UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS
Faculdade de Computação e Engenharia Elétrica
Bacharelado em Sistemas de Informação
UM GUIA UBÍQUO PARA ACESSIBILIDADE DOS DEFICIENTES
VISUAIS NO CAMPUS I
ANNA KARLA DOS SANTOS SAMARITANO
MARABÁ
2016
ANNA KARLA DOS SANTOS SAMARITANO
UM GUIA UBÍQUO PARA ACESSIBILIDADE DOS DEFICIENTES
VISUAIS NO CAMPUS I
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará,
como parte dos requisitos necessários para
obtenção do Título de Bacharel em Sistemas de
Informação.
Orientador: Profº Bel. José Santos
Coorientadora: Profa Dra. Leila Weitzel
MARABÁ
2016
ANNA KARLA DOS SANTOS SAMARITANO
UM GUIA UBÍQUO PARA ACESSIBILIDADE DOS DEFICIENTES
VISUAIS NO CAMPUS I
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará,
como parte dos requisitos necessários para
obtenção do Título de Bacharel em Sistemas de
Informação.
Marabá, PA.
2016
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca Josineide da Silva Tavares da UNIFESSPA.
Marabá,PA
Samaritano, Anna Karla dos Santos
Um guia ubíquo para acessibilidade dos deficientes
visuais no Campus I / Anna Karla dos Santos Samaritano ;
orientador, José Santos, coorientadora, Leila Weitzel. — 2016.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) -
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Campus
Universitário de Marabá, Instituto de Geociências e Engenharias,
Faculdade de Computação e Engenharia Elétrica, Curso de
Bacharelado em Sistemas de Informação, Marabá, 2016.
1. Software - Desenvolvimento - Acessibilidade - Distúrbios
da visão. 2. Deficientes visuais. 3. Locomoção humana. I. Santos,
José, orient. II. Título.
CDD: 22. ed.: 005.1
DEDICATÓRIA
Aos meus pais e meu irmão.
Alicerces inabaláveis da minha vida.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ao longo de minha vida,
e não somente nestes anos como universitária, mas que em todos os momentos é o maior mestre
que alguém pode conhecer.
Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Agradeço a minha mãe
Claudete, heroína que me deu apoio, incentivo nas horas difíceis, de desânimo e cansaço. Ao
meu pai que apesar da distância foi muito importante, que infelizmente acabei o perdendo no
final deste trabalho. Pai, essa vitória é sua. Saudades Eternas.
Obrigada Diógenes, meu maninho, que me apoiou e incentivou, você é um espelho para
mim. Mesmo com minha ausência dedicada aos estudos, sempre me fez entender que o futuro
é feito a partir da constante dedicação no presente.
Obrigada Madrinha Regina Chamon, pela contribuição valiosa para o meu sucesso, ele
também pertence a você.
Meus agradecimentos aos amigos, Pikeno, Itupiranga, Michele, Willians, Ariane Abreu,
Mari, Denis Santana, Rubem, Kétila, Ítalo, Anderson Reis, Denys, Dill, Thyago Mota, Dalton,
Deiliane, companheiros de trabalhos e irmãos na amizade que fizeram parte da minha formação
e que vão continuar presentes em minha vida com certeza.
Aos meus queridos orientadores Leila Weitzel e José Santos, pela orientação, apoio e
confiança. A Prof° Leila Weitzel, pela oportunidade e apoio na elaboração deste trabalho. Ao
Prof° Ms José Santos pelo paciente trabalho de aturar minhas crises e incentivar.
Ao meu querido Professor e Amigo Rangel, pelo incentivo, pelo convívio, pela
compreensão e pela amizade. Eu posso dizer que a minha formação, inclusive pessoal, não teria
sido a mesma sem a sua pessoa.
A Prof° Lucélia por todo o apoio, incentivo e oportunidade
A todos os demais professores da Faceel, vocês foram muito importantes na minha vida
acadêmica e no desenvolvimento desta monografia.
A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a
janela que hoje vislumbro um horizonte superior .
Um ladrão rouba um tesouro, mas não furta a inteligência. Uma crise destrói uma
herança, mas não uma profissão. Não importa se você não tem dinheiro, você é uma pessoa
rica, pois possui o maior de todos os capitais: a sua inteligência. Invista nela. Estude!
( Augusto Cury, 2005)
Sumário
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15
1.1 MOTIVAÇÃO ........................................................................................................ 16
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................................................................... 19
1.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................... 21
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ........................................................................................ 22
2 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS ADOTADAS ............................................................ 23
2.1 TECNOLOGIA ASSISTIVA .......................................................................................... 23
2.2 O SISTEMA OPERACIONAL MÓVEL ESTUDADO .................................................. 24
2.3 CÓDIGO QR ............................................................................................................. 24
3 TRABALHOS CORRELATOS .................................................................................... 28
3.1 SABINO ET AL (2013) ............................................................................................. 28
3.1.1 Principais Contribuições ...................................................................................................... 28
3.2 OKUMURA ET AL (2012) ....................................................................................... 28
3.2.1 Principais Contribuições ...................................................................................................... 29
3.3 RAMOS (2009) ....................................................................................................... 29
3.3.1 Principais Contribuições ...................................................................................................... 29
3.4 OLIVEIRA (2013) .................................................................................................. 30
3.4.1 Principais Contribuições ...................................................................................................... 30
4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 31
4.1 Técnica de entrevista adotada ................................................................................................. 32
5 FERRAMENTAS ASSISTIVAS ESTUDADAS .......................................................... 37
5.1 PISO TÁTIL ............................................................................................................... 37
5.1.1 Piso Tátil de Alerta ............................................................................................................... 37
5.1.2 Piso Tátil Direcional............................................................................................................. 38
5.2 SUPORTE DA ETIQUETA QR CODE ........................................................................... 39
5.2.1 Etiqueta QR Code ................................................................................................................. 40
5.2.2 Molduras para as Etiquetas QR Code .................................................................................. 41
5.3 SINALIZAÇÃO SONORA ............................................................................................. 42
6 ESPECIFICAÇÃO DO PROTÓTIPO ......................................................................... 43
6.1 SELEÇÃO DO SMARTPHONE / APARELHO CELULAR .................................................. 44
6.2 SELEÇÃO DOS APLICATIVOS LEITOR E CONVERSOR DE CÓDIGO DE BARRAS ............. 44
6.3 APLICATIVOS PARA SMARTPHONES COM SO ANDROID PESQUISADOS ..................... 45
6.4 GOOGLE TALKBACK ................................................................................................ 45
6.5 QUICK VOICE ........................................................................................................... 47
6.6 BARCODE SCANNER ................................................................................................. 49
6.7 OPERAÇÃO DO MODELO ........................................................................................... 50
7 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ............................................................... 52
7.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 52
7.2 DIFICULDADES ENCONTRADAS ..................................................................... 53
7.3 TRABALHOS FUTUROS...................................................................................... 54
7.4 PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA ................................................ 54
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 57
ANEXOS: ROTEIRO DA ENTREVISTA ...................................................................... 61
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- População brasileira em 2010 por tipo de deficiência .............................................. 17
Figura 2- Acesso de Pessoas com deficiência à Educação Superior ........................................ 18
Figura 3- Alunos com deficiência: Unifesspa Campus I, II e III Marabá. ............................... 19
Figura 4- Código QR gerado pelo aplicativo QR Code Generador .......................................... 25
Figura 5- Classificação terminológica de formas de entrevista qualitativa .............................. 33
Figura 6- Modelo do processo da entrevista centrada no problema . ....................................... 36
Figura 7- Piso Tátil de Alerta ................................................................................................... 38
Figura 8- Piso tátil direcional ................................................................................................... 39
Figura 9- Alcance Manual Frontal-Pessoa em Pé .................................................................... 40
Figura 10- Tela do Getor Qr Code Generator Pro. ................................................................... 41
Figura 11- Guizos ..................................................................................................................... 42
Figura 12 – Tela de configuração . ........................................................................................... 46
Figura 13 – Tela inicial do TalkBack. ...................................................................................... 46
Figura 14-Tela inicial do Quick Voice ..................................................................................... 48
Figura 15- Tela inicial do Barcode Scanner. ............................................................................ 49
Figura 16- Esquema de funcionamento do protótipo. .............................................................. 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Dimensão do piso tátil de alerta ............................................................................... 38
Tabela 2- Dimensão do piso tátil direcional ............................................................................. 39
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANDROID Sistema Operacional Baseado em Linux que Opera em Celulares e Tablets
BRAILLE Sistema de leitura com pontos em relevo
CAT Comitê de Ajudas Técnicas
CORDE Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
GB Gibabyte
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEC International Engineering Consortium
IOS Sistema operacional Móvel da Apple
ISO International Organization for Standardization
JAWS Leitor de Tela
MEC Ministério da Educação
NAIA Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica
NBR Norma Brasiliera Aprovada
NVDA Leitor de Tela Livre para Windows
OMS Organização Mundial de Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
PVC Policloreto de Polivinila
QR Quick Response
SEDH Secretaria Especial de Direitos Humanos
SO Sistema Operacional
TA Tecnologia Assistiva
TTS Text To Speech
WEB World Wide Web
W3C Web Content Acessibility Guidelines
Wi-fi Wireless Fidelity
2D Bidimensional
3G Terceira Geração
RESUMO
A independência em locomoção para pessoas com deficiência visual, dentro do Campus I
Universitário da Unifesspa Marabá, objeto desse estudo que visa possibilitar maior autonomia
para pessoas com cegueira. Devido à falta de acessibilidade no Campus, estas pessoas com
deficiência, precisam de auxílio de pessoas que videntes para se locomoverem.
