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Classe de Discipulado

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  • Classe de Discipulado da Igreja Presbiteriana de Vila Hortncia 1

    Classe de Discipulado

    Igreja Presbiteriana Vila Hortncia

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    SUMRIO 1 APRESENTAO 3 2 - A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL 4 3 - A ESCRITURA SAGRADA 8 4 DEUS 12 5 - O HOMEM 16 6 - JESUS CRISTO 19 7 - O ESPRITO SANTO 23 8 - A TRINDADE 26 9 - A IGREJA 29 10 - OS SACRAMENTOS 33 11 - A ORAO E O DZIMO 37 12 - FIM DOS TEMPOS 40 13 - PROFISSO DE F 44 14 BIBLIOGRAFIA 46

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    1 Apresentao Seja bem-vindo!!! Estamos muito contentes por voc ter decidido frequentar a Classe de Discipulado. Esta apostila que voc est recebendo contm todo o material que voc estudar nesta Classe, que traz as principais doutrinas da Palavra de Deus de forma simples. Este Curso visa levar cada pessoa a um melhor conhecimento da Pessoa de Jesus Cristo nosso Salvador. Voc pode compartilhar suas dvidas, temores e dificuldades, pois estamos dispostos a te ajudar e orientar naquilo que voc necessitar. Mais importante ainda, que voc estar descobrindo o evangelho. Neste Curso Bsico, voc est dando um passo muito importante. Agora voc pode compartilhar a vida crist e seus conhecimentos com um grupo que est comeando a descobrir o mesmo que voc. Na Classe de Discipulado voc vai conhecer doutrinas bblicas num nvel mais profundo do que voc tem conhecido. Portanto, mos obra. Estude o mximo que voc puder. Procure no faltar s aulas. Fique vontade para fazer a pergunta que voc quiser para os professores. Qualquer dificuldade que voc tiver, pode procurar os seus professores. Ao fim destes estudos, a Igreja Presbiteriana de Vila Hortncia ter o maior prazer de receb-lo como membro da Igreja e t-lo trabalhando conosco para o Reino de Deus. Mas lembre-se, voc no obrigado a se tornar membro da Igreja. Esta uma deciso sua; fique vontade quanto sua deciso; independente de ser recebido como membro da Igreja ou no, voc pode participar desta Classe e ns ficamos contentes com isto. De qualquer forma, a est o convite. um grande prazer ter voc conosco!!!

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    2 A Igreja Presbiteriana do Brasil Questes: 1 Qual foi a primeira igreja a existir no mundo? A primeira igreja a existir no mundo hoje denominada Igreja Primitiva, composta pelos apstolos e demais seguidores de Jesus Cristo conforme relata Lucas no livro Atos dos Apstolos. 2 Quais eram as caractersticas desta Igreja Primitiva? Esta comunidade viveu integralmente os valores do Reino de Deus, sendo marcada pelo amor incondicional a Deus e ao prximo; permanecia firme na doutrina dos apstolos e nas oraes, vivia em ntima comunho, atendia os necessitados e proclamava diariamente o evangelho do Reino aos que no o conheciam (At 2.42-47 At 4.32-35). 3 - O que ocasionou a Reforma Protestante? Esta igreja aos poucos foi se corrompendo, atingindo o apogeu de sua degenerao durante a Idade Mdia. Com o desejo de uma ampla reforma, o monge Martinho Lutero deu incio Reforma Protestante, afixando suas 95 teses na capela de Wittemberg, Alemanha em 1517. 4 Como nasceu a Igreja Presbiteriana? A Igreja Presbiteriana nasceu na Esccia, atravs do reformador John Knox. Este reformador recebeu profunda influncia de Joo Calvino (um dos mais notveis reformadores). A Igreja Reformada (ou calvinista) veio a ser chamada, na Esccia de Presbiteriana, por ser dirigida por presbteros eleitos pela igreja local, conforme o modelo bblico (1Pe 5.1-2). 5 Como a Igreja Presbiteriana chegou ao Brasil? Da Esccia, a Igreja Presbiteriana chegou Inglaterra, de onde foi levada para a Amrica do Norte no sculo XVII. Houve um grande avivamento espiritual acontecido nos Estados Unidos nos sculos XVIII e XIX, e foi ento que a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (PCUSA) enviou o Rev. Ashbel Green Simonton para o Brasil, o qual chegou ao Rio de Janeiro no dia 12 de agosto de 1859. Esta a data comemorada oficialmente como o Dia da Igreja Presbiteriana do Brasil. A Igreja Presbiteriana do Brasil

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    A IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil) herdeira de f reformada no Brasil, suas afirmaes de f se baseiam na sistematizao teolgica feita por Calvino e seus seguidores. Vejamos como se governa a IPB: 1 SMBOLOS DE F Para a IPB a nica regra de f e prtica a Bblia Sagrada, entretanto, em virtude das doutrinas bblicas no estarem sistematizadas ali, adotamos uma Confisso de F e um Catecismo, como manual de doutrina. A Confisso de F foi formulada por uma assembleia convocada pelo Parlamento ingls para elaborar os princpios de governo, doutrina e culto que regeriam as atividades religiosas da Inglaterra, Esccia e Irlanda. Esta assembleia foi instalada em 01/07/1643, composta por anglicanos, congregacionais, independentes, batistas e presbiterianos, tinha 121 telogos e 30 leigos nomeado pelo parlamento, realizou 1163 sesses, sem contar reunies de comisses e subcomisses. O local das reunies foi na Abadia de Westminster. As afirmaes desta assembleia foram aprovadas pelo Parlamento Ingls em 1647. A assembleia formulou uma confisso de f, dois catecismos, o maior e o breve. Esta confisso de f ficou conhecida como Confisso de F de Westminster. 2 SISTEMA DE GOVERNO A IPB adota o sistema de governo. um meio termo entre o sistema episcopal, em que o governo exercido pelo bispo, e o congregacional, onde as decises so tomadas por assembleias, com todos os membros. Na IPB os membros se renem em assembleia e elegem seus representantes. A IPB uma igreja Conciliar, todas as decises so tomadas por conclios eleitos para tal fim. Todas as decises dos conclios devem ser documentadas, lavrando-se em atas de todas as resolues. a) Governo Local: O governo da igreja local exercido pelos presbteros (por isso presbiteriana) eleitos por uma assembleia dos membros. O Conselho o menor conclio da IPB e institudo pelos presbteros eleitos e pelo pastor da igreja. O Conselho tem a responsabilidade de exercer o governo espiritual e administrativo da igreja. Para participar das decises regionais o conselho elege, dentre os seus membros o presbtero que representar a igreja no conclio superior.

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    b) Governo Regional: O governo de uma determinada regio exercido por dois conclios:

    Presbitrio: O Presbitrio formado pelos pastores de determinada regio e mais um presbtero de cada igreja. Um presbitrio deve ser composto de pelo menos 4 (quatro) igrejas. O Presbitrio responsvel pela disciplina de pastores e pelo governo espiritual da sua regio, dirigido por uma diretoria (Comisso Executiva) eleita anualmente. O Presbitrio fiscaliza e orienta as decises das igrejas locais.

    Snodo: O Snodo tambm um governo regional, exerce o governo sobre os presbitrios. Um Snodo deve ser composto de, no mnimo 3 (trs) presbitrios. Suas reunies so bienais (anos mpares) e cada presbitrio se faz representar por trs pastores e presbteros. Dirige, coordena e fiscaliza os trabalhos dos presbitrios.

    Governo Nacional: O Governo Nacional da IPB exercido pelo Supremo Conclio, que se rene a cada quatro anos e composto de representantes de todos os presbitrios, sendo dois pastores e dois presbteros de cada um deles. Esta assembleia decide todas as questes da igreja, sejam teolgicas, disciplinares, etc. No perodo compreendido entre os quatro anos a IPB governada pela Comisso Executiva, que formada pela mesa do Supremo Conclio (Presidente, Vice Presidente, Secretrio Executivo e Tesoureiro) e por todos os presidentes dos Snodos. A Comisso Executiva do Supremo se rene pelo menos uma vez por ano. 3 A LEGISLAO DA IPB A IPB regida por um conjunto de leis que abrange todos os aspectos da vida da Igreja, o Manual Presbiteriano composto de: a) Constituio da Igreja: um conjunto de leis que trata de todas as questes administrativas da igreja, todos os conclios so regidos pela Constituio. b) Cdigo de Disciplina: So as leis que se referem disciplina dos membros da IPB, dos pastores e do conclio. Contm toda a formalidade do processo de disciplina na igreja. c) Princpios de Liturgia: Trata da forma dos cultos da IPB.

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    Alm destes trs conjuntos de leis o Manual Presbiteriano tem ainda os estatutos da igreja nacional, os regimentos internos dos conclios e modelos dos estatutos para igrejas locais. Todas as atividades conciliares da IPB devem obedecer este conjunto de leis, o que d uniformidade e identidade IPB. Todas as decises dos conclios so recorrveis aos conclios superiores.

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    A Escritura Sagrada 3 Questes: 1- O que Escritura Sagrada, e como ela foi escrita? o termo usado para se referir Bblia, conjunto de livros que compem a Palavra de Deus escrita, a revelao de Deus ao homem. Ela foi escrita por cerca de 40 escritores, diferentes uns dos outros, em pocas bem distintas, num perodo de 1600 anos aproximadamente (2 Pe 1.19-21). 2 - Quantos livros tem a Bblia? A Bblia tem 66 livros, divididos em duas grandes partes: 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. 3 - Quem o autor da Bblia? O nico autor da Bblia o prprio Deus. A Escritura Sagrada foi dada por inspirao divina (2 Tm 3.16). 4 - Qual o tema unificador da Bblia? Na realidade so trs temas: Reino, Pacto e Mediador. Reino: Deus Rei, Criador Soberano; ele reina sobre toda a criao; tem o seu trono de onde "comanda seu Reino. Pacto: Deus entrou num relacionamento de vida e amor com o Homem, colocando-o como "vice-regente" no Mundo. Mediador: O Mediador do Pacto administra o Reino, dirige, restaura e remove toda maldio. 5 - Por que foi necessrio escrever a Bblia? Por causa do pecado. Com a entrada do pecado no mundo, o homem ficou separado de Deus e no pode chegar ao conhecimento dEle por si mesmo e pela criao em geral. Por isso, Deus fez escrever a Sua vontade na Bblia para que o homem pudesse conhec-lo para salvao (2 Tm 3.15-17). 6 - A Bblia continua sendo escrita? No. A Histria da Salvao j est completamente revelada; os cristos so "personagens" ativos na progresso desta histria na atualidade, vivendo e divulgando-a, aguardando apenas a sua consumao no fim dos tempos. Logo, nada pode ser acrescentado Bblia, nem dela retirado (Gl 1.8,9; Mt 5.18; Ap 22.18-19).

