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Estética Cambiante em Logotipos de Revista

Date post: 30-Jan-2023
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ESTÉTICA CAMBIANTE EM LOGOTIPOS DE REVIST CARLA DE CÁSSIA VENDRAMINI São pAuLo 2011
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ESTÉTICA CAMBIANTEEM LOGOTIPOS DE REVIST

CARLA DE CÁSSIA VENDRAMINI São pAuLo 2011

CARLA DE CÁSSIA VENDRAMINI Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Design Editorial apresentado ao Centro Universitário SENAC - Campus Lapa/Scipião.

Orientador: Prof. Me. Henrique Nardi

São pAuLo 2011

ESTÉTICA CAMBIANTEEM LOGOTIPOS DE REVISTA

Vendramini, Carla de Cássia

Estética Cambiante em Logotipos de Revista / Carla de Cássia Vendramini - São Paulo, 2011. 44 f. : il. color. : 1 cm

Orientador: Prof. Me. Henrique Nardi Trabalho de Conclusão de Curso - Centro Universitário SENAC - Campus Lapa/Scipião, São Paulo, 2011.

1.Design gráfico cambiante 2. Design editorial 3. Logotipos de Revista. I. Nardi, Henrique (Orient.). II. Título.

V453e

CDD 760

CapaDesign, Carla VendraminiIlustração principal a partir da capa da revista Harper’s Bazaar de 7/1958

Fragmentos das capas das revistasDon Quixote #12 - 3/4/1895Vista #37 - agosto/setembro 2011La Luna de Metrópoli - 5/1997

ContracapaCapa da revista Harper’s Bazaar de 7/1958Direção de Arte, Alexey BrodovichtDesign, Henry Wolf Fotografia, Richard Avedon

Fragmentos das capas das revistasRay Gun #11 - 11/1993Don Quixote #12 - 3/4/1895

A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada em _____/_____/_______, considerou a candidata:

1) Examinador(a)

2) Examinador(a)

3) Presidente

CARLA DE CÁSSIA VENDRAMINI Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Design Editorial apresentado ao Centro Universitário SENAC - Campus Lapa/Scipião.

Orientador: Prof. Me. Henrique Nardi

ESTÉTICA CAMBIANTEEM LOGOTIPOS DE REVISTA

Fragmentos das revistas Jugend e Matiz

Agradeço aos que me apoiaram nesta retomada aos estudos e que me aguentaram falando de “estética cambiante” o tempo todo.

Um salve ao meu Orientador, Henrique Nardi, que fez jus ao título e apenas, e gentilmente, me orientou, respeitando minhas ideias sem deixar de colocar, firmemente, as suas.

Aos que não se contentam em fazer o esperado e vão além, arriscando sua expressão no universo do design gráfico cambiante.

AGRADECIMENToS

Fragmentos das revistas Metrópoli e Tupigrafia

“Nada é permanente salvo a mudança.”

Heráclito

Fragmentos das revistas Vista e A Cigarra

RESuMo

O estudo apresenta o tema “design gráfico cambiante”, apli-cado ao segmento editorial, com foco em logotipos de revista.

Elabora um levantamento em evolução histórica das manifes-tações cambiantes através da catalogação do fenômeno gráfico em publicações brasileiras e estrangeiras.

Definição e categorização do termo “cambiante”, análise e refle-xões sobre o tema, estabelecimento de níveis da condição cam-biante, contemplam a metodologia utilizada para o trabalho.

O estudo especula também as possibilidades apresentadas pe-los recursos tecnológicos atuais, para a intensificação e facilita-ção da participação do usuário.

Palavras-chave: design cambiante; design gráfico; design edito-rial; logotipo; revista; estética cambiante.

ABSTRACT

The study presents the topic “graphic design changeable”, ap-plied to the publishing segment, focusing on logos magazine.

Prepare a survey of the historical evolution of changeable mani-festations of the phenomenon through the cataloging graphic Brazilian and foreign publications.

Definition and categorization of the term “changeable” analy-sis and reflections on the theme, setting levels of changeable conditions, include the methodology used for the job.

The study also speculates the possibilities presented by current technological resources for enhancing and facilitating the par-ticipation of the user.

Keywords: changeable design, graphic design, editorial design, logo, magazine, changeable aesthetic.

SuMÁRIo

Fragmentos das revistas Tupigrafia e Vista

1. Escolha do tema 12

2. O caminho do design editorial cambiante 14

3. Definição do termo cambiante 16

4. O logotipo cambiante através do traço do artista 18

5. Segmentos cambiantes 26

6. Design cambiante hoje 34

7. Publicações estrangeiras com logotipos cambiantes 40

8. Níveis de apresentação da condição cambiante 58

9. Condições para a ocorrência do fenômeno cambiante 68

10. Reflexões sobre a estética cambiante 70

11. A alternativa cambiante para o design gráfico e editorial 74

Referências 78

Créditos das imagens 80

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ESCoLhA Do TEMA (escrito na 1a pessoa) 1

Fragmentos das revistas Up, Ray Gun e Jugend

13

Por esse caminho de incertezas e curiosidades do “Para onde vamos?”, deparei com o trabalho de Rudinei Kopp, “Design Gráfico Cambiante” que agradeço pelo ponto de partida para o meu TCC. Jovem professor gaúcho, cunhou o termo “design cambiante” e desenvolveu o tema originalmente para sua dis-sertação de Mestrado pela PUC RS e, posteriormente, para o livro citado.

Em seu livro, Kopp apresenta e discorre sobre os caminhos do design gráfico, as características históricas e culturais que determinaram a quebra de paradigmas e a impermanência dos cânones do “bom design”. Apresenta também, exemplos pon-tuais de projetos com características cambiantes como o logoti-po da MTV, os relógios Swatch e exemplos históricos de design editorial cambiante.

O recorte deste TCC abrange especialmente e, como condição autoimposta, as manifestações do “fenômeno cambiante”, nos logotipos de periódicos – revistas – desde o final do século XIX até os dias atuais. Procurei apresentar, principalmente, exem-plos de publicações brasileiras situando-as historicamente e exemplos especiais de publicações estrangeiras.

A seleção deste tema para o Trabalho de Conclusão do Curso de Design Editorial, passou por etapas e angústias de meu pró-prio caminho profissional.

Quando se é uma designer graduada no Brasil, nos anos 1983, nos primórdios da era digital e tudo o que te ensinaram como

“bom design”, está baseado em padronizar, organizar e criar re-gras para a fiel reprodução de suas criações, chega a hora do ques-tionamento: Esse padrão já não se esgotou? Tudo isso não está chato demais? O usuário, o consumidor desse design também não gostaria de participar, de alguma maneira, dessa criação?

14

o CAMINho Do DESIGN EDIToRIAL CAMBIANTE 2

Fragmentos das revistas Tupigrafia, Metrópoli e Up

15

Pode-se concluir, apressadamente, que a manifestação de in-quietação representada pelo design cambiante, se reproduza apenas nos dias atuais, agitados, midiáticos, digitais e interné-ticos. Ao longo das pesquisas para este trabalho, foram encon-trados exemplos de design editorial flexível em todas as épocas, desde o final do século XIX, tanto no Brasil quanto no exterior.

Muitas vezes por mimetismo, outras por puro talento de seus designers (que ainda não tinham esse título, eram ilustradores, caricaturistas, desenhistas), a prática de alterar o logotipo e capas de revista se difundia no Brasil. Eram atitudes rebeldes, incorformadas e provocadoras que incitavam os políticos do início do século XIX, como apresentadas no periódico DON QUIXOTE ou obras de arte que aportavam nas bancas nos anos 1959, como a revista SENHOR.

E dessa maneira, os públicos consumiam design e participa-vam do jogo de interpretação que os artistas e editores pro-punham, mantendo sua audiência interessada sem que essas experiências resultassem em caos total ou fracasso editorial a ponto da publicação não ser identificada na hora da aquisição do produto.

16

DEfINIção Do TERMo CAMBIANTE 3

Fragmentos das revistas Metrópoli, Harper’s Bazaar e Fon-Fon!

17

Reflexo das ansiedades humanas e do impulso consumista, as expressões visuais no design gráfico, também traduzem tudo o que inquieta o ser humano.

O inconformismo com o padronizado, a expressão dos artistas, a imprevisibilidade dos mecanismos que o leitor utiliza para escolher esta ou aquela publicação levam, e sempre levaram, os editores a permitir ou incentivar experiências cambiantes em suas publicações, principalmente em suas capas e logotipos.

Propõe-se ao consumidor/leitor de revistas que participe do lazer criativo representado pelo consumir através do olhar, es-pécie de voyeurismo, situação na qual o leitor espera pela pró-xima edição para se deleitar com as experiências do designer/artista/editor que brinca, altera, cambia os elementos gráficos da capa da publicação.

“…O adjetivo “cambiante” tem origem no termo cam-biare, do latim tardio. E o radical camb, de origem cel-ta, significa “arqueado, curvo”, “alternado, trocado”. A evolução do radical celta para a palavra latina, e do latim para o português, gerou o verbo “cambiar”, que se refere a “trocar”, “transformar, alterar”… A palavra

“cambiante” é recente na língua portuguesa, foi acres-centada ao nosso vocabulário em 1813 como registra Antonio Geraldo da Cunha, em seu Dicionário etimoló-gico (1986).” (KOPP, 2009, p. 94).

Podemos acrescentar a definição do adjetivo “cambiante” do dicionário Houaiss: “que cambia; que promove ou passa por mudanças, alterações, transformações”.

Design mutante ou flexível, que mesmo mantendo alguns pon-tos de apoio formal, se transforma, se torna outro.

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o LoGoTIpo CAMBIANTE ATRAVéS Do TRAço Do ARTISTA

1 Autoretrato de

Angelo Agostini, caricaturista, escritor, desenhista

2Don Quixote #1 - 1895

3Don Quixote #2 - 2/2/1895

4Don Quixote #4 - 16/2/1895

5Don Quixote #5 - 23/2/1895

6Don Quixote #7 - 9/3/1895

4

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bém desenhassem o logotipo da revista. Este adquiria as mais variadas formas, tipos, texturas, ornamentos e, habitualmente, dialogavam com a ilustração, se comportando como parte dela.

Os logotipos mantinham poucos ou quase nenhum elemento gráfico de continuidade entre as edições, adquirindo assim, ca-racterísticas de design cambiante. Combinavam seu estilo com a ilustração das capas que não tinham a preocupação de retra-tar o conteúdo da revista. Eram simplesmente obras de arte destacadas que faziam o papel de embalagem da publicação.

O italiano Angelo Agostini, o maior caricaturista em atuação no Brasil no século XX e editor da revista DON QUIXOTE pu-blicada de 1895 a 1903, desenhou e brincou com as ilustrações da capa da revista, em uma sequência de mais de 20 edições (Fig. 2 a 21) nas quais os personagens e elementos do clássico de Cervantes interagiam com o logotipo e também com o tema da ilustração da capa (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.84).

