+ All Categories
Home > Documents > Area Classificada

Area Classificada

Date post: 18-Oct-2015
Category:
Upload: unipsouza
View: 21 times
Download: 2 times
Share this document with a friend
156
 19 1. CONCEITOS SOBRE ÁREAS CLASSIFICADAS Conceituada como aquela na qual uma atmosfera explosiva de gás está presente ou é prov ável a sua ocorrência a ponto de exigir precau ções especiais para a construção, instalação e utilização de equipamento elétrico.  A classificação de áreas é regida pe la norma internacional IEC60079.10 [1] O objetivo de prover os equipamentos elétricos a serem instalados nestes locais de um tipo específico de proteção é o de eliminar ou isolar a fonte de ignição, evitando a ocorrência simultânea de um dos três componentes (que formam o triângulo do fogo), necessários para que ocorra a explosão, ou seja, o combustível, o oxigênio ou a fonte de ignição. Figura 1 - Triângulo de Fogo [2] Conseqüentemente, classificar uma área significa elaborar um mapa de classificação de área que define, entre outras coisas, o volume de risco dentro do qual pode ocorrer a mistura inflamável.
Transcript
  • 5/28/2018 Area Classificada

    1/156

    19

    1. CONCEITOS SOBRE REAS CLASSIFICADAS

    Conceituada como aquela na qual uma atmosfera explosiva de gs est

    presente ou provvel a sua ocorrncia a ponto de exigir precaues

    especiais para a construo, instalao e utilizao de equipamento eltrico.

    A classificao de reas regida pela norma internacional IEC60079.10[1]

    O objetivo de prover os equipamentos eltricos a serem instalados nestes

    locais de um tipo especfico de proteo o de eliminar ou isolar a fonte de

    ignio, evitando a ocorrncia simultnea de um dos trs componentes (que

    formam o tringulo do fogo), necessrios para que ocorra a exploso, ou

    seja, o combustvel, o oxignio ou a fonte de ignio.

    Figura 1 - Tringulo de Fogo

    [2]

    Conseqentemente, classificar uma rea significa elaborar um mapa de

    classificao de rea que define, entre outras coisas, o volume de risco dentro

    do qual pode ocorrer a mistura inflamvel.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    2/156

    20

    1.1 REAS CLASSIFICADAS CONFORME NORMA BRASILEIRA EINTERNACIONAL

    A partir do momento em que o Brasil passou a adotar a normalizao

    internacional, assumimos no ambiente industrial a parte conceitual e de

    terminologia que praticada internacionalmente e que difere bastante da

    americana at ento praticada, conforme veremos a seguir.

    Em vez de classificar ambientes em classes (conforme a norma

    americana que se refere s substncias inflamveis no local), a norma

    internacional fala de Grupos (porm referidos aos equipamentos eltricos).

    Ou seja:

    a) Grupo I so equipamentos fabricados para operar em minerao

    subterrnea;

    b) Grupo II so equipamentos fabricados para operao em outras

    indstrias (indstria de superfcie), sendo subdividido, conforme as

    caractersticas das substncias inflamveis envolvidas, em IIA, IIB e IIC.

    As subdivises em IIA, IIB e IIC seguem o mesmo principio da

    normalizao americana, isto , esta ordem tambm indica uma gradao de

    periculosidade da substncia, do ponto de vista do comportamento durante

    uma exploso. A diferena est no fato de que a ordem inversa do NEC[VII]

    alm de serem apenas trs grupos de substncias, ao invs de quatro.

    As substncias e os seus respectivos grupos esto definidos assim:

    a) Grupo IIA Atmosfera contendo as mesmas substncias do grupo D

    (propano) do NEC[VII] art.500, exceto pela incluso de acetaldedo e

    monxido de carbono (estes pertencentes ao Grupo C do NEC[VII]);

  • 5/28/2018 Area Classificada

    3/156

    21

    b) Grupo IIB Atmosfera contendo as mesmas substncias do Grupo C

    (etileno) do NEC[VII] art.500, exceto pela incluso de acrolena;

    c) Grupo IIC Atmosfera contendo as mesmas substncias dos grupos A

    (acetileno) e B (hidrognio) do NEC[VII] Art. 500.

    Tabela 1 Classificao de reas [3]GS

    Representativo doGrupo

    ANBT[I] / IEC[V] API[II]/ NEC[VII]Art.500

    Propano Grupo II A Grupo D

    Etileno Grupo II B Grupo C

    Hidrognio Grupo II C Grupo BAcetileno Grupo II C Grupo A

    1.2 O CONCEITO DE ZONA

    A denominao adotada pela norma brasileira/internacional para designar

    o grau de risco encontrado no local ZONA em lugar do termo DIVISO

    prescrito na tecnologia americana.

    Assim so definidas trs tipos de ZONAS, a saber:

    a) ZONA 0 - local onde a ocorrncia de mistura inflamvel/explosiva

    contnua, ou existe por longos perodos;

    b) ZONA 1 - local onde a ocorrncia de mistura inflamvel/explosiva

    provvel de acontecer em condies normais e operao do

    equipamento de processo;

    c) ZONA 2 - local onde a ocorrncia de mistura inflamvel explosiva

    pouco provvel e acontecer e se acontecer por curtos perodos.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    4/156

    22

    Figura 2 - Classificao de reas em Refinarias[2]

    Pelas definies acima temos:

    a) ZONA 1 - correspondendo a Diviso 1;

    b) ZONA 2 - correspondendo a Diviso

    O conceito denominado ZONA 0, no tem equivalente na designao

    americana e oriundo da normalizao europia, significando os ambientes

    internos a equipamentos de processo e que tenham comunicao com o meio

    externo, formando mistura inflamvel/explosiva todo o tempo.

    Como exemplo , a parte situada acima da superfcie do lquido inflamvele interna a um tanque de armazenamento, onde existe uma altssima

    probabilidade de formao de mistura inflamvel/explosiva durante

    praticamente todo o tempo.

    So reas restritas a partes internas de equipamentos de processo.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    5/156

    23

    Figura 3 - Classificao de Zonas[2]

    Temos no Brasil um nmero muito grande de indstrias de processo que

    ainda adotam a tecnologia americana por fora de origem de seus projetos. A

    internacionalizao da economia, e o desenvolvimento de programas de

    produtividade e qualidade industrial esto trazendo novos desafios, exigindo

    uma reavaliao dos nossos mtodos e tcnicas at hoje empregados.

    A adoo de uma tecnologia internacional possibilita uma maior

    aproximao com os pases desenvolvidos e o aproveitamento de solues

    tcnicas muito evoludas, tanto do ponto de vista econmico, quanto do ponto

    de vista de segurana.

    Os mtodos de instalao previstos pela normalizao internacionalIEC60079-14[4] incluem tambm a prtica americana, uma vez que o objetivo

    do organismo de normalizao internacional equalizar no restringir a

    tecnologia que adotada pelos pases membros.

    Portanto a norma IEC[V] oferece vrias alternativas para a escolha do

    usurio.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    6/156

    24

    O documento que define a forma de aplicao dos equipamentos eltricos

    nas reas classificadas o NEC[VII], que estabelece os requisitos que devem

    ser obedecidos quando da construo e montagem desses equipamentos.

    1.3 EQUIPAMENTOS ELTRICOS PERMITIDOS EM REAS

    CLASSIFICADAS

    Equipamentos eltricos ou outros equipamentos que possam constituir-se

    numa fonte de ignio no devem ser instalados em reas Classificadas, a

    menos que seja estritamente essencial sua instalao neste local, para aoperao. Os equipamentos e dispositivos eltricos devem possuir

    caractersticas inerentes que os capacitem a operar em reas Classificadas,

    com o mnimo risco a causarem inflamao do ambiente onde esto instalados.

    Para isso so utilizadas diversas tcnicas construtivas que so aplicadas

    de forma a reduzir o risco de exploso ou incndio provocado pela sua

    operao. A figura vem ilustrar uma das tcnicas utilizada quando se pretendeobter uma proteo no centelhante.

    Figura 4 - Tipo de Proteo[2]

    1.4 MTODOS DE PREVENO

    Existem vrios mtodos de preveno que permitem a instalao de

    equipamentos eltricos geradores de fascas eltricas e temperaturas de

    superfcies capazes de detonar a Atmosfera Potencialmente Explosiva de uma

  • 5/28/2018 Area Classificada

    7/156

    25

    rea Classificada. Estes mtodos de proteo baseiam-se em um dos

    princpios:

    a) Confinamento da exploso (figura 6): Mtodo que evita a detonao

    da atmosfera explosiva confinando a exploso em um compartimento

    capaz de resistir a presso desenvolvida durante uma possvel exploso,

    no permitindo a propagao para as reas vizinhas (Exemplo:

    equipamento prova de exploso);

    b)Segregao de fasca (figura 4): Mtodo que visa separar fisicamente

    a atmosfera potencialmente explosiva da rea Classificada da fonte de

    ignio. (Exemplo: equipamentos pressurizados, imersos ou

    encapsulados);

    c)Preveno (figura 5): Mtodo que controla a fonte de ignio de forma

    a no possuir energia eltrica e trmica suficiente para detonar a

    atmosfera explosiva da rea Classificada. (Exemplo: equipamentos

    intrinsecamente seguros).

    Figura 5 - Segurana Intrnseca[2]

    1.5 TIPOS DE PROTEO DE EQUIPAMENTOS PARA USO EM REASCLASSIFICADAS

    Os tipos de proteo para equipamentos Ex, conforme a IEC[V]e ABNT[I]

    a simbologia associada, definio e Normas aplicveis esto relacionadas na

    tabela abaixo:

  • 5/28/2018 Area Classificada

    8/156

    26

    Tabela 2 - Tipos de Proteo Segundo a Norma IEC[V][3]

    Tipo e Proteo

    Smbolo

    IEC /

    ABNT

    Definio NormasIEC / ABNT

    prova de

    exploso Ex-d

    Capaz de suportar exploso

    interna sem permitir que

    essa exploso se propague

    para o meio externo

    IEC 60079.1[5]

    (NBR 5363[6])

    PressurizadoEx-p

    Invlucros com presso

    positiva interna, superior

    presso atmosfrica, de

    modo que se no houver

    presena de mistura

    inflamvel ao redor do

    equipamento esta no entre

    em contato com partes que

    possam causar umaignio.

    IEC 60079.2[7]

    (NBR 5420[8])

    Imerso em leo 1

    Imerso em areia 2

    imerso em resina2

    Ex-o

    Ex-q

    Ex-m

    As partes que podem

    causar centelhas ou alta

    temperatura se situam em

    um meio Isolante.

    IEC 60079.6[9]

    (NBR 8601[10])

    IEC 60079.5[11]

    -

    IEC

    60079.18[12]

    -

    1No aceito pelas classificadoras em virtude da inflamabilidade do leo Isolante.

    2No comumente utilizado - tecnologia antiga

  • 5/28/2018 Area Classificada

    9/156

    27

    Tabela 3 Tipos de Proteo Segundo a Norma IEC[V][3]

    Tipo e Proteo

    Smbolo

    IEC /

    ABNT

    DefinioNormas

    IEC / ABNT

    Segurana

    aumentada Ex-e

    Medidas construtivas

    adicionais so aplicadas a

    equipamentos que em

    condies normais de

    operao no produzem

    arcos, centelhas ou altas

    temperaturas

    IEC60079.7[13]

    (NBR 9883[14])

    Segurana

    intrnseca

    Ex-ia

    Ex-ib

    Dispositivo ou circuito que

    em condies normais ou

    anormais (curto-circuito,

    etc.) de operao no

    possui energia suficiente

    para inflamar a atmosfera

    explosiva.