Sendo assim, este estudo propõe, o uso de um guia ubíquo para locomoção dos deficientes
visuais dentro do Campus Universitário, possibilitando uma maior autonomia ao mesmo. O
projeto requer ajustes de sinalização e acessibilidade no ambiente físico do Campus I como
também a utilização de aplicativos para smartphone android, pelo deficiente visual, que irá usá-
lo nesse processo. O guia utiliza do código QR em etiquetas fixadas no topo de totens que
seguem as normas da ABNT 9050/04 e que estes códigos serão lidos através dos aplicativos
instalados no smartphone.
Assim, o usuário com deficiência visual utilizando os aplicativos Talk Back, Quick Voice e
Barcode Scanner, propostos neste projeto, poderá possibilitar maior autonomia ao usuário para
se locomover pelo campus universitário, decidindo para onde quer ir, sem necessitar da ajuda
de outra pessoa, oferecendo mais autonomia e independência ao deficiente visual.
Palavras-chave: Acessibilidade, Deficiente Visual, Android, Tecnologia Assistiva.
ABSTRACT
Independence in getting out to visually impaired people within the Campus I University of
Unifesspa Maraba, object of this study to provide greater autonomy for people with blindness.
Due to lack of accessibility on campus, these people with disabilities, need help from people
who seers to move around. Thus, this study proposes the use of a ubiquitous guide to mobility
of the visually impaired within the university campus, allowing greater autonomy to it. The
project requires signage adjustments and accessibility on campus I of the physical environment
as well as the use of applications for android smartphone, the visually impaired, which will use
it in the process. The guide uses the QR code labels affixed to the top of totems that follow the
ABNT 9050/04 and that these codes will be read through the applications installed on the
smartphone. Thus, the user visually impaired using the talkback applications, Quick Voice and
Barcode Scanner, proposed in this project, will allow greater autonomy to the user to get
around the campus, deciding where to go, without needing someone else's help, offering more
autonomy and independence to the visually impaired.
Keywords: Accessibility, Disability Visual, Android, Assistive Technology.
15
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, de acordo com o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT, Ata VII, 2007), instituído
no âmbito da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República,
adota-se como conceito de Tecnologia Assistiva (ajudas técnicas ou produtos de apoio) o
seguinte:
Produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com
deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social ( BRASIL, 2007).
Qualquer indivíduo que apresente algum tipo de deficiência deveria ter recursos
disponíveis que proporcionem igualdade de locomoção que é garantida por lei.
Acessibilidade é uma condição indispensável em qualquer ambiente, de forma a garantir
a melhoria da qualidade de vida das pessoas com limitação física. BRASIL.Lei n° 10.098, de
19 de dezembro de 2000: “É chamado de barreira, qualquer entrave ou obstáculo que limite ou
impeça o acesso, a liberdade de locomoção, a circulação com segurança e a possibilidade de as
pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação. ”
Assim como no entorno da instituição, a acessibilidade deve se fazer presente também
dentro da Instituição. Sendo assim, esta Monografia tem como objetivo propor um modelo de
acessibilidade que garanta a livre circulação das pessoas com deficiência visual no Campus I
da Unifesspa. O modelo seguiu a Associação Brasileira de Normas Técnicas n° 9050/04 ( 97
p), as Leis Federais nos 10.048 e 10.098 de 2000, o Decreto nº 5.296, de 02.12.2004 e o Artigo
nº 9 da convenção da ONU transformada em emenda constitucional pelo Decreto n.6949/2009.
A Convenção sobre o Direito das Pessoas com Deficiência (ONU 2006), ratificada no
Brasil pelos Decretos 186/2008 e 6949/2009, em seu artigo 9º, afirma que “a fim de possibilitar
às pessoas com deficiência viver com autonomia e participar plenamente de todos os aspectos
da vida, os Estados Partes deverão tomar as medidas apropriadas para assegurar-lhes o acesso,
em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à
informação e comunicação”. (Política de Educação Inclusiva, 2011).
Nos últimos anos, os deficientes visuais têm conquistado mais espaço na sociedade,
adaptando-se de acordo com suas limitações. Em virtude deste fato estão sendo desenvolvidas
novas soluções tecnológicas a fim de garantir segurança e autonomia a esse público específico.
Dessa forma, este projeto objetiva ainda, estudar e propor um modelo para um guia ubíquo
16
apoiado em Tecnologia da Informação que possibilite uma melhor mobilidade dos alunos com
deficiência visual no Campus I da Unifesspa Marabá. A ubiquidade da informação digital
corresponde à expansão da rede de informações e comunicação digital para a partir de objeto
portátil tal como smartphone. O projeto pretende fez uso de dispositivos celulares associados à
técnica do “quick response” (QR Code). QR Code é um código de barra bidimensional que
acessa informações na web, SMS ou até chamadas telefônicas.
Para alcançar este objetivo principal, os seguintes objetivos adjacentes foram
necessários:
1. A construção de uma base bibliográfica do tema;
2. Pesquisa de um embasamento legal e normativo da temática abordada;
3. Estruturação de uma base de dados fundamentada nas informações do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Educação (MEC);
4. Pesquisa de aplicativos necessários ao projeto.
1.1 MOTIVAÇÃO
Segundo a OMS, o termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de
diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após
tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. A diminuição da resposta
visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de visão subnormal
ou baixa visão) e ausência total da resposta visual (cegueira).
Segundo a OMS (BANGKOK, 1992), o indivíduo com baixa visão ou visão subnormal
é aquele que apresenta diminuição das suas respostas visuais, mesmo após tratamento e/ou
correção óptica convencional, e uma acuidade visual menor que 6/18 à percepção de luz, ou um
campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é potencialmente
capaz de usar a visão para o planejamento e/ou execução de uma tarefa.
De acordo com o Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE), a população brasileira possui 190.775.799 habitantes, destes 23%
(45.606.048 pessoas) da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência, sendo que
17% da população (35.774.393 de pessoas) possui deficiência visual.
17
Figura 1- População brasileira em 2010 por tipo de deficiência
Fonte: Adaptado de : Censo 2010.
Pessoas com deficiência visual que são a maioria entre os deficientes no Brasil, segundo
o IBGE (2010), possuem diversas necessidades de acessibilidade para executarem suas tarefas
cotidianas. Dentre essas necessidades de mobilidade, podemos destacar a insuficiência ou a
total falta de acessibilidade dentro das universidades públicas e privadas, em particular, no
Campus I da Unifesspa Marabá.
Embora exista a possibilidade de auxílio por alguma pessoa (parentes, amigos,
funcionários da instituição) a mobilidade é garantida pelas Leis Federais n° 10.048 e 10.098 de
2000, o Decreto n° 5.296, de 02.12.2004 e no Artigo n° 9 da convenção da ONU transformada
em emenda constitucional pelo Decreto n° 6949/2009, de forma que a pessoa com deficiência
possa se locomover sem a necessidade do auxílio de outra pessoa.
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU 2006), promulgada
no Brasil com status de Emenda Constitucional por meio do Decreto Legislativo nº. 186/2008
e Decreto Executivo n°6.949/2009, estabelece o compromisso dos Estados-Parte de assegurar
às pessoas com deficiência um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de ensino, em
ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, compatível com a meta de
inclusão plena, com a adoção de medidas para garantir que as pessoas com deficiência não
sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de deficiência e possam ter acesso
Sem Deficiência70%
Deficiência Visual17%
Deficiência Motora
7%
Deficiência …
Deficiência Mental/Intelectual…
POPULAÇÃO BRASILEIRA POR TIPO DE DEFICIÊNCIA
Sem Deficiência
Deficiência Visual
Deficiência Motora
Deficiência Auditiva
Deficiência Mental/Intelectual
18
ao ensino de qualidade em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em
que vivem. (Política de Educação Inclusiva, 2011).
Com a implementação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (BRASIL MEC/2008) e do fortalecimento das ações de acessibilidade na
escola há um significativo avanço com relação ao acesso de pessoas com deficiência à
escolarização, conforme demonstram o gráfico abaixo:
Figura 2- Acesso de Pessoas com deficiência à Educação Superior
Fonte: Programa Incluir- Acessibilidade na Educação Superior SECADI/SESu 2013
19
Figura 3- Alunos com deficiência: Unifesspa Campus I, II e III Marabá.
Fonte: Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica-NAIA -2015
Dessa forma, existe uma grande e urgente necessidade de adaptação do Campus I da
Unifesspa Marabá, de maneira que seja possível proporcionar uma melhor locomoção das
pessoas com deficiência visual dentro deste Campus Universitário, sendo que o principal foco
desse estudo, é propor um protótipo de acessibilidade para pessoas com deficiência visual
buscando possibilitar o direito do acesso ao conhecimento, utilizando aplicativos para
smartphones apoiados em QR Code e SO Android.
Ao utilizar os aplicativos para smartphone como ferramenta de acessibilidade, a pessoa
com deficiência visual poderá circular pelo Campus Universitário, sem necessariamente
precisar ser auxiliado por outra pessoa, possibilitando que mais pessoas, ao ingressarem com
deficiência visual na Universidade tenham uma melhor locomoção dentro do campus
estimulando a entrada de novos alunos com mobilidade reduzida.
Este trabalho, reflete a possibilidade de maximizar a autonomia de locomoção de
pessoas com deficiência visual no acesso ao Campus I da Unifesspa Marabá.
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Acessibilidade pode ser vista como: “Possibilidade e condição de alcance, percepção e
entendimento para a utilização com segurança e autonomia, de edificações, espaços,
mobiliários, vias públicas, equipamentos urbanos e transporte coletivo”. (ABNT NBR
9050:2004).
13%
31%50%
6%
DISCENTES DA UNIFESSPA COM DEFICIÊNCIA
Deficiência Visual Cego Deficiência Visual Baixa Visão
Deficiência Física Deficiência Auditiva Moderada
20
Segundo a Secretaria Nacional de Promoção dos direitos da Pessoa com Deficiência:
Acessibilidade é um atributo essencial do ambiente que garante a
melhoria da qualidade de vida das pessoas. Deve estar presente nos
espaços, no meio físico, no transporte, na informação e comunicação,
inclusive nos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem
como em outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso
público, tanto na cidade como no campo.
