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As Novas Mídias Eletrônicas e O Acesso e Uso Da Informação No Ensino Fundamental e Médio: TV...

Date post: 25-Nov-2023
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AS NOVAS MÍDIAS ELETRÔNICAS E O ACESSO E USO DA INFORMAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: TV ESCOLA, SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, REDES Ursula Blattmann - CRB-14/430 - e-mail [email protected] Professora no Departamento Ciência da Informação Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Doutoranda em Engenharia de Produção - UFSC Mestre em Biblioteconomia - Pontifícia Universidade Católica de Campinas - Bacharel em Biblioteconomia pela UFSC Resumo: O acesso e uso da informação. As novas mídias na educação. TV Escola, Programa Nacional de Informática: ProInfo, Internet. Cursos a distância e o espaço do bibliotecário. Programas de incentivos: Programa Nacional Biblioteca da Escola, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. A rede mundial de computadores na educação. Internet nas escolas e bibliotecas. Considerações. Palavras-chave: Bibliotecário. Educação. Educação a distância. Internet. Acesso a Informação. 1 INTRODUÇÃO Os valores da sociedade estão em constante mutação e para identificar quais são aceitos ou ultrapassados é necessário contextualizar o ambiente histórico, social e econômico. Esclarecendo conceitos, observa-se que a palavra cidadania significa a "qualidade de cidadão", enquanto este cidadão pode ser considerado "habitante de uma cidade", e o "indivíduo no gozo de seus direitos civis e políticos de um Estado" (Michaellis, p. 496). Assim temos como temática desse painel um ambiente de qualidade onde o indivíduo possa usufruir seus direitos. E o ingrediente principal é a informação. Graeml (2000, p. 40) menciona a "medida que a informação substitui o capital como real fonte de poder, a política de quem detém ou acessa a informação torna-se extremamente relevante. Como a tecnologia da informação tende a democratizar o acesso à informação, é natural que existam pessoas que estejam perdendo poder dentro das organizações, a partir da introdução de sistemas de informação. Essas pessoas representam possíveis focos de resistência às mudanças." Portanto, na sociedade da informação, só detém poder quem utiliza a informação de maneira eficaz e eficiente. Na formação e educação de um cidadão necessita-se estimular hábitos de leituras. Hábitos oriundos de processos de leitura diversificados, seja através das imagens ou palavras, observando os signos e seus significados que são sempre relacionados em determinado contexto social, político, econômico e educacional. Concordamos com Nunes (1994) ao mencionar que a "educação a distância não pode ser vista como substitutiva da educação convencional, presencial. São modalidades do mesmo processo. A educação a distância não concorre com a educação convencional, tendo em vista que não é este o seu objetivo, nem poderá ser."
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AS NOVAS MÍDIAS ELETRÔNICAS E O ACESSO E USO DA INFORMAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO: TV

ESCOLA, SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, REDES

Ursula Blattmann - CRB-14/430 - e-mail [email protected]

Professora no Departamento Ciência da Informação

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutoranda em Engenharia de Produção - UFSC

Mestre em Biblioteconomia - Pontifícia Universidade Católica de Campinas -

Bacharel em Biblioteconomia pela UFSC

Resumo: O acesso e uso da informação. As novas mídias na educação. TV Escola,

Programa Nacional de Informática: ProInfo, Internet. Cursos a distância e o espaço do

bibliotecário. Programas de incentivos: Programa Nacional Biblioteca da Escola, Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação. A rede mundial de computadores na

educação. Internet nas escolas e bibliotecas. Considerações.

Palavras-chave: Bibliotecário. Educação. Educação a distância. Internet. Acesso a

Informação.

1 INTRODUÇÃO

Os valores da sociedade estão em constante mutação e para identificar quais são aceitos

ou ultrapassados é necessário contextualizar o ambiente histórico, social e econômico.

Esclarecendo conceitos, observa-se que a palavra cidadania significa a "qualidade de

cidadão", enquanto este cidadão pode ser considerado "habitante de uma cidade", e o

"indivíduo no gozo de seus direitos civis e políticos de um Estado" (Michaellis, p. 496).

Assim temos como temática desse painel um ambiente de qualidade onde o indivíduo

possa usufruir seus direitos. E o ingrediente principal é a informação.

Graeml (2000, p. 40) menciona a

"medida que a informação substitui o capital como real fonte de poder, a

política de quem detém ou acessa a informação torna-se extremamente

relevante. Como a tecnologia da informação tende a democratizar o acesso à

informação, é natural que existam pessoas que estejam perdendo poder dentro

das organizações, a partir da introdução de sistemas de informação. Essas

pessoas representam possíveis focos de resistência às mudanças."

Portanto, na sociedade da informação, só detém poder quem utiliza a informação de

maneira eficaz e eficiente.

Na formação e educação de um cidadão necessita-se estimular hábitos de leituras.

Hábitos oriundos de processos de leitura diversificados, seja através das imagens ou

palavras, observando os signos e seus significados que são sempre relacionados em

determinado contexto social, político, econômico e educacional.

