Date post: | 12-Mar-2023 |
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS
Curso de graduação em Engenharia Elétrica
PROJETO INTERDISCIPLINAR
ENERGIA SOLAR CONCENTRADA
Amilton Mackson Torres de Lima e Silva
Givago Xavier Ferreira da Costa
Hediôneton de Jesus Ferreira da Silva
Igor Henrique Freitas Faustino
Laura Pacheco Torres Silva
Amilton Mackson Torres de Lima e Silva
Givago Xavier Ferreira da Costa
Hediôneton de Jesus Ferreira da Silva
Igor Henrique Freitas Faustino
Laura Pacheco Torres Silva
ENERGIA SOLAR CONCENTRADA
Relatório referente ao projeto
interdisciplinar realizado pelos
alunos do 6° período do curso de
Engenharia Elétrica do Centro
Universitário do Leste de Minas
Gerais – Unileste/MG, sob a
orientação do professor Manuel Camela
Rafael.
RESUMO
Este trabalho apresenta um breve estudo sobre energia solar
concentrada. Primeiramente é apresentada a introdução, onde é
abordada a importância da geração de energia renovável nos
dias atuais, logo após é inserida a fundamentação teórica em
que se baseia este trabalho, levantando os aspectos
importantes relacionados ao assunto. Então uma conclusão
acerca dos fatos abordados encerra o trabalho, seguidos das
referências bibliográficas em que se baseia este.
Palavras chave: energia solar concentrada; energia renovável.
SUMÁRIO
RESUMO.......................................................2
1. INTRODUÇÃO................................................4
2. OBJETIVOS.................................................5
3. METODOLOGIA...............................................6
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................7
5. ESTUDO DE CASO...........................................26
6. ANÁLISE E DISCURSÃO FINAL................................27
7. CONCLUSÃO................................................28
REFERÊNCIAS.................................................29
4
1. INTRODUÇÃO
Com o crescimento da atividade industrial, da população
mundial e o surgimento de novas tecnologias em diferentes
setores, a demanda por energia elétrica é crescente em todas
as partes do planeta. Torna-se então necessário a construção
de novas instalações de geração de eletricidade para suprir
esta necessidade.
A geração de energia elétrica por meios convencionais causam
grandes impactos ambientais, seja por meio de inundações de
grandes áreas por meio da necessidade de se represar água para
hidrelétricas, ou a emissão de CO2 provenientes da queima de
combustíveis fósseis nas termoelétricas, ou a contaminação da
água e solo por radiação gerada por acidentes em usinas
nucleares como recentemente ocorreu no Japão.
Um método de geração de energia renovável pouco difundido no
Brasil, mas que possui grande potencial são os sistemas de
energia solar concentrada, no qual coletores concentradores
focam a radiação proveniente do sol para fornecer vapor a uma
turbina, produzindo assim eletricidade.
5
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Este trabalho visa oferecer aos alunos conhecimentos
teórico sobre a geração de energia elétrica renovável
por meio dos sistemas de energia solar concentrada, em
que se fundamentam estes sistemas e como esta
tecnologia pode ser aplicada.
2.2 Objetivo específico
Conhecer o sistema de energia solar concentrada e
seus aspectos.
Incentivar a pesquisa por fontes de energia
renováveis.
6
3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste estudo foi a pesquisa
bibliográfica. Desenvolveu-se este trabalho a partir de textos
bases em língua estrangeira e com auxilio de pesquisas na
internet pode-se desenvolver este documento com o intuito de
se atender a proposta de pesquisa.
7
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 Radiação solar
Todas as substâncias, corpos sólidos, bem como líquidos
e gases a temperatura acima do zero absoluto, libertam
energia na forma de ondas eletromagnéticas. A radiação
que é importante para aplicações de energia solar que é
emitida pelo sol dentro das regiões do ultravioleta,
visível e infravermelho. Portanto, o comprimento de onda
da radiação que é importante para aplicações de energia
solar está entre 0,15 e 3,0 μm. Os comprimentos de ondana região visível ao olho humano estão entre 0,38 e 0,72
μm.
4.2 Radiação térmica
Radiação térmica é uma forma de emissão e transmissão de
energia que depende inteiramente da característica de
temperatura da superfície emissiva. Não há um meio de
transporte físico como nos outros modos de transmissão
de calor, ou seja, a condução e convecção. A radiação
térmica é de fato uma onda eletromagnética que se
desloca à velocidade da luz (C = 300.000 km/s no vácuo).
