Critérios técnicos para ampliação de uma unidade de benefi ciamento de sementes de milho

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Critérios técnicos para ampliação de uma unidade de benefi ciamento de sementes de milho1

Edson Junior Seibt2; Maria Laura Gomes Silva Luz3; Carlos Alberto Silveira Luz3; Gizele Ingrid Gadotti3*; Mário Conill Gomes3

Introdução

O estudo das projeções de produção de milho, realizado pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), indica aumento de 19,11 milhões de toneladas entre a safra de 2008/2009 e 2019/2020. Em 2019/2020, a produção deverá fi car em 70,12 milhões de toneladas e o consumo em 56,20 milhões de toneladas. Esses resultados indicam que o Brasil deverá fazer ajustes no seu quadro de suprimentos para garantir o abastecimento do mercado interno e obter excedente para exportação, estimado em 12,6 milhões de toneladas em 2019/2020, número que poderá chegar a 19,2 milhões de toneladas. Paralelamente haverá a necessidade de aumento na produção de sementes.

O consumo mundial de milho vem crescendo em decorrência do aumento do consumo per capita de carnes, principalmente de frangos, que está estimado, atualmente, em 867,6 milhões de toneladas (Emater, 2011; Usda, 2012).

É necessária a quantidade sufi ciente de sementes para atender essa demanda crescente. Grande parte das áreas destinadas à produção de sementes de milho, a colheita tem sido realizada com elevado grau de umidade. Para a realização da colheita antecipada é necessário que as sementes permaneçam nas espigas no momento da colheita e durante a secagem posterior. Este procedimento permite ganhos como a redução do tempo de exposição a pragas e condições ambientais adversas, melhor aproveitamento dos campos de produção, e melhor planejamento do processo de secagem.

Nestes casos, a secagem artifi cial, realizada com o emprego de secadores, é essencial para manutenção da qualidade fi siológica das sementes. Do mesmo modo, como ocorre para a maioria das espécies, o momento mais indicado para se realizar a colheita de milho é quando as sementes se encontram o mais próximo do ponto de maturidade fi siológica. Neste estádio, a semente interrompe a conexão nutricional com a planta-mãe e atinge a sua máxima qualidade fi siológica, com elevados valores de matéria seca e níveis ótimos de germinação e vigor. Entretanto, o grau de umidade da semente

é ainda mais elevado, o que requer atenção, principalmente no início da secagem artifi cial (Schuh, 2010).

A secagem de sementes, mediante fornecimento forçado de ar aquecido, compreende, essencialmente, dois processos simultâneos: a) transferência (evaporação) da água superfi cial da semente para o ar circundante, que ocorre motivado pelo gradiente de pressão parcial de vapor entre a superfície da semente e o ar de secagem; b) movimento de água do interior para a superfície da semente, em virtude de gradiente hídrico e térmico entre essas duas regiões (Peske; Villela; Meneghello, 2012).

A secagem é feita em espigas evitando que o embrião sofra ação direta da temperatura e dano mecânico. O secador de milho em espigas é um secador retangular com paredes sólidas, aberturas superiores para enchimento das câmaras e saída do ar com fundo falso inclinado para facilitar a descarga das espigas. O sistema de distribuição do ar é por meio de túneis, sendo um principal e as ramifi cações para as câmaras ou depósitos das espigas. A temperatura do ar de secagem não pode ultrapassar os 42ºC.

Nos sistemas de dupla passagem do ar, onde o ar é recirculado para aumentar sua efi ciência térmica, há um túnel superior e um inferior. O ar quente é insufl ado pelo ventilador de alta potência ao túnel superior e dirigido aos depósitos ou câmaras que contem as espigas com sementes com umidade mais baixa. O ar passa através das espigas e é coletado no túnel inferior de onde passa para as câmaras onde estão as espigas com as sementes mais úmidas. Após, o ar é descarregado para o ambiente pela parte de cima do secador. Em geral, a secagem demora entre 84 a 120 horas. O combustível utilizado nas oito fornalhas para secar o milho é o próprio sabugo do milho que fi ca após a debulha (Peske et al., 2011).

A Unidade de Benefi ciamento de Sementes deste estudo possui capacidade teórica de 10.000 sacos por dia, porém, esta meta difi cilmente é alcançada pelo alto índice de repasse dos híbridos que estão sendo classifi cados, devido às exigências de qualidade. Com isso, aumenta-se bastante o tempo e custo do processo. Sendo assim, com a inserção de novas máquinas classifi cadoras, cilindros separadores (“trieur”) e mesa de gravidade pretende-se diminuir o número de repasses e otimizar o

1Artigo submetido em 04/07/2013. Aceito para publicação em 21/11/2013.2Engenheiro Agrícola. Kepler Weber S.A., Av. Juscelino K. Oliveira nº 2200, Bl, 13B, Apt 201 - Pelotas, RS, Brasil.

