Equações Diferenciais Lineares 1 Propriedades Gerais ........................................................................................................................................1
2 Equações diferenciais com coeficientes constantes .......................................................................................4
3 Solução geral da equação diferencial homogênea de primeira ordem...........................................................5
4 Solução geral da equação diferencial homogênea..........................................................................................6
4.1 Exemplos de solução geral da equação diferencial homogênea .............................................................13
5 Solução particular da equação não-homogênea ...........................................................................................17
5.1 Exemplos de solução particular da equação diferencial não-homogênea...............................................20
6 Solução geral da equação não-homogênea...................................................................................................24
6.1 Exemplos de solução geral da equação diferencial não-homogênea ......................................................25
7 Estudo do Efeito da Linearização sobre o Comportamento Dinâmico ........................................................30
8 Exemplo 1 de Análise de um Sistema Dinâmico .........................................................................................35
9 Exemplo 2 de Análise de um Sistema Dinâmico .........................................................................................41
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 1
1 Propriedades Gerais
• uma equação diferencial ordinária linear de ordem n pode ser escrita como:
)()()()(...)()( 011
1
1 tutxtadt
dxta
dt
xdta
dt
xdta
n
n
nn
n
n =++++ −
−
− (1)
onde os coeficientes ai, i=0,...,n, e a entrada u são funções da variável
independente t.
• a equação (1) é chamada de homogênea se u(t) = 0 ∀ t. Para funções u(t) que não
atendem a esta condição, ela é chamada de não-homogênea.
• a equação (1) pode também ser expressa em uma forma condensada:
)()(][ tutxDLn = (2)
onde Ln[D] é um operador diferencial linear atuando sobre a função x(t), e tendo a
forma:
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 2
)()(...)()(][ 01
11
1 taDtaDtaDtaDL nn
nnn ++++= −
−∆ , com
i
ii
dt
dD ∆= (3)
Propriedade 1
Se xhj(t), j=1,...,m, são soluções da equação homogênea 0)(][ =txDLn , ou seja, se
0)(][ =txDL hjn , j=1,...,m, então para quaisquer constantes cj ∈ ℜ , j=1,...,m, a função
∑=
=m
jhjjh txctX
1
)()(
também é solução, pois:
0)(][)(][)(][11
==
= ∑∑
==
m
jhjnj
m
jhjjnhn txDLctxcDLtXDL .
• para m ≥ 2, as funções no tempo xhj(t), j=1,...,m, são linearmente independentes se
nenhuma delas puder ser expressa como combinação linear das demais.
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 3
Propriedade 2
Suponha que existam n funções linearmente independentes no tempo xhj(t), j=1,...,n,
tais que 0)(][ =txDL hjn , j=1,...,n. Então
)(...)()()()( 22111
txctxctxctxctx hnnhh
n
jhjjh +++== ∑
=
com cj ∈ ℜ , j=1,...,n, é solução geral da equação diferencial ordinária linear
homogênea de ordem n, dada por 0)(][ =txDLn .
Propriedade 3
Se xp(t) é uma solução particular da equação não-homogênea )()(][ tutxDLn = e xh(t)
é a solução geral da equação homogênea 0)(][ =txDLn , então a solução geral da
equação não-homogênea )()(][ tutxDLn = é dada na forma:
)()()()()(1
txtxctxtxtx p
n
jhjjph +=+= ∑
=
Os coeficientes cj ∈ ℜ , j=1,...,n, vão depender das n condições iniciais.
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 4
2 Equações diferenciais com coeficientes constantes
• uma equação diferencial ordinária linear de ordem n e com coeficientes constantes
pode ser escrita como:
)()(... 011
1
1 tutxadt
dxa
dt
xda
dt
xda
n
n
nn
n
n =++++ −
−
− (4)
onde 0≠na e a entrada u é função da variável independente t.