8
Esta velocidade está relacionada com o comprimento de
onda (λ) e frequência (υ) da radiação, como dada pela
seguinte equação: (KALOGIROU, 2009).
C=λν
Quando um feixe de radiação térmica é incidido sobre a
superfície de um corpo, uma parte se reflete para longe
da superfície, uma parte é absorvida, e uma parte é
transmitida através do corpo. As diferentes propriedades
associadas a este fenómeno são a fracção de radiação
refletida, chamada refletividade (ρ); a fracção de
radiação absorvida, chamada absortividade (α); e a fração
de radiação transmitida, chamada transmissividade (τ). As
três grandezas estão relacionadas pela seguinte equação:
(KALOGIROU, 2009).
ρ+α+τ=1
A maioria dos corpos sólidos são opacos. De modo que τ=0
e ρ+α=1. Se um corpo absorve toda a radiação térmica
incidida sobre ele de tal modo que ρ+τ=0, e α=1,
independentemente do caráter espectral ou preferência
direcional da radiação incidente, este é chamado de
9
corpo negro. Esta é uma idealização hipotética que não
existe na realidade (KALOGIROU, 2009).
Um corpo negro não é apenas um perfeito absorvedor, é
também caracterizado por um limite superior para a
emissão de radiação térmica. A energia emitida por um
corpo negro é uma função da sua temperatura e não é
distribuída uniformemente sobre todo o comprimento de
onda. A taxa de emissão de energia por unidade de área a
um determinado comprimento de onda é denominado o poder
emissivo monocromático. Max Planck foi o primeiro a
obter uma relação funcional para o poder emissivo
monocromático de um corpo negro, em termos de
temperatura e de comprimento de onda. Isso foi feito
usando a teoria quântica, e a equação resultante,
chamada equação de radiação do corpo negro de Planck, é
dada por: (KALOGIROU, 2009).
Ebλ=C1
λ5(eC2/λT−1)
Onde
Ebλ=¿Poder emissivo monocromático de um corpo negro
(W/m2-μm). T=¿Temperatura do corpo (K).
λ=¿Comprimento (μm)
10
C1=¿Constante = 3.74*108 W-μm4/m2
C2=¿Constante = 1.44*104 μm-K
Figura 1: Poder emissivo espectral de um corpo negro em função do comprimento deonda.
Diferenciando a equação acima e igualando a zero, o
comprimento de onda correspondendo ao máximo da
distribuição pode ser obtido e é igual a λmaxT=2897.8μm-
K. Isto é conhecido como lei do deslocamento de Wien.
O poder emissivo total Eb, e do poder emissivo
monocromático, Ebλ, de um corpo negro são relacionados
por:
11
Eb=∫0
∞
Ebλdλ
Substituindo a equação do poder emissivo monocromático,
Ebλ, na equação do poder emissivo total, Eb, e realizando
a integração, resulta na lei de Stefan-Boltzmann:
Eb=σT4
Onde σ é a constante de Stefan-Boltzmann e é igual a5.6697*10-8 W/m2-K4.
Um corpo negro é também um emissor difuso perfeito,
então a sua intensidade de radiação, Ib, é uma constante
em todas as direções, dado por:
Eb=πIb
As superfícies reais emitem menos energia do que os
corpos negros correspondentes. A relação entre do poder
emissivo total, E, de uma superfície real para o poder
12
emissivo total, Eb, de um corpo negro, ambos com a mesma
temperatura, e chamada de emissividade (ε) de uma
superfície real; isto é: (KALOGIROU, 2009).
ε=EEb
Expressando a equação dependendo do comprimento pode-se
expressa-la por:
ελ=EλEbλ
A lei de Kirchoff dos estados de radiação que, ou
qualquer superfície em equilíbrio térmico, a
emissividade monocromática é igual à absortividade
monocromática (αλ):
ελ (T)=αλ(T)
A temperatura (T) é usada na equação para enfatizar que
esta equação aplica-se apenas quando a temperatura da
13
fonte da radiação incidente e do próprio corpo são as
mesmas. Deve-se notar, portanto, que a emissividade de
um corpo sobre a terra (em temperatura normal) não pode
ser igual à radiação solar (emitida a partir do sol a T
= 5760 K). A equação pode então ser generalizada como:
(KALOGIROU, 2009).