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    Escritura Sagrada Sua Importncia 1 - REVELAO a operao divina que comunica ao homem fatos que a razo humana insuficiente para conhecer. , portanto, a operao divina que comunica a verdade de Deus ao homem (1Co 2.10). a) Provas da Revelao A Indestrutibilidade da Bblia: O diabo foi o primeiro ser a pr em dvida a existncia da revelao: assim que Deus disse? (Gn 3.1). Mas a Bblia a Palavra de Deus. Uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive alm de um quarto de sculo, e uma porcentagem ainda menor dura um sculo, e uma poro quase insignificante dura mil anos. A Bblia, porm, tem sobrevivido em circunstncias adversas. Em 303 A.D. o imperador Dioclcio decretou que todos os exemplares da Bblia fossem queimados. A Bblia hoje encontrada em mais de mil lnguas e ainda o livro mais lido do mundo. 2 INSPIRAO a operao divina que influenciou os escritores bblicos, capacitando-os a receber a mensagem divina, e que os moveu a transcrev-la com exatido, impedindo-os de cometerem erros e omisses, de modo que ela recebeu autoridade divina e infalvel, garantindo a exata transferncia da verdade revelada de Deus para a linguagem humana inteligvel (1Co 10.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.20,21).

    Argumento da Profecia Cumprida: Muitas profecias a respeito de Cristo se cumpriram integralmente, sendo que a mais prxima do primeiro advento foi pronunciada 165 anos antes de seu cumprimento. As profecias a respeito da disperso de Israel tambm, se cumpriram (Dt 28; Jr 15.4; l6.13; Os 3.4; etc.); da conquista de Samaria e preservao de Jud (Is 7.6-8; Os 1.6,7; 1 Rs 14.15); do cativeiro babilnico sobre Jud e Jerusalm (Is 39.6; Jr 25.9-12); sobre a destruio final de Samaria (Mq 1.6-9); sobre a restaurao de Jerusalm (Jr 29.10-14), etc.

    Reivindicaes da Prpria Escritura: A prpria Bblia expressa sua infalibilidade, reivindicando autoridade. Nenhum outro livro ousa faz-lo. Encontramos essa reivindicao nas seguintes expresses: "Disse o Senhor a Moiss" (Ex 14.1,15,26; 16.4; 25.1; Lv 1.1; 4.1; 11.1; Nm.4.1; 13.1; Dt 32.48) "O Senhor quem fala" (Is 1.2); "Disse o Senhor a Isaas" (Is 7.3);

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    "Assim diz o Senhor" (Is 43.1). Outras expresses semelhantes so encontradas: "Palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor" (Jr 11.1); "Veio expressamente a Palavra do Senhor a Ezequiel" (Ez 1.3); "Palavra do Senhor que foi dirigida a Osias" (Os 1.1); "Palavra do Senhor que foi dirigida a Joel" (Jl 1.1), etc. Expresses como estas so encontradas mais de 3.800 vezes no Velho Testamento. Portanto o A.T. afirma ser a revelao de Deus, e essa mesma reivindicao faz o Novo Testamento (1 Co 14.37; 1 Ts 2.13; 1 Jo 5.10; 2 Pe 3.2). 3 ILUMINAO a influncia ou ministrio do Esprito Santo que capacita todos os que esto num relacionamento correto com Deus para entender as Escrituras (1 Co 2.12; Lc 24.32,45; 1 Jo 2.27). A iluminao no inclui a responsabilidade de acrescentar algo s Escrituras (revelao) e nem inclui uma transmisso infalvel na linguagem (inspirao) daquele que o Esprito Santo ensina. A iluminao diferenciada da revelao e da inspirao no fato de ser prometida a todos os crentes, pois no depende de escolha soberana, mas de ajustamento pessoal ao Esprito Santo. Alm disso, a iluminao admite graus podendo aumentar ou diminuir (Ef 1.16-18; 4.23; Cl 1.9). A iluminao no se limita a questes comuns, mas pode atingir as coisas profundas de Deus (1 Co 2.10) porque o Mestre Divino est no corao do crente e, portanto, ele no houve uma voz falando de fora e em determinados momentos, mas a mente e o corao so sobrenaturalmente despertados de dentro (1 Co 2.16). Este despertamento do Esprito pode ser prejudicado pelo pecado, pois dito que o cristo que espiritual discerne todas as coisas (1 Co 2.15), ao passo que aquele que carnal no pode receber as verdades mais profundas de Deus que so comparadas ao alimento slido (1 Co 2.15; 3.1-3; Hb 5.12-14). A iluminao, a inspirao e a revelao esto estritamente ligadas, porm podem ser independentes, pois h inspirao sem revelao (Lc 1.1-3; 1 Jo 1.1-4); inspirao com revelao (Ap 1.1-11); inspirao sem iluminao (1 Pe 1.10-12); iluminao sem inspirao (Ef 1.18) e sem revelao (1 Co 2.12; Jd 3); revelao sem iluminao (1 Pe 1.10-12) e sem inspirao (Ap

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    10.3,4; x 20.1-22). digno de nota que encontramos estes trs ministrios do Esprito Santo mencionados em uma s passagem (1 Co 2.9-13); a revelao no versculo 10; a iluminao no versculo 12 e a inspirao no versculo 13.

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    Deus 4 Questes: 1- Quem Deus? DEUS . Simplesmente . Qualquer definio de Deus seria limitada para dar uma compreenso exata de sua essncia (natureza). Ele no se adequa nossa mente, lgica humana (x 3.14; Is 55.8-9; Sl 147.5; Rm 11.33-34). 2 - Existe mais que um Deus? No. Existe somente um Deus, o Deus vivo e verdadeiro (Dt 6.4; Jr 10.10; Is 43.10; Is 45.6-7; 1 Tm 1.17). 3 - Quais so os atributos de Deus? Deus Esprito (Jo 4.24); Deus Pessoal (Is 57.15; Sl 23; x 13.21; Is 48.17); Eterno, Invisvel (Sl 90.2; 1 Tm 1.17); Imortal (1Tm 6.16); Imutvel (Tg 1.17); Misericordioso, Longnimo, Fiel (Sl 103.8; x 34.6); Santo (Is 6.3; x 15.11); Justo (Ne 9.32-33; Sl 145.17); Onisciente (Sl 139.1-4); Onipotente (Ap 4.8; Gn 17.1); Onipresente (Sl 139.5-12); Sbio (J 11.8-9); Auto existente (Jo 5.26); Perfeito (J 11.7) e Amor (1 Jo 4.8). Ele no somente possui estes atributos, como tambm eles emanam dEle. 4 - O que significa Soberania de Deus? Soberania de Deus trata da ao dEle como Rei do universo, dominando sobre tudo e determinando toda a histria. Afirma, categoricamente, que Deus Deus e no um homem de qualidades superiores. Ele o nico Deus, ningum pode det-lo, faz toda a Sua vontade. Senhor sobre toda a criao, um ser incomparvel, incompreensvel, porm conhecvel (1 Cr 29.11-12; Ap 19.16; J 23.13; Mt 10.29-30; Rm 11.33-36). 5 - Deus Criou todas as coisas? Sim, Deus criou todas as coisas do nada, pela palavra de Seu poder, em seis dias, e tudo muito bem (Gn 1 e 2.1-3; Hb 11.3; Ap 4.11). A Natureza e os Atributos de Deus Est lio tem como objetivo estudar a respeito de quem DEUS. Vale a pena lembrar que vamos estud-lo at o ponto que Ele se deixou conhecer, diferentemente de outros estudos, onde podemos manipular o objeto estudado, por isso, com muita humildade e sabendo da nossa limitao, vamos tentar entender um pouco mais do ser de Deus.

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    Se Deus no tivesse tomado a iniciativa de se revelar, ningum jamais o conheceria. Mas, felizmente, ele se revelou, se fez conhecer por meio de sua revelao. No importa quo profundo seja o nosso conhecimento teolgico, sempre haver muitos aspectos da natureza e carter de Deus que permanecero um mistrio para ns. Nenhum ser humano pode ter o conhecimento pleno de Deus. Deus incompreensvel (J 38.1-41; J 38.34; Sl 139.1-18; Is 55.8,9; Rm 11.33-36; 1 Co 2.6-16), entretanto pode ser conhecido, pois ele mesmo se fez conhecer. No podemos definir Deus, a mente humana, limitada, no pode captar toda a grandeza do Ser de Deus. O mximo que podemos fazer uma descrio analtica de Deus, a partir do que Ele nos revela na Bblia Sagrada. 1 - OS ATRIBUTOS DE DEUS A palavra atributo embora no expresse corretamente o tema deste tpico tem sido a palavra consagrada para designar as perfeies, ou qualidade do Ser de Deus. Como Deus perfeito seus atributos so chamados, tambm de Perfeies Divinas. H atributos que so peculiares a Deus e so chamados Incomunicveis, outros que encontram algum trao, ou alguma ressonncia no ser humano so chamados Comunicveis, vejamos quais so: a) Atributos Incomunicveis: Estes atributos destacam a distino absoluta de Deus, sua grandeza transcendente (alm da criao). So aqueles que no encontram analogias no ser humano.

    Auto existncia ou Independncia (Jo 1.1-5; Ex 3.13,14; Jo 5.26; At 17.22-31; Cl 1.15-20; Ap 1.8) - Deus um ser absolutamente autnomo, sua existncia no depende de nenhuma causa secundria. Ele existe por si s.

    Eternidade (Sl 90.2; Sl 102.12; 2 Pe 3.8) - Deus sempre existiu e sempre existir, no tem comeo nem fim. Deus no est limitado pelo tempo, ele vive no eterno hoje.

