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ANÁLISE HISTÓRICA PRODUTOS DE

Date post: 03-May-2023
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UnB 2013 COMUNICAÇÃO: ANÁLISE HISTÓRICA PRODUTOS DE
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UnB2013

COMUNICAÇÃO:

ANÁLISE HISTÓRICA

PRODUTOS DE

PRODUTOS DE

COMUNICAÇÃO:ANÁLISE HISTÓRICA

AutoresÁgata Gabriela TeixeiraAlef Batista FerreiraAline Brandão GirardiAline Faustino Veiga NevesAmanda Calixto SilvaAna Carolina Resende LeiteAna Carolina Rosário dos S. MoutaAnderson Luiz Dourado V. da SilvaAndresa da Mota Silveira RodriguesArmando Moraes da SilvaArthur Moreira dos ReisBárbara Alves VasconcelosBrenda Narjara de O. M. RibeiroBruna Ribeiro GarciaCamila Santana de SouzaCandice Botelho CoelhoCaroline Eidt DuarteCecília Moreira Lima de LemosClara Maruska Almeida da SilvaDanielle KawasakiDébora Damasceno SilvaDébora Rita da Silva PereiraDiana Rimari GomesDiego do Carmo CoelhoDiogo Diógenes Cintra LopesEduardo de Farias GoulartEster Sabino SantosFabiana Cristina N. RodriguesFernanda Francisca Macena AlvesFernanda Souza OliveiraFranciele dos Santos SousaGabriela Fernanda Ribeiro RodriguesHelena Wagner UmbelinoHelize Soares Curcino

Henrique Oliveira da RochaHugo Boaventura de CarvalhoInara Régia CardosoIsabela Corrêa SoaresIsabella de Oliveira e NóbregaIsadora Alvim Gomes PinhoIury Rodrigues SilvaIvo da Silva Costa JúniorJéssica dos Santos MacielJessyka Nicodemos R. CavalcanteJhésycka Vasconcelos de AbreuJordanna Santos MonteiroJosé Eduardo Cruz VieiraJoshua Emanuel TenórioJulia Yu Li WooJuliane Dionísio de Oliveira PereiraKadidja Valéria Reginaldo de OliveiraKamila Ferreira BeloKarolyne Azevedo de OliveiraKeila Flávia da RochaKelly Cristina Batista da R. DrumondLarissa Stefane Vieira RodriguesLaura Maria da Conceição NetaLeonardo Rodrigues CavalcanteLetícia Hubner WestphalLuana Marliety Ferreira PenhaLuanna Vieira LeiteLuara Soares FariasLucas Augusto Moreira TorresLucas Henrique da CruzLucas Marinho PimentaLuciana de Oliveira FrançaLuciana Eller CruzLucyellen Elza Pereira de LimaLuis Eduardo Pereira de Souza

Luiz Carlos Dias Bicalho Torres Marcus PortugalMaria Eduarda LoesMariana Modesto Prates BeltrãoMarina Rodrigues BarreiroMartha SantiagoMateus Miranda de Oliveira AlvesMatheus Lopes SilvaMatheus Mac Ginity Moraes RegoNatália Elisa LucchettiNatalia Rezende BarbosaNatália Rodrigues de AlencarOtávio Ribeiro AndradePaula Machado OliveiraPedro Hermano Gonzalez CordeiroPedro Victor Viana Couto Priscila Helena Silva de SáRaiana Gois LeiteRainer Araújo Barbosa de OliveiraRayssa Silva de SouzaRenan Maia NunesRenata Caldeira Alvares da CunhaRosemiro da Costa Araújo BarrosRoseni Ximenes de CastroSabrina Alves da SilvaSabrina Sousa RiosSamantha Soares dos SantosSamara Susan Meneses de JesusTatyane Soares Marques de SouzaTércio Wendel Guedes MartinsThomaz de Siqueira AraújoTuane Pontes da SilvaVanessa Karla de Jesus AraújoVicente Gomes da Silva NetoVittoria Fernandes de Oliveira

Disciplina: Introdução à ComunicaçãoUniversidade de Brasília - UnB

2013

SumárioPrefácio

AudiovisualA Fantástica Fábrica de ChocolateA Hora do BrasilA Hora do PesadeloCapituChavesCinema AlemãoFantásticoFaustãoGlobo EsporteGlobo RepórterJornal NacionalJô SoaresO Legado de TronProgramas de AuditórioResident EvilTerror no CinemaYesterday

Cigarro e BebidaHeinekenMarlboro

Desenho animado e História em quadrinhosMickey MousePica-pau (através dos tempos)Pica-pau (trajetória e influências)Turma da Mônica

HeróisBatmanHomem-AranhaSuper-Homem

Moda e DesignCoca-colaHavaianasMcDonald'sPetrobrásPin-up

RevistaElleIstoÉSuper InteressanteVejaVogue

TecnologiaiPhone

Prefácio

“O homem, ao viver sua própria história, cotidianamente, em atos corriqueiros e banais, toma consciência de seu lugar no mundo e de sua temporalidade também imersa nesse mundo. […] Viver é simplesmente viver na história.” Marialva Carlos Barbosa

A presente publicação é resultado da produção de pesquisa dos alunos da disciplina “Introdução à

Comunicação” do Departamento de Jornalismo da Universidade de Brasília. Os textos foram elaborados

durante o segundo semestre de 2013 por estudantes de diferentes áreas do conhecimento (Arquivologia,

Biblioteconomia, Desenho Industrial, Serviço Social, Nutrição, Matemática, Administração, dentre outras).

Os estudantes assumiram o desafio de escolher um produto de comunicação para analisar as

transformações ocorridas com o passar do tempo. A análise histórica se foca nas mudanças do conteúdo,

linguagem e estética do produto. Acredito que as alterações estudadas a partir da comunicação revelam

sobre nossa humanidade e como nós nos inserimos no mundo em diferentes períodos históricos

Lembro que o exercício de redação científica se aprimora com a constante prática, enfatizando a

importância deste exercício que agora está ao alcance do leitor. Grande parte dos alunos que assinam os

artigos estão no início de sua trajetória pela universidade. Portanto, algumas marcas de bastidores são

encontradas no texto, como erros de digitação e dúvidas na aplicação das normas da ABNT. Tenho

confiança, no entanto, de que o conteúdo e as análises realizadas se destacam pela riqueza de ideias.

Profª Juliana Soares Mendes

Brasília, 01 de dezembro de 2013

Referência Bibliográfica: BARBOSA, Marialva Carlos. Comunicação e história: presente e passado em atos

narrativos. In: Comunicação, Mídia e Consumo. São Paulo, v. 6, p. 11-27, 2009. Disponível em:

<http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/view/154/0>. Acesso em: 01 de dez de 2013.

Audiovisual

A Fantástica Fábrica de Chocolate

Brenda Narjara, Bruna Garcia, Roseni Ximenes

“O louco, o amoroso e o poeta estão recheados de imaginação”.

William Shakespeare

O produto de comunicação a ser observado nesta análise é o filme A Fantástica

Fábrica de Chocolate, iremos analisar a primeira versão de 1971 e a segunda de 2005

cada uma com seus respectivos períodos históricos. São 34 anos de diferença entre a

primeira versão e a segunda, e muita coisa mudou, desde de seu nome até o contexto na

qual o filme foi feito.

O primeiro filme musical A Fantástica Fábrica de Chocolate ou em inglês (Willy

Wonka and the chocolate factory) foi feito em 1971 pelo diretor Mel Stuart e como ator

principal Gene Wilder (Willy Wonka).

O filme narra a história do dono de uma enorme fábrica de chocolates (Willy

Wonka) do qual ninguém a não ser o dono tinha acesso, porém um dia o dono da fábrica

resolveu fazer um sorteio para que cinco crianças pudessem entrar na fábrica e ver tudo

que nela continha, o sorteio era por meio da venda de barras de chocolate douradas, as

cinco crianças encontraram a barra sorteada e uma delas foi Chalie Bucket, um menino

muito pobre que morava com seus pais e avós e em seu aniversário seu avó lhe deu suas

economias para que ele pudesse comprar uma barra de chocolate, e a que ele comprou

era para sua surpresa a sorteada assim ele poderia ir à fábrica e levar um acompanhante

que foi seu avó.

Ao chegar à fábrica se deparou com o excêntrico dono, e mais quatro crianças

acompanhadas pelos seus pais, a fábrica parecia ser mágica com cachoeiras de

chocolates e tudo mais que se possa pensar feito de chocolate. Na fábrica não

trabalhavam funcionários comuns mas sim Umpa Lumpas, (um dos personagens mais

interessantes do filme) pequenas pessoas que trabalhavam dia e noite na fábrica para

fazer o melhor chocolate e que moravam lá dentro e nunca saiam.

A desconfiança de Willy Wonka de que estava sendo espionado era visível, ele

fechou a fábrica, pois achava que espiões iriam roubar suas receitas. As crianças foram

passeando pela fábrica e de forma estranha cada uma delas desaparecia, como por

exemplo engolido pelo chocolate e de diversas formas bem estranhas, enquanto isso um

espião foi a Chalie lhe disser que se ele conseguisse as receitas da fábrica lhe daria muito

dinheiro, Chalie claro recusou o pedido e não trairia Willy Wonka.

Ao final da história Willy Wonka percebeu que Charlie não tinha o traído, assim

mostrou o restante da fábrica a ele, e lhe disse que ele poderia ficar com a fábrica. E

terminou com um passeio por um elevador que iria para qualquer lugar.

O ano do primeiro filme foi 1971, período em que o mundo ainda estava

vivenciando a guerra fria, com medo de espiões e do comunismo e acredito que o filme

retrata de forma não tão pouco sútil esse período, como a forma Willy Wonka se

preocupava com espiões que de fato existiam no filme, e a questão da confiança,em

quem poderia se confiar ? outro aspecto seria sendo criança, Chalie trabalhava vendendo

jornais, um caso de exploração infantil que não era pauta de discussão no ano de 1971.É

bem marcado o patriotismo americano quando mostra várias crianças acenando na

entrada da fábrica com bandeiras dos Estados Unidos. Uma crítica bem destacada nesse

filme em uma das músicas é o apego das crianças à televisão, onde elas aprendem

muitas bobagens que as impedem de ler e aprender coisas que realmente sejam

importantes.

A segunda versão do filme foi feita em 2005 e a diferença já começa pelo nome, no

Brasil permaneceu o mesmo nome, A fantástica fábrica de chocolates, mas em inglês

ficou Chalie and the chocolate factory (Chalie e a fantástica fábrica de chocolates) dando

mais enfoque ao Chalie do que ao Willy Wonka, o diretor desta vez foi Tim Burton muito

conhecido pelos seus filmes excêntricos e o renomado ator Johnny Depp como Willy

Wonka.

A história ficou parecida com a primeira versão de que Chalie Bucket era um

menino muito pobre, mas que consegue uma barra dourada e consegui ir à fábrica de

chocolate com seu avó e lá encontrando Willy Wonka e os cinco outros visitantes, porém

não é mais e história de espiões querendo roubar suas receitas (ele até menciona esse

fato no filme esse fato mas não é mais a história principal).

Desta vez Willy Wonka e os sorteados passearam pela fábrica e ao final só restou

Chalie, Willy Wonka o chamou para morar com ele, mas decidiu que só iria morar se fosse

com sua família, e assim ele foi morar com toda a sua família na fábrica de chocolate.

Sendo assim acredito que o contexto que o filme foi criado foi de muita importância

para o enredo tendo em vista que o primeiro foi feito no período da guerra fria e enfatizava

espiões e a confiança , já o segundo em 2005 valorizava mais a família. E a importância

de se dar valor a família. A tecnologia avançou bastante de lá para cá e como exemplo,

fazendo um comparativo, temos no primeiro filme uma das crianças que ganhou o convite

dourado era viciada na televisão, já na versão atual do filme a criança que aparece é

viciada em videogame. Um meio de comunicação que não existia em 1971, o videogame.

Também há de se mencionar e evolução dos efeitos especiais que foram feitos em

2005, é nítida a diferença de como esses efeitos evoluíram de um filme para o outro

durante esses 34 anos de diferença entre um e outro. Por exemplo uma câmera muito

utilizada em 1971 é a versão Super. 8 do padrão 8518 SV, possui pouquíssimos recursos.

Dentre eles esta o Zoom que é automático 518 super 8. Já hoje em dia existe a câmera

4K PMW-F55, ela é digital e filma em uma tecnologia chamada 4K.

Podemos notar grandes diferenças entre essas duas câmeras. São 42 anos de

diferença entre as fabricações, de lá pra cá ocorreu a digitalização da imagem, a imagem

em 3D, a melhora na definição... As novas câmeras então cada vez mais equipadas com

novas tecnologias e novas formas de filmagem.

Filme: A Fantástica Fábrica de Chocolates (1971):

Ilustração I

Fonte: Willy Wonka e as crianças (pôster) 1971.

Ilustração 2

Fonte: Willy Wonka e as crianças sorteadas (pôster), 2005

Referências bibliográficas:

Filme : A Fantástica Fábrica de Chocolate 1971, diretor : Mel Stuart, produtor : David L.

Wolper, Stan Margulies

Filme : A Fantástica Fábrica de Chocolate, 2005, diretor : Tim Burton , produtor : Brad

Grey e Richard D. Zanuck.

Ilustração I : Imagem: WILLY WONKA, e ao fundo crianças e seus pais. (pôster) 1971.

diretor : Mel Stuart, produtor : David L. Wolper, Stan Margulies

Ilustração II : Imagem: WILLY WONKA, e ao fundo as crianças. (pôster) 2005. diretor : Tim

Burton , produtor : Brad Grey e Richard D. Zanuck.

MovieCamerasDisponívelem:<http://www.canon.com/cameramuseum/camera/cine/data/1

971982/1971_auto518sv_sp8.html?lang=us&categ=crn&page=1971-1982> Acesso em:

18 out. 201cho

Sousa, Welton. Sony Apresenta Câmera de Cinema 4K. Disponível em:

<http://blogs.pop.com.br/tecnologia/sony-apresenta-camera-de-cinema-4k/> Acesso em:

19 out. 2013.

Acessado em 21/10/2013

Epígrafe: William Shakespeare, Sonho de uma noite de verão.

Com a criação do programa, Getúlio Vargas na verdade queria mostrar aos

ouvintes seu objetivo como presidente, uma espécie de propaganda. Assim,

Na qualidade de produção radiofônica ligada diretamente ao poder de estado, a Voz do Brasil, evidentemente, maior parte de seu tempo atrelada a regimes autoritários, como o Estado Novo (1937/1945) e à ditadura militar (1964/1985), atuando como fiel porta voz das políticas e ideologias definidas por tais regimes. (JAMBEIRO, 2004: 16).

Podemos perceber que desde a criação do programa, várias mudanças ocorreram em

relação ao nome.

A voz do Brasil passou a ser transmitida em 22 de julho de 1935, durante o

governo de Getúlio Vargas com o nome de Programa Nacional, sendo

apresentado pelo locutor Luiz Jatobá. De 1934 a 1962, foi levado ao ar com o

nome de Hora do Brasil. Em 1938, já com o nome de Hora do Brasil o programa

passou a ter veiculação obrigatória, somente com a divulgação dos atos do Poder

Executivo, sempre das 7 às 8 horas da noite (PORTAL BRASIL s.d.).

Atualmente

Desde os tempos de “A Hora do Brasil”, iniciava com a tradicional frase "Em

Brasília, dezenove horas". Acompanhando as mudanças feitas para que o programa se

tornasse mais informal, essa frase foi substituída por "Sete da noite em Brasília" (EPOCA

s.d.).

O programa desde sua criação em 1935 sofreu algumas alterações na sua

estrutura e forma de apresentação: remixagem da tradicional trilha musical de abertura –

ópera “O Guarani”. (EPOCA s.d.); A inclusão da locução feminina em 1998, acabando

com cinquenta anos de locução exclusivamente masculina (RADIOBRAS).

Uma das principais críticas ao atual programa de rádio é a sua obrigatoriedade,

pois desde 1962 o horário das 19 horas é exclusivo para o programa nos rádios

brasileiros. Motivo de reclamações das emissoras que alegam uma quebra muito grande

na audiência no horário do referido programa, causando um prejuízo na audiência pela

noite toda e impossibilidade de transmissões ao vivo de boletins de trânsito ou partidas de

futebol, por exemplo. (EPOCA s.d.)

Atualmente o programa é dividido nos blocos:

Fonte: Esquema elaborado a partir de informações do site

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/COMUNICACAO/150145-PROGRAMA-SURGIU-EM-

1935,-DURANTE-O-GOVERNO-DE-GETULIO-VARGAS.html

Considerações Finais

É fácil perceber que grandes mudanças aconteceram desde a primeira transmissão

radiofônica e a criação do programa A Voz do Brasil. Em seus primeiros anos, o rádio era

voltado exclusivamente para questões educativas e de interesse político, onde cidadãos

conheciam o governo, que buscava apoio da população além da preocupação com o

vocabulário e com a maneira mais formal de apresentar. Hoje em dia as programações

são mais musicais, com uma preocupação menor com a linguagem, com programas

voltados para divulgação de horóscopo, perguntas e respostas que dão prêmios,

encontros amorosos, divulgação de emprego e informações sobre o trânsito. Dessa forma

é entendido mais como entretenimento, deixando um curto espaço para notícia e sempre

em um horário especifico. Hoje em dia conhecemos poucas rádios com a programação

voltada somente para a notícia, dentre elas a Rádio Justiça e a CBN, voltadas para noticia

do mundo todo e também divulga sobre os três poderes.

O rádio é um meio de comunicação que consegue alcançar dimensões geográficas

que nenhum outro meio de comunicação consegue, sua mensagem é transmitida de

maneira informal, o que facilita a comunicação com o receptor. Pelo fato de ter um custo

bem mais em conta, ele garante o acesso de famílias de baixa renda a informação e ao

entretenimento.

Ilustração 1

(300x158 pixels)

Fonte:(Internet) Disponível em http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2012/03/voz-do-brasil-vez-de-acabar-por-luiz.html. Acessado em 21/10/2013

Ilustração 2

(400x309 pixels) Fonte:(Internet) Disponivel em http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2012/03/voz-do-brasil-vez-de-acabar-por-luiz.html. Acessado em 21/10/2013

.

Ilustração 3

(400x309 pixels) Fonte:(Internet) Disponível em http://www.radioefapi.com.br/fale-conosco/departamento-comercial/. Acessado em 21/10/2013.

.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JAMBEIRO, Othon. et al. Tempos de Vargas: o rádio e o controle da informação [online].

Salvador: EDUFBA, 2004. Disponível em: <http://books.scielo.org>. Acesso em: 13 out.

2013.

MOREIRA, Sônia Virgínia.O rádio no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Rio Fundo, 1989.

VARGAS, Getúlio. Discurso pronunciado no dia 01 de maio de 1951. Disponível em:

<http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/getulio-vargas/discursos-

1/1951/07.pdf/view> Acesso em: 21 out. 2013

PORTAL BRASIL. A Voz do Brasil passa a ser transmitido também em vídeo pela

internet. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2012/08/a-voz-do-

brasil-passa-a-ser-transmitido-tambem-pela-internet> Acesso em: 23 out.2013.

REVISTA EPOCA. A voz do Brasil: Um programa fora de sintonia. 03. Jul. 2010.

Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI152378-15223,00-

A+VOZ+DO+BRASIL+UM+PROGRAMA+FORA+DE+SINTONIA.html>. Acesso em: 21

out.2013.

RADIOBRAS. A Voz do Brasil. Historia. Disponível em:

<http://stream.agenciabrasil.gov.br/estatico/radio_voz_do_brasil_historia.html>. Acesso

em: 21 out.2013.

CAMARA DOS DEPUTADOS. Programa surgiu em 1935, durante o governo de

Getúlio Vargas. 20.ago.2010 Disponível em:

<http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/COMUNICACAO/150145-

PROGRAMA-SURGIU-EM-1935,-DURANTE-O-GOVERNO-DE-GETULIO-VARGAS.html>

Acesso em: 23 out. 2013

WIKIPEDIA. A Voz do Brasil. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Voz_do_Brasil

> Acesso em: 17 nov. 2013

LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Ilustração 1:

Fonte:(Internet). Blog do Luis Domingues. A voz do Brasil, a vez de acabar. Disponível

em:< http://www.radioefapi.com.br/fale-conosco/departamento-comercial/> . Acessado em

21/10/2013.

Ilustração 2:

Fonte:(Internet). Blog do Luis Domingues. A voz do Brasil, a vez de acabar. Disponível

em:< http://www.radioefapi.com.br/fale-conosco/departamento-comercial/>. Acessado em

21/10/2013.

Ilustração 3

Fonte:(Internet). Rádio EFAPI FM. Porque anunciar em radio? Disponível em:

<http://www.radioefapi.com.br/fale-conosco/departamento-comercial/>. Acesso em

21.out.2013.

A Hora do Pesadelo e a escalada da violência

Diego do Carmo Coelho, Henrique Oliveira da Rocha e Lucas Henrique da Cruz

“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um

monstro. Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha para você”

Friedrich Nietzsche

O gênero terror é um dos mais antigos gêneros do cinema. No século XXI, o terror

retomou sua popularidade por meio da intensificação de cenas de tortura e mutilação,

chegando a ser chamado de porn torture. Filmes como Jogos Mortais (dirigido por James

Wan, 2004) e O Albergue (dirigido por Eli Roth, 2005) são exemplos de obras de violência

extrema que obtiveram sucesso.

O Terror contemporâneo corresponde a elementos que caracterizam nossa época,

como a perda de referenciais universais que norteiem nossas experiências e a

interioridade do sujeito sendo desfeita, afastando-o da materialidade de seu corpo.

Enquanto filmes de terror do começo do século XX apresentam conceitos binários de bem

e mal, normal e patológico, os filmes atuais passam a atenuá-los, quando não o desfazem

por completo (GARCIA, 2010).

Um subgênero conhecido dos filmes de terror é o slasher. Neste tipo de filme, em

geral, um psicopata masculino persegue e mata jovens com requintes de violência. O

destaque se dá para a perseguição e morte de mulheres e, no final, uma delas consegue

reagir e matar o agressor. Pinedo (1997) apud Garcia (2010), em sua pesquisa, aponta

que esse subgênero apresenta elementos antifeministas, como a crueldade com que são

tratadas as mulheres, e elementos feministas, como a sobrevivência heróica feminina, e

sua capacidade de se apresentar em um quadro diferente do que fora mostrada ao longo

do filme, “deslocando seu lugar de objeto para agente da ação que retalia.”

O presente trabalho pretende comparar as obras “A Hora do Pesadelo” (dirigida por

Wes Craven, 1984) e sua releitura de 2010, dirigida por Samuel Bayer. No filme,

pertencente ao subgênero slasher, Nancy Holbrooke é uma jovem que passa a ser

atormentada por pesadelos que deixam marcas na realidade. Ela e seu grupo de amigos

são perseguidos pelo vilão Freddy Krueger, um homem com rosto deformado por

queimaduras e que usa uma luva com dedos de facas, capaz de matá-los tanto nos

sonhos, como no mundo real. Ao final, após assistir a morte de seus companheiros,

Nancy consegue trazer Krueger para a realidade e derrotá-lo.

Figura icônica dos anos 80, Freddy Krueger é mostrado na versão original como

um vilão carismático e divertido. Krueger, com seu humor sádico, diverte-se ao perseguir

suas vítimas e mostrar a elas suas proezas sobrenaturais. Em um certo momento, Freddy

corta dedos de sua mão e se diverte com o ato, somente para impressionar Nancy. O

sorriso sarcástico e o carisma de Freddy foram elementos cruciais para o sucesso do

filme, que resultou em diversas continuações.

Falcão et al (2012) aponta que a década de 80 viu uma popularização do gênero

terror sem precedentes, tornando as histórias simples, com vilões unidimensionais cada

vez mais malvados e populares. O autor relaciona a mudança da linguagem do gênero ao

surgimento da MTV, emissora americana que veiculava clipes musicais. Os filmes

passaram a ser mais dinâmicos e funcionais para o público juvenil. Freddy Krueger falava

em praticamente todas as cenas em que aparecia, ganhando apelo junto ao público.

O humor, no entanto, não foi transposto para a releitura de 2010. Pretendendo se

levar a sério, o filme mostra o vilão simplesmente como um instrumento utilizado para as

cenas de mortes violentas. O realismo dessas cenas, por sinal, torna-se a marca dessa

releitura. Seguindo a tendência da última década de trazer uma violência graficamente

forte e impactante, a obra deixa de lado longas sequências de suspense para investir em

um maior número de perseguições e mortes. Garcia (2010) relaciona o aumento da

violência no cinema à geração pós-11/09, chegando até mesmo a afirmar que o medo

suplanta a empatia, tornando-nos torturadores em potencial. No Brasil, percebe-se um

crescente aumento de episódios violentos, em paralelo ao aumento do consumo de

produtos culturais relacionados à violência (MONTORO, 2002).

Essa estética de violência é marcante no filme de 2010. Enquanto cremos estar

diante de representações perfeitas de corpos humanos dilacerados, no filme de 1984

percebemos claramente se tratar de protótipos humanos pouco similares à realidade,

como na cena em que vemos o corpo da mãe de Nancy ser sugado pela cama. O impacto

da violência dá lugar ao cômico, à medida que se afasta do verossímil. Para

CASTELLANO (2010), quando vemos uma cena de assassinato, conseguimos nos

afastar suficientemente para percebermos que nada de mal nos acontecerá. Em filmes

que não prezam pelo gráfico, como nos filmes trash, essa sensação é mais forte devido a

um afastamento abrupto da trama, gerando uma não identificação com os personagens, e

nos levando a uma forma de decodificação da mensagem que nos lembra de que aquilo

não deve ser levado a sério.

Outra característica marcante entre as duas versões pode ser observada no próprio

roteiro da trama. Na primeira versão a história de Krueger é apresentada sem maiores

detalhes, na qual a mãe de Nancy afirma que o homem foi morto após matar vinte

crianças da vizinhança. Já na versão de Samuel Bayer, Freddy é apresentado como uma

pessoa sádica, um pedófilo, sendo sua história reproduzida em cena e aproximando os

espectadores à violência referenciada nos dias atuais. A morte do vilão é recriada com

verossimilhança e mostra os pais das crianças que foram abusadas pelo homem

realizando justiça com as próprias mãos, de maneira cruel: queimando o criminoso vivo.

A violência representada na vingança dos pais, pelos meios escolhidos, gera

conforto na audiência, uma vez que a sensação de impunidade pela ineficácia dos meios

de repressão de segurança pública é suprida pela justiça social. Tal característica pode

desencadear comportamentos indesejáveis, posto que, assim como explicitado por Albert

Bandura (1965) apud Njaine e Minayo (2003), as pessoas imitam o que veem na tela ou

incorporam padrões de comportamento por ela propostos, em especial as crianças.

Pelo que foi abordado, conclui-se que as versões do filme “A hora do pesadelo”,

apesar de contarem a mesma história, adequam-se às necessidades da época em que

foram lançadas. A versão original era voltada ao público juvenil, principal foco do mercado

na década de 80, investe em um vilão carismático, engraçado e popular. Já a refilmagem

de 2010 segue a linha de violência gráfica explicitadas nos filmes de terror do século XXI,

reflexo de uma sociedade amedrontada pela crescente violência.

Fonte: Wes Craven, 1984

Fonte: Samuel Bayer, 2010

Referências bibliográficas:

CASTELLANO, Mayka. “Quem já riu de um filme de terror?”: distinção e

sociabilidade no consumo de cultura trash . In: XXXIII Congresso Brasileiro de

Ciências da Comunicação. Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. 2010. Anais Eletrônicos .

Rio Grande do Sul: INTERCOM, 2010. Disponível em <

http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2010/resumos/R5-1663-1.pdf>. Acesso em 15

out. 2013.

CUTTER, Jeff. Mulher morrendo. 2010. 1 frame de filme. In: A HORA do Pesadelo .

Produção de Michael Bay. Direção de Samuel Bayer. Estados Unidos: New Line Cinema,

2010. AVI, Ntsc, color.

FALCÃO, F. T. et al. Apontamentos sobre vilania nos filmes O Chamado (EU A) e

Ringu (Japão). In: XXXV Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação. Fortaleza,

Ceará. 2012. Anais Eletrônicos . Ceará: INTERCOM, 2012. Disponível em <

http://www.intercom.org.br/sis/2012/resumos/R7-1459-1.pdf>. Acesso em 15 out. 2013.

GARCIA, G. C. Corpo, violência e transgressão: os afetos degenera dos no cinema

de terror contemporâneo . In: Fazendo gênero 9. Santa Catarina. Ago. 2010. Anais

Eletrônicos . Santa Catarina: Diásporas, Diversidades, Deslocamentos, 2010. Disponível

em:

<http://www.fazendogenero.ufsc.br/9/resources/anais/1278300343_ARQUIVO_Corpo_cid.

pdf>. Acesso em: 02 out. 2013.

HAITIKIN, Jacques. Mulher morrendo. 1984. 1 frame de filme. In: A HORA do Pesadelo .

Produção de Robert Shaye. Direção de Wes Craven. Estados Unidos: New Line Cinema,

1984. AVI, Ntsc, color.

MONTORO, Tânia. Sangue na tela: a representação da violência nos no ticiários de

televisão no Brasil. In: MOTTA, Luiz Gonzaga (org). Imprensa e Poder. Brasília: Editora

Universidade de Brasília e Imprensa Oficial de São Paulo, 2002.

NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral . São Paulo. Ed. Schwarcz LTDA

(Companhia das Letras), 2004.

NJAINE, K e MINAYO, M. C. S. A violência na mídia como tema da área de saúde

pública: revisão da literatura . Ciência & Saúde Coletiva, 9(1):201-211, 2004.

ANEXO I

Tabela comparativa de versões da obra A HORA DO PES ADELO.

1984 – Dirigida por Wes Craven 2010 – Dirigida por Samuel Bayer

Introdução - 00:00:01 - 00:05:51 Introdução - 00:00:01 - 00:09:21

Apresentação do vilão como em contos de fábula; a história é introduzida sem o desejo de criar proximidade ao mundo real; a atmosfera de tensão dá espaço à imaginação do espectador, sem acrescentar elementos de violência realísticos.

Ambientação tensa; imersão do espectador provocada pela composição de cena; sonorização gera um clima de mistério; crianças simbolizam a violência infantil atual; sangue é trazido nos primeiros minutos da trama agravando o contexto violento; uma arma branca (faca) é utilizada como elemento de aproximação da realidade do espectador; uma morte acontece antes dos 10 minutos iniciais do filme; o vilão possui personalidade sádica e aborda sua vítima com mais ferocidade e violência, sem apresentar elementos caricatos.

Parte 2 - 00:05:51 - 00:18:31 Parte 2 - 00:09:21 - 00:17:56

Os personagens se reúnem na casa de Nancy e conversam sobre seus sonhos e um homem com garras; uma relação sexual entre um dos casais é mostrada sem detalhamento (somente gemidos); Tina ouve um chamado vindo do lado de fora da casa e se levanta para verificar; Nancy observa um vulto saindo de sua parede sobre sua cama; Tina é perseguida pelo vilão que se diverte amedrontando a personagem; ele surge e assusta a jovem com suas garras, enquanto ri (o vilão não agride a personagem, somente se diverte ao assustá-la); Freddy é mostrado como um vilão caricato e brincalhão, aproximando sua imagem à de um palhaço; Tina é ferida pelo vilão com suas garras e assassinada no teto do quarto (a vítima é morta com um golpe fatal enquanto Rod a observa no teto do quarto); Tina e Glen encontram o corpo da amiga no chão, sem vida.

O enterro de Dean é mostrado; Kris tem uma visão de uma garotinha jogando flores no túmulo de seu amigo com uma lesão em seu peito; Freddy surge repentinamente e puxa a perna de Kris, causando susto no espectador; durante um diálogo, os personagens se convencem prontamente que o assassinato de Dean envolve circunstâncias sobrenaturais; Nancy observa um vulto saindo de sua parede sobre sua cama - diferentemente da primeira versão do filme, desta vez o vulto é mais rápido e chega bem próximo ao corpo de Nancy; Nancy é surpreendida por Freddy no sótão de sua casa. Ele a derruba no chão, assustando-a, e pergunta se ela se lembra dele. A voz do vilão é distorcida e diabólica;

Parte 3 - 00:18:31 - 00:29:24 Parte 3 - 00:17:56 - 00:33:33

A investigação sobre o assassinato de Tina inicia e Rod é tomado como principal suspeito; O pai de Nancy captura o jovem, prendendo-o preventivamente; Nancy luta contra seu sono na sala de aula. Ela adormece e tem um sonho no qual o cadáver de Tina dentro de um saco com sangue conversa com ela; Fred faz uma piada com

Kris luta contra seu sono na sala de aula. Ela adormece e tem um sonho no qual Freddy a persegue; O vilão a ameaça verbalmente. Nesta versão Freddy possui maior número de falas e demonstra-se mais agressivo; Kris ouve um barulho fora de sua casa e encontra seu cachorro ensanguentado e morto; A cena em que Freddy mata Tina no quarto é

Nancy enquanto ela corre pelos corredores da escola; Fred persegue Nancy em seu sonho. Um clima de tensão e gerado em meio à comicidade expressada pelo vilão, que ri e se diverte amedrontando sua vítima.

recriada, dessa vez com Kris no lugar da jovem. As agressões são ultra-realistas e possuem um maior impacto violento. A jovem é morta pelo vilão; Jesse é capturado pela polícia e preso como principal suspeito.

Parte 4 - 00:29:24 - 00:47:30 Parte 4 - 00:33:33 - 00:48:40

Freddy ataca Nancy enquanto a jovem se banha tentando afogá-la em uma banheira; Nancy toma suplemento alimentar para se manter acordada; Nancy pede a Glen para vigiá-la adormecer para que ela persiga Freddy. Ela observa o assassino indo atrás de Rod na cadeia. A jovem tem uma visão na qual Tina chama por seu nome e Freddy surge, perseguindo-a. Ela é ataca pelo vilão, porém seu relógio desperta acordando-a e trazendo-a de volta à realidade; Freddy mata Rod enforcando-o em sua cela. A cena é rápida.

Jesse adormece em sua cela na prisão e entra no mundo de Freddy. Ele foge e encontra o cadáver de seus dois amigos que foram assassinados. Freddy surge e conversa com Jesse aterrorizando o jovem psicologicamente. O vilão surge por trás do jovem e perfura sua barriga com um golpe súbito. A violência é agravada pela quantidade de sangue e pelo desespero de seu colega de cela ao observar o ocorrido. Freddy aparece, em seguida, descrevendo o funcionamento do corpo humano após a parada cardíaca e afirma ainda ter mais seis minutos para brincar com sua vítima. Observa-se o sadismo do malfeitor; Em cena subsequente, Quentin oferece medicamento para Nancy se manter acordada; Na cena em que Nancy é atacada por Freddy enquanto se banha, a jovem não afoga, mas é abordada, em seus sonhos, pelo malfeitor que afirma que ela era sua preferida, lambendo sua orelha. A cena sugere que houve pedofilia.

Parte 5 - 00:47:30 - 00:58:53 Parte 5 - 00:48:40 - 01:03:31

Nancy é levada a um hospital para uma bateria de exames; ela é colocada para dormir e traz o chapéu de Krueger para o mundo real após um pesadelo; a mãe de Nancy afirma para sua filha que Fred está morto. Nancy se irrita por saber que sua mãe conhece a verdadeira história envolvendo o vilão de seus sonhos e discute com a mulher; Posteriormente, a mulher afirma que Freddy matou mais de 20 crianças na vizinhança, sem fornecer maiores detalhes. Ela conta que os pais das crianças se juntaram e mataram o malfeitor, ateando fogo em seu esconderijo;

Nancy desconfia que sua mãe esconde a verdade sobre Freddy; a mãe da jovem conta a história envolvendo o abuso sexual de crianças por Krueger; intrigada, Nancy começa a pesquisar o nome de todos os jovens envolvidos no escândalo de pedofilia. Na Internet, sites noticiam a recente morte dos jovens; Quentin se distrai durante sua aula de natação e é levado ao mundo de Krueger, onde o jovem descobre que o pedófilo foi queimado vivo pelos pais das crianças que foram abusadas. A cena é altamente realista e mostra o desespero do vilão em chamas; na biblioteca, Nancy observa outro jovem em um Vlog sendo morto por Freddy; a cena da versão de 1984, na qual Tina é vista por Nancy morta em um saco plástico é recriada com Kris substituindo Tina.

Parte 6 - 00:58:53 - 01:11:53 Parte 6 - 01:03:31 - 01:11:43

Nancy pede a Glen que a ajude a capturar Freddy, trazendo-o para o mundo real; Nancy

Nancy sofre algumas pequenas alucinações em que Freddy aparece; durante uma de

observa sua mãe com uma garrafa de bebida alcoólica; ao atender ao telefone Nancy é surpreendida por uma das brincadeiras de Freddy, que a lambe através do aparelho; O assassino agarra Glen em seus sonhos e o puxa para dentro de sua cama. Uma enorme quantidade de sangue é vista saindo de um buraco da cama do jovem ao teto.

suas alucinações, Nancy consegue arrancar um pedaço da roupa de Krueger e trazer para a realidade. Durante o sonho, Fred corta o braço de Nancy com suas garras; A jovem é levada ao hospital; Quentin furta adrenalina de hospital e injeta em sua perna para se manter acordado.

Final - 01:11:53 - 01:29:08 Final - 01:11:43 - 01:31:20

Nancy prepara algumas armadilhas em sua casa para capturar Freddy. A jovem adormece e é transportada para um mundo fantástico. Ela salta sobre Krueger e o traz para o mundo real. Nancy utiliza suas armadilhas para se proteger. Ela joga combustível em Fred e ateia fogo. O vilão vai atrás da mãe de Nancy, matando-o queimado. O corpo da mulher é sugado por sua cama e Freddy surge ameaçando Nancy. Ela afirma que o vilão é somente um sonho e não é real. Ele tenta atacá-la e desaparece. Ao final da trama, Nancy acorda em sua rotina normal, com seus amigos e familiares vivos e se prepara para ir à escola. O carro de Glen tranca os jovens, Nancy entra em pânico e sua mãe é vista sendo atacada por Krueger, deixando margem para uma possível sequência ao filme.

