Date post: | 30-Jan-2023 |
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CARLA DE CÁSSIA VENDRAMINI Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Design Editorial apresentado ao Centro Universitário SENAC - Campus Lapa/Scipião.
Orientador: Prof. Me. Henrique Nardi
São pAuLo 2011
ESTÉTICA CAMBIANTEEM LOGOTIPOS DE REVISTA
Vendramini, Carla de Cássia
Estética Cambiante em Logotipos de Revista / Carla de Cássia Vendramini - São Paulo, 2011. 44 f. : il. color. : 1 cm
Orientador: Prof. Me. Henrique Nardi Trabalho de Conclusão de Curso - Centro Universitário SENAC - Campus Lapa/Scipião, São Paulo, 2011.
1.Design gráfico cambiante 2. Design editorial 3. Logotipos de Revista. I. Nardi, Henrique (Orient.). II. Título.
V453e
CDD 760
CapaDesign, Carla VendraminiIlustração principal a partir da capa da revista Harper’s Bazaar de 7/1958
Fragmentos das capas das revistasDon Quixote #12 - 3/4/1895Vista #37 - agosto/setembro 2011La Luna de Metrópoli - 5/1997
ContracapaCapa da revista Harper’s Bazaar de 7/1958Direção de Arte, Alexey BrodovichtDesign, Henry Wolf Fotografia, Richard Avedon
Fragmentos das capas das revistasRay Gun #11 - 11/1993Don Quixote #12 - 3/4/1895
A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada em _____/_____/_______, considerou a candidata:
1) Examinador(a)
2) Examinador(a)
3) Presidente
CARLA DE CÁSSIA VENDRAMINI Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Design Editorial apresentado ao Centro Universitário SENAC - Campus Lapa/Scipião.
Orientador: Prof. Me. Henrique Nardi
ESTÉTICA CAMBIANTEEM LOGOTIPOS DE REVISTA
Agradeço aos que me apoiaram nesta retomada aos estudos e que me aguentaram falando de “estética cambiante” o tempo todo.
Um salve ao meu Orientador, Henrique Nardi, que fez jus ao título e apenas, e gentilmente, me orientou, respeitando minhas ideias sem deixar de colocar, firmemente, as suas.
Aos que não se contentam em fazer o esperado e vão além, arriscando sua expressão no universo do design gráfico cambiante.
AGRADECIMENToS
RESuMo
O estudo apresenta o tema “design gráfico cambiante”, apli-cado ao segmento editorial, com foco em logotipos de revista.
Elabora um levantamento em evolução histórica das manifes-tações cambiantes através da catalogação do fenômeno gráfico em publicações brasileiras e estrangeiras.
Definição e categorização do termo “cambiante”, análise e refle-xões sobre o tema, estabelecimento de níveis da condição cam-biante, contemplam a metodologia utilizada para o trabalho.
O estudo especula também as possibilidades apresentadas pe-los recursos tecnológicos atuais, para a intensificação e facilita-ção da participação do usuário.
Palavras-chave: design cambiante; design gráfico; design edito-rial; logotipo; revista; estética cambiante.
ABSTRACT
The study presents the topic “graphic design changeable”, ap-plied to the publishing segment, focusing on logos magazine.
Prepare a survey of the historical evolution of changeable mani-festations of the phenomenon through the cataloging graphic Brazilian and foreign publications.
Definition and categorization of the term “changeable” analy-sis and reflections on the theme, setting levels of changeable conditions, include the methodology used for the job.
The study also speculates the possibilities presented by current technological resources for enhancing and facilitating the par-ticipation of the user.
Keywords: changeable design, graphic design, editorial design, logo, magazine, changeable aesthetic.
1. Escolha do tema 12
2. O caminho do design editorial cambiante 14
3. Definição do termo cambiante 16
4. O logotipo cambiante através do traço do artista 18
5. Segmentos cambiantes 26
6. Design cambiante hoje 34
7. Publicações estrangeiras com logotipos cambiantes 40
8. Níveis de apresentação da condição cambiante 58
9. Condições para a ocorrência do fenômeno cambiante 68
10. Reflexões sobre a estética cambiante 70
11. A alternativa cambiante para o design gráfico e editorial 74
Referências 78
Créditos das imagens 80
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Por esse caminho de incertezas e curiosidades do “Para onde vamos?”, deparei com o trabalho de Rudinei Kopp, “Design Gráfico Cambiante” que agradeço pelo ponto de partida para o meu TCC. Jovem professor gaúcho, cunhou o termo “design cambiante” e desenvolveu o tema originalmente para sua dis-sertação de Mestrado pela PUC RS e, posteriormente, para o livro citado.
Em seu livro, Kopp apresenta e discorre sobre os caminhos do design gráfico, as características históricas e culturais que determinaram a quebra de paradigmas e a impermanência dos cânones do “bom design”. Apresenta também, exemplos pon-tuais de projetos com características cambiantes como o logoti-po da MTV, os relógios Swatch e exemplos históricos de design editorial cambiante.
O recorte deste TCC abrange especialmente e, como condição autoimposta, as manifestações do “fenômeno cambiante”, nos logotipos de periódicos – revistas – desde o final do século XIX até os dias atuais. Procurei apresentar, principalmente, exem-plos de publicações brasileiras situando-as historicamente e exemplos especiais de publicações estrangeiras.
A seleção deste tema para o Trabalho de Conclusão do Curso de Design Editorial, passou por etapas e angústias de meu pró-prio caminho profissional.
Quando se é uma designer graduada no Brasil, nos anos 1983, nos primórdios da era digital e tudo o que te ensinaram como
“bom design”, está baseado em padronizar, organizar e criar re-gras para a fiel reprodução de suas criações, chega a hora do ques-tionamento: Esse padrão já não se esgotou? Tudo isso não está chato demais? O usuário, o consumidor desse design também não gostaria de participar, de alguma maneira, dessa criação?
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Pode-se concluir, apressadamente, que a manifestação de in-quietação representada pelo design cambiante, se reproduza apenas nos dias atuais, agitados, midiáticos, digitais e interné-ticos. Ao longo das pesquisas para este trabalho, foram encon-trados exemplos de design editorial flexível em todas as épocas, desde o final do século XIX, tanto no Brasil quanto no exterior.
Muitas vezes por mimetismo, outras por puro talento de seus designers (que ainda não tinham esse título, eram ilustradores, caricaturistas, desenhistas), a prática de alterar o logotipo e capas de revista se difundia no Brasil. Eram atitudes rebeldes, incorformadas e provocadoras que incitavam os políticos do início do século XIX, como apresentadas no periódico DON QUIXOTE ou obras de arte que aportavam nas bancas nos anos 1959, como a revista SENHOR.
E dessa maneira, os públicos consumiam design e participa-vam do jogo de interpretação que os artistas e editores pro-punham, mantendo sua audiência interessada sem que essas experiências resultassem em caos total ou fracasso editorial a ponto da publicação não ser identificada na hora da aquisição do produto.
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Reflexo das ansiedades humanas e do impulso consumista, as expressões visuais no design gráfico, também traduzem tudo o que inquieta o ser humano.
O inconformismo com o padronizado, a expressão dos artistas, a imprevisibilidade dos mecanismos que o leitor utiliza para escolher esta ou aquela publicação levam, e sempre levaram, os editores a permitir ou incentivar experiências cambiantes em suas publicações, principalmente em suas capas e logotipos.
Propõe-se ao consumidor/leitor de revistas que participe do lazer criativo representado pelo consumir através do olhar, es-pécie de voyeurismo, situação na qual o leitor espera pela pró-xima edição para se deleitar com as experiências do designer/artista/editor que brinca, altera, cambia os elementos gráficos da capa da publicação.
“…O adjetivo “cambiante” tem origem no termo cam-biare, do latim tardio. E o radical camb, de origem cel-ta, significa “arqueado, curvo”, “alternado, trocado”. A evolução do radical celta para a palavra latina, e do latim para o português, gerou o verbo “cambiar”, que se refere a “trocar”, “transformar, alterar”… A palavra
“cambiante” é recente na língua portuguesa, foi acres-centada ao nosso vocabulário em 1813 como registra Antonio Geraldo da Cunha, em seu Dicionário etimoló-gico (1986).” (KOPP, 2009, p. 94).
Podemos acrescentar a definição do adjetivo “cambiante” do dicionário Houaiss: “que cambia; que promove ou passa por mudanças, alterações, transformações”.
Design mutante ou flexível, que mesmo mantendo alguns pon-tos de apoio formal, se transforma, se torna outro.
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o LoGoTIpo CAMBIANTE ATRAVéS Do TRAço Do ARTISTA
1 Autoretrato de
Angelo Agostini, caricaturista, escritor, desenhista
2Don Quixote #1 - 1895
3Don Quixote #2 - 2/2/1895
4Don Quixote #4 - 16/2/1895
5Don Quixote #5 - 23/2/1895
6Don Quixote #7 - 9/3/1895
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bém desenhassem o logotipo da revista. Este adquiria as mais variadas formas, tipos, texturas, ornamentos e, habitualmente, dialogavam com a ilustração, se comportando como parte dela.