As publicações brasileiras, com certo atraso temporal e descon-certante deslocamento geográfico, repetiam as soluções gráfi-cas dos periódicos europeus e americanos.

O estilo vitoriano, com seus complexos e abundantes orna-mentos invadindo a tipografia dos logotipos, seguido do mo-vimento arts and crafts com seus princípios e influências dos manuscritos e iluminuras góticas e culminando no art nouveau de formas orgânicas, motivos botânicos e tipos distorcidos e estilizados, exerceram incontestável influência nos artistas e ilustradores das revistas brasileiras.

Muitos destes artistas eram europeus e traziam consigo a for-mação e o maneirismo internacional, utilizando-se da charge política e social como expressão crítica e satírica.

Políticas editoriais de alguns periódicos desta época, permi-tiam, por vezes, que os artistas que ilustrassem as capas tam-

7Don Quixote #8 - 16/3/1895

8Don Quixote #9 - 23/3/1895

9Don Quixote #10 - 30/3/1895

10Don Quixote #11 - 6/4/1895

11Don Quixote #12 - 3/4/1895

20

17Don Quixote #18 - 4/5/1895

18Don Quixote #19 - 11/5/1895

19Don Quixote #20 - 8/6/1895

20Don Quixote #21 - 15/6/1895

21Don Quixote #22 - 20/7/1895

13Don Quixote #14 - 27/4/1895

14Don Quixote #15 - 4/4/1895

15Don Quixote #16 - 11/4/1895

16Don Quixote #17 - 18/5/1895

12Don Quixote #13 - 20/4/1895

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Outras revistas deste período também não mantinham seu lo-gotipo fixo, mas como tiveram poucas edições, não foi possível enquadrá-las na categoria cambiante.

BELLE époquE BRASILEIRAO fim do Império e a Proclamação da República dão início, no Brasil, a uma série de mudanças comportamentais, políticas, artísticas e culturais.

Com o objetivo de afastar toda influência da colonização por-tuguesa, as artes tentavam uma aproximação ainda maior com as culturas europeias, principalmente a francesa.

Em abril de 1907 é lançada, no Rio de Janeiro, a Revista FON--FON!, semanário ilustrado de costumes e notícias do cotidia-no idealizado por Gonzaga Duque, Mário Pederneiras e Lima Campos. O nome FON-FON! é uma onomatopeia do barulho

produzido pela buzina dos automóveis, um dos símbolos pro-gressistas da modernidade da época.

A revista FON-FON! é um caso peculiar de periódico de longa duração. Teve tiragens até 1958 perfazendo assim, uma exis-tência de mais de 50 anos com algumas fases diferenciadas em sua direção e política editorial. Percorreu a Era Vargas, Sema-na de 22, Ditadura de 1937 e o Estado Novo, entre outras.

Subintitulada “Uma revista para o lar”, o magazine de cultura e variedades tinha, verdadeiramente, forte viés moralista e dou-trinamento ideológico. Seu público-alvo era a mulher burguesa de classe média.

Seu logotipo acompanhou as fases percorridas pela revista e manteve-se cambiante, na maior parte de suas edições. Era de-senhado pelo artista responsável pela ilustração da capa, nos mais variados estilos tipográficos.

22Fon-Fon! - 1907,logotipo original

23Capa Fon-Fon! - 1912, desenho de K.Lixto

22

24Fon-Fon! - 1912

25Fon-Fon!Desenho, Di Cavalcanti

26Fon-Fon! - 1928

28Fon-Fon!Desenho, J. Carlos

30Fon-Fon! - 23/6/1937

29Fon-Fon! - 1935Desenho, J. Carlos

27Fon-Fon - 1914 Desenho, Raul Pederneiras

32Fon-Fon! - 1949

31Fon-Fon! - 1941

33Fon-Fon! #2393 - 21/2/1953

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grupo de Assis Chateaubriand. Sua direção foi entregue ao poeta paulista Menotti del Picchia e a revista tranformou-se em uma publicação de circulação nacional (MORAIS, 1994, p. 320), agora intitulada A CIGARRA MAGAZINE.

Teve publicações até meados de 1975.

A CIGARRA era uma revista de assuntos gerais e tinha como público-alvo, mulheres e intelectuais. Sua periodicidade era quinzenal e em 1914 chegava às bancas com uma tiragem de 12 mil exemplares.

Vários ilustradores, artistas e caricaturistas em início de carrei-ra, colaboraram para suas páginas, como BBB Barreto, conhe-cido como Belmonte e J. Carlos.

Seu formato, dimensões e características gráficas alteravam-se de edição para edição e suas capas eram confeccionadas através de concursos, nos quais o vencedor tinha sua obra publicada.

Este fato deu à A CIGARRA, assim como a maioria das revis-tas de sua época, logotipos que mudavam para se compor com as ilustrações e temas das capas que raramente se conectavam ao conteúdo da revista. Cumpriam o papel de ajudar o alinha-mento da publicação com perfil de sua época.

A partir de 1914, muitas capas são desenhadas por Di Caval-canti com ilustrações caracaterísticas da belle époque e as co-res luminosas dos trópicos.

Não só o logotipo da FON-FON! era mutável, suas seções, su-mário, expediente e tipografia também não seguiam diagrama-ção fixa. Até sua paginação era oscilante.

Não obstante a essa suposta precariedade e desestruturação, o periódico manteve sua publicação ininterrupta por mais de meia década e era a terceira revista mais vendida ou mais lida no Brasil (NAHES, 2007).

A CIGARRAContemporânea à carioca FON-FON!, a paulista A CIGARRA, também aparece com seu logotipo e design gráfico de capas, com características cambiantes.

Fundada por Gelásio Pimenta, a fase paulistana de A CI-GARRA, vai de seu lançamento em março de 1914 até mar-ço de 1934, quando foi adquirida pelos Diários Associados,

34A Cigarra #2 - 30/3/1914Logotipo em página interna

24

35A Cigarra #1 - 6/3/1914

36A Cigarra #67 - 5/1917

37A Cigarra #72 - 8/1917

38A Cigarra #96 - 29/7/1918

39A Cigarra #102 - 11/1918

41A Cigarra #155 - 1/3/1921

42A Cigarra #193 - 1/10/1922Desenho de Belmonte

40A Cigarra #107

43A Cigarra #281 - 7/1926

44A Cigarra #382 - 1929

25

51A Cigarra - 1/1/1934

50A Cigarra #447 - 12/8/1933

54A Cigarra - 1975

52A Cigarra Magazine - 2/1955

53A Cigarra Magazine - 1959

49A Cigarra #436 - 28/2/1933

48A Cigarra #435 - 1/1933

47A Cigarra #417 - 4/1932

46A Cigarra #413 - 2/1932

45A Cigarra #405 - 10/1931

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SEGMENToS CAMBIANTES 5

56Acrópole - 1/1939

58Acrópole #164 - 12/1951

57Acrópole #160

55Acrópole #1 - 5/1938

A partir dos meados do século XX, talvez pela concorrência pro-movida pela grande proliferação de revistas e industrialização do mercado editorial ou ainda, pela especialização temática das publi-cações, cada vez menos se apresenta a diversificação dos logotipos.

Não foram encontrados exemplos significativos de design cam-biante nas publicações populares. A partir deste período e para-lelamente ao mercado de massas, as ocorrências ficam localizadas em revistas de vanguarda dos segmentos elitizados ou especiali-zados como arte, arquitetura e literatura.

Com os reflexos dos princípios do Modernismo, Bauhaus, Ulm, Estilo Tipográfico Internacional chegando ao design gráfico brasileiro, as revistas começam a se estruturar em grid e seus logotipos a repetirem-se igualmente em todas as edições.

A padronização era a nova ordem que chegava às editorias e aos recém instituídos, departamentos de arte.

A revista ACRÓPOLE, especializada em arquitetura, é uma exeção. Fundada em 1938, era considerada por seu público especializado, a publicação mais importante de sua época e a que mais tempo se manteve: 391 edições contra as 311 da Projeto e Design e as 141 da AU – Arquitetura e Urbanismo, revistas que circulavam no mesmo período. Sua tiragem não ultrapassava os 4 mil exemplares.

Até 1952, quando o austríaco Max Grunwald assumiu sua edi-toria, as capas eram todas iguais (com exceção das três primei-ras) e vinham ilustradas sempre com a mesma imagem, o Erec-teu, um dos templos da acrópole grega (Fig. 56). Só a única cor aplicada, se alterava (SERAPIÃO, 2005).

A partir de então, suas capas passaram a ser ilustradas de manei-ra diversa. Inicialmente, mantinham o mesmo leiaute e ilustra-vam a capa com a foto de um projeto de destaque (Fig. 57 e 58).

59Detalhe da capa da Acrópole #310

Ilustração, Augusto Boccara

27

28

66Acrópole #325 - 1/1966

68Acrópole #339 - 5/1967

69Acrópole #351 - 6/1968

67Acrópole #329 - 6/1966

65Acrópole #316 - 4/1965

64Acrópole #315 - 3/1965

63Acrópole #310 - 9/1964

62Acrópole #297 - 7/1964

61Acrópole #290 - 1/1963

60Acrópole #287 - 10/1962

Todas as capas desta página foram ilustradas por Augusto Boccara

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Embora o alfabeto do logotipo se mantivesse o mesmo, sua inserção no leiaute das 70 capas da ACRÓPOLE, projetadas por Boccara, altera-se completamente, chegando até a ser apre-sentado cortado como na edição #315 (Fig. 64).

Outros artistas também colaboraram para as capas da ACRÓ-POLE: Alexandre Wollner, Enzo Grinover, Arnaldo Martino, Matheus Gorovitz, Abrahão Sanovicz e Júlio Katinsky.

Em 1971, com a redução drástica de anunciantes, a publi-cação não consegue mais sobreviver. Extingue-se então, a revista ACRÓPOLE.

70Acrópole #319 - 7/1965 Ilustração deArnaldo Martino e Matheus Gorovitz

71Acrópole Ilustração Alexandre Wollner

72Acrópole - 1970Edição especial da Univ. de Brasília

Em 1962, o argentino radicado em São Paulo, Augusto Bocca-ra, arquiteto de edificações e designer gráfico diletante, se per-mitiu ousar e, como nas revistas do início do século nas quais as capas não tinham a preocupação em ilustrar as matérias, iniciou um desfile livre de experiências de arte.

Com os poucos recursos da tecnologia disponível à época: re-cortes inusitados, repetições, ampliações e sobreposições de seu logotipo, criou capas marcantes para a história do design gráfico (MELO, 2008).

30

31

Suas capas, como as das suas antecessoras, não tinham preocu-pação em ilustrar seu conteúdo, mas também não eram meras ilustrações desconectadas. Arrisca-se a dizer que foi criada uma personagem, “O Senhor”, que era apresentado como um bon-vi-vant em seu ambiente e comportamento despretencioso e alegre.

