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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UFRN … · 2019. 1. 31. · produzida tratada e...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA CCET INSTITUTO DE QUÍMICA IQ BACHARELADO EM QUÍMICA DO PETRÓLEO GREGORY VINICIUS BEZERRA DE OLIVEIRA ESTUDO DA QUALIDADE DE ÁGUA PRODUZIDA TRATADA POR SISTEMA MICROEMULSIONADO PARA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GIRASSOL NATAL RN 2017
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – CCET

INSTITUTO DE QUÍMICA – IQ

BACHARELADO EM QUÍMICA DO PETRÓLEO

GREGORY VINICIUS BEZERRA DE OLIVEIRA

ESTUDO DA QUALIDADE DE ÁGUA PRODUZIDA TRATADA POR SISTEMA

MICROEMULSIONADO PARA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GIRASSOL

NATAL – RN

2017

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GREGORY VINICIUS BEZERRA DE OLIVEIRA

ESTUDO DA QUALIDADE DE ÁGUA PRODUZIDA TRATADA POR SISTEMA

MICROEMULSIONADO PARA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GIRASSOL

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Química do

Petróleo, da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como parte dos requisitos

para obtenção do título de Bacharel em

Química do Petróleo.

Orientadora: Profa. Dra. Tereza Neuma de

Castro Dantas

Coorientadora: MSc. Yasmine Ísis F. do

Nascimento

NATAL, RN

2017

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UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Catalogação da Publicação na Fonte

Oliveira, Gregory Vinicius Bezerra de.

Estudo da qualidade de água produzida tratada por sistema

microemulsionado para germinação de sementes de girassol / Gregory

Vinicius Bezerra de Oliveira. - 2017.

65 f. : il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Instituto de Química,

Curso de Química do Petróleo. Natal, RN, 2017.

Orientadora: Prof.ª Drª Tereza Neuma de Castro Dantas.

Coorientadora: Ma. Yasmine Ísis Fernandes do Nascimento.

1. Água produzida - Monografia. 2. Microemulsão - Monografia.

3. Irrigação - Monografia. 4. Germinação - Monografia. 5. Girassol -

Monografia. I. Dantas, Tereza Neuma de Castro. II. Nascimento,

Yasmine Ísis Fernandes do. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 62

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RESUMO

A água produzida se caracteriza como o principal efluente gerado durante a exploração de

petróleo e por possuir uma grande quantidade de contaminantes, dentre eles, metais pesados,

que são muito tóxicos e de difícil remoção. O tratamento de contaminantes nas águas

residuais utilizando sistemas microemulsionados vem se mostrando uma técnica eficiente. O

objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade da água produzida tratada por um sistema

microemulsionado, nos principais parâmetros físico-químicos de água para irrigação, bem

como o efeito da aplicação na germinação de sementes de girassol, e sobre o solo. Utilizou-se

um diagrama pseudoternário de um sistema contendo água produzida sintética como fase

aquosa, óleo de coco saponificado como tensoativo, n-butanol como cotensoativo, e hexano

como fase orgânica, sendo escolhido o ponto 5% C/T, 10% FO, 85% FA, localizado na região

de Winsor II, cuja fase aquosa do sistema foi utilizada na irrigação. O ponto foi reproduzido

em escala piloto para ser aplicado na germinação de sementes de girassol e para análises dos

parâmetros físico-químicos. Foram utilizadas: água de torneira, água produzida, água

produzida tratada e combinações de água de torneira com a água tratada, nas proporções de

4:1 e 2:1, para a comparação dos resultados. O ponto de Winsor II escolhido obteve uma

extração ótima para a maioria dos metais presentes na água produzida, exceto potássio e o

sódio. A água produzida tratada apresentou concentrações de manganês acima da

concentração máxima permitida pelo CONAMA/396, bem como o potássio, o magnésio, e o

sódio, também apresentaram concentrações acima do ideal para irrigação, de acordo com os

parâmetros da Embrapa, devido ao perigo de salinização e sodificação provocada

principalmente pela alta concentração de sódio. A água produzida tratada foi classificada

como de restrição severa ao uso na irrigação. Para a germinação de girassol, também foi

verificado um efeito negativo devido à presença do sódio, com respostas negativas para

porcentagem de germinação, índice de velocidade de emergência e altura das plantas. Em

relação ao solo, a irrigação com água tratada provocou um aumento na concentração de sódio

maior do que para as outras águas utilizadas, além de um aumento no pH e condutividade.

Porém os testes utilizando as diluições de água tratada apresentaram resultados satisfatórios,

se mostrando eficientes e ideais para todos os parâmetros: qualidade de água para irrigação,

germinação e características do solo, sendo uma ótima alternativa para o reúso de água

produzida tratada por sistemas microemulsionados.

Palavras-Chaves: Água produzida, Microemulsão, Irrigação, Germinação, Girassol

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, e aos meus pais, Valéria Bezerra de Mendonça e Francisco Paulino

de Oliveira, por todo o amor, aprendizado, estimulo e apoio durante toda minha vida, pois não

estaria aqui se não fosse por tudo que fizeram e fazem até hoje por mim.

As minhas irmãs Maria Antônia e Ana Krishna, pelo apoio, incentivo e amizade. Aos

meus avós, tios, e primos que sempre me incentivaram e me ajudaram.

À professora Tereza Neuma de Castro Dantas, pela oportunidade, incentivo e suporte

durante toda minha estadia no LTT.

À Yasmine Ísis, por toda amizade, apoio, paciência e ensinamentos que me ofereceu,

saiba que tive muita sorte de ter te encontrado durante a graduação, minha “mãezona” do

laboratório.

À Diogo Nobrega (In Memoriam), que ao lado de Yasmine me acolheu e me ensinou

muito durante o início da minha jornada no LTT, meu eterno agradecimento.

À Igor Andrey, por toda orientação e ajuda para a realização dos experimentos

agrícolas.

Agradeço também a todo pessoal do LTT pela amizade, apoio e colaboração, em

especial à Alef Amiel, por toda a ajuda e conversas sobre o mundo nerd, Cem Koşu, que

mesmo passando pouco tempo foi/é um grande amigo e companheiro, e, Juliana Dias, pela

amizade, ajuda, companheirismo e por tudo que fez durante esses anos.

Aos meus amigos/irmãos da residência biomédica: Analyana Fernandes, André

Geysson, Antônio Oliveira, Cassiano Góes, Eri Junior, Ericles Lopes, Fábio Coelho, Isaac

Sandoval, Jardel Nogueira, Jordan Medeiros e Pauliane Gomes, vocês fazem parte dessa

conquista e tornaram esses últimos anos melhores e mais divertidos.

Aos meus amigos da Escola Agrícola de Jundiaí, pela amizade e apoio de sempre.

Aos meus amigos da graduação: Elton Marlon, Heloise Oliveira, Lucas Guilherme,

Nadja Coelho e Vanessa Bezerra, por toda ajuda e amizade ao longo do curso.

Ao NUPPRAR (UFRN), ao laboratório de análise de solo, água e planta (UFERSA),

e ao laboratório de fertilidade do solo e nutrição de plantas (UFERSA), por todas as análises

realizadas para esse trabalho.

À EMPARN, por ter cedido as sementes de girassóis utilizadas no trabalho.

Ao CNPq, pela ajuda financeira concedida para a realização desse estudo.

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“Vida é locomoção... se você não está se movendo,

você não está vivendo. Mas chega um momento onde

você tem que parar de fugir das coisas... e você tem

que começar a correr até algo que você tem que

construir à sua frente. Continue em movimento.

Mesmo que seu trajeto não seja claro... confie que

você encontrará seu caminho”. (Nora Allen, The

Flash, Os Novos 52, Vol. 1)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13

2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 15

2.1 – Objetivo Geral ................................................................................................................. 15

2.2 – Objetivos específicos ....................................................................................................... 15

3. ASPECTOS TEÓRICOS ...................................................................................................... 16

3.1. Água Produzida: Origem e Composição ........................................................................... 16

3.2 - Tratamento de água produzida ......................................................................................... 16

3.3 - Legislação para reuso de água e qualidade de água para irrigação .................................. 17

3.4 - Tensoativos ...................................................................................................................... 19

3.4.1 – Classificação dos tensoativos ....................................................................................... 20

3.4.2 - Micelização ................................................................................................................... 20

3.4.3 – Balanço hidrofílico-lipofilico (BHL)............................................................................ 21

3.5 - Microemulsão ................................................................................................................... 21

3.5.1 – Classificações de Winsor .............................................................................................. 22

3.5.2 – Diagramas de fase ......................................................................................................... 23

3.5.3 - Parâmetros que influenciam na estabilidade das microemulsões.................................. 24

3.5.3.1 – Tensoativo ................................................................................................................. 24

3.5.3.2 – Cotensoativo .............................................................................................................. 25

3.5.3.3 – Razão cotensoativo/tensoativo (C/T) ........................................................................ 25

3.5.3.4 – Fase orgânica ............................................................................................................. 25

3.5.3.5 – Salinidade .................................................................................................................. 25

3.5.3.6 - Temperatura ............................................................................................................... 25

3.6 - Extração de metais por microemulsão ............................................................................. 26

3.7 - Germinação de sementes .................................................................................................. 27

3.8 - Girassol ............................................................................................................................ 27

4. ESTADO DA ARTE ............................................................................................................ 29

4.1 – Tratamentos de água produzida ....................................................................................... 29

4.2 – Tratamentos de efluentes utilizando sistemas microemulsionados ................................. 30

4.3 – Utilização de água produzida na irrigação ...................................................................... 32

5. METODOLOGIA ................................................................................................................. 35

5.1 – Reagentes utilizados ........................................................................................................ 35

5.1 – Equipamentos Utilizados ................................................................................................. 35

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5.1 – Obtenção da água produzida sintética ............................................................................. 36

5.2 – Síntese do óleo de coco saponificado (OCS)................................................................... 37

5.3 – Construção do diagrama pseudoternário ......................................................................... 37

5.4 – Escolha do ponto ótimo e extração da fase aquosa do sistema ....................................... 37

5.5 – Preparo do sistema do plantio .......................................................................................... 38

5.5.1 – Localização ................................................................................................................... 38

5.5.2 – Solo e sementes ............................................................................................................ 38

5.5.3 – Irrigação ........................................................................................................................ 39

5.4 – Avaliações no campo (Porcentagem de germinação/ Índice de velocidade de

emergência/ Altura) .................................................................................................................. 39

5.5 – Caracterização da água .................................................................................................... 40

5.5 - Razão de Adsorção de Sódio (RAS) ................................................................................ 41

5.6 – Caracterização do solo ..................................................................................................... 41

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 43

6.1 – Diagrama pseudoternário ................................................................................................. 43

6.2 – Estudo da extração dos metais da água produzida por sistema microemulsionado ........ 43

6.3 – Qualidade da água para irrigação .................................................................................... 45

6.3.1 – Concentração de metais ................................................................................................ 45

6.3.1 – Razão de Adsorção de Sódio (RAS) e Condutividade Elétrica (CE) ........................... 48

6.3.2 - pH .................................................................................................................................. 50

6.4 – Germinação do girassol ................................................................................................... 51

6.4.1 – Porcentagem de germinação ......................................................................................... 51

6.4.2 – Índice de Velocidade de Emergência ........................................................................... 52

6.4.3 – Altura das plantas ......................................................................................................... 53

6.5 – Efeitos das águas utilizadas para o solo........................................................................... 54

6.5.1 - Concentração de metais ................................................................................................. 54

6.5.2 - pH e Condutividade ....................................................................................................... 57

7. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 59

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 60

ANEXO .................................................................................................................................... 66

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Parâmetros para interpretação da qualidade de água para irrigação. ........................ 19

Figura 2. Representação estrutural do tensoativo. .................................................................... 20

Figura 3. Processo de micelização dos tensoativos. ................................................................. 21

Figura 4. Tipos de micelas. ....................................................................................................... 21

Figura 5. Diferenças entre emulsão e microemulsão. ............................................................... 22

Figura 6. Representação das regiões de Winsor. ...................................................................... 23

Figura 7. Representação do diagrama ternário. ........................................................................ 23

Figura 8. Representação do diagrama quaternário. .................................................................. 24

Figura 9. Representação do diagrama pseudoternário. ............................................................. 24

Figura 10. Sistemas de Winsor em função da temperatura, salinidade e concentração de

tensoativo. ................................................................................................................................. 26

Figura 11. Interações entre tensoativos aniônicos e metais. ..................................................... 26

Figura 12 - (a) Água sendo tratada por sistemas microemulsiondos com a formação da região

de Winsor II (b) Água após a remoção da microemulsão e filtração simples. ......................... 38

Figura 13 - Semeadura dos girassóis. ....................................................................................... 39

Figura 14 - Fórmula para o cálculo da razão de adsorção de sódio (RAS). ............................. 41

Figura 15 - Diagrama pseudoternário do sistema Água Produzida, Hexano, OCS e n-Butanol.

