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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PPGTA PROGRAMA DE...

Date post: 04-Apr-2020
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PPGTA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA DE ALIMENTOS NÍVEL: MESTRADO ACADÊMICO AMANDA SALGADO DIONIZIO EFEITO DO CAMU-CAMU MICROENCAPSULADO E LIOFILIZADO NA REOLOGIA DA MASSA E NA QUALIDADE DO PÃO DE FORMA CAMPO MOURÃO 2017
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PPGTA – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

NÍVEL: MESTRADO ACADÊMICO

AMANDA SALGADO DIONIZIO

EFEITO DO CAMU-CAMU MICROENCAPSULADO E LIOFILIZADO NA

REOLOGIA DA MASSA E NA QUALIDADE DO PÃO DE FORMA

CAMPO MOURÃO

2017

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AMANDA SALGADO DIONIZIO

EFEITO DO CAMU-CAMU MICROENCAPSULADO E LIOFILIZADO NA

REOLOGIA DA MASSA E NA QUALIDADE DO PÃO DE FORMA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Tecnologia de Alimentos da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná para obtenção do título

de Mestre em Tecnologia de Alimentos.

Orientador: Dr. Manuel Salvador Vicente Plata Oviedo

Coorientadora: Dra. Maria Teresa Pedroso Silva Clereci

CAMPO MOURÃO

2017

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

D592e

Dionizio, Amanda Salgado

Efeito do camu-camu microencapsulado e liofilizado na reologia da massa e na qualidade do pão de forma / Amanda Salgado Dionizio – 2017.

81 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Manuel Salvador Vicente Plata Oviedo Coorientadora: Maria Teresa Pedroso Silva Clereci Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do

Paraná. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos. Campo Mourão, 2017.

Inclui bibliografias. 1. Farinha de trigo. 2. Vitamina C 3. Alimentos – Dissertações. I.

Oviedo, Manuel Salvador Vicente Plata, orient. II. Clereci, Maria Teresa Pedroso Silva, coorient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos. IV. Título.

CDD: 664

Biblioteca Câmpus Medianeira Marci Lucia Nicodem Fischborn CRB 9/1219

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Eu dedico este trabalho a Deus, que se mostrou

criador e foi criativo. Fôlego de vida em mim, sustento е

coragem para questionar realidades, е propor sempre um

novo mundo de possibilidades.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente eu gostaria de agradecer a Deus que em sua infinita bondade abençoou

todos os meus passos, pensamentos, iluminando os meus dias, fazendo com que eu supera-se os

dias de aflições e lutas. Obrigada meu Deus e Nossa Senhora pôr a cada dia passar pelos meus

caminhos, guiando-me e protegendo para chegar até o dia de hoje com muito sucesso e felicidade.

Queria homenagear e agradecer aos meus pais, Rubens Dionizio e Lucimar Salgado

Dionizio, por tudo que me ensinaram de mais precioso neste mundo e que me deixarão as

heranças mais valiosas da vida, o amor, os estudos, a educação, a família, o respeito e por

acreditarem sempre no meu potencial, nos meus sonhos e em minhas aventuras. Também gostaria

de incluir a toda essa dedicação que eles tiveram, minha irmã, Aline Salgado Dionizio, que cuida

e me protege, além de ser uma amiga, professora e pronta para tudo a qualquer hora, nos

momentos bons e ruim. Dedico também, ao meu cunhado César Augusto de Souza Vale, um

irmão que a vida deu e, que soube ouvir e auxiliar durante este dois anos. Agradeço também

minha avó Zenaide Oliveira Salgado e meu tio Ricardo Augusto Oliveira Salgado, que sempre

estiveram presentes na minha vida, incentivando-me e amando-me incondicionalmente, fazendo

tudo por mim. A todos esses citados, meu amor é maior que tudo e meu agradecimento por todo

esforço deliberado a mim em toda a minha vida, vocês são os meus exemplos, amo vocês.

Agradeço também a todas as minhas amigas e primos de Bauru que mesmo estando longe

do meu dia a dia no mestrado, sempre pode conviver comigo com uma conversa boa, um abraço

apertado carinhoso e o conforto da amizade.

Queria agradecer ao apoio e carinho que o Samuel de Paula tem me dado, principalmente nesta

etapa de finalização, ter alguém que te acompanhe e que te guie, que te espera acordado até tarde

pra finalizar sua dissertação não tem preço, amo você.

A minha amiga Fernanda Thais Vieira Rubio, amiga, companheira de mestrado, irmã, o

meu muito obrigado por tudo que vivemos por todo esse campo mourão, esses laboratórios, entre

os choros dos artigos intermináveis ou das análises que davam errado, as conversas e risadas

adoráveis, amo você amiga.

Gostaria de Agradecer a minha amiga Beatriz Garbin, por me acompanhar todos esses

anos, estando do meu lado sempre aonde eu precisei, mesmo nos momentos difíceis para ela,

ouvindo-me, fazendo-me companhia, eterna companheira para todas as horas.

Queria Agradecer a Nelci e João Silva Pereira, uma família que ganhei em Campo

Mourão, que me apoiaram e me amaram todos esses anos, obrigada por todo o carinho, vocês

são fundamentais.

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A todos os amigos de Campo Mourão e do Programa de Pós Graduação em Tecnologia

de Alimentos, o meu muito obrigada, por sempre me ajudarem e apoiarem, principalmente nos

momentos de pesquisa (Thiago Hayakawa, Mateus Ferreira de Souza, Karine Kaufman).

Queria agradecer a Unicamp e ao Laboratório de Cereais, como todos os seus

trabalhadores e pesquisadores, que me acolheram amavelmente, ensinando-me e oferecendo-me

todos os aparelhos a disposição, todos muito queridos e amigos, principalmente minha

corientadora Dra. Maria Teresa Pedroso Silva Clereci, que me auxiliou nas atividades e me

recepcionou como uma filha, muito obrigada pelo respeito e carinho.

Queria agradecer aos membros da Banca Dr. Alexandre Santa Barbara Azevedo e Dr.

Antônio Roberto Giriboni Monteiro, que foram muito atenciosos e aceitaram a participar como

membros de avaliadores da minha banca de dissertação, fazendo com que eu tenha a

oportunidade que compartilhar de seus conhecimentos e ensinamentos, por isso saiba que eu

tenho um eterno agradecimento, admiração e respeito pelos senhores.

Por último, porém um dos mais importantes, queria agradecer imensamente ao meu

orientador e amigo Dr. Manuel Salvador Vicente Plata Oviedo, que me ensinou a enxergar todos

os detalhes mais importantes do ensino da pós graduação, com sua dedicação e respeito pela

Universidade e o trabalho, mas também sabendo ser amigo e orientar, conversar e ouvir, paciente

e auxiliador. Obrigada por estar do meu lado em todos os momentos e por traçar todo o caminho

desta dissertação.

A todos que estiveram presentes em minha vida, muitos que chegaram, passaram e já não

estão mais, ou não estão mais perto, muito obrigado por terem passado por ela, todos tem um

lugar no meu coração, amo muito vocês.

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RESUMO

DIONIZIO, Amanda Salgado. Efeito do camu-camu microencapsulado e liofilizado na

reologia da massa e na qualidade do pão de forma. 2017. 81f. Trabalho de Defesa (Mestrado

em Tecnologia de Alimentos) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos,

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão - PR, 2017.

O camu-camu (Myrciaria dúbia H. B. K. (McVaugh)) é um fruto nativo da região amazônica,

reconhecido por um alto teor de vitamina C, fonte de compostos fenólicos, antocianinas e

antioxidantes. Em função do seu potencial de ácido ascórbico, estudos são conduzidos com o

objetivo de agregar valor a fruta como aditivo alimentar. Por isso, o presente trabalho tem por

finalidade a avaliação do uso da polpa de camu-camu microencapsulada e liofilizada nas

características tecnológicas da farinha de trigo e na qualidade do pão de forma, pelos métodos da

caracterização físico-química e microencapsulação da polpa, avaliação físico-química do

liofilizado e microencapsulados, sua eficiência, rendimento e estabilidade (25 e 45ºC), o efeito

do liofilizado e microencapsulados nas propriedades da farinha, no volume especifico e nos

atributos sensoriais do pão de forma. A polpa de camu-camu apresentou elevados teores de ácido

ascórbico, compostos fenólicos totais e atividade antioxidante. O liofilizado contém maior teor

de umidade, higroscopicidade e compostos bioativos em comparação aos microencapsulados.

Com a análise da eficiência da encapsulação, verificou-se que a maltodextrina foi o mais

eficiente, para o rendimento, a dextrina lactato obteve maior valor de compostos fenólicos e a

maltodextrina do ácido ascórbico. A estabilidade se manteve maior à temperatura de 25ºC,

entretanto analisando ambas as temperaturas, a dextrina lactato, mostrou-se como o melhor

material protetor. A presença do camu – camu provocou mudanças nas características das

farinhas de trigo, porém ocorreu o fortalecimento da rede de glúten da massa, tornando as massas

mais curtas em relação ao controle. Os pães não diferiram sensorialmente, exceto no atributo

aparência e intenção de compra do pão com camu – camu microencapsulado com dextrina lactato

que foi o de maior pontuação e o preferido pelos avaliadores. A adição dos derivados de camu –

camu nos pães provocou aumento de seus volumes específicos, dos compostos bioativos e da

retenção de ácido ascórbico no produto final.

Palavra-chave: camu-camu, ácido ascórbico, microencapsulação, pão.

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ABSTRACT

The camu-camu (Myrciaria dubious H. B. K. (McVaugh)) is a native fruit of the Amazon region,

recognized by a high content of vitamin C, source of phenolic compounds, anthocyanins and

antioxidants. Due to their potential ascorbic acid, studies are conducted with the objective of

adding value to fruit as a food additive. Therefore, the present work has the purpose of evaluating

the use of microencapsulated and lyophilized camu-camu pulp in the technological

characteristics of wheat flour and in the quality of bread form, by the methods of physical-

chemical characterization and microencapsulation of pulp, evaluation (25 and 45ºC), the effect

of the lyophilized and microencapsulated in the properties of the flour, the specific volume and

the sensorial attributes of the bread of form. The camu-camu pulp presented high levels of

ascorbic acid, total phenolic compounds and antioxidant activity. The lyophilizate contains

higher moisture content, hygroscopicity and bioactive compounds compared to

microencapsulated ones. With the analysis of the efficiency of the encapsulation, maltodextrine

was found to be the most efficient for yield, lactate dextrin obtained higher value of phenolic

compounds and maltodextrin of ascorbic acid. The stability remained higher at 25 °C, however

analyzing both temperatures, lactate dextrin, proved to be the best protective material. The

presence of camu - camu caused changes in the characteristics of wheat flour, but the gluten

network of the mass was strengthened, making the pasta shorter in relation to the control. The

breads did not differ sensorially, except in the attribute appearance and intention to buy the bread

with camu - camu microencapsulated with dextrin lactate that was the one with the highest score

and the one preferred by the evaluators. The addition of the camu - camu derivatives in the breads

provoked an increase in their specific volumes, the bioactive compounds and the retention of

ascorbic acid in the final product.

Keyword: camu-camu, ascorbic acid, microencapsulation, bread.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Camucamuzeiro em beira de rio. ................................................................................. 17

Figura 2. Fruto Camu-Camu. ...................................................................................................... 18

Figura 3. Processo de oxidação do ácido ascórbico. ................................................................... 19

Figura 4. Funcionamento geral de um Spray Dryer ................................................................... 22

Figura 5. Ingredientes para formulação do pão tipo forma, em ordem de adição. ..................... 37

Figura 6. Cinética de degradação do ácido ascórbico do camu-camu em 90 dias a 25ºC. ......... 50

Figura 7. Cinética de degradação do ácido ascórbico do camu-camu em 90 dias a 45ºC. ......... 50

Figura 8. Cinética de degradação do compostos fenólicos do camu-camu em 90 dias a 25ºC. . 51

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Caracterização físico-química (g / 100g) .................................................................... 18

Tabela 2. Composição da polpa de camu-camu .......................................................................... 41

Tabela 3. Composição do camu-camu microencapsulado e liofilizado ...................................... 43

Tabela 4. Atividade antioxidante dos microencapsulados e do liofilizado em comparação com

outros antioxidantes .................................................................................................................... 45

Tabela 5. Eficiência da encapsulação (%) .................................................................................. 46

Tabela 6. Rendimento dos microencapsulados em relação a massa, os compostos fenólicos e a

vitamina C ................................................................................................................................... 47

Tabela 7. Teores de retenção de ácido ascórbico no armazenamento pelo período de 90 dias .. 48

Tabela 8. Teores de retenção de compostos fenólicos no armazenamento pelo período de 90 dias

..................................................................................................................................................... 48

Tabela 9. Velocidade de degradação (k, mg ácido ascórbico/100g.dias-1) e os respectivos tempos

de meia vida e o tempo de redução decimal apresentados pela cinética de degradação do ácido

ascórbico ..................................................................................................................................... 52

Tabela 10. Velocidade de degradação (k, mg compostos fenólicos/100g.dias-1) e os respectivos

tempos de meia vida e o tempo de redução decimal apresentados pela cinética de degradação dos

compostos fenólicos .................................................................................................................... 52

Tabela 11. Análise de glúten úmido e seco, índice de glúten e índice de queda das massas formada

pela farinha pura e pela mistura de farinha com as amostras .................................................... 54

Tabela 12. Parâmetros viscográficos (RVA) da farinha de trigo controle a aditivadas com polpa

de camu-camu liofilizada e microencapsuladas .......................................................................... 55

Tabela 13. Análise extensográfica das massas formada pela farinha trigo controle e aditivadas

com polpa de camu-camu liofilizada e microencapsuladas........................................................57

Tabela 14. Análise sensorial do pão de forma de forma para avaliar a aparência, aroma, sabor,

maciez, textura e intenção de compra dos avaliadores ............................................................... 58

Tabela 15. Análise de volume específico, umidade e sólidos totais dos pães ............................ 59

Tabela 16. Perfil de textura dos pães, com os parâmetros de dureza, elasticidade, mastigabilidade,

coesividade e resiliência ............................................................................................................. 60

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Tabela 17. Análise de compostos fenólicos, antocianinas, antioxidantes e ácido ascórbico dos

pães de forma .............................................................................................................................. 61

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 14

2 OBJETIVOS ............................................................................................................................ 16

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................... 16

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................ 17

3.1 CAMU-CAMU ..................................................................................................................... 17

3.2 ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C) .............................................................................. 19

3.3 ANTIOXIDANTES .............................................................................................................. 19

3.4 COMPOSTOS FENÓLICOS................................................................................................ 20

3.5 ANTOCIANINAS ................................................................................................................ 20

3.6 MICROENCAPSULAÇÃO - SECAGEM POR NEBULIZAÇÃO (SPRAY DRYING) ...... 21

3.7 MALTODEXTRINA ............................................................................................................ 23

3.8 DEXTRINAS ........................................................................................................................ 23

3.9 PANIFICAÇÃO .................................................................................................................... 23

3.9.1 FARINHA DE TRIGO ...................................................................................................... 23

3.9.2 PROPRIEDADES ANALISADAS NA FARINHA .......................................................... 24

3.9.3 FABRICAÇÃO DO PÃO .................................................................................................. 25

3.9.3.1 INGREDIENTES ............................................................................................................ 25

3.9.3.2 PROCESSO DE PANIFICAÇÃO .................................................................................. 26

4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................... 28

4.1 OBTENÇÃO DA POLPA IN NATURA DE CAMU-CAMU ............................................. 28

4.1.2 CARACTERIZAÇÃO DA POLPA DE CAMU-CAMU .................................................. 28

4.1.2.1 pH E CONCENTRAÇÃO DE SÓLIDOS SOLÚVEIS .................................................. 28

4.1.2.2 ACIDEZ TITULÁVEL ................................................................................................... 28

4.1.2.3 UMIDADE ...................................................................................................................... 28

4.1.2.4 ÁCIDO ASCÓRBICO .................................................................................................... 28

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4.1.2.5. EXTRAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS DA POLPA DE CAMU-CAMU .... 29

4.1.2.5.1 COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS ....................................................................... 29

4.1.2.5.2 ANTOCIANINAS ....................................................................................................... 30

4.1.2.5.3 CAPACIDADE ANTIOXIDANTE............................................................................. 30

4.2 MICROENCAPSULAÇÃO EM SPRAY DRYER DA POLPA DE CAMU-CAMU ......... 31

4.3 CAMU – CAMU LIOFILIZADO ........................................................................................ 31

4.4 CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL MICROENCAPSULADO E LIOFILIZADO ..... 32

4.4.1 DETERMINAÇÃO DO PERCENTUAL DE ESTERIFICAÇÃO ................................... 32

4.4.2 UMIDADE ......................................................................................................................... 33

4.4.3 DENSIDADE APARENTE ............................................................................................... 33

4.4.4 HIGROSCOPICIDADE .................................................................................................... 33

4.4.5 SOLUBILIDADE EM ÁGUA ........................................................................................... 33

4.4.6 EXTRAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS DOS MICROENCAPSULADOS E DO

LIOFILIZADO ........................................................................................................................... 34