• a equação (4) é chamada de homogênea se u(t) = 0 ∀ t. Para funções u(t) que não
atendem a esta condição, ela é chamada de não-homogênea.
• a equação (4) pode também ser expressa em uma forma condensada:
)()(][ tutxDLn = (5)
onde Ln[D] é um operador diferencial linear atuando sobre a função x(t), e tendo a
forma:
01
11
1 ...][ aDaDaDaDL nn
nnn ++++= −
−∆ , com
i
ii
dt
dD ∆= (6)
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 5
• a solução geral da equação (4), ou equação (5), na forma compacta, é dada por:
)()()()()(1
txtxctxtxtx p
n
jhjjph +=+= ∑
=
onde
∑=
=n
jhjjh txctx
1
)()( é solução geral da equação homogênea associada
0)(][ =txDLn , sendo que os coeficientes cj ∈ ℜ , j=1,...,n, vão depender das n
condições iniciais )0(),...,0(),0( 110 xDxDxD n− .
xp(t) é uma solução particular da equação não-homogênea )()(][ tutxDLn = .
3 Solução geral da equação diferencial homogênea de
primeira ordem
• equação diferencial homogênea de primeira ordem: 0)(01 =+ txadt
dxa
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 6
• solução por separação de variáveis, supondo x(t) > 0 ∀ t:
∫ ∫−=⇒−=x
x
t
tdt
a
a
x
dxdt
a
a
x
dx0 01
0
1
0
)()ln()ln()()ln()ln( 01
000
1
00 tt
a
axxtt
a
axx −−=⇒−−=−
−−
−−==
)()ln(
)()ln()ln(
01
0
00
1
00 tt
a
a
xtt
a
ax
x eeee
• a solução assume então a forma:
−−=
)(
0
01
0 tta
a
exx
4 Solução geral da equação diferencial homogênea
Resultado 1
• para j=1,...,n, funções da forma:
thj
jcetxλ=)(
são soluções da equação diferencial homogênea 0)(][ =txDLn , onde
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 7
c é uma constante arbitrária;
λj, com j=1,...,n, são raízes da equação
0...0][ 011
1 =+λ++λ+λ⇒=λ −− aaaaL n
nn
nn .
Verificação
• para n = 1, já está demonstrado na seção anterior.
• falta provar para n qualquer:
0)()(...)()()(][ 01
11
1 =++++= −− txatxDatxDatxDatxDL hjhjhj
nnhj
nnhjn
t
hjjcetx
λ=)(
)()(1 txectxD hjjt
jhjj λ=λ= λ
)()( 222 txectxD hjjt
jhjj λ=λ= λ
M M M
)()( txectxD hjnj
tnjhj
n j λ=λ= λ
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 8
• substituindo estes termos na equação acima resulta:
0)()(...)()( 011
1 =+λ++λ+λ −− txatxatxatxa hjhjjhj
njnhj
njn
[ ] 0)(... 011
1 =+λ++λ+λ −− txaaaa hjj
njn
njn
• como )(txhj pode assumir valores diferentes de zero, então:
0][... 011
1 =λ=+λ++λ+λ −− jnj
njn
njn Laaaa
Resultado 2
• funções da forma:
tkkh
jecttxλ−
− = 1)1( )(
tkkh
jecttxλ−
− = 2)2( )(
M t
hjcetx
λ=)(0
são soluções da equação diferencial homogênea 0)(][ =txDLn , onde
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 9
c é uma constante arbitrária;
λj é raiz com multiplicidade k da equação
0...0][ 011
1 =+λ++λ+λ⇒=λ −− aaaaL j
njn
njnjn .
