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Pela esperanca do amanha sacrificais o hoje

Date post: 27-Jan-2023
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“Pela esperança do amanhã sacrificais o hoje Krishnamurti “A esperança é o 'processo' do tempo. Quando estamos felizes, não temos esperança. Viver é existir sem esperança. Só estamos livres da esperança quando somos felizes. Viver é existir sem esperança e sem apreensão pelo amanhã. Pela esperança do amanhã sacrificais o hoje. "As estrelas não chegamos a cobiçar, a esperança... oh, a esperança tem sido a melhor coisa na vida." Thomas Mann …Como citar sem babelismo, …Sem excesso, limpidamente "Trago em mim o germe, o início, a possibilidade para todas as capacidades e confirmações do mundo" Os Buddenbrook “A mudança de costumes é o único meio de que dispomos para nos mantermos vivos e rejuvenescermos. É esse o objectivo da mudança de ares e do lugar da viagem de recreio” Thomas Mann
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“Pela esperança do amanhã sacrificais o hoje Krishnamurti

“A esperança é o 'processo' do tempo. Quando estamosfelizes, não temos esperança. Viver é existir semesperança. Só estamos livres da esperança quando somos felizes. Viver é existir sem esperança e sem apreensão pelo amanhã.Pela esperança do amanhã sacrificais o hoje.

"As estrelas não chegamos a cobiçar, a esperança... oh, a esperança tem sido a melhor coisa na vida."Thomas Mann

…Como citar sem babelismo,…Sem excesso, limpidamente

"Trago em mim o germe, o início, a possibilidade para todasas capacidades e confirmações do mundo"Os Buddenbrook

“A mudança de costumes é o único meio de que dispomos para nos mantermos vivos e rejuvenescermos. É esse o objectivo da mudança de ares e do lugar da viagem de recreio”Thomas Mann

A TrocaDireta – Coleccionismo & Trocas

Vem, no mês seguinte ao da campanha de promoção anterior renová-la, recolhendo novamente reservas de autógrafos genuínos, ou facsimilados para colecionadores e outros interessados, salientando que o recurso seletivo que faz a epígrafes e epigramas evidencia, nesta sua experiência específica na área do colecionismo e trocas, o contacto e acompanhamento permanente com o meio do coleccionismo onde se tem dado um notório incremento nas áreas da dos epigramas, da dística, e da epigrafia numismática e medalhística.“A coleção e troca são uma disciplina do sentimento aquisitivo” Ao acompanhar este segmento do meio coleccionista, testemunhamos esta prática saudável e salutar, de longe nada tendo que ver com as patologias a ela infundadamente associadas:

“…A concepção vulgar, porém, trata como 'manias' alguns hábitos que, entretanto, não são propriamente manias, em nada interferindo na vida individual ou social do indivíduo. Recebem este nome, por exemplo, alguns hábitos ou costumes caracterizados por alguma fixação (como no colecionsmo), repetição exagerada de gestos, etc.” Mania; Wikipédia.E em colecionismo: “O colecionismo é a prática que as pessoas têm de guardar, organizar, selecionar, trocar e expor diversos itens por categoria, em função de seus interesses pessoais.”

Os seus 'interesses pessoais', na coleção, podem-devem saudavelmente tratar e frutificar os íntimos itens em harmonia num universo de temáticas que actualiza o presentee o passado com a qualidade do afecto que se põe no tratamento do tempo.

Em 1997, no âmbito das Responsabilidades Humanas derivadas dos Direitos Humanos, o Conselho InterAction, cujo grupo detrabalho foi presidido por Helmut Schmidt desde 1987, delineou um conjunto de padrões éticos humanos. Mas o seu trabalho baseia-se “na sabedoria dos sábios e líderes

religiosos ao longo dos tempos” cujos ensinamentos transmitem com a Regra de Ouro que liberdade sem aceitação da consequente responsabilidade pode destruir a liberdade ea possibilidade desse melhor mundo.

“Nenhuma pessoa ou grupo deve roubar ou arbitrariamente privar qualquer outra pessoa ou grupo de sua propriedade.” 2ª parte do artigo 8º da Declaração Universal das Responsabilidades Humanas (1997) coincidindo com o 50 º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos de1948 adoptada pelas Nações Unidas. Em consideração às actividades de lazer que impliquem o pensamento e os sentidos em empatia, também colecionismo cuja minúcia exigeliberdade de tempo de lazer, implicam assim, esta e este mesmos, e esse modo do tempo consagrado no artigo 24º da Declaração de 1948: “Toda a pessoa a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma limitação razoável da duração de trabalho e a férias periódicas pagas.”

“A arte do descanso é uma parte da arte de trabalhar”Jonh Steinbeck

Sendo que relativamente às “Obras de Arte, esta não deve ser monopolizada mas disponibilizada para ser vista e apreciada por tantas mais pessoas quanto possível, ajudandoa elevar os sentimentos humanos e fazendo grandes contribuições para o desenvolvimento cultural”Mokiti Okada (1882-1955), fundador do museu de Artes de Atami.

O coleccionismo está para a museologia como o naturalismo para a biologia e todas as ciências naturais. O interesse pela preservação do património começou e continua com esta maneira de estar harmónica e irradiante do indivíduo.

“Alguns ouvem com os ouvidos, outros com o estômago, outroscom o bolso e alguns, simplesmente, não ouvem”(Khalil Gibran, poeta libanês, 1883-1931, in “O Profeta”)

“[…] Portanto, o tantra é conhecido como a linhagem da verdade sussurrada ao ouvido, ou linhagem secreta. Contudo,o secretismo não implica que o tantra seja como uma língua estrangeira. Não é como se os pais falassem duas línguas, mas só nos ensinassem Inglês para poderem usar Chinês ou Iídiche quando quisessem manter-nos afastados de um segredo. Ao contrário, o tantra introduz-nos na actualidadedo mundo fenomenal. É uma das mais avançadas, penetrantes eextraordinárias percepções jamais desenvolvidas. (…)Podemos dizer que algumas pessoas são tântricas por natureza. São inspiradas nas suas vidas; percebem que alguma realidade está a ocorrer no verdadeiro sentido e sentem que a experiência da energia lhes é relevante. Podemsentir-se ameaçadas pela energia ou podem sentir a falta deenergia, mas têm um interesse pessoal pelo mundo: o mundo visual, o mundo auditivo, o mundo dos sentidos. Estão interessadas no modo como as coisas funcionam e como as coisas são percecionadas. Esse sentido de enorme interesse,esse interesse nas perceções é tântrico por natureza. Contudo, um problema com futuros praticantes tântricos inspirados é que muito frequentemente eles ficam demasiado fascinados com o mundo dos sentidos. (…)The Tantric Practitioner, Chogyam Trungpa

“«O museu torna-se o herdeiro da monarquia. Até essa altura, os quadros encontravam-se em coleções de nobres queapenas eram acessíveis às camadas superiores da sociedade, e não ao público em geral. A Revolução revolucionou também as artes. E tinha sido apenas pouco tempo antes da Revolução, no século XVIII, que se inventara o quadro enquanto obra de arte individual. Antes fazia parte da decoração de interiores e servia um determinado fim. Isso refletia-se também no facto dos quadros, nas coleções dos nobres, não serem exibidos como peças individuais.»Apareceu a imagem de uma coleção de pintura em que os quadros estavam colocados tão perto uns dos outros que já nem se viam as paredes; estas estavam cobertas de quadros até ao tecto, de modo que os que se encontravam junto do tecto já mal se conseguiam ver.«Vejam só”, explicou o conferencista (passando os slides), “para que os quadros ainda coubessem nos lugares vazios,

não era raro serem recortados e aparados. Os tempos que produziram estas maravilhas da pintura tinham pouco respeito pela integridade e inviolabilidade de uma obra de arte. Esse respeito nasce apenas com a invenção da História.»”Dietrich Schwanitz, Cultura: Tudo o que é preciso saber

Temos assim que as emissões e divulgação de exemplares paracoleção são um modo de valorização do quotidiano e do passado na atenção que lhes é desse modo devida. Por isso AColeção e a Troca são uma disciplina do sentimento aquisitivo, para mais que são cada uma em si são já essa disciplina relacional.

“Não era só o olhar (hoje em dia ultra-solicitado) mas também o olfacto, o paladar, o tacto que eram solicitados: havia cheiros na rua, os alimentos tinham sabor e textura (entretanto vitimados por hormonas e conservantes (…) Haviadignidade no âmago das coisas quando eram de madeira (não de 'MDF') ou de metal (não de plástico) … E havia poesia namoeda de …; com ela comprava rebuçados suficientes para dartrabalho ao dentista (…)”; Colecções Philae, na apresentação de mais uma moeda histórica para colecção. Uma vez um repórter perguntou à teóloga alemã Dorothee Soelle: “Como explica a uma criança o que é a felicidade?” (…) Andreas Wolff das Colecções Philae colocou a resposta aeste jornalista nas cartas de divulgação da moeda comemorativa do campeonato do mundo da África do Sul: (…) “Não explico, ofereço-lhe uma bola para ela descobrir” (1)

Agora neste mês de Junho, as Colecções Philae dispuseram asemissões de moedas de 2 euros com as epígrafes 'Córdova' / Espanha, de 2010, a emissão 'Revolução de Veludo'/ Eslovénia de 2009, a 'Voto Feminino' / Finlândia 2006, e a primeira emissão do género, a comemorativa dos Jogos Olímpicos Atenas 2004, isto depois de uma longa série de epígrafes das quais fizeram parte a dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, e da Assistência Médica Internacional como primeira do género relativa a uma instituição particular de solidariedade.

