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Date post: 03-Jun-2020
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VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE BEM-ESTAR ESPIRITUAL: RESULTADOS PRELIMINARES PARA O CONTEXTO BRASILEIRO Karina Dohms (Colégio Marista Assunção) Tárcia Rita Davoglio (PUCRS) Carla da Conceição Lettnin (CAp/UFRGS) RESUMO: O bem-estar espiritual (BEE) é um construto dinâmico e multifatorial, que se reflete na qualidade das relações interpessoais, sofrendo influências da cultura na qual o indivíduo se insere. Tendo em vista essas características, as pesquisas atuais sobre BEE tem priorizado a utilização de medidas padronizadas. O presente estudo, de cunho quantitativo, tem como principal objetivo iniciar o processo de validação do Questionário de Bem-estar Espiritual de Gomez e Fisher (2003; Spiritual Well-being Questionnaire, SWBQ), para a população brasileira, a partir da adaptação da versão já validada em Portugal. O questionário possui 20 itens respondidos em uma escala do tipo Likert de cinco níveis, que avaliam quatro domínios: pessoal, comunitário, ambiental e transcendental. Participaram deste estudo 176 discentes, com idades entre 14 e 18 anos, estudantes do Ensino Médio de uma escola federal da rede pública de Porto Alegre/RS. A versão utilizada baseou-se na escala já traduzida/adaptada para o Português de Portugal, demandando apenas por ajustes ortográficos e gramaticais ao Português do Brasil, sem necessidade de alterações semânticas. As análises preliminares dos dados quantitativos coletados até o momento, com a amostra brasileira, evidenciaram que a versão brasileira do instrumento (SWBQb) apresenta boa consistência interna global dos itens e das dimensões. A análise fatorial exploratória confirmou a estrutura interna de quatro fatores para o instrumento, similar a encontrada nos estudos internacionais, sugerindo a dimensão Transcendental do bem-estar espiritual como sendo a mais sólida e consistente. A análise dos dados coletados apontou que, independentemente do agrupamento dos itens apresentados para amostras portuguesas e brasileiras, os resultados médios encontrados nas dimensões do BEE não sofreram diferenças significativas. Os resultados preliminares desse estudo são promissores e indicam a relevância da continuidade do processo de validação do instrumento visando a sua utilização em pesquisas sobre bem-estar espiritual no contexto brasileiro. Palavras-chave: Bem-Estar Espiritual; Avaliação; Evidências psicométricas. Introdução Frente aos atuais desafios encontrados na Educação, em especial na educação básica, que vem sofrendo com a desvalorização da profissão docente, a falta de recursos humanos, financeiros e materiais, aumento da violência, carência de estrutura física adequada e baixos salários dos trabalhadores, surge a demanda pela ênfase nos aspectos espirituais do ser humano. A presente pesquisa, portanto, aborda a dimensão espiritual do construto bem-estar, a qual se reflete na qualidade das relações interpessoais, podendo sofrer influências da cultura na qual o indivíduo está inserido. Didática e Prática de Ensino na relação com a Sociedade EdUECE - Livro 3 03997
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VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE BEM-ESTAR ESPIRITUAL: RESULTADOS

PRELIMINARES PARA O CONTEXTO BRASILEIRO

Karina Dohms (Colégio Marista Assunção)

Tárcia Rita Davoglio (PUCRS)

Carla da Conceição Lettnin (CAp/UFRGS)

RESUMO: O bem-estar espiritual (BEE) é um construto dinâmico e multifatorial, que se reflete

na qualidade das relações interpessoais, sofrendo influências da cultura na qual o indivíduo se

insere. Tendo em vista essas características, as pesquisas atuais sobre BEE tem priorizado a

utilização de medidas padronizadas. O presente estudo, de cunho quantitativo, tem como principal

objetivo iniciar o processo de validação do Questionário de Bem-estar Espiritual de Gomez e