Concordamos com Nunes (1994) ao mencionar que a "educação a distância não pode

ser vista como substitutiva da educação convencional, presencial. São modalidades do

mesmo processo. A educação a distância não concorre com a educação convencional,

tendo em vista que não é este o seu objetivo, nem poderá ser."

Pretende-se abordar aspectos sobre acesso e disponibilização da informação para a

formação e educação do cidadão brasileiro, com o intuito de provocar discussões e tecer

comentários sobre realidades contrastantes deste imenso Brasil.

2 O ACESSO E USO DA INFORMAÇÃO

O processo de aprendizagem implica em como o indivíduo recebe e trabalha as

informações para uso privado e público. Cada etapa do processo de aprendizagem é

importante. No Brasil, como em tantas outras nações, estamos convivendo com

diferentes categorias de analfabetos seja da escrita (da palavra), funcionais e

tecnológicos. Surge questões de como enfrentar esta realidade para que todos sejam

beneficiados.

Uma das possíveis respostas seria através da disponibilização, do acesso e uso da

informação, indiferentemente se está impressa (papel), em bits (CD-ROM, páginas

Web) ou ondas (rádio), imagens e sons (televisão, vídeo), etc. Mas, o importante é como

e onde o indivíduo pode acessar as diferentes fontes de informação? Quais são estas

fontes disponíveis pelas novas mídias? Qual o papel do Estado e da sociedade para

disponibilizar o acesso a informação? Enfim, por onde começar, a quem atender e quais

os fatores implícitos nas diferentes formas de alfabetização (da palavra, funcional e/ou

tecnológica)?

Algumas dessas perguntas estão sendo respondidas de certa maneira pelas instituições

voltadas ao aprendizado e provocando o aparecimento de outras referentes sobre a infra-

estrutura, a capacitação das pessoas, e a importância dada para o contínuo aprender (life

long learning) nas diferentes categorias profissionais e educacionais.

Necessita-se conhecer os aspectos, sejam positivos ou negativos, dos meios de

comunicação de massa, para que se possa entender e discutir outros aspectos, tais como:

alienação em massas, do consumo desenfreado ou da péssima qualidade de conteúdos.

Faz-se necessário identificar quais as estruturas existentes para que as diferentes redes e

os sistemas de informação digitais possam funcionar.

Nos espaços característicos da educação, seja a tradicional ou a distância, como detectar

o fluxo da informação entre os professores, esses transmissores e motivadores do

conhecimento e da criatividade para um público cada vez mais amplo e heterogêneo?

Outras reflexões nos levam ao descaso da política de informação para a sociedade,

principalmente sobre estruturas da rede de computadores (as auto-estradas da

informação) necessárias e desejáveis tanto nas bibliotecas públicas e escolares.

Marçal (1999, p. 50) enfoca a necessidade de produzir a interação social onde

"o acesso à informação não vai resolver os problemas sociais, pois a

disparidade social não é o resultado da falta de acesso às fontes de informação,

mas sim da falta de políticas públicas de caráter redistributivo, de modo que

não basta fazer transferência tecnológica: primeiramente, devemos promover

uma transformação dos processos sociais que dificultam a definição de políticas

de inovações tecnológicas. Além da desigualdade básica, devemos salientar que

o uso das novas tecnologias da informação e comunicação apresenta desafios

morais, políticos, legais e educacionais que não podem ser apenas

regulamentados, mas necessitam de uma ética que oriente o comportamento dos

atores envolvidos no processo de comunicação. Concluindo, a sociedade da

informação caracteriza-se pelo desenvolvimento quanto ao processamento e à

velocidade de transmissão da informação, o que não significa a conversão da

informação em conhecimento."

Fica difícil retratar em um país tão rico em contrastes e, ao mesmo tempo, tão

deficitário no que se refere a informação disponível para o povo brasileiro. Para

exemplificar, necessita-se pensar como estão servidos os nossos 5.507 municípios

brasileiros em termos de acesso a informação? Conforme relacionado pelo Cadastro das

Bibliotecas Públicas Brasileiras, elaborado pelo Sistema Nacional de Bibliotecas

Públicas (http://www.bn.br/snbp/snbp.htm), atualmente encontram-se cadastradas cerca

de 3.200 bibliotecas. Esse cadastro retrata a realidade, bem distante do desejável.

Precisamos agir também onde ainda não existem bibliotecas públicas e escolares.

Cabendo enfatizar a importância de oferecer acesso e disponibilização da informação,

indiferente de qualquer formato para atender a população sedenta de informação. Isto

engloba também atividades de incentivo a leitura - seja impressa ou na tela do

computador.

Portanto, observa-se cada vez amplas perspectivas de atuação para profissionais como

os bibliotecários, os técnicos e os auxiliares em bibliotecas quando se trata de atuação

nas bibliotecas públicas e escolares por todo este Brasil. Mas, cabe também questionar

de como as escolas de biblioteconomia preparam um profissional para atuar em um país

com desigualdades sociais, econômicas, políticas e educacionais na era da informação.

