Caracterização e avaliação de argamassas de reboco e
camada de base com ligante PC e CSA
Tiago Manuel Pereira da Mota dos Santos Trigo
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
ENGENHARIA CIVIL
Orientadores: Professora Doutora Inês dos Santos Flores Barbosa Colen e Dr. Luís
Miguel Cardoso da Silva
Júri
Presidente: Professora Doutora Ana Paula Teixeira Ferreira Pinto França de Santana
Orientador: Dr. Luís Miguel Cardoso da Silva
Vogal: Professora Doutora Carla Maria Duarte da Silva e Costa
Julho de 2014
i
Agradecimentos
À professora Inês Flores-Colen, minha orientadora científica do IST, pela excelente orientação, pela
motivação e dedicação, pela disponibilidade e atenção prestada e fundamentalmente por todo incentivo
dado ao longo deste trabalho, sempre estimulando-me para fazer melhor.
Ao Dr. Luís Silva da Weber Saint-Gobain, meu coorientador científico, pelo apoio prestado na definição
das campanhas experimentais, pela ajuda nas minhas deslocações a Aveiro, pela disponibilidade para
dúvidas e pela ajuda na interpretação dos resultados.
Ao Dr. Nuno Vieira da Weber Saint-Gobain, pela transmissão de conhecimentos práticos, por todo o
apoio na campanha experimental, e pela sua enorme disponibilidade de ajuda em tudo o que foi as
minhas idas e permanências em Aveiro.
A toda a equipa de controlo de qualidade e investigação e desenvolvimento Weber Saint-Gobain, que
desde o primeiro dia me fizeram sentir em casa, e por toda a disponibilidade e ajuda que me
ofereceram.
Ao José Bastos, por toda a estadia possibilitada em todas as minhas deslocações a Aveiro, pela forma
como me recebeu e por toda a ajuda que me deu.
A toda a minha família e amigos que sempre me apoiou e ajudou.
iii
Resumo
Atualmente a produção de cimento Portland está associada a uma elevada energia de produção assim
como a uma significativa emissão de gases. A produção deste ligante consome entre 10-11 EJ por ano,
aproximadamente 2 a 3% do consumo de energia primária, sendo que 5% das emissões de CO2 feitas
pelo homem devem-se à indústria cimentícia.
Assim, é no contexto de proteção do ambiente e no sentido de promover um desenvolvimento
sustentável que a presente dissertação se insere, estudando uma nova alternativa de ligante, o cimento
sulfoaluminato de cálcio (CSA). Este novo ligante destaca-se pelo seu processo de produção. Em
comparação com a produção do cimento Portland, a produção do cimento CSA emite cerca de metade
das emissões de CO2 e as temperaturas de produção do seu clinquer situam-se entre os 1200-1300
°C, cerca de 200 °C a menos. O cimento CSA permite ainda obter misturas com presas mais rápidas,
alcançando resistências superiores em menores tempos, assim como obter retrações reduzidas.
Deste modo, esta dissertação tem como principal objetivo a caracterização e a avaliação da
incorporação de cimento CSA em argamassas de reboco e de camada de base para sistemas de
isolamento térmico pelo exterior (ETICS). Neste contexto, avaliou-se experimentalmente as
propriedades das argamassas produzidas com cimentos Portland e CSA, estudando a influência do
cimento CSA, o efeito da quantidade introduzida e a evolução dos resultados com o aumento de
percentagem de incorporação deste ligante na mistura.
Os resultados demonstram que, de uma maneira geral, a introdução do cimento CSA melhora a
retração, resistência à compressão, absorção de água a baixa pressão das argamassas, agrava a
resistência à tração por flexão e baixa o tempo de presa. Estes resultados dependem da quantidade
de cimento CSA introduzida na mistura.
Palavras-chave: Sulfoaluminato de cálcio, Portland, argamassas, reboco, ETICS.
v
Abstract
Currently, the production of Portland cement is associated with a high level of energy consumption, as
well as significant gas emissions. The production of this binder consumes between 10-11 EJ per year,
approximately 2-3 % of primary energy consumption, 5 % of CO2 emissions being man-made and
attributed due to the cement industry.
Thus, it is within the context of protecting the environment and to promoting sustainable development
that this dissertation falls, studying a new alternative binder, calcium sulfoaluminate cement (CSA). This
new binder stands out for its production process. Compared with the production of Portland cement, the
production of CSA cement emits about half the CO2 emissions and temperatures of its clinker production
are situated between 1200-1300 °C - around 200 °C less. CSA cement still allows for rapid setting time,
reaching higher resistance in shorter periods, as well as obtaining reduced shrinkage.
This dissertation aims to characterize and evaluate the incorporation of CSA cement in rendering
mortars and basecoat mortars for external thermal insulation composite systems (ETICS). In this
context, the properties of mortars made with Portland and CSA cement were experimentally evaluated,
studying the influence of CSA cement, the effect of its amount, and the evolution of the results with
increased percentage of incorporation of this binder in the mixture.
The results show that, in general, the introduction of CSA cement improves shrinkage, compressive
strength, water absorption at low pressure of the mortars, aggravates the tensile bending strength, and
decreases the setting time. These results depend on the amount of CSA cement introduced into the
mixture.
Key words: Calcium sulfoaluminate, Portland, Mortars, Render, ETICS.
vii
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
1.1 Enquadramento e motivação .................................................................................................... 1
1.2 Objetivos ..................................................................................................................................... 2
1.3 Estrutura da dissertação ........................................................................................................... 2
2 ARGAMASSAS CIMENTÍCIAS ............................................................................ 5
2.1 Considerações gerais ................................................................................................................ 5
2.2 Revestimentos ............................................................................................................................ 5
2.2.1 Argamassas de revestimento ................................................................................................ 7
2.2.1.1 Definição ............................................................................................................................ 7
2.2.1.2 Elementos constituintes ..................................................................................................... 9
2.2.1.3 Argamassas pré-doseadas e a sua aplicação ................................................................. 13
2.2.1.4 Funções e características de desempenho de argamassas de reboco .......................... 14
2.2.2 ETICS .................................................................................................................................. 18
2.2.2.1 Definição .......................................................................................................................... 18
2.2.2.2 Elementos constituintes ................................................................................................... 18
2.2.2.2.1 Suporte ...................................................................................................................... 19
2.2.2.2.2 Produto de colagem ................................................................................................... 19
2.2.2.2.3 Isolamento térmico..................................................................................................... 19
2.2.2.2.4 Camada de base........................................................................................................ 19
2.2.2.2.5 Armadura ................................................................................................................... 20
2.2.2.2.6 Primário ...................................................................................................................... 20
2.2.2.2.7 Acabamento ............................................................................................................... 20
2.2.2.2.8 Fixadores mecânicos ................................................................................................. 20
2.2.2.2.9 Acessórios ................................................................................................................. 21
2.2.2.3 Requisitos e características de desempenho de ETICS ................................................. 21
2.3 Sulfoaluminato de cálcio (CSA) .............................................................................................. 23
2.4 Síntese do capítulo ................................................................................................................... 26
3 CAMPANHA EXPERIMENTAL ........................................................................... 27
3.1 Considerações gerais .............................................................................................................. 27
3.1.1 Planeamento da campanha experimental ........................................................................... 27
viii
3.2 Constituintes das argamassas ................................................................................................ 28
3.2.1 Cimento Portland ................................................................................................................. 28
3.2.2 Cimento CSA ....................................................................................................................... 29
3.2.3 Agregados ........................................................................................................................... 29
3.2.4 Água .................................................................................................................................... 29
3.2.5 Adjuvantes e adições .......................................................................................................... 30
3.3 Formulação das argamassas .................................................................................................. 30
3.4 Produção e preparação dos provetes .................................................................................... 31
3.4.1 Formulação das misturas .................................................................................................... 31
3.4.2 Amassadura ........................................................................................................................ 31
3.4.3 Preparação dos provetes prismáticos ................................................................................. 33
3.4.4 Preparação dos provetes circulares .................................................................................... 35
3.4.5 Preparação das camadas de revestimento de tijolos ......................................................... 35
3.4.6 Preparação das camadas de revestimento em suporte de betão e de EPS ...................... 36
3.4.7 Preparação das camadas de revestimento de EPS com e sem armadura ........................ 37
3.5 Condições ambientais de cura ................................................................................................ 37
3.6 Ensaios às argamassas no estado fresco ............................................................................. 39
3.6.1 Tempo de presa da argamassa .......................................................................................... 39
3.6.2 Massa volúmica aparente no estado fresco ........................................................................ 40
3.6.3 Consistência por espalhamento .......................................................................................... 41
3.7 Ensaios às argamassas no estado endurecido .................................................................... 42
3.7.1 Massa volúmica aparente no estado endurecido ................................................................ 42
3.7.2 Resistência à tração por flexão e à compressão ................................................................ 43
3.7.3 Módulo de elasticidade dinâmico ........................................................................................ 45
3.7.4 Variação dimensional (ensaio de retração livre) e de massa ............................................. 46
3.7.5 Absorção de água por capilaridade .................................................................................... 47
3.7.6 Absorção de água a baixa pressão (tubo de Karsten) ........................................................ 49
3.7.7 Permeabilidade ao vapor de água ...................................................................................... 50
3.7.8 Porosidade aberta a baixa pressão..................................................................................... 52
3.7.9 Durabilidade (gelo-degelo) .................................................................................................. 54
3.7.10 Resistência ao arrancamento por tração (aderência) da argamassa em suporte de tijolo 55
3.7.11 Suscetibilidade à fendilhação – aplicação em tijolo ............................................................ 57
3.7.12 Resistência ao arrancamento por tração (aderência) da argamassa em suporte de betão e
em EPS ............................................................................................................................................ 57
3.7.13 Resistência ao impacto ....................................................................................................... 60
3.8 Síntese do capítulo ................................................................................................................... 60
ix
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ........................................... 63
4.1 Considerações gerais .............................................................................................................. 63
4.2 Argamassas para reboco ......................................................................................................... 63
4.2.1 Caracterização das argamassas no estado fresco ............................................................. 63
4.2.1.1 Tempo de presa da argamassa ....................................................................................... 63
4.2.1.2 Massa volúmica aparente da argamassa no estado fresco ............................................ 64
4.2.1.3 Consistência ao espalhamento ........................................................................................ 65
4.2.2 Caracterização das argamassas no estado endurecido ..................................................... 66
4.2.2.1 Massa volúmica aparente no estado endurecido ............................................................ 66
4.2.2.2 Resistência à tração por flexão e à compressão ............................................................. 67
4.2.2.3 Módulo de elasticidade dinâmico..................................................................................... 70
4.2.2.4 Variação dimensional (ensaio de retração) e de massa ................................................. 71
4.2.2.5 Absorção de água por capilaridade ................................................................................. 74
4.2.2.6 Absorção de água a baixa pressão (tubo de Karsten) .................................................... 75
4.2.2.7 Permeabilidade ao vapor de água ................................................................................... 75
4.2.2.8 Porosidade aberta ........................................................................................................... 76
4.2.2.9 Durabilidade (gelo-degelo) .............................................................................................. 77
4.2.2.10 Resistência ao arrancamento por tração (aderência) em suporte de tijolo ................. 81
4.2.2.11 Suscetibilidade à fendilhação – aplicação em tijolo ..................................................... 82
4.3 Argamassas para camada de base para ETICS .................................................................... 82
4.3.1 Caracterização das argamassas no estado fresco ............................................................. 83
4.3.1.1 Tempo de presa da argamassa ....................................................................................... 83
4.3.1.2 Massa volúmica aparente da argamassa no estado fresco ............................................ 83
4.3.1.3 Consistência ao espalhamento ........................................................................................ 84
4.3.2 Caracterização das argamassas no estado endurecido ..................................................... 85
4.3.2.1 Massa volúmica aparente no estado endurecido ............................................................ 85
4.3.2.2 Resistência à tração por flexão e à compressão ............................................................. 85
4.3.2.3 Módulo de elasticidade dinâmico..................................................................................... 88
4.3.2.4 Variação dimensional (ensaio de retração) e de massa ................................................. 89
4.3.2.5 Absorção de água por capilaridade ................................................................................. 90
4.3.2.6 Absorção de água a baixa pressão (tubo de Karsten) .................................................... 91
4.3.2.7 Permeabilidade ao vapor de água ................................................................................... 92
4.3.2.8 Porosidade aberta ........................................................................................................... 93
4.3.2.9 Durabilidade (gelo-degelo) .............................................................................................. 94
4.3.2.10 Resistência ao arrancamento por tração (aderência) em suporte de betão e EPS .... 97
4.3.2.11 Resistência ao impacto .............................................................................................. 101
x
4.4 Comparação de resultados entre as argamassas de reboco e de camada de base para
ETICS 103
4.4.1 Tempos de presa (início e fim) .......................................................................................... 103
4.4.2 Massa volúmica aparente no estado endurecido .............................................................. 105
4.4.3 Módulo de elasticidade dinâmico ...................................................................................... 105
4.4.4 Resistência à compressão ................................................................................................ 106
4.4.5 Resistência à tração por flexão ......................................................................................... 106
4.4.6 Retração após cura normal ............................................................................................... 107
4.4.7 Variação de massa após cura normal ............................................................................... 108
4.4.8 Absorção de água por capilaridade .................................................................................. 108
4.4.9 Absorção de água a baixa pressão após 180 minutos ..................................................... 109
4.4.10 Porosidade aberta ............................................................................................................. 110
4.4.11 Permeabilidade ao vapor de água .................................................................................... 110
4.5 Conclusão do capítulo ........................................................................................................... 111
5 CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS .................................... 113
5.1 Conclusões gerais .................................................................................................................. 113
5.2 Desenvolvimentos futuros .................................................................................................... 118
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 119
ANEXO – RESULTADOS INDIVIDUAIS DA CAMPANHA EXPERIMENTAL ......... A1
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 - Constituintes do sistema ETICS (adaptado de Freitas, 2002) .......................................... 19
Figura 3.1 – Recolha de um constituinte ............................................................................................... 31
Figura 3.2 – Saco de cada mistura ....................................................................................................... 31
Figura 3.3 – Pesagem de um constituinte ............................................................................................. 33
Figura 3.4 – Misturadora de produtos em pó ........................................................................................ 33
Figura 3.5 - Pesagem dos constituintes ................................................................................................ 33
Figura 3.6 – Misturadora de argamassas .............................................................................................. 33
Figura 3.7 – Amassadura ...................................................................................................................... 34
Figura 3.8 – Repouso da argamassa .................................................................................................... 34
Figura 3.9 – Aplicação de óleo descofrante .......................................................................................... 34
Figura 3.10 – Moldes dos provetes prismáticos .................................................................................... 34
Figura 3.11 – Colocação da argamassa no molde ............................................................................... 34
Figura 3.12 – Moldes preenchidos com argamassa ............................................................................. 34
Figura 3.13 – Desmoldamento do provete prismático .......................................................................... 35
Figura 3.14 – Lavagem do material ....................................................................................................... 35
Figura 3.15 - Desmoldamento do provete circular ................................................................................ 35
Figura 3.16 - Provetes desmoldados .................................................................................................... 35
Figura 3.17 – Preparação do provete para colocação da argamassa .................................................. 36
Figura 3.18 – Aplicação da argamassa ................................................................................................. 36
Figura 3.19 – Provete pronto para alisar ............................................................................................... 36
Figura 3.20 – Provete final .................................................................................................................... 36
Figura 3.21 – Aplicação de produto com talocha dentada em placa de betão ..................................... 36
Figura 3.22 – Aplicação de produto com talocha dentada em placa de betão ..................................... 36
Figura 3.23 – Aplicação de argamassa em placa de EPS .................................................................... 37
Figura 3.24 – Aplicação de produto com talocha dentada em placa de EPS ....................................... 37
Figura 3.25 – Colocação das peças cerâmicas .................................................................................... 37
Figura 3.26 – Colocação dos pesos sobre as peças cerâmicas ........................................................... 37
Figura 3.27 - Aplicação de um acabamento liso ................................................................................... 38
Figura 3.28 - Placa de EPS com e sem rede metálica ......................................................................... 38
Figura 3.29 – Provetes em cura normal ................................................................................................ 39
Figura 3.30 – Provetes em cura calor ................................................................................................... 39
Figura 3.31 – Provetes em cura imersão em água ............................................................................... 39
Figura 3.32 – Provetes em cura gelo-degelo ........................................................................................ 39
Figura 3.33 – Molde no aparelho VICAT ............................................................................................... 40
Figura 3.34 – Compactação da argamassa .......................................................................................... 41
Figura 3.35 – Remoção do excesso de argamassa .............................................................................. 41
Figura 3.36 – Molde cónico truncado com argamassa ......................................................................... 42
Figura 3.37 – Remoção do molde ......................................................................................................... 42
Figura 3.38 – Pancadas por rotação da manivela ................................................................................ 42
xii
Figura 3.39 – Medição do diâmetro de espalhamento .......................................................................... 42
Figura 3.40 – Máquina de flexão e compressão ................................................................................... 44
Figura 3.41 – Determinação da resistência à tração por flexão............................................................ 44
Figura 3.42 – Determinação da resistência à compressão ................................................................... 44
Figura 3.43 – Resultado da carga máxima suportada pelo provete ..................................................... 44
Figura 3.44 – Aparelho de medição de frequências fundamentais ....................................................... 46
Figura 3.45 – Gerador de funções ........................................................................................................ 46
Figura 3.46 – Pesagem do provete ....................................................................................................... 47
Figura 3.47 – Determinação do comprimento do provete ..................................................................... 47
Figura 3.48 – Colocação dos provetes na cuvete ................................................................................. 48
Figura 3.49 – Recipiente fechado ......................................................................................................... 48
Figura 3.50 – Secagem dos provetes ................................................................................................... 49
Figura 3.51 – Pesagem dos provetes ................................................................................................... 49
Figura 3.52 – Ensaio da permeabilidade à água sob pressão em provetes circulares ........................ 50
Figura 3.53 - Ensaio da permeabilidade à água sob pressão em placas de EPS ................................ 50
Figura 3.54 – Conjuntos devidamente identificados ............................................................................. 51
Figura 3.55 – Pesagem do conjunto ..................................................................................................... 51
Figura 3.56 – Barragem da argamassa para cama de base sobre o provete circular .......................... 51
Figura 3.57 – Alisamento da argamassa ............................................................................................... 51
Figura 3.58 – Preparação das amostras ............................................................................................... 53
Figura 3.59 – Pesagem das amostras .................................................................................................. 53
Figura 3.60 – Mediação das amostras .................................................................................................. 53
Figura 3.61 – Porta amostras ................................................................................................................ 53
Figura 3.62 – Pesagem hidrostática das amostras ............................................................................... 54
Figura 3.63 – Amostras em imersão ..................................................................................................... 54
Figura 3.64 – Marcação das zonas de corte ......................................................................................... 55
Figura 3.65 – Execução do corte nas zonas pré-definidas ................................................................... 55
Figura 3.66 – Provete com os discos colados e o parafuso enroscado ............................................... 56
Figura 3.67 – Medição da resistência à tração através de dinamómetro ............................................. 56
Figura 3.68 - Rotura adesiva (EN 1015-12, 2000) ................................................................................ 56
Figura 3.69 - Rotura coesiva pela argamassa (EN 1015-12, 2000)...................................................... 56
Figura 3.70 - Rotura coesiva pelo suporte (EN 1015-12, 2000) ........................................................... 56
Figura 3.71 - Humidificação do provete ................................................................................................ 57
Figura 3.72 - Exemplo de um tipo de rotura (adesiva ao tijolo) e do ensaio de suscetibilidade à
fendilhação ............................................................................................................................................ 57
Figura 3.73 – Aplicação da cola nos discos metálicos .......................................................................... 59
Figura 3.74 – Colagem dos discos metálicos........................................................................................ 59
Figura 3.75 - Medição da resistência à tração através do dinamómetro .............................................. 59
Figura 3.76 – Exemplo de um tipo de rotura (40% AF-T - 60%CF-A) .................................................. 59
Figura 3.77 – Ensaio de choque de 10 J ............................................................................................... 60
xiii
Figura 3.78 – Ensaio de choque de 3 J ................................................................................................. 60
Figura 4.1 - Massa volúmica aparente no estado fresco das argamassas de reboco.......................... 65
Figura 4.2 – Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de reboco ................. 67
Figura 4.3 - Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão das argamassas de
reboco .................................................................................................................................................... 68
Figura 4.4 - Resistência à compressão após cura normal e em imersão das argamassas de reboco 69
Figura 4.5 - Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de reboco .......................................... 70
Figura 4.6 - Retração após cura normal e em imersão das argamassas de reboco ............................ 71
Figura 4.7 - Variação de massa após cura normal e em imersão das argamassas de reboco ............ 73
Figura 4.8 - Absorção de água por capilaridade das argamassas de reboco ...................................... 74
Figura 4.9 - Absorção de água a baixa pressão das argamassas de reboco ....................................... 75
Figura 4.10 - Coeficiente de resistência à difusão de vapor das argamassas de reboco .................... 75
Figura 4.11 - Porosidade aberta das argamassas de reboco ............................................................... 76
Figura 4.12 - ROP após gelo-degelo ...................................................................................................... 77
Figura 4.13 - R+OP:CSA após gelo-degelo ................................................................................................ 77
Figura 4.14 - ROP:+CSA após gelo-degelo ................................................................................................ 77
Figura 4.15 - R+OP:++CSA após gelo-degelo ............................................................................................. 77
Figura 4.16 - RCSA após gelo-degelo ..................................................................................................... 77
Figura 4.17 - Retração após cura gelo-degelo das argamassas de reboco ......................................... 78
Figura 4.18 - Variação de massa após cura gelo-degelo das argamassas de reboco ......................... 79
Figura 4.19 - Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo das argamassas de reboco ...... 80
Figura 4.20 - Resistência à compressão após cura gelo-degelo das argamassas de reboco ............. 80
Figura 4.21 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo das argamassas de reboco
............................................................................................................................................................... 81
Figura 4.22 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura - ROP ........................................................ 82
Figura 4.23 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura R+OP:CSA ................................................... 82
Figura 4.24 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura ROP:+CSA ................................................... 82
Figura 4.25 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura R+OP:++CSA ................................................ 82
Figura 4.26 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura RCSA......................................................... 82
Figura 4.27 - Massa volúmica aparente no estado fresco das argamassas de camada de base ........ 84
Figura 4.28 - Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de camada de base 85
Figura 4.29 - Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão das argamassas de
camada de base .................................................................................................................................... 86
Figura 4.30 - Resistência à compressão após cura normal e em imersão das argamassas de camada
de base .................................................................................................................................................. 87
Figura 4.31 - Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de camada de base ........................ 88
Figura 4.32 - Retração após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base .......... 89
Figura 4.33 - Variação de massa após cura normal e em imersão das argamassas de camada de
base ....................................................................................................................................................... 90
Figura 4.34 - Absorção de água por capilaridade das argamassas de camada de base ..................... 91
xiv
Figura 4.35 - Absorção de água a baixa pressão das argamassas de camada de base ..................... 92
Figura 4.36 - Coeficiente de resistência à difusão de vapor das argamassas de camada de base..... 92
Figura 4.37 - Porosidade aberta das argamassas de camada de base ............................................... 93
Figura 4.38 - BOP após gelo-degelo ....................................................................................................... 94
Figura 4.39 - B+OP:CSA após gelo-degelo ................................................................................................ 94
Figura 4.40 - BOP:+CSA após gelo-degelo ................................................................................................ 94
Figura 4.41 - BCSA após gelo-degelo ...................................................................................................... 94
Figura 4.42 - Retração após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base ......................... 95
Figura 4.43 - Variação de massa após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base ......... 95
Figura 4.44 - Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo das argamassas de camada de
base ....................................................................................................................................................... 96
Figura 4.45 - Resistência à compressão após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
............................................................................................................................................................... 96
Figura 4.46 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em imersão das
argamassas de camada de base .......................................................................................................... 98
Figura 4.47 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em calor das
argamassas de camada de base .......................................................................................................... 99
Figura 4.48 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em imersão das
argamassas de camada de base ........................................................................................................ 100
Figura 4.49 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em calor das
argamassas de camada de base ........................................................................................................ 101
Figura 4.50 – Estada da placa após o ensaio de impacto à argamassa BOP ..................................... 102
Figura 4.51 - Estada da placa após o ensaio de impacto à argamassa B+OP:CSA ............................... 102
Figura 4.52 - Estada da placa após o ensaio de impacto à argamassa BOP:+CSA ............................... 102
Figura 4.53 - Estada da placa após o ensaio de impacto à argamassa BCSA ..................................... 102
Figura 4.54 - Tempos de início de presa das argamassas de reboco e camada de base e respetivas
linhas de tendência .............................................................................................................................. 103
Figura 4.55 - Tempos de fim de presa das argamassas de reboco e camada de base e respetivas
linhas de tendência .............................................................................................................................. 103
Figura 4.56 - Tempos de início de presa das argamassas de reboco e camada de base sem
reguladores de presa e respetivas linhas de tendência ...................................................................... 104
Figura 4.57 - Tempos de fim de presa das argamassas de reboco e camada de base sem reguladores
de presa e respetivas linhas de tendência .......................................................................................... 104
Figura 4.58 – Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de reboco e camada
de base e respetivas linhas de tendência ........................................................................................... 105
Figura 4.59 – Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de reboco e camada de base e
respetivas linhas de tendência ............................................................................................................ 105
Figura 4.60 – Resistência à compressão das argamassas de reboco e camada de base e respetivas
linhas de tendência .............................................................................................................................. 106
xv
Figura 4.61 - Resistência à tração por flexão das argamassas de reboco e camada de base e
respetivas linhas de tendência ............................................................................................................ 107
Figura 4.62 – Retração após cura normal das argamassas de reboco e camada de base e respetivas
linhas de tendência .............................................................................................................................. 108
Figura 4.63 – Variação de massa após cura normal das argamassas de reboco e camada de base e
respetivas linhas de tendência ............................................................................................................ 108
Figura 4.64 - Absorção de água por capilaridade das argamassas de reboco e camada de base e
respetivas linhas de tendência ............................................................................................................ 109
Figura 4.65 - Absorção de água a baixa pressão das argamassas de reboco e camada de base e
respetivas linhas de tendência ............................................................................................................ 109
Figura 4.66 – Porosidade aberta das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de
tendência ............................................................................................................................................. 110
Figura 4.67 – Permeabilidade ao vapor de água das argamassas de reboco e camada de base e
respetivas linhas de tendência ............................................................................................................ 110
xvii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 – Classificação funcional dos revestimentos exteriores de paredes (Veiga, 2001b) ............ 6
Tabela 2.2 - Classificação das argamassas segundos os três critérios (CEN, 2010a, 2010b; EMO,
2001) ........................................................................................................................................................ 8
Tabela 2.3 - Classificação das argamassas segundo o local de produção (EMO, 2001) ...................... 8
Tabela 2.4 - Classificação das argamassas segundo as propriedades e utilização (CEN, 2010a;
2010b)...................................................................................................................................................... 9
Tabela 2.5 – Fenómenos sofridos durante o processo de cozedura do cimento Portland ................... 10
Tabela 2.6 - Classificação dos agregados segundo os quatro critérios (Pinto e Gomes, 2010) .......... 11
Tabela 2.7 - Classificação e respetiva definição dos adjuvantes (Domone, 1994; Veiga, 1997;
Edmeades e Hewlett, 1998) .................................................................................................................. 13
Tabela 2.8 – Características de desempenho referentes ao estado fresco de argamassas de reboco
(Braga, 2010; Reddy and Gupta, 2007; Nsambu, 2001; Veiga, 1998) ................................................. 15
Tabela 2.9 – Características de desempenho referentes ao estado endurecido de argamassas de
reboco (Martins e Assunção, 2008; Cruz, 2008; Veiga, 2005; Veiga, 1998; Veiga, 1997) ................... 16
Tabela 2.10 - Características de desempenho referentes ao estado endurecido de argamassas de
reboco (Martins e Assunção, 2010; Braga 2010; Santos, 2009; Gomes, 2008; Rosa e Martins, 2005;
Rodrigues, 2004; Veiga, 1998; Garbozci, 1995; Araújo, 2001)............................................................. 17
Tabela 2.11 - Normas de ensaio e requisitos das caraterísticas de desempenho de rebocos ............ 18
Tabela 2.12 - Exigências funcionais para ETICS conforme cada requisito (EOTA, 2000; Freitas, 2002)
............................................................................................................................................................... 21
Tabela 2.13 - Parâmetros e ensaios a avaliar segundo o respetivo requisito (Veiga e Santos, 2009) 22
Tabela 2.14 – Requisitos estabelecidos pela ETAG 004 para o ensaio ao choque e de aderência da
camada de base a suporte isolante (EOTA, 2000) ............................................................................... 22
Tabela 2.15 – Requisitos estabelecidos pela ETAG 004 para o ensaio de aderência do produto de
colagem a suporte isolante e a suporte de betão (EOTA, 2000) .......................................................... 23
Tabela 3.1 – Ensaios realizados na 1ª e 2ª fase da campanha experimental ...................................... 28
Tabela 3.2 – Composição dos cimentos CEM I 42,5R e CEM II/A-L 42,5R (de acordo com a NP EN
197-1, IPQ, 2001) .................................................................................................................................. 29
Tabela 3.3 - Caraterísticas mecânicas, físicas e químicas dos cimentos CEM I 42,5R e CEM II/A-L
42,5R (de acordo com a NP EN 197-1, IPQ, 2001, ficha técnica Cimpor) ........................................... 29
Tabela 3.4 - Caraterísticas mecânicas, físicas e químicas do cimento Calumex Quick (Technical
datasheet calumex quick, Caltra) .......................................................................................................... 29
Tabela 3.5 - Caracterização geral dos produtos de argamassas utilizados nas campanhas
experimentais (% em massa) ................................................................................................................ 32
Tabela 3.6 - Classificação e descrição de cada tipo de rotura ............................................................. 59
Tabela 3.7 – Número de medições feitas a cada produto .................................................................... 61
Tabela 4.1 – Identificação e constituição das argamassas de reboco utilizadas na campanha
experimental .......................................................................................................................................... 63
Tabela 4.2 – Tempos de presa (início e fim) das argamassas de reboco ............................................ 64
xviii
Tabela 4.3 – Consistência ao espalhamento, percentagem de água por kg e relação água/ligante das
argamassas de reboco .......................................................................................................................... 65
Tabela 4.4 – Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de reboco ................ 66
Tabela 4.5 – Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão das argamassas de
reboco .................................................................................................................................................... 67
Tabela 4.6 - Resistência à compressão após cura normal e em imersão das argamassas de reboco 69
Tabela 4.7 – Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de reboco ........................................ 70
Tabela 4.8 – Retração após cura normal e em imersão das argamassas de reboco .......................... 71
Tabela 4.9 – Variação de massa após cura normal e em imersão das argamassas de reboco .......... 72
Tabela 4.10 – Absorção de água por capilaridade das argamassas de reboco ................................... 74
Tabela 4.11 - Porosidade aberta das argamassas de reboco .............................................................. 76
Tabela 4.12 - Retração após cura gelo-degelo das argamassas de reboco ........................................ 78
Tabela 4.13 – Variação de massa após cura gelo-degelo das argamassas de reboco ....................... 79
Tabela 4.14 - Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo das argamassas de reboco ..... 79
Tabela 4.15 - Resistência à compressão após cura gelo-degelo das argamassas de reboco ............ 80
Tabela 4.16 – Resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo das argamassas de
reboco .................................................................................................................................................... 81
Tabela 4.17 - Identificação e constituição das argamassas de camada de base utilizadas na
campanha experimental ........................................................................................................................ 82
Tabela 4.18 - Tempos de presa (de início e fim) das argamassas de camada de base ...................... 83
Tabela 4.19 - Consistência ao espalhamento, percentagem de água por kg e relação água/ligante das
argamassas de camada de base .......................................................................................................... 84
Tabela 4.20 - Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de camada de base 85
Tabela 4.21 - Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão das argamassas de
camada de base .................................................................................................................................... 86
Tabela 4.22 - Resistência à compressão após cura normal e em imersão das argamassas de camada
de base .................................................................................................................................................. 87
Tabela 4.23 - Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de camada de base ....................... 88
Tabela 4.24 - Retração após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base ......... 89
Tabela 4.25 - Variação de massa após cura normal e em imersão das argamassas de camada de
base ....................................................................................................................................................... 90
Tabela 4.26 - Absorção de água por capilaridade das argamassas de camada de base .................... 91
Tabela 4.27 – Porosidade aberta das argamassas de camada de base .............................................. 93
Tabela 4.28 - Retração após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base ........................ 94
Tabela 4.29 - Variação de massa após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base ........ 95
Tabela 4.30 - Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo das argamassas de camada de
base ....................................................................................................................................................... 96
Tabela 4.31 - Resistência à compressão após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
............................................................................................................................................................... 96
xix
Tabela 4.32 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em imersão
das argamassas de camada de base ................................................................................................... 97
Tabela 4.33 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em calor das
argamassas de camada de base .......................................................................................................... 98
Tabela 4.34 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em imersão das
argamassas de camada de base .......................................................................................................... 99
Tabela 4.35 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em calor das
argamassas de camada de base ........................................................................................................ 100
Tabela 4.36 – Resistência ao choque de 3J e 10J em suporte EPS com e sem rede das argamassas
de camada de base ............................................................................................................................. 102
1
1 Introdução
1.1 Enquadramento e motivação
Desde o desenvolvimento do Cimento Portland, sensivelmente há 175 anos, que este se tornou o
ligante mais usado na produção de betão para construção. Desde então, assumiu-se como ligante
corrente, dotando-se de uma boa durabilidade, versatilidade e de um grande valor económico (Juenger
et al., 2011). A invenção deste ligante é considerada umas das maiores descobertas da história da
humanidade, graças ao cimento Portland o século XX observou a consolidação, reconstrução e ainda
a redefinição de muitas das maiores cidades do mundo. Facto ainda mais relevante foi que muitos dos
diversos estudos científicos produzidos sobre o cimento contribuíram significativamente para o
progresso na ciência dos materiais como um todo (Shi et al., 2011).
Contudo a indústria do cimento apresenta alguns problemas, que a coloca sob alguma pressão de
modo a reduzir a energia usada na produção e na emissão de gases associados a este ligante.
Atualmente 5 % das emissões de CO2 feitas pelo homem devem-se à indústria cimentícia, sendo que
por cada tonelada produzida de cimento Portland é libertado 0,87 toneladas de CO2. Atualmente são
produzidas 2 biliões de toneladas de CO2 por ano, estimando-se que em 2025 venha-se a produzir
cerca de 3,5 biliões de toneladas, um número equivalente ao total de emissões de CO2 na europa
atualmente, incluindo toda a indústria e transportes. A produção deste ligante consome entre 10-11 EJ
por ano, aproximadamente 2 a 3 % do consumo de energia primária (Alaqui et al.; 2007; Juenger et al.,
2011).
Outros dos problemas associados à sua utilização, são os problemas de presa e retração. O cimento
Portland não permite presas muito rápidas, em algumas situações é exigido ao ligante alguma
resistência em menores tempos, situação que este ligante não consegue corresponder. Para além
desta situação, variável muito importante em obra, este ligante apresenta ainda, como referido,
problemas de retração que podem levar à fissuração dos elementos onde é inserido. Adicionalmente,
o cimento Portland apresenta problemas de durabilidade em particular em ambientes agressivos, como
zonas com elevada acidez ou sulfatos que podem causar a sua degradação (Juenger et al., 2011).
Face a estas problemáticas, surge a necessidade de encontrar novas alternativas a este ligante. Num
contexto de proteção do ambiente e no sentido de promover um desenvolvimento sustentável, a
indústria cimentícia tem que resolver questões como as anteriormente referenciadas. Nesta
problemática terá de haver uma redução de emissões de gases. Assim a proteção e controlo da água
e do ar em termos de emissões de CO2, são aspetos que necessitam de uma intervenção urgente de
modo a prevenir consequências nefastas no meio ambiente. Em termos de consumo de energia, este
é outro desafio que se apresenta, de modo a encontrar soluções que possibilitem um menor consumo.
Surge também a necessidade de encontrar novas soluções que apresentem melhor desempenho,
nomeadamente a nível de durabilidade, com menores tempos de presa e retração, colmatando as
atuais desvantagens do cimento Portland.
2
Assim o maior desafio para a investigação de novas alternativas é garantir bons desempenhos por
parte dos novos materiais, quando estes são misturados ou menos controlados e postos no mundo real
(Juenger et al., 2011). Na sequência da investigação de novas alternativas surge o cimento de
sulfoaluminato de cálcio (CSA) que tem vindo a apresentar características muito interessantes, e assim
assume-se como uma possível alternativa do cimento Portland para várias aplicações.
1.2 Objetivos
A presente dissertação tem por objetivo principal o estudo experimental do desempenho de
argamassas com a incorporação de cimento CSA. A incorporação deste ligante será feita em
argamassas de reboco e de camada de base para ETICS (External Thermal Insulation Composite
Systems), dividindo-se assim a campanha experimental em duas partes.
A análise dos resultados consistirá na comparação de resultados entre as argamassas do mesmo
produto. Assim sendo, o objetivo desta comparação será:
Determinar a influência do cimento CSA e o efeito da quantidade introduzida, nas propriedades
das argamassas no seu estado fresco e endurecido, com especial relevância para as
propriedades de tempo de presa e variação dimensional;
Avaliar o comportamento das argamassas com cimento CSA às diversas condições de cura
(normal, imersão, calor) assim como a sua durabilidade (gelo-degelo);
Avaliar a relação entre os dois ligantes, cimento Portland e CSA, ao nível do seu impacto nas
propriedades finais das argamassas;
Avaliar a potencialidade da introdução de cimento CSA na aplicação de argamassas.
Para a avaliação de ambos os produtos será feita um conjunto de ensaios às argamassas no seu estado
fresco e endurecido. Os ensaios no geral são comuns aos dois produtos diferindo apenas alguns
ensaios que se justificam em função do produto em causa.
Para ambas as argamassas tipo serão produzidas argamassas de referência, apenas com cimento
Portland ou cimento CSA, e argamassas com ambos os ligantes com proporções diferentes. As
constituições destas argamassas são determinadas a partir de combinações de argamassas pré-
doseadas fornecidas no mercado.
Será ainda feita uma comparação dos resultados das argamassas produzidas com os requisitos
estabelecidos e com os valores médios de argamassas do mercado. Por fim, comparar-se-á os
resultados entre as duas argamassas tipo de maneria a retirar-se as conclusões comuns a ambas e a
aferir as variáveis dependentes das várias características avaliadas.
1.3 Estrutura da dissertação
A presente dissertação está organizada em 5 capítulos.
O primeiro capítulo diz respeito à introdução, onde o presente tema é enquadrado, define-se os
objetivos e apresenta-se a estrutura e organização do texto.
3
Relativamente ao segundo capítulo, apresenta-se a pesquisa bibliográfica efetuada. Neste capítulo
aborda-se os aspetos mais importantes relativos as argamassas de revestimento e aos sistemas de
ETICS. Apresenta-se também as características de desempenho destes bem como o modo de
avaliação e requisitos relevantes para o presente estudo. Por fim, expõe-se a informação relativa aos
cimentos de sulfoaluminato de cálcio (CSA).
No capítulo 3 é apresentada toda a campanha experimental desenvolvida, respetiva planificação, os
constituintes das argamassas e o seu modo de formulação. Descreve-se os ensaios efetuados, de
acordo com as referências normativas, apresentando os equipamentos necessários, os procedimentos
a seguir e o modo de obtenção dos resultados.
O capítulo 4 é dividido em três partes, uma correspondente à apresentação, análise e discussão dos
resultados obtidos para os ensaios realizados às argamassas de reboco. A segunda parte é em tudo
semelhante mas correspondente às argamassas de camada de base de ETICS (External Thermal
Insulation Composite Systems). Em cada uma das partes, são indicadas as possíveis causas
justificativas dos comportamentos observados. Sempre que possível confronta-se os resultados obtidos
com os requisitos estabelecidos para os respetivos ensaios, bem como com os valores de outras
argamassas presentes no mercado de modo a determinar a potencialidade das argamassas em estudo.
Por fim numa terceira parte é feita uma análise comparativa para as duas argamassas tipo estudadas
com base nos resultados e nas linhas de tendências aproximadas, de maneira a aferir a influência do
cimento Portland, cimento CSA e de outras variáveis nas características em análise.
No capítulo 5 faz-se um levantamento global das conclusões obtidas, dando-se especial relevância às
vantagens e desvantagens da introdução do cimento CSA. Por último, perspetiva-se o desenvolvimento
futuro neste tema, apresentando-se algumas propostas de desenvolvimento, uma vez que algumas
propriedades referentes à introdução de cimento CSA ficaram por investigar.
Por fim são apresentadas as referências utilizadas na presente dissertação.
No anexo constam todos os resultados individuais da campanha experimental realizada.
5
2 Argamassas cimentícias
2.1 Considerações gerais
Neste capítulo será apresentado o levantamento bibliográfico elaborado no âmbito desta dissertação.
Primeiramente faz-se uma abordagem sobre os revestimentos em geral, destacando-se os relevantes
para a elaboração deste estudo. Como o próprio tema refere, a presente dissertação estuda
argamassas para reboco e camada de base de ETICS, deste modo divide-se o capítulo de
revestimentos em argamassas de revestimento e ETICS. Embora as argamassas a produzir tenham
aplicações diferentes, ambas serão argamassas de reboco de uso geral. Assim maior parte dos ensaios
serão iguais, dando-se deste modo mais relevância à descrição das argamassas de revestimento,
sendo apenas feita uma breve descrição dos ETICS.
Assim sendo, numa primeira parte faz-se uma apresentação da informação relativa às argamassas de
revestimento. Descreve-se o conceito da argamassa e os seus constituintes, define-se os tipos de
argamassa segundo vários critérios e explicita-se o seu modo de aplicação. Por fim, apresenta-se as
funções e as características de desempenho destes, bem como alguns dos ensaios que são feitos de
modo a avaliar estas características e respetivos requisitos.
Numa segunda parte, em que a estrutura é em geral similar à primeira, expõe-se a informação relativa
aos ETICS. São referidos os seus constituintes e os requisitos exigidos, assim como os ensaios a
proceder.
Por fim, introduz-se os cimentos de sulfoaluminato de cálcio, onde se apresenta a sua história, estudos
realizados e as suas principais características.
2.2 Revestimentos
Os revestimentos são correntemente classificados pela sua função principal, ou seja, como
revestimentos de estanqueidade, impermeabilização, isolamento térmico e decorativos ou de
acabamento. Na tabela 2.1 são apresentados os principais tipos de revestimentos utilizados em
Portugal, consoante a classificação funcional adotada pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia
Civil).