ε (T)=α(T)
Esta equação refere-se à emissividade total e capacidade
de absorção ao longo de todo comprimento de onda. Esta
generalização, no entanto, é estritamente válida apenas
se a radiação incidente e emitida tem, além do
equilíbrio de temperatura nas superfícies, a mesma
distribuição espectral. Tais condições são raramente
conhecidas na vida real; para simplificar a análise dos
problemas de radiação, no entanto, a hipótese de que as
propriedades monocromáticas são constantes ao longo do
comprimento de onda é muitas vezes feita. Tal corpo com
estas características é chamado um corpo cinzento.
(KALOGIROU, 2009).
A taxa total de energia radiante, deixando uma
superfície por unidade de área e chamada de radiosidade
(J), dada por:
14
J=εEb+ρH
Onde
Eb=¿Poder emissivo do corpo negro por unidade de área
(W/m2).
H=¿Irradiação incidente na superfície por unidade de
área (W/m2).
ε=¿Emissividade da superfície.
ρ=¿Refletividade da superfície.
Uma superfície real é tanto um emissor difuso e um
refletor difuso e, por conseguinte, tem radiosidade
difusa, ou seja, a intensidade da radiação a partir
desta superfície (I) é constante em todas as direções.
Portanto, a equação seguinte é usada para uma superfície
Real: (KALOGIROU, 2009).
J=πI
4.3 Troca de radiação entre superfícies
15
Quando se estuda a energia radiante trocada entre duas
superfícies separadas por um meio não absorvente, deve-
se considerar não só a temperatura das superfícies e as
suas características, mas também a sua orientação
geométrica com respeito um ao outro. Os efeitos da
geometria da troca de energia radiante podem ser
analisados convenientemente pela definição do fator de
termo vista, F12, para ser fração da radiação que sai da
superfície A1, e que alcança a superfície A2. Se as duas
superfícies forem negras, a radiação que sai de A1 e
chega à superfície A2 é Eb1A1F12, e a radiação que sai da
superfície A2 e chega à superfície A1 é Eb2A2F21. Se ambas
as superfícies forem negras e absorverem toda radiação
incidente sobre elas, a troca de radiação líquida é dada
por: (KALOGIROU, 2009).
Q12=Eb1A1F12−Eb2A2F21
Se as duas superfícies estiverem com a mesma
temperatura, Eb1=Eb2 e Q12=0. Assim:
A1F12=A2F21
Deve-se notar que é estritamente geométrica por natureza
e válido para todos os emissores difusos,
16
independentemente das suas temperaturas. Portanto, a
troca de radiação líquida entre duas superfícies negras
é dada por:
Q12=A1F12 (Eb1−Eb2 )=A2F21 (Eb1−Eb2 )
Esta equação pode ser escrita como:
Q12=A1F12σ (T14−T2
4)=A2F21σ (T14−T24 )
Onde T1 e T2 são as temperaturas das superfícies A1 e A2,
respectivamente. Como o termo (Eb1−Eb2 ) é a diferença deenergia potencial que causa a transferência de calor,
com analogia a um circuito elétrico, os termos 1/A1F12 =
1/A2F21 representam as resistências devidas às
configurações geométricas das superfícies.
Quando as superfícies que não são negras estão
envolvidas em uma troca de radiação, a situação é mais
complexa, porque várias reflexões de cada superfície
devem ser tomadas em consideração. Para o simples caso
de superfícies opacas cinzas, para os quais ε=α, a
17
refletividade ρ=1−α=1−ε. A radiosidade (J), para cada
superfície é dada por: (KALOGIROU, 2009).
J=εEb−ρH=εEb+(1+ε)H
A energia radiante líquida deixando a superfície é a
diferença entre o radiosidade, J, que deixa a
superfícies e a irradiação, H, incidente sobre a
superfície; isto é,
Q=A(J−H)
Combinando as equações e eliminando a irradiação H
resulta em:
Q=A(J−J−εEb1−ε )= Aε
1−ε (Eb−J)
Portanto, a energia radiante líquida deixando uma
superfície cinzenta pode ser considerada como a corrente
numa rede eléctrica equivalente, quando uma diferença de
potencial (Eb−J) é posta sobre um resistência (1 - ε)/Aε.