Verificação
• se a equação acima possui uma raiz λj com multiplicidade k, então
( )( ) 0... 01
1 =λ−λ′++λ′+λ′ −−−−
−−
kj
knjkn
knjkn aaa
( ) 0][ =λ−λλ−k
jjknL
• resulta então uma equação diferencial homogênea na forma:
( ) 0)(][ =λ−− txDDL kjkn
• agora, basta mostrar que ( ) 0)( =λ− txD kj para
tm jecttxλ=)( , com m = 0, ..., k−1.
para m = 0: tjcetx
λ=)(
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 10
( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) 0
)(
1
1
=λ−λλ−
=λ−λ−=λ−=λ−λλ−
λ−λ
tj
tj
kj
tj
kj
tkj
kj
jj
jj
ececD
ceDDceDtxD
antes de apresentar o desenvolvimento para os demais valores de m, observe
que:
( ) tmtj
mtj
mtmtmj
jjjjj etcectectemctectDλ−λλλ−λ ′=λ−λ+=λ− 11
para tjctetx
λ=)( :
( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) 0
)(
21
1
=′λ−λ−=′λ−
=λ−λ−=λ−=λ−λ−λ−
λ−λ
tj
kj
tkj
tj
kj
tkj
kj
jj
jj
ecDDecD
cteDDcteDtxD
M
para tk jecttx
λ−= 1)( :
( ) ( ) ( )( )( ) 0
)( 111
=′λ−
=λ−λ−=λ−=λ−λ
λ−−λ−
tj
tkkjj
tkkj
kj
j
jj
ecD
ectDDectDtxD
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 11
Conclusão
• já se sabia, das seções anteriores, que a solução geral da equação homogênea
0)(][ =txDLn
é dada por )(...)()()()( 22111
txctxctxctxctx hnnhh
n
jhjjh +++== ∑
=, sendo que as
funções )(txhj , com j=1,...,n, são linearmente independentes.
• agora, já estamos em condições de encontrar as funções )(txhj , com j=1,...,n.
• se a equação 0...0][ 011
1 =+λ++λ+λ⇒=λ −− aaaaL n
nn
nn , denominada equação
característica, possuir n raízes distintas, então:
∑=
λ=n
j
tjh
jectx1
)(
• se a equação característica possuir raízes com multiplicidade maior do que 1,
então é preciso utilizar as funções tm jet
λ, com m=1,...,k−1 e λj uma raiz com
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 12
multiplicidade k, para completar as n funções linearmente independentes
necessárias para expressar a solução geral.
• considere, então, que as raízes da equação característica 0][ =λnL são em número
de m, com 1 ≤ m ≤ n, ou seja, λj, j=1,...,m.
• considere também que a multiplicidade de cada uma delas é dada por kj, j = 1, ...,
m, tal que ∑=
=m
jj nk
1
.
• logo, a solução geral da equação diferencial ordinária linear homogênea de ordem
n e com coeficientes constantes assume a seguinte forma:
∑ ∑=
−
=
λ=m
j
k
m
tmjmh
jjetctx
1
1
0
)(
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 13
4.1 Exemplos de solução geral da equação diferencial
homogênea
Exemplo 1
• 0)(1 =λ− txdt
dx
• ( ) 0)()(][ 11 =λ−= txDtxDL
• equação característica: 0][ 11 =λ−λ=λL
• solução geral: th ectx 1
10)( λ=
Exemplo 2
• ( )( ) ( ) 0)()(][ 32
214 =λ−λ−λ−= txDDDtxDL , com 321 λ≠λ≠λ
• equação característica: ( )( ) ( ) 0][ 32
214 =λ−λλ−λλ−λ=λL
• solução geral: tttth ectececectx 3221
30212010)( λλλλ +++=
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 14
Exemplo 3
• 0)()(][ 33 == txDtxDL
• equação característica: 00][ 33 =λ⇒=λ=λL com multiplicidade 3
• solução geral: 2121110)( tctcctxh ++=
Exemplo 4
• ( )( ) 0)(242)(][ 23 =+++= txDDDtxDL
• equação característica: ( )( ) 0242][ 23 =+λ+λ+λ=λL
21 −=λ
312
16422 j+−=−+−=λ
312
16423 j−−=−−−=λ
• solução geral: ( ) ( )tjtjth ececectx 31
3031
202
10)( −−+−− ++=
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 15
• como xh(t) deve assumir valores no eixo dos reais, então ( )tjec 3120
+− e
( )tjec 3130
−− devem ser complexos conjugados.