Será esta uma verdadeira epigrafia nunismática, com os seussignificados duma cadeirinha de quatro mãos, em que falta uma das mãos, simbolizando a ineficácia em consequência da passividade, e com a legenda Contra a Indiferença”, tal como facilmente se poderá ver procurando na série que continuou Uma Moeda Uma Causa.

Babelismo e Epigramia

À pergunta se sabíamos de alguma coisa sobre moedas ou medalhas contra o medo, resolvemos, nada sabendo de epigramancia, responder com o que sabemos: o nosso contactoprivilegiado com o meio.No acompanhamento dos nossos clientes-amigos temos vindo a notar, na parte do coleccionismo de epigramas, uma mudança significativa não só na maior procura de epigramas, normal em épocas de crise, mas uma atitude diferente na epigramia;uma maior necessidade do tratamento dos epigramas.Esta atitude é reativa ao babelismo que se verifica no manuseamento de citações para justificações de ordem política imediatistas na busca do consenso público natural no que diz respeito ao exercício do poder e dos poderes:“As máximas e provérbios são testemunhos sem testemunhas, anónimos, que citados no discurso não confirmam tanto verdades como consensos sobre determinadas afirmações. Apesar de a citação poder funcionar no discurso como confirmação de valores consentidos ou consensuais, ela não deixa de formar, no entanto, uma rede de ressonâncias a deixar resto ou rasto, a criar dissonâncias.” Maria Augusta Babo: Da intertextualidade – A citaçãoNesse contacto permanente com o meio o meio cultural que é cuidado coleccionador, foi visível para nós a atitude disciplinar no tratamento do epigrama como se este sofressede uma momentânea desregulação e rapto dos contextos. Com obabelismo, como confusão gerada pelo excesso de citações, deu-se uma maior procura às frases citações. Os novos colecionadores, pelo seu interesse, rapidamente se familiarizam com o seu tratamento, em assuntos e temas, categorias, etiquetagem, cotação, e mesmo no cuidado de correctas traduções. Mas é na procura dum algo-mais que a epigramia se dá. É a busca de contextualização dos pensamentos e ideias força que vão desde os título às

frases lapidares, com a passagem por nomes de identidade decapítulos, e excertos maiores ou menores conforme a ideia-força da asserção. É como que um sentimento de renascimentodo valor assertivo. Trata-se duma ordenação, regulada por recursos a notas; mas notas mais vivas e menos secas, feitas por alongues, etc. — como se a frase por si, com o nome do autor, respectiva obra e datas ficasse ainda assim fora do seu habitat, sem a respiração natural nas suas releituras em permanência.

Por exemplo:

“Não interessa o que se trata de levar a termo: o que interessa é perseverar até ao fim”Confúcio”

“O homem superior é persistente no caminho verdadeiro e nãosó persistente” Confúcio

Apesar da segunda parte da primeira frase se entender, e dar com a de Li Bai Po: “Quanto tempo podes manter (a persistência), tanto podes fazer uma agulha, desgastando uma barra de ferro”. No entretanto à primeira parte: “Não interessa…” importa contextualizar, dada a autoridade de Confúcio.

Esta ordenação pode fazer-se aplicando desde a simples notaintercalar, a um alongue simples de notas de pé de página ou de fim de texto, conforme o tratamento a dar. É assim que em epigramia:

“O governo do povo, pelo povo e para o povo”, de Lincoln tem merecido a atenção, por acrescentamento, de todo Discurso de Gettysburg, este mesmo aliás gravado no seu Memorial, pelo que, se a ideia é pôr uma frase em destaque,a sua repetição no contexto, só a sublinha.

A epigramia responde à necessidade dum tratamento pessoal de cuidado-colecção a par com a necessidade e sentimento,

como que jurídico geral, de correcta asserção; o que é assertivo deve ser objecto duma redobrada atenção.

“ [...] De facto, é tão difícil nos apropriarmos dos pensamentos dos outros como inventá-los. Pois sempre algumatransição abrupta, alguma mudança repentina de temperatura ou de ponto de vista trai a inserção do alheio.” Emerson, Citações e originalidade, 1876; Escritor, Poeta, Filósofo, Ensaísta, E.U. A.

“As citações, quando gravadas na nossa memória, dão-nos bons pensamentos”W. Churchill

“Odeio as citações. Diz-me o que sabes”; Emerson

"Tenho sempre uma citação para tudo - economizo os pensamentos originais.", Dorothy Sayers

"Cada citação contribui com algo para a estabilidade e o alargamento da língua." – Samuel Johnson

E Volaire, a propósito da intromissão do alheio nas escrituras, citado por lord Brougham que o testemunhou e evocou fazendo as suas devoções no cume de uma montanha, em1775, perante o esplendor do sol nascente: «“Creio em Ti, creio em Ti”, diz ele ao Ser supremo… De repente levantou-se, pôs o chapéu, sacudiu o pó dos joelhos, retomou a sua figura franzida: “Quanto ao senhor seu Filho e à Senhora sua Mãe, isso é um assunto inteiramente diferente.”

Odeio mais as máximas ruins do que as más acções - Jean Jacques Rousseau Daí a importância da Epigramia e seu lema: “Os filósofos têm geralmente razão no que afirmam, e enganam-se no que negam”Leibnitz

e alongue:“existe uma 'alma de verdade' em cada ponto de vista particular acerca do mundo; … percebo distintamente o que vês confusamente, mas tu vês distintamente o que eu vejo demodo confuso; todos os pontos de vista se completam e harmonizam na luz…” — Lucien Jerphagnon, sobre Leibnitz

A epigramia encerra também em si o seu contrário, as citações em suspenso, que, por isso, assim também se distinguem do babelismo.

As citações em suspenso são as que pronunciadas em circunstâncias concretas, mas tendo-se perdido parte das referências, aguardam melhor contextualização:

“Sobre o modo de vida de determinados pintores talvez, parece que, Van Gogh e Gaugin, os trabalhadores de sol a sol perto da casa deles e a eles se referindo: Que ao menoseles, trabalhadores do campo, quando largavam o trabalho para ir descansar, tinham descanso, e aqueles não.”Sabe-se que foi proferida em tempo disso.

A epigramia propriamente dita é a que sai do prazer da citação cursiva, como nos livros de citações, para tratar acontextualização das frases. Mas este tratamento por recurso a notas alongues não é um ir e vir, dado o valor e potencial de forma dística. Se não é difícil comparar os ensinamentos, muito pelo contrário, é difícil é dividir frases lapidares por assuntos que nada tenham que ver uns com os outros; então se é fácil não estragar o potencial das máximas respeitando o possível potencial de desdobramento da linearidade afirmativa então que se respeite a interligação do texto em potência das notas. Estas não serão pois um «apêndice», mas um outro texto com a autonomia que se impõe por uma simples e natural ligação.Assim, porque por condensação de significados é normal que as notas tenham que ver umas com as outras, então dá-se comas citações um desdobramento de texto numa paralelística deassertiva, não há principal e secundário, porque derivante e derivado.

“O luxo custa mais do que o que vale”…José Bonifácio de Andrada e Silva, poeta e estadista brasileiro

Se se tomar este dístico por si, ou o alongue que se segue facilmente, terá que ver com parte do texto em notas derivante deste que aqui se lê.

Então com o que se lhe segue:“…; empobrece a muitos para enriquecer a poucos, sacrifica mil vidas para dar poucos prazeres, e os que mais se lhe entregam acabam no fastio e indiferença.”

Em tendo sido um poeta e estadista do séc. XVIII, a justaposição dos prejuízs aos danos elencados da poesia aproximadamente da mesma época de Oliver Goldsmith,The Deserted Village referida na nota 10, ou apenas dos versos Ill fares de land, a justaposição é evidente.

Outro exemplo de epigramia

Ao nível do simbólico a frase que se segue à notícia documenta-a bem:

“Ao contrário de todos os seus colegas de Governo, o novo ministro da Solidariedade e Segurança Social chegou ao Palácio da Ajuda numa modesta mota.”DN 21/06/2011

“Um símbolo contém uma verdade e uma inverdade, indestrinçáveis para o sentimento. Se o tomarmos tal como ée o configurarmos através dos sentidos e à imagem da realidade, nascem daí o sonho e a arte”Robert de Musil, Áustria1880 - 1942 Escritor© Citador

O desenvolvimento desta nota consta da nota (11) e refere-se, como é evidente aí, a uma questão do símbolo como intemporal e temporal: presente e futuro. Mas pode ficar aqui a chamada para a contextualização desde já; no

conhecido texto-pensamento. É pois, no texto desdobrado deste, uma forte referência dupla.