As argamassas de revestimento ou rebocos são classificados como revestimentos de
impermeabilização e têm como função principal contribuir para a estanqueidade global da parede,
reduzindo a quantidade de água que atinge o suporte e evitando as anomalias associadas a este agente
de degradação. Os ETICS são classificados como revestimentos de isolante térmico pois apresentam
condutibilidades térmicas baixas. Estes revestimentos assumem-se como obstáculos à passagem do
calor ao longo das fachadas de maneira a reduzir as trocas térmicas entre estas.
Os revestimentos assumem um papel de grande importância no que se refere proteção dos edifícios,
contribuindo assim para que estes apresentem as características que satisfaçam as necessidades dos
seus utilizadores. O estabelecimento de exigências funcionais é assim fundamental, pois é uma forma
6
de impor requisitos aos materiais que assegurem um adequado desempenho dos elementos de serviço
(Veiga, 2005).
Tabela 2.1 – Classificação funcional dos revestimentos exteriores de paredes (Veiga, 2001b)
Classificação funcional Principais tipos de revestimentos exteriores usados em Portugal
Revestimentos de estanqueidade
Placas de pedra natural fixadas mecanicamente ao suporte, com lâmina de ar
Placas, de outros materiais, fixadas mecanicamente ao suporte, com lâmina de ar
Revestimentos de ligante sintético armados
Revestimentos de impermeabilização
Rebocos tradicionais
Rebocos pré-doseados
Revestimentos de ligante misto (cimento e resina)
Revestimentos de ligante sintético
Revestimentos de isolamento térmico
Revestimentos por elementos descontínuos independentes com isolante na caixa-de-ar
Revestimentos por componentes isolantes
Revestimentos aplicados sobre isolante (ETICS)
Revestimentos de acabamento
Revestimentos por elementos descontínuos colados ou fixados mecanicamente sem lâmina de ar (ladrilhos, azulejos)
Revestimentos por pintura
Citando o novo Regulamento dos Produtos de Construção (RPC) da UE (Regulamento N.º 305/2011
do parlamento europeu e do conselho de 9 de Março de 2011), que revoga a Diretiva 89/106/CEE: ‘’as
obras de construção devem, no seu todo e nas partes separadas de que se compõem, estar aptas para
o uso a que se destinam, tendo em conta, nomeadamente, a saúde e a segurança das pessoas nelas
envolvidas durante todo o ciclo de vida da obra. As obras de construção devem satisfazer, em
condições normais de manutenção, os requisitos básicos das obras de construção durante um período
de vida útil economicamente razoável’’. Assim este novo regulamento estabelece os seguintes
requisitos básicos das obras da construção, designadas pela sigla ER (essencial requirements):
ER1 – Resistência mecânica e estabilidade;
ER2 – Segurança contra incêndio;
ER3 – Higiene, saúde e ambiente;
ER4 – Segurança e acessibilidade na utilização;
ER5 – Proteção contra o ruído;
ER6 – Economia de energia e isolamento térmico.
ER7 – Utilização sustentável dos recursos naturais
O requisito básico relativo à utilização sustentável dos recursos naturais deverá ter em conta a
possibilidade de reciclagem das obras de construção, dos seus materiais e das suas partes após a
demolição, a durabilidade das obras de construção e a utilização nas obras de matérias-primas e
materiais secundários compatíveis com o ambiente. Para a avaliação deste requisito básico deverão
7
ser utilizadas declarações ambientais de produtos, quando disponíveis. Devido a este requisito básico
ser recente em relação à diretiva anterior, este não será tido em conta no presente estudo (Silva, 2013).
O novo regulamento dos produtos de construção estabelece condições harmonizadas sobre a forma
de expressar o desempenho dos produtos de construção correspondentes às suas características
essenciais. Estas condições são estabelecidas para a comercialização dos produtos de construção,
recorrendo à marcação CE que é suportada pela conformidade das normas EN e das aprovações
técnicas europeias.
Deste modo, os produtos antes de serem lançadas no mercado devem sofrer um controlo interno de
produção e qualidade por parte dos seus fabricantes. Este controlo é feito através de ensaios tipo
apropriados, onde a partir destes é emitida a declaração de desempenho e efetuada a marcação CE,
de maneira a que os valores obtidos estejam dentro das características previstas na norma EN 998-1
(CEN, 2010a). Segundo o RPC a marcação CE significa que o produto está conforme às suas
características essenciais, que correspondem aos requisitos básicos das obras de construção em que
são incorporados de modo permanente, atestado em ‘’Declaração de Desempenho’’ emitida pelo
fabricante, podendo assim este circular livremente no EEE. Com a introdução do novo regulamento,
para além do símbolo identificativo da marca colocada no próprio produto, na sua embalagem, etiqueta
ou noutro suporte de acordo com a norma aplicável, a marcação CE é ainda evidenciada pela
declaração de desempenho emitida pelo respetivo fabricante, quando na vigência da DPC (diretiva dos
produtos da construção) o era pela declaração de conformidade (emitida pelo fabricante) ou pelo
certificado de conformidade (emitido por organismo notificado). A marcação CE é então um passaporte
para que os produtos possam circular livremente e ser comercializados na União Europeia, sendo uma
garantia de mínima de segurança, saúde e qualidade para os utilizadores (APFAC, 2005).
2.2.1 Argamassas de revestimento
2.2.1.1 Definição
Argamassa pode definir-se, segundo o dicionário europeu de argamassas, elaborado pelo European
Mortar Industry Organization (EMO, 2001), como a mistura de um ou mais ligantes (orgânicos ou
inorgânicos), agregados, cargas, adições e/ou adjuvantes.
As argamassas segundo o critério de aplicação são classificadas como argamassas de revestimento,
de assentamento, cimentos-cola, de juntas e de regularização (betonilha) (Gonçalves, 2010).
As argamassas de revestimento, segundo Carasek (2007), são utilizadas para revestir paredes, muros
e tetos, podendo estas sofrer um processo de acabamento como pintura ou revestimentos cerâmicos.
Os revestimentos apresentam-se como elementos de grande importância na construção,
desempenhando uma função de proteção da própria construção, de habitabilidade, de salubridade e
mesmo uma função estética.
As argamassas são ainda classificadas dependendo do seu local de produção, da sua conceção e das
suas propriedades e utilização referidas pelas normas EN 998-1 (CEN, 2010a) e EN 998-2 (CEN,
8
2010b). Na tabela 2.2 é sintetizada essa informação. A classificação e definição das argamassas
segundo o local de produção pode ser consultada na tabela 2.3.
Tabela 2.2 - Classificação das argamassas segundos os três critérios (CEN, 2010a, 2010b; EMO, 2001)
Critérios de Classificação Tipos de argamassas
Local de produção
Tradicional
Industrial
Industrial semi-acabada
Conceção Desempenho
Formulação
Propriedades e utilização
Uso geral
Leve
Colorida
Monocamada
Renovação
Isolamento térmico
Adicionalmente, pode-se ainda definir os tipos de argamassa pelo número de ligantes utilizados,
havendo argamassas de um só ligante ou constituídas por mais de um, as quais são chamadas de
argamassas bastardas (Paulo, 2006, citado por Ferreira, 2012).
Tabela 2.3 - Classificação das argamassas segundo o local de produção (EMO, 2001)
Classificação Definição
Argamassas tradicionais Compostas pelos constituintes primários, em que estes são doseados e
misturados em obra
Argamassas industriais (ou fabris) Doseadas e armazenadas em fábrica, podendo surgir ‘’em pó’’, em que é
apenas necessário a adição de água, ou surgir ‘’em pasta’’, já amassada e pronta a ser utilizada.
Argamassas industriais semi-
acabadas
Pré-doseadas
Pré-doseadas que sofrem modificações
em obra
Componentes doseados em fábrica e misturados em obra segundo as instruções e condições do
fabricante
Pré-misturadas
Componentes doseados e misturados em fábrica sendo adicionados outros componentes em obra,
especificados pelo fabricante ou mesmo fornecidos por este
A presente dissertação consiste na formulação de argamassas em que o objetivo será a determinação
de uma mistura final em pó, ou seja, todas as argamassas produzidas estudadas são constituídas por
elementos secos selecionados e controlados, sendo apenas necessário adicionar água aquando a sua
aplicação para se proceder à amassadura. A definição mais apropriada para as argamassas referidas
será a de argamassas industriais, no entanto a designação em termos comerciais maioritariamente
empregue para este tipo de argamassas é a de argamassas pré-doseadas. Assim sendo na presente
dissertação não será feita qualquer tipo de diferenciação entre argamassas industriais e pré-doseadas.
Quanto à conceção, as argamassas de desempenho (ou de prestação) são argamassas em que a sua
composição e processo de fabrico são definidos pelo fabricante, de modo a obter propriedades
9
específicas. As argamassas de formulação são fabricadas segunda uma formulação determinada à
priori, em que a proporção dos seus componentes é determinante nas propriedades finais (EMO, 2001).
As classificações segundo as suas propriedades e utilização das argamassas e as suas respetivas
definições são apresentadas na tabela 2.4.
Tabela 2.4 - Classificação das argamassas segundo as propriedades e utilização (CEN, 2010a; 2010b)
Classificação Definição
Argamassas de uso geral (GP)
Argamassa sem características especiais, de formulação ou de desempenho.
Argamassas de reboco leve (LW)
Argamassas de desempenho com densidade após endurecimento inferior ou igual a 1300 kg/m3
Argamassas coloridas (CR)
Argamassa de desempenho, especialmente pigmentada, para funções decorativas
Monocamada (OC) Argamassa de desempenho concebida para revestimento, aplicada numa só
camada, cumprindo funções de proteção e decoração como um sistema multicamada
Argamassa de renovação (R)
Argamassa de desempenho usada em alvenaria com presença de sais solúveis
Argamassas de isolamento térmico (T)
Argamassa de desempenho com propriedades específicas de isolamento térmico
2.2.1.2 Elementos constituintes
A composição de uma argamassa é um fator determinante no seu desempenho e raramente é revelada
a proporção relativa entre constituintes. As argamassas pré-doseadas apresentam uma constituição
semelhante às argamassas tradicionais, com a diferença de a dosagem ser feita de acordo com uma
formulação estudada, resultando numa mistura de constituintes selecionados e corrigidos com a
introdução de adjuvantes e adições em pequenas quantidades (APFAC, 2008).
i) Ligante
Um ligante pode ser descrito como um material que faz presa e endurecimento, com capacidade de
aglutinar outros materiais, como por exemplo agregados. Sendo a presa a perda de plasticidade da
pasta (mistura do ligante com água) e o endurecimento o aumento da resistência com o tempo
(Coutinho, 1998).
Os ligantes podem ser de origem mineral ou orgânica. Os ligantes de origem mineral são fabricados a
partir de rochas naturais compostas por calcário, silício, alumínio e ferro. Os ligantes de origem orgânica
são fabricados a partir de elementos de origem vegetal e animal. Os primeiros serão obviamente os
abordados, pois são estes os maioritariamente utilizados para a formulação de argamassas de
revestimento, sendo classificados como ligantes aéreos ou hidráulicos. Os aéreos (cal aérea e gesso)
apenas fazem presa e endurecem ao ar. Os hidráulicos (cal hidráulica e cimento Portland) fazem presa,
endurecem e mantem a resistência quer em contacto com o ar, quer dentro de água (Coutinho, 1998).
10
O presente estudo aborda a caracterização de argamassas de cimento Portland com o novo ligante
CSA, assim sendo o ponto de interesse, relativamente aos ligantes, é a caracterização e descrição do
cimento Portland, pois o ligante CSA será descrito posteriormente com maior pormenorização.
O cimento Portland tornou-se o ligante mais utilizado na indústria da engenhara civil devido à sua boa
durabilidade, versatilidade e ao seu grande valor económico. Este ligante segundo Santos (2008) é
definido como uma substância finamente moída com capacidades aglutinantes ou ligantes, que
endurece sob a ação da água (propriedades hidráulicas) alcançando uma elevada resistência e
durabilidade, e que após endurecimento, se sujeito à ação da mesma não volta a decompor-se. O
principal constituinte deste cimento é o clinquer que tem como suas matérias-primas o calcário e a
argila.
Relativamente ao processo de fabrico, segundo Martins e Paiva (2006) após a extração das matérias-
primas das pedreiras, estas são levadas a uma pré homogeneização onde se obtém uma mistura
finamente moída, o cru. De seguida, esta mistura é levada para um processo de cozedura a altas
temperaturas sofrendo diversos fenómenos e transformações como se pode verificar pela tabela 2.5.
Findo este processo, o clinquer, elemento resultante destas transformações, é arrefecido rapidamente
devido às altas temperaturas a que sai dos fornos.
Tabela 2.5 – Fenómenos sofridos durante o processo de cozedura do cimento Portland
Temperatura Fenómeno
100ºC Evaporação da água livre
500ºC Desidratação das argilas
900ºC Cristalização dos minérios resultantes e decomposição do carbonato
900ºC - 1200ºC Reações da cal com os silicatos e aluminatos
1250ºC - 1280ºC Início da fusão
> 1280ºC Formação dos compostos constituintes do clínquer
Após o arrefecimento e antes da moagem, adiciona-se um elemento que contém o radial SO3,
normalmente gesso calcinado (2 a 3 %), de maneira a retardar a presa e aumentar a resistência do
cimento. Após este processo, procede-se à moagem com o interesse de obter os grãos mais finos
possíveis. Esta medida tem por base o facto da finura dos grãos estar relacionada com a capacidade
ligante do cimento, tendo um papel direto na reatividade deste e nas reações químicas que ocorrem
durante o processo de presa e endurecimento. Quanto maior a finura dos cimentos maior a atividade
superficial das partículas de hidratação (Bauer, 2005). Finalizando a moagem, o cimento é armazenado
em silos, continuando o seu processo de arrefecimento.
No âmbito das argamassas de revestimento, o cimento tem como funções promover a coesão dos
agregados no estado fresco da mistura, a adesão inicial à base do revestimento e o endurecimento da
pasta. Apresenta ainda a função de conferir resistência mecânica e de reduzir a permeabilidade dos
revestimentos à passagem de água liquida e ao vapor (Miranda, 2005).
11
ii) Água
A água de amassadura é um constituinte fundamental das argamassas, pois esta promove a hidratação
do cimento e aglutinação entre este e os agregados, permitindo assim a consistência necessária para
a aderência ao suporte.
A quantidade de água necessária para possibilitar uma fácil aplicação em obra é sempre superior à
necessária para a hidratação do ligante (Martins e Paiva, 2006). Porém, a resistência à compressão
diminui com a quantidade de água utilizada, sendo que é preciso ter extremo cuidado com a quantidade
empregue. Assim deve-se utilizar a mínima dosagem possível mas que ao mesmo tempo garanta a
hidratação do cimento, assegure a plasticidade da massa e certifique a aderência ao suporte (Veiga,
2006). Segundo Martins e Assunção (2010) a quantidade de água a utilizar aumenta com a finura do
grão, isto deve-se ao facto de quanto mais fino o grão maior é a superfície específica, ou seja, é
necessário mais água para humedecer a sua superfície. Ainda segundo estes autores, qualquer
excesso de água irá fazer com que a argamassa fique mais porosa, com menor resistência e ainda
conduz ao aumento da retração por secagem. Por outro lado, uma quantidade insuficiente de água irá
conduzir a uma mistura imperfeita pois não permite uma boa hidratação.
iii) Agregados
O agregado é um material granulado sem propriedades aglutinantes usado na construção e aplicado
na formulação de argamassas. Estes são classificados quanto à sua origem, massa volúmica,
petrografia e quanto à dimensão das suas partículas, como se pode verificar pela tabela 2.6 (Pinto e
Gomes, 2010).
Tabela 2.6 - Classificação dos agregados segundo os quatro critérios (Pinto e Gomes, 2010)
Critério de classificação
Tipo de agregado
Origem
Natural: origem mineral (pétreo), submetido ou não a processamento mecânico (britagem). Ex: areias roladas, godos, britas.
Artificial: origem mineral, submetido ou não a processamento mecânico. Ex: argila expandida.
Reciclado: Provém da fragmentação, separação crivagem e eventual lavagem de resíduos de construções novas, renovação, ou demolição de edifícios ou de obras de arte
Massa volúmica
Leve: < 2000 kg/m3
Normal: 2000 – 3000 kg.m-3 ex: areias, calcários, granitos
Pesado: > 3000 kg/m3
Petrografia
Ígneos
Sedimentares
Metamórficos
Dimensão das partículas
Grosso: agregados de maiores dimensões, D > 4 mm/5 mm
Fino: agregados de menores dimensões, D ≤ 4 mm/5 mm
Filler: agregados com dimensões que passam no peneiro 0,63 mm (podem ser misturados aos materiais de modo a conferir determinadas propriedades).
12
Regra geral, os agregados mais utilizados na execução de rebocos são as areias. Segundo Rodrigues
(2004) são materiais granulados finos que são aglomerados por um ou mais ligantes constituindo o
esqueleto da argamassa. As areias provêm da desagregação de rochas podendo ser de origem siliciosa
ou calcária. Enquanto as primeiras são geralmente de rio ou de areeiro, as areias calcárias resultam
de desperdícios de pedreiras de rocha calcária.
Os agregados têm influência direta no incremento da resistência mecânica, compacidade,
impermeabilidade e na diminuição da retração (Bauer, 2005). Uma das características que influencia
estes parâmetros é a presença ou não de uma granulometria adequada, que permite uma redução do
volume de vazios. A redução do volume de vazios de uma argamassa permite não só reduzir a
quantidade de ligante, mas também obter uma argamassa mais compacta e de menor custo. Esta
redução da quantidade de ligante é a razão pela qual há uma redução da retração, e por consequência
uma redução da fendilhação do revestimento. Este fenómeno é explicado pelo facto da presença dos
grãos de areia não sofrerem retração (Martins e Assunção, 2010).
A forma dos agregados surge como outro fator importante na influência das características da
argamassa. Os agregados arredondados criam mais vazios, reduzindo assim a aderência entre os
agregados e por consequência a resistência mecânica. Em contrapartida os agregados angulosos
permitem um imbricamento e atrito entre si, melhorando assim a compacidade e o comportamento e
mecânico das argamassas (Coutinho 2002; Rato, 2006).
Posto isto, a aplicação de agregados é de extrema importância não só por melhorar as capacidades
das argamassas, mas também por conceder um importante ganho de custo devido à areia ser mais
barata que o cimento. A qualidade da areia e a homogeneidade da mistura são fundamentais na
qualidade da argamassa.
iv) Adições e adjuvantes
As adições e adjuvantes são adicionados às argamassas de revestimento de forma a melhorar algumas
características em particular, tais como a trabalhabilidade, os tempos de secagem, a permeabilidade
ao vapor de água e capacidade de aderência ao suporte (Silva e Campiteli, 2006).
Os adjuvantes são elementos que modificam a argamassa a um nível mais intrínseco (químico). Estes
são adicionados durante a amassadura da argamassa em quantidades não superiores a 5% em relação
à massa da mistura do ligante, com o objetivo de modificar a argamassa quer no estado fresco quer no
estado endurecido (Coutinho, 1998). Os adjuvantes podem ser modificadores da reologia da
argamassa fresca, modificadores do tempo de presa, impermeabilizantes e hidrófugos e expansivos,
como se pode consultar pela tabela 2.7.
As adições são materiais em pó, de grão muito fino que são utilizadas em quantidades superiores a 5%
em relação à massa de mistura de ligante, com o objetivo de alcançar propriedades especiais. Estes
compostos distanciam-se dos adjuvantes na medida em que o seu efeito é permanente, enquanto os
adjuvantes só atuam num determinado momento (Coutinho, 1998).
13
Tabela 2.7 - Classificação e respetiva definição dos adjuvantes (Domone, 1994; Veiga, 1997; Edmeades e Hewlett, 1998)
Classificação Definição
Modificadores da reologia da
argamassa fresca
Alteram a consistência da massa (plastificantes/ redutores de água, plastificantes/ introdutores de ar, retentores de água, promotores de aderência/ coesivos)
Modificadores do tempo de presa
Alteram o tempo de presa e o desenvolvimento da resistência da massa durante o seu endurecimento (ativadores de endurecimento, retardadores e aceleradores de presa)
Hidrófugos Impendem (pelo menos parcialmente) a penetração ou circulação da água, por
redução da tensão capilar no sistema poroso
Expansivos Contrariam a retração, através de uma ligeira expansão, sem afetar a posterior
estabilidade da argamassa endurecida
Como exemplos de adições existem as fibras de vidro ou de polipropileno, que aumentam a resistência
à tração e a ductilidade do revestimento, e os filers que melhoram a granulometria da argamassa,
preenchendo os espaços pequenos da mesma. Por fim, tem-se as pozolanas naturais e artificiais, que
melhoram a resistência aos sulfatos e às reações sílica-agregados (Martins, 2008).
2.2.1.3 Argamassas pré-doseadas e a sua aplicação
Como referido, nas argamassas pré-doseadas o doseamento e a mistura das várias matérias-primas
são realizadas em fábrica, sendo apenas preciso adicionar em obra a quantidade de água necessária
para obter a pasta com a consistência pretendida. As argamassas industrializadas incluem as
argamassas de uso geral, que poderão ter diversas aplicações, sendo mais adequadas para rebocos
ou para camada de sistema de ETICS.
Relativamente à aplicação, o procedimento seguidamente exposto apenas destina-se à aplicação de
rebocos pré-doseados sendo que a aplicação da camada de base para ETICS encontra-se descrita no
subcapítulo dos mesmos. A maioria destes revestimentos pode ser aplicado manualmente ou
mecanicamente, através de uma máquina de projeção, sendo esta última solução a mais utilizada por
ter como vantagens a redução de tempo de execução, a melhoria das características e a
homogeneidade do revestimento final. A aplicação das argamassas de reboco pré-doseadas consiste
na sua projeção sobre o paramento a revestir, seguindo-se do seu nivelamento, recorrendo a réguas
metálicas ou de madeira, de modo a alcançar uma espessura uniforme. A espessura mínima de
aplicação é cerca de 10 mm, devendo evitar espessuras com mais de 20 mm pois aumenta o risco de
fissuração. Sempre que haja uma interrupção nos trabalhos, todos os equipamentos e utensílios devem
ser lavados. Na junção de suporte de natureza diversa, deve ser aplicada uma rede de fibra de vidro.
A aplicação do revestimento deve-se sempre ser feita com a temperatura ambiente entre os 5 °C e 30
°C (APFAC, 2008).
A preparação do suporte antes de receber o reboco é de extrema importância, todas as superfícies a
revestir deverão apresentar-se ausentes de qualquer substancia que possa prejudicar a argamassa
assim como de partículas mal aderentes. As superfícies devem apresentar-se o mais limpas possível
e com alguma rugosidade, de modo a permitirem uma boa aderência mecânica. Deve-se ainda
proceder ao fechamento prévio das lacunas na alvenaria e defeitos no preenchimento das juntas de
assentamento. Segundo Miranda (2005), a manutenção do acabamento final é um fator de grande
14
importância no que diz respeito à durabilidade dos revestimentos de argamassa. Sendo estes
revestimentos materiais porosos e vulneráveis às diferenças de temperatura e humidade, o
acabamento final deve apresentar uma função protetora, como por exemplo um sistema de pintura,
revestimento cerâmico ou um tratamento de hidrofugação.
2.2.1.4 Funções e características de desempenho de argamassas de reboco
As argamassas de reboco têm por objetivo contribuir para a estanqueidade e a preservação das
paredes, sendo ainda estas utilizadas como elementos decorativos, possuindo assim uma função
estética relevante. A degradação destas dá-se pela exposição a condições ambientais adversas e a
outras inúmeras agressões. A ação da água, os efeitos biológicos, as ações mecânicas e as ações do
homem são alguns dos responsáveis por possíveis degradações (Sousa et al., 2005). Segundo Veiga
(1997 e 2005) as principais funções a desempenhar pelos rebocos são:
A regularização de alvenarias de modo a receber os revestimentos finais;
O acabamento dos paramentos;
A proteção da envolvente dos edifícios da ação direta dos agentes externos de degradação;
A impermeabilização das fachadas (revestimentos exteriores), colaborando para a
estanqueidade das paredes exteriores à ação da água.
O cumprimento das funções referidas leva obviamente à imposição de características desempenho aos
rebocos, sendo estas quantificadas e avaliadas. Estas funções estabelecidas integram o grupo de
requisitos básicos estabelecidos pelo regulamento da EU (2011) e especificadas para os rebocos pela
EN 998-1 (CEN, 2010a). Todas as características de desempenho exigidas aos rebocos vão contribuir
para o cumprimento dos requisitos básicos das obras da construção (Ferreira, 2012; RPC, 2011).
Segundo Veiga (2005) as características de desempenho exigidas aos revestimentos inserem-se
essencialmente na higiene, saúde e ambiente (ER3) e na segurança no uso (ER4).
Em seguida, apresenta-se e descreve-se as principais características de desempenho, para
argamassas de reboco, sendo estas mesmas características válidas para as argamassas de camada
de base.
i) Estado fresco
O estado fresco é o espaço temporal entre o fim da amassadura e o início da presa. A argamassa
encontra-se trabalhável, deformável plasticamente, sendo esta fase muito importante, pois qualquer
erro introduzido irá comprometer a qualidade do revestimento. Na tabela 2.8 são apresentadas as
características de desempenho referentes a este estado bem como a sua descrição.
ii) Estado endurecido
Após a presa, estado semissólido que advém do aumento da consistência, a argamassa passa ao
estado sólido caracterizado pelo ganho da resistência. Segundo Gomes (2008) o manuseamento da
argamassa durante a presa é fundamental para garantir a qualidade do revestimento. Na tabela 2.9
15
são descritas as características de desempenho, no estado endurecido, relacionadas com o
comportamento mecânico do reboco.
Tabela 2.8 – Características de desempenho referentes ao estado fresco de argamassas de reboco (Braga, 2010; Reddy and Gupta, 2007; Nsambu, 2001; Veiga, 1998)
Característica de desempenho
Descrição
Trabalhabilidade e consistência
Uma boa trabalhabilidade garante uma boa aderência ao suporte e uma fácil aplicação. O aumento do teor de finos das areias, do teor de cimento e da quantidade de água de amassadura poderão melhorar a trabalhabilidade de uma argamassa. A introdução de adjuvantes como plastificantes e introdutores de ar, é outra solução para a melhoria desta característica. Esta propriedade está diretamente ligada à consistência e à plasticidade. A primeira caracteriza a sua capacidade de resistência às tensões impostas e a segunda diz respeito à capacidade da argamassa se deformar sem rotura sob a ação de forças nela atuantes e manter essa mesma deformação após findada a aplicação da ação. Dependem do teor de ar, da quantidade de água, do tipo de areia, da natureza e dosagem dos ligantes e da energia fornecida na amassadura.
Retenção de água
Capacidade da argamassa reter a água de amassadura e manter a sua trabalhabilidade quando exposta à sucção do suporte e às condições atmosféricas propícias à perda de água por evaporação, viabilizando assim um desenvolvimento de presa e endurecimento apropriado. A retenção de água é essencial para um bom desenvolvimento do endurecimento da argamassa, pois só assim se promove uma boa hidratação do ligante que irá impulsionar o ganho de aderência e de resistência mecânica. Depende essencialmente do tipo de cimento utilizado, da relação água/cimento e da proporção dos materiais na mistura. A falta de capacidade de retenção de água poderá provocar uma rápida sucção do suporte e perda de água por evaporação, afetando a hidratação do ligante.
Massa volúmica
Relação entre a massa e volume da mistura de argamassa. Esta relação não tem em conta os vazios, que podem corresponder ao ar incorporado e aos espaços deixados após a evaporação da água. Já a massa volúmica aparente tem em conta na relação os vazios presentes na argamassa.
Aderência inicial ao suporte
Capacidade de aderência da argamassa no estado fresco ao suporte. Depende da rugosidade e porosidade deste, da preparação que é feita antes do mesmo receber o reboco e ainda da trabalhabilidade da argamassa de revestimento. Uma boa aderência inicial irá ter como consequência um bom desempenho no que se trata à relação suporte-revestimento, aquando a argamassa estiver no seu estado endurecido.
Na tabela 2.10 são apresentadas as características de desempenho relacionadas com os elementos
da fachada que influenciam o desempenho do reboco, o processo de endurecimento, o comportamento
à ação da água, a durabilidade e o seu aspeto estético.
iii) Requisitos e normas de ensaio das caraterísticas de desempenho
As caraterísticas de desempenho devem ser avaliadas e quantificadas de modo a aferir a boa qualidade
de desempenho por parte dos revestimentos. A norma EN 998-1 (CEN, 2010a) e o Relatório do LNEC
289/95 (2005) estabelecem para as argamassas de revestimento as características harmonizadas
(requisitos), a respetiva norma de ensaio e o enquadramento dos valores obtidos. A tabela 2.11
16
apresenta as normas de ensaio e requisitos para algumas das características de desempenho referidas
das argamassas de reboco de uso geral (GP).
Ainda no contexto de classificação, refere-se a classificação MERUC elaborada pelo CSTB (Centre
Scientifique et Technique du Bâtiment, 1993), esta classificação tem por objetivo fornecer informação
sobre as principais características que influenciam o comportamento do revestimento. Esta
classificação abrange a massa volúmica aparente (M), o módulo de elasticidade dinâmico (E), a
resistência à tração por flexão (R), a retenção de água (U) e o coeficiente de capilaridade (C). Cada
classe de cada característica indica a variação de valores possível.
Tabela 2.9 – Características de desempenho referentes ao estado endurecido de argamassas de reboco (Martins e Assunção, 2008; Cruz, 2008; Veiga, 2005; Veiga, 1998; Veiga, 1997)
Característica de desempenho
Descrição
Aderência ao suporte
Influência direta na capacidade de impermeabilização, na distribuição de tensões, na resistência à fendilhação, e na durabilidade destes. Fundamental que as partículas finas formem juntamente com a água uma pasta capaz de penetrar facilmente na alvenaria, endurecendo em seguida rapidamente. A aderência é tanto maior quanto maior for o teor de cimento e o seu teor de finura na argamassa.
Resistência
mecânica
Capacidade do revestimento resistir a esforços internos ou externos de diversas origens, que geralmente se exprimem por tensões de tração, corte e compressão. A resistência mecânica é examinada pela capacidade que o revestimento tem de suportar os esforços mecânicos sem apresentar degradação e deformações plásticas visíveis.
Resistência à
fendilhação
A fendilhação é uma das anomalias que influencia significativamente o desempenho dos revestimentos. Deve-se não só ao aspeto estético mas também às fendas permitirem a entrada de água e outro agentes, assim como a fixação de microrganismos. A resistência à fendilhação traduz-se pela capacidade da argamassa resistir às tensões de tração induzidas pelo efeito da restrição e retração. Estes efeitos são usualmente conferidos pela aderência a um suporte rígido ou pela capacidade da argamassa resistir às tensões induzidas Quanto menor for a retração menor é a tendência para o revestimento fendilhar, bem como, quanto menor for o quociente entre o módulo de elasticidade e a resistência à tração. A fendilhação pode ter origem na quantidade de cimento que a argamassa possui, argamassas com elevado teor de cimento caracterizam-se por ser muito rígidas, pouco flexíveis e pouco deformáveis, podendo originar microfissuras.
Resistência ao
choque
Quando os revestimentos são aplicados em espessuras normais geralmente asseguram resistências razoáveis ao choque. Já quando são aplicados revestimentos de espessura reduzida em suportes de baixa resistência, como os suportes isolantes, a resistência ao choque já não é assegurada e a situação é mais problemática. De maneira a conferir ao revestimento uma maior resistência são aplicados reforços de rede metálica, de fibra de vidro ou de um material sintético.
Módulo de
elasticidade
Capacidade de um revestimento absorver deformações, estando diretamente ligado à qualidade e durabilidade do mesmo. As tensões de tração consequentes de retração por secagem, retração térmica ou ações externas, podem dar origem à fendilhação nos revestimentos se estes detiverem uma elasticidade e resistência à tração inadequadas. Quanto menor for o módulo de elasticidade maior é a capacidade para absorver as deformações, pois o revestimento torna-se mais deformável e capaz de absorver parte ou toda a tensão instalada. É ainda importante referir, que quanto menor o teor de cimento menor é o módulo de elasticidade.
17
Tabela 2.10 - Características de desempenho referentes ao estado endurecido de argamassas de reboco (Martins e Assunção, 2010; Braga 2010; Santos, 2009; Gomes, 2008; Rosa e Martins, 2005; Rodrigues,
2004; Veiga, 1998; Garbozci, 1995; Araújo, 2001)
Característica de desempenho
Descrição
Compatibilidade
com o suporte
Deve haver compatibilidade geométrica, física, mecânica e química com o suporte. Para uma compatibilidade geométrica, a argamassa deve ser aplicada numa espessura suficiente de maneira a encobrir os defeitos da alvenaria de suporte e a corrigir as suas irregularidades. A compatibilidade física possibilita ao reboco trocas de humidade entre a alvenaria e o exterior. A compatibilidade mecânica impede a transmissão de tensões elevadas entre a argamassa e o suporte. Por fim, a compatibilidade química consiste na resistência do revestimento à presença de sais existentes no suporte e também no facto do reboco não conter sais que possam iniciar reações nocivas com os materiais constituintes da alvenaria.
Retração
Surge devido à perda rápida e acentuada de água de amassadura e aos fenómenos de hidratação do ligante. As argamassas de revestimento durante o processo de endurecimento estão sujeitas a variações dimensionais devido à perda de água por evaporação que origina uma diminuição de volume. Estas variações podem ocorrer, ainda, após a secagem, determinadas pelo ambiente exterior. Deve-se ter um cuidado especial nas condições de cura de maneira a evitar uma evaporação rápida da água por secagem. A utilização de areias com alto teor de finos, o emprego de camadas muito espessas, o excesso de água de amassadura e a aplicação em condições climatéricas desfavoráveis, são outras origens da fendilhação por retração restringida.
Permeabilidade
à água e ao
vapor de água
Capacidade do material permitir a percolação de água pelos seus vazios. A permeabilidade está diretamente relacionada com a rede de poros e as fissuras existentes. Será tanto maior quanto maior for o diâmetro dos poros e a abertura das fissuras. Esta caraterística é influenciada essencialmente pela natureza do suporte, natureza e proporção dos materiais constituintes, espessura da camada de revestimento, técnica de execução, idade do material, acabamento da superfície e existência de fissuras no reboco. A impermeabilidade das argamassas surge como fundamental para a proteção dos suportes e infiltrações de água. Segundo Veiga (1998), é determinada pela capacidade resistente à penetração da água vinda do exterior até ao suporte, e pela capacidade de eliminação rápida da água em excesso por secagem, aquando condições atmosféricas favoráveis. Já a permeabilidade ao vapor de água é essencial, pois permite a secagem das paredes quando existem infiltrações de água e impede a humidade de condensação no interior dos edifícios.
Absorção de
água por
capilaridade
Capacidade que um material, poroso e não saturado, tem para absorver e escoar a água por sucção capilar. Segundo Rodrigues (2004) quanto mais finos forem os capilares do material mais rápida e mais considerável será a progressão da água. Depende da quantidade, dimensão e conectividade dos poros. As pequenas dimensões dos poros são a principal causa de danos entre argamassas e os materiais pétreos dos materiais, estes tendo um diâmetro reduzido irão exercer maior força capilar e conservar a água por períodos mais longos em relação aos poros de diâmetros maiores.
Durabilidade
Corresponde ao período de tempo durante o qual os rebocos mantêm o seu desempenho acima dos níveis exigíveis. A durabilidade de uma argamassa depende da qualidade desta, do seu fabrico, da sua aplicação, das condições do suporte e da intensidade dos agentes atmosféricos. Os rebocos devem ser capazes de resistir às ações físicas, químicas e mecânicas sem que as suas propriedades saiam afetadas, conduzindo ao aparecimento de anomalias.
Aspeto estético
Diretamente ligado às argamassas de revestimento, estas através da sua textura, regularidade, desempenho e grau de conservação, influenciam a estética dos edifícios. Os rebocos, pelo papel de proteção das alvenarias e pela sua exposição às ações externas, são os primeiros elementos dos edifícios a sofrer degradação visível, deste modo são essenciais para aspeto estético dos edifícios. Todos os fatores que prejudicam a durabilidade dos revestimentos são também fatores que irão por em causa a estética do edifício, contribuindo para a penalização deste ao longo do tempo.
18
Tabela 2.11 - Normas de ensaio e requisitos das caraterísticas de desempenho de rebocos
2.2.2 ETICS
2.2.2.1 Definição
De acordo com a ETAG n.º 004 (guia técnico especifico para sistemas do tipo ETICS), a sigla ETICS
designa sistemas compostos por isolamento térmico pré-fabricado, aplicado sobre um suporte e
revestido por um reboco armado e realizado em uma ou várias camadas. Atualmente, este sistema é
bastante utilizado em Portugal tendo vindo a aumentar ao longo dos anos, este aumento deve-se às
vantagens que este apresenta (Veiga e Santos, 2009; Pereira et al., 2007; Rosenbom e Garcia, 2003):
Redução do efeito das pontes térmicas e economia de energia:
Diminuição do risco de condensações internas nas paredes;
Diminuição do gradiente de temperaturas a que são sujeitas as camadas interiores das
paredes;
Boa capacidade de resistência a solicitações mecânicas, com boa resistência à fissuração;
Aumento da inércia térmica do edifício;
2.2.2.2 Elementos constituintes
Os ETICS são constituídos por um conjunto de camadas que seguem uma ordem específica, podendo
variar nos materiais utilizados. A solução tradicional de ETICS é constituída por placas de poliestireno
expandido previamente fixadas ao suporte, por um reboco delgado aplicado em várias camadas que
incorpora uma rede de fibra de vidro e finalmente por uma camada de acabamento do tipo RPE
(revestimento plástico espesso). A constituição dos ETICS poder ser visualizada na figura 2.1 e é
detalhada nos parágrafos seguintes.
Característica de desempenho
Requisito Norma de ensaio
Absorção de água por capilaridade
w0 a w2 (kg/m2.min0,5): w0: sem exigência; w1: C ≤ 0,40; w2: C ≤ 0,20 (CEN, 2010a)
EN 1015-18 (2002)
Permeabilidade à água sob pressão
P ≤ 1 ml/cm2 após 48 h (CEN, 2010a) EN 1015-21
(2002)
Permeabilidade ao vapor de água
≤ Valor declarado ou Sd ≤ 0,15 m (LNEC, 2005) EN 1015-19
(1998)
Aderência ao suporte ≥ Valor declarado (MPa) ou ≥ 0,3 MPa ou rotura coesiva
(LNEC, 2005) EN 1015-12
(2000)
Resistência à compressão CS I: 0,4-2,5; CS II: 1,5-5,0; CS III: 3,5-7,5; CS IV: ≥ 6
(MPa) (CEN, 2010a) EN 1015-11
(1999)
Resistência à tração Preferencialmente elevada (LNEC, 2005) EN 1015-11
(1999)
Módulo de elasticidade E ≤ 10 000 (MPa) (LNEC, 2005) NF B 10-511
(1975)
Retração Preferencialmente moderada (LNEC, 2005) prEN 1015-13
(1993)
19
Figura 2.1 - Constituintes do sistema ETICS (adaptado de Freitas, 2002)
2.2.2.2.1 Suporte
Os ETICS são aplicados em superfícies planas verticais, ou superfícies horizontais e inclinadas desde
que não estejam expostos a precipitação. Podem ser aplicados em paredes simples de alvenaria
rebocada ou betão, betão moldado ‘’in situ’’ de agregados correntes ou leves, painéis prefabricados de
betão, blocos de betão de agregados correntes ou de betões leves com ligantes hidráulicos e
revestimentos de superfícies horizontais. Desde que devidamente preparados, os ETICS podem ser
ainda aplicados em suportes rebocados, pintados ou com revestimentos orgânicos ou minerais
(Falorca, 2004; Freitas, 2002).
2.2.2.2.2 Produto de colagem
Os produtos de colagem são usados na preparação da cola que fixa, por aderência, o isolamento
térmico ao suporte. Estes produtos são também utilizados na execução da camada de base e do
acabamento do sistema. A constituição dos produtos de colagem pode ser unicamente sintética ou
mineral ou ainda pode ser mista, sendo esta última a mais utilizada. O produto de colagem pode ser
pré-doseado, fornecido em pó, bastando adicionar água em obra seguindo as indicações do fabricante,
ou fornecido em pasta sendo necessário adicionar cimento Portland (Freitas e Gonçalves, 2005;
Rosembom e Garcia, 2003).
2.2.2.2.3 Isolamento térmico
Como o próprio nome o diz, o isolante térmico destina-se a aumentar a resistência térmica entre as
paredes. Este elemento é constituído por placas pré fabricadas com contorno plano ou entalhe, de
espessura variável conforme o cálculo térmico, fixado ao suporte por colagem, fixação mecânica ou
por ambas as soluções. O material isolante mais comum é poliestireno expandido (EPS), embora exista
outras alternativas como o poliestireno extrudido (XPS), a lã mineral (MW) e o aglomerado negro de
cortiça (ICB). Todos estes materiais têm como características a sua densidade, coesão, baixo módulo
de elasticidade, permeabilidade ao vapor de água e estabilidade das suas dimensões iniciais sob a
influência do calor, da humidade e de solicitações mecânicas, ao longo do tempo (Pereira et al., 2007;
Amaro, 2011).
2.2.2.2.4 Camada de base
A camada de base é uma argamassa de reboco que é aplicada sobre o isolante em pequenas
espessuras, incorporando uma armadura. A aplicação é feita em várias passagens devido à presença
20
da armadura, que normalmente encontra-se no primeiro terço de espessura da camada de base em
relação ao isolante, sendo os restantes dois terços o recobrimento. A sua espessura final deve ter ente
2 a 5 mm (Ximenes, 2012; Pereira et al., 2007; Ladeira 2011).
A composição desta argamassa pode ser, tal como o produto de colagem, ou unicamente sintética ou
mineral, podendo ser também mista. Deste modo os elementos constituintes da camada de base serão
os mesmos das argamassas de revestimento (água, agregados, cimento e adjuvantes e/ou adições)
podendo ou não ter resinas na constituição. Este tipo de argamassa será estudada na presente
dissertação, onde serão feitos ensaios específicos de ETICS, sendo os restantes realizados conforme
a norma EN 998-1 (CEN, 2010a): argamassas de reboco. Assim esta camada de base deverá possuir
algumas das características de desempenho referidas para as argamassas de revestimento, ou seja,
aderência ao isolamento, resistência à fendilhação, reduzida capilaridade, e, ainda, resistência ao
choque e perfuração (Pereira et al., 2007; Veiga e Pina dos Santos, 2006).
