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Proposta de dois Ecopercursos – Valorização do Património Geológico do Rio Almansor

Date post: 26-Apr-2023
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13
PROPOSTA DE DOIS ECOPERCURSOS - VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO GEOLÓGICO DO RIO ALMANSOR Ícaro Dias da Silva, André Jorge Pinto, Marta Mattioli, Jerónimo Cid da Silva RESUMO: O presente trabalho pretende propor dois ecopercursos nas margens do Almansor, tendo em vista a valorização e divulgação dos seus conteúdos geológicos junto da população. Neste artigo, sugere-se uma abordagem integrada dos aspectos relacionados com a geo e biodiversidade local, assim como com os respeitantes à acção humana sobre as paisagens. 1. Enquadramento geológico O presente trabalho incide sobre afloramentos geológicos observáveis nas margens do rio Almansor, localizado a sul da cidade de Montemor-o-Novo, a cerca de 30 km a oeste de Évora. A região de Montemor-o-Novo é caracterizada por litologias das mais diversas naturezas. Podemos encontrar rochas magmáticas ácidas, intermédias e básicas, rochas metamórficas de baixo a alto grau, e rochas sedimentares. As idades deste conjunto de rochas vão desde tempos Proterozóicos até ao Quaternário (Carvalhosa, Zbyszewsky, 1994). Esta região está dentro de um dos grandes domínios geológicos da Península Ibérica, a Zona de Ossa-Morena (ZOM), que inclui rochas da Série Negra (Proterozóico), Câmbricas e Ordovícicas, que estão cortadas por um magmatismo do tipo plutónico de idade Hercínica, que provocou a génese de granitos e migmatitos, e um variado cortejo filoniano. Parte deste conjunto encontra-se colmatado pela cobertura sedimentar cenozóica (Carvalhosa, Zbyszewsky, 1994). 271
Transcript

PROPOST

ADEDOIS

ECOPERCURSO

S-VALORIZ

AÇÃO

DO

PATRIM

ÓNIO

GEOLÓGIC

ODO

RIO

ALMANSO

RÍcaroDiasda

Silva,And

réJorgePinto,M

artaMattio

li,JerónimoCid

daSilva

RESU

MO:O

presente

trabalho

pretende

prop

ordo

isecop

ercursos

nasmargens

doAlm

ansor,tend

oem

vistaavalorizaçãoedivulgação

dosseus

conteúdo

sgeológicos

juntoda

popu

lação.Nesteartig

o,sugere-se

umaabordagem

integradado

saspectos

relacion

ados

com

ageoebiod

iversidade

local,assim

comocom

osrespeitantes

àacçãohu

manasobreas

paisagens.

1.Enq

uadram

ento

geológico

Opresente

trabalho

incide

sobreafloramentosgeológicos

observáveisnasmargens

dorioAlm

ansor,

localizadoasuld

acidade

deMon

temor-o-N

ovo,acercade

30km

aoestede

Évora.

Aregião

deMon

temor-o-N

ovoécaracterizadapo

rlitologiasdasmaisdiversas

naturezas.Po

demos

encontrarrochas

magmáticas

ácidas,intermédiasebásicas,rochas

metam

órficasde

baixoaalto

grau,e

rochas

sedimentares.

Asidades

desteconjun

tode

rochas

vãodesdetempo

sProterozóicos

atéao

Quaternário

(Carvalhosa,Zbyszew

sky,1994).Esta região

estádentro

deum

dosgrandesdo

míniosgeológicos

daPenínsula

Ibérica,

aZon

ade

Ossa-Morena(ZOM),

queinclui

rochas

daSérieNegra

(Proterozóico),Câm

bricas

eOrdov

ícicas,q

ueestãocortadas

porum

magmatismodo

tipoplutón

icode

idadeHercínica,q

ueprovocou

agénese

degranito

semigmatito

s,eum

variadocortejofiloniano.

Partedesteconjun

toencontra-secolm

atado

pelacoberturasedimentarceno

zóica(Carvalhosa,Zbyszew

sky,1994).