Fisher (2003; Spiritual Well-being Questionnaire, SWBQ), para a população brasileira, a partir da

adaptação da versão já validada em Portugal. O questionário possui 20 itens respondidos em uma

escala do tipo Likert de cinco níveis, que avaliam quatro domínios: pessoal, comunitário, ambiental

e transcendental. Participaram deste estudo 176 discentes, com idades entre 14 e 18 anos,

estudantes do Ensino Médio de uma escola federal da rede pública de Porto Alegre/RS. A versão

utilizada baseou-se na escala já traduzida/adaptada para o Português de Portugal, demandando

apenas por ajustes ortográficos e gramaticais ao Português do Brasil, sem necessidade de

alterações semânticas. As análises preliminares dos dados quantitativos coletados até o momento,

com a amostra brasileira, evidenciaram que a versão brasileira do instrumento (SWBQb) apresenta

boa consistência interna global dos itens e das dimensões. A análise fatorial exploratória confirmou

a estrutura interna de quatro fatores para o instrumento, similar a encontrada nos estudos

internacionais, sugerindo a dimensão Transcendental do bem-estar espiritual como sendo a mais

sólida e consistente. A análise dos dados coletados apontou que, independentemente do

agrupamento dos itens apresentados para amostras portuguesas e brasileiras, os resultados médios

encontrados nas dimensões do BEE não sofreram diferenças significativas. Os resultados

preliminares desse estudo são promissores e indicam a relevância da continuidade do processo de

validação do instrumento visando a sua utilização em pesquisas sobre bem-estar espiritual no

contexto brasileiro.

Palavras-chave: Bem-Estar Espiritual; Avaliação; Evidências psicométricas.

Introdução

Frente aos atuais desafios encontrados na Educação, em especial na educação básica, que

vem sofrendo com a desvalorização da profissão docente, a falta de recursos humanos, financeiros

e materiais, aumento da violência, carência de estrutura física adequada e baixos salários dos

trabalhadores, surge a demanda pela ênfase nos aspectos espirituais do ser humano. A presente

pesquisa, portanto, aborda a dimensão espiritual do construto bem-estar, a qual se reflete na

qualidade das relações interpessoais, podendo sofrer influências da cultura na qual o indivíduo está

inserido.

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O conceito de bem-estar espiritual está atrelado às relações com os outros, consigo mesmo

e com o transcendente e, também, faz menção às emoções. Um incremento na dimensão espiritual

pode proporcionar à pessoa um olhar para si (autoconhecimento), sua essência, sua fé, seus valores,

na constante busca de sentido e significado da vida, levando ao reconhecimento do outro. Segundo

Fisher (1999) o bem-estar espiritual deve ser entendido como uma forma, dinâmica, de estar que

reflete na qualidade das relações que cada pessoa estabelece nos domínios da existência humana:

pessoal, comunitário, ambiental e transcendental.

Com base nesse conceito, este estudo tem como objetivo apresentar resultados preliminares

do processo de validação do Questionário de Bem-estar Espiritual, denominado SWBQ, por

Gomez e Fisher (2003), para uma amostra brasileira (SWBQb), a partir da adaptação portuguesa

(SWBQp) de Gouveia, Marques e Pais Ribeiro (2009), bem como apontar os resultados

encontrados sobre essa variável e suas dimensões a partir da coleta de dados. O Questionário de

Bem-estar Espiritual (SWBQb) consiste em um questionário de autopreenchimento com 20 itens,

redigidos de forma positiva, que avaliam os quatro domínios propostos por Fisher (1999), a partir

do conceito de bem-estar espiritual, anteriormente exposto.

Referencial teórico

Estudos abordando a temática do bem-estar estão cada vez mais em evidência, a maioria

apoiando-se nos pressupostos da Psicologia Positiva. Segundo Snyder e Lopez (2009), a Psicologia

Positiva está direcionada para a identificação e compreensão de qualidades e virtudes humanas, e

ao auxílio, no sentido de que as pessoas tenham vidas mais felizes e produtivas. Nesse sentido, a

Psicologia Positiva vislumbra que o futuro do ser humano é fazer-se melhor, pois é capaz de

transformar sua vida, se quiser, investindo na busca de sentido, no amor, na alegria e na

espiritualidade com vistas na saúde e bem-estar.

Gouveia, Marques e Pais Ribeiro (2009, p. 286) destacam que a investigação a respeito da

Espiritualidade relacionada à saúde “conduziu a emergência do conceito de Bem-estar Espiritual

(BEE) e espelha a importância crescente atribuída à dimensão espiritual para o bem-estar”.