Esta resistência é devida à imperfeição da superfície
18
como um emissor e um absorvedor de radiação em
comparação com uma superfície de um corpo negro.
(KALOGIROU, 2009).
Ao considerar a troca de energia radiante entre duas
superfícies cinzentas, A1 e A2, a radiação que deixa A1 e
chega à A2 é J1A1F12. Igualmente, a radiação que deixa a
superfície A2 e chega à superfície A1 é J2A2F21. A troca
de radiação líquida entre as duas superfícies é dada
por: (KALOGIROU, 2009).
Q12=J1A1F12−J2A2F21=A1F12 (J1−J2)=A2F21 (J1−J2)
Portanto, devido à orientação geométrica que se aplica
entre os dois potenciais, J1 e J2, quando duas
superfícies cinza trocam energia radiante, a resistência
1/A1F12 = 1/A2F21. Um circuito elétrico equivalente para as
duas superfícies cinza é mostrado na figura abaixo.
Figura 2: Circuito equivalente a troca de radiação entre duas superfícies cinza.
19
Ao combinar a resistência superficial, (1 - ε)/Aε paracada superfície e a resistência geométrica, 1/A1F12 =
1/A2F21, entre as superfícies, a taxa líquida de troca de
radiação entre as duas superfícies é igual à diferença
de potencial total dividido pela soma das resistências,
dada por: (KALOGIROU, 2009).
Q12=Eb1−Eb2
[ (1−ε1)A1ε1 ]+ 1
A1F12+[ (1−ε2)
A2ε2 ]=
σ(T14−T2
4)
[(1−ε1)
A1ε1 ]+ 1A1F12
+[(1−ε2)
A2ε2 ]
Em aplicações de energia solar, as seguintes orientações
geométricas entre duas superfícies são de particular
interesse.
A. Para duas superfícies paralelas infinitas, A1=A2=A e
F12=1 tem-se que:
Q12=Aσ (T1
4−T24)
(1 /ε1 )+(1 /ε1 )−1
B. Para dois cilindros concêntricos, F12=1 tem-se que:
20
Q12=Aσ (T1
4−T24)
(1 /ε1 )+(A1/A2) [(1 /ε1 )−1]
C. Para uma pequena superfície convexa, A1, totalmente
fechado por uma grande superfície côncava, A2, A1<A2
and F12=1, tem-se que:
Q12=A1ε1σ (T14−T2
4)
A última equação aplica-se igualmente para um coletor de
cobertura de placa plana, irradiada para o ambiente,
enquanto que B é aplicável no caso da análise de um
coletor receptor cilíndrico parabólico onde o tubo
receptor é colocado em um cilindro de vidro.
Como pode ser visto a partir das equações anteriores, a
taxa de transferência de calor por radiação entre as
superfícies depende da diferença da quarta potência das
temperaturas superficiais. Em muitos cálculos de
engenharia, no entanto, as equações de transferência de
calor são linearizadas em termos das diferenças das
temperaturas à primeira potência. Para este efeito, a
21
seguinte identidade matemática é usada: (KALOGIROU,
2009).
T14−T24=(T1
2−T22 )(T12+T2
2)=(T1−T2) (T1+T2) (T12+T22)
Assim, a troca de radiação entre duas superfícies pode
ser obtida por:
Q12=A1hr (T1−T2 )
Com o coeficiente de transferência de calor por
radiação, hr, definido como:
hr=σ (T1+T2 )(T1
2+T22)
1−ε1
ε1+1F12
+A1
A2(1−ε2
ε2 )
Para os casos especiais mencionados anteriormente, as
expressões para hr são as seguintes:
A.
22
hr=σ (T1+T2 ) (T1
2+T22)
1ε1
+1ε2
−1
B.
hr=σ (T1+T2 ) (T1
2+T22)
1ε1
+A1
A2 ( 1ε2−1)
C.
hr=ε1σ (T1+T2 ) (T12+T22 )
Deve notar-se que a utilização destas equações de
radiação linearizadas em termos de hr é muito
conveniente, quando o método de circuito equivalente é
utilizado para analisar os problemas que envolvem a
condução e / ou convexão além da radiação. (KALOGIROU,
2009).
