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HUMANIZAÇÃO EM AMBIENTE CONSTRUÍDO: O ESTÍMULO DOS SENTIDOS

Date post: 18-Jan-2023
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Caramelo Gomes, C. & Santos, L. & Almeida, B. (2013)Humanização em Ambiente Construído: O Estímulo dos Sentidos. Revista Educação Gráfica, Vol 17 nº2 2013. ISSN 2179-7374 (online) HUMANIZAÇÃO EM AMBIENTE CONSTRUÍDO: O ESTÍMULO DOS SENTIDOS Bruno Gomes d’Almeida 1 Luciana Santos 2 Cristina Caramelo Gomes 3 Resumo Cada vez mais, vai-se caminhando para um mundo em que mesmo diferentes, todos têm direito à igualdade de oportunidades e os criativos tais como os arquitetos e os designers têm um papel fundamental neste propósito. Daqui advém a necessidade de um ambiente construído mais inclusivo e direcionado às necessidades de vivência da heterogeneidade humana. Projetar sem barreiras ou obstáculos e tentar com que as minorias sejam parte integrante de um mundo de igualdades parece ser fundamental. Não se fala apenas de deficientes físicos ou mentais - com o aumento da esperança média de vida, todos os individuos, de uma maneira ou de outra, podem apresentar algumas dificuldades na experienciação do ambiente construído em que vivem, tornando-se assim essencial pensar no “projetar para todos”. Este artigo pretende analisar a importância da uma interacção entre individuos e com o ambiente construído inclusiva e mostrar que através de soluções projetuais se pode melhorar a sua qualidade de vida, particularmente na concepção da habitação para a vida. Mediante a análise de casos de estudo de residências assistidas, realizar-se-á uma proposta de soluções a incluir no plano habitacional de forma a que estes motivem a permanência nos mesmos ao longo do ciclo de vida humano. Palavras-Chave: Design Inclusivo; Arquitetura; Design; Residências Assistidas; Estímulo Sensorial Abstract Presently we are heading towards a world where, despite our differences, we are all entitled to equal opportunities, and the architects have a fundamental role in enabling this. Hence the need for a more inclusive type of architecture, it seems that projecting spaces without barriers or other obstacles is vital to making minorities a part of this equal world. This does not merely refer to mentally and/or physically disabled people, but to everyone, including us. As the life expectancy grows we will all eventually experience difficulties and profit from inclusive architecture. The main goal of this article is to analyse the importance of inclusive architectural 1 Mestre Arquiteto, Departamento de Engenharia, Universidade da Beira Interior, Portugal, [email protected] 2 Mestre Arquiteta, Departamento de Engenharia, Universidade da Beira Interior, Portugal, [email protected] 3 Professora Doutora Arquiteta, Departamento de Arquitetura e Artes, Universidade Lusiada de Lisboa, [email protected]
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Caramelo Gomes, C. & Santos, L. & Almeida, B. (2013)Humanização em

Ambiente Construído: O Estímulo dos Sentidos. Revista Educação

Gráfica, Vol 17 nº2 2013. ISSN 2179-7374 (online)

HUMANIZAÇÃO EM AMBIENTE CONSTRUÍDO: O ESTÍMULO DOS SENTIDOS

Bruno Gomes d’Almeida1

Luciana Santos2

Cristina Caramelo Gomes3

Resumo

Cada vez mais, vai-se caminhando para um mundo em que mesmo diferentes, todos têm direito à igualdade de oportunidades e os criativos tais como os arquitetos e os designers têm um papel fundamental neste propósito. Daqui advém a necessidade de um ambiente construído mais inclusivo e direcionado às necessidades de vivência da heterogeneidade humana. Projetar sem barreiras ou obstáculos e tentar com que as minorias sejam parte integrante de um mundo de igualdades parece ser fundamental. Não se fala apenas de deficientes físicos ou mentais - com o aumento da esperança média de vida, todos os individuos, de uma maneira ou de outra, podem apresentar algumas dificuldades na experienciação do ambiente construído em que vivem, tornando-se assim essencial pensar no “projetar para todos”. Este artigo pretende analisar a importância da uma interacção entre individuos e com o ambiente construído inclusiva e mostrar que através de soluções projetuais se pode melhorar a sua qualidade de vida, particularmente na concepção da habitação para a vida. Mediante a análise de casos de estudo de residências assistidas, realizar-se-á uma proposta de soluções a incluir no plano habitacional de forma a que estes motivem a permanência nos mesmos ao longo do ciclo de vida humano.