Como está sendo a formação e a educação continuada dos bibliotecários, principalmente

quando se trata em trabalhar na integração das bases de dados e das próprias redes de

computadores onde o paradigma está em acessar a informação digital online. Isto

reflete-se na Sociedade da Informação, ou seja, uma sociedade vinculada pelas redes de

computadores para facilitar o acesso e uso da informação nos diferentes aspectos:

social, educacional, político e econômico.

Assim, com este cenário múltiplo, teceremos alguns enfoques com o objetivo de

entender os caminhos abertos pelas mídias na educação pública brasileira e,

possivelmente, provocar reflexões para agirmos adequadamente na relação usuário

versus acesso a informação.

3 NOVAS MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

O crescimento exponencial no uso da Internet comparando com as outras mídias, em se

tratando de tempo para atrair a atenção, ou como alguns preferem o termo penetração,

de 50 milhões de pessoas para o rádio demoraram cerca de 38 anos, o mesmo número

para televisão foi de 13 anos, e, para a Internet, aconteceu em apenas 4 anos, deixando

claro a facilidade de absorção dessa mídia pela população. (Communications of the

ACM, 1999)

Dizard (2000, p. 23) menciona que a

"mídia de massa, historicamente, significa produtos de informação e

entretenimento centralmente produzidos e padronizados, distribuídos a grandes

públicos através de canais distintos. Os novos desafiantes eletrônicos modificam

todas essas condições. Muitas vezes, seus produtos não se originam de uma

fonte central. Além disso, a nova mídia em geral fornece serviços especializados

a vários pequenos segmentos de público. Entretanto, sua inovação mais

importante é a distribuição de produtos de voz, vídeo e impressos num canal

eletrônico comum, muitas vezes em formatos interativos bidirecionais que dão

aos consumidores maior controle sobre os serviços que recebem, sobre quando

obtê-los e sob que forma..."

Trata-se de momento crucial em conhecer os impactos resultantes das novas mídias na

sociedade, e principalmente, pensar como evitar o caos social, que possa ser decorrente

pela falta de acesso a informação e seu controle. Necessitamos utilizar os recursos das

mídias na educação de grandes massas para que todos tenham igualdade de acesso a

informação e possam utilizá-la em benefícios sociais, profissionais e pessoais.

As grandes transformações nas tecnologias da mídia de massa, conforme menciona

Dizard (2000, p. 53), podem ser representados em três fases:

"... a primeira aconteceu no século XIX, com a introdução das impressoras a

vapor e do papel de jornal barato. O resultado foi a primeira mídia de massa

verdadeira - os jornais "baratos" e as editoras de livros e revistas em grande

escala. A segunda transformação ocorreu com a introdução da transmissão por

ondas eletromagnéticas - o rádio em 1920 e a televisão em 1939. A terceira

transformação na mídia de massa - que estamos presenciando agora - envolve

uma transição para a produção, armazenagem e distribuição de informação e

entretenimento estruturadas em computadores. Ela nos leva para o mundo dos

computadores multimídia, compact discs, bancos de dados portáteis, redes

nacionais de fibras óticas, mensagens enviadas por fax de última geração,

páginas de Web e outros serviços que não existiam há vinte anos."

Laudon & Laudon (1999, p. 168) mencionam como a Internet é valorizada porque

"permite que as pessoas se comuniquem de modo fácil, rápido e barato com outras

pessoas em quase todos os lugares do mundo - ela praticamente elimina as barreiras de

tempo e espaço. A tecnologia que torna tudo isso possível inclui redes, processamento

cliente/servidor, padrões de telecomunicações e hipertexto e hipermídia."

Um dos possíveis caminhos a percorrer para atingir grandes massas está na educação a

distância. Sobre perspectivas para desenvolvimento futuro, Laaser (1994, p. 24)

menciona:

"a necessidade de se implantar a educação à distância nos países em

desenvolvimento são óbvias devido à extensão regional, crescimento

populacional e insuficiência de professores qualificados. Todavia, as idéias de

um mundo tornar-se uma "sala de aula global", com iguais oportunidades para

todos, são enganadoras e escondem o interesse dos países industrializados em

vender equipamentos de telecomunicações e computadores de alta potência.

...Sem dúvida, a tecnologia das telecomunicações e do computador já chegou

aos países em desenvolvimento, tendência que continuará no futuro. A curto

prazo, sua aplicação principal será mais na produção de material impresso, no

apoio administrativo e na avaliação, e menos no ensino. Contudo, novas

tecnologias têm que ser incorporadas progressivamente, após se ter ganho

experiência com métodos simples de distribuição e de ensino. As deficiências

principais não são, com freqüência a falta de equipamentos ou de recursos

financeiros, mas a falta de recursos humanos qualificados para o ensino e

gerenciamento. Estas deficiências não serão resolvidas, de modo eficiente, pela

adoção de sistemas projetados para as características especiais dos países

industrializados. A educação à distância não resolverá todos os problemas

educacionais nem dos países desenvolvidos nem dos em desenvolvimento, mas

ela pode dar uma contribuição muito importante se for aplicada

cuidadosamente e dimensionada para as necessidades específicas do potencial

econômico do país."