Os logotipos mantinham poucos ou quase nenhum elemento gráfico de continuidade entre as edições, adquirindo assim, ca-racterísticas de design cambiante. Combinavam seu estilo com a ilustração das capas que não tinham a preocupação de retra-tar o conteúdo da revista. Eram simplesmente obras de arte destacadas que faziam o papel de embalagem da publicação.
O italiano Angelo Agostini, o maior caricaturista em atuação no Brasil no século XX e editor da revista DON QUIXOTE pu-blicada de 1895 a 1903, desenhou e brincou com as ilustrações da capa da revista, em uma sequência de mais de 20 edições (Fig. 2 a 21) nas quais os personagens e elementos do clássico de Cervantes interagiam com o logotipo e também com o tema da ilustração da capa (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.84).
As publicações brasileiras, com certo atraso temporal e descon-certante deslocamento geográfico, repetiam as soluções gráfi-cas dos periódicos europeus e americanos.
O estilo vitoriano, com seus complexos e abundantes orna-mentos invadindo a tipografia dos logotipos, seguido do mo-vimento arts and crafts com seus princípios e influências dos manuscritos e iluminuras góticas e culminando no art nouveau de formas orgânicas, motivos botânicos e tipos distorcidos e estilizados, exerceram incontestável influência nos artistas e ilustradores das revistas brasileiras.
Muitos destes artistas eram europeus e traziam consigo a for-mação e o maneirismo internacional, utilizando-se da charge política e social como expressão crítica e satírica.
Políticas editoriais de alguns periódicos desta época, permi-tiam, por vezes, que os artistas que ilustrassem as capas tam-
7Don Quixote #8 - 16/3/1895
8Don Quixote #9 - 23/3/1895
9Don Quixote #10 - 30/3/1895
10Don Quixote #11 - 6/4/1895
11Don Quixote #12 - 3/4/1895
20
17Don Quixote #18 - 4/5/1895
18Don Quixote #19 - 11/5/1895
19Don Quixote #20 - 8/6/1895
20Don Quixote #21 - 15/6/1895
21Don Quixote #22 - 20/7/1895
13Don Quixote #14 - 27/4/1895
14Don Quixote #15 - 4/4/1895
15Don Quixote #16 - 11/4/1895
16Don Quixote #17 - 18/5/1895
12Don Quixote #13 - 20/4/1895
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Outras revistas deste período também não mantinham seu lo-gotipo fixo, mas como tiveram poucas edições, não foi possível enquadrá-las na categoria cambiante.
BELLE époquE BRASILEIRAO fim do Império e a Proclamação da República dão início, no Brasil, a uma série de mudanças comportamentais, políticas, artísticas e culturais.
Com o objetivo de afastar toda influência da colonização por-tuguesa, as artes tentavam uma aproximação ainda maior com as culturas europeias, principalmente a francesa.
Em abril de 1907 é lançada, no Rio de Janeiro, a Revista FON--FON!, semanário ilustrado de costumes e notícias do cotidia-no idealizado por Gonzaga Duque, Mário Pederneiras e Lima Campos. O nome FON-FON! é uma onomatopeia do barulho
produzido pela buzina dos automóveis, um dos símbolos pro-gressistas da modernidade da época.
A revista FON-FON! é um caso peculiar de periódico de longa duração. Teve tiragens até 1958 perfazendo assim, uma exis-tência de mais de 50 anos com algumas fases diferenciadas em sua direção e política editorial. Percorreu a Era Vargas, Sema-na de 22, Ditadura de 1937 e o Estado Novo, entre outras.
Subintitulada “Uma revista para o lar”, o magazine de cultura e variedades tinha, verdadeiramente, forte viés moralista e dou-trinamento ideológico. Seu público-alvo era a mulher burguesa de classe média.
Seu logotipo acompanhou as fases percorridas pela revista e manteve-se cambiante, na maior parte de suas edições. Era de-senhado pelo artista responsável pela ilustração da capa, nos mais variados estilos tipográficos.
22Fon-Fon! - 1907,logotipo original
23Capa Fon-Fon! - 1912, desenho de K.Lixto
22
24Fon-Fon! - 1912
25Fon-Fon!Desenho, Di Cavalcanti
26Fon-Fon! - 1928
28Fon-Fon!Desenho, J. Carlos
30Fon-Fon! - 23/6/1937
29Fon-Fon! - 1935Desenho, J. Carlos
27Fon-Fon - 1914 Desenho, Raul Pederneiras
32Fon-Fon! - 1949
31Fon-Fon! - 1941
33Fon-Fon! #2393 - 21/2/1953
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grupo de Assis Chateaubriand. Sua direção foi entregue ao poeta paulista Menotti del Picchia e a revista tranformou-se em uma publicação de circulação nacional (MORAIS, 1994, p. 320), agora intitulada A CIGARRA MAGAZINE.
Teve publicações até meados de 1975.
A CIGARRA era uma revista de assuntos gerais e tinha como público-alvo, mulheres e intelectuais. Sua periodicidade era quinzenal e em 1914 chegava às bancas com uma tiragem de 12 mil exemplares.
Vários ilustradores, artistas e caricaturistas em início de carrei-ra, colaboraram para suas páginas, como BBB Barreto, conhe-cido como Belmonte e J. Carlos.
Seu formato, dimensões e características gráficas alteravam-se de edição para edição e suas capas eram confeccionadas através de concursos, nos quais o vencedor tinha sua obra publicada.
Este fato deu à A CIGARRA, assim como a maioria das revis-tas de sua época, logotipos que mudavam para se compor com as ilustrações e temas das capas que raramente se conectavam ao conteúdo da revista. Cumpriam o papel de ajudar o alinha-mento da publicação com perfil de sua época.
A partir de 1914, muitas capas são desenhadas por Di Caval-canti com ilustrações caracaterísticas da belle époque e as co-res luminosas dos trópicos.
Não só o logotipo da FON-FON! era mutável, suas seções, su-mário, expediente e tipografia também não seguiam diagrama-ção fixa. Até sua paginação era oscilante.
Não obstante a essa suposta precariedade e desestruturação, o periódico manteve sua publicação ininterrupta por mais de meia década e era a terceira revista mais vendida ou mais lida no Brasil (NAHES, 2007).
A CIGARRAContemporânea à carioca FON-FON!, a paulista A CIGARRA, também aparece com seu logotipo e design gráfico de capas, com características cambiantes.
Fundada por Gelásio Pimenta, a fase paulistana de A CI-GARRA, vai de seu lançamento em março de 1914 até mar-ço de 1934, quando foi adquirida pelos Diários Associados,
34A Cigarra #2 - 30/3/1914Logotipo em página interna
24
35A Cigarra #1 - 6/3/1914
36A Cigarra #67 - 5/1917
37A Cigarra #72 - 8/1917
38A Cigarra #96 - 29/7/1918
39A Cigarra #102 - 11/1918
41A Cigarra #155 - 1/3/1921
42A Cigarra #193 - 1/10/1922Desenho de Belmonte
40A Cigarra #107
43A Cigarra #281 - 7/1926
44A Cigarra #382 - 1929
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51A Cigarra - 1/1/1934
50A Cigarra #447 - 12/8/1933
54A Cigarra - 1975
52A Cigarra Magazine - 2/1955
53A Cigarra Magazine - 1959
49A Cigarra #436 - 28/2/1933
48A Cigarra #435 - 1/1933
47A Cigarra #417 - 4/1932
46A Cigarra #413 - 2/1932
45A Cigarra #405 - 10/1931
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SEGMENToS CAMBIANTES 5
56Acrópole - 1/1939
58Acrópole #164 - 12/1951
57Acrópole #160
55Acrópole #1 - 5/1938
A partir dos meados do século XX, talvez pela concorrência pro-movida pela grande proliferação de revistas e industrialização do mercado editorial ou ainda, pela especialização temática das publi-cações, cada vez menos se apresenta a diversificação dos logotipos.
Não foram encontrados exemplos significativos de design cam-biante nas publicações populares. A partir deste período e para-lelamente ao mercado de massas, as ocorrências ficam localizadas em revistas de vanguarda dos segmentos elitizados ou especiali-zados como arte, arquitetura e literatura.
Com os reflexos dos princípios do Modernismo, Bauhaus, Ulm, Estilo Tipográfico Internacional chegando ao design gráfico brasileiro, as revistas começam a se estruturar em grid e seus logotipos a repetirem-se igualmente em todas as edições.
A padronização era a nova ordem que chegava às editorias e aos recém instituídos, departamentos de arte.
A revista ACRÓPOLE, especializada em arquitetura, é uma exeção. Fundada em 1938, era considerada por seu público especializado, a publicação mais importante de sua época e a que mais tempo se manteve: 391 edições contra as 311 da Projeto e Design e as 141 da AU – Arquitetura e Urbanismo, revistas que circulavam no mesmo período. Sua tiragem não ultrapassava os 4 mil exemplares.