• para que isso ocorra, é necessário que c20 e c30 também sejam complexos
conjugados, como se pode verificar a seguir.
• as fórmulas de Euler a seguir devem ser empregadas neste ponto:
)(sen)cos( xjxe jx += )(sen)cos( xjxe jx −=−
• outra expressão útil é a relação trigonométrica:
++=+
BA
arctanzsen)(sen)cos( 22 BAzBzA
• com isso, temos:
( ) ( ) ( ) ( ) [ ]
++
=+=++− −+
b
adteba
dtbdtaeejbaejba
ct
cttjdctjdc
arctansen2
)(sen)cos(2
22
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 16
• logo, a solução geral ( ) ( )tjtjth ececectx 31
3031
202
10)( −−+−− ++= assume a forma:
( )φ++= −− tceectx tth 3sen)( 2
10
Exemplo 5
• ( ) ( )( ) 0)(24342)(][ 2227 =+++++= txDDDDDtxDL
• equação característica: ( ) ( )( ) 024342)(][ 2227 =+λ+λ+λ+λ+λ=λ txL
−−=λ
+−=λ
31
31
4,2
3,1
j
j com multiplicidade 2
27
23
5 j+−=λ 27
23
6 j−−=λ 27 −=λ
• solução geral:
( ) ( ) tttth ectecttectectx 2
432
3
32211 2
7sen3sen3sen)( −−−− +
φ++φ++φ+=
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 17
5 Solução particular da equação não-homogênea
• uma equação diferencial ordinária linear não-homogênea de ordem n e com
coeficientes constantes pode ser escrita como:
)()(... 011
1
1 tutxadt
dxa
dt
xda
dt
xda
n
n
nn
n
n =++++ −
−
− (7)
onde a entrada u é função da variável independente t. Esta equação também pode
ser expressa em uma forma condensada:
)()(][ tutxDLn = (8)
• da Propriedade 3, é sabido que a solução geral desta equação assume a forma:
)()()()()(1
txtxctxtxtx p
n
jhjjph +=+= ∑
=
onde os coeficientes cj ∈ ℜ , j=1,...,n, vão depender das n condições iniciais.
• já sabemos como encontrar as funções )(txhj , com j=1,...,n, sendo que iremos nos
ocupar agora com a determinação da solução particular xp(t).
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 18
• existem vários métodos para se determinar a solução particular xp(t). Utilizaremos
aqui o método dos coeficientes a determinar.
• no entanto, devemos estar cientes de que este método não se aplica a todos os
tipos de funções de entrada u(t), pois é necessário que u(t) possa ser representada
por uma expressão matemática conhecida.
• para a aplicação do método, esta expressão matemática deve ser dada por uma
única função conhecida ou por uma combinação linear de funções conhecidas.
• felizmente, muitas funções de entrada que encontramos na prática podem ser
representadas por combinações lineares de funções conhecidas.
• dada a entrada u(t), o método dos coeficientes a determinar propõe como solução
particular uma forma parametrizada que inclui termos que podem aparecer em x(t)
e em suas derivadas no tempo.
• na tabela 1 a seguir, estão listadas as funções de entrada com as respectivas formas
parametrizadas das soluções particulares.
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 19
Tabela 1 – Forma das soluções particulares para aplicação
do método dos coeficientes a determinar
Função de entrada: u(t) Solução Particular: xp(t)
c a
kct , com k um inteiro positivo 012
21
1 ... atatatata kk
kk +++++ −
−
tceγ taeγ
( )tc ωcos ( ) ( )tata ω+ω sencos 21
( )tc ωsen ( ) ( )tata ω+ω sencos 21
• Observação: modificações são necessárias quando a forma da solução particular
possui termos iguais aos da solução geral da equação homogênea.
