18/03/2014 2
O pai introduz os filhos no mundo do
social, das normas e da moral. A mãe
introduz os filhos no mundo da vida do
respeito e relação ao ser vivo.
As noções e exemplo de acolhimento,
dedicação, dádiva de si e abertura a
realidade são competências dadas pela
mãe.
É o silêncio do Pai que
cria a mulher que que
ama demais e o filho
dependente.
É a dominação
da mãe que
produz o
homem que
tem medo de amar. 3
A mulher procura em
um homem todos os
homens. Todas as
qualidades.
O homem procura em
todas as mulheres uma
mulher. As qualidades
que lhe falta.
18/03/2014 4
Dois psiquismos
Totalmente
diferentes.
A menina e a relação com o pai:
É fundamental a voz do pai com
relação a menina senão se sentirá
sem valor. E o menino sem coragem.
Se deprecia e valoriza de
sobremaneira o homem.
Um dia meu pai virá....
Um dia ele me falará....
Finamente existirei como
mulher. Um dia existirei
Como homem. 5
A mulher dominadora demais
castra o homem. A mãe solícita
demais o enfraquece, o
envergonha.
6
Eterna adolescente: Permanecem
prisioneiras da necessidade de
agradar aos homens ou de se
confinarem na revolta.
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Mulher – Silêncio do Pai
Eterna Adolescente
Amazona
E deixam de lado a mulher real
que nasce, vive, envelhece, ama e
morre.
A semelhança da bela adormecida
aguardam,
transformam
a passividade
em virtude.
8
18/03/2014 9
Contentam-se
em papéis
subalternos,
abdicam de
seus poderes
com objetivo de
agradar aos
homens.
Certas mulheres experimentam grande
dificuldade para tomar iniciativas e
decisões. Faltou a palavra do pai.
O pai deve reconhecer talentos e
qualidades. Devolver as percepções
sobre o especifico da filha e valorizá-la.
Não necessita, pode, falar do externo,
da beleza ou charme de sua filha.
11
12
Existência subjugada pela mãe
Negligenciada pelo pai.
Incapaz de relacionamento sadio com um
homem.
Falta de atuação do Pai.
Mulher frágil.
Jovem futil.
Sedutora Eterna
Adolescente
Marginal.
13
Pai particulariza.
Diferencia da figura da mãe
Confirma-a como ser de valor
Mãe
Transmite o gosto
pelo corpo.
Transmite a alegria
do acolher. 14
◦Mãe – Filha
A atenção do pai confirma a filha em
sua diferença sexual. Permite que a
menina separe-se da mãe e se
diferencie da mãe
Com o pai a menina
cresce em
individualidade. O
pai a faz única.
18/03/2014 15
Amo minha mãe porque é a única
pessoa que me deu atenção , mas
detesto a porque tem sido exigente
demais comigo. Ela controlou não só
minha caderneta escolar, mas também
o comprimento de minhas saias e a cor
de meus prendedores de cabelo.
Intrometia-se em tudo e
ainda se intromete em
tudo.. Estou farta dela.
Mãe fálica.
16
Esse processo pode ocorrer sempre
com os filhos do mesmo sexo.
O que pode curar a filha é quando a
mãe está pronta para ouvir,
diretamente da filha, as versões dos
acontecimentos familiares.
É a transmissão fundamental da
intuição.
17
18/03/2014 18
O ponto mais critico da relação mãe e
filha esta em volta da idade de 13 a 14
anos. Idade que claramente a menina
percebe que a relação com os amigos e
mais importante que a relação com ela.
Curar-se do pai.
1. A criança que não é amada pelos pais vai
desenvolvendo super antenas. Cria
percepções superiores ao normal.
Com isso tem dificuldades de expressarem
verbalmente sua agressividade
18/03/2014 19 19
A Boa Cólera: Auxilia sempre o processo
de cura. Mulheres privadas do pai tem
dificuldade para expressar agressividade e
impor limites em abusos. São processos de
libertação – Esbravejar, gritar e dançar.
18/03/2014 20
“Cura do amor próprio:
A mulher ferida exige continuamente
a presença do homem face a face,
não conseguem degustar o mundo
lado a lado. Faz com que o homem
fuja da relação.
21 21
O equilíbrio é a
sabedoria.
Curar-se do Pai.
◦Olhar para a meta e não ficar
olhando um para o outro. Leva o
companheiro a exaustão.