Até 1952, quando o austríaco Max Grunwald assumiu sua edi-toria, as capas eram todas iguais (com exceção das três primei-ras) e vinham ilustradas sempre com a mesma imagem, o Erec-teu, um dos templos da acrópole grega (Fig. 56). Só a única cor aplicada, se alterava (SERAPIÃO, 2005).
A partir de então, suas capas passaram a ser ilustradas de manei-ra diversa. Inicialmente, mantinham o mesmo leiaute e ilustra-vam a capa com a foto de um projeto de destaque (Fig. 57 e 58).
59Detalhe da capa da Acrópole #310
Ilustração, Augusto Boccara
27
28
66Acrópole #325 - 1/1966
68Acrópole #339 - 5/1967
69Acrópole #351 - 6/1968
67Acrópole #329 - 6/1966
65Acrópole #316 - 4/1965
64Acrópole #315 - 3/1965
63Acrópole #310 - 9/1964
62Acrópole #297 - 7/1964
61Acrópole #290 - 1/1963
60Acrópole #287 - 10/1962
Todas as capas desta página foram ilustradas por Augusto Boccara
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Embora o alfabeto do logotipo se mantivesse o mesmo, sua inserção no leiaute das 70 capas da ACRÓPOLE, projetadas por Boccara, altera-se completamente, chegando até a ser apre-sentado cortado como na edição #315 (Fig. 64).
Outros artistas também colaboraram para as capas da ACRÓ-POLE: Alexandre Wollner, Enzo Grinover, Arnaldo Martino, Matheus Gorovitz, Abrahão Sanovicz e Júlio Katinsky.
Em 1971, com a redução drástica de anunciantes, a publi-cação não consegue mais sobreviver. Extingue-se então, a revista ACRÓPOLE.
70Acrópole #319 - 7/1965 Ilustração deArnaldo Martino e Matheus Gorovitz
71Acrópole Ilustração Alexandre Wollner
72Acrópole - 1970Edição especial da Univ. de Brasília
Em 1962, o argentino radicado em São Paulo, Augusto Bocca-ra, arquiteto de edificações e designer gráfico diletante, se per-mitiu ousar e, como nas revistas do início do século nas quais as capas não tinham a preocupação em ilustrar as matérias, iniciou um desfile livre de experiências de arte.
Com os poucos recursos da tecnologia disponível à época: re-cortes inusitados, repetições, ampliações e sobreposições de seu logotipo, criou capas marcantes para a história do design gráfico (MELO, 2008).
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Suas capas, como as das suas antecessoras, não tinham preocu-pação em ilustrar seu conteúdo, mas também não eram meras ilustrações desconectadas. Arrisca-se a dizer que foi criada uma personagem, “O Senhor”, que era apresentado como um bon-vi-vant em seu ambiente e comportamento despretencioso e alegre.
Seu logotipo acompanhava a ilustração e as chamadas das matérias. Grafado na família tipográfica Century, mantinha-se quase constante, mas era diagramado de maneira livre e diver-sa. O logotipo da revista SENHOR, possuia uma diagramação inquieta e cambiante, subvertendo uma das regras sagradas, já instituida à epóca de que “em logotipo não se mexe”.
As primeiras edições de SENHOR aparecem com a abreviação do pronome de tratamento “SR.” e com a palavra “SENHOR” em caixa alta, por extenso, na haste vertical do “R” (Fig. 74 e 75).
SIM, SENhoREmbalada pelos ares do Cinema Novo e da Bossa Nova, come-ça a ser publicada em março de 1959, a revista SENHOR.
Revista de cultura, apoiada na literatura, SENHOR não era uma publicação voltada para um público especializado. Não era também uma revista popular, tão pouco esnobe. Seu públi-co-alvo era culto e exigente.
A dupla de artistas plásticos Carlos Scliar e Glauco Rodrigues eram os responsáveis pelo visual requin-tado da revista. Misto de artistas e diretores de arte, eram os responsáveis pelo projeto gráfico das ca-pas e miolo, que ilustrava os textos dos mais reno-mados autores brasileiros, como Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Jorge Amado.
SENHOR teve várias fases, diferentes diretores e visões editoriais vanguardistas, o que não a livrou de ter somente um breve período áureo: apenas seus três primeiros anos. Ainda assim, sobreviveu até o #59, publicado em janeiro de 1964 (MELO, 2008).
74Senhor #1 - 3/1959
75Senhor #5 - 7/1959
Capas com design de Glauco Rodrigues
73Composição com as
capas de Senhor#37, 19, 13 e 36
32
83Senhor #23 - 1/1961Design, Glauco Rodrigues
78Senhor #10 - 12/1959Design, Jaguar
85Senhor #31 - 1960Design, Michel Burton
77Senhor #8 - 8/1959Design, Glauco Rodrigues
81Senhor #18 - 8/1960Design, Glauco Rodrigues
80Senhor #16 - 6/1960Design, Bea Feitler
82Senhor #19 - 9/1960Design, Michel Burton
79Senhor #13 - 1960Design, Glauco Rodrigues
76Senhor #7 - 3/1959Design, Carlos Scliar
84Senhor #30 - 1960Design, Glauco Rodrigues
33
89Senhor #3 - 3/1963
Na edição de aniversário #13, é feita uma transição institu-cional, apresentando a ampliação do logotipo, diagramado na vertical, de cima para baixo, preenchendo toda a altura da capa (Fig. 79). A partir deste número, o logotipo SENHOR aparece por extenso, desacompanhado de sua abreviatura.
Este recurso, repetido de maneira invertida - diagramado na ver-tical, de baixo para cima - é apresentado também em outra edição comemorativa, a do terceiro aniversário da revista que marca o encerramento de seu período gráfico mais interessante (Fig. 88).
Além de Glauco e Scliar, outros artistas projetaram as capas his-tóricas de SENHOR. Michel Burton, que assumiu a direção de arte da revista a partir do #23, Jaguar e Bea Feitler que seria dire-tora de arte das revistas americanas MS. e HARPER’S BAZAAR.
88Senhor #37 - 3/1962Design, Glauco Rodrigues
86Senhor #35 - 1962Design, Michel Burton
87Senhor #36 - 2/1962Design, Glauco Rodrigues
34
DESIGN CAMBIANTE, hoJE 6
91Logotipo Vista #27 - Ambigrama*
*Representação gráfica de uma palavra que pode
ser vista rotacionada ou invertida horizontalmente
com a mesma fonética ou representação visual
90Frederico Antunes, DesignerChiba Chiba, DJ
35
Exemplos nacionais de revistas com logotipos cambiantes em sua forma mais pura, são bastante raros.
As condicionantes para que a publicação mantenha-se com os elementos gráficos de suas capas cambiantes, mostram-se mui-to particularizadas e aparecem em publicações segmentadas.
O caso da revista VISTA Skateboard Art, focada no universo do skate, é um exemplo de publicação que, a partir de determinado momento, transforma-se em cambiante pura.
Frederico Antunes, o DJ Chiba Chiba, apelido que empresta também ao seu estúdio, responde pelo de-sign e direção de arte da VISTA. Apaixonado por tipografia, assumiu a publicação em 2004, ainda em seu antigo estúdio, o Lava.
Em 2009, por sugestão do designer gráfico austríaco Stefan Sagmeister, um especialista em identidades visuais cambian-tes, transformou o logotipo da VISTA, originalmente projetado pelo designer Felipe Zapeline (Fig. 92), em um case de design cambiante com tipografias especialmente selecionadas ou pro-jetadas por Fred Antunes. Flavio Samelo responde pela direção de fotografia.
A permissividade da ausência de padronização de seu logotipo pode ser justificada pela característica de ser uma publicação de distribuição gratuita, o que a deixaria livre dos compromis-sos formais e usuais do universo editorial.
O perfil da publicação de circulação bimensal, contempla uma visão mais poética e menos técnica do esporte, apresentando peças artísticas, fotografias e diagramação bem cuidada, o que diversifica e enriquece o seu nicho editorial (ANTUNES, 2011).