.................................................................................................................................................. 43

Figura 16 - Porcentagem de extração de metais. ...................................................................... 44

Figura 17 – Relação das concentrações de Li, Ba, Mn, Cr e Fe pela Legislação e dos

tratamentos utilizados. .............................................................................................................. 46

Figura 18 - Relação das concentrações de Na, K, Mg e Ca pela Legislação e dos tratamentos

utilizados. .................................................................................................................................. 47

Figura 19 - Porcentagem de germinação das sementes de girassol, em 10 dias....................... 51

Figura 20 - Concentrações totais de metais no solo ................................................................. 55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Concentrações máximas de metais em água para irrigação. ................................... 18

Tabela 2 - Reagentes utilizados. ............................................................................................... 35

Tabela 3 - Sais utilizados na síntese da água produzida e suas respectivas concentrações. ..... 36

Tabela 4 - Parâmetros físico-químicos analisados nas águas utilizadas no experimento. ........ 40

Tabela 5 - Parâmetros físico-químicos analisados nos solos utilizados no experimento. ........ 42

Tabela 6 - Concentrações de metais nas águas produzidas sintética e tratada. ........................ 44

Tabela 7 - Concentrações máximas de metais permitidas e ideais para reuso na irrigação e as

concentrações de metais nas águas utilizadas no experimento................................................. 45

Tabela 8 - Condutividade elétrica das águas utilizadas no experimento. ................................. 48

Tabela 9 – Razão de adsorção de sódio (RAS) das águas utilizadas no experimento. ............. 49

Tabela 10 - Valores de pH das águas utilizadas no experimento. ............................................ 50

Tabela 11 - Índice de velocidade de emergência (IVE) do girassol. ........................................ 52

Tabela 12 - Altura média das plantas em relação a água utilizada na sua irrigação. ............... 53

Tabela 13 - Concentração de metais no solo antes do uso, e depois da utilização de cada tipo

de água. ..................................................................................................................................... 55

Tabela 14 - Valores de pH e Condutividade do solo para cada água utilizada. ....................... 57

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EMPARN – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande Do Norte

CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CE – Condutividade elétrica

RAS – Razão de Adsorção de Sódio

SDT – Teor de sódio trocáveis

pH – Potencial hidrogeniônico

CMC – Concentração Micelar Crítica

BHL – Balanço hidrofílico

O/A – Óleo em água

A/O – Água em óleo

C/T – Razão cotensoativo/tensoativo

WI – Winsor I

WII – Winsor II

WIII – Winsor III

WIV – Winsor IV

OCS – Óleo de Coco Saponificado

FO – Fase orgânica

FA – Fase aquosa

UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido

AT – Água de torneira

AP – Água produzida

APT – Água produzida tratada

2:1 APT – Diluição da água produzida tratada na proporção de 2 partes de água de torneira

para 1 parte de água produzida tratada

4:1 APT – Diluição da água produzida tratada na proporção de 4 partes de água de torneira

para 1 parte de água produzida tratada

IVE – Índice de velocidade de emergência

APHA – Associação Publica Americana de Sáude

USEPA - Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

ppm – Parte (s) por milhão

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dS.m-1 – decisiemens por metro

mmolc.L-1 – milimol carga por litro

LTT – Laboratório de Tecnologia de Tensoativos

%E – Percentual de Extração

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1. INTRODUÇÃO

A indústria do petróleo ainda é o principal fornecedor de energia do mundo o que

leva a uma grande demanda para se encontrar novos poços de produção bem como a

otimização na exploração desse recurso, de forma a reduzir custos durante e depois todo esse

processo (MARTINS, 2015).

A água produzida é o principal resíduo gerado pela indústria do petróleo e com o

avanço da produção costuma a ser mais extraída do poço do que o próprio petróleo ou gás,

gerando um grande problema para as empresas. São diversos os contaminantes encontrados

nesse efluente, como partículas de óleo em suspensão, produtos químicos usados nos

processos de extração, metais pesados, compostos radioativos, além da alta salinidade

(THOMAS, 2001; NASCIMENTO, 2014).

Como a água produzida contém muitos contaminantes, é de responsabilidade das

empresas exploradoras e produtoras de petróleo, tratar e descartar os resíduos de forma

adequada e segura conforme as legislações vigentes.

O tratamento da água produzida é um processo complexo e caro, devido ao alto

número de contaminantes presentes, com isso é grande o número de estudos para encontrarem

processos mais baratos para a realização desse tratamento, como o tratamento com sistemas

microemulsionados, que nos últimos anos vem se mostrando uma alternativa eficiente para

substituir as técnicas de extração mais usuais (OLIVEIRA et. al, 2016).

Dependendo do tipo de tratamento a água pode ser descartada, reinjetada ou

reutilizada. Geralmente o descarte é feito no mar, a reinjeção no próprio poço de perfuração,

visando a recuperação de óleo, e a reutilização na irrigação, ou até mesmo para o consumo

humano.

A agricultura é o principal setor consumidor de água do mundo e devido a esta alta

demanda é constante os estudos de aproveitamento de efluentes industriais para a irrigação,

principalmente em regiões secas do Nordeste (OLIVEIRA et al., 2016).

Com o aumento do uso de biodiesel devido à lei de adição deste no diesel, vem

crescendo o cultivo de oleaginosas em todo território brasileiro e com isso o consumo de

água. O cultivo de girassol é muito difundido pela sua importância socioeconômica na

produção de óleo comestível e de biodiesel, principalmente por ter um ciclo vegetativo curto e

ser uma planta resistente, se adaptando perfeitamente às condições de solo e clima pouco

favoráveis. (ALMEIDA, 1994).

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Diante desse contexto e da falta de estudos relacionados à aplicação da água

produzida tratada por sistemas microemulsionados para reúso na agricultura, este trabalho

teve como objetivo avaliar a qualidade da água tratada para a irrigação, bem como seus

efeitos no solo e na germinação de sementes do girassol.

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2. OBJETIVOS

2.1 – Objetivo Geral

Avaliar a qualidade da água produzida tratada por sistemas microemulsionados para

irrigação, bem como seus efeitos no solo, na germinação e desenvolvimentos de mudas de

girassol.

2.2 – Objetivos específicos

• Verificar diferenças em parâmetros físico-químicos entre a água de torneira, água

produzida, água produzida tratada e diluições da água produzida tratada;

• Relacionar a caracterização química das águas utilizadas com alguns padrões

determinados por legislações relacionadas ao reuso de água para irrigação;

• Avaliar o comportamento da germinação de sementes do girassol e o desenvolvimento

de mudas submetidas a vários tipos de águas para irrigação;

• Verificar possíveis mudanças de parâmetros do solo em decorrência da utilização de

cada água.

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3. ASPECTOS TEÓRICOS

3.1. Água Produzida: Origem e Composição

O petróleo é originado a partir da matéria orgânica depositada com sedimentos. Após

o processo de geração do óleo, deve ocorrer a migração para rochas permeáveis adjacentes, e

estas devem possuir nas suas estruturas armadilhas que interrompam o movimento desse óleo.

Após a concentração do petróleo, apesar de sua segregação da água, ainda pode haver contato

com aquíferos. A produção de água pode se dar pela presença desta nos reservatórios, do

contato com aquíferos e da injeção desse efluente em projetos que visam aumentar a

recuperação de óleo (THOMAS, 2001; MARTINS, 2015).

A água aprisionada nas formações geológicas é denominada como água produzida,

sendo caracterizada como o principal subproduto durante o processo da extração do petróleo e

gás (MOTTA et al., 2013). Se caracteriza como o principal efluente da indústria do petróleo e

conhecer sua origem e composição são de fundamental importância para as empresas de

extração de óleo e gás.

Esse efluente é a maior fonte de poluição relacionada às atividades petrolíferas, pois

contêm muitos contaminantes, incluindo hidrocarbonetos, metais pesados e aditivos químicos

(ANDRADE et al., 2009, LAWRENCE et al., 1995; STEPHENSON, 1992). A quantidade de

água produzida em um poço varia muito, sendo encontrada em maior quantidade em poços

maduros, onde a produção de água chega a ser maior do que a de óleo ou gás.

As composições química, biológica e física da água produzida estão relacionadas

com as características do petróleo, da formação geológica e da localização do reservatório,

por isso a concentração de contaminantes varia em cada campo de produção (STEWART &

ARNOLD, 2011).

3.2 - Tratamento de água produzida

Devido à grande quantidade de contaminantes a água produzida precisa passar por

um rigoroso processo de tratamento que visa diminuir o máximo possível esses contaminante

para que apresente níveis permitidos pela legislação ambiental, o qual varia conforme o

destino final.

As principais alternativas para o gerenciamento da água produzida são a injeção na

mesma formação a partir da qual o óleo foi produzido ou em outra formação, o descarte no

ambiente após tratamento para atender às regulamentações vigentes, a reutilização na

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exploração de petróleo e gás, o consumo, após o devido tratamento para atender à qualidade

exigida para usos benéficos, como irrigação de cultivos, restauração de áreas vegetais,

dessedentação animal e como água potável (ARTHUR et al., 2005; MIRANDA et al., 2016).

As principais técnicas utilizadas no tratamento da água produzida são o tratamento

químico, físico, biológico, elétrico e a combinação desses (THOMAS, 2001).

No tratamento primário, os sólidos são removidos por filtração, sedimentação ou

flotação, ou clarificação química (associação de processos de coagulação e floculação),

também sendo removido componentes tóxicos. No tratamento secundário ocorre a remoção da

matéria orgânica biodegradável. No tratamento terciário ocorre a remoção de impurezas

remanescentes como cor residual, turbidez, além da eliminação de organismos patogênicos

(GIORDANO, 1999; MENESES, 2011).

3.3 - Legislação para reuso de água e qualidade de água para irrigação

A água produzida, por ser oriunda da extração do petróleo, contém vários

contaminantes tóxicos, em especial os metais, que são contaminantes de difícil remoção

devido a sua afinidade pela água. O principal impacto ambiental está relacionado a toxidade

de alguns elementos, tais como lítio, manganês, cromo, bário, cálcio, magnésio, ferro,

potássio e sódio, que quando dissociados em água e descartados no meio ambiente, sem um

tratamento prévio, podem contaminar solos e corpos d’água (GOYER, 1996;

NASCIMENTO, 2014).

No Brasil não há ainda legislação nacional específica para qualidade de água para

irrigação, por segurança adota-se os parâmetros da Resolução 396/2009, do CONAMA, que

dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas

subterrâneas e dá outras providências. Além disso, foi utilizado como parâmetro as

concentrações de metais descritas na publicação da Embrapa “Qualidade de Água para

Irrigação”, escrito por Almeida (2010), onde utiliza diversos parâmetros para classificar

águas conforme seu risco para o solo e plantas. A concentração máxima permitida dos metais

utilizados nesse trabalho de acordo com a resolução 396/2009 do CONAMA e o livro da

Embrapa estão descritas na tabela 01. Não foram encontrados valores máximos de

concentração para estrôncio, para o bário utilizou-se a concentração máxima apresentado pelo

CONAMA 430/11, que dispõe sobre as condições e padrões de lançamentos de efluentes.

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Tabela 1 - Concentrações máximas de metais em água para irrigação.