2.2.2.2.5 Armadura
A armadura incorporada na camada de base é composta normalmente por uma rede flexível de fibras
de vidro e de malhas quadradas, cuja abertura tem entre 3 a 5 mm. A introdução desta armadura tem
por vista a restrição das variações dimensionais da camada de base do revestimento, a melhoria da
resistência ao choque dos sistema e ainda a resistência à fissuração do revestimento sobre as juntas
entre placas de isolante. Segundo a ETAG 004, o aço galvanizado e o carbono são outros materiais
que podem ser utilizados para as armaduras (Pereira et al., 2007; Saraiva, 2011).
2.2.2.2.6 Primário
Nem todos os sistemas possuem esta camada, sendo de carácter opcional. O primário traduz-se numa
pintura opaca, aplicado numa fina camada, à base de resinas em solução aquosa. Tem por finalidade
proporcionar uma melhor aderência entre a camada de base e o acabamento final e regular a absorção.
(Saraiva, 2011; Rosembom e Garcia, 2003, citado por Amaro, 2011; Freitas, 2002).
2.2.2.2.7 Acabamento
O acabamento destina-se a assegurar a função estética do sistema, assim como contribuir para a
resistência aos choques e para a estanqueidade à água. Este revestimento final condiciona ainda o
comportamento às ações climáticas, à fendilhação, à colonização biológica e à fixação diferencial de
poeiras. A composição do acabamento pode compreender várias soluções possíveis, sendo a mais
comum o uso do revestimento plástico espesso (RPE). Tintas à base de resinas acrílicas, siloxanos ou
silacos, revestimentos cerâmicos, pétreos ou outros elementos colados e revestimentos de madeira ou
metálicos, são outros exemplos de soluções usadas como acabamentos deste sistema (Veiga e Pina
dos Santos, 2006; Veiga, 2010).
2.2.2.2.8 Fixadores mecânicos
Os fixadores mecânicos surgem como complemento à colagem nas placas. Estes elementos fixam
provisoriamente as placas dos ETICS até à secagem da cola e evitam a queda destas em caso de
descolagem. Segundo Freitas (2002), citado por Ladeira (2011), os fixadores mecânicos são
21
constituídos por buchas de plástico de cabeça circular, com no mínimo 50 mm de diâmetro, e por um
prego ou parafuso metálico no interior.
2.2.2.2.9 Acessórios
Os acessórios constituintes dos ETICS têm como função reforçar os pontos singulares destes de
maneira a manter a continuidade do revestimento. Os pontos singulares podem ser cantos salientes ou
reentrantes, ligações a elementos construtivos, juntas entre placas e perfis ou juntas de dilatação. Estes
elementos podem ser de diferentes tipos de materiais como alumínio, aço inoxidável, fibra de vidro ou
ainda PVC (Freitas, 2002).
2.2.2.3 Requisitos e características de desempenho de ETICS
Perante os requisitos básicos das obras da construção estabelecidos pelo novo Regulamento dos
Produtos de Construção da UE (2011) referidos no capítulo dos revestimentos, o guia ETAG 004 (2000)
desenvolvido pela EOTA (European Organization for Technical Approvals) estabelece os parâmetros a
avaliar para isolamentos térmicos pelo exterior do tipo ETICS, de modo a verificar a sua conformidade
com as exigências funcionais estabelecidas. O representante nacional responsável pela avaliação do
desempenho dos ETICS é o LNEC. As exigências funcionais dos ETICS segundo cada requisito podem
ser consultadas na tabela 2.12.
Tabela 2.12 - Exigências funcionais para ETICS conforme cada requisito (EOTA, 2000; Freitas, 2002)
Requisito Parâmetros de análise
ER1 – Resistência mecânica e estabilidade
Não se aplicam aos revestimentos do tipo ETICS, devido a estes terem carácter não estrutural. O sistema tem que ter resistência, sendo este parâmetro tratado e inserido no âmbito da ‘’Segurança na Utilização’’ (ER4).
ER2 – Segurança contra incêndios
A avaliação e classificação do desempenho de reação ao fogo, ou seja, das classes europeias (de A1 a F), variam de acordo com as especificações explicitadas pela EN 13501-1, adotada na regulamentação nacional de segurança contra incêndios no DL n.º 220/2008.
ER3 – Higiene, saúde e ambiente
Os ETICS deverão impossibilitar a entrada de água para o interior da parede, podendo esta ter origem na humidade do ar ou do solo, nas condições internas e na chuva ou neve. Devem manter as suas propriedades após sofrerem efeitos de impactos. O apoio de equipamentos de manutenção não deve provocar danos no sistema, seja por rotura ou perfuração. Logo os ETICS e os seus componentes deverão ser avaliados em termos de permeabilidade ao vapor de água, estanqueidade, resistência ao choque e porosidade. O sistema não deve ser fonte emissora de substâncias poluentes e perigosas para o ambiente, devendo respeitar os limites definidos pela legislação, regulamentação e disposições admistrativas aplicáveis ao local onde o sistema é executado.
ER4 – Segurança na utilização
Os ETICS devem apresentar resistência mecânica e estabilidade quando sujeitos a ações resultantes das cargas normais, como por exemplo: peso próprio, vento (sucção), deformação causada por diferenças de temperatura ou retração e movimentos da estrutura do edifício. A aderência entre camadas e entre o sistema e o suporte deve ser assegurada durante o período de vida útil do sistema.
ER5 – Proteção contra o ruído
A responsabilidade deste requisito é assegurada pela parede onde está aplicado o sistema, logo esta exigência não será abordada pois os ETICS não necessitam de respeitar este requisito.
ER6 – Economia de energia e
retenção do calor
Os ETICS devem melhorar o isolamento térmico, reduzindo o aquecimento no Inverno e o arrefecimento no Verão, economizando assim energia. A resistência térmica é avaliada dependendo de cada caso e perante as exigências do RCCTE (2006).
22
Deve ainda ser mencionado, que para além de garantir a qualidade de todos os componentes do
sistema é de extrema importância garantir a qualidade deste em geral, ou seja, é necessário que haja
uma verificação da compatibilidade entre todos os componentes (Veiga e Santos, 2006). Após a
aprovação técnica europeia atribuída pelo representante nacional, LNEC, e através da aprovação dos
requisitos anteriormente mencionados e da verificação do bom funcionamento geral do sistema, os
ETICS adquirem a marcação CE. Para a aprovação dos requisitos mencionados, o LNEC avalia certos
parâmetros de desempenho do sistema através dos ensaios correspondentes. Na tabela 2.13
apresenta-se os parâmetros de avaliação ao desempenho dos ETICS e os correspondes ensaios
consoante os requisitos exigidos.
De entre os ensaios e os parâmetros a avaliar, destaque para o ensaio de resistência ao choque e o
de aderência entre camadas, pois estes serão avaliados nas argamassas de camada de base. Assim
na tabela 2.14 verifica-se os requisitos estabelecidos pela ETAG 004 (EOTA, 2000) para estes ensaios.
Como referido o produto usado como camada de base é em geral também usado como produto de
colagem logo as especificações referentes a este produto são também demonstradas (tabela 2.15).
Tabela 2.13 - Parâmetros e ensaios a avaliar segundo o respetivo requisito (Veiga e Santos, 2009)
Requisito Parâmetros a avaliar Ensaios
ER2 – Segurança contra incêndios
Reação ao fogo Reação ao fogo
ER3 – Higiene, saúde e ambiente
Estanqueidade Comportamento higrotérmico
Comportamento gelo-degelo
Permeabilidade ao vapor de água
Resistência à difusão de vapor de água
Teste de capilaridade
Resistência ao choque Ensaio de choque de corpo duro
Resistência à perfuração
Ambiente exterior Libertação de substâncias perigosas
ER4 – Segurança na utilização
Aderência entre camadas
Aderência entre camada de base e material de isolamento térmico
Aderência entre a cola o substrato
Aderência entre a cola e o material de isolamento térmico
Resistência à ação do vento
Arrancamento por tração das fixações mecânicas
Static foam block test
Ação dinâmica de sucção
ER6 – Economia de energia e retenção do calor
Resistência térmica Resistência térmica
Tabela 2.14 – Requisitos estabelecidos pela ETAG 004 para o ensaio ao choque e de aderência da camada de base a suporte isolante (EOTA, 2000)
Ensaio Classificação Critério
Choque de 3 e 10 J
Categoria I Sem deterioração após choque de 3 e 10 J
Categoria II Sem penetração com choque de 10 J, sem fendilhação com choque de 3 J
Categoria III Sem penetração com choque de 3 J
Aderência do revestimento ao isolante
Satisfatório Tensão de aderência ≥ 0,08 N/mm2 ou rotura coesiva pelo isolante
Não satisfatório Tensão de aderência < 0,08 N/mm2 e rotura adesiva ou rotura coesiva pelo
revestimento
23
Tabela 2.15 – Requisitos estabelecidos pela ETAG 004 para o ensaio de aderência do produto de colagem a suporte isolante e a suporte de betão (EOTA, 2000)
Ensaio Condições Exigência
Aderência do produto de colagem
ao isolante
Estado seco Tensão de aderência ≥ 0,08 MPa
Após imersão em água
Tensão de aderência ≥ 0,03 MPa, 2 horas após a remoção dos provetes da água. Tensão de aderência ≥ 0,08 MPa, 7 dias após a
remoção dos provetes da água
Aderência do produto de colagem
ao betão
Estado seco Tensão de aderência ≥ 0,25 MPa
Após imersão em água
Tensão de aderência ≥ 0,08 MPa, 2 horas após a remoção dos provetes da água. Tensão de aderência ≥ 0,25 MPa, 7 dias após a
remoção dos provetes da água
2.3 Sulfoaluminato de cálcio (CSA)
Os cimentos sulfoaluminato de cálcio foram desenvolvidos pela China Building Materials Academy em
1970 com objetivo de aproveitar as suas capacidades expansivas nas condutas de betão pré-esforçado
(Shi et al., 2011). Deste modo, o sulfoaluminato de cálcio foi usado neste país em pontes, condutas de
betão, elementos de betão pré-esforçado, betão projetado e construção a baixas temperaturas. Este
cimento juntamente com o cimento ferro aluminato constitui a terceira série de cimento na china, ‘’The
Third Cement Series in China’’, caracterizada por apresentar grandes quantidades de yelimita (C4A3Ŝ).
A yelimita foi introduzida como uma fase cimentícia em 1960, quando patenteada por Alenxander Klein
como um elemento expansivo ou de retração compensada a adicionar aos ligantes (Juenger et al.,
2011; Chen, 2009).
Para além da yelimita, o clínquer do sulfoaluminato de cálcio é composto por silicato bicálcico (C2S),
ferro aluminato tetracálcico (C4AF) e sulfatos de cálcio (CS e CSH2). Os sulfatos de cálcio podem estar
presentes no clínquer como anidrido (CaSO4; CS) ou serem moídos juntos como gesso após a
clinquerização, ou ainda através da combinação dos dois (Glasser and Zhang, 2001 citado por Chen,
2009).
O clínquer do sulfoaluminato de cálcio é produzido a partir de calcário, bauxite e sulfato de cálcio. As
temperaturas de produção deste rondam entre 1200-1300 °C, cerca de 200 °C a menos em relação ao
cimento Portland, traduzindo-se num menor consumo de energia (Shi et al., 2011).
O cimento CSA utiliza principalmente como fase de ganho das resistências iniciais a yelimita em vez
de silicato tricálcico (C3S), utilizado no cimento Portland, usando o silicato bicálcico (C2S) para o
desenvolvimento dessas resistência a longo prazo. Através destas fases, que usam menos óxido de
cálcio (CaO) que no C3S, há uma redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) durante a
calcinação do calcário nos fornos de cimento (Chen et al., 2012).
A quantidade de calcário necessário para a produção de cimentos CSA é então consideravelmente
menor em relação à produção de cimento Portland. A quantidade específica de cal (CaO) para a síntese
de yelimita (C4A3Ŝ) é 50%, 56%, 59% e 80% da quantidade necessária para a formação de C3S, C2S,
C3A (aluminato tricálcico) e C4AF, respetivamente, reações de hidratação do cimento Portland. A menor
quantidade de calcário e o menor consumo de combustível reduzem as emissões de CO2 em cerca de
24
metade relativamente à produção de clinquer de Portland (Juenger et al., 2011; Shi et al., 2011). Além
destes fatores e devido à elevada porosidade, este clinquer é mais friável do que o do Portland, o que
reduz a energia necessária para a sua moagem (Chen et al., 2012). A desvantagem da fabricação de
clinquer de sulfoaluminato de cálcio em relação ao do cimento Portland está relacionada com o maior
custo associado.
Para a obtenção do cimento CSA é necessário juntar ao clínquer uma fonte de sulfato cálcio,
normalmente gesso. Geralmente junta-se 15 a 25% deste elemento de maneira a obter um bom tempo
de presa, desenvolvimento de resistência e uma boa estabilidade de volume, dando origem ao CSA
Quick (Angulski da Luz, 2005).
As reações de hidratação da yelimita com os sulfatos de cálcio iniciam-se rápido e dão origem à etringite
(C6AŜ3H32) e à gibbsita (AH3), a primeira responsável pelo desenvolvimento das resistências iniciais
dos cimentos CSA (Chen, 2009). A etringite é uma substância cristalina que ocupa duas vezes o volume
do composto original quando se expande, dependendo das condições. As equações 2.1 e 2.2
demonstram respetivamente os processos de hidratação da yelimita na ausência e na presença de
hidróxido de cálcio.
C4A3Ŝ +2CŜH2+34H→ C6AŜ3H32+ 2AH3 Equação 2.1
C4A3Ŝ +8CŜH2+ 6CH + 74H→3C6AŜ3H32 Equação 2.2
Quando a etringite é formada na ausência de hidróxido de cálcio, não apresenta propriedades
expansivas e proporciona resistências iniciais altas. Quando a formação se dá conforme a equação
2.2, a etringite formada é expansiva, podendo este comportamento ser explorado para a produção de
ligantes especiais, com resistência à retração ou para pré-esforço (Shi et al., 2011). A presença de
hidróxido de cálcio (CH) pode ser oriunda da hidratação da cal livre ou do silicato bicálcico. Segundo
Min e Mingshu (1994) citado por Angulski da Luz (2005), se o hidróxido de cálcio estiver presente na
solução em condições não saturadas, a etringite formada não resultará em expansão e contribuirá para
a resistência da pasta. Ainda de acordo com este autor, a formação de etringite expansiva dependerá
não só da presença da cal, mas também da alcalinidade do meio (Angulski da Luz, 2005; Chen, 2009).
A expansão nos cimentos CSA ainda se pode dever à quantidade de C4A3Ŝ, relação água/cimento,
quantidade de sulfatos e finura das partículas (Chen et al., 2012). Os cimentos CSA têm assim exibido
um rápido tempo de presa, resistências altas nas primeiras idades, e retrações compensadas, devido
à rápida reação de C4A3Ŝ e à expansão natural da etringite.
Em suma estes cimentos têm merecido especial atenção, pois comparativamente com o cimento
Portland apresentam algumas potenciais vantagens, tais como (Juenger et al.,2011; Shi et al., 2011;
CCTI, 2008; Alaqui et al.; 2007):
Produzir aproximadamente metade das emissões de CO2;
Apresentar temperaturas de produção do clinquer entre os 1200-1300 °C, cerca de 200 °C a
menos;
25
Obter um clinquer mais fácil de moer, o que faz com que haja um menor consumo de energia;
Permitir obter presas mais rápidas, alcançando resistências maiores em menores tempos;
Melhor aplicação em temperaturas baixas, pois apresenta maiores resistências em menor
tempo;
Apresentar um pH menor (10-11), o que é importante quando o betão ou cimento está exposto
à humidade;
Baixa retração;
Baixa porosidade;
Resistência aos sulfatos.
A baixa retração dos cimentos de CSA deve-se a duas razões. A primeira razão é que estes cimentos
consomem mais água de hidratação do que os cimentos Portland, maior parte da água de mistura é
consumida para hidratação o que resulta em menos água remanescente disponível para secagem,
normalmente utilizada para a obtenção de uma reologia tixotrópica da pasta (em conjugação com
aditivos reológicos como éter de celulose), e consequentemente, menor propensão para a retração. Os
cimentos CSA necessitam aproximadamente de mais 50% de água em relação aos cimentos Portland
para obter uma hidratação mais adequada que estes. A outra explicação deve-se ao facto destes
cimentos ganharem resistência rapidamente, deste modo a resistência aumenta mais rapidamente que
as tensões de retração, o que evita as fissuras de retração (CCTI, 2008).
Por outro lado, os cimentos CSA apresentam algumas incertezas, como a durabilidade, a sua utilização
em ambientes húmidos, a riqueza em sulfatos e o seu comportamento expansivo. Quanto à
durabilidade, esta ainda não está bem determinada a longo prazo, o que faz com que haja a
necessidade de haver mais investigação. Relativamente à utilização em ambientes húmidos, as
incertezas tem a ver com o facto dos cimentos CSA possuírem gesso na sua constituição, o que pode
provocar uma expansão exagerada. O comportamento expansivo causado pelo efeito da etringite nem
sempre pode ser aproveitado como uma vantagem, podendo ter um efeito negativo nos elementos
onde o cimento CSA é inserido (Juenger et al.,2011).
Quanto ao custo dos cimentos CSA, atualmente é uma desvantagem, pois um saco deste cimento pode
custar mais do dobro em relação ao cimento Portland. Esta situação deve-se ao atual domínio do
cimento Portland, cujo custo é reduzido por efeito escala (CCTI, 2008).
Relativamente aos betões de CSA, estes têm demonstrado grande resistência ao gelo-degelo e ao
ataque químico pela água do mar, sulfatos, cloretos, magnésio e sais de amónio. Esta resistência deve-
se à vasta densidade de estruturas de poros desenvolvida pelo cimento CSA. Medições de porosidade
pela intrusão de mercúrio revelam que os cimentos de CSA exibem maioritariamente poros de raios
inferiores a 25 nm, estes poros associados a um pequeno número de poros maiores formam uma rede
interligada que leva a uma alta impermeabilidade (Juenger et al., 2011).
26
Os cimentos CSA devido ao seu pH menor, baixa porosidade, rápida resistência, menores gastos de
energia e menores emissões, apresentam uma solução interessante que pode ser vantajosa quando
misturada com o cimento Portland.
2.4 Síntese do capítulo
Através do levantamento bibliográfico efetuado, pode-se concluir que a introdução de cimentos CSA
numa argamassa com cimento Portland pode ser benéfica. Como referido, o cumprimento das
características de desempenho é fundamental para a garantia de um bom comportamento destes
revestimentos. O cumprimento destas características nem sempre é possível, isto deve-se a todos os
fatores externos que o impossibilitam provocando anomalias. As condições em que são executados os
rebocos ou camadas de base são os outros fatores que influenciam as caraterísticas de desempenho.
Deste modo, conclui-se que a adição do composto CSA ao cimento Portland poderá provocar uma
melhoria no desempenho das argamassas. Assim este composto poderá possibilitar uma melhor
correspondência ao nível da retração e ainda poderá permitir às argamassas obter menores tempos de
presa, alcançando também resistências maiores em menor tempo. Logo, poderá haver uma melhoria
significativa na resistência mecânica, na retração, na absorção de água por capilaridade e haver uma
menor fendilhação. Para além do referido, conclui-se ainda que não só a qualidade dos constituintes é
fundamental, mas também as quantidades corretas e a aplicação são de extrema importância para a
garantia de um bom desempenho dos revestimentos.
Adicionalmente deve-se ter em grande conta as melhorias que a introdução deste composto poderá
possibilitar a nível ambiental. É expectável que a introdução do composto CSA poderá ter uma
representação muito importante não só na melhoria das características de desempenho mas também
a nível ambiental, pois poderá possibilitar a redução de emissões de CO2 e a diminuição do consumo
de energia de produção. No capítulo seguinte segue-se a descrição de toda a campanha experimental
elaborada no âmbito desta dissertação.
27
3 Campanha experimental
3.1 Considerações gerais
O objetivo do presente estudo consiste na avaliação e caracterização de argamassas de reboco e
camada de base de ETICS, constituídas por cimento Portland e cimento de sulfoaluminato de cálcio.
Assim, a presente campanha experimental consiste na análise destas duas argamassas tipo,
produzindo-se várias argamassas para cada um deles de maneira a obter um espectro de avaliação de
cada tipo de argamassa. A análise experimental ao primeiro produto consistiu na avaliação das
argamassas de reboco, onde foram formuladas cinco argamassas, cada uma com diferentes
percentagens dos seus constituintes, sendo duas delas argamassas de referência, possuindo
unicamente cimento Portland ou CSA na sua constituição. Na análise experimental ao segundo produto
avaliou-se as argamassas de camada de base para ETICS, formulando-se quatro argamassas, sendo
duas delas argamassas de referência tal como na análise ao primeiro tipo de argamassa.
Deste modo no presente capítulo são especificados os constituintes das argamassas e as suas
formulações, bem como todo o processo de produção das argamassas e preparação dos vários tipos
provetes, referindo ainda as suas condições de cura. Por fim, são apresentados os ensaios realizados
e os respetivos procedimentos às argamassas, nos estados fresco e endurecido. Grande parte dos
ensaios realizados são comuns aos dois tipos de argamassas. Assim, os processos de preparação e
produção dos provetes são, no geral, semelhantes aos dois tipos de argamassas produzidas, sendo,
tal como para os ensaios, sempre referido qualquer diferença entre os procedimentos executados. Toda
a campanha experimental foi realizada no laboratório do fabricante em Aveiro.
3.1.1 Planeamento da campanha experimental
A presente campanha experimental é constituída por três fases: fase preliminar, 1ª fase e 2ª fase. A
fase preliminar consiste na formulação das argamassas, a 1ª fase na preparação dos provetes e nos
ensaios ao estado fresco e a 2ª fase nos ensaios ao estado endurecido.
Na primeira fase da campanha experimental produziu-se as amassaduras, executou-se os ensaios ao
estado fresco e preparou-se e moldou-se os provetes deixando-os em cura. Cerca de 24 horas depois,
desmoldou-se os provetes, deixando-os novamente em cura. Nesta mesma fase mediu-se a retração
às 24 horas dos provetes. Na segunda fase experimental da campanha, e decorridos os 28 dias do
tempo de cura, elaborou-se os ensaios ao estado endurecido. A presente campanha experimental
compõe ainda alguns procedimentos entre a 1ª e 2ª fase, nomeadamente as medições de retração dos
provetes aos 7 dias e as mudanças de condições de cura de alguns provetes, este procedimento deve-
se aos ensaios de resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão e EPS e ao ensaio de
durabilidade (gelo-degelo).
Na tabela 3.1 resumem-se os ensaios no estado fresco e estado endurecido realizados por produto e
as respetivas normas, ou procedimentos adaptados.
28
Tabela 3.1 – Ensaios realizados na 1ª e 2ª fase da campanha experimental
Caracterização Ensaio Norma Produto
analisado
Propriedades no estado fresco
Consistência por espalhamento EN 1015-3 (1999)
Argamassa de reboco e de camada
de base
Massa volúmica aparente EN 1015-6 (1998)
Tempo de presa EN NP 196-3 (2006)
Propriedades no estado endurecido
Massa volúmica aparente EN 1015-10 (1999)
Resistência à tração por flexão e compressão
EN 1015-11 (1999)
Variação dimensional (retração) e de massa Cahier 2669-4 (1993)
Módulo de elasticidade dinâmico NF B 10-511 (1975)
Absorção de água por capilaridade Adaptado da EN 1015-18
(2002)
Absorção de água a baixa pressão Adaptado do LNEC FE Pa
39 (2002)
Permeabilidade ao vapor de água EN 1015-19 (1998)
Porosidade aberta Adaptado da RILEM I.1
(1980)
Durabilidade (gelo-degelo) Adaptado da EN 1348
(2007)
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo (aderência)
EN 1015-12 (2000) Argamassa de reboco
Suscetibilidade à fendilhação – aplicação em tijolo
Método interno
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão e em EPS (aderência)
EN 1348 (2007) e EN 12004 (2008)
Argamassa de camada
de base Resistência ao impacto ETAG (2000)
3.2 Constituintes das argamassas
Os constituintes usados para a produção das argamassas em estudo foram determinados a partir de
argamassas já produzidas pelo fabricante, acrescentando o cimento CSA. Assim as argamassas
produzidas são constituídas por cimento Portland e cimento CSA, agregados, água, adjuvantes e
adições. Seguidamente, apresenta-se a caraterização individual de cada um dos constituintes.
3.2.1 Cimento Portland
Os cimentos Portland utilizados na produção das argamassas foram o CEM I 42,5R e o CEM II/A-L
42,5R. A sua constituição é a indicada na Tabela 3.2. Na tabela 3.3 são apresentadas as suas
características mecânicas, físicas e químicas, transcritas das suas fichas técnicas disponíveis em
anexo.
29
3.2.2 Cimento CSA
O cimento CSA utilizado na produção das argamassas foi o Calumex Quick. Na tabela 3.4 são
apresentadas as suas características mecânicas, físicas e químicas. A sua ficha técnica encontra-se
em anexo.
Tabela 3.2 – Composição dos cimentos CEM I 42,5R e CEM II/A-L 42,5R (de acordo com a NP EN 197-1, IPQ, 2001)
Composição da mistura em pó (%)
Cimentos Constituintes principais Constituintes adicionais
minoritários Clínquer (K) Calcário (L)
CEM I 42,5R ≥ 95 - 0 - 5
CEM II/A-L 42,5R 80 - 94 6 - 20 -
Tabela 3.3 - Caraterísticas mecânicas, físicas e químicas dos cimentos CEM I 42,5R e CEM II/A-L 42,5R
(de acordo com a NP EN 197-1, IPQ, 2001, ficha técnica Cimpor)
Características Cimentos
Norma CEM I 42,5R CEM II/A-L 42,5R
Mecânicas Valores mínimos de
resistência à compressão (MPa)
2 dias 20 NP EN 196-1
7 dias 42,5
Físicas Início de presa (min) ≥ 60
NP EN 196-3 Expansibilidade (mm) ≤ 10
Químicas Teor de sulfatos (SO3) ≤ 4% NP EN 196-2
Teor de cloretos (CL) ≤ 0,10% NP EN 196-21
Tabela 3.4 - Caraterísticas mecânicas, físicas e químicas do cimento Calumex Quick (Technical datasheet
calumex quick, Caltra)
Características
Mecânicas Valores mínimos de resistência à
compressão (MPa)
6 horas ≥ 5
24 horas ≥ 10
72 horas ≥ 20
Físicas Tempo de presa (min) 1-15 min
Químicas
Teor de sulfatos (SO3) ≥ 15 %
Teor de óxido de cálcio (CaO) ≥ 25 %
Teor de óxido de alumínio (AL2O3) ≥ 30 %
3.2.3 Agregados
Para a produção das argamassas o agregado utilizado foi uma areia siliciosa. A areia usada foi a Areia
S50 do fabricante, siliciosa calibrada, fornecida por Grupo Parapedra, com uma granulometria menor
que 0.630 mm, encontrando-se em anexo a sua ficha técnica.
3.2.4 Água
A água utilizada na produção das argamassas em estudo foi água da rede pública. A sua quantidade
é ajustada para cada mistura de modo a ser obtida a trabalhabilidade pretendida. Esta quantidade é
30
determinada através de um método empírico especificado no subcapítulo produção e preparação dos
provetes, e verificada através do ensaio de consistência de espalhamento.
3.2.5 Adjuvantes e adições
Na produção das argamassas do presente estudo foram utilizados os seguintes tipos de adjuvantes:
hidrófugos, reguladores de presa e retentores de água. O hidrófugo utlizado foi um hidrófugo de massa.
Como reguladores de presa foram utilizados tanto aceleradores como retardadores, podendo estes
também ser utilizados na mesma argamassa, de maneira a que haja primeiro um impulso para a
iniciação da presa, por parte do acelerador, e que seja evitado uma presa muito rápida por parte do
retardador. Como retentores foram usados éteres de celulose que funcionam também como
plastificantes, de maneira a melhorar a plasticidade da massa, melhorando assim qualidades de
trabalhabilidade e de aplicação em obra das argamassas.
Relativamente às adições, foram utilizados filer e fibras plásticas. O filer é um agregado fino, cujas
partículas têm diâmetros equivalentes inferiores a 0,07mm e cuja função é melhorar a granulometria
de uma argamassa através do preenchimento de espaços pequenos da mesma, aumentando a sua
trabalhabilidade e a capacidade de retenção de água. Esta adição foi apenas utilizada nas argamassas
de reboco. As fibras plásticas, apenas empregues nas argamassas para camada de base para ETICS,
têm por objetivo conferir maior resistência à fissuração às camadas de argamassa. Esta adição foi
apenas utilizada para as camadas de base pois estas são aplicadas em camadas finas. Estes
adjuvantes e adições foram utilizados nas várias das argamassas produzidas consoante as
necessidades e os comportamentos pretendidos. As respetivas % de incorporações serão indicadas
no subcapítulo seguinte.
3.3 Formulação das argamassas
Como referido, na fase preliminar foram determinadas as quantidades dos constituintes de cada
argamassa. Estas quantidades foram aferidas a partir de combinações de argamassas pré-doseadas
fornecidas no mercado. Partindo destas argamassas e através de várias tentativas foi-se determinando
quais as quantidades dos diversos constituintes a utilizar na produção de cada argamassa, avaliando-
se a sua trabalhabilidade e tempos de presa. Para as duas argamassas tipo produziu-se duas
argamassas de referência, uma só com cimento Portland e outra com unicamente cimento CSA, e ainda
duas ou três argamassas de combinações diferentes de quantidades de cimento Portland e cimento
CSA.
Quanto à quantidade de água, esta foi determinada para cada argamassa pelo um método empírico do
fabricante, sendo o valor verificado posteriormente através do ensaio de espalhamento. Assim, para a
determinação de percentagem de água de um amassado pesa-se uma amostra de 100 g de produto
em pó e adiciona-se com uma proveta graduada uma quantidade de água até que a consistência da
mistura ser a desejada, ou seja, que a argamassa não seja fluída nem pegajosa e aderente às paredes
do recipiente. Este processo por ser efetuado com quantidades relativamente reduzidas de material e
executado manualmente, com recurso a um recipiente e uma espátula, permite examinar com mais
detalhe o momento que a argamassa apresenta a consistência pretendida. A percentagem de água é
31
obtida através da relação do peso da amostra e da quantidade de água utilizada. Este procedimento
foi feito para todas as misturas produzidas para a determinação das formulações finais de cada
argamassa.
Na tabela 3.5 é possível verificar as argamassas e respetivas constituições que foram estudadas na
presente campanha, na mesma tabela pode-se ainda observar os seus tempos de presa.
3.4 Produção e preparação dos provetes
Nesta campanha experimental foram produzidos vários tipos de provetes, correspondentes ao tipo de
ensaio a executar. Assim foram produzidos provetes prismáticos, provetes circulares e provetes
aplicados numa das faces de um tijolo cerâmico, em EPS e ainda em suporte de betão (placas), estes
últimos dependendo do tipo de argamassa em análise.
3.4.1 Formulação das misturas
A produção das misturas em pó das argamassas pré-doseadas iniciou-se pela recolha de cada um dos
seus constituintes (figura 3.1) para um saco próprio da mistura, devidamente identificado, conforme a
figura 3.2.
Figura 3.1 – Recolha de um constituinte
Figura 3.2 – Saco de cada mistura
Todas as matérias-primas constituintes das argamassas são pesadas numa balança com precisão de
0,1 g (figura 3.3) antes de serem adicionados aos respetivos sacos.
Após recolhidos todos os seus constituintes para o saco de mistura, despeja-se este para dentro da
misturada de produtos em pó (figura 3.4), de maneira a obter o produto em pó final da argamassa pré-
doseada. Para cada formulação foram produzidos 4 kg de mistura de maneira a preparar todos os
provetes pretendidos, sendo estes 4 kg divididos em dois sacos de 2 kg de maneira a elaborar as
amassaduras.
3.4.2 Amassadura
As amassaduras realizadas seguiram o procedimento indicado na norma europeia EN 1015-2 (CEN,
1998b), diferindo apenas nos tempos de amassadura praticados. Para a realização das amassaduras
utiliza-se uma misturadora, com caraterísticas mencionadas na norma NP EN 196-1 (CEN, 2006a),
uma espátula, uma proveta graduada e uma balança com resolução de 0,1 g (figura 3.5).
32
Tabela 3.5 - Caracterização geral das argamassas utilizados nas campanhas experimentais (% em massa)
Argamassas de reboco Argamassas de camada de base para ETICS
Materiais constituintes
Tipo ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Cimento tipo I
Ligante
- 32% 22% 10% 0%
Cimento tipo II 12,5% 10% 4% 0% 7% -
Cimento CSA 0% 4% 10% 12,5% 15% 0% 10% 22% 32%
Areia Siliciosa Agregado Acerto
Hidrófugo de massa
Adjuvante
0,5%
Retentor de água e plastificante (éter de
celulose) 0,10% 0,30%
Acelerador de presa 0-0,05% 0-0,10%
Retardador de presa 0-0,10%
Filer Adição 15% -
Fibras plásticas Adição - 0,10%
Características em pasta
Tempo de presa (min)
-
360-465 195-360 60-150 270-390 90-165 720-750 105-180 60-180 20-75
Relação água/cimento 1,45 1,4 1,55 1,5 1,05 0,85 0,85 0,85 0,9
Traços ponderais cimento
Cimento:CSA:Areia 1:0:5,71 1:0,4:7,02 1:2,5:17,59 0:1:5,75 1:2,14:8,91 1:0:2,10 1:0,45:3,05 1:2,2:6,71 1:0:2,10
ROP: argamassa com apenas cimento Portland; R+OP:CSA: argamassa com ambos os ligantes, mas com o cimento Portland em maior quantidade; ROP:+CSA: argamassa com ambos os ligantes, mas
com maior quantidade de cimento CSA; RCSA: argamassa com apenas cimento CSA.
BOP: argamassa com apenas cimento Portland; B+OP:CSA: argamassa com ambos os ligantes, mas com o cimento Portland em maior quantidade; BOP:+CSA: argamassa com ambos os ligantes,
constituída em maior quantidade com cimento CSA; BCSA: argamassa com apenas cimento CSA.
33
.
Figura 3.3 – Pesagem de um constituinte
Figura 3.4 – Misturadora de produtos em pó
De referir que o processo de amassadura é muito semelhante para as duas argamassas produzidas,
tendo apenas diferenças nos tempos de amassadura, sendo estas explicitadas no parágrafo seguinte.
Após determinada a quantidade de água a adicionar a cada mistura, esta foi introduzida na quantidade
correspondente à percentagem determinada, no recipiente da amassadura. Seguidamente, pesa-se e
junta-se cuidadosamente à água 2 kg da mistura em pó (por indicação do fabricante), homogeneizando-
se manualmente a mistura a fim de evitar perdas de água ou da mistura quando se inicia o
funcionamento da misturadora. De seguida coloca-se a misturadora em funcionamento a uma
velocidade lenta, correspondente a 140 rpm e 62 rpm em movimento planetário, durante 30 segundos
(figuras 3.6 e 3.7).
Figura 3.5 - Pesagem dos constituintes
Figura 3.6 – Misturadora de argamassas
Após este processo amassa-se manualmente com uma espátula durante 1 minuto, de maneira a
eliminar o produto que se encontre nas paredes do recipiente, voltando depois a colocar o recipiente
na misturadora durante 1 minuto. Até esta fase do processo de amassadura os dois tipos de
argamassas são produzidas da mesma maneira. Deste modo, para as argamassas de reboco, o
produto, após levado 1 minuto à misturadora, é deixado em repouso durante 10 minutos (figura 3.8), e
findo estes é aplicado, neste caso para produção dos provetes. Já para as argamassas de camada de
base, o produto é deixado em repouso apenas 2 minutos, sendo novamente levado à misturadora por
15 segundos, estando pronto a aplicar.
3.4.3 Preparação dos provetes prismáticos
A produção de provetes prismáticos seguiu as indicações presentes na NP EN 196-1 (2006). Esta
preparação consiste no preenchimento de moldes de aço, que podem dar a origem a três provetes
prismáticos.
34
Figura 3.7 – Amassadura
Figura 3.8 – Repouso da argamassa
Nesta campanha experimental foram produzidos dois tipos de provetes prismáticos de dimensões
diferentes. Para cada mistura foram produzidos 6 provetes prismáticos com dimensões de 40 x 40 x
160 mm3 e 2 provetes prismáticos com dimensões de 25 x 25 x 280 mm3, sendo estes últimos utilizados
para a avaliação do módulo de elasticidade dinâmico.
Finalizado o processo de amassadura dá-se início ao processo de preparação de provetes. A
moldagem dos provetes começa pela preparação dos moldes através da aplicação de óleo descofrante,
de modo a permitir uma adequada descofragem e a sua posterior montagem (figuras 3.9 e 3.10).
Figura 3.9 – Aplicação de óleo descofrante
Figura 3.10 – Moldes dos provetes prismáticos
De seguida enche-se o molde até metade e compacta-se deixando cair alternadamente cada extremo
do molde de uma altura de aproximadamente 5 cm, por 10 vezes eliminando-se os vazios existentes
no interior da argamassa. Em seguida, enche-se o resto do molde (figura 3.11) e repete-se o último
passo referido, alisando posteriormente a superfície com a ajuda de uma espátula (figura 3.12).
Figura 3.11 – Colocação da argamassa no molde
Figura 3.12 – Moldes preenchidos com argamassa
35
Por fim, identificam-se os moldes com a designação da argamassa e data de produção, para efeitos de
organização dos diferentes moldes na câmara condicionada. Cerca de 24 horas depois, em condições
normais de temperatura e humidade, e consoante o estado dos provetes, desmolda-se os provetes
com todo o cuidado (figura 3.13). Após desmoldagem lava-se o material (figura 3.14).
Figura 3.13 – Desmoldamento do provete prismático
Figura 3.14 – Lavagem do material
3.4.4 Preparação dos provetes circulares
A produção destes provetes tem como objetivo a avaliação à permeabilidade ao vapor de água. Tal
como a preparação dos provetes prismáticos a preparação destes seguiu as indicações presentes na
NP EN 196-1 (2006) e iniciou-se com a aplicação de óleo descofrante. Em seguida enche-se o molde
circular de uma só vez, compactando-se da mesma maneira que os provetes prismáticos, alisando-se
a superfície com a ajuda de uma espátula. No final deste processo, identificam-se os moldes circulares
e deixa-se em cura tal como os moldes prismáticos. Cerca de 24 horas depois, em condições normais
de temperatura e humidade, e consoante o estado dos provetes, desmolda-se os mesmos (figuras 3.15
e 3.16).
Figura 3.15 - Desmoldamento do provete circular
Figura 3.16 - Provetes desmoldados
3.4.5 Preparação das camadas de revestimento de tijolos
A produção deste tipo de provetes tem como objetivo a avaliação da resistência ao arrancamento por
tração neste mesmo suporte e análise à fissuração plástica. Para a preparação destes provetes são
utilizados tijolos cerâmicos furados com as dimensões 300 x 200 x 110 mm3. Esta preparação inicia-se
com a colocação de um elemento cerâmico no centro tijolo, sendo este fixado ao suporte através de
fita (figura 3.17). Após a fixação deste elemento cerâmico coloca-se no suporte pequenas ripas de
madeira segundo o maior comprimento do tijolo (Figura 3.17), estes elementos servem de cofragem
lateral, controlando assim a espessura de reboco pretendida e mantendo o reboco em cima do tijolo.
36
De seguida, humedece-se a superfície de contacto com a argamassa de forma a evitar a absorção de
água pelo suporte, impedindo assim a perda de água necessária às reações de hidratação. Após este
procedimento aplica-se a argamassa no tijolo com o auxílio de uma espátula, exercendo uma forte
pressão contra o tijolo de maneira a garantir uma boa adesão na interface argamassa/suporte (figuras
3.18 e 3.19).
Figura 3.17 – Preparação do provete para colocação da argamassa
Figura 3.18 – Aplicação da argamassa
Uma vez preenchido o molde, a superfície é regularizada, assim como os dois lados do tijolo onde não
foram utilizadas tábuas de madeira (figura 3.20). Por último tal como todos os provetes procede-se à
sua identificação e deixa-se em condições normais de temperatura e humidade.
Figura 3.19 – Provete pronto para alisar
Figura 3.20 – Provete final
3.4.6 Preparação das camadas de revestimento em suporte de betão e de EPS
Este tipo de provetes, tal como as camadas de revestimento de tijolo, têm como objetivo a avaliação
da resistência ao arrancamento por tração em suporte EPS e Betão. Com a talocha dentada aplica-se
uma camada de produto, mantendo a talocha num ângulo de cerca de 60º em relação ao suporte
(figuras 3.21, 3.22, 3.23 e 3.24).
Figura 3.21 – Aplicação de produto com talocha dentada em placa de betão
Figura 3.22 – Aplicação de produto com talocha dentada em placa de betão
37
Figura 3.23 – Aplicação de argamassa em placa de EPS
Figura 3.24 – Aplicação de produto com talocha dentada em placa de EPS
Após 5 minutos coloca-se 10 peças cerâmicas sobre o produto aplicado, pressionando-as com um peso
de 2 kg, durante 30 segundos, devendo-se assegurar a coincidência das arestas da peça com as do
peso de modo a garantir a uniformidade da pressão (figuras 3.25 e 3.26). Por fim identifica-se as placas
e deixa-se em cura. Estas dez peças destinam-se a testar dois tipos de aderências, 5 delas para a
avaliação da aderência após 7 ou 14 dias, e outras 5 para a avaliação da aderência após 28 dias. De
referir que o método de preparação foi adaptado pelas normas de determinação da resistência à tração
perpendicular de cimentos-cola. Este procedimento tem como referências as normas EN 1348 (CEN,
2007) e EN 12004 (CEN, 2008),
Figura 3.25 – Colocação das peças cerâmicas
Figura 3.26 – Colocação dos pesos sobre as peças cerâmicas
3.4.7 Preparação das camadas de revestimento de EPS com e sem armadura
A preparação deste provete deve-se à avaliação da resistência ao impacto. Com uma talocha lisa
aplica-se uma camada de produto, mantendo a talocha num ângulo de cerca de 60º em relação ao
suporte (figura 3.27), aplicando a armadura em metade da camada de produto (figura 3.28). De seguida
volta-se a aplicar outra camada de produto de maneira a envolver esta e proporcionando um
acabamento liso. Por fim tal como todos os provetes identifica-se a placa e deixa-se em condições
normais de temperatura e humidade.