Seu logotipo acompanhava a ilustração e as chamadas das matérias. Grafado na família tipográfica Century, mantinha-se quase constante, mas era diagramado de maneira livre e diver-sa. O logotipo da revista SENHOR, possuia uma diagramação inquieta e cambiante, subvertendo uma das regras sagradas, já instituida à epóca de que “em logotipo não se mexe”.

As primeiras edições de SENHOR aparecem com a abreviação do pronome de tratamento “SR.” e com a palavra “SENHOR” em caixa alta, por extenso, na haste vertical do “R” (Fig. 74 e 75).

SIM, SENhoREmbalada pelos ares do Cinema Novo e da Bossa Nova, come-ça a ser publicada em março de 1959, a revista SENHOR.

Revista de cultura, apoiada na literatura, SENHOR não era uma publicação voltada para um público especializado. Não era também uma revista popular, tão pouco esnobe. Seu públi-co-alvo era culto e exigente.

A dupla de artistas plásticos Carlos Scliar e Glauco Rodrigues eram os responsáveis pelo visual requin-tado da revista. Misto de artistas e diretores de arte, eram os responsáveis pelo projeto gráfico das ca-pas e miolo, que ilustrava os textos dos mais reno-mados autores brasileiros, como Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Jorge Amado.

SENHOR teve várias fases, diferentes diretores e visões editoriais vanguardistas, o que não a livrou de ter somente um breve período áureo: apenas seus três primeiros anos. Ainda assim, sobreviveu até o #59, publicado em janeiro de 1964 (MELO, 2008).

74Senhor #1 - 3/1959

75Senhor #5 - 7/1959

Capas com design de Glauco Rodrigues

73Composição com as

capas de Senhor#37, 19, 13 e 36

32

83Senhor #23 - 1/1961Design, Glauco Rodrigues

78Senhor #10 - 12/1959Design, Jaguar

85Senhor #31 - 1960Design, Michel Burton

77Senhor #8 - 8/1959Design, Glauco Rodrigues

81Senhor #18 - 8/1960Design, Glauco Rodrigues

80Senhor #16 - 6/1960Design, Bea Feitler

82Senhor #19 - 9/1960Design, Michel Burton

79Senhor #13 - 1960Design, Glauco Rodrigues

76Senhor #7 - 3/1959Design, Carlos Scliar

84Senhor #30 - 1960Design, Glauco Rodrigues

33

89Senhor #3 - 3/1963

Na edição de aniversário #13, é feita uma transição institu-cional, apresentando a ampliação do logotipo, diagramado na vertical, de cima para baixo, preenchendo toda a altura da capa (Fig. 79). A partir deste número, o logotipo SENHOR aparece por extenso, desacompanhado de sua abreviatura.

Este recurso, repetido de maneira invertida - diagramado na ver-tical, de baixo para cima - é apresentado também em outra edição comemorativa, a do terceiro aniversário da revista que marca o encerramento de seu período gráfico mais interessante (Fig. 88).

Além de Glauco e Scliar, outros artistas projetaram as capas his-tóricas de SENHOR. Michel Burton, que assumiu a direção de arte da revista a partir do #23, Jaguar e Bea Feitler que seria dire-tora de arte das revistas americanas MS. e HARPER’S BAZAAR.

88Senhor #37 - 3/1962Design, Glauco Rodrigues

86Senhor #35 - 1962Design, Michel Burton

87Senhor #36 - 2/1962Design, Glauco Rodrigues

34

DESIGN CAMBIANTE, hoJE 6

91Logotipo Vista #27 - Ambigrama*

*Representação gráfica de uma palavra que pode

ser vista rotacionada ou invertida horizontalmente

com a mesma fonética ou representação visual

90Frederico Antunes, DesignerChiba Chiba, DJ

35

Exemplos nacionais de revistas com logotipos cambiantes em sua forma mais pura, são bastante raros.

As condicionantes para que a publicação mantenha-se com os elementos gráficos de suas capas cambiantes, mostram-se mui-to particularizadas e aparecem em publicações segmentadas.

O caso da revista VISTA Skateboard Art, focada no universo do skate, é um exemplo de publicação que, a partir de determinado momento, transforma-se em cambiante pura.

Frederico Antunes, o DJ Chiba Chiba, apelido que empresta também ao seu estúdio, responde pelo de-sign e direção de arte da VISTA. Apaixonado por tipografia, assumiu a publicação em 2004, ainda em seu antigo estúdio, o Lava.

Em 2009, por sugestão do designer gráfico austríaco Stefan Sagmeister, um especialista em identidades visuais cambian-tes, transformou o logotipo da VISTA, originalmente projetado pelo designer Felipe Zapeline (Fig. 92), em um case de design cambiante com tipografias especialmente selecionadas ou pro-jetadas por Fred Antunes. Flavio Samelo responde pela direção de fotografia.

A permissividade da ausência de padronização de seu logotipo pode ser justificada pela característica de ser uma publicação de distribuição gratuita, o que a deixaria livre dos compromis-sos formais e usuais do universo editorial.

O perfil da publicação de circulação bimensal, contempla uma visão mais poética e menos técnica do esporte, apresentando peças artísticas, fotografias e diagramação bem cuidada, o que diversifica e enriquece o seu nicho editorial (ANTUNES, 2011).

95Vista #19 (capa e contracapa)

93Vista #16

94Vista #17 - Edição do 4o aniversário

92Logotipo original Vista por Felipe Zapeline

36

100Vista #26 - outubro/novembro 2009Foto, Flavio Samelo

98Vista #23 (capa e contracapa)Foto, Caetano Oliveira

99Vista #25 - agosto/setembro 2009Foto, Fabiano Lokinho

97Vista #22 - fevereiro/março 2009Foto, Alex Brandão

96Vista #21 (capa e contracapa) - 1a capa da fase cambiante do logotipoFonte Cabulosa por Fred Antunes - Foto, Fabiano Lokinho

O design gráfico de todas as capas de Vista (exceto #34 e #35), são de Frederico Antunes

37

107Vista #36Fonte Compedium por Ale PaulFoto, Heverton Ribeiro

104Vista #32 (capa e dobra à direita)

102Vista #30 Logotipo composto em etiquetadoraFoto, Fabiano Lokinho

103Vista #31 Fonte Cumulus&Foam por Stefan Kiartansson - Foto, Alex Brandão

108Vista #37 - agosto/setembro 2011Fonte Heroic Condensed por Silas Dilsworth - Foto, Fabiano Lokinho

101Vista #27 - dezembro/janeiro 2010Logotipo - AmbigramaFoto, Klaus Bohms

106Vista #35Ilustração do grafiteiro novaiorquino Steve Powers “ESPO”

105Vista #34 - fevereiro/março 2011Ilustração, Rafael “CH5” Chaves

38

114Tupigrafia - opção capa #7Design, Marian Bantjes

115Tupigrafia - opção capa #7Design, Pigmeus

116Tupigrafia - opção capa #8Design, Claudio Rocha

117Tupigrafia - opção capa #8Design, Tony de Marco

110Tupigrafia #2 Fonte Persplexitiva, Claudio RochaDesign, Millôr

109Tupigrafia #1 - 9/2000Design, Herbert

113Tupigrafia #6Design, Fefê Talavera

111Tupigrafia #4

112Tupigrafia #5

118Tupigrafia - opção capa #8Design, Felipe Taborda

39

120Tupigrafia - opção capa #9Design, Claudio Rocha

122Tupigrafia - opção capa #9Design, Dimitre Lima

121Tupigrafia - opção capa #9Design, Guto Lacaz

TupI, GRAfIA CAMBIANTETUPIGRAFIA, a revista criada por Clau-dio Rocha em 2000, veio para colocar o design tipográfico e suas manifestações no seu devido lugar.

Claudio, misto de editor indepen-dente, designer e tipógrafo, em con-junto com Tony de Marco, editam a revista pela Bookmakers.

Suas edições anuais são entregues a diver-sos designers e são criadas e disponibili-zadas várias opções de capa aos leitores. Outra particularidade é que os autores dos artigos são convidados a elaborar também sua concepção visual.

Os logotipos são parte do conjunto do de-sign da capa, desenhados ou adaptos espe-cialmente para o evento, que se transforma o lançamento de cada edição.

Mantem assim seu design mutante e fle-xível como característica editorial do pro-duto gráfico.

119Tupigrafia #6 - Capa e contracapaDesign, Fefê Talavera

puBLICAçÕES ESTRANGEIRAS CoM LoGoTIpo CAMBIANTE 7

40

41

As publicações estrangeiras aqui apresentadas, constituem exem-plos que podem, eventualmente, ser relacionados editorial e for-malmente entre si mesmos e com as revistas brasileiras.

DON QUIXOTE e JUGEND são do mesmo período histórico, anos finais do século XIX e início do século XX. São publicações populares, com tiragens significativas e com suas capas e logoti-pos flutuantes, ao gosto e inspiração de seus artistas ilustradores.

FON-FON!, A CIGARRA e HARPE’S BAZAAR se interligam em sua temática do universo feminino e compartilham alguns anos de existência, podendo dessa maneira, ser comparadas.

A americana RAy GUN e a mexicana MATIZ são do mesmo período mas são publicações antagônicas. Enquanto uma é ex-pressão de um único designer, David Carson, MATIZ abre suas capas à experiências gráficas de um designer a cada edição.

Para ilustrar a contemporaneidade, a brasileiríssima VISTA com seus re-quintes tipográficos, divide o século XXI com La Luna de METRÓPOLI. VISTA é do mundo do surf, METRÓ-POLI é a revista del ocio espanhola.

O elo que liga os periódicos de civili-zações, culturas e lugares diversos e distantes, é a estética cambiante de seus logotipos que mudam para me-lhor expressar o tema das edições e compor com as ilustrações das capas.

São ricos, expressivos, elegantes, des-figurados, por vezes ilegíveis, nunca repetitivos, muito menos óbvios.

123Composição com as capas das revistas:Harper’s Bazaar - 10/1936,Ray Gun #11 - 11/1993,La Luna de Metrópoli - 2/2011,Jugend #10 - 10/1896,Up - edição brasileira.

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129Jugend #35 - 1896

130Jugend #37 - 1896

131Jugend #40 - 1896

132Jugend #47 - 1896

133Jugend #23 - 1896

124Jugend #3 - 1896

125Jugend #10 - 1896

126Jugend #16 - 1896

127Jugend #18 - 1896

128Jugend #23 - 1896

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134Jugend #8 - 1903

135Jugend #12 - 1903

136Jugend #40 - 1903

137Jugend #47 - 1903

138Jugend #43 - 1916

JUGEND (juventude, em alemão) de Munique, que começou a ser publicada em 1896, apresenta exemplo fascinante de publi-cação com logotipo cambiante.

Publicação semanal de cultura, com circulação de 30 mil exem-plares, deu origem ao nome do movimento jugendstil (estilo jovem), derivado do art nouveau, com fortes influências fran-cesa e britânica.

Aos importantes artistas de JUGEND: Peter Behrens, Otto Eck-mann, Hans Christiansen entre outros, era permitido desenhar livremente a capa da revista, inclusive seu logotipo.