95Vista #19 (capa e contracapa)
93Vista #16
94Vista #17 - Edição do 4o aniversário
92Logotipo original Vista por Felipe Zapeline
36
100Vista #26 - outubro/novembro 2009Foto, Flavio Samelo
98Vista #23 (capa e contracapa)Foto, Caetano Oliveira
99Vista #25 - agosto/setembro 2009Foto, Fabiano Lokinho
97Vista #22 - fevereiro/março 2009Foto, Alex Brandão
96Vista #21 (capa e contracapa) - 1a capa da fase cambiante do logotipoFonte Cabulosa por Fred Antunes - Foto, Fabiano Lokinho
O design gráfico de todas as capas de Vista (exceto #34 e #35), são de Frederico Antunes
37
107Vista #36Fonte Compedium por Ale PaulFoto, Heverton Ribeiro
104Vista #32 (capa e dobra à direita)
102Vista #30 Logotipo composto em etiquetadoraFoto, Fabiano Lokinho
103Vista #31 Fonte Cumulus&Foam por Stefan Kiartansson - Foto, Alex Brandão
108Vista #37 - agosto/setembro 2011Fonte Heroic Condensed por Silas Dilsworth - Foto, Fabiano Lokinho
101Vista #27 - dezembro/janeiro 2010Logotipo - AmbigramaFoto, Klaus Bohms
106Vista #35Ilustração do grafiteiro novaiorquino Steve Powers “ESPO”
105Vista #34 - fevereiro/março 2011Ilustração, Rafael “CH5” Chaves
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114Tupigrafia - opção capa #7Design, Marian Bantjes
115Tupigrafia - opção capa #7Design, Pigmeus
116Tupigrafia - opção capa #8Design, Claudio Rocha
117Tupigrafia - opção capa #8Design, Tony de Marco
110Tupigrafia #2 Fonte Persplexitiva, Claudio RochaDesign, Millôr
109Tupigrafia #1 - 9/2000Design, Herbert
113Tupigrafia #6Design, Fefê Talavera
111Tupigrafia #4
112Tupigrafia #5
118Tupigrafia - opção capa #8Design, Felipe Taborda
39
120Tupigrafia - opção capa #9Design, Claudio Rocha
122Tupigrafia - opção capa #9Design, Dimitre Lima
121Tupigrafia - opção capa #9Design, Guto Lacaz
TupI, GRAfIA CAMBIANTETUPIGRAFIA, a revista criada por Clau-dio Rocha em 2000, veio para colocar o design tipográfico e suas manifestações no seu devido lugar.
Claudio, misto de editor indepen-dente, designer e tipógrafo, em con-junto com Tony de Marco, editam a revista pela Bookmakers.
Suas edições anuais são entregues a diver-sos designers e são criadas e disponibili-zadas várias opções de capa aos leitores. Outra particularidade é que os autores dos artigos são convidados a elaborar também sua concepção visual.
Os logotipos são parte do conjunto do de-sign da capa, desenhados ou adaptos espe-cialmente para o evento, que se transforma o lançamento de cada edição.
Mantem assim seu design mutante e fle-xível como característica editorial do pro-duto gráfico.
119Tupigrafia #6 - Capa e contracapaDesign, Fefê Talavera
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As publicações estrangeiras aqui apresentadas, constituem exem-plos que podem, eventualmente, ser relacionados editorial e for-malmente entre si mesmos e com as revistas brasileiras.
DON QUIXOTE e JUGEND são do mesmo período histórico, anos finais do século XIX e início do século XX. São publicações populares, com tiragens significativas e com suas capas e logoti-pos flutuantes, ao gosto e inspiração de seus artistas ilustradores.
FON-FON!, A CIGARRA e HARPE’S BAZAAR se interligam em sua temática do universo feminino e compartilham alguns anos de existência, podendo dessa maneira, ser comparadas.
A americana RAy GUN e a mexicana MATIZ são do mesmo período mas são publicações antagônicas. Enquanto uma é ex-pressão de um único designer, David Carson, MATIZ abre suas capas à experiências gráficas de um designer a cada edição.
Para ilustrar a contemporaneidade, a brasileiríssima VISTA com seus re-quintes tipográficos, divide o século XXI com La Luna de METRÓPOLI. VISTA é do mundo do surf, METRÓ-POLI é a revista del ocio espanhola.
O elo que liga os periódicos de civili-zações, culturas e lugares diversos e distantes, é a estética cambiante de seus logotipos que mudam para me-lhor expressar o tema das edições e compor com as ilustrações das capas.
São ricos, expressivos, elegantes, des-figurados, por vezes ilegíveis, nunca repetitivos, muito menos óbvios.
123Composição com as capas das revistas:Harper’s Bazaar - 10/1936,Ray Gun #11 - 11/1993,La Luna de Metrópoli - 2/2011,Jugend #10 - 10/1896,Up - edição brasileira.
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129Jugend #35 - 1896
130Jugend #37 - 1896
131Jugend #40 - 1896
132Jugend #47 - 1896
133Jugend #23 - 1896
124Jugend #3 - 1896
125Jugend #10 - 1896
126Jugend #16 - 1896
127Jugend #18 - 1896
128Jugend #23 - 1896
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134Jugend #8 - 1903
135Jugend #12 - 1903
136Jugend #40 - 1903
137Jugend #47 - 1903
138Jugend #43 - 1916
JUGEND (juventude, em alemão) de Munique, que começou a ser publicada em 1896, apresenta exemplo fascinante de publi-cação com logotipo cambiante.
Publicação semanal de cultura, com circulação de 30 mil exem-plares, deu origem ao nome do movimento jugendstil (estilo jovem), derivado do art nouveau, com fortes influências fran-cesa e britânica.
Aos importantes artistas de JUGEND: Peter Behrens, Otto Eck-mann, Hans Christiansen entre outros, era permitido desenhar livremente a capa da revista, inclusive seu logotipo.
JuGEND
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139Harper's Bazar #1 - 2/11/1867
140Harper’s Bazar - 1894
141Harper’s Bazar - 11/1899
142Harper’s Bazar - 1918Desenho, Erté
144Harper’s Bazaar - 11/1935Ilustração, Alexey Brodovitch
143Harper’s Bazaar - 12/1930O segundo “A” aparece nesta edição
147Harper’s Bazaar - 7/1958Design, Henry Wolf Fotografia, Richard Avedon
146Harper’s Bazaar - 7/1956Ilustração, Alexey Brodovitch
148Harper’s Bazaar - 9/1992
145Harper’s Bazaar - 3/1937Ilustração, A.M. Cassandre
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A revista norte-americana HARPER’S BAZAAR, tem uma existência das mais longas da história dos periódicos e é a mais antiga revista feminina dos Estados Unidos.
Lançada em 1867, é publicada até os dias de hoje, em mais de 18 países e diferentes idiomas.
Teve, entre seus artistas, editores e fotógrafos, os mais impor-tantes nomes do mundo editorial, como o cenógrafo e ilustrador russo Erté, o fotógrafo-chefe húngaro Martin Munkacsi e, sem dúvida, o mais célebre de todos, o diretor de arte russo, Alexey Brodovitch, que permaneceu à frente da revista de 1934 a 1958.
Brodovitch reinventou o design editorial com a introdução de espaços em branco na diagramação das páginas, colunagens inusitadas, recortes, ampliações e justaposições de fotos que ele encomendava aos grandes artistas europeus como Henri Cartier-
-Bresson, Cassandre, Dalí e Man Ray (MEGGS, 2009, p. 440).
O logotipo da HARPER’S BAZAAR manteve-se cambiante du-rante muitos anos, conforme apresentado nas figuras ao lado. Inicialmente a palavra “BAZAAR” era escrita com um único “A”.
Brodovitch redesenhou o logotipo da revista no elegante alfabeto Didone. A partir desse ponto, o logotipo tornou-se mais constante, embora podendo-se ainda caracterizá-lo como cambian-te pelas composições e recortes introduzidos pelo diretor de arte.
Mais tarde, o alfabeto do logotipo foi alterado e requintado com a substituição pela fonte HTF Didot, de Jonathan Hoefler, mantendo-se praticamente inalterado, até as edições atuais que ainda usam recursos esporádicos de alteração do logotipo da revista (Fig. 149).
hARpER’S BAZAAR
150Alexey Brodovitch (1898-1990) em seu estúdio
151Logotipo Harper's Bazaar
149Harper’s Bazaar - 9/2011
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158Ray Gun #15 - 4/1994
153Ray Gun #3 - 2/1993Retrato de J. Mascis de cabeça para baixo. Esta edição inaugura o período de logotipos cambiantes
152Ray Gun #1 - 11/1992
160Ray Gun #18 - 8/1994
156Ray Gun #6 - 5/1993Logotipo manuscrito, Calef BrownFoto de PJ Harvey por Colin Bell
154Ray Gun #4 - 3/1993
155Ray Gun #5 - 4/1993
157Ray Gun #11 - 11/1993
161Ray Gun #19 - 9/1994Logotipo desenhado por Ed Fella, a partir de um poster de David CarsonFoto, Colin Bell
159Ray Gun #17 - junho/julho 1994Fotos, Melaine Mc Daniel
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166Ray Gun #39
167Ray Gun #50 - 10/1997
164Ray Gun #30 - 10/1995Edição 3o aniversário - Última edição sob direção de arte de David Carson
163Ray Gun #22 - 12/1994
165Ray Gun #32 - 1/1995
A revista de norte-americana de rock music RAy GUN, lançada em 1992, pode ser considerada a versão gráfica do videoclipe: livre, mixada, recortada, sobreposta, mutante, ilegível, distorci-da, um objeto criado para ser sentido mais do que lido.
O designer contratado para comandá-la, foi o irascível David Carson. Surfista profissional, professor de sociologia e desig-ner de revistas de skate, música e surf, foi o responsável por
triplicar, em 3 anos, as vendas da revista e mudou (para alguns destruiu) os rumos do design contemporâneo.