Palavras-Chave: Design Inclusivo; Arquitetura; Design; Residências Assistidas; Estímulo Sensorial

Abstract

Presently we are heading towards a world where, despite our differences, we are all entitled to equal opportunities, and the architects have a fundamental role in enabling this. Hence the need for a more inclusive type of architecture, it seems that projecting spaces without barriers or other obstacles is vital to making minorities a part of this equal world. This does not merely refer to mentally and/or physically disabled people, but to everyone, including us. As the life expectancy grows we will all eventually experience difficulties and profit from inclusive architecture. The main goal of this article is to analyse the importance of inclusive architectural

1 Mestre Arquiteto, Departamento de Engenharia, Universidade da Beira Interior, Portugal, [email protected] 2 Mestre Arquiteta, Departamento de Engenharia, Universidade da Beira Interior, Portugal, [email protected] 3 Professora Doutora Arquiteta, Departamento de Arquitetura e Artes, Universidade Lusiada de Lisboa, [email protected]

spaces in the everyday life of disabled people, and show that, through it, we can improve the quality of life of everybody. Following studies and theoretical analysis, a proposal will be made in order to adjust and/or modify a number of architectural projects in order to encourage social inclusion and improve the quality of life of everybody.

Keywords: Inclusive Design; Architecture; Assisted Living Facilities; Design; Sensorial Stimulus

A Motivação do “design inclusivo”

Verifica-se por meio da integração entre acessibilidade, antropometria, design ergonômico, design universal, ergonomia e usabilidade, que é possível empregar soluções mais condizentes com as reais necessidades dos usuários, permitindo contemplar diversas potencialidades, que não seriam adequadamente atendidas pela ótica de uma única área do conhecimento (PASCHOARELLI et al., 2009, p.14)

Várias são as áreas de conhecimento que sustentam a concetualização de soluções de ambientes nos quais o ser humano desenvolve uma função. A qualidade destes ambientes é ilustrada pelo seu desempenho construtivo e funcional, pelo seu apelo estético e pelo modo como responde às necessidades apresentadas pelo individuo que com eles interage (Caramelo Gomes, 2007). Os diferentes personagens que desempenhamos nas rotinas diárias, sejam estas de carácter individual ou profissional diferem em função dos requisitos funcionais, tecnológicos mas também individuais: na capacidade motora, funcional e cognitiva. A heterogeneidade humana é ilustrada pelas caracteristicas antropométricas, sensoriais, funcionais e cognitivas do individuo, sem que essas diferenças sejam conotadas como uma deficiência, não deixando, no entanto, de potenciar ou limitar a sua interacção com o meio fisico e social ao qual pertence e com o qual interage. As caracteristicas demográficas que caracterizam o tecido social europeu, particularmente Portugal, demonstram o envelhecimento da população. O estudo desta amostra, revela as dificuldades sentidas na interacção com o ambiente construído. Frequentemente, estas limitações podem implicar que a habitação se transforme numa prisão e, em casos extremos, na necessidade de abandono desse lugar - onde estão impressas as memórias de uma vida - e habitar um espaço novo, hibrido, cujas características deverão ser não só de acessibilidade mas sobretudo de inclusão, ou seja: tão ou mais importante que as questões de mobilidade são a organização espacial, os acabamentos, a funcionalidade dos diferentes espaços de modo a permitir a autonomia e motivar a comunicação do individuo com os seus pares e desse modo estimular a sua autoestima (Keates & Clarkson, 2004). Para os portadores de deficiência, visitar novos locais pode ser uma experiência atemorizante e desorientadora, mas tanto estes como as pessoas sem deficiência dependem de informação oferecida pelo ambiente construído para o experienciarem. A arquitetura que inclui o portador de deficiência é como qualquer outro tipo de arquitetura, mas melhor: aparenta e funciona da mesma maneira, mas oferece um meio ambiente mais rico e mais apelativo aos sentidos. Com estes mais alerta, a compreensão do ambiente é maior e a experiência do espaço é melhor, tendo em conta que a percepção do mundo sofre uma ruptura quando falta um dos cinco sentidos ao ser humano. Design universal, total ou inclusivo, significa "design que inclui" e "design para todos". São serviços e ambientes com a finalidade de serem usáveis pelo maior número de pessoas possível, independentemente da idade, habilidade ou situação. No “design inclusivo”, estuda-se uma série de questões que geralmente não são abordadas num projeto comum, porque neste caso consideram-se todas as possibilidades de uso, por usuários muito diferentes. Essa

diferenciação contempla questões sociais, históricas, antropológicas, económicas, políticas, tecnológicas, e principalmente de ergonomia e usabilidade. Por conseguinte, o “design inclusivo” não é exclusivo às pessoas portadoras de deficiência e a sua aplicação pode garantir, por exemplo, que uma habitação suporte o ciclo de vida humano com todos os seus requisitos fisicos, funcionais e cognitivos. Estes requisitos não são apenas especificos do individuo mas também de todas as funções que podem ser desempenhadas dentro da habitação e que têm sido exponenciadas com o desenvolvimento tecnológico. As necessidades mudam ao longo da vida. Uma casa inclusiva é por isso uma casa para toda a vida. (NCSU, 1997)