JuGEND

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139Harper's Bazar #1 - 2/11/1867

140Harper’s Bazar - 1894

141Harper’s Bazar - 11/1899

142Harper’s Bazar - 1918Desenho, Erté

144Harper’s Bazaar - 11/1935Ilustração, Alexey Brodovitch

143Harper’s Bazaar - 12/1930O segundo “A” aparece nesta edição

147Harper’s Bazaar - 7/1958Design, Henry Wolf Fotografia, Richard Avedon

146Harper’s Bazaar - 7/1956Ilustração, Alexey Brodovitch

148Harper’s Bazaar - 9/1992

145Harper’s Bazaar - 3/1937Ilustração, A.M. Cassandre

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A revista norte-americana HARPER’S BAZAAR, tem uma existência das mais longas da história dos periódicos e é a mais antiga revista feminina dos Estados Unidos.

Lançada em 1867, é publicada até os dias de hoje, em mais de 18 países e diferentes idiomas.

Teve, entre seus artistas, editores e fotógrafos, os mais impor-tantes nomes do mundo editorial, como o cenógrafo e ilustrador russo Erté, o fotógrafo-chefe húngaro Martin Munkacsi e, sem dúvida, o mais célebre de todos, o diretor de arte russo, Alexey Brodovitch, que permaneceu à frente da revista de 1934 a 1958.

Brodovitch reinventou o design editorial com a introdução de espaços em branco na diagramação das páginas, colunagens inusitadas, recortes, ampliações e justaposições de fotos que ele encomendava aos grandes artistas europeus como Henri Cartier-

-Bresson, Cassandre, Dalí e Man Ray (MEGGS, 2009, p. 440).

O logotipo da HARPER’S BAZAAR manteve-se cambiante du-rante muitos anos, conforme apresentado nas figuras ao lado. Inicialmente a palavra “BAZAAR” era escrita com um único “A”.

Brodovitch redesenhou o logotipo da revista no elegante alfabeto Didone. A partir desse ponto, o logotipo tornou-se mais constante, embora podendo-se ainda caracterizá-lo como cambian-te pelas composições e recortes introduzidos pelo diretor de arte.

Mais tarde, o alfabeto do logotipo foi alterado e requintado com a substituição pela fonte HTF Didot, de Jonathan Hoefler, mantendo-se praticamente inalterado, até as edições atuais que ainda usam recursos esporádicos de alteração do logotipo da revista (Fig. 149).

hARpER’S BAZAAR

150Alexey Brodovitch (1898-1990) em seu estúdio

151Logotipo Harper's Bazaar

149Harper’s Bazaar - 9/2011

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158Ray Gun #15 - 4/1994

153Ray Gun #3 - 2/1993Retrato de J. Mascis de cabeça para baixo. Esta edição inaugura o período de logotipos cambiantes

152Ray Gun #1 - 11/1992

160Ray Gun #18 - 8/1994

156Ray Gun #6 - 5/1993Logotipo manuscrito, Calef BrownFoto de PJ Harvey por Colin Bell

154Ray Gun #4 - 3/1993

155Ray Gun #5 - 4/1993

157Ray Gun #11 - 11/1993

161Ray Gun #19 - 9/1994Logotipo desenhado por Ed Fella, a partir de um poster de David CarsonFoto, Colin Bell

159Ray Gun #17 - junho/julho 1994Fotos, Melaine Mc Daniel

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166Ray Gun #39

167Ray Gun #50 - 10/1997

164Ray Gun #30 - 10/1995Edição 3o aniversário - Última edição sob direção de arte de David Carson

163Ray Gun #22 - 12/1994

165Ray Gun #32 - 1/1995

A revista de norte-americana de rock music RAy GUN, lançada em 1992, pode ser considerada a versão gráfica do videoclipe: livre, mixada, recortada, sobreposta, mutante, ilegível, distorci-da, um objeto criado para ser sentido mais do que lido.

O designer contratado para comandá-la, foi o irascível David Carson. Surfista profissional, professor de sociologia e desig-ner de revistas de skate, música e surf, foi o responsável por

triplicar, em 3 anos, as vendas da revista e mudou (para alguns destruiu) os rumos do design contemporâneo.

O design gráfico incrementado por Carson, ignorava padrões de legibilidade, grid fixo, logotipo padroni-zado. Seus experimentos visuais eram consumidos e aprovados pelos leitores, sua legião de iniciados.

O uso dos recursos tecnológicos do computador e dos programas de editoração, já começavam a ser difundidos nos anos 1990 e RAy GUN foi a primeira revista enviada à gráfica por Carson, em formato de arquivos eletrônicos (MEGGS, 2009, p. 635).

À RAy GUN não era permitida a repetição. A condição cam-biante, começando pelo logotipo, era uma questão de identi-dade e política editorial o que a transformou em uma publi-cação mitológica.

RAY GuN

162David Carson

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168Matiz #1 - 1997Design, Manuel Guerrero

170Matiz #3Design, Antonio Sánchez

171Matiz #4Design, Matiz (baseado em imagens de Monica Peon e Gabriel Batiz)

169Matiz #2Design, Manuel Guerrero

Revista do segmento de design gráfico, a mexicana MATIZ pu-blicou seu primeiro número em abril de 1997 sob a direção de Álvaro Rego García de Alba e direção de arte de Nacho Peón.

Seu objetivo era reunir e divulgar trabalhos de design gráfico, entrevistas, artigos, etc., principalmente do México mas tam-bém de outros países.

Sua proposta editorial era não repetir suas capas e logotipos, permitindo aos designers, experimentos visuais livres e variados.

MATIZ

172Matiz # 5Design, Domingo N. Martinez

173Fundo - detalhe da capa da revista Matiz #7Design: Joanna Slazak

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179Matiz #11Design: Francisco Estrella, Manuel Guerrero e Domingo N. Martinez

181Matiz #13Design, Fabricio Vanden Broeck

182Matiz #14Design, Maurycy Gomulicki

180Matiz #12Design, Domingo N. Martinez

183Matiz #15Design: Hugo S. Herrerias eDomingo N. Martinez

177Matiz #9 - 1998Design, Gabriel Martinez Meave

176Matiz #8Design, Domingo N. Martinez

178Matiz #10Design, Domingo N. Martinez

174Matiz #6 Design: Adrian Sanchez e Jeronimo Hagerman

175Matiz #7Design, Joanna Slazak

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187Matiz #19Design, Nacho Peon

186Matiz #18Design, Ricardo Drab

188Matiz #20Design, Attik

184Matiz #16Design, Ximena Labra

185Matiz #17Design, N/A

Aos temas das capas eram incorporados logotipos cambiantes que se utilizavam de tipografias geométricas, cursivas, híbridas, ao estilo Edward Fella (Fig. 175) ou desconstruídas à moda David Carson (Fig. 186).

O público de MATIZ, constituído de profissionais da área de design, se identificava com sua estética flexível e considerava a revista como veículo de experiências visuais, das quais poderia vir a participar, tornando-se seu próprio gerador de conteúdo.

Aqui estão apresentadas as únicas 20 edições publicadas da revista que parou de circular no ano 2000 deixando uma legião de admiradores.

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197La Luna de Metrópoli - 5/2006O Código da Vinci

196La Luna de Metrópoli - 7/2004

198La Luna de Metrópoli - 10/2006

189La Luna de Metrópoli - 11/1996

191La Luna de Metrópoli - 1/1997

192La Luna de Metrópoli - 3/1997

190La Luna de Metrópoli - 7/1998

194La Luna de Metrópoli - 5/2000

193La Luna de Metrópoli - 5/1997

195La Luna de Metrópoli - 3/2002

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LA LuNA DE METRÓpoLI

201La Luna de Metrópoli - 12/2010

204La Luna de Metrópoli - 5/2011Piratas do Caribe

200La Luna de Metrópoli - 10/2010Facebook, Mark Zuckerberg

203La Luna de Metrópoli - 4/2011

202La Luna de Metrópoli - 1/2011

Suplemento semanal do jornal diário espanhol El Mundo, de viés editorial liberal. Circula em Madrid e tem edições regio-nais em várias partes do país. Conta ainda com uma edição aberta na internet.

Segundo dados certificados pela OJD (Oficina de Justificación de la Difusión), no período entre janeiro e dezembro de 2010, a circulação média do El Mundo foi de 383.713 exemplares.

La Luna de METRÓPOLI é uma fusão dos suplementos La Luna del Siglo XXI e Metrópoli, publicação de cinema e música de vanguarda.

Com quase 100 páginas, La Luna de METRÓPOLI, “a revista del ocio” é uma publicação cultural, de cinema, música, tendên-cias, gastronomia, viagens e 30 páginas dedicadas à televisão. Vai às bancas todas as sextas-feiras desde 7 de maio de 2004.

199La Luna de Metrópoli #49 - 13/2/2003Detalhe do logotipo

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205La Luna de Metrópoli - 6/2011

210La Luna de Metrópoli - X Men

209La Luna de Metrópoli

208La Luna de Metrópoli - 8/2011

206La Luna de Metrópoli - 7/2011

207La Luna de Metrópoli - 8/2011

211La Luna de Metrópoli - 2/2011

212La Luna de Metrópoli

213La Luna de Metrópoli

214La Luna de Metrópoli

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Rodrigo Sánchez é o designer e diretor de arte que produziu mais de 1000 capas da revista com logotipos que se apresentam cambiantes a cada edição. Considera a criação das capas mais um entretenimento do que um trabalho.

METRÓPOLI converte o inesperado em consistência gráfica e abusa da instabilidade criativa em suas capas e logotipo.

Para isso se apoia na condição privilegiada de ser um suple-mento do reconhecido jornal El Mundo e não precisar competir com outras revistas para ser identificada.

Registram-se algumas repetições e versões da fonte egípcia de serifas quadradas e pesadas usada no logotipo, porém, mesmo nessas ocasiões, sua representação é sempre diversificada, seja na diagramação, textura, posição ou no diálogo com o tema da capa.

218La Luna de Metrópoli Adios Harry Potter

219Cartaz da exposição de

capas da La Luna de Metrópoli, exibida em setembro de 2010

em Madrid, na La Casa Encendida

216La Luna de Metrópoli

217La Luna de Metrópoli

215Rodrigo Sánchez

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220Up - Pantanal Fauna exótica e caligrafia dos cadernos de viagem do artista Peter Beard

225Up - GréciaOs arcos olímpicos

229Up - Portugal

223Up - BrasíliaArquitetura de Niemeyer

221Up - AmazôniaToda a cor da capa foi retirada deixando apenas o amarelo como sinal de perigo, um gesto que reservou à Up um lugar no Museu da Biodiversidade da ONU em Nova york

222Up - Rio de JaneiroPão de Açúcar e Carnaval

226Up - AmesterdamAs tradicionais tulipas e bicicletas

227Up - CroáciaDesign, Marta Anjos

228Up - KopenhagenCadeiras do designer Verner Panton

224UP Suíça - 1/2011

“Capa do Dia” no site da Society of Publications Designers (SPD), uma organização dedicada à promoção e divulgação do design editorial de excelência. Neve, fonte Helvética, bandeira e relógios sintetizam ao imaginário suíço.