4.4.6.1 EXTRAÇÃO LIOFILIZADO ......................................................................................... 34

4.4.6.2 EXTRAÇÃO MICROENCAPSULADOS ..................................................................... 34

4.4.6.2.1 EXTRAÇÃO NA RUPTURA DOS MICROENCAPSULADOS ............................... 34

4.4.6.2.2 EXTRAÇÃO NA SUPERFÍCIE DOS MICROENCAPSULADOS ........................... 34

4.4.6.2.4 EFICIÊNCIA DA ENCAPSULAÇÃO ....................................................................... 35

4.4.6.2.5 RENDIMENTO ........................................................................................................... 35

4.5 TESTE DE ESTABILIDADE .............................................................................................. 35

4.6 ANÁLISES NA FARINHA DE TRIGO COM OU SEM ADITIVOS ................................ 36

4.7 TESTE DE PANIFICAÇÃO ................................................................................................ 37

4.7.1 AVALIAÇÃO SENSORIAL ............................................................................................. 38

4.7.2 VOLUME ESPECIFICO ................................................................................................... 38

4.7.3 UMIDADE ......................................................................................................................... 39

4.7.4 EXTRAÇÃO COMPOSTOS BIOATIVOS DOS PÃES DE FORMA ............................. 39

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4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICAS ................................................................................................. 40

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA POLPA DE CAMU-CAMU ..................................................... 41

5.2 CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL MICROENCAPSULADO E LIOFILIZADO ..... 42

5.3 TESTE DE ESTABILIDADE .............................................................................................. 48

5.4 ANÁLISES NA FARINHA DE TRIGO COM OU SEM ADITIVOS ................................ 53

5.5 ANÁLISES NO PÃO DE FORMA ...................................................................................... 58

5.5.1 ANÁLISE SENSORIAL ................................................................................................... 58

5.5.2 VOLUME ESPECÍFICO, UMIDADE E SÓLIDOS TOTAIS.......................................... 59

5.5.3 COMPOSTOS FENÓLICOS, ANTOCIANINAS, ANTIOXIDANTES E ÁCIDO

ASCÓRBICO .............................................................................................................................. 60

6 CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 63

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 65

ANEXO I .................................................................................................................................... 74

Ficha de Análise Sensorial .......................................................................................................... 74

ANEXO II ................................................................................................................................... 75

Polpa de camu – camu in-natura ................................................................................................. 75

Dextrina e Maltodextrina ............................................................................................................ 75

ANEXO III.................................................................................................................................. 76

Spray Dryer / Amostras Liofilizado e Microencapsulados ......................................................... 76

ANEXO IV ................................................................................................................................. 77

Análise de glúten – Glutomatic................................................................................................... 77

Fallim Number / RVA – Rapid Visco Amilograph .................................................................... 77

ANEXO V ................................................................................................................................... 78

Farinográfo / Absorção de água e preparo da massa para extensógrafo ..................................... 78

Extensógrafo / porção de massa / medida da massa ................................................................... 78

ANEXO VI ................................................................................................................................. 79

Massa em análise no extensograma ............................................................................................ 79

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Mistura dos ingredientes sólidos / formação da massa do pão ................................................... 79

ANEXO VII ................................................................................................................................ 80

Fermentação / Assamento ........................................................................................................... 80

Amostras de Pão de forma: ......................................................................................................... 80

ANEXO VIII ............................................................................................................................... 81

Fatias de Pão de Forma por amostra ........................................................................................... 81

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1 INTRODUÇÃO

O camu-camu (Myrciaria dúbia H. B. K. (McVaugh)) é um fruto nativo da região

amazônica, reconhecido como o fruto com um dos maiores teores de vitamina C, superando

frutas como a acerola, laranja, manga, limão, caju, entre outras. O teor de vitamina C da fruta de

camu-camu pode variar de 1000 a 6000 mg/100g, dependendo do local de cultivo. É considerado

fonte de substâncias bioativas, como compostos fenólicos, carotenoides e antocianinas,

apresentando na sua composição minerais como o ferro, potássio, cálcio e fósforo e também

aminoácidos, como a serina, a valina e a leucina (INOUE et al., 2008; ZANATTA;

MERCADANTE, 2007). Por apresentar um alto valor de acidez, não é consumido in natura, mas

em função do seu potencial como fonte de vitamina C, estudos têm sido realizados com o objetivo

de agregar valor a fruta, na forma de aditivo em produtos alimentares (AKTER et al., 2011).

Segundo SHAHIDI; HAN (1993), para agregar valor a polpa de camu-camu, ela tem sido

microencapsulada, pois é do conhecimento, que esta técnica reduz a reatividade do material

encapsulado com o ambiente, diminui a transferência do núcleo pra o exterior, facilita a

manipulação e a liberação controlada do material encapsulado, mascara sabor e odor

desagradáveis, promove a diluição homogênea do material encapsulado em um produto

alimentício, promovendo assim, a estabilidade do produto e o aumento da sua vida útil.

Um dos métodos de se realizar a microencapsulação é o método de spray drying, onde

uma solução ou emulsão é pulverizada numa corrente de gás quente para, instantaneamente, obter

um pó. Dependendo do material utilizado na alimentação e das condições de operação, a

produção do pó pode atingir dimensões desde muito finas (10-50 μm) a partículas de grande

dimensão (2-3 mm). É um método prático, econômico e mais comum para a obtenção de produtos

microencapsulados (FAVARO-TRINDADE; PINHO; ROCHA, 2008; SHAHIDI; HAN, 1993).

Em produtos de panificação são empregados compostos que visam melhorar o

processamento da massa, sua qualidade sensorial e a vida de prateleira, influenciando nas

características reológicas e viscoelásticas das redes de glúten formadas pela mistura de farinha

de trigo e água. Estes condicionadores são compostos por agentes oxidantes, como o ácido

ascórbico, o bromato de potássio e o azodicarbonamida. Entretanto, existe uma preferência pelo

uso do ácido ascórbico no enriquecimento de farinhas, por ser uma substância que além de

fortalecer as massas, não possuir um limite a ser utilizado e poder ser obtido de produtos naturais

(LETICIA et al., 2010; LOPES et al., 2007; STEEL, 2009).

A adição destes agentes oxidantes ocasiona o aumento da retenção dos gases e na

diminuição da extensibilidade, resultando em um maior volume, melhoria da granulosidade e na

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textura do pão. A quantidade que deve ser adicionada de ácido ascórbico para um bom

desempenho dos produtos varia de 10 á 200 mg/kg de farinha, dependendo do efeito requerido

na qualidade final dos produtos (FITCHETT, C. S.; FRAZIER, 1987; MAFORIMBO;

NGUYEN; SKURRAY, 2006).

A presente dissertação permitiu avaliar o uso do camu-camu em pó como melhorador da

qualidade tecnológica da farinha de trigo. De acordo com seu desempenho, reforçaria a importância

de explorar tecnologica e comercialmente o camu-camu em pó, visto que o volume de farinha de

trigo , em 2015 foi estimado em 8,2 milhões de toneladas, sendo destas, 6,9 milhões toneladas

destinadas para a panificação (ABITRIGO, 2016). Também, oferta-se um ingrediente natural com

uma dupla função: melhorador de farinha com propriedades fisiológicas-funcionias de antioxidante.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliação do uso da polpa de Camu-Camu microencapsulada e liofilizada nas

características tecnológicas da farinha de trigo e na qualidade do pão de forma.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterização da polpa in natura de camu-camu.

Caracterização físico-química do camu-camu liofilizado e microencapsulado.

Avaliação da eficiência, rendimento e estabilidade da polpa de camu – camu

microencapsuladas

Avaliação do efeito do camu-camu liofilizado e microencapsulado nas

propriedades extensográficas, do glúten e viscográficas da farinha de trigo.

Avaliação do efeito do camu-camu liofilizado e microencapsulado na atividade

amilásica (falimnumber) da farinha de trigo.

Avaliação do efeito do camu-camu liofilizado e microencapsulado no volume

especifico, aceitabilidade sensorial e perfil de textura dos pães de forma.

Quantificação dos compostos bioativos, atividade antioxidante e retenção de ácido

ascórbico nos pães de forma.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 CAMU-CAMU

O camu-camu de nome científico Myrciaria dúbia H. B. K. (McVaugh) é uma fruta nativa

da Amazônia pertencente à família Myrtaceae. Seu crescimento se dá à beira de igarapés, rios e

lagos em árvores medindo de 4 a 8 metros de altura, com ramificações desde a base com

coloração marrom claro a avermelhado (Figura 1) (MAEDA et al., 2006a).

Figura 1. Camucamuzeiro em beira de rio.

Fonte: Embrapa https://www.embrapa.br/busca-de-imagens/-/midia/2111001/camu-camu)

A produção de camu-camu se baseia na população ribeirinha que se estende desde o Pará

até o Peru, passando por toda a região da Amazônia e sua colheita se estende entre dezembro e

março. Os frutos possuem como característica o formato globuloso de superfície lisa e brilhante,

com coloração que vai de vermelho escura a preto purpura quando estão mais amadurecidas, e

diâmetro variando de 2 a 4 cm (Figura 2) (ZAMUDIO, 2007).

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Figura 2. Fruto Camu-Camu.

Fonte: Inpa. https://www.inpa.gov.br/cpca/areas/camu-camu.html

Os principais países importadores do extrato, da polpa e do suco para obtenção de

produtos derivados como, por exemplo, sorvetes e geleias, são o Japão, a União Europeia e os

Estados Unidos. Devido ao seu alto teor de vitamina C e outros compostos bioativos, tem-se

obtido produtos desidratados a partir da polpa, para utilização como alimento funcional

(MAEDA et al., 2006a; RODRIGUES et al., 2001).

O teor de vitamina C do camu - camu pode variar de 1000 a 6000 mg/100g, dependendo

do local onde é cultivado. É considerado fonte de substâncias como compostos fenólicos, 1000

mg de ácido gálico/100g, antocianinas de 40 a 80 mg/100g, também apresentando na sua

composição minerais como o ferro, potássio, cálcio e fósforo e também aminoácidos, como a

serina, a valina e a leucina (SILVA et al., 2006; INOUE et al., 2008).

Em seu trabalho, Justi et al. (2000) caracterizaram de forma química e físico-química,

uma coleta de camu - camu (Tabela 1).

Tabela 1. Caracterização físico-química (g / 100g) - Fonte: Justi et al.; 2000

Componentes do camu-camu Quantidade (g/100g)

Umidade 94,1

Proteínas 0,4

Cinzas 0,3

Fibras 0,1

Lipídios 0,2

Carboidratos 3,5

Vitamina C 1,41

Minerais 0,13

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3.2 ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C)

A vitamina C é um micronutriente de estrutura química semelhante a um monossacarídeo,

hidrossolúvel e termolábil, com diferentes funções biológicas e bioquímicas, apresentando-se em

duas conformações, L-ácido ascórbico, que é a sua principal forma e biologicamente ativa, e a

sua forma oxidada, L-ácido deidroascórbico (DHA), que ao sofrer posterior oxidação transforma-

se no ácido dicetogulônico, causando uma inativação irreversível da vitamina C (Figura 3)

(PEREIRA, 2008).

Figura 3. Processo de oxidação do ácido ascórbico.

Fonte: (PEREIRA, 2008)

O ácido ascórbico na maioria das aplicações em tecnologia de alimentos tem a função de

antioxidante e, na farinha de trigo como oxidante e melhorador da farinha de trigo (HUI, 2006).

3.3 ANTIOXIDANTES

Segundo a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, antioxidantes são substâncias

utilizadas para preservar alimentos através do retardo da deterioração, rancidez e descoloração

decorrentes da auto-oxidação (BRASIL, 1978). O mecanismo de ação dos antioxidantes consiste

na eliminação do início da peroxidação, quelando os íons metálicos e impedindo a reação em

cadeia dos radicais livres (PEREIRA, 2008).

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Radicais livres são moléculas muito reativas e instáveis, energizadas com elétrons

desemparelhados. O mecanismo de ação dos radicais livres consiste em reagir com outros

compostos, a fim de capturar o número máximo de elétrons possíveis com o intuito de se

estabilizarem. A molécula que sofre a perda do elétron também se torna um outro radical livre,

gerando uma reação em cadeia. Quando esse processo é gerado, ocorre a peroxidação lipídica,

onde as membranas celulares sofrem desestabilização e desintegração, ocorrendo também a

oxidação de outros componentes (NOGUEIRA, 2011).

Antioxidantes podem prevenir ou retardar danos oxidativos dos lipídios, proteínas e

ácidos nucléicos por reações do oxigênio, que incluem radicais livres e não-radicais. Três grandes

grupos: vitaminas, carotenóides e compostos fenólicos estão relacionados com os efeitos

antioxidantes presentes naturalmente nas frutas. Eles estão separados em dois grupos:

antioxidantes hidrófilos (ácido L-ascórbico e compostos fenólicos) e antioxidantes lipofílicos

(carotenóides) (BRITO et al., 2009).

3.4 COMPOSTOS FENÓLICOS

Os compostos fenólicos têm poder de ação como antioxidantes, bloqueando as reações

dos radicais livres em cadeia por meio da doação de átomos de hidrogênio, ou ainda,

complexando-se com íons metálicos que catalisam essas reações (MORAES-DE-SOUZA,

2011).

Para que isto ocorra, a estrutura química destes compostos devem possuir grupos

funcionais com propriedades de oxirredução, ou seja, doar átomos de hidrogênio ou elétrons. Os

compostos fenólicos são constituídos de um anel aromático, com um ou mais substituintes

hidroxílicos, dentre os quais se incluem os seus grupos funcionais (OLIVEIRA, 2013).

3.5 ANTOCIANINAS

As antocianinas são pigmentos vegetais, responsáveis por diferenças de cores em flores

e frutos, variando do vermelho vivo ao azul. Esses pigmentos são compostos naturais do grupo

dos flavonoides, solúveis em água e sendo comumente extraídas por solventes polares, como

metanol e etanol. Existem pesquisas trabalhando com solventes alcoólicos acidificados, pois

aumentam a estabilidade das antocianinas e dificultam o aparecimento de fungos, melhorando a

extração (BRITO et al., 2009) .

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A molécula da antocianina é caracterizada por duas ou três partes, uma aglicona

(antocianidina), um grupo de açúcares e, podendo conter, um grupo de ácidos orgânicos. Seu

núcleo consiste basicamente de dois anéis aromáticos unidos por uma unidade de três carbonos

e condensados por um oxigênio (BRESSAN et al., 1988; CARDOSO et al., 2011).

A estabilidade dos pigmentos é diretamente proporcional a estrutura e a concentração dos

compostos, além do pH, da temperatura e da presença de oxigênio. Durante o processo de

amadurecimento, o camu-camu passa da cor verde à purpura, pelo aumento das antocianinas que

estão concentradas na casca da fruta e quando são despolpadas estes compostos são transferidos

para a polpa ( MAEDA et al., 2006b; REYNERTSON et al., 2008; ZANATTA et al., 2005).

Quando adicionado em alimentos, além de conferir coloração, propicia a prevenção

contra auto-oxidação e peroxidação de lipídeos em sistemas biológicos. Concomitante, têm

apresentado grandes benefícios à saúde, como propriedades anti-inflamatórias e diminuição de

doenças no organismo humano (LOPES et al., 2000; MALACRIDA; MOTTA, 2005).

3.6 MICROENCAPSULAÇÃO - SECAGEM POR NEBULIZAÇÃO (SPRAY DRYING)

A secagem por nebulização é um processo físico em que pequenas partículas sólidas,

líquidas ou gasosas são envolvidas por um material de parede ou encapsulante. O processo

permite preservar uma substância, liberando-a controladamente e sob condições específicas. A

encapsulação de substâncias sensíveis possibilita protegê-las contra a evaporação, oxidação e

reações químicas. Tratando-se de compostos de aroma, a microencapsulação preserva o perfil

sensorial do produto até que ele seja utilizado, assegurando alta qualidade e valor comercial

(CANO-CHAUCA et al., 2005).

A microencapsulação é o processo com a função de proteger o material encapsulado de

fatores que podem causar a deterioração, como o oxigênio, a luz ou a umidade. Aumentando a

vida útil do produto, estabilizando-o sensorialmente, além de reduzir a volatilidade, a

higroscopicidade e a reatividade. A técnica mais utilizada na indústria de alimentos é a de

secagem por nebulização (spray drying), sendo um processo econômico e flexível, realizado em

um equipamento de fácil acesso, resultando em partículas estáveis (AUG, 2016).

As características do produto em pó dependem de diferentes variáveis do processo, dentre

elas estão, as características do líquido na entrada do nebulizador, como o teor de sólidos,

tamanho das partículas e viscosidade, analisando também, o tipo e mecanismo de funcionamento

do aparelho e as características do ar de secagem (CAI; CORKE, 2000a; TONON et al., 2009).

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A aplicação da técnica envolve quatro etapas de preparo, homogeneização e aspersão de

uma dispersão, seguida da desidratação desta dispersão quando nebulizada dentro da câmara de

secagem. A Figura 4 representa o esquema de secagem usando o aparelho spray drying

(CALEFFI, 2014).