Não é difícil perceber que, ao longo da história da humanidade, a espiritualidade esteve

sempre presente, seja através dos cultos religiosos, das celebrações em agradecimento, por

exemplo, a colheita e a chuva (entre outras), seja nos valores humanos como a persistência, a

perseverança, a esperança, e tantas outras situações de vida. Porém, as dificuldades encontradas

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para tratar sobre o tema foram surgindo gradativamente com o avanço das pesquisas científicas,

as quais trouxeram consigo uma gama de resultados comprováveis.

Portal (2007, p. 288) ressalta a necessidade do aprofundamento nos estudos relacionados à

espiritualidade e suas implicações, bem como o investimento na Educação mais ampla,

valorizando a complexidade do processo de formação do ser humano, em uma abordagem centrada

em um ser “de inteireza (autoformação – mente, corpo, coração, espírito), orientando-o individual

e coletivamente no exercício de ampliação de sua própria consciência com significativas

repercussões para uma vida mais plena, digna de qualidade”. A autora destaca a importância e

necessidade de maior investimento nas dimensões constitutivas do ser – considerando o sujeito um

ser social que é, físico, racional, emocional e espiritual – e salienta o mérito de uma cultura

educacional ‘verdadeiramente integral’, capaz de reconhecer a inseparabilidade do corpo, mente,

coração e do espírito.

Pesquisas com docentes universitários (PORTAL, 2007, 2008) evidenciaram que a

dimensão do bem-estar menos desenvolvida, aquela com menor investimento e atenção dos

participantes, foi a espiritual. Esses resultados não surpreendem, uma vez que no mundo atual,

vive-se uma correria que automatiza muitas ações, as preocupações já estão focadas no amanhã e

as cobranças laborais são cada vez maiores, deixando as pessoas mais centradas na dimensão

produtiva e racional. No entanto, é importante que haja equilíbrio, oportunidades e tempo para

dedicar-se aos assuntos relacionados às demais dimensões, pois todas são inseparáveis e

interdependentes, e quando há desequilíbrio nos investimentos pessoais – dessas dimensões

constitutivas do ser humano –, pode desencadear mal-estar, que em níveis elevados pode levar ao

adoecimento.

Jesus (2004) ressalta que crianças, jovens e adultos, por conta de processos inadequados,

estão cada vez mais doentes, pois, a falta de capacidade do sujeito frente às exigências que lhe são

impostas geram mal-estar. Elevar o bem-estar, especialmente associado ao desenvolvimento da

espiritualidade, converte-se, então, em um desafio para a sociedade atual. Mosquera e Stobäus

(2012) acreditam que não há uma idade final para o desenvolvimento espiritual do ser humano,

visto que a construção da espiritualidade acompanha a construção de si mesmo e o reconhecimento

da sua integralidade.

Moraes (2005) lembra que, atualmente, também se testemunham as carências humanas, de

conhecimento, educação, qualidade de vida, sobretudo, de afetividade e de espiritualidade.

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Segundo Snyder e Lopez (2009), diversos psicólogos positivos levam em consideração a hipótese

de que nossa busca pelo sagrado aprimora o entendimento mais profundo de si mesmo e da própria

vida, bem como, esses caminhos, podem levar ao bem-estar ou estar associado a ele, levando

conforme Mahoney et al. (2005), aos verdadeiros benefícios da espiritualidade na vida humana: o

propósito e sentido.

O ser humano em sua inteireza pressupõe que todos estes aspectos estejam presentes em

cada relação estabelecida, das mais superficiais às mais sólidas. A afetividade, razão,

espiritualidade estarão envolvidas dinamicamente em cada vivência, sendo impossível separar,

compartimentar, categorizar o ser humano na sua interação com o(s) outro(s) e/ou com o meio.

Considerando, assim, que o reconhecer-se ocorre durante toda a vida, é vital buscar

equilibrar essas dimensões que constituem cada ser humano como inteiro. Geralmente, o que

ocorre é que em determinadas situações de vida se está focado e/ou investindo mais em uma

dimensão do que nas outras. E aqui emerge o maior desafio, o de buscar sempre um

aprofundamento para reconhecer a própria essência, aprimorando as percepções pessoais, na

tentativa de contemplar-se como um ser integral. Por isso, não há uma idade ou tempo

determinado, pois o sujeito é um constante vir a ser, fazer, sentir, refletir, conhecer e elucidar.