Quentin e Nancy vão até a escola onde Freddy supostamente abusava das crianças. Quentin, assim como Nancy, apresenta pequenas alucinações e imagina Krueger. No esconderijo de Fred, Nancy se lembra de flashes onde fora supostamente aliciada pelo homem. Quentin encontra fotos de Nancy nua quando criança, confirmando a teoria sobre a pedofilia; Quentin e Nancy elaboram um plano para matar Krueger, trazendo-o para o mundo real. Fred encontra Quentin e o agride contra canos, cortando seu peito com um golpe; Freddy ameaça Nancy e mostra a ela vários cadáveres. Ele surge na casa da jovem e a persegue, ameaçando-a. A cena final é longa e tensa, em que Fred tortura psicologicamente a jovem. Há uma tensão sexual sugerida por uma intenção de estupro; Quentin injeta adrenalina em Nancy, trazendo-a de volta para o mundo real, juntamente com o vilão. Após uma luta entre os mocinhos e o malfeitor, Nancy mutila a mão de Krueger e desfere um golpe final em seu pescoço, matando-o. Ela ateia fogo na escola e salva Quentin; Nancy é mostrada chegando em sua casa com sua mãe e a mulher é morta por Fred que sai abruptamente do espelho e desfere um golpe ultra-realista nos olhos da mulher, matando-a. A cena deixa margem para uma possível sequência ao filme.

Personagens centrais: Personagens centrais:

GLEN - TINA - NANCY - ROD DEAN - KRIS - NANCY - JESSE - QUENTIN

O Diálogo entre o romance Dom Casmurro e a microssérie Capitu.

Débora Damasceno Silva, Luara Soares Farias e Thomaz Siqueira de Araújo.

“Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que lhes dão, mas no que

lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo [...]. Também não achei melhor título

para a minha narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo.”

Machado de Assis (Dom Casmurro)

Começando por introduzir o leitor num acaso de uma de suas noites que lhe rende a

alcunha de Dom Casmurro, o já idoso Bento Santiago vai nos conduzir por suas

memórias e tentar reviver o que viveu, quando se apaixonou por sua vizinha contrariando

as expectativas da mãe, que sempre o quis padre. Usando o leitor como respaldo,

isentando-se de certa culpa e transferindo para este a responsabilidade de preencher as

lacunas existentes no enredo. Construindo uma narrativa ambígua e que até hoje suscita

dúvidas acerca da fidelidade de Capitu. Houve de fato adultério? A análise que segue

pretende explorar o diálogo entre o romance Dom Casmurro e a microssérie Capitu. Essa

relação dialógica entre as duas obras se dá pelo fato da microssérie ser uma resposta

sofisticada ao romance, o dialogismo indica sempre uma relação com o outro (informação

verbal¹). O texto produziu uma compreensão responsiva ativa por parte do diretor Luiz

Fernando Carvalho para a obra de Machado de Assis, que nesse sentido dá espaço a

interpretações, sugestões e convida o leitor a preencher as lacunas deixadas pelo

protagonista Bento Santiago. Luiz Fernando Carvalho nega o rótulo de adaptação,

aproximação e diálogo lhe caem melhor. Um exemplo é o título Capitu em detrimento do

título original, algo instigado pelo próprio livro. Na configuração temporal, o romance foi

usado como elemento do passado e a microssérie como elemento da atualidade. Porém,

cabe ressaltar que os escritos Machadianos não apresentam constituição anacrônica e a

própria série serve para atestar a atemporalidade em questão.

Embora o livro tenha sido lançado no ano de 1889, ano de transição do Império para

a República, “Dom Casmurro” é ambientado no Segundo Reinado. A forma de governo é

a Monarquia, tem como capital o Rio de Janeiro e quem está à frente do Império é D.

Pedro II. À medida que o tempo transcorre o leitor é situado na narrativa. Os fatos

históricos não influenciam diretamente na narrativa. Capitu foi lançada no ano de 2008 em

comemoração ao centenário da morte de Machado de Assis.

¹ Informação obtida na aula de Literatura Estrangeira em Língua Vernácula, na Universidade de Brasília.

A metalinguagem, recurso pelo qual o narrador se dirige diversas vezes diretamente

ao leitor, usada no livro permite um clima nostálgico e persuasivo que envolve quem está

lendo. Vale destacar os diferentes tratamentos, desde amigo a desgraçado, passando por

leitor das minhas entranhas, indicando um nível maior de intimidade. A mudança do meio

produz mudança de recurso, que não deixa de ser análogo. Em Capitu houve a chamada

quebra da quarta parede, que é quando o autor faz alguma intervenção dirigindo-se à

plateia. A todo instante Dom Casmurro está a conversar com o espectador olhando para a

câmera. As lacunas do texto são reproduzidas como pausas dramáticas na televisão. No

entanto não há uma fidelidade absoluta porque a passagem de um meio puramente

escrito para a linguagem televisiva que tem efeitos sonoros, palavra escrita e falada e

imagens em movimento engloba outras possibilidades.

Há um contraponto interessante entre as duas obras. Enquanto Dom Casmurro é

situado como obra realista, Capitu se caracteriza justamente pelo não realismo de sua

estética e o diálogo com diferentes formas de arte. Embora haja as especificidades do

meio televisivo, ela é pautada na experimentação estética (PROENÇA,2010). O texto

literário permanece o mesmo nos dois meios, entretanto na série elementos da cultura

pop são misturados ao texto original. Nesse aspecto são de grande relevância o uso de

aparelhos contemporâneos de reprodução musical, colagens tanto na abertura quanto no

cenário, a tatuagem de Capitu, cenário atual justaposto a imagens de arquivo, elementos

cenográficos confeccionados em material reciclado, cenas no metrô e grafites na parede,

o próprio local onde foram feitas às gravações, um prédio abandonado no Rio de janeiro

transformado em espaço de ópera. A trilha sonora que mescla música erudita, clássicos

de musicais norte americanos, heavy metal, rap nacional, samba e o tema principal

Elephunt Gun da Banda Beirut que condiz perfeitamente com o caráter nostálgico da

narrativa. Traduzindo os versos primeiros têm-se “Se eu fosse jovem, eu fugiria desta

cidade. Eu enterraria meus sonhos embaixo da terra”, condizente com a vontade do

protagonista de retornar à juventude.

Outros campos artísticos conversam em Capitu. Primeiramente a ópera na própria

constituição do espaço, o teatro na expressão dos atores e no seu modo de interpretar

baseado no método de Bretch e a maquiagem de clown de Dom Casmurro. Todas

convergindo para apresentar uma obra de confecção singular e baseada na

experimentação estética.

Toda a linguagem poética presente em Capitu representa um caminho criativo para

a televisão, nos remete ao pensamento de Arlindo Machado (2005) de que é possível sim

fazer obras de qualidade para esse meio. A televisão sempre foi vista como um meio

inferior e seus produtos de qualidade duvidosa, Capitu em toda sua representação

artística refuta esse pensamento.

Mesmo o produto mais “difícil”, mais sofisticado e seletivo encontra sempre

na televisão um público de massa. A mais baixa audiência de televisão é,

ainda assim, uma audiência de várias centenas de milhares de telespectadores

e, portanto, muito superior á mais massiva audiência de qualquer outro meio,

equivalente à performance comercial de um best seller na área de literatura.

Essa é, talvez, a contribuição mais importante da televisão para a superação

Da incomoda equação “melhor repertório/menor audiência”: agora, mesmo a

Menor audiência é sempre a maior que um trabalho de alta qualidade poderia

Almejar. Esse simples fato já não justifica toda a televisão?(MACHADO,2005:30)

Por fim ao analisarmos o diálogo entre o romance Dom Casmurro e a microssérie

Capitu, nota-se que mesmo se tratando de meios diferentes alguns recursos tornam se

análogos. O que fomenta a possibilidade de Comunicação entre o meio literário e a

televisão, onde a literatura pode ser fonte inesgotável de inspiração artística.

Folha de rosto da primeira edição de Dom Casmurro, 2009. Fotografia.

Descrição do personagem no site oficial da série, 2010.

Referências bibliográficas:

ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: editorialSol90.

GUIMARÂES, Hélio de Seixas. Os leitores de Machado de Assis e o público de literatura no século 19.

São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2004.

MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

PROENÇA, Danyella Neves e Silva. Arqueologia do invisível: Reflexões sobre o poético na obra de Luiz

Fernando Carvalho. Brasília: EdUNB , 2010.

COCA, Adriana Pierre. As subversões cronotópicas na microssérie Capitu. Revista Temática, Paraíba, Ano IX, n. 1,

jan. de 2013. Disponívelem:<http://www.insite.pro.br/2013/Janeiro/subversoes_cronotopicas_capitu.pdf>

Acesso em: 21 out. 2013

ENCONTRO DE LEITURA E LITERATURA DA UNEB. PIVA, Mairim Linck. Capitu, um olhar, muitos mundos. Uma

outra fruta dentro da casca. Disponível em: <http://www.elluneb.uneb.br/arquivos/palestras/palestra_mairim_linck.pdf>

Acesso em:21 out. 2013

EDIÇÃO princeps Dom Casmurro. 1 Fotografia, color.

Disponível em:< http://glamurama.uol.com.br/reliquia-19885/>

Acesso em: 29 nov. 2013

PERSONAGENS em fase adulta Capitu.

Disponível em:< http://capitu.globo.com/CDA_Seriado3/upload/DomCasmurro.html>

Acesso em: 29 nov. 2013

Chaves, os anos se passam e continuamos a sorrir

Fabiana Cristina, Fernanda Souza e Helize Soares

“Este personagem era o melhor exemplo de inocência e da ingenuidade próprias de um

garoto, e o mais provável é que essas características tenham gerado o grande carinho

que o público sentia por ele. O espectador desconhece o nome verdadeiro de Chaves,

assim como desconhece quem vive com ele na casa de número oito do cortiço.”.

Roberto Bolaños

Neste trabalho desenvolvemos uma pesquisa sobre o seriado chaves e o nosso

objetivo é expor as mudanças ocorridas de acordo com o tempo. Os elementos

correlacionados aqui são o chaves em forma de série e o chaves em aspecto de desenho.

Tudo começou com Roberto Bolaños, segundo a uma entrevista apresentada no

vídeo “História dos programas Chaves e Chapolin - Documentário de Rádio”, Chesperito

(que significa pequeno Shackespeare, apelido dado a Bolaños por um produtor,

Shackespeare pelo fato de achá-lo muito genial e pequeno por sua estatura), nascido em

21 de fevereiro de 1929, tentou ser boxeador e jogador de futebol, mas não teve sucesso,

formou-se em engenharia, mas nunca exerceu a profissão, porque na verdade o que ele

gostava mesmo era de escrever, então fez um teste para escritor em uma agência e

passou. Ao longo do tempo ele descobriu que era capaz de criar pequenas frases que

causavam impacto no público. Foi convidado para escrever o roteiro de um programa de

rádio, chamado de Viruta e Capulina. Os primeiros roteiros tiveram tanto sucesso que o

tempo de duração do programa aumentou. Logo após, um patrocinador da rádio levou o

programa para a televisão. Sua primeira atuação foi aos 29 anos, quando um ator faltou e

ele o substituiu, o programa era ao vivo e sem cortes, ele foi bastante elogiado e

incentivado a continuar na carreira de ator. Aos 36 dirigiu um programa por acidente.

Bolaños se tornou um dos roteiristas mais requisitados da época e chegou ao ponto de

escrever dois programas que disputavam o primeiro lugar em audiência. Mas ele

descobriu que gostava mesmo era de atuar. Mais tarde foi chamado pra o canal 8 do

México (Que hoje é a Televisa) e foram disponibilizados dois quadros para ele. Depois de

diversos programas criados em 1970 teve o seu primeiro sucesso El Chapolin Colorado,

um ano mais tarde surgiu o seu segundo sucesso El Chavo del Ocho (O Chaves) que já

está há mais de 40 anos no ar e em vários países, inclusive o Brasil. Em 1992 encerrou a

gravação dos programas, além de outro problemas por sua idade já avançada. “Ele já não

conseguia mais fazer os movimentos rápidos do Chapolin e nem as piruetas do Chaves”

(História dos programas Chaves e Chapolin - Documentário de Rádio). Em 2009 ele se

aposentou definitivamente.

A série conta a história de um menino pobre, cujo aparecimento e nome são

misteriosos, que se relaciona com vários moradores de uma vila e ele vive várias

aventuras e situações humoradas, além de ser humorado, o seriado também dá diversas

lições de vida e moral e muitos ensinamentos, um dos exemplos pode ser a frase “As

pessoas boas devem amar seus inimigos”, usada por Seu Madruga em um dos episódios.

O elenco principal é composto por Roberto Bolaños (Chaves), María Antonieta de

las Nieves (Chiquinha), Ramón Valdés (Seu Madruga), Florinda Meza (Dona Florinda),

Carlos Villagrán (Quico), Edgar Vivar (Seu Barriga), Rubén Aguirre (Professor Girafales),

Angelines Fernández (Dona Clotilde), Horácio Gómez (Godinez) e Raúl Padilla

(Jaiminho). O tipo de humor usado pode ser classificado como humor pastelão que

segundo o dicionário “Nossa Língua Portuguesa”, significa: “Tipo de humor escrachado

usado no entretenimento, muitas vezes, caracterizado como escárnio”, esse tipo de

humor é simples, debochado e ingênuo. A série em si, é simples, não só em seu humor,

mas também em questão de figurino e cenário. Pela simplicidade e limitações, ela acaba

ativando a nossa imaginação e nos prendendo a qualquer acontecimento que venha a

ocorrer.

Um dos episódios mais conhecidos é o “Vamos ao Cinema?” em que na versão

dublada é dito que eles assistiram o filme do pelé, só que na versão original é dito que

eles foram assistir o filme “El Chanfle”, filme dirigido por Enrique Segoviano e tendo como

elenco, o mesmo elenco de “El Chavo del Ocho”. “Neste filme de 1979, Chanfle (Roberto

Goméz Bolaños) trabalha em uma equipe de futebol e tem uma vida muito modesta,

comparada à de Valentino (Carlos Villagrán), estrela do time, que tem o contrato renovado

por mais dois anos por uma quantidade exagerada, quando ele ameaça ir para o Real

Madrid." (Filmow). Neste mesmo episódio eles vão ao cinema outra vez, mas dessa vez a

turma toda, Chaves ao não gostar do filme que esta assistindo, diz uma frase épica sendo

ela “Teria sido melhor ter ido ver o filme do pelé” em português, e “Hubiera sido mejor

haber ido a ver la Película, "El Chanfle"” em espanhol, sendo a tradução “Teria sido

melhor ter ido ver o filme “O Chanfle”” (Youtube). Chesperito já tentou ser jogador de

futebol, acredito que seja um grande amante do mesmo, por ver em vários episódios que

ele brica de ser jogador.

“Foi no dia 21 de outubro de 2006 que “El Chavo, La serie animada”, conhecido

também como “Chavo Animado”, que no Brasil foi chamado de “Chaves em desenho

Animado”, estreou no México e, logo em seguida, teve presença marcada no mundo e

passou a ser exibido pelos canais Cartoon Network e pelo Boomerang”. (Martínez, 2012).

Na série original, a linguagem foi desenvolvida para adultos e crianças, mas mais

para adultos, já no desenho é ao contrário, as crianças são o foco. As palavras e piadas

também são diferentes, não há o mesmo conteúdo, como antigamente. Essa nova

linguagem está mais próxima da atual linguagem usada no meio infantil.

Os episódios, também já não tem o mesmo teor nem enredo, eles apontam mais

para uma coisa pronta, algo que não precise de muito para imaginar o que aconteceu ou o

que acontecerá, um exemplo é quando na série o chaves imagina algo, mas nós

acabamos imaginando junto com ele, já no desenho quando ele imagina algo, aparece

exatamente o que ele imaginou, sem que nós precisássemos agir.

A série tinha muitas limitações, pois naquela época não havia como fazer tanto,

pois a tecnologia ainda era muito arcaica e mal desenvolvida. Já no desenho, vemos que

tudo é expandido, os personagens podem visitar novos cenários, pode se colocar mais

personagens na trama sem que precise da contratação de um novo ator, imaginações

podem ser mostradas literalmente como pensadas, os custos se tornaram menores e a

tecnologia fez com que tudo se tornasse mais explicito e de certa forma mais real, no

sentido de mostrar a realidade como foi pensada e fazer com que o espectador receba a

mensagem literalmente como a que queria ser transmitida.

Vemos que o programa passou por varias transformações, para se encaixar a

atualidade, o publico mudou e a época também. Na verdade isso acontece com muitas

séries para que não saiam do ar. A linguagem também é um ponto importante, pois

quando ela é atualizada, o publico se torna atualizado. Essas transformações são

necessárias, para que os meios de comunicação estejam sempre à frente. O seriado

Chaves faz sucesso até hoje, mais sucesso que o desenho e isso ainda é uma

curiosidade, pois mesmo passando gerações ainda assim, as pessoas estão se

interessando por esse tipo de humor, a série realmente se transformou em um clássico,

essa popularidade pode ser vista no vídeo América Celebra a Chespirito (YouTube).

Aqui, vemos que no desenho permanecem todos os personagens originais, exceto Chiquinha. Fonte: (Fotos turma do chaves - As Imagens)

Esta é a formação original dos personagens. Fonte: (Desconhecido)

Bibliografia BOLAÑOS, R. G. (1995). El Diario del Chavo del Ocho. México: Punto de Lectura.

DESCONHECIDO. (s.d.). Fotos turma do chaves - As Imagens. Acesso em 18 de Novembro de

2013, disponível em As Imagens: http://www.asimagens.com/i/bTn4zAkTG.jpg

FILMOW. (s.d.). El Chanfle | Filmow. Acesso em 18 de 11 de 2013, disponível em Filmow:

http://filmow.com/el-chanfle-t13830/

Fotos turma do chaves - As Imagens. (s.d.). Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em As

Imagens: http://www.asimagens.com/i/zT94GLXTM.jpg

MARTÍNEZ, G. (3 de Maio de 2012). “El Chavo del 8” no México e “Chaves” no Brasil |

SICOMPET - O portal de notícias do Gupo PET/RTV. Acesso em 18 de Novembro de 2013,

disponível em Sicom Pet: http://www.petrtv.com.br/2012/05/el-chavo-del-8-no-mexico-e-

chaves-no.html

MARTINS, G. B. (s.d.). História dos programas Chaves e Chapolin - Documentário de Rádio -

YouTube. Acesso em 16 de Novembro de 2013, disponível em Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=bOQ8FYV9YTc

ROSA, A., Costa, B. d., Carvalho, B. R., Yamada, F. H., Souza, F. L., Oliveira, F. L., et al. (Junho

de 2012). Chaves: Uma Minirrepresentação Da REALIDaDE Latino-Americana -

Monografias - Nandalopes1. Acesso em 16 de Novembro de 2013, disponível em Trabalhos

Feitos: http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Chaves-Uma-

Minirrepresenta%C3%A7%C3%A3o-Da-Realidade-Latino-Americana/339899.html

WIKIPÉDIA. (s.d.). El Chavo animado. Acesso em 23 de 10 de 2013, disponível em El Chavo

animado: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/El_Chavo_animado

WIKIPÉDIA. (s.d.). El Chavo del Ocho. Acesso em 23 de 10 de 2013, disponível em Wikipédia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/El_Chavo_del_Ocho

Youtube. (s.d.). Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em El Chanfle (1978) Completo

(Legendado) - YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=ZfWWZ51YRYE

YouTube. (s.d.). Acesso em 18 de Novembro de 2013, disponível em América Celebra a

Chespirito - Completo - YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=bUkJ_LElfOc

UNIVERSIDADE DE BRASILIA – UNB

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO

ALUNA: KEILA FLÁVIA DA ROCHA MATRÍCULA 12/0056291

DISSERTAÇÃO:

A REPRESENTAÇÃO DO JUDEU NO CINEMA ALEMÃO DE 1927 ATÉ 2013

O cinema não é só um meio extremamente eficaz de se transmitir uma idéia, mas

também muitas vezes, é um espelho da sociedade e da época na qual foi produzido. O cinema

pode lançar mão de patriotismo, revolta, guerra, medo, emocionando , refletindo e

conduzindo uma sociedade. A exemplo disso podemos citar o cinema alemão à época da

campanha nazista. Os filmes nazistas mostravam o judeu como sujo, ardiloso, invejoso,

egoísta, imoral, ambicioso, vil, desonesto. Mas será que foi apenas com Hitler, na Segunda

Guerra que esta aversão ao judeu foi evidenciada? E Hoje? Como o judeu é representado no

cinema alemão? O holocausto é um assunto um tanto delicado na Alemanha. O Objetivo

deste texto é abordar a representação do judeu no cinema alemão, não restrito ao período da

Segunda Guerra, mas em período anterior, 1927 com o filme Metopolis de Fritz Lang,

passando pelo ápice do antissemitismo com o “Judeu Suss”(1940), Os Falsários (2007), A fita

Branca (2011) e por fim Hanna Arendt (2013).

O filme Metropolis, apesar de ter sido lançado em 1927, já mostrava sinais de aversão

ao judeu através do personagem Rotwang, um cientista sem escrúpulos, perturbado, amante

da magia negra, que tinha o objetivo de destruir a sociedade criada por “Joh Fredersen”

“Metropolis”. Para isso faz intrigas, causa revoltas e descontentamento tanto no lado rico da

cidade quanto no subterrâneo( pobres) e, por fim, a Metropolis declina. Em todas as portas

do cientista Rotwang estão impressas o pentagrama, fazendo alusão a Estrela de Davi, símbolo

judaico. Este filme foi dirigido por Fritz Lang, daí a maravilhosa fotografia da cidade futurista e

cenários. O Roteiro foi escrito por ele e sua esposa à época Thea Von Harbour , está

simpatizante do “nazismo” e antissemitismo. È interessante alertar que Fritz Lang era filho de

judia convertida e com o avanço das idéias nazistas, fugiu da Alemanha, enquanto sua esposa

permaneceu no país e auxiliou bastante a campanha nazista.

Em 1940 é lançado o Judeu Suss, dirigido por Veit Harlam é o ápice do

antissemitismo e da propagando nazista. O filme narra as “artimanhas” do judeu Joseph Suss,

funcionário do Ministério da fazenda conselheiro de Carlos Alexandre, Duque de

Wurttemberg. O protagonista é o judeu estereotipado, avarento e imoral, que promove a

imigração judaica no ducado, aumentando a inflação e levando o povo a ruina. Além claro, de

ter grande desejo por mulheres, tendo caso com a esposa do duque e posteriormente,

estuprou a “mocinha” do filme, Dorothea, na frente do marido, enquanto este era torturado.

Como consequência, Dorothea comete suicídio. Obviamente que no final da trama, este judeu

“paga” por seus crimes. Mas o importante è entender que aqui é escancarado que o vilão é o

judeu, ardiloso e imoral, que trai a confiança do duque, que se relaciona com várias mulheres

inclusive casadas, que estupra que conduz um reino a derrocada. Enquanto no filme de Fritz

Lang existe apenas uma alusão ao judaísmo, no Judeu Suss, existe uma definição de caráter,

uma justificativa para a desconfiança e para aversão ao povo judeu.

Com um salto de mais de sessenta anos, será abordado o filme “Os Falsários” de

Stefan Ruzowitzky Oscar de melhor filme estrangeiro. Neste filme o judeu Salomon, que era

falsificador é preso em campo de concentração e acaba por ajudar o III Reich na falsificação de

moeda estrangeira, visando abalar a economia dos países inimigos e ao mesmo tempo encher

os cofres alemães. Faz alusão à real “Operação BERNHARD” , que na época da II Guerra

contou com a participação de vários prisioneiros dos campos de concentração. Neste filme

obviamente o enfoque e a falsificação, nada referente ao quotidiano no campo de

concentração. A mensagem neste filme já mostra diferenças importantes. Existe um campo de

concentração, existe medo em permanecer no campo, não existe uma tentativa de justificar o

porquê de se exterminar judeus. O judeu aqui apesar de ser falsário, juntamente com seus

colegas, tem um lado humano, não esteriotipado, obviamente existe o desejo primário de

sobreviver e aluta para se alcançar este objetivo.

“A Fita Branca” (2011) Michael Haneke, conta o quotidiano de um grupo de crianças

em um aldeia alemã em 1913. Essas crianças são submetidas aos adultos, castigadas

austeramente, sem direitos, Porém essas crianças invertem a situação ao mesmo tempo

refletindo as atitudes dos adultos hostis. A mensagem deste filme é pesquisar a origem para a

frieza e crueldade e violência que culminaram na Guerra, na intolerância . Não se aborda aqui

vítimas do holocausto, judeus torturados ou estereótipos mas, o que levou a tudo isso qual foi

a causa da frieza e da intolerância tão visíveis na II Guerra e no antissemitismo.

“Hannah Arendt “ (2013), de Margareth Von Trotta, não aborda a história da filósofa

refugiada de campo de concentração da II Guerra. Mas a cobertura do julgamento em Israel

do nazista Adolf Eichmann em 1963 pela protagonista. A questão é que neste julgamento

Hannah Arendt se manifestou de certa forma “branda” , justificando seu posicionamento na

ignorância e falta de questionamento, conhecimento e discernimento e inteligência do

julgado. O identificou como um personagem menor, incapaz de questionar ordens ou agir com

ética e caráter. A mensagem aqui é muito parecida com a mensagem do Filme “A Fita

Branca”, nos dois tenta se abordar uma semente para o mal, uma justificativa no sentido de

trauma, ignorância ou burrice capaz de ter feito alguém cometer atrocidades sem

questionamento, sem identificação de limites, se certo ou errado. A figura aqui, não são

judeus, campos de concentração, mas o que levou os alemães a agirem desse modo na

Guerra II. Que forma levados pela irracionalidade ou confiança cega e inquestionável a um

superior e principalmente, a um Fuher que, praticamente era idolatrado.

Em resumo, a representação do judeu é bastante nula no cinema alemão, apesar das

atrocidades nos campos de concentração, observa-se não haver uma necessidade ou intenção

de retratação com o povo judeu . Simplesmente se evoluiu da intolerância para a necessidade

de justificar a mentalidade e também psique das pessoas que acabaram por tomar parte do

holocausto sem ter consciência real do ato.

METROPOLIS – FRITZ LANG (1927)

O JUDEU SUSS – VEIT HARLAM (1940)

OS FALSÁRIOS – ESTEFAN RUZOWIZTKY (2007)

A FITA BRANCA – MICHAEL HANEKE(2011)

HANNAH ARENDT – MARGARETH VON TROTA (2013)

Fantástico, o show da vida: o programa do domingo na televisão brasileira.

Cecília Moreira, Letícia Hubner e Priscila Sá

“Olhe bem, preste atenção. Nós temos mágicas para fazer. Assim é o Show da Vida, há

40 anos no ar.”

José Bonifácio

O produto da comunicação que será apresentado aqui é “Fantástico: o show da

vida”, um programa de televisão em forma de revista eletrônica. É exibido aos domingos,

na rede Globo, com duração de 2 horas, aproximadamente, e dividido em sete blocos. O

Fantástico é um painel dinâmico daquilo que se produz em uma emissora de televisão,

pois permite a experimentação de novas linguagens e formatos, além de transmitir humor,

documentários, jornalismo, denúncia, música, dramaturgia, ciência e outros.

Em 1973, dia 5 de agosto, estreava o programa ambicioso que prometia encantar

as famílias. As pautas escolhidas tinham que dar a ideia de espetáculo embutido, algo

para representar um verdadeiro show. Ainda sobre isso, tem-se:

“...o Fantástico, nesse sentido de espetáculo jornalístico, deve parte de sua inspiração e referência à revista O Cruzeiro de Chatô, particularmente ao formato das famosas reportagens ilustradas de Jean Mazon e David Nasser, que foram parte substancial do estrondoso sucesso da revista nos anos de 1950“ (ROCHA e AUCAR, 2011, p. 48).

O Fantástico foi criado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, “Boni” – diretor de

Operações da Rede Globo – e envolvia a participação de diversos setores da emissora e

diversos envolvidos, desde diretores jornalistas a produtores musicais. A intenção inicial

era substituir o programa jornalístico Só o amor constrói.

Algumas mudanças de apresentadores e direção ocorreram ao longo dos 40 anos

de Fantástico. Em 1988, Sérgio Chapelin foi substituído por William Borner e Valéria

Monteiro. A direção do programa, em 1993, foi substituída por Luiz Nascimento, que se

preocupou em transmitir mais humor e criatividade (Memória Globo, 1993). Em 1996,

Pedro Bial, Fátima Bernardes e Zeca Camargo passaram a apresentar o programa, porém

em 1997, Glória Maria assumiu o posto de Zeca. Patrícia Poeta também participou desse

grande revezamento, permaneceu 4 anos no programa, quando em dezembro de 2011,

assumiu o Jornal Nacional. Com esta ocasião, Renata Ceribelli assumiu o posto.

Atualmente, os apresentadores oficiais são Tadeu Schmidt e Renata Vasconcelos.

O Fantástico se tornou um dos programas familiares de maior público aos

domingos, além de deter um dos melhores índices da televisão brasileira. Ao longo dos

anos, muitas mudanças ocorreram, porém mantendo a mesma linha original da

programação, por exemplo, quadros foram criados e outros removidos.

O programa apresenta quadros que variam com assuntos como ciência, vida

cotidiana, humor, saúde, esportes, cultura, curiosidades, política, notícias recentes, entre

outros. Estes acabam após um determinado período, dando lugar a outros novos quadros

e assim sucessivamente. Apesar de serem constantemente trocados, mantêm a mesma

temática, para que continuem entretendo os diversos públicos.

As aberturas do programa merecem destaque. A primeira abertura começava com

um feto no útero materno, junto de um grande balé coreografado. Em 1977, por exemplo,

mostrava bailarinos em figurinos modernos dançando ao som de uma discoteca. Destaca-

se aí, o visual sempre à frente da época que o programa procura passar aos

telespectadores. Porém, desde abril de 1995, as tradicionais aberturas foram substituídas

por vinhetas simples de 5 a 10 segundos. Em 2010, a vinheta passou a ter 30 segundos,

recebendo novas imagens. Percebe-se que, nos dias atuais há uma maior simplicidade e

rapidez na vinheta de entrada do programa, porém, com uma ótima produção estética.

Esta redução no tamanho das vinhetas de abertura do programa mostra como as

prioridades deste produto mudaram para atender as demandas da atualidade.

A ambientação do programa também merece destaque. Na época de sua estreia,

em 1973, grande parte do Fantástico era gravada em ambientes externos. Com a

introdução da cor, a partir de 1974, houve a necessidade de se dar mais atenção a

detalhes do cenário, que foi ficando mais amplo e com menos desenhos, além de receber

uma iluminação mais sofisticada. Em fevereiro de 2012, na edição de nº 2000, o cenário é

repleto de iluminação de cores e telas de vários tamanhos, um deles no piso. Com a

chegada do jornalismo em HD, o programa se tornou HD em sua maioria. Isto reforça

como o programa segue as renovações tecnológicas vigentes e as adapta à ele.

Apesar do Fantástico não apresentar conteúdo unicamente informativo, percebe-se

que busca manter alguns elementos que visam enfatizar sua linguagem jornalística.

Dentre esses elementos, encontra-se a preferência pela apresentação do conteúdo

informativo em formato reportagem (matéria completa, com cabeça, off, passagem,

sonoras e nota pé) e a busca pelo sentido de novidade alcançado por meio do

imediatismo e da exclusividade.

Além disso, as eventuais entradas ao vivo buscam trazer sentido de atualidade

para as reportagens. Todavia, misturando informação, entretenimento e

encenações/dramatizações, e levando em conta as classificações mais comuns de

gêneros jornalísticos, percebe-se que o Fantástico não pode ser definido como programa

que adota fundamentalmente a linguagem jornalística. Apesar de não ser um telejornal ou

uma revista eletrônica de caráter exclusivamente informativo, o programa constitui um

espaço que também nos traz alguns fatos que despontam no cotidiano da sociedade

brasileira. As imagens capturadas para recompor a realidade apelam para o espetáculo e

para o sensacionalismo, como uma super produção de imagens de realidade.

É visível que o Fantástico cada vez mais pende para o entretenimento. As

encenações, quadros dramatizados das experiências humanas, quadros de reality

ganham mais espaço.

Cada vez mais o Fantástico quer agregar novos processos, ser inclusivo e, assim,

não perder o consumidor. Linguagens e quadros que priorizam a participação do

telespectador incrementam a programação a cada domingo. O modelo é de um

consumidor mais ativo e que ganha maior espaço no portal do programa e nos canais

propiciados pelas redes sociais e telefone. Alguns formatos partem de um consumo on-

line e se consolidam com a exibição televisiva, como é o caso dos quadros O conciliador,

Bola cheia e Bola murcha e Menina Fantástica. Nos três exemplos, o telespectador entra

em contato com a produção do programa via internet e relata as suas histórias.

Assim, é preciso aguardar para saber como e se o Fantástico continuará sendo um

bom pretexto quanto uma tela adequada para os bens de consumo e se, nesse processo,

continuará sendo consumido, ele mesmo, nas próximas décadas.

Fonte: Hans Donner, 2013 Fonte: Hans Donner, 1973

Fonte: Globo, 2013 Fonte: Globo, 1998

Referências bibliográficas:

FERNANDES, E.; SANTOS, E. TV ESPETÁCULO – a estética indefinida da tecnocultura. São Paulo, Brasil. Brazilian Journal of Marketing. São Paulo, v. 1, n. 1, 2007. Disponível em: < http://www.revistabrasileiramarketing.org/ojs-2.2.4/index.php/remark/article/view/39/49> MORAES, H. Informação e espetáculo: análise dos gêneros jornalísticos exibidos no programa Fantástico. Santa Catarina, Brasil. Unisul. Disponível em: <http://www.cchla.ufrn.br/visiget/pgs/pt/anais/Artigos/Heloisa%20Juncklaus%20Preis%20Moraes%20(UNISUL).pdf>

ROCHA, E; AUCAR, B. Fantástico, o show da vida: televisão, convergência e consumo. Rio de Janeiro, Brasil. Revista de Comunicação, Cultura e Política. Rio de Janeiro, v. 11, n. 22, 2011. Disponível em: <http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/Artigo3%20Everardo%20Rocha%20e%20Bruna%20Aucar%20-%20pp%2043-60.pdf>. Acesso em 16 out. 2013.

Referências da internet:

www.memoriaglobo.globo.com/programas

www.fantasticooshowdavida.blgspot.com.br

Universidade de Brasília

Matéria: Introdução a Comunicação

Professora: Juliana Mendes

Período: 2º semestre de 2013

Autores: Clara Maruska Almeida da Silva - 11/0112857

José Eduardo Cruz Vieira - 11/0032641

Vicente Gomes da Silva Neto - 11/0021126

Domingão do Faustão - Análise de sua Trajetória

O Domingão do Faustão foi ao ar em 26 de março de 1989, num domingo de

páscoa, tendo Fausto Silva como apresentador. O objetivo principal, na época, era de

frear a audiência do rival Programa do Sílvio Santos, que até então era líder de

audiência nos domingos. Foi concebido no molde tradicional de programas de auditório:

dançarinas, música ao vivo, interação com a plateia, etc.

Quando foi ao ar pela primeira vez, o cenário socioeconômico do Brasil era

extremamente diferente: hiperinflação iminente, fim recente da ditadura militar e

desigualdade social maior. Isso, somado a fatos como que não havia internet, nem

celular nem shopping centers abertos aos domingos fazia com que a disputa pelo horário

dos domingos fosse extremamente acirrada em meio às emissoras.

Após algum tempo, o Domingão disparou em audiência na frente do Programa

Silvio Santos, mas algum tempo depois enfrentou uma rivalidade acirrada com o

programa Domingo Legal, com Gugu Liberato. O Domingão, inclusive, chegou a ser

ultrapassado pelo rival em certos períodos de tempo. Os dois programas chegaram a

dividir, sozinhos, 60% de toda a audiência entre canais abertos na televisão brasileira.

No início dos anos 2000, outros fatores entraram em vigor, como o fato de que

outras emissoras começaram a transmitir esportes no mesmo horário, e como o

programa Pânico!, da RedeTV!. Faustão mencionou em entrevista à revista Veja que em

2001 passou por um período complicado. A queda de Ibope estava muito alta, havia um

embate muito forte com o programa de Gugu Liberato e consequentemente tiveram que

mudar a direção do programa para um grupo de jornalistas. Na mesma época, Faustão

menciona que o programa passou por momentos trágicos: o episódio com o deficiente

Rafael Santos, o Latininho, que foi exposto de uma maneira totalmente ignorante; o

quadro Sushi Erótico, em que as pessoas comiam sushi em uma modelo japonesa nua; e

por fim o episódio em que o cantor Belo, na época acusado por vários envolvimentos

com tráfico de drogas, que foi ao programa e foi defendido ferrenhamente pelo

apresentador.

Os episódios de sensacionalismo ferrenho ocorridos no programa foram

duramente rechaçados pela produção e alto escalão da Globo, sendo citados como

episódios de baixaria, que não se enquadravam no padrão Globo de Produção. De 2011

até hoje, o Domingão se estabilizou numa média de Ibope de 10 pontos. Em alguns

momentos, chegando a perder audiência para a Record e o SBT.

Na contemporaneidade, o Domingão do Faustão vem usando fórmulas de

sucesso no exterior para compor o programa. O quadro “Dança dos Famosos”, que

consiste em artistas renomados em uma competição de dança, é exatamente o mesmo

formato que o programa “Dancing With The Stars”, de sucesso nos Estados Unidos.

Esse formato foi por diversas vezes usados em variadas oportunidades, como a Dança

no Gelo, que foi o mesmo programa, mas as danças eram feitas com patinação e a

Dança com Crianças, onde os protagonistas eram as celebridades mirins.

Com o sucesso da Dança dos Famosos, criaram o Circo do Faustão que também

foi um reality show em forma de competição com famosos, mas, desta vez, eles faziam

atividades circenses ao invés de danças.

Características singulares do programa, é a forma que Fausto Silva se comunica,

tendo vários bordões consagrados (“Ô loco meu!”, “Esse(a) é o pai/mãe de fulana”,

“Que que isso, bicho”, “Olha o que essa anta fez”, “É brincadeira, bicho”, etc). Adota

por estrutura de linguagem uma que possa ter maior contato com seu público alvo são,

em sua maioria pessoas das classes C e D, então faz muito uso de gírias e modos de

linguagem, além de usar da ferramenta da agressividade na fala para com alguns de seus

entrevistados, algumas vezes deixando-os desconfortáveis. Outra coisa que já faz parte

do programa são as “vídeo-cassetadas”, com vídeos supostamente engraçados.

O que realmente faz parte do cotidiano do programa desde, é a presença de

famosos. O Arquivo Confidencial é o exemplo disso, nesse quadro uma celebridade

convidada é bombardeada por depoimentos e até pessoas presentes afim de emocionar o

famoso e revelar segredos pessoais cômicos ou nobres. Com um modelo parecido vem o

“De cara com a fera” e o “Divã do Faustão”. Também questionando, entrevistando ou

compartilhando com o famoso o que ele tem para dizer. Além desses quadros,

anualmente o Domingão do Faustão promove uma premiação dos melhores artistas nas

suas locações.

