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Valvulas Cardiacas Carpentier

Date post: 10-Sep-2015
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Câmara Técnica de Medicina Baseada em Evidências Avaliação de Tecnologias em Saúde VALVULAS CARDÍACAS BIOLÓGICAS CARPENTIER Canoas, Outubro de 2007
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  • Cmara Tcnica de Medicina Baseada em Evidncias

    Avaliao de Tecnologias em Sade

    VALVULAS CARDACAS BIOLGICAS CARPENTIER

    Canoas, Outubro de 2007

  • Cmara Tcnica de Medicina Baseada em Evidncias

    Reviso da Literatura e Proposio da Recomendao Dr. Fernando Wolff ([email protected]) Dra. Michelle Lavinsky ([email protected]) Dr. Jonathas Stifft auxiliar da recomendao Consultores Metodolgicos Dr. Luis Eduardo Rohde Dra. Carisi Anne Polanczyk Mdico Especialista Cirurgio Cardaco Dr. Luciano Albuquerque Coordenador Dr. Alexandre Miranda Pagnoncelli ([email protected])

    Cronograma de Elaborao da Avaliao

    Agosto-07 Reunio do Colgio de Auditores: escolha do tpico para avaliao e perguntas a serem respondidas. Incio dos trabalhos de busca e avaliao da literatura. Setembro-07 Anlise dos trabalhos encontrados e elaborao do plano inicial de trabalho. Reunio da Cmara Tcnica de Medicina Baseada em Evidncias para anlise da literatura e criao da verso inicial da avaliao. Outubro -07 Reunio da Cmara Tcnica com Mdico Especialista para apresentao dos resultados e discusso. Reviso do formato final da avaliao: Cmara Tcnica, Mdico Especialista e Auditor. Encaminhamento da verso inicial das Recomendaes para os Mdicos Auditores e Cooperados. Novembro -07 Apresentao da Recomendao na reunio do Colgio de Auditores. Consulta pblica atravs do site da UNIMED (unimed.com.br) Encaminhamento e disponibilizao da verso final para os Mdicos Auditores e Mdicos Cooperados.

  • MTODO DE REVISO DA LITERATURA

    ESTRATGIA DE BUSCA DA LITERATURA Busca de avaliaes e recomendaes referentes ao uso de vlvulas cardacas biolgicas Carpentier-Edwards elaboradas por entidades internacionais reconhecidas em avaliao de tecnologias em sade:

    National Institute for Clinical Excellence (NICE) Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health (CADTH)

    Busca de revises sistemticas e meta-anlises (PUBMED, Cochrane, National Guideline Clearinghouse).

    Busca de ensaios clnicos randomizados no contemplados nas avaliaes ou meta-anlises identificadas anteriormente (PUBMED e Cochrane). Quando h meta-anlises e ensaios clnicos, apenas estes estudos so contemplados.

    Na ausncia de ensaios clnicos randomizados, busca e avaliao da melhor evidncia disponvel: estudos no-randomizados ou no-controlados.

    Identificao e avaliao de protocolos j realizados por comisses nacionais e dentro das UNIMEDs de cada cidade ou regio.

    So avaliados os estudos metodologicamente mais adequados a cada situao. Estudos pequenos j contemplados em revises sistemticas ou meta-anlises no so citados separadamente, a menos que justificado. APRESENTAO DA RECOMENDAO Descrio sumria da situao clnica e da tecnologia estudada. Discusso dos principais achados dos estudos mais relevantes e, com base nestes achados, redao das recomendaes especficas. Quando necessrio, so anexadas classificaes ou escalas relevantes para utilizao mais prtica das recomendaes.

    descrito o nvel de evidncia que sustenta cada recomendao, conforme a tabela

    abaixo.

    Graus de Recomendao A Resultados derivados de mltiplos ensaios clnicos randomizados ou de meta-anlises

    ou revises sistemticas

    B Resultados derivados de um nico ensaio clnico randomizado, ou de estudos controlados no-randomizados

    C Resultados derivados de sries de casos ou diretrizes baseadas na opinio de

    especialistas

  • 1. CONDIO CLNICA

    O tratamento da doena cardaca valvular tem sido um dos grandes desafios da

    cirurgia cardaca nas ltimas dcadas. A substituio da vlvula nativa por uma prtese foi o

    mais importante avano no tratamento de pacientes com doena valvular. As prteses

    mecnicas oferecem funo hemodinmica satisfatria e excelente durabilidade em longo

    prazo, mas por serem trombognicas, requerem anticoagulao permanente, o que aumenta o

    risco de sangramento. [1]. O implante de prteses valvulares biolgicas diminuiu o risco de

    acidentes tromboemblicos, dispensando anticoagulao em longo prazo. Essa segurana, no

    entanto, contrape-se durabilidade, motivo pelo qual diversas modificaes no preparo dos

    tecidos biolgicos e no projeto das prteses vem sendo testados. O conceito de bioprtese foi

    introduzido por Carpentier et al e permitiu resultados tardios favorveis com prteses de

    tecido heterlogo de valva artica porcina. A bioprtese de pericrdio bovino foi introduzida

    por Ionesco et al, visando alcanar maior durabilidade e melhor desempenho hemodinmico

    do que o observado com bioprtese da vlvula artica porcina. [2]

