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Rembrandt (PT)

Date post: 07-Feb-2023
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Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu a 15 de julho de 1606, em Leiden, na Holanda do Sul. Oitavo filho de Harmen Gerritsz van Rijn, um moleiro, e de

Cornelia van Suydtbrouck, filha de um padeiro.

Vive a maior parte da sua vida em Amesterdão, onde grava os seus primeiros retratos da mãe, onde realiza duas grandes obras como “A lição de Anatomia do

Doutor Nicolaes Tulp” e “A Ronda da Noite” e é onde aluga um armazém para onde transfere a sua academia de arte. Mais tarde chega a leiloar a sua coleção mas não

ganhou muito êxito.

Casa-se com Saskia e, após três filhos dados mortos, nasce Titus. Após a morte da sua esposa, Rembrandt tem mais dois casos com duas governantas.

Morre em Amesterdão a 4 de outubro de 1669, um anos e um mês após a morte do filho Titus.

• Este genial holandês viveu numa época em que o seu país experimentava o vigor do mercantilismo e um protestantismo exagerado. • O pintor moveu-se neste cenário sem abrir mão das suas convicções, ainda que desagradasse a mecenas e patronos locais. Por isso, muitas vezes, foi tomado como excêntrico ou inconformista. • Para além das classificações, a obra de Rembrandt prova que ele foi um dos mestres da luz, do jogo das sombras, herdeiro da tradição de outro grande artista, o italiano Caravaggio.

Um dos Grandes Mestres

Em todo o panorama do século XVII, nenhum outro mestre deixou um grande numero de autorretratos como Rembrandt. A sua figura pode ser vista em pelo menos 30 gravuras, 12 desenhos e mais de 40 pinturas.

Estes retratos são estudos da própria fisionomia, não encomendados nem destinados a mecenas e protetores ricos. São executados para si próprio, com diferentes objetivos.

Esta obsessão em representar a própria figura durante a juventude e os primeiros anos da sua maturidade não se deve ao exibicionismo ansioso de um artista excêntrico, mas só prova o seu profundo interesse pela declamação e interpretação teatrais.

Um dos Grandes Mestres

As relações entre Rembrandt e o teatro podem ser comprovadas em vários documentos.

Rembrandt sempre se questionou sobre o seu papel de pintor , transmitindo-nos uma imagem de surpreendente e emblemática autoconsciência e de vincada personalidade.

O valor e importância do seu trabalho estão metaforicamente representados em O Pintor no Ateliê, quadro que personifica bem a sua pintura virtuosa.

Neste quadro, Rembrandt releva o domínio adquirido na representação mimética da realidade.

A História dos Autorretratos

Em 1629, provavelmente inspirado em retratos de artistas célebres, Rembrandt representou-se em trajes militares; mais tarde, põe de lado as armaduras e passa a usar correntes de ouro e chapéus emplumados. São

estes objetos que caracterizam os seus autorretratos nas décadas de 1640 e 1650.

Rembrandt e as suas Obras

A relação entre o próprio pintor e os seus mecenas não era das melhores. Esta relação está documentada em diversos arquivos e também figuram nas narrativas dos seus primeiros biógrafos.

“Além de lhe pagar, era preciso suplicar-lhe.” – Arnold Houbraken

Esta relação depois verifica-se na decadência do seu sucesso entre os contemporâneos.

Técnica de Rembrandt

Ao contrário do seu colega Pieter Paul Rubens, elogiado pela sua rapidez de execução, Rembrandt nunca pintou rapidamente. Trabalhava com extrema lentidão, característica que se assentou no final da década de 1640, quando a sua técnica atingiu uma modernidade espantosamente desenvolvida.

As superfícies concisas e luminosas que caracterizam os retratos da década de 1630 são substituídas por densas camadas de cores, lançadas nas telas com golpes vigorosos de espátula e frequentemente trabalhadas com os dedos.

Esta técnica de Rembrandt faz com que ele se torne o principal expoente da pintura material antes do aparecimentos da escola impressionista.