A Lei Federal n° 10.098/2000 (BRASIL., 2000a) estabelece normas quanto a promoção
da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a
supressão de barreiras e obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na
construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e comunicação.
Acessibilidade é a capacidade que qualquer cidadão (inclusive as pessoas com
deficiência visual) tenha acesso aos benefícios disponíveis a todos os cidadãos independente de
possuírem mobilidade reduzida ou não (GONÇALVES, 2013).
O direito à acessibilidade vem promovendo através de órgãos públicos ou privados,
diversas mudanças nas condições de acesso a esses espaços, com a construção de rampas, com
a adaptação dos equipamentos, do mobiliário, do transporte coletivo e dos sistemas e meios de
comunicação e informação, permitindo aos portadores de deficiência uma maior aproximação
aos serviços prestados à coletividade.
Acessibilidade tem na informática uma importância atual, que não se resume apenas em
acessar a rede de informações, ela possui também o intuito de eliminar barreiras arquitetônicas,
facilitar o acesso a espaços físicos e é uma grande aliada da Educação Especial. Afinal, aliar
tecnologia à Educação Especial e garantir o direito de acesso ao conhecimento, possibilitando
ao cidadão com deficiência uma chance de desenvolver e mostrar seu potencial como qualquer
cidadão. Acessibilidade digital é possibilitar acesso aos recursos computacionais, garantir
acessibilidade é promover a inclusão de todos. (GONÇALVES 2013).
Segundo Torres (2002, apud OLIVEIRA, 2013):
“Acessibilidade digital é o acesso disponível, livre de impedimentos e
realizado de forma autômata pelo usuário às informações (sem prejuízo
ao conteúdo das mesmas) independente de suas limitações. ”
Segundo Sonza (2008 apud OLIVEIRA, 2013):
“Em relação a acessibilidade digital, um grupo que tem um maior
impacto são as pessoas com deficiência visual. A afirmativa se justifica,
principalmente, pelo fato das pessoas viverem numa sociedade guiada
21
pela imagem, o que faz com que as representações por imagens
conquistem um espaço cada vez maior na sociedade. ”
A criação e uso de ferramentas de acessibilidade tem-se ampliado vertiginosamente. Em
vários dispositivos (computadores, notebooks, tablets, smartphones entre outros),
softwares/aplicativos específicos auxiliam os usuários com mobilidade reduzida a executar suas
tarefas diárias de forma mais simples, fácil e rápida. Nos últimos anos, os dispositivos móveis
tais como celulares, smartphone e tablets têm sido cada vez mais procurados pelos usuários,
procura a qual gerou uma grande demanda que resultou na queda das vendas de computadores
e notebooks, segundo o sítio TecMundo (04 de Agosto de 2014).
Segundo dados disponíveis pelo Google e divulgados pelo sítio TecMundo (04 de
Agosto de 2014) , Android é o Sistema Operacional mobile de maior sucesso no mundo. O
sistema da Google para smartphones e tablets é líder absoluto em praticamente todas as regiões
do mundo e no dia 3 de Agosto de 2014, em sua conferência Google I/O, a empresa revelou
algumas estatísticas sobre o Sistema Operacional, sendo impressionante o número de usuários
ativos do Android atualmente. A marca chegou a 1 bilhão de pessoas conectadas.
Isso é fruto da variedade de aparelhos com o Sistema Operacional da Google, que está
presente em dispositivos bem baratos (que normalmente estão com usuários pouco interessados
em apps e jogos), assim como nos caros (mais rentáveis), enquanto o iOS fica apenas em
dispositivos high end (alta qualidade). Essa estimativa foi feita pelo analista de mercado
Benedict Evanas, que ainda explica que esses números não podem ser avaliados de uma forma
mais transparente porque os detalhes que a Google libera sobre o Android não separam
aparelhos baratos de caros (TecMundo 26 de Junho de 2014).
1.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
Existem vários tipos de deficiência visual, porém o público alvo selecionado foram
pessoas com deficiência visual total (cegas), ou seja, pessoas com ausência total de visão.
Pessoas com baixa visão não s o público alvo deste protótipo, mas poderão ser incluídas no
mesmo.
Devido à falta de diretrizes nacionais sobre tecnologia assistiva e acessibilidade de
software, foram utilizdas as recomendações internacionais Web Content Accessibility
Guidelines 1.0 do W3C. As recomendações contidas nesse documento explicam como tornar o
conteúdo web acessível a pessoas com deficiências. Destinam-se a todos os criadores de
22
conteúdo web ( autores de páginas e projetistas de sites) e aos programadores de ferramentas
para criação de conteúdo (Acessibilidade Brasil).
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
Na Introdução é contextualizado o estudo contendo uma breve explicação sobre o
problema, a relevância, o conceito de acessibilidade e acessibilidade digital, os objetivos
adjacentes, motivação e a delimitação da pesquisa.
O capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica sobre tecnologia assistiva, Sistema
Operacional Android e o Código QR Code.
No capítulo 3 são apresentados os Trabalhos Correlatos.
O capítulo 4 apresenta a Metodologia utilizada na pesquisa.
No capítulo 5 é apresentado as Ferramentas Assistivas Estudadas, bem como todo seu
detalhamento.
O capítulo 6 apresenta toda a Especificação do Protótipo, bem como a seleção do
smartphone e dos aplicativos selecionados para esta pesquisa além disso, é apresentado e
detalhado o esquema de funcionamento do protótipo.
Finalmente, no capítulo 7 apresenta as conclusões, dificuldades encontradas,
indicações para trabalhos futuros e as principais contribuições da pesquisa.
23
2 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS ADOTADAS
Neste capítulo são apresentados os conceitos de Tecnologia Assistiva, a descrição do
Sistema Operacional escolhido para compor o modelo, bem como a caracterização do código
QR Code e o motivo destes fazerem parte desta pesquisa.
2.1 TECNOLOGIA ASSISTIVA
O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) (2007), juntamente com a Coordenadoria Nacional
para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência/Secretaria Especial de Direitos Humanos
(CORDE/SEDH), e nos estudos de normas de tecnologia assistiva, estabeleceram:
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que tem como objetivo promover a funcionalidade,
relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, tendo em vista sua autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social.
A TA visa proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de
vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu
ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e
sociedade.
Segundo Story et al. (1998), a TA surgiu junto com a Engenharia de Reabilitação, em
meados do século 20, devido a necessidade de melhorar as próteses e órteses de milhares de
soldados que retornaram com algum tipo de deficiência física da Segunda Guerra Mundial em
1940. Dessa maneira, a partir da década de 1950, os Centros de Engenharia de Reabilitação
incluiram questões de mobilidade, comunicação e transporte. Com isso, a engenharia da
reabilitação, tornou-se especializada, com fundamentação e aplicação de metodologias
científicas, cuja função, assiste tecnologicamente o usuário específico com aplicação de
dispositivos acerca de aumentar as capacidades físicas, sensoriais e cognitivas, e assim
proporcionar certa autonomia.
Entre as classificações de recursos da TA, conforme UNIT-ISSO 9999 (2008) e Bersch
(2008) encontram-se os produtos designados para auxílio de pessoas com deficiência visual ou
para pessoas com baixa visão na realização de tarefas como consultar o relógio, usar
calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas ou apagadas,
24
cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão arterial, identificar chamadas
telefônicas, escrever, ter mobilidade independente entre outros. Incluindo também auxílios
ópticos, lentes, lupas e telelupas, os softwares leitores de tela, leitores de texto, ampliadores de
tela, os hardwares como as impressoras Braille, lupas eletrônicas, linha Braille (dispositivo de
saída do computador com agulhas táteis e agendas eletrônicas). Neste projeto em particular, foi
explorado o viés da mobilidade independente no Campus I da Unifesspa.
2.2 O SISTEMA OPERACIONAL MÓVEL ESTUDADO
O Sistema Operacional Android é baseado em Linux, e opera em smartphones e tablets.
Seu desenvolvimento foi através da aliança entre diversas empresas, dentre elas a Google,
denominada Open Handset Alliance. No mercado mundial de smartphones, o Brasil encerrou
2014 com o sexto maior volume de vendas, registrando 38,8 milhões de unidades ativas (Olhar
Digital 2015). Segundo pesquisa divulgada pela Kantar Wordpanel, o Android responde hoje
por 86,9% do mercado brasileiro, 80,4% do mexicano e 75% dos consumidores argentinos
(TecMundo Jul 2014). O grande diferencial é que este sistema, por ter código aberto, está
presente em diversos modelos e marcas de smartphones. Facilitando assim, o desenvolvimento
de aplicativos para este Sistema Operacional e disponibilizá-los na loja virtual Google Play.
Para vencer o desafio do ecrã-táctil e permitir o uso completo do smartphone pelos
deficientes visuais, o sistema Android disponibiliza um recurso de acessibilidade que se integra
a um serviço TTS (Text To Speech- conversor de texto para a fala). Um exemplo de TTS é o
Google Talkback, um serviço de acessibilidade que ajuda o usuário invisual ou com problemas
de visão a interagir com o dispositivo. O Talkback implementa respostas faladas, audíveis e por
vibração ao dispositivo. É um aplicativo do sistema pré-instalado na maioria dos dispositivos e
atualizado quando são implementadas melhorias no serviço de acessibilidade (Google Inc. – 9
de Março de 2015).
2.3 CÓDIGO QR
QR Code é um código de barra bidimensional presente no mercado e o seu nome provém
da abreviação das palavras “quick response” devido sua rápida interpretação.