271

Aregião

abrang

idapo

reste

estudo

inclui,em

concreto,rochas

daSérieNegra

(Quartezitos

eMetalidito

sda

Form

ação

doEscou

ral(Carvalhosa,Zbyszew

sky,1994)),Migmatito

seGranitosassociados

eTo

nalitos

(rochasmagmáticas

intrusivas),os

últim

osde

idademaisrecentepertencentes

àfase

orog

énica

Hercínica.

Devidoàintrusão

deplutõesmagmáticos,ocorreuoaquecimento

region

alda

rochaencaixante,

indu

zind

oometam

orfísm

o,afusãoeaassimilaçãode

todasas

rochas

adjacentes.N

aárea,v

erifica-se

queas

rochas

daSérieNegra,q

ueestãoextrem

amentefoliadas,se

encontram

com

elevadas

taxasde

fusão,

restando

porvezesapenas

núcleosrefractários

quese

apresentam

rodado

sde

maneira

dextrógira

e/ou

sinistrógira,

segund

o um

a direcção aproxim

adam

ente N

W-SE,dando

a sensação de um fluxo de fund

ente.T

odo o conjun

-to

parece

estaraserafectado

pordu

asou

maisfasesde

deform

ação

quegeram,n

umaprim

eira

fase,umalin-

eaçãoepo

rvezesfoliação(Carvalhosa,Zbyszew

sky,1994).Nasegund

afase,a

rupturafrágiloriginou

falhas

efracturasem

todo

oconjun

to.

Noqu

eàgeom

orfologiadizrespeito,n

a região

deMon

temor-Évora-Regueng

os,p

redo

minaum

apais-

agem

derelevo,g

eralmente,m

oderadoe,em

bora

oaquífero

subterrâneosejapo

ucosignificativo(produ

tivi-

dadesinferiores

a50

m3/dia/km

2),o

ssolossão,

porregra,maisaptospara

aactiv

idadeagrícolado

quenas

regiõesmaisaLestedo

Alto

Alentejo.Asáreaselitologiasaqui

focadaspo

dem

serob

servadas

nafigura

1.

272

IICONVERSA

SÀVOLT

ADO

RIO

29e30

deOutub

rode

2005

Figura1-Localização

dasáreasestudadas(1

e2)

retiradada

Carta

Geológica

dePo

rtugal

àescala

1:50

.000

-Folha

35-D

-Montem

or-o-

Novo,do

Instituto

Geológico

eM

ineir

o.

2.Flora,F

aunaeoc

upaç

ãohuman

aAfloralocalé

caracterizadapo

rform

açõesHelófitaspresentesno

slocaison

deum

excessivoperíod

ode emersão não perm

ite a in

stalação de mata ribeirinha.T

ais matas são dom

inadas por (v

er figura 2):A

mieiro

s(8),Freixos(12),U

lmeiros(9),Salgueiros

(7),emesmoCho

upos

(10),tod

asestasde

portearbó

reo.

Incluem

igualm

ente

umestratoarbu

stivo,

maiscomum

nasorlas,de

BorrazeiraNegra

(5)eBorrazeiraBranca

(6),

Sabu

gueiro (2

1),Sanguinho

s de água (4),Pilriteiro

(16),A

brun

heiro bravo (17),etc.E

xiste aind

a um

estrato de

trepadeirasàbase

deSilvas

(Rub

usulmifolius),R

oseiras(Rosasempervirens),H

eras

(Hederahelix),etc.

273

PATRIM

ÓNIO

Figura2-Distribuiçãodo

svários

tipos

deplantaseassociação

com

onívelfreático.

Amieiros

(8),Freixos

(12),U

lmeiros

(9),Salgueiros

(7),emesmoCho

upos

(10),tod

asestasde

portearbó

reo.Incluem

igualm

enteum

estratoarbu

stivo,maiscomum

nas

orlas,de

BorrazeiraNegra

(5)eBorrazeiraBranca(6),Sabu

gueiro

(21),S

anguinho

sde

água

(4),Pilriteiro(16),A

brun

heiro

bravo

(17).F

onte:

Diasda

Silva

,Í.,et

al.A

NANIL

-EventoCultural,Ecopercurso

Taisform

açõesdistribu

em-seem

cinturas

devegetaçãoperpendicularesao

leito

dorio,esqu

ematizan-

do-seum

cortena

figura

3.Nas

cotasim

ediatamenteinferiores

àmata(zon

ade

Helófitas)éfrequenteencon-

trar-seum

aform

ação

dominadapelo

Junco(Scirpus

holochoenu

s),seguindo

-se-lheos

caniçais,do

minados

pelo

Caniço(Phragmites

australis)mas

onde

ocorrem

aind

aas

Tabuas(Typha

latifolia)eaEspadana

(Sparganium

erectum).Segue-se

umano

vacinturavegetald

ominadapelo

Bun

ho(Scirpus

lacustris).À

medida

queosubstratofirm

evaificando

perm

anentementecobertopelaságuaseaprofun

didadescada

vezmaiores

encontra-seum

avegetaçãonitid

amenteaquática,Lentilhasde

água

Lem

nasp,R

anun

culuspeltatus.

274

IICONVERSA

SÀVOLT

ADO

RIO

29e30

deOutub

rode

2005

Figura3-Distribuiçãodasform

açõesvegetaiserelaçãocom

osníveisde

estiagem

ede

cheia.

Fonte:Diasda

Silva

,Í.,et

al.A

NANIL

-EventoCultural,Ecopercurso

Aoníveld

afaun

averifica-seadiversidadepróp

riadesteHabitat.Sãofrequentes

osvestígiosde

lontra

(Lutra

lutra,espécieprioritáriada

DirectivaHabitats).Aoníveld

osanfíbios

erépteisverifica-seapresença

dealgumas

espécies

comoBufobu

fo,C

ágados,cob

ras-de-água...A

oníveldas

aves

estãopresentesespécies

como

Guarda-rios,G

arça

real,Á

guiacalçada.

Dopo

ntode

vistaantrop

ogénico,

podemos

verificaroestado

deabando

nodasestruturas

indu

striais,

comoos

moinh

os,aspedreiras,os

terrenos

agrícolasepecuários.Destasrestam

apenas

alguns

vestígios,con-

servados

actualmentepo

rvelhos

pastores,o

uruínas

emarcasdeixadas

pelo

serhu

mano.Destaca-seaexistên-

ciade

diversas

azenhasemoinh

osde

água

espalhados

aolong

odasmargens

dorio,

dosqu

aisnãose

sabe

a

275

PATRIM

ÓNIO

idade,po

dend

oalguns

tersido

construído

sdu

ranteoperíod

ode

ocup

ação

Rom

anaou

Mou

risca,po

vosqu

etin

ham

umgrande

conh

ecim

ento

nasáreasda

engenh

ariahidráulica.Provavelm

ente

associadaaeste

tipode

indú

stria,ob

servam

-sediversas

pedreiras,naszonasde

leito

rochoso,

norm

almente

próxim

asde

umou

mais

moinh

os,que

serviriam

para

retirar

rochausadana

construção

deedifícios,assim

comona

prod

ução

dasmós

usadas nos m

oinh

os.C

omo se pod

e constatar no

local,estas actividades pou

co in

fluenciaram as características

naturaisda

paisagem

.

3.In

teresses

temáticos

i)Inter

esse

geom

orfológico

Em

oposição

àsregiõesenvolventes,aserrade

Mon

furado

constitui

umrelevo

salienterecortadopo

rum

adensarede

dedrenagem

,naqu

alse

insere

orioAlm

ansor.

Asecção

dorioaqui

estudada

situa-se

naextrem

idadeocidentald

aserra,on

deébem

evidenciadoo

forteencaixedo

rioatravésdo

alto

gradientemorfológico

quese

pode

observar

entreesteeacolinado

caste-

lode

Mon

temor-o-N

ovo,situadana

margem

norte.

A existência de diversos terraços fluviais é testem

unho

das várias etapas de encaixe,po

dend

o-se obser-

vararelaçãoentreoleito

colm

atado e o respectivo terraço,assim com

o o encaixe com m

igração lateral do rio.

Ofactode

oriocorrer

sobreleito

rochosoindica-nos

incisãorecentecom

adescidado

níveld

ebase.