Projetar para Estimular os Sentidos

A sociedade contemporânea na qual interagimos e da qual somos parte integrante ocupa um ambiente construído, assim, a arquitectura e o design estão (omni)presentes no nosso dia a dia. Um olhar mais realista permite concluir que é impossível criar um mundo em que as construções, acessibilidades e a inclusividade sejam perfeitas para todos (Imrie & Hall, 2001). Há sempre a exceção. Mas aquando da conceção de um futuro espaço é importante pensar-se não só na estética, mas também na sua funcionalidade, porque numa sociedade complexa e multicultural como a que vivemos não existe apenas o homem jovem, atlético, proporcional e sem limitações. Prova disso é o fato de que a população está cada vez mais envelhecida (WHO, 2002) e consequentemente com perda da capacidade de mobilidade e dos sentidos (Bright & Di Giulio, 2002). É necessário projetar e construir a pensar na integração do indivíduo, sendo importante aplicar os conceitos do “design inclusivo”. A arquitetura é um elemento de comunicação e como tal tem uma mensagem, que comunica connosco, mas para tal é preciso que a linguagem seja entendida mutuamente. Construir para habitar não é necessariamente construir para viver: um espaço não é necessariamente um lugar, tal como uma casa nem sempre é um lar.

Segundo o CEDIPOD (Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência), cerca de 10% da população de um país em tempos de paz, é portadora de algum tipo de deficiência. Por exemplo, um portador de deficiência visual sente o espaço pela reverberação do som, a sua voz potencializa a sua localização e o tacto permite ver mais além das cores. Por isto, podemos afirmar que a arquitetura não é somente visão: é mão, pé, nariz, boca... Um arquiteto completo não somente vê, sente! Já que a arquitetura apela a todos os nossos sentidos porque não trabalhar com diferentes materiais, diferentes níveis de luz, diferentes cores, diferentes texturas e diferentes sons? Quando se fala em barreiras arquitetónicas, estas não são apenas físicas. A falta de estimulação sensorial representa ela também uma barreira (CARAMELO GOMES et al, 2010). É usual ouvir-se falar em obstáculos criados pela urbe devido a pessoas que se movem em cadeira de rodas, mas, por exemplo, para um invisual ou um portador de deficiência auditiva, estas barreiras são quase tão discriminatórias quanto as criadas pela falta de estímulo aos outros sentidos. Imagine-se um indivíduo invisual ou com visão reduzida. Por outro lado imagine-se um edifício de betão branco, todo ele com o mesmo material, todo ele branco e é grande o suficiente para a nossa voz ecoar. O piso é de azulejo e sem texturas sendo, portanto, escorregadío. Perante um panorama destes, alguém com incapacidade visual além de se sentir desconfortável, sentir-se-á também perdido e com medo. O ambiente torna-se “frio”, não pela temperatura baixa, mas porque existe uma antipatia pela forma, pelos materiais e pela acústica. Assim, torna-se importante criar um ambiente de texturas, cor e jogos de luz. Os espaços (mesmo os de grande escala) podem ser confortáveis, sendo possível adaptá-los para que o

som reverbere de forma agradável e não ecoem como num mosteiro. (SIMÕES, J., 2006) O conceito de design inclusivo define principios que uma vez aplicados à atividade projetual (ambientes, produtos e sistemas) motivam uma solução que melhor responde às necessidades humanas: “São sete os princípios que caracterizam o “design inclusivo” :

Equiparação nas possibilidades de uso dos usuários O "design" é útil e comercializável às pessoas com habilidades diferenciadas. Flexibilidade no uso O "design" atende uma ampla gama de indivíduos, preferências e habilidades. Uso simples e intuitivo O uso do "design" é facilmente compreendido, independentemente da experiência do utilizador, do nível de formação, conhecimento do idioma ou de sua capacidade de concentração. Captação de informação O "design" comunica eficazmente com o utilizador dando as informações necessárias independentemente das condições ambientais ou da capacidade sensorial do utilizador. Tolerância para o erro O "design" minimiza o risco e as consequências adversas de acções involuntárias ou imprevistas. Mínimo esforço físico O "design" pode ser utilizado de forma eficiente e confortável, com um mínimo de esforço. Dimensão e espaço para uso e inteiração O "design" oferece espaços e dimensões apropriados para interacção, alcance, manipulação e uso, independente do tamanho, postura ou mobilidade do utilizador.”(SIMÕES, J., 2006, p.42-43)