Nos casos em que os usuários dos cursos a distância não tenham tido experiências

prévias de estudo na modalidade, Litwin (1999, p. 19) menciona que

"... torna-se imprescindível informar o que significa estudar a distância e em

que consiste o conteúdo dos cursos com maior clareza e precisão possíveis. se

acrescentarmos a isso que a utilização do suporte tecnológico pode ser uma

novidade para os usuários, também será necessário ensinar a utilizá-lo.

Portanto, os sistemas ou programas de educação a distância deverão conter

uma proposta propedêutica para resolver os problemas do início e da

organização dos estudos."

Em outras palavras, independente da mídia a ser usada na educação tradicional, ou a

distância, ou ainda complementar (educação continuada) necessita-se preparar as

audiências, observar os conteúdos e principalmente trabalhar na absorção dos

conhecimentos transmitidos. É fundamental que cada indivíduo seja beneficiado pela

qualidade e que possa utilizar seus descobrimentos de forma objetiva na sociedade.

Na migração de tecnologias usadas na educação, necessita-se verificar os prós e contras

existentes, pois cada tecnologia, seja o lápis e o papel ou a tela do computador e mouse,

precisam ser assimiladas no cotidiano. O fundamental não é a tecnologia em si, mas sim

no conteúdo e a forma do que será transmitido. Eis a importância do momento da

interação. Da construção do próprio indivíduo.

3.1 Cursos a distância e o espaço do bibliotecário

Necessita-se observar como se processa a estrutura interna e externa das instituições

promotoras da educação a distância para atender aspectos do processo educacional

nessa modalidade de ensino. Certamente compete às instituições educacionais promover

acesso a informação para dar suporte ao respectivo ensino. E nesse momento se torna

vital a presença do bibliotecário, seja para definir políticas de acesso e desenvolvimento

de coleções, e, principalmente elaborar estruturas de atendimento ao usuários que se

encontram a distância.

A Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação representa a posição

do governo de investir na educação a distância e nas novas tecnologias como uma das

estratégias para democratizar e elevar o padrão de qualidade da educação brasileira.

Tem três programas específicos:

Programa de Formação de Professores em Exercício- Proformação, iniciou sua

implantação nos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão e Tocantins,

em janeiro de 2000. A previsão é de que cerca de 15.000 professores da rede

pública que não possuem habilitação mínima exigida por lei, ingressem no

Programa no mês de julho. "Proformação oferece 3.200 horas de curso,

divididas em quatro módulos de 800 horas casa, distribuídas em 20 semanas. ...

Os conteúdos são desenvolvidos em aulas presenciais, atividades de estudo

individuais e atividades coletivas presenciais orientadas por tutores a cada duas

semanas (aos sábados)." (BRASIL/MEC/SEED/Proformacao, 2000)

Instituído em 1997, o ProInfo chegou a 2.700 escolas do país, onde estão

instalados cerca de 30 mil microcomputadores. O uso pedagógico desses

equipamentos é assegurado por meio da capacitação de professores das escolas

beneficiadas e dos multiplicadores dos Núcleos de Tecnologia Educacional

(NTE).

A TV Escola entrou na reforma do Ensino Médio. Utilizado na capacitação e

atualização do professor, o Programa é um dos instrumentos utilizados pelo

MEC na implementação da reforma nas escolas.

Cabe lembrar que novas formas de aprendizagem estão possibilitando a integração do

indivíduo com as novas tecnologias da informação. Se tradicionalmente o ensino é

efetuado por instituições escolares promotoras de ensino fundamental, médio e superior,

tidas como principais responsáveis pela formação e capacitação do indivíduo, observa-

se o surgimento de novos parceiros, de origem transnacional, onde as empresas de

tecnologia da informação, tais como Microsoft, Cisco, SUN, 3M, entre outras

corporações, oferecem possibilidades de treinamento e capacitação (Adelman, 2000).

O bibliotecário necessita estar atento para as mudanças que ocorrem tanto nas

instituições educacionais e bem como nas empresariais. São ambientes onde se valoriza

cada vez mais a informação que precisa ser organizada e disseminada seletivamente.

3.2 TV Escola

A TV Escola é um programa da Secretaria de Educação a Distância, do Ministério da

Educação – MEC, dirigido à formação, capacitação e orientação de professores de

Ensino Fundamental e Ensino Médio da rede pública. Operando em caráter definitivo

desde março de 1996, a TV transmite, atualmente, quatro horas diárias de programação

inédita. (BRASIL/MEC/SEED/TVEscola, 2000)

A televisão passou a ser considerada um dos principais meios de acesso a informação

no Brasil. A televisão, vista como uma tecnologia, já completou meio século no Brasil.

Passou por muita evolução técnica e de conteúdo. Trata-se de uma potencial ferramenta

para auxiliar na transferência e criação do conhecimento cultural, científico e

tecnológico. Mas, necessita-se aprender a utilizar os recursos dessa e das novas mídias

de comunicação de massa, para a formação do cidadão, de maneira inteligente,

buscando novas modalidades para a integração social para que o indivíduo seja parte do

processo e não mero coadjuvante ou, na pior hipótese, um espectador passivo.