3.5 Condições ambientais de cura
Todos os provetes produzidos são submetidos às condições de cura, e estas variam consoante os
ensaios a que se destinam, de acordo com as especificações normativas de cada ensaio.
38
Figura 3.27 - Aplicação de um acabamento liso
Figura 3.28 - Placa de EPS com e sem rede metálica
Na presente campanha experimental foram utilizados quatro tipos de cura diferentes: condições
normais de temperatura e humidade, após imersão em água, após exposição ao calor e após ciclo
gelo-degelo, as três últimas curas têm como referência, por razões logísticas, as normas EN 1348
(CEN, 2007) e EN 12004 (CEN, 2008), normas para a determinação da resistência à tração dos
cimentos cola. Estes tipos de cura tiveram por objetivo a avaliação do comportamento das argamassas
com cimento CSA. A cura após imersão teve por fim uma avaliação das argamassas a ambientes
húmidos e submersos. Já a cura calor, teve por objetivo a avaliação da resistência ao arrancamento
por tração (aderência), das argamassas para camada de base de ETICS, em suporte de betão e em
EPS. Por fim, a cura gelo-degelo teve por objetivo avaliar a durabilidade das argamassas.
As curas utilizadas são seguidamente apresentadas:
i) Cura normal: As condições normais de temperatura e humidade consistem na cura
provetes em câmara climatizada, com a temperatura de 23 ± 2 °C e humidade relativa 50
± 5%. Os moldes dos provetes prismáticos e circulares são colocados neste tipo de cura e
cerca de 24 horas são desmoldados, permanecendo nas mesmas condições durante os
28 dias de cura (figura 3.29).
ii) Cura calor: Nas condições de exposição ao calor, os provetes são armazenados nas
condições de cura normal durante 14 dias, e após estes são colocados numa estufa (figura
3.30) com circulação de ar a 70 ± 2 °C durante outros 14 dias, seguido de 1 dia em cura
normal.
iii) Cura imersão em água: Nas condições de cura após imersão em água, os provetes
inicialmente são armazenados 7 dias nas condições de cura normais e após estes são
submersos em água à temperatura de 23 ± 2 °C durante 21 dias (figura 3.31).
iv) Cura gelo-degelo: Nas condições de cura após ciclo gelo-degelo, os provetes tal como as
condições após imersão em água, são inicialmente armazenados 7 dias nas condições de
cura normais e após este tempo são também submersos em água à temperatura de 23 ±
2 °C, durante 21 dias. Passados os 21 dias, inicia-se o processo de 25 ciclos de gelo-
degelo, em cada ciclo consiste em introduzir os provetes numa câmara de gelo (figura 3.32)
a uma temperatura de -15 ± 3 °C cerca de 4 horas. Após este período retira-se os provetes,
mergulhando-os em água à temperatura de 23 ± 2 °C durante no mínimo 4 horas. Mantem-
39
se os provetes em água até dar início ao ciclo seguinte. Após 25 ciclos, deixa-se os
provetes atingir condições normals ao ar.
Figura 3.29 – Provetes em cura normal
Figura 3.30 – Provetes em cura calor
Figura 3.31 – Provetes em cura imersão em água
Figura 3.32 – Provetes em cura gelo-degelo
3.6 Ensaios às argamassas no estado fresco
3.6.1 Tempo de presa da argamassa
O tempo de presa da argamassa obtém-se por meio da penetração de uma agulha, medindo-se o
tempo que decorre entre o instante em que a pasta inicia a presa e o instante em que o produto está
completamente endurecido. A determinação do tempo de presa foi determinado tendo como referência
a norma NP EN 196-3 (IPQ, 2006).
i) Equipamento
Aparelho VICAT;
Molde de borracha dura de forma troncónica e placa de vidro, ambos com as dimensões
especificadas na norma NP EN 196-3 (IPQ, 2006);
Espátula.
ii) Procedimento
Enche-se o molde na totalidade com a pasta, sem compactação e trepidação excessivas;
Retira-se o excedente do produto, alisando-se a superfície com o auxílio de uma espátula;
40
Assegura-se a limpeza da agulha do aparelho VICAT e escolhe-se o intervalo pretendido para
a caída da mesma, selecionando-se também a norma a utilizar, ou seja, a norma EN NP 196-
3 (2006);
Insere-se o papel de registo gráfico no suporte superior do equipamento e ajusta-se de modo
a que o lápis de registo esteja devidamente alinhado com o símbolo correspondente ao início
da marcação (►●);
Coloca-se o molde por baixo da agulha centrado com a base do equipamento e inicia-se o
ensaio (figura 3.33).
Figura 3.33 – Molde no aparelho VICAT
iii) Resultado
O início da presa traduz-se pelo instante em que a agulha deixa de penetrar até uma distância constante
na base. Sendo o fim da presa o instante em que a agulha começa a penetrar a uma distância constante
no produto, e que consequentemente não penetra na massa.
3.6.2 Massa volúmica aparente no estado fresco
A determinação da massa volúmica aparente é realizada tendo como referência a norma EN 1015-6
(CEN, 1998a).
i) Equipamento
Balança para pesagem com resolução de 0,1 g;
Espátula;
Copo cilíndrico de volume conhecido;
Mesa compactadora.
ii) Procedimento
Amassa-se o produto de acordo com o método de ensaio descrito no subcapítulo amassadura;
Pesa-se o copo de volume conhecido vazio;
Enche-se o copo comargamassaaté aproximadamente metade da sua capacidade e aglomera-
se o seu conteúdo com o auxílio da mesa compactadora, dando-se 5 ‘’batidas’’ com a
frequência de aproximadamente 1 segundo por ‘’batida’’ (figura 3.34);
41
Acaba-se de encher o copo e repete-se a compactação de forma idêntica ao referido
anteriormente, eliminando-se o excedente do produto e alisando-se a superfície com o auxílio
de uma espátula (figura 3.35);
Pesa-se o conjunto, ou seja, a massa do copo mais a massa da argamassa.
iii) Resultado
O cálculo da massa volúmica aparente da argamassa no estado fresco é determinado pela seguinte
equação:
𝜌𝑃 =𝑀𝑟+𝑎 − 𝑀𝑟
𝑉𝑐 Equação 3.1
Figura 3.34 – Compactação da argamassa
Figura 3.35 – Remoção do excesso de argamassa
Onde,
𝜌𝑃 – Massa volúmica aparente da argamassa no estado fresco [kg/m3];
𝑀𝑟+𝑎 – Massa do copo cilíndrico totalmente preenchido com argamassa [kg];
𝑀𝑟 – Massa do copo cilíndrico [kg];
𝑉𝑐 – Volume do copo cilíndrico, previamente conhecido (0,520 x 103 m3).
3.6.3 Consistência por espalhamento
Este ensaio é realizado segundo a norma europeia EN 1015-3 (CEN, 1999a). De acordo com esta
norma, a consistência por espalhamento é uma quantificação da trabalhabilidade e da consistência de
uma argamassa.
i) Equipamento
Mesa de espalhamento;
Molde cónico truncado;
Espátula;
Régua.
42
ii) Procedimento
Enche-se o molde de espalhamento, compactando o mesmo de forma a garantir a uniformidade
da argamassa, e retirando a argamassa em excesso com a ajuda da espátula.
De seguida retira-se a base ao molde virando-o ao contrário e centra-se o mesmo na mesa de
espalhamento, dando-se de seguida 15 pancadas, por rotação da manivela da mesa de
espalhamento, com uma frequência de uma pancada por segundo (figuras 3.36, 3.37 e 3.38);
Por fim, mede-se o diâmetro da argamassa espalhada nas duas direções ortogonais com
recurso a uma régua (figura 3.39).
iii) Resultado
Este ensaio tem como resultado a média das duas medições.
Figura 3.36 – Molde cónico truncado com argamassa
Figura 3.37 – Remoção do molde
Figura 3.38 – Pancadas por rotação da manivela
Figura 3.39 – Medição do diâmetro de espalhamento
3.7 Ensaios às argamassas no estado endurecido
3.7.1 Massa volúmica aparente no estado endurecido
A determinação da massa volúmica aparente de um provete de argamassa endurecida tem como
referência a norma EN 1015-10 (CEN, 1999b). Para a realização deste ensaio são usados os dois
provetes prismáticos de dimensões 25 x 25 x 280 mm submetidos a cura normal.
i) Equipamento
Balança para pesagem com resolução de 0,1 g;
43
ii) Procedimento
Pesa-se os provetes.
iii) Resultado
O cálculo da Massa volúmica aparente da argamassa no estado endurecido é determinado pela
seguinte equação:
𝜌 =𝑚
𝑉 Equação 3.2
Onde,
𝜌 – Massa volúmica aparente da argamassa no estado endurecido [kg/m3];
𝑚 – Massa dos provetes [kg];
𝑉 – Volume dos provetes [m3].
O resultado final é determinado pela média dos valores obtidos para os provetes ensaiados.
3.7.2 Resistência à tração por flexão e à compressão
Este ensaio tem como objetivo a obtenção das resistências mecânicas à aplicação de forças de flexão
e compressão em provetes. O ensaio da resistência à tração por flexão e à compressão é feito segundo
a norma EN 1015-11 (CEN, 1999c). Nestes ensaios são utilizados os seis provetes prismáticos de
dimensões 40 x 40 x 160 mm3 produzidos para cada mistura, sendo três deles submetidos a cura
normal, um a cura de imersão e dois a cura gelo-degelo. Sendo estes de carácter destrutivo, submete-
se em primeiro lugar os provetes ao ensaio de tração por flexão, originando duas metades de provete,
sendo uma delas usada para o ensaio de compressão e o outra, no caso dos provetes submetidos a
cura normal, usada para o ensaio de absorção de água por capilaridade.
i) Equipamento
Prensas automáticas de flexão e compressão com gamas de medição para flexão de 0-15 kN
e para a compressão de 0-250 kN.
ii) Procedimento
a) Resistência à tração por flexão
Coloca-se o provete na máquina de flexão (figura 3.40) com uma das faces laterais de
moldagem sobre os cilindros de apoio, e o seu eixo longitudinal perpendicular aos apoios e
centrado em relação a estes (figura 3.41);
Inicia-se o ensaio da flexão, aumentando-se a carga uniformemente à velocidade de 115 kPa/s;
Regista-se a carga máxima (Ff) suportada pelo provete até à sua rotura.
44
b) Resistência à compressão
Centra-se lateral e longitudinalmente cada meio-provete, resultantes do ensaio anterior, em
relação aos pratos da máquina de compressão. Assim como o ensaio anterior, uma das faces
laterais fica em contacto com os pratos da máquina de compressão (figura 3.42);
Figura 3.40 – Máquina de flexão e compressão
Figura 3.41 – Determinação da resistência à tração por flexão
Inicia-se o ensaio de compressão, aumentando-se a carga uniformemente à velocidade de 245
kPa/s;
Regista-se a carga máxima (Fc) suportada pelo provete até à sua rotura (figura 3.43).
Figura 3.42 – Determinação da resistência à compressão
Figura 3.43 – Resultado da carga máxima suportada pelo provete
iii) Resultado
a) Resistência à tração por flexão
A resistência à tração por flexão (Rf) em MPa (N/mm2) é obtida pela seguinte equação:
𝑅𝑓 =1,5. 𝐹𝑓 . 𝑙
𝑏. 𝑑2 Equação 3.3
Onde,
𝐹𝑓 – Carga máxima suportada pelo provete [N];
𝑙 – Distância entre os cilindros de apoio [mm];
𝑏, 𝑑 – Dimensões interiores do provete [mm].
45
b) Resistência à compressão
A resistência à compressão (Rc) em MPa é obtida pela seguinte equação:
𝑅𝑐 =𝐹𝑐
𝑆 Equação 3.4
Onde,
𝐹𝑐 – Carga máxima suportada pelo provete [N];
𝑆 – Área de superfície sobre a qual se aplica a carga [mm2] ≈ 1600.
Para ambos os casos considera-se cada valor das resistências de cada provete arredondado a 0,05
MPa. O valor final para cada uma das resistências obtém-se através da média dos resultados
determinados para os três provetes, arredondado a 0,05 MPa.
3.7.3 Módulo de elasticidade dinâmico
A determinação do módulo de elasticidade realiza-se segundo a norma francesa NF B 10-511 (AFNOR,
1975). No presente ensaio determina-se a frequência de ressonância de um provete de argamassa em
vibração longitudinal, a partir do qual se deduz o seu módulo de elasticidade. Para a realização deste
ensaio utiliza-se os dois provetes prismáticos de dimensões 25 x 25 x 280 mm3 submetidos a cura
normal.
i) Equipamento
Balança para pesagem com resolução de 0,1 g;
Equipamento de frequência de ressonância.
ii) Procedimento
Pesa-se cada provete;
Coloca-se o provete no banco de ensaio, fixando-o ao suporte através das roscas laterais,
assegurando que o recetor e o emissor se encontram em contacto com as extremidades do
mesmo (figura 3.44);
Liga-se todos os aparelhos, selecionando-se no gerador de funções o tipo de onda (onda
sinusoidal) e a gama de frequências a utilizar;
Posiciona-se o potenciómetro do amplificador entre a posição 2 e 3 e faz-se o RESET do
aparelho;
Seleciona-se o canal de visualização no osciloscópio;
Através do gerador de funções executa-se um varrimento de frequência desde 1 até 10 kHz e
procura-se a frequência fundamental de ressonância (de maior amplitude) (figura 3.45).
iii) Resultado
O módulo de elasticidade dinâmico (Ed) é obtido através da seguinte equação:
46
𝐸𝑑 =4. 𝐹2. 𝐿2. 𝑃
𝑔𝑉 𝑥 10−2
Que se pode resumir,
𝐸𝑑 = [(𝑃 𝑥 𝐹2) 𝑥 1,85]
Equação 3.5
Equação 3.6
Figura 3.44 – Aparelho de medição de frequências fundamentais
Figura 3.45 – Gerador de funções
Onde,
𝐹 – Frequência de ressonância [Hz];
𝐿 – Comprimento do provete [m];
𝑃 – Peso do provete [g];
𝑔 – Aceleração da gravidade [m/s2];
𝑉 – Volume do provete [m3].
O módulo de elasticidade dinâmico é apresentado em MPa, adotando-se o valor médio dos valores
obtidos para cada provete.
3.7.4 Variação dimensional (ensaio de retração livre) e de massa
A determinação das variações de dimensões e massa de provetes prismáticos é feita segundo o
documento Cahier 2669-4 (CSTB, 1993). As medições inerentes a este ensaio são feitas a todos os
provetes produzidos de dimensões 40 x 40 x 160 mm3 às 24, 48 e 72 horas (estas ultimas duas se for
possível), e aos 7 e 28 dias, e por último, após o ciclo gelo-degelo dos dois provetes prismáticos
submetidos a estas condições de cura.
i) Equipamento
Micrómetro;
Balança para pesagem com resolução de 0,1 g.
ii) Procedimento
Pesa-se cada provete (figura 3.46);
47
Insere-se cada provete no micrómetro, medindo-se as suas dimensões (figura 3.47).
Figura 3.46 – Pesagem do provete
Figura 3.47 – Determinação do comprimento do provete
iii) Resultado
a) Variações dimensionais
A retração livre (mm/m) é obtida através da seguinte equação:
Retração =𝐿0 − 𝐿1
16 . 100 Equação 3.7
Onde,
𝐿0 – Leitura do comprimento inicial de cada provete, após desmoldagem [mm];
𝐿1– Leitura do comprimento de cada provete após medição [mm].
b) Variações de massa
A variação de massa (g/kg) é obtida através da seguinte equação:
Variação de massa =𝑚0 − 𝑚1
𝑚0 . 1000 Equação 3.8
Onde,
𝑚0 – Massa inicial de cada provete, após desmoldagem [g];
𝑚1– Massa de cada provete após medição [g].
Para ambos os casos, os valores finais obtêm-se através da média dos valores obtidos para cada um
dos três provetes.
3.7.5 Absorção de água por capilaridade
A absorção de água por capilaridade das argamassas em estudo é determinada tendo como referência
a norma europeia EN 1015-18 (CEN, 2002). Após o ensaio de tração por flexão feito aos provetes que
foram submetidos a cura normal, submete-se os três meios provetes ao ensaio de absorção de água
por capilaridade.
48
i) Equipamento
Balança para pesagem com resolução de 0,1 g;
Relógio temporizador;
Recipiente de dimensões aproximadas 330 x 330 x 135 mm;
Rede plástica de altura aproximada de 20 mm;
Cuvete de dimensões aproximadas 180 x 240 mm;
Esponja;
Sulfato de zinco;
Suporte metálico;
Parafina.
ii) Procedimento
Aproveitando-se os meios provetes obtidos do ensaio da tração por flexão, reveste-se com
parafina as suas 4 faces laterais e seca-se até atingirem massa constante;
De maneira a criar as condições pretendidas no recipiente (temperatura e humidade relativa
de 23 ± 2 °C e 90 ± 5 %, respetivamente), 24 horas antes do ensaio introduz-se no mesmo
uma solução saturada de sulfato de zinco (1500 g/l de água) com uma altura aproximada de 1
cm;
Coloca-se a esponja dentro do cuvete e acrescenta-se água destilada até aproximadamente 5
mm acima da esponja;
Introduz-se a cuvete em cima do suporte metálico que se encontra no recipiente e isola-se o
conjunto;
Pesa-se e identifica-se os provetes, colocando-os depois sobre a esponja, deixando-se um
espaço mínimo de 3 cm entre os provetes (figura 3.48);
Figura 3.48 – Colocação dos provetes na cuvete
Figura 3.49 – Recipiente fechado
Fecha-se o recipiente (figura 3.49) e inicia-se a contagem de tempo, ao fim de 10 minutos retira-
se os provetes da câmara, remove-se a água da superfície destes e procede-se à sua
pesagem, voltando-se a colocá-los novamente no recipiente (figuras 3.50 e 3.51);
Volta-se a repetir o último passo aos 90 minutos, finalizando assim o ensaio.
49
Figura 3.50 – Secagem dos provetes
Figura 3.51 – Pesagem dos provetes
iii) Resultado
O coeficiente de absorção de água por capilaridade (C) é obtido através da seguinte equação:
𝐶 = 𝑚90′ − 𝑚10′ . 0,1 Equação 3.9
Onde,
𝑚90′ – Massa dos provetes aos 90 minutos [g];
𝑚10′ – Massa dos provetes aos 10 minutos [g].
A absorção de água por capilaridade é apresentada em kg/(m2.min0,5), adotando-se o valor médio dos
valores obtidos para cada provete, arredondado 0.1 kg/(m2.min0,5).
3.7.6 Absorção de água a baixa pressão (tubo de Karsten)
Este método consiste na determinação da capacidade de absorção de água de uma argamassa usando
um tubo de Karsten, e é baseado e adaptado na técnica de ensaio descrita na ficha de ensaio do LNEC
FE Pa 39 (2002), elaborada segundo o teste nº II.4 do RILEM (1980). A altura de coluna de água (mm)
corresponde à pressão (kg/m2) exercida pela mesma na superfície do material. Para a realização deste
ensaio são utlizados os provetes circulares, no caso das argamassas de reboco. Já no caso das
argamassas para camada de base de ETICS são utilizadas as camadas de revestimento de EPS com
e sem armadura, aplicando o tubo na metade sem armadura.
i) Equipamento
Tubos graduados de vidro com capacidade de 4 cm3;
Mástique de silicone;
Relógio temporizador;
ii) Procedimento
Antes de se iniciar o ensaio, cola-se com um mastique de silicone o tubo de Karsten à superfície
do provete;
Enche-se a coluna de água e regista-se aos 5, 10, 15, 20, 25, 30, 60, 90, 120, 150 e 180
minutos a quantidade de água absorvida pela argamassa, tomando em atenção que o nível de
50
água deve ser reposto no final de cada medição, de modo a garantir que a pressão de água
durante todo o ensaio seja a mesma (figuras 3.52 e 3.53);
iii) Resultado
Através dos valores obtidos, calcula-se a absorção de água final acumulada ao fim de 180 minutos
expressa em ml.
Figura 3.52 – Ensaio da permeabilidade à água sob pressão em provetes circulares
Figura 3.53 - Ensaio da permeabilidade à água sob pressão em placas de EPS
3.7.7 Permeabilidade ao vapor de água
A permeabilidade ao vapor das argamassas em estudo é determinada tendo como referência a norma
europeia EN 1015-19 (CEN, 1998c). A realização deste ensaio apresenta diferenças entre as
argamassas tipo estudadas. Relativamente às argamassas de reboco utiliza-se os provetes circulares
produzidos, já relativamente às argamassas para camada de base de ETICS mede-se a permeabilidade
ao vapor utilizando provetes circulares de um produto do fabricante barrados com uma camada fina do
produto em estudo. Neste último procedimento não se mede diretamente a permeabilidade ao vapor
nos provetes circulares pois estas argamassas destinam-se a ser aplicadas em espessuras muito mais
finas que as de reboco, simulando assim a sua aplicação real. Ambos os provetes circulares foram
submetidos a cura normal.
i) Equipamento
Parafina;
Pincel;
Solução saturada de nitrato de potássio (KNO3);
Água destilada;
Óleo lubrificante;
Molde para a determinação do coeficiente de difusão do vapor de água (tina);
Balança para pesagem com resolução de 0,1 g;
Termo-higrómetro.
51
ii) Procedimento
Coloca-se a solução de nitrato de potássio na tina de maneira a que a distancia entre o topo
da tina e o topo da solução seja no mínimo de 1 cm (de modo a evitar que se molhe o provete
sempre que se mova o conjunto), esta solução fornece uma humidade relativa de 92 ± 2% a
uma temperatura de 20 °C;
Posiciona-se o provete no topo da tina e reveste-se com parafina (no estado líquido), com a
ajuda de um pincel, a junta de modo a garantir um conjunto estanque;
Finda a preparação dos conjuntos, pesa-se cada um, seguindo-se o seu armazenamento numa
câmara climatizada à temperatura de 20 ± 2 °C e humidade relativa de 55 ± 5 % (figura 3.54).
Regista-se durante um dia o tempo (t), a temperatura (T), a humidade relativa (Hr) e a massa
do conjunto (Mc) (figura 3.55);
Figura 3.54 – Conjuntos devidamente identificados
Figura 3.55 – Pesagem do conjunto
Para as argamassas para camada de base de ETICS, barra-se cada provete com a argamassa
em estudo, deixando-se secar um dia, de seguida repete-se os passos relativos ao ensaio
(figuras 3.56 e 3.57).
Figura 3.56 – Barragem da argamassa para cama de base sobre o provete circular
Figura 3.57 – Alisamento da argamassa
iii) Resultado
A permeabilidade ao vapor de água (𝜋) relaciona-se com o coeficiente de resistência à difusão do vapor
de água (µ). Por sua vez, este coeficiente calcula-se a partir da permeância ao vapor de água (Ʌ). As
equações 3.10, 3.11 e 3.12 demonstram o modo como os parâmetros se relacionam.
52
Para o efeito de análise de resultados serão apresentados os valores dos coeficientes de resistência à
difusão do vapor de água (µ).
𝜋 =𝑚
𝑒 x ∆P
ᴧ =𝑚
𝐴 x ∆𝑃
µ =1.94 x 10−10
ᴧ x 𝑒
Equação 3.10
Equação 3.11
Equação 3.12
Onde,
𝑚 – Declive da relação linear entre a variação da massa e o tempo [kg/s];
𝑒 – Espessura do provete [m];
∆P – Diferença entre a pressão de vapor exterior e interior [Pa]
𝐴 – Área do provete cilíndrico [m2];
Para o cálculo de ∆P, as condições interiores do conjunto são consideradas as fornecidas pela solução
de nitrato de potássio, uma humidade relativa de 92% e uma temperatura de 22ºC, recorrendo a uma
curva psicométrica estes valores correspondem a uma pressão de 18,3 mmHg. Para o cálculo das
condições exteriores e após registo da humidade relativa e temperatura a cada medição, faz-se uma
média dos valores registados para cada um dos elementos e recorre-se novamente a uma curva
psicométrica a fim de determinar a pressão de vapor exterior.
3.7.8 Porosidade aberta a baixa pressão
Este método de ensaio tem por objetivo determinar a porosidade dos materiais e baseia-se no princípio
da impulsão de Arquimedes, sendo um método interno do fabricante adaptado ao método estabelecido
pelo RILEM I.1 (1980). De referir, que primeiramente fez-se a porosidade a alta pressão não surtindo
grande efeito pois verificou-se um grande estado de degradação das amostras. Para a produção das
amostras necessárias para o ensaio utiliza-se um dos provetes que são usados para o ensaio do
módulo de elasticidade, pois este último ensaio tem um carácter não destrutivo.
i) Equipamento
Balança para pesagem com resolução de 0,1 g;
Água destilada;
53
Suporte metálico;
Porta-amostras;
Tina de vidro;
Equipamento para medição sob pressão (bomba);
ii) Procedimento
Prepara-se as amostras em cubos de aproximadamente 1 cm3, com o auxílio de uma serra e
de uma lixa (figura 3.58);
Figura 3.58 – Preparação das amostras
Figura 3.59 – Pesagem das amostras
Coloca-se as amostras numa câmara com temperatura superior a 70ºC até atingirem massa
constante;
Após atingirem massa constante, pesa-se (P1) e mede-se as amostras (figuras 3.59 e 3.60);
Introduz-se o porta-amostras (figura 3.61) dentro da tina com água e tara-se a balança. Retira-
se o porta-amostras da água e coloca-se a amostra em análise neste. Coloca-se o conjunto
dentro de água e regista-se imediatamente o seu peso, que corresponde à pressão hidrostática
(P2) (figura 3.62);
Por fim deixa-se as amostras dentro de água, assegurando-se a total imersão destas. (figura
3.63);
Pesa-se as amostras em função do tempo, até atingirem massa constante (P3).
Figura 3.60 – Mediação das amostras
Figura 3.61 – Porta amostras
54
Figura 3.62 – Pesagem hidrostática das amostras
Figura 3.63 – Amostras em imersão
iii) Resultado
A porosidade aberta Paberta é obtida através da seguinte equação:
Paberta(%) =𝑃3 − 𝑃1
𝑃3 − 𝑃2 . 100 Equação 3.13
3.7.9 Durabilidade (gelo-degelo)
A análise da durabilidade das argamassas em estudo consiste na avaliação destes após a cura gelo-
degelo. Este procedimento é adaptado à norma EN 1348 (CEN, 2007), anteriormente referida e
explicitada. Após finalizado a cura gelo-degelo avalia-se o estado de deterioração dos provetes
visualmente, observando-se o eventual aparecimento de fissuração ou mesmo de desagregação. Após
o processo de avaliação visual avalia-se os provetes quanto à sua variação dimensional e de massa e
por fim resistência à tração por flexão e compressão.
i) Equipamento
Câmara de gelo;
Materiais necessários aos ensaios referidos e já anteriormente explicitados.
ii) Procedimento
Finda a cura em imersão, introduz-se os provetes na câmara de gelo, a uma temperatura de -
15 ± 3 °C cerca de 4 horas. Após este período retira-se os provetes, mergulhando-os em água
à temperatura de 23 ± 2 °C durante no mínimo 4 horas. Mantem-se os provetes em água até
dar início ao ciclo seguinte;
Repete-se o passo anterior 25 vezes;
Após 25 ciclos, deixa-se os provetes atingir condições normais ao ar.
Pesa-se os provetes e mede-se a sua retração livre;
Ensaia-se a resistência à tração por flexão e a resistência à compressão.
iii) Resultado
Observa-se e regista-se o estado de deterioração após cura gelo-degelo. Quanto aos restantes ensaios
a forma de cálculo dos resultados é a mesma que anteriormente foi explicitada para cada um deles.
55
3.7.10 Resistência ao arrancamento por tração (aderência) da argamassa em
suporte de tijolo
O ensaio de aderência ao suporte é realizado de acordo com a norma europeia EN 1015-12 (CEN,
2000a). Este ensaio consiste na avaliação da tensão de aderência entre a argamassa e o tijolo,
determinando, assim, a força de tração perpendicular necessária para provocar o arrancamento de
uma área de argamassa aplicada sobre o tijolo. Para este ensaio foram utilizadas as camadas de
revestimento para tijolos produzidas e submetidas a cura normal. Este ensaio apenas destina-se às
argamassas para reboco.
i) Equipamento
Máquina rebarbadora pequena;
Compressor de ar;
Discos metálicos de secção quadrada com 50 mm de largura;
Cola de alta aderência;
Dinamómetro.
ii) Procedimento
Marca-se quatro zonas de corte com cerca de 50 mm de largura (figura 3.64) e realiza-se os
cortes nas mesmas, com a profundidade da espessura da camada de argamassa (figura 3.65),
sendo esta ação fundamental para que apenas uma pequena porção do revestimento seja
tracionada;
Retira-se o pó resultante, e que fica na cavidade de corte, com o compressor de ar;
Previamente à colagem dos discos alisa-se a superfície destes, recorrendo a um abrasivo ou
uma lixa, no sentido de promover uma boa ligação entre o disco e a superfície do provete;
Cola-se os discos metálicos com cola de alta aderência nas áreas a serem testadas,
removendo-se os excessos de cola imediatamente após colagem e antes que solidifiquem
(figura 3.66);
Figura 3.64 – Marcação das zonas de corte
Figura 3.65 – Execução do corte nas zonas pré-definidas
Após um dia, procede-se à medição da resistência à tração através do dinamómetro. Aplica-se
uma força perpendicular ao disco através do acessório de arrancamento, ou seja, um parafuso
metálico que enrosca no disco (figura 3.67).
56
Figura 3.66 – Provete com os discos colados e o parafuso enroscado
Figura 3.67 – Medição da resistência à tração através de dinamómetro
iii) Resultado
A aderência é obtida através da seguinte equação:
Aderência =𝐹𝑆
Equação 3.14
Onde,
𝐹 – Força de rotura [N];
𝑆 – Área de superfície de contacto [mm2].
A aderência é apresentada em N/mm2, adotando-se o valor médio dos valores obtidos para cada
provete. Esta pode-se classificar em vários tipos:
Rotura adesiva - quando a rotura ocorre na interface entre a argamassa e o suporte (Figura
3.68);
Rotura coesiva - quando a rotura ocorre no interior de um dos elementos (no interior da
argamassa ou no interior do suporte) (Figuras 3.69 e 3.70);
Rotura pela cola - quando a rotura ocorre na interface entre a pastilha e a argamassa (não
válido).
Figura 3.68 - Rotura adesiva (EN 1015-12, 2000)
Figura 3.69 - Rotura coesiva pela argamassa (EN 1015-12,
2000)
Figura 3.70 - Rotura coesiva pelo suporte (EN 1015-12, 2000)
Legenda: 1- Cabeça de arrancamento; 2- Camada adesiva; 3- Argamassa; 4- Suporte
57
3.7.11 Suscetibilidade à fendilhação – aplicação em tijolo
O ensaio de suscetibilidade à fendilhação por aplicação em tijolo não segue nenhuma referência
normativa. Apesar disso, a capacidade de resistir à fissuração, protegendo convenientemente o suporte
é uma das principais funções de uma argamassa de revestimento. Neste ensaio os provetes utilizados
assim como as condições de cura são a mesma que para o ensaio de tração por arrancamento,
camadas de revestimento para tijolos submetidos a cura normal, onde, como referido no subtítulo 3.4.5
preparação das camadas de revestimento de tijolos, foi introduzido uma peça cerâmica (azulejo). A
colocação deste elemento tem como objetivo criar uma zona de fronteira entre condições diferentes,
ou seja, com condições de absorção, espessura, secagem e rigidez diferentes. Ao criar esta zona de
fronteira, estão reunidas as melhores condições para a fissuração e assim verificar se as argamassas
resistem a estas condições ou não. Este ensaio é realizado apenas às argamassas para reboco.
i) Equipamento
Esguicho de água.
ii) Procedimento
Esguicha-se água para o provete de maneira observar melhor a existência ou não de fissuração
no mesmo, a sua orientação, dimensão e abertura (figura 3.71).
iii) Resultado
São apenas registados os fatores referidos no procedimento, detetando-se assim a presença ou não
de fissuração.
Figura 3.71 - Humidificação do provete
Figura 3.72 - Exemplo de um tipo de rotura (adesiva ao tijolo) e do ensaio de
suscetibilidade à fendilhação
3.7.12 Resistência ao arrancamento por tração (aderência) da argamassa em
suporte de betão e em EPS
O presente ensaio tem como referências as normas EN 1348 (CEN, 2007) e EN 12004 (CEN, 2008),
normas para a determinação da resistência à tração dos cimentos cola. Neste ensaio, tanto para as
placas em suporte de betão, como para as placas de em suporte de EPS, são medidas as resistências
à tração perpendicular para as condições de cura imersão em água e para a cura calor. Deste modo
58
para a cura imersão em água as resistências são medidas aos 7 dias, antes das placas serem
introduzidas no tanque e aos 28 dias.
Para a cura calor as resistências são medidas aos 14 dias, antes das placas serem introduzidas na
estufa, e um dia após serem retiradas da mesma, sendo estas retiradas aos 28 dias. Este ensaio é
apenas realizado para as argamassas para camada de base de ETICS. Optou-se por seguir estas
normas por razões logísticas do fabricante, sendo consultado os ensaios estabelecidos para ETAG e
verificando-se alguns pontos comuns.
i) Equipamento
Discos metálicos de secção quadrada com 50 mm de largura;
Peças cerâmicas com a superfície de aderência plana e dimensões de 50 x 50 mm2;
Cola de alta aderência;
Dinamómetro;
Tanque com água;
Estufa a 70 ± 2 °C.
ii) Procedimento
a) Aderências após imersão em água
Passados 6 dias na câmara climática, cola-se os discos de tração às peças cerâmicas com
cola de alta aderência, removendo-se os excessos de cola imediatamente após colagem e
antes que solidifiquem (figuras 3.73 e 3.74);
Após um dia, procede-se à medição da resistência à tração através do dinamómetro; aplica-se
uma força perpendicular ao disco através do acessório de arrancamento, ou seja, um parafuso
metálico que enrosca no disco (figura 3.75);
De seguida armazena-se as placas no tanque;
Passados 20 dias retira-se as placas da água, seca-se e cola-se os discos metálicos de tração
da mesma maneira que para os 7 dias;
Passadas 7 horas, submerge-se de novo as placas em água;
Ao 28º dia retira-se as placas da água e procede-se imediatamente à medição da resistência
à tração da mesma forma que nas aderências aos 7 dias.
b) Aderências após exposição ao calor
Passados 13 dias na câmara climática, cola-se os discos de tração às peças cerâmicas com
cola de alta aderência, removendo-se os excessos de cola imediatamente após colagem e
antes que solidifiquem (figuras 3.73 e 3.74);
Após um dia, procede-se à medição da resistência à tração através do dinamómetro; aplica-se
uma força perpendicular ao disco através do acessório de arrancamento, ou seja, um parafuso
metálico que enrosca no disco (figura 3.75);
De seguida armazena-se as placas na estufa durante 14 dias;
Passado o tempo referido, retira-se as placas e cola-se os discos metálicos de tração às peças
cerâmicas, armazenando-se as placas em cura normal durante 24 horas;
59
Posto isto, procede-se à medição da resistência à tração da mesma forma que nas aderências
aos 14 dias.
Figura 3.73 – Aplicação da cola nos discos metálicos
Figura 3.74 – Colagem dos discos metálicos
Figura 3.75 - Medição da resistência à tração através do dinamómetro
Figura 3.76 – Exemplo de um tipo de rotura (40% AF-T - 60%CF-A)
iii) Resultado
A aderência é obtida através da mesma equação que a resistência ao arrancamento por tração em
suporte de tijolo. Porém a classificação atribuída é diferente, como se pode verificar pela tabela 3.6.
Tabela 3.6 - Classificação e descrição de cada tipo de rotura
AF-T: Rotura Adesiva entre produto de
colagem e a peça cerâmica
AF-S: Rotura Adesiva entre o produto
de colagem e o substrato
BF: Rotura Adesiva entre a peça
cerâmica e o disco de tração
CF-A: Rotura Coesiva no produto de colagem
CF-T: Rotura Coesiva na peça
cerâmica
CF-S: Rotura Coesiva no substrato
Legenda: 1- Cabeça de arrancamento; 2- Peça cerâmica; 3- Argamassa; 4- Suporte.
60
3.7.13 Resistência ao impacto
Este ensaio tem por objetivo uma avaliação da resistência ao choque, aos 3 e 10 Joules, por parte de
um sistema global de isolamento térmico e tem como referência a ETAG 004 (2000). Assim, este ensaio
apenas aplica-se para a avaliação das argamassas para camada de base de ETICS. Para este ensaio
usa-se como provetes as camadas de revestimento de EPS com e sem armadura, submetidas a cura
normal.
i) Equipamento
Bola de aço com 1 kg.
ii) Procedimento
Deixa-se cair a bola de aço a uma altura de um metro, em cima da placa, de maneira a
reproduzir um impacto de 10 J, no lado com ou sem rede, voltando-se a repetir o procedimento
para o lado em falta (figura 3.77).
Deixa-se cair a bola de aço a uma altura de 30 cm, em cima da placa, de maneira a reproduzir
um impacto de 3 J, no lado com ou sem rede, voltando-se a repetir o procedimento para o lado
em falta (figura 3.78).
Figura 3.77 – Ensaio de choque de 10 J
Figura 3.78 – Ensaio de choque de 3 J
iii) Resultado
Observa-se e regista-se o estado de deterioração após o impacto de 3 e 10 J, em ambos os lados da
placa, ou seja, com e sem reforço.
3.8 Síntese do capítulo
Descritos todos ensaios relativos à campanha experimental para argamassas de reboco e camada de
base, apresenta-se em seguida na tabela 3.7 uma síntese do número de medições feitas para cada um
destes por argamassas no estado fresco e endurecido.
61
Tabela 3.7 – Número de medições feitas a cada produto
Caracterização Ensaio Argamassa de reboco Argamassa de
camada de base
Propriedades no estado fresco
Consistência por espalhamento 5 4
Massa volúmica aparente 5 4
Tempo de presa 5 4
Propriedades no estado endurecido
Massa volúmica aparente 10 8
Resistência à flexão e compressão 30 24
Variação dimensional - retração 40 32
Módulo de elasticidade dinâmico 10 8
Absorção de água por capilaridade 15 12
Absorção de água a baixa pressão 5 4
Permeabilidade ao vapor de água 5 4
Porosidade aberta 15 12
Resistência à tração perpendicular em suporte de tijolo
20 -
Suscetibilidade à fendilhação – aplicação em tijolo
5 -
Resistência à tração perpendicular em suporte de betão e em EPS
- 160
Resistência ao impacto - 16
Total de medições 170 292
63
4 Apresentação e análise de resultados
4.1 Considerações gerais
O presente capítulo é dividido em três partes e apresenta os resultados relativos aos ensaios efetuados.
Na primeira parte analisa-se os resultados das argamassas de reboco produzidas, e na segunda faz-
se o mesmo mas para as argamassas de camada de base para ETICS. A análise de resultados de
cada uma das duas partes irá de encontro aos objetivos estabelecidos. Numa terceira parte faz-se uma
análise conjunta das duas argamassas tipo para algumas características. Esta análise é feita com base
nos resultados e nas linhas de tendência de ambas as argamassas tipo, de maneira a retirar-se os
resultados e conclusões comuns dos mesmos. Por último, faz-se uma conclusão do capítulo, onde se
destaca os resultados relevantes.
4.2 Argamassas para reboco
Neste subcapítulo analisa-se as várias argamassas de reboco produzidas. Na tabela 4.1 apresentam-
se as percentagens dos ligantes que serviram de base ao presente estudo experimental.
Tabela 4.1 – Identificação e constituição das argamassas de reboco utilizadas na campanha experimental
Argamassa Traço ponderal OP:CSA
Percentagens de incorporação nas argamassas (%)
Reguladores de presa utilizados OP CSA Total de ligante
ROP 1:0 12,5 0 12,5 -
R+OP:CSA 2,5:1 10 4 14 Retardador
ROP:+CSA 1:2,5 4 10 14 -
RCSA 0:1 0 12,5 12,5 -
R+OP:++CSA 1:2,1 7 15 21 - ROP: argamassa com apenas cimento Portland; R+OP:CSA: argamassa com ambos os ligantes, mas com o cimento Portland em
maior quantidade; ROP:+CSA: argamassa com ambos os ligantes, mas com maior quantidade de cimento CSA; RCSA: argamassa
com apenas cimento CSA; R+OP:++CSA: argamassa com ambos os ligantes, constituída em maior quantidade por cimento CSA,
porém a quantidade total de ligante é superior às restantes argamassas.
A maior quantidade de ligante da argamassa R+OP:++CSA (cerca de 21%) teve por objetivo observar o
comportamento de uma argamassa de reboco com maior percentagem de ligante total. A análise desta
argamassa será diferenciada das restantes.
4.2.1 Caracterização das argamassas no estado fresco
4.2.1.1 Tempo de presa da argamassa
Na tabela 4.2 apresentam-se os tempos de presa das argamassas finais, assim como os tempos de
presa sem reguladores das argamassas em que foram usados os mesmos.
Como referido no capítulo 3, durante uma fase prévia elaborou-se todas as argamassas sem
reguladores de presa, avaliando-se a sua trabalhabilidade e tempos de presa, consoante estes
resultados adicionou-se, quando necessário, num processo iterativo, reguladores de presa.
64
Tabela 4.2 – Tempos de presa (início e fim) das argamassas de reboco
Argamassa Tempos de presa Duração da presa
(min) Início (min) Fim (min)
ROP 360 465 105
R+OP:CSA 195
(5, sem retardador de presa) 360
(15, sem retardador de pressa) 165 (10, sem
retardador de presa)
ROP:+CSA 60 150 90
RCSA 270 390 120
R+OP:++CSA 90 165 75
Assim, algumas das argamassas utilizadas para avaliação foram incorporados estes adjuvantes, o que
poderá dificultar a perceção da ação do cimento CSA na avaliação dos tempos de presa e no ensaio
de consistência ao espalhamento. Os tempos de presa pretendidos, dependendo da utilização
desejada, encontram-se entre 1 e 10 horas e são referenciados no catálogo do fabricante.