Sendo estes principios os mais conhecidos e referenciados por autores de diferentes nacionalidades, outros são igualmente importantes e digns de reconhecimento, como por exemplo os principios desenvolvidos por Jordan (1998):

Consistência As operações semelhantes devem ser realizadas de forma semelhante. Compatibilidade Verifica-se a compatibilidade sempre que sejam satisfeitas as expectativas do usuário (baseadas em experiências anteriores) Capacidade A necessidade de considerar as capacidades individuais do usuário para cada função Feedback A possibilidade dos produtos comunicarem com o usuário os resultados da sua ação Prevenção e correção de erros A interação com os produtos deve impedir procedimentos indevidos e caso estes aconteçam a sua correçãodeve ser fácil e rápida Controle Aumentar o controle do usuário em relação às ações desenvolvidas por um determinado produto Evidência As caracteristicas do produto devem comunicar inequivocamente a sua função e modo de operação Funcionalidade e informação

O produto deve ser acessivel ao maior número possivel de usuários e de fácil utilização Independentemente da preferência de um ou outro autor, ou da aplicabiliodade destes principios ser mais direccionada para arquitectura ou design, o importante é que na essência procuram o mesmo objectivo: colocar o individuo no centro das preocupações do processo projectual. Por isto, os princípios do “design inclusivo” são talvez opostos à chamada “arquitetura do ego”, ao projetar para si mesmo, projetar porque é esteticamente apelativo e porque fica bem. Em pleno século XXI não é compreensível que haja tanta dificuldade na mobilidade de pessoas com limitações temporárias e/ou permanentes, pessoas idosas e até crianças em meios urbanos. O “design inclusivo” ajuda na melhoria da qualidade de vida de toda a gente em geral e da minoria em particular (DARÉ,2010). É necessário redefinir não só as necessidades básicas de pessoas com deficiência, mas conceder-lhes oportunidades de cumprir com as suas ambições de vida. Isto aplica-se à arquitetura, a “boa casa” deve definir e responder às necessidades e expetativas do seu usuário. Um ambiente confortável, intuitivo, seguro e estimulante satisfaz certamente as necessidades básicas do ser humano, estimula a vontade de se auto realizar e faz com que se sinta parte integrante da sociedade activa e não um elemento solitário e sedentário. Análise comparativa de três casos de estudo O objetivo da análise dos casos de estudo prende-se com a compreensão de como as alterações demográficas e sociais afetam a posição e, consequente responsabilidade da arquitetura na sociedade, fundamentalmente através de uma revisão bibliográfica onde se definem conceitos-chave essenciais para a compreensão da interdisciplinaridade da temática, como “envelhecimento activo ”, “design inclusivo”, “design universal”, “arquitetura inclusiva”. Neste sentido, cria-se um estudo analítico que permite aprofundar o conhecimento sobre a relação entre o “design inclusivo”e a arquitetura, enquanto disciplínas complementares, na promoção de uma arquitetura direcionada para a diversidade humana (NCSU, 1997). Este estudo aprofunda também o conhecimento sobre soluções arquitetónicas face ao envelhecimento populacional, demonstrando como o arquiteto pode intervir diretamente na sociedade, contribuindo para a melhoria de qualidade de vida do ser humano, independentemente das suas capacidades e limitações. A presente análise comparativa é composta por três casos de estudo selecionados de acordo com a mesma tipologia (residências assistidas para idosos) e diferentes conceitos : a abstração, o lugar e o utilizador. Os objetos de análise foram 3 equipamentos com práticas distintas da tipologia de residências assistidas para idosos, com a finalidade de estabelecer um estudo comparativo com a informação recolhida e tratada. Os equipamentos em análise foram escolhidos criteriosamente, pretendendo que fossem obras relativamente recentes de Residências Assistidas para Idosos, que possuíssem leituras diferentes, originadas por conceitos e preocupações díspares. Primeiramente, retratam-se, através dos mesmos parâmetros (ver a baixo quadro Y), três casos de estudo compostos por diferentes condicionantes: um projeto focado na abstração da forma, um projeto focado no lugar e um projeto focado no utilizador, de modo a se estabelecerem pontos comuns entre si, assim como divergências, reunindo um conjunto de diretrizes que sirvam de apoio e estrutura para projetos futuros. Deste modo, elaborada uma matriz de análise, para uma maior coerência, cada obra foi analisada individualmente segundo os mesmos paramêtros e procedida de uma análise crítica baseada na revisão bibliográfica.

