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Comentario Biblico Atos Antigo Testamento - John H Walton Victor H Matthews Mark W Chavalas

Date post: 07-Aug-2015
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  1. 1. ....................
  2. 2. C O M E N T R I O B B L ANTIGO TESTAMENTO : V i c t o r Hh t t h e w s Mf l S KC h a v h l b s - .. .. :
  3. 3. Walton, John H 1952- Comentrio bblico Atos: Antigo Testamento /John H. Walton, Victor H. Matthews, Mark W. Chavalas; [tradutorNoemi ValriaAlto]. - Belo Horizonte: EditoraAtos, 2003. Ttulo original: The IVP Bible background commentary: Old Testament. Bibliografia. ISBN 85-7607-025-1 1. Bblia. A.T. - Comentrios I. Matthews, Victor H. n. Chavalas, Mark W. HI. Ttulo. _ ndices para catlogo sistemtico: 1. AntigoTestamento: Bblia: Comentrios 221.7 2. Comentrios:AntigoTestamento: Bblia 221.7 Comentrio Bblico Atos Antigo Testamento Copyright 2003 Editora Atos Traduo de The IVP Bible Background Commentary:, Copyright 2000 por John H. Walton, Victor . The IVP Bible Background Commente , Walton e Victor H. Matthews Noemi Valria Alto da $ij Superviso dt Walkyria Freitar* Reviso (' { We) Nems Lima ncev 'de Castro Filho 'ayfe Vilas Boas ent e Mark W Chavalas 1euteronomy 1997 por John H. Projeto grfico Rodrigo Ortega Julio Carvalho Editora Atos Ltda. (11) 33123330 CaixaPostal402 30161-970 Belo Horizonte MG www. editoraatos. com. br
  4. 4. Sumrio Prefcio da edio em ingls ..................................................................................................................... 7 Referncias bibliogrficas..................................................................................................................... 11 Pentateuco: Introduo ....................................................................................................................... 21 GNESIS .............................................................................................................................................. 27 A mitologia do Antigo Oriente Prximo e o Antigo Testamento ................................................ 30 Relatos diluvianos do Antigo Oriente Prximo ............................................................................ 36 A religio de A brao......................................................................................................................... 45 Principais rotas de comrcio no Antigo Oriente Prximo ........................................................... 70 XODO ................................................................................................................................................ 77 A data do xodo ............................................................................................................................... 86 M apa.................................................................................................................................................. 87 LEVTICO ............................................................................................................................................. 121 NMEROS ...........................................................................................................................................147 DEUTERONMIO..............................................................................................................................175 A aliana e os tratados no Antigo Oriente Prximo...................................................................... 178 Livros Histricos: Introduo.............................................................................................................215 JOSU ................................................................................................................................................... 219 Informaes egpcias acerca de Cana e Israel ...............................................................................223 M apa................................................................................................................................................... 231 JUZES ................................................................................................................................................... 249 Contexto poltico na Idade do Ferro Antiga ...................................................................................269 RUTE .....................................................................................................................................................285 1 SAMUEL.............................................................................................................................................291 2 SAM UEL.............................................................................................................................................333 IR E IS .....................................................................................................................................................367 2 R E IS .....................................................................................................................................................397 As campanhas de Tiglate-Pilese III no Ocidente, 734-732 .........................................................415 1 CRNICAS ......................................................................................................................................425 Significado das genealogias no perodo Ps-Exlio ........................................................................425 2 CRNICAS ......................................................................................................................................433 As inscries de Senaqueribe ........................................................................................................467 L qu is.................................................................................................................................................468 ESDRAS.................................................................................................................................................473 NEEMLAS ............................................................................................................................................ 487 ESTER ...................................................................................................................................................499 Herdoto ............................................................................................................................................ 500
  5. 5. Livros Poticos e de Sabedoria: Introduo....................................................................................507 J .............................................................................................................................................................511 O princpio da retribuio ............................................................................................................... 513 Salm os..................................................................................................................................................529 Conceitos com uns.............................................................................................................................. 529 Metforas comuns de Deus ............................................................................................................. 533 SALMOS ............................................................................................................................................... 539 PROVRBIOS .......................................................................................................................................579 Repercusso dos provrbios no Antigo Oriente Prximo ............................................................580 Como os provrbios eram usados .................................................................................................... 582 Provrbios como princpios gerais .................................................................................................. 583 ECLESIASTES.......................................................................................................................................591 CNTICO DOS CNTICOS ...........................................................................................................597 Metfora da sexualidade ................................................................................................................... 598 Livros Profticos: Introduo............................................................................................................. 603 ISAAS ....................................................................................................................................................605 Crenas na vida aps a morte em Israel e no Antigo Oriente Prximo ...................................... 625 JEREMIAS ............................................................................................................................................. 663 Selos e bulas .......................................................................................................................................668 LAMENTAES DE JEREMIAS .................................................................................................... 707 Lamentos pela queda de cidades no mundo antigo.........................................................................708 EZEQUIEL............................................................................................................................................. 711 DANIEL..................................................................................................................................................751 O apocalipse acadiano ........................................................................................................................769 OSIAS ..................................................................................................................................................775 JO E L ........................................................................................................................................................785 O dia do Senhor ................................................................................................................................ 785 AMS ....................................................................................................................................................789 Mudanas econmicas e classes sociais em Israel no oitavo sculo .............................................792 OBADIAS .............................................................................................................................................801 JONAS ....................................................................................................................................................803 MIQUIAS ...........................................................................................................................................807 N A U M ....................................................................................................................................................815 HABACUQUE .................................................................................................................................... 819 SOFONIAS ...........................................................................................................................................823 AGEU......................................................................................................................................................825 ZACARIAS ...........................................................................................................................................827 Literatura apocalptica ..................................................................................................................... 828 Resumo das relaes entre a construo do templo e as vises de Zacarias................................832 MALAQUIAS ...................................................................................................................................... 840 Glossrio ................................................................................................................................................. 841 Quadros e m ap as.................................................................................................................................... 845 ndice tem tico.........................................................................................................................................859
  6. 6. Prefcio da edio em ingls Esta obra tem o objetivo de preencher uma lacuna existente no vasto campo dos comentrios bblicos. Em vez de abordar os variados aspectos da teologia, da estrutura literria, do signi ficado das palavras, da histria da erudio e assim por diante, nosso desafio principal foi oferecer informaes sobre os contextos histrico, geogrfico e cultural do Antigo e do Novo Testamento. Alguns talvez questionem at que ponto as informaes relacionadas a esses contextos so importantes para a interpretao do texto. O que esperamos proporcionar ao leitor a partir das informaes contidas nesse comentrio? Tem sido corretamente demonstrado que o contedo teolgico da Bblia no depende do conhecimento de localidades geogrficas ou do contexto cultural. Tambm correto afirmar que possvel reunir todas as evidncias histricas e arqueolgicas que, por exemplo, atestam a ocorrncia do xodo israelita do Egito, sem, contudo, comprovar que Deus foi quem o orquestrou - e certamente o envolvimento de Deus o aspecto mais importante para o autor do texto bblico. Por que ento, deveramos investir tanto tempo e esforo tentando entender o contexto cultural, histrico, geogrfico e arqueolgico de Israel? O objetivo desta obra no apologtico, embora algumas das informaes aqui apresen tadas possam ser usadas em discusses nesse campo. No entanto, no foi o interesse apologtico que orientou nossa seleo e apresentao dos dados. Em vez disso, procuramos lanar luz sobre a cultura e a cosmoviso israelitas. Por qu? Quando lemos a Bblia sob a tica da f, queremos extrair do texto o mximo de contedo teolgico possvel. Como resultado, as pessoas tendem a enxergar significados teolgicos at mesmo nos detalhes. Se no estiver mos atentos s diferenas existentes entre nossa maneira de pensar e a maneira de pensar do povo hebreu, estaremos inclinados a fazer uma leitura do texto bblico com base em nossas prprias perspectivas e viso de mundo, na tentativa de entender seu significado teolgico. O vasto mundo do antigo Oriente Prximo torna-se significativo na medida em que, muitas vezes, serve como janela para a cultura israelita. Ao oferecer uma compreenso correta do modo de pensar israelita ou do antigo Oriente Prximo, as informaes contidas neste livro podem evitar algumas concluses equivocadas por parte do estudioso. Assim, por exemplo, o significado teolgico da coluna de fogo ou do bode expiatrio ou o uso do Urim e Tumim pode ser interpretado de uma nova forma, a partir de sua relao com a cultura geral do antigo Oriente Prximo. No limitamos a identificao das relaes de similaridade apenas a perodos precisamen te definidos. Reconhecemos plenamente que a ocorrncia de alguma caracterstica cultural na cidade de Ugarit, em meados do segundo milnio pode no ter nenhuma relao com a maneira de pensar dos israelitas que viveram em meados do primeiro milnio. No obstante, nosso interesse, muitas vezes, foi simplesmente mostrar a existncia de certas idias ou con ceitos nas culturas do antigo Oriente Prximo. H possibilidades de que tais idias possam representar aspectos da matriz cultural geral do mundo antigo, por isso procuramos simples mente cit-las como exemplos do tipo de pensamento existente no mundo antigo. Essas informaes, porm, devem ser usadas com cautela, porque no podemos asseverar a exis tncia de uma homogeneidade atravs das eras ou entre as regies ou grupos tnicos do antigo Oriente Prximo. Seria o mesmo que falar atualmente de uma "cultura europia", dada nossa conscincia das diferenas significativas entre italianos e suos, por exemplo. Procuramos assim demonstrar certa sensibilidade nessas questes, mas no impusemos limi taes estritas sobre as informaes oferecidas.