Figura 4. Funcionamento geral de um Spray Dryer Fonte:https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/15859/1/FranciscaPM_DISSERT.pdf.

Na nebulização líquida, são formadas gotículas que melhoram a transferência de calor e

massa, pois aumentam a superfície de contato entre o liquido utilizado e ar aquecido. Depois no

início da secagem, ocorre a evaporação da água nas gotículas. Ao final desta etapa, forma-se uma

crosta seca na superfície da gotícula, dando origem às microcápsulas. A separação do produto

seco e do ar é feita através de um ciclone localizado na parte inferior do spray dryer. A taxa de

alimentação é regulada para garantir que cada gotícula aspergida seja capaz de atingir o nível

desejado de secagem antes de entrar em contato com a superfície da câmara do spray dryer

(FAVARO-TRINDADE; PINHO; ROCHA, 2008; SHAHIDI; HAN, 1993).

Os materiais da parede são compostos que criam uma capa de proteção para o material

do núcleo. Esses compostos são protetores hidrofílicos e/ou grupos hidrofóbicos, dependendo do

material do núcleo e as características desejadas das microcápsulas (CARNEIRO et al., 2013;

TONON; BRABET; HUBINGER, 2010).

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3.7 MALTODEXTRINA

As maltodextrinas são produtos da hidrólise parcial de amidos com valores de dextrose

equivalente (DE) menor que 20. A dextrose equivalente é uma medida que caracteriza a extensão

da hidrólise do amido e também indica uma média do peso molecular. Conforme aumenta o grau

de hidrólise, a média do peso molecular diminui e a DE aumenta. Esta é uma medida

essencialmente empírica da quantidade de açúcar redutor presente no produto e é expressa na

base seca. A dextrose usada como padrão é o amido (DE=0) e a glicose (DE=100). Aceitasse por

maltodextrina todo material amiláceo que tenha um DE entre 3 e 20. A DE reflete, simplesmente

o poder de redução, e indica sua estabilidade e funcionalidade (COUTINHO; CABELLO, 2008).

A maltodextrina consiste de uma mistura de sacarídeos com uma ampla distribuição do

peso molecular entre polissacarídeos e oligossacarídeos e está disponível no mercado na forma

de pó, podendo também ser encontrada como solução concentrada (FALLIS, 2013).

3.8 DEXTRINAS

As dextrinas são substâncias derivadas dos amidos, obtidas pelo processo de

piroconversão do amido, em baixa umidade, altas temperaturas e na presença de catalisadores

ácidos (BAI et al., 2014; LAURENTIN et al., 2003). Os amidos submetidos ao processo de

dextrinização, possuem a mesma fórmula molecular, mantendo o formato granular do amido de

origem, no entanto, apresentam alta solubilidade em água fria, devido à forte hidrolise sofrida

durante o processo. Apresenta uma variação de cor de creme à castanho e é considerado um

sólido amorfo (ARISTIZÁBAL GALVIS; MORENO; BASTO OSPINA, 2007; RIBEIRO et al.,

2009; SUN et al., 2010).

3.9 PANIFICAÇÃO

3.9.1 FARINHA DE TRIGO

A farinha de trigo é proveniente do processo de moagem de grãos de trigo do gênero

Triticum, limpos, sem fragmentos de terra, conservado, sem umidade, fermentação e ranço. A

cor da farinha é influenciada pela natureza do trigo, sua procedência, limpeza, grau de extração

e granulometria da farinha (HUI, 2006).

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A força de uma farinha está associada com as proteínas da farinha de trigo e abrange os

parâmetros de qualidade e quantidade. Em panificação, o trigo pode ser classificado em duro e

mole, sendo o trigo duro utilizado para fabricação de pães com alto teor proteico, enquanto o

mole, com menor teor de proteínas, é utilizado na elaboração de bolos e biscoitos (Labuschagne

et al, 1997).

A massa formada a partir da mistura de trigo e água, é designada de glúten, uma rede

proteica composta pelas proteínas gliadina e gluteina, que conferem extensibilidade e

consistência, auxiliando na retenção do gás carbônico na fermentação, aumentando o volume do

pão. Um fator importante para a qualidade da farinha é a capacidade desta em produzir um

produto final atrativo e uniforme, com um custo competitivo (SCHMIDT et al., 2009).

3.9.2 PROPRIEDADES ANALISADAS NA FARINHA

As análises reológicas são realizadas para caracterizar as propriedades viscoelásticas da

massa e determinar sua capacidade na panificação. Os índices da capacidade de absorção de água

pela farinha, elasticidade da massa, além de comportamento durante a fermentação, são gerados

pelos equipamentos através de gráficos (BUCSELLA et al., 2016; MARTI et al., 2015).

Para análise do glúten, observa-se a sua capacidade de não se dissolver em água e de se

aglomerar formando uma massa elástica, eliminando outros compostos da farinha. Sua qualidade

é determinada pelo glúten índex, sendo este índice o correspondente a um glúten coesivo quanto

mais próximo de 100, podendo ter o resultado de fraco, médio ou forte (BENASSI;

WATANABE, 1997; SCHEUER et al., 2011).

Outra análise importante é de alfa-amilase na farinha, com a determinação da propensão

do amido de se degradar pelas enzimas, pelo método do “Falling Number”. O método é baseado

na rápida gelatinização de uma suspensão de farinha, quando submetida ao tratamento térmico

em banho-maria, e a subsequente medição da liquefação pela alfa-amilase do amido presente na

amostra. Os valores de resposta possuem uma relação inversa com a quantidade de alfa-amilase

presente na amostra (BALHMANN; LANZARINI, 2013; COSTA et al., 2008):

Inferiores a 150 segundos, indicam alta atividade enzimática, gerando pães

pesados, com baixo volume e miolo grudento;

Entre 200 e 300 segundos, apresentam ótima atividade;

Superiores a 300 segundos, baixa atividade, com volume reduzido e miolo seco.

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Extensografia é uma análise realizada no extensógrafo Brabender e tem a finalidade de

medir características como extensibilidade e a resistência da massa à extensão. Analisando os

parâmetros do extensograma em panificação, é possível constatar que farinhas que possuem uma

resistência mais elevada que o especificado, geram massas com baixa capacidade de crescimento,

formando um pão com baixo volume específico. Porém, farinhas com um valor de resistência

menor que o proposto, geram uma massa sem capacidade de crescimento, não retendo

adequadamente os gases formados durante a fermentação, desenvolvendo um pão com baixo

volume específico. Para a extensibilidade em panificação, as farinhas que apresentam valores

superiores aos especificados geram massas de consistência mole, enquanto que as que possuem

valores inferiores produzem massas de alta consistência, que não são ideais para fabricação dos

pães (BALHMANN; LANZARINI, 2013; DAS GRAÇAS et al., 2008; SCHEUER et al., 2011).

3.9.3 FABRICAÇÃO DO PÃO

3.9.3.1 INGREDIENTES

Pão de forma é o produto obtido pela cocção, em condições técnicas adequadas, de massa

preparada com farinha de trigo, fermento biológico, água, sal e gordura podendo conter outras

substâncias alimentícias aprovadas, resultando em pão com casca fina, macia e grande

quantidade de miolo (BRASIL, 2000).

A farinha é um dos principais ingredientes de sua elaboração, pois tem a capacidade de

formação de massa, onde será retido o gás produzido na fermentação e no processo de cocção,

dando origem ao início de formação do produto final. Tão importante quanto a farinha, a água é

responsável pela formação do glúten, ao ser misturado com a massa, e proporcionando a

interação entre os outros ingredientes (BUENO, 2012; CANTUÁRIA et al., 2008).

O sal tem a capacidade de proporcionar maior estabilidade para o glúten, criando maior

resistência e eficiência na retenção dos gases, regulando a atividade fermentativa e melhorando

a hidratação da massa, além de realçar o sabor do produto (BATTOCHIO et al., 2006;

GUTKOSKI et al., 2010).

O fermento é uma levedura, Saccharomyces cerevisiae, responsável por promover a

fermentação da massa, resultando em seu crescimento pela produção de gás, pois os

microrganismos realizam a quebra dos açúcares, obtendo a formação de etanol e a liberação de

CO2, que proporcionam o aumento do volume dos pães. Adiciona-se o açúcar com a finalidade

de auxiliar a levedura ao processo de fermentação da massa, atuando também, no sabor aroma e

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cor do produto final, através da reação de Maillard e caramelização (EL-DASH, 1978;

GUTKOSKI; JACOBSEN NETO, 2002).

A gordura atua como lubrificante da massa, permitindo o deslizamento das camadas de

glúten, evitando que o ressecamento e a quebra do produto (DANELLI et al., 2010).

Outros compostos que podem auxiliar na panificação são os agentes oxidantes, ou seja,

compostos fortalecedores que interagem com o glúten, capazes de alterar suas características

elásticas e extensíveis, oxidando os grupos sulfidrila e formando pontes dissulfídicas entre as

cadeias de proteína, aumentando a tolerância à mistura e a capacidade de retenção de gases

durante a fermentação. Os principais agentes são o bromato de potássio (KBrO3), a

azodicarbonamida (ADA) e o ácido ascórbico (HUI, 2006; LETICIA et al., 2010;

MAFORIMBO; GUYEN; SKURRAY, 2006).

O bromato de potássio é um oxidante eficiente e de ação lenta, porém segundo estudos

toxicológicos in vivo e in vitro, o Comitê Conjunto da FAO/OMS de Peritos em Aditivos

Alimentares considerou que o bromato de potássio poderia ser cancerígeno para humanos, uma

vez que estudos evidenciaram sua carcinogenicidade em animais (IPSC INCHEM, 2008).Por tal

motivo seu uso em panificação no Brasil assim como em outros países, não é permitido

(NAYAK; NAIR, 2003; STEEL, 2009).

A azodicarbonamida é um oxidante de ação rápida, ou seja, atua fortalecendo a massa já

durante a mistura. Este composto é rapidamente consumido, sendo bom para processos rápidos

de mistura, atuando como agente maturador da farinha (HRUŠKOVÁ; NOVOTNÁ, 2001).

O ácido ascórbico, mesmo sendo um antioxidante, na massa, atua como um agente

oxidante, produzindo uma rede de glúten resistente, elástica, capaz de expandir-se sem quebra

durante o crescimento do produto na parte inicial do processo de assamento. Sendo um dos

oxidantes mais utilizados na tecnologia de alimentos, o ácido ascórbico é adicionado em farinhas

podendo ser transformado em dehidroascórbico por uma enzima presente na farinha, tendo o

oxigênio capturado na massa durante a mistura e necessário para o processo de oxidação (HUI,

2006; WILDE, 2003).

3.9.3.2 PROCESSO DE PANIFICAÇÃO

O processo de panificação inicia-se pela formação da massa, nesta etapa ocorre a

homogeneização dos ingredientes e o desenvolvimento da massa, devendo esta ser rigorosamente

controlada a fim de garantir o sucesso das etapas seguintes e a obtenção de produtos de boa

qualidade (AZEVEDO et al., 2011; BALHMANN; LANZARINI, 2013).

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A mistura tem por finalidade homogeneizar os ingredientes, aerar e assegurar um trabalho

mecânico sobre a massa, iniciando o desenvolvimento do glúten. Inicialmente os ingredientes

sólidos são misturados, tomando-se o cuidado de não deixar o sal e o fermento em contato. Após

a pesagem dos ingredientes, estes são colocados na masseira, que será ligada na primeira

velocidade até a incorporação de todos os ingredientes (BATTOCHIO et al., 2006; BENASSI;

WATANABE, 1997; BUCSELLA et al., 2016).

O amassamento, a mistura farinha-água converte-se de uma pasta espessa e viscosa em

uma massa lisa e viscoelástica, caracterizada por uma aparência seca e pela capacidade de ser

estendida em uma membrana fina e contínua. O tempo adequado, produz uma massa consistente,

bem desenvolvida e, suficiente firme para ser moldada quase imediatamente. Durante o

amassamento também há grande acréscimo de ar na massa, aumentando sua oxidação e o

clareamento do miolo (BUENO, 2012; GUTKOSKI; JACOBSEN NETO, 2002).

Com a finalização do amasse, mesmo encontrando-se na consistência ideal, a estrutura da

massa apresenta certa resistência, devido ao elevado potencial energético transmitido pela

masseira, de forma mecânica. Para melhorar conformação da massa e facilidade de modelagem,

esta é submetida a um descanso que possibilita a reestruturação do filme e abrandamento da

malha proteica (GUTKOSKI et al., 2010; HUI, 2006).

A fermentação final da massa ocorre entre a modelagem e o cozimento. Nesta etapa, o

CO2 produzido pelo fermento vai acumular e criar uma pressão interna na estrutura do glúten,

que irá se estender, mantendo sua forma e dando origem a um produto de grande volume e de

excelente textura. Na fermentação a massa de pão adquire, além de volume, aroma, sabor e

textura (HUI, 2006; MORAES et al., 2010; SCHEUER et al., 2011).

No forneamento, o tratamento térmico do amido e da proteína, juntamente com a

inativação das enzimas e do fermento, permite a formação da crosta, o desenvolvimento de sabor,

aroma e melhor palatabilidade. Nos primeiros minutos de forno, a massa apresenta um aumento

regular e progressivo de volume, isto ocorre pelo acréscimo da produção de CO2, devido à

ativação da levedura pelo aumento da temperatura e da pressão interna dos gases que fazem a

massa expandir. No final do forneamento, a evaporação na parede externa do pão diminui

enquanto sua temperatura aumenta, pois durante a cocção há uma redução das moléculas de água

que alcançam a superfície e se evaporam, aumentando a temperatura da superfície externa e

provocando a formação da crosta que será mais espessa quanto maior o tempo de assamento

(BATTOCHIO et al., 2006; DANELLI et al., 2010; EL-DASH, 1978; HUI, 2006).

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 OBTENÇÃO DA POLPA IN NATURA DE CAMU-CAMU

A polpa camu-camu congelada in natura foi colhida em forma de fruta em Manaus,

processada e doada pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia de Manaus (INPA) –

Amazonas para a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Campo

Mourão.

4.1.2 CARACTERIZAÇÃO DA POLPA DE CAMU-CAMU

4.1.2.1 pH E CONCENTRAÇÃO DE SÓLIDOS SOLÚVEIS

Realizou-se em triplicata a determinação do pH da polpa de camu - camu em pH metro

(Tecnopon) a 25ºC, pelo Métodos Oficiais Analíticos nº 973.41, (AOAC, 2000). Para a

determinação da concentração de sólidos solúveis (°Brix) em triplicata, foi utilizado um

refratômetro de bancada manual tipo Abbé, de acordo com o método nº 932.14 da AOAC (2000).

4.1.2.2 ACIDEZ TITULÁVEL

A titulação foi realizada em triplicata, transferindo 10 mL da amostra para três

erlenmeyer. Completou-se até 100 mL com água destilada e titulou-se com solução de hidróxido

de sódio 0,1 M até pH 8,2, determinado por um pH de bancada, de acordo com o método nº

942.15 da AOAC (2000).

4.1.2.3 UMIDADE

Para a análise pesou-se 2 g da amostra em cápsula de porcelana, previamente seca e

tarada, e a colocou em estufa a 105ºC até peso constante. Em seguida foi colocada em dissecador

até a temperatura ambiente e logo após pesada. Os resultados foram expressos em porcentagem

(%), de acordo com o método nº 920.151 da AOAC (2000).

4.1.2.4 ÁCIDO ASCÓRBICO

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Preparou-se uma amostra padrão de 250 mL em balão volumétrico de ácido ascórbico a

100 ppm com uma solução de HCl 0,1N. Dessa amostra tirou-se cinco alíquotas e foram

separadas em balões de 25 mL, na proporção de 5-10-15-20-25 ppm. Uma curva para

quantificação de ácido ascórbico foi preparada a partir da leitura em espectrofotômetro Uv-Vis a

245nm (ACOSTA, 2014).

Para leitura das amostras, 100 mg da amostra foram dissolvidos em 100mL de HCl 0,1N

e agitadas durante 20 minutos em um agitador magnético, fora da exposição de luz. Uma solução

do branco foi montada a partir da mistura de 1 mL do composto dissolvido e agitado, e depois

disso, misturado com 3mL de NaOH 0,1 mol. A concentração de ácido ascórbico foi determinada

por espectrofotometria a 245nm. As análises foram realizadas em triplicata (TANDALE, 2003).

4.1.2.5. EXTRAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS DA POLPA DE CAMU-CAMU

Foi realizado em triplicata utilizando tubos falcon 50 mL devidamente envelopado contra

a luz e fechado, aproximadamente 2,0 g de polpa foram submetidas à extração por tempo de 2

horas, em agitador de sangue, com 20 mL de etanol 80% contendo 0,25 % (v/v) de ácido

clorídrico, segundo o método de VELIOGLU et al. (1998). O sobrenadante foi separado por

centrifugação a 1000 rpm por 20 minutos.