Ocorreerosão

diferencialn

asrochas

doleito,sendo

escavadaslitologiasmenos

resistentese,preferen-

cialmente,as

zonasde

contacto

entrediferentes

tipos

derocha,

form

ando

-sepequ

enas

bacias

quepo

dem

evoluirpara

depressões

demaiores

dimensões,através

deum

processo

deabrasãosemelhanteao

daform

ação

demarmitasde

gigante.

ii)Inter

esse

tectono-estr

utural

Nolocal,po

deob

servar-seaevolução

doprocesso

demigmatização

desdeazona

maisafectada,n

ocontacto

com

oMaciçodo

sHospitais,atédistâncias

decercade

10km

para

mon

tante.Po

deob

servar-setam-

bém

queoprocesso

degranitizaçãofoim

aisacentuadojuntoao

contacto,ond

edificilm

entese

distinguepale-

ossomade

neossoma.Àmedidaqu

eno

safastamos

verifica-sequ

eopaleossomase

encontra

muito

deform

a-do,bandado

e transportado

segun

do um fluxo com

sentid

o WNW_E

SE,envolvido

por um neossom

a graníti-

co(fun

dente),que

émaisclarojuntoao

contacto

emaisalaranjado

àmedidaqu

eno

safastamos

deste.

Tam

bém

sepo

dem

observar

vários

tipos

deestruturas

comodo

bras

cilíndricas

com

oseixossub-ho

r-izon

tais,falhasconjugadas

com

cristalização

demateriald

ecompo

siçãogranítica

nosespaçoscriado

sefalhas

276

IICONVERSA

SÀVOLT

ADO

RIO

29e30

deOutub

rode

2005

frágeiscom

osrespectiv

osespelhos

bem

marcado

sperm

itind

oum

acaracterização

cinemática.

iii)I

nteresse

petrológico

Neste

local,os

aspectos

petrológicos

demaior

interesseencontram-seassociados

àinstalação

doMaciçodo

sHospitais.A

interacção

entreocorpointrusivode

compo

siçãotonalíticaeas

rochas

encaixantes

deu-se

atravésde

umprocesso

demigmatização

com

assimilaçãoefusãoparciald

asmesmas,d

ando

origem

aum

tipode

litologiatíp

icodasfrentesde

anatexia,os

migmatito

s.A

observação

destas

rochas

perm

ite-nos

diferenciar du

as com

posições distin

tas,neossoma,com com

posição semelhante ao m

aciço,diferind

o deste po

rse

encontrarcontam

inadodevido

àassimilaçãodo

materialencaixante,epaleossoma,representand

opo

rções

darochaencaixanteoriginalmaisrefractárias

quenãofund

iram

completam

ente,envolvido

pelo

neossoma.As

rochas

queconstituem

opaleossomasãoessencialm

ente

quartzito

snegros

eMetalidito

sdo

Pré-Câm

brico,

equivalentes

àsrochas

daSérieNegra.

Um

aspectode

grande

interessequ

etambém

merecesersalientadoéaexistênciade

elucidativas

tex-

turasde

fluxono

smigmatito

s,qu

eperm

item

aovisitanteum

afácilvisualização

daevolução

dosprocessosde

anatexia. iv)I

nteresse

histó

rico

Autilizaçãoindu

strialda

área

emestudo

pelo

Hom

emécomprovadaatravésda

existênciade

diversos

moinh

osde

água,o

ndefoiaprov

eitada

acorrente

dorio,

comoomoinh

odo

Ananile

moinh

oda

Borracha

(deidadeindeterm

inada),e

depedreirasde

onde

foram

extraído

sblocos

derochamigmatítica.

4.Tipodevalor

i)Valor

científico

Estaárea

apresentaaspectos

deelevadovalorcientífico,ao

níveld

ascaracterísticas

petrológicas

etec-

tónicas,essencialm

ente.

Do po

nto de vista petrológico,esta zona é representativa do

tipo

de magmatismo associado a zonas de

subd

ucção,

pelo

tipode

intrusão,com

assinaturasgeoq

uímicas

demagmatismode

arco

vulcânico,com

com-

posiçãointerm

édia.N

estelocalo

bservam-setodasas

características

deum

afrentede

anatexiaeconsequentes

form

ações rochosas,relacionadas com este processo.Pod

emos observar variações na cor das rochas consoante

aproximidadeao

Maciçodo

sHospitais,qu

emarca

umavariação

dacompo

siçãoqu

ímicado

neossoma

migmatítico,com

ataxa

deassimilaçãodo

encaixante

porpartedo

magmaintruído

queaumentana

proxim

i-dade

domaciço.