  7. 7. O assunto em questo no se os israelitas adotaram ou no algumas caractersticas de seus vizinhos. No estamos procurando descobrir uma linha literria, nem acreditamos que seja necessrio comprovar que os israelitas estivessem familiarizados com uma determina da obra a fim de adotar temas similares. Evitamos o uso de termos como "influncia" ou "impacto" para descrever a maneira como as informaes eram partilhadas porque tenta mos destacar aqueles elementos que podem simplesmente ter sido parte da herana cultu ral do antigo Oriente Prximo. Essa herana pode estar refletida em diversas obras literri as, mas os israelitas talvez no tivessem conhecimento delas ou sofrido influncia dessa lite ratura, que simplesmente uma parte da matriz cultural comum. O processo pelo qual Deus se revelou a ns exigiu que Ele se irmanasse conosco, assumisse a nossa humanidade e se expressasse numa linguagem e atravs de metforas familiares. No devemos nos surpre ender ento, pelo fato de muitos elementos comuns da cultura da poca terem sido adotados, algumas vezes adaptados, outras totalmente modificados, mas de qualquer forma, usados para cumprir os propsitos de Deus. Na verdade, o contrrio que seria surpreendente. Para haver comunicao, preciso compartilhar de um crculo de convenes e entendi mentos comuns. Quando falamos de "horrio de vero", presumimos que quem est nos ouvindo entenda essa conveno estritamente cultural, sem necessidade de explicao. Al gum de uma poca ou cultura diferente, que no tivesse o costume de ajustar o horrio num determinado perodo do ano, ficaria totalmente perdido quanto ao significado da ex presso e teria de familiarizar-se com nossa cultura a fim de entend-la. O mesmo acontece quando tentamos penetrar na literatura israelita. Portanto, se a circunciso deve ser enten dida no contexto israelita, til entend-la na forma como era praticada no antigo Oriente Prximo. Se quisermos aquilatar o valor dos sacrifcios em Israel, bastante til comparar e contrastar o que representavam esses sacrifcios no mundo antigo. Embora algumas vezes essa busca por conhecimento resulte em problemas difceis de serem resolvidos, permane cer na ignorncia no significa que esses problemas desapareceriam. Na maioria das vezes, novos conhecimentos trazem resultados positivos. As vezes, algumas das informaes apresentadas so meras curiosidades. Como profes sores, no entanto, temos aprendido que grande parte de nossa tarefa despertar em nossos alunos uma curiosidade acerca do texto e ento, procurar satisfaz-la, pelo menos at certo nvel. Nesse processo, quase sempre possvel dar vida ao mundo bblico, auxiliando-nos a sermos leitores atentos e informados. Quando alguma informao fornecida em um verbe te, isso no significa necessariamente que ela ir ajudar a interpretar a passagem; talvez esteja ali apenas para fornecer dados que possam ser pertinentes interpretao daquele trecho. Assim, as informaes encontradas no comentrio sobre J 38 relacionadas s imagens mito lgicas da criao no antigo Oriente Prximo no esto sugerindo que o ponto de vista presente no Livro de J deva ser considerado nos mesmos termos. Os dados esto ali simples mente a ttulo de comparao. Esta obra dirigida a um pblico leigo, e no tem a pretenso de atender s comunidades acadmica e erudita. Se fssemos apresentar notas de rodap para cada uma das informaes aqui apresentadas, de maneira que nossos colegas pudessem verificar as fontes e as publica es originais, acabaramos com uma obra em diversos volumes, detalhada demais para ser usada por leigos, a quem desejamos oferecer esse trabalho. Embora muitas vezes tenha sido doloroso omitir referncias bibliogrficas de alguns peridicos e livros, reconhecemos nossa dvida para com nossos colegas e esperamos que as poucas referncias bibliogrficas ofereci das possam conduzir o leitor interessado na consulta s fontes por ns utilizadas. Alm disso, procuramos agir com cuidado quanto autoria de idias e informaes, a fim de que fosse mantido um padro de integridade e tica. Outra conseqncia de adotarmos como pblico-
  8. 8. 9 PREFCIO DA EDIO EM INGLS alvo o leitor leigo que nossas referncias s fontes primrias foram, de certa forma, vagas. Em vez de citar a obra de referncia e a data de publicao, tivemos de nos contentar em dizer: "As leis da Babilnia contm..." ou "Os regulamentos hititas incluem..." ou ainda "Os relevos egpcios mostram...". Conscientes de que o leitor leigo geralmente no tem oportunidade nem interesse de procurar as fontes, e sabendo que muitas citaes seriam obscuras e inaces sveis a esse tipo de leitor, concentramos nossos esforos em fornecer informaes pertinen tes, em vez de oferecer um roteiro de pesquisa bibliogrfica. Reconhecemos que isso poder gerar uma certa frustrao naqueles que gostariam de seguir em busca de mais informaes. S nos resta recomendar a essas pessoas que retomem a bibliografia indicada e que, a partir da, iniciem sua pesquisa. Para auxiliar os leitores que no esto familiarizados com certos termos que aparecem repetidamente, fornecemos um glossrio no final da obra. Os asteriscos (*) no texto indicam ao leitor quais os termos que podem ser encontrados nesse glossrio. E possvel que, ocasionalmente, algumas informaes causem certa confuso ao leitor leigo. Nosso objetivo foi apenas oferecer as informaes, sem entrar em detalhes sobre o modo como podem ser usadas ou o que comprovam ou refutam. Muitas vezes, o leitor talvez faa a seguinte pergunta: "Para que serve essa informao?". Em muitos casos, para nada em especial, mas ter acesso quele dado especfico pode evitar que algum d uma interpretao errada ao texto bblico. Por exemplo, informaes concernentes "redondeza da Terra" citada em Isaas 40.22 (edio Revista e Atualizada) podem no resolver os dilemas dos leito res em relao a como considerar teologicamente o uso nas Escrituras das idias do mundo antigo quanto ao formato da Terra, mas daro ao leitor dados suficientes para evitar a concep o errnea de que o texto bblico contm, em suas entrelinhas, conceitos cientficos moder nos. De modo geral, mesmo que um dado especfico no possa ser aplicado a nenhum contex to, permitir ao leitor um melhor reconhecimento dos vrios modos como Israel e o Antigo Testamento refletem a herana cultural do antigo Oriente Prximo.