◦Por isso é necessário ao pai o
tomar a palavra e mostrar a
importância das metas e
objetivos.
18/03/2014 22
Mãe e filho
Quando criados muito perto da mãe,
quando a mãe é forte demais o filho
cresce com medo das mulheres.
18/03/2014 24
Filho - Muito perto da mãe
Quer estar
próximo das
mulheres
Tem medo de amar as
mulheres
Mãe o tem nove meses no ventre
Difícil encorajar autonomia
No silêncio do pai
Quer falar sempre com o
marido
Viver sempre perto dos filhos
Vai competir com todas mulheres
Uma relação muito difícil. 25
Mãe insegura por causa da má relação com Pai.
Sofrimento do filho
Culpa constante
Incapaz de enfrentar a
mãe
Não consegue intimidade
Casando - Filhas e esposa
sofrem 26
No inicio mãe e filhos se
misturam vivem uma simbiose.
Depois se separam, o menino deve ir
mais “longe” que a menina.
Quem desempenha
esse papel é o pai.
Retira o filho da mãe.
18/03/2014 27
“A criança tem acesso ao seio da mãe a
vontade, as vezes até fazer três anos. Vive em
seus braços, em contato direto com a pele, e
dorme nua em sua companhia até o desmame.
Depois disso, meninos e meninas dormem
separados de sua mãe. Com o tempo os
meninos são incitados a dormirem um pouco
mais distante da mãe... A despeito de um
contato crescente com o pai, continuam a viver
com a mãe e seus irmãos até a idade de sete a
dez anos...As tribos de Nova Guiné, cientes do
perigo da feminilização do rapaz, procedem a
ritos de iniciação com o objetivo de separação
da mãe. Devem desfazer o vinculo com a mãe”.
18/03/2014 28
Uma das causas de o homem separar a
sexualidade dos sentimentos e emoções é
a ligação afetiva com a mãe. Até pode ter
relações sexuais com outra contanto que
o amor seja só dela.
Poderá fazer amor com alguém, mas não
poderá comprometer-se enquanto seu
mundo sentimental pertencer
simbolicamente à mãe.
Outra consequência é o auto-erotismo
masculino que se satisfaz com a figura da
mulher, que não pode tocar.
18/03/2014 29
Guerreiro Herói Liberdade
Ele quer autonomia 30
O maior apreço é pelos colegas. Se
abrem ao amor e a sociedade e os pais
felizes os incentivam nas participações
sociais.
Aos pais compete mais negociações,
compreensões e confiança.
É essencial entender que, depois dessa
idade, a severidade extrema e a
superproteção só contribuem para
quebrar a vitalidade do jovem.
18/03/2014 31
O melhor meio de evitar a guerra da
adolescência é ensinar a criança de
tenra idade a estabelecer limites a fim
de delimitar bem a diferença entre o
território da mãe e do filho.
18/03/2014 32
Fim.
18/03/2014 33
Existe na experiência do ser humano a
percepção de um ser superior. Em
todas as culturas e tradições. A
existência de um ser absoluto e eterno.
E o homem se torna mais humano na
medida em que aceita o divino, não são
duas realidades distintas mas duas
faces da mesma moeda. Duas faces do
real. Imagem e semelhança.
É ser espiritual em relação
com a espiritualidade.
18/03/2014 34 34
É um ser inteiro que se amplia
na medida em que amplia sua
consciência pessoal de
pertencer a condição humana,
espiritual. Ser humano
significa ser espiritual.
Mantendo sua atenção e
vínculo com a fonte de vida.
Não só atenção mental mas
atenção existencial de
inteireza. De todas as
potencialidades humanas.
Afeto e corpo.
18/03/2014 35 35
Um dos grandes medos do ser humano
é o de passar por experiências
incompreensíveis. Normalmente
enlouquecemos não pelo que fazemos,
mas por não nos compreendermos em
nossa inteireza, o sentido do que nos
acontece. Necessitamos de sentido. As
explicações não
nos sustentam.
Ansiamos pelo
profundo e
largo sentido.
18/03/2014 36 36
É o grande temor e ao
mesmo tempo a grande
tarefa. A possibilidade de
perder a nossa
originalidade nos faz
seres de cuidado. Que
percebemos no todo do
que somos. Somos muito
mais do que vemos.
Temos verdades intuídas
e experimentadas que vão além do racional.