    Imensidade ou Onipresena (1 Re 8.27; Sl 139.7-10; Is 66.1; J 11.7-9; Jr 23.23,24; At 17.22-31) - Somente um Esprito infinito pode ser onipresente. Deus no est limitado pelo espao, ele est presente ao mesmo tempo em todos os lugares. A onipresena de Deus um conforto para o crente e um terror para o no-crente.

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    Imutabilidade (Ml 3.6; Tg 1.17) - Deus no muda em seu ser, em seus atos, e nem em seus propsitos. Mudana implica em melhorar ou piorar, se Deus melhorar ele no era Deus, se ele piorar ele deixa de ser Deus.

    Onipotncia (Gn 17.1; Sl 115.3; Rm 11.36; Ef 1.11; Hb 1.3) - Onipotncia no significa que Deus pode fazer qualquer coisa. Ele no pode agir contra sua natureza. Onipotncia refere-se ao poder soberano de Deus, sua autoridade e seu controle sobre a ordem criada. A onipotncia, embora seja uma ameaa para o mpio, uma fonte de conforto para o crente. O mesmo poder que Deus exibiu na criao manifestado na nossa redeno. Nada no universo pode atrapalhar ou frustrar os planos de Deus.

    Oniscincia (Sl 147.5; Ez 11.5; At 15.18; Rm 11.33-36; Hb 4.13) - Oniscincia significa todo conhecimento. Deus tem um grau de conhecimento muito mais elevado do que o das criaturas, mas que do mesmo tipo de lgica. Atribuir um tipo diferente de lgica a Deus fatal para o Cristianismo. A oniscincia de Deus baseada em seu ser infinito e em sua onipotncia, ela crucial para o seu papel como Juiz do universo. a) Atributos Comunicveis: Estes so aqueles atributos que encontram alguma analogia no ser humano, so as perfeies de Deus que ele comunicou suas criaturas humanas.

    Conhecimento (1 Re 8.39; Is 46.10; Ez 11.5; At 15.18; Hb 4.13) a perfeio de Deus por meio da qual ele conhece todas as coisas de maneira plena. Em Deus chamamos de Oniscincia, ou seja, Deus conhece todas as coisas, nada h que passe despercebido dos seus olhos.

    Sabedoria (Sl 33.10,11; Rm 8.28; Rm 11.33; Ef 3.10) a inteligncia de Deus como se manifesta da adaptao de meios para alcanar a determinados fins. Por isso Deus sempre escolhe os melhores meios para atingir os fins que ele prope.

    Bondade (Sl 25.8-10; Sl 36.6; Sl 100.1; Sl 104.21; Sl 145.8,9,16; Mt 5.45; At 14.17; Tg 1.17) aquela perfeio de Deus que o move a tratar generosa e bondosamente com todas as suas criaturas. Quando se dirige s suas criaturas racionais a bondade de Deus se chama amor. A bondade de Deus ainda se manifesta como misericrdia e longanimidade, ele se compadece de ns e nos tolera apesar de nosso pecado.

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    Santidade (Ex 3.1-6; 1 Sm 2.2; Ex 15.11; Is 6.3; Hc 1.13; Ap 4.8) Deus perfeitamente puro em sua pessoa e em seus atos e, consequentemente, ele contra toda e qualquer forma de impureza. Por esta perfeio Deus se aborrece com o pecado e exige pureza de suas criaturas. Somos chamados para ser santos, para refletir a pureza de Deus.

    Justia (Gn 18.25; Ex 34.6,7; Ne 9.32,33; Sl 71.19; Sl 145.7; Mt 10.42; Rm 1.32; Rm 9.14-33) Justia dar o que devido. Deus absolutamente justo, ele governa o mundo com justia, recompensa todos os atos bons do homem e pune os seus erros.

    Soberania (Sl 115.3; Mt 10.29; Ef 1.11) Sob este aspecto esto envolvidos vrios aspectos da soberania de Deus: sua vontade soberana, seu poder soberano (Onipotncia), sua soberania em planejar e dirigir os negcios de suas criaturas racionais. Porventura desvendars os arcanos de Deus ou penetrars at perfeio do Todo-Poderoso? J 11.7. Realmente o homem no tem condio de desvendar os mistrios de Deus, s podemos conhecer o que Deus permitiu por meio de sua revelao. Quando tentamos fazer de Deus um objeto de pesquisa descobrimos que h verdades sobre ele que no se enquadram em nossa limitada viso e lgica. H muitos mistrios que no conseguiremos desvendar simplesmente porque Deus no quis revel-los a ns. Cumpre-nos alegrar pelo conhecimento que Deus nos permite ter de si mesmo, conhecimento suficiente para fazer-nos seus adoradores. Diante das absolutas perfeies de Deus cumpre-nos voltar a ele nossos olhos com f e esperana, certos de que ele se torna o recompensador daqueles que o buscam.

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    O Homem 5 Questes: 1 Como o homem foi criado? O homem e a mulher foram criados por Deus, no fim do ato criador, como a coroa da criao (Gn 1.26-31; Gn 2.4-25). O homem foi formado do p da terra, soprando Deus nele o flego da vida; A mulher foi criada a partir de uma costela do homem (Gn 2.7, 21-22) e foram chamados Ado e Eva. 2 Qual foi o acordo que Deus fez com o homem, e como foi? Quando Deus criou o homem e a mulher os colocou no jardim do den, para morar e cuidar (Gn 2.8-15), lhes disse que poderiam comer de tudo, menos comer do fruto da rvore do conhecimento, pois se o fizessem, desobedeceriam a Deus e morreriam. Este acordo chamamos de Pacto das Obras. Mas eles no resistiram e, tentados por Satans comeram do fruto e pecaram contra Deus (Gn 2.16; 3.1-24). 3 - Quais foram as consequncias do pecado de Ado e Eva? Com a queda, entrou o pecado no mundo e por ele, a morte fsica e espiritual; a fsica marcada pelas doenas e sofrimentos diversos e a espiritual marcada pela separao total de Deus. A criao tambm foi afetada pela queda (Gn 3.16-19; Os 6.7; Rm 8.19-22; Rm 6.23; Rm 5.12). 4 Com o pecado de Ado, toda a humanidade foi corrompida? Pela Queda, toda a natureza humana foi corrompida; cada parte da vida humana ficou manchada pelo pecado. O homem perdeu a retido e santidade originais, tornando-se escravo do pecado, totalmente incapaz de buscar a Deus por si mesmo; inclinado a todo mal, tendo a sua vontade dominada pelo pecado; seu estado original de putrefao, de morte. Por isso chamada de depravao total (Rm 3.9-18,23; Rm 6.23; Gn 6.5; Jr 17.9; Rm 5.12; Sl 51.3,5; 1 Co 15.21-22; Ef 2.1-3; Rm 7.18; 1 Co 1.8). 5 O que pecado? Pecado tudo aquilo que fazemos, em atos ou pensamentos, que contrariam a vontade e a Palavra de Deus (1 Jo 3.4; Sl 119.11). 6 O homem foi condenado a viver longe de Deus para Sempre? No. Deus pela sua infinita misericrdia resolveu elaborar e realizar um plano para restaurar o Seu relacionamento com o homem atravs de Jesus Cristo, que chamamos de Pacto da Graa.

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    O Homem A Criao 1 - OS CRISTOS DEVEM ACREDITAR NA CRIAO Ns acreditamos na criao, em primeiro lugar, no por causa de evidncia cientfica, mas por causa de nossa f em Jesus Cristo e na Palavra dele, a Bblia. O Senhor Jesus revelado na Bblia como o Criador de todas as coisas (Jo 1.3; Hb 1.1-3), e Ele est a favor de cristos, Senhor de tudo e a Cabea de todas as coisas, inclusive da cincia (At 10.36; Ef 1.22). O Cabea disse algo sobre cincia em Joo 5.45-47, isto , se ns acreditamos em Jesus Cristo, ento ns temos que acreditar nos escritos de Moiss. Sobre o que escreveu Moiss? Em primeiro lugar ele escreveu sobre a criao de todas as coisas por Deus. Assim ns julgamos cincia pela Bblia e no ao contrrio. Ns caminhamos por f, no atravs de viso (2 Co 5.7). Os defensores de evoluo esto impossibilitados de aduzir formas fsseis que mostram um processo histrico atual de evoluo de tipos novos de organismos. Eles no tm inventado teorias cientficas que realmente explicam evoluo, e eles no podem demonstrar a evoluo de qualquer coisa nova por qualquer mecanismo gentico conhecido ou processo. Alm disso, no h nenhuma evidncia que prova que a evoluo alegada de toda a vida realmente aconteceu. Ao longo da histria do mundo nenhum desgnio complexo novo foi observado para originar uma mente inteligente. Na ausncia de uma explicao evolutiva, a criao especial divina permanece como a nica explicao cientificamente vivel para a origem de vida e de todos os desgnios biolgicos. Voc e eu no estamos sendo enganados porque ns acreditamos que no princpio Deus criou os tipos de plantas e animais, cada um para reproduzir depois de seu prprio tipo. Como cidados Cristos ns devemos declarar nossa f abertamente no registro bblico da criao. E ns devemos trabalhar para, parar o ensino dogmtico de evoluo e a perseguio de cristos nas escolas pblicas e universidades. 2 O SURGIMENTO DO PECADO NO MUNDO Desde o momento em que nossos primeiros pais (Ado e Eva) desobedeceram a ordem divina e seguiram a sua prpria vontade, comendo do fruto proibido (Gn 2.17). Como consequncia do pecado, o

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    que aconteceu? Os pais da raa humana ficaram sujeitos morte. "Porque o salrio do pecado a morte" (Rm 6.23). A quantos passou a sentena de morte? A todos. "Portanto, assim como por um s homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim tambm a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12). A morte a coroa dos males consequentes do pecado. Com ela herdamos tambm o mal de estar separados de Deus e privados de Seus favores. "Porque todos pecaram e carecem da glria de Deus" (Rm 3.23). Consentindo em desobedecer, o homem tornou-se inimigo de Deus e escravo do pecado. Posso por mim mesmo sair desta terrvel condio? A Escritura pergunta e responde: "Pode acaso o etope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Ento podereis fazer o Bem, estando acostumados a fazer o Mal" (Jr 13.23). totalmente impossvel sair desta condio sem ajuda. Deixado merc da minha sorte, estaria sem esperana.

