+ All Categories
Home > Documents > 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

13 Cartilha Oleo 30nov 163600

Date post: 06-Jul-2018
Category:
Upload: grace-fernandes
View: 215 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
43
QUÍMICA DE OLEAGINOSAS VA LORIZAÇÃO DA BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA CHEMISTRY OF VEGET ABLE OILS VALO RIZATION OF AMAZONIAN BIODIVERSITY cartilha oleo 24nov.indd 1 01/12/2009 10:05:04
Transcript
Page 1: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 1/43

QUÍMICA DE OLEAGINOSASVALORIZAÇÃO DA BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA

CHEMISTRY OF VEGETABLE OILSVALORIZATION OF AMAZONIAN BIODIVERSITY

cartilha_oleo_24nov.indd 1 01/12/2009 10:05:04

Page 2: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 2/43

SUMÁRIOPrefácio Apresentação da GTZPreservar para não acabar

- Depoimento de um amazônida- O desafio - As indústrias oleaginosas:

Um breve histórico- As iniciativas- O mercado

BURITIPRACACHY UCUUBA ANDIROBA COPAÍBA

CUPUAÇU AÇAÍCASTANHA-DO-PARÁ TUCUMÃ BACURI

CONTENTSForeword Apresentação da GTZPreserve for the future

- Testimony by an amazonian- The challenge - The oil seed industry

A brief history - Iniciatives- The market

MORICHE PALMPRACACHY UCUUBA CRABWOODCOPAÍBA

CUPUAÇU AÇAÍBRAZIL NUTTUCUMÃ BACURI

5 7

8810

1416

20263238

44

50566268

74

cartilha_oleo_24nov.indd 2-3 01/12/2009 10:05:06

Page 3: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 3/43

5

Copyright©2009 Cooperação Técnica Alemã (GTZ)

Edição/Edition Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ)Escritório da GTZ no BrasilEdifício Brasília Trade Center SCN Q. 01, Bloco C, Sala 1.501Brasília – Distrito Federal – BrasilCEP 70711 – 902

www.gtz.deRedação/Editing Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ)Escritório da GTZ no BrasilEdifício Brasília Trade Center SCN Q. 01, Bloco C, Sala 1.501Brasília – Distrito Federal – BrasilCEP 70711 – 902 www.gtz.deElaboração e consultoria/Elaboration and consultancy Luiz Roberto Barbosa Morais; ([email protected])Dr. Ekkehard Gutjahr; ([email protected])Revisão Português/Revison of portugueseDra. Ana Lúcia Nunes; ([email protected])Tradução Inglês/English TranslationDr. Ekkehard GutjahrFotografias/ImagesLuiz Roberto Barbosa Morais e Dr. Ekkehard Gutjahr Lay-out Amanda Gerk Impressão/Print??

PREFÁCIOEsta cartilha não tem a pretensão de ser “a dona da verdade” ou de resolver todos os problemas da valorização da biodiversidade amazônica, mas sim mostraruma pequena parcela de matérias primas que poderiam ser absorvidas em largaescala pelo setor produtivo, além de demonstrar que vale a pena trabalhar nadomesticação das mesmas, pelos valores que elas podem gerar.

Esta publicação quer lisonjear e, ao mesmo tempo, concluir este preâmbulo com

os mesmos postulados presentes na obra de Celestino Pesce, de 70 anos atrás,que também tinha interesses comerciais em uma indústria de oleaginosas e idéiaspara tornar a Amazônia o maior produtor de óleos e gorduras do mundo.

As idéias permanecem na mão de vários profissionais do setor. A indústria, pelafalta de incentivos e concorrência com óleos de baixo custo, sucumbiu; seuconhecimento em parte se perdeu, mas por tudo o que esta indústria representae poderá representar para a região, vale a pena tentar mais uma vez.

Luiz Roberto Barbosa Morais

FOREWORDThis booklet does not claim to be the “owner of the truth” or to solve all theproblems of recovering the economic value of Amazonian biodiversity, but it doesshow how a small portion of the raw materials from this region could be used by the large-scale manufacturing sector, and further demonstrates that it is worthy todomesticate these raw materials for the values they could generate.

This publication wants to exalt, and at the same time, conclude this preamble with the same postulates of the work of Celestino Pesce, who, 70 years ago, also hadbusiness interests in the industry of oilseeds and ideas to make the Amazonianregion the biggest producer of oils and fats in the world.

These ideas remain in the minds of many professionals of this sector. Since the time of Celestino Pesce, the industry has succumbed, due to a lack of incentivesand competition with other low cost oils; the knowledge of this time has been lostin part, but for all that this industry represents, and will continue to represent in this region, it is worth trying it again.

5

cartilha_oleo_24nov.indd 4-5 01/12/2009 10:05:07

Page 4: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 4/43

Page 5: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 5/43

PRESERVAR PARA NÃO ACABAR.

DEPOIMENTO DE UM AMAZONIDA “Sou amazônida, nascido em Belém do Pará, filho e neto da mais pura ilustraçãode caboclos de vilas pesqueiras do estado. Cresci nos subúrbios de Belém, e asnecessidades cotidianas relativas à saúde e alimentação faziam com que os contatoscom ervas e alimentos “diferentes” fossem comuns em minha casa em função das

constantes idas e vindas da minha avó materna a Belém, ela era moradora na cidadede Vigia, interior do estado do Pará, de onde nos trazia buriti, castanha-do-Pará, bacuri,andiroba, copaíba, ...

O DESAFIORicardo Borges, em 1941, prefaciando a obra de Celestino Pesce *, “Oleaginosas da Amazonia”, cita Paul Le Coint **: “A exploração metódica das plantas bastaria paradar outra vez ao País a prosperidade que conheceu nos tempos de ouro da borracha”.Naquela época Borges já exaltava o Instituto Agronômico do Norte, o qual, segundoele, com pesquisa acabaria a mísera condição das industrias oleaginosas de exportarmatérias primas a preços ínfimos, permitindo que fosse obtido óleos refinados e pro-dutos de química fina, além de um plantel de espécies para melhoramento genético.De lá até os dias de hoje perguntamos, quais as benesses para a indústria de óleos e gorduras que aquele Instituto, já extinto, e outros centros de pesquisa nos deram?

Existe hoje em dia refinarias e melhoramento genético para as culturas do dendê e dasoja, plantas de industrialização completas, projetos importados em parte ou como

um todo. E para as culturas amazônicas? Pequenas fábricas, fruto da iniciativa privadaou de associações de agricultores, que trabalham com recursos próprios às duraspenas criando suas próprias tecnologias, sem qualquer apoio oficial ou critérios deauxilio financeiro e fiscal diferenciados para o setor.

Um exemplo a ser seguido no Brasil é o da Petrobras, que gerou tecnologia econhecimento, descobriu o pré-sal e recebeu da China 10 bilhões de dólares antesmesmo de iniciar a produção em larga escala. Não comensuramos quantos “pré-saisoleaginosos” estamos deixando de aproveitar ou destruindo-os na Amazônia antesmesmo de conhecê-los.

* Celestino Pesce (1869-1942), químico industrial italiano, adquiriu em 1913 a Fábrica Industrial Cametaense, e publicou em 1941 o livroOleaginosas da Amazônia" que apresenta uma extensa lista com as características do óleo de mais de 100 espécies amazônicas.** Paul Le Cointe (1870 - ?) naturalista francês, foi o primeiro diretor da “Escola de Química Industrial” do Pará, criada em 1920.

Preservar para não acabar Preserving for thTESTIMONY BY AN AMAZONIANI´m Amazonian, born in Belém in the state of Pará, and the son and grandson of thepurest illustration of the caboclo* that come from the fishing villages of this region. I grew up in the suburbs of Belém and the daily needs for healthy living brought me incontact with many different herbs and foods. These herbs and foods became com-

mon in my house due to the constant coming and going of my maternal grandmother who was living in the small town of Vigia, in the countryside of Pará, and was alwaysbringing buriti, castanha-do-Pará, bacuri, andiroba, copaíba, and much more.

THE CHALLENGERicardo Borges, in 1941, in the preface of a book by Celestino Pesce*, Oilseeds of the Amazon, cites Paul Le Coint **: "The thorough exploitation of the plants would beenough to allow the country to prosper as it did during the golden times of rubber." At that time Borges had already exalted the Agronomic Institute of the North, which,according to him, would cease through research activities the miserable conditions of the oil industries who export the raw materials at the lowest prices, allowing for thelocal production of refined oils and fine chemical products, and for the genetic impro- vement of selected species. What benefits can still be seen that are the result of thisbygone Institute and other research centers of the oil and fat industries?

Today there are refineries and genetic improvements for the oil palm and soybean.The production of these crops has been completely industrialized, which is the result

of projects that are partially or completely managed from outside Brazil. And whatabout the Amazonian crops? In Amazonia, small factories, products of private enterprses or farmer associations, work with their own resources and extraordinary effort tocreate their own technologies, without any official support, such as financial assistancand tax benefits from the government.

In Brazil, an example is Petrobras, who discovered oil fields in the pre-salt layer andreceived 10 billion dollars from China before starting production on a large scale. Wecannot estimate how many "pre-salt” Amazonian oilseeds we are not studying and taking advantage of while the Amazonian region is being destroyed.* Celestino Pesce (1869-1942), Italian industrial chemist, acquired in 1913 the Industrial Plant Cametaense, and in 1941 published the bookOilseeds of the Amazon, which offers an extensive list of the characteristics of over 100 Amazonian species that produce oil.+ Paul Le Cointe (1870 -?) French naturalist, was the first director of the School of Industrial Chemistry, established in 1920, in the state of Pará

* The term caboclo describes a person of mixed Brazilian, Amerindian, and European descent.

9

cartilha_oleo_24nov.indd 8-9 01/12/2009 10:05:07

Page 6: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 6/43

É aceitável que existem dois momentos na historia dasoleaginosas da Amazônia nas últimas três décadas: antes daBrasmazon e depois da Brasmazon *. Antes da Brasmazon omercado era informal e marginal, com produção feita de formaartesanal, sem critério técnico, em sua maioria misturados a todo tipo de adulterantes, de óleo de soja a óleo diesel, como

no caso da copaíba, e vendidos nas feiras livres.

Preservar para não acabar

Com a Brasmazon o mercado começou a perceber a impor- tância da qualidade e da continuidade no fornecimento de óle-os amazônicos. Antes, o mercado sequer conseguia 10 tonela-das de óleo de andiroba de uma única vez. Quando o mercadodemandava a necessidade de uma quantidade considerável,o preço disparava e o cliente desistia, pelo preço e pela faltade padrão do produto. A partir da Brasmazon começaram asurgir linhas cosméticas tendo como base produtos amazôni-cos. Desta forma, o Brasil começou a falar em produtos comoandiroba, copaíba, castanha-do-Pará, o que foi consideradoum marco inicial para o uso desses produtos, principalmentepor procederem da maior floresta tropical do mundo, onde odesconhecimento de sua biodiversidade ainda é uma realidade.

AS INDÚSTRIAS OLEAGINOSAS - UM BREVE HISTÓRICO

Entretanto, é comum que as linhas cosméticas que utilizam,

o mínimo que seja, de um produto amazônico, usam a Amazônia como marketing em tais produtos, dando ênfaseaos mercados solidários, ecológicos e sociais, etc. Porém,é perceptível em tais produtos que os ativos nas suasformulações são correspondentes aos nomes regionais,desconhecidos para o mundo urbano dos grandes centroscomerciais, como por exemplo: extrato de castanha doPará, extrato de açaí, extrato de andiroba etc., deixandoquestões sem respostas tais como: Que extrato é esse?Em que porcentagem os produtos retirados da florestasão utilizados?

Preserving for the futTHE OILSEED INDUSTRY - A BRIEF HISTORYIn the last three decades, there are two main historicalmoments in the Amazon oilseed industry: before Brasmazonand after Brasmazon *. Before Brasmazon the market wasinformal and marginal, with the production of oils executed inrudimentary and traditional ways, without proper technology,and mostly mixed and adulterated with many kinds additives

(such as soybean or diesel oil added to the oil-resin producedfrom copaiba) and sold in the local markets.

Before Brasmazon, the market was unable to produce 10 tonsof andiroba oil at one time. When the market demanded theneed for such a quantity, the price elevated beyond what theconsumer would pay for a non-standardized product. It wasonly when Brasmazon began promoting products from thisregion that the consumers began to realize the importance ofquality and continuity in the supply of these oils. At this point,cosmetic lines based on Amazonian products began to emergeand Brazil started to talk about products such as andiroba,copaiba, and the Brazil nut. This could be considered amilestone in the historical use of these commodities; products that come from the largest rain forest in the world whereignorance about the biodiversity of this region is still a reality.

Today, it is common for the cosmetic lines to utilize Amazonianproducts, even in small quantities, and then use the Amazonfor marketing purposes by saying that a product is the resultof ecologically or socially responsible activities. However, inmany cases the ingredients of these products only list regionalnames, such as extract of Brazil-nut, extract of açaí, extractof andiroba, etc., which are unknown to most people in the world. Under these circumstances many questions remainunanswered, such as: What kind of extract is being used? Whatis the percentage of the product used, which was removedfrom the forest?

11

cartilha_oleo_24nov.indd 10-11 01/12/2009 10:05:07

Page 7: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 7/43

* A indústria de oleaginosas Brasmazon Ltda. foi fundada em Belém com o apoio do programa de incubadora de empresas da UFPA (Universi-dade Federal do Pará) em 1993; Hoje a Brasmazon pertence ao Grupo Sabará de São Paulo.

Preservar para não acabarQuanto a isso, um exemplo clássico refere-se a velade andiroba que possui efeito repelente muito eficazcontra mosquitos que transmitem a dengue e febreamarela. Não existe legislação que estabeleça aporcentagem mínima de óleo de andiroba que devaser utilizado na vela. Tudo pode se chamar e vendercomo vela de andiroba só basta colocar uma gota

deste óleo. Qual é a segurança do consumidor derealmente comprar uma vela que afasta de formaeficiente tais mosquitos?

Não se pode comprar 200 quilos de óleo ou resinaou erva de uma comunidade ou indústria e utilizá-lodurante um ano ou mais e falar em negocio susten- tável. Pode até ser sustentável (para a empresa quecompra), mas não tem sustentabilidade regional, poisos povos amazônicos necessitam de continuidade nautilização dos seus produtos não madeireiros.

É sabido que os preços dos produtos amazônicos sãoaltos em virtude de uma série de atravessadores eempresas que possuem aporte de capital, que geramconfiabilidade às indústrias cosméticas, que destaforma compram produtos, trocam de embalagem e

ganham dinheiro com isso, inviabilizando o acesso dapopularização a estes ativos.

With regard to this, a classic example is the andirobacandle, which produces a very effective repellent againstmosquitoes that transmit dengue and yellow fever. There isno legislation stating the minimum amount of andiroba oil that should be used in each candle. Therefore, every candle that contains this oil can be named and sold as an andirobacandle; just a drop of oil is enough. How is the consumer

to know what the contents of the candle are and if thecontents are safe? How are they to know if the candle theybuy will efficiently repel mosquitoes?