3Professor, Centro de Engenharias - UFPel . Rua Almirante Barroso 1734, 96010-280 - Pelotas, RS, Brasil.*Autor para correspondência <gizeleingrid@gmail.com>

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tempo de classifi cação, atingindo a meta de 10.000 sacos por dia. A unidade de benefi ciamento de sementes de milho

estudada, fi ca localizada em Formosa-GO, benefi ciou na safra 2011/2012 de verão, mais de 6 mil hectares de lavoura de milho, e com esta quantidade operou com preenchimento total das 48 câmaras de secagem com volume de 250 m³ cada, tendo em alguns momentos que parar de descarregar os caminhões. A previsão da próxima safra é de benefi ciar mais de 9 mil hectares de lavoura de milho. Desta forma, evidencia-se a necessidade urgente de ampliação do secador. Com a duplicação do secador pretende-se dobrar a capacidade máxima para 24.000 m³.

Este trabalho tem por fi nalidade estudar a viabilidade técnica da duplicação de um secador e a ampliação da classifi cação de uma unidade de benefi ciamento de sementes de milho.

Material e Métodos

Foram analisados os processos unitários do benefi ciamento de sementes de milho da unidade e comparado com os autores Schuh (2010); Peske (2011); Peske; Villela; Meneghello (2012). Fez-se o levantamento total de balanço de massa e posteriormente o dimensionamento de equipamentos, confecção de plantas e levantamento de números de empregados solicitados pelo processo após a ampliação.

Argumentação técnica operacional

A indústria benefi cia sementes de milho durante 10 meses ao ano. O período de interrupção da produção corresponde à entressafra que ocorre nos meses de março e abril. O setor de secagem é o único que trabalha todos os dias da semana. Os

demais setores folgam no domingo. A empresa necessitará para ampliação mais nove

funcionários para o setor de secagem, para verifi cação de temperatura, umidade e fl uxo do ar nas câmaras de secagem, abrir e fechar as portas do túnel inferior do secador e das câmaras, coletar amostras de espigas, executar limpezas de câmaras e de fi tas transportadoras e retirar a cinza do sabugo de milho das fornalhas; três encarregados de área para o setor de secagem, responsáveis por controlar a secagem e autorizar a inversão de fl uxo ar; três funcionários para fazer os testes de controle de qualidade da classifi cação e três funcionários para regular a mesa de gravidade, fazer limpeza nas trocas de híbrido e levar as amostras do classifi cador de sementes de milho com peneiras cilíndricas, do cilindro (“trieur”) separador e da mesa de gravidade até a sala de controle de qualidade. Na empresa observa-se conduta de segurança patrimonial e de trabalho, bem como o uso de equipamentos de proteção individuais (EPI) fornecidos. O regime de trabalho é de 44 horas semanais. A Tabela 1 apresenta a função de cada funcionário a ser contratado.

A Figura 1 apresenta o fl uxograma e o balanço de massa propostos, considerando uma descarga de 72.000 kg.h-1 e todas as saídas nas diversas etapas dos processos.

Tabela 1. Distribuição das atividades dos funcionários.

Atividade desempenhada Número de funcionários Secadorista 9

Controle de qualidade 3 Operador de classificação 3

Encarregado de área 3 Total 18

 

35 % Umidade 72.000 kg/h

35 % Umidade 54.000 kg/h→

35 % Umidade 51.600 kg/h→

12 % Umidade 37.899 kg/h→

12 % Umidade 35.649 kg/h→ → Fornalha 3.800 kcal/kg → Cinza 150 kg/h

12 % Umidade 35.439 kg/h→

12 % Umidade

12 % Umidade 34.689 kg/h→

12 % Umidade 27.918 kg/h→

12 % Umidade

12 % Umidade 420 sacos/h + 13 jumbos/h

12 % Umidade

Ração 20.400 kg/hRefugo 2.400 kg/h

H2O evaporada 13.701 kg/h

Sabugo do milho 2.250 kg/h

↓Armazenamento

Ração7.731 kg/h

Ensacamento↓

220 ml

Câmara fria entre 10 a 12º C e umidade relativa do ar entre 40 e 50%

Impurezas 750 kg/h

Refugo 6.771 kg/h

Aeração

Limpeza

Classificação

Tratamento químico

Milho em espigas↓

Descarga↓

Despalhamento Palha 18.000 kg/h↓

Seleção manual

Secagem

Debulha

Pré - limpeza Impurezas 210 kg/h

Figura 1. Fluxograma e balanço de massa do processo de secagem de sementes de milho.