    No entanto, tanto vlvulas porcinas quanto as de pericrdio bovino fixados com

    glutaraldedo induzem ativao do sistema imune desencadeando reao inflamatria contra

    o tecido protico, o que leva infiltrao da matriz de colgeno, ruptura da malha colgeno-

    elastina e calcificao. [1]. Dessa forma, apesar dos avanos alcanados nas ltimas dcadas

    na cirurgia valvar, pode-se dizer que o substituto valvular ideal ainda no existe.

    Dados do ano de 2002 da Sociedade Americana de Cirurgies Torcicos mostraram

    que entre os pacientes submetidos troca valvular artica, 33% receberam uma vlvula

    mecnica, 65% uma vlvula biolgica e 2% um enxerto homlogo. A preferncia pelas

    prteses biolgicas tem estreita relao com a idade do paciente. Hoje, j est bem

    estabelecido, que a longevidade da vlvula inversamente proporcional idade do paciente.

    No entanto, apesar dos excelentes resultados no ps-operatrio a sobrevida em longo prazo

    ainda no considerada ideal, chegando, em pacientes idosos, a menos de 50% em 15 anos.

    [3]

    Quantos aos vrios modelos de prteses biolgicas desenvolvidos, h estudos que

    sugerem que a bioprtese de pericrdio mais durvel do que as porcinas. Em uma reviso

    de 531 prteses porcinas na posio artica a porcentagem de pacientes livres de re-operao

  • em 5 e 10 anos foi de 95 e 83% respectivamente. Em uma srie semelhante com 598 prteses

    de pericrdio bovino os valores foram de 97 e 91 % respectivamente. [3]

    As prteses biolgicas, por serem sustentadas em um anel rgido, geram gradientes de

    presso residual entre o ventrculo esquerdo e a aorta, o que pode constituir um problema,

    principalmente, nos pacientes com anel artico pequeno e naqueles com grande hipertrofia

    miocrdica. Em 1987, David et al iniciaram o desenvolvimento de bioprteses heterlogas

    sem suporte (stentless), que usam a prpria parede da aorta como sustentao. Estas vlvulas,

    por no apresentarem anel de sustentao geram um menor gradiente de presso entre o

    ventrculo esquerdo e aorta e, consequentemente, menor estresse hemodinmico, o que

    poderia implicar em uma durabilidade mais prolongada.. No entanto, esta opo exige

    tcnica cirrgica mais difcil e demorada e, portanto, poder-se-ia questionar se o benefcio

    hemodinmico no se traduziria em aumento das complicaes e dos custos relacionados ao

    seu implante. [4]

    2. DESCRIO DA INTERVENO

    Tipos de Prteses Biolgicas:

    Heteroenxerto de porco : As vlvulas internacionalmente mais conhecidas so a Hancock e

    a Carpentier-Edwards, ambas fixadas pelo glutaraldeido. Os heteroenxertos de porco

    apresentam um fluxo central. A hemodinmica satisfatria nos tamanhos mdio e grande,

    entretanto, os menores dimetros podem produzir gradientes importantes em pacientes

    adultos. Este tipo de bioprtese apresenta baixos ndices de complicaes tromboemblicas,

    o que permite a supresso da anticoagulao em longo prazo.

    Heteroenxerto de pericrdio bovino: o pericrdio, preservado pelo glutaraldeido,

    montado sobre um suporte, geralmente flexvel permitindo uma rea de fluxo central maior

    que a observada pelos heteroenxertos de porco. Isso poderia justificar o seu desempenho

    hemodinmico superior principalmente nos dimetros menores.

    A durabilidade e a ocorrncia de eventos tromboemblicos so comparveis aos encontrados

    nos heteroenxertos de porco. Este tipo de bioprtese tambm apresenta alteraes

  • degenerativas aceleradas em jovens. Mundialmente, as vlvulas de pericrdio bovino mais

    conhecidas so a Lonescu-Shiley e a Carpentier-Edwards.

    Enxerto Autlogo (Allografts): Apesar de bons resultados com a utilizao dos

    homoenxertos criopreservados, seu uso restrito a poucos centros e h limitao para sua

    obteno. Este tipo de enxerto mais comumente usado para o tratamento de endocardite.