277

PATRIM

ÓNIO

Dopo

ntode

vistatectón

ico,

observam

-seestruturas

dedu

asou

maisfasesorogénicas.A

prim

eira,

identificável,afecta

aSérieNegra,aqui

representada

pela

Form

ação

doEscou

ral,de

idadePré-Câm

brica,

deform

aemetam

orfisa

emmédio

aalto

grau

aform

ação,con

ferind

o-lheum

afoliaçãoeum

band

ado.Po

de-

se também identificar as relações de corte entre os vários eventos presentes.Num

a segund

a fase,possivelm

ente

Hercínica,o

bserva-seodo

bram

ento

detodo

oCom

plexoGneisso-M

igmatítico.Ainda

sepo

dem

identificar

estruturas

derupturafrágilqu

ese

traduzem

emplanos

defalhaconjugados

eem

espelhos

defalha.

ii)Valor

didá

ctico

Apresentaum

grande

valordidáctico,qu

erpelavariedadelitológica,qu

erpelo

próp

riomod

eladocria-

dopela

rede

dedrenagem

local.Po

dem

observar-sein

situ

eventosde

depo

siçãoeerosão

fluvial,com

osrespectivos

terraços

eleito

sabando

nado

spelamigraçãolaterald

orio.Assim

comono

valorcientífico,toda

aestruturaassociadaao

processo

demigmatização

tem

umgrande

valordidáctico,qu

erpelaacessibilidade,qu

enuns

casosébo

aeno

utrosésatisfatória,qu

erpelaexpo

siçãocontínua

deafloramentosao

long

odo

rio.

iii)Valor

biológico

A Fauna e Flora presente é representativa do

s cursos de água doce mediterrâneos.As margens são ocu-

padaspo

restratos

arbó

reos,arbustivos

ede

trepadeiras,form

ando

umadensamataribeirinha.E

ncon

tram

-se

diversos

anim

aiscomoaLon

tra,Guarda-rios.G

arça-real,algumas

dasqu

aiscom

algum

grau

deam

eaça,e

que

habitam

estelocalapesarda

frequentepo

luição

queoafecta.

iv)Valor

antropológico

earqu

eológico

Existem

aolong

odo

rioAlm

ansor,diversos

vestígiosde

activ

idadehu

mana,qu

emostram

umlong

operíod

o de ocupação indu

strial artesanal.O

bservam-se antig

as pedreiras m

uito rud

imentares e locais agrícolas,

quesãoactualmenteapenas

vestígiosde

indu

strias

extractivas,com

muito

poucoim

pactona

natureza.A

forte

presença

demoinh

osde

água

ede

ventonasmargens

dorioenasencostas,m

ostram

aforteindu

strialização

da região baseada em

energias reno

váveis.E

stas in

dústrias perderam com

petitividade para as no

vas,mais po

lu-

entesequ

eprovocaram

oabando

nodo

Hom

emdestas

zonashá

cercade

20-50anos.

v)Valor

paisa

gístico

Este local m

ostra um

mod

elado típ

ico do

processo de peneplanação,com a in

cisão recente das ribeiras

contem

poraneam

enteao

levantam

ento

tectón

icodo

continente,m

ostrando

antecessão

emmuitoslocais.É

deenalteceramaneira

com

está

ordenado

oterritó

rio,

mantend

o-se

muitascaracterísticas

naturais,com

muitas

estruturas

humanas

antig

asaind

aconservadas.

278

IICONVERSA

SÀVOLT

ADO

RIO

29e30

deOutub

rode

2005

5.Eco

percu

rsos

OsEcopercursosdo

Alm

ansor,

foram

elaborados

tend

oem

contaas

características

epo

tencial

Ecoturísticodesterio.Osseus

principaisinteresses

partilham

entresium

agrande

ligação,com

ose

pode

ver-

ificar

nocampo.T

orna-se,po

rtanto,ind

ispensávelcriarpercursosqu

erealcem

eprom

ovam

olocald

eform

aasensibilizarapo

pulaçãoatravésda

educação

ambientalem

plenaNatureza.Assim

,propõ

em-sedo

ispercur-

soscom

grausde

dificuldadedistintos,atravésdo

squ

aisse

interpretaaGeologiaeaBiologialocal,eos

locais

deintervençãohu

mana,perfeitamenteintegrados

napaisagem

natural.