A diversidade da oferta, isto é, quanto mais canais sejam disponibilizados, seja na TV

aberta ou por assinatura, maior será a necessidade de discernimento sobre fatos, ilusões,

lazer, cultura, educação e principalmente o de " formar" uma cidadania, mesmo que seja

a globalizada. Resumindo, a quantidade não repercute exatamente na qualidade

oferecida e desejada.

A evidente contribuição que a educação a distância pode prestar à consolidação de um

ensino público de qualidade deu origem à TV Escola. O programa foi criado com o

objetivo de reduzir as taxas de repetência e evasão; melhorar o rendimento dos alunos;

aumentar as taxas de conclusão das séries/graus e incentivar atitudes autônomas que

fossem a base para a aprendizagem e o desenvolvimento humano permanentes

(BRASIL/MEC/SEED/TVEscola, 2000).

Os professores são instruídos a utilizar os programas como auxílio ao planejamento

pedagógico e também como recurso didático em sala de aula. Para que possam assistir

ou gravar todos os programas de seu interesse, o bloco do Ensino Fundamental é

reprisado três vezes ao dia e o do Ensino Médio, duas. A TV Escola fica, assim, 14

horas no ar. (BRASIL/MEC/SEED/TVEscola, 2000)

Draibe & Perez (1999, p. 27) examinaram o processo de implantação dos programas

federais: Kit Tecnológico e TV Escola. Expondo os resultados resumidos da pesquisa.

Entre as constatações principais sobre a implementação e funcionamento do Programa

TV Escola, observa-se: presença do Programa atingindo em cerca de 73% dos alunos

(21, 9 milhões) e 70% dos docentes (840 mil) do ensino fundamental público. Os

autores inferiram, com base nos indicadores de eficácia, o avanço do processo de

institucionalização do Programa, sugerindo um crescente "amoldamento" das atividades

da TV Escola às estruturas e rotinas pedagógicas escolares. Os índices de melhorias

verificadas entre 1997 e 1998, mostram que reduziram as diferenças entre grupos de

escolas, reforçando os impactos redistributivos da TV Escola. Ao final, praticamente

todos os indicadores revelam melhoras entre 1997 e 1998, registrando êxitos do

processo de implantação em superar as dificuldades e obstáculos que enfrentou no seu

início.

Em duas avaliações realizadas, 1992 e 1997, sobre o Programa de Educação a Distância

intitulado "Um Salto para o Futuro", efetuado por Barreto, Pinto & Martins (1999,

p.81), analisaram os resultados alcançados. Destacando aspectos fundamentais deste

modelo de ensino a distância, tendo em conta o fato de que a sua concepção e o teste de

realidade por que passou (professores) têm muito a acrescentar à experiência nacional

sobre o assunto, devido, principalmente, em diferenciar-se de outros programas de

educação a distância que prevêem modalidade de recepção menos controladas.

Certamente as redes de televisão educativas colaboram na formação continuada do

usuário. Apresentam uma alternativa educacional resgatando a viabilidade de canais

culturais em todo o território brasileiro, observando os requisitos da qualidade técnica e

principalmente de conteúdo. Cabe portanto destacar a importância de adequar conteúdos

de acordo com as diferentes realidades regionais para preservar culturas e coerência

com os valores aceitos localmente.

O bibliotecário deve ser iniciado e estimulado em sua formação a operacionalizar as

diferentes mídias, no caso a televisiva. Para tornar-se elemento chave, considerado

como um facilitador e motivador no uso desses recursos no ambiente educacional.

Precisa mostrar seus serviços desde a seleção de vídeos, seus conteúdos e sua

organização, para que os usuários desses ambientes de aprendizagem - seja continuada

ou permanente, possam receber os benefícios do trabalho especializado que o

bibliotecário possa promover na recepção e no uso da informação independente do

formato (livro, vídeo, CD-ROM ou Internet, etc).

3.3 Programa Nacional Biblioteca da Escola - PNBE

O Programa Nacional Biblioteca da Escola - PNBE, criado pelo Ministério da Educação

no dia 23 de abril de 1997 - Dia Mundial do Livro, tem como objetivo a

"distribuição de obras literárias juvenis e infantis, abordando temas sobre

formação histórica, econômica e cultural do País, além de obras de referência

como enciclopédias e dicionários às escolas de ensino fundamental da rede

pública, devidamente cadastradas no Censo Escolar. As obras literárias

distribuídas servirão de subsídio para incentivar a leitura e a conseqüente

formação da consciência crítica dos alunos e dos professores, além de ser

disponibilizado à comunidade em geral." (BRASIL/MEC/PNBE, 2000)

Conforme o PNBE, o PRIMEIRO ACERVO - PNBE/98 foi composto de 215 livros,

dois globos e um Atlas Histórico Brasil 500 Anos. Sendo distribuído em 1998 e está

disponível em 20 mil escolas públicas do ensino fundamental que registraram

matrículas igual ou superior a 500 alunos, por ocasião do Censo Escolar de 1996. Nos

municípios onde não existia escola que atendesse o critério estabelecido, foi

contemplada aquela com maior número de alunos. O público-alvo foram professores e

alunos de 1ª a 8ª série. Sendo beneficiados 16,6 milhões de alunos, e distribuídos 123

títulos em 215 livros. Resultando na distribuição de 4,2 milhões de obras. Considerando

o investimento de R$ 23,4 milhões.