Como se pode verificar, apenas a argamassa R+OP:CSA mudou o seu tempo de presa, através da
introdução de um retardador. A aplicação de um retardador nesta argamassa justifica-se pelo seu claro
baixo tempo de presa. Assim observa-se que a argamassa de referência de cimento Portland é a que
inicia e finaliza a presa mais tarde, tendência esperada considerando que é a única argamassa que
não apresenta cimento CSA. É então possível verificar uma redução do tempo de presa com a
introdução de cimento CSA, 90 a 355 minutos para o início e 75 a 450 para o fim. Pela análise destes
elementos, conclui-se que a introdução do cimento CSA confere uma redução do tempo de início e fim
de presa. Porém, quanto maior a quantidade de cimento CSA introduzido maior será o tempo de início
e fim, ou seja, quando misturado com o cimento Portland em pequenas quantidades (R+OP:CSA), há
mesmo a necessidade de introduzir um retardador de presa. A redução do tempo de presa com a
introdução de cimento CSA deve-se essencialmente a este cimento ser mais exotérmico que o cimento
Portland, havendo um maior calor de hidratação e consequentemente um processo mais rápido de
endurecimento, necessitando de mais água para hidratação (Juenger et al.,2011; Shi et al., 2011).
Quanto à duração do tempo de presa não se verifica nenhuma tendência relevante, referindo-se apenas
o aumento de duração de presa de 10 para 165 minutos da argamassa R+OP:CSA com a introdução do
retardador.
4.2.1.2 Massa volúmica aparente da argamassa no estado fresco
Na figura 4.1 podem ser consultados os valores obtidos para a massa volúmica aparente no estado
fresco para as várias argamassas de reboco produzidas.
Como se pode verificar a argamassa de referência de cimento Portland (ROP) é a que apresenta o maior
valor de massa volúmica aparente, cerca de 1 a 4 % superior às restantes. Esta situação poderá dever-
se ao teor de ar criado pelas argamassas com CSA, que proporciona uma menor massa volúmica. Com
estes resultados verifica-se uma descida na massa volúmica aparente no estado fresco com a
introdução de cimento CSA, verificando-se também que este ligante poderá criar um maior teor de ar
nas argamassas, comparativamente com o cimento Portland, embora não se tenha aferido o teor de ar
das argamassas.
65
Figura 4.1 - Massa volúmica aparente no estado fresco das argamassas de reboco
Observando as argamassas RCSA e ROP:+CSA verifica-se uma descida de cerca de 3 % em relação à
argamassa ROP e R+OP:CSA. Estes resultados confirmam uma maior descida da massa volúmica aparente
no estado fresco com o aumento de cimento CSA e descida de cimento Portland. A argamassa R+OP:CSA,
mesmo com menor quantidade de ligante, apresenta um valor muito semelhante à argamassa
R+OP:++CSA, reforçando assim a ideia de que esta característica baixa com a maior introdução de cimento
CSA. Embora a argamassa R+OP:++CSA apresente maior quantidade de cimento CSA do que cimento
Portland, esta apresenta maior quantidade de ligante em relação às restantes, o que pode explicar o
facto de ser a segunda argamassa com maior valor. Esta situação é demonstrada no estudo de Martins
(2008), comprovando o aumento da massa volúmica com o aumento da quantidade de ligante de
cimento Portland.
4.2.1.3 Consistência ao espalhamento
A quantidade de água de cada argamassa foi a que permitiu obter a consistência desejada, ou seja,
que aargamassanão seja fluída nem pegajosa e aderente às paredes do recipiente, sendo estabelecido
pelo fabricante o valor de 140 ± 10 mm. Posto isto, realizou-se o ensaio de consistência ao
espalhamento de maneira a aferir se os valores apresentam-se razoáveis, como é possível consultar
na tabela 4.3.
Tabela 4.3 – Consistência ao espalhamento, percentagem de água por kg e relação água/ligante das argamassas de reboco
Argamassa Espalhamento (mm) % Água Relação a/l
ROP 150 18,00 1,45
R+OP:CSA 153 19,50 1,40
ROP:+CSA 130 21,50 1,55
RCSA 149 19,00 1,50
R+OP:++CSA 135 23,00 1,05
Analisando os resultados da tabela 4.3, pode-se verificar uma diferença das argamassas ROP:+CSA e
R+OP:++CSA para as restantes, sendo que estas apresentam-se pouco fluidas e de consistência mais
seca. É importante ter em conta o uso de um retardador de presa na argamassa R+OP:CSA, assim, o seu
resultado da consistência ao espalhamento pode ter aumentado com a introdução deste adjuvante,
pois o retardamento da presa pode ter adiado o consumo de água e assim pode ter dado origem a uma
1554
1535
14931498
1540
1450
1470
1490
1510
1530
1550
1570
1590
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Massa v
olú
mic
a a
pare
nte
[k
g/m
3]
Massa volúmica aparente no estado fresco
66
argamassa mais fluida no momento da medição. Se se observar o valor do espalhamento da
argamassa RCSA (149 mm), esta apresenta quase o mesmo que ROP (150 mm), tendo uma maior relação
de água/ligante, 1,50 para 1,45 da argamassa ROP. Posto isto, conclui-se que a argamassa RCSA
apresenta uma consistência mais seca que a argamassa ROP, porém apresenta uma consistência mais
fluida que as restantes, se não se tomar em conta a argamassa R+OP:CSA.
Pela avaliação destes resultados é possível concluir que a introdução de cimento CSA proporciona
uma maior efeito plástico nas argamassas, que tende a diminuir com o aumento da quantidade deste.
O maior efeito plástico do cimento CSA poderá dever-se ao facto deste consumir mais água para
hidratação em relação ao cimento Portland, resultando numa menor água remanescente na sua
constituição, e por consequência numa argamassa de consistência mais seca. Estes resultados são
coerentes com os respetivos tempos de presa (CCTI, 2008).
Deve-se ainda referir que a EN 1015-3 (CEN, 1999a) estabelece que as argamassas devem ter uma
consistência apropriada para o seu uso. Se nada for especificado, esta norma estabelece o valor do
espalhamento segundo o valor da massa volúmica aparente no estado fresco. Para argamassas com
uma massa volúmica superior a 1200 kg/m3, a EN 1015-3 (CEN, 1999a) estabelece um espalhamento
de 170 ± 10 mm. Os resultados dão abaixo do estabelecido, porém e como referido o fabricante
estabelece um espalhamento de 140 ± 10 mm para a obtenção de uma consistência apropriada ao uso
das argamassas de reboco que produz.
4.2.2 Caracterização das argamassas no estado endurecido
4.2.2.1 Massa volúmica aparente no estado endurecido
Na tabela 4.4 e figura 4.2 podem ser consultados os valores obtidos para a massa volúmica aparente
no estado endurecido para as várias argamassas de reboco após cura normal. Os resultados individuais
encontram-se na tabela A.1 em anexo.
Tabela 4.4 – Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de reboco
Argamassa Massa volúmica aparente (kg/m3) Desvio padrão (kg/m3)
ROP 1558 1
R+OP:CSA 1508 3
ROP:+CSA 1573 5
RCSA 1584 15
R+OP:++CSA 1731 21
Analisando a massa volúmica das 4 primeiras argamassas, verifica-se uma descida de 50 kg/m3, 3 %,
da argamassa ROP para a R+OP:CSA, sendo que a partir desta observa-se uma ligeira tendência de subida
dos valores com a adição de cimento CSA, cerca de 4% para argamassa ROP:+CSA e 5 % para
argamassa RCSA. Os valores das argamassas ROP:+CSA e RCSA são superiores em cerca de 1,5 % ao da
argamassa unicamente constituída por cimento Portland (ROP). Todos os resultados, à exceção dos da
argamassa R+OP:CSA, são superiores aos respetivos da massa volúmica no estado fresco, esta situação
pode dever-se ao facto das argamassas no estado fresco possuírem um maior teor de ar incluído.
67
Figura 4.2 – Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de reboco
Perante estes resultados conclui-se que os valores de massa volúmica no estado endurecido podem
aumentar com o aumento da adição de cimento CSA, dependendo da quantidade deste e de cimento
Portland. Esta situação pode ser explicada pelo maior consumo de água de hidratação do cimento CSA
que por conseguinte faz com que sobre menos água livre para evaporar permitindo que haja menos
espaços livres e consequentemente uma maior compacidade (Juenger et al.,2011; Shi et al., 2011). O
facto de a argamassa R+OP:++CSA apresentar valores de massa volúmica aparente no estado endurecido
maiores que as restantes argamassas era esperado, cerca de 9% superior à argamassa RCSA. Esta
argamassa apresenta uma maior quantidade de ligante na sua constituição e menor relação
água/ligante.
Não estabelecendo a EN 998-1 (CEN, 2003a) requisitos para esta característica e comprando-se assim
os resultados com a classificação MERUC verifica-se a satisfação dos seus requisitos, podendo-se
classificar as argamassas entre as classes M3 (1200 a 1600 kg/m3) e M4 (1400 a 1800 kg/m3).
Comparando com os valores médios de argamassas de uso geral de base cimentícia do mercado
(Flores-Colen, 2009), constata-se que os valores das argamassas encontram-se na média (1573kg/m3),
à exceção da argamassa R+OP:++CSA que já apresenta valores acima desta.
4.2.2.2 Resistência à tração por flexão e à compressão
A resistência à tração por flexão e à compressão foi determinada em cada uma das argamassas após
cura normal e cura em imersão, em três e um provete respetivamente. Os resultados podem ser
consultados nas tabelas 4.5 e 4.6 e nas figuras 4.3 e 4.4. Os resultados individuais estão disponíveis
na tabela A.2 em anexo.
Tabela 4.5 – Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão das argamassas de reboco
Argamassa Resistência à tração por flexão
(MPa): cura normal Desvio padrão
(MPa) Resistência à tração por flexão (MPa):
cura imersão
ROP 1,56 0,05 1,21
R+OP:CSA 0,85 0,17 0,66
ROP:+CSA 1,12 0,08 0,96
RCSA 1,27 0,02 0,92
R+OP:++CSA 1,80 0,13 1,76
1558
1508
1573 1584
1731
1310
1380
1450
1520
1590
1660
1730
1800
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Massa v
olú
mic
a a
pare
nte
[kg/m
3]
Massa volúmica aparente no estado endurecido
68
Figura 4.3 - Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão das argamassas de reboco
Pela análise da figura 4.3 é fácil verificar, se não se analisar a argamassa R+OP:++CSA, que os valores de
resistência à tração por flexão para as duas curas baixam com a introdução de cimento CSA, cerca de
20 a 45 % da argamassa ROP para as restantes. O abaixamento da resistência à tração por flexão com
a introdução de cimento CSA é comprovado não só por esta situação mas também pelo valor da
argamassa ROP ser cerca de 90% da argamassa R+OP:++CSA, mesmo tendo esta quase o dobro da
quantidade de ligante e uma menor relação água/ligante. Estes resultados poderão indiciar uma fraca
coesão interna quando o cimento CSA é introduzido. Observando a queda de 45 % da argamassa ROP
para a argamassa R+OP:CSA, e a subida de valores desta de 30 % e 50 % para as argamassas ROP:+CSA
e RCSA, respetivamente, verifica-se a mesma tendência que os resultados da massa volúmica aparente
no estado endurecido. Apesar de se notar a mesma tendência, os resultados das argamassas ROP:+CSA
e RCSA mantém-se abaixo da resistência da argamassa ROP.
O valor mais alto de resistência à tração por flexão da argamassa R+OP:++CSA, 15 % superior à argamassa
ROP, pode ser explicado pela maior quantidade de ligante na sua constituição e pela menor relação
água/ligante, não crendo que a quantidade de cimento CSA tenha grande influência. O estudo de
Martins (2008) a isso o comprova, demonstrando que uma maior quantidade de cimento confere uma
maior resistência mecânica.
Os resultados após cura normal encontra-se 15 a 30 % superiores aos mesmos após cura em imersão,
à exceção da argamassa R+OP:++CSA, em que a diferença é de apenas 2 %, esta diferença deve-se a um
maior estado de degradação, esfarelamento, dos provetes após cura em imersão. De referir ainda que
estes resultados apresentam a mesma tendência.
Comparando os resultados com a classificação MERUC, os resultados encontram-se entre as classes
R2 (1,00 a 2,00 MPa) e R3 (1,50 a 2,70 MPa), exceção feita para argamassa R+OP:CSA que pode ser
classificada como R1, ou seja, argamassa de resistência mais fraca. Analisando os valores médios de
argamassas de uso geral de base cimentícia (Flores-Colen, 2009) é possível verificar que os resultados
se encontram abaixo da média (2,15 MPa), tendo mesmo as argamassas R+OP:CSA e ROP:+CSA
resistências abaixo do mínimo (1,20 MPa). Concluindo-se que os resultados no geral são baixos
comparativamente com outras argamassas de uso geral de base cimentícia presentes no mercado.
1,56
0,85
1,121,27
1,80
1,21
0,66
0,96 0,92
1,76
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Resis
tência
à t
ração p
or
flexão
[Mpa]
Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão
normal
imersão
69
Tabela 4.6 - Resistência à compressão após cura normal e em imersão das argamassas de reboco
Argamassa Resistência compressão (MPa):
cura normal Desvio Padrão
(MPa) Resistência à compressão (MPa):
cura imersão
ROP 3,41 0,22 2,01
R+OP:CSA 1,10 0,32 1,04
ROP:+CSA 2,51 0,22 1,89
RCSA 3,83 0,10 2,44
R+OP:++CSA 5,56 0,43 5,85
Figura 4.4 - Resistência à compressão após cura normal e em imersão das argamassas de reboco
Pela análise da figura 4.4, as primeiras 4 argamassas apresentam a mesma tendência de resultados
da massa volúmica aparente no estado endurecido e da resistência à tração por flexão. Assim há uma
descida de 70 % da argamassa ROP para a R+OP:CSA, havendo uma subida de 130 % desta para a
ROP:+CSA. A argamassa RCSA apresenta o maior valor de resistência à compressão, 12 % maior que a
ROP, o que permite concluir que o cimento CSA aumenta ligeiramente os valores da resistência à
compressão, ainda que os resultados entre estas duas argamassas sejam semelhantes. Assim, é
possível verificar-se uma tendência do aumento da resistência à compressão com o aumento da
quantidade de cimento CSA introduzida. Esta maior resistência à compressão poderá dever-se à maior
compacidade conferida pelos cimentos CSA.
A argamassa R+OP:++CSA apresenta novamente os maiores valores, esta situação deve-se às mesmas
razões apresentadas na análise da resistência à tração por flexão, sendo que desta vez a quantidade
de cimento CSA terá uma maior influencia nos resultados.
Comparando os resultados das resistências à compressão com os requisitos estabelecidos pela norma
EN 998-1 (CEN, 2010a), é possível estabelecer uma distinção entre as argamassas. Assim a
argamassa R+OP:++CSA é classificada como classe III (3,50-7,50 MPa), podendo a RCSA ter a mesma
classificação ou ser de classe II (1,50-5,00 MPa). Relativamente às restantes estas são classificadas
como classe II, à exceção da argamassa R+OP:CSA é de classe I (0,40-2,50 MPa). Mais uma vez esta
argamassa apresenta as resistências e classes mais baixas. Perante os valores médios de argamassas
de uso geral (Flores-Colen, 2009) apenas a argamassa R+OP:++CSA se encontra acima da média (5,06
MPa), esta situação está relacionada com a quantidade de ligante usado nesta argamassa. A
argamassa R+OP:CSA possui mais uma vez, valores abaixo da média. Concluindo-se que a pouco adição
3,41
1,10
2,51
3,83
5,56
2,01
1,04
1,892,44
5,85
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Resis
tência
à c
om
pre
ssão
[MP
a]
Resistência à compressão após cura normal e em imersão
normal
imersão
70
de cimento CSA (4 %) não traz nenhum benefício relativamente às resistências mecânicas das
argamassas.
4.2.2.3 Módulo de elasticidade dinâmico
Seguidamente, na tabela 4.7 e figura 4.5, apresenta-se os valores de módulo elasticidade para cada
uma das argamassas, avaliado em dois provetes de cada uma após cura normal. Os resultados
individuais de cada argamassa podem ser consultados na tabela A.3 em anexo.
Tabela 4.7 – Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de reboco
Argamassa Módulo de elasticidade dinâmico (MPa) Desvio Padrão (MPa)
ROP 7062 24
R+OP:CSA 4887 264
ROP:+CSA 5853 256
RCSA 7260 - (*)
R+OP:++CSA 9157 100
* Medido apenas num provete devido a um deles se ter partido
Figura 4.5 - Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de reboco
Pela análise da figura 4.5 verifica-se novamente a mesma tendência de resultados das características
anteriores. Denota-se assim uma ligeira tendência de subida do módulo de elasticidade com o aumento
cimento CSA, observando-se que o módulo de elasticidade da argamassa RCSA é cerca de 2 % superior
que a argamassa ROP. Verifica-se ainda um aumento de 20 % da argamassa com menos cimento CSA
e mais Portland (R+OP:CSA) para argamassa ROP:+CSA.
Perante estes resultados, retira-se que o aumento da quantidade de cimento CSA aumenta o módulo
de elasticidade dinâmico. A justificação para esta situação será a mesma que para as anteriores
características, a argamassa torna-se mais compacta e tornar-se-á também mais rígida.
Como seria de esperar a argamassa R+OP:++CSA apresenta um módulo de elasticidade superior às
restantes. Esta situação deve-se novamente à maior quantidade de ligante e menor relação
água/ligante, apresentando-se como a argamassa menos deformável. Outra razão para explicar este
valor será a sua maior quantidade de cimento CSA.
7062
4887
5853
7260
9157
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Módulo
de e
lasticid
ade [M
Pa]
Módulo de elasticidade dinâmico
71
É possível confirmar que todas as argamassas cumprem os requisitos adicionais, estabelecidos pelo
LNEC (2005), ou seja, módulo de elasticidade inferior a 10000 MPa. Pela classificação MERUC as
argamassas ROP, R+OP:++CSA e RCSA são classificadas na classe E3 (7500 a 14000 MPa), podendo a
segunda apresentar a classe E4 (7500 a 14000 MPa), ou seja, menos deformável. As argamassas
R+OP:CSA e ROP:+CSA classificam-se como E2 (3500 a 7000 MPa), podendo a ultima obter uma classe E3.
Conclui-se que as argamassas constituídas pelos dois ligantes são mais deformáveis em comparação
com uma argamassa de igual quantidade apenas constituída por um ligante. Comparativamente com
os valores médios de argamassas de base cimentícia do mercado (Flores-Colen, 2009) as argamassas
apresentam-se na maioria com valores acima da média (5655,56 MPa).
4.2.2.4 Variação dimensional (ensaio de retração) e de massa
A variação dimensional e de massa foi avaliada em três provetes para cada argamassa, após cura
normal e cura em imersão. Os resultados destes ensaios podem ser consultados nas tabelas 4.8 e 4.9
e nas figuras 4.6 e 4.7. Os resultados individuais podem ser consultados nas tabelas A.6 e A.7 em
anexo. Os valores de variação de massa após cura normal traduzem a diferença de massas entre as
24 horas do provete e os 28 dias, e os de variação de massa após cura em imersão traduzem a
diferença de massas entre as 24 horas do provete e os 28 dias, sendo 7 dias em cura normal e 21
imersos.
Tabela 4.8 – Retração após cura normal e em imersão das argamassas de reboco
Argamassa Retração: cura normal (mm/m)
Desvio Padrão (mm/m)
Retração: cura imersão (mm/m)
Desvio padrão (mm/m)
Relação água/ligante
ROP 0,994 0,135 0,490 0,138 1,45
R+OP:CSA 0,756 0,058 0,084 0,341 1,40
ROP:+CSA 0,869 0,150 -0,104 0,465 1.55
RCSA 2,230 1,296 1,797 0,159 1.50
R+OP:++CSA 0,825 0,019 0,528 0,134 1.05
Figura 4.6 - Retração após cura normal e em imersão das argamassas de reboco
Pela análise da figura 4.6 denota-se um ligeiro decréscimo de 0.130 a 0.240 mm/m da retração com a
introdução de cimento CSA no caso da cura normal, à exceção da argamassa RCSA, que apresenta um
valor superior às restantes, mais do dobro. Perante a análise das argamassas R+OP:CSA, ROP:+CSA e
R+OP:++CSA conclui-se não só que a presença de cimento CSA provoca uma menor retração nos provetes
mas também que a mistura dos dois ligantes apresenta melhores resultados do que as argamassas de
0,994
0,7560,869
2,230
0,825
0,490
0,084
-0,104
1,797
0,528
-0,500
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Retr
acção [m
m/m
]
Retração após cura normalizada e em imersão
normal
imersão
72
referência, ROP e RCSA. A menor retração com a presença de cimento CSA poderá dever-se ao facto
deste ligante consumir mais água para hidratação em relação ao cimento Portland, resultando em
menor água remanescente na sua constituição e por consequência numa argamassa de consistência
mais seca com menor retração por secagem (CCTI, 2008). A menor retração da argamassa R+OP:CSA
em relação à ROP:+CSA, menos 0,110 mm/m, poderá dever-se à menor relação água/ligante que
apresenta, tendo menos água para perder e consequentemente uma menor retração. A argamassa
RCSA apresenta inesperadamente os maiores valores de retração, 2,23 mm/m, tendo-se inclusive
repetido os ensaios de retração e estes terem dado novamente muito dispersos, como se verifica pelo
desvio padrão (1,296 mm/m). Seria esperado que esta argamassa tivesse a menor retração, pois é
apenas constituída por cimento CSA, ligante que consome maior quantidade de água que o cimento
Portland. Assim poderá concluir-se que uma argamassa de reboco unicamente constituída por cimento
CSA revela grande sensibilidade à retração, dando origem a resultados muito dispersos, revelando
alguma instabilidade.
No caso da cura em imersão, verifica-se um decréscimo na retração nas argamassas R+OP:CSA, ROP:+CSA,
sendo que esta última chega mesmo a expandir. Esta expansão pode correr devido à etringite,
substancia cristalina formada a partir das reações de hidratação de yelimita, composto principal do
cimento CSA. Quando a formação da etringite se dá na presença de hidróxido de cálcio expande-se,
ocupando cerca de duas vezes o volume do composto original. Quando o provete se encontra nas
primeiras idades e em imersão, esta expansão desencadeada não encontra muitas restrições. A
presença de hidróxido de cálcio advém do gesso presente no CSA Quick e do cimento Portland
presente na argamassa (Shi et al., 2011). Novamente, a argamassa RCSA apresenta um valor de
retração muito alto após imersão, 1,797 mm/m, mais de o triplo relativamente às restantes. Assim
poderá dizer-se que o cimento CSA, quando introduzido sem cimento Portland, poderá revelar alguma
instabilidade no que diz respeito à retração em argamassas de reboco. Os resultados após cura em
imersão têm uma conclusão semelhante à cura normal, se excluir-se novamente a argamassa RCSA,
pois também se verifica o abaixamento de retração com a presença de cimento CSA. Relativamente à
argamassa R+OP:++CSA, esta apresenta um valor semelhante à argamassa ROP, podendo dever-se à
maior quantidade de cimento Portland na sua constituição.
Tabela 4.9 – Variação de massa após cura normal e em imersão das argamassas de reboco
Argamassa Variação de massa: cura
normal (g/kg) Desvio
Padrão (g/kg) Variação de massa: cura
imersão (g/kg) Desvio padrão
(g/kg)
ROP -76,99 1,10 25,09 1,22
R+OP:CSA -82,40 0,70 -4,84 2,90
ROP:+CSA -82,12 0,91 18,18 0,38
RCSA -75,57 0,14 45,65 0,64
R+OP:++CSA -72,04 0,52 14,46 2,83
73
Figura 4.7 - Variação de massa após cura normal e em imersão das argamassas de reboco
Quanto à variação de massa após cura normal e pela análise da figura 4.7, observa-se como esperado
a perda de massa em todas as argamassas. Esta perda de massa está relacionada com a evaporação
da água não utilizada para o processo de hidratação do ligante. Todos os resultados apresentam-se
semelhantes, embora terá que se ter atenção à água/ligante utilizados, sendo esperado uma ligeira
diminuição da perda de massa com a introdução do CSA, devido ao maior consumo de água para
hidratação do ligante.
Observando as argamassas ROP e R+OP:CSA verifica-se uma perda de mais 5,40 g/kg por parte da
segunda. Já observando a segunda e a argamassa ROP:+CSA, verifica-se um valor praticamente igual,
porém a argamassa ROP:+CSA tem uma maior relação água/ligante, mais 0,15 que a argamassa R+OP:CSA,
o que se pode verificar que mesmo com maior quantidade de água apresentou uma perda de massa
semelhante, concluindo-se que houve um maior consumo de água para hidratação relativamente às
duas argamassas com maior quantidade de cimento Portland. Relativamente à argamassa RCSA,
apresenta uma perda de menos 1,50 g/kg relativamente à argamassa ROP embora apresente um maior
valor de retração. Assim, a menor perda pode ser explicada pelo maior consumo de água para
hidratação, característico do cimento CSA. A menor perda de massa da argamassa R+OP:++CSA poderá
dever-se não só à sua maior quantidade de cimento CSA mas também pela sua menor quantidade de
água/ligante, menos 0,40-0,50 que as restantes.
Relativamente à variação de massa após cura em imersão, todas as argamassas ganham massa, o
que seria de esperar, pois após imersão absorvem água traduzindo-se num ganho de massa. Quanto
ao facto da argamassa R+OP:CSA apresentar um valor negativo aos 28 dias, pode ter a ver com a sua
perda de massa aos 7 dias (tabela A.7 em anexo), antes de entrar para a cura em imersão, já ser
elevada, sendo que depois a massa ganha com a absorção de água não consiga superar essa perda
e por fim obter uma perda de massa. Outra explicação para o caso será os resultados de absorção de
água a baixa pressão e por capilaridade serem bastantes baixos, disponíveis posteriormente, o que
poderá levar a uma menor absorção de água durante a cura em relação às outras argamassas. Quanto
à argamassa RCSA, esta é a que apresenta um maior valor para o ganho de massa, que se pode
relacionar com os valores de perda de massa aos 7 dias (tabela A.7 em anexo), que se apresentam
-76,99-82,40 -82,12
-75,57 -72,04
25,09
-4,84
18,18
45,65
14,46
-100,00
-80,00
-60,00
-40,00
-20,00
0,00
20,00
40,00
60,00
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Varia
ção d
e m
assa [g/k
g]
Variação de massa após cura normal e em imersão normal
imersão
74
como muito baixos, ou seja, após imersão em água é normal que os valores de ganho de massa sejam
altos.
4.2.2.5 Absorção de água por capilaridade
Os resultados da absorção de água por capilaridade, ensaiada em três provetes de cada argamassa
após cura normal, pode ser consultada na tabela 4.10 e na figura 4.8. Os resultados individuais podem
ser encontrados na tabela A.9 em anexo.
Tabela 4.10 – Absorção de água por capilaridade das argamassas de reboco
Argamassa Absorção de água por capilaridade (kg/(m2.min0,5)) Desvio padrão (kg/(m2.min0,5))
ROP 0,07 0,01
R+OP:CSA 0,02 0,00
ROP:+CSA 0,03 0,00
RCSA 0,03 0,00
R+OP:++CSA 0,05 0,00
Figura 4.8 - Absorção de água por capilaridade das argamassas de reboco
Da análise da figura 4.8 conclui-se fundamentalmente que os valores de absorção de água por
capilaridade baixam com a presença do cimento CSA, baixando cerca de 60 a 70 %. Porém, é possível
perceber uma subida de valores da argamassa R+OP:CSA para a argamassa ROP:+CSA e RCSA. Estes
resultados permitem concluir que a presença deste ligante é benéfica, mas que o aumento da
quantidade deste aumenta os valores de absorção capilar, o que poderá ter a ver com a relação entre
os dois ligantes. Esta menor absorção de água por capilaridade poderá dever-se ao facto destes
cimentos ganharem resistência rapidamente, deste modo a resistência aumenta mais depressa que as
tensões de retração, o que evita a origem de fissuração deste tipo, concedendo assim uma menor
permeabilidade à água liquida à argamassa (CCTI, 2008).
Prevê-se que quanto menor o coeficiente de absorção de água por capilaridade mais protegida estará
a argamassa de mecanismos de degradação. A argamassa R+OP:++CSA apresenta o segundo maior valor
de absorção de água por capilaridade, esta situação pode dever-se à sua maior quantidade de cimento
Portland.
0,07
0,02
0,03 0,03
0,05
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Absorç
ão d
e á
gua p
or
capila
rid
ade [kg/(
m2m
in0,5)]
Absorção de água por capilaridade
75
Pela classificação segundo a EN 998-1 (CEN, 2010a) é possível classificar todas as argamassas de
classe w2 (C ≤ 0,20 kg/m2.min0,5). Pela classificação MERUC será atribuída a classe mais baixa, C1
(inferior a 0,15 kg/m2.min0.5). Uma das razões para estes baixos valores de absorção de água por
capilaridade será a boa atuação do hidrófugo.
4.2.2.6 Absorção de água a baixa pressão (tubo de Karsten) após 180 minutos
A absorção de água a baixa pressão foi testada usando um tubo de karsten em um provete de cada
argamassa após cura normal. Os resultados encontram-se na figura 4.9. Os resultados individuais
estão disponíveis na tabela A.10 em anexo.
Figura 4.9 - Absorção de água a baixa pressão das argamassas de reboco
Tal como na absorção de água por capilaridade, é notório o abaixamento da absorção de água a baixa
pressão com a introdução de cimento CSA, havendo uma queda de cerca de 80 a 95%. Retira-se a
mesma conclusão que a de absorção de água por capilaridade, demonstrando assim a coerência entre
estes dois. É também possível verificar a mesma tendência de subida de valores da argamassa R+OP:CSA
à RCSA.
4.2.2.7 Permeabilidade ao vapor de água
Os resultados referentes ao ensaio da permeabilidade ao vapor de água podem ser consultados na
figura 4.10, estando os resultados detalhados disponíveis na tabela A.5 em anexo.
Figura 4.10 - Coeficiente de resistência à difusão de vapor das argamassas de reboco
1,10
0,050,15
0,25 0,25
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Absorç
ão d
e á
gua a
baix
a
pre
ssão [m
l]
Absorção de água a baixa pressão após 180 minutos
4,3 4,0
7,1
4,5
7,7
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Coeficie
nte
de r
esis
tência
à
difusão d
e v
apor
de á
gua
Permeabilidade ao vapor de água
76
Ao observar-se as quatro primeiras argamassas da figura 4.10 é possível verificar que a argamassa
ROP:+CSA apresenta o maior coeficiente de resistência à difusão do vapor, cerca de 90 % superior
relativamente às restantes argamassas. Em relação às restantes argamassas, verifica-se uma descida
de 6 % da argamassa ROP para a R+OP:CSA, e uma subida de 5 % da primeira para a RCSA. Perante estes
resultados não se verifica nenhuma tendência relevante e conclui-se que todos os casos apresentados
se podem considerar com elevada permeabilidade ao vapor de água.
A maior quantidade de ligante da argamassa R+OP:++CSA não parece influenciar nos resultados deste
ensaio apresentando um resultado semelhante à argamassa ROP:+CSA que apresenta um traço ponderal
semelhante à primeira.
Comparando o coeficiente de resistência à difusão do vapor com os valores tabelados da norma NP
EN 1745 (CEN, 2012), e para uma massa volúmica entre 1600 e 1800 kg/m3, os valores encontram-se
muito baixos em relação aos estabelecidos, entre 15 e 35. A norma EN 998-1 (CEN, 2010a) estabelece
apenas que o coeficiente de resistência à difusão do vapor deve ser menor que o valor declarado pelo
fabricante.
4.2.2.8 Porosidade aberta
Os resultados da porosidade aberta, ensaiada em três provetes de cada argamassa após cura normal,
podem ser consultados na tabela 4.11 e na figura 4.11. De referir que os resultados dos provetes até à
data, 20 de Março 2014, ou seja, 69 dias, ainda não se encontram estabilizados. A razão para a não
estabilização é o desfloramento dos provetes. Os resultados individuais podem ser encontrados na
tabela A.4 em anexo.
Tabela 4.11 - Porosidade aberta das argamassas de reboco
Argamassa Porosidade aberta (%) Desvio Padrão (%)
ROP 42,00 0,66
R+OP:CSA 37,37 0,20
ROP:+CSA 40,10 0,36
RCSA 42,51 0,67
R+OP:++CSA 30,76 0,36
Figura 4.11 - Porosidade aberta das argamassas de reboco
42,0038,98 40,10
42,51
30,76
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
% P
oro
sid
ade a
bert
a
Porosidade aberta
77
Observando as 4 primeiras argamassas na figura 4.11, os resultados da porosidade aberta seguem a
mesma tendência que ensaios anteriores, havendo uma semelhança de resultados entre as duas
argamassas de referência (ROP e RCSA), embora a argamassa ROP apresente uma menor relação
água/cimento (1,45) em relação à argamassa RCSA (1,50). Assim, há uma descida de 7 % da argamassa
ROP para a argamassa R+OP:CSA, e um aumento de 7 % para a argamassa ROP:+CSA e novamente 7 %
para a argamassa RCSA. A primeira descida de 12 % poderá dever-se à menor relação água/ligante da
argamassa R+OP:CSA (1,40), ainda assim a argamassa ROP:+CSA possui a maior relação água/ligante
(1,55) e mesmo assim apresenta um resultado 5 % inferior à argamassa ROP e RCSA. A razão para que
a ordem de resultados seja alta deve-se essencialmente à introdução do retentor de água e
plastificante, éter celulose. A introdução deste adjuvante faz com que haja uma introdução de ar na
argamassa fazendo com que aumente o espaço entre partículas e consequentemente a porosidade da
argamassa (Patural, et al., 2011).
Perante estes resultados, conclui-se que as argamassas que possuem os dois ligantes apresentam
valores mais baixos que as de referência, entre 5 a 13 % menores. De facto, se se tiver em conta a
relação água/ligante das argamassas ROP e RCSA e os resultados das duas argamassas com os dois
ligantes verifica-se que pode haver uma ligeira descida com a introdução de cimento CSA.
Analisando a argamassa R+OP:++CSA verifica-se que esta apresenta claramente o valor mais baixo, cerca
de 70 a 80 % das restantes. Esta situação deve-se à maior quantidade ligante desta argamassa em
relação às restantes, assim como à sua menor relação água/ligante (1,05).
4.2.2.9 Durabilidade (gelo-degelo)
O ensaio da durabilidade consistiu na análise do estado de deterioração dos provetes, no ensaio à
retração, variação de massa e resistência à tração por flexão e à compressão após a cura gelo-degelo.
São apresentadas nas figuras 4.10 a 4.14 o estado de deterioração dos provetes.
Figura 4.12 - ROP após gelo-degelo
Figura 4.13 - R+OP:CSA após gelo-degelo
Figura 4.14 - ROP:+CSA após gelo-degelo
Figura 4.15 - R+OP:++CSA após gelo-degelo
Figura 4.16 - RCSA após gelo-degelo
78
Como se pode verificar pela figuras, todos os provetes, à exceção dos provetes da argamassa
R+OP:++CSA apresentam perda de material. Esta argamassa, como referido, apresenta maior quantidade
de ligante em relação às restantes bem como uma menor relação água/ligante, o que pode explicar o
seu melhor comportamento à durabilidade. Assim os seguintes resultados serão analisados tendo como
base o estado de deterioração dos provetes.
Os resultados referentes à retração e variação de massa traduzem a diferença de massas entre as 24
horas do provete e o final dos 25 ciclos gelo-degelo, podendo ser consultados nas tabelas 4.12 e 4.13,
e nas figuras 4.17 e 4.18. Na tabela A.8 em anexo encontram-se os resultados individuais de cada
argamassa.
Tabela 4.12 - Retração após cura gelo-degelo das argamassas de reboco
Argamassa Retração (mm/m) Desvio padrão (mm/m)
ROP 0,044 0,875
R+OP:CSA -0,241 1,122
ROP:+CSA 0,425 0,038
RCSA 0,150 6,881
R+OP:++CSA 0,803 0,584
Figura 4.17 - Retração após cura gelo-degelo das argamassas de reboco
Pela análise da figura 4.17 e da tabela 4.12 pode-se verificar uma grande variação de resultados, que
advêm dos ciclos gelo-degelo sofridos pelos provetes. Verifica-se valores altos no desvio padrão, o que
se pode traduzir numa grande variabilidade e incerteza de resultados. Esta situação era expectável, já
que os provetes destas argamassas estão num elevado estado deteriorado, o que provoca resultados
díspares entre os provetes analisados de cada argamassa. Apenas a argamassa R+OP:++CSA e a ROP:+CSA
tem um desvio padrão aceitável, a primeira devendo-se ao bom estado desta argamassa em relação
às outras. Embora o desvio padrão da argamassa ROP:+CSA seja quase 0 (tabela 4.12), o seu alto desvio
padrão na variação de massa e as suas baixas resistências à tração por flexão e compressão
confirmam que o seu estado de deterioração é mais do que superficial.
0,044
-0,241
0,425
0,150
0,803
-0,400
-0,200
0,000
0,200
0,400
0,600
0,800
1,000
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Retr
acção [m
m/m
]
Retração após cura gelo-degelo
79
Tabela 4.13 – Variação de massa após cura gelo-degelo das argamassas de reboco
Argamassa Variação de massa (g/kg) Desvio padrão (g/kg)
ROP -84,29 22,97
R+OP:CSA -113,36 34,59
ROP:+CSA -102,53 31,84
RCSA -99,63 14,42
R+OP:++CSA 56,06 4,08
Figura 4.18 - Variação de massa após cura gelo-degelo das argamassas de reboco
Da figura 4.18, pode-se verificar o que seria óbvio após visualização do estado dos provetes, pois como
analisado, todos os provetes das argamassas à exceção da R+OP:++CSA, encontram-se com perda de
material, assim seria esperado uma perda de massa por parte das restantes. Mesmo assim é possível
denotar um ligeiro aumento na perda de massa quando introduzido cimento CSA na constituição das
argamassas, embora todas estas argamassas apresentem desvios padrões um pouco elevados, sendo
o valor da argamassa ROP 75 a 85 % das restantes. O ganho de massa da argamassa R+OP:++CSA deve-
se aos constantes ciclos de imersão do provete que terão providenciado um ganho de massa em água.
Os resultados da resistência à tração por flexão e resistência à compressão podem ser consultados
nas tabelas 4.14 e 4.15 e nas figuras 4.19 e 4.20. Os resultados individuais podem ser encontrados na
tabela A.2 em anexo.
Tabela 4.14 - Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo das argamassas de reboco
Argamassa Resistência à tração por flexão (MPa): cura gelo-degelo Desvio padrão (MPa)
ROP 0,91 0,04
R+OP:CSA 0,51 0,14
ROP:+CSA 0,78 0,02
RCSA 0,69 0,07
R+OP:++CSA 2,26 0,06
-84,29
-113,36-102,53 -99,63
56,06
-140,00
-120,00
-100,00
-80,00
-60,00
-40,00
-20,00
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Varia
ção d
e m
assa [m
m/m
]
Variação de massa após cura gelo-degelo
80
Figura 4.19 - Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo das argamassas de reboco
Pela análise da figura 4.19 e sem ter em conta a argamassa R+OP:++CSA, verifica-se a mesma tendência
que após cura normal e imersão. Há um decréscimo da resistência com a introdução de cimento CSA,
na ordem dos 15 a 45 %. A argamassa R+OP:++CSA exibe maior valor de resistência à tração por flexão,
não só pela maior quantidade de ligante e menor relação água/ligante mas também por ser a única a
não estar degradada.
Tabela 4.15 - Resistência à compressão após cura gelo-degelo das argamassas de reboco
Argamassa Resistência à compressão (MPa) Desvio Padrão (MPa)
ROP 0,75 0,35
R+OP:CSA 0,79 0,07
ROP:+CSA 1,20 0,16
RCSA 0,95 0,07
R+OP:++CSA 5,65 0,06
Figura 4.20 - Resistência à compressão após cura gelo-degelo das argamassas de reboco
Analisando as 4 primeiras argamassas, os resultados demonstram um ligeiro aumento da resistência à
compressão com o aumento de cimento CSA. Referindo-se o aumento de 50 % da argamassa R+OP:CSA
para a ROP:+CSA. Tal como para os resultados referentes às outras curas, a introdução de cimento CSA
permite um aumento de resistência à compressão. Mais uma vez e como esperado, devido às razões
referidas, a argamassa R+OP:++CSA apresenta um valor muito superior, muito semelhante aos alcançados
após as outras duas curas.
0,91
0,51
0,780,69
2,26
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Resis
tência
à t
ração p
or
fle
xão
[MP
a]
Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo
0,75 0,791,20
0,95
5,65
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Resis
tência
à c
om
pre
ssão [M
pa]
Resistência à compressão após cura gelo-degelo
81
4.2.2.10 Resistência ao arrancamento por tração (aderência) em suporte de tijolo
Os resultados da resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo podem ser consultados
na tabela 4.16 e na figura 4.21. Na tabela A.11 em anexo, apresentam-se os resultados individuais de
cada argamassa.
Tabela 4.16 – Resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo das argamassas de reboco
Argamassa Aderência (MPa) Desvio padrão (MPa) Tipo de rotura
ROP 0,50 0,10 Coesiva no reboco
R+OP:CSA 0,19 0,03 Coesiva no reboco
ROP:+CSA 0,13 0,02 15% Coesivo/85% adesivo ao tijolo
RCSA 0,11 0,04 Adesivo ao tijolo
R+OP:++CSA 0,22 0,05 15% Coesivo/85% adesivo ao tijolo
Figura 4.21 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo das argamassas de reboco
É notório verificar pela consulta da figura 4.21 que a introdução de cimento CSA reduz os valores da
resistência ao arrancamento por tração, em cerca de 55 a 80 %. Os resultados demonstram que quanto
mais cimento CSA é introduzido e mais cimento Portland é retirado os valores de resistência ao
arrancamento por tração diminuem. Esta conclusão é sustentada não só pelo maior valor da argamassa
R+OP:CSA em relação às argamassas ROP:+CSA e RCSA, 30 e 40 % superior, mas também pelo facto da
argamassa ROP apresentar mais do dobro da resistência relativamente à argamassa R+OP:++CSA tendo
esta uma quantidade de ligante bastante superior. Conclui-se pelos resultados obtidos que a introdução
de cimento CSA é prejudicial para a resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo.
Observando os tipos de rotura, coesiva no reboco nas duas primeiras argamassas e adesiva no tijolo
nas últimas três, mas ambas com valores baixos (menores que 0,22 MPa) poder-se-á concluir que a
introdução do cimento CSA em argamassas de reboco diminui a coesão interna nas argamassas e a
sua ligação ao suporte.