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 20
• se a função de entrada é a soma ou o produto de 2 ou mais termos do tipo listado
na primeira coluna da tabela 1, então a forma da solução particular será também a
soma ou o produto de uma ou mais das soluções particulares indicadas na segunda
coluna da tabela 1.
5.1 Exemplos de solução particular da equação diferencial não-homogênea
Exemplo 1
• entrada: ( )tecttu t ω= γ cos)( 3
• solução particular candidata (pode necessitar de modificações):
( ) ( ) ( ) ( )tebtbtbtbteatatatatx ttp ω++++ω+++= γγ sencos)( 01
22
3301
22
33
Exemplo 2
• determine a solução particular da equação não-homogênea: ctxdt
dx =+ )(2
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 21
• a solução particular candidata é do tipo: atxp =)(
• no entanto, dependendo das funções que compõem a solução geral da equação
homogênea associada, pode ser necessário realizar modificações na proposta de
solução particular acima.
• expressando a equação diferencial homogênea associada usando o operador
diferencial, resulta:
( ) 0)(2)(][1 =+= txDtxDL
• com isso, a equação característica assume a forma: 202 −=λ⇒=+λ
• solução da equação homogênea: th ectx 2
1)( −= .
• logo, não há necessidade de realizar modificações na solução particular, a qual
pode ser determinada por substituição direta na equação diferencial, como segue:
2)(
220)(2
ctx
cacactx
dt
dxpp
p =⇒=⇒=+⇒=+
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 22
Exemplo 3
• determine a solução particular da equação não-homogênea: cdt
dx
dt
xd =+ 22
2
• a solução particular candidata é do tipo: atxp =)(
• no entanto, dependendo das funções que compõem a solução geral da equação
homogênea associada, pode ser necessário realizar modificações na proposta de
solução particular acima.
• expressando a equação diferencial homogênea associada usando o operador
diferencial, resulta:
( ) 0)()2()(2)(][ 22 =+=+= txDDtxDDtxDL
• com isso, a equação característica assume a forma:
−=λ=λ
⇒=+λλ2
00)2(
• solução da equação homogênea: th ecctx 2
21)( −+= .
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 23
• logo, há necessidade de realizar modificações na solução particular, pois uma das
funções que compõem a solução geral da equação homogênea já inclui aquela que
seria a solução particular. Neste caso, temos o que é convencionado chamar de
ressonância da entrada com a solução da equação homogênea.
• para se obter a forma da solução particular, multiplica-se a forma original por t até
se obter uma expressão que não encontre correspondência com nenhuma das
funções que compõem a solução da equação homogênea.
• sendo assim, a solução particular candidata vai ser do tipo attxp =)( , a qual pode
ser determinada por substituição direta na equação diferencial, como segue:
tc
txc
acacdt
dx
dt
xdp
pp
2)(
22022
2
=⇒=⇒=+⇒=+
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 24
6 Solução geral da equação não-homogênea
• equação diferencial ordinária linear não-homogênea de ordem n e com
coeficientes constantes:
)()(... 011
1
1 tutxadt
dxa
dt
xda
dt
xda
n
n
nn
n
n =++++ −
−
− (9)
• forma condensada:
)()(][ tutxDLn = (10)
• solução geral:
)()()()()(1
txtxctxtxtx p
n
jhjjph +=+= ∑
=
onde os coeficientes cj ∈ ℜ , j=1,...,n, vão depender das n condições iniciais
)0(),...,0(),0( 110 xDxDxD n− .