25
O código QR Code foi criado no ano de 1994 pela empresa japonesa Denso-Wave
(2011), uma das principais empresas do grupo Toyota, e foi aprovado como padrão
internacional pela ISO (ISO/IEC 18004) em junho de 2000. Seu principal uso era no controle
de produção de peças automotivas, mas acabou se espalhando por toda a economia, sendo visto
agora todos os dias e em todos os lugares pelo mundo, sobretudo por quatro razões:
Possui características superiores aos códigos de barras lineares, como a possibilidade
de agregar muitos dados em alta densidade e dar suporte a caracteres kanji (caracteres
da língua japonesa com origem em caracteres chineses);
Pode ser usado por qualquer pessoa sem custos, uma vez que a Denso abriu mão dos
direitos de patente para o domínio público;
A estrutura dos dados não é um requisito padrão para os usos atuais;
A maioria dos telefones celulares no Japão e nos principais países já é de smartphones,
equipados com câmeras que permitem a leitura de códigos QR, acessando imediatamen-
te informações na web, SMS ou até chamadas telefônicas.
Outro benefício é a possibilidade de leitura do código em qualquer direção, mantendo a
mesma velocidade de decodificação. O software leitor realiza essa detecção através de padrões
de posição localizados em três vértices do código. Essas marcações servem como guias para a
leitura do símbolo, e diminuem os efeitos negativos da interferência do plano de fundo,
permitindo a manutenção da velocidade de leitura (Denso Wave, 2014).
Figura 4- Código QR gerado pelo aplicativo QR Code Generador
Fonte: Esta pesquisa 2015.
Este código de barra de duas dimensões também apresenta a vantagem de poder ser
decodificado mesmo se o símbolo estiver parcialmente deteriorado ou sujo. Para a recuperação
26
da informação completa, faz-se necessário que pelo menos 70% do código esteja visível e
íntegro (DENSO WAVE, 2014).
Um código QR pode codificar em seu interior diferentes unidades ou valores. Entre
estes pode armazenar dados numéricos (algarismos 0–9); dados alfanuméricos (algarismos 0–
9, letras maiúsculas A–Z e outros nove caracteres: o espaço, $ % * + – / : . ); dados de 8 bits ou
de 1 byte Latim ou Kana; e caracteres kanji. Pode também representar dados binários, em que
um módulo escuro é um binário 1 e um módulo branco é um zero binário.
Seu tamanho, sem incluir a zona de “silêncio”, pode ser de 21 por 21 módulos até 177 por 177
módulos, correspondendo às versões 1 a 40, com incrementos de 4 módulos para cada lado.
Os dados armazenados em um QRC podem ser (para o tamanho máximo – versão 40-L):
Dados numéricos: 7.089 caracteres;
Dados alfanuméricos: 4.296 caracteres;
Dados de 8 bits: 2.953 caracteres;
Dados em kanji: 1.817 caracteres;
O QR Code tem a capacidade de correção de erros de leitura, através de redundâncias.
Isso facilita seu uso em celulares e outros periféricos móveis de menor resolução e sua
impressão por equipamentos de média resolução. Há quatro níveis de correção de erro que
permitem a recuperação de dados: o nível L, com 7%; o nível M, com 15%; o nível Q, com
25%; e o nível H, com 30% (Denso Wave, 2014).
A norma ISO 18004 tem como título Information technology – Automatic identification
and data capture techniques – Bar code symbology – QR code. Segundo essa norma, o código
QR “é um grafismo matricial constituído por um conjunto de módulos nominalmente quadrados
dispostos em um padrão global quadrado, incluindo um padrão único, localizador encontrado
em três cantos do símbolo e destinado a facilitar a localização de sua posição, tamanho e
inclinação. Uma ampla gama de tamanhos de símbolo é prevista em conjunto com quatro níveis
de correção de erro. As dimensões do módulo são especificadas pelo usuário para permitir a
produção de símbolos por uma grande variedade de técnicas”.
O Código QR é muito utilizado em marketing com códigos promocionais, descontos,
para distribuir conteúdos personalizados, na indústria utilizado em catálagos de produtos em
estoque, em serviços para disponibilização de cardápios ou bilhetes eletrônicos.
O Qr Code foi escolhido, como uma possível solução para essa problemática pois atende
aos requisitos desta pesquisa: (i) seu custo e manutenção e (ii) a integração que é feita em
smartphones e tablets.
27
QR Code é um código bidimensional que acessa informações na web. A patente do Qr
Code já está em domínio público. Além disso, este tem a capacidade de correção de erros de
leitura, através de redundâncias. Isso facilita seu uso em celulares e em outros periféricos
móveis de menor resolução e sua impressão por equipamentos de média resolução. A segunda
vantagem é aplicação que a captura das informações é embarcada em smartphones e tablets.
Os códigos de barras bidimensionais ainda possuem uma característica muito interessante, é
possível que o código tenha redundância de dados, ou seja, mesmo que parte do código esteja
destruído/danificado ainda sim todas as informações estarão no etiqueta.
28
3 TRABALHOS CORRELATOS
Nessa linha de pesquisa diversos trabalhos, foram desenvolvidos como esforço para
encontrar uma solução para essa problemática, o que demonstra um crescente interesse dos
pesquisadores por essa temática. Dentre os diversos trabalhos pesquisados quatro se destacam
por apresentar relação com esta pesquisa.
3.1 SABINO ET AL (2013)
No trabalho de Sabino et al (2013), os autores propõem o uso de um aplicativo para
smartphones, denominado Wearing What para auxiliar o deficiente visual na busca e escolha
de uma peça de roupa, permitindo ao usuário:
Identificar características de peças de roupas distribuídas pela loja, através da
decodificação e reprodução em voz dos dados contidos nas etiquetas especiais
presas nas peças, facilitando a seleção de diversos itens que tenha se interessado;
Escolher uma preferência de tamanho e cor, para cada peça selecionada;
Adicionar as roupas à uma lista de compras;
Solicitar a um funcionário da loja as roupas da lista de compras para
experimentá-las e escolher quais deseja comprar;
Solicitar que sua compra seja finalizada, enviando a lista de compras ao caixa.
3.1.1 Principais Contribuições
As principais contribuições de Sabino et al (2013) para este trabalho são o uso de
aplicativos android usando o código de barras 2D QR Code para smartphones com o intuito de
possibilitar maior independência para deficientes visuais, este é voltado para a compra de
roupas, possibilitando uma base para desenvolvimento em outros locais. Proposta essa, que
pode ser adaptada para este projeto como identificação de pontos (totens) direcionais para cada
ponto de identificação que será utilizado no circuito do projeto de mobilidade do Campus I.
3.2 OKUMURA ET AL (2012)
29
Okumura et al (2012) em seu relatório técnico descreve as atividades de capturar
imagem do código QR através do aparelho celular, bem como a aquisição da imagem por meio
de dispositivos da informática, cujos processos são executados exclusivamente por pessoas com
deficiência visual. Estas atividades consistem em detalhar o método e processo aplicados como
produto da TA, e também relacionar a interação dos materiais selecionados e utilizados com o
usuário durante a execução dos procedimentos.
3.2.1 Principais Contribuições
As principais contribuições de Okumura et al (2012) foram o embasamento para
Tecnologia Assistiva, e o estudo de caso para a captura do código QR, que neste trabalho é
detalhado minuciosamente de forma breve e sucinta.
3.3 RAMOS (2009)
Inspirando-se no trabalho de Zanin (2003), Ramos (2009) buscou desenvolver e testar
trilhas auto-guiadas para possibilitar que uma pessoa com cegueira caminhasse com
independência em uma trilha, ou a possibilidade de realizar esta caminhada com independência
e segurança, e ainda fazer esta caminhada ciente de sua orientação espacial e das informações
acerca dos atrativos do local.
3.3.1 Principais Contribuições
As principais contribuições são as referências para os totens, que no trabalho de Ramos
(2009) usa etiquetas Braille, o que neste projeto, serão substituídas por etiquetas com QR Code,
que no trabalho de Ramos (2009) é feita partir de matérias plásticos e recicláveis, além de o
porquê de não usar sensores devido o seu custo e a necessidade de manutenção constante,
optando pelo uso de guizo.
30
3.4 OLIVEIRA (2013)
Em sua pesquisa Oliveira (2013), utilizou um software livre e gratuito e outro privado,
para atingir o objetivo de identificar algumas barreiras de acessibilidade com dois tipos de
leitores de tela que impeçam ou dificultam a pessoal com deficiência visual total de usá-los.
Visando promover a inclusão, é importante verificar e minimizar as barreiras de
acessibilidade existentes em softwares leitores de tela que dificultem o acesso bem sucedido
aos recursos do computador, principalmente recurso inclusivo da pessoa com deficiência visual.
A pesquisa de Oliveira (2013) gerou como contribuições informações que permitirão
melhor desenvolvimento de softwares leitores de tela tornando-os mais acessíveis, os
aplicativos utilizados por para este trabalho foram o NVDA e o JAWS.
3.4.1 Principais Contribuições
As principais contribuições do trabalho de Oliveira (2013) são que a pesquisa foi
realizada com pessoas com deficiência visual total, foco desta pesquisa. A qual seguiu
recomendações internacionais de acessibilidade de software de tecnologia assistiva. Devido
não ter sido encontradas diretrizes nacionais sobre o assunto.
Os softwares utilizados por Oliveira (2013), não são os mesmo desta pesquisa, porém a
avaliação destes permitiu melhorar o desenvolvimento de softwares leitores de tela, pois buscou
aprimorar atráves das necessidades do usuário.
31
4 METODOLOGIA
Para desenvolver esta pesquisa foram utilizados técnicas e metodologias a fim de
orientar e aprimorar o levantamento de dados.
O método escolhido para a realização desta foi a pesquisa qualitativa que baseia-se na
observação cuidadosa dos ambientes onde o sistema está sendo usado ou onde será usado, do
entendimento das várias perspectivas dos usuários ou potenciais do sistema, etc.
