Press Review page - ULisboaexploração de Marte vai ser enviado para o pla-neta vermelho este ano...

Post on 17-Oct-2020

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  • VIAGEM © NASA envia novo veículo mais moderno para explorar oplaneta vermelho INÉDITO O Objetivo é encontrar sinais de vidapassada e preparar viagem do homem a Marte, na década de 2030BERNARDO ESTEVES

    Umnovo veículo para

    exploração de Marte vaiser enviado para o pla-

    neta vermelho este ano com oobjetivo de encontrar vestí-gios de vida. O novo rover vaijuntar-se ao 'irmão' 'Curio-sity ' , que explora Marte desde2012 e que se dedicou a tentarperceber o que transformou oplaneta num deserto gelado.O lançamento acontece emjulho ou agosto, mas a chega-da a Marte só está previstapara fevereiro de 2021.

    O veículo espacial, cujonome não foi ainda escolhido,vai aterrar na Cratera Jezero,

    uma área onde havia água eque fica a mais de 6 mil quiló-metros do 'Curiosity' .

    Rui Agostinho, diretor doObservatório Astronómico deLisboa, explica que o rover vai" tentar encontrar água e ves -tígios de vida em profundida-de", porque à superfície a"radiação é muito elevada" , oque torna essa tarefa compli-cada.

    A missão serve tambémparapreparar a primeira viagemdo homem a Marte, previstapara a década de 2030 . A son-

    da levará fatos de astronautaspara testar a capacidade deresistência à radiação.

    A capacidade tecnológica donovo veículo, cujo nome nãofoi ainda escolhido, é bastan-te superior à do 'irmão' . En-quanto o 'Curiosity' tem ape-nas quatro câmaras que cap-tam e transmitem imagens acores , o novo rover terá 23 câ-maras, a maioria a cores. Onovo equipamento vai terainda dois microfones capa-SONDA VAI TESTAR FATOPARA ASTRONAUTAS

    LEVAREM EM 2030

  • zes de captar pela primeiravez o som dos ventos marcia-nos e instrumentos da sondaem ação. Outra inovação éuma Mastcam- Z que permitefazer zoom, panorâmicas egravar em alta definição.

    Ainda assim, Rui Agostinhomostra-se cético quanto àpossibilidade de encontrarvestígios de vida em Marte."Tem havido um esforçomuito grande e todos os re-sultados têm sido negativosem relação à existência de si-nais de vida. Não ponho mui-ta esperança nisso" , analisa oastrofísico, notando que "épreciso ter em conta que estesrobôs não têm grande mobili-dade, porque é preciso recar-regar as baterias a energia so-lar e Marte fica mais longe doSol" . Rui Agostinho concedecontudo que há "avanços noacesso à energiaporque a tec-nologia das baterias de lítiotem melhorado".

    O novo rover terá tambémrodas mais estreitas e capazesde evitar o embate com pe-dras. Os braços robóticos te-rão brocas mais largas e capa-zes de cortar pedras inteiras enão apenas transformar tudoem pó . O veículo calcula o ca-minho cinco vezes mais rápi-do do que o 'irmão', o quepermite colher mais amostrase cobrir uma área maior. •

    SAIBAMAIS

    6371 km;

    éo diâmetro de Marte, cerca \\ de metade do da Terra. A tem- i

    | peratura no planeta vermelho j

    ;varia entre 150 graus negati- i

    I vos e 20 graus positivos. i

    iTodos os veículos i

    i Os primeiro veículos em Marte i

    \ foram o 'Spirit' co 'Opportu- \\ nity', em 2004: o primeiro i

    I 'morreu' em 2010 co segundo i

    ! em 2019. 0 'Curiosity' chegou \

    | em 2012. |

    ; Vermelho de ferrugem \\ Marte é rochoso, e tem uma \\ cor avermelhada porque está i

    ! coberto à superfície de uma ;i camada de pó de óxido de fer- i

    ; ro (ferrugem). i

  • "Vai quemestiverdispostoa morrer"? Rui Agostinho, di-retor do Observató-rio Astronómico deLisboa, duvida quena década de 2030 ohomem consiga ir aMarte como preten-de a NASA. "Estão atrabalhar em con-trarrelógio para pôroutra vez homens nalua em 2024, e 2030 épouco depois" , avisa.O problema começana viagem: "Não éfácil ter duas ou trêspessoas fechadas oitomeses numfoguetão,e depois ficar 24 me-ses à espera do ali-nhamento entre osdois planetas paravoltar. A radiação édescomunal e hágrande probabilida-de de contrair can-cro." Para Rui Agos-tinho, "o ambientemarciano não é umparaíso e só vai quemestiver disposto amorrer". "Marte nãotem campo magnéti-co, é atingido pelovento solar. Na Ter-ra, a atmosfera des-trói meteoritos e emMarte estes atingemo chão", explica. •