O design gráfico incrementado por Carson, ignorava padrões de legibilidade, grid fixo, logotipo padroni-zado. Seus experimentos visuais eram consumidos e aprovados pelos leitores, sua legião de iniciados.
O uso dos recursos tecnológicos do computador e dos programas de editoração, já começavam a ser difundidos nos anos 1990 e RAy GUN foi a primeira revista enviada à gráfica por Carson, em formato de arquivos eletrônicos (MEGGS, 2009, p. 635).
À RAy GUN não era permitida a repetição. A condição cam-biante, começando pelo logotipo, era uma questão de identi-dade e política editorial o que a transformou em uma publi-cação mitológica.
RAY GuN
162David Carson
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168Matiz #1 - 1997Design, Manuel Guerrero
170Matiz #3Design, Antonio Sánchez
171Matiz #4Design, Matiz (baseado em imagens de Monica Peon e Gabriel Batiz)
169Matiz #2Design, Manuel Guerrero
Revista do segmento de design gráfico, a mexicana MATIZ pu-blicou seu primeiro número em abril de 1997 sob a direção de Álvaro Rego García de Alba e direção de arte de Nacho Peón.
Seu objetivo era reunir e divulgar trabalhos de design gráfico, entrevistas, artigos, etc., principalmente do México mas tam-bém de outros países.
Sua proposta editorial era não repetir suas capas e logotipos, permitindo aos designers, experimentos visuais livres e variados.
MATIZ
172Matiz # 5Design, Domingo N. Martinez
173Fundo - detalhe da capa da revista Matiz #7Design: Joanna Slazak
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179Matiz #11Design: Francisco Estrella, Manuel Guerrero e Domingo N. Martinez
181Matiz #13Design, Fabricio Vanden Broeck
182Matiz #14Design, Maurycy Gomulicki
180Matiz #12Design, Domingo N. Martinez
183Matiz #15Design: Hugo S. Herrerias eDomingo N. Martinez
177Matiz #9 - 1998Design, Gabriel Martinez Meave
176Matiz #8Design, Domingo N. Martinez
178Matiz #10Design, Domingo N. Martinez
174Matiz #6 Design: Adrian Sanchez e Jeronimo Hagerman
175Matiz #7Design, Joanna Slazak
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187Matiz #19Design, Nacho Peon
186Matiz #18Design, Ricardo Drab
188Matiz #20Design, Attik
184Matiz #16Design, Ximena Labra
185Matiz #17Design, N/A
Aos temas das capas eram incorporados logotipos cambiantes que se utilizavam de tipografias geométricas, cursivas, híbridas, ao estilo Edward Fella (Fig. 175) ou desconstruídas à moda David Carson (Fig. 186).
O público de MATIZ, constituído de profissionais da área de design, se identificava com sua estética flexível e considerava a revista como veículo de experiências visuais, das quais poderia vir a participar, tornando-se seu próprio gerador de conteúdo.
Aqui estão apresentadas as únicas 20 edições publicadas da revista que parou de circular no ano 2000 deixando uma legião de admiradores.
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197La Luna de Metrópoli - 5/2006O Código da Vinci
196La Luna de Metrópoli - 7/2004
198La Luna de Metrópoli - 10/2006
189La Luna de Metrópoli - 11/1996
191La Luna de Metrópoli - 1/1997
192La Luna de Metrópoli - 3/1997
190La Luna de Metrópoli - 7/1998
194La Luna de Metrópoli - 5/2000
193La Luna de Metrópoli - 5/1997
195La Luna de Metrópoli - 3/2002
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LA LuNA DE METRÓpoLI
201La Luna de Metrópoli - 12/2010
204La Luna de Metrópoli - 5/2011Piratas do Caribe
200La Luna de Metrópoli - 10/2010Facebook, Mark Zuckerberg
203La Luna de Metrópoli - 4/2011
202La Luna de Metrópoli - 1/2011
Suplemento semanal do jornal diário espanhol El Mundo, de viés editorial liberal. Circula em Madrid e tem edições regio-nais em várias partes do país. Conta ainda com uma edição aberta na internet.
Segundo dados certificados pela OJD (Oficina de Justificación de la Difusión), no período entre janeiro e dezembro de 2010, a circulação média do El Mundo foi de 383.713 exemplares.
La Luna de METRÓPOLI é uma fusão dos suplementos La Luna del Siglo XXI e Metrópoli, publicação de cinema e música de vanguarda.
Com quase 100 páginas, La Luna de METRÓPOLI, “a revista del ocio” é uma publicação cultural, de cinema, música, tendên-cias, gastronomia, viagens e 30 páginas dedicadas à televisão. Vai às bancas todas as sextas-feiras desde 7 de maio de 2004.
199La Luna de Metrópoli #49 - 13/2/2003Detalhe do logotipo
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205La Luna de Metrópoli - 6/2011
210La Luna de Metrópoli - X Men
209La Luna de Metrópoli
208La Luna de Metrópoli - 8/2011
206La Luna de Metrópoli - 7/2011
207La Luna de Metrópoli - 8/2011
211La Luna de Metrópoli - 2/2011
212La Luna de Metrópoli
213La Luna de Metrópoli
214La Luna de Metrópoli
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Rodrigo Sánchez é o designer e diretor de arte que produziu mais de 1000 capas da revista com logotipos que se apresentam cambiantes a cada edição. Considera a criação das capas mais um entretenimento do que um trabalho.
METRÓPOLI converte o inesperado em consistência gráfica e abusa da instabilidade criativa em suas capas e logotipo.
Para isso se apoia na condição privilegiada de ser um suple-mento do reconhecido jornal El Mundo e não precisar competir com outras revistas para ser identificada.
Registram-se algumas repetições e versões da fonte egípcia de serifas quadradas e pesadas usada no logotipo, porém, mesmo nessas ocasiões, sua representação é sempre diversificada, seja na diagramação, textura, posição ou no diálogo com o tema da capa.
218La Luna de Metrópoli Adios Harry Potter
219Cartaz da exposição de
capas da La Luna de Metrópoli, exibida em setembro de 2010
em Madrid, na La Casa Encendida
216La Luna de Metrópoli
217La Luna de Metrópoli
215Rodrigo Sánchez
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220Up - Pantanal Fauna exótica e caligrafia dos cadernos de viagem do artista Peter Beard
225Up - GréciaOs arcos olímpicos
229Up - Portugal
223Up - BrasíliaArquitetura de Niemeyer
221Up - AmazôniaToda a cor da capa foi retirada deixando apenas o amarelo como sinal de perigo, um gesto que reservou à Up um lugar no Museu da Biodiversidade da ONU em Nova york
222Up - Rio de JaneiroPão de Açúcar e Carnaval
226Up - AmesterdamAs tradicionais tulipas e bicicletas
227Up - CroáciaDesign, Marta Anjos
228Up - KopenhagenCadeiras do designer Verner Panton
224UP Suíça - 1/2011
“Capa do Dia” no site da Society of Publications Designers (SPD), uma organização dedicada à promoção e divulgação do design editorial de excelência. Neve, fonte Helvética, bandeira e relógios sintetizam ao imaginário suíço.
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Seus designers Vasco Colombo e Raquel Porto, do estúdio +2 DESIGNERS, são expressões importantes do design editorial português e contam com a colaboração de outros designers por-tugueses contemporâneos para a elaboração de algumas capas.
Mantem um logotipo regular para uso no miolo da revista e em suas capas os logotipos são cambiantes, criativos e integrados ao design da capa, muitas vezes construídos com elementos da composição como penas, flores, etc.
A forma como, fotografia, ilustração e tipografia, conseguem integrar referências da história do design como títulos no alfa-beto Helvética para a capa da UP Suíça (Fig. 224), cartazes da Paula Scher para a UP novaiorquina (Fig. 231), fazem todo o charme dessa revista.
up ouSE SoNhAR MAIS ALTo
232Up - Lisboa
230Up - Marrocos
231Up - New yorkCartazes de Paula Scher
Revista de bordo da companhia aérea portuguesa TAP, circula a bordo de seus aviões em versão bilíngue, português e inglês. Conta com edições especiais para os diversos destinos atendi-dos pela companhia.
Lançada em 2007 e dirigida por Paula Oliveira Ribeiro a revista UP - OUSE SONHAR MAIS ALTO, de tiragem mensal e distri-buição gratuita, foi premiada pela Marie Claire espanhola, pelo Guia norteamericano UCity Guides e pela RES Travel Magazine.
Seu público-alvo, os cerca de 1 milhão mensais de passageiros da TAP, vai do executivo até o turista e a revista tem o desafio de ser atrativa para todos.
233Detalhe do logotipo
da Up - Marrocos
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NíVEIS DE ApRESENTAção DA CoNDIção CAMBIANTE 8
234Fon-Fon! - 1914 Desenho, Raul Pederneiras
235Jugend #47 - 1896
236Matiz #7Design, Joanna Slazak
237Vista #21 Fonte Cabulosa por Fred AntunesFoto, Fabiano Lokinho
Como definido inicialmente, este trabalho é focado em logoti-pos cambiantes de revistas.