Quadro Y: Metodologia da análise comparativa dos casos de estudo

Fonte: Autores

Residências Assistidas de Alcácer do Sal –“A abstração” Figura 1: Detalhes do exterior Fonte: Fernando Guerra Photography

O conceito de lugar serve como ponto de partida para a análise das “Residências Assistidas de Alcácer do Sal”, na perspetiva do utilizador. Começando a descobrir-se o edifício a partir do exterior, denota-se a imponente presença do volume branco geometrizado que apela à imaginação (AIRES MATEUS, 2006). Na verdade, a presença desta forma abstrata suscita curiosidade de a vivenciar, porém pode tornar-se confusa para o utilizador que se depara com uma repetição simétrica de elementos visuais. Dependendo do utilizador, pode criar-se uma barreira ao fácil entendimento do espaço, especialmente no idoso, podendo interferir no sentido de orientação. Esta confusão para os sentidos, que desafia a capacidade de perceber como percorrer o espaço, é um problema relevante, considerando o declínio cognitivo derivado do processo de envelhecimento, assim como face ao número de usuários com mobilidade condicionada. O mesmo se processa face aos arranjos exteriores que, apesar de serem percorríveis por todos, deveriam possuir sinalética de orientação, como guias táteis ou de contraste (GOMES et al, 2010). Assim como o próprio piso exterior poderia possuir um material com características anti-derrapantes para minimizar os riscos de queda, de modo a tornar-se confortável, aprazível e seguro na sua utilização. Figuras 2, 3 e 4: Acessos exteriores: a falta de sombras e de mobiliário de apoio. Fonte : Autores

Analisando os detalhes da estrutura interna, observa-se um conteúdo programático que assenta essencialmente num corpo maciço, que se movimenta no terreno como um comprido corredor, onde encaixam os habitáculos privados. Esta dinâmica na distribuição do espaço, assente num eixo de movimento de onde surgem os habitáculos, mantém-se em todos os pisos exceto no rés-do-chão. Neste sentido, o fato das zonas sociais se alojarem apenas no rés-do-chão faz com que nos restantes pisos se realce a imagem de dormitório, onde corredores compridos dão acesso aos quartos, sem momentos de pausa ou de convívio. Observa-se também uma quebra na vivência espontânea do espaço onde o idoso acamado (assim como o utilizador com mobilidade condicionada) tem como alcance visual uma parede sem qualquer eco de vida, , “obrigando-o” a exercer um grande esforço para poder movimentar-se entre os diferentes espaços, tornando-se cansativo e desconfortável. Isto também se verifica na circulação entre o quarto e o terraço numa lógica bastante complexa, especialmente para utilizadores com mobilidade condicionada onde o acesso ao quarto se faz numa esquina onde se localiza um armário adjacente. A porta para o exterior é estreita e abre para uma varanda com uma área muito reduzida (NCODH, 2008). Figuras 4: Pormenor da varanda dos quartos – perspectiva interior Fonte: autores

O fato de todos os quartos possuírem um terraço privilegia o contacto do utente com a envolvente, embora esta plataforma pudesse estar mais potenciada, na medida em que se deveria dar a possibilidade ao utilizador a opção de decorar a sua varanda. Esta poderia também possuir mobiliário adequado para o usuário repousar no exterior de forma a apropriar-se do espaço como seu e não como um espaço de passagem. Figuras 5 e 6: Pormenor da varanda dos quartos – perspectiva exterior Fonte: Autores