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Seus designers Vasco Colombo e Raquel Porto, do estúdio +2 DESIGNERS, são expressões importantes do design editorial português e contam com a colaboração de outros designers por-tugueses contemporâneos para a elaboração de algumas capas.

Mantem um logotipo regular para uso no miolo da revista e em suas capas os logotipos são cambiantes, criativos e integrados ao design da capa, muitas vezes construídos com elementos da composição como penas, flores, etc.

A forma como, fotografia, ilustração e tipografia, conseguem integrar referências da história do design como títulos no alfa-beto Helvética para a capa da UP Suíça (Fig. 224), cartazes da Paula Scher para a UP novaiorquina (Fig. 231), fazem todo o charme dessa revista.

up ouSE SoNhAR MAIS ALTo

232Up - Lisboa

230Up - Marrocos

231Up - New yorkCartazes de Paula Scher

Revista de bordo da companhia aérea portuguesa TAP, circula a bordo de seus aviões em versão bilíngue, português e inglês. Conta com edições especiais para os diversos destinos atendi-dos pela companhia.

Lançada em 2007 e dirigida por Paula Oliveira Ribeiro a revista UP - OUSE SONHAR MAIS ALTO, de tiragem mensal e distri-buição gratuita, foi premiada pela Marie Claire espanhola, pelo Guia norteamericano UCity Guides e pela RES Travel Magazine.

Seu público-alvo, os cerca de 1 milhão mensais de passageiros da TAP, vai do executivo até o turista e a revista tem o desafio de ser atrativa para todos.

233Detalhe do logotipo

da Up - Marrocos

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NíVEIS DE ApRESENTAção DA CoNDIção CAMBIANTE 8

234Fon-Fon! - 1914 Desenho, Raul Pederneiras

235Jugend #47 - 1896

236Matiz #7Design, Joanna Slazak

237Vista #21 Fonte Cabulosa por Fred AntunesFoto, Fabiano Lokinho

Como definido inicialmente, este trabalho é focado em logoti-pos cambiantes de revistas.

Procurou-se catalogar especialmente, exemplos puros, quando o logotipo se altera drasticamente de uma edição para outra.

Muitas vezes, a amplitude dessa mudança não é completa. Tro-ca-se a cor, a tipografia, a posição ou apenas as dimensões do logotipo na capa.

Para a identificação e reconhecimento de uma publicação com características cambiantes, considerou-se estabelecer alguns níveis de alteridade:

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NíVEL 1 – CAMBIANTE puRoQuando o logotipo da revista é totalmente alterado em uma sequência de edições. No desenho da tipografia, no posiciona-mento na capa, nas dimensões, cores, texturas ou até, por sua supressão parcial ou total.

Encontra-se essa condição mais frequentemente, nas revistas onde o logotipo se comporta como parte integrante do con-junto gráfico da capa. São letterings muitas vezes desenhados, caligráficos e experimentais.

Nas revistas do final do século XIX, início do século XX, encontram-se muitos exemplos de publicações enquadradas nesse nível.

Esta frequência explica-se pelos seus projetos terem sido en-tregues para artistas que compunham solitariamente as ilustra-ções das capas, decidindo onde e de que maneira apresentar o nome da publicação. Além do que, a contratação desses artis-tas se alternava ou mesmo não se repetia, situação que pode sugerir algum nível de competição e vaidade dos mesmos em não repetir soluções gráficas.

Exemplificando, na capa da FON-FON! de 1914, Raul Peder-neiras, incorpora o logotipo à ilustração, escrevendo-o no car-taz empunhado pelas mulheres sufragistas, transformando a revista, na causa a ser defendida (Fig. 234).

Outro exemplo de logotipo incorporado à ilustração da capa, está na edição #47, de 1896 da alemã JUGEND (Fig. 235) onde o nome da revista aparece na ilustração composta por uma se-nhora que lê uma revista também chamada JUGEND.

Dois exemplos de metalinguagem gráfica.

Na sequência de capas das duas revistas, apresentadas nos capí-tulos 4 e 7 respectivamente, demonstra-se a condição cambiante pura, sem repetições do logotipo, ao longo de anos de edições.

Exemplos mais contemporâneos são as capas da revista me-xicana MATIZ, do final dos anos 1990, também entregues a diferentes artistas, as edições da revista de skate VISTA, sob direção de arte do designer Fred Antunes, a revista brasileira de design tipográfico TUPIGRAFIA e a revista de bordo UP (Fig. 238 a 239).

Estas publicações já contam com as possibilidades tecnológi-cas proporcionadas pelas ferramentas digitais facilitando mu-danças mais efetivas, rápidas e precisas em seus logotipos.

No caso da VISTA, muitos logotipos apresentam-se em tipo-grafias projetadas pelo próprio designer ou por type designers através de softwares específicos para elaboração de fontes, o que confere o caráter de inovação e exclusividade, mesmo que temporária, ao logotipo.

Encaixa-se nesta categoria também, a mitológica RAy GUN de David Carson, o enfant terrible do design editorial dos anos 1990, com seus logotipos e capas descontruídas (Fig. 240).

240Ray Gun #4 - 3/1993

238Tupigrafia - opção capa #8Design, Felipe Taborda

239UP Moscou

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NíVEL 2 – CAMBIANTE pARCIALNível no qual talvez se enquadrem a maioria das publicações com vocação cambiante.

O logotipo mantem a mesma tipografia mas são alteradas suas dimensões, composição e posicionamento. Frequentemente são adicionadas interferências em alguns itens do lettering, des-locamento ou destaque de algumas letras em composição com a imagem da capa.

A revista ACRÓPOLE, na sequência de capas projetadas por Au-gusto Boccara, apresenta seu logotipo com tratamento em nível Cambiante Parcial porém de maneira tão efetiva que, por vezes, mostra-se totalmente cambiante, ao reduzir graficamente o nome da revista ao extremo de quase suprimi-lo (Fig. 241 a 243).

SENHOR tem seu logotipo mais estável, mantem a mesma ti-pografia, variando o nome por extenso ou abreviado. As capas são produzidas por artistas plásticos que tem o delicado cuida-do de incorporar o logotipo em suas obras, mas nunca o fazem de maneira óbvia (Fig. 244 a 246).

241Acrópole #325 - 1/1966

243Acrópole #315 - 3/1965

242Acrópole #310 - 9/1964

244Senhor #19 - 9/1960Design, Michel Burton

245Senhor #13 - 1960Design, Glauco Rodrigues

246Senhor #16 - 6/1960Design, Bea Feitler

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247La Luna de Metrópoli

248La Luna de Metrópoli

251La Luna de Metrópoli - 5/1997

NíVEL 3 - CAMBIANTE MISToForam catalogadas algumas publicações que se enquadram si-multaneamente em mais de uma categoria. Para essas, foi esta-belecido o nível Cambiantes Mistas.

Como a METRÓPOLI, assumem um logotipo estável, com a mesma tipografia, apresentado em diagramações distintas, quase desconfigurados. Por essa condição poderiam ser enqua-drados no Nível 2 - Cambiante Parcial (Fig. 247 a 249).

O estilo editorial da publicação permite porém, edições que veiculam o nome da revista de maneiras completamente diver-sas, com logotipos incorporados fortemente ao tema das capas.Neste caso, a publicação é uma Cambiante Pura, Nível 1 (Fig. 250 a 252).

O fenômeno cambiante se instala completamente na publica-ção. Não há compromissos em manter nenhuma estabilidade, nem instabilidade no design gráfico editorial.

249La Luna de Metrópoli

250La Luna de Metrópoli

252La Luna de Metrópoli

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253Harper’s Bazaar - 7/1956Ilustração, Alexey Brodovitch

NíVEL 4 - CAMBIANTE pARTICIpATIVoLogotipos estáveis, com tipografia estabelecida e que não se alteram ao longo das edições. Esta é a característica principal para identificar uma publicação do Nível 4.

Nestas publicações, esporadicamente o logotipo recebe uma pequena alteração, deslocamento, destaque, espelhamento ou outro recurso que o faz participar e promover uma integração ao conjunto de elementos gráficos da capa.

A revista HARPER’S BAZAAR, nas primeiras décadas de sua existência, apresentava logotipos cambiantes, produzidos pe-los artistas ilustradores de suas capas. Sob a direção de arte de Alexey Brodovitch, o logotipo estabilizou-se totalmente em sua tipografia, utilizada até as edições atuais. Porém, Brodovitch incentivava, ou ele mesmo projetava, capas com logotipos par-ticipativos e bastante integrados ao conjunto (Fig. 254).

Atualmente, as capas da BAZAAR, proporcionam eventual-mente, leves participações especiais do elegante logotipo, quase como em homenagem às famosas capas de Brodovitch (Fig. 257).

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254Harper’s Bazaar - 7/1958Design, Henry WolfFotografia, Richard Avedon

255Harper’s Bazaar - 9/1992

256Harper’s Bazaar - 2008

257Harper’s Bazaar - 9/2011

258Harper’s Bazaar - 2/2011

259Harper’s Bazaar

260Harper’s Bazaar

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NíVEL 5 – pREENChIMENTo CAMBIANTEAinda menos participativo, os logotipos enquadrados no Ní-vel 5, mantem a mesma tipografia ou design, dimensões e posicionamento.

Altera-se apenas seu preenchimento com cores ou texturas di-ferentes entre as edições.

São publicações que apresentam logotipos com amplitude cambiante tímida mas que, de alguma maneira, utilizam-se das alterações de preenchimento para reforçar alguma política edi-torial de adequação e identificação com seu público.

Encontram-se exemplos de logotipos em Nível 5 na revista bra-sileira GLOSS (Fig. 261 a 263), voltada para o público jovem feminino e na britânica POP (Fig. 264 a 268).

263Gloss #46

262Gloss #33

261Gloss #27

264Pop

265Pop

266Pop

267Pop #25 - 2011

268Pop

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NíVEL 6 – CAMBIANTE ESpoRÁDICoO logotipo é flexibilizado apenas para marcar uma, ou uma série de edições especiais.

No exemplo da revista brasileira BRAVO!, edições especiais sobre música foram lançadas com o nome do artista substituín-do o logotipo regular da revista, que ainda, assim, apresenta-se em escala diminuta, como assinatura (Fig. 271 a 273).

Foi mantida a mesma fonte do logotipo original e o ponto de exclamação que caracteriza o nome da publicação, o que faz com que a identificação permaneça. É uma aplicação cambian-te esporádica mas significativa, que constitui alteração através da supressão.