METAIS CONAMA EMBRAPA

Bário 5 -

Ferro 5 5

Manganês 0,2 0,20

Potássio - 2

Sódio - 919,6

Cálcio - 400,8

Cromo total 0,1 -

Magnésio - 60,8

Lítio total 2,5 2,5

FONTE: CONAMA/396; CONAMA 430/11; QUALIDADE DE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO

(ALMEIDA, 2010)

Para Ayers e Westcot (1999), os parâmetros mais críticos para o uso da água na

irrigação são: salinidade, sodicidade e toxicidade de determinados íons. Esses fatores devem

ser considerados em relação às características inerentes ao solo irrigado, como textura,

drenagem e química. O efeito da salinidade é de natureza osmótica, podendo afetar

diretamente o rendimento das culturas, uma vez que salinidade excessiva reduz o

desenvolvimento das plantas. Isso ocorre em virtude da necessidade de mais energia para

ajustar os processos bioquímicos envolvidos na absorção de água do solo, em condições de

estresse. A sodicidade pode elevar a porcentagem de sódio trocável no solo, ocasionando

problemas de infiltração. A toxicidade é provocada pelos efeitos específicos dos íons cloreto,

sódio e boro, que afetam diretamente o rendimento das culturas (COELHO, 2006).

Ayers & Westcot (1999) classificam a água em: sem restrição ao uso, com restrição

leve a moderado e com restrição severa, como mostra a Figura 1.

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Figura 1. Parâmetros para interpretação da qualidade de água para irrigação.

FONTE: AYERS & WESTCOT, 1999; ANDRADE, 2009

1 CEa – Condutividade elétrica da água; medida da salinidade, expressa em deciSiemens por metro (dS.m-1) a

25ºC ou milimhos por centímetro (mmho.cm-1). Ambas as medidas são equivalentes.

2 SDT – Total de sais dissolvidos em solução, expresso em miligramas por litro (mg.L-1).

3 RAS – Relação de Adsorção de Sódio.

4 Nitrogênio na forma de nitrato expressos em termos de nitrogênio elementar.

3.4 - Tensoativos

Tensoativos ou surfactantes são substâncias naturais ou sintéticas, que contêm em

sua estrutura uma parte lipofílica e uma parte hidrofílica, as quais são responsáveis pela

adsorção de moléculas tensoativas nas interfaces líquido-líquido, líquido-gás ou sólido-

líquido de um dado sistema (HUNTER, 1996; ROSSI, 2006).

A molécula de um tensoativo é normalmente representada por uma estrutura de

cabeça e cauda, a região polar corresponde à cabeça e, o grupo apolar à cauda. A parte apolar

de um tensoativo normalmente tem origem em uma cadeia carbônica (linear, ramificada ou

com partes cíclicas), a parte polar deve ser formada por alguns átomos que apresentem

concentração de carga, com formação de um polo negativo ou positivo. (DALTIN, 2011). A

figura 2 representa esquematicamente uma molécula de tensoativo.

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Figura 2. Representação estrutural do tensoativo.

Hidrofílica

Hidrofóbica

FONTE: AUTOR.

3.4.1 – Classificação dos tensoativos

O tipo de carga presente na parte polar é que determina a classificação de

tensoativos, que podem ser catiônicos, aniônicos, não-iônicos ou anfóteros.

(a) Tensoativos catiônicos: São tensoativos que quando ionizados em água fornecem

grupos carregados positivamente, fazem parte desse grupo os sais de amina de cadeia longa e

quaternários de amônio.

(b) Tensoativos aniônicos: São tensoativos que ionizados em água fornecem grupos de

carga elétrica negativa, são os tensoativos mais usados no estudo de tratamento de efluentes,

sendo os mais conhecidos os sabões de ácidos graxos derivados de gordura animal, ou óleos

vegetais.

(c) Tensoativos não-iônicos: Diferentemente dos tensoativos aniônicos e catiônicos, essa

classe de tensoativo não fornece íons para o meio aquoso e são solúveis em água devido a

presença de grupos polares. São exemplos o nonilfenol etoxilado e os álcoois graxos

etoxilados.

(d) Tensoativos anfóteros: É um grupo de tensoativo especial que varia sua carga com a

mudança de pH do meio, podendo liberar tanto grupos com carga positiva quanto grupos de

carga negativa. Os mais comuns são o N-alquil e C-alquil betaínas e sultainas, como também

álcool amino fosfatidil (NOBREGA, 2003; NASCIMENTO, 2014).

3.4.2 - Micelização

A micelização se refere a propriedade dos tensoativos de formarem micelas, e isso

ocorre quando essas substâncias atingem a Concentração Micelar Crítica (CMC), onde os

tensoativos irão sofrer mudanças nas suas propriedades físico-químicas. Abaixo da CMC, as

moléculas de tensoativo estão presentes na forma de monômeros e acima, estão presentes na

forma de agregados (micelas), como representado na figura 3 (SWARUP e SCHOFF, 1993;

ATWOOD e FLORENCE, 1985; NOME et al., 1982; ROSSI et al., 2006).

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Figura 3. Processo de micelização dos tensoativos.

FONTE: ROSSI, 2007

Dependendo da fase em que as micelas estão presentes elas podem ser classificadas

em micelas diretas ou inversa. Na micela direta a cabeça polar do tensoativo está voltada para

o exterior da micela e a parte apolar para dentro, nesse caso temos que a fase contínua é uma

substância polar. Na micela inversa a calda apolar do tensoativo está voltada para o exterior

da micela e a cabeça polar para dentro, característica encontrada quando a fase contínua é

uma substância apolar.

Figura 4. Tipos de micelas.

FONTE: ROSSI, 2007

3.4.3 – Balanço hidrofílico-lipofilico (BHL)

O BHL foi idealizado por Griffin (1954) que estabeleceu uma classificação numérica

referente às propriedades hidrófilas e lipófilas dos tensoativos. Refere-se à tendência ao

caráter hidrofílico, variando de 1 a 50, e característico para cada tensoativo. Com essa

classificação é possível escolher o tensoativo ideal para determinado sistema e aplicação.

(MENESES, 2011). Geralmente os tensoativos que formam micelas inversas possuem BHL

baixo, enquanto que micelas diretas são formadas por tensoativos com BHL alto.

3.5 - Microemulsão

As microemulsões são sistemas dispersos, termodinamicamente estáveis,

transparentes ou translúcidos, monofásicos, formados a partir de uma aparente solubilização

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espontânea de dois líquidos normalmente imiscíveis, na presença de tensoativo e cotensoativo

(ROBB, 1982; NETO, 2005).

As microemulsões podem ser diferenciadas das emulsões por serem sistemas

termodinamicamente estáveis, transparentes ou translúcidos, com baixa tensão superficial e

com capacidade de combinar grandes quantidades de dois líquidos imiscíveis em uma única

fase homogênea (MOURA, 1997; ROSSI et al, 2007). As principais diferenças entre

microemulsão e uma emulsão estão apresentadas na figura 5.

Figura 5. Diferenças entre emulsão e microemulsão.

FONTE: DAMASCENO et al., 2010

3.5.1 – Classificações de Winsor

A classificação dos sistemas microemulsionados foi determinada por Winsor (1948),

devido as regiões presentes no diagrama de fases pseudoternário, que observou/descreveu

quatro tipos de sistemas. A figura 6 mostra a classificação dos equilíbrios de Winsor.

Winsor I: Quando a microemulsão está em equilíbrio com óleo, no topo, em excesso.

Winsor II: Quando a microemulsão está em equilíbrio com fase aquosa, em baixo, em

excesso.

Winsor III: Nesse caso a microemulsão está em equilíbrio com a fase aquosa e oleosa,

sendo assim forma-se um sistema trifásico.

Winsor IV: Constituída apenas por uma fase de microemulsão, sendo assim, um

sistema monofásico.

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Figura 6. Representação das regiões de Winsor.

FONTE: NASCIMENTO, 2014

3.5.2 – Diagramas de fase

A representação de qualquer tipo de sistema microemulsionado é feita através de

diagramas de fases que se classificam em ternários, quaternários e pseudoternários, que

variam de acordo com a natureza química e com a quantidade dos constituintes de cada

sistema (ROSSI, 2007).

Os diagramas ternários (Figura 7) representam sistemas microemulsionados com três

constituintes, tensoativo, fase orgânica, fase aquosa, formando um triângulo eqüilátero, onde

cada vértice representa um dos componentes puros. (MENESES, 2011).

Figura 7. Representação do diagrama ternário.

FONTE: ROSSI, 2007

Os diagramas quaternários (Figura 8) representam sistemas microemulsionados com

quatro constituintes, sendo o quarto constituinte o cotensoativo.

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Figura 8. Representação do diagrama quaternário.

FONTE: ROSSI, 2007

Os diagramas pseudoternários (Figura 9) também representa sistemas com quatro

constituintes, porém um dos vértices do triângulo é a combinação de dois componentes, de

modo que a razão deles seja constante.

Figura 9. Representação do diagrama pseudoternário.

FONTE: ROSSI, 2007

3.5.3 - Parâmetros que influenciam na estabilidade das microemulsões

A estabilidade das microemulsões pode ser influenciada pela natureza e concentração

dos componentes (tensoativo, co-tensoativo e fase orgânica), pela salinidade, temperatura, e

razão mássica de tensoativo/co-tensoativo.

3.5.3.1 – Tensoativo

A escolha do tensoativo é de extrema importância para a finalidade da microemulsão

e está relacionado ao BHL do tensoativo, que determinará o tipo de micela formada. Quando

se deseja uma microemulsão do tipo A/O deve ser utilizado um tensoativo mais hidrofóbico,

consequentemente, um tensoativo de caráter hidrofílico deve ser utilizado para obtenção de

microemulsões do tipo O/A (rico em água) (CAPEK, 2004; ROSSI, 2007).

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3.5.3.2 – Cotensoativo

Os cotensoativos mais utilizados são aqueles que possuem cadeia formada entre 4 a 8

carbonos. Geralmente, a maior zona de microemulsão é conseguida quando o comprimento da

cadeia do tensoativo é igual à soma dos comprimentos das cadeias do cotensoativo e do óleo,

sendo assim, quanto maior a cadeia do álcool, menor a região de microemulsão. (LEITE,

1995; BARROS NETO, 1996; LUCENA NETO, 2005).

3.5.3.3 – Razão cotensoativo/tensoativo (C/T)

A solubilidade do sistema e a viscosidade da microemulsão são influenciadas pela

razão C/T. É constatado que o aumento dessa razão amplia, até certo ponto, a região de

microemulsão, devido a diminuição da quantidade de tensoativo (LEITE, 1995; BARROS

NETO, 1996; MENESES, 2011).

3.5.3.4 – Fase orgânica

Moléculas de óleo com pequeno volume molecular ou alta polaridade acaba levando

a solvatação tensoativo-óleo sobre a interface. (LEUN E SHAH, 1987). Já o aumento no

comprimento da cadeia do óleo leva a uma redução das interações entre as microgotículas,

diminuindo a solubilização da microemulsão. (LUCENA NETO, 2005).

3.5.3.5 – Salinidade

A adição do sal diminui a hidrofilia do tensoativo, ao mesmo tempo que aumenta sua

afinidade pelo óleo. Com o aumento da salinidade as forças Coulombianas reduzem a

afinidade entre a parte polar dos tensoativos e a água, tendendo estas a apresentar afinidade

pelo óleo (DUARTE, 2001). A presença de sal promove o aparecimento das regiões de WII e

WIII e consequentemente a diminuição da fase microemulsionada (DANTAS et al., 2003).

3.5.3.6 - Temperatura

O aumento da temperatura faz com que o tensoativo tenha sua capacidade hidrofílica

aumentada, ao passo que tem sua capacidade hidrofóbica reduzida, desse modo, o tensoativo

solubiliza-se mais facilmente em água e, com isso, favorece o aparecimento da fase óleo no

sistema ao mesmo tempo que diminui a fase aquosa (BARROS NETO, 1996).

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A figura 10 resume o efeito da variação da temperatura, salinidade e concentração do

tensoativo sob as fases de Winsor.