O requisito do LNEC (2005) para a resistência ao arrancamento por tração, estabelece como mínimo
valor a resistência de 0,3 MPa, ou então uma rotura coesiva. Observando a tabela 4.16 facilmente se
confirma que a argamassa ROP apresenta um valor superior ao estabelecido, referindo-se também a
argamassa R+OP:CSA que apesar de deter um valor inferior, apresenta uma rotura coesiva, cumprindo
assim o critério estabelecido.
0,50
0,19
0,130,11
0,22
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Resis
tência
ao
arr
an
cam
en
to
po
r tr
ação
[M
Pa]
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo
82
4.2.2.11 Suscetibilidade à fendilhação – aplicação em tijolo
Como referido o resultado deste ensaio consiste na observação de tendência a fissuração no provete.
Como se pode consultar pelas figuras 4.22 a 4.26, nenhum dos provetes da respetiva argamassa
fissurou, representando assim um resultado positivo para todas elas. Concluindo-se que as
argamassas com a presença de cimento CSA são pouco suscetíveis à fissuração.
Figura 4.22 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura -
ROP
Figura 4.23 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura
R+OP:CSA
Figura 4.24 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura
ROP:+CSA
Figura 4.25 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura R+OP:++CSA
Figura 4.26 - Suscetibilidade à fendilhação e tipo de rotura RCSA
4.3 Argamassas para camada de base para ETICS
Neste subcapítulo analisa-se as várias argamassas produzidas para camada de base para sistemas
de ETICS. Tal como para as argamassas de reboco, as propriedades destas são condicionadas pelos
seus constituintes e pela sua quantidade destes. Na tabela 4.17 apresentam-se as características das
argamassas que serviram de base ao presente estudo experimental.
Tabela 4.17 - Identificação e constituição das argamassas de camada de base utilizadas na campanha experimental
Argamassa Traço ponderal OP:CSA
Percentagens de incorporação nas argamassas (%)
Reguladores de presa utilizados OP CSA Total de ligante
BOP 1:0 32 0 32 -
B+OP:CSA 2,2:1 22 10 32 Retardador
BOP:+CSA 1:2,2 10 22 32 -
BCSA 0:1 0 32 32 Acelerador BOP: argamassa com apenas cimento Portland; B+OP:CSA: argamassa com ambos os ligantes, mas com o cimento Portland em
maior quantidade; BOP:+CSA: argamassa com ambos os ligantes, constituída em maior quantidade com cimento CSA; BCSA:
argamassa com apenas cimento CSA.
83
4.3.1 Caracterização das argamassas no estado fresco
4.3.1.1 Tempo de presa da argamassa
Na tabela 4.18 apresentam-se os tempos de presa das argamassas finais, assim como os tempos de
presa sem o uso reguladores nas argamassas em que foram usados os mesmos.
Tabela 4.18 - Tempos de presa (de início e fim) das argamassas de camada de base
Argamassa Tempos com reguladores de presa
Duração da presa (min) Início (min) Fim (min)
BOP 720 750 30
B+OP:CSA 105 (5, sem retardador de
presa) 180 (30, sem retardador de
presa) 75 (25, sem retardador
de presa)
BOP:+CSA 60 180 120
BCSA 20 (345, sem acelerador de
presa) 75 (450, sem acelerador de
presa) 55 (105, sem acelerador
de presa)
Como referido, durante uma fase prévia elaborou-se todas as argamassas sem reguladores de presa,
avaliando-se a sua trabalhabilidade e tempos de presa. Posteriormente, ajustou-se os tempos de presa
dos casos considerados não aceitáveis do ponto de vista prático para aplicação real.
Como se pode verificar, nas argamassas B+OP:CSA e BCSA mudou-se o tempo de presa, na primeira pelo
curto tempo de presa e na segunda por se achar que o seu tempo era demasiado longo. Assim pela
análise da tabela 4.18, é possível retirar a mesma conclusão que para as argamassas de reboco, ou
seja, a introdução do cimento CSA introduz uma redução considerável do tempo de início e fim de
presa, 375 a 715 minutos para o início e 300 a 720 minutos para o fim, sendo que quanto maior a
quantidade deste ligante maior será o tempo de início e fim de presa. Quando misturado com o cimento
Portland, mas em pequenas quantidades, há mesmo a necessidade de introduzir um retardador de
presa (B+OP:CSA). O tempo de presa da argamassa BCSA acabou por ficar muito curto, início aos 20
minutos e fim aos 75, o que influenciou os resultados de alguns ensaios, pelo que se reconhece que o
ajuste deveria ter contribuído para um tempo de presa mais longo que o obtido.
Perante estes resultados conclui-se que introdução do cimento CSA reduz o tempo de presa mas,
quando o cimento Portland se encontra em maior quantidade a redução do tempo de presa ainda é
mais acentuada.
4.3.1.2 Massa volúmica aparente da argamassa no estado fresco
Na figura 4.27 pode-se consultar os valores da massa volúmica aparente obtidos para cada mistura
para camada de base de ETICS.
Observando a figura 4.27, retira-se tal como no caso das argamassas de reboco que, quando o cimento
CSA se encontra em maior quantidade que o cimento Portland, há um decréscimo na massa volúmica
aparente no estado fresco, na ordem dos 10 % da argamassa B+OP:CSA para a BOP:+CSA. Esta situação
poderá relacionar-se, como referido, com o maior teor de ar criado pelo cimento CSA.
84
Figura 4.27 - Massa volúmica aparente no estado fresco das argamassas de camada de base
4.3.1.3 Consistência ao espalhamento
Como referido, a quantidade de água foi determinada através um método empírico do fabricante,
anteriormente explicado, de maneira a obter um espalhamento de 140 ± 10 mm. Posto isto, realizou-
se o ensaio de consistência ao espalhamento de maneira a aferir se os valores apresentam-se
razoáveis, como é possível consultar na seguinte tabela 4.19.
Tabela 4.19 - Consistência ao espalhamento, percentagem de água por kg e relação água/ligante das argamassas de camada de base
Argamassa Espalhamento (mm) % Água Relação a/l
BOP 152 27,00 0,85
B+OP:CSA 150 27,50 0,85
BOP:+CSA 130 27,00 0,85
BCSA 125 29,00 0,90
Da análise de resultados da tabela 4.19, verifica-se a coerência destes resultados com os respetivos
tempos de presa. É notório que o espalhamento baixa com a introdução de cimento CSA, 2 a 27 mm,
sendo claro que o resultado do espalhamento da argamassa B+OP:CSA se deve à introdução do
retardador e acelerador de presa, uma vez que na ausência destes adjuvantes, resultando num tempo
de presa rápido, seria de esperar que o espalhamento diminuísse, mesmo aumentando a relação
água/ligante.
Relativamente à argamassa BCSA, apesar de deter a maior relação de água/ligante, tem um resultado
de espalhamento muito baixo, 125 mm, o que se deve essencialmente à introdução do acelerador de
presa, que acelera os processos de hidratação conferindo uma cristalização precoce e resultando na
perda natural de fluidez.
Tendo em conta estes fatores e tal como para as argamassas de reboco é possível concluir que a
introdução de cimento CSA proporciona uma maior efeito plástico nas argamassas, que poderá tender
a diminuir com o aumento da quantidade deste. Esta conclusão é em todo semelhante e coerente com
a conclusão retirada dos tempos de presa.
1453
1478
1344
1431
1300
1350
1400
1450
1500
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Massa v
olú
mic
a a
pare
nte
[kg/m
3]
Massa volúmica aparente no estado fresco
85
4.3.2 Caracterização das argamassas no estado endurecido
4.3.2.1 Massa volúmica aparente no estado endurecido
Na tabela 4.20 e na figura 4.28 podem ser consultados os valores obtidos para a massa volúmica
aparente no estado endurecido para as várias argamassas produzidas para camada de base para
ETICS após cura normal. Os resultados individuais podem ser consultados na tabela A.12 em anexo.
Tabela 4.20 - Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de camada de base
Argamassa Massa volúmica aparente (kg/m3) Desvio padrão (kg/m3)
BOP 1440 8
B+OP:CSA 1397 11
BOP:+CSA 1444 3
BCSA 1786 2
Figura 4.28 - Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de camada de base
Perante os resultados, verifica-se que a introdução do cimento CSA aumenta ligeiramente a massa
volúmica aparente no estado endurecido, observando-se que esta só aumenta quando a quantidade
de cimento CSA é superior à de Portland. Apesar dos valores das três primeiras argamassas serem
semelhantes, verifica-se um aumento de 20% destas para argamassa de referência de cimento CSA
(BCSA).
Dividindo as argamassas de acordo a classificação MERUC, obtém-se a mesma classificação que para
as argamassas de reboco, M3 (1200 a 1600 kg/m3) e M4 (1400 a 1800 kg/m3). Comparando com os
valores médios de argamassas de uso geral de base cimentícia do mercado (Flores-Colen, 2009),
percebe-se que todas as argamassas, à exceção da argamassa BCSA, apresentam valores abaixo da
média (1573 kg/m3). Já os valores da argamassa BCSA encontram-se perto dos valores máximos deste
estudo (1850 kg/m3).
4.3.2.2 Resistência à tração por flexão e à compressão
A resistência à tração por flexão e à compressão foi avaliada após cura normal e cura em imersão, em
três e um provete respetivamente. Os resultados destes ensaios podem ser consultados nas tabelas
14401397
1444
1786
1200
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Massa v
olú
mic
a a
pare
nte
[kg/m
3]
Massa volúmica aparente no estado endurecido
86
4.21 e 4.22 e nas figuras 4.29 e 4.30. Os resultados individuais de cada argamassa são demonstrados
na tabela A.13 em anexo.
Tabela 4.21 - Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base
Argamassa Resistência à tração por flexão (MPa):
cura normal Desvio padrão
(MPa) Resistência à tração por flexão
(MPa): cura imersão
BOP 3,42 0,13 2,97
B+OP:CSA 1,66 0,24 1,71
BOP:+CSA 1,59 0,15 1,90
BCSA 1,79 0,13 2,10
Figura 4.29 - Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base
Pela figura 4.29, é claro observar que, tal como para as argamassas de reboco, os valores de
resistência à tração por flexão baixam com a introdução de cimento CSA, tanto após cura normal como
após cura em imersão. Após cura normal os resultados chegam a diminuir sensivelmente para metade.
Após a cura em imersão poderá denotar-se também uma grande descida de valores, entre 30 a 40
%.Estes resultados indiciam mais uma vez a má coesão interna introduzida pelo cimento CSA. Para as
duas curas observa-se uma ligeira subida das resistências com o aumento da quantidade de cimento
CSA nas três últimas argamassas, na ordem dos 10 %, à exceção da argamassa BOP:+CSA após cura
normal que apresenta uma queda de 4 % relativamente à B+OP:CSA. De registar ainda que, as
resistências após cura em imersão das argamassas com cimento CSA são superiores às mesmas após
cura normal, cerca de 15 % para todas as argamassas à exceção da argamassa B+OP:CSA que apresenta
menos 3 %.
Pela classificação MERUC, as argamassas com cimento CSA encontram-se nas classes R2 (1,00 a
2,00 MPa) e R3 (1,50 a 2,70 MPa). Já a argamassa de referência de cimento Portland pode ser
classificada como de classe R4 (2,00 a 3,50 MPa) ou R5 (2,70 a 4,50 MPa), demonstrando-se um claro
abaixamento de classe quando o cimento CSA está presente. Pelos valores médios de argamassas de
uso geral do mercado (Flores-Colen, 2009), apenas a argamassa BOP apresenta uma resistência à
3,42
1,66 1,591,79
2,97
1,711,90
2,10
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Resis
tência
à t
ração p
or
fle
xão
[MP
a]
Resistência à tração por flexão após cura normal e em imersão
normal
imersão
87
tração por flexão acima da média (2,15 MPa), confirmando-se o concluindo anteriormente, que a ação
do cimento CSA é prejudicial para a resistência à tração por flexão.
Tabela 4.22 - Resistência à compressão após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base
Argamassa Resistência compressão (MPa):
cura normal Desvio padrão
(MPa) Resistência à compressão (MPa):
cura imersão
BOP 6,77 0,32 5,55
B+OP:CSA 6,10 0,54 6,13
BOP:+CSA 9,10 0,45 5,51
BCSA 13,83 1,40 6,38
Figura 4.30 - Resistência à compressão após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base
Ao observar-se os resultados referentes à cura normal denota-se o aumento da resistência à
compressão com o aumento da quantidade de cimento CSA. O aumento das resistências com a
introdução de cimento CSA faz-se notar quando este se encontra em maior quantidade, como se pode
ver pelas duas últimas argamassas, havendo primeiro uma descida de 10 % da resistência da
argamassa BOP para a B+OP:CSA. Assim é relevante o facto de a argamassa BOP:+CSA já apresentar um
valor consideravelmente superior em relação às argamassas BOP e B+OP:CSA, havendo um aumento de
cerca de 30%. Já a resistência da argamassa BCSA é cerca do dobro da primeira argamassa. Este
aumento poderá dever-se à maior compacidade conferida pelo cimento CSA, conforme aferido pelos
resultados de massa volúmica aparente.
Quanto à cura após imersão, os resultados apresentam-se todos eles semelhantes, não havendo
nenhuma tendência marcada, o que se pode concluir que a adição de cimento CSA não providencia
grande vantagem para a resistência à compressão após cura em imersão. Constata-se a diminuição
dos valores das duas argamassas com maior quantidade de cimento CSA em relação aos resultados
após cura normal.
Pela classificação da norma EN 998-1 (CEN, 2010a) as argamassas são classificadas como classe III
(3,50-7,50 MPa) ou classe IV, sendo a BOP:+CSA e BCSA de classe IV (≥ 6,00 MPa). Em comparação com
os valores médios de argamassas de uso geral do mercado (Flores-Colen, 2009) estes resultados
6,776,10
9,10
13,83
5,556,13
5,516,38
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Resis
tência
à c
om
pre
ssão [M
Pa]
Resistência à compressão após cura normal e em imersão
normal
imersão
88
também são confirmados, pois todos eles apresentam-se acima da média (5,06 MPa), destacando-se
as duas ultimas argamassas, em que a argamassa BOP:+CSA tem valores semelhantes aos valores
máximos (10,00 MPa) e a argamassa BCSA tem mesmo valores superiores a este. Este facto deve-se
não só à introdução de cimento CSA, mas também à maior quantidade de ligante.
4.3.2.3 Módulo de elasticidade dinâmico
Seguidamente, na tabela 4.23 e na figura 4.31, apresenta-se os valores de módulo elasticidade
avaliados em dois provetes para cada uma das argamassas, após cura normal. Os resultados
detalhados de cada argamassa podem serem consultados na tabela A.14 em anexo.
Tabela 4.23 - Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de camada de base
Argamassa Módulo de elasticidade dinâmico (MPa) Desvio padrão (MPa)
BOP 9863 119
B+OP:CSA 6125 162
BOP:+CSA 7958 111
BCSA 12747 39
Figura 4.31 - Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de camada de base
Os valores para o módulo de elasticidade dinâmico demonstram uma subida com o aumento da
quantidade de cimento CSA, sendo o valor do módulo de elasticidade da argamassa BOP só
ultrapassado pela argamassa BCSA, em 30 %. Portanto, conclui-se a influência do cimento CSA para o
aumento do módulo de elasticidade mas apenas numa quantidade elevada e sem a presença de
cimento Portland. Também se observou a mesma tendência para a massa volúmica aparente no estado
endurecido e resistência à compressão.
À exceção da argamassa BCSA, todas as restantes cumprem o requisito estabelecido pelo LNEC (2005),
ou seja, módulo de elasticidade dinâmico inferior a 10000 MPa. Assim conclui-se que esta argamassa
é demasiado rígida, encontrando-se na classe E5 (12000 a 20000 MPa) da classificação MERUC, o
que já reflete muito pouca deformabilidade. As argamassas B+OP:CSA e BOP:+CSA são as únicas a não
ultrapassar o valor máximo dos valores de argamassas de uso geral de base cimentícia do mercado
(Flores-Colen, 2009) (8500 MPa), apresentando-se à mesma acima da média (5655,56 MPa). Estes
valores poderão advir, mais uma vez, da elevada quantidade de ligante.
9863
6125
7958
12747
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Módulo
de e
lasticid
ade d
inâm
ico
[MP
a]
Módulo de elasticidade dinâmico
89
4.3.2.4 Variação dimensional (ensaio de retração) e de massa
A variação dimensional e de massa foi determinada para três provetes de cada argamassa após cura
normal e cura em imersão. Os resultados podem ser consultados nas tabelas 4.24 e 4.25 e figuras 4.32
e 4.33. Nas tabelas A.17 e A.18 em anexo encontram-se os resultados individuais para cada
argamassa.
Tabela 4.24 - Retração após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base
Argamassa Retração: cura normal (mm/m)
Desvio padrão (mm/m)
Retração: cura imersão (mm/m)
Desvio padrão (mm/m)
Relação água/ligante
BOP 2,002 0,331 0,288 0,160 0,85
B+OP:CSA 1,628 0,066 1,088 0,575 0,85
BOP:+CSA 1,038 0,177 0,490 0,066 0,85
BCSA 0,604 0,039 -1,253 0,134 0,90
Figura 4.32 - Retração após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base
Da análise da figura 4.32 é possível verificar uma clara tendência de decréscimo da retração com o
aumento da quantidade de cimento CSA. Da argamassa BOP para a B+OP:CSA há uma diminuição de
cerca de 20 % na retração e desta para a argamassa B+OP:CSA há uma diminuição de 40 %, e por fim
para a argamassa BCSA há novamente uma descida de 40 %. As argamassas BOP:+CSA e BCSA
apresentam metade ou menos de metade dos valores de retração da argamassa BOP.
Este resultado está de acordo com a pesquisa elaborada no capítulo 2. Como referido, este decréscimo
da retração pode dever-se a duas razões. A primeira é que os cimentos CSA consomem mais água de
hidratação do que os cimentos Portland, sendo que maior parte da água é consumida para hidratação
resultando em menos água remanescente disponível para evaporação permitindo uma menor retração.
A outra razão deve-se ao facto destes cimentos ganharem resistência rapidamente, pelo que a
resistência aumenta mais rápido que as tensões de retração, o que evita as fissuras de retração (CCTI,
2008). Confirma-se assim que os valores de retração descem com a introdução de cimento CSA.
Pela análise dos resultados após cura em imersão verifica-se que a retração da argamassa BOP é muito
baixa, 0,288 mm/m, o que poderá ter a ver com a sua menor impermeabilidade verificada nos resultados
de absorção de água a baixa pressão, disponibilizados posteriormente. A partir da argamassa B+OP:CSA,
tal como para a cura normal, a retração diminui com o aumento de quantidade de cimento CSA,
2,002
1,628
1,038
0,604
0,288
1,088
0,490
-1,253-1,500
-1,000
-0,500
0,000
0,500
1,000
1,500
2,000
2,500
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSARetr
acção [m
m/m
]
Retração após cura normal e em imersão
normal
imersão
90
chegando mesmo a haver uma expansão na argamassa BCSA. Esta expansão deve-se à capacidade
expansiva da etringite.
Tabela 4.25 - Variação de massa após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base
Argamassa Variação de massa: cura
normal (g/kg) Desvio
padrão (g/kg) Variação de massa: cura
imersão (g/kg) Desvio padrão
(g/kg)
BOP -94,06 0,44 36,70 1,40
B+OP:CSA -98,08 1,41 32,66 8,13
BOP:+CSA -82,47 0,38 37,92 1,06
BCSA -67,91 0,62 55,52 2,32
Figura 4.33 - Variação de massa após cura normal e em imersão das argamassas de camada de base
Os resultados da variação de massa das argamassas apresentam-se coerentes com os resultados da
retração, apresentados na figura 4.32. Após cura normal verifica-se uma menor perda de massa com
o aumento da adição de cimento CSA. Assim as argamassas BOP e B+OP:CSA apresentam resultados
semelhantes, havendo uma queda na perda de massa na ordem dos 15 % para a argamassa BOP:+CSA
e 30 % para a argamassa BCSA. Esta situação é explicada pelo maior consumo de água do cimento
CSA, restando menos água para evaporar. A argamassa BCSA mesmo com uma maior relação
água/ligante apresenta uma menor perda de massa devendo-se novamente ao maior consumo de água
para o processo de hidratação.
Relativamente aos provetes após cura em imersão, todos estes, como esperado, ganharam massa,
devido à absorção de água. As três primeiras argamassas apresentam resultados semelhantes,
destacando-se a argamassa BCSA que apresenta uma subida de 55 % em relação às restantes,
resultando na sua expansão. Tal como para o s rebocos, a argamassa BCSA apresenta valores de perda
de massa aos 7 dias (tabela A.18 em anexo) muito baixos, ou seja, após imersão em água é normal
que os valores de ganho de massa sejam elevados.
4.3.2.5 Absorção de água por capilaridade
A absorção de água por capilaridade ensaiada em três provetes de cada argamassa após cura normal
pode ser consultada na tabela 4.26 e na figura 4.34. Os resultados individuais de cada argamassa
encontram-se na tabela A.20 em anexo.
-94,06 -98,08-82,47
-67,91
36,70 32,66 37,92
55,52
-150,00
-100,00
-50,00
0,00
50,00
100,00
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Varia
ção d
e m
assa [g/k
g]
Variação de massa após cura normal e em imersão
normal imersão
91
Tabela 4.26 - Absorção de água por capilaridade das argamassas de camada de base
Argamassa Absorção de água por capilaridade (kg/(m2.min0,5)) Desvio padrão (kg/(m2.min0,5))
BOP 0,04 0,00
B+OP:CSA 0,05 0,00
BOP:+CSA 0,03 0,01
BCSA 0,05 0,00
Figura 4.34 - Absorção de água por capilaridade das argamassas de camada de base
Pelos resultados apresentados na figura 4.34, pode-se verificar que os resultados de absorção de água
por capilaridade são baixos, não se verificando nenhuma tendência. Pela análise dos resultados, a
argamassa B+OP:CSA absorve mais água por capilaridade, podendo-se verificar que as argamassas BOP
e BCSA apresentam o mesmo valor e a argamassa BOP:+CSA o menor. Assim a conclusão a que se pode
chegar é que o cimento CSA poderá baixar a absorção de água por capilaridade dependendo das
quantidades dos dois ligantes.
Tal como para os rebocos classifica-se as argamassas de classe w2 (C ≤ 0,20 kg/m2.min0,5), segundo
a norma EN 998-1 (CEN, 2010a) e de classe C1 (inferior a 0,15 kg/m2.min0.5), segundo a classificação
MERUC. Os resultados baixos de absorção devem-se à existência do hidrófugo de massa na
constituição.
4.3.2.6 Absorção de água a baixa pressão (tubo de Karsten) após 180 minutos
A absorção de água a baixa pressão foi testada usando um tubo de Karsten em um provete de cada
mistura após cura normal. Os resultados são disponibilizados na figura 4.35 os resultados individuais
podem-se encontrar na tabela A.21 em anexo.
Na figura 4.35 verifica-se novamente que a presença de cimento CSA baixa claramente os valores de
absorção de água por capilaridade, baixando cerca de 85 % da argamassa BOP para as restantes. Mais
uma vez ressalva-se que os resultados apresentados são baixos para todos os casos, o que se justifica
pela presença de um hidrófugo.
0,04
0,05
0,03
0,05
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Ab
so
rção
de
ág
ua
po
r cap
ilari
da
de [
kg
/(m
2.m
in0,5)]
Absorção de água por capilaridade
92
Figura 4.35 - Absorção de água a baixa pressão das argamassas de camada de base
4.3.2.7 Permeabilidade ao vapor de água
Os resultados referentes ao ensaio da permeabilidade ao vapor de água podem ser consultados na
figura 4.36. Os resultados individuais encontram-se na tabela A.16 em anexo.
Figura 4.36 - Coeficiente de resistência à difusão de vapor das argamassas de camada de base
Perante os resultados da figura 4.31 é possível verificar a semelhança de resultados entre as duas
argamassas de referência, BOP e BCSA. Pode-se também observar uma subida de 10 % da argamassa
BOP para a B+OP:CSA, e desta para a BOP:+CSA de cerca de 18 %. Assim é possível verificar que as
argamassas que possuem os dois ligantes oferecem maior resistência à difusão do vapor de água,
verificando-se mesmo assim uma maior resistência com maior quantidade de cimento CSA. A ordem
de grandeza de resultados permite concluir que o cimento CSA não prejudica a permeabilidade ao
vapor de água.
Comparando o coeficiente de resistência à difusão do vapor com os valores tabelados da norma NP
EN 1745 (CEN, 2012), e para uma massa volúmica entre 1000 e 1500 kg/m3 para as três primeiras
argamassas, os valores encontram-se muito próximos do limite inferior do intervalo estabelecido, entre
5 e 20. Para a última argamassa, RCSA, os valores estabelecidos, para uma massa volúmica entre 1600
e 1800 kg/m3, são entre 15 e 35, encontrando-se, também para esta argamassa, muito abaixo do
1,30
0,2 0,20,15
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Absorç
ão d
e á
gua a
baix
a
pre
ssão [m
l]Absorção de água a baixa pressão após 180 minutos
5,76,3
7,4
5,3
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Coeficie
nte
de r
esis
tência
à
difusão d
e v
apor
de á
gua
Permeabilidade ao vapor de água
93
estabelecido. Já a norma EN 998-1 (CEN, 2010a) estabelece apenas que o coeficiente de resistência
à difusão do vapor deve ser menor que o valor declarado pelo fabricante.
4.3.2.8 Porosidade aberta
Os resultados da porosidade aberta, ensaiada em três provetes de cada argamassa após cura normal,
pode ser consultada na tabela 4.27 e na figura 4.37. De referir que os resultados dos provetes até à
data, 20 de Março 2014, ou seja, 69 dias, ainda não se encontram estabilizados. Os resultados
individuais podem ser encontrados na tabela A.15 em anexo.
Tabela 4.27 – Porosidade aberta das argamassas de camada de base
Argamassa Porosidade aberta (%) Desvio Padrão (%)
BOP 40,40 0,42
B+OP:CSA 38,70 0,71
BOP:+CSA 44,35 0,63
BCSA 29,12 0,35
Figura 4.37 - Porosidade aberta das argamassas de camada de base
Como é possível verificar a argamassa BCSA apresenta claramente um resultado inferior às restantes,
que se pode dever ao uso de acelerador de presa resultando numa maior rapidez. Assim o processo
de hidratação foi mais exotérmico e houve um maior consumo de água, sendo que já o cimento CSA
providencia um maior consumo de água em relação ao cimento Portland. Observando os restantes
resultados, denota-se que a argamassa BOP:+CSA apresenta um valor 10 a 15 % superior às primeiras
duas, verificando-se ainda a descida de 4 % da argamassa BOP para a argamassa B+OP:CSA.
A razão para que a ordem de resultados seja alta, tal como para as argamassas de reboco, dever-se-
á essencialmente à introdução do retentor de água e plastificante, éter celulose (Patural, et al., 2011).
Tendo as argamassas de camada de base muito maior quantidade de ligante, seria de esperar que os
resultados da porosidade aberta fossem bastante inferiores aos resultados das argamassas de reboco.
Esta situação não acontece pois a quantidade de éter de celulose introduzida nas argamassas de
camada de base foi o dobro relativamente às argamassas de reboco.
40,4038,70
44,35
29,12
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
% P
oro
sid
ade a
bert
a
Porosidade aberta
94
4.3.2.9 Durabilidade (gelo-degelo)
Como referido na análise das argamassas para reboco, este ensaio consistiu na análise visual dos
provetes, no ensaio de retração e variação de massa e finalmente nos ensaios mecânicos de
resistência à tração por flexão e resistência à compressão. Nas figuras 4.38 a 4.41 apresentam-se os
estados dos provetes após os ciclos gelo-degelo. Os resultados dos ensaios efetuados podem ser
consultados nas tabelas 4.28 a 4.31 e nas figuras 4.42 a 4.45. Nas tabelas A.19 e A.13 em anexo
apresentam-se os resultados individuais referentes aos ensaios efetuados.
Figura 4.38 - BOP após gelo-degelo
Figura 4.39 - B+OP:CSA após gelo-degelo
Figura 4.40 - BOP:+CSA após gelo-degelo
Figura 4.41 - BCSA após gelo-degelo
Como se pode verificar pelas figuras 4.38 a 4.41, os provetes apresentam algum estado de degradação
superficial, desfarelamento, mas nada comparável com os mesmos referentes aos rebocos. Este
melhor estado justifica-se pela quantidade de ligante ser bastante superior. Em geral os provetes
apresentam estado razoável apenas com alguma deterioração superficial, o que será tomada em conta
na análise dos resultados das características ensaiadas.
Tabela 4.28 - Retração após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
Argamassa Retração (mm/m) Desvio padrão (mm/m)
BOP 3,466 2,822
B+OP:CSA 1,984 0,322
BOP:+CSA 0,256 0,306
BCSA -1,706 0,075
Os resultados da retração após gelo-degelo são em tudo semelhantes e coerentes com os resultados
após cura normal. Verifica-se um decréscimo da retração com o aumento da quantidade de cimento
CSA. Porém, a diferença de retração entre as argamassas é claramente maior, havendo praticamente
um decréscimo de 2 mm/m entre cada uma delas.
95
Figura 4.42 - Retração após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
Deve-se ainda referir, como se pode observar pela tabela 4.28, o valor elevado do desvio padrão da
argamassa BOP, podendo traduzir alguma irregularidade nos resultados, o que pode advir dos ciclos
sofridos. Retira-se então a mesma tendência de resultados que a cura normal mas alerta-se para o
facto dos valores da retração das primeiras duas argamassas serem bastante altos, 3,466 e 1,984
mm/m.
Tabela 4.29 - Variação de massa após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
Argamassa Variação de massa (g/kg) Desvio padrão (g/kg)
BOP -6,82 -6,82
B+OP:CSA 39,20 39,20
BOP:+CSA 9,12 9,12
BCSA -10,34 -10,34
Figura 4.43 - Variação de massa após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
Pela observação da figura 4.43, constata-se que as duas argamassas de referência perderam massa
e as outras duas ganharam. A perda de massa pelas primeiras poderá ser consequente de uma maior
degradação superficial, visível as figuras 4.38 e 4.41. O ganho de massa das argamassas B+OP:CSA e
BOP:+CSA está relacionado com a absorção de água após os vários ciclos. De referir ainda o elevado
desvio padrão da argamassa B+OP:CSA podendo revelar alguma instabilidade aos ciclos gelo-degelo.
3,466
1,984
0,256
-1,706-2,000
-1,000
0,000
1,000
2,000
3,000
4,000
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Retr
acção [m
m/m
]Retração após cura gelo-degelo
-6,82
39,20
9,12
-10,34-20,00
-10,00
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Varia
ção d
e m
assa [g/K
g]
Variação de massa após cura gelo-degelo
96
Tabela 4.30 - Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
Argamassa Resistência à tração por flexão (MPa): cura gelo-degelo Desvio padrão (MPa)
BOP 3,45 0,05
B+OP:CSA 1,92 0,06
BOP:+CSA 1,98 0,08
BCSA 1,99 0,10
Figura 4.44 - Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
Mais uma vez, a resistência à tração por flexão decresce com a introdução de cimento CSA. Este
resultado é similar para o mesmo ensaio após cura normal e em imersão. A diferença de resultados da
argamassa BOP para as restantes é de cerca 40 %, o que que demonstra claramente um abaixamento
de resistência e comprova o efeito negativo do cimento CSA na resistência à tração por flexão.
Tabela 4.31 - Resistência à compressão após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
Argamassa Resistência à compressão (MPa) Desvio padrão (MPa)
BOP 6,42 0,15
B+OP:CSA 6,35 0,20
BOP:+CSA 4,90 0,44
BCSA 6,61 0,06
Figura 4.45 - Resistência à compressão após cura gelo-degelo das argamassas de camada de base
3,45
1,92 1,98 1,99
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Resis
tência
à tr
ação p
or
fle
xão
[MP
a]
Resistência à tração por flexão após cura gelo-degelo
6,42 6,35
4,90
6,61
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Resis
tência
à c
om
pre
ssão [M
pa]
Resistência à compressão após cura gelo-degelo
97
Pelos resultados obtidos, é possível verificar a semelhança de valores entres todas as argamassas, na
ordem dos 6 MPa, à exceção da argamassa BOP:+CSA que apresenta um desvio padrão mais elevado, o
que poderá ter a ver com a sua menor resistência ou com a instabilidade após este tipo de cura. Após
cura em imersão esta argamassa já tinha revelado o pior resultado mesmo com uma boa resistência
após cura normal. Assim conclui-se que esta argamassa após experimentar curas após imersão e gelo-
degelo revela resistências menores mas ainda aceitáveis.
Analisando os resultados das restantes argamassas é possível concluir a semelhança destes com os
da cura imersão, concluindo-se também que o cimento CSA não tem grande influência na resistência
à compressão após ciclo gelo-degelo, e todas as argamassas apresentarem boas resistências após os
ciclos.
4.3.2.10 Resistência ao arrancamento por tração (aderência) em suporte de betão e EPS
O ensaio de resistência ao arrancamento por tração foi realizado sobre suporte de betão e EPS, após
cura em imersão e cura em calor. Assim avaliou-se as resistências para cada provete antes de entrarem
na cura, aos 7 dias para cura imersão e aos 14 dias para cura calor, e no final da cura, aos 28 dias. De
referir que os resultados para a argamassa BCSA não serão tomados em conta, pois devido a esta
apresentar uma presa muito rápida, houve dificuldades de aplicação nas placas, o que por vezes não
permitiu uma boa colagem das peças cerâmicas
i) Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em imersão
Os resultados da resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após 7 dias e após cura
em imersão pode ser consultada na tabela 4.32 e na figura 4.46. Os resultados individuais de cada
argamassa podem ser consultados na tabela A.22 em anexo.
Tabela 4.32 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em imersão das argamassas de camada de base
Argamassa Aderência aos 7 dias
(MPa)
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura
Aderência aos 28 dias após
cura em imersão (MPa)
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura
BOP 0,84 0,07 60% AFT/40% CFA 0,55 0.13 50% AFT/ 50%
CFA
B+OP:CSA 1,02 0,04 80% AFT/20% CFA 0,47 0,03 85% AFT/15%
CFA
BOP:+CSA 0,98 0,04 40% AFT/60% CFA 0,60 0,11 50% AFT/50%
CFA
BCSA 0,09 0,06 AFT 0,19 0,04 95% AFT/5% CFA
AF-T: Rotura Adesiva entre produto de colagem e a peça cerâmica; CF-A: Rotura Coesiva no produto de colagem.
Pela análise da figura 4.46, é possível constatar um aumento da resistência ao arrancamento por tração
com a introdução de cimento CSA para os 7 dias, em cerca de 20 %, comparando as argamassas
B+OP:CSA e BOP:+CSA com a argamassa BOP. Isto pode-se dever-se ao cimento CSA conseguir obter
maiores resistências para as primeiras idades. Relativamente ao tipo de rotura, esta não revela nenhum
problema de aderência ao suporte, sendo a rotura maioritariamente entre a peça cerâmica e
argamassa.
98
Figura 4.46 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em imersão das argamassas de camada de base
Após os 28 dias e totalizada a cura de imersão, a introdução do cimento CSA só é benéfica quando em
maiores quantidades. Pela análise das três primeiras argamassas, não se verifica uma grande
diferença, referindo-se apenas o melhor resultado da argamassa BOP:+CSA. Poderá dizer-se que a
introdução de cimento CSA poderá levar a um ligeiro aumento na resistência à tração perpendicular
após imersão. O tipo de rotura é em tudo semelhante que após resultados dos 7 dias.
ii) Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em calor
Os resultados da resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após 14 dias e após
cura em calor pode ser consultada na tabela 4.33 e na figura 4.47. Os resultados individuais podem ser
encontrados na tabela A.23 em anexo.
Tabela 4.33 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em calor das argamassas de camada de base
Argamassa Aderência
aos 14 dias (MPa)
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura
Aderência aos 28 dias após cura em calor
(MPa)
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura
BOP 0,97 0,02 91% AFT/9% CFA 0,07 0,05 95% AFT/5% CFA
B+OP:CSA 0,96 0,07 87% AFT/13% CFA 0,25 0,07 95% AFT/5% CFA
BOP:+CSA 1,12 0,06 9% AFT/91% CFA 0,51 0,13 40% AFT/60% CFA
BCSA 0,04 0,01 AFT - - Descolaram-se na
estufa AF-T: Rotura Adesiva entre produto de colagem e a peça cerâmica; CF-A: Rotura Coesiva no produto de colagem.
Observando a figura 4.47, verifica-se uma melhoria nos valores com a introdução de cimento CSA após
14 e 28 dias. Após 14 dias as argamassas B+OP:CSA e BOP apresentam cerca de menos 15% da
resistência em relação à argamassa BOP:+CSA. Esta diferença demonstra que a introdução de cimento
CSA permite obter maiores valores de resistência ao arrancamento por tração, mas apenas quando
introduzido em maiores quantidades. Após 28 dias verifica-se a melhoria de valores com a introdução
de cimento CSA, mas desta vez há uma clara diferença logo a partir da argamassa B+OP:CSA, que
apresenta um valor três vezes superior em relação à argamassa BOP.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA
Resis
tência
ao a
rrancam
ento
por
tração [M
Pa]
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em imersão 28 dias
(imersão)7 dias
99
Figura 4.47 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em calor das argamassas de camada de base
Já argamassa BOP:+CSA apresenta valores de resistência sete vezes superiores aos da argamassa BOP.
Os tipos de rotura para ambas as aderências são semelhantes, sendo esta maioritariamente entre a
peça cerâmica e argamassa.
Perante os resultados do arrancamento por tração após cura imersão e calor em suporte de betão,
verifica-se que na generalidade os valores são superiores a 0,3 MPa, requisito estabelecido pelo LNEC
(2005). Comparando estes valores com o requisito mais condicionante estabelecidos pela ETAG 004
(EOTA, 2000) para ensaio de aderência do produto de colagem a suporte de betão, referido no capítulo
2, ou seja, uma tensão de aderência ≥ 0,25N/mm2 poderá verificar-se que todos os resultados, à
exceção do resultado aos 28 dias após cura calor da argamassa BOP, são superiores.
iii) Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em imersão
Os resultados da resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após 7 dias e após cura
em imersão podem ser consultados na tabela 4.34 e na figura 4.48. Na tabela A.24 em anexo são
disponibilizados os resultados individuais de cada argamassa.
Tabela 4.34 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em imersão das argamassas de camada de base
Argamassa Aderência aos 7 dias
(MPa)
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura
Aderência aos 28 dias após
cura em imersão (MPa)
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura
BOP 0,08 0 95% AFT/5%
CFA 0,08 0,01 AFS
B+OP:CSA 0,09 0,02 AFT 0,11 0,02 AFS
BOP:+CSA 0,12 0,01 CFS 0,12 0,01 80% CFS/20%
AFS
BCSA 0,05 0,03 11% CFS/9% AFS/80% AFT
0,02 0,02 79% AFT/21%
AFS
AF-T: Rotura Adesiva entre produto de colagem e a peça cerâmica; AF-S: Rotura Adesiva entre o produto de colagem e o
substrato; CF-A: Rotura Coesiva no produto de colagem; CF-S: Rotura Coesiva no substrato.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA
Resis
tência
ao a
rrancam
ento
por
tração [M
pa]
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em calor
28 dias (calor)
14 dias
100
Figura 4.48 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em imersão das argamassas de camada de base
A análise da resistência ao arrancamento por tração após os 7 e os 28 dias é semelhante às anteriores,
havendo uma clara subida dos valores com o aumento da quantidade de cimento CSA. Aos 7 dias há
uma subida de 12,5 % da argamassa BOP para a B+OP:CSA, e de cerca de 30 % desta para a BOP:+CSA.
Aos 28 dias da argamassa BOP para a B+OP:CSA há subida de 37,5 % e de 9 % da última para a BOP:+CSA.
Relativamente ao tipo de rotura, após 7 dias, esta não revela nenhum problema de aderência ao
suporte, sendo a rotura maioritariamente entre a peça cerâmica e argamassa. Já após 28 dias, o tipo
rotura caracteriza-se por ser maioritariamente pela interface com o suporte, o que indicia uma deficiente
aderência ao suporte.
iv) Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em calor
Os resultados da resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após 14 dias e após cura
em calor pode ser consultada na tabela 4.35 e na figura 4.49. Os resultados individuais podem ser
consultados na tabela A.25 em anexo.
Tabela 4.35 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em calor das argamassas de camada de base
Argamassa Aderência
aos 14 dias (MPa)
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura
Aderência aos 28 dias
após cura em calor (MPa)
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura
BOP 0,07 0,02 25%AFT/75%
AFS 0,06 0,01
31% AFT/65% AFS/4% CFS
B+OP:CSA 0,10 0,02 AFS 0,06 0,01 20% AFT/80% AFS
BOP:+CSA 0,11 0,02 66% AFS/34%
CFS 0,02 0,03 95% AFT/5% AFS
BCSA 0,05 0,03 70% AFT/20% AFS/10% CFS
0,04 0,01 34% AFT/62% AFS/4%CFS
AF-T: Rotura Adesiva entre produto de colagem e a peça cerâmica; AF-S: Rotura Adesiva entre o produto de colagem e o
substrato; CF-S: Rotura Coesiva no substrato.
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA
Resis
tência
ao a
rrancam
ento
por
tração [
MP
a]
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em imersão
28 dias(imersão)7 dias
101
Figura 4.49 - Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em calor das argamassas de camada de base
Pela observação dos dados após 14 dias, verifica-se uma clara melhoria de valores com a introdução
de cimento CSA, que aumenta com a quantidade introduzida deste ligante, aumentando cerca de 55 %
da argamassa BOP para a BOP:+CSA. Após 28 dias e sem aparente explicação, a aderência não sobe,
sendo que a argamassa BOP:+CSA apresenta valores muito baixos comparativamente com as duas
primeiras. Ambos os tipos de rotura indicam uma deficiente aderência da argamassa ao suporte.
Comparando os resultados em suporte EPS com o requisito mais condicionante estabelecido pela
ETAG 004 (EOTA, 2000) para o ensaio de aderência da camada de base a suporte isolante e ensaio
de aderência do produto de colagem a suporte isolante, ou seja, tensão de aderência ≥ 0,08 N/mm2,
verifica-se que só os valores após a cura em calor aos 28 dias não são superiores. De referir que este
requisito é estabelecido para a camada de base após cura normal e para o produto de colagem 7 dias
após a remoção dos provetes da água, ou seja, as condições experimentadas foram muito mais
condicionantes que as estabelecidas por estes, logo relevava-se os bons resultados alcançados.