271Bravo! Edição Especial #1 Grandes Compositores

273Bravo! Edição Especial #4Grandes Compositores

269Bravo! #154 - 6/2010

270Bravo! #161 - 1/2011

272Bravo! Edição Especial #2Grandes Compositores

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274Claudia #1 - 10/1961

275Claudia #600 - 9/2011Edição de 50 anos

276Época #1 - 5/1998

277Época - 5/2011Edição 13o aniversário

278Life - 28/12/1936

279Life

280Time - 5/11/1923

281Time-19/9/2011

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NíVEL 7 – CAMBIANTE MíNIMoLogotipos extremamente estáveis. Mantem-se praticamente inalterados durante décadas.

As intervenções no logotipo restringem-se à pequenas e esporá-dicas alterações e refinamentos tipográficos com o objetivo de modernização, aumento de legibilidade ou similar. Alteram-se apenas as cores ou pequenos detalhes como sombreados, outli-nes, etc., para composição com a imagem da capa.

Os logotipos em Nível 7, geralmente são encontrados em publi-cações populares com grandes tiragens e que encontram gran-de concorrência em seu nicho editorial.

A constatação desta extrema estabilidade sugere explicações como política editorial propriamente dita, falta de prazo para execução de logotipos mais elaborados, cambiantes e integra-dos à imagem da capa e até o receio de perda ou equívoco de identificação do produto.

Este posicionamento não requer participação efetiva e prepon-derante dos designers/artistas gráficos tão imprescindíveis an-teriormente. A decisão final de diagramação, cor do logotipo, etc., fica a cargo do editor-chefe, no momento de fechamento da edição.

Não deve-se confundir design cambiante com redesign de lo-gotipo, condição esporádica que a identificação da revista é submetida por variados motivos.

282Veja #1 - 1968

283Veja #2199 - 12/1/2011

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CoNDIçÕES pARA A oCoRRêNCIA Do fENôMENo CAMBIANTE 9

Fragmentos das revistas Up, Harper’s Bazaar e Tupigrafia

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Depois da catalogação e contato com os exemplos de design cambiante nos logotipos de revista, um registro deve ser feito:as publicações nas quais foram encontradas essas ocorrências, apresentam alguma condição editorial diferenciada.

Nas revistas populares do início do século XX, o projeto total das capas, ilustração e logotipo, estava a cargo de artistas. Estes desenhavam o logotipo, o incorporavam ao tema da capa e toma-vam eles mesmos, as decisões de estilo. Não queriam se repetir e tinham orgulho em demonstrar sua originalidade.

Essa condição era habitual para a ápoca, não era discutida nem causava estranheza aos editores e leitores. Os recursos tipográficos também limitavam e induziam as soluções gráfi-cas apresentadas.

Passado esse período, a ocorrência de logotipos cambiantes em publicações populares quase desaparece. Fica restrita às publi-cações segmentadas nas quais a alteridade não causa espanto, não incomoda sobremaneira os anunciantes, é bem vista e ad-mirada pelos leitores.

A revista de arquitetura ACRÓPOLE, com seus logotipos re-cortados e remontados artesanalmente, criou vínculo com um público aberto às experiências do design gráfico. Grande parte de sua tiragem era comercializada através de assinaturas, con-dição esta que facilitaria sua veiculação fora dos parâmetros e regras dadas como corretas paras as publicações mais popula-res, vendidas em bancas.

SENHOR, revista de cultura em geral e literatura em especial, se enquadra mais ou menos, nas mesmas condições da ACRÓPOLE.

Condição favorável também possui a revista do mundo do skate VISTA Skateboad Art. As liberdades tipográficas de seu diretor de arte, são subsidiadas pela condição de distribuição gratuita da publicação.

Outra situação privilegiada é a da revista suplemento La Luna de METRÓPOLI, que vem encartada no estabelecido jornal espanhol El Mundo. Seus logotipos podem adotar a flexibilida-de que a criatividade do diretor de arte desejar pois dispensa qualquer tipo de identificação pelo consumidor.

A companhia aérea TAP, mantem sua revista de bordo UP com logotipos cambiantes a cada edição e possui versões diferentes para os vários destinos atendidos pela companhia. Conta com a vantagem de ser a única revista disponível à bordo e também com o tempo de viagem dispendido pelos seus passageiros para a assimilação da flexibilidade de seu logotipo.

As situações encontradas na pesquisa sugerem que, diferente-mente das publicações populares do início do século XX, para uma editora ou empresa assumir uma estética cambiante como política de design editorial para seu produto, as características de veiculação e o público-alvo tem que ser bastante definidos e contar com condições especiais não regulares no competitivo universo editorial.

REfLEXÕES SoBRE A ESTéTICA CAMBIANTE 10

Fragmentos das revistas Tupigrafia, Don Quixote, Acrópole e Up

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Algumas reflexões, constatações e questionamentos sobre a es-tética editorial cambiante, podem ser explorados:

1. o ARTISTA E A poLíTICA EDIToRIALO envolvimento e empenho pessoal de determinados artistas, leia-se aqui, ilustradores, caricaturistas, designers, diretores de arte, etc., demonstram-se imprescindíveis para a implantação da estética cambiante da publicação.

Mesmo nos casos em que a política editorial da publicação de-termine, permita ou incentive a elaboração de capas com logo-tipos flexíveis, é o responsável pela elaboração do produto, o autor e mantenedor do fenômeno através das edições.

Constata-se que, por vezes, uma única pessoa, incorpora o espírito de rebeldia contra a padronização e produz, de próprio punho ou incentiva os demais profissionais a flexibili-zar suas produções gráficas.

Vemos isso, fortemente, nos casos apresentados de DON QUIXOTE com Angelo Agos-tini, ACRÓPOLE com Augus-to Boccara, SENHOR com Carlos Scliar e Glauco Rodri-gues, VISTA com Fred Antu-nes, METRÓPOLI com Rafael Sànchez e TUPIGRAFIA com Claudio Rocha.

Um dos poucos casos registrados de estética cambiante deter-minado pela política editorial da publicação é o de RAy GUN. Seu diretor e criador Marvin Scott Jarret, contratou o designer David Carson como diretor de arte pelo destaque demonstrado nas revistas que projetou anteriomente (Transworld Skatebo-arding, Musician, Beach Culture e Surfer) e, seu estilo foi o fator determinante e pré-determinado para impregnar a publi-cação com um “design de atitude”.

Mais uma vez, um único profissional está a frente da publica-ção e garantindo seu aspecto cambiante.

MATIZ, da qual se tem poucas informações, aparenta ter sido uma publicação com forte política editorial incentivadora e de-terminada a não repetir suas capas assim como seus autores.Uma revista de design para designers produzida por designers, um diferente a cada edição, mantendo a estética e política edi-torial cambiante.

TUPIGRAFIA guarda alguma semelhança com MATIZ no que diz respeito a elencar designers diferentes para projetar suas capas. Aliás, vários designers para as várias opções de capa da mesma edição. O leitor escolhe a sua preferida.

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2. RECuRSoS GRÁfICoS E DIGITAISSe, analisadas a partir dos dias de hoje, as publicações com logotipos cambiantes da primeira metade do século XX, con-tavam com recursos gráficos limitados, as revistas contempo-râneas dispõe das ferramentas digitais mais sofisticadas e espe-cializadas, agilizando e possibilitando sua execução em prazos reduzidos.

A periodicidade da publicação também é fator a ser relacio-nado e considerado na decisão de assumir ou não a estética cambiante para os logotipos da revista.

No caso da VISTA, com circulação bimensal, os softwares de produção de fontes para elaboração e/ou customização de seus logotipos, viabilizam sua produção no tempo disponível.

METRÓPOLI, por ser veiculada semanalmente teria, a princí-pio, uma indicação negativa para o uso do logotipo cambiante.Utiliza-se no entanto, de programas de editoração e tratamento de imagens que facilitam o cumprimento do prazo reduzido para finalização dos arquivos.

3. LEITURA DIGITALUm novo advento tem que ser fortemente avaliado e projetado para o futuro, ou melhor, para o presente, do mundo editorial: os tablets (iPad, Galaxy Tab, etc.).

As versões das revistas para leitura nestes dispositivos digitais não correspondem apenas a uma simples adaptação de forma-to de arquivo. Abrem-se possibilidades e somam-se recursos que podem ser explorados pela estética cambiante.

Alterações de cor, diagramação, tipografia, além de recursos de movimento interativo, dão uma nova força e ampliam as pos-sibilidades de implementação da flexibilidade dos logotipos e sua composição com os elementos gráficos da capa, termo este que também deve ter sua nomenclatura discutida.

Atualmente, as revistas disponibilizam em seus sites corres-pondentes, versões para leitura digital. Estas não passam dos mesmos arquivos utilizados para impressão gráfica, disponibi-lizados em sistema page flip de leitura.

Imaginando-se publicações com logotipo cambiante, pode-se pensar em veiculações alternativas para a mesma edição. Por exemplo, uma versão da revista com logotipo regular para a versão impressa e outra com versões cambiantes do logotipo para assinantes digitais.

285Modelos de tablets

284Revista Up para leitura digital

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4. RECuRSoS DE CuSToMIZAção DA puBLICAçãoA publicação pode atingir um status interessante e instigante para o usuário/consumidor/leitor.

Em projeção de uma situação futura, porém próxima, podemos pensar em internautas leitores que customizem sua revista, a começar pelo logotipo.

Seriam disponibilizadas ferramentas digitais de uso simples, para personalização do nome da revista. Esta seria finalizada, na versão individualizada e única do leitor, que se transformaria, de usuário/consumer*, em prosumer** de seu produto editorial.

Ferramentas de desenho, preenchimento, etc., são bastan-te corriqueiras e inseridas no ambiente digital que qualquer usuário tem contato, mesmo que iniciante e inexperiente em informática.

A participação na produção de revista customizada, pode ser experimentada no case de sucesso da revista MyMAG, cujo slogan é “Faça sua revista”.

Esta publicação disponibiliza ferramentas digitais intuitivas, que permitem a montagem da revista com a escolha das ma-térias, da capa, do suporte de leitura: impresso ou digital e da opção de pagamento, própria ou pelo anunciante.

Possibilita também a oportunidade do leitor inserir uma matéria própria, emprestar seu conteúdo e compartilhar sua versão com outros leitores cadastrados, participando de uma rede social.

MyMAG tem seu modelo editorial patenteado e é produzida pelas editoras Rickdan e Aupa. Seu público-alvo está definido como masculino, entre 25 e 40 anos, pertencentes às classes A e B. Após menos de dois meses de seu lançamento, atingiu a marca de 20 mil downloads.

As possibilidades apresentadas pelo exemplo da MyMAG, faz crer que a intervenção e participação do leitor de revistas em sua produção e edição direta, inclusive na elaboração de seu logoti-po próprio e cambiante, possa estar próxima de se concretizar.

consumer* - consumidor, o que consome o produto pronto.

prosumer** - producer (produtor) + consumer (consumidor), consumidor que

customiza o produto/serviço, gerando conteúdo.

286Revista Mymag, customização de conteúdo

A ALTERNATIVA CAMBIANTE pARA o DESIGN GRÁfICo E EDIToRIAL 11

Qual a importância do design gráfico cambiante?

É uma prática ou uma estratégia que se tornará definitiva, se estabelecerá?