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 25
6.1 Exemplos de solução geral da equação diferencial não-
homogênea
Exemplo 1
• achar a solução geral da equação 4)( =+ txdt
dx, com x(0) = 2
• forma condensada: 4)()1()(][1 =+= txDtxDL
• equação característica: 101 −=λ⇒=+λ
• solução da equação homogênea: th ectx −= 1)(
• solução particular: atxp =)(
• substituindo xp(t) na equação diferencial, resulta: 4)( =txp
• solução geral: 4)()()( 1 +=+= −tph ectxtxtx
• aplicando a condição inicial x(0) = 2 à solução geral: 224 11 −=⇒=+ cc
• solução geral: 42)( +−= −tetx
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 26
• comportamento da solução geral no tempo:
Programa do Matlab
clear all;
passo = 0.01;
tlim = 8;
ind = 1;
for t=0:passo:tlim,
x(ind) = t;
y(ind) = -2*exp(-t)+4;
ind = ind+1;
end
plot(x,y);
title('Comportamento no tempo da
solução geral do Exemplo 1');
xlabel('t');
ylabel('x(t)');
axis([0 8 0 5]);
grid;
0 1 2 3 4 5 6 7 80
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5Comportamento no tempo da solução geral do Exemplo 1
t
x(t)
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 27
Exemplo 2
• achar a solução geral da equação )3(sen2)( ttxdt
dx =+ , com x(0) = 2
• forma condensada: )3(sen2)()1()(][1 ttxDtxDL =+=
• equação característica: 101 −=λ⇒=+λ
• solução da equação homogênea: th ectx −= 1)(
• solução particular: )3(sen)3cos()( 21 tatatxp +=
• derivada da solução particular: )3cos(3)3(sen3 21 tatadt
dxp +−=
• substituindo xp(t) na equação diferencial, resulta:
)3(sen2)3(sen)3cos()3cos(3)3(sen3)( 2121 ttatatatatxdt
dxp
p =+++−=+
( ) ( ) )3(sen2)3cos(3)3(sen3 1221 ttaataa =+++−
=−=
⇒
=+=+−
2,0
6,0
03
23
2
1
12
21
a
a
aa
aa
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 28
)3(sen*2,0)3cos(*6,0)( tttxp +−=
• geralmente, é mais interessante expressar xp(t) na forma:
( )φ+= tctxp 3sen)( 2 , com c2 > 0
[ ])(sen)3cos()cos()3(sen)( 2 φ+φ= ttctxp
=φ−=φ
2,0)cos(
6,0)(sen
2
2
c
c
rad 25,1)3arctan(3)tan()cos()(sen −≅−=φ⇒−=φ=
φφ
[ ] [ ] ( ) ( ) 0,634,02,06,0)cos()(sen 222
2222
22 ≅⇒=⇒+−=φ+φ cccc
• com isso, xp(t) fica sendo: )25,13(sen*63,0)( −≅ ttxp
• solução geral: )25,13(sen*63,0)()()( 1 −+≅+= − tectxtxtx tph
• aplicando a condição inicial x(0) = 2 à solução geral:
60,22)25,1(sen*63,0 11 ≅⇒≅−+ cc
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 29
• solução geral: ( )25,13sen*63,0*60,2)( −+≅ − tetx t • comportamento da solução geral no tempo:
Programa do Matlab
clear all;
passo = 0.01;
tlim = 8;
ind = 1;
for t=0:passo:tlim,
x(ind) = t;
y(ind) = 2.6*exp(-t) +
sqrt(0.4)*sin(3*t+atan(-3));
ind = ind+1;
end
plot(x,y);
title('Comportamento no tempo da solução geral do Exemplo 2');
xlabel('t');
ylabel('x(t)');
axis([0 8 -1 2.5]);
grid;
0 1 2 3 4 5 6 7 8-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5Comportamento no tempo da solução geral do Exemplo 2
t
x(t)
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 30
7 Estudo do Efeito da Linearização sobre o
Comportamento Dinâmico
• integre numericamente a equação diferencial homogênea do pêndulo, em suas
versões linear (em torno de θ = 0) e não-linear, para as seguintes condições
iniciais: 12π=θ e 0=θ& ;
4
π=θ e 0=θ& ; 11
5π=θ e 0=θ& .