O resíduo foi novamente disperso com 10 mL de etanol 80% contendo 0,25 % (v/v) de

ácido clorídrico e extraído por duas horas, como no primeiro procedimento. Os sobrenadantes de

cada amostra foram misturados e usados para a quantificação, através de técnica

espectrofotométrica dos compostos fenólicos totais, antocianinas e atividade antioxidante.

4.1.2.5.1 COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS

Essa determinação foi realizada pelo método de Folin-Ciocalteu segundo metodologia

proposta por Singleton e Rose, e modificada por GEORGÉ et al. (2005): em um tubo de ensaio

de 10 mL foi pipetado uma alíquota de 0,1 mL da amostra previamente diluída em 3,0 mL de

água destilada e 0,25 mL de Folin-Ciocalteu. Após três minutos de repouso foram adicionados

2,0 mL de solução de carbonato de sódio a 7,5%. O tubo devidamente tampado foi encubado em

um banho de água a temperatura de 37ºC por trinta minutos. A seguir, a absorbância foi

determinada em espectrofotômetro a 765 nm, usando cubetas de vidro de 10 mm, contra o

branco, cuja solução continha 0,25 mL do reagente de Folin-Ciocalteu, 2,0 mL da solução de

carbonato de sódio a 7,5% e 3,1 mL de água destilada.

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Os teores de compostos fenólicos totais foram determinados por interpolação da

absorbância das amostras contra uma curva de calibração construída com padrões de ácido gálico

(100, 300, 500 e 700mg/L) e expressos em miligramas (mg) de equivalente de ácido gálico (mg

EAG) por 100g da amostra em base. As análises serão realizadas em triplicata.

4.1.2.5.2 ANTOCIANINAS

Pelo método pH diferencial de GIUSTI & WROLSTAD (2001), as antocianinas totais

monoméricas foram quantificadas depositando duas alíquotas de 0,5 mL do extrato em balões

volumétricos de 25 mL, completou-se um dos balões com solução tampão cloreto de potássio

0,025 M (pH 1,0) e outro com solução tampão acetato de sódio 0,4 M (pH 4,5) (realizadas em

triplicata). As soluções permaneceram em repouso por quinze minutos, ao abrigo da luz, até que

a leitura das absorbâncias fosse realizada. A leitura foi realizada com espectrofotômetro UV-

Visível (Ocean Optics Spectra Suite). As leituras foram realizadas nos comprimentos de onda de

525 e 700 nm. Para ambos os comprimentos de ondas o aparelho foi calibrado com água

destilada. Calculou-se a absorbância final da amostra diluída da seguinte forma (Equação 1):

A = (Aëmax– A700) pH 1.0 – (Aëmax– A700) pH 4.5 (1)

4.1.2.5.3 CAPACIDADE ANTIOXIDANTE

A atividade antioxidante foi determinada através do radical DPPH (1,1-difenil-2-

picrilhidrazil) segundo método descrito por BRAND-WILLIAMS; CUVELIER; BERSET

(1995).

Para o preparo da amostra foram adicionados em tubos de 5 mL, 3,0 mL de etanol

absoluto (solvente), 0,3 mL de solução de DPPH (6 mg/50 mL) e 0,5 mL do extrato. Foi realizado

em paralelo, para a correção de uma possível contribuição da coloração dos extratos, um teste

branco consistindo do volume do extrato (0,5 mL) e 3,3 mL de etanol absoluto.

O controle foi preparado ao misturar 3,5 mL de etanol absoluto e 0,3 mL de solução de

DPPH (6 mL/50 mL). Os tubos preparados, em triplicata, foram incubados a temperatura

ambiente (25 a 30ºC) na ausência de luz por 45 minutos e a seguir as absorbâncias foram medidas

no comprimento de onda de 517 nm e o percentual (%) de inibição do radical livre DPPH foi

calculado pela Equação 2.

AA% = 100 – [(Aa – Ab) x 100] / Ac (2)

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Onde:

Aa = absorbância da amostra

Ab = absorbância do branco

Ac = absorbância do controle

A capacidade antioxidante em referência ao Trolox baseia-se no mesmo princípio do

método do coeficiente de inibição EC50 ou porcentagem de inibição, diferenciando-se apenas,

que neste método emprega-se uma curva padrão de Trolox, um composto sintético hidrossolúvel

estruturalmente e similar à Vitamina E, que é lipossolúvel.

Para o preparo da curva do DPPH foi dissolvido 12 mg de DPPH em 100 mL etanol

absoluto em um balão volumétrico de 100 mL, preparou-se uma solução de Trolox 1,0 mM,

pesado, em um béquer de 50 mL, 25 mg de trolox, dissolveu-se em etanol absoluto, transferiu-

se para um balão de 100 mL e completou-se o volume com etanol absoluto. A curva foi realizada

a partir da leitura em espectrofotometria das concentrações de 15, 25, 50, 75 e 100µM de Trolox.

Para a curva padrão colocou-se em tubos de 5 mL adicionou-se 0,5 mL da solução diluída de

trolox, 3,0 mL de etanol absoluto e 0,3 mL de solução de DPPH. Deixou-se reagir por 45 minutos

num lugar escuro e analisou-se no comprimento de onda de 517 nm e zerar o aparelho com etanol

absoluto.

4.2 MICROENCAPSULAÇÃO EM SPRAY DRYER DA POLPA DE CAMU-CAMU

Para a encapsulação foi utilizado como agente encapsulante uma dextrina malato (ácido

málico 7,5%) e uma dextrina lactato (ácido láctico 7,5%), produzidas a partir da modificação do

amido de mandioca pela metodologia descrita por XIE & LIU (2004), e uma maltodextrina DE

= 10, adquirida em mercado comercial.

O material encapsulante foi disperso em 70 mL de água a 70°C sob agitação mecânica.

A seguir, à dispersão foi acrescentada a polpa de camu-camu e agitou-se a 4000 rpm por 5

minutos. A relação de sólidos de polpa/encapsulante foi de 1:3. A microencapsulação foi

realizada em spray dryer utilizando bico atomizador de 1,0 mm de diâmetro, temperatura do gás

de entrada de 180°C, fluxo do ar de secagem de 3,60m³/min e vazão da alimentação da amostra

de 0,60 L/h.

4.3 CAMU – CAMU LIOFILIZADO

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A polpa liofilizada foi processada em liofilizador (Modelo 25L Genesis SQ Super XL-

70), em pressão reduzida a 160 mTorr, por uma semana, pelo Instituto Nacional de Pesquisa da

Amazônia – Manaus INPA e foi doada para a UTFPR– Campus Campo Mourão.

4.4 CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL MICROENCAPSULADO E LIOFILIZADO

4.4.1 DETERMINAÇÃO DO PERCENTUAL DE ESTERIFICAÇÃO DAS DEXTRINAS

A determinação do grau de esterificação (teor em porcentagem de esterificação) foi

realizada segundo o método de SMITH (1967), baseado na hidrólise alcalina da ligação éster. A

análise foi realizada em triplicata e as amostras utilizadas foram uma dextrina não esterificada

(controle) das dextrinas obtidas da piroconversão com ácido málico e ácido lático.

Pesaram-se 1,0 g de amido (base seca) em erlermeyer (125 mL) que foi disperso em 20mL

de água destilada, em seguida, adicionaram-se 3 gotas de fenolftaleína e titulou-se com NaOH

0,098 mol/L até obtenção da coloração rosa estável. Logo após, foram adicionados 10mL de

NaOH 0,4676 mol/L, sendo as amostras misturas usando um agitador magnético a 60rpm. Depois

disso, as amostras foram submetidas a aquecimento em forno de micro-ondas em ciclos de

aquecimento/não aquecimento de 1 min com mais nove repetições.

Posteriormente, os amidos foram resfriados até atingir a temperatura de 25 °C e procedeu-

se a titulação com solução de ácido clorídrico (HCl) 0,2821 mol/L até o ponto de viragem da

fenolftaleína e anotou-se o volume utilizado.

Enfim, determinou-se a porcentagem de esterificação teórica através da Equação 3:

% 𝐸𝑠𝑡𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎ção 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑎 (𝐸𝐵) = [( (𝑉c×Cc)−(𝑉a×Ca)×0,073×100)]𝑀 (3)

Onde:

Vc: corresponde ao volume da titulação do controle (mL)

Cc: concentração do controle (mol.L-1)

Va: volume da titulação da amostra (mL)

Ca: concentração da amostra (mol.L-1)

M: corresponde a massa das amostras em base seca (g)

Para obtenção do grau de esterificação real, subtraiu %EB da amostra de amido este dos

valores encontrados para o amido nativo (não-esterificado), como mostra a Equação 4:

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% 𝐸𝑠𝑡𝑒r𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 (𝐸𝑅)= %𝐸𝐵 𝑎𝑚𝑖𝑑𝑜 esterificado − %𝐸𝐵 𝑎𝑚𝑖𝑑𝑜 controle (4)

Onde:

%𝐸𝐵𝑎𝑚𝑖𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜= Porcentagem de esterificação do amido esterificado (%)

%𝐸𝐵𝑎𝑚𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜= Porcentagem de esterificação do amido controle (%)

4.4.2 UMIDADE

Para a análise pesou-se 2 g da amostra em cápsula de porcelana, previamente seca e

tarada, e a colocou em estufa a 105ºC até peso constante. Em seguida foi colocada em dissecador

até a temperatura ambiente e logo após pesada. Os resultados foram expressos em porcentagem

(%), de acordo com o método nº 920.151 da AOAC (2000).

4.4.3 DENSIDADE APARENTE

Pesou-se 2 g das amostras em um cilindro graduado de 50 mL. Uma vibração constante

foi realizada durante três minutos. O volume ocupado foi utilizado para calcular a densidade. As

análises foram realizadas em triplicatas (CAI; CORKE, 2000).

4.4.4 HIGROSCOPICIDADE

Para a análise da higroscopicidade foram pesados 2 g das amostras e colocadas a 25°C

em um recipiente hermeticamente fechado com uma solução saturada de Na2SO4 (81% UR).

Após uma semana, as amostras foram pesadas e a higroscopicidade foi expressa em triplicata

como grama de umidade adsorvida em 100 g de sólidos secos (CAI; CORKE, 2000).

4.4.5 SOLUBILIDADE EM ÁGUA

Para 100 mL de água destilada, 1g das amostras foram adicionadas e deixadas em agitação

durante cinco minutos. A solução foi centrifugada a 4000 x g durante cinco minutos. Uma

alíquota de 25 mL do sobrenadante foi transferida para uma placa de petri previamente pesada e

após, seca em estufa a 105ºC, durante cinco horas. A solubilidade foi calculada pela diferença de

massa em triplicata (CAI; CORKE, 2000).

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4.4.6 EXTRAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS DOS MICROENCAPSULADOS E DO

LIOFILIZADO

4.4.6.1 EXTRAÇÃO LIOFILIZADO

A amostra liofilizada foi extraída em tubos falcon 50 mL devidamente envelopado contra

a luz e fechado, em triplicata, aproximadamente 2,0 g de liofilizado foram submetidas à extração

por tempo de 2 horas, em agitador de sangue, com 20 mL de etanol 80% contendo 0,25 % (v/v)

de ácido clorídrico, segundo o método de VELIOGLU et al. (1998). O sobrenadante foi separado

por centrifugação a 1000 rpm por 20 minutos.

O resíduo foi novamente disperso com 10 mL de etanol 80% contendo 0,25 % (v/v) de

ácido clorídrico e extraído por duas horas, como no primeiro procedimento. Os sobrenadantes de

cada amostra foram misturados e usados para a quantificação, através de técnica

espectrofotométrica dos compostos fenólicos totais, antocianinas e atividade antioxidante

(4.4.2.3).

4.4.6.2 EXTRAÇÃO MICROENCAPSULADOS

4.4.6.2.1 EXTRAÇÃO NA RUPTURA DOS MICROENCAPSULADOS

Segundo metodologia descrita por NORI et al. (2011), 0,2 g das amostras de

microencapsulado foram adicionadas em 2,0mL de citrato de sódio 10% (m/v). Em seguida, o

pH foi elevado para 8,0 com solução de NaOH 0,1 mol.L-1. Esta mistura foi agitada num

misturador vórtex por dois minutos. Em seguida, 5,0 mL de etanol 99,5% (v/v) foram

adicionados à mistura, mantendo em agitação durante mais dois minutos. A mistura centrifugada

a 4000 x g durante 20 minutos. A extração foi realizada em triplicata.

4.4.6.2.2 EXTRAÇÃO NA SUPERFÍCIE DOS MICROENCAPSULADOS

Para extrair os compostos localizados nas superfícies das micropartículas foram

dissolvidos 0,2 g da polpa das amostras microencapsuladas em 2,0 mL de etanol absoluto. A

mistura foi agitada num agitador de tubo e centrifugada a 4000 x g durante 2 minutos. A extração

foi realizada em triplicata (NORI et al., 2011).

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4.4.6.2.3 ANÁLISES DE COMPOSTOS FENÓLICOS, ANTOCIANINAS, ATIVIDADE

ANTIOXIDANTE E ÁCIDO ASCÓRBICO

Estas análises foram realizas como descritas anteriormente neste trabalho, nos tópicos

4.1.2.5, porém utilizando como amostras, a polpa de camu - camu microencapsulada e liofilizada.

4.4.6.2.4 EFICIÊNCIA DA ENCAPSULAÇÃO

Foi considerada como eficiência da encapsulação a relação da quantidade de compostos

fenólicos contidos no interior das cápsulas e o total de compostos fenólicos contidos na

microcápsula. A eficiência de encapsulação foi calculada usando a seguinte equação:

Eficiência de encapsulação (%) = (FT- FS) / FT x 100 (5)

Onde FT é a quantidade de compostos fenólicos de uma quantidade conhecida de

microcápsulas e FS é a quantidade de compostos fenólicos contidos na mesma quantidade de

microcápsulas (SELAMAT; MUHAMAD; SARMIDI, 2009).

4.4.6.2.5 RENDIMENTO

O rendimento foi calculado usando a Equação 6:

Rendimento (%) = MS x 100 / ME (6)

Sendo, MS = massa de sólidos secos que sai; ME = massa de sólidos secos que entra

4.5 TESTE DE ESTABILIDADE DOS ÁCIDOS ASCÓRBICOS E DOS COMPOSTOS

FENÓLICOS QUANDO MICROENCAPSULADOS E LIOFILIZADOS

Para o teste de estabilidade as amostras foram armazenadas em frascos âmbar pequenos

e lacrados em temperaturas de 25 e 45ºC, e em um período de três meses, foram analisados por

ácido ascórbico e compostos fenólicos.

As referências existentes sobre a cinética em extratos de frutas na literatura relatam a

cinética de primeira ordem, demonstrada pela Equação (7), que correlacionam as concentrações

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finais (C) e iniciais (C0) com a constante de velocidade de degradação (k), sendo k o coeficiente

angular da reta.

ln C = ln Co – k.t (7)

Onde:

ln C0 é o logarítmico da concentração inicial;

ln C é o logarítmico da concentração em um dado instante tempo;

K é a constante de velocidade de primeira ordem;

t é o tempo em um dado instante.

O tempo de meia-vida (t 1/2), que é o tempo necessário para a degradação de 50%, foi

calculado pela seguinte Equação 8:

t ½ = ln 2 (8)

k

O tempo de redução decimal (D) é o tempo necessário de exposição a uma certa

temperatura constante para destruir 90% dos compostos. Como descrito na Equação (9)

D = ln 10 (9)

k

4.6 ANÁLISES NA FARINHA DE TRIGO COM OU SEM ADITIVOS

As análises de extensografia, índice de queda, viscosidade aparente das pastas (RVA) e

de glúten foram realizadas em triplicata no laboratório de Tecnologia de Cereais, Raízes e

Tubérculos da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de

Campinas (UNICAMP).

Em todas as análises, a quantidade utilizada de ácido ascórbico industrial ou procedente

da polpa de camu camu microencapsulada ou liofilizada foi de uma concentração final de ácido

ascórbico de 100 mg por quilo de farinha (100 ppm).

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Os parâmetros extensográficos das farinhas como energia, resistência a extensão,

resistência máxima e extensibilidade foram determinados de acordo com o método nº 54 – 10 da

AACC (2000).

A análise de índice de queda foi realizada segundo o método n° 56-81B da AACC (2000)

utilizando-se o equipamento Falling Number da Perten para a determinação da atividade

enzimática da enzima alfa-amilase presente na farinha, sendo os resultados expressos em

segundos.

A determinação do glúten úmido e seco foi realizada segundo o método de análise –

AACC 38-12 (2000) utilizando o aparelho Glutomatic. Os resultados foram expressos em

percentagem.

As propriedades de pasta foram avaliadas em Rapid Visco Analyser (RVA) com

programação do Software Termocline for Window do RVA (Extrusion 1) (NEWPORT

SCIENTIFIC, 1998).