    IEC

    60079.11[15]

    (NBR 8447[16])

    Especial Ex-sUsado para casos ainda

    no previstos em norma.

    Ateno: Equipamentos Ex construdos e certificados para uso em Zona 1,como por exemplo os de tipo Prova de Exploso (Ex-d), podem ser utilizados

    em Zona 2, porm ao contrrio no vlido, ou seja, equipamentos certificados

    para Zona 2, como os do tipo no-acendvel (Ex-n), no podem ser utilizados

    em Zona 1, pois so de concepo mais simples (requisitos construtivos menos

    rigorosos que os adotados para Zona 1).

  • 5/28/2018 Area Classificada

    10/156

    28

    Nota: Dentro os diversos tipos de proteo existentes, os nicos que

    dependem do grupo de Gs so os Ex-d e o Ex-i. Portanto quando se

    especificar qualquer um destes tipos de proteo deve-se citar tambm o grupo

    de gs para o qual eles devem atender e a classe de temperatura.

    Figura 6 - Prova de Exploso[2]

    1.6 TEMPERATURA MXIMA DE SUPERFCIE

    A mais alta temperatura que atingida (tabela 3) em servio, sob as mais

    adversas condies (porm dentro das tolerncias) por qualquer parte ou

    superfcie de um equipamento eltrico que seja capaz de provocar a ignio de

    uma atmosfera inflamvel dentro da rea Classificada ao redor do

    equipamento.

    Nota:As mais adversas condies incluem sobrecargas ou defeitos previstos

    na respectiva norma para o tipo de proteo.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    11/156

    29

    Tabela 4 - Temperaturas Mximas de Superfcie do Equipamento[3]

    Classes

    de

    Temperatura

    Mxima Temperatura

    de

    Superfcie do

    Equipamento

    Temperatura

    de Ignio do

    Material Combustvel

    T1 450 C 450 C

    T2 300 C 300 C

    T3 200 C 200 C

    T4 135 C 135 C

    T5 100 C 100 CT6 85 C 85 C

    1.7 CLASSIFICAO EM GRUPOS

    Na classificao agrupa os diversos materiais pelo grau de periculosidade

    que proporcionam, conforme a normalizao IEC[V]

    Tabela 5 - Classificao em Grupos[3]

    Grupos Descrio

    Grupo I Ocorre em minas onde prevalece o gs da famlia do metano

    (grisu) e poeiras de carvo.

    Grupo II Ocorre em indstrias de superfcie (qumicas, petroqumicas,

    farmacuticas, etc.), subdividindo-se em IIA, IIB e IIC

    Grupo IIA Ocorre em atmosferas explosivas, onde prevalece os gasesda famlia do propano (plataformas de perfurao e

    produo)

    Grupo IIB Ocorre em atmosferas explosivas, onde prevalece os gases

    da famlia do etileno

    Grupo IIC Ocorre em atmosferas explosivas, onde prevalece os gases

    da famlia do hidrognio (incluindo acetileno)

  • 5/28/2018 Area Classificada

    12/156

    30

    Nota: O Grupo de maior periculosidade o Grupo IIC, seguido pelos

    Grupos IIB e IIA, nesta ordem. Conseqentemente, se um equipamento

    projetado para o grupo IIB, poder tambm ser instalado em locais com

    possibilidade de ocorrncia de gases do Grupo IIA, mas nunca em locais com

    gases do Grupo IIC.

    Figura 7 Mapa da Classificao de reas do Parque de Esferas de GLP[2]

    O mapa da figura 7 apresenta o parque das esferas, local onde

    armazenado o GLP - Gs Liquefeito de Petrleo. A regio com hachura maior

    representa o espao fsico destas esferas (definido como ZONA 2), trata-se de

    uma regio em cu aberto, possui ventilao natural.

    Caso ocorra vazamento, a regio com hachura menor, (local das

    canaletas e/ou piscinas) concentrar volume maior de GLP, classificando a

  • 5/28/2018 Area Classificada

    13/156

    31

    rea como ZONA 1. O GLP, possui peso especfico maior do que o ar e como

    as vlvulas nas tubulaes de gs no so estanque, toda a regio fica

    classificada como ZONA 1.

    1.8 CONSIDERAES SOBRE AS REAS CLASSIFICADAS

    Os equipamentos eltricos por sua prpria natureza podem se constituir

    em fonte de ignio quando operando em uma atmosfera explosiva (rea

    Classificada). Essa fonte de ignio pode ser ocasionada pelo centelhamento

    normal devido a abertura e fechamento de seus contatos, ou por apresentar

    temperatura elevada, esta podendo ser intencional (para atender a uma funo

    prpria do equipamento) ou provocada por correntes de defeito (curto-circuito).

    A energia necessria para causar a inflamao de uma atmosfera

    explosiva , em geral, muito pequena. A quantidade de energia eltrica usual

    na indstria para fins de acionamento de mquinas, iluminao, controle,

    automao, etc. muitas vezes superior ao mnimo necessrio para provocar

    incndios ou exploses.

    Com isso, a soluo prover meios para que a instalao eltrica

    (indispensvel na indstria) possa cumprir com o seu papel sem se constituir

    num risco elevado para a segurana. Foi necessrio ento, o desenvolvimento

    de tcnicas de proteo de modo que a fabricao dos equipamentos eltricos,

    sua montagem e manuteno fossem feitos segundo critrios bem definidos

    (normas tcnicas) que garantam um nvel de segurana aceitvel para asinstalaes.

    Foram tambm estabelecidas regras que permitem ao usurio elaborar

    um desenho, chamado de mapa da Classificao de reas que representa

    uma avaliao do grau de risco de presena de substncia inflamvel da sua

    unidade industrial.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    14/156

    32

    Assim uma instalao eltrica em indstrias que processam, manuseiam

    e/ou armazenam produtos inflamveis somente ser considerada com nvel de

    segurana adequado se forem atendidos os requisitos que esto expressos em

    normas tcnicas especficas (tabela2). Lembrando que as medidas construtivas

    que so aplicadas aos equipamentos eltricos para que os mesmos possam

    operar em atmosfera potencialmente explosiva, a sua maioria, so baseadas

    na quebra do ciclo da exploso (figura1).

    1.9 CONCEITOS

    importante fixarmos os conceitos de certos termos.

    So eles:

    1.9.1 Aterramento[17]

    Aterramento eltrico consiste em uma ligao eltrica proposital de umsistema fsico (eltrico, eletrnico ou corpos metlicos) ao solo. Sua funo

    principal sempre associada proteo das pessoas e dos equipamentos e

    constitui-se basicamente de trs componentes:

    a) As conexes eltricas que ligam um ponto do sistema aos eletrodos;

    b) Eletrodos de aterramento (qualquer corpo metlico colocado no solo);

    c) Terra que envolve os eletrodos.

    Nas instalaes eltricas, so considerados dois tipos de aterramento[25]:

    a) O aterramento funcional que consiste na ligao terra de um dos

    condutores do sistema, geralmente o neutro, e est relacionado com o

    funcionamento correto, seguro e confivel da instalao;

  • 5/28/2018 Area Classificada

    15/156

    33

    b) O aterramento de proteo que consiste na ligao terra das massas

    e dos elementos condutores, estranhos instalao, visando proteo contra

    choques eltricos.

    1.9.2 Baixa Tenso[21]

    Trata-se de todas as instalaes eltricas alimentadas sob uma tenso

    nominal igual ou inferior a 1.000 Volts em corrente alternada com freqncias

    inferiores a 400 Hz ou 1.500 Volts em corrente contnua.

    1.9.3 Blindagens[18]

    A blindagem um recurso utilizado para minimizar interferncias,

    necessitando de aterramento para estabelecer um potencial em torno de zero

    na blindagem ou para proporcionar um caminho externo para as correntes

    induzidas.

    Sua principal finalidade confinar o campo eltrico ou magntico atravs

    de uma camada de material semicondutor ou condutor.

    1.9.3.1 Eletrosttica

    Este tipo de blindagem visa anular ou diminuir a intensidade de campos

    eltricos estticos ou quase estticos (provocados por cargas eltricas

    existentes em zonas do outro lado da blindagem) em um determinado espao a

    ser blindado.

    Uma blindagem eletrosttica estabelece uma barreira condutora

    suficientemente contnua onde so induzidas as cargas eltricas resultantes

  • 5/28/2018 Area Classificada

    16/156

    34

    dos campos eltricos circundantes, que sem a blindagem seriam induzidas nos

    elementos que pretendemos proteger.

    A blindagem eletrosttica est aterrada e tem por finalidade fsica anular

    ou diminuir a capacitncia entre os elementos condutores existentes de um

    outro lado da blindagem, (substituindo essa capacitncia mtua por

    capacitncias terra, considerada como referncia estvel de tenso).

    As capacitncias da blindagem relativamente aos elementos circundantes,

    so exclusivamente funo das disposies respectivas. desde que a tenso

    da blindagem permanea invariante, (por aterramento e dimensionamento

    adequado) a variaes de campo eltrico de um lado no interferem nos

    elementos do outro lado.

    Como as cargas induzidas na blindagem so funo da capacitncia

    relativamente aos condutores vizinhos e das tenses envolvidas, as correntes a

    escoar terra pela blindagem so em geral muito limitadas e em conseqncia

    as blindagens eletrostticas podem ser to delgadas quanto praticvel.

    A freqncia das oscilaes de campo eltrico deve permanecer no

    domnio quase estacionrio.

    1.9.3.2 Magnetosttica

    A blindagem magnetosttica visa diminuir a induo magntica, (devida a

    fluxos magnticos do outro lado da blindagem) em um determinado espao a

    ser blindado.

    Ela estabelece uma barreira de permeabilidade elevada onde se

    concentram preferencialmente as linhas de fora de induo magntica

    devidas ao campo magntico existente no espao do outro lado da blindagem.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    17/156

    35

    Assim o valor da induo magntica no espao a blindar resulta inferior ao

    que seria sem a blindagem.

    A eficcia da blindagem magnetosttica depende da geometria, da

    permeabilidade e da espessura da blindagem.

    1.9.3.3 Eletromagntica

    Este tipo de blindagem visa anular ou diminuir a energia de camposmagnticos (causados por ondas eletromagnticas e ou fenmenos transitrios

    de muito curta durao), que atinjam o espao a ser blindado.

    Ela estabelece uma barreira onde se dissipa progressivamente a energia

    de uma onda eletromagntica que a atinge, protegendo os elementos do outro

    lado, dos efeitos dessa radiao de energia.

    Interessa salientar que a blindagem eletromagntica pode servir tambm

    como blindagem eletrosttica, poder servir (segundo a permeabilidade) como

    blindagem magnetosttica.

    Cabe ressaltar que uma blindagem para umas ondas de elevada

    freqncia poder ser construda de material no formalmente condutor, (com

    perdas para a freqncia em causa), como solo, gua do mar etc.

    A eficcia de uma blindagem eletromagntica depende da profundidade

    de penetrao do fenmeno eletromagntico no material da blindagem, da

    geometria e permeabilidade da blindagem e tambm da durao do fenmeno

    perturbador, se trata de pulsos (transitrios extremamente rpidos).