It is known that the prices for Amazonian oils are high due to the number of middlemen and companies that have thecapital and ability to provide the cosmetic industry theseoils, which the cosmetic industry requires, repackages,makes money on, and prevents access to the information

about these active agents that would help make the agentsmore popular.

* The oilseed industry Brazmazon was founded in 1988 in Belém and received support from the business incubation program of UFPA (FederalUniversity of Pará ). Today Brasmazon belongs to the Sabará Group (from São Paulo).

Preserving for the fut

You cannot buy 200 kilos of oil or resin or herbs from acommunity or industry and use it for a year or more and then claim that the business that buys the oil is a sustainablebusiness. At the time, it may be sustainable (for the company that buys the oil), but this does not promote regionalsustainability, because the Amazonian people need continuityin how the non-timber products of their regions are ut ilized.

13

cartilha_oleo_24nov.indd 12-13 01/12/2009 10:05:08

Page 8: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 8/43

Preservar para não acabar AS INICIATIVAS Atualmente é conhecida a necessidade de aumentar as quantidades de ativosamazônicos existentes nos produtos e diminuir os seus preços. Ao ser com-prado um sabonete que contenha ucuúba (Virola surinamensis) substituindoa gordura animal, e a andiroba substituindo ativos para pele, você contribuipara uma utilização sustentável dessas duas espécies vegetais amazônicas, casocontrário o extrativismo madeireiro destinaria para a ucuúba a utilização de sua

madeira na confecção de cabos de vassoura, e no caso da andiroba, ripas parafabricação de telhados.

Como qualquer grupo social, os povos da floresta necessitam solucionar osseus problemas de sobrevivência cotidianos, como alimentação, saúde, vestu-ário, transporte, educação. Sem grandes alternativas, derrubar uma arvore de50 anos ou matar uma tartaruga de 100 é apenas um detalhe. Tendo alternati- vas ele jamais venderá para o madeireiro uma andirobeira de 50 anos por R$30,00, se poderá ter uma renda de R$ 60,00 por ano catando e vendendo assementes ao longo de sua vida.

Os povos da floresta são os maiores aliados ou inimigos da preservação. Tudoé uma questão de necessidade. Discursos bonitos e capacitação para produziro que ninguém compra não vão adiantar nada. Falta, acima de tudo, pesquisa. A Universidade de São Paulo (USP) tem mais PhD pesquisadores do que todosas instituições de pesquisa da Amazônia juntas. São necessários institutosque realmente funcionem voltados diretamente para esta questão, como por

exemplo o PORIM - Palm Oil Research Institute of Malaysia - que faz pesquisascom ênfase em dendê, o que levou a Malásia a deter tecnologia de ponta em todo tipo de apro-veitamento desta espécie.

Na nova etapa de aproveitamento de óleos e gorduras amazônicos, o merca-do, em função de comercializar os óleos artesanais, exigia óleos com padrõesconstantes somente atingidos no refino. Porém, o refinamento, na neutrali-zação e desodorização, retira a maioria dos ativos, transformando óleos depropriedades fantásticas em óleos semelhante ao da soja. De qualquer modo,são necessários estudos conclusivos sobre os produtos amazônicos. O mundocarece de informações como aplicar os óleos, seivas e ervas da Amazônia.

Preserving for the futINITIATIVESCurrently there is a need to increase the quantities of Amazonian active agents that exist in the products and a need to lower the prices of these products. When buying a soap containing ucuuba (Virola surinamensis), which is a substi- tute for animal fat, and andiroba, which is a substitute for skin agents, you con- tribute to a sustainable use of these two Amazonian plant species. Otherwise, the timber of ucuuba would be transformed into broomsticks, and in the case

of andiroba, to slats for building roofs.

Like any social group, the people that live in the Amazonian forest must solve the daily problems of survival, such as food, health, clothing, transportation,and education. Without major alternatives, the act of cutting down a 50-year-old tree or killing a 100-year-old turtle is just a detail. If they had alternatives the people of this region would never sell a 50-year-old andiroba tree, to a timber merchant, for R$ 30.00, especially if someone could make R$ 60.00per year collecting and selling the seeds of this tree, throughout their lifetime.

The people of the Amazonian forest are the major allies or enemies of the pre-servation of this region. To them, everything is a matter of necessity. Beautifulspeeches and capacity training for the production of a product that nobody will purchase will not help anything. Above all, there is, a lack of research. TheUniversity of São Paulo (USP) has more Ph.D. researchers than all the researchinstitutions of the Amazon combined. Institutions are needed that focus directlyon seed oils, such as PORIM—Palm Oil Research Institute of Malaysia—which

conducts research with emphasis on the oil palm, and has led Malaysia to beco-me the leader in research and technology that pertains to this species.

In the new phase of the use of Amazonian oils and fats, the market, in anattempt to commercialize oils extracted by rudimentary methods, requires that the production of oils be standardized, which can only be achieved byrefining the oils. However, oil refinement, the process of neutralization anddeodorization, removes most of the active agents, transforming oils withfantastic properties in oils similar to that of soybean oil. In any case, conclusivestudies are required about Amazonian products. The world needs informationabout how to use Amazonian oils, resins, and herbs.

15

cartilha_oleo_24nov.indd 14-15 01/12/2009 10:05:08

Page 9: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 9/43

Preservar para não acabar

Existe no Brasil oleaginosas que poderiamresolver parte dos problemas energéticosdo mundo e concomitantemente seqües- trar carbono, sem competir com a produ-ção de alimentos. Faltam conhecimento econfiança de investidores em projetos destanatureza. Mesmo no Brasil existem empre-

sas que isolam ativos de espécies ama-zônicas, aplicam na indústria cosmética enão os lançam como ativo amazônico paraevitar que o mercado explore tal espécie,mantendo dessa forma sua exclusividadesobre a mesma, sem levar em consideraçãoa floresta e os povos que nela vivem.

O MERCADOO maior mercado dos óleos amazônicoscontinua sendo o externo. Por incrível quepareça os óleos amazônicos são exportadoscomo outros óleos. Desta forma não existeuma estatística de óleos amazônicos expor-

tados. Entretanto, as academias estrangeiraspossuem conhecimentos suficientes pararepassar às suas indústrias, que exportam,aproveitam e guardam as suas técnicas deaproveitamento e aplicação. Portanto, é pre-ciso socializar este conhecimento para que omundo todo utilize os produtos amazônicos edesta forma, haja a conscientização para umaforma real de preservação da floresta.

Preserving for the futTHE MARKETThe major market for Amazonian oilsremains in foreign countries. It is incredible that Amazonian oils are exported like otheroils. However, there is no data about theexportation of these products. Meanwhile,

foreign companies and organizations havea lot of data about extraction techniquesand utilization of oils that they both share with their industries and safeguard. Thisknowledge must be shared so that the world can use Amazonian products and bydoing this, stimulate an awareness and thepreservation of the Amazonian forest.

In Brazil, there are oilseeds that could helpsolve the energy problems of the world andconcomitantly sequester carbon, withoutcompeting with food production. Thereis a lack of knowledge and confidence ofinvestors in projects of this nature. Evenin Brazil there are already companies thatisolate active agents of Amazonian species,

apply there research to the cosmeticindustry, and do not market these agentsas coming from Amazonian species. Thus, they maintain exclusivity of the active agent without taking into consideration the forests where the agent originated and the people who live there.

17

cartilha_oleo_24nov.indd 16-17 01/12/2009 10:05:11

Page 10: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 10/43

Preservar para não acabarUm dos mercados que mais cresce no mun-do é o de cosméticos, um mercado ávido denovidades e de ativos que tenham potencial.Todavia, aprovar um produto para a indústriacosmética é demorado. Do envio da amostraaté o produto final precisa de 3 a 4 anos. Na

indústria farmacêutica este prazo aumentapara 10 anos. A alternativa então é priorizara indústria cosmética para que haja “fôlego”para se atingir a farmacêutica no futuro.

A indústria de oleaginosas precisa do apoioincondicional das pesquisas que devemproduzir e socializar conhecimento. Esta éuma das funções das universidades públicasbrasileiras e de instituições de pesquisas.

No Estado do Pará existem duas indústriasproduzindo óleos amazônicos em larga esca-la e, com potencial de expansão de 100 para10.000 toneladas/ano, fora pequenas usinasde associações e pequenos produtoresrurais. Os dividendos sociais e de preserva-

ção de uma produção desta magnitude sãoinimagináveis.

Preserving for the futuOne of the fastest growing markets in the world is the cosmetic industry, a marketeager for news about active agents that havepotential. However, approving a productfor the cosmetic industry is time consuming.Developing a product can take 3 to 4 years. In

the pharmaceutical industry this period increases to 10 years. One option would be to make theneeds of the cosmetic industry a priority, and then allocate time to the pharmaceutical industrylater, when the economy in the region hasdeveloped more.

The oilseed industry needs unconditionalsupport for research that produces results thatcan be shared. This is one of the functions of the Brazilian public universities and researchinstitutions.

In the State of Pará, excluding small associationsand rural producers, there are two industriesproducing Amazonian oil on a large scale and they have the potential to expand production

from 100 to 10,000 tons/year. The social andpreservation dividends of a production of sucha magnitude are unimaginable.

19

cartilha_oleo_24nov.indd 18-19 01/12/2009 10:05:16

Page 11: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 11/43

BURITI(Mauritia f lexuosa , Arecaceae)

ECOLOGIA O buriti pertence a família das palmáceas, (Mauritia vinifera eM. flexuosa) predomina numa extensa área que estende-sepraticamente por todo o Brasil central e o sul da planície amazônica.Espécie de porte elegante, seu caule pode alcançar até 35 m dealtura. Folhas grandes, formam uma copa arredondada. Flores de

coloração amarelada, surgem de dezembro a abril. Seus frutos emforma elipsóide, castanho-avermelhado, possuem uma superfícierevestida por escamas brilhantes. A polpa amarela cobre umasemente oval dura com amêndoa comestível¹. Frutifica de dezembroa junho. O buriti vive isoladamente ou em comunidades, queexigem abundante suprimento de água no solo.

Por esta razão, terrenos de várzea e brejos, de solo fofo e úmido,onde se destacam, é indício seguro de que por ali existe um cursod'água. A dispersão das sementes é feita pelas águas que carregam eespalham as sementes da palmeira buriti. A palmeira é uma espéciedióica, que origina plantas masculinas ou femininas. Apenas aquelascom flores femininas produzem¹.

Em um hectare de área pode se encontrar em média 60 buritizeirosfemininos e 80 buritizeiros masculinos². Um buritizeiro adulto produzem média 200 kg de frutos, que podem ser transformados em 30

kg de farinha, da qual posteriormente podem ser extraídos de 5 a 6litros de óleo (22% de óleo na farinha). Considerando uma média de60 buritizeiros produzindo por hectare, pode-se estimar a obtençãode 300 a 360 litros de óleo³. O ciclo produtivo se do buritizeiroocorre a cada dois anos, porém existem comunidades produtorasque manejam seus buritizais, retiram cachos secos e pequenos,limpam os arredores de outros competidores naturais e desta forma tem um ano de pouca produtividade e outro de alta produtividade.1 PIO CORREA, A. M.: Dicionário de Plantas Úteis do Brasil; 1926, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro , p. 339.2 SHANLEY, P. et. al. : Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica, 2005 , CIFOR, IMAZON,Editora Supercores, Belém, p. 300.

MORICHE PALM(Mauritia f lexuosa , Arecaceae)

ECOLOGY Buriti is a palm tree (Mauritia vinifera and M. flexuosa), whichdominates expansive areas and covers nearly all of centralBrazil and the lowlands of southern Amazonia, where thereare streams. It is an elegant tree that can reach 35 metersand forms large leaves with a rounded crown. The flowers

are yellowish, and appear from December to April. Its fruitsare ellipsoidal, chestnut colored, and have a surface coated with shiny scales. The fruits have a yellow flesh that coversa hard oval seed, which is edible¹. The trees fruit fromDecember to June. The buriti palm naturally occurs alone orin communities, and requires an abundant supply of water.

For this reason, they dominate f loodplains and swamps where the soil is soft and moist. The location where they grow is theresult of the their seeds being dispersed by water when anarea is inundated. This species is dioecious; plants have onlymale or female flowers. Only individuals with female flowersform fruits¹.

Approximately 60 female and 80 male buriti palms occur inone hectare². An adult palm can produce up to 200 kg of fruit, which can be processed into 30 kg of flour or 5 to 6 liters of

finally extracted oil (the flour contains 22% oil). Assuming anaverage of 60 buriti palms per hectare, 300 to 360 liters of oilcan be extracted per hectare³. The reproductive cycle occursevery two years, but there are communities that mange theirnatural buriti groves by cutting and removing the small anddried infructescences (the stalks with fruits) and removingnatural competitors, and thus have a year of low productivityfollowed by a year of high productivity.1 PIO CORREA, A. M.: D icionário de Plantas Úteis do Brasil; 1926, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro , p. 32 SHANLEY, P. et. al. : Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica, 2005, CIFOR, IMAZON,Editora Supercores, Belém, p. 300.

21

cartilha_oleo_24nov.indd 20-21 01/12/2009 10:05:17

Page 12: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 12/43

BURITIUTILIZAÇÃO POPULAR O buriti é uma palmeira com usomúltiplo. As folhas novas e os pecíolos(“braços”) são utilizados freqüentementeno artesanato, na confecção de cestarias,a polpa é transformada em suco chamado

“vinho” e doce, que constituem alimentosbastante apreciados na região Amazôni-ca. O óleo do buriti, que é comestível,é usado em frituras, e aplicado contraqueimaduras (do sol) na pele, provocan-do alívio imediato e auxiliando na cica- trização. Devido ao seu poderoso efeitodesintoxicante e antialérgico os caboclos tratam picadas de cobra e escorpião coma aplicação do óleo na ferida bem comona ingestão de meia colher. No trata-mento de processos asmáticos é ingeridauma colher diariamente, ocasionando adiminuição da tosse e alivio na respiração.

Atualmente a polpa de buriti écomercializada nas feiras dos interiores

dos municípios para fabricação de “vinho”que substitui o açaí na época do invernoamazônico, de janeiro a junho, quandona entressafra do açaí. Existem empresasque comercializam a polpa in naturapara extração de óleos, e outras devidoa polpa ser muito perecível preferema polpa seca, que é denominada defarinha de buriti¹.1 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado.

MORICHE PALMPOPULAR USAGEThe buriti is a palm with multipleuses. New leaves and their stalksare frequently employed in crafts,such as baskets, and the fruit pulp isprocessed into a juice called “wine”

and sweets, which are a popularfood in the Amazon region. Theburiti oil, which is edible, is used infrying and applied to skin to t reatsunburns, which causes immediaterelief and helps the skin to heal. Due to its powerful ability to detoxifyand combat allergic reactions, thecaboclos treat snake and scorpionbites by applying the oil to the wound.The oil is also used to t reat asthmaby ingesting half a spoon of oil perday, which reduces coughing andrelieves breathing.

