e 10,2%, respectivamente (Tabela 5).
Percebe-se baixo grau de escolaridade da maioria dos idosos acima dos 60 anos, tal fato pode
ser entendido pelo fator histórico dessa população. Em décadas passadas, a taxa de
analfabetismo era muito alta, nesse tempo não existia o acesso à alfabetização como nos dias
atuais, ademais, nessa época, as mulheres não eram tão estimuladas a estudar, tendo como
missão social casar, ter filhos e ser a cuidadora da casa (FRANÇA et al., 2011; MENEZES;
LOPES; MARUCCI, 2007). Como visto, a taxa de alfabetização da população brasileira, das
pessoas com 10 anos ou mais de idade, mais que dobrou de 1940 para o ano 2000 (BRASIL,
2007).
58
Tabela 5 – Distribuição percentual populacional, por sexo e escolaridade. Brasil e Grandes
Regiões (2013)
Região
Sexo
Masculino
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino Fundamental
Completo e Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e Ensino
Superior Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Norte 74,3 10,3 10,7 4,7
Nordeste 75,7 7,4 10,4 6,5
Sudeste 57,9 11,5 16,1 14,5
Sul 63,4 8,7 14,4 13,5
Centro
Oeste 66,3 11,2 11,4 11,1
Região
Feminino
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino Fundamental
Completo e Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e Ensino
Superior Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Norte 73,7 9,6 11,0 5,7
Nordeste 73,9 7,4 10,9 7,7
Sudeste 62,7 10,8 16,3 10,2
Sul 62,1 11,5 15,8 10,6
Centro
Oeste 69,7 8,7 11,4 10,1
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
4.1.2 Prevalências de incapacidade por características da amostra
Na Tabela 6 são apresentadas as proporções de pessoas com 60 anos ou mais na amostra, os
diferenciais sociodemográficos nas prevalências de incapacidade por região são visualizados
nos Gráficos 1 a 3. Em todas as regiões, as maiores prevalências de incapacidade funcional
são verificadas entre as mulheres e entre a população com menor escolaridade. Na categoria
cor/raça, a maior prevalência de incapacidade pode variar dependendo da região. Alguns
desses diferenciais corroboram com resultados verificados em estudos anteriores
(CAMARGOS, 2004; GONZAGA, 2012; LIMA-COSTA et al., 2003).
59
Tabela 6 – Caracterização socioeconômica aos 60 anos. Grandes Regiões (2013)
Região Norte
(N=3991)
Nordeste
(N=7290)
Sudeste
(N=6415)
Sul
(N=3155)
Centro Oeste
(N=2606)
Características (%) (%) (%) (%) (%)
Sexo
Homens 49,1 43,9 42,2 42,2 45,3
Mulheres 50,9 56,1 57,8 57,8 54,7
Cor/raça
Branca 24,0 32,2 59,8 83,7 47,4
Preta/parda 76,0 67,8 40,2 16,3 52,6
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental
Incompleto 74,0 74,7 60,6 62,6 68,2
Ensino Fundamental Completo e Ensino
Médio Incompleto 9,9 7,4 11,1 10,3 9,9
Ensino Médio Completo e Ensino Superior
Incompleto 10,8 10,7 16,2 15,2 11,4
Ensino Superior Completo 5,2 7,2 12,0 11,8 10,6
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
No Gráfico 1, são apresentados os diferenciais na prevalência de incapacidade por sexo e
região, obseva-se que, em todas as regiões, as maiores prevalências de incapacidade funcional
são verificadas entre as mulheres. O cenário de incapacidade no Nordeste é mais evidente que
nas demais regiões. O menor diferencial, por sexo, existente dentro das regiões, aparece na
região Sul.
Gráfico 1 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por sexo. Brasil e Grandes
Regiões (2013)
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
No Gráfico 2, são apresentados os diferenciais na prevalência de incapacidade por cor/raça e
região. Observa-se um cenário divergente nas prevalências de incapacidade por cor/raça nas
regiões Norte e Nordeste em comparação com as demais regiões. Nas regiões Norte e
13,8 14,5
11,7
13,3 13,0 13,3
16,9
19,6
14,8 15,8
18,4 17,1
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil
Homens Mulheres
60
Nordeste, observa-se uma maior prevalência de incapacidade entre idosos de cor/raça branca,
ao passo que nas regiões Sul e Centro Oeste obseva-se maior prevalência de incapacidade
entre idosos de cor/raça parda/preta.
Gráfico 2 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por cor/raça. Brasil e Grandes
Regiões (2013)
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
No Gráfico 3, são apresentados os diferenciais na prevalência de incapacidade dos idosos por
escolaridade e região. Observa-se, em todos os cenários, uma maior prevalência de
incapacidade entre aqueles que não possuem instrução ou possuem Ensino Fundamental
Incompleto, destacando-se a região Nordeste. Por outro lado, aqueles que possuem Ensino
Superior Completo são os que apresentam menores prevalências de incapacidade, com um
destaque para a região Sul (4,3%).
Gráfico 3 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por escolaridade. Brasil e
Grandes Regiões (2013)
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
16,6
18,4
13,6 14,8 15,1 15,3 15,0
17,0
13,5
15,3 16,8
15,7
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil
Branca Preta/parda
17,5
19,2
16,6 18,0
18,8 18,1
10,4
15,1
10,9
17,0 17,6
13,5
8,8
11,9
8,9 8,1
6,9
9,3 9,0 8,1
6,1
4,3 5,7
6,5
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio completo e ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo
61
Uma vez que a literatura nacional e internacional sobre a EVS destaca um diferencial
importante desse indicador por sexo, optou-se, aqui, por desmembrar a análise dos gráficos 2
e 3 segundo o sexo (Gráfico 4 a 5 e Tabela A4 a A9 – Anexo A).
O Gráfico 4 mostra as prevalências de incapacidade de idosos brancos e não brancos por sexo
e região. Analisando levando em conta os intervalos de confiança em 95%, não houve
diferença estatisticamente significativa na prevalência de incaácidade funcional entre os sexos
segundo a raça em todas as regiões geográficas brasileiras, pois se observa uma sobreposição
nas estimativas intervalares. Ademais, as mulheres brancas nordestinas apresentaram a maior
prevalência de incapacidade (20,8) entre as Grandes Regiões. As prevalências de
incapacidade funcional nos idosos da cor branca, residentes nas regiões Norte e Nordeste,
foram maiores que aquelas verificadas nos idosos da cor preta/parda. Por outro lado, em
relação ao Brasil, ao analisar os diferenciais por cor/raça, os idosos brancos apresentam-se
com menores prevalências de incapacidade, após os 60 anos, que os negros. Por fim, destaca-
se uma maior amplitude nas estimativas intervalares para prevalência de incapacidade entre
brancos do Norte/Nordeste, situação oposta ao verifica para as regiões Sul/Sudeste. Uma
possível explicação estaria no tamanho diferencial da amostra de incapacitados por cor/raça
entre as regiões (ver tabelas 4 e 6).
62
Gráfico 4 - Prevalência de incapacidade funcional por sexo e cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013) (continua)
Sexo Norte Nordeste Sudeste
Mas
culi
no
Fem
inin
o
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
12,5
11,4
19,2
14,8
15,9
13,1
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
12,9 12,9
17,4
15,9 15,2
14,4
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
9,9 10,2
13,0
14,2
11,5 12,2
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
13,9
15,1
20,6
18,8
17,2 16,9
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
18,6 17,6
23,0
20,5 20,8
19,1
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
13,6 12,6
16,6 16,2 15,1
14,4
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
63
Gráfico 4 - Prevalência de incapacidade funcional por sexo e cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013) (conclusão)
Sexo Sul Centro Oeste Brasil
Mas
culi
no
Fem
inin
o
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
11,2
10,1
15,2
19,6
13,2
14,8
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
9,4
11,1
14,9
16,6
12,1
13,9
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
12,2 12,7
14,1 14,5
13,2 13,6
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
14,1
11,6
17,7
19,9
15,9 15,7
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
14,6
16,3
20,4
22,0
17,5
19,1
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
16,0 16,5
17,9 18,3
17,0 17,4
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
Branca Preta/Parda
Pre
valê
nci
a
Cor/raça
64
No Gráfico 5, são apresentados os diferenciais nas prevalências de incapacidade funcional
para homens e mulheres, respectivamente, por escolaridade e grandes região. O
comportamento no diferencial das prevalências de incapacidade por nível de escolaridade no
Sudeste é semelhante àquele verificado para o Brasil como um todo. A prevalência de
incapacidade funcional é maior, em ambos os sexos, nos baixos níveis de escolaridade.