  • 5/28/2018 Area Classificada

    18/156

    36

    1.9.4 Curto-Circuito Fase-Terra[19]

    Este tipo de curto-circuito, tambm conhecido como curto franco, em

    redes eltricas provoca o desbalanceamento do sistema trifsico, sobrecarga

    nos equipamentos e cabos de rede, comprometendo a segurana da rede

    eltrica e das pessoas. Para que seja desenergizado o trecho da rede afetada

    necessrio que a corrente que circula pelo curto-circuito seja superior ao

    valor de operao dos disjuntores e fusveis de proteo.

    O aterramento do neutro dos transformadores e massas metlicas

    fornece um caminho de baixa impedncia para esta corrente de curto

    possibilitando a operao da proteo.

    1.9.5 Dispositivo Eltrico

    Equipamento ou componente que d passagem corrente eltrica,

    praticamente sem utilizar a energia eltrica que por ele transita. o caso, por

    exemplo, de chaves, fusveis, interruptores.

    1.9.5.1 Dispositivo a Corrente Diferencial-Residual[22]

    Os dispositivos corrente-diferencial, abreviadamente dispositivos DR,

    constituem-se no meio mais eficaz de proteo de pessoas (e de animais

    domsticos) contra choques eltricos, sendo largamente utilizados hoje em

    quase todos os pases do mundo.

    o nico meio ativo de proteo contra contatos diretos e, na grande

    maioria dos casos, o meio mais adequado para proteo contra contatos

    indiretos.

    Por outro lado podem exercer a proteo contra incndios e tambm

    constituir-se em vigilantes da qualidade da instalao.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    19/156

    37

    1.9.6 Efeito Corona[17]

    Quando o gradiente na superfcie do condutor supera a rigidez dieltrica

    do ar em torno de 30 kV/cm origina-se descarga saindo do condutor e

    perfurando os primeiros centmetros da camada de ar.

    Esse fenmeno representa a perda de energia nas linhas de transmisso

    e as descargas do origem a um rudo caracterstico em uma faixa ampla de

    freqncias desde as mais baixas - rudo caracterstico at as mais altas -

    interferncia nas comunicaes de rdio, televiso, radar.

    Estas conseqncias que so muito importantes para as linhas de

    transmisso no apresentam problemas para sistemas de proteo aqui

    tratados. No entanto possvel que a energia liberada nessas descargas venha

    a causar inflamao nas reas classificadas.

    Por esta razo, os condutores de descida dos SPDA Sistema deProteo Contra Descargas Atmosfricas no devem atravessar reas

    Classificadas. As excees s devero ser admitidas aps um

    dimensionamento dos condutores que evitem a formao dessas descargas.

    Este assunto precisa ainda ser mais pesquisado para haver uma base

    cientfica para se conseguir mais segurana.

    1.9.7 Equipamento Eltrico

    Cada uma das partes constituintes com que se realiza materialmente o

    esquema de uma instalao eltrica, distintas entre si e essenciais ao

    funcionamento da instalao.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    20/156

    38

    Nesse termo no so includas as estruturas de suporte, os isoladores e

    os condutores de ligao.

    1.9.8 Normas Tcnicas

    As normas tcnicas podem ser colocadas em ordem de nvel de

    abrangncia, observe que no se trata de nvel de importncia. A norma

    tcnica de menor abrangncia a de nvel de empresa pelo fato de s cuidar

    das atividades fim da empresa.

    J em um nvel maior so as normas tcnicas nacional, vlida para o

    pas e s considerada, quando emitida por um organismo reconhecido, no

    caso do Brasil a ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas.

    As normas tcnicas estrangeiras (norma tcnica nacional, porm de outro

    pas Ex: NEC (National Electrical Code) possuem nvel de abrangncia maior

    do que as brasileiras.

    Com abrangncia ainda maior so as normas tcnicas regionais,

    elaborada para atender determinados grupos de pases como o Mercosul. Isso

    evita que haja barreiras tcnicas entre os pases que fazem parte do mesmo

    grupo econmico.

    O nvel de topo entre as normas so as internacionais, possuem maior

    nvel de abrangncia. Elaborada com a finalidade e harmonizar a tecnologia domundo, representam a linguagem universal.

    Todas as normas so orientadas para se basear nas normas tcnicas

    internacionais. Os assuntos especficos de eletricidade e eletrnica so

    tratados pela IEC (International Electrotechnical Commission).

  • 5/28/2018 Area Classificada

    21/156

    39

    1.9.9 Segurana contra Choques Eltricos[19]

    Instalaes eltricas em geral apresentam materiais metlicos no

    energizados como meio de evitar contato das pessoas com partes energizadas,

    tais como barramentos de quadros eltricos, interior de equipamentos.

    Contudo se houver uma falha no isolamento destes sistemas os usurios

    estaro sujeitos a choques eltricos com o conseqente risco para as pessoas.

    O aterramento utilizado para assegurar que o potencial das partes

    metlicas aterradas fique sempre abaixo do nvel dos potenciais perigosos,

    garantindo assim a proteo das pessoas.

    1.9.10 Surtos [17]

    Trata-se de uma perturbao anormal da corrente ou tenso

    normalmente esperada em um sistema. So causadas por manobras na rede,

    descargas atmosfricas, interferncias eletromagnticas e outros.O controle

    dos surtos dentro de um sistema eltrico obtido atravs de filtros protetores

    contra sobretenses, tais como pra-raios de linha, supressores, capacitores.

    Os modernos equipamentos eletrnicos possuem linhas de comunicao

    de dados com outros equipamentos sujeitos a surtos.

    O aterramento essencial para a correta operao dos protetores contra

    sobretenses instalados em redes de alta e baixa tenso, pois estes

    dispositivos drenam as correntes dos surtos para a terra, funcionando como

    uma vlvula de escape para as correntes geradas pelas sobretenses.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    22/156

    40

    1.9.11 Terra de Plataforma [20]

    Para efeito geral, a massa de casco metlico da embarcao ou

    estrutura metlica de qualquer plataforma fixa.

    A estrutura contnua de mdulo que so montados e soldados, tendo uma

    conexo permanente estrutura principal, jaqueta, considerada terra.

    Mdulos de perfurao e outras partes que no sejam soldadas

    estrutura metlica principal, dever ser provida de ligao malha de

    aterramento, para torn-los equipotencial a terra.

    1.10 CONDIES ESPECFICAS DA PRTICA DO ATERRAMENTO

    Condies Especficas so definidas como condies essenciais para que

    seja dado suporte ao assunto em questo.

    O Solo, o Aterramento, o Sistema de Aterramento e a Segurana atravs

    da proteo com o uso do Dispositivo Diferencial Residual (DR) sero

    apresentados em suas condies essenciais.

    1.10.1 O Solo

    Considerado como um condutor atravs da qual a corrente eltrica podefluir, difundindo-se em funo da resistividade com resistividade na faixa de 50

    100#.m (ohm.metro) considerado como bom condutor (exemplo: solos

    alagadios, lodos, hmus, argilas). Acima deste valor um condutor razovel.

    Atravs do tratamento qumico podemos fazer com que venha a

    conservar as caractersticas de um bom condutor.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    23/156

    41

    1.10.2 O Aterramento

    Definido no sub-tem 1.10.1.

    1.10.3 O Sistema de Aterramento

    Conjunto de condutores, cabos, hastes e conectores interligados,

    circundados por um elemento que dissipe para aterra a correntes que sejam

    impostas a esse sistema; de tal forma que garanta as condies de segurana

    pessoal nas proximidades e dentro do local instalado. Alm disso o

    aterramento garante tambm a proteo dos equipamentos do local. Em

    termos de segurana, devem ser aterradas todas as partes metlicas que

    possam eventualmente ter contato com partes energizadas.

    Assim, um contato acidental de uma parte energizada com a massa

    metlica estabelecer um curto-circuito, provocando a atuao da proteo e

    interrompendo a ligao do circuito energizado a massa. Existem vrias

    maneiras para aterrar um sistema eltrico, que vo desde uma simples haste,passando por placas de formas e tamanhos diversos, chegando as mais

    complicadas configuraes de cabos enterrados no solo. Os diversos tipos de

    sistemas de aterramento devem ser realizados de modo a garantir a melhor

    ligao com a terra. Os tipos principais so:

    a) uma simples haste cravada ao solo;

    b) hastes alinhadas;c) hastes em tringulo;

    d) hastes em quadrado;

    e) hastes em circulo;

    f) placas de material condutor enterrado no solo;

    g) fios ou cabos enterrados no solo, formando diversas configuraes, tais

    como estendido em vala comum, em cruz, em estrela, quadriculados

    formando uma malha de terra.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    24/156

    42

    1.10.4 A Segurana pela Proteo DR

    O Dispositivo Diferencial Residual (DR), detecta a soma fasorial das

    correntes que percorrem os condutores vivos de um circuito, num determinado

    ponto do circuito, isto a corrente diferencial-residual (IDR) no ponto

    considerado, e provoca a interrupo do circuito, quando IDR ultrapassa um

    valor preestabelecido, chamado de corrente diferencial-residual nominal de

    atuao (I$N). Teoricamente, num circuito normal, a soma fasorial das correntes

    que percorrem os condutores vivos, mesmo que haja um desiquilbrio de

    correntes (circuito trifsico desequilibrado) igual a zero (1a lei de Kirchhoff),

    ou seja, a corrente diferencial-residual nula.

    Na prtica no existe nenhum circuito absulutamente normal, os

    equipamentos de utilizao e as linhas eltricas sempre apresentam correntes

    de fuga consideradas normais. So estas correntes e as eventuais correntes de

    falta fase-massa que o dispositivo DRdetecta. A norma estabelece que para a

    proteo de pessoas, o DR deve atuar em uma corrente de ! 30 mA

    (miliamperes), que o tipo mais comum encontrado no mercado. Existemoutras capacidades (100 mA e 300 mA), porm no servem para proteo

    pessoal.

    A norma NBR 5410[21]em sua ltima verso (1997) no obriga a utilizao

    destes dispositivos nas instalaes e equipamentos. Seu uso uma opo de

    projeto. Podemos classificar os DRsem trs apectos: Tipo de falta detectvel;

    Fonte auxiliar e Curvas de atuao.

    a) Tipo de falta detectvel: Esse parmetro determina o modo de

    funcionamento do DR. Atualmente podemos encontrar trs tipos:

    a.1) Tipo AD: Sensvel apenas a corrente alternada, isto , o disparo

    garantido apenas para correntes difereciais senoidais;

    a.2) Tipo A: Sensvel a corrente alternada e a corrente contnua

    pulsante;

  • 5/28/2018 Area Classificada

    25/156

    43

    a.3) Tipo B: Sensvel a corrente alternada, a corrente contnua

    pulsante e a corrente contnua pura. Esse tipo o mais moderno

    do mercado.

    b) Fonte auxiliar: Os DRs podem ser construdos de duas formas:

    b.1) Funcionamento direto, ou seja, sem a necessidade de energia

    auxiliar;

    b.2) Funcionamento eletrnico, isot , com a necessidade de energia

    (fonte de alimentao) auxiliar. A fonte pode ser a prpria rede

    eltrica.

    c) Curvas de atuao: Existem duas curvas possveis de atuao para os

    DRsa curva G e S. Para o tipo G, a normalizao s especifica

    limites mximos, isto , o tempo mximo em que o dispositivo deve

    efetivar o desligamento do circuito protegido. J o tipo S, deve

    obedecer tambm a tempos mnimos de no-atuao. Essa

    caracterstica a razo do nome desse tipo de DR (S de seletivo),

    visto que ele atua aps decorrido um certo tempo.