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    6 Jesus Cristo Questes: 1 Quem Jesus? Jesus a 2 Pessoa da Trindade, o Filho de Deus existente desde toda a eternidade, encarnado. 2 Como se deu a encarnao de Deus Filho? A 2 Pessoa da Trindade assumiu a forma e natureza humana, sendo concebido no ventre da virgem Maria, pelo poder do Esprito Santo (Mt 1.18-21; Lc 1.26-38; Jo 1.1,14; Gl 4.4). 3 Assumindo a natureza humana, o Filho de Deus encarnado perdeu sua divindade? No. Jesus no perdeu seus atributos divinos na encarnao. Ele era perfeitamente Deus e perfeitamente homem, ao mesmo tempo. Ele uma s pessoa com duas naturezas divina e humana sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem sem pecado (Mt 1.23; Jo 1.1-18; 1 Jo 5.20; Lc 1.35; Mt 16.16; Jo 20.31; Cl 1.15-20; Cl 2.9; 1 Tm 2.5; Rm 9.5; Rm 1.1-4). 4 Por que era necessrio Jesus ser Deus? Para sustentar a natureza humana livre de pecados, vencer todas as tentaes e a morte, ressuscitando dentre os mortos; tornar eficaz a sua obra, garantindo a salvao aos eleitos e a vitria final do seu Reino sobre o reino de Satans (Hb 7.26,27; At 2.24; At 20.28; Rm 1.4; Hb 5.9; Lc 1.67-79). 5 Por que era necessrio Jesus ser homem? Para participar de nossas fraquezas, tentaes e sofrimentos, solidarizando-se com a raa humana, para apresentar o homem diante de Deus, para representar o pecado no Pacto, para poder entregar sua vida, morrendo na cruz do Calvrio (Mt 11.28-30; Hb 4.15; Hb 5.1-10; Hb 2.17-18; Fp 2.5-8; Hb 12.2-3). 6 Qual o propsito da Obra de Cristo? Seu propsito foi salvar o seu povo (Mt 1.21), reconciliar com os homens (Rm 5.10; 2 Co 5.18-19; Cl 1.21-22), resgatar e adotar (Gl 4.4-5), libertar da escravido do pecado (Hb 2.14-15), redimir e purificar (Hb 1.3; Hb 9.12-14), carregar sobre Si o pecado do seu povo (1 Pe 2.24), cancelar a dvida (Cl 2.13,14; 2 Co 5.21), comprar um povo (Ap 5.9,10) comprar a Igreja (At 20.28).

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    7 Este propsito foi cumprido? Sim. Jesus Cristo no falhou em sua Obra; ela foi plenamente cumprida pela sua morte e ressurreio (Jo 19.30; Jo 17.4; Jo 20.1-18; 1 Co 15.1-21). Esta Obra aplicada pela ao do Esprito Santo na vida daqueles por quem Cristo fez a expiao (Tt 3.5,6). Jesus Cristo A Salvao O homem criado imagem de Deus caiu. O pecado trouxe srias consequncias para a humanidade, a separao do Criador , sem dvida, a pior delas. Como o homem poderia voltar a relacionar-se com Deus? Na Sua Bondade infinita, Deus promoveu a instalao de uma operao resgate, um plano redentor onde os laos rompidos seriam reatados. Uma Aliana entre Deus Pai e Deus Filho e o Deus Esprito Santo estabeleceu a Salvao do homem perdido. 1 - JESUS UM SALVADOR SUFICIENTE O pecado do homem exigia a aplicao da justia. Deus no se relaciona com o pecado, Ele poderia simplesmente fechar os olhos como se nada tivesse acontecido. Mas Deus mesmo, movido pelo Seu grande Amor, providenciou um meio de salvao para o pecador (Jo 3.16). Veja como foi que o Filho de Deus pde ser o nosso Salvador: a) Sua Humanidade: (Jo 1.14; Gl 4.4) O pecado foi cometido por um homem, s outro homem poderia oferecer satisfao a Deus, eis o motivo e a necessidade da encarnao. Jesus foi perfeito homem para que pudesse representar outros homens (Rm 5.12-21), conheceu as limitaes da humanidade e sujeitou-se a elas: sentia cansao, sede, fome, etc. Como homem ofereceu perfeita obedincia ao Pai, viveu uma vida totalmente santa. b) Sua Divindade: Conquanto fosse homem, Jesus no deixou de ser Deus ao se encarnar (Jo 1.1; Lc 1.35). certo que a encarnao imps certas restries, mas Jesus Cristo continua sendo Deus e homem. A divindade de Jesus, entretanto, a garantia de que seu sacrifcio tenha eficcia eterna e total. c) Sua Obra: O que Cristo fez por ns para salvar-nos? Jesus foi o nosso substituto perante a Justia Divina, morrendo e derramando seu sangue por ns (Hb 9.22,28; Gl 3.13; Rm 3.23-25). Isaas 53.4,5 afirma,

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    profeticamente, a eficcia do sacrifcio de Jesus pelos nossos pecados. Jesus mesmo afirmou a necessidade do seu sacrifcio, s o seu sangue poderia satisfazer a Justia de Deus. d) Sua Suficincia: (2 Co 5.19; Rm 5.1,8; Rm 8.1) Por meio da substituio de Cristo somos perdoados, reconciliados e salvos. A morte de Jesus Cristo satisfaz a Justia de Deus, o pecado foi punido Nele. Deus mesmo providenciou a satisfao da Sua Justia. Esta a grande ddiva de Deus, de um lado o Pai que d o Seu Filho para substituir-nos, do outro o Filho que se humilha, encarnando-se, dando a vida e derramando o Seu sangue em nosso lugar. Isto o Amor de Deus por ns. A Salvao uma ddiva e no uma conquista; o fruto da graa de Deus e no dos mritos humanos; motivo de humildade e eterna gratido e no de orgulho e vanglria. 2 - O HOMEM ARREPENDIMENTO E F Para que os efeitos da Salvao sejam percebidos na vida do homem, alguns elementos so indispensveis. No queremos dizer com isso que a Salvao dependa destes elementos. Eles so as ferramentas dadas pelo prprio Deus, com as quais o homem se apropria da graa de Deus. a) Arrependimento: a necessidade de arrependimento afirmada em toda a Escritura como sendo preponderante na apropriao da Salvao (Ez 33.11; Mt 4.17; Mc 1.15; At 2.38; At 17.30). Mas o que vem a ser arrependimento? R: Mudana de mente. Este arrependimento envolve trs aspectos:

    O Intelecto: arrependimento tomar conscincia de si mesmo, como algum que est errado diante de Deus. No apenas arrepender-se de seus pecados, arrepender-se de si mesmo, reconhecer o erro em que tem vivido e no apenas o erro praticado. Boa ilustrao disto filho prdigo (Lc 15.17-19).

    A Emoo: O arrependimento inclui tristeza genuna e real por causa do pecado (2 Co 7.9,10). O reconhecimento do erro deve levar ao verdadeiro arrependimento, a deplorar sua atitude e mudar de vida. Os rabinos judeus afirmavam que o verdadeiro arrependimento aquele que no volta ao mesmo pecado em circunstncias semelhantes.

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    A Vontade: Aqui nos referimos a uma mudana consciente de propsito de vida, uma deciso no ntimo de deixar o pecado e uma disposio para procurar o perdo e a purificao. Nada adiantaria tomar conscincia e entristecer-se se o pecador no mudasse de atitude. tirar a roupa suja e vestir-se com a roupa nova e limpa da Justia. b) F: Alm de abandonar a velha vida, atravs do arrependimento, o pecador precisa crer em Jesus cristo e receb-lo como Salvador e Senhor (Rm 1.17; At 16.31; Jo 3.18). A f genuna aquela expressa em conhecimento da Verdade, convico de que Cristo o seu Salvador, que Seu sacrifcio suficiente, e obedincia Vontade de Deus. A f verdadeira deve ser coroada com a vida de observncia da Vontade de Deus (1 Jo 2.6). esta a nfase de Tiago em sua carta, a verdadeira f se expressa em uma vida de piedade, de ao concreta em favor do outro. A Salvao do pecador uma ddiva de amor imensurvel de Deus por ns. Ele mesmo providenciou todos os elementos necessrios a nossa reconciliao com Ele. Cumpre-nos devolver a Ele a vida que nos deu como expresso de nossa alegria e satisfao. Nunca devemos nos deixar dominar pelo orgulho ou pela vanglria pelo fato de sermos salvos, salvao ddiva, presente de Deus, Graa. O fato de sermos salvos deve fazer de ns gente agradecida e que se entrega plenamente para o louvor e glria daquele que nos salvou. O Esprito Santo 7

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    Questes: 1 - Quem o Esprito Santo? a 3 Pessoa da Trindade, igual ao Pai e ao Filho. procedente deles, da mesma substncia (natureza) e igual em poder e glria. Ele foi enviado para aplicar a obra da salvao no corao dos eleitos (Jo 14.16-17, 25-26; Jo 16.7-11; Tt 3.5-6). 2 O Esprito Santo atua somente na obra da salvao? No. Ele opera tambm na sociedade em geral, restringindo o pecado, promovendo a justia, a paz, a verdade, a moralidade e o bem; dirige bnos naturais a todos os seres indistintamente, como alimento, chuva, sol, e prosperidade dentre outras. Esta a chamada Graa Comum, por ser o favor de Deus dirigido a todos os homens, porm no produz a Salvao (Mt 5.44-45; Gn 39.5; Sl 145.9; At 14.17; Lc 6.35-36; Rm 13.4; 2 Rs 10.29-31). 3 O que regenerao? o ato exclusivo e nico, instantneo, do Esprito Santo, pelo qual Ele implanta, interiormente, a nova vida no eleito (regenerao = novo nascimento). O homem natural morto em seus pecados; pela regenerao, o Esprito Santo lhe d vida espiritual, mudando a disposio da alma, preparando-a para receber o Reino de Deus, a salvao (Jo 3.3-8; Ef 2.1-5; Tt 3.5-6; 1 Co 2.12-15; At 16.14; 2 Co 5.15; Ez 36.26). 4 Porque a regenerao necessria para a salvao? Porque sem este novo nascimento, o homem continua morto em seus pecados, indisposto e incapaz de receber o Evangelho, inimigo do Reino de Deus. Pela regenerao sua resistncia quebrada, as barreiras so derrubadas e recebe nova vida, a qual o capacita a receber o Evangelho e ser salvo (Ez 36.26; Jo 3.3; Ez 11.19-20; 1 Co 2.10-16). 5 O que arrependimento? a obra operada pelo Esprito Santo no corao do pecador eleito, pela qual ele reconhece a total corrupo de sua natureza, sente profunda tristeza pelo seu pecado e decide abandon-lo, voltando-se para Deus, numa total transformao de sua existncia para adequar-se aos valores do Reino de Deus, o qual a exige (Mc 1.15; 2 Co 7.9-10; Lc 24.47; Rm 2.4; At 2.37-38; At 20.21; Ap 2.5; At 11.18; Ez 36.31).