    No h nenhuma vantagem adicional comparado aos heteroenxertos em termos de

    durabilidade ou resistncia a infeces. Podem ocorrer fibrose e calcificao da vlvula e

    maior dificuldade para o cirurgio cardaco em caso de necessidade de reoperao para troca

    valvar.

    As vlvulas biolgicas confeccionadas no Brasil so Biocor, Labcor, Braile-Biomdica,

    Flumen, Bioval, Fisics, Cardioprotese e H.P., entre outras.

    Figura 2 Modelos de vlvulas Biolgicas.

    3. OBJETIVOS DA RECOMENDAO

    Revisar na literatura as evidncias que comparam o desempenho clnico das prteses

    valvulares biolgicas produzidas fora do Pas em relao s vlvulas produzidas no Brasil.

  • 4. RESULTADOS DA BUSCA NA LITERATURA

    Inicialmente foram buscados estudos comparados entre as vlvulas Carpentier-

    Edwards (CE) e outras marcas de vlvulas utilizadas no Brasil. Pela ausncia de tais

    estudos, sero descritos estudos que comparam as vlvulas CE com outras

    marcas/modelos disponveis no mercado internacional.

    Sero tambm descritos 6 estudos no comparados nos quais descrito o

    desempenho das vlvulas CE, St Jude, Hancock II e Biocor em longo prazo.

    NICE (Nationla Institute for Health and Clinical Excellence - Inglaterra): 0

    CADTH (Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health): 0

    OHTAC (Ontario Health Technology Advisory Committee): 0

    HTA (The National Coordinating Centre for Health Technology Assessment

    Inglaterra): 0

    NGC (Dept of Health - Estados Unidos): 0

    Diretrizes internacionais: 1

    Revises Sistemticas ou Meta-anlises: 0

    Ensaios clnicos randomizados: 3

    Estudos observacionais: 6

    A sntese dos principais estudos comparados (tabela 1) e no comparados (tabela 2) esto apresentados a seguir.

  • Tabela 1 Estudos que compararam prteses Carpentier-Edwards com outras prteses Estudo N Populao Delinea

    mento Vlvula(s)

    estudada(s) Desfecho Resultado

    Ensaios Clnicos Randomizados

    Torato, 2005 [5]

    63 >70 anos canditados a cirurgia de troca de vlvula artica

    ECR aberto

    CE Magna vs

    CE Perimount vs

    Edwards Prima Plus

    Desempenho hemodinmico precoce e reduo massa VE

    Sem diferena

    Eichinger, 2005 [6]

    136 canditados a cirurgia de troca de vlvula artica

    ECR aberto

    Medtronic Mosaic porcina

    Vs CE Perimount

    bovina

    Desempenho em Ecocardiografia em 10meses

    Gradiente transvalvar favorvel a CE, especialemente em exerccio. Reduo de volume VE nos 2 grupos

    Miraldi, 2007 [7]

    80 canditados a cirurgia de troca valvar artica com anel < 23 mm

    ECR aberto

    Sorin Freedom Stentless

    Vs CE Perimount

    Reduo massa VE e desfechos hemodinmicos em 6 e 12 meses

    Favorvel a vlvula Sorin

    Estudos observacionais

    Jamieson, 2001 [8]

    199 Candidatos a cirurgia de troca de vlvula artica

    3 coortes independentes

    CE porcina vs

    CE Bovina Vs

    Medtronic porcina

    Performance hemodinmica no ps-operatrio

    Sem diferena.

    Kappeteina, 2006 [9]

    2976 Candidatos a cirurgia de troca de vlvula artica

    4 coortes, independentes

    CE bovina vs

    CE porcina vs

    Medtronic Freestyle stendless

    vs Enxerto autlogo

    Tempo livre de reoperao e sobrevida

    Tempo livre de reoperao 19,9 vs 22,9 vs 17,5 vs 17,5. Sobrevida em 10 anos 51 vs 51 vs 53 vs 56%. No foi apresentada anlise estatstica.

    Wagner, 2007 [10]

    192 Pacientes com anulo artico

  • Tabela 2. Estudos no comparados que avaliaram o desempenho de diferentes prteses biolgicas em longo prazo

    Autor

    Tipo de prtese

    N Pacientes

    Idade em anos

    (mdia)

    Sobrevida Global

    em 10 anos

    Sobrevida Livre de Deteriorao Valvar 10 anos

    Bacco,2005 [11] St Jude Biocor 304 60 69% 57 %

    Jamieson, 2006[12] Carpentier-Edwards Perimount

    1430 nd 35% (em 15 anos) 85% (em 15 anos)

    Rizzoli,2003 [14] Hancock II 212 63 49% 100%

    Dellgren, 2002 [16] Carpentier-Edwards Perimount

    254 71 50% 86%

    Bottio,2004 [15] Biocor 257 75 37% 90%

    Aupart, 2006 [17] Carpentier-Edwards Perimount

    1133 71 50% nd

    nd=no disponvel Resumo dos estudos que compararam dois ou mais tipos de vlvulas em relao as CE:

    Esto resumidos abaixo os ensaios clnicos e o estudo observacional com maior nmero de

    pacientes.