Do ponto de vista científico, a investigação do bem-estar espiritual pressupõe o uso de

ferramentas adequadas e de estudos sistemáticos que permitam melhor compreender esse processo

de evolução do ser humano e suas manifestações e invariâncias através das culturas. Nessa

perspectiva, os estudos realizados por Fisher (1999, 2010, 2012) e Gomez e Fisher (2003, 2005)

levaram ao desenvolvimento do Spiritual Well-being Questionnaire (SWBQ). O SWBQ foi

construído a partir de revisões da literatura sobre o tema e de estudos qualitativos prévios,

permitindo a confirmação do modelo estrutural de quatro fatores para o bem-estar espiritual, os

quais refletem os principais domínios da existência humana.

Gouveia, Pais Ribeiro e Marques (2012, p.141) destacam que Fisher propõe o conceito de

Bem-estar Espiritual, como sendo

uma forma de estar dinâmica que se reflete na qualidade das relações que o indivíduo

estabelece em quatro domínios da existência humana, isto é, consigo próprio (domínio

pessoal), com os outros (comunitário), com o ambiente (ambiental) e com algo ou alguém

que transcende o domínio humano (transcendental).

Gouveia, Marques e Pais Ribeiro (2009, p. 286), destacam que o domínio pessoal refere-

se à forma como a pessoa se relaciona consigo, com respeito ao significado, propósito e valores

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de vida. Pressupõe o desenvolvimento de autoconhecimento e consciência sobre si mesma,

relacionados com a identidade e a autoestima. O domínio comunitário refere-se à qualidade e

profundidade das relações interpessoais relacionadas à moralidade, cultura e religião, incluindo

sentimentos de amor, justiça, esperança e fé na humanidade. O domínio ambiental consiste nas

relações com o mundo físico e biológico (cuidar e proteger), sendo expresso por meio da admiração

e de sentimentos de união com a natureza. E o domínio transcendental refere-se à própria relação

com algo ou alguma coisa para além do que é humano, “nomeadamente uma força cósmica, uma

realidade transcendente, ou Deus, e se expressa através do culto e adoração relativamente à fonte

de mistério do universo”.

Os quatro diferentes domínios podem se desenvolver interativamente, pois, o efeito

combinado descreve o bem-estar espiritual global do indivíduo. Gouveia, Pais Ribeiro e Marques

(2012) ainda lembram que as concepções a respeito deste conceito podem ser influenciadas por

fatores culturais que se expressam entre culturas ou dentro de uma mesma cultura. Segundo os

autores, o bem-estar espiritual, pode, então, apresentar variações significativas entre grupos

distintos, levando a necessidade de testar os instrumentos (pesquisa) que buscam avaliá-lo,

considerando diferentes sistemas de crenças e valores de culturas diferentes.

No entanto, instrumentos de medida, como o SWBQ, utilizados na pesquisa científica

exigem que suas propriedades psicométricas sejam testadas com diferentes amostras e em

diferentes contextos para que os resultados obtidos possam ser generalizados. O SWBQ vem sendo

utilizado em estudos transculturais em diversos países, tendo a sua consistência interna e validade

fatorial global confirmadas (GOUVEIA et al., 2009; GOUVEIA et al., 2012). A versão original,

SWBQ, apresentou consistência interna global de 0,88 em diferentes subamostras, com alfa

variando de 0,76 a 0,95 (GOMEZ e FISHER, 2003, 2005). Já a versão portuguesa (SWBQp),

obtida por meio do processo de tradução-retradução e testada em uma amostra de 452

participantes, obteve consistência interna global de 0,88, com as dimensões apresentando

variações de alfa entre 0,74 e 0,89 (GOUVEIA et al., 2009), e 0,91 para uma amostra específica

de praticantes de atividades físicas de inspiração oriental (GOUVEIA et al., 2012).

A seguir serão apresentados resultados preliminares do processo de validação do

Questionário de Bem-estar Espiritual, SWBQ, de Gomez e Fisher (2003) para a uma amostra

brasileira, a partir da adaptação portuguesa, SWBQp, de Gouveia e colaboradores (2009). A versão

brasileira do Questionário de Bem-estar Espiritual (SWBQb) avaliou os quatro domínios já

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reconhecidos pela estrutural fatorial do instrumento: pessoal, comunitário, ambiental e

transcendental.