Procurou-se catalogar especialmente, exemplos puros, quando o logotipo se altera drasticamente de uma edição para outra.
Muitas vezes, a amplitude dessa mudança não é completa. Tro-ca-se a cor, a tipografia, a posição ou apenas as dimensões do logotipo na capa.
Para a identificação e reconhecimento de uma publicação com características cambiantes, considerou-se estabelecer alguns níveis de alteridade:
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NíVEL 1 – CAMBIANTE puRoQuando o logotipo da revista é totalmente alterado em uma sequência de edições. No desenho da tipografia, no posiciona-mento na capa, nas dimensões, cores, texturas ou até, por sua supressão parcial ou total.
Encontra-se essa condição mais frequentemente, nas revistas onde o logotipo se comporta como parte integrante do con-junto gráfico da capa. São letterings muitas vezes desenhados, caligráficos e experimentais.
Nas revistas do final do século XIX, início do século XX, encontram-se muitos exemplos de publicações enquadradas nesse nível.
Esta frequência explica-se pelos seus projetos terem sido en-tregues para artistas que compunham solitariamente as ilustra-ções das capas, decidindo onde e de que maneira apresentar o nome da publicação. Além do que, a contratação desses artis-tas se alternava ou mesmo não se repetia, situação que pode sugerir algum nível de competição e vaidade dos mesmos em não repetir soluções gráficas.
Exemplificando, na capa da FON-FON! de 1914, Raul Peder-neiras, incorpora o logotipo à ilustração, escrevendo-o no car-taz empunhado pelas mulheres sufragistas, transformando a revista, na causa a ser defendida (Fig. 234).
Outro exemplo de logotipo incorporado à ilustração da capa, está na edição #47, de 1896 da alemã JUGEND (Fig. 235) onde o nome da revista aparece na ilustração composta por uma se-nhora que lê uma revista também chamada JUGEND.
Dois exemplos de metalinguagem gráfica.
Na sequência de capas das duas revistas, apresentadas nos capí-tulos 4 e 7 respectivamente, demonstra-se a condição cambiante pura, sem repetições do logotipo, ao longo de anos de edições.
Exemplos mais contemporâneos são as capas da revista me-xicana MATIZ, do final dos anos 1990, também entregues a diferentes artistas, as edições da revista de skate VISTA, sob direção de arte do designer Fred Antunes, a revista brasileira de design tipográfico TUPIGRAFIA e a revista de bordo UP (Fig. 238 a 239).
Estas publicações já contam com as possibilidades tecnológi-cas proporcionadas pelas ferramentas digitais facilitando mu-danças mais efetivas, rápidas e precisas em seus logotipos.
No caso da VISTA, muitos logotipos apresentam-se em tipo-grafias projetadas pelo próprio designer ou por type designers através de softwares específicos para elaboração de fontes, o que confere o caráter de inovação e exclusividade, mesmo que temporária, ao logotipo.
Encaixa-se nesta categoria também, a mitológica RAy GUN de David Carson, o enfant terrible do design editorial dos anos 1990, com seus logotipos e capas descontruídas (Fig. 240).
240Ray Gun #4 - 3/1993
238Tupigrafia - opção capa #8Design, Felipe Taborda
239UP Moscou
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NíVEL 2 – CAMBIANTE pARCIALNível no qual talvez se enquadrem a maioria das publicações com vocação cambiante.
O logotipo mantem a mesma tipografia mas são alteradas suas dimensões, composição e posicionamento. Frequentemente são adicionadas interferências em alguns itens do lettering, des-locamento ou destaque de algumas letras em composição com a imagem da capa.
A revista ACRÓPOLE, na sequência de capas projetadas por Au-gusto Boccara, apresenta seu logotipo com tratamento em nível Cambiante Parcial porém de maneira tão efetiva que, por vezes, mostra-se totalmente cambiante, ao reduzir graficamente o nome da revista ao extremo de quase suprimi-lo (Fig. 241 a 243).
SENHOR tem seu logotipo mais estável, mantem a mesma ti-pografia, variando o nome por extenso ou abreviado. As capas são produzidas por artistas plásticos que tem o delicado cuida-do de incorporar o logotipo em suas obras, mas nunca o fazem de maneira óbvia (Fig. 244 a 246).
241Acrópole #325 - 1/1966
243Acrópole #315 - 3/1965
242Acrópole #310 - 9/1964
244Senhor #19 - 9/1960Design, Michel Burton
245Senhor #13 - 1960Design, Glauco Rodrigues
246Senhor #16 - 6/1960Design, Bea Feitler
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247La Luna de Metrópoli
248La Luna de Metrópoli
251La Luna de Metrópoli - 5/1997
NíVEL 3 - CAMBIANTE MISToForam catalogadas algumas publicações que se enquadram si-multaneamente em mais de uma categoria. Para essas, foi esta-belecido o nível Cambiantes Mistas.
Como a METRÓPOLI, assumem um logotipo estável, com a mesma tipografia, apresentado em diagramações distintas, quase desconfigurados. Por essa condição poderiam ser enqua-drados no Nível 2 - Cambiante Parcial (Fig. 247 a 249).
O estilo editorial da publicação permite porém, edições que veiculam o nome da revista de maneiras completamente diver-sas, com logotipos incorporados fortemente ao tema das capas.Neste caso, a publicação é uma Cambiante Pura, Nível 1 (Fig. 250 a 252).
O fenômeno cambiante se instala completamente na publica-ção. Não há compromissos em manter nenhuma estabilidade, nem instabilidade no design gráfico editorial.
249La Luna de Metrópoli
250La Luna de Metrópoli
252La Luna de Metrópoli
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253Harper’s Bazaar - 7/1956Ilustração, Alexey Brodovitch
NíVEL 4 - CAMBIANTE pARTICIpATIVoLogotipos estáveis, com tipografia estabelecida e que não se alteram ao longo das edições. Esta é a característica principal para identificar uma publicação do Nível 4.
Nestas publicações, esporadicamente o logotipo recebe uma pequena alteração, deslocamento, destaque, espelhamento ou outro recurso que o faz participar e promover uma integração ao conjunto de elementos gráficos da capa.
A revista HARPER’S BAZAAR, nas primeiras décadas de sua existência, apresentava logotipos cambiantes, produzidos pe-los artistas ilustradores de suas capas. Sob a direção de arte de Alexey Brodovitch, o logotipo estabilizou-se totalmente em sua tipografia, utilizada até as edições atuais. Porém, Brodovitch incentivava, ou ele mesmo projetava, capas com logotipos par-ticipativos e bastante integrados ao conjunto (Fig. 254).
Atualmente, as capas da BAZAAR, proporcionam eventual-mente, leves participações especiais do elegante logotipo, quase como em homenagem às famosas capas de Brodovitch (Fig. 257).
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254Harper’s Bazaar - 7/1958Design, Henry WolfFotografia, Richard Avedon
255Harper’s Bazaar - 9/1992
256Harper’s Bazaar - 2008
257Harper’s Bazaar - 9/2011
258Harper’s Bazaar - 2/2011
259Harper’s Bazaar
260Harper’s Bazaar
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NíVEL 5 – pREENChIMENTo CAMBIANTEAinda menos participativo, os logotipos enquadrados no Ní-vel 5, mantem a mesma tipografia ou design, dimensões e posicionamento.
Altera-se apenas seu preenchimento com cores ou texturas di-ferentes entre as edições.
São publicações que apresentam logotipos com amplitude cambiante tímida mas que, de alguma maneira, utilizam-se das alterações de preenchimento para reforçar alguma política edi-torial de adequação e identificação com seu público.
Encontram-se exemplos de logotipos em Nível 5 na revista bra-sileira GLOSS (Fig. 261 a 263), voltada para o público jovem feminino e na britânica POP (Fig. 264 a 268).
263Gloss #46
262Gloss #33
261Gloss #27
264Pop
265Pop
266Pop
267Pop #25 - 2011
268Pop
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NíVEL 6 – CAMBIANTE ESpoRÁDICoO logotipo é flexibilizado apenas para marcar uma, ou uma série de edições especiais.
No exemplo da revista brasileira BRAVO!, edições especiais sobre música foram lançadas com o nome do artista substituín-do o logotipo regular da revista, que ainda, assim, apresenta-se em escala diminuta, como assinatura (Fig. 271 a 273).
Foi mantida a mesma fonte do logotipo original e o ponto de exclamação que caracteriza o nome da publicação, o que faz com que a identificação permaneça. É uma aplicação cambian-te esporádica mas significativa, que constitui alteração através da supressão.
271Bravo! Edição Especial #1 Grandes Compositores
273Bravo! Edição Especial #4Grandes Compositores
269Bravo! #154 - 6/2010
270Bravo! #161 - 1/2011
272Bravo! Edição Especial #2Grandes Compositores
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274Claudia #1 - 10/1961
275Claudia #600 - 9/2011Edição de 50 anos
276Época #1 - 5/1998
277Época - 5/2011Edição 13o aniversário
278Life - 28/12/1936
279Life
280Time - 5/11/1923
281Time-19/9/2011
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NíVEL 7 – CAMBIANTE MíNIMoLogotipos extremamente estáveis. Mantem-se praticamente inalterados durante décadas.