Questionamentos que acompanharam esse estudo e cataloga-ção das manifestações do fenômeno cambiante nos logotipos de revista, levam à considerações e não à conclusões.

O primeiro apontamento que precisa ser registrado é que o uso contemporâneo da estética cambiante é um resgate de uma prática do início do século XX. Como descrito no estudo, na época dos artistas ilustradores não havia parâmetros e discus-sões se aquela era ou não uma boa prática.

Com o Modernismo, sólido e racionalista, estabeleceu-se a ideia do “bom design”, padronizado, ordenado e solidificado.

Esse estado de imutabilidade foi se diluindo com as épocas bombardeadas de sinais e culturas se articulando para fazer valer suas identidades, afinal a arte, o design, acompanham e interpretam os contextos sociais nos quais estão inseridos.

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É notório também que, o fenômeno da estética cambiante vem se apresentando com maior visibilidade e se alastra no âmbito do design gráfico.

Embora no universo do design editorial, sua reprodução seja mais delicada e o estudo tenha apresentado condições especiais para sua adoção, no design de identidades visuais registra-se mais constantemente, casos que se utilizam de características cambiantes e encaram o desafio de ser manter reconhecíveis pelos seus usuários.

Exemplifica-se com a identidade visual do MIT Media Lab (2011), que mantem alguns componentes visuais fixos mas dis-ponibiliza milhares de versões da marca para diferentes aplica-ções (Fig. 287).

Seus autores, o estúdio The Green Eyl, em colaboração com o designer E Roon Kang, foram além. Criaram um algoritmo, que possibilita 40 mil variações da marca e oferecem ao usuá-rio a possibilidade de escolher uma versão exclusiva, para uso em suas aplicações pessoais como cartão de visitas, assinatura de e-mail, etc.

287Identidade visual cambiante

do MIT Media Lab,versões de uso e aplicações

Fragmentos das identidades visuais Google (Doodle Freddie Mercure), Casa da Música e MIT

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288Identidade visual cambiante

da Casa da Música, construção, versões de uso e aplicações

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Outro exemplo é a identidade visual da CASA DA MÚSICA (2007), projetada por Stefan Sagmeister. Explora o volume da edificação, suas diferentes vistas e diversas paletas de cores, como variantes da identidade visual (Fig. 288).

Os mais de 1000 doodles (logotipos modificados) que a Goo-gle já apresentou em sua página inicial, comemorando datas, homenageando personagens, também podem ser considerados uma aplicação lúdica da estética cambiante com alto poder de disseminação do conceito (Fig. 289).

A distância entre o design/produtor e o público/consumidor vem diminuindo, tanto pela maior aceitação, conhecimento e exposição da profissão e produção de design, quanto pelas pos-sibilidades de interatividade entre produtor e produto.

Não se trata da substituição ou eliminação das funções cria-tivas e técnicas do designer gráfico mas das possibilidades de interação que este pode oferecer ao consumidor. Seja em al-gum nível de intervenção em suas produções, seja nas possi-bilidades de ampliar à identificação do usuário com o produto, empresa, tema ou com a publicação.

A falta de distanciamento histórico em relação aos casos con-temporâneos e a observação das manifestações pregressas do fenômeno, não possibilitam afirmar que a estética cambiante possa se estabelecer mais regularmente.

A quebra de paradigmas é tentadora e interessante, mas não podemos prever que as possibilidades gráficas cambiantes pos-sam ser aplicadas indiscriminadamente. O design cambiante apresenta-se mais como uma alternativa que requer aplicação e escolha orientadas e bem estabelecidas pelas políticas edito-riais e corporativas através de pesquisas e respeito pelos seus públicos-alvo.

Não fica aqui um julgamento entre bons logotipos cambiantes e maus logotipos fixos. Pretendeu-se apenas apresentar as pos-sibilidades alternativas de representação e interpretação gráfi-cas para a apresentação do nome da publicação.

A importância do logotipo que individualiza e projeta o produ-to revista está resguardada e valorizada na condição cambiante onde é destacado como a estrela mutante da publicação.

289Exemplos de doodles, logotipos Google modificados

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REfERêNCIAS

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A REVISTA NO BRASIL – São Paulo: Editora Abril, 2000

ANTUNES, Frederico, DIATIPO DF, Informações transcritas da palestra proferida em 27/08/2011. Disponível em: < http://www.livestream.com/tipocracia>. Acessado em 31 agosto 2011

BLACKWELL, Lewiss e David Carson. The End of Print: The Grafik Design of David Carson, São Francisco: Chronicle Books LLC, 2000

KOPP, Rudinei. Design gráfico cambiante – Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2002

LESLIE, Jeremy. Novo Design de Revistas, Barcelona, Edito-rial Gustavo Gili SA, 2003

MEGGS, Philip B. e Alston W. Purvis. 4. ed. norte-americana História do Design Gráfico. Trad. Cid Knipel 4. ed. norte-ame-ricana. São Paulo: Cosac Naify, 2009

MELO, Chico Homem de. O design gráfico brasileiro: anos 60 - 2a. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2008

MORAIS, Fernando. Chatô: o rei do Brasil. São Paulo: Com-panhia da Letras, 1994

NAHES, Semiramis. Revista FON-FON: a imagem da mulher no Estado Novo (1937-1945). São Paulo: Arte & Ciência, 2007

SERAPIÃO, Fernando Castelo. Arquitetura Revista: a Acró-pole e os prédios de apartamentos em São Paulo. 1938-1971. São Paulo, 2005

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Capítulo 4 - O logotipo cambiante através do traço do artista

1. Autoretrato Angelo AgostiniDisponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aagostini_autoretrato.jpg?uselang=pt-br>. Acessado em 12 julho 2011

2. Don Quixote #1Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aagostini_donquixote_01.jpg>. Acessado em 12 julho 2011

3 a 21. Capas Don QuixoteA Revista no Brasil, Editora Abril, 2000 p. 84, 85

22. Logotipo Fon-Fon!Disponível em: <http://www.joaodorio.com>. Acessado em 16 julho 2011

23. Capa Fon-Fon!A Revista no Brasil, Editora Abril, 2000 p. 242

24. Capa Fon-Fon!Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Revista_Fon-Fon.jpg>. Acessado em 16 julho 2011

25. Capa Fon-Fon!Disponível em: <http://www.dicavalcanti.art.br/dec20.htm>. Acessado em 21 junho 2011

26. Capa Fon-Fon!

27. Capa Fon-Fon!Disponível em: <http://historiadoensino.blogspot.com/2009/07/jeronima-mesquita-e-luta-pelos-direitos.html>. Acessado em 16 julho 2011

CRéDIToS DAS IMAGENS

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28. Capa Fon-Fon!Disponível em: <http://perfumemoda-bobpires.blogspot.com/2011/03/carnaval-das-antigas.html>. Acessado em 16 julho 2011

29. Capa Fon-Fon!Disponível em: <http://designices.com/tag/casa-da-palavra/>. Acessado em 16 julho 2011

30. Capa Fon-Fon!Disponível em: <http://maisoumenosnostalgia.blogspot. com/2008_05_01_archive.html>. Acessado em 16 julho 2011

31 - 32. Capas Fon-Fon!Disponível em: <http://carmen.miranda.nom.br>. Acessado em 16 julho 2011

33. Capa Fon-Fon!Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/gatochy/415765718/>. Acessado em 16 julho 2011

34. A Cigarra - Ilustração página internaA Revista no Brasil, Editora Abril, 2000 p. 126

35 - 51. Capas A CigarraDisponível em: <http://revistas-paulistas.flogbrasil.terra.com.br/>. Acessado em 16 agosto 2011

52 - 54. Capas A CigarraDisponível em: <http://modaculta.blogspot.com>. Acessado em 18 agosto 2011

Capítulo 5 - A elite cambiante55. Capa AcrópoleDisponível em: <http://modaculta.blogspot.com>. Acessado em 23 agosto 2011

56. Capa AcrópoleDisponível em: <http://www.arcoweb.com.br/artigos/fernando-serapiao-a-revista-06-03-2006.html>. Acessado em 17 agosto 2011

57. Capa AcrópoleDisponível em: <http://www.vivercidades.orgbr/publique_222/web/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1402&sid=11>. Acessado em 23 agosto 2011

58. Capa AcrópoleDisponível em: <http://www.casasbrasileiras.arq.br/teste/visualizarResenha.php?id=11>. Acessado em 17 agosto 2011

59 - 69. Capas AcrópoleO design gráfico brasileiro: anos 60 - 2a ed. p. 102, 103

70. Capa AcrópoleDisponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/06.071/3100>. Acessado em 17 agosto 2011

71. Capa AcrópoleDisponível em: <http://www.arcoweb.com.br/artigos/fernando-serapiao-a-revista-06-03-2006.html>. Acessado em 17 agosto 2011

72. Capa AcrópoleDisponível em: <http://www.projetosurbanos.com.br/2010/07/30/praca-roosevelt-revista-acropole>. Acessado em 17 agosto 2011

73 - 88. Capas SenhorO design gráfico brasileiro: anos 60 - 2a ed. p. 105 a 120

89. Capa SENHORA Revista no Brasil, Editora Abril, 2000 p. 129

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Capítulo 6 - Design cambiante, hoje

90. Frederico AntunesDisponível em: <http://www.vista.art.br/site/content/post-detalhe>. Acessado em 6 agosto 2011

91. Ambigrama VistaDisponível em: <http://www.chibachiba.com>. Acessado em 29 agosto 2011

92. Logotipo VistaDisponível em: <http://www.vista.art.br>. Acessado em 6 setembro 2011

93 - 108. Capas VistaDisponível em: <http://www.flickr.com/photos/albumvista>. Acessado em 29 setembro 2011

109. Capa TupigrafiaDisponível em: <http://www.flickr.com/photos/tupigrafia/sets/>. Acessado em 6 outubro 2011

110. Capa TupigrafiaDisponível em: <http://www.ideafixa.com/tupigrafia-para-todos/>. Acessado em 6 outubro 2011

111. Capa TupigrafiaDisponível em: <http://bibliotecaaberta.nicvix.com/titulo.php?codigo=195>. Acessado em 6 outubro 2011

112. Capa TupigrafiaDisponível em: <http://bibliotecaaberta.nicvix.com/titulo.php?codigo=196>. Acessado em 6 outubro 2011

113. Capa TupigrafiaDisponível em: <http://bibliotecaaberta.nicvix.com/titulo.php?codigo=197>. Acessado em 6 outubro 2011

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114-118. Capas TupigrafiaDisponível em: <http://www.flickr.com/photos/tupigrafia/sets/>. Acessado em 6 outubro 2011

119. Capa TupigrafiaDisponível em: <http://www.flickr.com/photos/tupigrafia/sets/>. Acessado em 6 outubro 2011

120-122. Capas TupigrafiaDisponível em: <http://www.flickr.com/photos/tupigrafia/sets/>. Acessado em 6 outubro 2011