Em citação cursivae passando para epigramia, o tema da esperança "A esperança satisfaz-se com a medida do que se espera." Fonte - Sermões Autor - Vieira , António

"A Esperança é um afecto que, suspirando sempre por ver, vive de não ver, e morre com a vista." Fonte - Sermões Autor - Vieira , António© Citador

“A providência deu-nos o sonho e a esperança como compensação aos cuidados da vida”Voltaire

“A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo”Voltaire

"Não há esperança sem medo, nem medo sem esperança."(…)“(a esperança é) uma alegria inconstante nascida da imagem de uma coisa futura ou pretérita, de cujo sucesso duvidamos… (o medo é) uma tristeza inconstante nascida também da imagem de uma coisa duvidosa”Espinosa (2)

“Uma emoção deixa de ser paixão assim que formamos uma ideia clara e distinta acerca dela” Espinosa

“(…) O novo entendimento de que dispomos sobre a maquinariada emoção e do sentimento torna os objectivos de Espinosa mais acessíveis. (3) (…) Pode dizer-se que Espinosa abraçoua descoberta da natureza e o conhecimento como parte da dieta do homem pensante. E é curioso pensar que Espinosa,

para quem as demonstrações científicas eram os olhos da mente, tenha passado a maior parte da sua vida a fabricar as melhores lentes possíveis, instrumentos que permitam à mente ver tantos novos factos. É igualmente curioso pensar que as lentes que polia tão cuidadosamente e os microscópios a que se destinavam eram meios para ver mais claramente, e eram, por isso mesmo, instrumentos de salvação. Mas tudo isso faz parte integrante de uma época: a época em que numerosos dispositivos ópticos e mecânicos foram criados, tanto para permitir a descoberta científica como para transformar o processo da descoberta numa fonte de prazer.A Qualidade de Uma Solução(…)Nesta solução, a razão deixa-nos entrever o caninho, enquanto que o sentimento assegura a nossa vontade de ver ocaninho. Aquilo que parece mais atractivo na solução Espinosa é o reconhecimento das vantagens da alegria e a rejeição da tristeza e do medo. Espinosa afirma a vida e transforma a emoção e o sentimento num meio para que a vidafloresça. A caninho do horizonte dessa vida , o indivíduo deve procurar viver de tal maneira que a perfeição da alegria seja atingida com frequência e faça, por isso, com que a vida valha a pena ser vivida. E dado que todo este universo começa e acaba na natureza a solução Espinosa é imediatamente compatível com a imagem do universo que a ciência tem vindo a construir nos últimos 40 anos. (…)”António Damásio, Ao Encontro de Espinosa — As Emoções Sociais e a neurologia do Sentir; pgs. 308 e 309.

O medo natural – um apólogo

“Numerosas experiências demonstraram que os rouxinóis, as pegas e os corvos eram capazes de distinguir quantidades concretas de um a quatro. Um castelão decidiu matar um corvo que fez seu ninho na torre docastelo. Já tentara várias vezes surpreender o pássaro, mas ao se aproximar o corvo deixava o ninho, instalava-se numa árvore próxima e só voltava quando o homem saía da torre. Um dia, o castelão recorreu a uma artimanha: fez entrar dois companheiros na torre. Instantes depois, um deles desaparecia, enquanto o outro ficava. Mas em vez de cair nesse golpe, o corvo esperava apartida do segundo para voltar a seu lugar. Da próxima vez ele fez entrar três homens, dos quais dois se afastaram em seguida:

o terceiro pôde então esperar a ocasião para apanhar o corvo, mas a esperta ave mostrou-se ainda mais paciente que ele. Nas tentativas seguintes, recomeçou com quatro homens, sem resultado. Finalmente, o estratagema teve sucesso com cinco pessoas, pois o nosso corvo não conseguia reconhecer mais que quatro homens ou quatro objectos…”

Seria um erro pensar que poderíamos fazer muito mais se nos deixássemos guiar apenas pelas nossas faculdades naturais de reconhecimento imediato dos números. Na prática, quando queremosdiscutir esta ou aquela quantidade, recorremos à memória ou a procedimentos como a comparação, a decomposição, o agrupamento mental ou, mais ainda, à faculdade abstrata de contar. Se bem que em geral é difícil termos consciência dos verdadeiros limites de nossas aptidões a esse respeito. “Os Números, a História de uma Grande Invenção”, Georges Ifrah, Os Limites da Sensação Numérica. Um outro exemplo de dístico e de apólogo como introdução àsemoções naturais:

“Bruno Bettelheim revela-nos nesta sua brilhante obra a inigualável importância dos contos de fadas que, para além do seu papel educativo, estimulam e libertam as emoções dascrianças.” (4) Sinopse de a “Psicanálise dos Contos de Fadas”, Bruno Bettelheim, Bertrand Editora “Ver o que está à frente do nariz requer uma luta constante”. G. Orwell

“É verdade que a mão do homem é portadora de inúmeros recursos. Constitui uma espécie de “instrumento natural” particularmente designado para a aquisição dos dez primeiros números e aprendizado da aritmética elementar. Pelo número de dedos e graças à sua relativa autonomia e grande mobilidade, ela constitui a colecção de conjuntos padrão mais simples de que o homem dispõe. Pela distribuição assimétrica de seus dedos, a mão, inclusive, respeita perfeitamente a limitação (até quatro) da capacidade humana de reconhecimento imediato e visual dos números: como o polegar se afasta consideravelmente do indicador, ele permite uma verdadeira oposição em relação aos outros quatro dedos; o que torna os cinco primeiros números uma série reconhecível de um só golpe de vista. De

tal modo que o número 5 se impõe por si mesmo como unidade de contagem, ao lado do patamar da dezena. Finalmente, em função da especificidade de cada um dos dedos, a mão pode também ser vista como uma verdadeira sucessão de unidades abstractas consecutivamente a partir da primeira, através da associação suplementar de uma unidade. O que significa que com a mão, os dois aspectos complementares do número inteiro tornam-se completamente intuitivoa: ele actua como um instrumento que permite a passagem do número cardinal aonúmero ordinal, correspondente, ou inversamente. É preciso mostrar que uma colecção comporta três, quatro, sete, ou dez dedos, usando-os como um modelo cardinal. E para contaresses elementos? Levantamos ou dobramos 'sucessivamente três, quatro, sete ou dez dedos, e nos servimos então delescomo de um sistema ordinal. (5)A mão do homem apresenta-se assim, como a máquina de contarmais simples e natural que existe. E é por isso que ela exercerá um papel considerável na génese do nosso sistema de numeração”Georges Ifrah , História Universal dos Algarismos; Dez Dedos para Aprender a Contar

“A vizinha de cima para a vizinha de baixo ao entregar-lhe esta uma manta caída de um para outro varal em tempo de ventania“Ai, a senhora é a honestidade em pessoa, em tempos destes … e com as molas e tudo!“Ai, então, senhora, ficaria eu lá com suas molas, senhora minha vizinha!“Ai eu ficava…”(Fagundes, J. A.; Terra Nova)

“Pode citar-se uma imagem?“Pode “A Torre de Babel de Bruegel, 1563“Então a vizinha agora gosta de pintura“Não é isso, é que já só quero notícias comentadas, já não vou em noticiarias a seco. Olhe e já agora, como é que eu sei se no outro dia me entregou as molas todas, sou cá uma sonsa…

…Deixe lá isso das molas, tou de zombar com vossoria, que oque nos interessa são as mantas(op. cit.)