Baseado no intervalo de confiança de 95%, em ambos os sexos, verifica-se que há diferenças
significativas no Brasil, e em todas as regiões, entre aqueles Sem Instrução ou Ensino
Fundamental Incompleto e aqueles que possuem Ensino Superior, pois não se observa uma
sobreposição nas estimativas intervalares entre os dois níveis escolares. Entre os idosos
homens, na região Sul e Centro-oeste, também há diferenças significativas entre aqueles que
possuem Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto e aqueles com maior
escolaridade (ESC). Para ambos os sexos, na região Sudeste, há também diferença
significativa entre os dois primeiros níveis de escolaridade. Quando o cenário é o Brasil, entre
homens, as diferenças estatisticamente significativas são visíveis, apenas não ocorrendo
diferenças significativas entre os dois primeiros níveis.
65
Gráfico 5 - Prevalência de incapacidade funcional por sexo e escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013) (continua)
Sexo Norte Nordeste Sudeste
Mas
culi
no
Fem
inin
o
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
14,0
4,5 4,3
1,4
17,8
12,0 11,6 11,5
15,9
8,3 7,9
6,5
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
14,2
11,5
6,6
4,0
17,1
20,8
13,0
11,2
15,6 16,2
9,8
7,6
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
13,1
6,5
5,0
2,9
16,6
13,0
9,9
7,1
14,9
9,7
7,4
5,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
17,0
8,0
5,8 5,3
21,0
17,3
13,5
16,6
19,0
12,6
9,7 10,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
20,7
10,4 10,3
5,4
23,6
18,3
16,6
11,5
22,1
14,3 13,5
8,5
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
16,3
8,7 7,5
4,7
19,4
14,9
12,3
9,8
17,8
11,8
9,9
7,2
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
66
Gráfico 5 - Prevalência de incapacidade funcional por sexo e escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013) (conclusão)
Sexo Sul Centro Oeste Brasil
Mas
culi
no
Fem
inin
o
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
13,3
8,8
6,1
1,1
18,2
22,0
14,7
6,7
15,8 15,4
10,4
3,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
12,3 12,6
1,9
0,1
17,3
25,9
9,8
5,9
14,8
19,3
5,8
3,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
14,6
10,8
6,9
3,8
16,3
14,9
9,9
6,6
15,4
12,9
8,4
5,2
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
17,3
12,7
3,7
1,7
21,9 23,1
9,4
7,6
19,6
17,9
6,6
4,6
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
19,4
9,4
3,7 3,7
24,5
22,1
11,9 12,6
22,0
15,7
7,8 8,2
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
19,3
12,1
8,6
6,1
21,0
15,9
11,5
9,1
20,2
14,0
10,1
7,6
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Sem Instrução
e Ensino
Fundamental
Incompleto
Ensino
Fundamental
Completo e
Ensino Médio
Incompleto
Ensino Médio
Completo e
Ensino
Superior
Incompleto
Ensino
Superior
Completo
Pre
valê
nci
a
Escolaridade
67
Em resumo, os resultados obtidos pela análise das prevalências de incapacidade por
características sociais, demográficas e regionais evidenciam certa desvantagem do subgrupo
feminino, quando comparado ao masculino em relação à incapacidade funcional em todos os
subgrupos de análise. Além dos gráficos, nas Tabelas A4 a A9 - Anexo – podem-se verificar
os diferenciais estatisticamente significativos, nelas mostrou-se as estimativas intervalares
(com 95% de confiança) nas prevalências de incapacidade dentro de cada categoria por
região. Nesse sentido, a hipótese de que existe um diferencial, por sexo, estando as mulheres
em desvantagem, nas prevalências de incapacidade funcional, está verificada, corroborando
com os achados na literatura (ANDRADE et al., 2011; CAMARGOS; GONZAGA, 2015;
CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a, 2009; CAMARGOS; PERPÉTUO;
MACHADO, 2005; GUEDES et al., 2011; ROMERO; LEITE; SZWARCWALD, 2005). Por
escolaridade, percebe-se a desvantagem daqueles Sem Instrução ou Ensino Fundamental
Incompleto comparados àqueles que possuem Ensino Superior, para todos os cenários.
4.2 Relação entre prevalência de incapacidade e características sociais, demográficas e
regionais no Brasil
Conforme explicado na Metodologia desse trabalho, com o objetivo de verificar o efeito de
determinada característica na prevalência de incapacidade funcional, foram ajustados modelos
de regressão logística.
No Modelo 1, foi analisado o efeito de características demográficas (por sexo e idade
contínua) na chance de um idoso ser classificado como incapacitado funcionalmente. Em
seguida, no Modelo 2, foi adicionada a variável região; no Modelo 3 foi adicionada a variável
cor/raça. Finalmente, no Modelo 4 foi inserida a variável escolaridade, sendo este o modelo
mais completo. As variáveis foram adicionadas gradualmente para verificar possíveis
mudanças na razão das chances de incapacidade funcional em função do efeito de
determinada característica da população em estudo. Nessa análise estatística utilizou-se dos
pesos e o planejamento amostral da PNS de 2013, conforme metodologia. Os resultados dos
modelos ajustados estão apresentados na Tabela 7. Em todos os modelos as informações da
PNS de 2013 foram empilhadas, sendo que apenas no último modelo 4 é que se considerou o
nível de escolaridade. O p-valor dos parâmetros foram todos inferiores a 0,01, ou seja, todos
foram significantes.
68
Tabela 7 - Estimativas pontuais e intervalares da razão das chances de um indivíduo de 60 anos ou mais ser classificado como incapacitado
funcionalmente. Brasil (2013)
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4
Variáveis (Referência) RC IC (95%) RC IC (95%) RC IC (95%) RC IC (95%)
Sexo (Homens) 0,846* 0,844 0,848 0,842* 0,840 0,844 0,842* 0,840 0,844 0,848* 0,846 0,850
Idade (Contínua) 1,088* 1,088 1,088 1,089* 1,088 1,089 1,089* 1,089 1,089 1,085* 1,085 1,085
Região (Centro Oeste)
Região Norte
0,976* 0,969 0,983 0,955* 0,948 0,961 0,952* 0,945 0,958
Região Nordeste
0,929* 0,924 0,934 0,914* 0,909 0,918 0,899* 0,895 0,904
Região Sudeste
0,746* 0,742 0,749 0,757* 0,754 0,761 0,773* 0,769 0,777
Região Sul 0,953* 0,947 0,958 0,986* 0,981 0,992 0,963* 0,958 0,969
Cor/raça (Branco) 0,906* 0,903 0,908 0,984* 0,981 0,986
Escolaridade (Ensino Superior Completo)
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto
2,360* 2,346 2,374
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto
1,797* 1,785 1,810
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 1,544* 1,533 1,555
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
Notas: *p-valor < 0,01
69
Pelos modelos ajustados na Tabela 7, pessoas acima de 60 anos de idade, do sexo feminino,
residentes na região Centro Oeste, de cor/raça preta/parda e Sem Instrução ou Ensino
Fundamental Incompleto apresentam uma maior chance de serem incapacitadas. Indivíduos
com nível de escolaridade mais baixo (SI - EFI) mais que dobram a chance de ter
incapacidade funcional em relação àquelas que possuem uma escolaridade mais elevada
(ESC). No tocante à idade (contínua), um aumento de 1 ano na idade aumentaria em 8% a
chance de apresentar incapacidade funcional, mantendo constantes as demais variáveis. A
suposição de que o logito da probabilidade de ser incapacitado é linear com a idade é
confirmada ao se analisar essa relação graficamente (Gráfico 6). Sendo assim, um aumento de
10 anos na idade, a partir de 60 anos, mais que dobra a chance de apresentar incapacidade
funcional (exp(10x0,081)=2,26). Aos 80 anos (5,11), a situação fica ainda mais complicada,
sendo a chance ser 5 vezes maior de ser classificado como incapacitado.