Currently, the fruit pulp iscommercialized in local markets, in

the countryside, for the production of“wine” that replaces açaí during therainy period, which is from January to June and is the low production periodfor açaí. There are companies that sell the fresh fruit pulp for the extractionof oil; others prefer the dry pulp,called buriti flour, because the pulp is very perishable¹.

1 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado.

23

cartilha_oleo_24nov.indd 22-23 01/12/2009 10:05:17

Page 13: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 13/43

BURITICOMPOSIÇÃO O óleo de buriti é muito rico emácido oléico (72,5%), um tipo deácido graxo mono insaturado muitopresente no azeite de oliva, que éassociado a uma menor incidência de

doenças coronarianas. Além disso, éconsiderado a fonte natural mais ricaem betacaroteno (30 mg/100 gr depolpa), superando a cenoura em 5 vezes (6,6 mg/100 gr de polpa ¼). Noóleo de buriti a concentração é bemmaior e alcance 118 miligramas/100 gr de óleo³. O betacaroteno é umdos mais poderosos antioxidantes,conhecido por sua grande capacidadede renovação celular, funciona como umexcelente esfoliante natural. Devido a suacapacidade de absorver radiações na faixade luz visível e ultra-violeta². O óleo deburiti se torna para indústria cosmética,um eficiente filtro solar que diminui oressecamento da pele. Em formulações

anti-aging (rejuvenecedouras) aumenta aelasticidade da pele.

1 LIMA, M.C.C.: Atividade de Vitamina A do Doce de Buriti e Seu Efeito no Tratamento e Prevenção da Hipovitaminose em crianças.1987, Dissertação de mestrado, Departamento de Nutrição, Universidade Federal da Paraíba, 125 pp. (citado por SHANLEY, 2005)2 Ao óleo de buriti ao filtro solar: Pesquisadores vêem utilidade do óleo de buriti na confecção de óculos e películas solares. Diário doPará, Belém (16.07.2006)3 RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. (1996) Assessment of the provitamin A contents of foods – the Brazilian experience. Journal of FoodComposition and Analysis, v. 9, p.196-230.4 ALMEIDA, A. G. et. al: Beta caroteno na prática clínica, Instituto de Metabolismo e Nutrição , http://www.nutricaoclinica.com.br/beta-caroteno-na-pratica-clinica.html (acessado em 17/11/2009)

MORICHE PALMCOMPOSITIONThe buriti oil is very rich in oleic acid(72.5%), a type of mono-unsaturatedfatty acid that is abundant in oliveoil and is associated with lowering the risk of coronary heart disease.

Furthermore, it is considered to be therichest natural source in beta-carotene(30 milligrams/100 g pulp), exceeding5 times what is found in carrots (6,6milligrams/100 g pulp ¼). In the buritioil the concentration is even higher with 118 milligrams/100 g of oil³. Beta-carotene is one of the most powerfulantioxidants, known for its ability torenew cells, and serves as an excellentnatural skin exfoliator. Due to its ability to absorb radiation in the range of visibleand ultraviolet light², the oil is used by the cosmetic industry as a solar filter that reduces the dryness of the skin. Inanti-aging formulas this oil increases theelasticity of the skin.

PHYSICAL-CHEMICAL FACTORS

Índices Unity Reference Value

Ácidos Graxos Livres % 3,5

Refraction Value (40°C) Zeiss 1,46

Iodine Value g12 / 100g 68-72Saponification Values mg KOH/g 200-246Matéria Insaponificável % 3,39 Acid Value mg KOH/g 6,5Peroxide Value meq/kg 1,6Melting Point °C 25

25

FATTY ACID COMPOSITION

Fatty Acids Carbon Atoms

CompositionPercentage

Valérico 5:00 0,95Mirístico 14:00 0,10Palmítico 16:00 17,44Margarico 17:00 0,10Esteárico 18:00 2,18Oléico 18:10 70,55Linoléico 18:20 7,03Linolênico 18:30 1,08 Aráquico 20:00 0,27Gadoléico 20:10 0,30

Fonte/Source: Óleo de Buriti cedido pela Engefar lote OBU 003/09 de12/03/2009 Analisado pela Universidade Federal de Minas Gerais, Institutode Ciências Exatas Departamento de Química / Colegiado de Extensão;Parte integrante da tese do Doutorando Denilson da Silva Costa.

Fonte/Source: Óleo de Buriti cedido pela Engefar loteOBU 003/09 de 12/03/2009 Analisado no Laboratório

de Engenharia Química da UFPA. Pelo doutorando José Victorio da Costa Souza Filho.

cartilha_oleo_24nov.indd 24-25 01/12/2009 10:05:19

Page 14: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 14/43

PRACACHY(Pentaclethra macroloba , Leguminosae-Mimosoideae)

ECOLOGIA Espécie vegetal que encontra-se distribuída em todo o Brasil Setentrional, Guianas, Trinidad ealgumas regiões da América Central¹. A árvorede pracachy é de tamanho médio (8 – 14 m),comumente encontrada em áreas inundáveis.

Possui um fruto em forma de vagem com 20 a 25cm de comprimento, é encurvado e contém de 4– 8 sementes. Um quilo de sementes é compostopor aproximadamente 35 vagens, as quais contêmcerca de 30 % de óleo, em base seca. No cultivoda planta, a emergência ocorre entre 30 a 40dias com taxa de germinação das sementesrelativamente alta, e o seu desenvolvimentona várzea é rápido². Em terra firme o pracachy tolera bem a poda seletiva e por tratar-se deuma leguminosa é um bom fixador de nitrogênio,constituindo uma espécie pioneira que mostraum grande potencial na regeneração florestal erecuperação de áreas degradadas³.

1 PESCE, C.: Oleaginosas da Amazônia, 1941,Oficinas Gráficas da Revista Veterinária, Belém/PA 2 LORENZI, H. :Árvores Brasileiras, 2002. Vol. 2, 2ª edição,Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, PP.368.3 MORAIS, L.R.: Produção de óleo de duas espécies amazônicaspor prensagem: Bacuri Platonia insignis (Mart.) e PracachyPentaclethra macroloba (Willd), 2005, Monografia em Cursode Mestrado Em Química Orgânica, Universidade Federal doPará,Centro de Ciências Exatas e Naturais 76pp. Não publicada.

OIL BEAN TREE(Pentaclethra macroloba , Leguminosae-Mimosoideae)

ECOLOGY This species is distributed throughoutnorthern Brazil, Guyana, Trinidad, andsome regions of Central America¹.The tree is medium in size (8–14 m),found in flooded areas, and forms

half-moon shaped fruit pods, 20 to25 cm long, containing 4 to 8 seeds. Approximately 35 fruits are needed toobtain one kilo of seeds, which containapproximately 30% oil (when theseeds are dry). Seed germination takes30 to 40 days and the germinationrate is relatively high; the plants growfast in floodplains². On terra firme theplants tolerate selective pruning andare nitrogen-fixing pioneer species that show great potential for forestregeneration and restoration ofdegraded areas³.

1 PESCE, C.: Oleaginosas da Amazônia, 1941,Oficinas Gráficas da Revista Veterinária, Belém/PA 2 LORENZI, H. :Árvores Brasileiras, 2002. Vol. 2, 2ª edição,Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, PP.368.3 MORAIS, L.R.: Produção de óleo de duas espécies amazônicaspor prensagem: Bacuri Platonia insignis (Mart.) e PracachyPentaclethra macroloba (Willd), 2005, Monografia em Cursode Mestrado Em Química Orgânica, Universidade Federal doPará,Centro de Ciências E xatas e Naturais 76pp. Não publicada.

27

cartilha_oleo_24nov.indd 26-27 01/12/2009 10:05:20

Page 15: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 15/43

PRACACHYUTILIZAÇÃO POPULAR O óleo de pracachy é extraído deforma artesanal, por cozimento damassa seca que é macerada em pilão.É utilizado popularmente na medicinapopular contra a Erisipela que é uma

infecção cutânea causada geralmente porbactérias, como também no tratamentodo cabelo, facilitando o penteado,aumentando o brilho e evitando a queda.Em Belém passou a ser utilizado no tratamento de estrias, em adolescentes e gestantes, apresentando resultados muitosatisfatórios. Os habitantes da região Amazônica fazem uso da casca e do caulecontra os efeitos do envenenamento depicadas de cobras e escorpiões. Para isso,eles maceram a casca e aplicam sob aforma de emplastros no local da picada. Atualmente as sementes são recolhidas(catadas) em rios, praias e igarapés,sendo posteriormente secas ao sol earmazenadas para a comercialização¹.

1 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado.

OIL BEAN TREEPOPULAR USAGEThe oil of pracachy is extracted in arudimentary way through cooking the dry mass of the seeds, whichare first macerated in a mortar. It isoften used to treat erysipelas, a skin

infection usually caused by bacteria,as well as for treating hair, whichmakes it brighter, easier to comb, andhelps to avoid hair loss. In the city ofBelém, it was commonly used to treatstretch marks of young-adults andpregnant women (with good results).The inhabitants of the Amazon regionuse the bark of the stem to combat the effects of poison from snake andscorpion bites. For this, the bark issoaked and applied in the form of aplaster on the site of the bite. Today the seeds are collected (along rivers,streams, and beaches), dried in thesun, and stored for selling¹.

1 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado.

29

cartilha_oleo_24nov.indd 28-29 01/12/2009 10:05:21

Page 16: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 16/43

PRACACHYCOMPOSIÇÃOO óleo de pracachy contém a maisalta concentração conhecida do acidobeênico (19%), que é 6 vezes maiordo que a do óleo de amendoim, queé extraído e empregado na indústria

cosmética, em produtos de maquiagem epara os cabelos devido as suas excelentespropriedades umectantes¹. Estudosrelatam a atividade inseticida do óleo,especificamente contra o mosquito Aedes aegypti, que é o vetor da febreamarela e dengue². Frações isoladas doóleo de pracachy constituem importantescompostos bioativos com atividade anti-hemorrágica, que poderão ser utilizadasno tratamento dos acidentes por picadasde serpentes ou como novos fármacosno tratamento de outras patologias³.

1 MORAIS, L.R.: Produção de óleo de duas espécies amazônicas por prensagem: Bacuri Platonia insignis (Mart.)e Pracachy Pentaclethra macroloba (Willd), 2005, Dissertação em Curso de Mestrado Em Química Orgânica,Universidade Federal do Pará,Centro de Ciências Exatas e Naturais 76pp. Não publicada.2 SANTIAGO, G. M. P et. al.: Avaliação da atividade larvicida de saponinas triterpênicas isoladas de Pentaclethra macroloba (Willd.)Kuntze (Fabaceae) e Cordia piauhiensis Fresen (Boraginaceae) sobre Aedes aegypti. 2005, Rev. Bras. Farmacogn. vol.1 5 no.3 João Pessoa.3 DA SILVA, J. O. et al.: Triterpenoid saponins, new metalloprotease snake venom inhibitors isolated from Pentaclethra macroloba.2007, Toxicon. 50(2):283-91. Epub.

OIL BEAN TREECOMPOSITION At 19%, pracachy oil has the highestknown concentration of Behenicacid, 6 times higher than that ofpeanut oil that is extracted andused by the cosmetic industry, in

makeup and hair products, due to itsexcellent moisturizing properties¹.Studies have reported about theinsecticidal ability of pracachy oil,specifically against the mosquito Aedes aegypti, which is the vector of yellow fever and dengue². Fractionsisolated from the oil have importantbioactive compounds with anti-hemorrhagic activity, which can beused in the treatment of snakebites,or possibly as a new drug for the treatment of other diseases³.

Fonte/Source: MORAIS, L. R. B.: Produção de óleo de duas espéciesamazônicas por prensagem: Bacuri Platonia insignis (Mart.) ePracachy Pentaclethra macroloba (Willd), 2005, Monografia emCurso de Mestrado Em Química Orgânica, Universidade Federal doPará,Centro de Ciências Exatas e Naturais 76pp. Não publicada.

Fonte/Source: Óleo de Buriti cedido pela Engefar lote OBU 003/09de 12/03/2009 Analisado no Laboratório de Engenharia Química daUFPA. Pelo doutorando José Victorio da Costa Souza Filho.

COMPOSIÇÃO ÁCIDOS GRAXOSFATTY ACID COMPOSITION

Ácidos GraxosFatty Acids

Átomos deCarbono

ComposiçãoPercentual

CompositionPercentage

Láurico 12:00 1,30Mirístico 14:00 1,21 Y1 4,65 Y2 5,60

Palmítico 16:00 2,04Esteárico 18:00 2,14Oléico 18:10 44,32Linoléico 18:20 1,96Linolênico 18:30 2,30Beênico 22:00 19,97Lignocérico 24:00 14,81

DADOS FÍSICO-QUÍMICOS

Índices UnidadesUnity

Valores deReferênciaReference Values

Ácidos Graxos LivresFree Fatty Acids % 2,3

Índice deRefração (40°C)Refraction Value (40°C)

Zeiss 52

Índice de IodoIodine Value g12 / 100g 68

Índice de SaponificaçãoSaponification Value mg KOH/g 170-180 Acidez Acid Value mg KOH/g 3

Índice de PeróxidoPeroxide value meq/kg 5

DensidadeDensity gr/ltr 91,73

Ponto de FusãoMelting Point °C 18,5

31

cartilha_oleo_24nov.indd 30-31 01/12/2009 10:05:22

Page 17: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 17/43

UCUUBA(Virola surinamensis , Myristicaceae)

ECOLOGIA Árvore nativa da várzea de toda a regiãoamazônica estendendo sua ocorrênciaaté o Maranhão e Pernambuco¹. Onome da arvore significa na línguaindígena UCU (graxa) e YBA (árvore),

prefere regiões alagadas, atingindouma altura de 25 a 35 m². Uma árvoreadulta pode produzir entre 30 - 50 Kgde sementes por ano. As sementessão ricas em gorduras (60 – 70%) e orendimento em óleo⁄sebo pode chegaraté 50% por quilo de semente seca.Numa plantação com 150 árvores porhectare poderá ser colhida até 7 milquilos de sementes, o que renderia 3500kg de gordura⁄hectare. O crescimentoda ucuuba no campo pode alcançaraté 3 m em dois anos. A madeira dessaárvore é de excelente qualidade paracompensados e laminados, o que estáameaçando intensamente o recursoflorestal remanescente³.

1 LORENZI, H : Arvores Brasileiras – vol, 01. 1992, Instituto Plantarum, Nova Odessa – SP 384 pp.2 PESCE, C.: Oleaginosas da Amazônia, 1941, Oficinas Gráficas da Revista Veterinária, Belém/PA 3 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosas da Amazônia, não-publicado.