  9. 9. Referncias bibliogrficas sobre o contexto cultural do Antigo Testamento A relao a seguir fornece ao leitor algumas fontes importantes, que consideramos teis para o desenvolvimento das informaes apresentadas nesta obra. No se trata de uma bibliogra fia "bsica", visto que algumas das referncias alistadas so de natureza bastante tcnica e avanada. Tampouco pode ser considerada uma bibliografia exaustiva - muitas obras impor tantes, at mesmo de destaque, foram omitidas. No obstante, essas podem ser consideradas as principais obras de consulta, caso o leitor queira obter mais informaes sobre os tpicos apresentados. Bibliografia geral Biblical Archaeologist. Agora intitulado Near Eastern Archaeology. Biblical Archaeology Review. Boardman, John, et al. org. The Cambridge Ancient History. Cambridge: Cambridge University Press, 1970. Botterweck, G. Johannes, e Helmer Ringgren, org. Theological Dictionary of the Old Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 1975. Bromiley, Geoffrey, org. The International Standard Bible Encyclopedia. Grand Rapids: Eerdmans, 1988. Douglas, J. D., org. The Illustrated Bible Dictionary. Wheaton: Tyndale House, 1980. Freedman, D. N., org. The Anchor Bible Dictionary. New York: Doubleday, 1992. Hallo, W. W., e K. L. Younger, org. Context of Scripture. Leiden: Brill, 1997. Mazar, Benjamin, org. Views of the Biblical World. Jerusalm: International Publications, 1959. __________ , org. World History of the Jewish People. Jerusalm: Masada, 1963-1979. Meyers, Eric, org. The Oxford Encyclopedia of Archaeology in the Near East. New York: Oxford University Press, 1997. Pritchard, James, org. Ancient Near East in Pictures. Princeton, N. J.: Princeton University Press, 1954. __________ , Ancient Near Eastern Texts. Princeton, N. J.: Princeton University Press, 1969. Reiner, Erica, et al., org. Chicago Assyrian Dictionary. Chicago: University of Chicago Press, 1956-. Ryken, Leland, et al. org. Dictionary of Biblical Imagery. Downers Grove, III: InterVarsity Press, 1998. Sasson, Jack. Civilizations of the Ancient Near East. New York: Scribner's, 1995. Stern, Ephraim, org. The New Encyclopedia of Archaeological Excavations in the Holy Land. New York: Simon & Schuster, 1993. Van der Toorn, Karel, et al, org. Dictionary ofDeities and Demons in the Bible. Leiden: Brill, 1995. VanGemeren, Willem, org. New International Dictionary of Old Testament Theology and Exegesis, Grand Rapids: Zondervan, 1997.
  10. 10. Obras relacionadas a aspectos particulares do contexto bblico Aberbach, Moshe. Labor, Crafts and Commerce in Ancient Israel. Jerusalm: Magnes, 1994. Ackerman, Susan. Under Every Green Tree: Popular Religion in Sixth-Century Judah. Harvard Semitic Monographs 46. Atlanta: Scholars, 1992. Aharoni, Yohanan. The Land of the Bible. Philadelphia: Westminster Press, 1979. Amiet, Pierre. Art of the Ancient Near East. New York: Abrams, 1980. Anderson, B. W. Gemstonesfor Everyman. New York: Van Nostrand Reinhold, 1976. Baines, John, e Jaromr Mlek. Atlas ofAncient Egypt. New York: Facts on File, 1980. Beckman, Gary. Hittite diplomatic Texts. Atlanta: Scholars, 1996. Beitzel, Barry. The Moody Atlas of Bible Lands. Chicago: Moody Press, 1985. Berquist, Jon. Judaism in Persia's Shadow. Minneapolis: Fortress, 1995. Borowski, Oded. Agriculture in Iron Age Israel. Winona Lake, Ind.: Eisenbrauns, 1987. ____________ . Every Living Thing. Walnut Creek, Calif.: Alta Mira, 1998. Bottro, Jean. Mesopotamia. Chicago: University of Chicago Press, 1992. Cansdale, George. All the Animals of the Bible Lands. Grand Rapids: Zondervan, 1970. Chirichigno, Gregory. Debt-Slavery in Israel and the Ancient Near East. Sheffield, U. K.: JSOT, 1993. _ Clifford, R. J. Creation Accounts in the Ancient Near East and the Bible. Washington, D. C.: Catholic Biblical Association, 1994. Cook, J. M. The Persian Empire. New York: Schocken, 1983. Crenshaw, James C. Educacion in Ancient Israel. New York: Doubleday, 1998. Cross, F. M. Cananite Myth and Hebrew Epic. Cambridge, mass.: Harvard University Press, 1971. Cryer, Frederick H. Divination in Ancient Israel and Its Near Eastern Environment. Sheffield, U. K.: JSOT, 1994. Currid, John. Ancient Egypt and the Old Testament. Grand Rapids: Baker, 1997. Dailey, Stephanie. Myths ofMesopotamia. New York: Oxford University Press, 1991. Davies, W. D. et al. The Cambridge History of Judaism. Vol. 1, The Persian Period. Cambridge: Cambridge University Press, 1984. Dearman, Andrew. Religion and Culture in Ancient Israel. Peabody, Mass.: Hendrickson, 1992. Eshkenazi, Tamara, e Kent Richards, org. Second Temple Studies. Sheffield, U. K.: Sheffield Academic Press, 1994. Fisher, Loren R., org. Ras Shamra Parallels 2. Roma: Pontifical Biblical Institute, 1975. Forbes, R. J. Studies in Ancient Technology. 9 vols. Leiden: Brill, 1964. Foster, Benjamin. From Distant Days. Bethesda, Md.: CDL, 1995. Frankfort, Henri. Before Philosophy. Baltimore: Penguin, 1946. Fritz, Volkmar. The City in Ancient Israel. Sheffield, U. K.: Sheffield Academic Press, 1995. Gammie, John e L. G. Perdue, org. The Sage in Israel and the Ancient Near East. Winona Lake, Ind.: Eisenbrauns, 1990.
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  19. 19. PENTATEUCO Introduo Existem vrias razes para se considerar o Pentateuco uma obra literria nica e dotada de unidade, no entanto, os elementos pertinentes ao contexto de cada Livro diferem grandemente. Em vista disso, oferecemos separadamente uma introduo para cada um dos cinco Livros. Gnesis O Livro de Gnesis geralmente dividido em duas partes principais (captulos 1 -11 e 12 - 50). O material de contexto de maior utilidade para compreender a primeira parte a literatura mitolgica do antigo Oriente Prximo. Tanto a mitologia mesopotmica como a egpcia for necem uma grande quantidade de material que referendam as perspectivas contemporneas da criao do mundo e dos seres humanos. Essas obras incluem o Enuma Elish e o pico Atrahasis, bem como uma srie de mitos sumrios* da regio da Mesopotmia. No Egito h trs textos principais sobre a criao, um em Mnfis, outro em Helipolis (nos Textos Pirami dais) e mais um em Hermpolis (nos Textos dos Esquifes). Alm desses, existem diversas narrativas sobre o dilvio na regio da Mesopotmia, encontradas no pico de Gilgams e no pico Atrahasis. O exame dessa literatura nos ajuda a observar as vrias semelhanas e dife renas entre os conceitos do antigo Oriente Prximo e de Israel. As semelhanas nos permiti ro perceber a base comum existente entre Israel e os povos vizinhos. Por vezes, a semelhan a estar nos detalhes da narrativa (por exemplo, soltar pssaros da arca) ou em aspectos do texto que passaram despercebidos (como dar nome s coisas, em combinao sua criao). Outras semelhanas podem nos levar a questionar se enfatizamos demais o significado teol gico em certos elementos do texto (por exemplo, a criao da mulher de uma costela), ou se deixamos de notar a importncia teolgica de alguns detalhes do texto (por exemplo, o passeio de Deus no jardim, quando "soprava a brisa do dia"). Em geral, tais analogias nos ajudam a entender os relatos bblicos atravs de uma perspectiva mais ampla. As diferenas entre a literatura do antigo Oriente Prximo e a literatura bblica nos ajuda ro a avaliar algumas das caractersticas tanto da cultura de Israel como da f bblica. Tambm aqui estaro includos alguns detalhes especficos (formato da arca, durao do dilvio), bem como conceitos fundamentais (o contraste entre a viso bblica da criao atravs da Palavra de Deus e a viso mesopotmica que associava a criao do mundo ao nascimento das divin dades csmicas). Em muitos casos, as diferenas relacionam-se (direta ou indiretamente) f monotesta de Israel, sem paralelo entre outros povos. possvel encontrar semelhanas e diferenas num nico elemento. A idia da humanida de sendo criada: (1) a partir da argila da terra e (2) imagem da divindade, predominante no antigo Oriente Prximo, mas Israel concede a esse conceito um carter mpar, colocando-se assim numa esfera totalmente diferente. Porm, nem sempre possvel identificar as diferenas e semelhanas de forma to clara ou conclusiva como gostaramos. Muitos eruditos tero opinies divergentes das implicaes de alguns conceitos por vezes devido s suas prprias pressuposies. As questes, muitas vezes, so bastante complexas e as concluses pessoais de um erudito podem ter um carter altamente interpretativo. Por essa razo, mais fcil oferecer informaes do que respostas satisfatrias. Finalmente, a literatura comparativa no apenas apresenta informaes paralelas a alguns dos relatos encontrados em Gnesis 1 - 11, mas tambm oferece uma comparao sobre a