Esses resultados corroboram com o estudo de Costa filho (2016) que verificou a prevalência
de incapacidade entre idosos brasileiros utilizando a PNS de 2013, segundo sexo e faixa
etária. Para os homens idosos na faixa etária de 60-74 anos a prevalência encontrada foi de
10,4 IC 95% (8,5;12,6) e para aqueles com 75+ anos, 23,5 IC 95% (19,4;28,3). No cenário
feminino, 11,2 IC 95% (9,8;12,8) e 29,3 IC 95% (25,9;33,0), respectivamente. Esse fato é
corroborado no estudo GIACOMIN et al. (2008) que verificaram os fatores associados à
incapacidade funcional entre idosos na Região Metropolitana de Belo Horizonte,
apresentaram que o risco da incapacidade funcional aumentou progressivamente com a idade.
E na faixa etária superior, acima de 80 anos, apresentou forte associação com a incapacidade
funcional, de forma independente dos demais fatores considerados no estudo.
Gráfico 6 - Logito da probabilidade incapacidade x idade contínua. Brasil (2013)
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
y = 0,0409x - 3,6687 R² = 0,9492
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
1
40 50 60 70 80 90 100 110 120
Log
[(1
-p)/
p]
Idade contínua
70
As variáveis analisadas, que se associaram à incapacidade funcional, fazem parte da complexa
causalidade de incapacidade. Observa-se a relação da escolaridade com a prevalência de
incapacidade funcional dos idosos, pois aqueles que possuem uma baixa escolaridade
apresentaram uma maior chance de incapacidade. Sendo assim, ações que visem a melhoria
do nível educacional da população mais jovem tendem a diminuir a prevalência de
incapacidade da população idosa, no futuro, assim como, melhora na sua qualidade da vida
adicional (NUNES et al., 2009).
Os resultados são coerentes com os apresentados na literatura nacional, quando foram
observados o aumento da idade e a baixa escolaridade houve uma associação positiva com
resultados de saúde: Em Malta et al. (2017), que verificaram os fatores associados ao diabetes
autorreferido segundo a PNS de 2013, no Brasil, assim como também, no estudo de Nunes et
al. (2017) que analisaram alguns fatores associados a incapacidade funcional, município de
Bagé/RS, 2008. Em estudo realizado com as mulheres idosas do Brasil, utilizando a PNAD de
1998, Parahyba, Veras e Melzer (2005) verificaram forte associação com o aumento no risco
de incapacidade funcional das variáveis “aumento de idade” e “baixos níveis de educação”.
Corroborando com a literatura, em relação à idade, os resultados apresentam que o aumento
da incapacidade funcional está associado ao avanço da idade, sendo assim os idosos mais
velhos tendem a ser menos independentes que os mais jovens (ALVES; LEITE; MACHADO,
2010; ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; BARBOSA et al., 2014; BRITO; MENEZES;
OLINDA, 2015; FIALHO et al., 2014; GIACOMIN et al., 2008; LIMA-COSTA et al., 2011;
PARAHYBA; VERAS, 2008; PEREIRA et al., 2012). O sexo feminino também esteve
associado à incapacidade funcional em alguns estudos realizados (BARBOSA et al., 2014;
FIEDLER; PERES, 2008; NUNES et al., 2009).
Ao analisar os resultados do modelo de regressão é importante a verificação da qualidade dos
dados declarados, em especial os dados sobre escolaridade. A educação é comumente
utilizada como uma variável explicativa em diversas análises, no caso desse estudo, a variável
resposta foi a incapacidade funcional. A validade das inferências obtidas nos modelos baseia-
se na precisão das informações educacionais que os usuários prestam. Analisando o “1990
Decennial Census” e o “1991 Current Population Survey (CPS)” verificou-se que cerca de
20% das pessoas que informaram que possuíam doutorado, não possuíam o referido diploma,
e mais, houve uma variação por grupo demográfico, de uma forma geral, os negros, os
hispânicos, os asiáticos e os nativos americanos foram mais propensos a reportar ao seu nível
educacional do que os brancos (BLACK; SANDERS; TAYLOR, 2003). Em relação a essa
71
possível imprecisão no nível educacional mais elevado, a escolaridade que na PNS é
categorizada em 12 categorias, foi recategorizada em apenas 4, diminuindo assim uma
possível viés de classificação quanto ao nível educacional.
Outro aspecto a ser considerado diz respeito às informações auto-referidas com relação à
presença de incapacidade funcional prestadas pelos idosos, pois pode trazer uma ideia
contrária aos resultados caso as respostas não sejam bem aferidas, ou seja, se os indivíduos
não responderem a pesquisa com precisão, os resultados não são confiáveis. No entanto, sabe-
se que a dimensão de incapacidade funcional é menos sensível a fatores culturais e sociais,
assim como, estudos realizados no Brasil têm evidenciado a validade adequada desse tipo de
informação auto-referida, para detectar condições que se relacionem com a sua saúde
(BARRETO; FIGUEIREDO, 2009; LIMA-COSTA; PEIXOTO; FIRMO, 2004; LIMA-
COSTA et al., 2007).
4.3 Expectativa de Vida Livre de Incapacidade funcional (EVLI)
Antes de iniciar a apresentação dos resultados das EVLI, vale destacar que, conforme
discutido na metodologia do trabalho, as prevalências de incapacidade funcional foram
estimadas separadamente pelo grupo etário (60+), região, sexo, cor/raça e nível educacional.
E, com relação a Mortalidade, por sexo e região.
Inicialmente, foi realizada a comparação das estimativas obtidas entre os sexos, por cor/raça e
escolaridade, em relação à expectativa de vida saudável a partir de 60 anos. Em seguida,
analisa-se a EVLI e seus respectivos intervalos de 95% de confiança, por cor/raça e
escolaridade, para o Brasil e Grandes Regiões. Finalmente, apresenta-se como se distribuem,
proporcionalmente em relação à expectativa de vida total, os anos a serem vividos livre de
incapacidade funcional (EVLI). As Tabelas 8 e 9 apresentam a Expectativa de Vida em duas
componentes, livre de incapacidade e com incapacidade, analisando-se as estimativas em
termos absolutos, por regiões, sexo, raça e educação. Em 2013, as mulheres poderiam esperar
viver mais do que homens em todas as regiões. As mulheres também podem esperar viver
mais tempo com incapacidade em comparação aos homens. Para o Brasil, ao chegar aos 60
anos, uma mulher teria uma sobrevida ativa de 19,4 anos e poderia esperar viver 4,0 anos com
incapacidade funcional. Os valores para a população masculina seriam 17,3 e 2,6 anos,
respectivamente. Estas aparentes vantagens/desvantagens femininas, em termos absolutos,
permanecem também quando são desagregadas as estimativas por raça e escolaridade.