18/03/2014 37 37
38 38
Estar longe do eixo é estar longe de
si. Quem está longe de si, vive
estranho a si mesmo. Vive longe
de si quem esta longe dos
sentimentos e longe de sua
interioridade. Quando não se tem
consciência da
própria essência
tudo parece vazio,
tudo é repetitivo,
monótono e autômato. 39 39
O que mais entristece
o ser humano não é a
falta de dinheiro, de
conforto ou de bem
estar. Tudo isso o
deixa ansioso. Mas o
que nos deixa
amargos é o fato de
não nos conhecermos.
Estarmos alheios aos
dinamismos de nossa interioridade. 40 40
Não saber de si é viver cumprindo tarefa,
fazer coisas sem relação entre elas. É
quando não há relação entre o interno e o
externo, quando não há relação entre o
que acredito e as minhas práticas. É
quando o papel é mais forte que a minha
verdade. Essa é a grande solidão.
Solitário é quem não
consegue
experimentar relações.
Relações verdadeiras.
. 18/03/2014 41 41
Desenvolve sua dimensão de “homo faber” e esquece-se de sua dimensão de “homo sapiens”, então é que surge a sua dimensão de “homo demens”. Esquece de que é um ser espiritual, esquece que é uma unidade entre ser e fazer e aprender. Perde a sabedoria e adoece, surge forte sua sombra. Fragilidade e loucura. Um ser fragmentado. Quebrado, focando só seu externo. 18/03/2014 42 42
Não são os instintos que nos dizem o
que temos que fazer. As tradições
trazidas pela sociedade e cultura se
diluíram no ar. Já não dizem aos
homens o que devem fazer. E o próprio
homem fica confuso com o que quer.
43 43
A grande Ferida.
◦Fomos feitos para a relação.
Essa é uma característica
básica de todo ser humano.
Existe uma inquietude,
ansiamos por chegar a
unidade. Sermos inteiros.
18/03/2014 44
Mas carregamos em nós a ambigüidade.
Carregamos em nós experiências,
existe uma história construída em nós e
por nós.
Carregamos marcas do eterno e do
efêmero. Marcas de avanços e marcas
de bloqueios. Temos pensamentos,
sentimentos, medos, princípios
crenças, que geraram luzes e sombras.
Historicamente a humanidade se feriu...
18/03/2014 45 45
Existe uma ferida em nós. Alguns sistemas religiosos a chamam de pecado original. Mal original. Uma ferida gerada pelo próprio ser humano.
Uma tensão interior entre o ser e o ter.
Uma vontade de ser e ao mesmo tempo uma incapacidade de ser. A psicologia a vê como Vazio Existencial, ferida da criança interior.
Na verdade uma tensão nuclear.
18/03/2014 46 46
47 47
Existe um
caminho em que o
inconsciente, e
também o
inconsciente
espiritual, como
que se abre a
nossa
investigação:
trata-se dos
sonhos.
(FRANKL). 48
No início a
identidade.
Na seqüência a
individuação.
E então a
completude da
consciência. O
descanso na
transcendência. 49
A linguagem leva o ser humano a
apresentar-se a si mesmo de maneira
essencial. Ao mesmo tempo experienciar-se
de modo novo e mais profundo.
◦ Entre as várias linguagens temos a
linguagem simbólica. As antigas criações
simbólicas da humanidade deram formas
aos mitos.
Os sonhos são como os mitos,
expressões da linguagem
simbólica dos homens.
50
E um dos caminhos mais
significativos para o processo da
interioridade se dá através dos
sonhos.
51
SONHOS : Na nossa vida civilizada, despojamos
tanto as ideias da sua energia emocional que já
não reagimos a elas. Usamos estas ideias nos
nossos discursos, elas não nos causam uma
impressão profunda. É necessário haver alguma
coisa mais eficaz para que mudemos de atitude ou
de comportamento. E é isto que
a linguagem do sonho faz: o seu
simbolismo tem tanta energia
psíquica que somos obrigados a
prestar-lhe atenção.
52 52
Estas mensagens do inconsciente têm uma
importância bem maior do que se pensa. Na
nossa vida consciente, estamos expostos a
todos os tipos de influência. As pessoas
estimulam- nos ou deprimem-nos, desviam a
nossa atenção. Todas estas
influências podem levar-
nos para caminhos opostos
à nossa individualidade; e
quer percebamos quer não
o seu efeito, a nossa
consciência é perturbada e
exposta, quase sem
defesas, a estes incidentes.