  20. 20. estrutura total dessa parte. No pico mesopotmico Atrahasis, assim como em Gnesis 1 -11, encontramos um resumo da criao, trs ameaas e uma resoluo. Observaes como essas nos ajudam a entender os aspectos literrios ligados a essa poro da Bblia. Alm disso, se esse paralelo for legtimo, pode nos ajudar a enxergar as genealogias sob uma tica diferente. Ao apresentar as genealogias, o texto bblico est refletindo a bno de frutificar e multipli car-se, presente no Livro de Gnesis, enquanto que no texto paralelo do Atrahasis, os deuses se mostram aborrecidos com o aumento da populao humana e tentam refre-lo. Encontrar paralelos literrios para o trecho de Gnesis 12 - 50 um desafio maior. Embora os eruditos tenham tentado atribuir diversos termos descritivos s narrativas patriarcais (tais como "sagas" ou "lendas"), qualquer terminologia moderna inadequada para abranger a natureza da literatura antiga e pode tanto servir de ajuda como prejudic-la. No existe nenhum paralelo na literatura do antigo Oriente Prximo para as histrias dos patriarcas. O material mais prximo encontrado no Egito a Saga de *Sinuhe, embora esse relato seja restrito vida de um homem, sem acompanhar as geraes seguintes e sem nenhuma relao com a posse da terra ou com o relacionamento com Deus. At mesmo a histria de Jos, se considerada parte, difcil de ser classificada e comparada. Novamente, podem ser feitas comparaes com as histrias de Sinuhe, *Wenamon ou *Ahiqar (todas relacionadas vida e poca dos cortesos reais), mas as semelhanas so bastante superficiais. As informaes contextuais que nos ajudam a entender essas narrativas originam-se de diferentes tipos de materiais. Esses captulos tratam da vida dos patriarcas e de suas famli as, medida que se dirigem da Mesopotmia para Cana e da para o Egito, durante o processo de formao da aliana. Vrios documentos (*Nuzi, *Mari, *Emar, *Alalakh) des cobertos na Sria e na Mesopotmia fornecem informaes sobre a histria, a cultura e os costumes do antigo Oriente Prximo durante o segundo milnio, permitindo uma melhor compreenso dos eventos polticos e do povoamento histrico da regio. Tambm nos aju dam a entender como as famlias viviam e por que faziam certas coisas que hoje nos pare cem estranhas. Paralelamente, obtemos informaes importantes que nos ajudam a estabe lecer comparao com o material bblico. Por exemplo, geralmente procuramos uma orien tao tica no comportamento dos personagens bblicos (embora esse procedimento nem sempre seja produtivo). A fim de entender por que as pessoas agem de determinada maneira e por que tomam certas decises, importante conhecer os padres da cultura em que esto inseridas. Ao analisarmos alguns aspectos da cultura israelita, podemos descobrir, ento, que determinadas atitudes dos patriarcas resultam de alguns costumes que no entendemos bem e que poderamos facilmente interpretar erroneamente. Na maioria das vezes, esses documentos fornecem informaes que permitem corrigir esses equvocos. Uma das concluses interessantes a que se pode chegar a partir desse tipo de anlise a compreenso de que a viso de mundo dos patriarcas e de suas famlias se diferenciava muito pouco da viso comum das culturas do antigo Oriente Prximo da poca. Novamente, uma compreenso da cultura geral pode nos ajudar a identificar quais os elementos do texto bblico que realmente contm significado teolgico. Por exemplo, a compreenso da prtica da '"cir cunciso dentro do contexto do antigo Oriente Prximo pode fornecer diretrizes teis para a avaliao que fazemos dessa prtica na Bblia. Observaes sobre o uso de tochas e incensrios em *rituais praticados no antigo Oriente Prximo podem ser a chave para descobrir o sentido de Gnesis 15. At mesmo a compreenso que Abrao tinha de Deus pode ser melhor esclarecida pelas informaes contidas em documentos do antigo Oriente Prximo. Ao nos deparamos com tal quantidade de informao, o que nos chama a ateno a freqncia com que Deus usa algo familiar para fazer pontes at o seu povo. A medida que
  21. 21. nos familiarizamos com os hbitos, costumes e crenas do povo de Israel, somos capazes de entender melhor o texto bblico. Por outro lado, importante entender que os propsitos do Livro de Gnesis ultrapassam em muito o de qualquer literatura disponvel do antigo Oriente Prximo. O fato de existirem semelhanas no sugere, de maneira nenhuma, que a Bblia seja simplesmente uma compilao de segunda mo ou de segunda categoria, de textos do antigo Oriente Prximo. Ao contrrio, as informaes relacionadas ao contexto bblico nos ajudam a enxergar o Livro de Gnesis como uma obra teolgica mpar, ligada a pessoas e eventos inseridos num contexto cultural e histrico especfico. xodo O Livro de xodo contm uma rica variedade de gneros literrios, incluindo textos narrati vos, mandamentos e leis, alm de instrues de arquitetura, todos harmoniosamente combi nados para narrar a seqncia de eventos que levou um povo, que se sentia abandonado por Deus, a compreender que era o povo escolhido de Deus. Como resultado, existem vrias fontes primrias que podem nos servir de ajuda. Como seria esperado, o Livro de xodo apresenta mais conexes com as fontes egpcias do que qualquer outro Livro. Infelizmente, a incerteza quanto data dos eventos e a ausncia de dados sobre alguns perodos relacionados histria egpcia deixam muitas questes sem resposta. Conseqentemente, dependemos no s dos textos de literatura histrica do Egito, mas de todas as fontes que contm informaes geogrficas ou culturais. Conseguir localizar as cidades e lugares mencionados no texto bblico uma tarefa difcil, de forma que algumas dvidas permanecem; no entanto, algumas das lacunas tm sido preenchidas gradualmente, conforme o avano das investigaes arqueolgicas nos locais importantes. As passagens que relatam as leis no Livro de xodo podem ser comparadas ampla variedade de cdigos de leis da Mesopotmia, incluindo os textos das leis *sumrias, tais como a reforma de Uruinimgina (ou Urucagina), as leis de *Ur-Namu e as leis de *Lipite-Istar. So textos fragmentados que datam do final do terceiro milnio e incio do segundo milnio a.C.. Os textos mais extensos so as leis de *Esnuna e *Hamurabi (do perodo *babilnico antigo, 18 sculo a.C.), as leis *hititas do sculo 17 e as leis medo-assrias, do sculo 12. Essas coletne as legais, conforme indicam os pargrafos que as introduzem, tinham como objetivo testificar aos deuses o quanto o rei tinha sido bem-sucedido em estabelecer e manter a justia em seu reino. Desta forma, as leis eram elaboradas de maneira a refletir as decises mais sbias e justas que o rei poderia imaginar. Assim como um candidato em campanha eleitoral, em nossos dias, procura reivindicar como sendo de sua autoria todo e qualquer projeto de lei que possa encontrar, tambm o rei queria apresentar-se da melhor forma possvel. Essas leis nos ajudam a enxergar que a legislao que determinava o modelo da sociedade israelita no era to diferente, na superfcie, daquela que teria caracterizado as sociedades assria e babilnica. A diferena estava no fato de que para Israel, a lei era vista como parte da revelao de Deus e de seu carter. Os babilnios tinham proibies to severas em relao ao homicdio quanto os israelitas, mas a diferena era que enquanto os babilnios refreavam o impulso para cometer esse crime para no quebrar a ordem social e os princpios da civiliza o, os israelitas refreavam seus impulsos assassinos por saberem quem era Deus. As leis podem parecer iguais, mas a base do sistema legal era notavelmente diferente. Para os israelitas, *Yahweh, o seu Deus, era a origem de toda a lei e o fundamento de todas as normas sociais. Na Mesopotmia, o rei era investido de autoridade tanto para conceber como para estabele cer a lei. Os deuses no tinham um padro moral, nem exigiam um comportamento moral, embora esperassem que os humanos preservassem os valores da civilizao e, portanto, agissem de maneira ordenada e civilizada.