Mas nem tudo se baseia nos famosos. Um quadro que há tempos vem fazendo

muito sucesso é o “Se Vira nos 30”, em que pessoas comuns tem 30 segundos para

impressionar o público com qualquer habilidade que elas tenham, podendo ganhar 20

mil reais. Além deste, outro quadro com pessoas comuns também vem dando certo, é o

“Quem Chega Lá?”. Nele as pessoas têm 1 minuto e meio para fazer a plateia rir

bastante a ponto de ultrapassar certo volume em decibéis e, a cada vez que tal limite for

atingido, ele ganha 30 segundos. Quando completar-se 3 minutos, o competidor passa

de fase. O vencedor deste quadro ganha um lugar em algum programa humorístico da

TV Globo, o que atrai bastante audiência por esta ser a oportunidade de conhecer quem

está renovando à emissora, conhecendo-se então o potencial futuro famoso.

O programa busca renovar seu leque de quadros constantemente, a fim de

encontrar atrações que promovam mais audiência, baseiam-se em outros que são

sucesso no exterior. Mas em suma, a estrutura do programa é bem imutável, apesar de

haver uma sequência imensa de quadros que parecem se renovar. A verdade é que os

quadros são substituídos por outros, mas a ideia de todos são sempre as mesmas.

Populares fazendo algo incomum, famosos em situações adversas, se emocionando e/ou

rindo com o programa, além de promover novas celebridades. O que parece ser um

programa que muda bastante ao longo do tempo, pode-se dizer ser o mesmo há tantos e

tantos anos.

Quando foi ao 'Arquivo', a Rainha deitou no palco do programa (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo - 1996)

Fausto Silva (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo - 2001)

Dança dos famosos 2011 (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo – 2011)

Premiação Melhores do Ano (Foto: Domingão do Faustão / TV Globo – 2013)

Bibliografia

Acessado em 23/10/2013:

http://www.ofuxico.com.br/noticias-sobre-famosos/gugu-lidera-e-bate-faustao-de-ponta

-a-ponta/2011/12/12-125432.html

Acessado em 23/10/2013:

www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2001/not20011030p7974.htm

Acessado em 23/10/2013:

http://veja.abril.com.br/210508/p_124.shtml

Acessado em 23/10/2013:

http://gente.ig.com.br/faustao/

Acessado em 23/10/2013:

http://estatico.domingaodofaustao.globo.com/linhadotempo/

Acessado em 23/10/2013:

http://tvg.globo.com/programas/domingao-do-faustao/

Acessado em 23/10/2013: http://pt.wikipedia.org/wiki/Doming%C3%A3o_do_Faust%C3%A3o

Universidade de BrasíliaFaculdade de ComunicaçãoIntrodução a Comunicação

Abordagem de um telejornal esportivo: Globo Esporte.

Mateus Miranda de Oliveira Alves, Matheus Lopes Silva, Vittoria Fernandes de Oliveira.

“No esporte a comunicação televisiva esportiva, não representa apenas um meio de

comunicação, mas uma forma de acesso ao conhecimento sobre os esportes e suas

possibilidades”

Camile Luciane

Quando estreou, em 14 de agosto de 1978, o Globo Esporte comandado por Léo

Batista estava mais para um “telejornal de esportes” do que para um programa de

entretenimento. “Era apresentado da tradicional bancada, com textos lidos no teleprompter” . 1

(OSELAME, 2010)

No mesmo ano outros fatos importantes e que merecem destaque ocorriam no Brasil.

"Geisel acaba com o AI­5, restaura o habeas­corpus e abre caminho para a volta da

democracia no Brasil” . Ocorre a Copa do Mundo de 1978 e a seleção brasileira acaba 2

ficando em terceiro lugar. O ano de 1978 também foi decisivo para a luta de classes no Brasil.

Em maio desse mesmo ano, "a greve da Scania iniciou uma onda de greves de metalúrgicos,

professores, bancários e trabalhadores da construção civil que convulsiona todo o país até a

derrota da grande greve dos metalúrgicos do ABC em 1980 .3

A democracia foi muito importante para que a mídia, e especificamente os telejornais

1 Teleprompter é o aparelho sobre o qual desfilam sincronizadamente, num rolo de papel ou numa tela, ostextos que são lidos pelo apresentador ou ator à frente da câmera. DICIONÁRIO AURÉLIO BETAONLINE. Significado De Teleprompter. Disponível em: <http://www.dicionario doaurelio.com/ Teleprompter.html>. Acesso em: 16 nov. 2013.2 DITADURA MILITAR NO BRASIL. Governo Geisel (1974­1979). Disponível em: <http://www.su apesquisa.com/ditadura/>. Acesso em: 20 out. 2013).3 CERDEIRA, Bernardo. O movimento convergência socialista, as greves e as propostas do PS e do PT.Disponível em:<http://litci.org/especial/index.php/construcao/brasil/brasil­artigos/1915­o­movimento­convergencia­socialista­as­greves­e­as­propostas­do­ps­e­do­pt#page>. Acesso em: 19 out. 2013.

pudessem ter liberdade de impressa, abaixo acompanharemos as mudanças observadas na

abertura do Globo Esporte:

• "1978­81: Um desenho de um jogador de futebol aparece em linhas completadas por

quadrinhos pequenos, em outra cena aparece em feixes de luzes. O logotipo tinha uma

bola de futebol no centro, em que compõe o título. A trilha original tinha uma batida

de discoteca.

• 1981­95: Esta famosa abertura mostrava as cenas animadas, que ampliadas,

mostravam Boxe, Ginástica de argolas, Futebol, Remo, Vôlei, Natação, Tênis,

Basquete e Automobilismo. No final da abertura, um jogador chuta a bola ao fazer

uma transição para o logotipo do programa. A trilha passou a ser mais rápida, e

considerada a clássica da história do programa, passando posteriormente por novos

arranjos desde 2001.

• Em 1981­86, a bola foi chutada para cima ao transferir para o logotipo que aparece

em um fundo preto, o título Globo com a fonte verde e Esporte aparece abaixo em

uma fonte branca.

• Em 1986­89, em comparação a versão anterior no final da abertura, a bola foi

chutada para a tela ao transferir para o logotipo que foi alterada para o fundo verde.

• Em 1990­92, Após a bola que foi chutada para a tela, o frame final foi cortado para a

logomarca da emissora na época surgia um zoom a menos ao completar a palavra

“Esporte” virado para direita.

• Em 1992­95, com a estreia da logomarca na época, a mesma surgia virando para

frente com um zoom a menos ao formar a palavra “Esporte”.

• 1995­2001: Abertura mostra cenas de atletas cujas personalizadas em animação de

cores num fundo azul celeste e que depois surge os espectadores. A trilha permanece

a mesma desde 1981.

• 1995 ­ 1ª metade: Mostrou apenas o Futebol e a Ginástica Artística, no final, surge o

logotipo completo em que a logomarca da emissora agora em amplo, está junto com a

palavra Esporte de nova fonte em um fundo escuro;

• 1995 ­ 2ª metade: Após o Futebol, mostra o Boxe, o Voleibol, Salto e depois, a

Ginástica Artística. No final, surge apenas o logotipo da Globo e a parte de zoom a

menos é colocado a palavra Esporte.

• 1998­2001: O logo original da mesma vinheta foi substituído pelo o de simples. A

parte final da cena da Ginástica foi cortada ao exibir o logotipo em um fundo azul

claro, a palavra Globo voltou a ser adicionado no logotipo do programa.

• 2000­2001: Adicionado o Globo de Vidro.

• 2001­05: Nesta abertura, imagens variadas de esportes são mostradas em motion

blur (O Globo de vidro atravessava) e no fim, a logomarca surge em sombra de luz

para outra cor. Havia três versões da vinheta através de cores que aparecem no

logotipo, eram azul, marrom e verde. A trilha ganhou um arranjo moderno.

• 2005­08: Quase a mesma da anterior, mas compactando imagem por imagem, o

logotipo do programa surge ao cortar a cena e no fim, a logomarca surge também em

sombra de luz para outra cor, só que veio da parte de trás. Também conteve o

mesmo caminho da abertura anterior. A trilha moderna passou a ter uma versão

estendida.

• 2008­atual: Os atletas de esportes diferentes que surgem formados em linhas brancas,

aparecem em um fundo laranja com sombras de vários pentágonos atravessando

rapidamente, surgindo uma faixa durante cada cena. A trilha passou a ter uma batida

radicalizada. "4

Através da análise estética da abertura desse telejornal, fica evidente que a imagem

aliada ao som, torna a divulgação de notícias esportivas mais interessantes. Dessa forma, com

as mudanças tecnológicas e estruturais do modo de apresentação, foi possível que a televisão

como meio de comunicação se propagasse pelo Brasil inteiro, alcançando quase a totalidade

desse país.

Essa transformação na linguagem do Globo Esporte foi idealizada e vem sendo

concretizada pelo jornalista Tiago Leifert, e fez com que esse programa esportivo ganhasse

mais audiência, atraindo a atenção do telespectador. Tiago diz:

Jornalismo esportivo é uma coisa sem vida, sem emoção, sem paixão, isto está

4 GLOBO ESPORTE. Abertura do GE. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Globo_Esporte>.Acesso em: 20 out. 2013.

na matéria do exame de doping, em uma briga de torcida. Mas o esporte é legal porque ele diverte, ninguém assiste ao jogo do Corinthians para se informar, assiste para se divertir, para torcer, xingar o juiz. O jornalismo no Globo Esporte estava muito pesado, eu brinco que a gente estava numa rave usando smoking. Hoje eu acho que é muito mais entretenimento do que informação, ele tem um peso maior no programa. (LEIFERT, 2009, apud RANGEL, 2010, apud OSELAME, 2010, p.2).

A televisão, por si só, já é um produto com alto potencial para a atração de pessoas,

e consequentemente para o comércio. Com ela, tem­se a imagem aliada ao som, que tornam a

divulgação de notícias esportivas mais interessantes. Dessa forma, com as mudanças

tecnológicas e estruturais do modo de apresentação, principalmente do Globo Esporte, foi

possível que esse meio de comunicação se propagasse pelo Brasil inteiro, alcançando quase a

totalidade desse país.

“Ela chega praticamente a todos os municípios brasileiros e está em 90% das

residências, segundo dados do IBGE. É a principal fonte de informação e diversão de uma

parte significativa dos brasileiros.” (BISTANE, 2005, apud SILVA, p. 2).

No início, o Globo Esporte era parecido com os outros telejornais, como Jornal

Nacional ou Bom Dia Brasil, nos quais os apresentadores tradicionalmente ficam sentados em

frente a uma bancada e liam os textos a serem apresentados. Porém, durante todos esses

anos, e principalmente de 2008 até hoje, com Tiago Leifert, o programa tem passado por

transformações tecnológicas e de forma de apresentação e interação do apresentador com o

público.

As roupas do apresentador na década de setenta eram bem formais, eram utilizados

camisa social e paletó, já hoje é destacada a informalidade através da camisa gola pólo e

calça jeans, isso trás um clima de proximidade com o espectador. O conteúdo do programa

também faz jus à aparência dos apresentadores, em setenta era transmita apenas a informação

a respeito dos jogos e competições, agora é tratada, além disso, da vida dos jogadores,

atletas, as relações formadas, o que acontece dentro e fora do cotidiano profissional.

O Globo Esporte é um telejornal que começou com a função principal de informar, e

que passou a ser mais de entretenimento. Isso perpassou tanto a maneira como se passa a

mensagem como a própria aparência do programa e de seus apresentadores.

Fonte: TV Globo, sem data.

Fonte: TV Globo, sem data.

Fonte: Dias, 2013.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CERDEIRA, Bernardo. O movimento convergência socialista, as greves e as propostasdo PS e do PDT. Disponível em:<http://litci.org/especial/index.php/construcao/brasil/brasil­artigos/1915­o­movimento­convergencia­socialista­as­greves­e­as­propostas­do­ps­e­do­pt#page> Acesso em: 19 out. 2013.

DIAS, Rafael. Ex­apresentadores do globo esporte. 2013. 1 fotografia. Disponível em:<http://globoesporte.globo.com/outros­esportes/noticia/2013/08/ex­apresentadores­se­reunem­para­celebrar­35­anos­do­globo­esporte.html>. Acesso em: 22 out. 2013.

DITADURA MILITAR NO BRASIL. Governo Geisel (1974­1979). Disponível em:<http://www.suapesquisa.com/ditadura/> Acesso em: 20 out. 2013.

OSELAME, Mariana. Padrão Globo de jornalismo esportivo. Portal de periódico daPUCRS, 2010. Disponível em:<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/famecos/article/view/9026/6249> Acessoem: 21 out. 2013.

RANGEL, Patrícia. Globo Esporte São Paulo: Ousadia e Experimentalismo naprodução da Informação­Entretenimento. In: Videre Futura, Ano I, Volume I. Publicadoem 2010.

REZENDE, Guilherme Jorge de. Telejornalismo no Brasil. Um perfil Editorial. São Paulo:Summus, 2000.

SILVA, Camile; JUNIOR, Wanderley. Produção televisiva esportiva: um estudo sobreas ações e disposições dos agentes midiáticos a partir do programa Globo Esporte(regional ­PR). Disponível em: <http://www.cbce.org.br/cd/resumos/054.pdf>. Acesso em:21 out. 2013.

TV GLOBO. Evolução da vinheta do Globo Esporte.<http://globotv.globo.com/rede­globo/memoria­globo/v/globo­esporte­1978/2331561/>.Acesso em: 22 out. 2013.

TV GLOBO. Léo Batista apresenta o Globo Esporte. Sem data. Frame de vídeo.Disponível em:<http://memoriaglobo.globo.com/programas/esporte/programas­esportivos/globo­esporte.htm>. Acesso em: 22 out. 2013.

TV GLOBO. Tiago Leifert apresenta o Globo Esporte. Sem data. Bob Paulino.Disponível em:<http://memoriaglobo.globo.com/programas/esporte/programas­esportivos/globo­esporte.htm>. Acesso em: 22 out. 2013.

GLOBO REPÓRTER: UM PROGRAMA EM DUAS PERSPECTIVAS

Bárbara Alves, Helena Umbelino, Tuane pontes

"Porque linguagem, não podemos esquecer, é política."

Eduardo Coutinho

O Globo Repórter é um programa jornalístico semanal apresentado por Sérgio

Chapelin e Glória Maria. Ele é produzido e exibido pela Rede Globo de maneira quase

ininterrupta desde 1973 e atualmente é transmitido às sextas-feiras à partir das 22h. O

Globo Repórter dá ênfase em matérias de longa duração, que geralmente não são

exibidas na grade tradicional de telejornais. As matérias têm aproximadamente 40

minutos, alternando trechos de 10 a 15 minutos de reportagens com falas do

apresentador (LOBATO, 2013). Inclusive, uma diferença importante entre os dois é a

edição final: no Globo Repórter, ela é feita de maneira mais cuidadosa do que as dos

jornais diários (apud PONTUAL, 1994, p.101). As matérias do programa se enquadram na

classe de grande reportagem (LOBATO, 2013), que segundo Kotscho (2000, P.71), tem

por base a análise de diferentes pontos de vista de um determinado assunto, com um

maior investimento financeiro e um trabalho de investigação mais profundo. Desde o

começo, a concepção do Globo Repórter é buscar a exploração, de forma mais

aprofundada, dos principais acontecimentos jornalísticos do mês.

Ao longo do trabalho será feita uma análise do desenvolvimento da linguagem,

estética e conteúdo do Globo Repórter, a partir de uma comparação do programa durante

a Ditadura Militar, vivida no Brasil entre as décadas de 60 e 80, e os dias atuais que são

marcados pela globalização.

A chegada dos militares ao poder, em 1964, inaugurou um período de

intensa repressão e violência no Brasil. Durante os 21 anos que se

seguiram ao golpe de Estado que derrubou o presidente João Goulart,

milhares de pessoas foram perseguidas e presas. Muitas delas tiveram

seus direitos políticos cassados e viram-se obrigadas a exilar-se no

exterior. Outras tantas foram torturadas e mortas. A vida política passou a

ser regida por dispositivos autoritários que cerceavam a liberdade,

censuravam os meios de comunição e concentravam o poder nas mãos do

governo militar. (SERIACOPI,2006, p.479)

Em 1973, o programa estreou fazendo parte da programação “Terça Global” e

abordava diversos temas como: eleições na Argentina, Uruguai e Chile, a revolta dos índios

Oglala Sioux, Emerson Fittipaldi e escolas de samba. (CONHEÇA A HISTÓRIA DO GLOBO

REPÓRTER, 2012)

Em 1982, o programa que era antes conduzido pela voz do narrador estático,

passa a contar com um repórter e um cinegrafista que dão vida às reportagens,

transmitindo aos espectadores a emoção vivida como testemunhas em relação ao tema

da matéria. Ocorreram também mudanças nas reportagens, que passaram a ter duração

de apenas 15 minutos e na tecnologia usada na edição e produção do programa que

passou a ser U-matic (formato de fita de vídeo analógico de gravação) e, posteriormente,

Betacam (família de formatos de videoteipes profissionais, que utilizam o mesmo tipo de

fita magnética). Com isso, o processo de gravação e edição das imagens ganhou

agilidade. Já em 1983, o Globo Repórter apresentou novas mudanças: o programa

passou a ser apresentado por Eliakim Araújo e foi dividido em quatro blocos, que

mesclavam informação com entretenimento. A partir de então, o programa passou a ter

formato de documentário cinematográfico e teve como base a falta de diretrizes estéticas.

(GLOBO REPÓRTER, Wikipédia)

O uso do som-direto (a utilização de gravações, por exemplo) foi uma grande e

contribuição para que fosse possível a apresentação de matérias censuráveis, sem que

os textos (somente o som off) fossem vetados pelos militares (LIMA, 2002). Enquanto o

regime militar exaltava a “União” acima das diferenças sociais, o Globo Repórter apresentou

uma diferente perspectiva que denunciava as relações de mandonismo no campo, a

marginalização dos migrantes rurais nas grandes cidades e a violência do sistema capitalista.

(PALHA, 2013)

Conforme Eduardo Coutinho (2002) “havia dois tipos de repressão muito

marcantes: a política (relacionada diretamente aos temas) e a de linguagem (relacionada

a um emergente padrão visual da emissora).” Assim, foram as viagens e as descobertas

das paisagens brasileiras que possibilitaram uma liberdade criativa que fugisse do olhar

de censura dos militares.

Hoje, em meio à influência da globalização e da internet que promovem um alto

grau de interação e troca de informações de forma extremamente veloz, o programa teve

seu cenário reformulado, apresentando um ambiente mais interativo, com telões instalados

mostrando imagens do mundo diretamente para a tela dos espectadores (CONHEÇA A

HISTÓRIA DO GLOBO REPÓRTER, 2012). As matérias exibidas tratam de temas cotidianos

como saúde, bem estar e comportamento, violência, natureza e ecologia, mostrando os

diversos biomas brasileiros e a vida em locais distantes dos centros urbanos, além de temas

políticos que começam a ganhar importância aos poucos. A linguagem adotada pelo Globo

Repórter “se caracteriza como uma forma objetiva de transmitir os acontecimentos e também

uma maneira didática de informar” (BOBERG, 2012) e segundo Silvia Sayão (2006), “são

textos profundamente pesquisados, pensados para serem entendidos, de maneira que o

brasileiro possa assimilar com tranquilidade e segurança”. Sendo assim, os jornalistas criam

uma forma padrão de apresentar as informações ao público e para atingir seus espectadores,

os temas são apresentados através de uma linguagem simples, que às vezes beira a

coloquialidade, com o propósito de obter uma linguagem que aparente naturalidade.

(ALLOYSE,2008). Além disso, hoje em dia, o programa disponibiliza enquetes na página da

internet que permitem uma maior interação entre o público e o programa

Através dessa pequena linha do tempo, pode-se perceber as diversas mudanças

que ocorreram no Globo Repórter nessas duas épocas. Isso acontece porque foi

necessário que o programa se adaptasse a realidade da sociedade, procurando sempre

formas de atingir a população. Seja contornando a censura dos militares utilizando-se de

tecnologias e temas diversos, seja pela maior aproximação aos espectadores, valorizando

sua opinião, em meio à era digital e globalizada vivida hoje.

Montagem com logomarca da Rede Globo.

Fonte: <tiagosandes.blogspot.com>

Foto estúdio do Globo Repórter, 2011.

Fonte: <www.mundonovelas.com.br>

Referências bibliográficas:

SERIACOPI, Reinaldo. História: série Brasil. São Paulo: Editora ática, 2005.

KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. São Paulo: Editora ática, 2000.

BOBERG, A. R. Globo Repórter: uma investigação sobre o estilo textual da reportagem

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LOBATO, J. A. M. Memória, alteridade e a escrita da história no telejornalismo

brasileiro: o caso do Globo Repórter. In: ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA

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nacionais-1/9o-encontro-2013/artigos/gt-historiografia-da-midia/memoria-alteridade-e-a-

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RESENDE, A. C. de F. Globo Repórter: o discurso social escamoteado na ditadura e

cerceado na democracia. In: CONGRESSO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, 5,

2007. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/5o-encontro-2007-

1>. Acessado em: 15 out. 2013.

PALHA, C. R. L. Telejornalismo e formação de consenso: o repórter , “o caçador de marajás” e o dito “estado parasitário”. Uberlândia, 2013. Disponível em: <www.seer.ufu.br/index.php/historiaperspectivas/article/.../23320/12839>

Conheça a história do Globo Repórter – 2012. Disponível em:

<http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2010/04/conheca-historia-do-globo-

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2013. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Globo_Rep%C3%B3rter&oldid=37171652>.

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<http://www.contracampo.com.br/39/tvdesconhecida.htm>. Acesso em: 17 nov. 2013.

NEGRÃO, C. Globo Repórter vai desvendar o paraíso gelado da Patagônia. 2011. Disponível em: <www.mundonovelas.com.br>. Acesso em: 16 nov. 2013. COSTA, T. S. Filhotes da ditadura, ventríloquos da família Marinho. 2010. Disponível em: <tiagosandes.blogspot.com>. Acesso em: 16 nov. 2013

Jornal Nacional: os anos de chumbo e a situação atual

Amanda Viçosi, Isadora Pinho e Jéssica Maciel.

“O Jornal Nacional da Rede Globo, um serviço de notícias integrando o Brasil novo.”

Hilton Gomes

Introdução

O Jornal Nacional da Rede Globo estreou em 1° de setembro de 1969 e foi o

primeiro telejornal transmitido em rede nacional no Brasil. E desde sua fundação

acompanhou importantes fatos da história do Brasil e do mundo. Como os anos de

chumbo, período de censura e repressão por parte dos governantes.

Período de Ditadura Militar: Anos de Chumbo

No contexto político, o Jornal Nacional surge ao final do governo Costa e Silva e

início do governo Médici, período no qual o Brasil enfrenta os anos mais repressivos de

toda ditadura militar. Essencialmente após a assinatura, em 1968, do AI-5. Ato que

conferia ao presidente da república poderes, praticamente, ilimitados de repressão e

censura. Segundo o livro ”Jornal Nacional: A história faz história”, publicado pela Editora

Globo em 2006, a pressão sob os meios de comunicação era tão intensa que o telejornal

fora censurado em sua estreia. E exemplifica este argumento citando fatos que foram

proibidos ou limitados pelos militares de ser noticiados. Tal como o derrame do presidente

Costa e Silva que pode ser noticiado apenas após uma negociação entre a emissora e o

governo militar. E diz-se que por várias vezes o programa tivera que cobrir os

acontecimentos com “parcimônia” a mando estatal. Toda informação deveria passar pelo

filtro militar para que pudesse virar notícia, desde a epidemia de uma doença em SP à

queda de um policial em determinada localidade – como o próprio livro cita. Em resumo, a

obra destaca, no capítulo que se refere à cobertura nacional em Anos de Chumbo, os

desafios enfrentados pelo jornalismo no período e as consequências deste no seu

desenvolvimento, apontando as principais medidas da emissora para sua consolidação e

a importância deste como precursor do conceito de telejornal nacional até então

desconhecido no país.

No artigo “Sem Imagem, Sem Voz: O Telejornalismo Nos Tempos da Ditadura

Militar”, o autor revela que os anos de ditadura para o telejornalismo, que sofria a

transição entre a linguagem presente no rádio e a criação de sua própria linguagem, não

pôde evoluir. Passou por um momento de estagnação por conta do forte controle dos

meios de comunicação. Os próprios jornais restringiam-se a exibir reportagens

internacionais ou institucionais, pois temiam a ação militar contra os jornalistas, membros

de equipe e própria emissora. Aqueles que se conscientizaram do que de fato poderia

acontecer limitava-se a apresentar reportagens que faziam jus à imagem construída pelo

governo vigente na época.

O autor também apresenta o Jornal Nacional como contribuinte para tal construção.

A qual até mesmo Médici, presidente do período, afirmava ver no telejornal um país

maravilhoso. Afirmação, visivelmente, falsa. Enquanto o Brasil transformava-se em

décima potência mundial e a propaganda anunciava esse crescimento, mesclado a certo

ufanismo, a censura ocultava dos olhos e ouvidos da população a repressão, a tortura e a

morte. A mídia mascarava a realidade. E enfatiza o fato de que algumas emissoras não

se intimidavam com a situação, mas viam a possibilidade de se beneficiarem ao serem

condescendentes com o regime. Situação esta que, segundo o autor, esteve presente na

atuação do Jornal Nacional durante o período. Programa que contava com um “arsenal”

tecnológico para a distribuição de sinal. E, deste modo, proporcionara a integração de

todo o país por intermédio da TV, “aperfeiçoou tecnicamente o jornalismo diário, trouxe

uma nova dimensão do repórter de rua, criou os núcleos regionais de telejornalismo, deu

dimensão internacional com correspondentes próprios e formou os principais profissionais

do setor (TÁVOLA, 1977, p.104)”.

Em um dos capítulos de seu livro, Os Anos de Chumbo (jun/2006), o escritor

Arlindo Cruz descreve o papel exercido pelo jornalista Cid Moreira - apresentador do

jornal durante mais de dez anos - na construção de uma identidade e prestígio do

telejornal com maior destaque nacional até os dias atuais. Este cita o valor agregado ao

programa pela emissora ao telejornal, no caso Rede Globo, para diferenciá-lo do modelo

tradicional. Destaca a postura do jornalista que o reveste com uma credibilidade e

endossa a sua responsabilidade perante a profissão. Através de técnicas aplicadas pelo

próprio apresentador e o dinamismo do programa através da variação de ângulos.

É impossível não reconhecer a influência do Jornal Nacional diante da realidade brasileira

e as mudanças por ele provocadas no âmbito social. E o autor, Arlindo Cruz, afirma que

se ao JN deixasse de vir ao ar um único dia, deixando a tela em branco, sem

argumentações, isso causaria um desconforto social e tal pânico que, no dia seguinte,

atividades econômicas estariam ameaçadas de retração. E, contraditoriamente, a censura

imposta por regimes ditatoriais pode por vezes converter-se em “fissura subversiva” para

a manipulação de informação, principalmente através das ferramentas eletrônicas.

Mudanças após o regime militar e a situação atual

O período pós-regime militar exigia uma reestruturação dos telejornais, a

reestruturação dos jornais da rede Globo foi realizada por José Bonifácio Sobrinho, Boni,

que foi considerado o criador do “padrão Globo de qualidade”.

A maior mudança ocorrida, foi a desvinculação do noticiário com os patrocinadores,

foi criado então, os comerciais, espaço reservado para os patrocinadores. A TV Globo foi

responsável por unir imagem e texto de forma complementar, tornando o Jornal Nacional

mais atrativo aos telespectadores, além disso, a emissora estipulou um tempo e horários

determinados para cada programação, o que foi muito do agrado dos espectadores

porque eles podiam se programar para assistir aquilo que mais lhes agradava, também foi

inserido nessa programação diversos horários dos telejornais para que atingissem um

maior publico.

Ao contrário das mídias e redes utilizadas na internet, a televisão é um meio

informativo com uma via única, não permitindo, portanto, o debate imediato sobre o que é

transmitido, ou seja, o confronto de opiniões, condição necessária para a vivência da

democracia (Informar ou Determinar? - Liberdade de Imprensa, Propaganda Política e

Jornalismo Político, 2012).

Existe certa melhora nas imagens, o que ajuda a manipular as reportagens, a

melhora das imagens e o uso dos artifícios tecnológicos faz com que o jornal seja um

atrativo maior, assim como a rapidez como a informação é transmitida pelo mundo todo,

porem ainda hoje (mesmo com a lei da liberdade de imprensa) o governo tem um

pequeno poder sobre o que vai ser transmitido nas telas.

O Jornal Nacional é um modelo de telejornal, a audiência se manteve desde sua

criação até os dias atuais.

Fonte: Sebastião Azambuja, 1965

Fonte: Acervo Editora Globo, 1970.

Fonte: site Na TV, 2013

Referências bibliográficas:

AZAMBUJA, Sebastião. Primeira equipe de jornalismo da TV Globo. 1965. 1

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http://mestrado.fic.ufg.br/uploads/76/original_jornal_nacional.pdf > Acesso em: 05out.2013

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período de resistência ao autoritarismo militar (1968 – 1985), In: Porto Alegre- RS,

SULINA, Jun 2006.

Jô Soares

Diogo Diógenes Cintra Lopes

“A maior recompensa para o trabalho do homem não é o que ele ganha com isso, mas o que ele se torna com isso” John Ruskin

O produto de comunicação estudado nesta produção acadêmica

consiste no trabalho de um dos maiores comunicadores deste país, em minha

opinião, José Eugênio Soares, conhecido, artisticamente, como Jô Soares.

Segundo Luiz C. Martino, comunicação consiste em um tipo de relação

intencional exercida sobre outrem, podendo ser definida como uma “ação em

comum”. Podemos dizer que o termo “comunicação” refere-se ao processo de

compartilhar um mesmo objeto de consciência, exprimindo a relação entre

consciências.

Pensando mais especificamente em nosso produto de comunicação (Jô

Soares e seus programas) a melhor definição acerca de comunicação seria a

que afirma ser a comunicação a “capacidade ou processo de trocas de

pensamentos, sentimento ou ideias ou informações através da fala, gestos,

imagens, seja de forma direta ou através de meios técnicos”. Ou seja, podemos

afirmar que Jô Soares, através de seu programa “Programa do Jô” e de outros

programas ao longo de sua carreira, consegue se comunicar e trocar

pensamentos e informações, através dele e de seus convidados

(entrevistados), utilizando a fala como principal forma de comunicação, mas

também utiliza de imagens e de um pouco de humor (marca de Jô Soares

através de sua história). Podemos destacar duas marcas do Programa do Jô,

atualmente: o humor inteligente e a qualidade e repertório das entrevistas. São

entrevistas produtivas e com alta carga informativa e cultural, além de haver

um repertório muito vasto, sendo inúmeros os tipos de pessoas convidadas,

com pensamentos e ideias bem distintas umas das outras.

Para analisar o período histórico do Programa do Jô, é interessante

lembrar a trajetória desse ícone do jornalismo brasileiro. Jô Soares iniciou na

vida artística no filme “O Homem do Sputnik”. Na televisão, começou

escrevendo textos de teleteatro e eventualmente atuando no programa “TV

Mistério”, da TV Rio. Tornou-se roteirista da TV Tupi. Em 1959, entrevistava e

fazia graça nos programas “Jô, o Repórter” e “Entrevistas Absurdas”, da TV

Continental, no Rio. Nesse mesmo ano, estreava no teatro, como o bispo de

“Auto da Compadecida”. Em 1960, foi para São Paulo, onde fez brilhante

carreira como redator de TV (Show a Dois; Três é Demais) e ator e humorista

(Cine Jô, La Revue Chic, Rifi-7, 7 Belo Show, Jô Show, Praça da Alegria,

Quadra de Ases), já revelando o seu lado humorístico, característica até hoje

demonstrada.

Nessa época, devemos destacar a atuação de Jô como entrevistador

internacional do Programa Silveira Sampaio em 1963 e 1964. Mesmo já

investindo no humor desde o início da carreira, foi só em 1967 que Jô

conquistou fama nacional com relação a esse ramo, interpretando o papel d

mordomo Gordon da Família Trapo, programa que também ajudava a escrever.

Na TV Globo, conquistou sucesso nos humorísticos “Faça o Humor, não faça a

guerra” (1970), “Satiricon” (1973), “O Planeta dos Homens” (1976) e “ Viva o

Gordo” (1981).

Os personagens mais marcantes foram: Bô Francineide, Gardelon,

irmão Carmelo, Norminha, Capitão Gay, dentre outros. Inúmeros de seus

bordões caíram na boca do povo: “tem pai que é cego”, “muy amigo”, “a

ignorância da juventude é um espanto”. Em 1973, Jô estreou o seu modelo de

programa nos moldes de seu atual programa (Programa do Jô), com

entrevistas, na sua nova casa, o Globo Gente. Ele foi retirado do ar, por

problemas de censura. Nos anos 80, quando já havia abertura política, a Globo

não aceitou o seu projeto, de programa de entrevista. Então, Silvio Santos

aproveitou e atraiu Jô para o SBT, com um salário recode. No SBT ele possuía

dois programas: “Jô – Onze e Meia”, um talk show e “Veja o Gordo”. Estreou

em 16 de agosto de 1988. Pouco tempo depois, Jô encerrou a carreira de

humorista, passando a se dedicar à imprensa, à música, ao teatro e à literatura.

Em 3 de abril de 2000, ele voltaria para a Globo, no Programa do Jô (até a

atualidade). O seu primeiro entrevistado foi Roberto Marinho, fundador da

emissora.

A carreira de Jô Soares foi destaque em vários jornais, incluindo o

periódico americano, “The New York Times”. Com o título de “O Showman do

renascimento brasileiro não pode ser contido num ‘talk show’”, Larry Rohter

discorre sobre a carreira do multitarefas Jô, lembrando o seu sucesso na TV

como comediante, durante a ditadura militar, e os “talk shows” que fez depois,

nos moldes americanos.

Podemos agora identificar as transformações ocorridas ao longo dos

programas apresentados por Jô Soares desde a década de 60 até os dias

atuais. Ficou claro que o comunicador e apresentador sempre teve um lado

humorístico. Também ficou claro que sempre foi o seu desejo apresentar um

programa estilo “talk show” (gênero de programa televisivo ou radialístico em

que uma pessoa ou um grupo de pessoas se junta e discute vários tópicos que

são sugeridos e moderados por um ou mais apresentadores). No fator humor,

ocorreram algumas modificações. Antigamente, o foco de Jô se dava com

relação ao humor. Hoje em dia não. A principal característica de seu programa

é o talk show, onde ele convida pessoas para discutirem questões sobre

inúmeros assuntos. E, dentro dessas entrevistas (e no intervalo delas) ele se

utiliza do humor, dando ao programa um ar descontraído e divertido. O seu

“estilo” de humor também mudou um pouco. Antigamente ele fazia um tipo de

humor mais caricaturado, mais escraxado. Hoje, ele utiliza um humor mais

espontâneo e mais elaborado (inteligente).

Uma característica que ainda permanece em seu programa é o fato de

Jô de fato participar de seu programa, como sempre fez, de forma a da ao

Programa do Jô a “cara” do apresentador. Antes, ele ajudava a escrever

diversos de seus programas e filmes. Hoje, ele ainda participa bastante da

estruturação e programação de seu programa. Com relação às entrevistas, não

mudou muita coisa, apenas o contexto histórico. Em cada época, a pauta de

discussões tinha relação ao momento histórico e aos assuntos discutidos em

cada momento. Na década de 60, porém, Jô não conseguiu realizar o seu

programa da forma como gostaria, pois estava em época de ditadura. E hoje,

ele já consegue discutir e refletir sobre tudo o que deseja e entende ser

pertinente. A diferença entre o seu programa no fim da década de 80 e década

de 90 para os dias atuais é que hoje ele utiliza de toda a sua liberdade para

realizar o programa da forma como deseja, sendo mais “corajoso” e

introduzindo ao programa tudo o que deseja.

A análise sobre o Programa do Jô e a trajetória de Jô Soares, nos

permite dizer que esse comunicador possui uma influência muito grande sobre

o jornalismo brasileiro e sobre a população. Desde sempre ele é reconhecido e

respeitado em seu meio. É respeitado e admirado tanto dentro como fora do

meio jornalístico.

Podemos dizer também que o seu programa consitui uma ferramenta de

qualidade dentro da televisão brasileira, por se identificar como um programa

cultural e informativo, onde há discussão e reflexão de ideias atuais, bem como

informações importantes e pertinentes a toda a população. Também constitui

em um programa que abrange toda a família, e abarca e interessa a pessoas

de diversas gerações.

oteatrodavida.blogspot.com

espelhodecultura.pt

jreporterdoaraguaia.com

Referências Bibliográficas

MARTINO, Luiz. De qual comunicação estamos falando. In: HOHLFELDT, Antonio; MARTINO< Luiz; FRANÇA, Vera. Teorias da comunicação? Conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p 11-25

http://pensador.uol.com.br/autor/jo_soares/biografia/

http://www.e-biografias.net/jo_soares/

O legado de Tron

Carol Duarte, Iury Rodrigues, Lucas Augusto

“Tudo que for visível deve crescer mais além de si mesmo e estender-se ao reino do

invisível ”

Dummont

Tron (Tron - Uma odisseia eletrônica no Brasil) é um filme produzido pela Walt

Disney Pictures em 1982. Estrelado por Jeff Bridges, conta a historia de um promissor

engenheiro de softwares pra videogames chamados Kevin Flynn, que trabalha numa

grande empresa a ENCOM. Ele é criador de vários programas, os quais foram roubados

por um colega de trabalho, Ed Dillinger. Flynn é demitido e abre seu próprio fliperama,

mas tenta invadir o servidor da empresa com um programa chamado CLU , buscando

evidencias de que os programas são de sua autoria . Durante uma de suas tentativas o

programa MCP (Master Control Program) detecta a sua presença, que desativa os

códigos de acesso de Flynn e de Alan Bradley, um funcionário da empresa. O MCP cria

autonomia e revela a Dillinger que predente dominar o mundo. Juntos Flynn, Bradley e a

Dra. Lora Baines, que trabalha num laser que transporta objetos reais para o meio virtual,

decidem invadir o prédio da ENCOM para ajudar Flynn. O MCP detecta Flynn e o

transporta para o meio virtual onde os programas competem em videogames como

gladiadores. Flynn, e os programas Ram e Tron tentam fugir de Sark, o programa de

Dillinger. Flynn e Tron destroem o MCP/Sark e salvam a Encom.