4.7 TESTE DE PANIFICAÇÃO

Os pães tipo forma foram preparados a partir do fluxograma (Figura 5) a baixo, onde os

ingredientes foram colocados em ordem:

Figura 5. Ingredientes para formulação do pão tipo forma, em ordem de adição.

farinha de trigo (100%)

sal refinado (1,75%)

açúcar refinado (5%)

fermento biológico úmido (3%)

gordura vegetal hidrogenada (3%)

ácido ascórbico (0,01%)

água (53-57%)

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As formulações foram adaptadas para conter 100 ppm de ácido ascórbico. Todas as

formulações dos pães de forma foram elaboradas em triplicata, com tempos padronizados,

seguindo as seguintes etapas de processamento: pesagem dos ingredientes; mistura (5 min.);

descanso da massa (10 min.); modelagem (500g); fermentação (2 h. e 30 min.); forneamento (25

min./180°C); resfriamento (2h/27°C) e embalamento. Para fins de comparação, foi elaborada

uma formulação padrão isenta de melhorador e outra contendo ácido ascórbico comercial.

4.7.1 AVALIAÇÃO SENSORIAL

As formulações de pães desenvolvidas no item anterior, foram submetidas a avaliação

sensorial onde participaram 100 provadores para cada produto, sem restrições quanto à idade,

sexo e classe social, porém a única condição exigida é que os provadores fossem consumidores

dos produtos avaliados (MEILGAARD; CIVILLE; CARR, 2007).

As amostras foram servidas em fatias, acompanhadas de água mineral para a limpeza do

palato, entre as avaliações.

Os parâmetros escolhidos para serem avaliados foram a aceitabilidade global, a aparência,

aroma, sabor, maciez e textura utilizando-se escala hedônica de nove pontos (9 = gostei

muitíssimo, 5= não gostei e nem desgostei e 1 = desgostei muitíssimo) e quanto à intenção de

compra, em escala de cinco pontos (5 = certamente compraria, 3 = talvez comprasse, talvez não

comprasse, 1 = certamente não compraria). Foram ainda solicitado aos consumidores que

descrevessem o que mais gostaram e o que menos gostaram em cada uma das amostras avaliadas.

Além das questões relacionadas à avaliação dos produtos, os consumidores responderão a

questões sobre sua faixa etária e sobre hábitos de consumo de pão de forma (Ficha de avaliação

sensorial - ANEXO 1).

As amostras foram avaliadas de forma monódica sequencial, identificadas com códigos

de três dígitos aleatórios, segundo um delineamento de blocos completos balanceados.

Os resultados foram analisados quanto à análise de variância e teste de Tukey para

comparação das médias.

Para a realização da análise sensorial, os julgadores assinaram o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UTFPR, pelo projeto nº

CAAE 55633216.2.00005547 pelo parecer libero nº 1.859.853

4.7.2 VOLUME ESPECIFICO

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O volume específico foi estabelecido pelo quociente entre o volume (cm3) e a massa (g)

de cada amostra forneada, com resultados expressos em cm3.g-1. A massa foi obtida em balança

analítica e o volume pelo deslocamento de sementes de painço, aferido em proveta 50 cm3. Como

apresentado na Equação 10.

Volume Específico = V (10)

m

Em que: VE = volume específico (cm3 g–1); V = volume (cm3); m = massa (g).

4.7.3 UMIDADE

Para a análise pesou-se um pão de cada amostra triturado em formas de pão, previamente

seca e tarada, e a colocou em estufa a 105ºC até peso constante. Em seguida foi colocada em

dissecador até a temperatura ambiente e logo após pesada. As análises foram realizadas em

triplicata e os resultados foram expressos em porcentagem (%), pelo Métodos Oficiais Analíticos

nº 920.151 da AOAC (2000).

4.7.4 TEXTURÔMETRO

Para a avaliação do perfil de textura instrumental (TPA) utilizou-se um texturômetro

modelo TA-XT Express (Stable Micro Systems), que por meio de curvas força x tempo,

obtiveram parâmetros de dureza, elasticidade, coesividade, mastigabilidade e resiliência. A

velocidade de pré teste foi de 1mm/s, velocidade teste de 1,7 mm/s e de pós teste de 10 mm/s,

distância de 10 mm, tempo de 5 segundos e gatilho de 5g.Para a análise foi utilizado um probe

cilíndrico 28 de 5 cm de diâmetro, e para análise dos dados foi utilizado um software modelo

Expression. O teste foi realizado à temperatura ambiente e com 10 repetições para cada amostra

de pão (BOURNE, 1978; GONZÁLEZ-FERNANDEZ et al., 2006).

4.7.5 EXTRAÇÃO COMPOSTOS BIOATIVOS DOS PÃES DE FORMA

As amostras foram extraídas em tubos falcon devidamente envelopado contra a luz e

fechado, em triplicata, aproximadamente 2,0 g de pão foram submetidas à extração por tempo de

2 horas, em agitador de tubo rotativo, com 20 mL de etanol 80% contendo 0,25 % (v/v) de ácido

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clorídrico, segundo o método de Velioglo et al. (1998). O sobrenadante foi separado por

centrifugação a 1000 rpm por 20 minutos.

O resíduo foi novamente disperso com 10 mL de etanol 80% contendo 0,25 % (v/v)

de ácido clorídrico e extraído por duas horas, como no primeiro procedimento. Os sobrenadantes

de cada amostra foram misturados e usados para a quantificação, através de técnica

espectrofotométrica dos compostos fenólicos totais, antocianinas e atividade antioxidante.

4.7.6. ANÁLISES DE COMPOSTOS FENÓLICOS, ANTOCIANINAS, ATIVIDADE

ANTIOXIDANTE E ÁCIDO ASCÓRBICO

Estas análises foram realizas como descritas anteriormente neste trabalho, nos tópicos

4.1.2.5, porém utilizando como amostras, os pães de forma prontos.

4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICAS

As análises estatísticas foram realizadas no software Assistat 6.0 (Programa Gratuito),

teste de análise de variância e Tukey ao nível de significância de 5%.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA POLPA DE CAMU-CAMU

A caracterização da polpa de camu-camu foi empregada com objetivo de analisar as

características da fruta para verificar se sua composição estava de acordo com as normalidades

da fruta. Os resultados da caracterização da polpa de camu-camu são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Composição da polpa de camu-camu

A polpa de camu-camu apresenta característica de pH ácido e alta umidade

significativamente semelhante à pesquisa de Akter et al. (2011) os quais observaram valores

respectivamente de 2,44 e 94,1%, em contrapartida, para os sólidos solúveis e a acidez titulável,

os valores foram mais baixos do que os apresentado nesta pesquisa de 6,40 ºBrix e 2,86%,

respectivamente. Entretanto, Silva et al. (2006), observaram um teor de sólidos solúveis e totais

próximos dos valores apresentados, sendo estes 5 ºBrix e 5,8%. Essa diferença ou proximidade

nos valores pode ocorrer pelo grau de maturação que se encontra a fruta no momento da colheita

e na mistura para processamento da polpa.

Para Silva et al. (2006), a concentração de ácido ascórbico presentes no camu-camu, pode

variar de acordo com as características do solo, condições climáticas e grau de maturação.

O teor de ácido ascórbico presente na polpa de camu-camu está de acordo com o os

valores informados por Andrade et al. (2002) e EMBRAPA (2000) que relatam teores de 845 a

2994 mg/100g. Em comparação com outras frutas, também conhecidas pelo alto teor de deste

Análises Composição camu-camu

pH 2,55 ± 0,01

Sólidos Solúveis (ºBrix) 4,87 ± 0,06

Acidez Titulável (%) 1,97 ± 0,07

Umidade (%) 94,42 ± 0,11

Sólidos Totais (%) 5,58 ± 0,11

Ácido ascórbico (mg ácido ascórbico/100g) 2169,25 ± 50,17

Compostos fenólicos totais (mg ácido gálico/100g) 1275,75 ± 36,83

Antocianinas (mg/100g) 33,31 ± 1,39

Capacidade antioxidante (µmol Trolox/g) 118,79 ± 39,52

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composto, o camu-camu possui aproximadamente duas vezes a mais vitamina C (ácido

ascórbico) do que a acerola e 60 vezes a mais do que a laranja (ANDRADE et al., 2002).

Para a preparação da polpa, os frutos de camu-camu são esmagados em uma

despolpadeira e a seguir, pelas ações das escovas, são empurradas a passar por uma peneira de

abertura que pode variar de acordo com o produto desejado. Maeda et al. (2006) observaram que

a concentração de ácido ascórbico na casca é maior do que no interior da fruta, isto pode explicar

a divergência entre os valores presentes na literatura para a quantidade de vitamina C nas polpas

de camu-camu, pois o valor dependerá de como é o sistema de despolpamento ou trituração da

fruta.

De acordo com Walstra e Van (2010), uma alta concentração de ácido ascórbico é capaz

de contribuir para diminuição da taxa de degradação dos compostos fenólicos, antocianinas e

antioxidantes, melhorando a estabilidade do produto.

Os compostos fenólicos totais apresentados neste trabalho foram menores do que os

apresentados por Almeida et al. (2011) e Muñoz et al. (2007), de 2394 e 1797 mg de ácido

gálico/100g, porém os teores foram iguais aos apresentados por Barreto et al. (2013), de 1260,73

mg de ácido gálico/100g, o que pode ser relacionado pelas variações presentes na própria fruta,

desde o local e forma de produção.

As antocianinas resultantes foram maiores do que as apresentadas por Andrade et al.,

(2009), de 9,96 mg/100g, em contrapartida a atividade antioxidante da polpa de camu-camu está

de acordo com os dados observados por Barreto et al. (2013) e Muñoz et al. (2007), de 122,79 e

110,52 µmol Trolox/g. Em comparação com a acerola, uma fruta com bastante compostos

antioxidantes, o camu-camu possui uma atividade antioxidante duas vezes maior (ANDRADE et

al., 2002).

Os compostos fenólicos, antocianinas e a atividade antioxidante são diretamente afetados

pelo método de extração adotado, pois diferentes fatores acabam influenciando, podendo

melhorar o contato entre o sólido e solvente, aumentando o processo de difusão, permitindo uma

melhor taxa de transferência dos componentes e menor tempo de extração. Dentre estes fatores

estão, a temperatura, velocidade de agitação, polaridade do solvente e tamanho das partículas

(PINEDO, 2002; ZANATTA, 2004).

5.2 CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL MICROENCAPSULADO E LIOFILIZADO

A composição da polpa de camu-camu microencapsulada com os diferentes tipos de

encapsulantes e liofilizada são apresentadas na Tabela 3, com os resultados obtidos através das

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análises de umidade, densidade aparente, higroscopicidade, solubilidade, compostos fenólicos

totais, antocianinas e ácido ascórbico.

Tabela 3. Composição do camu-camu microencapsulado e liofilizado

As dextrinas não apresentaram diferenças entre si para o percentual de esterificação, tendo

uma média de 4,47%. Resultados semelhantes foram reportados por Feira (2010) ao esterificar amido

de mandioca com diferentes ácidos graxos.

Pelas análises pode-se observar que não houve diferença significativa entre as amostras

de camu-camu microencapsulado e liofilizado para densidade aparente apesar de as amostras

apresentarem umidade diferente, sendo o liofilizado com maior umidade e o microencapsulado

com maltodextrina e dextrina lactato as com menores umidade. Em relação à higroscopicidade,

a amostra liofilizada apresentou teor maior, podendo se aglomerar mais, não havendo diferença

significativa com a amostra microencapsulada com dextrina, porém tendo uma diferença

significativa com a maltodextrina que apresentou o menor teor de higroscopicidade, mas que

também não teve diferença significativa com os outros microencapsulados, ou seja, os

microencapsulados podem apresentar menor tendência a aglomeração.

As amostras microencapsuladas possuem teores de umidade menor que 14%, valor

máximo estipulado pela Anvisa (BRASIL, 1978) para farinhas, tendo um produto que além de

estar de acordo com a legislação, auxilia na estabilidade das farinhas.

Análises Liofilizado Maltodextrina Dextrina

Malato

Dextrina

Lactato

Esterificação (%) ---------- ---------- 4,51ª ± 0,03 4,43a ± 0,05

Umidade (%) 11,81a ± 0,47 6,67c ± 0,16 9,05b ± 0,16 6,40c ± 0,09

Densidade aparente

(g/mL) 0,51ª ± 0,01 0,55ª ± 0,03 0,53a ± 0,02 0,57a ± 0,02

Higroscopicidade 25,48ª ± 0,87 19,98b ± 1,33 21,43ab ± 2,68 22,25ab ± 2,11

Solubilidade 80,36ª ± 1,88 75,59b ± 1,40 72,44bc ± 1,62 70,99c ± 1,42

Compostos fenólicos totais

(mg ácido gálico/100g) 3374,98ª ± 41,10 2038,16c ± 100,92 1978,72c ± 89,44

2468,08b ±

109,32

Antocianinas (mg/100g) 41,86ª± 0,77 9,13b ± 0,38 13,14c ± 0,38 11,13d ± 0,39

Ácido ascórbico

(mg ácido ascórbico/100g) 7614,68ª ± 4,83 1682,98b ± 48,26 1182,64d ± 19,51 1335,48c ± 26,88

As médias seguidas por letras diferentes na mesma linha são significativamente diferentes de acordo com o teste

t de tukey (p <0,05).

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Tonon et al. (2008) investigando a secagem por spray drying de suco de açaí obtiveram

pós com teores de umidade na faixa de 0,64 a 2,89% e higroscopicidade de 14,13 a 17,40%

utilizando elevadas temperaturas de secagem de 138 a 202 °C. Concluindo que a temperatura de

secagem tem relação direta com teor de umidade e higroscopicidade do pó, já que valores mais

altos das mesmas resultam em pós com umidades mais baixas e com maior facilidade de adsorver

água, ou seja, mais higroscópicos.

Chrís et al. (2016), observaram em amostras de camu-camu microencapsulados e

liofilizado, uma umidade e solubilidade inferior à desta pesquisa, em média de 5,9% e 13,17%,

respectivamente, em contrapartida em relação à higroscopicidade suas amostras encapsuladas

apresentaram valor médio de 91%.

Ferrari et al. (2012) avaliaram a secagem de amora preta e obtiveram pós com

higroscopicidade variando de 18,77 a 28,73% e para densidade aparente de pós obtidos com

maltodextrina e com goma arábica valores de 0,409 e 0,424 g/mL, as quais se assemelham ao

valor médio encontrado neste estudo de 22,28% e 0,54 g/mL.

Em relação aos compostos fenólicos, antocianinas e ácido ascórbico, um grama da

amostra liofilizada contém maior quantidade destes teores do que as amostras microencapsulada,

isto pode ocorrer, pois no material liofilizado, a polpa passou somente pelo processo de retirada

de umidade, sendo que no processo de microencapsulação a polpa é misturada com as dextrinas

e maltodextrina, causando uma diluição dos compostos bioativos.

Em relação aos microencapsulados, a polpa microencapsulada com dextrina lactato

apresentou maior teor de compostos fenólicos, tendo uma diferença significativa entre os

encapsulados com a maltodextrina e a dextrina malato, que não apresentaram diferença entre si,

porém para antocianinas o encapsulado com dextrina malato apresentou maior teor e a

maltodextrina menor teor, ao contrário do que ocorreu para análise de ácido ascórbico, sendo a

maltodextrina com a de maior teor e a dextrina malato de menor teor.

Ferrari et al. (2012), relaciona que em materiais microencapsulados, maiores

concentrações de agente carreador ou encapsulante, na mistura a ser alimentada no spray dryer

provocam um efeito de diluição dos pigmentos presentes na amostra, podendo ocorrer perda de

nutrientes e da cor do produto, o que diminui a qualidade dos pós produzidos.

Pereira (2011), observou em amostras de uva microencapsuladas com maltodextrina e

capsul teores de antocianinas que variaram de 9 a 408 mg/100g e para os compostos fenólicos de

559 a 1805 mg de ácido gálico/100g.

A densidade aparente considera o volume dos espaços presentes entre as partículas e,

dessa forma, quanto maior a densidade aparente, menor é a quantidade de ar ocluso. Dessa forma,

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a maior densidade das partículas produzidas pode ter ocasionado uma menor taxa de difusão do

oxigênio, retardando, assim, a oxidação das antocianinas (DESOBRY et al., 1997).

A atividade antioxidante da amostra de camu-camu microencapsulada e liofilizada está

representada na Tabela 4, juntamente com a análise comparativa com outros antioxidantes.

Tabela 4. Atividade antioxidante dos microencapsulados e do liofilizado em comparação com outros antioxidantes

As médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna são significativamente diferentes de acordo com o teste

t de tukey (p <0,05).

Em relação com a atividade antioxidante (AA), a amostra de camu-camu

microencapsulada com maltodextrina apresentou maior percentual de atividade antioxidantes

(97,24%), iguais aos apresentados (p ≥ 0,05) pelos padrões ácido ascórbico, trolox e quercetina.

Diferentemente das amostras de liofilizado e de microencapsulado com dextrina malato que

apresentaram teores intermediários, não tendo diferença entre si, já a amostra de dextrina lactato

apresentou o menor teor de atividade antioxidante.