O coeficiente de transferência de calor por radiação, hr,
é tratado de forma semelhante ao coeficiente de
transferência de calor por convecção, hc, num circuito
eléctrico equivalente. Em tal caso, um coeficiente de
transferência de calor combinado pode ser usado, dado
por: (KALOGIROU, 2009).
23
hcr=hc+hr
Nesta equação, assume-se que a diferença de temperatura
linear entre o fluido do ambiente e as paredes do
invólucro e a superfície e as substâncias do invólucro
estão à mesma temperatura. (KALOGIROU, 2009).
4.4 Radiação total em superfícies inclinadas
Normalmente, os coletores não são instalados
horizontalmente, mas em um ângulo para aumentar a
quantidade de radiação interceptada e reduzir as perdas
refletidas. Por isso, os projetistas de sistemas
precisam de dados sobre a radiação solar em tais
superfícies. Dados de radiação medidos ou estimados, no
entanto, são na sua maioria disponíveis para incidência
normal ou para superfícies horizontais. Portanto, existe
a necessidade de converter estes dados à radiação nas
superfícies inclinadas. (KALOGIROU, 2009).
A quantidade de insolação sobre uma superfície terrestre
num determinado local para um dado tempo depende da
orientação e inclinação da superfície. Uma superfície
24
plana absorve um feixe direto (GBt), difuso (GDt), e a
radiação solar refletida no solo (G¿); assim a radiação
total absorvida é dada por:
Gt=GBt+GDt+G¿
A radiação solar sobre superfícies inclinadas é
GBt=GBncos (θ)
A radiação solar sobre superfícies na horizontal é
GB=GBncos (Φ)
Onde
GBt=¿ Feixe de radiação sobre uma superfície inclinada
(W /m2 )
GB=¿ Feixe de radiação sobre uma superfície horizontal
(W /m2 )
Conclui-se que,
25
RB=GBtGB
=cos (θ)cos (Φ)
Onde RB é chamado de fator de inclinação do feixe de
radiação. O termo cos (θ) pode ser calculado a partir de
GBt e o termo cos (Φ) pode ser calculado a partir de GB.
Para o caso específico de uma superfície fixa orientada
para o sul com ângulo de inclinação β, temos que:
RB=sin (L−β )sin (δ)+cos (L−β )cos (δ )cos (h)
sin (L)sin (δ)+cos (L )cos (δ)cos (h)
Figura 3: Feixe de radiação sobre as superfícies horizontais e inclinadas.
4.5 Energia solar concentrada (concentrating solar power - CSP)
26
Os sistemas de energia solar concentrada usam
combinações de espelhos ou lentes (denominados
coletores), que rastreiam o sol para concentrar a
radiação solar do feixe direto, sobre um receptor onde a
energia solar é absorvida como calor para em seguida ser
convertida em eletricidade.
O termo “energia solar concentrada” é muitas vezes usado
como sinônimo de
‘Concentração de energia solar térmica’.
4.6 Coletores solares
Coletores solares são trocadores de calor que
transformam radiação solar em calor. O coletor capta a
radiação solar, a converte em calor, e transfere esse
calor para um fluido (ar, água ou óleo em geral)
(KALOGIROU, 2009).
Os coletores podem ser basicamente de dois tipos: não
concentradores e concentradores. Os coletores não
concentradores possuem a mesma área de abertura
(área para interceptação e absorção da radiação) e são
aplicáveis para sistemas que necessitem de baixa
27
temperatura. Em aplicações que demandem temperaturas
mais elevadas, são mais adequados os concentradores
solares, que possuem em geral uma superfície refletora
(em alguns modelos são utilizadas lentes) que direcionam
a radiação direta a um foco, onde há um receptor pelo
qual escoa o fluido absorvedor de calor (KALOGIROU,
2009).
Os coletores solares ainda podem ser classificados em
estacionários ou rastreadores. Dentre os rastreadores,
os coletores podem rastrear em um eixo ou em dois eixos
(KALOGIROU, 2009).
Os coletores solares com concentração podem ser
utilizados em diferentes sistemas para geração de
energia elétrica. Os principais tipos de sistema
encontram-se listados na tabela 1.