Definim

osdu

asáreasdiferentes,qu

ese

caracterizam

poraspectos

distintosentreas

texturas

dos

Migmatito

sHeterogéneos,pelaGeomorfologiaepelo

tipode

acesso.A

Área1(Figura4)

écaracterizadapo

rum

acesso em

boas cond

ições para levar qualquer tipo

de grup

o.Ao nível científico e didáctico é muito im

por-

tantepara

aob

servação

eestudo

dosMigmatito

s,da

distribu

ição

dafaun

aefloraedasintervenções

antro-

pogénicas.AÁrea2(Figura5)

possui

entreos

seus

principaisinteresses

apo

ssibilidade

deinterpretaravari-

ação

dascaracterísticas

dosMigmatito

seotip

ode

contacto

com

osTon

alito

s.Tam

bém

éum

bom

localp

ara

sesalientar

ograu

depo

luição

doAlm

ansorajusanteda

ETARde

Mon

temor-o-N

ovo.

Oacesso

aesta

área

estará

maisrestringidoapequ

enos

grup

osqu

enãoapresentem

dificuldades

demob

ilidade,jáqu

eafacilidade

mod

eradada

caminhada

nestelocalo

tornaselectivoem

relaçãoapo

tenciaisvisitantes,p

ormotivos

desegu-

rança.

279

PATRIM

ÓNIO

Figura5-Mapada

área

2.Ver

notado

percurso

notextoabaixo.A

daptadoda

Carta

Geológica

dePo

rtugal

àescala

1:50

.000

-Folha

35-

D-M

ontem

or-o-N

ovo,do

Instituto

Geológico

eM

ineir

o.

280

IICONVERSA

SÀVOLT

ADO

RIO

29e30

deOutub

rode

2005

Notadopercu

rsodaÁrea1

0-M

oinh

odo

Ana

nil:

-Amecânicado

moinh

oeusode

energias

reno

váveis(in

terior

eexterior

domoinh

o).

1-P

egodo

Zan

galho.

Aba

rragem

dalev

adado

Moinh

odo

Ana

nil:

-Localde

observação

defaun

aeflora;

-Hum

anização

emharm

onia

com

aNatureza.

Infra-estruturas

criadaspara

oaproveitamento

daenergiahidráulica.

Características

deum

moinh

ode

água.

2-I

nicio

dalev

ada(o

“cam

inho”da

água

):-Características

geológicas

e(geo)m

orfológicasda

zona.Exp

licação

sumária

darochalocal(relação

entreMigmatito

se

Granitos);

-Observaçãode

faun

aeflora.Relaçõesentreentid

ades

abióticas

(clim

a,geologia,etc.)ebiológicas.

3-V

árzeado

rio:

-O

queéum

avárzea?;

-Observaçãode

faun

aeflora;

-Aspectosda

geologiaeda

morfologia.

4-M

argens

dorio

,jun

toao

moinh

odo

Ana

níl:

-Observaçãode

faun

aeflora;

-Aspecto

dosmigmatito

sda

área;

-Características

davegetação;

-Intervenções

humanas.

5-“

OsBan

hista

s”:

-Vegetação,L

iqueneseMusgo

s.Relação

com

apo

luição;

-Chamadade

atençãopara

aqu

alidadeda

água;

-Discussão

acerca

dagestão

dosrecursos

naturais,n

ogeral,ehídricos,em

especial.

6-L

eitoemargens

dorio

:-Erosãodiferencial.Marcasde

correnteedisjun

çãoesferoidal;

-Aspectosindicado

resde

fluxoemov

imento

nasrochas.N

eoePaleossoma.Rotação

deblocos.A

nalogiacom

ofluxoda

água

dorio.

-Chamadade

atençãopara

olixodespejadona

encosta.