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    A Natureza do Esprito Santo 1 - A PERSONALIDADE DO ESPIRITO SANTO O Espirito Santo uma Pessoa, distinta do Pai e do Filho, e no uma mera influncia, energia ou operao divina, e, portanto dotado de intelecto, emoo, autoconscincia e autodeterminao. a) Caractersticas Pessoais:

    Inteligncia (1 Co 2.10,11; Rm 8.27). Vontade (1 Co 12.11). Amor (Rm 15.30). Bondade (Ne 9.20). Tristeza (Ef 4.30; Is 63.10).

    b) Atos Pessoais:

    Ele perscruta (1 Co 2.10). Ele fala (Ap 2.7; Gl 4.6; Jo 15.26). Ele intercede (Rm 8.26). Ele ensina (Jo 14.26). Ele guia (Jo 16.12-14; Ne 9.20). Ele chama (At 13.2; 20.28).

    2 - A DIVINDADE DO ESPIRITO SANTO O Espirito Santo coeterno e consubstancial com o Pai e o Filho. a) Nomes Divinos:

    Deus (At 5.3,4). Senhor (2 Co 3.18).

    b) Atributos Divinos: Eternidade (Hb 9.14). Onipresena (Sl 139.7-10). Onipotncia (Lc 1.35). Oniscincia (1 Co 2.10,11).

    A Obra do Esprito Santo 1 - EM RELAO AO UNIVERSO MATERIAL Ele participou da obra da criao (Sl 33.6; J 33.4; 104.29,30).

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    2 - EM RELAO AOS HOMENS NO REGENERADOS a) Luta (Gn 6.3). b) Testifica (Jo 15.26; At 5.32). c) Convence (Jo 16.8-11). 3 - EM RELAO AOS CRENTES a) Regenera (Jo 3.3-6; 6.63; Tt 3.5; 1 Co 2.4; 3.6). b) Batiza (Jo 1.32-34; 1 Co 12.13; At 1.5). c) Habita (1 Co 3.16; 6.15-19; Rm 8.9). d) Sela (Ef 1.13,14; 4.30). e) Testifica (Rm 8.14,16). f) Fortalece (Ef 3.16). g) Enche (Ef 5.18-20). h) Liberta (Rm 8.2). i) Guia (Rm 8.14; At 8.27-29; 13.2,4). j) Ilumina (1 Co 2.12,14). l) Instrui (Jo 16.13,14). m) Capacita (1Ts 1.5; At 1.8; 1 Co 2.1-5). n) Produz Frutos (Gl 5.22,23; Fp 3.3; At 2.11). o) Intercede (Rm 8.26; Jd 20). 4 - EM RELAO A CRISTO a) Concebido pelo Espirito Santo (Lc 1.35). b) Ungido pelo Espirito Santo (At 10.38; Is 11.2; 61.1; Lc 4.14,18; Mt 12.17,18). c) Guiado pelo Espirito Santo (Mt 4.1). d) Cheio do Espirito Santo (Lc 4.1; Jo 3.34). e) Ministrio (Lc 4.14,18,19; Is 61.1). f) Sacrifcio (Hb 9.14). g) Ressurreio (Rm 8.11; Rm 1.4). h) Deu mandamentos pelo Espirito Santo (At 1.1,2). 5 - EM RELAO AS ESCRITURAS a) o Seu Autor (2 Pe 1.20,21; 2 Tm 3.16; 2 Pe 3.15,16; Jo 16.13). b) o Seu Intrprete (Ef 1.17; 1 Co 2.9-14; Jo 16.14-16 ; 2 Pe 1.20,21; 1 Jo 2. 20,27).

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    8 A Trindade Questes: 1 Quantas e quais so as pessoas na Divindade? Neste nico Ser Divino h trs Pessoas ou subsistncias individuais, ou seja, A Santssima Trindade: o Pai, o Filho e o Esprito Santo (Mt 3.16-17; 2 Co 13.13; Gn 1.1-13,26; Gn 11.7; Is 61.1; Jo 14.16-17; Lc 1.35; 1 Co 12.4-6; 1Pe 1.2). 2 Qual a relao entre as pessoas da Trindade? Este um grande mistrio para a mente humana: as trs pessoas, o Pai, o Filho e o Esprito Santo, coexistem em uma s divindade. So um s Deus da mesma essncia, substncia, poder e glria e, ainda assim, cada um tem personalidade distinta (Gl 1.1; Jo 1.18; 1 Jo 5.20; Sl 45.6; Hb 1.8; At 5.3-4; Jo 1.1; Is 9.6; 1 Co 2.10-11; Jo 10.30). 3 Quais so as propriedades pessoais das trs pessoas da Divindade? O Filho eternamente gerado do Pai (Jo 14.8-9; Jo 1.14,18; Hb 1.5-6; Jo 17.5) e o Esprito Santo procede do Pai e do Filho (Jo 14.16-17,26; Jo 15.26; Gl 4.6; 1 Co 2.12). 4 Existe uma distino na obra realizada por cada membro da Trindade? Sim. Existem diferentes operaes assumidas pela Triunidade. O Pai inicia a criao e a salvao; o Filho redime a criao (morreu para salv-la); o Esprito Santo regenera e santifica, aplicando a salvao vida dos crentes (Jn 2.9; Is 43.12; Rm 11.33-36). 5 - Qual a formulao histrica da Trindade? A formulao histrica da Trindade que Deus um em essncia e trs em pessoas. Embora tal frmula seja misteriosa, de maneira nenhuma contraditria. A unidade da Deidade afirmada em termos de essncia ou ser, enquanto que sua diversidade expressa em termos de pessoas. O Deus Trino A Bblia nos ensina que h somente um Deus, mas Ele subsiste em trs pessoas. A Doutrina da Trindade um mistrio. No podemos harmoniz-la com a lgica humana. Est alm de nossa compreenso. Mas podemos descrev-la, conforme ensinada nas Escrituras. O grande mistrio da Trindade est no fato de as trs pessoas ser apenas um Ser essencial espiritual, indivisvel e inalienvel, que comum ao Pai, ao Filho e ao

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    Esprito Santo. Eles tm em comum uma s inteligncia, um s poder, uma s vontade etc., que so infinitos quando dizemos que so pessoas distintas. Concluindo, a essncia divina est dividida em trs pessoas, mas est presente nas trs em igual proporo e intensidade; todas as pessoas da Trindade possuem todos os atributos divinos. O Pai Deus, o Filho Deus e o Esprito Santo Deus. As trs pessoas se distinguem por suas diferentes funes no plano redentor. 1 - AS FUNES DAS PESSOAS DA TRINDADE Existe tambm uma distino na obra realizada por cada membro da Trindade. Num sentido, a obra da salvao comum a todas as trs pessoas da Trindade. Mesmo assim, na maneira de atividade existem diferentes operaes assumidas pelo Pai, pelo Filho e pelo Esprito Santo, como vemos abaixo: Pai O Deus Pai revelado como o Esprito Infinito, o Criador, o Deus da Natureza. Ele inicia a criao e a redeno. Filho Cristo o eterno Filho de Deus que se fez homem por amor de ns, encarnando-se miraculosamente por obra do Esprito Santo no ventre da virgem Maria (Lc 1.35). Viveu uma vida de servo, sendo obediente at morte e morte de cruz (Fp 2.6-8), com a qual realizou um sacrifcio perfeito e nico em nosso favor (Hb 7.22-28). Ele ofereceu a si mesmo como vtima de propiciao pelos nossos pecados, reconciliando-nos com o Pai (2 Co 5.19). Depois de permanecer trs dias sob o poder da morte, ressuscitou e, tendo ficado quarenta dias com os seus discpulos (At 1.3), subiu aos cus (At 1.9), onde est direita de Deus intercedendo por ns. O Filho redime a criao. Esprito Santo O Esprito Santo a terceira pessoa da Trindade. o Esprito da Verdade, o outro Consolador prometido por Cristo, o Santificador de nossas almas (Jo 14.16,17). por meio do Esprito que Cristo realiza a sua presena com o seu povo, segundo a promessa: Eis que estou convosco todos os dias at consumao dos sculos (Mt 28.20). O Esprito Santo regenera e santifica, aplicando a redeno aos crentes. 2 - AFIRMAES BBLICAS na Bblia que encontramos os argumentos para descrever essa doutrina, ainda que no possamos compreend-la totalmente. No Batismo de Jesus houve a manifestao das trs pessoas: o Filho sendo batizado, recebeu o

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    Esprito que desceu sobre Ele de uma maneira visvel, e o Pai disse: Este meu Filho amado em quem me comprazo (Mt 3.13-17); Jesus ordena o Batismo em nome da Trindade (Mt 28.19); a Igreja usou uma bno trinitariana (2 Co 13.13); etc. 3 - IMPORTNCIA DA DOUTRINA DA TRINDADE Devemos dar uma enorme importncia doutrina da Trindade, porque ela est no corao da teologia crist e no cerne da nossa redeno. Se no h Trindade, no h encarnao; e se no h encarnao do Verbo, a expiao torna-se apenas uma apresentao teatral sem qualquer significado para ns. O assunto da justificao pelo sangue de Cristo ficaria totalmente prejudicado. Nossas culpas continuariam conosco, ainda estaramos com dvida por pagar, porque um homem simplesmente no pode levar a culpa de homens, morrendo na cruz, sem condies de ressuscitar pelo seu prprio poder. O objeto da nossa f, Jesus Cristo, seria apenas um homem, nada mais. Somente a doutrina da Trindade que faz com que vejamos em Cristo o Verbo encarnado, o Redentor, o Deus-homem.