Materiais e Método

Participaram deste estudo 176 discentes, com idades entre 14 e 18 anos, estudantes do

Ensino Médio de uma escola federal da rede pública de Porto Alegre/RS. Destes estudantes, 58

(33%) frequentavam o primeiro ano, 58 (33%) o segundo ano e 60 estudantes (34%) o terceiro ano

do Ensino Médio, sendo 95 estudantes mulheres (54% do total) e 81 homens (46% do total).

Todos os estudantes receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e de

Assentimento (TCLEA), devolvendo uma cópia assinada por seus responsáveis autorizando sua

participação no estudo. Esta pesquisa foi aprovada pela Comissão de pesquisa da Faculdade de

Educação da PUCRS (n. 89/2013) e está inscrito e aprovado na Plataforma Brasil (n.

16844813.5.0000.5336).

Os participantes do estudo responderam ao Questionário de Bem-estar Espiritual, versão

brasileira (SWBQb), a partir da versão portuguesa adaptada e validada por Gouveia, Pais Ribeiro

e Marques (2009), que possui 20 itens, respondidos em uma escala do tipo Likert com 5 níveis (1-

“muito pouco” até 5- “muitíssimo”), avaliando quatro domínios: pessoal, comunitário, ambiental

e transcendental. O instrumento foi aplicado no final do ano de 2013, como parte de uma pesquisa

mais ampla sobre o bem-estar institucional, na qual se propõe investigar os níveis de bem-estar de

docentes, discentes, gestores e funcionários em duas Instituições de Ensino.

A consistência interna para o SWBQb foi obtida por meio do coeficiente alfa de Crombach

e a estrutura interna testada pela análise fatorial exploratória. O objetivo da análise fatorial

exploratória é permitir a confirmação da estrutura fatorial de um determinado instrumento de

pesquisa, através da determinação das variáveis latentes que melhor representam o conjunto de

variáveis observadas, estas por sua vez, quando apresentam variância em comum constituem um

mesmo fator (BROWN, 2006).

Resultados e discussão preliminares

A versão para o português do Brasil, SWBQb, demandou apenas pela revisão

gramatical/ortográfica dos itens da versão portuguesa (SWBQp), considerando a substancial

similaridade semântica entre as versões. Assim, durante o teste piloto, foi possível evidenciar a

necessidade de adaptar a escrita dos itens e das instruções. Por exemplo, a frase “Em que medida

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você se sente a desenvolver” foi substituída para a população brasileira, por: “Em que medida você

sente que está desenvolvendo”.

A versão brasileira (SWBQb), utilizada neste estudo, manteve os 20 itens do questionário

da versão portuguesa (SWBQp), já incluindo a modificação linguística do item 9, sugerida por

Gouveia e colaboradores (2012). Porém, o item 8 foi apresentado pelos autores portugueses, na

versão disponibilizada para este estudo, com o seguinte texto “a confiança entre as pessoas”, ao

invés de incorporar a modificação sugerida por Gouveia e colaboradores (2012), ou seja, “relação

de confiança com os outros”.

De acordo com o modelo conceitual de Fisher, a qualidade das relações em uma das

dimensões do bem-estar espiritual contribui, simultaneamente, para o aprofundamento e a

complexificação das relações nas demais dimensões, evidenciando a natureza correlacionada do

construto (GOUVEIA, MARQUES e PAIS RIBEIRO, 2009). A análise fatorial exploratória

realizada utilizou, portanto, a rotação oblíqua Promax. A medida de Kaiser-Meyer-Olkin verificou

a adequação amostral para a análise (KMO = 0,853), revelando que os quatro fatores atenderam

ao critério de autovalor (>1), explicando 66,95% da variância total. A consistência interna da

escala na amostra brasileira testada evidenciou α= 0,90, demonstrando elevada consistência interna

dos itens. Entre os fatores, sem a exclusão de nenhum item, os resultados atuais apontam que a

dimensão Comunitária é a que apresenta menor consistência interna (0,78), seguida pela Pessoal

(0,86) e Ambiental (0,86). A dimensão Transcendental foi a que obteve maior consistência interna

entre as demais (0,91).