-Antigas

pedreiras:O

impactona

paisagem

.Blocosretirados

darocha,aproveitand

oas

suas

discon

tinuidadesnaturais.

7-P

atrim

ónio

Geológico:

-Geo

eBiodiversidade:Que

relações

existem?;

-O

quesãofalhas?Observaçãoeleitu

rado

mov

imento

em“espelho

sde

falha”.A

relaçãocom

osSism

os;

-Observaçãode

faun

aeflora;

-Geomorfologia

281

PATRIM

ÓNIO

Figura5-Mapada

área

2.Ver

notado

percurso

notextoabaixo.A

daptadoda

Carta

Geológica

dePo

rtugal

àescala

1:50

.000

-Folha

35-

D-M

ontem

or-o-N

ovo,do

Instituto

Geológico

eM

ineir

o.

282

IICONVERSA

SÀVOLT

ADO

RIO

29e30

deOutub

rode

2005

Notadopercu

rsodaÁrea2

1-M

oinh

od'água

:-Semelhanças

com

osmoinh

osdo

Ananile

Borracha.

-Características

daGeomorfologialocal:Ausênciade

terraços

fluviaisetraçadorectilíneodo

Alm

ansor.

-Con

statação

dograu

decontam

inação

doAlm

ansorepo

ssíveisfontes

decontam

inação.

2-M

igmatito

sheter

ogéneos:

-Aspectostexturaisede

corteentreneossomaepaleossoma.

-Características

demaior

temperatura

duranteapetrogéneselocal.

-Bou

dinagem,p

inch

andsw

ell,sigm

óidesedeltasde

fluxo.Relação

com

adirecção

gerald

etransporte

dofluxomigmatíti-

co.

-Aspectosde

deform

ação

frágiledú

ctil.Plano

sconjugados

defalha.

3-T

onalidad

esnosmigmatito

s:-Observaçãoecomparaçãodastonalidades

doneossomaepaleossomaem

relaçãocom

aárea

1.-Vestígiosde

pedreiras.Aproveitamento

dasdescon

tinuidadesnaturaispara

aextracçãode

blocos

derocha.

4-E

rosãodifer

encia

l:-Relevos

residu

ais,Marmitasde

Gigante,encaixe

recentedo

rio,etc.

-Aspectospeculiaresdo

sMigmatito

sHeterogéneosjuntoao

contacto

com

osTon

alito

s:um

aou

maisfasesde

migmatiza-

ção?

5-C

ontacto

entreTonalito

semigmatito

s:-Con

statação

dafontetérm

icaqu

eoriginaamigmatização

eopo

rquê

dadirecção

defluxobem

marcada.

-Con

tactogradualentre

encaixante

emagma,dand

oasensação

deassimilaçãomagmáticagradualacompanh

adade

difer-

entesgrausde

fusãoparciald

oencaixante.

-Características

demagmas

cada

vezmaisinterm

édiosem

direcção

aointerior

doMaciçodo

sHospitais.

6.Biblio

grafia

Carvalhosa,A,Z

byszew

sky,G,(1994),C

arta

Geológica

dePo

rtugal,n

aescala

1:50

000.

NotíciaExp

licativada

folha35

-D(M

ontem

or-o-

Novo),InstitutoGeológico

eMineiro

86pp

.Diasda

Silva,I,Mattio

li,M,C

idda

Silva,JH,(2005),ANANIL

-EventoCultural,Ecopercurso,O

ficinasdo

Con

vento6pp

.JorgePinto,A

.,Diasda

Silva,Í.,L

ima,J.,Ribeiro,M

.,Ressurreição,R.,,R

eis,T.,(2005),Trêse

xemplos

dePa

trim

ónio

Geológico

emter

-ritório

Naciona

l:Afloramentosgeológico

sdo

Alm

ansor,

PraiaGrand

edo

Rodízio,D

unaconsolidad

aeArribalitoral

dapraiade

Magoito.T

raba

lho

realizad

ono

âmbito

dadisciplin

ade

Patrim

ónio

Geológico

eGeoturis

mo,Dep.d

eGeol.da

FCUL,n

ãoeditado,72p.

283

PATRIM

ÓNIO


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