• o objetivo aqui é verificar o efeito causado pela linearização em torno de θ = 0 no
comportamento dinâmico do modelo matemático.
• a integração numérica pode se dar empregando o Método de Euler, embora
procedimentos de integração muito mais precisos já existam (Exemplo: Runge-
Kutta de quarta ordem).
• suponha g = 9,81 e l = 0,6.
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 31
Solução:
• equação do pêndulo: ml
u
l
g =θ+θ )(sen&& , com u(t) = 0
• equação linearizada em torno de θ = 0: ml
u
l
g =θ+θ&& , com u(t) = 0
• programa auxiliar do Matlab, usando o método de Euler: clear all;
g = 9.81;
l = 0.6;
passo = 0.001;
t(1) = 0;
teta(1) = pi/12;
tetap(1) = 0;
teta1(1) = pi/12;
tetap1(1) = 0;
for i=2:5000,
t(i,1) = t(i-1,1)+passo;
tetap(i,1) = tetap(i-1,1)+passo*((-g/l)*sin(teta(i-1,1)));
teta(i,1) = teta(i-1,1)+passo*tetap(i-1,1);
tetap1(i,1) = tetap1(i-1,1)+passo*((-g/l)*teta1(i-1,1));
teta1(i,1) = teta1(i-1,1)+passo*tetap1(i-1,1);
end
figure(1);
subplot(111);
plot(t,teta);hold on;
plot(t,teta1,'r');
title('Comportamento no tempo de um
pêndulo');
xlabel('t');
ylabel('teta(t)');
grid;
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 32
Condição inicial: 12π=θ e 0=θ&
0 1 2 3 4 5-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3Comportamento no tempo de um pêndulo
t
teta(t)
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 33
Condição inicial: 4π=θ e 0=θ&
0 1 2 3 4 5-1
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1Comportamento no tempo de um pêndulo
t
teta(t)
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 34
Condição inicial: 115π=θ e 0=θ&
0 1 2 3 4 5-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5Comportamento no tempo de um pêndulo
t
teta(t)
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 35
8 Exemplo 1 de Análise de um Sistema Dinâmico
• considerando o modelo de suspensão de um automóvel, conforme apresentado em
aula:
a) expresse o sistema de equações diferenciais lineares acopladas resultante:
=−+−+
=+−+−+
0)()(
)()(
22
1111
xym
kxy
m
by
rm
kx
m
kyx
m
kyx
m
bx
s
wws
&&&&
&&&&
na representação por espaço de estados (equação de estado e equação de saída),
tomando como estados )()(1 txtz = ; )()(2 txtz &= ; )()(3 tytz = e )()(4 tytz &= . As
saídas são dadas por: )()()(1 tytxts −= e )()(2 tyts = .
note que o sistema de equações diferenciais acima apresenta acoplamento entre as
variáveis, impedindo que se resolva cada equação isoladamente.
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 36
representação por espaço de estados:
−=
+
−−
−
+−=
)(
)(
)(
)(
0100
0101
)(
0
0
0
)(
)(
)(
)(
1000
0010
4
3
2
1
2
1
1
4
3
2
1
2222
1111
4
3
2
1
tz
tz
tz
tz
s
s
trm
k
tz
tz
tz
tz
m
b
m
k
m
b
m
k
m
b
m
k
m
b
m
kk
z
z
z
zw
ss
sws
&
&
&
&
b) em seguida, implemente este sistema no Simulink, com os seguintes parâmetros:
251 =m ; 3002 =m ; 30=b ; 5,7=sk e 50=wk . Tome ( )
7
10 2
10
1)(
−−=
t
etr , obtenha a
evolução no tempo de s1(t) e s2(t) no intervalo de tempo [0, 50] e interprete o resultado.
c) tome os parâmetros do item (a), faça b = 0, execute novamente o programa e interprete o resultado.
d) tome os parâmetros do item (a), faça ks = 30 (4 vezes o seu valor inicial), execute novamente o programa e interprete o resultado.