A Contagem por Entalhes“No início do século passado, tanto na França quanto na Suíça e na Alemanha, esses mesmos bastões entalhados ainda substituíam os livros de contabilidade e os compromissos por escrito; nos mercados públicos prestavam-se como um instrumento de contabilidade a crédito. Também serviam comogarantia dos contratos ou para comprovar a entrega de uma ou diversas mercadorias: “os entalhes correlativos a suas amostras dão por fé entre as pessoas que têm o hábito de constatar desse modo os fornecimentos por elas feitos ou recebidos no varejo, precisa o artigo 1.333 do Código Civilestabelecido em 1804 sob Napoleão I.Aliás, até ao do séc. XX, e mais recentemente ainda (como pude constatar há alguns anos apenas, numa cidadezinha próxima de Dijon), o mesmo método era correntemente empregado nas padarias do interior da França, quando se vendia o pão a crédito. O padeiro tomava um pedaço de madeira de mais ou menos vinte centímetros de comprimento, fendendo-o longitudinalmente em dois. Em seguida, ele justapunha os dois pedaços de madeira e com uma serra ou faca fazia em casa um deles o número de entalhes, traços oucruzes equivalente aos nacos de pão fornecidos ao freguês, entregando-lhe um deles e guardando o seu duplo ma padaria.Este último era enfiado numa correia junto a outros bastõesanálogos, depois que o padeiro nele inscrevia o nome do cliente. Como a conta e o pagamento eram feitos em data fixa (uma vez por mês ou por quinzena, por exemplo), era fácil fazer o controle. Nessas condições, não era possível nenhuma contestação: as duas partes dispunham dos mesmos entalhes, da mesma natureza e dimensão, e sempre nos mesmoslugares. Nem o freguês podia suprimir um deles, nem o padeiro acrescentar outro. E, se por acaso este último se arriscasse a fazê-lo, a aproximação dos dois pedaços de madeira bastaria para demonstrar a fraude. Uma forma inesperada de recibo, de nota, de papel químico (…) “Os Números, a História de uma Grande Invenção”, Georges Ifrah

“Entretanto o zero não foi concebido pelos matemáticos da Babilónia como uma quantidade (isto é, enquanto “número nulo”). Dois exemplos extraídos de textos da época bastarãopara prová-lo. Visivelmente incapaz de exprimir o resultado da subtracção de um número dele mesmo, o autor do texto formulara deste modo a sua conclusão:— 20 menos 20… entende?No lugar onde deveria estar o signo do zero como expressão do resultado de uma operação de distribuição de cereal, o autor do segundo texto dizia, por sua vez, o seguinte: — o cereal esgotou-se”Ibid., pg. 243

“No final do sec. VI, ainda lhes restava um último avanço afazer: aperfeiçoar o conceito eminentemente abstracto do zero [(nota ( ); note-se que nesta sentidoestá ligado à ideia de posição e pode também traduzir-se por ( ), não ter posição, ou não ter posição obrigatória] e fazer dele um número como os outros. Até então de facto, a palavra-símbolo “zero”, com os seus diversos sinónimos (6) , assim como o signo gráfico ligado posteriormente a este conceito,tinha significado unicamente uma coluna ou um espaço vazio.Se pedíssemos a uma pessoa um relatório escrito a respeito de alguém que delapidou o seu capital, ela não saberia ainda que o pequeno círculo “zero” podia também para exprimir o que teria restado ao homem pródigo, isto é, “nada”. Como para os seus homólogos babilónios e maias, o zero hindu dessa época (séc. VI) ainda tinha por única função preencher os vazios provocados pelas unidades em falta nas representações numéricas, orais ou escritas. Mas os matemáticos da Índia conseguiram preencher rapidamente esta lacuna. Em menos de meio século este conceito já significava indistintamente “vazio ou “nada, tendo sido enriquecido pela aquisição do sentido que atribuímos hoje à “quantidade nula” ou “número zero”.Graças a isto, o matemático e astrónomo Brahamagupta pôde ensinar, numa obra do ano de 628, o modo de efetuar simplesmente as seis operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação, divisão, elevação a potências (7)

e extração de raízes), em relação ao que foi denominado “osbens”, “as dívidas” e “o nada”, isto é, em termos modernos,os números positivos, negativos e nulos. A álgebra moderna acabava de nascer, e o sábio descobrira uma das suas regrasfundamentais: “uma dívida subtraída do nada torna-se um bem, e um bem subtraído do nada torna-se uma dívida (o oposto de um número positivo é negativo, e inversamente). (8), (9)[“Ver o que está à frente do nariz…”. (10), (11)]Ainda aqui, o génio hindu se manifestara ao reunir duas noções complexas, aparentemente distintas: a de ausência e a de nulidade. Descoberta extraordinária, cuja influência não se limitou ao campo da aritmética: ao abrir caminho para a ideia generalizada do número, ela permitiu o desenvolvimento da álgebra, desempenhando consequentemente um papel essencial em todos os ramos da matemática, das ciências, e das técnicas actuais…[Em Quando o Vazio se Torna Sinónimo de Nada, Georges Ifrahtermina expondo um quadro ideográfico comparativo dos diversos zeros da história que vão podemos pela grafia antiga representar aqui neste suporte digital.]

AUTÓGRAFOS GENUÍNOS OU FACSIMILADOS

Ao renovar a campanha de promoção do mês passado de recolhade reservas de autógrafos genuínos ou facsimilados, após estas citações de autores em cursivo e epigramia, a TrocaDireta – Coleccionismo & Trocas, deseja as melhoras dessa sua incómoda afecção, e agradece a Otelo o seu apropositado comentário que permitiu que os conteúdos dos anúncios, que agora se repõem, e dos comentários postos se leiam de cima para baixo, ou de baixo para cima, da mesma igual forma, recta e sem confusões. Mas esta 'defesa' não ésó por o seu nome, funcionar como um índice; é o modo de património da característica interjeição geral, tão dística: O que nos vem a render porque com que outro nome ficariam assim as finais sete data-horas, doutras que poderiam ir.Sendo assim, porque estas várias, embora pareçam de há muito, não são, o anúncio, não é outro; apenas, até ver, sem data, mantém-se e renova-se

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AUTÓGRAFOS da Troika: Autógrafos facsimilados da equipa internacional— equipe técnica e decisores — trocam-se por cromos, posters, LPs esingles, revistas nuas softcore, calendários sexy softcore, caixaslápis de cera Grão Vasco, livros Tio Patinhas/ Pato Donald — anos 60 e70 (posters de partidos: só colecções até 77). Acervos com exemplaresindividuais trocam-se por autógrafos dos decisores. Por acervos decoleções trocam-se autógrafos dos técnicos internacionais. Equipascompletas: da Grécia, da Irlanda, de Portugal. No prelo: Cadernetaspor países da zona euro. Aceitamos encomendas de dedicatórias pessoaisaté 4 de Maio de manhã. Valor de troca PROMOCIONAL: com dedicatóriapessoal o valor para troca… é o mesmo! APROVEITA até dia 4

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...epá, isto tá a precisar é de [texto denunciado e retirado] … Paqu'é qu'eu fiz o 25, a malta toda no séc. 16 usava as pimentas pradivisa (é verdade! disse o outro 'Saraiva, o JH, num programa dele)…então era eu deixar tudo como estava. E a confusão que vai por aíabaixo, é-te com cada comentário!, vale o da perguntinha… “Para umagrande revolução, uma pequena âncora”, como eu disse ao Fidel. Aindase tivessem um nome como o meu que toda a gente sabe quem sou. E estalista de assinaturas? ...a mim ninguém me disse nada para assinarisso, onde é qu'ela anda… Atão e as petições populares, ou públicas,ou lá como chamam a isso agora. …Ó pá, malta dos autógrafos, vocês nãofiquem sem os originais das assinaturas, não seja

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Mas afinal porque é que não trocam dessas coisas porreirinhas, dosanos 60, pelas nossas boas assinaturas do documento “Um compromissonacional”. Ao menos as primeiras 47, as mais antigas, são de 1ª. água.E mesma as outras; era coisa sociologicamente interessante, umapermuta, se assim se lhe pudesse chamar, por coisas dessas que nós nãocolecionámos, estávamos a fazer os anos 60

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Aguardámos para responder às questões, porque não há duas sem três,quatro ou + aqui como as cerejas que são como as conversas, pra +quando provocadas. Não, não está prevista a troca de cromos porcromos. A nossa firma troca 'cópias' de assinaturas por cromos jáfeitos. Quanto à questão financeira, esta troca direta, pela lúdicaactividade que é, não fomentará sistemas de troca, quando muito ocolecionismo, de entre outras coisas, como pergunta o nosso amigo quepretende informar-se, de cromos. Agradecemos as questões, e pronto,vai em nova extensão de caracteres, a encimar as perguntas-comentários, para não esquecer esta oferta em excelente promoção

anó[email protected] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . Partilhar: Email | Facebook | Twitter03.05.2011/22:50

Estes troikeiros deviam de era ir todos… + bocheças, Portas, Passos ouPaços ou lá como é qu`ele se escreve, + a esquerda radicalizada e oPlatão q'há-de vir a seguir ao engenheiro. A seguir a lides firmes aopovo bovino, vêm sempre uns platónicos com as outras capas suaves aosfolhinhos a tourear de leve pra por a jeito de mais outra. Porqué coCinema Europa tá todo em ruínas, todo deitado abaixo…. A culpa é dosbochechudos todos. Vão mas é todos bochechar com a ginjinha palacianac'abriu no outro dia, no feriado do 25 de Abril, em Belém para o povo(vi no telejornal das oito). Na há ginjinhas de borla nem pa turismo.OSalazar em S. Bento também, bochechava vinho do Porto antes de dormir.Cambada de bochecheiros, nunca nada é a sério, camb

Constâ[email protected] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Partilhar: Email | Facebook | Twitter03.05.2011/22:46

Não parece cerrto, não mesmo, numa alturra destas, de crrisefinanceirra, apelarr à trroca dirrequeta, num momento de tantoesforrço conjunqueto, assim como não está cerrto apelidarre de Troika,orrganismos distintos, cujas idiossincrrasias, como é o caso do[PEDIMOS DESCULPA PELO CORTE DESTA PARTE DO TEXTO POR EVENTUALATENTADO AO BOM NOME DOS OUTROS DOIS ORGANISMOS] Porr isso, acho quedeviam, nesta fase delicada, e até verr, absterr-se de andarr a pedirrautógrrafos à, entrre aspas, chamada «Troika».