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    9 A Igreja Questes: 1 O que a Igreja? Temos duas igrejas, a visvel e a invisvel: A Igreja invisvel no uma denominao religiosa, trata-se do corpo de Cristo, sendo Ele o cabea, ou seja, aqueles que independentemente de denominao, creram em Jesus Cristo como seu nico Salvador ou ainda crero (Ef 1.22-23; Cl 1.18; 1Co 12.27). A igreja visvel a reunio dos santos, onde juntos crescem no conhecimento, na comunho, na santidade e na adorao exercendo seus ministrios e dons, para proclamao do Reino. Atravs dela Deus se manifesta ao mundo (At 2.42,46-47). 2 Qual a misso da Igreja? A misso da igreja divide-se em trs caractersticas, que so: a) Proclamao - Que consiste em proclamar a Palavra de Deus aos homens, ou seja, anunciar a Salvao garantida por Jesus Cristo na cruz do Calvrio. Esta mensagem deve ser proclamada em todo o mundo (Mt 28.18; Mt 24.14; Mc 13.10 e Mc 16.15). b) Ensino - Que consiste agora em ensinar toda a Vontade de Deus revelada aos que foram atingidos pela proclamao do Evangelho de Jesus Cristo. Nossa realidade deve ser pensada, criticada e reflexionada com base na Palavra de Deus (At 20.26-27; Mt 28.19-20). c) Servio - Significa que fomos chamados para servir, ou seja, atender queles que passam por qualquer tipo de necessidade ou sofrimento, desenvolvendo ou apoiando qualquer situao legtima, lutando pela melhoria de vida do ser humano, denunciando qualquer tipo de injustia que fira os princpios da Palavra de Deus ( Gl 2.10; Tg 2.14-26; 1 Jo 3.16-18). 3 Quando que a Igreja se mostra comprometida com o Reino de Deus? Quando ela cumpre fielmente esta trplice misso no mundo, ou seja, todo o crente deve estar envolvido com esta misso sem exceo, para descobrir os seus dons, desenvolve-los e aplica-los em alguma rea especfica no Reino de Deus (Rm 12.3-8; Ef 4.11-16).

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    A Igreja de Cristo A Igreja uma palavra que vem do grego, e nesta lngua significa assembleia, multido, ajuntamento popular. Qualquer grupo que se reunisse para tratar dos mais diversos fins era, para os gregos, uma igreja (ekklesia). Os tradutores da Bblia passaram a usar esta palavra com um sentido religioso, para designar uma assembleia ou reunio de pessoas que se congregavam para prestar culto a Deus. com este sentido que ela aparece no Antigo Testamento. 1 - DIVERSIDADE DE SENTIDOS A palavra Igreja, na linguagem religiosa, passou, com o tempo, a ser usada em vrios sentidos, tais como: igreja visvel e igreja invisvel; igreja militante e igreja triunfante; igreja catlica ou universal e igreja local ou particular; igreja como credo (igreja romana, igreja ortodoxa, igreja reformada ou protestante); seitas ou denominaes (presbiteriana, metodista, batista, etc.); e naturalmente, o prprio edifcio onde se congregam os fiis. 2 - IGREJA DE CRISTO H duas maneiras de definir a Igreja de Cristo. A primeira afirma que ela a companhia dos eleitos que so chamados pelo Esprito de Deus ou, de maneira mais simples a comunidade dos santos, que a igreja invisvel. A segunda a define como a comunidade dos que professam a verdadeira religio, juntamente com seus filhos, que a igreja visvel. importante lembrar que somente aqueles que pertencem a Igreja Invisvel, as quais Deus conhece, so salvos. 3 - OS ATRIBUTOS DA IGREJA a) Unidade Consiste na unio espiritual de todos os crentes. Distingue-se da unio orgnica. em virtude da unio espiritual que os crentes formam o corpo mstico de Cristo, de acordo com as seguintes palavras de Paulo: Ora, vs sois o corpo de Cristo, e, individualmente, membros uns dos outros (1 Co 12.27). Em virtude dos pecados e da fraqueza do homem, essa unidade no se tem manifestado objetivamente, conforme a vontade expressa de Cristo na orao sacerdotal: A fim de que todos sejam um; e como s tu, Pai, em mim, e eu em ti, tambm sejam eles em ns; para que o mundo creia que tu me enviaste (Jo 17.21).

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    b) Santidade O sentido bsico da palavra santidade separado. Santo aquele que foi separado do mundo por Deus, para servi-lo no mundo. O sentido primrio da palavra, portanto, no moralista, mas indica a relao com Deus e propsito de servi-lo. c) Universalidade (ou catolicidade) A igreja de Cristo universal porque inclui todos os crentes, de todas as partes da terra. Cristo ordenou que o evangelho fosse pregado a todo o mundo, para fazer discpulos em todas as naes. O mbito da mensagem universal e o seu propsito congregar, num s corpo, todos os que creem, em qualquer tempo ou lugar. 4 - AS MARCAS CARACTERSTICAS DA IGREJA Estas marcas pertencem igreja visvel e servem para distinguir a verdadeira igreja da falsa. Os reformadores, geralmente concordam em apontar estas trs marcas caractersticas: a) O verdadeiro ensino da Palavra de Deus A importncia dessa marca pode ser apreciada em textos como os seguintes: Se vs permanecerdes nas minhas palavras, sois verdadeiramente meus discpulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertar (Jo 8.31,31); Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela no permanece, no tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem assim o Pai, como o Filho (2 Jo 9). A pregao deve ser fiel s verdades fundamentais da Palavra de Deus e exercem influncia controladora na f e na vida prtica do crente. b) Administrao correta dos Sacramentos Os sacramentos (Batismo e Santa Ceia) so inseparveis da Palavra de Deus. Devem ser administrados pelo Ministro da Palavra e destinam-se aos crentes e aos seus filhos. Textos esclarecedores: Ide por todo o mundo e fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Esprito Santo (Mt 28.19); E perseveraram na doutrina dos apstolos, na comunho do partir do po e nas oraes (At 2.42). c) O Exerccio fiel da Disciplina Essa marca essencial para manter a pureza da doutrina e dos sacramentos, bem como testemunho dos membros da Igreja. A Palavra de Deus insiste na disciplina propriamente aplicada, em textos como os seguintes: Em verdade vos digo, que tudo o que ligardes na terra ter sido ligado nos cus, e tudo que desligardes na

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    terra ter sido desligado nos cus (Mt 18.18); ... expulsai, pois, de entre vs o malfeitor (1 Co 5.13), neste texto Paulo refere-se a um crente de conduta impura na igreja de Corinto. Pelo que ficou exposto, vimos que a Igreja de Cristo o seu corpo mstico e que os crentes so individualmente membros deste corpo. Nela foi feita a condutora da obra de Redentora de Cristo, a partir do momento em que Ele subiu aos cus, aps a ressurreio. Todo crente tem o privilgio de ser participante desta obra, como membro da comunidade dos salvos pela graa de Deus. E todos os salvos so unidos igreja pelo Esprito Santo. Por isso, h um sentido em que se torna exata a afirmao: Fora da igreja no h salvao!.

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    10 Os Sacramentos Questes: 1 O que sacramento, e quais so? uma ordenana sagrada instituda por Deus para representar, por meio de sinais visveis, a graa espiritual da salvao e todas as bnos dela decorrentes, comunicadas queles que dela participam. Os sacramentos so: o Batismo e a Santa Ceia (Mt 28.19; Lc 22.19-20; 1 Co 11.23-26). 2 Por que o Batismo um meio de graa? Porque no Batismo, tendo a gua como sinal visvel, representando a purificao espiritual, o batizando admitido na Igreja visvel, unido a Cristo e torna-se participante das bnos da salvao (At 2.38-41; Rm 6.3-4). 3 O que se exige da pessoa para ser batizada? No caso de adultos, exige-se f em Jesus Cristo como Salvador e disposio em obedec-lo. No caso de crianas, necessrio ter os pais, ou um deles, crentes (At 8.36-38; At 2.38; 1 Co 7.14). 4 correto batizar crianas? Sim. O batismo substitui a circunciso como selo e sinal de participao no Pacto (Gl 5.2-7; Cl 2.11-12); o Pacto foi feito com Abrao e sua descendncia, e toda criana estava includa nele, devendo ser circuncidada (Gn 17.7-14; Dt 29.9-15); o Pacto no foi anulado, antes foi confirmado e feito novo (Gl 3.17,18,29; Hb 6.13-20; Rm 4.11-18); os filhos dos cristos so participantes do Pacto e desfrutam de suas bnos (At 2.38,39; Mc 10.13-16; 1 Co 7.14). Alm do mais, h fortes evidncias de batismos infantis na Igreja Primitiva (At 16.14-15, 31-33) e no h qualquer proibio a esta prtica. 5 - O que Ceia do Senhor? um sacramento institudo por Cristo, no qual o po e o vinho so os sinais visveis, representando, respectivamente o corpo e o sangue de Jesus, entregue na cruz do Calvrio. A Ceia do Senhor o smbolo mximo da salvao dos eleitos; em sua celebrao so comemoradas a morte e ressurreio de nosso Senhor. S participam da Ceia aqueles que professaram publicamente sua f em Jesus (1 Co 11.26; Lc 22.19; Jo 6.50-59 ).

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    Os Dois Sacramentos 1 - O BATISMO a) As Formas de Batismo: A igreja de Cristo reconhece trs formas de administrao do batismo: a asperso, a imerso e a efuso. Na asperso, a gua borrifada ou aspergida sobre a cabea do batizando; na imerso, como a palavra sugere, o batizando mergulhado na gua; e na efuso, derrama-se sobre a cabea do batizando um vazo dgua. A Igreja Presbiteriana considera as trs formas igualmente vlidas, mas prefere a asperso. b) Porque Batizamos por Asperso? A Igreja Presbiteriana sempre adotou a asperso como forma preferida de batismo. Divergimos do exclusivismo dos imersionistas apoiados, entre outros, nos seguintes argumentos:

    O batismo com gua apenas um smbolo: A quantidade de lquido usado na sua administrao no altera a validade do sacramento.