    2 PRTICA DOS DIFERENTES ESQUEMAS DE ATERRAMENTO EM

    BAIXA TENSO[22]

    O aterramento deve assegurar, de modo eficaz, as necessidades de

    segurana e de funcionamento de uma instalao eltrica, constituindo-se num

    dos pontos mais importantes de seu projeto e de sua montagem. O

    aterramento de proteo consiste na ligao terra das massas dos elementos

    condutores estranhos instalao, tem por objetivo limitar o potencial entre as

    massas, entre massas e elementos condutores estranhos instalao e entre

    ambos e a terra a um valor suficientemente seguro sob condies normais e

    anormais de funcionamento, alm de proporcionar s correntes de falta para a

    terra um caminho de retorno de baixa impedncia.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    26/156

    44

    O aterramento funcional, isto , a ligao terra de um dos condutores

    vivos do sistema (o neutro em geral), proporciona principalmente a definio e

    estabilizao da tenso da instalao em relao terra durante o

    funcionamento; limitao de sobretenses devidas as manobras, descargas

    atmosfricas e a contatos acidentais com linha de tenso mais elevada. Quanto

    ao aterramento funcional, os sistemas podem ser classificados em diretamente

    aterrados (TN); aterrados atravs de impedncia e os no aterrados (IT).

    A classificao dos diferentes tipos de aterramento so apresentados na

    NBR-5410[21]como: TN-S, TN-C, TN-C-S, TTe IT.

    A Primeira Letra - Especifica a situao da alimentao em relao a

    terra.

    T - A alimentao do lado da fonte tem um ponto solidamente

    aterrado;

    I - Isolao de todas as partes vivas da fonte de alimentao em

    relao terra.

    A Segunda Letra Especifica a situao das massas em relao terra.

    T- Massa aterrada com terra prprio independente da fonte;

    N- Massa ligada ao ponto aterrado da fonte;

    I- Massa isolada, no aterrada.

    A Terceira Letra Forma de ligao do aterramento da massa do

    equipamento, usando o sistema de aterramento da fonte.

    S - Separado, o aterramento da massa e feito por um fio (PE),

    distinto do neutro;

    C - Comum, o aterramento da massa do equipamento feito

    usando o fio neutro (PEN).

  • 5/28/2018 Area Classificada

    27/156

    45

    Em locais onde h risco de incndio e exploso o esquema TN-C

    proibido e o sistema TN-S(Figura 8), adotado.

    A proteo por Dispositivo Diferencial Residual (DR)de sensibilidade 500

    miliampres (mA) na origem do circuito que supre os locais de risco torna-se

    obrigatrio em alguns pases.

    Figura 8 - Esquema de Aterramento TN-S[18]

    2.1 ESQUEMA TN-S

    Os condutores de proteo e neutro so separados. Em sistemas com

    cabo enterrado onde exista uma capa de proteo de chumbo, o condutor de

    proteo geralmente a capa de chumbo. O uso de condutores separados PE

    (proteo) e N(neutro) obrigatrio para circuitos de seo inferior a 10 mm2

    para cobre e 16 mm2 para alumnio e em equipamentos mveis. Os esquemas

    TN-Ce TN-S podem ser usados na mesma instalao (TN-C-S).

    Neste esquema TN-C-S, o esquema TN-Cno deve ser usado jusantedo sistema TN-S.

    O ponto em que o condutor PEse separa do condutor PEN geralmente

    na origem da instalao.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    28/156

    46

    Figura 9 - Esquema de Aterramento TN-C[18]

    2.2 ESQUEMA IT

    Caso seja utilizado um sistema eltrico com a caracterstica do tipo IT, ou

    seja, com neutro isolado do terra ou aterrado atravs de impedncia, deve ser

    utilizado um dispositivo supervisor de isolamento, para indicar a primeira falta

    terra. Uma instalao em ZONA 1, deve ser desligada instantaneamente, no

    caso de uma primeira falta terra, ou pelo dispositivo de superviso da

    isolao ou ento pelo dispositivo de proteo s correntes residuais.

    Outra importante diretriz que, quando for utilizado cabo armado e a

    armao servir como condutor de proteo, seu dimensionamento deve estar

    de acordo com a NBR 5410 [21] .

    Figura 10 - Esquema de Aterramento IT [18]

  • 5/28/2018 Area Classificada

    29/156

    47

    2.3 ATERRAMENTO DE SEGURANA

    A norma NBR 5410[21] estabelece que toda a parte no condutora de uma

    instalao deve ser aterrada individualmente sistema TT ou atravs de um

    condutor de proteo aterrado (se o condutor de proteo utilizado for o neutro

    (PEN), o sistema dito TN-Cse o condutor de proteo for separado do neutro

    mas aterrado no mesmo ponto (PE)o sistema dito TN-S.

    Quando o indivduo toca uma massa no aterrada ou aterrada sob uma

    impedncia elevada, como no caso do motor da figura apresentada fica

    submetido a uma tenso de toque e a uma corrente de choque cujos valoresso muitas vezes capazes de lev-lo morte.

    Figura 11 - Motor Aterrado Sob uma Impedncia Ztm[23]

    Esta prtica de aterramento refere-se ao esquema TT. Podemos observar

    que quando um indivduo toca uma massa no aterrada ou aterrada sob uma

    impedncia elevada, como no caso do motor da figura 11, fica submetido auma tenso de toque e a uma corrente de choque cujos valores so muitas

    vezes capazes de lev-lo morte.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    30/156

    48

    Figura 12 - Motor Aterrado Atravs do Condutor de Proteo[23]

    Esta prtica de aterramento refere-se ao esquema TN-S. Podemos

    abservar (figura 12) de que o CCM e o motor esto aterrados atravs de um

    condutor de proteo (PE). Caso ocorra uma falta fase-massa a corrente ir

    preferir o caminho de menor impedncia, nesta condio a preferncia ser o

    condutor PE.

    2.4 CONSIDERAES DA PRTICA DO ATERRAMENTO

    Quando a corrente de falta terra restrita devido a uma impedncia

    inevitavelmente alta, de modo que a proteo de sobrecorrente no pode ser

    baseada no disparo do disjuntor do circuito dentro do tempo prescrito, as

    seguintes possibilidades devem ser consideradas:

    a) Sugesto 1

    Instalar disjuntor que tenha um disparo magntico instantneo com um

    nvel de operao menor que o ajuste usual. Isto proporciona proteo para

    pessoas em circuitos que so normalmente longos. Precisa ser verificado se

    altas correntes transitrias tais como as de partida de motores no iro causar

    desligamentos indesejados.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    31/156

    49

    b) Sugesto 2

    Instalar Dispositivo Diferencial Residual (DR) no circuito. O dispositivo

    no precisa ser de alta sensibilidade (HS). Quando so envolvidas tomadas os

    circuitos precisam ser protegidos por DRde alta sensibilidade (HS) ( %30 mA);

    geralmente utiliza-se um para cada tomada em um circuito comum.

    c) Sugesto 3

    Aumentar a bitola dos condutores PE ou PENou condutores de fase, para

    reduzir a impedncia do lao.

    d) Sugesto 4

    Adicionar condutores equipotenciais suplementares. Isto ter um efeito

    similar ao da sugesto 3, uma reduo na resistncia do lao de falta terra,

    enquanto que ao mesmo tempo melhora as medidas existentes de proteo

    contra tenses de toque.

    A eficincia desta melhoria pode ser verificada pelo teste da resistncia

    entre cada parte condutora exposta e o condutor de proteo principal. Dos

    esquemas de aterramento apresentado o praticado em reas Classificadas

    so o TN-S, onde os condutores neutro (N) e de proteo(PE) so separados eo esquema ITque possui somente as massas aterradas (ambos objeto deste

    estudo). Cada um dever ser analisado e suas particularidades conhecidas

    para optar por aquele que melhor o atenda. O esquema TN-S pode ser

    utilizado em instalaes com condutores de qualquer tipo de seo, alm de

    admitir o uso de Dispositivos a Corrente Diferencial Residual (DR), quer como

    proteo contra contatos indiretos, quer como proteo complementar contra

    contatos diretos.

    No esquema IT no existe o aterramento direto de qualquer ponto da

    alimentao estando as massas aterradas em um ou mais eletrodos de

    aterramento (independentes em geral do eletrodo de aterramento

    eventualmente existente para a alimentao).

  • 5/28/2018 Area Classificada

    32/156

    50

    Nele quando da ocorrncia de uma primeira falta fase-massa, a corrente

    resultante limitada de tal maneira que nenhuma tenso de contato perigosa

    possa aparecer em qualquer massa da instalao. Essa condio permite

    evitar o seccionamento automtico decorrente de uma primeira falta, permitindo

    que o setor atingido continue funcionando.

    No entanto importante que a falta seja rapidamente localizada e

    eliminada, do contrrio a instalao ir comportar-se como se o esquema fosse

    TNou TT caso ocorra uma segunda falta.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    33/156

    51

    3 PLATAFORMAS MARTIMAS[24]

    Figura 13 - Campo de Produo Martimo

    Plataformas Martimas so unidades de explorao, perfurao e

    produo do petrleo subtrado das profundezas do oceano. A API[II] no

    permite a simultaneidade das atividades em uma nica plataforma, ou seja, a

    plataforma dever ser de explorao, perfurao ou produo.

    Em sua estrutura feita de ao, esto montados vrios equipamentos

    eltricos e eletrnicos que em conjunto realizam a funo de mant-la

    operando. O uso do critrio para a prtica da eletricidade feito atravs de

    procedimentos elaborados a partir das normas tcnicas aplicadas nos

    ambientes com reas Classificadas.

    Os profissionais so altamente qualificados e a segurana uma

    exigncia da Classificadora. A Classificadora uma sociedade, atravs de um

    consrcio integrado por vrios pases como (Inglaterra, Japo, Estados Unidos,

  • 5/28/2018 Area Classificada

    34/156

    52

    Alemanha) que estabelecem regras com objetivo de promover a segurana e o

    seguro patrimonial. O uso das normas internacionais compulsrio.

    A prtica do aterramento, objeto do nosso estudo, nestes ambientes,

    exige algumas particularidades que sero apresentadas no decorrer deste

    captulo, assim como o tratamento da energia eletrosttica e das descargas

    atmosfricas conforme relacionado abaixo:

    a) Aterramento de Equipamentos;

    b) Aterramento de Sistemas Eltricos;

    c) Eletricidade Esttica;

    d) Descargas Atmosfricas.

    3.1 ATERRAMENTO DE EQUIPAMENTO[20]

    O aterramento deve limitar a tenso que pode estar presente entre a

    carcaa metlica de um equipamento com falha de isolamento e a estrutura da

    plataforma.

    A corrente deve ser drenada pelo cabo de aterramento ao invs de

    circular pelo corpo de uma pessoa que possa estar em contato com o

    equipamento. O aterramento deve fornecer um caminho de baixa resistncia ou

    baixa impedncia para as correntes de falta (curto-circuito) para a terra.