Tron: Legacy (O Legado) é a continuação do filme de 82 . Também produzida pela

Walt Disney Pictures, foi lançada em 2010. O filme começa com a notícia do

desaparecimento de Kevin Flynn, o presidente de uma grande empresa a ENCOM. Anos

mais tarde o filho de Flynn, Sam, invade a ENCOM e rouba um software que a empresa

iria lançar por um preço alto. Ele então o distribui livremente, como o seu pai inicialmente

pretendia. Sam se recusa a tomar posse na empresa e um dia ele recebe uma mensagem

de Alan Bradley, membro do conselho e amigo do seu pai. A mensagem diz pra ele ir o

velho fliperama. Lá ele encontra um escritório escondido e o laser controle o transporta

para o mundo virtual chamado a Grade. Sam encontra CLU, o programa que é o clone do

seu pai e que comanda a Grade. Ele é obrigado a lutar e é salvo por Quorra , a última dos

ISOS (Algoritmos Isomórficos) que são programas espontâneos e não são criados por

Usuários . Os ISOS foram aniquilados por CLU. Flynn e Tron tentaram lutar contra CLU,

mas este reprograma Tron, tornando-o um impiedoso jogador chamador Rinzler, forçando

Flynn a desaparecer para além da grade. Sam encontra o seu pai e juntos tentam levar o

disco de Flynn para o portal entre os mundos e tentam voltar para o mundo real. CLU tem

interesse de roubar o disco para conseguir ir ao mundo real e dominar o mundo, ele

consegue pegar o disco e descobre como fazer a passagem. Quando os três chegam

perto do portal, CLU surge com os soldados negros e uma batalha se inicia. Rinzler se

lembra de que luta pelos usuários e ajuda Flynn e os outros. Flynn troca de disco com

Quorra, e enquanto ele luta com CLU, ela tenta colocar o disco na portal junto com Sam.

Eles conseguem abrir a passagem, mas Flynn fica pra trás e é destruído junto com CLU.

Sam, já no mundo real, decide assumir o controle da empresa junto com Alan.

Na década de 1980, quando a filmagem do filme foi realizada, já havia mais de 1

milhão de computadores nos Estados Unidos. No entanto, o acesso à internet era restrito

às universidades, governo e órgãos militares. Aproximadamente 10 mil pessoas tinham

acesso à rede. Na mesma época, Bill Gates e Paul Allen começavam a desenvolver

sistemas operacionais de melhor qualidade para computadores.

No contexto em que foi lançado, o filme Tron foi considerado “tecnológico” por ser um dos

primeiros a utilizar efeitos de computação gráfica de forma ampla. No entanto, O Tron, foi

considerado um filme complexo demais para ser entendido naquela época, devido à

grande utilização de linguagens de programação, hackers, softwares, entre outros dados

profundos da informática, num mundo onde poucas pessoas tinham noção do que

significavam dados termos. Todavia, o fracasso de bilheterias se deu, também, por o filme

ter sido lançado em parelha ao grande clássico do cinema “ET- Extraterrestre”.

Hoje em dia, o filme seria melhor interpretado, já que houve uma grande repercussão dos

processos tecnológicos na sociedade, o que facilita o entendimento das cenas. Por isso,

as gravações e lançamentos dos filmes foram retomados.

No primeiro filme a computação gráfica é extremamente precária, embora tenha sido

um dois primeiros filmes a usar tal tecnologia de uma forma tão ampla e bem feita para o

padrões da época. O filme inicialmente foi concebido para ser uma animação, apenas

com poucas participações em live-action. Foi utilizado o live-action e a luz de fundo que

poderiam ser integrados com a computação gráfica, alcançando a imagem desejada. Mas

ao contrário do que se pensa, o filme contém apenas de quinze a vinte minutos de

animação propriamente dita , uma vez que a tecnologia que junta animação e live-action

não existia na época . A maioria das cenas, os efeitos visuais e as cenas de fundo foram

feitas com uma processo chamado de “Blacklit Animation” animação de luz de fundo, em

tradução livre) onde a luz é usada para criar animações . As cenas de live-action de

dentro do computador foram gravadas em preto e branco num estúdio completamente

preto. Foram imprimidas em um grande rolo de filme de auto contraste , depois foram

coloridas de uma forma que as deixassem mais “ tecnológicas “. O segundo filme

começou a ser produzido em 2009. Numa era onde a computação gráfica é largamente

utilizada no cinema , como por exemplo o grande sucesso de 2009 , Avatar , que de certa

forma auxiliou a realização de Tron : O legado.Ao contrário do outro filme, esse possuía

uma tecnologia avançada ao seu favor. As cenas do mundo real foram gravadas de forma

convencional em 2D , enquanto as do mundo virtual foram gravadas em 3D. Essa decisão

foi tomada para levar o telespectador a outro nível, quando Sam entrasse no mundo

virtual , mais ou menos como foi feito no clássico de 1937, O Mágico de Oz , com as

cenas em preto e branco e as cenas coloridas . Foi usado o Fusion-Camera System que

foi desenvolvido pelo diretor de Avatar, James Cameron, consiste em um processo no

qual usa-se duas câmeras específicas para rastrear objetos independentes, simulando a

visão dos olhos humanos. O resultado desse tipo de filmagem é chamado de 3D

estereoscópio . Um impressionante efeito visual é a versão jovem de Jeff Bridges , já que

seu personagem CLU deveria se parecer com a imagem do ator enquanto era jovem ,

como visto no primeiro filme . Diferente do que é feito em outros filmes que usam efeitos

similares, o ator fez a atuação do personagem com uma mascara. Um dublê foi escolhido

para executar de novo esses movimentos e basicamente eles rejuvenescem o rosto do

ator e colocaram no corpo do dublê através de um programa de computador, coisa que

seria impossível de ser feita no primeiro filme. Outra mudança visível foi à distribuição em

home vídeo. Enquanto o primeiro filme foi distribuído somente em VHS, na época, o

segundo foi lançado em DVD e Blu-ray.

Tron é uma história multimídia. Por ser ambientado num mundo cibernético a historia

é contada em mídias diferentes e que se completam. Foi lançado um jogo eletrônico

chamado Tron 2.0, que é uma continuação do primeiro film. Com o anúncio do segundo

filme foi lançado um novo jogo eletrônico chamado Tron: Evolution . Esses dois

lançamentos são responsáveis por expandir esse mundo imaginário pra uma nova

plataforma, diretamente ligada a mitologia da série.Foi lançada também pela Marvel

Comics uma minisséries em duas partes chamada de Tron: Betrayal , que conta a história

que se passa entre o fim dos eventos do primeiro filme e vinte anos antes do inicio do

Legado . Uma nova forma de comunicação ajudou a contar mais um pedaço desta vasta

história, os quadrinhos. Tron: Uprising é a mais recente empreitada desse universo

fantástico. É uma história contada na forma de desenho animado, que é contemporânea

aos eventos do segundo filme. Outra plataforma então é utilizada, a televisão. Outro

aspecto que é importante citar é o a música. O Duo francês de musica eletrônica daft

Punk é responsável pela trilha sonora de Tron: Legado e até fazem uma pequena

participação no filme . Um terceiro filme já foi confirmado pela Walt Disney Pictures, até o

momento estando limitada ao roteiro.

A importância desse conceito multi midiático é imensurável. Quase como uma

paralelo a história vista no primeiro filme, a mitologia de Tron esta sempre em expansão e

sempre buscando novas tecnologias as quais repassam o que essa história tem a dizer .

Num mundo onde a informação viaja mais rápido do que nunca e plataformas ficam cada

vez mais obsoletas , é importante a busca por variação e novos meios de inovação . Tron

é uma história sobre o medo de se perder num mundo virtual e se esquecer de viver no

mundo real. É uma lição de como a ganância pode ser corrosiva para o ser humano.

Mas é também sobre amizade e família. Sobre ter valores passados de geração em

geração. Sobre tomar conta do legado dos seus antecessores. É uma série que retrata a

evolução não só tecnológica, mas também da relação humano-maquina e como isso pode

ser a ruína para alguns ou a glória pra outros. É um reflexo da sociedade durante três

décadas importantes na história humana, e como produto de comunicação é bastante

eficiente.

Referencias bibliográficas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tron

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tron:_Legacy

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tron:_Betrayal

http://www.imdb.com/title/tt0084827/?ref_=ttpl_ql

http://www.imdb.com/title/tt1104001/?ref_=tt_rec_tt

http://tron.wikia.com/wiki/TRON:_Legacy

http://tron.wikia.com/wiki/TRON

http://gizmodo.com/5788628/exclusive-how-tron-starred-a-young-jeff-bridges

http://omelete.uol.com.br/tron-legacy/#.UmLhXnDvuCQ

http://omelete.uol.com.br/tron-legacy/cinema/tron-3-diretor-fala-da-trama-e-diz-que-criara-

novos-elementos-visuais/#.UmLhbnDvuCQ

http://omelete.uol.com.br/tron-legacy/cinema/tron-3-bruce-boxleitner-diz-que-producao-do-

novo-filme-tera-inicio-em-2014/#.UmLhfXDvuCQ

http://www.groonk.net/blog/2011/01/mini-overload-of-tron-legacy-links-that-wouldnt-fit-

anywhere-else/

http://www.thecomicbooknerd.com/2010/10/19/old-versus-new-tron-posters/

Evolução dos programas de auditório: Análise comparativa do “Cassino do

Chacrinha” e do “Altas Horas”

Renan Maia Nunes, Kelly Drumond e Ágata Gabriela Teixeira

“Na televisão nada se cria, tudo se copia".

Chacrinha

Os programas de auditório tem sua origem no rádio e são característicos da cultura

televisiva brasileira. Este gênero televisivo é desenvolvido através de programas com uma

linguagem de apelo popular com a presença de uma plateia que interage com o

apresentador e com uma diversidade de atrações como música, brincadeiras, entrevistas

entre outras atrações, sendo este produto da comunicação fonte de entretenimento para a

maioria das famílias brasileiras aos finais de semana.

O “Cassino do Chacrinha” foi um programa de auditório da Rede Globo de

televisão exibido entre os anos de 1982 e 1988 com atrações musicais e show de

calouros, apresentado por Aberlado Barbosa, mais conhecido como Chacrinha o velho

guerreiro e dirigido por José Aurélio Barbosa. Exibido aos sábados e com duas horas de

duração este programa possuía alguns elementos como uma edição rápida, cameraman

aparecendo no vídeo, assistentes fantasiados, chuva de confete, plateia animada e

movimentação intensa de artistas e "chacretes" no palco.

Chacrinha, animava o público com seu gestual e seus bordões, além de

distribuição de bacalhau e abacaxi, este artista possuía uma grande capacidade de

improvisação e de comunicação popular, sua interação com a plateia era grande, muitos

queriam participar deste grupo que em sua maioria era composto por mulheres.

Segundo Boni “ele foi o pai do popular bem feito, era uma espécie de guardião da

comunicação de massas” (BARBOSA; RITO, 1996, p.76). Para Muniz Sodré, professor,

escritor e teórico, Chacrinha “foi um divisor de águas entre a televisão para o público e a

televisão com o público” (SODRÉ apud BARBOSA; RITO, 1996, p. 76).

O Altas Horas é um programa de auditório da mesma emissora do citado

anteriormente, exibidos nas madrugadas de sábado para domingo que surgiu no ano de

2000 . Apresentado por Serginho Groisman e dirigido pelo mesmo e por Maurício Arruda,

este produto da comunicação mistura entretenimento e jornalismo com presença de

atrações musicais, artistas, matérias especiais, entrevistas, e pautas que abordam

assuntos da contemporaneidade como arte, comportamento, sexo entre outros.

Possui uma plateia formada por adolescentes, que interagem com o apresentador

e as atrações, esta pode fazer uma pergunta diretamente para alguma das atrações ou

até mesmo tirar suas dúvidas sobre sexo com a sexóloga do programa. O “Altas Horas”

aposta na participação mais ativa e crítica do público, que está distribuído em uma arena

circular.

O contexto de produção destes dois programas é bem diferenciado, o “Cassino do

Chacrinha remete a um período em que a televisão ainda estava definindo um padrão de

linguagem e um estilo próprio, muito atrelado inicialmente ao rádio. O “Altas Horas” surge

em um período em que a televisão já está mais consolidada no Brasil, com uma

linguagem mais definida. Com o avanço das tecnologias da informação, em especial da

internet, os programas televisivos da contemporaneidade passam a ganhar uma maior

dinamicidade e complexidade tendo em vista que o acesso aos produtos de comunicação

e troca de informações é muito maior com o público, como se observa no “Altas Horas”.

Os dois programas mesmo tendo plateia, existem diferenças relevantes. Enquanto

no Cassino do Chacrinha o público era separado por uma barreira colorida, no altas horas

o público faz parte do cenário e fica relativamente próximo do convidados, fazendo com

que exista uma visível proximidade e o programa faz esse público aparecer e participar de

forma interagida e não vexatória.

Observa-se que no Altas Horas há uma linguagem mais culta em detrimento do

programa do Chacrinha que se utiliza de uma linguagem informal, por vezes até grotesca.

Talvez esse fato possa ser explicado pela diferença de publico, sendo que no Cassino do

Chacrinha, exibido aos sábados, era formado por amplos setores da sociedade,

principalmente as camadas mais populares e menos escolarizadas. Já no Altas horas o

publico é mais jovem e escolarizado, por se tratar de um programa exibido na madrugada

de sábado para domingo, momento em que a maioria da população teoricamente estaria

dormindo. No entanto, nota-se que de um modo geral houve uma mudança de paradigma,

pois com o passar dos anos o controle dos produtos de comunicação pelo Estado

aumentou, propiciando um policiamento das atrações como um todo o que diminuiu o uso

de linguagem considerada impróprias, preconceituosa e apelativa, embora ainda persista

este tipo linguajar, mas em menor numero e em horários exclusivos.

Quanto a estética, o Cassino do Chacrinha era mais chamativo com um cenário

com cores mais vibrantes, brilhosas e efusivas, mulheres dançando com poucas roupas,

figurinos extravagantes. No Altas horas verifica-se cenário menos denso, com cores mais

sóbrias e sem apelação sexual aparente. Embora exista um quadro, apenas de debate

(não visual) sobre sexo que aparentemente é focado mais na questão de saúde, mas

infere-se um tom de brincadeira que propicia algumas polêmicas.

O conteúdo da comunicação do Chacrinha era mais humorístico chegando ao

debochado, enquanto no Altas horas, percebe-se algo mais consciente e reflexivo, sem

perder o humor, mais focando suas discursões no publico que participa de maneira ativa,

ao contrario do Chacrinha em que a plateia era na maior parte das vezes passiva.

O nível de escolarização do público alvo dos programas televisivos faz os

programas da televisão brasileira terem uma cara mais popular ou mais elitista, porém o

que podemos ver nos dois programas é que a linguagem usada por seus apresentadores

e direção é a primeira escolha feita para definir que telespectador deseja alcançar, isso

porque os dois programas tem como atração, artistas em destaque na emissora e

cantores/bandas de sucesso.

Conclui-se após a análise do presente trabalho que as principais características do

gênero televisivo programas de auditório permaneceram inalteradas ao longo dos anos, a

presença da plateia, sua interação com o apresentador, a diversidade de atrações em um

só programa e a função principal de entreter, nada foi criado . As principais diferenças que

se observam são as características de linguagem, de conteúdo e estética, muito

relacionados ao contexto histórico de produção e ao público que se deseja atingir.

Fonte: Altas Horas, 2013

Fonte: Rego, Nelson di, 1984

Referências bibliográficas:

BARBOSA, Florinda; RITO, Lúcia. Quem não se comunica se Trumbica. São Paulo:

Globo, 1996.

FREIRE Filho, Joao; Herschmann, Micael organizadores. Novos rumos da cultura da

mídia: industrias, produtos, audiências - Mauad X, 2007

TORRES, Carmen L. C. Lopes .Programas de Auditório: Um Gênero Mostrando a

Resistência da Expressão Popular nos Meios de Comunicação de Massa. São Paulo.

USP 2004. Disponível em:

<http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/38987853589686536615516015929805656497.

pdf.>. Acesso em: 18 out.2013.

VITTO, Silmara; SPERB, Raphael Carlos; PAZ, Camila Candeia. O Uso da Imagem

Feminina nos Programas de Auditório: Do Chacrinha ao Pânico na TV!. Blumenau 2009.

X Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul. Disponível em:

<http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2009/resumos/R16-0990-1.pdf> Acesso

em: 20 out. 2013

Memória Globo – Cassino do Chacrinha - Disponível em <

http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/auditorio-e-variedades/cassino-

do-chacrinha/formato.htm> Acesso em: 16 out. 2013

Rede Globo- Altas Horas. Disponível em: < http://tvg.globo.com/programas/altas-horas/>

Acesso em: 16 out. 2013

A evolução dos filmes Resident Evil

Isabella de Oliveira, Juliane Dionisio e Tatyane Soares

“A única coisa que eu sei é: não seja mordido.”

Morgan (The Walking Dead)

O conceito apocalipse zumbi, nascido na década de 60, se tornou frequente em

filmes, seriados, livros e histórias em quadrinhos da atualidade. Mas, a popularidade

desse tema se deu com o lançamento do primeiro filme da saga Resident Evil, em 2002.

Possuindo cinco filmes longa-metragem já lançados, eles integram os gêneros de ficção

científica e terror.

Os filmes, que contam a história de como as pessoas se transformavam em zumbis

e como as que não se transformavam sobreviviam, foram baseados em um jogo de

videogame de mesmo nome. Contudo, a história do jogo nem sempre teve esse foco.

O tema inicial era bioterrorismo, os zumbis eram apenas resultado de um incidente

com armas biológicas. Como o público preferiu a temática zumbi, a Capcom

Entertainment, empresa responsável pela franquia, resolveu reformular a ideia original.

Com isso, o filme seguiu a mesma linha do jogo.

O primeiro filme, Resident Evil- O Hóspede Maldito, conta a história de Alice, vivida

pela atriz Milla Jovovich, que após acordar sem memória em um laboratório subterrâneo,

tenta sobreviver com a ajuda de uma equipe enviada para conter uma epidemia zumbi.

Nesse filme, os zumbis são lentos, a maquiagem não é muito elaborada e os

efeitos são condizentes com a tecnologia da época.

Nos dois filmes que se seguiram – Residente Evil, Apocalipse; Resident Evil, A

Extinção -, a história se desenvolve com Alice lutando contra a empresa que disseminou o

vírus e provocou a epidemia. Novamente, pela exigência do mercado, o filme começou a

ser integrado no gênero dos filmes de ação. Nessa época, os jogos desse gênero

estavam em grande ascensão.

Os zumbis se tornaram mais rápidos, a maquiagem estava mais elaborada e até o

figurino participou das mudanças para se adequar às tendências que estava nas

passarelas. Algumas dessas mudanças continuaram se seguindo nos filmes seguintes,

como o figurino e a maquiagem.

O quarto e o quinto filme da saga– Residente Evil, Recomeço; Resident Evil,

Retribuição -, trazem uma inovação que alterava a forma como os filmes eram exibidos

no cinema, a tecnologia 3D. Ela permite que além de visualizar a realidade em duas

dimensões, altura e largura, o cérebro humano veja também em profundidade ou, pelo

menos, tenha a ilusão de ver desta forma.

Para que essa tecnologia fosse inserida nos filmes, o processo de produção e o

roteiro tiveram que sofrer modificações. O roteiro deveria ser escrito de forma a privilegiar

as situações e cenários para serem mostrados em 3D, e o processo seria transformado

porque o filme não só seria exibido em 3D, como seria gravado com essa tecnologia.

Esse fato possibilitou que a saga fosse uma das pioneiras nesse tipo de avanço. O

objetivo com isso era fazer com que o espectador fosse imerso de forma completa no

universo do filme.

Outro tema que se tornou constante para divulgação da franquia foram os blogs de

internet. Esses possibilitaram que os espectadores pudessem se aproximar e fazer com

que a ideia da saga fosse entendida de uma melhor forma. Eles eram feitos por fãs que

que além de divulgar informações sobre a franquia, mostravam também o que fora

influenciado por ela.

O fato que chamava mais atenção, era como o tema interferia na realidade das

pessoas que já lançavam livros para ensinar à pessoas leigas como sobreviver no caso

da história de ficção se tornar verdadeira.

Foi nesse foco de mexer com a realidade que a própria empresa Capcom investiu

na ideia de divulgação do filme através da internet. Antes do lançamento do último filme, a

empresa, lançou um site como se fosse realmente a empresa responsável pelo incidente.

Durante a navegação, a transmissão era perdida e um vídeo de Alice incentivando as

pessoas que o estivessem vendo a lutarem a favor de sua causa era exibido. O realismo

adotado fez com que a saga conseguisse mais seguidores.

A reinvenção de sua história, estilo, posicionamento e público ratificou o que os

resultados dos filmes já indicavam, seguir o rumo que o mercado pede faz com que o

produto possa atingir o maior número de pessoas possíveis.

Todas as mudanças que foram realizadas durante os onze anos desde de que a

saga fora lançada demonstram que ela é uma franquia capaz de se adaptar as

transformações que esse gênero da comunicação vem sofrendo e capaz também de

adaptar seu público.

Foi esse público, que aumentava em cada filme e jogo lançado da saga, que

permitiu que a sequência do filme fosse confirmada. O sexto filme, previsto para o

segundo semestre de 2014, contará com mais efeitos especiais e utilização das mais

novas tecnologias. Não somente continuará a ser influenciado por fatores externos, mas

poderá continuar a influenciar jogos, livros e outros filmes do gênero.

Fonte: Mundo Drive, 2012.

Fonte: Yatay Chan, 2012.

Referências bibliográficas:

ALONGE, Wagner. Ágoras digitais: a emergência dos blogs no ciberespaço e suas

implicações na sociabilidade e cultura midiática. Anais I Congresso Anual da Associação

Brasileira de Pesquisadores de Comunicação e Política, Salvador, 2006.

CERALDI, André. A evolução e as mudanças da franquia Resident Evil. Disponível em: <http://residentevil.com.br/site/revil/artigos/a-evolucao-e-as-mudancas-da-franquia-resident-evil>. Acesso em: 23/10/2013 as 13:10.

CINE POP. Resident Evil 4. Disponível em: <http://www.cinepop.com.br/especial/residentevil4recomeco_101.htm>.Acesso em:

23/10/2013 as 13:30.

INFO ESCOLA. Tecnologia 3D nos cinemas. Disponível em: <http://www.infoescola.com/tecnologia/cinema-3d/>. Acesso em: 23/10/2013 as 16:00.

MUNDO DRIVE. Evolução de Alice. Disponível em: <http://www.mundodrive.com/2012/08/evolucao-alice-milla-jovovich-resident-evil.html>. Acesso em: 23/10/2013 as 14:00.

YATAY CHAN. Resident Evilição. Disponível em: <http://zombiefactsblog.blogspot.com/2011_08_07_archive.html> .Acesso em: 23/10/2013 as 13:30.

O desenvolvimento do gênero terror no cinema a partir do

Expressionismo

Pedro Hermano, Samantha Santos e Renata Caldeira

O cinema de terror, por seu caráter fantasioso e singular e sua

identidade visual única, instiga a imaginação e faz com que nos perguntemos:

“De onde é que surgiu tudo isso?”. Movidos por essa pergunta, procuramos

entender o que influenciou esse gênero cinematográfico e como ele se

desenvolveu, e encontramos respostas no expressionismo.

O expressionismo é um movimento de vanguarda que surgiu na

Alemanha, no período entre guerras do século XX, em meio ao horror

proporcionado pela Primeira Guerra Mundial e o medo de um próximo embate

catastrófico devido à crise mundial de longa duração. Motivados pela

expressão do irracional e dos sentimentos obscuros do ser humano, os artistas

adeptos ao expressionismo buscavam refletir seus suas emoções, de maneira

quase catártica, sempre mostrando uma distorção do real, o que é muito visível

na obra “O Grito”, de um dos grandes nomes do expressionismo, Edvard

Munch, onde a figura humana não apresenta suas características reais, mas se

contorce sob sua angústia e medo.

Figura 1 - O Grito (1893), de Edvard Munch. Fonte: Wikipédia.

O expressionismo não chega a ser um gênero de filme, mas é uma

estética que passou a ser encontrada em romances policiais, dramas, filmes

históricos e outros, sempre muito fantasioso, irreal. Similar à pintura, no cinema

de estética expressionista os cenários são retorcidos e deformados, a figura

humana não faz jus à realidade, há o uso indiscriminado e exagerado de luz e

sombra e há enfoque muito maior nas características psicológicas das

personagens, tudo isso criando uma atmosfera inquietante. Ou seja, deixa-se a

verossimilhança de lado para exaltar a expressão de emoções a partir da

distorção da realidade e subjetivismo.

O maior representante da estética expressionista no cinema é o filme “O

Gabinete do Doutor Caligari” (Das Kabinett des Doktor Caligari, 1920), dirigido

por Robert Wiene, que narra a história de um sonâmbulo, Cesare,

supostamente adormecido a 23 anos e capaz de prever acontecimentos, e seu

manipulador, o Doutor Caligari. Cesare é uma personagem bizarra, sempre em

preto, cabelo desconectado, maquiagem forte e exagerada, parecendo um ser

não social, perigoso, macabro. Os cenários possuem formas desproporcionais,

é filmado em ângulos irregulares, e a trilha sonora atribuiu às cenas tensão e

expectativa. E ainda mais por envolver assassinatos, esse filme é considerado

um dos primeiros do gênero terror.

Figura 2 - O Gabinete do Doutor Caligari (1920), de Robert Wiene. Fonte –

Blog O horror, o horror.

Apesar de ter tido dificuldades para se espalhar pelo resto do mundo

devido à censura do regime nazista a essa vanguarda por acreditarem que

aquela estética, além de possuir inferioridade artística, não representava os

valores, costumes e moral do povo alemão, o expressionismo chegou, depois

de algum tempo, a influenciar o cinema hollywoodiano. “O Gabinete do Doutor

Caligari” impressionou toda a geração e exerceu influência sobre cineastas de

outras partes de mundo, que, também com a maior facilidade que o

aprimoramento tecnológico proporcionava, logo começaram a adotar a estética

expressionista em todos seus aspectos. Exemplo disso é “Eduardo Mãos de

Tesoura” (Edward Scissorhands, 1990) do Tim Burton, que além de adotar a

estética expressionista, a atmosfera inquietante e medonha, o personagem

principal tem características similares as do Cesare.

Percebia-se que aquelas imagens inquietantes aguçavam a curiosidade

do indivíduo, criavam certo suspense e prendiam-no às cenas, causando uma

aflição instigante no espectador, as vezes chegado até a “aterroriza-lo”, e os

produtores e diretores começaram a explorar mais esses aspectos em suas

criações, desenvolvendo uma cultura de filmes de terror. Utilizando ainda muito

a estética expressionista na construção de personagens, mas procurando

atender a um público que demanda cada vez mais verossimilhança para

conseguir levar o filme a sério e tomar aquilo, mesmo que subconscientemente,

como realidade, os cineastas começam a dar mais ênfase ao suspense e o

medo em suas produções, abordando temas diversificados como espíritos,

vampiros, serial killers, zumbis, demônios entre outros.

Assim, é impossível negar a influência que a estética expressionista

exerceu sobre o que entendemos hoje como filmes de terror. Em tudo se

observa características expressionistas: na construção das personagens, no

design dos cenários, na trilha sonora e no enredo.

Referências bibliográficas

PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo. Editora Ática. 2010.

KOBALL, Alexandre. Crítica: O Gabinete do Doutor Caligari. 2005. Disponível

em <http://www.cineplayers.com/critica.php?id=461>

Brasilia - 2013

2

Yesterday: Cinquenta E Oito Anos De Regravações

Joshua Emanuel Tenorio

"Se você não sabe para onde está indo, qualquer estrada o levará lá."

Lewis Carrol

Há poucas coisas que influenciam a cultura atual como a obra musical dos Beatles. As

ideias em letra, cifra e composição foram provadas pelo tempo, e depois de mais de cinquenta

anos, ainda são relevantes e amadas. O maior exemplo dessa obra é a canção Yesterday, a

mais regravada de todos os tempos (GUINNESS WORLD RECORDS, 2009). 1 Essa obra tem

gravações feitas por um grupo diverso de artistas ao longo das ultimas cinco décadas,

totalizando 2.200 gravações oficiais.

A obra Yesterday foi lançada em 1965 no álbum dos Beatles intitulado Help!. É

oficialmente reconhecido que a autoria da música Yesterday é de John Lennon e Paul

McCartney, integrantes dos Beatles. O álbum contou com a participação de todos do grupo:

John Lennon – Canto principal, de harmonia e de fundo, e instrumentos como o violão de aço

(de seis e doze cordas), guitarra e piano elétrico; Paul McCartney – Canto principal, de

harmonia e de fundo, e instrumentos como o violão de aço (de seis e doze cordas), guitarra,

contrabaixo e piano (elétrico e acústico); George Harrison – Canto principal, de harmonia e de

fundo, violão e guitarra; Ringo Starr – Bateria e diversos instrumentos de percussão, e cantor

principal na música Act Naturally (LEWISOHN, 1988).

A maior contribuição para essa obra foi do McCartney, reconhecido como gerador tanto

da melodia principal como da letra e o único do grupo a tocar na gravação final. A melodia

era uma composição sem letra por alguns meses, somente trabalhada em momentos de

intervalos nos ensaios e gravações. John Lennon em entrevista indicou o seguinte:

"A canção já existiu por meses e meses antes que nos a completamos. Todas as vezes que

nós nos juntamos para escrever musicas para uma sessão de gravação essa musica surgiria.

A gente quase terminou a musica, mas faltou o titulo dela. Paul escreveu quase tudo. Nos a

chamamos de Scrambled Eggs (ovos mexidos) e ela virou piada entre a gente. Nos

1 Na verdade, essa musica dos Beatles não é a mais gravada. Um exemplo de uma obra mais

gravada que essa canção é a composicao de Gershwin, Summertime, com 33.345 gravaçōes

conhecidas. Informações sobre essa obra colhidas e disponiveis no site http://www.summertime-

connection.nl, acessado no dia 9 de outubro de 2013

Brasilia - 2013

3

entendemos que o titulo deveria ser de uma unica palavra, embora foi difícil encontrar a

palavra certa. Uma manha, Paul acordou e a musica e o titulo estavam lá, completos. Eu

fiquei triste ao pensar que terminou, foi fonte de diversão pra nos." (HAMMOND, 2001)

A contribuição maior para essa obra foi do McCartney, reconhecido como gerador tanto

da melodia principal como da letra e o único do grupo a tocar na gravação final. A melodia

era uma composição sem letra, somente trabalhada em momentos de intervalos nos ensaios e

gravações. Depois McCartney conseguiu terminar, e a gravação contou com a participação do

grupo no arranjo e na masterização.

A composição original tem características únicas. Ela tem duas partes que são diferentes

na melodia e no ritmo, que cria um senso de disjunção (EVERETT, 1999). A música foi

gravada iniciando na tonalidade de Fá maior (F Major) e depois entrando na tonalidade

relativa de Ré menor (D minor), tendo uma resolução anterior a cada secção da obra atrasada

pelo quinto do quinto acorde (Na tonalidade original da musica o quinto acorde é Dó (C)), que

significa que toca-se um Sol (G, um acorde fora da tonalidade de Fá), e Si bemol (B), para

resolver novamente em Fá. Essa é uma característica das composições feitas por Lennon-

McCartney, chamada por Pollack de gratificação atrasada porque cria a expectativa de

resolver a tensão sonora criada pelo uso de certas harmonias e antes dessa resolução esperada

insere-se um elemento harmônico fora da tonalidade esperada, variando e estendendo a tensão

harmônica existente.

Como já citado, há milhares de exemplos de gravações dessa música (Anexo II). A mais

recente foi uma versão gravada em estilo mashup (misto – misturando duas ou mais faixas

pré-gravadas) junto com duas outras musicas, Numb do grupo Linkin Park e Encore do artista

Jay-Z. Ela foi gravada no dia 8 de fevereiro de 2006, e trata-se de uma apresentação tripla dos

artistas originais das faixas em um arranjo misto. O arranjo novo ocorre um intervalo

(intervalo da 2a menor, em Fá sustenido Menor (F#- )) mais aguda que a tonalidade original e

volta no momento da entrada do arranjo original de Yesterday.

A diferença entre a duas versões citadas esta tanto na forma e composição como no

contexto da criação de cada uma delas. A segunda parte do século XX foi marcada por

profundas transformações sociais, politicas, culturais e econômicas. A geração nascida antes

da década de sessenta junto com as gerações posteriores formaram uma sociedade disjunta

nas áreas em que essas transformações ocorreram. Alguns enxergam dentro da revolução

cultural ocorreu nesse período como um exemplo do pesadelo Jungiano, onde uma cultura

rígida não comportou o desejo para liberdade individual (BOOKER, 1970). Ate hoje, ha uma

Brasilia - 2013

4

profunda nostalgia social para um passado idealizado diante de tantas mudanças. Essa

saudade foi instrumental no sucesso da versão original da música Yesterday.

Na década de 1960, diversos movimentos concretizaram-se de forma rápida e

expansiva. Dentro desses, havia o movimento dos direitos homossexuais, do contracultura

(drogas, musica etc.), direitos dos afrodescendentes americanos, direitos das mulheres (fig.1)

e dos estrangeiros surgiram como os mais marcantes. Um paralelo com o presente pode ser

feita com facilidade que esses movimentos, mesmo com conquistas significativas, não

venceram totalmente a resistência.

Figura 1 – Movimento Social – Direitos das mulheres (Década de 60)

Fonte: site: <http://sitemaker.umich.edu/lesbian.history/lesbian_feminism> Acesso: 9 de out. De 2013

Muitos dos problemas sociais de hoje são reflexões da década de sessenta. Esses

problemas existiram ao longo dos últimos cinquenta anos em níveis variáveis de intensidade e

maturidade, que pode ser outra razão do sucesso dessa obra. Nos EUA, a sociedade continua

fracionada em uma situação semelhante a década de 1960 (fig.2). Durante os últimos anos, a

disjunção social e nostalgia estadunidense foi refletida nas ideias da Yesterday. A ideia de que

o passado era melhor que o presente, que a sombra desse passado ideal assombra o presente é

uma ideia muito atrativa para os americanos.

Brasilia - 2013

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Figura 2 – Movimento Social – Occupy Wall Street (OWL) - 2012

Fonte: site: <http://sitemaker.umich.edu/lesbian.history/lesbian_feminism> Acesso: 9 de out. De 2013

A nova versão da musica dos Beatles, que reuni as categorias de pop, rock e rap

funciona porque as três musicas usadas no arranjo mashup transmitem facetas desse

incomodo social. A desilusão, falta de sentido humano e sofrimento nas relações românticas

de hoje é a mensagem principal da musica Numb. Um louvor a força física e valentia,

apologia a justiça urbana diante da pobreza e desigualdade são o foco da musica Encore. Essa

imagem conjunta do presente mescla muito bem com o olhar ao passado e nostalgia da musica

Yesterday. O resultado é um arranjo musical que estende gerações e pontua as transformações

sociais, politicas, econômicas e culturais que ocorreram e ainda se desenvolvem no presente.

Brasilia - 2013

6

Bibliografia

BOOKER, C. The Neophiliacs: A Study of the Revolution in English Life In The Fifties and Sixties. 1. ed. London: Gambit Incorporated, v. 1, 1970.

CARROL, L. "Lewis Carrol". Brainyquote.com, 2013. Disponivel em: <Web site: http://www.brainyquote.com/quotes/quotes/l/lewiscarro165865.html >. Acesso em: 10 outubro 2013.

EVERETT, W. The Beatles as Musicians: Revolver through the Anthology. 2. ed. New York: Oxford University Press, v. 1, 1999.

HAMMOND, I. Volume 5. Soundscapes.info, 2001. Disponivel em: <http://www.icce.rug.nl/~soundscapes/VOLUME05/Oldsweetsongs.shtml>. Acesso em: 9 outubro 2013.

LEWISOHN, M. The Beatles Recording Sessions. 1st edition. ed. New York: Harmony Books, v. 1, 1988.

THE SUMMERTIME CONNECTION. Recordings of Summertime, the famous first aria of Porgy & Bess by George Gershwin. The Summertime Collection, 2004. Disponivel em: <http://www.summertime-connection.nl>. Acesso em: 09 Outubro 2013.

Brasilia - 2013

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Anexo I – Letra de Yesterday (Lennon-McCartney)

Yesterday All my troubles seemed so far away

Now it looks as though they're here to stay

Oh, I believe in yesterday -

Suddenly I'm not half the man I used to be

There's a shadow hanging over me Oh, yesterday came suddenly

- Why she had to go I don't know

She wouldn't say I said something wrong now I long

For yesterday -

Yesterday Love was such an easy game to play

Now I need a place to hide away Oh, I believe in yesterday

- Why she had to go I don't know

She wouldn't say I said something wrong now I long

For yesterday -

Yesterday Love was such an easy game to play

Now I need a place to hide away Oh, I believe in yesterday

Ontem Todos os meus problemas pareciam tão

distantes Agora parece que eles vieram pra ficar

Oh, acredito no ontem -

De repente Não sou metade do homem que costumava

ser Existe uma sombra pairando sobre mim

Oh, ontem veio de repente -

Porque ela teve que ir eu não sei Ela não diria

Eu disse algo errado agora eu espero Pelo ontem

- Ontem

O amor era um jogo fácil de se jogar Agora preciso de um lugar pra me esconder

Oh, acredito no ontem -

Porque ela teve de partir eu não sei Ela não diria

Eu disse algo errado agora eu espero Pelo ontem

- Ontem

O amor era um jogo fácil de se jogar Agora preciso de um lugar pra me esconder

Oh, acredito no ontem

Fonte: Letras.mus.br <http://letras.mus.br/the-beatles/203/traducao.html> Acesso: 10 de Outubro de 2013 – com adaptações

Brasilia - 2013

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Anexo II – Amostra de algumas gravações feitas ao longo dos anos

ARTISTA MÚSICA ANO PUBLICAÇÃO

Linkin Park "Yesterday" 2006 48th Grammy Awards (with Jay-

Z and Paul McCartney)

Barry

Manilow "Yesterday" 2006

The Greatest Songs of the Sixties

(UK version)

Eva Cassidy "Yesterday" 2003 American Tune

P. P. Arnold "Yesterday" 2001 The First Cut – The Immediate

Anthology

Laurence

Juber "Yesterday" 2000 LJ Plays the Beatles

Billy Dean "Yesterday" 1995 Come Together: America Salutes

The Beatles

Boyz II Men "Yesterday" 1994 II

En Vogue "Yesterday" 1992 Funky Divas

José Feliciano "Yesterday" 1992 A Tribute To The Beatles

Shirley

Bassey "Yesterday" 1991 Keep the Music Playing

King's Singers "Yesterday" 1986 Beatles' Collection

Sarah

Vaughan "Yesterday" 1981 Songs of The Beatles

Sammy

Davis, Jr. "Yesterday" 1979 Hearin' Is Believin' [29]

David Essex "Yesterday" 1976 All This and World War II

(Soundtrack)

The Dillards "Yesterday" 1970 Copperfields

Elvis Presley "Yesterday" 1970 On Stage

The

Impressions "Yesterday" 1969 The Versatile Impressions

Frank Sinatra "Yesterday" 1969 My Way[30]

Val Doonican "Yesterday" 1968 Val Doonican Rocks, But Gently

Brasilia - 2013

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ARTISTA MÚSICA ANO PUBLICAÇÃO

The Miracles "Yesterday" 1968 Special Occasion

Cathy

Berberian "Yesterday" 1967

Beatles Arias,[7] released in the

US as Revolution

Ray Charles "Yesterday" 1967 Ray Charles Invites You to

Listen

The

Sandpipers "Yesterday" 1967 The Sandpipers

The Brothers

Four "Yesterday" 1966 A Beatles Songbook

Perry Como "Yesterday" 1966 Lightly Latin

David and

Jonathan "Yesterday" 1966 album David and Jonathan

John Denver "Yesterday" 1966 John Denver Sings

Smothers

Brothers "Yesterday" 1966

The Smothers Brothers Play It

Straight Fonte: Wikipedia.org

<http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_cover_versions_of_the_Beatles_songs#References> Acesso: 10 de

Outubro de 2013 – com adaptações

Cigarro e Bebida

Heineken: O paradigma de uma bebida que se tornou estilo de vida e status social.