Capítulo 7 - Publicações estrangeiras com logotipo cambiante

123. Composição com as capas das RevistasDisponível em: Harper’s Bazaar <http://kristy.kaygee.ca/design-board-erte-for-harpers-bazaar/Ray Gun <http://www.coverjunkie.com/raygun>La Luna de Metrópoli <http://www.coverjunkie.com/metropoli>Jugend <http://www.jugendmagazine.net>Up <http://www.coverjunkie.com/up>

124 - 138 Capas Revista JugendDisponível em: <http://www.jugendmagazine.net>. Acessado em 24 julho 2011

139 - 147. Capas Harper’s BazaarDisponível em: <http://www.harpersbazaar.com/magazine/140-years>. Acessado em 9 agosto 2011

148. Capa Harper’s BazaarDisponível em: <http://www.luminaart.com>. Acessado em 9 agosto 2011

149. Capa Harper’s BazaarDisponível em: <http://www.millionlooks.com/people-and-events/models/supermodel-cindy-crawford-graces-two-covers-of-harpers-bazaar-singapore/>. Acessado em 8 setembro 2011

150. Alexey BrodovitchDisponível em: <http://revistaexcecao.blogspot.com/2011/06/em-novembro-deste-ano-chega-nas-bancas.html>. Acessado em 8 setembro 2011

151. Logotipo Harper’s BazaarDisponível em: <http://tipografos.net/magazines/harpers-bazaar.html>. Acessado em 9 agosto 2011

152 - 161. Capas Ray GunDisponível em: <http://www.coverjunkie.com/raygun>. Acessado em 4 setembro 2011

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163 - 167. Capas Ray GunDisponível em: <http://www.coverjunkie.com/raygun>. Acessado em 4 setembro 2011

168 - 188. Capas MatizDisponível em: <http://www.underconsideration.com/speakup/matiz/>. Acessado em 9 setembro 2011

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215. Rodrigo SánchezDisponível em: <http://chimera.media.com.pl/archiwum/chimera_2006/jury_en.html> Acessado em 8 setembro 2011

216 - 219 Capas MetrópoliDisponível em: <http://www.coverjunkie.com/metropoli.> Acessado em 8 setembro 2011

220 - 222 Capas UPDisponível em: <http://www.coverjunkie.com/up>. Acessado em 7 outubro 2011

223. Capa UPDisponível em: <http://muuda.blogspot.com/2009/04/revista-up-da-tap-vence-premio-best-in.html>. Acessado em 7 outubro 2011

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225 - 227 Capas UPDisponível em: <http://www.coverjunkie.com/up>. Acessado em 7 outubro 2011

228. Capa UPDisponível em: <http://www.mais2designers.com/2010/08/up/>. Acessado em 7 outubro 2011

229. Capa UPDisponível em: <http://www.coverjunkie.com/up>. Acessado em 7 outubro 2011

230 - 233. Capa UPDisponível em: <http://www.mais2designers.com/2010/08/up/>. Acessado em 7 outubro 2011

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Capítulo 8 - Níveis de apresentação da condição cambiante

234. Capa Fon-Fon!Disponível em: <http://historiadoensino.blogspot.com/2009/07/jeronima-mesquita-e-luta-pelos-direitos.html>. Acessado em 16 julho 2011

235. Capa JugendDisponível em: <http://www.jugendmagazine.net>. Acessado em 24 julho 2011

236. Capas MatizDisponível em: <http://www.underconsideration.com/speakup/matiz/>. Acessado em 9 setembro 2011

237. Capa VistaDisponível em: <http://www.flickr.com/photos/albumvista>. Acessado em 29 setembro 2011

238. Capa TupigrafiaDisponível em: <http://www.flickr.com/photos/tupigrafia/sets/>. Acessado em 6 outubro 2011

239. Capa UPDisponível em: <http://www.mais2designers.com/2010/08/up/>. 7 outubro 2011

240. Capa Ray GunDisponível em: <http://www.coverjunkie.com/raygun>. Acessado em 4 setembro 2011

241 - 243 Capas AcrópoleO design gráfico brasileiro: anos 60 - 2a ed. p. 102, 103

244 - 246. Capas SenhorO design gráfico brasileiro: anos 60 - 2a ed. p. 105 a 120

247 - 250. Capas La Luna de MetrópoliDisponível em: <http://oculoid.com/metropoli-covers-by-rodrigo-sanchez/>. Acessado em 16 setembro 2011

251 - 252. Capas La Luna de MetrópoliDisponível em: <http://www.underconsideration.com/speakup/metropoli/>. Acessado em 16 setembro 2011

253 - 254. Capas Harper’s BazaarDisponível em: <http://www.harpersbazaar.com/magazine/140-years>. Acessado em 9 agosto 2011

255. Capa Harper’s BazaarDisponível em: <http://www.luminaart.com>. Acessado em 9 agosto 2011

256. Capa Harper’s BazaarDisponível em: <http://www.hollywoodbackwash.com/angelina-jolie-covers-british-harpers-bazaar/>. Acessado em 10 agosto 2011

257. Capa Harper’s BazaarDisponível em: <http://www.harpersbazaar.com/magazine/140-years>. Acessado em 9 agosto 2011

258. Capa Harper’s BazaarDisponível em: <http://aspatricias.uol.com.br/blog/?p=12475>. Acessado em 10 agosto 2011

259. Capa Harper’s BazaarDisponível em: < http://imageshack.us/photo/my-images/86/picture8gq.jpg/sr=1>. Acessado em 10 agosto 2011

260. Capa Harper’s BazaarDisponível em: < http://fashionuber.blogspot.com/2010/08/gisele-bundchen-na-capa-da-harpers.html>. Acessado em 10 agosto 2011

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261. Capa GlossDisponível em: <http://blogdaantwin.blogspot.com/2009_12_01_archive.html>. Acessado em 29 setembro 2011

262. Capa GlossDisponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_MDP53hW4qB0/TBDeHQiK1OI/AAAAAAAAK28/6R-yo-d2Rto/s400/revista-gloss-11.jpg>. Acessado em 29 setembro 2011

263. Capa GlossDisponível em: <http://lindademorrer.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/07/Revista-Gloss-Julho-2011-Capa.jpg>. Acessado em 29 setembro 2011

264 - 265. Capas POPDisponível em: <http://frillr.com/?q=taxonomy/term/1342.> Acessado em 17 setembro 2011

266. Capa POPDisponível em: <http://fuckingyoung.es/pop-magazine/> Acessado em 17 setembro 2011

267 - 268. Capas POPDisponível em: <http://oimoda.com.br/news/tag/magazine/l>Acessado em 17 setembro 2011

269 - 273. Capa Bravo!Disponível em: <http://www.lojaabril.com.br/marcas/bravo-710>Acessado em 21 maio 2011

274. Capa ClaudiaDisponível em: <http://maisoumenosnostalgia.blogspot.com/2007/05/claudia-ano-1-n-1_13.html>Acessado em 17 setembro 2011

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Capítulo 10 - Reflexões sobre a estética cambiante

284. UP para tabletDisponível em: <http://www.mais2designers.com/2010/08/up-para-ipad/>. Acessado em 7 outubro 2011

285. Modelos tabletsDisponível em: <http://orlandobarrozo.blog.br/wp-content/2011/04/tablets-600x306.jpg>. Acessado em 22 setembro 2011

286. MymagDisponível em: <http://creattivemind.blogspot.com/2011/08/mymag-faca-sua-revista.html>. Acessado em 22 setembro 2011

Capítulo 11 - A alternativa cambiante para o design gráfico e editorial

287. Identidade Visual MITDisponível em: <http://www.thegreeneyl.com/mit-media-lab-identity-1>. Acessado em 23 setembro 2011

288. Identidade Visual Casa da MúsicaDisponível em: <http://www.sagmeister.com/node/192>. Acessado em 23 setembro 2011

289. Doodles GoogleDisponível em: <http://www.google.com/logos/>. Acessado em 23 setembro 2011

275. Capa ClaudiaDisponível em: <http://www.lojaabril.com.br/detalhes/revista-claudia_edicao-a0_setembroe2011-444377> Acessado em 17 setembro 2011

276. Capa ÉpocaDisponível em: <http://colecionavel.blogspot.com/2011/08/revista-epoca-numero-1.html>. Acessado em 18 setembro 2011

277. Capa ÉpocaDisponível em: <http://altamiroborges.blogspot.com/2011/05/revista-epoca-quer-matar-dilma.html>. Acessado em 18 setembro 2011

278. Capa LifeDisponível em: <http://www.art.com/asp/View_HighZoomResPop.asp?apn=14803376&imgloc=35-3581-Z00F2IKN.jpg&imgwidth=693&imgheight=866&artistName=©%20Alfred%20Eisenstaedt>. Acessado em 27 setembro 2011

279. Capa LifeDisponível em: <http://tylerlee.bokee.com/inc/Life070323.jpg>. Acessado em 27 setembro 2011

280. Capa TimeDisponível em: <http://www.timecoverstore.com/product/giulio-gatti-casazza-1923-11-05/>. Acessado em 27 setembro 2011

281. Capa TimeDisponível em: <http://www.timecoverstore.com/product/beyond-9-11-2011-09-19/?a=8>. Acessado em 27 setembro 2011

282 - 283. Capas VejaDisponível em: <http://veja.abril.com.br/busca/resultado-capas.shtml?Vye ar=2011#>. Acessado em 17 setembro 2011

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Esta monografia teve seu formato estabelecido em A4 (29,7 x 21,0 cm), diagramado em 4 colunas para texto e 10 colu-nas para apresentação das capas de revistas. Esta configuração permitiu apresentar os exemplos das publicações em formato razoável para análise.

Foram eleitos 3 alfabetos e suas versões para composição de textos, títulos, destaques e legendas. São eles: o elegante Didot bold para título da capa, em composição ao logotipo da revista Harper’s Bazaar, a serifada Life Lt Std 10/13 para o corpo de texto, 7/10 para legendas e a sólida Kozuka Gothic Pro bold como contraponto para títulos, intertítulos, destaques e nume-ração de páginas.

O corpo de texto é justificado com algumas licenças poéticas de deslocamentos na diagramação.

A não ser pela utilização do vermelho no título da capa, não foi utilizada propositalmente, nenhuma cor na diagramação, texto, títulos ou outros elementos gráficos. A cor, neste trabalho é exclusiva das capas de revista.

Impressão em tecnologia digital pela Alphagraphics Pinheiros, que utilizou couchê fosco 150 g/m2 para o miolo. A capa foi impressa em alta alvura 80 g/m2, empastado sobre cartão com laminação fosca.

Revisão de texto: Claudia V. Santolin

Projeto finalizado em outubro de 2011, no início da primavera.

TRABALho DE CoNCLuSão Do CuRSo DE pÓS-GRADuAção EM DESIGN EDIToRIAL ApRESENTADo Ao

CENTRo uNIVERSITÁRIo SENAC - CAMpuS LApA/SCIpIão

oRIENTADoR: pRof. ME. hENRIquE NARDI


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