    Ensaios Clnicos Randomizados

    Torato P, et al. Carpentier-Edwards PERIMOUNT Magna bioprosthesis: A stented valve

    with stentless performance? J Thoracic Cardiovascular Surgery 2005; 130:166874.[5]

    Vlvula Estudada: Carpentier-Edwards PERIMOUNT Magna vs. bioprtese de pericrdio

    bovino convencional Carpentier-Edwards PERIMOUNT e a bioprtese porcina Edwards

    Prima Plus sem suporte foram usadas nos grupos controles.

    Desfechos avaliados: Desempenho Hemodinmico Precoce

    Este ensaio clnico randomizado aberto avaliou o desempenho hemodinmico de 3 vlvulas

    biolgicas. Foram 63 pacientes maiores do que 70 anos com indicao de troca valvar

    artica. Pacientes com DAC (doena arterial coronariana) e FE menor do que 30 % foram

    excludos da anlise. Os parmetros hemodinmicos foram aferidos atravs de um

    ecocardiograma transtorcico realizado antes da alta hospitalar. Os principais ndices foram

    rea Valvar Efetiva (AVE); ndice de rea Valvular Efetivo; Gradientes Transvalvulares

    Mdios e Mximo e Frao de Ejeo. Resultados: O gradiente mdio no foi diferente entre

    as 3 vlvulas estudas. O mismatch foi menos provvel nos pacientes que receberam a vlvula

    Carpentier de terceira gerao. O pequeno nmero de pacientes em cada grupo dificultou a

  • anlise estatstica estratificada pelo tamanho valvar. Concluso: este estudo mostra que no

    houve uma diferena no desempenho hemodinmico e regresso da massa ventricular

    esquerda entre os trs modelos estudados de vlvula. A vlvula em estudo (Carpentier

    Magna) tem um resultado clnico e hemodinmico aceitvel e comparvel s demais

    prteses.

    Comentrios dos Revisores: estudo com nmero pequeno de pacientes e que avaliou

    desfechos hemodinmicos precoces em uma populao bem selecionada de pacientes (sem

    ICC importante, sem coronariopatia). Os autores no comentaram sobre custos das prteses.

    A reduo da massa ventricular esquerda foi avaliada no ps-operatrio imediato. Sabe-se

    que necessrio um tempo de seguimento maior para identificar uma diminuio

    significativa da massa ventricular. Nenhum desfecho clnico foi analisado.

    Eichinger WB, et al. Exercise hemodynamics of bovine versus porcine bioprostheses:

    a prospective randomized comparison of the mosaic and perimount aortic valves. J Thorac Cardiovasc Surg. 2005 May;129:1056-63.[6]

    Vlvulas estudadas: Medtronic Mosaic porcina Vs CE Perimount bovina

    Objetivo do estudo: verificar a performance hemodinmica durante o exerccio de dois

    modelos de vlvulas colocadas em posio artica

    Desfechos estudados: ecocardiografia em repouso e em estresse aps 10 meses da cirurgia

    Este ECR randomizou 136 pacientes para tratamento com vlvulas Medtronic Mosaic

    porcina ou CE Perimount bovina. Resultados: tanto em repouso como em exerccio houve

    um menor gradiente de presso nos pacientes tratados com a vlvula CE em relao aos

    usurios da prtese suna. No foi observada diferena em relao rea efetiva do orifcio

    valvar ou de mismatch. Ambos grupos alcanaram reduo do volume ventricular.

    Miraldi F, et al. Sorin stentless pericardial valve versus CarpentierEdwards Perimount

    pericardial bioprosthesis: Is it worthwhile to struggle? International Journal of Cardiology

    118 (2007) 253255. [12]

    Vlvulas Estudadas: Sorin Freedom Stentless [vlvula de pericrdio bovino sem suporte] e a

    Carpentier-Edwards Perimount [vlvula de pericrdio bovino com suporte]

  • Objetivo do Estudo: Comparar o desempenho das 2 vlvulas em um subgrupo de pacientes

    com estenose artica isolada e pacientes com anel artico pequeno (23 mm)

    Desfechos Avaliados: Reduo da massa ventricular esquerda; ndice de rea Valvular

    Efetivo; Gradiente Transvalvular Mdio e Mximo.