Lucas Marinho, Natalia Rezende

“A cerveja prova que Deus nos ama, e nos quer felizes.”

Benjamin Franklin

A cervejaria Heineken surgiu em 1864 quando o jovem Gerard Adriaan

Heineken, com seus 22 anos comprou uma cervejaria em Amsterdã, com o intuito de

tornar sua cerveja referência entre os cavalheiros e homens de respeito da Holanda,

entretanto, no século XIX, a cerveja era uma bebida destinada prioritariamente aos

trabalhadores, com um sabor rústico e pouco atrativo.

Para reverter a atual situação da cerveja e sua visão, o jovem viajou a Europa em

busca dos melhores ingredientes e procedimentos para aperfeiçoar sua cerveja, seu

sabor e aroma, a fim de mudar a imagem associada entre trabalhadores e a bebida. Foi

durante essas viagens que o jovem, na Alemanha desvendou os segredos da

fermentação e juntamente com uma nova equipe formada por Wilhelm Feltman e o Dr.

Elion desenvolveram a nova fórmula da cerveja em 1886, a Heineken levedura A, receita

até hoje produzida, responsável pela modificação do sabor e melhoria da qualidade da

cerveja. Foi essa mudança a grande divisora de águas entre a cerveja rústica do

trabalhador para a cerveja mais leve e pura, com sabor mais agradável que seria alvo das

primeiras campanhas de Gerard Adriaan Heineken para mudar a imagem que a cerveja

tinha na Holanda, como pode ser visto na imagem 1.

O interesse de uma marca exclusiva de cavalheiros é amarrotada quando 1912,

quando o interesse pela marca cresceu no paladar dos cidadãos holandeses, fazendo

com que o foco da empresa mudasse para se tornar competitiva frente às concorrentes

holandesas. O objetivo da marca era proporcionar ao consumidor a qualidade inigualável

da cerveja a um preço acessível. O objetivo principal era associar a cerveja Heineken a

algo único e inovador, com sabor e qualidade incomparáveis, o fizeram primeiramente em

1928 com a propaganda nos jogos olímpicos de Amsterdã, escrevendo o nome da marca

no céu. Um ano depois suas garrafas se reinventaram e passaram a ser produzidas em

vidro (Imagem 2), uma revolução moderna que cativou os jovens e foi alvo de

propagandas. Mas a introdução da garrafa não foi suficiente, o objetivo da comunicação

marca/cliente era a associação direta da cerveja Heineken como algo diferencial, único no

mercado, em questão de sabor e inovação.

O alvo foi novamente a garrafa, não bastava ser de vidro, tinha que ser única para

promover a assimilação imediata do consumidor com a marca e tudo o que ela buscava

proporcionar: Um estilo de vida pautado na qualidade e na experiência única de beber

uma cerveja igualmente única. O fizeram com a coloração da garrafa, verde (Imagem 2),

cor característica da marca que cumpriu o papel da assimilação da garrafa com o que ela

proporcionaria com maestria.

É a novo forma de comunicação com os clientes, prezando pela qualidade e

exclusividade que a Heineken começa a expandir uma nova visão, trazer a marca não só

para o paladar e consumo dos clientes, mas virar um estilo de vida. Há então, a

introdução da propaganda da marca como um estilo de vida, um modo de viver e não

apenas tomar cerveja. Atualmente, é uma marca da Heineken fazer propagandas repletas

de amigos em momentos de alegria e reunião, primando pelo apelo da cerveja com

amizade, alegria e estilo de vida pautado na interação e felicidade proporcionada pela

reunião em volta da cerveja. O apelo ao estilo de vida Heineken não se encontra somente

em propagandas televisivas, a Cervejaria lançou, em 2007, o Heineken bar, um projeto

audacioso que inclui como pauta principal exatamente um ambiente de integração em

volta da experiência de beber a cerveja, o ambiente do bar, como visto na imagem 3,

proporciona a interação, mesas e cadeiras postas de modo a promover o diálogo

enquanto são transmitidos filmes e eventos esportivos de grande atratividade para o

público. Outro investimento no “modo de vida Heineken” foi a concepção da Loja

Heineken (imagem 4), um ambiente planejado para proporcionar uma experiência da

compra não só da cerveja, mas de um estilo de vida voltado para o que a cerveja busca

representar em roupas e em entradas de eventos patrocinados. O estreitamento com o

cliente é imediato, com o bar, loja e até um museu (imagem 5), a experiência de beber

torna-se algo maior, o cliente passa a ser um membro de um clube, representante de um

espírito voltado para a interação e alegria proporcionado pela abertura de uma garrafa

Heineken.

O ponto alto do marketing e propaganda da empresa com o consumidor

consolidou-se há dois anos atrás com o comercial “The Entrance” (imagem 6), que

apresentaria ao mundo o slogan da marca utilizado até hoje: “Open your world” (abra seu

mundo). Uma forma de convidar o cliente a sair da sua zona de conforto como mero

consumidor e se aventurar em diferentes meios e pessoas para experimentar e

redescobrir um mundo de possibilidades, tudo isso proporcionado, no final das contas e

do comercial por uma garrafa Heineken. O “Open your world”, foi recentemente mais

elaborado para o comercial “The Voyage” (Imagem 7), onde um aventureiro experimenta

outras culturas e povos, proporcionando a ele experiências nunca imaginadas, novamente

a propulsora disso tudo é a Heineken.

O objetivo final dessas propagandas é um só, abrir a mente dos clientes para a

experimentação de algo novo e exclusivo, não só da cerveja, mas do seu estilo de vida

que a cerveja proporciona, algo novo e revolucionário que irá expandir a mente e as

experiências de seus consumidores, seja em frente a TV com seus amigos, no bar

exclusivo ou usando uma camisa da marca. Algo bem diferente do imaginado por seu

fundador, a cerveja passou de algo exclusivo para os senhores de bem para se tornar

algo extremamente popular no mundo, mas mantendo a exclusividade, a exclusividade de

um clube Heineken, caracterizada pela boa relação com a marca e seus colegas que

degustam da mesma. O ato de beber uma Heineken passará a simbolizar uma vida

aventureira em outras culturas e modos de vida, que irão promover alegria e

enriquecimento das relações social com outros consumidores da cerveja, deixando uma

vontade de participar desse clube pelos outros não consumidores da Heineken, que

querem fazer parte desse mundo de alegria e interação da cerveja única e exclusiva não

só no sabor, mas nas interações que proporciona.

Imagem 1 - Propaganda da década de 1870

1

Fonte: Website casa do poster

1 Disponível em: http://www.casadoposter.com.br/posters/poster_mostra.php?id=2586&categ=4

Imagem 2 – Garrafas Heineken

2

Fonte: Blogspot mundo das marcas

Imagem 3 – Heineken Bar

3

Fonte: Blogspot mundo das marcas

Imagem 4 – Loja Heineken

2 Disponível em: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html3 Disponível em: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html

4

Fonte: Website mais que arquitetura

Imagem 5 - Museu Heineken

5

Fonte: Blogspot mundo das marcas

Imagem 6 – Campanha comercial de 2010 “The Entrance”

4 Disponível em: http://maisarquitetura.com.br/loja-heineken-em-amsterdam-por-tjep5 Disponível em: http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html

6

Fonte: Blog ypsilon2

Imagem 7 – Propaganda de 2013 “The Voyage”

7

Fonte: Website sendible

6 Disponível em: http://www.ypsilon2.com/blog/publicidade/open-your-world-heineken-e-sua-nova-assinatura-global/

7 Disponível em: http://sendible.com/insights/heineken-dropped-in-the-voyage/

Referências bibliográficas:

DIAS, KADU. Heineken. 2006. Disponível em:

<http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/heineken-terra-verde.html>

BETTI, MIGUEL LUIS. Bebidas Cerveja Heineken. 2002. Disponível em:

<http://www.casadoposter.com.br/posters/poster_lista.php?cat=4>

DESCONHECIDO. Heineken Dropped in The Voyage. 2013. Disponível em:

<http://sendible.com/insights/heineken-dropped-in-the-voyage/>

YPSILON, AGÊNCIA. Open your wolrd|Heineken e sua nova assinatura global. 2011.

Disponível em: <http://www.ypsilon2.com/blog/publicidade/open-your-world-heineken-e

sua-nova-assinatura-global/>

PAVENELLI, LAÉRCIO. Loja Heineken em Amsterdã. 2009. Disponível em:

<http://maisarquitetura.com.br/loja-heineken-em-amsterdam-por-tjep>

O cigarro Marlboro : uma análise das estratégias publicitárias nos períodos pré e

pós Segunda Guerra Mundial

Gabriela Ribeiro e Luanna Vieira

“Mas também podemos pensar que o tom é o mesmo - pois um comando e uma

informação podem ser pronunciados em muitos tons diferentes e com muitas expressões

faciais diferentes – é que a diferença reside somente no emprego.”

Ludwig Wittgenstein

O Marlboro, da empresa Philip Morris, é uma marca de cigarro que, desde sua

criação até os dias de hoje, passou por diversas mudanças em suas campanhas

publicitárias. Essas mudanças se deram devido a diferentes adversidades, como a guerra

e a proibição da veiculação de propagandas de cigarro. Contudo, o Marlboro é, ainda

hoje, uma das marcas mais poderosas, valiosas e influentes do planeta (MUNDO DAS

MARCAS: 2006). E como começa essa história? Em 1847, Philip Morris abriu uma

tabacaria em Bond Street, Londres, que comercializava tabaco e cigarros pré-fabricados

(PMI: 2002). Após mudar de donos, a nova direção1 da empresa resolveu se estabelecer

em Nova Iorque, EUA, em 1902. Dentre os produtos comercializados, estava o Marlboro,

um cigarro voltado para o público feminino. Na época, o Marlboro apresentava filtro, o que

designava o tipo de público-alvo, pois cigarros com filtro eram tidos como “femininos”, por

serem, em tese, mais fracos (MUNDO DAS MARCAS: 2006).

FONTE: FEMININO, [192?]1Com a morte do Sr. Morris, os negócios foram assumidos pela sua mulher, Margaret, e pelo seu irmão,Leopold. Em 1881, a empresa abriu o seu capital à subscrição pública e Leopold Morris uniu-se a JosephGrunebaum para fundar a Philip Morris & Company and Grunebaum, Ltd. A sociedade foi desfeita em 1885e a empresa passou a chamar-se Philip Morris & Co., Ltd. Por fim, em 1894 a empresa saiu do controle dafamília fundadora, assumido então por William Curtis Thomson e pela sua família. Sob a direção deThomson, a empresa foi designada como a fornecedora oficial de tabaco do Rei Eduardo VII e, em 1902,estabeleceu-se em Nova Iorque pela mão de Gustav Eckmeyer. (PMI, 2002)

Para ganhar o público, a marca colocou como garota-propaganda a atriz Mae

West, atriz de grande prestígio na década de 19202. Usar uma figura pública como

símbolo de sua marca, é uma estratégia usada para valorizar o ato de fumar. Beaumord

(2010: 2) fala de como as empresas de cigarro utilizam táticas desde o início do século

para criar uma imagem positiva do produto, com associações a um estilo de vida

moderno, rico e com glamour. E nada como uma estrela norte-americana para dar um

exemplo desse estilo de vida.

O slogan da campanha que a atriz protagonizava era “Mild as May”, o que no

português, em livre tradução, seria “Suave como Maio”, que além de May ter a mesma

pronuncia do nome da atriz, criando laços entre a figura de Mae West e a marca, fazia

menção ao clima no mês de maio nos EUA, a primavera.

FONTE: TERRA DO MARLBORO, 2009. FONTE: VITAMINA UFF, 2013.

Reforçar a ideia de delicadeza e a sensação de poder que se tem ao fumar era a

estratégia utilizada para cativar as mulheres. As campanhas da marca, nos anos que se

seguiram, sempre utilizavam imagens de mulheres além de outros truques de marketing,

como a cor vermelha do maço, uma alusão ao batom vermelho utilizado pelas mulheres e

uma mensagem publicitária destinada ao público feminino: “Uma extremidade cor de

2Mary Jane West [...]Estudou bailado, atuou em espetáculos de variedades e em 1918 lançou o tipo de

dança "shimmy", que alcançou grande popularidade nos anos 1920. […] Desde o começo da carreira [...]

em 1917, ela já chamava atenção [...]. Converteu-se em pouco tempo no que se chama uma "estrela". Sua

consagração teatral veio em 1926, com a peça "Sex", de sua autoria. (WIKIPÉDIA, 2013)

cereja para os seus lábios cor de rubi” (MUNDO DAS MARCAS: 2006).

FONTE: MARLBORO PARA MULHERES, 1950

Tudo correria bem até que o produto, durante a Segunda Guerra, foi retirado do

mercado. Os motivos não são conhecidos. Entretanto os problemas enfrentados pelo

Marlboro no seu retorno após a guerra, são vários e conhecidos. Na verdade, foram

dificuldades que atingiram toda a indústria tabagista.

Os benefícios subjetivos de glamour e luxo, até então trazidos pela marca, tiveram

que ser reestruturados devido à influência de acontecimentos no período pós-guerra: i) a

competitividade do mercado pelo surgimento de novas marcas de cigarro (BEAUMORD,

2010: 3-4) e; ii) a divulgação de estudos iniciais sobre os malefícios do cigarro à saúde na

década de 1950 (FERNANDES, 2007: 45).

Assim, em 1955, o cigarro Marlboro foi relançado (FLAHERTY, 2000) com a

empresa investindo no mercado de cigarros com filtros – até então associados ao público

feminino – que agora continha uma mensagem em resposta às preocupações da

sociedade com a saúde. Entretanto, a principal ação foi o lançamento da campanha

“Malboro Man” que tinha por objetivos: desvincular a presença do filtro à falta de sabor do

cigarro e afirmar a marca como um produto realmente masculino3 (STANFORD, 2013). Ao

mesmo tempo, nascia uma embalagem inovadora para o produto – flip top box – que era

mais resistente evitando amassar o cigarro, cabia no bolso e possuía uma tampa

articulada que dava praticidade à ação de fumar e também protegia o cigarro4 (KLUGER,

3As propagandas usavam “imagens em close-up de vários tipos de homens fumando Marlboro – o cowboy[...], salva-vidas, marinheiros, sargentos, trabalhadores de construção civil, apostadores e outros tipossugestivos do espírito masculino e independência rústica” (FLAHERTY, 2000). Nesse momento, os“Marlboro Man” sempre possuíam uma tatuagem na mão, sugerindo certo mistério ao seu passado. 4Essa característica de proteção, por sua vez, se encaixava no perfil de qualidade masculina desejada parao produto (KLUGER, 2010).

2010). Acrescenta-se ainda que o novo design gráfico da embalagem – bastante

simplificado e geométrico em relação ao elaborado para o público feminino – dava

destaque ao nome do produto bem como o associava às cores vermelho e branco em um

formato de ponta de seta. Isso permitiu uma fácil identificação do cigarro, sendo a partir

daí utilizado na divulgação de qualquer produto associado à marca (HINE, 1995).

Fonte: COWBOY, 1955. Fonte: ATLETA,1956.

Fonte: FLIP-TOP, 1958. Fonte: SABOR, 1958.

A eficácia dessa campanha pode ser associada à análise de Freund (2006: 8) de

que a fotografia atinge a todas as classes sociais bem como permite expressar os desejos

e necessidades das classes dominantes segundo suas convicções, moldando ideias e

influenciando comportamento. Assim, a redução de informações sobre o cigarro em si e o

foco da propaganda em um personagem masculino individualista, autônomo e

autossuficiente (WHITE, 2012: 4), que opta pelo uso do cigarro Marlboro, representava a

rebeldia e a independência desejadas na sociedade pós-guerra. Dessa forma, associou-

se o uso do produto à busca por um bem-estar psíquico5.

Após quase uma década da existência do “Malboro Man”, predominantemente na

figura do cowboy, a marca deu continuidade a sua estratégia publicitária ao dar vida à

campanha do “Marlboro Country”6 em 19647. Apesar da interpretação imediatista de que

as pessoas desejavam ser o cowboy nas paisagens do oeste americano, parece bastante

improvável que essa foi a principal informação captada. Isso porque segundo Martino

(2011:14), a comunicação depende do compartilhamento de um objeto de consciência e

nem o estereótipo do cowboy e tampouco aquele tipo de vegetação eram a realidade

cultural e geográfica de todo os EUA e muito menos do resto do mundo. Assim,

acreditamos que a sensação de liberdade irrestrita com a solidão na natureza (como um

todo) foi a mensagem efetivamente atrelada ao produto com essa campanha.

Fonte: COUNTRY, 1970. Fonte: COUNTRY, 1981. Fonte: COUNTRY, 1985.

O histórico da Marlboro para enfrentar crises, pois ainda estava por vir o maior

5Um exemplo de aplicação dessa ideologia pode ser observado em uma propaganda da época disponívelna Web através do endereço http://www.youtube.com/watch?v=wibHcZ4FNbU&list=PL253D4D09E3DFBA7B&index=176No Brasil a campanha foi traduzida com o slogan “Venha para onde está o sabor. Venha para o PaísMarlboro” (BEAUMORD, 2010: 7).7A nosso ver, não coincidentemente, reafirma-se o valor do produto com a satisfação pessoal dosconsumidores no mesmo ano em que o Comitê Consultivo do Serviço de Saúde dos EUA anunciou deforma conclusiva que fumar cigarro era prejudicial à saúde e um importante aliado na morte por diversasdoenças, especialmente o câncer de pulmão (UNITED STATES, 1964: 31-33).

golpe, a proibição da veiculação de propagandas de cigarro8, mostra que a empresa sabe

se reinventar. Após essa proibição a Marlboro se refugiou no mundo dos esportes, onde a

primeira parceria comercial com uma equipe de Fórmula 1 se deu em 1972 com a BRM

(LOPES: 2011: 4). E apesar da proibição, em 2005, da publicidade de marcas de cigarro

em eventos esportivos, em 2010 a Scuderia Ferrari se renomeia como Scuderia Ferrari

Marlboro e aparece, como sugeri Lopes (2011), com o que seria uma pintura vermelha

com algo parecido com um código de barras, em uma alusão as embalagens Marlboro.

A partir dessa análise realizada do cigarro Marlboro nos períodos antes e após a 2ª

guerra mundial, evidencia-se que a forma de publicidade do produto esteve sempre

associada a estratégias para maximizar as oportunidades de negócio (como o

empoderamento feminino até a década de 50) e/ou minimizar as ameaças (como a

associação do cigarro a danos à saúde após metade do século XX). Hoje a marca

Marlboro continua sendo uma das marcas mais influentes e poderosas, que apesar de

todos os contratempos, concorrentes e campanhas contra o seu produto, ocupa o oitavo

lugar do ranking anual BrandZ9, das 20 marcas mais valiosas do mundo do ano de 2013 e

continua a se aventurar em novas empreitadas para se manter sempre em alta no

mercado publicitário10.

8Aprovado Projeto de Lei 3.156 que restringe a publicidade do tabaco. Disponível em:<http://www.inca.gov.br/atualidades/ano9_2/pl.html > Acesso em: 21 out 20139As 20 marcas mais valiosas do mundo em 2013. Disponível em:<http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/as-20-marcas-mais-valiosas-do-mundo-em-2013?p=8 >Acesso em: 21 out 201310Fabricante do Marlboro lança seu primeiro cigarro eletrônico. Disponível em<http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2013/06/fabricante-da-marlboro-anuncia-lancamento-de-seu-primeiro-cigarro-eletronico.html > Acesso 21 out 2013

Referências bibliográficas:

ATLETA. Men_02.jpg. 1956. Formato JPEG. 1 fotografia, color. Disponível em:

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Desenho animado e História em quadrinhos

Aspectos históricos relevantes do Mickey Mouse

GOMES, Diana Rimari; MONTEIRO, Jordanna Santos; RODRIGUES, Larissa Stefane

Viera

"Espero que nós nunca possamos perder de vista uma coisa:que tudo começou com um

rato." Walt Disney.

Mickey Mouse teve sua primeira aparição, como desenho mudo e em preto e branco

(Plane Crazy), encontrado na (Imagem 1), em maio de 1928. No entanto, este foi pensado

por Walter Elias Disney (Walt Disney) em uma viagem, em que este estava insatisfeito

com a perda dos direitos autorais do Coelho Oswald (Imagem 2 ) para o distribuidor

Charles Mintz (LESSING, 2004)

“Disney se lembrou de um camundongo com quem ele e o animador Ub Iwerks dividiam o estúdio. Rabiscou um ratinho no guardanapo, batizou-o de Mortimer e perguntou a opinião da mulher, Lilian. Ela aprovou a ideia, mas disse que, com aquele nome, o pobrezinho não iria longe. Sugeriu Mickey. O marido aceitou a contragosto.”(DISNEYPEDIA, 2009)

Mickey Mouse representa “um cidadão norte americano exemplar”, ele é bondoso,

trabalhador, adorável, simpático, honesto e sério. Mickey Mouse é um rato com

características humanas. Walt Disney foi o primeiro a utilizar o som no desenho animado,

personificando o uso de características humanas como a fala, as expressões faciais e

comportamentais em um rato. A principio, o desenho animado do camundongo tinha a

objetivo apenas de levar o puro entretenimento para publico. No entanto, com o passar

das épocas o desenho passou a relatar aspectos do contexto social e histórico (KRAUSE,

2011; BALENSIFER & JAGUARIBE, 2012).

Durante a Grande Depressão, que ocorreu após a queda da Bolsa de Valores (em

1929) nos Estados Unidos da America, levando o maior desemprego e pobreza.

Anteriormente, a crise de 29, a população norte-americana vivia de forma abastada, com

os lucros dos bens de consumo e do cinema. Assim o desenho animado do camundongo

representava os problemas e as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos estadunidenses.

Isto gerou uma grande popularidade ao personagem na década de 30, que passou a ter

revistas, filmes, brinquedos e eletrodomésticos (KRAUSE, 2011).

“Em 1932, os desenhos do Mickey começam a ganhar cores. Em 1935, o Mickey passou a ser desenhado com luvas brancas nas mãos, como no desenho 'O Concerto da Banda' (The Band Concert). A mudança foi feita pelo animador Fred Moore”(Imagem 3) (KIDS IMAGITERRA, 2013).

Com entrada dos Estados Unidos da America (EUA) na Segunda Guerra Mundial

(1939-1945) passou-se a utilizar o Mickey Mouse como símbolo norte americano e herói

para os soldados. Dessa forma, o desenho animado do rato passou a atuar como

propaganda de guerra com intuito de atrair mais soldados para os campos de batalha

(JORDAN, 2011; KRAUSE, 2011).

Em 1950, foi criado o 'Clube do Mickey' (Mickey Mouse Club)(Imagem 4), um

programa infantil muito popular nos Estados Unidos (KIDS IMAGITERRA, 2013).

Na Guerra do Vietnam o camundongo agiu de forma similar a Segunda Guerra

Mundial estimulando os soldados do campo de batalha, e sendo caracterizado como

ícone estadunidense. Na (Imagem 6 ) se utiliza a imagem do Mickey Mouse em meio a

um local similar a um campo de batalha onde se observa até a bandeira do Kuwait, por

isso é impossível não associar a figura do rato com o poderio e dominância militar e

política norte-americana (KRAUSE, 2011).

Com a influencia do contexto atual da globalização e dos avanços tecnológicos o

desenho do Mickey de 2013 tem aderido a um comportamento mais agitado e irado, tendo

em vista que o publico alvo, são as crianças, e que atualmente estas estão inseridas em

um contexto histórico e social diferente (Imagem 5)(KRAUSE, 2011).

Considerações Finais

O Mickey Mouse passou por diferenças durante as épocas, devido às mudanças de

objetivo, publico alvo e demandas sociais. Dessa forma, o camundongo foi se adaptando

às mudanças tecnológicas sendo até hoje conhecido, principalmente pelo publico infantil,

pois consegue se adequar e mobilizar a mídia à sua imagem. Além disso, outros

personagens foram adicionados ao desenho para que os valores de cidadão modelo

existentes no Mickey fossem diferenciados dos valores do pato Donald e do cachorro

Pluto (BALENSIFER & JAGUARIBE, 2012).

Nesse contexto a imagem do Mickey Mouse revela uma identificação com o

telespectador do desenho. Portanto mesmo com vários anos de sua aparição na

televisão, o Mickey Mouse continua sendo referencial para as novas gerações

(BALENSIFER & JAGUARIBE, 2012).

Anexos

Imagem 1

Mickey Mouse desenho (Plane Crazy)

Imagem 2

Mickey Mouse e o Coelho Oswald

Imagem 3

Mickey e Donald em “The Band Concert”

Imagem 4

Programa infantil 'Clube do Mickey'

Imagem 5

Evolução do desenho do Mickey

Imagem 6

Mickey Mouse at the front, John Kaene, 1991, War Imperium Museum

Referências Bibliográficas

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LESSING, Lawrence. Cultura livre. Creative Commons. 10 edição. 2004.

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Universidade Federal Fluminense. Niteroi-RJ. 2011.

O Pica Pau através dos tempos

Anderson Luiz Dourado Viana da Silva, Martha Santiago e Tércio Wendel Guedes Martins

“Se os homens que vão fazer a televisão do futuro são as crianças que estão tendo seu

caráter moldado pela televisão de agora, as esperanças são poucas.”

Hélio Ribeiro

O Pica Pau (Woody Woodpecker) é um personagem de desenho animado, criado

em 1940 como um coadjuvante num episódio de outro desenho. O sucesso imediato fez o

autor dele, Walter Lantz, criar mais curta-metragens com a sua nova criação. Apesar de

ser criado para o público infantil dos EUA, ele se tornou uma febre entre as crianças do

mundo, e seu prestígio perdura até hoje.

O personagem é um ser antropoformizado, adepto da violência -- seja ela com ou

sem justificativa. Segundo Chauí (2000, p. 432),

(...) a violência é percebida como exercício da força física e da coação psíquica

para obrigar alguém a fazer alguma coisa contrária a si, contrária aos seus

interesses e desejos, contrária ao seu corpo e à sua consciência, causando-lhe

danos profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a auto-agressão ou a

agressão aos outros.

E, em quase todos os episódios, o Pica Pau utiliza-se de meios violentos para

alcançar seus objetivos. Ele também é vingativo, egoísta e bastante irônico.

O período histórico em que ele foi criado, na década de 1940, reflete o período em

que os EUA se afirmaram como potência econômica e política ao mundo, dado o

esfacelamento da Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Na mesma época, a União

Soviética levantou-se como adversária desse país, e os dois influenciaram os outros

países do mundo com todas as suas armas, incluindo a cultura. O Pica Pau se tornou, de

certa forma, um dos embaixadores dos EUA durante essa época, conhecida como Guerra

Fria. A série deixou de ser produzida em 1972, quando a situação política dos EUA estava

em crise pela campanha militar desastrosa no Vietnã.

Alguns anos depois, a Guerra Fria acabou, com o desmonte da União Soviética, e

os EUA acabaram se tornando a única super potência mundial. Durante essa época, em

1999, surgiu uma nova série do Pica Pau, com várias mudanças em relação à anterior,

transformando o personagem num cidadão dessa super potência. Em 2001, houve o

Atentado das Torres Gêmeas, em Nova Iorque, transformando a geopolítica mundial,

mostrando que o país estava ameaçado por inimigos até então ignorados. A nova série

acabou um ano depois.

Segundo Wikimedia Foundation (2013), o Pica Pau era inicialmente um pássaro

louco, quase um sociopata, que incomodava a todos por simples prazer. Todas as

tentativas de controle que policiais, colegas ou transeuntes exerciam sobre ele eram

rechaçadas com violência. A aparência doentia refletia o seu caráter. Em 1944, um diretor

chamado Shamus Culhane fez a primeira alteração estética do personagem. Retirou a

repugnância visual dele, mantendo o mesmo comportamento errático. Inseriu também na

série o personagem Wally Walrus (também conhecido no Brasil como Leôncio), o primeiro

antagonista do pássaro. Dois anos depois, um ex-funcionário da Disney, Dick Lundy,

aceitou dirigir os episódios desde que pudesse mudar o perfil dele. Fez com que o

personagem só agisse de forma violenta por algum motivo justificado. Ele também criou

outro inimigo, o Ben Buzzard (Zeca Urubu, no Brasil).

No início da década de 1950, o estúdio que produzia a série (Walter Lantz

Productions) passou por uma crise financeira, e se viu obrigado a conter gastos.

Demitiram o diretor e o dublador do protagonista (que passou a ser a esposa do criador

do personagem, Grace Stafford). Uma animadora da equipe, Laverne Harding, criou o

visual do personagem utilizado até o remake, com a franja projetada para a frente. Na

mesma época, outros personagens foram criados, como a Ms. Meany, os sobrinhos

Knothead e Splinter (Toquinho e Lasquita) e o Gabby Gator (Zé Jacaré).

Até essa década, os episódios eram feitos para exibição nos cinemas. Visto que o

custo de produção estava aumentando, e o retorno financeiro diminuía na mesma

proporção, os produtores decidiram criar episódios para a TV. E foi assim até o ano de

1972, quando o estúdio fechou as portas.

No final da década de 1990, o estúdio Universal Cartoon Studios produziu a série

“The New Woody Woodpecker Show”. Nessa releitura do personagem, o pássaro voltou a

ter o visual da década de 1940 (da segunda metade) e passou a morar num endereço

fixo, sendo inquilino da Ms. Meany e vizinho do Wally Walrus. As novas preocupações

dele são as mesmas de um cidadão dos EUA, como o lugar em que irá almoçar, o medo

de ser despejado de sua residência e o lazer que praticará no fim-de-semana com seus

amigos, e a sua postura fica mais serena. Os semelhantes do Pica Pau aparecem com

maior regularidade. Knothead e Splinter ressurgem como sobrinhos mimados, e a Winnie,

um interesse romântico da antiga série, desponta como a namorada do protagonista.

Essas modificações no personagem refletem um incômodo sentido por muitos em

relação à série antiga, e explicado no trabalho de Lima (2011). Esse incômodo se dá

pelas situações mostradas na série não terem caráter pedagógico ou moral, e que as

situações absurdas dos episódios têm o poder de influenciar negativamente o

comportamento dos espectadores mirins. Isso remete ao conceito de qualidade

“ecológica” na televisão, descrita por Machado (2009, p. 25) como

identificada com o ponto de vista dos educadores e religiosos, prefere privilegiar

(…) os aspectos pedagógicos, os valores morais, os modelos edificantes e

construtivos de conduta que a televisão está potencialmente apta a promover

Para Lima (2011), o comportamento do Pica Pau reflete a figura do trickster,

personagem existente em várias mitologias no mundo, um anti-herói com postura egoísta

e inconsequente, mas necessário para a formação das sociedades. O interesse das

crianças e adultos pelo pássaro reflete a admiração do público por essa persona.

Entretanto, a preocupação dos anunciantes (que não desejam perder o dinheiro

investido nos programas), junto com uma latente necessidade em mostrar os

personagens dos desenhos animados como exemplos de comportamento para as

crianças do mundo, fizeram com que esse “Novo Pica Pau” perdesse a sua essência,

tornando-se num ser que se vinga de seus inimigos de forma desmedida, combatendo o

que havia de errado ao seu redor. Mesmo assim, alguns traços da sua natureza trickster

permanecem nas suas ações.

Esse novo comportamento reflete a postura externa dos EUA após o Ataque às

Torres Gêmeas, em 2001, de responder a quaisquer ataques com o uso “justificado” da

força, sem limitações. Outras produções televisivas surgidas na mesma época, como a

série “24 Horas”, mostram a força como ferramenta necessária para se alcançar a justiça.

Isso deixa os pais e anunciantes contentes, com a promoção dessa “violência justa”.

Na tentativa de tornar o Pica Pau um personagem “politicamente correto”, seus

criadores acabaram dando respaldo moral à sua violência. Nos episódios antigos, era

claro que o protagonista estava fazendo coisas erradas, mesmo naquele contexto

engraçado. Agora, a violência ocorre “porque é necessário restabelecer a ordem”. O uso

incorreto da violência deu lugar à regulamentação dela.

Atualmente, há uma tendência entre os jovens de acreditar no uso da força como

necessário para combater os problemas sociais. Glorifica-se a tortura, defende-se a pena

de morte, destrói-se a reputação de alguém com um pequeno indício de contravenção,

tudo a favor da “justiça”. O primeiro Pica Pau jamais entraria num movimento desses. Já o

Novo...

Aparências do Pica Pau durante a série antiga. Fonte: Electic Tiki Design, 2006?

Da esquerda para a direita: Splinter, Winnie, Pica Pau e Knothead na nova série do Pica

Pau. Fonte: Rodrigues, 2013.

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A trajetória do Pica­Pau e suas influências

Inara Régia Cardoso, Matheus MacGinity Moraes Rêgo, Raiana Góis Leite

e Rainer Barbosa

“Walter queria filmar o pássaro, mas foi Grace

quem sugeriu que criasse um desenho animado.” (PEREIRA, 2010)

O Pica­Pau, criado por Walter Lantz – desenhista e animador estadunidense – é

um dos mais notáveis produtos da comunicação por meio de animação da história, até o

presente momento. Em inglês Woody Woodpecker, foi lançado inicialmente, em 1940,

como antagonista do personagem Andy Panda, animação distribuída pela Universal

Studios. Após aparição em alguns episódios e estrondoso sucesso, em 1941, O

Pica­Pau foi lançado em animação como protagonista e rendeu a Lantz, e ao próprio

Pica­Pau, até um lugar na calçada da fama.

Relacionando­se momentos históricos com o desenho animado em questão,

podemos perceber sua ligação. A comunicação é uma necessidade e O Pica­Pau é um

produto dela. A televisão – sem contar com o advento do YouTube – é o meio, e os

espectadores são os receptores da mensagem. A interpretação é pessoal, obviamente,

mas o contato com o produto e o estudo do caso indicam alguns fatores determinantes

para a construção do mesmo.

Dentro do gênero screwball comedy – ou comédia pastelão – surgiu a animação

do Pica­Pau na primeira das suas quatro versões, que vieram a ser feitas. Com visual

esquizofrênico, atitudes instáveis e piadas toscas e ácidas, o pequeno pássaro aprontava

de tudo com um toque de uma natural maldade, o que rendeu a expressão “ Fulano é mal

feito Pica­Pau”. Na sua segunda versão, lançada em 1947, o personagem deixou um

pouco de lado as características agressivas e a temática da animação passou a conter

piadas mais voltadas ao público infantil. Seu visual se tornou mais natural e simpático.

Esta versão protagonizou o primeiro desenho animado a ser transmitido pela televisão

brasileira, no ano de 1950, pela TV Tupi, porém ainda sem dublagem. Entre as décadas

de 50 e 60, o desenho ganhou, no Brasil, dublagens, o que fez com que o público

aumentasse consideravelmente. Essa versão foi mantida até o ano de 1972.

No ano de 1999 o topete vermelho voltou às telas em uma nova versão, com o

nome de The New Woody Woodpecker Show – O Novo Pica­Pau – tão novo que recebeu

inúmeras críticas e não obteve sucesso, ficando muito atrás das outras versão com baixa

audiência. Com isso em 2003 o programa foi cancelado nos Estados Unidos.

Como ocorre com tudo, O Pica­Pau sofreu alterações para que se adaptasse ao

público da época em que era passado, porém mantendo­se a personalidade forte do

personagem. Ao observar os episódios mais antigos, percebe­se uma mudança clara na

linguagem do desenho. Até 1950 aproximadamente, os diálogos eram extremamente

curtos ou inexistes, valorizando­se mais a ação dos personagens, os aspectos

“non­sense” típicos de cartoon e as piadas visuais. As falas foram sendo desenvolvidas

aos poucos. Nos episódios produzidos após a reformulação de 1999, as histórias são

quase completamente moldadas pelas conversações entre personagens, ou seja o

diálogo vai se tornando cada vez mais fundamental para dar sentido à história o que, na

maioria das vezes a torna mais complexa e mais próxima da realidade. Junto a isso, há

também uma mudança notável em relação aos cenários que costumavam ser em

ambientes remotos, como florestas, desertos e planícies para cidades e espaços

internos. Isso revela uma humanização mais intensa do Pica­Pau, que nos episódios mais

recentes, não voa, não costuma bicar madeira, mora numa casa com eletrodomésticos e

até paga aluguel.

Todos esses elementos contribuíram para a construção de um novo

comportamento do Pica­Pau, antes mais esperto, violento e maldoso na maioria das

vezes, agora mais folgado, preguiçoso e pacífico. Sabe­se que o desenho era repleto de

elementos nada educativos como armas de fogo, explosivos, brigas e trapaças, o que

não é um bom exemplo para as crianças. Porém, estes elementos estão ligados ao

contexto histórico e às tendências do momento. Exemplo disso é o fato de que vários

episódios antigos têm como pano de fundo as histórias de faroeste, fazendo referência

aos filmes da época. Essas mudanças foram compensadas por alguns personagens

auxiliares como por exemplo a Winnie, pica­pau fêmea que se tornou sua parceira.