Numa primeira definição, métodos qualitativos diferem de métodos quantitativos
porque se ocupam de variáveis que não podem ser medidas, apenas observadas. Essa é uma
dicotomia muito simplista. Métodos qualitativos vêm das ciências sociais, em oposição aos
métodos quantitativos que derivam das ciências naturais. Essa diferença na origem já é
suficiente para que visões diferentes sobre o que é ciência, e como se faz ciência, tornem
definições suscintas sobre o que é um ou outro método muito difícil.
De um modo geral, métodos qualitativos em Ciência da Computação são métodos que
se caracterizam por ser um estudo aprofundado de um sistema no ambiente onde ele está sendo,
ou, em alguns casos, onde se espera que o sistema seja usado. Métodos qualitativos sempre
envolvem pessoas, e na maioria das vezes sistemas (MYERS 1997, YIN 2005) e ( MAYS,
POPE 1995 a).
Pesquisa-ação é uma forma de pesquisa qualitativa que busca modificar o ambiente que
está sendo estudado através da ação do pesquisador. O resultado das pesquisa-ação em
computação é a descrição de um caso de tentativa (bem-sucedida ou não) de modificação de
uma organização ou grupo através do desenvolvimento (opcional) e a implantação de um
sistema (LINDDGREN et al. 2004).
A pesquisa-ação é uma ideia desenvolvida na Psicologia, e depois adotada por várias
ciências sociais aplicadas, onde deixa-se a postura do cientista que observa e aprende
observando pela do cientista que atua, modifica e aprende dessa ação. A pesquisa-ação carrega
um forte componente ideológico, já que quase sempre atrás da ação de modificação está uma
visão de como “tornar as coisas melhores”.
Palavras como “participativo”, “democrático” e “justo” são quase sempre associadas a
pesquisa-ação em áreas como educação, problemas sociais, etc. De uma forma geral, na
pesquisa-ação espera-se que o pesquisador interaja com os sujeitos (ou a organização). Da
interação surge uma definição de quais são os problemas que devem ser resolvidos. Num
32
segundo momento, tanto o pesquisador, como os sujeitos trazem diferentes formas de teorias e
conhecimentos para a criação da solução. Essa solução é posta em prática e analisada se deu
certo ou não. Resolveu o problema? Criou novos problemas?
Da análise dos resultados, os participantes (pesquisador e sujeitos) devem reavaliar suas
teorias e conhecimentos, que pode gerar um novo ciclo. O novo ciclo pode começar de uma
nova definição do problema ou de uma definição da solução (BASKERVILLE 1999).
Define-se as seguintes etapas de uma pesquisa-ação : infra-estrutura cliente-sistema a
definição de um acordo/contrato entre o pesquisador e a organização (ou comunidade) sobre o
escopo da pesquisa, os papéis que cada um assumirá, entre outros. Diagnóstico, a definição
conjunta e colaborativa do que é o problema a ser resolvido. Planejamento, da ação construção
da solução que esperava-se resolverá o problema. Tomada da ação, a implantação da solução,
avaliação, a análise/avaliação dos resultados da ação, aprendizado, a adaptação das teorias que
foram usadas para formular a solução, tendo em vista a avaliação.
4.1 Técnica de entrevista adotada
Apresentam-se agora 3 (três) métodos que trabalham com material verbal (entrevista
centrada no problema, entrevista narrativa e discussão em grupo) bem como um método de
observação (observação participante). Isto já mostra que na pesquisa qualitativa o acesso verbal,
a conversa, tem um papel especial (cf. Langer, 1985). É difícil inferir significâncias subjetivas
a partir de observações. É necessário deixar o próprio sujeito falar, eles mesmos são
inicialmente, os experts de seus próprios conteúdos de significâncias. Assim, existe uma série
de técnicas de entrevistas qualitativas, que se apresentam com nomes diferentes: exploração,
entrevista centrada no problema, entrevista qualitativa, entrevista aberta, entrevista profunda,
entrevista focalizada, entrevista intensiva, entrevista não-estruturada (vide Lamnek, 1989). É
necessário, portanto, um esclarecimento terminológico (Figura 5, vide Wittkowski, 1994).
33
Figura 5- Classificação terminológica de formas de entrevista qualitativa
Fonte: Técnicas de Análise Qualitativa.
Conforme esta terminologia, entrevistas centradas no problema e entrevistas focalizadas
constituem procedimentos abertos, semi-estruturados e qualitativos, semelhantes à exploração
e entrevista profundas. Modalidades de entrevistas qualitativas geralmente concordam na
abertura da formulação das perguntas e na avaliação qualitativa. As diferentes formas variam
somente no grau da estruturação. Assim, apresenta-se, inicialmente, uma forma de entrevista
mais estruturada (entrevista focalizada) e uma entrevista menos estruturada (entrevista
narrativa).
Entrevista Centrada no Problema, é um termo criado por Witzel (1982), reúne-se todas
as formas de entrevista aberta, semi-estruturada. O entrevistador deixa o respondente expressar-
se mais livre possível, para se aproximar a uma conversa aberta. É centrada em uma
determinada problemática que o entrevistador introduz e para a qual sempre retorna. O
problema foi analisado anteriormente pelo entrevistador, que desenvolveu alguns aspectos
específicos, reunidos num roteiro de entrevista e abordados no decorrer da conversa.
Com a “entrevista focalizada” Merton e Kendall, já em 1945, criaram esta forma de
entrevista (1979), eles a utilizaram para analisar o impacto dos meios de comunicação de massa.
A transmissão de rádio, artigos na impresa, filmes de interessa foram analisados pelos
pesquisadores em termos de elementos hipoteticamente significantes. Criou-se, depois, um
roteiro de entrevista, para verificar as experiências subjetivas das pessoas com o respectivo
meio de comunicação. O etno-metodólogo Cicourel (1974) desenvolveu um tipo de entrevista
34
concentrada no problema de controle da natalidade e o utilizou num estudo com 252 famílias
na Argentina. Witzel (1982), por sua vez, derivou seu desenvolvimento metodológico num
estudo das condições e formas da transição de jovens concluientes de escolas para o mundo de
trabalho. Definiu, entretanto, a entrevista centrada no problema como uma combinação /
integração metodológica da entrevista qualitativa, análise de caso, método biográfico, discussão
em grupo e análise de conteúdo. Aqui será descrita, com mais detalhe, a forma desta entrevista.
Quais as ideias fundamentais desta técnica? Witzel (1982) destaca três princípios:
Centrada no problema quer dizer, que se parte de problemas sociais, cujos
aspectos essenciais são desenvolvidas pelos pesquisador antes da fase da
entrevista;
Centrada no objeto do procedimento quer dizer, que sua construção concreta tem
de ser ligada ao objeto específico, ao invés da utilização de instrumentos já
prontos;
Centrada no processo trata, finalmente, de uma “análise flexível do campo do
problema científico, uma busca e averiguação gradativa de dados, onde relação
e natureza dos elementos individuais são selecionados de maneira gradativa e
numa relação reflexiva constante como os métodos utilizados” (p.72).
Todas as três características já foram mencionadas na base do pensamento qualitativo.
Isto identifica está técnica como sendo claramente qualitativa. Importante para a condução da
entrevista é mais uma característica : a abertura. O respondente deve ter a oportunidade de
responder de maneira livre, sem alternativas de respostas pré-estabelecidas. Isto tem vantagens
decisivas (cf. Kohli, 1978):
Pode-se verificar a compreensão da questão pelo respondente;
O respondente pode trazer suas perspectivas e interpretações subjetivas;
O próprio respondente pode desenvolver relações e estruturas cognitivas
maiores no decorrer da entrevista;
As próprias condições da situação de entrevista podem ser tematizadas.
Tudo isto conduz a criação de uma relação de confiança mais forte entre entrevistador
e respondente, o respondente deve se sentir valorizado, ao invés de investigado. Quando se
parte de problemas socialmente relevantes e se cria uma relação o mais igualitária e aberta
possível durante a entrevista, o respondente se beneficia diretamente no processo de pesquisa.
Por esta razão, via de regra, o respondente é mais honesto, refletido, exato e aberto do que em
35
um questionário ou em uma técnica de entrevista fechada- isto se evidenciou em todas as
experiências com este método.
Por meio da formulação da idéia já se diz muito sobre o processo da entrevista centrada
no problema. A formulação e a análise do problema têm sempre de estar no início. A partir
disto juntam-se os aspectos centrais do guia de entrevista. O roteiro contém temáticas
individuais da conversa numa sequência sensata e as respectivas sugestões de formulação
(possivelmente alternativas), pelo menos para a pergunta inicial. O próximo passo consiste em
uma fase piloto, durante a qual são conduzidas entrevistas de teste. De um lado testa o guia de
entrevista e o modifica, caso necessário. Por outro lado, esta fase piloto serve para treinar os
entrevistadores. Depois disto, segue-se a verdadeira fase da entrevista. As conversas consistem,
essencialmente, em três partes:
Perguntas preliminares, são as perguntas iniciais e gerais sobre a temática.
Tenta-se verificar se o tema é relevante para o respondente, que importância
subjetiva tem para ele;
Perguntas do guia são aqueles aspectos temáticos que foram colocados como
perguntas essenciais no guia de entrevista;
Além do mais, a entrevista sempre vai encontrar aspectos que não constam no
guia. Quando são importantes tematicamente ou com o objetivo de manter o
fluxo da conversa, o entrevistador neste momento vai formular,
espontaneamente, perguntas ad hoc (criação de algo provisório, que vai atender
apenas determinado propósito).
Finalmente, há de se assegurar que o material obtido seja registrado. Geralmente utiliza-
se para tanto, com a anuência do respondente, uma gravação, se for necessária, é possível
elaborar um protocolo durante ou depois da conversa. Assim, chegamos ao modelo de processo
da entrevista centrada no problema.
36
Figura 6- Modelo do processo da entrevista centrada no problema .
Fonte:Técnicas de Análise Qualitativa (1978) .