O mesmo se processa na análise da materialização do espaço, onde partindo do exterior para o interior é impossível não se identificar um dos elementos mais notórios deste projeto, o branco, que habita em todo o projeto de diversas formas. A falta de contraste nas superfícies exteriores, desde fachadas a arranjos exteriores, pode criar confusão sobretudo no fato de todos os elementos de apoio à caminhada do usuário se apresentarem da mesma cor que o restante espaço, muitas vezes impercetíveis. Observa-se também a falta de elementos de descanso e lazer no exterior, assim como a falta de guias tácteis ou texturas, que ajudem o usuário a identificar as transições dos espaços e aumentar a aderência da caminhada. Estas permitem ao individuo com visibilidade reduzida uma experiência sensorialmente mais apelativa e enriquecedora e em simultâneo mais segurança. Partindo para o interior impõe-se a presença do branco absoluto, desde as paredes brancas, ao pavimento de mármore branco com veios cinzentos nas zonas comuns e às carpintarias lacadas do mesmo tom. Apresentando um brilho extremo assim como uma aderência quase inexistente, torna-se perigoso especialmente quando molhado para o individuo com mobilidade condicionada. Dentro do habitáculo, observando em detalhe os pormenores presentes, depara-se com uma porta para o terraço localizada num canto estreito de esquinas vivas. Essa mesma passagem para o exterior tem uma dimensão e um espaço bastante reduzidos para o seu uso, sendo muito difícil a passagem da cadeira de rodas, assim como a sua rotação. (NCODH, 2008) No limite extremo do terraço, depara-se com uma guarda de vidro que não apresenta qualquer elemento contrastante para assinalar a sua transparência. Há a falta de um apoio estruturado e devidamente assinalado na parte superior da guarda de modo a poder ser usada como corrimão para uma locomoção segura. No conjunto, estas falhas de detalhes físicos que auxiliem uma fruição plena e segura do espaço, a juntar ao facto do piso ser de mármore branco polido, material bastante escorregadio, faz com que o utilizador não se sinta à vontade para usufruir do local, acabando por não se ligar ao espaço. Por outro lado, na análise ao banheiro, observa-se a excelente área de circulação com uma boa distribuição dos elementos e uma boa utilização de um pavimento cerâmico R10, embora toda ela esteja mobilada de um modo muito institucional e hospitalar (NCODH, 2008). Figuras 7, 8 e 9: Detalhes da materialização no interior

Fonte: Autores

Figura 10: Análise do “habitáculo-tipo” das Residências Assistidas de Alcácer do Sal.

Fonte: Aires Mateus Arquitetos

Residências Assistidas de Camarzana de Tera - “O lugar” Em pleno interior de Espanha, na localidade de Camarzana de Tera, surgem dois blocos desdobráveis “disfarçados” no terreno. A forte conexão que o edifício tem com o lugar, traça desde o início diretrizes nas relações espaciais entre o utilizador e o meio envolvente. Observa-se que o utilizador cria laços com o lugar e com a morfologia do edifício, que apesar de possuir uma linguagem contemporânea consegue criar patamares de novas planícies, bem como percursos percorríveis na envolvente. Figuras 11 e 12: Perspectiva dos terraços que o volume forma/ detalhe da presença de diferentes texturas, cores e cheiros Fonte: Javier de Antón Freile

Varanda

Quarto

Instalação sanitária

Formalmente o edifício apresenta uma lógica interessante do ponto de vista da funcionalidade: estrutura-se em dois corpos com distintas funções, privado e comum, ou volume de dia e de noite como referem os arquitetos. Esta segregação volumétrica do espaço privado face ao espaço público é complexa tendo em conta que não se proporcionam pequenos espaços sociais próximos dos quartos, transformando o corredor num movimento de simples passagem. Pode não ser confortável ou benéfico para a comunidade de utentes não existirem pequenos espaços de encontro social nas transições entre os quartos e os serviços, especialmente tendo em conta a quantidade de utentes com mobilidade condicionada presentes neste tipo de equipamento social. Neste sentido, os únicos momentos em que se pode propiciar o contacto entre utentes é quando estes se deslocam ao volume social ou quando percorrem os terraços do edifício geral. Por outro lado, o fato da divisão entre as funções dos volumes ser rígida e clara, pode ajudar à perceção do espaço e consequente sentido de orientação. No interior, atravessam-se corredores brancos que dão acesso aos quartos de uma forma e dimensão apropriadas, de qualquer modo ressente-se a falta de elementos contrastantes e de elementos que permitam identificar o piso onde o utilizador se encontra, assim como a falta de elementos de apoio à locomoção. O modo como os corredores dão acesso a zonas de exterior nos diversos pisos, dá a possibilidade ao utilizador de usufruir de espaço verde e ar livre, apresentando apenas um problema em relação ao tipo de piso (grelhas com malha vegetal) que podem representar uma limitação para os utilizadores de bengala ou cadeira de rodas. Figuras 13 e 14: Detalhes da materialização Fonte: Javier de Antón Freile

O modo como se materializa o presente projeto é um dos elementos mais interessantes do ponto de vista do usuário, tendo em conta a quantidade de estímulos visuais, olfativos e táteis. Face ao seu carácter utilitário, pode originar opiniões muito distintas dependendo das experiências e incapacidades dos seus usuários, por exemplo: um idoso com cataratas pode sentir-se confuso com o conjunto de padrões e cores que estão presentes, assim como para os utilizadores com mobilidade condicionada que poderão sentir-se inseguros face às texturas e materiais diferentes na locomoção.