53
SONHOS E REFLEXÃO:
Resta, porém uma dificuldade: como
entender as mensagens que vêm a nós
pelos sonhos? Estamos acostumados
com palavras, mas a linguagem do
inconsciente faz uso das imagens,
deixando que elas
penetrem em nós até
se transformaram em
significados que
possamos conceituar
em palavras e ação. 54
Daí que os sonhos nos deixam tarefas.
O primeiro é estarmos aberto, disposto
a recebê-los. A Segunda é tornarmo-
nos amigos deles, contemplando suas
imagens ou revivendo e continuando a
história sonhada, aquilo que fazemos
quando vemos uma
pintura, procurando
compreender o que
o pintor queria dizer,
o que aquele quadro
diz para a nossa vida.
55
E o que o sonho queria dizer? “E
mesmo o sonho dos prisioneiros quase
nunca apresentam conteúdo sexual, ao
passo que as tendências inibidas
quanto ao objeto, em sentido
psicanalítico, ou seja, toda a ânsia de
amor do prisioneiro, bem como outros
sentimentos, de forma alguma
deixaram de aparecer em sonhos”.
(Frankl, 1991:39).
56
Seguindo um processo de desvelar a
realidade, portanto, o sonho se reveste
de muitas funções. Ele pode ser
redutor, para reduzir as pretensões
descabidas do
nosso pequeno eu.
Pode ser ampliador,
quando estamos
vivendo muito aquém
de nossas reais
possibilidades.
57
Pode ser corretor,
quando temos opiniões
unilaterais ou erradas a
respeito de
determinadas pessoas,
de nós mesmos ou de
situações que estamos
vivendo. Nós podemos
ser muito mais do que somos.
58
Pode ser auxiliador, mostrando-nos
aspectos que deixamos de considerar
em nossos julgamentos e opiniões. Às
vezes atua como
profeta, espelhando
as conseqüências
futuras daquilo que
estamos vivendo
agora. Ou mesmo
indicando caminhos
de espiritualidade.
59
Outras vezes transforma-se em revisor,
levando-nos a determinados
momentos ou situações de nossa vida
passada, como dizer: “agora é
importante que você compreenda isso!”
60
Pode se tornar
presente como
conselheiro
fazendo-nos ver o
verdadeiro porte de
um projeto que
estamos iniciando,
ou até mostrar um
projeto mais
frutífero para a
nossa realização. 61
Há os pesadelos, dos quais
acordamos suados arfando, o
coração batendo. Por quê?
Porque o sonho é muito
importante e por isso nos dá
um “puxão de orelhas”,
chamando a atenção: “Preste
bem atenção nisto!” Às vezes
temos sonhos que sempre se
repetem, isso porque são
importantes e não atinamos
com seu verdadeiro significado.
62
Frankl considera o sonho como objeto
rico para a compreensão do ser humano
e de toda a sua vida, atento aos sonhos
que se repetem, os símbolos que
retornam e os temas, cuja continuidade
o inconsciente os mantém. Diz que é
necessário fazer uma verdadeira
obstetrícia, para trazer a luz o seu
significado.
Obstetrícia artística quando se
libera a criatividade ou espiritual
quando surge a simbologia
religiosa.
63
É como se tivéssemos de reler muitas
vezes a mesma página de um livro, até
compreender o seu significado e
tomarmos, conseqüentemente, uma
atitude adequada, de acordo com a
indicação ou orientação do sonho.
64
O inconsciente espiritual não suporta a
leviandade ou a superficialidade do pequeno
eu, e tem seus meios de chamar a atenção,
dando-nos um tapa (pesadelo) ou “pondo
minhocas” que nos perturbam até que compreendamos e façamos alguma coisa.
65
Há, porém, um tipo
especialíssimo de sonho. Ele
provém de camadas mais
profundas do inconsciente,
Jung chamou de inconsciente
coletivo, Frankl de o
inconsciente espiritual, formada
pelos mitos e simbolos,
predisposições inatas na
humanidade de produzir
imagens fundamentais que
representam os fundamentos ou
as raízes do ser, no caso o ser
humano.
66
Estes sonhos costumam ocorrer quando há uma
compensação profunda a ser feita, quando o
indivíduo está vivendo uma vida unilateral
demais. É como se o sonho dissesse: “olhe bem
estas imagens a fim de reorganizar por completo
toda a vida que você está levando!” Como são
sonhos fundamentais, eles podem estar
apontando não só para a vida pessoal do
sonhador, mas também para a vida do grupo
humano ao qual ele pertence.