BABOONWOOD(Virola surinamensis , Myristicaceae)

ECOLOGY Ucuuba is a native tree of the floodplainsfound throughout the Amazonian region,extending to the states of Maranhão andPernambuco¹. The indigenous name of the tree means grease (ucu) and tree

(yba). This species prefers floodedregions, and reaches a height of 25 to 35m². A mature tree can produce between30 to 50 kg of seeds per year. The seedsare rich in fats (60%–70%) and extractsof oil / tallow can reach 50% per kilo ofseeds (dry weight). A plantation with 150 trees per hectare can yield up to 7 tons ofseeds per year, which can be processedinto 3500 kilos of fat per hectare.Trees can grow 3 m over the courseof two years. The wood is of excellentquality and is used for particleboardand laminated wood. The extraction of trees for these uses is endangering theremaining forest resources³.

33

cartilha_oleo_24nov.indd 32-33 01/12/2009 10:05:22

Page 18: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 18/43

UCUUBAUTILIZAÇÃO POPULAR Comumente, o óleo é usado na fabricação de velase como combustível para iluminação de lamparinas,que na queima exala um cheiro aromático. Namedicina caseira, principalmente, é aplicado comsucesso no tratamento de reumatismo, artrite,

cólicas, aftas e hemorróidas½.. A manteiga deucuúba, que é dura e amarelada, pode ser usadaem combinação com outros ingredientes para aprodução de velas e sabonetes vegetais, sendoum substituto vegetal para a parafina oriunda dopetróleo. Sabonetes e cremes a base de ucuúba temação antiinflamatória, cicatrizante, revitalizante eanti-séptica comprovada¹.

Uma árvore de ucuúba adulta chega a sercomercializada por R$ 5,00, a sua madeira sendo transformada em cabos de vassoura, que sãocomercializados a R$ 0,40 a unidade nas feiras eportos de Belém. Entretanto as sementes, que sãocomercializadas por R$ 0,50/kg, podem dar umretorno de R$ 18,00 até R$ 25,00, supondo umaprodutividade de 30 – 50 kg/ano/árvore. Os frutos

são coletados nas praias e igarapés de toda a regiãoamazônica, armazenados e comercializados para afabricação de manteiga vegetal para substituir seboanimal na fabricação de sabonetes³.

1 MORS, W.B. et. al.: Medicinal Plants of Brazil, 2000, ReferencePublications, Inc Algonac, Michigan.2 VAN DEN BERG, M.E.: Plantas Medicinais na Amazônia –Contribuição ao seu conhecimento sistemático, 1993, MuseuParaense Emílio Goeldi, Belém. 206 pp.3 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosasda Amazônia, não-publicado.

BABOONWOOD

1 MORS, W.B. et. al.: Medicinal Plants of Brazil, 2000, ReferencePublications, Inc Algonac, Michigan.2 VAN DEN BERG, M.E.: Plantas Medicinais na Amazônia –Contribuição ao seu conhecimento sistemático, 1993, MuseuParaense Emílio Goeldi, Belém. 206 pp.3 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosasda Amazônia, não-publicado.

POPULAR USAGECommonly, the oil is used as an ingredient ofcandles and to burn for light, which spreads anaromatic odor. In home medicine, it has beensuccessful at treating rheumatism, arthritis,colic, ulcers, and hemorrhoids½. The butter

of ucuuba, which is hard and yellow, can beused in combination with other ingredientsfor the production of candles and plant-based soaps, and is a substitute for paraffin, which is made with petroleum. Soaps andcreams made with ucuuba show a provenanti-inflammatory effect, and have healing andanti-septic properties¹.

A mature ucuuba tree can be sold for R$ 5.00, which is then transformed into broom handles that are sold for R$ 0.40 each in the fairs andports of Belém. However the seeds, which aresold for R$ 0.50/kg, can generate an incomeof R$ 18.00 to R$ 25.00 per year, assuming aproductivity of 30 to 50 kg of seeds per year.The fruits are collected along beaches and

streams throughout the Amazon region, sto-red, and sold to make plant-based butter thatreplaces animal tallow when making soap ³.

35

cartilha_oleo_24nov.indd 34-35 01/12/2009 10:05:24

Page 19: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 19/43

UCUUBA

DADOS FÍSICO-QUÍMICOSPHYSICAL-CHEMICAL FACTORS

Índices UnidadesUnity

Valores de ReferênciaReference Value

Ácidos Graxos Livres % 8,1Índice deRefração (40°C)Refraction Value (40°C)

Zeiss 51-53

Índice de IodoIodine Value g12 / 100g 12-15

Índice de SaponificaçãoSaponification Value mg KOH/g 227-220

Matéria InsaponificávelUnsaponifable Matter % 0,98 Acidez Acid Value mg KOH/g 4,2

Índice de PeróxidoPeroxide Value meq/kg 5,55

DensidadeDensity gr/ltr 0,939

Ponto de FusãoMelting Point °C 53

COMPOSIÇÃO A gordura de ucuuba possui um alto valorde ponto de fusão (53 oC) e de saponi-ficação (220 mg KOH/g de óleo), o quesupera os índices do sebo bovino (com valores de 43 a 45 oC e 200 mg KOH/g

respectivamente) tornam a gordura daucuúba uma matéria prima ideal parasubstituir o sebo animal na produção desabonetes finos, e outras matérias gor-durosas que necessitam de alto ponto defusão na industria alimentícia e farmacêu- tica. A substituição do sebo animal pela gordura da ucuúba resolve o problemade contaminação de produtos pelo usode sebo animal, além de dar a sabonetesuma maior consistência e durabilidade,sendo perfeitamente viável a sua utiliza-ção mesmo com preços superiores ao dosebo animal. As sementes da ucuuba sãoricas em gordura (60 – 70%) possuindo70% de trimeristina, um triglicerídeo doacido mirístico, que constitui um óleo

essencial aromático que é de grandeimportância para as indústrias cosmética,farmacêutica e alimentícia. Atualmente,esse óleo essencial é extraído da noz-moscada, que possui uma concentraçãode cerca 80% desta substância¹.

1 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosas da Amazônia, não-publicado.

BABOONWOODCOMPOSITIONThe butter of ucuuba has a high-meltingpoint (53 °C) and saponification value(220 mg KOH / g oil), which exceeds the values of beef tallow (which rangefrom 43 to 45 °C and 200 mg KOH / g)

and makes ucuuba butter an ideal rawmaterial that could replace animal tallowin the production of fine soaps, as wellas replace other fatty substances in thefood and pharmaceutical industries thatneed a high melting point. The replace-ment of animal tallow with the vegetablebutter of ucuuba solves the problem ofproduct contamination from the use ofanimal tallow and even gives soap moreconsistency and durability. Its employ-ment is perfectly feasible even thoughit is more expensive than animal tallow.The seeds are rich in fat (60%–70%),and 70% of the fat is composed of trimyristin, a triglyceride of myristic acid which is an aromatic essential oil that is

important to the cosmetic, pharmaceu- tical, and food industries. Currently, thisessential oil is extracted from nutmeg, which has a concentration of about 80%of this triglyceride¹.

COMPOSIÇÃO ÁCIDOS GRAXOSFATTY ACID COMPOSITION

Ácidos GraxosFatty Acids

Átomos de CarbonoCarbon Atoms

Composição PercentualComposition Percentage

Láurico 12:00 18,17Mirístico 14:00 73,84

Palmítico 16:00 8,00Fonte/Source: Bentes M. H. S.: “Fontes de Ácidos GraxosSaturados Amêndoas de Fruta-Pão e Ucuúba Rana” II Encontrode Profissionais de Química da Amazônia 1982 –Manaus AM.

Fonte/Source: Manteiga de Ucuúba cedida pela Engefar lote OUC003/09 de 12/03/2009 Analisado no Laboratório de Engenharia Quí-mica da UFPA. Pelo doutorando José Victorio da Costa Souza Filho.

37

cartilha_oleo_24nov.indd 36-37 01/12/2009 10:05:24

Page 20: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 20/43

ANDIROBA(Carapa guianensis , Meliáceae)

ECOLOGIA Árvore neotropical que ocorre no sul da América Central, como também naColômbia, Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Brasil, Peru, Paraguai e nas ilhasdo Caribe. No Brasil, é encontrado a partir do nível do mar até 350 m de altitude,em toda a bacia Amazônica, tanto nas f lorestas de terra firme como nas florestas temporariamente alagadas, ao longo dos rios e riachos e próximo aos manguezais.

As sementes são flutuantes e podem ser dispersas através da correnteza doscursos d’água. Porém, em floresta de terra firme, a maioria dos frutos e sementesé encontrada embaixo da árvore-matriz. No período de dispersão, as sementes sãomuito consumidas por roedores, tatus, porcos do mato, pacas, veados,cotias, etc.¹.

A árvore conhecida por andiroba, de nhandi (óleo) e rob (amargo), pertence àmesma família do mogno e cedro e por sua madeira ser resistente a ataques deinsetos é muito procurada pelas serrarias. A andirobeira pode atingir 30 metros dealtura e se adapta bem a ambientes diferentes, sendo encontrada tanto em áreasalagáveis como na terra firme².

Uma árvore adulta pode produzir até 120 kg de sementes (média 50 kg/pé). Assementes contêm 43% de gordura e para obter um litro de óleo de forma artesanalserão necessários 12 kg de sementes in natura, na utilização de prensa mecânica 4kg de semente seca e na aplicação de solventes químicos 3 kg. O rendimento emóleo de andiroba extraído de modo artesanal por árvore pode alcançar 10 litros eindustrial até 30 litros³.

Devido ao seu desenvolvimento rápido no campo e ao alto valor de sua madeira aandiroba é indicada para plantios consorciados e sistemas agroflorestais. O plantioem monocultura é desafiado pelo ataque do broto terminal por Hypsipyla grandella,que representa a maior praga para as Meliáceas no região Amazônica, inibindoseu crescimento. Isso tem conseqüências no que se refere ao aproveitamentodas árvores para madeira. Quando a andiroba sobrevive ao ataque, que não é tãointenso quanto no mogno, a produtividade dos f rutos permanece a mesmaX.

1 FERRAZ, I. D. K. et. al.: Andiroba Carapa guianensis e Carapa procera, 2003, Manual de sementes da Amazõnia, Fascíiculo I,2 PESCE, C.: Oleaginosas da Amazônia, 1941, Oficinas Gráficas da Revista Veterinária, Belém/PA 3 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosas da Amazônia, não-publicado4 SOUZA, C. R. et. al.: Andiroba Carapa guianensis, 2006, Embrapa Ocidental, Manaus, Documento 48, p. 12.

CRABWOOD(Carapa guianensis , Meliáceae)

ECOLOGY This species is a neotropical tree that occurs in southern Central America,Colombia, Venezuela, Suriname, French Guiana, Brazil, Peru, Paraguay, and the Caribbean islands. In Brazil, it is found from sea level to 350 m elevation, throughout the Amazon basin, both in terra firme forests and on land that is temporarily flooded, along rivers and streams and near the mangroves. The seeds

float and can be dispersed by water. However, in forests, most fruits and seedsare found under the parent tree. The seeds are eaten by rodents, armadillos,peccaries, pacas, deer, cotias, etc.¹.

The origin of the name andiroba is from nhandi (oil) and rob (bitter). Andirobabelongs to the same family as the mahogany and cedar tree, and is highlydemanded by sawmills because it is very resistant to insect attacks. Individuals ofandiroba can reach 30 meters in height and grow well to different environments,such as flooded areas and terra firme².

A mature tree can produce up to 120 kg of seeds per year (average 50 kg / yearand tree). The seeds contain 43% fat. To produce a liter of oil, using rudimentarymethods, 12 kg of seeds are needed. To extract the same amount, a mechanicalpress requires only 4 kg of dry seeds and only 3 kg of seeds are needed whenusing chemical solvents (1). The amount of oil that can be produced from theseeds of one andiroba tree can reach 10 liters per year, using rudimentarymethods, and up to 30 liters using industrial techniques (1).

Due to its ability to grow rapidly and because of its valuable timber, andiroba isused in intercropped and agroforestry systems. Plantations in monoculture arecompromised by Hypsipyla grandella, which attacks the terminal bud of the treeand inhibits further growth. This insect is a major pest of species of Meliaceae in the Amazon region. Although this has consequences when cultivating the tree forits wood, fruit production remains the same for individuals that survive an attack, which is not as intense as attacks on mahogany (3).

39

cartilha_oleo_24nov.indd 38-39 01/12/2009 10:05:24

Page 21: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 21/43

ANDIROBAUSO POPULAR O óleo de andiroba é um dos óleos medicinaismais vendidos na Amazônia. Em mistura commel e copaíba é um remédio antiinflamatóriomuito popular no combate a infecções de garganta e em processos de gripe em geral.

Também fortalece e embeleza os cabelos e emforma de sabonete é um remédio milagrosono combate às acnes e espinhas. Devido a suaboa penetração na pele é freqüentementeutilizado na massagem para aliviar baques,luxações, artrite e reumatismo, atuando também como calmante na pele e clareadorde manchas superficiais. Como repelente, paraafugentar os mosquitos, os caboclos fazem tradicionalmente, bolas de bagaço de andirobaque sobrou da extração do óleo, as quais sãoqueimadas ou também podem ser aplicada emuma mistura com urucum (Bixa orellana) paraformar uma pasta, que protege o corpo contrapicadas do mosquito ½.

1 MORTON, J. F.: Atlas of Medicinal Plants of Middle America, 1981,2 PESCE, C.: Oleaginosas da Amazônia, 1941, Oficinas Gráficas daRevista Veterinária, Belém/PA

CRABWOOD

1 MORTON, J. F.: Atlas of Medicinal Plants of Middle America, 1981,2 PESCE, C.: Oleaginosas da Amazônia, 1941, Oficinas Gráficas daRevista Veterinária, Belém/PA

POPULAR USAGE Andiroba oil is one of the most commonlysold medicinal oils in the Amazon. Mixed with honey and copaiba, it is a very popularanti-inflammatory medication used tocombat throat infections and influenza. It

also strengthens and embellishes hair, and when used in soap it acts as a magic remedyfor acne. Due to its good skin penetration, itis often used in massages to relieve bruises,dislocations, arthritis and rheumatism, andacts to sooth the surface of the skin and tobleach superficial stains. It is also used torepel mosquitoes. Traditionally, an oilseedcake is formed into balls and burned andalso mixed with annatto (Bixa orellana) andformed into a paste that is used to protect the body from mosquito bites ½.