Enquanto o SEGUNDO ACERVO - PNBE/99: conteve 109 obras de literatura infantil e

juvenil, sendo quatro obras voltadas às crianças portadoras de necessidades especiais,

indicadas pela Secretaria de Educação Especial do MEC. Foram escolhidas todas as

escolas de primeira a quarta série cadastradas no Censo Escolar de 1999 com mais de

150 alunos receberam essa coleção, exceto aquelas escolas que atendiam,

exclusivamente, as quatro primeiras séries no Censo Escolar 1996 e que já haviam sido

contempladas no PNBE de 1998. Foram 36 mil escolas que receberam esse acervo

acondicionado em uma caixa-estante. Foram 10,8 milhões de alunos beneficiados.

Sendo 109 títulos. Resultando na distribuição 3,9 milhões de livros. O investimento foi

de R$ 17,4 milhões. Tendo como público-alvo os professores e alunos de 1ª a 4ª série do

ensino fundamental.

3.4 Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE

"Autarquia vinculada ao Ministério da Educação, o Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação - FNDE - é responsável pela captação de recursos

financeiros para o desenvolvimento de uma gama de programas que visam a melhoria

da qualidade da educação brasileira. Os recursos são canalizados para escolas

públicas de ensino fundamental, municípios, Distrito Federal, Governos Estaduais e

entidades não governamentais, em consonância com a estratégia educacional e as

diretrizes definidas pelo Ministério da Educação que abrange, ainda, ações de

pesquisa, capacitação de professores e de fiscalização do poder público por parte da

sociedade". (BRASIL/MEC/FNDE, 2000)

Cabe aos bibliotecários acompanharem a distribuição dos recursos públicos, sejam este

federais, estaduais, municipais ou de instituições privadas destinados ao incentivo da

leitura e promoção ao acesso da informação. Necessitam participarem ativamente nas

diretrizes das escolas para a criação e desenvolvimento do hábito da leitura.

Proporcionando atividades pedagógicas perante os professores e alunos. Integrando

completamente a dinâmica do fluxo da informação para que sejam gerados novos

conhecimentos em ampla escala social.

3.5 Programa Nacional de Informática: ProInfo

O ProInfo é um programa educacional que visa a introdução das Novas Tecnologias de

Informação e Comunicação na escola pública, como ferramenta de apoio ao processo

ensino-aprendizagem. O ProInfo é uma iniciativa do Ministério da Educação, por meio

da Secretaria de Educação a Distância – SEED, criado pela Portaria nº 522, de 09 de

abril de 1997, sendo desenvolvido em parceria com os governos estaduais e alguns

municipais. Em cada unidade da federação há uma Comissão Estadual de Informática

na Educação cujo papel principal é o de introduzir as novas tecnologias de informação e

comunicação nas escolas públicas de ensino médio e fundamental.

A base tecnológica do ProInfo nos estados é o Núcleo de Tecnologia Educacional –

NTE que é uma estrutura descentralizada de apoio ao processo de informatização das

escolas, auxiliando tanto no processo de incorporação e planejamento da nova

tecnologia, quanto no suporte técnico e capacitação dos professores e das equipes

administrativas das escolas.

A proposta da informática educativa é uma forma de aproximar a cultura escolar dos

avanços que a sociedade vem desfrutando com a utilização das redes técnicas de

armazenamento, transformação, produção e transmissão de informações

(BRASIL/MEC/SEED/PROINFO, 1997).

Os resultados recentes apontam para uma lenta execução e uma série de problemas na

implantação. Pois em 1996, no Seminário Catarinense de Redes Acadêmicas, a intenção

do Governo Federal era adquirir 200.000 computadores para rede escolar. Até o

momento foram capacitados mais de 20 mil professores e 223 NTE estão instalados.

(BRASIL/MEC/SEED, 2000)

Segundo depoimento da pesquisadora Edna Corrêa Batistotti, técnica instrucional da

Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina e mestranda da Engenharia de

Produção da UFSC, trata-se de um projeto bem elaborado. Mas, se os estados tivessem

apoiado com sua parcela certamente haveriam avanços mais significativos. Entre as

observações realizadas, pondera que as escolas não estavam preparadas para as

mudanças decorrentes das novas tecnologias, surgindo problemas, tais como: a falta de

suporte técnico, qual a rede a escolher, o tipo de placa, sistema operacional, orientações

no uso de aplicativos e equipamentos. Além das estruturas escolares necessitarem da

aculturação: o que se pode fazer nas disciplinas, professores com altas expectativas e

baixo retorno gerando frustrações sobre o uso das novas tecnologias de informação e

comunicação.

Observa-se, portanto, um espaço de atuação ao bibliotecário envolvido no uso das

tecnologias da comunicação e informação: um facilitador no uso dos recursos para

acessar a informação. São os formatos e recursos, os quais o bibliotecário está

acostumado em operacionalizar serviços desempenhados por muito tempo por detrás

dos bastidores, passa a compartilhar seus saberes com o usuário na linha de frente. O

usuário sentirá a importância do bibliotecário como essencial no processo do acesso a

informação, onde esse profissional consegue separar o joio do trigo.