Figura 15: Análise dos espaços do “habitáculo-tipo” das Residências Assistidas de Camarzana de Tera

Fonte:Javier de Antón Freile Residências Assistidas de Flintholm - “O utilizador” A demarcar fortemente o terreno e a malha urbanística, pela sua implantação orgânica contrária à geometria envolvente, as Residências Assistidas de Flintholm afirmam-se como elemento singular e central de toda a área adjacente. A extensa área verde que envolve o edifício, surge igualmente como um fator determinante na promoção de qualidade de vida junto da comunidade, especialmente junto dos individuos idosos. Estes podem usufruir desde o interior, de uma vista privilegiada do parque. Os acessos dão-se em suaves rampas, potenciando uma fruição intuitiva e livre de obstáculos por parte dos usuários, especialmente os de mobilidade condicionada. Figuras 16 e 17: Detalhe dos arranjos exteriores das Residências Assistidas de Flintholm

Fonte: Frederiksen & Knudsen

Varanda

Quarto

Instalação sanitária

Toda a área do parque e respetivos acessos à entrada principal do edifício, desdobram-se em suaves rampas de acesso, num movimento natural do terreno. Existe unicamente um entrave à livre circulação no espaço, a necessidade de existirem gradeamentos a delimitar a área do lar para garantir uma maior segurança. Pode verificar-se, neste contexto, a falta de um caminho mais estruturado de acesso ao parque, com materiais de diferentes contrastes e texturas que ajudem de algum modo a criar pontos de referência para uma melhor orientação e circulação intuitiva no espaço. Figura 18: Integração do volume com o terreno

Fonte : Frederiksen & Knudsen

Analisando a parte formal, torna-se claro que a mesma origina um dos motes mais importantes do projeto – a forma elíptica, que muito mais que uma simples forma, contém em si interessantes propriedades e graças à sua geometria, permite a ausência dos comuns corredores, gerando espaços de acesso e de estar em simultâneo. Todos os quartos estão situados no limite da elipse, o que permite ao utilizador desfrutar da envolvente no seu ambiente privado, do mesmo modo que, abrindo a porta do seu quarto para as áreas comuns, está na comunidade com quem co-habita. Esta possibilidade do fácil acesso ao exterior é bastante importante para o utente não se sentir fechado, efetuando atividades ao ar livre sem necessitar de sair do edifício e permanecendo junto das enfermeiras e auxiliares. Passando para o detalhe da materialização, as residências apresentam uma linguagem muito uniforme de cores e sinalética, assim como uma boa adequação dos materiais que a compõem.Todo o edifício é tratado numa linguagem cromática muito simples e definida, havendo elementos verdadeiramente contrastantes de modo a assinalar momentos de transição de espaço ou de acessos. No piso térreo, todo o pavimento é de cerâmica cinza escura, diferindo nos pisos superiores, totalmente pautados pela presença da madeira e das carpintarias lacadas a branco. Observa-se a presença de fatores importantes relativamente aos individuos com mobilidade condicionada, especialmente nos momentos de transição do piso das áreas comuns para o habitáculo, que se dá de um modo muito discreto e fácil (NCODH, 2008) Existe uma pequena lomba de borracha que flecte à passagem de uma cadeira de rodas e que não apresenta qualquer perigo de queda para o utente, devido à sua dimensão e material.

Figura 19: Análise dos espaços do habitáculo-tipo das Residências Assistidas de Flintholm

Fonte: Frederiksen & Knudsen

Figura 20: Detalhe do terraço adjacente ao edifício

Fonte: Frederiksen & Knudsen

Conclusões

Existe um número muito significativo de pessoas portadoras de algum tipo de incapacidade física, funcional ou cognitiva e o ambiente construído (no seu geral) não lhes permite uma vida autónoma. O conceito de design inclusivo aliado ao processo projetual permite que essa realidade se altere de uma maneira bastante considerável. O primeiro passo para esta mudança de paradigma pertence a quem projeta; no modelo tradicional é comum o exponenciar a relevância à parte imagética do objecto construído e muito pouca importância ao individuo cque o experiencia, por uma solução mais inclusiva que motive a interação do individuo com esse meio com recurso a soluções de mobilidade e ao estímulo dos sentidos – visão, tato, audição e o olfato – factores imnportantes na orientação de deslocamentos e desempenho funcional. É impossível desvalorizar o valor do ambiente construído nas nossas rotinas diárias e/ou sazonais; a relação usuário habitat sempre foi fundamental na vida do individuo desde que o