41

cartilha_oleo_24nov.indd 40-41 01/12/2009 10:05:25

Page 22: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 22/43

ANDIROBACOMPOSIÇÃOO óleo de Andiroba é uma fonte rica deácidos gordurosos essenciais inclusiveoléico, palmítico, mirístico e ácidos delinoléico além de conter componentesnão graxos como triterpenos, taninos e

alcalóides isolados, como a andirobina ecarapina. A amargura do óleo de andiro-ba é atribuída a um grupo de terpenoschamados de meliacinas, que são mui- to semelhante às químicas amargas deantimalaria. Recentemente, uma destasmeliacinas, chamada gedunina, foi docu-mentada com propriedades antiparasiticase antimalariais com efeito semelhante aquinina¹. Análises químicas de óleo deandiroba identificaram as propriedadesantiinflamatórias, cicatrizantes e insetífugasque são atribuídas à presença de limonoi-des, nomeado de andirobina². Principal-mente, depois do patenteamento de umcreme hidratante e anticelulite à base deóleo de andiroba pela francesa Yves Ro-

cher houve uma grande procura do óleode andiroba no mercado de cosméticos. A vela de andiroba é usada como repelenteeficaz para o mosquito Aedes aegypti, vetor da febre amarela e da dengue. À serqueimada, exala um agente ativo que inibea fome do mosquito, conseqüentemen-

1 MACKINNON, S., et al. “Antimalarial activity of tropical Meliaceae extracts and gedunin derivatives.” J. Nat. Prod. 1997; 60(4): 336-41.2 ROY, A., et al. “Limonoids: overview of significant bioactive triterpenes distributed in plants kingdom. Biol. Pharm. Bull. 2006; 29(2): 191-201.3 GILBERT, B., et al. "Activities of the Pharmaceutical Technology Institute of the Oswaldo Cruz Foundation with medicinal, insecticidal andinsect repellent plants." An. Acad. Bras. Cienc. 1999; 71(2): 265-71.

COMPOSIÇÃO ÁCIDOS GRAXOSFATTY ACID COMPOSITION

Ácidos GraxosFatty Acids

Átomos deCarbono

ComposiçãoPercentual

CompositionPercentage

Mirístico 14:00 0,33Palmítico 16:00 28,03Esteárico 18:00 8,69Oléico 18:10 49,08Linoléico 18:20 11,03Linolênico 18:30 1,35 Araquídico 20:00 0,22Beênico 22:00 0,34

DADOS FÍSICO-QUÍMICOS

Índices Unidades Valores deReferência

Ácidos Graxos LivresFree Fatty Acids % 18,6

Índice deRefração (40°C)Refraction Value (40°C)

Zeiss 50

Índice de IodoIodine Value g12 / 100g 33-69

Índice de SaponificaçãoSaponification Value mg KOH/g 197-205

Matéria InsaponificávelUnsaponifable Matter % 3-5 Acidez Acid Value mg KOH/g 15-20

Índice de PeróxidoPeroxide value meq/kg 8-10

DensidadeDensity gr/ltr 0,98

Ponto de FusãoMelting Point °C 22

Fonte/Source: SOUSA, F. J. V. C.: “Extração Supercríticado Óleo Residual da Torta de Andiroba (Carapa guianensi s Aublet) Resultante da Prensagem Industrial. 2007,

CRABWOODCOMPOSITION Andiroba oil is a rich source of essentialfatty acids, including oleic, palmitic,myristic and linoleic acids, and containsno fatty components such as t riterpenes, tannins, and alkaloids, which are isolated

as Andirobina and Carapina. The bitter taste of the oil is attributed to a groupof terpene chemicals called meliacins, which are very similar to the bitterantimalarial chemicals. Recently, oneof these meliacins, called gedunin, was documented to have pest controlproperties and antimalarial effectsequal to that of quinine¹. A chemicalanalysis of andiroba oil identified theanti-inflammatory named andirobina, which has healing and insect repellingproperties that are attributed to thepresence of limonoids². The interestin using andiroba oil in cosmetics hasincreased significantly, especially after the patenting of a cream by Yves Rocher,

from France, that has moisturizingand anticellulite properties based on this oil. Andiroba candles are used asan effective repellent of the mosquito Aedes aegypti, a vector of yellow feverand dengue. When burned the candlesrelease an agent that inhibits the hunger

te, reduz a sua necessidade de picaras pessoas. Pesquisas revelaram umaeficiência de 100% na repelência domosquito, resultado jamais encontradoem qualquer outro produto existente

no mercado destinado ao combate domosquito. Além desta característica, a vela é totalmente atóxica, não produzfumaça e não contém perfume³.

of the mosquitoes, therefore reducingits need to bite. Research has shown thismethod is 100% effective as a mosquitorepellent, a result that is not found in anyother product on the market designed

to repel these insects. In addition to thisproperty, the candle is completely non- toxic, produces no smoke, and does notcontain perfume³.

Fonte/Source: Óleo de Andiroba cedida pela Engefar lote OAN001/09 de 02/02/2009 Analisado no Laboratório de Engenharia Quími-ca da UFPA. Pelo doutorando José Victorio da Costa Souza Filho.

43

cartilha_oleo_24nov.indd 42-43 01/12/2009 10:05:25

Page 23: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 23/43

COPAÍBA(Copaifera spp., Leguminosae - Caesalpinoideae)

ECOLOGIA Existem várias espécies de copaíba e emboraapresentem algumas diferenças botânicas, todas são atribuídas a mesma utilizaçãomedicinal-cosmética. A copaíbeira é adaptadaa uma grande variedade de ambientes, ocorre

em florestas tanto de terra firme como nasáreas alagadas, pode alcançar de 25 a 40metros de altura e viver até 400 anos¹.

O processo de extração do óleo-resina decopaíba ainda é artesanal. Com um furador,perfura-se a árvore a 60 ou 70 centímetrosdo chão, até o centro do caule. Em seguida,coloca-se um cano embaixo do orifíciopara que o óleo escoe até um recipientecolocado no chão. Deixa-se o óleo escorrerpor alguns dias, e ao final da colheita, oorifício é vedado com argila para impedir ainfestação da árvore por fungos ou cupins. Aárvore deverá descansar no mínimo três anosantes da próxima extração. Este processo édenominado extração racional. O rendimento

médio de cada árvore adulta é de 4 a 5litros. A extração do óleo-resina não deveser realizada antes que a árvore alcance comum diâmetro de 40 cm. A germinação dassementes é rápida, porém, é uma árvore com taxas de crescimento lento alcançando apenas50 cm por ano².

1 VEIGA JUNIOR, V. F. et. al.:: O GÊNERO Copaifera L., 2002,Quim. Nova, Vol. 25, No. 2, 273-286.2 SHANLEY, P. et. al. : Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica,2005, CIFOR, IMAZON, Editora Supercores, Belém, p. 300.

COPAÍBA(Copaifera spp., Leguminosae - Caesalpinoideae)

ECOLOGY There are several species of copaíba but,medically and cosmetically, all are used in thesame way. Species of copaíba are adapted to grow in a wide range of environments, occuron both terra firme and in flooded areas, can

reach 25 to 40 meters in height, and can liveup to 400 years¹.

The extraction process of the oil-resin ofcopaíba is still rudimentary. A hole is drilledinto the wood with an auger, 60 or 70 cmfrom the ground, until to the center of the trunk. Immediately after the hole is drilled,a tube is installed below the hole to collect the oil-resin into a container that is placedon the ground. The oil-resin is collected fora few days and at the end of the harvest thehole is sealed with clay to prevent infestationby fungi or termites. The tree is then leftalone for at least three years before theoil-resin is collected again. This processis considered a sustainable extraction

method. On average 4 to 5 liters of oil-resincan be collected from an adult tree. Seed germination is rapid; however, the trees grow slowly (up to 50 cm per year).

45

cartilha_oleo_24nov.indd 44-45 01/12/2009 10:05:26

Page 24: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 24/43

COPAÍBAUTILIZAÇÃO POPULAR As utilizações da medicina tradicional para oóleo-resina de copaíba são muitas e indicam uma grande variedade de propriedades farmacológicas.É muito usado como cicatrizante e antiinflamatóriopara tratar infecções nas vias respiratórias e

urinárias¹. É conhecido como um antibióticonatural altamente eficaz contra bactérias grama-positivas². No processo industrial-cosmético éutilizado como um componente de fragrânciaem perfumes e em preparações de cosméticoscomo sabões e cremes por suas propriedadesantibactericidas, antiinflamatórias e emolientes.

1 Paiva, L. A., et al. “Anti-inflammatory effect of kaurenoic acid, a diterpenefrom Copaifera langsdorffi on acetic acid-induced colitis in rats.” Vascul. Pharmacol. 2002 Dec; 39(6):303-7.2 Tincusi, B. M., et al. “Antimicrobial terpenoids from the oleoresin of thePeruvian medicinal plant Copaifera paupera."Planta Med. 2002; 68(9): 808–12.2 Wilkins, M., et al. “Characterization of the bactericidal activity of thenatural diterpene kaurenoic acid.” Planta Med. 2002 68(5): 452–54.

COPAÍBAPOPULAR USAGEIn traditional medicine there are many uses for the oil-resin of copaíba,indicating a wide range ofpharmacological properties.

It is used to treat respiratoryand urinary tract infectionsdue to its healing and anti-inflammatory abilities¹. It isknown as a natural antibiotic that is highly effective against gram-positive bacteria².In the industrial-cosmeticindustry, it is used as acomponent of fragrance inperfumes and in cosmetics,such as soaps and creams,because of its antimicrobial,anti-inflammatory, andemollient properties.

47

cartilha_oleo_24nov.indd 46-47 01/12/2009 10:05:27

Page 25: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 25/43

COPAÍBACOMPOSIÇÃO A composição química do óleo-resina decopaíba pode ter aproximadamente 72sesquiterpenos (hidrocarbonetos) e 28diterpenos (ácidos carboxílicos), sendo oóleo composto por 50% de cada tipo de

terpenos. Aos diterpenos são atribuídasa maioria das propriedades terapêuticas,fato comprovado cientificamente¹. Aossesquiterpenos é atribuída a fraçãoresponsável pelo aroma do óleo-resina de copaíba bem como algumaspropriedades como antiúlcera, antiviral eanti-rinovírus².

Um dos principais problemas da comer-cialização do óleo resina de copaíba é asua adulteração, geralmente com óleo vegetal. Uma das formas convencionaisde atestá-la é determinando seu índice deacidez, inferior a 80 mg KOH/g de óleoresina é indicio de contaminação. Quantomenor for o índice de acidez do óleo

resina de copaíba, maior a quantidade deóleo vegetal nele misturado. Por sua vezo índice de éster do óleo resina de copaí-ba pode auxiliar na determinação do tipode contaminante. Se o índice de éster forsuperior a 23 mg KOH/g de óleo resina,

1 MACIEL, M. A. M, et. al.: Plantas Medicinais: As Necessidades de Estudos Multidisciplinares. 2002, Química Nova, v. 25, n. 3, p. 429.2 VEIGA JUNIOR, V. F. et. al.: O GÊNERO Copaifera L., 2002, Quim. Nova, Vol. 25, No. 2, 273-286.3 VASCONCELOS A. F. F. et. al.: Uso de Métodos Analíticos Convencionais no Estudo da Autenticidade do Óleo de Copaíba,2002, Química Nova, v, 25, n.6B, 1057-10604 MORAIS, L. R. B.: Formas Simples de Capacitação de Comunidades Amazônicas, Cartilhas de Capacitação Amazon Velas – Curupira da Amazonia, material distribuído gratuitamente em cursos de capacitação em comunidades que fornecem produtos.

COPAÍBACOMPOSITIONThe chemical composition of theoil-resin of copaíba is thought to haveapproximately 72 sesquiterpenes(hydrocarbons) and 28 diterpenes(carboxylic acids), and the oil is

composed by 50% of each of these terpenes. Diterpenes are attributedin the majority for therapeuticapplications, a scientifically provenfact¹. Sesquiterpenes are partiallyresponsible for the aroma of the oil-resin and also have antiulcer, antiviral,and anti-rhinovirus properties².

One of the main problems withselling copaíba oil-resin is that it isadulterated, usually with vegetableoil. One of the conventional methodsused to test for this is to determine the acidity; less than 80 mg KOH/gof oil-resin indicates contamination.The lower the acidity value of the

oil-resin means that there is a largeramount of vegetable oil mixed in. In turn the ester value of the oil-resin ofcopaíba can help determine the type ofcontaminant. If the ester value exceeds23 mg KOH/g of oil-resin, it indicates

indicara que o contaminante é material graxo, ou seja óleo vegetal ou de ori- gem animal, se for menor indicará queo contaminante é não graxo, como porexemplo óleo mineral³. Em pequenas

oficinas de capacitação o teste volu-métrico é ensinado nas comunidadese muito bem assimilado, com soluçõespreparadas em laboratórios que duramaté um ano. Estes testes simples po-dem evitar que o óleo-resina contami-nado sejam aceitos nas associações ecooperativas que comercializam esseóleo sem a necessidade de um labora- tório completo de analise (4).

that the contaminant is a compoundcomprised of fatty substances, such as vegetable oil or something of animalorigin, and if it is less it indicates that thecontaminant is not a fatty substance, for

example mineral oil³. Small workshopsare used to teach communities how touse the volumetric test. The solutionsused for these tests are prepared inlaboratories and last up to a year. Thesesimple tests, which do not require acomplete laboratory analysis, can helpassociations and cooperatives avoidaccepting and selling oil-resin that iscontaminated (4).

FATTY ACID COMPOSITION

Ácidos GraxosFatty Acids

Átomos deCarbonoCarbon Atoms

ComposiçãoPercentual

CompositionPercentage

Láurico 12:00 0,04Mirístico 14:00 0,11Palmítico 16;00 25,93Palmitoleico 16:10 4,88Esteárico 18:00 1,86Oléico (Cis 9) 18:10 52,54 Vacênico (Cis 11) 18:10 3,39Linoleico 18:20 9,72Linolênico 18:30 0,64 Aráquico 20:00 0,12

DADOS FÍSICO-QUÍMICOS

Índices Unidades Valores deReferência

Ácidos Graxos LivresFree Fatty Acids % 5

Índice deRefração (40°C)Refraction Value (40°C)

Zeiss 1,20-1,60

Índice de IodoIodine Value g12 / 100g 70

Índice de SaponificaçãoSaponification Value mg KOH/g 193,7

Matéria InsaponificávelUnsaponifable Matter % 2-3

Acidez/Acid Value mg KOH/g 10,2Índice de PeróxidoPeroxide value meq/kg 10

Densidade/Density gr/ltr 0,988

49

cartilha_oleo_24nov.indd 48-49 01/12/2009 10:05:27

Page 26: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 26/43

CUPUAÇU(Theobroma Grandiflorum, Malvaceae)

ECOLOGIA O cupuaçuzeiro é uma planta nativa da região Amazônica. É uma pequena árvore de 4 – 8 m(quando cultivado) ou de até 18 m de altura (nosindivíduos silvestres, na mata alta) e pertenceà mesma família e gênero do cacau. A fruta é

grande, em forma de cilindro com extremidadesarredondadas, podendo atingir 30 cm decomprimento com média de 1,2 kg de peso. Namaturação, os frutos caem sem o pedúnculo, quandocomeçam liberar o cheiro característico, o queindica a perfeita maturação dos mesmos. O frutocontém uma polpa suculenta e cremosa de saborcaracterístico aderida à 20 a 30 sementes ovaladas grandes¹. A manteiga do cupuaçu, semelhantea “manteiga” do cacau, porém com qualidadesuperior, é extraída das sementes que contemaproximadamente 45 % de óleo²..