As áreas de aplicação da entrevista centrada no problema decorrente das suas vantagens
principais, é muito útil para pesquisa guiada por teorias, na medida que não tem um caráter
meramente exploratório, mas que aspectos de uma análise do problema prioritário entram na
entrevista. Esta metodologia pode ser utilizada em todos os casos onde já se sabe algo sobre o
objeto de estudo, onde há perguntas de investigação específicas prementes.
Um segundo ponto importante é a estandardização parcial por meio do guia de
entrevista, porque esta estandardização facilita a comparabilidade de várias entrevistas. O
material de muitas conversas pode ser relacionado a um respectivo guia de entrevista e, assim,
pode ser facilmente analisado. E, por meio de um maior número de casos, é mais fácil chegar a
uma generalização.
Baseado nas afirmações de Witzel (1982, 1985), optou-se pela utilização da entrevista
centrada no problema de forma a possibilitar ao entrevistado uma maior liberdade e sinceridade
nas suas respostas.
37
5 FERRAMENTAS ASSISTIVAS ESTUDADAS
Para o modelo prosposto foi necessário que seguisse os padrões da Norma ABNT 9050
(BRASIL 2004), a qual regulamenta toda a questão arquitetônica de um projeto, bem como a
descrição do toten e de sua sinalização e como é feita a confecção do código Qr.
5.1 PISO TÁTIL
Segundo a NBR 9050 (BRASIL 2004), a sinalização tátil no piso, pode ser de dois tipos:
de alerta ou direcional. Ambas devem ter a cor contrastante com a do piso, para que pessoas
com baixa visão possam visualizá-las, do piso adjacente, e podem ser sobrepostas ou integrado
ao piso existente, atendendo as seguintes condições:
a) Quando estas forem sobrepostas, o desnível entre a superfície do piso existente e a
superfície do piso implantado deve ser chanfrado e não exceder 2mm;
b) Quando estas forem integradas, não deve haver desnível.
5.1.1 Piso Tátil de Alerta
Segundo a ABNT NBR 9050 (BRASIL 2004), o piso tátil de alerta deve ser instalado
perpendicularmente ao sentido de deslocamento, em cor e textura contratante com o restante do
piso adjacente.
Para indicar:
Reabaixamento de calçadas;
Obstáculos em balanço sobre o passeio;
Porta de elevadores;
Desníveis como vãos, plataformas de embarque/desembarque e palcos;
No início e término de escadas e rampas.
38
Tabela 1- Dimensão do piso tátil de alerta
Fonte: Norma Brasileira ABNT 9050/2004 : Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos
urbanos.
Figura 7- Piso Tátil de Alerta
Fonte: Norma Brasileira ABNT 9050/2004 : Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos
urbanos.
5.1.2 Piso Tátil Direcional
Segundo a ABNT NBR 9050/2004, o piso tátil direcional deve ser utilizado no sentido
de deslocamento em cor e textura constrastante com o restante do piso, em áreas de circulação,
para indicar o caminho a ser percorrido.
Deve:
a) Ser utilizado onde a guia de balizamento não seja contínua e em espaços amplos;
b) Ter textura com seção trapezoidal;
c) Ser instalado no sentido de deslocamento;
d) Ter largura entre 20 e 60 cm;
e) Ser cromo diferenciado.
39
Tabela 2- Dimensão do piso tátil direcional
Fonte: Norma Brasileira ABNT 9050/2004 : Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos
urbanos.
Figura 8- Piso tátil direcional
Fonte: Norma Brasileira ABNT 9050/2004 : Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos
urbanos.
5.2 SUPORTE DA ETIQUETA QR CODE
Para a plaqueta com informações na etiqueta QR Code o material indicado por Ramos
(2009), para a confecção deve ser de material resistente a corrosão, já que uma parte
permanecerá enterrada e o restante exposto as condições climáticas. Com baixo custo para que
este possa ser amplamente utilizado. O material que melhor atende as exigências é o tubo PVC
de 100mm de diâmetro, material resistente e que permite fixação da plaqueta em sua superfície.
40
Com base no trabalho de Ramos (2009), que uso como base as orientações da NBR
9050, item 5.11.1, onde determina que as superfícies horizontais ou inclinadas (até 15% em
relação ao piso) contendo informações em Braille, Planos e Mapas Táteis, devem ser instalados
á altura entre 0,90m e 1,10m . Como determina o padrão antopométrico, presenta na figura 9,
item C1 abaixo. Verificando que as plaquetas deverão ser instaladas de forma inclinada,
possibilitando a captura da etiqueta QR Code pela câmera do Smartphone.
Figura 9- Alcance Manual Frontal-Pessoa em Pé
Fonte: Norma Brasileira ABNT 9050/2004 : Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e
equipamentos urbanos.
Com relação a altura, é necessário ter um pedaço de cano, com aproximadamente 1,30/
1,40m, enterrá-lo perpendicularmente ao solo, a uma profundidade de aproximadamente de
30/40 cm, para que permaneça 1 metro fora do solo, como determina o padrão antropométrico
na figura 9 , item C1: altura do centro da mão com antebraço formando ângulo de 90° com o
tronco.
Propõe-se a instalação de tampões na extremidade superior do suporte da plaqueta, que
será utilizada como base para a fixação da plaqueta de orientação com etiqueta QR Code, pois
ela cobre a parte superior do tubo PVC.
5.2.1 Etiqueta QR Code
As etiquetas com o código QR Code poderão ser confeccionadas no sítio Get Qr Code
Generator Pro, o qual fornece esse serviço gratuitamente. O processo para confecção da
etiqueta é bem simples e intuitivo, basta clicar no ícone Texto, digitar a informação textual que
41
deseja pôr na etiqueta QR Code, logo após basta clicar em criar código, esperar alguns minutos
e realizar o download da imagem com o código. Esta etiqueta com QR Code, será fixada na
parte superior do toten, a qual será lida a partir da câmera do smartphone que deverá estar
configurado segundo as necessidades do projeto, afim de possibilitar uma maior independência
as pessoas com deficiência visual, para que estas se locomovam pelo campus universitário.
Figura 10- Tela do Getor Qr Code Generator Pro.
Fonte: QR Code Generator, 2015.
5.2.2 Molduras para as Etiquetas QR Code
Com base no trabalho desenvolvido por Ramos (2009), o qual procurou utilizar
materiais sintéticos duráveis e que exigissem pouca ou nenhuma manutenção, durante sua
pesquisa Ramos (2009), usou a tampa plástica de potes de sorvete para usar como moldura para
a plaqueta em Braille, que nesta pesquisa será substituída pela etiqueta QR Code. Material que
possui forma anatômica – não tem pontas-, com tamanho ideal para emoldurar a etiqueta QR
Code e que pode ser fixada no tubo de PVC. Propondo assim, reutilizar tampas de potes de
sorvete de 2 litros.
Em resumo, fixa-se o tubo de PVC perpendicular ao solo, cobre-se sua abertura superior
com um tampão, confecciona as etiquetas QR Code, fixam-se as etiquetas nas tampas de potes
42
com fita adesiva dupla face e fixam-se as tampas de potes aos tampões de PVC, também com
fita adesiva de dupla face.
5.3 SINALIZAÇÃO SONORA
Como as pessoas cegas encontrarão os totens? Os totens devem ser percebidos ao toque
da bengala utilizada por uma pessoa cega. Segundo Ramos (2009), os alarmes oferecem pouca
resistência às intempéries, além de exigirem manutenção,troca de pilhas e serem alvo fácil de
vândalos.
Na pesquisa de Ramos (2009), foi utilizado Guizos (é um objeto oco de metal ou feito de um
pequeno fruto seco, aproximadamente esférico, no seu interior possui uma ou mais bolinhas
maciças podem ser as próprias sementes do fruto) que, ao ser agitado produz um som, como de
chocalho. Esta sinalização sonora também será adotada neste protótipo, associada a uma haste
de metal instalada paralelamente desde a base até o topo do toten, que quando tocada pela
bengala agitará os guizos, emitindo assim um sinal sonoro perceptível ao usuário, que
identificará dessa forma a presença do toten.
Figura 11- Guizos
Fonte: Google Imagens, 2015.
43
6 ESPECIFICAÇÃO DO PROTÓTIPO
Ao entrar no Campus I da UNIFESSPA Marabá, uma pessoa com deficiência visual,
precisar ter um guia/direcionamento de qual trajeto deve seguir para chegar ao seu objetivo.
Para alcançar este objetivo, a Universidade precisa se adaptar com condições de acessibilidade,
auxiliando a mobilidade do deficiente visual dentro do ambiente acadêmico.
Para a implementação deste projeto faz-se necessário o uso de uma determinada
estrutura envolvendo smartphone, aplicativos específicos, totens, QR Code e guias táteis que
melhorem a questão da mobilidade do deficiente visual dentro deste Campus.
Este capítulo apresentará a descrição do protótipo proposto, o qual tem como objetivo
principal, guiar o deficiente visual , permitindo a este usuário os seguintes propósitos:
a) Identificar os portões de entrada da Universidadade, por meio de totens que possuem uma
etiqueta com o Código QR, explicando os âmbitos mais próximos e suas localizações, passo
a passo. Exemplo: Tapiri: Localização: Em frente, à direita, à esquerda;
b) Identificar os principais pontos de utilidade dentro do Campus I da UNIFESSPA: Trajeto
para os banheiros, biblioteca, salas, auditório, laboratórios, secretarias de faculdades, xerox,
tapiri, portões de acesso.
Este protótipo de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, foi baseado na
bibliografia pesquisada e nos relatos coletados através de entrevista com deficientes visuais,
busca por materiais, nas observações da pesquisadora, bem como na sua revelância e nos custos
de sua implementação.
Usando ainda os princípios do desenho universal (uso equitativo, flexibilidade de uso,
informações perceptíveis, tamanho e espaço para acesso e uso) e o impacto ambiental.