Figura 10. Sistemas de Winsor em função da temperatura, salinidade e concentração de

tensoativo.

FONTE: NASCIMENTO, 2013

3.6 - Extração de metais por microemulsão

Microemulsões podem ser bastante utilizadas em extração devido a sua capacidade

em solubilizar dois líquidos de polaridades diferentes, reduzir a tensão superficial e produzir

uma grande área interfacial entre a fase contínua e a fase dispersa (RAMOS, 1996; LUCENA

NETO, 2005; NASCIMENTO, 2014).

Geralmente tensoativos aniônicos aceleram o processo de transferência dos metais,

enquanto os catiônicos e não-iônicos retardam fortemente (SZYMANOWSKI, 1996;

LUCENA NETO, 2005). A figura 11 mostra as possíveis interações entre tensoativos

aniônicos e os metais com diferentes valências.

Figura 11. Interações entre tensoativos aniônicos e metais.

FONTE: OLIVEIRA, 2014

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A extração dos metais ocorre a partir da obtenção de um sistema microemulsionado

na região de Winsor II, região que apresenta uma fase aquosa em excesso em equilíbrio com

uma fase de microemulsão, sendo possível a extração da fase aquosa.

No equilíbrio de WII a fase microemulsionada é formada por dispersão de gotículas

de água envolvidas por uma membrana contendo o cotensoativo e os ânions do tensoativo que

se associam eletrostaticamente com os cátions metálicos, removendo, assim, os metais da

água (BELLOC, 1980; OLIVEIRA, 2014).

3.7 - Germinação de sementes

A germinação é um fenômeno biológico que é considerada pelos botânicos como a

retomada do crescimento do embrião, com o subsequente rompimento do tegumento pela

radícula. Já para os tecnologistas de sementes, a germinação é definida como a emergência e o

desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, manifestando a sua capacidade para

dar origem a uma planta normal, sob condições ambientais favoráveis (NASSIF et al., 1998).

A água é o fator ambiental que mais influencia o processo de germinação. Com a

absorção de água, ocorre a reidratação dos tecidos e, consequentemente, a intensificação da

respiração e de todas as outras atividades metabólicas, que resultam com o fornecimento de

energia e nutrientes necessários para o crescimento do eixo embrionário (NASSIF et al.,

1998).

3.8 - Girassol

O girassol (Helianthus annuus L.) é uma dicotiledônea anual, pertencente a ordem

Asterales e família Asteraceae. O gênero deriva do grego helios, que significa sol, e de anthus,

que significa flor, ou "flor do sol", que gira seguindo o movimento do sol. É um gênero

complexo, compreendendo 49 espécies e 19 subespécies, sendo 12 espécies anuais e 37

perenes (CAVASIN JUNIOR, 2001). É uma planta originária da América do Norte que

possui um alto valor econômico para produção de óleo comestível e biodiesel. É uma cultura

bastante adaptável a condições climáticas extremas, como a seca, além disso, vem sendo

muito utilizada para rotação de culturas, por proporcionar a ciclagem de nutrientes no solo.

O girassol vem se destacando no âmbito nacional e internacional por ser uma planta

de múltiplos usos, da qual quase tudo se aproveita. O sistema radicular pivotante permite

reciclagem de nutrientes no solo, as hastes podem ser utilizadas na fabricação de material para

isolamento acústico, as folhas juntamente com as hastes promovem uma boa adubação verde,

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podendo a massa seca atingir de 3 a 5 toneladas por hectare, além da produção de mel a partir

das flores. Estas fecundadas dão origem aos frutos aquênios que contêm as sementes ricas em

óleo (47%) de excelente qualidade nutricional. (GAZZOLA et al, 2012).

O ciclo da cultura do girassol varia de 90 a 130 dias, de acordo com a cultivar, a

época de plantio, a disponibilidade de água, os tratos culturais utilizados e as condições

edafoclimáticas (CASTRO & FARIAS, 2005). No Brasil, o cultivo dessa planta ocupa uma

área de aproximadamente 67600 ha, concentrada principalmente na região Centro-Oeste

(48800 ha) (CONAB, 2010; MORAIS et. al., 2011).

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4. ESTADO DA ARTE

Os trabalhados referenciados a seguir serviram de inspiração e orientação para

a realização desse estudo.

4.1 – Tratamentos de água produzida

Gomes (2009) verificou a eficiência da remoção de óleo da água produzida,

por meio do processo Fenton, de eletroflotação e a combinação de ambos. O processo

Fenton, utilizando os íons Fe2+ e H2O2 obteve remoção de 94,9% de óleo após 150

minutos de uso, já a eletroflotação conseguiu atingir 98,0% de remoção em 40 minutos.

O processo combinado, utilizando os parâmetros otimizados, obteve uma remoção de

98,0% de óleo em 10 minutos, sendo então, mais eficiente do que os tratamentos

separados.

Silva (2010) estudou os processos de separação por membranas, microfiltração

(MF) e a osmose inversa (OI) para a remoção de óleo emulsionado e de sais dissolvidos,

e usou adsorção em carvão ativado (CA) para a remoção de substâncias que poiam

afetar a osmose. Foram utilizadas águas produzidas sintética e real. A separação por

membranas foi eficiente e o MF possibilitou remover mais de 90% da fase emulsionada.

A adsorção em CA para água produzida sintética reduziu em mais de 90% o carbono

orgânico total, já na água produzida real foi observado uma diminuição nos compostos

voláteis. A OI possibilitou a retenção superior a 98% dos sais e demais substâncias

solúveis. Os resultados obtidos mostraram que as técnicas utilizadas são viáveis para o

tratamento da água produzida.

Cerqueira & Marques (2011) avaliou o uso de eletrofloculação com corrente

alternada e coagulação química no tratamento de água produzida sintética. Foram

analisadas a remoção de óleos e graxas, cor e turbidez, com a variação na freqüência de

corrente alternada, o pH inicial, a distância entre eletrodos, o potencial aplicado e o

lapso de tempo utilizados no processo. Foram conseguidos a remoção de 98% de óleos e

graxas, 99% de cor e de turbidez com a utilização da eletrofloculação na frequência de

60Hz, pH 9, distância de 0,5 cm dos eletrodos, tempo de eletrolise de 3 minutos com a

intensidade de corrente de 3 A. Não foi obtido sucesso utilizando coagulante químico,

enquanto a eletrofloculação mostrou-se um processo eficiente.

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Pereira et al. (2011) estudaram o uso de coagulantes extraídos das sementes de

moringa para o tratamento de água produzida. Os ensaios de coagulação/flocação foram

realizados em água produzida sintética com o coagulante extraído em meio aquoso e

salino, depois foram testados em água produzida real para separação óleo/água. Foi

obtido 96% de eficiência na remoção de óleo, utilizando 0,5 mL/L do coagulante

extraído em meio salino e 76%, usando 2,5 mL do coagulante extraído em meio aquoso.

O extrato da moringa se mostrou uma eficaz alternativa para remoção de óleo em água

produzida.

Cunha & Dutra (2014) aplicou a eletroflotação como alternativa ao tratamento

de amostras de água produzida de petróleo, visando a remoção de matéria orgânica.

Foram comparados os valores de Demanda Química de Oxigênio antes e depois do

ensaio em coluna. Foram também estudados os efeitos das tensões aplicadas e tempo de

flotação. Os resultados mostraram que com aumento da tensão e tempo de flotação

ocorreu um aumento da extração de matéria orgânica, conseguindo a remoção de 95,7%

de DQO, após 50 minutos de flotação, sob tensões de cerca de 5,5 v.

4.2 – Tratamentos de efluentes utilizando sistemas microemulsionados

Dantas et. al. (2003) estudaram a remoção de metais pesados utilizando

microemulsão. O sistema escolhido era constituído de óleo de coco saponificado (OCS)

como tensoativo, n-butanol como cotensoativo, querosene como fase óleo, solução de

metais (Cr, Cu, Fe, Mn, Ni e Pb) à 2% de salinidade (NaCl) como fase aquosa, e uma

razão mássica de cotensoativo/tensoativo fixado em 4. Foi utilizado a metodologia

experimental de Rede de Schefeé para estudo da extração em um determinado local do

diagrama. A extração obteve percentuais de extração de 98% de todos os metais. Na

etapa de reextração o HCl – 8M mostrou-se um ótimo agente reextrator, foi verificado

também a influência do pH e do tempo nesse processo. O estudo mostrou a eficiência de

microemulsão como extrator de seletivos metais pesados em uma fase aquosa.

Lucena Neto (2005) verificou o estudo da influência de tensoativos em

sistemas microemulsionados para extração de gálio e alumínio. Os tensoativos

utilizados foram o 12-N,N-dietilamino-9,10-dihidrooctadccanoato de sódio (Aminado),

OCS e o extratante comercial KELEX-100. O sistema era composto de álcool

isoamílico como cotensoativo, querosene como fase orgânica e licor de Bayer como

fase aquosa. Foram estudados a influência dos tipos de tensoativos, razão C/T, pH e

concentração dos metais na fase aquosa. O percentual de extração atingiu 100% para

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gálio e 99.99% para o alumínio utilizando KELEX-100; 96,6% para o gálio e 98,8%

para o alumínio no sistema contendo aminado, e 88% para o gálio e 85% para alumínio

no sistema contendo OCS. Na etapa de reextração, KELEX-100 e aminado conseguiram

100% de reextração, já o OCS obteve 84% para gálio, 92% para alumínio. Ao final foi

otimizado um sistema extrator de pratos perfurados recíprocos (EPPR), onde foi

extraído 95% de gálio e 97% de alumínio.

Meneses (2011) estudou a remoção de boro de água produzida sintética

utilizando sistema microemulsionado. Foi utilizado cloreto de dodecilamônio (DAC) e

OCS como tensoativos, butanol e álcool isoamilico como cotensoativos, querosene e

heptano como fase orgânica, e solução de boro 3,6ppm como fase aquosa. A razão

cotensoativo/tensoativo foi fixado em 4 e o percentual da fase orgânica foi de 5% para

todos os pontos. Os pontos escolhidos localizaram-se na região de Winsor II, a solução

aquosa em excesso foi separada e analisada. O sistema que apresentou a melhor

eficiência foi o que utilizou DAC, álcool isoamílico e heptano, com 49% de remoção. O

OCS não se mostrou favorável para extração do boro nas condições analisadas.

Oliveira (2014) analisou a influência da extração de íons cobre e níquel por

sistemas microemulsionados nas regiões de Winsor II e III. Os constituintes utilizados

foi óleo de coco saponificado (OCS) como tensoativo, n-butanol como cotensoativo,

querosene como fase oleosa e soluções sintéticas de CuSO4. 5H2O e NiSO4.6H2O com

NaCl 2% como fase aquosa. Os sistemas de Winsor II e III obtiveram percentual

semelhante de extração, o sistema de winsor III apresentou um teor maior de metal na

fase extrato e como possui uma menor quantidade de matéria ativa, é mais eficaz.

Nascimento (2014) avaliou a extração de metais (K, Mg, Ba, Ca, Cr, Mn, Li,

Fe) de água produzida sintética utilizando sistema microemulsionado, constituído por

hexano como fase organica, OCS como tensoativo, n-butanol como cotensoativo, e água

produzida sintética como fase aquosa, com razão cotensoativo/tensoativo (C/T) fixado

em 4. Foram escolhidos 10 pontos localizados na fase de Winsor II, atráves da

metodologia de rede de Schefeé. Os resultados apresenteram percentuais de extração

acima de 90% para Fe, Mn, Cr, Ca, Ba, Mg, e, em torno de 45% para Li e K. O ponto

ótimo de extração foi calculado atráves de recurso estatistico, onte apresentou

composição de 72% de fase aquosa, 9% fase orgânica e 19% C/T, com percentual de

extração global de 80%. O sistema utilizado se mostrou uma eficiente alternativa pra

extração de metais de água produzida sintética.