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A indústria contém uma balança rodoviária eletrônica e trabalha com duas linhas de descarga, cada linha possui duas esteiras transportadoras que conduzem o milho em espigas para o despalhamento, que é um processo completamente automatizado. Depois, o milho passa para a seleção manual, observando as seguintes características: tamanho das espigas, coloração das sementes na espiga, ataque de fungos Fusarium sp., Giberella sp., Diplodia sp. ou Penicillium sp., sementes pré-geminadas na espiga,espigas atacadas por lagartas no campo, coloração dos sabugos,coloração do estigma, presença de matérias estranhas e impurezas.

O refugo do despalhamento e da seleção manual é conduzido por esteiras transportadoras até o terminal de expedição de refugo, onde fi ca uma carreta aguardando seu

carregamento. Terminada a seleção manual, o milho em espiga é conduzido por esteiras para as câmaras de secagem.

O sistema é automatizado, controlando o abastecimento do sabugo nas fornalhas através de níveis e acionando vibradores para manter o fl uxo constante. Os alarmes são programados para aviso de temperatura alta, temperatura baixa e falta de sabugo. O secador possui 48 câmaras de secagem que tem um volume de 250 m³ cada. O combustível das fornalhas é o próprio sabugo do milho que tem um poder calorifi co médio de 3.800 kcal.kg-1.

O secador do tipo estacionário de distribuição axial de ar (fl uxo de 5,0 m3.min-1.t-1) permite inversão do sentido do fl uxo do ar, o que caracteriza duas fases de secagem distintas em função da umidade da espiga (Figura 2).

 Figura 2. Secador de sementes de milho em espigas com dupla passagem do ar. Fonte: PESKE et al. (2011).

1ª Fase: fl uxo de ar ascendente com menor temperatura e maior umidade relativa.

2ª Fase: fl uxo de ar descendente com maior temperatura e menor umidade relativ a.

O operador do secador mede o fl uxo de ar ascendente nas tampas superiores do secador, observando: se a altura da massa de espigas for a máxima recomendada pelo protocolo da empresa para o material, deve se abrir totalmente as portas inferiores da câmara de secagem; se a altura da massa de espigas for inferior, se regula as aberturas de porta de modo a restringir a passagem de ar, buscando obter a velocidade do ar ascendente conforme as recomendações de fl uxo, com um anemômetro. O operador poderá utilizar o sistema de by pass, localizado em frente às câmaras de secagem para aumentar o fl uxo de ar, caso não tenham sido atingidos os fl uxos sugeridos, atentando-se sempre para a temperatura máxima do ar recomendada no túnel inferior do secador. O operador do secador poderá utilizar uma câmara vazia como passe de ar quando a pressão dentro do secador estiver muito elevada e

o fl uxo de ar descendente estiver muito baixo.O assistente do secador assegura-se que a tampa superior do

secador esteja aberta e sem fl uxo de ar descendente (janela do túnel superior fechada), depois entra no túnel inferior do secador acompanhado de outro funcionário do setor (por segurança) e realiza a abertura parcial das portas inferiores do secador. O operador do secador realiza novamente o procedimento de conferência do fl uxo de ar em todas as câmaras que estiverem em processo de secagem. O operador do secador deverá reduzir a abertura do passe de ar caso o fl uxo de alguma câmara com ar subindo estiver abaixo de 1,5 m.s-1, e em seguida realiza uma nova conferência do fl uxo das câmaras. O operador do secador sempre deverá registrar no quadro de controle do secador qual a câmara que está sendo utilizada como passe de ar, para que todos os funcionários do secador estejam atentos ao procedimento.

Os parâmetros para determinar o momento exato em que a semente está com umidade adequada para debulha são: horas de secagem, diferença de temperatura de entrada e saída do ar, diferença de umidade relativa entre entrada e saída do

Transportado por correia para carregarTampa superior do secador

Câmara Câmara

Janela do túnel superior

Túnel de ar superior

Túnel de ar inferior

Porta do túnel inferior

Fluxo de ar descendente

Fluxo de ar ascendente

Camada de espigas de milhoJanela de descarga

Transportador por correia paradescarregar

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ar, teste de umidade.As câmaras de secagem com espigas entre 11 e 12,5%

de umidade estão aptas para serem descarregadas. A descarga é feita pelo lado do secador por gravidade em uma fi ta transportadora que leva as espigas à debulhadora e,

após, à máquina de pré-limpeza, de onde são conduzidas já debulhadas, pré-limpas e secas aos silos de aeração.