67
É característica nesses sonhos a presença de
imagens que vamos encontrar nas culturas,
mitologias e religiões de povos muito antigos’.
Certas tribos indígenas os chamam de “grandes
sonhos”, e quem tem um “grande sonho” é
convocado para uma reunião de toda a tribo, a
fim de que todos ouçam o sonho e, juntos o
interpretem – pois eles
sabem que o sonho é
coletivo, isto é, traz
orientações
fundamentais para
toda a tribo.
68
Tudo isso nos faz pensar
que cada indivíduo e toda
a humanidade têm, no
mais fundo de si mesmos,
um mecanismo regulador
que entra em ação toda
vez em que um
determinado povo ou
grupo humano está se
tornando unilateral
demais e perigosamente
se afastando das raízes
do humano. 69
É como se a matriz original do humano neles
se manifestasse, a fim de reavivar e
reorientar a longa marcha da humanidade na
consecução do seu próprio destino. Quando
tudo parece estar perdido e o pequeno eu,
nada mais consegue fazer, surge um “grande
sonho” que mostra o
caminho para reorganizar
o caos e criar vida nova,
tanto para o indivíduo
como para o grupo ao
qual ele pertence.
70
Não é isso o que as
religiões chamam de
“providência divina?”
Quando tudo vai bem
Deus nunca se
intromete sem ser
invocado; contudo
quando é necessitado,
sempre se manifesta,
mesmo que não tenha
sido chamado.
71
Todavia, não podemos
ficar na lateralidade ao
considerar um sonho.
Se sonharmos que
estamos morrendo,
isso é um modo
figurado de aludir a
uma morte do pequeno
eu: uma forma antiga
morre para ressuscitar
de forma nova,
transformando o modo
de viver do pequeno eu. 72
. Esse tipo de sonho
indica transformação,
portanto. Por outro
lado, se o sonho nos
mostra matando
alguém, ele não quer
dizer que devamos
matá-lo fisicamente,
mas figuramente matar
(ou neutralizar) a
influência desse alguém sobre nós. 73
Precaução, portanto, pois
passar diretamente da
imagem à ação nem sempre
dá certo. Primeiro é preciso
compreender o que a
imagem está querendo
transmitir. E tudo, no sonho,
retrata aspectos subjetivos
de nós próprios: mesmo as
pessoas conhecidas que
neles aparecem são figuras
simbólicas de aspectos
nossos. 74
. Os sonhos objetivos, que se referem ao mundo
exterior, também existem, mas são tão raros que se
apresentam como exceção, às vezes muito difícil de
se verificar. Portanto, usar os próprios sonhos para
“dar avisos” ao outros no mais das vezes só nos
afasta do verdadeiro significado que eles têm para
nós. Em geral, “a pílula amarga” é para nós
mesmos... E não devemos fugir da crítica que o
Grande Eu está fazendo a respeito de nossa vida.
75
Melhor do que falar no sonho, porém, é
sonhar. Sonhar por exemplo, que amanhã o
dia será melhor porque o sonho desta noite
nos tornará melhores para viver o amanhã,
sempre confiando que
novos sonhos nos
ensinarão a dar
novos e mais
acertados passos no
caminho de nos
tornarmos, afinal,
quem nós somos.
18/03/2014
76
E o que somos nós?
Talvez ainda
descubramos que
toda nossa vida é a
realização desperta e
consciente do sonho
que o Grande Eu tem
sobre cada um de
nós: ele nos sonha e
nós procuramos
realizar
concretamente o seu
sonho.
77
Quem sabe não seria esta afinal, a nossa vida
humana mais genuína. Pode ser este o destino
de toda a criação. Não diz a primeira página da
Bíblia que Deus criou tudo e depois
“descansou”? (Gênesis
2,2-3). Ocorre-me então um
pensamento atrevido:
quem sabe Deus tenha
adormecido e esteja
sonhando, e a tarefa de
toda a criação – e a da
humanidade,
principalmente -, seja a de
viver realizando o sonho
dele.