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4.3 – Utilização de água produzida na irrigação

Rambeau et. al. (2004) estudaram a viabilização da remoção de

hidrocarbonetos de água produzida com baixo teor de sal (<20 g/L) para irrigação

agrícola e florestal. Foram utilizadas técnicas rudimentares como zonas húmidas

artificiais para a remoção dos hidrocarbonetos e foram testadas em algodão e alface.

Nos testes em estufa, a alface foi afetada pela salinidade da água enquanto os resultados

obtidos com o algodão se mostraram dentro da produção média anual, os resultados

validaram a reutilização de água com baixo teor de sal em condições climáticas com

temperaturas esperadas de até 37 ° C no verão e 25 ° C no inverno.

Andrade (2009) utilizou um sistema evaporativo por compressão mecânica de

vapor para avaliar a qualidade do produto da destilação com fim de reuso na irrigação

de culturas não comestíveis. A água produzida e o produto de destilação foram

submetidos a análises químicas e foi verificada a redução de 97% na maioria dos

parâmetros analisados. Os bioensaios foram conduzidos com alga verde, peixe-zebra,

alface e minhocas, para avaliação da toxicidade. O produto de destilação causou leve

toxicidade para a alga, decorrente do nitrogênio amoniacal que estava acima do limite,

para os outros organismos não foi observada toxicidade ao nível de 100% de

concentração.

Lopes et al. (2014) estudaram os efeitos a curto prazo da irrigação com água

produzida tratada sobre a atividade microbiológica do solo cultivadas com plantas

produtoras de biodiesel (girassol cv. BR 321 e mamona cv. BRS Energia) no semiárido.

As espécies foram irrigadas com três tipos de água: água do aquífero Açu (GW), água

produzida tratada por filtração (PWF) e água produzida tratada por osmose (PWRO).

Áreas não cultivadas foram utilizadas como controle. Foram analisadas as atividades de

fungos e bactérias. Irrigação com GW e PWF promoveu aumento de microorganismos e

da atividade de desidrogenase. Irrigação com PWRO reduziu a atividade bacteriana

após 7 semanas de cultivo em ambas plantas e de fungos em 11 semanas na cultura da

mamona. Irrigação com PWRO e PWF, não se mostraram boas alternativas, alterando

negativamente a microbiologia e aumentando a atividade de oxidação do solo.

Pinheiro et. al. (2014) desenvolveram um projeto piloto de irrigação de culturas

destinadas ao biodiesel utilizando água produzida, implantado no campo da fazenda

Belém. O projeto foi estruturado de forma a avaliar os impactos provocados pela

irrigação no solo e águas subterrâneas da área implantada. Foi utilizado dois tipos de

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tratamento para água produzida: apenas filtrada, e desmineralizada, foi utilizado água

do aquífero Açu como testemunha. Para o experimento agrícola foram utilizados

mamona, girassol ornamental, girassol oleífero e abacaxi ornamental. Os resultados

obtidos das análises químicas, hidroquimicas, geoquímicas e de solo não indicaram

potencial poluidor na área do experimento. O experimento ainda está em andamento,

por isso, foram gerados apenas resultados preliminares para os dois primeiros ciclos de

cultivo.

Ferreira et al. (2015) avaliaram os efeitos do uso da água produzida na

estrutura da mesofauna do solo durante as temporadas de seca e chuvas na região

semiárida do Ceará, utilizando água produzida do campo da Fazenda Belém, sendo

cultivado girassol e mamona. Foram utilizados três tipos de tratamento de água, água

produzida tratada por filtração, tratada por osmose reversa e a utilização de água de

subsolo. A abundância e riqueza da fauna não foi influenciada pelo tipo de irrigação no

cultivo do girassol, mas a comunidade foi alterada, já para a mamona, a abundância,

riqueza, e comunidade da mesofauna se mostraram diferentes para cada tipo de água

utilizada, além disso foi encontrada mudança na mesofauna durante o período seco e

chuvoso, devido o comportamento dos organismos durante esses dois ciclos.

Marques et. al. (2015) estudaram os possíveis efeitos tóxicos do óleo e outros

contaminantes presentes na água produzida, na germinação de sementes e

desenvolvimentos de mudas de girassol. Foram utilizadas para comparação água tratada

por eletrofloculação e água produzida tratada com baixo teor de óleo e matéria orgânica.

O processo de eletrofloculação obteve significativas remoção da demanda de oxigênio

(COD) (94%), teor de óleos e graxas (O&G) (96%), cor (97%), e turbidez (99%). O

processo de germinação e biomassa das mudas não foram afetadas significativamente

pelos diferentes níveis de O&G, COD e sais presentes nos dois tipos de água. Foi

verificado que a porcentagem de germinação e vigor tendem a cair usando água

produzida não tratada a partir de 337,5 mg.L-1 de O&G, e 1321 mg O2.L-1. O tratamento

de água produzida por eletrofloculação se mostrou uma alternativa para melhorar o

desenvolvimento de mudas de girassol.

A pesquisadora Lewis (2015), sob o comando da empresa Texas A&M Agrilife

Research, realizou um projeto de pesquisa para utilização da água produzida tratada

misturada com água de subsolo para irrigação de algodão no Texas. Foi avaliada a

produção do algodão e as propriedades químicas do solo, utilizando irrigação com água

misturada com água do subsolo 1:4, e com a água de subsolo. A água produzida passa

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por um processo de remoção de óleos e graxas, e remoção de compostos orgânicos,

metais, inorgânicos, sólidos suspensos, além da remoção de cloro e sódio. As plantas

irrigadas com água produzida misturada com água de subsolo apresentaram produção de

568 lb/acre, e com água de subsolo 587 lb/acre, portanto, a mistura das duas águas não

apresentou diferença significativa. O solo apresentou redução de parâmetros de

salinidade com a irrigação da água misturada.

Sousa et. al. (2016) verificaram as mudanças nos aspectos nutricionais da

cultura do girassol e os efeitos causados na produção de biomassa e grãos, em plantas

irrigadas com água produzida filtrada, tratada por osmose, e água subterrânea. O

girassol foi cultivado durante três ciclos, com os três tipos de água e ao final de cada

ciclo, raízes, parte aérea a grãos foram coletados para determinar as concentrações dos

nutrientes. A irrigação com água produzida tratada por osmose promoveu acúmulo de

Ca, Na, N, P e Mg. As plantas irrigadas com água produzida tratada por osmose

acumularam maiores teores de sódio em raízes e parte aérea, o que afetou na produção

de biomassa e grãos. Os resultados sugeriram que a irrigação com água produzida

tratada por osmose é uma boa estratégia para a reutilização de recursos hídricos, mas

deve ser utilizada em condições controladas.

Miranda et al. (2016) estudaram o efeito da irrigação com água produzida

sobre o rendimento da mamoneira e a salinidade do solo, comparando com a irrigação

utilizando água de subsolo. Os tratamentos utilizados foram água produzida tratada por

filtração, água tratada por osmose reversa, e, como testemunha, água do aquífero Açu.

A irrigação foi realizada para dois ciclos de cultivo da mamona ‘BRS Energia’. A

irrigação com a água produzida tratada por filtração provocou redução no rendimento da

cultura em 30% comparado com a testemunha, além de ter provocado o aumento na

salinidade e sodicidade do solo. Irrigação com água tratada por osmose se mostrou

eficiente, não afetando as propriedades do solo e a produtivadade da cultura, podendo

então ser utilizada na irrigação da mamoneira.

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5. METODOLOGIA

Esta seção tem como objetivo apresentar a metodologia experimental adotada

para o desenvolvimento do trabalho. Sendo assim, serão descritos: os reagentes,

equipamentos, o preparo da água produzida sintética e do óleo de coco saponificado, a

obtenção do diagrama pseudoternário, escolha do ponto de extração, o preparo do

sistema agrícola e todos os parâmetros analisados de água, planta e solo.

5.1 – Reagentes utilizados

Os reagentes utilizados na obtenção da água produzida e do tensoativo

utilizado para o experimento estão listados na tabela 2.

Tabela 2 - Reagentes utilizados.

Reagentes Marca Pureza

NaCl Vetec 99%

MnSO4.H2O Vetec 98%

Li2SO4 Vetec 98%

CrCl3.6H2O Dinâmica 99%

FeCl3.6H2O Vetec 98%

SrSO4 Êxodo 99%

BaCl2 Vetec 99%

K2SO4 Vetec 99%

CaCl2 Vetec 99%

MgCl2.6H2O

Petróleo

Óleo de coco

n-Butanol

Hexano

Álcool Etílico

Vetec

BR

Regional

Vetec

Vetec

Vetec

99%

-

-

99,4%

99%

99%

5.1 – Equipamentos Utilizados

Os equipamentos utilizados para a realização do estudo estão listados a seguir:

• Agitador Mecânico (Fisatom – Mod. 752)

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• Homogeinizador (TECNAL TE-102)

• Centrífuga

• Balança Analítica

• Manta de Aquecimento (Quimis Mod. Q – 321.25)

• Espectrômetro de Absorção Atômica (ContrAA 700, Analytik Jena,

Alemanha)

• Condutivímetro (Tecnopon – MCA – 150)

• pHmetro (Tecnopon – MPA - 210)

5.2 – Obtenção da água produzida sintética

A água produzida sintética foi obtida com concentrações de metais baseadas na

composição da água produzida de Campos (Bacia de Campos) devido a sua grande

quantidade de contaminantes (NASCIMENTO, 2014).

Inicialmente foi feita uma solução salina (10L), NaCl à 2000 ppm e as soluções

de cada sal foram preparadas separadamente. Em seguida, todas as soluções foram

misturadas em uma bombona de 20 litros com 10 litros de água de torneira para se obter

um volume de água significativo para a realização de todo o experimento. Os sais e as

concentrações dos mesmos foram determinados por espectrometria de emissão óptica

com plasma e encontram-se na tabela 3.

Tabela 3 - Sais utilizados na síntese da água produzida e suas respectivas

concentrações.

Fórmula Molecular Concentração dos cátions metálicos

presentes na água produzida sintética

MnSO4.H2O 3,327 ppm

Li2SO4.H2O 4,571 ppm

CrCl3. 6H2O 6,908 ppm

FeCl3. 6H2O 19,530 ppm

SrCl2. 2H2O 92,300 ppm

BaCl2. 2H2O 5,261 ppm

K2SO4 143,800 ppm

CaCl2. 2H2O 801,400 ppm

MgCl2. 6H2O 288 ppm

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Após o preparo da solução salina foi adicionado petróleo do Campo Marítimo

de Ubarana – Macau/RN sob agitação utilizando o Homogeneizador (TECNAL TE-

102) com rotação de 4000 rpm até que ocorresse a emulsificação completa do óleo na

água.

5.3 – Síntese do óleo de coco saponificado (OCS)

A síntese do óleo de coco saponificado foi feita segundo a metodologia

proposta por NASCIMENTO (2014), onde, em um balão de fundo redondo foi colocado

100 g de óleo de coco, 300 ml de álcool etílico, 15 g de NaOH dissolvido em 100 ml de

água destilada. O balão foi conectado a um condensador de refluxo, mantendo o sistema

sob aquecimento por 2 h. Depois a reação foi transferida para um béquer de 600 ml e

aquecido a 100 ºC, sob agitação constante, para que ocorresse a evaporação do álcool

em excesso, promovendo a cristalização do sabão.

5.4 – Construção do diagrama pseudoternário

Após a síntese da água produzida e do tensoativo, construiu-se um diagrama

pseudoternário, com hexano como fase óleo (FO), a água produzida sintética como fase

aquosa (FA), n-Butanol como cotensoativo e óleo de coco saponificado (OCS) como

tensoativo, em uma razão C/T=4. A razão C/T=4 foi escolhida por apresentar baixa

quantidade de tensoativo e uma boa eficiência de extração (LUCENA NETO, 2005;

NASCIMENTO, 2013).

O método para construção dos diagramas de fases foi baseado na titulação

gravimétrica entre os componentes, a fim de se obter as proporções mássicas entre eles

(RAMOS, 1996; MOURA, 2001; NASCIMENTO, 2013). Conforme se executava a

titulação e ocorria a variação do aspecto sistema, os tubos eram pesados e a massa

registrada no diagrama, para que assim fossem delimitadas das regiões de Winsor.