Com a duplicação do secador (Figura 3), do tipo estacionário de distribuição axial de ar (fl uxo de 5m³.min-1.t-1), a Unidade terá 48 câmaras de secagem com 250 m³ de capacidade.

 

Figura 3. Planta baixa geral mostrando os locais que serão ampliados: secador e equipamentos na torre de classifi cação.

Em geral, a secagem demora entre 84 a 120 horas, variando com o híbrido a ser secado. O combustível utilizado nas oito fornalhas é o próprio sabugo (poder calorifi co médio de 3.800 kcal.kg-1) que fi ca após a debulha. Para o controle do abastecimento do sabugo nas fornalhas é utilizado o sistema de automação que através de níveis aciona vibradores para

manter o fl uxo constante. O encarregado de área avalia a possibilidade de inversão do fl uxo de ar nas câmaras de secagem, observando se o tempo decorrido de secagem está entre 40 a 60% do tempo total estimado e se a umidade da amostra coletada na parte superior da câmara é de 26%. Se a umidade inicial do material for menor ou igual a 26%,

Almoxarifado

Descarga

Descarga

Refugo

Amostragem

Despalha e Seleção Manual

Secador existente

Secador a ser construido

EscritórioBalança

Torre de Classifi cação

Refugo

RefeitórioEntrada

Expedição

Armazenamento

YX

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realiza-se a inversão do fl uxo do ar de secagem. As câmaras de secagem com espigas entre 11 e 12,5% de umidade estão aptas para serem descarregadas.

A descarga é feita pelo lado do secador (Figura 4), por gravidade, em uma fi ta transportadora que leva as espigas à debulhadora para a operação de degrana. A semente separada

 

segue por gravidade para a pré-limpeza enquanto o sabugo é conduzido por um elevador para ser armazenado no silo de sabugos. Na pré-limpeza, a máquina de ventilador e peneiras retira as impurezas bem maiores, bem menores e bem mais leves que a semente. Em seguida, a semente é transportada por um elevador de canecas até o silo de aeração.

Figura 4. Planta baixa do secador de milho em espigas.

A Unidade possui 32 silos de aeração com capacidade de 150 toneladas cada. As sementes estando no silo de aeração têm duas opções: exportar ou classifi car. Para exportação a semente sai da bica do silo de aeração e é transportada por uma esteira transportadora até outra esteira transportadora inclinada que conduz a semente até a moega de expedição onde o motorista encosta a empilhadeira (a gás) para encher

os “big bags” com capacidade de 1.000 kg e 1.500 kg. O inicio do processo de classifi cação (Figura 5), é a saída

da semente da bica do silo de aeração, aonde é transportada por uma esteira transportadora até o elevador de canecas que descarrega a semente do milho em dois silos pulmões. Os silos pulmões descarregam a semente por gravidade na máquina de ar e peneira que realiza a limpeza.

Transportador por corrreia para descarregar as câmaras que será ligado ao secador existente

34,2 m

56 m85

m

Transportador por corrreia para abastecer as moegas com sabugo que será ligado com o secado existente

TripperTransportador por correia para carregar as câmarasTransportador por correia para decarregar as câmaras

Câmara

Ventiladores

Moegas para sabugo

Dosador para sabugo

Sistemas de fornalhas

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Figura 5. Ampliação de máquinas para classifi cação (em pontilhado) nos quatro pavimentos da torre de classifi cação.

3º andar

Máquinas de peneiras para classifi cação por largura e espessura

2º andar

Máquinas de peneiras para classifi cação por largura e espessura

1º andarCilindros separadores para classifi cação por comprimento

TérreoMesa de gravidade para separação por densidade

12 18,5 22,5

18,5

0,9

3,5

20,5 14

11,5 20,5 13,5

R3 C3 R4 C4 R2 C2

C3 R2

1,5

3

MG MG MG MG

MG MG MG

1,2

3

Terminada a limpeza, o elevador de canecas conduz as sementes até a máquina de peneiras que realiza a separação

por largura e espessura. As sementes peneiradas passam pelo silo antes do “trieur” (SAT) e em seguida, por gravidade, as