As intervenções no logotipo restringem-se à pequenas e esporá-dicas alterações e refinamentos tipográficos com o objetivo de modernização, aumento de legibilidade ou similar. Alteram-se apenas as cores ou pequenos detalhes como sombreados, outli-nes, etc., para composição com a imagem da capa.
Os logotipos em Nível 7, geralmente são encontrados em publi-cações populares com grandes tiragens e que encontram gran-de concorrência em seu nicho editorial.
A constatação desta extrema estabilidade sugere explicações como política editorial propriamente dita, falta de prazo para execução de logotipos mais elaborados, cambiantes e integra-dos à imagem da capa e até o receio de perda ou equívoco de identificação do produto.
Este posicionamento não requer participação efetiva e prepon-derante dos designers/artistas gráficos tão imprescindíveis an-teriormente. A decisão final de diagramação, cor do logotipo, etc., fica a cargo do editor-chefe, no momento de fechamento da edição.
Não deve-se confundir design cambiante com redesign de lo-gotipo, condição esporádica que a identificação da revista é submetida por variados motivos.
282Veja #1 - 1968
283Veja #2199 - 12/1/2011
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CoNDIçÕES pARA A oCoRRêNCIA Do fENôMENo CAMBIANTE 9
Fragmentos das revistas Up, Harper’s Bazaar e Tupigrafia
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Depois da catalogação e contato com os exemplos de design cambiante nos logotipos de revista, um registro deve ser feito:as publicações nas quais foram encontradas essas ocorrências, apresentam alguma condição editorial diferenciada.
Nas revistas populares do início do século XX, o projeto total das capas, ilustração e logotipo, estava a cargo de artistas. Estes desenhavam o logotipo, o incorporavam ao tema da capa e toma-vam eles mesmos, as decisões de estilo. Não queriam se repetir e tinham orgulho em demonstrar sua originalidade.
Essa condição era habitual para a ápoca, não era discutida nem causava estranheza aos editores e leitores. Os recursos tipográficos também limitavam e induziam as soluções gráfi-cas apresentadas.
Passado esse período, a ocorrência de logotipos cambiantes em publicações populares quase desaparece. Fica restrita às publi-cações segmentadas nas quais a alteridade não causa espanto, não incomoda sobremaneira os anunciantes, é bem vista e ad-mirada pelos leitores.
A revista de arquitetura ACRÓPOLE, com seus logotipos re-cortados e remontados artesanalmente, criou vínculo com um público aberto às experiências do design gráfico. Grande parte de sua tiragem era comercializada através de assinaturas, con-dição esta que facilitaria sua veiculação fora dos parâmetros e regras dadas como corretas paras as publicações mais popula-res, vendidas em bancas.
SENHOR, revista de cultura em geral e literatura em especial, se enquadra mais ou menos, nas mesmas condições da ACRÓPOLE.
Condição favorável também possui a revista do mundo do skate VISTA Skateboad Art. As liberdades tipográficas de seu diretor de arte, são subsidiadas pela condição de distribuição gratuita da publicação.
Outra situação privilegiada é a da revista suplemento La Luna de METRÓPOLI, que vem encartada no estabelecido jornal espanhol El Mundo. Seus logotipos podem adotar a flexibilida-de que a criatividade do diretor de arte desejar pois dispensa qualquer tipo de identificação pelo consumidor.
A companhia aérea TAP, mantem sua revista de bordo UP com logotipos cambiantes a cada edição e possui versões diferentes para os vários destinos atendidos pela companhia. Conta com a vantagem de ser a única revista disponível à bordo e também com o tempo de viagem dispendido pelos seus passageiros para a assimilação da flexibilidade de seu logotipo.
As situações encontradas na pesquisa sugerem que, diferente-mente das publicações populares do início do século XX, para uma editora ou empresa assumir uma estética cambiante como política de design editorial para seu produto, as características de veiculação e o público-alvo tem que ser bastante definidos e contar com condições especiais não regulares no competitivo universo editorial.
REfLEXÕES SoBRE A ESTéTICA CAMBIANTE 10
Fragmentos das revistas Tupigrafia, Don Quixote, Acrópole e Up
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Algumas reflexões, constatações e questionamentos sobre a es-tética editorial cambiante, podem ser explorados:
1. o ARTISTA E A poLíTICA EDIToRIALO envolvimento e empenho pessoal de determinados artistas, leia-se aqui, ilustradores, caricaturistas, designers, diretores de arte, etc., demonstram-se imprescindíveis para a implantação da estética cambiante da publicação.
Mesmo nos casos em que a política editorial da publicação de-termine, permita ou incentive a elaboração de capas com logo-tipos flexíveis, é o responsável pela elaboração do produto, o autor e mantenedor do fenômeno através das edições.
Constata-se que, por vezes, uma única pessoa, incorpora o espírito de rebeldia contra a padronização e produz, de próprio punho ou incentiva os demais profissionais a flexibili-zar suas produções gráficas.
Vemos isso, fortemente, nos casos apresentados de DON QUIXOTE com Angelo Agos-tini, ACRÓPOLE com Augus-to Boccara, SENHOR com Carlos Scliar e Glauco Rodri-gues, VISTA com Fred Antu-nes, METRÓPOLI com Rafael Sànchez e TUPIGRAFIA com Claudio Rocha.
Um dos poucos casos registrados de estética cambiante deter-minado pela política editorial da publicação é o de RAy GUN. Seu diretor e criador Marvin Scott Jarret, contratou o designer David Carson como diretor de arte pelo destaque demonstrado nas revistas que projetou anteriomente (Transworld Skatebo-arding, Musician, Beach Culture e Surfer) e, seu estilo foi o fator determinante e pré-determinado para impregnar a publi-cação com um “design de atitude”.
Mais uma vez, um único profissional está a frente da publica-ção e garantindo seu aspecto cambiante.
MATIZ, da qual se tem poucas informações, aparenta ter sido uma publicação com forte política editorial incentivadora e de-terminada a não repetir suas capas assim como seus autores.Uma revista de design para designers produzida por designers, um diferente a cada edição, mantendo a estética e política edi-torial cambiante.
TUPIGRAFIA guarda alguma semelhança com MATIZ no que diz respeito a elencar designers diferentes para projetar suas capas. Aliás, vários designers para as várias opções de capa da mesma edição. O leitor escolhe a sua preferida.
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2. RECuRSoS GRÁfICoS E DIGITAISSe, analisadas a partir dos dias de hoje, as publicações com logotipos cambiantes da primeira metade do século XX, con-tavam com recursos gráficos limitados, as revistas contempo-râneas dispõe das ferramentas digitais mais sofisticadas e espe-cializadas, agilizando e possibilitando sua execução em prazos reduzidos.
A periodicidade da publicação também é fator a ser relacio-nado e considerado na decisão de assumir ou não a estética cambiante para os logotipos da revista.
No caso da VISTA, com circulação bimensal, os softwares de produção de fontes para elaboração e/ou customização de seus logotipos, viabilizam sua produção no tempo disponível.
METRÓPOLI, por ser veiculada semanalmente teria, a princí-pio, uma indicação negativa para o uso do logotipo cambiante.Utiliza-se no entanto, de programas de editoração e tratamento de imagens que facilitam o cumprimento do prazo reduzido para finalização dos arquivos.
3. LEITURA DIGITALUm novo advento tem que ser fortemente avaliado e projetado para o futuro, ou melhor, para o presente, do mundo editorial: os tablets (iPad, Galaxy Tab, etc.).
As versões das revistas para leitura nestes dispositivos digitais não correspondem apenas a uma simples adaptação de forma-to de arquivo. Abrem-se possibilidades e somam-se recursos que podem ser explorados pela estética cambiante.
Alterações de cor, diagramação, tipografia, além de recursos de movimento interativo, dão uma nova força e ampliam as pos-sibilidades de implementação da flexibilidade dos logotipos e sua composição com os elementos gráficos da capa, termo este que também deve ter sua nomenclatura discutida.
Atualmente, as revistas disponibilizam em seus sites corres-pondentes, versões para leitura digital. Estas não passam dos mesmos arquivos utilizados para impressão gráfica, disponibi-lizados em sistema page flip de leitura.
Imaginando-se publicações com logotipo cambiante, pode-se pensar em veiculações alternativas para a mesma edição. Por exemplo, uma versão da revista com logotipo regular para a versão impressa e outra com versões cambiantes do logotipo para assinantes digitais.
285Modelos de tablets
284Revista Up para leitura digital
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4. RECuRSoS DE CuSToMIZAção DA puBLICAçãoA publicação pode atingir um status interessante e instigante para o usuário/consumidor/leitor.
Em projeção de uma situação futura, porém próxima, podemos pensar em internautas leitores que customizem sua revista, a começar pelo logotipo.