72
Tabela 8 - Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com incapacidade funcional para homens aos 60 anos, por cor/raça e
escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)
Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil
Expectativa de Vida 18,7 18,9 20,4 20,4 19,8 19,9
Homens EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI
Total 16,1 2,6 16,2 2,8 18,0 2,4 17,7 2,7 17,2 2,6 17,3 2,6
Cor/raça Branca 15,7 3,0 16,0 2,9 18,1 2,3 17,7 2,7 17,4 2,4 17,3 2,6
Preta/Parda 16,3 2,5 16,2 2,7 17,9 2,5 17,4 3,0 17,1 2,8 17,2 2,7
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental
Incompleto 15,7 3,0 16,0 3,0 17,4 3,0 17,2 3,2 16,9 2,9 16,8 3,1
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio
Incompleto 17,2 1,5 15,8 3,1 18,4 2,0 17,3 3,1 16,0 3,8 17,3 2,6
Ensino Médio Completo e Ensino Superior
Incompleto 17,2 1,5 17,0 1,9 18,9 1,5 18,3 2,1 18,6 1,2 18,2 1,7
Ensino Superior Completo 17,5 1,2 17,5 1,4 19,4 1,0 19,6 0,8 19,2 0,6 18,9 1,0
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
73
Tabela 9 - Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com incapacidade funcional para mulheres aos 60 anos, por cor/raça e
escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)
Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil
Expectativa de Vida 21,6 22,4 24,1 24,2 22,8 23,4
Mulheres EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI
Total 17,9 3,7 18,0 4,4 20,5 3,6 20,4 3,8 18,6 4,2 19,4 4,0
Cor/raça Branca 17,9 3,7 17,7 4,7 20,5 3,6 20,4 3,9 18,8 4,0 19,4 4,0
Preta/Parda 17,9 3,7 18,1 4,3 20,6 3,5 20,4 3,8 18,4 4,4 19,3 4,1
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental
Incompleto 17,5 4,1 17,4 5,0 19,8 4,3 19,5 4,8 17,8 5,0 18,7 4,7
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio
Incompleto 18,9 2,7 19,2 3,2 21,3 2,8 19,9 4,3 19,2 3,6 20,1 3,3
Ensino Médio Completo e ensino Superior
Incompleto 19,5 2,1 19,4 3,0 21,7 2,4 22,6 1,6 21,0 1,8 21,1 2,4
Ensino Superior Completo 19,2 2,4 20,5 1,9 22,4 1,7 23,1 1,1 20,9 1,9 21,6 1,8
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
74
Os Gráficos 7 e 8 apresentam os intervalos de 95% de confiança para a EVLI, em termos
absolutos, por cor/raça, para homens e para mulheres, respectivamente. Em todas as regiões,
para ambos os sexos, não se observam diferenças significativas por cor/raça, pois as
estimativas intervalares se sobrepõem. Comparando-se as regiões, entre os homens, percebe-
se que há diferença significativa entre algumas regiões. Com maiores valores de EVLI
aparece a região Sudeste, por outro lado, as regiões Norte e Nordeste aparecem com os
menores valores de EVLI (Gráficos 7 e 8). Algo semelhante ocorre para as mulheres.
Percebem-se assim duas concentrações. Para ambos os sexos, com exceção do sub-grupo
Preto/Pardo masculino da região Sul, revela-se que, entre regiões, esses valores entre os
maiores e menores valores são diferentemente significativos, tendo como base a não
sobreposições, entre (Norte e Nordeste) x (Sul e Sudeste), nas estimativas intervalares. As
comparações por raça e região mostram que as pessoas brancas têm maior EVLI do que suas
homólogas para ambos os sexos na maior parte do Brasil, com algumas exceções nas regiões
Norte e Nordeste.
Gráfico 7 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (EVLI) aos 60
anos, para homens, por cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013)
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Nota: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto; EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino
Superior Completo
75
Gráfico 8 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (EVLI) aos 60
anos, para mulheres, por cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013)
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Nota: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto; EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino
Superior Completo
Os Gráficos 9 e 10 apresentam os intervalos de confiança 95% para a EVLI, em termos
absolutos, por escolaridade, para homens e para mulheres, respectivamente. Em todas as
regiões, observa-se que há diferenças estatisticamente significativas quando comparamos
aqueles Sem Instrução ou Ensino Fundamental Incompleto (SI – EFI) e aqueles que possuem
Ensino Superior Completo (ESC), pois as estimativas intervalares não se sobrepõem.
Verifica-se assim que, em todo o país, podemos confirmar a hipótese de que os idosos com o
nível de escolaridade mais elevado estão em vantagem em termos de EVLI em relação
àqueles que possuem baixo nível de escolaridade. No entanto, ao desagregar, as diferenças
não são estatisticamente diferentes entre as categorias educacionais na maioria das regiões.
Esses achados corroboram com a literatura estudada, na qual as pessoas com ensino superior
esperavam viver uma maior proporção de suas vidas saudáveis, por outro lado, aqueles com
pouca educação podiam esperar viver com menos saúde do que aqueles com alta educação
(CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006; CRIMMINS; SAITO, 2001; GUEDES et
al., 2011; NUNES et al., 2017).
76
Gráfico 9 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (EVLI) aos 60
anos, para homens, por escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Nota: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto; EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino
Superior Completo
Gráfico 10 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (EVLI) aos
60 anos, para mulheres, por escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Nota: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto; EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino
Superior Completo
77
Sendo assim, conforme Gráficos 7 a 10, por cor/raça ou escolaridade, observa-se, em termos
absolutos, que as regiões Sul e Sudeste apresentam melhores EVLI que as regiões Norte e
Nordeste, corroborando com a análise realizada, para o mesmo período, no estudo de
Camargos et al., 2017. A análise dos diferenciais absolutos, por sexo nas componentes da
Expectativa de Vida deve ser feita com atenção. Percebe-se que as mulheres vivem, em
média, mais que os homens, e também por mais tempo livres de incapacidade funcional,
assim como, elas também apresentam um tempo médio maior de sobrevida com incapacidade.
Sendo assim, de grande importância analisar as componentes em termos proporcionais à
Expectativa de Vida Total.
Analisando-se em termos proporcionais, a EVLI e EVCI aparecem diferentes cenários
(Tabela A10 a A11 – Anexo A). Acentua-se a desvantagem feminina em termos de EVLI, em
comparação aos homens em todas as regiões e para qualquer categoria. Em termos
proporcionais, em relação à Expectativa de Vida Total, as mulheres vivem menos tempo livre
de incapacidade.
Por nível educacional, verificando a EVLI em termos proporcionais, não há evidências claras
de desvantagem feminina para alguns grupos educacionais nas regiões Nordeste, Sul e
Centro-Oeste. Verifica-se que os idosos passam mais tempo livre de incapacidade com o
aumento do nível de escolaridade, com exceção das mulheres na região Norte, região em que
as idosas com ensino médio completo e superior incompleto apresentam os maiores valores
proporcionais de tempo médio livre de incapacidade funcional (Tabela A10 a A11 – Anexo
A).
Diante dos resultados apresentados, percebe-se que no geral, as diferenças são significativas
entre o primeiro nível de escolaridade e os demais níveis. Entre os níveis intermediários de
escolaridade praticamente não existem diferenças significativas na EVLI. Os diferenciais na
EVLI, por níveis de escolaridade, parecem ser mais favoráveis nas regiões Sul e Sudeste. O
subgrupo dos menos escolarizados, que vivem no Norte e Nordeste brasileiro, é o que
apresenta maior desvantagem em termos de Expectativa de Vida Livre de Incapacidade
Funcional, além de estarem abaixo da média nacional. Desses resultados, verifica-se uma
relação com os resultados do modelo logístico aplicado nesse estudo, onde observou-se que os
indivíduos com nível de escolaridade mais baixa mais que dobram a chance de ter
incapacidade funcional em relação àquelas que possuem uma escolaridade mais elevada.
Entretanto, deve ser observada a limitação desse estudo no que diz respeito à não utilização
dos diferenciais de mortalidade por raça e escolaridade. As estimativas pontuais e intervalares
78
no estrato de escolaridade e raça foram obtidas somente com base nas prevalências de
incapacidade, e não em relação aos diferenciais de mortalidade nesses estratos. Ou seja, uma
análise da EVLI incorporando os diferenciais de mortalidade por nível de escolaridade e raça,
pode fazer com que as diferenças aumentem ou diminuam.