  22. 22. Assim, o caso em questo que a lei dada no monte Sinai no necessariamente representa uma nova lei. Essa legislao, na verdade, talvez fosse bem parecida com as leis sob as quais o povo de Israel havia vivido no Egito, e era similar s leis encontradas em outras sociedades do antigo Oriente Prximo. A novidade est na revelao de Deus consumada atravs da institucionalizao da lei como parte da *aliana entre Deus e Israel. A comparao da lei bblica com os cdigos de leis do antigo Oriente Prximo pode nos ajudar a entender tanto o conceito de lei e ordem, como seu embasamento teolgico e filosfico. Quando chegarmos na parte do Livro de xodo relacionada construo do tabernculo, talvez nos seja proveitoso entender o uso e a forma de construo dos santurios (mveis ou fixos) no antigo Oriente Prximo. A descrio detalhada dos materiais usados na construo do tabernculo pode ser melhor entendida medida que conhecermos o valor que a cultura atribua a esses materiais. Por exemplo, considere o valor que nossa sociedade atribui a um casaco de pele de marta, a uma escrivaninha de madeira de lei, a uma poltrona de couro ou a um colar de brilhantes. Alm dos materiais, tambm valorizamos o local, como no caso de um apartamento de cobertura, um escritrio num bom ponto comercial ou uma casa nas monta nhas. Assim, medida que nos familiarizarmos com os materiais e lugares valorizados pelos antigos israelitas, poderemos avaliar o que motivou certos detalhes. Novamente, constatare mos que em grande parte dos casos, o motivo mais cultural do que teolgico. Uma vez que entendemos os elementos culturais, poderemos evitar atribuir um significado teolgico ina dequado a alguns aspectos do texto. Levtico O Livro de Levtico contm instrues concernentes manuteno do Lugar Santo, um local separado para a presena de Deus, incluindo detalhes do sistema sacrificial, instrues para os sacerdotes e leis concernentes *purificao. No mundo antigo acreditava-se que a *impureza criava uma situao propcia possesso demonaca, assim a *purificao precisava ser mantida, sendo obtida geralmente atravs de um processo que envolvia certos *rituais e encantamen tos. Para os israelitas, a *purificao era um valor positivo que inclua tanto regras para um comportamento tico, como normas de etiqueta. O material do antigo Oriente Prximo que melhor pode nos servir para a compreenso do Livro de Levtico aquele que oferece informaes sobre sacrifcios, rituais e instrues para sacerdotes e sobre o tratamento dado *impureza. Essas informaes geralmente no esto reunidas em um nico documento, portanto, foi preciso extrai-las de diferentes fontes. Exis tem, no entanto, alguns textos rituais importantes que servem como fontes significativas de informao. Embora a literatura *hitita esteja repleta de textos relacionados aos rituais, o texto Instrues para os Oficiais do Templo, de meados do segundo milnio, um dos mais teis, fornecendo detalhes dos recursos que deveriam ser usados para proteger o santurio contra invases e impedir que fosse profanado. As fontes mesopotmicas tambm so numerosas. Os textos maqlu contm oito tabuletas de encantamentos e uma de rituais ligados aos encantamentos. Esses encantamentos, na maior parte, eram uma forma de opor-se aos pode res da feitiaria. Outras importantes sries incluem os textos shurpu, relacionados purifica o, os textos bit rimki, relacionados abluo real e os rituais namburbu, que visavam destruio. A maioria desses textos estava inserida num contexto de magia e adivinhaes, em que a feitiaria, as foras demonacas e os encantamentos representavam ameaas poderosas so ciedade. As crenas israelitas no compartilhavam dessa cosmoviso e seus conceitos de *pu- rificao e *impureza apresentavam diferenas marcantes. No obstante, o estudo desse
  23. 23. material pode trazer tona muitas facetas da cosmoviso do mundo antigo compartilhadas por Israel. Embora a literatura bblica tenha eliminado o elemento mgico dos rituais, as prticas institucionalizadas e a terminologia usada para descrev-los ainda contm em certos aspectos, alguns resqucios da cultura mais ampla. Certamente as crenas e os costumes israelitas estavam mais prximos dos conceitos de ritual, magia e *purificao do antigo Oriente Prximo, do que da nossa prpria concepo sobre rituais e magias. Por termos uma compreenso limitada em relao viso de mundo israelita, freqentemente somos inclinados a fazer uma leitura bastante inadequada dos con ceitos teolgicos ou dos simbolismos de algumas de suas prticas e regras. Essa atitude, muitas vezes, acaba gerando uma viso equivocada da natureza e dos ensinamentos contidos no Livro. Ao tomarmos conhecimento da viso de mundo do antigo Oriente Prximo, pode mos evitar esse tipo de erro e ter uma compreenso do texto mais prxima da maneira como os israelitas o entendiam. Nmeros O Livro de Nmeros contm instrues para a jornada do povo pelo deserto e sobre como erguer um acampamento, bem como registros dos eventos que aconteceram durante aproxi madamente os quarenta anos que o povo de Israel passou no deserto, alm de incluir uma srie de trechos sobre rituais e leis. Vrias fontes que auxiliam o entendimento dos Livros de xodo e Levtico tambm fornecem informaes sobre o contexto do Livro de Nmeros. Alm disso, itinerrios encontrados em documentos egpcios podem ajudar a localizar diver sos lugares alistados durante a peregrinao de Israel. Esses itinerrios encontram-se em uma srie de documentos distintos, incluindo os Textos da *Abominao ou Execrao (onde os nomes de certas cidades eram escritos em vasos que eram espalhados em rituais de maldio; 12aDinastia, Idade d&Bronze *Mdia) e as listas topogrficas esculpidas em relevo nas pare des dos templos, como em Karnak e Medinet Habu (Idade do Bronze Moderna). Esses regis tros apresentam mapas em forma de listas, permitindo encontrar o nome de cada cidade de acordo com o itinerrio da viagem. interessante que alguns lugares bblicos, cuja existncia colocada em dvida por alguns arquelogos pela ausncia de vestgios desse perodo no local, so citados nos itinerrios egpcios dessa mesma poca. Nmeros, como outros Livros do Pentateuco, contm informaes sobre o calendrio ritual de Israel. Essas informaes sobre festas e rituais so abundantes no antigo Oriente Prximo, porque os calendrios geralmente eram determinados pelos sacerdotes. No entan to, difcil deslindar alguns detalhes importantes de suas prticas e, principalmente, descobrir o que est por trs da formao das tradies institucionalizadas nesses calendrios. Embora haja evidncias da existncia de trocas culturais ou mesmo dependncia em muitas reas, arriscado tentar estabelecer alguma relao entre festivais de diferentes culturas. Deuteronmio O Livro de Deuteronmio acompanha o formato dos acordos entre as naes, conforme descrito na nota de rodap intitulada "A Aliana e os Tratados no Antigo Oriente Prximo". Nesses pactos da Antigidade, o trecho mais longo geralmente tratava das condies do acordo e detalhava as obrigaes do vassalo, incluindo o que se esperava dele, de modo geral, - lealdade, por exemplo -, assim como alguns itens mais especficos, tais como paga mento de impostos e prover alojamento para as tropas que ocupavam o territrio. No era permitido ao vassalo dar acolhida a fugitivos nem fazer alianas com outras naes. Alm
  24. 24. disso, ele tambm era obrigado a colaborar para a defesa da nao suserana e honrar seus representantes. Em Deuteronmio, as clusulas so apresentadas na forma de leis, que detalham tanto as obrigaes como as proibies. Alguns estudiosos acreditam que as leis apresentadas nos captulos 6 a 26 (ou 12 a 26) esto organizadas de acordo com os Dez Mandamentos. Assim como os antigos cdigos de leis tinham um prlogo e um eplogo, a fim de lhes conferir uma estrutura literria (ver a introduo a xodo), aqui a aliana que concede lei mosaica uma estrutura literria. A estrutura literria das leis de *Hamurabi nos ajuda a entender que esse cdigo de leis no foi planejado apenas para estabelecer regras, mas para demonstrar o quanto o reinado de Hamurabi era justo. Do mesmo modo, a estrutura literria de Deuteronmio nos permite ter uma idia do porqu dessas leis terem sido compiladas. A lei apresentada no Livro de Deuteronmio no como um conjunto de regras, mas como uma *aliana. Quando os povos do antigo Oriente Prximo concordavam com um tratado, eram obri gados a submeter-se aos termos e condies desse tratado. Seria o mesmo nvel de obrigao relacionado s leis de uma nao, mas a diferena est na maneira como fun9 ciona, pois no est inserida no sistema legal. Por exemplo, no mundo moderno cada pas tem suas prprias leis, aprovadas pelos rgos legislativos, e que devem ser obedecidas pelos cidados daquele pas. Mas existem tambm leis internacionais que, em parte, foram estabelecidas por rgos mundiais, muitas vezes como resultado de acordos ou tratados. Essas leis internacionais devem ser obedecidas pelas partes envolvidas no acordo. O tipo de compromisso exigido em Deuteronmio est mais ligado ao tratado do que lei (ou seja, mais ligada aliana do que s leis). Isso significa que as obrigaes do povo de Israel estavam relacionadas ma nuteno do relacionamento disposto na aliana. Se eles fossem realmente o povo de Deus (da aliana), deveriam se conduzir de acordo com as normas apresentadas (clusulas). Assim, no devemos entender essas leis como sendo apenas um conjunto de regras para a nao (embora elas tenham sido). Os israelitas no deveriam cumprir a lei apenas por obedincia lei, mas sim por ela ser um reflexo da natureza e do carter de Deus. A lei revelava o que Deus esperava dos israelitas como seu povo e como eles deveriam obedec-lo para desfrutarem de um relacionamento com Ele. Uma caracterstica adicional do Livro de Deuteronmio o fato dele se apresentar na forma de exortaes de Moiss ao povo. Conseqentemente, Moiss visto como o media dor da aliana, pois como mensageiro ou representante de Deus, ele quem determina os termos do tratado. Nos tratados *hititas, consideravam-se apenas as determinaes firmadas pelo acordo, sem dar importncia pessoa que enunciara os termos do tratado. Outros textos, porm, nos ajudam a entender melhor o papel do mediador. De modo geral, o mediador apresentava sua mensagem verbalmente, mas possua tambm uma cpia escrita para fins de documentao e registro. As palavras de Moiss advertindo o povo a ser leal aos termos da aliana seguem a mesma linha daquilo que se esperava de um representante real. O vassalo deveria considerar um privilgio poder participar do acordo, portanto, deveria ser prudente e refrear qualquer ao que pudesse colocar em risco esse privilgio.