Após a análise de todos os resultados referentes à resistência ao arrancamento por tração, conclui-se
que a introdução do cimento CSA aumenta a aderência e que quanto mais quantidade é introduzida
mais esta característica aumenta. Apenas os resultados em suporte de EPS poderão indiciar algum
problema de aderência ao mesmo, um problema facilmente corrigido pela introdução de um polímero.
4.3.2.11 Resistência ao impacto
Na tabela 4.36 encontra-se documentado os resultados de resistência ao impacto para cada uma das
argamassas, podendo ser consultado nas figuras 4.50 a 4.53 as fotos do estado das placas após o
ensaio de impacto.
Perante a análise da tabela 4.36, é possível denotar a semelhança de resultados entre as quatro
argamassas. A única diferença presente nos resultados, é o resultado do ensaio de impacto de 3J sobre
a parte da placa com rede, em que que as argamassas BOP:+CSA e BCSA apresentam ligeiramente
melhores resultados relativamente às outras duas, pois não apresentam fissuração.
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA
Resis
tência
ao a
rrancam
ento
por
tração
[Mpa]
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em calor
28 dias(calor)
14 dias
102
Tabela 4.36 – Resistência ao choque de 3J e 10J em suporte EPS com e sem rede das argamassas de camada de base
Ensaio de impacto
Choque de 3J com rede
Choque de 3J sem rede
Choque de 10J com rede
Choque de 10J sem rede
Argamassa
BOP Ligeira fissuração e ligeiro afundamento
Fissuração circular concêntrica com
afundamento evidente
Fissuração propagada em linha reta a partir da zona de impacto com ligeiro afundamento
Fissuração circular concêntrica e
afundamento muito pronunciados
B+OP:CSA Fissuração circular
com ligeiro afundamento
BOP:+CSA Muito ligeiro afundamento sem se
notar fissuração BCSA
De resto, quando o impacto é feito sobre a parte da placa sem rede ou quando se ensaia um impacto
de 10 J os resultados são os mesmos, concluindo-se que o cimento CSA não apresenta grande
relevância nos resultados desta característica.
Figura 4.50 – Estada da placa após o ensaio de
impacto à argamassa BOP
Figura 4.51 - Estada da placa após o ensaio de
impacto à argamassa B+OP:CSA
Figura 4.52 - Estada da placa após o ensaio de
impacto à argamassa BOP:+CSA
Figura 4.53 - Estada da placa após o ensaio de
impacto à argamassa BCSA
103
4.4 Comparação de resultados entre as argamassas de reboco e de
camada de base para ETICS
Seguidamente é feita uma análise comparativa para as duas argamassas tipo estudadas com base nos
resultados e nas linhas de tendências aproximadas, de maneira a aferir a influência do cimento
Portland, cimento CSA e de outras variáveis nas características em análise. Para esta análise retirou-
se a argamassa R+OP:++CSA por esta ter uma maior quantidade de ligante que as restantes argamassas
de reboco, permitindo assim traçar linhas de tendência em função de o aumento da quantidade de
cimento CSA, mantendo sensivelmente a mesma quantidade de ligante à semelhança das argamassas
de camada de base.
4.4.1 Tempos de presa (início e fim)
Em primeiro lugar, nas figuras 4.54 e 4.55 apresentam-se os tempos de início e fim de presa das
argamassas estudadas. Nas figuras 4.56 e 4.57, serão apresentados os tempos de presa para as
mesmas argamassas com a diferença de que serão os tempos sem reguladores de presa, nas que
foram usados os mesmos.
Figura 4.54 - Tempos de início de presa das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
Figura 4.55 - Tempos de fim de presa das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
R² = 0,897
R² = 0,951
-100
0
100
200
300
400
500
600
700
800
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Te
mpo [m
in]
Tempos de início de presa
Reboco camada de base Polinomial (Reboco) Polinomial (camada de base)
R² = 0,718
R² = 0,919
0
100
200
300
400
500
600
700
800
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Te
mpo [m
in]
Tempos de fim de presa
reboco camada de base Polinomial (reboco) Polinomial (camada de base)
104
Conforme as figuras 4.54 e 4.55, a introdução de cimento CSA baixa o tempo de presa. Porém os
tempos de presa não dependem apenas da quantidade de cimento CSA, sendo também dependente
o cimento Portland, como se pode verificar pelas linhas de tendência que se aproximam de polinómios
de 2º grau, com valores de R2 entre os 0,90 e os 0,95. O tempo de fim de presa dos rebocos é o que
apresenta o valor de R2 razoável mais baixo (0,718), o que poderá dizer que esta característica poderá
ter outra variável dependente, como os reguladores de presa. A menor semelhança de resultados entre
estas duas argamassas tipo resulta disso mesmo, da utilização de reguladores de presa em algumas
argamassas, que foram usados de maneira a obter os tempos de presa e espalhamento pretendidos.
Figura 4.56 - Tempos de início de presa das argamassas de reboco e camada de base sem reguladores de presa e respetivas linhas de tendência
Figura 4.57 - Tempos de fim de presa das argamassas de reboco e camada de base sem reguladores de presa e respetivas linhas de tendência
Perante a observação das figuras 4.56 e 4.57, verifica-se a semelhança de resultados entre as duas
argamassas tipo, o que reforça as afirmações anteriores. Todos os resultados aproximam-se de um
polinómio de 2º grau com valores de R2 perto da unidade.
Assim conclui-se que os tempos de presa dependem fundamentalmente da relação dos dois ligantes,
permitindo ainda assim observar um abaixamento do tempo de presa com a entrada do cimento CSA.
R² = 0,962
R² = 0,955
-100
0
100
200
300
400
500
600
700
800
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Te
mpo [m
in]
Tempos de início de presa sem reguladores
reboco camada de base Polinomial (reboco) Polinomial (camada de base)
R² = 0,912
R² = 0,907
0
100
200
300
400
500
600
700
800
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Te
mpo [m
in]
Tempos de fim de presa sem reguladores
reboco camada de base Polinomial (reboco) Polinomial (camada de base)
105
4.4.2 Massa volúmica aparente no estado endurecido
Os resultados da massa volúmica aparente no estado endurecido das duas argamassas tipo e as
respetivas linhas de tendência podem ser consultados na figura 4.58.
Figura 4.58 – Massa volúmica aparente no estado endurecido das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
Verifica-se que a introdução de cimento CSA pode originar um aumento na massa volúmica no estado
endurecido. Os resultados das argamassas de reboco aproximam-se de um polinómio de 2º grau com
um R2 baixo (0.588) sugerindo uma influência adicional além das quantidades dos dois ligantes. As
argamassas de reboco por terem menor quantidade de ligante relativamente às argamassas de camada
de base, cerca de metade, poderão apresentar comportamentos mais sensíveis em determinadas
propriedades. Relativamente aos resultados das argamassas para camada de base, confirma-se a
dependência da relação destes dois ligantes para os resultados da massa volúmica, não se deixando
de observar uma subida de valores quando o cimento CSA se encontra em maiores quantidades.
4.4.3 Módulo de elasticidade dinâmico
Os resultados do módulo de elasticidade dinâmico das duas argamassas tipo e as respetivas linhas de
tendência podem ser consultados na figura 4.59.
Figura 4.59 – Módulo de elasticidade dinâmico das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
R² = 0,979
R² = 0,588
1300
1400
1500
1600
1700
1800
1900
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Massa v
olú
mic
a a
pare
nte
[k
g/m
3]
Massa Volúmica aparente no estado endurecido
camada de base reboco Polinomial (camada de base) Polinomial (reboco)
R² = 0,901
R² = 0,986
4000
6000
8000
10000
12000
14000
OP +OP:CSA OP:+CSA CSAMódulo
de e
lasticid
ade d
inâm
ico
[MP
a]
Módulo de elasticidade dinâmico
reboco camada de base Polinomial (reboco) Polinomial (camada de base)
106
Mais uma vez a linha de tendência, polinómio de 2º grau, traduz a influência das quantidades de
cimento Portland e CSA para ambas as argamassas tipo. Observa-se também a coerência entre os
dois resultados, retirando-se também, à semelhança da massa volúmica, a ligeira subida de valores
aquando o cimento CSA está em maiores quantidades.
4.4.4 Resistência à compressão
A comparação de resultados da resistência à compressão, após cura normal, das duas argamassas
tipo e as respetivas linhas de tendência podem ser consultados na figura 4.60.
Figura 4.60 – Resistência à compressão das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
Pela observação dos resultados, retira-se que ambas as argamassas tipo apresentam a mesma
tendência de dependência dos dois ligantes, embora o R2 das argamassas de reboco não seja um valor
tão certo quanto das camadas de base, com um R2 de 0.995. De facto, pelo que se pode observar, as
argamassas de camada de base apresentam uma linha de tendência linear com um R2 razoável, 0.797,
demonstrando um aumento da resistência à compressão com o aumento da quantidade de cimento
CSA, embora esta característica dependa também do cimento Portland.
Após a visualização dos resultados da massa volúmica no estado endurecido, módulo de elasticidade
e resistência à compressão é possível constatar que estes apresentam todos a mesma tendência. À
exceção da massa volúmica para as argamassas de reboco, as restantes características dependem da
relação entre os dois ligantes e todas revelam uma diminuição de valores quando se adiciona uma
menor (argamassa R+OP:CSA) quantidade de cimento CSA, subindo depois com a maior quantidade de
cimento CSA adicionada.
4.4.5 Resistência à tração por flexão
A comparação de resultados da resistência à tração por flexão, após cura normal, das duas argamassas
tipo e as respetivas linhas de tendência podem ser consultados na figura 4.61.
R² = 0,995
R² = 0,797
R² = 0,835
0
5
10
15
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Resis
tência
à c
om
pre
ssão [M
pa]
Resistência à compressão
camada de base reboco Polinomial (camada de base)
Linear (camada de base) Polinomial (reboco)
107
Figura 4.61 - Resistência à tração por flexão das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
Para ambos os materiais observa-se a redução da resistência à flexão com a introdução de cimento
CSA. Releva-se também o facto da linha de tendência das argamassas de reboco ser polinomial de 2º
grau com um R2 de 0.766, sugerindo variáveis adicionais que condicionam a propriedade em estudo.
A diminuição da resistência à tração por flexão com a entrada de cimento CSA opostamente à subida
da massa volúmica, módulo de elasticidade dinâmico e resistência à compressão, poderá relacionar-
se com a coesão interna. Esta questão é reforçada quando se observa os resultados referentes à
resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo para as argamassas de reboco, em que se
verificou claramente o mesmo, verificando-se também uma coesão inferior. Porém na análise aos
resultados dos arrancamentos por tração em suporte de betão e EPS das argamassas de camada de
base, observou-se uma subida das resistências com a quantidade de cimento CSA introduzida. Esta
subida na maior parte dos ensaios verificou-se proporcional ao aumento da quantidade de cimento
CSA. Estes resultados são contraditórios com os resultados das argamassas de reboco; logo a
introdução de cimento CSA em argamassas de reboco é claramente prejudicial para a coesão interna
e para a aderência ao suporte, e nas camadas de base será prejudicial para a coesão interna mas não
para aderência ao suporte, embora alguns resultados em suporte EPS apresentem esse problema.
4.4.6 Retração após cura normal
A comparação de resultados da retração, após cura normal, das duas argamassas tipo e as respetivas
linhas de tendência podem ser consultados na figura 4.62.
Pela figura 4.62, constata-te a relação linear para os resultados das argamassas de camada de base,
com um valor de R2 de 0,993. Há assim uma relação direta da diminuição da retração com a quantidade
de cimento CSA introduzida. Nas argamassas de reboco observa-se a mesma redução da retração
com a introdução de cimento CSA à exceção da argamassa de referência do mesmo cimento, RCSA,
que apresenta resultados muito altos, e que embora repetidos revelaram a mesma instabilidade. Deste
modo, conclui-se que pode haver alguma instabilidade de variação dimensional por parte das
argamassas de reboco quando constituídas apenas por cimento CSA.
R² = 0,956
R² = 0,766
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Resis
tência
à t
ração p
or
fle
xão
[Mpa]
Resistência à tração por flexão
camada de base reboco Polinomial (camada de base) Polinomial (reboco)
108
Figura 4.62 – Retração após cura normal das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
4.4.7 Variação de massa após cura normal
A comparação de resultados da variação de massa, após cura normal, das duas argamassas tipo e as
respetivas linhas de tendência podem ser consultados na figura 4.63.
Figura 4.63 – Variação de massa após cura normal das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
Como referido, os resultados das argamassas de camada de base são coerentes com os de retração,
apresentando também uma relação linear dependente da quantidade de cimento CSA adicionada,
perdendo menos massa com o aumento da quantidade deste ligante.
Já os resultados referentes as argamassas de reboco apresentam uma relação polinomial de 2º grau,
demostrando a sua dependência pela relação dos dois ligantes. Referindo-se que os resultados são
todos muitos semelhantes. Mesmo com o valor alto de retração da argamassa de referência de cimento
CSA, a sua variação de massa é semelhante às restantes, embora esta tenha retraído muito mais que
as restantes, pelo que se esperava uma maior perda de massa.
4.4.8 Absorção de água por capilaridade
A comparação de resultados da absorção de água por capilaridade, das duas argamassas tipo e as
respetivas linhas de tendência podem ser consultados na figura 4.64.
R² = 0,993
R² = 0,971
0
0,5
1
1,5
2
2,5
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Retr
acção [m
m/m
]Retração após cura normal
camada de base reboco Linear (camada de base) Polinomial (reboco)
R² = 0,804
R² = 1,000
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Varia
ção d
e m
assa [g/k
g]
Variação de massa após cura normal
camada de base reboco Linear (camada de base) Polinomial (reboco)
109
Figura 4.64 - Absorção de água por capilaridade das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
Verifica-se que ambas as argamassas tipo têm uma linha de tendência de um polinómio de 2º grau,
com valores de R2 muito diferentes, sendo que o valor dos rebocos ainda se apresenta razoável (0,710),
e o da camada de base muito baixo (0,102), o que traduz a dependência de outras variáveis que para
além das quantidades dos ligantes. Perante os resultados dos rebocos verifica-se uma redução com
introdução de cimento CSA, sendo esta conclusão coerente com os resultados de absorção de água a
baixa pressão. Relativamente aos resultados das argamassas de camada de base não se pode retirar
nada relevante. Assim, os resultados destas duas argamassas tipo, sem explicação aparente, não
revelam nenhuma coerência entre eles, pelo que se terá de investigar melhor a causa destas variações.
4.4.9 Absorção de água a baixa pressão após 180 minutos
A comparação de resultados da absorção de água a baixa pressão, das duas argamassas tipo e as
respetivas linhas de tendência podem ser consultados na figura 4.65.
Figura 4.65 - Absorção de água a baixa pressão das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
Verifica-se uma grande coerência entre estes, podendo-se concluir que a absorção de água a baixa
pressão diminui com a introdução de cimento CSA. Não deixando de mencionar o fato de ambos os
resultados se aproximarem de um polinómio de 2º grau, traduzindo-se mais uma vez na dependência
dos dois ligantes em causa e sugerindo que esta propriedade está intimamente relacionada com a
compacidade das argamassas, tendo sempre em conta a utilização do hidrófugo.
R² = 0,102
R² = 0,710
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Absorç
ão d
e á
gua p
or
capila
rid
ade [kg/(
m2.m
in0,5)]
Absorção de água por capilaridade
camada de base reboco Polinomial (camada de base) Polinomial (reboco)
R² = 0,929
R² = 0,905
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Absorç
ão d
e á
gua a
baix
a
pre
ssão [m
l]
Absorção de água a baixa pressão após 180 minutos
camada de base reboco Polinomial (camada de base) Polinomial (reboco)
110
4.4.10 Porosidade aberta
A comparação de resultados da porosidade aberta, após cura normal, das duas argamassas tipo e as
respetivas linhas de tendência podem ser consultados na figura 4.66.
Figura 4.66 – Porosidade aberta das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
Verifica-se que os resultados das três primeiras argamassas são semelhantes. O facto das argamassas
constituídas apenas por cimento CSA não apresentarem também essa semelhança dever-se-á à
introdução do acelerador de presa na argamassa BCSA, reduzindo a porosidade como consequência do
maior consumo de água, resultando numa menor quantidade de água evaporada e originando assim
uma menor porosidade. Observando a linha de tendência das argamassas de camada de base é
possível verificar isso mesmo, sendo a aproximação feita a uma linha polinomial de 2º grau, com um
valor de R2 baixo (0,682), traduzindo a dependência da quantidade de cimento Portland, cimento CSA
e duma terceira variável, que possivelmente será o acelerador de presa utilizado. Relativamente à linha
de tendência das argamassas de reboco, verifica-se uma linha de tendência correspondente a um
polinómio de 2º grau, traduzindo a dependência das quantidades de cimento Portland e CSA.
4.4.11 Permeabilidade ao vapor de água
A comparação de resultados da permeabilidade ao vapor de água, das duas argamassas tipo e as
respetivas linhas de tendência podem ser consultados na figura 4.67.
Figura 4.67 – Permeabilidade ao vapor de água das argamassas de reboco e camada de base e respetivas linhas de tendência
R² = 0,819
R² = 0,68225,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
% P
oro
sid
ade a
bert
a
Porosidade aberta
reboco camada de base Polinomial (reboco) Polinomial (camada de base)
R² = 0,332
R² = 0,714
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
OP +OP:CSA OP:+CSA CSA
Coeficie
nte
de r
esis
tência
à
difusão d
e v
apor
de á
gua
Permeabilidade ao vapor de água
reboco camada de base Polinomial (reboco) Polinomial (camada de base)
111
Verifica-se que a linha de tendência dos rebocos apresenta um R2 baixo (0,332) e a linha das camadas
de base apresenta uma aproximação de razoável (0,714). Estas aproximações poderão significar que
esta propriedade, para ambas as argamassas tipo, depende dos dois ligantes e de uma variável
adicional. Regista-se ainda uma tendência semelhante entre as duas argamassas tipo. O facto de os
valores das argamassas de camada de base serem superiores aos das argamassas de reboco deve-
se à maior quantidade de ligante utilizada, logo maior dificuldade de secagem. A irregularidade dos
resultados deste produto pode dever-se a outra razão externa, como as condições ambientais ou o
isolamento dos provetes com parafina.
4.5 Conclusão do capítulo
Como se pôde verificar os resultados referentes à massa volúmica aparente no estado endurecido, à
tração por flexão, à resistência à compressão, ao módulo de elasticidade dinâmico e à porosidade
aberta apresentam todos a mesma tendência de resultados para as duas argamassas tipo,
demonstrando coerência entre elas. Tendo como exceção apenas a argamassa BOP:+CSA no ensaio de
resistência à tração por flexão e a argamassa BCSA no ensaio de porosidade aberta. Assim esta
tendência traduz-se por uma redução evidente dos valores das argamassas R+OP:CSA e B+OP:CSA em
relação às argamassas ROP e BOP, seguindo-se um aumento destes com o aumento da quantidade de
cimento CSA. Os resultados das argamassas ROP:+CSA e BOP:+CSA e RCSA e BCSA podem ou não superar
os resultados referentes às argamassas ROP e BOP, dependendo do ensaio.
No estudo das argamassas de reboco, a argamassa de referência de cimento CSA (RCSA)
comparativamente com a de referência de cimento Portland (ROP), obteve uma massa volúmica no
estado endurecido 2 % superior, uma resistência à tração por flexão 20 % inferior, uma resistência à
compressão 12 % superior, um módulo de elasticidade dinâmico 3 % superior, uma absorção de água
por capilaridade 57 % inferior, uma absorção de água a baixa pressão 77 % inferior e uma resistência
à tração por arrancamento 77 % inferior. Assim, existe uma clara melhoria da resistência à compressão,
da absorção de água por capilaridade e da absorção de água a baixa pressão após 180 minutos, e um
agravamento na resistência à tração por flexão e na aderência. Os resultados do ensaio de retração da
argamassa RCSA apresentaram-se demasiado instáveis, ainda assim verificou-se o aumento para mais
do dobro relativamente às restantes argamassas. Ainda nos resultados do ensaio de retração destaca-
se a diminuição de 24 e 13 % das duas argamassas com ambos os ligantes (R+OP:CSA e ROP:+CSA)
relativamente à argamassa de referência de cimento Portland. Quanto aos resultados da durabilidade
das argamassas de reboco para as resistências mecânicas, mesmo com os provetes em mau estado,
revelam a mesma tendência que os resultados após cura normal e em imersão, reforçando as
conclusões tiradas.
Observando os resultados das argamassas de camada de base e comparando a argamassa de
referência de cimento CSA (BCSA) com a de referência de cimento Portland (BOP), a primeira obteve
uma massa volúmica no estado endurecido 25 % superior, resistência à tração por flexão 54 % inferior,
resistência à compressão 34 % superior, módulo de elasticidade dinâmico 29 % superior, retração 70
% inferior, perda de massa 30 % inferior e uma absorção de água a baixa pressão 88 % inferior. Assim
112
existe uma melhoria clara da resistência à compressão, retração, perda de massa e de absorção de
água a baixa pressão e um agravamento na resistência à tração por flexão. Os resultados do ensaio
de resistência à tração por arrancamento não foram tomados em conta para a argamassa BCSA, ainda
assim, na argamassa BOP:+CSA verificou-se para todos os resultados da resistência ao arrancamento por
tração, à exceção no suporte de EPS após cura em calor, valores superiores à argamassa BOP, entre
os 10 e os 600 %. Relativamente aos resultados da durabilidade das argamassas de camada de base,
nomeadamente para a resistência à tração por flexão, estes demonstram a mesma conclusão tirada
após cura normal e em imersão, ou seja, a diminuição das resistências com a entrada de cimento CSA.
Para a resistência à compressão verifica-se uma semelhança de resultados em todas as argamassas.
Assim, mantendo-se o mesmo total de ligante, os resultados são semelhantes sendo indiferente as
quantidades de cada ligante, concluindo-se que a entrada do cimento CSA mantém os resultados do
cimento Portland. Esta situação é também verificada para os resultados após cura em imersão.
Analisando as comparações feitas com os requisitos da EN 998-1 (CEN, 2010a), LNEC (2005), ETAG
004 (EOTA, 2000), classificação MERUC e por fim com os valores médios de argamassas de uso geral
de base cimentícia do mercado (Flores-Colen, 2009), verifica-se que no geral que todas as argamassas
apresentam um desempenho razoável e estão dentro dos requisitos, à exceção dos resultados da
permeabilidade ao vapor de água que estão abaixo dos limites inferiores estabelecidos. Assim, as
argamassas que apresentam cimento CSA na sua constituição apresentam um desempenho aceitável,
significando que a substituição de cimento Portland por cimento CSA poderá ser viável, pois poderá
obter-se argamassas com desempenho semelhante com melhoria na sustentabilidade.
113
5 Conclusões e desenvolvimentos futuros
5.1 Conclusões gerais
As elevadas emissões de CO2 e o elevado consumo de energia, consequentes da produção de cimento
Portland não são uma solução para um desenvolvimento sustentável. Numa perspetiva de proteção do
meio ambiente e de alcançar uma situação sustentável surge a necessidade de encontrar novas
alternativas a este ligante. Uma das possíveis alternativas é o cimento CSA que se destaca por
apresentar no seu processo de produção cerca de metade das emissões de CO2 relativamente ao
cimento Portland. Este cimento destaca-se também por apresentar boas resistências, baixos tempos
de presa e baixa retração assumindo-se assim como uma boa alternativa ao cimento Portland.
A presente dissertação no cômputo geral constituiu um alargamento do conhecimento acerca da
influência do cimento CSA em argamassas reboco e de camada de base para ETICS, podendo-se dizer
que foram cumpridos os objetivos delineados.
A investigação experimental foi divida em duas partes, cada uma correspondentes ao produto avaliado.
Em ambas as partes avaliou-se um espectro de formulações, com variações nas quantidades de
cimento Portland e CSA, de maneira a determinar a influência deste último ligante e a sua relação com
o primeiro. Assim para as argamassas de reboco procedeu-se à caracterização de cinco formulações,
duas de referência, ou seja, uma apenas com cimento Portland e outra só com cimento CSA, uma com
sensivelmente o dobro de cimento Portland em relação ao CSA, e as restantes duas com as
quantidades de cimento CSA em cerca do dobro relativamente ao cimento Portland. Uma das últimas
duas formulações apresenta cerca de o dobro da quantidade de ligante comparativamente com as
restantes quatro. Esta situação deveu-se ao propósito de analisar a diferença de comportamento desta
formulação nos ensaios de durabilidade. A segunda parte da investigação experimental correspondeu
à caracterização das argamassas de camada de base, que é em tudo semelhante à das argamassas
de reboco, sendo que não se formulou a quinta argamassas com maior quantidade de ligante, pois
estas argamassas já apresentam uma elevada quantidade do mesmo. Para a caracterização das duas
argamassas tipo procedeu-se à avaliação de várias características, no estado fresco e endurecido, de
modo a obter uma caracterização geral das argamassas em estudo.
Em relação à caracterização das argamassas de reboco verificou-se para as características no estado
fresco que a introdução de cimento CSA proporciona um efeito plástico nas argamassas, diminuindo
os tempos presa e a consistência ao espalhamento. As propriedades no estado endurecido, como a
massa volúmica aparente no estado endurecido, resistência à compressão, módulo de elasticidade
dinâmico e porosidade aberta apresentam sensivelmente a mesma tendência. Quando se introduz
cimento CSA há uma diminuição de valores, mas que aumentam em função do aumento da quantidade
deste ligante, concluindo-se que esta característica depende da relação dos dois cimentos na mistura.
Para a massa volúmica aparente no estado endurecido os valores da argamassa de referência são
ultrapassados quando a quantidade de cimento CSA é superior à de Portland, havendo apenas uma
variação de 2 %. Para a resistência à compressão apenas a argamassa de referência de cimento CSA,
114
excluindo a argamassa com maior quantidade de ligante, apresenta valores superiores à argamassa
constituída apenas por cimento Portland. Esta mesma situação é observada para o módulo de
elasticidade dinâmico, sendo estes aumentos na ordem dos 10 %, e para a porosidade aberta, embora
seja um aumento mínimo. Assim conclui-se que os valores destas características aumentam quando a
quantidade de cimento CSA é superior à de Portland e diminuem quando a relação é inversa. Pela
análise das linhas de tendência confirmou-se que estas características dependem sempre da relação
da quantidade dos dois ligantes.
Quanto à resistência à tração por flexão, há uma diminuição dos valores quando é introduzido cimento
CSA. Esta situação é também verificada para os resultados da resistência ao arrancamento por tração
em suporte de tijolo, em que os valores dos resultados da argamassa de referência de cimento Portland
são cerca de o dobro comparativamente com as restantes. De referir que os tipos de rotura da
argamassas com mais cimento CSA são roturas adesivas ao tijolo. Estas duas situações indiciam uma
fraca coesão interna e uma fraca ligação ao suporte das argamassas com o cimento CSA estudadas.
Para as variações dimensionais observou-se um decréscimo com a introdução do cimento CSA nas
argamassas, apresentando uma redução de cerca dos 20 %, à exceção da argamassa de referência
do cimento CSA que apresenta o maior valor. Mesmo repetindo os ensaios para esta argamassa
verificou-se o mesmo, o que indicia alguma instabilidade desta quanto à retração.
As propriedades da absorção de água por capilaridade e absorção de água a baixa pressão
demonstram melhorias de resultados com a introdução de cimento CSA. A absorção de água por
capilaridade baixou cerca de metade quando se introduziu este ligante. Os resultados para a absorção
de água a baixa pressão ainda são mais satisfatórios, pois houve um decréscimo de mais de 75 %
entre os valores da argamassa de referência de cimento Portland e as restantes. Já os resultados de
permeabilidade ao vapor revelaram-se um pouco inconstantes, registando-se essencialmente uma
subida da resistência ao vapor de água das argamassas com ambos os ligantes e com o cimento CSA
em maior quantidade.
Quanto aos resultados após cura em imersão, a resistência à tração por flexão e à compressão
revelaram a mesma tendência que após cura normal. Os resultados relativos à retração foram todos
dentro da normalidade à exceção da argamassa com ambos os ligantes, com o cimento CSA em maior
quantidade (ROP:+CSA), que chegou a expandir e à argamassa de referência de CSA, que demonstrou
valores elevados.
Quanto à durabilidade, todas as argamassas apresentam um estado deteriorado à exceção da
referência com maior quantidade de ligante. Verifica-se também a mesma descida de valor na
resistência à tração por flexão com a adição de cimento CSA e a mesma subida de valores nos
resultados da resistência à compressão. Assim, conclui-se que para pequenas quantidades de ligante
na ordem dos 12,5 a 14 %, o cimento CSA não beneficia a durabilidade das argamassas de reboco.
Destacando-se a argamassa com maior quantidade de ligante total (21 %) que apresenta um estado
aceitável, referindo-se ainda sobre esta, que os restantes resultados encontram-se, no geral, dentro
dos limites estabelecidos.
115
Relativamente às argamassas de camada de base, estas revelaram resultados mais esclarecidos
quanto à introdução de cimento CSA. No estado fresco foram verificados os mesmos resultados que
para os rebocos, ou seja, um maior efeito plástico introduzido pelo cimento CSA, diminuindo os tempos
de presa e a consistência ao espalhamento.
Tal como para os rebocos, a massa volúmica aparente no estado endurecido, o módulo de elasticidade
dinâmico, resistência à compressão e porosidade aberta apresentam a mesma tendência,
excecionando a última argamassa do último ensaio. Ao analisar-se a massa volúmica no estado
endurecido verifica-se uma ligeira diminuição dos valores com introdução do cimento CSA, que sobem
com o aumento da sua quantidade. A argamassa de referência de cimento CSA apresenta um aumento
da massa volúmica aparente de pouco mais de 20% em relação à de cimento Portland. Quanto à
resistência à compressão, o aumento é superior, havendo novamente uma primeira diminuição da
resistência com a introdução de cimento CSA, que rapidamente aumenta com a quantidade deste. As
duas argamassas com maior quantidade de cimento CSA apresentam valores claramente acima das
primeiras duas, sendo que a argamassa unicamente constituída por cimento CSA apresenta o dobro
da resistência à compressão que a argamassa apenas constituída por cimento Portland. No módulo de
elasticidade dinâmico observa-se novamente uma diminuição de valores com a adição de cimento CSA,
destacando-se apenas o valor da argamassa de referência do mesmo, que é elevado, 30% superior
relativamente à argamassa apenas constituída por cimento Portland. Na porosidade aberta apesar da
argamassa apenas constituída por cimento CSA apresentar um resultado baixo devido à utilização de
um acelerador, a argamassa com ambos os ligantes, com o cimento CSA em maior quantidade
(BOP:+CSA), apresenta um valor 10 % superior à argamassa de referência de cimento Portland.
Concluindo sensivelmente o mesmo que para os rebocos, mas de uma forma mais clara, aumento dos
valores quando as quantidades de cimento CSA são superiores às de Portland e descida quando são
inferiores ao mesmo.
À semelhança das argamassas de reboco, a resistência à tração por flexão desce para metade por
introdução de cimento CSA nas argamassas, o que pode reforçar a ideia deste ligante promover uma
fraca coesão interna.
Relativamente às variações dimensionais as argamassas revelaram excelentes resultados. Verificou-
se uma relação linear entre a redução da retração e o aumento da quantidade de cimento CSA. As
duas argamassas com mais cimento CSA apresentam metade ou menos dos valores da retração
relativamente à constituída por cimento Portland. Ao contrário das argamassas de reboco não se
verificou nenhuma instabilidade nos resultados, o que pode indiciar que esta pode ser mais propícia
quando as quantidades de ligantes são menores. De referir ainda a diminuição de perda de massa com
a entrada de cimento CSA.
Os resultados da absorção de água por capilaridade e da absorção de água a baixa pressão não se
revelaram coerentes tal como observado para as argamassas de reboco. Esta situação deve-se à
absorção de água por capilaridade onde se verificou uma variação de valores, difícil de relacionar com
as quantidades dos dois ligantes, observando-se também uma linha de tendência de 2º grau com um
116
valor de R2 muito baixo (0,102), o que traduz a dependência de uma terceira variável. Quanto aos
resultados de absorção de água a baixa pressão, este revelaram-se semelhantes às argamassas de
reboco, havendo uma diminuição de valores na ordem dos 85 % da argamassa de referência de
cimento Portland para as restantes. Apresentando uma tendência algo semelhante aos resultados das
argamassas de reboco, os resultados da permeabilidade ao vapor revelam uma subida da resistência
à difusão do vapor nas argamassas constituídas pelos dois ligantes, aumentando com a quantidade de
cimento CSA.
Relativamente aos ensaios após cura em imersão, a resistência à tração por flexão e à compressão
demonstraram duas situações diferentes. A resistência à tração por flexão demonstrou a mesma
tendência que após cura normal, porém a resistência à compressão após cura em imersão demonstrou
um resultado diferente que após cura normal, verificando-se a constância de resultados entre as quatro
argamassas e não o aumento das resistências com o aumento de cimento CSA verificado após cura
normal. Perante estes resultados conclui-se que a introdução de cimento CSA para a resistência à
compressão após cura em imersão tem o mesmo efeito que o cimento Portland não providenciando
nenhuma mudança de resultados. Relativamente aos resultados de retração, estes revelaram-se todos
dentro da normalidade à exceção da argamassa de referência do cimento CSA (BCSA) que teve uma
expansão de 1,25 mm/m, o que pode ser propício a fissuração por expansão.
O estado dos provetes após o ensaio de durabilidade confirmam um estado aceitável dos provetes, o
que se justifica pela maior quantidade de ligante introduzida. Os resultados dos ensaios de retração e
tração por flexão confirmam as tendências observadas para cura normal e após imersão, concluindo-
se sob pouca influência dos efeitos da cura de durabilidade no cimento CSA. Também nos resultados
de resistência à compressão verificou-se a mesma tendência que após cura em imersão, retirando-se
a mesma conclusão.
Por fim, os resultados das resistências ao arrancamento em suporte de betão e EPS revelaram, no
geral, uma relação linear entre o aumento da resistência ao arrancamento com o aumento da introdução
de cimento CSA, com exceção para os resultados em suporte EPS após cura em calor, em que se
verificou uma diminuição de valores. Porém, sendo este um caso único sugere-se a repetição do
ensaio. Perante estes resultados e os resultados das argamassas de reboco da resistência ao
arrancamento em suporte de tijolo verifica-se uma contradição, pois para estes últimos observou-se
uma diminuição de valores com a introdução deste novo ligante e uma respetiva má aderência ao
suporte. Assim pode-se equacionar que o cimento CSA confere uma má aderência ao suporte quando
introduzido em argamassas com menor quantidade de ligante, como as argamassas de reboco.
Tendo em conta todos os resultados e análises determinadas para as duas argamassas tipo, é possível
encontrar pontos comuns. Posto isto, as conclusões comuns às duas argamassas tipo, referentes à
introdução do cimento CSA são as seguintes:
Redução do tempo de presa;
Efeito plástico nas argamassas, diminuindo o seu espalhamento;
117
Aumento da massa volúmica aparente no estado endurecido, resistência à compressão e
módulo de elasticidade, mas apenas quando em grandes quantidades de ligante CSA;
Redução da resistência à tração por flexão, retração e da absorção de água a baixa pressão;
Quanto aos resultados após cura em imersão, seguiram na generalidade a mesma tendência que após
a cura normal para ambos as argamassas tipo. De se destacar apenas a expansão em argamassas
com maiores quantidades de cimento CSA em ambas as argamassas tipo. Assim, a retração após cura
em imersão pode causar um efeito de expansão nas argamassas constituídas maioritariamente ou
totalmente por cimento CSA. Quanto à durabilidade, os resultados das argamassas de reboco
demonstraram um estado deteriorado, concluindo-se que para pequenas quantidades de ligante (12,5
a 14 %), o cimento CSA não beneficia a durabilidade das argamassas de reboco. Nas argamassas de
camada de base os provetes apresentam um estado aceitável, apresentando a mesma tendência que
após cura normal, concluindo-se a pouca influência dos efeitos da cura de durabilidade no cimento
CSA.
Essencialmente retira-se que o maior consumo de água de hidratação do cimento CSA leva a que haja
menos água livre nas argamassas, havendo menos água para evaporar, e consequentemente a menos
espaços livres na argamassa. Assim a introdução do cimento CSA leva a argamassas mais compactas
com menor retração e perda de massa. Perante o apresentado explica-se a tendência para o aumento
da massa volúmica no estado endurecido, o módulo de elasticidade dinâmico, a resistência à
compressão e a diminuição da absorção de água por capilaridade e a baixa pressão com o aumento
da quantidade de cimento CSA, mas quase sempre dependendo da relação com o cimento Portland.
Apesar destes resultados serem comuns em ambas as argamassas tipo estudadas, retira-se
claramente que estes foram verificados com maior expressividade nas argamassas de camada de
base, como se pode verificar pelos valores de R2 da análise comparativa entre as duas argamassas
tipo. Pode-se concluir, pela análise dos resultados referentes às argamassas de reboco, que a
introdução de cimento CSA nestas argamassas, com menor percentagem de ligante, poderá conduzir
a alguma instabilidade em certas propriedades. Já as argamassas de camada de base para ETICS,
onde se pretende camadas mais finas e mais resistentes, a introdução de cimento CSA demonstrou
claramente uma melhoria em certas propriedades mecânicas e físicas. Demonstrou-se assim que a
introdução de cimento CSA em maiores percentagens de ligante é mais estável. Deve-se ainda referir
que tanto as argamassas de referência com as argamassas constituídas por ambos os ligantes podem
corresponder à melhor solução, dependendo dos objetivos de aplicação.
Posto isto conclui-se que os objetivos foram cumpridos, relevando-se o facto das argamassas de
camada de base constituídas por maior quantidade de CSA demonstrarem claramente melhores
resultados nos tempos de presa e retração e possuírem desempenhos iguais ou melhores nas restantes
propriedades relativamente às argamassas com maior quantidade de cimento Portland. Assim,
conseguiu-se alcançar melhores desempenhos em certas propriedades ou no mínimo mante-las num
nível apropriado, e atingir uma clara melhoria no tempo de presa e retração, permitindo-se alcançar um
produto vantajoso na medida do objetivo de uma aplicação rápida.
118
5.2 Desenvolvimentos futuros
Perante a presente dissertação e as conclusões anteriormente referidas, foi possível diagnosticar a
viabilidade da aplicação do cimento CSA em argamassas de revestimento. Porém, devido à aplicação
deste ligante ser relativamente recente encontra-se muito por investigar. A presente dissertação tentou
abranger um conjunto de características que permitisse uma caracterização geral das argamassas com
este cimento, pelo que ficaram aspetos que poderiam ser abordados com maior profundidade.
Assim propõe-se os seguintes desenvolvimentos futuros:
Continuidade do estudo relativo às variações dimensionais e de massa de maneira a perceber
algumas instabilidades detetadas;
Análise da coesão interna de argamassas com cimento CSA;
Continuidade do estudo das resistências mecânicas após cura em imersão, da absorção de
água por capilaridade, da permeabilidade ao vapor e da porosidade aberta;
Repetição do ensaio de resistência ao arrancamento perpendicular em suporte EPS após cura
em calor.
Avaliação da interligação dos cimentos CSA com os cimentos Portland.