Sabendo que a EVS é uma importante medida-resumo de saúde por incorporar em seus
cálculos a mortalidade e a morbidade, pode-se ser utilizada para a avaliação e o planejamento
de políticas públicas na área da saúde visando definir prioridades e demandas futuras (WHO,
2006). Sendo assim, esses resultados sugerem uma atenção para essas regiões que se
encontram em desvantagens.
79
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo procurou mensurar e comparar as expectativas de vida saudável obtidas pela
dimensão da incapacidade funcional dos idosos, por sexo, cor/raça e escolaridade para o
Brasil e regiões em 2013. Sabe-se que há muitos trabalhos que verificaram a EVS em várias
dimensões e que não há uma uniformidade nesse tipo de análise, variando de acordo com o
objetivo de estudo. Optou-se por utilizar a Expectativa de Vida Livre de Incapacidade (EVLI)
devido essa dimensão verificar a importância da capacidade de o indivíduo se manter-se ativo
desempenhando as atividades da vida diária independente e autônomo, não importando,
necessariamente, as doenças propriamente ditas adquiridas ou a saúde auto-referida pelo
indivíduo por meio da pergunta sobre seu estado de saúde.
Não obstante, algumas limitações da presente dissertação devem ser consideradas.
Primeiramente, o presente estudo não verificou os diferenciais na Expectativa de Vida Total,
analisando apenas nas EVLI. Essa análise em conjunto seria interessante para verificar onde
os diferenciais da EVLI seriam atenuados ou acentuados pelos diferenciais na mortalidade. A
literatura aponta que as diferenças por níveis educacionais são maiores na expectativa de vida
saudável do que na expectativa de vida total (CRIMMINS; SAITO, 2001), o que poderia
amenizar o efeito dessa limitação.
Em segundo lugar, quanto à forma de mensuração da Expectativa de Vida Livre de
Incapacidade, utilizou-se o método de Sullivan (SULLIVAN, 1971). Para isso, foram
utilizados dados transversais de prevalência de Incapacidade Funcional, pois no Brasil não há
estudos de saúde longitudinais de abrangência nacional. Conforme referencial teórico,
percebe-se que se houvesse dados longitudinais, a aplicação do método multiestado seria mais
eficiente para verificar também a possibilidade de um indivíduo recuperar sua condição de
saúde. Destaca-se então, que não se permite que possíveis mudanças nas taxas de mortalidade
e nas condições de saúde sejam incorporadas às estimativas, fato não relativo ao método, mas
sim à construção de tabelas de sobrevivências de período (CAMARGOS; GONZAGA, 2015;
MATHERS; ROBINE, 1997). Por outro lado, estudos anteriores têm demonstrado que, caso
não existam alterações repentinas nas prevalências e nas mortalidades, o Método de Sullivan,
que emprega dados transversais, é válido e confiável (CAMARGOS; GONZAGA, 2015;
CAMARGOS et al., 2017; MATHERS; ROBINE, 1997).
Em terceiro, ressalta-se que, neste estudo, não foram analizados os idosos institucionalizados.
Conforme a Nota técnica da PNS de 2013 não foram inseridos, na população pesquisada, os
80
setores censitários especiais (quartéis, bases militares, alojamentos, acampamentos,
embarcações, penitenciárias, colônias penais, presídios, cadeias, asilos, orfanatos, conventos e
hospitais). Assim, esse público não foi incluído no cálculo das prevalências de incapacidade
funcional. Observa-se que entre os idosos que vivem em asilos a prevalência tenderia a ser
maior (ANDRADE et al., 2011). Por outro lado, por essa população ser pequena, mesmo que
ela viesse a ser incluída na amostra, possivelmente, a prevalência não sofreria grandes
alterações (CAMARANO et al., 2006; CAMARGOS, 2004).
Em quarto, sabe-se que foram classificados com incapacidade funcional o indivíduo com
relato que não consegue ou apresenta dificuldade em pelo menos uma das seis AVD
avaliadas, conforme alguns estudos realizados (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES,
2006, 2008a; CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMPOLINA et al., 2014; GONTIJO et al.,
2016; GUEDES et al., 2011). Ou seja, a dimensão da incapacidade funcional foi definida
como a inabilidade ou a dificuldade de realizar tarefas que fazem parte do cotidiano do
indivíduo (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; CAMARGOS, 2004), identificando assim
aqueles indivíduos que apresentaram alguma dificuldade na realização das AVD. Mas, esse
indicador de incapacidade poderia ter sido mensurado por graus de incapacidade funcional ou
dependência, nesse último caso, identificaria aqueles que necessitam de ajuda de outra pessoa
para desempenhar alguma AVD. No entanto, ao realizar-se a desagregação de algumas
características, as análises não estavam coerentes, possivelmente, devido ao tamanho da
amostra ser muito pequeno em algumas categorias de análise.
Sendo assim, sabendo que a incapacidade funcional pode ser mensurada tanto pela inabilidade
quanto pela necessidade de ajuda para realizar atividades, é importante, em estudos futuros, a
verificação das possibilidades de mensuração pela necessidade de ajuda, tanto para verificar
não só o tempo a ser vivido com dificuldade para realizar as AVD, como também o tempo
que as pessoas viverão dependentes de auxílio. Sendo possível assim, a identificação da
demanda futura por cuidados com a população idosa.
Finalmente, devido ao tamanho da amostra da PNS entre idosos com 60 anos ou mais, as
prevalências de incapacidade funcional não foram estimadas por faixa etária, realizando-se
apenas para o grupo etário de 60 ou mais. O estudo de Szwarcwald et al. (2017) realizou o
mesmo procedimento. Tal fato torna-se uma limitação do estudo, uma vez que, o modelo
logístico aplicado mostrou que um aumento de 10 anos na idade, a partir de 60 anos, mais que
dobra a chance de apresentar incapacidade funcional. Assim, a verificação da EVS aos 70
anos, por exemplo, seria importante, pois verificaria o comportamento da EVS, e das
81
variáveis, nesse grupo etário. Quanto à diferença por sexo com o avanço da idade, o estudo de
Camargos, Rodrigues e Machado (2008a) verificou que em termos de número de anos de vida
com incapacidade funcional essas diferenças diminuem. Ou seja, os “idosos mais velhos” são
mais homogêneos em termos de condições de saúde, sendo o efeito da seletividade mais
atenuante entre os “idosos mais jovens”. Por outro lado, estudo de Guedes et al. (2011)
verificou que embora a educação seja um fator importante na redução da incapacidade
funcional, beneficiou desproporcionalmente os idosos mais velhos. Ou seja, no Brasil, um
homem de 80 anos com um nível de educação melhor, em 2003, viveu 4,6% menos tempo
livre de incapacidade funcional do que outro da mesma idade com um nível de educação
menor.
Com relação ao Modelo de Regressão Logística aplicado no estudo, sugere-se que, em
estudos futuros, seja realizada a análise dos dados por uma Regressão de Poisson com
variância Robusta, para uma comparação dos resultados. Para que assim seja verificada a
discussão realizada por Francisco et al. (2008) sobre a interpretação da razão das chances
(RC) e a razão de prevalências (RP). Segundo o estudo, na avaliação do desfecho de baixa
prevalência, não se observaram grandes diferenças numéricas entre as estimações das razões
de chances e razões de prevalência. Como neste estudo as prevalências não foram muito altas
(em torno de 10%), optou-se pela estimação da razão das chances pela regressão logística.
De acordo com os resultados apresentados, percebe-se que existe um diferencial nas
estimativas das EVLI por sexo no Brasil e em todas as regiões. A desvantagem feminina na
expectativa de vida com incapacidade é notória neste estudo, embora em relação aos homens
idosos, as mulheres tenham uma maior sobrevivência. Corroborando assim com estudos
anteriores que, independentemente do indicador utilizado para mensurar a saúde, as mulheres
podem esperar viver um tempo maior com saúde ruim (ALVES; LEITE; MACHADO, 2010;
ANDRADE et al., 2011; BAPTISTA, 2003; CAMARGOS, 2014; CAMARGOS;
GONZAGA, 2015; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a, 2009;
CAMARGOS; PERPÉTUO; MACHADO, 2005; GUEDES et al., 2011; ROMERO; LEITE;
SZWARCWALD, 2005).