A produção em plantios comerciais inicia-se a partirdo 3º ano e alcança em média 12 frutos por árvore.Recomenda-se o plantio de 180 plantas por hectare,que pode chegar a uma produtividade média de

2.148 frutos, que corresponde 990 kg de polpa e 443kg de sementes (em média o fruto tem 38,4 % depolpa, 17,2 % de sementes e 44,4 % de casca). Em geral, com 1.000 kg de sementes frescas, se produz135 kg de manteiga de cupuaçu².

1 MÜLLER, C. H. et. al. : A cultura do cupuaçu. 1995,Embrapa-CPATU, coleção plantar 24, p.61.2 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado

CUPUAÇU(Theobroma Grandiflorum, Malvaceae)

ECOLOGY Cupuaçu, a native of Amazonia, is a small tree that is 4 to 8 meters (when cultivated) or up to 18 m high (in growing in the wild). It belongs to the same family as cacao. The fruit is verylarge, cylinder-shaped with rounded ends,

up to 30 cm long, and has an average weightof 1.2 kilograms. At maturity the fruits fall, without the stalk, when they start releasinga characteristic odor, which indicates that they are ripe. The fruit contains a juicy andcreamy pulp, with a characteristic flavor, whichsurrounds 20 to 30 large oval seeds. The butterof cupuaçu, similar to the "butter" of cacao butsuperior in quality, is extracted from the seedsand contains approximately 45% oil¹.

On commercial plantations fruit productionbegins in the 3rd year and trees produce anaverage of 12 fruits per tree, per year, whenmature. It is recommended that 180 treesbe planted per hectare, which producesapproximately 2148 fruits per year, 990 kg of

pulp, and 443 kg of seeds (an average fruit iscomposed of 38.4% pulp, 17.2% seeds, and44.4% skin). In general, 1000 kg of fresh seeds will produce 135 kg of cupuaçu butter².

1 MÜLLER, C. H. et. al. : A cultura do cupuaçu. 1995,Embrapa-CPATU, coleção plantar 24, p.61.2 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado

51

cartilha_oleo_24nov.indd 50-51 01/12/2009 10:05:29

Page 27: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 27/43

CUPUAÇUUTILIZAÇÃO POPULAR Popularmente, do cupuaçuutiliza-se apenas a sua polpapara consumo, tanto naforma de sucos, sorvetes,cremes e doces. A remoção

da polpa é uma operação trabalhosa e efetuada atravésde tesoura. Em algumaslocalidades as sementes sãofermentadas, secas ao sol, torradas e trituradas no pilãoe utilizadas como chocolatecomum, também chamadode cupulate. Em geral, assementes que representamum subproduto doprocessamento da polpa, sãosubutilizadas e dispensadas.Com o interesse crescenteda indústria farmacêuticapara obter a manteiga docupuaçu, as indústrias ecooperativas de polpa defrutas começam a separar ebeneficiar as sementes emmaior quantidade.

CUPUAÇUPOPULAR USAGEFor the most part, only the fruit pulp of cupuaçu iscommonly consumed, in theform of juices, ice creams,creams, and sweets. The

removal of the pulp from theseeds is rather laborious andperformed with scissors. Insome regions the seeds arefermented, dried in the sun,roasted, ground in a mortar,and used as chocolate (alsocalled cupulate). In general,seeds are a byproduct ofprocessing the pulp and areunderutilized and thrownaway. However, because there is a growing interest of the pharmaceutical industry to acquire the butter ofcupuaçu, the fruit pulpindustries and cooperatives

are beginning to separate andprocess the seeds in largerquantities.

53

cartilha_oleo_24nov.indd 52-53 01/12/2009 10:05:29

Page 28: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 28/43

CUPUAÇUCOMPOSIÇÃOO óleo extraído das sementes docupuaçu oferece propriedades fantásticaspara a indústria cosmética. A manteigade cupuaçu é um triglicerídio queapresenta uma composição equilibrada

de ácidos graxos saturados e insaturados,o que confere ao produto um baixoponto de fusão (aproximadamente30°C) e aspecto de um sólido macioque se funde rapidamente ao entrarem contato com a pele. A manteiga decupuaçu possui alto poder de absorçãode água, aproximadamente 120%superior a da Lanolina, atuando comoum substituto vegetal da mesma. Elacontém fitoesteróis (especialmentebeta-sitosterol) que atuam a nívelcelular regulando o equilíbrio hídricoe a atividade dos lipídeos da camadasuperficial da pele¹. O alto poder deabsorção da água da Manteiga deCupuaçu pode ser atribuído às pontes de

hidrogênio formadas entre as moléculasde água e os fitoesteróis². Os fitoesteróis tem sido utilizados no tratamento dedermatites e afecções por estimular oprocesso de cicatrização.

1. Chlebarov; S. 1990: "Die Kosmetichen Eigenschaften der Phytosterole"1 TW Dermatologie,2 Winkler, A. 1977: Experimental studies of effect of water content of upper layers of human skin. Arztl. Kosmetologie,7 , 65-77.

CUPUAÇUCOMPOSITIONThe extracted oil from cupuaçuseeds offers fantastic properties for the cosmetic industry. The cupuaçubutter is a triglyceride that has abalanced composition of saturated

and unsaturated fatty acids, which gives the product a low meltingpoint (approximately 30 °C) andan appearance of a soft solid thatpenetrates quickly when in contact with skin. Cupuaçu butter possesa high capacity to absorb water,approximately 120% higher than that of lanolin, and can act as a plant-based substitute for it. It containsphytosterols (especially beta-sitosterol) that operate at the cellularlevel to regulate water balance and the activity of lipids in the superficiallayer of the skin¹. Its ability toabsorb large amounts of watercan be attributed to the hydrogen

bridges formed between the watermolecules and phytosterols².Phytosterols have been used to treat dermatitis and disorders bystimulating the healing process.

COMPOSIÇÃO ÁCIDOS GRAXOSFATTY ACID COMPOSITION

Ácidos GraxosFatty Acids

Átomos de CarbonoCarbon Atoms

Composição PercentualComposition Percentage

Mirístico 14:00 0,34Palmítico 16:00 9,26

Palmitoléico 16:10 0,33Heptadecanóico 17:00 0,20Esteárico 18:00 35,68Oléico 18:10 35,68Linoléico 18:20 1,74 Aráquico 20:00 7,08Gadoléico 20:10 0,4Beênico 22:00 1,8

DADOS FÍSICO-QUÍMICOSPHYSICAL-CHEMICAL FACTORS

Índices UnidadesUnity

Valores de ReferênciaReference Value

Ácidos Graxos LivresFree Fatty Acids % 4

Índice de Refração (40°C)Refraction Value (40°C) Zeiss 1,45-1,47

Índice de Iodo/Iodine Value g12 / 100g 30-50Índice de SaponificaçãoSaponification Values mg KOH/g 180-200

Matéria InsaponificávelUnsaponifable Matter % 2-3

Acidez/Acid Value mg KOH/g 10 maxÍndice de PeróxidoPeroxide Value meq/kg 3-5

Ponto de Fusão/Melting Point °C 25-35 Absorção de água Absorption of water % 200 min

F o n t e / S o u r c e : Ó l e o d e B u r i t i c e d i d o p e l a

E n g e f a r

L o t e M C U 0 0 4 / 0 8

2 5 / 0 9 / 2 0 0 8 , A n a l i s a d o p e l a

U n i v e r s i d a d e

F e d e r a l d e M i n a s G e r a i s ,

I n s t i t u t o

d e C i ê n c i a s E x a t a s

D e p a r t a m e n t o

d e Q u í m i c a

/ C o l e g i a d o

d e E x t e n s ã o ; P a r t e

i n t e g r a n t e d a t e s e d o D o u t o r a n d o

D e n i l s o n

d a S i l v a C o s t a .

F o n t e / S o u r c e : Ó

l e o d e A n d i r o b a c e d i d a p e l a

E n g e f a r l o t e M C U 0 0 5 / 0 9 d e 1 0 / 0 4 / 2 0 0 9

A n a l i s a d o n o

L a b o r a t ó r i o d e E n g e n h a r i a Q u í m

i c a d a U F P A

. P e l o d o u t o r a n d o J o s é

V i c t o r i o d a C o s t a

S o u z a F i l h o .

55

cartilha_oleo_24nov.indd 54-55 01/12/2009 10:05:29

Page 29: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 29/43

ECOLOGIA O açaí, Euterpe oleracea C. Martius, se encontra em toda a bacia Amazônica sendo particularmente abundante na sua parte oriental.É uma das palmeiras mais típicas do Pará, dominando a paisagemonde aparece, às vezes em formações quase puras, preferindo áre-as alagadas e terras úmidas com alta regeneração natural¹. Existem

duas principais variedades, a E. oleracea, que ocorre com maiorfreqüência no estuário do rio Amazonas, e a precatória, comumnas matas da Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia,Roraima). A E. oleraceae apresenta abundante perfilhação quesem manejo pode chegar até 20 estirpes, formando o que chama-se “touceira”. Esse fato a torna indiscutivelmente uma espécieideal para a exploração racional e permanente do palmito e dosfrutos. Deste modo, a remoção do palmito pode ser feita apenasde algumas estirpes selecionadas, ano após ano, sem matar aqueleindividuo que perfilharia novamente. Essa retirada de estirpes maisantigos corresponde a um manejo bem adequado à essa palmeira.

Por outro lado, a variedade E. precatória cresce isolada sem formarperfilhações/touceiras, o que inibe a exploração concomitante dopalmito e fruto².

Em plantios racionais manejados, tanto em açaizais nativos da vár-

zea como da terra firme, recomenda-se 400 touceiras por hectarecom um espaçamento de 5 x 5 m entre elas. Estimando-se umaprodução de 50 kg de frutos por touceira com 4 estirpes produzin-do, é possível uma produção de 20 toneladas de frutos por hectare.Na várzea a produção é de até 30% a mais do que na terra firme.O óleo do açaí é extraído com um rendimento muito limitado, deapenas 1%, o que corresponde a 200 litros por hectare³.

AÇAÍ (Euterpe oleraceae and Euterpe precatoria ,Arecaceae)

1 CALVACANTE, P. B.: Frutas Comestíveis da Amazônia, 1996, 6a Ed , Edições Cejup - MuseuParaense Emílio Goeldi, Belém.2 SHANLEY, P. et. al. : Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica, 2005 , CIFOR, IMAZON,Editora Supercores, Belém, p. 300.3 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosas da Amazônia, não-publicado.

ECOLOGY Açaí is found throughout the Amazon basin and is particularlyabundant in the eastern region. It is one of the most commonpalms of the state of Pará, and dominates the landscape, sometimesin almost pure stands. Açaí prefers flooded and wetland areasand easily regenerates. There are two main species of açaí, E.

oleracea, which occurs more frequently in the estuary of the Amazon River, and E. precatoria, which is common in the forestsof western Amazonia (in the states of Amazonas, Acre, Rondônia,and Roraima)¹. Euterpe oleracea develops multiple stems, up to 20 if it is not managed, forming what is called a "cluster." Thisundoubtedly makes this species an appropriate tree to cultivatefor both palm hearts and fruits. Palm heart can be harvested byselecting only some of the stems, year after year, without killing theindividual while it develops new shoots. The removal of older stemscorresponds to a form of sustainable management for this palm.

On the other hand, E. precatoria forms a solitary stem that inhibitsindividuals of this species from being used as a source of both palmheart and fruits².

In sustainable managed plantations, both in native açaí formationsin the várzea and on terra firme, 400 clusters are recommended

per hectare with a space of 5 m around each plant. Estimating aproduction of 50 kg of fruits per cluster, with 4 stems producingfruits, it is possible for these trees to produce 20 tons of fruit perhectare. In the floodplain the production is 30% higher than on terra firme. The extraction of the açaí oil corresponds to only 1%of the volume of the fruits, which is very low and corresponds to200 liters per hectare³.

1 CALVACANTE, P. B.: Frutas Comestíveis da Amazônia, 1996, 6a Ed , Edições Cejup - MuseuParaense Emílio Goeldi, Belém.2 SHANLEY, P. et. al. : Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica, 2005 , CIFOR, IMAZON,Editora Supercores, Belém, p. 300.3 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosas da Amazônia, não-publicado.

AÇAÍ (Euterpe oleraceae and Euterpe precatoria ,Arecaceae)

57

cartilha_oleo_24nov.indd 56-57 01/12/2009 10:05:30

Page 30: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 30/43

59AÇAÍ UTILIZAÇÃO POPULAR O fruto do açaí é utilizado para o preparo da bebida regional, o vinho de açaí, em referencia à cor vermelha roxa do vinho tintode uva, e constitui um alimento que é consumido em grandesquantidades em toda a Amazônia. Estima-se que o consumodiário chega até 180 mil litros apenas em Belém¹. Devido ao

seu alto valor nutritivo (teor calórico) o “vinho-do-açaí” fazparte da dieta da população, destacando-o como um alimentoessencialmente energético, com um valor calórico superior aodo leite e um teor duplo de lipídios².

O açaí como alimento propicia as seguintes vantagens para ocorpo humano (valores por 100 g de polpa³:

• Lipídios totais (48 g) e Potássio (932 mg)para produção de energia essencial;• Proteínas para o desenvolvimentodos músculos (13.00 g);• Fibras para a atividade dasfunções intestinais (3,15 g);• Antocianinas para o controle do colesterol,responsável pela cor roxa do açaí (926 mg);• Ferro para a oxigenação das

células do sangue (2,6 mg);• Vitamina E (α-Tocoferol 45 mg), antioxidantepara a prevenção do câncer;• Cálcio para o fortalecimento dos ossos,prevenindo contra a osteoporose (386 mg);• Vitamina B1 para a maleabilidade do esqueletoe sua manutenção (0,25 mg).1 Açaí-solteiro (Euterpe precatoria), uma boa opção de exploração agrícola em Rondônia,http://ambientes.ambientebrasil.com.br/ agropecuario/artigo_agropecuario/acai-solteiro.html, (acessado 27/05/09).2 CALVACANTE, P. B.: Frutas Comestíveis da Amazônia, 1996, 6a Ed ,Edições Cejup - Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém.3 ROGEZ, H. Açaí: Preparo, Composição e Melhoramento da Composição. 2000, Belém; EDFPA, pp. 313.

AÇAÍ AÇAÍ POPULAR USAGEThe açaí fruit is used for the preparation of the regional be- verage, “wine of açaí,” which is a reference to the red-purplecolor of red wine made with grapes, and is consumed in largequantities throughout the Amazon. It is estimated that the dai-ly consumption reaches 180 thousand liters in Belém¹. Due to

its high nutritional value (calorific content), the "wine-of-açaí"is part of the diet of the population and is the primary sourceof energetic food, having a superior calorific value and two times more lipids than milk².

Açaí as a food provides the following benefits to the humanbody (values for 100 g of fruit pulp³:

• Total lipids (48 g) and Potassium (932 mg)for essential energy production;• Proteins for the developmentof muscles (13.00 g);• Fiber to help intestinalfunctions (3.15 g);• Anthocyanins for the control of cholesterol, whichare responsible for the purple color of açaí (926 mg);• Iron for the oxygenation of

blood cells (2.6 mg);• Vitamin E (α-Tocopherol 45 mg),as an antioxidant for the prevention of cancer;• Calcium for strengthening of bonesand prevention against osteoporosis (386 mg);• Vitamin B1 for the flexibility andmaintenance of the skeleton (0.25 mg).