A Tabela 1, apresenta os resultados da análise fatorial para a SWBQb, com as cargas

fatoriais correspondentes a cada item, a qual reproduziu o modelo estrutural de quatro dimensões,

com apenas três itens (5, 8, 17) apresentando variações em relação ao modelo teórico já validado

para a escala. As cargas fatoriais variaram de 0,27 (item 8) a 0,96 (item 10). Duas dimensões, a

dimensão Ambiental (itens 4, 7, 10, 12 e 20) e a dimensão Transcendental (itens 2, 6, 11, 13 e 15)

não evidenciaram alterações na amostra brasileira testada em relação ao modelo estrutural, o que

não se observou nas demais dimensões. Desse modo, a dimensão Pessoal ficou composta por cinco

itens (14, 16, 18, 9 e 17) e a dimensão Comunitária reteve apenas 5 itens (1, 3, 5, 19 e 8). Porém o

item 17 carregou também na dimensão Comunitária com pouca diferença na carga fatorial

apresentada na dimensão Pessoal (0,50 e 0,46 respectivamente). Além disso, o item 8, nesta

amostra, localizou-se na dimensão Comunitária (0,27) como no modelo estrutural, contudo,

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carregou também na dimensão Pessoal (0,26), sendo o item da escala com menor carga fatorial. Já

o item 5, que deveria estar pelo modelo estrutural localizado na dimensão Pessoal, nessa amostra,

compõe a dimensão Comunitária. Entende-se que alguns itens, de fato, podem estar

correlacionados com as duas dimensões, sendo esta indefinição não incompatível com a descrição

das dimensões.

O estudo realizado por Gouveia, Marques e Pais Ribeiro (2009) já indicava as dimensões

Pessoal e Comunitária como as de menor consistência e a Transcendental como sendo a mais

sólida. Também ressaltam os autores, que a qualidade das relações estabelecidas em uma dimensão

do BEE estará simultaneamente contribuindo para o desenvolvimento e aprofundamento das

relações nas demais dimensões.

No entanto, os estudos portugueses (GOUVEIA et al., 2009; GOUVEIA et al., 2012) já

haviam assinalado algumas incongruências com o item 8, sugerindo, inclusive, a exclusão do

mesmo. Neste estudo, embora a carga fatorial apresentada seja inferior ao valor

convencionalmente aceito para reter um item (0,40), salienta-se que a correlação item-total da

escala se manteria praticamente inalterada com a exclusão do item 8, permanecendo α=0,90. Por

outro lado, a exclusão do item 8 produziria pequena elevação na consistência item-total da

dimensão Comunitária, de 0,78 para α=0,80.

Ainda com relação à consistência interna dos fatores, os resultados atuais apontam que a

retirada do item 17 da dimensão Pessoal diminuiria a correlação item-total de 0,86 para α=0,83.

Se o item 17 fosse incluído na dimensão Comunitária a consistência interna desta dimensão

aumentaria de 0,78 para α=0,83. Com isso, apesar da indefinição fatorial deste item neste estudo,

ele parece ajustar-se melhor à dimensão Comunitária, como proposto no modelo estrutural já

conhecido. Nota-se, contudo, a necessidade de observar como o item se apresenta em novas

análises com amostras brasileiras mais robustas. Apesar dessa variação do posicionamento de

alguns itens na composição dos fatores encontrada entre os modelos apresentados por Portugal e

nesta amostra do Brasil, o cálculo das médias das dimensões que compõem o BEE não demonstrou

diferenças relevantes neste estudo.

Conforme apontado na tabela 2, a dimensão Pessoal é aquela de maior investimento, em

ambos os modelos, atingindo no modelo português Mpt= 3,38 (dp= 0,92) e no modelo brasileiro

Mbr= 3,38 (dp= 0,98), na sequencia encontra-se a dimensão Comunitária Mpt= 3,32 (dp = 0,88) e

Mbr= 3,32 (dp= 0,81), seguido das dimensões Ambiental e Transcendental, que apresentaram os

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EdUECE - Livro 3031004

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mesmos itens, sendo, respectivamente, M= 3,15 (dp= 0,95) e M= 2,53 (dp= 1,16). A amostra de

estudantes pesquisada, independente do modelo avaliado, está desenvolvendo o seu bem-estar

espiritual na ordem de M= 3,09 (dp= 0,73). Como já citado anteriormente, Gouveia, Pais Ribeiro

e Marques (2012) afirmam que a cultura pode influenciar esses resultados, demonstrando a

necessidade de investigação sobre os princípios norteadores do trabalho pedagógico desenvolvido

na instituição, os valores formativos oriundos das famílias e da comunidade em que o sujeito está

inserido. É prudente salientar que esses são resultados preliminares e necessitam de estudos mais

aprofundados, com análises confirmatórias, para validá-los.