5.5 – Escolha do ponto ótimo e extração da fase aquosa do sistema

Depois da construção do diagrama pseudoternário foi escolhido um ponto de

modo que a quantidade de tensoativo, cotensoativo e óleo fosse a menor possível, o que

significa na utilização de um baixo teor de matéria ativa.

A extração da fase aquosa do sistema foi realizada utilizando a região de

Winsor II, onde tem-se um equilíbrio entre a microemulsão e a fase aquosa em excesso.

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O ponto escolhido foi reproduzido diversas vezes em uma escala equivalente a

se obter em torno de 500 ml de água tratada. Tensoativo, cotensoativo, fase aquosa e

fase orgânica foram colocadas em um béquer de 600mL sob agitação por 15 minutos,

em seguida o sistema foi deixado em repouso por aproximadamente 5 minutos para que

ocorresse a formação da região de Winsor II (figura 12a).

Após a formação da região de Winsor II, a fase de microemulsão foi separada

da água tratada, e esta passou por uma etapa de filtração simples para retirar possíveis

resíduos (figura 12b).

Figura 12 - (a) Água sendo tratada por sistemas microemulsiondos com a formação da

região de Winsor II (b) Água após a remoção da microemulsão e filtração simples.

FONTE: AUTOR

5.6 – Preparo do sistema do plantio

5.6.1 – Localização

O experimento foi conduzido na cidade de Lagoa Salgada-RN (6°07'15.8" S

35°28'28.6" W), localizada na região Agreste Potiguar, durante o mês de março, onde a

temperatura média chega a 26,3º C, e precipitação média de 117mm.

5.6.2 – Solo e sementes

O solo utilizado no experimento foi proveniente de uma região cultivável na

cidade de Lagoa Salgada-RN, apresentando uma textura do tipo areia, verificada no

laboratório de solos da UFERSA, a esse solo foi adicionado estrume curtido de vaca

numa proporção de três porções de solo para 1 de estrume.

As sementes de girassol utilizadas foram da variedade Catissol e cedidas pela

EMPARN, foram cultivadas em sacos plásticos adequados para essa finalidade. Na

semeadura foram utilizadas três sementes em cada saco, em duplicata (Figura 13).

(a) (b)

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Figura 13 - Semeadura dos girassóis.

FONTE: AUTOR

5.6.3 – Irrigação

A irrigação era realizada a cada 48 h com um volume médio de 150 ml/saco,

durante 10 dias. Foram utilizadas: água de torneira, água produzida sintética, água

produzida tratada com sistema micoemulsionado, e misturas da água produzida tratada

com água de torneira, no total foram cinco tipos de tratamentos denominados da

seguinte forma:

• Tratamento 1 – Água de torneira (AT);

• Tratamento 2 – Água produzida sintética (AP);

• Tratamento 3 – Água produzida tratada (APT);

• Tratamento 4 – Mistura da água de torneira com água tratada na

proporção de 2:1 (2:1 APT);

• Tratamento 5 – Mistura da água de torneira com água tratada na

proporção de 4:1 (4:1 APT).

5.4 – Avaliações no campo (Porcentagem de germinação/ Índice de velocidade de

emergência/ Altura)

Ao completar o ciclo de 10 dias depois da semeadura, foi feita a contagem das

plantas que emergiram para calcular a porcentagem de sementes que germinaram.

Em seguida foram avaliados o índice de velocidade de emergência (IVE), o

qual estima o número médio de plântulas normais emergidas por dia (ÁVILA et al.,

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2005; EICHOLZ et al., 2012). O IVE foi calculado seguindo a fórmula utilizada por

Maguire (1962):

IVE = (E1/N1 + E2/N2 + En/En)

IVE = índice de velocidade de emergência,

E1, E2, En = número de plântulas computadas na primeira, segunda, e última

contagem;

N1, N2, Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda, e última

contagem.

A determinação do comprimento médio das plântulas normais ou partes destas

é realizada, tendo em vista que as amostras que apresentam os maiores valores médios

são as mais vigorosas (NAKAGAWA, 1999). A medida da altura média foi realizada ao

final do experimento, medindo-se com uma régua a altura entre a superfície de solo e o

topo das plântulas que emergiram.

5.7 – Caracterização da água

Cada tratamento utilizado foi caracterizado pelos parâmetros descritos na

tabela 4. As análises foram realizadas pelo NUPPRAR/UFRN seguindo procedimentos

internos e as normas APHA 4110, APHA 2320, EPA 6010.

Tabela 4 - Parâmetros físico-químicos analisados nas águas utilizadas no experimento.

PARÂMETROS ANALISADOS

pH Ferro

Condutividade Lítio Total

Bário total Magnésio

Cálcio total Manganês

Cromo total Potássio

Estrôncio Sódio

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5.8 - Razão de Adsorção de Sódio (RAS)

Com as concentrações de Sódio (Na), Cálcio (Ca) e o Magnésio (Mg) foi feito

o cálculo da razão de adsorção de sódio (RAS). O índice é importante quando há

predominância do íon sódio, que pode induzir trocas de íons cálcio e magnésio pelos de

sódio nos solos, ocasionando a degradação do mesmo, com a consequente perda de sua

estrutura e permeabilidade, além de servir como um indicador do perigo da sodicidade

de solos (ALMEIDA, 2010).

A RAS é expressa pela raiz quadrada do milequivalente por litro (meq.L-1)1/2 pi

dp milimol carga por litro (mmolc.L-1)1/2 e foi calculada pela fórmula descrita na figura

14.

Figura 14 - Fórmula para o cálculo da razão de adsorção de sódio (RAS).

FONTE: ALMEIDA, 2010

Com o valor da RAS e da condutividade da água foi possível analisar os graus

de restrição da água em relação a possíveis problemas de salinização, sodificação e

infiltração a partir dos valores tabelados por Ayers e Scott (1999) que se encontram na

página 19.

5.9 – Caracterização do solo

Foi feita a caracterização do solo antes e depois da aplicação de cada

tratamento, para verificar possíveis mudanças nos parâmetros analisados. As análises de

pH e condutividade foram realizadas na Universidade Federal do Semi-Árido, seguindo

as normas presentes no manual de métodos de análise de solo da EMBRAPA e as

análises de cátions e ânions no NUPPRAR/UFRN seguindo as normas EPA 6010 e

APHA 411. Todos os parâmetros de solo analisados estão informados na tabela 5.

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Tabela 5 - Parâmetros físico-químicos analisados nos solos utilizados no experimento.

PARÂMETROS ANALISADOS

pH Estrôncio

Condutividade Ferro

Bário total Lítio Total

Cálcio total Magnésio

Cloreto Manganês

Cromo total Potássio

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 – Diagrama pseudoternário

A figura 15 mostra o diagrama pseudoternário construído para o sistema

composto de água produzida, hexano, OCS e n-butanol.

Figura 15 - Diagrama pseudoternário do sistema Água Produzida, Hexano, OCS e n-

Butanol.

O diagrama apresentou uma fase ampla de Winsor II, região de interesse, sendo

escolhido o ponto marcado em vermelho de composição: 85% FA, 10% FO, e 5% C/T.

O ponto foi escolhido devido a alta quantidade de fase aquosa, combinado com uma

quantidade pequena da fase orgânica, tensoativo e cotensoativo, apresentando condições

ideais para um tratamento, utilizando baixas quantidades de matéria ativa.

6.2 – Estudo da extração dos metais da água produzida por sistema

microemulsionado

As concentrações para todos os metais na água produzida e na água produzida

tratada pelo sistema microemulsionado, bem como os percentuais de extração dos

metais, estão apresentadas na tabela 6. Foi também construído um gráfico (figura 16),

com as porcentagens de extração para cada metal.

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Tabela 6 - Concentrações de metais nas águas produzidas sintética e tratada.

Metais AP (ppm) APT (ppm) %E

Bário 5,261 0,195 96,29

Cálcio 801,4 143,2 82,13

Cromo 6,908 0,083 98,80

Estrôncio 92,3 6,099 93,39

Ferro 19,53 0 100

Lítio 4,571 1,314 71,25

Magnésio 288 118,72 58,77

Manganês 3,327 0,624 81,24

Legenda: AP – Água Produzida; APT – Água Produzida Tratada.

Como pode ser observado na tabela 6 e no gráfico apresentado na figura 16, o

sistema utilizado apresentou uma ótima porcentagem de extração para todos os metais

no ponto estudado, obtendo para a maioria destes uma porcentagem de extração em

torno de 90%, o que vai de acordo com estudos anteriores que obtiveram resultados

nessa mesma faixa (DANTAS NETO, 2007; DANTAS et al., 2003; LUCENA NETO,

2005; NASCIMENTO, 2014).

Figura 16 - Porcentagem de extração de metais.

Foi constatado um aumento na concentração de sódio e potássio na água

produzida tratada. O aumento na concentração de sódio se deve a troca iônica entre o

tensoativo aniônico e o meio aquoso, onde o tensoativo libera Na+ para o meio e este é

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substituído pelos íons metálicos da solução aquosa (CARVALHIDO et al, 2001;

NASCIMENTO, 2014). Já o acréscimo na concentração do potássio pode ter sido

provocado por alguma interferência durante a síntese do OCS.

6.3 – Qualidade da água para irrigação

6.3.1 – Concentração de metais

Para todas as águas utilizadas no experimento foram determinadas as

concentrações de metais presentes, por espectrometria de absorção atômica, para

verificar o enquadramento das mesmas com a legislação da CONAMA/397 bem como

com as concentrações presentes no livro “Qualidade de água para irrigação” da

Embrapa (ALMEIDA, 2010), todos os dados obtidos estão retratados na tabela 7.

No anexo (página 66) se encontram as concentrações de metais da água de

torneira, que estão abaixo das concentrações máximas permitidas.

Para uma melhor discussão dos resultados foram construídos gráficos

representados nas figuras 17 e 18, que relacionam as concentrações de cada água com

os parâmetros do CONAMA e da Embrapa.

Tabela 7 - Concentrações máximas de metais permitidas e ideais para reuso na

irrigação e as concentrações de metais nas águas utilizadas no experimento.

Metais Parâmetro Concentração

máxima (ppm)

AP

(ppm)

APT

(ppm)

2:1 APT

(ppm)

4:1 APT

(ppm)

Bário CONAMA 5 5,261 0,195 0,266 0,241

Cálcio Embrapa 400,8 801,4 143,2 18,13 9,36

Cromo CONAMA 0,1 6,908 0,083 0 0

Ferro CONAMA 5 19,53 0 0 0

Lítio Embrapa 2,5 4,571 1,314 0,921 0,602

Magnésio Embrapa 60,8 288 118,72 92,19 59,85

Manganês CONAMA 0,2 3,327 0,624 0,18 0,113

Potássio Embrapa 2 143,8 152,8 57,31 33,1

Sódio Embrapa 919,6 434,5 1435 432,3 254,8

Legenda: AT – Água de torneira; AP – Água Produzida; APT – Água Produzida Tratada; 2:1 APT –

Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 2:1; 4:1 APT – Mistura de água de torneira

com água tratada na proporção de 4:1.

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46

Figura 17 – Relação das concentrações de Li, Ba, Mn, Cr e Fe pela Legislação e dos

tratamentos utilizados.

Legenda: Conama/Embrapa – Concentrações máximas de metais segundo o CONAMA/396 e

EMBRAPA; AT – Água de torneira; AP – Água Produzida; APT – Água Produzida Tratada; 2:1 APT –

Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 2:1; 4:1 APT – Mistura de água de torneira

com água tratada na proporção de 4:1.

A água produzida apresentou valores acima do permitido pela legislação para

Bário (Ba), Lítio (Li), Manganês (Mn), Cromo (Cr) e Ferro (Fe) como pode ser

observado na figura 17, com isso é considerada uma água que não pode ser utilizada

para reuso do solo, e tratamentos devem ser realizados para diminuir essa grande

quantidade de poluentes, que podem trazer problemas tanto para o solo, quanto paras as

plantas irrigadas com esse tipo de água.