    As cargas estticas acumuladas em vasos, tubulaes que manuseiamlquidos inflamveis devem ser escoadas para a estrutura da plataforma

    quando for o caso, eliminando possveis fontes de ignio.

    Em superfcies no condutoras, sujeitas a carregamento eletrosttico por

    atrito, no haver risco de ignio por eletricidade esttica se uma das

    seguintes condies forem atendidas:

  • 5/28/2018 Area Classificada

    35/156

    53

    a) Sua resistncia superficial for superior a 1M#(mega ohm);

    b) Sua rea for menor do que o valor indicado na tabela

    Tabela 6 - reas Mximas de Superfcies no Condutoras Isentas de

    Riscos de Ignio por Carregamento Eletrosttico [3]

    GRUPOS

    Zonas IIA IIB IIC

    0 50 cm2 25 cm2 4 cm2

    1 100 cm2 100 cm2 20 cm2

    2 sem limite sem limite sem limite

    3.2 EMBARCAES MARTIMAS

    Segundo o SOLAS[IX] (definido em 3.13.1), item 2.14, no permitida a

    circulao de altas correntes de defeito pelo casco da embarcao, que podem

    provocar centelhas com eroso da estrutura podendo culminar em exploso,

    em caso de arco em suporte metlico na base das bombas, tanque/vaso com

    leo/gs.

    Assim todos os circuitos de gerao e distribuio, circuitos de fora e

    iluminao em navios para transporte de inflamveis, so isolados de terra

    (item 2.2).

    Nas primeiras plataformas flutuantes adotou-se de modo geral o sistema

    de neutro isolado de terra, sistemas isolados, partindo das mesmas regras

    ento adotadas pelo SOLAS[IX] para navios que manipulam substncias

    inflamveis e tambm pelas Classificadoras. Sistema com o neutro aterrado

    por alta resistncia (IT) vem sendo adotado recentemente, com correntes de

    defeito terra de at 5 Ampres em baixa tenso, e de 10 a 20 Ampres, em

    mdia tenso, tipicamente.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    36/156

    54

    3.3 PARTES METLICAS EXPOSTAS NO CONDUTORAS

    As partes metlicas no destinadas a conduzir correntes eltricas, tais

    como, invlucros e carcaas de motores, de luminrias fixas ou portteis,

    painis, oleodutos, bandejas (calhas) de cabos e outros, devero estar

    aterradas atravs de um contato metlico com a malha de aterramento e o

    casco da plataforma.

    Deve haver garantia de uma conexo eltrica efetiva e permanente para

    evitar o aquecimento, arcos ou centelhas causados por acoplamentos no

    eficazes ao aterramento, quando da ocorrncia de correntes de defeito. Um

    efetivo aterramento significa ligar diretamente (galvanicamente) a carcaa dos

    equipamentos ao casco metlico da plataforma, eliminando o risco de

    centelhamento e de choque eltrico.

    Quando for assegurado um contato metlico adequado entre as carcaas,

    e tais equipamentos e a estrutura do casco, seja atravs de solda, fixao por

    parafuso ou rebite, com raspagem da pintura, ou com o uso da arruela dentadafica dispensado o uso de cabo de aterramento dedicado para o equipamento.

    A medio da resistncia de contato entre carcaa de um equipamento e

    a estrutura, medindo de superfcies metlicas sem pintura, deve fornecer leitura

    de 0,0 (zero) para qualquer megohmetro 100/250 volts e menor do que 5

    ohms (*) com qualquer multmetro na escala hmica.

    Aterramento de circuitos intrinsecamente seguro e respectivas blindagens

    de cabos, deve ser menor que um ohm. [Prtica Recomendada]

    (*) A resistncia de aterramento deve ser to menor quanto maior seja a

    corrente de curto-circuito para terra.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    37/156

    55

    Figura 14 Anel de Aterramento para Embarcaes Martimas[25]

    3.4 ATERRAMENTO POR CONTATO METLICO

    Utilizado, por exemplo, em motores e painis eltricos montados

    diretamente em pisos ou em anteparas de ao, como ilustrado abaixo.

    A utilizao de arruela dentada torna mais efetivo o contato fsico, obtido

    quando o equipamento aparafusado diretamente na estrutura.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    38/156

    56

    Figura 15 - Aterramento por Contato Metlico[25]

    3.5 ATERRAMENTO ATRAVS DE CONDUTOR

    Utilizado em:

    a) quadros eltricos de distribuio;

    b) painis montados em anteparas no metlicas;

    c) equipamentos montados em amortecedor de vibrao de borracha.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    39/156

    57

    Figura 16 - Quadros Eltricos[25]

  • 5/28/2018 Area Classificada

    40/156

    58

    Figura 17 - Painis[25]

    Figura 18 - Equipamentos[25]

  • 5/28/2018 Area Classificada

    41/156

    59

    3.6 MALHA DE ATERRAMENTO

    Uma malha de aterramento visvel, com cabo de cobre, isolado em PVC

    verde, e protegida contra danos mecnicos, interligando todas as principais

    estruturas metlicas, dever ser instalada em plataformas que tenham

    Sistemas Solidamente Aterrados (TN), ou Aterrados atravs de Baixa

    Resistncia (IT), conforme Norma Petrobras N-2222[25].

    3.7 ATERRAMENTO DE BLINDAGEM E ARMADURA METLICA DE

    CABOS

    Cabos em reas Classificadas devem ser do tipo armado. Onde estes

    cabos passam atravs das fronteiras de tais locais, eles devem ser instalados

    com dispositivos do tipo estanque a gs. Nenhuma emenda permitida em

    reas Classificada; exceto para circuitos intrinsecamente seguros.

    Figura 19 - Aterramento de Cabo com Armadura Metlica[25]

  • 5/28/2018 Area Classificada

    42/156

    60

    A figura 19 apresenta o aterramento praticado no conjunto quadro de

    distribuio, painel, chave de partida, motor e carga, embora no

    representados, so necessrios. Todas as terminaes de cabos armados com

    blindagem, armadura ou trana metlica, em reas Classificadas, devem ser

    efetivamente aterrados.

    Essa armadura, blindagem ou trana deve ser aterrada em ambas as

    extremidades do cabo, exceto nos ramais de alimentao de carga terminados

    em reas no classificadas, onde poder ser aterrada na extremidade de

    suprimento de energia.

    A blindagem do cabo de circuitos intrinsecamente seguros tambm deve

    ser efetuada em um nico ponto. A continuidade eltrica da armadura em toda

    a extenso do cabo, particularmente nas conexes e derivaes, deve ser

    assegurada. Quando do emprego do equipamento com invlucros de alumnio,

    do tipo prova de exploso (Ex-d), utiliza-se prensa-cabo prova de

    exploso, com anis cnicos para aterrar a armadura metlica do cabo.

    Figura 20 - Aterramento de armadura metlica de cabo armado.Reproduzido de [20]

  • 5/28/2018 Area Classificada

    43/156

    61

    Aterramento de armadura metlica de cabo armado, em caixa metlica a

    prova de exploso (Ex-d) atravs de prensa-cabo (Ex-d), com anis de trava

    /aterramento. Com o uso cada vez mais freqente de invlucros e caixas

    plsticas, com proteo do tipo segurana aumentada (Ex-e), utilizando prensa

    cabos em plstico, o aterramento da armadura metlica do cabo passa a ser

    feito pelo mtodo indireto, dentro da caixa que venha com um terminal de

    aterramento interno especfico para interligar partes metlicas, ou caso, no

    haja tal terminal, com presilha/braadeira ou terminal de aterramento externo,

    conforme figura 21 abaixo. A normalizao IEC [V] , admite os seguintes tipos de

    entrada de cabos em invlucros, alm do sistema de cabo em eletrodutos:

    a) Entrada direta em invlucro Ex-d,

    b) com uso de prensa-cabo Ex-d;

    c) Entrada indireta em caixa plstica do tipo segurana aumentada,

    atravs de prensa-cabo do tipo Ex-e

    Figura 21 Tipos de entradas em cabos em invlucros conforme anormalizao IEC[V]

  • 5/28/2018 Area Classificada

    44/156

    62

    3.8 ATERRAMENTO DA MALHA METLICA DE CABOS ELTRICOS

    Quando um cabo armado, com armadura trana metlica chega a umacaixa plstica do tipo segurana aumentada, o aterramento da trana metlica

    do cabo pode ser feito conforme um dos mtodos indicados.

    Figura 22 - Aterramento de Cabo[25]

    Nota: O trilho aterrado a estrutura metlica

  • 5/28/2018 Area Classificada

    45/156

    63

    3.9 EQUIPAMNTOS MVEIS EM REAS CLASSIFICADAS

    Para equipamentos montados sobre estruturas no metlicas ou

    equipamentos mveis ou deslizantes sobre trilhos, como por exemplo, prtico-

    rolante este dever ter um cabo de aterramento dedicado, que acompanhe os

    movimentos do equipamento instalado em paralelo ao cabo de energia ou ter o

    quarto condutor adicional que siga dentro do mesmo cabo de alimentao ou

    ter cabo com capa com armadura metlica, ligando o equipamento ao casco.

    3.10 ATERRAMENTO DE SISTEMA ELTRICO

    As diretrizes para o projeto orientam que o sistema com neutro isolado

    (IT) dever ser utilizado preferencialmente em FPSO[III](navios de produo) e

    FSO[IV](navios de armazenamento), visando evitar circulao de corrente pelo

    casco, durante faltas terra (carcaa), na regio dos tanques de petrleo

    (exigncia das Sociedades Classificadoras).

    O aterramento por alta resistncia dever ser tambm utilizado

    preferencialmente nas demais unidades martimas de produo, que no

    armazenem petrleo.

    Para ambos os sistemas, neutro isolado ou aterrado por alta resistncia

    (IT), dever ser garantida uma rpida e eficiente deteco e sinalizao defaltas a terra.

    3.11 ATERRAMENTO DE SISTEMA DE CORRENTE CONTNUA

    Os circuitos de bateria, de carregadores de bateria e painis de

    distribuio de corrente contnua , devero ser isolados de terra, ou seja, nem o

  • 5/28/2018 Area Classificada

    46/156

    64

    terminal positivo, nem o terminal negativo podero ser aterrados ou ligados a

    estrutura metlica da plataforma.

    Usualmente, os retificadores de maior porte, tm um circuito de alarme

    visual/ sonoro de falta terra, identificando o polo (positivo ou negativo) de

    curto-circuito para a terra. O circuito defeituoso deve ser identificado e

    rapidamente eliminado o defeito, para evitar o progresso para curto-circuito

    direto entre os dois plos.

    Sistemas de partida (motor de arranque) de motores diesel, tambm no

    devem ser aterrados. Exceo feita para o circuito de proteo catdica de

    corrente impressa, onde necessrio a ligao ou aterramento do negativo do

    retificador ao casco a ser protegido; o positivo do retificador ligado aos

    nodos.

    3.12 ELETRICIDADE ESTTICA[27]

    Nas plantas petrolferas a gerao de eletricidade esttica preocupanteuma vez que pode ser a responsvel pela ignio da atmosfera explosiva

    situada na rea Classificada. Por isso cuidados adicionais so requeridos. A

    seguir alguns comentrios pertinentes sobre esta forma de energia.

    3.12.1 Eletricidade Esttica e Correntes de Fuga

    Estes importantes assuntos tambm esto discutidos na API

    Recommended Pratice 2003. A eletricidade esttica constitui um risco de

    incndio e exploso durante o manuseio de petrleo (leos crus e derivados

    lquidos).