Considerações finais

Nas análises fatoriais exploratórias são esperadas algumas variações dos itens na

composição dos fatores latentes de um instrumento de medida, devido a própria natureza desse

tipo de análise, que pressupõe que os itens se agrupem livremente. Tais alterações devem, porém,

reproduzir-se em diferentes amostras para que possam ser consideradas para fins de interpretação

com base em aspectos transculturais. Além disso, a exclusão de algum item de uma escala deve

ser considerada apenas depois do modelo ter sido suficientemente testado no contexto em que o

instrumento será utilizado, por meio de amostras robustas e diversificadas.

Os resultados psicométricos encontrados até o momento para o SWBQb, ainda que

incipientes e obtidos com uma amostra preliminar, confirmam a invariância fatorial do modelo,

através das culturas. Corroborando a validação portuguesa do SWBQ, este estudo brasileiro sugere

que a dimensão Transcendental do bem-estar espiritual, testado por meio do SWBQb evidencia-

se como a mais sólida e a Comunitária e a Pessoal demonstram-se as menos consistentes em termos

de cargas fatoriais e invariância dos itens.

Os resultados preliminares, embora promissores, demandam pela continuidade do processo

de validação do SWBQb, com a ampliação do tamanho amostral e a realização de análises

estatísticas mais aprofundadas para o modelo estrutural, sendo já previstas análises fatoriais

confirmatórias. Salienta-se, assim, a relevância da continuidade do processo de validação do

instrumento visando a sua utilização em pesquisas sobre bem-estar espiritual no contexto

brasileiro.

Referências

Didática e Prática de Ensino na relação com a Sociedade

EdUECE - Livro 3031005

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ANEXOS

Tabela 1 - Resultados da Análise Fatorial Exploratória* para o SWBQb para amostra de

estudantes brasileiros ( n=176)

Item Dimensão

Transcendental

Dimensão

Pessoal

Dimensão

Ambiental

Dimensão

Comunitária

Modelo

Estrutural

SWBQ**

Itens 2,6,11,

13,15

Itens 5,9,

14,16,18,17

Itens 4,7,

10,12,20

Itens 1, 3,

5, 19, 8

Item 11 0,95

Item 2 0,94

Item 13 0,79

item15 0,78

Item 6 0,78

Item 14

Item 16

Item 18

Item 9

Item 17

0,82

0,81

0,80

0,55

0,50

0,46

Item 10

Item 4

Item 20

Item 7

Item 12

0,96

0,79

0,71

0,71

0,66

Item 1 0,78

Item 3

Item 5

Item 19

074

0,69

0,53

Item 8 0,26 0,27 Nota: *Extração pelo método de componentes principais com rotação promax. Dimensões apresentadas pela ordem

de relevância na extração.** Modelo estrutural por análise fatorial confirmatória para SWBQp (GOLVEIA ET AL,

2012). Fonte: SPSS Statistics 17 (Windows & Mac).

Didática e Prática de Ensino na relação com a Sociedade

EdUECE - Livro 3031007

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Tabela 2 – Médias e desvios padrão do BEE para as dimensões do modelo fatorial do SWBQ,

de acordo com a variação da posição dos itens (n=176)

Variáveis

Modelo estrutural

original

Modelo do estudo

brasileiro*

M DP M DP

BEE global 3,09 0,73 3,09 0,73

Dimensão pessoal 3,38 0,92 3,38 0,98

Dimensão comunitária 3,32 0,88 3,32 0,81

Dimensão ambiental 3,15 0,95 3,15 0,95

Dimensão transcendental 2,53 1,16 2,53 1,16 *Modelo brasileiro apresenta diferenças na composição da dimensão Pessoal e Dimensão Comunitária em relação

ao modelo estrutural original. Fonte: SPSS Statistics 17 (Windows & Mac).

Didática e Prática de Ensino na relação com a Sociedade

EdUECE - Livro 3031008


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