[email protected] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Partilhar: Email | Facebook | Twitter03.05.2011/22:30

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[email protected]/00:01

[email protected]/08:20

[email protected]/07:13

[email protected]/19:56

[email protected]/17:07

[email protected] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Partilhar: Email | Facebook | Twitter01.05.2011/16:27

...isto pá

(12) E, obrigado, agradece-se a Geoges Ifrah esta versão dalenda Sessa (em “Os Números - A História…)

……………………

(1)A propósito da nossa ligação ao meio da colecção, no caso das citações: O que para aí não tem andado de gente à procura, de mais, sobre a resposta da teóloga da teologia da libertação alemã da frase tão bem escolhida pelos nossos colegas das Colecções Philae

( 2)Espinosa sobre o medo e a esperança: “Em qualquer Estado tem de se estabelecer de tal modo as leis, que os homens sejam controlados, não pelo medo, mas pela esperança de algum bem que desejam veementemente, já

que então o mundo cumprirá com prazer o ofício”; Tratado Político

(…) fora do universo da superstição, as ideias de medo e deesperança, como naturais, podem ter sentido positivo, servir à segurança do Estado e à tranquilidade da organização civil:

Sobre a origem e natureza da esperança e do medo como afectos:

“(a esperança é) uma alegria inconstante nascida da imagem de uma coisa futura ou pretérita, de cujo sucesso duvidamos”;“(o medo é) uma tristeza inconstante nascida também da imagem de uma coisa duvidosa” Proposição XVIII escólio II “Se retirarmos destes afectos a dúvida, da esperança resulta a segurança (securitas), e do medo o desespero (despentio)”; Ética, 3ª. Parte

Quanto ao poder dos afectos: “os afectos da tristeza e do medo não podem ser bons em siporque pertencem mais à ordem da tristeza do que da alegria” Proposição XVIII;“Quanto mais nos esforçarmos pois, conforme o guia da razão, tanto mais nos esforçamos em depender menos da 'esperança'; em libertar-nos do medo, em dominar quanto possamos a fortuna e dirigir as nossas acções segundo o seguro conselho da razão.” (Ética 4ª parte, Proposição XLII)

(3)Espinosa prevê duas vias diferentes para a salvação: uma que é acessível a todos, a outra que é mais árdua e acessível apenas àqueles com intelectos disciplinados e educados. A via acessível requer uma vida virtuosa, numa cidade virtuosa, obediente às regras de um estado democrático e alerta para a natureza de Deus (I). (…)Na segunda via, Espinosa requer uma aceitação da necessidade dos acontecimentos naturais, de acordo com o conhecimento científico. Por exemplo, a morte e a perda quedaí resulta não se podem evitar e, por isso, devemos

aquiescer. A solução Espinosa também requer que o indivíduoproduza uma ruptura entre os estímulos-emucionalmente-competentes(II) que podem desencadear emoções “negativas”— as paixões causadas pelo medo, pela zanga, pelo ciúme ou pela tristeza — e os mecanismos da execução da emoção. O indivíduo deve remover esses estímulos-emocionalmente competentes e substituí-los por outros, por estímulos capazes de desencadear emoções “positivas”. Para facilitar este resultado, Espinosa recomenda o ensaio mental dos estímulos negativos de forma a construir uma tolerância para as emoções negativas e criar, gradualmente, uma maior disponibilidade para as emoções positivas. Há aqui qualquercoisa que se pode descrever como uma imunologia mental, o desenvolver de uma vacina capaz de criar anticorpos antipaixão. A coloração de todo este exercício é estóica, embora se deva notar que Espinosa criticou os filósofos estóicos (…) porque pensavam que o controlo das emoções podia ser completo, ou seja, porque eram exageradamente estóicos.A solução de Espinosa gira à volta do poder mental com que podemos tentar controlar as emoções, um poder que depende, por sua vez da descoberta das causas das emoções negativas e de um conhecimento dos mecanismos de acções das emoções. O indivíduo necessita de separar os estímulos-emocionalmente-competentes e o desencadear de uma emoção, de forma a poder escolher estímulos que produzam estados desentimento positivo. Curiosamente o projecto psicanalítico de Freud [v.g. adiante “Os Três Porquinhos”, B. Bettelheim]tem objectivos semelhantes. O novo entendimento que dispomos sobre a maquinaria da emoção e do sentimento tornaos objectivos de Espinosa mais acessíveis.” Idem, pgs. 306 a 308.I. 'Ultimi barbororum' Para Espinosa o medo é causa da superstição e a superstição só pode ser mantida ou permanecer mais longamente se uma paixão mais forte a fizersubsistir como o ódio, a cólera e a fraude. Facilmente todos os homens caem num tipo de superstição mas dificilmente persistem durante muito tempo numa só e na mesma. Ora, diz ele, não há meio mais eficaz para dominar os homens do que mantê-los no medo e na esperança, mas também não há meio mais eficaz para que sejam sediciosos e inconstantes do que a mudança das causas do medo e da

esperança [como aquilo com que a que a Europa foi apanhada de surpresa a acontecer numa cidade, em Haia, e país relativamente tolerantes, o horrendo assassinato colectivo dos irmãos Witt, a que Espinosa , ali assistiu de forma marcante. Espinosa pôs em dístico “o cúmulo das barbaridades”, mandado por ele gravar em latim, tendo depois sido impedido, à cautela, de o ir colocar no túmulo dos sediciados, coisa que o levou à comoção em público (A. Damásio, idem, pgs.32 ss.)] Por conseguinte os que ambicionam dominar os homens precisam estabilizar as causas, as formas e os conteúdos do medo e da esperança. Daí o termo “…a natureza de Deus”. II. Sobre os EEC e emoções positivas ver o papel do castelão no apólogo do texto derivante deste, e a capacidade de reconhecimento imediato dos números.

(4)Os Três Porquinhos — O Princípio do Prazer “Versus” o Princípio da Realidade

Histórias como “Os Três Porquinhos” são preferidas pelas crianças a todos os outros contos “realistas”(…). As crianças deliciam-se com a irritação e o resfolgar do lobo frente à porta de casa do porquinho. “Os Três Porquinhos” ensinam à criança de três ou quatro anos, da maneira mais dramática e agradável, que não devemos ser preguiçosos nem levar tudo despreocupadamente , porque, se fizermos assim, podemos ser liquidados. Um planeamento e uma visão inteligentes, aliados a trabalho sério, dão-nos a vitória mesmo sobre o nosso inimigo mais feroz — o lobo! A históriademonstra ainda as vantagens do crescimento, uma vez que o terceiro e o mais sábio dos porquinhos é geralmente descrito como o maior e o mais velho.As habitações que os porquinhos constroem, simbolizam o progresso do homem na História: de uma cabana para uma casade madeira e, finalmente, daí para uma casa sólida, se pedra e cal. No plano interior, as acções dos três porquinhos demonstram o progresso que vai da personalidade dominada pelo 'id para uma personalidade influenciada pelo 'superego, mas essencialmente controlada pelo 'ego.

O mais pequeno dos porquinhos constrói descuidadamente a sua casa com palha; o segundo utiliza galhos secos; ambos constroem os seus abrigos rapidamente e com o mínimo de esforço possível, para poderem brincar todo o resto do dia.Vivendo de acordo com os princípios do prazer, os porquinhos mais jovens procuram satisfação imediata, sem pensar no futuro e nos perigos da vida real, ainda que o porquinho do meio mostre uma certa maturidade, tentando construir uma casita com o seu quê de mais sólido do que a do irmão mais novo. Somente o terceiro e o mais velho dos porquinhos aprendeu acomportar-se de acordo com o princípio da realidade: consegue adiar o seu desejo de brincar e, em vez disso, procede conformemente à sua capacidade de previsão do futuro. Consegue mesmo prever com precisão o comportamento do lobo — o inimigo ou o ser estranho que está dentro de nós, que tanta seduzir-nos e apanhar-nos na sua armadilha. Portanto, o terceiro porquinho consegue derrotar as forças mais fortes e mais ferozes do que ele. O lobo, selvagem e destruidor, significa as forças associais, inconscientes e devoradoras contra as quais temos de aprender a defender-nos, podendo derrotá-las pela força do nosso 'ego.“Os Três Porquinhos” impressionam muito mais a criança do que a fábula, semelhante mas claramente moralista, intitulada “A Cigarra ou a Formiga”. (…)“Psicanálise dos Contos de Fadas”, Bruno Bettelheim

(5)O ordinal e a emoção“Conheci uma pessoa que, ao escutar bater quatro horas antes de adormecer, contou deste modo:Uma, uma, uma, uma!E, diante do absurdo da sua concepção, começou (em desespero) a gritar:O relógio ficou louco, bateu quatro vezes uma hora!”Georges Ifrah