Assim, percebe-se que a maior longevidade das mulheres apresenta também uma
desvantagem em relação às condições de saúde, ou seja, as mulheres vivem mais tempo, mas
não necessariamente em melhores condições do que os homens. Essa vantagem da maior
longevidade feminina, por outro lado, tem um fator negativo, visto que em idades avançadas
as mulheres se deparam com as desvantagens em relação às condições saúde (CAMARGOS,
82
2004; CAMARGOS; GONZAGA, 2015; GOLDANI, 1999). Somando-se a isso, essa
condição de saúde menos favorável, por parte das mulheres, pode ser o reflexo das condições
econômicas, sociais e culturais desiguais, nos diversos momentos de suas vidas
(CAMARGOS, 2004; CAMARGOS; GONZAGA, 2015; LIMA-COSTA et al., 2003). Nessa
fase da vida, as mulheres se deparam com as desvantagens experimentadas no seu ciclo vital.
Muitas nunca frequentaram uma escola ou estiveram inseridas no mercado formal de trabalho.
Ademais contam com benefícios mínimos de aposentadoria (PEDRAZZI; RODRIGUES;
SCHIAVETO, 2007). Atualmente, a maioria das mulheres idosas, são viúvas, sem
experiência de trabalho no mercado formal, menos escolarizadas (CAMARANO, 2003).
Quando idosas, as mulheres experimentam uma probabilidade maior de ficarem viúvas e em
situação socioeconômica desvantajosa (CAMARANO, 2003). Esse fato faz com que ao
envelhecer e ficarem viúvas, as mulheres não consigam manter a mesma qualidade de vida
que tinham com seus companheiros. Assim, diferentemente do que ocorreu durante a vida
adulta, elas assumem, progressivamente, papéis de chefes da família e de provedoras das
necessidades do lar. (GOLDANI, 1999; CAMARANO, 2003, 2006). Conforme Camargos
(2004), essas análises devem ser realizadas com cuidado. Esses fatos poderiam implicar numa
expectativa de vida maior para os homens, a cada idade, o que não se observa nas populações
humanas.
Ainda quanto a essa diferença entre os sexos, em relação à expectativa de vida saudável, a
literatura tem indicado como principal explicação o diferencial da mortalidade por sexo, ou
seja, as taxas de mortalidade mais elevadas do sexo masculino em idades mais jovens
poderiam permitir que, entre os idosos, a composição do grupo etário masculino fosse mais
favorável que o sexo feminino, devido a um mecanismo de seleção, aqueles homens que
possuem uma maior longevidade, seriam os mais favoráveis a terem uma vida mais saudável
(BERQUÓ, 1996; CAMARGOS; GONZAGA, 2015; PERLS; KUNKEL; PUCA, 2002).
Outra hipótese, com relação a percepção do estado de saúde, apontada nos estudos que pode
explicar essas diferenças é que as mulheres possuem a habilidade de reportar maior número
de condições de saúde em relação aos homens da mesma idade (ALVES; LEITE;
MACHADO, 2010), pois as mulheres procuram mais os serviços de saúde desenvolvendo
assim uma melhor percepção em relação ao seu estado de saúde (CAMARGOS; GONZAGA,
2015).
Nos resultados, verificou-se que pessoas com um nível de escolaridade menor possuem uma
menor EVS, assim como têm menos tempo de vida livre de incapacidades se comparados
83
àqueles com maior escolaridade. Corroborando com a literatura nacional, verificou-se que
quanto maior o nível educacional, menor o número de anos vividos com incapacidade, para
ambos os sexos (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006; GUEDES et al., 2011;
NUNES et al., 2017). Sendo assim, pelos resultados do estudo, observa-se que o nível de
escolaridade guarda relação com a redução do tempo médio vivido com incapacidade
funcional para ambos os sexos. Assim, melhorias nos níveis educacionais, certamente
promoverão melhorias na saúde (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006).
Possivelmente, maiores investimentos em educação nas regiões Norte e Nordeste tendem a
melhorar as condições de vida, e consequentemente, refletir numa queda das diferenças
regionais existentes. No Brasil, percebe-se importantes políticas de acesso ao Ensino
Superior, tais como, o ENEM, o SISU, o ProUni, o Fies, a Lei de Cotas que garante a reserva
de 50% das matrículas por curso e turno em universidades federais e institutos federais a
alunos oriundos integralmente do ensino médio público, considerando a proporcionalidade de
pretos, pardos e indígenas em cada estado e o ReUni. Essas políticas promoveram o acesso,
permanência e indução da qualidade ao ensino superior (CAMPELLO, 2017). Contudo,
deve-se ter cautela nesse quesito de aumento de anos de estudo versus melhorias no estado de
saúde da população, pois o aumento da escolaridade por si só, não causará uma melhora na
saúde e mortalidade da população. O aumento da escolaridade sem a devida inserção no
mercado de trabalho, por exemplo, poderá não ter impacto consistente em melhorias da EVLI.
Com relação à recategorização da escolaridade, durante a relização do estudo, foi analisada a
mensuração da escolaridade dicotômica (Até Ensino Médio Completo/ Ensino Superior), mas
as conclusões sobre as diferenças seriam semelhantes a estas com 4 níveis de escolaridade.
Optou-se por utilizar as quatro categorias, pois foram observados padrões de prevalências
funcionais, por escolaridade, diferentes por regiões, padrões estes que seriam encobertos
numa análise dicotômica da escolaridade.
Diante das disparidades socioeconômicas e regionais existentes no Brasil, muita coisa há de
ser feita para melhorar as condições de vida básica de grande parte da população. Estudo
realizado por Victora et al. (2011) apresenta ações e desafios direcionados a vários atores,
desde o Governo à sociedade civil, enfatizando que ações devem ser interligadas. Conforme
foi visto no referencial teórico, o Brasil passa por mudanças econômicas, sociais e ambientais
rápidas, sendo assim um ambiente bem complexo e que gera desafios e diferenças entre as
regiões. Planejamento nas políticas públicas que visem o aumento da média do número de
anos vividos com saúde pela população idosa faz-se necessário. O investimento em saúde,
84
não apenas para os idosos, mas sim, para toda a população, traz como consequência um
envelhecimento saudável e uma minimização de despesas futuras com a saúde, visto que,
estudos mostram que os idosos com limitações funcionais realizam mais consultas médicas e
são mais propensos à ocorrência de hospitalizações (SILVA et al., 2017; SILVA, 2016). A
limitação funcional não é resultado, apenas, da qualidade de vida na velhice da população,
mas sim de toda uma vida pregressa, do ambiente, das condições de moradia, de emprego, do
conhecimento adquirido sob todos os aspectos, do tipo de alimentação, entre outro. Ou seja,
dispor de benefícios para que o indivíduo tenha uma vida saudável é preocupar-se com um
menor número de problemas quanto a sua capacidade funcional no futuro. Nesse sentido,
Ramos (2000) acredita ser necessária a criação de indicadores de saúde suficientes para
identificar as pessoas idosas de alto risco para que sejam orientadas e dirigidas à promoção de
saúde e à manutenção de sua capacidade funcional.
Levando-se em conta que a EVS foi mensurada pela dimensão da incapacidade funcional, ou
seja, a capacidade de manter-se ativo na sociedade desempenhando as suas funções no dia-a-
dia, percebeu-se que as desigualdades raciais e por nível de escolaridade, existentes entre as
regiões, podem deixar uma população com mais (ou menos) tempo médio de vida livre de
incapacidade. Juntando-se a isso, a rapidez em que ocorre o envelhecimento populacional no
Brasil e suas implicações, há a necessidade, urgente, de ações eficientes que podem contribuir
para a diminuição das desigualdades. De acordo com os resultados, para uma redução das
desigualdades regionais na EVS é necessário ver os diferentes de formas diferentes. Não se
pode olhar para as necessidades do homem e da mulher, do Sul e do Norte, com um mesmo
olhar. Devem ser consideradas as diferenças entre os sexos, assim como entre as regiões, em
relação à demanda por cuidados, pois se observam que as mulheres idosas tendem a viver
mais, assim como, viver mais com incapacidade funcional, sendo assim merecem uma
atenção diferenciada.