Seriam disponibilizadas ferramentas digitais de uso simples, para personalização do nome da revista. Esta seria finalizada, na versão individualizada e única do leitor, que se transformaria, de usuário/consumer*, em prosumer** de seu produto editorial.
Ferramentas de desenho, preenchimento, etc., são bastan-te corriqueiras e inseridas no ambiente digital que qualquer usuário tem contato, mesmo que iniciante e inexperiente em informática.
A participação na produção de revista customizada, pode ser experimentada no case de sucesso da revista MyMAG, cujo slogan é “Faça sua revista”.
Esta publicação disponibiliza ferramentas digitais intuitivas, que permitem a montagem da revista com a escolha das ma-térias, da capa, do suporte de leitura: impresso ou digital e da opção de pagamento, própria ou pelo anunciante.
Possibilita também a oportunidade do leitor inserir uma matéria própria, emprestar seu conteúdo e compartilhar sua versão com outros leitores cadastrados, participando de uma rede social.
MyMAG tem seu modelo editorial patenteado e é produzida pelas editoras Rickdan e Aupa. Seu público-alvo está definido como masculino, entre 25 e 40 anos, pertencentes às classes A e B. Após menos de dois meses de seu lançamento, atingiu a marca de 20 mil downloads.
As possibilidades apresentadas pelo exemplo da MyMAG, faz crer que a intervenção e participação do leitor de revistas em sua produção e edição direta, inclusive na elaboração de seu logoti-po próprio e cambiante, possa estar próxima de se concretizar.
consumer* - consumidor, o que consome o produto pronto.
prosumer** - producer (produtor) + consumer (consumidor), consumidor que
customiza o produto/serviço, gerando conteúdo.
286Revista Mymag, customização de conteúdo
A ALTERNATIVA CAMBIANTE pARA o DESIGN GRÁfICo E EDIToRIAL 11
Qual a importância do design gráfico cambiante?
É uma prática ou uma estratégia que se tornará definitiva, se estabelecerá?
Questionamentos que acompanharam esse estudo e cataloga-ção das manifestações do fenômeno cambiante nos logotipos de revista, levam à considerações e não à conclusões.
O primeiro apontamento que precisa ser registrado é que o uso contemporâneo da estética cambiante é um resgate de uma prática do início do século XX. Como descrito no estudo, na época dos artistas ilustradores não havia parâmetros e discus-sões se aquela era ou não uma boa prática.
Com o Modernismo, sólido e racionalista, estabeleceu-se a ideia do “bom design”, padronizado, ordenado e solidificado.
Esse estado de imutabilidade foi se diluindo com as épocas bombardeadas de sinais e culturas se articulando para fazer valer suas identidades, afinal a arte, o design, acompanham e interpretam os contextos sociais nos quais estão inseridos.
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É notório também que, o fenômeno da estética cambiante vem se apresentando com maior visibilidade e se alastra no âmbito do design gráfico.
Embora no universo do design editorial, sua reprodução seja mais delicada e o estudo tenha apresentado condições especiais para sua adoção, no design de identidades visuais registra-se mais constantemente, casos que se utilizam de características cambiantes e encaram o desafio de ser manter reconhecíveis pelos seus usuários.
Exemplifica-se com a identidade visual do MIT Media Lab (2011), que mantem alguns componentes visuais fixos mas dis-ponibiliza milhares de versões da marca para diferentes aplica-ções (Fig. 287).
Seus autores, o estúdio The Green Eyl, em colaboração com o designer E Roon Kang, foram além. Criaram um algoritmo, que possibilita 40 mil variações da marca e oferecem ao usuá-rio a possibilidade de escolher uma versão exclusiva, para uso em suas aplicações pessoais como cartão de visitas, assinatura de e-mail, etc.
287Identidade visual cambiante
do MIT Media Lab,versões de uso e aplicações
Fragmentos das identidades visuais Google (Doodle Freddie Mercure), Casa da Música e MIT
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Outro exemplo é a identidade visual da CASA DA MÚSICA (2007), projetada por Stefan Sagmeister. Explora o volume da edificação, suas diferentes vistas e diversas paletas de cores, como variantes da identidade visual (Fig. 288).
Os mais de 1000 doodles (logotipos modificados) que a Goo-gle já apresentou em sua página inicial, comemorando datas, homenageando personagens, também podem ser considerados uma aplicação lúdica da estética cambiante com alto poder de disseminação do conceito (Fig. 289).
A distância entre o design/produtor e o público/consumidor vem diminuindo, tanto pela maior aceitação, conhecimento e exposição da profissão e produção de design, quanto pelas pos-sibilidades de interatividade entre produtor e produto.
Não se trata da substituição ou eliminação das funções cria-tivas e técnicas do designer gráfico mas das possibilidades de interação que este pode oferecer ao consumidor. Seja em al-gum nível de intervenção em suas produções, seja nas possi-bilidades de ampliar à identificação do usuário com o produto, empresa, tema ou com a publicação.
A falta de distanciamento histórico em relação aos casos con-temporâneos e a observação das manifestações pregressas do fenômeno, não possibilitam afirmar que a estética cambiante possa se estabelecer mais regularmente.
A quebra de paradigmas é tentadora e interessante, mas não podemos prever que as possibilidades gráficas cambiantes pos-sam ser aplicadas indiscriminadamente. O design cambiante apresenta-se mais como uma alternativa que requer aplicação e escolha orientadas e bem estabelecidas pelas políticas edito-riais e corporativas através de pesquisas e respeito pelos seus públicos-alvo.
Não fica aqui um julgamento entre bons logotipos cambiantes e maus logotipos fixos. Pretendeu-se apenas apresentar as pos-sibilidades alternativas de representação e interpretação gráfi-cas para a apresentação do nome da publicação.
A importância do logotipo que individualiza e projeta o produ-to revista está resguardada e valorizada na condição cambiante onde é destacado como a estrela mutante da publicação.
289Exemplos de doodles, logotipos Google modificados
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A REVISTA NO BRASIL – São Paulo: Editora Abril, 2000
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Capítulo 4 - O logotipo cambiante através do traço do artista
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CRéDIToS DAS IMAGENS
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Capítulo 7 - Publicações estrangeiras com logotipo cambiante
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275. Capa ClaudiaDisponível em: <http://www.lojaabril.com.br/detalhes/revista-claudia_edicao-a0_setembroe2011-444377> Acessado em 17 setembro 2011
276. Capa ÉpocaDisponível em: <http://colecionavel.blogspot.com/2011/08/revista-epoca-numero-1.html>. Acessado em 18 setembro 2011
277. Capa ÉpocaDisponível em: <http://altamiroborges.blogspot.com/2011/05/revista-epoca-quer-matar-dilma.html>. Acessado em 18 setembro 2011
278. Capa LifeDisponível em: <http://www.art.com/asp/View_HighZoomResPop.asp?apn=14803376&imgloc=35-3581-Z00F2IKN.jpg&imgwidth=693&imgheight=866&artistName=©%20Alfred%20Eisenstaedt>. Acessado em 27 setembro 2011
279. Capa LifeDisponível em: <http://tylerlee.bokee.com/inc/Life070323.jpg>. Acessado em 27 setembro 2011
280. Capa TimeDisponível em: <http://www.timecoverstore.com/product/giulio-gatti-casazza-1923-11-05/>. Acessado em 27 setembro 2011
281. Capa TimeDisponível em: <http://www.timecoverstore.com/product/beyond-9-11-2011-09-19/?a=8>. Acessado em 27 setembro 2011
282 - 283. Capas VejaDisponível em: <http://veja.abril.com.br/busca/resultado-capas.shtml?Vye ar=2011#>. Acessado em 17 setembro 2011
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Esta monografia teve seu formato estabelecido em A4 (29,7 x 21,0 cm), diagramado em 4 colunas para texto e 10 colu-nas para apresentação das capas de revistas. Esta configuração permitiu apresentar os exemplos das publicações em formato razoável para análise.
Foram eleitos 3 alfabetos e suas versões para composição de textos, títulos, destaques e legendas. São eles: o elegante Didot bold para título da capa, em composição ao logotipo da revista Harper’s Bazaar, a serifada Life Lt Std 10/13 para o corpo de texto, 7/10 para legendas e a sólida Kozuka Gothic Pro bold como contraponto para títulos, intertítulos, destaques e nume-ração de páginas.
O corpo de texto é justificado com algumas licenças poéticas de deslocamentos na diagramação.
A não ser pela utilização do vermelho no título da capa, não foi utilizada propositalmente, nenhuma cor na diagramação, texto, títulos ou outros elementos gráficos. A cor, neste trabalho é exclusiva das capas de revista.
Impressão em tecnologia digital pela Alphagraphics Pinheiros, que utilizou couchê fosco 150 g/m2 para o miolo. A capa foi impressa em alta alvura 80 g/m2, empastado sobre cartão com laminação fosca.
Revisão de texto: Claudia V. Santolin
Projeto finalizado em outubro de 2011, no início da primavera.