(6) '…Não pararam por aí

Quando se aplica rigorosamente o princípio de posição aos nomes de nove unidades simples, faz-se necessário o uso de um vocábulo especial para marcar a ausência das unidades deuma determinada casa. Os sábios hindus contornaram o obstáculo recorrendo à palavra 'sunya, que significa o 'vazio'. E o nosso 301 foi enunciado da seguinte maneira: eka sunya tri (Um. Vazio. Três).Não havia mais possibilidade de equívoco. Depois dos babilónios e certamente ao mesmo tempo dos maias, os hindusacabavam também de inventar o zero. (…)Sábios que também foram poetasMas os sábios da Índia, que eram também poetas, não pararampor aí. Para não ter de repetir muitas vezes a mesma palavra num enunciado, eles recorreram a diversos sinónimosde nomes de números em sânscrito.No lugar da palavra eka, que significa um, eles serviram-sede palavras como adi (o começo), tanu (o corpo) ou pitamaha(o primeiro pai, numa alusão ao deus Brama). Para dvi, que significa dois, podiam igualmente recorrer a tudo o que na tradição, na natureza, ou na mitologia vale por dois: Asvin(os deuses gémeos), bahu (os braços), Yama (o casal primordial), netra (os olhos), gulpha (os tornozelos), paksa (as asas), etc.Quanto ao 'sunya, o “vazio, que representava o zero nesta numeração, eles ficaram indecisos entre uma palavra como bindu, “ponto (provavelmente porque o ponto constitui de certo modo a figura geométrica mais 'insignificante'), e todos os sinónimos do “céu (kha, gargana, etc.), da “atmosfera (ambara, akasa, viyat, etc.) e do “espaço (abhra, nabhas, etc.). (…)”

(7) Numa província indiana chamada Taligana havia um poderoso rajá que havia perdido o filho em batalha. O rajá estava emconstante depressão e passou a descuidar-se de si e do reino.Certo dia o rajá foi visitado por Sessa, que apresentou ao rajá um tabuleiro com 64 casas brancas e negras com diversas peças que representava a infantaria, a cavalaria, os carros de combate, os condutores de elefantes, o principal vizir e o próprio rajá. Sessa explicou que a prática do jogo daria conforto espiritual ao rajá, que

finalmente encontraria a cura para a sua depressão, o que realmente ocorreu.O rajá, agradecido, insistiu para que Sessa aceitasse uma recompensa por sua invenção e o brâmane pediu simplesmente um grão de trigo para a primeira casa do tabuleiro, dois para a segunda, quatro para a terceira, oito para a quarta e assim sucessivamente até a última casa. Espantado com a modéstia do pedido, o rajá ordenou que fosse pago imediatamente a quantia em grãos que fora pedida.Depois que foram feitos os cálculos, os sábios do rajá ficaram atónitos com o resultado que a quantidade grãos havia atingido, pois, segundo eles, toda a safra do reino durante 2.000 anos não seriam suficientes para cobri-la. Impressionado com a inteligência do brâmane, o rajá o convidou para ser o principal vizir do reino, sendo perdoado por Sessa de sua grande dívida em trigo.O Homem que Calculava; Malba Tahan, escritor e matemático

A Lenda do Xadrez

Difícil será descobrir, dada a incerteza dos documentosantigos, a época precisa em que viveu e reinou na Índia umpríncipe chamado Ladava, senhor da província da Taligana.Seria, porém, injusto ocultar que o nome desse monarca vemsendo apontado por vários historiadores hindus como dossoberanos mais ricos e generosos do seu tempo.

A guerra, com o cortejo fatal das suas calamidades,muito amargou a existência do rei Ladava, transmutando-lheo ócio e gozo da realeza nas mais inquietantesatribulações. Adstrito ao dever, que lhe impunha a coroa,de zelar pela tranquilidade dos seus súbditos, viu-se onosso bom e generoso monarca forçado a empunhar a espadapara repelir, à frente de um pequeno exército, um ataqueinsólito e brutal do aventureiro Varangul, que se diziapríncipe de Caliã.

O choque violento das forças rivais juncou de mortos oscampos de Dacsina e tingiu de sangue as águas sagradas dorio Sandhu. (…)

O triunfo sobre os fanáticos de Varangul custou-lhe,infelizmente, pesados sacrifícios; muitos jovens militarespagaram com a vida a segurança de um trono para prestígiode uma dinastia; e entre os mortos, com o peito varado poruma flecha, lá ficou no campo de combate o príncipeAdjamir, filho do rei Iadava, que patrioticamente sesacrificou no mais aceso da refrega, para salvar a posiçãoque deu aos seus a vitória final.

Terminada a cruenta campanha e assegurada a nova linhade suas fronteiras, regressou o rei ao sumptuoso palácio deAndra, determinando, porém, a formal proibição de que serealizassem as ruidosas manifestações em que os hindus íamfestejar os grandes feitos guerreiros. Encerrado nos seusaposentos, só aparecia para atender aos ministros e sábiosbrâmanes quando algum grave problema nacional o chamava adecidir, como chefe de Estado, no interesse e parafelicidade de seus súbditos.

(…) Que valor poderiam ter, aos olhos de um paiinconsolável, as riquezas materiais que não apagam nunca asaudade do filho estremecido?

(…)

- Infeliz monarca! – murmuravam os sacerdotespenalizados. – Procede como um escravo a quem Deus privouda luz da razão. Só a deusa Dhanoutara, poderosa eclemente, poderá salvá-lo!

E os brâmanes erguiam preces, queimavam raízesaromáticas, implorando à eterna zeladora dos enfermos queamparasse o soberano de Taligana.

Um dia, afinal, foi o rei informado de que um jovembrâmane – pobre e modesto – solicitava uma audiência quevinha pleiteando havia já algum tempo. Como estivesse, nomomento, com boa disposição de ânimo, mandou o rei quetrouxessem o desconhecido à sua presença.

Conduzido à grande sala do trono, foi o brâmaneinterpelado, conforme as exigências da praxe, por um dosvizires do rei.

- Quem és, de onde vens e que desejas daquele que, pelavontade de Visnu, é rei e senhor de Taligana?

- O meu nome – respondeu o jovem brâmane – é LahurSessa e venho da aldeia de Nair, que trinta dias de marchaseparam desta bela cidade. Ao recanto em que eu viviachegou a notícia de que o nosso bondoso rei arrastava osdias no meio de uma profunda tristeza, amargurado pelaausência de u filho que a guerra viera roubar-lhe. Grandemal será para o país, pensei, se o nosso dedicado soberanose enclausurar, como um brâmane cego, dentro da sua própriador. Deliberei, pois, inventar um jogo que pudesse distraí-lo e abrir no seu coração as portas de novas alegrias. Éesse o desvalioso presente que desejo neste momentooferecer ao nosso rei Ladava.

 

Como todos os grandes príncipes citados nesta ounaquela página da História, tinha o soberano hindu o gravedefeito de ser excessivamente curioso. Quando o informaramda prenda de que o jovem brâmane era portador, não podeconter o desejo de vê-la e apreciá-la sem demora.

O que Sessa trazia ao rei Iadava consistia num grandetabuleiro quadrado, dividido em sessenta e quatroquadradinhos, ou casas, iguais; sobre esse tabuleirocolocavam-se, não arbitrariamente, duas colecções de peçasque se distinguiam, uma da outra, pelas cores branca epreta, repetindo, porém, simetricamente, os engenhososformatos e subordinadas a curiosas regras que lhespermitiam movimentar-se por vários modos.

Sessa explicou pacientemente ao rei, aos vizires ecortesãos que rodeavam o monarca em que consistia o jogo,ensinando-lhe as regras essenciais.

(…)

O rei Iadava, interessado pelas regras do jogo, não secansava de interrogar o inventor:

- E por que é a rainha mais forte e mais poderosa que opróprio rei?

- É mais poderosa – argumentou Sessa – porque a rainharepresenta, neste jogo, o patriotismo do povo. A maiorforça do trono reside, principalmente, na exaltação dosseus súbditos. Como poderia o rei resistir ao ataque dosadversários, se não contasse com o espírito de abnegação esacrifício daqueles que o cercam e zela pela integridade dapátria?

Dentro de poucas horas o monarca, que aprendera comrapidez todas as regras do jogo, já conseguia derrotar osseus dignos vizires em partidas que se desenrolavamimpecáveis sobre o tabuleiro.

Sessa, de quando em quando, intervinha respeitoso, paraesclarecer uma dúvida ou sugerir novo plano de ataque oudefesa.

Em dado momento, o rei fez notar, com grande surpresa,que a posição das peças, pelas combinações resultantes dosdiversos lances, parecia reproduzir exactamente a batalhade Dacsina.

- Reparai que para conseguirdes a vitória – ponderou ointeligente brâmane – indispensável se torna, da vossaparte, o sacrifício deste vizir!