    Algumas operaes podem dar lugar acumulao de cargas eltricas,

    as quais podem ser repentinamente liberadas em descargas eletrostticas,

  • 5/28/2018 Area Classificada

    47/156

    65

    com energia suficiente para inflamar uma mistura inflamvel de gs de

    hidrocarbonetos com ar.

    3.12.2 Acumulao de Eletricidade Esttica

    No caso do petrleo, os produtos so em geral, considerados como

    acumuladores de eletricidade esttica. Os acumuladores estticos incluem os

    produtos como: querosene de aviao, leo diesel claro, leo lubrificante,

    gasolina naturais, querosenes, solventes, gasolina automotiva e de aviao;

    naftas e gasleos pesados.

    As trenas de metal ou outros dispositivos de medio/amostragem que

    podem atuar como condutor eltrico, atravs de todo seu comprimento, deve

    ser efetivamente aterrada ou conectada antes da introduo no interior do

    tanque, at aps a sua retirada. No devem ser utilizados trenas ou cabos de

    material sinttico. Para maiores detalhes, consultar o ISGOTT[VI] .

    3.12.3 Esttica nos Produtos Escuros Derivado do Petrleo

    Estes produtos no so classificados como acumuladores estticos pelo

    fato de terem suficiente condutividade eltrica que redistribui rapidamente as

    cargas eltricas separadas durante o manuseio, impedindo a acumulao de

    eletricidade esttica, exemplo: leo cru e leo combustvel.

    3.12.4 Descargas de Eletricidade Esttica

    As descargas eletrostticas podem ocorrer como conseqncia do

    acmulo de cargas em:

  • 5/28/2018 Area Classificada

    48/156

    66

    a) lquidos ou slidos no condutores como, por exemplo, um leo

    acumulador esttico (tal como o querosene) bombeado para o interior

    de um tanque, ou um cabo de polipropileno;

    b) condutores lquidos ou slidos eletricamente isolados como, por

    exemplo, neblinas, borrifos ou partculas em suspenso no ar ou uma

    barra de metal pendurada na extremidade de um cabo de fibra

    sinttica.

    A preocupao a ser tomada para evitar um risco de descarga

    eletrosttica manter todos os objetos metlicos interligados. A interligao

    elimina o risco de descargas entre objetos de metal que podem estar muito

    energizados e serem perigosos.

    3.12.5 Contato Metlico para Descarga de Eletricidade Esttica

    O perigo de uma descarga devido ao acmulo de eletricidade esttica

    resultante do fluxo (atrito) de lquidos/gases/vapores pode ser evitado se aresistncia entre tanques de armazenamento/plantas de processo/sistemas de

    tubulaes e a estrutura da unidade ou instalaes for menor que 1 M#

    (megaohm).

    Assim, caso o contato entre os vasos de armazenamento/planta e

    processo/tubulao associada seja feito diretamente atravs de contato

    metlico das bases ou atravs de seus suportes, ou ainda por meio de solda oufixao por parafusos estrutura da plataforma, de modo a assegurar

    resistncia menor que 1M# (megaohm), fica afastado o risco de acmulo de

    carga esttica.

    3.12.6 Reabastecimento na Plataforma

  • 5/28/2018 Area Classificada

    49/156

    67

    Esta preocupao existe, por ser o helicptero um dos meios de

    transporte mais utilizado para embarque ou desembarque de pessoal.

    Qualquer ignio perigosa devido a uma diferena de potencial eltrico

    existente para o terra, no caso a estrutura metlica da plataforma, deve ser

    efetivamente controlada. Isto pode requerer o uso de correias condutoras,

    aterramento de equipamento de carga e descarga de fludo combustvel e da

    mangueira e o aterramento do helicptero, antes do abastecimento.

    Todas as preocupaes contra ignio devida descarga de eletricidade

    esttica devem estar de acordo com o NFPA-77 [28]. Assim um cabo de

    aterramento dever ser ligado ao helicptero para descarga de energia

    esttica, distante da boca de abastecimento, antes de conectar a mangueira de

    abastecimento.

    O mesmo procedimento dever ser adotado para aterrar tanques de

    transferncia mveis antes de qualquer conexo de mangueira para

    transferncia.

    3.12.7 Cordoalhas de Aterramento

    Todos os equipamentos tais como tanques, mquinas e tubulaes onde

    uma mistura explosiva pode estar presente devem estar aterrados.

    Tubulaes instaladas em reas Classificadas devem ser

    adequadamente aterradas por soldas ou por meio de parafuso e cinta metlica,

    fixando a tubulao ou seus suportes diretamente ao casco da plataforma, ou

    ainda atravs da utilizao de cordoalhas de aterramento. Sees

    eletricamente isoladas, de tubulaes metlicas ou de equipamentos devem

    ser interligados a outras partes do sistema ou aterrados individualmente. O

  • 5/28/2018 Area Classificada

    50/156

    68

    aterramento elimina o risco de descargas de eletricidade esttica entre objetos

    metlicos.

    Cordoalhas de aterramento devem ser instaladas onde for necessrio

    garantir a continuidade eltrica e a capacidade de conduzir seguramente

    qualquer possvel corrente de falta. Onde as cordoalhas de aterramento forem

    utilizadas, elas devero ser claramente visveis, protegidas contra danos

    mecnicos e do tipo que no seja afetada por produtos corrosivos e pintura.

    Cordoalhas de aterramento so requeridas para tanques e vasos, plantas

    de processo e tubulaes associadas, que no estejam diretamente

    conectados estrutura metlica da plataforma. A cordoalha de aterramento

    pode ser dispensada quando tais equipamentos forem diretamente soldados ou

    aparafusados estrutura ou indiretamente, atravs de suportes metlicos,

    conforme mostram as figuras abaixo.

    Figura 23 - Cordoalha do Aterramento[25]

    Nota: Para sistemas com neutro solidamente aterrado, a carcaa dos

    equipamentos eltricos tem que ser ligados a malha de aterramento atravs e

    cabo de aterramento dedicado.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    51/156

    69

    3.13 Cuidados Adicionais para as Descargas Atmosfricas[20]

    Havendo um contato eltrico entre casco metlico da plataforma e o

    mastro ou outra estrutura metlica de altura adequada nenhuma outra proteo

    adicional contra os efeitos de descargas atmosfricas ser necessria.

    Descargas atmosfricas quando atingem a Plataforma so drenadas

    para o mar atravs de sua estrutura metlica. Dessa forma, a Plataforma e o

    pessoal nela embarcado esto inerentemente protegidos, conforme o NFPA780[29], itens D-6 e D-10:

    Item D-6 da NFPA:

    Navios com Casco Metlico - Se existir um contato eltrico entre o casco

    metlico e o mastro metlico ou outra superestrutura metlica de adequada

    altura que atenda as recomendaes da seo D-2, nenhuma outra proteo

    contra raio necessria. Barcos com objetos no aterrados ou no condutores

    projetados acima do mastro metlico ou superestrutura devem ter estes objetosaterrados ou protegidos com condutor de aterramento, respectivamente, de

    maneira a proteg-los.

    Nota: A seo D-2 do NPFA 780[29] dispe sobre as recomendaes para

    instalao de mastros para proteo contra descargas atmosfricas.

    Item D-10.1 da NFPA:

    Navios quase invariavelmente so construdos com mastros, estruturas

    treliadas, superestruturas, casco, chamins e antenas de rdios usualmente

    fornece a Zona de Proteo recomendada na seo D-1.2. Ento, navios e o

    pessoal embarcado esto usualmente inerentemente protegidos contra os

    efeitos dos raios.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    52/156

    70

    Nos casos onde houver falta de adequada ZONA de proteo, eles

    devem ser corrigidos de acordo com a seo D-1.2.

    3.13.1 O Solas[IX]

    O SOLAS uma entidade criada pela International Maritime

    Organization IMO, (normativa), que pertence a ONU (Organizao das

    Naes Unidas) que desde o naufrgio do navio Titanic dita as regras para

    segurana das embarcaes martimas e dos passageiros.

    (site: www.imo.org)

    O Captulo II-I da publicao do SOLAS[IX]especifica:

    a) No item 3.1: Sistema de distribuio com retorno pelo casco no

    deve ser usado para qualquer finalidade em petroleiro, seja para

    fora, aquecimento ou iluminao em qualquer navio;

    b) No item 3.2: O requisito do pargrafo 3.1 no impede, sob condies

    provadas pela Classificadora o uso de Sistema Limitado e AterradoLocalmente:

    b.1) nos sistemas de proteo catdica por corrente impressa;

    b.2) nos sistemas aterrados localmente e limitados a uma regio;

    b.3) nos dispositivos de monitorao do nvel de isolamento, desde

    que a corrente de circulao no exceda a 30 mA sob a condio

    mais desfavorvel.

    Sistema de distribuio aterrado no deve ser usado em petroleiro. A

    Classificadora (administrao) pode excepcionalmente permitir o aterramento

    do neutro para Sistemas de Potncia desde que as correntes resultantes no

    percorram qualquer espao perigoso. Em unidades martimas temos poucos

    casos de aterramento localizado, a saber:

    a)Proteo catdica;

  • 5/28/2018 Area Classificada

    53/156

    71

    b)Transformadores de Controle, de Potencial (TP) e de Corrente (TC) no

    interior dos painis eltricos, visando segurana pessoal;

    c)Ponto de retorno de mquina de solda, local;

    d)Instrumentao, Aterramento de circuitos intrinsecamente seguros;

    e)Aterramento de terra de ignitor de piloto para queimador.

    3.14 CONSIDERAES SOBRE O ATERRAMENTO NA PLATAFORMA

    MARTIMA

    Nenhum equipamento eltrico instalado em reas classificadas poder ter

    partes vivas expostas. A alta salinidade presente em instalaes eltricas em

    atmosfera marinha contribui para a falha no isolamento dos equipamentos

    eltricos, com possibilidade de curto-circuito e fuga de corrente para a carcaa

    metlica dos equipamentos.

    Tais falhas podem gerar centelhas eltricas que podem constituir-se em

    fonte de ignio na presena de gases e tambm, risco de choque eltrico

    para as pessoas em contato com a carcaa dos equipamentos. A dispensa damalha de aterramento, e do cabo dedicado vlido apenas para sistemas de

    gerao e/ou distribuio com neutro isolado ou aterrado por alta resistncia

    com pequenas correntes de fuga terra.

    Para sistema aterrado atravs de baixa resistncia (correntes de falha da

    ordem de 200 a 4000 Ampres) ou sistema com neutro solidamente aterrado

    (corrente de falha na ordem de at 50.000 Ampres) deve-se assegurar umcaminho de baixa resistncia para retorno ao ponto neutro do sistema, para

    que as correntes de curto-circuito no abram arcos por contato e nem escoem

    por elementos estruturais do casco ou tubulao de processo.

    Em sistemas com neutro completamente isolado da terra ou ligado terra

    atravs de impedncia, uma falta provoca uma elevao de tenso das fases

    no afetadas podendo chegar a assumir um valor superior quele de regime

  • 5/28/2018 Area Classificada

    54/156

    72

    normal. A isolao dos cabos fica, portanto, submetida a uma tenso muito

    superior quela de regime normal, por um perodo que funo do tempo de

    operao dos dispositivos de proteo.

    previsto que a espessura da isolao dos cabos utilizados neste sistema

    seja maior do que aquela utilizada para cabos em sistema com o neutro

    diretamente ligado terra.