A água produzida tratada bem como suas diluições apresentaram concentrações

abaixo do limite permitido para Li, Ba, Cr e Fe. Para Mn apenas as diluições da água

produzida tratada ficaram abaixo do permitido.

A água produzida tratada (APT) apresentou concentração de manganês três

vezes maior do que o permitido pelo CONAMA. Altas concentrações de manganês

podem causar problemas nas tubulações de irrigação, além de ser considerado um

elemento tóxico em solos muito ácidos pois favorecem o acumulo desse metal, que de

acordo com Foy et. al (1978) o excesso de manganês no solo proporciona reduções nas

quantidades absorvidas de cálcio, ferro e magnésio pelas plantas.

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47

Figura 18 - Relação das concentrações de Na, K, Mg e Ca pela Legislação e dos

tratamentos utilizados.

Legenda: Conama/Embrapa – Concentrações máximas de metais segundo o CONAMA/396 e

EMBRAPA; AT – Água de torneira; AP – Água Produzida Tratada; APT – Água Produzida Tratada; 2:1

APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 2:1; 4:1 APT – Mistura de água de

torneira com água tratada na proporção de 4:1.

Através da análise da tabela 7 e da figura 18, foi possível observar que a água

produzida apresentou concentrações abaixo da concentração máxima ideal estabelecido

pela Embrapa para o Sódio (Na), em contrapartida para Potássio (K), Magnésio (Mg) e

Cálcio (Ca), as concentrações na água estavam bem maiores do que as permitidas pelos

parâmetros.

O cálcio se encontrou abaixo do limite permitido para a água tratada (APT) e

suas diluições (2:1 APT e 4:1 APT). Magnésio e potássio apresentaram concentrações

maiores do que o ideal para água de irrigação, o potássio, em excesso, pode ocasionar

toxidez e contribuir para o aumento da salinidade do solo, já o magnésio, em grandes

quantidades pode ocasionar desequilíbrio nutricional para as plantas pela absorção em

excesso desse elemento.

Para a água tratada (APT) a quantidade de sódio presente estava muito acima

da quantidade máxima para uma água de irrigação ideal, isso ocorreu devido a adição

do sódio pelo tensoativo aniônico durante a extração dos metais da água por troca

iônica. A grande quantidade de sódio pode ser tóxica, pois reduz o potencial osmótico

do solo, o que prejudica a germinação de sementes e o crescimento de plantas, pela

razão do decréscimo da disponibilidade de água daquele solo (BERNARDO et al.,

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48

2006). Para as diluições da água tratada, o sódio se encontrou abaixo do máximo do

parâmetro proposto pela Embrapa.

6.3.1 – Razão de Adsorção de Sódio (RAS) e Condutividade Elétrica (CE)

A condutividade elétrica (CE) é um dos parâmetros mais importantes no estudo

de águas para irrigação, pois além de servir para saber o grau de salinidade da água,

também pode ser relacionada com a Razão de adsorção de sódio, verificando possíveis

problemas que as águas podem provocar no solo e nas plantas, principalmente no que se

diz respeito à sodificação e infiltração do solo.

Os resultados obtidos para a condutividade elétrica das águas utilizadas no

experimento se encontram na tabela 8.

Tabela 8 - Condutividade elétrica das águas utilizadas no experimento.

Tipos de água CE (dS.m-1)

AT 0,812

AP 8,98

APT 6,99

2:1 APT 2,80

4:1 APT 1,78

Legenda: CE – Condutividade Elétrica; AT – Água de torneira; AP – Água Produzida; APT – Água

Produzida Tratada; 2:1 APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 2:1; 4:1

APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 4:1.

Segundo a classificação proposta por Ayers e Scott (1999), águas com CE

maior que 3 dS.m-1 possuem grau de restrição a uso severo, entre 0,7-3,0 dS.m-1 são

consideradas de restrição leve a moderado, e menores que 0,7 dS.m-1 não possuem grau

de restrição.

A água produzida e a água tratada sem diluição apresentaram valores de

condutividade de 8,98 dS.m-1 e 6,99 dS.m-1, respectivamente, portanto com grau de

restrição severo. A alta condutividade da água produzida está associada ao alto número

de íons metálicos presentes na sua composição, já na água produzida tratada, embora

tenha havido a remoção de íons metálicos, apresentou uma alta quantidade de sódio que

pode ser proveniente do tensoativo durante a troca iônica no tratamento, e refletiu na

alta condutividade.

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49

As diluições da água produzida tratada, e a água de torneira apresentaram

valores de CE na faixa de 0,7-3,0, com isso, possuem grau de restrição leve a moderado,

portanto, não apresentam um alto risco em relação a salinidade do solo, principalmente

a água de torneira. Águas enquadradas nessa classificação necessitam de um maior

cuidado na escolha de culturas e cultivares adaptadas a essa condição e uso de práticas

de manejo da irrigação, para assim manter a produção dentro do esperado. (MIRANDA,

2016).

Devido à grande quantidade de sódio nas águas utilizadas, principalmente na

água tratada e suas diluições, foi calculada a razão de adsorção de sódio (RAS) para

avaliar possíveis problemas que as águas podem trazer em relação a sodificação e

infiltração do solo. O cálculo utilizado para obter a RAS está descrito na página 41 e os

resultados mostrados na tabela 9.

Tabela 9 – Razão de adsorção de sódio (RAS) das águas utilizadas no experimento.

Tipos de água RAS

(mmolc.L-1)0,5

AT 2,1

AP 3,33

APT 21,36

2:1 APT 9,07

4:1 APT 6,7

Legenda: RAS – Razão de Adsorção de Sódio; AT – Água de torneira; AP – Água Produzida Tratada;

APT – Água Produzida Tratada; 2:1 APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de

2:1; 4:1 APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 4:1.

A água produzida tratada foi a que apresentou uma RAS mais alta, justamente

por apresentar a maior concentração de sódio em comparação com as outras águas

utilizadas no trabalho.

Segundo a classificação do Departamento de Agricultura Norte Americano,

citada por Bernardo (2006), águas com RAS maiores que 26 mmolc. L-1 são

classificadas como de risco muito forte, entre 18-26 mmolc. L-1 são de risco forte, entre

10-18 mmolc. L-1 de risco médio e menores que 10 mmolc. L

-1 de risco baixo. Com isso,

a água produzida tratada é considerada de risco muito forte, enquanto as demais de

baixo risco.

O risco forte em relação a sodicidade indica que, embora a água possa ser

usada para a irrigação, podem ocorrer problemas de redução da infiltração da água no

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50

solo, havendo necessidade da adoção de práticas de manejo adequadas para a

manutenção da estrutura do solo (AYERS & SCOTT, 1999).

Ainda relacionado a sodicidade da água, segundo Ayers e Scott (1999)

consideram que águas com valores de RAS maiores que 9 mmolc. L-1 apresentam um

grau moderado de restrição ao uso na irrigação superficial, como foi o caso da água

tratada (APT) (21,36 mmolc.L-1) e da diluição 2:1 APT (9,07 mmolc. L

-1), a diluição 4:1

APT (6,7 mmolc.L-1) e a água produzida (3,3 mmolc. L

-1) possuem ligeira restrição, e a

água de torneira, nenhuma.

O aumento da sodicidade do solo provoca nas sementes e nas plantas a

diminuição da absorção de água, e principalmente de outros nutrientes como K+ e Ca+,

devido a mudança no equilíbrio iônico no solo, consequentemente irá diminuir o

rendimento de produção.

6.3.2 – pH

O valor do pH da água pode interferir na disponibilidade de nutrientes do solo,

além de problemas nas tubulações de irrigação, por isso se faz necessário o estudo desse

parâmetro. Os valores de pH das águas utilizadas estão descritos na tabela 10.

Tabela 10 - Valores de pH das águas utilizadas no experimento.

Tipos de água pH

AT 6,89

AP 4

APT 6

2:1 APT 6,79

4:1 APT 6,87

Legenda: pH –Potencial hidrogeniônico; AT – Água de torneira; AP – Água Produzida; APT – Água

Produzida Tratada; 2:1 APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 2:1; 4:1

APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 4:1.

Segundo Ayers e Scott, o valor ideal de pH de uma água de irrigação situa-se

entre 6,5 e 8,4, nesse caso, apenas a água de torneira e as diluições da água produzida

tratada se apresentaram na faixa ideal de pH. Segundo Almeida (2010), valores de pH

fora da faixa de 6,5 e 8,4 é um indicador de anormalidade na qualidade da água ou de

presença de íons tóxicos podendo incidir negativamente na população microbiana do

solo e danos ao sistema radicular.

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51

Além disso, valores de pH de água abaixo de 6,5, como o observado na água

tratada e, principalmente, na água produzida, podem causar problemas para as

tubulações de irrigação, por corrosão.

6.4 – Germinação do girassol

6.4.1 – Porcentagem de germinação

O teste da germinação das sementes de girassol foi realizado para observar a

influência de cada tipo de água no crescimento inicial das plantas. Ao final dos dez dias

de experimento, foi verificado as porcentagens de germinação para as sementes de

girassol submetidas aos tratamentos utilizados, os valores obtidos se encontram no

gráfico 4.

Figura 19 - Porcentagem de germinação das sementes de girassol, em 10 dias.

Legenda: AT – Água de torneira; AP – Água Produzida; APT – Água Produzida Tratada; 2:1 APT –

Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 2:1; 4:1 APT – Mistura de água de torneira

com água tratada na proporção de 4:1.

A partir da figura 19, pode-se observar que as sementes de girassol irrigadas

com água produzida tratada (APT) não germinaram, sendo a alta concentração de sódio

presente nessa água o fator mais provável para esse acontecimento. Santos et al. (2009)

explicam que o NaCl afeta a germinação e o vigor das sementes, tanto pelo efeito

osmótico, dificultando a absorção da água pelas sementes, como pelo efeito iônico, por

inibição da síntese e/ou atividade de enzimas hidrolíticas necessárias à germinação,

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provocada para facilitar a penetração de íons nas células, em níveis tóxicos, ou então

pela combinação de ambos. Segundo Bewley (1982) o estresse salino é mais inibitório

durante a fase de germinação do que qualquer outro estágio de desenvolvimento das

plantas.

Apenas 33,33% das sementes irrigadas com água produzida conseguiram

germinar. Além do efeito tóxico da grande quantidade de metais pesados presentes na

água produzida, a presença do óleo pode ter provocado a inibição da germinação das

sementes. De acordo com Baker (1970), o efeito inibitório do óleo na germinação

acontece devido a barreira física que este pode formar ao redor da semente, impedindo a

passagem de oxigênio e água para o embrião.

A baixa porcentagem de germinação das sementes irrigadas com água

produzida e água produzida tratada já eram esperadas, pois o girassol é considerada

moderadamente sensível à salinidade e sendo uma planta tolerante à irrigação com água

de CEa até 3,5 dS m-1, valores mais altos que esses mostram uma queda brusca na

produção (SARMENTO, 2011).

As diluições da água produzida tratada tiveram bons rendimentos na

germinação, com 66,33% das sementes germinadas. O baixo teor de metais e

principalmente a redução na concentração de sódio na água fizeram com que as plantas

conseguissem emergir de modo igual as sementes irrigadas com a água de torneira.

6.4.2 – Índice de Velocidade de Emergência

O índice de velocidade de emergência das plantas foi calculado pela equação

apresentada na página 40 e os valores obtidos se encontram na tabela 11.

Tabela 11 - Índice de velocidade de emergência (IVE) do girassol.

Tipos de água

utilizada IVE

AT 0,86

AP 0,6

APT 0

2:1 APT 0,67

4:1 APT 0,81

Legenda: AT – Água de torneira; AP – Água Produzida Tratada; APT – Água Produzida Tratada; 2:1

APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 2:1; 4:1 APT – Mistura de água de

torneira com água tratada na proporção de 4:1.

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53

O índice de velocidade de emergência é um dos parâmetros mais importantes

na análise de eficiência de germinação, pois nos mostra o tempo gasto para a semente

germinar. Quanto mais alto o valor da IVE, mais rápido foi a germinação, e

consequentemente, melhor para o produtor.