E indicou precisamente a peça que o rei Iadava, nodesenrolar da partida – por vários motivos – grande empenhopusera em defender e conservar.

O judicioso Sessa demonstrava, desse modo, que osacrifício de um príncipe é, por vezes, imposto como umafatalidade, para que dele resultem a paz e a liberdade deum povo.

Ao ouvir tais palavras, o rei Iadava, sem ocultar oentusiasmo que lhe dominava o espírito, assim falou:

- Não creio que o engenho humano possa produzirmaravilha comparável a este jogo interessante e instrutivo!Movendo essas tão simples peças, aprendi que um rei nada

vale sem o auxílio e a dedicação constante dos seussúbditos. E que, às vezes, o sacrifício de um simples peãovale mais, para a vitória, do que a perda de uma poderosapeça.

E, dirigindo-se ao jovem brâmane, disse-lhe:

- Quero recompensar-te, meu amigo, por este maravilhosopresente, que de tanto me serviu para alívio de velhasangústias. Diz-me, pois, o que desejas, para que eu possa,mais uma vez, demonstrar o quanto sou grato àqueles que semostram dignos de recompensa.

As palavras com que o rei traduziu o generosooferecimento deixaram Sessa imperturbável. A sua fisionomiaserena não traía menor agitação, a mais insignificantemostra de alegria ou surpresa. Os vizires olhavam-noatónitos e entreolhavam-se pasmados diante da apatia de umacobiça a que se dava o direito da mais livre expansão.

(…)

- Recusar o vosso oferecimento depois das vossasúltimas palavras – acudiu Sessa – seria menos descortesiado que desobediência ao rei. Vou, pois, aceitar, pelo jogoque inventei, uma recompensa que corresponde à vossagenerosidade; não desejo, contudo, nem ouro, nem terras oupalácios. Peço o meu pagamento em grãos de trigo.

- Grãos de trigo? – estranhou o rei, sem ocultar oespanto que lhe causava semelhante proposta. – Como podereipagar-te com tão insignificante moeda?

- Nada mais simples – elucidou Sessa. – Dar-me-eis umgrão de trigo pela primeira casa do tabuleiro; dois pelasegunda, quatro pela terceira, oito pela quarta, e assimdobrando sucessivamente até à sexagésima quarta e últimacasa do tabuleiro. Peço-vos ó Rei, de acordo com a vossamagnânima oferta, que autorizeis o pagamento em grãos detrigo, e assim como indiquei!

Não só o rei como os vizires e venerandos brâmanespresentes se riram, estrepitosamente, ao ouvirem a estranha

solicitação do jovem. A desambição que ditara aquele pedidoera, na verdade, de causar assombro a quem menos apegotivesse aos lucros materiais da vida. O jovem brâmane, quebem poderia obter do rei um palácio numa província,contentava-se com grãos de trigo!

- Insensato! – clamou o rei. – Onde foste aprender tãogrande desamor à fortuna? (…) Enfim, visto que a minhapalavra foi dada, vou expedir ordens para que o pagamentose faça imediatamente, conforme teu desejo.

Mandou o rei chamar os algebristas mais hábeis da cortee ordenou-lhes que calculassem a porção de trigo que Sessapretendia.

Os sábios calculistas, ao cabo de algumas horas deacurados estudos, voltaram ao salão para submeter ao rei oresultado completo dos seus cálculos.

Perguntou-lhes o rei, interrompendo a partida que entãojogava:

- Com quantos grãos de trigo poderei, afinal,desobrigar-me da promessa que fiz ao jovem Sessa?

- Rei magnânimo! – declarou o mais sábio dosmatemáticos. – Calculámos o número de grãos de trigo queconstituirão o pagamento pedido por Sessa, e obtivemos umnúmero cuja grandeza é inconcebível para a imaginaçãohumana. Avaliámos, em seguida, com o maior rigor, a quantasseiras corresponderia esse número total de grãos, echegámos à seguinte conclusão: a porção de trigo que deveser dada a Lahur Sessa equivale a uma montanha que, tendopor base a cidade de Taligana, seria cem vezes mais alta doque o Himalaia! A Índia inteira, semeados todos os seuscampos, taladas todas as suas cidade, não produziria emdois mil séculos a quantidade de trigo que, pela vossapromessa, cabe, em pleno direito, ao jovem Sessa!

Como descrever aqui a surpresa e o assombro que estaspalavras causaram ao rei Iadava e a seus dignos vizires? Osoberano hindu via-se, pela primeira vez, diante daimpossibilidade de cumprir a palavra dada.

Lahur Sessa – rezam as crónicas do tempo -, como bomsúbdito, não quis deixar aflito o seu soberano. Depois dedeclar publicamente que abriria mão do pedido que fizera,dirigiu-se respeitosamente ao monarca e assim falou:

- Meditai, ò Rei, sobre a grande verdade que osbrâmanes prudentes tantas vezes repetem: os homens maisavisados iludem-se, não só diante da aparência enganadorados números, mas também com a falsa modéstia dosambiciosos. Infeliz daquele que toma sobre os ombros ocompromisso de uma dívida cuja grandeza não pode avaliarcom a tábua de cálculo da sua própria argúcia. Mais avisadoé o que muito pondera e pouco promete!

(…)

Essas inesperadas e tão sábias palavras calaram fundono espírito do rei. Esquecido da montanha de trigo que, semquerer, prometera ao jovem brâmane, nomeou-o seu primeiro-vizir.

E Lahur Sessa, distraindo o rei com engenhosas partidasde xadrez e orientando-o com sábios e prudentes conselhos,prestou os mais assinalados benefícios ao povo e ao país,para maior segurança do trono e maior glória da sua pátria.

( )Capítulo LXVII — Tesoira primeira para cortar unhas, chama-se “Vigia”Baldado seria o trabalho que tomei em descobrir tantos males da nossa República se os deixasse sem remédio e o melhor que há para achaque de unhas não há dúvida não há dúvida que é uma boa tesoira que as corte. E porque são muitas as que aqui se nos eferecem, ofereço três tesoiras que me parece bastarão para as cortar todas. Digo pois que a primeira tesoira se chama “Vigia”,porque é grande remédio para escapar de ladrões vigiá-los bem. Ladrão vigiado é conhecido e em se vendo descoberto, encolhe as unhas. Esta vigia corre por conta dos reis, que devem mandar às suas justiças que não durmam. Muito dormem as justiças de Lisboae é à sua imitação as de todo o reino. Já não há uma vara que ronde de noite, nem quem cace um milhafre e por isso as unhas tão soltas. E porque os reis são a quem mais neste mundo se furta, porque têm mais de seu ou porque se não resguardam por

isso tanto como os que têm menos, — seja-me lícito dar aqui uma palavra a el-rei nosso senhor.Senhor, eu vos ofereci esta obra a vossa majestade para ver nelaos canos por onde se desbarata sua Fazenda e a dos seus vassalos. Faça-me vossa mercê de a ver com ambos os olhos, porque se os não tiver ambos abertos, nem a capa lhe escapará nos ombros. Mais de nil olhos tinha Argos, segundo contam os poetas, e nem isso bastou para Mercúrio lhe não furtar uma peçaque trazia neles, porque os fechou a todos. Dois olhos tem vossa majestade, como duas estrelas, e se tiver dois mil, cada um como o sol, todos teriam bem que ver (…)”“Arte de Furtar”

“(…) Também é gazua geral, que, se bem se ocupou até aqui em abrir, melhor saberá fechar ; chave é que fecha e abre; se usardes bem dela, fechareis para não perder, e abrireis para ganhar.Verdadeiramente é chave mestra que vos ensinará a verdadeira comque se abrem os tesouros do Céu, os quais lograreis, quando menos usurpardes os da terra.”Arte de Furtar, Manuel da Costa, padre jesuíta (1601-1667), oferecida a D. João IV

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(10)“Ver o que está à frente do nariz requer uma luta constante”. George Orwell

Epigrafe do capítulo I de “Um Tratado Sobre os Nossos Actuais Descontentamentos”, Tony Judt, depois da introdução: Um Guia para os Perpelexos com os seguintes títulos e subtítulos:

Cap I A Vida que Agora Temos-Abundância Privada, Penúria Pública –Sentimentos Corrompidos – Peculiaridades Americanas –O Economicismo e os seus Descontentes

Cap. II O Mundo que Perdemos

-O Consenso Keynesiano –O Mercado Regulado –Comunidade, Confiança e Objectivos Comuns –Grandes Sociedades

Cap. III A Insustentável Leveza da Política-O Legado Irónico dos Anos 60 –A Vingança dos

Austríacos –O Culto do Privado –O Défice Democrático Cap. IV Adeus a Tudo Isso?

-1989 e o Fim da Esquerda –As Ironias do Pós-Comunismo–O que Aprendemos?

Cap. V Que Fazer-Em Favor da Discordância –Reformar o Diálogo Público

–A Questão Social Reaberta –Uma Nova Narrativa Moral? –Oque Queremos?