Verificou-se na revisão de literatura que as DCNT estão fortemente associadas à incapacidade
funcional dos idosos, e que, com relação às DCNT há algumas políticas em prática no Brasil.
No entanto, quanto à prevenção e manutenção da capacidade funcional dos idosos não há uma
política tão detalhada. As políticas devem adotar medidas incorporando a incapacidade
funcional como um problema frequente na vida dos idosos, sendo ela consequência das
condições crônicas de saúde (ALVES et al., 2008; BERNARDES, 2016). Com o
conhecimento dos anos a serem vividos com incapacidade funcional, é possível realizar o
planejamento, por parte dos gestores, da prevenção de incapacidades onde elas se encontram
85
mais recorrentes. Segundo Camargos (2004) a observação das prevalências de incapacidade
funcional pode ser importante para guiar futuras intervenções, tanto em termos preventivos,
assim como de tratamento. Ademais, devem ser criadas formas eficientes de monitoramento
da saúde da população, ou seja, por esses meios, detectar onde a incapacidade é mais
recorrente, as faixas etárias, o sexo, e demais informações importantes. Tal monitoramento,
para funcionar, deve ser feito por pessoas capacitadas, preparadas para tal atividade. Nesse
sentido, Nakatani et al. (2009) destaca a importância de uma reestruturação da atuação da
equipe de saúde local no sentido de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das doenças
crônicas e das incapacidades associadas no adulto e no idoso, em particular.
Fernandes et al. (2010) falam em seu trabalho sobre a Estratégia da Saúde da Família
(Programa de Saúde da Família) que tem mostrado a importância da aproximação dos
trabalhadores da saúde com as famílias. Essas equipes devem estar sempre bem preparadas
com a finalidade de contribuir para a detecção mais precoce dos problemas de saúde dos
idosos. Ou seja, o trabalho da equipe deve ter a prioridade de manter a autonomia do
indivíduo, uma vez que sua perda trás como consequência alterações na integridade da pessoa,
e aumenta sobrecarga da família e do sistema de saúde (NAKATANI et al., 2009).
Reforçando essa importância, Bernardes (2016) fala que acesso à reabilitação do idoso,
incapacitado, deve ser incluído no PSF, observando suas diretrizes e ampliando o seu
seguimento de atuação.
As políticas públicas e os programas sociais devem ter continuidade, garantindo o acesso a
educação e a saúde dos mais carentes, colaborando para a redução da pobreza, pois aumento
do status socioeconômico dos idosos é uma poderosa ferramenta para contribuir com a
redução da pressão sobre o sistema de saúde e melhora da qualidade de vida (GUEDES et al.,
2011). Enfim, devem ser adotadas medidas que consigam promover a capacidade funcional
dos idosos, aumentando assim a chance de ter uma velhice saudável e com mais qualidade
(PASCHOAL, 2002). Ademais, de acordo com o referencial teórico percebe-se que qualidade
de vida durante as idades mais jovens, pode contribuir para uma vida mais saudável quando
idoso, logo deve haver ações para uma melhor qualidade de vida dos jovens.
O tema abordado nessa dissertação é de grande importância para o desenvolvimento de um
país com menos desigualdades sociais. Todavia, ainda se conhece pouco sobre como os
diferenciais vêm progredindo historicamente e como eles se apresentarão no futuro. Ter o
conhecimento das desigualdades na Expectativa de Vida Saudável é fundamental para as
ações dos gestores públicos. O estudo reforça a necessidade de se considerar as diferenças
86
existentes entre as regiões, os sexos e por escolaridade. Ações bem planejadas, verificando-se
as necessidades existentes, com atenção para os diferenciais, terão como consequência um
envelhecimento saudável e uma melhor qualidade de vida das pessoas, assim como, a
diminuição de gastos futuros com saúde.
Para um melhor entendimento das desigualdades e promoção de um envelhecimento saudável
entre idosos brasileiros são necessários avanços na qualidade de dados no Brasil, bem como
em pesquisas com base de dados/estudos longitudinais, pois haveria a possibilidade de
verificar a incidência de incapacidade funcional, permitindo analisar a mesma população em
dois ou mais períodos diferentes, assim como, investigar fatores associados à incapacidade
funcional, permitindo assim o desenvolvimento de estratégias para a promoção da saúde e
possíveis prevenções de doenças.
Devido a pouca literatura nacional existente e a sua grande importância, deve fazer parte de
pesquisa futura a possível verificação da qualidade dos dados declarados, quanto à
escolaridade nas pesquisas, assim como, da qualidade das informações prestadas pelas
pessoas idosas.
Como continuidade desse trabalho, sugere-se a investigação das desigualdades tanto na EVS
como na EVT, pois além do conhecimento das desigualdades, verifica-se a evolução conjunta
das duas componentes da EVT. Assim como devem ser incorporados os diferenciais de
mortalidade por nível de escolaridade e raça, pois ao realizar o cálculo da EVS, as diferenças
existentes podem aumentar ou diminuir.
87
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102
ANEXO A
Quadro A1 - Perguntas AVD, PNS - 2013
Ordem Pergunta Resposta Recodificação
1
K1. Em geral, que grau de dificuldade
_____ tem para comer sozinho(a) com
um prato colocado à sua frente,
incluindo segurar um garfo, cortar
alimentos e beber em um copo?
1. Não consegue
Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade
3. Tem pequena dificuldade
4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional
2
K4. Em geral, que grau de dificuldade
____ tem para tomar banho
sozinho(a) incluindo entrar e sair do
chuveiro ou banheira?
1. Não consegue
Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade
3. Tem pequena dificuldade
4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional
3
K7. Em geral, que grau de dificuldade
______ tem para ir ao banheiro
sozinho(a) incluindo sentar e levantar
do vaso sanitário?
1. Não consegue
Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade
3. Tem pequena dificuldade
4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional
4
K10. Em geral, que grau de dificuldade
_______ tem para se vestir sozinho(a),
incluindo calçar meias e sapatos, fechar
o zíper, e fechar e abrir botões?
1. Não consegue
Incapacidade Funcional
2. Tem grande dificuldade
3. Tem pequena dificuldade
4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional
5
K13. Em geral, que grau de dificuldade
_______ tem para andar em casa
sozinho(a) de um cômodo a outro da
casa, em um mesmo andar, como do
quarto para a sala e cozinha?
1. Não consegue
Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade
3. Tem pequena dificuldade
4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional
6
K16. Em geral, que grau de dificuldade
_______ tem para deitar ou levantar
da cama sozinho(a)?
1. Não consegue
Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade
3. Tem pequena dificuldade
4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
103
Quadro A2 – Categorias de Cor/raça, PNS - 2013
Ordem Cor/raça Recodificação
1 Branca 1. Branca
2 Preta 2. Preta/Parda
3 Amarela -
4 Parda 2. Preta/Parda
5 Indígena -
9 Ignorado -
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
104
Quadro A3 - Características de educação das pessoas de 5 anos ou mais de idade, PNS – 2013
Pergunta D9
“curso mais elevado frequentado
anteriormente”
Pergunta
D14
“conclusão” Categoria
1. Classe de alfabetização – CA 1. Sim
SI-EFI: Sem Instrução e Ensino
Fundamental Incompleto
2. Não
2. Alfabetização de jovens e adultos 1. Sim
2. Não
3. Antigo primário (elementar) 1. Sim
2. Não
4. Antigo ginásio (médio 1º ciclo)
1. Sim EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto
2. Não SI-EFI: Sem Instrução e Ensino
Fundamental Incompleto
5. Regular do ensino fundamental ou do 1º grau
1. Sim EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto
2. Não SI-EFI: Sem Instrução e Ensino
Fundamental Incompleto
6. Educação de jovens e adulto (EJA) ou
supletivo do ensino fundamental
1. Sim EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto
2. Não SI-EFI: Sem Instrução e Ensino
Fundamental Incompleto
7. Antigo científico, clássico etc. (médio 2º
ciclo)
1. Sim EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino
Superior Incompleto
2. Não EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto
8. Regular do ensino médio ou do 2º grau
1. Sim EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino
Superior Incompleto
2. Não EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto
9. Educação de jovens e adulto (EJA) ou
supletivo do ensino médio
1. Sim EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino
Superior Incompleto
2. Não EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e
Ensino Médio Incompleto
10. Superior – graduação
1. Sim ESC: Ensino Superior Completo
2. Não EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino
Superior Incompleto
11. Mestrado 1. Sim ESC: Ensino Superior Completo
2. Não ESC: Ensino Superior Completo
12. Doutorado 1. Sim ESC: Ensino Superior Completo
2. Não ESC: Ensino Superior Completo
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).