    Este ensaio clnico randomizou 80 pacientes com estenose artica com indicao cirrgica e

    com anel artico menor ou igual a 23 mm. O grupo I recebeu bioprtese Carpentier-Edwards

    Perimount e o Grupo II a Sorin Freedom stentless. O seguimento e as mensuraes dos

    desfechos foram realizados em 6 e 12 meses aps a cirurgia. Todos pacientes realizaram

    estudo ecocardiogrfico onde foi mensurado o gradiente transvalvar, rea de orifcio efetiva,

    massa do ventrculo esquerdo e frao de ejeo. No foram registradas mortes no intra-

    operatrio ou no ps-operatrio. Os resultados mostraram uma diferena estatisticamente

    significativa em todos os parmetros hemodinmicos avaliados a favor da vlvula Sorin

    Freedom stentless tanto aos 6 como aos 12 meses.

    Kappeteina AP, et al. Does the type of biological valve affect patient outcome? Interactive

    Cardiovascular and Thoracic Surgery 2006, 5: 398402.[9]

    Vlvulas Estudadas: (1)Vlvula Biolgica de pericrdio bovino (Carpentier-Edwards

    pericardial), (2) Vlvula Biolgica Porcina (Carpentier-Edwards supra-anular), (3) Vlvula

    Biolgica Porcina sem suporte (stendless) (Medtronic Freestyle) e (4) Enxerto Autlogo.

    Delineamento: Descrio de 4 coortes histricas.

    Desfechos principais: estimar sobrevida dos pacientes e avaliar tempo mdio de re-operao

    por deteriorao das bioprteses.

  • Tabela 3 Caractersticas das coortes analisadas e os principais resultados [7]. Vlvula (1)

    Carpentier-Edwards

    pericardial

    Vlvula (2) Carpentier-

    Edwards supra-anular

    Vlvula (3) Medtronic Freestyle

    Enxerto (4) Autlogo

    Local EUA Canad EUA Holanda N 267 1847 725 137

    Pacientes-ano 2385 14385 4491 879 Mdia de Idade 64,9 68,8 72,0 60,4

    Tempo livre de Reoperao

    19,9 anos (18-21,9)

    22,9 anos (21-25,1)

    17,5 anos (16 -19,1)

    17,5 (11-27,8)

    Sobrevida em 10 anos

    51%

    51%

    53%

    56%

    Concluso: este estudo mostrou que no h diferenas significativas entre as 4 prteses

    biolgicas estudadas em termos de sobrevida e deteriorao (tempo vida til da vlvula).

    Comentrio dos revisores: por tratar-se de estudo no comparado, o paralelo realizado pelos

    autores entre o desempenho das prteses deve ser considerado meramente especulativo.

    Estudos no comparados que descrevem o desempenho de vlvulas Carpentier-

    Edwards, StJude Medical-Biocor e Hancock II.

    Bacco W, et al. Bioprtese valvar de pericrdio bovino St Jude Medical-Biocor: sobrevida

    tardia. Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery 2005; 20(4):423-431.[11]

    Vlvula Estudada: Vlvula Biolgica de pericrdio bovino St Jude Medical-Biocor.

    Delineamento: Coorte histrica (estudo no comparado)

    Desfechos principais: sobrevida tardia em pacientes submetidos troca valvar e durabilidade

    das bioprteses.

    Entre novembro de 1992 e dezembro de 2000, foram submetidos a implante de pelo menos

    uma bioprtese de pericrdio bovino SJM-Biocor TM 358 pacientes consecutivos.

    Destes, foram estudados os 304 indivduos que tiveram alta hospitalar do Instituto de

    Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundao Universitria de Cardiologia. Os seguimentos

    total e mdio foram, respectivamente, 931 pacientes-ano e 3,8 2,0 pacientes-ano. Foram

  • considerados eventos significativos relacionados bioprtese: degenerao fibroclcica,

    trombose de bioprtese com ou sem episdios de embolia perifrica, presena de fstula peri-

    valvar e infeco (endocardite, mesmo sem agente infeccioso isolado). Os eventos cirrgicos

    foram novas cirurgias cardacas, sendo as causas de reoperao atribudas falha da

    bioprtese ou por razo diversa. bitos foram classificados como atribuveis bioprtese, de

    causa cardaca ou de causa no cardaca. Resultados: a estimativa de durabilidade da

    bioprtese foi de 882% no 5 ano e de 5810% no 10 ano ps-operatrio. Considerando o

    efeito da idade, a durabilidade estimada para os implantes em pacientes mais jovens (< 40

    anos) foi 7785% no 5 ano, e 3421% no 9 ano. Para pacientes entre 40 e 60 anos e para

    aqueles com idade superior a 60 anos, a estimativa foi de, respectivamente, 836% e 932%

    no 5 ano, e de 4320% e 7610% no 10. A estimativa de durabilidade das bioprtese

    conforme a posio foi para a artica de 894% no 5 ano, e 759% no 10 ano. Para as

    bioprteses mitrais, foi, respectivamente, de 854% e 5712%. A sobrevida global em 10

    anos foi de 69,3 0%. Concluso dos autores: Os resultados para pacientes com patologia

    artica mostraram probabilidade de sobrevida de 74,89,1%, no 10 ano ps-operatrio o

    que semelhante aos resultados de estudos bioprteses de pericrdio bovino Carpentier-