Winnie é um pouco desengonçada, mas corajosa e ávida por conhecimento, o que a

torna muito interessante e a põe em contraste com o novo Pica­Pau. Sua criação foi

importante para desenvolver uma identificação maior com o público feminino e

desconstruir certos clichês em relação ao comportamento das mulheres.

Outro ponto importante a ser comentado é que apesar de tantas modificações,

principalmente estéticas, algo que nunca mudou no Pica­Pau foram suas cores. Ele

sempre foi azul, vermelho e branco em alusão clara à bandeira dos Estados Unidos.

Apesar de seu fim decadente, o personagem Pica­Pau segue no imaginário da

população mundial, como um desenho que divertiu e fez com que as pessoas refletissem

acerca de suas mais variadas temáticas e abordagens. Ainda reprisado em inúmeros

países – Brasil, inclusive – sua imagem tem grande força no meio dos desenhos

animados. Mesmo em meio a tantas críticas é um grande exemplo de um produto da

comunicação que conseguiu se manter forte ao longo dos anos.

Figura 1: Evolução do Pica­Pau. Fonte: Fernanda Furquim, 2011.

Figura 2: O Novo Pica­Pau Show. Fonte: Lucio Júnior, 2013.

Referências bibliográficas:

PEREIRA, Paulo Gustavo. Animaq: almanaque dos desenhos animados. São Paulo (SP):

Matrix, 2010.

JUNIOR, Lucio da Sintonia. 1 imagem. Disponível em:

<http://www.sintonia.net.br/2013/07/pica­pau­desenho­animado­historia.html> Acesso em:

14 de outubro de 2013.

PINHEIRO, Bruno dao Mundo interativo. Disponível em:

<http://www.mundointerativo.com.br/2012/05/28/o­primeiro­desenho­animado­a­ser­trans

mitido­no­brasil/> Acesso em: 14 de outrubro de 2013.

GREGNANIN, Carol do Na TV com IG colunistas. Disponível em:

<http://natv.ig.com.br/index.php/2011/03/03/pica­pau­o­talisma­de­audiencia­da­record/>

Acesso em: 22 de outrubro de 2013.

FURQUIM, Fernanda em Blogs e Colunitas da Veja Abril. 1 imagem. Disponível em:

<http://veja.abril.com.br/blog/temporadas/filmes/pica­pau­pode­voltar­para­o­cinema/>

Acesso em: 22 de outubro de 2013.

como livros, jornais, DVDs, games entre outros. No Brasil, Maurício de Souza foi

um dos pioneiros na utilização de histórias em quadrinhos para crianças. Isso

aumentou consideravelmente o hábito de leitura das crianças brasileiras, por

possuir uma leitura aliada a brincadeira. Uma curiosidade é que as personagens

são fortemente inspiradas nos filhos e netos do autor e sua estetica foi evoluindo

ao longo do tempo, sendo simplificadas para um desenho mais rápido. As formas

foram ficando cada vez mais arredondadas e bidimensionais, sumindo com de-

talhes de roupa, cabelo e pés.

No início de suas publicações, até meados do século XXI, os roteiros

não possuíam um moralismo exacerbado, e estavam mais preocupadas com a

diversão e o entretenimento dos leitores. Nos dias de hoje, as historias buscam

inserir lições de moral e cidadania. Os personagens tiveram que mudar para se

adequar a diversas políticas contra a discriminação e ter uma postura correta

em relação ao meio ambiente. Um exemplo claro foi a da personagem principal,

Mônica, que foi acusada de bulling por agredir seus amigos, estimulando gestos

violentos nos pequenos leitores. Já o personagem Cascão, continua sem tomar

banho, porem não faz mais apologia a escassez mundial de água, Chico Bento,

por sua vez, não pode mais matar onças; a personagem Cebolinha, que antes

trocava o R pelo L na hora de falar e pensar, hoje em dia nos balões de pensa-

mento Cebolinha fala certo, obedecendo as regras gramaticais.

Com essas alterações no conteúdo, a Turma da Mônica foi perdendo sua es-

sência inicial, de diversão e descontração e passou a abordar temas mais atuais.

Um dos aspectos positivos dessa mudança foi a introdução da cultura popular

nas revistas e a exportação da cultura brasileira.

Como muitas outras marcas que tentam acompanhar o crescimento de

seus usuários, no ano de 2008, Maurício de Souza lançou a série Turma da

Mônica Jovem, mostrando aos antigos e novos leitores que a famosa turminha

também cresceu.

Como vimos anteriormente, as personagens Mônica, Magali, Cebolinha

e Cascão foram objetivos de estudo e críticas de como esse produto da comu-

nicação influenciou e ainda influencia o comportamento na infância. A Turma da

Mônica Jovem não é diferente. Ela é uma representação da adolescência bra-

sileira, dando agora aos leitores mais velhos um conteúdo mais próximo de sua

realidade, transmitindo representações culturais para uma identificação maior

do leitor. O gibi é repleto de referências atuais de consumo, beleza, tribos,

gírias, novas tecnologias e referências musicais atuais. Todos esses elemen-

tos foram importantes para o sucesso que essa nova fase da Turma vivencia,

tendo o primeiro exemplar esgotado nas duas primeiras semanas de vendas,

tornando-se umas das revistas em quadrinhos mais vendidas no século 21.

Suas edições seguintes tiveram uma tiragem ainda maior sendo um sucesso

de vendas, com mais de um milhão e meio de exemplares vendidos.

No primeiro capítulo da primeira edição da Turma da Mônica Jovem,

aparecem as seguintes palavras de Maurício: “A turma agora vive em dois

universos. O de sempre e o de agora pra frente.” Tal acontecimento é algo raro

na história das Histórias em Quadrinhos, aonde um gibi mostra tamanha difu-

são de dois universos tão diferentes. O clássico conhecido a 50 anos e o novo:

mais maduro, com ilustrações mais rebuscadas remetendo ao estilo japonês

mangá, com novas tecnologias e novas situações típicas de adolescentes.

Tudo isso sem perder a verdadeira essência e as características de cada per-

sonagem da Turma, ganhando pela segunda vez a confiança e a fidelidade dos

antigos e novos leitores.

Maurício de Souza construiu então um verdadeiro império com a Turma

da Mônica, ampliando seus horizontes além dos gibis, com parques temáticos,

produtos alimentícios, roupas, etc. Além de exportar as revistinhas para mais

de 40 países em 14 idiomas, a Turma da Mônica tem maior índice de vendas

que as famosas marcas de HQ de super-herois Marvel e DC Comics.

Heróis

Batman: O Cavaleiro das Trevas

Alef Batista Ferreira, Isabela Corrêa Soares e Karolyne Azevedo de Oliveira.

“A noite joga seu manto negro sobre os arranha-céus de Gotham City. Ao longe, o uivo

solitário de um lobo faminto quebra a supremacia do silêncio. A lua... Eterna companheira

de um homem sinistro que, um dia ousou desafiar o sistema e criar suas próprias leis.

Algumas pessoas deixam o sono de lado e fitam a lua cheia. Herói ou vilão? Quem vai

saber? Ele ficou conhecido como Batman, o Homem-Morcego... O Cavaleiro das Trevas!

Talvez um dia (ou noite?) ele retorne uma vez mais e se esconda nas sombras de um

beco para vigiar... você!”.

Leandro Luigi del Manto

Neste trabalho serão analisadas obras cinematográficas baseadas em um dos

super heróis mais conhecidos do mundo e com mais de 70 anos de história, o Batman.

Será realizada uma comparação entre o primeiro e o último filme, contando com a

identificação da origem do herói, a descrição das mudanças ocorridas, o detalhamento

dos períodos históricos e imagens para reforçar ainda mais o paralelo entre os dois.

A trama comum nos filmes é a história do milionário Bruce Wayne que, quando

menino, caiu em uma caverna repleta de morcegos no jardim de sua casa e nunca mais

se sentiu seguro. Essa situação só se agravou quando, alguns anos mais tarde, seus pais

foram assassinados. Após essa perda, Bruce jura proteger os inocentes da cidade para

que ninguém mais sofra o que ele sofreu, criando-se na história o ponto mais importante.

Nasce, então, o cavaleiro das trevas, Batman, ou o homem-morcego.

O primeiro longa-metragem do Batman foi lançado em 1989, época marcada pela

Queda do Muro de Berlim, que durante 28 anos dividiu a cidade de Berlim – e também a

Europa – em Ocidental (capitalismo) e Oriental (socialismo). Os que estavam do lado

capitalista não podiam passar para o lado socialista, e vice-versa, e aquele que tentasse

era morto pelos vários soldados de guarda. Então, após vários protestos, houve a

liberação da passagem pelos militares, fazendo com que várias pessoas marchassem em

direção ao muro, dando fim à barreira que simbolizava a Guerra Fria.

Outro fato importante deste período foi à posse de George H. W. Bush, o pai, que

deu início a uma das mais importantes etapas para o fim da Guerra Fria, constituindo uma

reunião de cúpula com o líder da União Soviética Mikhail Gorbachev. No Brasil, foi o ano

em que houve a primeira eleição presidencial direta após a ditadura militar, elegendo

Fernando Collor de Mello.

O último filme da franquia foi lançado em 2012, ano em que grande maioria da

população mundial se preparava para o "fim do mundo", isso devido às previsões do

calendário maia. Além disso, o ano também foi marcado pela reeleição do primeiro

presidente negro do EUA, Barack Obama, que venceu Mitt Romney.

Mais um acontecimento relevante foi à realização da Rio+20, a Conferência das

Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, com o objetivo de encontrar

soluções para os dilemas que o Meio Ambiente tem passado. Para a ciência, um grande

passo é dado: o jipe-robô curiosity aterrissa com êxito em Marte, após uma longa viagem.

Um acontecimento que marcou o ano de 2012 e o lançamento do filme foi um

tiroteio em uma sessão da pré-estreia de “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, em

Aurora-EUA, deixando 12 mortos e mais de 50 feridos.

A franquia cinematográfica do personagem teve início em 1989, baseando-se na

história em quadrinho, que no momento passava por uma reformulação. Nessa releitura, o

Batman adquire um ar mais violento, urbano e sombrio, deixando para trás o tom cômico

criado com o seriado, assumindo um papel de detetive e vigilante da noite.

O vilão deste primeiro filme é o Coringa, um psicopata violento, inteligente e dono

de um humor negro, segundo ARAÚJO; OLIVEIRA: 2007. Coringa, antes de se tornar o

vilão, assassinou os pais de Bruce Wayne, fato crucial na criação do homem morcego.

Outro ponto importante, neste longa, é que Batman executa os bandidos, fator que muda

com o tempo, pois o personagem se nega a matar qualquer pessoa.

Já o filme mais recente, lançado em 2012 e dirigido por Christopher Nolan,

conhecido pelo hábito de iniciar filmes com flash-backs ou cenas do final do filme,

enredos com reviravoltas e desfechos surpreendentes, apresenta uma narrativa bem

elaborada, em contexto com a realidade. Explora o comportamento do personagem da

HQ, trazendo uma "ideia mítica" da imagem de Batman, criado a partir de um símbolo – o

morcego – que inspira terror nos criminosos, afirmam ARAÚJO; OLIVEIRA, 2007.

Neste último filme, o vilão é Bane, ex-integrante do Clã das Sombras, comandado

pelo ex-mentor de Bruce Wayne. Bane acredita que Gotham só pode ser salva por meio

de sua própria destruição. Defende que a cidade tem de ser devolvida ao povo, retirada

dos burgueses, políticos e autoridades. Ele é a vingança dos excluídos.

No campo linguagem, o que ganha mais destaque é a forma de falar do

personagem. No primeiro filme, Batman tinha uma voz grossa, feita propositalmente pelo

ator para destacar o ar de herói. No último, essa característica desaparece e o Batman

passa a ter uma voz normal. Nos campos da estética e conteúdo, as cenas eram filmadas

com pouca luz, cores escuras e sombras para destacar os personagens e dar o ar

sombrio e gótico presente nos quadrinhos. Filmava-se com câmeras comuns e não

existiam muitos efeitos.

No último filme, Gotham vira uma cidade grande tomada pelo crime, os

personagens ficaram mais profundos, a história tomou um ar mais urbano e real e os

filmes passam a ser filmados com câmeras IMAX, o que melhora as imagens. As

mudanças significativas ficaram a cargo dos efeitos especiais: bombas, efeitos visuais

aéreos e cenas de destruição e devastação foram marcantes nesse longa.

No primeiro filme, o foco era mostrar como surge o herói e sem se deter muito na

realidade. No filme mais recente, foi incorporada a ideia de mostrar o sofrimento de Bruce.

Tornar os vilões mais palpáveis também foi uma prioridade. Vale destacar que o tema

sustentabilidade foi inserido na trama. As ideias referentes aos filmes também ficaram

mais atuais, trazendo humanidade e lições de moral.

Batman é um conto que encanta todas as gerações pelas quais passa. Sempre

abordando a força e a coragem de um homem que não tem medo de nada e de ninguém,

servindo como inspiração para os espectadores da trama que, em sua maioria, são jovens

do sexo masculino que usam o herói como um modelo.

É interessante pontuar as mudanças e alterações ocorridas nos filmes, como nos

uniformes usados por ele e até mesmo na cidade, que assumiu um tom urbano e deixou

alguns aspectos da fantasia de lado. Apesar de não perder a essência da história, os

filmes foram se adaptando à atualidade, fazendo com que a obra ficcional adquirisse um

ar real e moderno, deixando o enredo ainda mais atraente e cativo a novos fãs, mantendo

o filme sempre um sucesso.

Fonte: Roger Pratt, 1989. Fonte: Wally Pfister, 2012.

Referências Bibliográficas:

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Morcego! Disponível em: <http://batmanguide.wordpress.com/>. Acesso em: 05 out.

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<http://batmanatrajetoria.gothamcity.com.br/index.html>. Acesso em: 05 out. 2013.

ARAÚJO, D. A. de; OLIVEIRA, I. S. HERÓIS, Estudo das Adaptações de Histórias em

Quadrinhos para o Cinema demonstrado através do personagem Batman. In: XXX

CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO. Belém: Universidade

Federal do Pará, 2007. Monografia.

ARAÚJO, D. A. de; OLIVEIRA, I. S. O morcego do papel à película: as adaptações de

quadrinhos para o cinema ilustradas através de "Batman Begins". In: XXX

CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO. Santos: Intercom -

Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Artigo.

BRUM, B. D. I. Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. CinePlayers, Blumenau, 20

Jul. 2012. Disponível em: http://www.cineplayers.com/critica.php?id=2449>. Acesso em 19

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PRATT. ROGER. 1989. Altura: 514 pixels. Largura: 379 pixels. 72 dpi. 24 BIT CMYK. 38,4

KB. Formato JPG bitmap. Compactado. Disponível em:

<http://100grana.wordpress.com/2008/07/31/100grana-especial-batman-o-batman-de

1989/>. Acesso em: 22 out. 2013.

PFISTER. WALLY. 2012. Altura: 1200 pixels. Largura: 800 pixels. 72 dpi. 24 BIT CMYK.

183 KB. Formato JPG bitmap. Compactado. Disponível em:

<http://www.comicbookmovie.com/fansites/robertgarlenoncmb/news/?a=25577>. Acesso

em: 22 out. 2013.

O Homem-Aranha Através do Tempo

Arthur M. dos Reis, Leonardo R. Cavalcante, Pedro V. V. Couto

“Cada super-herói representa a ideologia americana do seu tempo”

Waldomiro Vergueiro

As HQ‟s foram criadas na década de 30 com objetivo de entreter, visto que seu

publico era principalmente as crianças, porém hoje vemos pessoas de todas as idades

consumindo-as. Foi nessa época em que começaram a ser publicadas em maior número

nos EUA, os personagens geralmente tinham como características algum superpoder,

lutavam contra o crime e em parte eram detetives. A partir de 1938 com a criação do

Superman, houve um boom de super-heróis dentre eles: Batman, Capitão América,

Lanterna Verde, Flash, dentre outros.

O herói mais popular da Marvel Comics é o Homem-Aranha, que surgiu nos

quadrinhos em 1962, criado por Stan Lee, Jack Kirby e Steve Ditko. Stanley Martin Lieber,

ou melhor, Stan Lee, era naquela época, o editor-chefe da Marvel, depois de idealizar o

personagem, teve uma discussão com o Martin Goodman (dono da Marvel) que não

aceitou a principio a ideia de um super-herói que fosse baseado em aranha, pois dizia que

as pessoas detestavam aranhas. Depois de muita conversa Lee conseguiu convencer

Goodman a publica-la, e teve sua primeira aparição no numero de despedida de

“Amazing Adult Fantasy”, a nº 15. Para surpresa de Goodman, a revista foi um sucesso

de vendas, muito bem recebida pelo publico, devido à aproximação do personagem com a

realidade, e teve assim em Março de 1963 o lançamento do primeiro volume de sua

própria revista: “The Amazing Spiderman”.

Sua aproximação com o publico era grande, diferente dos demais super-heróis

que eram imponentes, musculosos, teoricamente perfeitos. Peter Parker era um

adolescente, inseguro, cheio de duvidas e, apesar de seus superpoderes, tinha inúmeros

problemas além de ser órfão, o que levou a morar com seus tios, Ben e May. O fato de ter

ganhado superpoderes não deu a Peter uma vida mais fácil. Era de classe media baixa

nos EUA, é a parte dos jovens da escola dele por ser muito inteligente, mas ainda sim

teve uma dificuldade de se destacar na escola, e continuou sofrendo pelos problemas

pessoais, tais como a falta de confiança para com as mulheres, sofria uma crise de

depressão por causa da morte dos pais e é afetado pela morte do tio Ben e não ter

ajudado.

Os quadrinhos sempre estiveram conectados com a historia, o Homem Aranha

não foi diferente. A pesquisa nuclear era assunto sempre em pauta nos meios de

comunicação, o novo super-herói ganha seus poderes depois de ser picado por uma

aranha geneticamente modificada, ela havia sido exposta a radiações. Sinal de uma

época de constantes ameaças por uma possível guerra nuclear com a esfera comunista.

EUA e União Soviética investiam na Corrida Armamentista, contexto da Guerra Fria, e o

Homem-Aranha entra para tentar amenizar os temores que a sociedade americana vivia.

“Rebento típico dos anos 60, década da Guerra Fria e da contracultura, da decadência de

antigos valores, o Homem-Aranha reflete o seu tempo assim como o Capitão América,

também da Marvel, o fez no início dos anos 40, quando os Estados Unidos estavam

prestes a entrar na Segunda Guerra Mundial.” (LEANDRO SARMATZ, 2102).

Grande parte das aventuras dos quadrinhos ocorria em „‟Cidades de Mentirinha‟‟,

como a Metrópolis de Superman ou Ghotam City de Batman. Já o Aranha veio com outro

conceito de quadrinho, sem duvidas uma suprema inovação urbanística, vivendo na maior

cidade do mundo, Nova York na década de 60. Uma inovação nos quadrinhos onde,

aproximava o publico leitor com o personagem e por viver os mesmos problemas do dia-

dia ganhava o seu afeto. Porém com o passar do tempo, o Homem-Aranha sofreu o

problema de todo herói de quadrinhos norte americano antigo, ele ficou velho, ficando fora

do contexto social em que foi criado e envelhecendo diante da nova geração de leitores.

Quando isso ocorre as vendas caem, abrindo espaço para o concorrente, levando

prejuízo a sua editora. A solução no geral é um reboot, que consiste em começar a

história novamente do zero, ou utilizar um hype, ou seja, prender a atenção dos leitores

antigos e atrair novos, por meio de um acontecimento que chame atenção. Em edição

recente da revista The Amazing Spider Man, que compõe o principal arco das histórias do

aranha, Doutor Octopos, um de seus maiores inimigos de consegue trocar de corpo com

o herói, que morre logo em seguida. Nasce assim uma espécie de anti-herói, o Superior

Homem Aranha, com Octopos no comando do corpo de Peter Parker.

Há também atualmente uma preocupação de dar espaço para as minorias, tema

que foi abordado no passado com o surgimento dos X-Men na década de 60, quando a

segregação racial era muito forte nos EUA. Hoje existe um arco das histórias do Homem-

Aranha em que o personagem principal é Mile Morales, um rapaz negro de origem

hispânica.

A linguagem com o passar do tempo também teve que mudar, tornando-se mais

atual para o publico jovem, que vive em um mundo com as mais diversas fontes de

acesso a informação e em grande velocidade. Algo que se manteve inalterado através

das décadas, foi o humor inteligente e sarcástico de Peter, presente até nas horas mais

inusitadas. O uso de onomatopeias, muito comum em roteiros de HQ‟s, ainda se mantem

presente.

Por fim podemos citar que um super-herói que quase não foi publicado, veio a se

tornar o maior sucesso de vendas da Marvel, e um dos mais queridos entre os fãs de

Histórias em Quadrinho. “E também um adolescente que poderia ser você ou seu filho.

Comum, prosaico, inconstante – mas, a seu modo, extraordinário.” (Leandro Sarmatz,

2002) Stan Lee acertou em cheio trazendo o herói ao mesmo patamar das pessoas

comuns, isso foi a chave do seu sucesso.

FONTE: Omelete, 2007

FONTE: ANMTV, 2012

FONTE: Divulgação, 2011

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2013

Super-homem a história do homem de aço

Ana Carolina Mouta, Samara Susan e Vanessa Araújo

“Você dará as pessoas um ideal pelo qual lutar.Elas hão de correr atrás

de você.Vão cambalear,vão cair.Quando for hora, você os ajudará a realizar

maravilhas.”

Superman: homem de aço

A história do super homem tem inicio com a ideia de fazer um super-

herói em histórias em quadrinhos, por volta de 1938. O Super-Homem deu o

ponta pé inicial para a fantasia dos super-heróis de gibis e logo se tornou um

ícone americano. Publicado, inicialmente, em formato de comic- book o

sucesso ansiava por transformá-lo em realidade. O surgimento do Super-

Homem no cinema aconteceu na década de 1940, pouco tempo depois de ter

feito grande sucesso com seu lançamento nos gibis.

A estreia de Super-Homem no cinema não foi um filme com duração

de pelo menos uma hora e meia na qual a maioria está acostumada nos dias

de hoje e sim em formato de curta-metragem. Tudo procedeu de forma simples

se formos olhar em comparação com os últimos filmes, mas de forma gloriosa

se parar para pensar que foi o primeiro filme onde um super-herói podia voar,

por exemplo.

Max e Dave Fleischer, irmãos, foram os que deram ao mundo mágico

das histórias em quadrinhos do herói, um pouco mais de realidade e fantasia.

Como já dito, a primeira reprodução do filme foi feita em forma de animação em

vários curtas. Não se sabe ao certo quantos, algumas fontes dizem que 17

outras que 20 curtas apresentados.

A produção dos curta-metragens foi bastante árdua e o trabalho dos

irmãos Fleischer é reconhecido até hoje. O que se pode perceber no resultado

é que as imagens só ficavam mais nítidas quando se tinha um foco mais

próximo, por mais que se tratasse de animações.

Ao inicio de cada curta havia sempre a mesma apresentação que

ficou bastante conhecida: “Olhem lá no céu! É um pássaro! É um avião! Não! É

o Super-Homem!”. Com isso criou-se a simbologia de que um homem voando,

só poderia ser o Super-Homem. Assim como quando se escutava determinada

música, sabia-se que o herói estava a caminho.

Os personagens tinham falas curtas, por conta disso usava-se

muitos sons de objetos, explosões e músicas de acordo com cada cena. As

roupas e cenários se adequavam a época, tirando a parte fantasiosa, e

também ao ambiente de trabalho de Clark Kent (o Super-Homem), que era

jornalista, tudo muito formal. Os homens de terno e mulheres, quase sempre,

de vestido. Já o Super-Homem era reconhecido por sua famosa capa

vermelha, macacão azul, botas vermelhas, cinto vermelho e cueca vermelha

por cima do macacão. Sem contar seu famoso brasão em “S” que era e é sua

marca registrada.

Na época, os Estados Unidos precisava recuperar sua imagem de

heroísmo e nada melhor do que idealizar isso. O mundo se encontrava em

guerra. O país sofria ameaças de ataques e precisava ter a representação de

homens fortes para enfrentar a Segunda Guerra Mundial. Algo que também

contribuiu para o triunfo de Super-Homem.

O último filme lançado sobre o herói foi “Superman – Homem de

Aço” dirigido por Zack Snyder e produzido por Christopher Nolan o filme trás

uma versão aprimorada do super herói retratando as dificuldades desde a

infância de lidar com os super poderes e a história do seu planeta de origem e

esforço dos pais na luta pela sobrevivência do filho.

São notadas diferenças naturais decorrentes da evolução

tecnológica, a qualidade de imagem, os efeitos especiais e principalmente o

traje do super homem estão aprimorados, os tons fortes de azul do macacão

agora são mais sombrios e a tradicional cueca vermelha por cima da calça foi

descartada, no entanto a clássica capa e botas vermelhas permanecem

juntamente é claro com o brasão em “S” no peito do herói essa nova aparência,

segundo críticas de fãs o deixou com ar de vilão.

As referencias à cultura americana são constantes nas duas versões,

no primeiro filme o herói foi usado como propulsor para os cidadãos

americanos ao amor a pátria o que atendia aos interesses do governo no que

diz respeito ao recrutamento de soldados para o exercito para a entrada do

país na guerra, além disso, no mesmo ano foi assinada a declaração universal

dos direitos humanos e foi criada a organização dos estados americanos que

visava facilitar as relações entre os estados membros dos Estados Unidos e

servir como uma espécie de proteção contra a entrada da cultura comunista no

país o super homem então torna-se um símbolo de todo esse triunfo e busca

pela paz e justiça.

Atualmente, a imagem do super homem é mais agregada a valores

sociais, amor e respeito ao próximo, no entanto a cultura estadunidense é tida

como característica marcante do herói, uma vez que o personagem é adotado

por uma família americana e é claro, as cores do traje são as mesmas da

bandeira do país.

Não obstante , é observado ainda que no primeiro filme a história era

focada no herói, sua força, bondade e justiça tendo o enredo repleto de

romance e exaltava sempre a ação heróica do personagem, salvando a cidade

e a mocinha dos perigos. O enredo atual ainda conserva os traços de romance

e heroísmo, mas tem seu foco na origem e historia do super homem, seus

sentimentos, seus medos e a dificuldade em manter uma identidade secreta e

tem como clímax a destruição do mundo e invasão alienígena, tais temas

apocalípticos são bastante atuais levando em conta as conspirações em torno

do calendário maia.

Ilustração 1

Fonte: Palmentola, 1948

Ilustração 2

Fonte: Mokri, 2013

Referências Bibliográficas

Autor desconhecido. Compare personagens e uniformes de todos os filmes

do super homem: Disponível em: <http://g1.globo.com/pop-

arte/cinema/noticia/2013/07/compare-personagens-e-uniformes-de-todos-os-

filmes-do-super-homem.html> Acesso em: <20 de outubro de 2013>

Altman, Max. Hoje na história: 1948 – assinada a criação da Organização

dos Estados Americanos: Disponível em:

<http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/28623/hoje+na+historia+1948+

-+assinada+a+criacao+da+organizacao+dos+estados+americanos.shtml>

Acesso em: 20 de outubro de 2013

Basile, Monica. História do Superman no Cinema – Parte 1: Disponível em:

<http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/espaco-de-

cinema/platb/2013/06/21/historia-do-superman-no-cinema-parte-1/>Acesso em:

17 outubro 2013

Mokri, Amir. Henry Cavill em cena do filme Homem de Aço.2013. 1 Frame

do filme.

Peixoto, Irapuan. Superman: A trajetória do maior dos super-heróis:

Disponível em: <http://hqrock.wordpress.com/2012/01/23/superman-a-

trajetoria-do-maior-dos-super-herois/>Acesso em: 17 outubro 2013

Palmentola, Paul. Kirk Alyn em cena do filme Superman. 1948. 1 Frame do

filme.

Telles, Paulo. Super-Homem: O Homem de Aço no Cinema e na TV através

dos Tempos: Disponível em:

<http://articlesfilmesantigosclub.blogspot.com.br/2013/07/super-homem-o-

homem-de-aco-no-cinema-e_8852.html?m=1>Acesso em: 15 outubro 2013

SUPERMAN: Homem de Aço. Produção de Christopher Nolan. EUA: Warner

Bros, 2013. 1 filme.

Moda e Design

Coca Cola e o brasileiro: Uma trajetória de adaptação

Ana Carolina Resende Leite (13/0151068); Andresa da Mota Silveira Rodrigues

(10/0059635); e Hugo Boaventura de Carvalho (12/0180057).

“Somos o futuro da nação

Geração Coca-Cola”

(Renato Russo)

Identificação do produto de Comunicação

Coca-Cola é a marca de um refrigerante com sabor de noz-de-cola pertencente à

The Coca-Cola Company que comercializa em mais de 200 países. Com 126 anos de

existência a marca é uma das mais fortes do mundo. Segundo a revista EXAME, a Coca-

Cola está em 5º (quinto) lugar entre as 20 empresas mais valiosa do mundo em 2013 com

um faturamento de 78,4 bilhões.

Descrição dos períodos históricos

A análise será do período em que a Coca-Cola entrou no Brasil, mais precisamente

tomando o dia 18 de abril de 1942, que foi a inauguração da primeira fábrica da marca em

solo brasileiro, até os dias atuais. Enfatizando a mudança no fazer publicidade adotado

pela marca durante esse período.

A Coca-Cola entrou no Brasil em um período de agitação internacional com a II

Guerra Mundial e seus muitos frontes de batalha, nos quais os Estados Unidos estavam

lutando. Passando pela internalização tão forte da marca que parou até na Música

Popular Brasileira (MPB), a marca se faz presente em algumas músicas bastante

conhecidas como Geração Coca-Cola de Renato Russo. A marca chega aos dias atuais

com contínuo crescimento e inovação.

Análise do Produto

A Coca-Cola chegou ao Brasil no mesmo período que entrou na Segunda Guerra

Mundial, no ano de 1942. Tendo como fim servir os soldados americanos, a política da

empresa na época era a de reforçar o ideal de patriotismo e prosperidade ao acompanhar

as tropas dos Estados Unidos e oferecê-las o seu produto aonde é que estivessem por 5

centavos (LIMA, 1996). Sendo o Brasil um destes países.

Robert Woodruff, presidente da empresa na época, resolveu estender o público

consumidor. Uma de suas iniciativas foi a abertura da primeira fábrica da Companhia no

Brasil, mais especificamente no estado do Rio de Janeiro em 1942, e implantando três

anos mais tarde o sistema de franquias. No entanto, não foi tão fácil conseguir a

aceitação do consumidor brasileiro, devido aos diferentes costumes e gostos. A primeira

reação do brasileiro quanto à Coca-Cola foi de estranhamento, não estavam acostumados

com o sabor do refrigerante, nem com a ideia de uma bebida gelada (DE CAMPOS,

2004).

Para conseguir essa aprovação foi preciso investimento em estratégias de marketing

e muitas propagandas. Uma das maneiras que a empresa começou foi patrocinando um

programa de rádio. Com o sucesso conquistado com este meio de comunicação, a

publicidade começou a investir em outdoors. Muitos cartazes traziam pessoas de vários

círculos sociais tomando a Coca-Cola, mostrando que o refrigerante era para todos.1

Fonte: http://jipemania.com/coke/brasil/

1 Ver: Coca-Cola - 60 anos de Brasil http://www.jipemania.com/coke/historia_coca_cola_br.htm.

Fonte: ROITBERG, 2013.

Como podemos ver nos cartazes a ideia vendida é que a Coca-Cola está em todos

os momentos e com todo o tipo de gente, desde os mais novos aos mais velhos, em

momentos familiares, românticos, festivos ou esportivos. É a companheira irresistível que

refresca em todos os momentos. Essa ideia está muito presente na publicidade

americana do produto, a qual justificou o slogan dos anos 40: “A pausa que refresca”

(1942). Este enunciado teria como base o cenário nostálgico rural, em contraposição ao

ritmo frenético e agitado dos centros urbanos. Neste mesmo slogan pode-se ainda

denotar a paixão pela bebida que proporciona a quebra da continuidade de uma ação, a

busca de uma pausa e tranquilidade bem como uma desaceleração do tempo. (DE

CAMPOS, 2004)

No início da década de 1950, o slogan da Coca-Cola era “Isso faz um bem” (1952), o

qual visava desmistificar uma ideia negativa que existia do produto no público brasileiro,

colocando maior ênfase na refrescância do sabor e na origem da água cristalina do

produto, objetivando se aproximar cada vez mais do brasileiro. A Coca-Cola não era

somente do Carnaval ou rock n’ roll, ela fazia parte de muitos movimentos culturais, se

associando a maior variedade possível. Na copa de 1950, realizada no Brasil, se via

cartazes e propagandas da bebida em todo o estádio. Ou seja, ela começa a se tornar

onipresente. Ganhando popularidade, nos anos 60 ela já era bem aceita pelo público

brasileiro, tendo até mesmo cantores de MPB citando-a em suas músicas.2

Desta forma, tendo em mente o que foi anteriormente abordado, observa-se uma

forte campanha publicitária feita através de cartazes e anúncios em revistas, esquemas

estes seguidos até hoje. Por meio destes formas de propaganda e principalmente graças

à utilização de eficazes técnicas de divulgação, o público brasileiro pôde se render à

bebida. Como primeiros enunciados transmitidos nas primeiras propagandas da marca no

país tem-se: “Tome Coca-Cola bem fria” e “Qualidade digna de confiança”. (DE CAMPOS,

2004). Diferentemente das medidas de divulgação dos anos 50, a Coca-Coca brasileira

contemporânea configura-se renovada em alguns aspectos, a começar pelo seu métodos

de propaganda e publicidade. Atualmente, a televisão demonstra-se como o principal

meio de comunicação para a publicidade da bebida, corroborando o ideal do século XXI

de agilidade, tecnologia e ânsia de viver, deixando assim o rádio obsoleto. Seus slogans

tornaram-se mais subjetivos e idealizados, “Abra a Felicidade” (2009) e “Viva

Positivamente” (2010), vinculando com isto a imagem da marca ao apelo social.

Fonte: http://www.cocacolabrasil.com.br/coca-cola-brasil/historia-da-marca/

Análise das transformações ocorridas no produto

O formato da atual Coca é distinto daquele dos anos 50. O refrigerante agora possui

um design diferenciado: a curvatura da garrafa altera-se para se encaixar naturalmente na

mão do consumidor e inovações surgem ao longo dos anos para facilitar e tornar mais

prático o uso da bebida: six-pack (6 garrafas da bebida em uma caixa), máquinas de post-

2 Para saber mais ver: Coca-Cola - 60 anos de Brasil

http://www.jipemania.com/coke/historia_coca_cola_br.htm.

mix (Coca feita na hora e servida em copos), refrigerante em lata, One way (descartável)

e tampas de rosca, Big Coke (Coca-Cola de 1,25 e 2 litros), lata de alumínio e Coke

machine (LIMA, 1996).

FONTE: DIAS, 2011

Considerações Finais

Conclui-se então que, assim como o mundo se globalizou, a Coca-Cola em suas

caracterísicas também passou pelo mesmo processo de globalização, tanto na

característica física de seus produtos quanto no fazer sua publicidade.

Em seu design, a marca muda as características físicas, como forma de dificultar a

falsificação em um primeiro momento, mas depois muda para se adaptar a diversidade de

seus consumidores.

Na publicidade a marca vem consolidando slogans mundiais em detrimento dos

slogans regionais. Porém, em casos específicos, como, por exemplo, em grandes eventos

mundiais – Copas do Mundo e Olimpíadas – utilizam-se de slogans regionais para se

envolverem nesses eventos como patrocinador.

Referências bibliográficas:

BRASAL REFRIGERANTES. Portfólio de produtos Refrigerantes Disponível em:

<http://www.brasal.com.br/refrigerantes/portfolio-de-produtos-refrigerantes>. Acesso em:

10 out. 2013.

COCA-COLA BRASIL. História da Coca-Cola Brasil. Disponível em:

<http://www.cocacolabrasil.com.br/coca-cola-brasil/historia-da-marca/>. Acesso em: 08

out. 2013.

DE CAMPOS, A.L.F. A Pausa que refresca… Tempo e espaço nas propagandas da

Coca-Cola. São Paulo: Alfa, 2004. Disponível em:

<http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4258/3850>. Acesso em: 09 out. 2013.

DIAS. E. Evolução da garrafa de Coca-Cola. GGN, O jornal de todos os dias, 2011.

Disponível em: <http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-evolucao-da-garrafa-de-coca-

cola>. Acesso em: 15 out. 2013.

EXAME.com. As 20 marcas mais valiosas do mundo em 2013. Disponível em:

<http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/as-20-marcas-mais-valiosas-do-mundo-em-

2013#5>. Acesso em: 19 out. 2013.

LIMA, R. O fascinante mundo das coleções Coca-Cola. Collectors Magazine,

1996.Disponível em: <http://www.brasilcult.pro.br/ensaios/cola/coca_cola.htm>. Acesso:

10 out. 2013.

ROITBERG, J. História da Publicidade da Coca-Cola: Especial Brasil 1943-1946

Propagandas da Coca-Cola no Brasil. Disponível em: <http://jipemania.com/coke/brasil/>.

Acesso em: 07 out. 2013.

Havaianas

Ivo Júnior, Mariana Modesto, Natália Alencar e Rayssa Souza

“A intenção de um slogan, além de impor, é convencer e seduzir o leitor. O bom slogan

deve resumir a essência da marca ou do produto, ou ainda da campanha”.

Marcia Oberderfer Consoli

Os calçados desde sempre foram motivo de fetiche para a sociedade, é um produto

que tem por característica oferecer uma representação de status de acordo com os tipos

de marcas, design, preço e qualidade que ele possui. Podemos ver ao longo da história

que este produto sempre foi utilizado como forma de diferenciar as classes, por exemplo,

enquanto as mulheres da aristocracia usavam chinelos de brocado fino com solas frágeis,

suas criadas usavam robustas botas de cabedal negro.

Sendo assim, vários modelos de calçados surgiram e com isso milhares de marcas

apareceram. Segundo Aaker, “construir uma marca poderosa capaz de destacar-se da

concorrência e agremiar uma legião de consumidores fiéis, sempre foi um desafio[!]. A

partir dos anos 90, com avanço vertiginoso da globalização e da tecnologia, a tarefa de

conseguir a fidelidade do consumidor tornou-se ainda mais complexa[!]” (NUCCI. 2004. p

136). Dessa maneira, nossa análise se baseia nas Havaianas, uma marca capaz de

conseguir a tão sonhada fidelidade do consumidor.