105
Tabela A4 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Norte
(2013)
Norte
IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS
Masculino
Total 12,3 13,8 15,3
Cor/raça Branco 12,5 15,9 19,2
Preta/Parda 11,4 13,1 14,8
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 14,0 15,9 17,8
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 4,5 8,3 12,0
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 4,3 7,9 11,6
Ensino Superior Completo 1,4 6,5 11,5
Feminino
Total 15,3 16,9 18,5
Cor/raça Branco 13,9 17,2 20,6
Preta/Parda 15,1 16,9 18,8
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 17,0 19,0 21,0
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 8,0 12,6 17,3
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 5,8 9,7 13,5
Ensino Superior Completo 5,3 10,9 16,6
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior
106
Tabela A5 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Nordeste
(2013)
Nordeste
IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS
Masculino
Total 13,3 14,5 15,8
Cor/raça Branco 12,9 15,2 17,4
Preta/Parda 12,9 14,4 15,9
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 14,2 15,6 17,1
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 11,5 16,2 20,8
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 6,6 9,8 13,0
Ensino Superior Completo 4,0 7,6 11,2
Feminino
Total 18,4 19,6 20,8
Cor/raça Branco 18,6 20,8 23,0
Preta/Parda 17,6 19,1 20,5
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 20,7 22,1 23,6
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 10,4 14,3 18,3
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 10,3 13,5 16,6
Ensino Superior Completo 5,4 8,5 11,5
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior
107
Tabela A6 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Sudeste
(2013)
Sudeste
IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS
Masculino
Total 10,5 11,7 12,9
Cor/raça Branco 9,9 11,5 13,0
Preta/Parda 10,2 12,2 14,2
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 13,1 14,9 16,6
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 6,5 9,7 13,0
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 5,0 7,4 9,9
Ensino Superior Completo 2,9 5,0 7,1
Feminino
Total 13,7 14,8 15,9
Cor/raça Branco 13,6 15,1 16,6
Preta/Parda 12,6 14,4 16,2
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 16,3 17,8 19,4
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 8,7 11,8 14,9
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 7,5 9,9 12,3
Ensino Superior Completo 4,7 7,2 9,8
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior
108
Tabela A7 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Sul (2013)
Sul
IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS
Masculino
Total 11,5 13,3 15,2
Cor/raça Branco 11,2 13,2 15,2
Preta/Parda 10,1 14,8 19,6
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 13,3 15,8 18,2
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 8,8 15,4 22,0
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 6,1 10,4 14,7
Ensino Superior Completo 1,1 3,9 6,7
Feminino
Total 14,1 15,8 17,4
Cor/raça Branco 14,1 15,9 17,7
Preta/Parda 11,6 15,7 19,9
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 17,3 19,6 21,9
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 12,7 17,9 23,1
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 3,7 6,6 9,4
Ensino Superior Completo 1,7 4,6 7,6
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior
109
Tabela A8 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Centro
Oeste (2013)
Centro Oeste
IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS
Masculino
Total 11,1 13,0 14,9
Cor/raça Branco 9,4 12,1 14,9
Preta/Parda 11,1 13,9 16,6
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 12,3 14,8 17,3
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 12,6 19,3 25,9
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 1,9 5,8 9,8
Ensino Superior Completo 0,1 3,0 5,9
Feminino
Total 16,4 18,4 20,4
Cor/raça Branco 14,6 17,5 20,4
Preta/Parda 16,3 19,1 22,0
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 19,4 22,0 24,5
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 9,4 15,7 22,1
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 3,7 7,8 11,9
Ensino Superior Completo 3,7 8,2 12,6
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior
110
Tabela A9 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Brasil
(2013)
Brasil
IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS
Masculino
Total 12,7 13,3 14,0
Cor/raça Branco 12,2 13,2 14,1
Preta/Parda 12,7 13,6 14,5
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 14,6 15,4 16,3
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 10,8 12,9 14,9
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 6,9 8,4 9,9
Ensino Superior Completo 3,8 5,2 6,6
Feminino
Total 16,5 17,1 17,8
Cor/raça Branco 16,0 17,0 17,9
Preta/Parda 16,5 17,4 18,3
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 19,3 20,2 21,0
Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 12,1 14,0 15,9
Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 8,6 10,1 11,5
Ensino Superior Completo 6,1 7,6 9,1
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior
111
Tabela A10 - Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com incapacidade funcional termos proporcionais para homens aos 60 anos,
por cor/raça e escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)
Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil
Expectativa de Vida 18,7 18,9 20,4 20,4 19,8 19,9
Homens EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI
Total 86,18 13,82 85,45 14,55 88,34 11,66 86,65 13,35 87,04 12,96 86,68 13,32
Cor/raça Branco 84,13 15,87 84,82 15,18 88,51 11,49 86,78 13,22 87,86 12,14 86,84 13,16
Preta/Parda 86,92 13,08 85,60 14,40 87,79 12,21 85,19 14,81 86,13 13,87 86,41 13,59
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental
Incompleto 84,10 15,90 84,37 15,63 85,11 14,89 84,24 15,76 85,21 14,79 84,56 15,44
Ensino Fundamental Completo e Ensino
Médio Incompleto 91,75 8,25 83,82 16,18 90,25 9,75 84,62 15,38 80,74 19,26 87,12 12,88
Ensino Médio Completo e Ensino Superior
Incompleto 92,06 7,94 90,18 9,82 92,58 7,42 89,64 10,36 94,16 5,84 91,62 8,38
Ensino Superior Completo 93,55 6,45 92,38 7,62 95,00 5,00 96,13 3,87 97,01 2,99 94,79 5,21
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.
112
Tabela A11 - Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com incapacidade funcional termos proporcionais para mulheres aos 60 anos,
por cor/raça e escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)
Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil
Expectativa de Vida 21,6 22,4 24,1 24,2 22,8 23,4
Mulheres EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI
Total 83,09 16,91 80,44 19,56 85,20 14,80 84,23 15,77 81,57 18,43 82,85 17,15
Cor/raça Branco 82,77 17,23 79,21 20,79 84,90 15,10 84,10 15,90 82,49 17,51 83,04 16,96
Preta/Parda 83,05 16,95 80,93 19,07 85,60 14,40 84,28 15,72 80,85 19,15 82,58 17,42
Escolaridade
Sem Instrução e Ensino Fundamental
Incompleto 81,00 19,00 77,85 22,15 82,16 17,84 80,39 19,61 78,01 21,99 79,84 20,16
Ensino Fundamental Completo e Ensino
Médio Incompleto 87,37 12,63 85,67 14,33 88,21 11,79 82,08 17,92 84,25 15,75 86,01 13,99
Ensino Médio Completo e Ensino Superior
Incompleto 90,31 9,69 86,50 13,50 90,10 9,90 93,45 6,55 92,17 7,83 89,95 10,05
Ensino Superior Completo 89,08 10,92 91,54 8,46 92,76 7,24 95,38 4,62 91,84 8,16 92,37 7,63
Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.