    Edwards da 2 gerao, nos quais foram encontrados valores de 40 a 70% em 10 anos, e de

    34 a 53% em 12 anos de seguimento. Portanto, para o perodo de 10 anos, a bioprtese SJM-

    BiocorTM manteve desempenho similar bioprtese Carpentier-Edwards, tanto em posio

    artica como mitral.

    Comentrio dos revisores: por tratar-se de estudo no comparado, o paralelo realizado pelos

    autores entre o desempenho das prteses SJM e Carpentier-Edwards deve ser considerado

    meramente especulativo.

    Jamieson WE, et al. 15-year comparison of supra-annular porcine and PERIMOUNT aortic

    bioprostheses. Asian Cardiovasc Thorac Ann, 2006;14:200-5. [12]

    Vlvulas Estudadas: Carpentier-Edwards supra-annular [vlvula porcina] e a Carpentier-

    Edwards PERIMOUNT [vlvula de pericrdio bovino].

    Delineamento: Estudo de coorte

    Objetivo do estudo: Avaliar o desempenho clnico das vlvulas em seguimento de 15 anos

    em posio artica.

  • Resultados: A substituio valvar artica foi realizada com a vlvula porcina Carpentier-

    Edwards supra-anular em 1.823 pacientes (grupo 1) e com a Carpentier-Edwards

    PERIMOUNT de pericrdio bovino em 1.430 pacientes (grupo 2). Houve revascularizao

    miocrica concomitante em 43% dos pacientes do grupo 1 e em 18% dos pacientes do grupo

    2 (p < 0.001). A sobrevida global em 15 anos foi de 29,31,5% para o grupo 1 e 35,23,1% para o grupo 2 ( p = 0.0009). A deteriorao estrutural valvar em 15 anos foi similar nos 2

    grupos, mas, maior no grupo 2 quando a anlise foi realizada apenas com pacientes menores

    de 60 anos. A sobrevida livre de troca valvar foi de 88,5% no grupo 1 e 84,9% no grupo 2

    (no houve diferena estatstica). Os autores concluem referindo que as duas bioprteses

    apresentaram desempenho clnico satisfatrio aps 15 anos de substituio valvar.

    Rizzoli G, et al. Long-term durability of the Hancock II porcine bioprosthesis. The Journal of

    Thoracic and Cardiovascular Surgery, 2003;126:66-74. [14]

    Vlvula Estudada: Hancock II [vlvula porcina].

    Delineamento: Coorte.

    Objetivo do estudo: Avaliar o desempenho clnico e a taxa de complicaes da vlvula em

    seguimento de 15 anos em posio artica, mitral e mitro-artica.

    Resultados: 212 pacientes realizaram troca valvar entre maio de 1983 a dezembro de 1993;

    idade mdia de 63 anos, receberam 66 vlvulas articas, 114 mitrais, 26 mitro-articas e 6

    tricspides. 31% dos pacientes j tinham realizado troca valvar prvia. Houve

    revascularizao miocrica concomitante em 8.5% dos pacientes. A sobrevida global em 10 e

    15 anos foi de 49% [IC 95% 42-56%] e 35% [IC 95% 28-43%] respectivamente. A

    sobrevida global em 10 e 15 anos nos pacientes que realizaram troca valvar artica (n =66 )

    foi de 54%[IC 95% 41-65%] e 28% [IC 95% 14-43%]. A sobrevida global em 10 e 15 anos

    nos pacientes que realizaram troca valvar mitral (n =114 ) foi de 49%[IC 95% 38-58%] e

    37% [IC 95% 26-47%]. A sobrevida livre de deteriorao valvar em 10 e 15 anos foi de 100

    % e 89% no grupo troca valvar artica; 86% e 60 % no grupo troca valvar mitral. A

    sobrevida global livre de reoperao foi de 88% e 70% aps 10 e 15 anos de follow-up. Os

    autores concluem referindo que a vlvula porcina Hancock II mostrou excelente durabilidade

    com 15 anos de seguimento.

  • Bottio T et al. Hemodynamic and clinical outcomes with the Biocor valve in the aortic

    position: An 8-year experience. The Journal of Thoracic and Cardiovascular Surgery,

    2004;127:1616-23. [15]

    Vlvula Estudada: Biocor [vlvula porcina].

