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A epidemiologia da doença pulmonar crônica atípica nos recém-nascidos de
extremo baixo peso(The epidemiology of atypical chronic lung disease in
extremely low birth weight infants)
A H Streubel1,2, P K Donohue1,3 and S W Aucott1
1Division of Neonatology, Department of Pediatrics, The Johns Hopkins University School of Medicine, Baltimore, MD, USA
2Division of Neonatology, Department of Pediatrics, University of Colorado at Denver and Health Sciences Center, Denver, CO, USA
3Department of Population and Family Health Sciences, The Johns Hopkins University Bloomberg School of Public Health, Baltimore, MD, USA
Correspondence: Dr SW Aucott, Division of Neonatology, Department of Pediatrics, Johns Hopkins University, 600 N. Wolfe Street/NH 2-133, Baltimore, MD 21287-
3200, USA. E-mail: saucott1@jhmi.eduJ Perinatol 2008;28:141148
Apresentação: Hermínio de Paula Ramos Netto, Letícia de Paiva Alcântara Gentil
Coordenação: Paulo R. MargottoEscola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF
www.paulomargotto.com.br 8/2/2008
Doença Pulmonar Crônica Já foi considerada conseqüência de toxicidade
por oxigênio ou barotrauma Uso do surfactante: não alterou incidência de
doença crônica Após o uso de surfactante são observadas duas
distintas apresentações da doença pulmonar crônica (DPC) (1)Clássica:Desconforto respiratório inicial +
necessidade de oxigênio que persiste por 28 dias de vida ou 36 semanas de idade gestacional; (2)Atípica:Desconforto agudo, período assintomático e depois necessidade de oxigênio suplementar até no mínimo 28 dias de vida.
A duração e a severidade do comprometimento respiratório inicial não prediz a lesão pulmonar crônica
A diferença na apresentação clínica sugere uma patogenia divergente
A Doença Pulmonar Crônica Atípica (DPCA) não tem sido bem descrita na literatura
Objetivos
Determinar a incidência e as complicações associadas da DPCA nos RN de extremo baixo peso
Comparar os pacientes portadores de quadro clássico com os pacientes com ou sem displasia broncopulmonar pacientes saudáveis;
Identificar características em comum em cada tipo de doença pulmonar
Métodos Inclusão:nascidos com p<1000g, no
Johns Hopkins Hospital entre 1996 e 2001;Idade gestacional <31 semanas
Exclusão:Maiores que 31s, falecidos com <21 dias de vida, portadores de grandes anomalias congênitas ou síndromes genéticas;
Trabalho aprovado pelo comitê de pesquisa do Hospital e dados colhidos por apenas um pesquisador tendo como fonte os documentos originais do Hospital.
Definições
Displasia Leve: Necessidade de oxigênio por 28 dias de vida mas não além de 36semanas de idade gestacional pós-concepção (IGPc)
Moderada/Severa:Necessidade de O2 com 36 semanas de IGPc
Atípica:Desconforto respiratório inicial associado à melhora após 72h, seguida de retorno ao oxigênio suplementar <25%, com aumento para no mínimo 40% até 21 dias, persistindo até 28 dias de vida
Condutas
Condutas no manejo do paciente e indicações de surfactante, assim como sua aplicações, não sofreram alterações significativas durante estes 5 anos.
Métodos de Análise
SPSS 11.0; X²: analisar variáveis categóricas Teste T: analisar variáveis
contínuas; Mann Whitney para analisar dados
não paramétricos; Kruskal-Wallis para analisar
variáveis entre os 4 grupos; P<0,05.
Resultados: a seguir
Idade para o novo requerimento de oxigênio suplementar na doença
pulmonar crônica
Discussão
A incidência da doença pulmonar atípica neste estudo foi cerca de 15% dos casos (no estudo de Charafeddine et al foi de 11% e no estudo de Panikar et al foi de 20%:o peso do RN estudados foi <1250g)
Os fatores demográficos foram semelhantes entre os grupos
Houve diferença na apresentação clínica, nos fatores associados e no prognóstico
A definição da doença pulmonar crônica atípica (DPCA) no presente estudo difere da apresentada por Charafeddine et al que assim definem:
-doença da membrana hialina (DMH) que se resolve no 10º dia de vida
-sem suplementação de oxigênio por 72 horas após a resolução da DMH
-subseqüente suplementação de O2 até 28 dias de vida
O presente estudo assim define a DPCA:-DMH inicial-no mínimo 72 horas de suplementação de O2 <25%-aumento da suplementação de O2 >40% antes do dia 21 e
persistindo até o dia 28
Razões para a modificação da definição original:
Para não incluir prematuros em tratamento para apnéia e excluir pacientes com edema pulmonar ou outros distúrbios respiratórios que requerem
FiO2 <25% e FiO2 <40%, respectivamente
Em relação aos RN com DBP moderada a severa, os RN com DPCA tiverem menos dias de hospitalização, menor duração da ventilação por pressão positiva e de suplementação de oxigênio
Houve menor tempo de suporte ventilatório nos RN com DPCA em relação aos RN com DBP moderada/severa
O surfactante parece não ter influenciado no desenvolvimento da DPCA
-Sepse ocorreu mais freqüentemente nos RN com DPCA em relação aos RN com DBP moderada a severa
-A duração da rotura prematura de membranas foi mais prolongada na DBP modera/severa (sem diferença na incidência de corioamnionite entre os 2 grupos), sugerindo que a sepse que ocorreu nos RN com DPCA foi sepse adquirida no pós-natal
Van Marter et al relataram que a ventilação prolongada parece atuar sinergicamente com a infecção pós-neonatal no aumento do risco de doença pulmonar crônica. Este achado dá suporte a hipótese do presente estudo: a sepse pós-natal tem importante papel na patogenese da DPCA
-
-Os RN com DPCA tiveram maiores taxas de pneumotórax e hemorragia intraventricular (HIV) grau III ou IV e leucomalácia periventricular (LPV) em relação aos RN com DBP moderada/severa (provavelmente a inflamação secundária a sepse é o mediador crítico da DPCA, assim como agente causador de comorbidades como o pneumotórax, HIV e LPV
Conclusões Com a sofisticação do suporte ventilatório e o uso do
surfactante exógeno pulmonar, a lesão pulmonar aguda devido a doença da membrana hialina tornou-se melhor manuseável. No entanto, recém-nascidos que melhoram da doença pulmonar na primeira semana de vida estão ainda em risco de apresentar as formas atípicas de doença pulmonar crônica .Estes RN podem apresentar complicações além da doença pulmonar devido ao suporte respiratório prolongado. Assim, a patogênese divergente dos padrões atípicos de doença pulmonar crônica nos recém-nascidos demanda mais estudos. Especulamos que a INFLAMAÇÃO SECUNDÁRIA A INFECÇÃO ADQUIRDA PÓS-NATAL PODE TER IMPORTANTE PAPEL NA PATOGENESE DA DOENÇA PULMONAR CRONICA ATÍPICA
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Muito obrigado!
Ddos Hermínio e Letícia 8/2/2008