4 A REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES NA EDUCAÇÃO

Heide, Stilborne & Johnston (2000, p. 40) mencionam que

"a tecnologia educacional continuará a progredir a passos cada vez mais

rápidos. Como educadores, é nosso trabalho planejar e implementar o seu uso

da melhor maneira possível para todos os nossos alunos. A tecnologia deve ser

entendida em um contexto; na educação, o contexto é a aprendizagem. Isso

significa integrar a utilização da Internet no currículo de um modo significativo

e incorporá-la às atuais práticas de sala de aula bem-sucedidas, como a

educação baseada em resultados, a aprendizagem cooperativa, a aprendizagem

ativa e os portfólios estudantis. Os projetos de Internet podem fornecer um

contexto autêntico em que os alunos desenvolvem conhecimento, habilidades e

valores. Saber como utilizá-la não é um fim em si próprio; antes, é uma

abertura para a aprendizagem por toda a vida."

A Internet tornou-se uma tecnologia muito atraente pois integra outras tecnologias, tais

quais nem imaginávamos que existissem a uma década, com as inúmeras possibilidades

de uso, como por exemplo usar em uma página de hipermídia, hiperdocumentos,

agregando som, vídeo, imagens, gráficos e outros, certamente mostram-nos

possibilidades, limitações e indicações que essa tecnologia provoca (ou como alguns

queiram tumultar) o cotidiano do profissional da informação.

As mudanças são radicais, pois requerem pessoal técnico altamente motivado e

capacitado, re-estruturação tanto do ambiente profissional como dos equipamentos

(software e hardware) e muita paciência de todos envolvidos no processo.

Após a instalação, surgem outra série de precauções que vão desde o treinamento das

pessoas, disponibilidade dos recursos, até observar os aspectos de segurança. Pois, a

simples falta de energia, ou pessoa despreparada no atendimento ou processamento

técnico, ou até mesmo um vírus podem provocar danos e causar prejuízos incalculáveis

nessa nova estrutura em redes.

Sem dúvida as bibliotecas necessitam utilizar os recursos disponíveis das novas

tecnologias da informação (comunicação, telecomunicação e telemática) para facilitar e

disponibilizar o acesso da informação aos usuários. A integração das novas mídias

requer treinamento da tecnologia, orientações dirigidas aos usuários, e provoca

mudanças na busca e entrega da informação.

Para tanto, compete aos dirigentes das instituições educacionais e das bibliotecas, traçar

políticas de transição, onde são necessários observar aspectos sobre recursos técnicos e

profissionais facilitando a integração das novas tecnologias de informação e

principalmente desenvolver serviços que atendam as necessidades das diferentes

categorias de usuários.

4.1 Internet nas escolas e bibliotecas

Ao analisar o acesso a informação digital, sob o prisma das bibliotecas públicas e

escolares, pode-se dizer que ainda tem muito a ser realizado tanto pelos dirigentes

políticos e os responsáveis pela educação e cultura brasileira.

No levantamento realizado por Blattmann (1999)

(http://www.ced.ufsc.br/~ursula/papers/publica_net.html) sobre as bibliotecas públicas

brasileiras com algum tipo de presença na Internet, seja pelo endereço eletrônico ou

pelo Uniform Resource Locators - URL e, descrevendo informações e os serviços que

estão disponibilizados aos seus usuários, foi possível identificar categorias de

bibliotecas: públicas estaduais - 6, municipais - 6, e, em outras categorias - 7 com algum

tipo de presença na Internet.

A Construção da Sociedade da Informação (http://www.socioinfo.gov.br) no Brasil está

se consolidando. Isto pode ser visto no desenvolvimento da espinha dorsal (backbone),

mas, programas como o PROINFO necessitam serem respaldados pelos órgãos

competentes para que se faça uso social da informação. Claro que políticas direcionadas

para conseguir o envolvimento de empresas e das comunidades locais favoreceriam

muito a consolidação da proposta governamental.

A elaboração de diagnósticos podem oferecer uma análise talvez até correta da situação

na implantação do Programa Sociedade da Informação. Mas, a pergunta que fazemos é

sobre o que foi proposto e executado no que se refere a medidas para resolver o

problema de acesso a informação a longo prazo? Quais políticas que se pretende

implantar? Qual a estrutura que será disponibilizada?

Por exemplo, nos Estados Unidos o presidente Clinton esboçou metas a serem atingidas

em sua segunda administração, entre elas estava em ligar cada sala de aula e biblioteca

no país à Internet, uma iniciativa apoiada por líderes do governo, empresas,

comunidades e organizações sem fins lucrativos. (Heide, Stilborne & Johnston (2000, p.

258)

Resultados preliminares desta política são apresentados por Bocher (1998) sobre o

acesso a Internet nos Estados Unidos referente ao ano de 1997, sendo que nas escolas é

de 72,3%, enquanto nas bibliotecas públicas é de 78%, e, na educação superior é de

97% (neste caso são apenas estimativas). A grande contribuição desse autor é que seja

incorporado o acesso a Internet na missão das bibliotecas públicas.