A Sua Coleção

Rembrandt, ao longo da sua vida, cria vários quadros, sendo a maior parte deles retratos. Cronologicamente cria:

1627 – O Cambista (O Rico Insensato) 1627/28 – Simão que Acolhe o Menino Jesus no Templo com Ana, Maria e José 1628 – Autorretrato com Cabelo Desgrenhado 1630 – Autorretrato com Gorro e Olhos Arregalados/ Autorretrato com a Boca Aberta 1632 – Homem com traje Oriental (O Nobre Eslavo) 1632 – A Lição de Anatomia do Doutor Nicolaes Tulp 1633 – A Deposição da Cruz 1634- Saskia Vestida de Flora 1635 – O Sacrifício de Isaac / O Banquete de Baltazar / Autorretrato com Saskia

1636 – Danae / A Ascensão 1639- Autorretrato no Peitoril 1640 – Autorretrato / Retrato de Cornelis Claesz Anslo (2x) 1641 – Retrato do Pregador Menonita Cornelis Claesz Anslo 1642 – A Ronda da Noite 1647 – Retrato de Jan Six / Repouso durante a Fuga para o Egipto 1654 – Betsabá com a Carta de David / Jovem que se Banha no Lago 1657/58 – Titus Ocupado com a Leitura 1661/62 – O Juramento dos Batavos 1664-1666 – O Retorno do Filho Pródigo 1666 – Isaac e Rebeca (A Esposa Judia)

A Lição de Anatomia do Doutor Nicolaes Tulp 1632

Encomendada a Rembrandt por alguns membros da associação dos cirurgiões de Amesterdão, a tela representa o primeiro pedido público importante recebido pelo o artista nesta cidade.

Este quadro mostra Nicolaes Tulp, o principal docente de anatomia da associação, durante uma dissecação.

A extraordinária qualidade com a qual Rembrandt transmite a palidez da morte combina com a atenção prestada pelo artista à representação da dissecação anatómica.

Com esta obra, Rembrandt impõe-se engenhosamente no género dos retratos de grupo, que normalmente previa uma ordem/ um alinhamento dos presentes. Aqui todos os retratados assistem e participam no desenrolar de uma ação que os absorve completamente. É esta a componente essencial dos quadros históricos.

A Lição de Anatomia do Doutor Nicolaes Tulp 1632

A Ronda da Noite 1642

O nome deste quadro foi-lhe atribuído no final do século XVIII graças a uma leitura precisa do tem, que levou a associar a obra a uma cena noturna.

O quadro foi encomendado a Rembrandt para decorar a sala principal da sede da milícia de Amesterdão. Com isto, a adaptação da tela obrigou a uma redução dos quatros lados da pintura, em particular do lado esquerdo.

A pintura representa, em trajes históricos, o capitão Frans Banning Cocq e outros dezassete membros da milícia dos arcabuzeiros, num importante retrato de grupo.

Rembrandt introduz também algumas figuras simbólicas, que enaltecem a milícia e o seu papel na vida urbana. A menina vestida de amarelo, que é a figura mais iluminada em toda a tela, traz preso à cintura um frango, o símbolo da vigilância.

Esta é seguramente a obra mais popular do pintor holandês e neste quadro, o retrato corporativo é interpretado como uma pintura de história.

A Ronda da Noite 1642

O Retorno do Filho Pródigo 1664-1666

O Retorno do Filho Pródigo é um quadro contemporâneo de A Esposa Judia.

Este quadro é uma das obras tardias mais poderosas e emocionalmente cativantes do mestre, a quem teriam cabido apenas a conceção e a composição da obra, mas não a sua execução.

Tal como em A Esposa Judia – em que o amor é expresso figurativamente pelo contacto entre os dois – também aqui a representação das mãos parece muito importante.

Rembrandt concentra-se no gesto de acolhimento do filho pródigo pelo pai. A principal mensagem transmitida pela obra é a união de duas figuras atravéz de um gesto de perdão.

O Retorno do Filho Pródigo 1664-1666

Curiosidades Rembrandt, no seu atelier, chegou a ensinar a sua técnica aos seus aprendizes. Com isto, Rembrandt chegou a aproveitar-se de vários momentos para retirar o mérito aos alunos. Isto aconteceu em vários quadros. Após a finalização dos mesmos, Rembrandt dizia que tinha sido o próprio a realizá-los, omitindo que tinham sido executados pelos sues alunos na academia. Quando se fazia uma verificação do quadro, podia-se observar que a técnica de pintura era mesmo a de Rembrandt. Um grande exemplo deste equivoco foi a Obra Homem do Capacete de Ouro. Este sublime quadro foi contestado durante muito tempo.

Curiosidades

Rembrandt chegou a fazer retratos de si próprio, da mulher Saskia, do filho Titus e da sua ultima esposa, a governanta Hendrickje.

Curiosidades

Rembrandt também é conhecido pela sua academia de artes e pelos vários pupilos que frequentavam a mesma academia. Um deles era Carel Fabritius. Este senhor foi um pintor holandês e foi o mestre do famoso Johannes Vermeer.

Curiosidades Há dois anos foi descoberto o maior conjunto de gravura da coleção de Rembrandt em Águeda numa caixa de cartão na Fundação Dionísio Pinto. Estavam dentro desta caixa 14 das 282 obras do pintor. Esta descoberta foi desvalorizada pela Antiga Conservadora.


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