Tabela 1: Características de diferentes tecnologias CSP
Tecnologia
Faixa de
capacidade
indicada
(MW)
Taxa de
concentraçã
o
Eficiência
solar-
elétrica
(%)
Área
requerida
(m2/kW)*
Parabólico 10-200 70-80 10-15 18Fresnel 10-200 25-100 9-11 -Torre 10-150 300-1000 8-10 21
28
Disco 0,001-0,4 1000-3000 16-18 20Dados: KALOGIROU (2009), *BEERBAUM E WEINREBE (2000).
2.3.1 Coletores cilíndricos parabólicos
Os coletores cilíndricos parabólicos são revestidos por
um material refletor em formato parabólico. Ao longo da
linha de foco do refletor parabólico é colocado um tubo
metálico preto, coberto por um tubo de vidro para evitar
perdas de calor, denominado receptor (KALOGIROU, 2009).
Quando a parábola aponta para o sol, os raios diretos do
sol são refletidos pela superfície e concentrados no
receptor. A radiação concentrada aquece o fluido que
circula internamente no tubo. (KALOGIROU, 2009).
É comum serem construídos com sistema de rastreamento de
um eixo, podendo ser orientados no sentido Leste-Oeste
com rastreamento do sol de norte a sul, ou no sentido
29
norte-sul rastreando o sol de leste a oeste (KALOGIROU,
2009).
Os concentradores parabólicos são a mais madura
tecnologia solar de geração de calor e permitem o
aquecimento de fluidos a temperaturas de até 400ºC. A
energia deste fluido pode ser usada para geração
elétrica ou para calor de processo (KALOGIROU, 2009).
2.3.2 Coletor Fresnel
Os coletores Fresnel têm duas variações: o coletor
Fresnel de lentes e o refletor linear Fresnel. O
primeiro consiste de um material plástico transparente
de modo a concentrar os raios a um receptor, enquanto o
segundo é formado por uma série de tiras planas lineares
de espelho (KALOGIROU, 2009).
O refletor linear Fresnel pode ter diferentes arranjos.
Os espelhos podem ser alinhados como uma parábola. Outro
arranjo possível é à disposição das tiras de espelho no
chão (ou em outro terreno plano) e a luz ser concentrada
em um receptor linear montado em uma torre (KALOGIROU,
2009).
30
Uma desvantagem do refletor linear Fresnel é o cuidado
necessário no projeto para evitar que um espelho cause
sombra em outro, aumentando o tamanho da área a ser
ocupada pela planta (KALOGIROU, 2009).
Os modelos Fresnel não são ainda uma tecnologia madura e
a maior parte das plantas existentes no mundo são
plantas piloto, com algumas poucas plantas comerciais de
baixa potência (de 1 a 5 MW) em operação nos EUA e na
Espanha (KALOGIROU, 2009).
2.3.3 Disco parabólico
O disco parabólico é um concentrador de foco pontual. O
disco rastreia o sol em dois eixos, e assim é capaz de
apontar diretamente para o sol desde o nascer até o
poente (KALOGIROU, 2009).
Por possuir uma concentração pontual e sistema de
rastreamento em dois eixos, o disco parabólico possui as
maiores taxas de concentração (600 a 2000) e por essa
razão é o coletor mais eficiente. Consequentemente,
31
atinge temperaturas mais altas (de 100°C a 1500°C),
atrás apenas da torre de concentração (que pode atingir
até 2000°C) (KALOGIROU, 2009).
O disco pode operar de forma independente (indicado para
uso em regiões isoladas) ou como parte de uma planta
composta por vários discos (KALOGIROU, 2009).
Os raios solares incidem sobre a parábola e são
concentrados no ponto focal da parábola, onde aquecem o
fluido circulante. Esse calor pode ser usado de duas
maneiras (KALOGIROU, 2009):
Ser transportado por tubulação para um sistema
central;
Ser transformado diretamente em eletricidade em um
gerador acoplado diretamente no receptor (o mais
comum é que o gerador opere de acordo com o ciclo
Stirling, apesar de existirem outras configurações
possíveis). Por esta razão o Concentrador em disco
também é chamado de dish-stirling.
O segundo modelo é o mais comum. Em geral é mais
interessante tanto técnica (devido a perdas térmicas)
quanto economicamente gerar eletricidade em cada disco,
do que conduzir o calor de cada disco até um sistema de
geração central (KALOGIROU, 2009).
