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Jornalismo Hacker

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jornalismo hacker Leonardo Foletto, 2014
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jornalismo hacker

Leonardo Foletto, 2014

hacker?Década de 1950, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), depois na Califórnia (Vale do Silício) Grande habilidade técnica em informática, aprendiam fazendo, autodidatas, excelentes programadores e desenvolvedores de sistemas, mas péssimos alunos

To hack: fissurar, cortar, modificar, decifrar;

algumas definições“Aficcionados por computador guiados por paixão e curiosidade para aprender sistemas técnicos, frequentemente comprometidos com a liberdade de informação e a transparência”

4 camadas da cultura da Internet:cientistas (a tecnomeritocrática: pesquisadores, universidades), a comunitária virtual (nós), a empresarial (telecomunicações, empresas .com) hackers (“fuçadores”, programadores, underground)

(Manuel Castells, “A sociedade em rede”, 2003):

ha hiss

ética hacker

fazer da tecnologia algo novoum computador pode melhorar nossas vidasacesso ilimitado aos computadores

toda informação deve ser livre

dados abertos, hackathons, hackdaysemancipação individual pelo conhecimento

transparência para os fortes, privacidade para os fracos

um hacker deve ser valorizado pelo seus hacks, não pelo seus títulos

colaboração (mais do que competir)crowdfunding - crowdsourcing “façocracia”: valorizar quem faz

Por que cooperar?"Carruagem” de 4 cavalos:interesse material, necessidades emocionais, motivações sociais e compromissos morais

O que desalinha?expectativa: mais business do que social;autonomia/escolha: sentir que você não tem autonomia sobre aquilo que você está fazendoDiversão: se é chato fica difícil;Desafio: não há nada que estimule aprimorar os conhecimentos

(Yochai Benkler, "O Pinguim e o Leviatã", 2011)

Desconfiar da autoridade, promover a descentralização

software livre?

movimento criado em 1983 por Richard Stallman; 4 liberdades: executar o software para qualquer propósito;estudar o software (acesso ao código-fonte)redistribuir cópias, grátis ou não;modificar o programa e distribuir estas modificações;"Think free as in free speech, not free beer" (Richard Stallman);

“Qualquer outro movimento político, da antiglobalização ao dos sem-terra, se revela ineficiente diante das conquistas do software livre. Qualquer movimento cultural, do punk a Luther Blissett, parece uma “doença infantil” diante da ideologia do software livre. É uma revolução enorme, talvez tão importante quanto qualquer outra revolução da história da humanidade (por incrível que pareça, estou medindo bem minhas palavras, para não parecer exagerado), que acontece quase na surdina, sem nenhuma guilhotina." - Hermano Vianna, antropólogo

copyleft

todo programa licenciado como software livre (aquele que está permitida a cópia, a modificação e a distribuição sem permissão) teria que permanecer sendo livre nas distribuições (modificadas ou não) do mesmo

ética hacker x ética protestante“A ética hacker e o espírito da era da informação” (Pekka Himanen): paixão, liberdade, solidariedade, compartilhamento, trabalho colaborativo e diletantismo

“A ética protestante e o espírito do capitalismo” (Max Weber)dinheiro, trabalho, otimização, flexibilidade, estabilidade, determinação e contabilização dos resultados

e o jornalismo, que tem que ver com isso?

aproximações

hackathons, hackdaysnúcleos de jornalismo de dados (Estadão, Folha de S. Paulo, Zero Hora, Guardian, NYTimes, Clarín)HacksHackers, lançada no final de 2009 nos Estados Unidos, para aproximar jornalistas e desenvolvedoresTransparência Hacker

qual o código do jornalismo?

espaços profissionais estão se abrindo (e outros tradicionais demitindo);público está mais ativo - prosumertodos consomem, todos produzem;

quem é o jornalista? o que é jornalismo?

por que jornalismo hacker?

informação é potencial do potencial - McKenzie Wark, A Hacker Manifesto;sociedade da informação (Castells), informação é (ainda) mais poder;quando a informação não é livre, quem a tem reverte a seus interesses;

alguns alertasrelegar o serviço de informar a somente espaços privados/fechados é dar um poder (imenso) a estes lugares/empresas, poder que pode voltar-se contra o “bem-comum” (procumun);estamos permitindo àqueles mais ameaçados que utilizem sua força para mudar a lei como nunca antes na história podem os interesses comerciais estarem acima do interesse público?

jornalismo (de código) aberto?

expor publicamente, e em formatos acessíveis/manipuláveis, os dados apurados pelos jornalistas para que sejam verificados/reutilizados:Vía 52 (http://via52.com)Arquitetura da Gentrificação (http://reporterbrasil.org.br/gentrificacao/)

Usuário participa/colabora

cooperativas de jornalistas - Más Publico (http://www.lamarea.com/quienes_somos/)sócios-usuários - El Diario (http://eldiario.es), conselho de leitores/consultivo - Agencia Pública (http://catarse.me/pt/reportagempublica)

jornalismo acessível?

TRANSPARÊNCIA É A NOVA OBJETIVIDADE?mostrar o “bruto”, explicar o contexto, revelar o percurso; informações públicas devem ser publicizadas em formatos acessíveis;

condições para um jornalismo livre

dados abertos (públicos) e em formatos acessíveis;expor o processo: dados brutos, íntegras;licenças livres para livre compartilhamento

mas...como bancar?como oferecer nosso trabalho “de bandeja” a outros e sermos remunerados pra isso?

colaboração: $ não é tudo

reputação, comunidade: ganhos indiretos.custo para cooperar: quanto menor melhor: mais fácil motivar milhões de pessoas a fazer algo que elas podem fazer em 5 minutos do que motivar poucas pessoas a fazerem algo que elas podem levar meses ou anos;

BENKLER, Yochai. The penguin and the Leviathan: the triumph of cooperation over self-interest. New York; Crown Business, 2011.

SL como exemplo:

em vez de um “copyright” barrar o acesso/modificação/compartilhamento, licenças copyleft (ou Creative Commons) para potencializar a liberdade; controle ao usuário, manutenção do bem-comum;autonomia como modelo, colaboração em vez de competição;ganhos de: assistência técnica (serviços), modificação/customização, doações, governo;

como aplicar no jornalismo?

criar uma comunidade: estabelecer laços, mostrar a importância do trabalho realizado;“venda” de processo e não de produto: uma forma de fazer jornalismo e não o jornal;assinaturas, crowdfunding, doações, editais, publicidade (também!);podemos construir novos produtos com fábricas velhas?não existe fórmula; invente a sua!

será que esta “crise” não vai provocar a era de ouro do jornalismo? mais livre, colaborativo, transparente, desconfiando da autoridade, editável - mais hacker?

Valeu!

[email protected]/leonardofoletto@leofoletto

ccdpoa.com.br - @ccdpoabaixacultura.org - @baixacultura


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