    4 TENDNCIA DO ATERRAMENTO NA UNIDADE INDUSTRIAL

    Refinaria de petrleo definida como uma unidade de negcio (UN).

    Com objetivo de processar a matria prima (petrleo), bombeada pelos

    terminais (martimos ou terrestres) atravs dos oleodutos (tubulaes

    enterradas), para transformar em seus derivados (gasolina, naftas, querosene,leos etc) e assim poder comercializ-los. Como os recipientes que os contm

    (produtos e sub-produtos do petrleo) no so estanques, os locais de

    armazenamento so considerados como reas classificadas.

    Neste captulo faremos comentrios das diferentes formas de aterramento

    praticado: nos equipamentos; redes eltricas subterrneas; motores /

    geradores; alimentadores; malha de terra; telecomunicao e circuitosintrnsecos e a questo dos potenciais de toque e de passo. E encerrando

    alguns pareceres da utilizao do neutro aterrado com resistor.

    4.1 ATERRAMENTO DE EQUIPAMENTOS

    O aterramento dos equipamentos objetiva o seguinte:

  • 5/28/2018 Area Classificada

    55/156

    73

    a)Assegurar que todas as partes de uma estrutura ou de uma carcaa de

    equipamento no esteja com um potencial acima da terra que possam ser

    perigosos para o pessoal;

    b)Conexes e dispositivos de aterramento deve ser adequado para

    garantir que condies anormais, tais como fugas de terra ou descargas, no

    elevaro o potencial da estrutura ou carcaa para um nvel perigoso;

    c)Propiciar um caminho efetivo sobre o qual as correntes de fuga

    envolvendo a terra possam escoar sem centelhamento ou superaquecimento

    para evitar a ignio de materiais ou atmosferas combustveis.

    A estrutura metlica dos edifcios e as estruturas de abrigo ou de suporte

    de equipamentos eltricos e todas as partes metlicas no condutoras de

    corrente dos equipamentos e dos dispositivos eltricos devem ser aterradas

    por conexo a um sistema de aterramento. Em geral os condutores de

    aterramento dos equipamentos devem ser conectados diretamente quando

    possvel terra do sistema eltrico.

    Colocando os condutores de aterramento to prximos quanto possveldos condutores de alimentao a queda de tenso ser minimizada nas

    condies de falha.

    4.1.2 Sistema de Aterramento de Equipamentos

    O principal requisito de um sistema de aterramento de equipamentos manter a resistncia terra das estruturas e carcaas dos equipamentos no

    nvel mais baixo possvel. Com um sistema adequado, o potencial terra

    durante as condies de falha no ser perigoso para o pessoal e nem para o

    equipamento e os dispositivos de proteo operaro corretamente. As

    conexes de aterramento do sistema podem ser feitas de vrias maneiras.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    56/156

    74

    O sistema de aterramento para uma planta grande ou complexa pode

    envolver uma extensiva rede de malhas de aterramento das carcaas e

    estruturas do equipamento interconectada por cabos para fornecer um sistema

    de aterramento global da planta.

    Os requisitos especficos para os sistemas de aterramento so

    informaes detalhadas que esto includas no IEEE Standard 142 [30]. Alm

    das conexes de aterramento da estrutura e carcaa dos equipamentos, so

    necessrias conexes do terra do sistema eltrico para o sistema de

    aterramento da planta. Esta conexo deve ser independente de qualquer outra

    conexo de aterramento.

    4.1.3 Aterramento de Redes Eltricas Subterrneas

    As redes eltricas subterrneas devem ser acompanhadas por um cabo

    de cobre nu, enterrado, encordoado, seo nominal de 70 mm2, integrante do

    sistema de aterramento e ao qual so interligados todos os elementos a serematerrados. Todos os elementos metlicos existentes no interior de caixas de

    passagem subterrneas devem ser interligados atravs de um cabo de cobre

    nu, encordoado.

    Eletrodutos metlicos que chegam a caixas de passagem de concreto

    e/ou alvenaria devem ter suas extremidades interligadas ao cabo de que trata o

    item anterior atravs buchas de acabamento dotadas de olhal paraaterramento.

    Em redes construdas com eletrodutos no metlicos (PVC, PVC

    corrugado e outros), para sistemas eltricos com neutro aterrado e onde os

    condutores fase no possuem blindagem ou capa metlica, os eletrodutos

    devem ser percorridos internamente, em toda sua extenso, por um cabo de

  • 5/28/2018 Area Classificada

    57/156

    75

    aterramento de cobre nu, encordoado. Este cabo de aterramento, nas caixas

    de passagem, deve ser interligado ao condutor de aterramento.

    O seu dimensionamento deve ser conforme indicado:

    Tabela 7 - Condutor x Cabo[18]

    Seo do

    Condutor Fase

    (mm2)

    Seo do Cabo

    de Aterramento

    (mm2)

    S % 16 S16 35 S/2

    Nos afloramentos dos eletrodutos metlicos devem ser interligados por

    um cabo de cobre nu, de seo nominal 25 mm2, o qual deve ser conectado ao

    sistema de aterramento.

    4.1.4 Aplicaes Especficas de Aterramento

    As estruturas de ao dos prdios, as estruturas dos painis e instalaes

    similares devem ser aterradas em vrios pontos (ao menos dois por estrutura)

    com conexes fortes para a malha de aterramento do sistema. Os tanques,

    vasos, torres e equipamentos similares, no suportados ou ligados a uma

    estrutura de suporte aterrada, devero ser aterrados usando no mnimo duas

    conexes malha do sistema de aterramento.

    4.1.5 Motores e Geradores

  • 5/28/2018 Area Classificada

    58/156

    76

    As carcaas de motores e geradores devem ser conectadas ao sistema

    de aterramento global da planta. Esta conexo efetivada com um condutor de

    aterramento do equipamento, mecnica e eletricamente contnuo, posto em

    rota com os condutores e fase da mquina.

    Pode ser um condutor que corra com os condutores de fase dentro de um

    condute, um sistema de condute rgido sinuoso contnuo, um sistema de

    bandeja de cabos ou outro mtodo aprovado da NFPA 70B[31].

    Em qualquer caso, a conexo de aterramento deve propiciar um circuito

    de baixa impedncia da carcaa da mquina para o terra do sistema eltrico.

    Onde for usado condute ou bandeja as juntas devem ser estanques, as pontes

    de ligao devem ser instaladas em juntas de expanso e locais similares.

    Freqentemente, propiciada uma proteo suplementar de aterramento

    com a ligao com um condutor de aterramento adicional de cada mquina

    para malha do sistema aterrado local. O objetivo desta conexo equalizar

    potenciais na vizinhana imediata de cada mquina.

    4.1.6 Cabos Encapados e a Blindagem Metlica

    A capa e a blindagem metlica (se aplicvel) de qualquer cabo de energia

    devem ser completamente contnuas e aterradas em cada extremidade de

    mesmo potencial (caso de pequenos sinais). O aterramento da blindagem em

    ambas as extremidades pode requerer que o cabo tenha reduzido suacapacidade normal devido as correntes circulantes.

    O aterramento em uma extremidade permissvel se no for excedido um

    gradiente de 25 Volts (conforme IEC Standard 422[32] para mtodos de

    avaliao das tenses de blindagem). Se os cabos com capa ou blindagem

    metlica forem emendados, deve-se ter o cuidado de obter continuidade, bem

  • 5/28/2018 Area Classificada

    59/156

    77

    como uma conexo fsica efetiva com a capa ou com a blindagem metlica na

    emenda.

    Quando sobre a capa metlica for usada uma armadura metlica , a capa

    e a armadura devem ser interligadas e conectadas ao sistema de terra em

    cada extremidade do cabo em quaisquer emendas acessveis.

    A capa metlica em um cabo de metal pode, tambm ser usada como um

    condutor de aterramento do equipamento se a capa for um tubo corrugado

    contnuo, entretanto, recomendado um condutor de aterramento separado,

    instalado nos interstcios do cabo durante a fabricao.

    4.1.7 Carcaas Metlicas

    A NFPA70B[31]tem como requisito que carcaas metlicas expostas, no

    transportadoras de corrente, de dispositivos eltricos, sejam aterradas. Isto

    inclui os condutores, rotas de fios e materiais de instalao eltrica similares.

    Onde a continuidade da carcaa estiver assegurada pela sua construo,

    ser adequada uma conexo de aterramento nos seus pontos terminais. Se a

    continuidade no estiver assegurada pela construo, deve-se ter o cuidado

    para propiciar conexes adequadas de todas as sees com a malha do

    sistema de aterramento.

    4.1.8 Carcaas para Equipamentos Eltricos

    Painis, centros de controle e equipamentos eltricos similares devem

    incluir um barramento de terra.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    60/156

    78

    Onde o equipamento consistir de um alinhamento de duas ou mais

    sees, so recomendadas duas conexes e aterramento com a malha do

    sistema de aterramento, uma em cada extremidade do barramento de terra.

    4.1.9 Cercas e Portes

    Cercas e portes metlicos envolvendo equipamentos ou subestaes

    eltricas devem ser vinculados malha do sistema de aterramento.

    Neste caso alguns fatores esto envolvidos, incluindo a resistncia de

    terra dos sistemas de aterramento da subestao, distncia da cerca aos

    eletrodos de aterramento e os gradientes de potencial no solo. (Para

    informaes adicionais, IEEE 80 2000-01-30 Guide for Safety in AC Substation

    Grounding e o IEEE Standard 142[30]).

    4.1.10 Equipamento Eltrico Porttil

    Este pargrafo est limitado a consideraes sobre equipamentos

    eltricos portteis que operam em tenses menores ou iguais a 600 Volts.

    Equipamentos portteis que operam em tenses mais altas tem aplicaes

    menos freqentes e requerem consideraes especiais. O IEEE Standard

    142[30] fornece informaes sobre equipamentos eltricos portteis que operam

    em tenses mais elevadas.

    Os equipamentos eltricos portteis apresentam um dos maiores riscos

    potenciais para pessoal, de sorte que obrigatrio que as carcaas de

    equipamentos portteis de qualquer tipo sejam mantidas no potencial de terra

    ou sejam protegidas por um sistema aprovado de isolamento duplo.

    O equipamento eltrico porttil sem isolamento e operando em tenses

    acima de 50 Volts deve ser fornecido com um cabo contendo um condutor de

  • 5/28/2018 Area Classificada

    61/156

    79

    aterramento separado que tem na terminao um plugue tipo aterramento que

    usado com uma tomada de adaptao.

    O contato e aterramento da tomada devem ser corretamente vinculados a

    um sistema de aterramento. Para segurana do pessoal, algumas empresas

    utilizam equipamentos eltricos portteis que podem ser conectados a uma

    fonte subterrnea de baixa tenso (no superior a 50 volts) ou aos interruptores

    do circuito de fuga de terra em circuito de 120 volts.

    4.2 RESISTNCIA DE TERRA

    Idealmente, uma conexo de terra teria resistncia zero, mas isso

    impossvel, a resistncia de uma conexo de terra uma funo da

    resistividade do solo e da geometria do sistema de aterramento. Em solos de

    alta resistividade pode ser necessria extensa configurao para obter

    aceitveis resistncias de terra.