A salinidade das águas utilizadas provavelmente foi o fator que reduziu a

velocidade de germinação das plântulas, já que, Travassos et. al. (2012) evidenciou que

a redução na absorção de água pelas sementes de girassol sob condições de estresse

salino, impedem a embebição das sementes durante o processo inicial de germinação e,

como consequência, provoca a redução na velocidade de emergência das plântulas e

interfere no índice de germinação.

Como a concentração de sódio cresce na ordem de água de torneira - água

tratada 4:1 - água tratada 2:1 - água produzida - água tratada pura, ocorre a diminuição

do índice de emergência nessa mesma ordem, evidenciando que a salinidade foi o fator

que impediu a emergência mais rápida das plântulas.

6.4.3 – Altura das plantas

Para averiguar o vigor das plantas emergidas, foi verificado a altura média das

plantas, os valores obtidos, ao final dos dez dias de experimento, cujos resultados se

encontram na tabela 12.

Tabela 12 - Altura média das plantas em relação a água utilizada na sua irrigação.

Tipos de água utilizada Altura média (cm)

AT 6,625

AP 5,6

APT 0

2:1 APT 3,25

4:1 APT 6,325

Legenda: AT – Água de torneira; AP – Água Produzida; APT – Água Produzida Tratada; 2:1 APT –

Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 2:1; 4:1 APT – Mistura de água de torneira

com água tratada na proporção de 4:1.

A altura média das plantas está diretamente ligada ao índice de velocidade de

emergência (IVE) das sementes, geralmente, quanto maior o IVE, maior a altura média

das plantas no final do experimento.

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O valor de altura média para as plantas irrigadas com água produzida (AP)

mostra que mesmo com apenas duas sementes germinadas essas conseguiram ter um

crescimento satisfatório. Sabe-se que alguns metais podem ser tóxicos para as plantas,

mas alguns, acabam servindo como micronutrientes, como o manganês, zinco e ferro,

que contribuem para aumentar o vigor das plantas (SARUHAN et al., 2002; ROBERTS,

1972; GUPTA, 2002; SOUZA et al., 2015), principalmente o ferro que é considerado

um metal essencial chave para transformações energéticas necessárias para síntese e

processos vitais das células, como a fotossíntese (FERREIRA & CRUZ, 1991; SOUZA

et al. 2013).

Para a irrigação com água de torneira (AT) e com a água tratada 4:1 (4:1 APT),

quase não houve variação na altura das plantas, já a água diluída 2:1 (2:1 APT)

apresentou um valor menor que essas duas, o que sugere a influência da concentração

de sódio na água sob o crescimento das plantas, já que a 2:1 APT tem a maior

concentração em comparação com as duas outras em questão.

6.5 – Efeitos das águas utilizadas para o solo

6.5.1 - Concentração de metais nos solos

O efeito à curto prazo da aplicação das águas sob a concentração de metais do

solo foi verificada, os valores obtidos antes da aplicação, e depois da aplicação de cada

efluente estão detalhados na tabela 13.

Para uma melhor visualização da concentração de metais totais do solo, foi

também construído o gráfico mostrado na figura 20.

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Tabela 13 - Concentração de metais no solo antes do uso, e depois da utilização de cada

tipo de água.

Metais S/ USO

(ppm)

AT

(ppm)

AP

(ppm)

APT

(ppm)

2:1 APT

(ppm)

4:1 APT

(ppm)

Bário 9,65 23,7 64,32 11,78 11,39 14,61

Cálcio 613,35 795,72 1320,52 516 628,55 761,94

Cromo 3,58 4,8 10,74 3,12 3,81 4,25

Estrôncio 2,29 19 77,85 17,67 12,55 11,42

Ferro 1483,65 1307,28 1592,37 1104,85 1316,31 1358,35

Lítio - 1,12 3 1,61 1,25 1,03

Magnésio 178 314,08 567,96 266,64 233,23 255,15

Manganês 14,34 18,89 28,08 15,21 16 17,8

Potássio 128,62 138,46 266,17 164,50 139,4 125

Sódio 31,160 48,4 178,31 223,18 153,07 127,47

Legenda: S/ USO – Solo antes da utilização no experimento; AT – Água de torneira; AP – Água

Produzida; APT – Água Produzida Tratada; 2:1 APT – Mistura de água de torneira com água tratada na

proporção de 2:1; 4:1 APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 4:1.

Figura 20 - Concentrações totais de metais no solo.

Legenda: S/ USO – Solo antes da utilização no experimento; AT – Água de torneira; AP – Água

Produzida; APT – Água Produzida Tratada; 2:1 APT – Mistura de água de torneira com água tratada na

proporção de 2:1; 4:1 APT – Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 4:1.

A água tratada e suas diluições mesmo apresentando maior concentração de

metais na sua composição em relação à água de torneira, teve no solo uma concentração

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mais baixa do que este último. Esse fato é explicado por Zanello et al. (2009) que

verificaram que os baixos teores de metais pesados no solo sofrem da presença de

elevados teores de cátions trocáveis, como o Na+, Ca+2, Mg+2, estes saturam as cargas

negativas do solo e da matéria orgânica presente, dificultando a adsorção dos metais

pesados. No caso da água tratada, a concentração do Na+ é tão alta na sua composição,

que pode ter causado prejuízos na adsorção do ferro e cromo, o que explica a

diminuição da concentração destes metais em comparação ao solo sem uso (figura 20).

Para todos os tratamentos houve um aumento na concentração de metais no

solo, quando comparado com as concentrações que existiam antes do experimento, o

que já era de se esperar devido as concentrações de metais presentes nas águas

utilizadas no solo.

Comparando os valores descritos na tabela da concentração de metais na água

de torneira (Anexo), com os valores da concentração no solo, percebe-se que o

incremento na concentração de alguns metais não pode ser associado a quantidade

presente na água, como por exemplo, o cromo, cálcio, lítio e manganês, que mesmo não

contendo na água foram acrescidas no solo irrigado. O aumento dos teores desses e de

outros metais é possivelmente proveniente da liberação dessas substâncias presentes no

esterco bovino, quando o solo é irrigado.

O solo irrigado com água produzida foi o que apresentou o maior aumento na

concentração de metais, isso ocorreu justamente pela alta concentração dessas

substâncias na água. A alta concentração dos metais no solo pode colocar em risco a

qualidade das águas subterrâneas e superficiais, entrando na cadeia alimentar dos

organismos vivos (CASARTELLI & MIEKELEY, 2003), além disso, esses metais

podem ser absorvidos pelas raízes das plantas cultivadas nesse solo, causando doenças e

a diminuição na produção de cultivares agrícolas, por isso a água produzida deve ser

evitada para aplicação.

Os solos que receberam irrigação da água tratada e suas diluições apresentaram

concentrações de metais bem abaixo quando comparando com o solo irrigado com água

produzida, e valores próximos ao solo irrigado com água de torneira. Apenas o sódio

apresentou concentração elevada, decorrente do tratamento da água com o tensoativo

aniônico, que libera o íon no meio, como já mencionado anteriormente. Segundo

Cavalcante et al. (2010), o excesso de sódio, além de trazer prejuízos às propriedades

físicas e químicas do solo, provoca a redução generalizada do crescimento das plantas

cultivadas provocando sérios prejuízos à atividade agrícola.

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6.5.2 - pH e Condutividade dos solos

Os valores do pH e condutividade do solo foram medidos para avaliar os

efeitos das águas no solo. Os valores obtidos se encontram na tabela 14.

Tabela 14 - Valores de pH e Condutividade do solo para cada água utilizada.

Tipos de água

utilizada no solo pH

Condutividade

(dS.m-1)

AT 6,9 0,41

AP 7,1 1,11

APT 7,6 1,18

2:1 APT 6,9 0,6

4:1 APT 7,1 0,58

Legenda: AT – Água de torneira; AP – Água Produzida; APT – Água Produzida Tratada; 2:1 APT –

Mistura de água de torneira com água tratada na proporção de 2:1; 4:1 APT – Mistura de água de torneira

com água tratada na proporção de 4:1.

O alto valor do pH do solo irrigado com a água produzida tratada pura está

associado principalmente a alta concentração de sódio no solo, proveniente da água de

irrigação. Além do efeito tóxico causado pelo sódio que já foi comentado no trabalho, o

alto valor de pH pode sinalizar uma redução na absorção de alguns metais essenciais

para as plantas, já que em condições alcalinas as reações de precipitação e complexação

são favorecidas tornando os metais menos biodisponíveis (ELLIOTT et al., 1986;

DOMINGUES, 2013).

Os valores de pH do solo irrigados com água de torneira, água produzida e para

as diluições da água tratada não apresentaram variação significativa, e estão dentro da

faixa de neutralidade do solo.

A condutividade do solo foi um fator que aumentou conforme o aumento da

condutividade da água. A alta condutividade do solo irrigado com água produzida (1,11

dS.m-1), e com água produzida tratada (1,18 dS.m-1), são explicadas devido à alta

concentração de metais, e a alta concentração de sódio, respectivamente.

Segundo Rabello (2009) quanto maior a condutividade de um solo, menor será

o crescimento das plantas ali cultivadas, visto que a salinidade limita a captação da água

pela planta reduzindo o potencial osmótico, o que de fato foi verificado durante o

experimento da germinação, onde sementes cultivadas no solo irrigado com água

produzida tratada, solo de maior condutividade, as sementes não conseguiram germinar.

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Os valores de condutividade para os solos irrigados com água de torneira (0,41

dS.m-1), diluição da água tratada 2:1 (0,6 dS.m-1) e 4:1 (0,58 dS.m-1) ficaram abaixo de

1, com valores crescentes conforme o aumento da concentração de íons (água de

torneira < água tratada 4:1 < água tratada 2:1).

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7. CONCLUSÃO

Os resultados obtidos da extração de metais evidenciam a eficiência do

tratamento de efluentes utilizando sistema microemulsionados, sendo os tensoativos

aniônicos os mais indicados para esse fim.

Apesar do alto percentual de extração de metais, o aumento do sódio na água

produzida tratada prejudicou as características físico-químicas, fazendo com que esta se

enquadrasse na classificação de água de uso restrito, com pH, condutividade, e Razão de

Adsorção de Sódio (RAS) fora dos parâmetros ideais.

As diluições da água produzida tratada apresentaram concentrações de metais

dentro dos parâmetros do CONAMA/Embrapa, além de serem classificadas na maioria

dos parâmetros como água de uso leve a moderado, com pH, condutividade e Razão de

Adsorção de Sódio dentro dos valores ideais.

A germinação das smentes de girassóis utilizando água produzida tratada teve

resultado negativo, com porcentagem de germinação igual a zero, porém as diluições da

água tratada se mostraram extremamente eficientes, obtendo respostas muito próximas a

irrigação com água de torneira.

O uso dos diversos tipos de águas no estudo também mostrou efeitos sobre as

características físico-químicas do solo, principalmente no que se diz respeito às

concentrações de metais, em destaque para o aumento na concentração de sódio no solo

irrigado com água tratada e com suas diluições, além do aumento do pH e da

condutividade, também provocadas pela alta concentração de sódio, o que pode levar a

uma possível salinização e sodificação do solo que seja irrigado com a água tratada.

Os resultados negativos da utilização da água tratada por microemulsão para

reuso evidenciaram que esta não é ideal para a germinação de sementes, e até mesmo

para a irrigação, para que esta seja adequada para o uso, deveria ser feito um tratamento

posterior para remoção do sódio.

As diluições da água tratada com água de torneira na proporção 1:4 e 1:2 se

mostraram altamente eficientes e podem ser utilizadas sem causar danos para produção

e nem para o solo, se caracterizando como uma ótima alternativa para a agricultura.

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ANEXO

Concentrações de metais presentes na água de torneira

Metais AT (ppm)

Bário 0,273

Cálcio 0

Cromo 0

Estrôncio 32,524

Ferro 0

Lítio 0

Magnésio 7,898

Manganês 0

Potássio 6,736

Sódio 27,62


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