119
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A-2
Tabela A.1 – Massa volúmica no estado endurecido
Massa volúmica no estado endurecido 28 dias
Provetes 25 x 25 x 280 mm
Argamassa Provete Volume (mm3)
Massa (g) Massa volúmica aparente
(kg/m3) Desvio padrão
ROP IV
175000 272,75 1558,57
1558 1 V 272,54 1557,37
R+OP:CSA IV
175000 263,46 1505,49
1508 3 V 264,51 1511,49
ROP:+CSA IV
175000 274,25 1567,14
1573 5 V 276,13 1577,89
RCSA IV
175000 274,68 1569,60
1584 15 V 279,83 1599,03
R+OP:++CSA IV
175000 299,24 1709,94
1731 21 V 306,59 1751,94
Tabela A.2 – Resistência à tração por flexão e à compressão
Argamassa Cura Provete Resistência à flexão
(MPa)
Desvio padrão (MPa)
Resistência à compressão (MPa)
Desvio padrão (MPa)
ROP
normal I 1,48
1,56 0,05
3,13
3,41 0,22 normal II 1,59 3,68
normal III 1,6 3,42
imersão VI 1,21 1,21 - 2,01 2,01 -
gelo VII 0,87 0,91 0,04
0,4 0,75 0,35
gelo VIII 0,95 1,1
R+OP:CSA
normal I 0,94
0,85 0,17
0,69
1,1 0,32 normal II 0,99 1,14
normal III 0,61 1,48
imersão VI 0,66 0,66 1,04 1,04
gelo VII 0,37 0,51 0,14
0,86 0,79 0,07
gelo VIII 0,65 0,72
ROP:+CSA
normal I 1,16
1,12 0,08
2,24
2,51 0,22 normal II 1,01 2,49
normal III 1,19 2,79
imersão VI 0,96 0,96 - 1,89 1,89 -
gelo VII 0,76 0,78 0,02
1,04 1,2 0,16
gelo VIII 0,79 1,35
RCSA
normal I 1,29
1,27 0,02
3,69
3,83 0,1 normal II 1,24 3,91
normal III 1,27 3,88
imersão VI 0,92 0,92 - 2,44 2,44 -
gelo VII 0,76 0,69 0,07
0,88 0,95 0,07
gelo VIII 0,61 1,02
R+OP:++CSA
normal I 1,95
1,8 0,13
5,99
5,56 0,43 normal II 1,8 5,72
normal III 1,64 4,97
imersão VI 1,76 1,76 - 5,85 5,85 -
gelo VII 2,19 2,26 0,06
5,71 5,65 0,06
gelo VIII 2,32 5,58
A-3
Tabela A.3 – Módulo de elasticidade dinâmico
Módulo de elasticidade (MPa)
Argamassa Provete Massa (g) FR 1 (Hz) FR 2 (Hz) Módulo de elasticidade
(MPa) Desvio
padrão (MPa)
ROP IV 272,75 3,79 3,68 7037,583
7062 24 V 272,54 3,66 3,84 7086,214
R+OP:CSA IV 263,46 3,03 3,13 4622,462
4887 264 V 264,51 3,19 3,3 5151,319
ROP:+CSA IV 274,25 3,51 3,43 6108,289
5853 256 V 276,13 3,32 3,3 5596,769
RCSA IV 274,68 - - -
7260 0 V 279,83 3,73 3,76 7260,436
R+OP:++CSA IV 299,24 4 4,09 9056,798
9157 100 V 306,59 4,01 4,07 9256,962
Tabela A.4 – Porosidade aberta
Porosidade aberta (%)
Argamassa Provete P1 P2 P3 Volume Porosidade aberta (%) Desvio
Padrão (%)
ROP
I 9,94 6,60 12,45 6,25 42,91
42,00 0,66 II 10,54 6,90 13,15 6,25 41,76
III 10,27 6,75 12,75 6,25 41,33
R+OP:CSA
I 9,83 6,50 11,80 6,25 37,17
38,98 0,20 II 9,94 6,60 11,95 6,25 37,57
III 9,45 6,30 11,75 6,25 42,20
ROP:+CSA
I 10,51 7,10 12,80 7,15 40,18
40,10 0,36 II 11,17 7,60 13,60 7,15 40,50
III 10,02 6,85 12,10 5,63 39,62
RCSA
I 11,15 7,45 13,95 6,88 43,08
42,51 0,67 II 10,52 7,15 13,05 6,25 42,88
III 11,21 7,50 13,85 6,25 41,57
R+OP:++CSA
I 12,11 7,80 14,05 7,44 31,04
30,76 0,36 II 11,13 7,30 12,85 6,50 30,99
III 11,58 7,50 13,35 7,15 30,26
A-4
Tabela A.5 – Permeabilidade ao vapor
ROP R+OP:CSA
T (ºC)
Hr(%)
Tempo (h)
Tempo (s)
Provete (g)
Provete (kg)
T (ºC)
Hr(%)
Tempo (h)
Tempo (s)
Provete (g)
Provete (kg)
23 62,4 0 0 1336,9 1,3369 23 62,4 0 0 1347,43 1,34743
22,9 61 0,5 1800 1336,81 1,33681 22,9 61 0,5 1800 1347,35 1,34735
22,9 61 0,75 2700 1336,79 1,33679 22,9 61 0,75 2700 1347,38 1,34738
22,9 61 1,25 4500 1336,74 1,33674 22,9 61 1,25 4500 1347,35 1,34735
22,9 61 1,75 6300 1336,75 1,33675 22,9 61 1,75 6300 1347,3 1,3473
22,9 61 2,25 8100 1336,68 1,33668 22,9 61 2,25 8100 1347,26 1,34726
22,9 61 2,75 9900 1336,66 1,33666 22,9 61 2,75 9900 1347,23 1,34723
22,9 61 4 14400 1336,58 1,33658 22,9 61 4 14400 1347,13 1,34713
22,8 61,2 4,5 16200 1336,56 1,33656 22,8 61,2 4,5 16200 1347,12 1,34712
22,8 61,1 5 18000 1336,51 1,33651 22,8 61,1 5 18000 1347,06 1,34706
22,8 61 5,5 19800 1336,49 1,33649 22,8 61 5,5 19800 1347,04 1,34704
22,7 58,5 6 21600 1336,47 1,33647 22,7 58,5 6 21600 1346,97 1,34697
23 53,3 6,5 23400 1336,4 1,3364 23 53,3 6,5 23400 1346,96 1,34696
22,9 50,3 7 25200 1336,37 1,33637 22,9 50,3 7 25200 1346,9 1,3469
23 53,8 7,5 27000 1336,32 1,33632 23 53,8 7,5 27000 1346,83 1,34683
22,8 56,2 8 28800 1336,27 1,33627 22,8 56,2 8 28800 1346,79 1,34679
22,7 57 8,5 30600 1336,2 1,3362 22,7 57 8,5 30600 1346,75 1,34675
ROP:+CSA R+OP:++CSA
T (ºC)
Hr(%)
Tempo (h)
Tempo (s)
Provete (g)
Provete (kg)
T (ºC)
Hr(%)
Tempo (h)
Tempo (s)
Provete (g)
Provete (kg)
19,2 70,3 0 0 1242,01 1,24201 23 62,4 0 0 1357,22 1,35722
19,3 71,7 0,67 2412 1242,06 1,24206 22,9 61 0,5 1800 1357,27 1,35727
19,2 72,8 1,17 4212 1242,02 1,24202 22,9 61 0,75 2700 1357,19 1,35719
19,3 72,2 1,67 6012 1242,01 1,24201 22,9 61 1,25 4500 1357,14 1,35714
19,6 71,3 2,17 7812 1241,99 1,24199 22,9 61 1,75 6300 1357,12 1,35712
19,5 71,7 2,67 9612 1242,01 1,24201 22,9 61 2,25 8100 1357,11 1,35711
19,5 72 3,17 11412 1241,95 1,24195 22,9 61 2,75 9900 1357,09 1,35709
19,4 71,4 3,97 14292 1241,9 1,2419 22,9 61 4 14400 1357,07 1,35707
19,4 71,6 4,64 16704 1241,9 1,2419 22,8 61,2 4,5 16200 1357,07 1,35707
19,6 72,3 5,14 18504 1241,88 1,24188 22,8 61,1 5 18000 1357,06 1,35706
20,8 72 5,64 20304 1241,89 1,24189 22,8 61 5,5 19800 1357,04 1,35704
21 71,2 6,14 22104 1241,78 1,24178 22,7 58,5 6 21600 1357,02 1,35702
20,8 71,3 6,64 23904 1241,77 1,24177 23 53,3 6,5 23400 1357,02 1,35702
20,6 72 7,14 25704 1241,74 1,24174 22,9 50,3 7 25200 1356,97 1,35697
20,3 70,9 7,64 27504 1241,74 1,24174 23 53,8 7,5 27000 1356,93 1,35693
20,2 71,1 8,14 29304 1241,73 1,24173 22,8 56,2 8 28800 1356,88 1,35688
RCSA
T (ºC) Hr(%) Tempo (h) Tempo (s) Provete (g) Provete (kg)
70,7 22,3 0 0 1327,22 1,32722
71,6 22,3 0,85 3060 1327,15 1,32715
72,1 22,3 1,25 4500 1327,17 1,32717
70,1 22,3 1,6 5760 1327,15 1,32715
71,3 22,3 2,5 9000 1327,13 1,32713
70,7 22,3 3 10800 1327,12 1,32712
70,3 22,4 5,25 18900 1326,98 1,32698
68,5 22,4 7,5 27000 1326,87 1,32687
69,7 22,4 8 28800 1326,87 1,32687
A-5
Tabela A.6 – Variação dimensional (retração)
Variação dimensional (retração)
Argamassa Cura Provete
24 horas 7 dias 28 dias Retração (mm/m)
Leitura (mm) Leitura (mm) Leitura (mm) 7 dias Desvio padrão
28 dias Desvio padrão
ROP
normal I -5,117 -5,178 -5,246 0,38125
0,110 0,401
0,80625
0,993 0,135 normal II -5,008 -4,935 -5,177 -0,45625 1,05625
normal III -4,819 -4,884 -4,998 0,40625 1,11875
imersão VI -4,545 -4,608 -4,626 0,39375
0,406 0,010
0,50625
0,490 0,140 imersão VII -4,852 -4,917 -4,956 0,40625 0,65
imersão VIII -4,693 -4,76 -4,743 0,41875 0,3125
R+OP:CSA
normal I -5,049 -5,125 -5,165 0,475
0,469 0,033
0,725
0,756 0,058 normal II -5,112 -5,18 -5,225 0,425 0,70625
normal III -4,862 -4,943 -4,996 0,50625 0,8375
imersão VI -4,643 -4,724 -4,602 0,50625
0,958 0,711
-0,25625
0,717 0,936 imersão VII -4,582 -4,647 -4,65 0,40625 0,425
imersão VIII -4,549 -4,863 -4,866 1,9625 1,98125
ROP:+CSA
normal I -4,808 -4,942 -4,981 0,8375
0,604 0,167
1,08125
0,869 0,150 normal II -4,671 -4,754 -4,793 0,51875 0,7625
normal III -6,34 -6,413 -6,462 0,45625 0,7625
imersão VI -5,044 -5,126 -4,934 0,5125
0,579 0,059
-0,6875
-0,104 0,405 imersão VII -5,165 -5,256 -5,153 0,56875 -0,075
imersão VIII -5,068 -5,173 -5,14 0,65625 0,45
RCSA
normal I -5,02 -5,146 -5,226 0,7875
1,481 1,024
1,2875
2,230 1,296 normal II -4,735 -5,037 -5,21 1,8875 2,96875
normal III -4,941 -4,988 -5,083 0,29375 0,8875
imersão VI -5,258 -5,444 -5,571 1,1625
0,956 0,213
1,95625
1,797 0,15 imersão VII -4,546 -4,713 -4,808 1,04375 1,6375
imersão VIII -5,008 -5,114 -5,059 0,6625 0,31875
R+OP:++CSA
normal I -4,894 -4,941 -5,023 0,29375
0,303 0,004
0,80625
0,825 0,019 normal II -3,965 -4,163 -4,36 1,2375 2,46875
normal III -4,899 -4,949 -5,034 0,3125 0,84375
imersão VI -5,008 -5,127 -5,114 0,74375
0,612 0,131
0,6625
0,528 1,024 imersão VII -5,618 -5,695 -5,681 0,48125 0,39375
imersão VIII -4,742 -5,17 -5,172 2,675 2,6875
A-6
Tabela A.7 – Variação de massa
Variação de massa
Argamassa Cura Provete
24 horas 7 dias 28 dias Variações de massa (g/kg)
Massa (g) Massa (g) Massa (g) 7 dias Desvio padrão
28 dias Desvio padrão
ROP
normal I 415,36 388,2 383,99 65,38906
59,44 3,97
75,52485
76,98 1,1 normal II 419,18 395,51 386,8 56,46739 77,24605
normal III 417,69 394,11 385,03 56,45335 78,19196
imersão VI 427,59 408,09 438,01 45,60443
45,64 1,12
-24,3691
-25,08 1,22 imersão VII 426,33 407,57 436,6 44,00347 -24,0893
imersão VIII 426,14 405,97 437,56 47,33186 -26,7987
R+OP:CSA
normal I 413,5 384,97 379,82 68,99637
68,07 0,61
81,45103
82,40 0,7 normal II 415,41 387,29 381,08 67,69216 82,64125
normal III 410,73 382,99 376,59 67,53829 83,1203
imersão VI 406,81 379,05 406,3 68,23824
73,80 4,93
1,253656
4,83 2,9 imersão VII 412,36 382,68 408,91 71,97594 8,366476
imersão VIII 403,19 370,45 401,22 81,20241 4,886034
ROP:+CSA
normal I 401,87 374,79 368,8 67,38498
62,13 3,5
82,29029
82,11 0,91 normal II 401,85 377,35 368,44 60,96802 83,14048
normal III 402,6 379,23 370,02 58,04769 80,92399
imersão VI 409,97 387,91 417,44 53,80882
57,49 4,67
-18,2208
-18,18 0,38 imersão VII 410,79 388,54 418,44 54,16393 -18,6227
imersão VIII 410,69 384,2 417,96 64,50121 -17,7019
RCSA
normal I 402,65 386,05 372,26 41,22687
38,33 1,93
75,47498
75,57 0,14 normal II 402,67 387,94 372,16 36,58082 75,76924
normal III 401,35 386,43 371,06 37,17454 75,47029
imersão VI 409,2 393,56 427,58 38,22092
37,67 1,23
-44,9169
-45,65 0,64 imersão VII 410,98 394,96 429,71 38,98 -45,574
imersão VIII 410,34 395,64 429,41 35,82395 -46,4737
R+OP:++CSA
normal I 449,75 428,05 417,02 48,24903
42,67 3,72
72,77376
72,04 0,52 normal II 449,25 432,09 417,06 38,19699 71,65275
normal III 448,09 429,46 415,97 41,57647 71,68203
imersão VI 452,1 434,18 458,41 39,63725
42,00 3,4
-13,9571
-14,46 2,83 imersão VII 455,32 437,44 460,45 39,26909 -11,2668
imersão VIII 452,19 430,89 460,4 47,10409 -18,1561
A-7
Tabela A.8 – Variação dimensional (retração) e variação de massa após cura
gelo-degelo
Variações dimensionais (retração) e variações de massa após cura gelo
Argamassa Provete Massa
(g) Leitura (mm)
Retração (mm/m) Desvio padrão (mm/m)
Variações de massa (g/kg)
Desvio padrão (g/kg)
ROP VII 380,60 -4,999 0,919
0,044 0,875 107,26
84,29 22,97 VIII 400,01 -4,560 -0,831 61,32
R+OP:CSA VII 366,53 -4,390 -1,363
-0,241 1,122 78,77
113,36 34,59 VIII 326,01 -4,818 0,881 147,95
ROP:+CSA VII 349,22 -5,275 0,463
0,425 0,038 134,37
102,53 31,84 VIII 369,95 -5,201 0,387 70,69
RCSA
VII 375,96 -6,772 13,913 7,032 6,881
-51,98 99,63 14,42
VIII 363,54 -5,032 0,150 114,05
R+OP:++CSA VII 473,78 -5,690 0,219
0,803 0,584 85,21
-56,06 4,08 VIII 471,53 -5,313 1,388 -60,14
Tabela A.9 – Absorção de água por capilaridade
Absorção de água por capilaridade
Argamassa Provete Massa
inicial (g) Massa 10
min (g) Massa 90
min (g)
Capilaridade pela dif massas (90 - 10) (kg/(m2.min0,5))
Desvio padrão (kg/(m2.min0,5))
ROP
I 214,62 215,31 216,12 0,08
0,07 0,01 II 202,95 203,35 204,05 0,07
III 202,24 202,91 203,92 0,1
R+OP:CSA
I 191,7 191,71 191,94 0,02
0,02 0,00 II 196,62 196,62 196,85 0,02
III 173,62 173,61 173,82 0,02
ROP:+CSA
I 175,15 175,53 176,01 0,05
0,03 0,00 II 196,18 196,47 196,92 0,04
III 170,17 170,56 170,94 0,04
RCSA
I 171,15 171,34 171,65 0,03
0,03 0,00 II 171,42 171,62 171,91 0,03
III 175,3 175,48 175,78 0,03
R+OP:++CSA
I 209,75 210,3 210,94 0,06
0,05 0,00 II 211,15 211,66 212,27 0,06
III 213,25 213,76 214,37 0,06
A-8
Tabela A.10 – Absorção de água a baixa pressão
Absorção de água a baixa pressão
t (min)
ROP R+OP:CSA ROP:+CSA RCSA R+OP:++CSA
Absorção de água (ml)
Acumulado (ml)
Absorção de água (ml)
Acumulado (ml)
Absorção de água (ml)
Acumulado (ml)
Absorção de água (ml)
Acumulado (ml)
Absorção de água (ml)
Acumulado (ml)
5 0,1 0,1 0 0 0 0 0,1 0,1 0 0
10 0,1 0,2 0 0 0,05 0,05 0 0,1 0 0
15 0,1 0,3 0 0 0 0,05 0 0,1 0 0
20 0,1 0,4 0 0 0 0,05 0 0,1 0,05 0,05
25 0,1 0,5 0 0 0 0,05 0 0,1 0 0,05
30 0 0,5 0 0 0 0,05 0 0,1 0,05 0,1
60 0,2 0,7 0 0 0,05 0,1 0,05 0,15 0,05 0,15
90 0,15 0,85 0 0 0 0,1 0 0,15 0,05 0,2
120 0,1 0,95 0 0 0,05 0,15 0,05 0,2 0,05 0,25
150 0,1 1,05 0,05 0,05 0 0,15 0 0,2 0 0,25
180 0,05 1,1 0 0,05 0 0,15 0,05 0,25 0 0,25
Total 1,1 1,1 0,05 0,05 0,15 0,15 0,25 0,25 0,25 0,25
A-9
Tabela A.11 – Resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo
Argamassa Resistência ao arrancamento por tração em suporte de tijolo (MPa)
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura
ROP
D1 0,54
0,50 0,1
Coesiva no reboco
D2 0,34 Coesiva no reboco
D3 0,55 Coesiva no reboco
D4 0,59 Coesiva no reboco
R+OP:CSA
D1 0,18
0,19 0,03
Coesiva no reboco
D2 0,19 Coesiva no reboco
D3 0,15 Coesiva no reboco
D4 0,22 Coesiva no reboco
ROP:+CSA
D1 0,15
0,13 0,02
30% coesivo/70% adesivo ao tijolo
D2 0,13 25% coesivo/75% adesivo ao tijolo
D3 0,12 Adesivo ao tijolo
D4 0,12 Adesivo ao tijolo
RCSA
D1 0,17
0,11 0,04
Adesivo ao tijolo
D2 0,1 Adesivo ao tijolo
D3 0,11 Adesivo ao tijolo
D4 0,05 Adesivo ao tijolo
R+OP:++CSA
D1 0,14
0,22 0,05
30% coesivo/70% adesivo ao tijolo
D2 0,28 25% coesivo/75% adesivo ao tijolo
D3 0,22 Adesivo ao tijolo
D4 0,27 Adesivo ao tijolo
Tabela A.12 – Massa volúmica no estado endurecido
Massa volúmica no estado endurecido 28 dias
Provetes 25 x 25 x 280 mm
Argamassa Provete Volume (mm3)
Massa (g) Massa volúmica aparente
(kg/m3) Desvio padrão
BOP IV
175000 253,34 1447,66
1440 8 V 250,66 1432,34
B+OP:CSA IV
175000 242,61 1386,34
1397 11 V 246,42 1408,11
BOP:+CSA IV
175000 253,26 1447,20
1444 3 V 252,31 1441,77
BCSA IV
175000 312,9 1788,00
1786 2 V 312,35 1784,86
A-10
Tabela A.13 – Resistência à tração por flexão e à compressão
Resistências mecânicas (MPa)
Argamassa Cura Provete Resistência à
flexão Desvio padrão
Resistência à compressão
Desvio padrão
BOP
normal I 3,58
3,42 0,13
6,97
6,77 0,32 normal II 3,42 6,32
normal III 3,27 7,01
imersão VI 2,97 2,97 - 5,55 5,55 -
gelo VII 3,49 3,45 0,05
6,27 6,42 0,15
gelo VIII 3,40 6,57
B+OP:CSA
normal I 1,46
1,66 0,24
5,36
6,10 0,54 normal II 2,00 6,61
normal III 1,53 6,33
imersão VI 1,71 1,71 - 6,13 6,13 -
gelo VII 1,98 1,92 0,06
6,55 6,35 0,20
gelo VIII 1,85 6,15
BOP:+CSA
normal I 1,40
1,59 0,15
8,79
9,10 0,45 normal II 1,76 9,74
normal III 1,62 8,77
imersão VI 1,90 1,90 - 5,51 5,51 -
gelo VII 2,05 1,98 0,08
5,34 4,90 0,44
gelo VIII 1,90 4,46
BCSA
normal I 1,94
1,79 0,13
14,08
13,83 1,40 normal II 1,81 12,01
normal III 1,62 15,41
imersão VI 2,10 2,10 - 6,38 6,38 -
gelo VII 2,09 1,99 0,10
6,67 6,61 0,06
gelo VIII 1,89 6,54
A-11
Tabela A.14 – Módulo de elasticidade dinâmico
Módulo de elasticidade (MPa)
Argamassa Provete Massa (g) FR 1 (Hz)
FR 2 (Hz)
Módulo de elasticidade (MPa) Desvio padrão
(MPa)
BOP IV 253,34 4,61 4,51 9744,352
9863 119 V 250,66 4,57 4,71 9981,455
B+OP:CSA IV 242,61 3,68 3,61 5962,597
6125 162 V 246,42 3,81 3,62 6287,547
BOP:+CSA IV 253,26 4,15 4,15 8069,275
7958 111 V 252,31 4,12 4,08 7846,276
BCSA IV 312,90 4,73 4,67 12786,61
12747 39 V 312,35 4,75 4,63 12708,31
Tabela A.15 – Porosidade aberta
Porosidade aberta (%)
Argamassa Provete P1 P2 P3 Volume Porosidade aberta (%) Desvio
padrão (%)
BOP
I 10,74 7,40 12,95 6,91 39,82
40,40 0,42 II 9,96 6,90 12,05 6,60 40,58
III 9,81 6,85 11,85 6,00 40,80
B+OP:CSA
I 9,30 6,85 10,85 6,25 38,75
38,70 0,71 II 9,50 6,95 11,05 6,88 37,80
III 10,06 7,40 11,80 6,25 39,55
BOP:+CSA
I 9,35 6,90 11,25 6,25 43,68
44,35 0,63 II 9,25 6,85 11,15 6,25 44,19
III 9,62 7,40 11,45 6,25 45,19
BCSA
I 11,54 7,25 13,35 6,50 29,67
29,12 0,35 II 12,01 7,50 13,85 6,50 28,98
III 11,12 6,95 12,80 6,50 28,72
A-12
Tabela A.16 – Permeabilidade ao vapor
BOP B+OP:CSA
T (ºC)
Hr(%)
Tempo (h)
Tempo (s)
Provete (g)
Provete (kg)
T (ºC)
Hr(%)
Tempo (h)
Tempo (s)
Provete (g)
Provete (kg)
19,2 70,3 0 0 1407,73 1,40773 19,2 70,3 0 0 1302,25 1,30225
19,3 71,7 0,67 2412 1407,71 1,40771 19,3 71,7 0,67 2412 1302,24 1,30224
19,2 72,8 1,17 4212 1407,68 1,40768 19,2 72,8 1,17 4212 1302,19 1,30219
19,3 72,2 1,67 6012 1407,66 1,40766 19,3 72,2 1,67 6012 1302,17 1,30217
19,6 71,3 2,17 7812 1407,65 1,40765 19,6 71,3 2,17 7812 1302,14 1,30214
19,5 71,7 2,67 9612 1407,63 1,40763 19,5 71,7 2,67 9612 1302,13 1,30213
19,5 72 3,17 11412 1407,56 1,40756 19,5 72 3,17 11412 1302,08 1,30208
19,4 71,4 3,97 14292 1407,5 1,4075 19,4 71,4 3,97 14292 1302,03 1,30203
19,4 71,6 4,64 16704 1407,5 1,4075 19,4 71,6 4,64 16704 1302,01 1,30201
19,6 72,3 5,14 18504 1407,47 1,40747 19,6 72,3 5,14 18504 1301,99 1,30199
20,8 72 5,64 20304 1407,49 1,40749 20,8 72 5,64 20304 1302 1,302
21 71,2 6,14 22104 1407,42 1,40742 21 71,2 6,14 22104 1301,93 1,30193
20,8 71,3 6,64 23904 1407,41 1,40741 20,8 71,3 6,64 23904 1301,93 1,30193
20,6 72 7,14 25704 1407,39 1,40739 20,6 72 7,14 25704 1301,91 1,30191
20,3 70,9 7,64 27504 1407,38 1,40738 20,3 70,9 7,64 27504 1301,89 1,30189
20,2 71,1 8,14 29304 1407,36 1,40736 20,2 71,1 8,14 29304 1301,88 1,30188
BOP:+CSA BCSA
T (ºC)
Hr(%)
Tempo (h)
Tempo (s)
Provete (g)
Provete (kg)
T (ºC)
Hr(%)
Tempo (h)
Tempo (s)
Provete (g)
Provete (kg)
19,2 70,3 0 0 1384,42 1,38442 19,2 70,3 0 0 1324,55 1,32455
19,3 71,7 0,67 2412 1384,42 1,38442 19,3 71,7 0,67 2412 1324,54 1,32454
19,2 72,8 1,17 4212 1384,37 1,38437 19,2 72,8 1,17 4212 1324,5 1,3245
19,3 72,2 1,67 6012 1384,37 1,38437 19,3 72,2 1,67 6012 1324,48 1,32448
19,6 71,3 2,17 7812 1384,35 1,38435 19,6 71,3 2,17 7812 1324,45 1,32445
19,5 71,7 2,67 9612 1384,33 1,38433 19,5 71,7 2,67 9612 1324,47 1,32447
19,5 72 3,17 11412 1384,27 1,38427 19,5 72 3,17 11412 1324,38 1,32438
19,4 71,4 3,97 14292 1384,23 1,38423 19,4 71,4 3,97 14292 1324,33 1,32433
19,4 71,6 4,64 16704 1384,21 1,38421 19,4 71,6 4,64 16704 1324,32 1,32432
19,6 72,3 5,14 18504 1384,19 1,38419 19,6 72,3 5,14 18504 1324,31 1,32431
20,8 72 5,64 20304 1384,22 1,38422 20,8 72 5,64 20304 1324,28 1,32428
21 71,2 6,14 22104 1384,15 1,38415 21 71,2 6,14 22104 1324,2 1,3242
20,8 71,3 6,64 23904 1384,16 1,38416 20,8 71,3 6,64 23904 1324,17 1,32417
20,6 72 7,14 25704 1384,14 1,38414 20,6 72 7,14 25704 1324,16 1,32416
20,3 70,9 7,64 27504 1384,11 1,38411 20,3 70,9 7,64 27504 1324,14 1,32414
20,2 71,1 8,14 29304 1384,12 1,38412 20,2 71,1 8,14 29304 1324,11 1,32411
A-13
Tabela A.17 – Variação dimensional (retração)
Variação dimensional (retração)
Argamassa Cura Provete
24 horas 7 dias 28 dias Retração (mm/m)
Leitura (mm)
Leitura (mm)
Leitura (mm)
7 dias Desvio padrão
28 dias Desvio padrão
BOP
normal I -4,854 -4,979 -5,190 0,78125
0,704 0,389
2,10000
2,002 0,331 normal II -5,291 -5,473 -5,667 1,13750 2,35000
normal III -5,362 -5,393 -5,611 0,19375 1,55625
imersão VI -5,042 -5,165 -5,124 0,76875
0,698 0,280
0,51250
0,288 0,160 imersão VII -5,211 -5,263 -5,235 0,32500 0,15000
imersão VIII -6,572 -6,732 -6,604 1,00000 0,20000
B+OP:CSA
normal I -4,922 -5,055 -5,172 0,83125
0,819 0,012
1,56250
1,628 0,066 normal II -5,026 -5,155 -5,297 0,80625 1,69375
normal III -4,719 -5,407 -5,549 4,30000 5,18750
imersão VI -4,792 -4,882 -4,874 0,56250
1,119 0,556
0,51250
1,088 0,575 imersão VII -4,699 -5,226 -5,281 3,29375 3,63750
imersão VIII -4,876 -5,144 -5,142 1,67500 1,66250
BOP:+CSA
normal I -5,036 -5,120 -5,162 0,52500
0,750 0,159
0,78750
1,038 0,187 normal II -4,852 -4,989 -5,039 0,85625 1,16875
normal III -4,971 -5,110 -5,156 0,86875 1,15625
imersão VI -4,874 -4,980 -4,947 0,66250
0,702 0,060
0,45625
0,490 0,066 imersão VII -4,770 -4,896 -4,863 0,78750 0,58125
imersão VIII -4,514 -4,619 -4,583 0,65625 0,43125
BCSA
normal I -4,841 -4,847 -4,931 0,03750
0,050 0,018
0,56250
0,604 0,039 normal II -4,712 -4,718 -4,807 0,03750 0,59375
normal III -4,757 -4,769 -4,862 0,07500 0,65625
imersão VI -4,905 -4,939 -4,726 0,21250
0,162 0,050
-1,11875
-1,253 0,134 imersão VII -4,628 -4,842 -4,658 1,33750 0,18750
imersão VIII -4,790 -4,808 -4,568 0,11250 -1,38750
A-14
Tabela A.18 – Variação de massa
Variação de massa
Argamassa Cura Provete
24 horas 7 dias 28 dias Variações de massa (g/kg)
Massa (g) Massa (g) Massa (g) 7 dias Desvio padrão
28 dias Desvio padrão
BOP
normal I 402,34 380,34 364,72 54,68012
58,29 2,98
93,50301
94,05 0,44 normal II 402,93 377,64 365,02 62,76524 94,08582
normal III 403,59 380,41 365,42 57,43453 94,57618
imersão VI 404,45 379,68 418,99 61,24366
60,52 1,77
-35,9501
-36,69 1,40 imersão VII 407,53 383,95 421,99 57,86077 -35,4821
imersão VIII 404,06 378,83 419,68 62,44122 -38,6576
B+OP:CSA
normal I 404,04 376,92 363,63 67,12207
57,47 6,44
100,0149
98,08 1,41 normal II 403,64 382,35 364,29 52,74502 97,48786
normal III 402,37 381,23 363,45 52,53871 96,72689
imersão VI 394,38 372,36 409,56 55,83447
61,38 7,80
-38,4908
-32,66 8,13 imersão VII 399,21 377,16 414,51 55,23409 -38,3257
imersão VIII 398,87 369,72 407,31 73,08146 -21,1598
BOP:+CSA
normal I 378,88 365,98 347,80 34,04772
32,61 1,33
82,03125
82,47 0,38 normal II 381,10 369,43 349,69 30,62188 82,41931
normal III 377,25 364,74 345,95 33,16103 82,96885
imersão VI 372,51 363,13 386,81 25,18053
28,39 4,50
-38,3882
-37,92 1,06 imersão VII 375,89 366,55 390,52 24,84769 -38,921
imersão VIII 377,11 363,86 390,86 35,13564 -36,4615
BCSA
normal I 448,07 436,94 417,25 24,83987
23,74 1,01
68,7839
67,91 0,62 normal II 444,04 434,17 414,04 22,22773 67,56148
normal III 440,23 429,60 410,56 24,14647 67,39659
imersão VI 400,29 390,63 423,78 24,1325
24,72 1,04
-58,6825
-55,52 2,32 imersão VII 400,80 391,28 422,73 23,7525 -54,7156
imersão VIII 402,71 392,13 424,12 26,27201 -53,1648
A-15
Tabela A.19 – Variação dimensional (retração) e variação de massa após cura
gelo-degelo
Variação dimensional (retração) e variação de massa após cura gelo-degelo
Argamassa Provete Massa (g) Leitura (mm)
Retração (mm/m)
Desvio padrão (mm/m)
Variações de massa (g/kg)
Desvio padrão (g/kg)
BOP VII 402,15 -6,217 6,288
3,466 2,822 13,20
6,83 6,38 VIII 403,88 -6,675 0,644 0,45
B+OP:CSA VII 420,76 -5,068 2,306
1,984 0,322 -53,98
-39,20 14,78 VIII 408,61 -5,142 1,663 -24,42
BOP:+CSA VII 380,80 -4,860 0,563
0,257 0,306 -13,06
-9,12 3,95 VIII 379,06 -4,506 -0,050 -5,17
BCSA VII 395,28 -4,367 -1,631
-1,706 0,075 13,77
10,34 3,44 VIII 399,93 -4,505 -1,781 6,90
Tabela A.20 – Absorção de água por capilaridade
Absorção de água por capilaridade
Argamassa Provete Massa
inicial (g) Massa 10
min (g) Massa 90
min (g)
Capilaridade pela dif massas (90 - 10) (kg/(m2.min0,5))
Desvio padrão (kg/(m2.min0,5))
BOP
I 169,69 170,65 171,12 0,05
0,04 0,00 II 182,75 183,43 183,82 0,04
III 178,65 179,82 180,24 0,04
B+OP:CSA
I 172,32 172,93 173,55 0,062
0,05 0,00 II 186,91 187,52 188,22 0,07
III 179,96 180,49 181,09 0,06
BOP:+CSA
I 173,60 173,96 174,42 0,046
0,03 0,01 II 170,16 170,49 170,91 0,042
III 161,84 162,15 162,47 0,032
BCSA
I 229,41 230,06 230,66 0,06
0,05 0,00 II 205,33 206,00 206,58 0,058
III 219,6 220,21 220,79 0,058
A-16
Tabela A.21 – Absorção de água a baixa pressão
Absorção de água a baixa pressão
t (min)
BOP B+OP:CSA BOP:+CSA BCSA
Absorção de água (ml)
Acumulado (ml)
Absorção de água (ml)
Acumulado (ml)
Absorção de água (ml)
Acumulado (ml)
Absorção de água (ml)
Acumulado (ml)
5 0,2 0,2 0 0 0,05 0,05 0,05 0,05
10 0,1 0,3 0,05 0,05 0 0,05 0,05 0,1
15 0,1 0,4 0 0,05 0 0,05 0 0,1
20 0,05 0,45 0,05 0,1 0 0,05 0 0,1
25 0,05 0,5 0 0,1 0 0,05 0 0,1
30 0,05 0,55 0 0,1 0 0,05 0 0,1
60 0,2 0,75 0,05 0,15 0,05 0,1 0 0,1
90 0,2 0,95 0 0,15 0 0,1 0,05 0,15
120 0,15 1,1 0,05 0,2 0,05 0,15 0 0,15
150 0,1 1,2 0 0,2 0 0,15 0 0,15
180 0,1 1,3 0 0,2 0,05 0,2 0 0,15
Total 1,3 1,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,15 0,15
A-17
Tabela A.22 – Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em imersão (7+21)
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão (MPa) após cura em imersão (7+21)
Argamassa Nº de
aderência 7 dias
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura 28 dias Desvio padrão
(MPa) Tipo de rotura
BOP
I 0,72
0,84 0,07
60% AFT/40% CFA 0,78
0,55 0,13
70% AFT/ 30% CFA
II 0,88 60% AFT/40% CFA 0,48 30% AFT/ 70% CFA
III 0,82 60% AFT/40% CFA 0,42 50% AFT/ 50% CFA
IV 0,86 60% AFT/40% CFA 0,62 70% AFT/ 30% CFA
V 0,92 60% AFT/40% CFA 0,46 30% AFT/ 70% CFA
B+OP:CSA
I 1,00
1,02 0,04
AFT 0,44
0,47 0,03
95%AFT/5%CFA
II 1,04 90% AFT/10% CFA 0,48 75%AFT/25%CFA
III 1,06 60% AFT/40% CFA 0,48 80%AFT/20%CFA
IV 1,04 50% AFT/50% CFA 0,52 80%AFT/20%CFA
V 0,94 AFT 0,44 95%AFT/5%CFA
BOP:+CSA
I 1,04
0,98 0,04
40% AFT/60% CFA 0,54
0,60 0,11
50% AFT/50% CFA
II 0,92 40% AFT/60% CFA 0,44 50% AFT/50% CFA
III 1,00 40% AFT/60% CFA 0,78 50% AFT/50% CFA
IV 0,94 40% AFT/60% CFA 0,58 50% AFT/50% CFA
V 1,00 40% AFT/60% CFA 0,66 50% AFT/50% CFA
BCSA
I 0,00
0,09 0,06
AFT 0,26
0,19 0,04
95% AFT/5% CFA
II 0,20 AFT 0,2 95% AFT/5% CFA
III 0,08 AFT 0,18 95% AFT/5% CFA
IV 0,08 AFT 0,14 95% AFT/5% CFA
V 0,08 AFT 0,18 95% AFT/5% CFA
AF-T: Rotura Adesiva entre produto de colagem e a peça cerâmica; AF-S: Rotura Adesiva entre o produto de colagem e o substrato; CF-A: Rotura Coesiva no produto de colagem; CF-S: Rotura
Coesiva no substrato.
A-18
Tabela A.23 – Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão após cura em calor (14+14)
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de betão (MPa) após cura em calor (14+14)
Argamassa Nº de
aderência 14 dias
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura 28 dias Desvio padrão
(MPa) Tipo de rotura
BOP
I 1,00
0,97 0,02
90% AFT/10% CFA 0,016
0,04 0,02
95% AFT/5% CFA
II 0,96 95% AFT/5% CFA 0,06 95% AFT/5% CFA
III 0,96 95% AFT/5% CFA 0,04 95% AFT/5% CFA
IV 0,94 85% AFT/15% CFA 0,06 95% AFT/5% CFA
V 1,00 90% AFT/10% CFA 0,02 95% AFT/5% CFA
B+OP:CSA
I 1,06
0,96 0,07
80% AFT/20% CFA 0,38
0,25 0,07
95% AFT/5% CFA
II 0,98 85% AFT/15% CFA 0,26 95% AFT/5% CFA
III 1,00 85% AFT/15% CFA 0,16 95% AFT/5% CFA
IV 0,88 98% AFT/2% CFA 0,24 95% AFT/5% CFA
V 0,90 95% AFT/5% CFA 0,2 95% AFT/5% CFA
BOP:+CSA
I 1,16
1,12 0,06
10% AFT/90% CFA 0,72
0,51 0,13
40% AFT/60% CFA
II 1,20 5% AFT/95% CFA 0,6 40% AFT/60% CFA
III 1,04 5% AFT/95% CFA 0,42 40% AFT/60% CFA
IV 1,14 10% AFT/90% CFA 0,38 40% AFT/60% CFA
V 1,08 15% AFT/85% CFA 0,44 40% AFT/60% CFA
BCSA
I 0,04
0,04 0,01
AFT -
- -
Descolaram-se na estufa
II 0,04 AFT - Descolaram-se na estufa
III 0,06 AFT - Descolaram-se na estufa
IV 0,04 AFT - Descolaram-se na estufa
V 0,02 AFT - Descolaram-se na estufa
AF-T: Rotura Adesiva entre produto de colagem e a peça cerâmica; AF-S: Rotura Adesiva entre o produto de colagem e o substrato; CF-A: Rotura Coesiva no produto de colagem; CF-S: Rotura
Coesiva no substrato.
A-19
Tabela A.24 – Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em imersão (7+21)
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS (MPa) após cura em imersão (7+21)
Argamassa Nº de
aderência 7 dias
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura 28 dias Desvio padrão
(MPa) Tipo de rotura
BOP
I 0,08
0,08 0,00
95% AFT/5% CFA 0,08
0,076 0,01
AFS
II 0,08 90% AFT/10% CFA 0,08 AFS
III 0,08 AFT 0,06 AFS
IV 0,08 95% AFT/5% CFA 0,08 AFS
V 0,08 95% AFT/5% CFA 0,08 AFS
B+OP:CSA
I 0,10
0,09 0,02
AFT 0,12
0,108 0,02
AFS
II 0,10 AFT 0,12 AFS
III 0,08 AFT 0,12 AFS
IV 0,06 AFT 0,06 AFS
V 0,10 AFT 0,12 AFS
BOP:+CSA
I 0,14
0,12 0,01
CFS 0,12
0,12 0,01
80% CFS/20% AFS
II 0,12 CFS 0,1 80% CFS/20% AFS
III 0,12 CFS 0,12 80% CFS/20% AFS
IV 0,12 CFS 0,12 80% CFS/20% AFS
V 0,12 CFS 0,12 80% CFS/20% AFS
BCSA
I 0,04
0,05 0,03
5% CFS/20%AFS/75%AFT 0,06
0,02 0,02
20% AFT/80% AFS
II 0,06 25% CFS/5%AFS/70%AFT 0,02 AFT
III 0,10 25% CFS/10%AFS/65%AFT 0 95% AFT/5% AFS
IV 0,02 5% CFS/10%AFS/75%AFT 0 AFT
V 0,02 AFT - Descolou-se na água
AF-T: Rotura Adesiva entre produto de colagem e a peça cerâmica; AF-S: Rotura Adesiva entre o produto de colagem e o substrato; CF-A: Rotura Coesiva no produto de colagem; CF-S: Rotura
Coesiva no substrato.
A-20
Tabela A.25 – Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS após cura em calor (14+14)
Resistência ao arrancamento por tração em suporte de EPS (MPa) após cura em calor (14+14)
Argamassa Nº de
aderência 14 dias
Desvio padrão (MPa)
Tipo de rotura 28 dias Desvio
padrão (MPa) Tipo de rotura
BOP
I 0,08
0,07 0,02
25%AFT/75% AFS 0,08
0,06 0,01
85% AFS/10% AFT/5% CFS
II 0,08 25%AFT/75% AFS 0,06 80% AFS/15% AFT/5% CFS
III 0,08 25%AFT/75% AFS 0,04 50% AFS/50% AFT
IV 0,08 25%AFT/75% AFS 0,08 55% AFS/40% AFT/5% CFS
V 0,04 25%AFT/75% AFS 0,06 55% AFS/40% AFT/5% CFS
B+OP:CSA
I 0,10
0,10 0,02
AFS 0,06
0,06 0,01
25% AFT/75% AFS
II 0,14 AFS 0,06 30% AFT/70% AFS
III 0,08 AFS 0,06 5% AFT/95% AFS
IV 0,08 AFS 0,06 20% AFT/80% AFS
V 0,08 98% AFS/2% CFS 0,08 20% AFT/80% AFS
BOP:+CSA
I 0,10
0,11 0,02
65% AFS/35% CFS 0,08
0,02 0,03
25% AFS/75% AFT
II 0,10 85% AFS/15% CFS 0 AFT
III 0,10 80% AFS/20% CFS 0 AFT
IV 0,10 80% AFS/20% CFS 0 AFT
V 0,14 20% AFS/80% CFS 0,02 AFT
BCSA
I 0,10
0,05 0,03
30% AFT/45% AFS/25% CFS 0,04
0,04 0,01
40% AFT/55% AFS/5%CFS
II 0,06 50% AFT/30% AFS/20% CFS 0,04 25% AFT/70% AFS/5%CFS
III 0,02 AFT 0,04 10% AFT/85% AFS/5%CFS
IV 0,04 90% AFT/10% CFA 0,04 10% AFT/85% AFS/5%CFS
V 0,04 70% AFT/25% AFS/5% CFS 0,02 85% AFT/15% AFS
AF-T: Rotura Adesiva entre produto de colagem e a peça cerâmica; AF-S: Rotura Adesiva entre o produto de colagem e o substrato; CF-A: Rotura Coesiva no produto de colagem; CF-S: Rotura
Coesiva no substrato.
A-21
Figura A.1 – Tipos de rotura da resistência ao arrancamento por tração em
suporte de betão após cura em imersão (7+21)
BOP
B+OP:CSA
BOP:+CSA
BCSA
Figura A.2 – Tipos de rotura da resistência ao arrancamento por tração em
suporte de betão após cura 14 dias em cura normal
BOP
B+OP:CSA
BOP:+CSA
BCSA
A-22
Figura A.3 – Tipos de rotura da resistência ao arrancamento por tração em
suporte de betão após cura em calor (14+14)
BOP
B+OP:CSA
BOP:+CSA
BCSA
Figura A.4 – Tipos de rotura da resistência ao arrancamento por tração em
suporte de EPS após cura em imersão (7+21)
BOP
B+OP:CSA
BOP:+CSA
BCSA
A-23
Figura A.5 – Tipos de rotura da resistência ao arrancamento por tração em
suporte de EPS após cura 14 dias em cura normal
BOP
B+OP:CSA
BOP:+CSA
BCSA
Figura A.6 – Tipos de rotura da resistência ao arrancamento por tração em
suporte de EPS após cura em calor (14+14)
BOP
B+OP:CSA
BOP:+CSA
BCSA