AÇAÍ

1 Açaí-solteiro (Euterpe precatoria), uma boa opção de exploração agrícola em Rondônia,http://ambientes.ambientebrasil.com.br/ agropecuario/artigo_agropecuario/acai-solteiro.html, (acessado 27/05/09).2 CALVACANTE, P. B.: Frutas Comestíveis da Amazônia, 1996, 6a Ed ,Edições Cejup - Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém.3 ROGEZ, H. Açaí: Preparo, Composição e Melhoramento da Composição. 2000, Belém; EDFPA, pp. 313.

cartilha_oleo_24nov.indd 58-59 01/12/2009 10:05:30

Page 31: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 31/43

COMPOSIÇÃOO óleo de açaí apresenta-se como umnovo ativo cosmético, originário daFloresta Amazônica, que oferece inú-meros benefícios para a manutenção doequilíbrio cutâneo. Sua estrutura é prin-

cipalmente composta por antocianinas,fitoesteróides, ácidos graxos essenciais(EFAs). O perfil em ácidos graxos do óleode açaí o qualifica como um óleo comes- tível especial, principalmente pela presen-ça do ácido linoléico (Omega 6) e ácidoOléico ( Omega 9 ), além de apresentar,predominantemente em sua composição,ácidos graxos monoinsaturados (de até61%) e ácidos graxos poliinsaturados (deaté 10,6%), ambos recomendados paraprevenção de doenças cardiovasculares¹.

Dentre os fitoesteróides presentes noóleo e açaí destacam-se o Beta-Sitosferol,o Stigmasterol e o Campesterol, sendomuito utilizados pela indústria cosmética,

como preventivos do envelhecimentocutâneo, por promover o metabolismocelular e reduzir processos inflamatórios².

AÇAÍ

1 NASCIMENTO, R. J. : Composição em ácidos graxos do óleo da polpa de açaí extraído com enzimas ecom hexano. 2008, Revista Brasileira de Fruticultura, Vol. 30, N° 02.2 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosas da Amazônia, não-publicado.3 ROGEZ, H. Açaí: Preparo, Composição e Melhoramento da Composição. 2000, Belém; EDFPA, pp. 313.

AÇAÍ COMPOSITIONThe açaí oil represents a new cosmeticingredient, originating from the Amazonforest, which provides many benefitsfor maintaining the cutaneous balance.Its structure is mainly composed of

anthocyanins, phytosterols, and essentialfatty acids (EFAs). The profile of fattyacids in açaí oil qualifies it as a specialedible oil, mainly due to the presenceof linoleic acid (Omega 6) and oleic acid(Omega 9), and is predominantly madeof monounsaturated fatty acids (up to61% ) and polyunsaturated fatty acids (up to 10.6%), both recommended for theprevention of cardiovascular diseases¹.

Among the phytosterols present in açaíoil are beta-sitosferol, stigmasterol, andcampesterol, which are widely used by the cosmetic industry as a preventive for the aging of skin because they stimulate the metabolism of cells and reduce

inflammation².

FATTY ACID COMPOSITION

Ácidos GraxosFatty Acids

Átomos deCarbonoCarbon Atoms

ComposiçãoPercentual

CompositionPercentage

Láurico 12:00 0,04Mirístico 14:00 0,11

Palmítico 16;00 25,93Palmitoleico 16:10 4,88Esteárico 18:00 1,86Oléico (Cis 9) 18:10 52,54 Vacênico (Cis 11) 18:10 3,39Linoleico 18:20 9,72Linolênico 18:30 0,64 Aráquico 20:00 0,12

61

DADOS FÍSICO-QUÍMICOS

Índices Unidades Valores deReferência

Ácidos Graxos LivresFree Fatty Acids % 5

Índice deRefração (40°C)Refraction Value (40°C)

Zeiss 1,20-1,60

Índice de IodoIodine Value g12 / 100g 70

Índice de SaponificaçãoSaponification Value mg KOH/g 193,7Matéria InsaponificávelUnsaponifable Matter % 2-3

Acidez Acid Value mg KOH/g 10,2

Índice de PeróxidoPeroxide value meq/kg 10

DensidadeDensity gr/ltr 0,988

Fonte/Source: Óleo de Açaí cedido pela Engefar lote OBA 001/09 de10/01/2009 Analisado no Laboratório de Operações e SeparaçõesLAOS UFPA. Pelo Eng. de Alimentos Anderson Mathias Pereira.

Fonte/Source: NASCIMENTO, R. J. S.: Composição em Ácidos Graxosdo Óleo da Polpa de Açaí Extraído com Enzimas e Com Hexano. Rev.Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 30, n. 2, p. 498-502, 2008.

Não é por acaso que a cor do Açaí ésemelhante à do vinho tinto. Responsávelpela cor são as antocianinas, uma substân-cia antioxidante, que ajuda no combateao colesterol e aos radicais livres. Porém

o açaí tem até 33 vezes mais antocianinaque a uva³.

It is no coincidence that the color of the açaí is similar to that of red wine. Anthocyanins are responsible for thecolor and are an antioxidant substance that helps to fight cholesterol and free

radicals. However the açaí has up to 33 times more anthocyanins than grapes³.

››

cartilha_oleo_24nov.indd 60-61 01/12/2009 10:05:31

Page 32: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 32/43

CASTANHA-DO-BRASIL (Bertholletia excelsa , Lecythidaceae)

ECOLOGIA Recentemente rebatizada como castanha-do-Brasilé uma das mais importantes espécies de exploraçãoextrativa da Amazônia, ocupando um papel fundamentalna organização sócio-econômica de grandes áreasextrativistas da floresta. A castanheira é uma árvore

muito grande, majestosa e frondosa, alcançandofreqüentemente 50 metros de altura e mais de 2metros de base. O fruto da castanheira é chamado deouriço que no seu interior abriga cerca de 18 amêndoas(castanhas). Para a retirada das amêndoas é necessária aquebra do ouriço, que tem uma casca muita dura e nãoabre espontaneamente¹.

A madeira da castanheira é de ótima qualidade paraconstrução civil e naval. Atualmente, a exploraçãomadeireira de castanheiras nativas é proibida por lei,o que não impede seu plantio com a finalidade dereflorestamento, tanto em plantios puros quanto emsistemas consorciados. Recomenda-se no sistemaconsorciado com culturas perenes e/ou semi-perenes,os espaçamentos 10 m x 25 m, o que corresponde a46 plantas/hectare. A germinação de sementes ocorre

entre 12 a 18 meses e a primeira produção é esperada apartir do 12º ano depois do plantio¹. Uma árvore adultaproduz em media 125 litros de castanha (média de 45castanhas/litro). A semente descascada possui cerca de70% de óleo, na prensagem mecânica (sem a utilizaçãode solventes) é possível retirar 40% desse óleo, ou seja,cada castanheira pode produzir até 50 litros de óleo².1 MÜLLER, C. H. et. al.: A cultura da castanha-do-brasil,1995, Embrapa-CPATU, Coleção plantar, 23, p.65.2 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado.

BRAZIL NUT (Bertholletia excelsa , Lecythidaceae)

ECOLOGY Castanha do Pará, more recently renamed the Brazil nut, isone of the most important species of Amazonian trees thatproduces a commodity. This tree plays a key role in thesocio-economic organization of large forested regions. It isa very large tree, leafy and majestic, often reaching a height

of 50 meters and can be more than 2 meters in diameter.The fruit of the Brazil nut is a large capsule containing 10 to25 seeds (nuts). To remove the seeds the capsule needs tobe broken, which has a very hard and woody shell that hasan opening (when mature) that is small and does not allow the seeds to fall out.

Its wood is of excellent quality for construction andshipbuilding. Currently, it is prohibited by law to log nativeBrazil-nut trees, but this does not prevent people fromplanting them in order to reforest either in pure stands orin mixed plantations. In mixed plantations with perennialand / or semi-permanent crops, it is recommend that the trees are spaced 12 m apart, which corresponds to 69 trees per hectare. The seeds of this species germinate in12 to 18 months and start producing fruits in their 12th year. A mature tree produces an average 125 liters of

seeds (at an average 45 seeds per liter). The peeled seedis approximately 70% oil. An oil press can extract (without the use of solvents) 40% of the oil, which means each treecan produce up to 50 liters of oil per year.

1 MÜLLER, C. H. et. al.: A cultura da castanha-do-brasil,1995, Embrapa-CPATU, Coleção plantar, 23, p.65.2 MORAIS, L. R. : Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado.

63

cartilha_oleo_24nov.indd 62-63 01/12/2009 10:05:31

Page 33: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 33/43

CASTANHA-DO-BRASILUTILIZAÇÃO POPULAR Popularmente a amêndoa da castanhaé muito utilizada como ingrediente naculinária e na fabricação de biscoitos esorvetes. Seu valor protéico de 18% ébastante expressivo, sendo denominado

como "carne vegetal", sendo que o consu-mo de duas amêndoas equivale o valorprotéico de um ovo¹. O leite da castanha,semelhante ao leite de coco, é usado nopreparo de pratos típicos regionais. Oóleo da castanha é aplicado no cabeloque em contato com o sol torna-os maisclaros. É freqüentemente utilizado pelasadolescentes e gestantes na prevenção deestrias. O preparo de um chá, deixandoágua por algumas horas dentro do ouriço,é considerado um ótimo remédio parahepatite, anemia e problemas intestinais².O óleo da castanha pode ser usado naculinária em saladas e refogados.

1 MÜLLER, C. H. et. al.: A cultura da castanha-do-brasil, 1995, Embrapa-CPATU, Coleção plantar, 23, p.65.2 SHANLEY, P. et. al. : Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica, 2005 , CIFOR, IMAZON, Editora Supercores, Belém, p. 300.

BRAZIL NUTPOPULAR USAGEThe seed is widely used as aningredient in cooking and in makingcookies and ice cream. It is 18%protein, which is quite significant; theconsumption of two seeds has the

same amount of protein that is in oneegg¹. The fresh seeds, similar to freshcoconut, are used in the preparationof typical regional dishes. The seed oilis applied to hair and, when exposed to the sun, the hair becomes brighter.The oil is also used by teenagers and women to prevent cellulite. A tea isprepared by leaving water in the fruitfor a few hours, and is consideredan excellent remedy for hepatitis,anemia, and intestinal problems².The oil from the seeds can be usedfor cooking (e.g, in salads and whenbraising food).

65

cartilha_oleo_24nov.indd 64-65 01/12/2009 10:05:33

Page 34: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 34/43

CASTANHA-DO-BRASILCOMPOSIÇÃOO óleo de castanha é altamente nutritvo,contendo 75% acidos graxos insaturadoscompostos principalmente por ácidopalmítico, olêico e linolêico, além defitoesteróides sistosterol e as vitaminas

lipossolúveis A e E. Extraído da primeiraprensagem, pode se obter um azeiteextra-virgem podendo substituir o azeiteda oliva por seu sabor suave e agradável¹.

A castanha é uma rica fonte de magnesio, tiamina e possui as mais altas concentra-ções conhecidas de selênio (126 ppm²),com propriedades antioxidantes. Algumaspesquisas indicaram que o consumo deselênio está relacionado com a reduçãodo risco de cancer de prostata³ e reco-mendam o consumo de castanhas-do-pará como uma medida preventiva.

As proteinas encontradas na castanha-do-Brasil são muito ricas em aminoacidos

sulfurados como a cisteína (8%¹) e a me- tionina (18%¹). A presença desses amino-acidos (methionine) melhora a adsorbçãode seleninum e outros minerais.

1 SUN, S.S. et. al.: Properties, biosynthesis and processing of a sulfur-rich protein in Brazil nut (Bertholletia excelsa H.B.K.).1987, Eur J Biochem. 162(3):477-83.2 CHUNHIENG, T. et. al.: Study of selenium distribution in the protein fractions of the Brazil nut, Bertholletia excels;2004, J Agric Food Chem. 52(13):4318-22..3 KLEIN, E. A. et. al. "SELECT: the next prostate cancer prevention trial. Selenum and Vitamin E Cancer Prevention Trial.",2001, J. Urol. 166(4):1311-5.

AÇAÍ BRAZIL NUTCOMPOSITIONThe seed oil is highly nutritious,containing 75% unsaturated fatty acidscomposed mainly of palmitic, oleic, andlinolenic acids, as well as the phytosterolsistosterol, and the fat-soluble vitamins

A and E. Extra-virgin oil can be obtainedduring the first pressing of the seeds, which can be used as a substitute forolive oil because of its mild and pleasantflavor¹.

The seeds are also rich in magnesium, thiamine, and have the highest knownconcentrations of selenium (126 ppm²)of any seed in the world, which hasantioxidant properties. Some studiesindicate that the consumption of seleniumis associated with a reduction in the riskof prostate cancer³ and recommend the consumption of these seeds as apreventive measure.

The proteins in the seeds are very rich insulfur amino acids, such as cysteine (8%¹)and methionine (18% 1); the presence ofmethionine enhances the adsorption ofselenium and other minerals.

Due to its anti-free radical, antioxidant,and moisturizing properties, the cosmeticindustry uses the seed oil from this treein anti-aging skin products. It is alsoconsidered one of the best conditioners

for damaged and dehydrated hair.

A indústria cosmética emprega o óleo decastanha por suas propriedades anti-radicais livres, antioxidantes e hidratantesnas formulações anti-aging prevenindo oenvelhecimento cutâneo e é considerado

um dos melhores condicionadores paracabelos danificados e desidratados.

FATTY ACID COMPOSITION

Ácidos GraxosFatty Acids

Átomos deCarbonoCarbon Atoms

ComposiçãoPercentual

CompositionPercentage

Mirístico 14:00 0,047Palmítico 16:00 18,13Palmitoleico 16:10 0,73Esteárico 18:00 13,17Oléico 18:10 47,02Linoleico 18:20 15,20Outros 4,20

DADOS FÍSICO-QUÍMICOS

Índices Unidades Valores deReferência

Ácidos Graxos LivresFree Fatty Acids % 10,9

Índice deRefração (40°C)Refraction Value (40°C)

Zeiss 1,465

Índice de IodoIodine Value g12 / 100g 100,2

Índice de SaponificaçãoSaponification Value mg KOH/g 190

Matéria InsaponificávelUnsaponifable Matter % 0,5

Acidez Acid Value mg KOH/g 1

Índice de PeróxidoPeroxide value meq/kg 14,55

DensidadeDensity gr/ltr 0,917

Fonte/Source: Óleo de Castanha cedido pela Engefar Lote OCA 006/0825/08/2008 Analisado pela Universidade Federal de Minas Gerais, Institutode Ciências Exatas Departamento de Química / Colegiado de Extensão.Parte integrante da tese do Doutorando Denilson da Silva Costa.