Quarto

Instalação sanitária

Homem se abrigou numa caverna, e particularmente desde que o fogo lhe permitiu ou motivou permancer e apropriar-se desse espaço. Por isso, se ninguém consegue viver sem arquitetura, esta tem que ser obrigatoriamente para todos! É compreensível que seja impossível construir de forma a agradar à maioria dos individuos, revelar-se-à sempre a exceção, mas, esta premissa não é impeditiva de projetar a pensar em várias amostras da população e não apenas numa: a dos jovens de estatura média, sem mobilidade condicionada ou qualquer tipo de deficiência, que não se cansa ou engana. Isto parece ser uma utopia. É necessário projetar a pensar essencialmente nas condicionantes que impedem a mobilidade de uma grande parte da população, nem que seja porque grande parte da população nos países mais desenvolvidos é envelhecida e consequentemente apresenta algumas limitações. É necessário integrar o indivíduo na arquitetura e adaptar a arquitetura ao indivíduo. Para isso, é indispensável pensar sempre na funcionalidade do espaço e em quem o vai usar. Consideram-se três (3) a serem pensados pelos projetistas: a forma, a função e o utilizador. Um determinado espaço tem necessidades a nível físico, construtivo, tecnológico; o futuro usuário também se caracteriza pelas suas necessidades e expetativas: o ambiente construído deve promover a comunicação e interação entre ambas. Esta é a aplicabilidade ou a boa prática do design inclusivo. A nível do ambiente construído, sejam os espaços públicos ou os espaços privados, exteriores ou interiores, é fundamental trabalhar com diferentes materiais. São eles que fisicamente tornam um espaço confortável e acolhedor, ou o seu oposto. Diferentes materiais provocam diferentes sensações e sentimentos. Os materiais levam até ao indivíduo o conhecimento das texturas, do mundo que o envolve e até da localização e orientação deste no espaço. Os materiais comunicam com quem os toca, com quem os vê e com quem os cheira de uma forma muito própria e todos eles comunicam de uma maneira diferente, dando assim a possibilidade que cada objecto arquitectónico tenha uma mensagem diferente para oferecer. Os arquitetos e designers dispõem de todos os meios para tornar o ambiente construído que experienciamos numa experiência multi-sensorial e assim promover a inclusão de vários tipos de pessoas com mobilidades diferentes, fisicamente diferentes, com limitações e capacidades diferentes e até formas de estar na vida diferentes. Cada um de nós interage com o espaço pela compreensão da mensagem que esse mesmo espaço é capaz de emitir, e quando a linguagem é compreendida pelo emissor a comunicação é efectiva. A organização espacial e particularmente a estimulação sensorial possibilita várias formas de comunicação, potenciando a capacidade de compreensão do individuo. Com estes casos de estudo é mostrado como três objectos arquitectónicos com a mesma função, podem causar sentimentos tão dispares nos seus utilizadores. Conclui-se que não há uma fórmula para a residência assistida perfeita, haverá sempre aspectos positivos e negativos, mas as reflexões feitas a cada um dos casos ao longo do artigo, pretendem contribuir para que futuramente o utilizador idoso sinta que habita o seu próprio espaço e não um local de passagem. Da análise efectuada é possivel definir as boas práticas que devem ser repetidas em outras situações e até aplicadas ao planejamento de habitações, sem complexos ou rótulos socialmente inconvenientes. A grande alteração no processo projectual depende na essência da alteração de modos de pensar; exemplos de boas práticas apresentam-se como elementos motivadores e determinantes nessa mudança de paradigma. Ambientes, produtos e sistemas comunicacionais inclusivos não são a resposta aos individuos mais limitados antes uma solução que responde às diferentes necessidades que as interações e funcionalidades de comunidade e/ou individuais apresentam. O ambiente construído deverá ser o elemento mutável de acordo com as necessidades e expectativas dos seus usuários. A alteração de rotinas diárias ou periódicas dos individuos provoca necessariamente uma reação em termos de linguagem estética e simbólica do objecto arquitetonico, no planejamento de layouts e definição de

acabamentos. As autoridades responsaveis, bem como o cluster profissional associado a esta área do conhecimento têm uma responsabilidade crucial na prevenção de atitudes menos profissionais e na motivação e divulgação de boas práticas. “Designing for our future selves” (Coleman, 1993, p.20).

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