32
2.3.4 Torre central
Um campo de coletores de heliostatos é composto de
vários espelhos planos (ou levemente côncavos), capazes
de rastrear o sol em dois eixos, e que reflete os raios
do sol na direção de um receptor central, instalado no
alto de uma torre, sendo assim, esse tipo de planta é
conhecida como torre de concentração (KALOGIROU, 2009).
Cada heliostato é composto por quatro espelhos
instalados no mesmo pilar, com área refletora total de
50 a 150m² (KALOGIROU, 2009).
O calor concentrado absorvido no receptor é transferido
para um fluido circulante que pode ser armazenado e/ou
utilizado para produzir trabalho (KALOGIROU, 2009).
A torre de concentração possui algumas vantagens
(KALOGIROU, 2009):
Os espelhos coletam a luz solar e a concentram em
um único receptor, minimizando assim o transporte
de energia térmica;
33
Assim como o concentrador em disco, por concentrar
os raios solares em um único receptor central e por
rastrear o sol em dois eixos, possui altas taxas de
concentração, de 300 a 1500, menor apenas que o
disco;
Indicados para sistemas de maior porte (de 10 MW
para cima).
34
5. ESTUDO DE CASO
Estimativa do fator de inclinação do feixe de radiação para
uma superfície localizada a 35° N, com uma inclinação de 45°
do coletor, uma inclinação solar em relação à Terra que
corresponde δ = - 4,8° (A inclinação solar depende da estaçãodo ano, do dia, do horário e da localização), com um ângulo do
horário solar igual a 30° (h=30°). Se o feixe de radiação de
incidência normal é de 900 W/m2 (GB), estima-se o feixe de
radiação sobre a superfície inclinada como:
RB=sin (L−β )sin (δ)+cos (L−β )cos (δ )cos (h)
sin (L)sin (δ)+cos (L )cos (δ)cos (h)
RB=sin (30−45)sin (−4,8)+cos (35−45)cos (−4,8 )cos (30)
sin (35)sin (−4,8)+cos (35)cos (−4,8)cos (30)
RB=1,312
Então;
GBt=GBnRB
GBt=900∗1,312
36
6. ANÁLISE E DISCURSÃO FINAL
O aumento do uso de fontes de energias não renováveis pode
provocar e já causam graves danos ao meio ambiente. A energia
solar é uma importante alternativa para a geração de
eletricidade que oferece vantagens ecológicas e econômicas.
A quantidade de países que estão investindo nesta tecnologia
renovável de geração de energia cresce a cada dia, como é o
caso Estados Unidos e recentemente os Emirados Árabes Unidos
que construíram a maior usina de concentração solar do planeta
com capacidade de gerar 100MW, os suficiente para atender 20
mil residências1. Países europeus com menos potencial de
geração que o Brasil, já a algum tempo investem nesta
tecnologia.
Tendo em vista as vantagens ambientais e sociais que a
implantação deste sistema proporcionaria ao país, incentivos
deveriam ser criados para que desenvolvimento e
sustentabilidade caminhem juntos em favor da sociedade e do
planeta.
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7. CONCLUSÃO
Com realização deste trabalho pode-se compreender o processo
de geração de energia elétrica por meio da concentração de
energia solar térmica. Obteve-se uma visão geral do processo,
desde a fonte de radiação térmica até os coletores que
concentram a radiação e a converte em calor, assim sendo
absorvida por um fluido que é conduzido a uma turbina para que
se gere eletricidade.
Os conhecimentos adquiridos com a realização deste poderão ser
de grande utilidade para concepção de projetos futuros, por se
tratar de uma forma de geração de energia renovável, que ainda
é pouco aproveitada no Brasil, mas que possui previsões de
grandes investimentos nos próximos anos devido ao imenso
potencial do país.
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REFERÊNCIAS
GOSWAMI, Y.; KREITH, F.; KREIDER, J. F. Principles of Solar
Engineering. 2° ed. Philadelphia: Taylor & Francis. 1999. 697
p.
KALOGIROU, SOTERIS. Solar Energy Engineering: Processes and
Systems. 1° ed. London: Elsevier Inc. 2009. 756 p.
DUFFIE, J. A.; BECKMAN, W. A. Solar Engineering of Thermal
Processes. 2° ed. New York. 1980. 469 p.