  25. 25. G N E S I S v 1 .1- 2.3 Criao 1.1. no princpio. Um texto egpcio de Tebas, ao refe rir-se criao, fala do deus Amon que, no princpio, ou "na primeira ocasio", expandiu-se. Os egiptlo- gos interpretam essa expresso no como uma idia abstrata, mas como uma referncia a um evento que aconteceu pela primeira vez. Do mesmo modo, a pa lavra hebraica traduzida como "princpio" geralmen te refere-se no a um determinado ponto no tempo, mas a um perodo inicial. Isso sugere que o perodo inicial so os sete dias do captulo um. 1.2. sem forma e vazia. Na concepo egpcia sobre as origens, o conceito de "inexistente" pode ser bastante prximo a essa expresso encontrada em Gnesis. a idia de algo que ainda no foi diferenciado, ao qual no foi atribuda funo, e cujos limites e definies ainda no foram estabelecidos. O conceito egpcio, porm, tam bm traz a idia de potencialidade e a qualidade de um ser absoluto. 1.2. o Esprito de Deus. Alguns hermeneutas traduzi ram essa expresso como um vento sobrenatural ou impetuoso (a palavra hebraica traduzida como "Esp rito" s vezes traduzida como "vento" em outras passagens), que tem um paralelo no Enuma Elish babilnico. Nesse texto, o deus do cu, Anu, cria os quatro ventos que agitam as profundezas e sua deu sa, Tiamat. Nesse caso, um vento rom pante que provoca agitao. O mesmo fenmeno pode ser visto na viso de Daniel sobre os quatro animais, em que "os quatro ventos do cu agitavam o Grande M ar" (7.2), causando perturbao aos animais. Se esse em prego do termo estiver correto, ento o vento seria parte da descrio negativa do versculo 2, em parale lo com as trevas. 1.1-5. a tarde e a manh. O relato da criao no tem a pretenso de apresentar uma explicao cientfica moderna sobre a origem de todos os fenmenos natu rais, e sim abordar os aspectos mais prticos da criao que cercam nossas experincias de vida e sobrevivn cia. Ao longo deste captulo, o autor narra como Deus instituiu perodos alternados de luz e trevas - a base do tempo. A narrativa m enciona prim eiram ente a tarde, porque o primeiro perodo de luz est se fin dando. O autor no se aventura num a anlise das propriedades fsicas da luz, nem est preocupado com sua fonte ou energia geradora. A luz o que regula o tempo. 1.3-5. luz. Os povos do mundo antigo no acredita vam que a luz se originasse do Sol. Na poca, desco nhecia-se o fato de que a lua simplesmente reflete a luz do Sol. Alm do mais, no h nenhum indcio no texto de que a "luz do dia" fosse causada pela luz do Sol. O Sol, a Lua e as estrelas eram vistos como porta dores de luz, mas a luz do dia estava presente mesmo quando o sol estava atrs das nuvens ou num eclipse. Ela chegava antes do nascer do sol e permanecia aps o pr-do-sol. 1.6-8. firm am ento. De maneira semelhante, a exten so (s vezes chamada de "firmamento") instituda no segundo dia o regulador do clima. As culturas do antigo Oriente Prxim o entendiam o cosmos como uma estrutura composta por trs camadasios cus, a terra e o m undo inferior. O clima se originou nos cus, e a extenso era considerada o mecanismo que controlava a umidade e a luz do sol. Embora no mun do antigo a extenso geralmente fosse concebida de maneira mais concreta do que a entendemos hoje, no a sua composio fsica que realmente importa, mas sim sua funo. No pico babilnico da criao, Enuma Elish, a deusa que representava esse oceano csmico, Tiamat, dividida em duas por Marduk para formar as guas acima do firmamento e as guas que ficavam debaixo. 1.9-19. funo do cosmos. Assim como Deus quem estabelece o tempo e determina o clima, Ele tambm responsvel por estabelecer todos os outros aspectos da existncia humana. A disponibilidade de gua e a capacidade da terra produzir vegetao; as leis da agricultura e os ciclos das estaes; o desempenho especfico de cada uma das criaturas de Deus - tudo isso foi ordenado por Deus. E tudo era bom, no tir nico ou ameaador. Isso reflete o entendimento antigo de que os deuses eram responsveis por estabelecer um sistema de operaes. O funcionamento do cos mos era muito mais importante s pessoas do mundo antigo do que sua forma fsica ou composio qumi ca. Elas descreviam o que viam, e o mais importante, aquilo que experim entavam do m undo criado por Deus. O fato de que tudo foi considerado "bom ", reflete a sabedoria e justia de Deus. Ao mesmo tem po, o texto mostra algumas sutis discordncias com a concepo do antigo Oriente Prximo. O mais notvel o fato da narrativa evitar o uso das palavras sol e lua, que eram os nomes das divindades correspondentes
  26. 26. entre os povos vizinhos de Israel; e em vez disso, refere-se a eles como luminares maior e menor. 1.14. sinais para m arcar estaes, dias e anos. No prlogo de um tratado astrolgico dos sumrios, os deuses principais, An, Enlil e Enki, posicionam a lua e as estrelas a fim de determinar dias, meses e press gios. No famoso Hino Babilnico a Shamash, o deus sol, tambm se faz meno a seu papel de controlar as estaes e o calendrio de modo geral. intrigante que ele seja tam bm o patrono da adivinhao. A palavra hebraica usada para "sinal" tem um cognato na palavra acadiana usada para pressgios. A pala vra hebraica, no entanto, tem um sentido mais neu tro, e novam ente o autor esvazia os elem entos do cosmos de seus traos mais personificados. 1.20. rpteis de alma vivente (ARC). No Hino Babil nico a Shamash, o deus sol recebe louvor e honra at mesmo dos piores grupos. Includos na lista esto os temveis monstros do mar. Logo, o hino sugere que h uma submisso total de todas as criaturas para com Sham ash, exatam ente como o relato da criao do Gnesis mostra que todas as criaturas feitas por Yahweh esto submissas a Ele. O mito de Labbu registra a criao da serpente do mar, cujo comprimento era de sessenta lguas. 1.20-25. categorias de animais. As categorias de ani mais incluem diversas espcies: seres que vivem nas guas, aves, criaturas que vivem na terra, subdividi das em animais domsticos e selvagens e ainda "cria turas que se arrastam no solo" (talvez os rpteis e/ou anfbios) e, por ultimo, os seres humanos. Os insetos e o mundo das criaturas microscpicas no so mencio nados, mas as categorias so abrangentes o suficiente para inclui-los. 1.26-31. fu no das p essoas. Em bora o enfoque organizacional ou funcional do relato da criao tenha semelhanas com a perspectiva do antigo Oriente Pr ximo, a razo subjacente bastante diferente. No an tigo Oriente Prximo, os deuses criaram o mundo para seu prprio deleite e para nele viverem . As pessoas foram criadas apenas como uma deciso de ltima hora, quando os deuses precisaram de traba lho escravo para suprir as comodidades da vida (por exemplo, abrir sulcos de irrigao). Na Bblia, o cos mos foi criado e organizado para funcionar a servio das pessoas, idealizadas por Deus como pea central da sua criao. 1.26-31. criao da humanidade nos mitos do antigo Oriente Prximo. Nos relatos sobre a criao da anti ga Mesopotmia, uma populao inteira j civilizada criada por meio de uma mistura de argila e sangue de um deus rebelde. Essa criao acontece como resul tado do conflito entre os deuses, obrigando o deus organizador do cosmos a controlar as foras do caos, trazendo assim a ordem ao mundo criado. O relato do Gnesis retrata a criao no como parte de um confli to entre foras oponentes, mas como um processo de terminado por Deus, controlado e sereno. 