    Delineamento: Coorte

    Objetivo do estudo: Avaliar o desempenho clnico em seguimento de 8 anos em posio

    artica.

    Resultados: 257 pacientes com idade mdia de 75 anos realizaram troca valvar na posio

    artica com a vlvula porcina Biocor. 4.6 % dos pacientes j tinham realizado troca valvar

    prvia. Houve revascularizao miocrica concomitante em 21.7% dos pacientes. A

    sobrevida global em 10 anos foi de 379.2%. A sobrevida livre de deteriorao valvar em 10

    anos foi de 90.36.8 %. A sobrevida livre de deteriorao valvar para pacientes com mais de

    65 anos foi de 97.92.1%. A sobrevida global livre de reoperao em 8 anos foi de 85.4%

    9.6% em pacientes < 65 anos e 97% 1.3% com > 65 anos. Os autores concluem referindo que a vlvula porcina Biocor mostrou resultados satisfatrios em termos de durabilidade e

    tempo livre de reoperao, principalmente nos pacientes com mais de 65 anos de idade.

    Dellgren G, et al. Late Hemodynamic and clinical outcomes the aortic valve replacement

    with the Carpentier-Edwards Perimount pericardial bioprosthesis. The Journal of Thoracic

    and Cardiovascular Surgery, 2002;124:146-154. [16]

    Vlvula Estudada: Carpentier-Edwards PERIMOUNT [vlvula de pericrdio bovino].

    Delineamento: Coorte

    Objetivo do estudo: Investigar o desempenho hemodinmico e clnico a longo prazo aps

    substituio valvar em posio artica com a vlvula de pericrdio bovino Carpentier-

    Edwards Perimount.

    Resultados: 254 pacientes com idade mdia de 71 anos realizaram troca valvar na posio

    artica. 86% pacientes tinham estenose artica, 14 % dos pacientes j tinham realizado

    cirurgia cardaca prvia. Houve revascularizao miocrica concomitante em 51% dos

    pacientes. A sobrevida global em 10 anos foi de 50% 8%. A sobrevida livre de deteriorao valvar em 10 anos foi de 86% 9 %. A sobrevida global livre de reoperao em 10 anos foi de 83% 9%. Os autores concluem referindo que a vlvula de pericrdio bovino Carpentier

  • mostrou resultados clnicos e hemodinmicos satisfatrios e comparveis aos outros estudos

    com a mesma vlvula publicados anteriormente. Os autores tambm apresentam tabela

    descrevendo a sobrevida e deteriorao valvular encontrada em outros estudos j publicados

    com as vlvulas CE Perimount (tabela 4).

    Tabela 4: Sobrevida e deteriorao valvar em outros estudos citados por Dellgren et al.

    Retirada do artigo Dellgren et al [16]

    Aupart MR , et al. Perimount Pericardial Bioprosthesis for Aortic Calcified Stenosis: 18-

    Year Experience with 1,133 Patients. Journal Heart Valve Diseases, 2006;15:768-775. [17]

    Vlvula Estudada: Carpentier-Edwards PERIMOUNT [vlvula de pericrdio bovino].

    Delineamento: Coorte

    Objetivo do estudo: Investigar o desempenho hemodinmico e clnico a longo prazo aps

    substituio valvar em posio artica com a vl

    Resultados: 254 pacientes com idade mdia de 71 anos realizaram troca valvar na posio

    artica. 86% pacientes tinham estenose artica, 14 % dos pacientes j tinham realizado

    cirurgia cardaca prvia. Houve revascularizao miocrica concomitante em 51% dos

    pacientes. A sobrevida global em 10 anos foi de 50% 8%. A sobrevida livre de deteriorao valvar em 10 anos foi de 86% 9 %. A sobrevida global livre de reoperao em 10 anos foi de 83% 9%. Os autores concluem referindo que a vlvula de pericrdio bovino Carpentier mostrou resultados clnicos e hemodinmicos satisfatrios e comparaveis aos outros estudos

    com a mesma vlvula publicados anteriormente.

  • Diretrizes internacionais

    A diretriz do American College of Cardiology e da American Heart Association no aborda

    marcas especficas de vlvula, porm cita situaes nas quais um ou outro modelo (no

    marca) apresenta melhor desempenho. Por isso, decidiu-se citar esta recomendao.

    ACC/AHA 2006 Guidelines for the Management of Patients With Valvular Heart Disease

    A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association - Task Force

    on Practice Guidelines. Circulation August 1, 2006. [13]

    A tabela 4, extrado do artigo original, resume os principais estudos avaliados pelos

    autores, sendo as principais concluses desta diretriz:

    Prteses pericrdicas com stents tm melhor desempenho hemodinmico que as

    prteses porcinas, especialmente nos tamanhos menores (

  • Tabela 4. Sntese dos estudos includos na diretriz do ACC/AHA

  • 5. BENEFCIOS ESPERADOS Desfechos Primrios e Secundrios No h estudos comparados entre as vlvulas biolgicas Carpentier-Edwards e as

    vlvulas de fabricao nacional.