Em 3 de abril de 1907, o escocês Robert Fraser se uniu a um grupo inglês para

construir a primeira fábrica brasileira de Alpargatas, também conhecida como sapato

espanhol. A empresa ganhou o nome de Alpargatas São Paulo e foi a responsável pela

criação das primeiras Havaianas. Mas somente no ano de 1962, que elas foram surgir.

Inspiradas em uma sandália japonesa chamada Zori, essa nova sandália de dedo

era feita de borracha, um produto nacional e totalmente natural, que tinha destaque por

não deformar, não soltar as tiras e não ter cheiro. Apesar de não serem muito atrativas, as

Havaianas conquistaram o gosto do consumidor por conta de seu valor acessível,

conforto proporcionado e alta resistência do produto, dessa forma, logo ficou conhecida

como sandália do povo.

Embora o design das havaianas seja de origem oriental, a escolha acertada de seu

nome foi inspirada no Havaí, lugar de clima tropical onde os famosos costumam passar

férias. Esse nome foi ideal já que as sandálias eram adequadas para o uso em países

quentes por serem descobertas e evitarem o excesso de transpiração.

Outra escolha acertada de seus criadores foi descrever o produto como sandálias ao

invés de chinelos. Segundo o Dicionário Universal de Língua Portuguesa, os significados

atribuídos a essas palavras são “Sandália – do Latim sandaliu. Calçado formado por uma

sola ligada ao pé através de correias”; “Chinelo – sapato velho e acalcanhado. Sapato

para se usar em casa, raso ou salto muito baixo”. A categoria escolhida descrevia

realmente o produto sem possuir o significado pejorativo de seu sinônimo.

As Havaianas são também muito conhecidas pela sua publicidade, seus grandes

slogans sempre foram utilizados para combater algo que ameaçava a continuidade do

produto no mercado. Um exemplo disso foi em 1970, época marcada por surgir muitas

imitações, a fim de acabar com as cópias, houve a criação de um dos mais famosos

slogans da marca: “Havaianas, as legitimas, recuso imitações”.

Sua comunicação se dirigia ao mercado de massa, utilizando somente publicidade

nos veículos de mídia eletrônica de consumo da população de baixa renda, no caso a

Televisão, assim transformando Havaianas em sinônimo de pobreza. “Nos acostumaram

a encarar a televisão como um meio popularesco, “de massa”, no pior sentido possível da

palavra”. (Machado, Arlindo. 2003)

Com o passar do tempo, foram surgindo novos modelos de sandálias que

exploravam formas mais ousadas e cores mais fortes. Dessa forma, mesmo tendo suas

qualidades preservadas, as havaianas eram associadas aos consumidores de baixa

renda. Entre a década de 80 e 90, essa nova realidade ameaçou de maneira agressiva a

sobrevivência do produto nas lojas.

Uma das grandes transformações ocorreu no ano de 1994, época em que o slogan

“Havaianas. Todo mundo usa” se fez verdadeiro, com uma forte campanha publicitária,

tratou de oferecer novos modelos de sandálias com cores mais vibrantes. Além disso,

houve a aparição em suas propagandas de diversos famosos usando alegremente as

havaianas. Em pouco tempo, a nova proposta reelaborou o posicionamento simbólico

daquele produto de longa data.

Durante a década de 2000 diversos acontecimentos fizeram com que as Havaianas

se tornassem mundialmente conhecidas e que houvesse uma maior expansão comercial.

Em 2000 as havaianas viraram fenômeno no exterior, os estrangeiros compravam no

Brasil e levavam para seus países, abrindo caminho para que fossem abertas lojas de

Havaianas nos centros comerciais mais luxuosos dos Estados Unidos e da Europa. Elas

viram assuntos em grandes revistas e jornais, conquistando vitrines concorridas e atrizes

bastante famosas, como Jennifer Aniston.

Em 2003 as Havaianas participaram do Oscar, sendo distribuídas de lembrança

sandálias exclusivas aos indicados ao prêmio e, em 2004, foram criadas as primeiras

Havaianas com tiras de diamantes.

Durante anos os brasileiros usaram as Havaianas e se acostumaram com a ideia de

um chinelo de qualidade, comprado para se usar, mas não para se mostrar.

Principalmente a partir dos anos 2000 essa imagem mudou definitivamente, as Havaianas

se tornaram desejo de consumo, as sandálias eram colecionadas e as pessoas

mostravam as Havaianas em seus pés. Essa mudança na imagem da marca ocorreu

principalmente devido à publicidade que usava valiosos slogans e propagandas em

televisões e revistas, e ao trabalho da marca em reformular o design do chinelo, atraindo

consumidores e vendendo mais. Esses fatores em conjunto fizeram com que a marca

ganhasse notoriedade e valor de mercado.

Esses fatos fizeram com que a marca fosse valorizada e aumentasse os preços do

chinelo. Assim as Havaianas se tornou uma marca de sandálias desejada mundialmente,

valorizada internacionalmente e principalmente, usada por todas as camadas sociais.

Fonte: Pé de chinelo, 2012.

Fonte: Imore, 2011.

Referências bibliográficas:

MACHADO, Arlindo. Televisão: a questão do repertório. In: A televisão levada a

sério. São Paulo: Senac, 2003.

Blog Spot: Mundo das Marcas. Disponível em:

<http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/havaianas-as-legtimas.html>. Acesso

em: 21 out. 2013.

As Relações Públicas na Construção de Marcas: O Caso Havaianas. Disponível em:

<http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/37016692706371351125228985546331419732.

pdf>. Acesso em: 22 out. 2013.

Havaianas: Representação da Cultura e da Moda brasileira. Disponível em:

<http://coloquiomoda.hospedagemdesites.ws/anais/anais/4-Coloquio-de-

Moda_2008/42655.pdf>. Acesso em: 22 out. 2013.

Slogan – O grito de Guerra que torna memorável um produto. Disponível em:

<http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/SysScy/article/view/233/53>. Acesso em: 23 out.

2013.

Site Oficial das Havaianas. Disponível em: < http://www.loja.havaianas.com.br/>.

Acesso em: 23 out. 2013.

2. O INICÍO

Conforme Zollner (2007), no ano de 1937 os irmãos Richard e Maurice

fundaram o primeiro McDonald’s na cidade de San Bernardino, Califórnia, no

sistema drive-in. Na época, o drive-in era muito comum, principalmente no estado da

Califórnia e surgiu paralelo à produção de carros em massa e ao cinema. A

estratégia consistia em alcançar o cliente transeunte que agora está motorizado. As

estradas eram o produto direto dos automóveis, portanto, os estabelecimentos

concentravam-se à beira das rodovias.

Figura 1 – Primeiro McDonald’s.

Fonte: Página da Editora Abril na internet.1

1 Disponível em: < http://vip.abril.com.br/blogs/vip-vintage/files/2012/10/mcdonalds2.png> Acesso em: 24 out 2013

No final da década de 40 os irmãos Richard e Maurice, conhecedores da

lentidão do serviço de drive-in, realizaram profundas transformações: eliminaram os

serviços de garçonetes e, agora, os clientes passam a descer dos carros e fazem os

pedidos nos balcões; todos os utensílios como talheres, copos e pratos são

substituídos por embalagens descartáveis; houve um enxugamento do cardápio

como forma de evitar desperdícios e, consequentemente, a diminuição do preço dos

lanches (FONTENELLE, 2007).

Era uma época em que as pessoas prezavam pela rapidez e, com as novas

mudanças no processo de atendimento, criam o primeiro personagem da empresa, o

mestre-cuca chamado Speedee.

Figura 2 – Primeiro personagem da McDonald’s: Speedee.

Fonte: Site High Way Host2

2 Disponível em: < http://www.highwayhost.org/Mcdonalds/mcdonalds1.html> Acesso em: 24 out 2013

3. A ERA KROC

De acordo com o site oficial da marca, Kroc foi o primeiro master franqueado.

A ligação dele com a empresa iniciou-se em meados da década de 50. Kroc fornecia

aparelhos de milk-shake para a lanchonete em San Bernardino e já havia vendido

oito máquinas que produziam seis copos cada.

Ray Kroc ficou surpreso com a forma de produção do restaurante que possuía

um cardápio limitado que concentrava-se em apenas alguns itens - hambúrgueres,

batatas fritas e bebidas, o que permitia o foco na qualidade.

Kroc foi responsável pela ampliação de restaurantes McDonald’s em toda

América do Norte. Em 1955 ele fundou a McDonald Corporation e, cinco anos mais

tarde, comprou os direitos exclusivos da marca.

Figura 3 – Primeiro restaurante McDonald’s com a participação de Kroc. Atualmente é o Museu da rede. (1955, na cidade de Des Plaines, Illinois)

Fonte: Site Mundo das Marcas 3

3 Disponível em: <http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/05/mcdonalds-inveno-do-fast-food.html> Acesso em: 24 out 2013

Em 1961, Ray lançou um programa de treinamento, mais tarde chamado

Hamburger University, em um novo restaurante em Elk Grove Village, Illinois. A

Universidade disponibilizava o treinamento com base em métodos científicos de

gestão e também contava com um laboratório de pesquisa e desenvolvimento para

cozimento, congelamento, armazenamento e formas de servir.

Segundo Fontelle (2007, apud LOVE, 1995, p. 152) “[...] os especialistas em

operações do McDonald’s desceram até as bases da rede de abastecimento de

alimentos e equipamentos. [...] Introduziram novos métodos nas usinas

processadoras de leite do país. Alteraram a maneira de os fazendeiros criarem gado

e a maneira de a indústria da carne fabricar o produto final”.

Hoje, mais de 80 mil pessoas se formaram a partir do programa.

Figura 4 – Diploma da primeira turma de 1961 da Universidade do Hambúrguer

Fonte: Site Business Insider4

4Disponível em: <http://www.businessinsider.com/tour-of-mcdonalds-hamburger-university-2012-4 > Acesso em: 24 out 2013

4. BIG MAC

Segundo o site Economia do portal IG, o Big Mac é considerado o carro chefe

da rede de lanchonetes americana. O lanche foi criado em 1965 pelo frqanqueado

da Pensilvânia, Jim Deligatti.

Devido a grande popularidade após os anos 70, a Revista The Economist

criou o “índice Big Mac” para medir o custo de vida em inúmeros países, utilizado

como fórmula diferente para quantificar a valorização ou desvalorização das moedas

no mundo em relação ao dólar.

O primeiro jingle do hamburguer foi ao ar em 1974 e a versão, em português,

em 1983 no Brasil: “Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola,

picles e um pão com gergelim. É o Big Mac!”

De acordo com o site do Estadão (2007), os maiores consumidores do

sanduíche são os japoneses.

Figura 5 – Big Mac no Museu do Hambuguer, Pensilvânia

Fonte: Site PA Books5

5 Disponível em <http://pabook.libraries.psu.edu/palitmap/BigMacBiggest.jpg>. Acesso em: 23 out 2013

5. ANÚNCIO, PERSONAGEM E LOGOS

Figura 6 - Anúncio do McDonald’s da década de 50.

Fonte: Site The Telegraph6

Figura 7 – Ronald McDonald em 1963 (ano de sua criação) e 2013, respectivamente.

Fonte: Site Uol Economia7

6 Disponível em <http://www.telegraph.co.uk/finance/newsbysector/retailandconsumer/8466564/McDonalds-the-early-years.html?image=5> Acesso em 24 out 2013 7 Disponível em <http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/08/10/ronald-mcdonald-completa-50-anos-veja-primeiro-comercial-do-mascote.htm> Acesso em 24 out 2013

Figura 8 – Logo década de 40.

Fonte: Site Wikia8

Figura 9 – Logo início da década de 60.

Fonte: Site Wikia9

Figura 10 – Logo de 1968 até 2006

Fonte: Site Wikia10

8 Disponível em <http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20101018080219/logopedia/images/d/d4/McDonald%27s_Logo_1948.jpg> Acesso em 25 out 2013 9 Disponível em <http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20121215042238/logopedia/images/f/f1/McDonald%27s_logo_60s.png> Acesso em 25 out 2013 10 Disponível em <http://images3.wikia.nocookie.net/__cb20130523231851/logopedia/images/d/dc/McDonald%27s_1968.svg> Acesso em 25 out 2013

6. INSTITUCIONAL

6.1 MISSÃO

Servir comida de qualidade proporcionando sempre uma experiência

extraordinária.

6.2 VISÃO

Duplicar o valor da companhia, ampliando a liderança em cada um dos

mercados.

6.3 VALORES

- Oferecemos Qualidade, Serviço & Limpeza aos nossos clientes;

- Incentivamos o espírito empreendedor ;

- Temos um forte compromisso com a nossa gente;

- Maximizamos a Rentabilidade das nossas operações;

- Operamos um negócio em ambiente ético e responsável;

- Contribuímos com o desenvolvimento das comunidades nas quais atuamos.

7. A REDE NO BRASIL

De acordo com informações do site da empresa no Brasil, em 1979 foi

inaugurado o primeiro McDonald’s em território nacional, na cidade do Rio de

Janeiro, bairro de Copacabana. O país é o 25º a receber um restaurante da marca.

Atualmente rede possui 746 restaurantes nas cidades brasileiras.

Em 1999, é inaugurado Instituto Ronald McDonald em prol de crianças e

adolescentes com câncer.

No caso das propagandas, a empresa tem sido alvo de críticas e processos.

Como exemplo atual, de acordo com o site Exame de abril de 2013, a Fundação de

Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP) multou o McDonalds em R$ 3,192

milhões de reais por publicidade infantil abusiva. O PROCON justificou a medida

alegando que os comerciais incitam o público infantil a consumir alimentos nada

saudáveis pelo uso de personagens e pela venda de brinquedo, no caso, o

Mclanche Feliz.

Dados do portal G1 noticiaram medida futura da organização para amenizar

efeitos negativos - a exclusão dos refrigerantes das peças publicitárias e

apresentação de novo cardápio que passará a conter frutas e água.

Figura 11 – Mclanche Feliz com brinquedos.

Fonte: Site Wikipedia11

Apesar das multas (algumas no campo trabalhista) e de ter a imagem

associada a alimentos pouco saudáveis, o McDonalds obteve crescimento nos

faturamentos das vendas em 9,4% no segundo trimestre deste ano no Brasil,

conforme dados do portal G1.

11 Disponível em <http://en.wikipedia.org/wiki/File:McDonalds_Happy_Meal.jpg> Acesso em: 24 out 2013

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A rede McDonald’s revolucionou o mercado fast-food. Como estratégia

comercial, a corporação seguiu ao longo dos anos adaptando cardápio, aprimorando

a forma de gestão e priorizando o expansionismo global. Além disso, investiu em

restaurantes confortáveis, fundou uma universidade específica para

desenvolvimento dos alimentos e aprimorou logo e propaganda.

Mas a marca é também controvérsia, pois, se por um lado é tida como

fenômeno mundial de sucesso empresarial, por outro desperta desconfiança das

classes médica e jurídica devido aos alimentos calóricos e com baixos valores

nutricionais.

Observar-se que a empresa opta usualmente por remodelações (com

exceção do modelo business) vide a tentativa da rede em acrescentar ao cardápio

frutas e saladas em resposta ao aumento do consumo consciente.

REFERÊNCIAS

FONTENELLE, Isleide. O nome da marca: McDonald's, fetichismo e cultura descartável, São Paulo: Boitempo, 2002. 363 p. ZOLLNER, Luciana. Comunicação do McDonald’s em Tempos de Crise: Educação como recurso de persuasão em textos publicitários. 2007. 163 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação). Universidade de Marília, São Paulo. LOVE, Jhon F. McDonal’ds: a verdadeira história do sucesso, Rio de Janeiro:

Bertran, 1996.

FONTENELLE, Isleide. Corpo, mobilidade e a cultura da imagem. Psicol. hosp.

(São Paulo), São Paulo , v. 4, n. 1, jan. 2006. Disponível em

<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-

74092006000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 22 out. 2013.

VIVALDINI, Mauro; SOUZA, Fernando Bernardi de. O Relacionamento Colaborativo

na Cadeia de Suprimentos do McDonald’s. In: SIMPOSIO DE ENGENHARIA DE

PRODUÇÃO, 13. 2006, Bauru, SP. Anais eletrônicos. Disponível em:

<http://www.fesppr.br/~bastosjr/Qualidade%20e%20Produtividade/1%BAsem2008_s

emin%E1rios/Sala%20203/Eq7_21.pdf>

CASAQUI, Vander; RIGEL, Viviane. Os efeitos de sentido do consumo slow food no

templo do fast food. In: XIV CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA. Rio de

Janeiro, 2009. Disponível em:

<http://www.sbsociologia.com.br/portal/index.php?option=com_docman&task=doc_d

ownload&gid=3037&Itemid=171>. Acesso em 20 out. 2013

Outros sites consultados:

exame.abril.com.br

http://en.wikipedia.org

http://mundodasmarcas.blogspot.com.br

www. g1.globo.com

www.mcdonalds.com

www.mcdonalds.com.br

www.mcdonalds.com.br

www.uol.com.br

www.wikipedia.com.br

A logomarca da Petrobras

Armando Moraes da Silva

“O petróleo é nosso”

Lema da Campanha do Petróleo

A logomarca de uma empresa busca comunicar as suas qualidades e estabelecer

um reconhecimento imediato com o público.

Maimoni (2009) afirma que a marca é uma mistura de atributos tangíveis e

intangíveis que simbolizam a empresa, criando valor e expressando sua identidade. A

autora cita ainda a definição de identidade como uma coleção de atributos de uma

empresa que formam o referencial de como ela é vista.

A Petrobrás possui uma logomarca que alcança plenamente estes objetivos, com

enorme valor simbólico para todo o brasileiro. O vinculo entre a empresa e os brasileiros

tem origem em sua história, já que sua criação foi fruto de forte mobilização popular.

Na década de 1940, o consumo de petróleo crescia rapidamente no Brasil. A

Constituição de 1945 tratou da exploração do petróleo, permitindo a participação de

capitais privados estrangeiros, desde que integrados em empresas constituídas no Brasil.

Durante a criação do Estatuto do Petróleo, que visava regulamentar o previsto na

Constituição, uma vigorosa reação nacionalista iniciou a Campanha do Petróleo, que

ficaria famosa por seu slogan: "O petróleo é nosso".

Em 3 de outubro de 1953, depois de vários anos de luta e de intensa mobilização

popular, já no governo Vargas, foi sancionada a Lei nº 2.004, que criava a Petróleo

Brasileiro S.A - Petrobras, empresa de propriedade e controle totalmente nacionais, com

participação majoritária da União.

A primeira logomarca da Petrobras foi produzida em 1958, e se inspirava na

bandeira nacional. Esta primeira logomarca pode ser vista na Figura 1. Conforme

informações institucionais da empresa, a logomarca atendia aos anseios nacionalistas da

época, relacionando a marca às cores e formas da bandeira nacional.

Luiz Pepe, criador da primeira logomarca da Petrobras, apresenta como foi este

processo de criação em um depoimento disponível no site da empresa. Ele relata que

teve a ideia de desenhar o losango da bandeira brasileira, com suas três cores e com o

nome da Petrobras no seu interior. As cores nacionais foram utilizadas no friso verde, no

fundo amarelo e no nome Petrobras em azul. Havia necessidade de ser um desenho

simples, que possibilitasse sua fácil reprodução, compatível com a capacidade técnica da

época, por isso a opção por uma figura geométrica.

Entre os anos 1968 e 1973, o Brasil viveu o chamado “Milagre Econômico”, onde a

economia cresceu a uma extraordinária taxa de 10% ao ano. O forte investimento na

indústria de base propiciou o grande fortalecimento das estatais.

A Petrobras transformou-se na maior empresa do país, diversificada e bastante

complexa. A primitiva logomarca já não conseguia mais expressar esta identidade. Então,

em 1972 ela é reformulada, buscando ficar mais moderna e compatível com a linguagem

gráfica vigente naquele momento. Esta segunda logomarca pode ser vista na Figura 2

Esta marca ficou conhecida com hexágono-losango, e segundo o site da Petrobras,

esta nova logomarca desvinculava o logotipo da marca. Na primeira logomarca o nome

Petrobras estava enclausurado no logotipo.

Ainda conforme o site da empresa, o novo losango de paredes espessas é uma

forma simples, clara, forte e de nítidos contrastes, que consegue expressar a

modernidade e complexidade industrial da empresa, simbolizando a cadeia química do

carbono.

Ainda na década de 70, a Petrobras começou a utilizar nos postos de combustíveis

a logomarca mostrada na Foto 1. Era uma linha sobre o “BR” da própria palavra

Petrobras, destacando-o. Além disso, também foi utilizado nos postos apenas o “BR”

como símbolo, criando uma nova identidade visual, também com as cores da bandeira

nacional, apresentada na Figura 3.

Com o crescimento do número de postos com a marca “BR”, ela se tornou

conhecida e com grande prestígio junto ao público. Porém a Petrobras continuava usando

a logomarca do hexágono-losango, reservando o “BR” apenas para as atividades

comerciais.

Não tardou para a empresa perceber que o público estava dissociando as duas

imagens, enfraquecendo o conceito de empresa integrada de petróleo. Os postos ficaram

conhecidos por “Postos BR” pelos consumidores, afastando-se da denominação

Petrobras.

Em 1982, com pouco mais de dez anos, a logomarca “BR” foi redesenhada.

Assumiu as características que possui até hoje, sem o azul e com as letras inclinadas,

com aparência mais moderna e dinâmica, conforme podemos ver na Figura 4.

Segundo informações do site institucional, a compatibilização das marcas da

Petrobras e da Distribuidora ocorreu em 1994. O losango-hexágono foi abandonado e o

símbolo BR assumiu seu lugar, fortalecendo a imagem de empresa integrada, conforme

podemos ver na Figura 5.

Fato interessante ocorreu em 26 de dezembro de 2000, com o anúncio pela

direção da Petrobras de que a empresa estaria mudando seu nome para Petrobrax, e sua

logomarca seria aquela mostrada na Figura 6. A aventura durou dois dias, tendo sido

abortada em 28 de dezembro de 2000 por ordem do Presidente Fernando Henrique

Cardoso devido a forte reação contrária da opinião pública.

Coerente com o governo neoliberal da época, a justificativa citada no site da

empresa para a troca era que o novo nome seria mais aceito em países de língua inglesa

e que o "xis" no final da palavra daria um ar mais moderno e internacional à companhia.

A forte reação contra esta iniciativa por parte dos brasileiros mostrou a identificação

emocional e afetiva com a Petrobras.

A história da empresa e a sua marca caminham paralelas no imaginário nacional

como uma parte do Brasil que deu certo.

Figura 1 - Fonte: site Petrobras.

Figura 2 - Fonte: site Petrobras.

Foto 1 - Fonte: site Petrobras.

Figura 3 - Fonte: site Petrobras.

Figura 4 - Fonte: site Petrobras.

Figura 5 - Fonte: site Petrobras.

Figura 6

Referências bibliográficas:

FGV-CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do

Brasil. Fatos e Imagens:Petrobras 50 Anos Disponível em:

<http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/Petrobras50anos>. Acesso em: 17

out. 2013.

MAIMONI, Hérica Luzia. A influência da marca na formação da imagem e reputação

organizacional. II Ecomig, UFMG, Belo Horizonte, setembro de 2009. Disponível em:

<http://ead05.virtual.pucminas.br/conteudo/chum/h220011a/03_orient_conteudo_5/centro_

recursos/documentos/unid02/A_influencia_da_marca_na_formacao_da_imagem_e_reput

acao_organizacional.pdf>. Acesso em: 17 out. 2013.

PETROBRAS. Quem somos. Disponível em: < http://www.petrobras.com.br/pt/quem-

somos/nossa-historia>. Acesso em: 17 out. 2013.

PETROBRAS. Questão de Imagem. Disponível em: <

http://relacionamento.petrobras.com.br/memoria/minisites/memoria/marca/index.html>.

Acesso em: 17 out. 2013.

O que é uma Pin-Up?

Aline Faustino Veiga Neves, Sabrina Alves da Silva, Sabrina Sousa Rios e Franciele dos Santos Sousa.

“Do alfinete à Internet, elas nunca saem de moda”.

Juliana Cunha

A autora do texto “O que é uma Pin-Up?”, Juliana Cunha, aborda a

evolução das Pin-Up desde anos 40 a 50, da sua trajetória como ícone sensual

e expirador até a atualidade, representadas por artistas como Katy Perry e

Lady Gaga. Símbolo de sensualidade e inspiração as Pin-Up sempre atraíram

olhares por serem idealizadas como um padrão de beleza ideal. O lema “sexy

sem ser vulgar”, ganhou força com Marilyn Monroe no filme “O Pecado Mora ao

Lado”, onde em vez de se sentir constrangida, ela sorri como se nada tivesse

acontecido ao ter o vestido levantado pela a ventilação de saída do metrô.

A história das Pin-Up começou na França, no século XIX, quando

surgiram os primeiros cartazes usando imagens de mulheres, mostrando o seu

lado sensual, mas ao mesmo tempo o lado de ingênuas e românticas. As Pin-

Up são apresentadas por vários artistas, cada um em uma época diferente, e

tentam retratá-las como figuras que representam as mulheres do seu tempo. A

primeira Pin-Up foi criada por Dana Gibson, em 1887, que mostra atitude ao

usar trajes chiques de banho até os joelhos, mas deixando evidente as suas

curvas sensuais e sem gerar a perda do romantismo. Pode-se dizer que o

artista mais célebre por produzir Pin-Up foi Alberto Vargas, suas Pin-Up ficaram

conhecidas como ''Vargas Girls'', ele busca retratar o lado mais sexy da mulher

sem torná-las vulgar, traçando o lado ''diva'' das Pin-Up.

Antes da Segunda Guerra Mundial, as Pin-Up tinham um lado mais

romântico, e logo após a década 30 mostraram mais atitude e segurança em si

mesmas. Durante o período da guerra, elas passaram a ser vistas como

mulheres guerreiras, fortes e que demonstravam amor à sua pátria, mas sem

perder a sensualidade e a beleza de uma Pin-Up. O auge das Pin-Up foi

durante os anos de 1940 e 1950, sempre sexys, mas ingênuas mostravam

parte do corpo sem querer e viraram símbolos sexuais, sendo explorados em

fotografias, cartazes e calendários publicitários, principalmente nos Estados

Unidos.

Após a Segunda Guerra Mundial, o fenômeno das Pin-ups começou a se

expandir. A arte do momento eram elas, com todo o seu charme, batom bem

forte e delineador. As fotografias em pouco tempo ganharam um amplo espaço

e chamaram atenção do público. Até o exército se rendeu, e passou-se a

distribuir fotos aos soldados para que eles pudessem sempre se lembrar do

estilo americano de viver.

Marilyn Monroe e Betty Page são os grandes ícones de Pin-Up na vida

real, lindas e sexys demonstram um grande glamour ao viverem os seus

personagens no cinema. Elas eram mulheres que os homens desejavam, fator

esse que serviu para impulsionar o mundo da fotografia, o mundo da moda e

das modelos magérrimas. Mulheres seminuas e com sorrisos de como quem

não queria nada, enquanto na verdade queriam provocar, eram características

fundamentais das fotos da época. Essa foi uma época de agitação, em que se

pensava materialmente e o surgimento dessas mulheres veio em conjunto.

As Pin-Up fizeram tanto sucesso no século passado, que o estilo de vida

e o modo de ser vestir é retratado por muitas garotas atuais. Hoje em dia, esse

mundo é mais glamouroso, e continua sendo referência para a publicidade,

moda, e fotografia. O que deixa um pouco de lado a questão do erotismo e

sexualidade, como era visto antigamente, já que as fotos da década de 40

instigavam os homens, lhes causando desejo e curiosidade em relação àquela

mulher. Atualmente esse estilo é visto mais como um lado artístico do que

símbolo sexual.

De Marylin Monroe a Katy Perry, todo esse universo de Pin-Up traduz a

sensualidade feminina, evidenciando a feminilidade plena, trazendo consigo até

hoje um ar de mistério e curiosidade por de trás de todo o charme daquelas

maquiagens impecáveis, saias, corpetes e cinta-liga. Não foi somente nisso,

mas também na postura proativa que elas passavam para a sociedade da

época. Além disso, eram corajosas para enfrentar as regras e a censura para

poderem se sentir realizadas com o que achavam certo.

Atualmente, algumas famosas são consideradas Pin-Up ou Pin-Up

Modernas, como um exemplo disso pode citar a cantora Katy Perry. Ela usa e

abusa desse tema e estilo para ilustrar capas de seus CDs, campanhas e

show, o que acaba chamando a atenção do público, além de criar uma imagem

forte e chamativa, e também, dá um toque especial ao “personagem” que ela

assume. Além de várias características, ela ainda tem o cabelo bem parecido

com o de Bettie Page (Pin-Up do século passado). Porém, ocorre a ausência

da ingenuidade e da sutileza, já que cada vez mais esse estilo está perdendo

espaço para o mercado pornográfico de livre acesso, onde o que prevalece é a

vulgaridade, e o lema é “quanto mais despida melhor”.

Além de Bettie Page e Marilyn Monroe, temos outras representantes do

estilo Pin-Up, que são Cristina Aguilera, Pitty, Scarlett Johansson e Dita Von

Teese, destacando-se em campanhas publicitárias e até mesmo em programas

de televisão, todos os meios relacionados à imagem.

Por isso tudo, percebe-se que as Pin-Up trouxeram a irreverência da

comunicação no olhar, deixando de lado a questão estética como estereótipo e

focando apenas no belo e na sedução do olhar de quem não quer nada, mas

provocando as sensações mais insanas na alma. Mesmo em tempos tão

intensos como os atuais, as Pin-Up prevalecem representadas não só em

fotografias, mas em tatuagens, marcas de roupas e sapatos.

Betty Grable, Fonte: Wikipédia (1943).

Imagem do filme “O Pecado Mora ao Lado”, Fonte: ADORO cinema (1995).

Pitty (Cantora Pin-Up brasileira), Fonte: Wikipédia.

Katy Perry, Fonte: Wikipédia.

Bettie Page e a sua frase famosa, Fonte: Obvius (1953).

Referências

PIN-UP Joinville blogspot. Pin Ups e a sua evolução ao longo dos tempos.

Disponível em: <http://pinupjoinville.blogspot.com.br/2011/11/pin-ups-e-sua-

evolucao-ao-longo-dos.html>. Acesso em: 13 out. de 2013.

ALEXANDRE Lucas blogspot. Betty Page e a evolução das Pin-Ups.

Disponível em: <http://alucasdesign.blogspot.com.br/2008/12/betty-page-e-

evoluo-das-pin-ups.html>. Acesso em: 13 out. de 2013.

PASSAGEIRAS letras. Pin-Ups - As mulheres de papel. Disponível em:

<http://lounge.obviousmag.org/passageiras_letras/2012/01/pin-upsas-

mulheres-de-papel.html>. Acesso em: 13 out. de 2013.

TERRA. Editora alemã lança compilação de garotas Pin-Up de 1900 até

hoje. Disponível em: <http://diversao.terra.com.br/arte-e-cultura/editora-alema-

lanca-compilacao-de-garotas-pin-up-de-1900-ate-

hoje,c8ba1af6d89ef310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html>. Acesso em: 13

out. de 2013.

SUPERINTERESSANTE. O que é uma Pin-Up? Disponível em:

<http://super.abril.com.br/cultura/pin-up-552117.shtml>. Acesso em: 13 out. de

2013.

WIKIPÉDIA. Betty Grable. Disponível em:

<http://en.wikipedia.org/wiki/Betty_Grable>. Acesso em: 19 out. de 2013.

WIKIPÉDIA. Pitty. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pitty>. Acesso

em: 19 out. de 2013.

WIKIPÉDIA. Katy Perry. Disponível em: <

http://pt.wikipedia.org/wiki/Katy_Perry >. Acesso em: 19 out. de 2013.

OBVIUS, um olhar mais demorado. Bettie Page: a rainha das Pin-Ups.

Disponível em:

<http://obviousmag.org/archives/2012/11/bettie_page_a_rainha_das_pin-

ups.html> Acesso em: 19 out. de 2013.

Revista

A história da Revista ELLE

Aline Brandão Girardi

Kamila Ferreira Belo

Natália Elisa Lucchetti

“Séria dentro da frivolidade e irônica perante o grave”

Hélène Gordon-Lazareff

Elle é uma revista feminina de moda originalmente francesa fundada no ano de

1945, um conturbado período pós-guerra, por Hélène Gordon-Lazareff e seu marido

Pierre Lazareff. Hoje possui mais de 42 edições em mais de 60 países, cerca de 23

milhões de leitoras no mundo e 2 milhões de exemplares mensais. É considerada a maior

em circulação e mensalmente publica trabalhos de estilistas, fotógrafos e modelos dentro

de uma perspectiva sofisticada.

No período da 2ª Grande Guerra, com o recrutamento de seus maridos, pais e

irmãos, as mulheres tiveram que começar a trabalhar fora de casa. Logo, macacões

pesados tomaram o lugar das saias e vestidos leves, vestimentas padrões da mulher da

época, que, até então, só exercia as profissões de mãe e dona de casa. Além disso,

muitas delas eram recrutadas para exercer várias funções no front de guerra e assim,

deixaram de ser vistas como o sexo frágil. Dessa forma, a criação da Elle visava atingir as

mulheres que desejavam restituir a sua autoestima e almejavam dias melhores.

Sua missão inicial também foi atualizar a mulher e dar ideias para ela deixar do

guarda-roupa à casa muito mais bonito. Além disso, inicialmente a Revista defendeu mais

idéias do que dinheiro, o que não ocorre com tanta frequência nas atuais edições, já que

a alta costura toma conta das páginas da Elle.

A primeira versão internacional da Revista foi lançada nos Estados Unidos, no ano

de 1985. No Brasil, a Elle chegou em 1988, com a capa verde e amarela. A modelo Julie

Kowarick era a modelo da capa e foi fotografa pelo renomado fotógrafo J. R. Duran. A

primeira edição brasileira apontava o foulard como o acessório da estação.

Desde o princípio, as páginas e as capas da Elle enfatizam as fotos em vez de

textos e utilizam muito o preto e o branco. É interessante perceber que a fonte do título da

revista permanece inalterada desde a primeira publicação na França, há quase 70 anos.

Com o passar dos anos, a capa passou a priorizar todo o corpo da mulher. No

início, as fotos evidenciavam apenas o rosto. Hoje, há inúmeras capas com poses

sensuais, lingerie e similares. Além disso, cada vez mais foi aumentando a quantidade de

textos ou chamadas nas capas e também no conteúdo interior da Elle. No início, tudo era

mais simplificado, inclusive o design da Revista, que se torna cada vez mais arrojado.

A presença de publicidade nas páginas da Elle hoje é muito significativa, enquanto

no início quase não existia. Segundo Dominique Quessada (2003), para elevar a

demanda dos produtos de determinada empresa, o grupo publicitário deve motivar o

público com mensagens comerciais que, além de expor suas mercadorias, trazem

consigo uma ideia simples, porém, forte, de que escolher e adquirir bens são formas de

liberdade individual.

Entre 1945, lançamento da Revista Elle, e o ano de 1950, Christian Dior lança o

New Look, com cintura fina e seios e quadris enfatizados. Dessa forma, a revista retratou

os vestidos de princesa, as saias rodadas e os tops justos. Em 1948, foi criada a seção

Bon Magique, que trazia roupas e acessórios com ótimos preços. No ano de 1950, Brigitte

Bardot, ícone da moda, foi capa da edição de março, quando tinha apenas 16 anos.

Nos anos 50, surgem roupas mais estruturadas e de alta costura pelas mãos de

Balenciaga. Na próxima década, a Revista não deixou de evidenciar a minissaia criada

por Mary Quant, os modelos futuristas de Courrèges, Cardin e Rabanne, os smokings de

Yves Saint Laurent, os tailleurs de Chanel. Foi o nascimento do prêt-à-porter (pronto para

levar). Porém, mesmo assim, sofreu diversas críticas por não ser considerada uma revista

que realmente retratasse a moda. Nessa mesma época, a Elle tornou-se também um

ícone na implantação do movimento feminista.

A década de 70 foi tomada pelas batas hippies, jeans, veludo molhado, glamour da

grife Halston, entre outros. Uma famosa loja em Londres lançou vestidos por 3 libras, o

que demonstrou fielmente a ideia da Elle, mais ideias e menos dinheiro.

As ombreiras, as cores, os volumes e a explosão do jeans descrevem o exagero

dos anos 80. Em contradição, na capital francesa, estilistas japoneses elegeram cores

neutras e peças recortadas e discretas para criticar o excesso. Nesta década, a ELLE foi

comprada pelos donos do grupo Hachette Magazines e expandiu-se. Foram lançadas

edições em vários países, inclusive no Brasil.

Na década de 90, plissês de Miyake, onda retro da Prada, minimalismo com roupas

requintadas, cortes simples e tecidos de alta qualidade invadem as páginas da Revista. A

moda passa a aparecer nas passarelas. Surgiu a principal semana de moda do Brasil, a

São Paulo Fashion Week e vários cursos de moda são criados nas faculdades do país.

No início do milênio, a Elle lançou a Elle Girl, destinada ao público mais jovem, e a

Elle Interior ou Elle Decor, voltada para decoração. Esta tem circulação em 28 mercados

globais e 9,2 milhões de leitores. A Elle Girl teve sua versão impressa por 5 anos e, em

2006, passou a contar apenas com versão digital. São 12 edições internacionais

eletrônicas e seu slogan é, traduzido, “Ouse ser diferente”.

Já o slogan da tradicional Elle é, também traduzido, “Se ela lê, ela lê Elle”. A

Revista acompanha a moda e também o mundo. Exemplos disso são o apoio à revolução

feminista nas décadas passadas e o atual apoio ao casamento gay.

O público da Elle, em sua maioria, são mulheres de 18 a 59 anos das classes A e

B. A Revista é editada em mais de 24 idiomas e possui 27 sites globais, com mais de 26

milhões de consultas mensais.

Elle conserva a mesma identidade desde sua criação, independente das mudanças

ocorridas ao longo do tempo. A Revista está no topo das mais conceituadas de moda do

mundo. É considerada uma das mais prestigiosas e influenciais revista feminina do

mundo, abordando moda, beleza, cultura e estilo de vida. Diz-se que a história da Elle

confunde-se com a própria moda.

Imagens

Fonte: Elle, 1945. Fonte: Elle, 1988.

Fonte: Elle, 2000. Fonte: Elle, 2011. Fonte: Elle, 2013.

Referências

FIORIN, Rosalia Perrucci. O discurso das capas da Revista Elle portuguesa e brasileira: aspectos ideológicos e identitários. Portugal, 2010.