A atividade antioxidante expressa em µmol trolox/g das polpas de camu-camu

microencapsuladas apresentaram valores de 173,3 a 204,04 µmol trolox/g, inferiores a amostra

liofilizada que não diferiu dos padrões ácido ascórbico, trolox e quercetina. Os menores valores

das microcápsulas de camu-camu podem estar relacionados com o fator de diluição, causado pela

adição do encapsulante (1 polpa: 3 encapsulante). Porém, esses valores, são superiores aos

relatados por Pereira (2015), que determinou em extratos em bagaços microencapsulados de uva

bordo teores de 43,32 a 55,81 µmol trolox/g e 21,57 µmol trolox/g em extrato microencapsulado

em extrato de uva niagara.

Oliveira et al. (2013), relataram que a polpa morango microencapsulada com diferentes

encapsulantes apresentaram teores de capacidade antioxidante em média de 45,15 a 57,73 µmol

trolox/g.

Amostras Atividade Antioxidante (%AA) Capacidade Antioxidante (µmol Trolox/g)

Liofilizado 91,06b ± 1,71 393,75a ± 12,64

Maltodextrina 97,24a ± 2,72 203,88b ± 3,77

Dextrina Malato 92,19b ± 1,49 173,30c ± 5,37

Dextrina Lactato 81,14c ± 2,77 204,04b ± 3,97

Ácido Ascórbico 98,54a ± 0,49 398,36a ± 2,07

Trolox 99,98a ± 0,02 404,57a ± 0,03

Quercetina 98,37a ± 1,23 397,67a ± 5,21

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Para as análises da eficiência da encapsulação, os resultados foram computados de acordo

com a diferença de compostos fenólicos presente dentro das microcápsulas e os compostos

fenólicos que não entraram nas microcapsulas, ficando somente nas superfícies, em porcentagem

de eficiência, Tabela 5.

Tabela 5. Eficiência da encapsulação (%)

As médias seguidas por letras diferentes na coluna são

significativamente diferentes de acordo com o teste t de tukey (p

<0,05).

A eficiência da encapsulação define a quantidade de substância retida no interior das

microcápsulas e depende, entre outros fatores, da afinidade entre o material de parede e a

substância microencapsulada. Em relação à eficiência da encapsulação, as três amostras

apresentaram diferenças significativas entre elas, sendo a maltodextrina com maior eficiência e

a dextrina lactato com menor eficiência.

Pereira (2015), em seu estudo sobre a microencapsulação de co-produtos de vinho e suco

de uva, relatou uma eficiência de encapsulação de 80 a 93%, se igualando a eficiência da

maltodextrina com 80,66%, porém diferentemente das nossas amostras com dextrinas malato e

lactato que não passaram, em média, de 75,04 e 71,48%, respectivamente, de eficiência da

encapsulação,

Entretanto, Nori et al. (2011) avaliaram a eficiência da encapsulação através da

quantificação de compostos fenólicos da própolis microencapsulada utilizando como agente

carreador a pectina e a proteína isolada, resultando em uma eficiência de 72,01% e 66,12%,

respectivamente, teores de eficiência inferiores aos relatados no nosso estudo.

Rutz (2013), avaliando a eficiência da encapsulação em suco de pitanga roxa obteve uma

eficiência que variou de 61,20 a 76,37%, dependendo do material encapsulante utilizado, sendo

o mais eficiente a goma xantana e menos eficiente a quitosana.

Segundo Jyothi et al. (2010), a eficiência da encapsulação está relacionada também com

fatores como, a velocidade de solidificação das micropartículas, a solubilidade dos polímeros na

água, como também a interação entre os compostos bioativos e o polímero.

Amostras Eficiência da Encapsulação (%)

Maltodextrina 80,66a ± 1,25

Dextrina Malato 75,04b ± 0,84

Dextrina Lactato 71,48c ± 1,15

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Para as análises do rendimento, os resultados observados de acordo com a diferença de

massa, compostos fenólicos e vitamina C, presente antes do processo de encapsulação de acordo

com a quantidade de sólidos na mistura polpa e encapsulante e a quantidade restante depois do

processo de encapsulação na proporção de sólidos existentes no encapsulado, estão apresentados

na Tabela 6.

Tabela 6. Rendimento dos microencapsulados em relação a massa, os compostos fenólicos e a vitamina C

As médias seguidas por letras diferentes nas colunas são significativamente diferentes de acordo com o teste t de

tukey (p <0,05).

Analisando a relação de quantidade em massa de sólidos, a dextrina malato se destacou

com maior rendimento, sendo seguida pela maltodextrina e dextrina lactato, que não

apresentaram diferença significativa entre si. Em contrapartida, em relação aos compostos

fenólicos, a dextrina lactato obteve maior rendimento, tendo respectivamente a maltodextrina e

a dextrina malato, que não apresentaram diferença significativa entre as duas.

Para o ácido ascórbico, o maior rendimento se resultou na secagem da maltodextrina,

tendo um menor teor nas dextrinas malato e lactato, que não apresentaram diferença significativa

entre si.

Polpas de frutas ao passarem pelo processo de pulverização em spray dryer, apresentam

pegajosidade, aderindo a câmara do aparelho, por isso, compostos poliméricos são adicionados,

formando uma mistura com maior quantidade de sólidos, partículas maiores, sendo menos

aderente e aumentando o rendimento (CANU-CHAUCA et al., 2005).

Barbosa (2010), realizou experimentos de secagem por spray dryer de uma mistura de

polpa de frutas, utilizando diferentes concentrações de maltodextrina e diferentes temperatura.

Os resultados mostraram que quanto maior as concentrações de maltodextrinas e mais elevada

for a temperatura de secagem, menor será a umidade dó pó obtido, tendo menor aderência e maior

rendimento.

Rendimento

Amostras Massa (%) Compostos Fenólicos (%) Ácido Ascórbico (%)

Maltodextrina 23,65a ± 0,57 45,64a ± 0,72 78,65a ± 0,77

Dextrina Malato 26,56b ± 0,42 44,31a ± 0,51 60,83b ± 0,39

Dextrina Lactato 22,78a ± 0,68 55,27b ± 0,83 60,81b ± 0,92

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Buchner et al. (2006), relatam que quanto a degradação térmica é maior conforme a maior

quantidade de grupos hidroxila na estrutura molecular de compostos fenólicos. Dessa forma,

estes resultados sugerem que a maltodextrina e a dextrina malato, respectivamente, apresentam

melhor efeito protetor sobre a microencapsulação destes compostos. Estes compostos acabam

formando uma proteção sobre o ácido ascórbico, por isso, o ácido ascórbico possuir maior

rendimento.

5.3 TESTE DE ESTABILIDADE

Os teores de retenção de compostos fenólicos e de ácido ascórbico nas amostras de camu-

camu microencapsuladas e liofilizadas armazenadas durante 90 dias, em temperaturas de 25 e

45ºC, estão apresentadas nas Tabelas 7 e 8.

Tabela 7. Teores de retenção de ácido ascórbico no armazenamento pelo período de 90 dias

DIAS

% ÁCIDO

ASCÓRBICO

RETIDO

Amostra T (ºC) 0 30 60 90

Liofilizado 100aA ± 0,03 77,69aB ± 0,07 65,06aC ± 0,09 54,74aD ± 0,04

Maltodextrina 25 100aA ± 0,04 78,71bB ± 0,02 72,23bC ± 0,05 63,53bD ± 0,01

Dextrina Malato 100aA ± 0,02 92,37cB ± 0,01 78,96cC ± 0,03 67,65cD ± 0,06

Dextrina Lactato 100aA ± 0,01 90,54dB ± 0,08 84,11dC ± 0,11 76,29dD ± 0,05

Liofilizado 100aA ± 0,02 70,11aB ± 0,06 56,63aC ± 0,08 40,43aD ± 0,04

Maltodextrina 45 100aA ± 0,01 75,01bB ± 0,07 61,13bC ± 0,06 50,94bD ± 0,03

Dextrina Malato 100aA ± 0,02 86,06cB ± 0,04 71,59cC ± 0,03 55,02cD ± 0,07

Dextrina Lactato 100aA ± 0,03 83,42dB ± 0,05 66,95dC ± 0,02 59,13dD ± 0,03

As médias seguidas por letras diferentes minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas são significativamente

diferentes de acordo com o teste t de tukey (p <0,05).

Tabela 8. Teores de retenção de compostos fenólicos no armazenamento pelo período de 90 dias

DIAS

%

COMPOSTOS

FENÓLICOS

RETIDO

Amostra T (ºC) 0 30 60 90

Liofilizado 100aA ± 0,01 60,70aB ± 0,08 47,82aC ± 0,06 29,76aD ± 0,09

Maltodextrina 25 100aA ± 0,02 79,54bB ± 0,04 55,81bC ± 0,12 37,26bD ± 0,05

Dextrina Malato 100aA ± 0,02 78,30cB ± 0,05 51,82c ± 0,06 34,57c ± 0,08

Dextrina Lactato 100aA ± 0,03 81,18dB ± 0,13 64,73d ± 0,07 37,29b ± 0,06

Liofilizado 100aA ± 0,01 44,14aB ± 0,08 33,48a ± 0,03 21,81a ± 0,04

Maltodextrina 45 100aA ± 0,03 72,40bB ± 0,07 47,93b ± 0,06 25,90b ± 0,05

Dextrina Malato 100aA ± 0,02 57,92cB ± 0,04 36,42c ± 0,07 23,47c ± 0,11

Dextrina Lactato 100aA ± 0,01 65,22dB ± 0,09 46,09d ± 0,03 27,64d ± 0,08

As médias seguidas por letras diferentes minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas são significativamente

diferentes de acordo com o teste t de tukey (p <0,05).

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Em relação ao ácido ascórbico, tanto na temperatura de 25 e 45ºC, o percentual de

retenção segundo o material de parede durante os 90 dias, foi da seguinte ordem, dextrina lactato

maior que a dextrina malato e maior que a maltodextrina, sendo a retenção inferior na temperatura

de 45ºC. A amostra de camu-camu liofilizada foi a que apresentou o menor percentual de

retenção em ambas as temperaturas. Quanto a retenção dos compostos fenólicos totais, nesse

mesmo período, tanto na temperatura de 25 e 45ºC, a ordem foi, do maior para o menor, dextrina

lactato, maltodextrina e dextrina malato. No entanto na temperatura de 25ºC, as dextrinas lactato

e malato não diferiram significativamente entre si. A amostra de camu-camu liofilizada também

foi a que apresentou o menor percentual de retenção em ambas as temperaturas, para os

compostos fenólicos.

Teixeira et al. (2006), verificaram em processamentos de goiabas armazenadas em 5 e

25ºC, por 180 dias, na ausência e presença de luz, que o melhor método protetor para o ácido

ascórbico é a 5ºC e com ausência de luz, porém com 25ºC os resultados já foram satisfatórios,

conservando a vitamina C. Eles constataram que a maior perda ocorre nos primeiros 7 dias de

armazenamento, nestas circunstâncias (ausência de luz e nestas temperaturas).

Klimezak et al. (2007), estudaram o armazenamento de suco de laranja e o efeito disto

nos compostos fenólicos, durante seis meses. O armazenamento ocorreu na temperatura de 18,

28 e 38ºC e foram armazenadas pelo mesmo período, eles constataram que a menor temperatura

foi o que garantiu a menor degradação dos compostos fenólicos pelo tempo de armazenamento.

A cinética de degradação da vitamina C e dos compostos fenólicos nas temperaturas de

25 e 45ºC, são apresentadas nas Figuras 6, 7, 8 e 9. Observa-se para todas as matrizes uma relação

linear da degradação com coeficiente de correlação (R²) acima de 0,9544 na temperatura de 25ºC

e de 0,9834 de 45ºC, para o ácido ascórbico, e acima de 0,9369 para temperatura de 25ºC e de

0,9689 de 45ºC, para os compostos fenólicos, indicando uma cinética de primeira ordem na

degradação. Por meio do coeficiente angular das retas, foram determinadas a velocidade de

degradação (k, mg ácido ascórbico/100g.dias-1 ou mg compostos fenólicos/100g.dias-1) e os

respectivos tempos de meia vida e o tempo de redução decimal que se encontram nas Tabela 9 e

10.

A adequação para o modelo de cinética de 1ª Ordem se mostrou adequado para

representar a degradação do ácido ascórbico e dos compostos fenólicos, pois os coeficientes de

determinação (R²) foram superiores a 0,89 (LAVARDA, 2011).

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Figura 6. Cinética de degradação do ácido áscorbico da polpa de camu-camu liofilizada e

microencapsulada em 90 dias a 25ºC. LF 25: camu-camu liofilizado armazenado a 25ºC; MD 25: camu-

camu microencapsulado com maltodextrina armazenado a 25ºC; AL 25: camu-camu

microencapsulado com dextrina lactato armazenado a 25ºC; AM 25: camu-camu microencapsulado

com dextrina malato armazenado a 25ºC.

Figura 7. Cinética de degradação do ácido ascórbico do camu-camu em 90 dias a 45ºC. LF 45: camu-camu

liofilizado armazenado a 45ºC; MD 45: camu-camu microencapsulado com maltodextrina armazenado a

45ºC; AL 45: camu-camu microencapsulado com ácido láctico armazenado a 45ºC; AM 45: camu-camu

microencapsulado com ácido málico armazenado a 45ºC.

-0,7

-0,6

-0,5

-0,4

-0,3

-0,2

-0,1

0

0,1

0 30 60 90

ln (

A/A

0)

dias

LF 25 MD 25 AL 25 AM 25

Linear (LF 25) Linear (MD 25) Linear (AL 25) Linear (AM 25)

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0 30 60 90

ln (

A/A

0)

dias

LF 45 MD 45 AL 45 AM 45

Linear (LF 45) Linear (MD 45) Linear (AL 45) Linear (AM 45)

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Figura 8. Cinética de degradação do compostos fenólicos do camu-camu em 90 dias a 25ºC. LF 25: camu-camu

liofilizado armazenado a 25ºC; MD 25: camu-camu microencapsulado com maltodextrina armazenado a 25ºC; AL

25: camu-camu microencapsulado com ácido láctico armazenado a 25ºC; AM 25: camu-camu microencapsulado

com ácido málico armazenado a 25ºC.

Figura 9. Cinética de degradação dos compostos fenólicos do camu-camu em 90 dias a 45ºC. LF 45: camu-camu

liofilizado armazenado a 45ºC; MD 45: camu-camu microencapsulado com maltodextrina armazenado a 45ºC; AL

45: camu-camu microencapsulado com ácido láctico armazenado a 45ºC; AM 45: camu-camu microencapsulado

com ácido málico armazenado a 45ºC.

-1,3

-1,1

-0,9

-0,7

-0,5

-0,3

-0,1

0,1

0 30 60 90

ln (

Cf/

Cf0

)

dias

LF 25 AL 25 AM 25 MD 25

Linear (LF 25) Linear (AL 25) Linear (AM 25) Linear (MD 25)

-1,7

-1,5

-1,3

-1,1

-0,9

-0,7

-0,5

-0,3

-0,1

0,1

0 30 60 90

ln (

Cf/

Cf0

)

dias

LF 45 MD 45 AL 45AM 45 Linear (LF 45) Linear (MD 45)Linear (AL 45) Linear (AM 45)

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Tabela 9. Velocidade de degradação (k, mg ácido ascórbico/100g.dias-1) e os respectivos tempos de meia vida e o

tempo de redução decimal apresentados pela cinética de degradação do ácido ascórbico

AMOSTRA T(ºC) EQUAÇÃO R² K * T1/2

(DIAS)

D

(DIAS)

ÁCIDO

ASCÓRBICO

Liofilizado y = -0,0066x - 0,0235 0,9907 0,0066 105,02 348,88

Maltodextrina 25 y = -0,0048x - 0,0376 0,9544 0,0048 144,41 479,71

Dextrina malato y = -0,0044x + 0,0228 0,9807 0,0044 157,53 523,31

Dextrina lactato y = -0,003x - 0,0029 0,9968 0,003 231,05 767,53

Liofilizado y = -0,0098x - 0,0178 0,9917 0,0098 70,73 234,96

Maltodextrina 45 y = -0,0074x - 0,0294 0,9882 0,0074 93,67 311,16

Dextrina malato y = -0,0066x + 0,026 0,9834 0,0066 105,02 348,88

Dextrina lactato y = -0,006x - 0,0076 0,9895 0,0060 115,52 383,76

K = (mg de ácido ascórbico/100g * dias-1)

Tabela 10. Velocidade de degradação (k, mg compostos fenólicos/100g.dias-1) e os respectivos tempos de meia

vida e o tempo de redução decimal apresentados pela cinética de degradação dos compostos fenólicos

AMOSTRA T

(ºC)

EQUAÇÃO DA

RETA

R² K

(DIAS-1)

T1/2

(DIAS)

D

(DIAS)

COMPOSTOS

FENÓLICOS

Liofilizado y = -0,0129x - 0,0311 0,9836 0,0129 53,73 178,49

Maltodextrina 25 y = -0,0111x + 0,0476 0,9857 0,0111 62,44 207,44

Dextrina Malato y = -0,012x + 0,0489 0,9878 0,012 57,76 191,88

Dextrina Lactato y = -0,0106x + 0,0704 0,9369 0,0106 65,39 217,22

Liofilizado y = -0,0164x - 0,106 0,9689 0,0164 42,26 140,40

Maltodextrina 45 y = -0,0149x + 0,0674 0,9784 0,0149 46,52 154,54

Dextrina Malato y = -0,016x - 0,0296 0,9974 0,016 43,32 143,91

Dextrina Lactato y = -0,014x + 0,0088 0,9947 0,014 49,51

164,47

K = (mg de ácido ascórbico/100g * dias-1)

A polpa de camu-camu microencapsulada com dextrina lactato e estocada a temperatura

de 25ºC, apresentou a menor velocidade de degradação (k = 0,003) e os maiores valores de meio

vida de 231,05 dias e redução decimal (D) de 767,53 dias, isto em relação ao ácido ascórbico.