    O significado da palavra batismo: No decisivo para se afirmar que a imerso a nica forma vlida desse sacramento. Em Mt 15.2; Mc 7.1-5 e Lc 11.37-39, a palavra grega batismo (baptizo) empregada para designar a lavagem das mos, de copos, jarros de metal e camas. Tal ato era realizado mediante o derramamento de gua, como se pode depreender de 2 Rs 3.11.

    O batismo com gua e com o Esprito: A batismo com gua simboliza o batismo com o Esprito Santo em forma de derramamento: Derramarei o meu Esprito sobre toda a carne (Jl 2. 28,29; At 2. 17). No Pentecoste o Esprito Santo desceu sob forma de lnguas de fogo, isto , em forma de asperso (At 2.1-4).

    O batismo de Saulo: O batismo de Saulo na casa de Ananias, no poderia obviamente, ter sido aplicado na forma de imerso (At 9.18), bem como o batismo do carcereiro de Filipos e de todos os seus, as altas horas da noite (At 16.33). H outros exemplos no livro de Atos, com relao aos quais, este argumento igualmente vlido.

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    c) Por que Batizamos Crianas? O batismo de crianas outro ponto de divergncia entre os presbiterianos e os imersionistas. Para ns h vrios argumentos slidos que justificam o batismo de crianas, entre os quais mencionamos os seguintes:

    As Crianas e o Pacto do Antigo Testamento: As crianas sempre fizeram parte integrante da famlia de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento: Essa a aliana que estabelecerei entre mim e vs, e a tua descendncia: todo macho entre vs ser circuncidado. Circuncidarei a carne de vosso prepcio: ser isso por sinal de aliana entre mim e vs (Gn 17. 10,11). Porque a promessa para vs e para vossos filhos (At 2. 39). Se a igreja no Antigo Testamento admitiu crianas, no podemos exclu-las, no Novo Testamento, negando-lhes o batismo.

    Batismo e circunciso: Nas palavras de Paulo, em Cl 2. 11,12, o batismo a circunciso de Cristo. Estes dois ritos circunciso e batismo tem o mesmo propsito, a saber, a iniciao na igreja de Deus. Ora a criana judia era circuncidada no oitavo dia, depois do nascimento. Nada h que possa impedir procedimento idntico, que a aplicao do batismo s crianas na igreja de Cristo.

    Batismo de famlias inteiras: No Novo Testamento, h vrias referncias a batismos de famlias inteiras. mais natural concluir que nessas famlias houvesse crianas, que teriam recebido tambm o batismo (At 16. 15, 33; 18.8). 2 - A SANTA CEIA a) A Instituio Da Ceia Do Senhor H quatro narrativas distintas da instituio da Ceia do Senhor (Mt 26. 26-29, Mc 14. 22-25, Lc 22. 19-20 e 1Co 11. 23-25). Assim como a Pscoa representava no Antigo Testamento a libertao dos judeus do cativeiro egpcio, assim a Santa Ceia, no Novo Testamento simboliza a nossa libertao do poder do pecado, mediante o sacrifcio de Cristo. O po partido e o vinho simbolizam o corpo quebrantado do Senhor e o seu sangue derramado. O comer e o beber materialmente destes elementos so indicados da apropriao espiritual do corpo e sangue do Senhor, isto , dos frutos do sacrifcio de Jesus Cristo na cruz, e so um memorial

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    constante da obra redentora do Senhor at o grande dia de Sua vinda (Lc 23. 19). b) As Pessoas a quem se Destina a Ceia do Senhor A Ceia do Senhor no foi instituda para todos indiscriminadamente, mas s para os que podem conscientemente exercer a f, e podem examinar-se a si mesmos quanto compreenso correta da significao espiritual da Ceia do Senhor. Isto significa que as crianas que ainda no atingiram a idade da compreenso no esto aptas a participar deste sacramento. E at os verdadeiros crentes tem o direito de participar dele s quando sua conduta no est em flagrante oposio sua profisso. Por isso o apstolo Paulo insiste na necessidade do autoexame (1Co 11. 28-32). Os nos crentes naturalmente esto excludos da mesa do Senhor, e os que se declaram cristos no podem ser admitidos a ela se consciente e persistentemente se afastam da verdade ou levam vidas ofensivas.

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    11 A Orao e o Dzimo Questes: 1 O que orao? Orao uma conversa do salvo com Deus, uma audincia do sdito do Reino com o seu Rei, na qual ele O adora e intercede por si mesmo e por outros, deixando todos os seus cuidados nas mos soberanas dEle. 2 Todo cristo deve orar diariamente? A Bblia exorta todo cristo a ser perseverante na orao; o sdito do Reino de Deus deve estar constantemente diante do trono do seu Rei. Cristo que no ora, no verdadeiro cristo (Mc 14.38; 1Ts 5.17; Rm 12.12; Lc 11.1; Lc 18.1; Jd 20; Cl 4.2). 3 Por que a orao um meio de graa? A orao um meio de graa porque revela e desenvolve o senso de dependncia de Deus, coloca o salvo em ntima comunho com Ele ao ador-lo reverente e reconhecer que toda a sua vida est nas mos dele, traz sobre o cristo as bnos que ele necessita, as quais j esto preparadas de antemo conforme a vontade soberana de Deus; prepara o esprito para a luta no servio a Deus no mundo (1 Jo 5.14; Mt 6.5-8; Ef 6.10-18; Mt 26.41; Fp 4.6). 4 Por que devemos entregar o Dzimo? Qualquer instituio necessita de recursos financeiros para funcionar e a igreja no uma exceo. A congregao de Israel precisava de recursos para manter o santurio e sustentar os levitas. A igreja necessita de recursos para manter o templo e suas instituies e para sustentar aqueles que se dedicam ao seu servio. Por isso Deus requer de seu povo o dzimo e as ofertas (Ml 3.8-10; Gn 14.20; Gn 28.18-22; Lv 27.30; Nm 18.21; 1 Co 9.13,14; 2 Co 8.1,2; Mt 10.42). A Exigncia de Deus O Dzimo A maior polmica sobre as finanas repousa sobre a questo do dzimo. Afinal de contas devemos ou no dar o dzimo de nossos bens? Para que serve o dzimo? Como tem sido administrado este dinheiro? O grande dilema descobrir se devemos ou no entregar o dzimo.

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    1 O DZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO: Abrao foi o primeiro crente a dar o dzimo, muito antes de ser instituda lei do dzimo (Gn 14.20), foi imitado por Jac, seu neto (Gn 28.18-22). Quando a lei foi outorgada por meio de Moiss, o dzimo foi incorporado legislao. a) Os dzimos do Senhor: (Lv 27.30-34) O Senhor foi quem exigiu que entregasse de tudo quanto se produzisse o dzimo, a dcima parte, tanto dos cereais, produtos de rvores, vegetais, todos; destes podia-se resgatar alguma coisa quando 20 % a mais do seu valor; dos animais nada se podia resgatar, tudo que fosse marcado para o Senhor devia ser entregue, independente se fossem animais bons ou ruins. O dzimo era uma obrigao e no uma opo para o povo de Deus. b) Os dzimos sustentavam os levitas: (Nm 18.21) A Tribo de Levi foi separada por Deus para ministrar no tabernculo, no receberam terras por herana, mas receberam os dzimos para o seu sustento. Os dzimos eram o pagamento pelos servios prestados no Templo. Os levitas deviam dar o seu dzimo aos sacerdotes. c) A festa dos dzimos: (Dt 14.22-29) O texto faz referncia a uma grande festa que era realizada na entrega dos dzimos, esta festa deveria ser realizada no santurio central, lugar que Deus determinasse. No sabemos quanto dos dzimos era consumido ali, mas a nfase recai sobre a importncia de expressar a gratido a Deus em uma celebrao familiar. d) A assistncia aos necessitados: (Dt 26.12,13) Trienalmente os dzimos eram armazenados nas cidades de origem e serviam para o socorro dos necessitados, estrangeiros, rfos e vivas. 2 O DZIMO NO NOVO TESTAMENTO: No Novo Testamento pouco se fala sobre o dzimo, com exceo da clssica passagem de Mt 23.23, onde Jesus no enfatizou ou acrescentou nada ao Ensino do Antigo Testamento. No Novo Testamento a questo do dzimo parece perder a sua fora, no porque o crente no deve contribuir, mas porque agora nos requerido mais do que atitudes rituais. Deus quer toda a nossa vida, no apenas partes dela como faziam os religiosos da poca de Jesus. No Novo Testamento h muita nfase sobre ofertas, estas que so muito defendidas e reclamadas. Vejamos:

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    a) O sustento de Jesus e dos discpulos: (Lc 8.1-3; Mt 10.9-10) Durante o seu ministrio, Jesus recebeu ofertas daqueles que o seguiam e estimulou os seus discpulos a se sustentarem de seu trabalho de evangelizao pelas vilas da Palestina. b) O sustento de Paulo e outros obreiros: (1 Co 9.11,13,14; 2 Co 7-9; 1 Tm 5.17,18; Fp 4.15,16) O apstolo Paulo sempre contou com o apoio financeiro das igrejas por onde passou. A igreja de Antioquia da Sria foi a grande patrocinadora das viagens missionrias do apstolo. As ofertas levantadas nas igrejas eram o meio de sustento dos apstolos, evangelistas e presbteros (pastores). Paulo afirma enfaticamente que aqueles que labutam na obra do Senhor devem ter nela o seu sustento. c) A assistncia aos santos: (At 11.29-30; 2 Co 8.13-15; 1 Tm 5.16) Ofertas eram levantadas com vistas ao suprimento das necessidades urgentes dos irmos menos favorecidos, dos carentes. A igreja sempre esteve atenta a estas necessidades e correu no sentido de supri-las. As ofertas eram destinadas para este fim tambm. Entendemos que a firmao do Senhor Jesus sobre os dzimos mais do que suficiente para que usemos esta prtica de contribuio nas igrejas de Jesus. Entretanto, assim como no Antigo Testamento, contribuir com o dzimo apenas se desincumbir de uma obrigao, o Senhor sempre espera que vamos alm, que entendamos que mais que uma obrigao, contribuir com o seu Reino um privilgio e o objetivo primeiro de todo discpulo (Mt 6.33), assim cumpre-nos ser abundantes em nossas contribuies.