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Indicadores Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 TMA (%) 7 7 7 VPL (R$) 185.121.422,37 207.761.001,92 237.947.107,99

Payback (anos) 1 1 1 TIR (%) 489,78 528,28 575,50

TIRm (%) 56,63 57,88 59,30 TIRm>TMA Atrativo Atrativo Atrativo

sementes passam pelos cilindros separadores (“trieur”) onde são separadas por comprimento e segue classificação conforme Figura 6. Após passam pelo silo antes da mesa de gravidade (SAM) e depois passa pela mesa de gravidade que faz a separação por peso específico. O elevador de canecas conduz as sementes até o silo de semente pronta (SSP). A Unidade possui 24 silos de sementes prontas.

Em seguida, as sementes são transferidas por gravidade para o tratamento químico. O tratamento químico tem duas moegas dosadoras com autonomia de tratar 630 kg.min-1 de sementes cada. Em seguida, as sementes vão para a moega de expedição dosadora de ensacamento automático ou para a moega de expedição dosadora de ensacamento manual.

 

22,5 Peneiras de furos redondos (avos de polegada)

14 20,5 Peneiras de furos oblongos (avos de polegada)

C1 - R1 13,5 18,5 C Semente chata

C2 - R2 12 11,5 R Semente redonda

C3 - R3 C4 - R4 1 a 4 Tamanho da semente em ordem crescente

Peneiras de furos redondos (avos de polegada)

Peneiras de furos oblongos (avos de polegada)

Semente chata

Semente redonda

Tamanho da semente em ordem crescente

Figura 6. Fluxograma dos classifi cadores de sementes de milho.

A classifi cação das sementes de milho híbrido tornou-se já há muitos anos uma necessidade comercial na produção de sementes de alta qualidade. Sendo esta realizada em máquinas de peneiras cilíndricas de chapa metálicas, empregando peneiras de perfurações redondas para a classifi cação por largura (tamanho) e oblongas para a classifi cação por espessura (separação das redondas das planas). As peneiras para classifi cação de sementes de milho híbrido possuem as perfurações de forma cônica, para facilitar o posicionamento da semente contra o furo (Peske; Villela; Meneghello, 2012).

O projeto contará com 80% de fi nanciamento bancário em 10 anos. Para o pagamento do fi nanciamento o sistema

de amortização escolhido foi o Sistema de Amortização Constante (SAC), com carência de um ano no qual será pago somente o valor representado pelo juro.

O valor fi nanciado será de R$ 4.191.283,62 e uma Taxa Mínima de Atratividade é de 7% a.a, que é a taxa consultada na instituição fi nanceira para esse volume de capital a ser investido.

A Tabela 2 apresenta os resultados dos cenários montados no projeto, levando em conta a variação dos índices econômicos, conforme se mudam as variáveis de preço. Todos os cenários estudados são considerados viáveis, pois a TIR foi maior que a TMA considerada (7%), o que signifi ca que o investimento de capital no projeto é mais interessante do que uma aplicação fi nanceira com rendimento de 7%.

Tabela 2. Indicadores fi nanceiros da análise econômica do projeto

Conclusão

É tecnicamente viável a duplicação de um secador e a ampliação da classifi cação, além de que o período de retorno do investimento é de menos de 1 ano.

Referências

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA/ACS, 2009. 395p. http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/2946_regras_analise__sementes.pdf Acesso em: 10 de março de 2013.

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EMATER. Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural. Indicações técnicas 2011. Disponível em: <http://www.emater.tche.br/site/area/reuniao_tecnica.php>. Acesso em: 02 abr. 2012.

PESKE, S.T.; TRIGO, L.F.N.; ZIMMER, P.D.; OUTUMURO, M. F. O.; MONZÓN, D.L.R. Tecnologia de producción de maiz. Pelotas: Universitária, UFPel, 2011. 553p.

PESKE, S.T.; VILLELA, F.A.; MENEGHELLO, G.E. Sementes: fundamentos científi cos e tecnológicos. 3.ed., Pelotas: Editora e Gráfi ca da UFPel, 2012,573p.

SCHUH, G.C. Secagem de milho colhido em espiga para seleção de plantas-mães. 2010. 62f. Tese (Mestrado em Fitotecnia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

USDA. Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Balanço do mercado de milho. 2012. Disponível em: <http://www.ruralcentro.com.br/ analises/2405/balanco-do-mercado-de-milho-rural-centro-avalia-numeros-da-conab-e-do-usda#usda>. Acesso em: 22 de mar. 2012.

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