Na sequência, os agentes encapsulantes em ordem decrescente de proteção foram, a dextrina

malato e a maltodextrina. Na temperatura de 45 ºC, houve para todas as amostras encapsuladas

um aumento do valor de k, redução no tempo de meia vida e no tempo de redução decimal. A

capacidade de proteção da polpa de camu-camu com os agentes encapsulantes seguiu a mesma

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ordem da temperatura de 25ºC: dextrina lactato > dextrina malato > maltodextrina. A amostra de

camu-camu liofilizada foi a que apresentou, em ambas as temperaturas, a maior taxa de

degradação e, os menores valores de meia vida e de redução decimal. Sendo estes valores,

menores na temperatura de 45 ºC (Tabela 9).

Quanto a proteção dos compostos fenólicos da polpa de camu-camu pelos três agentes

encapsulantes, observou-se um aumento da constante k e consequentemente diminuição dos

valores de meia vida e de redução decimal, quando comparados a proteção do ácido ascórbico e

compostos fenólicos. Observa-se que a dextrina lactato, tanto na temperatura de 25 quanto na de

45 ºC, apresentou a menor velocidade de degradação, seguido na sequencia pela maltodextrina e

pela dextrina malato. Porém, foi observado na temperatura de 45 ºC, que valores cinéticos de

degradação foram maiores, tendo menores tempos de meia vida e de redução decimal.

Assim sendo, a dextrina lactato apresenta o melhor efeito protetor do ácido ascórbico e

dos compostos fenólicos, no entanto, o comportamento protetor do ácido ascórbico é bem

superior. Para o ácido ascórbico, a dextrina malato também poderia ser uma opção viável de

utilização, em contrapartida para os compostos fenólicos ela foi a que forneceu a menor proteção.

Em seu estudo (SOUZA, 2012), diz que amostras de camu-camu que continham agentes

encapsulantes, maltodextrina e amidos, ficando em armazenamento por 30 dias, apresentaram

maior estabilidade em relação a compostos voláteis, como compostos fenólicos, do que amostras

que não continham esses dois agentes encapsulantes envolvidos.

Pagani (2010), analisando o armazenamento de um suco de acerola durante 90 dias,

observou que uma amostra com 20% de maltodextrina microencapsulada, degradou menor

quantidade de compostos fenólicos do que uma amostra sem microencapsulação.

5.4 ANÁLISES NA FARINHA DE TRIGO COM OU SEM ADITIVOS

Os teores de glúten úmido e glúten seco são indicadores da qualidade panificável da

farinha de trigo, segundo Ferreira (2004), as farinhas devem conter uma porcentagem acima de

28% de glúten úmido e de glúten seco acima de 9%. Considerando esses parâmetros, a farinha

em estudo, seria indicada para panificação (Tabela 11). A adição a farinha de trigo de ácido

ascórbico, do camu-camu liofilizado e da polpa do camu-camu encapsulado com maltodextrina,

dextrina malato e dextrina lactato não diferiram (p < 0,05) da amostra de farinha controle, para

análise de glúten úmido. Em relação a farinha com ácido ascórbico industrial, a farinha com

polpa de camu-camu encapsulado com dextrina lactato registrou um menor valor de glúten úmido

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(35,92 x 34,29 %). BARATTO et al. (2015), não observaram aumento do teor de glúten úmido

pela adição de ácido ascórbico.

Tabela 11. Análise de glúten úmido e seco, índice de glúten e índice de queda das massas formada pela farinha

pura e pela mistura de farinha com as amostras

*Controle = farinha sem aditivo; **AAI = farinha com ácido ascórbico industrial. As médias seguidas por letras

diferentes nas colunas são significativamente diferentes de acordo com o teste t de tukey (p <0,05).

As farinhas aditivadas com ácido ascórbico industrial, camu-camu liofilizado e a polpas

de camu-camu com os três diferentes materiais de parede, apresentaram maiores teores de glúten

seco do que a farinha não aditivada. Com destaque para a farinha com camu-camu liofilizado

contendo o maior percentual de glúten seco (17,45%). Esses resultados diferenciamos dos

informados por Baratto et al. (2015), que observaram diminuição ao adicionar o ácido ascórbico.

Tradicionalmente o índice de glúten é considerado um parâmetro da qualidade do glúten

e avalia o percentual do glúten retido em uma peneira depois de ser submetido a uma

centrifugação. De acordo com Pizinatto (1999), farinhas com índice de glúten com valores

maiores que 90 são classificadas como muito boas; entre 60 e 90, boas, entre 40 e 60, médias e

menores que 40, fracas. Segundo essa classificação, a farinha controle seria classificada como

muito boa, da mesma maneira, as farinhas aditivadas com o ácido ascórbico industrial e com o

camu-camu liofilizado. Por outro lado, a adição na farinha com a polpa de camu-camu

microencapsulada com maltodextrina, dextrina malato e dextrina lactato, provocou uma drástica

queda do índice de glúten (97,51 – 94,19 para 29,67 – 26,12); sugerindo que a polpa de camu-

camu microencapsulada induziu a desagregação do complexo glúten, a um tamanho de partícula

capaz de atravessar a peneira durante o processo de centrifugação.

O índice de glúten como um indicador de qualidade da farinha e do volume do pão obtido

não é considerado de unanime aceitação. Já que, nem sempre altos índices estão associados a

pães de maior volume (RANHOTRA et al., 1992) (BARATTO et al., 2015).

Amostra Glúten úmido Glúten seco Índice de

glúten

Índice de

queda

Controle* 35,08ab ± 0,40 11,60a ± 0,04 94,19a ± 4,38 485,5a ± 10

AAI** 35,92a ± 1,00 13,45b ± 1,00 97,51a ± 3,11 470,7a ± 6

Liofilizado 34,46ab ± 0,90 17,45c ± 0,80 97,27a ± 3,00 458,3b ± 4

Maltodextrina 34,69ab ± 0,30 13,57b ± 0,03 27,96b ± 2,79 427,8c ± 10

Dextrina malato 34,94ab ± 0,50 13,20b ± 0,50 26,12b ± 1,37 430,5c ± 8

Dextrina lactato 34,29b ± 0,10 12,89b ± 0,50 29,67b ± 3,20 456,8b ± 3

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Uma certa atividade da alfa amilase é desejada na farinha de trigo para que hidrolise o

amido danificado produzindo fragmentos menores, que são facilmente digeridos pela beta

amilase produzindo maltose. Farinhas para panificação precisam de uma atividade diastática com

valores de fallim number entre 220 a 250 s. Concomitantemente, farinhas com deficiência na

atividade diastatica apresentam valores de fallim number acima de 400s (BAIANO;

TERRACONE, 2011).

Os valores de fallim number da farinha controle e das aditivadas ficaram em um intervalo

de 427,8 a 485,5 s, indicando baixa atividade diastatica, porém observou-se que as farinhas

aditivadas com camu-camu liofilizado e a polpa microencapsulada provocou ligeira diminuição

nos valores do fallim number.

Uma possibilidade é a fruta de camu-camu ter atividade amilolítica que foi preservada

durante o processo de liofilização e de encapsulação por spray dryer. No entanto, a literatura

científica, não informa a atividade enzimática desta fruta.

Tabela 12. Parâmetros viscográficos (RVA) da farinha de trigo controle a aditivadas com polpa de camu-camu

liofilizada e microencapsuladas

AMOSTRAS T (ºC) PASTA VISCOSIDADE

MÁXIMA (CP)

VISCOSIDADE

MÍNIMA (CP)

QUEBRA (CP) VISCOSIDADE

FINAL (CP)

RETROGRADA

ÇÃO (CP)

FC 81,08a ± 3,51 1749,33a ± 31,94 980,33a ± 26,10 766,00a ± 35,04 2104,33a ± 41,63 1124,00a ± 31,43

FL 69,10b ± 1,21 2000,33bc ± 41,93 1042,00b ± 24,98 958,33b ± 31,97 2193,00b ± 33,95 1151,00ab ± 21,93

FDL 69,20b ± 0,48 2030,33b ± 40,02 1060,33b ± 38,07 970,00b ± 4,08 2232,00b ± 41,58 1171,67ac ± 26,35

FDM 69,30b ± 0,80 1932,00c ± 86,47 1042,67b ± 33,50 903,33c ± 40,10 2240,67b ± 90,13 1189,00bc ± 56,51

FMD 68,53b ± 0,75 1973,33bc ± 22,55 1048,67b ± 6,66 923,00bc ± 29,14 2250,00b ± 37,75 1202,00bc ± 44,54

FI 68,55b ± 0,17 1983,00bc ± 38,35 1029,00b ± 13,53 947,67bc ± 24,99 2239,33b ± 27,57 1210,00c ± 14,11

As médias seguidas por letras diferentes minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas são significativamente

diferentes de acordo com o teste t de tukey (p <0,05). FC = farinha controle; FL = farinha + camu-camu liofilizado;

FDL = farinha + camu-camu microencapsulado com dextrina lactato; FDM = farinha + camu-camu

microencapsulado com dextrina malato; FMD = farinha + camu-camu microencapsulado com maltodextrina; FI =

farinha + ácido ascórbico industrial.

O amido é o principal componente das farinhas de trigo, representando 65 – 75% dos

componentes da farinha refinada (SHEWRY, 2009). Quando a farinha é aquecida em excesso de

água, os grânulos de amido ao atingirem uma temperatura crítica se incham e a organização

cristalina do granulo é totalmente rompida e começa a ser destruída (SINGH et al., 2011). A

temperatura de pasta indica a temperatura na qual a viscosidade começa a aumentar durante o

aquecimento. Menores temperaturas de pastas significam maior facilidade da farinha ser

gelatinizada.

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A temperatura de formação de pasta da farinha controle foi de 81,08ºC (Tabela 12)

valores maiores aos informados para farinhas brasileiras (50,2 – 53,87ºC) (ORO et al., 2013),

doze farinhas de trigo indianas que se situaram no intervalo 64,4 – 66,1ºC (SINGH et al., 2011)

e quatro farinhas indianas entre 66,85 68,75 citadas por Barak et al. (2013). Em relação as

farinhas aditivadas com camu - camu liofilizado, camu - camu encapsulado com maltodextrina,

dextrina malato e dextrina lactato, e com ácido ascórbico industrial, a temperatura de pasta sofreu

uma queda variando de 68,53 - 69,30%, não tendo diferença significativa entre si.

Observa-se na Tabela 12, que a adição do ácido ascórbico, da polpa liofilizada e das

polpas microencapsuladas aumentou a viscosidade máxima, mínima, quebra e a viscosidade final

em relação a farinha controle. Em contra partida, o camu-camu liofilizado e a polpa

microencapsulada com dextrina lactato não causaram aumento na retrogradação, por outro lado,

a polpa de camu-camu microencapsulada com maltodextrina, dextrina malato e a aditivada com

ácido ascórbico industrial provocaram incremento da retrogradação. Na literatura, não foram

encontrados relatos do efeito do ácido ascórbico e de polpas liofilizadas ou microencapsuladas

de frutas nas propriedades viscográficas (RVA) da farinha de trigo, foram encontrados trabalhos

que relatam que o ácido ascórbico provoca certa degradação no amido de trigo particularmente

depois da gelatinização (MAJZOOBI et. al, 2012).

Extratos e polpas de frutas são fontes de ácidos ascórbicos e compostos fenólicos

(RODRIGUES et al., 2001), o efeito dos extratos vegetais nas propriedades de pastas de amidos

é contraditório, por exemplo, extratos de cascas de romã aumentaram a viscosidade de pico (PV)

do amido de trigo, enquanto extratos de espinheiro chinês (hawthorn chinese) tem pouco efeito

na PV. O extrato de chá preto é mais eficiente na redução da viscosidade de pasta a frio dos

amidos de trigo, milho, batata e arroz do que o extrato de chá verde (ZHU, 2015).

A extensografia é uma análise capaz de verificar a extensibilidade e a resistência da massa

à extensão, em diferentes tempos de fermentação, observando assim as características reológicas

da farinha. Também é possível avaliar a resposta da farinha a aditivos melhoradores de ação lenta

(HRUSKOVA et al., 2006). Os resultados da análise extensográfica da farinha controle e das

farinhas aditivadas podem ser observados na Tabela 13.

A farinha de trigo controle apresentou uma área (energia) de 137,5 cm² em 135 minutos,

dentro do intervalo de 120 a 200 cm² para farinhas fortes (PRESTON; HOSENEY, 1991). Aos

45 minutos de fermentação a área da farinha controle foi de 114 cm² atingindo valores no

intervalo de 150 a 173,5 pela adição a farinha do ácido ascórbico, da polpa do camu – camu

liofilizado e da polpa do camu – camu microencapsuladas. Para o tempo de fermentação de 90

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minutos, observa-se um incremento na área da farinha controle, sendo similar aos valores das

farinhas aditivadas com ácido ascórbico, camu – camu liofilizado e polpa de camu – camu

microencapsulada com maltodextrina e dextrina malato, e inferior a polpa de camu – camu

microencapsulada com dextrina lactato. Ao tempo de 135 minutos, todas as farinhas aditivadas

resultaram em menores valores de área.

Para os três tempos de fermentação, as farinhas aditivadas liofilizadas e

microencapsuladas de camu – camu, tiveram comportamento similar ao do ácido ascórbico em

aumentar os valores dos parâmetros de resistência a extensão (R5) e resistência máxima (Rm).

Tabela 13. Análise extensográfica das massas formada pela farinha trigo controle e aditivadas com polpa de

camu-camu liofilizada e microencapsuladas

As médias seguidas por letras diferentes nas linhas são significativamente diferentes de acordo com o teste t de tukey

(p <0,05). R5: resistência a extensão; Rm: Resistência máxima; E: Extensibilidade; D:Resistência/Extensibilidade.

A extensibilidade da massa da farinha de trigo é diminuída pela ação de agentes oxidantes

como o ácido ascórbico (PRESTON; HOSENEY, 1991), o camu – camu liofilizado ou

microencapsulados causaram redução da elasticidade em todos os três tempos de fermentação,

exceto o camu – camu liofilizado e microencapsulado coma dextrina malato no tempo de 45

minutos (p<0,05), esse comportamento pode estar relacionado a uma liberação lenta do ácido

ascórbico contido nessas matrizes. Uma avaliação global dos resultados, nos leva a afirmar que

o camu – camu liofilizado ou microencapsulado teve comportamento semelhante ao ácido

Controle AAI Liofilizado Maltodextrina Dextrina

malato

Dextrina

lactato

Tempo R5 (UE) 368,5a ± 12 693bd ± 4 649b ± 10 873,5c ± 36 643b ± 18 728d ± 19

45

minutos Rm (UE) 585,5a ± 29 1035,5bc ± 4 947,5b ± 19 1145,5c ± 50 971,5b ± 47 1017,5bc ± 30

E (mm) 164a ± 40 132,5b ± 6 146ab ± 3 129,5b ± 6 144ab ± 7 124b ± 3

D (R5/E) 2,25a ± 0,10 5,05b ± 0,3 4,4c ± 0,1 7,3d ± 0,1 4,45c ± 0,2 5,9e ± 0,4

A (cm2) 114a ± 2,6 160b ± 5,3 167b ±4,7 164,5b ± 7,9 173,5b ± 7,1 150c ± 1,4

Tempo R5 (UE) 539a ± 14 1414b ± 25 1258c ± 32 1122,5d ± 56 1282c ± 35 1362bc ± 4

90

minutos Rm (UE) 803a ± 15 1500b ± 50 1372,5bc ± 44 1237c ± 57 1365bc ± 57 1470b ± 13

E (mm) 148,5a ± 20 94b ± 4 96b ± 1 101,5bc ± 4 108,5c ± 4 110c ± 1

D (R5/E) 3,75a ± 0,20 15,04b ± 0,9 13,1c ± 0,7 12,1c ± 0,6 11,95c ± 0,3 12,4c ± 0,3

A (cm2) 149,5a ± 6,4 143,5a ± 7,2 148,5a ± 2,1 155,5a ± 6,8 160a ± 5,6 174,5b ± 0,7

Tempo R5 (UE) 630a ± 6 1142,5b ± 53 1179,5b ± 42 1171,5b ± 45 1211,5b ± 51 1268,5b ± 26

135

minutos Rm (UE) 824a ± 35 1153b ± 76 1218b ± 55 1202b ± 59 1217b ± 59 1311,5b ± 96

E (mm) 130a ± 3 74,5b ± 3 88,5c ± 0,7 90c ± 4 87bc ± 4 85,5bc ± 3

D (R5/E) 4,85a ± 0,2 15,47b ± 0,1 13,4cd ± 0,6 12,9c ± 0,1 14,0d ± 0,5 14,2d ± 0,1

A (cm2) 137,5a ± 2,7 97,5b ± 2,8 116c ± 5,5 118c ± 4,3 118c ± 5,3 118c ± 5,4

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ascórbico como melhorador da massa da farinha de trigo, observando-se aumento dos valores de

R5, Rm, diminuição da extensibilidade, aumento do número proporcional (R5/E) e redução da

energia no tempo de 135 minutos como uma consequência do fortalecimento da rede de glúten

da massa, tornando-as mais curtas em relação ao controle.