Devido os deficientes visuais possuírem o sentido da visão restrito, não podendo
visualizar o ambiente, os obstáculos, os mobiliários, optou-se pela instalação de pequenos
totens (tubos de PVC 100 mm) com uma etiqueta QR Code fixada no seu topo, à qual terá
informações sobre a sua localização, em pontos estratégicos ao longo do Campus I. Para que os
usuários do protótipo possam se desviar dos mobiliários que venham a causar riscos de queda
ao caminhar, a NBR 9050 determina que um caminho deva possuir uma largura mínima de
1,20m.
44
6.1 SELEÇÃO DO SMARTPHONE / APARELHO CELULAR
Os critérios básicos para a configuração mínima necessária para a seleção do aparelho
celular:
a) Possuir Sistema Operacional Android.
b) Possuir câmera para o processo de captura de imagem.
c) Ter memória suficiente para instalação dos aplicativos leitores de código de barra e
conversor do código QR em áudio, no mínimo 4 Gigas de memória interna.
d) Requer Android 1.5 ou superior.
e) Conexão WiFi para a realizar o dowload dos aplicativos de leitor de código de barra e
também para a conversão do código QR em áudio.
O smartphone utilizado nesta pesquisa foi selecionado a partir dos critérios citados
acima. Smartphone Samsung Galaxy Win Duos Dual Chip Desbloqueado Android 4.1 Tela "
8GB 3G Wi- Fi Câmera 5MP – Branco.
Informações Técnicas:
a) EDGE/GPRS @G Quadri Abnd (850/900/1800/1900 Mhz)
b) Tela de 118.3 mm (4,7”) WVGA TFT
c) Câmera de 5.0 MP + VGA Frontal
d) Processador Quadri Core 1.2 Ghz
e) Suporte para 2 Chips
f) Bateria de 2000 mAh
g) Versão Android 4.1.2
h) Número do modelo GT- I8552B.
6.2 SELEÇÃO DOS APLICATIVOS LEITOR E CONVERSOR DE
CÓDIGO DE BARRAS
Os aplicativos de leitor de código de barras e conversor para áudio para serem instalados
no smartphone, propõe-se que estes sejam selecionados usando os seguintes critérios:
a) Compatível para instalação nos smartphones definidos.
b) Acessibilidade pela pessoa com deficiência visual no site onde se encontra o aplicativo,
acessando diretamente pelo celular, para efetuar o download do programa e a instalação do
mesmo.
45
c) O aplicativo deve ser compatível com o programa leitor de tela e conversor de áudio.
d) Aplicativo preferencialmente com opção de configuração em língua portuguesa.
6.3 APLICATIVOS PARA SMARTPHONES COM SO ANDROID
PESQUISADOS
Dentre os vários aplicativos disponíveis na Play Store da Google, podemos citar alguns
que foram pesquisados, porém não atenderam as necessidades do projeto devido travamento,
não transformar em áudio as informações do código:
a) QR Reader
b) QR Leitor de Código
c) QR & Barcode Scanner
d) QR Code Reader
Abaixo serão especificados os aplicativos utilizados na pesquisa.
6.4 GOOGLE TALKBACK
É um aplicativo de acessibilidade para Android, a qual auxilia pessoas com deficiência
visual a utilizar o smartphone. O aplicativo oferece suporte de voz a quem tem deficiência
visual parcial (baixa visão) ou total (cego).
O aplicativo TalkBack fornece respostas por voz para ajudar usuários com deficiência
visual a interagir com o dispositivo (não só o celular, como também tablete), descrevendo o que
é tocado ou ativado. Ele dará suporte ao aplicativo Quick Voice, fornecendo ao usuário respostas
por voz do conteúdo na etiqueta QR Code. Para que o aplicativo seja ativado no
smartphone/celular se faz necessário auxílio de uma pessoa com visão, no caso de o recurso
não ter sido ativado na configuração inicial.
46
Figura 12 – Tela de configuração .
Fonte: Esta Pesquisa, 2015.
Figura 13 – Tela inicial do TalkBack.
Fonte: Esta Pesquisa, 2015.
Este aplicativo só é ativado caso o recurso de acessibilidade seja explicitamente ativado.
Etapas para ativar a acessibilidade:
1. Clicar em “Configurações”
2. Selecionar “Acessibilidade”
47
(Para Android 3.2 ou inferior)
3. Marque a caixa de seleção “Acessibilidade”
4. Marque a caixa de seleção “TalkBack”
(Android 4.0)
3. Selecione o TalkBack e deslize a chave para a posição de ativação
4. Selecione "Voltar" e ative o recurso “Explorar por toque”
(Android 4.1 ou superior:)
3. Selecione o TalkBack e deslize a chave para a posição de ativação
Informações adicionais:
a) Atualizado 5 de outubro de 2015
b) Tamanho Varia de acordo com o dispositivo
c) Instalações 1.000.000.000 - 5.000.000.000
d) Versão atual Varia de acordo com o dispositivo
e) Requer Android Varia de acordo com o dispositivo
f) Classificação do conteúdo Classificação Livre
g) Reportar Sinalizar como impróprio
h) Oferecido por Google Inc.
i) Desenvolvedor Acesse o site E-mail [email protected]ítica de Privacidade
6.5 QUICK VOICE
É um aplicativo leitor de QR Code o qual converte um código em áudio, é gratuito, e
está disponível na Play Store. Para que este software funcione corretamente é necessário que
seja instalado paralelo a ele o aplicativo Barcode Scanner, pois este é o módulo utilizado para
realizar a leitura do código de barras. O intuito deste programa é converter as informações
contidas em um QR Code em áudio, auxiliando principalmente pessoas com deficiência visual.
Sem a necessidade de equipamentos caros e (de difícil utilização) difíceis de trabalhar. Para
confeccionar o Qr Code qualquer pessoa poderá acessar um site ou software de criação de
etiquetas e transformar um texto numa etiqueta, podendo imprimir em uma impressora comum.
A partir desta etapa, outra pessoa tem a possibilidade de transcrever essa etiqueta em áudio, o
que possibilita a leitura do texto completo (G-Terf UFRB-26 de Agosto de 2014).
Informações adicionais:
48
Atualizado 26 de agosto de 2014;
Tamanho 7,0M;
Instalações 500 - 1.000;
Versão atual 1.0;
Requer Android 1.5 ou superior;
Classificação do conteúdo Sem classificação;
Oferecido por G-Terf UFRB.
Figura 14-Tela inicial do Quick Voice
Fonte: Esta Pesquisa, 2015.
Os critérios para a configuração mínima necessária para executar o aplicativo Quick
Voice em um smartphone são:
a) O smartphone possuir o sistema operacional Android;
b) O smartphone possuir câmera fotográfica para realizar o processo de captura da etiqueta
QR Code;
49
c) Smartphone ter no mínimo 4 Gigas de memória interna, para instalação dos aplicativos
Quick Voice e Barcode Scanner.
6.6 BARCODE SCANNER
Barcode Scanner é um aplicativo leitor de código de barras e QR Code, aplicativo
gratuito, o qual está disponível no sitio da Google Play, este aplicativo deve ser instalado
juntamente com o Quick Voice, para que estes façam, um a leitura do código e o outro a
conversão um código QR em áudio.
Figura 15- Tela inicial do Barcode Scanner.
Fonte: Esta Pesquisa, 2015.
Informações adicionais:
a) Atualizado: 15 de fevereiro de 2015;
b) Tamanho: Varia de acordo com o dispositivo;
c) Instalações: 100.000.000 - 500.000.000;
d) Versão atual: Varia de acordo com o dispositivo;
e) Requer Android Varia de acordo com o dispositivo;
f) Classificação do conteúdo: Classificação Livre;
g) Oferecido por ZXing Team.
50
6.7 OPERAÇÃO DO MODELO
Neste capítulo consta a descrição funcional do sistema proposto, para facilitar o
entendimento, optou-se por descrever o sistema sugerido em três passos fundamentais de forma
simples e intuitiva, os quais são detalhados conforme sequencia abaixo. Para enriquecer ainda
mais a compreensão foi inserida após a sequência de passos explicativos, uma figura que ilustra
uma visão funcional global do sistema aqui descrito:
1° Passo: Ao chegar ao Campus Universitário, logo na entrada de algum portão de
acesso haverá um toten com etiqueta especial Qr Code a qual trará a localização do próximo
toten. O usuário utilizará sua bengala para localizar o toten, posteriormente utilizará seu
smartphone já pré configurado para realizar a leitura da etiqueta QR Code.
2° Passo: Após identificar sua localização dentro do campus, através da decodificação
e reprodução em voz dos dados contidos na etiqueta fixada no toten, o usuário tomará sua
decisão de locomoção, ou seja, escolhe a direção (direita, esquerda, frente ou retaguarda) para
onde deseja se locomover, seguindo assim para o próximo toten que identificará a próxima
localização.
3°Passo: Usuário através da decodificação e reprodução em voz dos dados contidos na
etiqueta, mapeado pelo sistema, segue para o próximo toten ou retorna ao toten(localização)
anterior, tendo ele próprio autonomia de locomoção através deste protótipo, tornando-se
independente (dispensando ajuda de terceiros) para sua locomoção no interior do campus, o que
facilitará seu acesso a todos os espaços físicos deste núcleo.
51
Figura 16- Esquema de funcionamento do protótipo.
Fonte: Elaborado pela autora.
52
7 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS
Este capítulo tem como finalidade realizar a conclusão das ideias apresentadas nesta
monografia, ressaltando uma discussão a respeito do objetivo principal definido no capítulo de
introdução. Logo após, serão expostas as dificuldades encontradas para a conclusão deste
trabalho, bem como as sugestões para a realização de trabalhos futuros.