1.26, 27. im agem de Deus. Quando Deus criou o ho mem, colocou-o como responsvel por toda a criao. Ele foi feito sua imagem e semelhana. No mundo antigo, acreditava-se que uma im agem continha a essncia do que representava. A im agem de uma divindade, mesma terminologia aqui empregada, era usada na adorao porque continha a essncia daque la divindade. Isso no significava que a imagem pu desse fazer o mesmo que a divindade, nem que se parecesse com ela. Ao contrrio, a obra da divindade era desempenhada atravs do dolo. De modo seme lhante, a obra de governar o mundo deveria ser de sempenhada pelo homem, criado imagem de Deus. Mas isso no tudo. Gnesis 5.1-3 compara a imagem de Deus em Ado imagem de Ado em Sete. Isso ultrapassa a noo de plantas e animais se reprodu zindo de acordo com sua espcie, embora certamente os filhos compartilhem das caractersticas fsicas e da natureza bsica (geneticamente) de seus pais. A rela o entre a imagem dos dolos e a imagem dos filhos o conceito de que a imagem capacita a criatura no apenas para servir no lugar de Deus (representando- o com sua essncia), mas tambm para ser e agir como Ele. As ferramentas que Ele providenciou para que pudssemos dar conta dessa tarefa incluem a consci ncia ou razo, a autopercepo e o discernimento espiritual. As tradies mesopotmicas falam de fi lhos imagem de seus pais (*Enuma Elish), mas no falam de seres humanos criados imagem de Deus; mas o texto egpcio, as Instrues de M erikare, identifi ca a humanidade como formada por imagens de Deus, de cujo corpo se originaram. Na Mesopotmia, pode- se apreender um significado para imagem no costu me que os reis tinham de erigir imagens de si mes mos em lugares onde queriam estabelecer sua autori dade. A parte disso, apenas outros deuses so feitos imagem dos deuses (ver comentrio em 5.3). 2.1-3. descanso no stimo dia. No relato egpcio da criao, em Mnfis, o deus criador Ptah descansa, aps terminar sua obra. A criao dos humanos pelos deu ses da Mesopotmia tambm acompanhada de des canso. Na Mesopotmia, porm, os deuses descansam porque as pessoas foram criadas para fazer o trabalho outrora feito por eles. No obstante, o desejo de des cansar um dos elementos motivadores dessas narra tivas da criao. A destruio ou o controle de foras csmicas caticas, que constitui com freqncia a par te central das narrativas da criao do mundo antigo, culmina no descanso, na paz ou repouso dos deuses. Do mesmo modo, o Dilvio resultado da impossibi
  27. 27. lidade de os deuses encontrarem descanso em meio ao barulho e tumulto causados pela humanidade. Em todos os relatos, fica evidente que as ideologias anti gas consideravam o descanso como um dos principais objetivos dos deuses. Na teologia israelita, Deus no precisa descansar por causa de certos incmodos csmi cos ou provocados pelo homem, mas Ele busca des canso em um lugar de repouso (ver especialmente SI 132.7, 8, 13, 14). 2.1. o sbado como divisor do tempo. O costume de dividir o tempo em perodos de sete dias ainda no foi comprovado nas demais culturas do antigo Oriente Prximo, embora na Mesopotmia alguns dias parti culares do ms eram considerados de mau agouro, e freqentemente ocorriam com um intervalo de sete dias (ou seja, o stimo, o dcimo quarto dia do ms, etc.). A celebrao do sbado em Israel no estava determinada a certos dias do ms, nem estava ligada aos ciclos da lua ou a qualquer outro ciclo da natureza; simplesmente era celebrado a cada sete dias. 2 .4 -2 5 O homem e a mulher no jardim 2.5. categorias de plantas. Encontramos apenas des cries gerais de plantas. rvores, arbustos e plantas so mencionadas, mas nenhum gnero especfico. Sa bemos, porm, que as principais rvores encontradas no Oriente Prximo eram a accia, o cedro, o cipreste, a figueira, o carvalho, a oliveira, a tamareira, a rom- zeira, a tamargueira e o salgueiro. Os arbustos inclu am o oleandro e o junpero. Os principais gros culti vados eram o trigo, a cevada e a lentilha. A descrio das plantas nesse versculo difere daquela do terceiro dia em que so mencionadas plantas cultivadas e r vores frutferas. No se trata, porm, de um perodo anterior ao terceiro dia, mas sim ao fato de que ainda no havia a prtica da agricultura. 2.5. descrio das condies. Um texto de Nippur apre senta o cenrio da criao dizendo que as guas no ti nham ainda jorrado pela abertura da terra e que nada crescera e nenhuma poro de terra fora lavrada. 2.6. sistem a de irrigao. A expresso usada para descrever o sistema de irrigao no versculo 6 ("bro tava gua da terra") de difcil traduo, aparecendo apenas em J 36.27. Uma palavra semelhante aparece no vocabulrio *babilnico originado do *sumrio, numa meno ao sistema subterrneo de guas, os lenis de gua que deram origem aos rios. O mito sumrio de *Enki e Ninhursag tambm menciona um sistema de irrigao semelhante. 2.7. o homem do p da terra. A criao do primeiro homem do p da terra semelhante ao que encontra mos na mitologia do antigo Oriente Prximo. O pico Atrahasis retrata a criao da humanidade feita de argila misturada ao sangue de uma divindade. As sim como o p na Bblia representa o que o corpo se torna na morte (Gn 3.19), a argila, no pensamento *babilnico, era o que o corpo voltava a ser. O sangue da divindade representava a essncia divina na hu manidade, um conceito semelhante ao sopro de vida que Deus colocou em Ado. No pensamento egpcio, as lgrimas dos deuses so misturadas argila para formar o homem, embora as Instrues de M erikare tambm mencionem deus soprando a vida no nariz do homem. 2.8-14. localizao do den. Com base na proximida de dos rios Tigre e Eufrates, e na lenda *sumria da terra mstica e utpica de *Dilmun, muitos eruditos identificam o den como um lugar situado na extre m idade norte do golfo Prsico, ou prxim o dali. *Dilm un foi identificado com a ilha de Bahrain. A posio "no lado oriental", simplesmente indica a rea geral da M esopotmia e uma referncia bastante tpica das narrativas primitivas. Essa indicao soma da direo do curso dos rios (a localizao dos rios Pisom e Giom incerta), levou alguns estudiosos a considerar a regio da Armnia, perto da nascente dos rios Tigre e Eufrates, como o den. No entanto, as caractersticas de um jardim bem irrigado, onde as pessoas no executam nenhum trabalho, ou muito pouco, e onde a vida brota sem necessidade de cultivo se encaixam s reas pantanosas na base do golfo, e podem at mesmo ser uma rea hoje coberta pelas guas. 2.8. um "jardim no den". A palavra den refere-se a um lugar bem irrigado, sugerindo um bosque exube rante. A palavra traduzida como "jardim " no se refe re necessariamente a canteiros de plantas, mas a po mares ou bosques arborizados. 2.9. rvore da vida. A rvore da vida retratada em outras partes da Bblia como provedora da continuida de da vida (Pv 3.16-18), sendo que s vezes ela vista como possuidora de qualidades rejuvenescedoras. Di versas plantas com tais qualidades so conhecidas no antigo Oriente Prximo. No pico de Gilgams cita da uma planta chamada "o homem velho torna-se jo vem ", que cresce no fundo do rio csmico. As rvores geralmente ocupam um espao proeminente na arte do antigo Oriente Prximo e em selos cilndricos. Elas tm sido interpretadas freqentemente como representando a rvore da vida, mas tal interpretao necessita de mais apoio na literatura para ser confirmada. 2.11.Pisom. Anlises de amostras do solo da Arbia Saudita e fotos de satlite ajudaram a identificar o antigo leito de um rio que corria em direo ao nor deste pela Arbia Saudita, desde as montanhas Hijaz, perto de Medina, at o golfo Prsico, no Kuait, prxi