Elle. História de Elle. Disponível em: <http://elle.abril.com.br/materia/histria-de-elle-

294889?pw=1>. Acesso em: 03 de out. 2013

TURETTA, Marina. A História da Revista Elle. Disponível em:

<http://pordentrodamodabymarinact.blogspot.com.br/2013/02/a-historia-da-revista-elle-

considerada.html>. Acesso em 04 out. 2013.

MIRANDA, Francisco. Mulheres na Seguda Guerra – O fim do Sexo Frágil – Parte I.

Disponível em: <http://chicomiranda.wordpress.com/2011/11/12/mulheres-na-seguda-

guerra-o-fim-do-sexo-fragil-parte-i/>. Acesso em: 10 out. 2013.

Elle. Sumário. Disponível em: <http://elle.abril.com.br/revista/sumario>. Acesso em: 12

out. 2013.

Elle. La Bündchen. Disponível em: <http://elle.abril.com.br/materia/veja-capas-de-gisele-bundchen-na-elle-brasil-633720#image=4e9db1a7b6a4435c2f000728>. Acesso em: 12 out. 2013. Elle. Elle Magazine [Brasil] (may 1988). Disponível em: <http://magazine-

covers.lucywho.com/elle-magazine-brazil-may-1988-magazine-cover-t22235457.html>.

Acesso em 12. out. 2013.

QUESSADA, Dominique. Introdução: a comunicação da comunhão/ O império mundial da comunicação. In: O poder da publicidade na sociedade consumida pelas marcas: como a globalização impõe produtos, sonhos e ilusões. São Paulo: Futura, 2003, p. 11-18 e 25-53.

Revista IstoÉ

Luana Marliety, Lucyellen Lima e Débora Rita

“A revista ISTOÉ foi criada em uma época dura, de pouca

liberdade para a imprensa, mas entramos sem medo”.

Domingo Alzugaray

Em 1972, precisamente no dia 02 de fevereiro, os empresários Luiz

Carta, Domingo Alzugaray e Fabrizio Fasano criaram a “Editora Três”. Quando

deram início a esse projeto os três tinham em mente revolucionar o mercado

editorial do Brasil e em pouco tempo conseguiram chamar a atenção do público

com o lançamento da “Coleção de Fascículos”, que se tornaria marca

registrada da Editora.

Em setembro de 1972 a Três criou a Planeta, título que existe até hoje, e

com ela a tradição de manter entre seus colaboradores alguns dos mais

brilhantes nomes do País, como Jorge Amado, Millôr Fernandes, Carlos

Drummond de Andrade, Paulo Francis etc. E em agosto de 1974 a Três criou a

“Status”, a primeira revista masculina do Brasil. Com todo o sucesso comercial

da revista, o editor, e sócio, Domingo decidiu que a Três precisava de uma

revista de informações mais abrangentes. Assim em 1976 foi criada a IstoÉ, a

princípio com uma edição mensal e posteriormente com uma edição semanal.

“A revista ISTOÉ foi criada em uma época dura, de pouca

liberdade para a imprensa, mas entramos sem medo”. (ALZUGARAY,

Domingo, 2012). Com reportagens que tratavam de política, violência,

corrupção e falava abertamente das mazelas nacionais, a IstoÉ incomodou a

concorrência, principalmente em 1992, quando foi a primeira revista a colocar

como página principal uma denúncia contra o governo Collor.

Embora tenha um caráter de destaque político, a IstoÉ consegue ser

inovadora e dinâmica. A revista foi a primeira do País a abrir espaço para

assuntos de interesse geral. “Ampliamos as áreas de comportamento e cultura,

e logo fomos imitados pelos concorrentes” (PINTO, Tão Gomes, Jornalista,

2012).

Apesar de tratar de assuntos diversificados, um dos principais focos da

revista IstoÉ é o cenário político brasileiro. Por surgir em um período onde

ainda havia a reclusão da ditadura militar e o desejo por democracia, a revista

teve iniciativa de desafiar toda a repressão que se sofria na época. De acordo

com Domingo Alzugaray, editor e diretor responsável em uma matéria de 23 de

setembro de 2011(ano em que a revista completou 35 anos): “IstoÉ ajudou a

fazer com que as vozes abafadas nos porões da repressão fossem ouvidas. E,

assim, contribuiu de forma decisiva para as profundas transformações

vivenciadas pelo País nas últimas três décadas e meia.”

Foram inúmeras as contribuições da revista no meio político e social do

Brasil e do mundo, não só na época do período ditatorial e na transição

ditadura/democracia, como ressaltado no trecho a seguir “Mesmo após a

conquista da democracia, a revista segue respeitando seus valores natos e

continua a desempenhar o papel de bem informar e fiscalizar o uso dos bens

públicos, independentemente da coloração partidária ou dos princípios

ideológicos daqueles que estejam exercendo o poder de governar.”

(ALZUGARAY, Domingos, 2011).

Por não possuir vínculos com grandes empresas e ou partidos políticos,

IstoÉ trás sempre uma visão democrática e comprometida, acima de tudo, com

o leitor. Isso contribuiu para que a revista crescesse e ganhasse seu espaço

como uma revista democrática e independente além de também contar com

autores diversos e de grande renome. “Tudo isso sem nunca perder o foco em

nossa missão nada destrutiva, ao contrário, construtiva, de ajudar ao máximo o

País a se desenvolver socioeconomicamente, sempre apontando para os

nossos leitores o que também tem sido feito de bom por aqui, nas instâncias

política, empresarial e da sociedade civil. E o que ainda pode ser feito.”

(ALZUGARAY, Caco, 2011).

O Grupo de Comunicação Três, revista semanal com o conteúdo

jornalístico das publicações da empresa, reformularam o portal com as revistas

IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e IstoÉ Gente a fim de disponibilizar aos internautas a

própria revista algumas horas antes de elas chegarem aos locais de vendas.

Através dos endereços www.istoeonline.com.br ou www.ieol.com.br, é possível

ter acesso aos conteúdos das revistas na noite anterior à venda ao mercado

consumidor.

O que faz o Grupo de Comunicação Três ser diferente é o fato de

oferecer todas as informações presentes nas revistas a quem busca os

conteúdos, não importando se é ou não assinante daquela revista. Além desse

diferencial, o portal reúne todas as publicações em um só local. “Mais uma vez

estamos inovando ao oferecer acesso irrestrito a esse portal que já nasce

como um dos mais importantes da língua portuguesa.” (ALZUGARAY, Carlos.

2000).

A primeira revista semanal na rede foi a IstoÉ e a partir de então o

Grupo de Comunicação Três decidiu disponibilizar todas as publicações em um

único portal. Assim, os sites foram reformulados, mas permaneceu com o

mesmo padrão visual. A empresa decidiu também inserir as revistas Planeta

para completar o time. “Vamos partir para produtos diferenciados, criados

exclusivamente para a Internet, que não tenham similar em papel.” (MOON,

Peter. 2000).

Além da revista no site, a empresa criou bate-papo para os leitores

questionarem suas dúvidas ou até mesmo participar de enquetes, o que deixa

o site mais interativo para quem o usa. Também é possível consultar as

edições anteriores e principais produzidas pela IstoÉ através da biblioteca. Há

também a criação de um serviço de busca que facilita a procura: apenas é

necessário escrever alguma palavra-chave que o buscador captura conteúdos

em que essa palavra-chave está inserida. “Conteúdo será o grande diferencial

da rede. Quem não tiver conteúdo próprio vai ficar para trás.” (MOON, Peter.

2000).

É importante ressaltar que, embora as revistas sejam semanais, o portal

tem uma atualização contínua sobre as noticiais, durante todo o dia. Desta

forma, há uma interação mais abrangente entre os conteúdos que o portal

oferece e o tipo de leitor que necessita de tal informação.

Ispirada no título argentino EstoÉs, surge a ISTOÉ, em maio de 1976

primeiro em uma versão mesal. A revista passa a ser semanal em março de

1977. FONTE: Alzugaray, 2012.

Portal da revista no âmbito digital. FONTE:

http://www.istoe.com.br/revista/edicoes-anteriores/.

Referências bibliográficas

40 anos da Editora Três. Disponível em:

<http://www.istoe.com.br/reportagens/248796_EDITORA+TRES+40+ANOS>

Acesso em: 18 out. 2013.

Site Editora Três. Disponível em: <http://editora3.terra.com.br/istoe.php>

Acesso em: 18 out. 2013.

IstoÉ 35 anos. Disponível em:

<http://www.istoe.com.br/reportagens/162517_ISTOE+35+ANOS> Acesso em:

18 out. 2013.

IstoÉ Ed. Anteriores. Disponível em: <http://www.istoe.com.br/revista/edicoes-

anteriores/> Acesso em: 18 out. 2013.

Uma das soluções para sustentar a economia estabilizada no Brasil foi o

estabelecimento do Plano Cruzado (1986). A medida obteve sucesso em um

primeiro instante, o que deu uma popularidade grande ao presidente Sarney.

Porém, essa melhoria foi efêmera, pois, problemas como a falta de produtos

nos supermercados e inflação começaram a emergir.

A sociedade brasileira passa por um processo de revitalização, sendo um

período marcado por movimentos sociais em prol da democratização do

Estado. Apesar de ser uma fase complicada economicamente, não foi de forma

alguma, um período de retrocesso em outros campos. A busca pela cultura,

sem a censura e repressão do Governo, aflorou a sociedade que ansiava cada

vez mais informações. Apesar de não ter tido o charme da década de 1960,

com a bossa nova, ou a intensidade dos anos 70 com as músicas e

espetáculos de protesto, a sociedade brasileira da década de 1980 mostrou-se

sedenta por conhecimento.

Desde seu surgimento, a Super Interessante prima em mostrar a

evolução do conhecimento. Logo na sua primeira edição, conseguiu

revolucionar e atender a um público que se destacava por ter sede de

conhecimento. Suas principais abordagens eram assuntos pouco tratados na

época e de certa forma revolucionários. A AIDS e novas tecnologias, como o

computador, eram tópicos debatidos pela revista de forma rudimentar, pois

ainda eram pouco discutidos na época.

Nos seus 25 anos, a revista priorizou por “mostrar de forma instigante as

possibilidades reais da ciência e da tecnologia” (VERSIGNASS, jan. 2012).

Com isso, muitas “previsões” do futuro foram feitas pela revista,

desencadeando muitos erros, mas também acertos surpreendentes. Segundo a

Super Interessante, atualmente seria possível e comum ter carros voadores,

fazer contatos com extraterrestres e construir prédios de quatro quilômetros de

altura capazes de acumular 1 milhão de pessoas. Apesar das hipóteses

utópicas, no decorrer dos anos a revista conseguiu prever tecnologias como a

TV 3D, o IPad (“’videozines’ de mão”) e um super celular, fundindo tudo o que

havia de mais moderno na época (TV, Internet, Fax, sensibilidade ao toque).

Após análise feita desde o início da revista até os tempos atuais,

observando a maioria dos fascículos e os assuntos tratados, podemos destacar

dois aspectos importantes. A Super Interessante preza pelo interesse da

sociedade em determinados assuntos que, num determinado momento, são

atrativos para os leitores. Ou seja, há uma preocupação em dar um enfoque

especial para os fatos que mais interessam a população. Tratam de assuntos

complexos de modo acessível, de modo que a compreensão do artigo seja

completa e eficaz. Outro aspecto a se destacar é que a Super Interessante não

mudou seu foco fundamental, o que não a impediu de evoluir os temas

abordados com o passar dos anos. Ela ainda mantém um caráter informativo,

dando sempre prioridade às noticias que são inovadoras, tentando estar

sempre um passo à frente de seu tempo.

Primeira Revista no Brasil:

(Fonte: www.recreionline.com.br)

Capas das Edições de 1987:

(Fonte: site Super Interessante)

Capas das Edições de 2013:

(Fonte: site Super Interessante)

(Fonte: www.publiabril.com.br)

Referências Bibliográficas:

VERSIGNASSI, Alexandre; NASCIMENTO, Mirella. E Se o Mundo Fosse Como

a SUPER Previu?, jan. 2012. Disponível em:

<http://super.abril.com.br/cotidiano/se-mundo-fosse-como-super-previu-

673814.shtml>. Acesso em: 17 out. 2013.

GONÇALVES, Gabriela. Década de 80. Disponível em:

<http://monografias.brasilescola.com/historia/decada-80.htm>. Acesso em: 17

out. 2013.

NUNES, Kleber. O Brasil e o Mundo em 1987. ago. 2013. Disponível em:

<http://contandohistoria1977.blogspot.com.br/o-brasil-e-o-mundo-em-1987-

crash-da.html?m=1> Acesso em: 17 out. 2013.

Site Super Interessante: www.superinteressante.com.br

Uma imersão histórica

Jhésycka Vasconcelos, Luís Eduardo e Rosemiro

“Há 45 anos sempre a favor do Brasil”

Título da carta do editor da edição especial de 45 anos da Veja

Há pouco mais de um mês, a Veja lançou a versão eletrônica completa das

publicações em formato fac­similar para assinantes. Até então, um formato para tablets já

ultrapassava uma marca de 100 mil assinantes em apenas três anos. As edições digitais

celebram os 45 anos que o periódico completou no dia 11 de setembro de 2013. Em

1968, começaram as publicações de uma das revistas semanais mais lidas do país,

produzida pela Editora Abril. Pensada e fundada por Roberto Civita, Veja registrou

momentos muito importantes da história do Brasil.

Para a análise que segue, separamos duas edições que marcaram não só a

história da nação como também a trajetória da própria revista. Lançada num período em

que o país estava sob o regime da ditadura militar, não faltou coragem, por exemplo, em

preparar uma edição sobre torturas praticadas por extremistas impunes do regime. A 15°

edição, nossa primeira escolha para análise, sofreu com a censura imposta pelo regime

militar por meio do famoso AI­5 (Ato Institucional Número 5), que limitava as liberdades

individuais.

Tal publicação foi recolhida e proibida de circular. A revista, mesmo limitada,

continuou a editoração, mas com várias restrições, como diversos assuntos proibidos de

serem abordados e inspeção da policia. Segundo a própria revista: “Nos dois anos e

quatro meses em que Veja esteve sob tutela, foram vetadas 10.352 mil linhas de texto, 44

fotos, 20 ilustrações, além de quatro anúncios comerciais”. A frase "Livre pensar é só

pensar", de Millôr Fernandes, foi cortada oito vezes. Sessenta matérias foram derrubadas

na íntegra”.

Após grandes momentos de agitação consagrarem Veja como uma das revistas

mais lidas no Brasil e no mundo, um fenômeno leva modificações evidentes às páginas

da publicação: o número de anúncios publicitários aumentou mais de 300%. O

crescimento da revista, desde sua criação até os dias de hoje foi gigantesco. A começar

pelo preço da mercadoria que custava um cruzeiro novo e hoje custa R$ 8,40 nas

bancas. Como citado anteriormente, surgem formatos para novos suportes, como ipads,

smartphones, tablets etc. Além disso, a editora Abril investiu também em revista

regionais, como a Veja Brasília, e incorporou assuntos variados, como a gastronomia,

avaliada pelo selo Veja Comer e Beber que é comum em alguns estabelecimentos das

cidades. A parte gráfica e a linguagem também foram fatores que mudaram com o

decorrer do tempo. A revista incorporou, além de cores melhores, um papel aprimorado,

mais espesso. Vale reforçar a mudança tanto no projeto gráfico quanto editorial, que

permitiu a implementação de novas editorias e, consequentemente, novas abordagens.

A segunda revista escolhida, edição número 2326, retrata o fato que marcou o ano

de 2013, em que os jovens brasileiros foram às ruas protestar impulsionados pelo

aumento do preço das passagens. Aproveitando a situação, todos se comoveram com

diversas indignações que já incomodavam a população há anos, como o descaso com a

saúde, educação e necessidade de reforma política. Assim como grande parte dos

veículos de comunicação, Veja apoiou os movimentos, especialmente porque criticavam

o governo vigente, o qual a revista critica frequentemente. Não é difícil perceber que o

periódico possui aversão ao Partido dos Trabalhadores (PT) e aliados. Nesse aspecto, a

linguagem da revisa nunca mudou. Sempre foram agressivos, tanto com o Lula

sindicalista quanto com Lula presidente.

É curioso perceber que, para fins de persuasão, Veja se apropriou ao longo dos

anos do que Mauro Wolf aponta no livro Teorias das comunicações de massa, de 2005,

como “caráter exaustivo das argumentações”. A expressão de um único discurso, em que

critica impetuosamente a esquerda brasileira, tem por objetivo manter ou mudar a opinião

de quem lê. Entre os mais antigos leitores, a revista possuía (e ainda possui) forte poder

de convencimento. Já entre os mais novos consumidores, a publicação é vista com olhos

atentos. A mudança de comportamento não diz respeito ao caráter de revista, mas reflete

a intensidade do fluxo de informação passada pelos novos meios. Não só a Veja, mas

outros veículos de comunicação também tem disponíveis edições digitais e disputam

duramente com blogs e outras páginas da internet.

Não só a supressão dos atos institucionais, mas o surgimento das novas mídias

trouxeram à Veja uma nova cara e novos leitores. Todavia, apesar da liberdade de

expressão conquistada, a revista manteve a opção de criticar a esquerda ao longo dos

anos. Ainda que tenham surgido novos temas a serem discutidos, em âmbitos culturais,

tecnológicos e cotidianos, a linguagem sustenta o posicionamento político da publicação,

ainda que não declarado pela editora.

A revista Veja constituiu­se, ao longo dos anos, como um resumo semanal de

notícias predominantemente político. Durante o período da ditadura militar, ainda com a

sofrível repressão, abordava preponderantemente assuntos políticos, tanto nacionais

quanto internacionais. A estética e a linguagem era dura e revolucionária e, por conta

disso, sofreu com uma série de censuras. Atualmente, os repórteres ainda defendem a

opção editorial da revista com textos rigorosos, mas sem sofrer repressão.

A atualidade trouxe uma surpresa talvez nada agradável para a equipe. As novas

plataformas ameaçam constantemente os meios impressos. Apesar de os estudiosos da

área não acreditarem na extinção da reportagem impressa, os leitores não são tão fiéis

ao papel quanto foram outrora. A internet dispersa a atenção e torna a visão mais

abrangente. A possibilidade de contar com as novas mídias deve apresentar ainda, sem

dúvida, novas consequências.

FONTE: Acervo digital online, revista Veja

FONTE: Acervo digital online, revista Veja

Referências bibliográficas

Anais eletrônicos... São Paulo: Veja 2008. Almanaque Edição Especial 40 anos,

Liberdade de Imprensa. Disponível em:

<http://veja.abril.com.br/especiais/veja_40anos/p_240.html>. Acesso em: 19 out. 2013

Anais eletrônicos... São Paulo: Veja 2008. Almanaque Edição Especial 40 anos, A

logística de VEJA. Disponível em: <

http://veja.abril.com.br/especiais/veja_40anos/p_262.html >. Acesso em: 19 out. 2013

WOLF, Mauro. Teorias das comunicações de massa. São Paulo: Martins Fontes, 2005

Os 45 primeiros anos de Veja revisitados por 45 reportagens. Veja 45 anos. Editora

Abril: Setembro, 2013.

Além de ter contribuído para o crescimento da importância do mercado da moda na economia, a revista Vogue caracteriza-se por ser um exemplo de referência em estilo e imagem. Muitas personalidades famosas escolhidas, sendo modelos profissionais ou não, já foram capa dessa revista que mantém-se líder no ramo em que atua e que influencia as gerações que a consomem.

Períodos Históricos

A revista Vogue nasceu em 1882, época em que a Era Vitoriana estava iniciando o seu fim.O estilo vitoriano era uma tensão entre o modernismo e a tradição, e apesar do saudosismo greco-romano, o movimento era bastante orgulhoso com o progresso material trazido pela Revolução Industrial.

Vogue, Outubro 1893

O estilo vitoriano era um reflexo dos objetos, móveis, roupas, tecidos, gráfica, arte, arquitetura, paisagismo e design de interiores, pois para a classe média a arte era o reflexo das condições morais de uma sociedade. Assim como dizia Ruskin, crítico de arte na época, "só pode ser belo aquilo que é bom", esta era uma ideia medieval que explicava a beleza como a materialização do bem. Não era para tanto que o objetivo da revista Vogue era de representar os interesses e o estilo de vida da classe alta.

Arthur Turnure, o criador da revista Vogue, pertencia a classe de pessoas mais distintas e privilegiadas da sociedade nova-iorquina. Poderia-se considerar a revista Vogue como uma crônica da vida desta classe da sociedade, representando os interesses e estilo de vida desta classe. A revista era produzia por, para e sobre a aristocracia de Nova-Yorque.

Em 1890, surge o movimento do Art Nouveau (1890 - 1918) que se iniciou na França e expandiu-se internacionalmente. O movimento valorizava a racionalidade da ciência e da engenharia e acompanhava o crescimento da burguesia. Era um visão nova metropolitana que apreciava a qualidade estética dos objetos juntos a indústria.

Foi o primeiro fenômeno de moda em que as tendências da arte eram aplicadas aos objetos. Moderno significa novo, atual. A moda é uma novidade que toma conta de todos os aspectos da vida. Isto foi possível no contexto de uma sociedade que já contava com uma rápida propagação das idéias e os costumes pelos meios de transporte e comunicação e que contava com um mercado entusiasmado pelo consumo das novidades modernas.

É possível observar pelas capas da revista Vogue uma maior sensualização das curvas e das formas orgânicas. Além de imagens que promoviam a imaginação, a arte

e o simbolismo na arte. Houve um grande desenvolvimento do design gráfico com o surgimento dos cartazes coloridos, que agora eram possíveis com a litografia(gravura com matriz de pedra). A vida noturna, boêmia, artística e consumista das metrópoles exigia, pela primeira vez, uma imensa produção de publicidade e propaganda. Os desenhos eram feitos à mão e a fotografia era usada como base do desenho realista e decorativo. A tipografia seguia uma expressividade manual que lhes deu uma visualidade muito audaz e moderna.

9110 1914

1913 1917

Em 1909 a revista é comprada e editada por Condé Montrose Nast nos EUA. Para se firmar como ícone de elegância, Vogue buscou fortalecer a sua identidade através do design, reforçando o seu nome, do “V” nas páginas mais marcantes e diferenciação da

editoração. As capas da revista evidenciavam que a revista também era sinônimo de novas tendências artísticas e de design gráfico.

A revista continua sendo tendo como público alvo os ricos e famosos, mas agora, a revista não é mais um resumo da vida dos ricos e famosos para os famosos. Vogue passou a fomentar o interesse das pessoas, de qualquer nível social, sobre a vida privada dos ricos. Condé a transformou na revista mais famosa de estilo e cultura do mundo, influenciando agora o design, artes, fotografia, ilustrações e estética dos editoriais, fazendo o slogan passar a ser “Vogue fez e faz história” (ANGELETTI e OLIVA, 2006, p.2, traduzido).

De certa maneira, a Condé-Nast antecipou, em Vogue, o aumento do interesseatual, em qualquer nível social, sobre as vidas privadas. Das aristocráticas personagens que frequentavam as páginas da revista em 1892 às celebridades da vida contemporânea, o que fazem, como fazem, o que vestem e os lugares que frequentam formam uma imagem do espírito do tempo, onde as pessoas se orientam e se informam. (ELMAN, Débora, Jornalismo e estilos de vida: o discurso da revista Vogue, 2008, p.29)

Outro movimento artístico que a própria Vogue considera um marco para a revista, foi o movimento Surrealista. O Surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente é o que marca esse movimento. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos. Mais do que um movimento estético, o surrealismo é uma maneira de enxergar o mundo, uma vanguarda artística que transcende a arte. Busca restaurar os poderes da imaginação, castrados pelos limites do utilitarismo da sociedade burguesa, e superar a contradição entre objetividade e subjetividade. Uma visão bem diferente das últimas revistas da Vogue que eram focados em assuntos contidianos da burguesia.

O grande diferencial da Vogue nessa época foram as capas ilustradas pelo renomado pinto surrealista, Salvador Dalí. Até então as capas da revista no mundo inteiro focavam em mulheres estilosas e delicadas, exibindo a mulher desejável para o mundo.

1939 1944

1971 1938

Com o movimento surrealista, as capas sairam do padrão e evoluíram para uma maio expressão artística e íntima do ser humano. Não somente as capas mudaram, como os conteúdos passaram a ter reflexões mais profundas sobre a arte. Como exemplo, podemos citar a participação em uma entrevista de Frida Kahlo na revista Vogue americana em 1937. Expandindo os seus horizontes para outros lugares na América.

A crise de 1929 foi determinante para reduzir a empolgação também na moda, que se tornou imediatamente mais comportada, feminina e acessível: surgiam as peças de algodão, os shorts para praticar esportes e, nas festas, os vestidos com decote nas costas que se tornaram o novo símbolo de sensualidade.

Surge assim a primeira fotografia colorida por cima (1932) que ilustrava bem essa nova mentalidade de mulheres dinâmicas e saudáveis.

1932

Assim em 1932 à 1962 começa uma transição de mudanças nas imagens exibidas na Vogue. A imagens começam a serem coloridas em cima da fotografia,deixando de lado as imagens artesanais para algo mais moderno e instantâneo até a consolidação definitiva da fotografia como principal meio de exibição da revista.

A Vogue acompanhou todas as tendências da moda das décadas de 30 à 80 e foram modificadas com essas tendências, mas nenhuma delas foi tão marcante quanto o movimento grunge.

Também chamado de Seattle Sound ou Som de Seattle surgiu no final da década de 80 no estado americano de Washington, principalmente em Seattle, inspirado pelo hardcore punk, pelo heavy metal e pelo indie rock. As letras das bandas nomeadas grunge geralmente caracterizam-se por altas doses de angústia e sarcasmo, entrando em temas como alienação social, apatia, confinamento e desejo de liberdade. A estética grunge é despojada em comparação a outras formas de rock, e muitos músicos grunge se destacaram por sua aparência desleixada e por rejeitarem a

teatralidade em suas performances.

Os anos 80 marcaram época com seu exagero em tudo: cores vibrantes, cabelos artificializados, roupas misturadas e ritmos que se encontravam. Os anos 90, por sua vez, são uma resposta aos anos 80: Pelo menos em sua primeira metade, o exagero fica de lado, e é tomado pela melancolia do movimento grunge, e as cores vibrantes, aos poucos vão se tornando opacas. O que mostrou uma Vogue mas sombria e séria. Um paradoxo era que ao mesmo tempo que mudava para um visual despojado e desleixado, a elegância e o glamour ainda ditava através da Vogue, através de modelos e estilistas consagrados.

Photograph by Steven Meisel. Published in Vogue, December 1992.

“Grunge is nothing more than the way we dress when we have no money,” the designer Jean Paul Gaultier Na década de 60, comandada pela editora-chefe Diana Vreeland, e com Grace Mirabella, nos anos 70, a revista se modificou para ser atrativa ao público. A revista começou a ter um apelo mais jovem. Considerando as revoluções que acontecia na época, focou na revolução sexual, apresentando editoriais que discutiam esta temática e apresentava uma moda conteporânea. Aparecia, agora enquadramentos mais ousados, feminismo, questionamentos inteligentes e respostas para aquilo que o público alvo queria saber.

Donyale Luna - March, 1966. Capa testando/mostrando outros

Talisa Soto - August, 1984

As transformações mais significativas vieram em 1988, quando Anna Wintour assumiu o cargo de editora-chefe. Anna elevou as modelos ao status de grandes celebridades. Com ela, grandes mulheres também tiveram espaço a capa da revista, como Oprah Winfrey e Hillary Clinton.

Atualmente a revista se posiciona para antecipar o que há de melhor e mais nova na moda, cultura, design e arte. Anna acredita muito que a Vogue é uma grande plataforma impulsória de pessoas: a cada edição, novas pessoas são conhecidas e se tornam mitos.

Anna Wintour também expandiu a revista criando, por exemplo, a versão online, além de outras segmentações da publicação, como a Teen Vogue.

Esta visão de mercado da editora, fez com que a Vogue começasse a ganhar o status de Bíblia da moda. Se, em um primeiro momento a revista era um folhetim de 30 páginas, que falava sobre a vida de ricos e famosos, que depois passou a ser a responsável por fazer todos quererem entender como é a vida dos famosos, Wintour faz com que as pessoas conheçam e gostam de estilistas desconhecidos e modelos novatas ganhem o posto de celebridade, chegando a possuir uma edição com mais de 800 páginas, sendo três quartos dela de publicidade.

As capas mostram bastante a identidade da revista e a mensagem que ela quer passar. Novamente, para afirmar isto, a primeira capa tendo a Anna Wintour como editora, foi revolucionária por apresentar, pela primeira vez, uma modelo vestida com uma calça jeans. Outra mudança também vista nas capas foi a troca das fotos em close de estúdio, característicos da editora antecessora, por fotos em plano americano ou corpo inteiro, em luz natural. Influenciado pela “geração saúde” dos anos 90, também passou a ser visto modelos de corpo e cabelos molhados na capa à luz do dia, e até sem maquiagem. As características editoriais da revista, de conteúdo e, principalmente da capa, passaram a determinar parâmetros “fashions” da moda e design que as outras revistas também deveriam seguir.

A famosa capa de estreia de Anna Wintour para a “Vogue” em novembro de 1988, foi revolucionária para a história da revista. Era a primeira vez que uma calça jeans aparecia na capa de uma publicação.

Kate Moss - October, 1995

Naomi Campbell - June, 1996

Gisele Bundchen - August, 1998

December, 2002

Considerações finais

A revista Vogue é sem questionamento a biblioteca e ditadora da moda desde o seu surgimento em 1890.Por mais que seja elitizada, esse veículo é o mais desejado ao que podemos de chama da “verdadeira” moda, devido a sua história e reputação.

Foram citados os principais contexto que revolucionaram o caminhar da Vogue. A revista Vogue ainda passa e passará por mais transformações através da história. Sem dúvida, negar o contexto histórico da civilização estaria negando a moda como um reflexo da sociedade, como uma forma de expressão que as pessoas conseguiram encontrar em um mundo agitado e cheio de tendências e mudanças.

10. Referências Bibliográficas

ANGELETTI, Norberto; OLIVA, Alberto. In Vogue. New York: Rizzoli, 2006.

MATHARU, Gurmit. O que é design de moda? Tradução: Mariana Bandarra. Porto Alegre: Bookman, 2011.

ROLIM, Natalia. Surrealismo na Vogue. Disponível em: <http://hoxtonsp.wordpress.com/2012/07/19/surrealismo-na-vogue/>. Acesso em: 10 out. 2013.

MARCAS, Mundo das. VOGUE. Disponível em:<http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/09/vogue-bblia-da-moda-fashion.html>. Acesso em: 22 out. 2013.

ARTISTAS, Estágio de. Design no Século XIX. Disponível em:<http://www.estagiodeartista.pro.br/artedu/histodesign/2_design_secxix.htm>. Acesso em: 15 out. 2013.

WIKIPEDIA. História da Moda. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_moda>. Acesso em: 12 out. 2013.

VOGUE. Surrealism. Disponível em:<http://www.vogue.com/voguepedia/Surrealism>. Acesso em: 20 out. 2013.

RAE, Danni. A history of Vogue. Disponível em: <http://www.coverbrowser.com/covers/vogue/2>. Acesso em: 08 out. 2013.

BLOG, Plaza. Anna Wintour, a dama de ferro da Vogue. Disponível em: <http://www.behance.net/gallery/The-Creative-History-of-Vogue/2022767>. Acesso em: 05 out. 2013.

CAMPOS, Camila. A primorosa história da revista Vogue. Disponível em: <http://vistaemmoda.wordpress.com/2013/09/20/a-primorosa-historia-da-revista-vogue/>. Acesso em: 03 out. 2013.

CLICKERS, Mr. Moda e História: por trás da marca Vogue. Disponível em: <http://mrclickers.wordpress.com/2013/05/27/moda-e-historia-por-tras-da-marca-vogue/>. Acesso em: 29 set. 2013.

BATISTA, Saulo. GUAZINA, Liziane. A representação feminina na revista Vogue America nas décadas de 1950 e 2000. Mato Grosso, jun. 2011.

ELMAN, Débora. Jornalismo e Estilos de vida: o discurso da revista Vogue. Porto Alegre, mar. 2011.

MENDES, Fernanda Amarante de Mendonça. A MODA EM VOGUE: Um estudo comparativo sobre o universo da moda retratado nas revistas Vogue e Vogue Brasil. Belo Horizonte, 2007.

Spot, The Fashion. US VOGUE COVER ARCHIVE. Disponível em: <http://forums.thefashionspot.com/f78/us-vogue-cover-archive-56486-4.html>. Acesso em: 02 out. 2013.

Tecnologia

iPhone Kadidja Oliveira, Luciana Eller e Marina Rodrigues Barreiro.

“E hoje, vamos mostrar a vocês um avanço software. Software que está, no mínimo, cinco

anos à frente do que está em qualquer outro telefone”.

Steve Jobs

Em 2007, os Estados Unidos, que já vinha sofrendo uma desaceleração da

economia, passou a provocar a desconfiança dos investidores, tornando-se o centro da

crise atingida pelo mercado financeiro. A bolha imobiliária americana estourou devido o

atraso ou simplesmente a falta de pagamento de hipotecas da casa própria. Dessa forma,

o calote atingiu não só as empresas de hipoteca, mas também a investidores que

emprestavam dinheiro a elas. Entretanto, em meio a todas essas dificuldades no

ambiente financeiro, o ano foi próspero para os amantes de tecnologia. São inúmeros

exemplos. Os videogames reconquistaram novas parcelas de mercado com o Wii, da

japonesa Nintendo e as redes sociais passaram a conquistar o seu espaço e a

transformar as relações sociais estabelecidas entre as pessoas. Encabeçada pelo

Facebook e seguida por outras, como MySpace e Orkut, as redes sociais ampliaram sua

área de atuação e viraram plataformas de desenvolvimento personalizáveis. No Brasil, a

TV digital foi recebida com festa por parte do governo da época e também aqui,

aconteceu em novembro, no Rio de Janeiro, o Internet Governance Forum - o segundo

Fórum de Governança da Internet. O objetivo era debater uma Internet mais democrática,

segura e barata. No embalo dessas novas tecnologias, surge o iPhone. Desenvolvido pela Apple, o celular foi anunciado no mesmo dia da mudança do

nome original da empresa, que anteriormente se chamava Apple Computers Incoporation,

e a partir dai passaria a se chamar Apple Inc. A mudança foi feita devido ao fato de há

algum tempo o desenvolvimento de produtos da empresa não se restringir somente a

computadores. A Apple Inc. revolucionou não só a tecnologia, mas também mudou nosso

modo de ser.

A comparação, objeto desta análise, irá se concentrar no primeiro modelo do

iPhone, apelidado na época de 2G por oferecer apenas conectividade EDGE (padrão

muito lento de conexão de dados) e o modelo mais recente, o iPhone 5 (mesmo que já

tenham sido criados o iPhone 5S e o 5C). O novo iPhone é marcado por novidades em

seu preço, design, conexão, chip e outras tantas inovações, como exemplificam as

ilustrações.

Fonte: Rodrigues, 2013.

Fonte: Rodrigues, 2013.

Desde o inicio dos trabalhos, a Apple teve como marca a inovação e a

transformação. O primeiro produto a ser uma grande revolução foi o primeiro Macintosh

em 1984 (primeiro computador pessoal com interface gráfica para o usuário). Steve Jobs

foi um empreender visionário, mas isso não o poupou de grandes decepções e fracassos

como o computador Lisa, o qual se acreditava ser o próximo grande sucesso e que na

verdade foi um fiasco pelo seu preço exorbitante.

Steve Jobs saiu da Apple durante um tempo por conta de questões de poder e

montou outra empresa chamada neXT. Enquanto Jobs esteve fora, a Apple iniciou seu

processo de declínio até o momento que foi decidido convidar Jobs para ser o CEO

novamente da empresa. Para reerguer a empresa, Steve Jobs fez um acordo temporário

com Bill Gates (seu maior rival) e a quem Jobs acusa ter roubado a interface do primeiro

Mac.

O iPhone, após os estudos feitos pelo grupo, não foi catalisador e sim

revolucionário, uma vez que ele não transformou só a comunicação, como também a

sociedade que o acolheu e passou a estabelecer novas relações interpessoais a partir de

sua criação. É claro que não se pode ainda falar em uma mudança generalizada, visto

que o iPhone, apesar de esforços por parte da própria Apple, é um objeto de consumo

caro, o que dificulta o acesso à ele por boa parte da população. De fato, o iPhone foi uma

grande revolução. Completamente diferente do que era o conceito de um celular na

época, ele impulsionou a transformação do uso do celular não só para realizar chamadas. Em 2007 era a novidade no mundo tecnológico, sendo o dispositivo faz-tudo que

continha tudo o que era preciso aonde você estivesse. Hoje, essa visão permanece. O

iPhone consegue realizar atividades anteriormente feitas apenas com computadores,

tocadores de música e outros meios. A Apple veio para possibilitar que grande parte

dessas funções fossem feitas por um só aparelho.

Antes mesmo do iPhone, a empresa já havia inovado e transformado a indústria da

música com a criação do iPod, que imediatamente após seu lançamento fez um enorme

sucesso e virou objeto de desejo por parte, principalmente, de jovens. Reunir no iPhone

funções do iPod, incluir criador e editor de textos, câmera fotográfica com razoável

definição, vídeos com boa qualidade, memória estendida, rápida conexão a internet, além

de todas as outras facilidades já citadas anteriormente, o iPhone revolucionou o mercado

de smartphones. O grupo acredita na ideia de que, a mudança ocorrida por meio do

iPhone não viria de qualquer maneira. Ele é o fator revolucionário, pois, a partir dele que

foram investidos esforços também de outras empresas para que os smartphones fossem

cada vez melhores e com mais utilidades.

Por fim, apesar de toda a transformação que o iPhone trouxe consigo, os meios de

comunicação continuaram a coexistir, se complementar, uma vez que ele não fez com que

desaparecesse o telefone fixo , celulares de outras marcas, sem funções análogas, e até

mesmo outros produtos da Apple (os quais se incorporaram a ele). O grupo entende que,

mesmo com seu valor revolucionário (até porque o iPhone criou uma nova categoria na

sociedade: os sempre antenados em tudo o que ocorre, no momento que ocorre), esse

smartphone não fez desaparecer os outros meios e produtos da tecnologia. O meio,

nesse contexto, é entendido como suporte, que contem diversas ferramentas

tecnológicas. De uma forma geral, observa-se hoje, que o celular é um meio de

comunicação, e como tal, interfere nas diversas questões cotidianas as quais cada um de

nós estamos submetidos diariamente. O iPhone revolucionou nossa maneira de enxergar

o mundo.

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