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 37
( )7
10 2
10
1)(
−−=
t
etr
0 10 20 30 40 50-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2Entrada para o Exercício 2 da Lista 1
t
r(t)
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 38
s1 s2
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 39
s1 s2
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 40
• programação usando Simulink
diagrama de blocos:
t r(t)Sistema Dinâmico
na Representação
por Espaço de Estados
u
Gráfico
t × s1
Gráfico
t × s2
s1
s2
conteúdo dos blocos:
( )7
10 2
101
)(−−
=t
etr
−−
−
+−
=
300
30
300
5.7
300
30
300
5.710002530
255.7
2530
25505.7
0010
A
=
0
025500
B
−=
0100
0101C
=0
0D + condições iniciais nulas
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 41
9 Exemplo 2 de Análise de um Sistema Dinâmico
• para várias condições iniciais e sendo constante a temperatura ambiental Tamb,
observando a evolução no tempo da temperatura de um corpo rígido que não
possui internamente nenhuma fonte de calor, obtém-se os seguintes
comportamentos:
T (t)
t
T am b
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 42
• com base nos comportamentos observados, o objetivo aqui é formular a Lei de
Resfriamento de Newton.
Solução:
• observa-se que a temperatura T(t) converge assintoticamente para a temperatura
ambiente, o que pode ser apropriadamente descrito na forma: ambt TeatT += γ−
1)( ,
com γ > 0.
• logo, se a solução no tempo para T(t) pode ser expressa pela composição aditiva
de uma exponencial e uma constante, então existe uma equação diferencial não-
homogênea de 1a ordem que tem ambt TeatT += γ−
1)( como solução. Esta equação
é dada por:
ambTatTdt
dT2)( =γ+ , com T(0) = T0.
• para encontrar a2, basta verificar que a temperatura do corpo não varia se
ambTtT =)( , ou seja:
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 43
0=dt
dT para ambTtT =)( .
Sendo assim, da ED resulta )(2 tTTadt
dTamb γ−= , e quando ambTtT =)( :
( ) γ=⇒=γ−⇒=γ− 222 00 aTaTTa ambambamb .
• para encontrar a1, vamos resolver a equação diferencial ambTtTdt
dT γ=γ+ )( , com
T(0) = T0:
forma condensada: ambTtTDtTDL γ=γ+= )()()(][1
equação característica: γ−=λ⇒=γ+λ 0
solução da equação homogênea: th ectT γ−= 1)(
solução particular: 2)( ctTp =
substituindo Tp(t) na equação diferencial, resulta:
ambpambpp
TtTTctTdt
dT=⇒γ=γ=γ+ )()( 2
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Tópico 5 –Equações Diferenciais Lineares 44
solução geral: ambt
ph TectTtTtT +=+= γ−1)()()(
aplicando a condição inicial T(0) = T0 à solução geral, resulta:
ambamb TTcTTc −=⇒=+ 0101
solução geral: ( ) ambt
amb TeTTtT +−= γ−0)(
• portanto, com ambTTa −= 01 , prova-se que a dedução está correta. Isto implica
que a equação diferencial ambTtTdt
dT γ=γ+ )( , com T(0) = T0, descreve
completamente o comportamento observado.
• esta equação pode também ser expressa como segue:
( ))(tTTdt
dTamb −γ=
e com isso se chega à Lei de Resfriamento de Newton que afirma que a taxa de
variação da temperatura de um corpo sem fonte interna de calor é
diretamente proporcional à diferença entre a temperatura ambiente e a
temperatura do próprio corpo.