  28. 28. mo da foz dos rios Tigre e Eufrates, que poderia muito bem ser o rio Pisom. 2.11. Havil. Talvez pelo fato de se mencionar a pre sena de ouro em Havil, essa localidade seja men cionada em diversas outras passagens (Gn 10.7; 25.18; 1 Sm 15.7; IC r 1.9). Sua localizao tem sido freqen temente apontada como na parte ocidental da Arbia Saudita, perto de Medina, ao longo do mar Vermelho, uma regio que produz ouro, bdlio e nix. Gnesis 10.7 descreve Havil como "irm o" de Ofir, uma re gio tambm conhecida por suas ricas jazidas de ouro. 2.21,22. costela. O fato de Eva ter sido criada de uma costela de Ado pode ser melhor esclarecido pelo co nhecimento da lngua *sumria. A palavra sumria para costela ti. E interessante saber que ti significa "vida", exatamente o mesmo significado de Eva (3.20). Outros sugeriram que pode haver uma relao com a palavra egpcia imw, que significa argila (de onde o homem foi criado) ou costela. 2.24. o homem deixar pai e me. Essa afirmao constitui uma narrativa parte, acrescentando um comentrio sobre o aspecto social da vida das pessoas nas pocas posteriores. A histria da criao de Eva usada como base para o princpio legal da separao das famlias. Quando se efetivava um casamento, a esposa deixava seus pais e juntava-se famlia de seu marido. Dessa maneira, novos compromissos de leal dade eram estabelecidos. Alm do mais, a consuma o do casamento est associada aqui idia do casal tomando-se uma s carne, assim como Ado e Eva originaram-se de um mesmo corpo. A afirmao de que o homem deixar sua famlia no se refere neces sariamente a um costume social especfico, mas ao fato de que, nesse captulo, o homem que busca uma companheira. Tambm pode ser referncia ao fato de que as cerimnias de casamento, incluindo a noite de npcias, em geral aconteciam na casa dos pais da noiva. 3.1-24 A queda e suas conseqncias 3.1. o significado das serpentes no mundo antigo. Desde h muito foi comprovado que a serpente uma personagem significativa na arte e na literatura do antigo Oriente Prximo. Talvez por seu veneno ser uma ameaa vida e seus olhos desprovidos de pl pebra oferecerem uma imagem enigmtica, a serpen te tem sido associada tanto morte quanto astcia. O relato do Gnesis evoca esses dois aspectos no astuto dilogo entre Eva e a serpente e na introduo da morte, aps a expulso do den. Semelhantemente, *Gilgams perde a chance de ser jovem para sempre quando uma serpente o engana e come uma planta mgica que ele retirara do fundo do mar. A imagem sinistra da serpente est graficamente representada nas curvas entrelaadas de uma cobra cingindo a tri buna de uma seita em Bete-Shean. Seja como repre sentante do caos primitivo (*Tiamat ou *Leviat), seja como um smbolo da sexualidade, a serpente abriga mistrios para os seres humanos. Um personagem particularmente interessante o deus *sumrio Nin- gishzida, retratado na forma de serpente e cujo nome significa "Senhor da Arvore Produtiva/Imutvel". Ele era considerado um governante do mundo dos mor tos e "o possuidor do trono da terra", sendo uma das deidades que ofereceram o po da vida a *Adapa (ver prximo comentrio). Mesmo quando no estava rela cionada a nenhum deus, a serpente representava as tcia (saber oculto), *fertilidade, sade, caos e imorta lidade, e era, com freqncia, adorada. 3.2-5. a tentao de ser como Deus. A aspirao posio de divindade assim como o relato de oportu nidades perdidas de se igualar aos deuses aparece de forma proeminente em alguns mitos antigos. Na len da de *Adapa, uma oferta do "alimento da vida" foi inadvertidamente recusada. Adapa, o primeiro dos sete sbios antediluvianos, estava envolvido em le var as artes da civilizao primeira cidade, Eridu. A MITOLOGIA DO ANTIGO ORIENTE PRXIMO E O ANTIGO TESTAMENTO No mundo antigo, a mitologia ocupava o lugar hoje ocupado pela cincia no mundo moderno - ou seja, fornecia a explicao sobre a criao e o funcionamento do mundo. A abordagem mitolgica procura identificar a funo como conseqncia de um propsito. Os deuses tinham propsitos e suas atividades eram a causa daquilo que os humanos consideravam como efeitos. Em contraste, a abordagem cientfica moderna identifica as funes como conseqncia das estruturas e busca entender as relaes de causa e efeito, baseando-se em leis naturais que esto ligadas estrutura, ou s partes que compem um fenmeno. Visto que nossa cosmoviso cientfica tem um grande interesse pelas estruturas, geralmente nos dirigimos ao relato bblico procurando encontrar informaes sobre as estruturas. Nessa rea, porm, a cosmoviso bblica mais pare cida com a de seus contemporneos do antigo Oriente Prximo, isto , nela a funo concebida como uma conseqncia do propsito. E disso que trata o primeiro captulo do Livro de Gnesis - e por isso h pouco interesse nas estruturas. Essa apenas uma das muitas reas em que a compreenso da cultura, da literatura e da cosmoviso do antigo Oriente Prximo pode nos ajudar a entender a Bblia, j que apontam para a verdade nela contida. Muitos paralelos podem ser identificados entre a mitologia do antigo Oriente Prximo e passagens e conceitos do Antigo Testamento. Isso no quer dizer que o Antigo Testamento deva ser considerado simplesmente como mais um exemplo de mitologia antiga ou derivado daquela literatura. A mitologia serve como uma janela para a cultura, refletindo a cosmoviso
  29. 29. Como pescador, foi carregado certo dia, pelo vento sul, numa infeliz aventura que ocasionou seu encon tro com o deus superior, Anu. Dando ouvidos aos conselhos do deus *Ea, Adapa recusou a comida ofere cida pelo deus Anu, descobrindo depois que aquele alimento lhe daria imortalidade. A vida eterna tam bm escapa a *Gilgams. No famoso pico que conta sua histria, a morte de seu amigo Enkidu o faz sair em busca da imortalidade, que ele descobre ser ina tingvel. Nesses dois relatos, ser como os deuses signi fica atingir a imortalidade, enquanto que, no relato bblico, ser como Deus entendido como obter a mes ma sabedoria de Deus. 3.7. significado das folhas de figueira. As folhas de figueira so as maiores encontradas em Cana e pode riam fornecer uma cobertura limitada ao envergo nhado casal. O significado do uso da folha de figueira pode residir em sua sim bologia de fertilidade. Ao comer do fruto proibido, o casal deu inicio a seu papel como pais e como cultivadores de rvores frutferas e gros. 3.8. soprava a brisa do dia. A terminologia *acadiana demonstrou que a palavra traduzida como "d ia" tam bm tem o significado de "tempestade". Esse signifi cado tambm pode ser encontrado na palavra hebraica citada em Sofonias 2.2. uma expresso freqente mente relacionada a uma tempestade trazida como castigo por alguma divindade. Se essa a traduo correta da palavra nesta passagem, eles ouviram o trovo (a palavra traduzida para "voz" muitas ve zes relacionada a trovo) do Senhor que se movia no jardim com o vento da tempestade. Nesse caso bas tante compreensvel o fato de terem se escondido. 3.14.comer p. A descrio de p ou poeira como alimento tpica das descries do mundo dos mortos na literatura antiga. No pico de Gilgams, em seu leito de morte, Enkidu sonha com o mundo inferior e o descreve como um lugar de trevas, onde o "p seu alimento, a argila, o seu po", uma descrio tambm conhecida no Descendentes de Istar. So caracterst

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