Cap. VI A Forma que se Avizinha-Globalização –Pensar o Estado –Caminho-de-Ferro: Um

Estado –A Política do Medo Conclusão: O que vive e o que está morto na social-democracia

ILL FARES THE LAND é o título antes do subtítulo na versão em inglês, um verso dum longo poema The Deserted Village, de Oliver Goldsmith, escritor e médico anglo-irlandês (1730- 1774) impressionado com a devastação causada na sua terrapela sua transformação para ajardinar em maior uma residência de um seu senhor.

(…)And, trembling, shrinking from the spoiler's hand / Far, far away, thy children leave the land //Ill fares the land, to hast'ning ill a prey / Where wealth accumulates, and men decay; / Princes and Lords may flourish, or may fade: / A breath can make them, as a breath has made; / but a bold peasantry, their country's pride, / When once destroyed can never be supplied.Com os subtítulos similares à edição em Portugal, os títulos são entre outros em Espanhol: “Algo va Mal; Catalão“El món no se'n surt (O mundo não se entende), Italiano: “Guasto é il mondo; Brasil: O mal ronda a Terra; Alemão: “OPaís Vai Mal - Um Tratado sobre o Nosso”.

(11)A Dualidade do Simbolismo: Um símbolo contém uma verdade e uma inverdade, indestrinçáveis para o sentimento. Se o tomarmos tal como é e o configurarmos através dos sentidos e à imagem da realidade, nascem daí o sonho e a arte; mas entre estes e a vida real e plena ergue-se uma parede de vidro. Se o apreendermos com a razão e separarmos o que nãocoincide do que coincide perfeitamente, nascem daí a verdade e o conhecimento, mas arruinamos o sentimento. À semelhança daquelas estirpes de bactérias que dividem em duas partes a matéria orgânica, a espécie humana fragmenta em duas a condição vital primordial do símbolo: a matéria sólida da realidade e da verdade, e a atmosfera vítrea da intuição, da fé e do artefacto. Parece não haver uma terceira possibilidade; mas quantas vezes algo de incerto acaba por ser desejado, se não metermos muito a reflexão nocaso!

Robert Musil, in 'O Homem sem Qualidades'

(12) A Lenda de Sessa

Para provar aos seus contemporâneos que um monarca, por mais poderoso que seja, não é nada sem seus súbditos, um bramâne hindu chamado Sessa inventou um dia o jogo de xadrez.Quando este jogo foi apresentado ao rei das Índias, este ficou tão maravilhado com a sua engenhosidade e a grande variedade de suas combinações que mandou chamar o brâmane para recompensá-lo pessoalmente:— Quero recompensar-te por tua extraordinária invenção — disse o rei. — Escolhe tu mesmo a recompensa e a receberás imediatamente. Sou suficientemente rico para realizar o teudesejo mais absurdo.— O sacerdote pediu que o rei lhe desse um pouco de tempo para pensar na sua resposta. E, no dia seguinte, espantou atodos com a incrível modéstia de seu pedido.— Meu bom soberano, exclamou ele —, queria que me désseis aquantidade de trigo necessária para encher as 64 casas de meu tabuleiro. Um grão para a primeira, dois para a segunda, quatro para a terceira, oito para a quarta,

dezasseis para a quinta, e assim por diante. Em resumo, queria que fosse colocado em cada casa o dobro de grãos quena casa precedente.— Não acredito que sejas tão tolo a ponto de me fazer um pedido tão modesto! — Poderias ofender-me com um pedido tãoindigno (…). Mas que seja! Se é esse o teu desejo, meus servidores te trarão teu saco de trigo antes do cair da noite.O brâmane sorriu e deixou o palácio.À tarde, o soberano lembrou-se da promessa e informou-se com seu ministro para saber se o louco Sessa tinha tomado posse da sua magra recompensa.— Soberano — disse o alto dignitário — vossas ordens estão sendo executadas. Os matemáticos da vossa augusta corte estão a determinar o número de grãos que devem ser dados aosacerdote.O semblante do rei obscureceu-se. Ele não estava habituado a uma execução tão morosa de suas ordens.À noite, antes de se deitar, o rei insistiu uma vez mais para saber se o brâmane já recebera seu saco.— Ó rei — disse o ministro hesitante — os matemáticos aindavão chegaram ao fim das suas operações. Estão a trabalhar sem descanso (…).É preciso notar que os cálculos se revelaram muito mais longos do que se pensara. Mas o rei não quis saber de nada,e ordenou que o problema fosse resolvido antes do seu despertar.Mas no dia seguinte esta ordem ainda ficou sem efeito, o que incitou o monarca enfurecido a despedir os calculadores.Nesse momento, um dos conselheiros do monarca interveio:— Ó soberano, tendes razão em despedir estes calculadores incompetentes. Eles utilizavam métodos muito antigos. Aindaestavam a usar as possibilidades numéricas dos seus dedos eas colunas sucessivas de uma tábua de contar. Disseram-me que os calculadores da província do noroeste do reino empregam já Há algum tempo um método bem superior e mais rápido que o deles. (…) Operações que exigiriam de teus matemáticos vários dias de trabalho difícil, representariampara estes, para estes de quem vos falo, um trabalho de algumas horas!

Seguindo esses conselhos, foi chamado um desses engenhosos matemáticos, que, após ter resolvido o problema em tempo recorde, se apresentou ao rei para comunicar o resultado.— A quantidade de trigo pedida — disse num tom grave é imensa.Mas o rei retorquiu que, por maior que ela fosse, seus celeiros vão seriam esvaziados.Estupefacto ouviu então do sábio as seguintes palavras:— Ó soberano, apesar de toda a vossa potência e riqueza, vão está em vosso poder oferecer uma tal quantidade de trigo. Ela está muito além do conhecimento e do uso que dispomos dos números. Saibais que, mesmo que esvaziásseis todos os celeiros do vosso reino, o resultado do trigo seria desprezível em comparação com esta enorme quantidade.Aliás ela não pode ser encontrada nem no conjunto de todos os celeiros da Terra. Se desejais de facto oferecer esta recompensa, será preciso começar secando os rios, os lagos,os mares e os oceanos, depois derreter a neve e as geleirasque recobrem as montanhas e certas regiões do mundo e transformar, enfim, tudo em campos de trigo. E só depois deter semeado setenta e três vezes seguidas o total desta superfície podereis saldar esta pesada dívida. Mas, para que uma quantidade dessa ordem, seria preciso armazenar um volume de trigo de quase doze biliões e três milhões de meros cúbicos e construir um celeiro de cinco metros de largura, dez de comprimento e… trezentos milhões de quilómetros de profundidade (ou seja, uma altura igual a duas vezes a distância da Terra ao Sol)!— Na verdade — acrescentou o sábio —, os grãos de trigo queeste brâmane vos pediu são exatamente em número de 18.446.744.073.709.551.615.Depois o calculador explicou ao soberano as característicasda numeração revolucionária dos sábios de sua região natal,ensinando-lhe em seguida os métodos de cálculo correspondentes, além de lhe fornecer nos seguintes termos a justificação de seus próprios cálculos:— De acordo com o pedido do brâmane, seria preciso colocar:1 grão de trigo na primeira casa; 2 grãos na segunda; 4 grãos (ou seja 2 vezes 2) na terceira; 8 grãos (ou seja 2 vezes 2 vezes 2) na quarta; 16 grãos (ou seja, 2 vezes 2 vezes 2 vezes 2) na quinta; e assim por diante, multiplicando sempre por 2 de uma casa para outra. Assim,

na 64ª casa seria preciso colocar tantos grãos quantas unidades há no resultado de 63 multiplicações sucessivas por 2 (isto é 2 elevado a 63 grãos). A quantidade pedida é,consequentemente, igual à soma desses (…)(…)— (…) Se efectuardes as operações precedentes segundo o método que vos ensinei, podereis ficar certo, ó soberano, de que a quantidade de grãos pedida é exatamente de dezoitoquintiliões, quatrocentos e quarenta e seis quatrilhões, setecentos e quarenta e quarto trilhões, setenta e três bilhões, setecentos e nove milhões, quinhentos e cinquenta e um mil, seiscentos e quinze!— Decididamente — respondeu o rei, muito impressionado —, ojogo que este brâmane inventou é tão engenhoso quanto é subtil o seu pedido! Quanto aos teus métodos se cálculo, sua simplicidade iguala a sua eficácia. Diga-me agora, sábio homem, o que é preciso fazer para pagar uma dívida tão incómoda?O outro refletiu um instante e disse:— Fazer o brâmane esperto cair na sua própria armadilha. Proponha-lhe vir contar pessoalmente grão a grão, toda a quantidade de trigo que ele teve a audácia se pedir. Mesmo se ele trabalhasse sem descanso dia e noite, à razão de um grão por segundo, só recolheria um metro cúbico em seis meses, uns vinte metros cúbicos em dez anos… e uma parte inteiramente insignificante pelo resto de sua vida!...


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