18/03/2014 78
De tudo o que existe, o
sonho é talvez a coisa
mais misteriosa, porque
não existe fora, mas
dentro de nós. Mas
onde? Estamos imóveis,
dormindo, “apagados”
depois de todas as
tarefas nem sempre
fáceis e agradáveis do
dia... E então, no escuro
da noite, começa um
desfile... 79
Outras vezes nosso eu se
desdobra, ao mesmo
tempo como expectador e
como nosso próprio eu
em ação. Nossos olhos
se mexem por baixo das
pálpebras, como se
acompanhassem o
desenrolar de algo muito
real, que estivessem
vendo. Sim, o sonho é
uma realidade concreta,
física, externa. Decisiva
para a sua realidade
externa.
Acontece que a nossa realidade mais pessoal
não se reduz ao nosso simples eu consciente,
aquele que faz e acontece o dia inteiro,
quando estamos acordados. Esse eu é apenas
o centro de nossa parte consciente, ou seja,
apenas 5% a 10% da totalidade de nosso ser.
Gênios chegam a ser 15%
a 20% conscientes. E o
resto? Os estudiosos o
chamam de inconsciente,
a palavra científica e
aceitável para dizer
simplesmente “o que não
conhecemos”.
81
Mas ele existe, e como. Possui até uma
organização, o Si-mesmo, que é o centro e ao
mesmo tempo a totalidade de nosso ser,
incluindo sua parte consciente. Ou o
inconsciente espiritual . Assim, os
grandes místicos,
principalmente os
orientais, chamam o
centro de nossa parte
consciente de pequeno
eu, e o centro da
totalidade de nosso ser de
Si-mesmo ou Inconsciente
Espiritual.
18/03/2014 82
E, o sonho o que tem a ver com tudo
isso? Simples: os sonhos são os
recados que vêm do nosso
inconsciente, que só se cala e se
entrega para ouvir quando se “apaga”
no sono, ou, dizendo mais
poeticamente, quando
morre depois de todas as
peripécias diárias. Isso já
nos aponta para a
importância do sonho.
83
Ele manifesta o ponto de vista do nosso
Inconsciente espiritual sobre tudo o que o
nosso pequeno eu pensa, diz e faz durante o
dia ou, o que é bem mais sério, o que estamos
vivendo numa determinada situação, período
de vida ou até em nossa vida inteira. E age de
tal forma no momento certo e com mensagens
tão oportunas que acabamos concluindo que
ele é um grande Sábio, que entende
não só da nossa vida, mas também
da vida de toda a humanidade. – Por
isso a utilização de figuras
simbólicas como velho sábio.
84
Por isso, os antigos diziam que os sonhos trazem
mensagens de Deus. Hoje, seguindo a intuição
bíblica, dizemos que eles provêm do Si mesmo ou
do inconsciente espiritual, isto é, o nosso ser, tal
qual foi projetadas desde o início, “a imagem e
semelhança” do próprio Deus (Gênesis 1,26-27).
Assim, a cada sonho que temos recebemos uma
mensagem preciosíssima, que
não vem de fora, mas de
dentro de nós mesmos, do
centro divino que habita no
mais fundo do nosso ser.
85
Todavia, se preferimos números, o sonho
representa a mensagem que 90% a 95% do
nosso ser manda para os minguados 5% a
10% . O que, para quem entende de contas,
não é de desprezar. Sensatos são aqueles
que dão atenção aos seus próprios sonhos.
86
O sonho, portanto
exprime a relação que
existe entre nosso
Inconsciente Espiritual e
o eu. Devido à
desproporção que há
entre eles, o sonho
sempre terá uma função
compensatória, como
naquela experiência dos
vasos comunicantes: o
que está mais cheio flui
para o mais vazio,
procurando produzir
equilíbrio. 18/03/2014 87
É necessária tal
compensação? É, porque,
com o nascimento da
consciência houve uma
ruptura do nosso ser,
ficando uma parte
consciente, centrada no
pequeno eu (5% a 10%) e a
outra parte, centrada no
Inconsciente Espiritual
(95% a 90%). Para sanar a
ruptura e nos tornarmos
inteiros, é preciso que haja
uma ponte que religue as
duas partes. 88
As religiões, portanto, podem ser vistas como
grandes processos terapêuticos, como meios
de curar a ruptura e restabelecer a ligação
entre o nosso pequeno eu e nosso
Inconsciente Espiritual, que as religiões
chamam de Mistério, de Deus, ou “Deus em
nós. Na religião judaico-cristã ele é a própria
imagem e semelhança de Deus” no mais íntimo âmago do nosso ser.
89