7.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta monografia se comprometeu com o estudo e a proposição de um modelo de
acessibilidade, o qual possa adaptar-se à realidade do Campus I da Unifesspa Marabá-Pa,
levando em consideração a problemática recorrente e o baixo custo para implentação deste
projeto, uma vez que o mesmo poderá utilizar a estrutura já existente no Campus objeto desse
estudo, além disso, o modelo poderá ser aplicado para outros locais de grande movimentação
como hospitais, escolas, farmácias, supermercados, dentre outros.
Sendo necessário insistir na afirmação de direitos que assegurem a igualdade de
oportunidades para todos, visando atender qualquer tipo de precisão. As necessidades de cada
pessoa possuem igual relevância e deveriam construir a base de planejamento de uma
sociedade.
Ao realizar uma entrevista com um deficiente visual, surgiram maneiras de se aprimorar
o projeto, pois com a contribuação pessoal de um futuro usuário relatando os problemas
enfrentados e como esses podem ser amenizados, ajudou à pesquisa no que diz respeito aos
trabalhos futuros e algumas recomendações.
Com este guia ubíquo, a pessoa com deficiência visual, poderá fazer novas descobertas
dentro do Campus, além de trazer maior independência para locomoção sem a necessidade de
outra pessoa, o usuário irá utilizar apenas seu smartphone, que já vem pré-configurado, para
fazer a leitura das etiquetas QR Code fixadas nos totens, afastando a necessidade de ter um
acompanhante ao seu lado, ou por perto a todo tempo, dando-lhe maior autonomia na sua
movimentação neste Campus.
53
Ao usuário adquirir essa independência, terá seus direitos preservados, como por
exemplo, frequentar o Campus Universitário, contribuindo assim para participação mais ativa
das pessoas com deficiência visual ou limitação visual no meio acadêmico. Acredita-se que este
modelo de acessibilidade possa atrair novos alunos com necessidades especiais garantindo o
que está previsto em leis, promovendo acessibilidade e a inclusão social.
7.2 DIFICULDADES ENCONTRADAS
A realização desta monografia transcorreu conforme o cronograma de atividades
esperado, embora algumas dificuldades tenham surgido no decorrer deste período, as quais não
comprometaram o andamento deste projeto. Porém, entende-se ser necessário expor as
dificuldades vivenciadas.
A primeira limitação que surgiu foi durante a pesquisa bibliográfica, devido à poucas
diretrizes nacionais sobre Tecnologia Assistiva e Acessibilidade, sendo necessário a utilização
das recomendações internacionais da Web Content Accessibility Guidelines 1.0 do W3C.
Além disso, o QR Code sendo utilizado para acessibilidade é um tema recente,
consequentemente houve uma dificuldade em encontrar literaturas que pudessem dar maior
embasamento à proposta do modelo estudado, apesar disso, as pesquisas encontradas foram
suficientes para concretizar o que foi exposto, devido ao detalhamento de como a utilização em
outros trabalhos foram realizados com êxito.
A terceira dificuldade encontrada foi a falta de um banco de dados referente aos alunos
com algum tipo de deficiência que estão matriculados na Unifesspa, como o Centro Acadêmico
não possui esse levantamento o NAIA (Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica), fez a
coleta de dados dos Campus da Unifesspa Marabá. Esses dados foram disponibilizados pelo
NAIA no mês de Agosto de 2015, referentes aos 3(três) Campus Universitários da Cidade de
Marabá, faltando ainda realizar esse levantamento nos Campus de Xinguara, Rondon do Pará,
São Félix do Xingu e Santana do Araguaia.
Encontrar aplicativos que atendessem às necessidades do projeto também foi uma tarefa
árdua e trabalhosa. Na Google Play existem vários aplicativos disponíveis, porém só o Quick
Voice atendeu as necessidades do projeto em primeira opção, além disso, a sugestão para os
totens e a sinalização destes foi algo dificultoso de se encontrar na literatura com embasamento
teórico legal e normativo o qual tivesse resultados positivos.
54
Não podemos de maneira nenhuma, deixar de ressaltar nesta pesquisa, a relevante
contribuição da Professora Dra. Leila Weitzel da Universidade Federal Fluminense – UFF, que
contribuiu de maneira significativa durante todas as fases de desenvolvimento desta pesquisa.
7.3 TRABALHOS FUTUROS
São apresentadas algumas sugestões de trabalhos com o intuito de aprofundar a pesquisa:
Realizar um levantamento de alunos com deficiência em todos os Campus da
Unifesspa (Xinguara, Rondon do Pará, São Félix do Xingu, Santana do
Araguaia);
Mapeamento de todos os pontos para a instalação dos totens, direcionamento das
rotas, marcar os pontos de vulnerabilidade;
A implementação na prática do sistema com os devidos teste em campo;
A implementação em outros campus da Unifesspa;
Após a implementação do sistema, realizar palestra/apresentação do sistema
para os usuários do Campus I;
Fomentar junto ao governo estadual e federal, um projeto que disponibilize
smartphones para deficientes visuais em universidades públicas.
7.4 PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA
A pesquisa gerou um artigo que foi apresentado no formato comunicação oral, no II
Congresso Paraense de Educação Especial e I Fórum Permanente de Educação Especial do Sul
e Sudeste do Pará, que ocorreu nos dias 12 à 14 de novembro de 2015 na Cidade de Marabá,
Estado do Pará. Informações adicionais do congresso pode ser visualizado
em: https://cpee.unifesspa.edu.br/
O título do artigo é "Um Guia Ubíquo para Acessibilidade dos Deficientes Visuais do
Campus I", sendo os autores : Anna Karla dos Santos Samaritano, José Santos Barreto e Leila
Weitzel. O Artigo foi apresentado no dia 12 de Novembro de 2015 , conforme a programação
do evento disponivel em: https://cpee.unifesspa.edu.br/index.php/programacao.
55
O II Congresso Paraense de Educação Especial e I Fórum Permanente de Educação
Especial do Sul e Sudeste do Pará - II CPEE e I FOPEESSPA, foi realizado no município de
Marabá, na região sudeste do estado do Pará. O evento realizado pela Universidade Federal do
Sul e Sudeste do Pará, através do seu Núcleo de Acessibilidade e Acadêmica – NAIA e Grupo
de Pesquisa em Educação Especial: Contextos de Formação, Políticas e Práticas de Educação
Inclusiva e Acessibilidade/UNIFESSPA, tendo como responsável a coordenadora Mestra
Lucélia Cardoso Cavalcante Rabelo que conta com a colaboração de uma equipe com cerca de
50 profissionais da área de Educação Especial, bolsistas e parceiros do NAIA (Seduc /URE,
SEMED/Marabá, APAE e CAP) integrando a Comissão Organizadora. O evento ocorreu nos
dias 12, 13 e 14 de Novembrode 2015, tendo como tema central: Educação como direito das
pessoas com deficiência: debatendo e construindo trajetórias na Amazônia Paraense, com o
objetivo de discutir e divulgar conhecimentos e experiências a respeito da Educação Especial,
no Pará e no Brasil, envolvendo profissionais/pesquisadores da pós-graduação, graduação e
educação básica. Foram disponibilizadas 400 vagas para inscrições com e sem trabalhos de
forma gratuita. No evento ocorreram atividades diversas: palestras, mesas redondas, mostra
científica com exposições de trabalhos, relatos de experiências, oficinas e minicursos, que
compõem uma programação rica em quantidade e qualidade nas temáticas a serem abordadas
em sintonia com as demandas de formação, expectativas e necessidades presentes no contexto
brasileiro e loco-regional da Amazônia Paraense, através do incentivo aos debates, reflexões,
avaliações das políticas, proposições de novas ideias e trocas de conhecimentos e experiências
entre os congressistas.
A participação de palestrantes de renome nacional na área, que contribuiram com os
debates, avaliação políticas públicas e proposição de alternativas de melhorias na qualidade da
escolarização das pessoas com deficiência considerando o seu direito à educação e garantia de
condições de acessibilidade.
Resumo do artigo:
"A independência em locomoção para pessoas com deficiência visual, dentro do Campus
Universitário da Unifesspa Marabá, objeto desse estudo, é um problema recorrente, sendo
assim, esta pesquisa visa possibilitar maior autonomia para esta problemática. Como
contribuição este estudo propõe, o uso de um guia ubíquo para locomoção dos deficientes
visuais dentro do Campus Universitário da Unifesspa. O projeto requer ajustes de sinalização e
acessibilidade no ambiente físico do Campus I, como também a utilização de aplicativos para
smartphone android, pelo deficiente visual. O guia utiliza do código QR em etiquetas fixadas
56
em totens que seguem as normas ABNT 9050/04 e estes códigos serão lidos através de
aplicativos que serão instalados no smartphone do usuário do sistema.".
57
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60
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Yin, R. K. (2005). Estudo de Caso: Planejamento e Metodos. Bookman, 3a edição edition.
61
ANEXOS: Roteiro da Entrevista
a) Você acha que o campus I da Unifesspa é adequado em termos de acessibilidade em especial
mobilidade autônoma para pessoas com necessidades iguais a sua?
b) No caso a cegueira.
c) Como você tem acesso aos diferentes lugares do campus??
d) Como você se sente em relação à acessibilidade em especial mobilidade autônoma no
Campus?
e) Você é uma pessoa integrada nas novas tecnologias? Smartphone, redes wifi, navegação na
web, softwares específicos para pessoas com cegueira etc..
f) O que você acharia se um sistema pudesse te dar mais autônima dentro do campus? Ex:
Você precisa ir à faculdade de computação assistir uma aula e você está sozinho sem
ninguém para te guiar e você não sabe onde fica e o sistema te ajudaria a chegar lá somente
usando seu smartphone e a rede wifi do campus.
g) E se eu te mostrasse um sistema que faz assim...expliquei como funcionaria.
h) Você acha que este sistema melhoraria a sua autonomia? Como?
i) Você teria dificuldades em utilizar o sistema? Quais seriam estas dificuldades?