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    12 Fim dos Tempos Questes: 1 Quais os sinais que precedero a Segunda Vinda de Cristo? A Segunda Vinda de Cristo ser precedida pela pregao do Evangelho a todas as naes, pela grande apostasia, grande tribulao, pelo aparecimento do Anticristo, por terremotos, fomes e guerras. Muitos desses sinais tm estado presentes desde os primrdios da histria; contudo sero intensificados nos ltimos dias. Estes so os chamados Sinais dos Tempos (Mt 24.3-31; 2 Ts2.1-12; 2 Tm 3.1-9). No possvel definir a ordem cronolgica destes sinais, eles podem ocorrer concomitantemente. 2 Como so chamadas as correntes de interpretao mil anos de Apocalipse 20? As quatro principais interpretaes so chamadas: Pr-Milenismo Dispensacionalista, Pr-Milenismo Histrico, Ps-Milenismo e Amilenismo. Como este curso visa uma orientao bsica, estudaremos no momento apenas o Amilenismo, as outras interpretaes sero estudadas detalhadamente em um prximo curso de doutrinas. 3 O que Amilenismo? O Amilenismo defende que os mil anos de Apocalipse 20 no podem ser entendidos literalmente, nem como um reinado visvel e terreno de Cristo antes do fim. O milnio refere-se ao perodo que vai desde a primeira at a Segunda Vinda de Cristo; neste milnio, as almas dos salvos vivem e reinam com Jesus no cu, enquanto as almas dos mpios no vivem, nem reinam, com Ele (Ap 20.4-6); Satans est preso, no podendo impedir a pregao nem desenvolvimento do Evangelho; sua priso se deu quando Jesus veio pela primeira vez e o derrotou (Ap 20.1-3; Jo 12.31-32; Lc 10.17-18; Mt 12.29). No final deste milnio ele ser solto; ento aparecer o Anticristo e vir a grande tribulao seguida pelo imediato retorno de Cristo, que destruir Satans, e pela ressurreio simultnea dos salvos e dos mpios para julgamento (Ap 20.7-15); os salvos reinaro eternamente com Cristo na nova terra, onde no haver sofrimento, nem qualquer corrupo ou oposio a Cristo. Esta a posio mais coerente com o ensino todo da Bblia.

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    4 O que acontecer aps a Segunda Vinda de Cristo? Quando Cristo aparecer nas nuvens com seus anjos (ser repentina, nica, pessoal e visvel) haver a ressurreio geral dos mortos, tanto dos justos quanto dos injustos (Jo 5.28-29; At 24.15; Dn 12.2; Ap 20.11-15); os justos ressuscitados, bem como os vivos, tero seus corpos transformados e glorificados, subiro para encontrar-se com Cristo nas nuvens e descero imediatamente com Ele Terra (Jo 6.39-40,44; 1 Co 15.21-58; Fp 3.20-21; 1 Ts 4.13-18). Satans, o Anticristo e os seus seguidores sero definitivamente derrotados (Ap 16.12-16; Ap 20.7-10); segue-se o juzo final e o estabelecimento dos novos cus e nova Terra. 5 Como se dar o juzo final? Todos os homens e anjos devero comparecer diante do tribunal de Cristo para serem julgados (Mt 25.31-33; At 17.31; 2 Co 5.10; Rm 14.10-12; Rm 2.16; Jd 6; 2 Pe 2.4; AP 20.11-15); neste juzo final ser dada a sentena de cada ser, vida eterna ou sofrimento eterno, de acordo com suas obras, tendo com base a vontade de Deus revelada nas Escrituras e a obra de Cristo (Mt 12.36-37; Mt 25.34-46; 2 Co 5.10; Ap 20.13; Jo 3.18,36; Jo 5.24; Rm 8.1; Rm 2.12; Lc 12.47-48; 1 Co 13.10-15). O propsito maior deste juzo manifestar a glria de Deus. Os Mil Anos de Apocalipse 20 1 - PR-MILENISMO HISTRICO a) Fim dos Tempos

    Aparecimento do Anticristo (Mt 24; Ap 13) Aparecimento do Falso Profeta Grande Tribulao Batalha do Armagedon

    b) Segunda Volta de Cristo

    Cristo volta para destruir seus inimigos e reinar (Ap 19:1ss) Destri o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 19:20)

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    c) Milnio Satans preso por mil anos para no enganar as naes (Ap 20:1,2) Segue-se a 1 ressurreio dos salvos (Ap 20:4,5 comp. com Ap 2:8 e

    13:3,14 e I Co 15:23-26) Jesus reina na Terra por mil anos literais com seus sditos (Ap 20:4-5) Haver converso em massa dos judeus (pela Graa, mediante a F) Cristo ainda ser resistido

    d) Juzo Final

    Satans solto no final dos mil anos (Ap 20:7) Satans rene todos os que no aceitaram a Jesus para lutar contra ele

    (Ap 20:8) Jesus vence a batalha e destri todos os seus inimigos (Ap 20:9-10) Satans lanado no inferno Acontece a 2 ressurreio, desta vez de todos os mortos (Ap 20:11-15) O julgamento feito (Ap 20:13) A morte "destruda" (Ap 20:14) Os incrdulos so condenados ao inferno (Ap 20:15) So estabelecidos novos cus e nova terra (Ap 21)

    2 - PS - MILENISMO a) Milnio

    Milnio no um perodo de mil anos literais (Ap 20:1-6). Corresponde a um perodo entre a 1 e a 2 vindas de Cristo. Neste perodo, Satans est preso, no podendo impedir a pregao do

    Evangelho. Evangelho ser pregado a todo o mundo e aceito pela maioria das

    pessoas. b) Fim dos Tempos

    Judeus e gentios se convertero em massa. Evangelho impregnar todo o mundo (Mt 28:18-20; Mt 16:18; Nm 14:21;

    Is 2:2-4; Jr 31:31-34). Haver paz e justia mundiais. Haver grande avano das cincias. Haver prosperidade e vida tranqila.

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    No existir o anticristo, nem a grande tribulao; so fatos j ocorridos no incio da era crist (Mt 24). c) Juzo Final

    No final deste milnio, Cristo volta. Satans solto (Ap 20:7ss). Jesus Cristo destruir Satans e seus sditos. Os mortos ressuscitaro. Haver o grande julgamento. Os incrdulos sero lanados no inferno. Os salvos reinaro com Cristo eternamente nos novos cus e nova Terra.

    3 - AMILENISMO a) Ministrio de Cristo Incio do Milnio

    Os mil anos de Ap 20:1-6 no so mil anos literais. Milnio um perodo indeterminado de tempo entre a 1 e 2 vindas de

    Cristo. Neste perodo, Satans est preso, no sentido de no poder impedir a

    pregao do evangelho.

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    13 Profisso de F Questes: 1 - O que Profisso de F? a declarao pblica (diante de Deus, da Igreja e demais pessoas) que o cristo faz de sua f em relao, principalmente, a Deus, Jesus Cristo, Esprito Santo e Bblia Sagrada. 2 - Porque fazer pblica Profisso de F? Uma vez que a pessoa tenha crido em Jesus como seu salvador, que esteja disposta a segu-lo, ela no deve ficar fora da comunho da Igreja visvel e nem deixar de participar da Ceia do Senhor. A profisso de f lhe permite participar das duas. exigida a profisso de f por que, diante de tantas doutrinas falsas que so ensinadas, contrrias Palavra de Deus, necessrio que o cristo saiba e declare exatamente qual o contedo de sua f. 3 - Quem deve professar a f? Deve professar a f quem: a) Tem certeza de sua salvao, tendo j crido em Jesus Cristo como seu Salvador. b) Est disposto a segu-lo, obedecendo Bblia Sagrada. c) J conhece e compreende os princpios bsicos da f crist. d) No seja membro de nenhuma outra Igreja genuinamente evanglica. 4 - Quem deve professar a f e ser batizado? Quem se enquadra nas condies da resposta anterior e ainda no foi batizado em alguma Igreja evanglica. 5 - Quais so os direitos dos membros da Igreja que professam a sua f? a) Participar da Ceia do Senhor. b) Votar e ser votado para cargos de liderana da Igreja. c) Votar nas Assembleias ordinrias e extraordinrias da Igreja, tendo participao ativa na vida eclesistica.

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    6 - Quais so os deveres dos membros da Igreja que professam a sua f? Conforme artigo 14 da Constituio da Igreja Presbiteriana do Brasil (CI/IPB): a) Viver de acordo com a doutrina e prtica da Escritura Sagrada. b) Honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra. c) Sustentar a Igreja e as suas instituies, moral e financeiramente. d) Obedecer s autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiis s Sagradas Escrituras. e) Participar dos trabalhos e reunies da sua Igreja, inclusive assembleias. 7 - Qual a idade mnima para professar a f? No existe uma definio exata quanto idade mnima para se professar a f. Independente da idade, a pessoa deve satisfazer as exigncias acima descritas. comum receber pessoas a partir dos 12 anos de idade.

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    14 Bibliografia BERKHOF, Louis. Teologia Sistemtica. 4 ed. Campinas/SP: Editora Luz para o Caminho,1996. 791 p. BRAGA, Ludgero. Bases da F Crist. 8 ed. So Paulo: Editora Cultura Crist, 1998. Em 3 cadernos. CAMPOS, Heber Carlos de. O Ser de Deus. So Paulo: Editora Cultura Crist, 1999. 416 p. HODGE, A. A. Confisso de F Westminster Comentada. So Paulo: Editora Os Puritanos,1999. 596 p. DUTRA, Adailton C. de Assis. Apostila Doutrina em Questo. Mendes Pimentel/SP, 1992. 58 p. NASCIMENTO, Ado Carlos. Curso para Catecmenos. Santa Brbara dOeste/SP: SOCEP, 1993. 134 p. SILVA, Agnaldo. Apostila Curso de Doutrinas Bsicas. Barra do Garas/MT, 1998. 39 p. SPROUL, R. C. Verdades Essenciais da F Crist. So Paulo: Editora Cultura

    Crist, 1999. Em 3 cadernos./


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