Certamente espera-se que, ao melhorar as condições técnicas das escolas e das

bibliotecas (sejam estas escolares ou públicas), deveriam atender as demandas

reprimidas de informação da população. Mas, para que as condições desejáveis existam,

necessita-se considerar as enormes diferenças da realidade predominante nas bibliotecas

públicas e escolares brasileiras.

A complexidade do problema necessita um conjunto de medidas a serem tomadas pelo

Estado no que se refere em proporcionar acesso à informação para que todos aspectos

sociais, educacionais e econômicos sejam alterados a longo prazo. O fato da proporção

de pobres no Brasil ser de 32,7% em 1998, difere positivamente entre os números

oficiais de 1994 onde era de 44,2% e significativamente distante dos 51% retratados em

1983. Os números existem, a realidade nua e crua é lastimável e isto afeta a sociedade

na íntegra.

A colocação de Dizard (2000, p.15), aplica-se em nosso cotidiano e sintetiza as

angústias sobre o acesso a informação

"existem indícios perturbadores de que os novos recursos de informação

poderiam forçar ainda mais o tecido social americano. Isso se revela na

crescente divisão entre aqueles que têm acesso fácil à informação e aqueles que

são privados de informação mais ampla. A continuar a atual tendência, os

primeiros dominarão totalmente os recursos de informação de que todos

necessitamos para sobreviver e prosperar, e os segundos se tornarão um

lumpem proletariado pós-industrial, relegados ao entretenimento irracional e

outras trivialidades. A garantia de acesso eqüitativo aos recursos de informação

de última geração parece ser a questão mais urgente que enfrentamos à medida

que penetramos no padrão da nova mídia."

Compete a nossa classe bibliotecária pressionar os representantes políticos e

empresariais para que possamos promover o acesso e disponibilidade de meios de

informação digital: desde microcomputadores conectados a Internet, meios de imprimir

e salvar as pesquisas, oferecer espaços para que o indivíduo possa acessar qualquer

informação, seja ela digital ou não, e com isto espera-se que o saber seja a mola

propulsora de uma sociedade digna e próspera.

5 CONSIDERAÇÕES

Os fatores de acesso e promoção aos diferentes processos de leitura e da alfabetização

da palavra, funcional e tecnológica devem ser uma constante nos debates profissionais,

bem como, na formação de novos bibliotecários e também na educação continuada dos

mesmos.

As novas mídias da comunicação possibilitam a interação do sujeito. Onde se pode

participar ativamente do processo de comunicação. Deixa-se a posição de um leitor

passivo para um militante (pró-ativo).

O trabalho de "formiguinha" tem seu efeito de elefante. Pois na rede pode-se ler,

navegar e participar. Encontrar seus pares, criar sua turma nos mais fantásticos

ambientes Web. Seja em uma lista de discussão, ou em um site específico, ou na

publicação eletrônica. O mais importante é participar desse universo. Criar novas

fronteiras. Criar novos mundos. Para finalmente ser um cidadão que pensa no global

mas age e interage no local.

Cabe as bibliotecas públicas oferecerem um mínimo de condições para contribuir

significativamente no desenvolvimento da cidadania, por exemplo: disponibilizar

pessoal de apoio para as atividades de leitura, orientação a pesquisa e dispor de

ferramentas da tecnologia da informação (sejam equipamentos e programas aplicativos)

e oferecer auxílio instrucional.

A classe profissional necessita acompanhar atentamente e colaborar na definição das

políticas governamentais na área de educação e cultura. E buscar cada vez mais recursos

financeiros, tecnológicos, humanos para atender adequadamente os usuários,

principalmente, onde o acesso da informação ainda é utopia.

Também, é de fundamental importância, que estejamos acompanhando a evolução

tecnológica e assumir a posição de mediadores da informação nos diferentes ambientes,

seja nas bibliotecas públicas ou dentro das escolas. Os profissionais de outras áreas

precisam estar cientes da importância e que podem contar com profissionais dedicados e

competentes.

Existem novos espaços a serem desbravados na biblioteconomia, tais como, a presença

virtual de bibliotecas "abertas" 24 horas, onde os usuários possam utilizá-las conforme

suas necessidades informacionais, eliminando entre outras, barreiras consideradas como

o distanciamento físico e horários de atendimento das bibliotecas. Cabe mostrar novas

perspectivas de ação bibliotecária no envolvimento social e educacional dessa Era do

Conhecimento.

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Este artigo foi apresentado no painel do XIX Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação - Porto Alegre 2000

http://www.pucrs.br/cbbd2000

Disponibilizado na Web em 15 de junho de 2000.

Direitos autorais reservado pela autora e Copyright © 2000 Ursula Blattmann

Endereço de página espelhada Geocities:

http://www.geocities.com/ublattmann/papers/ursula_CBBD.html

Última atualização realizada em 4/09/2000 por Ursula Blattmann

Endereço original no

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http://www.ced.ufsc.br/~ursula/papers/ursula_CBBD.html

Disponibilizado em 13 de abril de 2000

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