Fonte/Source: Óleo de Castanha cedido pela Engefar loteLote OCA 006/08 25/08/2008 Analisado no Laboratório deOperações e Separações LAOS UFPA. Pelo Eng. de Alimentos Anderson Mathias Pereira

››

67

cartilha_oleo_24nov.indd 66-67 01/12/2009 10:05:33

Page 35: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 35/43

Page 36: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 36/43

TUCUMÃUTILIZAÇÃO POPULAR O tucumã possui muitas utilidades, ocaroço é utilizado no artesanato, asfolhas fornecem uma fibra bastanteresistente, que é usado nas cestarias,e a polpa do fruto é consumida em

natura ou em forma de um sucodenominado “vinho de tucumã”,que é macerada com água e aindaem forma de sorvete. A polpa queé altamente nutritiva contém umdos mais elevadas concentraçõesde pro-vitamina A "beta caroteno"(52 mg/100 gr de polpa¹), valorsó igualável à polpa do buriti. Emcomparação a concentração debeta caroteno na cenoura é de 6,6mg/100 gr de polpa². O óleo de tucumã é empregado na cozinha eem massagem.

1 CALVACANTE, P. B.: Frutas Comestíveis da Amazônia, 1996, 6a Ed , E dições Cejup - Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém.2 ALMEIDA, A. G. et. al: Beta caroteno na prática clínica, Instituto de Metabolismo e Nutrição ,http://www.nutricaoclinica.com.br/beta-caroteno-na-pratica-clinica.html (acessado 17/11/2009)

TUCUMÃPOPULAR USAGEThe fiber has many uses, theleaves provide a very resistantfiber, ideal for basketry, theseeds are used in handicraftsand the fruits are consumed

raw or in the form of a juicecalled "wine of tucumã,” whichis mixed with water or madeinto an ice cream. The pulp is very nutritious containing oneof the highest concentrations ofprovitamin A "beta-carotene"(52 milligrams per 100 g pulp¹),equaling the value found in thepulp of buriti. In comparison theconcentration of beta carotenein carrots is 6.6 milligrams/100 g pulp². Its oil is used in cookingand in massages.

71

cartilha_oleo_24nov.indd 70-71 01/12/2009 10:05:34

Page 37: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 37/43

TUCUMÃCOMPOSIÇÃOO óleo de tucumã extraído da polpa contém25,6 % de ácidos graxos saturados e 74,4%de insaturados, representados pelos ácidos graxos palmítico, esteárico, oléico e lino-léico. Como ele é rico em ômega 3, 6 e 9,

comporta-se como um excelente hidratantesendo empregado em produtos cosméticospara a hidratação da pele, loções corporaise produtos capilares para cabelos danifica-dos. É também um excelente emoliente queapresenta alto poder de espalhabilidade. O valor do “beta caroteno” no óleo de tucumãé mais concentrado do que na polpa, atingin-do o valor de 180 a 330 mg/100g de óleo¹.1 BORA, P. S. et. al.: Characterization of the oil and protein fra ctions of tucuma (Astrocaryum vulgareMart) fruit. 2001, Ciencia y Technologia Alimentaria, Ourense, Espanha, v. 3, n. 2, p. 111-116.

TUCUMÃCOMPOSITIONThe oil extracted from the pulpcontains 25.6% saturated fattyacids and 74.4% unsaturated fattyacids composed of palmitic, stearic,oleic, and linoleic acids. As it is rich

in omega 3, 6 and 9, it is a goodmoisturizer and is used in cosmeticsin skin moisturizers, body lotions, andproducts for damaged hair. It is alsoan excellent emollient that spreads well. The value of beta-carotene(which is 180 to 330 milligrams/100goil) is more concentrated in the oil than in the pulp¹.

COMPOSIÇÃO ÁCIDOS GRAXOSFATTY ACID COMPOSITION

Ácidos GraxosFatty Acids

Átomos de CarbonoCarbon Atoms

Composição PercentualComposition Percentage

Palmítico 16:00 25,7Oléico 18:10 65,67

Linoléico 18:20 3,65Linolênico 18:30 4,97

DADOS FÍSICO-QUÍMICOSPHYSICAL-CHEMICAL FACTORS

Índices UnidadesUnity

Valores de ReferênciaReference Value

Ácidos Graxos LivresFree Fatty Acids % 5,15

Índice de Refração (40°C)Refraction Value (40°C) Zeiss 1,4562

Índice de IodoIodine Value g12 / 100g 82

Índice de SaponificaçãoSaponification Values mg KOH/g 188,4

Matéria InsaponificávelUnsaponifable Matter % 1,4

Acidez Acid Value mg KOH/g 2,58

Índice de PeróxidoPeroxide Value meq/kg 1,72

DensidadeDensity gr/ltr 0,982

Ponto de FusãoMelting Point °C 27-35

Fonte/Source: SERRUYA, H. et al: Propriedades físico-químicas e composição de ácidos graxos,1979. Trabalho apresentado na 31ª Reunião da SBPC (Fortaleza – Ceará)

73

cartilha_oleo_24nov.indd 72-73 01/12/2009 10:05:34

Page 38: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 38/43

BACURI(Platonia insignis , Clusiaceae)

ECOLOGIA O bacuri é natural do Estado do Pará e as maioresconcentrações são encontrados nas regiões do Salgado,Bragantina e Ilha Marajó. Esta árvore pode alcançar25 m de altura e 1,5 m de diâmetro. Cresce em terrafirme e fornece uma madeira de cor amarela, compacta,

resistente, que não apodrece facilmente, utilizada, porestas qualidades, nas construções navais. O fruto, quepesa em média 250 g, tem um formato ovalado cobertopor uma casca, cuja espessura varia entre 0,7 a 1,6cm, representando 70% do peso. A parte comestívelcorresponde ao endocarpo, e representa 13% do pesodo fruto. O endocarpo é de cor branca, com aromaforte e sabor adocicado. Encontra-se em cada fruta emmédia 4 sementes oleosas, quando seca (umidade 20 %),contendo 72 % de uma gordura resinosa pardo-escura,quase preta. A gordura tem cheiro desagradável e suafiltração é difícil. O rendimento em óleo por prensagem éaproximadamente de 40%¹.

Estima-se que a produtividade em média de frutos porplanta a cada ano seja de 400 frutos. A espécie apresentaciclicidade de produção, ou seja, anos de elevada

produção de frutos que são sucedidos por um, dois ou até três anos de baixa produção². O bacurizeiro propaga-seatravés de sementes, raízes e enxertia. Plantas propagadaspor sementes somente entram em fase de produção em12 a 15 anos após o plantio, enquanto as provenientesde enxertia possibilitam que as plantas entrem em fasereprodutiva entre cinco a seis anos após o plantio³.

1 MORAIS, L. R. :Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosas da Amazônia, não-publicado2 SHANLEY, P. et. al. : Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica, 2005 ,CIFOR, IMAZON, Editora Supercores, Belém, p. 300.3 CARVALHO, J. E. U. et. al.: Métodos de propagação do bacurizeiro,(Platonia insignis Mart.), 2002, Embrapa Amazônia Ocidental, Circular Técnica 30, p. 12.

BACURI(Platonia insignis , Clusiaceae)

1 MORAIS, L. R. :Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosas da Amazônia, não-publicad2 SHANLEY, P. et. al. : Frutíferas e plantas úteis na vida amazônica, 2005,CIFOR, IMAZON, Editora Supercores, Belém, p. 300.3 CARVALHO, J. E. U. et. al.: Métodos de propagação do bacurizeiro,(Platonia insignis Mart.), 2002, Embrapa Amazônia Ocidental, Circular Técnica 30, p. 12.

ECOLOGY Bacuri is native to the state of Pará, where thehighest concentrations are found in the Salgado,Bragantina, and the Marajó island regions. This tree can reach 25 m in height and 1.5 m indiameter. It grows on terra firme and the timber

is yellow, compact, resistant to rotting, and therefore is used in the construction of boats.The fruit of this species, which weighs 250 g onaverage, is oval and covered by a shell, which is0.7 to 1.6 cm thick and 75% of the weight of thefruit. The edible part of the fruit is the endocarp,and represents 13% of the weight of the fruit.It is white, with a strong aroma and sweet taste.The fruit usually has 4 oily seeds, and whendried (moisture content of 20%) they contain72% fat, which is resinous and dark brown toalmost black. The fat has an unpleasant smell andfiltration is difficult. Pressing the seeds extractsapproximately 40% of the oil¹.

It is estimated that an average tree willproduce 400 fruits per year. The number of

fruits produced per year varies. A year of highfruit production is succeeded by one, two, or three years of low production². Propagation ispossible via seeds, roots, and by grafting. Plantspropagated by seeds mature12 to 15 years after they are planted while it only takes five to six years using the grafting method³

75

cartilha_oleo_24nov.indd 74-75 01/12/2009 10:05:34

Page 39: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 39/43

BACURIUTILIZAÇÃO POPULAR O fruto do bacuri é muito procuradonas feiras de Belém para o preparode doces, tortas, compotas, sucos esorvetes. Sua semente não tem utilidadena alimentação e é descartada. Os

caboclos da região central da Ilha doMarajó retiram o óleo das sementes com grande dificuldade, pois as sementes sãocolocadas de molho em água por maisde um ano e depois são fervidas, sendoo óleo retirado da superfície da águafervente. As aplicações deste óleo à nívelfitoterápico é popularmente difundidano Marajó como sendo um remédioeficaz contra picadas de aranhas, cobras,e no tratamento de problemas de pelee contra dor de ouvido além de serconsiderado um remédio miraculosocontra reumatismos e artrites. Amanteiga de bacuri dá um tom douradoà pele, em poucos minutos após suaaplicação, ela é absorvida e a pele fica

com um toque aveludado, além de tirarmanchas e diminuir cicatrizes¹.

1 MORAIS, L. R. Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado

BACURI

1 MORAIS, L. R. Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado

POPULAR USAGEThe bacuri fruit is highly demandedin the markets of Belém and usedfor the preparation of sweets, cakes,jams, juices, and ice creams. Its seedsare not used and are discarded. The

caboclos of the central region of theMarajó island have great difficultyremoving the oil from the seed,because the seeds have to be soakedin water for over a year. They are then boiled and the oil is skimmed off the surface of the boiling water. Theoil has phytotherapeutic applicationsand is popularly used on Marajó asa remedy against spider and snakesbites, as a treatment for skin problemsand ear aches, and is considered to be a miraculous remedy againstrheumatism and arthritis. The butter ofbacuri gives a golden tone to the skin.It is absorbed a few minutes after it isapplied and the skin becomes velvety

to the touch; it also removes spots andreduces scarring¹.

77

cartilha_oleo_24nov.indd 76-77 01/12/2009 10:05:35

Page 40: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 40/43

BACURICOMPOSIÇÃO A composição graxa do óleo debacuri corresponde a um óleo de altaabsorção, devido ao seu elevado nívelde tripalmitina (50 a 55%), que agecomo um conduinte penetrando na pele

rapidamente. O alto valor do ácido graxopalmitoléico (5%), em comparação comoutros óleos que não possuem mais que0,5 a 1,5 %, qualifica o óleo do bacuricomo um emoliente fantástico podendo também ser utilizado como umectante¹.

O ingrediente bioativo tripalmitina éutilizado em comprimidos mastigáveispor ter uma hidrolise lenta, isso atenuaos efeitos colaterais de medicamentospesados e dosa as quantidades para queo organismo fique sempre absorvendo assuas ações medicamentosas, de acordocom a farmacocinética. A atual fonte de tripalmitina no mundo é de uma plantachamada vulgarmente de Japanisi wax

(Rhus succedanea) que é originaria do Japão¹.

1 MORAIS, L. R. Banco de Dados Sobre EspéciesOleaginosas da Amazônia, não-publicado

BACURICOMPOSITIONThe grease of the bacuri oil has a high ab-sorption rate, due to its high level of tripalmi- tin (50% to 55%), which penetrates the skinquickly. The high amount of fatty palmitoleicacid (5%), compared to other oils (less than

or equal to 0.5 to 1.5%), makes the bacurioil a fantastic emollient, which can also beused as a moisturizing agent¹.

The bioactive ingredient tripalmitin is usedin pills to slow the diffusion of drugs intoan organism; releasing the proper quantityof a drug reduces the side effects of strongmedicines that are absorbed by the organismaccording to pharmacokinetics. Thecurrent source of tripalmitin is from a plantcommonly called Japanese wax tree (Rhussuccedanea), which is originally from Japan¹.

79

COMPOSIÇÃO ÁCIDOS GRAXOSFATTY ACID COMPOSITION

Ácidos GraxosFatty Acids

Átomos de CarbonoCarbon Atoms

Composição PercentualComposition Percentage

Palmítico 16:00 70,26Palmitoleico 16:10 5,61Oléico 18:10 24,13

DADOS FÍSICO-QUÍMICOSPHYSICAL-CHEMICAL FACTORS

Índices UnidadesUnity

Valores de ReferênciaReference Value

Índice de IodoIodine Value g12 / 100g 57

Índice de SaponificaçãoSaponification Values mg KOH/g 211

Acidez Acid Value mg KOH/g 10,71

Índice de PeróxidoPeroxide Value meq/kg 5

Ponto de FusãoMelting Point °C 35

Fonte/Source: MORAIS, L. R. B.: Produção de óleo de duas espécies amazônicas porprensagem: Bacuri Platonia insignis (Mart.) e Pracachy Pentaclethra macroloba (Willd),2005, Monografia em Curso de Mestrado Em Química Orgânica, Universidade Federal doPará,Centro de Ciências Exatas e Naturais 76pp. Não publicada.

Fonte/Source: MORAIS, L. R. B.: Produção de óleo de duas espécies amazônicas porprensagem: Bacuri Platonia insignis (Mart.) e Pracachy Pentaclethra macroloba (Willd),2005. Monografia em Curso de Mestrado Em Química Orgânica, Universidade Federal doPará,Centro de Ciências Exatas e Naturais 76pp. Não publicada.

cartilha_oleo_24nov.indd 78-79 01/12/2009 10:05:35

Page 41: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 41/43

VER-O-PESO

81

cartilha_oleo_24nov.indd 80-81 01/12/2009 10:05:35

Page 42: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 42/43

83O escritor Euclides da Cunha definiu a Amazônia como “o maior

palco já montado pela natureza onde o homem chegou cedodemais”. Talvez os amazônidas sejam vítimas da sua própriaantecipação e grandeza. Seria redundante citar o quanto osdesafios amazônicos são imensos, a valorização de seus produtose conseqüentemente a sua biomassa é um destes.

Euclides da Cunha defined the Amazon as "the greatestmasterpiece of nature in which man came too soon." Perhapsthe Amazonians are victims of their anticipation and magnitude.It would be redundant to mention how the challenges in the

Amazon are immense. However, increasing the value of the products that come from this region, and consequentially theamount of each product, is one of them.

cartilha_oleo_24nov.indd 82-83 01/12/2009 10:05:38

Page 43: 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

8/18/2019 13 Cartilha Oleo 30nov 163600

http://slidepdf.com/reader/full/13-cartilha-oleo-30nov-163600 43/43


Recommended