    A resistncia admissvel varia inversamente com a corrente de fuga para

    terra: quanto maior a corrente de fuga menor a resistncia de terra. Para

    grandes subestaes e estaes geradoras, a resistncia da grade de

    aterramento do sistema no deve ser maior do que 1 Ohm.

    Para subestaes menores e para plantas industriais deve ser obtida uma

    resistncia menor do que 5 Ohms, se possvel. A NFPA 70B[31] aprova o uso de

    um nico eletrodo se sua resistncia no for maior que 25 Ohms. Este por ele

    mesmo, no seria uma conexo adequada para aterrar correntes de fuga

    maiores que dois Ampres.

    4.2.1 Potenciais de Toque e de Passo[19]

  • 5/28/2018 Area Classificada

    62/156

    80

    No solo, so criados gradientes de potencial onde fluem as correntes

    drenadas por eletrodos de terra.

    A configurao do aterramento deve ser tal que os gradientes de

    potencial no geraro um risco para as pessoas que estejam em p ou

    andando no solo nas vizinhanas de um eletrodo de aterramento ou tocando

    uma estrutura aterrada que transporta corrente para a terra.

    Essas referncias esto indicadas no IEEE Standard 80[33].

    4.2.2 Tenso de Toque[19]

    Figura 24 - Tenso do Toque[19]

    A resistncia do corpo humano para corrente alternada de 50 ou 60 Hertz

    (HZ), pele suada, para tenso de toque maior que 250 Volts (V) fica saturada

    em 1000 Ohms. Cada p de contato com o solo ter uma resistncia de

    contato representado por Rcontato. A tenso de toque poder ser expressa por:

  • 5/28/2018 Area Classificada

    63/156

    81

    Vt oque= (Rco rpo humano+ Rcontato/2). Ichoque

    Segundo recomendaes da IEEE-80[33] podemos considerar que:

    Rcontato = 3 s

    Onde:s = resistividade superficial da primeira camada da estratificaodo solo. Deste modo a expresso fica:

    Vtoque = (1000 + 3s/2). IchoqueVtoque = (1000 + 1,5s). Ichoque

    4.2.3 Tenso de Passo[19]

    Figura 25 - Tenso de Passo[19]

    Em projetos de aterramento de acordo com a Norma podemos considerar

    a distncia entre os dois ps de 1m.

    Vpasso= (Rco rpo humano+ 2Rcontato). Ichoque

    Vpasso = (1000 + 2.3s). IchoqueVpasso = (1000 + 6s). Ichoque

  • 5/28/2018 Area Classificada

    64/156

    82

    O aterramento s estar bom se a pior tenso de passo for menor do que

    o limite de tenso de passo para no causar danos ao ser humano fibrilao.

    A fibrilao ventricular irreversvel se no forem tomadas providencias em

    tempo hbil. Ela ocorre no corao devido superposio de correntes,

    prevalecendo aquela de maior intensidade, no caso, da fonte de energia.

    O desfibrilador um aparelho destinado a recuperar o ritmo cardaco.

    Compe-se de capacitores, cuja capacitncia varia entre 10 a 50'F que

    armazena a tenso na ordem de 2 a 9kV. A corrente de descarga no trax

    humano na ordem de 1 a 30 Ampres no tempo de 10 milisegundos. Conclu-

    se que a tenso de passo menos perigosa do que a de toque pelo fato de

    no estar o corao no percurso da corrente de choque.

    A tenso de passo e de toque uma preocupao que se deve ter na

    elaborao do projeto de aterramento, com relao aos seus potenciais

    mximos. Estes potenciais so utilizados como limites dos potenciais que

    surgem na superfcie do solo sobre a malha, quando da ocorrncia do maiordefeito fase-terra.

    A malha s pode ser aceita se os potenciais estiverem abaixo dos limites

    calculados pelas equaes apresentadas no clculo de Vtoque e Vpasso.

    4.3 MALHA DE TERRA

    Dimensionar uma malha de terra um processo iterativo, que parte de um

    projeto inicial da malha. preciso verificar se os potenciais que surgem na

    superfcie do solo so inferiores aos limites pr-estabelecido no incio do

    projeto Vtoque e Vpasso.e se a resistncia de aterramento da malha compatvel

    com a sensibilidade da proteo.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    65/156

    83

    As dimenses da malha so pr-definidas, assim estabelecer um projeto

    inicial de malha especificar um espaamento entre os condutores e definir, se

    sero utilizadas junto com a malha hastes de aterramento. Um espaamento

    inicial tpico adotado est entre 5% e 10% do comprimento dos respectivos

    lados da malha.

    Figura 26 - Malha da Terra[33]

    Todas as frmulas a serem usadas no clculo de dimensionamento da

    malha de terra, foram deduzidas considerando as submalhas quadradas, isto ,

    ea(eb.. Tendo as dimenses da malha determina-se o nmero de condutores

    paralelos, ao longo dos lados da malha:

    Na= (a / ea)+ 1

    Nb= (b / e

    b)+ 1

    Escolhe-se o nmero inteiro, adequado ao resultado do clculo acima. O

    comprimento total dos condutores que formam a malha dado pela expresso:

    Lcabo = a Nb + b Na

  • 5/28/2018 Area Classificada

    66/156

    84

    Se durante o dimensionamento forem introduzidas hastes na malha, o

    comprimento correspondente s hastes dever aparecer na determinao do

    comprimento total de condutores da malha conforme:

    Ltotal =Lcabo+ Lhastes

    Onde:

    Lcabo =comprimento total dos condutores da malha.

    Lhastes =comprimento total das hastes cravadas na malha

    4.3.1 Resistncia de Aterramento da Malha[19]

    A resistncia de aterramento da malha pode ser calculada

    aproximadamente pela frmula de Severak abaixo que uma correo feita da

    frmula de Laurent [18].

    Esta frmula leva em conta a profundidade (h) em que a malha

    construda.

    Rmalha = pa [ 1 + 1 ( 1 + 1 ) ]Ltotal

    20Amalha 1 + h 20A

    malha

    Onde:

    Amalha= (a.b)Figura 26 - rea ocupada pela malha [m2]

    h= Profundidade da malha [m], com 0,25m %h %2,5m

    L total =Comprimento total dos cabos e hastes que formam a malha

    Esta resistncia da malha (Rmalha), representa a resistncia eltrica da

    malha, at o infinito. Seu valor dever ser menor do que a mxima resistncia

    limite da sensibilidade do rel de neutro. Este valor geralmente verificado

    devido ao baixo ajuste do rel de neutro.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    67/156

    85

    4.3.2 Medies da Resistncia de Terra

    Em muitas instalaes necessrio medir a resistncia terra do sistema

    de aterramento para determinar se o valor real dessa resistncia est dentro

    dos limites de projeto.

    Os mtodos para a medio da resistncia da rede de terra so discutidos

    resumidamente no IEEE Standard 142 e com mais detalhes em [30].

    4.3.3 Unidades de Processo

    Para segurana de pessoal com relao aos riscos decorrentes dastenses de transferncia, de Passo e de Toque existentes por ocasio de

    curto-circuito monofsico, deve-se fazer a interligao das placas de piso, em

    concreto armado, conforme as especificaes seguintes.

    4.3.4 Detalhes para Interligao das Placas

    As placas de piso devem ser interligadas atravs de varas inteiras de

    "ferro de construo" com dimetro de .

  • 5/28/2018 Area Classificada

    68/156

    86

    A A

    SOLDA NA CONEXO DE DUAS VARASCONSECUTIVAS

    AMARRAO COM ARAME RECOZIDO

    CORTE A-A

    Figura 27 - Interligao das Ferragens das Placas do Piso[33]

    Nota: A vara inteira dever ser amarrada s ferragens das placas para

    proporcionar continuidade eltrica. Quando houver uma haste deaterramento prxima a uma ou mais placas, esta(s) dever(o) ser

    interligada(s).

    B B

    SOLDAEXOTRMICA

    CABO DE COBRE NU

    BITOLA # 70 mm2

    HASTE DE ATERRAMENTO

    C/ COMPRIMENTO DE 3m

    "

    CORTE B-B

    VARA DE FERRO INTEIRA P/CONTINUIDADE ELTRICA

    Figura 28 - Interligao de Haste de Aterramento Ferragem do Piso[33]

    Nota: Nos limites de bateria da unidade de processo ferragens das placas de

    piso devem ser interligadas as hastes de terra prximas utilizando o mesmo

    critrio mostrado na figura acima ilustrada.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    69/156

    87

    4.3.5 Precaues

    Em reas classificadas como ZONA 1 no devem existir poos de

    inspeo. Todas as conexes nestas reas entre condutores e hastes verticais

    devem ser completamente enterradas e executadas com solda exotrmica. As

    conexes feitas entre os condutores de aterramento entre e as peas a serem

    aterradas devem ser executadas com solda exotrmica quando as referidas

    conexes se encontrarem em rea classificada como ZONA 1.

    Em reas classificadas como ZONA 2 pode, se necessrio, haver poos

    de inspeo das hastes de aterramento. As conexes feitas nestes poos,

    entre hastes e condutores e/ou eletrodos horizontais, so sempre feitas com

    conectores mecnicos de alta presso. As conexes feitas entre os condutores

    de aterramento e os equipamentos a serem aterrados podem ser executados

    com conectores mecnicos de alta presso se situadas em rea classificada

    como ZONA 2.

    4.4 ATERRAMENTO EM TELECOMUNICAO

    Algumas das tcnicas do aterramento praticado em telecomunicao,

    ser visto a ttulo de informaes adicionais.

    4.4.1 Anlise dos Circuitos de Aterramento Srie e Paralelo

    Os equipamentos de telecomunicaes e de processamento de dados,

    pela susceptibilidade interferncia eletromagntica e eletrosttica devem

    receber um tratamento diferenciado, no tocante a conexo a terra.

    Enfocaremos os dois tipos de conexes mais utilizados onde foram detectadas

    correntes (alternadas) indesejveis nos cabos de aterramento.

  • 5/28/2018 Area Classificada

    70/156

    88

    4.4.2 Conexes em Srie

    O esquema abaixo representa um conjunto de equipamentos com seus

    cabos de aterramento conectados em srie at chegar-se ao ponto de

    aterramento efetivo.

    1 2 3

    A B C

    Figura 29 - Aterramento em Srie[34]

    Do ponto de vista de susceptibilidade a rudos, que o enfoque mais

    relevante, este tipo de conexo desaconselhvel.

    Representando-se a situao real, considerando as impedncias dos

    cabos, temos:

    1

    A

    2

    B

    3

    C

    I1

    I2

    I3

    I1 I1I1

    I2

    I2 I3+ + +

    R R R1 2 3

    Figura 30 - Correntes e Impedncias Presumveis de um Aterramento emSrie[34]

    A ttulo de exemplo iremos considerar trs valores fictcios de correntes

    I1, I2 e I3 conforme apresentado:

  • 5/28/2018 Area Classificada

    71/156

    89

    I1 = 0,01 A I2 = 3 A I3 = 10 A

    R1 = R2 = R3 = 1#

    O potencial no ponto A :

    VA = I1 R1+ ( I1+ I2) R2 + ( I1+ I2+ I3) R3

    VA = ( 0,01 ) 1 + ( 0,01 + 3 ) 1 + ( 0,01+ 3 +10 ) 1

    VA = 16 Volts

    O potencial no ponto B :


Recommended