    Em todas as coortes publicadas, o desempenho dos diferentes modelos e marcas de

    prteses biolgicas so considerados satisfatrios.

    6. Interpretao e Recomendaes

    Embora exista sugesto entre alguns especialistas de que a vlvula Carpentier-

    Edwards Perimount possa ter taxa de degenerao estrutural inferior de outras

    prteses biolgicas, os estudos que embasam este achado tem limitaes metodolgicas

    significativas e tempo de seguimento ainda limitado. Dessa forma, as evidncias

    cientficas disponveis no permitem recomendao definitiva em relao

    superioridade, equivalncia ou inferioridade entre as diferentes prteses cardacas

    biolgicas. Aparentemente, o desempenho dos diferentes modelos testados, na sua

    grande maioria de fabricao internacional, considerado satisfatrio.

    Neste contexto, a escolha individual do tipo de prtese biolgica a ser utilizado

    deve considerar aspectos tcnicos especficos de cada paciente (idade, dimenses do

    anel, tipo de patologia valvular), alm dos custos associados.

    7. BIBLIOGRAFIA

    1- Costa JL, Pomerantzeff PM, Braile DM, et al. Comparison between the

    decellularized bovine pericardium and the conventional bovine pericardium used

    in the manufacture of cardiac bioprostheses. Revista Brasileira de Cirurgia

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  • 2- Bacco WF, Sant`anna JR, Sant`anna TR, et al. St Jude Medical-Biocor bovine

    pericardial bioprosthesis: long-term survival Brazilian Journal of Cardiovascular

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    3- Gaasch WH. Methods of valve replacement in aortic stenosis in adults. UpToDate

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    4- Arajo WF, Gerola LR, Kin HC, et al. Surgical Treatment of Aortic Valve

    Disease with Stentless Bovine Pericardium Prosthesis Immediate Results.

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    5- Torato P, Degno N, Zaide A, et al. Carpentier-Edwards PERIMOUNT Magna

    bioprosthesis: A stented valve with stentless performance? The J Thoracic

    Cardiovascular Surgery 2005; 130:166874.

    6- Eichinger WB, Botzenhardt F, Keithahn A, et al. Exercise hemodynamics of

    bovine versus porcine bioprostheses: a prospective randomized comparison of the

    mosaic and perimount aortic valves. J Thorac Cardiovasc Surg. 2005;129:1056-

    63.

    7- Miraldi F, Spagnesi L, Tallarico D, et al. Sorin stentless pericardial valve versus

    CarpentierEdwards Perimount pericardial bioprosthesis: Is it worthwhile to

    struggle?. Int J Cardiol 2007; 118:2535.

    8- Jamieson WR, Janusz MT, MacNab J, et al. Hemodynamic comparison of

    second- and third-generation stented bioprostheses in aortic valve replacement.

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    9- Kappeteina AP, Takkenberga JJM, Puvimanasinghea JPA, et al. Does the type of

    biological valve affect patient outcome? Interactive Cardiovasc Thorac Surg,

    2006; 5: 398402.

    10- Wagner IM, Eichinger WB, Bleiziffer S, Influence of completely supra-annular

    placement of bioprostheses on exercise hemodynamics in patients with a small

    aortic annulus. J Thorac Cardiovasc Surg, 2007;133:1234-41.

    11- Bacco W. F, Sant anna J. R, Sant anna T. R, Prates PR, Kalil K.A.R, Nesralla A.

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    tardia. Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery 2005; 20:423-31.

  • 12- Jamieson WE, Germann E, Aupart MR, Neville PH, Marchand MA, Fradet GJ.

    15-year comparison of supra-annular porcine and PERIMOUNT aortic

    bioprostheses. Asian Cardiovasc Thorac Ann, 2006;14:200-5.

    13- ACC/AHA 2006 Guidelines for the Management of Patients With Valvular Heart

    Disease. Circulation, 2006.

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    Cardiovascular Surgery, 2003;126:66-74

    15- Bottio T, Rizzoli G, Thiene G, Gerosa G, Casarotto D et al. Hemodynamic and

    clinical outcomes with the Biocor valve in the aortic position : An 8-year

    experience. The Journal of Thoracic and Cardiovascular Surgery,

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    16- Dellgren G, David T, Raanani E, Armstrong S, Ivanov J, Rakowski H. Late

    Hemodynamic and clinical outcomes the aortic valve replacement with the

    Carpentier-Edwards Perimount pericardial bioprosthesis. The Journal of Thoracic

    and Cardiovascular Surgery, 2002;124:146-154.


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