5.5 ANÁLISES NO PÃO DE FORMA

5.5.1 ANÁLISE SENSORIAL

A partir dos pães elaborados e das análises sensoriais realizadas, as notas obtidas foram

analisadas estatisticamente e observados os resultados como demonstrados na Tabela 14.

Tabela 14. Análise sensorial do pão de forma de forma para avaliar a aparência, aroma, sabor, maciez, textura e

intenção de compra dos avaliadores

As médias seguidas por letras diferentes minúsculas nas colunas são significativamente diferentes de acordo com o teste t de tukey (p <0,05). Para

aparência, aroma, sabor, maciez e textura: (escala hedônica de nove pontos) 9 = gostei muitíssimo, 5= não gostei e nem desgostei e 1 = desgostei

muitíssimo; intenção de compra: (escala de cinco pontos) 5 = certamente compraria, 3 = talvez comprasse, talvez não comprasse, 1 = certamente não

compraria.

Em relação a aparência o pão com a adição do camu-camu microencapsulado com a

dextrina lactato apresentou maior nota (7,61; p<0,05) do que as outras amostras e a amostra

controle (6,94 – 6,41). Concomitantemente para a análise de aroma, sabor, maciez e textura, a

amostra com camu-camu microencapsulado com dextrina lactato também foi atribuída com

maior nota (7,21 – 7,29 – 7,55 – 7,38), porém essas não apresentaram diferença significava das

amostras controle, ácido ascórbico industrial, camu-camu liofilizado e com camu-camu

microencapsulado com dextrina malato. Nestas análises também, a maltodextrina apresentou a

menor nota (6,14 – 6,29 – 5,88 – 5,88), mas na análise estatística não apresentou diferença

Amostra Aparência Aroma Sabor Maciez Textura Intenção de

compra

Controle 6,79a ± 0,56 6,73ab ± 0,59 6,66ab ± 0,46 6,78ab ± 0,84 6,54ab ± 0,88 3,56a ± 0,17

AAI 6,82a ± 0,32 6,44ab ± 0,57 6,58ab ± 0,30 6,62ab ± 0,67 6,32ab ± 0,80 3,60a ± 0,18

Liofilizado 6,61a ± 0,70 6,51ab ± 0,43 6,59ab± 0,57 6,74ab ± 0,94 6,46ab ± 0,82 3,54a ± 0,10

Maltodextrina 6,41a ± 0,42 6,14a ± 0,56 6,29a ± 0,45 5,88a ± 0,71 5,81a ± 0,75 3,04b ± 0,23

Dextrina malato 6,94a ± 0,39 6,50ab ± 0,47 6,56ab ± 0,68 6,90ab ± 0,44 6,48ab ± 0,60 3,58a ± 0,18

Dextrina lactato 7,61b ± 0,21 7,21b ± 0,36 7,29b ± 0,47 7,55b ± 0,41 7,38b ± 0,58 4,23c ± 0,04

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significativa entre as amostras controle, com ácido ascórbico industrial, liofilizado e dextrina

malato.

Na intenção de compra, o estudo comprovou que a amostra feita com camu-camu

microencapsulado com dextrina lactato foi aceita melhor pelos participantes, sendo assim, entre

que comprariam ou que certamente comprariam (4,23) e a amostra feita de camu-camu

microencapsulado com maltodextrina apresentou menor nota de compra (3,04), ou seja, talvez

comprasse/talvez não comprasse, sendo a que menos agradou na avaliação dos participantes.

5.5.2 VOLUME ESPECÍFICO, UMIDADE E SÓLIDOS TOTAIS

A estabilidade, qualidade e composição dos pães está inteiramente interligada a sua

umidade e consequentemente quantidade de sólidos totais, pois estes vão interagir com o

processamento do produto, mostrando qual o ponto ideal de formação de massa e produto final.

A água é capaz também, por solubilizar vitaminas, minerais, açúcares e por quando em excesso

podem comprometer a segurança do alimento pelo desenvolvimento de microrganismos

(BOBBIO E BOBBIO, 2001). Analisando os resultados da Tabela 14, observa-se que a amostra

com camu-camu microencapsulado com dextrina lactato apresentou maior umidade (32,63%) e

que a amostra com ácido ascórbico industrial foi a que apresentou menor teor de umidade

(29,77%), contudo todas as amostras estão dentro do padrão exigido pela ANVISA – Resolução

nº 90 (2000), que especifica o limite máximo de umidade de 38% para pães produzidos com

farinha de trigo comum ou farinha de trigo especial.

Tabela 15. Análise de volume específico, umidade e sólidos totais dos pães

As médias seguidas por letras diferentes nas colunas são significativamente diferentes de acordo com o teste t de

tukey (p <0,05).

Amostra Volume específico cm³/g Umidade % Sólidos Totais %

Controle 3,47a ± 0,02 30,29ab ± 0,72 69,71ab ± 0,56

Ácido ascórbico industrial 4,13b ± 0,09 29,77a ± 0,40 70,23a ± 0,32

Liofilizado 4,90c ± 0,03 30,60ab ± 0,5 69,4ab ± 0,47

Maltodextrina 4,33d ± 0,07 31,17b ± 0,61 68,83b ± 0,33

Dextrina malato 4,72e ± 0,04 30,73b ± 0,66 69,27b ± 0,70

Dextrina lactato 5,03f ± 0,08 32,63c ± 0,21 67,37c ± 0,88

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Em relação a amostra de pão de forma controle, o volume específico aumentou com a

adição do ácido ascórbico (Tabela 15), sendo maior na presença do camu-camu

microencapsulado com dextrina lactato, depois de forma decrescente, com a amostra de camu-

camu liofilizada, camu-camu microencapsulada com dextrina malato, microencapsulada com

maltodextrina e por fim, com o ácido ascórbico industrial.

Gutkoski et al. (2005) afirmaram que o volume específico encontrado para pães de forma

foi de 4,41 cm3.g-1, enquanto que o valor de 4,10 cm3.g-1 foi encontrado por Esteller e Lannes

(2005). Também Lopes et al. (2007), constataram que o ácido ascórbico é capaz de aumentar o

volume específico do pão de forma.

5.5.3 TEXTURÔMETRO

Os resultados obtidos no perfil de textura dos pães, com os parâmetros de dureza,

elasticidade, mastigabilidade, coesividade e resiliência estão apresentados na Tabela 16.

Tabela 16. Perfil de textura dos pães, com os parâmetros de dureza, elasticidade, mastigabilidade, coesividade e

resiliência

AMOSTRAS DUREZA (N) ELASTICIDADE MASTIGABILIDADE

(N) COESIVIDADE RESILIÊNCIA

CONTROLE 1,31a ± 0,056 0,88a ± 0,039 0,65a ± 0,027 0,54ac ± 0,024 0,24a ± 0,07

AAI 1,18b ± 0,045 0,91a ± 0,043 0,57b ± 0,024 0,52a ± 0,021 0,21a ± 0,09

LIOFILIZADO 0,58c ± 0,027 0,93a ± 0,046 0,36ce ± 0,017 0,67b ± 0,026 0,24a ± 0,06

MALTODEXTRINA 0,79d ± 0,038 0,95a ± 0,048 0,52d ± 0,023 0,61c ± 0,023 0,23a ± 0,08

DEXTRINA

MALATO 0,64e ± 0,029 0,94a ± 0,044 0,38c ± 0,018 0,65b ± 0,022 0,27a ± 0,06

DEXTRINA

LACTATO 0,59ce ± 0,028 0,90a ± 0,041 0,34e ± 0,015 0,65b ± 0,020 0,28a ± 0,05

As médias seguidas por letras diferentes nas colunas são significativamente diferentes de acordo com o teste t de tukey (p <0,05).

Os valores das amostras aditivadas com camu-camu, tiveram uma queda para os

parâmetros de dureza e mastigabilidade em comparação com a amostra controle, não diferiram

(p<0,05) em relação a elasticidade e resiliência, e aumentaram em relação a coesidade.

5.5.4 COMPOSTOS FENÓLICOS, ANTOCIANINAS, ANTIOXIDANTES E ÁCIDO

ASCÓRBICO

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Os resultados obtidos nas análises dos pães para compostos fenólicos, antocianinas

atividades antioxidantes, capacidade antioxidante e ácido ascórbico podem ser observados na

Tabela 17.

Tabela 17. Análise de compostos fenólicos, antocianinas, antioxidantes e ácido ascórbico dos pães de forma

*ND = não determinado. As médias seguidas por letras diferentes nas colunas são significativamente diferentes de

acordo com o teste t de tukey (p <0,05).

Analisando os resultados dos compostos fenólicos, das antocianinas, atividade

antioxidante e capacidade antioxidante, as amostras aditivadas com camu – camu liofilizado,

camu - camu microencapsulado com maltodextrina, dextrina malato e dextrina lactato diferiram

(p<0,05) das amostras controle e ácido ascórbico. A atividade antioxidante (29,06 - 45,81) e a

capacidade antioxidante (8,00 – 13,44) foram bem superiores aos dos pães controle e com ácido

ascórbico industrial, mostrando que a adição do camu - camu liofilizado ou microencapsulado é

uma alternativa para o aumento da atividade antioxidante de pães. Os valores da capacidade

antioxidante foram superiores aos informados por Duarte et al. (2016), em pães contendo farinha

de jabuticaba (4,1 µmol Trolox/g) e por Zhou et al. (2014), em arroz integral (4 µmol Trolox/g).

A retenção de ácido ascórbico no produto final foi de 1,27 mg/100g de pão e esses valores

aumentaram no intervalo de 4,23 a 4,63mg/100g de pão quando a massa foi aditivada com os

produtos derivados do camu – camu. Transformando esses valores para a quantidade de ácido

ascórbico retido nos pães, verificou-se que o pão com ácido ascórbico teve uma retenção de

18,76%, liofilizado (62,48%), maltodextrina (68,39%), dextrina malato (66,47%), dextrina

lactato de 66,17%. Resultados que mostram o efeito protetor dos materiais encapsulantes

(maltodextrina e dextrinas) e dos compostos fenólicos com a vitamina C, concordando com a

Amostra

Compostos

fenólicos

(mgEAG/100g)

Antocianinas

(mg/100g)

Atividade

antioxidante

(%AA)

Capacidade

antioxidante

(µmol

Trolox/g)

Ácido

ascórbico

(mg/100g)

Percentual

de retenção

de ácido

ascórbico

(%)

Controle 90,75a ± 0,58 ND* 15,27a ± 0,67 3,07a ± 0,27 ND* 0

AAI 92,56a ± 1,86 ND* 14,78a ± 0,48 3,05a ± 0,55 1,27b ± 0,33 18,76b ± 2,5

Liofilizado 102,70bc ± 0,38 4,05b ± 0,46 45,81b ± 0,88 13,44b ± 0,34 4,23d ± 1,30 62,48c ± 3,6

Maltodextrina 103,09b ± 0,39 4,01b ± 0,53 29,06c ± 0,53 8,00c ± 0,47 4,63d ± 1,56 68,39c ± 3,8

Dextrina malato 101,43c ± 1,16 5,34c ± 0,37 39,41d ± 0,97 11,21d ± 0,52 4,50d ± 1,29 66,47c ± 2,3

Dextrina lactato 100,67c ± 0,96 6,01d ± 0,26 40,39d ± 0,82 11,44d ± 0,13 4,48d ± 1,11 66,17c ± 2,7

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tendência relatada por Saraiva et al. (2010), quando da adição de ácido tânico (3g/Kg de farinha)

nas formulações dos pães, chegando a uma retenção de 52,53%, enquanto que o pão sem o ácido

tânico teve uma retenção de 10,51%.

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6 CONCLUSÕES

Nas condições utilizadas no presente trabalho pode-se concluir que:

• A polpa de camu-camu apresentou elevados teores de ácido ascórbico, de

compostos fenólicos totais e de atividade antioxidante (µmolTrolox/g).

• O liofilizado apresentou maior teor de umidade, higroscopicidade, compostos

fenólicos totais, antocianinas, ácido ascórbico e capacidade antioxidante em relação aos

microencapsulados.

• Dentre os microencapsulados, a maltodextrina se destacou com maior teor de

ácido ascórbico, a dextrina malato com maior teor de antocianinas e a dextrina lactato com o

maior teor de compostos fenólicos totais.

• Os microencapsulados com dextrina malato e dextrina lactato e o liofilizado

apresentaram elevada atividade antioxidante (%AA), porém inferiores ao da maltodextrina. A

microcápsula de maltodextrina foi a que apresentou a maior atividade antioxidante (%) não

diferindo (p ≥ 0,05) dos antioxidantes padrões ácido ascórbico, trolox e quercetina.

• Para capacidade antioxidante (µmol Trolox/g), a maltodextrina e a dextrina

lactato, destacaram-se com maior teor do compostos entre os encapsulados. Porém inferiores ao

liofilizado e aos padrões ácido ascórbico, trolox e quercetina.

• A eficiência da encapsulação usando como indicador compostos fenólicos totais,

verificou-se que o material de parede maltodextrina foi o mais eficiente (80,66%), enquanto o

dextrina lactato foi o menos eficiente (71,48%).

• Em relação ao rendimento das substâncias bioativas, a dextrina lactato teve maior

rendimento dos compostos fenólicos e a maltodextrina do ácido ascórbico.

• Quanto a estabilidade do camu – camu liofilizado ou microencapsulados,

avaliados pelo tempo de meia e pela redução decimal, esta foi maior a temperatura de 25ºC. Para

ambas as temperaturas, o material de parede dextrina lactato, mostrou-se como o melhor protetor

dos compostos fenólicos e do ácido ascórbico.

• A polpa de camu – camu encapsulada provocou aumento do glúten seco,

diminuição drástica do índice de glúten e ligeira queda dos valores do índice de queda.

• Quanto as propriedades viscográficas, a adição dos derivados do camu – camu

causaram aumento da viscosidade máxima, mínima, da final, da quebra. Também ocorreu

aumento da retrogradação da farinha contendo a polpa de camu – camu microencapsulada com

maltodextrina e dextrina malato.

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• Uma avaliação global dos resultados, nos leva a afirmar que o camu – camu

liofilizado ou microencapsulado teve comportamento semelhante ao ácido ascórbico como

melhorador da massa da farinha de trigo, observando-se aumento dos valores de R5, Rm,

diminuição da extensibilidade, aumento do número proporcional (R5/E) e redução da energia no

tempo de 135 minutos como uma consequência do fortalecimento da rede de glúten da massa,

tornando-as mais curtas em relação ao controle.

• Os pães elaborados com camu – camu liofilizado e a polpa microencapsulada não

diferiram sensorialmente nos atributos aroma, sabor, maciez, textura e exceto o atributo aparência

do pão microencapsulado com dextrina lactato que foi o de maior pontuação. Para a intenção de

compra, o preferido foi o pão elaborado com camu – camu microencapsulado com dextrina

lactato, enquanto que os outros tiveram menor pontuação.

• O volume específico dos pães foi maior naqueles formulados com os derivados

do camu – camu, destacando-se o elaborado com o camu – camu microencapsulado com a

dextrina lactato.

• A adição dos derivados da polpa de camu – camu nos pães provocou aumento dos

compostos fenólicos totais, antocianinas, atividade/capacidade antioxidante, ácido ascórbico e

retenção de ácido ascórbico no produto final.

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ANEXO I

Ficha de Análise Sensorial

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ANEXO II

Polpa de camu – camu in-natura

Dextrina e Maltodextrina

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ANEXO III

Spray Dryer / Amostras Liofilizado e Microencapsulados

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ANEXO IV

Análise de glúten – Glutomatic

Fallim Number / RVA – Rapid Visco Amilograph

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ANEXO V

Farinográfo / Absorção de água e preparo da massa para extensógrafo

Extensógrafo / porção de massa / medida da massa

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ANEXO VI

Massa em análise no extensograma

Mistura dos ingredientes sólidos / formação da massa do pão

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ANEXO VII

Fermentação / Assamento

Amostras de Pão de forma:

1. Controle 2. Liofilizado 3. Maltodextrina

4.Dextrina Malato 5. Dextrina Lactato 6. Ácido Ascórbico Industrial

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ANEXO VIII

Fatias de Pão de Forma por amostra

1. Controle 2. Liofilizado 3. Maltodextrina

4.Dextrina Malato 5. Dextrina Lactato 6. Ácido Ascórbico Industrial


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