Date post: | 22-Feb-2023 |
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ENG 06035 – Instrumentação
Profª Célia de Fraga Malfatti
PRÁTICA A – OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE
REVESTIMENTOS METÁLICOS
PRÁTICA B – UTILIZAÇÃO DE POTENCIOSTATO PARA ELETRO-
OBTENÇÃO SELETIVA DE METAIS
Douglas Martinazzi
Rafael Hauser
Ronaldo Huppes
Thales Bocorny
Porto Alegre, 03 de dezembro de 2013.
1. INTRODUÇÂO
A Prática A tem como objetivo eletrodepositar um filme
de Níquel aplicando um circuito eletroquimico com aplicação
de corrente catódica, assim como caracterizar o perfil
morfológico do substrato e do filme. Para a caracterização
usou-se a técnica de perfilometria. Para isso foi montado
um sistema galvanostático.
A prática B tem como objetivo a identificação das
reações de redução de dois metais em determinada
solução e a redução desses dois metais, separadamente.
Para isso, foi realizada uma varredura catódica,
utilizando um potenciostato Omnimetra e uma célula de
três eletrodos. Com isso obteríamos a curva de
densidade de corrente vs potencial. Através dessa
curva, é possível identificar os potenciais de redução
desses dois metais distintos, mantendo este potencial
fixo, é possível reduzir os dois metais separadamente.
2. PRÁTICA A – OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA
DE REVESTIMENTOS METÁLICOS
Para a realização do experimento, foi utilizado
uma bateria, um jogo de década de resistência, um
amperímetro, um voltímetro, 2 discos de aço, eletrodo
de grafita, eletrodo de referência (ECS), Solução de
Ni-Watts e perfilômetro. A Solução de Ni-Watts
consiste numa mistura de sulfato de níquel, cloreto de
níquel, ácido bórico e laurel sulfato de sódio. O
ácido bórico serve para estabilizar o pH da solução de
modo a facilitar a reação catódica (pH≈6) e o laurel
sulfato de sódio tem efeito nivelador.
O circuito galvanostático catódico do sistema de
análise está mostrada na Figura 1 e a célula com 3
eletrodos pode ser vista na Figura 2.
Figura 1. Circuito galvanostático catódico Figura2. Célula de 3 eletrodos.
Na célula com três eletrodos temos o eletrodo de
trabalho (WE) que consiste no disco de aço, substrato na
qual o Ni será depositado, que foi fixado dentro de um
suporte, o contra-eletrodo (CE) composto por uma barra de
grafite atua como ânodo, fechando o circuito eletroquímico.
O eletrodo de referência (RE) utilizado foi o de calomelano
saturado.
Figura 3. Circuito montado para realiação da prática.
A bateria fornece d.d.p., as resistências são ligadas
em série e impedem a passagem de corrente elétrica. Ao
longo do experimento diminuimos a resistência, com isso a
corrente elétrica aumenta. Ao atingirmos a corrente
desejada (~170 mA), obtida através do cálculo relacionando
a área e a densidade de corrente, mantivemos a corrente
aplicada por 10 minutos.
3. RESULTADOS
Figura 4. Disco de aço sem substrato de Ni depositado.
Figura 5. Disco de aço com substrato de Ni depositado.
Não pudemos fazer medidas a partir do perfilômetro.
Entretando visualmente podemos verificar que o aço com
revestimento de Ni parece ter melhor acabamento
superficial, ou seja, sua superfície é mais plana. Isso
ocorre, pois o material tende a se acumular nos vales
existentes.
4. PRÁTICA B – UTILIZAÇÃO DE POTENCIOSTATO PARA
ELETRO-OBTENÇÃO SELETIVA DE METAIS
Nesse experimento também temos a redução dos íons
metálicos em solução na superfície do substrato, mas para
obter o metal em solução, tendo um processo de obtenção de
matéria prima.
Utilizamos um potenciostato Omnimetra modelo PG-05,
um amperímetro e voltímetro. A solução utilizada era
composta por sulfato de cobre e cloreto de zinco em meio
aquoso (solução sintética contendo Cu e Zn em meio ácido).
A célula era composta por três eletrodos: o eletrodo de
trabalho (WE) que consistia em uma placa de latão comercial
dentro de um suporte, o contra-eletrodo (CE) composto por
uma barra de grafite e como eletrodo de referência (RE) foi
utilizado o eletrodo saturado de calomelano (SCE). Foi
utilizada uma célula com capilar de Luggin para minimizar a
queda ôhmica.
Figura 6. Célula de 3 eletrodos.
A célula de três eletrodos está conectada a um
circuito eletroquímico. Nesse experimento há aplicação de
potência através de um potenciostato Omnimetra ao invés de
corrente. O potenciostato é um aparelho que fornece
potenciais variáveis de modo que é possível controlar
diretamente estes parâmetros.
Figura 7. Circuito potenciostático.
Ao conectarmos os eletrodos, observamos o valor do
potencial de circuito aberto no voltímetro. A partir de
então foi feita uma varredura de potenciais, diminuindo de
50 em 50 mV a cada 30 segundos (tabela 1). Deveriamos
alcançar um potencial em torno de – 1200 mV, entretando o
potenciostato não passou de – 850 mV, como observado no
gráfico da Figura 8.
E(mV)
i(mA)
E(mV)
i(mA)
0 0 -650 -104,2-100 -1,71 -700 -116,9-150 -42,1 -750 -134-200 -50 -800 -157,2-250 -60,2 -850 -145,6-300 -60,4 -900 --350 -60,1 -950 --400 -61,4 -1000 --450 -62,3 -1050 --500 -64,1 -1100 --550 -74,7 -1150 --600 -90,6 -1200 -
Tabela 1. Valores encontrados de potenciais.
Vimos que é possível realizar a eletro - obtenção de
metais em solução, a partir da aplicação de otenciais
catódicos fixados nos picos.
Figura 8. Gráfico da curva catódica.
A amostra foi mantida com o maior potencial possível
durante 5 minutos, ela pode ser observada na Figura 9.
Figura 9. Amostra de latão com cobre eletrodepositado.
Possíveis fontes de erros dos experimentos: Eletrólito; Fonte; Cálculo da área (aproximado); Solução saturada;
Calibração do multímetro e amperímetro; Variações feito com o potenciostado.
ConclusõesAtravés da práticas foi possível observar que, se
fizermos uma varredura catódica com o auxílio de um
potenciostato a partir de diversos valores de potencial
(entre eletrodo de trabalho e eletrodo de referência) na
nossa célula, podemos descobrir os íons presentes em uma
solução desconhecida, pois o valor de potencial aplicado no
momento em que a deposição desse elemento inicia é seu
potencial de redução e a partir da literatura podemos
encontrar quais ele estamos procurando. No caso da prática,
identificamos Cu+² e Zn+² presentes em solução. Além da
visualização da deposição ocorrendo, o próprio aumento
expressivo de consumo de corrente em determinado valor de
potencial nos indica o acontecimento desse processo.
Portando, as práticas se mostraram muito úteis para a
determinação de espécies em solução que não conhecemos,
além de possibilitar a deposição de um elemento sobre uma
amostra para obter propriedades desejadas.